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O USO DE AGROTÓXICOS VERSUS O CULTIVO ORGÂNICO: UMA PROPOSTA DE ENSINO FUNDAMENTADA NA ABORDAGEM CTS Fabiele Cristiane Dias Broietti [email protected] Universidade Estadual de Londrina/Docente do Departamento de Química Rodovia Celso Garcia Cid, Pr 445 Km 380, Campus Universitário. Londrina Paraná. Olívio Fernandes Galão [email protected] Universidade Estadual de Londrina/Docente do Departamento de Química. Francielle Lina Vidotto [email protected] Universidade Estadual de Londrina/Estudante do curso de Especialização em Química do Cotidiano na Escola. Enio de Lorena Stanzani [email protected] Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho UNESP/Doutorando do PPG em Educação para a Ciência. Av. Eng. Luiz Edmundo Carrijo Coube, 14-01, Vargem Limpa. Bauru São Paulo. Resumo: Discussões sobre os malefícios dos agrotóxicos e a utilização da agricultura orgânica vêm aumentando a cada ano. Por esse motivo, foi realizada a presente pesquisa com o objetivo de investigar as compreensões de estudantes do 1º ano do ensino médio sobre a utilização de agrotóxicos e o cultivo orgânico. Para a coleta dos dados foi proposto um questionário e a análise apontou que os estudantes apresentam conhecimentos prévios sobre o assunto, porém não com muita profundidade. Assim, para que os alunos (re)significassem seus conhecimentos a respeito do assunto, foi proposto um trabalho de pesquisa e a confecção de uma horta orgânica suspensa a ser apresentada em uma Feira de Ciências da escola. Como resultado observamos um grande envolvimento dos estudantes na construção da horta, bem como na apresentação da Feira de Ciências discutindo sobre os agrotóxicos e o consumo de alimentos orgânicos. Palavras-chave: Agrotóxicos, Agricultura Orgânica, Feira de Ciências. 1 INTRODUÇÃO As demandas atuais da educação científica assinalam que o ensino de Ciências na educação básica deve possibilitar aos estudantes, além do conhecimento puramente conceitual, evidenciar as articulações e implicações sociais, ambientais e políticas relacionadas ao contexto conceitual de estudo. Nesse sentido, Santos (2012) destaca que as relações entre Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), devem ser priorizadas no contexto educacional, desde que esta abordagem esteja “comprometida com a formação da cidadania para uma sociedade justa e igualitária” (p.21). Um aspecto importante a ser observado nas propostas de ensino fundamentadas em uma abordagem CTS é que esta traz ao contexto escolar discussões acerca de temas e questões de cunho social, ambiental, político, cultural e tecnológico, com a finalidade de:

O USO DE AGROTÓXICOS VERSUS O CULTIVO ORGÂNICO: …sinect.com.br/anais2014/anais2014/artigos/ensino-de-quimica/... · substâncias e produtos que são empregados como desfolhantes,

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O USO DE AGROTÓXICOS VERSUS O CULTIVO ORGÂNICO: UMA

PROPOSTA DE ENSINO FUNDAMENTADA NA ABORDAGEM CTS

Fabiele Cristiane Dias Broietti – [email protected]

Universidade Estadual de Londrina/Docente do Departamento de Química

Rodovia Celso Garcia Cid, Pr 445 Km 380, Campus Universitário. Londrina – Paraná.

Olívio Fernandes Galão – [email protected]

Universidade Estadual de Londrina/Docente do Departamento de Química.

Francielle Lina Vidotto – [email protected]

Universidade Estadual de Londrina/Estudante do curso de Especialização em Química do

Cotidiano na Escola.

Enio de Lorena Stanzani – [email protected]

Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho – UNESP/Doutorando do PPG em

Educação para a Ciência. Av. Eng. Luiz Edmundo Carrijo Coube, 14-01, Vargem Limpa.

Bauru – São Paulo.

Resumo: Discussões sobre os malefícios dos agrotóxicos e a utilização da agricultura

orgânica vêm aumentando a cada ano. Por esse motivo, foi realizada a presente pesquisa

com o objetivo de investigar as compreensões de estudantes do 1º ano do ensino médio sobre

a utilização de agrotóxicos e o cultivo orgânico. Para a coleta dos dados foi proposto um

questionário e a análise apontou que os estudantes apresentam conhecimentos prévios sobre

o assunto, porém não com muita profundidade. Assim, para que os alunos (re)significassem

seus conhecimentos a respeito do assunto, foi proposto um trabalho de pesquisa e a

confecção de uma horta orgânica suspensa a ser apresentada em uma Feira de Ciências da

escola. Como resultado observamos um grande envolvimento dos estudantes na construção

da horta, bem como na apresentação da Feira de Ciências discutindo sobre os agrotóxicos e

o consumo de alimentos orgânicos.

Palavras-chave: Agrotóxicos, Agricultura Orgânica, Feira de Ciências.

1 INTRODUÇÃO

As demandas atuais da educação científica assinalam que o ensino de Ciências na

educação básica deve possibilitar aos estudantes, além do conhecimento puramente

conceitual, evidenciar as articulações e implicações sociais, ambientais e políticas

relacionadas ao contexto conceitual de estudo. Nesse sentido, Santos (2012) destaca que as

relações entre Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), devem ser priorizadas no contexto

educacional, desde que esta abordagem esteja “comprometida com a formação da cidadania

para uma sociedade justa e igualitária” (p.21).

Um aspecto importante a ser observado nas propostas de ensino fundamentadas em uma

abordagem CTS é que esta traz ao contexto escolar discussões acerca de temas e questões de

cunho social, ambiental, político, cultural e tecnológico, com a finalidade de:

[...] encorajar os alunos a relacionar suas experiências escolares em ciências com

problemas de seu cotidiano e desenvolver responsabilidades social; despertar um

maior interesse dos alunos pelo estudo de ciências; ajudar os alunos a se

expressarem, ouvirem e argumentarem; desenvolver raciocínio com maior exigência

cognitiva; auxiliar na aprendizagem de conceitos científicos e de aspectos

relacionados à natureza da ciência (SILVA; OLIVEIRA; QUEIROZ, 2013, p.323).

Martins e Paixão (2013), corroborando com a afirmação anterior, afirmam que “usar

contextos e aplicações da ciência como suporte para desenvolver conceitos [...] e justificar sua

importância é uma das formas de conseguir maior relevância nos conteúdos do currículo de

ciências” (p.149) e, nesse contexto, Silva et al. (2012) apontam:

A agricultura é emblemática para as reflexões do enfoque CTS e pode contribuir

para o Ensino de Ciências ao expor elementos fundamentais da interação humana

com os demais elementos do ambiente. Sendo a produção de alimento o seu objetivo

primário, revela a manipulação do ambiente pelos humanos em sua conexão mais

íntima e pujante. Por outro lado, expõe a gênese do afastamento humano da

produção do alimento por seleções tecnológicas insustentáveis (SILVA et al., 2012,

p.4).

Os agrotóxicos podem ser definidos como produtos químicos utilizados no controle de

pragas e doenças de plantas (PERES; MOREIRA e CLAUDIO, 2007). O desenvolvimento

dessas substâncias surgiu mediante a ansiedade do homem em melhorar sua condição de vida,

procurando assim aumentar a produção de alimentos (BRAIBANTE e ZAPPE, 2012).

Apesar dos benefícios na produção agrícola, o uso indiscriminado e intenso de

agrotóxicos pode proporcionar danos ao meio ambiente e ao próprio homem. As progressivas

críticas ao uso de agrotóxicos resultam em um aumento na procura da agricultura orgânica,

que está em ascensão. Esse modo de produção fundamenta-se no princípio do equilíbrio

biológico da natureza, permitindo alcançar bons níveis de produtividade, além de ser um

sistema que incorpora avanços da ciência e promove a participação criativa dos agricultores,

respeitando seu conhecimento, cultura e experiência (LUCON e CHAVES, 2004).

Problemáticas como essas que envolvem o uso indiscriminado de agrotóxicos, resíduos

de agrotóxicos nos alimentos e agricultura orgânica, são temas que aparecem com frequência

nos noticiários dos meios de comunicação e acabam por sua vez não sendo muito

compreendidos pela população.

Nesse contexto, alfabetizar os cidadãos em ciência e tecnologia é uma necessidade do

mundo contemporâneo. Sendo assim, é necessário discutir a visão de ciência transmitida pelos

meios midiáticos, disponibilizando as representações que permitem ao cidadão agir, tomar

decisões e compreender o que está em jogo no discurso dos especialistas (SANTOS e

MORTIMER, 2002). Portanto, diante desse cenário desafiador, a escola pode representar um

importante espaço de reflexão, caso considere seriamente em seu fazer pedagógico questões

relacionadas aos processos de produção e consumo alimentar.

Partindo desse contexto, este trabalho teve como objetivo investigar o conhecimento

prévio dos estudantes do 1º ano do Ensino Médio (EM) de uma escola pública do estado do

Paraná, acerca do uso de agrotóxicos versus o cultivo orgânico, além de incentivar a

participação dos estudantes em uma Feira de Ciências e o envolvimento destes no

desenvolvimento de uma horta orgânica suspensa, visando possibilitar aos estudantes

discussões e reflexões acerca dos aspectos sociais e econômicos presentes na temática

proposta, bem como integrá-los ao processo de construção do conhecimento científico,

buscando a formação de cidadãos críticos frente às situações presentes em seu cotidiano.

1.1 Os agrotóxicos versus agricultura orgânica

Os agrotóxicos são produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos

usados na lavoura, na pecuária, na proteção de florestas nativas e no ambiente doméstico para

o controle de pragas e doenças de plantas. São também considerados agrotóxicos as

substâncias e produtos que são empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e

inibidores de crescimento (BRASIL, 2011).

Os agrotóxicos englobam uma vasta gama de substâncias químicas que podem ser

classificadas de acordo com o tipo de praga que controlam, com a estrutura química das

substâncias ativas e com os efeitos à saúde humana e ao meio ambiente (BRASIL, 2003a).

O primeiro inseticida utilizado pelo homem foi o dicloro-difenil-tricloroetano (Figura 1),

conhecido como DDT e classificado como um organoclorado. O DDT foi utilizado pela

primeira vez durante a Segunda Guerra Mundial, como forma de combate aos piolhos e

posteriormente foi utilizado na agropecuária. Seu uso foi proibido por volta dos anos 1970 em

quase todo o mundo, devido aos seus efeitos nocivos a saúde e ao ambiente (BRANCO,

2013; AMATO et. al., 2002).

Figura 1 – Estrutura do DDT

Fonte: os autores.

Em 2007 cerca de 5 milhões de toneladas de agrotóxicos foram utilizados na agricultura

em todo o mundo, envolvendo um comércio de cerca de 33 bilhões de dólares. No Brasil em

2009 o consumo anual de agrotóxicos foi de aproximadamente 725,6 mil toneladas e

movimentou cerca de 6,62 milhões de dólares. Segundo pesquisa realizada pela fundação

Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) no ano de 2010 o país é o maior consumidor de agrotóxicos no

mundo (RODRIGUES, 2012).

Dentre as regiões do Brasil que mais fazem uso de agrotóxicos estão as regiões Sudeste

com 38%, Sul com 31% e Centro-Oeste com 23%. Nas regiões Norte e Nordeste o consumo

de agrotóxicos é muito pequeno, 1% e 6% respectivamente (SPADOTTO e GOMES, 2005).

Apesar dos benefícios à produção agrícola, o uso indiscriminado e intenso de agrotóxicos

pode proporcionar danos ao meio ambiente e ao homem. A exposição humana a agrotóxicos

constitui um problema de saúde pública em todo o mundo (RECENA e CALDAS, 2008).

Segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas (SINITOX),

em 2003 os agentes tóxicos que mais provocaram intoxicação e letalidade em humanos foram

os agrotóxicos de uso agrícola (Tabela 1).

Tabela 1 – Óbitos registrados de intoxicação humana e respectivos percentuais distribuídos

por alguns agentes tóxicos no Brasil/2003.

Agente tóxico Letalidade (%)

Agrotóxicos/Uso agrícola 2,76

Agrotóxicos/Uso doméstico 0,64

Produtos veterinários 0,86

Raticidas 1,09

Domissanitários 0,22

Fonte: MS/FIOCRUZ/SINITOX, 2003.

Uma das principais preocupações no meio científico atualmente é quanto às

consequências danosas que o uso de agrotóxicos pode causar sobre a saúde humana (PERES;

MOREIRA e CLAUDIO, 2007). Essas consequências podem ocasionar desde a degradação

ambiental, problemas de saúde devido a exposição excessiva dos trabalhadores rurais até a

contaminação de alimentos que serão consumidos pela população (RODRIGUES, 2012).

Com relação à contaminação dos alimentos, muitos agrotóxicos se depositam nas cascas

das frutas e legumes ou então agem sistematicamente por toda a planta atingindo os frutos. A

sanidade dos alimentos deve ser atestada por meio de certificações que devem ser obtidas

mediante análises que podem denunciar resíduos de agrotóxicos não autorizados para

determinadas culturas. Para isso, os agrotóxicos devem sempre estar registrados para uma

cultura específica, pois sem o registro seu limite de tolerância é indeterminado (STOPPELLI

e MAGALHÃES, 2005).

Ao longo dos últimos dez anos o monitoramento de resíduos de agrotóxicos em alimentos

no Brasil foi marcado por esforços de órgãos estaduais de saúde, agricultura e instituições de

pesquisa. Porém, o passo mais significativo para controlar o problema foi a criação do

Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos – PARA (BRASIL, 2010).

O Programa integra medidas de controle pós-registro que promove diversas mudanças na

organização dos serviços de saúde para a prevenção de agravos relacionados aos agrotóxicos.

Esse programa tem fornecido subsídios para a tomada de decisão quanto à restrição e

banimento de agrotóxicos que sejam perigosos para a população, além do estabelecimento de

uma rede de laboratórios com capacidade para analisar resíduos de agrotóxicos, ferramentas

informatizadas e banco de dados para agilizar as ações dos estados (BRASIL, 2011).

Os dados obtidos nas análises de resíduos de agrotóxicos dão origem a valores de limite

máximo de resíduos (LMR), que se traduz como a quantidade máxima de resíduos de um

agrotóxico que pode estar legalmente presente em alimentos sem causar danos à saúde do

consumidor (RODRIGUES, 2006).

Em 2010 o PARA monitorou o LMR de dezoito alimentos, entre eles a alface, arroz,

laranja, morango, tomate e pimentão. Os alimentos foram escolhidos baseados em dados do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), conforme a disponibilidade destes

alimentos em diferentes unidades da federação e no uso intensivo de agrotóxicos nestas

culturas. No Paraná as análises foram realizadas pelo Laboratório Central do Paraná

(LACEN/PR) (BRASIL, 2011).

A técnica mais utilizada para a determinação de resíduos de agrotóxicos é baseada em

métodos cromatográficos, que consiste na separação de componentes de uma mistura,

baseando-se na distribuição desses componentes entre uma fase estacionária e uma fase móvel

(PITELLA, 2009).

Dentre os dezoito tipos de alimentos analisados em 2010 pelo PARA no estado do

Paraná, quatro (abacaxi, alface, morango e pepino) possuíam contaminação em 50% das

amostras e o pimentão apresentou 100% das amostras contaminadas por agrotóxicos, ou seja,

apresentaram valores acima do LMR (BRASIL, 2011).

O objetivo final do PARA é a divulgação dos resultados obtidos para a sociedade, o que

tem resultado em parcerias envolvendo desde órgãos do governo até produtores rurais, centros

de distribuição de alimentos, mercados varejistas e instituições de pesquisa. Todas essas

parcerias com o objetivo de melhorar a qualidade e a segurança dos alimentos (BRASIL,

2011).

Em contrapartida temos a agricultura orgânica, que tem por objetivo preservar a saúde do

meio ambiente, a biodiversidade, os ciclos e as atividades biológicas do solo, por isso exclui o

uso de agrotóxicos, fertilizantes solúveis, hormônios e qualquer tipo de aditivo químico

(BRASIL, 2003b).

Esse modo de produção fundamenta-se no princípio do equilíbrio biológico da natureza,

permitindo alcançar bons níveis de produtividade. Ao mesmo tempo o sistema evita riscos de

contaminação química do agricultor, dos consumidores e do meio ambiente. Além de ser um

sistema que incorpora avanços da ciência e promove a participação criativa dos agricultores,

respeitando seu conhecimento, cultura e experiência (LUCON e CHAVES, 2004).

Portanto, esse tipo de cultivo é muito mais do que uma troca de insumos químicos por

insumos orgânicos, biológicos ou ecológicos, mas sim o uso eficiente dos recursos naturais

não renováveis, aliado ao melhor aproveitamento desses recursos e dos processos biológicos

como a manutenção da biodiversidade, a preservação ambiental, o desenvolvimento

econômico, bem como a qualidade de vida humana (SOARES; CAVALCANTE e JUNIOR,

2010).

Segundo o Ministério da Agricultura, para que um alimento seja considerado orgânico o

processo produtivo deve contemplar o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais

recursos naturais. No Brasil, o processo de produção orgânica está se consolidando e o país se

destaca como um grande produtor e exportador, com mais de 15 mil propriedades

certificadas. O governo também demonstra apoio à produção orgânica com diversas ações que

oferecem linhas de financiamento especiais para o setor e incentivo a projetos de transição de

lavouras tradicionais para a produção orgânica (SEBRAE, 2013).

De acordo com dados do IBGE, agricultores dos estados brasileiros que mais fazem uso

do cultivo orgânico são respectivamente: Bahia (15.194), Minas Gerais (12.910), Rio Grande

do Sul (8.532) e Paraná (7.527).

Devido a importância que a agricultura orgânica vem assumindo no mercado de

alimentos, tornam-se necessárias regulamentações que assegurem ao consumidor a garantia de

que realmente está adquirindo um produto que obedece a normas estabelecidas para produtos

orgânicos (SEBRAE, 2013).

Freitas (2002) argumenta que a agricultura orgânica pode reduzir custos e ser tão rentável

quanto o sistema químico convencional. De acordo com este novo modelo de agricultura

existe a necessidade da implantação de mudanças político-econômicas e sociais, e a

implantação de hortas familiares é uma alternativa viável, pois além de fornecer alimentos

baratos e de boa qualidade para a população, ainda auxiliam na formação de cidadãos mais

conscientes da importância de práticas ecologicamente corretas para a preservação do nosso

planeta (LUCON e CHAVES, 2004).

Como exemplo deste modelo de agricultura temos a horta orgânica suspensa, por ser um

bem sustentável que procura ocupar da melhor maneira o espaço físico e o cultivo de

alimentos mais saudáveis. Ela pode ser confeccionada a partir de garrafas pet, utilizadas no

nosso cotidiano, e que não tem um destino certo em seu processo de descarte. Esta técnica é

adotada em lugares onde há pouco espaço, podendo servir como decoração, além de fornecer

alimentos sem nenhum tipo de agrotóxico (GOMES et al., 2012).

Segundo Hefler (2010), pode-se considerar a escola como um ambiente que auxilia na

construção de conhecimento e ao mesmo tempo atua como entidade que resgata culturas e

dissemina a consciência ambiental, portanto, passa a ser o ambiente ideal para o

desenvolvimento desta prática.

Neste sentido, nossa proposta neste trabalho consistiu em inicialmente identificar

algumas ideias dos estudantes a respeito do uso de agrotóxicos e do cultivo orgânico e após

propor um trabalho de pesquisa sobre esse tema, além da construção de uma horta orgânica

suspensa a ser apresentada em uma Feira de Ciências da escola.

Feira de Ciências ou também denominadas "Mostra Científica" ou "Feira de

Conhecimento" são momentos oportunizados pela escola para que os estudantes apresentem

suas produções científicas escolares a um público diverso daquele que compõem a sala de

aula (BRASIL, 2006). Ou seja, são eventos nos quais os estudantes são responsáveis pela

pesquisa e comunicação de projetos desenvolvidos por eles durante um determinado tempo.

Há várias tentativas na busca por definir conceitualmente o significado desse evento, uma

das definições é a apresentada por Mancuso (2000), da qual também compartilhamos.

[...] são eventos sociais, científicos e culturais realizados nas escolas e na

comunidade com a intenção de, durante a apresentação dos estudantes, oportunizar

um diálogo com os visitantes, constituindo-se na oportunidade de discussão sobre os

conhecimentos, metodologias de pesquisa e criatividade dos alunos em todos os

aspectos referentes à exibição dos trabalhos (MANCUSO, 2000, p.13).

Observa-se ressaltado na citação acima a importância, nesse tipo de evento, em

estabelecer uma articulação entre aluno – escola – comunidade, ou seja, um momento rico

para troca de informações entre os diferentes contextos sociais.

De acordo com Mancuso (2000) a realização de Feiras de Ciências traz benefícios para

alunos e professores tais como: crescimento pessoal e ampliação do conhecimento; ampliação

da capacidade argumentativa; mudanças de hábito e atitudes; desenvolvimento da criticidade;

maior envolvimento e interesse; exercício da criatividade e maior politização dos

participantes.

Nessa perspectiva acreditamos que com a participação dos alunos em Feiras de Ciências

acabamos por promover a pesquisa em sala de aula e consequentemente um maior

envolvimento dos alunos na troca de informações pela busca do conhecimento.

Dessa forma, alunos assim preparados poderão desenvolver projetos por conta própria,

segundo suas opções pessoais, mediados por seus professores, individualmente ou em

pequenos grupos a partir de temas e debates desencadeados em sala de aula ou de outras

questões que lhes despertam a atenção; poderão organizar-se para investigar por conta própria

(BORGES; LIMA; MANCUSO, 2008).

2 METODOLOGIA

A presente pesquisa foi desenvolvida na disciplina de Química, no 2º semestre letivo do

ano de 2012, em uma turma de 1º ano do EM, com a participação de 23 estudantes de um

colégio da rede pública da cidade de Arapongas − Paraná.

Primeiramente foi proposto aos estudantes um questionário (Quadro 1) que compreendia

conceitos básicos sobre agrotóxicos e o cultivo orgânico com a finalidade de investigarmos o

conhecimento dos alunos a esse respeito.

Quadro 1 – Questionário proposto para investigar o conhecimento dos estudantes sobre

agrotóxicos e agricultura orgânica.

1) Você sabe o que são agrotóxicos? Que riscos podem causar à saúde humana?

2) Você acha que os alimentos cultivados com a utilização de agrotóxicos, podem

apresentar resíduos químicos? Explique.

3) Lavando os alimentos com água corrente e possível eliminar os agrotóxicos dos

alimentos? Comente.

4) O que você sabe a respeito de alimentos orgânicos?

5) Você consome alimentos orgânicos? Que tipo de alimentos?

6) Quais as vantagens em se consumir um alimento orgânico?

7) Você acha interessante ter uma horta orgânica em sua casa e poder consumir alimentos

cultivados por você e sua família?

Ao analisar as respostas dadas pelos estudantes à questões propostas, evidenciou-se ideias

superficiais baseadas no conhecimento de senso comum. Mediante esses resultados a

professora regente optou por utilizar essa temática em uma Feira de Ciência (FC) que seria

realizada na escola. Para a elaboração da FC os estudantes pesquisaram a respeito do início da

utilização dos agrotóxicos, da necessidade do seu uso e quanto aos resíduos encontrados nos

alimentos, também destacaram os malefícios deste ao meio ambiente e a importância do

cultivo orgânico.

Os estudantes também construíram uma horta orgânica. O tipo de horta escolhida foi do

tipo suspensa e confeccionada com garrafas plásticas tipo pet. A garrafa pet foi escolhida por

ser um produto que todos os estudantes possuíam em casa e que, após o uso, não faziam a

destinação correta do material, que deveria ser encaminhado para a reciclagem ou reutilizado.

Além disso, a confecção com este tipo de material é bastante simples e barato.

Para a confecção da horta foram utilizados os seguintes materiais: garrafa pet de 2L,

terra, adubo orgânico, tesoura, corda e sementes (alface crespa, tomate, pimenta, salsinha,

cebolinha).

Primeiramente foi realizado corte nas garrafas com abertura de 13x20cm, um furo em

cada lateral e pequenos orifícios na parte inferior para o escoamento da água. O segundo

passo foi passar a corda nas duas laterais das garrafas, de modo que a distância entre as

garrafas fosse de aproximadamente 20 centímetros. Em seguida a terra foi preparada na

porção de três partes de terra para duas de adubo orgânico, colocada a terra adubada as

sementes escolhidas foram plantadas (Figura 2). A horta foi pendurada em local com grande

luminosidade e regada ao menos duas vezes ao dia.

Figura 2 – Confecção da horta suspensa pelos alunos.

Fonte: os autores.

Os estudantes cultivaram a horta durante um período de 60 dias. Após esse período foi

realizada na escola a Feira de Ciências, cujo tema abordado pela turma foi “Resíduos de

Agrotóxicos nos Alimentos”.

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A fim de organizar a análise e a discussão dos resultados, em um primeiro momento

serão apresentadas e discutidas as repostas dos estudantes às questões propostas.

Posteriormente serão realizadas algumas reflexões acerca do desenvolvimento da Feira de

Ciências.

3.1 Analisando as ideias dos estudantes

Quando questionados a respeito do que são agrotóxicos e seus riscos a saúde humana,

todos os estudantes ressaltaram que os agrotóxicos podem causar algum mal a saúde humana

e ao ambiente. A maioria (90%) dos estudantes destaca que os agrotóxicos podem causar

algum tipo de mal estar, como dores de cabeça, diarreia, câncer e até a morte. Outros ainda

enfatizam que os agrotóxicos causam alergias e intoxicação.

De acordo com os resultados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em

Alimentos (PARA), estudos indicam que se ultrapassada as quantidades de agrotóxicos dos

valores diários aceitáveis (IDA), as consequências do excesso de agrotóxicos pode levar a

problemas como os citados pelos alunos como: dores de cabeça, alergias, coceiras e em casos

de exposições mais graves, como nos casos dos trabalhadores rurais, pode chegar a distúrbios

do sistema nervoso central e até o desenvolvimento de câncer.

Outra questão respondida pelos estudantes diz respeito aos resíduos de agrotóxicos

presentes nos alimentos. Todos os estudantes afirmam a presença de resíduos no interior dos

alimentos, com repostas do tipo:

“[...] eu acho que eles podem penetrar o alimento”. (E01)

“[...] pode ser que o alimento tenha algum furo que entre o veneno”. (E07)

“[...] pode ser que o agrotóxico atravesse a casca que é fina”. (E21)

Comparando com a nota técnica fornecida pela ANVISA (BRASIL, 2010), observa-se

que diversos alimentos apresentam índices de agrotóxicos insatisfatórios, acima do limite

máximo permitido (LMR). A tabela 2 mostra as culturas que apresentaram índices elevados

de agrotóxicos.

Tabela 2 – Índice de contaminação

Amostras

analisadas

Total

insatisfatórios

% com

defensivo não

autorizado

% defensivos

autorizados

acima dos

limites

Pimentão 213 89% 84% 0,9%

Cenoura 152 67% 67% 0%

Morango 211 59% 80% 13%

Pepino 200 44% 36% 5,0%

Alface 134 43% 41% 0,7%

Abacaxi 210 41% 39% 1,0%

Laranja 227 28% 26% 1,0%

Fonte: BRASIL, 2010.

Também foi questionado se os alunos concordavam que se os alimentos fossem lavados

em água corrente os agrotóxicos poderiam ser eliminados. Entre as respostas, 40% dos alunos

afirmaram que os agrotóxicos não poderiam ser eliminados quando lavados em água corrente,

outros 30% responderam que os agrotóxicos poderiam sim ser eliminados quando lavados em

água e os outros 30% disseram que somente uma parte dos agrotóxicos poderia ser removida.

Segunda a ANVISA (BRASIL, 2010) o processo de lavagem dos alimentos contribui

para a retirada de parte dos agrotóxicos, pois uma parte dos agrotóxicos pode ser absorvida

pelos tecidos internos da planta penetrando pelas porosidades do alimento. A lavagem dos

alimentos em água corrente só poderia remover parte dos resíduos de agrotóxicos presentes na

superfície dos mesmos. Assim, uma vez contaminados com resíduos de agrotóxicos, estes

alimentos levarão o consumidor a ingerir esses resíduos.

Quanto aos conhecimentos dos alunos sobre alimentos orgânicos, obtivemos uma

diversidade de respostas como “são frutas, verduras e legumes”, “alimentos que fazem bem a

saúde”, porém, a maioria (83%) concordava que eram “produtos sem agrotóxicos”.

Sobre o consumo de alimentos orgânicos, 65% das respostas foram negativas, ou seja,

que não consumiam este tipo de alimento e 35% responderam que consumiam produtos

orgânicos. Os alimentos orgânicos mais citados foram alface, almeirão, tomate, banana e

laranja, provavelmente por serem alimentos de fácil cultivo.

Os estudantes foram questionados sobre as vantagens que o alimento orgânico poderia

proporcionar em relação ao convencional, todos responderam que acreditam que o alimento

orgânico seria bom para a saúde, porém sem maiores justificativas.

Um levantamento realizado por Borguini e Torres (2006) aponta que grande parte dos

consumidores de produtos orgânicos justificam o consumo deste tipo de produto pela forte

relação estabelecida entre os alimentos orgânicos e a saúde, ainda segundo os autores:

Para os referidos consumidores, o alimento orgânico significava um meio de

prevenir e até mesmo de curar doenças. Desta forma, o alimento adquire valor

simbólico de medicamento, por meio do qual se busca garantir a saúde. Tais

registros são comuns em outras pesquisas nacionais, que abordam o consumo de

alimentos orgânicos (BORGUINI; TORRES, 2006, p.66).

Outra questão solicitada referia-se ao cultivo de uma horta orgânica. Apenas 06

estudantes disseram ter horta e consumir o que produzem, os outros 17 estudantes embora não

possuam afirmam ter interesse em possuir uma horta em casa para que assim eles pudessem

cultivar e consumir alimentos sem agrotóxicos e mais saudáveis durante as refeições.

3.2 Apresentando a Horta Orgânica na Feira de Ciências

O resultado da confecção da horta orgânica suspensa foi positivo, pois envolveu aspectos

sociais, ambientais e de saúde pública. Para iniciar o projeto os alunos tiveram que juntar e

levar até a escola garrafas pet vazias, a partir daí os alunos já observaram a importância de se

reciclar o lixo.

Após a montagem da horta os alunos ficaram responsáveis por plantar e aguar as

sementes (Figura 4).

Figura 4 – Horta orgânica suspensa construída pelos alunos.

Fonte: os autores

Após o cultivo e o crescimento das sementes os alunos participaram da Feira de Ciências

da escola com o tema “Resíduos de Agrotóxicos nos Alimentos”. Os alunos falaram sobre os

dados do PARA, os malefícios causados pelos agrotóxicos aos humanos e ao meio ambiente e

ainda discutiram sobre a agricultura orgânica e mostraram a horta confeccionada por eles

como uma ideia sustentável. Foram distribuídas aos visitantes, sementes de diversas hortaliças

para estimular as pequenas culturas em casa.

Durante a feira a população acolheu a atividade de forma receptiva, dando muito apoio.

Todos se mostraram interessados, tanto na ideia da horta vertical quanto na responsabilidade

que cada um tem em destinar corretamente o lixo que produzem, neste caso, as garrafas pet.

Vários alunos e visitantes afirmaram que iriam reproduzir a horta em suas casas.

Acreditamos, dentro do contexto apresentado, que a Feira de Ciências acaba por

contribuir para que se possibilitem momentos de contextualização e interdisciplinaridade,

aspectos esses tão mencionados pelos documentos oficiais. Além de oportunizar um diálogo

com os visitantes, constituindo um espaço de aprendizagem, possibilitando aos estudantes o

desenvolvimento da criatividade e da capacidade inventiva e investigativa, para despertar

vocações e incentivar a pesquisa nas escolas, incentivando também a construção do

conhecimento científico, além de propiciar o crescimento social e cultural dos participantes

(HARTMANN e ZIMMERMANN, 2009; CORSINI e ARAÚJO, 2007).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As ideias manifestadas pelos estudantes do 1º ano do EM em relação aos agrotóxicos e a

agricultura orgânica revelam que tais alunos apresentam certa compreensão, mesmo que de

maneira superficial em alguns casos, sobre a utilização dos agrotóxicos e suas consequências

para o cultivo dos alimentos e para a saúde do consumidor. O mesmo pode ser observado nas

respostas dadas às perguntas acerca do cultivo orgânico, nesse caso, a grande maioria dos

alunos compreende que neste tipo de cultivo o uso dos agrotóxicos deve ser evitado e, em

consequência disso, classificam os alimentos produzidos a partir desta técnica como “mais

saudáveis”, mas mesmo tendo consciência desse fato, menos da metade dos alunos afirmam

consumir este tipo de alimento.

O processo de pesquisa e desenvolvimento da horta orgânica propiciou espaços de

discussão e debates acerca dos conhecimentos científicos envolvidos na temática,

possibilitando que os alunos participassem ativamente do processo de construção e

ampliassem seus conhecimentos prévios, provenientes de suas experiências cotidianas.

A apresentação dos resultados na Feira de Ciências possibilitou a troca de informações e

uma maior interação entre todos os envolvidos no processo e esse movimento, nos levou a

evidenciar a importância deste tipo de atividade no ambiente escolar, neste caso específico,

conscientizando e orientando alunos, professores e comunidade acerca dos benefícios do

cultivo e consumo de alimentos orgânicos versus o uso de agrotóxicos.

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Abstract: Discussions about the dangers of pesticides and the use of organic agriculture have

increased each year. Therefore, the present study aimed to investigate the comprehension of

students in the 1st year of high school about the use of pesticides and organic farming. For

data collection a questionnaire was proposed and the analysis showed that the students had

previous knowledge on the subject, but not in much depth. Thus, for students to deepen their

knowledge on the subject, a study was proposed research and the preparation of an organic

vegetable patch suspended to be presented at a school science fair. As a result we observe a

large student involvement in the construction of the vegetable patch, as well as the

presentation of the Science Fair discussing pesticides and organic food consumption.

Keywords: Pesticides, Organic Agriculture, Science Fair.