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CIDADES MÉDIAS E PEQUENAS: CONTRADIÇÕES, MUDANÇAS E PERMANÊNCIAS NOS ESP AÇOS URBANOS    S    é   r    i   e    E   s   t   u    d   o   s   e    P   e   s   q   u    i   s   a   s 9 4

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Publicação divulgada pela Superintência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia, E apresenta pesquisas e trabalhos desenvolvidos por nossos especialistas. Disponibiliza artigos e dados estatísticos que ilustram temas específicos sob o ponto de vista sócio-econômico.

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CIDADES MÉDIAS E PEQUENAS:CONTRADIÇÕES, MUDANÇAS EPERMANÊNCIAS NOS ESPAÇOSURBANOS    S   é

  r   i  e

   E  s  t  u   d  o

  s  e

   P  e  s  q  u   i  s  a  s

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S A L V A D O R  2 0 1 2

CIDADES MÉDIASE PEQUENAS: CONTRADIÇÕES,

MUDANÇAS E PERMANÊNCIASNOS ESPAÇOS URBANOS

   S   é  r   i

  e   E  s   t  u   d  o  s  e   P  e  s  q  u   i  s  a  s

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Patricia Chame Dias, Janio Santos (orgs.)

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Governo da Bahia

Governo do Estado da Bahia Jaues Wagner 

Secretaria do Planejamento Jos Sergio Gabrielli

Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia Jos Geraldo dos Reis Santos

Diretoria de PesuisasEdgard Porto

Ficha Tcnica

OrganiadoresPatricia Chame Dias (SEI)

 Janio Santos (UESB)

Coordenação de Biblioteca e DocumentaçãoNormaliaçãoEliana Marta Gomes Silva Sousa

Coordenação de Disseminação de InformaçõesEditoria-geralElisabete Cristina Teixeira Barretto

Revisão de LinguagemMaria Jos Bacelar Guimarães

Editoria de ArteLudmila Nagamatsu

Design GráficoElisabete Barretto

 Julio Vilela

Editoração Agapê Design

ProduçãoDaiane Oliveira

 Av. Lui Viana Filho, 435, 2º andar – CAB – CEP 41750-002 – Salvador – BahiaTel.: (71) 3315-4822 / 3115-4707 – Fax: (71) 3116-1781

 www.sei.ba.gov.br – [email protected] 

Cidades mdias e peuenas: contradições, mudanças e permanências nosespaços urbanos / Patricia Chame Dias, Janio Santos organiadores). –

Salvador: SEI, 2012.238 p. il. (Srie estudos e pesuisas, 94).

ISBN 978-85-8121-009-4

1. Planejamento urbano - Bahia. 2. Desenvolvimento urbano – Bahia.I. Dias, Patricia Chame. II. Santos, Janio. III. Srie. 

CDU 311.3 (81)

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    V    i   s   t   a   a    é   r   e   a    d   e    C   a   m   p   o    F   o   r   m   o   s   o .

    F   o   t   o   :    M   a   n   u    D    i   a   s    /    S   e   c   o   m

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  9 CIDADES MÉDIAS E PEQUENAS: CONSIDERAÇÕES INTRODUTÓRIAS

Patricia Chame Dias Janio Santos

16 ReFeRênCiaS

17 ABERTURA

19 CONTRADIÇÕES, MUDANÇAS E PERMANÊNCIAS NOS ESPAÇOS URBANOS NORDESTINOSBeatriz Maria Soares Pontes

19 inTRODUÇÃO

20 MUDanÇaS nO PROCeSSO PRODUTiVO CaPiTaLiSTa e SUaS RePeRCUSSÕeS nO eSPaÇO URBanOnORDeSTinO

20 Do paradigma tecnológicoprodutivo ordista ao sistema de acumulação eível23 Reestruturação produtiva e organiação territorial

24 CaRaCTeRÍSTiCaS DO eSPaÇO URBanO nORDeSTinO aTUaL

27 CiDaDeS MÉDiaS nORDeSTinaS28 Sobral (CE): cidade média do sertão31 Epansão do espaço urbano de Mossoró (RN) por meio das atividades econômicas34 Campina Grande: o pequeno comércio e a violência urbana

37 CiDaDeS PeQUenaS37 As pequenas cidades no conteto nacional e global38 Cotidiano das cidades pequenas do Seridó potiguar

42 CiDaDe, SOCieDaDe e ViOLênCia

44 COnSiDeRaÇÕeS FinaiS

46 ReFeRênCiaS

47 PARTE IAS PEQUENAS CIDADES: UM DESAIO NO HORIzONTE TEÓRICO DA GEOGRAIAURBANA

49 AS MEGAESTAS JUNINAS NO ESPAÇO PÚBLICO DE CACHOEIRA, NO RECÔNCAVOBAIANO: A ESPETACULARIzAÇÃO ESTIVA NA/DA PEQUENA CIDADE

 Janio Roque Barros de Castro

49 inTRODUÇÃO

50 DaS PeQUenaS FeSTaS JUninaS COMUniTÁRiaS ÀS GRanDeS FeSTaS eSPeTaCULaRiZaDaS nOeSPaÇO PÚBLiCO

53 FeSTaS JUninaS URBanaS nO/DO eSPaÇO PÚBLiCO na aTUaLiDaDe: DeSenHO e DinÂMiCa

56 aS MeGaFeSTaS JUninaS nO eSPaÇO PÚBLiCO De CaCHOeiRa: POTenCiaLiDaDeS PaiSaGÍSTiCaS eaRQUiTeTÔniCaS

60 ReFLeXÕeS FinaiS

61 ReFeRênCiaS

63 DO RURAL AO URBANO: DOS ARQUÉTIPOS À ESPACIALIzAÇÃO EM CIDADES PEQUENASWendel Henrique

63 inTRODUÇÃO

64 OS aRQUÉTiPOS

69 O ReaL: CaCHOeiRa e PaSSaU

78 COnSiDeRaÇÕeS FinaiS

79 ReFeRênCiaS 

SUMÁRIO

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81 ANÁLISE DA PEQUENA CIDADE SOB O PONTO DE VISTA POLÍTICO-ADMINISTRATIVOWinston Kleiber de Almeida Bacelar 

82 a PeQUena CiDaDe

85 CaTeGORiZaÇÃO De UMa PeQUena CiDaDe DO POnTO De ViSTa POLÍTiCO-aDMiniSTRaTiVO

96 PeQUenaS CiDaDeS nO nOVO MiLêniO: aDMiRÁVeL MUnDO nOVO?

99 COnSiDeRaÇÕeS FinaiS

101 ReFeRênCiaS

 103 PARTE IIREDISCUTINDO AS CIDADES MÉDIAS NO/DO TERRITÓRIO BAIANO

 105 RAGMENTAÇÃO MUNICIPAL DA MESORREGIÃO DO ExTREMO OESTE DA BAHIA EExPANSÃO URBANA DO MUNICÍPIO DE BARREIRASLiliane Matos Góes

Ednice de Oliveira FontesHeibe Santana da Silva

105 inTRODUÇÃO

106 MaTeRiaiS e MeTODOLOGia

107 ReSULTaDOS e DiSCUSSÃO111 ragmentação dos municípios integrantes do território Oeste da Bahia118 Barreiras: inserção regional e epansão urbana

125 COnSiDeRaÇÕeS FinaiS

126 ReFeRênCiaS

 129 AÇÕES DO ESTADO E O PAPEL DAS CIDADES MÉDIAS BAIANAS NOS PLANOS DA

URBANIzAÇÃO CAPITALISTA Janio Santos

129 inTRODUÇÃO

130 CiDaDeS MÉDiaS nO COnTeXTO Da URBaniZaÇÃO BRaSiLeiRa

134 LiMiTeS DOS DaDOS e CiDaDeS MÉDiaS BaianaS nO COnTeXTO Da URBaniZaÇÃO

142 eSTaDO e COnSTiTUiÇÃO DaS CiDaDeS MÉDiaS BaianaS

145 CiDaDeS MÉDiaS BaianaS nOS PLanOS Da URBaniZaÇÃO CaPiTaLiSTa

151 COnSiDeRaÇÕeS FinaiS

153 ReFeRênCiaS

 157 CIDADES MÉDIAS BAIANAS: DINÂMICAS, TENDÊNCIAS E SIGNIICADOSPatricia Chame DiasFrancisco Baqueiro Vidal 

157 inTRODUÇÃO

160 iDenTiFiCaÇÃO DaS CiDaDeS MÉDiaS BaianaS

165 VeRiFiCaÇÃO DOS nÍVeiS De CReSCiMenTO168 Ritmos de crescimento e participação na população171 Participação na produção de riqueas173 Observações sobre o mercado de trabalho ormal

177 COnSiDeRaÇÕeS FinaiS

179 ReFeRênCiaS

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 181 PARTE IIIREDE URBANA E DINÂMICA REGIONAL NO ESTADO DA BAHIA:NOVOS ENOQUES

 183 BARREIRAS E LUÍS EDUARDO MAGALHÃES: UMA AGLOMERAÇÃO URBANA EMBRIONÁRIANO OESTE BAIANO?Paulo Roberto Baqueiro Brandão

183 inTRODUÇÃO184 Bases conceituais e constatações empíricas para o debate sobre aglomerações urbanas na Bahia187 Barreiras e Luís Eduardo Magalhães: breve eame geográfcohistórico190 Indícios da ormação da aglomeração urbana Barreiras–Luís Eduardo Magalhães193 Para (não) concluir, uma agenda de pesquisa

194 ReFeRênCiaS

 197 CENTRALIDADE URBANA, CONIGURAÇÃO REGIONAL E NExOS ENTRE DETERMINAÇÕES

ECONÔMICAS E CONTINGÊNCIAS POLÍTICASRenato Leone Miranda Léda

197 inTRODUÇÃO

198 CenTRaLiDaDe, ReDeS e ReGiÕeS: DeTeRMinaÇÕeS SiSTêMiCaS

204 CenTRaLiDaDe URBana e SUa PROJeÇÃO ReGiOnaL COMO TRUnFOS De PODeR? ReDe URBana eReGiÃO COnFORManDO aRenaS POLÍTiCaS

206 PROPOSTaS De ReGiÕeS MeTROPOLiTanaS: PROJeTOS ReGiOnaiS De PODeR eM GeSTaÇÃO? UManOTa COnJUnTURaL eM ReLaÇÃO a ViTóRia Da COnQUiSTa

210 ÚLTiMaS COnSiDeRaÇÕeS

210 ReFeRênCiaS

 215 REDE URBANA E DINÂMICA REGIONAL NO ESTADO DA BAHIA: UM OLHAR SOBRE OTERRITÓRIO DO SISALOnildo Araujo da Silva

215 inTRODUÇÃO

217 UMa ReDe FORJaDa nO SeiO Da eXPanSÃO PRODUTiVa Da aGaVe SiSaLana219 Epansão da cadeia produtiva do sisal e constituição da rede urbana

223 ReDe URBana aTUaL

227 CiDaDeS PeQUenaS: PeRManênCiaS e TRanSFORMaÇÕeS

228 COnSiDeRaÇÕeS FinaiS

229 ReFeRênCiaS

 231 ENCERRAMENTO

 233 CIDADES MÉDIAS E PEQUENAS E DESENVOLVIMENTO URBANO: ANÁLISE, DESAIOS EPERSPECTIVAS COM BASE NOS PLANOS DIRETORESNathan Belcavello de OliveiraMarcel Claudio Sant’Ana

234 CiDaDeS PeQUenaS e MÉDiaS: eSTRanHaS COnHeCiDaS

239 OS PLanOS DiReTOReS e O DeSenVOLViMenTO URBanO: UMa anÁLiSe aMOSTRaL De DeSaFiOS ePeRSPeCTiVaS

245 COnSiDeRaÇÕeS FinaiS

246 ReFeRênCiaS 

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* Doutord mstr m Gogr pl Uvrsdd Fdrl d Bh (UFBa). espclst m Polítcs Públcs Gstão Govrmtl do estdo d Bh; psqusdor d Suprtdc d estudos ecoômcos Socs dBh (Sei). [email protected]

** Doutor m Gogr. Prossordjuto d Uvrsdd estdul do Sudost d Bh (UeSB) coorddor doGrupo d Psqus Urbzção Produção d Cdds Bh. [email protected]

CIDADES MÉDIAS E PEQUENAS:CONSIDERAÇÕES INTRODUTÓRIAS

Patricia Chame Dias* 

 Janio Santos** 

a bordgm sobr s cdds pqus méds, Gogr ou m outrs ccs, coloc

um proposção qu, a priori , prcr cotst qu é rvrbrd m mutos trblhoscdmcos. ess proposção rm qu ps rctmt ss tm torous oco d

studos. Todv, s or to um scrutío ms cosstt sobr tl d, msmo lsdo-s

stução d Bh, vrcr-s-á qu um úmro sgctvo d vstgçõs rlcods

o tm já o dsvolvdo, msmo ts d o ômo ghr dmsão dqurd s

últms décds, d qu sss lturs tvssm um crátr potul tomzdo.

argumt-s tl spcto porqu s td qu, pr dbruçr-s sobr ss tmátc,

z-s cssáro rmmorr trblhos mportts pr comprsão d rldd b.

exmplos dsso stão s obrs dsvolvds plo prossor Mlto Stos, té décd d

1960 (SanTOS, 1957, 1954, 1963), o âmbto d Gogr, pl prossor Mr azvdo

Brdão, décd d 1980, o cmpo d Socolog (BRanDÃO, 1984, 1985). Comprovs,

pos, qu, há muto, s pqus méds cdds zm prt do scopo d procupçõs

dos psqusdors vculdos drts rmos do cohcmto ctíco, mbor ão

s th otícs d um dscussão ms mpl sobr su cocto ou d costrução d um

mtodolog ms ou mos comum pr su áls.

ess stução vm obsrvdo ltrçõs. em spcl s últms dus décds, o dbt sobr

sss ctgors d cdds ghou ovs uçs, sobrmr m ução ds modcçõs

pls qus pssrm pssm, dcorrc udmtl d ov lgc rt o mdu

rcmto do cptlsmo o Brsl , m prtculr, Bh. ess dâmc, m mo outrs

cosqucs, rprcutu o sprmto d ovos xos m ts árs urbs costtuu

o qu Mlto Stos domou como “urbzção do trrtro” (SanTOS, 1993).

esss cdds, otdmt quls qu podm sr dtcds como méds – mbor

lgums ds dsgds como pqus tmbém thm xprmtdo ss msm

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

stução –, bsorvrm “mudçs d quldd” – xprssão utlzd plo mcodo

utor – pssrm prstr-s como ocos hodros d ctrlzção d tvdds co-

ômcs, msmo quls qu stvrm durt muto tmpo coctrds s mtrpols.em dcorrc dsso, ss tdc umtou o gru d sostcção, d tsdd d

complxdd dos procssos qu stão rlcodos às cdds méds pqus. Todv,

rvldo s cotrdçõs prprs o crscmto coômco tpcmt cptlst, ss

procsso gulmt vorcu xpsão d árs sgrgds, prcrzção ds codçõs

d vd, mrctlzção d cultur, tr outros spctos.

não obstt, o xtmt vdc dsss trsormçõs qu z covrgr o olhr d

dvrsos psqusdors pr o qu s pod domr, tulmt, como o “ovo ômo

ds cdds méds pqus”. ess multplcdd d lturs rcorts, rsslt-s, prmou

várs árs do cohcmto sttuçõs o trrtro col susctou rlzção dpsquss rxõs, qu culmrm produção d um bblogr spcíc sobr o

tm, bm como crção d lgums rds d psqusdors. etr ls, pod-s dstcr

Rd d Psqusdors sobr Cdds Méds (RCM). D crto modo, o s colocr s

pqus méds cdds como procupção ctrl, como um xo ortdor tmátco

dquls qu s ddcm à comprsão d dâmc do prl ms rct d urbzção

do urbo brslro, dots um bordgm qu, tvmt, drc os studos

rlzdos os últmos 20 os dquls mprddos tr s décds d 1950 1980 por

mportts psqusdors, como os mcodos trormt.

É por sso qu, s durt muto tmpo rgumtou-s sobr crc d trblhos qu vsssmxplcr ou tdr s ltrçõs xprmtds pls cdds pqus méds, sj o qu

tg os ppés qu dsmphm rd urb, sj m rlção o cotúdo d sus dâ

mcs trurbs, tulmt, sss potmtos ão são ms vrossíms. isso porqu, como

xpldo, um úmro sgctvo d psqusdors, sobrtudo prtr do l do século XX,

ddcou-s ts studos, o qu prmtu um cotrbução ssz rlvt à comprsão do tm,

d qu, obvmt, sjm prvlts m qutdd s psquss sobr s mtrpols.

Form xtmt sss vdcs qutçõs qu rurm, o l d 2008, um cojuto

d studosos d drts uvrsdds bs, bm como d um sttução ssocd

o pljmto sttl, o stdo d stblcr um spçotmpo d dálogos sobr tmátc. nqul cotxto, psv-s xclusvmt tvção d um pquo co-

tro tr prossors, studts psqusdors dos sus rspctvos grupos. ess tção

covrgu pr rlzção do i Smpso Cdds Méds Pqus d Bh, qu ocorru

m ovmbro d 2009, m Slvdor, UFBa, com o tm “Produção usos do spço m

pqus méds cdds d Bh: tors, mtodologs xprcs”. além d dqurr

um dmsão cm d sprd – o qu dsudou crc d rxõs sobr o tm,

spclmt o âmbto dss stdo –, prtr dl ocorrrm város dbts trocs d

xprcs qu proxmrm sss studosos. Sobrtudo, como rsultdo dss smpso,

grtu-s produção d um mtrl trco/mtodolgco rlvt, publcdo m orm

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Cidades Médias e Pequenas da b ahia  Considerações introdutórias

introdução

d lvro (LOPeS; HenRiQUe, 2010), qu oportuzou cotudd ds vstgçõs sobr s

mudçs urbzção b sus rprcussõs s cdds méds pqus, bm

como stmulou rxão sobr s ovs orms d rtculçõs tr ts spços.

adms, rlzção do rrdo vto cosoldou o íco d um prcr proícu tr os

grupos d psqus Urbzção Produção d Cdds Bh, vculdo o Dprtmto

PsGrdução (lato sensu) m Gogr d Uvrsdd estdul do Sudost d Bh

(UeSB); Cdd, Trrtro Pljmto (CTPl), lgdo o Dprtmto Progrm d

PsGrdução m Gogr d Uvrsdd Fdrl d Bh (UFBa); Rcôcvo: Trrt

ro, Cultur, Mmr ambt, tgrt do Dprtmto d Ccs Hums do

Mstrdo Multdscplr m Cultur, Mmr Dsvolvmto Rgol d Uvrsdd

do estdo d Bh (Ub)/Campus V, Suprtdc d estudos ecoômcos Socs

d Bh (Sei), rgão ssocdo o govro do stdo.

Um dos ms rlvts rsultdos dss prcr o costtução d um mt comum:

rur psqusdors, com cosmovsõs, d crto modo, dstts, um projto coltvo.

Objtvous cotrr um cmho cosstt pr dsvdr s dâmcs m curso s

pqus méds cdds bs , cocomttmt, costrur um rcbouço trco

mtodolgco cpz d xplcr ts trsormçõs. ess propost, todv, cosdr s

dtdds d cd um dsss studosos , cosqutmt, d sus rspctvos grupos

d psqus. Com sso, põs o ctro d rxão d d qu costrução do cohc

mto prpss, m prmro lugr, plo rspto às opçõs trcomtodolgcs d cd

ctst , m sgudo, plo tdmto d qu o rcurso d crítc é um dos plrs qudcm o sbr cdmco. no tto, vls qu ss rcurso hurístco, m hpts

lgum, s rlz um stdo úco, pos rmr sso sr gr o própro movmto

d costrução d cc , cosqutmt, d rlvâc hstrc dos dálogos dos

dbts pr rlborção do prpro cohcmto.

a dmd plos rsultdos dss vto s rxõs l ssocds, qu slzrm

mportâc do sorço coltvo mprddo plos studosos volvdos ss procsso,

gulmt covrgrm pr possbldd d costtução d um rd d psqusdors.

ess stução, por um ldo, rsultou um mríd d qustomtos cs, qu stv

rm prsts ortrm prt ds ruõs mprdds por ss grupo. el mostrvqu, qul cotxto, hv ms dúvds qu rsposts – xmplo d dculdd d

dção rspto do qu s cosst um cdd pqu ou méd; costtução d

um rcort mtodolgco qu prmtss volvr rsptr s prtculrdds dos grupos

sttuçõs volvdos; scolh d um cmho tmátco pr comçr os trblhos.

Por outro ldo, tudo sso comprovou cssdd d cotur busc por ovs álss

, cosqutmt, covrgr pr tttv d lgum xplcção ou, o mos, lgum

ívl ms prouddo d comprsão sobr ts dlms. Form xtmt sss dálogos

tão slutrs qu zrm grmr d d rlzção d um sgudo vto sobr ss

msm tmátc.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

assm, o ii Smpso Cdds Méds Pqus d Bh torous um momto spcl

pr rtomd dos potmtos ds dgçõs dxds m brtos o cotro d

2009 , do msmo modo, pr mprdr um blço do qu o produzdo ss trrgod tmpo, o stdo d mplr s dscussõs sobr o objto m put. Rlzdo tr os

mss d outubro ovmbro d 2011, cdd d Vtr d Coqust, o sudost bo,

UeSB, ss vto tv como tm ctrl “Cotrdçõs, mudçs prmcs os

spços urbos”. Dstcs, como su rsultdo, dscussão sobr cco spctos ssz

rlvts pr áls sobr sss spços urbos: s ovs proposts d pljmto

gdrds pr sss spços; os vços lcçdos os dbts trco/mtodolgcos;

s cotrdçõs qu lmtm um proprção ms coltv s árs urbs; os mos qu

rvrbrm lturs sobr s mstçõs culturs cotds sus mplcçõs socs

spcs; , spclmt, os trvs qu vblzm os cmhos pr costrução dum rl drto à cdd pr todos.

além dsss qustõs, ocsão do ii Smpóso mtrlzou-s sttucolzção do

coltvo qu pssou sr domdo como Rd d Psquss sobr Cdds Méds

Pqus d Bh (Rd CMP), compost plos psqusdors qu ugurrm ss procsso,

crscd por ovos grupos vculdos outrs sttuçõs, como a Dâmc ds Psgs

m ambts Costros, ssocdo o Dprtmto d Ccs agrárs ambts d

Uvrsdd estdul d St Cruz (UeSC), Gogr Movmtos Socs (Gomov),

prtct o Dprtmto d Ccs Hums Floso d Uvrsdd estdul d

Fr d St (UeFS). adms, ovos psqusdors, trssdos propost d Rd

CMP, srrms os grupos qu dl zm prt.

O crátr multdscplr trsttucol d Rd CMP, volvdo dvrsos prossors,

psqusdors studts trssdos s tmátcs urb, rgol, mbtl, socl,

dmográc, rurl, culturl, polítc coômc, possbltou qu um cojuto d mts

oss stblcdo pr rtr sobr s cdds méds pqus bs. Sus prcps

udmtos stão rlcodos, m prmr scl, à ruão d psqusdors m toro

d um objto comum. ess rtculção prmt, lém do qu já o mcodo tror-

mt, lborr studos prospctvos, ssssors outros srvços ár d tução dos

sus tgrts pr tdds públcs ou prvds sm s lucrtvos; rlzr cotros,

cursos, ocs workshops com vsts promovr dscussõs ou cpctçõs o trto d

tmátc; lborr orgzr um bco d ddos, bm como crvos crtográcos oto

grácos; stmulr ormção d rcursos humos, grdução, ps-grdução s

stâcs govrmts, qu s trssm pl produção, pljmto gstão dsss

árs urbs d Bh. num sgud dmsão, d é vblzr o dálogo com s dms

rds cos trcos d studos psquss sobr o tm rrdo.

assm, ps trscorrr ss prcurso ab ovo sobr o grupo Rd CMP, dstcs qu obr

qu o ltor tm m mãos é um síts ds dscussõs qu orm rlzds durt o ii Smpso,

m prtculr dqulo qu o prstdo s dus corcs s trs mssrdods.

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Cidades Médias e Pequenas da b ahia  Considerações introdutórias

introdução

a publcção prcp com o txto d Btrz Mr Sors Pots , qu prorz dscussão

ds ltrçõs do cptlsmo, o qu tg às orms d produção sus cosqucs

orgzção trrtorl do nordst, bm como os ppés ds cdds méds. em Contradi-ções, Mudanças e Permanências nos Espaços Nordestinos, rrt à corc d brtur,

utor vstg s dâmcs socl, coômc d orgzção spcl ocorrds m

Sobrl, o Crá; Mossor, o Ro Grd do nort; m Cmp Grd, Príb. el

volt su tção tmbém à stução ds pqus cdds ss msmo cotxto. a utor

td qu sss vm xprmtdo um rucolzção qu, m dtrmds

crcustâcs, pod rprcutr m dmução d su ctrldd, quto outrs pod

ocsor su spclzção produtv. Btrz Pots xmplc ss procsso com um

dscrção podrçõs sobr o cotdo ds pqus cdds do Srd potgur. Flz

su rtgo potudo os ppés do estdo, d ctv prvd d socdd m grl osproblms urbos rtdos por sss dos cojutos d cdds.

Sgu-s prt ttuld As Pequenas Cidades: um Desafo no Horizonte Teórico da Geografa

Urbana, cujo propsto é trzr à to qustõs sobr um ctgor d cdds qu, mbor

th lvd prtcpção rd urb ordst – o qu m ts r com qu s cos-

ttuíss um sgctvo objto d studo d polítcs públcs –, ão tm tdo dvd

tção dos govros d cdm. Trs utors dbruçms sobr ss tmátc.

Jo Roqu Brros d Cstro , m  As Megaestas Juninas no Espaço Público de Cachoeira, no

Recôncavo Baiano: a Espetacularização Festiva na/da Pequena Cidade, tto ls ss trd

col vto lçdo, os tmpos ms rcts, à codção d mgvto, quto mprd um vlção d su dâmc spcl. Por mo dss dscussão, o utor dbt os

tors rsposávs pl rvção dss tpo d trtmto o spço urbo. etr

s ds ddds, dstcms dus qu podm susctr ovs psquss dscussõs.

Um dz rspto o to d qu lgums sts populrs, rsultts d vtos hstrcos

d drts orgs, vm sdo trsormds m sptáculo, um produto d mrcdo,

subtrdo-lh su crátr ms sscl. a outr, cosquc do su studo d cso, lud

à su rmção d qu cdds pqus – m trmos d dmsão spcl tmho

dmográco – ão são, cssrmt, cdds locs.

O sgudo trblho dss prt tmbém trt ds cdds d Cchor d Pssu/Bvár(almh), porém, com um oqu bstt dvrso do dotdo o txto tror. Wdl

Hrqu tm como tção costrur um psmto sobr o qu cotc com s

pqus cdds. Dss mr, vs comprdr s prtculrdds spccdds

spcs dsss dtcr sus cotúdos, dâmcs rtculçõs rgos. em Do Rural 

ao Urbano: dos Arquétipos à Espacialização em Cidades Pequenas, o utor, pós prstr

um dção d cdd qu s dstgu dqul ocl, propõ um dscussão stgt

sobr sus cotúdos, qu, m su vsão, vrm do rquétpo Urbo o rquétpo Rurl,

tddo qu ls coxstm s sobrpõm, prstdo, coorm o spço, t

sdds combçõs vrds. Dtdos sobr s rldds studds, l mprd

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

um áls ds trsormçõs ocorrds sss pquos trdcos ctros urbos

os últmos os. O utor dmostr, com sso, s drts possbldds d combçõs

tr urbdd rurldd. além d mportt dscussão trc, ss txto prstum provocção: há Gogr um método pr studr cdds pqus qu ão rcorr

o mprsmo, tccsmo ou msmo qu rc m su dlzção?

 A Análise da Pequena Cidade Sob o Ponto de Vista Político-Administrativo crr ss sção.

escrto por Wsto Klbr d almd Bclr, ss rtgo corrobor s dgçõs cm:

o potul trtmto ctíco ds pqus cdds o âmbto d Gogr. no tto,

o utor ctr su dscussão m toro d tms rrts à dmstrção. Pr sso, ls

s crctrístcs d dmstrção públc brslr, rlçdo os tos l produzdos

pl dsctrlzção promovd pl Costtução d 1988. el rlz, d, cosdrçõs

sobr rlvâc ds trsrcs mucps pr vd coômc ds cdds pqus, obsrvdo qu possum, ssm como quls d mor port, ppl os procssos

d cumulção cptlst. Chms tção pr um d sus coclusõs: s pqus

cdds potclzm um “estdo do Bmstr Socl”, v cltlsmo prsolsmo,

mdd m qu s rlçõs tr populção o podr públco, dmstrção públc

sus gts, s prstm d orm ms drt do qu m ctros mors.

Rediscutindo as Cidades Médias no/do Território Baiano é o tm d sgud prt dst lvro.

est s c com o txto Fragmentação Municipal da Mesorregião do Extremo Oeste da Bahia e

Expansão Urbana do Município de Barreiras, d Ll Mtos Gs, edc d Olvr Fots

Hb St d Slv. no rtgo, lss o procsso d ocupção dss rgão rlvâcds çõs stts pr su ts (r)orgzção spcl. Os utors prstm mportt

cotrbução pr o studo dss porção d Bh o rvlrm qu o úmro d mucípos

dss rgão pssou d oto pr 23, tr 1911 2007. Vl rlçr qu prstção dsss

trsormçõs é t com uso d um sér d crtogrms. ao dstcrm o ppl d Brrrs

o Ost bo, os utors obsrvm tto sus clrds dâmcs d crscmto popul

col d urbzção, quto os prcps motvos crctrístcs dss crscmto, com

rlvo pr qustõs rrts os uxos mgrtros volução d mch urb.

Sgu-s o txto Ações do Estado e o Papel das Cidades Médias Baianas nos Planos da Urbaniza-

ção Capitalista, d utor d Jo Stos, cujo oco é vstgr os motvos qu, vculdosàs ltrçõs o cotúdo do urbo, zrm com qu s cdds méds s costtuíssm

quto ts. Su orgldd stá m pôr o ctro do dbt o podr públco sttl

scrutr lgums ds sus çõs, com bs o cso d Bh, sm prdr d vst o ppl d

outros gts, clusv com o uso d um squc rlvt d crtogrms. Há qu s

dstcr ltur crítc t plo utor sobr s mudçs urbzção cotmporâ

su tção m, o problmtzr o tm, susctr cssdd d psr cmhos pr

costrução rl tv, pr todos, do drto à cdd.

Flz ss prt d publcção o trblho d Ptrc Chm Ds Frcsco Bquro Vdl.

em Cidades Médias Baianas: Dinâmicas, Tendências e Signicados, procupção é lsr os

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Cidades Médias e Pequenas da b ahia  Considerações introdutórias

introdução

ívs do crscmto dmográco coômco ds cdds méds d Bh sus possívs

rprcussõs su dâmc sococoômc. Pr sso, os utors dmostrm os crtéros qu

srvrm d bs pr dtcr ts cdds comprm os rrdos crscmtos tdcsd prtcpção o stdo com os obtdos pr Slvdor su rgão mtropolt. aps um

vlção comprtv d um grupo d dcdors, ls lvtm lmtos mportts pr

ssvrr qu, d orm grl, s tdcs obsrvds pr s cdds méds stão cm ds

rgstrds pl mtrpol b. Todv, pr os utors, ão há d como coclur, como

lgus psqusdors zrm o lsr scl col, qu s cdds méds stjm crs

cdo d orm ms xprssv qu mtrpol. além dsso, os utors lhm rgumtos

qu qustom s rprcussõs dsss dâmcs vd dquls qu lá rsdm.

Rede Urbana e Dinâmica Regional no Estado da Bahia: Novos Enoques, tm d púltm prt

dst publcção, gulmt, cot com trs trblhos, sdo o prmro dls Barreiras e LuísEduardo Magalhães: uma Aglomeração Urbana Embrionária no Oeste Baiano?, scrto por Pulo

Robrto Bquro Brdão. emprddo um ltur d ormçõs gogrács hstrcs,

o utor prt d cocpção d qu, m dcorrc d xpsão do grogco, Brrrs

Luís edurdo Mglhãs torrm-s os ms promts ctros urbos d rrd rgão.

avçdo o tdmto d sus crctrístcs dâmcs, l rú rgumtos tr-

cos mpírcos pr dcr qu sss dus cdds tdm ormr um t gográco m

scl urborgol, domdo glomrção urb. nss stdo, o utor dmostr

tscção ds rlçõs xstc d complmtrdd d uçõs d comutção

dár tr sss dos úclos dls com os dms do Ost bo. el propõ, d,

potos mportts pr ormção d um utur (, sgudo o utor, cssár) gd

d psquss, qu th como mt lsr s tdcs por l vdcds.

O sgudo txto dss sção, d utor d Rto Lo Mrd Léd, o omdo Centra-

lidade Urbana, Confguração Regional e Nexos Entre Determinações Econômicas e Contingências

Políticas tm como ts d d qu s rds urbs sus dâmcs são um xprssão

dos movmtos do cptlsmo. nsss trmos, zm prt d complx cotrdtór

rldd socl. O utor puts um sgctvo rrcl trco vrc vculção

tr os lmtos, procssos cotrdçõs rts à dâmc ds rlçõs cdd-rd-

rgão. aprouddo um dscussão sobr s rlçõs tr rgão, rgolzção polítc

do tdmto d rgão como r polítc, l cmh um trsst rfxão

rspto d proposts d crção d rgõs mtropolts, tdo por rrc stução

d Vtr d Coqust.

em squc, stá o trblho d Oldo arujo d Slv , cuj tôc o prstr ormção

d um rd urb putd cosoldção d cd produtv d gv sslr. em Rede

Urbana e Dinâmica Regional no Estado da Bahia: um Olhar Sobre o Território do Sisal , vldo

um príodo qu comprd o íco do século XX té prst dt, o utor rtcul s

ss d volução dss cultvo à crção d ovos mucípos, bm como à mplção dos

ívs d urbzção. igulmt, l s procup m vrcr s crctrístcs tus d

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

rd do rrdo trrtro, rlçdo s rtculçõs l vrcds, sobrtudo urbo-rurl.

Dstcms s qustõs potuds m rlção às pqus cdds, qu podm srvr d

ortção uturos trblhos.

O txto rrt à corc d crrmto o scrto por nth Blcvllo d Olvr

Mrcl Cludo St’a, rprstts do Mstéro ds Cdds, compõ últm prt

dst obr. Com o título Cidades Médias e Pequenas e Desenvolvimento Urbano: Análise, Desafos e

Perspectivas com Base nos Planos Diretores, st trblho tm propost d prstr o dbt

crc dos crtéros qu dlmtm os cojutos ds cdds méds pqus pr, m sgud,

procdr áls d plos drtors d 27 sds mucps do pís, cosdrds plos crtéros

dotdos plos utors como cdds méds. Ctrdo-s ss sgud qustão, os utors

tcm comtáros sobr o procsso d costrução dsss plos, obsrvdo os dsttos ívs

d prtcpção cotrol socl s cosqucs o qu tg à su tvção.

não obstt complxdd, tuldd s drts bordgs, ortçõs trcs

mtodolgcs prstds plos utors qu prtcpm dst publcção – o qu, por

vzs, mplcou rsultdos drts o qu tg à dção ds cdds méds ou

dtcção dos ppés ds cdds pqus rd urb –, st lvro rft um sorço

coltvo o tuto d vçr rxão o dbt sobr s méds pqus cdds.

etd-s, pos, qu cumpru su propost, qul sj, d cotrbur pr áls d

socdd o mudo cotmporâos, por mo d rxão sobr os pquos médos

spços urbos, m spcl os bos. a ltur crítc dsts txtos prmt, dcol

mt, lvtr qustõs rspto ds trsormçõs qu vm ocorrdo urbzção,cujs rprcussõs tto cdm os âmbtos polítcos, coômcos, socs culturs do

spço, quto dsss são produtos.

ReFeRênCiaS

BRanDÃO, Mr d azvdo. A região de Irecê: lmtos pr um vlção ds prspctvs problms d dsvolvmto. Slvdor: Uvrsdd Fdrl d Bh, 1984.

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SanTOS, Mlto. a cdd d Jqué su rgão. Revista Brasileira de Geograa, Ro d Jro, v. 18,. 1, p. 71112, 1957.

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   S   é  r   i

  e   E  s   t  u   d  o  s  e   P  e  s  q  u   i  s  a  s

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 ABERTURA 

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CONTRADIÇÕES, MUDANÇAS E PERMANÊNCIASNOS ESPAÇOS URBANOS NORDESTINOS

Beatriz Maria Soares Pontes* 

inTRODUÇÃO

Prtdo d d d qu, prspctv cptlst, os vstmtos tdm s coctrrm dtrmdos potos do spço gográco, comprd-s porqu lgus úclos uc

lcçm lgum xprssão urb outros, ps srm bcdos por vstmtos qu

prmtm o lvcmto d sus cooms, prdm, d um momto pr o outro, ss

uxo d cpts s drotm com o dsmprgo pobrz qu os lvm cohcr

stgção dcdc. no tto, s lgus prdm ss modlo d dsvolvmto,

comddo plos gts do cptlsmo, outros ctros sm ghdo, m coormdd

com lgc rprodutv do cptl. São os spços qu, m dtrmdos momtos, s

mostrm ms trts como objtos d vstmto.

a orgzção spcl do estdo brslro, os últmos 30 os, m prtculr, do su spçourbo, é o rxo d um modlo d dsvolvmto ddo o âmbto do cptl qu,

m ução d su mlhor rprodução, prvlg dtrmdos potos do spço gográco

como objtos d vstmtos. Por su vz, locção d rcursos govrmts m

lugrs dtrmdos, tm provocdo, tmbém, coctrção d populção sss locs,

m vrtud ds oportudds d mprgo qu surgm.

no stor prmáro d coom, vrcous um crs prologd s culturs trdcos.

Qudo s ps os custos socs qu o xodo rurl crrtou, tm-s rzõs pr crr

qu ss modrzção o cmpo ão o o cmho pr s cotrr o qulíbro dsjdo

qu lvss à justç socl. Rst, portto, com o svzmto do cmpo m várs árscos, o ortlcmto do trcáro coom do pís.

em sum, ltur qu s z d produção do spço urbo ordsto, o cotxto d mud-

çs rdds pls cssdds do cptl, pot pr um prspctv coctrdor d

populção, d rcursos, ms tmbém d problms pr os ctros bcdos pl polítc

coômc, progrms govrmts mprdmtos prvdos (POnTeS, 2005).

∗ Doutor m Gogr pl Uvrsdd d São Pulo (USP); mstr m Gogr pl Uvrsdd d Prs i.Prossor ttulr do Dprtmto d Gogr d Uvrsdd Fdrl do Ro Grd do nort (UFRn).

[email protected]

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

MUDanÇaS nO PROCeSSO PRODUTiVO CaPiTaLiSTa e SUaSRePeRCUSSÕeS nO eSPaÇO URBanO nORDeSTinO

n rgão nordst, obsrvous um strtég urb qu vsou o crscmto ds t

vdds produtvs mlhor rstrutur ucol o qupmto socl ds

cpts dos stdos dos polos scudáros rgos, bm como dmzção dos úclos

urbos rgos qu xrcrm uçõs d polrzção do dsvolvmto rgol,

mdt o poo às tvdds produtvs os vstmtos m rstrutur urb

qupmtos socs. a sss úclos cbr mportt ução cotção do procsso

mgrtóro o poo às tvdds gropcuárs grodustrs. Outr procupção

surgu, gulmt, quto o ppl coômco ds cdds, coorm stução gográc

qul s cotrvm.etrtto, é orçoso sslr qu, prtr d décd d 1970, comçrm ocorrr substcs

mudçs o rtmo do modo d produção cptlst, vrcdos pssgm do sstm

ordst pr o rgm d cumulção xívl. ad qu ss trsção ão s cosumss,

smultmt, m todo o trrtro brslro, ão é possívl olvdr s trsormçõs m

curso. assm sdo, torous clro qu o ppl d rd urb ordst tmbém pssou

por mudçs, comphdo s trsormçõs ocorrts o procsso produtvo. as

cdds pssrm tr outrs uçõs ovos ppés orm dtcdos o âmbto dsss

ltrçõs mrcts, costtds sr d coom (POnTeS, 2005).

a m d qu s poss comprdr st cojuto d mudçs, zs mstr rtr msdtdmt sobr trsção do ordsmo pr o rgm d cumulção xívl s co

squcs dí drvds rd urb do pís , o cso prst, os ovos ppés ds

cdds d médo port do nordst brslro.

Do paradigma tecnológicoprodutivo ordista ao sistema de acumulação eível

a utlzção d rg brt, orgzção tylorst do procsso d trblho o cosumo

mcço costtuím bs ucol do modlo produtvo ordst qu, m sus spctos

suprstts, povs um cogurção kys d estdo. O domdo welare

state, tuv como orgzdor costrutor do prdgm produtvo ordst, o cumulrumross uçõs produtvs drts, grlzção d rstrutur, bm como mpu

lção dos rcursos ormtvos d polítc coômc qu prmtrm o ucomto d

mcsmos dstrbutvos comptívs com o modlo coômco ordst.

Sob ss tpo d orgzção polítc coômc, produção ortvs pr mrcdos

mcços, com scss drcção d modlos produtos stdrdzdos, d cclo d vd

prologdo. Dst modo, ort d dmd sus vrçõs postvs dpdm

d mplção d bs d cosumdors. O úclo dâmco dss rgm d cumulção

stv ctrdo o complxo mtl/mcâco. Os mcsmos struturs do modlo or

dst – grds stblcmtos pr provtr cooms d scl, cotgudd spcl

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Contradições, Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos nordestinos

 a bertura 

dos procssos produtvos, cooms d glomrção tc. – stvm bs xplctv ds

orms spcs qu produzu.

Com to, cosquc drt d coctrção técc d produção rtus orm

d coctrção spcl. assm, pod-s dzr qu o rgm d cumulção ordst o prot-

gost dcsvo os procssos d mtropolzção. Sm dúvd, m su s l, produzu-s

crt dsprsão coctrd té prr, como um ltrtv pr rcompor – o mos

crcustclmt – tx d lucro, provtdo ormção d mrcdos ctvos s

substcs drçs slrs s rgõs dprmds dos píss cptlsts ctrs os

píss m dsvolvmto. nsts, o cptl puh-s slvo ds orgzçõs sdcs

mdurs podross dos ctros dustrs trdcos.

O crcmto d lgus tors d produção sscs (ptrólo mão d obr) cpcdd d o stor tcolgco ordst rspodr sss mudçs, rdudou um

crs proud prologd d tx d lucro o stor dustrl stblcu lmtçõs o

modlo ordst pr sgur rproduzdos. Os crcutos cros trcos, por su

ldo, vvm um vrddr hprxpsão, sdo o stor d rúgo pr o cptl d orgm

dustrl durt os os stt, os píss do ort , os os ott, os píss do sul.

O cojuto d ovs tcologs qu comçrm oprr como tor d síd d crs ão

mplcou rovção ou trsormção do ordsmo, ms slzou o su sgotmto

suprção. est trsormção tcolgc crrtou o surgmto d ovos tors-chv do

modlo tcolgco-produtvo, xmplo do complxo mltr-rospcl ou o ltrôco

(m spcl mcroltrôc), ssm vsulzdo por lgus utors.

aprtmt, o ômo sr d mor complxdd, prcdo prudt dotr um tor

ms volvt, qu str rprstdo pl ormção, o qu mplcr m cosdrr, como

xo do procsso, os stors d mcroltrôc s tlcomucçõs, ovos úclos dâmcos

do prdgm mrgt. est ômo crrtou trsormçõs m todos os ívs, dsd

s modldds do dsho dos produtos té s orms d orgzção do procsso produtvo,

pssdo plo prpro cotúdo tcolgco dos ovos produtos d sus crctrístcs. Dst

poto d vst, pod-s vsulzr outro cocto-chv do ovo prdgm, qu podr sr ut-

lzdo pr domá-lo: fxbldd. etrtto, pr lcçr tod su các cc,

s ovs tcologs dmdvm um ov orgzção trblhst mudçs prouds os

hábtos costums, prtculrmt, d cosumo. est cotxto rquru um trsormção

substcl d cocpção d estdo, dos sus ppés d su rlção com socdd.

assm, codção d xbldd xprsss, ão s o toct os bs d cptl, os

produtos às orms d produção dsho m s, ms tmbém s std os volums

produzr, às rlçõs coxõs trpssos, prtculrmt à ormção d srção

cotrol d orç d trblho os procssos produtvos.

Com to, s, por um ldo, obsrvous um úmro lvdo d ovçõs m mtér d

produtos, sto é, ovos produtos, o gru d stsção dsss, bm como sus crctrístcs

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

possbldds d dvrscção produtv, por outro ldo, s mudçs srm cosdrds

stvm muto ms ctrds orm do procsso d produção do qu do produto.

Quto à ormção d produção, pods dstcr utlzção d qupmto xívl ou

progrmávl, cpz d cumprr dvrss uçõs vculds ão somt dsttos momtos

do procsso produtvo d um dtrmdo bm, ms tmbém à cpcdd d dptrs

modcçõs d um produto ou srvr pr prtcpr produção d outro bm.

as trsormçõs ds rlçõs tr trrms costtuírm outr ds chvs ds

ovs orms d produção. as possbldds brts plo dsvolvmto ds tlco

mucçõs o procssmto vloz d ormção, ssm como o custo rltvmt

bxo dsss srvços duzu à rorgzção ds rlçõs trrms, prmtdo mor

trcoxão tgrção dos dsttos momtos do procsso produtvo, coduzdoà tgrção sstmc d uçõs ltrdo sus pdrõs d cogurção d plts,

ppés, tmhos loclzção.

no cso ds rlçõs trrms, tmbém, s ovs tcologs prmtrm o csso

um mor tgrção trção, qu tr outros ômos, duzu à “dsvr

tclzção” d populção. O prdgm d produção lxívl pós-ordst ou oor-

dst mplcou, portto, substtução ds cooms d scl pls cooms d

“dvrsdd”, já qu s struturou m dmds sgmtds, d mor tmho, com

grd drcção d produtos modlos, ortds às puts d cosumo dv

dulzds bsds m bs d obsolscc rltvmt rápd, tto ucol

como tcolgc.

est é rzão pl qul o tmho d plt rprsttv do ovo prdgm é, subst

clmt, mor (s or mddo quto pssol ocupdo), sm qu l mplqu, cs

srmt, m mors ívs d vrsão m cptl xo.

a rorgzção do procsso d trblho, com bs corporção d ovos rcursos

tcolgcos dtrmou, tmbém, modcção do prl do opráro dustrl, d sus

ppés d sus rlçõs com o qupmto com os dms opráros. as ovs tco

logs d produção motvrm substtução d cogurção tylorst d orgzção do

trblho, bsd spclzção do opráro m su tvdd prdomtmtdvdul, bm como d strutur dscplr hrárquc. Já os sstms d produção

mrgts rqurm um tpo d srção do opráro o procsso produtvo qu td

à su plurucoldd cpcdd d dptção, ssm como à costtução d grupos

d trblho smutôomos. ests mudçs sgcrm, por um ldo, crto procsso d

dsqulcção prd d postos d trblho m grl, ms, por outro ldo, mplcrm m

crt rcuprção d utoom, ctv cpcdd d dcsão cotrol dos opráros

sobr o procsso d trblho.

n str ds trsormçõs cm cosgds, vrcous, os píss dustrlzdos ,

tulmt, os píss m dsvolvmto, dvrsos ttos d rormulção do estdo

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Contradições, Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos nordestinos

 a bertura 

bsdos, udmtlmt, “dgrdção” d coom m grl, prvtzção d

lgums tvdds produtvs qu o estdo ssumr durt o rgm ordst, dp

tção do suport lgl qu rg s rlçõs socs d produção, os ovos rclmos docptl (fxblzção do trblho mmzção d coftos) o dsmtlmto dos

mcsmos qu grtm um dstrbução progrssv d rct. no qu tg st

últmo spcto, td-s qu, o dscurso polítco, o qu prcu como dmd d

dsrgulção, rldd, trduzus m mudç ortção os dsttáros dos

mcsmos rgultros qu tdm rproduzr complxdd struturl qu o estdo

prstv m rlção à costrução do ovo modlo coômco socl. Costtou-s, lém

dsso, o dsprcmto dos strumtos dstrbutvos ssstcs d dsvolvmto

d prvdc socl.

Dst orm, o modo d rgulção corporcd plo estdo do Bmestr, clsscmtkyso ordst, o, pultmt, substtuído plo estdo olbrl, dqurdo

mor ucoldd com s ovs modldds cssdds struturs d cumulção

cptlst fxívl. a xpsão do podr dos grupos coômcos, dos grds cosórcos

xportdors dos crdors xtros mlh d rlçõs plursclrs qu cosgu-

rm vblzr costtuírm cotrprtd d dclção /ou rortção d cpcdd

rgultr do estdo ncol.

Flmt, trsormção d strutur dos ppés do estdo ncol produzrm sg

ctvos mpctos trrtors. assm sdo, s rotrs dos estdos ncos tdrm

prdr o sgcdo, sj pl tgrção sttucolzd ms ou mos volutár ou porsmpls stltzção, d to. Outr mr d bordr st ssuto é o to d, tulmt,

cd rgão, províc, mucípo cdd tdr sr srdo, drtmt, mlh d

rlçõs multsclrs qu crctrz o cptlsmo tul qu, pr su xpsão, prc

tr cssdd d vulrblzr, d mr crsct, o crátr mddor d prsç d

estdos ncos trvcosts vgorosos (POnTeS, 2005).

Reestruturação produtiva e organiação territorial

as ludds mudçs drm lugr o surgmto d ovs strtégs struturs trrtors,

dvdo à turz do rgm d cumulção mrgt, qu supõ suprção d lgcloccol ordst, ortmt coctrd o spço. as cssdds struturs do or

dsmo trml, s possbldds d rgmtção do procsso produtvo, pl trodução

d ovs tcologs d produção, crculção procssmto d ormção, ssm como

spctos vorávs à srção do cptl m árs prércs, srm os lmtos cuss

d crt tdc à dsprsão gográc dos mos d produção, sj l vsulzd m

scl globl ou col.

Tto m scl col como globl, o sldo do procsso d rstruturção produtv o

dsdustrlzção (m trmos rltvos ou bsolutos) ds árs dustrs trdcos

o surgmto ou rvtlzção d árs d scsso dsvolvmto dustrl ordst.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Obvmt, sts tdcs strm slzdo procssos cpts, ms progrssvos,

d rorgzção ou ltrção do modlo trrtorl ordst, como rsultdo d rdção

d dvsão rgol do trblho.

Grds rgõs dustrs orm dcds m toro d tvdds dustrs qu, hoj,

stão m ctudo dclío (sdrurg, mtlurg, mtl mcâc, txtl tc.), quto

os stors mrgts (ltrôc, tlcomucçõs, ovos mtrs, químc , botc

olog tc.) ão thm mor sgcdo ou compromsso com ts árs.

Plo xposto, obsrv-s qu s mudçs strutur do trrtro ão s vrcrm, ps,

s árs ms dâmcs do pís, ts como o Sul o Sudst, ms orm, tmbém, dtcds

m rgõs mos dsvolvds como é o cso do nordst brslro (POnTeS, 2005).

CaRaCTeRÍSTiCaS DO eSPaÇO URBanO nORDeSTinO aTUaL

O procsso d tgrção d coom do nordst coom col, spclmt

dpos d ção d Sud, produzu um ort mpcto strutur trdcol d rd urb

ordst, mpldo s dstorçõs xgdo dst um dqução pr o cumprmto

d ovs uçõs.

em vrtud do pdrão coctrdor ds tvdds produtvs, m vgor, vrcou-s mcro-

cl dos trs sstms urbos rgos, Fortlz, Rc Slvdor, trduzdo-s

xtrm polrzção ds tvdds coômcs urbs pls mtrpols.

O procsso mgrtóro, bm como s tvdds dustrs, cotrbuu, por su vz, pr

clrr um urbzção coctrd. a modrzção do cmpo s trsormçõs

strutur udár rurl colborrm pr lvr, cosdrvlmt, o tvo ds popul

çõs mtropolts.

D to, com rortção d polítc dustrl, spclmt dpos d trodução dos

ctvos scs sstm 34/18 Fudo d ivstmtos do nordst (For), coctrção

spcl o ormmt vorcd. esss mcsmos sttucos, crdos pr vblzr

polítc dustrl, tdrm, m prmro lugr, os sos do cptl dustrlzçãotv como lcus prrdo s rgõs mtropolts.

a dspto d s mtrpols ordsts trm s costtuído m prcpl lcus d trção

do cptl dustrl, bs produtv dsss ctros d dtém um ort prtcpção

do cptl comrcl cro. n vrdd, s rgõs mtropolts do nordst são

mportts spços d crculção rlzção d mrcdors produzds m outrs rgõs,

o qu justc mportâc qu ssumm s tvdds trcárs (comérco srvços)

strutur produtv dsss ctros. ao s costtuírm m prcps spços d trção d

cptl d orç d trblho, s mtrpols ordsts torrms, cotrdtormt,

coctrdors d pobrz.

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Contradições, Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos nordestinos

 a bertura 

n rgão nordst, od urbzção s du ão ps m ução do procsso d crs

cmto dustrl d cocomtt modrzção d grcultur, ms, prcplmt,

à cust d xpulsão d populção cmpos m vrtud d dsrtculção ds rlçõsd produção, qutdd d mgrts qu chgou às mtrpols xcdu, d log,

cpcdd d bsorção do stor dustrl. a cpcdd d o stor modro d coom

ordst corporr prcls cd vz mors d orç d trblho suprdmsoou o

stor trcáro, ddo orgm ovs orms d srção d populção urb dvsão

socl do trblho.

as tvdds rts o stor orml, por su vz, stão prsts m prt sgctv

ds tvdds tgrts do stor trcáro, grgdo, d modo spcl, s ocupçõs

utôoms do comérco d mrcdors (vddors mbults), os pquos srvços

d rprção mutção (bscts), os mprgos doméstcos rmurdos, lém dsvárs orms d submprgo dsmprgo qu corporm trblhdors ocsos /

ou trmtts. Dss orm, dt d rduzd coctrd bs produtv rgol,

dls um rágl qudro ocupcol qu, crscdo os bxos ívs d rd, compro

mt srmt s codçõs d vd d populção.

ao débl qudro do mrcdo d trblho urbo crscts, por outro ldo, rágl ção

do estdo quto à crção o tdmto d qupmtos srvços cssáros à

rprodução d orç d trblho. no tto, trvção sttl, lém d tr prvlgdo

ort dquls srvços, ms drtmt lgdos à cumulção d cptl, torou-s,

tmbém, bstt sltv o qu s rr à provsão dos bs d cosumo coltvo, cdoos vstmtos m rstrutur srvços urbos mrcdmt coctrdos m árs

ms prxms o ctro d cdd /ou brros rsdcs ds clsss ms bstds.

Por ts rzõs, populção ms pobr pssou hbtr m árs cd vz ms logí-

qus m rlção o ctro urbo ou m árs ms cssívs, porém com problms d

slubrdd ou dculdds pr costrução. em cosquc, grd prt d clss

trblhdor lojs m hbtçõs prcárs d mocmbos ou vls, sordo crcs

prmts o csso srvços d trsport, smto, súd, ducção outros

qupmtos urbos.

É mportt lmbrr qu, dspto d os tos d pobrz urb torrm-s ms vsívs

o qudro urbo ds mtrpols, l rprst um crctrístc d todo o porm

urbo rgol. assm, o tul sstm ordsto d cdds cotr-s comprtmtdo

m trs rds dstts, struturds os ctros mtropoltos mcrorrgos: Rc,

Slvdor Fortlz. São sss ctros, portto, qu, trvés d xtss árs d fuc,

dvdm tr s o comdo polítco coômco do spço rgol, stblcdo os sus

vículos com o polo ctrl d coom, loclzdo o Sudst. Tl coctrção, um

rgão od prvlc um rc dvsão trrtorl socl do trblho, bu o dsvolv

mto d todo o sstm urbo, ddo lugr um rd d cdds trucds, rcmt

hrrquzd pouco rtculd.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

ess dsqulíbro urbo trduzs, ssclmt, m:

. xstc d trs rds dsrtculds;b. rduzdo úmro /ou usc d ctros do sclão trmdáro m dtrmdos

sgmtos d rd urb;

c. rc /ou complt rtculção ucol tr ctros do msmo port ívl

hrárquco, stblcdos s lgçõs, prrclmt, dos ctros mors

pr os mors;

d. crsct vculção com o Sudst qu, tulmt, pss s procssr, tmbém

drtmt, trvés d cpts rgos (COeLHO, 1939, p. 87).

n vrdd, os ctros mtropoltos ordstos polrzm comdm trs rds urb

s dstts. equto rgão d uc d Rc brg os stdos d Prmbuco,Ro Grd do nort, Príb algos, d Slvdor tgr os stdos d Bh Srgp,

stddos d Fortlz plos stdos do Crá, Mrhão Puí.

Dss orm, é polrzção/coctrção qu pss ortr struturção do cojuto

do sstm urbo, porquto é, o msmo tmpo, su mor ou mor tsdd qu

d o ppl mportâc d cd ctro hrrqu ds cdds.

assm é qu, lém d crctrzr s trs mtrópols rgos, coctrção rpt-s

com mor tsdd m ctros do sgudo sclão d rd urb, ou sj, ctros

submtropoltos. ests pssm, rqutmt, s procssr drtmt dos ctros

subrgos /ou dos ctros d zo, pr os ctros submtropoltos ou mtropoltos, qubrdo, ssm, ordm hrárquc ds lgçõs. Por outro ldo, rc trção ds

cpts rgos tr s rquc s rlçõs os sgmtos ms trorzdos d rd

urb, vorcdo, cd vz ms, ctrldd d su sclão supror. Cb rssltr

qu, à mdd qu s dsc o sclão d rd urb, tor-s cd vz ms rágl o qudro

ocupcol ms bxos os ívs d rd d populção.

Fo, o tto, s pqus cdds (ctros d zo ctros locs) qu polrzção/

coctrção prstou-s ms ocv, pos, prtcmt, dtrmou ução qu sss

úclos xrcm dtro d strutur do sstm urbo ordsto, sto é, d srvrm d

scodouro d produção grícol. a coom dsss ctros urbos, qu rprstm msd 90% ds cdds ordsts, lém do comérco srvços cssáros o tdmto

d su própr populção, é costtuíd, bscmt, pls tvdds do tpo urbo,

rqurds pl dâmc d um coom grícol, ou sj, mrcdos prdcos (rs),

pquos srvços cssáros o scomto d produção grícol /ou bcmto

dustrl d produtos grícols.

Por outro ldo, costtum d, sts pquos ctros, lugr d rsdc d orç d

trblho grícol, ou sj, pquos proprtáros, rdros, d mão d obr sslrd

futut, qu s dsloc d um tvdd pr outr m ução d szoldd ds colhts.

O dsqulíbro struturl, qu mrc o tul sstm urbo ordsto, drv d orm pl

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Contradições, Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos nordestinos

 a bertura 

qul s orgzou bs produtv rgol s sus vculçõs com coom col

trcol (CORRêa, 2006).

CiDaDeS MÉDiaS nORDeSTinaS

no cso xplícto do nordst, s cdds méds pssrm por sgctvs rormulçõs

os sus ppés.

em c ds substcs trsormçõs ocorrds o modo d produção cptlst, tdo

como cosquc mudçs strutur trrtorl do pís , por cosgut, d rgão

nordst, rsolvus dotr o crtéro coômco pr dscussão ds cdds méds or

dsts. Portto, cdd méd sr um ctro urbo com codçõs d tur comosuport às tvdds coômcs d su htrlâd, bm como, tulmt, l pod

mtr rlçõs com o mudo globlzdo, costtudo com st um ov rd gográ

c suprpost à qu rgulrmt mtém com sus srs d uc. est sgud

rd, qu ssld, dz rspto o sstm d rlçõs rlzds o trrtro com árs

rurs ou outrs cdds prxms ou ms dstts, sobr s qus l xrc um codção

d comdo. Com s mudçs o modo d produção, pssous dtcr, s cdds

méds, outros cotxtos rltvos à dvsão técc socl do trblho.

O stlo d xpsão cptlst o Brsl lvou, o curso ds últms décds, um procsso

d coctrção d rd ltmt xcrbdo, sj pl modcção olgopolístc, sjpl polítc d rprssão slrl, ddo mrgm um xpsão dos srvços d cosumo

dvdul, qu orm os qu ms crscrm os últmos tmpos, à mstção d um

tdc: o umto do úmro d trblhdors por cot prpr. nst príodo, houv

crção d tod um gm d srvços d cosumo dvdul. Por outro ldo, os srvços

d cosumo coltvo, súd, ducção, trsports públcos, trdcolmt s mãos

do estdo, já rm, há muto, d produção tdmt cptlst, sto é, s rlçõs ss

lrds já xstm há muto tmpo. a rorm pult do estdo, o curso dos últmos

os, é outr c d closão do trcáro. no tto, dculdd crsc com o progrsso

d dvsão socl do trblho. assm sdo, rcuprção d própr oção d dvsão

socl do trblho tors possívl com o bdoo do turlsmo ds dstçõs tr

mrcdors srvços.

no qu cocr à dvsão socl do trblho o trcáro, um ovo oqu rvl su rquz,

brdo spço à síd d ls prgut sobr o tmho do trcáro, su cssdd,

su mprodutvdd, su chção, su proporcoldd m rlção os outros stors

lgums outrs qustõs ou orms d bordr o problm qu xprssm comprsão

do qu sjm os srvços o sstm cptlst d produção.

além dsso, qustão do trcáro sus rlçõs com o procsso d cumulção do cptl

dv sr psd m codçõs hstrcs cocrts. Portto, o urbo é som ds dtr

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

mçõs mds dos stors produtvos qu, spclmt, rprst, o lócus  por

xclc d um dvsão socl do trblho qu mudou stução dos proprtáros, sprou

trblhdors dos mos d produção, produzu um mudç os mrcdos d orç dtrblho, m ução d ovs tcologs , ss progrssão, xpdu rdmsoou

dvsão do trblho s srs d crculção, dstrbução cosumo.

no curso dos últmos os, o spço urbo ordsto, sobrtudo s cdds méds, pssou

por trsormçõs m c d mpltção d ovos srvços, prcplmt os logístcos,

d ormção, d comucção, d trsports, d ducção d tursmo. Ts cdds

prcrm, tão, como ltrtv d mord, por orcrm, d qu m trmos,

mlhors codçõs quldd d vd m rlção às árs mtropolts. no trscorrr

d décd d 1980, sss cdds logrrm mor xpsão, grdo mprgos, quto

rcssão mrg s árs mtropolts (POnTeS, 2005).

em c do cotxto prstdo, m rlção às cdds méds, st-s, clrmt, qu ts

glomrçõs stão dds ovos ppés o âmbto d rd urb ordst, hvdo,

portto, cssdd d studáls com mor prouddd.

Sobral (CE): cidade média do sertão

a cdd d Sobrl, o Crá, tm, tulmt, su xprssão vdcd pls dústrs

procdts do Sul do pís, qu l s srrm, lém do stor trcáro.

a áls d ormção socospcl d cdd d Sobrl é sscl pr o dsvdmtodo uso do su trrtro o príodo tul, possbltdo dscussão d lgus lmtos

qu cotrbuírm pr qu cdd pudss sr tdd quto “méd”. Sobrl, hoj,

com crc d 150.000 hbtts, stá loclzd 230 km d Fortlz, cptl do stdo.

Poscoou-s, d o século XViii, como polo rgol, xrcdo su fuc sobr

tod zo ort do stdo do Crá, od stá stud mpldo o su comdo sobr

os stdos vzhos do Puí do Mrhão.

a orgm d Sobrl stá lgd à zd Cçr, às mrgs do ro acrú, crd o íco do

século XViii. O úclo cl cou cohcdo com o msmo om d zd Cçr, té 1773,

príodo d crção d Vl Dstt Rl d Sobrl, qudo coqustou o drto d lgr susrprstts plo voto, ddo plos grds proprtáros d trrs locs. Quto à hrrqu

polítc, vl d Sobrl, ssm como o Crá, clmt, subordou-s à províc d Bh

dpos à províc d Prmbuco, mtdo com ls rlçõs comrcs costts, o

qu ocsoou o scmto d um clss socl um tto quto “ltzd”.

a tvdd comrcl, os poucos, o s rmdo vl d Sobrl, sstd, sobrtudo, o

dsvolvmto d pcuár, tordos cdd pl L º 299, d 12 d jro d 1841.

Sobrl xportv cr d chrqu, drtmt pr Bh, Prmbuco Portugl, ch-

gdo xrcr uc, té msmo, sobr Fortlz. Outr tvdd d rlvâc pr

o crscmto d Sobrl o o cultvo do lgodão. Pr bs lmtr locl, dstcous o

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Contradições, Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos nordestinos

 a bertura 

plto do mlho do jão. Um spcto mportt é qu sss culturs ão rm, cs

srmt, xtsvs, poddo ocupr pqus grds proprdds.

Sobrl, com um stução gográc vorávl, por stur-s o cotto tr trs zos go-

mbts, srr, srtão ltorl, ucov como pssgm turl obrgtr pr qum

ptrss pr o ost do Crá. Por sso, cosoldou-s como um polo rgol mportt

pr coom do stdo. estv prxm dos portos d Cmocm acrú, pr od rm

lvdos os produtos por l coltdos, como couro, sol lgodão pr xportção. Por mo

dsss portos, mportv produtos d europ, como porcls roups pr o comérco d

rgão, tordos um ctro dstrbudor, té msmo, d produtos mportdos.

Por outro ldo, o crsct dsvolvmto d cultur do lgodão cbou por proporco

r um rrrjo o trrtro, com chgd d um mportt sstm d ghr. Odvto d rrov propcou mor crscmto d lgus úclos urbos crss, como

Fortlz, igutu, Crto Sobrl.

Sobrl, como muts ds cdds ordsts, cotou com dos tors

mportts qu cotrbuírm pr su xpsão urb: o prmro,

stução gográc, como poto d trocmto váro, zdo

lgção tr cptl do Crá os stdos do Puí do Mrhão,

trvés d rodov rrov, cotrbudo pr o ortlcmto d

su tvdd comrcl zdo d cdd um ctro dstrbudor

d produção pr tod su ár d fuc (SiLVa, 2000 pud

HOLanDa, 2005, p. 10).

Sobrl mtv su xprssão, ms, os poucos, rglzous com os tos d sc d 1877

com o costt crscmto d Fortlz, gor ão ms com ução mrmt dm

strtv, ms comrcl d srvços.

etrtto, Sobrl procurou mtr su ppl coômco sstdo, sobrtudo, tvdd

lgodor. ess tvdd cotrbuu pr mpltção d dústrs cdd lgds o

stor prmáro, como: dústr txtl, d ólo vgtl, sbão, lmtos tc. as dústrs

txts d cdd cohcrm mor crscmto, pos, à mdd qu os prços do lgodão

círm o mrcdo xtro, dtro d cohcd “ crs trcol do lgodão”, ssstu-sà stlção d dústrs s árs produtors dstrbudors, como Sobrl.

Sobrl buscou, portto, o spço grícol, susttção coômc com cultur do

lgodão hrbáco o xtrtvsmo d otcc, d csth d cju d cr d crúb.

Com o dvto do século XX, Sobrl prmcu como um cdd mportt pr

coom do stdo do Crá, sdo o ctro coltor d produtos grícols d rgão nort

do stdo, com ort uc coom rgol. nos os 50, do msmo século, su

tvdd comrcl soru um stgção tvdd dustrl cou lt, m ução

dos rfxos d sc d 1958. a cdd buscou, tão, por mo d prstção d srvços do

comérco ms dvrscdo, mtr su xprssão m rlção às cdds vzhs, príodo

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

m qu o govro brslro cou domd “modrzção do pís”, por mo ds

polítcs rgos.

Dv-s sltr qu, o príodo do estdo Mltr, os úclos urbos qu rcbrm

ms ctvos , cosqutmt, trírm ms dústrs décd d 1960 orm s

cdds méds d Juzro do nort, Crto (Sul do stdo) Sobrl (nort do stdo). assm,

Sobrl pssou dsmphr um ovo ppl jutmt com outrs cdds méds do

nordst, mdt um ção polítc qu vsou à dmzção dustrl d cdds log

dos grds ctros. “a polítc ds cdds méds rcolzou, portto, cssdd d

orgzção do spço pr o dsvolvmto dustrl m sus struturs dpdts”

(ROCHeFORD, 1998, p. 101).

no Crá, o govro do stdo crou, m 1962, Comph d Dsvolvmto do Crá(Codc), qu pssou tur m trs lhs, sbr: costrução d rstrutur, crção

d zos dustrs áls d oportudds dustrs. ag, tmbém, ssssordo os

mprsáros s orms d obtção d rcursos cros busc dsss rcursos juto

os rgãos comptts. nss ocsão, orm crdos os prmros dstrtos dustrs o

Crá. a cdd d Sobrl, ss époc, surgu como ctro urbo rgol mportt

prspctv dos vstmtos públcos prvdos.

a opção do podr públco por Sobrl ocorru dvdo os sguts tors: cotgt

populcol; loclzção gográc; tr um dstrto dustrl lgdo à cptl por mo d

rodovs drs stdus; rd rrovár pr o trsport d crg crt trdção

dustrl, ruto do príodo d dsvolvmto do stor txtl rgdo, d, o l do

século XiX. Portto, s dústrs mpltds m Sobrl orm, sobrtudo, do rmo d

bcmto d produtos locs: csth d cju, bcmto do lt d brcção

d mtrs d costrução.

ao rdor dos os d 1990, por ctv do podr públco, Sobrl logrou ovos vstmtos

ovos cosumdors. Pr tto, o podr públco procupou-s m dotr cdd com

modros xos, como: trro stáro, pots, ctro d covçõs, mplção crção d

ovs vds spços d lzr. Buscous, tmbém, mplmtr polítcs qu tríssm

vstmtos dvrscdos, ovos modros. assm, ssstus o crscmto dos srv

ços, sobrtudo o d trsport d crgs, com dstqu pr s mprss Mrts Comérco

Srvços d Dstrbução S.a., exprsso Mrcúro S.a. bcos prvdos, como Brdsco,

itú, BBV, lém d lojs d rqu, como d tlo clulr (Motorol, nok, tr outrs),

d vds d moto Hod (Sobrl Motos), d lmtos (nutror), d prums (Cotém 1g,

Águ d Chro, Botcáro), d vds d mod ítm (Dulor) grs d mod. assm, s

proposts s polítcs dotds plo govro do stdo, lds à xpsão do cptl,

proporcorm o ortlcmto d Sobrl, quto cdd méd, prcbdos ovs

tdcs cotrdçõs o qu cocr os dcdors dmográcos, à urbzção, à

dustrlzção, à ort d srvços, às rlçõs com os spços ms logíquos, o umto

dos problms urbos, tr outros (HOLanDa, 2005).

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Contradições, Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos nordestinos

 a bertura 

Epansão do espaço urbano de Mossoró (RN) pormeio das atividades econômicas

no íco d décd d 1980, cosoldção d mczção d tvdd slr, d grcul-

tur rrgd o dvto do ptrlo dmrcrm o dsvolvmto cdd d Mossor.

Por outro ldo, os os d 2000 2004 orm cosdrdos príodos os qus ocorrrm

mudçs sgctvs cdd. Os procssos socs qu ormtm cdd dmzm

su socdd orm mrcdos por um rstruturção coômc com rxos m todo o

trrtro mucpl, prcplmt o spço urbo, od sss cooms zm su pro-

dução ou o procsso d gstão, trsormção scomto dos sus produtos srvços.

alsous, o cso d Mossor, o procsso produtvo udmtdo m trs tvdds o

spço urbo – slr, rutcultur rrgd ptrolír –, s qus ssumrm o ppldrgt d coom, suborddo, crdo rddo outrs tvdds, mdt

ção d polítcs públcs.

a coom slr prtcp d vd sococoômc d cdd d Mossor com grção d

rd mprgo, qur sj o procsso produtvo, od os spços são orgzdos – sls

mogrs – qur, prcplmt, o stor d srvços comérco, m vrtud do trsport

d sl por cmhõs. a prcípo, s mogrs os rmzés d sl stvm loclzdos o

ctro d cdd, od s vrcv um grd movmto d pssos mrcdors. Hoj,

ps um grd mprs d mogm ro cotrs s proxmdds do ctro.

a prmr mudç d loclzção dos rmzés ds mogrs tvou-s BR-110 (lg

o Mucípo d Mossor ar Brc). ao logo dss rodov, hv mutos rmzés d

sl, já qu o csso outro grd mucípo produtor, ar Brc, r to por ss v.

Cotudo, com o pssr dos os, ss rodov ão ms o trtv pr prmc dos

mprsáros slros. Por outro ldo, d prt do govro mucpl, houv ctvos pr

qu s mprss slrs, mogrs rrs ossm loclzds m outr rodov,

BR304, o su trcho loclzdo o prímtro urbo d Mossor.

Os ctvos cldds logístcs, loclzds BR-304, motvrm mudç d mutos

rmzés pr ss rodov, od s coctrm os srvços d poo cmhoros o

csso o stdo do Crá. Mossor é o mor dstrbudor d sl do pís. É comum grd

qutdd d cmhõs provts d St Ctr, Prá, Ms Grs, São Pulo,

Mto Grosso outros stdos stcorm os postos d combustívs qu stão BR-304.

esss cmhoros dqurm o sl pr rvdr o logo do su rtoro, já qu é um

produto d ácl comrclzção, ou pr o tdmto d comds d dústrs.

Portto, é um tvdd qu dmz ão somt coom, ms vd urb. a cr

culção ts d crrts, cdd, xg rstrutur pr por dmcdd dss

tvdd. n BR304, m Mossor, o comérco é tso, í s loclzdo város scrtros

d rvd, qu utlzm tlo, x outros mos d comucção pr gocção do

sl. Tor-s rqut o cotro d plcs xds os postos d combustívs rmzés

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

o logo d BR, com rs “tmos rt”, com o objtvo d ucr dspobldd do

sl pr trsport outrs rgõs do pís. nsss scrtros ou or dls, mor prt

ds vzs, stão os gcdors, sto é, os qu orcm gocm o sl. a rodov mqustão é, tulmt, lgd os brros d Mossor, um codção mst d csso pr

s dústrs, mords, comérco srvços. a movmtção cr, tdo m vst o

pgmto d um grd cotgt d mprgdos os rmzés d sl mogrs,

dmz o comérco locl.

Outr tvdd promovu o dmsmo d coom do spço mossoros: rutcultur

rrgd. Dsd mpltção, st tvdd crrtou, o mucípo, um rápdo procsso

d srção d ovçõs tcolgcs, suports udmts pr ormção dos dms

stors coômcos d rápd urbzção d cdd. Fo, tão, prvlgdo o cultvo do

mlão “vlco”, qu pssou sr dsvolvdo pl mprs Ms, m Mossor. assm,os prmros mlõs produzdos o Ro Grd do nort, pr s d xportção, orm cul

tvdos por ss mprs, qu cotou com águ xstt bc potgur, obtd um

prouddd méd d 700 mtros, pr promovr rrgção d ár. Tdo m vst o

procsso d xportção dss rut, mprs rsolvu mpltr scrtros d rprs

tção o xtror. Os mlõs produzdos pl Ms pssrm, tão, sr comrclzdos

europ, prcplmt os píss rdcos, m tod amérc.

Postrormt, cotou-s com mpltção d outr mportt grodústr, rprstd

pl Fzd “São João”. Todv, té o o d 2001, Ms cosoldous como mprs

âcor, tr s mprss locs, utlzdo ruts tropcs como mtérprm pr produção d smturdos, como polps d ruts, bm como xrcu ção trmdár d

grd pso compr d produção d trcros pr xportção. Cb rssltr, trtto,

qu mprs Ms, psr d tr logrdo crc d 40% d produção col d mlõs,

chgdo rprstr 20% d rutcultur rrgd do pís, chou s sus ports m 2001

(TRiBUna DO nORTe, 2003).

n ocsão, o crd Potyruts, outr grd mprs lgd à rutcultur o stdo,

ctv d um grupo d ghros grôomos, téccos, proprtáros d trrs lgus

xucoáros d Ms. O grupo m qustão possu, tulmt, st zds cuj sr,

obtd tr 2002 2003, rdu 500 ml cxs; tr 2003 2004, 720 ml cxs; tr 2004 2005, orm prvsts 1.100 mlhão d cxs. a Potyruts, lém d nolm, é cosdrd,

tuldd, substtut d Ms o mrcdo xtro.

aulmt, é rlzd cdd exporrut, um r qu cogrg produtors or

cdors d sumos mplmtos grícols lgdos à rutcultur. a dmsão do vto

coloc exporut m sgudo lugr m rs d rutcultur rrgd do nordst, sdo

prmr rlzd o stdo do Ro Grd do nort. as tvdds rutícols sugrrm

o dvto d ovos srvços qu mrgrm m Mossoró, crrtdo mudçs su

strutur urb.

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Contradições, Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos nordestinos

 a bertura 

a prtr d 1980, cdd pssou sdr s stlçõs d Ptrobrs, como poto d poo

o dsvolvmto ds tvdds d xplorção d ptrlo gás turl. n époc m

qu mprs o stld m Mossor, cdd ão orc hum rstrutur pro tdmto d um mprs d grd port, m codçõs pr rcbr um sg

ctvo úmro d ucoáros. Pr rsolvr, provsormt, tl stução, orm dcdos

móvs dstrbuídos m drts árs d cdd, prcplmt o brro alto d São

Mol, lém d lgums sls comrcs o ctro. a mprs csstv d costruçõs

ou árs lvrs pr rgur grds glpõs, ocs sls, spços pr mobrs d

grds cmhõs máqus. a ár m prço o lt, lvdos m cosdrção

proxmdd ds rodovs BR304 Rn117, qu cultvm o csso às árs d produção

sm pssr plo ctro d cdd.

a xpsão do spço urbo d Mossor, com o dvto d Ptrobrs, ão o costtdps o brro do alto d São Mol, sdo, gulmt, dtcd m outrs árs

d cdd. aos dpos, mprs dquru um ár d 40 hctrs s proxmdds d

Comudd d Bom Jsus, qu sr trsormd m brro, domdo d “alto do

Sumré”, ár dsbtd dstt do ctro, portto, or do prímtro urbo d cdd,

od tv íco costrução dtv d su sd m Mossor. Cotudo, com qusção

d ludd glb d trrs, pl Ptrobrs, Prtur Mucpl dtrmou qu lh

lmt d ár urb vçss pr lém d rodov Wlso Rosdo. assm, tod ár

qu z prt d zo rurl pssou srrs os lmts d ár urb d cdd. aps

o spço sr molddo pl Ptrobrs, obsrvous prolrção d ovs rsdcs d

ovs costruçõs, lém d mudçs rstrutur urb, ts como clçmto, vs

d csso, lumção públc, scols ctros d súd.

Com costrução dtv d sd prpr d Ptrobrs, vrcou-s ocupção ms ts

dos rcémcrdos brros “Bom Jsus”, “alto do Sumré” “Pllto 13 d Mo”, qu, dsd

tão, prstm um cotgt populcol sgctvo. além dsso, tod ár loc

lzd vzhç dsss brros torous trtv pr stlção d várs mprss,

por cot d proxmdd d Ptrobrs. notous, tmbém, qu prsç dss mprs

costtuus m trtvo pr outrs mprss prstdors d srvços do rmo ptrolíro,

m vrtud d mplção ds tvdds rltvs à xplorção do ptrlo.

acrscts às tvdds té qu dtcds o dvto d pqus, méds grds

mprss volvds com mplção do procsso d trcrzção. além dsso, m c do

úmro d ucoáros rqurdos pr s tvdds ptrolírs, rgstrou-s, m Mossor,

um úmro crsct d hotés, pousds rsdcs dspoblzds pr os ucoáros

d Ptrobrs. Por outro ldo, o comérco mossoros o qucdo rlvtmt pls

comprs ts pl Ptrobrs, prcplmt rrgs, mtrs hdráulcos, chps d

rro, mgurs tc. Todv, sss comprs m smpr são rlzds o comérco locl,

sj porqu os produtos ão tdm às spccçõs os qustos d pdrão quldd

xgdos pl Ptrobrs, sj por srm cotrdos m outrs prçs prços ms cssívs.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Covém rssltr qu s tvdds d ptrlo gás crm um cd d outros srvços,

ts como lmtção, ocs d mutção, postos d bstcmto, tlcomucçõs,

trsports hospdgm. assm, dsd su mpltção o stdo do Ro Grd donort, comph vstu um mott cosdrávl d rcursos sob orm d mpostos,

txs, royalties pgos o stdo os mucípos, dzçõs os proprtáros d trrs,

comprs d bs srvços, vstmtos, sláros, tr outros.

Cumpr obsrvr qu os royalties pgos pl Ptrobrs, qu tm drto dtrmdos

mucípos, são, por vzs, mprgdos mlhor d rstrutur urb, prcpl-

mt m obrs d smto básco pvmtção. no cso d Mossor, os rcursos

orm plcdos dcção do ttro mucpl d cdd. Flmt, outro dcdor d

prsç d Ptrobrs m Mossor xprsss pl mplmtção d gcs bcárs

qu vblzm crculção cr, o âmbto do mucípo, lgd à qusção d bs srvços, lém d pgmtos d txs, mpostos royalties.

Pl áls té qu rlzd, costts qu tods s trsormçõs coômcs qu

cdd vvcou vorcm mgrção d pssos procdts do tror m busc d

mlhors codçõs d vd. no tto, sto m smpr ocorr, pos cdd ão cosgu

bsorvr tod mão d obr qu pr l mgr, grlmt orud do mo rurl ou d

pqus cdds sobr s qus Mossor xrc uc, rsultdo m um cotgt

cosdrávl d dsmprgdos ou submprgdos (ROCHa, 2005).

Campina Grande: o pequeno comércio e a violência urbana

as sucssvs ss d crscmto coômco d cdd d Cmp Grd (PB), o logo

d su hstr, zrm do su spço urbo um mplo mportt ctro comrcl o

tror d rgão nordst do Brsl. a dsctrlzção do cptl comrcl trd d

ovos cpts ss cdd torrm o su spço urbo ms complxo, rsultdo o

prcmto d város modros úclos d tvdds dsprsos m drts potos

d cdd. O crscmto urbo coômco dss cdd, o cotxto stdul rgol,

susctou um movmto compulsro m umross cdds prbs, rorçdo o su

crátr ctrlzdor rd urb tror stdul. a xpsão do stor comrcl,

com prsç d rds d lojs, ssocd o tso procsso d crscmto vrtcl, tmrvldo rcogurção socospcl urb d cdd.

nss cotxto ds ovçõs ocorrds o spço urbo comrcl cmps outrs

orms d comérco locl, tmbém crscrm um rtmo tso, m ução, sobrtudo, d

dsgul strutur sococoômc vgt os spços rsdcs comrcs d cdd.

Trt-s do cojuto d pqus umross tvdds comrcs loclzds os brros

populrs m rus mportts d ár ctrl hstrc do comérco d cdd, rprstdo

plos cmlôs, vddors mbults, brrquros, doos d mrcdhos, bodguros,

çouguros, pdros, pquos lojsts tc. além dsso, os brros do Ctolé, Sdr Cvl

ct, itrré Mrt são árs qu rcbrm, ultmmt, mutos vstmtos m

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Contradições, Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos nordestinos

 a bertura 

rstrutur urb (costrução d ovs vs, brtur clçmto d rus, mplção

d rd d sgotos tc.). esss obrs mprmm, portto, sgctvs trsormçõs sp-

cs os rrdos brros ár ctrl d cdd, d vlorzd pls lts locs, xmplo d crção rct d lgums lojs d rtgos os d luxo.

não obstt o surgmto d ovs orms d comérco su ár ctrl (ctro urbo

comrcl), m város potos d cdd, os brros m toro d mportts vs d csso,

comçm crscr ghr mportâc umross tvdds d grds pqus

mprss dos ms vrdos rmos, coctrds sts ovos spços, spclmt do stor

“orml” d coom urb. a xpsão dsss tvdds cdd, somd os trsss

dos mprsáros lojsts, qu s strm prjudcdos por ls, lvou o podr públco mucpl

locl, o íco do século XXi, clur st problm o projto Campina Decó d rvtlzção

d ár ctrl d cdd. Dtro dss projto d rvtlzção urb, orm crdos ovosspços comrcs o ctro d cdd, como s rcs (árs do comérco mbult) o

shopping popular dos camelôs (o shopping Ctro edso Dz), pr brgr sss pquos

comrcts. est ctv do govro mucpl rsultou m trsormçõs sgctvs

o spço urbo do ctro d cdd, qu pssou por rorms mudçs.

ad pr stmulr sss tvdds, o govro mucpl mplmtou um progrm d

mcrocrédto, dsvolvdo pl agc Mucpl d Dsvolvmto (aMDe), brgdo

s pqus lojs, rmrhos, mrcdhos, mboxs, ábrcs d cocçõs clçdos,

slõs d cblrros, mprdmtos doméstcos (css qu orcm mrmts, qu

coccom docs, slgdos comds típcs rgos, css d cosrtos m grl tc.) mcrogcos. Todv, s, por um ldo, ão s v rsstc d prt dos gts do pquo

comérco populr rt à xpsão ds ovs orms urbs do comérco modro, m

ução d prpr cssdd qu tm d dptrms o cotxto tul, por outro, c

ptt prmc, o spço d cdd, dquls gts, coxstdo com s orms

comrcs do prst, sdo sts últms cd vz ms hgmôcs compttvs.

a sobrvvc d pqus tvdds coômcs prércs – pquos comércos locs

–, ss cotxto, stá, por cosgut, mçd dstd s dptr os dtms d

um mrcdo cd vz ms compttvo xcludt, qu ão cosdr s prtculrdds

dos lugrs com sus prátcs socospcs prxstts. É í qu rsd o problm dsocbldd, quto prcpl lo d tgrção dsprsão tr s cltls ctrs

d bstcmto (grds pquos mrcdos). assm, compttvdd volc

udms o msmo cotxto sococoômco qu prdom o mo gográco tul.

nss ovo cáro, compttvdd tor-s ms complx domt m tods s

srs socs, sobrtudo s cmds xcluíds.

Dst modo, outrs qustõs mrgm, ts como rcssmos, mdtsmos, goísmos,

bdoo d soldrdd, qu omtm mpltção d um étc prgmátc d

vdulst. em ts crcustâcs, s stbldds promovds pls ovçõs do mrcdo

tscm-s, grdo orms d sgurç mdo tr os gts dos stors comrcs

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

mors, qu ão dspõm d rcursos pr s quprrm às dms orms comrcs

d tuldd m às vtgs compttvs. O mdo d prdr o “pouco qu tm” os

sus mcrospços cddãos é comprtlhdo d por outrs populçõs qu sorm com dtrorção socopolítc d cdd.

Os pquos comrcts sorm drtmt os tos ds çõs rotrs do crm , o

msmo tmpo, d ção compttv ds grds rds d comérco vrjst (suprmrcdos,

mrcdhos) qu s stlm sss spços rsdcs d cdd, hbtdos, prdom-

tmt, por populçõs d bx rd. as çõs dos cotrvtors tm sobrssltdo

os trdcos comércos locs, costtuídos d mrcrs, pquos çougus, pdrs,

rmács tc. O mdo vvcdo por sss gts do pquo comérco tou s sus

trdcos rlçõs comrcs com s populçõs vzhs, ss stbldd tm cotr

buído pr o chmto d stblcmtos os brros d cdd d Cmp Grd.

ns árs rsdcs, prcplmt os brros ms pobrs, od há mor úmro d

pqus tvdds comrcs, doção d strumtos d sgurç, como s grds

d rro, é um ov cssdd tr os pquos comrcts qu ttm sobrvvr

um spço rplto d sgurçs crtzs, pos os pquos costts movm

tos rgstrdos os stblcmtos comrcs do lugr m qu tum são vsdos plos

gts do crm prérco d cdd.

nos brros populrs, sss tvdds, o suprrm d orm sgctv “soldár” grd

prt ds cssdds dos sus mordors, costtums m udds bstcdors d

prmr stâc. O ppl ds pqus css comrcs, vd dos hbtts dsss

lugrs, é stblcr um orm d socbldd soldrdd típc dos brros. Os

pquos comércos, loclzdos sss spços, rprstm orms spcs qu rvlm

vdcm lgums vlhs /ou ovs prátcs socs ds populçõs qu ls hbtm.

Portto, doção d grds portõs d rro, trd ou sobr os blcõs dos stb

lcmtos m qustão, mplcou, drtmt, s rlçõs prsolzds com cltl,

pls qus gur do trdcol balcão trmdv vblzv s rlçõs comrcs,

típcs d grd mor dos pquos comércos d brros.

esss trtmtos cords, qu rm mprdos por st objto – o blcão – orm co-

dcodos substtuídos por ovs orms d rlçõs comrcs mos prsolzds.

Costr-s, ssm, o spço do cárcr do mdo, mdd m qu s mplm glutm

ovos objtos. O pquo comérco srs ss ovo cotxto codção d “... mcro

orms comrcs crcrds” (DiniZ, 2007, p. 209). a doção dss ov orm d sgurç

tm s tordo cotíu tr os pquos comrcts , m lgus csos, tr os grds

comrcts, proprtáros d rmzés tcdsts, lojs d mtrs d costrução tc.

Pr os pquos comrcts, ss modldd d protção rprst, d, coom

os custos com sgurç, pos, ão tdo codçõs d vstr um sstm d sgurç

modro, optm pls grds, s qus ão xgm um vstmto cotíuo lvdo.

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Contradições, Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos nordestinos

 a bertura 

Quto à sgurç dos clts, sts são potdos plos própros comrcts como

vítms ms suscptívs ds çõs crmoss, spclmt d roubos, pos, covvdo

drtmt com s stuçõs cotuoss do lugr ão dspodo d dspostvo qu lhsposs ssgurr protção, torms vítms costts dos cotrvtors.

a áls dos ovos comportmtos ds tvdds dos pquos comrcts, xdos os

brros populrs d cdd d Cmp Grd, sobrtudo, o qu s rr à doção d grds

d rro os sus stblcmtos, vdc qu volc o mdo zms prsts

d mr vdt m mbos os ldos ds grds. O comrct, com mdo dos prjuízos

cros, o clt, do ldo d or, com mdo d sr surprddo por lgum ssltt.

Dss orm, obsrvs qu plcção d grds ão lmou o mdo, ms o cocrtzou

m orms qu dm os ovos spços do mdo tuldd (DiniZ, 2010).

CiDaDeS PeQUenaS

As pequenas cidades no conteto nacional e global

a globlzção, por mo dos vstmtos cptlsts, crou rstruturou úmrs com-

plxs rds gogrács, tr ls rd urb. nss cotxto, cd ctro, por mor qu

sj, prtcp, d qu ão xclusvmt, d um ou ms crcutos spcs d produção

(SanTOS, 1988 pud CORRêa, 2006), produzdo, dstrbudo ou, ps, cosumdo bs,

srvços ormçõs qu, crsctmt, crculm por mo d corporçõs globs drd bcár rtculd globlmt.

as pqus cdds, umross qu são, grm, m rgr, xprssv dsdd d ctros

qu s stum um pqu dstâc méd tr s, d qu poss vrr d cordo com

dsdd dmográc d rgão m qu s loclzm. ns rgõs dsmt povo

ds, o úmro d ctros é lvdo dstâc méd tr ls é pqu. ns rgõs

scssmt povods, o cotráro, o úmro d ctros dmu, umtdo dstâc

méd tr ls (BeRRY, 1967; CHRiSTaLLeR, 1966; ULLMann, 1959).

a lvd ocorrc d pquos ctros drv, d um ldo, d um cssár coom

d mrcdo, por ms spt qu sj, grdor d trocs udmtds m um mím

dvsão trrtorl do trblho. D outro, drv d lvds dsdds dmogrács sso

cds um strutur grár clcd o pquo stblcmto rurl ou m plantations 

 crctrzds plo trblho tsvo. Dcorr, tão, um grd dmd d bs

srvços crctrzdos por lmtdos lccs spcs mímo máxmo (CHRiSTaLLeR,

1966), rsposávs pl rltv prolrção d úmros ctros d mrcdo o spço.

além dsso, costts qu pqu mobldd spcl d populção, qu mplc

mplção do úmro d pquos ctros d mrcdo, stá ssocd os trsports

pré-mcâcos msmo rrováros, sdo xstts ou pouco usus o cmhão o

utomvl. a pqu mobldd mplc mplção do úmro d pquos ctros d

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

mrcdo. ao qu tudo dc, rucolzção ds pqus cdds rlzs por mo

d dus possbldds: prmr dz rspto à prd, rltv ou bsolut, d ctrldd,

comphd, m mutos csos, plo dsvolvmto d ovs uçõs ão ctrs lg-ds drtmt à produção o cmpo. ess rucolzção drv d um combção

d mstçõs d globlzção, m qu ltrçõs crculção, m grl, o procsso

produtvo d htrlâd d pqu cdd dsmphm ppés prmords.

as ltrçõs o procsso produtvo o cmpo crcuvzho, qu modcm strutur

grár, provocdo dmução ds dsdds dmogrács d dmd d bs

srvços pr populção, turm o stdo d rduzr s uçõs ctrs, s tvdds

d bcmto d produtos rurs o comérco tcdst d dstrbução d úmros

pquos ctros qu prdrm sus mrcdos. Portto, vrcous um mplção do

lcc spcl mímo, m mutos csos, tgdo ár d fuc d outro ctroprxmo com mors possbldds d sr mos mpctdo, gtvmt, pls trs-

ormçõs o cmpo. a mplção d cssbldd corrobor prd d ctrldd.

a orç d érc dos úclos d povomto, trtto, é muto ort. a sobrvvc dos

pquos úclos, m rzão dos srvços qu dspõm d socbldd qu vblzm, é

tvd por mo d su trsormção ucol. a trsormção m locl d coctrção

d orç d trblho gjd o cmpo é um possbldd corrt.

a sgud possbldd dz rspto à trsormção do pquo úclo m rzão do sur

gmto d ovs tvdds, duzds d or ou crds trmt, qu corm um

spclzção produtv o úclo prxstt, srdo-o, drtmt, rd urb

l troduzdo um complx dvsão trrtorl do trblho. esss spclzçõs produtvs

crds podm str ssocds às ovs dmds d produção grícol rgol, rrcd

ovos ptmrs tcolgcos d rd, bm como ovos pdrõs sococulturs.

a dstrbução spcl ds tvdds gdrds pl globlzção obdcm, portto,

um combção qu volv, d um ldo, um lgc prpr às corporçõs, qu ão

xclu turz d tvdd sr mpltd, , d outro, s possbldds d cd lugr,

qu clum s sus hrçs ção mprddor d grupos locs (CORRêa, 2006).

Cotidiano das cidades pequenas do Seridó potiguar

no mudo tul, prsc-s o dsvolvmto d um socdd m qu s rlçõs socs

são prmds pl produção plo cosumo d mrcdors. Os spços são costruídos

rcostruídos à mrc d coom, ds çs ds ovçõs tcolgcs. assm, s

rlçõs hums são, cd vz ms, substtuíds plo mpssol, o dstt, o mro

técc. a tução dos dvrsos tors volvdos produção do spço strutur cdd

mdt utlzção d strumtos cpzs d srl um lgc d rprodução do

cptl, tddo rduzr drçs homogzr modos d vvr, d lzr, d morr,

buscdo ucr cultur.

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Contradições, Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos nordestinos

 a bertura 

nss cotxto, pss o stdo o ppl ds pqus cdds m um mudo mdt

zdo plo qu vm d or, plo qu é modro. Rcohc-s qu, dspto d tgrds

um totldd, cd socdd pod dr prtculrdds, mdd m qu produzsu spço, su hstr, cutdo ss spço sus dsjos, projtos modo d vd. nss

stdo, ctgor d lugr, quto spço d rprodução ds rlçõs cotds, poss-

blt comprsão d produção do spço, ão ps mtrlzdo pr rprodução do

cptl, ms rcohcdo qu um procsso d produção do spço é, tmbém, um procsso

d rprodução d vd hum (CaRLOS, 1996).

assm, vsulz-s cdd como um spço d múltpls rlçõs dmsõs socs

qu s rlzm o cotdo, o plo do vvdo , por sso, volv cultur d um dd

socdd, su modo d vd trdçõs. a cdd mrg como um t d símbolos

sgcdos tcdos pl socdd qu, o costrur su hstór, compõ mmór rrc dquls qu zrm dqul spço o su lugr. Pr Crlos (1996), o lugr gurd

m s, ão or dl, o su sgcdo s dmsõs do movmto d vd, pssívl d

sr prddo pl mmr, trvés dos stdos.

aqu ão s prtd um studo rspto d cultur d cd cdd, ms tdl como

lmto d costrução d dtdd, rtd soom urb, os costums s

trdçõs, cujos lmtos são produzdos rvldos o cotdo. Dss orm, o cotdo

dv sr comprddo o cotxto socl m qu o spço é produzdo, volvdo

totldd qu dtrm ss produção.

as prtculrdds costruíds hstorcmt zm prt d mmr dos hbtts dsss

pqus cdds , por sso, dm dtdd d cd lugr. Lugr qu pod sr ru,

cs, o brro, prç ou um moumto, dsd qu dtqu qul qu l vvu produ-

zu o spço. São lugrs m qu socdd cr símbolos, vlors dms prátcs socs

, portto, um dtrmd cultur, qu, por su vz, pss s costtur m ptrmôo

culturl d cd lugr. assm, pod-s dzr qu, ão obstt s smlhçs s sus orms

soom urb, cd cdd tm lgo prtculr qu crctrz dtc, porqu é

costruíd rcostruíd por tors, prsogs gts socs drts, m príodos

tmbém drcdos. as orms costruíds çõs rlzds cotddd lucdm

d qu mr sus mordors costrom stblcm su modo d vd cdd. Sãotgos prédos, sobrdos, prçs vds, rsultts d procssos qu mrcrm outros

momtos d produção do spço qu, tulmt, pl prsrvção ds sus orms,

rtrtm hstr gogr d cdd. no tto, trscddo às orms spcs,

s pqus cdds são crctrzds pl vd clm pct, od o cotdo é mrcdo

plos cotcmtos ms corrquros, com qus ou hum ovdd.

Grlmt, ps-s qu o d d pqu cdd rsum-s os tos ms rotros,

como r à scol, o trblho ou à ru. Trts, tmbém, d covrs tr os vzhos

clçd, o l d trd, tr postdos o bco d prç ou m qulqur outro locl

o cotro tr os mgos prch, o brzho ou lchot, prcplmt,

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

os s d sm. É cchch os brs d prr, o jogo d utbol com os mgos,

o bho d çud o domgo. São sss rlçõs qu pssm costtur o cotdo ds

pqus cdds, trbudolhs um sgulrdd qu s dstgu ds dms cddsd mor port.

Todv, lgus vtos mstçõs socs podm dmzr vd rotr sss

pqus cdds mrcr o su crátr d lugr. Pods obsrvr qu, tr sss, stão os

rlgosos, prcplmt s sts dos pdroros, sts jus, cívcs, ts como mcpção

polítc do mucípo s cmphs ltors. Os luddos cotcmtos são lmtos

cpzs d rtrr sss cdds d rot, muddo o cotdo dos sus mordors.

nss stdo, s mstçõs culturs s trdçõs são produtos d socdd qu,

costrudo su cotddd, trvés do modo d vvr, do trblho, ds sts dosrtstos, pssm compor o ptrmôo culturl ou mrc d cdd. Como xmplos,

podms vdcr lgus lmtos qu s costtum o vrddro “crtão postl” d

lgums dsss pqus cdds, cuj mportâc xtrpol os lmts d prpr rgão.

a Fst do Jgu, m Tmbúb dos Btsts, é um vto rlzdo há 20 os, o ms d

stmbro , o o, vm logrdo mportâc, ão só pl cpcdd d trr um

úmro cd vz mor d prtcpts ou pl vlorzção culturl, como tmbém por

cotrbur d orm bstt sgctv pr coom d cdd. É otávl o procsso

d trsormção spcl qu ocorr cdd os ds qu tcdm à st. Dvrss

brrcs d lchs, bbds, brqudos outros rtgos são stlds s proxmdds

do vto. as pssos qu trblhm sss brrcs vm, ss vto, possbldd

d complmtção d rd mlr, por mo d comrclzção dos sus produtos. O

poto lto d st cosst corrd dos jgus, sdo dstrbuídos prmos pr os doos

dos qu ghrm comptção.

além d Fst do Jgu, outrs tvdds vtos são dtcdos o âmbto ds pqus

cdds do Srd potgur. Como xmplo, lmbr-s Tmbúb dos Btsts, com sus bor-

ddos rtss, Crúb dos Dts, com “Flrmôc”, o “açud d Grglhrs”, como

o mrco d acr, os “ngros do Rosáro”, m Jrdm do Srd Prlhs os “Ctdors d

Vol”, m São João do Sbug. as qudrlhs jus tmbém vm ghdo spço sss

pqus cdds vm s duddo mdt o surgmto d comptçõs tr ls,

qu volvm cdds d tods s msorrgõs do stdo. Todv, rt às ovçõs,

qudrlh ju soru modcçõs. a prov dsso é qu, drt d outrs épocs, m

qu th como crctrístc o mtuto, qul qu morv roç, d chpéu d plh

vstdo d cht, com o orr tocdo plo soro, qudrlh, tulmt, dquru outrs

crctrístcs, dotdo luxuosos guros, ovos rtmos corogrs. É um vto qu

vm s duddo ghdo outrs dmsõs, mdd m qu qudrlhs ds pqus

cdds pssm s prstr prtcpr d comptçõs, como O Forr novos, m Currs

novos; o Mossor Cdd Ju, m Mossor; os Fstvs d Qudrlhs promovdos plos

Cs d TV, Cbug Pot ngr, m ntl.

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Contradições, Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos nordestinos

 a bertura 

Outros vtos tmbém s zm prsts s pqus cdds. O Fstvl do Ps

cdo, m acr, é um xmplo d vto qu vm logrdo spço os últmos os.

Trts d um tvdd rlzd há st os, cotrbudo pr dvulgr cdd,trdo um grd úmro d pssos. a st, cujo objtvo é dvulgr os produtos

d trr (px lguç d cmrão), tmbém dud cdd, pssdo zr prt

d otcáros s rds cos d tlvsão. em Crúb dos Dts é rlzd,

prç dos romros, há 25 os, prstção do sptáculo o vvo d Pxão

Mort d Crsto. Durt ss vto, qu s rlz Sm St, cdd tr

um orm qutdd d romros.

a Fst dos Stos Pdroros é um trdção comum tods sss cdds. Costtu um

mrco cultur dsss povos, mdd m qu, cd o, s rov, ão ps por

qustão d trdção, ms pl mgtud coômc qu lcç. Rgstrs, os mssqu tcdm à st, outr dâmc cdd, volvdo o comérco, prcplmt,

d roups clçdos, tdo m vst o costum do uso d roups ovs qu d s

prsrv sss pqus cdds durt ss príodo. Os mordors procurm ptr

s chds ds sus css stblcmtos comrcs, ddo um ov soom à

cdd. ns rus, od st socl cotc, são stldos prqus d dvrsõs, tros

sportvos, brrcs d tro o lvo, d bjutrs brqudos, um grd vrdd d

trailers lchs, brs tc. Sgudo os comrcts, é um époc m qu todos pro

curm bstcr sus lojs com produtos vrdos – tcdos, vmtos pr costurs,

roups clçdos –, tdo m vst procur ms ts por ts produtos. O príodo

postror é cosdrdo por ls como “prdo”, m qu s pss sprr, ps, plos

pgmtos dvdos ds vds crdáro. É grd o úmro d pssos qu prtcp

ds sts qu procd ds cdds vzhs, pl trção, ão ps d rlgosdd,

ms tmbém plo ldo proo d st, ts como bls shows qu são rlzdos

durt o príodo.

Portto, é um momto qu s rm como dtdd ds pssos qu morm ou qu

morvm sss cdds qu procurm voltr os príodos dsss stvdds. a cdd

prc como o lugr prvlgdo d vd d sus rlçõs, o lugr do rcotro com os

mlrs mgos, d cortrzção, cosolddo, ssm, dvduldd como um

dos lmtos mrcts d pqu cdd.

Outro ddo otávl, qu comprov mportâc coômc dsts vtos, volv

r lvr. Sgudo um scl trvstdo sobr prmc ds rs lvrs s pqus

cdds, o ms qu tcd st é o príodo m qu, prtcmt, dobrs o úmro

d brrcs qu vdm, prcplmt, roups clçdos. São rts d dvrss cdds

vzhs qu vdm, ss príodo, um mor qutdd mrcdors.

Obsrv-s qu o cldáro dsss sts prcorr todo o o, d modo qu cotcm

m príodos drts, ddo oportudd pr xstc d mor trcâmbo com

s cdds vzhs.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Ctms sss cotcmtos o tuto d vdcr qu vd rotr ds pqus

cdds é dmzd plos tos qu ocorrm prodcmt qu cotrbum pr

prsrvção ds trdçõs d cd cdd.

nss cotxto, coclus qu cdd mostrs como o lugr ds costruçõs, ds css,

dos prédos, do coômco, ms tmbém o lugr d vd ds rlçõs tr pssos, ds

moçõs, m qu tudo tm um sgcdo, um rzão d sr, porqu tm hstr, qul s

prptu trvés d mmr dos sus mordors, cuj prpr hstr stá lgd à cdd

(MeDeiROS, 2005).

CiDaDe, SOCieDaDe e ViOLênCia

ns sçõs prcdts orm dscutdos cotxtos drts, obsrvdos os dvrsos ívs d

cdds do nordst brslro. a sgur, srão trtds qustõs qu s dssmrm o tcdo

urbo, ocorrdo, d orm grl, mor prt ds cdds, dpddo do su port.

O spço urbo, cludo o ordsto, é vsto como cus prcpl d closão d vol-

c urb. no cáro urbo, város problms mrgm. Dt do clrdo procsso d

urbzção porqu pssou o Brsl, ssstu-s o dscdr d um príodo, o qul troux

cosgo o chmdo crscmto coômco. Fo o dáro d progrsso d um pís qu, té

tão, cotrvs m um posção d dsguldd rt outros píss do mudo, o

qu dz rspto, prcplmt, o stor d coom.

Com tção voltd o dsvolvmto do stor dustrl, o stor prmáro d coom

col, bsdo, udmtlmt, grcultur, pssou tr um mportâc mos

sgctv. a coctrção d trrs s mãos dos ltudáros, ssocd à mczção

do cmpo, qu rqur um mão d obr qulcd, culmou com xpulsão d prt d

populção cmpos qu, mpossbltd d covvr ss stução, cotrou, cdd,

possbldd d mlhors codçõs d vd. as cdds, por su vz, ão dspuhm d um

suport struturl pr tdr o grd cotgt populcol qu mgrv do cmpo,

ssm como ão comphvm o crscmto clrdo d populção.

as codçõs d vd orm cd vz ms s dtrordo, culmdo o dcréscmo do

ívl d quldd d vd d populção. a prcrdd ds codçõs báscs d vd, ts

como mord, lmtção, mprgo, tr outros, mrgu tgu, sobrmr, s

clsss mos prvlgds d socdd. O mrcdo d trblho ão cosguu bsorvr

tod mão d obr dspoívl, xcludo prcl sgctv d populção. est, xcluíd,

o obrgd, por su codção sococoômc, ocupr s árs prércs ds cdds,

coormdo um sgrgção spcl orud d um ggtsc msér socl m dcor

rc d má dstrbução d rd. a dsguldd socl cogurous o spço urbo

pl sgrgção socospcl. Dss modo, cdd spclzou-s, vdcdo os spços

proprdos pls dstts clsss socs.

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Contradições, Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos nordestinos

 a bertura 

acrdts qu o spço dstdo à clss mos vorcd coomcmt th sdo um

mbt propíco à prolrção d volc, qu surgu m dcorrc d lt d codçõs

dgs d vd, ts como: o dsmprgo, o submprgo, prcrdd hbtcol lmtr usc d rstrutur socl d outros srvços báscos. Jutou-s tudo sso o totl dsdém

dos govrts, qu ão s trssrm m propor soluçõs pr os problms xstts, ssm

como cpcdd d ção rvdctr pouco xprssv d mor d populção.

Por outro ldo, volc, por vzs, o usd pr protstr cotr um socdd qu

rjtou dtrmdo grupo, ão somt por rzõs sococoômcs, ms tmbém por

qustõs d prcocto rcl sxul. assm, volc qu s dsrol s grds

cdds é ruto d um dsguldd o âmbto d socdd, qul clss dsprvl

gd volts cotr su stução d rordd, cotrstdo com o progrsso dos sus

smlhts, qu tm csso város prvlégos.

Obsrvs, portto, qu há crt dculdd m dsmmbrr o tor sococoômco d

rlção drt com ss tpo d volc, urb. isso dmostr ms um compot

rlvt pr o grvmto stgmto d prátc d volc. em cotrprtd, ot-s

qu, m cdds pqus, dâmc d volc dqur xprssõs drts ds qu

s procssm s grds cdds, poddos, clusv, trbur ss to às qustõs d

rlçõs socs com “lços ms strtos”, mdt os qus s pssos tm um volvmto

trpssol mor. além d sr dtrmd por spctos ds srs socl coômc,

volc pod volvr qustõs d ordm culturl, polítc, pscolgc morl. no tto,

o motvo plo qul s domou d urb st tpo d volc stá lgdo o to d strt o covívo urbo. Os problms qu mrgm cdd tgm populção qu

l s sr, crrtdo cosqucs s ms dvrss socdd, sdo volc

comprdd como um rção rt sss problms.

O qu s prsc, portto, é um procupção cotd, spclmt ds populçõs

rsdts os úclos urbos, cuds por stmtos d mdo sgurç, prov-

ts d dssmção d volc. a usc /ou prcrdd ds codçõs coômcs

culturs, comptívs com um pdrão étco d rlcomto socl, trm por trrr

s rlçõs tr s pssos. assm, dt d rgmtção d socdd, orud d xs

tc d um grd dsguldd tr s clsss, vs grd procupção d clssbstd m s utossgrgr. Ou sj, votd d ocupr spços xclusvos, od, d

to, poss tr crtz d qu strá “sprd” ds “clsss rors” m dscompsso

com sus pdrõs d vd, o tuto d buscr sgurç. isto é vdcdo qusção

d modros prlhos d sgurç, como tmbém o dsjo csst d srção m

um grupo qu possu os msmos modos d vd qu os sus ou qu sj, plo mos, com

ptívl. ess busc por spços xclusvos o dsjo d ão tr como vzho lguém qu

possu um status ror, cb por “... mplr s orms dscrmtrs” (BaieRi, 2004, p.

26). Dss modo, s clsss domts stm su proprdd modo d vd mçdos

por quls qu ls prprs spolrm mrglzrm.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

O rsultdo do mdo d sgurç qu comt populção dos glomrdos urbos

ocsoou ocso um mudç cogurção d psgm urb. assm, strutur

rquttôc d cdd é ltrd. as pssos costrom prsõs pr protção ds dvd d su ptrmôo. as rsdcs trsormms m vrddrs “ortlzs”: muros

ltos, grds por todos os ldos, crcs ltrcds, cãs d gurd um rsl d stru

mtos ltrôcos qu procurm, m cojuto, br proxmção d dscohcdos. não

xst ms um vículo d socbldd tr s pssos qu, com o stmto d mdo

d sgurç rrgdos, s prprm pr rtr volc, cotroldo sus rtmos

d vd, grcdo, cutlosmt, sus horáros d síd, tr outros, buscdo ão

sr prxm vítm d volc urb.

À populção ms mpobrcd, mordor dos brros prércos ds vls, por ão

tr csso os mos mtrs d ds, ps rst, “... pr protgrs ddrs, dr crt brc os grupos orgzdos qudrlhs vculds o mudo d

cotrvção do trá co d drogs m troc d sgurç protção” (BaieRL, 2004,

p. 62). Ts strtégs d sgurç, drcds d cordo com o podr qustvo

d populção, rprstm os modos plos qus l cotrou o mo d s protgr

cotr volc qu z prt d su cotdo, vsto qu “[...] sgurç públc

ão dá rsposts tvs m orc grts d protção à vd o ptrmôo”

(BaieRL, 2004, p. 62).

ess blzção d volc pod sr trbuíd o ppl d míd, pl orm como

vcul trt os tos voltos. O podr d mpulção d míd luc, sobrmr, o gt rcptor d ormção. apsr d ss mo d comucção tr o dvr

d trsmtr tos vrídcos, ão s pod dscrtr hpts d qu os tos possm

sr rtrblhdos, d tl modo qu sjm trsmtds mgs rmotds lgds

lss. São s dstorçõs d mgs qu, porvtur, possm cotcr , té msmo, o

modo como otíc é rltd, qu lucrão o qu srá ssmldo plo rcptor

d ormção (DOnniCi, 1984).

Dt dsso, ão são s volcs tvs qu cotm, ms sm o qu dls cs sbdo

mgdo. assm, o qu cot ão é rldd d vd, ms o qu s c sbdo o

qu míd dx vr (MiCHaUD, 1989).

COnSiDeRaÇÕeS FinaiS

Tdo m vst os grvs problms dtcdos o spço urbo ordsto, tds

qu ão s pod trbur somt o estdo à ctv prvd provdcs o âmbto

coômco, socl polítco com o objtvo d tur ou buscr soluçõs pr o quco-

mto ds cotrdçõs, mudçs prmcs comprovds s cdds ordsts.

Portto, sm dúvd, o povo ordsto tm um prcl grd d rsposbldd pr

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Contradições, Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos nordestinos

 a bertura 

suprr s dculdds qu o tormtm. assm sdo, prtcpção polítc do povo

tor-s mprscdívl pr drmr s dculdds do cáro urbo. nst stdo, polítc

prssupõ o gru d compromsso dos cddãos pr com su coltvdd ção cosqut sobr s struturs d dsguldds. a polítc dpd, pr su cocrtzção, d

um ção coltv com vsts às trsormçõs d socdd. Polítc é tmbém tdd

o stdo d dmocrtzção ou sobr populr, cbdo às mors populrs dc

drm su prpro dsto, m cotrposção o sgmto puro smpls ds ortçõs

prstblcds plos govrts.

as drts bordgs, ou mlhor, dzdo, s várs possbldds d trprtção d

rldd stão lgds às corrspodts cocpçõs d estdo, rproduzdo s dolo

gs subjcts. Como “Polítc”, “Prtcpção” tm, do msmo modo, os compots

coctus d mutção d trsormção socl, dpddo do strumtl trcod áls dotdo.

act-s ts d qu, rldd brslr, s clsss socs xstm m s, ms ão

pr s. Um mr possívl d s chgr um prtcpção tv d mor d popu

lção, o ívl polítco, sr prtcpção m ssocçõs d clss, grupos prossos,

grupmtos orms ou ão, sttucolzdos ou ão, pr, m outr s, sr possívl

prtcpção crítc o procsso socl. n mdd m qu o drto à prtcpção tm

qu sr coqustdo, dv sr prcddo d um procsso d moblzção, orgzção

cosctzção, dvdo à lção o stsmto m qu populção é mtd

plo prpro sstm.

a dmsão subjtv qu o cocto d lção pod sugrr ão sgc ds d

um ção polítc dvdulst. a puprzção coctrção d rquzs são ddos

objtvos d lção um mstção ds rlçõs socs o modo d produção

cptlst. Or, os compots cocrtos dss rldd dmostrm crc ds

cssdds báscs, crcuscrvdo ção do trblhdor à lut pl subsstc,

um rlção socl d prtc o sstm. a populção mrglzd tm qu tomr

coscc d cotrdção tr su rldd cocrt rldd qu crc qu

scp o su cotrol.

em outrs plvrs, m ução do mor ou mor gru d mrglzção, o homm dv

prcorrr um cmho ms ou mos logo: cohcr rldd qu o crc, com bs

os trsss cssdds stdos, lbordo coscc d clss dos grupos mr

glzdos, mdt prcpção ds crcs rs cocrts; cohcr sus drtos

obrgçõs, prdr vrblzr, dlogr, trocr ds, rur-s, rvdcr, pssr d

“coscc mágc, pr coscc crítc”, m, prdr prdr. em síts,

trts d objtvr prtcpção plo xrcíco d prtcpção, já qu o dvíduo s ss

ml, trprt , portto, é cpz d xtrorzr, um ção coltv trsormdor,

qulo qu l cohc vvc (BieRRenBaCH, 1981).

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

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   S   é  r   i

  e   E  s   t  u   d  o  s  e   P  e  s  q  u   i  s  a  s

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 AS PEqUENAS CIDADES:UM DESAFIO NOHORIzONTE TEóRICO

DA GEOGRAFIA URBANA 

parte i

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AS MEGAESTAS JUNINAS NO ESPAÇO PÚBLICODE CACHOEIRA, NO RECÔNCAVO BAIANO: A

ESPETACULARIzAÇÃO ESTIVA NA/DA PEQUENA CIDADE1

 Janio Roque Barros de Castro* 

inTRODUÇÃO

Prátcs como cdr s ogurs rt ds css o trâsto rrt d stros dum cs pr outr, bbdo lcor sbordo gurs, rm típcs do cclo juo o

pssdo, qudo s sts d São João coctrvm-s, sobrtudo, s udds rsdcs

o su toro. Com o pssr do tmpo, promoção d sts jus m prçs públcs

pssou sr vst como um bom gco pr dzs d cdds o tror d Bh. Um

dsss cdds é Cchor, o Rcôcvo bo, qu, dsd o íco d décd d 1970,

promov grds sts jus m spço públco.

a cdd d Cchor é cohcd tto plo su cojuto rquttôco tombdo como

ptrmôo hstrco col quto pl rquz do su ptrmôo tgívl, qu xprs-

sm lmtos d dvrsdd culturl brslr rcrdos o logo do tmpo. no su rcocldáro stvo, dstcms s sts rlgoss do ctolcsmo ocl populr, s m

stçõs d mtrz ro-brslrs, como os cultos cdomblcsts, quls qu trstm

tr s dus mtrzs culturs. a cdd prst d sts mportts, como d

noss Shor d Bo Mort, qu tr tursts trcos trst scrtcmt d

mtrz robrslr pr o ctolcsmo ocl populr.

Cchor o um ds pors promoção d sts jus sptculrzds o spço

urbo. Sgudo mtérs publcds rvst Vvr Bh (BaHia, 1975, 1976), prmr

xprc stv dss turz ocorru o o d 1972, por ctv d Bhturs, m

um príodo d rct tombmto d cdd como ptrmôo col. Dsd prmrdção, st é rlzd Ru Vrgílo Rs, qu mrg o ro Prguçu, provtdo

todo o smbolsmo culturl d um r lvr qu cotc orl uvl d Cchor, ch

md d Fr do Porto, od, o pssdo, comrclzvms produtos juos típcos. O

ug d Fr do Porto como mrcdo prdco d spctro rgol ocorru o príodo

d coxão multmodl do sstm d trsports d Cchor, qudo hv um ts

* Doutor m arquttur Urbsmo mstr m Gogr pl Uvrsdd Fdrl d Bh (UFBa). Prossoradjuto d Uvrsdd do estdo d Bh (Ub), Campus V, do Mstrdo m Cultur, Mmr Dsvolvmtorgol rrd sttução. [email protected]

1  est rtgo é prt d um lvro publcdo pl edtor d Uvrsdd Fdrl d B h (edub), ttuldo: Da Casa à

Praça Pública: a Espetacularização das Festas Juninas no Espaço Urbano.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

movmtção d trsuts tr stção, o poto d ôbus o tão mportt

porto uvl (tulmt dstvdo). nos os 1970, qudo o rodovrsmo s cosold,

s opçõs hdrovárs rrovárs são xtts, st ju, s mdçõs do tgoporto, c o su cclo com cocursos d qudrlhs, d brrcs, smb d rod, trç-t

outros olgudos populrs. a Bhturs ptrocou orgzou st ju d Cchor,

cotrbudo d orm dcsv pr turstcção do vto. a prtr d mdos d décd

d 1970, ss utrqu, promotor do tursmo Bh, comçou, os poucos, pssr

rlzção do vto pr prtur locl.

atulmt, os gstors públcos d Cchor procurm ssocr s potcldds do

ptrmôo culturl mtrl o mtrl (sts populrs, por xmplo), buscdo co-

soldr cdd como um ctro rgol com bs os trbutos culturs (CaSTRO, 2010).

Drtmt d ctrldd rgol dtrmd pl dvrsdd complxdd ort d bs srvços, ctrldd culturl, xprssd rtrc ocl d docum

tos sttucos d Cchor, pod sr xrcd por um cdd cosdrd d pquo

port. Ms o qu sr um pqu cdd? apsr d rcohcr s sus lmtçõs, d

s dot o crtéro dmográco pr dtrmr o qu sr um pqu cdd; o tto,

sb-s qu o ívl d ctrldd d um udd urb ão dv sr dtrmdo ps

plo su qutttvo populcol. nss trblho m outros do msmo utor, propõs

cosdrr rlvt dmsão culturl ltur d rd urb brslr. a qustão

culturl, ss cotxto, z com qu um cdd d pquo port ão sj clsscd

ps como ctro locl.

as sts, qu rm psds orgzds os mos populrs, ocorrm m um cldá

ro stvo prstblcdo, ms m um tmosr d xprcção drt. O qu s ot

tuldd é um rcolzção tto d st m spço públco quto o prvdo.

Um dos spctos crctrístcos d um st sptculrzd é, clmt, dmsão

spcl dsss vtos o su ro d brgc. a dspto d ocupr grds árs,

coctrção d olõs ormdo um grd mss stv é outro spcto ds sts

sptáculo qu s drcm d sts comutárs m cdds bs qu promovm

grds vtos stvos do cclo juo (CaSTRO, 2009). no prst trblho, ls-s

promoção d mgsts jus o spço públco d cdd hstórc d Cchor,

buscdos comprdr su dâmc sus mpctos.

DaS PeQUenaS FeSTaS JUninaS COMUniTÁRiaS ÀS GRanDeSFeSTaS eSPeTaCULaRiZaDaS nO eSPaÇO PÚBLiCO

as sts populrs costtum-s m um mportt mstção culturl, qu pod

tr su orgm m um vto sgrdo, socl, coômco ou msmo polítco do pssdo, ,

costtmt, pssm por procssos d rcrçõs tulzçõs. Como dstc Clvl

(1999), cultur, como hrç trsmtd, pod tr su orgm m um pssdo logíquo,

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 a s Megafestas Juninas no esPaço PúbliCo de C aChoeira , no r eCônCavo b aiano: a esPetaCularização festiva  na  /da Pequena Cidade

P arte i a s Pequenas Cidades: uM desafio no 

horizonte teóriCo da geografia urbana 

porém ão s costtu m um sstm chdo, mutávl d téccs comportmtos.

est cocpção d cultur como sstm brto prmt o psqusdor comprdr o

dmsmo d lgums mstçõs culturs qu prsrvm lgus lmtos mpor-tts qu rprstm pot tr o pssdo o mto udt o prst. Pr qu

ocorrm s mudçs, trsormçõs rvçõs ds prátcs culturs, os cottos são

udmts, como lmbr Clvl (1999). nss spcto, otous um tscção ds

orms d ormção comucção s últms décds.

O vés mrcdolgco sptculr d lgums sts do prst dsvcul rlção

tr o to d stjr rmmorção, o cohcmto hstórco, um mto udt

ou msmo um prátc d rtulzção, como dstcm utors como eld (1992)

Câmr Cscudo (1969). O oqu lúdcoculturl, vdo d smbolsmo, drcs

d prátc stv como trtmto mro, sstdo o lzr dvrsão, comorssltou ardt (2002), costtudo-s, udmtlmt, um prátc prstíst,

qu, m mutos spctos, rlç o pssdo como um po d udo ou prspctv

d sttzção do spço stvo. evdtmt, ão s dd, st trblho,

mutção d prátcs stvs ssclsts, dtrmds por um supost ur qu

s mthm mutávs o logo do tmpo; socdd é dâmc, por sso o to os

sgcdos do stjr drcm-s o logo do tmpo. as rlxõs sobr drç

tr s sts d rmmorção, com orts vículos com prátcs do pssdo, s sts d

trtmto, cuj ldd é promovr o lzr, dvrsão ou dtrmd clbrção

do prst, tm o objtvo d prstr um cotxtulzção d lgums cts d

prátc stv do povo brslro.

Um áls comprtv tr prátc stv d socdds trbs, objto d studos

clásscos d utors como Durkhm (1996) Duvgud (1983), os stdos do stjr ds

socdds dustrs ps-dustrs rvl qu xstm drçs mportts qu stão

sstds m spctos como rcolzção, mrctlzção, sptculrzção lcsmo

típcos d chmd socdd modr. Um xmplo dss procsso são s sts jus

sptculrzds o spço urbo d cdds bs, como amrgos, Cchor, Cruz

ds alms, Shor do Bomm, tr outrs, qu s trsormrm m mgvtos urbos

d xprssv dmsão spcl. Um spcto qu crctrz s grds sts jus d

tuldd é coctrção d olõs tursts m spço públco (prçs, vds...) ou

prvdo. exst um rlção drt tr sss mgvtos os procssos d msscção,

hgmo hprvsbldd. as sts jus com ss crctrístc ão são vtos qu

s costtum m prátcs lúdcs tvs, plo cotráro, xst um pssvdd do públco

qu s dsloc plo spço stvo d orm rrt ou drcod trg com os grupos

muscs qu s prstm o plco trvés d corpordd, d dç, dos gstos. etr

tto, ss comportmto ão é utôomo; é comddo por lguém qu stá o plco

prcpl ctrlz tção ort os stros. Por sso, cocpção d sptáculo st

trblho tm o stdo potdo por Dbord (1997), qu o rlco à mgm, o cosumo

(o cso ds sts populrs, o cosumo o lugr do lugr) à pssvdd.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Outro spcto drtmt rlcodo às mgsts jus tuldd é cooptção

polítc dsss vtos pr costrução d um supost mgm-síts d cdd do poto

d vst d grc ds mucpldds. n st ju, os molds trdcos, dus,polctrd m udds rsdcs, prdomtmt rurl, ão xst procupção

d crr um mgm-mrc d um dtrmdo lugr. a cooptção urb sgud d coc-

trção sptculrzção costtum-s m um lvc d projção mdátc dfgrd

szolmt, msmo m s trtdo d pqus cdds do tror d Bh.

no tul cotxto sococulturl, o qul s ot um ort tdc d dslocmtos m

grupos, s pssos drgm-s pr s grds sts prç porqu orm prsudds

por um cojuto d prátcs stuçõs qu dtrmm o scío mgétco, lmtdo,

ssm, o mgtsmo dsss vtos. a mss mor, costtuíd d mlhrs d pssos

coctrds m um prç stv qu s splh plos spços od cotcm s sts jus, é dstrbuíd rcolmt plo rrjo morológco ds dcçõs, qu, m

cojuto, ormm o lugr stvo struturdor dos fuxos, xmplo d Prç do Bosqu

o ctro d cdd d amrgos, ou do Prqu do Povo d Cmp Grd, Príb,

potos ods d sptculrzção ju. Sgudo Dluz Guttr (1997), quto ms

rgulr o trcruzmto, ms crrd é strgm ms homogo é o spço. São

s lhs trços rtos, tto o dsho ds rus como orm dos plcos cáros, qu

comprovm o ívl d rcolzção ds sts jus coctrds m spço públco. a

rcoldd ds orms rígds xs (dcçõs como rsdcs css comrcs)

ds orms rígds mrs (plco prcpl scudáro, cmrots, brrcs pdrozds

tc.) produz o dsho, orm d st, m um cáro d xprssvdd mgétc d

trço stétco, qu, o su cojuto, s rpt m outrs cdds.

Com bs s rlxõs d Bjm (1996) surg um qustomto: os prtcpts ds

mgsts jus urbs d cotmpordd xprcm ou vvcm o tmpo/

spço stvo? Srp (2007) dstc qu xprc stá lgd à mmr dvdul

coltv, o cosct, à trdção, quto vvc stá rlcod à xstc

prvd, à soldão, à prcpção cosct, o choqu. Prtdos dss ltur, pod s

rmr qu, pr o olão juo, ão é rlvt cohcr d orm proud o qu,

tvmt, stá commordo ss modldd d vto stvo, por sso ão s

plc o cocto d xprc. O vés rlgoso, mítco ou rtulístco ds sts d São

João do pssdo, coorm potm s psquss d Câmr Cscudo (1969), dcv

um procupção com s trdçõs com mmr coltv, ou sj, com lmtos

mtrs ou mtrs vdos d smbolsmos, qu prstvm cotúdo, dsdd

durbldd. Já os grds vtos, sss lmtos compõm cogurção stétc

cujo objtvo prcpl é zr um coxão trstmporl tr promoção stv do

prst s prátcs stvs do pssdo. nsss vtos stvos, o spçotmpo do

trtmto d mlhrs d pssos é um oportudd pr os gstors públcos

promovrm mgm d cdd, qu pod trsormr-s m um bom góco pr

dtrmdos sgmtos prvdos.

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 a s Megafestas Juninas no esPaço PúbliCo de C aChoeira , no r eCônCavo b aiano: a esPetaCularização festiva  na  /da Pequena Cidade

P arte i a s Pequenas Cidades: uM desafio no 

horizonte teóriCo da geografia urbana 

FeSTaS JUninaS URBanaS nO/DO eSPaÇO PÚBLiCOna aTUaLiDaDe: DeSenHO e DinÂMiCa

Torou-s lugr comum rmr-s qu s sts populrs d tuldd stão cd vz

ms rcolzds plos gstors públcos ou mrctlzds pl sh lucrtv d

comrcts mprsáros qu xrgm, sss vtos, oportudd d mplção

d gócos. no prst trblho, vt-s rcorrr cpçõs mquísts crc d

um supost prd d spotdd ds prátcs stvs d cotmpordd, como

tmbém ão s omt o vés mrcdolgco vção d trdçõs ou rtrdco

lzção d dtrmds mstçõs stvs. Opts por buscr, dâmc spcl

ds sts jus, os múltplos tors qu dtrmm rvção do trtmto

stvo o spço urbo.ns sts jus sptculrzds, mss stv coctr-s m um dtrmd prç,

como ocorr m amrgos Cruz ds alms, ou std-s, d orm logd, comphdo

rgulrdd ds dcçõs, como ocorr m Cchor. isso cotc porqu, s sts

d tuldd, prorzs xdz m vz do dslocmto ou, como sltm Dluz

Guttr (1997), o su trtdo d omdolog, pr o homm sdtáro, o poto é ms

mportt qu o trjto, quto, pr o ômd, é o cotráro. no cso spcíco dss

tpo d st ju m spço públco, o dslocmto, crculrdd stv trrgol,

trurb ou msmo trurb é mportt xprssv, trtto turz dos fuxos

o dsho dos tráros são dtrmdos plo mcropoto: prç stv. Dprd-s,

portto, qu, ão obstt ts mobldd, dmsão d scl rgol, pods

cosdrr o turst d vtos do príodo juo como um trrt.

as sts populrs, qu rm psds orgzds os mos populrs, ocorrm m

um cldáro stvo prstblcdo, ms m um tmosr d xprcção drt. O

qu s ot tuldd é um rcolzção tto d st m spço públco quto o

prvdo. Como lmbr ardt (2000), socdd xclu possbldd d ção subst

tu por crto tpo d comportmto gudo por rgrs, o qu compromt prspctv

utoomst dos grupos socs costrução dos sus projtos. Ou sj, pr ss utor,

o comportmto pssvo, mrmt cotmpltvo, é um cotrpoto o sujto d ção.

nss cotxto mcro, como o dmsmo ds sts jus srs ár urb?

Um ds mrcs do urbsmo modrst o o zomto urbo plcdo, sobrtudo,

grds cdds, o qul s buscv rcolzr o uso dos spços, dotdoos d u

coldds spcícs. evdtmt, lém d mtrldd rprstd pls d

cçõs plo trçdo ds vs públcs pr os trjtos ucos do cotdo, xstm s

múltpls orms d proprção uso dsss spços dcdos ou lvrs d dcçõs.

ess spço cocbdo é tmbém o spço vvdo, proprdo rlcodo um mríd

d sgcdos. a título d um xmplcção cocrt rlcod às sts populrs,

pods rmr qu há um tdc à rcolzção dos spços stvos, d lzr d

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

trblho qu td rgmtr s prátcs cotds. a oção d usuáro stá drtmt

rlcod o cosumo, quto d “usdor” str rlcod à proprção às

prspctvs lúdcs.

as pssos ão utlzm os spços públcos urbos ps pr cumprr tvdds buro-

crátcs ou xclusvmt pr cosumr produtos. etrtto, como lmbr Lbvr

(1991, 1991b), o mudo modro, cd vz ms, dssoc-s crtsmt o cotdo

ds orms d lzr, o rpouso opõs o trblho, ssm como cotddd opõs

às érs, m um “crtssmo” spçotmporl. Um dso colocdo por ss utor

é ruptur rvolucoár com o cotdo, qu ulr dcotomzçõs mpostvs.

no cso spcíco ds sts populrs, ss hto tr sts cotddd dv sr

rltvzdo, mdd m qu o qu é o spço-tmpo d st pr us pod sr o

spçotmpo do trblho pr outros. a dlgrção d vtos stvos m um dtrmdo locl pod cusr tsão coltv tr o tmpo/lugr stvo o tmpo/lugr

d ucoldd cotd.

a prolrção d sts m rs prvds, sprds do cotdo urbo, tto do poto

d vst tmporl, cldáros turstcmt vtdos, quto spcl, ssm como

promoção d mgsts o spço públco, provocm mpctos o toro ão stvo.

isto ocorr porqu st mpls muto lém do su spço topolgco d dgrção,

xpddos trvés d lmtos tgívs, como soordd xcssv ou msmo

por mo d procssos vsívs, lgdos à xtrpolção d cpcdd d crg do toro

stvo, motvd por grrmtos ou msmo pl sobrcrg do sstm létrco. esssproblms comprovm qu o trtmto stvo d us pod mplcr problms pr

outros, mdd m qu cotddd ucol trrrsdcl (trblhr o compu

tdor, ssstr TV ou, smplsmt, dormr) ou xtrrrsdcl, como crculr ou trblhr,

pod sr compromtd.

em Cchor, Fr do Porto cotc m um ru logd, bordjdo o ro Prguçu,

com trs prçs cotígus qu s costtum m spços stvos complmtrs. a prç,

com tod su smbolog, tlvz sj o lugr d cdd qu mrc rssgcção culturl

ds sts jus qu thm como spço struturt protgost udd rsdcl

su toro. Sgudo Lms (2000, p. 102), “a prç é o lugr tcol do cotro, dprmc, dos cotcmtos, d prátcs socs, d mstçõs d vd urb

comutár d prstígo, , cosqutmt, d uçõs struturts rqutturs

sgctvs”.

n cocpção d Lms (2000), prç é um lmto morolgco ds cdds ocdts

prssupõ votd o dsho d um orm d um progrm, costtudos m

spço d covvc projtdo tcolmt, quto os lrgos srm spços ão

trçdos tcolmt, ms qu surgm ocsolmt dsmbocdur d dtr

mds vs d crculção ou couc d trçdos.

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 a s Megafestas Juninas no esPaço PúbliCo de C aChoeira , no r eCônCavo b aiano: a esPetaCularização festiva  na  /da Pequena Cidade

P arte i a s Pequenas Cidades: uM desafio no 

horizonte teóriCo da geografia urbana 

no stdo d Bh, xprssão “sts d lrgo” plc-s grds vtos stvos brtos

qu cotcm o spço públco, trdo mlhrs d pssos qu prcm xé music , o

smb d rod, o pgod, tr outrs modldds muscs. a plvr “lrgo”, stá rlcodo spço públco pod sr um ru, um spço trçdo ão tcolmt, cpção

d Lms (2000) ou msmo um prç. Muts sts d lrgo d Slvdor costtum-s m

xtsõs pros d stvdds rlgoss trdcos pssrm prstr çõs

sptculrs. Sgudo o prossor Srr (1999), um st d lrgo comprd smpr

um rto ou um cojuto d rtos scros cujo oco spcl é o tmplo. no tto, ss utor

dstc qu, lém ds crmôs sgrds ctrds o tmplo, ocorrm prstçõs d

olgudos populrs s mdçõs d dcção rlgos, grlmt um lrgo, como

dc domção. Complmt Srr (1999) qu prr do tmplo é o spço dos

olgudos do comérco ssocdo o vto d um cojuto d qupmtos sgosstvos (ts, bdrols, gmbrrs).

Mutos crítcos ds sts jus coctrds d tuldd rmm qu o São João o

tror trsormou-s m um mr trsposção ds sts d lrgo d Slvdor. ess crítc

ocorr ão ps por cus d muscldd, como tmbém pl dmsão spcl dsss

vtos sprdos m prçs públcs, dqudos um rrjo ísco prxstt , o

msmo tmpo, dtrmdo o su dsho su composção stétc m mportts

polos stvos do cclo juo, como Cchor.

as orms mrs srds o spço s prçs stvs d Cchor tum como

struturts do fuxo d olõs , jutmt com s dcçõs prs, dshm csd crculção qu dsmbocm os spços brtos. as sts sptculrzds mpctm

o spço urbo m drts tsdds:

. muto tso: prç stv toro mdto;

b. mdmt tso: lgums vs rus qu cssm o spço stvo;

c. rcmt tso: locs dstts d ár stv;

d. spordcmt tso: locs vtulmt utlzdos por grupos d olõs

 juos, qu podm sr um br, brrc ou msmo o toro d um vículo d

pquo port com soorzção psd.

O dsho m scl mpld ds sts jus coctrds d Cruz ds alms amrgos

rvl um cogurção rdl complt, porqu xstm ssmtrs volumtr d fuxo

s vs qu dsmbocm s prçs stvs. em lgums vs, o uxo é coctrdo tr

s 21 24 hors o uxo stvo; o ruxo, prtr ds 3 hors; m outrs, o tto,

pssgm d olõs vr d trmtt sporádc.

em Cchor, o ro Prguçu é um lmto d ordm gográc qu dtrm o dsho

lr d st. as sts jus os prcps polos stvos do Rcôcvo bo mpctm,

rdshm rvtm os spços públcos, fucdo drtmt s proposçõs d

trvção ísc stétc s cdds qu promovm o chmdo São João sptáculo.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

aS MeGaFeSTaS JUninaS nO eSPaÇO PÚBLiCO De CaCHOeiRa:POTenCiaLiDaDeS PaiSaGÍSTiCaS e aRQUiTeTÔniCaS

a st ju d Cchor Fr do Porto cotcm Ru Vrgílo Rs, qu corrspod

à orl fuvl urb. Como potos m comum com s sts d outros polos juos do stdo,

como amrgos Cruz ds alms, o São João urbo d Cchor tm coctrção d

pssos, sptculrzção d st motgm d dos plcos: o prcpl (mor) o

scudáro. no tto, lgus spctos torm pculr st cchor: rlzção d

r ju o dsho do vto stvo qu é logdo, drdo, portto, dos outros

polos stvos qu prstm um coctrção com um morolog qudrculr dtr

md plo rrjo spcl ds dcçõs qu compõm prç stv.

O spço urbo d Cchor prst sobrdos csrõs hstrcos, qu s costtumm orms qu tstmuhrm um pssdo cosdrdo prspro. algums dsss cos

truçõs prdrm su ução o logo do tmpo ou orm rucolzds. Procurs

rtculr o tursmo urbo d vtos sptculrs cíclcos com utlzção ds sculrs

orms spcs urbs tgrdo sts pros com “muscção” d cdd. ess

strtég rdsh dâmc do spço urbo d Cchor durt s sts jus,

do poto d vst d srção d orms mrs trcldo spços públcos crcuddos

d sobrdos csrõs tgos. Sgudo Stos (1988, p. 98):

Cd lugr comb vrávs d tmpos drts. não xst um

lugr od tudo sj ovo ou od tudo sj vlho. a stução éum combção d lmtos com drts dds. O rrjo d

um lugr, trvés d ctção ou rjção do ovo, v dpdr d

ção dos tors d orgzção xstts ss lugr, qus sjm,

o spço, o locl o culturl.

a postur prsrvcost d lgus mordors mprsáros, bm como postur modr-

zdor d outros, ão gr, cdd m qustão, um rlção coftv, um vz qu

os sgmtos socs mprsrs d cdd dsjm msm cos: cosoldção d

Cchor como cdd turístc, tdo como poto d covrgc xplorção dos sus

trbutos culturs. além dsso, s proposçõs modrzdors cotrm sus lmts lgso tombmto do cojuto dcdo d cdd. nos últmos os, por cus ds trvçõs

do Progrm Moumt, qu, su sgud tp, cou rsturção d dcçõs

prtculrs, otous um brupt rvlorzção d mvs dtrordos.

a dlétc ovo/vlho, propost por Stos (1988), prmt comprdr-s dâmc

sococulturl coômc dos rmzés d umo como orms spcs rucolzds

m cdds como Cchor, Cruz ds alms, Govrdor Mgbr Sto atôo d

Jsus, o Rcôcvo bo. Pod-s zr um ltur d orms spcs rucolzds

do poto d vst coômco culturl, como s rs stvs, com o poo ds bordgs

d Stos (1988) Dbord (1997) crc d lut tr trdção ovção, pr compr

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P arte i a s Pequenas Cidades: uM desafio no 

horizonte teóriCo da geografia urbana 

dr o dsho dos ovos procssos urbos d cotmpordd. espccmt m

Cchor, qustão trdção/ovção pod sr vrcd tto o su ptrmôo culturl

tgívl – olgudos, sts populrs, como o São João – quto morolog urb,o qu s rr o su cojuto às sus udds dvdulzds.

a logístc spcl rlção ds sts jus d Cchor com o su substrto ísco

spcl su toro cotrpõms à dâmc spcl dos outros polos stvos ctdos.

Prmrmt, é mportt sltr qu Cchor é tombd dsd 1971, como ptrmôo

hstrco col, por sso s trvçõs m rrumtos s dcçõs cotrm um

mpdtvo lgl lgdo à sr drl.

em sgudo lugr, loclzção gográc d cdd, stud às mrgs do ro Prguçu,

srção d ár urb m um substrto gomorolgco cdtdo tordo pormorros costtums m mpdtvos turs qu vblzm possbldd d mudç

do lugr stvo os lmts do síto urbo. no tto, ms do qu dsposção do rlvo

os dspostvos lgs, o compot hstrcoculturl é o prcpl lmto qu cocorr

pr mtr st ju Ru Vrgílo Rs. Por mo d tmátc d st ju, procur-s

zr um homgm topoímc um vto culturl sculr: Fr do Porto.

no Plo d Dsvolvmto itgrdo do Tursmo Susttávl (PDiTS) – Polo Slvdor

toro –, Cchor é cosdrd um âcor turístc ctgor ptrmôo hstrco

culturl. Dss orm, dprd-s qu ss documto sttucol prorz vtos

culturs lstrdos hstorcmt, cdo m sgudo plo quls mstçõs

stvs mportts, ms qu orm cocbds com bs m um logístc sttucol

tcol gstd xtrmt, como ocorrr com o São João do Porto, promovdo

clmt pl Bhturs.

a st Fr do Porto srms morolog urb d Cchor como vtos cul

turs qu s trptrm s logm pl orl uvl, stddos por árs lvrs d

dcção, costtudo um pssrl culturl d trtmto stvo com trs rtrâ-

cs corrspodts às sguts prçs: Ubldo asss, od s mot um prqu tl,

Gs Clmo, od s stu o plco xo, Txr d Frts. a Prç Txr d Frts

Ru 25 d Juho ormm um lrgo cotíuo od s stl o plco scudáro, utlzdo

s sts jus plos rtsts locs/rgos. O plco prcpl é motdo m um lrgo

qu mrg ru stv.

Do poto d vst d mtrldd qu sustt logístc do vto stvo, pods

rmr qu s sts jus d Cchor são vblzds pl srção d orms

mrs o spço urbo. assm, toldos pr brrcs, cmrots, rqubcds plco

cogurm um sttzção rcol tcol m um cojuto rquttôco rtístco

tmbém tcol, ms qu prst um dsho stétco drt, vdcdo

cssdd d s lvr m cot cotxtulzção tmporl sococulturl ds orms

spcs d su stétc.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

no ug do cclo juo, procur-s dqur o spço urbo d Cchor o brupto

crmto d vículos pssos m um síto urbo sculr. O trâsto c cogstodo

s ltrtvs pr crculção d um xtrmo o outro ár urb c lmtd com ochmto d Ru Vrgílo Rs o trágo motorzdo. a rtér vár stud o molo urbo,

ormd pl jução ds rus Luro d Frts Prsco Príso, é prcpl v struturt

do sstm váro locl c sobrcrrgd spordcmt cogstod. esss vs

clzm o trágo d Ba420 (Sto amroCchor), d od vm mor dos tursts

d vtos orudos d Slvdor, pr pot Dom Pdro ii, qu css o mucípo d São

Félx, lém d outrs cdds do Rcôcvo Sul , por outr coxão vár, à rodov BR101,

locldd d Cporuçu.

Dtr s várs mstçõs culturs stvs qu cotcm ár urb d Cchor,

s sts jus são s qu ms sobrcrrgm cpcdd d crg d cdd, ltrdo su dâmc cotd d uxo d pssos vículos. a motgm do spço stvo,

orl do ro Prguçu m Cchor, clz compulsormt o trâsto su prcpl

v rtrl, m um cdd cujo dsho urbo, com rrumtos strtos, xprss

morolog do spço públco urbo d um époc qul xstm vículos utomo

tors ão s ormvm s grds glomrçõs como tuldd. a xtrpolção d

cpcdd d crg ds prcps vs d crculção d trágo s vtus obstruçõs

d fudz obrgm prtur colocr gurds d trâsto tmporáros o ldo d polcs

mltrs pr vblzr trgbldd.

além dos tors d ordm lgl d turz culturl qu vblzm qulqur possbldd d mudç do locl d st, tds qu moldur psgístc do toro do

spço stvo é um ort chmrz d tursts d vtos. a composção stétc do toro

stvo é costtuíd plo ro Prguçu, tdo do outro ldo hstrc cdd d São Félx,

plo cojuto rquttôco qu orm cogurção dcd pl sculr pot Dom

Pdro ii; o spço stvo é, portto, hprvsívl. a grd coctrção, produzdo um

mss stv qu s dstrbu plos trstícos d Ru Vrgílo Rs, prçs toro, tm

um sgcdo mgétco stétco. as proposçõs d dsctrlzção do spço stvo

são dscosdrds tto por cus dos créscmos os custos ds sts, dtrmdos por

um obrgtr rghr logístc, como tmbém porqu coctrção qu produz

mss stv é tcol por cus dos sus tos pr mgm d cdd, m um

cotxto d mut vlorzção d qustõs lgds o city marketing, à vsbldd à stétc

urb, do poto d vst do cojuto dcdo.

Cost do Plo Drtor d Dsvolvmto Urbo (PDDU) d Cchor um proposção

d crção d um ctro d mção orl do ro Prguçu (CaCHOeiRa, 2006). nss

trcho, qu brc Ru Vrgílo Rs s prçs cotígus st rtér vár, ocorrm s

sts jus coctrds Fr do Porto. Trts d um obr cd com rcursos

drs do progrm Moumt. Prtd-s przr o fuxo turístco com mpltção

d brs com músc o vvo spços pr shows.

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P arte i a s Pequenas Cidades: uM desafio no 

horizonte teóriCo da geografia urbana 

as obrs d rqulcção urb d orl fuvl d Cchor, com rorm d pvmtção

d pdrs, d lumção, rdsho d prts ds prçs costrução d dus xs d

clçmto pr cmhds corrds, procurrm prsrvr s prcps crctrístcsíscs, morolgcs státcs, sgudo o Progrm Moumt. Plo vés d tvdd

turístc, st d São João, qu cotc qul spço, tr o mportt ppl d trr

mlhrs d pssos pr cohcrm s potcldds d cdd, cludo su ov orl

uvl multucolzd o qu s rr modldds d lzr. as dvrss orms d

trtmto srm locds o logo d orl do ro Prguçu, coorm proposção

do Plo Drtor Urbo, srm d rsposbldd d ctv prvd. a mpltção do

clçdão costtu-s m um modldd d trvção ísc stétc o spço públco,

vsdo stmulr crculrdd turístc proprção plos mordors d Cchor, qu

corporrm orl uvl o su tráro d lzr. as trvçõs mprdds RuVrgílo Rs toro sgum um tdc mportt d tuldd: rsturção do

stoqu dcdo o su cojuto rcuprção d vs d crculção, com vsts à ormção

dos chmdos “corrdors culturs”, qu stmulm “pdstrzção”. 

Busc-s, ssm, stmulr o crátr cotmpltvo cdd hstórc, prspctv d

dmução d vlocdd d dslocmto do psst. Por sso, vslumbr-s probr

crculção d vículos motorzdos. as proposçõs d tvdds d lzr pr orl do ro

Prguçu osclm d modldds ubíqus, como os cés s lan houses, outrs pculrs,

como chrutrs, qu são trdcos m lgums cdds do Rcôcvo, como São Félx,

qu, ssm como Cchor, tgrv chmd zo umgr.

D cordo com o PDDU d Cchor, ár d orl fuvl ps-rqulcção costtur-s-

m um lmto glutdor do covívo d comudd locl com os tursts. adotdo-s

polítc d rqulcção urb, qu cotmpl mlh d spços públcos (rus, prçs

vds), busc-s ormr cosoldr um “corrdor culturl” orml, com possbldd

d crculção proprção prmt, m um spço ísco otblzdo como “corrdor

stvo” orml, d proprção szol. a ltur dsss proposts d trvção d ot

mzção spccmt lgds o spço od ocorrm s sts jus, vto culturl

d mor chmrz turístco d cdd dmsão qutttv, dc qu o “São João

sptáculo” stá cosolddo trrtorlmt o spço d Fr do Porto. Como s trt

d ár tombd hstorcmt, dprds qu prt dsss tvdds srm vbl

zds pl rucolzção rdqução d lgums dcçõs, mdd m qu s

modldds d lzr orcds srão prs, drts, portto, dquls tts à

promoção ds sts jus s qus s srm orms spcs mrs, pr prátc

d um modldd stv urb trstr. etrtto, é mportt rssltr qu s ovs

proposçõs pr gstão ds cdds tombds cotrpõms àqul cpção corrt

lgd à ptrcção ísc d strutur dcd, prmtdos trvçõs rcos, qu

ão compromtm o cojuto rquttôco stmulm modldds d proprçõs

pr o lzr urbo. Por outro ldo, rssltms, o PDDU, os rscos d sptculrzção

mgétc do ptrmôo mtrl urbo.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

ReFLeXÕeS FinaiS

Do poto d vst ds orms spcs prs, s sts jus sptculrzds o spçopúblco d Cchor ão prstrm um rbtmto spcl dstot o últmo dco.

Tto rrd cdd quto m Cruz ds alms, dcou-s um plco xo, qu é utlzdo

pr outrs tvdds o logo do o, ão s rstruturou o spço stvo d orm ms

tv, como ocorrr m amrgos, od rtrrm ctros plrm prç stv.

O plco xo d Cchor é utlzdo o logo do o pr outrs mstçõs rtístcs,

culturs, rlgoss – ctlcs, d mtrz robrslr, scrétcs vgélcs... – pro

s d modo grl.

as sts jus sptculrzds m spço públco, cdd d Cchor, msclms

com o smbolsmo hstórco d r do porto, m um cáro moldurdo por lmtosturs xplordos com s turístcos, lmtos mtrs d grd mportâc hstrc

(dcçõs sculrs, rrumtos) mtrs (mportts mstçõs culturs rco

hcds. colmt, como o smb d rod do Rcôcvo). nss cojuto d pot

cldds culturs qu coxstm, complmtms msclms, buscs cosoldr o

ppl d ctrldd culturl d Cchor.

as ltrçõs o spço stvo m Cchor lmtrm-s às mudçs d loclzção dos

plcos. no tto, o PDDU d rrd cdd é xplícto o potr possívs trvçõs

ms guds Ru Vrgílo Rs, od ocorr st ju d Cchor, com vsts

cosoldr qul ár como spço turístco, stvo ár d lzr pr os mordorslocs. no o d 2008, cocluírm-s mportts tps ds obrs d rqulcção

urb d ru ds prçs od ocorrm s sts jus coctrds m Cchor,

qu orm ts com rcursos do progrm Moumt, xcutdo plo govro drl.

Tods sss trvçõs íscospcs ár do ctro hstrco objtvm projtr

d ms cdd d Cchor m um dmsão rgol xtrrrgol. as propo

sçõs d turstcção, ptrmolzção sptculrzção ( dmsão dos stjos

populrs) rorçm rtórc d ctrldd culturl. Dss orm, td-s qu

pqus cdds ão são sômos d cdds locs. Cchor pod sr cosdrd

um pqu cdd, cosdrr-s dmsão spcl d su ár urb o su

qutttvo populcol2, o tto, xrc um ctrldd rgol rlvt quto

o su potcl culturl mtrl mtrl. Pods lr qu s trt d um udd

urb d pquo port, ms ão d um ctro urbo d projção locl. as qustõs

culturs, dss orm, trzm outros lmtos pr complxcr strtcção clássc

d rd urb brslr.

2 nss cso, ão s cocord com o crtéro proposto muto usdo o Brsl qu clssc como pqus cddsquls udds urbs com populção bxo d 20 ml hbtts. a cdd d C chor ão pod sr cosdrdum udd urb d médo port (o mucípo tm pouco ms d 30 ml hbtts). a ltur d Cchor como

ctro rgol, st trblho, é dtrmd do poto d vst d qustão culturl.

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DO RURAL AO URBANO: DOS ARQUÉTIPOS ÀESPACIALIzAÇÃO EM CIDADES PEQUENAS

Wendel Henrique* 

inTRODUÇÃO

ao crmos st txto, covém sclrcr qus são os potos qu gostrímos d trtr,bm como qul o cmho, dtr tts possbldds cotrds dscussão sobr

cdds spços urbos, optmos sgur. nosso objtvo é costrur um psmto, um

lh d dscussão, sobr o qu cotc com s cdds pqus, do lém d busc

por um clsscção do qu sr tl cdd. Dst orm, prtdo d gção dqulo qu

ão objtvmos, sprmos qu s opçõs, os rscos s lmtçõs s vdcm. não bus-

cmos costrução d um trvlo d populção, d uçõs ou d Produto itro Bruto

(PiB) qu d clssqu s cdds, bm como dqum su posção hrrquzd m

um sstm urbo rígdo clssctro.

não s trt d gr ou dsmrcr sss studos, muto plo cotráro, prtmos do prssu-posto d qu xst um compot, ou város lmtos, sttístco qu d, clssctor-

mt, um cdd pqu. Rcohcmos qu trtmos qu d cdds qu tm populção

mor do qu 50 ml hbtts. Rcohcmos tmbém qu o port populcol outrs

qustõs rrts ss sr d cdd, como rd, scolrdd, xpcttv d vd, são

mportts (ão qurmos dzr dtrmts) pr comprdrmos como os procssos

d urbzção cotcm o spço trurbo ou msmo s rlçõs trurbs qu

sss cdds stblcm. Rcohcmos d mportâc dos studos putdos

tpolog clsscção (sgudo drts corrts trcs /ou modlos); ps ão

sgurmos ss cmho, m rzão d um vculção um dtrmd corrt losc

mtodolgc, qu busc comprdr os procssos s cotrdçõs prsts dlétc

tr urbdd rurldd ds cdds pqus méds.

est rcohcmto dos crtéros populcos tmbém busc um tttv d “ug” ds

rmdlhs lss qustõs qu podm mpdr o vço d dscussão. Muto s tm dbtdo

sobr d d qu s cdds ão dvm sr dds plo qutttvo populcol,

dspto d smpr s chgr um cotgt populcol pr dr ou judr dr

* Psdoutor pl Uvrstät Pssu (Uni/Pssu); doutor m Gogr pl Uvrsdd estdul Pulst Júlo dMsqut Flho (Usp). Prossor do Dprtmto d Gogr do Progrm d Ps Grdução m Gogr d

Uvrsdd Fdrl d Bh (UFBa). [email protected]

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

s cdds. Tts d costrur tors, mtodologs modlos com bs m crtéros ão

populcos, ms qu tmbém cbm lvdo um clsscção /ou, d ms pro

blmátco, um prolrção d dvrss qustõs qu ão s rspodm: O qu são cddspqus? O qu são cdds méds? a cdd X é pqu? a cdd Y é méd?

Portto, rcohcd um clsscção prév (qu ão é tr ou dogmátc), rorçmos

qu ão costrurmos dção d cdds pqus, m tommos o qu dzm s st-

tístcs. O qu os trss é o qu cotc sss cdds, sus cotúdos os procssos

qu dmzm su spço trurbo sus rtculçõs rgos. Dss orm, podmos

vçr comprsão ds prtculrdds spccdds spcs qu drcm

s cdds m um rd urb tgrd mpld. ngr clsscçõs, propodo ovs

tttvs d clsscção, sr um jogo crculr, um tttv d rotulção /ou djtvção,

qu coloc sombr o qu, m oss cocpção, pod judr comprdr s cddspqus: coxão sobrposção tr s rurldds urbdds, m sus múltpls

tsdds composçõs.

Outro poto udmtl pr xplctção d osss opçõs st txto é mpossbldd

m dssocrmos tor, mpr técc d um método. a mportâc dss ps

mto rtculdo tr tor, mpr técc, osso vr, pod vtr um torzção

sobr cdds qu ão xstm, ão sr o mudo dlzdo d tor, gdo mpr;

bm como o vlho tmor d mprczção dos studos (domío do plo mpírco) ou d

plcbldd cm d tudo (tccsmo). Dss orm, cb sclrcr qu o íco ds

rfxõs prsts st txto org-s d dus bss mpírcs studs m um psqusd psdoutordo1 Uvrsdd d Pssu (almh): Cchor (Ba) Pssu/Bvár

(De). apsr dsto, ão lrmos spccmt sobr sss dus cdds, ão buscmos

cdd pqu d Bh ou um cdd pqu d almh, ão procurmos comp

rçõs; rmos m busc ds cdds pqus, d mr grl. isto s é possívl, porqu

s tors o método, msmo mpodo lmtçõs, os cmhm pr comprsão

grl dos procssos qu tomm corpo s spclzm s cdds pqus.

OS aRQUÉTiPOS

nst txto, stmos trtdo d cdd, plvr/cocto qu gr muts cousõs d

ordm trc, prátc lgl o momto d su oprcolzção. ats d djtvção

“pqu” pr vtr rcrmos sobr um dssocção clssctr, o qu é clro, plo

mos pr s, é qu pqu, méd ou grd cdd são cdds!

Flmos d cdd, ão o stdo lgl, qul d ár urb do dstrto sd d um

mucípo, psr d s sttístcs utlzds, muts vzs, rrrms ddos mucps

1 estágo d psdoutordo rlzdo ár d Gogr Urb Uvrsdd d Pssu (De) com bols d

Coordção d apr çomto d Pssol d nívl Supror (Cps).

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do r ural  ao urbano: dos a rquétiPos

 à esPaCialização eM Cidades Pequenas

P arte i a s Pequenas Cidades: uM desafio no 

horizonte teóriCo da geografia urbana 

ão proprmt d cdd. a cdd ão é o mucípo, sto, psr d bvo, dv cr

clro. Trtmos cdd como o cojuto morolgco d drts dsdds ormdo

por dcçõs vs d crculção, srdo/ddo um plo. Cogurs ssm comoum spcto orml, um objto, dtro d d d sstms d objto çõs prstd

por Stos (1999). est orm é prchd por um cotúdo (ou város) qu movmt

m, crdo cotdos, usos, uçõs uxos. ests cotúdos, qu srão xplctdos

postrormt st msmo txto, vrm do rquétpo Urbo o rquétpo Rurl, m um

trstíco d tsdds drcds.

São várs s dçõs possívs d cdd. Pr Cossch Rc (1998), cdd é um

cojuto morolgco, soômco, socl culturl drcdo ucolmt tgrdo

um rd d complmtrdd qu orgz um rgão possblt su tgrção

coom globl.

a prmr prsão coctul: tod cdd, dpdt do tmho, srá o oco d org-

zção, trção ou ctrlzção d um rgão. as cdds são lmtos rtculdors d

spços. Tlvz um hrç do impéro Romo, od s cdds rm os s rtculdors

d vstdão trrtorl m um hrrquzção mpost ctrlzd. isto coloc um sutl

drç tr cdd rom (rtculdor do trrtro o su toro) pols grg,

muto ms voltd pr o su tror, ssm como cdd mdvl. ess ppl d lo

rgol trbuído às cdds prmc. Tod cdd tr, rtcul , por sto, tscs

ucolmt dvrsc-s, lvdo um grdtv xpsão ucol. Dst modo, o

prmormto spclzção, vão cotcdo sss rrrjos qu dm o su ppl rd urb, como cdds com drts potcldds d rtculção, com drts

costruçõs possbldds dtro d rd urb d sus rgõs.

em rzão dsss possbldds, cdds grds méds potclzrão s uçõs, rl

zdo, o msmo tmpo, um dvrs gm ucol. Já s cdds pqus, ”rstrgr

são” um rtculção básc ou com pouc dvrsdd , por sto, ocrão, clusv por

cpcdd d comptção com s mors cdds, m spctos ms ddos, o qu

crrá prmr grd dculdd tórc: dvrsdd. equto s grds cdds

trão um pouco d tudo, ou muto d tudo, lvdo, clusv, um homogdd, s

cdds pqus srão muto ms dvrss: cdds rurs, grárs, dustrs, comrcs,uvrstárs, dormtóros ou hum ds trors. S optássmos plo cmho d

clsscção ou d djtvção, só st pquo prágro, já trímos lmtos pr

orgzr drcr s cdds por su spcto ucol.

BujuGrr Chbot (1970) crsctm um ormção mportt, pos drm

cdd como um rfxo d su rgão, xmplcdo qu Bézrs (Lgudoc) ão é

ms qu xprssão d su ár rurl od prdom vcultur; portto, Bézrs sr

um cdd vícol. Msmo dscutdo d d rxão (o spço , portto, cdd é

muto ms do qu o smpls rxo d socdd), xstrão múltpls possbldds pr

s cdds pqus, clusv s turístcs, s morts, s rlgoss. as cdds pqus

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

tdm sr mrcds por lgum lmto spcíco, qu, o msmo tmpo m qu

dtc, cr um ort dpdc. Dst orm, s cdds pqus stão muto ms

vulrávs m su tgrção rd urb mpld, té porqu o úmro d cddscomptdors srá muto mor.

em rzão dsss qutdds, Stos (2008) lrá m forção urb. em sus álss,

prc otdmt pqu cdd rurl. Sgudo Stos (2008, p. 27):

... cddzh costtu célulmátr qu td s cssd

ds d um populção (m rzão d dsdd, comportmto

coômco d populção coom d rgão), cd um dsts

cddzhs costtu um cso spcíco m rzão d su ução

prcpl: cdd comrcl, cdd d srvços.est procsso d tgrção ds cdds pqus o spço urbo cotmporâo coloc m

choqu um cotúdo rurl (dsd o su rquétpo té s drts tsdds – rurldds),

qu prch grdmt sss cdds, um cotúdo urbo qu chg. Dvdo às rss-

tcs drts orms d lborção/corporção dss urbo, s cdds pqus,

cotrrmos um ms grdção do procsso d urbzção. etr rurldd bsolut

(rquétpo Rurl) urbdd totl (rquétpo Urbo) xstrão dvrss possbldds.

Pr s cdds pqus, dustrlzção d grcultur é o procsso ms mrct dss

urbdd. Como trblhmos com st tm, tmbém ão podmos dxr d mcor

o ppl ds sttuçõs d ducção supror como portdors d urbdd.

assm, comprdr posção d cdd tr rurldd urbdd, ou sj, com

prdr os procssos cotúdos qu mm cdd é, pr s, o oco do trblho,

muto ms trsst do qu clsscção, tpcção ou djtvção. Lmbrmos qu

sts cotúdos tr o rurl o urbo, mstdos m sus rurldds urbdds,

sobrpõms o spço, coxstm, muts vzs, dtro d um msm cdd.

Pr prstr os rquétpos, ou sj, os tpos clásscos, usrmos Lbvr (1973), obr

De lo Rural a lo Urbano, como bs trc pr comprdr s mrcs típcs d rurldd

d urbdd. etr os dos rquétpos, o 100% d rurldd o 100% d urbdd,

qu só xstm torcmt como potcldd, dvrss grdçõs são possívs. Émportt rrmr sto: ão s trt d crr um clsscção dulst (Qudro 1) tr lgo

qu é urbo versus o qu é rurl. Muto plo cotráro, o qu buscmos rgumtr é qu s

combçõs tsdds d mbos os cotúdos são xtrmmt vrds mvs.

O rquétpo Rurl, ou sj, dlzção (trc) do modo d vd dos cotúdos rurs

xst quto potcldd s mtrlz o spço (o cmpo s cdds) m

drts tsdds domds d rurldds. as tsdds dm qus como

s mrcs do rquétpo Rurl são spclzds, produzdo grdçõs combçõs d

rcds do procsso. no mudo rurl (ovmt prstmos ps o rquétpo), o

spço possu um dlmtção ms rstrt; é crctrzdo, ortmt, por spcto locl.

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do r ural  ao urbano: dos a rquétiPos

 à esPaCialização eM Cidades Pequenas

P arte i a s Pequenas Cidades: uM desafio no 

horizonte teóriCo da geografia urbana 

est spço “pquo” é ruto d dculdds d trsports, d vs d crculção um

“pgo” mor o locl/lugr. O tmpo é ddo pl turz, qu rg tto os spctos

d produção – otdmt vculdo produção grícol – quto qustõs do cotdo.Por sr um tmpo “turl”, prst-s cíclco, qul ds stçõs do o, , comprtv-

mt o tmpo urbo, é lto. a coltvdd costr um orgzção socl orgâc,

ou sj, crms orts los tr os mmbros d comudd, qu s orgzm pr um

sobrvvc coltv, d jud mútu pr rtmto ds qustõs/dculdds qu

s prstm. nss cotxto, míl é crctrzdor mddor d srção do

dvíduo ss coltvdd, sdo muto comum, o chgrmos árs d ort rurldd,

srmos qustodos sobr qum é oss míl ou qum são ossos ps.

Conteúdos

Arquétipo Rural Arquétipo Urbano

Ruralidade Urbanidade

Espaço Restrito, local Amplo, global

Tempo Cíclico, natural, lento Linear, relógio, rápido

Organização social Orgânica Mecânica

Sociabilidade Família Indivíduo

Comunicação Forte Fraca

Inormação Fraca Forte

Densidade técnica Baixa Alta

CidadeEncontro, comércio, religião; usos eespontaneidade: OBRA

Circulação, serviços, trabalho; consumo eapropriação programada: PRODUTO

Quadro 1Do rural ao urbano

Orgzção prpr.

O rquétpo Rurl é mrcdo tmbém por um ort compot d comucção (SanTOS,

1999), pos orm d orgzção gr um cssdd d troc tr os mmbros do grupo

sm mdção d objtos téccos, msmo porqu dsdd técc é bx. a mor

prt dos cottos é c c, ou comucção u por mo d um msgro tmbém

prxmo o grupo. nss cotxto, qutdd d ormção, tmbém comprtvmt,

é pqu, um vz qu trss o grupo s qustõs rrts o su locl/lugr o su

cotdo mdto. isto ão sgc, m hpts lgum, um lção, ms sm psum rstrção (dd plo mo técco) ou msmo dstrss por ormçõs qu ão tm

mpcto drto vd cotd.

a cdd prchd plo rquétpo Rurl ou, prmordlmt, pl rurldd (d grus ms

tsos) é um spço d cotro sporádco (qurmsss, sts rlgoss, msss, tr

outros); d comérco rlzção d tvdds burocrátcs crs báscs. Quto mor

o gru d rurldd mor su coxão com cdd pqu. n cdd grd, ou m sus

rgmtos, d é possívl cotrr lgums mrcs d rurldd, m grus d tsdd

mors, otdmt m brros ms tgos populrs. nsts csos, cdd é cosdrd

um obr, o stdo d produção úc vculd, prortrmt, os vlors d usos.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Já o rquétpo Urbo é ddo por um lmto udmtl: qutdd d cptl/

rcursos/dhro pr su rlzção. O spço, mrcdo por mor fudz d mpltud

spcl, msmo quto potcldd, é globl. est su crctrístc stá rlcodo dsvolvmto dos mos d trsport (grds võs ou msmo võs mors, ms

d logo lcc; trs vlozs; vos ms cts; utostrds ou vs pvmtds)

dos sstms d ormçõs; ou sj, stá rlcodo o qu Stos (1994) dom mo

téccoctícoormcol. as pssos qu s corporm os grus ms tsos do

mudo urbo tdm vjr ms ms log, sdo s vgs trcos ms

blzds rquts. O tmpo é vloz, clrdo qus smpr suct pr

qutdd d trs dslocmtos cssáros vd cotd. a mprssão é d qu

24 hors ão são sucts pr s “vvr” um d. alás, o tmpo é mrcdo plo rlgo,

costrução hum por xclc, qu s prolr cdd (os spços xtrors), sábrcs dpos s stçõs d trm (smpr comphdos plo dctívl pto, rgdo

muto d vd cotd), té chgr os ossos pulsos, od dsrutmos do tmpo ou d

su mrcção rígd dvdulmt.

ess spcto mcâco do tmpo é tmbém rpssdo pr orgzção socl, struturd

com bs m trsss momtâos do dvíduo, bsdos m rlçõs prossos ou

d prstção d srvço. a stsção dvdul s rlçõs socs é prdomt sobr

mcpção coltv. alás, o dvíduo é o ctro d socbldd o rquétpo Urbo. Su

prossão, drço cpcdd d crédto/dvdmto mrcm su posção socl, bm

como dm spços d covvc com outros dvíduos msm x d rd ou

posção. Os prmros cotros com os outros dvíduos são mrcdos por qustõs como:

Od voc trblh? O qu z d vd? Od mor? nos grus ms tsos d urbdd,

o vículo mlr pouco mport ( ão sr m csos d míls proprtárs d grds

mprdmtos ou dos d grds ortus), msmo porqu míl td dmur

d tmho os dvíduos morm sozhos mudm muto pr cdds, stdos ou píss

drts d su míl.

O gru d comucção, quls dos cottos trpssos, é rco , grlmt, mddo

por lgum qupmto ou objto. etrtto, m rzão d lt dsdd técc, o volum

d ormçõs trocds, rpssds ou rcbds é muto ort. isto ão qur dzr qu

todo ss volum é ssmldo tm vculção drt com vd cotd ou com spc

tos sscs ds strtégs d vd dss grupo. estr ormdo sttmt é um

poto vlorzdo, msmo qu st ormção ão sj rlvt ou sj prdd/suprd/

ultrpssd m outros stts.

a cdd é o brço do rquétpo Urbo , dst orm, possu um strt rlção com sss

cotúdos. a glomrção suport s tvdds d crculção, cosumo produção, bm

como o trblho o lzr. a cdd é produzd cosumd d cordo com tsdd d

urbdd d rd dos sus mordors usuáros. Quto mor o gru d urbdd

mor vculção com cdd grd/mtrpol.

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P arte i a s Pequenas Cidades: uM desafio no 

horizonte teóriCo da geografia urbana 

Como st urbdd tu pssgm d cssdd pr o dsjo, do vlor d uso pr

o vlor d troc, cdd costtus como um produto, putdo pl xcrbção do su

crátr mrcdolgco d proprdd, bm como pdrozção d su compotmorolgc, prmtdo su produção m mss.

O ReaL: CaCHOeiRa e PaSSaU

Dtr s cdds do Rcôcvo bo dstc-s “Shorl Cdd d Cchor”, locl-

zd às mrgs do Ro Prguçu (Mp 1), mportt porto fuvl o Rcôcvo umgro

ctro d lgção pr o trsport d mrcdors tr o ltorl o srtão d Bh, plo

ro pl rrov qu th como poto odl cdd. est posção d trmdção dCchor grtu-lh dstqu coômco té mdos do século XX. etrtto, mudç

mtrz d trsport, com prvlégo pr o rodováro, m substtução o uvl rro

váro, costrução d rodovs qu ão pssm pl cdd o íco d tvdd ptrolí

r (xtrção rmto) m outr porção do Rcôcvo, lv várs cdds, clusv

Cchor, um procsso d stgção coômc, svzmto populcol umto

d rurldd d sus cotúdos.

Mapa 1Localiação de Cachoeira (BA)

Fot: Comph d Dsvolvmto Urbo do estdo d Bh (1999).elborção prpr.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

n cotmpordd, lgus tgos ctros d coom urb rgol rcbm

tção do estdo mdt progrms çõs qu vsm rsgtr o dsvolvmto

coômco prddo pr os ovos ós d rd urb do Rcôcvo. as tvddsrurs, qu thm r lvr, rlzd às qurts-rs, su grd momto, são

smplsmt rgds squcds. Os ovos mordors d Cchor, bm como os

studts uvrstáros qu pssm o d cdd, grlmt possum mor rd

cbm lvdo um umto xprssvo dos vlors cobrdos pr qusção lugul

d mvs. Há modcção strutur do mprgo costrução d rstruturs

pr tdr s ovs uçõs srvços. Costtm-s procssos d xclusão socl/

coômc sgrgção d prt d populção, qu c, ssm, à mrgm do dsvol

vmto sococoômco qu s prtd, lém d ocsor modcçõs prouds o

cotdo dos mordors, tscdo o gru d urbdd d cdd, coorm podsr obsrvdo s mgs 1 2.

imgm 1 – atvdds comrcs tr rurldd urbdd: d d r2.Foto: Wdl Hrqu, ovmbro d 2009.

2 D d r m Cchor, qudo pquos produtors comrcts colocm à vd sus produtos, d

utlzdo trsport por murs ou crros tgos.

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do r ural  ao urbano: dos a rquétiPos

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horizonte teóriCo da geografia urbana 

Stos (1979) scrv qu lugrs sorm com dptçõs, dsprcmto ou dmu

ção ds tvdds chmds “trdcos”, dvdo qubr d su ppl ctrl, bm

como pl dmução do “cmpo socl”, o qul c rstrto às cmds ms pobrs dpopulção d cdd.

Os compots do spço são os msmos m todo o mudo

ormm um continuum o tmpo, ms vrm qutttv

qulttvmt sgudo o lugr, do msmo modo qu vrm

s combçõs tr ls su procsso d usão. Dí vm s

drçs tr os spços. ... Os spços dos píss subds

volvdos crctrzm-s prmrmt plo to d s orgz-

rm s rorgzrm m ução d trsss dstts ms

rqutmt m scl mudl. [...] s orçs d modrzçãomposts do tror ou do xtror são xtrmmt sltvs,

m sus orms sus tos. as vrávs modrs ão são co-

lhds tods o msmo tmpo m tm msm drção. a cd

modrzçã o, ovos potos ou ovs zos são coqustds o

spço utro torm-s um ov porção d spço oprcol.

... ss sltvdd do spço o ívl coômco, ssm como

socl, é, osso vr, chv d lborção d um tor spcl.

ess trmo xprm dus coss drts sgudo s cosdr

produção ou o cosumo. a produção td s coctrr m

crtos potos do trrtro com tto ms orç quto s trt d

tvdds modrs. O cosumo rspod orçs d dsprsão,

ms sltvdd socl g como um ro, pos cpcdd

d cosumr ão é msm qulttv qutttvmt. no

tto, como os gostos ovos s dudm scl do pís,

quto qu os gostos trdcos subsstm, o prlho co

ômco dv s dptr o msmo tmpo os mprtvos d um

modrzção podros às rldds socs, ovs ou hrdds

(SanTOS, 1979, p. 15).

Sobr st coxão, justposção, combção coxstc tr rurldd urb-

dds, Cchor, sgudo o sgudo o Cso Dmográco d 2010 (inSTiTUTO

BRaSiLeiR O De GeOGR aFia e eSTaTÍSTiCa, 2012), possu 32.026 hbtts ( cot

gm d populção, m 2007, potv 32.252 hbtts), sdo 16.387 mordors

ár urb 15.639 ár rurl (Qudro 2). ad d cordo com o iBGe (2003),

Cchor possu um cdc d pobrz d ordm d 41,75%. D cordo com o

atls do Dsvolvmto Humo o Brsl (PROGR aMa DaS naÇÕeS UniDaS PaRa

O DeSenVOLViMenTO, 2003), m 2000, rd pr cpt méd dss cdd r d

R$ 119,50.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

imgm 2 – atvdds comrcs tr rurldd urbdd: loj d covcs3.

Foto: Wdl Hrqu, ovmbro d 2009.

Ano Total Urbana

1970 27.382 Dado não disponível

1980 27.953 Dado não disponível

1991 28.290 14.193

2000 30.416 15.831

2007 32.252 16.304

2010 32.026 16.387

Quadro 2

Evolução da população de Cachoeira (BA) – 19702010

Fots: Sstm ncol d idcdors Urbos (BRaSiL, 2012); isttuto Brslro d Gogr esttístc (2012).Orgzção prpr.

em um tttv d suprr ss procsso d stgção coômc promovr o ds

volvmto urbo rgol, város projtos obrs stão sdo dsvolvdos stldos

m Cchor, tr ls o Campus d Uvrsdd Fdrl do Rcôcvo d Bh (UFRB).

Sgudo o Plo d Dsvolvmto isttucol dss Uvrsdd:

3 itror d loj d covc, ssm como r, tmbém loc lzd prç do mrcdo. Obsrvs um tror

orgzdo, com produtos dustrlzdos rc coxão com os produtors locs.

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do r ural  ao urbano: dos a rquétiPos

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horizonte teóriCo da geografia urbana 

D cordo com o rtgo 3º do esttuto vgt, UFRB tm s s

guts ldds:

l grr dssmr cohcmtos os cmpos ds ccs, d

cultur ds tcologs;

l ormr, dplomr propcr ormção cotud s drts

árs d cohcmto;

l pr o xrcíco d tvdds prossos prtcpção o d

svolvmto d socdd;

l cotrbur pr o procsso d dsvolvmto do Rcôcvo d

Bh, do estdo do Pís, rlzdo o studo sstmátco d sus

problms ormção d qudros ctícos téccos m ívld sus cssdds;

l promovr xtsão, brt à prtcpção d populção, vsdo

à dusão ds coqusts bícos rsultts d crção culturl

d psqus ctíc tcolgc;

l ducr pr o dsvolvmto susttávl;

l mplmtr cultvr os prcípos étcos coscução d sus

objtvos;

l mtr mplo dvrscdo trcâmbo d cohcmtos com

socdd;

l cotrbur pr mlhor do so m todos os ívs

modldds, por mo d progrms d ormção cl co

tud. (UniVeRSiDaDe FeDeRaL DO ReCÔnCaVO Da BaHia,

2009, p. 14).

O procsso d stlção d objtos (uvrsdd) com ovos cotúdos uçõs (du

ccol, srvços tc.) , prcplmt, com um ovo prl d mordor (prossors

uvrstáros, studts, srvdors técco-dmstrtvos), crrg, sm dúvd, urbdd pr ss cdd pqu, crrtdo trsormçõs obsrvávs o su

cotdo, s orms d rlcomto trpssos tr os qu scrm sss

lugrs os qu vrm d or m ução dos ovos mprgos, qu, mor ds

vzs, ão stblcm vículos tvos com sss cdds. est msm costtção

pod sr stdd pr cdd d Pssu, almh (Mp 2). est cdd, com

sus 50.741 hbtts (Qudro 3), é coctd pl a3 ( Autobahn) com s cdds d

nurmbrgu, Frkurt Colô, tr outrs, lém d Muqu (coxão com a6)

cdds d Áustr.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Mapa 2Localiação de Passau (DE)

elborção: Ldgr t l. (2010).4 

Quadro 3

Evolução da população de Passau (DE) – 1950/1979/1990/1999/20075

4 arquvo dgtl cddo por Rold Zk.5 Obsrvção: com rorm trrtorl d 1º d julho 1972, orm corpords ovs árs à cdd, rsultdo m um

umto d populção d 31.000 pr 50.000 hbtts. Como vrmos dt, populção vh dcrscdo

st tmbém o um justctv pr stlção d Uvrsdd.

Veronika Lindinger, Sabina Moos, Andreas Köllnberger, Manuel Stadler 2010Projektion: Europe Albers Equal Area Conic; Maßstab: 1:15.000.000

Oslo25:32 Stockholm

19:02

Helsinki35:26

Dublin21:24

London15:03

Paris9:06

Lissabon36:49

Barcelona22:57Madrid

22:52

Lyon

12:02

Bern8:28

Brüssel12:40

Kopenhagen12:40

Hamburg6:23

Berlin6:34

Frankfurt4:05

München2:20

Passau

Warschau12:24

Prag6:14

Bratislava4:35

Wien2:51

Budapest6:18

Ljubljana

7:23Zagreb9:02

Split

18:22

Mailand10:24

Rom14:48

Palermo25:26

Athen36:19

Bukarest20:27

Moskau33:50

Riga42:29

Wilna27:25

Minsk25:25

Kiew32:16

Belgrad

14:04

Podgorica

23:13

Skopje24:58

Istanbul38:50

Glasgow21:15

Edinburgh21:07

Sarajevo19:45

Kischinau39:23

Sofia24:40

Kilometer0 100 200 300 400 500

Passau in Europa

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           S                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            t                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                          a                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  n                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     d        

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           2                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           0         

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           0                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    8         

keine EU-Mitgliedsstaaten

EU-Mitgliedsstaaten

Bahnverbindungen

Wien2:51

StadtnameFahrtdauer (h:min)

bedeutende Eisenbahnlinie

Entfernung zu Passau

250 kmbis

bis 500 km

bis 1000 km

bis 1500 km

Fot: Byrschs Ldsmt ür Sttstk ud Dtvrrbtug (2010). Orgzção prpr.

DadosCidade(Stadt)

Região Administrativa(Landkreis)

Passau Região(Stadt + Landkreis)

População 1950 47.789 161.005 208.794

População 1979 50.323 153.343 203.666

População 1990 50.328 171.479 221.807

População 1999 50.468 183.973 234.441

População 2007 50.741 188.462 239.203Comparação 1950-2007 +6,18% +17,05% +14,56%

Área em km² 69,71 1.530,37 1.600,08

Habitantes por km² 728 123 149

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do r ural  ao urbano: dos a rquétiPos

 à esPaCialização eM Cidades Pequenas

P arte i a s Pequenas Cidades: uM desafio no 

horizonte teóriCo da geografia urbana 

O trsport rrováro é rlzdo pl Deutsch Bahn pl OBB (Áustr) tmbém prst

bos coxõs rgos com s dms cdds d Bvár (o trjto té Muqu dmor pro

xmdmt 2 hors). Os trs d lt vlocdd (iCe) coctm Pssu V (Áustr) dvrss cdds lmãs. a stção rrovár prcpl (Hauptbahnho ) stá loclzd or do

dstrto hstrco, ms proxmdd d ov ctrldd comrcl d cdd (Bahnhostrasse,

Stadt Galerie, Nibelungen Center ). Várs lhs d ôbus coctm cdd Brlm, Áustr, Rpú-

blc Tchc dms cdds d rgão. O trml ctrl d ôbus – Zentrale Omnibusbahnho  

(ZOB), (imgm3) – loclzs 100 m d trd prcpl d UPssu, o ldo d Stadt Galerie 

m rt o Nibelunger Center . a cdd é sd d Univesität Passau (UPssu), sttução qu

tgr o sstm stdul d uvrsdds rgos do stdo d Bvár, dsd 1973.

imgm 3 – novo ctro comrcl (Stdtglr, nblug Ctr) ZOB.

Foto: Wdl Hrqu, gosto d 2010.

Sgudo o prl coômco d cdd, lbordo m 2009 dspoblzdo pl Prtur

d Pssu (2009), mor prt d rrcdção ul d mpostos stá ssocd os stors

grícols slvícol (€ 30 mlhõs), sgudo plos srvços (€ 15,94 mlhõs), mutur (€

8,99 mlhõs), comérco, hotés rsturts, trsports (€ 7,38 mlhõs). a populção d

cdd é rsposávl plo pgmto d € 32,35 mlhõs m mpostos. O Produto itro

Bruto (PiB) d cdd pssou d € 1.818.000,00 m 1993 pr € 2.621.000,00 m 2006 (umto

d 44,17%). Com sts ddos, podmos rr qu o mpcto d UPssu stá muto ms

coctrdo modrzção dos srvços/comérco stblzção do tmho popu

lcol do qu mudç do prl coômco mucpl.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

em rlção os coltos tr populção locl comudd uvrstár, o

prmro l d sm d juho d 2011, um to curoso cotcu qudo dos

stvs d ru cotcm o msmo tmpo qul cdd: o  Jun iWiesn (Fstvld arts Cultur) Brückenest au der Hängebrücke  (a st d Pot Psl). O

prmro o promovdo pl Uvrsdd/assocção d estudts d Bx Bvár

o sgudo pl prtur rsturts d cdd. O vto d “comudd u

vrstár” cotcu o grmdo m rt o Nikolakloster  ( mrgm do ro Inn)

m um strutur d td, cotdo com grupos uvrstáros d músc, ttro

dç, lém d um strutur d rcrção pr crçs, brrc d comds bbds.

a músc r bscmt rock trcol ou lmão s poucs pssos o locl,

tods d uvrsdd, stvm, m su mor, stds s mss ou o grmdo,

tomdo s crvjs qu trouxrm d cs. apsr d bo rstrutur, o vtostv svzdo ão hv pssos d cdd crculdo. Já o vto promovdo

pl cdd, prtc mt o msmo horáro ( drç o rm os 15 mutos d cm-

hd tr um poto d cdd o outro), prstv um cotrst pl qutdd

d públco prst, prdomtmt d cdd rgão (com poucs pssos

d uvrsdd). est st cotcu Hängebrücke (Pot Psl), mrgm do

Ro Dúbo, prxm à Prtur (Rathaus). ao som d várs pqus bds qu

tocvm múscs pop blds rock  cohcds ou músc trdcol d Bvár,

st r ms um “st gstroômc” d comd típc crvj, com o drcl

d qu s mss stvm motds pot.

Obsrvdo o prl coômco d Pssu, com o poo d ddos do PiB, ou d trvés

do uso do solo (Qudro 4 imgm 4), od crc d 60% é ocupdo por orsts ou árs

rurs, costtmos d um ort vculção com s tvdds grárs.

Tipo Área (km²) %

Residencial 6,79 9,76

Comercial, industrial 1,47 2,11

Outras superícies edifcadas 6,15 8,84

Espaço aberto 0,07 0,1

Parques 0,41 0,59Áreas de circulação 6,41 9,22

Áreas rurais 21,63 31,1

Florestas 20,81 29,92

Corpos d’água 5,31 7,63

Outros 0,5 0,72

Área total 69,55 100

Quadro 4Uso do solo em Passau – Stadt (2010)

Fot: Pssu (2012).Orgzção prpr.

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do r ural  ao urbano: dos a rquétiPos

 à esPaCialização eM Cidades Pequenas

P arte i a s Pequenas Cidades: uM desafio no 

horizonte teóriCo da geografia urbana 

imgm 4 – Cotto tr cdd o cmpo.Foto: Wdl Hrqu, brl d 2011.

etrtto, sdo cosdrd um cdd pqu pr os pdrõs lmãs, urbdd

prst-s ort, qur sj os pdrõs d cosumo (imgm 5) comprs (lojs d mrcs

trcos, outlts, grds rds d vd d produtos d ormátc ltrôcos),

grd dsdd técc (tto d trsport quto d orms d comucção cotto

trpssos), prvlgdos dvduldd.

imgm 5 Vst d Grbgss, o ctro hstrco – usos rsdcs comrcs.

Foto: Wdl Hrqu, juho d 2011.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Dst orm, o trzrmos dus cdds drts, ão buscmos um áls comprtv,

ms sm dmostrr stágos combçõs drts d urbdd d rurldd.

COnSiDeRaÇÕeS FinaiS

Sgudo Lbvr (1973), cdd é um todo st todo ão s rduz à som d lmtos vsívs

sobr o trro, tgívs, sjm ls ucos, morolgcos ou dmográcos. a cdd projt

sobr o trro um socdd, um totldd socl ou um socdd cosdrd como tot-

ldd, comprddo su cultur, sttuçõs, étc, vlors, m rsumo, sus suprstruturs,

cludo su bs coômc s rlçõs socs qu costtum su strutur proprmt

dt. a cdd é um spço-tmpo (cotém hstór); ão é somt um projção d umstrutur socl. a cdd ão é ps um produto ou um obr, rurl ou urb; l é o qu

xst potclmt tr obr o produto, tr os rquétpos Rurl ou Urbo; l ão é

ps lgo, l é st lgo prst m rlção o cotúdo pssdo. Por sto, s cdds ão

são s msms como o úmro d cdds pqus é muto mor, o dso m comprd-

ls é gulmt mor. est udmto trco, porém, dv sr vldo, pos, d sgudo

Lbvr (1973), m comprção com o rquétpo dl (cdd totl) mor prt ds cdds

prcrão complts. Por sto, tor sm mpr ão prmt comprsão ds cdds.

el é cssár prcs sr lástc pr corporr, clusv, o toro, rgão.

Rtordo Stos (2008), prc m su obr um rlção tr pqu cdd

cdd locl. Sgudo l, quto mor proxmdd d cdd locl d um rgão dâ

mc, mor srá possbldd d dmsmo. isto coloc um qustão trsst pr s

“cdds locs” qu, sgudo l, são polos d dusão rgulção do cmpo.

Holmbr, loclzd o stdo d São Pulo, prxm Cmps, sgudo o Cso Dmográco d

2010 (inSTiTUTO BRaSiLeiRO De GeOGRaFia e eSTaTÍSTiCa, 2012b), possu 8.184 mordors ár

urb, 3.115 rurl um PiB pr cpt d R$ 43.880 (cosdrdo lto). O qu xplc Holmbr?

e qu vmos trr mpr qu cotst tor. a produção d ors é o oco coômco d

Holmbr; ors pr todo o Brsl pr o mudo. Holmbr é um cdd pqu (m popu

lção ár), ms tm coom grd um coom voltd pr or, pr o col pr

o globl. Portto, Holmbr ão é um cdd locl, msmo tdo su coom voltd pr

um tvdd qu s org o cmpo. O msmo é váldo pr cdds pqus qu são sds

d Uvrsdds, d mprss ou objtos culturs. É clro qu ão stmos rduzdo tudo um

dtrmsmo coômco, s lsdo tor com bs m um ddo mpírco.

Tods s corrts trcs mpr lvm à cormção d dvrsdd ou d drç

tr s cdds pqus dtro d homogdd ou d prtculrdd dtro ds sm-

lrdds. assm, tlvz, o mor dso pr gogr o studo sobr s cdds pqus

sj mtodolgco. Como prdr, como comprdr como xplcr sss cdds, sm

cr o mprsmos, o tccsmo ou dlzção ds cdds pqus?

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do r ural  ao urbano: dos a rquétiPos

 à esPaCialização eM Cidades Pequenas

P arte i a s Pequenas Cidades: uM desafio no 

horizonte teóriCo da geografia urbana 

exstm várs mtodologs pr studos d mtrpols d cdds méds, ms d

é um cmpo brto à costrução d mtodologs pr studos sobr cdds pqus

qu cotmplm ss dvrsdd d cdds. Sm proudrmos o tdmto dstqustão, rtculção tr tor, mpr técc ão s rlz.

ReFeRênCiaS 

BaYeRiSCHeS LanDeSaMT FÜR STaTiSTiK UnD DaTenVeRaRBeiTUnG. Demographisches Prol ür die Kreisrei Stadt Passau, 2010. Dspoívl m: <http://www.sttstk.byr.d>. acsso m: 22 mr.2012.

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LeFeBVRe, Hr. De lo rural a lo urbano. 2. d. Brclo: edcos 62, 1973.

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SanTOS, Mlto. O Espaço dividido: os dos crcutos d coom urb dos písssubdsvolvdos. 2. d. Ro d Jro: Lvrr Frcsco alvs, 1979.

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______. A natureza do espaço: técc tmpo – rzão moção. 3. d. São Pulo: Huctc, 1999.

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ANÁLISE DA PEQUENA CIDADE SOB O PONTODE VISTA POLÍTICO-ADMINISTRATIVO

Winston Kleiber de Almeida Bacelar * 

O potul trtmto ctíco ds pqus cdds o âmbto d Gogr c vd

cdo pl qus xstc d orms d ctgorzção dsss cdds rd urb qu

s crou s cr o Brsl. Pr Wdrly (2004, p. 2): “... psqus sobr os pquosmucípos prc prmcr à mrgm do trss dos psqusdors, sm qu s ormul

sobr ls um rxão ms sstmátc.”

a obsrvção ds prcps obrs sobr tmátc possblt prcpção d qu s

crrm dsttos crtéros d dlmtção clsscção pr várs clsss tmhos

d cdds, ms s pqus são, m grl, globds m um “lmbo” coctul ps

tmolgco ou grcmt domds d “psudocdds” árs d “rsstc”,

como xposto m Stos (1979) rrmdo por Olvr Sors (2000), ou d como

“mucípos rurs” pr Vg (2001), ou msmo “cdds rurs”, como m abrmovy

(2000). a clsscção do isttuto Brslro d Gogr esttístc (2000) domd cdd, ão mportdo o úmro d hbtts, qudo su populção stá grupd

m locs cosdrdos urbos.

a grd dculdd dos studos sobr s pqus cdds comç com lt d td-

mto do qu s stud: mucípo ou cdd? e, prcplmt, com dlmtção do qu

sjm cdd ár urb plos rgãos govrmts, spclmt o iBGe. Sgudo

Cmro Bltrão (2000, p. 14), pr ss sttuto “... dção d populção urb

tm um crátr polítco dmstrtvo o clur tods s sds d mucípos dstrtos

dpdtmt do su tmho”. Todv ão s o Brsl dlmt o su urbo sgudo

sss crtéros. Pod-s rmr qu tl dscussão torou-s um spéc d crosmo osdbts d Gogr o século XX íco do XXi. est problmátc tom orm qudo s

dscut crc d coctução do qu sj cdd d drç coctul pstmolgc

tr cdd urbo.

* Doutor mstr m Gogr pl Uvrsdd Fdrl d Ubrlâd (UFU). Prossor djuto do isttuto d

Gogr d UFU. [email protected]

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

ns álss gogrács crc dsss locldds, su crctrzção tor-s, tulmt

pos, pos s várs clsscçõs ctgorzçõs são complts pr crtos grupmtos

outrs ão cotmplm cdds do port dmográco bxo d 10.000 hbtts1.

a PeQUena CiDaDe

O crátr udmtl ds cdds tus rft s crctrístcs ds socdds qu s

crrm/moldrm. est mr d dtcr cdd, xpost por Hrvy (pud CORRêa,

1996 p. 121), dmostr um coctução qu possu um crátr xtrmmt brgt,

pos glob tods s orms d cdds trvés dos tmpos , com sso, dá mrgm pr s

stblcr um corrlção com um dos ssutos dscutdos pl Gogr tuldd.Dt dsto, colocs qustão: Qul o tmho d um cdd? S o cocto, ou os co

ctos, d cdd prpss su rlção com socdd, vcvrs, é possívl dgrs:

O cocto d cdd vl ps pr s grds méds? e s cdds bxo d 20.000

hbtts? e quls com populção ror 10.000 hbtts, cujo úmro é xprssvo

o Brsl? S s cdds são o produto/sujto d su socdd, como s pod tdr

qu ps lgus glomrdos humos podm sr ssm cosdrdos? Srá qu o cos

mor ds grds méds cdds é, o l, o poto ort s dçõs dos studosos

do ssuto? Ts dgçõs são ruto d um grv costtção: um prt dos studosos

sobr s cdds rm qu s dv coctur ctr como tl ps lgus glomrdos

humos ou sítos humos cm d dtrmdo úmro d hbtts; utlzm, d,o crtéro d dsdd dmográc, loclzção, té msmo os trs crtéros jutos, o qu

s td como státco rbtráro.

Os crtéros pr dlmtção coctução do qu sr um cdd ão são, portto,

uvrss. algus studosos do urbo stblcm crtéros rgorosos pr crctrzr um

dtrmdo sstmto humo como cdd , ssm, rlgm cdds mors um

lmbo coctul té msmo modcm sus crctrístcs d coctução, o rmrm

s pqus como ão cdds.

S s cdds são xprssõs d su socdd, os crtéros d su coctução são mlávs

com o tmpo, pos o pdrão d cdds o logo do tmpo vrou muto. no cptlsmo ms

vçdo do século XX, coctução d cdd mudou, su tmho tmbém. esss glo

mrçõs hums pssrm sr s rsposávs plo pdrão d morr d vvr mor

1 assm, pods cosdrr, como orm d studo, s álss sobr ss ssuto ormulds com bs clsscçãod Stos (1979, 1996) tmbém s álss d Olvr Sors (2003), lém dos studos do isttuto d Psqusecoômc aplcd (2000), spclmt s cosdrçõs d Cmro abrmovy (1999), abrmovy (2000) Vg (2001), sobr rurlzção s pqus cdds, d Bclr (2003) sobr pqu cdd, Corrlo(2006), su trsst obr sobr volução do cocto d propost d mucpldd o mudo o Brsl,Slv (2000), qu rlzou mportt studo sobr s pqus cdds sus rlçõs trs, Frrr, agulr Crvlho (2001), sobr pqus cdds, ms Dz t l. (2001), qu lsm os mpctos s rprcussõs dmodlos d dsvolvmto rurl sobr lgums cdds, m spcl quls m qu o mudo rurl é ms prxmo

ds rldds ds populçõs rsdts.

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 a nálise da Pequena Cidade sob oPonto de v ista PolítiCo-a dMinistrativo

P arte i a s Pequenas Cidades: uM desafio no 

horizonte teóriCo da geografia urbana 

dos píss. Com o dsrolr do século XX, urbzção mcç lvou s cdds o su ms

lto ívl d spclzção mportâc socdd hum. Por sso, s cdds vrm su

tmho populcol su mportâc o procsso d urbzção umtr o msmo rtmo.S ts rm mors thm mor mportâc (ltrdo st lgc m brvs príodos

d tmpo hstr d humdd dsd o príodo olítco), sts, porém, smpr orm

cosdrds “cdds” (com outros oms ou domçõs rgos cos).

atulmt, humdd umtou m tmho ms d mtd do plt mor m

cdds. ests, por su vz, torrms grds, ggtscs s pqus prdrm su

tror prstígo. Srá qu sss ão são ms cosdrds cdds dvdo tl mudç o

pdrão d vvr do sr humo? etds qu stá ms m dbt ão codção d um

dtrmdo grupmto d css, dícos, rus vds costtur ou ão um cdd,

ms sm s ss locl é urbo, ou mlhor, s ss locl stá srdo o modo d vd urbo.aí stá grd spculção sr t, ms prtt: as pqus cdds cosomm

o msmo “urbo” qu outrs locldds, como csso srvços, à míd, o cosumsmo

rt às socdds urbs?

a smpls mudç d om ou coctução pr locs, vls, povodos, cdds, mucípos

ou glomrdos humos mors, com populçõs vrdo tr 20.000 10.000 hb

tts, prc sr pot do iceberg d problmátc. a dscussão m toro dss mtér

ão trduz, tvmt, grd problmátc dsss lugrs. etds qu grd

qustão é s ss locl é ou ão urbo; s stá ou ão srdo m um rd urb,; ou

msmo s stá srdo os pdrõs d globlzção mudl do modo d vd urboqu s prst o plt Trr prtr d décd d 1950 , ms ortmt, prtr d

décd l do século XX.

isto sgc um vrsão o psmto os dbts qu prdomm scss bblo

gr sobr o ssuto. Os scrtos d abrmovy (2000), Olvr Sors (2000) Stos (1996,

2005), por xmplo, são, o msmo tmpo, cotudts (o prmro) sucts (o sgudo

trcro) pr s dtrmr com clrz spctos xclusvos ds pqus cdds, tdo m

vst qu quls com mos d 20.000 hbtts são mor o trrtro brslro. Sgudo

Cmro Bltrão (2000), sss rprstvm, m 1970, 14% d populção totl urb br

slr; m 1980, 15,5%; m 1991, 16,4%; m 1996, 11,8%. Lvdos m cosdrção o mott populcol, sss ão dmostrm um úmro xprssvo. Ms s orm lsdos os

úmros dsss mucípos rt o todo col, crá vdt su suprordd umérc,

corrspoddo ms d 80% sgudo o cso dmográco rlzdo m 2000.

embor glob um gm cosdrávl d cdds, su populção, o todo populcol

brslro, m trmos bsolutos, rprst pouco. as pqus cdds, com populção

ror 10.000 hbtts, rprstvm 10,65% do totl d populção do Brsl m 1970

(com 3.361 mucípos, ou 85% do todo mucpl brslro); m 1980, ss prctul cu

pr 7,75% (m 2.971 mucípos, ou 74,43% dos mucípos do Brsl), possvlmt ruto

ds tss mgrçõs trurbs vrcds o pís ss príodo, o qu, d to, xplc

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

tmbém mor qud rprsttv ocorrd m 1991, qudo o prctul populcol

dsss pqus cdds dspcou pr 6,97% do todo col – m 2.273 mucípos, ou

50,62% dos mucípos brslros (CaMaRanO; BeLTRÃO, 2000).

Sgudo o cso dmográco d 2000, prtcpção dsss cdds o todo populcol

brslro subu pr 8,16% (m 2.616 mucípos, ou 47,50% dos mucípos do Brsl), dvdo,

provvlmt, à rdução d mgrção ds pqus cdds pr s méds grds

tmbém m rzão d dmução, pqu, ms xprssv, do xodo rurl, qu é sgctvo

pr sss locldds brslrs. Outro tor xplctvo dss pquo umto d prtcp-

ção d populção ds cdds com mos d 10.000 hbtts o todo populcol brslro

o o dsmmbrmto trrtorl populcol, vrcdo ps Costtução Fdrl d

1988, qu grou mcpçõs mucps. Tl to motvou mplção do úmro dsss

pquos mucípos m todo o Brsl judou umtr su populção prctul.

ns méds grds cdds, dtrmção do spço urbo, su uso ocupção stá m

outro ívl ou msmo scl d grdz ão d mportâc. no toct os problms

urbos ds pqus cdds, são os msmos qu s vrcm m cdds d port médo

grd, drdo ps scl. nsss locldds, o procsso d vlmto xst

stá tmmt rlcodo o procsso d modrzção do cmpo, qu xpuls lvs

d mgrts pr s prrs dsss locldds, lém d grr coftos hbtcos, com

vsõs ocupçõs d árs d rsco.

as qustõs polítcs, como currs ltors, voto d “cbrsto”, troc d voto por lmto,

dhro, css, benesses do podr públco tc., lém d lt d smto básco, são

problms muto grvs sss locldds, jutmt com lt d mprgo. a vsão d

cdd pqu como rúgo, sudossmo bucolsmo, soho d postdor, cdd sm

volc d pouc polução, sm o strss do cotdo urbo tc., m grd prt ão

rt compltmt rldd é, m mutos csos, sjd pl míd.

as pqus cdds studds por Stos (1996, 2005) Stos Slvr (2001) são dom-

ds d cdds locs ão são dds ps do poto d vst do spcto populcol,

ms volvm dtrmçõs sgudo s qus vvm m ução ds tvdds grícols,

o cso ds cdds do cmpo. est dção cogur-s como o vrso d orm tror-

mt stblcd, o príodo pré décd d 1970, m qu sss cdds rm o cmpo.

Pr Stos (1996) Stos Slvr (2001), cdd locl, tulmt, dsmph o ppl

d cdd coômc, m qu prd o podr polítco d cotro pr ucor ps

pr produção grícol, tddo su toro com tvdds d srvços, como bcos,

hospts, lojs gropcuárs, ctro comrcl, vtráros, grôomos tc.

no príodo ps décd d 1970, crctrzdo como o príodo técco-ctíco-ormco-

l, urbzção mcç crou dos “brss”, um urbo outro grícol, ão ms qul

dcotom obsrvd décd d 1950, qudo os dos “ brss” dstgums por srm

um urbo outro rurl (SanTOS, 1996; SanTOS; SiLVeiRa, 2001). O Brsl grícol sr

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horizonte teóriCo da geografia urbana 

cdds qu s rtculm m um spço d produção grícol modrzdo, qu vdc

um pdrão d urbzção dstto, m qu vd s cdds tgr-s o mudo grícol,

ão ps rurl, ão totlmt o mudo urbo. Dss modo, é vdt tmbém qu,o cmpo modrzdo, ocorr xpulsão do trblhdor ão qulcdo, pos s rlçõs

d trblho ão são ms rurs, sm urbs, crctrzds por crtr d trblho, ss

tur do poto, csts báscs tc. O cmpo prd populção, ms tmbém, ss ov

cogurção, s pqus cdds. Como modrzção grícol or rlzd plo grd

cptl grodustrl, quls ctros urbos mlhor cpctdos mlhor srdos

rd urb bsorvrm ms rápdo qu outros s ovçõs tcolgcs o cmpo o

urbo , ssm, coctrrm tmbém o xcdt mgrcol d rgão.

est áls, rlcod tors d fuxo mgrcol, ão pod sr vst d orm suprcl

ps qutttv, pos stá tmmt lgd à vd coômc ds pqus cdds, sobrtudo, o spcto ucol m qu rlção do cojuto populcol com o prto

dmstrtvo s z ms trcdo drto.

CaTeGORiZaÇÃO De UMa PeQUena CiDaDe DO POnTODe ViSTa POLÍTiCO-aDMiniSTRaTiVO

Pqus cdds são quls com populção ror 10.000 hbtts, m qu bs

produtv d mprgos é rduzd, sus hbtts vvm m qus totl stdo d dp-

dc do podr públco, xmplcdo pls prturs, qu s torm o mor mprgdor

sus rcursos ou rct trbutár ão rprstm prcpl ot d rct.

Dos mucípos brslros, quls com té 10.000 hbtts prtcpm com ps 9,9%

ds rcts trbutárs do pís – imposto sobr Srvços d Qulqur nturz (iSS), imposto

sobr Proprdd Prdl Trrtorl Urb (iPTU), imposto sobr Trsmssão d Bs

imóvs (iTBi), imposto sobr Crculção d Mrcdors Srvços (iCMS), tr outros.

Sdo ssm, os rpsss drs stdus são s ots vts dsss mucípos, qu ão

cosgum grr rct tr. a ot prcpl dsss rpsss é o Fudo d Prtcpção

Mucpl (FPM), crdo plo govro drl como um orm d trsrc d crátr

compstóro, qu procur dr ms rcursos pr quls mucípos qu tm mos

codçõs d rrcdr por sus mos.

Pr Brmkr (1997, p. 101), o “... FPM é prcpl ot d rct d 73,9% dos mucí

pos d pquo port. Pr 14,2% dsts mucípos o FPM o iCMS rprtm mportâc,

quto outros 11,9% dsts mucípos é o iCMS prcpl ot d rct”. O rpss d

vrb drl pr os mucípos é clculdo com bs o mott populcol ão

rrcdção trbutár. Portto, quto mor populção, mor é o prctul rcbdo.

esss rpsss drs stdus orm crdos tdo m vst um volução trbutár

ltmt lgd o procsso d urbzção do Brsl. Dsd Costtução d 1934, ps

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

sdo pl d 1946 chgdo à tul, d 1988, o estdo sus lgsldors corporrm,

o txto costtucol, mpostos qu, qudo ão drtmt xpostos Crt Mg,

orm crdos por dcrtos Mdds Provsrs. Ts trbutos orms d rpss smprtvrm como bs cdd. O qu vl rmr qu mss d trbutos é mtmt

urb, o qu cr um crosmo, pos s pqus cdds possum um rc rrcdção,

o qu, prvlg os mucípos ou cdds méds grds, od sss cotrbuçõs são

postvs, o spcto d mlhors. assm, costts qu ts trbutos somt cotrm

sgcdo m um mbt urbo xprssvo.

nss cotxto, é prmt cssdd ds pqus cdds m rlção os rpsss

stdus drs, ms, como uc do podr polítco dos mucípos com grds

méds cdds é smpr mor qu s pqus, ss rpss tom oro polítco , qus

uc, os crtéros tomm por bs o spcto purmt técco. as cots são téccs, ms,pr cobrr s cssdds d sus mucípos, os prtos ds pqus cdds csstm

smpr d rpsss complmtrs os âmbtos stdus drs qu uc chgm,

ddo o su pquo pso polítco rt sss podrs.

O FPM é trldo à rrcdção drl, portto, oscl muto , com sto, os rpsss tmbém.

as pqus cdds são s qu ms stm o mpcto d qulqur ltrção promovd

ss uxo. Msmo cosdrdo qu prtcpção d todos os mucípos umtou s

últms décds – prtcpção dos rcursos públcos (stdus drs), pos subu d

12%, époc do govro mltr, pr 17% décd d 1980 chgou os 25% os ds d

hoj, com ov Costtução – os mucípos cm trldos os dtms lgs d rpssdo “bolo” orçmtáro (25% do todo). Vl rssltr qu o rstt ds vrbs stdus

drs cm crgo do pso polítco d cd cdd, stdo rgão.

Outro mportt tor sr cosdrdo é qu sss mucípos dpdm xclusvmt

dsss rcursos, qu, como vsto, stão trldos o mott populcol. assm, mucípos

com populção ror 10.000 hbtts, qu tm um ort tdc à stgção /ou

pouco crscmto populcol, cm com o coct ms bxo o rpss stdul do

iCMS , prcplmt, do FPM d ordm drl.

em, é trsst rssltr qu ts cdds ão podm sr dscosdrds quto

tl, por ão s prstrm tão dâmcs quto s méds ou grds. Plo cotráro,

msmo ão sdo dâmcs são rdutos d cumulção cptlst, d qu m mor

scl, é vrdd. esss, o tto, ão dxm d sr trssts do poto d vst do

cptl m um sr d crculção tmbém d cumulção. Tl áls é xtrmmt

trsst, vsto qu, o s studr dtrmdo locl, ão s pod dscosdrr qu é

prt do todo. Com sso, pqu cdd coorm os dlms do urbo , dss modo,

xprss o cptl sj dtrmçõs do cptl , portto, trss o procsso d

cumulção grl cptlst. O qu ão qur dzr qu ts cdds trssm todos os

gts do cptlsmo modro, ms lgus sgmtos dss procsso. Sdo ssm, são

gus, porém drts, pos s struturm com bs m lógcs globs do cptl, ms

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horizonte teóriCo da geografia urbana 

prstm sgulrdds qu são smgds plo procsso d coscção psturzção

dos dlms urbos.

ao vslumbrr ss sér d dculdds d tdmto d pqu cdd, lss

rldd tr d ts locldds, tomdo como poto ctrl o vés d su mor pro

blmátc tul: dmstrção públc. isto dcorr d trs tors cojugdos: s rlçõs

socopolítcs tr populção o estdo (mucpl) são ms strts sss locldds

qu m cdds d mor port dmográco; o pso d mucplzção mpost pl Cost-

tução Fdrl d 1988; crise administrativa sss locldds, drvd do cofto tr

dmstrção “modr” ptrmolst, qu s rlco com hrç hstrc bérc

(struturlmt lust). est hrç hstrc é d muto ort prst orm d

s dmstrr o bm públco pqu cdd stblc um strt rlção tr

populção rsdt s mrs d s dmstrr o bm públco, qu, vrvlmt,tr m choqu com prmsss modrs, m qu o pdrão d xclc dmstrtv

trsrs do stor prvdo pr o públco. a strtz ds rlçõs tr populção os

gts polítcos, qu são stblcds m város cmpos ívs com sérs cosqucs,

é um crctrístc trsst do spço urbo d pqu cdd. Um bom xmplo

dsso é vculção tr rrcdção cr tução polítc dos gts polítcos

do mucípo, com rxos s rlçõs polítcoltors.

assm, pr lsr ts prmsss polítco-dmstrtvs, z-s cssáro dsvdr

problmátc qu volv s dculdds dmstrtvs os âmbtos coômco-cro

socopolítco d pqu cdd, prptrds pl Costtução Fdrl d 1988. assm,o coto s cotrdçõs trs d pqu cdd são dcorrts do mbt qu s

stblc tr trdção ou hrç culturl bérc d dmstrr o bm públco modr-

dd orjd m spctos culturs glosxôcos pr ov dmstrção públc do

estdo, o qu cb por produzr, pqu cdd, o estdo-Mucípo socl. Dst modo,

os spctos d polítc tr, do lzr orcdo, d súd públc d susttbldd

(socl, ssstcl mbtl) d pqu cdd são os prcps xos d tução dss

estdo-Mucípo socl. Portto, ss cotxto, os problms tros dsss locldds

stão rlcodos ms tors socopolítcos qu coômcocros.

a hrç hstrc d um povo vm como bggm culturl qu s procss m momtosqu, msmo mprgdos d objtvdds, s subjtvdds smpr form. Ou sj, o

modo d sr d um povo qu, msmo ssmldo trços, orts ou rcos, d outrs cultu

rs, smpr prvlc. ess prpodrâc, porém, é prcl, pos o podr d ssmlção

do drt do povo brslro é sptoso. no cso do cosmopoltsmo d vd urb os

grds médos ctros, s rgõs ms dsvolvds coomcmt com lvdos

tors d trlgçõs o mudo globlzdo d modrdd, ssmlção corporção

dos dtms do mudo glosxão orm, qudo ão compltos, ms “hrmôcos”.

não obstt, pqu cdd, os trços culturs rltvos à hrç sococulturl bérc

d stão muto prsts o d d s rlçõs socopolítcs tr dmstrção

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

públc populção locl. Msmo com todo o bombrdmto d ormçõs (spcl-

mt tlvsvs) ds mposçõs lgs, hrç culturl mostr-s rsstt domt

sss locldds. O rompmto dss modo d vd é dícl tmbém o é ltrção srlçõs polítcs trs. est stlo bérco d vvr pqu cdd é smpr rlco

do o mudo rurl, o trdcol stlo, m qu s rlçõs trpssos são bsds

míl, o compdro vzhç. acrc dss ssuto, Hold (2004), m stdo

ms mplo, xplc s “vrtuds” bércs m ão ssmlr o procsso d produção cptlst

como o zrm s culturs glosxôcs.

a dmstrção públc, pqu cdd, ão rompu d com s prátcs ptr-

molsts su rlção com o bm públco é um xtsão d míl. nss stdo,

Hold (2004) cuhou xprssão “homm cordl”. Sgudo rmção d Schs

(1995, p. 12):

a cordldd, pr Sérgo Burqu d Hold, é um crctrístc

do brslro tdd como dstção tr o mbt públco

mbt prvdo. Pr l, há msmo um complmto tr sss

dos mbts, vrcdos pl vsão do estdo pl míl, do

potsmo, d corrupção, sto, dgs, ão tm d hvr com

bodd. a cordldd do homm brslro é um rlzção d

cultur bérc, s srv pr o bom tdmto do osso pssdo

colol d su crs.

Dst modo, dmstrs cdd com vsão d um xtsão d míl. assm, o modo

burocrátco, tão cro Wbr, ão o dotdo dmstrção públc ds pqus cd

ds. S or ssm, s ovs orms d dmstrção mposts pl globlzção glosxã

são ps um “vtr lgl”.

a substtução do stlo ptrmolst plo burocrátco é prgod pl modrdd,

pr s lcçr o modro, ou sj, s orms lbrs olbrs d dmstrr o bm

públco. no tto, pqu cdd, o ptrmolsmo d mpr. eclusurd

os dtms d xtsão mlr, míl ptrrcl, mr d s “govrr” cdd,

sus gts prt d populção rsst às orms burocrátcs bsorv do modro

ps o qu lh covém. Um rs muto ouvd m cotros com prtos d pqus

cdds do Trâgulo Mro é d qu todos ls dvrm str prsos2, dd orm

d orgzrm dmstrção públc. Os cocursos rrjdos, doção d mtrl

d costrução, o vmto costt d rcts médcs, doção d combustívl pr

prt d populção, o pgmto d vgs pssos ms crts, o mprgo ácl o

potsmo são prátcs qu ão dpdm do prtdo qu stá o podr, m d “dolog”

rt o momto. Dpd, sm, d um prátc ptrmolst hrdd d um modo,

2 Pod té prcr grossro lvo, ms é rl. est rs o dt por um prto d pqu cdd (qu mstou sudsjo d ão sr dtcdo, qudo soub d tção d sr publcdo m ts d doutordo) m trvst rlzd

m gosto d 2007, sd d assocção dos Mucípos d Mcrorrgão do Vl do Príb (amvp), m Ubrlâd.

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horizonte teóriCo da geografia urbana 

d um stlo, d um hrç bérc d rrgd, m qu o cotrol socl sobr o podr

públco d é pío.

O rompmto d ts prátcs d é um soho. Rompr com trdçõs clusur

ds pqu cdd é dícl plo rltvo solmto ds dscussõs dos dbts

crc ds ovs orms d s xrgr o bm públco. Város tors costtum-s

m complcdors pr tl mprtd: o tmho populcol d pqu cdd;

rduzd ort d mão d obr spclzd pr o corpo técco; o psmto

domt d qu prtur é, pr o povo, uxílo ssstclsmo, qu vm d

cotro à vsão d qu o prlho d estdo mucpl é pr uso, pos o dhro ão

é d “guém” , ssm, é d “todos” os qu stão o podr qul momto. ess

tdmto drv, objtvmt, d hrç hstrc bérc. Pods stblcr

um prllo com dscussão lvtd por Hold (2004, p. 160) sobr troduçãodos ds postvsts o Brsl com s ovs rmuls d govrr o prlho d estdo

d tuldd, qudo rm:

[...] trouxmos d trrs strhs um sstm complxo cbdo

d prctos, sm sbr té qu poto s justm às codçõs

d vd brslr sm cogtr ds mudçs qu ts codçõs

lh mporm. n vrdd, dolog mpssol do lbrlsmo

dmocrátco jms s turlzou tr s. S ssmlmos

tvmt sss prcípos té od cocdrm com gção

pur smpls d um utordd cômod, cormdo ossosttvo horror às hrrqus prmtdo trtr com mlrdd

os govrts, dmocrc o Brsl o smpr um lmtávl

mltddo.

Rompr sss dogms hstrcos, ps com lgslçõs drs stdus, é tmráro.

Pr Hold (2004, p. 179), o rgor d l m s ão é cus l d mudç, pos

... ss rro s coslhrm os polítcos dmgogos qu ch

mm tção rqutmt pr s pltorms, os progrms,

s sttuçõs, como úcs rldds vrddrmt dgs d

rspto. acrdtm scrmt qu d sbdor sobrtudo

d corc ds ls dpd drtmt prção dos povos

dos govros.

não s qubr “sph dorsl” d um prátc hstrc rrgd dsd os tmpos do Brsl

colô d mr tão mpostv. O modo luso-brslro ou colol d zr dmstrção

públc d s portr soclmt rt o bm públco d é rt d dssolução

dícl. Msmo porqu trsção d um socdd ptrrcl cd os molds rurs pr

urb é muto rct o Brsl, spclmt o cso d pqu cdd. Sobr sto,

Pul (2005, p. 106) rgumt:

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

... o Brsl, dvdo à trdção ptrmolst, os mprgos b

ícos qu s urm do estdo costumm str lgdos os t

rsss pssos ão os trsss públcos. ess prsolsmo doucolsmo públco brslro rlcos com étc d udo

motvo qu prm oss cultur: o “homm cordl” é vsso à

mpssoldd o ormlsmo , cosqutmt, à burocrc.

Por outro ldo, hrç colol cotrbuu pr ctrlzção do

podr cúpul o utortrsmo do podr públco s torssm

trços dsttvos d dmstrção públc brslr.

no toct à dmstrção públc, o to d ss modrdd sr xmplcd pl ds

ctrlzção do estdo, orud d Costtução d 1988, qu crrg os mucípos d

várs trbuçõs, provoc outro strgulmto: mão d obr d prtur. n pqucdd, o prlhmto burocrátco d prtur d é mprgdo d pdrhmto,

o qu crrt dssbors máqu do estdo. Outro problm rrs o prço

mto dss mão d obr, qu smpr mprr o tmpo d prmc dos gts

públcos dmstrção, pos os crgos d prto d vrdors são d crátr polítco

o corpo burocrátco tm crátr técco. Tudo sto, combdo os procssos téccos

lgs d grcmto do prto burocrátco ds prturs, crc d um mão d obr

ms spclzd pr comphr s cssdds modrs do prlho sttucol

do estdoMucípo socl qu s qur modro com bs s ovs mposçõs lgs d

Costtução Fdrl d 1988. Pr Torrs (2004, p. 86), o “... procsso d trsrc d

rsposbldds trbuçõs pr os mucípos tm cotrdo ort strgulmto prcár, suctd, ct dsmotvd burocrc públc mucpl”.

a cotrdção tr ovs rgrs jurídcs, trbutárs orgzcos do ovo estdo ds

ctrlzdo qu s orjou com Costtução Fdrl d 1988 (qu xgm o tdmto

lgl, jurídco, cotábl, cro, burocrátco polítco) provoc, o mucípo, spclmt

os qu possum pqus cdds, ão ps prjuízos m médo przo, ms, spcl-

mt, m logo przo, pl ão dqução d mão d obr burocrátc, qu ão cosgu

sgur s ovs xgcs dst estdo. assm, prdm-s rcursos cros orudos ds

srs drl stdul tmbém d orgzçõs suprcos, pl smpls lt d

cohcmto técco m orgzr produzr projtos, cmhr m przos spcícos,pl cpcdd d ldr com rcursos d ormátc, lt d cpcdd técc qu

mpossblt o plo cohcmto d máqu sttl m sus trs ívs sus rgrs ,

o qu é por, xígu cpcdd técc d cptção d rcursos plos dvrsos cmhos

crdos possbltdos pl CF d 1988 sus rgulmtçõs.

a mudç mr d dmstrr pqu cdd cotcrá qudo o stlo d

dmstrção públc ão or tão dpdt do modo d vd clcdo os rsíduos d

hrç portugus, qu d mprg o modo d vd o stlo d dmstrção públc.

Trts dqulo qu Foro (1975) du como “stmto polítco”, m qu um grupo d

dtdd vv m ução do estdo “lt polítc” é um pdc dss “stmto

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polítco”. assm, ss cocpção, s rlçõs tr o estdo populção dss pr com

o estdo, produz rproduz o estdo ptrmol pqu cdd. ess rlção é, por

tto, “hrdr” dss tpo d “stmto polítco”. nss stdo, su rompmto é dícl dmd ltrçõs prouds s rlçõs qu orm culturl hstorcmt stb

lcds. Cotudo, tl procsso sbrr m lmtçõs culturs qu são prprs do prlho

burocrátco ds prturs d pqus cdds, como, spclmt, os rlcodos o

suct procsso d cpctção técc duccol d mão d obr, o rlcomto

ms proxmdo dos gstors públcos com mor d populção usc d mor

dâmc coômcoprodutv qu dx prt d populção sm opçõs d mprgo ou

msmo d mprgos com mor vlorção coômc.

Msmo qu s th m mt crtz d qu ão s trt d um hrç úc xclusv

o “mold” dolgco dos trços culturs do povo brslro, st qusto m spclds pqus cdds qu rtrtds, obsrv-s proud mrc do rgstro dss hrç

culturl, spclmt o modo d zr o grcmto urbo o trto d populção

com o podr públco mucpl s pqus cdds.

O trsst sss rgumtçõs é qu cosdrção d uc d spctos outros

qu dtrmrm sobrmr ormção d cultur do pís, quto ormção socl ,

spclmt, quto socdd povo, ão s pod rlvr o pso d hrç bérc,

 já rrd, cogurção d orm d s zr rlzr s rlçõs tr o podr públco

populção, vc-vrs, m város grus d compromtmto d dpdc. O

qu s qur dmostrr é qu ts rlçõs são vsulzds m tods s cdds do Brsl,porém m ívs mors ou mors dvdo às orms com qu s dá ssmlção d ovs

mrs ms modrzds, trvstds d um mposção d movmtos dmstrtvos

ortmt mprgdos d modrdd glosxã.

n pqu cdd, o dscx d ts trdçõs d ão cotcu, pos d é ort

prsç d um hrç hstrcoculturl bérc d s zr dmstrção públc d

s rlcor o podr públco com populção st com o podr públco. etds qu

tl mr d crr stução é váld, pos s trdçõs qu ttm supltr orm

ptrmolst d s zr o urbo su dmstrção pqu cdd são clmt

ssmlds dgrds plo modo lusto d prsstt. Cr-s, ssm, um estdo-Mu-cípo socl sstdo m slds bss socs qu s z dss mstur d prctos culturs,

porém com struturs vculds um hrç bérc qu s sobrpõ. ns socdds

protstts, há um trojção d orm, o dvíduo é lvr, ms su lbrdd dpd ds

rgrs do bm comum. ns bércs, o cotrol do dvíduo é xtro. O estdo, rsposávl

pls orms, dv coduzr s subjtvdds, pr qu os dvíduos, xproprdos dss

cotrol, sjm rqucmt lvrs.

Com crsct complxdd d socdd, mcsmos d cotrol plo lto, d tpo

bérco, rvlrm-s czs. Msss populcos crm d or do lcc dos vor-

cmtos socs torrms gts do procsso d modcção. no tto, prspc

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tv dvdul ômc ( dvduldd árquc) prsst. assm, msmo cosdrdo

complxcção d socdd brslr, s ovs orms d orgzção socl tmbém

s ovs orms d grcmto urbo, s rlçõs socs polítcs pqu cddd s zm com bs m um spctro rt o modo d s zr dmstrção

públc voltd pr os dtms bércos.

no tto, pôd-s costtr qu s orms d dscx trzds plos “vtos” d modr-

dd, spclmt do príodo técco-ctíco-ormcol, orm mos cdts d

crátr tgcl pqu cdd. as sttuçõs, tto públcs (s OnG’s spclmt

os coslhos mucps3) como prvds, surgds como possívs mddors o procsso d

dmstrção públc ds rlçõs d comudd com os prlhos d estdo, pqu

cdd, ão xstm d orm ms gud cumprrm ss ppl. São rlzds plo pr o

estdoMucípo socl. São sttuçõs crds com bs l pr su propsto , ssm,grtr prmc do status quo grcl d rlçõs socopolítcs d populção pr

com o estdoMucípo socl dst pr com populção. Sgudo Domgus (2002),

s sttuçõs udds com bs sss molds tvrm como rsultdo um cotrol mor

por prt do estdo. Por st rzão, “[...] ‘modrzção cosrvdor’ mtv- m grd

mdd m su horzot, combdo- com um tpo d ptrmolsmo soctáro squ-

ms d cotrol subordção pssol bsdos o ‘vor’” (DOMinGUeS, 2002, p. 474).

a “modlgm” do stlo, d orm d vd urb coduzd à mr do estdo-Mucípo

socl é o rsultdo l (do gor) dss mstur qu s z tr drts modlos d

s rlzr o spço d pqu cdd. a “usão” d hrç hstrc bérc com ormsgrcs dvds d mucplzção modrzdor proposts mposts pl Cost

tução Fdrl d 1988, qu trsru cumbcs sttucos, oprcos socs do

estdo Fdrl estdul pr o estdoMucípo socl é o málgm dss “ovo” stlo,

ou sj, “gs” do estdo-Mucípo do Bm-estr Socl ou msmo do estdo-Mucípo

socl. Jutmt sto, tms o estdo Fdrl su polítc ssstclst qu corro

bor ss “spírto”4. Vvr pqu cdd, do poto d vst socl coômco, com

stuçõs gdrds plo estdoMucípo socl, “ão é dícl”. Todv, mos crs

ms cssívs à populção, o estdoMucípo socl prch prclmt lcu d

lt d mprgo tmbém grt o csso prcl d prt cosdrávl d populção

bs como súd, ducção lzr.

O estdo-Mucípo socl é covt, pos ão dx brturs possívs à populção.

não dx brturs à oção d utossusttção d mr orgzd dpdt. as

ssocçõs, sdctos orgzçõs socs s pqus cdds, spclmt s trs

locldds lsds st trblho, são “obrgçõs” do prto do Mstéro Públco.

3 ests orm crdos por rgulmtçõs costtucos stão drtmt rlcodos às cssdds drgulmtção d ordm socl d ssstclsmo públco. Dtr sss coslhos, cts o Coslho Tutlr,educção, Súd, Ptrmol, tr outros.

4 Trts ds várs trsrcs socs ssstcs do govro drl lgums d sr stdul, como Bols

Fmíl, postdors, psõs, uxílo gás, bols studtl, tr outrs.

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a crção d orgzçõs socs é motvo d dsput plo estdoMucípo socl. O sd

cto rurl, s ssocçõs, os város coslhos mucps, dtr outros, são crdos sob os

uspícos do estdoMucípo socl por l “grcdos”.

Dst modo, s orgzçõs socs/tdds d clss, pqu cdd, stão drtmt

vculds às ls crds ps Costtução Fdrl d 1988, trtto ão são proposts

síds d um cssdd produzd pl spotdd d populção ou msmo ruto d

lut o tror d socdd. O cotrol ds dvrss sttuçõs (scols, sdctos, ssoc-

çõs coslhos) é motvo polítco mutção do podr do estdoMucípo socl. em

su mor, xstm porqu ssm l o qur dtrm. Dss orm, cb dgção:

Tl to rprst um orm d cotrol rbtráro ou é l orm d s rlzr o spço

socl polítco béco à pqu cdd?

assm, cotrpodo-s à crs do estdo do Bm-estr Socl uropu, qu z rssurgr

polítcs “ms lbrs”, qu ttm rduzr tv prtcpção do estdo coom

o socl d socdd cptlst dsss píss, ls rgrs ovs são produzds cor

pords o procsso coômcoprodutvo socl brslro su ssmlção pqu

cdd produz um estdoMucípo socl qu s qulbr tr o sr gt coômco

o sr gt socl d mr ms tv qu m outrs locldds.

Os gts polítcos d pqu cdd, muto ms qu m outros csos, gm d mr

ms drt sss procssos. Qus ão são dlgds rsposbldds; os prtos tum

drtmt o omto d ts polítcs. el é gur ctrlzdor do estdoMucípo

socl. atu o procsso produtvo, ução d rtculdor mor d trção d mprss,

coord goc drtmt s possívs sçõs scs s bss struturs do pro

csso. e d, o estdoMucípo socl tu mutção ds polítcs socs d bxo

mpcto. ess prsolsmo grcl polítco z-s mrct pqu cdd do

estdoMucípo socl. Os gts polítcos, gur do prto, osclm tr s prátcs

“modrs” d cdd coômc/grcl prátc polítc dmstrtv costruíd o

so do estdoMucípo socl.

assm, ts mucípos, com sss pqus cdds, vvm qus qu xclusvmt dos

rpsss drs (FPM) stdus (iCMS). Como o estdo-Mucípo socl é o mor mpr-

gdor d cdd, mor volum d dhro rpssdo sgc mos rcursos cros

crculdo cdd. a usc d cptl crcult mpõ um stdo lstmávl os srv

ços orcdos à populção. em várs pqus cdds do Brsl ão xst um dusão d

mprgdors prstdors d srvços sr prvd tão xts quto m cdds

méds ou grds, rstdo o podr públco, gur d prtur mucpl, o crgo

ão s d grr s polítcs públcs, ms tmbém d outrs vrds orms d prstção

d srvços à populção.

além dss “just” rlzdo plo estdo-Mucípo socl, d tm os “justs” cros

ssstcs rlzdos plo estdo Fdrl com bs o pgmto d postdors,

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psõs d bols míl. além d sr o mor mprgdor do mucípo, prtur rc,

tmbém, com grd prt d prstção d srvços qu srm d crgo ds srs st-

dul drl, ou msmo d ctv prvd. as cocssõs prmssõs pr prstçãod srvços públcos, orcds plo estdo, por xmplo, ão são rlzds s pqus

cdds, pos ls xst um coom d scl qu tr ts prstdors d srvços.

assm, prtur mucpl tm qu rlzá-los. as pqus cdds rcm, portto, com

prstção d srvços obrgtros do govro drl stdul – como o cso d mut-

ção ds cds públcs, dslocmto d pssol pr o su ucomto, mutção

ds vturs polcs tmbém prt cosdrávl do combustívl; Udd Mucpl d

Cdstrmto; Jut d alstmto Mltr; agc locl do iBGe; o srvço locl d

Fomto agropcuáro; doção d mvs pr stlção d gcs bcárs stdul

drl; dspss do Frum, d rsdc do Juz do Promotor d Justç.a crg d obrgçõs socs ssstcs mpost às cdds v mucplzção d uçõs

crds dpos d Costtução Fdrl d 1988, prátc d rcr com sss gstos, pr

Brmkr (1997), é comum mucípos dss port populcol, gur d su podr

públco mucpl, prtur, pos, s ão o zrm, populção crá sm ts srvços.

Ts costtçõs prmtm susttr qu o grd drcl pr clsscção d um

pqu cdd, spclmt qul com mos d 10.000 hbtts, pod sr dt-

cção do mucípo como grd mprgdor promotor d çõs coômco-produtvs

socs. São crctrístcs comus ss tpo d mucípo bm drt ds clsscçõs

ms usus dtro do scopo mtodolgco d Gogr, spclmt o cocto msutlzdo pr cdds pqus, dds como locs por Mlto Stos (1996).

Dt do xposto, cdds com mos d 10.000 hbtts ão s qudrm o cocto

d cdd locl stblcdo por Stos (1996). ess costtção vdc qu sss cdds

tm d sr clsscds sgudo outros prâmtros, pos su “trso” bsorção ds ov-

çõs tcolgcs grícols prptrds pl su dctár srção rd urb d ov

dvsão trrtorl do trblho, o príodo técco-ctíco-ormcol, ão s rcomdm

como tl; o tto, ão s pod jogr s pqus cdds um lmbo coctul.

est “posção”/coctução pouco dd sobr locldds brslrs com populção ror

10.000 hbtts rsd o to d qu, s ccs socs spclmt gogr,

procupção é dmsdmt ocd o locl d mord d populção (urbo ou rurl)

com o status do qu é ou ão ctgor cdd, procups d mos com o problm

ctrl: o homm, o sujto qu rsd locldd. Ts dscussõs mostrms, mor

ds vzs, sm stdo lgcoprátco dmostrm um plo purmt cdmco sm

udmtção o rl. É bstrção cdmc lt d um rzão udd rldd

o prcípo d cc: o homm. em grd mdd, são álss d cuho lr d mro

plo hrrquzt, o qu provoc um vrddr msclâ d álss postuldos

trcos d psqusdors crrgdos d “prcoctos” com vsão mtropolzd.

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a pqu cdd é um spéc d “brrr” pr gogr, qu s lmt ctgorzr o

mplo vsto. a gogr ão cosgu “xrgr” o mcro, tl como ísc wto,

qu ão cosgu dtrr brrr dos quarks dos glúons. É ss poto qu gogrvolt-s pr dtro ds orms-cotúdo do mcrospço, rlgdo o mcrospço d

pqu cdd bstrçõs, gdolh xstc prpr. O ms prxmo d rldd

ds pqus cdds (qu xstm, ms são “xstts”) lcçdo pl gogr cd-

mc é qudo são corpords às ctgors do locl, do lugr do trrtro.

etd-s qu s dscussõs qu volvm o to d locldd sr ou ão urb s “pod”

sr coctud como cdd5 ão prstm rl cssár cosstc lítc. assm,

s locldds qu prstm populção ror 10.000 hbtts são cosdrds cdds

por um qustão d corc, rlcod à Costtução Fdrl d 1988 o pcto drtvo

proposto por l. Dst modo, dção d ctgor cdd, o Brsl, como tods s sdsdmstrtvs d mucípo, sgu um lgc qu s xplc mr sui generis como

Costtução Fdrl d 1988 provocou, o âmbto do drlsmo col, d como st

msm costtução propôs o mucplsmo o Brsl. a tc ovdor do txto costtucol

brslro, o crr um qulzção d podrs d obrgçõs clcd orm trprtt (uão,

stdos mucípos), ão tm smlr o mudo. isto porqu omt um dsctrlzção d

podrs objtv um drção úc, m qu s srs dos ts drdos ão sjm ms

clcdos lógc dul xóg (obsrvd spclmt lógc stdo-uds tr

uão stdos), sm mr, gor stblcd costtucolmt, m qu os ts

drdos tm ppés xplctdos o mucípo possu um rzão d xstc dd.

Como sd dmstrtv do mucípo, c clr ução d cdd dsss locldds,

msmo com tmho rduzdo, sgudo, ssm, um crctrístc d dsctrlzção

mucplsmo tut d corc com o proposto crt costtucol brslr.

Sdo ssm, s locldds com úmro ror 10.000 hbtts são, cosot st

tdmto, cdds. assm, corc é o rcort, sgudo xprc costtucol,

qu cor podrs xcpcos os mucípos brslros. Como sds mucps, são

lhs xgds uçõs dmstrtvs d orgzção spcl pr o todo mucpl, sdo

d pquo ou grd port populcol. Como tl, sss locldds possum uçõs

polítcodmstrtvs clrs d cuho ctdo , cm d tudo, rsposbldds d

grr, por trmédo d sus gts públcos d socdd cvl, vrbs; rcursos humos,

duccos, téccos ssstcs; súd públc outros ms qu grtm xstc

d su populção, d pssos com sos, xpcttvs, dlms ão ps “hbtts”

ou “populção”, ou sj, úmros sttístcos dmográcos.

Portto, coctus s cdds com mos d 10.000 hbtts como pqus cdds

sgudo os crtéros qu propostos dotdos: rlção drt do podr públco trj

tr produtv (coômc mprgtíc) socl o todo mucpl; vculção strt

5 Como obsrvdo m Brmkr (1996, 1997), Crlos (1994, 1997), M (2004), Stos (1996), Stos Slvr (2001),

Souz (1996) , spclmt, m Vg (2001, 2002), tr outros.

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d sd mucpl com su toro rurl, drvdo, ssm, um ort “smbos” mucpl;

ort pgo d populção com o todo do trrtro mucpl; , spclmt, a atuação

marcante de um Estado-Município social em nível municipal .

Rorç ss rgumto o crtéro populcol stblcdo plo isttuto d Psqus eco

ômc aplcd (2000), qu ctgorz s pqus cdds m grupos qu vrm sgudo

sus populçõs: o prmro, pr cdds té 10.000 hbtts; o sgudo, d 10.000

20.000 hbtts; o trcro, d 20.000 50.000 hbtts. Dst modo, pqus cdds

sublmm os spctos d ctgorzção pr pqu cdd qu proposto qudrm-s

o prmro sgmto d clsscção stblcd plo ctdo sttuto.

além do ms, st mr d crr o complxo mosco d stuçõs d um pqu

cdd é ms próxm d rldd cotd dsss locldds. a rmção d qu tslocldds são, d to, cdds cor à gogr um ovo dso: o d tdls do

poto d vst do polítco d sr polítco-dmstrtv. a mr como o estdo-

Mucípo socl rtcul é rtculdo sss locldds, bm como rlção d populção

com ss spço subcol, rt um procupção com o su cotdo, drt ds

rtculçõs mtropolzds. assm, somt com bs o cotdo s rlçõs socs

culturs rts os srs humos qu rsdm trsormm o spço d pqu

cdd é qu s pod proudr áls dsss lugrs.

a dculdd d gogr pr trtr do cotdo d pqu cdd rft-s m su

crctrístc d obsrvr/lsr rldd socl mtropolt. a rldd d pqu

cdd é rlgd o complmtr, o cssro , mor ds vzs, às sobrs trcs

postuldos mprstdos d outrs ccs socs. assm, ctgorzção d pqu

cdd tors um tr qu, m mutos csos gogr, é locd pr oçõs or

suprcs, ou msmo sm stdo prátco, or d ormulçõs bstrts qu prpssm o

mro smbolsmo do cotráro (pqu cdd como drt d grd cdd).

Tl to mplc dculdd d gogr m lsr rldds qu sm do sso comum

stblcdo por décds os grds ctros cdmcos, d qu complxdd spcl

socl prtc é xclusv ds méds ds grds cdds. esquc-s, o tto, d qu

vd é rl. n pqu cdd, st vd é bsd m cdgos drts dos qu rgm

grd cdd; são cdgos rlcos bsdos pssoldd mr d crr

polítc, ssm como tução do estdoMucípo socl. O cotrol d pssoldd

s pqus cdds é ort su málgm são s rlçõs polítcs qu s struturm

dão strutur o estdoMucípo socl.

PeQUenaS CiDaDeS nO nOVO MiLêniO: aDMiRÁVeL MUnDO nOVO?

O crtéro populcol tor-s mportt pr dção d ctgor pqu cdd, pos

mplc motvo d grd procupção, prcplmt por prt do podr xcutvo dsss

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mucípos, qu, como sublhdo, prdm ou tm stgção d su populção. Qudo

d prd populcol drv tmbém mgrção, ão somt d pssos como tmbém

d “cérbros” d mão d obr, crs um cclo vcoso m qu prd populcol lv ms prd d populção. Dss modo, o mott d prtcpção rrcddo d rpsss

drs stdus dsss mucípos c cd vz mor rt o todo, o qu s rr

o FPM iCMS. assm, sss cdds ão cosgum ssumr um ppl d dstqu rd

urb, sdo, por vzs, “dvord” pl hgmo d cdds ms dâmcs do poto

d vst coômco. a prd ou o umto pouco xprssvo ds populçõs ds pqus

cdds ão pod sr crdo como cus, ms sm como to d su stgção coô

mc, socl dmstrtv. est é ruto d um cotrdção dscdd pl quldd

d prstção d srvços à populção, qu é, m vrdd, rxo d su codção dvsão

trrtorl do trblho stblcd s últms décds do século XX.a prd ou stgção populcol é um ds crctrístcs qu os mucípos com mos

d 10.000 hbtts prstrm os dos últmos studos do iBGe, o cso d 2000,

cotgm populcol d 2007. Ds 2.616 cdds com mos d 10.000 hbtts, 964 ou

36,85% dsss prstrm prd populcol m rlção sss dus últms psquss. É

cssáro rssltr qu ão s prdrm populção, como tmbém mgrção prst-s

cd vz ms sltv quto sxo x tár. nsss pqus cdds com mos d

10.000 hbtts, pod-s prcbr, qudo s lsm sss ddos, qu s mulhrs mgrm

ms. Tl to pod sr xplcdo pl cssdd mor do homm m tvdds rurs qu

d xgm orç ísc ou té msmo pl prtlh d pquos sítos, qu grlmt

cm com o prmogto msculo, dvdo à xgudd d ár dsss proprdds rurs.

ns pqus cdds do Brsl, populção mscul é mor m 84,06%, ou sj, 2.199

pqus cdds prstm ms homs qu mulhrs, sdo ss porctgm um

úmro totlmt vrso à rldd prstd o cso iBGe d 2000 cotgm

populcol d 2007 pr o pís, od populção m é mor.

além d ss mgrção sr mor tr s mulhrs, outro ddo tmbém é mportt: os

mgrts são, m su grd mor, jovs, m plo ápc d orç produtv. Outro to

trsst vsulzdo o cso do iBGe d 2000 cotgm populcol d 2007 é qu

dsss 2.616 cdds com mos d 10.000 hbtts 52,87%, ou 1.383, são cosdrds,

os crtéros stblcdos plo iBGe, com mor d populção urb, o qu podr sr

xplcdo lvdo-s m cot qu o cmpo ão td ms s cssdds xpcttvs

dss ctgor d populção. Tto m ívl d mprgo, qu stão scssdo dvdo à

modrzção grícol, como tmbém o to d o mudo urbo orcr “oportudds”

um modo d vd clmt “comprdo” por sss jovs.

Como os rpsss d vrbs públcs são rlzdos sgudo prâmtros téccos m rl

ção à populção totl dos mucípos, s pqus cdds, qu já rcbm poucs vrbs,

pssm sorr ms corts, dvdo à su ts prd populcol. Prd ou stgção

populcol stco su coct d prtcpção ou té, m lgus csos, dmu ss

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

coct té o mímo, a usc d mcsmos cts, tto o cmpo coômco

como polítco, o logo d um príodo dltdo d tmpo, provocou um strutur prcár d

srção rd urb qu s mostr, prtr do príodo técco-ormcol, ct dopoto d vst cptlst. est rd urb qu s cr é crd mold strutur coômc

polítc ds rgõs, com ovs xgcs d um cptlsmo cd vz ms tcolgco

o urbo , m spcl, o cmpo.

equto sso, o estdo-Mucípo socl ortlc-s. a ruí cro-produtv co-

ômc do mucípo stblc brturs pr o ptrmolsmo o ssstclsmo do

estdoMucípo socl. assm, o tor rrcdção mucpl é dmuído pr dr lugr

procupçõs ms rlcods os problms socodmstrtvos d rlcomto

tr populção o podr públco , tmbém, tr prtur s ovs rgrs d

modrdd dmstrtv mpost dsd Costtução Fdrl d 1988, o qu, d to,dmostr clrmt rlção dúb tr o modro o modo trdcol d s dmstrr

o bm públco. O rcbouço ptrmolst c vdt.

Fc ptt qu s cotrdçõs rlzm-s o spço d dmstrção públc d

pqu cdd, porém tms d rssltr qu o olhr sobr s dculdds d dms

trção públc, sss cdds, é drt. Como vsto, prstção d srvços à populção

é substtuíd por prátcs ptrmolsts d um ssstclsmo rstro qu dvém

dos mprgos públcos. a usc d polítcs ms czs d cuho socl é substtuíd

por mprgos públcos o sláro dvdo do estdoMucípo socl “tp” st lcu.

assm, s possívs locçõs dos rcursos cm o sbor polítco ão técco, duzdoum cclo vcoso m qu populção totl é plzd c rém d stução polítc do

momto mucpl.

Dpos d tods sss álss, tds qu s pqus cdds ão tm como crc

struturl ou problm udmtl ps o spcto coômco-cro. O grd ds-

o d pqu cdd rsd o cmpo polítcodmstrtvo, pos, com bs volução

dss cmpo s cdds brslrs, pod-s stblcr um coxão tr ormção

hstrc dos mucípos, clcdos gur do stblcmto d rlçõs d rrjo spcl

dmstrtvo portugus, com dculdd d dqução os dtms d globlzção

clcd ordm glosxã.

Os rrjos polítcos dmstrtvos d pqu cdd d crrgm, culturl

dologcmt, s orms mrs ds cdds cocbds plo rcocío do zr

polítc dmstrção públc rrgdo s prátcs colos, ruto d um trvção

mrct do dáro lusto ( por qu ão bérco), msmo ps dpdc d

Rpúblc, té msmo os ds d hoj. Todo ss rcbouço dolgco pscolgco

do zr polítc dmstrção públc ( ssm rgulção tmbém trsormção

spcl) ds pqus cdds é, rrms, um rúgo d um ordm lust d s

zr o urbo, pl v d dmstrção mucpl pls rlçõs tr o podr públco

os ctdos.

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horizonte teóriCo da geografia urbana 

assm, msmo sbdo qu os ssutos mrcm mor rfxão, pod-s coclur qu o

procsso d urbzção s cdds, por cosgut ( su xprssão mor qu é o modo

d vd urbo), são oprsts tuldd, msmo qudo píss ou rgõs ão sãourbos, m úmro populcol, ms o são m ssc. a orm lcçd msmo

projtd do procsso d globlzção o mudo z d urbzção mor qu o úmro

d pssos rsdts m cdds.

Todv, modrdd chg potulmt pqu cdd d orm mpostv plo

mudo globl. ess trsção zs ms trumátc pqu cdd. S m msmo

modrdd, psmodrdd ou qulqur qu sj omcltur cort pr ss

tmpo d mors crtzs, prstou-s, d to, m su totldd, l já é “qustod”

plos vlors culturs socs qu prst. a trsção “ml rsolvd” tr o trdcol

o modro qusto xstc d um mudo psmodro sccr os problmstros d pqu cdd. Com globlzção, modrdd dstr rotrs lmts,

porém sj ovos ms complcdos qustomtos socs, polítcos culturs.

COnSiDeRaÇÕeS FinaiS

a modrdd como ordm é progrsso, últm stâc d volução hum. Progrsso

muto ms qu vlors. Fuds os spctos dolgco pscolgco pr ordr o co

ômco polítco mtrlz-s o spço costruído. Prllpípdos por slto, csrõs

ctáros por costrução d cocrto gsso, mrcrs por suprmrcdos, s prçs

os jrds pls lan houses. a d d trsção modrdd/pós-modrdd z-s

rudos vrl, rápd “sgrt”, provoc rsstmtos crosmos. n pqu

cdd, trsção cbd do trdcol pl “modrdd” rprcut o modo d s

zr dmstrção públc cpsuld por ls d modrdd.

Ocorr, tão, um rd sprção tmpo-spço crucl pr modrdd, qu stb-

lc dâmc d su fuc os lugrs. O lcc objtvo d modrdd os lugrs

pod, ssm, sr ddo como msurção dos “mpctos” d modrdd os lugrs6.

a sprção coclus s pqus cdds é sl d um modrdd complt. isto

rorç d ms o ppl do estdoMucípo socl como ot máxm dss mdção

ou té msmo málgm dst qus csão do tcdo socl d pqu cdd. Tl to o

z cd vz ms mportt su ppl dv sr rdscutdo , d ms, rdshdo,

pr qu os dsvos possm sr corrgdos.

as polítcs públcs trs os mucípos com pqus cdds são d mr rco-

lzr o qu d to mput s orms drcods pl Costtução Fdrl d 1988, ou sj,

6 a pqu cdd ão v rsolvr s cotrdçõs do mudo modro m msmo outrs ctgors d cdds orão. Cotudo, v vvcáls. O qu é drt é mr como o est doMucípo socl g trmd sss

cotrdçõs pqu cdd, drtmt d outrs ctgors d cdds, dvdo su spccdd.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

dsctrlzção d podrs dvrs mucplzção ds polítcs públcs d cuho

socl m âmbto mucpl dotm um stução xmplr d grc do estdo-Mucípo

socl com orts rsquícos d um polítc “kys” d cuho mcrolocl. assm, é umrrjo d um estdo do Bm-estr Socl, mstur d prátcs hrdds d um ptrmolsmo

bérco com polítcs ssstclsts, rscuho do Wellare State tupqum mcrolocl.

nst cso, cotrdção tr o “estdo do Bm-estr Socl” polítc olbrl r-

t s últms décds o Brsl tm su mrc rldd d pqu cdd. a mor

coctrção d rcursos cros trbutáros o t drdo Uão c vdcd

ss polítc coctrdor d rd rcursos dsctrlzdor s uçõs. Com sso,

cotrdção tr sr um cdd qu tr vstmtos ( cdd mprs) versus o ovo

cltlsmo jud à populção é ms stdo o mucípo, spclmt ms plpávl

pqu cdd.

as pqus cdds potclzm o “estdo do Bmestr Socl” d mr ms drt

vsívl v cltlsmo prsolsmo, pos, ls, s rlçõs socopolítcs tr popul

ção o podr públco, dmstrção públc sus gts são stblcds d mr

ms coclusv sm bstrçõs. São drts m crt mdd rvgords “cds”

por um status quo drtvo couso mprgdo d rgrs modrzts, cotuoss,

prmds d um pssdo d muto prst d prátcs hrdds hstorcmt.

assm, o cltlsmo, o prsolsmo o ptrmolsmo drvm d postur d prátcs

polítco-dmstrtvs hrdds hstorcmt promovm crosmos lt d

prspctv pr prcl d populção d pqu cdd. as lcus dxds por ss

stução são prchds por um estdoMucípo socl qu, m város momtos, dsv

ou drbl sus prprs rquzs com sturção ou mplcção d sts stjos o

mucípo, m d crr lusão d lcdd.

Portto, crc d rcursos pr ovos vstmtos ld à lt d prspctvs

d prcl d populção produzm stuçõs m qu pqu cdd é vvd como

um tro “momto lz”, m qu s sts são su prcpl cldáro. não ms o

cldáro grícol rg ss pqu cdd, sm o cldáro do show qu é cdd

pqu; dtro dst show  tro, o momto ltorl é um dos ms sprdos por

prcl sgctv d populção. É qus um udmtção rstotélc, m qu

lcdd é, m s msm, um m.

Do strgulmto produtvo-coômco, rst o estdo-Mucípo socl como mprgdor

cdor d polítcs culturs socs d bxo mpcto populcol. Do strgul

mto técco, rst o estdoMucípo socl “cbd d mprgos”, dodor d bsss

“produtor d mod corrt”, mdt doção d combustívs com “ots” o posto

d gsol. Do strgulmto socl, rst o ppl ssstclst tmbém d om

tdor do comérco rmcutco com sus város momtos d “vção” d rcts. O qu

s prcb é qu o estdoMucípo socl rtculdo pqu cdd prov, m prt,

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horizonte teóriCo da geografia urbana 

s cssdds socs coômcs d populção, zdo- “rém” d sus próprs

gústs do dsspro rt propíco pr o prpro modus vivendi rtculdo pl t

gcldd d modrdd d usc d mcsmos czs d utossusttção,ou msmo susttbldd d populção.

O “cbd d mprgos”, totl dpdc d prt d populção pr com os vículos

d prtur, cssdd d vmto pr s rcts médcs, prpr rtculção

d sr d srvços drs stdus os ombros d prtur rprstm strgul

mtos socoprodutvos socostruturs qu lmtm o estdoMucípo socl. esss

város strgulmtos (coômco, técco socl) produzm um estdo-Mucípo socl

rsstt às ovs mrs d govrr socdd, muto ms pl cssdd qu por

rsstc polítco/dolgc. O qu s z tão é produção d um crosmo, m qu

s prcs rcts do mucípo são, m su grd mor, “dstrbuíds” o crco rmdod rlçõs trs um grupo d pssos lgds d mr drt drt o podr

públco do momto. Ts costtçõs srvm como um dos mlhors prâmtros pr

dtrmr clsscr um cdd como “pqu”.

ReFeRênCiaS

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   S   é  r   i

  e   E  s   t  u   d  o  s  e   P  e  s  q  u   i  s  a  s

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REDISCUTINDO ASCIDADES MéDIAS NO/DO

TERRITóRIO BAIANO

parte ii

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RAGMENTAÇÃO MUNICIPAL DA MESORREGIÃO DO ExTREMO OESTEDA BAHIA E ExPANSÃO URBANA DO MUNICÍPIO DE BARREIRAS

Liliane Matos Góes* 

Ednice de Oliveira Fontes** 

Heibe Santana da Silva*** 

inTRODUÇÃO

a produção do trrtro do extrmo Ost d Bh ocorr dsd o século XVi , tulmt,

stá vculd à grcultur ctíc, qu z uso proprção d tríd: técc, cc

ormção. a trodução d téccs ctvos tv poo polítco coômco do estdo,

m d rduzr o problm d coxão com cptl, spccmt d comucção

crculção, ssm como d tgrção d rgão o crcuto supror d coom urb.

Sgudo Ct (2005), s téccs crrgm m s um porm d rcorts spçotmpo

dsttos, qu mprmm rugosdds prmtm cosdrr o trrtóro como “mmór

d hstr”. Ds (1995, p. 141) rtc qu “... tod hstr ds rds téccs é hstr

d ovçõs qu, ums ps s outrs, surgrm m rspost um dmd socl ts

loclzd do qu uormmt dstrbuíd”.

Comprdr s ovs orgzçõs spcs dos mucípos do grogco d soj do

lgodão rmt-os à sgmtção do tmpo m dos rcorts: o prmro príodo compr-

d dsd 1501 té os os 1980, qudo s rlçõs spcs prvlcts obdcrm

o compot horzotl. nss príodo, o uso do trrtro r comddo pl pcuár

xtsv, grcultur mrctl xtrtvsmo vgtl, dmzdo por téccs rudmt

rs. O sgudo rcort c m 1990 stá mrcdo pl grcultur ctíc, tulmt

grd plos complxos grodustrs d soj do lgodão. O cáro d uso ocupção

ds trrs clc-s os crcutos d rlçõs qu o subsstm grcultur promov, d mr

qu o compot vrtcl tu dmz o trrtro por mo ds rds gogrács. “ard z dsz s prsõs do spço, tordo trrtro: tto lbr como prso. É o

porqu d l sr o ‘strumto’ por xclc do podr” (RaFFeSTin, 1993, p. 204). a dâ

* Mstr m Gogr pl Uvrsdd estdul d Cmps (Ucmp); spclst m eso m Gogr plUvrsdd estdul d St Cruz (UeSC). [email protected]

** Psdoutor pl Uvrsdd estdul d Cmps (Ucmp); doutor m Gogr pl Uvrsdd Fdrld Srgp (UFS). Prossor ttulr d Uvrsdd estdul d St Ctr (UeSC). Psqusdor d Fudção dampro à Psqus do e stdo d Bh (FaPeSB) do Coslho ncol d Dsvolvmto Ctíco Tcolgco(CnPq). [email protected]

*** Mstrdo m arquttur Urbsmo pl Uvrsdd Fdrl d Bh (UFBa); grdudo m Gogr. hb.

[email protected]

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

mc, strutur o ucomto d ov orgzção spcl é rsultdo d dcsõs

dos subsstms populção polítc, dvdo à trodução d projtos d dsvolvmto.

esss çõs prmtrm qu os mucípos do trrtro do extrmo Ost d Bh ossmrcohcdos como do grogco, spccmt d soj do lgodão.

est rtgo tm como objtvos: lsr o procsso d rstruturção dos lmts trrtors

com bs tução dos compots horzots vrtcs, ssm como lborr rpr

stçõs crtogrács d rgmtção mucpl d msorrgão do extrmo Ost d

Bh, pr o príodo d 1911 2007; lsr rd d crculção com o tuto d prcbr

os vtors qu promovrm/promovm udz d produção, orgzção dstrbução,

tomdo como compot prcpl o hstrco d uso ocupção do trrtro, m prt

culr dâmc do mucípo d Brrrs.

MaTeRiaiS e MeTODOLOGia

a mtodolog plcd pr obtção dos ddos prtts à psqus o técc d

documtção drt, rlvt pr costrução d um bco d ddos gorrrcdo,

por mo do sotware arcGiS 10.0, cssáro pr lborção d rprstção grác m

mp.  A  priori, rlzou-s colt d ddos scudáros orgzção dos procdmtos

mtodolgcos; a posteriori, trtmto dos prâmtros qutttvos, m d comprdr

hodr orgzção spcl.

a rcosttução trrtorl d ár d studo udmtous o hstrco d rgmtção

mucpl publcdo plo isttuto Brslro d Gogr esttístc (iBGe) crc d dvsão

trrtorl dos mucípos od costm ormçõs dos mucípos orgáros orgdos

d dsmmbrmtos mucps (inSTiTUTO BRaSiLeiRO De GeOGRaFia e eSTaTÍSTiCa,

2007). a dlmtção hstrc o lbord por mo do sotware arcGiS 10.0; s xtsõs

utlzds pr dção costrução d bs d ddos m ormto shapeles (*.shp), orm:

xtrção, jução dssolução.

Pr tdr o subsstm populção orm xtríds ormçõs do Cso Dmográco

d 1940-2010. O prâmtro utlzdo o d populção rsdt sgudo domcílo: urb rurl (CeRQUeiRa; GiViSieZ, 2011; WOnG, 1998). em vrtud dos fuxos mgrtros qu covr-

gm pr o mucípo d Brrrs, rlzous cálculo d tx d crscmto populcol.

est cosst um ormulção gométrc cuj qução o plcd s psquss d Gs

(2011) Gs, Fots Moru (2010).

Pt 

Po

R = 1 x 100n

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fragMentação MuniCiPal da Mesorregião do e xtreMo oeste da b ahia  e e xPansão urbana  do MuniCíPio de b arreiras

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

Pr obtção d tx d crscmto (R), subtrus 1 d rz ésm do quoct tr

populção l (Pt) populção o comço do príodo cosdrdo (P

o), multplcdos

o rsultdo por 100, sdo “” gul o úmro d os o príodo. O sotware utlzdo oo Microsot Mathematics 4.0.

Pr obtr volução d mch urb orm utlzdos ddos xstts o Plo Drtor

Urbo d Brrrs (BaHia, 2003). a dptção d gur d volução urb do Plo,

trblhd com o uxílo do sotware Google Earth, possbltou dlmtção dos polígoos

qu crctrzvm volução d mch urb, dvddo-os m príodos d 10 os,

comçdo m 1970 trmdo o o d 2010.

ReSULTaDOS e DiSCUSSÃO

O procsso d uso ocupção do trrtro extrmo Ost d Bh o mblmátco dvdo à

dstâc às lmtçõs téccs rts o rcort spcl. esss codcots lmtvm

comucção do além São Frcsco (Srtão do São Frcsco) s Grs com Cptl. a

domção do rgmto rtrtv tdmt “... um trrtro qu stv lém d um

lmt, od dmstrção do estdo pouco s z prst” (SUPeRinTenDênCia De

eSTUDOS eCOnÔMiCOS e SOCiaiS Da BaHia, 2000, p. 28).

Fo prtr d 4 d outubro d 1501, com “... dscobrt d oz do Ro São Frcsco por

adré Goçlvs amérco Vspúco” (BRanDÃO, 2009, p. 49), qu orm stblcdosos sistemas de ações e objetos (SanTOS, 2008) com o propsto d povor, protgr obtr

cohcmto dos rcursos turs do trrtro pr s d xplorção. a ormtzção

do uso do trrtro trou m vgor “... por crt rg ssgd por D. João iii, dtd d

evor, m 10 d Mrço d 1534, o t Durt Colho Prr doção d Cpt d

Prmbuco, trdo dt trr dmrcção d’ll todo o Ro d S. Frcsco” (MOn

TeneGRO, 1875, p. 15).

a prcípo, os vtors d xpsão obdcrm o modldo d bc hdrográc do ro São

Frcsco, por possbltr susttção ds cssdds, dstrbução spcl d populção

ds mrcdors, ssm como pr s d loclzção. n rldd, os cmhos vsvm tdr“... strtégs gopolítcs d ocupção do trrtro” (TeiXeiRa neTO, 2001, p. 51).

ess ocupção tv íco com s trds, qu dsbrvrm proprrm-s d ovos

trrtros m busc d ouro pdrs prcoss, tdo como cosquc o xtrmío do

gtl bárbro, polítc dotd plo govro d Durt d Cost Mm d Sá os séculos

XVii XViii (TaVaReS, 2001, p. 25). ess prátc r “... rcompsd com cocssão d

ssmrs, qu um vz prtlhds, dão orgm zds d gdo” (SanTOS FiLHO, 1989,

p. 25). nss cotxto, os ssmros, vorcdos com doção do trrtro plo sstm d

ssmrs (1530 1822), sto é, comprtmtção pr proprção gstão do trrtro,

prtcm às míls d Cs d Torr (os Ds d Ávl, dpos ssocds os Prs d

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Crvlho albuqurqu) d Cs d nzz (os Guds d Brto os Sldh d Gm).

(TaVaReS, 2001).

no século XVi, tvdds coômcs d cuho gropcuáro, m spcl pcuár xtsv,

orm troduzds sss trrs com o tuto d cltr ssgurr xção dos hbtts

os povodos, mplção do trrtro. Por trtrs d mrcdor utotrsportávl, os

vtors dss movmtção dvhm ds provícs d Prmbuco (stdo ne-SO)

d Bh (eW). assm, crção s zds d gdo são crctrístcs udmts d

ocupção. em mor scl, dstcs o cultvo d cdçúcr, tvdd prspr do

prmro cclo coômco colol (SanTOS FiLHO, 1989; SUPeRinTenDênCia De eSTUDOS

eCOnÔMiCOS e SOCiaiS Da BaHia, 2000).

a Bc do ro São Frcsco, quto rd d comucção crculção uvl, cotrbuupr o dsbrvmto ds trrs do além São Frcsco s Grs. Por cot d su v

gbldd, torou-s possívl rtculção do tror qu s cosoldou dsd Prpor, m

Ms Grs, Juzro, Bh. Por st rzão, ss é cosdrdo um ro d tgrção

rgol. etrtto, m 1701, Crt Rég dtrmou csão do trágo tr sss stdos

(SanTOS; PinHO, 2003). no século XVii, o ro São Frcsco dquru o psudômo d ro dos

currs m vrtud do stblcmto d povodos qu s orgrm s sus proxmdds,

tdo m vst os currs do tvo bovo (MaCeDO, 1952).

Os sistemas de ações e objetos mplmtdos o trrtro mtrlzrms m 1752, o

sr stblcdo o prmro trposto comrcl, Vl d São Frcsco ds Chgs d

Brr do Ro Grd do Sul (tul Brr), por Rsolução Rg (BaHia, 1936 pud BRan

DÃO, 2009). O trrtro são rcsco o lvdo à codção d Comrc do Srtão d

Prmbuco plos dcrtos d 15 d jro d 1810 d 3 d juho d 1820. a Comrc

o sgmtd m “... Ro d S. Frcsco d qul dvm zr prt s Vls d Brr

d Ro Grd d Plão arcdo s Povoçõs d Cmpo Lrgo Cruhh, cdo

o rstt prtcdo à Comrc do Srtão Prmbuco” (MOnTeneGRO, 1875, p. 16).

O mucípo d Brr é cosdrdo orgáro, o qu sgc qu “... ão há qulqur

tpo d documto ou áls qu stblç ou vdc rlção d cuho trrtorl ou

dmstrtvo tr o mucípo crdo qulqur outro” (SÃO PaULO, 1995, p. 59 pud  

BRanDÃO, 2009, p. 59).

O rgmto do além São Frcsco s Grs o plco d dsputs trrtors tr os

tus stdos d Bh, Prmbuco Ms Grs, sob justctv d dculdd d

comucção com cptl b. Dst orm, prmr mdd o scod plo

dcrto d 28 d mo d 1817, qu cocdu xção d Comrc do Ro São Frcsco

à Províc d Ms Grs, rvogdo plo dcrto d 22 d julho d 1817 (MOnTeneGRO,

1875). a xção o rtgrd Ms Grs plo dcrto d 7 d julho d 1824. Sgudo

Tvrs (2001), justctv clcv-s o volvmto d Províc d Prmbuco

Codrção do equdor o dstcmto d su cptl, qu mpossbltv comu

cção. não drt d Prmbuco, Províc d Ms Grs tmbém possuí cptl

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P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

logíqu, o qu motvou xção do trrtro o tul stdo d Bh, plo dcrto d

15 d outubro d 1827 (MOnTeneGRO, 1875). atulmt, s dscussõs prmm o cáro

qu propõ crção do stdo do São Frcsco, dsmmbrdoo do trrtro do stdod Bh (HaeSBaeRT, 1996).

no século XViii, (r)orgzção spcl ocorru com o vto ds tvdds mrdors

d ouro dmt os stdos d Ms Grs, Goás Bh. n Bh, tvdd co

ômc o xprssv os mucípo d Jcob, Ro d Cots, arçu Tucmbr, os

qus ocorru modcção d strutur trrtorl, spclzdoos quto trpostos

comrcs, dvdo à fudz d pssos mrcdors provts d outrs locldds, qu

xgrm d orm spcl trodução d xos, os trmos d Stos (2008), pr suport

d dmd (BRanDÃO, 2009; SanTOS, 2008; SanTOS FiLHO, 1989; SUPeRinTenDênCia De

eSTUDOS eCOnÔMiCOS e SOCiaiS Da BaHia, 2000; TaVaReS, 2001). etrtto, tvdd otrrompd m 1717 pl Coro, pos os sorços dvrm sr drcodos mprgdos

Províc d Ms Grs (TaVaReS, 2001).

a dspto ds lmtçõs téccs, o uxo d pssos d mrcdors pl rd hdrográ

c prmtu smpls trscção tr os povodos do além São Frcsco s Grs,

tdo o mucípo d Brr como mportt trposto comrcl, por str vculdo o

mucípo d Juzro, qu possuí struturd rd d trsport qu propcv lgção

com Cptl.

D cordo com Txr nto (2001, p. 62), “[...] os cmhos poros d otm são s rodovs

modrs d hoj”, ou sj, o scomto d produção urír dv-s plo tgo cmho

colol, tul BR242, qu coctv Slvdor Goás.

... m drção o vl do ro Tocts, o cmho pssv por Fr

d St (qu dsd o século XViii já r mpor tt r d gdo

do ordst brslro), iprá, Mudo novo, Morro do Chpéu, ro São

Frcsco, à ltur d ibotrm, Brrrs, Mmoso do Ost (tul

mt Luís edurdo Mglhãs), Srr Grl, , dqu os rrs do

Duro (Dpols) ntvdd ...

Plo sudst d Cpt ntvdd s d Couros (Formos) oorost d Ms Grs, m drção à cdd d Slvdor, por tgos

cmhos d trops bods, pssdo por Juár, Crhh,

Ctté, Jqué nzré (TeiXeiRa neTO, 2001, p. 60).

O além São Frcsco o cáro d grds vtos trldos à mrção qu, d crt orm,

mpulsorm o povomto do srtão. etrtto, s trvçõs d Coro rsultrm

rdução do uxo d pssos, ssm como dos procssos mgrtros mplcrm cos

ttução d “povodos tsms”. Slts qu, ss momto, s rots d crculção

comucção já hvm sdo stblcds. O srtão do São Frcsco, o século XiX, pssv

por momto d stgção coômc, porém rgão ds Grs dstcv-s xtrção

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

do látx d mgbr. O mucípo d Brrrs tv rlvâc dvdo à produtvdd

por tr, o Ro Corrt, um sgctvo mo d scomto d produção (inSTiTUTO

BRaSiLeiRO De GeOGRaFia e eSTaTÍSTiCa, 1958; SanTOS FiLHO, 1989; SUPeRinTenDênCiaDe eSTUDOS eCOnÔMiCOS e SOCiaiS Da BaHia, 2000).

Outro spcto potdo pl Suprtdc d estudos ecoômcos Socs d Bh

(2000) cocr os sstms d çõs tvds plo estdo por mo d costrução d

rds gogrács d crculção uvl érr. Prmro o mpltdo o trsport uvl

vpor, m 1865, com crção d Prmr Comph d nvgção do São Frcsco. O

stdo d Ms Grs tmbém dru à ctv. em 1896, cocrtzou-s estrd d

Frro Bh-São Frcsco, prmtdo comucção tr Juzro Slvdor. novmt,

o estdo d Ms Grs dotou o mprdmto como modlo mpltou estrd d

Frro Ctrl do Brsl, proporcodo coxão tr Prpor o Ro d Jro. as çõscojuts covrgrm pr tgrção do locl o col orm tvds dsd o ro

São Frcsco, prossgudo pl rd rrovár.

a prtr d mtd do século XX, o tgo trrtro domdo “além São Frcsco s

Grs” rorgzou-s spclmt m vrtud ds tcoldds troduzds por

mo dos componentes verticais e horizontais no território (CaTaia, 2005). Os rxos são cor

robordos pl rgmtção do trrtro, complxdd d rd gográc, mplção ds

rotrs grícols, mgrçõs tr trrrgos, modrzção grícol, spclzção

produtv logístc. Portto, o século XX crctrzou-s pl tgrção stdul, col

trcol proporcod pls tcoldds do estdo plos Complxos agro-dustrs d soj do lgodão. assm, o mo téccoctícoormcol rm o tul

trrtro extrmo Ost d Bh o cotxto do crcuto supror d coom urb por

mo ds commodities dos grãos, m prtculr soj.

a vrávl cl qu mpulsoou (r)orgzção spcl do trrtro extrmo Ost d

Bh stv trld à trsrc do Dstrto Fdrl do Brsl pr o stdo d Goás m

1960, com udção d Brsíl. nss príodo, o extrmo Ost d Bh rlcovs

tsmt com os stdos lmítros; m cotrprtd, o rlcomto com Cptl,

Slvdor, r mímo. nst stdo, strtég usd plo estdo o costrução d BR-242

stdo OstLst, m d orgr coxão BrrrsSlvdor, mprdmto quocorru mdt “... stlção m Brrrs do iV Btlhão d eghr Costrução

do Mstéro do exércto o o d 1969 [...] – prcpl strd qu trvss rgão” (SUPe-

RinTenDênCia De eSTUDOS eCOnÔMiCOS e SOCiaiS Da BaHia, 2000, p. 28).

O procsso d (r)orgzção spcl do trrtro extrmo Ost d Bh prmtu cos

ttr modcçõs d codção d poto opco o spço pr um poto lumoso o

cáro trcol (SanTOS; SiLVeiRa, 2004). as ctvs comçrm com mpltção

d projtos, como sclrc Suprtdc d estudos ecoômcos Socs d Bh

(2000, p. 28):

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P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

nos os 70, Comph d Dsvolvmto do Vl do São

Frcsco – Codvs mpltou projtos d colozção rrgção

rgão, dstcdos os prímtros rrgdos d Brrrs SãoDsdéro. ictvos o crédto como o Progrm d Dsvolvmto

dos Crrdos Prodcr, do govro drl, grtm os rcursos

cssáros pr os vstmtos públcos prvdos rgão.

Dstcou-s d, ss príodo, costrução d hdrlétrc d

Corrt, qu pssou orcr rg létrc pr o Ost.

Com o tuto d colozr rgão, o Govro Fdrl crou, s décds d 1970 1980,

progrms d dsvolvmto grícol, udmtdos m studos ctícos qu com

provrm s prcps potcldds íscs d rgão. Obsrvrm-s, tão, mudçs

dâmc, strutur o ucomto d orgzção spcl. esss progrms ormmportts pr qu grcultur ctíc lcçss suprordd qu s vrc

tuldd. em 1985, Scrtr d Pljmto, Cc Tcolog d Bh crou, m

prcr com ctv prvd, o progrm Dsvolvmto dos Crrdos (Prodcr ii)

cujo objtvo r o dsvolvmto do crrdo bo, d mr qu o input cl pr

lcçr tul spclzção produtv rgol ocorru mdt os cultvos d grãos d

soj, mbor st produto já oss pltdo dsd o íco dos os 1980. além d crção do

Prodcr ii, o crd, o tão dstrto d Mmoso do Ost (hoj, Luís edurdo Mglhãs),

estção exprmtl agrícol d Cooprtv d Cot, od orm pltdos os prmros

grãos d soj pr xportção.

ragmentação dos municípios integrantes do território Oeste da Bahia

Comprdr s ovs orgzçõs spcs dos mucípos do grogco d soj do

lgodão rmt à sgmtção do tmpo, qu cotmplou o príodo d 1911 2007 (Qudro 1).

em 1911, rgão do extrmo Ost d Bh comprd 8 mucípos: agcl, Brrrs,

Crhh, Corrt, Cotgp (xCmpo Lrgo), St Mr d Vtr (xSt Mr),

St Rt d Cáss (x-St Rt do Ro Prto) St (x-St dos Brjos). a hodr

cogurção trrtorl brc 23 rgmtos: agcl, Bópols, Brrrs, Cápols,

Ctolâd, Cocos, Corb, Corrt, Cotgp, Crstpols, Formos do Ro Prto, Jbord,

Luís edurdo Mglhãs, Msdão, Rchão ds nvs, St Mr d Vtr, St Rt dCáss, St, São Dsdéro, São Félx do Corb, Srr Dourd, Tbocs do Brjo Vlho

Wdrly.

Coorm o cotxto hstórco, o extrmo Ost d Bh ão ugu à rgr ds dcsõs

lgsltvs dotds o Brsl. assm, o príodo d 1960 1963, vrcou-s o boom o

procsso d rgmtção do trrtro com crção d 11 lmts horzots. em sgud,

cou-s um príodo d stgção d mucplzção dvdo à dtdur mltr (1964-1985).

a comprtmtção do trrtro o rtomd ps o rgm mltr , m 1985, cotcu

mcpção d Jbord, Msdão Wdrly; m 1989, o crdo o mucípo d São

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Félx do Corb; , m 2000, o dsmmbrdo Luís edurdo Mglhãs, ção qu rgu os

rqustos stblcdos emd Costtucol . 15, d 12 d stmbro d 1996.

a dscussão cd crc do hstrco d rgmtção mucpl udmts bs

d ddos publcd plo iBGe sobr dvsão trrtorl dos mucípos d ção. aqu, o

rcort spcl, m spcíco, bordrá os mucípos d tul msorrgão do extrmo

Ost d Bh (inSTiTUTO BRaSiLeiRO De GeOGRaFia e eSTaTÍSTiCa, 2007). nst stdo,

coorm dvsão mucpl d 1911, tul msorrgão comprd ov mucípos,

sbr: St Rt do Ro Prto, Cmpo Lrgo, agcl, Brrrs, St dos Brjos, St

Mr, Corrt Crhh.

a Fgur 1 dstc ort trção tr os mucípos d agcl Cotgp, pos, hstorcmt,

os procssos d rstruturção dos lmts mucps orm tvdos, xtgudo xdo

Município de origem Município criado Data Lei estadual

Angical(ex-Santana do Angical)

Barreiras 19.05.1902 449

Cotegipe 31.05.1933 8.452Cristopólis (ex-Buritizinho) 19.07.1962 1.733

Tábocas do Brejo Velho (ex-Brejo Velho) 13.04.1962 1.676

Barra(ex-Barra do Rio Grande)

Cotegipe 03.03.1820

Santa Rita de Cássia 26.03.1840 119

Barreiras

Baianópolis (ex-Tapiracanga) 30.07.1962 1.776

Catolândia (ex-Catão) 27.07.1962 1.758

Luís Eduardo Magalhães (ex-Mimoso do Oeste) 30.03.2000 7.619

São Desidério 22.02.1962 1.621

Carinhanha

Cocos 14.08.1958 1.025

Correntina 05.05.1891 319

Santa Maria da Vitória 08.06.1880 1.960

Cotegipe(ex-Campo Largo)

Angical 05.07.1980 Ato Estadual

Riachão das Neves 19.07.1962 1.731

Wanderley (ex-Vanderlei) 25.02.1985 4.403

Correntina Jaborandi 09.05.1985 4.438

SantanaCanápolis (ex-ibiguai) 19.07.1962 1.734

Serra Dourada (ex-São Gonçalo) 12.07.1962 1.666

Santa Maria da Vitória

(ex-Santa Maria)

Coribe (ex-Rio Alegre) 14.08.1958 1.023

Santana (ex-Santana dos Brejos) 02.05.1868 1.018Santa Maria da Vitória e Coribe São Félix do Coribe 13.06.1989 5.011

Santa Rita de Cássia(ex-Ibipetuba)

Formosa do Rio Preto (ex-Itaguí) 22.12.1961 1.590

Mansidão 25.02.1985 4.408

Quadro 1Desmembramento dos municípios da mesorregião do Etremo Oeste da Bahia

Fot: isttuto Brslro d Gogr esttístc (2007); Suprtdc d estudos ecoômcos Socs d Bh (2008).elborção prpr.

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P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

mbos os trrtros, dâmc ocorrd m trs rcorts tmpors. iclmt, vl d St

do agcl o mcpd do mucípo d Cmpo Lrgo por mo do to d 5 d julho d 1890.

aps 41 os d mcpção, o Dcrto . 7.455, d 23 d juho d 1931, o Dcrto . 7.479,d 8 d julho d 1931, sttuírm qu o mucípo d Brão d Cotgp (xCmpo Lrgo) oss

xtto xdo o mucípo d agcl, cosqutmt o rbxdo à ctgor d dstrto.

Todv, o Dcrto stdul . 8.452, d 31 d mo d 1933, stblcu qu o dstrto d Brão do

Cotgp oss dsmmbrdo do mucípo d agcl, orgdo, ssm, o mucípo d Cotgp.

Os procssos d xtção stvrm rlcodos o rqucmto polítco trsrc d

sd mucpl, pssdo do dstrto d Cmpo Lrgo pr Brão d Cotgp m 1925. aps

xtção, o dstrto d Brão d Cotgp rstblcu xprssão polítc o lvdo à ct

gor d mucípo. nss cotxto, rprstção m mp potu o dslocmto d sd

do mucípo, ssm como xtção o dsmmbrmto do mucípo.a Fgur 2 rtrt dâmc do lmt trrtorl do mucípo d Crhh, o cdr ár

pr o mucípo d St Mr d Vtr. n rldd, ocorru xtção d subprtur

do dstrto d Ro algr (tul mucípo d Corb), qu s cogurv m Crhh. est

rgmto trrtorl o xdo St Mr d Vtr por mo do DcrtoL . 11.089,

d 30 d ovmbro d 1938. Rsslts tmbém qu o prpro mucípo d St Mr d

Vtr prtc o trrtro d Crhh, cujo procsso mcptro ocorru m 1880.

Slts qu o dstrto d Ro algr pssou domrs Corb plo Dcrto stdul

. 141, d 31 d dzmbro d 1943. assm prmcu té 1958, qudo o dstrto d Corb

o lvdo à ctgor d mucípo. a rgmtção mucpl d St Mr d Vtr olgtmd pl L stdul . 1.023, d 14 d gosto d 1958.

igura 1Reestruturação dos limites municipais de Angical e Cotegipe – Etremo Oeste da Bahia1911, 1931 e 1933

Fot: isttuto Brslro d Gogr esttístc (2007).elborção prpr.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

igura 2Reestruturação dos limites municipais de Carinhanha, Cocos e Santa Maria da Vitória,normatiado em 1938 e 1958 – Etremo Oeste da Bahia

Fot: isttuto Brslro d Gogr esttístc (2007).elborção prpr.

Outro spcto dtcdo o o dsmmbrmto do mucípo d Cocos qu, trormt,

prtc o domío d Crhh. Com bs ss rgmtção mucpl, ormtzd

pl L stdul . 1.025, d 14 d gosto d 1958, msorrgão do extrmo Ost Bostblcu tul dlmtção.

a Fgur 3 rtrt rstruturção do lmt mucpl d ibptub (tul St Rt d Cáss)

plo DcrtoL . 1.590, d 22 d dzmbro d 1961. Slts qu o mucípo d St Rt

d Cáss tv város dcrtos qu modcrm su domção: m 1931, pssou d St Rt

do Ro Prto pr Ro Prto; m 1943, pr ibptub; , m 1972, pr St Rt d Cáss.

a Fgur 4 rtrt o tso procsso mcptro d 1962, d mr qu o mucípo d

Brrrs, o rgmtr-s, orgou São Dsdéro, Ctolâd Bpols. O mucípo d

Cotgp orgou Rchão ds nvs agcl tv su trrtro rcortdo pr costtução

d Crstpols, Tbocs do Brjo Vlho Brjolâd. Por m, o mucípo d St, ps

rgmtção, propcou costtução dos mucípos d Crápols Srr Dourd.

em 1985, orm rtvdos os procssos d rgmtção mucpl. assm, orgrms

ms trs mucípos msorrgão. O mucípo d Corrt orgou o mucípo d

Jbord. novmt, o mucípo d St Rt d Cáss Cotgp prdrm trrtro

orgrm, rspctvmt, os mucípos d Msdão Wdrly (Fgur 5). a rg

mtção do trrtro tm por ldd, tmbém, rssltr dâmc populcol. Por

vzs, rdução d populção o cmpo stá ssocd os procssos d rgmtção do

trrtro ão os procssos mgrtros.

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fragMentação MuniCiPal da Mesorregião do e xtreMo oeste da b ahia  e e xPansão urbana  do MuniCíPio de b arreiras

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

igura 4Reestruturação dos limites municipais, normatiado em 1962 – Etremo Oeste da Bahia

Fot: isttuto Brslro d Gogr esttístc (2007).elborção prpr. 

igura 3Reestruturação dos limites municipais de ormosa do Rio Preto e Ibipetuba, normatiado em1961 – Etremo Oeste da Bahia

Fot: isttuto Brslro d Gogr esttístc (2007).elborção prpr.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

O mucípo d St Mr d Vtór tv su lmt mucpl modcdo , do msmo

modo qu o mucípo d Corb, prdu trrtro pr crção do mucípo d São Félx

do Corb, m 13 d juho d 1989, pl L stdul . 5.011 (Fgur 6).

Por m, últm rstruturção dos lmts trrtors d msorrgão do extrmo Ost d

Bh ocorru m 30 d mrço d 2000, por mo d L stdul . 7.619. Os rgumtos

prstdos pl dputd Jusmr Olvr, pr justcr rgmtção mucpl d

Brrrs, udmtvms

[...] prsç [...] d um ort coom ctrd, bscmt, um

grcultur modr, od prdomvm produção d grãos ...

lém d rgão sr d grd produtor d ruts, bm como

cotr com um pcuár rltvmt dsvolvd grdsprojtos d rrgção (SanTOS; SiLVa, 2003, p. 169).

O mucípo d Luís edurdo Mglhãs é pculr, pos é orgdo dos compots vr

tcs srdos o trrtro m vrtud do potcl grícol. Portto, cosdrs qu o

crdo plo grogco, spccmt d soj (Fgur 7).

igura 5Reestruturação dos limites municipais, normatiado em 1985 – Etremo Oeste da Bahia

Fot: isttuto Brslro d Gogr esttístc (2007).elborção prpr.

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fragMentação MuniCiPal da Mesorregião do e xtreMo oeste da b ahia  e e xPansão urbana  do MuniCíPio de b arreiras

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

igura 6Reestruturação dos limites municipais, normatiado em 1989 – Etremo Oeste da Bahia

Fot: isttuto Brslro d Gogr esttístc (2007).elborção prpr.

igura 7Reestruturação dos limites municipais, normatiado em 2000 – Etremo Oeste da Bahia

Fot: isttuto Brslro d Gogr esttístc (2007); Gs (2011).

elborção prpr.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Os mucípos do grogco d soj do lgodão prstm ts dâmc o sstm

trópco, ocsod plo subsstm tcdt populção, ssm como plo sstm

grcultur, tdo, vrávl grãos d soj, o vtor qu modcou sru rgão ocáro stdul, col globl.

Barreiras: inserção regional e epansão urbana

Com o procsso crsct d urbzção do mucípo d Brrrs, ocorrrm trsormçõs

socospcs qu crrtrm um crsct procur, por prt dos mordors vdos d

dvrss locldds d Bh tmbém do Brsl, pls trrs sm doo qu xstm. a prcpl

corrd mgrtr ocorru m 1980, com chgd dos sulsts, m d mpltr cultur d

soj o mucípo, trsormdo-o m um ov rotr grícol col (SanTOS; SiLVa,

2003). ess procsso mgrtro é dtcdo por els (2006) como mgrção dscdt,pos s trt d um mobldd populcol, m prtculr d gúchos, spclzdos o

grogco d soj. Gs (2011) crsct qu st mgrção dscdt, prcípo, o

d “míls do grogco”. Sgudo ormçõs d Comph d Dsvolvmto

açõs Rgos (CaR) do Govro d Bh (1993), costrução ds strds trstdus

(Fgur 8) possbltou às vsts árs d trrs dsocupds do extrmo Ost bo mor

igura 8Representação em mapa da rede de circulação do município de Barreiras – Bahia

Fot: isttuto Brslro d Gogr esttístc (2007).elborção prpr.

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fragMentação MuniCiPal da Mesorregião do e xtreMo oeste da b ahia  e e xPansão urbana  do MuniCíPio de b arreiras

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

procur por prt d mprsáros provts ão s d Zo Ccur d Bh, como

tmbém d Ms Grs, Prmbuco dos stdos do Sul do Brsl.

Todo o procsso d modrzção do cmpo é rsultdo do qu Stos (2008) dom

d mo téccoctícoormcol. no cso d Brrrs, rmção déqus à

crsct mczção d rgão, o qu lv ss mucípo mtr-s como o prcpl

polo d trção populcol provt d outrs locldds. Rsslts qu o obj

tvo d mgrção dscdt é busc por mlhor quldd d vd. Outro lmto

udmtl pr trsormção do mucípo d Brrrs m um xpot o cos

trução ds rodovs drs BR-020 BR-242 (HaeSBaeRT, 1996), qu proporcorm

ov dâmc à rgão tmbém o prpro mucípo, trsormdoo m pssgm

obrgtór pr qum s do Ctro Ost brslro com dsto os mucípos do

nordst. nst stdo, arroyo (2006, p. 71) rsslt “[...] mportâc d crculçãoo procsso d ormção tgrção dos trrtros”, como tmbém mpltção ds

rds téccs, comprddos como “... lhs d podr strtégco qu produzm

o trrtro dos estdos” (aRROYO, 2006, p. 72).

em mdos do século pssdo, o Brsl pssou por um procsso d urbzção, m qu mutos

mordors qu rsdm s zos rurs dos mucípos d rgão mgrrm pr s cdds

méds pqus m busc d mlhors codçõs d vd. Stos (2008, p. 32) dz:

[...] somt tr 1970 1980, corpor-s o cotgt dmográ-

co urbo um mss d gt comprávl o qu r populção

totl urb m 1960. Já tr 1980 1990, quto populção

totl trá crscdo 26%, populção urb dv tr umtdo m

ms d 40%, sto é, prto d trt mlhõs d pssos.

O mucípo d Brrrs, ss momto, prstou um boom populcol. a prtr d

décd d 1970, o umto d populção stv trldo à chgd d rgãos govrm-

ts, como, por xmplo, o xércto, qu troux, d um vz s o mucípo, um lv d

5.000 pssos; dpos, lgção d Brsíl com o nordst pl BR020, BR030 BR242 o

rsposávl por ov xpsão populcol. n décd d 1980, o crmto populco

l tv rlção com pltção d grãos d soj. a poss d trr pssou sr mçd,

dvdo às dvrss luts tr grlros pquos proprtáros. ests, m mutos csos, o

prdrm sus trrs, vrms obrgdos morr cdd.

D cordo com alvs (2006, p. 86):

[...] provtdo-s ds çõs govrmts do bxo prço

ds trrs, os sulsts ldrm corrt mgrtr pr os crrdos

bos torm-s os prcps rsposávs pl produção d

grão dst ár. ... Os prmros grupos chgrm ár o l

d décd d 1970, ms ss movmto s cosoldou msmo os

os d 1980.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Hsbrt (1996, p. 390) corrobor ctção supr, o mcor qu os sulsts, sto é, rd

rgol gúch o tríd

... pls trrs brts m su xpsão cptlst (spclmt

trvés do plto d soj, vblzdo os crrdos grçs o dv-

dmto xtro os vstmtos botcolgcos do estdo v

embrp), sss ovos poros provtrm os ctvos scs d

Sud , com qud dos subsídos ár d Sudco, tgrm

m cho os crrdos ordstos prtr do íco dos os 80.

no qu cocr à dâmc populcol, décd d 1980, ocorru vrsão d populção

rurl pr urb; tmbém o possívl vrcr crscmto d populção. atulmt,

sgudo ddos do cso dmográco do isttuto Brslro d Gogr esttístc (2010),o mucípo d Brrrs possu crc d 138.000 hbtts, d mr qu 90% d popu

lção é urb (Gráco 1). els (2006, p. 289) mco qu “... é comum qu, s árs qu

s trsormm m potos mportts d rd d produção gropcuár globlzd, o

crscmto populcol, totl urbo, sj tso”.

O mucípo cogurs como um cdd méd ou trméd, pos prst crc

trístcs qu o dm com um ctro ou rtculdor juto à scl gográc locl,

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

140.000

160.000

    P   o   p   u    l   a   ç    ã   o    (   m    i    l    h   a    b    i    t   a   n    t   e   s    )

1940 1950 1960 20001980 19911970

 Total RuralUrbano

2010

Gráfco 1Dinâmica da população – Barreiras, Bahia – 19402010

Fot: Cso Dmográco (19402010).

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fragMentação MuniCiPal da Mesorregião do e xtreMo oeste da b ahia  e e xPansão urbana  do MuniCíPio de b arreiras

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

rgol, col globl. Portto, lém do tmho dmográco, outros spctos são

rlvts, como “[...] tmho coômco, o gru d urbzção, ctrldd qu-

ldd d vd” (BRanCO, 2006, p. 247), pos s crctrzm como vrávs qu prmtmcomprdr complxdd d dâmc su gru d luc rd urb. no

toct ss qustão, Pots (2006, p. 334) ssl qu “... cdd méd sr um

ctro urbo com codçõs d tur como suport às tvdds coômcs d su

htrlâd, bm como tulmt l pod mtr rlçõs com o mudo globlzdo”.

els (2006, p. 297), por su vz, rsslt rlvâc d Brrrs como “[...] prcpl ctro

urbo dos crrdos ordstos”.

Costtous, coorm Tbl 1, qu mpltção d grcultur ctíc globlzd

dâmc do crscmto d populção s décds tcdts ão ultrpssrm

1%. a msurção do cso dmográco d 1970 vdcou tx d crscmto gtvo,to qu s udmt os procssos d rstruturção dos lmts mucps, d mr

qu o mucípo d Brrrs, ps rgmtção d 1962, orgou os mucípos d São

Dsdéro, Ctolâd Bpols (Fgur 4). as décds d 1980 1990 costtums m

príodos ms tsos, cujs txs d crscmto d populção são xprssvs, cm d

7%. a populção urb, os csos d 1980, 1991 2000, prstrm crscmto popu

lcol brupto, rtdo dâmc troduzd plo crcuto d produção d soj. Outr

ormção trsst qu corrobor orç d trção populcol d ov rotr

d grcultur ctíc é xprss o cso dmográco d 2010, pos o mucípo, ps

rstruturção do lmt mucpl, ão rduzu populção; o cotráro, prstou um

créscmo populcol m toro d 5.000 hbtts.

Tabela 1População residente por situação de domicílio e taa média de crescimento geométricoBarreiras, Bahia – 19402010

Censo DemográfcoData de

reerência

População residente

TotalTaxa de crescimento

ao ano (% )Urbana

Taxa de crescimentoao ano (%)

RuralTaxa de crescimento

ao ano (%)

1940 1o/9/1940 32.183 - 6.321 - 25.862 -

1950 1o/7/1950 35.199 0,92 8.466 3,02 26.733 0,34

1960 1o/9/1960 37.378 0,6 10.174 1,82 27.204 0,17

1970 1o/9/1970 20.864 - 5,66 9.760 - 0,42 11.104 - 8,57

1980 1o/9/1980 41.454 7,11 30.055 11,90 11.399 0,26

1991 1o/9/1991 92.640 7,58 70.870 8,11 21.770 6,06

2000 1o/8/2000 131.849 4,04 115.784 5,66 16.065 - 3,35

2010 1o/8/2010 137.427 0,42 123.741 0,67 13.686 - 1,60

Taxa média de crescimentoanual de 1940 a 2010

2,10 4,40 -0,91

Fot: Cso Dmográco (19402010).

elborção prpr.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

no toct os vstmtos xógos dógos, qu provocm coctrção o

crscmto d populção m vrtud ds possbldds d vículo mprgtíco, ss ovo

ront grícol torou-s “objto d vstmto” do estdo (POnTeS, 2006), ssm como dosgts hgmôcos. a ção cojut dsss gts provocou modcçõs dâmc,

strutur o ucomto d orgzção spcl (CHRiSTOFOLeTTi, 1999). Slv (2000,

p.147 pud aRROYO, 2006, p. 8081) rgumt qu “... o cptl ão possu trrtro. Ms,

o vlor ( rquz mrcdor), crdos plo trblho plo vstmto, ão s rlzm

dpdtmt do spço, qur como cptl vrávl ou cptl costt”. n rldd,

há um coxão tr scl gográc locl, lcus d produção ds commodities soj

lgodão, scl gográc mudl, lcus d cosumo ds commodities.

a Fgur 9 rtc rmção d alvs (2006), qudo dscut os fuxos mgrtóros, m

prtculr o uxo d sulsts. nst stdo, o cso dmográco d 2000 orm qu, omucípo d Brrrs, rsdm 6.613 hbtts d rgão sul, sdo os stdos do Ro

Grd do Sul Prá os ms xprssvos. O drcomto do cotgt populcol

d rgão ctroost o d 4.468 hbtts; dsts, 3.901 pssos são provts do

stdo d Goás. Orudos d rgão sudst são 2.703 hbtts, m mor xprssão

rgão ort, com 658 hbtts, dos qus 426 procdm do stdo do Tocts. além do

uxo d pssos d prpr ção, tmbém orm costtdos 132 mgrts.

além do uxo d pssos, tmbém s ssl o uxo d cptl. nst stdo, o mucípo

d Brrrs prstou, o o d 2010, Produto itro Bruto (PiB) d R$ 1,4 blhão PiB pr

cpt d R$ 11.000,00. Comprdo o PiB d outros mucípos o msmo o, como, porxmplo, ilhéus, itbu té Slvdor, o PiB d Brrrs é xtrmmt mor, mostrdo

orç d coom proporcod, prcplmt, pl grcultur.

no toct o hstrco d pltção grícol rgão, é possívl lsr, por mo d ddos

d assocção d agrcultors irrgdors d Bh (ab), qu, dsd sr d 1993/1994,

soj é o prcpl rsposávl pl produção grícol. Su produção coctrs, prc

plmt, m Brrrs Mmoso do Ost, hoj Luís edurdo Mglhãs. nss príodo,

soj tv um produção d 590 ml tolds, lcçdo, cco os dpos (1998/1999),

cs d 1.150.000 tolds. no prmro cso (1993/1994), do totl, 460 ml tolds d soj

orm dstds à produção d rlo, 106 ml tolds orm pr produção d lo dsoj 25 ml tolds orm scds. Com um ort procsso d urbzção trldo

d cotos d trrs, o mucípo d Brrrs dstcs, msorrgão do extrmo

Ost d Bh, dvdo à su lgção com s strds drs o grogco, sto é, dvdo

à crculção d pssos mrcdors.

n décd d 1980, o projto do Govro Fdrl “Cdd d Port Médo” o d xtrm

mportâc pr mlhor d quldd d vd d populção qu rsd s cdds

d port médo (FRanÇa; SOaReS, 2009), xmplo d Brrrs. ess projto propcv

à populção o csso à cs própr, águ cd, rd d sgoto dqud rg

létrc. Prr Lt (2004) rtcm tl ormção d rssltm qu 70% do cptl

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fragMentação MuniCiPal da Mesorregião do e xtreMo oeste da b ahia  e e xPansão urbana  do MuniCíPio de b arreiras

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

igura 10Dinâmica da população residente da área de estudo, conorme lugar de nascimento

Fot: isttuto Brslro d Gogr esttístc. Cso Dmográco (2000).

elborção prpr.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

vstdo provo do Bco itrmrco d Rcostrução Dsvolvmto (BiRD). etão,

com o dsvolvmto dsss projtos voltdos pr o crscmto rgol, o mucípo

d Brrrs ghou m rstrutur.

alsdo volução d mch urb d Brrrs (Fgur 10), ots qu é justmt

décd d 1980, o ug do projto “Cdd d Port Médo”, qu cdd tm su

mor ídc d crscmto populcol, tgdo 7,58%, coorm ddos do Cso d

1991 (vd Tbl 1). ess xpsão d cdd rsult d rstruturção produtv do cmpo

(eLiaS, 2006).

Vrcous tmbém qu, s cco últms décds, o prímtro urbo d Brrrs tv

um xpsão muto rápd strtmt lgd com o dsvolvmto do grogco,

m prtculr d soj do lgodão. n décd d 1970, por xmplo, ss prímtro stvdlmtdo um prt d cdd, hoj cosdrd hstrc. Dz os ms trd, décd

d 1980, o crscmto vrcou-s o rdor do ctro hstrco, os qutro stdos crds

(ort, sul, lst ost). a comprção dss príodo d xpsão urb com os ddos d

populção vdc qu o tmbém ss décd qu ocorru ão s o mor crscmto

m úmros populcos, ms tmbém d ár ocupd d sd d Brrrs (tx d crs-

cmto d 11,9%). adtrdo décd d 1990, pods cosdrr o prímtro urbo

dvddo tr drt squrd do ro Grd. Por m, s décds d 2000 2010, o

qu s ot é xpsão d cdd s árs prércs.

ao cotráro do qu podr cotcr com mgrção d populção qu vh d outrs

locldds pr o cmpo, sso m um mucípo m qu xst um umto d quldd

d grcultur, os ddos do Mstéro ds Cdds mostrm qu, dsd 1970, xst um

umto sgctvo tx d urbzção do mucípo d Brrrs. em 1970, d

sm mpltção d soj rgão, ms com Brrrs sdo o prcpl polo rgol,

tx d urbzção r d 0,47, ou sj, mos d mtd do mucípo r urbzdo,

hj vst qu, quto ms prxmo st ídc stj d 1, ms urbzdo srá o mu

cípo. est ídc umtou s trs décds sguts, qudo, lmt, o o d

2000, lcçou o úmro bsoluto d 0,88. Ou sj, 88% dos mordors do mucípo já

rsdm ár urb. Sgudo ddos do o d 2010 do iBGe, tx d urbzção

d Brrrs é d 0,90.

até décd d 1970, o prímtro urbo stv rsumdo às mrgs do Ro d Ods.

aps ss príodo, s mrgs ds rodovs BR-242 BR-020 comçrm sr ocupds pl

ár urb d Brrrs. a corrd pr ocupção ds mrgs ds rodovs qu cortm

cdd dcorru d cldd qu orcm pr populção d bx rd, m ução

ds sus cssdds. no cso d Brrrs, sss rodovs são tão mportts qu o ctro

d cdd, ts loclzdo ár hstrc, dsloc-s pr s mrgs d BR-242. Cotudo,

sgudo Guds Portl (2010), xst um projto pr crção d um l váro qu

dsv o tso fuxo do trágo psdo, m spcl o príodo d scomto d produção

grícol, rsposávl, muts vzs, por cdts, troplos morts.

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fragMentação MuniCiPal da Mesorregião do e xtreMo oeste da b ahia  e e xPansão urbana  do MuniCíPio de b arreiras

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

COnSiDeRaÇÕeS FinaiS

Dstc-s prsç do estdo como gt tvo o procsso d trsormção rgm-

tção dos mucípos do Ost d Bh, hj vst s mpltçõs d strds psquss

dsvolvds por mprss stts, qu vsm dudr rgão como grd produtor

d soj do pís. atulmt, Brrrs é o ctro rgol coômco d rgão possu umgrd coctrção d tvdds do trcro stor. Cotudo, os ddos or prstdos

prmtm rmr qu o procsso d xpsão urb do mucípo d ão chgou o

m, pos o grogco, motor mpulsodor d coom d volução populcol do

mucípo, stá log d chgr o su lmt d produção. em tvdd d cmpo rlzd

o mucípo d Brrrs Lus edurdo Mglhãs, otou-s xstc d um sostcdo

sstm d psqus qu tm como objtvo vtr prjuízos pr s culturs grícols qu

xstm ão s m Brrrs, ms tmbém m todo o ost. Dst orm, é dmssívl

ds d rgumto qu rm possbldd d s cdds méds pqus d rgão

do Ost Bo strm prto d um pus m su dsvolvmto.

igura 11Evolução da mancha urbana – Barreiras, Bahia

Fot: Bh (2003).elborção prpr.

Ocupação 1970 Ocupação 1980 Ocupação 1990 Ocupação 2000 Ocupação 2010

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

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fragMentação MuniCiPal da Mesorregião do e xtreMo oeste da b ahia  e e xPansão urbana  do MuniCíPio de b arreiras

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

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AÇÕES DO ESTADO E O PAPEL DAS CIDADES MÉDIASBAIANAS NOS PLANOS DA URBANIzAÇÃO CAPITALISTA1

 Janio Santos* 

inTRODUÇÃO

Obsrvou-s, s últms qutro décds, qu prouds trsormçõs ocorrrm oprocsso d produção ds cdds méds bs como cosquc d ltrçõs ds

dobrds m dvrss scls (SanTOS, J., 2009, 2009b). Por um ldo, o stdo d Bh,

cosoldou-s prvlc d lgc urb o procsso d rprodução d socdd, como

produto d ovs rlçõs d trblho d produção qu orm gdrds durt todo

o século XX; por outro, ovos compots lmtos orm tgrdos à dâmc tto

ds árs urbs quto ds rurs. etds qu, dltcmt, sso o mplcdo por

( mplc um) ordm prmptr, qu é mrcd por um ovo cotxto d urbzção

cotmporâ. Dtr város spctos, ltur sobr ss rldd dmostr qu, o

âmbto brslro, smultmt à lgtmção do ppl ds grds mtrpols rd

urb, s trs últms décds, um ômo mportt ocorru: o crscmto ds méds

cdds (SanTOS, M., 1993, 1994).

É vrossíml prcbr qu s cdds méds dsmphm ppés mportts rd

urb, porqu possum cpcdd d rtculr os ctros do cptl d comdo

(mtrpols globs, cos rgos) os mors úclos urbos, como s cdds

pqus, s vls2 os povodos. Todv, como s td qu cdd é um produto

hstrco, é udmtl comprdr qu m smpr ss lgc ocorru, o qu lud à

cssdd d xplcr s ltrçõs pls qus o procsso d urbzção brslro pssou,

qu vorcrm costtução dss ov dâmc.

* Doutor m Gogr pl Uvrsdd estdul Pulst Júlo d Msqut Flho (Usp); mstr m Gogr plUvrsdd Fdrl d Bh (UFBa). Prossor djuto d Uvrsdd estdul do Sudost d Bh (UeSB) Coorddor do Grupo d Psqus Urbzção Produção d Cdds Bh. [email protected]

1 est txto tm como bs s psquss dsvolvds tr 2006 2010, o so do Grupo d Psqus Urbzção Produção d Cdds Bh.

2 Oclmt, o Brsl, tod sd d um dstrto é um vl, sgudo o DcrtoL .o 311, d 2 d mrço d 1938,qu, m su art. 4.º, slz: “O dstrto s dsgrá plo om d rspctv sd, qul, quto ão or rgdm cdd, trá, ctgor d vila” (BRaSiL, 1938, gro osso). Tmbém é sscl dstcr o prágro úco dssmsmo rtgo: “ no msmo dstrto ão hvrá ms d um vila” (BRaSiL, 1938, gro osso). Todv, como já potouCrlos (2003), dção polítcodmstrtv é um spcto suprdo há décds Gogr brslr ,

portto, ão é o trss ds psquss do grupo ctdo, m o lmto blzdor dst áls sobr s cdds.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Com bs ss problmátc, rgumt-s qu o propósto dst txto é psr o()s

tors/dâmcs qu, ldo()s às ltrçõs lgc d urbzção cptlst, zrm

com qu s cdds méds s costtuíssm quto ts. isso, s s crctrístcs mpor-tâc qu sss dqurrm s últms dus décds, o cotxto d urbzção b,

pudrm sr psds. Com ts dscussõs, tor-s possívl vçr comprsão sobr

s trsormçõs qu vm ocorrdo urbzção cotrbur pr rxão sobr

orm como o vço ds rlçõs cptlsts o Brsl ltrou vd dâmc dsss

cdds méds, rgumtos qu são dsvolvdos o l dst txto.

Prt-s do prssuposto d qu s trsormçõs gdrds pls çõs do podr públco,

tto sr stdul quto drl, prcplmt tr s décds d 1960 1970, com

o lcrc d pljdors voltdos às polítcs urbs mucps, orm dtrmts

pr qu sss cdds bs ortlcssm su cpcdd d rtculr uxos d pssos,tvdds coômcs, dcsõs polítcs , prcplmt, vstmtos, o qu, por su

vz, crou codçõs pr qu locção do cptl mobláro trcáro coduss com

rdção/cosoldção d sus ppés rd urb.

CiDaDeS MÉDiaS nO COnTeXTO Da URBaniZaÇÃO BRaSiLeiRa

Como o dsvolvmto tul do procsso d urbzção volv um complxo sstm

d rlçõs, o qul os compots téccos s çõs dos sujtos dsmphm ppl

sml, um mríd d tos cotdos compõ um movmto d trsormção, o

qu lmt o ser  o vir a ser , xplcr ss ômo é um dso pr cc, m

grl, pr Gogr , m prtculr. Dstrt, lgums proposçõs vm sdo ds-

volvds cotrbum pr rqucr s r lxõs trcs sobr ssc dqulo qu

s psqus: s árs urbs.

Com bs s ds d Sposto (2004), slt-s cssdd d vtr, Gogr,

dtr outrs xprssõs, doção do trmo urbanização d orm rducost, sj como

sômo d dotção d rstrutur urb, cujs propgds ds polítcs públcs

govrmts, m qulqur ár urb, dão lstro o qu o sso comum prd;

sj, como sômo d crscmto d populção urb ssocd, d orm smplcd,

o umto d Tx d Urbzção. Logo, com bs o psmto do Lbvr (2004,

2008), qu sustt s álss d Sposto (2004), dots d d urbzção como um

procsso. isto mplc um movmto qu s dsdobr um trrgo d tmpo, m qu

cdd, dltcmt, fuc prpr mtrldd d urbzção, lgo já borddo

lhurs (SanTOS, J., 2008). São xtmt s trsormçõs o procsso d urbzção

qu drm ovo scopo à ltur sobr s cdds méds.

nss stdo, dscussão sobr mportâc dsss tpologs d cdds rd urb

ghou xprssv cotrbução d város psqusdors. É um procupção qu possu

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 a ções do estado e o P aPel das Cidades Médias b aianas nos Planos da urbanização C aPitalista 

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

um trjtr vculd, m âmbto globl, o pljmto trrtorl. Msmo sbdo qu

prátc do pljmto urbo já xst dsd o l do século XiX, o Frç ps

gurr, m 1954, com bs os prcípos do ordmto trrtorl, qu rxão sobr oppl dos ctros rgos rd urb col mrgu pssou ortr s polítcs

d pljmto (aMORiM FiLHO; SeRRa, 2001).

no Brsl, décd d 1970 o um príodo mrct, mdd m qu orm tzds s

prspctvs d pljmto trrtorl, tdo como poto d prtd o ppl ds cdds

méds rd urb, prcplmt por mo dos Plos ncos d Dsvolvmto

(PnD) i ii, vgc do Govro Mltr (POnTeS, 2001). as xprcs cumulds do

modlo rcs orm, dtr outros prssupostos, suports pr mplmtção d ts

prátcs polítcs d “rordmto” do spço.

ess propost d pljmto coômco col ghou dscussão m tods s Udds

d Fdrção prstou prspctvs dvrscds. n mor prt dsss, trtto,

Tor dos Polos d Crscmto, qu tzv o ppl ds dústrs coom rgol,

Tor ds Locldds Ctrs, ctrd os prcípos d dstrbução d srvços, tvrm

ppl rlvt ss lcrc trco. Stbrgr Bru (2001), lás, zm um áls

sobr trjtr d tods sss polítcs dstcm o Progrm d Cdds d Port Médo,

cdo plo Bco Mudl té 1986, como um cso rlvt o cotxto ds polítcs

brslrs. ess é um prspctv mportt, qu ão pod sr prdd áls sobr

s cdds méds: o ppl ds polítcs stts m su cosoldção.

Tto o xmplo brslro quto o rcs, os prcípos d dscoctrção dsc

trlzção ds tvdds ortvm s strtégs. Vl rssltr qu, quto, Frç,

procupção r com o ppl ctrlzdor mcrocélo d Prs, o Brsl, ss procupção

xprssv cssdd d qucor s dsprdds rgos, c à tscção dos

dsqulíbros provocdos pl polítc dustrl.

ns últms décds, o ppl ds cdds méds rd urb brslr ghou ovos

sgcdos. Os problms dcorrts d coctrção d tvdds dvrss s mtrpols

os qustomtos, com bs ss prssuposto, sobr os dcdors ds d qul

dd d vd rssgcrm dscussão sobr sss, tmbém quto ocos d trsss

d dvrss ots d cptl. Todv, prmrmt, um ds qustõs ms complxs

tlvz sj prcsão d su cocto. D modo slutr, stblcr prâmtros vrávs

pr dr o qu sr um cdd méd ão é, como outror ão or, lgo cossul,

msmo qu s dvrgcs sjm um tto quto suts.  A priori , com bs m Sors

(2005) Sposto (2007), dstcs qu é udmtl dstgur o qu é um cidade média,

oco ds rxõs st rtgo, do tdmto do qu sj um cidade de porte médio.

equto prmr cocpção rrs qustõs ms mpls, qu srão bordds a

 posteriori, sgud d lmts clsscr s árs urbs m ução d prâmtros

mrmt dmográcos, lgo comum to plos órgãos govrmts o tuíto d

pljr sus tvdds.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

M. Stos (1994), décd d 1990, já slzv qu s cdds méds mudrm d cotúdo

, portto, d quldd. Qur dzr, lém d rgumtr qu sss crscrm dmográc

coomcmt, qulttvmt ls tmbém orm ltrds, porqu costtuírmscomo ocos d (r)ctrlzção d polítcs cpts orudos ds mtrpols. Por sso, pr

Stos Slvr (2001), é udmtl prcbr qu sss cdds tmbém trírm um tr

blho tlctul, ovs ots/orms d tcologs tc., poscodo-s como térprts

d téccs; tds qu tudo sso substc hodrs rlçõs tmpospço.

ao slzr posção qu ts cdds possum como polos rgos, Sposto (2001) vdc

mportâc do cosumo pr dâmc dos uxos ds cdds pqus pr s méds,

o qu ortlc o comérco ds últms. nss ordm d ds, pr utor, vrcs qu

ts cdds xrcm “... ppl d polos pr os qus mordors d cdds mors d

árs rurs stão dspostos s dslocr pr rlzr o cosumo d bs srvços mssostcdos” (SPOSiTO, 2001, p. 636).

Pr Corr (2007), há trs tpos d cdds méds: como lugar central, coctr ort dos

bs srvços pr um htrlâd rgol, trtdo-s, ss cso, do qu s covcoou

domr cptl rgol, oco do comérco vrjst d srvços dvrscdos, dotdos

d mplo lcc spcl máxmo; como centro de drenagem e consumo da renda undiária,

loclzd m trdcol ár pstorl, crctrzs pl grd proprdd rurl plo

bstísmo d sus proprtáros, qu rsdm cdd, pls árs od o mpltdo

um complxo grodustrl; como centro de atividades especializadas coctr stors qu

grm trçõs spcs logs dstâcs, pos s trtm d tvdds dstds osmrcdos col ou trcol.

Por mo dsss brvs álss, pod-s brr um dscussão sobr dção clsscção

ds cdds méds. Rsslt-s, a priori , qu mutos psdors cotrbum pr o sclrc-

mto dss qustão, como amorm Flho Srr (2001), adrd Srr (2001), Pots (2001),

Sors (2005) Sposto (2007, 2001); ou sj, potm os lmts ds proposts drcom

s prspctvs srm trçds pr costturs um dbt proícuo.

Olvr (2008), lás, z um obsrvção mportt, qudo slz qu o mlhor cmho

é tr dscussão sobr sss cdds como um poto d chgd, ão cssrmt

como um poto d prtd. Tmbém os lvtmtos tos os últmos os plo Grupo d

Psqus Urbzção Produção d Cdds Bh são sucts pr vçr o cso

dss stdo. Portto, s rfxõs trzds st momto trão como procupção muto

ms dxr clrs s cs cocpçõs do utor dst trblho sobr o tm, qu, cssr-

mt, vrdr plo mbt sobr rlvâc ou ão d dtrmds proposçõs.

assm, é cosso pr os utors procupdos com dscussão sobr s cdds méds,

como Sors (2005) Sposto (2007), qu o ator demográco é um vrávl rlvt pr

dção; ou sj, são quls qu prstm um dmsão populcol trmdár

tr um mtrpol ou um grd cdd s mors árs urbs. Ts prâmtros,

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 a ções do estado e o P aPel das Cidades Médias b aianas nos Planos da urbanização C aPitalista 

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

porém, dvm sr clrmt ddos sgudo o spço o tmpo. n décd d 1970,

por xmplo, mor ds psquss dcv qu s cdds d port médo possuím

tr 50 250 ml hbtts (anDRaDe; LODDeR, 1979). atulmt, d qu ão scosttu como um rgr, dlmts como prâmtro s qu stão tr 100 500 ml

hbtts (anDRaDe; SeRRa, 2001), o qu pod sr mpldo té 1 mlhão ou rduzdo

té 50 ml hbtts. a dmogr é um dctvo ortdor, ms ão pod sr úc

vrávl s dotr pr costtução d um cocto ms mplo. Sposto (2001, p. 671)

cotrbu o rgumtr:

aálss qu qurm ultrpssr o lmr dos prâmtros dmográ

cos qu pom clsscçõs, o âmbto ds qus s cotr o

ívl ds cdds méds tm qu trblhr com comprsão ds

rlçõs qu s dsvolvm tr s cdds tr sss s ársrurs, pl dtdd ou pl dvrsdd d sus ppés urbos.

além do prâmtro dmográco, s rlçõs dsvolvds pl cdd o cotxto rgol

costtum-s m um vrávl sgctv. Város prcípos podm ortr comprsão

dsss rlçõs; dtr sss é cud dtcção d su situação geográca. ess dc

dor ão stá rlcodo o modo trdcol d rtculr um cdd à dspobldd d

rcursos turs, ms à su srção strtégc rd urb d um dd rgão ou d

um udd polítco-dmstrtv. assm, dstâc ds cdds méds m rlção

glomrdos urbos qu prstm ívs hrárqucos suprors tm mportâc,

mdd m qu lgtm ou ão o su ppl como ctro rgol. É por sso qu cddsloclzds próxms às árs mtropolts, por xmplo, tdm tr mmzds s

sus uçõs como ctros rgos, como dotm os csos d Cmçr, Smõs Flho

Luro d Frts, Bh. Slts, cotudo, qu ps dstâc m rlção às árs

mtropolts loclzção um poto d rd urb ão dm codção d um

cdd xrcr ou ão o ppl d ctro rgol. Outrs vrávs dvm zr prt dos

crtéros d clsscção dção.

Pr tdr s rlçõs d um ctro rgol com s cdds crcuvzhs, lém d

stução, o raio máximo de ação é outr vrávl rlvt, mdd m qu dc su

cpcdd d trção. est vrávl stá drtmt ssocd à dspobldd d srvços às tvdds d produção ão pod sr lsd dvdulmt, pos dpd d

vstgção dos qupmtos coômcos d srvços “cosumívs”. assm sdo, ss

raio é ução drt do nível de especialização dsss srvços ds tvdds produtvs; ou

sj, quto ms spclzdos orm, mor srá cpcdd d um cdd xrcr o

ppl d ctro rgol, mdt corrlção ds dms vrávs.

ess dbt sobr o ppl d um cdd rd urb, udmtdo o su ro d ção

spclzção dos srvços, tm xprssão Tor ds Locldds Ctrs, d 1933, propost

por Chrstllr (1966). Sus postuldos buscvm xplcr fuc qu os ctros urbos com

um ort d produtos srvços mor xrcm sobr outros ctros mors. a dspto d

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

mportâc ds rfxõs proposts por ss utor, dudds m vst bblogr objto d

plcção mtodolgc m úmrs psquss, comprsão dss ordm hrárquc tr

s cdds dv sr vstgd cuddosmt, tuldd, m ução ds rupturs dscotudds qu s trsormçõs tcolgcs vm ocsodo. Cdds d pquo port

podm stblcr rlçõs drts d cosumo d srvços com grds ctros muds,

sm, cssrmt, dpdrm d ctros com ordm hrárquc mdtmt supror;

d msm orm qu um cdd méd pod trr cosumdors d um mtrpol rgol

ou col. Por outro ldo, sso ão qur dzr qu ordm hrárquc smplsmt dxou

d xstr, ms qu outrs lgcs ss stão suprposts, o qu coru ovs complxdds

às rtculçõs qu ocorrm rd urb. 

Com bs s rgumtçõs suprctds, podms stblcr crtéros mímos cs

pr psqusr um cdd méd. D qulqur modo, os prâmtros ão são úcos. elsrprstm ps um propost, té porqu própr omcltur do trmo cdd

méd ão prstou cosso su plcção: cdds ou ctros rgos cdds

trmdárs (SanTOS, M., 2005), por xmplo, são outrs orms d domáls.

n áls or post, portto, prts do tdmto cl d qu s cdds méds são

quls qu xrcm ução d um ctro rgol um dtrmd dâmc d rd urb,

d cordo com o potcl dmográco, stução, o ro d ção o ívl d spclzção

dos srvços ds tvdds produtvs. além dsso, tm cpcdd d rtculrs os c

tros d dcsõs sm, cssrmt, dpdr ds cdds dtro d su udd polítco

dmstrtv cuj ordm hrárquc sj supror, como s grds s mtrpols.

LiMiTeS DOS DaDOS e CiDaDeS MÉDiaS BaianaSnO COnTeXTO Da URBaniZaÇÃO

a prtr dos os d 1940, vrcs qu o procsso d urbzção, m ução d prpr

dustrlzção brslr, pssou dsdobrr-s s cdds méds bs já mostrv s

cs dos prmros “vços” cotmporâos do cptlsmo o stdo. Sgudo M. Stos

(1994), ps ss trrgo, s cssdds do cptlsmo os píss subdsvolvdos, pr

mpltr ovs mprss, rdrm s rlçõs tmpospço rtrm produção

d ovs orms qu rtculssm rgão produtor dustrl, o cso, rgão Sudst,

às dms árs do Brsl, como rgão nordst, o qu rcrou dvsão trrtorl, técc

socl do trblho. Um áls dos ddos dmográcos d Bh3, tr 1940 2010, por

xmplo, proporco um dmsão ds ucs dss movmto hstrco (Tbl 1).

3 Rcort dotdo plo Grupo d Psqus pr vlr os ppés qu dtrmds cdds xrcm rd urb,bm como ltrçõs m sus struturs trs. não sgc qu, a posteriori, tods srão vlds como méds,ms qu sss são s qu, tulmt como poto d prtd, podm sr studds como ts, porqu stão mscosoldds o qu tg à cpcdd d trmdção. Outrs, porém, com port dmográco mor, tmbémpodrm sr cosdrds. Cotudo, optous por ão cluíls, porqu são studds, m outr prspc tv, como

“pqus cdds com cpcdd d r tculção rgol”.

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 a ções do estado e o P aPel das Cidades Médias b aianas nos Planos da urbanização C aPitalista 

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

Tabela 1Dados absolutos das populações das cidades (1) médias – Bahia – 19402010

Cidades médias Dados absolutos2010 2000 1991 1980 1970 1960 (2) 1950 1940

Feira de Santana 495.965 419.816 340.621 227.004 126.972 61.612 26.559 14.131Vitória da Conquista 260.260 215.182 180.063 125.516 82.230 46.778 17.503 7.682Itabuna 199.643 191.184 170.539 130.163 89.500 54.268 25.351 15.712Juazeiro 151.336 125.286 95.738 60.811 36.242 21.196 15.896 10.831Ilhéus 148.577 154.624 135.275 71.376 58.572 45.712 22.593 15.566Jequié 136.470 126.906 114.733 84.708 62.147 10.158 20.652 13.268Teixeira de Freitas 128.482 97.928 73.396 19.680Barreiras 123.741 100.085 70.870 30.555 9.831 7.175 5.802 4.144Alagoinhas 122.281 110.751 97.933 76.331 53.617 38.246 21.283 13.317Eunápolis 93.413 79.161 63.540 4.688 1.090 767 303Paulo Aonso 93.404 82.584 74.355 61.978 38.265 19.499

Porto Seguro 80.267 64.295 16.594 5.000 3.232 2.697 1.888 2.117Santo Antônio de Jesus 79.299 66.245 52.855 33.741 21.032 1.402 11.417 8.518Itapetinga 61.403 51.453 46.020 36.809 30.393 17.646 7.897 1.188Valença 59.476 51.816 41.937 29.902 20.782 17.137 11.492 9.636Irecê 58.350 49.628 40.069 28.255 10.386 3.855 1.455 837Guanambi 58.111 50.784 42.647 23.857 10.442 5.268 2.077 1.501Luís Eduardo Magalhães 54.881 15.699 2.385Senhor do Bonfm 49.975 44.648 43.239 33.804 21.317 13.958 10.113 7.913Itamaraju 49.785 48.037 44.449 31.947 10.674 2.526 756 375Itaberaba 48.485 44.517 36.934 27.561 16.019 8.555 5.896 2.740Jacobina 47.587 43.434 42.103 26.674 18.814 12.373 7.224 4.389Serrinha 47.188 41.587 34.437 23.914 15.925 10.284 6.602 2.765Brumado 43.955 39.459 34.875 24.647 15.289 7.051 3.012 1.045Bom Jesus da Lapa 41.555 37.726 32.390 19.861 12.223 6.107 4.740 2.321

Ipiaú 40.384 37.924 36.408 27.346 18.227 13.164 6.981 3.806Fot: iBGe, Cso Dmográco (1940, 1950, 1970, 1980, 1991, 2000, 2010) Sops Prlmr do Cso Dmográco (1960).(1) aps os ddos d populção urb do dstrtosd.(2) São utlzdos os ddos d Sops Prlmr do Cso Dmográco, porqu o documto l ão prstou os ddos

dtlhdos dos dstrtos.

Ou sj, d qu th ocorrdo um dcréscmo tx d crscmto gométrco ul,

m trmos bsolutos, sss cdds d umtrm sgctvmt sus populçõs.

esss ddos tmbém potm dos príodos dsttos o procsso d ocupção o ortl

cmto do ppl ds cdds méds bs, prcplmt s orm rlcodos à prpr

lgc d urbzção do Brsl. no cotxto qu s cou m 1940 o té o l d décd

d 1960, suprous s qu pod sr domd como urbanização pretérita d Bh; ou

sj, dxm d tr prvlc os mrcos trors qu udrm sss cdds sttuírm

su estruturação4, qu r ortmt mrcd pl orç ds tvdds gropcuárs.

Pr tr-s um d do ppl qu ts cdds dsmphvm o íco dss príodo pr

o cotxto bo, bm como s mudçs postrors ocorrds – m 1940 –, ds 20 mors

cdds do stdo, qu podrm xrcr lgum ppl d trmdção,5 o qu prmt

xclur Slvdor, rtculção com o Rcôcvo Bo r um tor mportt dstcv,

4 estruturção urb d cdd: cojuto d modcçõs o procsso d urbzção qu dtrm um xprssãomomtâ do/o mosco d usos do solo: strutur urb (SanTOS, J., 2008b).

5 no cotxto hstrco, lgc r dstt d tul; portto, d d trmdção prcs sr rssgcd.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

por xmplo, nzré, Sto amro, Cchor, Mrgogp São Félx. Outro tor mportt

r cpcdd d scomto d produção dsvolvd o ltorl ou htrlâd, o

qu rssltv, lém ds suprmcods, Blmot Cvrs (Fgur 1).

Como dto, tr 1960 1980, tdc o o umto s txs, com ídcs ms ltos qu os

os trors m várs cdds (Tbl 2). Com xcção d ilhéus Vlç, m todos os dms

csos vstgdos, populção dsss cdds ms qu dobrou m vt os; lgums, clusv,

com ídcs xorbtts, como os csos d Brrrs, Pulo aoso, Sto atôo d Jsus irc.

etd-s qu, o âmbto d um áls dmográc cl, o ss príodo qu sss cdds

comçrm ghr os prmros cotoros drção d ssumr ppés quto méds, por

ms qu tl cosoldção s th sdo dd, com mor vsbldd, prtr d décd d 1980.

ess spcto prmt rtomr os rgumtos d Sposto (2004), qudo pot qu s mudçs

urbzção s ghm otordd qudo um lgc pss prvlcr sobr s trors.

igura 1População da cidade, por cidades que desempenhavam papéis de intermediação – Bahia – 1940

Fot: iBGe, Cso Dmográco, 1940. Bs Crtográc: Dt, Mp Rodováro d Bh, 2001. escl: 1:1.700.000elborção: Jo Stos.apoo: Fpsb, Usb.

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 a ções do estado e o P aPel das Cidades Médias b aianas nos Planos da urbanização C aPitalista 

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

Tabela 2Taa de crescimento geométrico anual das populações das cidades (1) médias – Bahia – 19402010

Cidades médias Dados relativos (%)1940-1950 1950-1960(2) 19602-1970 1970-1980 1980-1991 1991-2000 2000-2010

Feira de Santana 6,51 8,78 7,50 5,98 3,76 2,35 1,68

Vitória da Conquista 8,58 10,33 5,80 4,32 3,34 2,00 1,92

Itabuna 4,90 7,91 5,13 3,82 2,49 1,28 0,43

Juazeiro 3,91 2,92 5,51 5,31 4,21 3,03 1,91

Ilhéus 3,80 7,30 2,51 2,00 5,98 1,50 -0,40

Jequié 4,52 6,88 4,46 3,15 2,80 1,13 0,73

Teixeira de Freitas 12,71 3,26 2,75

Barreiras 3,42 2,15 3,20 12,01 7,95 3,91 2,14

Alagoinhas 4,80 6,04 3,44 3,60 2,29 1,38 1,00

Simões Filho 11,94 15,71 5,14 6,29 2,14

Eunápolis 9,73 3,58 15,71 26,74 2,47 1,67Paulo Aonso 6,97 4,94 1,67 1,17 1,24

Porto Seguro -1,14 3,63 1,83 4,46 11,52 16,24 2,24

Santo Antônio de Jesus 2,97 2,70 3,51 4,84 4,16 2,54 1,81

Itapetinga 20,85 8,37 5,59 1,93 2,05 1,25 1,78

Valença 1,78 4,08 1,95 3,71 3,12 2,38 1,39

Irecê 5,69 10,23 10,42 10,53 3,23 2,41 1,63

Guanambi 3,30 9,75 7,08 8,61 5,42 1,96 1,36

Luís Eduardo Magalhães 23,29 13,33

Senhor do Bonfm 2,48 3,27 4,33 4,72 2,26 0,36 1,13

Cruz das Almas 4,63 6,08 3,55 3,57 2,11 2,79 2,33

Itamaraju 7,26 12,82 15,50 11,59 3,05 0,87 0,36

Itaberaba 7,96 3,79 6,47 5,58 2,70 2,10 0,86Jacobina 5,11 5,53 4,28 3,55 4,24 0,35 0,92

Serrinha 9,09 4,53 4,47 4,15 3,37 2,12 1,27

Brumado 11,17 8,88 8,05 4,89 3,21 1,38 1,08

Bom Jesus da Lapa 7,40 2,57 7,19 4,97 4,55 1,71 0,97

Ipiaú 6,25 6,55 3,31 4,14 2,64 0,45 0,63

LeGenDa

até 4,99

etr 5,00 9,99

etr 10,00 19,99

acm d 20

Fonte: IBGE, Censo Demográfco (1940, 1950, 1970, 1980, 1991, 2000, 2010) e Sinopse Preliminar do Censo Demográfco (1960).(1) Apenas os dados da população urbana do distrito-sede.(2) São utilizados os dados da Sinopse Preliminar do Censo Demográfco, porque o documento fnal não apresentou os dados detalhados dos distritos.

a prtr d 1980, o msmo tmpo m qu s txs d crscmto gométrco ul td

rm dmur, prdoxlmt, m úmros bsolutos, o volum d pssos qu pssou

morr cdd crscu xpoclmt, mormt té 2000 (Tbl 3). isso slz qu,

d modo dtvo, o suprdo um príodo tror, crrdo décd d 1960, m qu

s dâmcs dsss cdds rm mrcds, proudmt, pl rlvâc d tvdd

grícol, o qu slz os rumos qu urbzção b ssumu, pos o stor trcáro

torous o codutor d dâmc coômc mucpl.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Tabela 3Crescimento absoluto das populações das cidades (1) médias – Bahia – 19402010

Cidades médiasDados absolutos

19 40-195 0 1 95 0-19 60 (2) 1960 (2)-1970 1970-1980 1980-1991 1991-2000 2000-2010

Feira de Santana 12.428 35.053 65.360 100.032 113.617 79.195 76.149

Vitória da Conquista 9.821 29.275 35.452 43.286 54.547 35.119 45.078

Itabuna 9.639 28.917 35.232 40.663 40.376 20.645 8.459

Juazeiro 5.065 5.300 15.046 24.569 34.927 29.548 26.050

Ilhéus 7.027 23.119 12.860 12.804 63.899 19.349 -6.047

Jequié 7.384 19.506 21.989 22.561 30.025 12.173 9.564

Teixeira de Freitas 0 0 0 19.680 53.716 24.532 30.554

Barreiras 1.658 1.373 2.656 20.724 40.315 29.215 23.656

Alagoinhas 7.966 16.963 15.371 22.714 21.602 12.818 11.530

Eunápolis 303 464 323 3.598 58.852 15.621 14.252

Paulo Aonso 0 19.499 18.766 23.713 12.377 8.229 10.820

Porto Seguro -229 809 535 1.768 11.594 47.701 15.972

Santo Antônio de Jesus 2.899 3.485 6.130 12.709 19.114 13.390 13.054

Itapetinga 6.709 9.749 12.747 6.416 9.211 5.433 9.950

Valença 1.856 5.645 3.645 9.120 12.035 9.879 7.660

Irecê 618 2.400 6.531 17.869 11.814 9.559 8.722

Guanambi 576 3.191 5.174 13.415 18.790 8.137 7.327

Luís Eduardo Magalhães 0 .0 0 0 2.385 13.314 39.182

Senhor do Bonfm 2.200 3.845 7.359 12487 9.435 1.409 5.327

Cruz das Almas 2.459 5.432 5.095 7.270 6.353 8.696 10.281

Itamaraju 381 1.770 8.148 21273 12.502 3.588 1.748

Itaberaba 3.156 2.659 7.464 11542 9.373 7.583 3.968Jacobina 2.835 5.149 6.441 7.860 15.429 1.331 4.153

Serrinha 3.837 3.682 5.641 7.989 10.523 7.150 5.601

Brumado 1.967 4.039 8.238 9.358 10.228 4.584 4.496

Bom Jesus da Lapa 2.419 1.367 6.116 7.638 12.529 5.336 3.829

Ipiaú 3.175 6.183 5.063 9.119 9.062 1.516 2.460

LeGenDa

até 9.999

etr 10.000 19.999

etr 20.000 39.999

acm d 40.000

Fonte: IBGE, Censo Demográfco (1940, 1950, 1970, 1980, 1991, 2000, 2010) e Sinopse Preliminar do Censo Demográfco de 1960.(1) Apenas os dados da população urbana do distrito-sede.(2) São utilizados os dados da Sinopse Preliminar do Censo Demográfco, porque o documento fnal não apresentou os dados detalhados dos distritos.

Obsrvous, té décd d 1950, qu tvdd prmár costtuís como o prcpl

“motor” d dâmc dsss mucípos. Pr tr-s um d, sgudo Frrr (1958, 1958b),

o ctr ormçõs do Cso Dmográco d 1950, ss tpo d tvdd ocupv 78% d

populção m dd tv m Vtr d Coqust 70% m itbu; 30,04% m ilhéus 30%

m Fr d St, sss últmos csos, suprd pls “tvdds doméstcs”. em 1970,

por ms qu tvdd prmár th dqurdo mpulso m lgus mucípos – como m

Vtr d Coqust, com ccultur; euápols, com slvcultur; , os ps, Brrrs

Luz edurdo Mglhãs, com grcultur mczd –, o o stor trcáro qul qu

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 a ções do estado e o P aPel das Cidades Médias b aianas nos Planos da urbanização C aPitalista 

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

tv o mor mpcto m sus dâmcs, sobrtudo s tvdds ssocds o comérco,

os srvços o stor mobláro, porqu ts cdds pssrm drr rd grd

rgolmt, clusv ds árs produtors qu, muts vzs, stvm loclzds ordos mucípos polos, como os csos d Brr do Choç itmbé, pr Vtr d Coqust;

Cmcã, pr itbu ilhéus.

Os ddos sobr s mudçs vrcds, prtr d décd d 1970, o qudro do Pro

duto itro Bruto, sgudo os prcps stors ds tvdds, tmbém cotrbum

pr cormr ss xo (Tbl 4). Prmro, porqu cormm o pso qu o trcáro

 já xrc m 1970, pr cotrolr produção ocupr populção rsdt ou qu

mgrou pr s prcps cdds méds, cormm tdc do cptlsmo

cotmporâo, qu é ctrr mor prt d mão d obr os stors rtculdos o

comérco os srvços.

Tabela 4Produto Interno Bruto, por setor de atividade, segundo os municípios cujas sedes são cidadesmédias – Bahia – 1970/2009

(%)

Municípios2009 1999 1985 1970

Agr. Ind. Ter. Agr. Ind. Ter. Agr. Ind. Ter. Agr. Ind. Ter.

Feira de Santana 0,91 20,19 78,90 0,92 16,69 82,39 3,47 42,55 53,98 7,63 26,48 65,89

Vitória da Conquista 3,42 12,71 83,87 3,72 13,47 82,81 18,61 20,26 61,13 8,07 12,54 79,39

Itabuna 0,63 16,80 82,57 0,65 16,79 82,57 15,28 24,40 60,32 12,80 13,54 73,65

Juazeiro 13,60 12,87 73,52 11,43 17,88 70,69 17,67 42,61 39,72 9,80 23,23 66,97

Ilhéus 3,24 28,16 68,60 3,67 29,15 67,18 17,89 44,96 37,14 19,88 15,84 64,28Jequié 1,30 11,92 86,78 2,76 14,00 83,23 13,97 22,65 63,38 15,89 19,19 64,93

Teixeira de Freitas 5,53 15,05 79,42 12,74 13,26 74,01

Barreiras 19,75 15,69 64,56 19,03 21,15 59,83 1,34 20,18 81,16 29,84 14,26 55,90

Alagoinhas 1,80 26,18 72,02 1,87 21,11 77,02 8,42 35,88 55,70 16,04 18,19 65,77

Eunápolis 4,63 32,90 62,46 8,68 12,74 78,58

Paulo Aonso 0,57 68,54 30,89 0,44 77,38 22,18 6,25 36,04 57,72 1,09 30,16 68,75

Porto Seguro 8,85 10,61 80,54 6,96 13,72 79,33 38,02 16,66 45,32 53,00 8,14 38,86

Santo Antônio de Jesus 1,47 12,24 86,29 1,81 13,28 84,92 22,30 24,27 53,43 40,53 10,54 48,94

Itapetinga 2,48 37,25 60,26 2,40 26,93 70,67 22,75 26,24 51,02 27,17 16,17 56,66

Valença 7,85 11,61 80,54 12,74 13,26 74,00 36,16 25,27 38,57 35,65 32,25 32,10

Irecê 3,06 8,95 87,99 24,40 9,99 65,62 35,07 18,84 46,09 69,82 2,10 28,08

Guanambi 3,25 10,82 85,93 3,30 12,31 84,38 12,04 41,44 46,52 28,94 17,89 53,17

Luís Eduardo Magalhães 13,86 22,24 63,90

Senhor do Bonfm 1,89 13,17 84,94 1,96 10,31 87,73 12,53 35,67 51,80 10,51 21,32 68,17

Cruz das Almas 4,38 11,77 83,85 4,38 12,67 82,95 11,44 29,12 59,44 31,00 22,45 46,55

Itamaraju 30,14 9,05 60,80 17,89 10,24 71,87 50,21 13,96 35,84 40,23 6,54 53,22

Itaberaba 15,44 9,07 75,49 10,82 12,04 77,15 20,08 21,21 58,71 13,00 15,90 71,10

Jacobina 5,60 22,11 72,29 5,62 9,91 84,47 23,93 25,95 50,12 42,09 7,25 50,66

Serrinha 3,00 17,21 79,79 3,32 20,42 76,26 16,12 35,62 48,25 25,04 14,08 60,88

Brumado 2,78 32,27 64,95 2,43 27,71 69,85 6,93 47,63 45,45 11,54 52,93 35,53

Bom Jesus da Lapa 19,07 9,02 71,91 18,75 10,53 70,72 30,76 15,35 53,90 31,79 16,44 51,77

Ipiaú 4,61 21,63 73,76 5,72 11,21 83,07 51,79 8,60 39,61 44,09 8,81 47,10

Fot: isttuto Brslro d Gogr esttístc (2012b); isttuto d Psqus ecoômc aplcd (2012).

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

nos últmos dz os, quto dusors cotroldors ds tvdds trcárs ms

mportts dos sus trrtros d dtdd6 ou d sus cotxtos mcrorrgos, s cd-

ds méds, prcplmt s mors, pssrm trr ovs ots d cptl, sobrtudocomrcl cro, qu drm um ov cojutur às sus dâmcs coômcs.

Todos sss ddos sobr spctos dmográcos d produção coômc, cotudo, ão

rprstrão muto, o plo lítco, s ão or cosdrdo qu própr polítc d

rtculção do trrtro brslro z com qu houvss um ov fudz s rlçõs tr

os spços dcorru mor crculção d mrcdors, cptl , sobrmr, trblh-

dors. Portto, rgão d fuc dsss cdds méds vrcou-s qu mobldd

do trblho o otr ão rstrt os dslocmtos pr os grds ctros urbos

brslros, sdo rgão Sudst o prcpl oco, d qu, m dtrmdos csos, o

uxo tmbém th s dslocdo pr Slvdor.

Ou sj, msmo pr lgums cdds méds, mlhrs d cmposs pssrm

mgrr, mormt prtr d 1960, clmt, porqu orm xproprdos d sus

trrs, o qu xplc, prclmt, os ddos mcodos Tbl 3. isso ocorru m

ução d trs procssos potdos lhurs (SanTOS, J., 2009b): usc d polítcs

qu grtssm prmc do homm o cmpo; mczção/modrzção d

grcultur; príodos d crs tvdd grícol. esss lmtos crrm s pos

sbldds pr su xpsão urb, pos, quto ctros rgos d comdo,

s codçõs ds orm dsgds pr susttr rproduzr o modo d produção

cptlst – mão d obr brt dspoívl –, m vço pr o spço ordsto,prtculrmt o bo.

a prtr d décd d 1970, com crção d város dstrtos, tvdd dustrl tmbém s

tscou m lgums dsss cdds tv fuc dâmc dmográc, d qu

th sdo mor qu os stors trcáros gráros, mor prt dls. Todv, m csos

potus, como itptg, o mpcto o rprsttvo sgcou mudçs prouds,

smpr ssocds o ortlcmto do comérco dos srvços.

nss msm décd, porém, houv mpltção d ovs tvdds coômcs sso-

cds o stor prmáro, bm como vultosos rcursos cros pr qu ss stor s

xpdss, como os csos d Brrrs, Vtr d Coqust Juzro. esss rcursos,

trtto, trouxrm prouds trsormçõs o modo como s produz sss

mucípos, sobrtudo s árs rurs crcuvzhs. O xodo rurl borddo cm

pot lt d polítcs d prmc do cmpos por prt do govro, qu, o

vés d cotrbur pr qu o pquo produtor prmcss o cmpo, crou polítcs

qu, m vrdd, os xpulsrm dos sus lugrs d orgm trrmlhs s codçõs

6 Dlmtção dotd plo Govro do stdo d Bh, prtr d 2007, cuj dscussão trc ão z prt dostrsss dst txto. Fo usdo ps como rcurso d loclzção trrtorl. Cotudo, é udmtl lmbrr qu dlmtção tror, domd rgão coômc, tmbém o mpost plo estdo , portto, ão é turl,

m stá st d crítcs; l, qulqur rcort rgol mplc o mprdmto d podr.

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P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

cocrts d vd zo rurl, poss d trr. Como dcorrc, város torrms

mão d obr sslrd, um spcto bstt dscutdo por S. Souz (2008), pr o cso

d Vtr d Coqust.

S, tr 1960 1980, houv um tso procsso d mgrção d rgão nordst pr

rgão Sudst, s últms décds sso ão é ms prvlt. Cocomttmt à

mgrção d pssos pr últm rgão, há um movmto d rtoro, pos, como s

codçõs d vd torms ms guds, msmo m tgs árs produtors, como

São Pulo, c à prpr crs struturl do cptlsmo, mutos ão cosgum trb

lho cm dsmprgdos. Por st rzão, dslocm-s, costtmt, m busc

d su sobrvvc, sj s árs mdts sus rgõs d orgm, sobrtudo

s cdds méds polrzdors, sj pr os ctros produtvos, prcplmt ds

rgõs Sudst CtroOst.

Flmt, qulqur ltur sobr o procsso d urbzção su rlção com

produção ds cdds méds prcs tr como rsslv lgo qu já o sltdo, qu

é cssdd d suprr um vsão mccst qu sst m xplcr produção

dos spços urbos por mo d lmtos mrmt téccos. além d cogurr

o qu Gottdr (1997) du como dtrmsmo tcolgco, tds qu sso

tmbém produz um tchsmo d técc, qu, problmtcmt, vrt tod

ordm d xplcção do ômo urbo (SanTOS, J., 2010). Portto, s rodovs,

por s msms, ão podm xplcr o crscmto dsss cdds, porqu, cso cotrá

ro, srão dscosdrdos os lmtos muto ms rlvts pr dscussão qusão própr ssc d xstc d ts rodovs, quldd d mtrldd

purmt técc. Por ms qu sj mportt s cosdr qu, quto produto

dss ov dâmc coômc, mpltção ds rodovs drs stdus lt

rou s rlçõs tcds o âmbto trurbo, log d pcs xplctvs, sss

s podm sr cosdrds quto rsultts d um ordm socl ms mpl qu

lucou urbzção o stdo.

nsss trmos, tdr produção do spço s cdds méds bs, o qu clu

s sus próprs xpsõs trrtors urbs, mplc dsvdr os xos do própro

vço mdurcmto ds rlçõs cptlst o Brsl, como já dto, rtculdos omovmto do mudo cotmporâo. Dtr várs outrs uçs, comprd-s qu

sso ocorru plos sguts tors: cssdd d rtculção do trrtro brslro,

qu mtrlzou s rodovs drs stdus Bh costtuu um ov lgc

urb o stdo; s çõs do estdo, gt qu s ustou promoção d polítcs

pr grtr prmc do homm o cmpo, d modo dgo, o qu ortlcu o

xodo rurl urbo, o ldo, cocomttmt, d sus polítcs qu tmbém pro

movrm ctrlzção d tvdds trcárs sss cdds trírm os mgrts;

o cmto hbtcol promovdo plo Bco ncol d Hbtção (BnH) plo

Sstm Fcro Hbtcol (SFH), qu cocdu cptl cssáro pr “lmtr”

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

o stor mobláro; pult vlorzção ds trrs urbs, qu, m stdos dvrsos,

tto ortou o crscmto dsgul ds cdds covrsão d trr rurl m urb

como dcultou o csso dos pobrs à mord, vorcu o procsso d ocupção ddvrsos “spços vzos” ormção d árs prércs populrs; xpsão do

cptl “trcáro” (comrcl lgdo os srvços), cro mobláro, qu, os últmos

os, ortlcrm s sus dâmcs.

atulmt, o cotúdo d urbzção o proudmt modcdo, como orm trs

ormds s prprs struturs rlçõs ds/s cdds méds bs. não obstt,

s sus rtculçõs com outrs cdds são gdrds, justmt, por rlçõs m rd

qu vão lém do âmbto íscotrrtorl (o stdo d suprr), sm qu, cssrmt,

o lm, pos s rlçõs urbs d são ortmt costtuíds por rlçõs trrtors

cotígus. Portto, podrs qu é prcso dsvdr o cr d rlção tr cptl trblho o dbt sobr produção ds cdds méds d Bh, psdo o qu Mészáros

(2009) potu como sml o dbt sobr o cptlsmo cotmporâo: dlétc tr

produção cosumo, produção crculção, produção dstrbução.

eSTaDO e COnSTiTUiÇÃO DaS CiDaDeS MÉDiaS BaianaS

Pr lsr os tors qu orm dtrmts zrm com qu lgums árs urb

s s cosoldssm como cdds méds, sts rlxõs srá susttd um ts:

d qu s çõs do estdo, o âmbto ds sus trs srs d podr, cocomtt às

polítcs d dsctrlzção cmpds plos sus pljdors, tvrm ppl crucl

ss qustão. isso ão qur dzr qu outros lmtos ão stão sdo cosdrdos; o

qu s qur é dr o dstqu dvdo ss gt, porqu, m grl, sus çõs ão são

cosdrds dqudmt por lgus psqusdors áls d cosoldção ds

cdds méds, prtculrmt s bs. nss stdo, é udmtl dstcr qu

dus çõs do govro drl orm sms pr qu ossm cds s bss pr

dcção do procsso d costtução dos sus ppés d trmdção, d qu, o

cotxto d sus surgmtos, ts qustõs ão ossm dscutds. assm, dvs lm

brr d crção do SFH do BnH, o qu tg às polítcs d hbtção; ds propostsvculds os PnDs i ii.

Sobr os prmros, dstcs qu crção dsss strumtos o um to obsrvávl m

âmbto col, como cosquc d polítc col d hbtção, dcrtd pl l

drl qu sttu corrção motár os cotrtos mobláros d trss socl, o sstm

cro pr qusção d cs prpr, crou o BnH, s Socdds d Crédto imobláro,

s Ltrs imoblárs o Srvço Fdrl d Hbtção Urbsmo (BRaSiL, 1964).

Sgudo Szubrt (1979), o SFH th como objtvo básco promovr costrução qusção

d cs prpr, spclmt pr s xs d mors rds. no tto, cou xplct-

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 a ções do estado e o P aPel das Cidades Médias b aianas nos Planos da urbanização C aPitalista 

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

mt stblcdo qu promoção xcução d projtos d costrução d hbtçõs

srm rsrvds o stor prvdo, cbdo o stor públco tur ps lborção dos

projtos locção dos rcursos. ao BnH, rgão ctrl d cotrol do SFH, cbrmuçõs d turz prdomtmt ormtv cr.

Dss orm, sttucolzous covrsão d hbtção, jutmt com mord pr

s clsss populrs, m um mrcdor d trsst vlor comrcl sr proprd

pl ctv prvd, com o propsto d sr covrtd m cptl. ao estdo coub, tão,

o ppl d lborr os projtos d hbtção populr. a mord, portto, prcplmt

pr sss cmds populrs, qu ão dspuhm d rd ststr, o srd ss

lógc dxou d sr psd como um cssdd básc pr torr-s omto à

ctv prvd, cuj prspctv r, prmrmt, obtção d lucros, msmo qu os

rsultdos ão thm sdo smpr os sprdos o toct o rtoro do vstmto pr populção pobr; ou sj, m várs outrs cdds bs ão hvr xpsão urb,

dcorrt d progrms hbtcos ou polítcs d costrução moblár, sm crção

dsss dos strumtos: o BnH o SFH.

É sscl comprdr qu o ortlcmto ds cdds méds, o Brsl, tmbém ão

s du lho um outr polítc sttl, pos stá xplícto, os PnDs i ii Polítc

ncol d Dsvolvmto Urbo, cssdd d crr strtégs d pljmto

qu vblzm progrms d dsctrlzção ds uçõs dos ppés mtropoltos,

mormt ds tvdds públcs, pr cdds d mors ports (BRaSiL, 1971, 1974,

1975); ou sj, trtou-s d um projto polítco bm rquttdo, qu fucou qus todosos stdos brslros, clusv com lto cmto do Bco Mudl, como lsm

Stbrgr Bru (2001).

no cso bo, s rprcussõs dsss çõs do govro drl tvrm proudos “rbtm-

tos”. em 1972, o Govro do stdo solctou do Dprtmto d Gogr d Uvrsdd

Fdrl d Bh (UFBa) um projto, qu o coorddo plos prossors Sylvo Bdr

d Mlo Slv Dourcy Sors (BaHia, 1973b), cujos rsultdos culmrm, clmt,

m um ov propost d rgolzção pr o stdo (BaHia, 1973). Todv, lém dsso,

os rsultdos tmbém covrgm pr dsctrlzção d lgus srvços públcos, qu

stvm ssz coctrdos m Slvdor, zrm com qu ossm trsrdos storscomo Drtor Rgol d Súd (Drs), Drtor Rgol d educção (Drc) o Dpr-

tmto estdul d Trâsto (Dtr) pr lgums cdds loclzds or d cptl. isso é

posto, por ms qu, m 1966, o Govro do stdo já tvss promulgdo um l qu crou

lgums rgõs dmstrtvs (BaHia, 1966).

nss bojo, várs cdds qu hoj são cosdrds méds o stdo d Bh, m ução

d crtéros udmtdos Tor ds Locldds Ctrs, propost por Wltr Chrstllr,

qu são bs dos studos dsvolvdos plos suprmcodos prossors, pssrm

rcbr, prtr d mtd d décd d 1970, podrs xcutvos d rgãos dmstrtvos

do stdo, como Drs (BaHia, 1973b), Drc (BaHia, 1972) o Dtr (BaHia, 1978 ).

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

etrtto, s décds d 1970 1980, outrs mportts çõs do Govro do stdo

crrm s uvrsdds stdus (BaHia, 1980, 1983, 1991; BRaSiL, 1974b). esss, somds

às trors strtégs d dsctrlzção promovds por ss gt, mpulsorm ctrldd xrcd por sss cdds , pultmt, cosoldrm-s quto méds.

Com o pssr dos os, prcplmt ps décd d 1990, outros rgãos, tto d sr

stdul quto drl, como Frus, Drtors Rgos d Trblho, ovs uvrsdds

drs, os tgos Ctro Fdrs d educção Tcolgc (Ct) – os tus isttutos

Fdrs d Bh (iFBa) isttutos Fdrs Bos (iFBo) –, Rct Fdrl, Trbul

Rgol eltorl Trbul Rgol do Trblho, tmbém ucrm ss ppl.

Flmt, o qu tg o stor trcáro, ão podm sr squcds s dms tvdds

lgds à súd à ducção, sjm ls públcs ou prvds, qu, m ução, rspctv

mt, ds polítcs drs d dsctrlzção dos srvços d súd7 ds mudçs pro-vocds pl L d Drtrzs Bss8, ortlcrm s cdds méds brslrs com vrbs

públcs, qu, por su vz, promovrm mplção dsss tvdds. isso é rgumtdo,

mbor th ocorrdo m cocomtâc qustomtos sobr quldd dos srvços

orcdos, sobrtudo, à populção ms pobr, bm como à jção d vrbs do estdo à

ctv prvd, m dtrmto dos stblcmtos públcos. ad ss âmbto, tmbém

dvm sr rssltds sttuçõs prvds d so supror, pos sss, msmo m mor

xprssão, s comprds às públcs, são qupmtos qu struturrm o ppl dsss

cdds méds bs rd urb, mormt, m sus prspctvs rgos.

Portto, qulqur áls qu prz pl dscussão sobr s cdds méds, o stdo dpsr sus ppés rd urb, ão pod dscosdrr qu orm s çõs do estdo,

m ução d dvrsos trsss lcrçds por polítcs dotds plos pljdors, qu

drm um ort susttção pr qu ss lgc oss rgd. adms, o com bs sss

prssupostos s dcorrcs dsss çõs qu, durt tod décd d 2000, ovos

compots pssrm ucr dâmc d su urbzção crrm codçõs

strtégs pr trr ovos uxos d cpts vstmtos pr cdd, o psso qu

possbltrm mpltção d mprss, cujs scls do cptl ão s lmtm às brrrs do

mucípo, do stdo ou msmo do pís, spctos qu srão dscutdos prxm sção.

Tods sss çõs govrmts, lds outros spctos mcodos st txto, cos-ttuírm um ov cogurção rd urb b rdrm produção ds cdds

méds, o qu z com qu ts spços s torssm os tus ocos d locção d cptl

mobláro, trcáro, gráro, dustrl cro o stdo, sm qu, cssrmt, os

trsss cptlsts dxssm d tur tmbém m Slvdor, como potdo por J. Stos

(2008). É ss bojo qu, pari passu à cosoldção dos ctros trmdáros costtuídos

d tr os os d 1960 1970, como Fr d St, Vtr d Coqust, itbu

Juzro, s dus últms décds, ovs cdds ortlcrm-s pr dsmphr ppés

7 artgo 7º, Prágro iX lí “” d L drl .º 8.080 (BRaSiL, 1990).

8 artgo 11º d L .º 9.394 (BRaSiL, 1996).

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 a ções do estado e o P aPel das Cidades Médias b aianas nos Planos da urbanização C aPitalista 

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

d trmdção (Fgur 2). etrtto, s com bs o dsvolvmto d ovs psquss

é qu s podrá chgr, o uturo, um coclusão ms cocrt clr sobr vrcdd

do to d sss ovs árs urbs podrm sr psds como méds ou, dotdo otrmo usdo por M. Stos (2005), como “cdds rgos”.

igura 2População da cidade, por cidades médias – Bahia – 2010

Fot: iBGe, Cso Dmográco, 2010. Bs Crtográc: Dt, Mp Rodováro d Bh, 2001. escl: 1:1.700.000.elborção: Jo Stos.apoo: Fpsb, Usb.

CiDaDeS MÉDiaS BaianaS nOS PLanOS Da URBaniZaÇÃO CaPiTaLiSTa

a prtr d décd d 2000, sobrmr, obsrvou-s, s cdds méds bs, stl-

ção d ovos stblcmtos comrcs d srvços, bm como d mprss ssocds

outros rmos d coom vculds um cptl qu ão stá ms rstrto à scl locl.

est qustão xg um rxão ms cosubstcd, porqu s trt d um composção

hodr d/ urbzção, qu uc sus ppés rd urb, pr trr grupos

cptlsts cotmporâos pr spços or d cptl b. no qu tg à composção

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

do cptl qu sustt ts grupos, msmo qu, m prvlc, ão stjm mlgmdos

o cptl cro, pultmt, tl vículo pss sr ortlcdo costtu dâmcs

drcds sss spços urbos.

Coorm sltdo lhurs (SanTOS, J., 2008), trcolzção do cptl rlcodo

o stor trcáro o produto d lçs ts tr ss o cptl cro. a prtr d

décd d 1990, vrcous um umto dss procsso o Brsl, pos um úmro mor

d mprss, qu comrclzrm sus çõs s bolss d vlors, pssou sr dqurdo

cotroldo por corporçõs trcos, como os grupos Wlmrt Crrour. as dâmcs

obsrvds m cdds como Vtr d Coqust, Fr d St, itbu, dtr outrs,

dcm qu s xprmt um príodo mrcdo pl oligopolização do capital comercial ,

pos lgus grupos, tulmt, cotrolm bo prt do mrcdo.

ao s stlr m drts spços dsss cdds méds, ts mprss modcm o vlor

grgdo à trr urb ltrm lgc d su ctrldd o âmbto rgol. Coco

mttmt, tdm lvr à bcrrot um mríd d pquos mprsáros, sj

porqu s mors mprss dspõm d sstms d cocssão d crédto logo przo,

qus smpr vculdos lvds txs d juros, sj porqu rproduzm ão s o cptl

comrcl, ms, gulmt, o cptl cro, já qu sss stão rtculds tto o

cotrol coáro quto s prprs trsçõs comrcs.

É por sso qu, m ução do prpro mdurcmto ds rlçõs cptlsts m crts

árs d Bh, bm como dos trsss ds mprss m brr ovs rts qu vsm

mplr mrgm sr dos sus lucros, hj vst s codçõs scs qu o stdo vm

orcdo mpl mão d obr brt, s últms décds, ts cdds méds pssrm

sr ocos d trção d um cptl comrcl, dustrl, mobláro cro qu, como

mcodo, é xtror às srs locl stdul.

além dos suprmcodos dstcdos srvços públcos prvdos, surgrm mportts

mprss comrcs sss cdds, qu tmbém cotrbum pr rdção do su ppl

d trmdção, qu s drcm ssz dqul lgc qu mprou té décd d 1980

cosoldou s bss cssárs pr qu ss procsso ocorrss. Pods dstcr, dtr

sss, mpltção d ovos shoppings centers, todos ugurdos prtr d mtd d

décd d 1990, com bs os ddos d J. Stos (2008, 2009b). ess utor pot s mpl

cçõs d ts mprdmtos pr dâmc dsss cdds rvl o ortlcmto

ds sus ctrldds urbs, mormt os cotxtos rgos m qu stão srdos,

pos um grd úmro d pssos s, ão s dsss cdds, ms tmbém dos mucípos

crcuvzhos, pr cosumr sss vrddros “tmplos” (Fgur 3). Por outro ldo, o

âmbto d struturção tr dsss qupmtos, rqus como Bob’s, Mc Dold, Lojs

amrcs, Subwy tc., tmbém mtrlzm ss ov s d urbzção b.

n sr ds grds mprss d utossrvços, os studos rlzdos tmbém corroborm

ss lgc tul, o slzr qu mpltção d ovs lojs do Hpr Bom Prço do Mxx

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P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

atcdos, qu zm prt do Wlmrt; do atcdão, prtct o Grupo Crrour; do

GBrbos, hoj prtct o Grupo Chlo Ccosud9, ltrrm s dâmcs trs

xtrs ds cdds méds (Fgur 4).

Várs cds d lojs vrjsts, hoj, stão stlds sss cdds. Por xmplo, s qudomm o stor d ltrodoméstcos, como Lojs isut, Rcrdo eltro, Css Bh,

eltroso Lojs Ms10, dotm strtég d mpltr s sus ls m árs trcárs

cosoldds torm sml busc por spços qu prstm ltos fuxos (Fgur 5). Por

outro ldo, dltcmt, sss cds lojsts tmbém rorçm ctrldd xrcd

ltrm dâmc tr ds cdds, rspctvmt, sj porqu crm um cogurção

drcd dsposção dos tgos ovos spços ctrs, sj porqu umtm o

prço d trr urb dos lugués pgos plos spços trcáros.

9 iormçõs coltds juto o bco d ddos do Grupo d Psqus Urbzção Produção d Cdds Bh.

10 idm.

igura 3Presença de shopping center, segundo o padrão Abrasce, por cidades médias – Bahia – 2012

Fot: Sts ds mprss, 2012. Bs Crtográc: Dt, Mp Rodováro d Bh, 2001. escl: 1:1.700.000.elborção: Jo Stos.apoo: Fpsb, Usb.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

igura 4Lojas de autosserviços pertencentes às redes de capital suprarregional por cidades médiasBahia – 2012

Fot: Sts ds mprss, 2012. Bs Crtográc: Dt, Mp Rodováro d Bh, 2001. escl: 1:1.700.000.elborção: Jo Stos.apoo: Fpsb, Usb.

nss prspctv, ts grupos, qu ão podm sr rduzdos xclusvmt os qu orm

suprctdos, rlcoms com os gts mlgmdos o stor mobláro sss, cd vz

ms, vstm d modo mcço costrução cvl; lás, trts d um stor cujo compot

do cptl, pultmt, stá sdo cotroldo por grupos cros qu ão s vculm,

cssrmt, à sr locl ou stdul, sobrtudo, s or lsd orgm dos cmtos

qu susttm sus mprdmtos. Por ms qu ão s th trss d dscutr strutu

rção tr dsss cdds st txto, obsrvs qu o csso à mord, d modo crsct,

pss ão sr rqudo pr s cmds ms pobrs, porqu o crdo um comsurávl

tgívl procsso d vlorzção, sob btut do cotrol/mooplo ds trrs urbs, qu

utr s xpcttvs dos grupos grcdors dos mprdmtos mobláros.

D qulqur orm, todos os potmtos mcodos té o momto coduzmos o

oco dsss rxõs, qu é dsvlr o qu procurm s mprss qu, s últms décds,

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 a ções do estado e o P aPel das Cidades Médias b aianas nos Planos da urbanização C aPitalista 

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

stlrm-s s cdds méds ltrrm sus dâmcs. Logo d íco, há qu s cosdrr

qu ss lgc ão é spcíc, tão pouco xclusv d um ou d outr, pos ocorrm ômos

smlrs m qus tods s cdds d médo port Bh, o qu dc um procsso ms

mplo qu ão s xplc, xclusvmt, plo qu ocorr o âmbto trurbo.

a prcípo, um qustomto pod judr s rfxõs: s, dsd décd d 1980, sss

cdds, prcplmt s mors, já prstvm pdrõs dmográcos dmds

solvávs prxmos às vrcds m cdds méds ds rgõs Sul Sudst do pís, d

qu rsrvds s dvds proporçõs, por qu ss dâmc ão ocorru m príodos

trors? Ou sj, por qu ss trss s ocorru, ssclmt, prtr dos últmos 20

os? advrt-s qu, m prvlc, ts trsormçõs ão orm m são dcorrts

d “votd”, dos “trsss” ou ds “çõs” d lgus grupos locs, d qu sss dvm

sr cosdrdos o plo lítco.

igura 5Lojas de eletrodomésticos pertencentes às redes de capital suprarregional, por cidades médiasBahia – 2012

Fot: Sts ds mprss, 2012. Bs Crtográc: Dt, Mp Rodováro d Bh, 2001. escl: 1:1.700.000.elborção: Jo Stos.apoo: Fpsb, Usb.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

as ltrçõs o cptlsmo s strtégs dotds pr umtr xtrção dos lucros

prcsvm corporr às sus srs d domío (árs colozds) ovos spços qu

vblzssm crculção , mormt, o cosumo ds mrcdors produzds por ssov s do sstm ( d d mrcdor dv volvr dvrsos produtos, mtrs ão

mtrs). Fo ss bojo qu s cdds méds ordsts, como outrs loclzds m

árs qu outror ão trssvm à mpltção d ts mprss, costtuírms como

os ovos ocos d sus strtgms loccos. Tudo sso sgcou, cocomttmt,

mplção dos spços dstdos à rlzção d ms-vl, ou sj, tscção d ovos

cmpos pr dstrbução crculção, bm como grt do cosumo, cuj bs é

rprodução mpld dos produtos grdos pl obsolscc, sj ss imanente, vculd

à suprção técc d um produto; urdida, pljd ou progrmd pr cotcr um

dtrmdo trrgo d tmpo; ou ilusória, qu smul o m d vd útl d um produto,msmo qu d sj prtmt ucol.

nss stdo, o psr o cotxto d urbzção cotmporâ, o qul cdds

méds bs stão srds, s ds d Stos Slvr (2001, p. 264) sobr os spços

qu mdm os spços qu obdcm corroborm o qu s td, o sugrrm qu

“... s dcsõs, s ords tc. são sltvmt stlds, tods s tps do procsso

produtvo, mor prt do spço col, dpdm dsss sumos téccos polít

cos”. Os utors d rgumtm qu o lugr (ss trmo, pods psr s cdds

méds) “ ... m s msmo , ão possu orç hum d comdo”, todv, ão dxm d

cosdrr qu “... o xrcíco do podr rgultro por mprss plo podr públco ão

é dpdt do sstm d ghrs do sstm ormtvo prsts m cd lugr”

(SanTOS; SiLVeiRa, 2001, p. 265).

Ou sj, lgc qu stá prst, hodrmt, cdd é um produto drto d trs-

ss, comdos dsmdos qu stão vculdos outrs scls do cptl, d qu, o

âmbto do lugr, sj udmtl hvr quscc d lgus gts, prcplmt,

os qu são prvlgdos/bcdos com tl grgm, pr produzr rproduzr os

strtgms rquttdos urddos plo cptlsmo cotmporâo. S ssm ão oss, ts

mudçs ão trm ocorrdo, ps, s últms dus décds já srm vsívs dsd

décd d 1980 s prcps cdds méds bs. Todv, msmo qu ão possum ss

comdo do cptl globl, qu o stldo s últms décds m su spço trurbo,

sso ão é um rqusto pr gr cpcdd qu s cdds méds bs dqurrm

m rtculrs outros ctros d cotrol xrcr um ort ctrldd, por vzs, sm

strm vculds ou dpdts dos dtms orudos d Slvdor; ou sj, é lgo qu

xtrpol o âmbto d sus rgõs ms mdts. alás, prsç dsss mprss é um

dcdor mportt pr lsr, o cso d Bh, s ovs árs urbs qu xrcm

ou ão ppés d trmdção.

artculdo o trss dquls qu comdm sr d produção, dstrbução, crcul

ção cosumo ds mrcdors (mtrs ão mtrs) th qu hvr o mpho, por

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P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

prt do podr públco, os plos mucpl, stdul drl, pr grtr rstrutur,

cmto marketing dqudos sss cdds méds, pr qu trção d ts

vstmtos oss ão só stmuld, ms tvd. Por sso, obsrv-s qu qulqurpsmto qu stvss udmtdo m proposts d pljmto logo przo

tv qu sr suprdo pssou prvlcr, o âmbto d dmstrção públc, lgc

d gstão rducost, qu rvrbr d d qu cdd prcs “dr lucro”.

É xtmt por sso qu, sss cdds méds, torms vsívs lgus spctos: na órbita

do poder municipal, ão há mcsmos qu cotrolm s çõs scrupuloss dos grupos mo-

bláros, o cotráro, sss, m grl, possum quscc do podr públco , m mor, os

vstmtos ds prturs orm drcodos pr grtr rstrutur mím cssár

à udz do cptl; nas órbitas dos governos estadual e ederal  tmbém orm mprscdívs

vstmtos m rstrutur, bm como subsídos (muts vzs sob orm d sçõs dmpostos, qu s covrtrm m vrddrs gurrs scs) rcursos cros pr tgr

ts objtvos; ou sj, o dhro públco o drtmt jtdo m ctvs prvds, com

o estdo tordos o lcrc sml pr rprodução do cptl.

Pari passu à sturção dss ov ordm m ts cdds, os dscursos rvrbrdos plos

“rutos do dsvolvmto” pssm sr corpordos às ls xtríds do sso comum,

msmo dquls qu são ms pobrs qu, d um modo ou d outro, ão usurum do

“progrsso”. nss stdo, drt do qu propõ M. Souz (2001), ss projto d ds

volvmto ão gr justiça social  qualidade de vida, té porqu ão s rorç autonomia

individual e coletiva, m s costró um projto polítco m qu todos stjm tv rlmt clusos.

Por outro ldo, sss cdds méds, prdms d vst s procupçõs os cuddos:

com o crscmto urbo xcrbdo, como s o to d um cdd crscr dmogr

cmt oss sômo d postvdd, d dsvolvmto; com os trvs dcorrts

d lt d rstrutur urb, mormt pr populção ms pobr; , sobrmr,

com s qudds socs, já qu, s últms décds, o psso qu os dcdors coô

mcos publczdos plo podr públco mucpl rvlm crts “mlhors” “coqusts”,

s dsprdds tr s clsss tmbém pssrm sr bm ms vsívs, d qu ão

sjm objtos d msm publcdd.

COnSiDeRaÇÕeS FinaiS

ao lsr, d qu d orm brv sob um ovo olhr, o procsso d costtução

d cosoldção ds cdds méds bs, rxão qu dv sr rmtd pr lém dos

spctos mrmt dmográcos ucos, qustõs orm lvtds, pr provocr

o ltor rpsr trjtr ds sus produçõs, bm como d rtculção qu ts cdds

gdrm com outros spços (urbos ou ão) qu xrcm xos drcdos rd

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

urb. O poto d prtd é dxr clro qu, do msmo modo qu produção do spço

mprd hstr/procsso, s um dscussão sobr hstr pod dsvlr s uçs

qu vorcrm o stblcmto dss ppl.

no qu tg às polítcs d pljmto pr s cdds méds brslrs, o mos como

chmrz polítco, rorç-s qu sss tvrm ppl crucl pr cosoldção d tl lgc.

isso mplc qu é ctgrc cssdd d, o cosdrr s ltrçõs qu ocorrm os

spços, rtculr sso, como podrdo lhurs (SanTOS, J., 2010), às dstts scls d

rlçõs. Um ltur do PnD i ii, bm como ds proposts polítcs d pljmto,

ss msm drção, colborm ssz pr um prsão ms mpl sobr o tm.

Por ms qu sj um compot mportt, ts d qu o o “dsvolvmto” ds

tvdds prmárs, mor dos csos, o grd propulsor d ução qu ts cddsxrcm cotmpormt ão s sustt, té porqu os ddos provm qu, dsd

décd d 1970, tto mor prt d produção dos mucps já stv lgd o stor

trcáro, como grd prcl dos trblhdors ss stor tmbém s trlv. isso ão

qur dzr qu produção prmár ão possu dvd rlvâc o procsso – sso sr

um vsão tch –, ms qu, por s s, ss ão rt, o mos drtmt, o xrcíco

d ctrldd d um cdd méd.

Outr d qu prcs sr suprd é o to d dpostr s rodovs um pso mcço o

“dsvolvmto” ds cdds méds. armr sso é corrr o dtrmsmo tcolgco

prdr d vst dmsõs muto ms mpls qu xplcm s mudçs qu ocorrrm

s últms décds, como cssdd d rtculção do trrtro brslro, s çõs do

estdo, crção do BnH do SFH, os trsss do stor mobláro vlorzção ds trrs,

os lmts o csso dos pobrs à mord , m cotxtos drts, os mdos dsmdos

do cptl “trcáro”, gráro, dustrl cro.

no qu tg sopsr s çõs do estdo, pos ts d qu o ss gt qul

d mor uc cogurção do ppl xrcdo pls cdds méds bs. assm,

sm comprdr s polítcs drs, sobrtudo s vculds o PnD i ii, à crção do

BnH do SFH, os plos d dsctrlzção propostos plo govro stdul, qu tvrm o

poo d város pljdors, tvção dsss por mo d ls dcrtos, c bstruso

scrutr tod ss grgm. etrtto, é udmtl sltr qu ão s pod solr

ou squcr s çõs gdrds plo podr públco mucpl, qu, o âmbto d cdd,

m grl, grc /ou mtrlz bo prt dss pljmto.

Outrossm, sr cogrut dscosdrr os trsss dos grupos mobláros, do cptl

vculdo os stors grícol dustrl, bm como os dtms do cptl comrcl ss

cotxto. Dss modo, d qu th sdo ddo dstqu pr o estdo o bojo d co

soldção d sus ppés d trmdção, sm rtr sobr os mphos dsvolvdos

por sss sujtos/grupos/gts, qu compõm o qu Corr (2007) domou d lt

mprddor, crtmt, qulqur rxão torrsá complt dscox.

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P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

O dbt sobr o cotxto d urbzção cotmporâ , ss lgc, o ppl qu s

cdds méds xrcm, rorç d d qu é um prâmtro cocpção d qu sss

xrcm uçõs como ctros rgos rd urb, o qu corpor spctos dmográcos, stução, ro d ção gru d spclzção dos srvços tvdds produtvs,

lém d tr cpcdd d rtculr-s os ctros d dcsõs sm, cssrmt,

dpdr d Slvdor – mtrópol rgol –, cuj ordm “hrárquc” é supror, o qu

vç cosdrvlmt o dbt proposto por Chrstllr (1966).

Todv, outros lmtos podm sr cosdrdos torm-s vrávs rprsttvs

pr dscussão sobr o tm. Msmo qu cdd ão s prst como um dos lcus d

dcsõs do comdo do cptl globl, qu são lmtos rlvts srm psdos

mlhor vstgdos, prsç o pulto umto do úmro d mprss, cuj orgm

do cptl stá rlcod às scls col globl, são mportts dcdors prdtcr quls qu, o cso d Bh, xrcm ss ução d trmdção.

aldo ss qustão, qu tmbém vdc mudçs o cotúdo d urbzção, outro

spcto s psr é o procsso d rstruturção urb d cdd. Msmo ão tdo

sdo borddo, osso vr, ltur sobr os mpctos ds lógcs dscutds st txto

tors um tor qu pod ducr tto prsç d ovos cotúdos o procsso d

produção ds cdds méds bs, quto, tvmt, qu ocorrm rs mudçs

strutur urb, sdo ss últm codção sine qua non pr qu rstruturção sj

gdrd.

Flmt, tods sss rgumtçõs potm qu o cr d áls sobr problmátc

ds cdds méds, como potos ods d trmdção rd, é rlção tr o cptl

o trblho, sj o âmbto d ltur sobr mtrldd ds çõs, sj o qu dz rspto

os tos ão mtrs, porqu, com sso, ovs prspctvs pr o dbt sobr costrução

d outro urbo d outr urbzção podm sr brts. além d rpsr os problms

dcorrts do crscmto urbo xcrbdo, d proprção prvd d cdd d usc

d proposts cocrts d suprção ds dsguldds, socdd pod cocrtzr çõs

strtgms qu costtum slzm os rs cmhos pr dcção d um urbo,

cujo drto à cdd à justç socl sjm, tvmt, tôc pr todos.

ReFeRênCiaS

aMORiM FiLHO, O.; SeRRa, R. V. evolução prspctvs do ppl ds cdds méds opljmto urbo rgol. i: anDRaDe, T. a.; SeRRa, R. V. (Org.). Cidades médias brasileiras. Rod Jro: iPea, 2001. p. 134.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

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 a ções do estado e o P aPel das Cidades Médias b aianas nos Planos da urbanização C aPitalista 

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

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CIDADES MÉDIAS BAIANAS: DINÂMICAS,TENDÊNCIAS E SIGNIICADOS

Patricia Chame Dias* 

Francisco Baqueiro Vidal ** 

inTRODUÇÃO

Um rvsão d ltrtur sobr o tm cdds méds rvl qu ão xst cosso coctul sobr ss ctgor. Tl stução, cotudo, ão mplc rmr qu s cdds méds

ão sjm rcohcds como ts, um vz qu é justmt ução qu ls xrcm

m rlção às dms o qu z com qu sjm clsscds como méds ou trmdárs,

qus smpr com bs m um dtrmdo cotxto. noutrs plvrs, smplcdmt,

o qu lhs dá dtdd é o to d s costtuírm m s d rd urb, tudo como

potos d prstção d srvços à su ár d fuc possbltdo, ssm, rtculção

tr ctros urbos mors mors (BRanCO, 2007; CORRêa, 2007). Coorm Sposto

(2007), comprsão ds cdds méds quto um ômo rqur rxão sobr

dâmcs procssos os qus s cotrm volvds, o qu rmt à su prpr co

dção rltv, por vzs trstr.

apsr d xstc d um cocto ms prcso d vdc do crátr crcustcl

ds cdds méds, dus ds sobr ls vm sdo bstt dudds, sj míd,

sj cdm. Um dls z mção o xprssvo crscmto d prtcpção dsss

cdds populção coom cos (anDRaDe; SeRRa, 1999; MOTTa; MaTa 2008;

RiBeiRO; RODRiGUeS, 2011). a outr s rr à mplção trsormção d sus ppés

uçõs, bm como às mudçs s orms d rtculção com s cdds qu lhs são

trbutárs (SPOSiTO, 2007; SPOSiTO t l., 2007).

em rlção à prmr dsss proposçõs, rvst-s o trblho d adrd Srr (1999), oqul, por trmédo do studo d dâmc dmográc dos ctros urbos do pís tr

1950 1991, chgs à coclusão d qu, o subpríodo comprddo tr 1970 1991,

ocorru substcl rvrsão do procsso d polrzção d populção urb brslr,

qul covrg, té 1970, drção ds mtrpols; tmbém d qu, pr vblzção d

* Doutord mstr m Gogr pl Uvrsdd Fdrl d Bh (UFBa). espclst m Polítcs Públcs Gstão Govrmtl do estdo d Bh; psqusdor d Suprtdc d estudos ecoômcos Socs dBh (Sei). [email protected]

** Doutordo m Ccs Socs mstr m admstrção pl Uvrsdd Fdrl d Bh (UFBa). espclstm Polítcs Públcs Gstão Govrmtl do estdo d Bh; psqusdor d Suprtdc d estudos

ecoômcos Socs d Bh (Sei). [email protected]

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

tl rvrsão, o dcsvo o ppl dsmphdo pls cdds méds. Por mo d áls

dos ddos cstáros, os utors vrcrm qu sss cdds, cosdrds como qu

ls com populçõs urbs comprdds tr 50 ml 500 ml hbtts1, cotvm,m 1970, com 19,1% do totl urbo brslro; , m 1991, com sgctvos 33,0% dss

msmo totl. Obsrvrm d, m rlção o últmo subpríodo mcodo, qu sss

cdds orm rsposávs por 49,0% do crmto do cotgt urbo col,

quto qu, pr o subpríodo cl, comprddo tr 1950 1970, ss msmo

tpo d crmto o cosdrvlmt mor, d ordm d 19,0%. etrtto, os pr

pros utors já dvrtm qu bo prt dqul crscmto ms xprssvo dvs às

cdds méds prtcts às rgõs mtropolts d tão, o qu rvl qu oção

d cdd méd por ls mprgd dot como crtéro d slção, prortrmt, o

port populcol.Rrddo ts vlçõs, Mott Mt (2008) – pr qum s cdds méds srm

quls prtcts mucípos cujs populçõs tots stvssm comprdds

tr 100 ml 500 ml hbtts2 –, ps rlzrm álss d um sér d dcdors,

rmm qu, dsd os os 1970, ss ctgor d cdd vm mpldo su rlvâc

coom dâmc dmográc brslrs3. Tl ômo tr sdo rorçdo, ms

rctmt, plos procssos d dscoctrção d produção d populção cos.

al, pr os utors,

[...] os últmos os, s cdds méds orm quls qu pr-

strm tto mor crscmto do PiB quto crscmto populcol ms ctudo. [...] sm mbrgo, s cdds d port

médo tmbém prstrm um crscmto do PiB pr cpt, ou

sj, o crscmto do PiB o um rtmo supror o crscmto d

populção (MOTTa; MaTa, 2008, p. 37).

Por outro ldo, Rbro Rodrgus (2011, p. 1) chmm tção pr qu, ts d s pro

plr tmho crscmto, é prcso dr coctul oprcolmt s ctgors

cidade média metrópole, um vz qu “no bojo dst vsão, vm juto trprtção ds

cdds méds como príso d ov tp do dsvolvmto do cptlsmo brslro,

pos d tão dâmco vrtuoso qu é té s rsst d scssz d orç d trblho”. Prsss utors, rlçd lvção d mportâc ds cdds méds trm por rvlr

mprcsõs quto su dção. assm, pr studr dâmc dsss cdds o Brsl,

os utors dotm como crtéro pr dtcáls, lém do tmho populcol – rl

1 a otávl mpltud dss rcort lvou os utors à sgut cutlos rmç ão: “Crtmt o rrdo strto... rú ctros urbos com dsttos ívs d complxdd m sus struturs produtvs, rqurdo ssm qusubstrtos ossm costruídos m rspto st dvrsdd” (anDRaDe; SeRRa, 1999, p. 19).

2 Mott Mt (2008), optdo pl proposção d polítcs públcs, rmm qu podm sr dotdos como crtéros,lém do tmho populcol, loclzção rlvâc d su ução rd urb.

3 as coclusõs dos utors bsms comprção ds tdcs d crscmto d prtcpção ds cddspor ls dds como méds com s tdcs dquls outrs com ms d 500 ml hbtts. Os rsultdos

obtdos pls prmrs cotrms um ptmr cm dos colhdos pls últms.

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Cidades Médias b aianas: dinâMiCas,tendênCias e signifiCados

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

tvo sds mucps com populçõs d 100 ml 500 ml mordors –, su posção

rd urb. Dss modo, ts cdds ão podm prtcr os spços mtropoltos.

em, o uso dss rcort mtodolgco os coduzu coclusõs muto dstts dqulsduzds tto por adrd Srr (1999) quto por Mott Mt (2008). nss stdo,

postulm qu “ao cotráro do qu s vm propgdo mprs, s cdds méds ão

vm prstdo crscmto dmográco muto supror m comprção com s mtr

pols” (RiBeiRO; RODRiGUeS, 2011, p. 3).

D todo modo, ots qu o udmtl é o cocto. em cd um dsss trblhos orm

dotdos crtéros drcdos pr slção ds cdds méds, porém o port dmográco

sguu sdo o lmto comum cd um dls, or rrdo à populção totl, or o urbo,

or às sds mucps. Tl stução rmt dus qustõs ctrs. a prmr, d crátr

crucl, rrs o to d qu, s o port d populção é msmo bslr pr tdr suçõs ctrldd d um dtrmdo úclo urbo, há tmbém cssdd d

um busc por outros crtéros, m d qu s poss stblcr um cocto oprcol

ms rdo d cdd méd. etd-s qu sso é prtmt possívl, tdo m vst

xstc d város studos os qus s lvtm, o tul cotxto, s spccdds ds

cdds méds. Já sgud dz rspto os ívs d crscmto dsss cdds qudo

comprdos os ds cdds mors, s qus são, o mos o cso brslro, trdcol

mt coctrdors d pssos rquzs.

adms, corrtmt, rlco-s ss dâmc ms ts ds cdds méds às

ovs orms d rprodução do cptl, com dstqu pr s possbldds sjdsplo dsvolvmto ds téccs d dscoctrção d produção. Cotudo, é prcso

lmbrr qu, udmtlmt, o qu ocorr é dsprsão ds struturs produtvs

orms d trblho tlctul rlcods o procsso drto d produção à crculção,

o psso qu o lugr d tomd d dcsõs prmc s mtrpols (SanTOS, 2009).

Dss modo, vdcs “... dssocção trrtorl tr o lugr ds dcsõs (cd vz

ms s mtrpols , sobrtudo, quls qu prtcpm d rd d cdds globs) o

lugr d produção dustrl” (SPOSiTO t l., 2007, p. 43). assm, é sss trmos qu s

cdds méds brslrs xprmtm mudçs su orgzção sóco-spcl

produtv, d modo grl com ltrção mplção d uçõs prtérts , sobrtudo,

com qusção d ovs uçõs rd urb. Dto sso, pods tmbém qustor m

qu mdd sss ovos vtos tm rprcutdo m mlhors tvs s codçõs d

vd d sus mordors.

a d, qu, é buscr rspodr ss outrs qustõs tdo como rrc o stdo d

Bh. Dst modo, o propsto dst trblho é rtr sobr lgus mportts spctos

rlcodos o crscmto dmográco coômco ds cdds méds bs, tdo

m vst, clusv, s cotrdçõs prsts sss procssos, vl dzr, s dsguldds

socs coômcs qu, sss spços, são gdrds ou rorçds. nss stdo,

tor-s prcso, clmt, dtcr qus cdds dss stdo possum ppés d

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

trmdção, o qu s rá por mo d dção d crtéros scolhdos com bs m

lvtmtos trcos sttístcos. Sgu-s um vlção ds tdcs d crscmto

prtcpção dsss cdds, tto do poto d vst dmográco quto coômco,m rlção os os d 1991, 2000 2010, grosso modo com bs os ddos dos csos

dmográcos do Produto itro Bruto (PiB). Dscutms, d, possívs mbrcçõs

tr s rrds tdcs s tvs codçõs d vd d populção, cosdrdo-s,

pr to dss áls spcíc, os ddos do mrcdo d trblho orml. Por m,

rlzms lgums podrçõs grs sobr os ddos, d prspctv dos sgcdos

por ls vdcdos.

iDenTiFiCaÇÃO DaS CiDaDeS MÉDiaS BaianaS

4

a doção do crtéro dmográco como lmto udmtl – qudo ão o úco – pr

dtcção d cdds méds pod rsultr m quívocos coctus , gulmt, d

vlção d su dâmc. Um dls, dstcdo por Sposto (2007), rr-s o uso dstto,

rltvmt comum, ds xprssõs cidade média cidade de porte médio. not-s, porém,

o dstto sgcdo prstdo por cd um dls: cdd méd z rrc à ução

d intermediação, quto cdd d port médo pot pr um d sus crctríst-

cs, qul sj, o tmho d populção, possbltdo o stblcmto d hrrqus

clsscçõs d bs dmográc. no tto, tl obsrvção ão quvl rmr qu

o port populcol ão th mportâc vlção do ppl, clusv d trmdção, d um cdd m rlção às dms. al, s ss dcdor é msmo bslr pr

dção ds cdds méds, d hum mr pod sr trtdo soldmt, como

sltm Rbro Rodrgus (2011), tr outros. Corr (2007), por xmplo, rgumt

qu o port dmográco s uçõs urbs d orgzção do spço trurbo são

crctrístcs qu, combds, prmtm prdr spccdd d cd cdd. Com

prspctv smlr, amorm Flho (2007, p. 73) podr qu “... spctos lgdos às uçõs

d trmdção dtro d rds urbs, ssm como à posção gográc d glomrção

são tão ou ms mportts do qu o tmho dmográco crctrzção ds cdds

méds”. Por m, amorm Flho Rgott (2002, p. 5) crsctm, d orm d ms tx

tv: “... m tod cdd d port médo possu s quldds qu podm zr dl um

cdd ucolmt méd”.

Trtdos do Brsl, pr os os ms rcts, rvls como rzovlmt co

ssul um clsscção ds cdds méds como quls com port populcol

vrdo tr 100 ml 500 ml hbtts, corrobordo, m bo mdd, s ssr

tvs d Corr (2007) amorm Flho (2007) d qu o tmho populcol tm sdo

tomdo como o prcpl prâmtro pr d ção d cdds méds, lgums vzs

sm dvd cosdrção ds sus uçõs tvs rd urb. Prtculrmt

4 nst sção, prstms lgus dos rgumtos já lvtdos por Ds arújo (2010).

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161

Cidades Médias b aianas: dinâMiCas,tendênCias e signifiCados

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

os trblhos dss últmo utor rvlm qu, ão obstt s turs dculdds pr

o trtmto d spccdds ucos m scls d mor mpltud, é possívl

torr ms purd dção d cdds méds. em su vlção, pr dtcá-lsé prcso cosdrr o port d cd um m rlção à méd d rd urb m áls,

bm como vrcr loclzção rlvâc d cd ctro m rlção à rrd

rd (aMORiM FiLHO, 2007). Portto, ão s pod dotr o msmo cort populcol

pr dtcr s cdds méds d drts rgõs brslrs, tdo m vst qu

s pculrdds d cd um dsss rgõs m su procsso d ormção sococo

ômc mplcm drts dâmcs d urbzção, ssm como dstts orms d

dstrbução rtculção dos ctros urbos.

ess tdmto é tmbém comprtlhdo por outros utors, xmplo d Stos

(2005) Souz (2003) qu, mbor com prspctvs dstts, potm pr com-prsão d urbzção do ppl ds cdds m dtrmd scl gográc

ão ps sob prspctv d como s prstm, como tmbém lvdo m

cosdrção o hstórco d su ormção socl coômc, s tvdds qu m

sus spços são rlzds os objtos d qu sts dpdm pr s tvr. Como

ssvr Souz (2003, p. 24),

[...] o sgulr o prtculr dvm sr tddos à luz do qu

é grl (o qu ão sgc, bsolutmt, qu ps o qu

é grl trss: é cssáro, smpr, lsr s vrçõs, s

spccdds s sus cuss, clusv cosdrr os ô-mos sgulrs).

Portto, doção do tmho populcol como um dos crtéros pr dção d cdds

méds ão pod dxr d str rrcd os procssos hstrcosocs qu lvrm à

cosoldção d strutur d rd urb m oco, bm como su prl tul. assm, d

qu xstm mpclhos pr qu s d cot d tods s vrávs dâmcs cssárs à

spccção dquls cdds, tor s álss sobr rldd prmtm lborção

d coctos, m bo mdd oprcos, pr o studo d ctgor cdd méd. O qu

s propõ qu é xtmt sto: com bs ltrtur sobr o tm m lvtmtos

sobr o procsso d urbzção d Bh, procdr um potmto d crtéros qu lvà dtcção d sus cdds méds.

etr s prcps crctrístcs hstrcs d rd urb b, um dls dz rspto

o to d qu ocupção do trrtro stdul o mrcd pl grd prdomâc

d cdds com tmho populcol bstt rduzdo, d um ldo, por somt

um d grds proporçõs, cptl, d outro (SiLVa; SiLVa, 1989). nss stdo,

qulqur áls ms rct, msmo qu suprcl, dos últmos csos dmográcos

bst pr rvlr qu tl stução mtém-s o logo d décds, pos, d qu

xst crt propsão à dmução d prtcpção do grupo d pqus cdds

rt o cojuto stdul, l é d bstt xprssv. em 2010, por xmplo, s

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162

Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

cdds com mos d 20 ml hbtts rprstvm 84,9% do totl stdul. além

dsso, rltvmt os os cstáros trors, d qu qutdd d sds

mucps com mors cotgts dmográcos th xprmtdo crscmto,ps Slvdor cotuou rgstrr ms d 500 ml rsdts – rgor, ssm como

ocorr dsd 1960 – , d um totl d 417 sds mucps, somt 32 cotvm

com ports oscldo tr 40 ml 500 ml hbtts. nsss trmos, o sgctvo

crmto dss grupo os últmos os ão o suct pr qu su prtcpção

s torss ltmt xprssv, ddo qu s stuv ordm d 7,7% do totl ds

cdds bs (DiaS; aRaÚJO, 2010).

Tmbém pr o o d 2010, purção dos ddos rvlou qu s cdds qu co

tvm com populçõs vrdo tr 100 ml 500 ml mordors – o qu s colo

cr codção d méds, com bs xclusvmt ss crtéro – rm tão s11, ou 2,6% do totl stdul; dus dls, Cmçr Luro d Frts, stuvms

Rgão Mtropolt d Slvdor (RMS). nss msm x dmográc, porém

studs m outrs porçõs do stdo, cotrvms Fr d St, Vtr d

Coqust, itbu, Juzro, ilhéus, Jqué, algoh s, Txr d Frts Brrrs.

Cb chmr tção p r stução d Fr d St qu , m 2011, por orç d

l stdul, torous o úclo d Rgão Mtropolt d Fr d St (RMFS),

ou sj, o âmbto polítco-dms trtvo, pr to d pljmto xcução d

polítcs públcs, pssou sr colocd codção d um mtrpol. no tto,

tds qu qu su prl trurbo su ppl rd d cdds do stdo

ão utorzm su srção ss ctgor, o mos por quto. Dss modo,

cosdrdo-s, d, cssdd do lvtmto d ms lmtos qu prm-

tm um áls ms proudd ds crctrístcs d Fr d St, optous,

st studo, por cosdrál um típc cdd méd, dcrto um ds prcps

o cotxto stdul.

actdo-s qu os ctros loclzdos s rgõs mtropolts stão, d orm grl,

tgrdos à dâmc d mtrpol , por sso msmo, ão prstm s crctrístcs

típcs d um cdd méd (BRanCO, 2007; RiBeiRO; RODRiGUeS, 2011), tds qu

Fr d St, bm como s sds mucps ão mtropolts mcods, pos

sum, tvmt, ctrldds, ppés struturs qu lhs corm codção d

cdds méds, os molds d dscussão trormt rlzd coorm potdo

por város studos qu vrsm sobr ss tmátc plcd o spço bo, xclusv

mt ou ão (inSTiTUTO BRaSiLeiRO De GeOGRaFia e eSTaTÍSTiCa, 2008; PORTO, 2003;

SUPeRinTenDênCia De eSTUDOS eCOnÔMiCOS e SOCiaiS Da BaHia, 1997). esss brvs

cosdrçõs são sucts pr orcr os lmtos qu subsdm dção d

crtéros5 pr dtcr s cdds méds bs. D pssgm, dgs qu ts l

5 Rsslts qu ts crtéros, mbor qu prstdos um dtrmd ordm, orm lsdos d orm

combd.

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163

Cidades Médias b aianas: dinâMiCas,tendênCias e signifiCados

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

mtos orm ms mplmt dscutdos m outros trblhos sobr o stdo (DiaS;

aRaÚJO, 2010; DiaS; aRaÚJO; ViDaL, 2011; SUPeRinTenDênCia De eSTUDOS eCOnÔMiCOS

e SOCiaiS Da BaHia, 2010).

O prmro dsss crtéros, sgudo tdc domt s psquss sobr o tm, o

o port populcol. Tdo como bs qu, s últms décds, populção méd ds

cdds d Bh tm oscldo m toro d 23 ml hbtts, dotou-s como rrc

pr clsscção ds cdds méds bs um x cujos lmts ror supror

srm, rspctvmt, pr o o d 2010, cm d 40 ml hbtts bxo d 500

ml hbtts, xcluíds dss cojuto, plo xposto, quls cdds studs RMS.

acrscts qu o rrdo lmt ror, muto mbor stj cm d méd stdul,

 já ctd, o ddo um combção com áls do ívl d ctrldd, sgudo

crtéro qu dotdo.

Um vz qu s ctrldds ds cdds méds dvm xtrpolr sus toros mdtos,

utlzous, pr dtcáls, o cohcdo studo Regiões de Infuência das Cidades, comu

mt cohcdo pl sgl Rgc, pr o o d 2007 (inSTiTUTO BRaSiLeiRO De GeOGRaFia

e eSTaTÍSTiCa, 2008). a opção por ss trblho putou-s covrgc d sus chdos

com os rsultdos tdcs potdos m psquss trors sobr dâmc urb

d Bh, rlzds tr os os 1980 íco dos 1990. Dss modo, pr ss stdo,

dvms cosdrr como cdds méds, grosso modo, s clsscds, qul msmo

studo, como capitais regionais ou centros sub-regionais. adms, cocomtt áls

d loclzção dsss ctros, lvdo-s m cot su posção gográc m rlção àsmors cdds às prcps vs d crculção o stdo, bm como m qul ds grds

árs do trrtro bo – ltorl, smárdo crrdo – stão studs, lvou à coclusão

d qu outrs cdds, qu ão possuím, tão, populção codzt com d um típc

cdd méd, ou qu ão prtcm àquls ctgors do Rgc 2007 lcds, ou qu

ão prchm mbs s codçõs, podrm dtr, clusv os trmos d ormção

coômc sco-spcl b, rzoávl mportâc rtculção tr ctros mors

mors (DiaS; aRaÚJO, 2010).

Como rspost o cojuto d spctos lstdos dscutdos, cotrrm-s 21 cdds:

Fr d St, V tr d Coqust, itbu, Juzro, ilhéus Brrrs, como cptsrgos; Jqué, Txr d Frts, algohs, euápols, Pulo aoso, Sto atôo

d Jsus, Vlç, irc, Gumb, Shor do Bom, Cruz ds alms, itbrb, Jcob,

Brumdo Bom Jsus d Lp, clsscds como ctros subrgos. além dls,

prtculrmt plo prl pl posção gográc, dstcrm-s d Sbr, stud

porção ctrl do smárdo stdul, com crc d 20 ml mordors sd muc

pl, ctgor ctro d zo; tmbém Rbr do Pombl, o ordst bo, com

29.756 rsdts cdd, quldd d um ctro subrgol. Dss modo, pr

to dst studo coorm s pod obsrvr Tbl 1 o Crtogrm 1, são 23

s cdds méds d Bh.

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164

Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Tabela 1População absoluta em 2010, classifcação segundo Regic 2007 e localiação das cidades

médias por município Bahia – 2007/2010

MunicípioPopulação absoluta 2010

Regic 2007 LocalizaçãoTotal Urbana  Sede municipal  Rural

Capital Regional

Feira de Santana (1) 556.642 510.635 495.965 46.007 Capital Regional B Semiárido

Vitória da Conquista 306.866 274.739 260.260 32.127 Capital Regional B Semiárido e ronteiriço

Itabuna 204.667 199.643 199.643 5.024 Capital Regional B Litoral

Juazeiro 197.965 160.775 151.336 37.190 Capital Regional C Semiárido e ronteiriço

Ilhéus 184.236 155.281 148.577 28.955 Capital Regional B Litoral

Barreiras (2) 137.427 123.741 123.741 13.686 Capital Regional C Oeste e ronteiriço

Centro Sub-regional

Jequié 151.895 139.426 136.470 12.469 Centro Sub-regional A Semiárido

Teixeira de Freitas (3) 138.341 129.263 128.482 9.078 Centro Sub-regional A Litoral

Alagoinhas 141.949 124.042 122.281 17.907 Centro Sub-regional B Litoral

Eunápolis 100.196 93.413 93.413 6.783 Centro Sub-regional B Litoral

Paulo Aonso (4) 108.396 93.404 93.404 14.992 Centro Sub-regional A Semiárido e ronteiriço

Santo Antônio de Jesus 90.985 79.299 79.299 11.686 Centro Sub-regional A Litoral

Valença 88.673 64.368 59.476 24.305 Centro Sub-regional B Litoral

Irecê 66.181 61.019 58.350 5.162 Centro Sub-regional A Semiárido

Guanambi 78.833 62.565 58.111 16.268 Centro Sub-regional A Semiárido

Senhor do Bonfm 74.419 57.566 49.975 16.853 Centro Sub-regional B Semiárido

Cruz das Almas 58.606 49.885 49.885 8.721 Centro Sub-regional B Litoral

Itaberaba 61.631 48.485 48.485 13.146 Centro Sub-regional B Semiárido

Jacobina 79.247 55.868 47.587 23.379 Centro Sub-regional A Semiárido

Brumado 64.602 45.131 43.955 19.471 Centro Sub-regional B Semiárido

Bom Jesus da Lapa 63.480 43.099 41.555 20.381 Centro Sub-regional B Semiárido

Ribeira do Pombal 47.518 29.756 29.756 17.762 Centro Sub-regional B Semiárido

Centro de Zona

Seabra 41.798 20.277 19.535 21.521 Centro de Zona A Semiárido

Fots: Cso Dmográco d 2010; isttuto Brslro d Gogr esttístc (2008).nots:(1) em 6 d julho d 2011, o sttud Rgão Mtropol d Fr d St, sdo st su mucíposd.(2) D cordo com os rsultdos do Rgc 2007, ss mucípo, quls qu são por l polrzdos, tgrm tto rd d Slvdor

(Mtrpol) quto d Brsíl (Mtrpol ncol).(3) Coorm os rsultdos do Rgc 2007, ss mucípo, ssm como quls por l polrzdos, tgrm rd comdd

por Vtr, cptl do espírto Sto, clsscd como Cptl Rgol a.(4) Sgudo o Rgc 2007, ss mucípo, os dms por l polrzdos, compõm rd d arcju, cptl d Srgp. est,

por su vz, clsscd como Cptl Rgol a, tgr rd d uc d Slvdor.

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Cidades Médias b aianas: dinâMiCas,tendênCias e signifiCados

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

VeRiFiCaÇÃO DOS nÍVeiS De CReSCiMenTO

Pr tdr s sttístcs qu ormm sobr s dâmcs dmográc coômc cb

rlçr lgus spctos. O prmro rrs o to d qu s tdcs d coctrção

dscoctrção populcos dcorrm d um cojuto d dâmcs, tr ls s d turz

socl coômc. Subjct ss d stá o to d qu sobrposção rtculção d

ts dâmcs cdm sobr s codçõs d vd dos homs, ucdoos or ms, or

mos tsmt, pr prmcrm m dtrmdo locl ou dslocrms pr outro.

!P !P

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   I   N

   S

M    I    N    A   S   G   E    R   A   I   

S  

P E R N A M B U C O

MARANHÃO

ESPÍRITOSANTO

  S   E   R

   G   I   P   E 

ALAGOAS

Irecê

Ilhéus

 Jequié

Seabra

Itabuna

Valença

BrumadoGuanambi

 Jacobina

 Juazeiro

Eunápolis

Itaberaba

Barreiras Alagoinhas

PauloAfonso

Cruz dasAlmas

Senhor doBonfim

Bom J esusda Lapa

Ribeira doPombal

 Teixeira deFreitas

Vitória daConquista

Santo Antôniode J esus

Feira deSantana

Salvador

B  R  - 2  3  5  

F.C. A

   B   R  -   0   2   0

B    R    -  1     1     6     

BR-3 49

    B   A  -    0    9    9

B  A- 2  6 3 

B     A     -   1     7     2     

B     R     -  1     3     5     

B  A- 0 5  2      B    A

  -    1    4    8

  B  R - 0 3

 0

     B     R

  -    1    0    1

B    A    -  2    6    2    

B    A    -  1    5    2    

    B    R

  -    1    2    2

B     R     -   4     0     7     

   V  F  F  L

  B

  B A - 2  7

 5

B   R   -  3   2   4   

B    A    -  

1     5     6     

B  R  - 4  3  0  

  B  R - 4 1

  8

R    F    F    S    A   

    B   A  -   4    5   1

BR-367

    B    R

  -    1    1    0

              B             A

      -             3             1             1

B   A   -  6    7    0    

B    A   -  6   1   

7   

      B     A

   -     1     2     6

    B    A

  -    5    5    1

   B   A  -  4  1  1

     B     A

  -     0     0     1

  B  R - 1 1

  6

 F. C. A

     B     R

  -    1    1    6

B  A- 2 2 0 

B   A  - 1  2  0  

   R   F   F  S

  A

B R - 0 3 0 

    B   A  -   0   2   6

B   A - 0  5  2  

BR-235

B  R  - 3  2  4  

     B     R

  -     0     2     0

BR-242

 B R - 2 4 2

   B  A  -  1   2   0

BR-030

B    A  -  1   2   0   

B     A    -  1     4     8     

B   R   -  1   3   

5   

 B A - 1 6 1

B   R    -  1    0    1    

             O             C              E             A              N

             O 

             A              T              L                 Â

              N              T              I             C             O

: I , , I

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³

 

-38°

-38°

-40°

-40°

-42°

-42°

-44°

-44°

-46°

-46°

-8° -8°

10° -10°

12° -12°

14° -14°

16° -16°

18° -18°

Convenções Cartográficas

Sistema Viário

Ferrovia

Limite Estadual

!P Sedes Municipais

Litoral

Semiárido

Oeste

REGIC

Capital Regional B

Centro de Zona A

Centro Subregional B

Centro Subregional A

Capital Regional C

Cartograma 1Localiação das cidades médias da Bahia e classifcação segundo Regic 2007

Fot: iBGe, Cso Dmográco d 2010, Rgc 2007 Sei, Sstm d Ddos esttístcos, 2011. Ddos Sstmtzdos pl Sei/Dpq/Copsp.

elborção: Sei/Dgo/Crtgo.

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7/14/2019 SEP 94

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166

Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

assm, coorm Stos (2002), dpdtmt ds cpcdds hbldds dos dvíduos,

su status sus possbldds vrm m ução dos lugrs m qu vvm, bm como ds

crctrístcs tríscs ts spços – com dstqu pr proxmdd ou cssblddo mrcdo d trblho, os srvços, às struturs d podr os drtos d cdd.

Como, dubtvlmt, d modo grl pr o Brsl m prtculr pr o nordst, s tvdds

produtvs ms qulcds s rds d srvços stão coctrds m dtrmdos potos

do trrtro, são xtmt ls qu s cotrm os mors cotgts dmográcos.

Dscssáro rssltr qu vrcção corrlção dss dupl loclzção (d pssos

struturs) dvm str ormds por um prspctv hstrc. nsss trmos, tomdos

d mpréstmo Olvr (2003), cb lmbrr qu ocorru, como cosquc d srção d

Bh o procsso col d xpsão do cptlsmo dustrl, udmtlmt tr os

os 1950 1980, um otávl coctrção d ovs struturs produtvs o toro d Slvdor, ms spccmt qul ár qu vr sr, oclmt prtr d 1973, rgão

mtropolt por l prsdd, rprstdo rorço um tdc hstrc6.

Outro spcto stá vculdo à rstruturção produtv. nos os ms rcts, qudo

d mrgc dss procsso, vus, o ldo ds ovs orms d orgzção do trblho,

um ltrção orgzção ds struturs d produção. ad qu s grds plts

6 Dsd o príodo colol, cptl b su hinterland , o domdo Rcôcvo, stblcrm tr s umort lgção. equto o últmo, spclmt su porção d udo d Bí d TodososStos, o um spçopor xclc d produção çuc rr, prmordlmt, d umgr, complmtrmt, prmr, dspodo

d um porto prvlgdo pr o scomto dsss produçõs, torous um mportt locus pr mdção dostrsss dos grupos olgárqucos qu comdvm s struturs produtvs locs, por um ldo, os trsss msdrtmt vculdos à mtrpol portugus o cptl mrctl trcol, por outro. Dss modo, dqu os mrcos d um srção tpcmt prérc o cptlsmo mrctl, ão rprst xgro rmrqu Slvdor logrou costtur lgus úclos do cptl comrcl msmo do cptl bcáro, ms ou mosxprssvos. Ts úclos, ssm como outros prsts s dms rgõs brslrs, dqurrm mor promccom dpdc col , dss modo, quto ms s proudv débâcle d coom cvr, pudrmxcutr com mor utoom rltv rvrsão dvrscção d cpts – drção d dústr txtl, porxmplo –, rorçdo sus posçõs o comdo d produção strutur socl d tão, sucumbdo, porém, já prmr mtd do século XX, dt d cocorrc qu lhs o mpost pls orms ms vç ds docptlsmo dustrl, prsts o CtroSul do pís, São Pulo à rt. O típco ômo do subdsvolvmtoordsto ghv, ssm, como spccdd locl, curos lcuh d “gm bo” (OLiVeiRa, 2003). nsgud mtd do século pssdo, dscobrt d ptrlo stlção d um rr o Rcôcvo provocrmmportts ltrçõs, sm qu ss rgão, cotudo, rdqurss pujç coômc d outror. a turz dqusclv dss mprdmto, cptdo pl sttl Ptrlo Brslro S.a. (Ptrobrs), ão obstt

xprssv mss slrl grd – ms pl crção d mprgos dmstrtvos téccos, drtos drtos, doqu pl crção d mprgos opráros proprmt dtos – o crmto d rct scl urd plo govrostdul, ão rprstou trsormção proud ds struturs coômcs socs d cptl b d su árd uc, pos s tvdds d Ptrobrs ão logrrm stb lcr orts vículos com s tvdds produtvs dostdo, msmo s dustrs. noutrs plvrs, grou poucos tos “pr rt pr trás”. etrmts, o procssod tgrção d Bh à xpsão cptlst dustrl qu tão s vrcv o pís, ghdo tsdd drtmo – d qu são provs s vrsõs ptrocds plos ctvos scs, cros crdtícos sob égd dSuprtdc do Dsvolvmto do nordst (Sud), prcplmt, do Bco do nordst do Brsl (BnB),subsdrmt, zdo crr qu o gm sr, m, dcrdo, sm, cotudo, rprstr suprção struturldo subdsvolvmto –, provocou um sgctvo dslocmto trrtorl, com stlção d struturs produtvscomo o Ctro idustrl d artu (Cia), os os 1960, do Complxo Ptroquímco d Cmçr (Copc), os os1970, justmt qul porção ms o ort do vlho Rcôcvo qu, coorm oção mpld d Stos(1997) pr ss rgão, gulmt d cordo com vsão d complmtrdd trrrgol d Brdão (1997),r rsposávl, m pssdo rmoto, tão somt plo bstcmto dos spços mtmt produtors,orcdolhs rg, sj m orm d ms d trção sj m orm d lh, bm como protí ml

produtos xtrídos ds polculturs lmtrs.

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Cidades Médias b aianas: dinâMiCas,tendênCias e signifiCados

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

dustrs prmçm potudo o spço, é possívl prcbr tdc à dsprsão

spcl ds várs tps d rlzção produtv; grçs o vço ds téccs, ss procsso

é pssívl d sr tvdo, d orm rtculd, m dsttos potos do globo, o qu mplc ormção d rds qu prmtm rtculção d múltpls scls. ao studr stução

do Brsl, Stos (2009) rgumtou qu ss dsctrlzção torou-s “rrsstívl”

“ábrc dsprs” ou “zd dsprs” pssou sr vsívl m drts zos do trrtro

col, dpdts dos trsss dos xos d modrzção cptlst.

alsdo ss msmo cotxto, Sposto (2007) cosdrou qu ts mudçs rsultrm

o umto d dsguldd tr os lugrs ltrção dos ppés ds cdds méds.

D cordo com ss utor, o s lsr ormção d ovos ctros, possívl plo ds

volvmto ds téccs dsjávl plos gts cptlsts,

[...] há qu s lmbrr qu ão s trt do m ds rlçõs d d-

pdc xplorção, ms sm d rorço dls, porqu s lgcs

d dscoctrção ds tvdds d produção dos potos d

comrclzção comphms d dâmcs d ctrlzção, d

crção d ovção, lmtos sscs o príodo tul pr

rprodução mpld do cptl (SPOSiTO, 2007, p. 243).

além dsso, como potuou utor, os rfxos d dscoctrção d produção sss

cdds orm vrávs, dpdts, tr outros, d su posção gográc dos ppés

qu xrcm m âmbto rgol, ds ctvs dos tors locs ou rgos d mor ou

mor possbldd d tgrção outrs scls. no tdmto dss utor,

Pr cptr movmtos qu s rlzm /ou s xprssm scl

locl – ds cdds méds – ms, tomdo-s como rrc

rlçõs qu s stblçm com s scls rgol, col tr-

col, d um ldo, , d outro, vrcdos dcsõs scolhs

loccos qu s rlzm por tors coômcos polítcos qu

ão vvm sss cdds, tmos qu zr movmtos m sprl,

d d, ms tmbém d volt (SPOSiTO, 2007, p. 245).

Cosdrdo sss proposçõs, st poto trblhs com ormçõs dctvs dsdâmcs populcos coômcs dos mucípos studdos, smpr comprtvmt

o qu s vrc m Slvdor RMS7. Pr sso, st sção cotr-s o dsvolvmto

d trs potos prcps. no prmro, prstms lgus ddos populcos xtrídos

7 Trblhs qu com tul composção d RMS qu, dsd 2008, pssou cotr com os mucípos d São Sbstãodo Pssé Mt d São João; , dsd 2009, com o d Pojuc, por mo d ls complmtrs stdus, somdoos os mucípos d Slvdor, Luro d Frts, Smõs Flho, Cmçr, Ds D’Ávl, Cds, Mdr d Dus, SãoFrcsco do Cod, itprc Vr Cruz. Dss modo, orm justds s ormçõs rrts o totl obtdo porss rgão os os d 1980, 1991 2000, bm como sus txs d crscmto rltvs sss príodos. nots qu,sm sss trs mucípos, s populçõs RMS orm, rspctvmt os os ctdos, d 1.766.582, 2.496.521 3.021.572 hbtts. a tx d crscmto pr 19801991 o d 3,19% .., d 19912000 corrspodu 2,14%

.. em rlção o PiB à RaiS, orm gulmt justds s ormçõs d RMS pr su tul composção.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

dos csos dmográcos d 1991, 2000 2010. no sgudo, dscrvm-s ltrçõs pr-

tcpção d produção d rquzs com bs áls do PiB tr 1999 2009. Sgums

obsrvçõs sobr o mrcdo d trblho orml m 2000 20108.

É oportuo obsrvr qu s optou por trblhr com os dcdors ms comumt utlzdos

pr vstgr s qustõs sslds, m d possbltr comprção com outros studos.

além dsso, chms tção pr o to d qu s cosdrou ms dqudo, st sção,

trtr os ddos dos mucípos o vés dquls rltvos às sds mucps, posto qu prt

dsts pod tr xprmtdo ltrçõs d prímtros o dcorrr dos os m studo, o

qu, por s s, mplc ltrção do cotgt dmográco tão somt por cot d dcsõs

polítco-dmstrtvs. adms, os outros dcdors trblhdos – o PiB os obtdos RaiS

– tm o mucípo como mor ívl d dsgrgção. além dsso, tods s populçõs urbs

d sds mucps ds udds qu slcods prstrm rtmos d crscmto lvdos, udmts pr dção do crscmto dos prpros mucípos (DiaS; aRaÚJO;

ViDaL, 2011). acrsct-s qu, por cot dos objtvos dst rtgo, tods s ormçõs orm

comprds às rgstrds m Slvdor su rgão mtropolt.

Ritmos de crescimento e participação na população

Tdo m vst o xposto trodução, trtous d vrcr os rtmos d crscmto ds

populçõs tots dos mucípos slcodos. Os 23 mucípos m put xprssrm um

crmto prxmo 585 ml hbtts tr 1991 2010. Somvm 2.460.104 pssos o

prmro dsss os, mpldo ss populção pr 3.044.553 hbtts, m 2010. O morumto bsoluto dss grupo ocorru m Fr d St, cujo cotgt pssou d

406.447 pr 556.642 mordors, ss msmo príodo. (Tbl 2). Dss modo, vrcou-s

um crmto supror 150 ml rsdts o príodo. Com sso, tl mucípo prmcu

como o mor dss grupo o sgudo d Bh.

ad quto o port dmográco, sgus o mucípo d Vtr d Coqust. est, m

1991, possuí 225.091 hbtts , o o d 2010, rgstrv 306.866 mordors. assm,

ss príodo, su populção obsrvou um créscmo proxmdo d 82 ml pssos.

Cb rssltr qu mor dos mucípos qu comportvm s cdds méds rvlou um

rtmo d crscmto dmográco ms tso m 1991-2000 do qu o ocorrdo m 2000-2010.

aps Bom Jsus d Lp, irc, Jcob, Jqué, Sbr Shor do Bom lvrm sus txs

ss príodo. nots, lém dsso, qu ilhéus Shor do Bom vrcrm prds bsoluts

d populção m 1991-2000, o qu s rptu m 2000-2010, ps pr ilhéus. ad m rlção

tl dcdor, obsrvs qu, m 19912000, s mors txs orm s d Brrrs Juzro.

no príodo sgut, ss codção coub Txr d Frts euápols (Tbl 2).

8 Rsslts qu os ddos rltvos o PiB o mrcdo d trblho orml, sts últmos xtrídos d Rlçãoaul d iormçõs Socs (RaiS), possum como mor scl d dsgrgção d ormçõs mucpl.espccmt quto o PiB mucpl, vl rsr qu sér hstrc qu prmt comprção com s sttístcstus cs o o d 1999. Já os ddos dmográcos cstáros podm sr trblhdos tto m rlção os

mucípos quto às sus sds mucps.

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Cidades Médias b aianas: dinâMiCas,tendênCias e signifiCados

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no /do território b aiano

no cômputo grl, os 23 mucípos crscrm 1,35% o o (.), m 19912000, 0,93%

.., m 20002010, dcdo um tdc d dclío dsss txs. est to codus

o qu o vsto pr o cojuto do stdo d Bh, bm como pr Slvdor su rgão

mtropolt. D orm grl, os vlors obtdos por sss dos últmos spços rvlrm-s

suprors os d méd dos 23 mucípos slcodos (Tbl 2). import d rgstrr

qu populção dss grupo d mucípos prmcu, os trs os m put, quém

do totl obtdo pls 13 udds qu tgrm RMS.

Tabela 2População total e taa de crescimento dos municípios selecionados, da RMS e do estado

Bahia – 1991/2000/2010Município

População total Taxa média geométrica de crecimento anual (%)

1991 2000 2010 1991-2000 2000-2010

Alagoinhas 116.894 130.095 141.949 1,20 0,88

Barreiras 92.640 131.849 137.427 4,00 0,42

Bom Jesus da Lapa 48.910 54.421 63.480 1,19 1,55

Brumado 57.176 61.670 64.602 0,84 0,47

Cruz das Almas 45.858 53.049 58.606 1,63 1,00

Eunápolis 70.545 84.120 100.196 1,97 1,76

Feira de Santana (1) 406.447 480.949 556.642 1,89 1,47

Guanambi 65.592 71.728 78.833 1,00 0,95Ilhéus 223.750 222.127 184.236 -0,08 -1,85

Itaberaba 53.742 58.943 61.631 1,03 0,45

Itabuna 185.277 196.675 204.667 0,67 0,40

Irecê 50.908 57.436 66.181 1,35 1,43

Jacobina 76.518 76.492 79.247 0,00 0,35

Jequié 144.772 147.202 151.895 0,19 0,31

Juazeiro 128.767 174.567 197.965 3,44 1,27

Paulo Aonso 86.619 96.499 108.396 1,21 1,17

Ribeira do Pombal 42.509 46.270 47.518 0,95 0,27

Santo Antônio de Jesus 64.331 77.368 90.985 2,07 1,63

Seabra 37.859 39.422 41.798 0,45 0,59

Senhor do Bonfm 83.421 67.723 74.419 -2,29 0,95

Teixeira de Freitas 85.547 107.486 138.341 2,57 2,56

Valença 66.931 77.509 88.673 1,64 1,35

Vitória da Conquista 225.091 262.494 306.866 1,72 1,57

Total geral 2.460.104 2.776.094 3.044.553 1,35 0,93

Salvador 2.075.273 2.443.107 2.675.656 1,83 0,91

RMS (2) 2.586.366 3.120.303 3.573.973 2,11 1,37

Bahia 11.867.991 13.070.250 14.016.906 1,08 0,70

Fots: Csos Dmográcos d 1991, 2000 2010.

nots:(1) em 6 d julho d 2011, o sttud Rgão Mtropolt d Fr d St, sdo st su mucíposd.(2) Populçõs txs d crscmto d RMS orm justds m coormdd com su tul composção.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Outro poto vrcr rrs o vlor rltvo d populção do cojuto d mucípos

slcodos o totl grl. em 1991, quvl 21,26% do cotgt bo, pssdo

22,04%, m 2000, 22,98%, o o d 2010. ess tdc d prtcpção scdto prtlhd pl mor dls, com dstqu pr Fr d St, Juzro Vtr d

Coqust.

no tto, cosdrdo 1991 2010, oto mucípos – Brumdo, ilhéus, itbrb, itbu,

Jcob. Jqué, Rbr do Pombl, Sbr – dmuírm su rlvâc o stdo. etr

sss, o dclío ms xprssvo o rgstrdo m ilhéus: m 1991, cotv com 1,89% d

populção b; o o d 2010, ss prctul pssou pr 1,31% (Tbl 3).

Tabela 3Participação da população dos municípios selecionados e da RMS no total estadualBahia – 1991/2000/2010

MunicípioParticipação (%)

1991 2000 2010

Alagoinhas 0,98 1,00 1,01

Barreiras 0,78 1,01 0,98

Bom Jesus da Lapa 0,41 0,42 0,45

Brumado 0,48 0,47 0,46

Cruz das Almas 0,39 0,41 0,42

Eunápolis 0,59 0,64 0,71

Feira de Santana (1) 3,42 3,68 3,97

Guanambi 0,55 0,55 0,56

Ilhéus 1,89 1,70 1,31

Irecê 0,43 0,44 0,47

Itaberaba 0,45 0,45 0,44

Itabuna 1,56 1,50 1,46

Jacobina 0,64 0,59 0,57

Jequié 1,22 1,13 1,08

Juazeiro 1,08 1,34 1,41

Paulo Aonso 0,73 0,74 0,77

Ribeira do Pombal 0,36 0,35 0,34

Santo Antônio de Jesus 0,54 0,59 0,65

Seabra 0,32 0,30 0,30Senhor do Bonfm 0,70 0,52 0,53

Teixeira de Freitas 0,72 0,82 0,99

Valença 0,56 0,59 0,63

Vitória da Conquista 1,90 2,01 2,19

Total geral 21,26 22,04 22,98

Salvador 17,49 18,69 19,09

RMS (2) 21,79 23,90 25,50

Bahia 100,0 100,0 100,0

Fots: Csos Dmográcos d 1991, 2000 2010.nots:(1) em 6 d julho d 2011, o sttud Rgão Mtropolt d Fr d St, sdo st su mucíposd.(2) Populçõs txs d crscmto d RMS orm justds m coormdd com su tul composção.

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Cidades Médias b aianas: dinâMiCas,tendênCias e signifiCados

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no /do território b aiano

Cb rlçr qu Slvdor dth 17,49% 19,09% dos mordors do stdo, m 1991 2010,

rspctvmt. n RMS, por su vz, cotrvms 21,79% 25,50% dss cotgt

os msmos os ctdos (Tbl 3). nsss trmos, mbor mportâc rltv d cptlb stj bxo d urd plos 23 mucípos m qustão, su rgão rvlou um

crscmto prtcpção rltv qu suprou o obtdo por ss grupo.

ess cojuto d ddos dot qu s zm smultâs, Bh, dus tdcs o qu

tg à dstrbução d populção. Um qu pot pr propsão à dsprsão dmográ

c, mdd m qu prt dos mucípos qu sdm cdds méds prst ívs

d crscmto qu suprm cptl – prcpl ctro d trção rtção d pssos

do stdo o logo d su hstr. Outr qu rvl, gulmt, procssos qu cdm

prmc d coctrção dmográc RMS. assm, mplms tto mportâc

rltv dos cotgts dss rgão quto dos mucípos slcodos.

Participação na produção de riqueas

ao comphr o qu vm sdo dscutdo m drts trblhos qu vsm trtr d dâ-

mc ou do dsmpho coômco d um dtrmdo spço, obsrvous vrção d

prtcpção do cojuto d mucípos slcodos composção do PiB bo.

no dscurso govrmtl, vm sdo rcorrt potr-s pr mplmtção d

polítcs qu tm como mt ltrr dstrbução spcl ds struturs produtvs do

stdo. em ts, trts d um tttv d rvrtr, ou mzr, hstrc tdc d

coctrção d produção d rquzs do stdo RMS, como mo, clusv, d dmur

s dsguldds socs. Buscdo vstgr tvção dss d, tdo m vst tão

somt os ddos do PiB como objto os mucípos qu comportm cdds méds,

vrcs qu, m 1999, sss rspodm por 20,79% do totl stdul. Dz os dpos,

ss vlor quvl 21,38%. Dss orm, m 2009, ss grupo obsrvou um mplção

d 0,59 potos prctus o qu tg à prtcpção composção do mott d

rquzs d Bh (Tbl 4).

Pods psr qu, pr mpltud dss príodo, tl crscmto sj rduzdo. etr

tto, m prcípo, podr sr tddo como um úco d um procsso d dsprsão d

produção. isso, clusv, stá m cordo com s tss ddds por Stos (2009) Sposto

(2007), qudo potm pr ovs possbldds d loclzção spcl ds struturs

produtvs, lgo qu é codzt com os ovos trsss d rprodução do cptl ms do

qu com qulqur d d polítc d rdução d dsguldds scospcs.

Dsgrgdo sss ormçõs tdo por rrc o PiB totl purdo pr Bh,

vus qu, o o d 1999, m st dos mucípos slcodos – Fr d St, ilhéus,

Brrrs, Pulo aoso, itbu, Vtr d Coqust Juzro – cotrrms prtc

pçõs gus ou suprors 1%. em 2009, oto dls rvlrm ss msm codção. aos

st mcodos, grgou-s Jqué, com 1,13% ds rquzs produzds ss stdo

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

(Tbl 4). acrscts qu comprção dos vlors obtdos por sss oto udds os

dos os m put vdc qu ps Fr d St, Vtr d Coqust, Brrrs

Jqué lvrm sus prctus.

Tabela 4Produto Interno Bruto dos municípios selecionados, da RMS e do estado e participação no totalestadual, e variação na participação – Bahia – 1999/2009

Município

PIBVariação na

participação (%)Valores correntes (R$ milhões) Participação (%)

1999 2009 1999 2009

Alagoinhas 363,61 1.298,22 0,87 0,95 0,08

Barreiras 843,57 1.693,25 2,01 1,24 -0,78

Bom Jesus da Lapa 100,60 351,41 0,24 0,26 0,02

Brumado 141,42 480,99 0,34 0,35 0,01

Cruz das Almas 130,67 387,27 0,31 0,28 -0,03

Eunápolis 226,97 1.228,96 0,54 0,90 0,35

Feira de Santana (1) 1.521,23 6.358,14 3,63 4,64 1,01

Guanambi 164,64 491,44 0,39 0,36 -0,03

Ilhéus 846,56 1.925,64 2,02 1,40 -0,62

Irecê 109,75 415,90 0,26 0,30 0,04

Itaberaba 94,90 338,61 0,23 0,25 0,02

Itabuna 717,39 2.280,73 1,71 1,66 -0,05Jacobina 159,74 523,24 0,38 0,38 0,00

Jequié 414,96 1.552,45 0,99 1,13 0,14

Juazeiro 539,91 1.745,98 1,29 1,27 -0,02

Paulo Aonso 728,42 1.743,77 1,74 1,27 -0,47

Ribeira do Pombal 60,94 244,96 0,15 0,18 0,03

Santo Antônio deJesus

237,32 835,16 0,57 0,61 0,04

Seabra 53,67 213,67 0,13 0,16 0,03

Senhor do Bonfm 132,64 441,11 0,32 0,32 0,01

Teixeira de Freitas 246,75 1.051,44 0,59 0,77 0,18Valença 162,60 555,57 0,39 0,41 0,02

Vitória da Conquista 708,89 3.142,68 1,69 2,29 0,60

Total geral 8.707,19 29.300,60 20,79 21,38 0,59

Salvador 12.126,33 32.824,23 28,95 23,95 -5,01

RMS (2) 24.279,37 74.174,87 57,97 54,11 -3,86

Bahia 41.883,13 137.074,67 100,00 100,00 0,00

Fot: Sei/iBGe.nots:(1) em 6 d julho d 2011, o sttud Rgão Mtropolt d Fr d St, sdo st su mucíposd.(2) Populçõs txs d crscmto d RMS orm justds m coormdd com su tul composção.

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Cidades Médias b aianas: dinâMiCas,tendênCias e signifiCados

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

Slvdor RMS, um tdc dstt o do grupo ormdo plos 23 mucípos m put,

rtrírm su rlvâc composção do PiB bo. a prtcpção d cptl dclou d

28,95% pr 23,95% d RMS, d 57,97% pr 54,11%, tr 1999 2009. Todv, Slvdorsguu sdo o mucípo d mor mportâc coom stdul, muto à rt do

sgudo colocdo9. e RMS, msmo com um prd d 3,86 potos prctus, tr 1999

2009, cotuou purdo ms d mtd do PiB stdul.

Plo xposto, comprção dos rsultdos do grupo dos 23 mucípos dtcdos os

ds 13 udds mucps qu compõm RMS rvl tdcs oposts. etrtto, os

prctus rgstrdos utorzm lr qu, s há um propsão à dscoctrção d

produção d rquzs, l s z comphr por procssos qu lvm à prmc d co-

dçõs qu zm com qu grd prt do PiB prsst o toro d mtrpol b.

Observações sobre o mercado de trabalho ormal

nst sção, prtd-s lvtr lmtos qu possbltm vrgur s possívs rprcus-

sõs dos mcodos ívs d crscmto coômco vd dos dvíduos qu rsdm

os mucípos qu s costtum m objto dst áls. Pr sso, o tuto d cr

ss dscussão, prstms sucts ormçõs sobr su mrcdo d trblho orml.

Como os ddos sobr ss tmátc obtdos plo Cso d 2010, o momto d rlzção

dst txto, d ão stvm dspoívs, optous por usr quls dvulgds pl RaiS.

est é ms xprssv ot d ormçõs sobr o mrcdo d trblho orml do pís,

por su brgc tto dos vículos – mdd m qu trt dos sttutáros, tmporáros, vulsos cltsts – quto d dclrção – pos rtrt stução d totldd ds

mprss ormlzds do pís, já qu é um rgstro dmstrtvo d crátr obrgtóro

(SOUZa, 2010).

Pod-s dgr sobr vldd d s utlzr ss psqus pr tdr rldd b,

vsto qu bo prt d su populção srs o crcuto produtvo por mo d orm

ldd , dss modo, crctrístcs qu lh dzm rspto ão são cptds pl RaiS. a

ds d doção dss bs d ddos puts o to d qu, s últms décds, houv

crscmto d grção d postos d trblho orms o Brsl , dstqu-s, Bh. Co-

orm rgumtou Souz (2010), tr 2000 2008, ss stdo, obsrvou-s um xpsãod tvdd coômc qu suprou méd col. Tl stução rprcutu mplção

rltv do su stoqu d mprgos orms d ordm d 58,1%, suprdo obsrvd pr

o cojuto col, d 50,4%. adms, plo tdmto d qu s tdcs obsrvds

o stor orml rtm os procssos ms grs qu xprmt o mrcdo d trblho

um ddo spço cotxto, pod-s supor qu os rsultdos d RaiS possbltm um

proxmção d dâmc do mrcdo d trblho ocorrd os últmos os.

9 O sgudo mor PiB do stdo d Bh r rgstrdo plo mucípo d Cmçr, com 8,87%, sgudo por São

Frcsco do Cod, com 8,84%. ambos tgrm RMS.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Dto sso, ão cus strhz qu o stoqu d mprgos dos mucípos slcodos

th xprmtdo lvção tr 2000 2010. Frt um cotxto d crscmto

coômco qu volvu s mors cdds bs, bm como o crátr strtégco dcrtos spços do trrtóro stdul (cosdrdo-s prspctvs possbldds d

fudz), sss mucípos rvlrm-s como locs cpzs d prtcpr do procsso d

dscoctrção produtv sjdo plos govros pls mprss. Dvs tdr,

porém, qu, d orm grl, ls stvm codção d rcptors d mprdmtos

dustrs, comrcs d srvços, vsto qu, o ms ds vzs, sss locs ão s vrcm

tvdds d cotrol comdo dsss procssos, mos d s dcsõs d mpltção

d ts mprdmtos, os qus, d qu rprstm dtrmdos trsss locs

dspohm d rtculçõs dvrss, são tomdos com bs m strtégs lbords m

outrs scls.O to é qu, m 2000, os 23 mucípos m put rgstrrm 242.218 mprgos orms10. em

2010, ls rspodm por 480.223 postos d trblho (Tbl 5). etr o prmro o últmo

o, o stoqu d mprgos umtou m 238.005 postos. isso sgcou um mplção d

su rprsttvdd o stdo d ordm d 1,88 potos prctus. nsss trmos, su

mportâc rltv rt o totl bo – o qul o úmro d mprgos orms pssou

d 1.177.343, m 2000, pr 2.139.232, m 2010 –, lvous d 20,57% pr 22,48%, sss

msmos os (Tbl 5)11.

a áls ds ormçõs por mucípo rvlou qu, m 2000, os ms sgctvos rm

Fr d St, Vtr d Coqust, itbu, ilhéus, Juzro Brrrs, com prtcpçõsspcícs vrdo tr 1,01% 4,41% dos postos d trblho d Bh. em 2010, lém

dls, Txr d Frts Jqué prtcpvm com ms d 1% dss mott (Tbl

5). a vlção dos rsultdos d 2010 mostr qu sss st udds sgcvm 72,69%

do stoqu purdo pls 23 udds mucps slcods, ms tão somt 15,35%

dos mprgos orms bos. Cb vrcr, d, qu Slvdor RMS dmuírm su

rlvâc o âmbto stdul o qu tg o stoqu d postos d trblho. etrtto,

ss rgão, m mbos os os, loclzvs ms d mtd dos mprgos orms b

os: 60,40% 50,97%, pr 2000 2010, rspctvmt. Já pr Slvdor, sss msmos

os, os vlors orm d 49,15% 37,24%. ess cojuto d ddos utorz rmr qu

s prds d prtcpção d cptl d RMS orm muto ms ctuds qu os ghos

vrcdos os mucípos od stão s cdds méds. ess stução dot, ssm como

o qu s vrcou m rlção o PiB, lgum dstrbução rltv do volum d postos d

trblho orms.

10 Os utors grdcm colborção d Crlos Mrlo Lops Cost pl sstmtzção dos ddos qu subsdrm lborção ds tbls sobr RaiS.

11 Cb sslr qu, mbor R aiS sj um rgstro obrgtro possu um log sér hstrc, ps pr tr d1997 o Mstéro do Trblho emprgo (MTe) prçoou cptção sstmtzção ds ormçõs dspoívsss bs d ddos (BRaSiL, 2000). Sdo ssm, rcomdção dquls qu utlzm é d qu s trblh décd ms rct. Por sso, d qu s ormçõs pr 1991 – outro rcort tmporl dotdo lborção

dst txto – stjm dspoívs, ão são qu trblhds.

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Cidades Médias b aianas: dinâMiCas,tendênCias e signifiCados

P arte iir edisCutindo  as Cidades Médias 

no /do território b aiano

a qustão colocd st momto do trblho é sgut: pod-s dzr qu s tdcs

d crscmto coômco d dmzção do mrcdo d trblho cm mcods

rftrm-s m mlhors pr os trblhdors? a propost é psr sobr ss dgção,

clmt, prspctv d áls dos rdmtos, tdo como rrc o úmro

médo d sláros mímos.

Tabela 5Estoque de empregos ormais dos municípios selecionados, da RMS e da Bahia e participação nototal estadual, e variação na participação – Bahia – 1991/2000/2010

MunicípioEstoque de empregos ormais Participação na Bahia Incremento 2000-2010

2000 2010 2000 2010 Absoluto Relativo

Alagoinhas 9.649 20.817 0,82 0,97 11.168 0,15

Barreiras 11.918 24.708 1,01 1,15 12.790 0,14

Bom Jesus da Lapa 2.674 5.824 0,23 0,27 3.150 0,05

Brumado 4.886 8.899 0,42 0,42 4.013 0,00

Cruz das Almas 5.517 10.576 0,47 0,49 5.059 0,03

Eunápolis 7.197 19.479 0,61 0,91 12.282 0,30

Feira de Santana (1) 51.907 103.904 4,41 4,86 51.997 0,45

Guanambi 4.047 8.503 0,34 0,40 4.456 0,05Ilhéus 18.086 30.809 1,54 1,44 12.723 -0,10

Irecê 3.136 7.669 0,27 0,36 4.533 0,09

Itaberaba 3.270 6.777 0,28 0,32 3.507 0,04

Itabuna 22.496 38.661 1,91 1,81 16.165 -0,10

Jacobina 2.803 8.818 0,24 0,41 6.015 0,17

Jequié 11.177 22.076 0,95 1,03 10.899 0,08

Juazeiro 18.990 28.695 1,61 1,34 9.705 -0,27

Paulo Aonso 7.901 13.522 0,67 0,63 5.621 -0,04

Ribeira do Pombal 1.261 3.776 0,11 0,18 2.515 0,07

Santo Antônio de Jesus 8.153 17.165 0,69 0,80 9.012 0,11

Seabra 1.051 2.632 0,09 0,12 1.581 0,03

Senhor do Bonfm 3.111 7.744 0,26 0,36 4.633 0,10

Teixeira de Freitas 10.200 22.985 0,87 1,07 12.785 0,21

Valença 5.510 9.741 0,47 0,46 4.231 -0,01

Vitória da Conquista 27.278 56.443 2,32 2,64 29.165 0,32

Total 242.218 480.223 20,57 22,45 238.005 1,88

Salvador 578.657 796.556 49,15 37,24 217.899 -11,91

RMS (2) 711.058 1.090.392 60,40 50,97 379.334 -9,42

Bahia 1.177.343 2.139.232 100,00 100,00 961.889 -Fot: Brsl. Mstéro do Trblho emprgo (2011).nots:(1) em 6 d julho d 2011, o sttud Rgão Mtropolt d Fr d St, sdo st su mucíposd.(2) Os vlors d RMS orm justdos m coormdd com su tul composção.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

n Tbl 6, vdc-s qu, m 2000, os 23 mucípos slcodos s rcb, m

méd, 2,69 sláros mímos. Comprdo ss rsultdo o d 2010, tm-s qu, psr

do umto do stoqu d postos d trblho, tl vlor dclou pr 2,02 sláros mímos.Dss modo, tr 2000 2010, houv um vrção gtv dsss tots d ordm d

21,40%. ess modcção, dvs rlçr, o mos sgctv do qu s rgstrds m

Slvdor, RMS, msmo o cojuto stdul. em rlção à cptl b, méd d

sláros mímos rcbdos pssou d 4,94 pr 3,43 (d ssm, mor méd tr todos

os mucípos qu studdos); pr su rgão, os vlors orm d 4,86 3,33 sláros mí

mos; quto à Bh, st pssou d 3,78 pr 2,61 sláros mímos, pr os os d 2000

2010, rspctvmt (Tbl 6).

Tabela 6Número de salários mínimos e variação do emprego ormal, segundo os municípios selecionadosBahia – 2000/2010

MunicípioNúmero médio de salários mínimos Variação (%)

2000 2010 2000/2010

Alagoinhas 2,80 1,87 -33,32

Barreiras 2,94 2,07 -29,60

Bom Jesus da Lapa 2,17 2,01 -7,35

Brumado 2,77 1,75 -36,75

Cruz das Almas 2,08 2,45 17,71

Eunápolis 2,35 2,18 -7,21

Feira de Santana (1) 2,91 1,95 -33,24

Guanambi 2,24 1,74 -22,09

Ilhéus 3,02 2,71 -10,03

Irecê 2,44 1,73 -29,30

Itaberaba 2,15 1,55 -28,10

Itabuna 2,65 1,98 -25,08

Jacobina 2,61 1,95 -25,28

Jequié 2,06 1,74 -15,47

Juazeiro 2,49 2,09 -16,07

Paulo Aonso 3,76 2,46 -34,54

Pojuca 3,69 2,99 -19,06

Ribeira do Pombal 2,51 1,72 -31,55

Santo Antônio de Jesus 2,18 1,58 -27,77

Seabra 2,26 1,97 -12,46

Senhor do Bonfm 2,15 1,75 -18,56

Teixeira de Freitas 2,23 1,85 -16,69

Valença 1,94 1,63 -15,99

Vitória da Conquista 2,87 1,97 -31,31

Total 2,69 2,02 -21,40

Salvador 4,94 3,43 -30,50

RMS (2) 4,86 3,33 -31,50

Bahia 3,87 2,61 -35,60

Fot: Brsl. Mstéro do Trblho emprgo (2011).nots:(1) em 6 d julho d 2011, o sttud Rgão Mtropolt d Fr d St, sdo st su mucíposd.

(2) Os vlors d RMS orm justdos m coormdd com su tul composção.

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Cidades Médias b aianas: dinâMiCas,tendênCias e signifiCados

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no /do território b aiano

a obsrvção dos ddos d cd mucípo mostrou qu, tr os 23 slcodos, qul com os

mlhors ívs d rdmto o mrcdo d trblho orml, m 2000, o Pulo aoso, com

3,76 sláros mímos. Sgurms ss, por ordm dcrsct, Pojuc ilhéus, com ghosquvlts 3,69 3,02 sláros mímos, rspctvmt. em 2010, mbor mtdos sss

msmos trs mucípos como quls com s mors méds slrs, hrrqu tr ls

ltrous: Pojuc pssou tr méd ms lt (2,99 sláros mímos); ilhéus, sgud (2,71

sláros mímos); Pulo aoso, trcr (2,46 sláros mímos). a méd d Slvdor, cb

sslr, o ms lvd dtr todos os mucípos vldos, suprdo, clusv, obtd

RMS: m 2000, corrspodu 4,94; m 2010, 3,43 sláros mímos. a Bh, como r d s

supor, prstou méds slrs bxo dquls obtds cptl su rgão mtropolt,

porém ms lvds do qu s d todos os dms mucípos m qustão.

apsr d sr comum ouvr-s qu o podr d compr do sláro mímo umtou o logod últm décd, chm tção o to d tr ocorrdo um dmução grlzd d

méd slrl os mucípos vldos, cludo, como já s dss, prpr cptl su

rgão (Tbl 5). Dss rol d udds spcs, lém d Slvdor, ms ss mucípos

prstrm vrçõs prctus gtvs m 2000-2010, cm d 30 potos: Brumdo,

Pulo aoso, algohs, Fr d St, Rbr do Pombl Vtr d Coqust. a úc

xcção, ss grupo, o Cruz ds alms, com um vrção prctul postv, ss cotxto,

lvdíssm: 17,7, m 2000-2010. no msmo príodo, tdc purd pr ss udd

o obsrvd m 140 ou 33,73% dos mucípos bos, ms m ps qutro dls méd

slrl, m 2000, stv cm d dos sláros mímos12. Todv, tr sss, ps Cruz

ds alms prstv um populção cosdrávl pr os pdrõs stdus.

COnSiDeRaÇÕeS FinaiS

a produção dst rtgo o prsdd pl sgut udmtl qustão: srá qu, à

smlhç do qu s rgumt pr rldd col, é possívl rmr qu s cdds

méds bs vm crscdo m ptmrs suprors àquls vrcdos pr Slvdor,

rcohcd mtrpol do stdo? O poto d prtd pr orcr rsposts ss outrs

qustõs dl dcorrts é, ts d tudo, o rcohcmto d qu ão s pod psrs dâmcs vrcds sss cdds dscosdrdo sus cotxtos, s rds m qu

s srm, o hstrco d sus ormçõs s rtculçõs qu stblcm m múltpls

scls, bm como sus cosqucs pr orgzção trurb. no cso d Bh

qu, hstorcmt, possu lrg coctrção dmográc coômc um rduzdo

12 etr 2000 2010, do grupo qu prstou vrção prctul postv do úmro médo d sláros mímos,Mdr d Dus, etr Ros, Cruz ds alms irqur rgstrrm méds d, rspctvmt, 3,48; 3,35; 2,08; 2,00 sláros mímos. ad ss grupo, tmbém pr o o d 2010, Hlpols Burtrm prstrm médsrors 1,00 sláro mímo, s ms bxs méds tr todos os mucípos bos; , m 2010, com úmromédo d sláros mímos d 1,04, Burtrm cotrvs codção d mucípo com os mors rdmtos

do stdo, coorm potdo pl RaiS.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

úmro d mucípos , tmbém por cot dsso, um rd urb pouco ds, optous,

clmt, pl prstção dos crtéros por trmédo dos qus orm dtcds 23

cdds méds pr ss stdo. em sgud, lsrms sus dâmcs dmogrács coômcs, cotjdos smpr com sus cogrs vrcds pr Slvdor RMS.

Dss modo, purous qu tdc dmográc do cojuto d mucípos studdos

covrg com dtcd pr Slvdor su rgão. em rlção o to d, o últmo

príodo, su rtmo d crscmto tr sdo quvlt ou msmo lvmt supror o

d Slvdor – lgo sr obsrvdo –, pod, todv, sr trprtdo como dcorrc do

 já lvdo cotgt qu rsd cptl ms do qu por um grlzdo clrdo

vço do crscmto populcol ds cdds méds. igul tção dv sr dspsd

à vlção d su prtcpção o cotgt bo. embor o grupo d mucípos m

rlvo vh mtdo ptmrs cm dos obsrvdos pr cptl, os procssos ocorrdos sss 23 udds d ão s mostrrm sucts pr qu ls grgum um

qutttvo d hbtts qu supr o d RMS.

em rlção os rsultdos do PiB mucpl, s propsõs obsrvds pr Slvdor rgão

mtropolt por l comdd, d um ldo, qul grupo d 23 mucípos, d outro,

sgurm drçõs dstts: quto prtcpção dst últmo mplou-s, s prtcpçõs

d Slvdor d prpr RMS rtrírm-s. etrtto, o prctul obtdo plo rrdo grupo

squr lcçv, d, o ptmr rgstrdo pl cptl b. Dss modo, msmo qu s

dv rlçr qu, m trmos coômcos, quls mucípos vm ghdo mportâc

Bh, é prcso lsr ss crscmto com prudc. isso porqu, s é possívl rgumtrqu um to postvo dss crscmto rr-s à xpsão locl do stoqu d mprgos

orms msmo à mplção dss volum m rlção o totl d mprgos do stdo, d

gul mr s pod dcr qu sso ão rprcutu m crmtos slrs tvos pr

sus trblhdors, o mos por quto, stução comprtlhd, lás, por quls qu

vvm grd mor dos mucípos bos, clusv cptl. adms, os rsultdos

prtts à sr coômc stricto sensu sorrm ort fuc dos úmros obtdos por

Fr d St, sgud mor populção do stdo, possudor d um dos ms sgctvos

PiBs mucps , oclmt, gor tmbém lçd à codção d mtrpol.

nsss trmos, os rsultdos qu mcodos são quvlts os obtdos por Rbro Rodrgus (2011) pr o studo do Brsl. Sm dscohcr os lmts rts os ddos

sttístcos qu, por su própro crátr, possum tão somt cpcdd d ormr

hrrqus dsguldds, cotrbudo, ssm, subsdrmt, pr um comprsão

ms globl d rldd, pods rgumtr qu, pr os 23 mucípos qu brcm s

cdds cosdrds st studo, ão s vrcrm ívs d crscmto qu prmtm

tstr qulqur suprmc m rlção à típc mtrópol stdul. al, s é possívl

vslumbrr um propsão d mplção d mportâc dsss cdds rd urb do

stdo, ão s pod rmr qu l sj ltmt sgctv ou qu dot, d mdto,

mlhor tv s codçõs d vd d sus hbtts.

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no /do território b aiano

ReFeRênCiaS

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

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   S   é  r   i

  e   E  s   t  u   d  o  s  e   P  e  s  q  u   i  s  a  s

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REDE URBANA E DINâMICA REGIONAL NO ESTADO DA 

BAHIA: NOVOS ENFOqUES

parte iii

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BARREIRAS E LUÍS EDUARDO MAGALHÃES: UMA AGLOMERAÇÃOURBANA EMBRIONÁRIA NO OESTE BAIANO?

Paulo Roberto Baqueiro Brandão* 

inTRODUÇÃO

as possbldds d áls d rd urb brslr são muts, prcplmt qudo slv m cot tul dâmc rtculr do trrtro col, tord ms complx plo

surgmto d ovs struturçõs produtvs m dvrss rgõs do pís. a mplção

dvrscção d coom m todos os stors prsç crsct d tvdds g-

ts lgdos um ordm globl tm sdo tors crucs pr rcogurção d trm qu

rtcul s cdds brslrs. nss cotxto, m dvrss prcls do trrtro brslro,

tgs cdds dqurm ov mportâc, o psso qu outrs tts surgm pr lgtmr

o vgor d coom qu pss prsdr vd s çs d um rgão.

assm, quls rgõs do pís od ts procssos stão prsts, há um rcogurção

ds uçõs xrcds pls cdds qu rsult o surgmto d outr rtculção d crátrurborgol. em mutos dos csos, sto s dá pl ormção d glomrçõs urbs,

qu cosdrds como um mssstm urbo d crátr ão mtropolto.

no qu tg o Ost Bo, o mos quls spços od grcultur d lto r

dmto cotrbuu pr scsão do mo técco-ctíco-ormcol, há dícos

qu potm pr ormção d um glomrção urb qu grg, prcplmt, s

cdds d Brrrs Luís edurdo Mglhãs. no cso ds dms urbs prxms, há um

rlção um tto ms hrrquzd com prmr dtr s ctds.

nst stdo, o scrto qu sgu vs tcr prolgômos crc d um rrjo spcl

qu, como os dícos potm, stá d m stágo mbroáro, buscdo lçr oco

sobr qustõs qu lvm trprtr um uturo possívl pr s dus ms mportts

cdds do Ost Bo.

O uturo, como s sb, é um rgmto do tmpo qu o ggro costum vtr, como s

à cc com qul lbut ão oss ddo o drto d dscutr prspctvs tdcs.

Dst orm, cocorddo com Stos (2005), pr qum scpr à tr d dbtr o dvr

d urbzção brslr é dsrção, o prst txto prtd, d orm complmtr,

* Doutordo m Gogr d Uvrsdd Fdrl d Prmbuco (UFPe); mstr m Gogr pl Uvrsdd

Fdrl d Bh (UFBa). Prossor ssstt ii d UFBa, Campus d Brrrs. [email protected]

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

stblcr s bss pr um dscussão sobr tdc d ormção, o Ost Bo,

d um glomrção urb tr Brrrs Luís edurdo Mglhãs, d qu s tomm

os dvdos cuddos pr ão prstr tl prspctv como lgo xorávl.

Pr tto, lém d áls coctul, qudrdo- às costtçõs mpírcs obsrvávs

rldd brslr b, st scrto é composto por um sção ddcd o xm

gográcohstrco d ormção dâmc trrtorl hodr ds cdds d Brrrs

Luís edurdo Mglhãs outr qu vs xpor os lmtos d rldd urborgol

qu s cogurm como dícos d costtução mbroár d um glomrção urb

o Ost Bo.

Bases conceituais e constatações empíricas para o

debate sobre aglomerações urbanas na Bahia

Hstorcmt, o dbt sobr s rds urbs busc prvlgr s rlçõs tr s cd

ds dsd o poto d vst d hrrquzção rsultt d cpcdd qu um urb poss

tr d ucr domr ucolmt s dms com s qus stblc vículos. as

mbrcçõs rtculrs qu ctum crctrístcs d complmtrdd tr ctros

urbos, o cotráro, são pouco studds.

Dscorrr sobr ormção d um glomrção urb é um ds mrs pls qus o

vstgdor pod buscr comprdr dâmc trrtorl qu dá stdo à rd d qul

dtrmds cdds zm prt, posto qu, como rmdo por Gorg (1983, p. 229), d

qu ormção d um lgc rtculr s d com bs xstc d rlçõs ucos

d domção subordção tr s cdds, s “[...] rlçõs d crátr complmtr

tmbém ão são xcluíds”.

Como rm Corr (1997, p. 93), rorçdo s plvrs do lustr ggro rcs, “...

rd urb costtus o cojuto d ctros urbos ucolmt rtculdos tr

s”. além dsso, cd ctro prtcp smultmt d um rd costtuíd por drts

grus d ctrldd d um outr, “... qul ... dsmph um ppl sgulr /ou

complmtr outros ctros” (CORRêa, 1997, p. 100). est utor bord d s ts

dds dos trbutos ds rds urbs:

Qulqur rd urb tm tr os sus trbutos cssáros lgum

tgrção tr xtr qu, m rzão d dsgul spço-tmpo-

rldd dos procssos socs, v s trduzr, sgudo s dvrss rds

urbs, m tpos tsdds dsttos (CORRêa, 1997, p. 101).

assm, glomrção urb surg justmt do ort gru d complmtrdd d

ppés como prt d um tgrção tr xstt tr cdds qu prtlhm

msm rd urb stjm rltvmt prxms tr s. ncssáro dvrtr, portto,

qu, o propor um xm d glomrção urb como um compot d rd urb,

ão s dv cdr o rsco d solr, do poto d vst lítco, o t gográco m oco.

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b arreiras e luís eduardo M agalhães: uMa   a gloMeração urbana eMbrionária  nooeste b aiano?

P arte iiir ede urbana  e dinâMiCa r egional no 

estado da b ahia : novos enfoques

ao cotráro, vstgção dv xltr o su crátr spcíco dtro d um rtculção

ms mpl, qu trsbord mr scl rgol.

Um glomrção urb é ormd, sgudo Souz (2005, p. 32), “... qudo dus ou ms

cdds pssm ucor como um ‘mssstm urbo’ m scl locl, ou sj, sus

vículos s torm mutíssmo orts ...”. Dto d outr orm, sss urbs pssm colhr

bícos vvcr problms comus, grçs à complmtrdd ds uçõs à pro

xmdd gográc. Pr Mour Ultrmr (1994, pud ReOLOn, 2007, p. 42), s cdds

ormdors d um glomrção pssm compor um “ômo úco”, tl é o su gru

d comutção dár.

esss mssstms urbos são ormdos, tpcmt, por um cojuto qu grg dus ou

ms cdds méds pqus , à drç ds rgõs mtropolts, ão possu humds urbs qu compõm m codçõs d “stltzr” (SOUZa, 2005) s dms.

Quto às orms qu ssumm, sgudo Dvdovch Lm (1975), s coctrçõs urb

s, m grl, são crctrzds pl ormção d um mch urb cotíu – sdo

ms comum m rgõs mtropolts – ou ps pl colscc spcl, sm qu,

cssrmt, s orm um spço courbdo – stução típc ds glomrçõs urbs

ão mtropolts. Dst mr, s s rgõs ormds pl mtrpol dms cdds

por st comdds costumm (ms ão é codção cssár) dqurr orm d um

grd mch cotíu, o cso ds glomrçõs urbs, o ms comum é qu, ds

pto d ort tgrção tr dos ou ms úclos d mucípos prxmos, hj tr ls

mutção d spços trstcs.

Ms qus lmtos/procssos/ômos são dctvos d ormção ou d xstc já

mdur d um glomrção urb? ats d ms d, como ssldo, um glomrção

urb possu um lto ívl d tgrção s sus srs socl coômc, prcplmt

pl complmtrdd d uçõs ds cdds qu compõm o t gográco m tl.

isto mplc, m últm stâc, dtcção d uçõs públcs d trss comum,

cujo objtvo é “... tgrr ... torr tro, compltr, tgrlzr s prts d um todo,

crctrzdo plo trss comum. Trt-s d rcompor um todo qu stá sgmtdo m

mucípos pl dvsão polítcodmstrtv” (De aMBROSiS, 2001, p. 166), possbltdo

gstão tgrd d uçõs públcs d trss dos mucípos.

Outro compot udmtl pr o xm d tl comutção é tsdd dos movmtos

pdulrs, “... pos su turz cotmpl o trsbordmto ou projção d populção,

spclmt, tvdds d um cdd ou mucípo sobr outros” (ReOLOn, 2007, p. 44).

a ts mobldd populcol é comphd por outr, d bs ormçõs. O tr-

câmbo qu s orm, prcplmt pl rlzção d zrs típcos do scudáro do

trcáro, cb por ucr coormção d xs d uxos ormcos dvrsos.

Cotudo, pr qu um glomrção urb th um xstc pl, ão bst su

smpls costtção mpírc. Ms qu sto, é cssáro qu o t d crátr urbo-rgol

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

sj crdo por orç d l stdul, o qu mplcr ormlzção d bss coctus

o stblcmto d comptcs lgs clrs.

no qu cocr à bs jurídco-sttucol, crção d glomrçõs urbs stá prvst

Costtução Fdrl, ssm como s crts mgs d lgus dos stdos brslros,

clusv d Bh. em mbos os csos, porém, ão há dtlhs qu prmtm mlhor

comprdr ormção d tl udd rgol.

a Costtução Fdrl, o prágro 3º do artgo 25 (Cpítulo iii, Dos estdos Fdrdos),

rz qu é d comptc dos stdos mpltção ds glomrçõs urbs, ssm

como s dms udds rgos possívs d srm crds por l, ts como s rgõs

mtropolts s mcrorrgõs (BRaSiL, 1988).

Sgudo D ambross (2001, p. 165), porém, “... Costtução drc sss gurs,ms s trt d msm orm como grupmto d mucípos lmítros, crdo por

l complmtr stdul pr tgrr orgzção, o pljmto xcução d

uçõs públcs d trss comum”, ão ddo tmpouco prouddo hum

dsss coctos.

no qu cocr à ção govrmtl, tulmt, ps o stdo do Ro Grd do Sul houv

ormlzção d glomrçõs urbs por orç d l. Há, o âmbto gúcho, s glomrçõs

urbs do Sul (crd m 1990), com cco mucípos, do nordst (sttuíd m 1994), cotdo

dz mucípos, do Ltorl nort (udd m 2004), grgdo outros vt mucípos.

no plo bo, o govro stdul ssumu rsposbldd pl crção d glomr

çõs urbs, o stblcr, o cso XVi do artgo 11, Sção ii d Costtução d Bh,

qu compt o stdo “... dspor sobr crção, corporção, usão dsmmbrmto

d Mucípos, sttução d rgõs mtropolts, glomrçõs urbs mcrorrgõs,

lmts do trrtro stdul xção dos mucípos” (BaHia, 2005, p. 12). isto, porém, sm

potr os mcsmos qu dm m qus codçõs é prtt crção d qulqur

um dsss ts gográcos.

Por outro ldo, o provr o Dcrto . 12.021, d 23 d mrço d 2010 (BaHia, 2010), qu

dscorr sobr o Rgmto d Scrtr d Dsvolvmto Urbo (Sdur), o govro

stdul lçou s bss pr um dbt ms cosstt sobr crção d glomrçõs

urbs m trrtro bo, mbor th sgudo sm prstr os crtéros pr tl.

nss dcrto, são stblcds s comptcs d scrtr ormlzção d rgãos

d pst, tr os qus Suprtdc d Pljmto Gstão Trrtorl (SGT), qu

tm, tr s sus cumbcs, prrrogtv d coordr o pljmto gstão

mtropolt d glomrçõs urbs, promovdo rtculção tr os mucípos

costtuts d ts ts gográcos. além dsso, cb à scrtr promovr çõs qu

prmtm gstão comprtlhd tgrd d polítcs públcs d trss comum dos

mucípos, ts como bstcmto smto, tr outrs.

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b arreiras e luís eduardo M agalhães: uMa   a gloMeração urbana eMbrionária  nooeste b aiano?

P arte iiir ede urbana  e dinâMiCa r egional no 

estado da b ahia : novos enfoques

ad vrsdo sobr scl b, sgudo Mott ajr (2001), qu mprgm

publcção Rgõs d iluc ds Cdds (Rgc) como bs do su studo, lém do

cso trstdul, qu tgr Juzro (Ba) Ptrol (Pe), ps m ilhéus itbusr possívl dtcr xstc já cosoldd d um glomrção urb ão

mtropolt.

Cotudo, m studo do isttuto d Psqus ecoômc aplcd (ip) qu vs crctrzr

rd urb rgol do nort, nordst CtroOst do pís com bs coorm

ção urborgol ds décds d 1980 1990, dmts xstc, Bh, lém ds

mcods, ds glomrçõs urbs ão mtropolts d Fr d St, Txr

d Frts/euápols/Porto Sguro Sto atoo d Jsus (inSTiTUTO De PeSQUiSa eCO

nÔMiCa aPLiCaDa; inSTiTUTO BRaSiLeiRO De GeOGRaFia e eSTaTÍSTiCa; UniVeRSiDaDe

eSTaDUaL De CaMPinaS, 2002).

importt obsrvr qu, à xcção d Fr d St, cuj glomrção o rctmt

trsormd m rgão mtropolt (L Complmtr estdul . 35/2011), m hum

dos dms csos, s glomrçõs urbs orm oclmt costtuíds por orç d l.

Ts mçõs orm ts com bs, tão somt, m costtçõs mpírcs.

Barreiras e Luís Eduardo Magalhães: breve eame geográfcohistórico

as cdds d Brrrs Luís edurdo Mglhãs possum um dâmc trrtorl covr

gt com d outrs tts urbs dos crrdos brslros cuj ormção rct d um

zo groxportdor modr tv ppl dcsvo o crmto dmográco, bm como

costtução d um complxdd ucol té tão édtos.

nquls spços scolhdos como locus d tscção ds rlçõs cptlsts, mdt

crção d sstms grodustrs ltmt tcczdos, ormms rrjos trrtors

d produção grícol (eLiaS, 2006) cujos gts pssm mpor um lgc d orgzção

qu cb por clrr o procsso d urbzção, cludos í rstruturção /ou o

surgmto d cdds.

Sgudo els (2006, p. 234), como rsultdo do umto d trcrzção s urbs vzhs

às árs d grcultur modrzd, há

[...] um grd mtmoros crscmto d coom urb ds

cdds prxms ds produçõs gropcuárs modrs, prll-

mt o dsvolvmto d um ovo ptmr ds rlçõs tr

cdd cmpo, vslumbrávl os drts crcutos spcs d

produção círculos d cooprção stblcdos tr sss dos

spços. O crscmto d produção ãomtrl s dv d o

crscmto populcol à rvolução do cosumo, st últm

rgd sob os uspícos do cosumo d mss, qu mpõ umross

cssdds ssocds à xstc dvdul mlr.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Há qu sltr, porém, qu, dspto d o xprssvo crscmto dmográco

xprmtdo por Brrrs Luís edurdo Mglhãs tr ocorrdo com bs m um

msm lógc d mpltção d ovos sstms grodustrs o Ost Bo, osprocssos gográcohstrcos d ormção ds cdds mcods possum tm

porldds dstts.

O síto urbo d Brrrs rmot à prmr mtd do século XiX, tdo surgdo por cot

d mpltção d um pquo cs mrgm drt do Ro Grd, dstt lgus poucos

qulômtros just do trcho od o curso d’águ dx d sr vgávl (aLMeiDa, 2005)

por od pssvm lgus dos tgos cmhos d trop do tror do Brsl.

ad qu th surgdo o cotxto d xpsão ds zos d pstoro do gdo bovo o

Ost Bo o século XiX (BRanDÃO, 2010), dsd os prmros os, Brrrs tv o sucrscmto lgdo os zrs do trcáro, posto qu ução prcpl do cs orgáro

, m sgud, do porto fuvl, oss comrclzção d produtos vdos d outrs rgõs

do pís plo ro São Frcsco por su ut, já mcodo, pr dí sgur m trops

qu bstcm lgums ds zos ms povods d Goás.

O crscmto prtérto xprmtdo por Brrrs o motvdo, prcplmt, pl co-

soldção d tvdd comrcl pls prátcs gropcuárs qu s dsvolvm o su

toro, cordo à urb um ctrldd rgol qu, té tão, r xrcd por Brr,

cdd loclzd o cotro dos ros Grd São Frcsco prmro sstmto xo

do Ost Bo, dtdo ds últms décds do século XVii (BRanDÃO, 2009).

a cdd d Luís edurdo Mglhãs, por su vz, é d udção bm ms rct. O úclo

cl surgu com mpltção, m 1974, d um psão pr cmhoros o tro

cmto ds BR 020 242 , postrormt, m 1982, d um posto d combustívs, tdo

s trsormdo m povodo do mucípo d Brrrs, m 1986, com domção d

Mmoso do Ost (FOnSeCa; SiLVa; VieiRa, 2010).

Dos surtos mgrtóros xplcm o rápdo crscmto d tão pqu uclção

loclzd do xtrmo ost do mucípo d Brrrs: um prmro, mos tso

d crátr spotâo, cdo m s d décd d 1970, com chgd dos

chmdos poros (JUnGeS, 2004), ou sj, os prmros mgrts sulsts m buscd trrs grcultávs; um sgudo, ms vgoroso duzdo plo Govro Fdrl,

cdo m mdos d décd d 1980 stblcdo por ovs lvs d populçõs

dvds do Sul do pís pr promovrm xpsão d grcultur d lto rdmto

os crrdos bos.

Por orç dos trsss corportvos mdos ds lts grodustrs qu s stlrm

o tgo Mmoso do Ost os príodos cm mcodos, rprstds pl Comssão

Pr-Dstrtmto emcpção (JUnGeS, 2004), o povodo o dsmmbrdo do mucípo

d Brrrs , ssumdo o topômo d Luís edurdo Mglhãs, pssou sr, prtr d

30 d mrço d 2000, 417ª udd polítcodmstrtv d Bh.

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b arreiras e luís eduardo M agalhães: uMa   a gloMeração urbana eMbrionária  nooeste b aiano?

P arte iiir ede urbana  e dinâMiCa r egional no 

estado da b ahia : novos enfoques

Como vtdo, m mbos os csos, o príodo ms xprssvo d crscmto dmográco

tv íco s décds s do século XX (Tbl 1), com cosoldção do plto d grãos

o Ost Bo, tvdd qu cotrbuu dcsvmt pr o crmto dos uxos dmgrção do prpro stdo, bm como dquls qu prtm ds trs udds drtvs

ms mrdos do pís.

Tabela 1

População urbana de Barreiras (1970-2010) e Luís Eduardo Magalhães (1991-2010)

População urbanaAno censitário

1970 1980 1991 2000 2010

Barreiras 9.760 30.055 70.701 99.842 123.741

Luís Eduardo Magalhães .... .... 2.385 (1) 18.757 54.881

Fot: Csos Dmográcos (1970, 1980, 1991, 2000, 2010).(1) Populção do tão povodo d Mmoso do Ost, mucípo d Brrrs, sgudo Mott (2012).

Há qu s obsrvr, porém, qu, quto m Brrrs o rtmo d crscmto prstdo

plos últmos dos csos dot um tdc à stblzção d populção urb, m

Luís edurdo Mglhãs, o cotráro, é possívl prcbr, trvés dos úmros orcdos

pls msms cotgs populcos, mutção do rtmo scdt d crscmto,

supror os 20% .., coorm dcdo por Stos Flho Ros Flho (2009).

Cdds qu dvm su crscmto populcol rct o crmto d complxdd

ucol à grcultur d lto rdmto, Brrrs Luís edurdo Mglhãs cosoldm,

hoj, drts ppés rd urb col. a prmr dspot como prcpl ctro

do trcáro d gstão do trrtro m scl rgol té trstdul, o psso qu à

sgud cb xrcr, com promc, o ppl d “cdd do grogco” (eLiaS, 2006,

p. 221), com grd mor dos zrs subordd à dâmc do stor prmáro tc

czdo, codção qu prmr já suprou.

a cdd d Brrrs coctr hoj os prcps stblcmtos comrcs

cros do Ost Bo, lgus compodo rds com tução m scl col

trcol, s mors sttuçõs d so supror d rgão, sdo trs dls

Uvrsdd do estdo d Bh, isttuto Fdrl d educção, Cc Tcolo

g d Bh Uvrsdd Fdrl d Bh, s sds rgos d rgãos públcos

stdus drs, lém d xrcr cosdrávl ctrldd quto os srvços

médcohosptlrs.

Sgudo Suprtdc d estudos ecoômcos Socs d Bh (2010), o Produto

itro Bruto (PiB) d Brrrs é o 14º ms xprssvo do stdo, com vlors m toro d 1,2

blhão d rs, o qu rprst 1,2% do totl produzdo udd drtv. em rlção

os stors produtvos, o mucípo m tl dtém o sgudo mor PiB gropcuáro d

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Bh, com 274 mlhõs d rs (4,2% do totl do stdo), o 22º produto dustrl, com 147

mlhõs d rs (0,6%) o 12º poscomto o qu s rr à produção trcár, com

646 mlhõs d rs (1,5%). Os ddos são rltvos o o d 2006.

a cdd d Luís edurdo Mglhãs, por su vz, brg um prqu grodustrl cd

vz ms vgoroso, qu gr ort dmd por mão d obr qulcd, sttuçõs qu

prstm srvços téccos voltdos o stor grícol, ts como mprss d cosultor

groômc, jurídc, mbtl gotcolgc, lém d sds dos ctros d psqus

mtdos por tdds orgzçõs ssoctvsts crds plos gts coômcos

lgdos o grogco.

D cordo com Suprtdc d estudos ecoômcos Socs d Bh (2010), o mu-

cípo d Luís edurdo Mglhãs possu um PiB d 842 mlhõs d rs, o qu o poscocomo 19º ms mportt do stdo, com 0,9% d tudo o qu udd drtv produz.

Quto os vlors stors, produção gropcuár é 4ª mor d Bh, com 168 mlhõs

(2,6% d prtcpção rltv o stdo), o PiB dustrl é o 20º, com 186 mlhõs d rs

(0,7%), produção trcár posco o mucípo 19ª colocção, com 378 mlhõs d

rs (0,8%). assm como o cso d Brrrs, os ddos são d 2006.

Como s vrá dt, s drçs cm rltds os ddos prstdos cbm por

dotr um complmtrdd d uçõs , como cosquc drt, um cosdrávl

gru d comutção dár tr os ctros urbos m tl. É justmt st tgrção qu

gr os dícos qu torm lgítmo o dbt sobr ormção mt d um glom

rção urb tr s cdds d Brrrs Luís edurdo Mglhãs.

Indícios da ormação da aglomeração urbana Barreiras–Luís Eduardo Magalhães

a dâmc trrtorl xstt os ds d hoj o Ost Bo cor às cdds d Brrrs

Luís edurdo Mglhãs protgosmo bsoluto como ctros d um “spço lumoso”

(SanTOS, 2003) osto orjdo pl rstruturção trrtorl produtv d grcultur d grãos

qu stá composto d por São Dsdéro, Formos do Ro Prto Rchão ds nvs,

mucípos com cosdrávl prtcpção o PiB do stor prmáro bo (DiaS; aRaÚJO,

2011). Tudo sto s rft, por su vz, s rlçõs stblcds prcplmt tr s

dus prmrs dtr s cdds ctds.

Dos são os spctos ms rlvts qu dvm sr cosdrdos qudo d busc por

lmtos mpírcos qu possm cormr ormção d um glomrção urb, d

qu m su momto cl, qus sjm: complmtrdd d uçõs comutção

dár tr s cdds lsds. nst stdo, lgus ss, rsultts d complm

trdd d uçõs d comutção dár xstts tr os ctros urbos m xm

spclmt vrcávs já os ds d hoj, costtum-s m dícos qu, s vstgdos

d modo dqudo, podm cormr ormção, m stágo mbroáro, d um glom-

rção urb o Ost Bo.

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b arreiras e luís eduardo M agalhães: uMa   a gloMeração urbana eMbrionária  nooeste b aiano?

P arte iiir ede urbana  e dinâMiCa r egional no 

estado da b ahia : novos enfoques

Quto à complmtrdd d uçõs, ão há dúvds d qu Brrrs, pl mor com

plxdd ds tvdds do trcáro, com dstqu pr o comérco ort d srvços

duccos, médcohosptlrs, lém d outros ms spclzdos, é o prcpl ctrourbo do Ost Bo, com uc cddo, clusv, sobr Luís edurdo Mglhãs.

Ocorr, porém, qu dsd s d décd pssd, ss últm cdd vm pssdo por

um duplo procsso, qu s crctrz pl crsct prousão spclzção do trcáro

quls trs qu orcm mão d obr, sumos téccs o grogóco plo

surgmto d ovos mprdmtos comrcs qu vsm tdr à lt dmd d

prcl ms bod d populção locl.

isto tm sdo udmtl ão s pr o umto d prtcpção do stor trcáro o PiB

locl – 59,20%, m 2009, cotr 43,52%, m 2001, sgudo ddos d Suprtdc d

estudos ecoômcos Socs d Bh (2010) –, como tmbém dção d fuxos dpssos cptl, d tímdos, ms crscts, cujos xs tomm stdo oposto àqul

trdcolmt costtuído, ou sj, há um ov dâmc d mobldd drcod d

Brrrs à cdd d Luís edurdo Mglhãs.

Há, por outro ldo, um sér d projçõs bsds m ddos dmográcos coômcos

produzdos plo isttuto Brslro d Gogr esttístc (iBGe) qu potm s t-

dcs d crscmto pr mbs s cdds qu lsds, sgudo s qus, médo

przo, hvrá um cáro d mor prdd tr Brrrs Luís edurdo Mglhãs o qu

cocr o qutttvo populcol os úmros d coom, com ort rprcussão

rlção d ctrldd xstt tr os ctros.

D cordo com Pdo (2011), s projçõs rlzds pl mprs d cosultor Urb

Systm tr os os d 2009 2010, sob comd d Prtur Mucpl d Luís edu

rdo Mglhãs, potm cosdrávl crscmto dmográco, os úmros d mprgos

orms mprss m ucomto, bm como m rlção o PiB storl. Pr to d

comprção, o studo dstc qu, s os ívs d crscmto d mbs s urbs mtvrm

tdc tulmt vrcd, Luís edurdo Mglhãs “ultrpssrá” Brrrs tr 2018

2020, tordos, cosqutmt, prcpl cdd do Ost Bo.

idpdt ds qurls usts qu ts dscursos cbm ctdo tr os hbt

ts gstors públcos d mbs s cdds, o to é qu, m s cormdo o progstco

sugrdo plo studo, Luís edurdo Mglhãs torrsá um ctro ucolmt ms

complxo, coormdo, ssm, um procsso ovo, o qul s rlçõs com Brrrs, tul

mt hrrquzds, rão dqurr um crátr ms complmtr.

Quto à comutção dár, tl procsso dcorr, m spcl, do to trormt xposto

c vdt qudo s obsrv o tso fuxo populcol qu s stblc drmt

tr s dus cdds, m mbos os stdos. Tl mobldd é vrcávl pl tsdd

do trágo BR 242, rodov qu lg Brrrs Luís edurdo Mglhãs, bm como plos

úmros d vd d pssgs s stçõs rodovárs ds urbs lsds.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

ao xmrm rlção rd-trrtro o Ost d Bh com bs os fuxos qu s stb-

lcm dsd Luís edurdo Mglhãs, Dlgdo alvs (2010) potm xstc d orts

vículos spcs tr s sds mucps qu cptm o procsso d rstruturçãoprodutv d rgão. Os utors tomm como bs pr o studo ctdo os dslocmtos

dáros d vículos d crg d grãos m cmhõs d pssgros m ôbus trmu

cps qu prtm d Luís edurdo Mglhãs com dsto outrs uclçõs urbs,

tr s qus Brrrs.

Pr Dlgdo alvs (2010, p. 111), fudz trrtorl qu s stblc d modo ms

sgctvo tr sss prcps cdds do spço lumoso ormdo plo procsso d

modrzção grícol os crrdos bos rsult “... ds strtégs dos tors hgmô

cos costrudo su trrtorldd”. em outrs plvrs, ts gts, por mo d su

ção mprddor, provocm mobldds hum d cptl ( orm d commodities,prcplmt). Por su vz, ts dslocmtos coormm xs d uxos ms tsos

durdouros tr s cdds d Brrrs Luís edurdo Mglhãs.

ad tdo o fuxo dáro d pssgros como objto d áls, psquss drts rlzds

s stçõs rodovárs d mbs s cdds m xm rvlm qu vd d pssgs

d Brrrs pr Luís edurdo Mglhãs corrspod qus 59% do totl d blhts

comrclzdos prmr cdd ctd com dsto às dms do Ost Bo qu stão

loclzds m um ro gul ou ror cm qulômtros d dstâc1. no stdo vrso,

s pssgs vdds tgm um prctul d 56% do totl, lvdo-s m cot s

msms crctrístcs trormt potds.

Há qu s cosdrr d qu outrs cdds osts, possvlmt, strm pts

compor um utur glomrção urb qu th, o bômo Brrrs-Luís edurdo

Mglhãs, o su úclo prcpl. Cdds como agcl, Ctolâd, Crstpols, Rchão

ds nvs São Dsdéro possum strts rlçõs com s prmrs ctds, otdmt

com Brrrs. Por outro ldo, dd pouc dstâc sr prcorrd drmt, Brrrs é

cdd-dormtro pr um cosdrávl qutttvo d prossos qu tum m srvços

spclzdos ou o ucolsmo públco sss cdds od o prcpl ctro urbo

do Ost Bo xrc mor ctrldd.

Por outro ldo, é mportt sltr qu, s plo tul stágo d complxdd ucol

tgdo com um coom cd vz mos dpdt do stor prmáro, Brrrs já

ão pod sr cosdrd um típc cdd do grogco, Luís edurdo Mglhãs, o

cotráro, comport rsultdos coômcos qu são mprdos, m grd mdd, pl

produção comérco d commodities, um lmto do mrcdo d cpts crctrzdo

pl grd osclção d prços.

1 ess é dstâc máxm, m úmros rrdoddos, tr cdd d Brrrs s dms pr s qus smprss várs dslocm d trs ms ôbus por d. São ls: agcl, Bpols, Crstpols, Luís edurdoMglhãs, Rchão ds nvs São Dsdéro, lém d Slvdor Brsíl, qu, por motvos bvos, ão orm qu

cosdrds.

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b arreiras e luís eduardo M agalhães: uMa   a gloMeração urbana eMbrionária  nooeste b aiano?

P arte iiir ede urbana  e dinâMiCa r egional no 

estado da b ahia : novos enfoques

nst stdo, é prcso dvrtr qu mutção mplção dos xprssvos rsultdos

coômcos d Luís edurdo Mglhãs stão lgds d modo sml os dtms d

polítc coom trcos. isto trá s codçõs uturs do mrcdo tro dcdd, rprcutdo, por su vz, s possívs trsormçõs d su ctrldd. assm,

por orç ds crtzs qu são prprs do mrcdo trcol d commodities, o cáro

qu potdo como tdc pod ão s cormr.

Para (não) concluir, uma agenda de pesquisa

Como rmdo lhurs, st scrto ão mst costtção d um to gográco

cosolddo. ao cotráro, busc trçr os prolgômos do possívl cáro d ormção

d um glomrção urb rd costtuíd pls cdds d Bh, m spcl d um

rgmto dss trm loclzdo o Ost Bo qu tm m Brrrs Luís edurdoMglhãs os úclos rrddors dss procsso.

Por sr st um áls spcultv, há qu buscr os mos pr motorr s tdcs

qu potds (lém d outrs tts qu podm sr rvlds). Pr tto, é udmtl

promovr o dsvolvmto d um mtodolog qu prmt orcr subsídos o xm

d tdc qu sboçd, bm como lsr os procssos d ormção cosoldção

do t gográco m tl. Tl mtodolog dv lvr m cot possbldd d su

rplcção outros csos d rldd stdul col.

assm, lgums proposts d studo dvm gurr como prts costtuts d um mpl

gd d psqus qu prmt, por mo d áls tgrl ds costtçõs dí dvds,

cormr ou rutr s spculçõs qu sboçds. Dst orm, é crucl cosdrr:

. áls d gs d tul rd urb rgol s vculçõs qu st possu

m um lgc multsclr;

b. dtcção dos dvrsos crcutos spcs d produção d círculos d coop

rção m scl trurb;

c. o xm d tsdd dos uxos populcos dáros tr s cdds, cosd

rdo qutdd d dslocmto, ms, prcplmt, s motvçõs pr tl;

d. do msmo modo, rlzção d um xm d tsdd dos uxos ormco

s xstts tr os ctros urbos, ts como trsçõs bcárs lgçõs

tlôcs, por xmplo;

. áls do ppl qu s dms cdds, prxms rtculds às urbs m x

m, dsmphrm ss rgmto d rd urb, lvdo-s m cot s

possbldd d rompmto d rlção ortmt hrrquzd qu tulmt

mtém, prcplmt, com Brrrs.

assm, por mo d áls sstmátc dos dícos qu potdos, qu rvlrá s crct

rístcs d comutção dár tr s cdds d Brrrs Luís edurdo Mglhãs, orjd

pl crsct rlção d complmtrdd ds uçõs xrcds pls urbs m tl, é

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

plmt possívl costtção, m um uturo prxmo, d xstc d um procsso

dâmco qu rsultrá o surgmto d um glomrção urb o Ost Bo, qu

cotrá d com clusão dos mucípos d São Dsdéro, agcl, Rchão ds nvs,Crstpols, Bpols Ctolâd.

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CENTRALIDADE URBANA, CONIGURAÇÃO REGIONAL E NExOS ENTREDETERMINAÇÕES ECONÔMICAS E CONTINGÊNCIAS POLÍTICAS

Renato Leone Miranda Léda* 

inTRODUÇÃO

Como trprtr s rlçõs tr cdds, sobrtudo pqus méds, rd urb rgão, o príodo tul, st sgud décd do século XXi, s codçõs prtculrs do

Brsl, d ms d Bh, pr lém dos modlos d áls cordos os prcípos d

ctrldd, d ucoldd d mrcdo?

não s trt d rtomr os qustomtos ds tors d loclzção d sprção oclás-

sc, m d smplsmt rsgtá-ls m sus rltvs utldd tuldd pr dr cot

d crtos procssos d orgzção do spço, sorço já mprddo bm dsvolvdo

ltrtur gográc brslr, sob drts mtzs (CORRêa, 1982, 1997, 1999; SanTOS,

1979, 1999; SiLVa, 2010; SPOSiTO, 2007).

a dscussão tm íco com busc dos xos tr lmtos, procssos cotrdçõs

rts à dâmc ds rlçõs cdd–rd–rgão qustomtos sobr o qu sss

rlçõs rvlm rspto ds spcldds cotmporâs, cosdrdo, pr sso,

rtomd, muto brv, d lgus prcípos qu mbsm su trprtção gográc,

sob um vés crítco. em sgud, dscussão drco-s à tttv d trlocução com

cotrbuçõs trcs qu, dspto d dstts, covrgm pr o mbsmto d um

ltur qu tz o stdo polítco d rlção cdd–rgão.

O prssuposto básco dsss rfxõs rr-s o tdmto ds rds urbs d

sus dâmcs como um ds xprssõs ms sgctvs dos rrjos spcs do

cptlsmo cotmporâo d sus rstruturçõs hstr rct qu, portto,

dvm sr trprtds como prt d um totldd socl complx cotrdtr. Ts

dâmcs rrjos sgum dtrmçõs grs mds d lgc d cumulção d

cptl obdcm comdos orudos d ctros d dcsão studos m srs sup

rors ds hrrqus d podr do mudo globlzdo (CORRêa, 1999; SanTOS; SiLVeiRa,

2008), ms, por outro ldo, ssumm orms cotúdos prtculrs o cotxto hstrco

* Psdoutor pl Uvrsdd Fdrl Flums (UFF); doutor m Gogr pl Uvrsdd Fdrl do Ro dJro (UFRJ). Prossor do Dprtmto d Gogr d Uvrsdd estdul do Sudost d Bh (UeSB).

[email protected]

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

gográco spcíco m dtrmds árs ou rcorts do trrtro, cosdrdo d

o dcsvo ppl do estdo col como scl d mdção tr os drts ívs d

ordmto spcl.

assm, o txto stá orgzdo d modo qu dscussão s c com rtomd d lgus

spctos trcos cosdrdos sscs rspto do tm m oco, pssdo pl tttv

d xplorr dtrmds coxõs lítcs rtrds d cotrbuçõs d utors qu s

propõm rtr sobr spcldd do cptlsmo o Brsl m su dmsão urb

rgol, covrgdo, o l, pr um ltur qu tz s rlçõs tr spço, podr

rcorts trrtors , ms spccmt, s proposts d sttução d rgõs mtro

polts m toro d cdds port médo, com bs os coctos d “projto rgol d

podr” “r polítc”.

CenTRaLiDaDe, ReDeS e ReGiÕeS: DeTeRMinaÇÕeS SiSTêMiCaS

Pr stblcr um poto d prtd prtt pr trtr qustão, julgs proprdo

rtomr o qu Mlto Stos, já m 1979, prstv como um proposção ovdor o

cotxto d gogr brslr d époc, sobr os prâmtros srm cosdrdos

áls cocomtt dos procssos d urbzção orgzção spcl os píss sub

dsvolvdos, potv como tors dcsvos pr xplcção d urbzção, dst

cdo quls qu volvm dâmc socl d produção s orms gogrács qu tl

dâmc ssum cd momto s rlçõs tr cdd, rd rgão, sob o prsm d

dvsão do trblho. etr ts tors cb tzr qu

[...] crção rtção locl do vlor dcodo, cpcdd locl

pr gurdr um mor ou mor prcl d msvl grd, o

gru d rdstrbução d rd tr os produtors, os tos drtos

ou drtos d modrzção sobr polítc, socdd, cultur

dolog. (SanTOS, 1979, p. 38).

em outrs plvrs, podr-s- dr qu spcldd do modo d produção cptlst,

s orms mtrs qu cr os uxos qu promov przm um dâmc d coctrção dsprsão um costt stávl procsso d produção d spços dsgulmt

dotdos d rstruturs outros trbutos sococoômcos. no âmbto d um modlo

urbodustrl corrspodt o prdgm ordst domt sgud mtd do

século XX, spcldd cptlst ssumu um orm qu combv tdcs oposts

complmtrs d coctrção mtropolt, d um ldo, d rltv dsprsão ou

dscoctrção (coctrd) d outro, qu mrcrm ormção o dsvolvmto

ds rds urbs hrrquzds o príodo. Os xos ms grs tr dvsão do trblho,

spcldd cptlst, rds urbs drcção rgol drvm, ssclmt,

do to d qu s trocs rprstm

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Centralidade urbana , Configuração r egional e nexos entre deterMinações eConôMiCas e ContingênCias PolítiCas

P arte iiir ede urbana  e dinâMiCa r egional no 

estado da b ahia : novos enfoques

... ão ps vículos stblcdos tr produtors d mrc

dors dspostos gogrcmt m drts lugrs, ms, ts

d tudo, xção d lços tr trblhdors sslrdos sob ctv d drts cpts m spços dsttos qu s ...

trocs d mrcdors – bs srvços, cludo orç d trblho

–, stão qus smpr vculds às trsormçõs d loclzção,

crdo com sso, um cojuto d trçõs d movmtos spcs

trldos um gogr pculr ds rlçõs hums, (BaLanCO;

PinTO; BUSaTO, 2006, p. 14).

nss cotxto d produção d cogurçõs spcs, o qul s srs d produção

d crculção cotrms ruds, o ppl trmdáro d trmdção ds cdds

méds é um crctrístc ort d su prl rd urb brslr (sdr mprsscomrcs tcdsts vrjsts com spcíc ução d dstrbução d produção dus-

trl pr um ár d mrcdo rgol). num coom m procsso d rstruturção

mudlzção, o dsvolvmto ds rds urbs (por su cotúdo socl técco)

o ppl d trmdção ds trsçõs os stors d comérco srvços qu, d modo

grl, s cdds méds cumprm o tul cotxto, stão strtmt ssocdos à

xpsão dos horzots gográcos d cumulção, sobrtudo m rzão “... d orç qu

s grds corporçõs possum pr vblzr o lrgmto dos cotxtos” (TReViSan,

2007). ess procsso d dsvolvmto moblz um sér d outros gts coômcos,

como o cso d rms pqus méds ls ssocds/subordds, um strtég

d tução m rd qu prmt cplrzção dos gcos s oprçõs ds grdsrms m mrcdos rgos ou subrgos.

Do poto d vst d rlção tr rd urb dvsão trrtorl do trblho, td

c é dssocção tr o lugr d dcsão comdo o lugr d produção dustrl

como rm Sposto (2007). Fzdo um prllo, gurdds s dvds spccdds,

prsç cd vz ms ostsv ds grds rds cos ou trscos d

lojs hprmrcdos s cdds méds duc tmbém um possívl rordmto

do ppl ds lts ou burguss mrcts locs – m rrc à propost d Corr

(2007) d qu um dos lmtos pr o qudro trco d áls ds cdds méds é

orgm turz d lt mprddor d su possívl xprssão polítc mcrátr rgol.

Pr lém d struturção d um rd urb prtmt hrrquzd “qulbrd”,

como coroláro do prssuposto clássco ou oclássco d lbrdd d mrcdo d cocor-

rc prt (CaVaLCanTe, 2002), s possbldds d coxão m rd tr cdds d

dvrsos strtos d port dmográco tdm crscr xpoclmt s codçõs

téccs d globlzção qu prmtm “... um smultdd d comucção ou um

rd trcd d rlcomtos, rompdo s strts hrrqus” (DaMiani, 2006 p. 136).

isto s vrc, sobrtudo, sr ds rlçõs comdds plos gts cros m

su mríd d trsçõs ltrôcs.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

assm, pr lém ds trprtçõs qu rssltm mportâc d dstâc (proxmdd,

cotgudd) dos custos d trsport rlção tr cdd rgão d uc,

qul s rstruturs várs os fuxos d pssos mrcdors projtm um rrjo go-gráco covcolmt zol, há d s cosdrr, cd vz ms, qu o uso sstmátco

dos prtos ltrôcos d ormátc tlmátc rltvz mportâc d proxmdd

d cotgudd rd s rlçõs ms plo prcípo d coctvdd, crctrzdo

“... orms cotmporâs d orgzção spcl ds tvdds coômcs lgds o

comérco d bs srvços como prt d um procsso d coctrção coômc qu

s comph d dscoctrção spcl” (SPOSiTO t l., 2007, p. 45).

as rds são struturds moblzds vsdo tdr os objtvos dos gts coôm-

cos, qu modcm crtos trbutos do spço coorm s costrom /ou s utlzm pr

rlzr sus tvdds. Por outro ldo, s rds gogrács são costtuíds d potos ous, lugrs dstrbuídos sobr o trrtro, coctdos trvés d lhs uxos vrdos. a

tgrção ucol tr os lugrs é rzão d sr ds rds. Quto mor su dsdd

gru d orgzção, mor srá su cc do poto d vst d rdução rltv ds

dstâcs o qu s rr tmpo d crculção ds mrcdors, ds ormçõs, dos

comdos o grcmto dos gcos , sobrtudo, d rdução do tmpo d “gro do

cptl”. est últmo é cosdrdo um dos prcípos qu gu s trocs crculção d bs

srvços, bm como produção d struturs spcs qu xgm, cotrdtormt,

ms vultoss soms d cptl xo “rrgdo à trr” coctrdo gogrcmt

(HaRVeY, 2007) pr qu os uxos coômcos sjm vblzdos. ess busc csst do

tmpo ms curto pr rlzção ds trsçõs mrcts, sj sob orm d dsloc

mto d mrcdors (bs tgívs), d crculção cr ou d ormção, é um to

crucl do dsvolvmto do cptlsmo cotmporâo s vdc pl crsct

mportâc ds rds d trsports d comucção pr cocrtzção ds rlçõs

comrcs. Por outro ldo, ss “cssdd” d fudz dv sr rltvzd cotxtul-

zd, pos, tl como s prst o mudo cotmporâo, xcrbção d udz d

vlocdd d crculção d ormçõs, mrcdors do dhro mpõs como um

“cssdd” muto ms prmt pr os gts coômcos qu ldm drtmt

com lgc d vlorzção do cptl do lucro, do qu pr populção m grl, os

trblhdors m prtculr, cujs codçõs d rprodução socl stão submtds umdsgul cpcdd d csso às rds, o qu rd o própro sgcdo d fudz

pr us outros, como Mlto Stos (1996) lrt o cotrpor tmpos/homs rápdos

ltos, Geograa das Redes.

esss dcçõs trcs sugrm um prcípo d áls d rlção ds pqus cdds

s rds urborgos comdds por ctros médos do poto d vst d rtcul

ção dsgul ds cooms locs como um stução gográc (SiLVeiRa, 1999) qu pod

sr dd como um cotro ou combção cotrdtór d orms d proprção

vlorzção dos lugrs. Ou sj, um rcurso d método qu prmt bordr um cojuto

d lugrs rtculdos m rd um scl rgol como rcort spço-tmporl, um

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Centralidade urbana , Configuração r egional e nexos entre deterMinações eConôMiCas e ContingênCias PolítiCas

P arte iiir ede urbana  e dinâMiCa r egional no 

estado da b ahia : novos enfoques

“momto” provsóro, com um dtrmdo cojuto d trbutos socs, coômcos,

téccos, pssívs d dscrção áls, ms cuj trprtção vrddr sgcção

somt podm sr lcçds s dvdmt srdo o uxo d vtos hstrcos dprocssos socospcs d mor brgc do qul z prt. esss dcçõs brm

cmho pr um proxmção o cotxto mpírco d áls d tução ds orçs co

ômcs hgmôcs, como ds grds rms, m mrcdos rgos ou sub-rgos,

msmo quls spços prércos qu s crctrzm por lmtçõs quto o pquo

volum d dmd, mor dsdd técc d cptl corpordo s rstruturs d

trsports comucçõs ívs rltvmt bxos d podr qustvo d populção,

como d modo grl ocorr o tror d Bh m prtculr rgão d uc d

cdds como Vtr d Coqust. est cdd, ss cso, rprst o spço – lcus – od

dvrss mprss d vrdos ports orgs buscm stblcr struturs d suportpr sus oprçõs cssr um mrcdo rgol xtso, msmo qu lmtdo por quls

codçõs coômcs rstrtvs mcods. assm, como polo comrcl d prstção

d srvços, cdd é dtcd como um ctro urbo rgol d “ordm 1” sgudo o

isttuto d Psqus ecoômc aplcd (2001) ou como “Cptl Rgol B” clsscção

do isttuto Brslro d Gogr esttístc (2008), sd d um úmro sgctvo d

stblcmtos qu tum pr tdr dmd dss rgão d fuc urb.

Cb rssltr, com bs os ddos d ReGiC 2007 (inSTiTUTO BRaSiLeiRO De GeOGRaFia e

eSTaTÍSTiCa, 2008), qu ss é mor rgão m populção úmro d cdds rtculds

(97) tmbém qu possu mor Produto itro Bruto (PiB) totl (mbor mor PiB pr

cpt) tr s rgõs polrzds pls cdds d hrrqu quvlt o stdo dBh, rspctvmt Fr d St ilhéus–itbu (CaLDaS; SOUZa, 2009).

Há d s cosdrr qu “produção d rgoldd”, como d Hrvy (2005, p. 89) m

rlção à lgc trrtorl do podr, é drvd dos “[...] procssos molculrs d cumulção

d cptl o tmpo o spço”, dí s dsdobrdo “... comptção spclzção

trrgos”, cogurdo um “corc struturd” qu stá codcod tmbém

os modos d cosumo “ ... gogrcmt drcdos d cordo às coctrçõs d

rquz podr [...] O mudo drcdo do podr do cosumdor s prrcs d

cosumo surg qu como um mportt dtrmt do dsvolvmto gográco

dsgul” (HaRVeY, 2007, p. 42, trdução oss).1 

em sum, o poto d vst dotdo é o d qu s rds urbs s prtculrs cogu

rçõs rgos qu ssumm o cotxto cocrto ds cooms cptlsts prércs

ssocm-s, por um ldo, os procssos d homogeneização – qu corrspodm à tdc

à “gulzção” ds codçõs d rprodução do vlor, coormdo um spço ucdo,

ss stdo, , por outro, os cdmtos d rlçõs mrcts qu lvm à progrssv

tgrção ds cooms rgos um spço ucdo do mrcdo col, procsso

1 “ ... geográcamente dierenciados de acuerdo a concentraciones de riqueza y poder ... El mundo dierenciado del poder del consumidor y las preerencias de consumo entra aquí como un importante determinante del desarrollo geográco

desigual.” 

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

qu mplc um tgrção ssmétrc subordção ds árs prércs os comdos

orudos dos úclos dâmcos hgmôcos. em c d “cotíu osclção tr xção

do vlor d uso” (drcção, rgolzção) “ fudz do vlor d troc” (homogzção,mudlzção), como d Smth (1988, p. 217), rd urb rprst um “topolog”

dos crcutos spcs d coom2 d dvsão trrtorl do trblho sboç um “ds

ho” ds dsguldds spcs como xprssão cotrdtr ds rrds dâmcs d

gulzção drcção socospcl, como dc Moto (2011) m su studo sobr

tgrção coômc rd urb.

a doção dss prspctv rmt à prcção ds possbldds d prsão do c

dmto d xos tr os dtrmts coômcos sstmcos s çõs polítcs

cotgcs qu dcorrm dquls , smultmt, modcm substclmt

s codçõs mtrs mtrs d su tvção d su “gogrzção” sob ormd um dtrmdo pdrão d dstrbução ds cdds cogurção d um rd urb.

etão, o prcípo o tdmto d qu dvsão do trblho é um “pst” udmtl

pr o studo d orgzção spcl d urbzção, sto é, um oqu qu “... prmt

clur áls tods s vrávs m jogo” tl como xpõ Stos (1979, p. 39), codus

com outrs prspctvs d trprtção ms rcts, m prtculr qu o coomst

Brdão (2007, p. 39) prst como “[...] propost d áls d dmsão spcl do

dsvolvmto cptlst”, qu srá dscutd sgur.

O rrdo utor coloc s m bordgs cotrposts às qu glgcm scl

col, m vor do bômo globllocl rrm cssdd d trblhr s dtrmçõs provts ds rlçõs d clss, “... psqusds sob tc qu rvl qu

dvsão socl do trblho vm s prouddo rcorrtmt m tods s scls”

(BRanDÃO, 2007, p. 53). Cb tão prstr lgus dos potmtos ms sgctvos

d su propost.

as prmsss do utor rrm-s dos spctos sscs: “[...] mpossbldd d um

tor grl do dsvolvmto rgol urbo” (BRanDÃO, 2007, p. 68) dcorrt do

tdmto d qu “[...] s ls d movmto rprodução [do cptl] só podm sr

prdds m su rldd hstrco-cocrt” (BRanDÃO, 2007, p. 68), pos globm “[...]

struturs, dâmcs, rlçõs procssos hstorcmt dtrmdos” (BRanDÃO, 2007,p. 68); qu dvsão socl do trblho dv sr ctgor xplctv d vstgção d

dmsão spcl do dsvolvmto, um “ctgor mddor” qu “prm todos os

sus procssos, m tods s scls” prmt comprdr s htrogdds, hrrqus,

spclzçõs, “tr trscls”.

2 Um crcuto spcl volv dvrss mprss rmos , tmbém, dvrsos ívs (locl, col, trcol). Háum topolog d mprs, quto há um topolog do crcuto – dos círculos d cooprção. isso sgc quo crcuto prmt grgr topolog d várs mprss m um msmo movmto; ms, o msmo tmpo, prmtcptr um rd d rlçõs qu s dão o logo do procsso produtvo, tgdo um topolog qu brgum multplcdd d lugrs d tors. Ou sj, círculo spcl topolog d um mprs poucs vzs ssuprpõm plmt, poucs vzs s coudm, mos qu s trt d um úc mprs comddo tods

s tvdds (aRROYO, 2006).

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Centralidade urbana , Configuração r egional e nexos entre deterMinações eConôMiCas e ContingênCias PolítiCas

P arte iiir ede urbana  e dinâMiCa r egional no 

estado da b ahia : novos enfoques

Sugr, tão, qu áls do movmto dsgul d cumulção d cptl o spço

rqur vrcção cojut dos procssos d homogeneização, de integração, de polarização

de hegemonia os rcorts trrtors. esss coctos, dvrt, dvm sr ormuldos mplos trcos dsttos, ruto qu são d dtrmçõs dvrss, su dvd rtculção

lítc rqur tção, pos “... pssgm d um pr outro volv cssrmt

úmrs mdçõs trcs qu stão por sr costruíds” (BRanDÃO, 2007, p. 40). Pod-s

sumrr dção dos qutro procssos d sgut orm:

. homogeneização – movmto uvrsl ucdor do cptl o stdo d crr

codçõs báscs pr o “... vlor s vlorzr m trmos bsolutos uvrss ...

rrbtdo os spços ms rmotos um úco domío [...]” (BRanDÃO, 2007, p. 72)

brdo horzots dspodo spços pr vlorzção cptlst ms mpl3;

b. integração – movmto d mposção d dâmc corctv d cocorrc qupromov o rdmto dos spços socs, por mo d fuxos trocs coômcs,

procsso cotíuo por mo do qul s “[...] rgõs drts, srão golds m

dptçõs rcíprocs, com tsdds turzs dvrss” (BRanDÃO, 2007, p.

77) qu mplc mor trdpdc cocorrc tr-rgol sob o com-

do d orms suprors d cptl, ltrdo s orms d tgrção dos crcutos

produtvos com rtculção d mrcdo m scl col o proudmto

d dvsão trrgol do trblho;

c.  polarização – o dsvolvmto ds orçs produtvs gr polrdds – “cmpos

d orçs” – dsgulmt dstrbuíds o spço, struturs d domção udds

ssmtr rorçds pl érc do cptl xo coctrdo spclmt

od tum s orçs d glomrção d cooms d scl, d proxmdd

d mos d cosumo coltvo prsts os úclos urbos ctrs; ,

d. hegemonia – âmbto polítco por mo do qul s põ qução tr htrog

dd tgrção dos dvrsos rcorts gográcos (rgos, locs) prt

corrlção d orçs um ção, tdo m vst o drcomto d ção do estdo;

tl procsso “orj um bloco hstrco” moblz vrdos rrjos polítcos por mo

d um “lç d clsss d log durção”, com cpctção polítc d dr cosão

udd orçs htrogs, mtgdo/cotordo sus cotrdçõs.4

Ms qu um xposção dtlhd d propost do utor trss rtr lgus d sus sg

ctvos dsdobrmtos pr áls d tmátc m tl ou, como l msmo sugr,

cotrr s “psts pr psqus urborgol”: mpmto do complxo d locl

zçõs, d movmtos, d rds (drção stdo), d uxos (orgs dstos) d s

3 “O procsso d homogzção stá posto torcmt prtr ds dtrmçõs ms smpls, do cptl mgrl, sm qu s poh plurldd dos cpts, cocorrc. É o cptl mpodo sus dtrmçõs msgrs mts, buscdo costtução dos quvlts grs, ddo udd à dvrsdd d rlçõsxstts.” (BRanDÃO, 2007, p. 42).

4 a hgmo cumpr um ução rgultr ds cotrdçõs tr s rçõs do bloco o podr tm d stblcrum cpcdd d ocultção d cotos ssõs, d ormr dtrmd “cocpção d mudo”, orjdo

crstlzdo um rlção d orçs qu dtrm os lmts codco s çõs dos subltros (BRanDÃO, 2007).

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

(trlçmtos) dscddos/rtculdos prtr dos ctros d dcsão hgmôcos

(BRanDÃO, 2007). assm, o prcpl spcto sr rtdo é o qu prmt trvr os xos

cdmtos d lgcs, procssos, struturs, gts strtégs o âmbto d um“totldd dsgul” qul s pod srr buscr o stdo xplctvo ds rds urbs

ds ormçõs rgos, smultâ rtculdmt, cofuc d dus dmsõs:

d srção coom m scls col globl, d um ldo, ds cogurçõs

rsultts ds çõs do estdo ds rlçõs d podr cocrts à gstão do trrtro,

d outro, spcto qu srá ms dtlhdo sgur.

CenTRaLiDaDe URBana e SUa PROJeÇÃO ReGiOnaL COMO TRUnFOS De

PODeR? ReDe URBana e ReGiÃO COnFORManDO aRenaS POLÍTiCaS

Rgão rgolzção, cogurção procsso stão smpr mbrcdos o cmpo ms

grl d dâmc spcl do cptlsmo, ms o plo sgcdo d qustão rgol

ds ms prcsmt o âmbto do podr polítco, um plo hstrco gográco

ms spcíco, qu s mst, sobrtudo, s “[...] dsguldds trrtors d produção

d rd col” (eGLeR, 1995, p. 208), o qu, vtvlmt, rmt às rlçõs d

dtrmdos grupos poltcmt orgzdos sr dos subspços trcos

m c d ctrlzção polítcodmstrtv do estdo. nsts trmos, s rds urbs

qu s coormm m scl rgol tmbém s srm

[...] um dtrmd rgolzção, quto projção do spço

d tução do estdo sobr o trrtóro, m dvrss orms d

rgolsmo, quto xprssão dos justs cotrdtóros [...]

dss spço projtdo com socdd trrtorlmt orgzd

(eGLeR, 1995, p. 208).

nst prspctv d áls, dvs ttr pr o ppl dos gts polítcos qu moldm

s rgõs quto ormçõs socospcs, por cot do jogo d trsss qu, d lgum

orm, sjm rrcdos sss dmrcçõs rgos – clsss rçõs d clsss m sus

corrlçõs d orçs, qu s dm smpr m c às outrs srs scls d podr ou,

ms múd, o estdo col, sus polítcs trbutárs d locção dos gstos públcos.

O rcurso à rgolzção como strtég, tto o stdo ms strumtl d opr

colzção ds çõs govrmts d dsctrlzção dos prtos dmstrtvos

do estdo, quto d tttv d pôr m prátc polítcs rgos d dsvolvmto

cogrs, rprst um típc orm d moblzção polítc d dmsão trrtorl

por prt do estdo qu, mormt, mplc qu rgolzção vcul-s xprss-s,

tmbém, como “rvdcção ou lut” (d crátr trrtorl) qu “... cmh o plo

polítco uc ou prtcpção drção do estdo” (HeiDRiCH, 2005, p. 45) d um

clss, colzão ou grupo socl qu busc trsormção d su trss prpro m t

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Centralidade urbana , Configuração r egional e nexos entre deterMinações eConôMiCas e ContingênCias PolítiCas

P arte iiir ede urbana  e dinâMiCa r egional no 

estado da b ahia : novos enfoques

rss públco ou grl. assm, o oqu polítco d qustão rgol qus smpr pss

por su vculção com o estdo, trdo m jogo sus trbuçõs polítcosttucos

d coormr, dszr rormulr crcuscrçõs subdvsõs spcs ou d ltrrlhs cotúdos socs coômcos. em outrs plvrs, como rsum Bckr (2004, p. 15),

“... s rgõs são xprssõs spcs trrtors cocrts do estdonção .... É ss

procsso qu s ormm s rgõs”.

Sgudo s prtts dcçõs d arrs (2007) m su vstgção ttuld  A Região

como Arena Política: um Estudo sobre a Produção da Região Urbana Centro-Goiano, coloc-s m

dscussão possbldd d stblcr outros vículos tr cdd rgão qu ultrpssm

dmsão d ucoldd, ds rstruturs, d dvsão do trblho, d crculção dos

tors d produção dos fuxos, oclzdo um possívl compromtmto d ctrldd

urbo-rgol como bs objtv , smultmt, prtxto pr susttr promovrum dtrmdo projto polítco.

Dss mr, pr lém ds bss mtrs dos cdmtos dos procssos soco

coômcos qu prsdm s rlçõs tr cdds, rd urb rgão, é possívl psr

outro cojuto d dtrmçõs qu, mbor vculds os rrdos cdmtos, por

outro ldo, proxmm dção d rgão à d um arena política5, um vrddro cmpo d

orçs qu s mold pl jução dos projtos qu rprstm s orçs socs domts,

ou d o mbt d drts projtos m dsput, qu tm como objto mo d

xprssão um dtrmdo rcort rgol qu ão é xo, ms pssívl d rormulçõs;

um r polítc qu tmbém s dl o coroto d dtrmds rprstçõscrc d socdd do spço, m busc d lgtmção, ssm como d dtrmds

çõs strtégs qu buscm trçr cáros sttucos ms vorávs à rprodução

d dtrmdos grupos o podr.

ess prspctv d trprtção ssts o tdmto d qu, como rm arrs

(2007, p. 84):

[...] rgão rú codçõs objtvs qu dsprtm o trss d

dvrsos tors socs qu s projtm rgão, dí su vculção

drt com o cocto d projto rgol, qu é, m outrs plvrs,

rgolzção ds rlçõs polítcs dos tors hgmôcos

rgão. O projto rgol é o projto hgmôco od os tors

ão hgmôcos prcm como homogzdos. as codçõs

objtvs são dds pls prtculrdds d polrzção, ctrl

zdo rcursos podr. O plco pod sr o msmo tmpo od o

coto ocorr objto dss msmo coto, sso porqu o od

5 Coorm lz dção d arrs (2007, p. 80), “... plvr r, dspojd dos spctos lgdos à lgor dvolc do sdsmo como Rom atg, prc trt, proporção m qu lustr um jogo d tsõstr tors socs com podr drcdo c polítc .... O stdo d r é o d um cmpo d orçs,mbts, crcuscrtos um dtrmd ár qu qulcmos d rgão. São s rlçõs socs tr os tors

socs qu qulcm r, ão o cotráro ...”

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

o objto são compots rts à prpr produção d rgão.

É od s produz tmbém od s mtrlz hstr d um

produção d rlçõs d podr polrzds s cdds. a polrzção,ssm tdd, pss sr um “truo d podr”.

É dss orm qu s pod trstr pr um rxão sobr stuçõs qu s sboçm, o

mos cojuturlmt, st íco d décd d 2010, lvdo m cot lgums mov

mtçõs qu ssumm crátr mtmt trrtorl rgol, qu xprssm ou

tulzm s prmsss potds, qus sjm s d rgão como xprssão d problmátc

rlção tr socdd locl podr ctrl rgão como r polítc.

Proposts como s d crção d ovos stdos, com bs trsormção d um rgão m

um tdd drtv, com sus prrrogtvs costtucos spcícs, mplcrm lv-

ção do gru d podr trrtorl ds orçs coômcs í domts. Como rm Ct (2007,p. XX), rspto d mportâc ds rotrs dt d comprtmtção polítc tr dos

trrtros cos, spclmt m píss d orgzção drtv como o Brsl, “... s

drts lgslçõs (trbutárs, scs, mbts tc.) s xstm porqu s rotrs trs

crcuscrvm spços polítcos com podr pr lgslr”. e ss podr srá moblzdo, smpr

qu possívl, pr crr ou proudr cáros sttucos ms coorms crts rçõs do

cptl /ou crtos sujtos socs spcícos, como s vdc crção dos ovos stdos

m crts rgõs qu brgm procssos produtvos ms rtculdos às cds globs d

vlorzção do cptl , por ss rzão, tmbém ms susctívs às osclçõs prssõs do

mrcdo trcol, o qu gdr motvçõs lgds à rprodução d podrs rgos

qu drm susttção sttucol às polítcs dos subspços.

D msm orm, rsptds s dvds drçs d cotúdo jurídco d scl, pod-s,

tão, buscr trprtr dtrmds proposts d cuho polítco-sttucol qu tomm

como rrc rcorts rgos cogurdos com bs ctrldd urb pr

xprssr ms cocrtmt prtc dos potos d vst qu dotdos.

PROPOSTaS De ReGiÕeS MeTROPOLiTanaS: PROJeTOS ReGiOnaiS De PODeR eMGeSTaÇÃO? UMa nOTa COnJUnTURaL eM ReLaÇÃO a ViTóRia Da COnQUiSTa

nst últm sção, busc-s dscutr mprcmt prmss d rgão como r polítc,

como um pst pr o tdmto d proposts d sttução d rgõs mtropolts

m toro d cdds port médo, tomdo o xmplo do dbt sobr crção d Rgão

Mtropolt d Vtr d Coqust prstd sob orm d Projto d L Complmtr

º 101/2011 assmbl Lgsltv do estdo d Bh6 (BaHia, 2011). est srá borddo

com o strto propsto d um xrcíco prlmr d trprtção quto o sgcdo

gográco polítco d proposts smlhts qu, o tto, prstm, m cd cso,

6 Projto d L prstdo plo Dputdo Mrclo Gllo m 16 d mo d 2011.

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Centralidade urbana , Configuração r egional e nexos entre deterMinações eConôMiCas e ContingênCias PolítiCas

P arte iiir ede urbana  e dinâMiCa r egional no 

estado da b ahia : novos enfoques

cotúdos cogurçõs spcs spcícos stão studs m cotxtos rgos

muto drts, ts como os projtos d crção ds rgõs mtropolts d Ubrlâd

(MinaS GeRaiS, 2011), Mrbá (PaRÁ, 2010) Rbrão Prto (SP) (ReGiÃO MeTROPOLiTanaDe RiBeiRÃO PReTO, 2012) ou, d, rct provção d l qu sttu Rgão Mtro

polt d Fr d St (BaHia, 2012).

D cordo com o Projto d L, Rgão Mtropolt d Vtr d Coqust (RMVC) srá

costtuíd plo grupmto d 39 mucípos7 rrcdos à posção d ctrldd urb

d “mtrpol” coqusts. n prátc, dlmtção gográc d RMVC cocd xtmt

com Rgão ecoômc do Sudost d Bh, cujs crctrístcs spcs, dmogrács

urbs, à prmr vst, ão s qudrrm xtmt o qu s cocb como um rgão

mtropolt, pos, ár cosdrd, prvlc dsprsão ( ão coctrção) d popu-

lção urb, qu s cotr dstrbuíd m cdds d médo pquo port sprds trs por grds xtsõs ísco-trrtors od scssm ou prtcmt xstm lmtos

qu tpqum sstmtos urbos mmmt dsdos muto mos dtcção

d spços (ou mchs) urbos cotíuos. etrtto, ão é osso objtvo smuçr ddos

dmográcos gocoômcos, m tmpouco julgr vldd d propost com bs m

ts álss, té porqu s dçõs lgs m vgor ão stblcm crtéros rgorosos pr

procdr tl vlção técc como codção prév pr dscussão polítc8.

O qu s prtd é prcpr dscutr o sgcdo d projtos d tor smlht com

bs prmss trc d rgão como r polítc, cosdrdo ssclmt corrto,

prcípo, o rgumto prcpl qu o sustt, ou sj, o rlvt ppl d dstrbuçãorgol d bs srvços d polrzção/ctrldd qu Vtr d Coqust xrc.

Or, os rgumtos rroldos o projto ormlzdo, o dstqu ddo à ctv do tul

prto d Vtr d Coqust como um spéc d dor d propost, os sstts

plos vorávs d mprsáros polítcos locs, dspto ds podrçõs crítcs

dvrtcs d téccos psqusdors, dcm prvlc dos lmtos costtutvos

d um possívl projto rgol d podr m gstção.

em rtgos publcdos m cs d míd ltrôc, o dcorrr do sgudo smstr

d 2011 (BLOG DO WaL CORDeiRO, 2011, 2011b), é possívl obsrvr qu tôc dos qu

ddm o projto é bscmt msm: prts d costtção d qu cdd d

Vtr d Coqust prst crctrístcs d xprssvo cotgt dmográco d

coom urb mrcd por clrdo dmsmo coctrção comrcl d srv

ços m c do su toro rgol, pr rc d qu ts trbutos dm um

7 Vtr d Coqust, agé, Brr do Choç, B lo Cmpo, Bo nov, B om Jsus d Srr, Ctb, Ctos, CâddoSls, Críbs, Crvolâd, ecruzlhd, Frmo alvs, ibcuí, iguí, irjub, itmbé, itptg, itqur, itrtm,itruçu, itoror, Jguqur, Jqué, Lytt Coutho, Lgdo do Tbocl, Mcr, Mququ, Mol Vtoro,Mrcás, Mrt, nov Cã, Pllto, Pllto, Poçõs, Potrguá, Rbrão do Lrgo, St is Trmdl.

8 exst um vrdd d prâmtros d áls clsscção spcl sr cosdrd/slcod , por outroldo, um problmátc succ ou dqução d dçõs jurdcmt stblcds quto crtéros ddção d “rgão mtropolt” d outros coctos m dscussão o âmbto do pljmto urborgol,

como s chmds glomrçõs urbs (MaTOS, 2000).

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

“rldd mtropolt” justcm, qus qu por s msmos, “cssdd” d crção

dss stâc rgol. Tl tdmto é rorçdo por cosdrçõs ts como “...

utoom mucpl muts vzs tm cotrbuído pr crstlzr um modlo d dsvolvmto xcludt ... pl xpcttv d grds vtgs polítcs coômcs”

(CORDeiRO, 2011) qu sttução d RMVC trrá m rzão do csso “ms vrbs d

rs pr os mucípos tgrdos” m progrms spcícos m stors como sgurç,

smto, trsports outros qu prorzrm sss udds trrtors d gstão m

dtrmto d mucípos soldos, sobrtudo quls com mos d 20 ml hbtts qu,

ss codção, tm mor cpcdd d cptção d vrbs.

nss stdo, obsrvs qu o progstco d bícos sococoômcos tgdo um

mplo cotgt populcol é rcorrt m projtos d msm turz prstdos

m outros stdos d Fdrção, os qus prmm por dstcr s vrtus mudçs vorávs à obtção rcolzção dos rcursos públcos o dsvolvmto coômco

socl m grl. aprcçõs dss tpo costm d justctv do Projto d L m oco,

por xmplo: “[...] com trsormção d Vtór d Coqust mucípos vzhos m

ReGiÃO MeTROPOLiTana De ViTóRia Da COnQUiSTa – RMVC, ms d 2 mlhõs d pssos

srão bcds” (BaHia, 2011, p. 9).

Rtdo, porém, s dsssõs rts qulqur dbt polítco, outros prlmt

rs stdus ltos o âmbto d rgão Sudost qustom o projto, potdo, por

xmplo, su cosstc técc dqução do “rtulo” d mtrpol o cso d

Vtr d Coqust, sugrdo outrs polítcs pr ortlcmto d su “vocção” como“cptl rgol” (ZÉ RaiMUnDO, 2011). Outros d s opõm porqu rjtm cblmt

clusão d Jqué RMVC, por tdrm qu sso dsrsptr “dpdc”

coômc polítc do mucípo, dxdo trsprcr tmbém qu sso mplcr um

cosqut ( ctávl) subordção dst cdd m rlção Vtr d Coqust (Cia

Da nOTÍCia, 2011). Tl mstção podr, sm dúvd, sr otd como um prcípo d

coto d crátr trrtorl, qu podrá ou ão tr dsdobrmtos uturos.

Sm trr os mdros prtculrs d ts dsputs, proposção d um rgão mtropo-

lt brgdo ttos mucípos ctros urbos dstts tr s , spccmt,

clusão d Jqué Rgão Mtropolt d Vtr d Coqust cotstd, sobrtudo,por polítcos qu tm su bs gográc d rprstção rrcd prmr, lém

d dmostrr o potcl d coto rt st oprção d cuho polítcotrrtorl,

plo vlor dos lmtos qu moblz pls mplcçõs dos sus rcorts gográcos,

rmt à cssár cosdrção d ddos ms objtvos rgstrdos um log sér d

studos d rgolzção qu potm Jqué Vtr d Coqust como ctros d ss

tms urbo-rgos drts dvdulzdos. Bst lmbrr, mlgrdo s drçs

mtodológcs téccs ds psquss, o poro studo ttuldo  Zonas de Infuência

Comercial no Estado da Bahia, d 1958, o qul Mlto Stos dtc oto “rgõs urbs”,

tr ls s d Jqué d Vtr d Coqust ou os rsultdos rctmt tulzdos

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Centralidade urbana , Configuração r egional e nexos entre deterMinações eConôMiCas e ContingênCias PolítiCas

P arte iiir ede urbana  e dinâMiCa r egional no 

estado da b ahia : novos enfoques

plo studo Rgõs d ifuc ds Cdds (Rgc) (inSTiTUTO BRaSiLeiRO De GeOGRaFia

e eSTaTÍSTiCa, 2008), od, tmbém, s coclu qu s dus cdds costtum rgõs d

fuc dstts, dspto d sgud prstr ívs d ctrldd d hrrquurb suprors m comprção à prmr.

extrpoldo o cso spcíco d RMVC obsrvdo rcorrc d crts ormulçõs

prsts m projtos smlhts já mcodos, julgs prtt rmr qu s stá

dt d ctvs qu, m su cojuto, podm sr dds como tttvs, msmo qu

mbroárs, d stblcr um dtrmd cogurção polítco-trrtorl sttuíd sob

orm d rgão mtropolt, qu rsultrm o ortlcmto d ctrldd coômc

polítc d cptl rgol. Por mo d tl xpdt o dcorrr d su tvção, os

tors socs hgmôcos, otdmt mprsáros lídrs polítcos stblcdos

cdd polo l dtcdos, ormuldors dos dscursos prordos “m om d rgão” d su “dsvolvmto”, vrsm ortlcdos m su cpcdd d “... infuenciar ,

dominar ou msmo controlar os rcursos qu sgulrzm rgão” (aRRaiS, 2007, p. 85, gro

do utor), clusv quls rcursos públcos dcos provts d Uão qu vrm

m ução d ov rgão mtropolt.

ess hpóts tmbém s plc outrs vdcs d moblzção polítc “rgol” m

gstção qu podm sr obsrvds, o cso d Vtr d Coqust, tr ls, o chmdo

“Movmto Coqust pod vor ms lto”, uddo m 2008 ldrdo por mprsáros do

stor d vgs tursmo qu tm como oco spcíco rvdcção d um ovo roporto

cdd sob o rgumto d qu prcrdd do tul prjudc os gcos o dsvolvmto coômco rgol (BLOG DO WaL CORDeiRO, 2012). D msm mr, o rgumto

d qu cdd crscu coômc dmogrcmt s últms décds qu costtu um

mportt polo qu td à dmd d um xts rgão d uc é rtrdmt

utlzdo pr udmtr os propstos lmjdos plo rrdo movmto.

Pr rorçr prmorr prspctv do cdmto lítco prstdo o logo dst

so su prtc pr trprtção d stuçõs gogrács, urborgos,

obsrvds plo prsm d cojutur dos vtos movmtos d polítc, dvm-s

buscr ssocçõs xos ms struturs qu podm str tvmt ou potcl-

mt tudo. S s proposts comtds prucm um movmto ms proudo sgctvo, st dv sr ssocdo à ormção d lçs d clss qu, sgudo Hrvy

(2007), udm s rovm prspctv d stblcr “pdrõs d govro” m âmbto

rgol qu dvm cmhr poltcmt o rtmto d qustõs báscs, xm-

plo do dsmpho coômco, d ort d mprgos, srvços d súd ducção, como

codção pr lstrr lgtmr ds d trsss d clss prtculrs. num cotxto

grl d mor udz xcrbção d compttvdd, s clsss qu grlmt tomm

ctv d comdr “crsct máqu polítc” m âmbto rgol stão vculds

o cptl udáro o “mprsrdo urbo” (comrcts, mprddors mobláros

outros) pr os qus é udmtl promovr colzõs rgos moblzr struturs d

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

govro ddcds “mlhorr orç compttv d rgão” m c d outrs rgõs. em

ts movmtçõs polítcs, o sucsso ds lçs d clss ldrds pl burgus locl

dpd muto do poo populr d clss trblhdor pr projtos qu susttm oprssuposto d qu o ortlcmto coômco d rgão trrá bícos pr todos ou

mor. esss movmtos d bs trrtorl são stávs provsros dt d mobldd

do cptl d trc tr o dmsmo tro ds rgõs d sus rlçõs xtrs,

volvdo smpr o podr qu o estdo dspõ pr “[...] orqustrr drcção

dâmc rgos” (HaRVeY, 2005, p. 91), por mo d strumtos dvrsos.

ÚLTiMaS COnSiDeRaÇÕeS

a tttv d stblcr os xos tr dtrmçõs struturs tos movmtos

polítcos d cojutur pr psr vstgr, sob ovos âgulos, s rlçõs tr ctrl-

dd urb cogurçõs rgos o ssclmt motvd pl provocção colocd

pr dbtr crc d ltrtvs d bordgm do clássco tm cddrgão. Log d

qulqur prtsão d tr lcçdo xto ss dso, st so rrátco, d todo modo,

dc possbldd d stblcr cruzmtos tr mportts cotrbuçõs ctícs

qu, s cosdrds m sprdo, dão cot d spctos udmts d problmátcs

d produção rprodução socs dos spços, ds rds ds lógcs hgmôcs qu

prsdm ts procssos.

a ctrldd urb polrzção (coômc, socl, spcl), como procssos tts à

gogr do dsvolvmto cptlst como vrávs d áls rgol, dvm sr rp

sds problmtzds pr lém do prcípo d cosão ucol qu rtcul cdds m ss

tms hrrquzdos stávs d uxos coômcos dmográcos, pr corporr s tsõs

os dsqulíbros socs qu tmbém xprssm dstrbução dsgul do podr m orm d

rds. O uso polítco d ctrldd d polrzção urbo-rgol projt-s sobr o trrtro

pod cogurr htrlâds com bs m compromssos, dldds hrrqus d podr

qu brgm dsd s cohcds rgolzçõs pr s dmstrtvos d pljmto

orjds plo estdo té s ctvs, lçs colzõs qu dspotm m movmtos polítcos

por vzs mros, ms qu tmbém podm tr dsdobrmtos ms durdouros, dcdoum possbldd ms pr psqus ss mplo cmpo tmátco.

ReFeRênCiaS

aRRaiS, Tdu alcr. A região como arena política: um studo sobr produção d rgão urbCtroGoo. Goâ: Vr, 2007.

aRROYO, Mr Môc. Dâmc trrtorl, crculção cdds méds. i: SPOSiTO, elsu S.;SPOSiTO, M. ecrção B.; SOBaRZO, Oscr. Cidades médias: produção do spço urbo rgol.São Pulo: exprssão Populr, 2006. p. 7185.

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Centralidade urbana , Configuração r egional e nexos entre deterMinações eConôMiCas e ContingênCias PolítiCas

P arte iiir ede urbana  e dinâMiCa r egional no 

estado da b ahia : novos enfoques

BaHia. assmbl Lgsltv. Projto d L Complmtr .º 101, d 16 d mo d 2011. Dspõsobr crção d Rgão Mtropolt d Vtr d Coqust RMVC cr o Coslho dDsvolvmto itgrção d Rgão Mtropolt d Vtr d Coqust CRMVC dá outrs

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BLOG DO WaL CORDeiRO. Conquista será transormada em Região Metropolitana. Vtr d Coqust,st. 2011b. Dspoívl m: <http://www.wlcordro.com.br/v1/2011/09/06/coqustsrtrsormdmrgomtropolt/>. acsso m: 12 br. 2012.

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

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213

Centralidade urbana , Configuração r egional e nexos entre deterMinações eConôMiCas e ContingênCias PolítiCas

P arte iiir ede urbana  e dinâMiCa r egional no 

estado da b ahia : novos enfoques

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REDE URBANA E DINÂMICA REGIONAL NO ESTADO DABAHIA: UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO DO SISAL

Onildo Araujo da Silva* 

inTRODUÇÃO

Um rd d pqus cdds, um trrtóro mrcdo pl ts cotrdção tr os

cptlsts qu xplorm o ssl (gv ssl) os mlhrs d trblhdors do cmpo

d cdd qu d hoj trblhm m codçõs prcárs; um mplo cojuto d uxos

tr sss pquos úclos urbos rurs o porto d Slvdor, cptl do stdo;

mplção grdtv d rtculção ds comudds m ssocçõs, sdctos, codrçõs

prtdos polítcos. es o po d udo pr gstção d um rd urb umblclmt

orjd com cosoldção d cd produtv do ssl.

nosso rgumto ctrl é qu o surgmto d úclos urbos o trrtro or studdo

stv hstorcmt codcodo o procsso produtvo do ssl com sus ucs polítcs,

culturs coômcs. assm, dmostrmos rlção xstt tr os dos procssos qu

crctrzm o tul Trrtro d idtdd Ssl o stdo d Bh, Brsl: cosoldção

d um spço mrcdo plo vículo com cd produtv o surgmto cosoldção

d cdds pqus.

O trrtro do Ssl é, tulmt – 2012 –, costtuído por 20 mucípos (Mp 1), sbr:

Mot Sto, itúb, Csção, nordst, Qumds, Qujgu, Tuco, arc, Tolâd,

Brtg, ichú, Lmrão, Srrh, Brrocs, Cdl, Cocção do Coté, Rtrolâd, Vlt,

St Luz São Domgos. Todos os mucípos stão tmbém srdos o smárdo bo

, hstorcmt, stão volvdos, d lgum mr, com cd produtv do ssl.

* Doutor m Gogr pl Uvrsdd d Stgo d Compostl (USC); mstr m eghr d Produção plUvrsdd Fdrl d St Ctr (UFSC). Prossor adjuto d Uvrsdd estdul d Fr d St

(UeFS). [email protected]

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Mapa 1Rede viária e cidades do Território de Identidade Sisal – Bahia, Brasil – 2011

Fot: Stos, Slv Colho nto (2011).

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r ede urbana  e dinâMiCa r egional no estado da  b ahia : uM olhar sobre o território do sisal

P arte iiir ede urbana  e dinâMiCa r egional no 

estado da b ahia : novos enfoques

UMa ReDe FORJaDa nO SeiO Da eXPanSÃO PRODUTiVa Da aGaVe SiSaLana

a áls d rd urb do trrtro do Ssl dv, m oss cocpção, ttr pr dosspctos, tr outros, qu cosdrmos xtrmmt rlvts:

. costtução d um rd urb mpulsod plo modlo gráro xportdor;

b. o crcuto produtvo do ssl costtução d ovos mucípos.

a rd d pqus cdds surg trld à xpsão d lvour sslr o procsso

d bcmto do ssl cujo rsultdo o costtução d um lt coômc

polítc rgol cpz d brghr, o cotxto do stdo d Bh, mcpção

dos úclos rurs qu crscrm m ução d xpsão d coom sslr. nss

stdo, mpulsodo o crscmto coômco rgol, lvour sslr st-blcs tdo como bs propulsor o mrcdo x tro. isso cb ddo um

orm d struturção rtculção rgol qu mpct o crscmto ds pqus

vls. esss cumprm ução d trposto – ó – tr zo rurl s cdds

mors. esss úclos rtculrms tmbém com outrs rds, d sort qu, m tod

tg Rgão Sslr, rtculção com o mrcdo col trcol “... o

cocrtzd com xplorção do ssl trvés do orcmto d mtérprm pr

tão crsct dústr d ção do Ctro Sul do Pís ds xportçõs pr os

mrcdos dos eUa d europ o psgurr” (COMPanHia De DeSenVOLViMenTO e

aÇÃO ReGiOnaL, 1994, p. 8).

Como o oco r, é d, m grd mdd, xportr ssl, ção polítc coômc

drgs pr costtução d um rd drtmt vculd o porto m Slvdor, d

tl orm qu:

O ssl cotrou o nordst bo s codçõs propícs o su

dsvolvmto, sdo um plt rsstt às costts scs

qu ssolm rgão, cotrbudo pr ão dsrtcção d ár,

lém d rprstr mportt ot d rd mprgo rgão

(BaHia, 1991, p. 10).

O ssl ou gv ssl é um vgtl orgáro do Méxco. n Bh, plt o troduzdos poucos té torrs bs d coom d lgus mucípos do smárdo, d sort qu

podmos dmrcr lgums ss mportts:

a. do início do século XX até o ano de 1940 , qudo o stld prmr us d b

cmto d ssl cdd d Vlt. ess príodo mrc o íco do plto d

ssl com objtvo xplctmt comrcl;

b. nas décadas de 1940 e 1950, cosoldms s lvours o mplo ctvo o plto

d ssl plo tão govrdor d Bh Ldulo alvs;

c. nas décadas de 1960 e 1970, lvour sslr cohc o pogu, qudo o ssl pssou

sr cohcdo como o ouro vrd do srtão;

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

d. a década de 1980 é um príodo d ort crs, qudo s vrcou qum d ssls

mpl rdução d produção;

e. a partir da década de 1990 até o presente, tm lugr um rstruturção do procsso dbcmto dustrlzção d br, com dstqu pr ção d pquos

proprtáros d trr.

Mrcd por príodos d pogu crs, lvour do ssl d hoj é bs d co

om dos mucípos qu compõm o trrtóro do Ssl. no tto, o procsso d

bcmto é complxo, crctrzdo por dvrss tps qu s mtrlzm

tto o spço urbo quto o spço rurl. Pr um cohcmto ms mplo

dss complxo procsso produtvo, rcorrmos à síts lbord por Stos (2010,

p. 5556), qu rgumt:

a lvour d ssl o xplord durt todo o século XX, so-

brtudo pr o dsbrmto do vgtl, com o objtvo d

xportção d br qu é utlzd como mtér-prm s

dvrss dústrs. O procsso produtvo ss lvour [...] s

c com o plto d um cmpo d gv ssl qu pós

crc d qutro os stá proto pr comçr sr cortdo.

Cortms s olhs ltrs d plt, cohcd rgolmt

como plh, dxdo s olhs ctrs pr qu plt pro

duz ovs plhs. Dpos d cortd, plh é trsportd

té um locl od stá máqu d dsbrr cohcd como“prb”, loclmt chmd smplsmt d motor. Um

vz dsbrd, br rsultt é trsportd pr um ár

od é stdd o sol, dpos d sc, é mbld m rdos

sgu pr s btdrs, qu são dústrs od ocorr s

lção lsmto d br. D btdr br s prot pr

sr vdd como mtér-prm pr outrs rgõs brslrs /

ou pr o mrcdo xtro. a xpor tção d é o mor dsto

do ssl bcdo rgolmt, o tto, ss br pod

tmbém sr ovmt bcd prpr rgão, rsultdo

produção d cords, os, mts, tpts, tr outros. Dss

procsso, d rsult o rsíduo, buch, o p o sumo, qu são

subprodutos ão provtdos m scl comrcl.

assm, ss procsso produtvo orjou um rgão qu cou cohcd Bh, o Brsl,

como Rgão Sslr. Rctmt – 2007 – com costtução do prmro govro do

Prtdo dos Trblhdors (PT) o stdo d Bh, qup d pljmto do govrdor

Jqus Wgr dvdu o stdo m 27 trrtros d dtdd. esss trrtros grupm

mucípos com um “dtdd m comum”.

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r ede urbana  e dinâMiCa r egional no estado da  b ahia : uM olhar sobre o território do sisal

P arte iiir ede urbana  e dinâMiCa r egional no 

estado da b ahia : novos enfoques

Epansão da cadeia produtiva do sisal e constituição da rede urbana

no trrtro do Ssl (Mp 1), podmos costtr qu crção d ovos mucípos stá

rtculd com xpsão d cd produtv d gv ssl. Os ddos do Qudro 1

prmtm rlcor xpsão dss cd produtv com mcpção ds vls qu

hoj são s cdds qu compõm o trrtro. esclrcmos qu, o século XiX, s xstmdos dos tus 20 mucípos: Srrh, crdo m 1876, Qumds, crdo m 1887. Dpos

dsss dus mcpçõs, somt o príodo qu dtcmos como mrcdo plo

íco do plto d ssl, íco do século XX té o o d 1940, qudo ocorru xpsão

grdtv ds lvours o oco o comérco d ssl pr xportção já cogurv um rd

d uxos mportts tr zo rurl urb, é qu s pqus vls pssrm u

cor como trpostos. esss vls crscrm torrm-s s prmrs cdds “produto”

dss procsso d cosoldção do sstm produtvo d gv ssl. Um lvtmto

rlzdo os ddos dspoblzdos plo isttuto Brslro d Gogr esttístc (iBGe)

prmtuos dtcr, ss príodo, crção dos sguts mucípos: m 1929, Mot

a Fgur 1 xpõ ss procsso squmtcmt.

igura 1Esquema do processo produtivo da cultura sisaleira

Fot: Stos (2010, p. 56).

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Sto; m 1933, Cocção do Coté Tuco; m 1935, Stluz itúb. no tto, tr s

décds d 1940 1950, príodo d cosoldção ds lvours, ps ms trs mucípos

orm crdos: Csção, m 1952; arc, m 1956; Vlt, m 1958.

Ano Evento Desmembramento Novo município

Século XVII Concessão de sesmaria a João Peixoto Viegas. Três sesmarias, entre elas a Jacoipê.

1876Lei Provincial nº 1.069, de 13 de junho, elevou o Arraial de Serrinha àcategoria de Vila e oi criado o município.

Do município de Purifcação dosCampos.

1. Serrinha

1887Criação do município de Queimadas em 1884. A instalação do municípioocorreu a 20 de junho de 1887.

Do município de Senhor do Bonfm. 2. Queimadas

1929Elevado à condição de cidade com a denominação de Monte Santo, pelaLei Estadual nº 2.192, de 25 de julho.

Do município de Itapicuru. 3. Monte Santo

1933Pelo Decreto estadual no 8.528, de 7 de julho, o município de Conceição doCoité é constiuído.

Do município de Riachão do Jacuípe.4. Conceição doCoité

1933 Criação do município de Tucano, pelo Decreto estadual nº 8.447, de 27 de maio. Do município de Cipó. 5. Tucano

1935Criação do município de Santa Luzia (atual Santaluz) por Decreto estadualde 18 de julho.

Do município de Queimadas. 6. Santaluz

1935 Decreto estadua l nº 9.322, de 18 de ja neiro, cria o município de Itiúba. Do município de Queimadas. 7. Itiúba

1952Pela Lei estadual nº 504, de 28 de novembro, o distrito de Cansanção éelevado à categoria de municí pio.

Do município de Monte Santo. 8. Cansançã o

1956 Criação do município de Araci em 14 de novembro, pela Lei estadual nº 863. Do município de Serr inha. 9. Araci

1958Pela Lei estadual nº 1.016, de 12 de agosto, o distrito de Valente é elevadoà categoria de município.

Do município de Conceição do Coité. 10. Valente

1962Emancipação política do município de Quijinque em 15 de março, pela Leinº 1.640.

Do município de Tucano. 11. Quijinque

1962Emancipação política do município de Teoflândia em 23 de abril, pela Leiestadual 1.685.

Do município de Serrinha. 12. Teoflândia

1962 Pelo Decreto estadual no 1.766, de 30 de julho, é criado o município de Ichu. Do município de Riachão do Jacuípe. 13. Ichu

1962 Criado o município de Candeal, pela Lei no 1.683, de 23 de abril. Do município de Riachão do Jacuípe. 14. Candeal

1962Pela Lei estadual nº 1.752, de 27 de julho, o distrito de Retirolândia éelevado à categoria de município.

Do município de Conceição do Coité. 15. Retirolândia

1962Emacipação politica do município de Lamarão, pela Lei estadual nº 1.737,de 20 de julho.

Do município de Serrinha. 16. Lamarão

1962 Ema ncipação do municipio de Birintinga pela Lei nº 1.684, de 23 de abri l. Do município de Serr inha. 17. Bir it inga

1985 Lei nº 4.449 cria o município de Nordestina. Do município de Queimadas. 18. Nordestina

1989 Emancipaç ão polític a do municí pio de São Domi ngos, em 13 de junho. D o muni cípio de Valente. 19. S ão D omingos

2000 Lei estadual nº 7.620, cria o município de Barrocas. Do município de Serrinha. 20. Barrocas

Quadro 1Síntese da evolução políticoadministrativa dos municípios que compõem o Território deIdentidade Sisal e relação com os ciclos da lavoura sisaleira – Bahia, Brasil – Séc. xVII2000

Fot: isttuto Brslro d Gogr esttístc (2012).

LeGenDado século XVii o século XiX

do íco do século XX té o o d 1940 – íco do plto d ssl

décds d 1940 1950 – cosoldção ds lvours

décds d 1960 1970 – pogu d lvour sslr

décd d 1980 – príodo d ort crs

d décd d 1990 té o prst – príodo qu mrc um rstruturção

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r ede urbana  e dinâMiCa r egional no estado da  b ahia : uM olhar sobre o território do sisal

P arte iiir ede urbana  e dinâMiCa r egional no 

estado da b ahia : novos enfoques

as décds d 1960 1970 são tdmt mrcds plo pogu d lvour sslr. O ssl

bo ghou o mudo xportção crou s codçõs d struturção d um sstm

produtvo qu, sgudo stmtvs d Scrtr d agrcultur, irrgção Rorm agrár(Sgr), chgou mprgr 700 800 ml trblhdors (BaHia, 1991). nsss décds, o ouro

vrd do srtão judou cosoldr um lt coômc com ort pso o cotxto polítco

do stdo. não é por cso qu, m ps um o – 1962 –, st ovos mucípos orm

costtuídos: Qujqu, Tolâd, ichu, Cdl, Rtrolâd, Lmrão Brtg. Ou sj,

 já o íco d décd d 1960, o qu hoj cohcmos como Trrtro d idtdd Ssl

stv prtcmt costtuído, com xcção dos mucípos d nordst, São Domgos

Brrocs, somt mcpdos já m époc d crs do ssl. Os dms mucípos co

gurvm já hstorcmt cohcd Rgão Sslr d Bh. aqu, cb um rsslv

pr dmrcr qu Rgão Sslr cotv com 27 mucípos, pos cluí todos qulsod ár pltd com ssl th lgum sgcdo coômco.

S vrcrmos o Mp 1, costtrmos qu sss mucípos são todos ortmt trl

gdos por rodovs stdus. esss, por su vz, trlgms dus mportts rodovs

drs: BR 116 BR 324. além dsso, um lh érr o costruíd. nosso rgumto é

qu cssdd d xportr ssl v porto d Slvdor, ms com prév cssdd d

zr os prmros bcmtos d br s cdds prxms às árs d plto, orjou

um rd d pquos úclos urbos.

a ts crs d lvour sslr, décd d 1980, trrompu o crscmto ds cdds,

tto do poto d vst d populção rsdt quto d struturção dos srvços típcosdo mudo urbo modro. assm, costtução d ovs ltrtvs produtvs, como

ovocprocultur, por xmplo, ssocd o bortmto do crscmto d dústr

d bcmto d br, ld outros tors, como ts coctrção d rd

grd os cclos trors d prosprdd, ou msmo ão crção d um clss méd

trblhdor, trsormrm o trrtro do Ssl m um spço d rpulsão d mão d obr,

com pqus cdds tsmt rtculds o su spço rurl mdto.

Com crs d lvour sslr ocorru um rrcmto do crscmto dos ctros urbos

s ltrtvs cotrds orm tmbém ocds m tvdds lgds o mudo rurl.

Podmos dtcr trs rts prcps: o xo d mrção, o xo d ovocprocultur o xo d crção xtsv d gdo bovo. É mportt rsslvr qu o ssl smpr

covvu, covv d hoj, com o ltúdo d pcuár xtsv, qu pssou sr,

outr vz, com crs, um ltrtv pr lt rurl.

Gostrímos, o tto, d dstcr dos spctos sscs pr um áls do bortmto

do crscmto d várs cdds décd d 1980: ts coctrção d rd grd

os cclos trors d prosprdd ão crção d um clss méd trblhdor. Ou

sj, tvdd sslr smpr grou rd sgctv, ms tmbém coctrou d orm

ssustdormt xgrd. em trblho tror, rlzmos um lvtmto qu os

prmt vsulzr s codçõs às qus clss trblhdor o, é d hoj, submtd:

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222

Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Msmo xposto ss tpo d trblho os homs mulhrs

trblhdors trblhdors do ssl são rmurdos d orm

dqud. ... rmurção ão é x, dpd d qutddd qulo d br qu s cosgu produzr. É prcso cosdrr qu

ormlmt um bo qup d trblho só cosgu produzr

tr 800 1200 kg d br por sm. assm, um cálculo smpls

os prmt costtr qu um cvdor um rsdro rcbm, m

méd, 220 rs por ms cd um. els são os trblhdors d mlhor

rmurção. O comum, tão, é qu todos os mmbros d míl

trblhm pr grtr um rd mím msl. [...] Pr zr

2.000 qulos, qup prcs trblhr ms d 10 hors por d, um

úmro d hors muto cm do ctávl, ou sj, pr mlhorr

um pouco os ghos, os trblhdors cm xpostos codçõsd pors d trblho (SanTOS; SiLVa; aRaUJO, 2010, p. 11).

a Tbl 1 prst os ddos do lvtmto rlzdo m 2010, o mucípo d São Dom-

gos (Ba), qu vdcm xtrm puprzção dss trblhdor d su míl, grdo

um cclo cotíuo d prptução d pobrz, ssocd, v d rgr, o lbtsmo.

Tabela 1Rendimentos obtidos no processo de desfbramento do sisal, por unção eercidaSão Domingos – jun. 2010

Função Rendimento por 1.000 kg (em R$)

Cevador 55,00

Resideiro 55,00

Cortador 50,00

Botador 50,00

Estendedeira 20,00

Fot: Stos, Slv arujo (2010, p. 12).

a rstruturção d cd produtv, os os d 1990, clusv com mplção do sso

ctvsmo cooprtvsmo, bm como rtomd do procsso d dustrlzção, d

ão gr rxos mportts pr o crscmto ds cdds. Dss orm, msmo s dus

cdds ms mportts dâmcs – Srrh Cocção do Coté – d ão chgrm

à cs dos 50.000 hbtts.

Outro spcto dstcr, qu cotrbu pr tdrmos o porqu d s pqus cdds

ão crscrm sgctvmt, msmo com rtomd do crscmto d cd produtv

do ssl ps rstruturção ocorrd os os d 1990, é qustão polítco-dmstrtv. Ou

sj, ts coctrção d rd s mãos d um pqu “lt do ssl”, ld à grdtv

mplção d xplorção dos trblhdors rlgdos à msér o lbtsmo, gstou um

procsso m qu s prturs orm colocds ms srvço dos trsss dos cptlsts

do ssl do qu d mor d populção. em város mucípos, como Vlt, São Domgos,

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r ede urbana  e dinâMiCa r egional no estado da  b ahia : uM olhar sobre o território do sisal

P arte iiir ede urbana  e dinâMiCa r egional no 

estado da b ahia : novos enfoques

Rtrolâd Cocção do Coté, por xmplo, grupos polítcos lgdos os mprsáros do

ssl comdrm s prturs por 20 30 os sgudos. nsss csos, lt coômc

couds com lt polítc, o podr públco mucpl pouco ou d z pr duzrprocssos qu rsultssm m modrzção produtv ou crscmto coômco.

Logo, tmos um típc rd d pqus cdds qu pssmos crctrzr d orm

brv com o objtvo, m ução dos lmts dst rtgo, d potr tms mportts

pr proudmto ds osss rxõs pr uturs vstgçõs.

ReDe URBana aTUaL

no trrtro do Ssl, os mucípos tm populção rsdt tr 5.000 80.000 hbtts(Tbl 2). Podmos otr qu, dos 20 mucípos, 12 tm populção rurl mor qu urb

– Tuco, arc, Csção, itúb, Mot Sto, Qujqu, Brrocs, Tolâd, nordst, Br-

tg, Cdl Lmrão. É xmplr o cso xtrmo d Mot Sto, qu possu 43.493 dos sus

52.338 rsdts vvdo zo rurl; sso sgc dzr qu 83,1% d populção é rurl.

além dsso, cosdrdo qu, m 16 mucípos, populção urb ão ultrpss 20.000

hbtts, qu, m ms dos dls – Stluz Tuco –, populção urb totlz

20.795 ps 21.953 hbtts, rspctvmt, podmos rmr qu, os mucípos

do trrtro do Ssl, prdomm pqus cdds (Mps 2 3).

Tabela 2População residente, urbana e rural nos municípios do Território de Identidade Sisal – Bahia – 2010

Município Total Urbana Rural

Serrinha 76.762 47.188 29.574

Conceição do Coité 62.040 36.278 25.762

Tucano 52.418 21.953 30.460

Santaluz 33.838 20.795 13.043

Araci 51.651 19.638 32.013

Valente 24.560 13.487 11.073

Queimadas 24.602 12.492 12.110

Cansanção 32.908 11.021 21.887

Itiuba 36.113 9.699 26.414Monte Santo 52.338 8.845 43.493

Retirolândia 12.055 6.722 5.333

Quijingue 27.228 6.377 20.851

São Domingos 9.226 5.916 3.330

Barrocas 14.191 5.695 8.496

Teoflândia 21.482 5.068 14.790

Nordestina 12.371 3.921 8.450

Biritinga 14.836 3.517 11.319

Candeal 8.895 3.476 5.416

Ichu 5.255 3.365 1.890

Lamarão 9.560 2.085 7.475

Fot: isttuto Brslro d Gogr esttístc (2012).

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Mapa 2

Distribuição da população total dos municípios do Território de Identidade Sisal por aixas detamanho de população – Bahia – 2010

Fot: iBGe. Cso dmográco 2010.Ddos sstmtzdos pl Sei/Dpq/Copsp.

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Ichu

Araci

 Tucano

Itiúba

Lamarão

Valente

Candeal

Barrocas

Serrinha

Santaluz

Cansanção

Biritinga

Queimadas

Quijingue

Nordestina

 Teofilândia

Monte Santo

RetirolândiaSãoDomingos

Conceiçãodo Coité

S E R T Ã O  D O  S Ã O  F R AN C I S C O 

   P   I   E   M   O   N   T   E

    N   O   R   T   E

    D   O

    I   T   A   P   I   C   U   R   U

S E  M  I  Á R I  D O  N  O R D E  S T  E   I  I  

B A C I A  D O   J A C U Í  P E 

                                                                                                                         P                                                                                                                         I                                                                                                                         E                                                                                                                         M                                                                                                                          O                                                                                                                            N                                                                                                                         T                                                                                                                         E                                                                                                                         D                                                                                                                         A

                                                                                                                         D                                                                                                                         I                                                                                                                          A                                                                                                                         M                                                                                                                         A                                                                                                                         N                                                                                                                         T                                                                                                                         I                                                                                                                         N                                                                                                                         A

PORTAL DOSERTÃO

     A    G     R     E     S      T     E

      D     E

      A     L     A    G    O     I     N     H     A     S     /

     L     I      T    O     R     A     L

      N    O     R      T     E

-39°00'

-39°00'

-40°00'

-40°00'

-10°00' -10°00'

-11°00' -11°00'

-12°00'

BAHIA

0 15 30 45 km

Valores absoluto s

5.255 |--- 19.566

62.460 |--- 76.762

48.159 |--- 62.460

33.857 |--- 48.159

19.566 |--- 33.857

Limite Estadual

Limite Território de Identidade

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r ede urbana  e dinâMiCa r egional no estado da  b ahia : uM olhar sobre o território do sisal

P arte iiir ede urbana  e dinâMiCa r egional no 

estado da b ahia : novos enfoques

Mapa 3Grau de urbaniação dos municípios do Território de Identidade Sisal – Bahia – 2010

Fot: iBGe. Cso dmográco 2010.Ddos sstmtzdos pl Sei/Dpq/Copsp.

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Ichu

Araci

 Tucano

Itiúba

Lamarão

Valente

Candeal

Barrocas

Serrinha

Santaluz

Cansanção

Biritinga

Queimadas

Quijingue

Nordestina

 Teofilândia

Monte Santo

RetirolândiaSãoDomingos

Conceiçãodo Coité

S E R T Ã O  D O  S Ã O  F R AN C I S C O 

   P   I   E   M

   O   N   T   E

    N   O   R   T   E

    D   O

    I   T   A   P

   I   C   U   R   U

S E  M  I  Á R I  D O  N  O R D E  S T  E   I  I  

B A C I A  D O   J A C U Í  P E 

                                                                                                                         P                                                                                                                         I                                                                                                                         E                                                                                                                         M                                                                                                                          O                                                                                                                           N                                                                                                                         T                                                                                                                         E                                                                                                                         D                                                                                                                         A

                                                                                                                         D                                                                                                                         I                                                                                                                         A                                                                                                                         M                                                                                                                         A                                                                                                                         N                                                                                                                         T                                                                                                                         I                                                                                                                         N                                                                                                                         A

PORTAL DOSERTÃO

     A    G     R     E     S      T     E

      D     E

      A     L     A    G    O     I     N     H     A     S     /

     L     I      T    O     R     A     L

      N    O     R      T     E

-39°00'

-39°00'

-40°00'

-40°00'

-10°00' -10°00'

-11°00' -11°00'

-12°00'

BAHIA

0 15 30 45 km

Valores percentuais

16,90 |--- 26,34

54,68 |--- 64,12

45,23 |--- 54,68

35,79 |--- 45,23

26,34 |--- 35,79

Limite Estadual

Limite Território de Identidade

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

a rd urb tul, costtuíd por pqus cdds, é ortmt rtculd por

rodovs com prdomío do trsport “ltrtvo” ão rgulrzdo. Ou sj, xstm

lhs d ôbus rgulrs qu trlgm s pqus cdds tr s com Fr dSt Slvdor. nss cso, s mprss São Mtus Gotjo são prdomts.

a prmr, o xo tr Mot Sto Slvdor, pssdo por Csção, Qumds,

Stluz, Vlt, Rtrolâd, Cocção do Coté Srrh, sdo ss o xo prc

pl d rtculção d cd produtv do ssl; sgud, o xo TucoSlvdor. a

dspobldd rduzd d horáros pr lhs spcícs tr s pqus cdds

br spço pr o trsport ão rgulrzdo. Os úclos urbos ucom como

trpostos o procsso d bcmto xportção do ssl são os s d rd

d crculção d mão d obr, mtérsprms cptl. nss rd, tm ppl dst

cdo Cocção do Coté Srrh, qu, o tto, ão s cogurm como cddsméds. Vrcmos qu ss rd urb d cdds pqus cb sdo polrzd

por Fr d St, sgud mor cdd d Bh mportt trposto rodováro

do nort nordst do Brsl, loclzd proxmdmt 50 250 qulômtros ds

cdds do trrtro do Ssl.

Outr crctrístc d rd urb é ts rtculção urbo-rurl, com xs-

tc d grd úmro d povodos vls qu srvm d ós pr rtculção

ds várs tps d cd produtv do ssl. a mor ds cdds qu compõm

rd tmbém cot com cpt tvdd comrcl, com xcção d Cocção do

Coté Srrh. nos outros mucípos, o comérco rstrg-s lojs pqus com

pouquíssm dvrscção storl. além dsso, s pqus cdds cotm com pro

blms comus: lt d rd d sgotmto stáro dqud, d trros stáros

pr o lxo, trsport d pssgros ltrtvo ão é rgulmtdo, dsmprgo,

prcáro tdmto d súd m csos d méd lt complxdd, cpt rd

d ducção supror, tr outros.

Outro spcto dstcr é qu, sss mucípos, xcludos Cocção do Coté Sr

rh, vrcmos um bx dsdd d coctrção d srvços. Um xmplo é rd

bcár (Tbl 3), pos, d cordo com osso lvtmto, m Cocção do Coté xstm

ps qutro gcs, m Srrh, trs, m Tuco, dus; todos os outros mucípos

cotm ps com um gc.

Tmbém vrcmos qu tvdd dustrl ão s cogur como cpz d lvcr o

crscmto do mprgo d rd o trrtro do Ssl. a dústr é pouco dvrscd

lgus mucípos cotm com ábrcs d clçdos, como, por xmplo, Vlt, Co-

cção do Coté Srrh. etrtto, é tvdd dustrl lgd à cd produtv do

ssl qu tm dmostrdo ss d rcuprção. atulmt, o mucípo d Cocção

do Coté coctr o mor úmro d dústrs, sgudo plos mucípos d Vlt, São

Domgos, Rtrolâd Stluz. nosso lvtmto rgstrou xstc d dústrs

d os, cords, tpts crpts.

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r ede urbana  e dinâMiCa r egional no estado da  b ahia : uM olhar sobre o território do sisal

P arte iiir ede urbana  e dinâMiCa r egional no 

estado da b ahia : novos enfoques

Tabela 3Agências bancárias nos municípios do Território de Identidade Sisal – Bahia – 2010

Município Dependência administrativaQuantidade (unid.)Federal Privada

Conceição do Coité 3 1 4

Serrinha 2 1 3

Tucano 1 1 2

Valente 1 - 1

Araci 1 - 1

Biritinga 1 - 1

Candeal 1 - 1

Cansanção 1 - 1

Itiúba 1 - 1

Monte Santo 1 - 1

Queimadas 1 - 1

Quijingue - 1 1

Santaluz 1 - 1

Total 15 4 19

Fot: Suprtdc d estudos ecoômcos Socs d Bh (2010c).elborção prpr.

CiDaDeS PeQUenaS: PeRManênCiaS e TRanSFORMaÇÕeS

Um olhr tto pr sss pqus cdds qu cbmos d crctrzr lv-os

dtcr lgus tms problmschv pr um proudmto ds álss sobr

tul cogurção d rd d pqus cdds, qu são ortmt rtculds à tvdd

rurl m su toro mdto. Os lmts dst rtgo ão os prmtm proudr poto

poto, ms pssmos tcr comtáros sobr sss qustõs:

. relação entre um cotidiano tranquilo e a gradativa chegada das drogas e da violência. 

ns pqus cdds do trrtro do Ssl, d é possívl vvr sm o cottodáro com crms dltos ds ms vrds turzs; os ídcs d crmldd

são rltvmt bxos, s comprdos cdds méds brslrs, o tm d

sgurç públc d ão stá ordm do d. a trquldd, d qus

poétc d lugrs pquos od s pod “dormr com port d cs brt” é

clmt vrcd s cdds muto pqus. no tto, é otro o vço

dos problms lgdos à rldd do tráco d drogs;

b. manutenção das elites tradicionais no poder x ampliação de movimentos sociais de base.

no trrtro do Ssl, s, por um ldo, s pqus cdds, costtmos qu s

prturs tm sdo hstorcmt dmstrds por grupos polítcos lgdos à lt

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228

Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

coômc, com prptução o podr d míls trdcos, por outro, tmos

ssstdo à mplção do ssoctvsmo cooprtvsmo. a tscção d ção

d sdctos codrçõs d trblhdors, m prcr com outrs tddsdos movmtos socs com o estdo, é díco d mudçs mportts qu

prcsmos comphr;

c. a pequena cidade como lócus da permanência. a trdção, os tgos sbrs, o

sbr zr prsrvdo d grção grção, mutção d costums qu

modrdd urbodustrl td zr dsprcr m ução d css

dd cptlst d homogzção, são spctos qu tm sdo ms clmt

prsrvdos s cdds pqus, qu são muto umblclmt rlcods com

o toro rurl mdto. a mutção d st ju, d st d vquro, d

cvlgd, tr outrs, é xmplo d qu prmc ão é sômo d trso;o cotráro, um mudo qu td à homogzção, s cdds pqus tm

cumprdo ppl mportt como lugrs d rgmtção;

d. construção de uma ideia de pertencimento. nss spço od o ssl prdom, s

pssos costruírm dtdds são cpzs d zr xstr um mgáro coltvo

qu codco mportts rlçõs socs. Dsd décd d 1960, s lts rgos

ormtm d d Rgão Sslr d Bh; ssm, sr d rgão pssou costtur

s como rrc pr str o mudo sr d lgum lugr. Ms rctmt, já

décd d 2000, movmtos socs d bs rormtm d d prtcmto

substtum rgão plo trrtro. Hoj, prtcr o trrtro do Ssl já sgc

str o mudo sr d lgum lugr pr bo prt d gt qu vv su cotdos pqus cdds sslrs. isso é xtrmmt sgctvo do poto d vst d

ção polítc do rlcomto ds comudds com o podr públco. etdmos

qu é um tm qu vl lgums ots, qum sb, um uturo prxmo.

Clro stá qu outro olhr tto pr s pqus cdds do trrtro do Ssl srá cpz

d dtcr mutos outros tms problms bstt rlvts. noss tção, qu,

o cotrbur pr mplr o dbt, d muto cl m oss opão, stgr outros

colgs vstgrm s pqus cdds.

COnSiDeRaÇÕeS FinaiS

a rd urb o trrtro do Ssl, orjd o cotxto d xpsão d lvour sslr,

d hoj é ortmt rtculd por uxos d mrcdor, cptl, pssos, ormçõs

tc., qu são rts o procsso d bcmto do ssl. a sss fuxos somm-s outros

orudos d trs outrs tvdds coômcs mportts tulmt: ovocprocultur,

mrção pcuár bov xtsv; tmbém os uxos grdos pls sts d cuho

culturl, como s jus, d vquros zdros cvlgds; d mportts fuxos

d ormção qu mm vd polítc. Ou sj, é um rd bm rtculd, clusv, já

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r ede urbana  e dinâMiCa r egional no estado da  b ahia : uM olhar sobre o território do sisal

P arte iiir ede urbana  e dinâMiCa r egional no 

estado da b ahia : novos enfoques

o gstd d d um rgão, sslr, à qul todos prtcm, gor stá sdo

gstd d d prtcmto o trrtro do Ssl.

Rgstrmos qu s cdds d Cocção do Coté Srrh são s ms dâmcs é pr

od covrg mor prt dos uxos rgos. no tto, é msmo Fr d St

cdd qu comd ss rd urb do trrtro do Ssl, pos, pr ss cdd, fu todo o

fuxo qu tm orgm m dmds típcs d cdds méds, já qu, msmo m Cocção

do Coté Srrh, como vmos, há lmtção pr o tdmto o qu s rr srvços

d méd lt complxdd ou, d, pr csso cultur, lzr, súd ducção, um

ívl mlhor qulcdo, como, por xmplo, csso o so supror, o ttro, clícs

spclzds ou msmo comérco ms dvrscdo.

no cso d Cocção do Coté, xst tdc d cosoldção como mportt cddméd um uturo bm prxmo. Tmos qu cosdrr qu o crscmto d cdd pod

sr pljdo, pr ão rptr os problms hstórcos ds osss cdds méds, como

hbtção trsport públco, por xmplo, lrtdo os podrs públcos própr

comudd cots pr qu comphm ms d prto tl tdc.

ReFeRênCiaS

BaHia. Scrtár d agrcultur, irrgção Rorm agrár. O sisal na Bahia. Slvdor: CeR, 1991.

COMPanHia De DeSenVOLViMenTO e aÇÃO ReGiOnaL (Ba).  Alternativas sócio-econômicas para odesenvolvimento da Região Sisaleira. Slvdor: CaR, 1994.

inSTiTUTO BRaSiLeiRO De GeOGRaFia e eSTaTÍSTiCa. Cidades@. Dspoívl m: <http://www.bg.gov.br/cddst>. acsso m: 29 v. 2012.

SanTOS, e. M. C.; COeLHO neTO, a. S.; SiLVa, O. a. Gente ajudando gente: o tcdo ssoctvst oTrrtro do Ssl. Fr d St: UeFS, 2011.

SanTOS, e. M. C.  Associativismo e desenvolvimento: o cso d Rgão Sslr d Bh. Fr dSt: UeFS, 2010.

SanTOS, e. M. C.; SiLVa, O. a. d; aRaUJO, O. a prcrzção do trblho rurl o procsso produtvodo ssl: ormldd o slco dos octs. i: JORnaDa DO TRaBaLHO, 11, 2010, JoãoPsso. Anais... João Psso: UFPB, 2010.

SanTOS, e. M. C.; SiLVa, O. a. d. agts socs d produção do spço rurl o Trrtro do Ssl –Bh. Revista Campo-Território: rvst d gogr grár, v. 5, . 9, p. 7188, v. 2010.

SUPeRinTenDênCia De eSTUDOS eCOnÔMiCOS e SOCiaiS Da BaHia. Cartogramas. Slvdor: Sei, 2010.Dspoívl m: <http://www.s.b.gov.br/mgs/_socopopulcos/cso_2010/rsultdos_do_uvrso/crtogrms/populco_totl/2010/pop_totl_ssl.pd>. acsso m: 28 v. 2012.

______. Cartogramas. Slvdor: Sei, 2010b. Dspoívl m: <http://www.s.b.gov.br/mgs/_socopopulcos/cso_2010/rsultdos_do_uvrso/crtogrms/gru_urbzco/2010/gru_urb_ssl.pd>. acsso m: 28 v. 2012.

______. Sistema de dados estatísticos. Slvdor: Sei, 2010c. Dspoívl m: <http://www.s.b.gov.br/sd/rm_tbl.wsp?tmp.tbl=t33&tmp.volt=*>. acsso m: 28 v. 2012.

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   S   é  r   i

  e   E  s   t  u   d  o  s  e   P  e  s  q  u   i  s  a  s

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ENCERRAMENTO

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CIDADES MÉDIAS E PEQUENAS E DESENVOLVIMENTOURBANO: ANÁLISE, DESAIOS E PERSPECTIVAS

COM BASE NOS PLANOS DIRETORES

Nathan Belcavello de Oliveira* 

Marcel Claudio Sant’Ana** 

Cosdrdo ddos comprtvos tr os Csos d 2000 d 2010 (inSTiTUTO BRaSiLeiRO

De GeOGRaFia e eSTaTÍSTiCa, 2012), prcbmos qu os mucípos com populção totl

tr 100 ml té 500 ml hbtts prmcm m posção d dstqu, prcplmtm crscmto dmográco, sj d su populção totl ou urb (Tbl 1). Curosmt,

o úc x d mucípos cujo crscmto dmográco urbo o ror o totl,

msmo qu drç oss pouc.

Tabela 1

Síntese de dados demográfcos dos Censos por aixa de população total dos municípios Brasil – 2000/2010

Faixa de população total

Quantidade demunicípios

Participação na somatória da população (%) Crescimentodemográfco (%)

Média de crescimentoanual (%)Total Urbana

2000 2010 2000 2010 2000 2010 Total Urbano Total Urbana

Até 20 mil 4.018 3.915 19,7 17,1 18,8 17,1 -2,3 6,3 0,62 2,24

20 mil⊢ 50 mil 964 1.043 17,0 16,5 11,5 11,8 8,8 19,4 1,32 2,49

50 mil⊢ 100 mil 301 324 12,3 11,7 10,6 10,0 6,4 10,2 1,64 2,43

100 mil⊢ 500 mil 193 245 23,3 25,5 26,1 27,3 22,6 22,1 1,93 4,76

Mais de 500 mil 31 38 27,7 29,3 33,0 33,8 18,9 19,3 1,30 1,33

Brasil 5.507 5.565 100,0 100,0 100,0 100,0 12,3 16,6 0,87 2,40

Fot: adptdo d isttuto Brslro d Gogr esttístc (2012).

Por su vz, os mucípos com populção totl d té 20 ml hbtts prstm ddos

gtvos, sobrtudo rlcodos o crscmto d populção totl. Cotudo, msmo tdo

um crscmto dmográco totl gtvo, st x d mucípos obtv um crscmto

dmográco urbo postvo, d qu su prtcpção somtr d populção urb

th dmuído. Tmbém méd d tx d crscmto dmográco urbo ul cou

pouco bxo d rgstrd plo Brsl, quto x d mucípos com populção supror

500 ml hbtts rgstrou porctgm bm bxo do msmo prâmtro. esss ddos

dmostrm clr tdc d coctrção d populção dos mucípos com té 20 ml

hbtts m sus árs urbs.

* Mstrdo m Gogr pl Uvrsdd d Brsíl (UB); bchrl m Gogr pl Uvrsdd Fdrl d Juzd For (UFJF). Ggro do Mstéro ds Cdds. [email protected]

** Mstr m Pljmto Dsho Urbos pl Uvrsdd d Brsíl (UB). arqutto Urbst do Mstérods Cdds. [email protected]

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Sm cosdrr s dus xs trmdárs às suprctds, já podmos rmr qu o cáro

uturo do dsvolvmto urbo brslro pss, cssrmt, por st cojuto d

mucípos. ad, lvdo m cot dtrmção costtucol d obrgtordd dlborção provção d Plo Drtor pr os mucípos com ms d 20 ml hbtts,

podmos cormr mportâc dsts mucípos com rlção à polítc urb.

e ss é o cojuto d mucípos qu cotém s cdds méds pqus brslrs,

objto d áls do prst txto. Ms qum são sss cdds méds pqus? São

todos os mucípos com mos d 500 ml hbtts? Qus são os lmts pr s drcr

um cdd méd d um pqu d um grd? Como ldr com o dsvolvmto

urbo o cotxto dsss cdds?

Pr rlzr áls ttr lucdr prt ds dgçõs posts cm, dvdmos o txtom trs prts prcps. a prmr trt do dbt d proposção dotd crc d (d)

lmtção dos dos cojutos ocos ds álss, s cdds pqus méds. Postrormt,

procd prstção áls d ddos ormçõs sobr os Plos Drtors dos

mucípos slcodos, sltdo os dsos rlcodos o dsvolvmto urbo.

Por m, lgums cosdrçõs sobr prspctvs.

CiDaDeS PeQUenaS e MÉDiaS: eSTRanHaS COnHeCiDaS

ats d qulqur áls ms proud sobr os Plos Drtors dsss mucípos brslros, é cssáro dzr o qu stmos domdo como cdds pqus méds.

Qudo trtmos d cdds pqus méds, stmos trblhdo, qus smpr, com

ddos ormçõs dos mucípos qu s cotém; ão somt com s árs urbs dsss

mucípos, muto mos com quls lglmt dds como cdd1.

Trblhr com ddos qu,  priori , ão s rlcom com cdd quto trrtro, prmt-

os rompr com dcotom cmpocdd, pos, como os dz Sposto (2008, p. 1415):

S cdd comport tvdds tpcmt urbs, sso ão

sgc qu ps m sus spços s rlz o qu é “urbo”

o mudo tul ou tmpouco qu hj lmts xos tr cdd

o cmpo. Plo cotráro: tulmt, s psgs d cdd do

cmpo prstms mlgmds, duss, com suprposçõs

mbrcçõs d dícl xplcção ps pl obsrvção.

Cotudo, é cssáro sublhr, como o z Stbrgr amdo (2006, p. 167), mportâ

c do spço urbo como “... um glutdor d rlçõs d podr porqu comd s

dcsõs d proprção uso do trrtro sobr s dms rçõs do spço .... em outrs

1 Cosdrdo o DcrtoL .º 311, d 2 d mrço d 1938, qu dz, m su rtgo 3º : “art. 3.º a sd do mucípo tm

ctgor d cdd lh dá o om.” (BRaSiL, 1938).

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Cidades Médias e Pequenas e desenvolviMento urbano: a nálise, desafios e PersPeCtivas CoM b ase nos Planos diretores

enCerraMento

plvrs, o spço urbo é dssocávl ds dms rçõs do spço xrc um ppl

chv prt s msms”.

avçdo (d)lmtção ds cdds pqus méds, Corr (2007) pot como u-

dmtl pr st xrcíco obsrvção d rlção xstt tr tamanho demográco,

unções urbanas (ssclmt drcods pr or d cdd) conguração territorial 

intraurbana2. esss crctrístcs ão dvm sr cosdrds sprdmt, ms comb-

ds m um cotxto spcl spcíco. Ou sj, localização tr como crctrístc qu

prpss s outrs trs tm spcl sgcdo. além dss rlção, tmbém é cssáro

podrr os ddos ormçõs srm dotdos pr cd crctrístc.

isso pod sr mlhor vsulzdo o s tomr como xmplo o lmr dmográco ror

ds cdds pqus (Tbls 2 3) supror ds mtrpols (Tbl 4). Cosdrdo populção totl dos mucípos brslros o Cso d 2010 (inSTiTUTO BRaSiLeiRO

De GeOGRaFia e eSTaTÍSTiCa, 2012), tmos como lmt ror Borá, m São Pulo, com

805 hbtts (populção urb d 627 hbtts). no tto, s lvrmos m cot

populção urb, cotrmos cdds d mors, como Corol Plr, o Ro Grd

do Sul, com 174 hbtts (populção totl d 1.725 hbtts). O msmo vl pr s

dms cdds pqus lstds s Tbls 2 3, ão hvdo, squr, um cocdc.

isso s dá, xtmt, pl loclzção dsss cdds complx rd urb brslr,

qu fucrá sobrmr s uçõs urbs m sus cogurçõs trrtors

trurbs. Dvrímos, tão, dotr um úco cojuto d ddos pr st (d)lmt

ção? não, msmo porqu st lmt podr srvr, tlvz, pr o dbt crc d crçãod mucípos3.

Tabela 2De primeiros municípios brasileiros com menor população total e posição entre aqueles commenor população urbana segundo Censo – Brasil – 2010

UF MunicípioPopulação Posição população

urbanaTotal Urbana % Urbana

SP Borá 805 627 77,9 82º

MG Serra da Saudade 815 527 64,7 54º

GO Anhanguera 1.017 955 93,9 225º

TO Oliveira de Fátima 1.035 815 78,7 155ºMT Araguainha 1.095 944 86,2 220º

SP Nova Castilho 1.127 746 66,2 132º

MG Cedro do Abaeté 1.212 1.033 85,2 273º

RS André da Rocha 1.216 496 40,8 40º

SP Uru 1.251 1.081 86,4 292º

PI Miguel Leão 1.253 862 68,8 176º

Fot: elborção prpr, dptdo d isttuto Brslro d Gogr esttístc (2012).

2 Sors (1999) d crsct os índices de qualidade de vida como um ds crctrístcs prcps pr dtcção ds cdds méds.

3 Sobr crção d mucípos, vr n. Olvr (2009).

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Tabela 3De primeiros municípios com menor população urbana e posição entre aqueles com menor

população total segundo Censo – Brasil – 2010

UF MunicípioPopulação Posição população

TotalTotal Urbana % Urbana

RS Coronel Pilar 1.725 174 10,1 58º

RS Itati 2.589 212 8,2 321º

PI Aroeiras de Itaim 2.442 238 9,7 258º

RS Chuvisca 4.944 273 5,5 1280º

SC Barra Bonita 1.878 279 14,9 93º

RS União da Serra 1.487 280 18,8 23º

RS Coqueiro Baixo 1.528 282 18,5 25º

RS Floriano Peixoto 2.018 292 14,5 124º

SC Flor do Sertão 1.588 328 20,7 35º

SC Paial 1.763 336 19,1 67º

Fot: elborção prpr, dptdo d isttuto Brslro d Gogr esttístc (2012).

Tabela 4Os de primeiros municípios com maior população total e posição entre aqueles com maiorpopulação urbana segundo Censo – Brasil – 2010

UF MunicípioPopulação Posição população

urbanaTotal Urbana % Urbana

SP São Paulo 11.244.369 11.125.243 98,9 1º

RJ Rio de Janeiro 6.323.037 6.323.037 100,0 2º

BA Salvador 2.676.606 2.675.875 99,9 3ºDF Brasília 2.562.963 2.476.249 96,6 4º

CE Fortaleza 2.447.409 2.447.409 100,0 5º

MG Belo Horizonte 2.375.444 2.375.444 100,0 6º

AM Manaus 1.802.525 1.793.416 99,5 7º

PR Curitiba 1.746.896 1.746.896 100,0 8º

PE Recie 1.536.934 1.536.934 100,0 9º

RS Porto Alegre 1.409.939 1.409.939 100,0 10º

Fot: elborção prpr, dptdo d isttuto Brslro d Gogr esttístc (2012).

a su tmpo, há um cocdc mrct tr os dz mors mucípos brslros

m populção totl urb. além d strm msm posção m mbos os csos são,

cssrmt, cpts mtrópols com courbção cosoldd. excção sj t

sobr courbção somt Mus, o amzos, ddos os spctos pculrs d su

loclzção m pl orst amzôc, mrgm squrd do ro amzos.

ambs s podrçõs rvlm um rlção mportt tr populção totl urb o

(d)lmtrmos os lmrs qu dvm sr tomdos pr dstgurmos s cdds pqus

méds. O msmo vl pr s dms crctrístcs já sltds.

nst prspctv, cotrmos mportts cotrbuçõs d utors qu dsvolvrm

álss com drts bordgs, ms bsds s rlçõs suprctds. Stos (2008),

o lsr o umto do trblho tlctul do cosumo sus tos sobr urbzção

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Cidades Médias e Pequenas e desenvolviMento urbano: a nálise, desafios e PersPeCtivas CoM b ase nos Planos diretores

enCerraMento

brslr, dc qu, o tul príodo hstrco (por l domdo como mo técco

ctícoormcol), o lmr dmográco tr s cdds pqus méds pss

sr o d um populção totl d cm ml hbtts 4.

no toct às uçõs urbs, sgudo Stos Slvr (2002), s cdds méds srm os

ctros d tdmto às dmds: d cosumo, cosumptvo produtvo; d ormçõs,

produzdo-s ou rpssdo-s, sdo s “[...] térprts d técc do mudo” (SanTOS;

SiLVeiRa, 2002, p. 281); d gstão produtv, comddo “[...] o sscl dos spctos téc-

cos d produção rgol, dxdo o sscl dos spctos polítcos pr glomrçõs

mors” (SanTOS; SiLVeiRa, 2002, p. 283)5, um mbt tr trsss locs, cos

globs. “as cdds méds costtum, dss modo, vrddros rus rgos, um lugr

d dbt tr procupçõs ms mdts dsígos ms mplos” (SanTOS; SiLVeiRa,

2002, p. 284)6. Sors (1999, p. 57) corrobor st crctrzção, o rgumtr:

as cdds méds tmbém dvm sr dds plo lugr qu

ocupm rd urb, o sstm coômco globl, ou sj, sus

rlçõs são ts tto m ívl locl como m scl col ou

trcol, tdo m vst s modrdds tcolgcs prsts

sss trrtros.

Dlogdo com o rgumto d utor, Corr (2007) propõ trs lmtos pr cos

trução d um qudro trco pr s cdds méds: um lt mprddor; loclzção

rltv; trçõs spcs.

Pr s cdds pqus, Stos (2008), qu s dom como cidades locais, dtc

vculção d sus uçõs às tvdds grícols modrs. esss s torm spclz

ds o tdmto mdto ds dmds grícols d um cmpo qu ão pod ms sr

tddo dtro d dcotom cmpocdd7. “Tudo sso z com qu cdd locl dx

d sr cdd o cmpo s trsorm cdd do cmpo” (SanTOS, 2008, p. 140).

Já cogurção trrtorl trurb, mtrlzdo, prcplmt, sss uçõs

urbs suprctds, rá rtr dâmc spcl codzt cd cojuto d cdds

qu stmos qu (d)lmtdo. Sobr sso, Gumrãs, Vr nus (2005, p. 270) po

tm qu “[...] s cdds méds costtum-s m locldds potcs d bsorção d

4 “Há trs ou qutro dcos, s cdds méds rm s qu thm crc d vt ml hbtts” (SanTOS, 2008,p. 140). nst trstíco tr 20 ml 100 ml hbtts strm mlhor rprstds s cdds pqus,qu Stos (2008) Stos Slvr (2002) domm d cdds locs, qu vrmos sgur, spclzds otdmto mdto ds tvdds grícols modrs.

5 “Ms sso costtu um ot prmt d dgçõs, já qu cdd rgol (méd) rlé polítco suborddo,é tmbém um splho d cotrdçõs tr s procupçõs lgds à produção proprmt dt (su ldotécco) s lgds à rlzção (su ldo polítco). ... n vrdd, o ppl ds cdds méds o procsso polítco éão ps lmtdo complto, ms cousmt prcbdo” (SanTOS; SiLVeiRa, 2002, p. 283).

6 “É sss codçõs qu são gstds vsõs do mudo, do pís do lugr lbords colborção o coto”(SanTOS; SiLVeiRa, 2002, p. 283).

7 “as cdds locs s spclzm tto ms quto ár rspctv há possbldds pr dvsão do trblho,tto do poto d vst d mtrldd quto do d dâmc trpssol. Quto ms ts dvsão do

trblho um ár, tto ms cdds surgm tto ms drts são ums ds outrs” (SanTOS, 2008, p. 141).

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

mprdmtos, prcplmt dústrs, pos prstm lgum tpo d coom d

glomrção d potcs”. ao msmo tmpo, porém, os utors dmostrm qu, sss

cdds, surgm cotos o momto d mtrlzção ds dts potcldds, promovdo xclusão socl. e mbos os spctos são ssldos por amorm Flho (1984) como

um dos trbutos ds cdds méds. Tmbém Olvr, Chvs Smoc (2004) rssltm

tl dlétc (r)cogurção trrtorl ds cdds méds m su procsso d srção

lgc produtv globlzd com o surgmto,  pari passo, d codomíos chdos

vls, por xmplo.

ns cdds pqus, por su vz, rá trsprcr cdd do cmpo dcd por Stos

(2008). Porém, o cofto sltdo cm cotu xstdo d orm qulttvmt dr-

cd. ao vés ds dcotoms prprs ds cdds méds d sus rlçõs xprssmt

urbs , m grd mdd, dustrs, tmos prsç dos bosrs, grcultors proprtáros d ltúdos vvdo s cdds trblhdo o cmpo.

Cocldo sts álss qulttvs à áls dos ddos ds ormçõs dspoívs,

n. Olvr (2006) propõ um crctrzção ds cdds méds com bs m dcdors

qu rvlrm crctrístcs grupds m trs crtéros: dmográcos, sococoômcos

loclzção. Sobr st últmo, o utor dstc qu

[...] surg como crctrístc rlvt pr s cdds méds,

pos sts dvm str poscods d tl mr qu cosgm

dsvolvr d mr rltvmt utôom sus cpcdds

d bsorção d vstmtos, d orcmto d bs srvços

d cosumo à su populção d su rgão, qu rá vrr d cor

do com su proxmdd às prcps mtrpols do pís, uc

stdo srds s rgõs mtropolts ão sdo cpts

stdus (OLiVeiRa, 2006, p. 6).

Gumrãs, Vr nus (2005, p. 270) corroborm st prspctv o colocrm qu “[...]

dstâc d grds ctros urbos podr sr um dos dtrmts d mor ou mor

mportâc d um cdd”. Ou sj, coorm já dstcmos trormt, loclzção

é um crctrístc udmtl qu prpss rlção tr s dms.

em síts, podmos dzr qu cdds méds srm quls qu ão são cpts stdus

dsposts tr os cm ml quhtos ml hbtts d populção totl, com um xprs-

sv porctgm d populção urb, dstts ds prcps mtrpols brslrs d tl

orm qu ssumm o ppl d trlocutors (ormdo, produzdo , prcplmt,

trprtdo ormçõs) tr su rgão d fuc, o pís o mudo. exrcm trção

ão s d pssos, ms tmbém d vstmtos produtvos d rstruturs, zdo

com qu thm, mor ds vzs, crscmto urbo cm d méd col ds

rgõs mtropolts. Dltcmt, tmbém promovm sgrgção dsguldd

socospcs.

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Cidades Médias e Pequenas e desenvolviMento urbano: a nálise, desafios e PersPeCtivas CoM b ase nos Planos diretores

enCerraMento

Já s cdds pqus, sobrtudo s cdds locs, srm o “... locus d rgulção do qu

s z o cmpo” (SanTOS, 2008, p. 140), tordo-s cdd do cmpo. Dds s sus

crctrístcs, tmbém prstm xprss porctgm d populção urb sobr totl , d mr pculr, rproduzm s dcotoms socospcs ds dms cdds.

Dtro dst (d)lmtção ds cdds pqus méds, vmos lsr os dsos

prspctvs do dsvolvmto urbo com bs os Plos Drtors.

OS PLanOS DiReTOReS e O DeSenVOLViMenTO URBanO: UMaanÁLiSe aMOSTRaL De DeSaFiOS e PeRSPeCTiVaS

a Scrtr ncol d acssbldd Progrms Urbos do Mstéro ds Cdds (SnaPU/MCdds) struturou, por mo d covo com o isttuto d Psqus Pljmto Urbo

Rgol d Uvrsdd Fdrl do Ro d Jro (iPPUR/UFRJ), chmd Rd d avlção

Cpctção pr implmtção dos Plos Drtors Prtcptvos (Rd PDP).

a Rd PDP vlou qulttvmt, tr os os d 2009 2010, 526 Plos Drtors d

mucípos dstrbuídos m todos os estdos do Dstrto Fdrl, rlzdo, d, vtos

d cpctção m todo o pís.

a slção dos Plos Drtors srm vldos obdcu crtéros d úmro d mucí

pos com obrgtordd8 d lborção do Plo Drtor por x d populção totl por

estdo, przdo todo o Brsl. a slção dos mucípos vlção dos Plos Drtors

m cd estdo cotrm com prtcpção d movmtos socs, tdds cdmcs

prossos govros stdus. além d um rotro básco d qustõs pr todos os

Plos Drtors lsdos (sttzdos m rltros stdus), orm tos 27 studos d

cso, coorm pod sr vsto tbl 5.

Tabela 5Municípios selecionados para estudo de caso pela Rede PDP – Brasil – 2000/2010

UF MunicípioRegião Metropolitana (RM) ou RegiãoIntegrada de Desenvolvimento (Ride)

População (Censo 2010)Crescimento anual

(2000/2010)

Total % Urbano Total (%) Urbano (%)AM Manaus RM de Manaus 1.802.525 99,5 2,82 2,84

BA Caetité Não 47.524 59,9 0,54 2,13

BA Salvador RM de Salvador 2.676.606 99,9 0,96 0,96

8 as obrgtordds cosdrds orm s stblcds plo rtgo 50 d L .º 10.257, d 10 d juho d 2001,domd esttuto d Cdd, os mucípos qudrdos os csos plos csos i ii do rtgo 41, sbr:

“art. 41. O plo drtor é obrgtro pr cdds:

i – com ms d v t ml hbtts;

ii – tgrts d rgõs mtropolts glomrçõs urbs; ...

art. 50. Os Mucípos qu stjm qudrdos obrgção prvst os csos i ii do rt. 41 dst L qu ãothm plo drtor provdo dt d trd m vgor dst L, dvrão proválo té 30 d juho d 2008.

(Rdção dd pl L .º 11.673, d 2008)” (CaRVaLHO; ROSSBaCH, 2010, p. 112116).

(Cotu)

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

Tabela 5Municípios selecionados para estudo de caso pela Rede PDP – Brasil – 2000/2010

UF MunicípioRegião Metropolitana (RM) ou RegiãoIntegrada de Desenvolvimento (Ride)

População (Censo 2010) Crescimento anual(2000/2010)

Total % Urbano Total (%) Urbano (%)

CE Beberibe Não 49.334 43,9 1,65 0,99

CE Irauçuba Não 22.347 64,3 1,42 3,21

CE Juazeiro do Norte RM do Cariri 249.936 96,1 1,78 1,87

GO Aparecida de Goiânia RM de Goiânia 455.735 99,9 3,55 3,57

MA São Luís RM de São Luís 1.011.943 94,4 1,63 1,41

MG Montes Claros Não 361.971 95,2 1,79 1,91

MG Ribeirão das Neves RM de Belo Horizonte 296.376 99,3 2,01 1,99

MG Santa Bárbara RM de Belo Horizonte 27.850 88,9 1,52 1,63

MS Campo Grande Não 787.204 98,7 1,86 1,84

PA Ananindeua RM de Belém 471.744 99,8 1,99 1,99PE Olinda RM de Recie 375.559 98,0 0,21 0,21

PE Petrolina Ride do Polo Petrolina e Juazeiro 294.081 74,6 3,46 3,19

PR Curitiba RM de Curitiba 1.746.896 100,0 1,01 1,01

PR Maringá RM de Maringá 357.117 97,8 2,37 2,29

RJ Duque de Caxias RM do Rio de Janeiro 855.046 99,7 1,03 1,03

RJ Niterói RM do Rio de Janeiro 487.327 100,0 0,61 0,61

RN Natal RM de Natal 803.811 100,0 1,28 1,28

RS Bagé Não 116.792 83,7 -0,17 0,05

RS Porto Alegre RM de Porto Alegre 1.409.939 100,0 0,36 0,68

SC Itajaí RM da Foz do Rio Itajaí 183.388 94,6 2,43 2,22

SP Catanduva Não 112.843 99,2 0,66 0,74

SP São Carlos Não 221.936 96,0 1,50 1,62SP São Paulo RM da Grande São Paulo 11.244.369 98,9 0,78 1,34

Fot: elborção prpr, dptdo d Stos Júor Motdo (2011); isttuto Brslro d Gogr esttístc (2012);Dprtmto d Polítcs d acssbldd Pljmto Urbo (2012).

Podmos otr qu os studos d cso procurrm cotmplr dvrsdd d mucípos

brslros. Ldo os studos vrcdo os ddos ormçõs dspoívs, dtc

mos lgus qu s qudrm (d)lmtção qu zmos d cdds pqus méds

(Crtogrm 1). as cdds méds strm rprstds (rsptds, prcplmt, s

podrçõs d loclzção d uçõs urbs) plos mucípos d9: Bgé, o Ro Grddo Sul; itjí, m St Ctr; Juzro do nort, o Crá; Mrgá, o Prá; Mots

Clros, m Ms Grs; Ptrol, m Prmbuco; São Crlos, m São Pulo. Já s cdds

pqus (ms prcsmt s cdds locs) trm como rprstts os mucípos

d10: Ctté, Bh; Ctduv11, m São Pulo; iruçub, o Crá.

9 Os studos d cso ds cdds méds orm lbordos, rspctvmt, por: Frrr (2011); Gumrs (2011);icov Phro (2011); Kltowtz (2011); M. Cost (2011); Mrd (2011); . V. Ol vr (2011).

10 Os studos d cso ds cdds pqus orm lbordos, rspctvmt, por: icov (2011); L. Cost (2011);Storo, Cobr Molr (2011).

11 Msmo tdo um populção d ms d cm ml hbtts populção xprssmt urb, o mucípo stásrdo um rgão polrzd por mucípos como São José do Ro Prto Rbrão Prto, zdo com qu th

uçõs urbs ms smlrs às d um cdd locl.

(Coclusão)

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Cidades Médias e Pequenas e desenvolviMento urbano: a nálise, desafios e PersPeCtivas CoM b ase nos Planos diretores

enCerraMento

Cidades médias - 7

Cidades pequenas (locais) - 3

Cartograma 1Cidades médias e pequenas (locais) selecionadas para a análise

elborção prpr.

Um prmr áls sr rlzd os Plos Drtors dsss cojutos d mucípos dz

rspto à Gstão Dmocrátc, qu é “... tv prtcpção d socdd cvl gstão d

cos públc” (OLiVeiRa; MOReiRa, 2006, p. 2)12. Vmos qu um htrogdd d csos.

Os mucípos d Bgé, o Ro Grd do Sul, São Crlos, m São Pulo, tvrm um procsso

d lborção prtcptvo tr 2001 2005, com grds vtos (ts como Corcs

12 “est prtcpção p od sr tvd drtmt plos cddãos, como t mbém por mo d tdds rprsttvsd um prcl do trrtro ou dos sgmtos socs d populção. Tl prcto é xprssão d Costtução Fdrl,promulgd m 5 d outubro d 1988. Dv str putd ... os prcípos d trsprc, étc, dpdc,

soldrdd crdbldd” (OLiVeiRa; MOReiRa, 2006, p. 2).

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

d Cdd), pr ssblzção moblzção d socdd, tmbém ruõs mors (como

grupos d trblho, ocs ruõs), ormlmt dds pr proudmto d

qustõs tmátcs ou stors. Somt m São Crlos houv dculdds moblzçãods comudds rurs d sgmtos d bx rd.

em itjí, m St Ctr, o procsso o álogo os suprctdos, ms ão há mção

do tmpo m qu s dsvolvu.

Por su vz, Mots Clros, m Ms Grs, tv um procsso prtcptvo cdo m 1995,

ms, dvdo dsputs polítcs, o projto d l, tão lbordo, ão o provdo pl Câmr

d Vrdors. O procsso postror o rlzdo d orm tcocrátc m 2001, bsdo

o Plo Drtor d Blo Horzot. em 2007, porém, cous um procsso d rvsão qu

comçv s ortr plos prctos d gstão dmocrátc, ms o prlsdo por cotds lçõs mucps d 2008, m qu Prtur prru prorzr obrs.

em Ptrol, Prmbuco, os movmtos socs tvrm qu s moblzr pr rvdcr

prtcpção o procsso d lborção do Plo Drtor durt 2006. abrt possbldd do

procsso prtcptvo, mtodolog utlzd o ortd plo Mstéro ds Cdds.

no cso d Juzro do nort, o Crá, o procsso d lborção (qu o podo plo govro

stdul por mo d cmto) sguu um mtodolog orml d prtcpção pdro

zd pr todos os mucípos qu drrm o poo stdul. Fo sttuído um comt com

mmbros dcdos pl Prtur os momtos d ruão dms vtos, sgudo rltos,

ão lucdvm populção pr o procsso, mos d cpctvm- s tmátcs cocr-ts o dsvolvmto urbo. Já m iruçub, o msmo estdo, os rltos dmostrm

qu o procsso o prtcptvo, com clusão d város sgmtos como, por xmplo, gts

 jovs. O rlto dmostr, porém, crt crítc sobr um processo de participação exagerado,

pos prpr rprstção d socdd cvl trvstd rm qu

... houv muts ruõs, o qu, prtr d dtrmdo momto,

comçou cusr um dsgst , o l, um svzmto s s

tâcs spços. Sgudo ls, grvou ss stução o to d qu

propost d put, m grl, vh muto xts, ão poddo sr

trmt comphd por pssos d comudds dstts, squs thm hor pr sc r mbor. (iaCOVini; PinHeiRO, 2011, p. 7).

nst spcto, por m, Ctté, Bh, prst o cso ms séro d um procsso sm

qulqur prtcpção socl. O projto d l do Plo Drtor o lbordo por um técco

provdo pl Câmr d Vrdors com ocorrc d um úc udc públc,

com prtcpção d trt pssos.

a prtcpção o procsso d lborção dos Plos Drtors trá dsdobrmtos o

cotrol socl d su mplmtção. em São Crlos cotr-s stldo tut o

Coslho Mucpl d Hbtção Dsvolvmto Urbo, com ruõs rgulrs, com-

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Cidades Médias e Pequenas e desenvolviMento urbano: a nálise, desafios e PersPeCtivas CoM b ase nos Planos diretores

enCerraMento

posção prtár crátr dlbrtvo cosultvo. Cotudo, como sltm os rltos, “[...]

prtcpção o Coslho d é muto lmtd sgmtos voltdos pr qustão do

ordmto do solo urbo” (KLinTOWiTZ, 2011, p. 59). Há um dculdd d moblzros sgmtos d ms bx rd pr prtcpção o coslho, ruto ds dculdds

rgstrds o procsso d lborção.

em Bgé o sttuído o Coslho Mucpl d Dsvolvmto Trrtorl, com composção

prtár crátr dlbrtvo, ão xplícto pr lgus tms d su comptc co

sultvo os dms. estv tut té solctção d rvsão d su composção, procsso

qu s cotr m dbt.

D mr álog, o Coslho Mucpl d Gstão Dsvolvmto Trrtorl, sttuído m

itjí tuou com composção prtár crátr dlbrtvo. Cssou sus ruõs qudo qustod su composção, sob lgção d qu sus mmbros ão orm ltos, ms scolhdos

tr quls qu compuhm o úclo gstor do procsso d lborção do Plo Drtor.

Por su vz, Juzro do nort sttuu o Coslho Mucpl do Plo Drtor, com compo

sção prtár crátr dlbrtvo. algus d sus mmbros rurms lgums vzs

pr trtr, prcplmt, do cotrol d lotmtos, ms socdd cvl ão prtcpou

d hum dcsão, msmo tdo su composção prtár. Tmbém crdo por l mu

cpl, sm prvsão o Plo Drtor, o Coslho Mucpl d Hbtção d itrss Socl,

prvsto com crátr dlbrtvo prtáro, d ão o sttuído.

Já stlção do coslho m Ctduv sor rsstcs por prt d Câmr d Vrdors, prcplmt rlcods o su crátr dlbrtvo. Cotudo, Comssão d

acomphmto do Plo Drtor, sttuíd m su procsso d lborção, ssumu

trbuçõs d provção d prclmtos do solo urbo.

em Mrgá houv prvsão do Coslho Mucpl d Pljmto Gstão Trrtorl,

prtáro com crátr cosultvo dlbrtvo. O rlto, trtto, ão mco s o

coslho o sttuído.

iruçub sttuu o Coslho Mucpl d Dsvolvmto Urbo Trrtorl d iruçub,

d crátr dlbrtvo composção prtár. etvmt, porém, uc ucoou. Co

tudo, o sttuído s cotr m ucomto o Coslho d Hbtção.

Smlhtmt, m Mots Clros orm prvstos os Coslhos Mucps d Polítc

Urb, d Hbtção do Orçmto Prtcptvo, sttudo-s d orm tv somt

o últmo, com composção prtár d crátr propostvo.

nos dms mucípos, Ptrol Ctté, os coslhos orm prvstos os Plos Drtors,

ms crcm d rgulmtção d ão t sm prvsão d srm costtuídos.

Como pot omcltur d lgus coslhos sttuídos pls cdds méds

locs lsds, o trtmto do dsvolvmto urbo (tddo como polítc

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

públc tgrdor ds çõs stors d ordmto trrtorl, hbtção, smto

mbtl mobldd trsport urbos) ão tgu cocrtzção ds cpçõs

qu motvrm, clusv, crção do Mstéro ds Cdds m 2003. em crt mdd, própr mplmtção ds polítcs públcs sob rsposbldd dss pst, ds-

trbuíds m sus qutro Scrtrs ncos – Scrtr ncol d acssbldd

Progrms Urbos; Scrtr ncol d Hbtção; Scrtr ncol d Smto

ambtl; Scrtr ncol d Mobldd Trsport Urbos –, prcplmt

ps o lotmto polítcoprtdáro doção do prmro Progrm d aclrção do

Crscmto (PaC), z com qu propost prmár sobr o dsvolvmto urbo ão

cosguss s cocrtzr.

Dss modo, d mr grlzd, s cdds méds locs cocrtzm sus çõs

rlcods, prcplmt, à hbtção o smto por mo d rcursos orudos doGovro Fdrl qu, m su ssc, ão vsm tgrrs o trrtro m às polítcs

çõs prvsts os Plos Drtors. Somt os studos d cso d Bgé, Ctduv, itjí,

Mrgá São Crlos zm mção à mobldd urb.

São Crlos é úc cdd qu prv dqução ds çõs stors às drtrzs stb

lcds o Plo Drtor. Hbtção smto tm sus plos çõs, stdo o plo

d mobldd urb d m lborção.

Ctduv, ão tm prvsão m çõs rlcods à hbtção, por ão sr um qustão

ltt o mucípo. Já m smto, há lborção d plos çõs com cmtodo Bco itrmrco d Dsvolvmto (BiD), ms sm rlção com o Plo Drtor. O

plo d mobldd urb cotrs prvsto somt o Plo Drtor.

itjí ão stblcu drtrzs pr hbtção, smto mobldd urb o Plo

Drtor, somt hvdo prvsão d lborção dos plos stors. Cotudo, rcbu

rcursos do PaC Drgm.

Bgé prvu lborção do plo locl d hbtção d trss socl, sdo lbordo um

o ps provção do Plo Drtor, rcbdo rcursos do Fudo ncol d Hbtção

d itrss Socl (FnHiS). O plo mucpl d smto cotrv-s m lborção,

tddo às drtrzs prvsts o Plo Drtor. nst stor, o mucípo rcbu rcursos

do PaC. Msmo ão tdo prvsto o Plo Drtor, o mucípo já dstou rcursos pr

lborção do Plo d Mobldd Urb.

Mrgá dspõ d drtrzs pr hbtção, smto mobldd urb, msmo

ão rlzdo studos spcícos o procsso d lborção d su Plo Drtor. não há

mção d çõs sobr sss stors.

em Ptrol, drtrz rlcod à hbtção d trss socl é d dstr trros

somt s árs d xpsão. Rcbu rcursos do PaC pr o smto, msmo ão

tdo lbordo su plo mucpl d smto.

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Cidades Médias e Pequenas e desenvolviMento urbano: a nálise, desafios e PersPeCtivas CoM b ase nos Planos diretores

enCerraMento

no mucípo d Mots Clros, ddo o ívl grlst do Plo Drtor, “... os projtos

d hbtção smto borddos hoj ão s cotrm prvstos o PD” (COSTa, M.,

2011, p. 5).

Já Juzro do nort ão lborou hum pljmto rlcodo à hbtção, msmo

ão tdo prvsto d rlcodo à hbtção o Plo Drtor tdo costtuído um

coslho spcíco (com o úco trss d cssr rcursos do FnHiS). não há hum

pljmto pr smto.

iruçub prv drtrzs pr hbtção smto, tdo lbordo um plo

d smto humo-mbtl. Ms ão há um dção spcíc com rlção

rcursos.

Por su vz, Ctté ão prv qulqur drtrz rlcod hbtção ou smto m

su Plo Drtor, ão hvdo qulqur ção rlcod à hbtção. Já m smto há

um ção mprdd pl emprs Públc d Smto do estdo d Bh (embs)

pl Comph d Dsvolvmto dos Vls do São Frcsco do Príb (Codvs),

mprs do Govro Fdrl, pr clusão do mucípo o PaC.

COnSiDeRaÇÕeS FinaiS

Como podmos obsrvr, os dsos rlcodos o dsvolvmto urbo s cdds méds locs d são mutos. ilzmt, ss ão é um rldd spcíc

dsss cojutos d cdds, muto mos xclusv dss ívl d govro dtro d

drção brslr. Cotudo, ms qu motvos pr crrmos sss dsos como

lmtos qu prdurm gstão ds cdds, é cssáro vslumbrrmos s ct

vs qu s cocrtzm como cmhos ltrtvos, por ms prcs dmuts qu,

prtmt, prçm sr.

nss cotxto, o pljmto urbo rqur um tção spcl

dos gstors, pos prssupõ um mudç d cultur gstão

ds cdds. O momto vorávl d coom do pís, [msmo

um momto d crs mudl xstc d polítcs socs

d rcursos drs robustos pr o rtmto ds crcs

urbs os vços rcts o mrco jurídco d polítc urb

o âmbto col costtum um grd oportudd pr qu o

pljmto urbo sj ortlcdo struturdo os Mucípos,

d modo cotrbur pr o mlhor provtmto dos rcursos

públcos, pr mxmzção dos sus tos cdd rdu

ção dos décts socs d rstrutur urb. (SanTOS JÚniOR;

MOnTanDOn; SanT’ana, 2011, p. 48).

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Cidades Médias e Pequenas: Contradições,Mudanças e PerManênCias nos esPaços urbanos

nst prspctv, s cdds méds , sobrtudo, pqus prstm oportudds d

cocrtzr polítcs d ordmto trrtorl, d hbtção, d smto d mobl

dd urb qu s costtum, por mo d tgrção, o dsvolvmto urbo dcrdtdo por város sgmtos qu ddm o drto à cdd à justç socl. Cotudo,

como dmostr o studo d cso d São Crlos, é cssáro qu sss cdds rlzm, d

orm prtcptv, lborção , prcplmt, mplmtção d sus strumtos

d gstão pljmto, tr os qus o Plo Drtor, costtucolmt stblcdo

como strumto básco d polítc urb.

Outrs qustõs põm-s m vog pr cocrtzção do dsvolvmto urbo, prc-

plmt ds cdds méds pqus. Um dls dz rspto o dsvolvmto st

tucol, crctrzdo pl cpcdd técc ds dmstrçõs públcs mucps. aqu

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