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CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS Seção Científica 2 O Homem e os Fluidos Curadores A Medicina Espiritual e a Cura da Alma A Ciência e a Medicina Espiritual Ignácio Bittencourt patrono do Encontro 55 1961-2016 20 de outubro de 2019

Seção Científica 2º-EEME-C2.pdf · 2019. 10. 18. · 30º Encontro Espírita sobre Medicina Espiritual — Científica 2 3 DEFINIÇÃO DE MEDICINA ESPIRITUAL “É a atividade

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CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS

Seção Científica 2

O Homem e os Fluidos CuradoresA Medicina Espiritual e a Cura da Alma

A Ciência e a Medicina Espiritual

Ignácio Bittencourt

patrono do Encontro55

1961-2016

20 de outubro de 2019

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CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS

Ignácio Bittencourt Patrono Espiritual do Encontro

SEÇÃO CIENTÍFICA 2

Temas:

O homem e os fluidos curadores A Medicina Espiritual e a cura da alma

A Ciência e a Medicina Espiritual

20 de outubro de 2019

“O corpo reflete o que há no Espírito, sendo assim, o Espírito precisa ser curado primeiro. A Medicina Espiritual há de ser associada à Medicina Humana, em função de que uma vai cuidar do corpo e a outra do Espírito. A Medicina Espiritual socorre o perispírito, mas também socorre o corpo, ela não se sobrepõe ao remédio, porque cada uma age no seu campo; cada uma tem a sua esfera de ação; cada uma tem o seu momento.”

Ignácio Bittencourt

30o ENCONTRO ESPÍRITA SOBRE MEDICINA ESPIRITUAL

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Informações Gerais

Coordenação do Encontro de Medicina Espiritual: Luiz Carlos Dallarosa

Coordenação da Seção Científica 2: Márcio Gonçalves Horário: 8h às 8h30min – Recepção 8h30min às 8h50min – Abertura 8h50min às 9h – Deslocamento para as salas 9h às 10h30min – Estudo 10h30min às 11h – Intervalo / lanche 11h às 12h50min – Estudo 12h50min às 12h55min – Deslocamento para o salão 13h – Encerramento O Encontro também é apresentado pela Internet: www.celd.org.br

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DEFINIÇÃO DE MEDICINA ESPIRITUAL

“É a atividade exercida pelos espíritos que, utilizando recursos fluídicos, magnéticos e espirituais,

promove a cura dos indivíduos. Também, pode-se considerar como medicina espiritual a ação curadora por

medicamento e por recursos cirúrgicos exercida pelos espíritos”.

“A espiritual é a medicina dos espíritos e dos homens que agem como espíritos sendo médiuns dos

espíritos”.

“O plano espiritual, configurado nos espíritos, age pelo magnetismo e pelos fluidos, que são

movimentados pela nossa vontade para a cura dos corpos”.

“Os médiuns são os intérpretes e o conhecimento da lei do magnetismo e do fluido, das reações dos

indivíduos precisam ser trazidas ao encontro, tão somente, com o objetivo de clarear a ação espiritual”.

Balthazar

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TEMA 1 – O HOMEM E OS FLUIDOS CURADORES

“Jesus não somente inaugurou a era dos conhecimentos filosóficos que provocou a transformação da vida de cada um de nós, mas também uma nova era de possibilidades de se movimentarem as energias benéficas e salutares que promoviam e promovem até hoje o que chamamos de cura.

Cada um traz dentro si a possibilidade de transformar as suas energias em energias benfazejas, transformando-as em algo positivo, alegre e firme, que irá fazer com que o outro que as receberá tenha em si mesmo uma carga de energia que lhe dará um sentido maior aos órgãos físicos e perispirituais.

Jesus trouxe, por excelência, todas as possibilidades de movimentar em nós as energias necessárias aquilo que chamamos de cura. E a cura poderá ser traduzida em várias e várias formas, mediante o impedimento de cada um. A mais importante, porém, aquela que Jesus sempre nos ressaltou, é a cura interior, a cura que faz com que o espírito imortal se liberte das suas mazelas e faz com que haja dentro de si uma renovação de sentimentos, trazendo-lhe possibilidades de caminhar para um novo amanhã (...).”

Ignácio Bittencourt

Relembrando as lições estudadas nas seções Doutrinária e Científica 1, agora vamos conhecer melhor o mecanismo que envolve a ação dos fluidos curadores, pela ótica do doador. Magnetismo A Doutrina Espírita não criou o magnetismo, simplesmente ela esclarece a respeito da utilização desse magnetismo associado à cura e também direciona o indivíduo, portador deste magnetismo, para que este seja um ser confiante em Deus, equilibrado e atuante no bem, a exemplo de Jesus. A prática do que hoje chamamos de passes, é recente ou sempre houve homens usando os fluidos curadores? Dê exemplos deste uso. Benefícios que a Doutrina Espírita leva àqueles que têm poder magnético:

� O caráter moralizador da doutrina de Jesus, equilibrando o indivíduo.

� A potencialização do magnetismo humano pelos Espíritos.

� O equilíbrio das faculdades.

� O entendimento dos mecanismos envolvidos no fenômeno.

SISTEMATIZAÇÃO: É necessário ter compreensão do fenômeno e do plano espiritual. Para quem tem a força magnética essa compreensão possibilita o seu melhor uso. No caso dos médiuns com trabalho efetivo, o estudo constante é fator essencial, para que sejamos cada vez melhores instrumentos no serviço da mediunidade com Jesus. Para os demais, evita a influência das superstições, diminuindo a possibilidade de iludir-se com falsas promessas. É possível alguém fazer mal a outra pessoa usando a força magnética? Qual é o limite desse mal? O uso da força magnética do ser humano, com o objetivo de ajudar a outra pessoa, só é visto no meio espírita?

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SISTEMATIZAÇÃO: O magnetismo é neutro e pode ser usado para o bem ou para o mal. Não basta que o médium tenha o fluido magnético; o bom uso vai depender das qualidades morais que o médium possua. A LEI DE DEUS impõe limites ao mal que se quer fazer. Esses limites são dados pelo merecimento e a necessidade de cada um. Há pessoas que curam e que dizem não serem médiuns, principalmente os magnetizadores que atuam na Europa e nos EUA. A principal diferença está na diferença entre os fluidos do magnetizador e o do médium, devido ao fato dos Espíritos atuarem mais ativamente, junto ao médium, apesar de que, sempre que o magnetizador estiver movido pelo desejo de curar, haverá um Espírito disposto a ajudá-lo. CONCEITOS DOUTRINÁRIOS

Perg. 176 1– Podemos considerar as pessoas dotadas de poder magnético como formando uma variedade de médiuns? “Não podeis duvidar disto.”

2– Entretanto, o médium é um intermediário entre os Espíritos e o homem; ora, o magnetizador, haurindo em si mesmo, não parece que ser intermediário de qualquer poder estranho? É um erro; o poder magnético reside, sem dúvida, no homem, mas é aumentado pela ação dos Espíritos que ele chama em seu auxílio. Se magnetizas, tendo em vista curar, por exemplo, e invocas um bom Espírito, que se interessa por ti e pelo teu doente, ele aumenta tua força e tua vontade; dirige o teu fluido e lhe dá as qualidades necessárias.

(O Livro dos Médiuns, cap. XIV. CELD.)

CONCLUSÃO: O fluido magnético é mais eficaz quando potencializado pelos bons Espíritos, pois eles possuem um fluido de maior qualidade e estão presentes sempre que nos dispomos a trabalhar no bem. Quem é o médium? Que tipo de espírito tem esta tarefa? CONCEITOS DOUTRINÁRIOS

“A mediunidade ou capacidade de sintonia está em todas as criaturas, porque todas têm campo magnético particular, só que é mais pronunciada nos chamados médiuns, que funcionam como verdadeiras antenas.” “Nos médiuns este campo magnético particular apresenta-se ativo, devido a uma ‘descompensação vibratória’, ou seja, os elétrons mentais apresentam movimentos no mesmo sentido chamados de spins paralelos.” “Esta descompensação é fruto das atividades do espírito nas diversas encarnações e tem como causa a constância do trabalho no bem ou ainda a persistência no caminho do mal.”

(Textos baseados no livro Mecanismos da Mediunidade, cap. 8, “Mediunidade e Eletromagnetismo”.)

CONCLUSÃO: A mediunidade ostensiva é uma característica que já está presente no corpo perispiritual do indivíduo.

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Como o fator moral pode influenciar tanto na ação de um magnetizador quanto na de um médium curador? Há a necessidade de tanto o médium quanto o magnetizador terem um bom comportamento moral para terem uma atuação mais efetiva nos trabalhos de cura, bem como uma saúde que proporcione fluidos de origem animal de boa qualidade e, acima de tudo, uma grande vontade de ajudar ao próximo. Quais as principais características que diferem um médium curador de um médium comum?

CARACTERÍSTICAS DO MÉDIUM CURADOR

Grande desejo de ajudar ao próximo, o desejo de curar. Esta é a principal característica que se desdobra em outras, como:

Diferença no mecanismo de geração de fluidos;

Grande capacidade de absorver fluidos materiais;

Maior rapidez no mecanismo de impulsão de fluidos para o doente.

(Texto baseado na entrevista com Ignácio Bittencourt através da psicofonia do médium Altivo Pamphiro em 17/4/98.)

Como se programa uma possibilidade de trabalho de cura?

Além da grande capacidade de absorver fluidos materiais, este médium terá no seu sistema nervoso, uma grande capacidade de servir, distribuir energias e de imediato, lançar para o cérebro o apelo que vê no doente. O sistema nervoso não existe senão para passar a informação para o cérebro, para ele voltar aquela informação. É isto que o sistema nervoso faz. Então, quando ele olha, ele de imediato passa; e de imediato reage; e de imediato ele cria o automatismo do fluido.

(Ignácio Bittencourt – Mensagem psicofônica recebida pelo médium Altivo Pamphiro.)

CONCLUSÃO: A maior capacidade de impulsão de fluidos está baseada no grande desejo de ajudar ao próximo, o desejo de curar. Como o fluido pode atuar em um processo de cura ?

31– (…) Como se há visto, o fluido universal é o elemento primitivo do corpo carnal e do perispírito, os quais são simples transformações dele. Pela identidade da sua natureza, esse fluido, condensado no perispírito, pode fornecer princípios reparadores ao corpo. O Espírito, encarnado ou desencarnado, é o agente propulsor que infiltra num corpo deteriorado uma parte da substância do seu envoltório fluídico. A cura se opera mediante a substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã. O poder curativo estará, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada, mas, depende também da energia da vontade que, quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido. Depende ainda das intenções daqueles que desejam realizar a cura, seja homem ou Espírito...

(A Gênese, cap. XIV, “Fluidos”.)

Os órgãos físicos são constituídos de moléculas físicas, os órgãos do corpo espiritual são constituídos de moléculas mais sutis. As moléculas materiais são aglomerações das moléculas primitivas. Se equilibramos energeticamente as moléculas mais sutis teremos como consequência um equilíbrio de funções nas moléculas materiais, ou seja, no órgão do corpo físico.

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Escutamos falar que o fluido de um médium é específico para isto e o de outro é específico para aquilo. Que fatores dão a característica fluídica a um médium? A característica fluídica de cada médium tem ligação com as experiências desse espírito, com a vontade de curar e com o sentimento de amor ao próximo.

Perg. – Qual a causa da especialidade mediúnica para o médium? Ignácio – Só a experiência; ele se dá melhor em um serviço do que em outro.

Ignácio – O fluido é mudado pelo desejo que a criatura expressa.

(Trecho da entrevista com Ignácio Bittencourt em 17/4/98 – médium Altivo Pamphiro.)

Pensamento - é um fluxo energético produzido pelas criaturas através da excitação da matéria mental, em seus vários níveis.

(André Luiz – Mecanismos da Mediunidade, cap. IV.)

Quanto mais equilibrado o pensamento �maior a excitação da matéria mental � onda de maior frequência � o fluido resultante é mais sutil e tem mais qualidade � mais eficiente

OS PLEXOS E OS CENTROS DE FORÇA (CHACRAS)

PLEXOS São entrelaçamentos de muitas ramificações de nervos, formando os entroncamentos de filetes nervosos que pertencem ao sistema autônomo vago-simpático. Os plexos, sem dúvida, estão situados no corpo físico.

CENTROS DE FORÇA

Centros de força ou rodas, são acumuladores e distribuidores de força espiritual situados no duplo etérico, pelos quais transitam fluidos energéticos de uns para os outros envoltórios exteriores do espírito encarnado.

(Edgard Armond – Passes e Radiações, cap. 2.)

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“O nosso corpo de matéria rarefeita, diz o espírito de Clarêncio, está intimamente regido por sete centros de força que se conjugam nas ramificações dos plexos que vibram em sintonia, uns com os outros.”

(André Luiz – Entre a Terra e o Céu , cap. 20.)

Aplicação de passes nos centros de força: O fluido atinge o perispírito e é distribuído para os órgãos. O órgão afetado absorve o fluido por um processo natural e mecânico, conforme a sua necessidade. O mecanismo de absorção do fluido segue o mesmo princípio de transferência de energia, o ponto de menor energia, absorve do ponto que tem mais. O órgão lesado vai absorver a energia complementar que lhe esta faltando.

Aplicação de passes no órgão afetado: Se o médium não tiver conhecimento do corpo humano, o fluido vai ser depositado sobre o órgão lesado e será absorvido, por um processo natural e mecânico, conforme a sua necessidade. Porém, se o médium tiver este conhecimento, ele vai direcionar o fluido, injetando-o no órgão lesado, acelerando o processo de absorção. Quanto maior o conhecimento do médium, melhor o resultado.

Uso de fluidos da natureza: Há espíritos com pouca evolução, mas são bondosos e têm um sentimento muito grande de servir, que são utilizados como fonte de armazenagem de fluidos da natureza, vindos das matas e do mar. Estes fluidos são utilizados na cura, quando necessário. Estes espíritos têm mais facilidade de armazenar estes fluidos, devido a afinidade ainda existentes entre natureza de ambos.

(Texto baseado na entrevista com Ignácio Bittencourt em 24/4/98 – médium Altivo Pamphiro.)

CONCLUSÃO: A eficácia do tratamento com passes depende da qualidade dos fluidos ministrados. O maior conhecimento do médium, em torno do mecanismo envolvido, aumenta esta eficácia.

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TEMA 2 – A CURA SOB A ÓTICA ESPÍRITA

Ação do fluido “...E é por isso que o fluido tem “ação miraculosa”. Muitos médicos dizem assim: “A doença não é

específica; mas não é específica aos olhos de uma máquina que vê mal o órgão humano. Mas existe o corpo perispiritual lesado; e é isto que vocês têm que prestar muita atenção, nesta passagem de conceitos no campo do fluido curativo.”

(Ignácio Bittencourt, psicofonia do médium Altivo Pamphiro.)

Agora vamos conhecer melhor o mecanismo que envolve a ação dos fluidos curadores, pela ótica do receptor e o seu comportamento. Todas as pessoas que recebem tratamento de passes são curadas? Por quê?

Todas as doenças têm a sua origem nesta vida? Por que Jesus disse “vá e não peques mais, para que não te suceda coisa pior”?

“Enfermidades irreversíveis, problemas teratológicos, perturbações psíquicas de largo porte, limitações e mutilações físicas, degenerescências orgânicas e mentais, aberrações congênitas procedem do uso indevido e abuso do livre arbítrio quando de outras experiências evolutivas em encarnações pregressas.”

(Joanna de Ângelis – Leis Morais da Vida, lição 41.)

Conclusão: É necessário compreender que a doença, na maioria das vezes, é de origem moral, ou seja quem está doente é o Espírito. O que aparece no corpo é consequência dos nossos desregramentos em vidas anteriores e nem sempre o momento é propício para que a cura ocorra. A cura só vai ocorrer se não tivermos mais necessidade da ação educativa da doença. Como já vimos, o nosso desequilíbrio em vidas anteriores provoca a doença do corpo físico, através da maculação do perispírito. Como será que ocorre este mecanismo? Vamos observar os textos seguintes:

A doença cármica

“O que geralmente ocorre é o espírito se arrepender após a sua desencarnação e no plano espiritual acontecer o processo de marcação do seu corpo espiritual. Esse processo pode se dar após uma ou várias encarnações. Há casos de espíritos que deixam passar até dez encarnações sem completar o processo, porém a Lei de Deus sempre espera o momento de cada um.”

“Quando há o arrependimento, o espírito irradia um pensamento com caráter energético, capaz de desequilibrar órgãos específicos no corpo espiritual. É esse desequilíbrio energético que causa a doença no órgão do corpo físico.”

(Textos baseados em entrevistas com Ignácio Bittencourt, psicofonia do médium Altivo Pamphiro.)

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Todas as doenças são cármicas, ou seja, são derivadas de um desequilíbrio anterior? Têm causas anteriores? Como a agressão física que fazemos ao nosso corpo pode macular o perispírito? Como isto vai repercutir na próxima encarnação?

Será que a nossa postura no momento do passe, pode influenciar na sua eficiência? Como? E as nossas atitudes após o recebimento do passe, têm alguma influência? Analisando a doença e a cura, apoiados na Doutrina Espírita, como podemos atuar como construtores da própria saúde ?

Princípios inteligentes rudimentares “Com o transcurso dos evos, surpreendemos as células como princípios inteligentes de feição rudimentar, a serviço do princípio inteligente em estágio mais nobre nos animais superiores e nas criaturas humanas, renovando-se continuamente, no corpo físico e no corpo espiritual, em modulações vibratórias diversas, conforme a situação da inteligência que as senhoreia, depois do berço ou depois do túmulo.”

(André Luiz – Evolução em Dois Mundos, cap. 5.)

“O corpo reflete o que há no espírito, sendo assim o espírito precisa ser curado primeiro. A medicina espiritual há de ser associada à medicina humana, em função de que uma vai cuidar do corpo e a outra do espírito.”

(Ignácio Bittencourt – Mensagem psicofônica pelo médium Altivo Pamphiro.)

CONCLUSÃO: O desequilíbrio do Espírito é que causa a maioria das doenças. A melhor maneira de obtermos a cura integral é obtermos o equilíbrio do Espírito, através da evolução moral.

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“Quando se diz que um médico opera a cura de um doente, por meio de boas palavras, enuncia-se uma verdade absoluta, pois que um pensamento bondoso traz consigo fluidos reparadores que atuam sobre o físico, tanto quanto sobre o moral.”

(A Gênese, cap. XIV, item 20.)

Esta postura seria fruto do entendimento de que é no desequilíbrio do Espírito que está a causa do problema orgânico e deste modo, também algumas palavras podem ajudar o Espírito a recuperar o seu equilíbrio. CONCLUSÃO: Jesus, o médico das almas, o maior curador que já passou pelo nosso planeta é um Espírito que conhece a fundo a arte de manipular os fluidos, mas acima de tudo é o grande conhecedor da arte de transformar e conquistar almas. Como pacientes, podemos ter a certeza de que sempre poderemos contar com a ajuda de Deus, nosso Pai amoroso, de Jesus e dos Espíritos que com Ele trabalham, porém a nossa cura depende de nossa transformação moral e da observância irrestrita da Lei de Deus.

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TEMA 3 – A CIÊNCIA E A MEDICINA ESPIRITUAL

Saúde integral “Os homens do futuro vão fazer, eles vão durar muito, não é pela saúde que vão lhe dar o corpo, mas sim pela própria estrutura que ele próprio vai manter em si. Ele vai deixar de ter dores no estômago, estará tão educado na alimentação que não terá isto. As emoções estarão tão controladas que também isso vai ajudar as pressões todas, sanguíneas. As ideias estarão tão puras e tão equilibradas que não teremos tumores nos cérebros, entendeu ? Teremos no máximo olhos fracos e no máximo talvez alguns ossos insuficientes. Mas, muitas das coisas que tu tens hoje em dia, na medicina, para curar, não serão necessárias mais curar, porque o próprio homem terá uma estrutura em si que já irá substituir uma série de coisas que ele sabe de antemão que lhe fazem mal e a própria inteligência dirá a ele se é necessário ter.”

(Ignácio Bittencourt, psicofonia do médium Altivo Pamphiro.)

Os médicos em geral levam em consideração o tratamento espiritual como um coadjuvante do tratamento convencional?

A ciência oficial aceita o uso do passe? Por quê?

Qual a posição da Ciência em geral sobre a sobrevivência da alma?

SISTEMATIZAÇÃO:

� Não acreditam na alma, na sua sobrevivência nem na reencarnação;

� Não enxergam o homem integral, ou seja, Espírito, perispírito e corpo físico;

� Não aceitam que o comportamento moral influencia na doença;

� Desconhecem os mecanismos envolvidos no processo;

� Não entendem a natureza do fluido magnético;

� Não enxergam o passe como um fenômeno natural;

� Todos os pontos podem ser gerados por desconhecimento, por falta de uma explicação lógica ou ainda pelo orgulho, que os impede de buscar as explicações necessárias.

O texto abaixo de Ignácio Bittencourt mostra a atuação conjunta da medicina espiritual com a terrena.

“Os homens precisam entender que a ação magnética, o fenômeno da cura, o potencial energético que se desprende das mãos de um médium, atinge o corpo, mas não é para substituir pura e simplesmente a medicação terrena, e sim para colocar o corpo em condições de equilíbrio, e até receber a medicação terrena.”

(Ignácio Bittencourt – mensagem psicofônica pelo médium Altivo Pamphiro.)

O trabalho da Medicina Espiritual baseia-se na influência de um indivíduo sobre o outro e no uso do fluido magnético. Embora o magnetismo ainda não seja totalmente aceito pela ciência oficial ele se baseia nos mesmos princípios do hipnotismo, porém, a ciência oficial ainda não aceita que o comportamento moral influencie na saúde do individuo e nem no fato de que as doenças podem ter tido origem em vidas passadas.

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Mesmer foi quem despertou a atenção pública para os fenômenos magnéticos. Sua teoria baseava-se no fluido universal, matéria sutil que serve como agente do magnetismo. Embora seus efeitos não pudessem ser negados, a sociedade científica e filosófica da época, entendeu como algo sobrenatural e acusou Mesmer de usar métodos charlatanescos e extravagantes. Na época de Mesmer a classe médica ainda estava dividida sobre o “Magnetismo”, e este, tão antigo quanto o mundo, acabou por penetrar no domínio cientifico sob o nome de "Hipnotismo"; ambos se apoiam na influência de um indivíduo, sobre o outro, por ação do fluido magnético.

CONCLUSÃO: A Ciência admitiu os conceitos do magnetismo, porém só o aceitou com o nome de hipnotismo. Os fatos comprovam o seu efeito e a cada dia cresce o número de cientistas que o admitem, apesar de ainda não ser aceito pela Ciência oficial. Nós temos como diferencial os conhecimentos da ciência espírita, que nos mostra estas realidades de um modo diferente, sobretudo através das revelações dos Espíritos, porém assentadas numa lógica irresistível.

Resumos referentes ao estudo de fluidos e de perispírito, realizados no ano anterior, na seção Científica 1:

Resumo das características dos fluidos:

• Tanto os Espíritos desencarnados quanto os encarnados podem modificar as propriedades dos fluidos,

através do pensamento e da vontade.

• Os Espíritos imprimem aos fluidos tal ou qual direção, os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparência, uma forma, uma coloração determinada.

• Os fluidos ficam impregnados das qualidades boas ou más dos pensamentos daqueles que os fazem vibrar.

• Os fluidos adquirem as propriedades do meio onde se elaboram.

• O fluido vital pode ser transmitido de um indivíduo para outro.

• Os fluidos atuam sobre o perispírito e este reage sobre o organismo material com que se acha em contato molecular.

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O Homem integral

Corpo mental – envoltório sutil da mente, presente desde a criação do Espírito, com as suas 4 subdivisões (sublime, superior, médio e inferior). É neste corpo que ficam gravadas as experiências adquiridas pelo Espírito. Sua complexidade é proporcional a evolução do Espírito.

Corpo espiritual ou corpo astral ou psicossoma – é o retrato do corpo mental. Corpo de relação do Espírito, quando separado do corpo físico. Esta separação pode ser temporária, como no desdobramento que ocorre durante o sono físico, ou definitiva, como no fenômeno da morte.

Corpo etéreo ou duplo etérico – corpo formado de eflúvios vitais na sua maior parte emanados do neuropsiquismo do corpo físico, ambos desaparecem após a morte. É a parte que permanece junto ao corpo físico quando o Espírito deste se separa temporária ou definitivamente.

Centros de força – é através deles que o Espírito comanda o conjunto perispiritual. Os sete centros de força vibram em sintonia uns com os outros ao influxo do poder diretriz da mente. Um pensamento viciado provoca uma desarmonia no centro de força, que irá refletir este desequilíbrio no corpo. O conjunto perispiritual está ligado molécula a molécula ao corpo físico. (A Gênese – cap. XI, Item 18), daí a repercussão do desequilíbrio do perispírito no corpo físico.

O que é doença? O que é cura? Vamos acompanhar as respostas a essas perguntas nas palavras de Ignácio Bittencourt.

DOENÇA: Do ponto de vista espiritual, a doença é o resultado do desequilíbrio do espirito que não mantém o corpo espiritual equilibrado, tornando o corpo físico vulnerável. CURA: É o equilíbrio do Espírito, refletido no corpo espiritual e no corpo físico.

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De acordo com esta visão, o que podemos dizer do tratamento das doenças?

� As doenças do corpo físico são tratadas com eficácia e com remédios alopáticos, pois ambos são constituídos de materiais afins.

� Homem integral é composto por Espírito, perispírito e corpo físico;

� As doenças perispirituais têm que ser tratadas com uma substância semelhante à sua composição, ou seja, com os fluidos. Neste caso, estaremos tratando a área que primeiro reflete o desequilíbrio do espírito;

� Para que o tratamento seja completo, temos que tratar também do Espírito, que é o gerenciador desse conjunto. Estaremos tratando a causa e só assim teremos a cura integral.

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“(...) Se o corpo reflete o que há espírito, quem precisa ser curado primeiro? ...O espírito. A medicina espiritual há de ser associada à medicina humana, encarnada, em função de que uma vai cuidar do corpo e a outra vai cuidar do espírito.”

(Ignácio Bittencourt – mensagem psicofônica pelo médium Altivo Pamphiro.)

O que é passe?

Transfusão de energia, alterando o campo molecular.

“Na assistência magnética, os recursos espirituais se entrosam entre a emissão e a recepção, ajudando a criatura necessitada, para que ela ajude a si mesma. A mente reanimada reergue as vidas microscópicas que a servem, no templo do corpo, edificando valorosas reconstruções.”

(Aulus – Nos Domínios Da Mediunidade, cap. 17.) “Reconhecendo-se a capacidade do fluido magnético para que as criaturas se influenciem reciprocamente, com muito mais amplitude e eficiência atuará ele sobre as entidades celulares do estado orgânico...”

(André Luiz – Evolução em Dois Mundos, cap. XV.)

CONCLUSÃO: O passe irá atuar principalmente no corpo espiritual. Se a medicina levasse em conta a existência deste corpo fluídico, haveria possibilidade de dar um tratamento mais adequado aos pacientes e, além disso, o tratamento seria completo se entendesse que a causa de todos os problemas é o desequilíbrio do Espírito. Conceito de Medicina Espiritual usado neste Encontro e a palavra de Ignácio Bittencourt

“É a atividade exercida pelos espíritos que, utilizando recursos fluídicos, magnéticos e espirituais, promove a cura dos indivíduos.”

“A Medicina Espiritual socorre o perispírito, mas socorre o corpo também; mas ela não se sobrepõe ao remédio, porque cada um age no seu campo, cada um tem a sua esfera de ação, cada um tem seu papel no seu momento. (...) Toda ação fluídica, toda ação curativa, todo o trabalho da Medicina Espiritual é feito para auxiliar o Espírito. Nós não viemos substituir os médicos, e sim, ajudar o corpo físico através do corpo espiritual, o que a grande maioria de médicos não acredita. Eles creem que tudo é matéria. Eles precisam sentir que nós estamos lidando com elemento fluídico, palpável, capaz de curar, mas ninguém está querendo substituir o médico na sua missão de cura. Isto por que? Porque existem aqueles que crêem que a Medicina Espiritual deve substituir a material, a de encarnado, tanto quanto existem aqueles que, encarnados, descreem da Medicina Espiritual. O nosso papel está justamente em estabelecer, em mostrar e direcionar esta fronteira.”

(Ignácio Bittencourt – mensagem psicofônica pelo médium Altivo Pamphiro.)

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ANEXO 1 André Luiz / Chico Xavier – Sexo e Destino, cap. 6.

(...) A noite avançava. Transpassando estreito corredor, pisamos o recinto doméstico, surpreendendo, no limiar, dois homens

desencarnados, a debaterem, com descuidada chocarrice, escabrosos temas de vampirismo. Vale assinalar que nenhum dos dois lograva registrar-nos a presença. Prometiam arruaças. Argumentavam, desabridos. Malandros acalentados, mas perigosos, conquanto invisíveis para aqueles junto dos quais se erguiam por ameaça insuspeitada. Por semelhantes companhias, fácil apreciar os riscos a que se expunham os moradores daquele ninho de cimento armado, a embutir-se na construção enorme, sem qualquer defesa de espírito.

Entramos. Na sala principal, um cavalheiro de traços finos, em cuja maneira de escarrapachar-se se adivinhava, para logo, o dono da casa, lia um jornal vespertino com atenção. Os atavios do ambiente, apesar de modestos, denunciavam apurado gosto feminino. ... Mas, destoante e agressiva, uma esguia garrafa, contendo uísque, empinava o gargalo sobre o crivo lirial que completava a elegância da mesa nobre, deitando emanações alcoólicas que se casavam ao hálito do amigo derramado no divã.

Félix encarou-o, manifestando a expressão de quem se atormentava, piedosamente, ao vê-lo, e no-lo indicou:

– Temos aqui o irmão Cláudio Nogueira, pai de Marina e tronco do lar. Fisguei-o, de relance. Figurou-se-me o hospedeiro involuntário um desses homens maduros que se

demoram na quadra dos 45 janeiros, esgrimindo bravura contra os desbarates do tempo... Entre os dedos da mão que descansava à beira do sofá, o cigarro fumegante, quase rente ao tripé anão, sobre o qual um cinzeiro repleto era silenciosa advertência contra o abuso da nicotina.

Detínhamo-nos, curiosos, na inspeção, quando sobreveio o inopinado. Diante de nós, ambos os desencarnados infelizes, que surpreendêramos à entrada, surgiram de repente, abordaram Cláudio e agiram sem-cerimônia. Um deles tateou-lhe um dos ombros e gritou, insolente:

– Beber, meu caro, quero beber! A voz escarnecedora agredia-nos a sensibilidade auditiva. Cláudio, porém, não lhe pescava o mínimo som.

Mantinha-se atento à leitura. Inalterável. Contudo, se não possuía tímpanos físicos para qualificar a petição, trazia na cabeça a caixa acústica da mente sintonizada com o apelante. O assessor inconveniente repetiu a solicitação, algumas vezes, na atitude do hipnotizador que insufla o próprio desejo, reasseverando uma ordem. O resultado não se fez demorar. Vimos o paciente desviar-se do artigo político em que se entranhava. Ele próprio não explicaria o súbito desinteresse de que se notava acometido pelo editorial que lhe apresara a atenção.

Beber! Beber!... Cláudio abrigou a sugestão, convicto de que se inclinava para um trago de uísque exclusivamente por si. O pensamento se lhe transmudou, rápido, como a usina cuja corrente se desloca de uma direção para outra, por efeito da nova tomada de força.

Beber, beber!... e a sede de aguardente se lhe articulou na ideia, ganhando forma. A mucosa pituitária se lhe aguçou, como que mais fortemente impregnada do cheiro acre que vagueava no ar. O assistente malicioso coçou-lhe brandamente os gorgomilos. O pai de Marina sentiu-se apoquentado. Indefinível secura constringia-lhe a laringe. Ansiava tranquilizar-se.

O amigo sagaz percebeu-lhe a adesão tácita e colou-se a ele. De começo, a carícia leve; depois da carícia agasalhada, o abraço envolvente; e depois do abraço de profundidade, a associação recíproca. Integraram-se ambos em exótico sucesso de enxertia fluídica. (...) Ali, no entanto, produzia-se algo semelhante ao encaixe perfeito.

Cláudio-homem absorvia o desencarnado, à guisa de sapato que se ajusta ao pé. Fundiram-se os dois, como se morassem eventualmente num só corpo. Altura idêntica. Volume igual. Movimentos sincrônicos. Identificação positiva. Levantaram-se a um tempo e giraram integralmente incorporados um ao outro, na área estreita, arrebatando o delgado frasco.

Não conseguiria especificar, de minha parte, a quem atribuir o impulso inicial de semelhante gesto, se a Cláudio que admitia a instigação ou se ao obsessor que a propunha. A talagada rolou através da garganta, que se exprimia por dualidade singular. Ambos os dipsômanos estalaram a língua de prazer, em ação simultânea.

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Desmanchou-se a parelha e Cláudio, desembaraçado, se dispunha a sentar, quando o outro colega, que se mantinha a distância, investiu sobre ele e protestou: “eu também, eu também quero!” Reavivou-se-lhe no ânimo a sugestão que esmorecia. Absolutamente passivo diante da incitação que o assaltava, reconstituiu, mecanicamente, a impressão de insaciedade. Bastou isso e o vampiro, sorridente, apossou-se dele, repetindo-se o fenômeno da conjugação completa. Encarnado e desencarnado a se justaporem. Duas peças conscientes, reunidas em sistema irrepreensível de compensação mútua.

Abeirei-me de Cláudio para avaliar, com imparcialidade, até onde sofreria ele, mentalmente, aquele processo de fusão. Para logo convenci-me de que continuava livre, no íntimo. Não experimentava qualquer espécie de tortura, a fim de render-se. Hospedava o outro, simplesmente, aceitava-lhe a direção, entregava-se por deliberação própria. Nenhuma simbiose em que se destacasse por vítima. Associação implícita, mistura natural. Efetuava-se a ocorrência na base da percussão. Apelo e resposta. Cordas afinadas no mesmo tom. O desencarnado alvitrava, o encarnado aplaudia. Num deles, o pedido; no outro, a concessão.

Condescendendo em ilaquear os próprios sentidos, Cláudio acreditou-se insatisfeito e retrocedeu, sorvendo mais um gole. Não me furtei à conta curiosa. Dois goles para três. Novamente desimpedido, o dono da casa estirou-se no divã e retomou o jornal. Os amigos desencarnados tornaram ao corredor de acesso, chasqueando, sarcásticos, e Neves, respeitoso, consultou sobre responsabilidade.

Como situar o problema? Se víramos Cláudio aparentemente reduzido à condição de um fantoche, como proceder na aplicação da justiça? Se ao invés de bebedice, estivéssemos diante de um caso criminal? Se a garrafa de uísque fosse arma determinada, para insultar a vida de alguém, como decidir? A culpa seria de Cláudio que se submetia ou dos obsessores que o comandavam? O irmão Félix aclarou, tranquilo:

– Ora, Neves, você precisa compreender que nos achamos à frente de pessoas bastante livres para decidir e suficientemente lúcidas para raciocinar. No corpo físico ou agindo fora do corpo físico, o Espírito é senhor da constituição de seus atributos. Responsabilidade não é título variável. Tanto vale numa esfera, quanto em outras. Cláudio e os companheiros, na cena que acompanhamos, são três consciências na mesma faixa de escolha e manifestações consequentes. Todos somos livres para sugerir ou assimilar isso ou aquilo. Se você fosse instado a compartilhar um roubo, decerto recusaria. E, na hipótese de abraçar a calamidade, em são juízo, não conseguiria desculpar-se. Interrompeu-se o mentor, volvendo a refletir após momento rápido:

– Hipnose é tema complexo, reclamando exames e reexames de todos os ingredientes morais que lhe digam respeito. Alienação da vontade tem limites. Chamamentos campeiam em todos os caminhos. Experiências são lições e todos somos aprendizes. Aproveitar a convivência de um mestre ou seguir um malfeitor é deliberação nossa, cujos resultados colheremos.

(...) – Mas... e Cláudio? – insistiu Neves. – Não merecerá, porventura, fraterna demonstração de caridade, a fim

de livrar-se de tão temíveis obsessores? Félix sorriu francamente bem-humorado e explicou: – “Temíveis obsessores” é a definição que você dá. – E avançou: – Cláudio desfruta excelente saúde física.

Cérebro claro, raciocínio seguro. É inteligente, maduro, experimentado. Não carrega inibições corpóreas que o recomendem a cuidados especiais. Sabe o que quer. Possui materialmente o que deseja. Permanece no tipo de vida que procura. É natural que esteja respirando a influência das companhias que julgue aceitáveis. Retém liberdade ampla e valiosos recursos de instrução e discernimento para juntar-se aos missionários do bem que operam entre os homens, assegurando edificação e felicidade a si mesmo. Se elege para comensais da própria casa os companheiros que acabamos de ver, é assunto dele. Enquanto nos arrastávamos, tolhidos pela carne, não nos ocorreria a ideia de expulsar da residência alheia as pessoas que não se harmonizassem conosco. Agora, vendo o mundo e as coisas do mundo, de mais alto, não será cabível modificar semelhante modo de proceder.

O tema desdobrava-se, assumindo aspectos novos. Curioso, interferi: – Mas, irmão Félix, é importante convir que Cláudio, liberto, poderia ser mais digno... – Isso é perfeitamente lógico – confirmou. Ninguém nega. – E por que não dissipar de vez os laços que o prendem aos malandros que o exploram? O alto raciocínio da Espiritualidade superior jorrou, pronto: – Cláudio certamente não lhes empresta o conceito de vagabundos. Para ele, são sócios estimáveis, amigos

caros. Por outro lado, ainda não investigamos a causa da ligação entre eles para cunhar opiniões extremadas. As circunstâncias podem ser saudáveis ou enfermiças como as pessoas e, para tratarmos um doente com segurança, há que analisar as raízes do mal e confirmar os sintomas, aplicar medicação e estudar efeitos. Aqui, vemos um

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problema pela rama. Quando terá nascido a comunhão do trio? Os vínculos serão de agora ou de existências passadas? Nada legitimaria um ato de violência da nossa parte, com o intuito de separá-los, a título de socorro. Isso seria o mesmo que apartar os pais generosos dos filhos ingratos ou os cônjuges nobres dos esposos ou das esposas de condição inferior, sob o pretexto de assegurar limpeza e bondade nos processos da evolução. A responsabilidade tem o tamanho do conhecimento. Não dispomos de meios precisos para impedir que um amigo se onere em dívidas escabrosas ou se despenque em desatinos deploráveis, conquanto nos seja lícito dispensar-lhe o auxílio possível, a fim de que se acautele contra o perigo no tempo viável, sendo de notar-se que as autoridades superiores da Espiritualidade chegam a suscitar medidas especiais que impõem aflições e dores de importância aparente a determinadas pessoas, com o objetivo de livrá-las da queda em desastres morais iminentes, quando mereçam esse amparo de exceção. Na Terra, a exata justiça apenas cerceia as manifestações de alguém, quando esse alguém compromete o equilíbrio e a segurança dos outros, na área de responsabilidade que a vida lhe demarca, deixando a cada um a regalia de agir como melhor lhe pareça.

(...) Assentando no rosto a expressão de quem nos pedia transferir para depois qualquer nova interrogação,

acercou-se de Cláudio, a envolvê-lo nas suaves irradiações do olhar brando e percuciente. Estabeleceu-se ligeira e doce expectativa. O benfeitor acusava-se emocionado. Parecia agora mentalmente distanciado no tempo. Acariciou a cabeleira daquele homem, com quem Neves e eu, no fundo, não nos afináramos assim tanto, semelhando-se médico piedoso, encorajando um doente menos simpático. Aquele momento de comoção, entretanto, foi rápido, quase imperceptível, porque o irmão Félix retomou-nos a intimidade e comentou, despretensioso:

– Quem afirmará que Cláudio amanhã não será um homem renovado para o bem, passando a educar os companheiros que o deprimem? Por que atrair contra nós a repulsão dos três, simplesmente porque se mostrem ignorantes e infelizes? E admitir-se-á, porventura, que não venhamos a necessitar uns dos outros? Existem adubos que lançam emanações extremamente desagradáveis; no entanto, asseguram a fertilidade do solo, auxiliando a planta que, a seu turno, se dispõe a auxiliar-nos. O benfeitor esboçou o gesto de quem encerrava a conversação e lembrou-nos, gentil, o trabalho em andamento.

Os próximos Encontros serão:

Dia 10/11

20o

E. E. sobre Joanna de Ângelis

14o

E. E. sobre Dependências

12o

E. E. sobre Espiritismo e Psicologia

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o30 Encontro Espírita sobre Medicina Espiritual

“Tomai sobre vós o seu jugo... e achareis repouso para vossas almas.”

Mateus, XI:28 a 30. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VI, item 1.)

Amigos,Tem sido um esforço muito grande da espiritualidade, junto aos que estão

encarnados, para se conseguir superar todos os obstáculos existentes no ambiente terreno. Crendo ou não, há, em todos os momentos de suas existências de encarnados, as mais variadas formas de auxílio do plano maior aos que estão carentes e enfermos, bem como aos que estão sedentos de conhecimentos ou, simplesmente, aos que precisam se esclarecer, para compreender o motivo pelo qual sofrem e como podem, não só superar esta fase, mas também impedir que ocorram outros momentos de sofrimento.

Há muita carência de amor ao semelhante tanto quanto, igualmente, há muita carência de amor próprio, sendo paradoxal e estranho, bem como triste de se constatar que o egoísmo é a fonte principal e inequívoca do sofrimento e de toda a dor individual e coletiva existente no planeta.

A lei de Deus educa a todos nós, espíritos imortais, ensinando a amar a si mesmo e ao próximo. As reencarnações aproximam os espíritos para a conquista da lei de amor. A ação constante dos espíritos elevados e de seus socorristas varrem a Terra, ofertando apoio aos carentes, estímulo à superação dos infortúnios, consolo aos que sofrem. Entretanto, o egoísmo disfarçado de indiferença e o ódio disfarçado de hipocrisia ainda estão presentes em muitos corações.

Para todos os Espiritas-Cristãos, chegou o momento de avançar nas suas atitudes, se fazendo muito mais presentes no combate ao egoísmo, oferecendo a oração para aliviar a dor e o sofrimento, a palavra esclarecedora do Evangelho de Jesus para educar os sentimentos e refinar os sentidos, a força para ajudar a levantar os que estão tropeçando e caindo e a fé como razão para se viver e conquistar o único e verdadeiro sentido elevado da vida – a imortalidade com moralidade.

A medicina espiritual nasceu da fonte inesgotável que é o amor de Deus e se mantém firme e ativa pela condução constante e amorosa de Nosso Mestre Jesus e de seus mais estimados discípulos. Unamo-nos a estes trabalhadores, sendo firmes nos nossos ideais de aprender e servir!

Que estejamos prontos para servir!Que sejamos trabalhadores da caridade!

Alberto

(Mensagem psicográfica recebida pelo médium Luiz Carlos Dallarosa, em 22/9/2019, no CELD, RJ.)