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Presidenta da República Dilma Vana Rousseff Vice-presidente da República Michel Temer Ministro da Educação Cid Ferreira Gomes Secretário de Educação Profissional e Tecnológica Marcelo Machado Feres Coordenação Geral de Fortalecimento Carlos Artur de Carvalho Arêas Coordenador Rede e-Tec Brasil Cleanto César Gonçalves
Governador do Estado de Pernambuco Paulo Henrique Saraiva Câmara
Vice-Governador do Estado de Pernambuco
Raul Jean Louis Henry Junior
Secretário de Educação e Esportes de Pernambuco
Frederico da Costa Amâncio
Secretário Executivo de Educação Profissional Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra
Gerente Geral de Educação Profissional Maria do Socorro Rodrigues dos Santos
Gestor de Educação a Distância
George Bento Catunda
Coordenação do Curso Carlo Pacheco
Coordenação de Design Instrucional
Diogo Galvão
Revisão de Língua Portuguesa Eliane Azevêdo
Diagramação
Klébia Carvalho
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 3
1.COMPETÊNCIA 01 | FUNDAMENTOS DA FISIOLOGIA NO TRABALHO .................................. 5
1.1 Surgimento da Ergonomia ...................................................................................... 5
1.2 Classificação da Ergonomia .................................................................................... 9
1.3 Risco Ergonômico ................................................................................................. 10
1.4 Norma Regulamentadora 17 – Ergonomia .......................................................... 12
1.5 Análise Ergonômica de Trabalho (AET) ................................................................ 20
2.COMPETÊNCIA 02 | GESTÃO DA SEGURANÇA E DA SAÚDE NO TRABALHO ....................... 25
2.1 Riscos Ambientais ................................................................................................. 25
2.2 Mapa de Riscos ..................................................................................................... 31
2.3 Medidas de Prevenção dos Riscos ....................................................................... 36
3.COMPETÊNCIA 03 | CONDIÇÕES TÉCNICAS DE TRABALHO ................................................ 47
3.1 Estratégias de Prevenção dos Riscos .................................................................... 47
3.2 Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) ........................................................... 49
3.3 Equipamentos de Proteção Individual (EPI) ......................................................... 52
3.4 Norma Regulamentadora 6 .................................................................................. 58
4.COMPETÊNCIA 04 | APLICAÇÕES LEGAIS ENTRE DIREITOS E OBRIGAÇÕES NA SEGURANÇA
E SAÚDE DO TRABALHO ......................................................................................................... 67
4.1 Histórico da Saúde Ocupacional ........................................................................... 67
4.2 Legislação sobre Acidente de Trabalho ................................................................ 72
4.3 Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) ...................................................... 78
4.4 Previdência Social ................................................................................................. 81
4.5 Consequências dos Acidentes de Trabalho .......................................................... 86
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 88
MINICURRÍCULO DO PROFESSOR ........................................................................................... 99
Sumário
3 Segurança e Saúde do Trabalho
INTRODUÇÃO
Seja bem vindo à disciplina de Segurança e Saúde no Trabalho do curso
Técnico de Recursos Humanos!
Caro aluno, vamos seguir juntos nesta jornada e aproveitar este momento de
interação para aprender um pouco sobre Segurança e Saúde no Trabalho.
Entenderemos qual a importância desta disciplina na prática diária do técnico
de Recursos Humanos, e como os conhecimentos dela irão dar consistência e
facilitar as ações a serem realizadas por este profissional.
Podemos destacar vários questionamentos que ao longo da disciplina vamos
responder, como por exemplo: Quando surgiu a ergonomia e como ela se
classifica? Quais são os fatores de risco ambientais e por que a
necessidade de identificá-los? Quais os cuidados que se deve tomar ao
elaborar as medidas de prevenção em um local de trabalho? Quando
podemos considerar que um acidente é acidente do trabalho? Quais as causas
e consequências dos acidentes de trabalho? O que são equipamentos de
proteção individual e qual a importância deles nos ambientes laborais?
Pretendemos esclarecer e discutir todas estas perguntas acima e acreditamos
que ao fim da disciplina você, prezado aluno, estará apto a respondê-las. Mas
não apenas isso, ao final, o aluno além de obter o conhecimento teórico, será
capaz de identificar os riscos ambientais existentes em locais de trabalho
diversos e saberá elaborar e colocar em prática medidas de prevenção contra
estes agravos.
A definição de saúde, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é a de
um completo bem estar físico, psíquico, social e espiritual, ela também é vista
como um processo, uma construção do ser humano. A saúde e o trabalho, nos
dias de hoje, já carregam uma relação de causa e efeito bem definida. Sendo
assim, o trabalho termina por ser um dos determinantes dessa construção, ou
seja, um dos determinantes da saúde dos cidadãos.
4
Técnico em Recursos Humanos
Caro aluno, a partir do primeiro parágrafo, podemos concluir que o ambiente
do trabalho, os equipamentos utilizados e a organização das atividades são
fatores decisivos para a saúde dos trabalhadores. Por isto a grande
importância de estudar a saúde ocupacional, os fatores de risco para doenças
e acidentes existentes no ambiente laboral e as medidas de prevenção de
agravos. Para conseguirmos resultados positivos, é necessário um esforço
conjunto dos empregadores, dos trabalhadores, do Estado e da sociedade civil
para melhorar a segurança, a saúde e o bem-estar no trabalho.
Dessa forma, vamos começar a 1ª competência abordando uma ciência
denominada de Ergonomia. Vamos aprender onde ela surgiu, qual a sua
importância, classificação e campo de aplicação. Por fim, iremos compreender
como realizar uma análise ergonômica do trabalho e qual a sua importância e
utilidade.
Na 2ª competência, vamos conhecer os riscos ambientais detalhadamente e
como elaborar um mapa de riscos. Mas não vamos parar por aqui, após
aprendermos a identificar estes riscos começaremos a pensar em medidas
para preveni-los e deixar o local de trabalho o mais saudável possível.
A 3ª competência vem para falar inicialmente da sequência lógica das
medidas de prevenção dos riscos e posteriormente dos equipamentos de
proteção individual e dos equipamentos de proteção coletiva. Eles serão
apresentados e conheceremos suas utilidades e importância.
Encerremos esta disciplina na 4ª competência onde faremos um apanhado
histórico geral da saúde ocupacional e conheceremos a legislação que trata
dos acidentes ocupacionais. Além disso, serão abordadas a Previdência Social
e os seus benefícios e as causas e consequências dos acidentes de trabalho
para o indivíduo e a sociedade como um todo.
Bons estudos!
5 Segurança e Saúde do Trabalho
1. COMPETÊNCIA 01 | FUNDAMENTOS DA FISIOLOGIA NO
TRABALHO
Nesta competência vamos detalhar o risco ergonômico, conhecê-lo e nos
aprofundarmos um pouco nesta ciência que é denominada Ergonomia. Saber
como ela surgiu, qual o seu campo de atuação e a sua importância para a
melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e minimização de acidentes
e doenças relacionados ao trabalho.
1.1 Surgimento da Ergonomia
Na época da Revolução Industrial, o avanço da tecnologia e a necessidade de
mão de obra foram muito acelerados e, como consequência, os trabalhadores
se encontravam em péssimas condições para exercerem seus ofícios. Os
empresários eram alheios aos problemas dos homens, estavam apenas
preocupados com o aumento da produção e dos lucros.
Entretanto, chegou uma fase onde os índices de acidentes, adoecimentos e
morte dos trabalhadores eram alarmantes. Muitos funcionários tinham ficado
inválidos ou tinham ido a óbito e a escassez de mão de obra começou a ser
sentida e a se tornar preocupante. Somou-se a esta realidade os
conhecimentos científicos e tecnológicos que foram aplicados na Segunda
Guerra Mundial como o desenvolvimento de aviões, submarinos, tanques,
radares e armas. Os soldados precisavam de muita habilidade para operá-los
e as condições ambientais eram bastante desfavoráveis o que gerou, na
época, diversos erros e acidentes fatais.
Competência 01
6
Técnico em Recursos Humanos
Figura 01 - Segunda Guerra Mundial Fonte: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-233623968-foto-segunda- guerra-tanque-com-soldados-da-feb-italia-1945-_JM (2012)
Logo após a guerra, já tinha vários profissionais envolvidos em projetos que
visavam adaptar os instrumentos às características e capacidade dos soldados
que operavam as máquinas. Em 12 de julho de 1949, na Inglaterra, essas
pessoas se reuniram e foi ai onde, oficialmente, nasceu a Ergonomia. Na
mesma época, nos Estados Unidos, a marinha e a força aérea, juntas,
montavam um laboratório de pesquisa de ergonomia com o objetivo de
aperfeiçoar aeronaves e submarinos. Por fim, a ergonomia ganhou
impressionante avanço e enorme desenvolvimento tecnológico,
disseminando-se, rapidamente, pela América e Europa, após a Corrida
Espacial e a Guerra Fria.
Caro aluno, você saberia dizer o significado da palavra ergonomia?
Ela vem do grego, onde ergon significa trabalho e normos significa normas,
regras, leis. Sendo assim, a Ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho às
características dos indivíduos, de modo a lhes proporcionar o máximo de
conforto, segurança e bom desempenho de suas atividades no trabalho.
A Ergonomia surge como uma nova ciência, mediante a contribuição de
diversas disciplinas científicas como Antropométrica, Biomecânica
Ocupacional, Anatomia, Fisiologia do Trabalho, Psicologia do Trabalho,
Alguns estudiosos creditam o
surgimento da Ergonomia ao
homem primitivo, que com a
necessidade de se proteger e
sobreviver, sem querer, começou
a aplicar os princípios da Ergonomia,
buscando meios de tornar seus trabalhos mais fáceis e menos
penosos.
Competência 01
7 Segurança e Saúde do Trabalho
Desenho Industrial, Toxicologia e Informática, que visam humanizar o
trabalho, tornando mais produtivos os seus resultados.
O homem se torna o centro das atenções e cuidados, ele agora é a peça
fundamental do sistema de produção. Os conceitos foram invertidos, se antes
o homem tinha que se adaptar ao meio laboral, agora o trabalho, os
equipamentos e o meio é que têm que se moldar ao homem. A constituição, o
potencial e as limitações humanas são analisados e não será exigido além da
capacidade individual de cada pessoa.
O trabalho deve ser motivador e permitir a satisfação física e mental do
funcionário e não ser encarado apenas como um meio de sobrevivência.
Existe uma preocupação com as consequências sanitárias e psicológicas do
ambiente, procurando torná-lo agradável e são.
Vários aspectos são estudados na ergonomia como, por exemplo, postura e
movimentos corporais (trabalho sentado, trabalho em pé, movimentação de
cargas e levantamento de peso), informações captadas pela visão e audição,
controle (relação de mostradores e controles) e cargos e tarefas.
Figura 02 - Trabalhadores Movimentando Cargas Fonte: www.hotfrog.com.br/Empresas/COOPLABORr-Cooperativa-de-Trabalho (2012)
Você sabia que a Ergonomia se divide em três fases distintas?
Antropometria: é o espaço onde o
trabalho é desenvolvido
(equipamentos, máquinas),
devendo considerar os movimentos e
dimensões do corpo humano. São feitos
estudos das medidas das várias características do
corpo como dimensões lineares, diâmetros e pesos e também pesquisas
para o homem parado e em movimento
(antropometria estática e dinâmica).
Biomecânica: Se refere a
aspectos mecânicos do movimento
humano, incluindo considerações de alcance, força e velocidade dos movimentos do
corpo.
Competência 01
8
Técnico em Recursos Humanos
São elas:
Primeira fase ou Ergonomia Tradicional - Nesta fase, os cientistas
tinham como objetivo redimensionar os postos de trabalho e, dessa
forma, possibilitar um melhor alcance motor e visual dos funcionários.
Os estudos ficaram centrados nas características físicas e perceptivas do
ser humano e na aplicação de dados no design de controles, displays e
arranjos de interesse militar.
Segunda Fase ou Ergonomia do Meio Ambiente - Passa a se entender a
relação do homem com o meio ambiente, os postos de trabalho são
projetados de tal forma que isolam o trabalhador do ambiente
industrial agressivo. Surge a preocupação com os efeitos que a
temperatura, o ruído, a vibração, a iluminação e os aerodispersoides
podem causam no homem. Nesta fase, as dimensões do trabalho e o
ambiente passam a ser adequados ao homem.
Terceira Fase ou Ergonomia de Software ou Cognitiva - A Ergonomia
começa a operar em um outro ramo científico, estudando e elaborando
sistemas de transmissão de informação mais adequados à capacidade
mental do homem, muito comum à informática e ao controle
automático de processos industriais. Nesta fase, se dá ênfase ao
processo cognitivo do ser humano.
Figura 03 - Trabalhador de Digitação Fonte:http://www.grupoisastur.com/manual_isastur/data/pt/1/1_9.htm (2012)
Aerodispersóides: são partículas ou
gotículas extremamente pequenas em suspensão na atmosfera ou ambiente de
trabalho que são transportados pela
corrente de ar. Estas partículas são
geradas pela ruptura mecânica de sólidos como
minerais ou vegetais
pulverizados a que chamamos de
poeira ou como também os
materiais líquidos que originam os
vapores decorrentes da evaporação de
água, combustíveis e outras
substâncias voláteis.
Competência 01
9 Segurança e Saúde do Trabalho
1.2 Classificação da Ergonomia
Ergonomia de Concepção ou Ergonomia Proativa - Já na fase de
planejamento e concepção dos locais, postos e instrumentos de
trabalho se realizam intervenções ergonômicas. É o tipo mais indicado,
pois já se pensa em ambientes de trabalho adequados antes mesmo de
os trabalhadores começarem suas atividades, não sendo necessário
estabelecer alterações em situações previamente estabelecidas. Ou
seja, antes de se abrir uma empresa e até mesmo de começar a
construção de suas instalações e compra de suas máquinas e
equipamentos já se realiza um estudo de base para que se realizem
essas ações da maneira mais ergonomicamente correta para os
trabalhadores.
Entretanto não é a maneira mais fácil de trabalhar, visto que as
decisões serão tomadas baseadas em situações não reais simuladas em
computadores e modelos virtuais. Sendo assim, é exigida uma maior
carga de conhecimento e experiência de quem for colocá-la em prática.
Ergonomia de Correção ou Ergonomia Reativa - Aqui, as ações serão
realizadas em ambientes reais, onde as atividades laborais já são
efetuadas. É quando se identificam problemas ergonômicos em
algumas funções e são necessárias medidas para saná-los. Em algumas
situações, a saúde e a segurança dos trabalhadores está sendo colocada
em risco e em outras, os problemas estão interferindo diretamente na
produção; nos dois casos os problemas têm que ser resolvidos. Um
dificultador é que as soluções adotadas, muitas vezes, não são
completamente satisfatórias exigindo custo elevado de implantação.
Ergonomia de Conscientização - Neste tipo de ergonomia a abordagem
é um pouco diferente, os trabalhadores são capacitados, através de
treinamentos de reciclagem individuais ou coletivos, para que eles
Competência 01
10
Técnico em Recursos Humanos
mesmos sejam capazes de identificar e corrigir problemas que possam
surgir no dia a dia do trabalho.
Ergonomia de Participação - O usuário do sistema passa a ser envolvido
na solução de problemas ergonômicos. Parte-se do princípio básico de
que o usuário detém o conhecimento prático que muitas vezes acaba
passando despercebido pelo projetista na ergonomia de concepção. Por
usuário devemos entender o próprio trabalhador, quando se trata de
alterações no posto de trabalho, e o consumidor, quando se trata do
produto de consumo.
1.3 Risco Ergonômico
O risco ergonômico envolve todos os fatores em um ambiente de trabalho
que estejam associados a sobrecargas físicas e emocionais, ou seja, tudo que
envolva trabalhos cansativos e prolongados e o lado psicossocial do ser
humano.
São eles: relações desgastadas de trabalho, esforço físico intenso,
levantamento e transporte manual de peso, mobiliário inadequado, posturas
incorretas, controle rígido de tempo para produtividade, imposição de ritmos
excessivos, trabalho em turno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas,
monotonia, repetitividade e outras situações causadoras de estresse físico e
/ou psíquico.
Figura 04 - Trabalho em Ritmo Excessivo Fonte: www.ufma.br/noticias/noticias.php?cod=4584 (2012)
Competência 01
11 Segurança e Saúde do Trabalho
Podemos enumerar diversas medidas de controle a serem implementadas em
um ambiente de trabalho com o objetivo de eliminar ou reduzir os riscos
ergonômicos. Como exemplo podemos citar:
Diminuição da jornada de trabalho;
Aumentar o número de turnos ou de equipes;
Analisar as médias de horas trabalhadas por semana;
Realizar rodízio entre os funcionários;
Estabelecer pausas para descanso durante a jornada de trabalho;
Proporcionar assistência médica e exames periodicamente;
Ao carregar peso fazer uso da mecânica corporal (deixar os pés
totalmente apoiados no chão e mantê-los afastados, manter as costas
eretas o máximo possível, flexionar os joelhos e não curvar a coluna) e
utilizar vestimentas que permitam liberdade de movimentos e sapatos
fechados e antiderrapantes;
Terapias corporais de relaxamento (ex: ginástica laboral), alongamento
e reeducação postural;
Figura 05 - Ginástica Laboral Fonte: www.saude.al.gov.br/categorias/atencaoasaude/assistenciahospitalarede 0?page=5 (2012)
Psicoterapia, hidroterapia, acupuntura e massoterapia;
Diminuição da competitividade no ambiente de trabalho;
Busca de metas coletivas;
Diminuição da intensidade do trabalho;
Competência 01
12
Técnico em Recursos Humanos
Orientar hábitos saudáveis de vida, como alimentação balanceada,
exercícios físicos regulares, manter o sono diário de, no mínimo, seis
horas;
Não preencher o tempo livre com mais trabalho e sim utilizá-lo para
atividades agradáveis;
Dedicar um tempo para habilidades que sempre quis aprender ou
desenvolver, como pintura, música, dança de salão ou outra que venha
a trazer satisfação pessoal;
Saber administrar tempo levando em consideração além das questões
do trabalho, o cuidado pessoal e o lazer;
Cultivar o relacionamento interpessoal, buscando um bom
relacionamento com colegas de trabalho, familiares e amigos.
Figura 06 - Ambiente de Trabalho Saudável Fonte: www.mundodastribos.com/curso-de-cozinheiro-profissional-2011-gratis-curso-de-cozinha-gratuito-sp.html (2012)
1.4 Norma Regulamentadora 17 – Ergonomia
Esta NR tem como objetivo definir parâmetros que permitam a adaptação
das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores. Dessa forma, proporcionando um máximo de conforto,
segurança e desempenho eficiente. Estas condições de trabalho incluem
aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais,
ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de
trabalho e à própria organização do trabalho.
Competência 01
13 Segurança e Saúde do Trabalho
Figura 07 - Profissional Levantando Peso de Forma Incorreta Fonte: www.escoladepostura.com.br/main.asp?link=noticia (2012)
A norma define transporte manual de carga como sendo todo transporte no
qual o peso da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador,
compreendendo o levantamento e a deposição da carga. Já o transporte
manual regular de cargas seria toda atividade realizada de maneira contínua
ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual de cargas.
Na CLT podemos extrair sobre o transporte manual de cargas:
Artigo 198: O peso máximo que um empregado pode remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher, é de 60kg. Artigo 390: Ao empregador é vedado empregar a mulher em serviços que demandem o emprego de força muscular superior a 20kg para o trabalho contínuo, ou 25kg para o trabalho ocasional. Parágrafo único: Não está compreendido na determinação deste artigo a remoção de material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, de carros de mão ou quaisquer aparelhos mecânicos.
Quando o transporte manual de cargas ficar a encargo de mulheres ou de
trabalhadores jovens (idade inferior a dezoito anos e maior de quatorze anos),
Competência 01
14
Técnico em Recursos Humanos
visando o não comprometimento de sua saúde ou segurança, o peso máximo
das cargas deve ser nitidamente menor que àquele admitido para os homens.
Para trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua
segurança não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de
cargas.
Com o intuito de manter a saúde e prevenir os acidentes entre os
trabalhadores designados para o transporte manual regular de cargas, que
não as leves, é necessário treinamento e instruções quanto aos métodos de
trabalho que devem ser utilizados. Meios técnicos apropriados devem ser
utilizados para limitar ou facilitar o transporte manual de cargas.
O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração de
vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou qualquer outro aparelho mecânico
e o trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecânico
de ação manual deverão ser executados de forma que o esforço físico
realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não
comprometa a sua saúde ou a sua segurança.
Figura 08 - Transporte de Carga Fonte: www.portal.ufpa.br/imprensa/noticia.php?cod=5672 (2012)
Sempre que o ofício puder ser executado na posição sentada, o posto de
trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição. No caso de
atividades nas quais os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da
Competência 01
15 Segurança e Saúde do Trabalho
análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que
se adapte ao comprimento da perna do trabalhador. Já nas atividades nas
quais os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser colocados assentos
para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os
trabalhadores durante as pausas.
Figura 09 - Equipamentos de Trabalho Ergonomicamente Corretos Fonte: http://moveisparaescritorio.com.br/tags/ergonomia-no-trabalho/ (2012)
No trabalho manual, tanto sentado quanto em pé, as bancadas, mesas,
escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de
boa postura, visualização e operação. Alguns requisitos mínimos devem ser
atendidos como ter altura e características da superfície de trabalho
compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao
campo de trabalho e com a altura do assento, ter área de trabalho de fácil
alcance e visualização pelo trabalhador e ter características dimensionais que
possibilitem posicionamento e movimentação adequados dos segmentos
corporais.
Em trabalho que necessite a utilização também dos pés, os pedais e demais
comandos para acionamento pelos pés devem ter posicionamento e
dimensões que possibilitem fácil alcance, bem como ângulos adequados entre
as diversas partes do corpo do trabalhador, em função das características e
peculiaridades do trabalho a ser executado.
Competência 01
16
Técnico em Recursos Humanos
Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender alguns
requisitos mínimos de conforto como altura ajustável à estatura do
trabalhador e à natureza da função exercida, características de pouca ou
nenhuma conformação na base do assento, borda frontal arredondada e
encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região
lombar.
Figura 10 - Assento Ergonômico Fonte: GONÇALVES, F.M.(2008)
Algumas medidas são necessárias na realização de atividades que envolvam
leitura de documentos para digitação, datilografia ou mecanografia, entre
elas o fornecimento de suporte adequado para documentos que possa ser
ajustado proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando
movimentação frequente do pescoço e fadiga visual e a utilização de
documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo vedada a
utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que provoque
ofuscamento.
Observem que os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de
dados com terminais de vídeo devem seguir as seguintes regras:
Condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do
equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos,
e proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador;
O teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao
trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas;
Todos os equipamentos,
as condições ambientais e a organização do trabalho devem estar adequados
às características
psicofisiológicas dos
trabalhadores e à natureza do trabalho a ser
executado.
Competência 01
17 Segurança e Saúde do Trabalho
A tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de
maneira que as distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento
sejam aproximadamente iguais;
Ser posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.
Figura 11 - Teclado Ergonômico
Fonte: GONÇALVES, F.M. (2008)
Figura 12 – Mouse Ergonômico
Fonte: GONÇALVES, F.M. (2008)
Em ambientes de trabalho onde são executadas atividades que exijam
solicitação intelectual e atenção constantes (salas de controle, laboratórios,
escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, etc) condições
de conforto são recomendadas, tais como níveis de ruído de acordo com o
estabelecido em normas, índice de temperatura efetiva entre 20 e 23ºC,
Competência 01
18
Técnico em Recursos Humanos
velocidade do ar não superior a 0,75m/s e umidade relativa do ar não inferior
a 40%.
A iluminação, seja ela natural ou artificial, geral ou suplementar, deve ser
apropriada à natureza da atividade em todos os locais de trabalho. A
iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa. A iluminação
geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar
ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.
Quando nos referimos à organização do trabalho devemos estar atentos às
normas de produção, ao modo operatório, a exigência de tempo, a
determinação do conteúdo de tempo ao ritmo de trabalho e ao conteúdo das
tarefas.
Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do
pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores devem ser
incluídas pausas para descanso e quando do retorno ao trabalho, após
qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 dias, a exigência de
produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de produção
vigentes na época anterior ao afastamento.
Figura 13 - Descanso no Ambiente de Trabalho Fonte: http://www.pequenoguru.com.br/tag/produtividade/page/2/ (2008)
Competência 01
19 Segurança e Saúde do Trabalho
Em atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se ficar atento a
algumas questões:
Fica vetada ao empregador promover qualquer sistema de avaliação
dos trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, que se
norteie no número individual de toques sobre o teclado, para efeito de
remuneração e vantagens de qualquer espécie;
O número máximo de toques reais (cada movimento de pressão sobre o
teclado) exigidos pelo empregador não deve ser superior a 8.000 por
hora trabalhada;
O tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o
limite máximo de 5 horas, sendo que, no período de tempo restante da
jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades, desde que não
exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual;
Nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa
de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados, não deduzidos da
jornada normal de trabalho;
Quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento
igual ou superior a 15 dias, a exigência de produção em relação ao
número de toques deverá ser iniciado em níveis inferiores aos 8.000 por
hora trabalhada.
O Anexo I é referente ao trabalho dos operadores de checkout. Aplica-se aos
empregadores que desenvolvem atividades comerciais utilizando sistema de
autosserviço e checkout, como supermercados, hipermercados e comércio
atacadista. Contêm exigências a serem cumpridas em relação aos postos de
trabalho, a manipulação de mercadorias, a organização do trabalho, aos
aspectos psicossociais do trabalho, e à informação e formação dos
trabalhadores.
Já o Anexo II é referente ao trabalho em teleatendimento / telemarketing.
Aplica-se a todas as empresas que mantêm serviço de teleatendimento /
Competência 01
20
Técnico em Recursos Humanos
telemarketing nas modalidades ativo ou receptivo em centrais de
atendimento telefônico e/ou centrais de relacionamento com clientes, para
prestação de serviços, informação e comercialização de produtos. Contêm
exigências a serem cumpridas em relação ao mobiliário, e equipamentos dos
postos de trabalho, capacitação dos trabalhadores, condições sanitárias de
conforto, programa de saúde ocupacional e de prevenção de riscos
ambientais.
Figura 14 - Trabalhadores de Teleatendimento / Telemarketing Fonte: http://revistabahia.com.br/2010/02/07/setor-de-telemarketing-e-lider-nas-ofertas-de-emprego-no-pais/ (2012)
1.5 Análise Ergonômica de Trabalho (AET)
É considerada uma ergonomia de correção e foi desenvolvida por
pesquisadores franceses. Com o intuito de avaliar a adaptação das condições
de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao
empregador realizar a análise ergonômica do trabalho. Através da aplicação
dos conhecimentos da Ergonomia se faz a análise, o diagnóstico e a correção
de uma situação real do ambiente de trabalho.
Sendo assim, inicialmente se compreende as atividades dos trabalhadores,
posteriormente se identifica um problema ou uma situação problemática e,
por fim, realiza-se um diagnóstico que relaciona os diversos determinantes
das atividades e suas consequências, tanto para os trabalhadores quanto para
o sistema. Podemos concluir que a AET não pode ser realizada para toda a
empresa, ela deve ter uma elaboração localizada para cada setor da empresa.
Para ter acesso a todos os anexos
da norma regulamentadora 17 e seu texto na íntegra, clique no
link abaixo: http://www.guiat
rabalhista.com.br/legislacao/nr/nr17
.htm
Competência 01
21 Segurança e Saúde do Trabalho
São feitas análises de uma situação de trabalho com o intuito de adaptar o
homem:
Condições Técnicas: estruturas gerais do sistema de produção, fluxo de
produção, sistemas de controle, etc.;
Condições Ambientais: estuda-se o layout, mobiliário, ruído,
iluminação, temperatura;
Condições Organizacionais: horas de trabalho, turnos, índice de
retrabalho, dificuldades operacionais ambientais e organizacionais;
Condições Cognitivas: são as exigências na realização do trabalho,
controle, qualidade e inspeção;
Condições de Regulação no Trabalho: pausas, flexibilidade, paradas,
ginástica pré-laboral.
A AET se divide em cinco etapas. São elas: a análise de demanda, a análise da
tarefa, a análise da atividade, o diagnóstico e as recomendações.
Análise de Demanda
É o momento inicial da análise ergonômica, aqui se busca entender a empresa
e levantar os problemas existentes que precisam ser sanados. Para obter os
dados necessários é preciso buscar fontes e meios seguros de informações
sobre a demanda, fazendo consultas a alguns serviços da empresa como os
serviços de medicina e segurança do trabalho, departamento de recursos
humanos e departamento de engenharia industrial. A procura é por dados
estatísticos referentes a doenças ocupacionais, acidentes, taxas de
absenteísmo e de rotatividade, índices de rotatividade e organogramas.
É realizada uma visita para reconhecimento da situação de trabalho.
Entretanto, antes, deve-se fazer uma preparação que consiste em informar
aos trabalhadores sobre a visita e sobre o estudo ergonômico que será
realizado, conhecer previamente o funcionamento da instituição, verificar a
Competência 01
22
Técnico em Recursos Humanos
importância do problema formulado e prever visitas complementares em
empresas do mesmo grupo ou ramo de atividade.
Análise da Tarefa
Refere-se a um planejamento do ofício e pode estar contida em documentos
formais como procedimentos operacionais e descrição de cargos.
Nesta fase, são analisadas a tarefa prescrita, cujos objetivos e métodos são
definidos por instruções, e a tarefa real. Ou seja, todos os processos do
trabalho prescrito são avaliados e o trabalho executado também. Uma maior
ênfase é dada na análise do trabalho real, o intuito principal é levantar as
diferenças entre os dois tipos de tarefas. Dessa forma, são identificados os
diferentes aspectos da realidade do trabalho e as dificuldades são salientadas.
Análise da Atividade
Aqui, será feita uma avaliação de como o homem se comporta no ambiente
de trabalho. É o passo a passo que o indivíduo executa para alcançar os
objetivos de produção. As atividades que os trabalhadores exercem são
influenciadas por fatores interno e externos. Entre os fatores internos
podemos citar as características do trabalhador quanto à formação,
experiência, idade, sexo, medidas antropométricas, disposições
momentâneas como motivação, sono / vigília e fadiga. Já os fatores externos
fazem referência às condições em que as atividades são executadas, como as
condições ambientais de trabalho (ruído, calor, vibração, iluminação, gases e
poeiras), as condições técnicas do trabalho (materiais, máquinas,
ferramentas, documentos, softwares) e as condições organizacionais de
trabalho (trabalho noturno, pausas, horários e ritmo de trabalho).
Competência 01
23 Segurança e Saúde do Trabalho
Diagnóstico
Nesta fase, se realiza a síntese da análise ergonômica do trabalho. Através de
vários fatores relacionados ao trabalho e à empresa, que podem influenciar o
trabalho; vamos evidenciar as causas que provocam o problema que foi
descrito na análise de demanda. Por exemplo: acidentes podem ser causados
por iluminação inadequada, equipamentos sem manutenção e sinalização
incompleta. Já a taxa de absenteísmo, em operadores de telemarketing, pode
ser devido à pressão da chefia e ambiente de trabalho competitivo.
Recomendações
Inicialmente, é feito um levantamento dos problemas existentes no ambiente
laboral e posteriormente, avaliada a população dos trabalhadores com suas
características peculiares, e as tarefas prescritas, as reais e o comportamento
do homem no trabalho. A partir destes dados levantados se estabelece
diagnósticos situacionais, os quais se tornam norteadores no processo de
elaboração de um plano de ação de intervenção. Quando as recomendações
já estão definidas não se deve esquecer de determinar metas a serem
alcançadas e prazos para serem cumpridos.
A realização de uma intervenção ergonômica tem por finalidade transformar a
situação de trabalho e permitir um melhor conhecimento sobre a atividade
real do trabalhador. Ao se identificar os pontos de desequilíbrio entre o
ambiente de trabalho e o homem, é possível questionar as relações
saúde/trabalho e suas consequências negativas, como doenças profissionais e
do trabalho, os acidentes de trabalho e também as exigências da produção
quanto à quantidade e qualidade. Com todo este levantamento, as medidas
de proteção adequadas podem ser pensadas e colocadas em prática.
Dentre os benefícios gerados pela ergonomia podemos citar: aumento da
produtividade e qualidade do produto, redução das faltas dos trabalhadores
Competência 01
24
Técnico em Recursos Humanos
devido a acidentes e doenças ocupacionais, satisfação, motivação e conforto
do trabalhador e redução da rotatividade dos empregados.
Competência 01
25 Segurança e Saúde do Trabalho
2.COMPETÊNCIA 02 | GESTÃO DA SEGURANÇA E DA SAÚDE NO
TRABALHO
As doenças ocupacionais são adquiridas pelo trabalhador através da
exposição a agentes químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos
(ou de acidentes). Algumas vezes, elas só ocorrem após vários anos de
exposição ou depois que o trabalhador se afasta do agente causador. Nesta
segunda competência vamos conversar um pouco sobre os tipos de riscos
ambientais, o mapa de risco e as medidas de prevenção e correção para evitar
tais agravos.
2.1 Riscos Ambientais
Consideram-se riscos ocupacionais, os agentes existentes nos ambientes de
trabalho, capazes de causar danos à saúde do empregado. Os ambientes de
trabalho, pela natureza das atividades desenvolvidas e/ou pelas
características de organização, podem comprometer a saúde do trabalhador
em curto, médio e longo prazo, gerando lesões imediatas, doenças ou a
morte, além de prejuízos de ordem legal e patrimonial para a empresa.
No intuito de minimizar esses danos, torna-se necessária a investigação dos
riscos no local de trabalho para conhecer a que fatores os funcionários estão
expostos e que possíveis medidas de proteção são passíveis de serem
aplicadas. Ressaltando que não apenas a presença de um agente nocivo no
ambiente laboral é suficiente para causar transtornos. O que será prejudicial é
a presença do fator de risco somada a sua alta concentração, forma de
apresentação (líquido, sólido, gasoso), ao seu nível de toxidade e ao tempo de
exposição do trabalhador.
O Ministério da Saúde elaborou um manual de procedimentos
para os serviços de saúde onde consta lista das doenças relacionadas ao
trabalho. Confira no link abaixo este
material na íntegra.
http://www.medtrab.ufpr.br/arquivos%20para%20dowload%202011/Disciplina%20Doencas%20do%20Trabalho/Manual%20DO%20Min%20Saude.
Competência 02
26
Técnico em Recursos Humanos
Figura 15 – Ambiente de Trabalho Fonte: www.sgap.al.gov.br/saladeimprensa/noticias/servidores-da-sgap-participam-de- capacitacao-em-servicos-de-alimentacao (2012)
A portaria nº 3214, de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego
(MTe), foi responsável pela criação das Normas Regulamentadoras (NR) que
se referem à Segurança e Medicina do Trabalho. Estas normas foram criadas
com o objetivo de obrigar as empresas a observarem os aspectos
relacionados à saúde de seus trabalhadores.
Uma dessas normas traz o entendimento de que o desencadeamento das
doenças ocupacionais também está diretamente relacionado ao Limite de
Tolerância (LT) dos agentes ambientais a que o trabalhador fica exposto. A
NR-15 (Atividades e Operações Insalubres) define limite de tolerância como “a
concentração ou intensidade máxima ou mínima relacionada com a natureza
e o tempo de exposição ao agente que não causará dano à saúde do
trabalhador durante sua vida laboral.”
Já a NR-9, Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) considera
como riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes
nos ambientes de trabalho.
Podemos avaliar os riscos
ambientais existentes em um
ambiente de trabalho de duas
formas: 1. Avaliação Qualitativa:
é a forma mais simples e também conhecida como
forma preliminar. É utilizada apenas a sensibilidade do trabalhador que
identifica a presença do risco. Ex: percepção do
cheiro de vazamento de gás.
2.Avaliação Quantitativa:
é utilizada para medir, comparar e
estabelecer. É necessário o uso de um método científico e a utilização de
instrumentos e equipamentos destinados à
quantificação do risco.
Ex: Medir, através de aparelho específico
(dosímetro), o nível de ruído do
ambiente.
Competência 02
27 Segurança e Saúde do Trabalho
Os riscos físicos são as diversas formas de energia, as quais os trabalhadores
podem estar expostos. Os agentes geradores deste risco possuem a
capacidade de alterar as características físicas do meio ambiente, exigem um
meio de transmissão para propagar sua nocividade e agem até mesmo sobre
indivíduos que não têm contato direto com a fonte de risco. São
representados por fatores ou agentes existentes no ambiente de trabalho que
podem afetar a saúde dos trabalhadores, como: ruídos, vibrações, radiações,
frio, calor, pressões anormais e umidade.
Figura 16 - Trabalhador Exposto ao Risco Físico da Umidade Fonte: http://supershe.zip.net/arch2009-05-24_2009-05-30.html (2012)
Os riscos químicos são identificados pelo grande número de substâncias que
podem contaminar o ambiente de trabalho e provocar danos à integridade
física e mental dos trabalhadores, a exemplo de poeiras, fumos, névoas,
neblinas, gases, vapores, substâncias, compostos ou outros produtos
químicos. São substâncias compostas ou produtos que podem penetrar no
organismo pela via respiratória, pela via cutânea (através do contato com a
pele) ou através do trato gastrointestinal (digestão). Pode ter ação localizada,
quando atua somente na região de contato, e ação sistêmica, quando são
absorvidos e distribuídos dentro do organismo, afetando diferentes órgãos e
tecidos.
Ficou curioso para saber as
outras informações da NR-9? Acesse o
link abaixo: www81.dataprev.gov.br/sislex/pag
inas/05/mtb/ 9.htm
Competência 02
28
Técnico em Recursos Humanos
Figura 17 - Trabalhador Exposto ao Risco Químico Fonte: http://www.nrfacil.com.br/blog/?p=3543 (2012)
Os riscos biológicos são microrganismos incluindo os geneticamente
modificados ou não, as culturas de células, os parasitas, as toxinas e os príons,
capazes de provocar infecções, alergias ou toxidades em seres humanos.
Ainda podemos incluir as bactérias, os vírus, os fungos e mordidas e ataques
por animais peçonhentos, domésticos e selvagens.
Figura 18 - Trabalhador Exposto ao Risco Biológico Fonte: http://profjabiorritmo.blogspot.com.br/2010/08/niveis-de-biosseguranca.html (2012)
Outros agentes existentes nos ambientes laborais e que são passíveis de
causar danos aos colaboradores são os riscos ergonômicos e de acidente ou
mecânicos. Estes dois outros riscos são trazidos pela norma regulamentadora
9 que serviu para ampliar o conceito de risco ambiental.
Competência 02
29 Segurança e Saúde do Trabalho
Os riscos ergonômicos estão ligados à execução de tarefas, à organização e às
relações de trabalho, ao esforço físico intenso, levantamento e transporte
manual de peso, mobiliário inadequado, posturas incorretas, controle rígido
de tempo para produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em
turno diurno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e
repetitividade. Engloba também os fatores psicossociais e entre eles podemos
citar as situações causadoras de estresse e o relacionamento interpessoal
entre o trabalhador e seus colegas de trabalho ou a chefia.
Figura 19 – Trabalhador Exposto ao Risco Ergonômico Fonte: http://luizsms.blogspot.com.br/2011/08/simples-questao-de-ergonomia.html (2012)
Os riscos de acidente ou mecânicos são muito diversificados e estão presentes
no arranjo físico inadequado, pisos pouco resistentes ou irregulares, material
ou matéria-prima fora de especificação, máquinas e equipamentos sem
proteção, ferramentas impróprias ou defeituosas, iluminação excessiva ou
insuficiente, instalações elétricas defeituosas, probabilidade de incêndio ou
explosão, armazenamento inadequado, animais peçonhentos e outras
situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes.
Competência 02
30
Técnico em Recursos Humanos
Figura 20 - Trabalhadores Expostos ao Risco de Acidente Fonte: www.diariodasaude.com.br/news.php?article=acidentes-de-trabalho-causam-3-mil-mortes-por-ano-no-brasil (2012)
Abaixo poderemos visualizar uma tabela que define o mapa de riscos
ambientais, estabelecido pela norma regulamentadora 5. Esta NR trata da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) que é composta por
trabalhadores e deve participar ativamente de todos os programas de
prevenção de riscos ambientais.
Figura 21 - Classificação dos Fatores de Risco Fonte: http://blogsegurancatotal.blogspot.com.br/2012/03/o-mapa-de-risco-foi-criado-atraves- da.html (2012)
Caro aluno, caso
você tenha interesse em
conhecer a NR-5 por inteiro, acesse
o link abaixo: http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/05/mtb
/9.htm
Competência 02
31 Segurança e Saúde do Trabalho
Cada fator de risco é identificado por uma cor diferente! Sendo assim,
quando formos representar um risco ambiental podemos simplesmente
colocar a sua cor correspondente.
Figura 22 - Cores dos Fatores de Risco Fonte: http://valoreseatitudes.blogspot.com.br/2011/07/mapa-de-riscos_11.html (2012)
2.2 Mapa de Riscos
O mapa de risco é a representação gráfica (em uma planta baixa) dos fatores
de risco existentes em um setor de trabalho ou em toda a empresa. Esta
representação é feita através de círculos de diferentes cores e tamanhos,
permitindo fácil visualização de todos os riscos de uma empresa.
Como visto em alguns parágrafos acima, cada risco tem uma cor que o
representa, e o tamanho dos círculos vai ser de acordo com a graduação do
risco que pode ser classificado em pequeno (leve), médio e grande (elevado).
Esta graduação vai ser mensurada em conformidade com as sensibilidades
dos trabalhadores.
Figura 23 - Simbologia das Cores Fonte: SESI-SEBRAI. Saúde e segurança no trabalho. Dicas de prevenção de acidentes e doenças no trabalho. (2005)
Competência 02
32
Técnico em Recursos Humanos
O mapa é considerado um instrumento participativo que vai ser elaborado
com a colaboração dos trabalhadores que serão organizados e acompanhados
pela CIPA e terão a supervisão e colaboração do SESMT. Este momento de
elaboração possibilita a troca e divulgação de informações entre os
trabalhadores, bem como estimula a sua participação nas atividades de
prevenção.
Podemos atribuir ao mapa de risco a capacidade de fazer um levantamento
preliminar de riscos no ambiente da empresa e de informar o quantitativo de
funcionários expostos a esses riscos. Dessa forma se torna possível gerar
informação para todos os empregados da empresa e visitantes, e criar um
planejamento para as ações preventivas que serão adotadas pela empresa.
Benefícios da Adoção do Mapa de Risco:
identificação prévia dos riscos existentes nos locais de trabalho aos
quais os trabalhadores poderão estar expostos;
conscientização quanto ao uso adequado das medidas e dos
equipamentos de proteção coletiva e individual;
redução de gastos com acidentes e doenças, medicação, indenização,
substituição de trabalhadores e danos patrimoniais;
facilitação da gestão de saúde e segurança no trabalho com aumento
da segurança interna e externa;
melhoria do clima organizacional, maior produtividade, competitividade
e lucratividade.
Elaboração do Mapa de Risco
1. Conhecer o Processo de Trabalho do Local Analisado:
Os trabalhadores: número, sexo, idade, queixas de saúde, jornada e
treinamentos recebido;
Competência 02
33 Segurança e Saúde do Trabalho
Os equipamentos, instrumentos e materiais de trabalho;
As atividades exercidas;
O ambiente.
2. Identificar os Riscos Existentes no Local Analisado, Conforme a
Classificação Específica dos Riscos Ambientais.
3. Identificar as Medidas Preventivas Existentes e sua Eficácia Referente à:
Proteção coletiva;
Organização do trabalho
Proteção individual;
Higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários, armários,
bebedouro, refeitório, área de lazer.
4. Identificar os Indicadores de Saúde:
Queixas mais frequentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos
mesmos riscos;
Acidentes de trabalho ocorridos;
Doenças profissionais diagnosticadas;
Causas mais frequentes de ausência ao trabalho.
5. Elaborar o Mapa de Riscos, sobre o layout da empresa, indicando através
de círculos:
O grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada;
O número de trabalhadores expostos ao risco, o qual deve ser anotado
dentro ou abaixo do círculo;
A intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores,
que deve ser representada por tamanhos proporcionalmente diferentes
de círculos.
Competência 02
34
Técnico em Recursos Humanos
Observe atentamente o ambiente de trabalho...
Figura 24 - Elaboração do Mapa de Risco – Parte 1 Fonte: SESI-SEBRAI. Saúde e segurança no trabalho. Dicas de prevenção de acidentes e doenças no trabalho. (2005)
Imagine que está vendo tudo de cima...
Figura 25 - Elaboração do Mapa de Risco – Parte 2 Fonte: SESI-SEBRAI. Saúde e segurança no trabalho. Dicas de prevenção de acidentes e doenças no trabalho. (2005)
Competência 02
35 Segurança e Saúde do Trabalho
Agora represente tudo com círculos e cores referentes aos riscos
identificados.
Figura 26 - Elaboração do Mapa de Risco – Parte 3 Fonte: SESI-SEBRAI. Saúde e segurança no trabalho. Dicas de prevenção de acidentes e doenças no trabalho. (2005)
Depois de discutido e aprovado pela CIPA, o mapa de riscos, completo ou
setorial, deverá ser afixado em cada local analisado, de forma claramente
visível e de fácil acesso para os trabalhadores. O ideal é que logo na entrada
da empresa tenha um mapa de riscos de todos os setores da mesma
informando, assim, a todos os trabalhadores e funcionários os riscos que
podem ser encontrados em cada ambiente.
Competência 02
36
Técnico em Recursos Humanos
2.3 Medidas de Prevenção dos Riscos
Agentes Físicos
São as diversas formas de energia, as quais os trabalhadores podem estar
expostos. Os agentes geradores deste risco possuem a capacidade de alterar
as características físicas do meio ambiente, exigem um meio de transmissão
para propagar sua nocividade e agem até mesmo sobre indivíduos que não
têm contato direto com a fonte de risco.
Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico calor:
Insuflação de ar fresco no ambiente (ventiladores e ar condicionado);
Arejar o ambiente através da abertura de portas e janelas;
Exaustão de vapores de água (ventiladores ou encanação);
Uso de barreiras refletoras (alumínio polido, aço inoxidável), colocadas
entre o trabalhador e a fonte geradora de calor;
Automatização do processo (uso de máquinas no lugar de homens);
Aclimatação, ou seja, inicialmente expor o trabalhador de forma
gradual ao risco para que o organismo através da sua capacidade
fisiológica se adapte ao ambiente;
Exames periódicos;
Reposição hídrica e salina (instalar bebedores em locais estratégicos no
local de trabalho);
Limitar o tempo de exposição do trabalhador;
Equipamentos de proteção individual, vestimentas de tecido leve, cor
clara, que absorva o calor do organismo do funcionário e com sistema
de ventilação acoplado.
Competência 02
37 Segurança e Saúde do Trabalho
Figura 27 - Trabalhador Exposto ao Risco Físico Calor Fonte: www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2311200901.htm (2013)
Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico frio:
Exames médicos periódicos;
Aclimatação do trabalhador;
Alimentação balanceada devido à perda grande de energia;
Hidratação adequada;
Evitar trabalhos solitários;
Evitar trabalhos exaustivos que levem ao suor e consequente
umedecimento das roupas;
Troca das vestimentas úmidas por secas sempre que necessário;
Períodos de descanso em locais aquecidos;
Educação continuada através de treinamentos;
Reduzir o tempo de exposição;
Não conter assentos metálicos nem sistema de ventilação;
Sistema que permita a abertura das portas internamente;
As roupas devem estar sempre limpas e secas e serem compostas de
camadas múltiplas (calça, capote e luvas) e as botas de couro com
forro.
Competência 02
38
Técnico em Recursos Humanos
Figura 28 - Trabalhador Exposto ao Risco Físico Frio Fonte:http://roqueisquem.blogspot.com.br/2009/08/10072007camarafrigorificamunicipal.html (2012)
Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico radiação
ionizante:
Áreas controladas delimitadas com sinalização e barreiras físicas com
blindagem feita de concreto, aço ou chumbo;
Utilização de avental plumbífero, protetor de gônadas e tireoide e
óculos de vidro plumbífero com proteção lateral;
Guarda adequada dos EPI para evitar fissuras ou rompimentos no lençol
de chumbo;
Monitoração individual do agente;
Monitoramento biológico através de exames de sangue.
Figura 29 - Trabalhador Exposto ao Risco Físico Radiação Ionizante Fonte: http://maringa.odiario.com/empregos/noticia/305952/raio-x-auxilia-no-diagnostico-de-doencas/ (2013)
Competência 02
39 Segurança e Saúde do Trabalho
Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico radiação não
ionizante:
Diminuir o tempo de exposição;
Proporcionar descanso em ambiente coberto;
Realizar exames periódicos;
Utilizar blusas de manga, calças compridas, chapéu árabe, óculos de sol
e protetor solar.
Figura 30 - Trabalhador Exposto ao Risco Físico Radiação Não-Ionizante Fonte: http://laerciojsilva.blogspot.com.br/2010/08/sol-escaldante-prejudica-cortador- de.html (2013)
Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico pressões
anormais:
Capacitar o trabalhador quanto aos riscos e os cuidados que ele deve
ter para evitar traumas e doenças descompressivas;
Os exames de rotina devem estar rigorosamente em dia e a saúde do
trabalhador perfeita.
Competência 02
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Técnico em Recursos Humanos
Figura 31 - Trabalhador Exposto ao Risco Físico de Pressões Extremas Fonte: http://blue2lip.blogspot.com.br/2012/01/o-mergulho-e-os-dentes.html#!/2012/01/o-mergulho-e-os-dentes.html (2013)
Vamos, agora, enumerar as medidas de controle do agente físico ruído:
Substituição de equipamento por um mais silencioso;
Manutenção das máquinas (balanceamento e equilíbrio das partes
móveis, lubrificação dos rolamentos e regulação dos motores);
Programação das operações de forma que fique o menor número de
máquinas funcionando simultaneamente;
Substituição de engrenagens metálicas por outras de plástico;
Isolar a fonte através de barreira isolante e adsorvente de som;
Monitoramento periódico no agente no ambiente de trabalho;
Realização dos exames de rotina;
EPIs – protetor auricular.
Figura 32 - Trabalhador Exposto ao Risco Físico Ruído Fonte: http://irc_hsst.blogs.sapo.pt/ (2013)
Competência 02
41 Segurança e Saúde do Trabalho
Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico vibração:
Substituição de equipamentos que produzam vibração;
Instalar amortecedores de vibração em assentos;
Calibrar o pneu de veículos;
Utilizar ferramentas com características antivibratórias;
Colocar pedais de borracha nas máquinas;
Realizar manutenção periódica nos equipamentos;
Limitar o tempo de exposição do funcionário;
Implantar rodízios e pausas na jornada de trabalho;
Capacitação sobre a forma de utilização correta das ferramentas e
equipamentos para minimizar a vibração;
Realizar controle médico dos trabalhadores;
EPIs – luvas antivibração e botas de borracha.
Figura 33 - Trabalhador Exposto ao Risco Físico Vibração Fonte: http://porto100riscos.blogspot.com.br/2013/04/riscos-fisicos.html (2013)
Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico umidade:
Construção de caneletas para permitir o escoamento da água utilizada;
Rodízio de funcionários;
Horários destinados ao descanso em ambientes secos;
Exames periódicos;
Utilização de EPIs impermeáveis (luvas, macacões e botas).
Competência 02
42
Técnico em Recursos Humanos
Figura 34 - Trabalhador Exposto ao Risco Físico Umidade Fonte:http://mulheresmil.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1584&catid=1584&Itemid=228&lang=br (2013)
Agentes Biológicos
São microrganismos incluindo os geneticamente modificados ou não, as
culturas de células, os parasitas, as toxinas e os príons, capazes de provocar
infecções, alergias ou toxidades em seres humanos. Ainda podemos incluir as
bactérias, os vírus, os fungos e mordidas e ataques por animais peçonhentos,
domésticos e selvagens.
Figura 35 - Trabalhador Exposto ao Risco Biológico Fonte: http://www.respectautravail.be/pt/sector/healthcare/index_html (2013)
Vamos agora enumerar as medidas de controle dos agentes biológicos:
Seleção de equipamentos de trabalho;
Substituição de microrganismos;
Competência 02
43 Segurança e Saúde do Trabalho
Modificação do processo de trabalho. Ou seja, do passo a passo, de
como o trabalho é realizado;
Minimizar a proliferação de contaminantes no ambiente através de
limpeza, desinfecção, ventilação e controle de vetores;
Utilizar sinalização para indicar a presença do risco;
Todo local onde exista possibilidade de exposição ao agente biológico
deve ter lavatório exclusivo para higiene das mãos provido de água
corrente, sabonete líquido, toalha descartável e lixeira provida de
sistema de abertura sem contato manual;
Informar sobre os riscos de exposição ao agente biológico;
Capacitar o trabalhador quanto às normas e procedimentos
padronizados;
Diminuir o número de trabalhadores expostos;
Fazer uso das precauções padrão ou precauções universais. Inclui
realizar os procedimentos com segurança, utilizar adequadamente os
EPIs, evitar manipulação desnecessária de material biológico, manipular
cuidadosamente instrumentos perfurocortantes potencialmente
contaminados, utilizar coletor resistente para descarte destes materiais
e evitar o reencape de agulha ou a desconexão da agulha da seringa;
Uso de equipamentos de proteção individual adequados a cada tipo de
exposição (avental jaleco, gorro, máscara, luva, avental cirúrgico,
protetor ocular, protetor facial, sapatos fechados, botas, propé...);
Fazer uso de dispositivos de segurança como conectores e sistemas de
infusão sem agulhas, agulhas e seringas com travas de segurança e
seringas com sistema retrátil da agulha;
Lavagem das mãos antes e depois de cada procedimento;
A higienização das vestimentas utilizadas nos centros cirúrgicos e
obstétricos, serviços de tratamento intensivo, unidades de pacientes
com doenças infectocontagiosas e quando houver contato direto da
vestimenta com material orgânico, deve ser de responsabilidade do
empregador;
Acompanhamento médico dos funcionários;
Competência 02
44
Técnico em Recursos Humanos
Programa de imunização;
Protocolos de atendimentos pós-exposição a material orgânico;
Não deve ser permitida a utilização de pias de trabalho para fins
diversos dos previstos, o ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio
de lentes de contato nos postos de trabalho, o consumo de alimentos e
bebidas nos postos de trabalho, a guarda de alimentos em locais não
destinados para este fim, o uso de calçados abertos e deixar o local de
trabalho com os equipamentos de proteção individual e as vestimentas
utilizadas em suas atividades laborais.
Agentes Químicos
São substâncias compostas ou produtos que podem penetrar no organismo
pela via respiratória, pela via cutânea (através do contato com a pele) ou
através do trato gastrointestinal (digestão). Pode ter ação localizada, quando
atua somente na região de contato, e ação sistêmica, quando são absorvidos
e distribuídos dentro do organismo, afetando diferentes órgãos e tecidos.
Figura 36 - Trabalhador Exposto ao Risco Químico Fonte: http://higieneemnoticias.blogspot.com.br/p/provas.html (2013)
Vamos, agora, enumerar as medidas de controle dos agentes químicos:
Substituição do agente, substância, ferramenta ou tecnologia de
trabalho por outro mais seguro, menos tóxico ou lesivo;
Competência 02
45 Segurança e Saúde do Trabalho
Mudanças ou alteração do processo produtivo por automatização. Ou
seja, a máquina fazendo o papel do homem e consequentemente o
afastando do risco;
Enclausuramento da operação. Impede a dispersão do contaminante
para o ambiente de trabalho;
Isolamento ou segregação da operação. Pode ser feito o isolamento no
tempo, que consiste em realizar as operações fora do horário normal,
reduzindo assim o quantitativo de trabalhadores expostos, e o
isolamento do espaço, que consiste em realizar o processo a distância
da maioria dos funcionários;
Umidificação do processo para controlar as poeiras;
Implantação e manutenção de sistema de ventilação local exaustora
adequada e eficiente. Consiste em esgotar os poluentes (poeiras,
gases, vapores, fumos) na fonte antes de sua dispersão para o ambiente
de trabalho;
Medidas de higiene. O ambiente deve ser sempre limpo com água ou
aspirador, ou umedecer a poeira a ser removida;
Manutenção preventiva e corretiva de máquinas e equipamentos.
Evitando a poluição dos gases e vapores pela eliminação de folgas e
frestas e pela lubrificação eficiente;
Monitoramento sistemático dos agentes agressores;
Classificação e rotulagem das substâncias químicas;
Equipamentos de proteção ambiental (respiradores, cremes protetores,
luvas, botas...);
Treinamento. Educação continuada dos funcionários sobre segurança,
saúde, uso adequado dos EPI e desenvolvimento de suas atividades;
Monitoramento individual. Através de exames médicos;
Medidas de higiene pessoal. Cuidados como lavar as mãos, o rosto e os
cabelos no fim da jornada de trabalho e nas pausas para refeições.
Competência 02
46
Técnico em Recursos Humanos
Agentes Ergonômicos
São condições de trabalho que interferem nas características psicofisiológicas
dos trabalhadores. Ou seja, aspectos relacionados ao levantamento,
transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às
condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do
trabalho. As medidas de controle deste agente já foram detalhadas na
primeira competência.
Riscos de Acidente
Os acidentes em um ambiente de trabalho são muito variados e vão depender
da atividade que está sendo realizada. Sendo assim vamos enumerar algumas
medidas gerais de controle dos riscos de acidente:
Promover um ambiente de trabalho confortável;
Manter o local de trabalho organizado com todos os objetos nos seus
lugares e bem arrumados;
Informar quanto aos riscos existentes na empresa e as formas de
preveni-los;
Orientar sobre a importância de seguir todas as normas de segurança;
Utilizar de forma correta os dispositivos de prevenção de acidentes.
Figura 37 - Trabalhador Exposto ao Risco de Acidente Fonte: www.cut.org.br/destaques/21412/para-evitar-acidentes-trabalho-de-manutencao-na-rede-eletrica-deve-ser-feito-a-dois-exigem-sindicatos-do-setor (2013)
Competência 02
47 Segurança e Saúde do Trabalho
3.COMPETÊNCIA 03 | CONDIÇÕES TÉCNICAS DE TRABALHO
Nesta penúltima competência, iremos entrar em contato com a sequência
lógica das medidas de prevenção dos riscos e com as definições de
equipamento de proteção individual (EPI), e equipamentos de proteção
coletivos (EPC). Posteriormente, faremos mais do que isso, vamos saber qual
a utilidade e importância desses materiais para os trabalhadores e de uma
forma geral, quais as medidas e os diversos equipamentos que podem ser
adotados para evitar doenças e acidentes do trabalho.
3.1 Estratégias de Prevenção dos Riscos
É fundamental criar dentro das empresas um clima de sensibilização dos
funcionários, visando à proteção contra todos os tipos de riscos presentes no
ambiente de trabalho. Quando se cria uma conscientização coletiva referente
ao respeito à integridade física dos trabalhadores e melhoria contínua dos
ambientes de trabalho, os acidentes, doenças e custos são prevenidos e
reduzidos.
Caro aluno, queremos deixar bem claro que o risco ao trabalhador será maior
sempre que o tempo de exposição ou de contato a fonte de perigo, a
frequência de exposição ao perigo e a proximidade da fonte de perigo forem
maiores.
Para podermos elaborar estratégias de prevenção de riscos precisamos,
inicialmente, realizar uma análise preliminar das condições de trabalho:
Realizar um diagnóstico inicial das características da empresa, dos
trabalhadores e dos ambientes de trabalho. Ou seja, identificar qual o
ramo de atividade desta empresa, quem são os seus trabalhadores
(idade, sexo) e a situação estrutural dos setores de trabalho;
Competência 03
48
Técnico em Recursos Humanos
Fazer um mapeamento dos processos de produção e atividades
relacionadas atentando para suas principais etapas. Dessa forma,
estaremos identificando as condições de risco;
Caracterizar a exposição através da avaliação dos riscos, com a
finalidade de identificar as fontes de perigo, a intensidade, a
concentração e a quantidade nos quais os mesmos são encontrados;
Discutir e definir as alternativas de eliminação ou controle das
condições de risco e realizar uma programação de ações de prevenção a
serem seguidas com o estabelecimento de prioridades, objetivos e
metas claros a serem cumpridos;
Implementar e avaliar as medidas adotadas. Efetivar o controle
operacional através de uma avaliação que vise o monitoramento das
ações efetuadas e a checagem dos resultados alcançados, e caso
necessário, à reformulação das ações e metas.
Agora nós já sabemos os passos que devemos seguir desde a identificação de
um risco até as medidas de prevenção que devem ser tomadas para saná-los.
Mas, na hora de criar essas ações de prevenção dos riscos, será que também
não é necessário seguir uma ordem lógica que aperfeiçoe o nosso serviço?
A resposta para essa pergunta é sim! Vamos conhecer o Princípio da
Tecnologia de Controle proposto pela higiene ocupacional:
Inicialmente deve-se evitar que um agente potencialmente tóxico ou
perigoso para a saúde seja utilizado, formado ou liberado;
Se isso não for possível, deve-se contê-lo de tal forma, que não se
propague para o ambiente;
Se isso não for possível, ou suficiente, isolá-lo ou diluí-lo no ambiente
de trabalho;
Em último caso, bloquear as vias de entrada no organismo.
Outro método é o Processo para Controle do Risco, que seguindo uma ordem,
correlaciona o tipo de medida ao processo:
Competência 03
49 Segurança e Saúde do Trabalho
Medidas Construtivas ou de Engenharia Devem ser adotadas na fase
de concepção e projeto. Atuam sobre os meios de trabalho
(equipamentos, máquinas e edifícios). Incluem os equipamentos de
proteção coletiva (EPC).
Processo Eliminar ou Reduzir o Risco. Envolver o risco.
Medidas Organizacionais Limitação do número de expostos ou do
tempo de exposição.
Processo Afastar o Homem.
Medidas de Proteção Individual ou Adicionais Utilização dos
equipamentos de proteção individual (EPI).
Processo Proteger o Homem.
3.2 Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)
Os equipamentos que protegem vários trabalhadores ao mesmo tempo e
otimizam o ambiente de trabalho são denominados de equipamentos de
proteção coletiva e são conhecidos pela sigla EPC. Eles neutralizam o risco na
fonte, dispensando, em determinados casos, o uso dos equipamentos de
proteção individual.
Os EPCs são dispositivos utilizados no ambiente laboral com o objetivo de
proteger os trabalhadores dos riscos inerentes aos processos. Normalmente
os equipamentos de proteção coletiva envolvem facilidades para os processos
industriais colaborando no aumento da produtividade e minimizando os
efeitos de perdas em função de melhorias nos ambientes de trabalho.
Higiene
ocupacional é a ciência dedicada a
prevenção, reconhecimento,
avaliação e controle dos riscos
existentes ou originados dos
locais de trabalho, os quais podem
prejudicar a saúde e o bem estar das
pessoas no trabalho, enquanto
considera os possíveis impactos
sobre o meio ambiente geral.
Como vimos no
tópico estratégias de prevenção dos
riscos, quando falamos no princípio
da tecnologia de controle, a
prioridade vai ser conter o agente de tal forma que ele não se propague
para o meio ambiente (através
do uso de EPC). Apenas em
situações onde isso não for possível é que devemos, em
último caso, bloquear as vias de
entrada no organismo (através
do uso de EPI).
Competência 03
50
Técnico em Recursos Humanos
Os equipamentos de proteção coletiva podem ser simples, como corrimãos de
escadas até sistemas sofisticados de detecção de gases dentro de uma planta
química.
Exemplos de EPC: isolamento de máquinas, corrimão e pastilhas
antiderrapantes em escadas, extintor de incêndio, chuveiros, pias, iluminação
adequada, limpeza do local de trabalho, sistema de exaustão e alarmes.
Figura 38 - Equipamentos de Proteção Coletiva Fonte: www.anuncios.gigao.com.br/equipamentos-de-proteco-coletiva--epc-gigao-web-8797 (2012)
Os equipamentos de proteção coletiva devem ser mantidos nas condições que
os especialistas em segurança estabelecerem, devendo ser reparados sempre
que apresentarem qualquer deficiência. Agora vamos observar alguns
exemplos de aplicação de EPC:
Sistema de exaustão que elimina gases, vapores ou poeiras do local
de trabalho;
Enclausuramento, ou seja, fechamento de máquina barulhenta para
limpeza do ruído excessivo do ambiente;
Cabo de segurança para conter equipamentos suspensos sujeitos a
esforço caso venham a se desprender;
Comando bimanual que matem as mãos ocupadas, fora da zona de
perigo, durante o ciclo de uma máquina.
Competência 03
51 Segurança e Saúde do Trabalho
Os EPCs quando adequadamente escolhidos e instalados não prejudicam a
eficiência do trabalho. Para serem perfeitamente adequados eles devem
respeitar os seguintes critérios:
Ser do tipo adequado em relação ao risco que vai neutralizar;
Depender o menos possível da atuação do homem para atender
suas finalidades;
Ser resistente às agressividades de impactos, corrosão e desgastes a
que estiverem sujeitos;
Permitir serviços e acessórios como limpeza, manutenção e
lubrificação;
Não criar outros tipos de riscos, principalmente mecânicos como
obstruções de passagens, cantos vivos e etc.
Uma das maiores vantagens dos EPCs é a de além de proteger a coletividade
dos trabalhadores, não provocar desconforto no seu uso. Os dispositivos de
segurança em máquinas tem a finalidade principal de proteger a integridade
física das pessoas, quer sejam operadores ou outros trabalhadores presentes
nas áreas de processo.
Vamos ver alguns exemplos através de imagens?
Figura 39 - EPC em Modeladora Fonte: http://setcamar.org.br/noticias.php?id=105 (2012)
Competência 03
52
Técnico em Recursos Humanos
Figura 40 - EPC em Cilindro de Massa Fonte: http://setcamar.org.br/noticias.php?id=105 (2012)
3.3 Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
Hoje a ciência e a tecnologia colocam a nossa disposição no mercado uma
vasta quantidade de medidas e equipamentos de proteção. Todas elas visam
minimizar os risco e evitar as doenças ocupacionais e os acidentes de
trabalho. Os dispositivos de uso individual, destinados à proteção da
integridade física e da saúde de apenas um trabalhador são os equipamentos
de proteção individual, conhecidos pela sigla EPI.
Os EPIs formam, em conjunto, um recurso amplamente empregado para a
segurança do trabalhador no exercício de suas funções. Quando não for
possível adotar medidas de segurança de ordem geral para garantir a
proteção contra os riscos de acidentes e doenças ocupacionais, deve-se
utilizar os equipamentos de proteção individual.
O controle dos riscos através do uso de EPI deve ser implantado somente
depois de esgotadas as análises para eliminação do risco existente em sua
fonte geradora e quando não for possível a adoção de outras medidas de
proteção coletiva.
1 Prancha de extensão traseira;
2 Proteção laterais;
3 Botoeiras de Parada de Emergência;
4 Chave Liga/Desliga;
5 Indicador Visual p/ Abertura do
Cilindro;
6 Mesa baixa;
7 Lâmina de Limpeza;
8 Proteções das polias;
9 Chapa fechamento do vão cilindro
inferior e mesa baixa;
10 Chapa fechamento do vão cilindro e o
rolete;
11 Proteção fixa.
Competência 03
53 Segurança e Saúde do Trabalho
São exemplos de EPI luvas, botas, máscara, capacete, jaleco e protetor
auricular.
Figura 41 - Equipamentos de Proteção Individual Fonte: www.sempretops.com/cursos/cursos-e-treinamentos-de equipamentos-de-protecao-individual/ (2012)
Como já foi dito anteriormente, o EPI nunca deve ser a primeira opção, na
verdade ele só deve ser usado em último caso. A sua utilização ocorre
rotineiramente ou excepcionalmente nas seguintes situações:
Quando o trabalhador se expõe diretamente a riscos não controláveis
por outros meios técnicos de segurança, ou seja, quando não for
possível eliminar o risco por outras medidas ou equipamento de
proteção coletiva (EPC).
Exemplo: uso de óculos, protetores, máscaras e outros EPIs em
operações com aparelhos de soldagem.
Quando o trabalhador se expõe a riscos apenas parcialmente
controlados por outros recursos técnicos, um caso seria quando for
necessário que um funcionário além de utilizar a proteção coletiva faça
uma complementação com o uso de uma proteção individual.
Exemplo: uso de máscaras respiratórias apropriadas em cabines de
pintura, mesmo que ela já seja provida de ventilação.
Caro aluno, fique atento às quatro
características básicas que um EPI deve conter:
1.Proteger adequadamente.
2.Resistentes. 3.Práticos.
4.Fácil Manutenção.
Competência 03
54
Técnico em Recursos Humanos
A título precário, em período de instalação, reparos ou substituição de
dispositivos, para impedir o contato do trabalhador com o fator de
risco. Situações com exposição de curto período.
Exemplo: Uso de luvas de amianto para a manipulação de peças
quentes, enquanto não se dispõe de equipamentos para esse manuseio.
Em trabalhos eventuais e ou emergenciais, ou seja, quando a rotina do
trabalho é quebrada por qualquer anormalidade, exigindo o uso de
proteção complementar e temporária pelos trabalhadores envolvidos.
Exemplo: uso de máscaras respiratórias apropriadas para reparos de
vazamentos de contaminantes.
Será que qualquer trabalhador será capaz de escolher adequadamente o
melhor equipamento de proteção individual a ser utilizado em determinada
situação? Quem seria o profissional mais indicado?
A padronização dos EPIs é feita de acordo com o estabelecido na legislação,
dentro das necessidades da Empresa e com aprovação do Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança em Medicina do Trabalho
(SESMT). O profissional que ficar responsável pela seleção do EPI a ser usado
deve ter no mínimo o conhecimento:
Do equipamento;
Das condições em que o trabalho é executado;
Do tipo de risco a ser prevenido;
Da parte do corpo a ser atingida;
Das características e qualidade técnica do EPI;
Do grau de proteção que o produto deve proporcionar;
Se ele possui o certificado de aprovação (CA) do Ministério do Trabalho
e Emprego.
Os equipamentos
de proteção individual não
evitam os acidentes, como
acontece de forma eficaz com os
equipamentos de proteção coletiva. Apenas diminuem ou evitam lesões
que podem decorrer de acidentes.
Competência 03
55 Segurança e Saúde do Trabalho
A utilização de Equipamentos de Proteção Individual – EPI é obrigatória para
todos os trabalhadores, de acordo com as definições feitas pelo SESMT da
Empresa.
Cabe à empresa o fornecimento do EPI adequado, entretanto não adianta
apenas providenciar o equipamento ao funcionário, é preciso conscientizá-lo
da importância do seu uso na prevenção de acidentes e doenças e fornecer
informação através de capacitações continuadas da forma correta de utilizá-
los. O empregador deve controlar o uso do EPI adequado ao risco, conforme a
legislação específica e quando solicitado ou observar que o produto não
oferece proteção eficiente contra o agente nocivo, o supervisor ou
representante do SESMT deve providenciar a substituição do equipamento.
Quando a empresa fornece um equipamento de proteção individual a um
funcionário é recomendado que ela emita uma declaração. Este documento
vai servir tanto para comprovar que o equipamento foi entregue ao
funcionário quanto para responsabilizar o mesmo pela guarda e uso
adequado do EPI.
Competência 03
56
Técnico em Recursos Humanos
Figura 42 – Termo de Responsabilidade pela Guarda e Uso de EPI Fonte: Grupo Pão de Açúcar (2012)
Competência 03
57 Segurança e Saúde do Trabalho
Todo EPI deve conter um manual de utilização. Este manual deve ser
elaborado pelo SESMT, em conjunto com a engenharia e empregados, e tem
por objetivo apresentar os EPIs padronizados e utilizados na empresa. Neste
documento é possível encontrar informações quanto às situações de uso,
conservação, periodicidade de troca, especificações aplicáveis e códigos para
requisição, além de ser utilizado como material de consulta e treinamento
para profissionais do SESMT e usuários.
Como seria um manual de utilização de um EPI? Você consegue imaginar?
Vamos dar um exemplo prático de um avental de raspa para soldador para
podemos entender melhor.
Avental de Raspa para Soldador
Objetivo: Proteção do tronco do usuário contra respingos de materiais
em fusão, operação de solda e agentes cortantes ou escoriantes.
Utilização: Este avental deve ser utilizado em atividades que envolvam
risco de respingo de materiais em fusão, operação de solda e agentes
cortantes ou escoriantes. É necessário certificar-se de que as mãos,
corpo e o avental estejam limpos e secos antes da utilização. O avental
que estiver impregnado com óleo, graxas, produtos químicos e outros
materiais não deve ser utilizado. O avental deve ser utilizado amarrado
de forma a cobrir toda a superfície do corpo a ser protegida.
Cuidados e conservação: O avental de raspa deve ser inspecionado
visualmente antes de sua utilização; ao final das atividades o mesmo
deverá ser guardado em local adequado, seco e distante de umidade;
não deixar o avental mal acondicionado, impregnado de substâncias
agressivas ou exposto a intempéries.
Periodicidade de troca: Deverá ser substituído quando apresentar rasgo
ou qualquer tipo de dano que possa prejudicar a proteção do usuário.
Especificações: O avental de raspa comum deve atender à Padronização
xxxxxxx e o avental com manga e pala para soldador deve atender à
Padronização XXXXXXXX.
Competência 03
58
Técnico em Recursos Humanos
3.4 Norma Regulamentadora 6
A Norma Regulamentadora 6 (NR-6) fala exclusivamente sobre os
equipamentos de proteção individual. Ela os define como sendo todo
dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado
à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no
trabalho.
Seja o EPI de fabricação tanto nacional quanto importado, ele só poderá ser
colocado à venda ou para uso com a indicação do Certificado de Aprovação
(CA). Este documento deve ser expedido pelo órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e
Emprego.
A presença do CA é uma prova de que o EPI foi avaliado e testado por órgãos
competentes do governo, e consequentemente, serve para a atividade que
lhe fora determinada, ou seja, ele atesta que o equipamento de proteção
individual é realmente válido para uma determinada atividade.
Segundo a NR 6,
entende-se como equipamento conjugado de
proteção individual, todo
aquele composto por vários
dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam correr simultaneamente
e que sejam suscetíveis de
ameaçar a segurança e a
saúde no trabalho.
Competência 03
59 Segurança e Saúde do Trabalho
Figura 43 - Exemplo de Certificado de Aprovação Fonte: www.audicare.com.br/07-10v-11_certificado.aspx (2012)
O Certificado de Aprovação concedido aos EPIs, para fins de comercialização,
terão validade de 5 anos, podendo ser renovado. À SESMT (Serviço de
Segurança e Medicina do Trabalho) fica reservado o direito de estabelecer
prazos inferiores aos citados acima, desde que as características do EPI assim
exijam.
Os EPIs devem apresentar em letras bem visíveis o nome comercial da
empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA e no caso de EPI
importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA. No
caso de impossibilidade em realizar esta gravação no EPI, o órgão competente
Competência 03
60
Técnico em Recursos Humanos
em matéria de segurança e saúde no trabalho poderá autorizar uma forma
alternativa de gravação, a ser proposta pelo fabricante ou importador,
devendo esta constar do CA.
Figura 44 - Certificado de Aprovação Fonte: www.mmed.com.br/certificado.html (2012)
É de obrigação das empresas fornecerem gratuitamente, aos empregados, o
EPI adequado para determinada função, atentando para as peculiaridades de
cada atividade profissional, e em perfeito estado de conservação e
funcionamento.
Fica de responsabilidade do SESMT, após ter ouvido a opinião da Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e dos trabalhadores usuários,
recomendar ao empregador o uso de determinado EPI adequado ao risco
existente em determinada atividade.
Caso a empresa esteja, por lei, desobrigada a constituir SESMT, cabe ao
empregador escolher o EPI adequado ao risco, mediante orientação de
profissionais tecnicamente habilitados, ouvida a CIPA ou, na falta desta, o
profissional designado e trabalhadores usuários.
Segundo a Norma Regulamentadora 6 o empregado, o empregador e o
fabricante nacional ou importado do EPI teriam algumas obrigações quanto ao
equipamento de proteção individual.
No link abaixo
você encontrará informações sobre
A CIPA e prevenção de acidentes no ambiente de
trabalho. http://www. unifenas.br/
extensao/cartilha/ApostilaCipa.pdf
Designado: Quando um
estabelecimento não é obrigado
por lei a estabelecer uma CIPA, a empresa
designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos da CIPA. O designado será o funcionário que
terá essa responsabilidade e
exercerá esse papel.
Competência 03
61 Segurança e Saúde do Trabalho
Cabe ao Empregador:
Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;
Exigir dos trabalhadores o seu uso;
Fornecer aos funcionários apenas EPIs que sejam aprovados pelo órgão
nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, a guarda e
conservação;
Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
Comunicar ao Ministério do trabalho e emprego qualquer
irregularidade observada;
Registrar o fornecimento do EPI ao trabalhador, podendo ser adotados
livros, fichas ou sistema eletrônico.
Cabe ao Empregado:
Utilizar o EPI apenas para a finalidade a que ele se destina;
Responsabilizar-se pela guarda e conservação;
Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio
para uso;
Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
Cabe ao Fabricante e ou Importadores:
Cadastrar-se junto ao órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho;
Solicitar a emissão do Certificado de Aprovação;
Solicitar a renovação do CA quando vencido o prazo de validade
estipulado pelo órgão competente;
Solicitar novo CA quando houver alteração das especificações do
equipamento aprovado;
Responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que deu
origem ao CA;
A norma
regulamentadora 4 fala sobre o
Serviço Especializado em
Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho (SESMT) e a norma
regulamentadora 5 sobre Comissão
Interna de Prevenção de
Acidentes (CIPA). Nos links abaixo
você pode acessar essas NRs na
íntegra: SESMT
www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/05/mtb/4.htm
CIPA www.guia
trabalhista.com.br/legislacao/nr/nr5.
htm
Competência 03
62
Técnico em Recursos Humanos
Apenas comercializar e colocar a venda EPI portador de CA;
Comunicar ao órgão competente qualquer alteração dos dados
cadastrais fornecidos;
Comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional,
orientando sua utilização, manutenção, restrição e demais referências
ao seu uso;
Fazer constar do EPI o número do lote de fabricação;
Providenciar a avaliação da conformidade do EPI no âmbito do Sistema
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(SINMETRO), quando for necessário;
Fornecer as informações referentes aos processos de limpeza e
higienização de seus EPIs, indicando quando for o caso, o número de
higienizações e acima do qual é necessário proceder à revisão ou à
substituição do equipamento, a fim de garantir que os mesmos
mantenham as características de proteção original.
O anexo da NR 6 lista todos os tipos de EPI existentes, eles se subdividem em:
Proteção da Cabeça e do Crânio;
Figura 45 - capacete Fonte: www.inclusive.org.br/?p=18415 (2013)
Competência 03
63 Segurança e Saúde do Trabalho
Proteção dos Olhos e Face;
Figura 46 - Óculos com Proteção Lateral Fonte: www.nilton.com.br/canais/produtos/detalhes.asp?codProduto=93 (2012)
Proteção Auditiva;
Figura 47 - Protetor Auricular Fonte: www.geraisepi.com.br/protecao_auditiva.html (2013)
Proteção dos Membros Inferiores;
Figura 48 - Calça Térmica Fonte: www.dalmoro.com.br/produtos/268 (2012)
Competência 03
64
Técnico em Recursos Humanos
Proteção dos Membros Superiores;
Figura 49 - Capa Impermeável Fonte: www.grupobrascamp.com.br/brascamp/home (2013)
Proteção do Tronco;
Figura 50 - Avental para Altas Temperaturas Fonte: www.patavo.com.br/av.050.htm (2012)
Proteção do Corpo Inteiro;
Figura 51 - Macacão Fonte: www.engesel.com.br/produtos-perigosos.php (2013)
Competência 03
65 Segurança e Saúde do Trabalho
Proteção das Mãos;
Figura 52 - Luva de Malha de Aço Fonte:www.nei.com.br/produto/2009/01/luvas%20de%20malha%20de%20aco%20inox%20los%20angeles%20artigos%20de%20protecao%20ltda.html (2012)
Proteção dos Pés;
Figura 53 - Botina de PVC Fonte: www.cekuniformes.com.br/produtos_epi_cat.php?cat=37 (2012)
Competência 03
66
Técnico em Recursos Humanos
Proteção Respiratória;
Figura 54 - Máscara com Filtro para Gases Tóxicos Fonte: www.atrasorb.com.br/index.php?I=20 (2013)
Proteção Contra Quedas S
Figura 55 - Cinto para Segurança Fonte: www.oxiwelding.com.br/epi.html (2013)
Para conhecer a
NR 6 por completo e o
seu anexo, que lista os
equipamentos de proteção
individual, clique no link abaixo:
http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A33EF45990134335D0C415AD6/NR-06%20(atualizada)%202011.pdf
Competência 03
67 Segurança e Saúde do Trabalho
4.COMPETÊNCIA 04 | APLICAÇÕES LEGAIS ENTRE DIREITOS E
OBRIGAÇÕES NA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
Vamos iniciar essa última competência conhecendo um pouco sobre o
histórico da Saúde Ocupacional e quando e como surgiu a preocupação com
os acidentes de trabalhos no mundo e no Brasil. Posteriormente serão
abordadas as leis existentes sobre acidentes de trabalho. O que é um acidente
de trabalho? Que situações eu posso considerar como sendo acidente de
trabalho? O que é Previdência Social? Quais os benefícios da Previdência
Social? E por fim, comentaremos um pouco sobre as consequências que o
acidente de trabalho gera tanto para o trabalhador quanto para a sociedade
como um todo.
4.1 Histórico da Saúde Ocupacional
O homem foi percebendo que algumas substâncias de origem animal, vegetal
ou mineral, quando manipuladas ou ingeridas, são capazes de produzir
doenças e até mesmo de causar a morte.
Há cerca de 400 anos Paracelso discorreu:
“Todas as substâncias são tóxicas. Não há uma que não seja veneno. A dose
correta é que diferencia um veneno de um remédio.”
Através desta reflexão e com os conhecimentos mais atuais podemos concluir
que qualquer substância presente no ambiente do trabalho pode vir a
produzir algum efeito adverso quando em contato com o organismo humano.
Competência 04
68
Técnico em Recursos Humanos
Figura 56 - Mineradores Fonte: http://guayaberamineira.blogspot.com.br/2008_11_01_archive.html (2012)
É importante resaltar que diversos fatores em conjunto vão interferir no
desenvolvimento de alguma doença ocupacional, como por exemplo: o tempo
de exposição ao agente, a concentração das substâncias, a quantidade do
agente no ambiente laboral, a intensidade da exposição e a suscetibilidade
individual do trabalhador.
Sendo assim, quanto maior for o tempo de exposição ao agente, à
concentração das substâncias, à quantidade do agente no ambiente laboral e
à intensidade da exposição, mais vulneráveis ao adoecimento estarão os
trabalhadores. Entretanto, o aparecimento ou agravamento das doenças
ocupacionais serão determinados pela suscetibilidade individual, ou seja,
características particulares de cada pessoa. Algumas pessoas são mais altas,
outras são magras, umas tem a pele escura, outras, a imunidade mais baixa e
determinados grupos têm uma facilidade maior a adquirir determinadas
doenças quando comparados a outros.
A Revolução Industrial foi iniciada na Europa (Inglaterra, França e Alemanha) e
ocorreu entre 1760 e 1850. Nesta época, as condições de trabalho eram
precárias, não havia limites nas jornadas de trabalho, o ambiente era fechado
e as máquinas sem nenhuma proteção. Consequentemente as doenças e os
acidentes com mutilações e óbitos eram numerosos e as doenças
infectocontagiosas se disseminaram.
Competência 04
69 Segurança e Saúde do Trabalho
Figura 57 - Revolução Industrial Fonte: www.fisica-interessante.com/aula-historia-e-epistemologia-da-cien cia-11-crise-da-fisica-1.html (2012)
Neste momento, onde a força de trabalho era explorada de forma desumana
visando apenas à produtividade das grandes indústrias, tornou-se necessária
uma intervenção, sob a pena de inviabilidade de sobrevivência dos
trabalhadores. Foi neste contexto que surgiu na Inglaterra, a medicina do
trabalho.
O interesse inicial brotou de um proprietário de uma fábrica têxtil chamado
Robert Dernham que estava preocupado com a saúde dos seus trabalhadores
que não dispunham de nenhum cuidado médico, além dos prestados por
instituições filantrópicas.
Figura 58 - Crianças Trabalhando em Fábrica Têxtil Fonte: http://profvalquiriahistoria.blogspot.com.br/2009/05/as-muitas-faces-da-revolucao-industrial.html (2012)
Competência 04
70
Técnico em Recursos Humanos
Dernham procurou o seu médico particular, Robert Baker, e lhe questionou
qual seria a melhor maneira para ele resolver esta situação. A resposta de
Baker foi:
Coloque no interior da sua fábrica o seu próprio médico, que servirá de intermediário entre você, os seus trabalhadores e o público. Deixe-o visitar a fábrica, sala por sala, sempre que existam pessoas trabalhando, de maneira que ele possa verificar o efeito do trabalho sobre as pessoas. E se ele verificar que qualquer dos trabalhadores está sofrendo a influência de causas que possam ser prevenidas, a ele competirá fazer tal prevenção. Dessa forma você poderá dizer: meu médico é a minha defesa, pois a ele dei toda a minha autoridade no que diz respeito à proteção da saúde e das condições físicas dos meus operários; se algum deles vier a sofrer qualquer alteração da saúde, o médico, unicamente, é que deve ser responsabilizado.
Surgiu assim em 1830, quando Robert Dernham contratou Baker para
trabalhar em sua fábrica, o primeiro serviço de medicina do trabalho.
Vamos agora reler atentamente a resposta dada por Baker. Se prestarmos
atenção poderemos observar que em suas palavras despontam os elementos
básicos das expectativas do capital quanto às finalidades de um serviço de
medicina do trabalho:
Serviços dirigidos por pessoas de inteira confiança do empresário e que
estivessem dispostas a defendê-lo;
Serviços que fossem centrados na figura do médico;
Seria uma tarefa eminentemente médica a prevenção dos danos à saúde resultantes dos riscos do trabalho;
Ao médico caberia a responsabilidade pela ocorrência de problemas de saúde.
Competência 04
71 Segurança e Saúde do Trabalho
Devido à inexistência ou precariedade dos serviços de saúde e por contemplar
as expectativas dos empregadores, o modelo acima descrito se difundiu
rapidamente entre vários países. Os serviços de medicina do trabalho
passaram a criar e manter a dependência do trabalhador e de seus familiares
ao mesmo tempo em que controlava diretamente a força de trabalho.
Algumas indústrias, em especial nos Estados Unidos, se mantiveram muito
resistentes em prestar uma atenção especial aos problemas de saúde de seus
trabalhadores. As primeiras iniciativas em relação a serviços médicos apenas
surgiram a partir do aparecimento da legislação sobre indenizações em casos
de acidentes de trabalho. Nestes casos o interesse principal dos
empregadores era reduzir o custo das indenizações.
Como se deu a evolução da Saúde Ocupacional aqui no Brasil?
A América Latina, incluindo o Brasil, passou pelo processo da Revolução
Industrial por volta de 1930, bem mais tarde que os países norte-americanos
e europeus. Apesar da experiência já vivida pelos demais países, passamos
pelas mesmas fases. Em 1970 o Brasil já era considerado o campeão de
acidentes de trabalho.
Aqui no Brasil, os serviços médicos dentro das empresas foram criados por
iniciativa dos empregadores e são, razoavelmente, recentes. Inicialmente,
consistia em assistência médica gratuita para os trabalhadores, provenientes
de forma geral do campo. Apesar da Organização Internacional do Trabalho
(OIT) recomendar serviços com caráter essencialmente preventivos, os
brasileiros eram eminentemente curativos e assistenciais. Apenas em 1972, o
governo brasileiro baixou a portaria nº 3237 e tornou obrigatória a existência
dos serviços médicos, de higiene e segurança em todas as empresas com mais
de 100 trabalhadores.
Competência 04
72
Técnico em Recursos Humanos
4.2 Legislação sobre Acidente de Trabalho
A primeira lei que falou de acidentes de trabalho no Brasil foi o Decreto 3.724,
de 1919. Ele define como acidente de trabalho o produzido por uma causa
súbita, violenta, externa e involuntária no exercício do trabalho,
determinando lesões corporais ou perturbações funcionais, que constituam a
causa única da morte ou perda total, ou parcial, permanente ou temporária,
da capacidade do trabalho. A moléstia contraída exclusivamente pelo
exercício do trabalho, quando este, por si só, a der causa e determinar a
morte do operário, ou perda total, ou parcial, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho. Nessas situações o empregador ficaria obrigado a
pagar uma indenização ao operário ou a sua família. Desta forma, as doenças
decorrentes das condições de trabalho não eram consideradas.
Figura 59 - Acidente de Trabalho Fonte: www.cabuloso.xpg.com.br/portal/galleries/view/acidente-no-trabalho-2(2012)
O decreto 24.637, de 1934 ampliou a definição de acidente do trabalho para
toda lesão corporal, perturbação funcional, ou doença produzida pelo
exercício do trabalho ou em consequência dele, que determine a morte, ou a
suspensão, ou a limitação, permanente ou temporária, total ou parcial, da
capacidade para o trabalho. Esta lei também incluiu como acidente de
trabalho as doenças profissionais que são definidas como as inerentes ou
peculiares a determinados ramos de atividade.
Interessou-se em
ler o decreto 3.724 inteiro?
Acesse o link abaixo:
http://www. Acidentedo
trabalho.adv.br/ leis/DEC-
003724/Integral. htm
Lesão Corporal:
É o dano anatômico, tal como a ferida, a
fratura, o esmagamento ou a
perda de um pé. Perturbação
Funcional É o prejuízo do
funcionamento de qualquer órgão ou sentido, tal como a
perda da visão ou da movimentação de
um braço.
Ficou curioso para conhecer o texto
do decreto 24.637 na íntegra?
Acesse o link abaixo www2.camara.gov.br/legin/fed/decret
/1930-1939/decreto-
24637-10-julho-1934-505781-
publicacaooriginal-1-pe.html
Competência 04
73 Segurança e Saúde do Trabalho
Em 1991 surgiu a Lei 8.213 que dispõe sobre os Planos de Benefícios da
Previdência Social e em 1999 o Decreto 3.048 regulamentou esta lei. O artigo
19 da referida lei define como acidente do trabalho o que ocorre pelo
exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente
ou temporária, da capacidade para o trabalho.
A empresa passa a ser responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e
individuais de proteção e segurança da saúde do trabalho e deve prestar
informações detalhadas sobre os riscos das atividades realizadas e produtos
utilizados. Caso as empresas deixem de cumprir as normas de segurança e
higiene do trabalho, podem ser punidas com multas.
Caro aluno, é importante saber que os acidentes de trabalho podem ser de
três tipos:
Acidente Típico - aquele causado ao trabalhador de forma imediata e
que lhe inflige um dano corporal, como uma fratura, contusão,
queimadura.
Figura 60 - Queimadura em Trabalhador Fonte: www.cabuloso.xpg.com.br/outros/Fotos-de-Queimaduras-1-2-3- graus/ (2012)
Acidente de Trajeto - aquele ocorrido com o trabalhador, quando do
seu deslocamento de casa para o trabalho e do trabalho para casa.
As doenças
decorrentes do trabalho são consideradas acidentes de
trabalho e elas se subdividem em:
Doença Profissional:
entendida como a doença produzida ou desencadeada pelo exercício do
trabalho peculiar a determinada
atividade. A própria atividade laborativa
basta para comprovar a
relação de causa e efeito entre o trabalho e a
doença. Ex: silicose Doença do Trabalho
entendida como a doença adquirida ou desencadeada
em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e que
com ele se relacione
diretamente. Neste caso, necessita-se
comprovar a relação de causa e
efeito entre o trabalho e a
doença. Ex: lombalgia em
profissional de enfermagem.
Competência 04
74
Técnico em Recursos Humanos
Doenças Profissionais ou do Trabalho - geralmente adquiridas por
exposição crônica do trabalhador a agentes nocivos, ou causadas por
esforços repetitivos e esforços superiores aos que teria condições de
suportar.
Não são consideradas como doenças do trabalho as doenças degenerativas,
inerentes a grupo etário, que não produzam incapacidade laborativa e as
doenças endêmicas adquiridas por segurado habitante de regiões em que ela
se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou
contato direto determinado pela natureza do trabalho. Exemplo de doenças
endêmicas: malária e febre amarela na região Norte do Brasil.
Equipara-se também ao acidente de trabalho, segundo o artigo 21 da Lei
8.213, o acidente ligado ao trabalho que, embora não seja causa única, tenha
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da
sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica
para a sua recuperação e doença proveniente de contaminação acidental do
empregado no exercício de sua atividade.
Vamos imaginar um profissional da área de saúde que durante a sua jornada
de trabalho estava muito cansado e distraído e ao reencapar uma seringa se
furou. Vamos supor que esta agulha tinha sido utilizada para coletar sangue
de um paciente soropositivo para a hepatite B e posteriormente este
funcionário desenvolveu a doença decorrente desta exposição.
Figura 61 - Acidente com Risco Biológico Fonte: www.intranet.foar.unesp.br/endodontia/index.htm (2012)
Para adquirir mais
conhecimento sobre as doenças ocupacionais e os tipos de acidentes
do trabalho confira no link
abaixo a Seção I (Das Espécies de Prestações) do Capítulo II (Das prestações em geral) da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. http://www.
planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/L821
3cons.htm
Competência 04
75 Segurança e Saúde do Trabalho
Outro exemplo seria um trabalhador que atua no corte de carnes bovinas e
contrai o carbúnculo. Estes exemplos se enquadram na definição acima de
acidente de trabalho.
Também são considerados acidentes de trabalho os sofridos pelo funcionário
no local e horário do trabalho, decorrente de: ato de agressão, sabotagem ou
terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; ofensa física
intencional, inclusive de terceiro ou companheiro de trabalho; ato de
imprudência, negligência ou imperícia de terceiro ou de companheiro de
trabalho; ato de pessoa privada do uso da razão; desabamento, inundação,
incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior.
Negligência - desleixo, descuido, desatenção, menosprezo, preguiça,
intolerância.
Ex: Cirurgião que por pressa e falta de atenção acaba esquecendo uma
pinça cirúrgica dentro de um paciente.
Imprudência - ato contrário à prudência, falta de cautela.
Ex: motorista de ônibus que ultrapassa o sinal vermelho, ou anda pelo
acostamento, mesmo sabendo que é errado.
Imperícia - incompetência, inexperiência, inabilidade.
Ex: Enfermeiro que não sabe a técnica correta para retirada de um
dreno torácico e mesmo assim resolve realizar o procedimento.
As situações onde o funcionário sofre um acidente, ainda que fora do local e
horário de trabalho são equiparadas a acidente de trabalho quando: na
execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por
esta, dentro de seus planos, para melhor capacitação da mão de obra,
O carbúnculo é
uma doença infecciosa aguda provocada pela bactéria Bacillus
anthracis. Os casos humanos de
carbúnculo devem-se
normalmente à exposição a
animais infectados ou a carne ou pele
infectada. As vítimas têm profissões
relacionadas com a manipulação de
animais ou de produtos
derivados.
Competência 04
76
Técnico em Recursos Humanos
independente do meio de locomoção utilizado, inclusive o veículo de
propriedade do funcionário; no percurso da residência para o local de
trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção,
inclusive veículo de propriedade do funcionário; na prestação espontânea de
qualquer serviço à empresa para lhe proporcionar proveito ou evitar prejuízo.
Lembrando que nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por
ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho
ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.
Sendo assim, se um empregado, em seu dia de folga, passa pela empresa que
trabalha e observa que existe um problema em sua cobertura, e que a chuva
está molhando o seu interior, e na busca de reparar esta situação, se
acidenta, será essa situação considerada como acidente de trabalho.
Figura 62 - Situação de Risco para Acidente de Trabalho Fonte: http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2012/09/vaca-fica-presa-em-telhado-de-casa-em-jau-sp.html (2012)
Outra situação é a de um trabalhador que está se deslocando, mesmo que em
veículo próprio para outra cidade, fora do horário de trabalho, para executar
serviço da empresa, e sofre um acidente, ocorrerá também o enquadramento
como acidente de trabalho.
Competência 04
77 Segurança e Saúde do Trabalho
Figura 63 – Acidente de Trajeto
Fonte: http://noticias.r7.com/cidades/noticias/chuva-causa-transtornos-no-
transito-em-porto-alegre-20100518.html (2012)
A Norma Brasileira de Responsabilidade (NBR) 14.280 da Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT) detalha alguns conceitos. Vamos aprendê-los?
Acidente de Trabalho - a ocorrência imprevista e indesejável,
instantânea ou não, relacionada com o exercício do trabalho que
provoca lesão pessoal ou de que decorre risco próximo ou remoto
dessa lesão.
Acidente sem Lesão Pessoal - é o que não apresenta lesão pessoal
como consequência do acidente, ou seja, houve o acidente, mas não
houve lesão à pessoa.
Acidente Impessoal - é aquele cuja caracterização independe de
acidentado (não há acidentado).
Acidente Inicial - é o acidente impessoal desencadeador de um ou mais
acidentes.
Acidente Pessoal - é aquele que depende de existir acidentado.
Agente do Acidente - é a coisa, matéria, substância ou energia que
determinou o início do processo que irá resultar em lesão, ou seja, que
desencadeou o acidente. Ex: martelo que quebra um vidro, que por sua
vez corta uma pessoa (o martelo é o agente).
Vamos conhecer a Lei 8.213, de 24 de julho de 1991 por inteiro? Acesse o
link abaixo: http://www.
planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/l821
3cons. htm
Competência 04
78
Técnico em Recursos Humanos
4.3 Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT)
Todo acidente de trabalho ou doença profissional deverá ser comunicado pela
empresa, devendo esta pagar multa aplicada e cobrada pela Previdência
Social em casos de omissão.
A CAT é um formulário que a empresa deverá preencher comunicando o
acidente de trabalho, ocorrido com seu empregado, havendo ou não
afastamento. A empresa fica obrigada a comunicar o acidente do trabalho à
Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso
de morte, de imediato.
Tipos de CAT:
CAT Inicial- refere-se à primeira comunicação do acidente ou doença
do trabalho.
CAT Reabertura- quando houver reinício de tratamento ou
afastamento por agravamento da lesão (acidente, ou doença já
comunicado anteriormente).
CAT Comunicação de Óbito - refere-se à comunicação do óbito, em
decorrência de acidente do trabalho, ocorrido após emissão da CAT
inicial. Deverá ser anexada a cópia da certidão de óbito e, quando
houver, do laudo de necropsia.
É de obrigação das empresas emitirem a CAT, essa atribuição geralmente é do
setor de pessoal da empresa, mas pode também ficar sob a responsabilidade
do setor de segurança e medicina do trabalho. Em situações onde a empresa
não emita o formulário, ele pode ser gerado pelo sindicato, médico que
assistiu a vítima, funcionário ou dependente e autoridade pública. Nesses
casos não prevalece os prazos de emissão.
Acidentes com morte imediata
deverão ser comunicados em
CAT inicial.
Competência 04
79 Segurança e Saúde do Trabalho
A Comunicação de Acidente de Trabalho deve ser preenchida em formulário
padronizado pela Previdência Social e emitida em seis vias, as quais serão
enviadas para:
1ª via: ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);
2ª via: à empresa;
3ª via: ao funcionário ou dependente;
4ª via: ao sindicato de classe do trabalhador;
5ª via: ao Sistema Único de Saúde (SUS);
6ª via: à Delegacia Regional do Trabalho (DRT).
O formulário tem três campos distintos:
1. Emitente – contém dados da empresa, do trabalhador (segurado) e do
acidente.
2. Atestado Médico – preenchido pelo médico, contém dados da lesão
com sua caracterização.
3. INSS – informações próprias do INSS, a quem cabe preencher.
Competência 04
80
Técnico em Recursos Humanos
Figura 64 – Comunicação de Acidente de Trabalho Fonte: http://aprendendonormas.com/?nr=0 (2013)
Competência 04
81 Segurança e Saúde do Trabalho
Quando falamos em Acidente e Doenças Ocupacionais, há dois conceitos que
não podem deixar de ser abordados:
Anamnese - É o histórico da vida do funcionário, que geralmente é
colhido através de um questionário com perguntas. Está subdividida em
anamnese ocupacional, quando as perguntas se referem à ocupação
atual ou anterior do trabalhador, e em anamnese clínica, quando as
perguntas se referem aos hábitos de vida, a história familiar e agravos
pregressos.
Nexo Causal - Também conhecido como Nexo Técnico, é a relação
entre o agravo (adoecimento ou acidente) e a situação de trabalho. Ou
seja, é quando se consegue fazer a ligação entre a causa e o efeito,
entre os fatores de risco do ambiente laboral que estariam levando o
trabalhador ao adoecimento ou a se acidentar. Não é simples, uma vez
que tal processo é específico para cada indivíduo, envolvendo sua
história de vida e de trabalho. Para estabelecer o nexo, torna-se
fundamental a descrição detalhada da situação de trabalho, quanto ao
ambiente, à organização e à percepção da influência do trabalho no
processo de adoecer. Muitas vezes, também se torna necessário
complementar as informações com resultado de exames clínicos (físico
e mental) e complementares (exame de sangue, de fezes, de urina, de
imagem e etc.).
4.4 Previdência Social
É um seguro que em caso de doença, acidente, gravidez, prisão, morte e
velhice; garante a renda do contribuinte e de sua família. Para que o
trabalhador tenha esta proteção, é necessário que ele se inscreva e contribua
todos os meses.
Competência 04
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Técnico em Recursos Humanos
Figura 65 - Previdência Social Fonte: www.governofederal.com.br/v2/index.php?option=com_content (2012)
São vários os benefícios ofertados e juntos eles vão garantir tranquilidade
quanto ao presente e em relação ao futuro asseguram um rendimento
seguro. Os benefícios são:
Aposentadoria por Invalidez
É o benefício concedido ao funcionário, quando em caso de acidente ou
doença ele for considerado pela perícia médica da Previdência Social
incapacitado para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhe
garanta o sustento.
Em casos de doença existe uma carência para o contribuinte receber o
benefício. Ou seja, para ter direito ao benefício o trabalhador tem que ter
contribuído para a Previdência Social por no mínimo doze meses. Em
situações de acidente este prazo não é cobrado, sendo apenas necessário o
funcionário estar inscrito na Previdência Social.
Os trabalhadores que já recebem a aposentadoria por invalidez devem se
submeter à perícia médica de dois em dois anos para que o benefício não seja
suspenso. A aposentadoria deixa de ser paga no momento em que o segurado
recupera a capacidade e volta ao trabalho.
Competência 04
83 Segurança e Saúde do Trabalho
A aposentadoria por invalidez não será de direito para as pessoas que quando
se filiarem já tenham alguma doença ou lesão que geraria este benefício. A
exceção é quando a incapacidade resultar no agravamento da enfermidade.
Aposentadoria Especial
É um benefício concedido aos funcionários que trabalharam em condições
prejudiciais à saúde ou a integridade física. Deverá ser comprovado o tempo
de trabalho, a efetiva exposição aos agentes nocivos químicos, físicos e
biológicos ou a associação de agentes prejudiciais pelo período exigido para a
concessão do benefício, este tempo será de 15, 20 ou 25 anos, dependendo
da profissão.
No caso de pessoas que exerceram sucessivamente duas ou mais atividades
em condições prejudiciais à saúde ou integridade física e em nenhuma delas
completou o prazo mínimo para ter direito a aposentadoria especial, poderá
somar os períodos das duas atividades para poder receber o benefício.
Figura 66 - Benefícios da Previdência Social Fonte: www.spbarueri.com.br/previdencia-social-de-barueri-telefone-e-endereco.html (2012)
Para saber mais
sobre a aposentadoria
especial acesse o link abaixo:
http://www. conatig.org.br/doc/Aposentadoria_
Especial.pdf
Competência 04
84
Técnico em Recursos Humanos
Auxílio Acidente
É concedido ao trabalhador que após um acidente fica com sequelas que
diminuem sua capacidade de trabalho. É pago ao funcionário que recebia
auxílio doença.
Este auxílio tem caráter de indenização e por isso pode ser acumulado com
outros benefícios pagos pela Previdência Social, exceto aposentadoria.
Quando o trabalhador se aposenta ele deixa de ter direito ao auxílio acidente.
Auxílio Doença
Quando o trabalhador fica impedido de trabalhar por mais de 15 dias
consecutivos, seja por motivo de doença ou acidente, ele tem direito a este
benefício. A Previdência social só passa a pagar a partir do 16º dia de
afastamento do funcionário, os primeiros 15 dias são pagos pelo empregador.
Para ter direito a este benefício o trabalhador tem que ter contribuído para a
Previdência Social por no mínimo doze meses. Em situações de acidente de
qualquer natureza (por acidente de trabalho ou fora do trabalho) ou de
doença profissional ou do trabalho, este prazo não será exigido.
Terá direito ao benefício sem a necessidade de cumprir o prazo mínimo de
contribuição e desde que esteja inscrito na Previdência Social quando do
início da incapacidade, o trabalhador acometido de tuberculose ativa,
hanseníase, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, paralisia
irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson,
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, doença de Paget em estágio
avançado (osteíte deformante), síndrome da imunodeficiência adquirida
(AIDS), contaminação por radiação (comprovada em laudo médico) ou
hepatopatia grave.
Competência 04
85 Segurança e Saúde do Trabalho
O auxílio não será de direito para as pessoas que quando se filiarem já tenham
alguma doença ou lesão que geraria este benefício.
Exceto quando a incapacidade resultar no agravamento da enfermidade.
O trabalhador que está recebendo o auxílio doença deverá realizar exame
médico periódico. Em situações onde não é possível o retorno a atividade
habitual, o empregado deverá participar do programa de reabilitação
profissional para o exercício de outra atividade. O programa será prescrito e
custeado pela Previdência Social e o trabalhador que não se submeter a ele
pode ter o benefício cortado.
Este auxílio deixa de ser pago no caso do funcionário recuperar a capacidade e
retornar ao trabalho ou quando se transforma em aposentadoria por
invalidez.
Pensão por Morte
É um benefício pago a família do empregado quando ele vai a óbito. Não
existe tempo mínimo de contribuição para a concessão deste auxílio,
entretanto a morte tem que ter ocorrido enquanto o trabalhador estava
contribuindo.
Poderá receber a pensão por morte um irmão ou filho maior de idade do
trabalhador, desde que seja inválido. Esta invalidez tem que ser comprovada
mediante exame médico pericial anterior ou simultâneo ao óbito.
A pensão por morte será rateada em partes iguais no caso de existir mais de
um pensionista. A parte daquele cujo direito à pensão cessar, será revertida
em favor dos demais dependentes.
Competência 04
86
Técnico em Recursos Humanos
Em algumas situações, a cota individual do benefício deixa de ser paga; são
elas: pela morte do pensionista; para o filho ou irmão que se emancipar,
ainda que inválido, ou ao completar 21 anos de idade, salvo se inválido;
quando acabar a invalidez (no caso de pensionista inválido). Não será
considerada a emancipação decorrente de colação de grau científico em curso
de ensino superior.
4.5 Consequências dos Acidentes de Trabalho
As doenças e os acidentes decorrentes do trabalho geram diversos fatores
negativos tanto para o trabalhador acidentado, quanto para as empresas e a
sociedade. A soma dos custos e prejuízos humanos, sociais e econômicos é
muito alta e, algumas vezes, irreparáveis.
O índice de trabalhadores mortos prematuramente ou que ficam
incapacitados é alarmante. Os funcionários que conseguem fugir de tais
infortúnios ainda podem ser atingidos pelo sofrimento físico e mental
(depressão e traumas), desemprego, pela necessidade de cirurgias, próteses,
assistência médica e psicológica, fisioterapia, remédios, dependência de
terceiros para acompanhamento e locomoção; diminuição do poder aquisitivo
e preconceito.
Figura 67 - Trabalhador Acidentado
Fonte: http://jornalesp.com/doc/3781 (2012)
Competência 04
87 Segurança e Saúde do Trabalho
As empresas também são atingidas fortemente pelas consequências de
acidentes e doenças ocupacionais. Elas ficam responsáveis pelo pagamento
do salário do trabalhador nos primeiros 15 dias após o acidente, pelo
transporte e assistência médica de urgência, pela investigação das causas do
acidente e correção da situação. Em algumas circunstâncias, é necessária a
paralisação de máquinas, equipamentos e setores com consequente
interrupção da produção, em outros ocorrem prejuízos como a destruição de
máquinas, veículos e equipamentos ou danificação de produtos, matéria-
prima e outros insumos. É importante resaltar que dificilmente a empresa
consegue manter o mesmo conceito e imagem no mercado.
E em relação à sociedade? Como será que acidentes e doenças gerados no
ambiente laboral podem vir a interferir na vida cotidiana dos cidadãos? Como
nós estamos sendo afetados?
Segundo os dados estatísticos, a maioria das pessoas que sofrem acidente do
trabalho está em uma faixa etária entre 20 e 30 anos. Estes jovens
trabalhadores muitas vezes são os responsáveis pelo sustento de suas famílias
e acabam onerando a sociedade por necessitarem de socorro e medicações
de urgência, intervenções cirúrgicas, leitos nos hospitais, maior apoio da
família e da comunidade e de benefícios previdenciários. O País de uma forma
geral acaba prejudicado, visto que, a população economicamente ativa fica
reduzida.
Competência 04
88
Técnico em Recursos Humanos
REFERÊNCIAS
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MINICURRÍCULO DO PROFESSOR
Dados Pessoais
Nome: Maria Luísa Corrêa Muniz
Email: [email protected]
Formação
Mestrado: Saúde Coletiva com Foco em Epidemiologia – em
andamento
Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
Pós- graduação: Enfermagem do Trabalho – 2010 Espaço
Enfermagem
Residência: Saúde da Mulher – 2010
Instituto de Medicina Integrada Professor Fernando Figueira (IMIP)
Graduação: Enfermagem (Bacharela e Licenciada) - 2008
Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
Experiência Profissional
Escola Técnica Estadual Almirante Soares Dutra (ETEASD)
Docente do Curso de Técnico de Segurança do Trabalho, Análises
Clínicas, Prótese Dentária e Enfermagem
Período: Fevereiro de 2010 até a presente data
Instituto de Medicina Integrada Professor Fernando Figueira (IMIP)
Residente em Saúde da Mulher
Período: Fevereiro de 2009 até janeiro de 2011
100
Técnico em Recursos Humanos
Escola Wilton de Meira Pacheco (ESEMP)
Docente do Curso de Técnico de Enfermagem
Período: Março de 2009 até março de 2010
Unidade Mista de Tejucupapo
Enfermeira Assistencial
Período: Outubro de 2011 até a presente data
Secretaria Estadual de Educação
Professora Pesquisadora da Educação à Distância
Período: Maio de 2012 até a presente data
Beiró Uchoa – Moreno
Enfermeira Assistencial
Período: Janeiro de 2013 até a presente data