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Sa úde Caderno F MANAUS, DOMINGO, 7 DE JUNHO DE 2015 [email protected] (92) 3090-1017 e bem- estar Estado de alerta para o zika vírus Páginas 4 e 5 REPRODUÇÃO Bolsa pesada, coluna arrasada Especialista alerta para perigos do excesso de peso das bolsas femininas U m dos acessórios fe- mininos indispensá- veis por elas, a bolsa pode causar danos a saúde se não usado de forma adequada. Isso porque o peso que elas carregam diariamen- te pode causar traumas na co- luna. Segundo especialistas, os sintomas passam quase despercebidos no dia a dia, por isso é importante ficar alerta para alguns vícios. As bolsas das mulheres são um verdadeiro mistério. É co- mum ouvir, principalmente de homens, um certo espanto em re- ALIK MENEZES Especial EM TEMPO lação a como elas conseguem guardar tanta coisa no acessó- rio. Para se ter uma ideia, é possí- vel encontrar desde um simples batom até um notebook. Mas, caso ultrapasse o peso máximo, que é até 10% do próprio peso, o excesso de objetos pode gerar dores e traumas na coluna. A contadora Maria Fernanda Costa, de 30 anos, sabe bem o que são essas do- res. Há cerca d e três anos ela começou a sen- tir um incomodo nas costas, mas, no início, não dava muita importância por acreditar que seria reflexo do cansaço das atividades do dia. “Começou com uma dor tímida, mas com o passar dos meses começou a ficar mais forte, então me preocupei”, conta. Ela decidiu, então, procu- rar atendimento médico e ficou surpresa com a causa das dores. Segundo ela, após dizer o que es- tava sentindo, o especialista pediu para segurar as bolsas dela. Ela sempre foi acostuma- da a andar com duas. Em uma ela coloca a cartei- ra de documentos, celular, maquia- gens, canetas, es- tojo com chocolates e, até, um portaretrato com a foto do filho. E na outra ela carrega o notebook, carrega- dores, cadernos, pastas. “Logo que ele segurou minha bolsa, disse que iríamos fazer alguns exames para ter certe- za. Mas já adiantava que a cau- sa seria os muitos quilos que eu carregada diariamente. Nas contas dele tinha pelo menos 15 quilos!”, lembra. Questionada pelo orto- pedista, a contadora re- velou alguns vícios de como andava. “Con- versando com ele, fui refletindo como caminhava, dava umas passadas erradas, an- dava ‘tor- ta’ para u m lado e, às vezes, até meio inclinada para frente”, conta Maria Fernanda. A orientação do profissional foi não carregar tanto peso, procurar identificar e corrigir os vícios de postura e até algu- mas sessões de fisioterapia.“O mais difícil foi me reeducar, porque eu sempre carreguei muitas coisas e muitas delas são indispensáveis para uma mulher. Mas, com isso, pude sentir os benefícios logo, em poucos dias”, diz. Cuidados Segundo o ortopedista Lu- cas Coutinho, o peso máximo para qualquer pessoa carregar é até 10% do seu peso, e um dos principais cuidados que se deve ter é como carregar essa bolsa ou mochila. O ideal seria usar um modelo estilo mochila bem colado ao corpo. “Usar bolsa de alça pode prejudicar mais porque pesa mais para um lado e a pessoa começa a andar ‘torta’. O ideal é o estilo mochila, respeitando sempre o limite de peso, mas essa dificilmente as mulheres usam. Elas acham feias e até outras desculpas. Elas adqui- rem um vício de postura porque o corpo tenta acomodar ao peso que é colocado”, alerta. Os principais traumas que podem ocorrer, segundo Cou- tinho, são distensões muscu- lares e alterações posturais. “O excesso de peso não vai causar fratura, luxação de vértebra, mas com o tempo a postura vai ficando viciosa devido ao posicionamento da bolsa que irá causar dores na coluna”, explicou. Tratamento Segundo o especialista, após o diagnóstico clínico e os exames radiológicos que confirmem o desvio de coluna o tratamento se dará por meio de fisioterapias que ajudem no fortalecimento muscular e até atividades físicas. O médico alerta que o tratamento não terá o efeito se os hábitos não forem corri- gidos.

Saúde - 7 de junho de 2015

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Saúde - Caderno de saúde e bem estar do jornal Amazonas EM TEMPO

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SaúdeCa

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o F

MANAUS, DOMINGO, 7 DE JUNHO DE 2015 [email protected] (92) 3090-1017

e bem-estar Estado de alerta para o zika vírus

Páginas 4 e 5

REPRODUÇÃ

O

Bolsa pesada, coluna arrasadaEspecialista alerta para perigos do excesso de peso das bolsas femininas

Um dos acessórios fe-mininos indispensá-veis por elas, a bolsa pode causar danos a

saúde se não usado de forma adequada. Isso porque o peso que elas carregam diariamen-te pode causar traumas na co-luna. Segundo especialistas, os sintomas passam quase despercebidos no dia a dia, por isso é importante fi car alerta para alguns vícios.

As bolsas das mulheres são um verdadeiro mistério. É co-mum ouvir, principalmente de homens, um certo espanto em re-

ALIK MENEZES Especial EM TEMPO

lação a como elas conseguem guardar tanta coisa no acessó-rio. Para se ter uma ideia, é possí-vel encontrar desde um simples batom até um notebook. Mas, caso ultrapasse o peso máximo, que é até 10% do próprio peso, o excesso de objetos pode gerar dores e traumas na coluna.

A contadora Maria Fernanda Costa, de 30 anos, sabe bem o que são essas do-res. Há cerca d e

três anos ela começou a sen-tir um incomodo nas costas, mas, no início, não dava muita importância por acreditar que seria refl exo do cansaço das atividades do dia. “Começou com uma dor tímida, mas com o passar dos meses começou a fi car mais forte, então me preocupei”, conta.

Ela decidiu, então, procu-rar atendimento médico

e fi cou surpresa com a causa das dores.

Segundo ela, após dizer o que es-

tava sentindo, o especialista pediu para segurar as bolsas dela. Ela sempre foi acostuma-

da a andar com duas. Em uma

ela coloca a cartei-ra de documentos, celular, maquia-gens, canetas, es-

tojo com chocolates e, até, um portaretrato com

a foto do fi lho. E na outra ela carrega o notebook, carrega-dores, cadernos, pastas.

“Logo que ele segurou minha bolsa, disse que iríamos fazer alguns exames para ter certe-za. Mas já adiantava que a cau-sa seria os muitos quilos que eu carregada diariamente. Nas contas dele tinha pelo menos 15 quilos!”, lembra.

Questionada pelo orto-pedista, a contadora re-velou alguns vícios de como andava. “Con-versando com ele, fui refl etindo como

caminhava, dava umas passadas

erradas, an-dava ‘tor-

ta’ para u m

lado e, às vezes, até meio inclinada para frente”, conta Maria Fernanda.

A orientação do profi ssional foi não carregar tanto peso, procurar identifi car e corrigir os vícios de postura e até algu-mas sessões de fi sioterapia.“O mais difícil foi me reeducar, porque eu sempre carreguei muitas coisas e muitas delas são indispensáveis para uma mulher. Mas, com isso, pude sentir os benefícios logo, em poucos dias”, diz.

CuidadosSegundo o ortopedista Lu-

cas Coutinho, o peso máximo para qualquer pessoa carregar é até 10% do seu peso, e um dos principais cuidados que se deve ter é como carregar essa bolsa ou mochila. O ideal seria usar um modelo estilo mochila bem colado ao corpo.

“Usar bolsa de alça pode prejudicar mais porque pesa mais para um lado e a pessoa começa a andar ‘torta’. O ideal é o estilo mochila, respeitando sempre o limite de peso, mas essa difi cilmente as mulheres usam. Elas acham feias e até outras desculpas. Elas adqui-rem um vício de postura porque o corpo tenta acomodar ao peso que é colocado”, alerta.

Os principais traumas que podem ocorrer, segundo Cou-tinho, são distensões muscu-lares e alterações posturais. “O excesso de peso não vai causar fratura, luxação de vértebra, mas com o tempo a postura vai fi cando viciosa devido ao posicionamento da bolsa que irá causar dores na coluna”, explicou.

Tratamento Segundo o especialista,

após o diagnóstico clínico e os exames radiológicos que confi rmem o desvio de coluna o tratamento se dará por meio de fi sioterapias que ajudem

no fortalecimento muscular e até atividades físicas.

O médico alerta que o tratamento não

terá o efeito se os hábitos não

forem corri-gidos.

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MANAUS, DOMINGO, 7 DE JUNHO DE 2015F2 Saúde e bem-estar

EditorMellanie [email protected]

RepórterAlik Menezes

Expediente

www.emtempo.com.br

DICAS DE SAÚDE

Ingredientes como salsa, coentro, cebola, cebolinha, orégano, limão e louro ajudam a reduzir o sal adicio-nado na preparação da comida. “O consumo excessivo do sal é um dos principais causadores de hipertensão e, por esse motivo, é fundamental evitar”, explica a nutricionista. Fique atento, também, a alimentos in-dustrializados e dietéticos. Estes são vilões na hora de controlar a pressão. Enlatados, embutidos, salgados e refrigerantes sem açúcar costumam ter alto percentual de sódio, o que leva ao aumento da pressão por causa da retenção de líquidos.

Temperos substituem o sal ao preparar alimentos

Alho é aliado para controlar a hipertensão arterial leve

RevisãoDernando Monteiro

DiagramaçãoAdyel Vieira

O médico político em Platão

João Bosco [email protected] / www.historymedicine.net | www.historiadamedicina.med.br

O papel do político as-sumido pelo médico na polis grega, a partir dessa consciência crítica da necessidade de modifi car a realidade, foi percebida e ampliada ao longo dos séculos”

João Bosco Botelho

Doutor Honoris Causa, França;

Humberto Figliuolohfi [email protected]

Humberto Figliuolo

A importância do sono

Humberto Figliuolo

farmacêutico

O indivíduo que acorda necessitado de mais sono e tem pena de deixar a cama no mínimo está privado de sono”

Durante o sono acorrem vários processos metabólicos que, se alte-rados, podem afetar o equilíbrio de todo o organismo a curto e longo prazo. Dormir não é apenas uma necessidade de descanso mental e físico, quem dorme menos que o necessário tem menos vigor físico, envelhece mais precocemente, está mais propenso a infecções, obesi-dade, hipertensão, diabetes e até infarto do miocárdio. Por isso, quem dorme mal está correndo risco.

A medicina do sono, uma nova especialidade médica que conse-gue detectar, enquanto o paciente dorme a origem de noites mal dormidas, que podem ser muito danosas à saúde.

Hoje se sabe que o sono tem vários estágios. Os iniciais, o 1 e o 2 são superfi ciais, ou de tran-sição. Já o estágio 3 é profundo e tem o valor fundamental para a regulação metabólica e restau-ração da energia. A última fase é o chamado sono REM, o sono dos sonos (da sigla inglesa Raspid Eyes Movement, ou movimentos rápidos dos olhos). O sono de boa qualidade percorre essas fases em três ou quatro ciclos de cerca de 90 minutos, exatamente nessa ordem: 1/2/3/e REM. É o que chamamos

de arquitetura do sono.O sono REM é um estagio do sono

caracterizado por um aumento de nossa atividade cerebral, quase tão intensa quanto a de um individuo acordado, com aumento da ativida-de cardíaca e respiratória.

O mais importante do sono é sua duração adequada. O individuo que acorda necessitado de mais sono e tem pena de deixar a coma no mínimo está privado de sono, o que resulta em sonolência, cansaço, irritabilidade e défi cit de alteração durante o dia. A maior parte da população porém, não dorme de mais ou de menos, mas se encaixa em uma necessidade média de 7 horas de sono. A exceção são os que saem dessa média.

Há vários estudos apontando que uma signifi cativa parcela da popu-lação tem sono de má qualidade e por vários motivos, praticamente a questão do transito é um fator redu-tor do sono que provoca o estresse. Outros que dormem menos por decisão pessoal, querem trabalhar mais, fazer mais exercícios, sair à noite é importante conscientizar as pessoas sobre os efeitos colaterais do sono de má qualidade.

A higiene do sono é tão impor-tante quanto os problemas orgâ-

nicos que impedem ou difi cultam o sono. Em geral é preciso corrigir muitos hábitos para aperfeiçoar a qualidade do sono. O dormitó-rio deve ser silencioso e escuro, tecnicamente confortável. Comer antes de dormir também pode ser um fator de insônia.

De todos os distúrbios do sono, a apneia é a que causa mais pro-blemas. A apneia do sono é uma obstrução que ocorre na garganta, órgão que não tem estrutura óssea e, portanto, pode colapsar com alguma facilidade, difi cultando a entrada de ar. Quem tem apneia sofre esse fechamento inúmeras vezes enquanto dorme o que leva a uma espécie de asfi xia durante o sono. Alguns acordam com sen-sação de sufocamento.

O tratamento da apneia, além de medidas profi láticas, como comba-te a obesidade, o tratamento mais usado nos casos mais graves é o uso do CPAP, uma máscara nasal que o paciente usa durante o sono para respirar melhor.

A polissonografia, e x a m e que se faz com o paciente dor-mindo, onde se encontra realmente a suspeita de apneia obstrutiva do sono. A polissonografi a avalia a ar-quitetura e a efi ciência do sono.

Platão sistematizou e descreveu a necessidade da nova postura do medico no Político, quando fi rmou, no diálogo entre Sócrates, o Jovem e o Estrangeiro, a semelhança entre a postura do político e do médico ao admitir que ambos, baseados no conhecimento, devem, intervir sem-pre que necessário para promover melhoras na sociedade.

Estrangeiro: É interessante. Dizem, com efeito, que se alguém conhece leis melhores que as existentes não tem o direito de dá-las à sua própria cidade senão com o consentimento de cada cidadão; de outro modo não. Sócrates, o Jovem: Muito bem! Não estarão eles certos?.

Estrangeiro: Talvez. Em todo caso se alguém dispensa esse consenti-mento e impõe a reforma pela força, que nome se Dara a esse golpe? Mas, espera. Voltemos primeiro aos exemplos procedentes.

Sócrates, o Jovem: Que queres dizer?

Estrangeiro: Suponhamos um mé-dico que não procura persuadir seu doente, senhor de sua arte, impõe uma criança, a um homem ou uma mulher o que julga melhor, não im-portando os preceitos escritos. Que nome se dará a essa violência? Seria por acaso o de violação da arte e erro pernicioso? E a vítima dessa coerção não teria o direito de dizer

tudo, menos que foi objeto de ma-nobra perniciosas ineptas por parte de médicos que as puseram.

Sócrates, o Jovem: Dizes a pura verdade.

Estrangeiro: Ora, como chamaría-mos aquele que peca contra a arte política? Não o qualifi caríamos de odioso, mau e injusto?

Esse diálogo refl etiu uma explosão coletiva de consciência, como as que seguem as rupturas com o conheci-mento acumulado, a ponto de refl etir precisamente a nova posição social assumida pelo médico, capaz de poder interferir politicamente para modifi car o conjunto social.

A Medicina passou a ser associada à justiça, estando os seus agentes num estrato diferenciado da socie-dade, em conseqüência do conhe-cimento que eles acumulam e, por essa razão, autorizados a infl uenciar as pessoas na direção de uma vida melhor. Ao contrário, se o médico não utilizasse a sua capacidade de per-suasão, de acordo com os preceitos aceitos pela sociedade grega, estaria incorrendo em falsidade ideológica capaz de prejudicar outros homens.

O papel do político assumido pelo médico na polis grega, a partir dessa consciência crítica da necessidade de modifi car a realidade foi percebida e ampliada ao longo dos séculos.

Essa premência de ampliar o es-

paço social dos agentes da saúde foi deslocada pela nova organiza-ção social imposta pela urbaniza-ção dos hábitos sociais, quando a maior aglomeração de pessoas passou a exigir outras medidas para superar as novas difi culdades que foram aparecendo, a lingua-gem um papel extraordinário como fator de convencimento.

O confl ito entre médicos e fi -lósofos, ocorrido naquela época, também foi percebido por Platão. O grande fi lósofo adotou o modelo médico dos tempos homéricos e con-siderou o deus Asclépio o verdadeiro político da saúde, porque teria sido ele o inventor da Medicina. Desse modo, recolocou o confl ito da Me-dicina com a religião em evidência, ao mesmo tempo em que retirava a fi losofi a da área de atrito.

A interpretação é absolutamente coerente com a compreensão social platônica, ao dividir a sociedade em dominadores e dominados, senhores e escravo, tudo pela vontade dos deu-ses. Se a sociedade era estratifi cada, obrigatoriamente as especialidades sociais que a serviam teriam que ser do mesmo modo. Assim, ele incorporou na própria fi losofi a as práticas médicas diferenciadas entre os senhores e escravos, ricos que podem fi car doentes e pobres que não têm tempo para adoecer.

A hipertensão arterial atinge 30% da população brasileira segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão. Para se prevenir, é fundamental cuidar da alimentação. O alho tem ação expectorante, analgésica, antibacteriana e trata a hipertensão arterial leve, reduzindo os níveis de coleste-rol. “Ele vem sendo usado desde a antiguidade por suas propriedades antimicrobianas e pelos efeitos benéfi cos ao coração e circulação”, explica a nutricionista da Nação Verde, Paula Castilho. Pode ser utilizado diretamente no preparo de alimentos. Também é possível consumi-lo na forma de suplementos alimentares, os chamados “óleos de alho”, que têm as mesmas propriedades e são comer-cializados em cápsulas.

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MANAUS, DOMINGO, 7 DE JUNHO DE 2015 F3Saúde e bem-estar

Urgente: manauenses obesos demais!

Nutrição em [email protected]

Nutrição em foco Flávia Cunha

Flávia CunhaNutricionista Clínica

99322-1385

Ei, pessoas? Vamos acor-dar?? Já observaram o quan-to tem crescido o número de obesos entre nós, manaua-ras? Não? Quando saírem de casa, observem! Aliás, faça melhor. Observe dentro da sua casa mesmo. Na sua fa-mília. Muitos acima do peso? E suas crianças? Foi-se o tempo que obesidade era coisa de adulto. Mas este será outro assunto...

Mas, o que é obesidade? É o acúmulo excessivo de gordura corporal causado quando a ingestão alimentar é maior que o gasto energé-tico. Em outras palavras, é sinal que você está comendo demais e gastando de me-nos! Normalmente, acontece com pessoas que não somam atividade física com uma ali-mentação balanceada. Vale lembrar que a hereditarie-dade também conta. Porém, o fator “ambiente” agrava ainda mais esse problema. Ou então, caso não seja o seu caso, pode ser algum problema de saúde. Seria melhor averiguar.

Agora, trazendo tal as-sunto aqui para a terrinha, vamos a alguns dados. De acordo com uma pesquisa feita em 2012 (VIGITEL), as maiores frequências de peso foram observadas em Reci-fe, Campo Grande e Manaus. Acreditas nisso? Estamos em terceiro lugar no âmbi-to Brasileiro. Gente! Isso é muita coisa. E vos digo que a diferença do segundo lugar para o terceiro é mínima, podendo até já ter mudado.

Assustador mesmo.Nesta mesma pesquisa,

foi verificado que 47% dos homens Manauaras fazem alguma atividade física; numa contrapartida vexa-tória para nós, mulheres, onde apenas 29% praticam uma atividade física. Vamos acordar e nos cuidar mais, mulherada? Aconselho a pra-ticarem algo que você gosta, não o que está na moda. Não é porque a melhor amiga faz academia, que você irá fazer. Dança, hidroginásti-ca, pilates, alongamento, por exemplo, também estão va-lendo. Fazendo o que você gosta, não correrá o risco de desistir logo.

O aumento de peso só nos traz males. Hiperten-são arterial, aumento de co-lesterol, ansiedade, enfarto, problemas nas articulações, diabetes, cansaço, bullying e depressão são algumas consequências desta epide-mia global.

Partindo de tantas conse-quências negativas, me per-gunto o motivo pelo qual, as pessoas insistem em tratar a obesidade, feito uma ques-tão estética. As pessoas me procuram para emagrece-rem não porque podem vir a adoecer, mas sim, porque almejam vestir uma nume-ração menor ou para serem aceitas na sociedade. Parece cruel, hein? Mas essa é a real no dia-a-dia do consultó-rio. Agora, se pararem para pensar nas doenças ocasio-nadas por aumento de peso, o que deve ser mais impor-

tante? Sua saúde, estética ou o que pensam os outros? Responda a si mesmo.

Eu costumo dizer que o melhor a fazer por você mes-mo, é não engordar. Mas se já está com alguns quilos a mais, trate de procurar um nutricionista e endócri-no para saber o motivo do aumento de peso, e tratar a causa. Porém, o papel mais importante é o seu! O pri-meiro passo a ser dado é por você e mais ninguém. Você deve ter muita força de vontade, determinação e foco. Autocontrole é essen-cial. Educar-se é a melhor saída. Então, meus amigos, reeducação alimentar já!

Grande abraço e até a próxima.

O passo a passo para um sorriso bonito e saudávelO cuidado com a higiene oral é um caminho fundamental para evitar doenças gengivais, além de cáries e o mau hálito

Parece simples, mas é muito importante prestar atenção ao processo de higieni-

zação da boca. A prevenção se destaca como uma aliada dos dentistas na educação e conscientização sobre a im-portância de manter a saúde bucal em dia. “O hábito de escovação deve ser cultivado e incentivado em família e não deve ser realizado às pressas e de maneira intempestiva. A correta higiene faz com que os dentes fi quem limpos e livres de resíduos alimentares”, expli-ca o odontólogo Victor Rogerio. Para entender melhor o papel da higiene bucal e a melhor forma de fazê-lo, o especialista explica o passo a passo da limpeza da boca e dentes.

A escovação, quando bem feita, limpa a boca e retira as impurezas e sobras de comi-da. “Deve ser realizada após as principais refeições e antes de dormir. A técnica de Bass é uma boa opção e pode ser feita repou-sando a escova sobre o dente, fazendo movimentos circulares, inclinando a escova de modo que a ponta das cerdas penetre no espaço já existente entre a gengiva e o dente”, explica.

Rogerio diz, ainda, que os movimentos devem ser feitos

de dois em dois dentes ou um a um, se for o caso, exercendo uma leve pressão para não machucar a gengiva. “O tempo para um adulto é de 1 a 2 minutos nos dentes inferiores. Repita-o nos superiores. Não se esqueça de escovar a parter superior da língua”, completa. É importante, também, escolher uma boa escova dental, com

cabeça pequena para facilitar o alcance a todas as áreas. Dê preferência às cerdas macias. Vale lembrar de trocar a escova dental a cada três meses.

ComplementosO uso do fi o dental garante a

remoção efi caz de detritos ali-mentares das laterais dos den-tes, onde a escova não alcança. “Essa ferramenta também é parte fundamental do proces-so, tão importante quanto a

escovação, pois limpa e até fortalece a gengiva. Para ini-ciar, corte cerca de 50 cm de fi o, enrole entre os dedos médios e use os polegares para conduzir a passagem do fi o, que deve ser suave e entrar no espaço entre a gengiva e o dente”, ensina o especialista. O fi o deve abraçar cada dente, realizando movimentos desli-zantes. Evite o contato brusco com a gengiva.

Já as soluções de bochecho complementam as etapas an-teriores, fi nalizando a boa hi-giene bucal. “Os enxaguatórios bucais ajudam a eliminar as bactérias, a placa bacteriana e o mau hálito, atuando onde a escova dentária não alcança e permanecendo por mais tempo na boca”, destaca.

De acordo com o odontólogo, é importante que o produto escolhi-do não contenha álcool para não agredir os tecidos orais, seja pre-ferencialmente incolor para não pigmentar os dentes, e que tenha fl úor, para ajudar no combate à formação de cárie dentária.

“Recomendam-se boche-chos de aproximadamente 60 segundos e, para maior efi cá-cia, após o uso, não enxaguar a boca e não fazer ingestão de bebidas ou alimentos por pelo menos 30 minutos”, fi naliza. A recomendação é simples: escovar os dentes e usar fi o dental após as refeições e à noite

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AÇÃO

HÁBITOA escovação deve ser incentivada em família e não deve ser realiza-da às pressas. A cor-reta higiene deixa os dentes fi quem limpos e livres de resíduos

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F4 Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 7 DE JUNHO DE 2015 F5

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Especialistas orientam sobre os cuidados com as transmissões, sintomas, diagnósticos e o tratamento

Zika vírus: estado de alertaApós um longo período

de preocupação com o número crescente de casos de dengue no

Brasil, o país agora entra em estado de alerta contra um novo problema, a Febre Zika. A doença é uma variação mais branda da dengue, e apresenta sintomas bastante semelhan-tes ao da febre chikungunya.

Assim como a dengue e a fe-bre chikungunya, a febre Zika é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Todo o proces-so de disseminação da doença acontece da mesma forma: o mosquito pica alguém infecta-do, é contaminado pelo vírus após alguns dias e transmite a doença na picada seguinte.

A pessoa infectada pode le-var de 3 a 12 dias para mani-festar a doença – é o chamado período de incubação. Após esse período começam a apa-recer sintomas, como explica o infectologista do Hapvida Saúde, Alfredo Pasalaqua.

“Os sintomas são febre por volta dos 38 graus, dores de cabeça, no corpo e nas ar-ticulações, diarreia, náuseas, mal-estar. A erupção cutânea (exantema) acompanhada de

coceira intensa pode tomar o rosto, o tronco e os membros e atingir a palma das mãos e a planta dos pés. Fotofobia (sen-sibilidade à luz) e conjuntivite são outros sinais da infecção pelo Zika vírus”.

Outros sintomas que rara-mente aparecem em um qua-dro de febre Zika são: perda de apetite, dor abdominal, ast a e tontura. Ao contrário da den-gue, a febre Zika não causa hemorragia e é uma doença de fácil tratamento.

AlertasA doença pode ser diag-

nosticada no organismo por meio de exames de sangue como a sorologia ou o PCR que procura no sangue do paciente material genético do vírus. Este segundo é mais seguro, porém é realizado na maioria das vezes somente na rede privada de saúde.

E, por se tratar de uma infec-ção benigna e sem grandes riscos, o tratamento é basea-do apenas no uso de parace-tamol para o controle da febre e da dor. Mas, o infectologista alerta: “É prudente evitar dro-gas como anti-infl amatórios

não hormonais (diclofenaco, AAS.), pois existem relatos de hemorragias que podem se agravar com essas dro-gas. Na dúvida o tratamento do Zika deve ser semelhante ao da dengue, visto que são doenças parecidas”.

Não há um medicamento específi co ou vacina para prevenir o Zika, e o melhor meio de se evitar ainda é o combate a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Por conta disso, evite água para-da, coloque areia nos vasos e mantenha seu quintal sempre limpo, e lembre-se que o mos-quito está constante mutação e que a febre Zika não mata, mas dengue sim.

Transmitida pelo vírus ZIKV, a febre Zika surgiu entre os humanos há cerca de 20 anos na Nigéria, a partir de então tem se apresentado de forma esporádica em al-guns países tropicais, onde as chances reprodução do mosquito são maiores, devi-do ao clima favorável.

Recentemente o vírus foi descoberto no Bra-

sil nos estados da

Bahia e Rio Grande do Norte onde já foram confi rmados 16 casos da doença e 1200 estão sendo investigados.

Autoridades da saúde acredi-tam que o vírus tenha se instala-do no país em meados de 2014, através do trânsito maciço de turista, por conta da Copa do Mundo, mas garantem que não há motivo para pânico, já que a doença não é contagiosa e não apresenta risco de morte.

Como surgiu

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Erupção cutânea acompanhada de coceira são alguns dos sintomas do zika vírus

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Especialistas orientam sobre os cuidados com as transmissões, sintomas, diagnósticos e o tratamento

Zika vírus: estado de alertaApós um longo período

de preocupação com o número crescente de casos de dengue no

Brasil, o país agora entra em estado de alerta contra um novo problema, a Febre Zika. A doença é uma variação mais branda da dengue, e apresenta sintomas bastante semelhan-tes ao da febre chikungunya.

Assim como a dengue e a fe-bre chikungunya, a febre Zika é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Todo o proces-so de disseminação da doença acontece da mesma forma: o mosquito pica alguém infecta-do, é contaminado pelo vírus após alguns dias e transmite a doença na picada seguinte.

A pessoa infectada pode le-var de 3 a 12 dias para mani-festar a doença – é o chamado período de incubação. Após esse período começam a apa-recer sintomas, como explica o infectologista do Hapvida Saúde, Alfredo Pasalaqua.

“Os sintomas são febre por volta dos 38 graus, dores de cabeça, no corpo e nas ar-ticulações, diarreia, náuseas, mal-estar. A erupção cutânea (exantema) acompanhada de

coceira intensa pode tomar o rosto, o tronco e os membros e atingir a palma das mãos e a planta dos pés. Fotofobia (sen-sibilidade à luz) e conjuntivite são outros sinais da infecção pelo Zika vírus”.

Outros sintomas que rara-mente aparecem em um qua-dro de febre Zika são: perda de apetite, dor abdominal, ast a e tontura. Ao contrário da den-gue, a febre Zika não causa hemorragia e é uma doença de fácil tratamento.

AlertasA doença pode ser diag-

nosticada no organismo por meio de exames de sangue como a sorologia ou o PCR que procura no sangue do paciente material genético do vírus. Este segundo é mais seguro, porém é realizado na maioria das vezes somente na rede privada de saúde.

E, por se tratar de uma infec-ção benigna e sem grandes riscos, o tratamento é basea-do apenas no uso de parace-tamol para o controle da febre e da dor. Mas, o infectologista alerta: “É prudente evitar dro-gas como anti-infl amatórios

não hormonais (diclofenaco, AAS.), pois existem relatos de hemorragias que podem se agravar com essas dro-gas. Na dúvida o tratamento do Zika deve ser semelhante ao da dengue, visto que são doenças parecidas”.

Não há um medicamento específi co ou vacina para prevenir o Zika, e o melhor meio de se evitar ainda é o combate a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Por conta disso, evite água para-da, coloque areia nos vasos e mantenha seu quintal sempre limpo, e lembre-se que o mos-quito está constante mutação e que a febre Zika não mata, mas dengue sim.

Transmitida pelo vírus ZIKV, a febre Zika surgiu entre os humanos há cerca de 20 anos na Nigéria, a partir de então tem se apresentado de forma esporádica em al-guns países tropicais, onde as chances reprodução do mosquito são maiores, devi-do ao clima favorável.

Recentemente o vírus foi descoberto no Bra-

sil nos estados da

Bahia e Rio Grande do Norte onde já foram confi rmados 16 casos da doença e 1200 estão sendo investigados.

Autoridades da saúde acredi-tam que o vírus tenha se instala-do no país em meados de 2014, através do trânsito maciço de turista, por conta da Copa do Mundo, mas garantem que não há motivo para pânico, já que a doença não é contagiosa e não apresenta risco de morte.

Como surgiu

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Erupção cutânea acompanhada de coceira são alguns dos sintomas do zika vírus

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MANAUS, DOMINGO, 7 DE JUNHO DE 2015F6 Saúde e bem-estar

www.personalfi tnessclub.com.br

A importância do descansoSabia que descansar é tão

importante quanto treinar? Este artigo abordará de maneira simples a importância do des-canso correto para pessoas que praticam exercícios físicos.

Muitos adoradores da mus-culação não sabem, mas o treino resistido é catabólico (a grosso modo, nós perde-mos e não ganhamos). Em contrapartida a essa informa-ção, muitos acham que quanto mais treinar maior será seu desenvolvimento muscular.

Nas “academias da vida”, sempre tem aquele indivíduo que quer fazer peito todos os dias para dar um “pump”, ou então aquela mulher que quer treinas pernas nos treinos A, B e C para ganhar mais volume ou deixa-las mais durinhas.O fator que nos deixa com sensação de estarmos grande, inchados ou durinhos chama-se VASODI-LATAÇÃO, ou seja, maior fl uxo sanguíneo, pressão sanguínea mais elevada. Treinar todos os dias o mesmo grupo muscular e/ou não dar o descanso ade-quado não fará você evoluir, isso lhe trará grandes proble-mas! Existe um fator impor-tantíssimo chamado de LEI DA

SUPERCOMPENSAÇÃO. Você deve estar se perguntando “Mas como funciona o descanso dos treinos”? Tudo vai depender da intensidade que você vai dar no seu treinamento. Usando uma determinada intensidade seu descanso deverá ser propor-cional ao estímulo. No caso de treinamentos intensivos, o seu músculo estará apto para um novo estímulo de 48 a 72 horas após o término do treino. Isso na teoria e falando de maneira superfi cial, pois há casos que o músculo necessite de até 7 dias de descanso do treino.

Funciona da seguinte forma: Você está em homeostase (todo o corpo em equilíbrio), dá o es-tímulo (treino) e a partir desse momento o músculo recupera para suportar um estímulo ain-da maior (descanso do treino).

Ou seja, se você não se recuperar como estará apto para treinar novamente de forma efi caz?

Entre em contato conos-co (92 3584-0317/ 2115) ou faça-nos uma visita e tire suas duvidas com os nossos pro-fi ssionais de educação física para que tenha um excelente acompanhamento.

Prof. Esp. Zeudo Lavor

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Coordenador na Personal Fitness Club

Personal Fitness Club

Testes genéticos podem ser a saída para mais efetividade nos resultados e uso racional dos recursos públicos ao doar

Transplante de medula e a doação personalizada

Campanhas de mo-bilização para loca-lização de doadores de medula óssea são

frequentes. Quando celebri-dades, políticos e pessoas in-fl uentes se sensibilizam com um caso e passam a pedir doações na mídia e em redes sociais, um grande número de pessoas lotam os hemo-centros para serem voluntá-rios. Mas o ideal seria que as pessoas se cadastrassem para qualquer paciente, não apenas a partir de uma cam-panha personalizada.

Para Luis Bouzas, diretor geral do Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (REDOME), deve haver uma conscientização por parte da sociedade que muitas pessoas precisam de medula de óssea e que só o fato de se cadas-trarem nos hemocentros não signifi ca que a doação foi efe-tivada. “Uma vez cadastrada,

essa pessoa tem que manter o cadastro atualizado, pois no momento que um paciente for compatível, o hemocentro po-derá contatá-lo e, a partir des-se momento, começa a doação efetiva”, explica o médico.

RegistrosAlém disso, é preciso diversi-

fi car a genética nos registros. Doações para pacientes raros devem ser feitas de forma organizada e criteriosa. Se o paciente é descendente de orientais, a captação deve ser feita em locais onde residem pessoas com ascendência oriental. Se o paciente é des-cendente de alemães o ideal é que se faça no sul do país ou diretamente no Registro Alemão e assim por diante.

O REDOME já é o terceiro maior Registro do mundo com 3,6 milhões de doadores e ca-dastra anualmente cerca de 400 mil novos doadores com recursos

para custeio dos testes genéticos totalmente público (SUS).

Desta forma, se consegue mais efetividade nos resulta-dos e uso racional dos recursos públicos benefi ciando “todos os pacientes de uma forma geral”. Os doadores de campa-nha massifi cada, prosseguiu, vão aos bancos de sangue uma vez só e não são fi delizados. A fi delização é um dos objetivos do REDOME, cujo cadastro já atende 90% dos pacien-tes que buscam um doador na fase preliminar.

Esta opinião é compartilha-da pelo presidente da Asso-ciação Brasileira de Hemato-logia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), Dimas Covas. Ele apoia os alertas dados pelo diretor do REDOME e destaca a importância da mobilização dos doadores de forma or-ganizada em busca da maior efetividade dos resultados em benefício dos pacientes.

Manter o cadastro

atualizado é um dos passos

para efetivar a doação de

medula

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MANAUS, DOMINGO, 7 DE JUNHO DE 2015 F7Saúde e bem-estar

Crianças estressadas e sem tempo para brincarOcupadas e sobrecarregadas com atividades extracurriculares, elas não têm tempo para ser simplesmente crianças

Não é segredo que as crianças estão atu-almente trilhando “um caminho rápido

para o sucesso”. Que tipo de sucesso as crianças irão en-contrar no fi nal desta corrida de alta pressão é que não sabemos, mas elas continuam a ser empurradas “para ter sucesso” em todos sentidos: na escola, no inglês, na aca-demia, no clube...

“Ao que me parece, mui-tas crianças estão perdendo a infância. A pressão aca-dêmica é apenas uma peça do quebra-cabeça quando se trata do ‘jejum de infância’. Nós estamos experimentando uma mudança cultural gra-dual, em vários âmbitos no que se refere à esta etapa da vida”, afi rma o pediatra Moises Chencinski.

Segundo o médico, “a pres-são acadêmica sobre as crian-ças é mais intensa agora, mas elas também estão sobrecar-regadas com atividades extra-curriculares. Elas praticam es-portes competitivos (às vezes dois, três), também são obri-gadas a cursar aulas de música e de arte e a participar de atividades de sua comunidade (escola, condomínio, prédio), o que preenche completamente a semana e o fi nal de semana com eventos, compromissos, datas de jogos/competições e festas”, diz Chencinski.

As crianças estão “perdendo a infância” porque perderam o direito de ter um tempo livre para brincar, sem competição, sem obrigação. Essa mudan-ça, diz o especialista, é cultu-ral. “A possibilidade de estar com os amigos apenas para brincar, não para competir, não para se apresentar, não para tocar, não para mostrar um talento fará imensa dife-rença nos níveis de estresse e de felicidade das crianças”.

De acordo com o pediatra,

em um artigo no The Indepen-dent, Peter Gray, pesquisador do Boston College e autor de um livro sobre o tema, defen-deu a necessidade de mais brincadeiras não estruturadas para as crianças. “Ele sustenta que algumas das mais impor-tantes habilidades para a vida não são ensinadas na sala de aula”, explica.

A brincadeira é o veículo pelo qual as crianças apren-dem a se relacionar com os outros, a resolver problemas e a controlar suas emoções. “Eu não poderia concordar mais. A brincadeira é muito mais do que os personagens que as crianças inventam e assumem nas histórias que desenvol-vem. Com as brincadeira, as crianças apren-dem a dominar seus medos, afi rmar suas necess ida-des, processar e lidar com suas emoções e con-

viver com outras pessoas. A brincadeira ajuda as crianças a resolver confl itos e aliviar o estresse”, defende o médico, membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cui-dados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

Mesmo diante de tantos benefícios para o desenvolvi-mento infantil, é raro encon-trar uma criança que tenha tempo na agenda para parti-cipar de jogos e/ou atividades não estruturados.

“É hora de fazer uma mu-dança. Os pais não podem controlar a pressão acadê-mica que as crianças enfren-tam a cada dia, não podem controlar a quantidade de lições que elas trazem todas as noites, mas podem mu-dar a forma de auxiliar seus filhos, quando eles estão em casa. Os pais precisam fazer alterações nos horá-rios para que as crianças tenham tempo de brincar”, defende o pediatra.

Ocupar o tempo da criança com

muitas atividades extracurriculares pode trazer mui-

tos prejuízos

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Cinco razões para brincar O pediatra Moises Chencinski enumera algumas das

principais razões para que os pais reservem um tempo na agenda dos fi lhos apenas para “o brincar”:

Alívio do estresse: Brincar é uma oportunidade para as crianças processarem e trabalharem com as emoções negativas. As crianças trabalham todos os tipos de emoções quando absortas em brincadeiras não estruturadas. Elas podem começar a brincadeira estressadas, mas, uma vez imersas num mundo de imaginação, gradualmente liberam a tensão e restauram a sensação de calma.

Controle emocional: Crianças pequenas tendem a expressar sentimentos exagerados e a reagir antes que

os pais tenham tempo sequer de processar o evento que desencadeou tais sentimentos. Por meio da brincadei-ra, as crianças aprendem a controlar seus impulsos e trabalhar com suas emoções, e aprendem a encontrar os gatilhos e a resolver potenciais problemas.

Habilidades de interação social: A brincadeira em grupo não estruturada é a melhor maneira de deixar as crianças trabalharem suas habilidades de interação social. Assim, as crianças têm de aprender a cooperar, resolver confl itos, ter empatia com os outros e a se relacionar com seus pares.

Resolução criativa de problemas: Crianças enfrentam uma série de problemas, a cada dia, e esses

problemas variam de acordo com a idade e com o seu estágio de desenvolvimento. Elas têm que aprender

a dar um passo atrás e avaliar a situação antes de desistir da brincadeira ou de fi car brava com outrem. Elas têm que aprender a ‘pensar fora da caixa’.

Promoção da aprendizagem: A grande ironia de aumentar a pressão acadêmica em detrimento da brincadeira desestruturada é que a brincadei-

ra realmente promove a aprendizagem. É preciso planejamento, pensamento criativo, cooperação e

desenvoltura para transformar um monte de papelão velho numa escultura, por exemplo, ou numa casi-

nha de bonecas. A brincadeira é um estilo de aprendizagem mais natural para as

crianças. Elas aprendem com a brincadeira desde o primeiro

momento em que mordem blocos de madeira e continu-

am a aprender através da brincadeira, de maneira mais avançada, à me-dida que crescem.

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F8 MANAUS, DOMINGO, 7 DE JUNHO DE 2015Saúde e bem-estar

Desilusão amorosa!

Psicologia no divã[email protected]

Psicologia no divã Fabíolla Fonseca

Tristeza, choro, desânimo, dor, aperto na garganta, falta de apetite, insônia, sensação de ter sido usado (a), de ter per-dido seu precioso tempo com uma pessoa que simplesmente não estava nem aí para seus sentimentos. É, infelizmente muitas pessoas já vivencia-ram ou ainda vivenciarão a terrível dor de uma DESILU-SÃO AMOROSA. Mas, como sobreviver e não deixar de viver um amor e amar novamente quando isso acontece?

A priori, é preciso elaborar de forma natural essa perda, entendendo que todas essas sensações desagradáveis fa-zem parte do processo, e é completamente normal sentir e vivenciar esse turbilhão de emoções, ainda que seja da pior forma possível. Porém, é necessário encontrar força e resistência para que não fi que sofrendo e remoendo tudo isso por um longo período de tempo. Pare agora mesmo de lamen-tar-se e erga essa cabeça! Não será a primeira nem a última vez que você terá na sua vida uma desilusão amorosa. Isso acontecerá até você encontrar a tampa da sua panela, e, ainda assim, correrá um sério risco de acontecer novamente. Esteja preparado (a), para elaborar tudo sem mais sofrer tanto.

É obvio que não se trata de uma tarefa fácil e simples assim, em se tratando de senti-

mentos e ainda mais de amores, tudo é mais complexo. Mas, tentaremos mostrar para você, que por alguma razão esta aí, sofrendo por uma pessoa que só brincou com os seus senti-mentos e, o (a) desvalorizou, que você pode e deve, ser feliz. E que agindo o mais rápido possível para sair dessa, você conseguirá ser realizado (a), com uma pessoa bem melhor e que realmente lhe merece. Por-tanto, nada de perder tempo, arregace as mangas e deixe de ser, uma marionete nas mãos de quem só quer venha a nós e que se tornou em vez do seu amor, um verdadeiro peso para sua vida, alguém que só lhe fez e fará muito mal em todos os aspectos. Livre-se!!!

Para dar o ponta pé inicial comece: 1-ENTENDENDO SUA DOR: Tente entender que a dor é um sentimento natural quan-do se trata de uma decep-ção amorosa, mas que um dia ela vai embora. As decepções são sempre muito dolorosas, porque nos relacionamentos amorosos há um investimento afetivo, Para algumas pessoas, a dor é tão grande que é similar a uma morte. Mas é uma morte de sonhos, expectativas, o fi m da esperança de estar com alguém e ter um fi nal feliz. 2-NÃO IDEALIZE: as pessoas que tendem a idealizar o parceiro, ignorando todos os seus aspec-tos negativos, tendem a sofrer,

É preciso elaborar de forma natural essa perda, entendendo que todas es-sas sensações desagradáveis fazem parte do processo”

Psicólogacontato pelo fone:

991610218

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ainda mais, com a decepção amorosa. Quem se apoia muito nas próprias expectativas de como o outro deveria ser acaba deixando de lado evidências de que algo insatisfatório está ocorrendo. Isso evidentemente favorece uma enorme decep-ção. 3-CONTE COM O APOIO DE AMIGOS E FAMILIARES: Procurar a companhia e aju-da dos seus amigos e entes queridos pode ser uma exce-lente forma de superar uma decepção amorosa. Uma boa conversa pode ajudar você a reavaliar os fatos de um ponto de vista alheio, normalmente mais crítico e realista. Procure, principalmente, pessoas mais velhas, que já passaram por diversas situações desse tipo e que podem ser boas referências

para orientações. 4-VENÇA O MEDO DE AMAR: Diante de uma decepção amorosa, é normal que você cultive a dor por um tempo. Isso pode fazer com que você tenha medo de se apaixonar, mesmo depois de ter se restabelecido emocional-mente. Este medo está relacio-nado ao receio de passar por todo o sofrimento novamente. Algumas pessoas têm grande difi culdade de lidar com as de-cepções e frustrações e passam a acreditar que, se algo deu errado num relacionamento, o mais provável é que o episódio se repita dali em diante, só que com outro parceiro (a). 5-NADA DE RESSENTIMENTOS: Se você estiver disposto (a) a superar sua decepção amorosa o pior sentimento a se culti-

var é o ressentimento. Nessas condições, a raiva aprisiona a pessoa ao outro e impede que ela volte a se relacionar nor-malmente. Para transformar o sofrimento em algo mais pro-dutivo, o melhor a fazer é tentar entender o que aconteceu com o relacionamento, do início ao fi m. Nesse processo, é essencial reconhecer os próprios erros e analisar quais foram as falhas do outro. É fundamental pensar no que gerou essa mudança de comportamentos, levando ao término da relação e à de-silusão amorosa. Sem buscar compreender esses fatos, fi ca difícil superar o ocorrido e caso esteja difícil de aceitar e se livrar desses sentimentos busque ajuda especializada o quanto antes.

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