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São Paulo, 27 de Março de 2014 Fórum de Iluminação Pública 2014 ESTRATÉGIAS E INFORMAÇÕES PARA AS PREFEITURAS E INVESTIDORES EM ILUMINAÇÃO PÚBLICA Relatório do Encontro de Especialistas REALIZAÇÃO APOIO INSTITUCIONAL PATROCINADOR Silver PATROCINADORES PLATINUM

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São Paulo, 27 de Março de 2014

Fórum de Iluminação Pública 2014ESTRATÉGIAS E INFORMAÇÕES PARA AS PREFEITURAS E INVESTIDORES EM ILUMINAÇÃO PÚBLICA

Relatório do Encontro de Especialistas

Realização apoio institucional

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A Gestão dos Ativos de Iluminação Pública na Cidade de São Paulo - Um Estudo de Caso

Palestrante:

simão pedro - secretário de serviços da prefeitura de são paulo, responsável pela estruturação da parceria público-privada (ppp) para a gestão dos ativos de iluminação pública na cidade de sp (chamamento público 01/2013)

O evento inicia-se com a exposição de Simão Pedro, Secretário de Serviços da Prefeitura de São Paulo, sobre a experiência de modernização da rede de energia elétrica no Município de São Paulo.

O palestrante destacou que a história da iluminação pública perpassa toda a história da própria cidade de São Paulo, desde 1830 e fez um resgate histórico sobre a iluminação na cidade:

No Município de São Paulo, a transferência dos ativos de IP para a Prefeitura ocorreu em 2000 e a Eletropaulo foi contratada para fornecimento de energia.

Em seguida, o Secretário apresentou a estrutura da Rede Municipal de Iluminação Pública, ressaltando o papel do Departamento de IP – ILUMI, cujo presidente é o Humberto Serra, com atribuições de projetar, pla-nejar, atender aos serviços de manutenção. Suas funções principais são a manutenção e conservação da IP, renovação e desenvolvimento tecnológico, visando a eficiência, aumento da luminosidade com redução do consumo de energia e ampliação da rede.

Mesmo com uma estrutura institucional tão completa, a gestão da iluminação pública em São Paulo é desa-fiadora, em razão do tamanho da cidade.

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O palestrante destacou o problema do furto de cabos de energia de iluminação pública, que não se restringe apenas à rede elétrica nem mesmo à cidade de São Paulo e contou que, em 2013, foi necessário até mesmo pedir auxílio de Segurança Pública do Estado de São Paulo, o que resultou, no ano passado, em redução de 50% dos casos.

Em seguida, apresentou o Plano de Requalificação, com o objetivo de reestabelecer um serviço de qualidade, associado a uma redução de custos, dividido em três etapas:

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A 1ª Etapa, “Contingências”, resultou na renovação do contrato com a SP Luz, com cláusula resolutiva de meta de 125 mil trocas até dezembro e mais 18 mil pontos novos na cidade, o que foi cumprido.

Com relação à 2ª Etapa, “Segurança e Cidadania”, o Secretário comentou que, em princípio, a equipe da SES evitou trazer o problema de segurança para o Plano, mas concluíram hoje a iluminação pública é um tema auxiliar da segurança na cidade, além de possibilitar a apropriação do espaço público pelos cidadãos. Por isso, estabeleceu-se a meta de priorizar o pedestre, até mesmo em função da Copa do Mundo, de forma a deixar um legado de IP para a cidade, como é o caso da modernização em tecnologia LED na Avenida 23 de Maio, na Radial Leste, Ponte das Bandeiras, Viaduto do Chá, Pátio do Colégio.

A 3ª Etapa, “Solução Definitiva”, foi o lançamento do programa de modernização, com o chamamento para a contribuição da iniciativa privada, para realizar a concessão da IP de São Paulo.

os objetivos principais do projeto de modernização são:

• Adoção de novas tecnologias visando a eficientização / menor consumo de energia;

• Gestão inteligente, com acesso em tempo real às condições da rede;

• Regulação do contrato por níveis de serviço (parâmetros de desempenho) à a preocupação é mais com a qualidade da iluminação pública do que com a tecnologia em si;

• Otimização dos custos ao longo da vida do projeto;

• Expansão da rede, cobrindo os déficits de pontos de luz e fazendo frente ao crescimento vegetativo da cidade.

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o objeto e o escopo da concessão são:

os estudos para o plano envolvem três tipos de estudo:

Depois de apresentar o Plano, o Secretário passou a explicar o Procedimento de Manifestação de Interesse, que, como será demonstrado adiante, foi adotado pelo Município de São Paulo:

Conceito: Ato Normativo que confere a potenciais agentes da iniciativa privada, interessados em celebrarem contratos junto à Administração Pública sob o regime contratual de concessão da prestação de serviços pú-blicos (Art. 175 da Constituição Federal), a possibilidade de apresentação de projetos e estudos de utilidade para a futura licitação, sem prejuízo do direito de participarem do certame e assegurado o correspondente ressarcimento pelo vencedor da licitação, no caso de eventual aproveitamento.

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- Base legal:

Lei Municipal nº 8987, de 1995: dispõe sobre o regime de concessão e permissão da presta-ção de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal, e dá outras providências.

Art. 21. Os estudos, investigações, levantamentos, projetos, obras e despesas ou investimentos já efetuados, vinculados à concessão, de utilidade para a licitação, realizados pelo poder concedente ou com a sua autorização, estarão à disposição dos interessados, devendo o vencedor da licitação ressarcir os dispêndios correspondentes, especificados no edital.

Lei Federal nº 9074, de 1995: estabelece normas para outorga e prorrogações das conces-sões e permissões de serviços públicos e dá outras providências

Art. 31. Nas licitações para concessão e permissão de serviços públicos ou uso de bem público, os autores ou responsáveis economicamente pelos projetos básico ou executivo podem participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obras ou serviços.

Lei Federal nº 11.079, de 2004: institui normas gerais para licitação e contratação de parceria público-privada no âmbito da administração pública.

Art. 3º As concessões administrativas regem-se por esta Lei, aplicando-se-lhes adicionalmente o dis-posto nos arts. 21, 23, 25 e 27 a 39 da lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e no art. 31 da lei no 9.074, de 7 de julho de 1995.

§ 1º as concessões patrocinadas regem-se por esta lei, aplicando-se-lhes subsidiariamente o dis-posto na lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e nas leis que lhe são correlatas.

Lei Municipal nº 14.517, de 2007: institui o Programa Municipal de Parcerias Público-Privadas, cria a Companhia São Paulo de Parcerias e dá outras providências

Decreto Municipal nº 51.397, de 2010: institui procedimentos para registro, avaliação, sele-ção e aprovação de projetos básicos, projetos executivos, estudos de viabilidade de empreendimen-tos, investigações, levantamentos e demais elementos previstos no artigo 21 da Lei Federal nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, relacionados a projetos de parceria público-privada, concessão comum de obras e de serviços públicos e permissão de serviços públicos.

A partir de toda essa base legal, no fim do ano passado, a SES realizou o chamamento público, por entender que a parceria com a iniciativa privada é positiva, ao permitir que os privados tragam sua experiência e a sua expertise.

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O prazo de 90 (noventa) dias para apresentação dos estudos foi prorrogado e, assim, as propostas foram recebidas em 14 de março.

Nesse momento, o procedimento encontra-se na Etapa 5 e o próximo passo é a análise, pela Comissão Es-pecial de Licitação, dos estudos apresentados e a elaboração do Termo de Conclusão dos Trabalhos.

a ses optou por estabelecer critérios de ressarcimento dos estudos que reconheça os esforços do privado, da seguinte forma:

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Por fim, o Secretário apresentou o balanço do Chamamento:

• 41 agentes empreendedores cadastrados;

• 34 agentes empreendedores autorizados;

• 245 pedidos de esclarecimentos atendidos;

• 11 estudos apresentados.

Considera que o projeto foi muito bem recebido pelo mercado e tem suscitado interesse de muitos Municí-pios para conhecer melhor o procedimento. Ressaltou que a SES recebeu bons, profundos e consistentes projetos e estão satisfeitos com o resultado até esse momento. O objetivo da SES, com o projeto, é se tornar um modelo de iluminação pública no Brasil, modelo eficiente de gestão, com novas tecnologias, para que a população de São Paulo tenha uma iluminação pública de qualidade, que lhe dê segurança e que lhe permita apropriar-se bem dessa belíssima cidade.

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Panorama do Novo Mercado

Moderador:

Vinnicius Vieira - especialista da Hiria e pesquisador do núcleo de estudos do Futuro da puc-sp

Marcos Bragatto, superintendente de Regulação dos serviços comerciais - aneel

O palestrante agradeceu o convite e ressaltou que o evento é de grande importância, além de ser uma opor-tunidade de interagir com todo o público interessado no tema de iluminação pública. Espera, com sua apre-sentação, contribuir para o esclarecimento e trazer informações que ajudem os gestores municipais nesse momento importante de transição no país.

iniciou sua exposição apresentando o cenário institucional:

O primeiro plano é o das políticas públicas, que emanam do Congresso Nacional e da Presidência da Repú-blica. À ANEEL compete apenas implantá-las e, eventualmente, dar opiniões, quando consultada, pois não tem a prerrogativa de aprova-las nem concluí-las. Sua função primordial é fiscalizar e regular os agentes que atuam no setor elétrico.

O mercado de energia elétrica divide-se em agentes de geração, transmissão, distribuição e comercialização. Há, também, a figura do Operador Nacional do Sistema, que inclusive está na mídia em razão da baixa dos reservatórios de água, e a Câmara de Comercialização do Mercado Livre - CCEE, daqueles grandes consu-midores que ainda podem escolher de quem comprar a energia.

Há também os agentes institucionais: Empresa de Pesquisa Energética, Eletrobrás e o BNDES.

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em seguida, o palestrante apresentou as atribuições da aneel:

Há uma tríplice gama de interesse: dos consumidores, dos agentes regulados e do governo. Todos os inte-resses devem ser equilibrados pelo interesse público e, na maioria das vezes, não é fácil agradar a todos, o que torna a atividade da ANEEL bastante desafiadora.

O Superintendente seguiu apresentando o histórico dos atos normativos que regulamentam as condições gerais de fornecimento de energia elétrica e levaram à Resolução nº 414/2010 da ANEEL, publicada em 15/09/2014.

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Essa Resolução, com 229 artigos, trata de todos os deveres e direitos dos consumidores, estabelece prazos, participações financeiras em obras, regras do atendimento ao consumidor, tanto presencial quanto telefônico. É a Resolução mais buscada no site da ANEEL e, sem dúvidas, representa uma conquista no setor de energia elétrica.

No artigo 2º, inciso XXXIX, traz a definição de iluminação pública:

“Serviço público que tem por objetivo exclusivo prover de claridade os logradouros públicos, de forma perió-dica, contínua ou eventual.”

A principal modificação regulatória promovida pela Resolução nº 414/2010 da ANEEL foi a obrigação da transferência dos ativos de iluminação pública para os Municípios.

atualmente, como nem todos os ativos foram transferidos das distribuidoras para os Municípios, há dois sistemas diferentes de aplicação de tarifas, como pode ser observado no quadro abaixo:

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Se os ativos forem da Prefeitura, a tarifa aplicada é a B4a, cerca de 10% inferior em relação à tarifa B4b, justa-mente porque, nesses casos, cabe à distribuidora fazer a operação e manutenção dos ativos. A partir do mo-mento que se faz a transferência, todo o consumo de iluminação pública passa a ser faturado na tarifa B4a.

- De quem é a responsabilidade?

A Resolução nº 414/1010 da ANEEL tem por fundamento o disposto no artigo 30, inciso V, da Constituição Federal:

“Art. 30. Compete aos Municípios:

(...)

V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de inte-resse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;”

O conceito de ‘serviços públicos de interesse local’, sem dúvidas, inclui a iluminação pública.

Assim, a responsabilidade pela prestação de serviços públicos de iluminação pública é do Município, que pode fazê-lo diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, mas deve permanecer com os ativos. Dessa forma, nos Municípios em que os ativos continuam com as distribuidoras, deve-se fazer a transferên-cia, até dezembro de 2014.

Os postes continuam com a distribuidora, pois é um ativo da União.

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atualmente, quando se fala de transferência de ativos, está-se falando do seguinte cenário nacional:

Em relação ao custeio, o Superintendente menciona que, em 2002, após a declaração da inconstituciona-lidade da taxa de iluminação pública, os gestores municipais conseguiram mobilizar o Congresso Nacional e promover uma reforma da Constituição Federal, por meio da Emenda Constitucional nº 39, de 19/12/2002, que resultou na criação da contribuição de iluminação pública, CIP ou COSIP.

A partir dessa mudança, o Município tem recursos garantidos para fazer frente às suas despesas com ilumi-nação pública:

“Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.

Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.”

- cronograma de transferência

Como visto, o art. 218 da Resolução nº 414/2010 estabeleceu a obrigação da transferência dos ativos das distribuidoras para os Municípios.

O prazo inicial era 15/09/2012; depois, houve um pleito dos Municípios que não conheciam muito bem o assunto e o prazo foi prorrogado para 31/01/2014. Próximo ao fim do prazo, houve um segundo pleito junto à ANEEL, dos Municípios pequenos, que enfrentam mais dificuldades em razão do tamanho reduzido do parque e precisam constituir consórcios públicos, o que foi compreendido pela ANEEL e, em razão disso, o prazo foi estendido para 31/12/2014. Na ata da sessão pública que prorrogou o prazo, restou claro que não haverá mais prorrogações.

Art. 218. “A distribuidora deve transferir o sistema de iluminação pública registrado como Ativo Imobi-lizado em Serviço – AIS à pessoa jurídica de direito público competente.

§ 1º A transferência à pessoa jurídica de direito público competente deve ser realizada sem ônus, observados os procedimentos técnicos e contábeis para a transferência estabelecidos em resolução específica.

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§ 2º Até que as instalações de iluminação pública sejam transferidas, devem ser observadas as se-guintes condições:

I – o ponto de entrega se situará no bulbo da lâmpada;

II – a distribuidora é responsável apenas pela execução e custeio dos serviços de operação e manu-tenção;

III – a tarifa aplicável ao fornecimento de energia elétrica para iluminação pública é a tarifa B4b.

§ 3º A distribuidora deve atender às solicitações da pessoa jurídica de direito público competente quanto ao estabelecimento de cronograma para transferência dos ativos, desde que observado o pra-zo limite de 31 de dezembro de 2014.

§ 4º Salvo hipótese prevista no § 3º, a distribuidora deve observar os seguintes prazos máximos:

I – até 14 de março de 2011: elaboração de plano de repasse às pessoas jurídicas de direito público competente dos ativos referidos no caput e das minutas dos aditivos aos respectivos contratos de fornecimento de energia elétrica em vigor;

II – até 1º de julho de 2012: encaminhamento da proposta da distribuidora à pessoa jurídica de direito público competente, com as respectivas minutas dos termos contratuais a serem firmados e com relatório detalhando o AIS, por município, e apresentando, se for o caso, o relatório que demonstre e comprove a constituição desses ativos com os Recursos Vinculados à Obrigações Vinculadas ao Serviço Público (Obrigações Especiais);

III – até 1º de março de 2013: encaminhamento à ANEEL do relatório conclusivo do resultado das ne-gociações, por município, e o seu cronograma de implementação;

IV – até 1º de agosto de 2014: encaminhamento à ANEEL do relatório de acompanhamento da trans-ferência de ativos, objeto das negociações, por município;

V – até 31 de dezembro de 2014: conclusão da transferência dos ativos;

VI – até 1º de março de 2015: encaminhamento à ANEEL do relatório final da transferência de ativos, por município;

§ 5º A partir da transferência dos ativos ou do vencimento do prazo definido no inciso V do § 4º, em cada município, aplica-se integralmente o disposto na Seção X do Capítulo II, não ensejando quaisquer pleitos compensatórios relacionados ao equilíbrio econômico-financeiro, sem prejuízo das sanções cabíveis caso a transferência não tenha se realizado por motivos de responsabilidade da distribuidora.

§ 6º a distribuidora deve encaminhar à aneel, como parte da solicitação de anuência de transferência dos ativos de iluminação pública, por município, o termo de responsabilida-de em que declara que o sistema de iluminação pública está em condições de operação e em conformidade com as normas e padrões disponibilizados pela distribuidora e pelos órgãos oficiais competentes, observado também o disposto no Contrato de Fornecimento de Energia Elétrica acordado entre a distribuidora e o Poder Público Municipal, conforme Anexo VIII.

§ 7º a distribuidora deve atender às solicitações da pessoa jurídica de direito público competente acerca da entrega dos dados sobre o sistema de iluminação pública.

O Superintendente chamou atenção para a inovação promovida pelo parágrafo 6º, que visa proteger os Muni-cípios e garantir a lealdade no processo de transferência de ativos. Assim, a distribuidora não pode nem deve transferir ativos quebrados, por exemplo.

A tendência é o estreitamento da relação entre Prefeituras e distribuidoras, (pois essas últimas realizam o fa-turamento), para que o trabalho possa ter sucesso. A distribuidora precisa entregar o parque em bom estado, o que não significa trocar tudo por novo, mas identificar os pontos que estão ruins. E ao Município cabe fazer o laudo e acompanhamento de como estão os pontos. Assim, o ideal é que seja feito em conjunto.

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Apontou, ainda, a importância de se observar o disposto parágrafo 7º, para que a interação entre as distribui-doras e as Prefeituras viabilize, de fato, o processo de transferência de forma rápida e transparente.

Vale lembrar que, atualmente, quem faz a fiscalização de iluminação pública e das normas técnicas é a ANE-EL, mas, a partir de 2015, quando os ativos não pertencerem mais à distribuidora, a ANEEL não terá mais competência para fiscalizar as prefeituras; quando elas assumirem, a fiscalização será do TCM, Câmara de Vereadores, gestão local. Isso porque a situação de uma distribuidora cuidar de iluminação pública é uma situação anômala, por isso está sendo corrigida.

Para encerrar sua exposição, o Superintendente ressaltou que o ponto central é a gestão responsável, como, inclusive, já foi dito pelo Secretário Simão Pedro, com vistas à melhoria da qualidade, redução de consumo e redução de custos. Assim, é fundamental que as prefeituras capacitem o seu corpo técnico e não percam as rédeas dessa gestão do processo de transferência.

carlos Kircher, Diretor – KiRcHneR consultoRia eM eneRGia

O palestrante propôs-se a falar sobre a forma de realização da transferência dos ativos para o Poder Público e quais os cuidados devem ser tomados pelos Municípios para que o processo seja bem sucedido.

Na verdade, não há uma fórmula ou um edital padrão para se seguir. Há o modelo da licitação comum, da Lei nº 8.666/93 e o da parceria público-privada (PPP).

Na visão do palestrante, deve-se tomar cuidado com a PPP, pois é um contrato muito longo, e, portanto, deve ser ajustável, atualizável, e ter uma forma de equilíbrio clara; além de ser um desafio para os Municípios de menor porte. Por outro lado, é uma oportunidade que pode trazer um ganho de modernização muito grande.

A primeira questão que deve ser levantada é a seguinte:

- É possível delegar a gestão?

Para responder essa pergunta, o palestrante apresentou um quadro com os níveis de gestão e concluiu que a gestão estratégica não pode jamais ser delegada, pois é de competência do Município; a gestão operacional não pode ser delegada em contratos de terceirização, mas em concessão de serviços públicos; já a gestão de execução pode ser objeto de delegação por meio do nº 8.666/93.

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Na descentralização por colaboração (concessão e permissão), a gestão estratégica do serviço fica a cargo do Poder Público, sendo delegadas a gestão operacional e a execução direta da atividade.

Na terceirização, o Poder Público não delega a gestão estratégica nem operacional, apenas repassa a exe-cução material de determinado serviço.

O palestrante continuou sua exposição ressaltando a importância de se observar a qualidade dos equipamen-tos que serão transferidos pelas distribuidoras ao Poder Público.

Contou que houve uma ação da Federação Nacional dos Engenheiros sobre isso e, inclusive, na audiência pública da ANEEL, alertou-se que não poderia ser feita a transferência de ativos dos equipamentos sucate-ados. Após mostrar algumas imagens para ilustrar a situação de precariedade dos ativos, ressaltou que a qualidade vai além de ter ou não lâmpada; deve-se avaliar todo o conjunto óptico, em obediência às normas técnicas.

Em seguida, o expositor passou a comentar as alterações feitas à Resolução nº 414/2010 da ANEEL, por meio da Resolução nº 587, de 10 de dezembro de 2013, ressaltando que foram fruto das contribuições da Federação Nacional dos Engenheiros.

A alteração não se limitou a prorrogar o prazo para a transferência dos ativos, mas, em especial, acrescentou os parágrafos 6º e 7º do artigo 218, conforme já foi demonstrado pelo Superintendente da ANEEL.

O parágrafo 6º introduziu a obrigação das distribuidoras encaminharem à ANEEL o termo declarando que os equipamentos encontram-se em condições normais de funcionamento e com a manutenção em nível ade-quado. Esse termo é suficiente para a responsabilização das distribuidoras.

O parágrafo 7º, por sua vez, trata da questão de banco de dados, da necessidade das distribuidoras entre-garem os dados de forma a permitir que o Município tenha segurança para delimitar o objeto, já que não se pode promover uma licitação com dados superficiais. Na verdade, o Poder Público municipal deve negociar com as distribuidoras os dados a serem recepcionados, inclusive o formato do banco de dados – que é de importância crucial para o gestor; devem, por exemplo, ser conversíveis, pois irão migrar para um software de gestão. Caso as solicitações não sejam atendidas, o Município deverá acionar a agência estadual ou a ANEEL para solucionar possíveis impasses.

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Por fim, o palestrante apresentou os parâmetros para avaliação do laudo técnico, que foram por meio de uma metodologia aplicada pela empresa, a partir de uma amostragem representativa.

• a quantidade de lâmpadas apagadas no período noturno não deverá ultrapassar 3%;

• a quantidade de lâmpadas acesas no período diurno não deverá ultrapassar 3%;

• a quantidade de luminárias em mau estado de conservação, com seu refrator ou refletor sujo, com juntas de vedação ou fecho de pressão inoperantes, não deverá ultrapassar 6%;

• a quantidade de luminárias danificada, defeituosa ou faltando componente, como por exemplo o refra-tor, não deverá ultrapassar 2%.

A lógica é que quanto maior a taxa de falha, mais será gasto com manutenção e reparação.

Vale lembrar que a avaliação do sistema de iluminação pública e do serviço público pode e deve ser feita pelo gestor municipal, em qualquer data e sempre que se constatar que o serviço prestado pode estar deficiente. Além disso, não pode ser subjetiva, mas deve ser feita por profissionais habilitados, engenheiros eletricistas, e a partir de parâmetro consagrados de avaliação, pois será disponibilizado, inclusive, aos licitantes e influen-ciará diretamente na delimitação do objeto e no oferecimento das propostas.

Sem dúvidas, o laudo técnico realizado por profissional especializado é o instrumento adequado e indispen-sável para que sejam solicitadas melhorias no sistema de iluminação pública.

Além disso, concluiu o palestrante, a capacitação e a assunção do papel como Gestor é necessária em qual-quer modelo de contratação.

alfredo Gioielli - GouVeia Gioielli aDVoGaDos

O palestrante parabenizou os organizadores do evento, agradeceu a todos e propôs-se a fazer um contra-ponto da apresentação realizada pelo Superintendente da ANEEL, expondo alguns motivos que levaram o tema ao judiciário, em especial sobre o artigo 218 da Resolução nº 414/2010 da ANEEL.

Em relação aos ativos a serem transferidos, vários problemas emergem.

Uma deles é saber quanto é a manutenção hoje realizada pelas concessionárias.

Essa questão chegou ao judiciário por meio de duas teses: uma, de inconstitucionalidade, e outra, de ilega-lidade.

1) Inconstitucionalidade

“Art. 21. Compete à União:

...

XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:

...

b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;...”

“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

...

IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;”

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2) Ilegalidade

O Decreto-lei N° 3.763 de 25 de outubro de 1941, consolida disposições sobre águas e ener-gia elétrica, e dá outras providências e foi recepcionado pelo artigo 175 da constituição Federal:

Art. 8º O estabelecimento de redes de distribuição e o comércio de energia elétrica dependem exclu-sivamente de concessão ou autorização federal.

Parágrafo único. Os fornecimentos de energia elétrica para serviços de iluminação pública, ou para quaisquer serviços públicos de caráter local explorados pelas munici-palidades, serão regulados por contratos de fornecimentos entre estas e os concessionários ou contratantes, observado o disposto nos respectivos contratos de concessão ou de exploração, celebrados com o Governo Federal, para distribuição de energia elétri-ca na zona em que se encontrar o município interessado.

Prevê que os contratos entre o Poder Público e as concessionárias devem ser respeitados, o que não poderia ser modificado por Resolução.

Além disso, há o Decreto nº 41.019, de 26 de fevereiro de 1957, que regulamenta os serviços de Energia Elétrica

“Art 5º. O serviço de distribuição de energia elétrica consiste no fornecimento de energia a consumi-dores em média e baixa tensão.

...

§ 2º. Os circuitos de iluminação e os alimentadores para tração elétrica até a subestação con-versora, pertencentes a concessionários de serviços de energia elétrica, serão considerados parte integrante de seus sistemas de distribuição.(grifou-se).

A partir dessa leitura, resta claro que os serviços de iluminação pertencem às concessionárias, e assim, todos os bens ou instalações que direta ou indiretamente concorram para que o serviço funcione.

O palestrante ressalta que a Resolução nº 414/2010 da ANEEL resolveu tratar a iluminação pública como um serviço acessório, mas, na verdade, todos os investimentos feitos pela distribuidora de energia acabam integrando os ativos como um investimento, e se se confere uma concessão da distribuição de iluminação vinculada com o serviço de prestação de iluminação pública, ao término do contrato de concessão, isso re-verte ao patrimônio da União.

O artigo 44 do Decreto nº 41.019/57 define o sistema de iluminação pública:

TÍTULO II

Dos Bens e Instalações Utilizados nos Serviços de Eletricidade

“Art 44. A propriedade da empresa de energia elétrica em função do serviço de eletricidade compreen-de todos os bens e instalações que, direta ou indiretamente, concorram, exclusiva e permanentemen-te, para a produção, transmissão, transformação ou distribuição da energia elétrica.”

O artigo 54, por sua vez, tem fundamentado a suspensão de vários editais no estado de São Paulo, pois as concessionárias não têm disponibilizado o inventário devida-mente atualizado:

“Art 54. As pessoas naturais ou jurídicas, concessionárias de serviços de energia elétrica, são obri-gadas a organizar e manter atualizado o inventário de sua propriedade em função do serviço (art. 44)...”

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Além disso, deve-se observar o disposto no artigo 64:

CAPÍTULO IV

Da vinculação dos bens ao serviço

“Art 64. A venda, cessão ou doação em garantia hipotecária dos bens imóveis ou de partes essenciais da instalação dependem de prévia e expressa autori-zação do Ministro das Minas e Energia mediante portaria, após parecer do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica. (Redação dada pelo Decreto nº 56.227 de 1965)

Assim, a Resolução nº 414/2010 da ANEEL é ilegal porque a transferência, a cessão e a doação de ativos pertencentes à concessionária só podem ser realizadas por autorização por portaria do Ministro do Ministério de Minas e Energia.

À ANEEL cabe somente fiscalizar e gerir os contratos de concessão e permissão, não impor a transferência de ativos, como se pode observar da legislação que criou a ANEEL:

Lei nº 9.427/96

Art. 1º  É instituída a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, autarquia sob regime especial, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, com sede e foro no Distrito Federal e prazo de duração indeterminado.

Art. 3º ...

IV - gerir os contratos de concessão ou de permissão de serviços públicos de energia elétrica, de concessão de uso de bem público, bem como fiscalizar, diretamente ou me-diante convênios com órgãos estaduais, as concessões, as permissões e a prestação dos serviços de energia elétrica; (Redação dada pela Lei nº 10.848 de 2004)

essa tese da ilegalidade tem sido reconhecida pelo judiciário no estado de são paulo, como pode ser observado no quadro seguinte:

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O quadro abaixo mostra o panorama em relação ao mérito: em 73% das 11 sentenças, foi acatada a tese da ilegalidade do ato normativo, pois o Tribunal Regional já pacificou o entendimento segundo o qual a prestação de serviços públicos só pode ser realizada mediante a lei, e não por ato normativo.

o palestrante continuou sua exposição apontando quais são as informações fundamentais para um gestor público:

• Quantos pontos de luz existem na cidade?

• Quais tipos de lâmpadas e potências?

• Qual o consumo mensal de energia e fatura paga em Iluminação Pública?

• Qual o custo anual com IP? (material, Mão de Obra, manutenção, etc)?

• Qual a quantidade de Unidades Consumidoras Ativas existentes no Município?

• Quais os critérios de qualidade do sistema de iluminação?

Para ilustrar a complexidade do levantamento do sistema de iluminação pública, apresentou a situação de Osasco e quais os impactos econômicos no orçamento do Município após a transferência.

apontou, ainda, quais os impactos gerais da transferência nos Municípios:

• Aumento de despesas;

• Dificuldades técnicas (falta de expertise); na verdade, já foi um grande avanço a FNE conseguir o Termo de Responsabilidade do §6º do art. 218 da Resolução nº 414/2010 da ANEEL;

• Carência de recursos para gestão; em relação à CIP, o Ministério Público tem questionado a falta de detalhamento sobre a sua aplicação;

• Necessidade de licitações observando os requisitos da Resolução: a) Plano de repasse – Incluído pela Resolução Aneel nº 479/12 b) Relatório de detalhamento do ativo imobilizado c) Termo de Respon-sabilidade – Incluído pela Resolução Aneel nº 587/13;

• Investimentos em estrutura e treinamento de equipes;

• Necessidade de recursos para expansão.

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As soluções para superar esses desafios perpassam, em especial, pela busca de recursos:

Na Bahia, por exemplo, segundo o Decreto 13.780/2012, art. 265, não há incidência de icMs sobre as operações com energia elétrica quando destinadas ao consumo e realizadas pela ad-ministração pública municipal:

Art. 265. São isentas do ICMS:

XLVII - as operações com energia elétrica quando destinada ao consumo em órgãos da administração pública municipal e fundações mantidas pelo poder público municipal e à iluminação pública;

Finalmente, o expositor concluiu enfatizando a necessidade de continuar o debate público, em especial com a ANEEL e as demais entidades envolvidas no assunto, para se chegar a um tratamento mais adequado da questão da iluminação pública.

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sergio Binda, Diretor de Marketing para a américa latina – Ge

O palestrante agradeceu a oportunidade de apresentar a visão da GE sobre o cenário de iluminação pública que está se formando no Brasil e propôs-se a mostrar as vantagens da tecnologia LED.

O contexto atual decorre, por um lado, de um avanço da tecnologia e, noutro sentido, da Resolução nº 414/2010 da ANEEL.

Falando um pouco de tecnologia, o palestrante apresentou um breve histórico sobre a evolução tecnológica da iluminação pública. Em seguida falou sobre o aumento da eficiência luminosa do LED e como a perspec-tiva da redução de custos na utilização da tecnologia LED é acelerada, nos próximos 3 anos, é provável que se tenha uma redução média anual entre 7 a 10% e depois a curva se atenuará mais, pois tem um limite.

A partir dessas constatações sobre o LED, o palestrante ressaltou que só faz sentido introduzir uma nova tecnologia se houver vantagens. Assim, apontou os principais benefícios da tecnologia LED:

Redução dos custos operacionais

• Eficiência energética (40% de redução no consumo de energia);• Menos manutenção (L85 e vida mediana > 50 kh);

Gerenciamento e controle

• Monitoramento, medição, dimerização;• Aumento de eficiência do processo de gestão da Iluminação Pública;

Valorização do espaço urbano e da vida noturna• Reprodução de cor > 75;• Luz branca;

preocupações ambientais• Não utilização de metais pesados (Mercúrio, Chumbo etc...);• Totalmente reciclável;

E como acelerar a massificação da nova tecnologia?

É um desafio para todos os agentes envolvidos no setor.

• Manter P&D (redução de custos + melhoria de eficiência) à Os fabricantes devem manter a pesquisa e desenvolvimento para esses produtos, de dotá-los de mais fluxo luminoso com menos custo;

• Buscar linhas de crédito para projetos de eficientização;• Entender o melhor modelo para a cidade a partir das informações sobre o parque:

- Número de pontos

- Formação da base instalada

• Potencial de economia de energia;• Eficiência do nível de serviço;• Capacitação para absorver ou contratar o serviço.

- Entender a legislação municipal:

• Já há uma regulamentação para PPPs?• Há COSIP criada ou com previsão?

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a partir da experiência com a ppp de iluminação pública no Município de são paulo, o palestran-te apresentou algumas conclusões:

• não há uma solução padrão que seja aplicável a todos os Municípios, pois as cidades são muito dife-rentes entre si;

• uma única empresa não consegue atender aos requerimentos para um projeto de PPP;• há uma tendência cada vez maior de cooperação entre operador e fabricante, trabalhando em con-

junto;• é necessária uma solução integral e complexa: fala-se de uma parte muito técnica, no que se refere a

engenharia, aborda-se também o aspecto operacional e a viabilização daquele alternativa economi-camente, com suporte legal à Engenharia + Operação + Econômica + Legal;

• é Indispensável reunir pessoas especializadas..

o palestrante expôs exemplos de cidades em que a tecnologia leD promoveu mudanças pro-fundas, como:

• Las Vegas com mais de 40.000 luminárias• Ciclovia e Pontes – Florianópolis, com luminárias LED proporcionando 50% de economia no consumo.

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Gestão e aplicação de recursos – Pagamento pela modernização e modelos de contratação

Moderadora:

Rosane Menezes lohbauer - Madrona Hong Mazzuco Brandão - sociedade de advogados

A convidada agradeceu o convite para moderar a mesa, em especial esse painel sobre modelos de contrata-ção. Antes de convidar os palestrantes, enfatizou a relevância da discussão sobre o tema de Iluminação Pú-blica, em razão de várias mudanças que têm ocorrido no país, a exemplo da possível ampliação de utilização do Regime Diferenciado de Contratação (RDC) no setor.

Defendeu a possibilidade do Poder Público delegar a gestão, inclusive por meio da Lei nº 8.666/93 e ressaltou que, embora a modelagem de PPP se apresente como a mais adequada, do ponto de vista da eficiência, modernização e melhoria de qualidade, como já foi mencionado pelo Superintendente da ANEEL, há outros modelos que podem ser pensados, tendo em vista a dificuldade dos Municípios menores. Um exemplo é a recente notícia, no sítio eletrônico do PPP Brasil, coordenado por Bruno Pereira, do primeiro chamamento para a contratação de um modelo de terceirização de gestão de serviços de iluminação pública por um con-sórcio público.

carlos augusto Reis de oliveira – superintendente de Relacionamento comercial da ceMiG

O palestrante, após dizer que se sente honrado em participar de um evento tão representativo, propôs-se a mostrar como está o andamento dos trabalhos de transferência dos ativos de IP em Minas Gerais, especifi-camente na área de concessão da CEMIG – que compreende 774 dos 886 Municípios do Estado – e quais as ações a CEMIG tem feito fazendo em apoio aos Municípios, desde a edição da Resolução nº 414/2010 da ANEEL, para que o processo de transferência dos ativos ocorra da melhor forma possível.

Iniciou apresentando a CEMIG Distribuição de Energia e a sua representatividade do cenário de distribuição de energia elétrica, ressaltando o empenho da equipe da Companhia para atender os 774 Municípios e os canais de atendimento para auxílio, como a Central de Atendimento ao Poder Público, a nova Agência Virtual de Atendimento ao Poder Público e a Agência de Bolso.

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Em seguida, apresentou breve histórico do Marco Regulatório e ressaltou que o desafio é grande, em especial aos pequenos municípios, relembrando o que Marcos Bragatto já havia dito em sua apresentação, que não haverá nova prorrogação para transferência dos ativos.

O cenário é complexo em Minas Gerais, em especial pela quantidade de municípios, pelo pequeno porte da maioria e pela dificuldade na tomada de decisões sobre a forma gestão, processo licitatório, manutenção, operação e eficientização.

Para ilustrar a situação do Estado, apresentou o quadro abaixo: dos 774 municípios, apenas 5 transferiram efetivamente os seus ativos, que representam 5% dos pontos de IP; os que estão em avançado processo de transferência representam 18% dos pontos; e, por fim, a grande maioria, que representa 77%, ainda não têm um processo claro em curso, embora já estejam se mobilizando. Por essa razão, a CEMIG foca nesse último grupo.

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o quadro a seguir mostra as principais solicitações dos prefeitos:

Financiamento, com juros reduzidos, carência e prazos longos, para troca de lâmpadas obsoletas por outras mais modernas e eficientes;

Recursos para poderem ter condições de assumir os custos com os serviços de IP (gestão, manutenção, obras, etc);

Desburocratização do sistema atual de financiamento para eficiência da iluminação pública;

Auxiliá-los na implantação de coleta e descarte dos resíduos oriundos das manutenções de IP;

Modelos licitatórios (formas de contratação eficiente);

Capacitação sobre como gerir os ativos de IP e eficientizá-los, pois, sentem-se “despreparados”.

De todos os pedidos, o último, em destaque, tem sido o grande desafio, e exatamente por isso a CEMIG tem se proposto a auxiliar os municípios para superá-lo, afinal, se a concessionária não assumir esse papel proativo de apoio, os desafios serão ainda maiores. Assim, para cumprir o seu papel orientador, a CEMIG tem executado várias ações, em especial reuniões e visitas, debates, participação em Audiências Públicas, como pode-se observar a partir dos quadros seguintes:

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Quanto às visitas, ressaltou que cada município foi visitado pelo menos duas vezes e, após a prorrogação do prazo pela ANEEL, a CEMIG iniciou outra rodada; no que diz respeito à sala de Atendimento VIP, foi disponi-bilizada na sede da CEMIG, com a disponibilização de inúmeros documentos, incluindo edital e exemplos de outros municípios que já iniciaram o processo de transferência dos ativos.

O palestrante destacou o empenho da CEMIG na redução da taxa de administração da CIP, originalmente fixada em 5%, para 2% e acrescentou que a CEMIG tem lutado ao lado das Associações de Municípios para reduzir ainda mais.

Apresentou a situação atual dos Municípios que ainda não têm CIP constituída e ressaltou que se trata de uma situação preocupante, pois sem a CIP, ou com a CIP deficitária, os Municípios dificilmente conseguirão arcar com todos os custos, inclusive da transferência.

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O quadro abaixo demonstra os resultados obtidos a partir do árduo trabalho da CEMIG, em especial a ten-tativa de retirar a discussão do ambiente político e levá-la para o campo técnico e jurídico: vários municípios conseguiram aprovar suas leis instituindo CIPs.

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Apresentou, ainda, a evolução da eficientização do parque de IP: em Minas Gerais, as lâmpadas de vapor de sódio, mais econômicas, praticamente dobraram, o que evidencia o quanto a CEMIG estimula a eficiência.

Comentou outros eventos importantes, destacando o ocorrido em 19/03/2014, no auditório do Banco de De-senvolvimento de Minas Gerais (BDMG), com participantes da SEDRU, ANEEL e CEMIG com as Associações Municipais, ocasião em que o Dr. Márcio Reinaldo, prefeito de Sete Lagoas-MG e político muito respeitado no Estado, declarou que é hora de seguir em frente e implementar as mudanças necessárias.

Em relação aos modelos de contratação, o palestrante destacou que a CEMIG tem se isentado de propor modelos de contratação, preocupando-se em munir os Municípios de subsídios técnicos e jurídicos para que tenham liberdade para tomarem decisões. Por outro lado, a AMM (Associação Mineira de Municípios) e a SEDRU, que representa as associações microrregionais, têm estimulado três principais modelos:

i) associativismo: vários Municípios associam-se e realizam uma licitação conjunta, cada um com seu lote de IPs, mas, ao final, cada um celebra seu contrato individualmente;

ii) registro de preço – a AMM tem defendido e orientado a utilização desse modelo: os Municípios asso-ciam-se e o maior deles faz uma licitação e registra uma ata; depois, os Municípios de menor porte vão fazendo a adesão. Nesse caso, o próprio edital já vai dispor sobre a obrigação do fornecedor vencedor a aceitar a entrada dos pequenos Municípios;

iii) modelo híbrido: os Municípios associam-se, os maiores juntam-se, realizam uma licitação conjunta, re-gistram a ata, cada um celebra o seu contrato e, depois, os pequenos podem aderi-la.

Os três representam alternativas adequadas e devem ser analisadas por cada Município.

O palestrante finalizou sua apresentação mencionando uma conquista recente e promissora: foi celebrado um Termo de Convênio entre a CEMIG e o Ministério Público de Minas Gerais, cujo objeto é o trabalho conjunto das duas entidades no apoio aos Municípios na transferência de ativos de IP. A expectativa é que o Tribunal de Contas de Minas Gerais emita uma instrução orientativa a todos os Municípios, esclarecendo sobre o dever da concessionária de transferir os ativos, a obrigação de cada Município e a necessidade de colaborar para o processo de transferência, garantido sucesso nesse desafio.

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charles de capdeville – Diretor Regional de operação da aes eletropaulo

O expositor iniciou a apresentação ressaltando que a realização da transição exigida, a partir da Resolução nº 414/2010 da ANEEL, deve ser vista como uma oportunidade para estabelecer um novo padrão de negócios e melhorar a qualidade da iluminação.

Após fazer uma apresentação do Grupo AES e ressaltar a sua importância no cenário de geração, distribuição e serviços em energia elétrica, em especial da América Latina, apresentou a visão da empresa sobre a transi-ção pela qual o país está passando.

Ressaltou o reflexo da qualidade da prestação desse serviço na sensação de segurança, como Simão Pedro já mencionou em sua apresentação.

A AES, assim como a CEMIG, tem trabalhado ativamente para cumprimento o processo do determinado pela regulação da ANEEL; tanto é assim que, dentro da área de concessão da Eletropaulo, quase 100% dos Municípios já finalizaram ou estão em avançado processo de transferência dos ativos.

No que tange à contratação, ressalta que há duas alternativas:

i) a gestão direta, com a contratação de operação e manutenção, ou de operação, manutenção e gestão; ou até um modelo mais completo, de operação, gestão e fornecimento de materiais;

ii) PPP, que não só contempla todos os itens citados (operação, manutenção, gestão e materiais) como também transfere para o ente privado a responsabilidade pelo pagamento da conta de energia, que no caso de São Paulo será custeada pela COSIP, o que, necessariamente, estimulará a eficientização, como já foi inclusive mencionado pelo Secretário Simão Pedro. Além disso, estando nas mãos dos privados, o palestrante acredita que haverá um estímulo à própria velocidade de modernização.

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Um estudo realizado pela AES, em conjunto com a Philips, mostrou que a modernização do parque de ilumi-nação pública será muito veloz, mesmo com o alto custo necessário; o serviço de monitoramento e controle também será mais eficaz e os retornos, mais rápidos e visíveis.

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Apesar de haver desvantagens, elas não inviabilizam a implementação do modelo, mas, na verdade, repre-sentam a oportunidade de melhorar a gestão e a prestação do serviço.

Dessa forma, a AES acredita que o modelo de PPP é o melhor e pode ser aplicado a todos os Municípios, buscando-se novas formas de parceria, como o associativismo já mencionado por Carlos Augusto, da CE-MIG.

O momento pelo qual o país passa enseja um modelo que diminua o gasto de energia e busque a eficiência, o que certamente será alcançado a partir do modelo de PPP.

eduardo Moreira neto – coordenador de Vendas da philips (proponente da pMi de são paulo)

O palestrante inicia apresentando a Royal Philips e sua relevância no setor elétrico:

Mencionou que a luz é responsável por 19% do consumo de energia elétrica do mundo e que troca global por tecnologias eficientes, como o LED, reduziria em 35% o consumo de energia em iluminação.

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em seguida, mostrou relatório apresentado na Rio+20, em janeiro de 2012, The Clean Revolu-tion Report, que concluiu o seguinte:

O palestrante exibiu um vídeo sobre a mudança que a Philips, ao substituir as lâmpadas por LED, implemen-tou na cidade de Buenos Aires, Argentina e o quanto a nova tecnologia representa de qualidade de vida, eficiência e economia. Trata-se, na verdade, de um novo conceito de cidade e de iluminação pública.

Depois, apresentou o que a philips entende por ‘solução completa’:

e explicou como funciona o sistema de controle da Philips, o CityTouch, a partir da medição, controle e monitoramento de cada luminária de um computador, por meio de um quadro com todos os elementos que integram o sistema, que já foi implantado na Faria Lima, em São Paulo, e no Porto Maravilha, no Rio de Ja-neiro. O controle pode ser feito em qualquer dimensão, desde uma rua até uma cidade inteira.

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Depois, passou a abordar a perspectiva de mudança no compartilhamento de risco entre poder público e empresas privadas na iluminação.

Como visto, antes de Resolução 414, a concessionária era a responsável pela compra dos materiais, pela execução dos serviços de mão e obra e pela gestão do parque; e à prefeitura caberia o custo da energia, conforme pode ser observado no quadro:

Depois da Resolução nº 414/2010 da ANEEL, tudo isso passará para a Prefeitura. Os modelos que se apre-sentam são:

i) A Prefeitura fica a cargo da aquisição de todos os materiais, contratando uma empresa que oferece somente a mão de obra de instalação e manutenção, e a gestão do parque e o custo de energia continua sendo pago pelos Municípios. Assim, transfere-se apenas o custo operacional da mão de obra;

ii) Um modelo mais avançado, como é o caso de São Paulo, a Prefeitura assume apenas a gestão do parque e se coloca como agente fiscalizador, contratando a mão de obra e os materiais, que fica a cargo dos instaladores, normalmente um consórcio de empresas privadas;

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iii) Há, ainda, outro cenário, em que a Prefeitura não paga o prestador pelo serviço executado, mas um valor fixo por pontos de iluminação, transferindo a manutenção, os materiais, mão de obra e, gradualmente, a gestão do parque para as empresas. Nesse cenário, transfere-se, portanto, a conta da energia, estimulando a economia.

iv) O outro modelo é o dos operadores dedicados, em regime de PPP, formada por sociedade de propósito específico (SPE), em que há a migração do risco e do custo da energia para o parceiro privado.

Sem dúvidas, o modelo da PPP apresenta-se o mais adequado e eficiente para essa transição:

Deve-se ressaltar que, nesse modelo, os privados tentarão diminuir os custos de manutenção, buscando equipamentos de maior qualidade e durabilidade. Além disso, o Município verá facilitada a gestão financeira e a administração do contrato, eis que todos os objetos estarão englobados em um único contrato, e a con-cessionária será cobrada em todos os aspectos – economia, eficiência, qualidade da prestação do serviço, facilitando, inclusive, o controle pelo Poder Público.

a philips posiciona-se da seguinte forma sobre o modelo de ppp:

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O parceiro privado também deverá ser responsabilizado pela eficiência e adequação das normas técnicas; por outro lado, a implementação da Telegestão permite que a cidade se beneficie com a medição, controle e monitoramento de todos os ativos. Além disso, o modelo de PPP permite melhoria no atendimento o público, a realização do inventário do parque e a logística reversa, em especial dos equipamentos que têm mercúrio em sua composição, garantindo-se, assim, a desenvolvimento sustentável,

Por fim, é importante observar os ganhos econômicos da utilização da luz branca e do LED:

O palestrante conclui dizendo que as novas tecnologias trazem benefícios para a sociedade que vão além do preço de mercado e a Philips acredita, implementa e apoia os modelos que visam a eficiência e a susten-tabilidade.

em seguida, a moderadora, Rosane Menezes lohbauer, abriu espaço para as perguntas:

Ao palestrante Charles de Capdeville, indagou-se a estimativa de preço para substituição de todas as lâmpa-das, ao que ele respondeu que não é possível dar uma resposta objetiva, pois depende da modelagem, da contrapartida do Município, da sua decisão sobre priorizar o preço ou o tempo, etc. A fonte de financiamento, em geral, será a taxa municipal, mas a captação de investimento é indispensável para garantir a velocidade da modernização. Ressalta que o BNDES não tem fontes específicas para isso, o que deveria ser reavaliado.

Finalizou afirmando que a AES se posiciona como uma empresa sustentável e busca, sempre, a melhoria da qualidade, ainda que reduza a receita, pois a distribuidora vai ser remunerada pelos seus ativos.

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A Eduardo Moreira, foram dirigidas perguntas sobre normatização do uso de LED, ao que respondeu que são necessárias normas específicas, em especial do INMETRO e da ABNT sobre luminárias LED – o que, inclusive, já está em andamento, com a realização de audiências públicas – mas, enquanto não são editadas, hoje é possível utilizar as normas estrangeiras, já que existem no ambiente norte americano e europeu mais de 100 normas sobre a utilização.

Esclarece, ainda, que o sistema de Telegestão da Philips opera em qualquer luminária, em qualquer tecnolo-gia, desde vapor de mercúrio até LED, com a desvantagem de que, no caso de tecnologias de pressão com reator eletromagnético, não é possível ter o potencial de economia pela dimerização, seria necessário trocar o reator, o que não é eficiente.

Finaliza apontando o TAUQ, consórcio formado por fabricantes que dominam o mercado de Telegestão no mundo, que normatizou a comunicação entre controladores e software de gestão de iluminação pública com a criação de um protocolo que normatizou a comunicação entre os softwares, independente do fabricante das luminárias.

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Lançamento do “Manual sobre a pré-viabilidade de PPPs para a gestão dos serviços de IP”

sami Grynwald – associado da thymos energia

Bruno pereira – coordenador do ppp Brasil e sócio do Barbosa & spalding advogados

No início de sua exposição, o palestrante explica que o “Manual sobre a pré-viabilidade de PPPs para a gestão dos serviços de IP” foi elaborado a partir de uma parceria entre o escritório Barbosa e Spalding Ad-vogados e a Thymos Energia e pretende ser importante ferramenta para os gestores públicos no cenário da escolha do modelo de contratação, na medida em que permitirá a realização de um consistente estudo de pré-viabilidade de contratação de PPPs, buscando a tomada de decisão mais adequada.

Contextualiza o tema de PPPs no Brasil, enfatizando que, especialmente no setor de energia elétrica, essa forma de contratação permite a superação de alguns problemas tradicionais da Lei nº 8.666/93.

Como tem sido discutido durante todo o evento, após da resolução na ANEEL, os Municípios estão buscan-do alternativas para transferir os ativos de IP, priorizando a contratação da gestão integrada, por outro lado, muito não têm tomado a cautela necessária para definir o tipo de contrato. É o caso de Mairiporã, Osasco, Santos, Campinas e Ribeirão Pires, estre outros.

No Estado de São Paulo, a maioria dos Municípios tem tentado realizar a contratação por meio da licitação comum e enfrentado questionamentos e até mesmo medidas liminares com suspensão das licitações por parte do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP), sob o fundamento de que haveria aglutinação de serviços de natureza distinta em contratos tradicionais.

Sem entrar no mérito das razões aludidas pelo TCESP – até porque a Lei nº 8.666/93 não é tão clara quanto ao tema –, cumpre observar que a PPP supera essa discussão, uma vez que é, por essência, um tipo de contrato que o Poder Público celebra exatamente para que o contratado tome conta do ciclo de vida de um projeto; não é, portanto, para contratação de objetos isolados, como pode depreender-se do artigo 2º, §4º, II da Lei nº, segundo o qual é vedada a celebração de contrato de PPP que tenha como objeto único o for-necimento de mão-de-obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública.

O palestrante destaca que, do ponto de vista jurídico, o procedimento de manifestação de interesse (PMI), embora não seja fácil de gerir, mostra-se forma adequada e consolidada para que o Poder Público obtenha estudos de viabilidade. Isso explica o seu crescimento nos últimos anos, a partir de 2005; e a queda do uso de PMI em 2012 deve-se ao fato de que as Prefeituras não estão mais no início do mandato, uma vez que o procedimento é caro, demanda muitos esforços e é demorado. Por outro lado, muitos contratos foram assinados, demonstrando o resultado dos estudos que foram feitos em anos anteriores e começarão a ser executados.

Os principais desafios que os Municípios têm enfrentado dizem respeito aos seguintes aspectos: é uma toma-da de decisão complexa e custosa, em especial pela duração do contrato; há pouco investimento inicial para a definição da necessidade pública; dificuldade em montar e capacitar uma equipe técnica para acompanhar os estudos de viabilidade; muitos PMIs são publicados sem que o gestor público tenha clareza do que ele quer, fazendo-se um uso automático e, portanto, inadequado do procedimento.

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a análise de pré-viabilidade, portanto, é de extrema importância, pois:

• É um diagnóstico sobre a necessidade pública;

• Permite estudar alternativas para solução do problema;

• Disciplina e racionaliza a tomada de decisão;

• Desenvolve concepção de longo prazo sobre a necessidade pública, pois será um contrato longo;

• Minimiza erros de implementação; e

• Contribui para o gasto público eficiente.

além disso, o estudo de pré-viabilidade – que, enfatiza o palestrante – será o produto da leitura de aplicação do Manual é uma análise dinâmica sobre os seguintes fatores:

• Ativos existentes

• Nível de serviço necessário

• Opções tecnológicas ao dispor

• Tipo de contrato adequado

• Situação institucional do poder público

• Recursos humanos e financeiros disponíveis

Nesse sentido, o Manual pretende munir o gestor público de ferramentas para a construção de uma proposta preliminar segura, ou seja, superando-se o primeiro filtro sobre a viabilidade da PPP, a partir da definição da necessidade pública e das premissas do interesse público em questão.

elaborado para os gestores públicos, a função do Manual é:

Servir de apoio ao gestor público na tomada de decisão sobre os serviços de IP;

Servir de repositório de referências e práticas;

Colaborar com a análise sobre a viabilidade de PPPs em função das circunstâncias locais;

Se o gestor público optar por considerar uma PPP de IP, apresentar recomendações para a publicação e gestão do PMI.

O palestrante apresenta o sumário e conteúdo básico do Manual e destaca que a sua principal missão é contribuir para que as PPPs sejam levadas a sério no Brasil. Exatamente por isso, o seu formato é digitar e a sua distribuição é gratuita.

Os próximos passos para o projeto será a realização de workshops com gestores públicos municipais para avaliação do conteúdo do Manual; depois da validação, o Manual será finalizado e distribuído no fim de abril, início de maio. Depois disso, será criado um fórum virtual para permitir a troca de experiências, garantindo o aprimoramento contínuo do Manual.

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Novo cenário de tecnologias e nível de serviço a população: o que pode ser aplicado à realida-de brasileira?

plinyo Godoy – lighting Designer da Godoy luminitécnica

Ao iniciar sua apresentação, o palestrante observa que, antes de decidir-se sobre o modelo de contratação, a cidade precisa saber o que ela quer fazer: quais são seus objetivos, que tipo de desenvolvimento ela pre-tende.

e nesse sentido, a tarefa do light designer, de dar suporte à cidade nas definições e decisões para escolha da melhor solução de iluminação, é desafiadora, uma vez que cada cidade tem suas peculiaridades e seu funcionamento. Dessa forma, o processo para definição da escolha deve observar as seguintes etapas:

Objetivos:

O palestrante ressalta que, para elaborar um plano de investimento, a cidade deve olhar para o futuro, obser-vando, em geral, os seguintes aspectos: segurança; imagem da cidade, que tem se tornado cada vez mais um elemento fundamental para a caracterização do espaço urbano, criando uma identidade; atratividades em especial o turismo e a busca por atrair investimentos; qualidade de vida; economia de energia; fomento turís-tico; serviços; cultura e “new incomes”, que pode ser definido pela pergunta “como estabelecer uma relação de causa e efeito entre as ações do poder público e as novas oportunidades de investimentos tecnológicos e de serviços?

os objetivos da iluminação, portanto, são técnicos e estéticos. são duas funções e duas necessidades diferentes:

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Análise

A partir da definição dos objetivos, a busca pelo melhor projeto de iluminação deve partir para a análise, que consiste em captar a essência de cada cidade, entender como os munícipes a enxerga, em especial porque a iluminação é feita pra quem habita o espaço urbano.

Dentro desse processo, a elaboração do plano Mestre deve levar em conta: a situação exis-tente; as macro e micro regiões; as estruturas urbanas; a morfologia urbana; os potenciais de desenvolvimento urbano; a compreensão da questão da segurança urbana, de como a cidade é “vivida”; a realização de uma consulta aos representantes da sociedade, permitindo o seu com-prometimento; a integração com o plano diretor municipal; e o conhecimento dos sistemas de iluminação. os principais aspectos estão representados no seguinte esquema:

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Design

O design é um processo rico e criativo, mas enfrenta inúmeros desafios e demanda bastante energia, passan-do por várias tentativas, simulações, projeções, pois a escolha pela melhor solução de iluminação não se dá apenas na cabeça do light designer, mas a partir da participação de toda a comunidade.

Para exemplificar, o palestrante comenta os projetos já desenvolvidos:

- plano integrado de iluminação pública da prefeitura do Município de são paulo:

Ao explicar o desenvolvimento desse projeto, o palestrante ressalta a importância da preocupação com a qualidade de vida e do bem estar, que vai além do viário.

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- plano Mestre de iluminação da cidade universitária de são paulo – usp cuaso

Foi o maior projeto em LED do país, com aproximadamente sete mil pontos. Em breve, ao visitar-se o cam-pus, será possível observar de perto o sucesso do resultado luminotécnico.

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- ponte estaiada – são paulo

A Ponte Estaiada representou um marco importante na iluminação, pois foi o primeiro grande projeto nacional e internacional movido a LED, o que foi um desafio muito grande, pois trabalhar com cor é delicado e peri-goso.

Implementação

O processo de implementação diz respeito às escolhas estratégicas e ao desenvolvimento da mo-delagem jurídica. O processo envolve prioridades, objetivos, orçamentos, que é a definição da prioridade do investimento, tecnologias e a consequente hierarquização das ações; as soluções, que são definidas e alteradas durante o processo, pois a tecnologia muda bastante em curto espaço de tempo; projetos; inter--relações, contratos, execuções, comissionamento, validação. Tudo isso tem que ser validado pelo cliente, que é o Município.

O palestrante finaliza fazendo menção ao seu livro de Iluminação Urbana:

LIVRO VIRTUAL DISPONÍVEL NO:

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isac Roizenblatt – Diretor da aBiluX

Após agradecer o evento e elogiar a apresentação anterior, o palestrante observa que, na iluminação pública, estamos diante de grande oportunidade de ganhos:

- para a municipalidade, por diminuir o número de reclamações da população, por proporcionar economia de recursos, segurança para a população, ganhos políticos;

- para as ESCOs (Energy Service Companies), que ganham em projetos e instalação;

- para as instaladoras, também em instalações;

- projetistas ganham ao mostrar o seu conhecimento e aplica-lo em inovação;

- fabricantes ganham na inovação e em maiores vendas.

Na verdade, os ganhos são para todos, a partir dos maiores retornos sobre o investimento; da forte transição tecnológica; com os valores que podem ser agregados, como qualidade de vida; permitindo uma cidade inteligente e integrada.

A partir dessas premissas, o palestrante ressaltou que tecnologia LED é uma importante solução para obten-ção de todos os ganhos.

A sua única desvantagem é o maior investimento inicial.

Por outro lado, há incontáveis vantagens:

- maior eficiência;

- maior rendimento das luminárias, pois não há interreflexões dentro delas;

- longa vida útil, além de ter sua durabilidade previsível;

- baixa depreciação;

- baixa probabilidade de falhas;

- melhor distribuição de luz (as pessoas devem ser iluminadas!);

- melhor reprodução de cores;

- acendimento e reacendimento imediato;

- amigável ao meio ambiente (não tem mercúrio);

- não atrai insetos (não tem ultravioleta);

- menores perdas passivas;

- sem perdas internas;

- menor poluição luminosa;

- maior conforte visual.

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Abaixo mostra-se várias cidades em que a tecnologia LED já foi implementada:

• BOSTON

• WORCESTER

• CLEVELAND.

• ADELAIDE, SOUTH AUSTRALIA

• VARNA, BULGARIA,

• EDMONTON, ALBERTA, CANADA

• HALIFAX CANADA

• NOVA SCOTIA, CANADA,

• AMHERST CANADA

• ANNAPOLIS ROYAL,CANADA

• WOLFVILLE CANADA

• TRURO, ANTIGONISH CANADA

• MONCTON, NEW BRUNSWICK, CANADA

• VAUGHAN, ONTARIO, CANADA

• NORTH BAY, ONTARIO, CANADA

• PORT COQUITLAM, BRITISH COLUMBIA, CANADA

• RICHMOND, BRITISH COLUMBIA, CANADA

• VANCOUVER, BRITISH COLUMBIA, CANADA

• GLOUCESTER, UNITED KINGDOM]

• ISLE OF WIGHT, UNITED KINGDOM

• LEICESTER, UNITED KINGDOM

• LONDON, UNITED KINGDOM

• MANCHESTER, UNITED KINGDOM

• PETERBOROUGH, UNITED KINGDOM

• SHEFFIELD, UNITED KINGDOM

• AMES, IOWA, UNITED STATES

• ARLINGTON, MASSACHUSETTS, UNITED STATES

• ATLANTA, GEORGIA, UNITED STATES

• BALTIMORE, MARYLAND, UNITED STATES

• BELMONT, CALIFORNIA, UNITED STATES

• BOISE, IDAHO, UNITED STATES

• CHICAGO, ILLINOIS, UNITED STATES

• AUSTIN, TEXAS, UNITED STATES

• DALLAS, TEXAS, UNITED STATES

• DES MOINES, IOWA, UNITED STATES

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• FAIRWAY, KANSAS, UNITED STATES

• ST. JOHN’S, NEWFOUNDLAND AND LABRADOR, CANADA

• MISSISSAUGA, ONTARIO, CANADA

• SUDBURY, ONTARIO, CANADA

• TORONTO, ONTARIO, CANADA

• SPLIT, CROATIA

• BUDAPEST, HUNGARY

• VIJAYAWADA, ANDHRA PRADESH, INDIA

• VILNIUS, LITHUANIA

• MIRI, SUBANG JAYA

• PONTIAN, KUALA LUMPUR

• TIJUANA, MEXICO

• CEBU CITY, PHILIPPINES

• BELGRADE, SERBIA

• BIRMINGHAM, UNITED KINGDOM

• BRISTOL, UNITED KINGDOM[

• CHELTENHAM, UNITED KINGDOM]

• GLASGOW, UNITED KINGDOM]

• MASSACHUSETTS, UNITED STATES

• LOS ANGELES, CALIFORNIA, UNITED STATES

• MADISON, WISCONSIN

• MARYSVILLE, WASHINGTON, UNITED STATES

• MESA, ARIZONA, UNITED STATES

• MOUNTLAKE TERRACE, WASHINGTON, UNITED STATES]

• NEW YORK CITY, NEW YORK, UNITED STATES

• PALO ALTO, CALIFORNIA

• RENO, NEVADA, UNITED STATES

• SAN JOSE, CALIFORNIA, UNITED STATES

• SANTA MARIA, CALIFORNIA, UNITED STATES

• SEATTLE, WASHINGTON, UNITED STATES

• SPRINGFIELD, MASSACHUSETTS, UNITED STATES

• WARREN, MICHIGAN, UNITED STATES

• WASHINGTON, D.C., UNITED STATES

• WEST LINN, OREGON]

• WOODLAND, CALIFORNIA, UNITED STATES

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Chamou atenção para o exemplo da Índia, que, inclusive, foi objeto de análise pelo Aditya Dhar: o Ministério de Desenvolvimento Urbano optou por trocar 35 milhões de pontos em 3 anos. Ou seja, o Poder Público, apesar do investimento, enxergou os ganhos.

Além da economia após o investimento inicial, ganha-se em design e estilo, liberdade de design devido à dimensão dos Leds, controles integrados comunicação bidirecional em tempo real, o que significa que não será mais necessário o consumidor ligar para avisar um problema em um ponto, pois será possível monitorar cada um.

Depois de apresentar novos estilos de luminárias e demonstrar de que forma elas contribuem para o desen-volvimento urbano, o palestrante finalizou destacando que o privilégio deve ser dado para os pedestres e para a coletividade, iluminando-se as calçadas e reinventando os espaços públicos. Assim, cada espaço da cida-de poderia ter um design próprio, sem descartar a possibilidade de criar uma identidade para a cidade inteira.

Marcel da Costa Siqueira – Gerente da Divisão de Eficiência Energética no Setor Público da eletrobras

Ao iniciar sua exposição e se propor a falar da eficiência energética na iluminação pública, o palestrante apresentou a Eletrobras e o Procel, um dos principais programas de eficiência energética:

O Procel é o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, lançado em 1985, de responsabilidade do Ministério das Minas e Energia (MME), acionista majoritário da Eletrobrás e cuja res-ponsabilidade foi delegada à Eletrobrás, que funciona, portanto, como um braço executivo do MME.

Há, ainda, outros programas de eficiência energética, como o PBE, lançado em 1984 a aplicado a fabricantes e fornecedores; o CONPET, lançado em 1991 e PEE da ANEEL, lançado em 2000, aplicado às distri-buidoras de energia.

Dentre todos, o principal programa de incentivo a fontes alternativas é o PROCEL RELUZ, que existe des-de 2000 e, desde então, foi sendo modificado e aprimorado. O seu objetivo é “promover o desenvolvimento de sistemas eficientes de iluminação pública e sinalização semafórica, diminuindo os gastos públicos dos municípios por meio da redução do consumo de energia elétrica e melhorando as condições de vida noturna e segurança dos cidadãos”.

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Os resultados até 2013 foram todos de economia:

O palestrante continuou demonstrando a evolução do parque de IP no Brasil, ressaltou o desenvolvimento tecnológico, o incentivo à busca pela expansão da IP e mostra que, segundo o IBGE, o nível de atendimento de iluminação pública também aumentou significativamente, sinal de maturidade da própria comunidade e da preocupação coletiva com as melhorias urbanas:

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O palestrante demonstrou o mapeamento do potencial técnico da IP no Brasil, ou seja, quanto pode se economizar de energia a partir da eficiência energética. Antes de se pensar no modelo, deve-se pensar na eficiência da própria tecnologia existente.

o quadro seguinte comprova o quanto é vantajoso, do ponto de vista econômico, investir na eficiência tecnológica, pois, mesmo diante dos custos, a taxa interna de retorno é alta.

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S

o palestrante destacou, ainda, pontos importantes sobre a ip no Brasil:

- A partir de 2005, o PROCEL RELUZ passou a ser o único programa do governo que financiava o segmento de IP e com vistas à eficiência energética;

- Precedida pela Medida Provisória 579, de 11/09/12, a Lei nº 12.783, de 11/01/13, extinguiu a Reserva Global de Reversão (RGR) para financiamento, limitando-a para cobrir indenizações, fazendo com que se buscassem novas fontes de financiamentos.

- Predominância das lâmpadas Vapor de Sódio à necessária a adoção de novas tecnologias para que haja aumento significativo da eficiência energética na IP;

- Ainda há um número elevado de luminárias ineficientes e já depreciadas no parque de IP.

Diante disso, as luminárias LED representam alternativa promissora para substituição dos sistemas com lâm-padas vapor de sódio.

Pensando no futuro, os desafios que se apresentam giram em torno, especialmente, do alto custo do investi-mento, que deve ser capaz de cobrir uma demanda reprimida, em especial para viabilizar os programas que, após a extinção da RGR, aguardam novas linhas de crédito: 600 milhões de reais.

A operacionalização também é desafiadora: antes, a concessionária necessariamente participava do proces-so; hoje, após a Resolução nº 414/2010 da ANEEL, há uma inversão no fluxograma, em que a concessionária aparece como um agente que dá suporte, mas o grande responsável dentro desse modelo de financiamento será a Prefeitura:

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A partir dos novos modelos, haverá também mudança na estrutura financeira, como pode ser observado no quadro abaixo:

O palestrante finalizou apontando os impactos da mudança e destacou que são essencialmente positivos:

- Redução dos gastos públicos municipais, pela diminuição do consumo de energia elétrica em iluminação pública;- Melhoria das condições de vida noturna e segurança pública dos cidadãos;- Melhorias das condições de trânsito com as vias mais iluminadas;- Aumento do emprego, pelo envolvimento de uma grande quantidade de trabalhadores na implementação dos projetos;- Aumento da atividade econômica, pelo crescimento da atividade comercial noturna;- Aumento da atividade industrial, com a produção de equipamentos eficientes relacionados à iluminação pública;- Fomento à criação de tecnologia nacional de alto valor agregado, como LEDs;-Aumento da indústria do turismo, com os projetos de iluminação em centros históricos, orlas e monumentos;- Apoio aos municípios no cumprimento do artigo 30 da Constituição Federal que atribui às prefeituras a res-ponsabilidade pelos serviços públicos de interesse local, onde se insere a iluminação pública- Atendimento a novas demandas de iluminação pública, notadamente em comunidades/núcleos rurais aten-didas pelo Programa LUZ PARA TODOS.

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amri tarsis – Business Development, energy sector na cisco latin america

O palestrante iniciou sua exposição relembrando que a Cisco foi a empresa que, há cerca de 27 anos, desenvolveu o roteador que permitiu a existência da internet; então, a história da Cisco está muito ligada à história da internet e das redes de comunicação. Assim, sua proposta é ampliar esse debate sobre a ilumi-nação pública dentro de um contexto de cidades inteligentes, a partir de um olhar das opções de tecnologia.

Para tanto, se propôs a falar sobre a visão da Cisco sobre o que é a “Internet de Todas as Coisas”; como é a infraestrutura das cidades inteligentes e como as PPPs trarão novas perspectivas. Pretende, ao fim, de-monstrar que os desafios não são tecnológicos, mas de modelo de negócios que permitam a aplicação dessa tecnologia.

Para pensarmos no futuro, é fundamental compreendermos qual o contexto que estamos vivendo dentro dessa revolução da tecnologia da informação. O palestrante cita a economista Carlota Perez, segundo a qual estamos vivendo a quinta grande revolução dos tempos modernos: as transformações ocorrem de forma silenciosa, já tivemos grande avanço de comunicação de dados, processamento e armazenamento, e nos próximos anos o avanço será exponencial.

o quadro seguinte demonstra as ondas da internet e nos permite exercitar a imaginação sobre o futuro da “internet de todas as coisas”:

Certamente, a próxima onda é levar conectividade para as ‘coisas’ de forma geral, para tudo no mundo, via-bilizado não só pelo custo cada vez menor do microchip e da miniaturização, mas também da conectividade. Não se trata apenas de ter banda larga, mas de projetar a comunicação e a conectividade.

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Para entender o futuro, o palestrante ressaltou que é preciso entender quais são os princípios gerais da in-ternet:

- Arquitetura Distribuída;

- Pacote de Informações;

- Internet Protocol (IP);

- IP de Ponta-a-Ponta.

O importante é compreender que há uma desassociação entre tudo o que acontece do ponto de vista de conectividade com as aplicações que funcionam nos aparelhos por meio dos quais se comunica. Em se tra-tando do contexto de iluminação pública, é como se todos os sistemas de Telegestão de uma luminária não dependessem da característica de conectividade dessa luminária.

O que ocorreu nos últimos 30 (trinta), 40 (quarenta) anos, no mundo da internet, é que o protocolo de co-municação (IP) permitiu esse ambiente híbrido, com diversos tipos de comunicação (como fibra ótica, rede sem fio, etc.) e o florescimento de várias aplicações que ocorreu numa camada que está desassociada dessa conectividade, das regras de como a comunicação ocorre. O ideal, portanto, é levar esse IP até o dispositivo final, se for possível.

Assim como toda a tecnologia se desenvolveu, a internet também passou por atualizações, aumentando o número de endereços por metro quadrado da superfície terrestre, permitindo a comunicação e conexão à internet. Assim, os endereços disponíveis na internet passaram de IPV4 para IPV6. Isso significa um alarga-mento do número de endereços e o aumento da possibilidade dos dispositivos se conectarem (como semá-foros, sensores, etc).

Assim, quando se fala de tecnologia de iluminação pública, é preciso lembrar que, numa primeira geração, as redes não levavam esse endereço até a luminária, mas, numa segunda geração, o caminho da evolução da tecnologia de redes para a iluminação pública é uma arquitetura que não apenas leva esse protocolo de IP o mais próximo possível da luminária, mas também tira proveito dos protocolos de comunicação que usa essa nova categoria de endereços.

A conclusão é que a rede permite a conexão de diferentes objetos inteligentes, pois acomoda a comunicação os medidores, com as luminárias, sensores de estacionamento. Na geração um, haveria uma sobreposição de redes. Ou seja: quanto mais abertos os padrões de comunicação, mais viável uma infraestrutura de ci-dades inteligentes. Por isso, no mundo da “Internet de todas as Coisas”, existem esforços da indústria de comunicação de redes para viabilizar uma estrutura chamada WiSun, que permitirá com que fabricantes consigam desenhar e disponibilizar dispositivos de comunicação que sejam interoperáveis, isto é, que pos-sam funcionar a partir da mesma linguagem. Isso viabilizará a infraestrutura de cidades inteligentes.

O desafio, portanto, não é tecnológico, pois a tecnologia já permite a interoperabilidade, porém, os processos ocorrem de forma separada (um para iluminação pública, um para estacionamento, um para coleta de lixo...). É preciso pensar um modelo que permita a aglutinação de todos eles.

Nesse sentido, na opinião do palestrante, a modelagem de PPP cita a busca de receitas acessórias e talvez a rede seja uma grande opção para que se possa buscar essas receitas acessórias permitindo que essa rede, uma vez aderente a padrões abertos, possa ser utilizada para outras aplicações.

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O projeto de iluminação pode significar um grande projeto de melhoria da cidade e ser instrumental para se chegar a uma plataforma de cidades inteligentes para a criação de uma cidade inteligente.

O palestrante concluiu que reiterando que a iluminação é uma das aplicações que se observa na onda da “Internet de Todas as Coisas”; que os gestores públicos devem observar o quão aderente a padrões abertos são as proposições tecnológicas, para garantirem interoperabilidade entre fabricantes diferentes e aplicações adicionais à Iluminação. Por fim, lembra que o desafio na criação de Infraestrutura de Cidades Inteligentes não é tecnológico e sim a modelagem de negócios, diante do que as PPPs oferecem novas perspectivas de viabilidade.

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Estruturação jurídica do processo de transferência e gestão de serviços de Iluminação Pública

Tomas Anker – Investiment Officer Advisory Services in PPPs;

O moderador agradeceu a oportunidade e relembrou que o tema da estruturação de projetos públicos en-frenta uma série de desafios jurídicos e destaca alguns principais: o dilema sobre qual modelo de contratação seguir; como os Municípios devem efetivamente utilizar a legislação constitucional e infraconstitucional para fazer uso da COSIP; a questão da financiabilidade dos projetos, face à natureza da COSIP, de ser um recurso de destinação específica; formação dos consórcios públicos.

Bruno Werneck – sócio da Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr e Quiroga advogados;

O palestrante inicia sua exposição lembrando todos os debates ao longo do dia sobre o marco regulatório da iluminação pública e ressalta que o ponto importante é que a Resolução nº 414/2010 da ANEEL não deve causar desespero nem promove a ruptura que parece, pois hoje há alternativas juridicamente viáveis e ade-quadas para solucionar a questão.

Principal Impacto da Resolução: Estabelece como responsabilidade do Município as atividades relativas a iluminação pública:

- Reconhecimento da competência sobre os serviços: “A elaboração de projeto, a implantação, expansão, operação e manutenção das instalações de iluminação pública são de responsabilidade do ente municipal ou de quem tenha recebido deste a delegação para prestar tais serviços” (art. 21);

- Transferência de Ativos: A distribuidora possui a obrigação de transferir ao Município, sem ônus, o sistema de iluminação pública registrada como Ativo Imobilizado em Serviço – AIS (art. 218);

- Distribuidoras de Energia Elétrica: Não foram impedidas de prestar esse serviço. Para tanto, deverão cele-brar contrato(s) específico(s) para tal fim com o(s) Município(s) em que atuam (art. 21, § 1°).

Consórcios Empresariais e Consórcios Públicos

Ao se falar da modelagem propriamente dita, é preciso observar que estamos diante de dois cenários da formação de consórcios: os privados e os públicos.

No caso dos consórcios empresariais, na PPP há uma combinação de agentes: a contratação é integrada, o que significa, grosso modo, dizer que o concessionário vai cuidar de tudo.

- Relevância: Projetos que envolvem a gestão integrada dos serviços de iluminação pública (construção, manutenção, operação e fornecimento de equipamentos).

- Principais Desafios: Conciliação (societária) de agentes diversos em uma única Concessionária (SPE), em razão da dificuldade em se delimitar o escopo de atuação de cada um dos parceiros no âmbito da con-cessão e da necessidade de instituição de normas de governança (corporativa) da Concessionária.

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Em se tratando de consórcios públicos, como já foi trabalhado por outros palestrantes, apresenta-se como uma alternativa jurídica muito adequada aos municípios menores, permitindo a superação das limitações técnicas e proporcionando ganho de escala, desde que as barreiras políticas sejam ultrapassadas. Relembra o caso do “Consórcio Intermunicipal para Gestão em Iluminação Pública” de Alagoas, formado por cerca de 70 (setenta) Municípios.

Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública – COSIP

O expositor destacou que o setor elétrico tem uma grande vantagem em relação a vários outros setores: existe uma contribuição com previsão constitucional para custeá-lo, o que, por um lado, gera uma fonte de receitas para cuidar da IP, e, por outro lado, fonte de pagamento e garantia para o setor privado.

Foi instituída pela Emenda Constitucional 39/02: Art. 149-A da CF e dispõe que:

- Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública;

- É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica;

- COSIP: Principal forma de custeio de tais atividades de iluminação pública pelos Municípios (iluminação de vias, logradouros e demais bens públicos, e a instalação, manutenção, melhoramento e expansão da rede de iluminação pública, além de outras atividades a estas correlatas).

A peculiaridade reside na destinação: exclusivamente às atividades de iluminação, sem qualquer restrição (constitucional ou legal) para a sua vinculação.

Outorgas dos Serviços: utilização da COSIP para a realização de pagamentos aos contratados, bem como para a constituição de garantias públicas (em PPPs). Em outras palavras, há uma fonte de pagamento e de garantia com amparo constitucional, que só pode ser usada para iluminação pública.

Modelos de Contratação dos Serviços de Iluminação Pública

O palestrante define-se como um crítico voraz da contratação comum, nos moldes da Lei 8.666/93, pois ela foca nos meios, não no resultado, trabalhando, portanto, com incentivos equivocados, o que acaba por abrir brechas para que as empresas executem o serviço de forma a desconsiderarem os resultados.

Características: Contratos de 1 (um) a 5 (cinco) anos de duração (já incluídas eventuais prorrogações), com remuneração fixa, não atrelada ao desempenho dos serviços.

- Principal Dificuldade: Tempo de maturação para a garantia da sua viabilidade econômico-financeira.

Contratação de meios: Materiais ou Serviços.

Desvinculação entre a empresa que executa o projeto e a que presta os serviços, tornando a contratação fragmentada: Ausência de integração de diferentes competências por um mesmo prestador.

Por outro lado, a Lei nº 11.079/2004, ao inaugurar a contratação de PPPs, permite a contratação de resulta-dos, não de meios, por meio de uma contratação integrada.

- Prazo: De 5 (cinco) a 35 anos (trinta e cinco), compatível com a realização e com a necessária amortização dos investimentos.

- Objeto da Contratação: Desenvolvimento de projetos, fornecimento de equipamentos e prestação dos ser-viços desempenhados por uma única Concessionária, garantindo sinergia entre todas as atividades.

- Contratação de Resultados: A remuneração é atrelada à qualidade dos serviços prestados e efetivamente passíveis de fruição.

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- Simplificação da Gestão: Em se tratando de uma única Concessionária, o Poder Público passa a deter maiores condições de fiscalizar adequadamente os serviços prestados.

O palestrante destacou que muito se questiona sobre a viabilidade de se pensar PPPs para Municípios me-nores, e a questão realmente deve ser discutida. Mas, a prioridade, não há uma limitação, pois contratam-se resultados, que independem dos pontos de iluminação e permitem o planejamento a longo prazo.

O palestrante defende, aliás, que o limite de valor deveria ser reduzido por meio de uma lei municipal, para se tornar acessível aos municípios menores.

Nesse sentido, a relevância das PPPs para o setor:

- A realização de investimentos pelo parceiro privado reduz os custos operacionais do serviço (despesas de energia e despesas com monitoramento e troca de lâmpadas), ou seja, o setor público conseguirá oferecer serviços melhores pelo mesmo custo;

- A economia é usada para renumerar o parceiro privado.

Nessa situação, todos saem ganhando, o que o palestrante denomina de ‘situação ganha-ganha’, pois o Poder Público oferecerá iluminação de melhor qualidade e em bases adequadas, com fonte específica para o seu custeio, a COSIP; e, ao mesmo tempo, é uma oportunidade de investimento e desenvolvimento para o parceiro privado.

O expositor apresentou também alguns aspectos sobre o procedimento de manifestação de interesse (PMI), cuja base legal está consolidada, conforme já foi ressaltado por Bruno Moreira, e o enxerga como uma forma de obter um diagnóstico do mercado, além de permitir uma interação transparente entre o setor público e o setor privado. Ressalta que essa interação, deveria, inclusive, ser mais próxima, e os privados deveriam ser encarados como verdadeiros consultores.

No que diz respeito ao ressarcimento, o desafio é maior no caso dos municípios menores e uma solução seria uma pré-aprovação das empresas que forem participar e a garantia de algum tipo ressarcimento, para aumentar a atratividade.

Aspectos a serem considerados pelos Municípios

- Escopo da contratação:

No caso de uma cidade tão grande como São Paulo, o palestrante aconselharia a divisão em duas con-tratações, o que permitiria melhor gestão do contrato; estimularia a qualidade; redução da assimetria entre regulador e o agente privado e a redução do risco do Poder Público; a perda de escala em uma cidade desse porte seria insignificante diante dos ganhos de gestão.

- Aspectos licitatórios: deve-se tomar cuidado com os critérios de contratação. Assim, é necessário:

Definição do ritmo dos investimentos a serem realizados (e suportados) pelo Poder Público;

Índices de qualidade rígidos: necessidade de prestação de serviços em bases adequadas e estrita obser-vância de seu cumprimento pelas Concessionárias, com impacto direto em sua remuneração;

Critérios de Julgamento: Utilização de técnica e preço, pois não se deve buscar apenas o menor preço, mas o menor custo benefício, para evitar aventureiros e a má qualidade na execução do contrato;

Adotado esse critério, o palestrante recomenda que não se adote a de inversão de fases e se proceda à análise criteriosa de toda a documentação apresentada pelas licitantes; pois estimula a comissão a optar por aquele que ofereceu o menor preço, mesmo que não cumpra todas as qualificações técnicas.

Já no que tange às obrigações contratuais, o palestrante explica que os serviços a serem considerados são:

- Sistemas de telemetria, que permitem o controle operacional da iluminação e da necessidade de troca das

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lâmpadas (montagem de centro de controle);

- Instalações que podem servir para muitos outros fins, tais como utilização de câmeras para segurança pú-blica, oferecimento de acesso à internet;

- Fim da “luz amarela” oferecida aos bairros de menor poder aquisitivo.

Importante também garantir a segregação dos recursos da COSIP e uma alternativa seria a abertura de conta garantia e obrigação em lei da Distribuidora de fazer o repasse destes valores para conta garantia.

Além disso, é indispensável que se analise e se dê o tratamento adequado ao risco cambial da Concessioná-ria. Nesse sentido, a indexação à moeda estrangeira não deveria ser vedada, pois há inúmeros equipamentos que não são produzidos no Brasil e são comprados em moeda estrangeira. Como o contrato é de longo prazo, a proposta necessariamente fica afetada pela impossibilidade de se prever os custos desses elemen-tos. Esse tratamento inadequado resulta na ‘gordura’ das propostas ou no dispêndio com o head, ou seja, o poder público sai perdendo.

Para concluir, o palestrante encerra destacando que estamos diante de uma grande oportunidade para o fi-nanciamento; assim, o Brasil precisa urgentemente evoluir para financiamento de projetos non-recourses, em que a garantia dos financiadores não se estende aos acionistas do projeto. Nesse sentido, as PPPs de Ilumi-nação são um ótimo precedente, pois não oferecem riscos de construção e tratam-se de projetos brownfield, ou seja, em que já há recursos disponíveis para pagamento de contraprestação pública. Em outras palavras, é possível alocar responsabilidades e riscos de construções para os fornecedores e, assim, os projetos de-senvolvidos serão puros e os serviços, fruíveis desde o início do projeto.

tiago Borges – ceo da Ferrovial portugal

O palestrante iniciou sua apresentação destacando que, em Portugal, a expressão utilizada é “serviços ener-géticos”, pois vai além da iluminação pública, engloba também o aquecimento. Além disso, explica que, na Europa, há uma designação de empresas chamadas ESCO – Empresas de Serviço Energético, pois as em-presas que executam serviço de iluminação pública têm obrigação garantir uma eficiência energética.

Em seguida, apresentou a Ferrovial: multinacional espanhola que atua nas áreas de construção civil, aero-portos, rodovias de pedágios e serviços variados alinhados ao conceito de cidade inteligente (ex. limpezas, gestão e manutenção de estradas; recolha de resíduos urbanos e limpeza viária da cidade).

Enquadra-se no conceito de ESCO, cuja definição legal é “pessoa singular ou coletiva que fornece serviços energéticos e/ou outras medidas de melhoria da eficiência energética nas instalações de um utilizador e que, ao fazê-lo, aceita um certo grau de risco financeiro”.

Nessa categoria, o pagamento dos serviços prestados deve basear-se (total ou parcialmente) na consecução da melhoria da eficiência energética e na satisfação dos outros critérios de desempenho acordados (Art. 3. I, da Directiva 2006/32/CE.

O quadro seguinte representa o que o modelo ESCO modificou em relação ao modelo tradicional: o diferen-cial é a garantia de uma poupança, um desconto para o cliente, o que é viabilizado pela ‘”gestão eficiente”.

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O pagamento está condicionado ao parâmetro de desempenho.

Para o cliente, os benefícios são inúmeros:

- econômicos: redução de custos diretos e indiretos; privado assume o financiamento; permite a estabilidade de orçamento, por se tratar de um contrato de longo prazo;

- operacionais: transmissão à ESCO dos riscos operacionais, como reposição de materiais, por exemplo; sistema de remuneração por resultados (KPIs e gestão eficiente);

- ambientais: redução de emissão CO2; utilização de energias de fontes renováveis.

Após a apresentação do escopo dos contratos de serviços energéticos, o palestrante deu vários exemplos práticos, nas cidades de Birminghan; em Sheffield, consolida-se um modelo de cidade inteligente; mas se propôs detalhar o caso da cidade espanhola Torrejón de Ardoz.

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Depois da implantação do modelo ESCO, os resultados foram de muita eficiência energética, como pode ser observado a partir dos seguintes gráficos:

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Além da redução dos custos, implementou-se também um sistema de gestão de notificações, para que a prefeitura possa monitorar as informações, vendo, on line, quanto cada zona ou edifício está gastando; além disso, o cidadão pode acessar o sistema, por meio de um aplicativo, a comunicar incidentes, sempre rece-bendo retorno.

O expositor concluiu ressaltando que os benefícios do modelo ESCO são compartilhados por todos os en-volvidos no processo: o Poder Público, que ganha financeiramente e passa a ter ferramentas de gestão mais sofisticadas; o setor privado, que ter segurança para operar em altos níveis de infraestrutura e, em especial, os cidadãos, que passam a pagar menos por serviços energéticos de altíssima qualidade e sustentáveis.

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PPPs como alternativa para o novo cenário de IP

Aditya Dhar – Associate Investiment Officer in the South Asia - Internacional Finance Corporation

O palestrante agradeceu a oportunidade de estar num evento tão importante e propôs-se a trazer a experiên-cia asiática de parceria público-privada em iluminação pública em Chubaneswar, na Índia.

Para compreender o modelo adotado na Índia, é importante tem em conta que não há diferença entre dis-tribuição da energia e da massa pública, ou seja, as corporações são responsáveis pelo fornecimento de iluminação pública. E a maioria dessas corporações não são sustentáveis financeiramente e dependem de recursos público.

O que está errado na iluminação pública da Índia?

O palestrante mostrou que os desafios na Índia são bem maiores que no Brasil:

- faltam cabos e postes;

- não há padrão de espaçamento entre os postes;

- não há inventário, nenhum registro;

- falta de pessoas capacitadas – havia somente dois funcionários no departamento de iluminação pública na CIDADE;

- falta de financiamento;

- operação e manutenção mal feitas;

- pontos de luz não contabilizados – muitas instalações ilegais, os famosos “gatos”;

- 85% dos medidores são defeituosos ou não há medidores – assim, a prestadora de serviços públicos estima valores ad hoc, sem nenhuma transparência.

- falta de segurança aos trabalhadores, pois não há obrigatoriedade de uso de equipamentos de proteção individual – EPIs;

Tudo isso leva a um padrão de iluminação pública de péssima qualidade.

Diante desse cenário, a corporação municipal buscou uma consultoria para orientar a contratação de par-ceiros privados em busca da redução de custos e melhorar e otimizar a iluminação pública. Para tanto, foi realizado um estudo com objetivo de identificar as falhas e introduzir e implementar o Sistema de Iluminação Pública da cidade de Chubaneswar.

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O modelo escolhido foi o ESCO, como já foi abordado pelo palestrante FERROVIAL:

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o trabalho da iFc consistiu basicamente no seguinte:

os principais desafios enfrentados ao longo do projeto foram:

• Histórico ruim de:

• PPPs bem sucedidas;

• Implementação bem sucedida de projetos licitados com sucesso;

• Alto risco de não-pagamento:

• Pouca/Nenhuma avaliação de crédito das autoridades públicas;

• Histórico ruim em relação aos pagamentos das obrigações públicas;

• Estruturação de projetos Incompleta:

• Procedimentos inadequados de monitoramento e verificação;

• Modelos de faturamento inadequados;

• Encarado como “Alto Risco” por financiadores;

• Mercado de ESCOs incipiente:

• Poucos e pequenos atores;

• Funciona principalmente com empresas privadas.

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A principal ação foi tentar estimular o setor privado, garantindo que o governo estava por trás da contratação, para tentar conquistar a confiança dos investidores, mas a insegurança era muito grande. Esse processo durou cerca de 15 (quinze) meses.

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a estrutura da transação proposta pode ser resumida no quadro seguinte:

assim, o ganhador desse processo licitatório foi a shah investiments, em razão da economia:

• O contrato foi assinado em Outubro de 2013; no próximo mês ocorrerá uma auditoria independente, de forma direta, colocando o consumo na linha de base, recalculando as economias, com vistas a compensar o setor privado.

• BMC e a ESCO estão atualmente acertando as condições de eficácia do contrato;

• Espera-se que o estudo de consumo de energia fique pronto em Abril de 2014;

• Uma instalação piloto de aproximadamente 50 pontos de luz foi entregue pela ESCO.

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O expositor comenta, ainda, que o projeto está sendo pensado para várias outras cidades na Índia, inclusive de grande porte.

O projeto indiano realizado pela IFC é, sem dúvidas, um exemplo para o Brasil, que já tem uma modelagem de gestão do setor de iluminação pública mais adequada e mapeada.

Flávia oliveira silva, secretária da Fazenda - pReFeituRa De caRaGuatatuBa

A palestrante iniciou sua exposição mencionando que Caraguatatuba está num processo educativo, pois as Prefeituras têm muitas competências e o processo de capacitação é desafiante. Propôs-se a apresentar aos participantes o modelo de PPP realizado na cidade, que só não está implementado em razão de uma desa-vença comercial entre os consorciados vencedores do certame.

Na verdade, o impacto da Resolução nº 414/2010 da ANEEL representa mais uma atribuição para a Prefeitura e o aumento dos custos, mas com a perspectiva de melhorar ainda mais o serviço de iluminação pública.

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A Prefeitura de Caraguatatuba optou pela parceria público-privada por entender que podem trazer vários be-nefícios, em especial a partir das responsabilidades do setor privado em providenciar / alocar capital adicional; fornecer capacidades alternativas de gestão e implantação; acrescentar valor ao consumidor e à população; identificar as necessidades e otimizar os recursos atendendo as demandas com eficiência e eficácia.

Assim, os benefícios e objetivos esperados pela Prefeitura de Caraguatatuba são os seguintes:

- Execução dos projetos e/ou manutenção no tempo requerido ou devido;

- Disponibilização de Capital para extensão / ampliação da infraestrutura;

- Redução do custo no ciclo de vida do projeto;

- Melhoria da qualidade do serviço a ser prestado;

- Geração de receitas adicionais;

- Governo funciona como regulador e determinará os padrões de desempenho e qualidade dos serviços;

- Acelerar a expansão da infraestrutura existente;

- Modernização pela implantação de novas tecnologias

Para a PPP, de 2010 a 2011 foi realizado um estudo técnico para o lançamento do edital. A partir disso, o Município definiu os seguintes objetivos a serem alcançados por meio da PPP:

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O objeto do edital foi a Concessão do Serviço Público de Operação e Gestão da Energia e Eficiência Energé-tica Municipal com embasamento ambiental, incluindo:

• Redução acima de 50% (cinquenta por cento) no consumo médio de energia elétrica, em até 36 meses, contados da data de assinatura do contrato de concessão;

• Redução mínima de 45% (quarenta e cinco por cento) no consumo médio de energia elétrica nos ho-rários de pico, em até 36 (trinta e seis meses) meses, contados da data de assinatura do contrato de concessão;

• Migração de todas as redes de iluminação Pública, para sistema de iluminação pela tecnologia LED em até 48 (quarenta e oito) meses contados da assinatura do contrato de concessão;

• Migração de todas as redes de iluminação Predial, para sistema de iluminação pela tecnologia LED em até 72 (setenta e dois) meses contados da assinatura do contrato de concessão;

• Estabelecimento de cronograma de migração da rede pública de iluminação considerando prioritaria-mente a maior vida útil média dos equipamentos, proximidades de locais de uso de menores, idosos e portadores de necessidades especiais (escolas, hospitais e postos de saúde), entradas e saídas do município, postos policiais e delegacias e elenco de prioridades específicas da Administração Municipal;

• Apresentação e início de implantação em até 30 (trinta) dias contados a partir da assinatura do contrato de Concessão, de planos de Manutenção Corretiva, Preventiva e Preditiva para todas as unidades de consumo de energia elétrica do município a cargo da administração municipal;

• Uso de energia elétrica unicamente proveniente de fontes renováveis (solar, eólico, biomassa ou outra fonte renovável, com geração local, não poluente e de baixíssima emissão de carbono). O prazo má-ximo para comprovação de uso exclusivo de fontes renováveis de energia é de 60 (sessenta) meses contados da data de assinatura do contrato de Concessão;

• Completa eliminação em até 72 (setenta e dois) meses contados da contratação da possibilidade de fuga para a atmosfera do poluente mercúrio (Hg) presente nas lâmpadas de descarga (fluorescentes, vapor de sódio, vapor de mercúrio, vapor metálico, luz mista, etc.);

• Implantação em até 12 (doze) meses, contados da data de assinatura do contrato de concessão, de programa de inspeção de qualidade nos equipamentos a serem instalados nas redes de iluminação do município;

• Neutralização integral das emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa) e ocasionada pelo uso de energia elétrica. O prazo para a implantação de estratégias de neutralização das emissões de GEE será de 180 (cento e oitenta) dias contados da Data de Assunção;

• Implementação de programas de treinamento e reciclagem para Eficiência Energética junto ao funcio-nalismo municipal e alunos das redes municipais de educação. Considerar prazo máximo de até 48 meses para a efetiva adoção do plano de treinamento;

• Implantação de plano de manejo e destinação dos resíduos e equipamentos em desuso prevendo des-carte eco-sustentável que elimine a possibilidade de derramamento de substâncias nocivas ao meio ambiente. A implementação deverá ser efetivamente identificada em até 60 (sessenta) dias contados da Data de Assunção.

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A dinâmica do procedimento licitatório não foi longa: o edital publicado em 13/07/12 e a homologação se deu em 21/12/12. Ao longo do caminho, foi alvo de questionamentos e pedidos de esclarecimentos, o que resultou em apenas duas atas modificativas, acolhendo as sugestões das empresas.

A palestrante avalia como uma dinâmica positiva, sem nenhuma interferência do Poder Judiciário nem do Tribunal de Contas.

Após a homologação, no momento da notificação do consórcio para a assinatura do contrato, houve uma desavença comercial entre os consorciados, que, no mérito, nada tem a ver com o objeto do edital nem com a Prefeitura.

Em especial, foi discutida uma mudança na legislação, por meio da Lei federal 12.783, de 11 de janeiro de 2013, que teria causado um desequilíbrio entre o que havia sido assumido entre os consorciados. Cada con-sorciado propôs-se a assumir os serviços sozinhos, mas o edital não permitia a dissolução.

Dessa forma, a licitação foi revogada em abril de 2013 e, ao invés de republicar o edital com base nos estudos anteriores, a Prefeitura de Caraguatatuba decidiu aproveitar a prorrogação do prazo pela ANEEL e realizar novos estudos antes de promover outra licitação, contratando, inclusive, uma consultoria especializada.

A primeira providência foi a revisão da tarifa da contribuição de iluminação pública (CIP):

- Lei Complementar nº 52, de 17 de dezembro de 2013 – Atualiza a Contribuição de Ilumi-nação Pública prevista no artigo 149-A da Constituição Federal

Necessidade: revisão do atual sistema de iluminação foi proposta a remodelação da cobrança da CIP.

Foco da remodelação: capacidade contributiva, princípio da igualdade, de forma a não onerar de maneira demasiada os contribuintes, isentando a camada de baixa renda entre os consumidores e escalonando as faixas de consumo.

- Lei Complementar nº 54, de 14 de março de 2014 – Determina a redução automática da Contribuição de Iluminação após 60 meses do início da vigência da Lei Complementar nº 52/13. Foi encami-nhada à Câmara e está sob análise.

Estimou-se com base nos estudos realizados pela Prefeitura que após 60 meses seria um prazo razoável para que o vencedor do certame recuperasse boa parte dos investimentos iniciais e por outro lado, propiciasse a diminuição da carga tributária, com o intuito exclusivo de desonerar a população.

Finalmente, a palestrante aponta que a Prefeitura irá rever as metas que sofreram mais críticas, que foram:

• Migração de todas as redes de iluminação Pública, para sistema de iluminação pela tecnologia LED em até 48 (quarenta e oito) meses contados da assinatura do contrato de concessão;

• Migração de todas as redes de iluminação Predial, para sistema de iluminação pela tecnologia LED em até 72 (setenta e dois) meses contados da assinatura do contrato de concessão;

• Uso de energia elétrica unicamente proveniente de fontes renováveis (solar, eólico, biomassa ou outra fonte renovável, com geração local, não poluente e de baixíssima emissão de carbono). O prazo má-ximo para comprovação de uso exclusivo de fontes renováveis de energia é de 60 (sessenta) meses contados da data de assinatura do contrato de Concessão.

Além disso, a Prefeitura pretende criar o Fundo Municipal de Iluminação Pública – FMIP, como Fundo Garan-tidor para a PPP.

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apoio

Realização do evento

Hiria®, palavra originária do idioma basco, que significa reunião de povos, espaço de troca de conhecimento ou o que, atualmente, entendemos por cidade, local que favorece, por excelência, a comunicação, a conexão e o intercâmbio de ideias entre pessoas, grupos e organizações.

Por meio de conteúdos informativos na forma de conferências, a Hiria® proporciona um ambiente ideal para a entrega e transferência de conceitos sobre a construção e a gestão da infraestrutura no Brasil e na América Latina.

Potencializamos as oportunidades de encontros de negócios entre as lideranças da iniciativa privada, poder público e do meio acadêmico, para a formatação e execução de decisões eficientes e sustentáveis.

Nossa missão é criar e multiplicar um acervo de conhecimento para soluções em cidades, energia, água e resíduos, na direção da construção de um amanhã mais inteligente.

Vinnicius Vieira

[email protected]

texto do Relatório do encontro de especialistas

Marcela de oliveira santos advogada na Manesco, Ramires, perez, azevedo Marques sociedade de advogados.

Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Goiás. Especialista em Direito Constitucional pela Universi-dade Estácio de Sá. Áreas de atuação: Direito Administrativo, Regulatório e Urbanístico.