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SEMINÁRIO: GOETHE, LEITOR DE KANT orientado por Maria Filomena Molder I. TEMPO, ESPAÇO E FORMA QUINTA-FEIRA, 2 DE OUTUBRO 2014 II. NATUREZA, CONCEITO E IDEIA QUINTA-FEIRA, 9 DE OUTUBRO 2014 III. ARTE E NATUREZA, ARTE E HISTÓRIA QUINTA-FEIRA, 16 DE OUTUBRO 2014 EDUCAÇÃO OUTUBRO 2014 www.carpediemartepesquisa.com [email protected] Contrastes: a revolução crítica de Kant - o tempo e o espaço como intuições puras da nossa sensibilidade (Crítica da Razão Pura) - e a inactualidade de Goethe: a morfologia como ciência. Um matador de dragões chamou Nietzsche a Kant em O Nascimento da Tragédia. E Goethe foi reconhecido como um espírito liberto em O Crepús culo dos Ídolos. Estas qualificações servirão de guia para explicitar os contrastes. O direito de nos colocarmos diante da natureza directamente e sem mediações versus só através de mediações nos podemos colocar diante da natureza. Na primeira atitude temos Goethe. Na segunda, Kant. E, no entanto, a antino mia tem as suas parcialidades. Por um lado, Goethe está convencido de que não podemos conhecer as coisas em si e, por outro, a actividade da faculdade de julgar estética em Kant é uma pedra-de-toque de um acesso sem medi ações à natureza. Em qualquer dos casos, ambos consideraram a diferença entre pensar a natureza como conceito e pensá-la como ideia. Aquele a quem a natureza começa a desvendar os seus segredos, sente uma irresistível nostalgia pela sua mais digna intérprete, a arte, escreveu Goethe numa das suas Máximas, fazendo ressoar as palavras de Kant no capítulo 45 da Crítica da Faculdade de Julgar: A natureza era bela quando ao mesmo tempo aparecia como arte; e a arte só pode ser dita bela quando temos a consciência de que se trata de arte e nos aparece entretanto como natureza. O que é a história? O que é um clássico, o que quer dizer Antiguidade? Saliente-se que a rememoração que leva Kant a estas perguntas se faz no interior da experiência estética. Em Goethe, história, poesia, arte, conhecimento, prazer, fazem parte das muitas portas da casa onde desde sempre habitamos. A importância de Winckelman. Rua de O Século, 79 1200-433, Lisboa IV. METEOROLOGIA, FORMA E SUBLIME QUINTA-FEIRA, 23 DE OUTUBRO 2014 Um caso: as nuvens. Os estudos meteorológicos de Goethe. O sublime em Kant (energia excessiva e informe). A classificação das nuvens por Howard Luke: Stratus, Cumulus, Cirrus e Nimbus, e a trilogia poética de Goethe a propósito da teoria das nuvens de Howard. Visionamento do filme de Ana Eliseu: Sobe, adensa, esgarça, desce (2007) e conversa à volta dele. Palácio Pombal

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SEMINÁRIO: GOETHE, LEITOR DE KANTorientado por Maria Filomena Molder

I. TEMPO, ESPAÇO E FORMAQUINTA-FEIRA, 2 DE OUTUBRO 2014

II. NATUREZA, CONCEITO E IDEIAQUINTA-FEIRA, 9 DE OUTUBRO 2014

III. ARTE E NATUREZA, ARTE E HISTÓRIAQUINTA-FEIRA, 16 DE OUTUBRO 2014

EDUCAÇÃOOUTUBRO 2014

www.carpediemartepesquisa.coms.educativo@carpediemartepesquisa.com

Contrastes: a revolução crítica de Kant - o tempo e o espaço como intuições puras da nossa sensibilidade (Crítica da Razão Pura) - e a inactualidade de Goethe: a morfologia como ciência. Um matador de dragões chamou Nietzsche a Kant em O Nascimento da Tragédia. E Goethe foi reconhecido como um espírito liberto em O Crepúsculo dos Ídolos. Estas qualificações servirão de guia para explicitar os contrastes.

O direito de nos colocarmos diante da natureza directamente e sem mediações versus só através de mediações nos podemos colocar diante da natureza. Na primeira atitude temos Goethe. Na segunda, Kant. E, no entanto, a antinomia tem as suas parcialidades. Por um lado, Goethe está convencido de que não podemos conhecer as coisas em si e, por outro, a actividade da faculdade de julgar estética em Kant é uma pedra-de-toque de um acesso sem mediações à natureza. Em qualquer dos casos, ambos consideraram a diferença entre pensar a natureza como conceito e pensá-la como ideia.

Aquele a quem a natureza começa a desvendar os seus segredos, sente uma irresistível nostalgia pela sua mais digna intérprete, a arte, escreveu Goethe numa das suas Máximas, fazendo ressoar as palavras de Kant no capítulo 45 da Crítica da Faculdade de Julgar: A natureza era bela quando ao mesmo tempo aparecia como arte; e a arte só pode ser dita bela quando temos a consciência de que se trata de arte e nos aparece entretanto como natureza.

O que é a história? O que é um clássico, o que quer dizer Antiguidade? Saliente-se que a rememoração que leva Kant a estas perguntas se faz no interior da experiência estética. Em Goethe, história, poesia, arte, conhecimento, prazer, fazem parte das muitas portas da casa onde desde sempre habitamos. A importância de Winckelman.

Rua de O Século, 791200-433, Lisboa

IV. METEOROLOGIA, FORMA E SUBLIMEQUINTA-FEIRA, 23 DE OUTUBRO 2014

Um caso: as nuvens. Os estudos meteorológicos de Goethe. O sublime em Kant (energia excessiva e informe). A classificação das nuvens por Howard Luke: Stratus, Cumulus, Cirrus e Nimbus, e a trilogia poética de Goethe a propósito da teoria das nuvens de Howard. Visionamento do filme de Ana Eliseu: Sobe, adensa, esgarça, desce (2007) e conversa à volta dele.

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Rua de O Século, 791200-433, Lisboa

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INSCRIÇÕES ONLINE

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

A Metamorfose das Plantas de Johann Wolfgang GoetheEdição/reimpressão: 1993; INCM – Imprensa Nacional Casa da Moeda;Tradução de Maria Filomena Molder

Crítica da Razão Pura de Immanuel KantEdição: Gulbenkian, 1989, 2ª edição revista, ou as que se seguem;Tradução de Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão

O Jogo das NuvensColecção Gato Maltês, Assírio & Alvim, Lisboa, 2003;Selecção, tradução, prefácio e notas de João Barrento

Antes do início do seminário serão fornecidos a todos os inscritos textos de Goethe e Kant (Crítica da Faculdade de Julgar) em português. Para cada sessão será indicada bibliografia específica.

Número mínimo: 15 participantes

Até 30 de Setembro: