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Legislação Federal Educação Básica Nível Médio e Superior CONHECIMENTOS COMUNS PARA TODOS OS CARGOS SEDUC-RS SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL A1-AS230 22/4/2013

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Legislação Federal Educação Básica

Nível Médio e Superior

CONHECIMENTOS COMUNSPARA TODOS OS CARGOS

SEDUC-RSSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL

A1-AS23022/4/2013

© 2013 Vestcon Editora Ltda.

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/2/1998. Proibida a reprodução de qualquer parte deste material, sem autorização prévia expressa por escrito do autor e da editora, por quaisquer meios empregados, sejam eletrônicos, mecânicos, videográfi cos, fonográfi cos, reprográfi cos, micro lmicos, fotográfi cos, gráfi cos ou outros. Essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como às suas caracterís cas gráfi cas.

Título da obra: SEDUC-RS – Secretaria de Estado da Educação do Rio Grande do SulConhecimentos Comuns para Todos os Cargos – Nível Médio e Superior

Adendo: Legislação Federal Educação Básica

(Conforme Edital nº 01/2013, FDRH)

Autor:Zaíra Leite

DIRETORIA EXECUTIVANorma Suely A. P. Pimentel

PRODUÇÃO EDITORIALRosângela Sandy Tiago

EDIÇÃO DE TEXTOCláudia FreiresPaulo Henrique Ferreira

CAPARalfe Braga

ILUSTRAÇÃOFabrício MatosMicah Abe

PROJETO GRÁFICORalfe Braga

ASSISTENTE EDITORIALGabriela Tayná Moura de Abreu

ASSISTENTE DE PRODUÇÃOLaiany Calixto

EDITORAÇÃO ELETRÔNICAAdenilton da Silva CabralCarlos Alessandro de Oliveira FariaDiogo AlvesMarcos Aurélio Pereira

REVISÃOAna Paula Oliveira PagyDinalva FernandesÉrida CassianoGiselle BerthoMicheline Cardoso FerreiraRaysten Balbino Noleto

SEPN 509 Ed. Contag 3º andar CEP 70750-502 Brasília/DFSAC: 0800 600 4399 Tel.: (61) 3034 9576 Fax: (61) 3347 4399

www.vestcon.com.brPublicado em abril/2013

(A1-AS230)

Lei nº 11.645, de 10 março de 2008 ............................................................................................... 5

SUMÁRIO

Legislação Federal Educação Básica

SEDUC-RS

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LEI Nº 11.645, DE 10 MARÇO DE 2008

Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modifi cada pela Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo ofi cial da rede de ensino a obriga-toriedade da temá ca “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.

Art. 1º O art. 26-A da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.

§ 1º O conteúdo programá co a que se refere este ar go incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a par r desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e polí ca, per nentes à história do Brasil.

§ 2º Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indí-genas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação ar s ca e de literatura e história brasileiras. (NR)

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 10 de março de 2008; 187º da Independência e 120º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVAFernando Haddad

LEI Nº 11.494, DE 20 DE JUNHO DE 2007

Regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvi-mento da Educação Básica e de Valorização dos Profi ssio-nais da Educação – FUNDEB, de que trata o art. 60 do Ato das Disposições Cons tucionais Transitórias; altera a Lei nº 10.195, de 14 de fevereiro de 2001; revoga disposi vos das Leis nºs 9.424, de 24 de dezembro de 1996, 10.880, de 9 de junho de 2004, e 10.845, de 5 de março de 2004; e dá outras providências.

LEGISLAÇÃO FEDERAL EDUCAÇÃO BÁSICAZaíra Leite

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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO IDisposições Gerais

Art. 1º É ins tuído, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, um Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profi ssio-nais da Educação – FUNDEB, de natureza contábil, nos termos do art. 60 do Ato das Disposições Cons tucionais Transitórias – ADCT.

Parágrafo único. A ins tuição dos Fundos previstos no caput deste ar go e a apli-cação de seus recursos não isentam os Estados, o Distrito Federal e os Municípios da obrigatoriedade da aplicação na manutenção e no desenvolvimento do ensino, na forma prevista no art. 212 da Cons tuição Federal e no inciso VI do caput e parágrafo único do art. 10 e no inciso I do caput do art. 11 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, de:

I – pelo menos 5% (cinco por cento) do montante dos impostos e transferências que compõem a cesta de recursos do Fundeb, a que se referem os incisos I a IX do caput e o § 1º do art. 3º desta Lei, de modo que os recursos previstos no art. 3º desta Lei somados aos referidos neste inciso garantam a aplicação do mínimo de 25% (vinte e cinco por cento) desses impostos e transferências em favor da manutenção e de-senvolvimento do ensino;

II – pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) dos demais impostos e transferências.Art. 2º Os Fundos des nam-se à manutenção e ao desenvolvimento da educação

básica pública e à valorização dos trabalhadores em educação, incluindo sua condigna remuneração, observado o disposto nesta Lei.

CAPÍTULO IIDa Composição Financeira

Seção IDas Fontes de Receita dos Fundos

Art. 3º Os Fundos, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, são compostos por 20% (vinte por cento) das seguintes fontes de receita:

I – imposto sobre transmissão causa mor s e doação de quaisquer bens ou direitos previsto no inciso I do caput do art. 155 da Cons tuição Federal;

II – imposto sobre operações rela vas à circulação de mercadorias e sobre pres-tações de serviços de transportes interestadual e intermunicipal e de comunicação previsto no inciso II do caput do art. 155 combinado com o inciso IV do caput do art. 158 da Cons tuição Federal;

III – imposto sobre a propriedade de veículos automotores previsto no inciso III do caput do art. 155 combinado com o inciso III do caput do art. 158 da Cons tuição Federal;

IV – parcela do produto da arrecadação do imposto que a União eventualmente ins- tuir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo inciso I do caput do art. 154

da Cons tuição Federal prevista no inciso II do caput do art. 157 da Cons tuição Federal;

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V – parcela do produto da arrecadação do imposto sobre a propriedade territorial rural, rela vamente a imóveis situados nos Municípios, prevista no inciso II do caput do art. 158 da Cons tuição Federal;

VI – parcela do produto da arrecadação do imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza e do imposto sobre produtos industrializados devida ao Fundo de Par cipação dos Estados e do Distrito Federal – FPE e prevista na alínea a do inciso I do caput do art. 159 da Cons tuição Federal e no Sistema Tributário Nacional de que trata a Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966;

VII – parcela do produto da arrecadação do imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza e do imposto sobre produtos industrializados devida ao Fundo de Par cipação dos Municípios – FPM e prevista na alínea b do inciso I do caput do art. 159 da Cons tuição Federal e no Sistema Tributário Nacional de que trata a Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966;

VIII – parcela do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializa-dos devida aos Estados e ao Distrito Federal e prevista no inciso II do caput do art. 159 da Cons tuição Federal e na Lei Complementar nº 61, de 26 de dezembro de 1989; e

IX – receitas da dívida a va tributária rela va aos impostos previstos neste ar go, bem como juros e multas eventualmente incidentes.

§ 1º Inclui-se na base de cálculo dos recursos referidos nos incisos do caput deste ar go o montante de recursos fi nanceiros transferidos pela União aos Estados, ao Dis-trito Federal e aos Municípios, conforme disposto na Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996.

§ 2º Além dos recursos mencionados nos incisos do caput e no § 1º deste ar go, os Fundos contarão com a complementação da União, nos termos da Seção II deste Capítulo.

Seção IIDa Complementação da União

Art. 4º A União complementará os recursos dos Fundos sempre que, no âmbito de cada Estado e no Distrito Federal, o valor médio ponderado por aluno, calculado na forma do Anexo desta Lei, não alcançar o mínimo defi nido nacionalmente, fi xado de forma a que a complementação da União não seja inferior aos valores previstos no inciso VII do caput do art. 60 do ADCT.

§ 1º O valor anual mínimo por aluno defi nido nacionalmente cons tui-se em valor de referência rela vo aos anos iniciais do ensino fundamental urbano e será determi-nado contabilmente em função da complementação da União.

§ 2º O valor anual mínimo por aluno será defi nido nacionalmente, considerando-se a complementação da União após a dedução da parcela de que trata o art. 7º desta Lei, rela va a programas direcionados para a melhoria da qualidade da educação básica.

Art. 5º A complementação da União des na-se exclusivamente a assegurar recursos fi nanceiros aos Fundos, aplicando-se o disposto no caput do art. 160 da Cons tuição Federal.

§ 1º É vedada a u lização dos recursos oriundos da arrecadação da contribuição social do salário-educação a que se refere o § 5º do art. 212 da Cons tuição Federal na complementação da União aos Fundos.

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§ 2º A vinculação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino es-tabelecida no art. 212 da Cons tuição Federal suportará, no máximo, 30% (trinta por cento) da complementação da União.

Art. 6º A complementação da União será de, no mínimo, 10% (dez por cento) do total dos recursos a que se refere o inciso II do caput do art. 60 do ADCT.

§ 1º A complementação da União observará o cronograma da programação fi -nanceira do Tesouro Nacional e contemplará pagamentos mensais de, no mínimo, 5% (cinco por cento) da complementação anual, a serem realizados até o úl mo dia ú l de cada mês, assegurados os repasses de, no mínimo, 45% (quarenta e cinco por cento) até 31 de julho, de 85% (oitenta e cinco por cento) até 31 de dezembro de cada ano, e de 100% (cem por cento) até 31 de janeiro do exercício imediatamente subsequente.

§ 2º A complementação da União a maior ou a menor em função da diferença entre a receita u lizada para o cálculo e a receita realizada do exercício de referência será ajustada no 1º (primeiro) quadrimestre do exercício imediatamente subsequente e debitada ou creditada à conta específi ca dos Fundos, conforme o caso.

§ 3º O não cumprimento do disposto no caput deste ar go importará em crime de responsabilidade da autoridade competente.

Art. 7º Parcela da complementação da União, a ser fi xada anualmente pela Comissão Intergovernamental de Financiamento para a Educação Básica de Qualidade ins tuída na forma da Seção II do Capítulo III desta Lei, limitada a até 10% (dez por cento) de seu valor anual, poderá ser distribuída para os Fundos por meio de programas direcionados para a melhoria da qualidade da educação básica, na forma do regulamento.

Parágrafo único. Para a distribuição da parcela de recursos da complementação a que se refere o caput deste ar go aos Fundos de âmbito estadual benefi ciários da complementação nos termos do art. 4º desta Lei, levar-se-á em consideração:

I – a apresentação de projetos em regime de colaboração por Estado e respec vos Municípios ou por consórcios municipais;

II – o desempenho do sistema de ensino no que se refere ao esforço de habilitação dos professores e aprendizagem dos educandos e melhoria do fl uxo escolar;

III – o esforço fi scal dos entes federados;IV – a vigência de plano estadual ou municipal de educação aprovado por lei.

CAPÍTULO IIIDa Distribuição dos Recursos

Seção IDisposições Gerais

Art. 8º A distribuição de recursos que compõem os Fundos, no âmbito de cada Es-tado e do Distrito Federal, dar-se-á, entre o governo estadual e os de seus Municípios, na proporção do número de alunos matriculados nas respec vas redes de educação básica pública presencial, na forma do Anexo desta Lei.

§ 1º Será admi do, para efeito da distribuição dos recursos previstos no inciso II do caput do art. 60 do ADCT, em relação às ins tuições comunitárias, confessionais ou fi lantrópicas sem fi ns lucra vos e conveniadas com o poder público, o cômputo das matrículas efe vadas: (Redação dada pela Lei nº 12.695, de 2012)

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I – na educação infan l oferecida em creches para crianças de até 3 (três) anos; (Incluído pela Lei nº 12.695, de 2012)

II – na educação do campo oferecida em ins tuições credenciadas que tenham como proposta pedagógica a formação por alternância, observado o disposto em regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.695, de 2012)

§ 2º As ins tuições a que se refere o § 1º deste ar go deverão obrigatória e cumu-la vamente:

I – oferecer igualdade de condições para o acesso e permanência na escola e aten-dimento educacional gratuito a todos os seus alunos;

II – comprovar fi nalidade não lucra va e aplicar seus excedentes fi nanceiros em educação na etapa ou modalidade previstas nos §§ 1º, 3º e 4º deste ar go;

III – assegurar a des nação de seu patrimônio a outra escola comunitária, fi lan-trópica ou confessional com atuação na etapa ou modalidade previstas nos §§ 1º, 3º e 4º deste ar go ou ao poder público no caso do encerramento de suas a vidades;

IV – atender a padrões mínimos de qualidade defi nidos pelo órgão norma vo do sis-tema de ensino, inclusive, obrigatoriamente, ter aprovados seus projetos pedagógicos;

V – ter cer fi cado do Conselho Nacional de Assistência Social ou órgão equivalente, na forma do regulamento.

§ 3º Admi r-se-á, pelo prazo de 4 (quatro) anos, o cômputo das matrículas das pré-escolas, comunitárias, confessionais ou fi lantrópicas, sem fi ns lucra vos, conve-niadas com o poder público e que atendam às crianças de 4 (quatro) e 5 (cinco) anos, observadas as condições previstas nos incisos I a V do § 2º deste ar go, efe vadas, conforme o censo escolar mais atualizado até a data de publicação desta Lei.

§ 3º Será admi do, até 31 de dezembro de 2016, o cômputo das matrículas das pré-escolas, comunitárias, confessionais ou fi lantrópicas, sem fi ns lucra vos, conve-niadas com o poder público e que atendam às crianças de 4 (quatro) e 5 (cinco) anos, observadas as condições previstas nos incisos I a V do § 2º, efe vadas, conforme o censo escolar mais atualizado até a data de publicação desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.695, de 2012)

§ 3º Será admi do, até 31 de dezembro de 2016, o cômputo das matrículas das pré-escolas, comunitárias, confessionais ou fi lantrópicas, sem fi ns lucra vos, convenia-das com o Poder público e que atendam a crianças de quatro e cinco anos, observadas as condições previstas nos incisos I a V do § 2º, efe vadas, conforme o censo escolar mais atualizado. (Redação dada pela Medida Provisória nº 606, de 2013)

§ 4º Observado o disposto no parágrafo único do art. 60 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e no § 2º deste ar go, admi r-se-á o cômputo das matrículas efe vadas, conforme o censo escolar mais atualizado, na educação especial oferecida em ins tuições comunitárias, confessionais ou fi lantrópicas sem fi ns lucra vos, con-veniadas com o poder público, com atuação exclusiva na modalidade.

§ 5º Eventuais diferenças do valor anual por aluno entre as ins tuições públicas da etapa e da modalidade referidas neste ar go e as ins tuições a que se refere o § 1º deste ar go serão aplicadas na criação de infraestrutura da rede escolar pública.

§ 6º Os recursos des nados às ins tuições de que tratam os §§ 1º, 3º e 4º deste ar go somente poderão ser des nados às categorias de despesa previstas no art. 70 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

Art. 9º Para os fi ns da distribuição dos recursos de que trata esta Lei, serão conside-radas exclusivamente as matrículas presenciais efe vas, conforme os dados apurados no

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censo escolar mais atualizado, realizado anualmente pelo Ins tuto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP, considerando as ponderações aplicáveis.

§ 1º Os recursos serão distribuídos entre o Distrito Federal, os Estados e seus Municípios, considerando-se exclusivamente as matrículas nos respec vos âmbitos de atuação prioritária, conforme os §§ 2º e 3º do art. 211 da Cons tuição Federal, observado o disposto no § 1º do art. 21 desta Lei.

§ 2º Serão consideradas, para a educação especial, as matrículas na rede regular de ensino, em classes comuns ou em classes especiais de escolas regulares, e em escolas especiais ou especializadas.

§ 3º Os profi ssionais do magistério da educação básica da rede pública de ensino cedidos para as ins tuições a que se referem os §§ 1º, 3º e 4º do art. 8º desta Lei se-rão considerados como em efe vo exercício na educação básica pública para fi ns do disposto no art. 22 desta Lei.

§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão, no prazo de 30 (trinta) dias da publicação dos dados do censo escolar no Diário Ofi cial da União, apresentar recursos para re fi cação dos dados publicados.

Art. 10. A distribuição proporcional de recursos dos Fundos levará em conta as seguintes diferenças entre etapas, modalidades e pos de estabelecimento de ensino da educação básica:

I – creche em tempo integral;II – pré-escola em tempo integral;III – creche em tempo parcial;IV – pré-escola em tempo parcial;V – anos iniciais do ensino fundamental urbano;VI – anos iniciais do ensino fundamental no campo;VII – anos fi nais do ensino fundamental urbano;VIII – anos fi nais do ensino fundamental no campo;IX – ensino fundamental em tempo integral;X – ensino médio urbano;XI – ensino médio no campo;XII – ensino médio em tempo integral;XIII – ensino médio integrado à educação profi ssional;XIV – educação especial;XV – educação indígena e quilombola;XVI – educação de jovens e adultos com avaliação no processo;XVII – educação de jovens e adultos integrada à educação profi ssional de nível

médio, com avaliação no processo.§ 1º A ponderação entre diferentes etapas, modalidades e pos de estabelecimen-

to de ensino adotará como referência o fator 1 (um) para os anos iniciais do ensino fundamental urbano, observado o disposto no § 1º do art. 32 desta Lei.

§ 2º A ponderação entre demais etapas, modalidades e pos de estabelecimento será resultado da mul plicação do fator de referência por um fator específi co fi xado entre 0,70 (setenta centésimos) e 1,30 (um inteiro e trinta centésimos), observando-se, em qualquer hipótese, o limite previsto no art. 11 desta Lei.

§ 3º Para os fi ns do disposto neste ar go, o regulamento disporá sobre a educação básica em tempo integral e sobre os anos iniciais e fi nais do ensino fundamental.

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§ 4º O direito à educação infan l será assegurado às crianças até o término do ano le vo em que completarem 6 (seis) anos de idade.

Art. 11. A apropriação dos recursos em função das matrículas na modalidade de educação de jovens e adultos, nos termos da alínea c do inciso III do caput do art. 60 do Ato das Disposições Cons tucionais Transitórias – ADCT, observará, em cada Estado e no Distrito Federal, percentual de até 15% (quinze por cento) dos recursos do Fundo respec vo.

Seção IIDa Comissão Intergovernamental de

Financiamento para a Educação Básica de Qualidade

Art. 12. Fica ins tuída, no âmbito do Ministério da Educação, a Comissão Intergo-vernamental de Financiamento para a Educação Básica de Qualidade, com a seguinte composição:

I – 1 (um) representante do Ministério da Educação;II – 1 (um) representante dos secretários estaduais de educação de cada uma das

5 (cinco) regiões polí co-administra vas do Brasil indicado pelas seções regionais do Conselho Nacional de Secretários de Estado da Educação – CONSED;

III – 1 (um) representante dos secretários municipais de educação de cada uma das 5 (cinco) regiões polí co-administra vas do Brasil indicado pelas seções regionais da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação – UNDIME.

§ 1º As deliberações da Comissão Intergovernamental de Financiamento para a Educação Básica de Qualidade serão registradas em ata circunstanciada, lavrada con-forme seu regimento interno.

§ 2º As deliberações rela vas à especifi cação das ponderações serão baixadas em resolução publicada no Diário Ofi cial da União até o dia 31 de julho de cada exercício, para vigência no exercício seguinte.

§ 3º A par cipação na Comissão Intergovernamental de Financiamento para a Edu-cação Básica de Qualidade é função não remunerada de relevante interesse público, e seus membros, quando convocados, farão jus a transporte e diárias.

Art. 13. No exercício de suas atribuições, compete à Comissão Intergovernamental de Financiamento para a Educação Básica de Qualidade:

I – especifi car anualmente as ponderações aplicáveis entre diferentes etapas, modalidades e pos de estabelecimento de ensino da educação básica, observado o disposto no art. 10 desta Lei, levando em consideração a correspondência ao custo real da respec va etapa e modalidade e po de estabelecimento de educação básica, segundo estudos de custo realizados e publicados pelo Inep;

II – fi xar anualmente o limite proporcional de apropriação de recursos pelas dife-rentes etapas, modalidades e pos de estabelecimento de ensino da educação básica, observado o disposto no art. 11 desta Lei;

III – fi xar anualmente a parcela da complementação da União a ser distribuída para os Fundos por meio de programas direcionados para a melhoria da qualidade da educação básica, bem como respec vos critérios de distribuição, observado o disposto no art. 7º desta Lei;

IV – elaborar, requisitar ou orientar a elaboração de estudos técnicos per nentes, sempre que necessário;

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V – elaborar seu regimento interno, baixado em portaria do Ministro de Estado da Educação.

VI – fi xar percentual mínimo de recursos a ser repassado às ins tuições de que tratam os incisos I e II do § 1º e os §§ 3º e 4º do art. 8º, de acordo com o número de matrículas efe vadas. (Incluído pela Lei nº 12.695, de 2012)

§ 1º Serão adotados como base para a decisão da Comissão Intergovernamental de Financiamento para a Educação Básica de Qualidade os dados do censo escolar anual mais atualizado realizado pelo Inep.

§ 2º A Comissão Intergovernamental de Financiamento para a Educação Básica de Qualidade exercerá suas competências em observância às garan as estabelecidas nos incisos I, II, III e IV do caput do art. 208 da Cons tuição Federal e às metas de univer-salização da educação básica estabelecidas no plano nacional de educação.

Art. 14. As despesas da Comissão Intergovernamental de Financiamento para a Educação Básica de Qualidade correrão à conta das dotações orçamentárias anualmente consignadas ao Ministério da Educação.

CAPÍTULO IVDa Transferência e da Gestão dos Recursos

Art. 15. O Poder Execu vo federal publicará, até 31 de dezembro de cada exercício, para vigência no exercício subsequente:

I – a es ma va da receita total dos Fundos;II – a es ma va do valor da complementação da União;III – a es ma va dos valores anuais por aluno no âmbito do Distrito Federal e de

cada Estado;IV – o valor anual mínimo por aluno defi nido nacionalmente.Parágrafo único. Para o ajuste da complementação da União de que trata o § 2º do

art. 6º desta Lei, os Estados e o Distrito Federal deverão publicar na imprensa ofi cial e encaminhar à Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, até o dia 31 de janeiro, os valores da arrecadação efe va dos impostos e das transferências de que trata o art. 3º desta Lei referentes ao exercício imediatamente anterior.

Art. 16. Os recursos dos Fundos serão disponibilizados pelas unidades transferidoras ao Banco do Brasil S.A. ou Caixa Econômica Federal, que realizará a distribuição dos valores devidos aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

Parágrafo único. São unidades transferidoras a União, os Estados e o Distrito Federal em relação às respec vas parcelas do Fundo cuja arrecadação e disponibilização para distribuição sejam de sua responsabilidade.

Art. 17. Os recursos dos Fundos, provenientes da União, dos Estados e do Distrito Federal, serão repassados automa camente para contas únicas e específi cas dos Governos Estaduais, do Distrito Federal e dos Municípios, vinculadas ao respec vo Fundo, ins tuídas para esse fi m e man das na ins tuição fi nanceira de que trata o art. 16 desta Lei.

§ 1º Os repasses aos Fundos provenientes das par cipações a que se refere o inciso II do caput do art. 158 e as alíneas a e b do inciso I do caput e inciso II do caput do art. 159 da Cons tuição Federal, bem como os repasses aos Fundos à conta das compensações fi nanceiras aos Estados, Distrito Federal e Municípios a que se refere a Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996, constarão dos orçamentos da

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União, dos Estados e do Distrito Federal e serão creditados pela União em favor dos Governos Estaduais, do Distrito Federal e dos Municípios nas contas específi cas a que se refere este ar go, respeitados os critérios e as fi nalidades estabelecidas nesta Lei, observados os mesmos prazos, procedimentos e forma de divulgação adotados para o repasse do restante dessas transferências cons tucionais em favor desses governos.

§ 2º Os repasses aos Fundos provenientes dos impostos previstos nos incisos I, II e III do caput do art. 155 combinados com os incisos III e IV do caput do art. 158 da Cons tuição Federal constarão dos orçamentos dos Governos Estaduais e do Distrito Federal e serão depositados pelo estabelecimento ofi cial de crédito previsto no art. 4º da Lei Complementar nº 63, de 11 de janeiro de 1990, no momento em que a arreca-dação es ver sendo realizada nas contas do Fundo abertas na ins tuição fi nanceira de que trata o caput deste ar go.

§ 3º A ins tuição fi nanceira de que trata o caput deste ar go, no que se refere aos recursos dos impostos e par cipações mencionados no § 2º deste ar go, creditará imediatamente as parcelas devidas ao Governo Estadual, ao Distrito Federal e aos Municípios nas contas específi cas referidas neste ar go, observados os critérios e as fi nalidades estabelecidas nesta Lei, procedendo à divulgação dos valores creditados de forma similar e com a mesma periodicidade u lizada pelos Estados em relação ao restante da transferência do referido imposto.

§ 4º Os recursos dos Fundos provenientes da parcela do imposto sobre produtos industrializados, de que trata o inciso II do caput do art. 159 da Cons tuição Federal, serão creditados pela União em favor dos Governos Estaduais e do Distrito Federal nas contas específi cas, segundo os critérios e respeitadas as fi nalidades estabelecidas nesta Lei, observados os mesmos prazos, procedimentos e forma de divulgação previstos na Lei Complementar nº 61, de 26 de dezembro de 1989.

§ 5º Do montante dos recursos do imposto sobre produtos industrializados de que trata o inciso II do caput do art. 159 da Cons tuição Federal a parcela devida aos Municípios, na forma do disposto no art. 5º da Lei Complementar nº 61, de 26 de dezembro de 1989, será repassada pelo Governo Estadual ao respec vo Fundo e os recursos serão creditados na conta específi ca a que se refere este ar go, observados os mesmos prazos, procedimentos e forma de divulgação do restante dessa transfe-rência aos Municípios.

§ 6º A ins tuição fi nanceira disponibilizará, permanentemente, aos conselhos referidos nos incisos II, III e IV do § 1º do art. 24 desta Lei os extratos bancários refe-rentes à conta do fundo.

§ 7º Os recursos depositados na conta específi ca a que se refere o caput deste ar go serão depositados pela União, Distrito Federal, Estados e Municípios na forma prevista no § 5º do art. 69 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

Art. 18. Nos termos do § 4º do art. 211 da Cons tuição Federal, os Estados e os Mu-nicípios poderão celebrar convênios para a transferência de alunos, recursos humanos, materiais e encargos fi nanceiros, assim como de transporte escolar, acompanhados da transferência imediata de recursos fi nanceiros correspondentes ao número de matrículas assumido pelo ente federado.

Parágrafo único. (Vetado)Art. 19. Os recursos disponibilizados aos Fundos pela União, pelos Estados e pelo

Distrito Federal deverão ser registrados de forma detalhada a fi m de evidenciar as respec vas transferências.

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Art. 20. Os eventuais saldos de recursos fi nanceiros disponíveis nas contas especí-fi cas dos Fundos cuja perspec va de u lização seja superior a 15 (quinze) dias deverão ser aplicados em operações fi nanceiras de curto prazo ou de mercado aberto, lastreadas em tulos da dívida pública, na ins tuição fi nanceira responsável pela movimentação dos recursos, de modo a preservar seu poder de compra.

Parágrafo único. Os ganhos fi nanceiros auferidos em decorrência das aplicações previstas no caput deste ar go deverão ser u lizados na mesma fi nalidade e de acordo com os mesmos critérios e condições estabelecidas para u lização do valor principal do Fundo.

CAPÍTULO VDa U lização dos Recursos

Art. 21. Os recursos dos Fundos, inclusive aqueles oriundos de complementação da União, serão u lizados pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no exercício fi nanceiro em que lhes forem creditados, em ações consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino para a educação básica pública, conforme disposto no art. 70 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

§ 1º Os recursos poderão ser aplicados pelos Estados e Municípios indis ntamente entre etapas, modalidades e pos de estabelecimento de ensino da educação básica nos seus respec vos âmbitos de atuação prioritária, conforme estabelecido nos §§ 2º e 3º do art. 211 da Cons tuição Federal.

§ 2º Até 5% (cinco por cento) dos recursos recebidos à conta dos Fundos, inclusive rela vos à complementação da União recebidos nos termos do § 1º do art. 6º desta Lei, poderão ser u lizados no 1º (primeiro) trimestre do exercício imediatamente subsequente, mediante abertura de crédito adicional.

Art. 22. Pelo menos 60% (sessenta por cento) dos recursos anuais totais dos Fundos serão des nados ao pagamento da remuneração dos profi ssionais do magistério da educação básica em efe vo exercício na rede pública.

Parágrafo único. Para os fi ns do disposto no caput deste ar go, considera-se:I – remuneração: o total de pagamentos devidos aos profi ssionais do magistério

da educação, em decorrência do efe vo exercício em cargo, emprego ou função, in-tegrantes da estrutura, quadro ou tabela de servidores do Estado, Distrito Federal ou Município, conforme o caso, inclusive os encargos sociais incidentes;

II – profi ssionais do magistério da educação: docentes, profi ssionais que oferecem suporte pedagógico direto ao exercício da docência: direção ou administração escolar, planejamento, inspeção, supervisão, orientação educacional e coordenação pedagógica;

III – efe vo exercício: atuação efe va no desempenho das a vidades de magistério previstas no inciso II deste parágrafo associada à sua regular vinculação contratual, temporária ou estatutária, com o ente governamental que o remunera, não sendo descaracterizado por eventuais afastamentos temporários previstos em lei, com ônus para o empregador, que não impliquem rompimento da relação jurídica existente.

Art. 23. É vedada a u lização dos recursos dos Fundos:I – no fi nanciamento das despesas não consideradas como de manutenção e

desenvolvimento da educação básica, conforme o art. 71 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996;

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II – como garan a ou contrapar da de operações de crédito, internas ou externas, contraídas pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios que não se des -nem ao fi nanciamento de projetos, ações ou programas considerados como ação de manutenção e desenvolvimento do ensino para a educação básica.

CAPÍTULO VIDo Acompanhamento, Controle Social, Comprovação e

Fiscalização dos Recursos

Art. 24. O acompanhamento e o controle social sobre a distribuição, a transferência e a aplicação dos recursos dos Fundos serão exercidos, junto aos respec vos governos, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, por conselhos ins tuídos especifi camente para esse fi m.

§ 1º Os conselhos serão criados por legislação específi ca, editada no per nente âmbito governamental, observados os seguintes critérios de composição:

I – em âmbito federal, por no mínimo 14 (quatorze) membros, sendo:a) até 4 (quatro) representantes do Ministério da Educação;b) 1 (um) representante do Ministério da Fazenda;c) 1 (um) representante do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;d) 1 (um) representante do Conselho Nacional de Educação;e) 1 (um) representante do Conselho Nacional de Secretários de Estado da Edu-

cação – CONSED;f) 1 (um) representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educa-

ção – CNTE;g) 1 (um) representante da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educa-

ção – UNDIME;h) 2 (dois) representantes dos pais de alunos da educação básica pública;i) 2 (dois) representantes dos estudantes da educação básica pública, um dos quais

indicado pela União Brasileira de Estudantes Secundaristas – UBES;II – em âmbito estadual, por no mínimo 12 (doze) membros, sendo:a) 3 (três) representantes do Poder Execu vo estadual, dos quais pelo menos 1

(um) do órgão estadual responsável pela educação básica;b) 2 (dois) representantes dos Poderes Execu vos Municipais;c) 1 (um) representante do Conselho Estadual de Educação;d) 1 (um) representante da seccional da União Nacional dos Dirigentes Municipais

de Educação – UNDIME;e) 1 (um) representante da seccional da Confederação Nacional dos Trabalhadores

em Educação – CNTE;f) 2 (dois) representantes dos pais de alunos da educação básica pública;g) 2 (dois) representantes dos estudantes da educação básica pública, 1 (um) dos

quais indicado pela en dade estadual de estudantes secundaristas;III – no Distrito Federal, por no mínimo 9 (nove) membros, sendo a composição

determinada pelo disposto no inciso II deste parágrafo, excluídos os membros men-cionados nas suas alíneas b e d;

IV – em âmbito municipal, por no mínimo 9 (nove) membros, sendo:a) 2 (dois) representantes do Poder Execu vo Municipal, dos quais pelo menos 1

(um) da Secretaria Municipal de Educação ou órgão educacional equivalente;

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b) 1 (um) representante dos professores da educação básica pública;c) 1 (um) representante dos diretores das escolas básicas públicas;d) 1 (um) representante dos servidores técnico-administra vos das escolas básicas

públicas;e) 2 (dois) representantes dos pais de alunos da educação básica pública;f) 2 (dois) representantes dos estudantes da educação básica pública, um dos quais

indicado pela en dade de estudantes secundaristas.§ 2º Integrarão ainda os conselhos municipais dos Fundos, quando houver, 1 (um)

representante do respec vo Conselho Municipal de Educação e 1 (um) representante do Conselho Tutelar a que se refere a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, indicados por seus pares.

§ 3º Os membros dos conselhos previstos no caput deste ar go serão indicados até 20 (vinte) dias antes do término do mandato dos conselheiros anteriores:

I – pelos dirigentes dos órgãos federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal e das en dades de classes organizadas, nos casos das representações dessas instâncias;

II – nos casos dos representantes dos diretores, pais de alunos e estudantes, pelo conjunto dos estabelecimentos ou en dades de âmbito nacional, estadual ou municipal, conforme o caso, em processo ele vo organizado para esse fi m, pelos respec vos pares;

III – nos casos de representantes de professores e servidores, pelas en dades sindicais da respec va categoria.

§ 4º Indicados os conselheiros, na forma dos incisos I e II do § 3º deste ar go, o Mi-nistério da Educação designará os integrantes do conselho previsto no inciso I do § 1º deste ar go, e o Poder Execu vo competente designará os integrantes dos conselhos previstos nos incisos II, III e IV do § 1º deste ar go.

§ 5º São impedidos de integrar os conselhos a que se refere o caput deste ar go:I – cônjuge e parentes consanguíneos ou afi ns, até 3º (terceiro) grau, do Presiden-

te e do Vice-Presidente da República, dos Ministros de Estado, do Governador e do Vice-Governador, do Prefeito e do Vice-Prefeito, e dos Secretários Estaduais, Distritais ou Municipais;

II – tesoureiro, contador ou funcionário de empresa de assessoria ou consultoria que prestem serviços relacionados à administração ou controle interno dos recursos do Fundo, bem como cônjuges, parentes consanguíneos ou afi ns, até 3º (terceiro) grau, desses profi ssionais;

III – estudantes que não sejam emancipados;IV – pais de alunos que:a) exerçam cargos ou funções públicas de livre nomeação e exoneração no âmbito

dos órgãos do respec vo Poder Execu vo gestor dos recursos; oub) prestem serviços terceirizados, no âmbito dos Poderes Execu vos em que atuam

os respec vos conselhos.§ 6º O presidente dos conselhos previstos no caput deste ar go será eleito por seus

pares em reunião do colegiado, sendo impedido de ocupar a função o representante do governo gestor dos recursos do Fundo no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

§ 7º Os conselhos dos Fundos atuarão com autonomia, sem vinculação ou subor-dinação ins tucional ao Poder Execu vo local e serão renovados periodicamente ao fi nal de cada mandato dos seus membros.

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§ 8º A atuação dos membros dos conselhos dos Fundos:I – não será remunerada;II – é considerada a vidade de relevante interesse social;III – assegura isenção da obrigatoriedade de testemunhar sobre informações re-

cebidas ou prestadas em razão do exercício de suas a vidades de conselheiro e sobre as pessoas que lhes confi arem ou deles receberem informações;

IV – veda, quando os conselheiros forem representantes de professores e diretores ou de servidores das escolas públicas, no curso do mandato:

a) exoneração ou demissão do cargo ou emprego sem justa causa ou transferência involuntária do estabelecimento de ensino em que atuam;

b) atribuição de falta injus fi cada ao serviço em função das a vidades do conselho;c) afastamento involuntário e injus fi cado da condição de conselheiro antes do

término do mandato para o qual tenha sido designado;V – veda, quando os conselheiros forem representantes de estudantes em a vida-

des do conselho, no curso do mandato, atribuição de falta injus fi cada nas a vidades escolares.

§ 9º Aos conselhos incumbe, ainda, supervisionar o censo escolar anual e a elaboração da proposta orçamentária anual, no âmbito de suas respec vas esferas governamentais de atuação, com o obje vo de concorrer para o regular e tempes vo tratamento e encaminhamento dos dados esta s cos e fi nanceiros que alicerçam a operacionalização dos Fundos.

§ 10. Os conselhos dos Fundos não contarão com estrutura administra va pró-pria, incumbindo à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios garan r infra-estrutura e condições materiais adequadas à execução plena das competências dos conselhos e oferecer ao Ministério da Educação os dados cadastrais rela vos à criação e composição dos respec vos conselhos.

§ 11. Os membros dos conselhos de acompanhamento e controle terão mandato de, no máximo, 2 (dois) anos, permi da 1 (uma) recondução por igual período.

§ 12. Na hipótese da inexistência de estudantes emancipados, representação es-tudan l poderá acompanhar as reuniões do conselho com direito a voz.

§ 13. Aos conselhos incumbe, também, acompanhar a aplicação dos recursos fe-derais transferidos à conta do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar – PNATE e do Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino para Atendimento à Educação de Jovens e Adultos e, ainda, receber e analisar as prestações de contas referentes a esses Programas, formulando pareceres conclusivos acerca da aplicação desses recur-sos e encaminhando-os ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE.

Art. 25. Os registros contábeis e os demonstra vos gerenciais mensais, atualiza-dos, rela vos aos recursos repassados e recebidos à conta dos Fundos assim como os referentes às despesas realizadas fi carão permanentemente à disposição dos conse-lhos responsáveis, bem como dos órgãos federais, estaduais e municipais de controle interno e externo, e ser-lhes-á dada ampla publicidade, inclusive por meio eletrônico.

Parágrafo único. Os conselhos referidos nos incisos II, III e IV do § 1º do art. 24 desta Lei poderão, sempre que julgarem conveniente:

I – apresentar ao Poder Legisla vo local e aos órgãos de controle interno e externo manifestação formal acerca dos registros contábeis e dos demonstra vos gerenciais do Fundo;

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II – por decisão da maioria de seus membros, convocar o Secretário de Educação competente ou servidor equivalente para prestar esclarecimentos acerca do fl uxo de recursos e a execução das despesas do Fundo, devendo a autoridade convocada apresentar-se em prazo não superior a 30 (trinta) dias;

III – requisitar ao Poder Execu vo cópia de documentos referentes a:a) licitação, empenho, liquidação e pagamento de obras e serviços custeados com

recursos do Fundo;b) folhas de pagamento dos profi ssionais da educação, as quais deverão discriminar

aqueles em efe vo exercício na educação básica e indicar o respec vo nível, modalidade ou po de estabelecimento a que estejam vinculados;

c) documentos referentes aos convênios com as ins tuições a que se refere o art. 8º desta Lei;

d) outros documentos necessários ao desempenho de suas funções;IV – realizar visitas e inspetorias in loco para verifi car:a) o desenvolvimento regular de obras e serviços efetuados nas ins tuições esco-

lares com recursos do Fundo;b) a adequação do serviço de transporte escolar;c) a u lização em bene cio do sistema de ensino de bens adquiridos com recursos

do Fundo.Art. 26. A fi scalização e o controle referentes ao cumprimento do disposto no

art. 212 da Cons tuição Federal e do disposto nesta Lei, especialmente em relação à aplicação da totalidade dos recursos dos Fundos, serão exercidos:

I – pelo órgão de controle interno no âmbito da União e pelos órgãos de controle interno no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

II – pelos Tribunais de Contas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, junto aos respec vos entes governamentais sob suas jurisdições;

III – pelo Tribunal de Contas da União, no que tange às atribuições a cargo dos órgãos federais, especialmente em relação à complementação da União.

Art. 27. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios prestarão contas dos recursos dos Fundos conforme os procedimentos adotados pelos Tribunais de Contas compe-tentes, observada a regulamentação aplicável.

Parágrafo único. As prestações de contas serão instruídas com parecer do conselho responsável, que deverá ser apresentado ao Poder Execu vo respec vo em até 30 (trinta) dias antes do vencimento do prazo para a apresentação da prestação de contas prevista no caput deste ar go.

Art. 28. O descumprimento do disposto no art. 212 da Cons tuição Federal e do disposto nesta Lei sujeitará os Estados e o Distrito Federal à intervenção da União, e os Municípios à intervenção dos respec vos Estados a que pertencem, nos termos da alínea e do inciso VII do caput do art. 34 e do inciso III do caput do art. 35 da Cons- tuição Federal.

Art. 29. A defesa da ordem jurídica, do regime democrá co, dos interesses sociais e individuais indisponíveis, relacionada ao pleno cumprimento desta Lei, compete ao Ministério Público dos Estados e do Distrito Federal e Territórios e ao Ministério Público Federal, especialmente quanto às transferências de recursos federais.

§ 1º A legi midade do Ministério Público prevista no caput deste ar go não exclui a de terceiros para a propositura de ações a que se referem o inciso LXXIII do caput do art. 5º e o § 1º do art. 129 da Cons tuição Federal, sendo-lhes assegurado o acesso gratuito aos documentos mencionados nos arts. 25 e 27 desta Lei.

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§ 2º Admi r-se-á li sconsórcio faculta vo entre os Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados para a fi scalização da aplicação dos recursos dos Fundos que receberem complementação da União.

Art. 30. O Ministério da Educação atuará:I – no apoio técnico relacionado aos procedimentos e critérios de aplicação dos

recursos dos Fundos, junto aos Estados, Distrito Federal e Municípios e às instâncias responsáveis pelo acompanhamento, fi scalização e controle interno e externo;

II – na capacitação dos membros dos conselhos;III – na divulgação de orientações sobre a operacionalização do Fundo e de dados

sobre a previsão, a realização e a u lização dos valores fi nanceiros repassados, por meio de publicação e distribuição de documentos informa vos e em meio eletrônico de livre acesso público;

IV – na realização de estudos técnicos com vistas na defi nição do valor referencial anual por aluno que assegure padrão mínimo de qualidade do ensino;

V – no monitoramento da aplicação dos recursos dos Fundos, por meio de sistema de informações orçamentárias e fi nanceiras e de cooperação com os Tribunais de Contas dos Estados e Municípios e do Distrito Federal;

VI – na realização de avaliações dos resultados da aplicação desta Lei, com vistas na adoção de medidas operacionais e de natureza polí co-educacional corre vas, devendo a primeira dessas medidas se realizar em até 2 (dois) anos após a implantação do Fundo.

CAPÍTULO VIIDisposições Finais e Transitórias

Seção IDisposições Transitórias

Art. 31. Os Fundos serão implantados progressivamente nos primeiros 3 (três) anos de vigência, conforme o disposto neste ar go.

§ 1º A porcentagem de recursos de que trata o art. 3º desta Lei será alcançada conforme a seguinte progressão:

I – para os impostos e transferências constantes do inciso II do caput do art. 155, do inciso IV do caput do art. 158, das alíneas a e b do inciso I e do inciso II do caput do art. 159 da Cons tuição Federal, bem como para a receita a que se refere o § 1º do art. 3º desta Lei:

a) 16,66% (dezesseis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento), no 1º (pri-meiro) ano;

b) 18,33% (dezoito inteiros e trinta e três centésimos por cento), no 2º (segundo) ano; e

c) 20% (vinte por cento), a par r do 3º (terceiro) ano, inclusive;II – para os impostos e transferências constantes dos incisos I e III do caput do

art. 155, inciso II do caput do art. 157, incisos II e III do caput do art. 158 da Cons -tuição Federal:

a) 6,66% (seis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento), no 1º (primeiro) ano;b) 13,33% (treze inteiros e trinta e três centésimos por cento), no 2º (segundo) ano; ec) 20% (vinte por cento), a par r do 3º (terceiro) ano, inclusive.

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§ 2º As matrículas de que trata o art. 9º desta Lei serão consideradas conforme a seguinte progressão:

I – para o ensino fundamental regular e especial público: a totalidade das matrículas imediatamente a par r do 1º (primeiro) ano de vigência do Fundo;

II – para a educação infan l, o ensino médio e a educação de jovens e adultos:a) 1/3 (um terço) das matrículas no 1º (primeiro) ano de vigência do Fundo;b) 2/3 (dois terços) das matrículas no 2º (segundo) ano de vigência do Fundo;c) a totalidade das matrículas a par r do 3º (terceiro) ano de vigência do Fundo,

inclusive.§ 3º A complementação da União será de, no mínimo:I – R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais), no 1º (primeiro) ano de vigência

dos Fundos;II – R$ 3.000.000.000,00 (três bilhões de reais), no 2º (segundo) ano de vigência

dos Fundos; eIII – R$ 4.500.000.000,00 (quatro bilhões e quinhentos milhões de reais), no 3º

(terceiro) ano de vigência dos Fundos.§ 4º Os valores a que se referem os incisos I, II e III do § 3º deste ar go serão atu-

alizados, anualmente, nos primeiros 3 (três) anos de vigência dos Fundos, de forma a preservar em caráter permanente o valor real da complementação da União.

§ 5º Os valores a que se referem os incisos I, II e III do § 3º deste ar go serão corrigidos, anualmente, pela variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, apurado pela Fundação Ins tuto Brasileiro de Geografi a e Esta s- ca – IBGE, ou índice equivalente que lhe venha a suceder, no período compreendido

entre o mês da promulgação da Emenda Cons tucional nº 53, de 19 de dezembro de 2006, e 1º de janeiro de cada um dos 3 (três) primeiros anos de vigência dos Fundos.

§ 6º Até o 3º (terceiro) ano de vigência dos Fundos, o cronograma de complemen-tação da União observará a programação fi nanceira do Tesouro Nacional e contemplará pagamentos mensais de, no mínimo, 5% (cinco por cento) da complementação anual, a serem realizados até o úl mo dia ú l de cada mês, assegurados os repasses de, no mínimo, 45% (quarenta e cinco por cento) até 31 de julho e de 100% (cem por cento) até 31 de dezembro de cada ano.

§ 7º Até o 3º (terceiro) ano de vigência dos Fundos, a complementação da União não sofrerá ajuste quanto a seu montante em função da diferença entre a receita u lizada para o cálculo e a receita realizada do exercício de referência, observado o disposto no § 2º do art. 6º desta Lei quanto à distribuição entre os fundos ins tuídos no âmbito de cada Estado.

Art. 32. O valor por aluno do ensino fundamental, no Fundo de cada Estado e do Distrito Federal, não poderá ser inferior ao efe vamente pra cado em 2006, no âmbito do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério – FUNDEF, estabelecido pela Emenda Cons tucional nº 14, de 12 de setembro de 1996.

§ 1º Caso o valor por aluno do ensino fundamental, no Fundo de cada Estado e do Distrito Federal, no âmbito do Fundeb, resulte inferior ao valor por aluno do ensino fundamental, no Fundo de cada Estado e do Distrito Federal, no âmbito do Fundef, adotar-se-á este úl mo exclusivamente para a distribuição dos recursos do ensino fun-damental, mantendo-se as demais ponderações para as restantes etapas, modalidades e pos de estabelecimento de ensino da educação básica, na forma do regulamento.

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§ 2º O valor por aluno do ensino fundamental a que se refere o caput deste ar go terá como parâmetro aquele efe vamente pra cado em 2006, que será corrigido, anualmente, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, apurado pela Fundação Ins tuto Brasileiro de Geografi a e Esta s ca – IBGE ou índice equiva-lente que lhe venha a suceder, no período de 12 (doze) meses encerrados em junho do ano imediatamente anterior.

Art. 33. O valor anual mínimo por aluno defi nido nacionalmente para o ensino fundamental no âmbito do Fundeb não poderá ser inferior ao mínimo fi xado nacio-nalmente em 2006 no âmbito do Fundef.

Art. 34. Os conselhos dos Fundos serão ins tuídos no prazo de 60 (sessenta) dias contados da vigência dos Fundos, inclusive mediante adaptações dos conselhos do Fundef existentes na data de publicação desta Lei.

Art. 35. O Ministério da Educação deverá realizar, em 5 (cinco) anos contados da vigência dos Fundos, fórum nacional com o obje vo de avaliar o fi nanciamento da educação básica nacional, contando com representantes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, dos trabalhadores da educação e de pais e alunos.

Art. 36. No 1º (primeiro) ano de vigência do Fundeb, as ponderações seguirão as seguintes especifi cações:

I – creche – 0,80 (oitenta centésimos);II – pré-escola – 0,90 (noventa centésimos);III – anos iniciais do ensino fundamental urbano – 1,00 (um inteiro);IV – anos iniciais do ensino fundamental no campo – 1,05 (um inteiro e cinco

centésimos);V – anos fi nais do ensino fundamental urbano – 1,10 (um inteiro e dez centésimos);VI – anos fi nais do ensino fundamental no campo – 1,15 (um inteiro e quinze

centésimos);VII – ensino fundamental em tempo integral – 1,25 (um inteiro e vinte e cinco

centésimos);VIII – ensino médio urbano – 1,20 (um inteiro e vinte centésimos);IX – ensino médio no campo – 1,25 (um inteiro e vinte e cinco centésimos);X – ensino médio em tempo integral – 1,30 (um inteiro e trinta centésimos);XI – ensino médio integrado à educação profi ssional – 1,30 (um inteiro e trinta

centésimos);XII – educação especial – 1,20 (um inteiro e vinte centésimos);XIII – educação indígena e quilombola – 1,20 (um inteiro e vinte centésimos);XIV – educação de jovens e adultos com avaliação no processo – 0,70 (setenta

centésimos);XV – educação de jovens e adultos integrada à educação profi ssional de nível médio,

com avaliação no processo – 0,70 (setenta centésimos).§ 1º A Comissão Intergovernamental de Financiamento para a Educação Básica de

Qualidade fi xará as ponderações referentes à creche e pré-escola em tempo integral.§ 2º Na fi xação dos valores a par r do 2º (segundo) ano de vigência do Fundeb,

as ponderações entre as matrículas da educação infan l seguirão, no mínimo, as se-guintes pontuações:

I – creche pública em tempo integral – 1,10 (um inteiro e dez centésimos);II – creche pública em tempo parcial – 0,80 (oitenta centésimos);III – creche conveniada em tempo integral – 0,95 (noventa e cinco centésimos);

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IV – creche conveniada em tempo parcial – 0,80 (oitenta centésimos);V – pré-escola em tempo integral – 1,15 (um inteiro e quinze centésimos);VI – pré-escola em tempo parcial – 0,90 (noventa centésimos).

Seção IIDisposições Finais

Art. 37. Os Municípios poderão integrar, nos termos da legislação local específi ca e desta Lei, o Conselho do Fundo ao Conselho Municipal de Educação, ins tuindo câmara específi ca para o acompanhamento e o controle social sobre a distribuição, a transferência e a aplicação dos recursos do Fundo, observado o disposto no inciso IV do § 1º e nos §§ 2º, 3º, 4º e 5º do art. 24 desta Lei.

§ 1º A câmara específi ca de acompanhamento e controle social sobre a distribuição, a transferência e a aplicação dos recursos do Fundeb terá competência delibera va e termina va.

§ 2º Aplicar-se-ão para a cons tuição dos Conselhos Municipais de Educação as regras previstas no § 5º do art. 24 desta Lei.

Art. 38. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão assegurar no fi nanciamento da educação básica, previsto no art. 212 da Cons tuição Federal, a melhoria da qualidade do ensino, de forma a garan r padrão mínimo de qualidade defi nido nacionalmente.

Parágrafo único. É assegurada a par cipação popular e da comunidade educacional no processo de defi nição do padrão nacional de qualidade referido no caput deste ar go.

Art. 39. A União desenvolverá e apoiará polí cas de es mulo às inicia vas de melhoria de qualidade do ensino, acesso e permanência na escola, promovidas pelas unidades federadas, em especial aquelas voltadas para a inclusão de crianças e ado-lescentes em situação de risco social.

Parágrafo único. A União, os Estados e o Distrito Federal desenvolverão, em regime de colaboração, programas de apoio ao esforço para conclusão da educação básica dos alunos regularmente matriculados no sistema público de educação:

I – que cumpram pena no sistema penitenciário, ainda que na condição de presos provisórios;

II – aos quais tenham sido aplicadas medidas socioeduca vas nos termos da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990.

Art. 40. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão implantar Planos de Carreira e remuneração dos profi ssionais da educação básica, de modo a assegurar:

I – a remuneração condigna dos profi ssionais na educação básica da rede pública;II – integração entre o trabalho individual e a proposta pedagógica da escola;III – a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem.Parágrafo único. Os Planos de Carreira deverão contemplar capacitação profi ssional

especialmente voltada à formação con nuada com vistas na melhoria da qualidade do ensino.

Art. 41. O poder público deverá fi xar, em lei específi ca, até 31 de agosto de 2007, piso salarial profi ssional nacional para os profi ssionais do magistério público da edu-cação básica.

Parágrafo único. (Vetado)

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Art. 42. (Vetado)Art. 43. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2007, fi ca man da a sistemá ca de

repar ção de recursos prevista na Lei nº 9.424, de 24 de dezembro de 1996, mediante a u lização dos coefi cientes de par cipação do Distrito Federal, de cada Estado e dos Municípios, referentes ao exercício de 2006, sem o pagamento de complementação da União.

Art. 44. A par r de 1º de março de 2007, a distribuição dos recursos dos Fundos é realizada na forma prevista nesta Lei.

Parágrafo único. A complementação da União prevista no inciso I do § 3º do art. 31 desta Lei, referente ao ano de 2007, será integralmente distribuída entre março e dezembro.

Art. 45. O ajuste da distribuição dos recursos referentes ao primeiro trimestre de 2007 será realizado no mês de abril de 2007, conforme a sistemá ca estabelecida nesta Lei.

Parágrafo único. O ajuste referente à diferença entre o total dos recursos da alínea a do inciso I e da alínea a do inciso II do § 1º do art. 31 desta Lei e os aportes referentes a janeiro e fevereiro de 2007, realizados na forma do disposto neste ar go, será pago no mês de abril de 2007.

Art. 46. Ficam revogados, a par r de 1º de janeiro de 2007, os arts. 1º a 8º e 13 da Lei nº 9.424, de 24 de dezembro de 1996, e o art. 12 da Lei nº 10.880, de 9 de junho de 2004, e o § 3º do art. 2º da Lei nº 10.845, de 5 de março de 2004.

Art. 47. Nos 2 (dois) primeiros anos de vigência do Fundeb, a União alocará, além dos des nados à complementação ao Fundeb, recursos orçamentários para a promo-ção de programa emergencial de apoio ao ensino médio e para reforço do programa nacional de apoio ao transporte escolar.

Art. 48. Os Fundos terão vigência até 31 de dezembro de 2020.Art. 49. Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.

Brasília, 20 de junho de 2007; 186º da Independência e 119º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVATarso Genro

Guido MantegaFernando Haddad

José Antonio Dias Toff oli.

ANEXONota explica va

O cálculo para a distribuição dos recursos do Fundeb é realizado em 4 (quatro) etapas subsequentes:

1) cálculo do valor anual por aluno do Fundo, no âmbito de cada Estado e do Dis-trito Federal, ob do pela razão entre o total de recursos de cada Fundo e o número de matrículas presenciais efe vas nos âmbitos de atuação prioritária (§§ 2º e 3º do art. 211 da Cons tuição Federal), mul plicado pelos fatores de ponderações aplicáveis;

2) dedução da parcela da complementação da União de que trata o art. 7º desta Lei;3) distribuição da complementação da União, conforme os seguintes procedimentos:

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3.1) ordenação decrescente dos valores anuais por aluno ob dos nos Fundos de cada Estado e do Distrito Federal;

3.2) complementação do úl mo Fundo até que seu valor anual por aluno se iguale ao valor anual por aluno do Fundo imediatamente superior;

3.3) uma vez equalizados os valores anuais por aluno dos Fundos, conforme opera-ção 3.2, a complementação da União será distribuída a esses 2 (dois) Fundos até que seu valor anual por aluno se iguale ao valor anual por aluno do Fundo imediatamente superior;

3.4) as operações 3.2 e 3.3 são repe das tantas vezes quantas forem necessárias até que a complementação da União tenha sido integralmente distribuída, de forma que o valor anual mínimo por aluno resulte defi nido nacionalmente em função dessa complementação;

4) verifi cação, em cada Estado e no Distrito Federal, da observância do disposto no § 1º do art. 32 (ensino fundamental) e no art. 11 (educação de jovens e adultos) desta Lei, procedendo-se aos eventuais ajustes em cada Fundo.

RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 02/1998

Ins tui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.

O Presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, tendo em vista o disposto no art. 9º § 1º, alínea c da Lei nº 9.131, de 25 de novembro de 1995 e o Parecer CEB 4/1998, homologado pelo Senhor Ministro da Educação e do Desporto em 27 de março de 1998, resolve:

Art. 1º A presente Resolução ins tui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, a serem observadas na organização curricular das unidades escolares integrantes dos diversos sistemas de ensino.

Art. 2º Diretrizes Curriculares Nacionais são o conjunto de defi nições doutrinárias sobre princípios, fundamentos e procedimento da educação básica, expressas pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, que orientarão as es-colas brasileiras dos sistemas de ensino na organização, ar culação, desenvolvimento e avaliação de suas propostas pedagógicas.

Art. 3º São as seguintes as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Funda-mental:

I – As escolas deverão estabelecer como norteadores de suas ações pedagógicas:a) os princípios é cos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do

respeito ao bem comum;b) os princípios dos Direitos e Deveres da Cidadania, do exercício da cri cidade e

do respeito à ordem democrá ca;c) os princípios esté cos da sensibilidade, da cria vidade e da diversidade de ma-

nifestações ar s cas e culturais.II – Ao defi nir suas propostas pedagógicas, as escolas deverão explicitar o reco-

nhecimento da iden dade pessoal de alunos, professores e outros profi ssionais e a iden dade de cada unidade escolar e de seus respec vos sistemas de ensino.

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III – As escolas deverão reconhecer que as aprendizagens são cons tuídas pela interação dos processos de conhecimento com os de linguagem e os afe vos, em consequência das relações entre as dis ntas iden dades dos vários par cipantes do contexto escolarizado; as diversas experiências de vida de alunos, professores e demais par cipantes do ambiente escolar, expressas através de múl plas formas de diálogo, devem contribuir para a cons tuição de iden dade afi rma vas, persistentes e capazes de protagonizar ações autônomas e solidárias em relação a conhecimentos e valores indispensáveis à vida cidadã.

IV – Em todas as escolas deverá ser garan da a igualdade de acesso para alunos a uma base nacional comum, de maneira a legi mar a unidade e a qualidade da ação pedagógica na diversidade nacional. A base comum nacional e sua parte diversifi cada deverão integrar-se em torno do paradigma curricular, que vise a estabelecer a relação entre a educação fundamental e:

a) a vida cidadã através da ar culação entre vários dos seus aspectos como:1. a saúde;2. a sexualidade;3. a vida familiar e social;4. o meio ambiente;5. o trabalho;6. a ciência e a tecnologia;7. a cultura;8. as linguagens.b) as áreas de conhecimento:1. Língua Portuguesa;2. Língua Materna, para populações indígenas e migrantes;3. Matemá ca;4. Ciências;5. Geografi a;6. História;7. Língua Estrangeira;8. Educação Ar s ca;9. Educação Física;10. Educação Religiosa, na forma do art. 33 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.V – As escolas deverão explicitar em suas propostas curriculares processos de ensino

voltados para as relações com sua comunidade local, regional e planetária, visando à interação entre a educação fundamental e a vida cidadã; os alunos, ao aprenderem os conhecimentos e valores da base nacional comum e da parte diversifi cada, estarão também cons tuindo sua iden dade como cidadãos, capazes de serem protagonistas de ações responsáveis, solidárias e autônomas em relação a si próprios, às suas famílias e às comunidades.

VI – As escolas u lizarão a parte diversifi cada de suas propostas curriculares para enriquecer e complementar a base nacional comum, propiciando, de maneira específi ca, a introdução de projetos e a vidades do interesse de suas comunidades.

VII – As escolas devem trabalhar em clima de cooperação entre a direção e as equipes docentes, para que haja condições favoráveis à adoção, execução, avaliação

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e aperfeiçoamento das estratégias educacionais, em consequência do uso adequado do espaço sico, do horário e calendário escolares, na forma dos arts. 12 a 14 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

ULYSSES DE OLIVEIRA PANISSETPresidente da Câmara de Educação Básica

RESOLUÇÃO Nº 2, DE 30 DE JANEIRO 2012 *

Defi ne Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.

O Presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, em conformidade com o disposto no art. 9º, § 1º, alínea c da Lei nº 4.024/1961, de 20 de dezembro de 1961, com a redação dada pela Lei nº 9.131, de 25 de novembro de 1995, nos arts. 22, 23, 24, 25, 26, 26-A, 27, 35, 36,36-A, 36-B e 36-C da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e tendo em vista o Parecer CEB/CNE nº 5/2011, homologado por Despacho do Senhor Ministro de Estado da Educação, publicado no DOU de 24 de janeiro de 2011, resolve:

TÍTULO IOBJETO E REFERENCIAL

CAPÍTULO IObjeto

Art. 1º A presente Resolução defi ne as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, a serem observadas na organização curricular pelos sistemas de ensino e suas unidades escolares.

Parágrafo único. Estas Diretrizes aplicam-se a todas as formas e modalidades de Ensino Médio, complementadas, quando necessário, por Diretrizes próprias.

Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio ar culam-se com as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica e reúnem princípios, fundamentos e procedimentos, defi nidos pelo Conselho Nacional de Educação, para orientar as polí cas públicas educacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na elaboração, planejamento, implementação e avaliação das pro-postas curriculares das unidades escolares públicas e par culares que oferecem o Ensino Médio.

CAPÍTULO IIReferencial Legal e Conceitual

Art. 3º O Ensino Médio é um direito social de cada pessoa, e dever do Estado na sua oferta pública e gratuita a todos.

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Art. 4º As unidades escolares que ministram esta etapa da Educação Básica devem estruturar seus projetos polí co-pedagógicos considerando as fi nalidades previstas na Lei nº 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional):

I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no EnsinoFundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando para con nuaraprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar a novas condições de ocupação

ou aperfeiçoamento posteriores;III – o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação

é ca e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crí co;IV – a compreensão dos fundamentos cien fi co-tecnológicos dos processosprodu vos, relacionando a teoria com a prá ca.Art. 5º O Ensino Médio em todas as suas formas de oferta e organização, ba-

seia-se em:I – formação integral do estudante;II – trabalho e pesquisa como princípios educa vos e pedagógicos, respec vamente;III – educação em direitos humanos como princípio nacional norteador;IV – sustentabilidade ambiental como meta universal;V – indissociabilidade entre educação e prá ca social, considerando-se a historici-

dade dos conhecimentos e dos sujeitos do processo educa vo, bem como entre teoria e prá ca no processo de ensino-aprendizagem;

VI – integração de conhecimentos gerais e, quando for o caso, técnico-profi ssionais realizada na perspec va da interdisciplinaridade e da contextualização;

VII – reconhecimento e aceitação da diversidade e da realidade concreta dos su-jeitos do processo educa vo, das formas de produção, dos processos de trabalho e das culturas a eles subjacentes;

VIII – integração entre educação e as dimensões do trabalho, da ciência, da tecno-logia e da cultura como base da proposta e do desenvolvimento curricular.

§ 1º O trabalho é conceituado na sua perspec va ontológica de transformação danatureza, como realização inerente ao ser humano e como mediação no processo

de produção da sua existência.§ 2º A ciência é conceituada como o conjunto de conhecimentos sistema zados,produzidos socialmente ao longo da história, na busca da compreensão e transfor-

mação da natureza e da sociedade.§ 3º A tecnologia é conceituada como a transformação da ciência em força produ va

ou mediação do conhecimento cien fi co e a produção, marcada, desde sua origem, pelas relações sociais que a levaram a ser produzida.

§ 4º A cultura é conceituada como o processo de produção de expressões materiais, símbolos, representações e signifi cados que correspondem a valores é cos, polí cos e esté cos que orientam as normas de conduta de uma sociedade.

Art. 6º O currículo é conceituado como a proposta de ação educa va cons tuída pela seleção de conhecimentos construídos pela sociedade, expressando-se por prá cas escolares que se desdobram em torno de conhecimentos relevantes e per nentes, permeadas pelas relações sociais, ar culando vivências e saberes dos estudantes e contribuindo para o desenvolvimento de suas iden dades e condições cogni vas e sócio-afe vas.

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TÍTULO IIORGANIZAÇÃO CURRICULAR E FORMAS DE OFERTA

CAPÍTULO IOrganização Curricular

Art. 7º A organização curricular do Ensino Médio tem uma base nacional comum euma parte diversifi cada que não devem cons tuir blocos dis ntos, mas um todo

integrado, de modo a garan r tanto conhecimentos e saberes comuns necessários a todos os estudantes, quanto uma formação que considere a diversidade e as caracte-rís cas locais e especifi cidades regionais.

Art. 8º O currículo é organizado em áreas de conhecimento, a saber:I – Linguagens;II – Matemá ca;III – Ciências da Natureza;IV – Ciências Humanas.§ 1º O currículo deve contemplar as quatro áreas do conhecimento, com tratamen-

to metodológico que evidencie a contextualização e a interdisciplinaridade ou outras formas de interação e ar culação entre diferentes campos de saberes específi cos.

§ 2º A organização por áreas de conhecimento não dilui nem exclui componentescurriculares com especifi cidades e saberes próprios construídos e sistema zados,

mas implica no fortalecimento das relações entre eles e a sua contextualização para apreensão e intervenção na realidade, requerendo planejamento e execução conju-gados e coopera vos dos seus professores.

Art. 9º A legislação nacional determina componentes obrigatórios que devem sertratados em uma ou mais das áreas de conhecimento para compor o currículo:I – são defi nidos pela LDB:a) o estudo da Língua Portuguesa e da Matemá ca, o conhecimento do mundo

sico e natural e da realidade social e polí ca, especialmente do Brasil;a) o ensino da Arte, especialmente em suas expressões regionais, de forma a pro-

mover o desenvolvimento cultural dos estudantes, com a Música como seu conteúdo obrigatório, mas não exclusivo;

b) a Educação Física, integrada à proposta pedagógica da ins tuição de ensino, sendo sua prá ca faculta va ao estudante nos casos previstos em Lei;

c) o ensino da História do Brasil, que leva em conta as contribuições das diferen-tes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia;

d) o estudo da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, no âmbito de todo ocurrículo escolar, em especial nas áreas de Educação Ar s ca e de Literatura e

História brasileiras;e) a Filosofi a e a Sociologia em todos os anos do curso;f) uma língua estrangeira moderna na parte diversifi cada, escolhida pela comu-

nidade escolar, e uma segunda, em caráter opta vo, dentro das disponibilidades da ins tuição.

Parágrafo único. Em termos operacionais, os componentes curriculares obrigató-rios decorrentes da LDB que integram as áreas de conhecimento são os referentes a:

I – Linguagens:

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a) Língua Portuguesa;b) Língua Materna, para populações indígenas;c) Língua Estrangeira moderna;d) Arte, em suas diferentes linguagens: cênicas, plás cas e, obrigatoriamente, amusical;e) Educação Física.II – Matemá ca.III – Ciências da Natureza:a) Biologia;b) Física;c) Química.IV – Ciências Humanas:a) História;b) Geografi a;c) Filosofi a;d) Sociologia.Art. 10. Em decorrência de legislação específi ca, são obrigatórios:I – Língua Espanhola, de oferta obrigatória pelas unidades escolares, emborafaculta va para o estudante (Lei nº 11.161/2005);II – Com tratamento transversal e integradamente, permeando todo o currículo, noâmbito dos demais componentes curriculares: educação alimentar e nutricional

(Lei nº 11.947/2009, que dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da Educação Básica); processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria (Lei nº 10.741/2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso);

Educação Ambiental (Lei nº 9.795/1999, que dispõe sobre a Polí ca Nacional de Educação Ambiental);

Educação para o Trânsito (Lei nº 9.503/1997, que ins tui o Código de Trânsito Brasileiro);

Educação em Direitos Humanos (Decreto nº 7.037/2009, que ins tui o Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH 3).

Art. 11. Outros componentes curriculares, a critério dos sistemas de ensino e dasunidades escolares e defi nidos em seus projetos polí co-pedagógicos, podem

ser incluídos no currículo, sendo tratados ou como disciplina ou com outro formato, preferencialmente, de forma transversal e integradora.

Art. 12. O currículo do Ensino Médio deve:I – garan r ações que promovam:a) a educação tecnológica básica, a compreensão do signifi cado da ciência, das

letras e das artes;b) o processo histórico de transformação da sociedade e da cultura;c) a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento

e exercício da cidadania;II – adotar metodologias de ensino e de avaliação de aprendizagem que es mulem

a inicia va dos estudantes;III – organizar os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação de tal forma

que ao fi nal do Ensino Médio o estudante demonstre:

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a) domínio dos princípios cien fi cos e tecnológicos que presidem a produção moderna;

b) conhecimento das formas contemporâneas de linguagem.Art. 13. As unidades escolares devem orientar a defi nição de toda proposição cur-

ricular, fundamentada na seleção dos conhecimentos, componentes, metodologias, tempos, espaços, arranjos alterna vos e formas de avaliação, tendo presente:

I – as dimensões do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura como eixo in-tegrador entre os conhecimentos de dis ntas naturezas, contextualizando-os em sua dimensão histórica e em relação ao contexto social contemporâneo;

II – o trabalho como princípio educa vo, para a compreensão do processo históri-co de produção cien fi ca e tecnológica, desenvolvida e apropriada socialmente para a transformação das condições naturais da vida e a ampliação das capacidades, das potencialidades e dos sen dos humanos;

III – a pesquisa como princípio pedagógico, possibilitando que o estudante possa ser protagonista na inves gação e na busca de respostas em um processo autônomo de (re)construção de conhecimentos.

IV – os direitos humanos como princípio norteador, desenvolvendo-se sua educação de forma integrada, permeando todo o currículo, para promover o respeito a esses direitos e à convivência humana.

V – a sustentabilidade socioambiental como meta universal, desenvolvida como prá ca educa va integrada, con nua e permanente, e baseada na compreensão do necessário equilíbrio e respeito nas relações do ser humano com seu ambiente.

CAPÍTULO IIFormas de Oferta e Organização

Art. 14. O Ensino Médio, etapa fi nal da Educação Básica, concebida como conjunto orgânico, sequencial e ar culado, deve assegurar sua função forma va para todos os estudantes, sejam adolescentes, jovens ou adultos, atendendo, mediante diferentes formas de oferta e organização:

I – o Ensino Médio pode organizar-se em tempos escolares no formato de séries anuais, períodos semestrais, ciclos, módulos, alternância regular de períodos de estu-dos, grupos não seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de apren-dizagem assim o recomendar;

II – no Ensino Médio regular, a duração mínima é de 3 (três) anos, com carga ho-rária mínima total de 2.400 (duas mil e quatrocentas) horas, tendo como referência uma carga horária anual de 800 (oitocentas) horas, distribuídas em pelo menos 200 (duzentos) dias de efe vo trabalho escolar;

III – o Ensino Médio regular diurno, quando adequado aos seus estudantes, pode se organizar em regime de tempo integral com, no mínimo, 7 (sete) horas diárias;

IV – no Ensino Médio regular noturno, adequado às condições de trabalhadores, respeitados os mínimos de duração e de carga horária, o projeto polí co-pedagógico deve atender, com qualidade, a sua singularidade, especifi cando uma organização cur-ricular e metodológica diferenciada, e pode, para garan r a permanência e o sucesso destes estudantes:

a) ampliar a duração do curso para mais de 3 (três) anos, com menor carga horária diária e anual, garan do o mínimo total de 2.400 (duas mil e quatrocentas) horas;

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V – na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, observadas suas Diretrizesespecífi cas, com duração mínima de 1.200 (mil e duzentas) horas, deve ser espe-

cifi cada uma organização curricular e metodológica diferenciada para os estudantes trabalhadores, que pode:

a) ampliar seus tempos de organização escolar, com menor carga horária diária e anual, garan da sua duração mínima;

VI – atendida a formação geral, incluindo a preparação básica para o trabalho, o Ensino Médio pode preparar para o exercício de profi ssões técnicas, por integração com a Educação Profi ssional e Tecnológica, observadas as Diretrizes específi cas, com as cargas horárias mínimas de:

a) 3.200 (três mil e duzentas) horas, no Ensino Médio regular integrado com a Educação Profi ssional Técnica de Nível Médio;

b) 2.400 (duas mil e quatrocentas) horas, na Educação de Jovens e Adultos integrada com a Educação Profi ssional Técnica de Nível Médio, respeitado o mínimo de 1.200 (mil e duzentas) horas de educação geral;

c) 1.400 (mil e quatrocentas) horas, na Educação de Jovens e Adultos integrada com a formação inicial e con nuada ou qualifi cação profi ssional, respeitado o mínimo de 1.200 (mil e duzentas) horas de educação geral;

VII – na Educação Especial, na Educação do Campo, na Educação Escolar Indígena, na Educação Escolar Quilombola, de pessoas em regime de acolhimento ou internação e em regime de privação de liberdade, e na Educação a Distância, devem ser observadas as respec vas Diretrizes e normas nacionais;

VIII – os componentes curriculares que integram as áreas de conhecimento podem ser tratados ou como disciplinas, sempre de forma integrada, ou como unidades de estudos, módulos, a vidades, prá cas e projetos contextualizados e interdisciplinares ou diversamente ar culadores de saberes, desenvolvimento transversal de temas ou outras formas de organização;

IX – os componentes curriculares devem propiciar a apropriação de conceitos e categorias básicas, e não o acúmulo de informações e conhecimentos, estabelecendo um conjunto necessário de saberes integrados e signifi ca vos;

X – além de seleção criteriosa de saberes, em termos de quan dade, per nência e relevância, deve ser equilibrada sua distribuição ao longo do curso, para evitar fragmentação e conges onamento com número excessivo de componentes em cada tempo da organização escolar;

XI – a organização curricular do Ensino Médio deve oferecer tempos e espaços próprios para estudos e a vidades que permitam i nerários forma vos opcionais di-versifi cados, a fi m de melhor responder à heterogeneidade e pluralidade de condições, múl plos interesses e aspirações dos estudantes, com suas especifi cidades etárias, sociais e culturais, bem como sua fase de desenvolvimento;

XII – formas diversifi cadas de i nerários podem ser organizadas, desde que garan- da a simultaneidade entre as dimensões do trabalho, da ciência, da tecnologia e da

cultura, e defi nidas pelo projeto polí co-pedagógico, atendendo necessidades, anseios e aspirações dos sujeitos e a realidade da escola e do seu meio;

XIII – a interdisciplinaridade e a contextualização devem assegurar a transversalidade do conhecimento de diferentes componentes curriculares, propiciando a interlocução entre os saberes e os diferentes campos do conhecimento.

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TÍTULO IIIDO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO E DOS SISTEMAS DE ENSINO

CAPÍTULO IDo Projeto Polí co-Pedagógico

Art. 15. Com fundamento no princípio do pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, no exercício de sua autonomia e na gestão democrá ca, o projeto polí -copedagógico das unidades escolares, deve traduzir a proposta educa va construída cole vamente, garan da a par cipação efe va da comunidade escolar e local, bem como a permanente construção da iden dade entre a escola e o território no qual está inserida.

§ 1º Cabe a cada unidade de ensino a elaboração do seu projeto polí co-pedagógico, com a proposição de alterna vas para a formação integral e acesso aos conhecimen-tos e saberes necessários, defi nido a par r de aprofundado processo de diagnós co, análise e estabelecimento de prioridades, delimitação de formas de implementação e sistemá ca de seu acompanhamento e avaliação.

§ 2º O projeto polí co-pedagógico, na sua concepção e implementação, deve considerar os estudantes e os professores como sujeitos históricos e de direitos, par- cipantes a vos e protagonistas na sua diversidade e singularidade.

§ 3º A ins tuição de ensino deve atualizar, periodicamente, seu projeto polí cope-dagógico e dar-lhe publicidade à comunidade escolar e às famílias.

Art. 16. O projeto polí co-pedagógico das unidades escolares que ofertam o Ensino Médio deve considerar:

I – a vidades integradoras ar s co-culturais, tecnológicas e de iniciação cien fi ca,vinculadas ao trabalho, ao meio ambiente e à prá ca social;II – problema zação como instrumento de incen vo à pesquisa, à curiosidade pelo

inusitado e ao desenvolvimento do espírito inven vo;III – a aprendizagem como processo de apropriação signifi ca va dos conhecimentos,

superando a aprendizagem limitada à memorização;IV – valorização da leitura e da produção escrita em todos os campos do saber;V – comportamento é co, como ponto de par da para o reconhecimento dos

direitos humanos e da cidadania, e para a prá ca de um humanismo contemporâneo expresso pelo reconhecimento, respeito e acolhimento da iden dade do outro e pela incorporação da solidariedade;

VI – ar culação entre teoria e prá ca, vinculando o trabalho intelectual às a vidades prá cas ou experimentais;

VII – integração com o mundo do trabalho por meio de estágios de estudantes do Ensino Médio, conforme legislação específi ca;

VIII – u lização de diferentes mídias como processo de dinamização dos ambientes de aprendizagem e construção de novos saberes;

IX – capacidade de aprender permanente, desenvolvendo a autonomia dos estu-dantes;

X – a vidades sociais que es mulem o convívio humano;XI – avaliação da aprendizagem, com diagnós co preliminar, e entendida como

processo de caráter forma vo, permanente e cumula vo;

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XII – acompanhamento da vida escolar dos estudantes, promovendo o seguimento do desempenho, análise de resultados e comunicação com a família;

XIII – a vidades complementares e de superação das difi culdades de aprendizagem para que o estudante tenha sucesso em seus estudos;

XIV – reconhecimento e atendimento da diversidade e diferentes nuances da de-sigualdade e da exclusão na sociedade brasileira;

XV – valorização e promoção dos direitos humanos mediante temas rela vos a gênero, iden dade de gênero, raça e etnia, religião, orientação sexual, pessoas com defi ciência, entre outros, bem como prá cas que contribuam para a igualdade e para o enfrentamento de todas as formas de preconceito, discriminação e violência sob todas as formas;

XVI – análise e refl exão crí ca da realidade brasileira, de sua organização social e produ va na relação de complementaridade entre espaços urbanos e do campo;

XVII – estudo e desenvolvimento de a vidades socioambientais, conduzindo a Educação Ambiental como uma prá ca educa va integrada, con nua e permanente;

XVIII – prá cas despor vas e de expressão corporal, que contribuam para a saúde, a sociabilidade e a cooperação;

XIX – a vidades intersetoriais, entre outras, de promoção da saúde sica e mental, saúde sexual e saúde reprodu va, e prevenção do uso de drogas;

XX – produção de mídias nas escolas a par r da promoção de a vidades que favo-reçam as habilidades de leitura e análise do papel cultural, polí co e econômico dos meios de comunicação na sociedade;

XXI – par cipação social e protagonismo dos estudantes, como agentes de trans-formação de suas unidades de ensino e de suas comunidades;

XXII – condições materiais, funcionais e didá co-pedagógicas, para que os profi s-sionais da escola efe vem as proposições do projeto.

Parágrafo único. O projeto polí co-pedagógico deve, ainda, orientar:a) disposi vos, medidas e atos de organização do trabalho escolar;b) mecanismos de promoção e fortalecimento da autonomia escolar, mediante a

alocação de recursos fi nanceiros, administra vos e de suporte técnico necessários à sua realização;

c) adequação dos recursos sicos, inclusive organização dos espaços, equipamentos, biblioteca, laboratórios e outros ambientes educacionais.

CAPÍTULO IIDos Sistemas de Ensino

Art. 17. Os sistemas de ensino, de acordo com a legislação e a norma zação nacional e estadual, e na busca da melhor adequação possível às necessidades dos estudantes e do meio social, devem:

I – criar mecanismos que garantam liberdade, autonomia e responsabilidade às unidades escolares, fortalecendo sua capacidade de concepção, formulação e execução de suas propostas polí co-pedagógicas;

II – promover, mediante a ins tucionalização de mecanismos de par cipação da comunidade, alterna vas de organização ins tucional que possibilitem:

a) iden dade própria das unidades escolares de adolescentes, jovens e adultos, respeitadas as suas condições e necessidades de espaço e tempo para a aprendizagem;

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b) várias alterna vas pedagógicas, incluindo ações, situações e tempos diversos, bem como diferentes espaços – intraescolares ou de outras unidades escolares e da comunidade – para a vidades educacionais e socioculturais favorecedoras de inicia va, autonomia e protagonismo social dos estudantes;

c) ar culações ins tucionais e comunitárias necessárias ao cumprimento dos planos dos sistemas de ensino e dos projetos polí co-pedagógicos das unidades escolares;

d) realização, inclusive pelos colegiados escolares e órgãos de representação estudan l, de ações fundamentadas nos direitos humanos e nos princípios é cos, de convivência e de par cipação democrá ca visando a construir unidades escolares e sociedade livres de preconceitos, discriminações e das diversas formas de violência.

III – fomentar alterna vas de diversifi cação e fl exibilização, pelas unidades esco-lares, de formatos, componentes curriculares ou formas de estudo e de a vidades, es mulando a construção de i nerários forma vos que atendam às caracterís cas, interesses e necessidades dos estudantes e às demandas do meio social, privilegiando propostas com opções pelos estudantes.

IV – orientar as unidades escolares para promoverem:a) classifi cação do estudante, mediante avaliação pela ins tuição, para inserção

em etapa adequada ao seu grau de desenvolvimento e experiência;b) aproveitamento de estudos realizados e de conhecimentos cons tuídos tanto

no ensino formal como no informal e na experiência extraescolar;V – estabelecer normas complementares e polí cas educacionais para execução

e cumprimento das disposições destas Diretrizes, considerando as peculiaridades regionais ou locais;

VI – ins tuir sistemas de avaliação e u lizar os sistemas de avaliação operados pelo Ministério da Educação, a fi m de acompanhar resultados, tendo como referência as expecta vas de aprendizagem dos conhecimentos e saberes a serem alcançados, a legislação e as normas, estas Diretrizes, e os projetos polí co-pedagógicos das uni-dades escolares.

Art. 18. Para a implementação destas Diretrizes, cabe aos sistemas de ensino prover:I – os recursos fi nanceiros e materiais necessários à ampliação dos tempos e espaços

dedicados ao trabalho educa vo nas unidades escolares;II – aquisição, produção e/ou distribuição de materiais didá cos e escolares ade-

quados;III – professores com jornada de trabalho e formação, inclusive con nuada,

adequadas para o desenvolvimento do currículo, bem como dos gestores e demais profi ssionais das unidades escolares;

IV – instrumentos de incen vo e valorização dos profi ssionais da educação, com base em planos de carreira e outros disposi vos voltados para esse fi m;

V – acompanhamento e avaliação dos programas e ações educa vas nas respec vas redes e unidades escolares.

Art. 19. Em regime de colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Muni-cípios, e na perspec va de um sistema nacional de educação, cabe ao Ministério da Educação oferecer subsídios e apoio para a implementação destas Diretrizes.

Art. 20. Visando a alcançar unidade nacional, respeitadas as diversidades, o Mi-nistério da Educação, em ar culação e colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, deve elaborar e encaminhar ao Conselho Nacional de Educação, precedida de consulta pública nacional, proposta de expecta vas de aprendizagem

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dos conhecimentos escolares e saberes que devem ser a ngidos pelos estudantes em diferentes tempos de organização do curso de Ensino Médio.

Art. 21. O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) deve, progressivamente, compor o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), assumindo as funções de:

I – avaliação sistêmica, que tem como obje vo subsidiar as polí cas públicas para a Educação Básica;

II – avaliação cer fi cadora, que proporciona àqueles que estão fora da escola aferirseus conhecimentos construídos em processo de escolarização, assim como os

conhecimentos tácitos adquiridos ao longo da vida;III – avaliação classifi catória, que contribui para o acesso democrá co à Educação

Superior.Art. 22. Estas Diretrizes devem nortear a elaboração da proposta de expecta vas

de aprendizagem, a formação de professores, os inves mentos em materiais didá cos e os sistemas e exames nacionais de avaliação.

Art. 23. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário, em especial a Resolução CNE/CEB nº 3, de 26 de junho de 1998.

FRANCISCO APARECIDO CORDÃO

RESOLUÇÃO CEB Nº 3, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1999 *

Fixa Diretrizes Nacionais para o funcionamento das es-colas indígenas e dá outras providências.

O Presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, no uso de suas atribuições regimentais e com base nos arts. 210, § 2º, e 231, caput, da Cons tuição Federal, nos arts. 78 e 79 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, na Lei nº 9.131, de 25 de novembro de 1995, e ainda no Parecer CEB 14/1999, homologa-do pelo Senhor Ministro de Estado da Educação, em 18 de outubro de 1999, resolve:

Art. 1º Estabelecer, no âmbito da educação básica, a estrutura e o funcionamento das Escolas Indígenas, reconhecendo-lhes a condição de escolas com normas e orde-namento jurídico próprios, e fi xando as diretrizes curriculares do ensino intercultural e bilíngue, visando à valorização plena das culturas dos povos indígenas e à afi rmação e manutenção de sua diversidade étnica.

Art. 2º Cons tuirão elementos básicos para a organização, a estrutura e o funcio-namento da escola indígena:

I – sua localização em terras habitadas por comunidades indígenas, ainda que se estendam por territórios de diversos Estados ou Municípios con guos;

II – exclusividade de atendimento a comunidades indígenas;III – o ensino ministrado nas línguas maternas das comunidades atendidas, como

uma das formas de preservação da realidade sociolinguís ca de cada povo;IV – a organização escolar própria.Parágrafo único. A escola indígena será criada em atendimento à reivindicação ou

por inicia va de comunidade interessada, ou com a anuência da mesma, respeitadas suas formas de representação.

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Art. 3º Na organização de escola indígena deverá ser considerada a par cipação da comunidade, na defi nição do modelo de organização e gestão, bem como:

I – suas estruturas sociais;II – suas prá cas sócio-culturais e religiosas;III – suas formas de produção de conhecimento, processos próprios e métodos de

ensinoaprendizagem;IV – suas a vidades econômicas;V – a necessidade de edifi cação de escolas que atendam aos interesses das comu-

nidades indígenas;VI – o uso de materiais didá co-pedagógicos produzidos de acordo com o contexto

sociocultural de cada povo indígena.Art. 4º As escolas indígenas, respeitados os preceitos cons tucionais e legais que

fundamentam a sua ins tuição e normas específi cas de funcionamento, editadas pela União e pelos Estados, desenvolverão suas a vidades de acordo com o proposto nos res-pec vos projetos pedagógicos e regimentos escolares com as seguintes prerroga vas:

I – organização das a vidades escolares, independentes do ano civil, respeitado o fl uxo das a vidades econômicas, sociais, culturais e religiosas;

II – duração diversifi cada dos períodos escolares, ajustando-a às condições e espe-cifi cidades próprias de cada comunidade.

Art. 5º A formulação do projeto pedagógico próprio, por escola ou por povo indí-gena, terá por base:

I – as Diretrizes Curriculares Nacionais referentes a cada etapa da educação básica;II – as caracterís cas próprias das escolas indígenas, em respeito à especifi cidade

étnico cultural de cada povo ou comunidade;III – as realidades sociolínguís ca, em cada situação;IV – os conteúdos curriculares especifi camente indígenas e os modos próprios de

cons tuição do saber e da cultura indígena;V – a par cipação da respec va comunidade ou povo indígena.Art. 6º A formação dos professores das escolas indígena será específi ca, orien-

tar-se-á pelas Diretrizes Curriculares Nacionais e será desenvolvida no âmbito das ins tuições formadoras de professores.

Parágrafo único. Será garan da aos professores indígenas a sua formação em serviço e, quando for o caso, concomitantemente com a sua própria escolarização.

Art. 7º Os cursos de formação de professores indígenas darão ênfase à cons tuição de competências referenciadas em conhecimentos, valores, habilidades, e a tudes, na elaboração, no desenvolvimento e na avaliação de currículos e programas próprios, na produção de material didá co e na u lização de metodologias adequadas de ensino e pesquisa.

Art. 8º A a vidade docente na escola indígena será exercida prioritariamente por professores indígenas oriundos da respec va etnia.

Art. 9º São defi nidas, no plano ins tucional, administra vo e organizacional, as se-guintes esferas de competência, em regime de colaboração:

I – à União caberá legislar, em âmbito nacional, sobre as diretrizes e bases da edu-cação nacional e, em especial:

a) legislar priva vamente sobre a educação escolar indígena;b) defi nir diretrizes e polí cas nacionais para a educação escolar indígena;

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c) apoiar técnica e fi nanceiramente os sistemas de ensino no provimento dos pro-gramas de educação intercultural das comunidades indígenas, no desenvolvimento de programas integrados de ensino e pesquisa, com a par cipação dessas comunidades para o acompanhamento e a avaliação dos respec vos programas;

d) apoiar técnica e fi nanceiramente os sistemas de ensino na formação de profes-sores indígenas e do pessoal técnico especializado;

e) criar ou redefi nir programas de auxílio ao desenvolvimento da educação, de modo a atender às necessidades escolares indígenas;

f) orientar, acompanhar e avaliar o desenvolvimento de ações na área da formação inicial e con nuada de professores indígenas;

g) elaborar e publicar, sistema camente, material didá co específi co e diferenciado, des nado às escolas indígenas.

II – aos Estados compe rá:a) responsabilizar-se pela oferta e execução da educação escolar indígena, direta-

mente ou por meio de regime de colaboração com seus municípios;b) regulamentar administra vamente as escolas indígenas, nos respec vos Estados,

integrando-as como unidades próprias, autônomas e específi cas no sistema estadual;c) prover as escolas indígenas de recursos humanos, materiais e fi nanceiros, para

o seu pleno funcionamento;d) ins tuir e regulamentar a profi ssionalização e o reconhecimento público do

magistério indígena, a ser admi do mediante concurso público específi co;e) promover a formação inicial e con nuada de professores indígenas.f) elaborar e publicar sistema camente material didá co, específi co e diferenciado,

para uso nas escolas indígenas.III – aos Conselhos Estaduais de Educação compe rá:a) estabelecer critérios específi cos para criação e regularização das escolas indígenas

e dos cursos de formação de professores indígenas;b) autorizar o funcionamento das escolas indígenas, bem como reconhecê-las;c) regularizar a vida escolar dos alunos indígenas, quando for o caso.§ 1º Os Municípios poderão oferecer educação escolar indígena, em regime de

colaboração com os respec vos Estados, desde que se tenham cons tuído em sistemas de educação próprios, disponham de condições técnicas e fi nanceiras adequadas e contem com a anuência das comunidades indígenas interessadas.

§ 2º As escolas indígenas, atualmente man das por municípios que não sa s-façam as exigências do parágrafo anterior passarão, no prazo máximo de três anos, à responsabilidade dos Estados, ouvidas as comunidades interessadas.

Art. 10. O planejamento da educação escolar indígena, em cada sistema de ensino, deve contar com a par cipação de representantes de professores indígenas, de orga-nizações indígenas e de apoio aos índios, de universidades e órgãos governamentais.

Art. 11. Aplicam-se às escolas indígenas os recursos des nados ao fi nanciamento público da educação.

Parágrafo único. As necessidades específi cas das escolas indígenas serão contem-pladas por custeios diferenciados na alocação de recursos a que se referem os ar gos 2º e 13º da Lei nº 9.424/1996.

Art. 12. Professor de escola indígena que não sa sfaça as exigências desta Resolu-ção terá garan da a con nuidade do exercício do magistério pelo prazo de três anos, exceção feita ao professor indígena, até que possua a formação requerida.

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Art. 13. A educação infan l será ofertada quando houver demanda da comunidade indígena interessada.

Art. 14. Os casos omissos serão resolvidos:I – pelo Conselho Nacional de Educação, quando a matéria es ver vinculada à

competência da União;II – pelos Conselhos Estaduais de Educação.Art. 15. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.Art. 16. Ficam revogadas as disposições em contrário.

ULYSSES DE OLIVEIRA PANISSETPresidente da Câmara de Educação Básica

EXERCÍCIOS

Marque C para as alterna vas certas e E para as erradas.1. A Lei nº 11.645 de 10 de março de 2008, altera a Lei nº 9.394 de 1996, modifi -

cada pela Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo ofi cial da rede de ensino tanto público quanto privado, a obrigatoriedade da temá ca “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena.

2. A Lei nº 11.645 de 10 de março de 2008 altera a Lei nº 9.394 de 1996, modifi cada pela Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo ofi cial da rede pública de ensino, a obrigatoriedade da temá ca “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.

3. Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação ar s ca e de literatura e histórias brasileiras.

4. A Lei nº 11.494 de 20 de junho de 2007 regulamenta o fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e da Valorização dos Profi ssionais da Edu-cação (Fundeb).

5. É ins tuído no âmbito de cada Estado, no Distrito Federal e nos Municípios, um fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profi ssionais da Educação (Fundeb) de natureza Civil.

6. Ainda sobre o Fundeb, deverá ser aplicado no mínimo 25% dos impostos em favor da manutenção e desenvolvimento do ensino.

7. Os Fundos (Fundeb) des nam-se somente à manutenção e desenvolvimento da Educação Básica pública e à valorização dos trabalhadores em educação, incluindo sua condigna remuneração.

8. São considerados na complementação da União aos fundos a u lização dos recursos oriundos da arrecadação da contribuição social do salário-educação a que se refere o § 5º do art. 212 da Cons tuição Federal na complementação da União aos Fundos.

9. Para os fi ns da distribuição dos recursos de que trata esta Lei, sobre os Fundos, serão consideradas exclusivamente as matrículas presenciais efe vas, conforme os dados apurados no censo escolar mais atualizado, realizado anualmente pelo Ins tuto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP, considerando as ponderações aplicáveis.

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10. Serão consideradas, para a educação especial, as matrículas na rede regular de ensino, em classes comuns ou em classes especiais de escolas regulares, e em escolas especiais ou especializadas.

11. Os recursos dos Fundos serão disponibilizados pelas unidades transferidoras ao Banco do Brasil S.A. ou Caixa Econômica Federal, que realizará a distribuição dos valores devidos diretamente às Secretarias de Educação.

12. Os recursos dos Fundos, inclusive aqueles oriundos de complementação da União, serão u lizados pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no exercício fi nanceiro em que lhes forem creditados, em ações consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino para a educação infan l pública, conforme disposto no art. 70 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

13. É vedada a u lização dos recursos dos Fundos no fi nanciamento das despesas não consideradas como de manutenção e desenvolvimento da educação básica, conforme o art. 71 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996;

14. Os conselhos dos Fundos atuarão com autonomia, sem vinculação ou subordinação ins tucional ao Poder Execu vo local e serão renovados periodicamente ao fi nal de cada mandato dos seus membros.

15. Os conselhos dos Fundos contarão com estrutura administra va própria.16. Os registros contábeis e os demonstra vos gerenciais mensais, atualizados,

rela vos aos recursos repassados e recebidos à conta dos Fundos assim como os referentes às despesas realizadas fi carão permanentemente à disposição dos conselhos responsáveis e ser-lhes-á dada ampla publicidade, inclusive por meio eletrônico.

17. As prestações de contas serão instruídas com parecer do conselho responsável, que deverá ser apresentado ao Poder Execu vo respec vo em até 15 (quinze) dias antes do vencimento do prazo para a apresentação da prestação de contas.

18. Ao defi nir suas propostas pedagógicas, as escolas deverão explicitar o reconhe-cimento da iden dade pessoal de alunos, professores e outros profi ssionais e a iden dade de cada unidade escolar e de seus respec vos sistemas de ensino.

19. Em todas as escolas deverá ser garan da a igualdade de acesso para alunos a uma base nacional comum e uma parte diversifi cada.

20. Diretrizes Curriculares Nacionais são o conjunto de defi nições doutrinárias sobre princípios, fundamentos e procedimento da educação básica, expressas pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação.

GABARITO

1. C2. E3. C (Comentário: O conteúdo programá co a que se refere esta Lei incluirá diversos

aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população bra-sileira, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, com como a cultura).

4. C5. E (Comentário: É ins tuído, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, um

Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profi ssionais da Educação – Fundeb, de natureza contábil, nos termos do art. 60 do Ato das Disposições Cons tucionais Transitórias – ADCT e não de natureza civil).

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6. C7. C8. E (Comentário: De acordo com a Lei, é vedada a u lização dos recursos oriundos

da arrecadação da contribuição social do salário-educação a que se refere o § 5º do art. 212 da Cons tuição Federal na complementação da União aos Fundos).

9. C10. C11. E (Comentário: Os recursos dos Fundos serão disponibilizados pelas unidades

transferidoras ao Banco do Brasil S.A. ou Caixa Econômica Federal, que realizará a distribuição dos valores devidos aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios e não diretamente às Secretarias de Educação).

12. E (Comentário: Os recursos dos Fundos, inclusive aqueles oriundos de comple-mentação da União, serão u lizados pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no exercício fi nanceiro em que lhes forem creditados, em ações con-sideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino para a educação básica pública, conforme disposto no art. 70 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. E não para a Educação Infan l).

13. C14. C15. E (Comentário: Os conselhos dos Fundos não contarão com estrutura admi-

nistra va própria, incumbindo à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios garan r infraestrutura e condições materiais adequadas à execução plena das competências dos conselhos e oferecer ao Ministério da Educação os dados cadastrais rela vos à criação e composição dos respec vos conselhos).

16. C17. E (Comentário: As prestações de contas serão instruídas com parecer do conselho

responsável, deverá ser apresentado ao Poder Execu vo respec vo em até 30 (trinta) dias antes do vencimento do prazo para a apresentação da prestação de contas, e não 15 (quinze) dias).

18. C (Comentário: De acordo com Resolução CNE/CEB nº 2/1998, que ins tui as diretrizes curriculares nacionais para o Ensino Fundamental).

19. C (Comentário: De acordo com a Resolução CNE/CEB nº 2/1998 em todas as es-colas deverá ser garan da a igualdade de acesso para alunos a uma base nacional comum).

20. C

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ANOTAÇÕES: _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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