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VALORIZAR Nº 08 _ Julho 2011 SECIL - OUTÃO Semana de Portas Abertas Desempenho Ambiental Pág. 6 Análise Científica dos Impactes Pág. 8 Promoção da Biodiversidade Pág. 11 A Secil e a Ciência na Arrábida

SECIL - OUTÃO Nº 08 Julho 2011 VALORIZAR · terramoto de 1755. Em 1904 existia já produção industrial de cal hidráulica na zona da Rasca, sendo a actual Secil constituí-da

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VALORIZARNº 08 _ Julho 2011SECIL - OUTÃO

75 Anos de Responsabilidade

Semana de Portas Abertas

DesempenhoAmbientalPág. 6

Análise Científicados ImpactesPág. 8

Promoção da BiodiversidadePág. 11

A Secil e a Ciência na Arrábida

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editorial

Pela sua origem, localização e clima,a Serra da Arrábida possui relevantesrecursos geológicos, florísticos e fau-nísticos que têm vindo a ser utiliza-dos pelas populações ao longo dostempos, à medida das suas neces-sidades e capacidade de extracção.

O uso da rocha conhecida comobrecha da Arrábida remonta à ocu-pação romana, sendo relevante a suautilização em monumentos tão emble-máticos da cidade como o Conventode Jesus ou o Salão Nobre dos Paçosdo Concelho de Setúbal.

Durante séculos, a população uti-lizou a Serra para se abastecer delenha, a única fonte de energia entãodisponível, provocando desfloresta-ção de forma marcada junto às povo-ações, e para o uso intensivo do pas-toreio que permitiu, por exemplo, aprodução do queijo de Azeitão.

Além das centenárias pedreiras debrecha da Arrábida, a exploração dosrecursos geológicos daSerra teve grandeaumento através daextracção do exce-lente calcário existen-te para ser utilizadona construção daBaixa Pombalina e naprópria reconstruçãode Setúbal, após oterramoto de 1755.

Em 1904 existia jáprodução industrial decal hidráulica na zonada Rasca, sendo aactual Secil constituí-da formalmente em1930, beneficiando daexistência contígua de pedreiras decalcário e marga de excelente quali-dade, de acordo com os estudos doeminente geólogo suíço Prof. PaulChoffatt, e de um bom acesso marí-

timo do cais junto ao forte do Outão.Desde então, a Fábrica Secil-Outão

tem sido uma referência industrial naRegião, produzindo um produto debase de qualidade – o cimento –essencial à segurança, conforto epatrimónio de toda a sociedade, queo emprega maciçamente na constru-ção de habitações, escolas, pontes,portos ou hospitais. A Empresa teminvestido, ao longo da sua história, emconstantes modernizações tecnológi-cas dos equipamentos fabris e na for-mação e qualificação dos seus recur-sos humanos, para manter a sua com-petitividade e, acompanhando a evo-lução da sociedade nas últimas déca-

das, poder corresponder às legitimasexpectativas dos seus stakeholders,mormente no respeitante à sustenta-bilidade da sua actuação empresarial.

Para melhor entender a actuaçãoda Secil, importa considerar que oprocesso de fabrico de cimento temtrês tipos de impactes ambientais: aextracção de calcário e marga naspedreiras adjacentes à Fábrica, o ele-vado consumo térmico que provocaum uso intensivo de combustíveis, eas emissões gasosas - decorrentesdo processo de cozedura da pedra- de dióxido de carbono (CO2) eoutros poluentes.

Em todas estas vertentes, a Secil

A Secil e a Ciência na Arrábida

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Sabemos onde estamos, sabemos o que fazemos.

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tem actuado integradamente no sen-tido de estudar a Serra, conhecer pro-fundamente o ecossistema e, acimade tudo, adoptando as melhores prá-ticas e minorando sistematicamenteos impactes negativos causados pelasua actividade.

No que respeita às pedreiras, estáem curso, desde os anos 70, uminovador plano de recuperação pai-sagística, elaborado pelo Prof. Arq.Edgar Fontes, que compatibiliza,quase em simultâneo, a exploraçãode pedra com a recuperação paisa-gística de patamares e taludes. Como apoio da Faculdade de Ciências daUniversidade de Lisboa e da Univer-sidade de Évora tem vindo a ser rea-lizado, desde 2007, um Plano de Estu-do e Valorização da Biodiversidadeque permite integrar a recuperaçãopaisagística das pedreiras, nas com-ponentes fauna e flora, com o objec-tivo de devolver à natureza, após otérmino da exploração, um ecossiste-ma recuperado, equilibrado e com ele-vado potencial de desenvolvimentoda sua biodiversidade. Actualmente,35% da área da pedreira já se encon-tra em franca recuperação e o estu-do profundo da Serra estende-se aáreas muito para além das abrangidaspela nossa actividade.

O consumo energético tem vindoa diminuir gradualmente, com a intro-dução do fabrico de cimentos com-postos e com o aumento da eficiên-cia energética, ao passo que se temvindo a promover a substituição decombustíveis fósseis tradicionais porcombustíveis alternativos como a bio-massa vegetal ou animal, pneus usa-dos ou CDR (combustível derivado de

resíduo, à base de têxtil, papel e plás-tico), que permitem menores emissõ-es de CO2 e constituem uma fonte deenergia endógena cuja utilização evitaa importação de derivados do petró-leo ou do carvão. Em 2010, o consu-mo destes combustíveis na FábricaSecil-Outão foi já de 30% do total.

Em virtude dos elevados investi-mentos efectuados nas duas últimas

décadas em electrofiltros e filtros demangas e num sistema de comandoe controlo bastante sofisticado, asemissões atmosféricas de partículas,metais pesados e outros poluentestêm vindo a ser enormemente redu-zidos, quedando-se hoje por valoresmuito aquém, centenas de vezes abai-xo, dos limites legais, estando muitosdeles no limite mínimo de detecção.

Também ao longo das últimasdécadas, a Secil tem aprofundado oconhecimento da Arrábida através dedezenas de estudos realizados porentidades universitárias e outros orga-nismos de investigação credenciados.Esses estudos são cada vezes maisum património científico posto à dis-posição do País.

Por exemplo, a Secil efectuou omaior conjunto, publicado e disponível,de medições de metais pesados e dio-

VALORIZAR

xinas e furanos realizados por umacimenteira em todo o mundo - mais de200 medições - que permitiram obterresultados muito robustos e consis-tentes acerca do nível muito reduzidode emissão destes poluentes.

Além do rigoroso controlo realizadona Sala de Comando pelo pessoal téc-nico altamente qualificado da Fábri-ca, a Secil instalou uma rede de moni-torização da qualidade do ar comvários postos na região de Setúbal,estabeleceu um modelo de dispersãode poluentes atmosféricos, que de-monstra que há uma fraquíssimadeposição de poluentes no solo, pro-moveu estudos adicionais sobre con-centração de poluentes em líquenese solos dentro e fora da sua área deinfluencia. Por último, promoveu umaanálise de risco integrada, em parce-ria com uma conceituada instituiçãode análise de risco norte americana.

Em função do exaustivo programade investigação científica e controlotécnico da sua actuação, a Secil éuma entidade com um profundo co-nhecimento técnico-científico acumu-lado da região da Arrábida: conhecemuito bem o ecossistema que a envol-ve, todas as variáveis do processo defabrico, as emissões dele decorrentese as medidas correctas para minimi-zar esses efeitos e analisa, integrada-mente, o risco associado à sua acti-vidade, partilhando esses resultadoscom a comunidade através de umaComissão de Acompanhamento Am-biental que integra, desde 2003,representantes de vários stakeholderslocais e regionais.

A empresa tem muito orgulho naresponsabilidade que coloca na suaactuação e não se poupa a esforçospara agir da forma mais cautelosa eadequada no que respeita à definiçãodas suas políticas e implementaçãodos seus procedimentos operacionais.

É este padrão de responsabilida-de e sustentabilidade que gostáva-mos de partilhar com todos os quenos quiserem visitar na Semana Por-tas Abertas de 2011.

Nuno Maia SilvaDirector de Comunicação Institucional Secil - Companhia Geral de Cal eCimento, SA

A empresa temmuito orgulho naresponsabilidadeque coloca na suaactuação e não sepoupa a esforçospara agir da formamais cautelosa eadequada no querespeita àdefinição das suaspolíticas eimplementação dosseusprocedimentosoperacionais.

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A Secil e a Arrábida Uma ligação profunda e duradoura

O mesmo facto que esteve na ori-gem do Parque Natural – a erupçãodo maciço cársico da Serra da Arrá-bida – produziu um rico filão de cal-cários e margas.

O Parque Natural da Arrábida éuma área protegida devido ao seuvalioso património vegetal, que con-servou um dos últimos vestígios deuma mata pré-glaciária do sul daEuropa. Como tal está classificadocomo Reserva Biogenética, comoSítio da 1ª Fase da Lista Nacional e,parcialmente, como Zona de Protec-ção Especial.

Existem registos históricos quedemonstram que a Arrábida era uti-lizada como fonte de combustível(lenha) e de pastoreio para animais,pelo que as vastas zonas verdes quehoje são visíveis eram bastantemenos frequentes, em particular naszonas mais próximas de centros habi-tacionais.

São ainda visíveis na Serra algu-mas zonas onde era extraída a “Bre-cha da Arrábida”, uma rocha orna-mental, típica desta região, tambémdesignada como “Mármore da Arrá-bida”. Apreciada pela sua beleza jádesde o período romano, esta rochafoi explorada de forma sistemáticaao longo do tempo. O Convento deJesus é uma das obras mais conhe-cidas que a utilizou como material deconstrução, por exemplo, nas suascolunas em espiral.

O facto de a Serra ser constituída

por um enorme filão de calcário emarga e de ter acesso fácil por viamarítima levou ao nascimento de umaindústria cimenteira em 1904, numlocal onde já existia extracção destesmateriais pelo menos desde 1755.

Na altura, a natureza parecia inesgo-tável e imperecível. O Parque Natu-ral, expressão de uma activa cons-ciência ambiental, nasce muito tempodepois do início da exploração e daprópria fábrica de cimento em 1976.

A Secil foi pioneira na avaliaçãodas consequências da sua activida-de, o que facilita a sua minimização,quer pela redução de emissões, queratravés da reflorestação da pedreira.Devido a uma melhoria contínua, asdiferenças entre a indústria de ontemcom a indústria de hoje, são bastan-te visíveis.

Por esse facto e alicerçada nessaestratégia, a Secil tornou-se o pri-meiro garante da recuperação daSerra. É esse o seu compromisso, éessa, também, a sua missão.

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Patamares recuperados

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Processo de Fabrico

A Secil aplica a melhor tecnologia disponível

A produção de cimento,realizada pela Secildesde 1930, é a actividadecentral da empresa.

O processo de fabrico de cimento éfeito através da extracção dos mate-riais provenientes da pedreira. Emseguida, a pedra passa por um bri-tador que a parte, de modo a ficarmais pequena e fácil de ser trans-portada.

Após estas etapas é necessáriomoer a pedra para que fique em póe, se for necessário, corrigir quimica-mente o material. Este processochama-se moagem de cru.

Posto isto, o cru (a pedra moída)passa pela etapa da cozedura, emfornos que atingem os 2 000ºC,estando sujeito a temperaturas supe-riores a 1 450ºC durante 10 segun-dos. Daqui surge uma rocha artificial,

chamada clínquer, que, depois demisturada com aditivos como ogesso e outros materiais, é moída(moagem de cimento), dando assimorigem aos diferentes tipos decimento.

Por fim vem a embalagem e aexpedição do cimento. Todas asemissões atmosféricas são controla-das e sujeitas a um processo de fil-tragem, sendo utilizados electrofiltrose filtros de mangas.

Diagrama do Processo de Fabrico

Fornos de cimento

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Desempenho AmbientalMais combustíveis alternativos, menos emissões

A produção anual de cimento noOutão atingiu, em 2010, cerca de 1milhão e 370 mil toneladas. Para sealcançar estes valores, utilizaram-sequase 3 milhões de toneladas dematérias-primas, sendo que, 97%foram matérias-primas naturais, (porexemplo, calcário e marga) e 3%matérias-primas secundárias (porexemplo, granalha da decapagem denavios e areias de fundição).

Para atingir a produção de 2010, uti-lizaram-se 235 mil toneladas de com-bustíveis, em que 40% foram com-bustíveis alternativos e 60% combus-tíveis fósseis (como o coque de petró-leo e o carvão).

Os combustíveis alternativos maisutilizados foram os CombustíveisDerivados de Resíduos (CDR ou RDF

- Refused Derived Fuel) (12,9%) e osResíduos de Plásticos e Borrachas(11,8%).

O aumento da taxa de substituiçãode combustíveis fósseis por combus-tíveis alternativos permitiu evitar, até2010, a emissão de mais de 520 miltoneladas de CO2.

O próximo gráfico permite-nos obser-var essa poupança de CO2, em quea linha inferior representa as emissõesactuais da Secil e a linha superiorindica o que seria emitido se apenasse utilizassem os combustíveis tra-dicionais.

SECIL OUTÃO – CONSUMO DE MATERIAIS - 2010 T (%)Matérias-primas Naturais 2 823 150 96,7%Matérias-primas Secundárias 95 467 3,3%Total 2 918 617 100%

É visível que agrande maioria dos

combustíveisalternativos utilizados

são consideradosresíduos banais, com

destaque para osCDR.

SECIL OUTÃO - CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS - 2010 T (%)Combustíveis Fósseis 142 250 60,5%Combustíveis Alternativos 92 924 39,5%Total 235 175 100 %

RESÍDUOS DE PLÁSTICOS E BORRACHAS

11,8%

COMBUSTÍVEISFÓSSEIS60,5%

RESÍDUOS INDUSTRIAIS PERIGOSOS

4.0%

COMBUSTÍVEISDERIVADOS

DE RESÍDUOS12,9%

BIOMASSAVEGETAL

9,4% BIOMASSAANIMAL1,5%

Emissões reais Emissões só com combustíveis tradicionais

KGCO

2/T

CLÍN

QUER EMISSÕES DE CO2 EVITADAS

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Valor Médio Anual Valor Limite

Número de Medições

CONC

ENTR

AÇÃO

(mg/

Nm3 )

VALORIZAR 7

Nos gráficos seguintes apresentam-se os resultados das medições pon-tuais efectuadas desde de 2002, naFábrica Secil-Outão.

De salientar que os resultados obti-dos com a valorização de resíduos,independentemente da combinaçãode combustíveis utilizada, são sem-

pre inferiores aos valores limite legais,como é visível na grande quantidadede medições efectuadas ao longodos anos.

CONC

ENTR

AÇÃO

(mg/

Nm3 )

Emissões em contínuo 2010

CONC

ENTR

AÇÃO

(mg/

Nm3 )

Limite 2002 2005 2006 2007 2008 2009 2010

CONC

ENTR

AÇÃO

(mg/

Nm3 )

Para além da redução do CO2, toda as emissões para a atmosfera dos res-tantes poluentes foram mantidas abaixo dos limites legais. Os resultadosencontram-se expressos nos gráficos seguintes.

Emissões de Mercúrio entre 2002 e 2010

Emissões de Dioxinas e Furanos entre 2002 e 2010

Número de Medições

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Análise Científica dos Impactes

Conhecer para Actuar

Actualmente, a Secil possui um conjun-to de estudos e de programas de moni-torização pontuais e, sobretudo, con-tínuos, que constituem um processocíclico de avaliação - intervenção. Essesestudos demonstram não só que osimpactes são mínimos, como produzi-ram conhecimento sobre os diversoscomponentes da biodiversidade daSerra da Arrábida.

A Secil, para além de controlar assuas emissões atmosféricas na saídadas suas chaminés, possui uma redede monitorização da qualidade do arda zona envolvente, que fornece dadosem permanência. Com os resultados

Como todas asactividadesindustriais, oprocesso de fabricode cimento produzimpactes nanatureza,nomeadamente ainterferência nabiodiversidade dazona das pedreiras econsequenteimpacte visual, e asemissõesatmosféricasprovenientes doprocesso de fabricode cimento.Consciente da suainfluência, a Secilpassou, desde cedo,a desenvolver váriosestudos paracompreender emitigar os seusimpactes ambientais.

obtidos foram ainda construídosmodelos de dispersão de poluentespara verificar qual é a sua distribuiçãopela região, de modo a obter uma aná-lise mais abrangente e aprofundada.

Como complemento à rede demonitorização da qualidade do arenvolvente, a Secil realiza também oestudo da qualidade do ar atravésdos líquenes.

Foi ainda estudado o efeito cumu-lativo destes poluentes ao longo deuma vida e no ecossistema da Arrá-bida através de uma análise de riscomulti-exposicional. Para essa análi-

se de risco foi simulada a ocorrênciasucessiva e permanente de condi-ções desfavoráveis para verificar, senesse caso, existiriam riscos para asaúde ou para o ambiente. Os dadosobtidos permitem comprovar que nãoexiste incremento de risco.

No que diz respeito à recuperaçãoda biodiversidade das zonas explora-das, a empresa iniciou a revegetaçãodas actuais pedreiras há cerca de 30anos e conta actualmente com a cola-boração recorrente de entidades espe-cialistas, de modo a ultrapassar as difi-culdades inerentes à recuperação depedreiras de calcário e marga.

Dispersão e Análise de

Risco

RedeMonitorização

Qualidade do ar

Estudo Líquenes

SECIL

üImpactesAmbientaisü PolíticaAmbiental

ü Benefícios

Controlo de Emissões

PromoçãoBiodiversidade

Esquema integrador do trabalho da empresa e dasua relação com a comunidade.

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trolos e monitorizações, a Secil temdesenvolvido diversos pontos de con-tacto com a comunidade local.

Entre as várias iniciativas de aber-tura ao público, encontram-se as visi-tas de estudantes à Fábrica Secil-Outão, a participação no Barco Évorae a Semana de Portas Abertas, even-to anual organizado desde 2004, aoqual a comunidade setubalense aderecom grande entusiasmo. É possívelvisitar a Fábrica em grupos organiza-dos mediante contacto prévio.

Com o intuito de analisar e discu-tir as actividades da empresa, comu-nicando com a sociedade através dosseus representantes, a Secil criouvoluntariamente, em 2003, a Comis-são de Acompanhamento Ambiental(CAA). Este organismo, constituídopor entidades independentes, públi-cas e privadas, um dos primeiros emPortugal, visa melhorar a performan-ce ambiental e social da fábrica.

A Secil realiza ainda pontualmen-te monitorizações à população localde modo a aferir quais são as atitu-des e preocupações e tenta dar res-posta a essas preocupações atravésde acções e comunicações como oactual documento.

Ao apoiar o projecto de recupe-ração da biodiversidade com diver-sos estudos científicos, ao recorrerà análise de líquenes para comple-mentar a monitorização da qualida-de do ar e ao requerer a utilizaçãode modelos de dispersão depoluentes e da análise de riscomulti-exposicional, a Secil tornou-se numa das empresas portuguesascom um plano de investigação cien-tífica mais abrangente e integrado.

De modo sistemático, a Secil temexpandido não só os meios de moni-torização (como, por exemplo, a intro-dução do estudo dos líquenes e daanálise multiexposicional de risco),como também a área geográfica ana-lisada (a evolução de uma mediçãode poluentes na chaminé para amedição da sua distribuição pelaregião é um dos exemplos).

Para além deste conjunto exten-sivo de trabalhos de mitigação, con-

Para este nível de competência conta-mos com o apoio de várias unidadesacadémicas e empresas especialistas:

n Ergo (Laboratório europeuindependente)

n UVW (Especialistas emmodelação de dispersão de poluentes)

n Instituto Superior Técnico (IST)n Faculdade de Ciências

e Tecnologia (FCT-UNL)n Universidade de Évora (UE)n Faculdade de Ciências (FCUL)n Instituto Superior Agronomia (ISA)n Cambridge Environmental (E.U.A.)

Semana de PortasAbertas

L

ctesA ntaisü caA ntal

ü cios

Comunidade

ü Atitudesü InformaçãoüComunicação

de Risco

C.A.A

Monitorização Psicossocial

REDE DA QUALIDADE DO ARA Secil possui uma rede de qualidade do ar cons-tituída por várias estações de monitorizaçãoespalhadas pela região. Esta rede permite ava-liar a qualidade do ar de uma zona vasta, medin-do qualquer alteração, independentemente dasua fonte de origem (por exemplo, Secil, trânsi-to, outras indústrias).

COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO AMBIENTALA Secil foi uma das primeiras empresas por-tuguesas a constituir, voluntariamente, umaComissão de Acompanhamento Ambiental(CAA), em 2003, na Fábrica do Outão. Este organismo, que até à presente data járeuniu cerca de 60 vezes, surgiu com o objec-tivo de analisar e discutir as diversas activi-dades da empresa, envolvendo a sociedadeatravés dos seus representantes, visando,assim, melhorar o seu desempenho.A Comissão de Acompanhamento Ambientalda Fábrica Secil-Outão é constituída pelasseguintes entidades:n Administração Regional de Saúde – SubRegião de Setúbal n Escola Superior de Tec-nologia de Setúbal n Parque Natural da Arrá-bida n Delegação de Saúde de Setúbal n Hos-pital Ortopédico Santiago do Outão n Parquede Campismo do Outão n Liga dos Amigos deSetúbal e Azeitão (LASA) n Associação Empre-sarial da Região de Setúbal (AERSET) n Asso-ciação Portuguesa de Engenharia do Ambien-te (APEA) n Bombeiros Voluntários de Águade Moura n SONAE Turismo.

Descrição daanálise científicados impactes e

da relação com acomunidade

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ESTUDO DE DISPERSÃO DE POLUENTESMesmo sabendo que as emissões são baixasatravés do controlo de emissões atmosféricas nachaminé e através da rede de qualidade do ar,foram também realizados estudos de dispersão

de poluentespara saber, demodo mais apro-fundado, qual eraa influência dafábrica na quali-dade do ar daregião. Para talforam utilizadosdados meteoroló-

gicos e topografia específica da zona. A partir desses estudos pôde avaliar-se os efei-tos estimados da fábrica na qualidade do ar ecomparar com os valores recomendados na legis-lação ou por organizações de referência comoa Organização Mundial de Saúde.Os resultados estão expressos, a nível de exem-

ANÁLISE DE RISCOFoi levada a cabo uma análise de risco multi-exposicional para a saúde pública e ambiente(fauna e flora) das emissões da fábrica nos pio-res cenários possíveis (por exemplo, avaliar oimpacte na saúde de toda a vida de uma pessoaque vivesse no ponto onde todos os poluentes

ESTUDOS DE LÍQUENESA Secil, em colaboração com a FCUL,tem realizado o estudo da qualidadedo ar através dos líquenes (2000/2009), complementando as restantesmonitorizações efectuadas.Os líquenes, seres vivos resultantesda simbiose formada por um fungo euma alga, são os biomonitores maisestudados da poluição do ar, na medi-da em que, para além de serem exce-

lentes acumuladores de poluiçãoatmosférica, têm uma vida superiora 20 anos.Como possuem uma ampla distribui-ção geográfica e alta densidade depontos de amostragem, as principaisáreas urbanas da Europa têm umestudo de líquenes de modo a moni-torizar diversos poluentes (comometais pesados e dioxinas e fura-nos). Deste modo, é possível reali-zar a construção de modelos confiá-veis de deposição de poluição do ar.O mapa descrito à esquerda mostraa distribuição dos trinta locais onde oslíquenes foram recolhidos para análi-se. Os pontos de amostragem foramdefinidos de acordo com os modelosde dispersão de poluentes desenvol-vidos pela Secil e abrange as áreasindustriais, urbanas e naturais. AFábrica Secil-Outão encontra-se re-presentada com uma linha rosa.

Como se pode verificar pelo mapaem baixo, análise das concentraçõesde dioxinas e furanos presentes noslíquenes, demonstra que as zonasurbanas possuem uma média ligeira-mente superior às zonas envolventesda Secil e de outras indústrias. Esteestudo permite detectar alteraçõesem poluentes como as dioxinas efuranos e metais pesados e levar aintervenções de mitigação, se tal forconsiderado necessário.

tivessem o seu valor máximo e se alimentasseapenas de comida produzida no local).

Em conclusão, a avaliação de risco realizadademonstra que as emissões não afectam sereshumanos, nem plantas e animais.

plo, nas figuras acima, onde se analisa a disper-são dos poluentes, concluindo-se que estão sem-pre abaixo dos limites legais e em concentraçõesque não produzem efeitos.

Concentração média anual PCDD/PCDF

0.1 0.0

131.1

93.6

3.6 0.0 0.0 0.00.0

50.0

100.0

150.0

200.0

250.0

0 0-0.00001 0.00001-0.0001 0.0001-0.001 0.001-0.01 0.01-0.1 0.1-0.3 >0.3

Gamas de Concentração (pg.m-3)

Áre

a(km

2 )

Valor

Típico

Zonas

Urb

anas

:0.1pg

.m-3

Zonas

Afectad

aspo

rFon

tesEm

isso

rasLo

cais:

>0.3

pg.m

-3

ÁREA

(KM

2 )

GAMAS DE CONCENTRAÇÃO (pg.m-3)

Concentração média anual PCDD/PCDF

Distribuição da áreaestimada do impacte

da dispersão pelasconcentrações médiasanuais estimadas para

as dioxinas e furanos

Visão geral das vias multi-exposicionais consideradas numa análise de risco para a saúde pública (EPA, 2004)

Deposição espacial de Dioxinas e Furanosnos líquenes recolhidos (2009)

Localização da área de estudo com adistribuição dos locais de amostragem(Península de Setúbal, 2009)

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HIDROSSEMENTEIRAPara que o processo de recuperação decorra coma qualidade desejada e que a árdua tarefa de reve-getar os taludes (devido à inclinação e naturezado substrato) se torne mais eficaz é necessáriorecorrer a técnicas específicas como a hidrosse-menteira.

A hidrossementeira é uma técnica que tem comofinalidade a fixação das plantas nos taludes e con-siste na projecção de uma mistura viscosa consti-tuída por sementes (herbáceas e arbustivas) e adi-tivos (fertilizantes e um corante que é usado comomarcador das zonas já trabalhadas).

Os programas de recuperação depedreiras iniciaram-se há cerca de 30anos e têm seguido uma lógica dediagnóstico de problemas, interven-ção e avaliação do sucesso das medi-das implementadas. Este método detrabalho levou a que existissem diver-sas alterações ao longo dos tempos.

Estas alterações têm sido de natu-reza conceptual, onde se destaca aintrodução do conceito de biodiver-sidade, promovendo a fauna local, egeográfica, em que se pretende alar-gar a área de estudo, analisando afauna, não só na propriedade daSecil, como também num contextoregional.

Para todas estas inovações foiindispensável o apoio de entidadesexternas como a Faculdade de Ciên-

cias da Universidade de Lisboa (FCUL)e a Universidade de Évora (UE).

Recuperação das Pedreiras Secil-Outão

Em 1964, ainda a fábrica principal sesituava junto ao cais do Outão, surgemos primeiros estudos com vista à recu-peração das pedreiras actuais. Maistarde, em 1982, começou a ser exe-cutado o primeiro Projecto de Recu-peração Paisagística, cujo principalobjectivo era recriar o coberto vege-tal existente no local de exploração.

Uma das novidades na altura evantagem deste plano é a recupera-ção da paisagem durante a explora-ção e não apenas no final, permitin-do assim uma recuperação visual e

paisagística continuada e, em geral,mais rápida.

O objectivo deste projecto passapelo revestimento vegetal das plata-formas e taludes, de modo a salva-guardar a estabilidade do meio e queas zonas recuperadas apresentem umaspecto, tanto quanto possível, semel-hante às zonas envolventes.

Para se poder dispor das plantasnecessárias, com garantia de origem,nas quantidades e épocas convenien-tes, foi criado um viveiro, que permi-te a multiplicação ao ar livre e em estu-fas (contendo 15 espécies mediterrâ-nicas diferentes).

Arbóreasn Arbutos unedo (Medronheiro)n Ceratonia siliqua (Alfarrobeira)n Olea europaea Var. sylvestris

(Zambujeiro)n Pinus pinea (Pinheiro-manso)n Quercus faginea (Carvalho-cerquinho)

Arbustivas(por porte ou característica da espécie)n Lavandula luisieri (Rosmaninho)n Myrtus communis (Murta)n Lonicera implexa (Madressilva)n Phillyrea angustifolia (Lentisco)n Pistacia lentiscus (Aroeira)n Quercus coccifera (Carrasco)n Juniperus phoenicea

(Sabina-da-praia)n Viburnum tinus (Folhado)n Rosmarinus officinalis (Alecrim)n Lavandula latifolia (Alfazema brava) >

Promoção da Biodiversidade:Solo e Vegetação

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De modo a garantir que as me-lhores técnicas são utilizadas conta-mos com a colaboração do Centrode Biologia Ambiental (CBA) da Facul-dade de Ciências da Universidadede Lisboa desde 1997.

Através desta colaboração sãorealizados diversos estudos com oobjectivo de avaliar e melhorar diver-sos aspectos da recuperação pai-sagística. O âmbito dos estudos ébastante vasto, abrangendo o solo,melhoramento de técnicas e selec-ção das espécies a serem utilizadas.Também são estudadas as técnicasde revegetação e alguns problemasespecíficos, como as dificuldadesnas zonas inclinadas ou a escolhada mistura de sementes da hidros-sementeira.

Actualmente, o Plano de Recuperaçãoinclui não só a preocupação com aflora mas também com a fauna local.A introdução do conceito de biodiver-sidade no projecto de recuperaçãopaisagística foi a alteração mais sig-nificativa, na medida em que, actual-mente, o objectivo é uma recuperaçãomais abrangente, integrando as com-ponentes fauna e flora, e não apenaso aspecto visual da paisagem.

IVP - (Índice de Valorizaçãodas Parcelas) calculado por:n Valor de cada espécie(índice biológico);n Número de espéciesregistadas em cada local.

Habitat Naturaln CN – Calcário Naturaln MN – Marga Natural n CA – Calcário Ardidon MA – Marga Ardida

Habitat Recuperadon C80 – Calcário - déc.80n M80 – Marga - déc.80 n C90 – Calcário - déc.90 n M90 – Marga - déc.90 n C00 – Calcário - déc.2000 n M00 – Marga - déc.2000

Assim, em 2007, articulado com oprojecto de recuperação paisagísticae em parceria com o Departamentode Biologia da Universidade de Évora,iniciou-se o acompanhamento cientí-fico da componente faunística da pro-priedade da Fábrica Secil-Outão, tendopor base os seguintes objectivos:

n Caracterizar as comunidades ani-mais;n Caracterizar e avaliar o nível deocupação da fauna;n Valorizar a componente faunística(através de um Plano de Acção).

Principais Resultados

Após a elaboração de um diagnóstico(1ª fase), em que se identificaram 155a 157 espécies faunísticas (com a ocor-rência de algumas com interesse deconservação a nível nacional e /ou euro-peu), distribuídas pelas diferentescomunidades animais seleccionadas(insectos, anfíbios, répteis, aves emamíferos), definiram-se condicionan-tes que poderão influenciar as espécies.

A escassez de abrigos destina-dos a refúgio e reprodução, a fracadisponibilidade hídrica, a perturba-

ção de animais assilvestrados e abaixa cobertura de vegetação her-bácea em certos locais foram algunsdos factores limitantes identificados.

No geral, esta colaboração ava-lia a recuperação das pedreiras,monitorizando projectos anteriores eem curso, de modo a promover umarecuperação paisagística e ecológi-ca de excelência.

Já foram colocadas cerca de ummilhão de plantas mediterrânicas naspedreiras abandonadas e em explo-ração, abrangendo uma área total de35,5 ha.

A exploração das pedreiras estáno limite da área autorizada, pelo quenão existirá expansão para nenhumdos lados, apenas se explorará emprofundidade. A paisagem, no seutermo, será idêntica à de um vale.

PARTICIPAÇÃO DA SECIL NUM PROJECTO IBÉ-RICO QUE VISA A RECUPERAÇÃO PAISAGÍSTICADE PEDREIRASNa busca do aperfeiçoamento de técnicas de recu-peração paisagística, a Secil através da parceriacom a Faculdade de Ciências de Lisboa, participouno projecto EcoQuarry – Ecotechnology for Envi-ronmental Restoration of Limestone Quarries.Desenvolvido no âmbito do programa LIFEAmbiente, o Ecoquarry integra a participação deseis centros de investigação universitária, junta-mente com 17 empresas participantes, sendo aFábrica Secil-Outão a única empresa portugue-sa ligada ao sector cimenteiro no projecto.Este programa visa aplicar as melhores técnicasno domínio de recuperação paisagística de pedrei-ras a céu aberto, em condições mediterrânicas,através do estudo do efeito dos solos, da rega eda escolha das sementes no sucesso da recupe-ração. Um dos objectivos é o de criar um manualde boas práticas de recuperação de pedreiras.

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Fauna

IVP

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IVP - Índice de Valorização das Parcelas

Borboleta do Medronheiro

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Dos principais resultados obtidos na1ª fase encontram-se dois factos per-tinentes. Por um lado, verificou-se que,em termos de fauna, existem melho-res resultados nas parcelas maisrecentes (calcário e marga – décadade 2000) do que nas mais antigas, oque não era expectável. Por outrolado, nos patamares de marga recu-perados em 2000 (habitat recupera-do - M00) os resultados são semel-hantes às zonas naturais não inter-vencionadas.

Na 2ª fase procedeu-se à implemen-tação de um plano de acção, articu-lado com a recuperação paisagística,de modo a potenciar a ocupação deanimais dentro da propriedade daFábrica Secil-Outão.

De modo a avaliar o sucesso destasmedidas foi realizado um plano demonitorização, que se baseou noseguinte:

n Acompanhamento técnico na exe-cução das acções propostas; n Avaliação periódica do grau de ocu-pação nas estruturas existentes econstruídas artificialmente; n Avaliação da evolução da abun-dância dos grupos faunísticos estu-dados;n Realização de estudos de modo aaumentar a eficácia dos procedimentos.

Principais Resultados

n Construção de um percursoambiental;

n 20% das caixas-ninhoocupadas (4 espécies);n 1 caixa-abrigo paramorcegos ocupada;n Ocupação/utilização dosmuros de pedra;n Aumento do número demicromamíferos;n 26 espécies detectadasno charco artificial, comelevada afluência no perí-odo seco (entre Junho eOutubro);

A 3ª fase, actualmente emexecução (2011-14), tem

como objectivos a continuação daimplementação e monitorização dasmedidas do plano de acção, e a rea-lização de dois casos de estudo (quevisam enquadrar a biodiversidade daempresa na sua envolvente e a recu-peração paisagística na dinâmica demovimentos de populações animais).Para além do reforço das acçõesmais eficazes, o plano de acção con-sistirá também em alterar algumasmedidas que tiveram pouco suces-so e em implementar novas acçõese expandir as actuais.

O plano de monitorização da 3º faseconsistirá em avaliar a eficácia dasacções até então realizadas e a evo-lução da abundância e riqueza dosgrupos faunísticos estudados, com-parando com a situação de referên-cia de 2007 e 2010.

Casos de estudo:Enquadramento da Biodiversi-dade da Fábrica Secil-Outão nasua envolvente

Objectivo: estudar a fauna da regiãoenvolvente à Fábrica Secil-Outão, deforma a comparar e avaliar a biodiver-sidade na propriedade. Este caso deestudo assume particular importânciapois, mais uma vez, a empresa está aaumentar o âmbito da sua avaliação,estendendo o estudo muito para alémdos limites da sua propriedade.

Com base nos resultados obtidos na1ª fase e de modo a diminuir ou a eli-minar as principais condicionantesforam implementadas as seguintesacções:

n Aumento da diversidade das espé-cies de árvores, arbustos e herbáceas.n Construção e colocação de cai-xas-ninhos para aves e caixas-abri-go para morcegos, aglomerados emuros de pedra.n Criação de charcos artificiais.n Colaboração no âmbito da recolhade animais assilvestrados.n Realização de workshops sobrebiodiversidade.n Colaboração na detecção e contro-lo de incêndios.

Implementaçãodas medidas

Implementaçãodas medidas

Avaliação e ajuste das medidas

Avaliação e ajuste das medidas

MonitorizaçãoMonitorização

PARPPARP

Implementaçãodas medidas

Implementaçãodas medidas

IIIImmmmpppplllleeeemmmmeeeennnnttttaaaaççççããããooooddddaaaassss mmmmeeeeddddiiiiddddaaaassss

Implementaçãodas medidas

Avaliação e ajuste das medidas

Avaliação e ajustedas medidas

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Avaliação e ajuste das medidas

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Gineta no charco artificial

Mapa com aexpansão danova área deestudo

Conectividade – Movimentos doRatinho-do-campo (Apodemussylvaticus) numa área de eleva-da fragmentação

Objectivo: determinar o condicionalismocausado pela exploração nos movimen-tos de micromamíferos, usando comocaso estudo o ratinho-do-campo (Apo-demus sylvaticus).

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A validação de uma verdadeira política científica é obtidaatravés da apresentação de inúmeras publicações eintervenções realizadas pelos investigadores associadosaos projectos. Assim, estes artigos e comunicações sobreemissões atmosféricas, biodiversidade e modelos deintegração, apresentados em diversos eventos ciêntificosnacionais e internacionais, têm sido expostos ao escrutíniode diversos especialistas das respectivas áreas.

PublicaçõesReferenciação Científica

EMISSÕES ATMOSFÉRICAS

Artigos

n Zemba, Z.; Ames, M.; Green, L. ;Botelho, M. J.; Grossman, D.; Lin-kov, I.; Palma-Oliveira, J. (in press)Emissions of metals and polychlori-nated dibenzo(p)dioxins and furans(PCDD/Fs) from Portland CementManufacturing Plants: Inter-kiln Varia-bility and Dependence on Fuel-types.Science of Total Environment.

n Branquinho, C., Gaio-Oliveira, G.,Augusto S., Pinho P., Maguas C. &Correia O. (2008). Biomonitoring spa-tial and temporal impact of atmos-pheric dust from a cement industry.Environmental Pollution 151: 292-299.

n Nunes A., Brugnolli E., Máguas C.& Correia O. (2004). Efeito da depo-sição de poeiras calcárias na absor-vância foliar de espécies mediterrâ-

nicas. Revista de Biologia, Vol 22,Nºs 1-4, pp. 143-151.

n Gaio-Oliveira G., Branquinho C.,Máguas C. & Correia O. (1999). Spa-tial impact of atmospheric dust froma cement mill in Serra da Arrábidausing lichens as biomonitors. Revis-ta de Biologia 17: 33-42.

Comunicações

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n Zemba, S.; Ames, M.; Linkov, I.;Palma-Oliveira, J.; (2009) Risk Assess-ment of Hazardous Air Pollutants fromCement Kilns: Case Study of a Faci-lity with Extensive Emission Data.Paper presented in the Society of RiskAnalysis Annual Meeting Baltimore.

n Branquinho C., Cruz C., CarolinoM., Oliveira G., Nunes A. & Correia O.(2008). The effects of soil amendmenton the concentration of heavy metalson Mediterranean plants during arevegetation process. Apresentaçãoem painel no CICTA – 7º CongressoIbérico e 4º Iberoamericano de Con-taminação e Toxicologia Ambiental,

10-12 de Março, Reitoria da Univer-sidade Nova de Lisboa, Portugal.

n Loichot A., Nunes A., Máguas C.& Correia O. (2005). Efeito da depo-sição de poeiras calcárias nas carac-terísticas fotossintéticas de Olea euro-paea var. sylvestris. Apresentação empainel no IX Congresso Luso-Espa-nhol de Fisiologia Vegetal – XVI Reu-nião da Sociedade Espanhola deFisiologia Vegetal, 18-21 Setembro,Évora, Portugal. Pp.97 (resumo).

n Nunes A., Correia O., Brugnoli E.& Máguas C. (2003). Efeito da depo-sição de poeiras calcárias na absor-vância foliar de espécies mediterrâ-nicas. Apresentação em painel no 8.ºEncontro Nacional de Ecologia –SPECO, 30 de Outubro a 1 deNovembro, Universidade de Évora,Portugal.

n Nunes A. & Correia O. (2002).Impacto da deposição de poeiras narevegetação de pedreiras calcárias.Apresentação em painel no 7.ºEncontro Nacional de Ecologia – DaConservação de Espécies à Gestãode Ecossistemas – SPECO, 14-16de Novembro, Universidade dos Aço-res, Portugal.

n Nunes A., Máguas C. & Correia O.(2001). Avaliação do impacto dadeposição de poeiras na produtivi-dade de espécies mediterrânicas.Apresentação em painel no 6.º

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Encontro Nacional de Ecologia –Fragmentação de Habitats e Popu-lações – SPECO, 1-3 de Novembro,Universidade de Lisboa, Portugal.

n Nunes A., Máguas C. & Correia O.(2001). Efeito da deposição de poei-ra nas características fotossintéticasde espécies mediterrânicas de doisgrupos funcionais distintos. Comu-nicação oral na XIV Reunião da Socie-dade Espanhola de Fisiologia Vege-tal – VII Congresso Hispano-Luso deFisiologia Vegetal, 23-27 de Setem-bro, Badajoz, Espanha.

n Gaio-Oliveira G., Branquinho C.,Máguas C. & O. Correia (1998). Ava-liação do impacto espacial de poei-ras atmosféricas produzidas por umapedreira na Serra da Arrábida atravésda biomonitorização. Apresentaçãoem painel no 3º Encontro Nacional deEcologia, Faro, Portugal.

n Gaio-Oliveira G., Branquinho C. &C. Máguas (1998). Sources of varia-bility in sampling lichens for biomoni-toring purposes (1998). Apresentaçãoem painel no 2º Congresso Ibérico deContaminação e Toxicologia Ambien-tais (CICTA 98). Leioa, Espanha.

BIODIVERSIDADE

Teses de Mestrado

n Nunes A. 2010. O modelo linearmisto multinível na análise do efeitodo desbaste de pinheiros na recupe-ração ecológica de uma pedreira decalcário. Tese de Mestrado em Bioes-tatística, FCUL.

n Moedas A.R.G.O. 2010. Efeito doscomponentes da hidrossementeira nagerminação e crescimento de espé-cies autóctones. Tese de Mestrado emEcologia e Gestão Ambiental, FCUL.

n Mexia T. 2008. Revegetação e seusefeitos na sucessão ecológica empedreiras calcárias após exploração:a pedreira da Secil como caso-estu-do. Tese de Mestrado em Biologiada Conservação, FCUL.

Artigos

n Oliveira G., Nunes A., Clemente A.& Correia O. 2011. Effect of substra-te amendments on survival and growthof Mediterranean shrubs in a revege-tated quarry: an eight-year study. Eco-logical Engineering 37: 255-259.

n Meira, J., Clemente A., Oliveira O.,Nunes A. & Correia O. 2011. Post-fireand post-quarry rehabilitation suc-cession in mediterranean ecos-ystems: implications for ecologicalrestoration. Ecological Engineering.

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n Oliveira G. (2008). O projecto ECO-QUARRY – Ecotecnologia para a res-tauração ambiental de pedreiras cal-cárias. Naturlink (http://www.natur-l ink.pt/canais/Art igo.asp?iArt i-go=24541&iCanal=31&iSubCanal=50&iLingua=1).

n Oliveira G. (2008). Recuperaçãoecológica de pedreiras – um caso deestudo na Serra da Arrábida. Natur-link(http://www.naturlink.pt/canais/Artigo.asp?iArtigo=24203&iLingua=1).

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n Correia, P., Carvalho, L., Clemen-te A. & O. Correia (2007). As mico-rrizas e a recuperação de áreasdegradadas. Semanário Expresso, 5de Outubro de 2007.

n Werner C., Loichot A., Oliveira G.,Nunes A., Clemente A.S. & Correia O.(2005). Ecological restoration of limesto-ne quarries: a case study. Proceedingsof the 1st international Forum on ecolo-gical construction of Beijing (FECB2005),Beijing, China. pp. 152-163.

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n Correia P., Carvalho L., Tavares A.,Martins-Loução M.A. & KlironomosJ. (2004). Using native plants toassess arbuscular mycorrhizal fungiwhen restoring quarries in maquisecosystems (Portugal). EcologicalRestoration 22: 233-234.

n Correia O., A. S. Clemente, A. I.Correia, C. Máguas, M. Carolino, A.C. Afonso & Martins-Loução M. A.(2001). Quarry rehalibilitation: a casestudy. In: Villacampa, Y., Brebbia,C.A., Usó, J.L. (eds). Ecosystemsand Sustainable Development. III.Advances in ecological sciences 10.Wit press, Southampton, Boston,Massachusetts, pp. 331-346.

n Werner C., A. S. Clemente, P.M.Correia, P. Lino, C. Máguas, A. I.Correia & Correia O. (2001). Restora-

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tion of disturbed areas in the Medite-rranean - a case study in a limestonequarry. Pages 368-376 in Breckle,S.W., Veste, M., Wucherer, W., (eds)Sustainable Land-Use in Deserts.Springer-Verlag, Heidelberg, Germany.

Comunicações

n Mexia T., Nunes A. & Correia O.2010. O efeito da revegetação nasucessão ecológica em pedreirasapós exploração. III Simposio Inter-nacional sobre Restauración Ecoló-gica (Cuba). Comunicação oral.

n Nunes A., Oliveira G., Cabral M.S.& Correia O. 2010. Restauro ecoló-gico: o modelo linear multinível naanálise do efeito do desbaste de pi-nheiros numa pedreira calcária. 12ºEncontro Nacional de Ecologia(Porto). Comunicação oral.

n Salgueiro, P.A., Galantinho, A.G.,Carvalho, F., Silva, C., Medinas, D.,Oliveira, A., Miralto, M.O., Silva, A.,Sá, C. & Mira, A. (2010) Estudo daFauna nas pedreiras da Secil: diag-nose, valorização, gestão e recupe-ração. Actas do 12º Encontro Nacio-nal de Ecologia. 18-20 Outubro 2010,Porto, Portugal.

n Mexia T., Nunes A., Oliveira G., Cle-mente A., Cruz C., Branquinho C. &Correia O. (2010). Ensaios de me-lhoramento do substrato na recupe-ração de áreas degradadas: adiçãode RSU e de Gel hidrofílico. 12ºEncontro Nacional de Ecologia (Porto).

n Moedas A., Oliveira G., Nunes A.,Martins-Loução M.A., Correia O. &Clemente A. (2010). Efeito de pro-motores de crescimento utilizadosem hidrossementeira na germinaçãode espécies autóctones mediterrâni-cas. III Simposio Internacional sobreRestauración Ecológica (Cuba).

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n Nunes A., Clemente A., Correia P.,Correia O. & Gomes J. (2007). Apli-cação de Modelos Lineares Genera-lizados a dados biológicos: ensaiospara melhoramento de técnicas dehidro-sementeira em taludes depedreiras. Comunicação oral no XVCongresso Anual da Sociedade Por-tuguesa de Estatística, 19-21 deAgosto, ISCTE – Lisboa. Pp. 9 (resu-mo).

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recuperação de taludes de pedrei-ras. Apresentação em painel no 2ºCongresso Ibérico de Ecologia, 18-21 de Julho, Lisboa, Portugal. Pp.335 (resumo).

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n Nunes A., Oliveira G. & Correia O.(2005). Effect of Pinus halepensis thin-ning on Mediterranean vegetationdevelopment in a revegetated limes-tone quarry. Apresentação em painelno 48th International Association forVegetation Science Symposium,“Marginal Landscapes and nutrient-poor ecosystems: processes andadaptations”, 24-29 de Julho, Insti-tuto Superior de Agronomia, Lisboa.Pp. 119 (resumo).

n Afonso A.C., Barea, J.M. & Caro-lino M. (2002). Avaliação do efeito docorte de Pinus halepensis nas carac-terísticas microbiológicas do solo –um caso estudo em pedreiras calcá-rias mediterrânicas. Apresentação empainel no 7.º Encontro Nacional deEcologia – Da Conservação de Espé-cies à Gestão de Ecossistemas –SPECO, 14-16 de Novembro, Uni-versidade dos Açores, Portugal.

n Correia O. & Oliveira G. (2002).Bases Científicas para a implemen-tação de planos de revegetação empedreiras. Comunicação oral no 7.ºEncontro Nacional de Ecologia – DaConservação de Espécies à Gestãode Ecossistemas – SPECO, 14-16de Novembro, Universidade dos Aço-res, Portugal.

n Werner C. & O. Correia (1999).Selection and settlement of Medite-rranean plant species in quarry-degra-ded soils. Apresentação em painelna International conference “Syner-gies in desertification processes inthe mediterranean region”. MEDE-SERT’99. Perpignan, França.

n Lino, P. Correia, O., Máguas, C. &A.I. Correia (1998). Estudos de reve-getação de pedreiras calcárias (Serrada Arrábida). Apresentação em pai-nel no 3º Encontro Nacional de Eco-logia, Faro, Portugal.

INTEGRAÇÃO

Comunicações

n Palma-Oliveira, J.; Abreu, C. (2009)Integrated Approach to Risk Manage-ment and Risk Communication:Cement Manufacturing Case Study.Paper presented in the Society of RiskAnalysis Annual Meeting Baltimore.

n Igor Linkov, I.; Ames, M.; Bennet,E.; Palma-Oliveira, J. (2009) Realitiesand Conservatisms in Multi-PathwayRisk Assessments. Paper presentedin the Society of Risk Analysis AnnualMeeting Baltimore.

n Palma-Oliveira, J., Marques, N. Antu-nes, D.; Maia, N. (2009) Risk percep-tion and participatory processes: thatcase of Secil – Outão cement facility.Paper presented in the Society of RiskAnalysis Annual Meeting Baltimore.

Artigos

n Bravo Ferreira, José. (2007). Visualqualification and landscaping reco-very of the old wet process zone atthe Secil-Outão plant. Revista Técni-ca Hormigón, nº 904, August 2007.

n Palma-Oliveira, José; Abelho, Júlio.(2006). Environmental monitoringcommittee (EMC) at the Secil-Outãoplant stakeholder’s participation andinvolvement. Revista Técnica Hormi-gón, nº 892, September 2006.

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Assilvestrado - É um animal que jáfoi doméstico mas que, por ter sidoabandonado ou se ter perdido, já vivenas ruas há tanto tempo que acaboupor adquirir o comportamento esqui-vo dos animais não domesticados.

Biomassa Animal – Resíduos detecidos animais.

Britagem – Operação de reduçãoda granulometria do calcário e marga,através de um britador, com o objec-tivo de se obter material cuja dimen-são seja inferior a 9 cm.

CAA – Comissão de Acompanha-mento Ambiental.

Calcário / Marga – Inertes extraí-dos de pedreiras e utilizados no pro-cesso de produção de cimento. Ocalcário e a marga são compostos,essencialmente, por cálcio, sílica, alu-mina, magnésio e ferro.

Cinzas volantes – Resíduos resul-tantes da combustão do carvão mine-ral que podem ser provenientes dascentrais termoeléctricas a carvão.

Clínquer – Rocha artificial resultan-te da cozedura das matérias-primase que constitui o principal compo-nente do cimento.

CO – Monóxido de carbono.

CO2 – Dióxido de carbono.

Co-incineração – Operação devalorização de resíduos, em queestes substituem combustíveis fós-seis. No caso do processo de fabri-co de cimento, os resíduos são intro-duzidos no forno funcionando comocombustíveis alternativos. Esta ope-ração também pode ser designadapor reciclagem térmica ou valorizaçãoenergética.

Combustível Alternativo – Resí-duo resultante de um processo pro-dutivo, que pelas suas característi-cas físicas, químicas e poder calorí-fico pode ser utilizado como com-bustível, substituindo a utilização decombustíveis fósseis.

Combustíveis Fósseis – Com-bustíveis não renováveis formadoshá milhões de anos, daí o nome decombustível fóssil. Existem três gran-des tipos de combustíveis fósseis: ocarvão, o petróleo e o gás natural.Uma vez esgotados, não é possívelfabricá-los, daí que sejam não reno-váveis. Na indústria cimenteira sãoutilizados para aquecimento dos for-nos.

COT – Compostos orgânicos totais.

Cozedura – Operação de cozedu-ra do cru, através de elevadas tem-peraturas (1450 ºC) que, por reac-ções químicas complexas, condu-zem a um produto granulado cha-mado clínquer.

Dioxinas e Furanos – Compostosquímicos resultantes de condições decombustão incompleta. Tambémpodem resultar de processos naturaiscomo erupções vulcânicas e fogos flo-restais. Para se formarem é precisoexistir uma fonte de cloro, uma fonte dematéria orgânica e uma temperaturaentre 200º C e 600º C. São substân-cias altamente tóxicas e cancerígenas.

Ecossistema - Constituído pelosorganismos vivos que habitam umadeterminada área, o seu meio ambien-te/envolvente e as interacções que seestabelecem entre estes elementos(entre organismos vivos ou entre estese o seu meio envolvente).

Estilha ou Biomassa Vegetal –Pedaços de madeira provenientes dalimpeza de florestas e tratamento deresíduos de embalagens de madeira(exemplo: paletes de madeira, entreoutros).

Electrofiltros – Equipamento des-tinado a filtrar os gases resultantes deum processo industrial através decampos electromagnéticos, retendodesta forma as partículas.

Filtros de Manga – Equipamentodestinado a filtrar os gases resultan-tes de um processo industrial atravésde um conjunto de mangas (algo-dão, polyester ou teflon), onde aspartículas de pequenas dimensõesficam retidas.

Glossário

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Fluff de pneu – Componente têx-til não reciclável do pneu.

Granalha – Resíduo do processa-mento de minérios de cobre, ferro ououtros, usado, por exemplo, na deca-pagem dos navios.

HCl – Cloreto de hidrogénio.

HF – Fluoreto de hidrogénio

Líquenes – São seres vivos resul-tantes da simbiose formada por umfungo e uma alga.

Maciço Cársico – Tipo de paisa-gem característica de áreas onde pre-dominam rochas carbonatadascomo, por exemplo, os calcários.

Matérias-primas Primárias –Matérias tradicionalmente utilizadasno processo produtivo (por exemplo,calcário, marga e areia).

Matérias-primas Secundárias– Qualquer resíduo industrial resul-tante de um processo produtivo, quepelas suas características físico-quí-micas pode ser utilizado em substi-tuição de matérias-primas primárias.

Metais Pesados – Apresentam-seem concentrações muito pequenasna natureza e são altamente reacti-vos do ponto de vista químico, peloque é difícil encontrá-los em estadopuro. São metais bio-acumulativos,ou seja, o corpo humano ao assimi-lar este tipo de compostos não temcapacidade para os destruir ou rejei-tar. Geralmente, os seres vivos neces-sitam apenas de alguns metais e emdoses reduzidas. Se ultrapassaremcertas concentrações, estes metaistornam-se perigosos para a saúdehumana.

Moagem de Cimento – Opera-ção de moagem da mistura do clín-quer, aditivos (calcário, cinzas volan-tes das centrais térmicas, escóriasda siderurgia e outros materiais com

propriedades hidráulicas) e gesso. Otipo de cimento pretendido é quedetermina a composição da mistura,sendo quase sempre o clínquer maio-ritário.

Moagem de Cru – Operação deredução da granulometria dos mate-riais – calcário, marga, areia e granal-ha (óxido de ferro) – a pó (chamadocru ou farinha).

Normal Metro Cúbico – Condiçãoem que um gás ocupa um metrocúbico com a pressão de umaatmosfera e a temperatura a 0ºC.

NOx – Óxidos de azoto.

Parque Natural da Arrábida -Surge em 1976 (Decreto-Lei nº622/76, de 28 de Julho) com o prin-cipal objectivo de proteger os valo-res geológicos, florísticos e faunísti-cos locais, que constituem um patri-mónio natural de importância interna-cional. O valor da fauna e flora marin-has da Arrábida foi também contem-plado através de uma Reserva Marin-ha contígua.

PARP – Plano Ambiental de Recu-peração Paisagística.

Patamar – Zona superior do degrau(neste caso é a zona horizontal dapedreira, onde é mais fácil replantar).

Resíduos de Plásticos e Borra-chas – Resíduos que podem servalorizados energeticamente como,por exemplo, os chips de pneu

(pneus cortados em pedaços).

RIB (resíduos industriais banais)– Resíduos florestais, farinhas ani-mais, pneus, plásticos, desperdíciosde papel e cartão, entre outros, desdeque isentos de substâncias classifica-das como perigosas.

RIP (resíduos industriais peri-gosos) – Resíduos provenientes daindústria química (solventes, tintas,óleos ou vernizes).

RDF / CDR (refused derivedfuel / Combustíveis derivadosde resíduos) – Combustível alter-nativo resultante de um processo detratamento de RIB (papéis, plástico,cartão, madeiras, pedaços de tecido,entre outros) e que não é passível devalorização material (reciclagem).

Silos – Depósitos de armazenagem.

SO2 – Dióxido de enxofre.

Talude - Zona inclinada (neste casodo degrau da pedreira).

Valorização Energética – Opera-ção de valorização de resíduos, emque estes substituem combustíveisfósseis. No caso do processo defabrico de cimento, os resíduos sãointroduzidos no forno funcionandocomo combustíveis alternativos.

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