serviço social e orientação

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    SERVIO SOCIAL EORIENTAO

    Catarina Maria Schmickler

    Professora Doutora do Curso de Servio Social da UniversidadeFederal de Santa Catarina UFSC, Coordenadora do Programa

    de Ps-Graduao em Servio Social da UFSC.

    Edala Maria Ribeiro

    Professora Doutora do Curso de Servio Social da UniversidadeFederal de Santa Catarina UFSC, Vice-Presidente da

    Associao Brasileira de Ensino e Pesquisa em Servio Social ABEPSS Regional Sul I.

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    A Trajetria dos Cursos de Graduao na Sade

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    Retrospectiva histrica da formao profissional em

    Servio Social no BrasilA ltima dcada do sculo XX e incio dos anos 2000 explicitaram tempos de

    importantes transformaes e inquietaes no que se refere aos rumos da educaosuperior brasileira. um tempo marcado por ampla e profunda reforma da educaosuperior ps-ditadura militar, tendo como base legal a Lei de Diretrizes e Bases daEducao LDB, Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996. A regulamentao daLDB, assim como o Plano Nacional de Educao PNE de 2001, tem permitidouma rpida e radical alterao da educao no Brasil, em todos os nveis, comdestaque para a universidade brasileira e, conseqentemente, para os cursos de

    graduao presenciais de Servio Social hoje inseridos nas IES de todo o Pas.Os dados do MEC/Inep/Deaes, referentes ao Senso da Educao Brasileira, aquiapresentados, so reveladores destas mudanas.

    Para o entendimento do momento atual imprescindvel uma retrospectivados cursos de Servio Social no Brasil, retrospectiva esta que aponta paramomentos histricos que tm, como pano de fundo, importantes lutas polticas queambientaram a construo do que hoje a profisso de assistente social.

    Os cursos de graduao presenciais de Servio Social no Brasil surgemem pleno governo Vargas, na segunda metade dos anos 30, contexto de profundas

    transformaes, tanto econmicas quanto sociais e polticas. Em 1936 o Centro deEstudos e Ao Social CEAS cria, em So Paulo, a primeira Escola de ServioSocial. Em 1937 surgem o Instituto Social e a Escola Ana Nri, ambas no Rio deJaneiro. Em 1940, fundado o Instituto de Servio Social de So Paulo (escolamasculina) e a Escola de Servio Social em Pernambuco. Trs anos mais tarde, em1943, surge a Escola de Servio Social do Rio de Janeiro (atual PUC-RJ) Em 1944 criada a Escola Tcnica de Assistncia Social Cecy Dodsworth, tambm no Rio deJaneiro assim como as escolas de Servio Social do Paran e da Bahia. Em 1945iniciam atividades as escolas de Porto Alegre, Natal e Niteri; em 1946 a escola deMinas Gerais; em 1950 a escola de Campinas; em 1951 a escola de Joo Pessoa e,

    em 1954, a Escola Maranhense de Servio Social e a escola de Sergipe.Em 1955, incio do governo Juscelino Kubitscheck, o Brasil contava com 21

    cursos funcionando em 17 Estados, com um nmero aproximado de 700 alunosregularmente matriculados, e com 877 alunos diplomados no perodo 1936-55. (S,1995).

    De todas estas escolas, apenas duas eram vinculadas a prefeituras: aEscola Ana Nri, da Universidade do Brasil, e a Escola Tcnica de AssistnciaSocial Cecy Dodsworth. As demais foram criadas e/ou mantidas por organismos da

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    Igreja, que nestes tempos passava por um discurso catlico de popularizao, pelocombate laicizao republicana, s idias positivistas de Comte que influenciavamo pensamento brasileiro e ao liberalismo poltico.

    O Servio Social vinculado organicamente Igreja refletia o posicionamento destadiante dos fatos histricos. Os currculos de Servio Social expressavam essa posio:o objetivo, assim como o perfil do profissional de servio social eram atravessados peloideal pedaggico cristo, que tinha como substrato o neotomismo.

    Historicamente, a poltica de formao profissional do assistente social noBrasil tem sido assumida pela Associao Brasileira de Ensino e Pesquisa emServio Social ABEPSS1. Surgida em fevereiro de 1946, com a denominao de

    ABESS , foi organizada pela Escola de Servio Social de So Paulo, pelo Instituto

    Social do Rio de Janeiro e pelo Instituto de Servio Social de So Paulo. pocaexistiam 13 cursos de Servio Social no Brasil.

    Em 1951 associam-se a ABESS, as escolas de Recife, Natal, Belo Horizonte,Curitiba e Niteri, e, em 1953, as escolas de Campinas, Salvador, Fortaleza, JooPessoa, Porto Alegre, Vitria, So Luiz do Maranho e Ana Nri, do Rio de Janeiro.

    A preocupao inicial principal da ABESS com a regulamentao do ensinode Servio Social em nvel nico e superior no Brasil, alm de buscar promoveradoo de um padro mnimo de ensino, intercmbio e colaborao entre seusmembros, assim como representar os interesses coletivos das escolas.

    Segundo S (1995, p. 77) a Ata da Reunio de Encerramento da IIIConveno, 1953, afirma que de toda a convenincia que a lei classifique o ensinode Servio Social em nvel superior e nico. Superior, porque os estudos so denvel superior; e nico, porque o Servio Social um todo orgnico. Este propsitoencontra razo no fato de ter havido no interior da profisso uma discusso sobre oestabelecimento do servio social em dois nveis: superior e mdio.

    No dia 13 de junho de 1953 aprovada a Lei n 1.889, regulamentando o ensinodo Servio Social, em nvel superior, com a durao mnima de trs anos. Ainda nareferida Lei, encontra-se a recomendao, por parte MEC/Inep (art. 4, p. 85), de

    que as escolas organizem cursos de ps-graduao destinados especializaoe aperfeioamento de assistentes sociais. Em 8 de abril de 1954, a Lei n 1.889 regulamentada pelo Decreto n 35.31 que especifica a finalidade do Servio Social.

    Pari Passu tarefa de construir legitimidade legal para a ao do AssistenteSocial, a ABESS ainda promovia encontros, que a partir do ano de 1951 assumiram

    1 Inicialmente foi denominada de Associao Brasileira de Escolas de Servio Social, posteriormente de Associao Brasileira de Ensino deServio Social e, finalmente, em 1988, depois de reformulao estatutria, Associao Brasileira de Ensino e Pesquisa em Servio Social.

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    o carter de Convenes Nacionais, bem como estabeleceu intercmbio com aUnio Catlica Internacional de Servio Social UCISS.

    Segundo Lima (1983, p.71), a UCISS foi criada em 1925, com sede emBruxelas, Blgica, por Mlle. Marie Baers. Sua importncia e influncia nas escolasbrasileiras decorreu do fato de ser a UCISS uma entidade confessional, visando acongregar escolas e membros individuais, com objetivo de estabelecer mtodos detrabalho baseados nos princpios cristos e de cooperar na fundao de escolas deServio Social, favorecendo o intercmbio entre elas.

    Por ocasio da Segunda Guerra Mundial, intensifica-se, por parte do Estadobrasileiro, o estmulo s bolsas de estudo nos Estados Unidos, em razo doprograma de assistncia das Naes Unidas aos pases latino-americanos. Assim,

    durante as dcadas de 1940 e 1950 a ABESS sustentava um projeto de formaoprofissional, no s vinculado aos princpios cristos como, tambm, marcado pelotecnicismo advindo da influencia norte-americana, o que levou ao fortalecimento daprofisso no mbito da sociedade brasileira e latino-americana.

    Em meados da dcada de 1960, ao mesmo tempo em que se verifica aconsolidao gradativa da profisso, eram crescentes as manifestaes em relao necessidade de uma profunda reviso do seu projeto que apresentava forte visnorte-americano, em que pese o papel do assistente social no contexto de umasociedade brasileira e latino-americana cada vez mais desigual.

    Assim, na segunda metade da dcada de 70, apesar da represso dosregimes ditatoriais presentes em praticamente toda Amrica Latina, o ServioSocial vive um perodo de grande efervescncia poltica e intelectual, em que a

    ABESS mais uma vez protagoniza o debate sobre a formao do assistente socialno Brasil, vinculando-o ao debate da conjuntura da sociedade brasileira. Essemovimento deu origem redefinio do currculo mnimo para os cursos de ServioSocial, posteriormente aprovado pelo Conselho Federal de Educao, em 1982.

    Esse processo revela o rompimento com uma concepo de formaoprofissional pautada na preparao de profissionais para o emprego, e pressupeuma formao cientfica e tcnica de profissionais capazes no s de atender asdemandas do mercado de trabalho, mas tambm de criar novas alternativas emdiferentes espaos ocupacionais, iniciando a articulao de uma outra direosocial para a formao profissional.

    A ABESS e os cursos de Servio Social a ela filiados passam a entender queum projeto de formao profissional supe a discusso de um projeto profissionalque configure uma proposta de interveno capaz de responder s exignciashistricas que vm se colocando para o Servio Social no Brasil a partir do que sedenomina de classes populares. (Silva, 1994, p. 8-9). Isso significa dizer, em ltima

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    instncia, que a dimenso poltica lhe inerente e est diretamente relacionada aosprojetos societrios presentes num determinado momento histrico. (Netto, 1999).

    O carter tico-poltico que orienta, pois, a profisso, segundo Ferreira(2000, p. 92), se constitui como um princpio bsico do projeto profissional estandoancorado na liberdade como valor central, que se expressa no compromissocom a autonomia, a emancipao e a expanso dos indivduos sociais. Nessesentido, clara a defesa da eqidade e da justia social que se realiza atravs dauniversalidade de acesso aos bens e servios referentes s polticas sociais. Paraa autora, esses valores, no mbito da prtica profissional, se expressam na defesada qualidade dos servios, na competncia profissional, na viabilizao dos direitossociais e da cidadania, na luta pela radicalizao da democracia, no aprimoramento

    intelectual dos profissionais2

    . (Idem).Alicerada nessa concepo de projeto profissional a ABESS direciona mais

    uma vez o debate sobre a formao dos assistentes sociais no Brasil, por meiode uma discusso coletiva que envolveu todas as unidades de ensino afiliadas.Tal discusso ocorreu no espao de trs anos (1994 1996), com a realizao deoficinas locais, regionais e nacionais4.

    Nesses espaos foram construdas as diretrizes curriculares, em consonnciacom o Cdigo de tica Profissional e com a Lei de Regulamentao da Profisso(Lei no 8.662/93), ambos de 1993. Tais diretrizes, aprovadas em Assemblia Geral,

    extraordinria, da ABEPSS em novembro de 1996

    3

    , so posteriormente parcialmenteaprovadas pelo Conselho Nacional de Educao/Ministrio da Educao, em 2001.Importa salientar que a Lei de Diretrizes e Bases, que altera radicalmente o EnsinoSuperior brasileiro , tambm, de 1996.

    Os pressupostos norteadores da concepo de formao profissional, queinforma as atuais diretrizes curriculares pautam-se nas idias de que:

    o Servio Social se particulariza nas relaes sociais de produo e reproduo

    da vida social como uma profisso interventiva no mbito da questo social,

    expressa pelas contradies do desenvolvimento do capitalismo monopolista.

    A relao do Servio Social com a questo social fundamento bsico de sua

    existncia mediatizada por um conjunto de processos scio-histricos eterico-metodolgicos constitutivos de seu processo de trabalho. O agravamento

    da questo social em face das particularidades do processo de reestruturao

    produtiva no Brasil, nos marcos da ideologia neoliberal, determina uma inflexo

    no campo profissional do Servio Social. Esta inflexo resultante de novas

    requisies postas pelo reordenamento do capital e do trabalho, pela reforma do

    2 Em 1996 havia 75 cursos de graduao presenciais de Servio Social, sendo 31 pblicos, e 44 privados.3 Diretrizes curriculares que orientam at a presente data os cursos de Servio Social no Brasil.

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    Estado e pelo movimento de organizao das classes trabalhadoras, com amplas

    repercusses no mercado profissional de trabalho. O processo de trabalho do

    Servio Social determinado pelas configuraes estruturais e conjunturais daquesto social e pelas formas histricas de seu enfrentamento, permeadas pela

    ao dos trabalhadores, do capital e do Estado, atravs das polticas e lutas

    sociais. (ABEPSS/CEDEPSS, 1997, p.60-61).

    Assim, as diretrizes curriculares privilegiam a formao profissional emtrs dimenses: terico-metodolgica, tico-poltica e tcnico-operativa. Estasdimenses esto intrinsecamente articuladas e atravs delas se pretende formarum assistente social capaz de: apreender criticamente os processos sociaisnuma perspectiva de totalidade; analisar o movimento da sociedade brasileira,apreendendo as particularidades do desenvolvimento capitalista no Brasil e ainsero do Servio Social nessas relaes sociais; compreender o significadohistrico da profisso e o seu desenvolvimento scio-histrico nos cenriosinternacional e nacional; identificar as demandas presentes na sociedade e desvelaras possibilidades de ao contidas na realidade; formular respostas profissionaispara o enfrentamento da questo social considerando as articulaes entre opblico e o privado; compreender o trabalho profissional como trabalho socialmentedeterminado, reconhecendo-se como trabalhador assalariado. (ABEPSS/CEDEPS,1997); (Ferreira, 2000); (Mendes, 2004).

    Ao longo dos 60 anos de existncia, a hoje denominada ABEPSS expressa

    uma trajetria que explicita uma concepo de formao profissional pautada napreparao de profissionais com uma formao cientfica e tcnica capaz no sde atender s demandas do mercado de trabalho, como tambm de criar novasalternativas em diferentes espaos scio-ocupacionais.

    O momento conjuntural atual da sociedade brasileira explicita um cenrioimportante. Cenrio de muitas transformaes e inquietaes no que se refereaos rumos do Ensino Superior brasileiro, em que se coloca, de forma inconteste,o desafio da reafirmao das diretrizes curriculares e do projeto tico-polticoconstrudo pela categoria profissional. A reforma universitria, ora em curso, mobilizaem todos os sentidos, sobretudo no de ampliar e consolidar o debate sobre a

    temtica da formao profissional do assistente social. Por outro lado, a reforma doEstado vem alterando significativamente as condies de trabalho do profissionalde Servio Social, nas esferas pblica e privada, com a extino de postos detrabalho e servios, demisses, conteno de salrios, aumento assustador dosndices de desemprego e precarizao das condies do exerccio profissional.Os espaos ocupacionais, outrossim, sofrem significativas mudanas trazendoimensos desafios, ampliando as exigncias de estratgias polticas e de clarezaterico-metodolgica sobre as novas expresses da questo social, assim como,

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    Tabela

    1.Nmero

    de

    cursos

    de

    gradua

    o

    presenciais

    deS

    ervio

    Social,porreg

    io

    geogrfica

    Regiogeogrfica

    Ano

    %

    1991/2004

    19

    91

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    Total

    7

    0

    71

    71

    72

    72

    75

    80

    81

    85

    95

    104

    112

    137

    162

    131,4

    Norte

    3

    3

    3

    3

    3

    3

    3

    4

    4

    5

    5

    5

    8

    11

    266,7

    Nordeste

    1

    3

    13

    13

    13

    13

    13

    13

    13

    13

    14

    15

    16

    18

    18

    38

    ,5

    Sudeste

    3

    5

    35

    35

    36

    36

    38

    40

    40

    42

    45

    48

    52

    66

    82

    134,3

    Sul

    1

    5

    16

    16

    16

    16

    17

    20

    20

    21

    25

    30

    33

    38

    45

    200,0

    Centro-Oeste

    4

    4

    4

    4

    4

    4

    4

    4

    5

    6

    6

    6

    7

    6

    5

    0

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    4 6 3

    O nmero de cursos de graduao em Servio Social a partir do incio de

    seu funcionamento, em 1936, veio crescendo gradativamente at 1996 quando,impulsionado pela Lei de Diretrizes e Bases (Lei n 9.394/96), iniciou progressivocrescimento. O trinio 2002 2004 merece destaque uma vez que o nmerode cursos novos no Pas passou de 112 para 162, ou seja, teve um aumento de69,1%. Esta tendncia de crescimento foi mais tmida no Centro-Oeste, Nordestee Norte. O Centro-Oeste, que em 1991 contava com apenas quatro cursos,chegou a apenas seis em 2004, registrando-se o fechamento de um curso emrelao a 2003. O baixo crescimento dos cursos de Servio Social nesta regio compatvel com o tmido crescimento de diferentes cursos no Brasil que, emtermos globais, teve um incremento nacional de apenas 7,6%. A Regio Norte,que em 1991 contava com apenas trs cursos, teve um crescimento ligeiramentemaior, alcanando 2004 com o nmero de 11. No entanto, a Regio Nordeste,apesar de iniciar o ano de 1991 com 13 cursos, teve um crescimento ainda maislento, uma vez que em 2004 contava com somente cinco a mais, ou seja, 18. OSul, com 15 cursos em 1991, revela um potencial de crescimento de 200%, tendochegado em 2004 com 45 cursos. O Sudeste, de grande densidade demogrfica,e que tem So Paulo como plo econmico, destaca-se em relao capacidadede formao de novos assistentes sociais pois, em 1999, j contava com 35cursos e, em 2004, manteve-se no topo do rankingnacional com 85 cursos.

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    Figura 1. Tendncias da oferta de cursos de graduao presenciais de ServioSocial, por categoria de organizao acadmica

    0

    5 0

    1 0 0

    1 5 0

    2 0 0

    T o t a l U n i v e r s i d a d e

    C e n t r o U n i v e r s i t r i o F a c u l d a d e s I n t e g r a d a s

    F a c u l d a d e s E s c o l a s , I n s t i t u t o s C e n t r o s d e E d u c a o T e c n o l g i c a

    T o ta l 7 0 7 1 7 1 7 2 7 2 7 5 8 0 8 1 8 5 9 5 1 0 4 1 1 2 1 3 7 1 6 2

    U n iv e r s id a d e 4 4 4 7 5 0 5 2 5 6 5 9 6 4 6 4 6 5 7 0 7 4 7 5 8 2 9 7

    C e n tr o U n iv e r s it r io 2 3 6 8 1 0 1 1 1 5 1 8

    F a c u ld a d e s In te g r a d a s 1 5 1 3 1 1 1 0 7 8 5 5 4 6 7 7 8 8

    F a c u ld a d e s Es c o la s , In s titu t o s 1 1 1 1 1 0 1 0 9 8 9 9 1 0 1 1 1 3 1 9 3 1 3 8

    C e n tr o s d e E d u c a o T e c n o l ic a 1 1

    1 9 9 1 1 9 9 2 1 9 9 3 1 9 9 4 1 9 9 5 1 9 9 6 1 9 9 7 1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4

    A visualizao da distribuio de cursos em relao organizao acadmicarevela um cenrio que permite outras consideraes. As universidades, locus onde,por fora do art. 52 da LDB, necessariamente se realizam atividades de ensino,pesquisa e extenso, alm de possurem no mnimo 1/3 de doutores e mestres econtarem com 1/3 de professores contratados em regime de tempo integral, umncleo com potencial para possibilitar uma formao profissional melhor qualificada.

    Alm de contedos tericos e prticos, lugar de intensa produo intelectual com

    contribuio significativa para o avano do conhecimento cientfico.

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    Em 2004, no cenrio nacional, as universidades representam 59,9%das instituies de Ensino Superior onde so formados assistentes sociais e,historicamente, mantm a superioridade em relaes s demais. As faculdadesintegradas, pertencentes essencialmente ao setor privado (97,5%) e, neste mbito,ao setor particular (83,6%) somavam 15 unidades em 1991, tendo decrescidogradualmente em nmero at 1999, chegando em 2004 com oito cursos. Asfaculdades, escolas e institutos so responsveis pelo segundo ndice depois dasuniversidades, representando, em relao ao mbito nacional, um percentual de23,4%. Os centros universitrios, instituies que se dedicam prioritariamente aoensino de graduao, sem exigncia legal para exercerem atividades de pesquisae extenso, apesar de contarem com cursos de Servio Social somente a partir de1997, tiveram um crescimento gradual at 2004, totalizando, neste ano, 18 cursos.

    Representam 11,11% no cenrio nacional. Os centros de educao tecnolgicae faculdades de tecnologia, responsveis por uma educao eminentementeprofissionalizante, esto ainda pouco representadas, em razo do seu surgimentorecente. Um nico curso de Servio Social foi iniciado em 2003 no tendo aindaformado nenhuma turma.

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    Se o sistema de educao superior brasileiro, como um todo, ofereceu

    2.320.421 vagas no ano de 2004, este nmero chegou a 16.853 para oscursos de Servio Social, com um percentual de crescimento em relao a1991 de 148,3 pontos. A regio que mais se destaca, em termos absolutos, a Regio Sudeste com 9.190 vagas e com 8.680 vagas a mais do que aRegio Centro-Oeste, que ofereceu o menor nmero em 2004, revelandoum decrscimo iniciado no ano de 2001, enquanto as vagas cresciam emoferta nas demais regies do Pas. De forma geral, o incremento de vagasfoi mais substantivo a partir de 2002, provavelmente em decorrncia dasdisposies constantes do Plano Nacional da Educao PNE, de 2001,que tem como meta oferecer educao superior para 30% da populaocom idade entre 18 e 24 anos, at o final da dcada.

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    Tabela3.

    Relaoen

    treaofertadevagaseo

    nmerodecursospresenciaisdeServioSocial

    por

    categoriaadministrat

    iva

    Ano

    Pblica

    Privada

    Total

    Vagas

    Cur

    sos

    Vagas/Cursos

    Vagas

    Cursos

    Vagas/Cursos

    Vagas

    Cursos

    Vagas/Cursos

    1991

    2.0

    90

    2

    9

    72,1

    4.6

    96

    41

    114,5

    6.7

    86

    70

    96,9

    1992

    2.1

    71

    3

    1

    70,0

    4.6

    74

    40

    116,8

    6.8

    45

    71

    96,4

    1993

    2.0

    25

    3

    1

    65,3

    4.2

    47

    40

    106,2

    6.2

    72

    71

    88,3

    1994

    2.2

    85

    3

    1

    73,7

    4.1

    20

    41

    100,5

    6.4

    05

    72

    88,6

    1995

    2.2

    48

    3

    1

    72,5

    3.7

    52

    41

    91,5

    6.0

    00

    72

    83,3

    1996

    2.1

    60

    3

    1

    69,7

    4.1

    70

    44

    94,8

    6.3

    30

    75

    84,4

    1997

    2.6

    42

    3

    3

    80,1

    4.6

    98

    47

    99,9

    7.3

    40

    80

    91,8

    1998

    2.6

    57

    3

    3

    80,5

    4.3

    74

    48

    91,1

    7.0

    31

    81

    86,8

    1999

    2.3

    63

    2

    8

    84,4

    4.9

    30

    57

    86,5

    7.2

    93

    85

    85,8

    2000

    2.5

    71

    3

    1

    82,9

    6.0

    37

    64

    94,3

    8.6

    08

    95

    90,6

    2001

    2.5

    15

    3

    2

    78,6

    7.2

    42

    72

    100,6

    9.7

    57

    104

    93,8

    2002

    2.7

    13

    3

    5

    77,5

    8.7

    62

    77

    113,8

    11.4

    75

    112

    102,4

    2003

    3.0

    47

    4

    4

    69,2

    11.5

    76

    93

    124,5

    14.6

    23

    137

    106,7

    2004

    3.0

    65

    4

    6

    66,6

    13.7

    88

    116

    118,9

    16.8

    53

    162

    104,0

  • 7/29/2019 servio social e orientao

    15/74

    SERVIO SOCIAL E ORIENTAO

    4 6 9

    Quando relacionamos as variveis vagas e nmero de cursos, por

    categoria administrativa no perodo 1999 2004, o cenrio revela novasinformaes. possvel perceber, por exemplo, que as instituies privadassempre detiveram o maior nmero de cursos em relao s pblicas,formando, conseqentemente, maior nmero de assistentes sociais. Estefato ainda mais relevante quando observamos o progressivo incrementode vagas nas IES privadas, sobretudo nos dois ltimos anos, o que significauma relao vagas/cursos de 118,9 para o segmento privado e apenas 66,6para as IES pblicas. Em 1999 a relao vagas/cursos era de 114,5 nasIES privadas, e de somente 72,1 nas IES pblicas, maior, portanto, que em2004. possvel deduzir, desta forma, que a LDB (1996) e o Plano Nacionalde Educao (2001) tiveram influncia marcante enquanto polticas para aeducao superior brasileira. importante observar, ainda, que no estrefletida no censo de 2004 a agressiva poltica de expanso do sistemafederal pblico iniciada em 2005. A despeito disto, o crescimento mdio dasfederais nos ltimos trs anos foi de 9,2%, o das estaduais, 6,2% e o dasmunicipais, 5,4% (Brasil, 2005).

  • 7/29/2019 servio social e orientao

    16/74

    A Trajetria dos Cursos de Graduao na Sade

    4 7 0

    Tabela4.

    Nmerodevagasemc

    ursospresenc

    iaisdeServioSocialpor

    umm

    ilhodehabitantes,por

    regiogeogrfica

    Regio/Unidadesda

    Federao

    Ano

    1991

    1992

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    Norte

    25,0

    24,2

    24,6

    23,9

    23

    ,4

    21,9

    25,4

    30,5

    30,3

    31,8

    34,5

    33,7

    67,2

    114,2

    Nordeste

    31,0

    31,2

    28,1

    30,5

    30

    ,9

    30,5

    31,2

    29,9

    29,6

    30,0

    31,9

    34,9

    36,9

    37,1

    Sudeste

    57,0

    57,5

    53,0

    51,4

    45

    ,1

    48,0

    56,4

    49,8

    51,6

    59,0

    63,7

    75,9

    105,6

    120,4

    Sul

    52,0

    47,3

    38,5

    44,6

    41

    ,6

    46,3

    54,4

    57,3

    55,4

    73,4

    101,1

    122,7

    128,9

    140,4

    Centro-Oeste

    41,0

    40,2

    35,9

    26,9

    25

    ,9

    24,0

    30,0

    28,9

    37,5

    52,3

    42,0

    41,3

    45,5

    40,7

    Total

    45,0

    44,9

    40,6

    40,8

    37

    ,7

    39,3

    44,9

    42,4

    43,4

    50,6

    56,6

    65,7

    82,7

    94,1

  • 7/29/2019 servio social e orientao

    17/74

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    A Trajetria dos Cursos de Graduao na Sade

    4 7 2

    Tabela5.

    Nmerode

    candidatosinscritosemp

    rocessoseletivoparac

    ursospresenciaisdeSer

    vio

    Social,porregioge

    ogrfica

    Regio

    Ano

    %

    2004/1991

    1991

    19

    92

    1993

    1994

    1995

    1996

    1997

    1998

    1999

    2000

    2001

    2002

    2003

    2004

    Total

    19.7

    28

    15.3

    45

    16.4

    05

    18.8

    51

    23.3

    62

    17.8

    16

    22.3

    41

    24.1

    36

    27.3

    67

    33.0

    83

    36.7

    99

    38.8

    80

    46.8

    17

    50.6

    92

    157,0

    Norte

    2.2

    80

    2.289

    2.2

    75

    2.8

    45

    2.2

    04

    2.0

    67

    2.1

    81

    2.1

    91

    2.3

    16

    4.0

    58

    2.6

    18

    3.1

    74

    7.4

    33

    9.5

    25

    317,8

    Nordeste

    8.5

    11

    5.436

    6.1

    35

    7.1

    26

    11.0

    28

    6.8

    37

    7.5

    83

    8.2

    21

    9.5

    89

    9.8

    55

    10.9

    22

    12.2

    59

    12.4

    55

    14.1

    77

    6

    6,6

    Sudeste

    5.5

    79

    5.379

    6.1

    50

    6.5

    21

    7.3

    81

    6.1

    98

    8.6

    57

    8.8

    90

    10.2

    71

    13.2

    50

    14.5

    03

    14.3

    38

    18.0

    33

    19.1

    09

    242,5

    Sul

    1.9

    02

    1.201

    1.0

    87

    1.3

    47

    1.7

    04

    1.9

    88

    2.7

    54

    3.1

    18

    3.5

    64

    3.8

    98

    6.1

    12

    6.7

    27

    6.3

    30

    5.8

    56

    207,9

    Centro-Oeste

    1.4

    56

    1.040

    758

    1.0

    12

    1.0

    45

    726

    1.1

    66

    1.7

    16

    1.6

    27

    2.0

    22

    2.6

    44

    2.3

    82

    2.5

    66

    2.0

    25

    3

    9,1

  • 7/29/2019 servio social e orientao

    19/74

    SERVIO SOCIAL E ORIENTAO

    4 7 3

    O nmero de candidatos inscritos nos processos seletivos para os cursos deServio Social em todo o Pas tem evoludo gradativamente desde 1991, com alta em1995, nas regies Nordeste e Sudeste (11.028 e 7.381, respectivamente), seguido dequeda no ano seguinte (6.837 e 6.198, respectivamente). A partir de 1996 o aumentoocorre em todas as regies. Em relao ao nmero total de candidatos inscritosno Pas em 2004 (50.692), a Regio Sudeste tem uma contribuio de 37,7 % amaior das cinco regies ao passo que o Centro-Oeste representa apenas 4% dosinscritos a menor, importa salientar. De forma geral, a tendncia da Regio Sudesteem manter-se no topo das estatsticas revelada novamente aqui, fato esperadouma vez que esta regio a mais densamente habitada do Pas.

    Figura 2. Evoluo do nmero de candidatos inscritos em cursos de graduaopresenciais de Servio Social, por categoria administrativa

    0

    1 0 . 0 0 0

    2 0 . 0 0 0

    3 0 . 0 0 0

    4 0 . 0 0 0

    5 0 . 0 0 0

    6 0 . 0 0 0

    T o t a l P b l i c a P r i v a d a

    T o t a l 1 9 . 7 2 8 1 5 . 3 4 5 1 6 . 4 0 5 1 8 . 8 5 1 2 3 3 6 2 1 7 8 1 6 2 2 3 4 1 2 4 1 3 6 2 7 3 6 7 3 3 0 8 3 3 6 7 9 9 3 8 8 8 0 4 6 8 1 7 5 0 6 9 2

    P b l i c a 1 2 2 9 0 1 0 2 7 0 1 1 3 4 3 1 4 1 2 4 1 4 8 4 1 1 2 4 5 1 1 4 5 6 8 1 7 3 1 7 1 9 9 8 2 2 4 3 4 0 2 5 3 1 6 2 5 8 8 3 2 5 7 7 1 2 8 8 7 8

    P r i v a d a 7 4 3 8 5 0 7 5 5 0 6 2 4 7 2 7 8 5 2 1 5 3 6 5 7 7 7 3 6 8 1 9 7 3 8 5 8 7 4 3 1 1 4 8 3 1 2 9 9 7 2 1 0 4 6 2 1 8 1 4

    1 9 9 1 1 9 9 2 1 9 9 3 1 9 9 4 1 9 9 5 1 9 9 6 1 9 9 7 1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4

  • 7/29/2019 servio social e orientao

    20/74

    A Trajetria dos Cursos de Graduao na Sade

    4 7 4

    Quando as informaes sobre o nmero de candidatos inscritos para

    cursos de graduao presenciais de Servio Social so cotejadas coma categoria administrativa das IES, percebe-se que a busca pelo ensinopblico primazia para a maioria dos candidatos, sendo visvel em toda sriehistrica presente na Figura 2, acima. Em 1991, o percentual de inscritosnas IES pblicas e privadas em relao ao total de inscritos (19.728) foide 62,3% e 37,7%, respectivamente. Em 2004, ltimo ano da srie, opercentual de inscritos nas IES pblicas e privadas, em relao ao total deinscritos (50.692), foi de 57% e 43%, respectivamente. A curva encontra-se em franca ascendncia, revelando a busca crescente pela profisso deassistente social na diviso scio-tcnica do trabalho.

    Figura 3. Nmero de candidatos inscritos de graduao presenciais de ServioSocial, por categoria administrativa

    0

    10000

    20000

    30000

    40000

    50000

    60000

    Tota l Unive rs idade Centro Unive rs itr io Faculdades Integradas Faculdades Escolas , Ins ti tu tos Cen tros de Ed. Tecnolg ica e Fac . De Tecnolog ia

    Total 19728 15345 16405 18851 23362 17816 22341 24136 27367 33083 36799 38880 46817 50692

    Universidade 15276 12244 14426 16682 21305 15912 20047 21720 24347 30067 32717 31800 32001 36290Centro Universitrio 311 336 745 807 1194 1852 2967 6297

    Faculdades Integradas 2546 1469 868 727 774 708 407 599 469 733 1090 1029 1117 1060

    Faculdades Escolas, Institutos 1906 1632 1111 1445 1283 1196 1576 1481 1806 1476 1798 4199 10279 6906

    Centros de Ed. Tecnolgica e Fac. De Tecnologia 453 139

    1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

  • 7/29/2019 servio social e orientao

    21/74

    SERVIO SOCIAL E ORIENTAO

    4 7 5

    O detalhamento da demanda para os cursos de Servio Social em

    diferentes organizaes acadmicas permite constatar que, apesar daexpanso acentuada do ensino privado no Pas, as universidades tm sidoescolhidas preferencialmente por quem faz concursos vestibulares. Estefato encontra explicao no carter pblico e gratuito da instituio, alm deesta contar, por fora da LDB (art. 52), com um nmero de professores comdedicao integral e com titulao (mestre e doutor) superior s demaisorganizaes acadmicas existentes. Os centros universitrios merecemdestaque pelo acelerado crescimento em apenas oito anos pois, em 2004,6.297 candidatos se inscreveram contra apenas 1.060 nas faculdadesintegradas, as quais apresentaram um refluxo, notadamente em 1997,chegando a somente 407 inscritos quando, seis anos antes, em 1991,tiveram 2.546 candidatos inscritos.

    Figura 4. Evoluo do nmero de matrculas de graduao presenciais deServio Social, por categoria administrativa

    0

    5 . 0 0 0

    1 0 . 0 0 0

    1 5 . 0 0 0

    2 0 . 0 0 0

    2 5 . 0 0 0

    3 0 . 0 0 0

    3 5 . 0 0 0

    4 0 . 0 0 0

    T o t a l P b l i c a P r i v a d a

    T o t a l 1 9 . 1 5 6 1 8 1 3 7 1 8 5 5 6 1 8 8 3 5 1 9 0 2 7 1 9 2 3 7 2 0 1 5 2 2 0 9 2 8 2 2 . 1 2 1 2 3 2 6 2 2 5 5 9 9 2 8 2 6 6 3 1 9 8 6 3 6 1 2 5

    P b lic a 7 8 0 5 8 1 6 9 8 8 3 2 9 4 4 7 9 4 6 0 9 7 5 9 1 0 4 6 9 1 0 4 0 0 9 8 9 7 1 0 2 4 4 1 0 5 0 8 1 0 9 2 5 1 1 7 3 0 1 2 1 8 8

    P r iv a d a 1 1 3 5 1 9 9 6 8 9 7 2 4 9 3 8 8 9 5 6 7 9 4 7 8 9 6 8 3 1 0 5 2 8 1 2 2 2 4 1 3 0 1 8 1 5 0 9 1 1 7 3 4 1 2 0 2 5 6 2 3 9 3 7

    1 9 9 1 1 9 9 2 1 9 9 3 1 9 9 4 1 9 9 5 1 9 9 6 1 9 9 7 1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4

  • 7/29/2019 servio social e orientao

    22/74

  • 7/29/2019 servio social e orientao

    23/74

    SERVIO SOCIAL E ORIENTAO

    4 7 7

    A Figura 5 revela o mesmo nmero de matrculas da figura anterior, mas

    com enfoque diferente. Observa-se que somente os centros universitrios,os centros de educao tecnolgica e faculdades tecnolgicas notinham cursos de Servio Social em 1991, incio do perodo pesquisado.As universidades e os centros universitrios so os que mantiveram umcrescimento praticamente homogneo. Os ltimos revelam estar em francocrescimento. Em situao diferente esto as faculdades integradas, que em2004 no tinham ainda recuperado o nmero de matrculas que tinham em1991. As faculdades, escolas e institutos oscilaram no perodo 1991 2004,tendo se recuperado, sobremaneira, a partir de 2003.

    Figura 6. Tendncias do nmero de concluintes nos cursos presenciais deServio Social, por categoria administrativa

    0

    1 0 0 0

    2 0 0 0

    3 0 0 0

    4 0 0 0

    5 0 0 0

    6 0 0 0

    T o t a l P b l i c a P r i v a d a

    T o ta l 2 9 7 3 2 8 5 1 2 8 0 4 2 9 4 8 2 9 8 1 2 8 5 8 3 1 0 5 3 2 5 6 3 4 7 1 3 4 7 3 3 8 6 6 4 1 8 3 4 6 7 9 5 2 7 8

    P b l i c a 1 0 3 0 1 0 5 7 1 0 0 4 1 2 3 7 1 2 7 2 1 2 6 3 1 4 4 1 1 4 6 8 1 5 3 7 1 5 2 7 1 6 7 2 1 7 2 4 2 0 0 7 2 2 0 7

    P r i v a d a 1 9 4 3 1 7 9 4 1 8 0 0 1 7 1 1 1 7 0 9 1 5 9 5 1 6 6 4 1 7 8 8 1 9 3 4 1 9 4 6 2 1 9 4 2 4 5 9 2 6 7 2 3 0 7 1

    1 9 9 1 1 9 9 2 1 9 9 3 1 9 9 4 1 9 9 5 1 9 9 6 1 9 9 7 1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4

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    A Trajetria dos Cursos de Graduao na Sade

    4 7 8

    A figura acima revela que as IES privadas tm se destacado quanto

    formao de um nmero maior de assistentes sociais quando comparadass IES pblicas. Ritmo acelerado revelado a partir de 2001, resultadoda poltica de expanso j mencionada. Ambas iniciaram, gradativamente,uma curva ascendente, por volta do ano 2002 nas IES pblicas e, bem maiscedo (1997 1998), nas IES privadas.

    Figura 7. Tendncias do nmero de concluintes dos cursos de graduaopresenciais de Servio Social, por organizao acadmica

    0

    1 0 0 0

    2 0 0 0

    3 0 0 0

    4 0 0 0

    5 0 0 0

    6 0 0 0

    T o t a l U n i ve rs i d a d e

    C e n t r o U n i ve r s i t r io F a c u l d a d e s I n t e g r a d a s

    F a c u ld a d e s E s c o la s , In s ti tu t o s

    Tota l 2 9 7 3 2 8 5 1 2 8 0 4 2 9 4 8 2 9 8 1 2 8 5 8 3 1 0 5 3 2 5 6 3 4 7 1 3 4 7 3 3 8 6 6 4 1 8 3 4 6 79 5 2 7 8

    Univers idade 2 0 3 1 2 1 5 8 2 1 0 9 2 3 2 5 2 2 5 2 2 1 3 2 2 3 7 6 2 5 0 8 2 7 2 7 2 7 2 8 3 0 8 9 3 1 6 7 3 5 81 3 8 8 1

    Cen tro Univ ers itrio 5 7 1 2 8 1 7 3 1 8 8 2 0 2 1 8 0 2 9 3 3 4 2 4 6 9

    Facu ldades I n tegradas 5 0 7 3 0 2 2 7 4 2 1 4 3 4 3 2 3 3 2 3 7 1 8 2 2 4 5 2 7 3 3 0 2 3 4 1 3 6 3 4 3 4

    Facu ldades Es co las, Ins t itutos 4 3 5 3 9 1 4 2 1 4 0 9 3 8 6 4 3 6 3 6 4 3 9 3 3 1 1 2 7 0 2 9 5 3 8 2 3 9 3 4 9 4

    1 9 9 1 1 9 9 2 1 9 9 3 1 9 9 4 1 9 9 5 1 9 9 6 1 9 9 7 1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 03 2 0 0 4

    Quando o nmero de concluintes distribudo por organizao acadmica,

    vemos que as universidades formam, no Brasil, o nmero majoritrio de assistentessociais (3.881 em 2004), ficando os demais visivelmente aqum, no chegando,cada, a 500 em 2004. Destacam-se pelo crescimento expressivo os centrosuniversitrios que receberam esta denominao em 1997, com um crescimentosignificativo a partir deste ano.

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    SERVIO SOCIAL E ORIENTAO

    4 7 9

    Tabela6.

    Nmerodec

    oncluintes,nmerodeingressanteserelaoentre

    onmerodeconcluintes

    ede

    ingressantesquatroanosantes(%)emc

    ursos

    presenciaisemS

    ervioS

    ocial,porregiogeogrfica

    Regio

    1991

    1992

    1993

    1994

    199

    5

    1996

    1997

    1998

    19

    99

    2000

    2001

    2002

    2

    003

    Norte

    Concluintes

    101

    95

    173

    198

    19

    2

    168

    170

    241

    233

    186

    190

    325

    2

    74

    Ingressantes

    1.0

    6

    9

    1.1

    31

    1.2

    81

    1.3

    56

    1.3

    31

    1.3

    96

    1.2

    73

    1.2

    59

    1.3

    96

    1.3

    37

    1.6

    61

    1.7

    96

    2.0

    57

    Concl./Ingr.

    18,5

    16,9

    13,1

    12,5

    3

    18,1

    16

    ,7

    14,6

    15,1

    23,3

    2

    0,5

    Nordeste

    Concluintes

    666

    744

    673

    765

    73

    9

    735

    865

    788

    871

    885

    955

    989

    1.0

    33

    Ingressantes

    5.0

    7

    3

    5.2

    98

    5.7

    26

    5.9

    66

    5.7

    14

    5.6

    23

    5.3

    04

    5.8

    83

    5.9

    21

    5.9

    41

    6.1

    81

    6.3

    46

    6.8

    00

    Concl./Ingr.

    15,1

    13,9

    12,8

    14,5

    13,8

    15

    ,5

    16,7

    16,2

    16,7

    1

    7,4

    Sudeste

    Concluintes

    1.5

    8

    0

    1.3

    45

    1.2

    69

    1.4

    28

    1.4

    30

    1.4

    42

    1.4

    77

    1.5

    75

    1.6

    53

    1.6

    30

    1.7

    67

    2.0

    29

    2.1

    20

    Ingressantes

    8.3

    1

    2

    7.5

    01

    7.6

    50

    7.8

    87

    8.1

    64

    8.3

    05

    9.1

    39

    9.0

    69

    9.5

    01

    9.8

    32

    10.7

    91

    11.9

    35

    14

    .244

    Concl./Ingr.

    17,1

    7

    19,1

    18,8

    18,7

    2

    19,3

    19

    ,9

    17,8

    19,5

    21,3

    2

    1,6

    Sul

    Concluintes

    355

    434

    473

    403

    45

    1

    368

    405

    460

    506

    608

    752

    639

    9

    39

    Ingressantes

    3.2

    7

    6

    3.0

    18

    2.8

    41

    2.6

    30

    2.8

    36

    2.9

    24

    3.3

    93

    3.6

    45

    4.1

    83

    4.7

    14

    5.4

    86

    6.6

    32

    7.1

    48

    Concl./Ingr.

    12,3

    0

    14,9

    12,9

    15,4

    16,2

    17

    ,3

    17,9

    20,6

    15,2

    7

    1

    9,9

    Centro-Oeste

    Concluintes

    271

    233

    216

    154

    16

    9

    145

    188

    192

    208

    164

    202

    201

    3

    13

    Ingressantes

    1.4

    2

    6

    1.1

    89

    1.0

    58

    996

    98

    2

    989

    1.0

    43

    1.0

    72

    1.1

    20

    1.4

    38

    1.4

    80

    1.5

    57

    1.7

    37

    Concl./Ingr.

    10,7

    9

    14,21

    13,7

    18,8

    19,5

    21

    ,0

    15,7

    18,8

    17,9

    2

    1,8

    BRASIL

    Concluintes

    2.9

    7

    3

    2.8

    51

    2.8

    04

    2.9

    48

    2.9

    81

    2.8

    58

    3.1

    05

    3.2

    56

    3.4

    71

    3.4

    73

    3.8

    66

    4.1

    83

    4.6

    79

    Ingressantes

    19.15

    6

    18.1

    37

    18.5

    56

    18.8

    35

    19.0

    27

    19.2

    37

    20.1

    52

    20.9

    28

    22.

    121

    23.2

    62

    25.5

    99

    28.2

    66

    31

    .986

    Concl./Ingr.

    15,4

    16,43

    15,4

    0

    16,4

    8

    17,1

    18

    ,0

    17,2

    3

    18,4

    7

    18,9

    2

    0,1

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    Quando os ingressantes so distribudos por regio geogrfica, o panoramarevela outras nuanas, sobretudo quando os ingressos so cotejados com os queconcluram o curso de Servio Social. A Regio Norte teve um crescimento lentode ingressantes em todo o perodo analisado, com poucas oscilaes. O mesmopode se dizer da Regio Nordeste, embora o nmero de ingressos ter sido semprebem maior, desde 1991, chegando a ser 342,8% maior em 2004 do que o daRegio Norte. A Regio Sudeste teve o maior nmero de ingressantes (14.244em 2004) de todas as regies, com destaque para um aumento em 2003 e 2004,crescimento tambm verificado no Centro-Oeste, embora esta regio apresenteo menor nmero de ingressantes de todo o Brasil. Os nmeros totais evidenciamum incremento significativamente maior a partir de 1999, resultado da poltica deexpanso do Ensino Superior, visvel, sobretudo, nas universidades federais quevm gradativamente aumentando suas vagas.

    A Tabela 6 tambm permite evidenciar a evaso de alunos concluintes emrelao aos que ingressaram quatro anos antes. As Regies Norte, Sudeste eCentro-Oeste acompanham a taxa de evaso nacional, em torno de 20%, sendo aNordeste a menor, ou seja, 17,4% em 2004.

    Caractersticas do estudante dos cursos de ServioSocial no Brasil

    Segundo resultados coletados a partir do questionrio socioeconmicorespondido em 2004 e 2005 por ocasio do Exame Nacional de Desempenho dosEstudantes ENADE, em relao ao perfil dos alunos de Servio Social, 56,3%dos ingressantes nas IES pblicas e 59,0% nas IES privadas se reconhecem comobrancos, concentrando-se estes em 82,1% na Regio Sul, resultado do processomigratrio iniciado no sculo XIX, que trouxe diferentes etnias caucasianas para osEstados do Paran, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. So poucos os estudantesde Servio Social que se reconhecem negros, sendo que somente 7,2% estudamnas IES pblicas e 10,3% nas IES privadas. A maior parte dos negros encontra-se

    na Regio Nordeste (13,0%), seguida da Sudeste (11,2%). reduzido o nmerode alunos amarelos e de origem indgena, tanto nas IES pblicas (3,3%) como nasprivadas (2,4%).

    A grande maioria dos alunos de Servio Social, ao iniciarem o curso, tantonas IES pblicas (86,6%) como nas privadas (68,8%), no tm filhos, revelandoo ingresso no Ensino Superior brasileiro de uma camada jovem da populao.Vale lembrar que cerca de 60% dos ingressantes na educao superior brasileirapertencem a faixa etria considerada correta, ou seja: 18 a 24 anos (Brasil, 2005).Somente 2,3% dos ingressantes das IES pblicas tm mais de trs filhos, em

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    liam de seis a oito livros por ano. Revelam-se como destaque as obras literrias defico, com 19,4% para ingressantes das IES pblicas, e os livros de auto-ajuda,com 19,9% para os ingressantes das IES privadas. Alunos da Regio Nordestelem mais obras literrias de fico, os da Regio Centro-Oeste, mais livros deno-fico, os da Regio Sul lem mais livros tcnicos e os da Regio Norte, maislivros de auto-ajuda.

    Alunos de Servio Social de IES privadas lem mais jornais do que os dasIES pblicas. Os percentuais de leitura dos alunos concluintes aumentam emtodas as categorias em relao aos alunos ingressantes, seja a leitura diria, sejaalgumas vezes por semana ou somente aos domingos. Os alunos da RegioSul (26,1%) lem mais jornais diariamente, e 42,2% dos da Regio Nordeste lem

    jornais raramente.Em relao aos diferentes meios de comunicao para atualizao sobre

    acontecimentos do mundo contemporneo, a TV o veculo mais apontado pelosalunos de todas as regies, destacando-se como extremos a Regio Nordeste(68,3%) e a Regio Sul (51,5%).

    Para a realizao de pesquisa para as disciplinas do curso, o acervo dabiblioteca apontado como fonte privilegiada de consulta. Dentre os que utilizama biblioteca com razovel freqncia e muito freqentemente destacam-se osalunos das IES privadas, havendo menor incidncia na Regio Sudeste (67,7%).

    O microcomputador nunca usado por 7,5% dos alunos da Regio Sudestee, de forma geral, usado s vezes por aproximadamente 70% deles em todasas cinco regies. A Internet mais acessvel para os alunos das IES privadas,sobretudo pelos que so concluintes (91,7%). Em relao s instituies pblicas,86,1% fazem uso deste recurso. Os alunos das IES pblicas apresentam percentualmais elevado do uso do computador, seja em casa, no trabalho ou na instituiode ensino.

    Desafios, tendncias e perspectivasO final do milnio passado foi um perodo profundamente marcado pelo

    processo de globalizao em que se revelaram importantes transformaesestruturais que apontam para uma realidade multifacetada, em que dimenseseconmicas, sociais, polticas, culturais, religiosas e jurdicas esto imbricadas demodo complexo e heterogneo. As conseqncias desse processo, amplamenteconhecidas, remetem ao aumento da excluso social e, tambm, espacial; brutal concentrao de renda; ao achatamento salarial; debilitao de antigas

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    identidades e formas de solidariedade de classe; ao crescimento das correntesmigratrias internacionais; intensificao da degradao ambiental; aoconsumismo desenfreado; ao surgimento de fundamentalismos como afirmaode identidade dos no-includos, dentre outras conseqncias.

    nesse contexto de grandes desafios que o assistente social se insere,enquanto executor de polticas sociais na relao direta com a populao usuria.Dele exigido o deciframento competente da realidade, a construo de propostasde trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos. Dele esperadoque seja um trabalhador qualificado no s na esfera da execuo, mas tambmna formulao e gesto de polticas sociais, pblicas e empresariais. Em suma:um profissional propositivo, com slida formao tica, capaz de contribuir tanto

    ao esclarecimento dos direitos sociais, quanto aos meios de exerc-los, o que s possvel se for dotado de ampla bagagem de informaes, permanentementeatualizada, para se situar em um mundo globalizado (Iamamoto, 1999).

    Um profissional com este perfil enseja um processo de formao profissionalda melhor qualidade em face dos imensos desafios que se colocam hoje aoassistente social. A educao superior, ainda privilgio de minorias no nosso Pas,passa, outrossim, por um processo que inevitavelmente remete para reflexesenquanto protagoniza, a partir de 1996, a mais ampla e profunda reforma doEnsino Superior no Brasil parametrada pela polmica Lei de Diretrizes e Bases daEducao Nacional e assumida pelos ltimos governos eleitos no Pas.

    Neste contexto, vemos uma reduo gradativa da esfera estatal e ofortalecimento das iniciativas privadas, tanto no financiamento, quanto na formulaoe execuo de polticas consideradas pblicas. Por outro lado, vemos o crescimentoacelerado de cursos e vagas em IES privadas, nas quais os interesses do mercadotm se sobrepujado aos de uma formao cidad. Este um grande desafio queconvoca a sociedade brasileira reflexo e ao efetiva para ampliao de umaeducao superior de qualidade para todos.

    Importantes assimetrias regionais revelam a necessidade de reordenamentode prioridades quando se pensa em polticas de enfrentamento de desigualdades

    to marcantes como as do nosso Pas, sobretudo quando se comparam informaessobre a Regio Sudeste e Centro-Oeste.

    de importncia capital, sobretudo, focar a busca pela qualidade daeducao superior brasileira para que a agressiva poltica de expanso do sistemapossa vir a ser, tambm, uma expanso que se reflita em qualidade e competnciados profissionais por ela formados.

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    SERVIO SOCIAL E ORIENTAO

    4 8 5

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    SERVIO SOCIAL E ORIENTAO

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    Marcella Guimares Assis Tirado

    Doutora, docente da Universidade Federal de Minas Gerais.

    Marta Carvalho de Almeida

    Doutora, docente da Universidade de So Paulo.

    Roseli Esquerdo Lopes

    Doutora, docente da Universidade Federal de So Carlos.

    Sandra Maria Galheigo

    Doutora, docente da Universidade de So Paulo.

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    O ensino de Terapia Ocupacional no Brasil vem construindo uma intensatrajetria nos ltimos cinqenta anos que compreende: (i) a criao dos primeiroscursos de Terapia Ocupacional no Brasil e sua transformao de curso tcnicoem curso de nvel superior; (ii) a redao dos primeiros currculos mnimos e aelaborao das diretrizes curriculares; (iii) o estabelecimento dos Padres Mnimosde Qualidade do Ensino e dos mecanismos de avaliao do Ensino Superior, dentreeles os estabelecidos pelo Sistema Nacional de Avaliao da Educao Superiorem vigor; (iv) a criao dos Encontros Nacionais de Docentes, bianuais, e (v) afundao da primeira associao de ensino em Terapia Ocupacional (Reneto).

    Esta trajetria tem, portanto, sido marcada pela preocupao com um EnsinoSuperior de qualidade que atenda s necessidades da formao de recursos

    humanos em sade, assim como garanta a formao de um profissional devidamentequalificado para uma atuao social, crtica e responsvel. Assim, a oportunidadede revisar a trajetria de formao desses profissionais no Brasil constitui-se comopossibilidade de identificar relaes entre o pretendido e o realizado, e trazer luzalguns elementos que podero servir de base para futuros estudos e/ou medidasde aperfeioamento.

    O estudo ora apresentado se prope a realizar uma primeira incurso nosdados do Censo do Ensino Superior e do perfil do estudante, levantados peloExame Nacional de Desempenho dos Estudantes, buscando analisar aspectosrelativos oferta e procura dos cursos de Terapia Ocupacional no Pas conhecer

    o fluxo de ingressantes e concluintes, na perspectiva de apreender os elementosdesta dinmica e apresentar o perfil bsico do estudante de Terapia Ocupacional.

    A anlise tem por objetivo estabelecer nexos acerca da distribuio regional, dooferecimento do ensino publico e privado e da caracterizao acadmica dasinstituies de Ensino Superior que oferecem cursos de Terapia Ocupacional. Destaforma, busca contextualizar o Ensino Superior em Terapia Ocupacional, analisandoas tendncias e as perspectivas da formao do terapeuta ocupacional no Pas.

    Origem e histria do ensino de Terapia Ocupacionalno Brasil

    Na dcada de 50 do ltimo sculo se situa a gnese do processo desurgimento de diversos profissionais da sade, inclusive dos terapeutasocupacionais. Com algumas dcadas de atraso em relao aos pases centrais daeconomia ocidental, e objetivando o trabalho na rea de reabilitao, iniciaram-seno Pas alguns cursos visando formao de terapeutas ocupacionais, definidos

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    como profissionais que exerceriam funes intermedirias (Brasil, 1974), emcontraposio a funes de nvel superior. Repete-se, em nosso Pas, o eixointernacional inicial, predominantemente voltado para o treinamento do profissionalde ajuda, vocacional e missionrio, ficando relegados a um segundo plano osaspectos tcnicos e/ou cientficos (Lopes, 1991; Hahn, 1999).

    Em 1963, o Conselho Federal de Educao CFE, por meio do Parecer n388/63, homologado pela Portaria n 511/64 do Ministrio de Educao e Cultura

    MEC, justificava que as matrias bsicas para a formao daqueles tcnicosdeveriam ser resumidas ao indispensvel, compreenso e boa execuo dosatos teraputicos que os diplomados seriam chamados a praticar (Brasil, 1974,p. 205), fixando um currculo mnimo1 para cujo cumprimento estabeleceu-se uma

    carga horria mnima de 2.160 horas, a serem integralizadas em trs anos letivos.Seguiu-se a esses eventos um longo perodo no qual se buscou consolidar

    progressivamente um vis tcnico, cientfico, apoiado, de um lado, em uma vertentehumanstica (psicanlise, psicologia, sociologia, etc.) e, de outro, em um embasamento,mesmo frgil, nas tcnicas mdicas e nas cincias biolgicas em geral (Lopes, 1991).Esse rumo foi bastante similar ao que havia tomado a profisso nos Estados Unidos,Canad e Inglaterra. A semelhana do caso brasileiro com estes pases compreensvel luz da conjuntura poltica e econmica, pois se optou por compatibilizar as polticaspblicas arrancada para o desenvolvimento, defendida por governos que pretendiamintegrar o Brasil modernidade econmica, tecnolgica e cientfica internacionais. Isso

    trouxe conseqncias para as reas sociais e, em particular, para a rea da sade, naqual a incorporao desses novos elementos passou a fazer parte do discurso e daspropostas oficiais para as profisses emergentes. Estas profisses, como no caso dospases desenvolvidos economicamente, buscavam tambm lutar por sua legitimao,pela ampliao de espaos de atuao e pela mudana da formao profissional parao nvel superior. Em 1969, tem-se um marco documental importante com o Decreto-Lei n 938, que regulamentou a Terapia Ocupacional como profisso de nvel superior(Lopes, 1991).

    A partir dessa poca, o processo de profissionalizao dos terapeutasocupacionais incorporou a luta pela criao de Conselhos, de cunho governamental,que assumissem a funo de regulamentao e fiscalizao do exerccioprofissional. Essa tarefa culminou com a efetiva instaurao, em 1978, do ConselhoFederal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional COFFITO e, subseqentemente,de Conselhos Regionais.

    1 O currculo mnimo para o curso de Terapia Ocupacional era composto por: a. Matrias comuns [aos cursos de Fisioterapia e TerapiaOcupacional]: Fundamentos de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, tica e Histria da Reabilitao e Administrao Aplicada; b. (...)Matrias especficas do curso de Terapia Ocupacional: Terapia Ocupacional Geral e Terapia Ocupacional Aplicada (Brasil, 1974, p.205).

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    Portanto, no incio dos anos 80, a partir de uma proposta mais abrangentede perfil profissional, e considerando os padres internacionais da FederaoMundial de Terapeutas Ocupacionais (World Federation of Occupational Therapists

    WFOT, 1971), a ATOB, por meio de sua Comisso de Ensino, aglutinou escolas eentidades cientficas, profissionais e culturais para estudar e debater sobre possveismodificaes no currculo mnimo (Lopes, 1990). Dessas discusses emergiramposies prximas s defendidas inicialmente pelas entidades: o trabalho dosprofissionais deveria enfocar as trs fases de ateno sade preveno, curae reabilitao e os novos currculos deveriam prover condies de existncia ecredibilidade para a profisso (Lopes, 1991). Com base nessas posies, a ATOBelaborou e encaminhou ao MEC, por intermdio do COFFITO, as novas propostasde currculo mnimo para a formao de profissionais dessas reas.

    O Parecer n 622/82 do CFE, de 3 de dezembro de 1982, define o terapeutaocupacional como o profissional da equipe de sade que faz uso especfico deatividades expressivas, ldicas, artsticas, vocacionais, artesanais e de auto-manuteno. Avalia, previne e trata indivduos que, por disfuno de origem fsicae/ou mental e/ou social e/ou de desenvolvimento, apresentam alteraes de suasfunes, com o objetivo de promoo da sade e da qualidade de vida. Avalia asalteraes apresentadas pelo paciente nas relaes interpessoais, de trabalho e delazer decorrentes de sua disfuno especfica. Cria, desenvolve e acompanha osprogramas teraputicos, selecionando mtodos, tcnicas e recursos apropriados

    (Brasil, 1982, p.2).A Resoluo n 4/83 do CFE, de 28 de fevereiro de 1983, fixou o novo currculo

    mnimo do curso. A primeira anlise coletiva das conseqncias da implantao donovo currculo mnimo efetivou-se em agosto de 1986, durante o I Encontro Nacionalde Docentes de Terapia Ocupacional, realizado em Belo Horizonte. Constatou-se que com a implantao do Currculo Mnimo, foi possvel grande parte dasescolas priorizar o ciclo profissionalizante com uma carga horria maior (Emmel etal., 1986, p.17). Portanto, reforou-se, ao menos num primeiro momento, o peso dociclo profissionalizante, ou seja, da formao tcnico-cientfica.

    A elaborao e a implantao das diretrizes curricularespara a Terapia Ocupacional

    Desde 1996, os terapeutas ocupacionais brasileiros, via o dilogo constantecom as Comisses de Especialistas de Ensino de Terapia Ocupacional (CEETO)da Secretaria de Ensino Superior (SESu) do MEC, encarregadas de assessorar

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    a SESu na anlise dos processos de autorizao e reconhecimento de cursose credenciamento de instituies (Brasil, 2000, 2001), buscaram utilizar essainstncia para firmar seus princpios sobre a formao do terapeuta ocupacional(Galheigo, 2000; Hahn & Lopes, 2003). O processo de definio dos parmetrospara autorizao, avaliao e reconhecimento dos cursos, assim como dasdiretrizes curriculares, foi conduzido democraticamente pelas CEETOs, apesardas dificuldades encontradas. Foram construdos instrumentos capazes deformalizar a estrutura e o funcionamento dos cursos, baseado nos padres dequalidade consensualmente definidos nos encontros nacionais de docentes deTerapia Ocupacional. Assim, desde o final de 1998, os seguintes documentosforam discutidos e aprovados pelos docentes: Diretrizes Curriculares, Padres deQualidade, Formulrio de Autorizao de Funcionamento, Formulrio de Avaliao

    de Novos Cursos, Indicadores de reas de Conhecimento e Roteiro de Verificaopara Reconhecimento.

    As diretrizes definem que os contedos essenciais para o Curso deGraduao em Terapia Ocupacional devem estar relacionados com todo o processosade-doena do cidado, da famlia e da comunidade, integrado realidadeepidemiolgica e profissional, proporcionando a integralidade das aes do cuidarem Terapia Ocupacional. Os contedos devem contemplar: I. Cincias Biolgicase da Sade incluem-se os contedos (tericos e prticos) de base moleculares ecelulares dos processos biolgicos normais e alterados, da estrutura e funo dos

    tecidos, rgos, sistemas e aparelhos. II. Cincias Sociais e Humanas abrangeo estudo dos seres humanos e de suas relaes sociais, do processo sade-doena nas suas mltiplas determinaes, contemplando a integrao dos aspectospsicossociais, culturais, filosficos, antropolgicos e epidemiolgicos norteados pelosprincpios ticos. Tambm devero contemplar conhecimentos relativos s polticassociais. III. Cincias da Terapia Ocupacional incluem-se os contedos referentesaos fundamentos de Terapia Ocupacional, s atividades e recursos teraputicos, cinesiologia, cinesioterapia, ergonomia, aos processos sade-doena e aoplanejamento e gesto de servios, aos estudos de grupos e instituies e TerapiaOcupacional em diferentes reas de atuao (Brasil, 2002, p.3-4).

    Por fim, cabe lembrar que aps 2002 diversas mudanas vm se dandono mbito das funes e composies das comisses e grupos que atuam nainterlocuo com as instncias do governo federal ligadas s questes do ensino.

    Assim, importante considerar que para que se efetive a implantao dasdiretrizes curriculares, e para que avancemos na sua avaliao, necessrio queos processos de autorizao e reconhecimento de cursos, bem como os processosque compem a avaliao do Ensino Superior brasileiro, continuem sendodiscutidos e implementados no sentido de promover a qualidade da formao

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    Nmerodecursos

    Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

    A Regio Nordeste, que oferecia trs cursos em 1991 (Bahia, Pernambucoe Cear), passou a oferecer oito cursos, na medida em que foram criados um em

    Alagoas, dois no Maranho, um no Rio Grande do Norte e mais um no Estado dePernambuco. Trs Estados nordestinos (Piau, Paraba e Sergipe) no ofereciamcursos de Terapia Ocupacional at 2004.

    A regio com maior oferta de cursos a Regio Sudeste; 56,4% dos cursosdo Pas esto nessa regio. Dentre 22 novos cursos criados no perodo no territrionacional, 12 foram criados na Regio Sudeste, ou seja, 54,5 % destes. Esprito Santoteve seu primeiro curso criado em 2001. Minas Gerais e So Paulo, que ofereciamrespectivamente dois e quatro cursos, tiveram uma ampliao significativa paraseis e 13 cursos respectivamente, evidenciando que foi no Estado de So Pauloque mais se aumentou o nmero de cursos no Pas. O Estado do Rio de Janeiroapresentou variao negativa, ao ter dois de seus quatro cursos extintos.

    Na Regio Sul houve um crescimento que manteve o padro de distribuio

    entre seus Estados, ampliando de 1 para 2 o nmero de cursos em cada um deles(Paran, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). No Centro-Oeste foram criados doiscursos nesse perodo, sendo o primeiro em Mato Grosso do Sul, apenas em 1996,e o segundo em Gois, em 1999. Mato Grosso e Distrito Federal no ofereciamcursos de Terapia Ocupacional at 2004.

    Esses dados demonstram que embora se verifique no perodo uma expansoda oferta dos cursos de Terapia Ocupacional no Brasil, esse processo atingiualgumas unidades da federao, havendo, ainda em 2004, 11 delas sem oferta de

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    Em 2004, apenas quatro unidades da federao ofereciam cursos deTerapia Ocupacional em IES federais (Pernambuco, Minas Gerais, Paran e SoPaulo). At esse ano, tambm, apenas trs unidades da federao contavamcom cursos em instituies pblicas estaduais (Par, Alagoas e So Paulo, queconcentra trs deles).

    Quanto s diferentes formas de organizao acadmica universidade,centro universitrio, faculdades integradas e faculdades, escolas e institutos

    pode-se verificar que houve, no perodo, uma ampliao da distribuio doscursos entre as universidades e centros universitrios (Tabela 2). Em 2004, 24cursos estavam em universidades (oito pblicas, sendo quatro federais e quatroestaduais, e 16 privadas), sete em centros universitrios (privados), um em

    faculdade integrada (privada) e sete em faculdades, escolas e institutos (seisprivadas e uma pblica estadual).

    Tabela 2. Distribuio dos cursos por organizao acadmica das IES

    Organizao Acadmica 1991 2004

    n % n %

    Universidade 06 35,3 24 61,6

    Centro Universitrio - - 7 17,9

    Faculdade Integrada 02 11,7 1 2,6

    Faculdades, Escolas e Institutos 09 53 7 17,9

    necessrio lembrar que as variaes verificadas no mbito dos diferentestipos de organizao acadmica esto influenciadas pelo fato de houve, nesseperodo, deslocamento das IES para a categoria de Universidade e de Centro

    Universitrio devido ao grande movimento por busca de autonomia. Assim, partesignificativa do aumento de cursos em Universidades e Centros Universitrios podeser atribuda mudana de status das prprias IES que os ofereciam, conforme oGrfico 3. Entretanto, pode-se verificar que as faculdades isoladas so, depois dasuniversidades, as organizaes acadmicas mais freqentes das IES que oferecemcursos de Terapia Ocupacional.

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    Grfico 5. Evoluo das vagas e dos inscritos em cursos de TerapiaOcupacional no Brasil, segundo a categoria administrativa das IES, de 1991a 2004

    Considerando-se apenas as universidades pblicas, verificou-se que, em1991, 81,5 % das vagas estavam em IES federais e 18,5 % em estaduais. Em 2004essa distribuio de 54,9 % nas federais e 45,1 % nas estaduais, decorrendo,provavelmente, de uma maior variao no nmero de vagas em IES estaduais (de25 para 125) em relao s federais (de 110 para 152). No existem vagas em

    universidades pblicas municipais no perodo estudado.

    Em 1991 a maior parte das vagas de Terapia Ocupacional (62,4%) estavaem faculdades integradas e faculdades, escolas e institutos. Em 2004, ao contrrio,82,1% das vagas eram oferecidas por universidades e centros universitrios,confirmando a tendncia j discutida em relao distribuio dos cursos e,provavelmente, influenciada pelo contexto de mudana de status organizacionaldas IES, como afirmado anteriormente (Tabela 5).

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    Tabela 5. Distribuio das vagas nos cursos de Terapia Ocupacional pororganizao acadmica

    Organizao Acadmica 1991 2004

    n % n %

    Universidade 295 37,5 1569 62

    Centro universitrio - - 510 20,1

    Faculdade integrada 140 17,8 80 3,1

    Faculdades, escolas e institutos 350 44,6 371 14,6

    Os dados apresentados reforam a anlise colocada anteriormentee apontam que, no que se refere oferta, existem desigualdades regionaisimportantes, com impacto significativo na formao dos recursos humanos emsade e gerando reflexos na oferta de aes de sade populao. Igualmente,demonstram que o crescimento nacional do ensino privado tambm se deu noensino de Terapia Ocupacional.

    Inscritos em processos seletivos

    Evoluo da distribuio geogrfica dos inscritos no Brasil

    No Brasil, no perodo compreendido entre 1991 e 2004, o nmero de inscritospassou de 2.113 para 6.311, variando 198%. Houve elevao nesse nmero emtodas as regies do Brasil, ocorrendo a maior delas na Regio Sul, cujo aumento

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    foi de 289,7%, conforme apresentado na Tabela 6.

    Tabela 6. Variao dos inscritos nos cursos de Terapia Ocupacional por regiodo Brasil

    Regies 1991 2004 Variao

    TOTAL 2113 6311 198%

    Norte 362 877 142,3%

    Nordeste 370 735 98,6%

    Sudeste 1167 3725 219,2%

    Sul 214 834 289,7%

    Centro-Oeste - 140 -

    Em 1991, do total de inscritos no Pas, 55,2%, ou seja, a maior parte deles,se encontrava na Regio Sudeste. Essa situao foi mantida ao longo dos anos,alcanando no ano de 2004 o percentual de 59%. Considerando o nmero decursos da Regio Sudeste, bem como o nmero de vagas oferecidas em relaos demais, parece que a oferta da regio tem acompanhado proporcionalmente ocrescimento da demanda.Entre as unidades federativas dessa regio, So Pauloobteve a maior variao no nmero de inscritos (420,8%).

    Evoluo do nmero de inscritos por categoria administrativa e organizaoacadmica

    Nas IES pblicas o nmero de inscritos cresceu de 1.088, em 1991, para 4.011,em 2004, o que representou uma variao de 268,6%. Nas privadas aumentou de1.025 para 2.300, havendo uma variao menor, de 124,3%. Nota-se, tambm, queao longo do perodo a proporo de inscritos em IES pblicas em relao ao total deinscritos foi ampliada, chegando em 2004 a representar 63,5% deste (Tabela 7).

    Tabela 7. Distribuio de inscritos nos cursos de Terapia Ocupacional porcategoria administrativa

    Categoria Administrativa 1991 2004

    N % N %

    Pblica 1.088 51,4 4.011 63,5

    Privada 1.025 48,6 2.300 36,5

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    A maior procura pelos cursos de Terapia Ocupacional oferecidos por IESpblicas est claramente evidenciada no Grfico 5, onde se nota, tambm, que aolado desse crescimento de inscritos houve nestas um modesto aumento de vagas.Em comparao, o significativo aumento da oferta de vagas nas IES privadas notem acompanhado a demanda, o que pode sugerir uma tendncia de saturaodo setor privado, caso o crescimento de vagas continue na mesma proporo. Talentendimento pode ser reforado pela relao entre o nmero de candidatos e onmero de vagas, que ser apresentada a seguir. Um aspecto a ser mais bemcompreendido, que emerge dos dados j apontados, refere-se influncia do setorpblico na disponibilidade de recursos humanos em Terapia Ocupacional no Pas.Considerando a responsabilidade do setor pblico pela regulao da formaode recursos humanos para o setor sade, parece ser fundamental que planos eestratgias nesse sentido considerem essa influncia, especialmente na rea deTerapia Ocupacional.

    No que se refere s diferentes organizaes acadmicas, verificou-se noperodo um aumento de inscritos em universidades, o que compatvel com aexpanso numrica dessas IES e das correspondentes vagas nelas institudas.

    Distribuio da relao candidato/vaga segundo a categoria administrativa

    Como exposto acima, considerando-se o perodo estudado nota-se umimportante aumento da demanda para os cursos de Terapia Ocupacional nasIES pblicas, enquanto h diminuio da relao entre procura e oferta nas IESprivadas. Em 1991, nas IES pblicas a relao candidato vaga era de 6,59, tendoaumentado para 13,5 em 2004. Nas privadas, esses nmeros so 1,65 e 1,03 para1991 e 2004, respectivamente (Tabela 8).

    Tabela 8. Relao candidato/vaga nos cursos de Terapia Ocupacional porcategoria administrativa

    Categoria Administrativa 1991 2004

    Total 2,69 2,49

    Pblica 6,59 13,5

    Privada 1,65 1,03

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    Verifica-se que, no perodo, a relao candidato vaga aumentou para asIES pblicas e diminuiu para as IES privadas, provavelmente influenciada peloaumento significativamente maior de oferta nestas ltimas (260%) em relao sIES pblicas (80%).

    Matrculas

    Evoluo da distribuio de matrculas no Brasil

    As matrculas nos cursos de Terapia Ocupacional aumentaram de 2.114, em1991, para 5.385, em 2004, havendo uma variao de 154,7% (Tabela 9).

    Tabela 9. Variao das matrculas em cursos de Terapia Ocupacional porregio do Brasil

    1991 2004 Variao

    TOTAL 2.114 5.385 154,7%

    Norte 140 156 11,4%

    Nordeste 347 1.490 329,4%Sudeste 1.181 2.565 117,2%

    Sul 446 592 32,7%

    Centro-oeste - 582 -

    Entre as regies do Pas, a maior mudana numrica ocorreu no nordeste,que ampliou significativamente seu nmero total de matriculados, variando 329,4%.

    A regio que menos aumentou o nmero de matriculados foi a Regio Sul, comopoderia se supor atravs dos dados apresentados anteriormente.

    Relao entre as matrculas em cursos de Terapia Ocupacional e a populaode 18 a 24 anos em 2004

    A Tabela 10 mostra a distribuio regional da relao entre o nmero dematrculas em Terapia Ocupacional e as representaes percentuais da populaode 18 a 24 anos do ano de 2004, constantes da Pesquisa Nacional por Amostra deDomiclio PNAD, 2004, do IBGE. Nota-se que a Regio Norte representa apenas2,9% das matrculas em Terapia Ocupacional do Brasil, enquanto apresenta 8,6%de faixa etria apropriada.

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    Tabela 10. Distribuio das matrculas em cursos de Terapia Ocupacional epopulao de 18 a 24 anos por regio do Brasil

    Regio Matriculas % Populao %

    Brasil 5385 100 24.072.318 100

    Norte 156 2,9 2.073.628 8,6

    Nordeste 1490 27,7 7.173.109 29,8

    Sudeste 2565 47,6 9.871.632 41,0

    Sul 592 11 3.214.581 13,4

    Centro-Oeste 582 10,8 1.739.068 7,2

    A Regio Sudeste, por sua vez, tem 47,6% das matrculas, mas 41% da faixaetria apropriada, o que mostra, mais uma vez, haver uma desigualdade regionalimportante no que se refere oferta do ensino em Terapia Ocupacional. Excetonas Regies Sudeste e Centro-Oeste, o percentual de matrculas nos cursos deTerapia Ocupacional mais baixo do que a percentual da populao de 18 a 24anos, considerada apropriada para o ingresso no Ensino Superior.

    Ingressantes

    Evoluo da distribuio dos ingressantes no Brasil

    Em 1991, ingressaram nos cursos de Terapia Ocupacional do Brasil 646estudantes e, em 2004, 1.523. Considerando os nmeros relativos ao territrionacional, essa evoluo aconteceu de maneira irregular, sendo verificados aumentose diminuies ao longo do perodo compreendido entre 1991 e 2004. De 1991 a 1996houve evidentes variaes numricas e, a partir dessa data, at o ano de 2002, ocrescimento do nmero de ingressantes foi pequeno, mas constante (Grfico 6).

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    Grfico 7. Evoluo dos ingressos em cursos de Terapia Ocupacional noBrasil, por regio, de 1991 a 2004

    A Regio Nordeste, mesmo tendo apresentado um declnio no nmero

    de ingressos em 2003 e 2004, foi a regio brasileira na qual a variao foi maissignificativa, atingindo 275,3%, como pode se verificar na Tabela 11.

    Tabela 11. Variao dos ingressos em cursos de Terapia Ocupacional de 1991a 2004, por regio do Brasil

    Regio 1991 2004 Variao %

    Norte 30 40 33,3

    Nordeste 81 304 275,3

    Sudeste 345 817 136,8

    Sul 190 250 31,6

    Centro-Oeste 0 112 -

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    A Trajetria dos Cursos de Graduao na Sade

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    Considerando-se as unidades da federao, Pernambuco foi quem maisaumentou o ingresso, com variao de 455,6%, seguido por Minas Gerais com

    321,7%. Os Estados que variaram negativamente o nmero de ingressos foramParan (-36,3%) e o Rio de Janeiro (-33,8%). =

    Evoluo do nmero de ingressantes segundo a categoria administrativa eorganizao acadmica

    Ingressaram em IES pblicas 133 e 297 estudantes respectivamente, em 1991e 2004. Nas IES privadas ingressaram, em 1991, 513 estudantes e, em 2004, 1226.

    Tabela 12. Distribuio dos ingressos em cursos de Terapia Ocupacional de

    1991 a 2004, por categoria administrativa

    Categoria Administrativa 1991 2004

    n % n %

    Pblicas 133 20,6 297 19,5

    Privadas 513 79,4 1226 80,5

    Embora se note que os percentuais de representao dos ingressantes nas

    IES pblicas e privadas apresentem pouca mudana, considerando-se apenasos anos de 1991 e 2004, necessrio lembrar que devido irregularidade docrescimento do conjunto, esse percentual tambm variou ao longo desse perodo.

    Em 1991, 36,2 % dos ingressantes nos cursos de Terapia Ocupacional o fizeramem universidades, sendo 44% nas pblicas e 56% nas privadas. J em 2004, 66,1%destes estavam em universidades, sendo 27,5% nas pblicas e 72,5% nas privadas.

    Considerando-se apenas as universidades pblicas, temos que, em 1991, 75,7%de ingressantes estavam nas IES federais e 24,3% nas IES estaduais. Em 2004, 54,9%dos ingressantes estavam nas IES federais e 45,1% nas IES estaduais, confirmando

    que houve maior crescimento e aproveitamento de oferta entre estas ltimas.Os ingressantes em centros universitrios e faculdades foram 63,8% em

    1991, sendo 7,3% nas pblicas e 92,7% nas privadas. Em 2004, foram 33,9%,sendo 3,9% nas pblicas e 96,1% nas privadas.

    Evoluo da relao ingressante/vaga segundo as categorias administrativas

    Houve, no perodo estudado, uma diminuio no preenchimento das vagasoferecidas pelos cursos de Terapia Ocupacional, considerando-se a totalidade doterritrio nacional e todos os diferentes tipos de IES.

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    Grfico 8. Evoluo de vagas, inscritos e ingressos em cursos de TerapiaOcupacional no Brasil, de 1991 a 2004

    Concluintes

    Evoluo da distribuio geogrfica dos concluintes no Brasil

    No Brasil, em 1991, concluram os cursos de Terapia Ocupacional 280estudantes, enquanto que em 2004 foram 897. Esse nmero chama a ateno parao que j se apontou anteriormente quanto s dimenses numricas do universoabordado e refora a noo de que resulta do processo de formao de terapeutasocupacionais no Brasil um nmero bastante pequeno de potenciais profissionais.

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    A distribuio do nmero de concluintes por categoria administrativadas IES pode ser melhor visualizada na Tabela 15, atravs da qual se mostrao pequeno aumento no nmero de concluintes no ensino pblico, ao lado doaumento acentuado de concluintes no ensino privado, confirmando a tendnciaprivatista que caracterizou o Ensino Superior desde a Lei de Diretrizes e Basesda Educao, de 1996.

    Grfico 10. Evoluo de concluintes em cursos de Terapia Ocupacional noBrasil, por categoria administrativa, de 1991 a 2004

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    Nota-se, portanto, que embora tenha havido diminuio da participao deconcluintes das IES pblicas no cenrio nacional (de 29,3% para 16,7%), no sepode atribu-lo a uma elevao na evaso dos alunos dessas IES, ou a qualquerprocesso que resulte em menor nmero de concluintes em relao a ingressantescomo fenmeno geral. Provavelmente, o fenmeno ocorre relacionado ao menorcrescimento do setor pblico na formao de terapeutas ocupacionais brasileiros.

    Perfil dos alunos de Terapia Ocupacional querealizaram o Exame Nacional de Desempenho dos

    Estudantes ENADEO ENADE, como um dos procedimentos de avaliao do Sistema Nacional

    de Avaliao da Educao Superior SINAES, tem sido considerado um dosindicadores necessrios para dimensionar e avaliar as polticas pblicas de educaono Ensino Superior. A incluso de todos os cursos da rea da sade representouum avano dentro dessa proposio e trouxe, para a Terapia Ocupacional, umaprimeira experincia nesse sentido.

    Os dados apresentados e discutidos a seguir so referentes aos estudantesdos cursos de Terapia Ocupacional no ano de 2004, que totalizam 1.087 ingressantese 772 concluintes. Estes, alm de responderem prova proposta na ocasio,tambm responderam ao questionrio do qual foram extradas as informaes quea seguir so apresentadas.

    Os alunos concluintes da rea de Terapia Ocupacional so, em maioria,do sexo feminino (94,2%). Entre os alunos ingressantes, esse padro tambm recorrente, com o percentual de 93,3%. Ressalta-se que mesmo constituindo-se em uma graduao predominantemente cursada por mulheres, o percentualde homens entre os alunos ingressantes (6,7%) ligeiramente maior que entreos concluintes (5,8%). Os concluintes tm mdia de idade de 25,2 anos (d.p. =

    5,7). Entre os ingressantes a mdia de idade de 22,5 anos (d.p. = 6,7), havendopredomnio de solteiros (87%).

    Os resultados apontam uma maioria de estudantes ingressantes e concluintesque se declararam brancos, 69,8 % e 73,8 % respectivamente. Destaca-se que aporcentagem de brancos na populao urbana brasileira de 56,2% (IBGE, 2004).Entre os ingressantes, 21,1% se declararam pardos, 5,1% negros, 3,7% amarelose 0,4% indgenas. E entre os concluintes, 18,2 % se declararam pardos, 2,8%negros, 3% amarelos e 2,2% indgena.

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    Apesar de a maioria dos alunos se declarar branca, existe entre os ingressantesuma maior porcentagem de alunos (4,9%) que se declaram negros se comparada porcentagem dos concluintes. Algumas hipteses explicativas podem ser construdassobre essa diferena encontrada entre ingressantes e concluintes. Uma possibilidade que tais resultados apontem para uma discreta tendncia de maior insero dealunos negros na rea de Terapia Ocupacional. Outra possibilidade que alunosque anteriormente no se declarariam pardos, mulatos e/ou negros sentiram-semais fortalecidos e afirmados em relao