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“SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA A INTRODUÇÃO DA
ESTATÍSTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL”
Luciana Castoldi – [email protected]
UPF – Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática – Mestrado
Passo Fundo – Rio Grande do Sul
Ocsana Sônia Danyluk – [email protected]
Prof.ª Drª - Orientadora
Universidade Passo Fundo
BR 285, São José
Resumo: A Estatística é um conteúdo dentro da disciplina de Matemática, de grande
utilização por meios de comunicação, principalmente suas formas de representação, tudo
isso devido a sua grande importância para a compreensão de fenômenos, sendo assim este
artigo tem por finalidade demonstrar os resultados obtidos de uma sequência didática para a
introdução do ensino da estatística e o objetivo principal para a realização desta proposta de
ensino é a leitura e compreensão das diferentes linguagens matemáticas utilizadas pela
mídia. Como demais objetivos estão a importância de bem compreender o processo de
apresentação de dados em suas diferentes formas de representações, como tabelas e gráficos.
A metodologia utilizada nessa pesquisa foi de cunho qualitativo tendo como tipo de
abordagem adotada o estudo de caso. Os resultados obtidos foram satisfatórios para o tempo
de aplicação, tendo os alunos participado de todos os momentos da pesquisa e assim
construído um conhecimento mais significativo.
Palavras-chave: Estatística, Sequência didática. Linguagem Matemática
1 INTRODUÇÃO
A matemática, bem como a estatística, acompanhara os indivíduos por muitas etapas da
sua vida e, nesse contexto, se faz necessário analisar se de fato entender os conceitos básicos
da estatística torna-se eficaz para que o aluno possa fazer uma melhor leitura do mundo e das
exigências da sociedade. Sendo perceptível a necessidade de demonstrar ao estudante sentido
no que lhe é ensinado, até como forma de que os mesmos compreendam mais facilmente e
claramente o bombardeio de informações que a mídia oferece, o ensino da Estatística vem
como uma ferramenta importante na formação do indivíduo, mas, principalmente, na inserção
do mesmo na malha social, que está cada vez mais exigente.
Diante destas informações, recai sobre o professor e a escola, a responsabilidade de
ensinar da melhor maneira possível os conteúdos a fim de dar ao menos o mínimo de
condições para que o estudante consiga utilizar tais conhecimentos de forma mais
significativa e útil.
Esta pesquisa, ou produto mais especificamente, foi desenvolvida com o objetivo
principal de trabalhar com alunos em sala de aula, de uma maneira diferente, mais dinâmica e
significativa, sendo elaborada como uma atividade da disciplina de Tópicos de Matemática I
do Programa de Pós Graduação Em Ensino de Ciências e Matemática da Universidade de
Passo Fundo; o público alvo foram as séries finais do Ensino Fundamental levando em
consideração os conhecimentos básicos do estudante.
A metodologia utilizada para a realização desta pesquisa foi de cunho qualitativo.
Segundo (SILVEIRA & MIOLA 2008, p.97-98) este tipo de abordagem tem como uma de
suas principais características tentar dar sentido ou interpretar os fenômenos de acordo com os
significados que as pessoas trazem para ele. Na realização desta pesquisa o método adotado
foi o estudo de caso, o qual se dá por recolhas de dados a partir de fontes diretas. Este
trabalho foi desenvolvido com o 9ª ano do Ensino Fundamental, com o objetivo de que os
alunos adquirissem conhecimentos básicos visando melhor interpretar as informações cedidas
pelas mídias, tais como gráficos, tabelas e dados estatísticos.
2 QUAL A IMPORTÂNCIA DE SE ESTUDAR ESTATÍSTICA?
Professores se perguntam sobre o porquê de ensinar alguns conteúdos e alunos se
questionam, sobre qual seria realmente a justificativa de aprender matemática. Qual o
professor que nunca ouviu: “para que isso, onde vou usar?”. Uma boa resposta para isto é que
a matemática é necessária em atividades que envolvem aspectos quantitativos ou de
contagem, ou até mesmo que a matemática desenvolve o raciocínio lógico, hoje tão necessário
para a resolução de problemas em qualquer área. A justificativa de se ensinar matemática é
enfatizada por Ávila (2010, p. 27) que afirma: “A razão mais importante para justificar o
ensino da Matemática é o relevante papel que essa disciplina desempenha na construção de
todo o edifício do conhecimento humano”.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) vêm ao encontro da ideia descrita por
Ávila, no sentido de que o estudo da matemática passou a ter como uma de suas funções a de
preparar os discentes para serem cidadãos críticos, criativos, solidários, capazes de interpretar,
de buscar meios de resolver questões corriqueiras do dia a dia e principalmente de agir de
forma consciente numa sociedade complexa, como pode ser visto no seguinte trecho:
[...] A constatação da importância da matemática apoia-se no fato de que a mesma
desempenha papel decisivo, pois permite resolver problemas da vida cotidiana. Do
mesmo modo interfere fortemente na formação de capacidades intelectuais, na
estruturação do pensamento e na agilização do raciocínio dedutivo do aluno.
(BRASIL, 1997, p.12)
Concordamos que saber Matemática é indispensável para qualquer área do conhecimento;
porém, aprender Matemática implica em associar um objeto a esquemas mentais, baseados em
pesquisas, investigações, solução de problemas, e não em fórmulas e definições já prontas.
Com o objetivo de preparar e auxiliar os jovens surge o professor como responsável pela
mediação do processo ensino aprendizagem. A nossa realidade educacional exige que o
professor tenha sólidos conhecimentos tanto da Matemática como de outras áreas de ensino,
para corresponder o que a sociedade e o sistema da educação esperam, sendo que a cada dia
que se passa as exigências em torno da educação aumentam, sejam exigências do mercado de
trabalho por profissionais qualificados ou pelos governantes, devido aos índices que
envolvem a educação.
A matemática surgiu pela necessidade da contagem, porém hoje pode ser considerada
uma ciência base para muitas outras, sendo que muitas vezes em sala de aula se questiona
sobre os conteúdos que são ensinados e essas indagações, além de rondarem os professores,
também levam os alunos a questionarem qual a sua aplicabilidade no cotidiano, o que reforça
a falta de vontade em estudar, ou seja: não querem estudar pelo fato de o estudo não ter um
sentido prático e claro para eles. Ainda podemos destacar a ideia preconizada no Referencial
Curricular do Rio Grande do Sul, que afirma:
Desenvolver tais conceitos, procedimentos e formas de pensar constitui o objetivo
da área da matemática, das diferentes disciplinas matemáticas que se inter-
relacionam intimamente e que se relacionam com as outras áreas do currículo da
Educação Básica. (REFERENCIAL CURRICULAR – RS. 2009, p. 37).
Entre esses conceitos citados encontra-se a Estatística, a Análise Combinatória e a
Probabilidade, que podem ser compreendidas como excelentes ferramentas de auxílio para
quaisquer outras áreas do conhecimento.
A mídia impressa utiliza muitas vezes gráficos ou tabelas para noticiar vários assuntos,
usando-os, principalmente, como ferramenta para defender argumentos jornalísticos, sendo
que isso muitas vezes se torna um problema de leitura e interpretação para as pessoas.
A estatística se torna indispensável para a formação global do aluno. Isto é enfatizado por
Carvalho quando diz:
Cada vez mais se acentua a importância da Estatística, das Probabilidades e das suas
aplicações no mundo onde a criança vive, assistindo – se simultaneamente a um
ensino que procura o abandono da memorização de formulas e algoritmos para se
focar nas conexões entre a Estatística e o mundo. Ter a possibilidade de resolver
problemas que lhe estão próximos leva o aluno a ser mais persistente no que esta a
fazer. (2003, p. 35-36)
As necessidades cotidianas fazem com que os alunos desenvolvam a capacidade de
identificar e reconhecer problemas matemáticos, buscando formas de solucioná-los. Cabendo
à escola e ao professor potencializar essa capacidade. O significado do que se aprende em
matemática torna-se mais fácil a partir do momento em que o aluno consegue relacionar os
conceitos aprendidos com seu dia a dia Vygotski (1996, p. 71), afirma que “cada conceito
surge relacionando com todos os restantes e uma vez formado vem a determinar, por assim
dizer, seu lugar no sistema de conceitos anteriormente conhecidos”. Reforçando essa
afirmação temos ainda:
O conceito surge quando uma série de atributos que tenham sido abstraídos se
sintetiza de novo quando a síntese abstrata conseguida desse modo se converte na
forma fundamental do pensamento, através da qual a criança percebe e atribui
sentido a realidade que a rodeia. (VYGOTSKI, 2001, p.169)
Dessa maneira, através dos conceitos apreendidos, o estudante relaciona-os com seu dia a
dia, e compreende o sentido do que aprende. Estabelecendo essa relação, o aluno compreende
efetivamente os conteúdos Estatísticos, passando assim a mostrar mais interesse em aprender
e consequentemente os conteúdos desenvolvidos se tornam uma ferramenta eficaz para
resolução de situações problemas e para a aprendizagem da matemática de maneira eficaz.
2.1 Sequência Didática para ensino da Educação Estatística
Faz-se necessário que o conteúdo de Probabilidade e Estatística (que devem ser
abordados no currículo da Matemática), sejam trabalhados de forma específica, para que o
aluno visualize a importância de aprendê-lo, e não a obrigação em fazê-lo. Essa ideia é
enfatizada por Batanero quando diz
“[...] é preciso experimentar e avaliar métodos de ensino adaptados à natureza
específica da estatística, pois a ela nem sempre se podem transferir os princípios
gerais do ensino da matemática”. (2001, p.06)
Concordando com este pensamento, a proposta por uma pedagogia que se utiliza de
sequências didáticas na construção do conhecimento, deve visar desenvolver instrumentos de
indagação e questionamentos nos alunos, bem como a problematização de situações que vão
ao encontro do interesse deles, porém de uma forma orientada e organizada pelo professor
mediador.
Validando este pensar encontramos na fala de Panutti a seguinte afirmação:
A sequencia didática é uma outra modalidade organizativa que se constitui numa
série de ações planejadas e orientadas com o objetivo de promover uma
aprendizagem especifica e definida. Estas ações são sequencias de forma a oferecer
desafios com o grau de complexidade crescente, para que as crianças possam
colocar em movimento suas habilidades, superando-as e atingindo novos níveis de
aprendizagem. (2003, p.04)
Ainda de acordo com este pensamento o conceito de sequência didática segundo Zabala é
aqui assumido como:
“[...] um conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a
realização de certos objetivos educacionais, que tem um princípio e um fim
conhecidos, tanto pelos professores como pelos alunos”. (1998, p.18)
Fazendo uso da Teoria das Situações Didáticas compreende-se a sequência didática como
uma articulação em “situações didáticas” e situações a-didáticas, ou seja, situações que
servem para ensinar e situações cujo âmbito da intenção de ensinar não é revelado ao aluno,
no entanto é concebida pelo professor objetivando criar condições favoráveis para apropriação
de um novo saber. Isso visa criar um meio adequado ao desenvolvimento, onde o aluno
interage com o objeto de pesquisa de forma que o desafie a encontrar respostas para as
situações problemas.
Deve-se levar em conta em um sequência didática a importância das intenções
educacionais, sendo que alguns critérios para analisar uma sequência reportam as sequências a
três dimensões: “[...] dimensão conceitual – o que se deve saber; dimensão procedimental – o
que se deve saber fazer; e dimensão atitudinal – como se deve ser?” (ZABALA, 1998 p. 31).
Com esta compreensão a proposta de uma estrutura de sequência didática para o
ensino da Estatística é apresentada na seguinte tabela:
Tabela 1 – Estrutura de uma Sequencia Didática para o ensino da Estatística
Etapa Pressupostos
1. Questionário
Questionário simples para preenchimento por parte de alunos que dê subsídios para o professor conhecer o grau de entendimento que os mesmo obtém do que venha a ser a “Estatística”
2. Primeiro contato Permitir que o aluno tenha um primeiro contato com a linguagem estatística, seja na visualização desta por meios de livros didáticos, mídias impressas, internet, etc..
3. Definição do tema Tendo os alunos já obtido contato com a linguagem
estatística que se encontra com muita facilidade nas mídias, nortear um tema para pesquisa, preferencialmente que seja do cotidiano dos alunos e que os leve a ter interesse em criar situações possíveis de investigação
4. Levantamento de questões para investigação
Elaborar questões para a investigação
5. Definição de um instrumento para a coleta dos dados
Orientar de que forma e como será feito o levantamento dos dados para análise
6. Organização dos dados a modo dos alunos
Permitir que os alunos organizem os dados obtidos, da forma como eles considerem ser uma melhor visualização para os demais, os deixá-los fazer livremente sem regras.
7. Conceitos da Estatística Trabalhar os conceitos de estatística, de modo que os alunos possam avaliar o que eles mesmos fizeram anteriormente.
8. Refazendo a organização dos dados
Solicitar que os alunos refaçam os dados organizados anteriormente, porém tentando seguir o que foi aprendido.
9. Análise e interpretação Conclusões obtidas pelos alunos
Fonte: Elaboração própria
2.2 A pesquisa como coleta de dados
Desde os primeiros anos da vida escolar o educando está acostumado a estudar apenas o
que é necessário para as provas, ou para passar de ano, não se habituando a pensar, menos
ainda a desenvolver um raciocínio mais lógico ou habilidades de argumentação, tão pouco
fazer uso do que aprende para tomar decisões. Domina as tecnologias, até onde compreende o
que ela apresenta, porém se as mesmas oferecem uma linguagem diferente da qual estão
acostumados (representações de gráficos ou tabelas, por exemplo) os mesmo não
compreendem nem tão pouco sabem fazer uma leitura adequada das informações ali contidas.
Buscando uma mudança neste contexto, o uso da pesquisa em sala de aula é uma forma
de instigar o aluno a deixar de ser um homem objeto e passar a ser um homem sujeito que, de
acordo com Freire é os alunos se conscientizarem e se engajarem na transformação da
sociedade. Isto pode ser enfatizado por sua fala quando diz:
“Por isso mesmo, a conscientização é um compromisso histórico. É também
consciência histórica: é inserção crítica na história, implica que os homens assumam
o papel de sujeitos que fazem e refazem o mundo. Exige que os homens criem sua
existência com um material que a vida lhes oferece. A conscientização não está
baseada sobre a consciência, de um lado, e o mundo, de outro; por outra parte, não
pretende uma separação. Ao contrário, está baseada na relação consciência-mundo.”
(FREIRE, 1980 p. 26 e 27).
Oportunizar que o aluno participe do processo de ensino pode ser uma forma de fazer
com que o mesmo veja significado no que está aprendendo, pois parte-se da premissa de que
o mesmo está em busca de maiores conhecimentos. Torna-se imperativo, assim destacar a
importância dos alunos nesse processo, uma vez que é possível verificar que os mesmo
tendem a ultrapassar a condição de seres passivos, meros receptores de conhecimentos
acabados e prontos, para serem sujeitos ativos capazes de coletar dados e buscarem respostas
para resolver situações que por ventura possam vir a surgir.
Neste processo o professor é de fundamental importância, pois cabe a ele criar condições
para que os alunos se sintam capacitados a irem em busca de conhecimentos, sentindo-se
seguros de que o mesmo dará o norte necessário para que eles busquem respostas para seus
possíveis questionamentos. Esta metodologia tem como propósito ultrapassar o que é
trabalhado até então, tendo o professor como mediador do conhecimento e não apenas como
transferidor do mesmo; assim viabiliza-se uma nova forma de ensinar, havendo uma troca de
conhecimentos com objetivo de induzir o aluno na busca por mais e assim de fato
aprendendo. Isto é enfatizado por Freire, quando diz: “Só assim podemos falar realmente do
saber ensinado, em que o objeto ensinado é apreendido na sua razão de ser e, portanto,
apreendido pelos educandos.” (1980, p.29).
A pesquisa em sala de aula, em qualquer área, tende a mostrar ao aluno, uma vez que se
parte da premissa de que ele vai buscar respostas para questionamentos provindos de dúvidas
sobre um tema de seu interesse. É necessário oportunizar ao educando contato com este tipo
de abordagem, até para que o mesmo se torne um sujeito pesquisador, e busque respostas e
não apenas espere recebê-las de forma pronta e acabada. Ao encontro dessa colocação,
Martins tem o seguinte pensamento sobre a pesquisa em sala de aula.
É um instrumento pedagógico destinado a melhorar a qualidade da aprendizagem
[...], a romper a monotonia do enfadonho blábláblá diário e a tornar a sala de aula
um espaço dinâmico, no qual os alunos sejam participantes ativos de sua própria
formação. (MARTINS, 2002, p.75)
Sendo assim percebe-se que a pesquisa torna-se um instrumento pedagógico permitindo
que o aluno busque, se informe, compare, questione, critique e confronte diversas informação,
cabendo ao professor permitir que isso aconteça assumindo o papel de educador por meio da
pesquisa.
3 SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Sequência desenvolvida com o 9º ano do ensino Fundamental, para a introdução do Ensino
da Estatística.
3.1 Sequência de Aula 1
Competências
•Interpretar informações de natureza científica e social obtidas na leitura de gráficos e tabelas.
Objetivos
•Reconhecer qual o conhecimento prévio dos alunos no que se refere à Estatística;
•Identificar elementos estatísticos como gráficos e tabelas, em jornais e revistas;
•Determinar um tema de interesse dos alunos, visando a pesquisa e coleta de dados.
Desenvolvimento
O início da aula deverá ser feito distribuindo-se jornais ou revistas aos alunos, a fim de
que os mesmos analisem tal material e recortem notícias que contenham elementos que eles
julgam ser de Estatística. Após isto será entregue um questionário com perguntas que visam
analisar qual o conhecimento prévio que os alunos têm sobre o conteúdo em questão.
Questionário
1.Nome:
2.Série:
3.O que você considera ser importante aprender em Matemática?
4.No que você considera que a Matemática e seus conteúdos podem te auxiliar?
5.O que você entende por Estatística?
6.Você considera importante aprender conteúdos específicos, como Estatística, por exemplo?
Por quê?
Após os recortes feitos pelos alunos, instigá-los a escolher um tema que os mesmo
tenham interesse em fazer uma pesquisa e, a partir daí, nortear uma pesquisa investigativa
para que os mesmo possam colher dados e pensar sobre eles.
3.2 Sequência de Aula 2
Competências:
•Interpretar dados obtidos em pesquisa.
Objetivo:
•Tabular os dados coletados sobre o tema de interesse dos alunos.
Desenvolvimento:
De posse dos dados coletados pelos alunos, solicitar que os mesmo os distribuam de uma
forma simples para a visualização das demais pessoas pertencentes à escola. Deixar que os
alunos trabalhem e construam essa visualização a sua maneira.
3.3 Sequência de Aula 3
Competências
•Interpretar informações de natureza científica e social obtidas na leitura de gráficos e tabelas.
Objetivo
•Caracterizar elementos de tabelas e gráficos estatísticos.
Desenvolvimento
Já realizado o primeiro contato com o que os alunos que recortaram as revistas e jornais e
de posse do que eles consideram serem elementos Estatísticos, esta aula se dará no ensino de
conceitos básicos sobre tabelas e gráficos em Estatística.
Sequência de desenvolvimento da aula:
•Trabalhar conceitos de Estatística, em folhas xerocadas.
A Estatística está presente em todas as áreas da ciência que envolve planejamento, coleta
e análise de dados; sendo assim, de certa forma, ela pode ser pensada como a ciência de
aprendizagem a partir de dados.
É uma ciência exata que visa fornecer subsídios ao analista para coletar, organizar,
resumir, analisar e apresentar dados. Quando se aborda uma problemática envolvendo
métodos estatísticos, estes devem ser utilizados mesmo antes de se recolher a amostra; isto é,
deve-se planejar a experiência que nos vai permitir recolher os dados, de modo que,
posteriormente, se possa extrair o máximo de informação relevante para o problema em
estudo, ou seja: para a população de onde os dados provêm.
Quando de posse dos dados, procura-se agrupá-los e reduzi-los, sob forma de amostra,
deixando de lado a aleatoriedade.
Tabelas: é um quadro que resume informações, tendo-se em vista que a tabela deverá ser uma
forma objetiva de apresentar o comportamento de variáveis, o que se deve buscar são
representações simples que possibilitem ao observador a compreensão do fenômeno em
estudo.
Elementos de uma tabela:
Título – indica o assunto tratado ou pode ter a função de chamar a atenção do leitor,
deve constar nele, a época e o local em que ocorreu o evento.
Subtítulo ou texto explicativo – explicita o tema da tabela e contextualiza a situação.
Cabeçalho e colunas indicadoras – correspondem aos títulos dos conteúdos das
colunas e linhas, respectivamente.
Corpo – os dados da tabela.
Fonte – é a indicação da entidade responsável pelo levantamento de dados.
As tabelas podem se apresentar em sala de aula em muitas oportunidades. Assim como é
comum aparecer em tabelas em textos didáticos, elas também podem ser produzidas a partir
de pesquisas realizadas pelos próprios alunos, como ainda podem ser encontradas com muita
facilidade em mídias impressas. Na mídia as tabelas assumem forma mais complexa e sua
leitura muda em função da informação que buscamos.
Leitura de tabelas
Uma das melhores formas de organizar dados são as tabelas. Ao desenvolver as
habilidades de analisar tabelas, sejam elas de simples ou dupla entrada, o aluno deve
encontrar nelas informações que permitam responder questões do tipo: “quantos”, “qual”,
“qual o maior” ou “qual o menor”. É uma linguagem muito utilizada pela mídia para
apresentar dados, pois a mesma se configura como uma forma prática, organizada e objetiva
para o leitor.
Tabela simples – é o tipo mais comum de tabela, utilizado para representar os valores
correspondentes a uma serie estatística. A disposição pode ser feita tanto por linhas
quanto por colunas. Exemplos de tabelas simples:
Tabela de dupla entrada – é utilizada para representar dados de duas séries
combinadas.
Gráficos: um gráfico estatístico é uma forma de apresentação de dados, cujo
objetivo inicial é o de produzir uma interpretação mais rápida do fenômeno em estudo. A
representação gráfica deve obedecer a certos requisitos fundamentais:
Simplicidade – o gráfico deve ser destituído de detalhes de importância secundária,
que possam levar o observador a uma análise equivocada.
Clareza – o gráfico deve possibilitar uma correta interpretação dos valores
representativos do fenômeno em estudo.
Veracidade - o gráfico deve sempre expressar a verdade sobre o fenômeno em estudo.
Elementos de um gráfico:
Título – em geral na forma de frase curta e chamativa, para despertar o interesse do
leitor.
Subtítulo ou texto explicativo – essencial para a compreensão do gráfico. Nele
encontramos o assunto de que trata o gráfico, onde e quando foi feita a pesquisa.
Identificação do órgão ou instituição que fez a pesquisa de dados.
Analisando Gráficos
Trabalhar com gráficos é muito importante na disciplina de matemática, pois além de
serem muito utilizados pelos meios de comunicação, eles são uma forma de apresentação dos
dados estatísticos, com objetivo de produzir em quem os vê uma impressão mais rápida e
compreensível do fenômeno estudado. Devido a isso, é importante que o aluno tenha contato
com essa forma de organizar as informações.
Um fato que deve ser destacado ao trabalharmos com gráficos é a interpretação e a
construção dos mesmos, com base em informações de textos jornalísticos e científicos. Os
gráficos oferecem diferentes graus e complexidade no que se refere à leitura e à construção,
porém devem ser compostos com simplicidade, clareza e autenticidade, ou seja: devem
expressar a verdade e possibilitar um claro entendimento ao público alvo.
O gráfico bem construído pode substituir, de uma forma mais clara e objetiva, dados de
difícil compreensão na forma tabular. Alguns dos gráficos mais utilizados na estatística são:
gráfico de linhas, gráfico de barras ou coluna, gráfico de setores.
Gráfico de Linhas - é utilizado, em geral, para representar a evolução dos valores de
uma variável no decorrer do tempo.
Gráfico de Setores - É utilizado para representar séries geográficas ou específicas.
Gráfico de Barras ou Colunas - é utilizado, em geral, para representar dados de uma
tabela de frequências associadas a uma variável qualitativa. Nesse tipo de gráfico,
cada barra retangular representa a frequência ou a frequência relativa da respectiva
opção da variável.
3.4 Sequência de Aula 4
Objetivo:
Tabular os dados coletados sobre o tema de interesse dos alunos de acordo com o aprendizado
adquirido.
Desenvolvimento
Solicitar que os alunos reconstruam as tabelas feitas da pesquisa, porém, dentro das normas
Estatísticas
3.5 Sequência de Aula 5
Competências:
Habilidades básicas em informática
Objetivo:
Realizar a construção das tabelas e gráficos no computador.
Desenvolvimento
Com o objetivo de trabalhar se uma forma diferente, interagindo com a tecnologia, levar os
alunos ao laboratório de informática para que os mesmos possam fazer as tabelas e,
consequentemente, os gráficos no computador.
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
O Trabalho desenvolvido com a turma foi com um tempo pré-determinado de apenas
cinco aulas; porém, acredita-se ter sido bem aproveitado cada período. Finalizando esta
atividade foi solicitado aos alunos que fizessem uma memória do que foi trabalhado, lendo o
que foi escrito e observando o desempenho das aulas; acredita-se que o trabalho atingiu seu
objetivo. Dizemos isso pois durante as observações e na memória solicitada aos alunos os
mesmos perceberam que não se deve esperar que o professor ensine tudo, e isto nos faz
pensar que os alunos devem passar de seres apenas receptores de ensinamentos prontos e
acabados, para tornarem-se sujeitos ativos na construção do seu próprio conhecimento,
evidenciando, assim, a importância de se trabalhar em sala de aula com propostas que
permitam ao estudante essa mudança, o que nos remete a um pensamento de Freire, no qual
ele diz:
“educação que desvestida da roupagem alienada e alienante, seja uma força de
mudança e de libertação. A opção por isso teria de ser também, entre educação para
a “domesticação”, para alienação, e uma educação para a liberdade.” Educação para
o homem objeto ou educação para o homem sujeito”. (FREIRE, 1994, p.45).
O trabalho com esta sequência didática nos permitiu observar que quando os alunos
participam da construção do seu próprio conhecimento, eles passam a demonstrar mais
interesse em aprender, pois veem sentido no que estão aprendendo; isso fica evidenciado
quando os próprios alunos dizem que é necessário pesquisar e buscar soluções para as coisas
sem esperar tudo pronto e acabado. Essa colocação dos alunos nos remete a uma fala de Freire
quando o mesmo afirma que: “Ensinar não é transferir conhecimento. [...] ensinar é uma
especificidade humana: como os demais saberes, este demanda do educador um exercício
permanente (1996, p.11/52).
A memória elabora pelos alunos como forma de avaliar o trabalho desenvolvido foi muito
importante, até como reflexão para a própria professora em questão analisar seus métodos de
ensino e buscar aperfeiçoá-los a fim de trabalhar a matemática de forma mais objetiva e com
maior finalidade para os alunos. Eles dizem num trecho de sua memória que “a matemática
ajuda muito a pensar”. Assim esta disciplina de forma mais objetiva e prática é reinventar
uma nova forma de ensinar, com mais clareza e significado para os alunos. Freire também
enfatiza que:
“só assim podemos falar realmente do saber ensinado, em que o objeto
ensinado é aprendido na sua razão de ser e, portanto aprendido pelos
educandos.” (FREIRE, 1996, p. 29).
Tendo como base de ensino a organização a partir da realidade social, e as novas
perspectivas para a educação, as aulas onde esta proposta possam ser empregadas passam a
considerar o aluno não apenas como mero receptor de conhecimento, mas também como
“alunos – professores” que assumem como tarefa a elaboração coletiva de propostas possíveis
de serem implantadas e realizadas fazendo, assim, um vínculo entre os conteúdos
programáticos com os de interesse dos alunos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Até o início do século XVIII, a estatística servia apenas para assuntos de estado e
limitava-se a uma simples técnica de contagem, traduzindo numericamente fatos ou
fenômenos observados. Ainda no final do século XVIII, no entanto iniciou-se uma nova fase
de desenvolvimento da estatística, passando a ser feita a análise dos dados observados e não
apenas a sua representação. Ao longo do século XIX, ela desenvolveu-se muito, ao ser
associada ao cálculo das probabilidades e, atualmente, deixou de ser uma simples forma de
contagem de fenômenos, para se transformar num poderoso instrumento científico, a serviço
dos diferentes ramos do saber.
É notório e indiscutível que as crianças devem estudar Matemática desde os primeiros
anos escolares, o desafio é descobrir que Matemática se ensinar para que a criança adquira a
cultura básica e necessária para viver em sociedade.
Porém, há esperanças e perspectivas que permeiam um novo modo de ensinar, ou
melhorar o ensino da matemática. A partir do momento em que a escola assume sua função
como principal meio de instrução e prepara o indivíduo para a realidade, estará ensinando
uma matemática que transpassa as barreiras da escola e que permite ir além do que
simplesmente memorizar fórmulas e tabuada.
A proposta elaborada neste projeto não é única e imutável, sendo apenas uma sugestão
de atividades a serem desenvolvidas como forma de trabalhar com um método diferente
durante as aulas de Matemática. O objetivo começa a ser atingindo quando os alunos
reconhecem que, partindo deste método de ensino, compreendem de maneira mais eficaz os
conteúdos.
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Disponível em: <http://www.ime.usp.br/~pleite/pub/artigos/avila/rpm27.pdf> Acesso em 03
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FREIRE, Paulo. Conscientização: Teoria e Prática da Libertação uma Introdução ao
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MARTINS, J. S. O Trabalho com projetos de pesquisa: do ensino fundamental ao ensino
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PANNUTI, M.R.V. Caminhos da prática pedagógica. TVE Brasil. Rio de Janeiro, jun.2004.
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RIO GRANDE DO SUL. Secretaria de Estado da Educação. Referenciais Curriculares do
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SILVEIRA, Everaldo, MIOLA, Rudinei José. Metodologia do Ensino de Matemática e
Física. Professor Pesquisador em Educação Matemática. Curitiba: v.3, p. 90-103, 2008
VIGOTSKY, Lev Semiónovich. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo –
SP. Editora Martins Fontes, 2001
ZABALA, A. A pratica educativa. Porto Alegre: ARTMED, 1998.
“EDUCATIONAL SEQUENCE FOR THE INTRODUCTION OF
STATISTIC IN THE BASIC TEACHING”
Abstract: The Statistic is a content inside the discipline of Mathematics, of great use for
media, mainly his forms of representation, all that due to his great importance for the
phenomena understanding, due to this this article has since finality demonstrates the obtained
results of an educational sequence for the introduction of the teaching of the statistic, the
main objective for the realization of this proposal of teaching is the reading and
understanding of the different mathematical languages used by the media. And like too many
objectives the importance to understand as well as there present data in the different forms of
representations, like charts and printers. The methodology used in this inquiry was of
qualitative hallmark having like type of approach adopted the case study. The obtained
results were satisfactory for the application time, having the pupils announced of all the
moments of the inquiry and so building a more significant knowledge.
Key- words: Statistic, Educational Sequence, Language Mathematical.