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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE
ANDREZA SILVIA BATISTA BEZERRA
EDUCAÇÃO, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE:
A importância da educação ambiental para graduandos de enfermagem como
responsabilidade social.
BELÉM – PA
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E
NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO
AMBIENTE
ANDREZA SILVIA BATISTA BEZERRA
EDUCAÇÃO, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE:
A importância da educação ambiental para graduandos de enfermagem como
responsabilidade social.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências e Meio Ambiente/PPGCMA da Universidade Federal do Pará (UFPA), como requisito para a obtenção do grau de Mestre.
Área de concentração: Ciências e Meio Ambiente
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Jorge Amorim de Deus
BELÉM – PA
2019
ANDREZA SILVIA BATISTA BEZERRA
EDUCAÇÃO, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE: A importância da educação
ambiental para graduandos de enfermagem como responsabilidade social.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências e Meio
Ambiente/PPGCMA da Universidade Federal do Pará (UFPA), como requisito para a
obtenção do grau de Mestre.
Área de concentração: Educação Ambiental
BANCA EXAMINADORA
___________________________________
Profº. Dr. Ricardo José Amorim de Deus (UFPA)
Orientador
___________________________________
Prof. Dr. José Rogério de Araújo Silva (UFPA)
__________________________________
Prof. Dr. Lourivaldo da Silva Santos (UFPA)
___________________________________
Prof. Dr. Rainiomar Raimundo Fonseca (UEA)
AGRADECIMENTOS
A TODOS que concederam seu tempo para a realização deste trabalho.
A Deus, em primeiro lugar.
Ao meu orientador, profº. Dr. Ricardo José Amorim de Deus, primeiro por ter aceitado
participar deste desafio, depois pelo conhecimento transmitido e muito mais por ter
mostrado o caminho certo a percorrer, pois na estrada havia alguns trechos sem
ponte e a queda seria grande caso eu lá caísse. Obrigada Professor!
Aos Coordenadores do Programa Drº. Davi Brasil e Drº. Cláudio Nahum por tanta
sabedoria e empenho na realização do curso.
A toda família porque foram os primeiros a sentir a minha falta, uma vez que a
atenção estava voltada ao trabalho de pesquisa, os que estavam perto aja
compreensão e aos que estavam longe, aja torcida.
Aos amigos que sempre estiveram de prontidão para dar-me socorro, em especial, à
Klyo Monteiro, Aline Galvão e Sara Negreiros.
À turma da sala de aula de Mestrado pelo apoio e torcida nos trabalhos
apresentados.
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Ciências e Meio Ambiente da
UFPA (Universidade Federal do Pará), pois não mediram esforços para viajar quase
mil quilômetros e compartilhar o conhecimento, foram momentos bastante relevantes
para nosso crescimento.
“A educação Ambiental hoje é a palavra chave para resolver os problemas
ambientais, pois muitas ações negativas causadas ao meio ambiente vêm pela falta
de conscientização. A educação ambiental por sua vez tem como foco principal
mostrar a melhor maneira para um viver sustentável onde interagir com o meio
ambiente sem danificá-lo é essencial. ”
Roger Campos
RESUMO
A presente pesquisa buscou responder questionamentos acerca da importância das
relações entre sociedade, educação, saúde e meio ambiente, levando em conta o
processo de conscientização de estudantes de Enfermagem da Faculdade
Uninassau, na cidade de Manaus a respeito do tema, através da aplicabilidade na
prática dos assuntos estudados na disciplina Responsabilidade Socioambiental.
Através de projetos de promoção de saúde, conscientização e educação ambiental,
colocou-se em prática a compreensão que eles têm acerca do meio ambiente em que
estão inseridos, considerando que a educação ambiental contribui para a solidificação
teórico-metodológica na prática de tudo que foi abordado sobre ações educativas em
saúde ambiental e Enfermagem. Após as vivências e o curso da disciplina, foram
aplicados questionários pata avaliação do nível de conscientização e aprendizado dos
mesmos. Com a realização da pesquisa, evidenciou-se a responsabilidade do
profissional de enfermagem com relação ao meio ambiente, e os alunos e futuros
profissionais, mostraram ter conhecimentos para melhorar a conscientização própria
e da sociedade. Validando a necessidade de formular estratégias de educação
ambiental em toda sociedade, assim como de conscientização por parte dos
profissionais de saúde em adotar práticas interdisciplinares com propósito de
intervenção nos problemas ambientais através da educação ambiental.
Palavras-chave: Educação ambiental, saúde, meio ambiente, enfermagem,
responsabilidade socioambiental.
ABSTRACT
The present research sought to answer questions about the importance of the relations between society, education, health and environment, taking into account the process of awareness of Nursing students at Uninassau College, in Manaus city about the theme, through applicability in practice. of the subjects studied in the Social Responsibility discipline. Through health promotion, awareness and environmental education projects, their understanding of the environment in which they operate is put into practice, considering that environmental education contributes to the theoretical-methodological solidification in the practice of all that has been done. addressed about educational actions in environmental health and nursing. After the experiences and the course of the discipline, questionnaires were applied to assess their level of awareness and learning. With the conduction of the research, the responsibility of the nursing professional in relation to the environment was evidenced, and the students and future professionals showed to have knowledge to improve their own and society's awareness. Validating the need to formulate strategies for environmental education throughout society, as well as awareness by health professionals to adopt interdisciplinary practices with the purpose of intervention in environmental problems through environmental education. Keywords: Environmental education, health, environment, nursing, social and environmental responsibility.
Lista de Figuras
Figura 1 – Projeto Prosamin Manaus – Alunos instruindo moradores sobre educação
ambiental…………………………………………………………………………………....39
Figura 2 – Alunos incentivando a plantação de árvores no Projeto Prosamim
Manaus……………...……………………………………………………………………....40
Figura 3 – Projeto Prosamin Manaus – Professores e alunos com mudas
incentivando moradores a plantar árvores e ter cuidado com o meio
ambiente……………………………………………………………………………….…....41
Figura 4 – Projeto Prosamin Manaus – Professores e alunos instruindo (na prática)
moradores com relação a impotância da coleta
seletiva...……………………………………………………………………………….…....42
Figura 5 – Projeto Educação Ambiental e Promoção da Saúde através da coleta de
lixo.....………………………………………………………………………………..……....46
Figura 6 – Projeto Educação Ambiental e Promoção da Saúde através da coleta de
lixo. Alunos no espaço de eventos da Praia da Ponta Negra com os lixos
recolhidos.…………………………………………………………………………………...46
Figura 7 – Projeto Educação Ambiental e Promoção da Saúde através da coleta de
lixo. Alunos e professors na Praia da Ponta Negra com os lixos
recolhidos.……………………………………………………………………………..…....47
Figura 8 – Projeto Educação Ambiental e Promoção da Saúde através da coleta de
lixo. Final da ação do projeto e distribuição para os
catadores...…………………………………………………………………………….…....48
Figura 9 – Organograma de metodologia da pesquisa .............................................52
Lista de Gráficos
Gráfico 1 – Sexo dos alunos pesquisados………………………………………………58
Gráfico 2 – Faixa etária dos alunos pesquisados………………………………………59
Gráfico 3 – Nível de experiência dos alunos…….………………………………………60
Gráfico 4 – Incentivo da formação professional para condutas sustentáveis….……62
Gráfico 5 – Nível de conhecimento em educação ambiental …………………………63
Gráfico 6 – Nível de conhecimento obtido….……………………………………………64
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Nível de importância da disciplina Responsabilidade Socioambiental…60
Tabela 2 – Práticas de atitudes sustentáveis no dia-dia……………………….………61
SUMÁRIO
CAPÍTULO I ..............................................................................................................12
1.1 Introdução ..........................................................................................................12
1.2 Identificação e justificativa da proposta de estudo ........................................14
CAPÍTULO II .............................................................................................................17
2.1 Objetivos .............................................................................................................17
2.1.1 Objetivo Geral ................................................................................................17
2.1.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 18
2.1.3 Contribuição e Relevância ..............................................................................18
CAPÍTULO III............................................................................................................. 21
3.1 Educação Ambiental: Conceito e importância ................................................21
3.2 Educação Ambiental e Responsabilidade Socioambiental............................27
3.3 Disciplina Responsabilidade Socioambiental na Enfermagem .....................31
3.4 Aplicabilidade da Educação Ambiental no Projeto Prosamim Manaus .......37
3.5 Aplicabilidade da Responsabilidade Socioambiental no Projeto Educação
Ambiental e Promoção da Saúde através da coleta de lixo..................................43
CAPÍTULO IV
4.1 Metodologia Aplicada.......................................................................................49
4.2 O Questionário aplicado na pesquisa ........................................................... 53
4.3 Sujeitos da Pesquisa..........................................................................................55
4.4 Aspectos Éticos.................................................................................................56
CAPÍTULO V
5.1 Resultados e Discussões..................................................................................57
CONCLUSÃO ............................................................................................................66
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................68
APÊNDICES ..............................................................................................................73
12
1.1 INTRODUÇÃO
As relações entre educação ambiental, saúde e práticas de enfermagem são
inúmeras, portanto, com base em questionamentos acerca das relações entre
sociedade, educação, saúde e meio ambiente, o presente trabalho realizou o estudo
dessas relações levando em conta o processo de conscientização de estudantes de
Enfermagem da Faculdade Uninassau, em Manaus, a respeito do tema, através da
aplicabilidade na prática dos assuntos estudados na disciplina Responsabilidade
Socioambiental. Toda a proposta teve como objetivo final investigar a percepção que
os acadêmicos de enfermagem possuem com relação a educação ambiental, bem
como identificar a compreensão que eles têm acerca do meio ambiente em que estão
inseridos, considerando as práticas realizadas e conhecimentos obtidos através da
disciplina de responsabilidade socioambiental.
Assim, durante a realização da pesquisa, buscou-se verificar se os futuros
profissionais da enfermagem assimilaram a ideia de que a educação ambiental
contribui, de fato, para a atuação do (a) enfermeiro (a) como ferramenta de promoção
da saúde, uma vez que apesar dos diversos caminhos apontados como possíveis
soluções e alternativas para minimizar os problemas decorrentes dos alarmantes
níveis de alteração ambiental que resultam em problemas de saúde humana, a
educação, que, vista como prática social e efetivada na disciplina responsabilidade
socioambiental, é capaz de gerar movimentos de transformação dos níveis de
degradação, da qualidade de vida e de saúde, como também qualidade do ambiente
a que está sujeita grande parte da população no planeta Terra (CARVALHO,
TOMAZELLO E OLIVEIRA, 2009).
Tornou-se imprescindível basear todo o trabalho com base em indagações
sobre o entendimento dos alunos de enfermagem da Faculdade Uninassau acerca
das suas percepções em relação ao meio ambiente e a educação ambiental como
forma de prevenção de doenças e melhoria da qualidade de vida, foi fundamental que
os alunos compreendessem a relação entre a saúde do ser humano e o meio em que
vivem, com suas formações profissionais e a responsabilidade socioambiental que
lhes compete ao adquirir conhecimentos pertinentes à educação ambiental.
13
Segundo o código internacional de ética para enfermeiras (os) adotado pela
pelo Conselho Internacional de Enfermeiras (os) desde 1953 e revisado e reafirmado
várias vezes e, segundo sua versão mais recente, concluída em 2012, consta que o
enfermeiro deve ser responsável pela preservação do meio ambiente, protegendo-o
contra o empobrecimento, a degradação e a destruição (ICN – International Council of
Nurses, 2012). Embora definido como atribuição legal profissional do enfermeiro,
muitos profissionais não dão a devida importância a essa ação voltada ao meio
ambiente. Na atuação, o profissional da enfermagem costuma abordar apenas
aspectos gerais, se a população tem acesso a água tratada, esgoto, quantos estrutura
da residência e situação de moradia, não há o questionamento acerca de outros
problemas ambientais do entorno e, principalmente, a orientação sobre a importância
da preservação do meio na manutenção da saúde. (RIBEIRO E BERTOLOZZI, 1999).
Dessa forma, observou-se a necessidade de inserir discussões na graduação
que permitam alcançar uma visão mais crítica e ativa em relação à enfermagem e seu
papel na questão ambiental. Por isso foram desenvolvidos dois projetos com os
alunos durante o curso da disciplina, com o objetivo de colocar em prática os
conhecimentos adquiridos sobre educação ambiental. O primeiro projeto teve por base
base os estudos sobre educação ambiental na disciplina Responsabilidade
Socioambiental, e os alunos do curso de enfermagem da Faculdade Uninassau
Manaus, realizaram atividades no Parque Residencial Manaus, localizado no centro
da cidade e administrado pelo Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus
(Prosamim),ações de divulgação e informação na área habitada foram desenvolvidas
pelos alunos, assim como palestras para os moradores, cartazes e panfletos para
divulgar uma vida saudável.
O segundo projeto foi realizado ao final da disciplina, e sua realização consistiu
na análise, retirada (coleta) da quantidade de lixo produzida pela população em um
espaço público da cidade: a Praia da Ponta Negra, um local em Manaus bastante
frequentado e onde acumula-se bastante lixo. Após a coleta do lixo, os acadêmicos
propuseram a entrega para catadores que utilizam os resíduos de forma econômica,
através da reciclagem.
Após as experiências vivenciadas na prática pelos alunos, e também o registro
de ambos os projetos, já evidenciou-se a conscientização e também a relevância da
14
disciplina responsabilidade socioambiental e sua prática. No entanto, faltava a última
etapa, que consistiu na aplicação dos questionários com os alunos, ao final do outro
semestre, antes das aulas terminarem.
Todo a elaboração e aplicabilidade do questionário, teve como objetivo medir e
analisar o nível de conscientização dos alunos de enfermagem com relação a
educação ambiental e a prática da responsabilidade socioambiental. Práticas estas,
desenvolvidas nos projetos executados pelos alunos onde a Educação Ambiental se
fez presente, e observou-se a construção de novas formas de pensarem sobre
questões ambientais e saúde. Os questionários foram aplicados e as respostas foram
analisadas e colocadas em gráficos, de forma que os dados coletados ficaram
registrados com maior clareza. O final da pesquisa e do desenvolvimento da
dissertação, deu-se somente após toda a tabulação, análise das respostas obtidas
através dos questionários e conclusão acerca de todo conhecimento obtido.
1.2 Identificação e justificativa da proposta de estudo.
Considerando que a educação ambiental pode contribuir para a solidificação
teórico-metodológica na prática da enfermagem e da responsabilidade social, através
de projetos colocados em prática através do conteúdo da disciplina responsabilidade
socioambiental, pretende-se analisar a importância da Educação Ambiental para os
acadêmicos de enfermagem da faculdade Uninassau Manaus.
O intenso e acelerado processo de globalização pelo qual o mundo vem
passando, é fundamental discutir a temática ambiental entre os profissionais da saúde,
para que eles absorvam esse conhecimento e consigam identificar problemas
relacionados à questão ambiental, propondo ações resolutivas e preventivas,
juntamente com a comunidade, procurando amenizar os riscos ambientais a que todos
estão expostos. (DIAS,2017)
Em todas as áreas é importante aliar educação e prática, e na saúde não é
diferente. Importante se faz relacionar as atividades na área educacional às atividades
de enfermagem. Na Faculdade Uninassau em Manaus, práticas baseadas nessa ideia
tornaram-se comuns, como, por exemplo, pesquisas e projetos com alunos e corpo
15
docente do setor de enfermagem, ações de responsabilidade social entre empresa e
bairro, atividades interdisciplinares como empreendedorismo voltado para a área da
saúde em Manaus, dentre outras. Tais atividades são sempre exercidas em
consonância com atividade acadêmicas e professores mestre e doutores da área. Há
na proposta desse estudo, a pretensão de atrelar os trabalhos do curso de
enfermagem com a experiência e assimilação de conteúdo vivenciadas pelos alunos,
e assim utilizar a lógica de pensamento das ciências dialogando com outras áreas de
conhecimento, interdisciplinares. (GRYNSZPAN, 1999).
Não é atual que as inter-relações entre população, recursos naturais e
desenvolvimento têm sido objeto de preocupação social e de estudos científicos de
forma interdisciplinar, essa preocupação se dá desde que a sustentabilidade ambiental
surgiu como uma forma restabelecer o lugar da natureza na teoria econômica e nas
práticas do desenvolvimento, internalizando ações ecológicas nas profissões, nas
empresas e em todos aqueles setores que se preocupam em assegurar a saúde
sobrevivência e futuro para da humanidade (LEFF, 2011).
As exigências cada vez mais complexas da sociedade moderna vêm
acelerando o uso dos recursos naturais, resultando em danos ambientais que colocam
em risco a sobrevivência da humanidade no planeta (BAUMAN,1999). Assim,
disciplinas relacionadas ao contexto da enfermagem, investem em seus
planejamentos e objetivos, no diálogo com a educação em saúde, ressaltam como se
dá o seu reflexo na sociedade e no meio ambiente, mostram que o homem ao utilizar
os recursos naturais para suprir o aumento do consumo das massas, bem como
subsidiar os desenvolvimentos em tecnologia e economia e, com isso, garantir uma
vida com mais recursos, acaba por formular uma equação de que exploração dos
recursos naturais.
Essa equação, apesar de aparentar ser preocupação exclusiva dos setores da
economia, não é. Deve estar presente nos conteúdos assimilados por boa parte dos
futuros profissionais que, ao se inserirem no mercado, devem buscar a produção, mas
também a conscientização. De forma que a equação: desenvolvimento econômico +
tecnológico = qualidade de vida, possa ser compatível com a realidade, o que não
acontece. Uma vez que os recursos oriundos da natureza estão sendo utilizados de
maneira predatória e exploratória, causando graves danos ao meio ambiente e
16
refletindo negativamente na própria condição de vida dos homens, bem como na sua
saúde e sociedade (CARVALHO, TOMAZELLO E OLIVEIRA, 2009).
Enquanto a sociedade está cada vez mais interligada entre uma variabilidade
de contextos, sejam políticos, econômicos, jurídicos, ambientas e de saúde, questões
acerca de uma melhoria através da educação são necessárias, principalmente porque
com o avanço da tecnologia na globalização, a sociedade aumentou o poder de
consumo e diminuiu sua qualidade de saúde.
Segundo o sociólogo Bauman, no seu livro sobre as consequências da
globalização (1999), a sociedade de consumo está sempre disposta a satisfazer as
suas necessidades, por isso consome cada vez mais sem se importar com o
desperdício, pois a cada momento surgem novas tecnologias e a sociedade de
consumo procura acompanhar este desenvolvimento.
Nesta perspectiva, os desenvolvimentos tecnológicos e sociais deveriam
caminhar juntos, gerando tecnologias que não agridam o meio ambiente, não
deteriorem a biodiversidade e os ecossistemas. O desenvolvimento deve ser
construído através de práticas que procurem, de fato, minimizar o uso intensivo dos
recursos naturais. (LEFF, 2011).
Este cenário apresenta vantagens e desvantagens, uma das vantagens é o
crescimento do aspecto econômico, que gera novos postos de trabalho, crescimento
tecnológico; e a desvantagem é o aumento do desperdício de produtos usados, pois
estes serão descartados sem nenhum projeto de reciclagem, e este acúmulo de
rejeitos causa inúmeros impactos no meio ambiente como a contaminação das águas,
a má qualidade do ar, o desflorestamento, o agravamento das alterações climáticas,
a perda da diversidade biológica, e tudo isso impacta direta e negativamente na
qualidade da saúde humana que se torna comprometida. (BAUMAN,1999).
Segundo pesquisas, atualmente a produção de lixo no mundo deve ter um
aumento de 1,3 bilhão de toneladas para 2,2 bilhões de toneladas até o ano de 2025,
segundo as estimativas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(Pnuma). A gestão dos resíduos e o descarte correto de materiais se torna cada dia
mais imprescindível para que o mundo caminhe para um desenvolvimento sustentável.
17
E diante dessa realidade o que deve ser feito e onde colocar tanto lixo torna-se um
dos maiores desafios deste século. (PNUMA, 2019).
Desta forma, será necessário que a sociedade atual pense estratégias para o
desenvolvimento de uma cultura de divulgação e de conscientização voltados para
uma educação ambiental que envolva e promova a saúde, principalmente tendo em
vista a escassez dos recursos naturais não renováveis, a falta de matéria-prima e a
falta de espaço para acondicionar tanto lixo e as consequências dos impactos
ambientais na saúde. A má condição de vida e de instrução em alguns bairros da
periferia assim como todos os demais impactos ambientais devem ser levados em
consideração e endossado que refletem na saúde da sociedade. (PNUMA, 2019).
Em Manaus, segundo dados da Secretaria de Estado do Meio Ambiente
(SEMA, 2018) e Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM,2018), muitas
famílias sobrevivem da venda de latinhas e de alumínio dos fios elétricos catados no
lixo, neste contexto sugere-se que os governantes voltem-se para o incentivo à
reciclagem e ao reflorestamento, dando oportunidade e incentivos fiscais às empresas
que estão inseridas no contexto do meio ambiente, a fim de gerar mais empregos a
sociedade; e também evitar que a falta de instrução gere mais poluição, rejeitos, lixo
tóxico, que ocasionam afetam a todos. Diante deste cenário, se hoje não existir uma
postura e uma consciência ambiental para reparar os danos causados ao meio
ambiente e evitar novos desastres ecológicos, com certeza a qualidade de vida e
saúde estarão comprometidas.
CAPÍTULO II
2.1 OBJETIVOS
2.1.1 Objetivo Geral
Analisar a importância da Educação Ambiental segundo os acadêmicos de
enfermagem da faculdade Uninassau Manaus. Considerando a educação ambiental e
sua contribuição na prática através de projetos executados pelos alunos com base no
do conteúdo da disciplina responsabilidade socioambiental.
18
2.1.2 Objetivos Específicos
1- Analisar quais informações e entendimentos têm os acadêmicos de Enfermagem
da Faculdade Uninassau sobre educação ambiental enquanto instrumento de
auxílio à preservação da saúde e do meio ambiente.
2- Refletir e discutir o processo de conscientização dos acadêmicos através da
prática de projetos relacionados a educação ambiental, saúde e sociedade, através
da disciplina de responsabilidade socioambiental.
3- Descrever a importância da educação ambiental, da disciplina responsabilidade
socioambiental no curso de enfermagem e sua relação com a saúde e a sociedade.
4- Verificar, através da aplicabilidade de questionário com os alunos do curso de
Enfermagem da Faculdade Uninassau Manaus, quais seus níveis de entendimento
e compreensão sobre a importância da educação ambiental para sua formação e
profissão, assim como analisar a assimilação de conteúdos e práticas da disciplina
responsabilidade socioambiental.
2.1.3 Contribuição e Relevância
A importância desta proposta de pesquisa, se encontra inicialmente na
necessidade de se realizar um levantamento acerca do nível de conscientização de
futuros profissionais da área da saúde (especificamente do curso de enfermagem da
Faculdade Uninassau Manaus) com vistas a divulgação e propagação da educação
ambiental, no sentido de pôr em prática aspectos relacionados a disciplina
responsabilidade socioambiental.
Uma vez que a sincronia entre saúde, educação, meio ambiente e sociedade
permite a implantação efetiva do que seria saúde, que segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS) inclui aspectos como o saneamento básico, que deve ser
entendido como o controle de fatores do meio físico do ser humano, e que interferem
ou podem interferir no bem-estar físico, mental e social (PHILIPPI JR; MALHEIROS,
2005). Ou seja, fatores de saúde ambiental refletem na saúde física, e o saneamento
tem por objetivo minimizar os danos ao meio ambiente que interferem na saúde da
população, e tem por finalidade proteger e melhorar as condições de vida da
população (CARVALHO; OLIVEIRA, 1997).
19
A boa qualidade da água consumida, por exemplo, também representa um fator
importante nas relações da vigilância sanitária epidemiológica, pois, impede o
surgimento das doenças. Em Manaus, de acordo com dados previamente
pesquisados, observa-se que há necessidade da aplicação de medidas para o
monitoramento e controle na distribuição da água potável. O destino do lixo é outro
fator preponderante neste contexto.
Segundo Carvalho e Oliveira (1997) ”lixo é todo resíduo resultante da atividade
humana expõem ainda que o homem esteja em contato com o lixo, através de contato
direto ou indireto com insetos e ratos, dejetos de animais e poluição do meio". O
destino incorreto do lixo causa sérios danos ao homem e ao meio, sendo um dos
fatores preponderantes de riscos à saúde.
O lixo pode, muitas vezes, conter materiais perigosos, que oferecem sérios
riscos à saúde humana e ao meio ambiente, como baterias de veículos, pilhas e
baterias comuns e de celulares, embalagens de produtos químicos, tóxicos e/ou
corrosivos etc.
Em Manaus, observa-se em toda a cidade a existência do lixo depositado em
lixões a céu aberto ou em terrenos baldios onde atraem ratos, baratas, moscas,
mosquitos, formigas e escorpiões, entre outros animais vetores de doenças como
viroses, diarreias infecciosas, parasitoses, amebíase etc. Pode ainda permitir o
aumento no desenvolvimento de larvas de mosquitos vetores de doenças como a
dengue, malária, chicungunha, febre amarela, leishmaniose.
Outro problema comum, segundo dados da Secretaria de Estado do Meio
Ambiente (SEMA, 2018) é a poluição da água, quando a decomposição do lixo a céu
aberto gera rejeitos que a chuva carrega para igarapés e rios; assim como a poluição
direta destes corpos d’água por lixos domésticos e esgotos sem tratamento algum,
leva essas impurezas para os grandes rios, de onde é coletada a água para o consumo
da população.
As pessoas que se beneficiam da água do sistema público denunciam que a
mesma não possui boa qualidade para o consumo, e, conforme a pesquisa realizada,
não é do conhecimento da população que o sistema realize o tratamento de água.
Também ocorre a poluição do solo, pelo lançamento de rejeitos industriais e
20
domésticos, como óleos, causando a impermeabilidade, ou seja, impedindo o solo de
absorver a água da chuva e contribuindo, portanto, para as inundações,
assoreamentos e deslizamentos nas grandes cidades. (SEMA, 2018).
Além disso, ocorre a poluição do ar, pela fumaça das queimadas (destruição da
vegetação), fumaça das caieiras onde fabricam o carvão, bem como a emissão de
gases poluentes através da combustão dos motores à combustão utilizados nos
automóveis, ocasionando danos à saúde e desequilíbrio do ecossistema pela emissão
de dióxido de enxofre, monóxido de carbono, fuligem, fumaça, etc.
A OPAS (1995), Organização Pan-Americana da Saúde, dedicada a melhorar
as condições de saúde dos países das Américas, define que "a educação é vista como
o processo de transformação do sujeito, que ao transformar-se, modifica seu entorno
e vice-versa. A transformação dos sistemas sociais só é possível mediante a
transformação dos seres humanos que os configuram" (OPAS, 1995).
Sendo assim, os indivíduos deveriam conhecer melhor sua própria condição de
saúde, de modo que, a partir disso, pudessem se transformar em agentes
interessados em promover seu próprio desenvolvimento. O que deixa claro que meio
ambiente e saúde são temas completamente indissociáveis, principalmente na
formação de profissionais de enfermagem, uma vez que são promotores da saúde.
Essa educação torna-se também responsabilidade social, onde sem pretensão
de exaurir o assunto, o presente trabalho pretende destacar e exemplificar a
correlação entre educação, meio ambiente, saúde e sociedade, inclusive com o intuito
de verificar o nível de conscientização dos acadêmicos e mostrar a importância da
aplicação dos princípios das disciplinas acerca da saúde ambiental e responsabilidade
social como forma de prevenção, precaução e educação da sociedade para esse
contexto. (PHILIPPI, PELICIONI, 2005).
21
CAPÍTULO III
3.1 Educação Ambiental: Conceito e importância
Verifica-se na área da educação em saúde e direito ambiental a existência de
diversas definições sobre "meio ambiente", algumas que abrangem apenas os
componentes naturais e outras que se detém a uma concepção mais moderna,
considerando-o como um sistema no qual interagem fatores de ordem física, biológica
e sócio-econômica. Para José Afonso da Silva (2003), autor de direito ambiental,
propõe um conceito que abrange tanto questões jurídicas como de saúde, segundo
ele, meio ambiente é a interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e
culturais que propiciam o desenvolvimento equilibrado da vida em todas suas formas.
O autor também afirma que:
O direito ambiental não foi criado apenas para proteger, preservar o
meio ambiental. Esta seria uma visão equivocada, pois o direito
ambiental brasileiro em momento algum quer frear o desenvolvimento
sócio econômico. Pelo contrário, se frear o desenvolvimento sócio
econômico, com certeza, estará gerando indiretamente uma maior
agressão ao meio ambiente, pois atividades irregulares começarão a
aparecer. (SILVA, 2003, p. 19)
Diversas abordagens consideram o meio ambiente como um conjunto de
elementos físico-químicos, ecossistemas naturais e sociais em que se insere o
Homem, individual e socialmente, num processo de interação que atenda ao
desenvolvimento das atividades humanas, à preservação dos recursos naturais e das
características essenciais do entorno, dentro de padrões de qualidade definidos.
(SILVA, 2003).
O meio ambiente natural, ou físico, é constituído pelos recursos naturais, que são invariavelmente encontrados em todo o planeta, ainda que em composição e em concentração diferente, e que podem ser considerados individualmente ou pela correlação recíproca de cada um desses elementos com os demais. Os recursos naturais são normalmente divididos em elementos abióticos, que são aqueles sem vida, como o solo, o subsolo, os recursos hídricos e o ar, e em elementos bióticos, que são aqueles que têm vida, a exemplo da fauna e da flora (aspecto ressaltado pelo citado inciso I do artigo 3º da Lei 6.938/81).
22
Analisando o conceito numa ótica apenas jurídica pode-se verificar na
legislação, o inciso I, do artigo 3º, da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei Federal
nº 6.938/81), define meio ambiente como "o conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em
todas as suas formas".
Assim, entende-se que a o assunto "meio ambiente" deve ser tratado de uma
maneira mais ampla dentro das suas questões conceituais, de forma que não deve
ser tratado apenas levando em consideração a natureza propriamente dita, e sim toda
uma realidade complexa, resultante do conjunto de elementos físicos, químicos,
biológicos e socioeconômicos, bem como de suas inúmeras interações que ocorrem
dentro de sistemas naturais, artificiais, sociais e culturais. (SILVA, 2003).
O conceito meio ambiente tem sido utilizado para indicar um “espaço” (com
seus componentes bióticos e abióticos e suas interações). No caso do ser humano,
ao espaço físico e biológico somam-se o “espaço” social e cultural. Interagindo com
os elementos de seu ambiente, o ser humano provoca tipos de modificação que se
transformam com o passar da história. E, ao transformar o ambiente, o homem
também muda sua própria visão a respeito da natureza e do meio em que vive.
(BRASIL, MEIO AMBIENTE E SAÚDE, 2000).
Da mesma forma que meio ambiente, a palavra saúde também deve ser
compreendida de forma abrangente, não se referindo somente à ausência de doenças,
mas sim ao completo bem-estar físico, mental e social de um indivíduo. Nesse sentido,
a orientação que se extrai da disposição contida no artigo 3º da Lei nº 8.080/90, onde
se consigna que "a saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre
outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho,
a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos serviços essenciais" se faz
completamente coerente com os princípios deste projeto.
Uma vez que o termo "saúde" engloba uma série condições que devem estar
apropriadas para o bem-estar completo do ser humano, incluindo o meio ambiente
equilibrado, e permite assim, numa questão conceituar, dialogar e interligar ambos.
23
Tornam-se não só no projeto, mas em uma perspectiva social geral, termos
indissociáveis (BRASIL, MEIO AMBIENTE E SAÚDE, 2000).
Apesar da sociedade, de modo geral não perceber, as pessoas que vivem em
coletividade e formam a sociedade são todas partes integrantes da natureza e, nesta
condição, precisam da existência de um meio ambiente saudável para se ter uma vida
salubre, digna e que mantenha todos os seus habitantes em condições favoráveis de
vida. (Ministério da Saúde, 2018).
Neste contexto, qualquer dano causado ao meio ambiente provoca prejuízos à
saúde pública e vice-versa, sendo a existência de um a própria condição da existência
do outro, razão pela qual o ser humano deve realizar suas atividades respeitando e
protegendo a natureza, dialogando e interligando sociedade, saúde educação e meio
ambiente.
No caso das famílias ribeirinhas que vivem perto de igarapés na cidade de
Manaus e que tem contato com diversos tipos de parasitose, transmitido pelo contato
direto com a água ou alimentos contaminados, é um dos inúmeros exemplos de
doenças que são causadas devido à falta de informação com relação ao cuidado com
o meio ambiente, pois segundo dados do Ministério da Saúde (2018), as parasitoses
fazem parte das doenças de grande incidência na população mais vulnerável. Diante
disso podemos observar que falta realmente enfatizar na promoção e conscientização
da saúde e meio ambiente como todo.
A falta de saneamento básico, os maus hábitos de higiene e as condições
precárias de vida de determinadas regiões do planeta são fatores que estão
intimamente ligados com o meio ambiente e que contribuem para a transmissão de
doenças como estas, intimamente relacionada com condições básicas ambientais,
todavia, a falta de informação e de conscientização tanto dos profissionais de saúde
quanto da própria população também são fatores determinantes.
Nesse contexto, as preocupações com o meio ambiente e com a saúde da
sociedade voltaram-se para a educação dos profissionais com relação ao tema, assim
como um melhor atendimento e transmissão de informação, uma vez que políticas
públicas já se preocupam com o processo de produção capitalista de maneira a
influenciar na redução dos impactos ambientais. E assim, tanto a prevenção quanto a
24
necessidade de propagar informação, assumem o protagonismo na defesa da
natureza associada à ampliação dos esforços para a criação e difusão de tecnologias
menos poluentes (limpas) e atitudes profissionais com maior responsabilidade social.
(ALEIXO, 2002).
Em meio a esse cenário deve-se analisar a Política Nacional do Meio Ambiente,
onde em 1999 o governo brasileiro criou o “Programa Nacional de Educação
Ambiental” (ProNEA) (BRASIL, 1999), programa este que tem na educação ambiental
um dos principais instrumentos para a gestão ambiental em nosso país. Levando em
consideração que gestão ambiental é uma estrutura organizacional que consiste em
um conjunto de medidas e procedimentos bem definidos que, se adequadamente
aplicados, permitem reduzir e controlar os impactos no meio ambiente.
(SEIFFERT,2009).
O ProNEA apresenta uma variabilidade de propostas pedagógicas
emancipatórias e necessárias para esse contexto, exprime a materialidade das ações
educativas para transpor as dificuldades vivenciadas pela sociedade, que
caracterizam as diferenças sociais, econômicas, culturais e ambientais, e inclusive de
aspectos relacionados a saúde. Assim como também possui calendário e estratégias
de conscientização através da realização de campanhas que tem como objetivo
instruir produtores e usuários de recursos naturais, como pescadores, mineradores,
criadores, etc., como forma de garantir a sustentabilidade e promover a qualidade de
vidas das comunidades envolvidas. (MENEZES, 2019).
E por mais que o Programa tenha sido iniciado no ano de 1996, ele contém
propostas que são essenciais para a sociedade atual, pois tem como objetivo
promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino, contemplando
estudantes e universitários, além da preocupação com a conscientização pública para
garantir o meio ambiente ecologicamente equilibrado. (MENEZES e SANTOS, 2018).
Com relação a esse tema, através do estudo intitulado “Abordagens
interdisciplinar em educação ambienta”, Fátima Miranda, José Miranda e Rosana
Ravaglia (2010) ressaltam que a importância da Lei n. 9.795, de 27 de abril de 1999
(ProNEA), encontra-se na definição da Educação Ambiental como elemento
fundamental e para a educação da sociedade acerca do assunto, e que deve estar
25
presente e em todos os níveis e modalidades de ensino, principalmente na graduação
dos cursos relacionados a saúde, como é o caso da área de enfermagem proposta
neste projeto. Pontuam os autores que a proposta de educação em ambiental para a
saúde, tendo a interdisciplinaridade também como foco “em caráter formal e não
formal, deve ser desenvolvida como uma prática educativa integrada e contínua
envolvendo todos os professores”. (MIRANDA; MIRANDA; RAVAGLIA, 2010, p. 3).
A enfermagem como área responsável pela formação de profissionais da saúde
deve ter a educação ambiental bem assimilada pelos alunos que pretendem atuar na
área. Onde através de disciplinas, cursos, seminários, treinamentos e similares, seus
estudantes e futuros profissionais em atuação, assimilem e possam promover a
democratização das informações ambientais.
Com base na obra de Wanda Horta (2015), é possível associar a saúde do ser
humano a esferas que vão além da saúde física e hospitalar, uma vez que o conceito
de enfermagem da autora permite incluir a educação ambiental como parte do
processo de cuidados de necessidade básica do ser humano.
Horta foi professora em cursos de enfermagem e conseguiu, na sua época,
introduzir os conceitos da enfermagem revolucionários, pois antes dela os pacientes
eram tratados apenas como clientes da assistência à saúde, e seus conceitos
inovaram com a ideia de que os pacientes eram seres humanos que deveriam ser
tratados com sentimento e emoção, de forma a envolver aspectos sociais e
psicológicos na promoção da saúde. (HORTA, 2015).
Outro autor, Carlos Loureiro, quanto trata a respeito da educação ambiental no
Brasil (2008, p. 7), argumenta acerca da importância e dos objetivos que o Programa
Nacional de Educação Ambiental possui, e aponta explicitamente em direção a um
novo nível de entendimento desse processo educativo, na medida em que associa “as
mudanças de percepção e cognição no aprendizado às mudanças sociais e explicita
o reconhecimento de que a intenção básica da educação não está apenas em gerar
novos comportamentos ou trabalhar no campo das ideias e valores”. Fazendo uma
proposta de diálogo com disciplinas e áreas que normalmente são consideradas
distintas. (LOUREIRO, 2008).
26
Desta forma, a Educação Ambiental é uma das alternativas para a solução de
atuais e futuros problemas. Assim, a importância da conscientização ambiental através
do processo educativo, é um dos fatores preponderantes para a mudança de
comportamento na preservação do meio ambiente. Principalmente porque a Educação
Ambiental deve ser entendida como “educação política de formação para a cidadania
ativa, visando uma ação transformadora da realidade socioambiental” (PHILIPPI,
PELICIONI, 2005).
Esta ação deve ser construída, e os futuros profissionais da saúde devem obter
conhecimentos suficientes para modificar suas próprias ações e transmitir
informações que transformem atitudes de outras pessoas. E esse processo só ocorre
através do conhecimento a respeito dos problemas que afetam a sociedade; e quando
relacionados a doença, os estudantes de enfermagem também experimentam na
prática e nas vivências (primeiramente em estágios e depois na vida profissional). Por
isso, a transformação vem com ações intensivas e diárias e com a educação ambiental
e ações educativas voltadas para as mudanças culturais e sociais relativas às
atividades de proteção, recuperação e melhoria socioambiental, torna-se possível criar
e desenvolver uma atitude profissional voltada para a preservação do meio ambiente.
(PHILIPPI, PELICIONI, 2005).
Nesse sentido, a Educação Ambiental e as teorias e discussões acerca desse
tema, propiciam arcabouço teórico metodológico para apreender as especificidades
dos grupos sociais, o modo como produzem seus meios de vida, como criam condutas
e se situam na sociedade, para que se estabeleçam processos coletivos pautados no
diálogo, na problematização do mundo e na ação. Visto que somente as
transformações das condições simbólicas e materiais podem exprimir, segundo
Loureiro, “a concretude do ato educativo na superação das formas alienadas de
existência e das dicotomias entre sociedade-natureza” (LOUREIRO, 2008, p. 7-8).
Dentre as estratégias, a interação com outras disciplinas são caminhos
permeáveis para o ensino e aprendizagem de uma comunidade. Atualmente o que
vemos é o ensino da Educação Ambiental somente nas disciplinas de geografia,
ciências, e no máximo, em ecologia; muitas vezes descontextualizadas da realidade
dos alunos, o que torna a abordagem imediatista e sem fundamento para o futuro;
27
assim nada muda e os costumes permanecem na comunidade. A função de cumprir
conteúdos sobressai à função de internalizar e expandir ideias.
Considerando a importância da temática ambiental e a visão integrada do
mundo, no tempo e no espaço ressaltam-se as escolas, como espaços privilegiados
na implantação de atividades sensibilizadoras e pedagógicas, e neste ínterim,
podemos e devemos despertar a consciência ambiental também na
interdisciplinaridade com outras áreas do conhecimento, como por exemplo, a
disciplina responsabilidade socioambiental.
3.2 Educação Ambiental e Responsabilidade Socioambiental
Os problemas ambientais resultam em diversos outros que demandam atenção
de diversos setores, através de medidas que possam ir além de práticas sustentáveis,
e que possam levar ao conhecimento e educação da sociedade para comportamentos
sejam mudados e consciências sejam construídas com relação ao tema. Desta forma,
nos cursos de enfermagem, tornou-se necessária a articulação de disciplinas que
envolvam esse tema, levando professores, educadores, estudantes acadêmicos e
futuros profissionais à adoção de práticas transdisciplinares que foquem na promoção
da saúde. (GRYNSZPAN, 1999).
Esses elementos são entrelaçados de modo intenso, pois envolvem conjuntos
de seres vivos e temas sociais e ambientais. O que torna fundamental discutir e
colocar em práticas temáticas ambientais e educacionais entre estudantes e
profissionais da saúde, a fim de que absorvam esse conhecimento, se conscientizem
de sua importância e relevância para qualidade de vida, e também consigam identificar
problemas relacionados à questão ambiental ligados a saúde, propondo ações
resolutivas e preventivas junto a sociedade, procurando amenizar riscos ambientais e
a saúde a qual toda a sociedade está exposta.
A maneira como degradamos o meio ambiente e não percebemos que o
´prejuízo, além de ambiental é também físico em relação a nós mesmos, vem
modificando nosso cenário de forma acelerada e interferindo no processo saúde-
doença de toda a sociedade. No entanto, no meio acadêmico e na formação dos
profissionais da área da saúde, o meio ambiente vem sendo concebido como um fator
28
cada vez mais importante, além de algo externo ao ser humano, é também onde
estamos inseridos e no qual acontecem nossas interações e inter-relações.
O profissional de enfermagem deve compreender a relação entre saúde e meio
ambiente, principalmente através de uma disciplina que coloque em prática estratégias
de educação e conscientização ambiental, junto com conteúdo teórico que
proporcione o aluno reflexões e uma visão global das variáveis envolvidas, da
realidade na qual está inserido (PATRÍCIO, 2006).
São poucos os cursos superiores de áreas da saúde em que a temática saúde
e meio ambiente é, de fato, debatida e desenvolvida de forma oficial e sistemática,
preocupadas em formar profissionais com uma visão global dos problemas que irão
enfrentar na saúde ambiental (PATRÍCIO, 2006). Na prática, os cursos não
conseguem levantar possíveis associações entre doenças e questões ambientais.
Dessa forma, a necessidade de implantar discussões sobre essa temática entre os
graduandos da área da saúde é cada vez maior, principalmente me face do momento
em que o mundo todo sofre com o colapso ambiental, para que esses alunos e futuros
profissionais alcancem uma melhor abordagem, resolução e prevenção das doenças
que vêm acometendo a população, assim como dos riscos ambientais a que todos
estão expostos.
Por isso a disciplina de Responsabilidade socioambiental é tão importante, pois
ela reforça a educação ambiental e a profundidade do papel dos profissionais de
enfermagem diante dos problemas ambientais, buscando a saúde através da
educação e conscientização. Os estudos oferecem reflexões acerca de como os seres
vivos que habitam o planeta interagem com todo o espaço ao seu redor e também
com todos os outros elementos e seres vivos nele existente, e que por meio dessas
relações de troca a constituição do meio ambiente pode ser benéfica ou maléfica.
(BRASIL, PCN, 1999).
E é necessária uma disciplina no curso, uma vez que o processo saúde-doença
sofre influências de aspectos históricos e sociais que precisam ser estudados e
assimilados pelos estudantes, e que, além das circunstâncias ambientais e ecológicas,
conforme for o grau de relação que o ser humano tiver com o meio ambiente isso
29
estará relacionado com o quanto se pode aumentar a morbimortalidade da população
(RIBEIRO E BERTOLOZZI, 1999).
A Educação Ambiental é de extrema importância na composição da grade
curricular de todos os estudantes. No entanto, é imprescindível saber quais
modificações esse conhecimento trás para aquele que assimilá-lo. Uma das mais
importantes, no que diz respeito a conscientização obtida com a educação ambiental,
é o fato de que um indivíduo com conhecimentos ambientais, desenvolve à percepção
e à conexão com o meio ambiente. Inserida no contexto universitário na formação de
profissionais da área da saúde, a Educação Ambiental deve ser abordada e explorada
de forma interdisciplinar e prática, possibilitando ao discente o contato constante com
o meio ambiente.
Mas nem sempre o conhecimento acerca do problema ambiental é condição
para a mudança de atitudes com relação à conservação ambiental, é necessário que
as ações sejam lembradas e exemplificadas, é preciso sentimento e conhecimento
para sensibilizar tanto na forma individual quanto na forma grupal. Por isso ações
projetos e disciplinas que despertem o interesse dos alunos são essenciais na
aplicação de uma efetiva educação ambiental.
É necessário que seja desenvolvida uma responsabilidade, um senso de
compromisso com a sociedade e o meio ambiente. (ARAÚJO, 2007). Por isso a
responsabilidade socioambiental se faz necessária em todo esse contexto, pois é
através dela que a educação ambiental pode ser efetiva.
O processo educativo proposto pela educação ambiental objetiva a formação
de indivíduos e profissionais capazes de compreender o mundo e agir de forma crítica
e consciente. A educação no contexto da saúde é também definida como uma prática
social que tem a intenção não apenas de promover a mudança de hábitos, práticas e
atitudes, a transmissão e apreensão de conhecimentos, mas juntamente com isso,
proporciona a mudança gradual na forma de pensar, sentir e agir através da seleção
e utilização de métodos profissionais conscientes. (ARAÚJO, 2007).
O surgimento de uma atitude mais consciente foi construído ao longo do tempo,
a partir da segunda metade do século XX, a conscientização ambiental apareceu e se
desenvolveu junto com o crescimento de denúncias e estudos com relação aos
30
problemas de contaminação e degradação do meio ambiente. Os problemas
analisados, segundo estudos e denúncias, são inúmeros e afetam temas pontuais
relacionados ao meio ambiente: energia, saúde, biodiversidade, águas, florestas,
animais em extinção etc. Dados que mostram que várias dimensões são prejudicadas.
(DIAS, 2017).
Essa percepção desencadeou a criação de normas e regulamentos para a
regularização da situação ambiental, assim como surgiram inúmeros órgãos para
acompanhar a aplicação de leis de preservação ambiental. Este cenário, onde a
sociedade, mesmo que de forma não tão consciente, já percebe a imensidão de
problemas causados pela falta de cuidado com o meio ambiente, implica mudanças
radicais por parte das organizações, das políticas e também dos profissionais de
diversos setores quanto se trata de questões ambientais. (DIAS, 2017, p. 34).
Junto com os meios legais e institucionais relacionados ao meio ambiente,
surge o conceito de responsabilidade socioambiental, que é definido através de
atitudes que devem valorizar e garantir a integração das dimensões social e ambiental
nas atuações profissionais, nos setores públicos, nas políticas, práticas e
procedimentos, em todas as atividades exercidas pelos indivíduos e organizações.
Assim, o conceito de responsabilidade socioambiental passou o influenciar não
só as mudanças de atitudes individuais e sociais, como passou a fazer parte da criação
de normas e estratégias que visam despertar nas organizações e profissões o sentido
da importância dessa responsabilidade.
No dia 1º de novembro de 2010, a International Organization for
Standardization (ISSO) divulga a norma ISSO 26000 para a
responsabilidade social e que terá grande impacto nas organizações,
tornando-as mais sensíveis ao engajamento em projetos visando o
desenvolvimento sustentável. [...] isso exige que as empresas e
profissionais assumam maior responsabilidade social, econômica e
ambiental ao definir seus papeis e ações. (DIAS, 2017, p. 42).
Desta forma, aumenta-se a necessidade de preparar os futuros profissionais
para ter uma visão sistêmica e efetiva da responsabilidade social e ambiental, e
desenvolverem o poder de discutir e encontrar soluções coletivas para os problemas
socioambientais que atingem a sociedade. Isso faz com que o surgimento de uma
31
educação voltada para a realidade sustentável que esteja integrada à realidade
acadêmica e profissional.
Exige-se, então, a existência de uma disciplina voltadas para os cursos de
saúde que seja democrática, criativa, inclusiva, plural, participativa e agente do
desenvolvimento sustentável, capaz de promover a sensibilização e a conservação do
meio ambiente sob a ótica da Educação Ambiental. (GRYNSZPAN, 1999). O estudo
das questões ambientais na formação em enfermagem, configura-se como um
instrumento certo na compreensão dos problemas que as atingem e também na
elaboração de projetos e soluções para as questões éticas e responsáveis com
relação à saúde da sociedade.
Quando aconteceu em Estocolmo, na Suécia, a reunião de Conferência da
ONU sobre o Ambiente Humano, a Educação Ambiental passou a ser reconhecida
como um importante meio para educar o cidadão na busca de soluções aos problemas
ambientais, e um meio também de instruir profissionais para melhores ações de
responsabilidade social e ambiental. Até então, a preocupação em solucioná-los
estava desvinculada de um processo educativo e poucos resultados eram então
obtidos. (DIAS, 2017).
Sendo assim, os conteúdos ambientais devem estar presentes em disciplinas
do currículo acadêmico de enfermagem, e devem ser contextualizados com a
realidade da profissão e da sociedade em que estão inseridos. Sendo assim, é preciso
estabelecer uma relação entre tais conteúdos e as disciplinas do currículo, de modo
que a educação ambiental possa ser tratada de forma sistemática e transversal
adotando, assim uma dimensão interdisciplinar. (PEREIRA; MELO;
FERNANDES,2012).
3.3 Disciplina Responsabilidade Socioambiental na Enfermagem
Em meio às questões que relacionam saúde, sociedade e meio ambiente,
atualmente percebemos uma série de problemas ambientais que afetam a sociedade
contemporânea, como a poluição das águas e dos solos. E no estado do Amazonas,
na capital Manaus, principalmente em alguns igarapés em bairros na cidade é evidente
a situação onde a degradação ambiental prejudica o bem-estar físico e a saúde da
32
sociedade. Essa realidade, no entanto, não diz respeito somente a poluição dos
igarapés.
Através também da contaminação do ar pela emissão de gases poluidores, do
aquecimento global, depredação e degradação do meio natural pelo constante
expansionismo do mercado industrial intensificado nas últimas décadas, constatou-se
a necessidade de discutir com a comunidade acadêmica, corpo docente e
coordenação de Enfermagem da Faculdade Uninassau sobre tais questões, com o
objetivo de analisar o nível de conscientização sobre tais assuntos e mostrar a
importância em preservar a vida dos seres vivos e da sociedade em harmonia com a
preservação do meio ambiente. E toda essa proposta só pôde ser realizada e
desenvolvida através da disciplina de Responsabilidade Socioambiental.
Nota-se que a falta de informação nos diversos setores e principalmente, dos
estudantes da área da saúde, a respeito da Educação Ambiental são fatores decisivos
na perpetuação da degradação do meio ambiente. Uma vez que ambos estão
completamente relacionados e a maioria não está completamente consciente dessa
relação. Esta realidade parece não ser diferente em comunidades onde os estudantes
de enfermagem atuaram com os Projetos da disciplina de responsabilidade
socioambiental, onde as informações são menos acessíveis e os costumes são
ditados pela cultura local como a falsa ideia de que o meio ambiente não interfere
diretamente na questão da saúde.
A Educação Ambiental é um assunto de grande repercussão nas últimas
décadas, já que além de enfrentarmos crises ambientais que comprometem o futuro
da humanidade, também estamos completamente inseridos em um ambiente propício
para a proliferação de antigas e novas doenças relacionadas ao desgaste e poluição
ambiental (PATRÍCIO, 2006).
Doenças estas que os profissionais da saúde lidam cotidianamente, pois o
contato direto com o lixo, com a poluição das águas, queimada, dentre outros
malefícios ambientais, afetam não somente o desenvolvimento harmônico entre
ambiente e sociedade, como também a qualidade de vida e de saúde das pessoas
que os profissionais têm contato. E é responsabilidade desse profissional dar atenção
e instrução à saúde exercendo atividades básicas que incluem educação sobre os
33
métodos de prevenção de doenças e combate às enfermidades endêmicas locais.
Adicionando a essas atitudes, conforme a pesquisa intitulada “A atenção primária à
saúde e o programa de saúde da família”, também é responsabilidade do profissional
imunizar a sociedade, atender dos problemas de alimentação, do abastecimento de
água e saneamento básico (ALEIXO, 2002).
Os autores Carvalho, Tomazello e Oliveira (2009) também discutem questões
parecidas em suas pesquisas, e afirmam que no Brasil ainda existem poucas
discussões sobre como a relação do meio ambiente afeta a saúde. Salientam a
importância da educação ambiental associada à realização de ações que privilegiem
em nível local as comunidades, com informações apropriadas e participação social;
fato este, que significou a adaptação desta estratégia a realidade brasileira e ao
Sistema Único de Saúde, o que refletiu nas grades curriculares dos estudantes das
áreas, uma vez que a educação ambiental se tornou mais relevante. Assim, o
estudante absorve conhecimento das condições do meio ambiente e o que é
pertinente à saúde ambiental e social, como saneamento e moradia, fazendo o
profissional ter noção do que realmente é essencial no estabelecimento de medidas
de promoção da qualidade de vida do indivíduo, famílias e comunidades (CARVALHO,
TOMAZELLO E OLIVEIRA, 2009).
Sob a ótica dos autores Prasad e Mogla (2016), a educação ambiental inserida
na disciplina de responsabilidade socioambiental, deve ser tratada como componente
essencial e permanente da educação formal e profissional, com caráter teórico sim,
mas também participativo e humano, que permita uma compreensão da ambiental que
vá além das questões políticas e econômicas, e envolva as relações entre sociedade,
saúde e meio ambiente, vislumbrando a construção de uma responsabilidade voltada
para questões sociais e ambientais.
Razão pela qual, nos cursos voltados para a área da saúde, a educação
ambiental não esteja reduzida à uma nova disciplina ou componente curricular dentro
da educação profissional, ela deve “tratar-se de uma prática criativa que envolva todo
um caráter interdisciplinar uma vez que envolve inúmeras especialidades,
principalmente no que se refere à formação para o exercício da cidadania dentro da
profissão” (PRASAD; MOGLA, 2016).
34
Nessa perspectiva, a Faculdade Uninassau Manaus, de acordo com as
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem,
transmitidas para este estudo, com a autorização do Diretor Acadêmico e Institucional
do ano de 2019, Alcimar Marques, instaurou em sua grade curricular disciplinas que
promovam a melhor formação aos profissionais da saúde. Desta forma, o curso de
graduação em enfermagem da instituição tem como perfil do formando
egresso/profissional o(a) enfermeiro(a), com formação generalista, humanista, crítica
e reflexiva, qualificado para o exercício de Enfermagem, com base no rigor científico
e intelectual.
A base curricular permite ao aluno conhecer e intervir sobre os
problemas/situações de saúde-doença mais prevalentes no perfil epidemiológico
nacional, com ênfase na sua região de atuação, as disciplinas permitem o acadêmico,
após formado, atuar, com senso de responsabilidade social e compromisso com a
cidadania, como promotor da saúde integral do ser humano. Tal atitude foi inspirada
e baseada na Política Nacional de Educação Ambiental que traz em seu artigo 2º a
seguinte afirmação:
[...] a educação ambiental é um componente essencial e permanente
da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada,
em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter
formal e não formal.
E por isso, alunos do 4º período do curso de enfermagem têm na sua grade
curricular uma disciplina de caráter obrigatório voltada para educação ambiental.
Trata-se da responsabilidade socioambiental, que possui em sua ementa assuntos
que despertem ações que respeitam o meio ambiente, englobam políticas que tenham
como um dos principais objetivos a sustentabilidade.
O profissional da enfermagem, nesse sentido, entra como agente que promove
a saúde em todas as esferas do ser humano, como referência da importância desse
profissional nas questões ambientais, tem-se como referência as teorias e obras de
Wanda Hora (2015) e sua visão visionária, uma vez que via na Enfermagem mais que
uma profissão, e sim um estilo de vida em que a dedicação ao bem-estar do paciente
ocupava o topo da lista de prioridades na área da saúde.
35
Assim, o acadêmico de enfermagem associa o aprendizado em
responsabilidade socioambiental como forma de manter a saúde também no ambiente
em que o ser humano vive.
A Responsabilidade socioambiental é trabalhada com alunos de enfermagem
de forma que busca a conscientização com relação as preocupações com o meio
ambiente que, atualmente, assumem proporções cada vez maiores em virtude da
ausência de uma educação voltada para questões ambientais, o que faz com que o
homem provoque desequilíbrios visíveis que afetam, entre várias esferas, a sua
própria saúde.
Reinaldo Dias, na sua obra “Gestão ambiental: responsabilidade social e
sustentabilidade” propõe definições que engloba profissionais de todas as áreas como
responsáveis por uma atitude mais responsável perante a sociedade e o meio
ambiente, uma vez que:
“[...] A responsabilidade ambiental está contida na responsabilidade
social, e deve ser entendida como parte integrante desta, nunca de
forma isolada. Quando se discute responsabilidade ambiental, esta
deve ser entendida como o conjunto de ações realizadas além das
exigências legais, ou daquelas que estão inseridas num contexto de
eficiência profissional ou de área de atuação” (DIAS, 2017, p 201).
Desta forma, a disciplina torna-se fundamental para que o acadêmico associe
a importância de ter uma base da educação ambiental para que possa realizar ações
de responsabilidade social e ambiental que favoreça a saúde do ser humano. A obra
de Reinaldo Dias, fundamenta também os aspectos principais da disciplina, em
conformidade com Horta, pois pode-se observar por suas teorias e suas intenções,
uma indiscutível preocupação com a saúde no verdadeiro sentido da palavra e que
deve estar nas principais ações do profissional da enfermagem, desde proporcionar
conforto ao paciente em até a pequenos detalhes na aplicação de cuidados básicos
para execução de procedimentos essenciais na preservação da saúde. O que, de fato,
engloba uma série de fatores que devem estar apropriadas para o bem-estar completo
do ser humano, incluindo o meio ambiente equilibrado.
36
No artigo publicado em 1974 por Wanda Horta, intitulado Enfermagem: Teoria,
Conceitos, Princípios e Processo, a autora afirma que a enfermagem é “a ciência e a
arte de assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, de torna-
lo independente desta assistência através da educação; de recuperar, manter e
promover sua saúde, contando para isso com a colaboração de outros grupos
profissionais”. Esta afirmação corrobora com a visão deste projeto e evidencia a
importância do curso de enfermagem em absorver as questões voltadas para a
educação ambiental, uma vez que todos são responsáveis pela preservação
ambiental: governos, empresas, profissionais de diversas áreas e cada cidadão.
Conforme Prasad & Mogla (2016) no artigo intitulado “Environmental education:
Component of sustainable development”, os currículos de educação ambiental devem
estar ligados a uma educação voltada para o “aprender fazendo” onde haja ciência e
consciência envolvidos, partindo deste pressuposto os alunos realizaram projetos
junto à comunidade, na disciplina supracitada com o intuito de aplicar os conceitos
junto à população a fim de promoverem uma conscientização coletiva para o bem estar
de todos, do meio ambiente e, consequentemente, uma melhora da saúde pública.
Assim, a disciplina Responsabilidade Socioambiental permite aos alunos de
enfermagem, a construção de uma prática educacional voltada à construção de
competências e habilidades que permita a cada futuro profissional ser um agente de
transformação da sua própria realidade, da sociedade em que estiver inserido a
atuando profissionalmente, possibilitando, assim, o desenvolvimento de uma
sociedade instruída, sustentável e voltada para a recuperação e preservação dos
recursos naturais.
Effeting, (2007), salienta que considerando toda essa importância da temática
ambiental e a visão integrada do mundo, no tempo e no espaço, sobressaem-se as
escolas, como espaços privilegiados na implantação de atividades que propiciem essa
reflexão, pois isso necessita de atividades de sala de aula e atividades de campo, com
ações orientadas em projetos e em processos de participação que levem à
autoconfiança, a atitudes positivas e ao comprometimento pessoal com a proteção
ambiental, implementados de modo interdisciplinar (DIAS, 1992 apud EFFETING,
2007, p. 23).
37
3.4 Aplicabilidade da Educação Ambiental no Projeto Prosamim Manaus
Com base nos estudos sobre educação ambiental na disciplina
Responsabilidade Socioambiental, os alunos do curso de enfermagem da Faculdade
Uninassau Manaus, colocaram em prática os conhecimentos obtidos através da
realização de um Projeto. As atividades foram realizadas no Parque Residencial
Manaus, localizado no centro da cidade e administrado pelo Programa Social e
Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim), entre as ruas Ramos Ferreira e
Ipixuna, no Centro, e propôs ações de divulgação e informação na área habitada,
palestras para os moradores, cartazes e panfletos que ilustrassem um estilo de vida
saudável e ações de reciclagem e saúde ambiental, colocando-se em prática a
necessidade da interação positiva e consciente da sociedade com o meio em que ela
vive, pois o ambiente saudável é um dos resultados da saúde.
No artigo “Educação em enfermagem e os desafios para a promoção de saúde”
(2009), os autores refletem como a promoção de saúde e conscientização social
também se configuram como medidas norteadoras, em diferentes âmbitos, como
político, assistencial e educacional, que contribuem efetivamente com as
transformações das ações de saúde.
As propostas do projeto tiveram a influência de estratégias sustentáveis que
estão em debate atualmente, assim como as já desenvolvidas e debatidas pelo
ministério público, como as descritas na Carta de Otawa. As políticas públicas servem
de parâmetro uma vez que possuem relevante diálogo com a saúde ambiental, pois
além de propor medidas que favoreçam a promoção da saúde, também favorecem o
desenvolvimento de habilidades entre os profissionais e estudantes, como as descritas
na Carta de Otawa, que servem para impulsionar a sociedade para lutar por melhores
condições de vida, servindo de pilar para o reforço da ação social nas comunidades,
no caso de Manaus e do projeto desenvolvido, seria nas áreas do Centro de Manaus
onde o Prosamim foi estabelecido.
Para relacionar ambos, é necessário explicitar, segundo o Ministério Público do
Brasil, qual a definição e a importância da Carta de Otawa:
“A Carta de Otawa, documento que direcionou as bases operacionais
de promoção da saúde, afirma que as condições e requisitos para a
38
saúde são: paz, educação, habitação, justiça social, como também,
um ecossistema estável e recursos sustentáveis. Completando
esses requisitos, existe a necessidade de conceber a promoção da
saúde de forma ampla, relacionando-a a políticas públicas e à
intersetorialidade, para implementar estratégias visando a melhorar
os níveis de saúde”. (Ministério da Saúde; 2001. p. 19).
O desenvolvimento do projeto partiu da necessidade de se realizar uma
conscientização com vistas a divulgação e propagação da saúde e da educação
ambiental, para alunos aplicarem na prática aspectos relacionados a disciplina
responsabilidade socioambiental. Pois a sincronia entre saúde, educação, meio
ambiente e sociedade permite a implantação efetiva do que seria saúde na prática que
o projeto propôs, que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) inclui
aspectos como o saneamento básico, que deve ser entendido como o controle de
fatores do meio físico do ser humano, e que interferem ou podem interferir no bem-
estar físico, mental e social (PHILIPPI JR; MALHEIROS, 2005).
Ou seja, fatores de saúde ambiental refletem na saúde física, e o saneamento
tem por objetivo minimizar os danos ao meio ambiente que interferem na saúde da
população, e tem por finalidade proteger e melhorar as condições de vida da
população (CARVALHO; OLIVEIRA, 1997).
Em Manaus, há necessidade da aplicação de medidas para a conscientização
sobre saúde ambiental como por exemplo, reciclagem com direcionamento do lixo. O
destino do lixo é outro fator preponderante neste contexto. Segundo Carvalho e
Oliveira (1997), "lixo é todo resíduo resultante da atividade humana, expõem ainda
que o homem esteja em contato com o lixo, através de contato direto ou indireto com
insetos e ratos, dejetos de animais e poluição do meio". O destino incorreto do lixo
causa sérios danos ao homem e ao meio, pois é um dos fatores causadores de risco
à saúde. (CARVALHO; OLIVEIRA, 1997).
O Projeto de Promoção a Saúde Prosamim Manaus, foi desenvolvido e
realizado por uma equipe de educadores e alunos de Enfermagem da Faculdade
Uninassau Manaus, no dia 09 de Junho de 2018, ao fim do semestre, e juntos com a
Coordenação de curso, foram desenvolvidas ações de promoção da saúde, com foco
em educação ambiental no Bairro Centro de Manaus, especificamente no Prosamim.
39
A primeira etapa foi a elaboração de material de cunho teórico com assuntos
relacionados a disciplina de Responsabilidade Socioambiental, juntamente com
docentes e alunos, onde foram extraídas as informações mais necessárias a serem
transmitidas e divulgadas por meio do projeto a população. Foi feito o contato com os
responsáveis pela comunidade noção do quantitativo de moradores, pois houve
distribuição de itens de higiene e sacos de lixo para descarte reciclável, e também
uma cópia do Projeto, para que a comunidade visitada pudesse conhecer os detalhes
do projeto e das ações.
Através de um trabalho de campo planejado, onde o número de alunos e
docentes do projeto ficou em 85 participantes e o número total de moradores em 240
pessoas, a equipe multidisciplinar realizou inicialmente abordagens aos moradores e
junto aos professores e coordenação constataram a seguinte realidade: exposição dos
moradores às variações climáticas, uma vez que utilizam a rua como espaço de
trabalho e moradia; submissão dos moradores a entorno insalubre e possível
propagação de doenças, de quem se tornam reféns; processo de estigma social;
atuação de forma individualizada; criação de lixões domésticos que se constituem em
grandes focos de proliferação de doenças; identificação de uma coleta de lixo
fraudulenta e falta de informações necessárias para a conscientização e melhoria da
situação social e ambiental.
Segundo Oguisso, 2006, assim como a ética profissional do enfermeiro, os
projetos realizados por qualquer segmento relacionado a saúde, deve ter uma
relevância social, que favoreça a comunidade e melhore sua qualidade de vida.
Fig. 1 – Projeto Prosamin Manaus – Alunos instruindo moradores sobre educação ambiental.
Fonte: Autora,2018.
40
O projeto foi reconhecido pela comunidade local, a qual pareceu aderir ao
trabalho por meio da destinação correta dos resíduos e plantação de árvores, bem
como, participação nas palestras a respeito de atitudes ambientais saudáveis, e total
receptividade dos moradores para que o projeto tenha desenvolvimento. O desafio foi
a inserção de um número maior de moradores às ações, bem como, o fomento da
educação ambiental para a adesão da população a coleta seletiva solidária e também
incentivo a plantações de árvores e preservação do meio ambiente.
Fig. 2 – Alunos incentivando a plantação de árvores no Projeto Prosamim Manaus.
Fonte: Autora,2018.
Sendo assim, ocorreram no mesmo dia as ações de promoção a saúde e
conscientização da saúde ambiental com 85 participantes do projeto (entre
professores e alunos) promovendo a conscientização a 240 moradores do Prosamim.
Foram elaborados cartazes e panfletos, os kits foram organizados e grupos ficaram
41
responsáveis pelo auxílio na coleta de lixo e palestras para interessados. Todas as
atividades realizadas na comunidade Prosamim, no dia 09 de junho de 2018 tinham a
temática Educação e Saúde ambiental para a comunidade.
Fig. 3 – Projeto Prosamin Manaus – Professores e alunos com mudas incentivando
moradores a plantar árvores e ter cuidado com o meio ambiente.
Fonte: Autora,2018.
Aplicou-se pelos alunos e coordenadores do projeto, o assunto "saúde e meio
ambiente" de uma maneira mais ampla dentro das suas questões conceituais, não se
referindo somente à ausência de doenças, mas sim ao completo bem-estar físico,
mental e social de um indivíduo. Nesta perspectiva, as ações foram executadas por
diferentes atores sociais, ainda buscando transformar o paradigma vigente para a
saúde, conciliando paradoxos e desigualdades crescentes entre fatores de natureza
social, econômica, política, cultural e ambiental. (Ministério da Saúde; 2001).
42
Fig. 4 – Projeto Prosamin Manaus – Professores e alunos instruindo (na prática) moradores
com relação a importância da coleta seletiva.
Fonte: Autora,2018.
Nesse sentido, a orientação que se extrai da disposição contida no artigo 3º da
Lei nº 8.080/90, onde se consigna que "a saúde tem como fatores determinantes e
condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens
e serviços essenciais" se fez completamente coerente com os princípios deste projeto.
Uma vez que o termo "saúde" engloba uma série condições que devem estar
apropriadas para o bem-estar completo do ser humano, incluindo o meio ambiente
equilibrado, e permite assim, numa questão conceituar, dialogar e interligar ambos.
O projeto efetivou-se com sucesso devido à cooperação e participação dos
envolvidos. As atividades foram realizadas de forma integradora com a cooperação
mútua. As aulas de responsabilidade socioambiental isoladas, somente com
conteúdo, não surtem os efeitos esperados e duradouros, não são capazes de
reproduzir a mudança de mentalidade, é preciso promover a reflexão contínua através
da prática e da vivência para se atingir os objetivos da Educação Ambiental.
43
3.5 Aplicabilidade da Responsabilidade Socioambiental no Projeto Educação
Ambiental e Promoção da Saúde através da coleta de lixo.
A Educação Ambiental deve ser vista como um processo que envolve as
dimensões sociais, culturais, políticas, econômicas, científicas e éticas do ser humano,
que objetiva a mudança de comportamento por meio da conscientização e do
desenvolvimento do senso crítico dos estudantes e da sociedade, de forma a
incorporar atitudes ambientalmente sustentáveis.
Atualmente o gerenciamento inadequado do lixo tem se tornado um problema
econômico, ambiental e de saúde pública, com 7 a 10 bilhões de toneladas de lixo
urbano produzidas a cada ano e 3 bilhões de pessoas ao redor do mundo sem acesso
a locais apropriados de despejo. Alavancados pelo crescimento populacional,
urbanização e aumento do consumo, esse volume possivelmente dobrará de tamanho
em cidades de baixa renda da África e da Ásia até 2030, alerta o Panorama do
Gerenciamento Global de Lixo, lançado pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente
(PNUMA) e pela Associação Internacional de Lixo Sólido na no dia 07/09/2015.
Em Manaus a média de lixo produzido pela população é de 2.654, 5 toneladas
por dia. No decorrer de 2014 até 2017, a SEMULSP recolheu 966.923 toneladas de
resíduos sólidos da cidade de Manaus, um aumento de 2,4 % em relação ao ano de
2013. A média diária nesse período chegou a 2.654,5 toneladas. Por dia, cada
manauara produziu em média 1,315 quilos de resíduos.
O destino dos resíduos no Aterro se deu em três formas: Aterramento,
Compostagem e Reciclagem. Representados nesta proporção, (98,08% Aterramento),
(0,11% Compostagem) e (1,81% de Reciclagem). Diante do exposto surgiu a reflexão
de alunos e professores do curso de Enfermagem da Faculdade Uninassau Manaus,
a ideia inicial para a realização do Projeto relacionando educação ambiental e
promoção da saúde através da coleta de lixo, com a intenção de fazer algo relacione
a responsabilidade socioambiental com práticas de preservação do meio ambiente.
De um lado temos uma grande quantidade de resíduos, do outro, a população
que apenas gerar estes resíduos sem a preocupação com a destinação correta,
justamente pela falta de uma educação ambiental.
44
Assim, no início do semestre de 2019, os alunos da disciplina de
Responsabilidade Socioambiental do segundo semestre de 2018, colocaram na
prática o conteúdo assimilado.
Segundo Dias (2017) o desenvolvimento sustentável possui três dimensões:
econômica, social e ambiental. O Projeto pretendeu analisar retirar (coletar) a
quantidade de lixo produzida pela população em um espaço público da cidade: a Praia
da Ponta Negra, um dos locais mais frequentados pela população da cidade de
Manaus. Após a coleta do lixo, os acadêmicos propuseram a entrega para catadores
que utilizam os resíduos de forma econômica, através da reciclagem.
A partir da pirâmide da sustentabilidade que expressa o equilíbrio dinâmico das
vertentes econômica, social e ambiental do desenvolvimento sustentável. Nesse
sentido, Sachs (2008) corrobora com (Dias, 2017; Seiffert, 2009), acrescentando duas
dimensões ao conceito de desenvolvimento sustentável. Sachs apresenta, assim,
cinco pilares do desenvolvimento sustentável, os quais são: a) social; b) ambiental; c)
territorial – relacionado à distribuição espacial dos recursos, das populações e das
atividades; d) econômico; e) político, em que a governança democrática é um valor
fundador e um instrumento necessário para fazer as coisas acontecerem. O projeto
realizou ações de promoção a saúde através da coleta de lixo, uma vez que a poluição
é amenizada nos espaços públicos e também e renda aos catadores. Principalmente,
levando em consideração a falta de educação ambiental da sociedade consumista que
só gera os resíduos sem a mínima preocupação de dar a destinação correta dos seus
resíduos. (SACHS, 2008)
O projeto tem foco na Educação Ambiental e promoção da saúde através da
coleta de lixo, além do auxílio a catadores. São diversas as razões para influenciar a
coleta de lixo, principalmente por esta ser uma das atitudes mais prejudiciais ao meio
ambiente. Uma delas é a cultura da população, que no intuito de fazer a limpeza acaba
juntando montes de lixo para serem queimados; outra questão bastante grave é a não
existência da coleta seletiva em espaços públicos, por isso em muitas cidades, não há
o hábito da separação adequada do lixo doméstico; também, os espaços baldios,
muitas vezes, são ocupados por lixos jogados pelas pessoas.
45
Outro exemplo comum de descaso com o meio ambiente e com a sociedade
são as caçambas de depósito de lixo, principalmente, nos locais de comércio, ficam a
céu aberto até o caminhão de lixo recolher. Esta atitude é um incentivo à proliferação
de animais causadores de doenças. (SACHS, 2008).
A degradação ambiental está diretamente ligada à vida cotidiana e os aspectos
ambientais abordados são os mais visíveis e os mais recorrentes no dia a dia da
população; capazes de serem percebidos pelo próprio ser humano, por isso o
comportamento humano deve ser compreendido para que o próprio ser humano
modifique-o em relação ao espaço em que estão inseridos.
O Projeto foi realizado logo após as festividades do final do ano de 2018, no dia
15 de janeiro de 2019, pois o local onde foi realizada a coleta pelos alunos e
professores, é o espaço público onde mais se concentram pessoas nas festas de fim
de ano. Os benefícios do projeto, foram inúmeros. Os alunos puderam refletir acerca
da responsabilidade social e ambiental que o profissional da saúde tem, além de
perceberem na prática, a importância da coleta de lixo para melhoria das condições
sociais e de saúde da sociedade.
Dentre os assuntos destacados, após a realização, evidenciou-se a: Educação
Ambiental entre todos; Sensibilização para a pratica da Coleta Seletiva; Diminuição
em aproximadamente 30% dos resíduos enviados aos aterros por falta de destinação
correta; Aumento da Renda dos catadores através da quantidade coletada, em 20%;
Os dados devem ser levados em consideração, principalmente por serem um
componente educativo prático, uma vez que “a preservação do meio ambiente
depende de uma consciência ecológica e a formação da consciência depende da
educação”. (GADOTTI, 2005, p 19). E atitude como a de recolher lixos das ruas, são
mais difíceis de modificar, pois quando estão inseridas no cotidiano passam a ser tão
naturais quanto andar. O comodismo não permite que as pessoas enxerguem o
quanto prejudicam seu próprio espaço e o meio em que vivem, e que isso reflete
diferente da sua saúde. (GADOTTI, 2005).
46
Fig. 5 – Projeto Educação Ambiental e Promoção da Saúde através da coleta de lixo.
Alunos com as divisões do lixo recolhido no início da ação.
Fonte: Autora,2018.
Fig. 6 – Projeto Educação Ambiental e Promoção da Saúde através da coleta de lixo.
Alunos no espaço de eventos da Praia da Ponta Negra em Manaus com os lixos recolhidos.
Fonte: Autora,2018.
47
Fig. 7 – Projeto Educação Ambiental e Promoção da Saúde através da coleta de lixo.
Alunos e professores na Praia da Ponta Negra em Manaus com os lixos recolhidos.
Fonte: Autora,2018.
Através da ação executada pelo projeto, percebeu-se o quanto a formação está
ligada ao espaço/tempo no qual se realizam concretamente as relações entre o ser
humano e o meio ambiente. Elas se dão, sobretudo, no nível da consciência.
(GADOTTI, 2005, p.20)
A conscientização sobre a questão ambiental e saúde através da coleta de lixo
trouxe, portanto, a proposta de transposição do conteúdo teórico da disciplina de
responsabilidade socioambiental na prática educativa. De forma que atingiu a
dimensão da consciência dos alunos nas suas experiências através do conhecimento
em educação ambiental e prática de coleta de lixo. Ao ser feita uma análise das
práticas desenvolvidas em vários contextos em que a educação ambiental se faz
necessária, observou-se que representa um fator importante executar ações como as
realizadas pelo projeto, uma vez que conseguiram, alunos e professores, atingir
48
complexidade e despertar a interatividade e a reflexão a respeito da necessidade de
se preservar o meio ambiente.
Fig. 8 – Projeto Educação Ambiental e Promoção da Saúde através da coleta de lixo. Final da ação do
projeto, quando houve a coleta de lixo realizada de forma correta e também a distribuição para catadores.
Fonte: Autora,2018.
49
CAPÍTULO IV
4.1 Metodologia Aplicada
A metodologia se divide em etapas, na qual a inicial consiste na reunião de
conteúdo bibliográfico. No entanto o autor Roberto Da Matta auxilia na organização
metodológica eu o projeto dissertativo seu propõe (1974), pois o mesmo explica que
existem três etapas fundamentais para o exercício de um projeto de pesquisa: a fase
teórico-intelectual, na qual o pesquisador ainda não possui o contato direto com o
objeto a ser pesquisado e utiliza-se inicialmente, para estabelecer os parâmetros de
sua pesquisa, a fase de revisão bibliográfica do tema e o planejamento das ações.
Nesta fase, é realizado o estudo no qual, especificamente para esta pesquisa, é
realizado o levantamento dos estudos, pesquisas, dissertações e teses acadêmicas
sobre o tema e as relações disciplinares propostas a serem estudadas (a educação,
o meio ambiente e a saúde, levando em conta o processo de conscientização da
população, o compromisso e a responsabilidade social).
A etapa seguinte, denominada pelo autor como período prático, representa o
período no qual a problemática do projeto é gradativamente redefinida, e são
priorizados os problemas específicos do objeto a ser pesquisado, além de ser refletida,
pelo pesquisador, como será realizada a logística diária durante o contato com o que
se pesquisa. Por fim, a última etapa é denominada pessoal ou existencial. Nesta,
ocorre o “choque” entre a cultura do pesquisador e a cultura do objeto pesquisado. É
a concretização das fases anteriores, a materialização do andamento da pesquisa.
A metodologia a ser utilizada nesta pesquisa possui uma abordagem
essencialmente qualitativa que, para Chizzotti (1991), pressupõe “uma relação
dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre o sujeito e
o objeto, um vínculo indissociável entre o mundo do objetivo e a subjetividade do
sujeito” (p.71). Corroborando Chizzotti (1991), Richardson (2007) afirma que a
pesquisa qualitativa se justifica por ser uma forma adequada de entender a natureza
de um fenômeno social, podendo estar presente até mesmo em informações colhidas
por estudos quantitativos.
Ou seja, este tipo de abordagem trabalha com o universo de significados,
motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais
50
profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos
à operacionalização de variáveis. Como ferramenta de pesquisa, escolheu-se a
análise bibliográfica de artigos, pesquisas, teses e leis como esteio para a realização
do trabalho.
Estudos baseados em documentos como material primordial, sejam revisões
bibliográficas, sejam pesquisas historiográficas, extraem deles toda a análise,
organizando-os e interpretando-os segundo os objetivos da investigação proposta. É,
pois, o tratamento metodológico utilizado como esteio desta pesquisa. Trata-se de um
processo de “garimpagem” de informações: se as categorias de análise dependem de
documentos, estes precisam ser encontrados, extraídos das prateleiras de bibliotecas
e arquivos públicos, e então receber um tratamento que, orientado pelo problema
proposto pela pesquisa, estabeleça a montagem das peças, como um quebra-cabeça.
Assim, inicialmente foi realizada a compreensão bibliográfica da literatura
existente a respeito dos seguintes temas: Saúde, Educação ambiental, Meio ambiente,
Enfermagem, Sociedade e responsabilidade social. O sucesso desta etapa depende,
principalmente, das reuniões iniciais entre pesquisador e professor orientador (para
definição dos caminhos teóricos a serem seguidos), além da realização de leituras e
fichamentos para a devida apropriação dos conteúdos teóricos.
Em seguida, na dita fase de campo, foi feita, inicialmente, a coleta de dados
documentais a respeito do conteúdo apreendido por graduandos do curso de
enfermagem da faculdade Uninassau Manaus no período de ano letivo determinado
por intermédio da aplicação de questionários previamente desenvolvidos baseados
em metodologias coerentes com o assunto e o tipo de pesquisa. Em complemento à
análise historiográfica, serão realizadas essas aplicações de questionários
(entrevistas) com professores mestres e doutores do curso que atuaram no período
pesquisado, além de entrevistas com outros pesquisadores que desenvolveram
trabalhos sobre o tema.
Finalmente, foi aplicada a ferramenta de triangulação dos dados coletados em
todas as etapas da pesquisa, quando os alunos serão responsáveis por atividades
práticas de responsabilidade social acerca do tema, e será realizada a pesquisa
através de questionários com relação ao nível de conscientização dos mesmos.
51
Segundo Duarte (2009), a ferramenta de triangulação de dados procura
estabelecer bases para uma validação dos dados no sentido clássico do termo, isto é,
como busca da essência do fenômeno na relação entre o real e a teorização sobre o
real. No entanto, de acordo com Adorno (1994) a proposta da triangulação,
atualmente, propõe a sobreposição de uma análise unidimensional, alicerçada em
índices da realidade, a uma análise multidimensional ou do contexto. A análise
realizada através desses pressupostos permite o estabelecimento de uma inter-
relação entre os fatos, os documentos analisados, as falas/ações dos indivíduos, o
que permite uma compreensão mais abrangente dos significados construídos
socialmente na relação dos sujeitos com o ambiente de trabalho.
Deve-se observar que há um permanente contato entre a bibliografia
pesquisada e os fatos vivenciados na instituição de ensino. Por mais que seja
plenamente aceita a necessidade de contextualização da matéria pesquisada, na
tentativa de se forçar um distanciamento entre pesquisador e ambiente pesquisado,
isso nunca é feito de forma absoluta e natural. Não se pode negar a natureza humana
do pesquisador e, consequentemente, seu conjunto de referências comuns ao tempo
presente. O embate entre o isolamento do pesquisador em relação ao tempo presente
(ou, em pesquisas que cheguem até a contemporaneidade, a relativização das
condicionantes nas diferentes etapas do estudo) e o uso, ainda que involuntário, de
conjuntos de referências é constante e mesmo necessário.
Assim, deve prevalecer o reconhecimento das limitações das bibliografias,
implicando na aceitação dos resultados obtidos como um encaminhamento da
pesquisa proposta. Mesmo que a metodologia proposta aqui busque uma análise de
acontecimentos e estruturas contemporâneos, suas fontes remetem a diversas
discussões nacionais e mundiais, que envolvem o debate sobre Meio ambiente e
impactos ambientais na saúde da sociedade.
Jacobi (2003) destaca duas justificativas para a realização de pesquisas por
meio do uso da metodologia bibliográfica. Para o autor, uma abordagem histórica
permite ao pesquisador estabelecer trajetórias e desenhos dentro dos quais é possível
observar uma concatenação entre os diferentes acontecimentos. A segunda
justificativa é que a bibliografia encoraja a exploração de fatos de maneira holística,
ao levar em consideração, por exemplo, a influência de ideologias e a interação entre
52
a matéria estudada e fatores ambientais e sociais. A aceitação de uma realidade
multifacetada implica em uma contextualização pormenorizada, em um esforço
contínuo de se desnudar, ao máximo, a realidade em seus diferentes âmbitos, mesmo
que essa análise seja orientada sempre em conformidade com uma perspectiva
específica.
Grandin (2010), utilizando ferramenta semelhante em pesquisa sobre as
condições de trabalho na Companhia Ford no estado do Pará, afirma que as narrativas
dos descendentes daqueles que compunham o objeto de estudo são válidas a partir
do momento em que alguma informação extraída da narrativa pode ser, ao mesmo
tempo, verificada em algum documento oficial ou extraoficial, ou mesmo subentendida
no referencial teórico utilizado pelo pesquisador.
Face ao exposto, de forma sucinta o trabalho de pesquisa ocorrerá por meio
das seguintes etapas:
Fig. 9 – Organograma de metodologia da pesquisa.
Fonte: Autora,2019.
53
4.2 Questionário aplicado na pesquisa
A educação ambiental sempre esteve atrelada ao termo conscientização
ambiental, que acabou por cair em desuso por fazer ideia de geração de novos
conceitos e conhecimentos, baseada na transmissão de informações. Desta forma, a
pesquisa foi realizada com o intuito de se empregar o termo conscientização, pois o
termo implica justamente na necessidade de se ir além da transmissão de
conhecimentos envolvendo o meio ambiente, e sim na mudança de comportamento e
modo de pensar com relação ao tema.
Com base nessa ideia, a elaboração e aplicabilidade do questionário, visa medir
e analisar o nível de conscientização dos alunos de enfermagem com relação a
educação ambiental e a prática da responsabilidade socioambiental. Práticas estas,
desenvolvidas nos projetos executados pelos alunos onde a Educação Ambiental se
fez presente, e observou-se a construção de novas formas de pensarem sobre
questões ambientais e saúde. Contudo, para que esse entendimento tivesse lugar,
fez-se necessário que a Faculdade Uninassau Manaus autorizasse a aplicabilidade de
questionário com os alunos, após estes terem cursado a disciplina responsabilidade
socioambiental.
O bom desenvolvimento de uma pesquisa onde seja analisado o grau de
entendimento de pessoas acerca de determinado assunto, depende da qualidade do
questionário e dos recursos aplicados, no caso deste estudo optou-se por realizar
questões objetivas, mas também subjetivas, com intuito de verificar de forma
qualitativa o conhecimento dos alunos pesquisados.
O questionário foi construído a partir de estudos bibliográficos sobre o tema, no
conteúdo trabalhado na disciplina Responsabilidade Socioambiental e nas vivências
dos projetos desenvolvidos pelos alunos. Constou-se de 10 perguntas objetivas, onde
nas duas primeiras buscou-se obter dados pessoais como sexo e idade. A terceira
questão teve como objetivo saber o nível de experiência do aluno em enfermagem
(caso já tivesse formação técnica ou trabalhasse na área). As questões 4 buscou
entender quão importante o aluno acha que foi cursar a disciplina responsabilidade
socioambiental.
54
As perguntas de número 5 e 6, indagaram sobre atitudes sustentáveis e
incentivo a praticá-las; e as questões 7, 8, 9 e 10, abordaram perguntas sobre a
importância e nível de conhecimento em educação ambiental.
Os temas tratavam-se do comportamento dos sujeitos pesquisados em relação
a educação ambiental e sua importância para a profissão de enfermagem. Optou-se
por analisar também, duas perguntas subjetivas, onde o aluno deveria escrever a
respeito da importância da disciplina responsabilidade socioambiental para sua futura
prática profissional e relacionar educação, saúde, sociedade e meio ambiente.
O questionário contou com um cabeçalho para identificação e o compromisso
junto a instituição Faculdade Uninassau, foi de não divulgar o nome dos sujeitos da
pesquisa, uma vez que seriam analisados outros aspectos e não se faria necessária
a divulgação de dados pessoas. O modelo do questionário encontra-se no apêndice I
Conforme orienta as autoras Marina Marconi e Eva Maria Lakatos, na obra
“Técnicas de Pesquisa: Planejamento e Execução de pesquisa, Amostragem e
Técnicas de pesquisa, Elaboração, Análise e Interpretação de dados”, o questionário
é um instrumento de pesquisa, contendo uma série de perguntas ordenadas, que
devem ser respondidas pelos observados, por escrito e sem a presença dos
pesquisadores. Desta forma, a abordagem iniciou-se com o diálogo entre pesquisador,
professor da disciplina Responsabilidade Socioambiental e com o então diretor da
Faculdade Uninassau Manaus, Alcimar Marques. Depois de um diálogo com a
professora da disciplina, e após a retirada do diretor, iniciou-se a pesquisa através da
aplicação dos questionários.
A aplicação do questionário com questões objetivas e subjetivas caracterizou a
pesquisa como quantitativa e qualitativa, descritiva, de campo e não experimental. A
pesquisa quantitativa é um meio para testar teorias objetivas, examinando a relação
entre as variáveis. É também descritiva por almejar a descrição do nível de
conscientização sobre educação ambiental dos pesquisados. (MARCONI &
LAKATOS, 2012).
55
4.3 Sujeitos da Pesquisa
Os sujeitos pesquisados foram os alunos do 5º período de enfermagem da
Faculdade Uninassau, que no segundo semestre de 2018, ainda no 4º período
cursaram a disciplina Responsabilidade Socioambiental e realizaram dois projetos
com base nos conteúdos trabalhados. Um dos projetos realizados no segundo
semestre de 2018 e outro no primeiro semestre de 2019.
A aplicação dos questionários foi feita ao final do 5º período, no dia 24 de Maio
de 2019, quando os alunos estavam em processo de finalização do semestre. O
critério de inclusão foi o de livre e espontânea vontade na participação da pesquisa e
o de exclusão foi a de desistência de alguns sujeitos.
O total absoluto de alunos cursando o 4º semestre (período de execução da
disciplina) era de 320, sendo duas turmas no período matutino, onde a turma A tinha
o número de 70 estudantes e a turma num total de 75, e duas turmas no período
noturno, onde a turma A tinha 85 alunos e a turma B 90, totalizando 320 alunos. O
total da amostra no dia da pesquisa, no entanto, foi de 290 alunos, sendo que 17
estavam impossibilitados de cursar a disciplina e o restante não responderam ao
questionário devido estarem ausentes no dia da pesquisa.
Os riscos relacionados com a participação dos indivíduos não foram evidentes,
visto que são mínimos por ser uma pesquisa com aplicação de questionário.
(MARCONI & LAKATOS, 2012). Os benefícios para os participantes incluíram o
fornecimento de dados para a evidência da importância da educação ambiental na
profissão, como também para entendimento dos aspectos interdisciplinares entre
saúde e meio ambiente, no âmbito da responsabilidade social e ambiental.
Todos os procedimentos metodológicos de pesquisa, coleta e análise de dados
foram realizados conforme a Resolução nº 466/2012 para atender os aspectos éticos
legais da pesquisa com seres humanos, conforme a Plataforma Brasil (BRASIL, 2012).
Portanto, para a execução desta pesquisa, este projeto foi analisado e aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).
56
4.4 Aspectos Éticos
Aspectos legais são essenciais para toda pesquisa, principalmente porque
pretendem revelar algum dado e informação e estas, devem estar de acordo com
parâmetros reais e relevantes são só para o meio acadêmico como para a sociedade
como um todo. Sendo assim, para a presente pesquisa e investigação, foram
cumpridos todos os requisitos da Resolução 466/12, que trata sobre pesquisas
envolvendo seres humanos passando, assim, pela avaliação de um Comitê de Ética
em Pesquisa.
Todos os alunos participantes dos projetos de Responsabilidade
Socioambiental, são estudantes de enfermagem da Faculdade Uninassau Manaus e
estavam de acordo com a proposta desta pesquisa assim como voluntariamente
aceitaram ser entrevistados e responder o questionário base para a análise dos seus
conhecimentos em educação ambiental.
Sendo assim, a pesquisa iniciou após o total esclarecimento de todos os
benefícios que a mesma traria para todos. Todos os objetivos foram identificados
ainda na execução do projeto inicial, e validado na qualificação. As colocações feitas
nessa etapa, levaram em consideração o que deveria constar na execução da
pesquisa e também a justificativa de sua importância.
Todos os resultados obtidos serão tornados públicos, e todas as colocações
presentes na resolução de ética foram cumpridas. Preocupou-se com a veracidade
dos dados e também com o respeito à dignidade e à integridade dos participantes;
foram garantidos seus direitos básicos enquanto participantes da pesquisa assim
como foram preservadas suas identidades na análise das questões subjetivas que
envolviam opiniões pessoais e alguns relatos individuais.
Também se levou em consideração o Conselho Nacional de Saúde, que foi
responsável pela elaboração da Resolução n. º 01/88, que aprovou normas de
pesquisa para a área de saúde; assim como atualmente existe a Resolução CNS/MS
n. º 196/96. Esta Resolução visa assegurar os direitos e deveres que dizem respeito
à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e ao Estado. (Conselho Nacional de
Saúde (CNS), 2019).
57
CAPÍTULO V
5.1 Resultados e Discussão
Vivenciamos uma grave problemática ambiental, o que traz a necessidade de
convocar a sociedade e os profissionais a discutir temas sobre como agir em prol da
preservação do planeta e reduzir problemas ambientais e de saúde causados pela
degradação ambiental.
De acordo com o sociólogo Bauman (1999), vivemos a chamada Modernidade
Reflexiva, período em que sofremos o impacto do progresso tecnológico e econômico,
resultando em riscos, dentre eles o ecológico, que ameaçam nossa sobrevivência.
Sendo assim, em determinados setores e cenários, esta realidade é contornada por
circunstancias peculiares, como por exemplo, na área da saúde, que mantém uma
relação ainda pouco conhecida com relação a questão ambiental. Em especial, no
contexto da educação ambiental.
Os profissionais da saúde, sob este enfoque, através da formação acadêmica,
cursam disciplinas de caráter obrigatório com conteúdo de responsabilidade social e
ambiental, e são direcionados, predominantemente, para o cumprimento de suas
profissões comprometendo-se o desenvolvimento de uma visão mais ampla sobre o
tema. (GOMIDE, 2004).
De acordo com Marcia Gomide (2004), a preocupação ambiental tem
oportunizado reflexões sobre a promoção da saúde através da educação ambiental
incorporada pelos profissionais da área, ampliando possibilidades de análise sobre
ações de responsabilidade socioambiental, ao tomar ser humano e natureza com
maior interdependência, modificando a percepção e a cognição dos estudantes frente
à questão da sustentabilidade.
O enfermeiro, assim como os demais profissionais atuantes na área, precisa
agregar as dimensões de saúde e meio ambiente em suas práticas cotidianas. Além
disso, é de suma importância terem conscientização a respeito do tema para que
possam também conscientizar a população sobre os riscos ambientais e as
consequências de danos ambientais para a saúde, entendendo como influenciadores
de doenças. (BRUZOS et al., 2011).
58
Desta forma, seja pelo embasamento teórico oferecido durante o curso através
de disciplinas especificas do tema, ou pela experiência prática que adquire com o
passar dos anos de atuação na enfermagem, o profissional é um importante
esclarecedor de situações ambientais a sociedade, bem como sua relação com a
saúde ambiental de maneira direta ou indireta. (LOPES; XIMENES, 2011)
Neste sentido esta pesquisa teve como objetivo identificar conscientização
sobre a relação entre a saúde e o meio ambiente na visão dos estudantes de
enfermagem da Faculdade Uninssau Manaus, após cursar a disciplina de
Responsabilidade Socioambiental no segundo semestre de 2018, e responder
questionário após a finalização de projetos em maio de 2019.
Foram entrevistados 290 alunos de enfermagem das turmas matutinas e
noturnas, com autorização do Diretor acadêmico e institucional da Faculdade
Uninassau em Manaus, Amazonas. Com relação a primeira questão sobre sexto, o
total de alunos corresponderam a 243 (84%) do sexo feminino e 47 (16%) do
masculino. Na segunda questão, sobre idade, a faixa etária predominante entre os
pesquisados foi de 47% (total de 136 alunos entre 25 a 35 anos), 28% (81 alunos até
os 25 anos), seguido de 38 alunos (13%) de 35 a 45 anos e 35 alunos (12%) de 45 a
60 anos. (Conforme gráfico 1 e 2).
Grafico 1 – Sexo dos alunos pesquisados
59
Grafico 2 – Faixa etária dos alunos pesquisados
Estes dados iniciais estão de acordo com o que menciona Wanda Horta (2015),
que discorre acerca das principais características da categoria de enfermagem, onde
a maioria dos profissionais são, de fato mulheres, devido ao objeto de atuação ser o
cuidado. Esse processo de inclusão feminina da enfermagem pode ser considerado
como um fato histórico (HORTA, 2012), visto que a relação existente entre as práticas
médicas (tratamento) e as da enfermagem (cuidado) estão associadas com o sexo e
classe.
Sendo assim destaca-se que esta profissão se mantém feminina em todos os
níveis, visto que se trata de uma profissão de cuidadoras, evidenciado pelos processos
de recrutamento, academia e mercado e processo de trabalho. Já a idade, se dá pelo
fato de que a maioria dos estudantes entram em uma graduação logo após terminar
os estudos de ensino médio, desta forma, a faixa etária entre 25 e 35 anos torna-se a
maior. (BRASIL, 2000).
Em relação ao nível de experiência na área da enfermagem, 184 se dizem
apenas estudantes (63,44%), 71 trabalham como estagiários (24,48%), 8 já são
técnicos em enfermagem (2,75%), 25 exercem algum tipo de trabalho voluntário na
área (8,62%) e apenas 2 já possuem um tipo de especialização (0,71%). (Gráfico 3).
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Gráfico 3 – Nível de experiencia dos alunos pesquisados na área de enfermagem
O nível de experiência e de atuação em que a maioria dos estudantes de
enfermagem está, realmente coincide com o período na graduação em que se
encontram, inicialmente na fase de estudo para depois, iniciarem a prática através dos
estágios. No entanto, uma parcela já está inserida nos estágios e nos trabalhos
voluntários, assim como alguns já possuem o curso técnico em enfermagem e buscam
a graduação.
Quando questionados sobre o nível de importância da disciplina
responsabilidade socioambiental, nota-se que a maioria dos alunos consideram
importante a disciplina, no entanto, poucos destacaram essa importância com alto
grau. Segundo as respostas dos questionários, 274 alunos responderam que a
disciplina é importante (93%), apenas 5 afirmaram ser muito importante (4%), 3 alunos
consideram razoável (1%), 4 julgam pouco importante (1%) e 4 não acham importante
cursar a disciplina no curso de enfermagem. (Tabela 1)
63%
24%
3%9%
1%
Nível de experiência na área da enfermagem
Apenas estudante
Estagiário
Técnico
Voluntário
Especialização
61
Nesse contexto, o estudante de enfermagem, apesar de perceber a importância
de estudar sobre a questão ambiental e como isso influencia na saúde da sociedade,
deve ampliar sua visão, considerando, portanto, não só a importância conceitual e
teórica da disciplina e dos conteúdos, como também o grau da sua relevância, haja
vista que a Organização Mundial da Saúde (OMS) define que saúde envolve inúmeros
aspectos, incluindo a qualidade de vida, fatores físicos, químicos, biológicos, sociais,
psicológicos e ambientais (OMS, 1993).
Quando o questionamento se debruçou sobre práticas sustentáveis, percebeu-
se então que o processo de conscientização sobre a responsabilidade social e
ambiental refletida em atitudes não foi concretizada, uma vez que a maioria dos
pesquisados afirmaram ter atitudes sustentáveis apenas raramente, (189 alunos,
65%), 22% afirmam que sempre que possível tem atitudes que beneficiam o meio
ambiente (64 alunos), outros 21 alunos, somente quando solicitados (8%), 11 afirmam
nunca ter atitudes voltadas para a melhoria ambiental (4%) e apenas 1% diz ter
sempre atitudes sustentáveis. Conforme Tabela 2.
Com o andamento da análise dos questionários, percebe-se então, que os
alunos têm certa consciência com relação ao meio ambiente, mas isso não é refletido
na prática. Pois o conhecimento é obtido através da disciplina responsabilidade
socioambiental, os alunos reconhecem a importância de cursa-la, no entanto não
adotam em seu dia a dia esse comportamento. Deve-se levar em conta, também, que
a população em geral tem sim o desejo de seguir o caminho da sustentabilidade, pela
afetividade, através dos conhecimentos obtidos, pela popularidade do assunto, entre
outros. No entanto, quando medimos a consciência com as atitudes, elas têm uma
distância grande. (LEFF, 2011)
62
Gráfico 4 – Incentivo da formação profissional para condutas sustentáveis
Diante da realidade encontrada na análise dos questionários, enfatiza-se nesta
pesquisa, a importância de o estudante de enfermagem ter a noção da importância da
educação ambiental, assim como, compreender de forma aprofundada da relação
existente entre saúde e meio ambiente como ponto de partida para a promoção da
saúde. Considerou-se importante destacar as respostas acima relacionadas, como
afirmativa dessa questão, haja vista que o futuro profissional deve demonstrar devida
atenção para a educação ambiental que tanto influencia o processo saúde-doença.
(LOPES; XIMENES, p.72, 2011).
Com relação as três últimas questões, onde foi possível definir a temática
“saúde e ambiente se relacionam diretamente e o quanto os conhecimentos obtidos
na disciplina de responsabilidade socioambiental o torna apto a conscientizar outras
pessoas através da educação ambiental”, um percentual considerável respondeu
positivamente. Afinal, 53% (154 alunos) afirmaram ter um bom conhecimento em
educação ambiental, 35% (102 alunos) consideram ter um conhecimento muito bom
com relação ao assunto e apenas 12% (34 alunos) acham razoável o nível de
conhecimento que tem, enquanto as afirmativas de conhecimento baixo ou muito baixo
não foram mencionadas. (Gráfico 5)
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Gráfico 5 – Nível de conhecimento em Educação Ambiental
Com base no conhecimento obtido através da disciplina Responsabilidade
Socioambiental, questionados sobre quanto o nível de conhecimento obtido os tornou
aptos a conscientizar outras pessoas (pacientes, funcionários, família, colegas de
trabalho e outros) a respeito da importância de atitudes que preservem o meio
ambiente como meio melhorar a problemática ambiental e também de manter a saúde
da população, as respostas foram igualmente positivas, conforme gráfico 6. Nesse
sentido, reconhecer que o conhecimento em educação ambiental abrangente os torna
aptos a instruir a sociedade com relação à produção de saúde através da preservação
do meio ambiente exige que os estudantes compreendam as relações do complexo
ser humano/ambiente e a produção de conhecimentos e adequação das diferentes
práticas, a partir de estratégias para a melhora da qualidade de vida humana e
sustentabilidade. (MIRANDA; MIRANDA; RAVAGLIA, 2010).
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Gráfico 6 – Nível de conhecimento obtido os tornou aptos a conscientizar outras pessoas com
base na Educação Ambiental.
Sendo assim, o conhecimento capaz de fundamentar atitudes responsáveis
perante a sociedade e o meio ambiente no profissional de enfermagem, deve ser
construído na intersecção entre a teoria, responsável por questões históricas e atuais,
a ciência (inclui-se aqui a interdisciplinaridade entre sociologia, biologia e outras) e a
prática, que instrumentaliza no processo de formação profissional. (MIRANDA;
MIRANDA; RAVAGLIA, 2010).
Em se tratando de meio ambiente e sua relação com a saúde, é preciso analisar
os valores e as percepções dos estudantes e profissionais da área, em função das
consequências que a propagação desse conhecimento possa modificar na vida da
população. Neste contexto, a educação deve ser incorporada nas atividades dos
profissionais de saúde visto que a característica principal destes setores está
relacionada à promoção de saúde. A participação dos enfermeiros em processos de
ensino-aprendizagem promove conscientização e satisfação de pacientes, havendo
melhoria nas condições de saúde e de vida destes e contribuindo com uma melhor
qualidade de vida a nível individual e, também social. (MIRANDA; MIRANDA;
RAVAGLIA, 2010).
65
Quando as questões de cunho qualitativo foram analisadas, demonstrou-se que
a maioria destes alunos e futuros profissionais de enfermagem, possuem
conhecimento assertivo sobre a relação entre saúde e meio ambiente, a maioria dos
entrevistados (68%) identificou esta relação ou interferência do meio ambiente na
saúde da população e a minoria (32%) destacou temas sobre o conceito de saúde,
atitudes com responsabilidade social e ambiental e educação em saúde. A questão de
número 11 pedia que escrevessem sobre a importância da disciplina
Responsabilidade Socioambiental para o estudante e futuro profissional da
enfermagem. Destacou-se uma conscientização presente nas respostas dos alunos,
principalmente aquelas onde expuseram suas experiências nas vivências dos projetos
de Responsabilidade Socioambiental, além das propostas voltadas para a profissão,
no que diz respeito a adotar práticas interdisciplinares com propósito de intervenção
nos problemas ambientais, visando à promoção da saúde.
Na questão 12, que pedia a relação entre educação, saúde, sociedade e meio
ambiente, um número relevante mostrou ter uma concepção distorcida sobre o que é
a promoção da saúde, pois relacionaram exclusivamente à prevenção e não como
mecanismo também de instrução através da educação. Por outro lado, destacaram a
influência de vários aspectos que influenciam na saúde, como econômico, social e
ambiental, além do papel de educador que o enfermeiro exerce, através da sua própria
conscientização, podendo conscientizar a população. (CARVALHO, 2004).
A concepção de educação em saúde presente na escrita dos estudantes de
enfermagem, está embasada no modelo de transmissão do conhecimento acadêmico
e nas práticas realizadas através de projetos de cunho social e ambiental. Essa ideia
também está vinculada à noção que possuem com relação a prevenção de doenças
através da preservação ambiental, assim como também da importância que eles têm
enquanto indivíduos e futuros enfermeiros em passar informação para a população. A
maioria discorreu acerca da tarefa de conscientizar, ensinar e orientar, que deve estar
vinculada ao discurso e a prática desses profissionais, pois sabem que o
conhecimento cientifico e profissional deve aliar-se ao discurso popular, na tentativa
de mudar o comportamento e hábitos da população. (CARVALHO, 2004).
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CONCLUSÃO
A questão ambiental também deve ser uma preocupação dos profissionais de
enfermagem, em face do cenário vivenciado atualmente, uma vez que a sociedade
busca se desenvolver em questões tecnológicas, políticas e econômicas, mas muitas
vezes esse desenvolvimento acontece sem a devida preocupação com o meio
ambiente e a saúde. A sociedade é responsável pelos danos causados à natureza,
por isso torna-se necessária a reflexão acerca do bem-estar ambiental e humano.
Neste aspecto, a educação ambiental não pode ser neutra e, nem tampouco,
deve aceitar e se conformar, pois é através da educação em vários segmentos e a
áreas que se pode almejar a transformação de tudo que causa ou poderá causar
problemas ao bem-estar do planeta. Isso inclui em potencial as áreas da saúde, como
a enfermagem e os estudantes da área uma vez que esses futuros profissionais
precisam estar conscientes da importância de uma boa formação e entendimento no
que diz respeito a saúde e educação ambiental.
Através dos resultados encontrados no presente estudo ao setratar da
identificação da conscientização da relação entre saúde e meio ambiente, constatou-
se que a maioria dos alunos perceberam a relação ou interferência do meio ambiente
na saúde da população e assimilaram o conteúdo das aulas de Responsabilidade
Socioambiental como educação ambiental, assim como citaram, em algumas
respostas de cunho subjetivo, o conceito de saúde segundo OMS, educação em saúde
e sua relação com o meio ambiente.
Ainda é inicial a visão dos alunos da pesquisa com relação a importância ao
meio ambiente, possivelmente devido ao pouco tempo de estudo e contato com
disciplina, pois somente quando formados e na atuação profissional irão obter maior
envolvimento com a realidade. Desta forma, após a divulgação dos resultados, é
necessário ainda incentivar a capacitação desse futuro profissional antes e após sua
formação acadêmica, com uma visão coletiva e interdisciplinar para temática
ambiental.
67
Ao fim da realização da pesquisa, evidenciou-se que é responsabilidade de
todos proteger o ambiente, mas que os alunos e futuros profissionais de enfermagem
possuem extensa bagagem de conhecimentos para melhorar a conscientização
própria e da sociedade. Permanece a necessidade de formular estratégias de
educação ambiental em toda sociedade, com ação e interação de diversas áreas, e,
além disso, é mais necessário ainda a atitude participativa dos cidadãos, onde estes
sejam constantemente incentivados nos trabalhos de sensibilização e instrução
acerca de questões ambientais, deve-se ter consciência dos diferentes aspectos
ambientais que colocam em perigo nosso planeta e as pessoas.
A percepção de que enfermagem está diretamente relacionada ao cuidado
humano e à qualidade de vida por meio de ações de promoção da saúde foi o grande
resultado obtido pelos estudantes, pois, assim como outras áreas, a enfermagem
objetiva manter o ambiente saudável, visando a promoção da saúde através da
educação ambiental. Desta forma, destaca-se a urgente conscientização dos futuros
profissionais de saúde, para adotar práticas interdisciplinares com propósito de
intervenção nos problemas ambientais, visando à promoção da saúde ambiental. Por
isso as questões ambientais devem fazer parte da caminhada acadêmica do estudante
de enfermagem, para que ele obtenha consciência, quando formado, da sua
responsabilidade social e ambiental.
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73
APÊNDICES
74
APÊNDICEA - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE
Resolução Nº466/12 - Conselho Nacional de Saúde
A pesquisa intitulada “EDUCAÇÃO, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE: A
importância da educação ambiental para graduandos de enfermagem como
responsabilidade social” sob a responsabilidade da pesquisadora Andreza Silvia Batista
Bezerra, tem como objetivo responder questionamentos acerca das relações entre sociedade,
educação, saúde e meio ambiente, levando em conta o processo de conscientização de
estudantes de Enfermagem da Faculdade Uninassau Manaus a respeito do tema, através da
aplicabilidade de questionário com os estudantes.
A sua participação é voluntária e dar-se-á por meio da participação em atividades com temas voltados
para Educação ambiental, bem como responder a 1 (um) Questionário.
Os Riscos na participação da Pesquisa podem surgir em relação as perguntas contidas no
Questionário, pois podem causar constrangimento. Porém, o participante pode desistir da Pesquisa a
qualquer momento.
Os Benefícios que se referem ao aluno (a) participante vir a colaborar para um melhor entendimento
sobre o Educação ambiental e enfermagem, pois, acreditamos que esse trabalho fornecerá dados relevantes
que darão suporte aos estudos e diagnósticos sobre a realidade dos graduandos de enfermagem e futuros
profissionais na Instituição de Ensino superior Uninassau Manaus. Assim sendo, os resultados da pesquisa
serão utilizados de forma a enriquecer o aprendizado dos alunos, no que diz respeito às questões dos
EDUCAÇÃO , SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE. Os resultados da pesquisa serão publicados
em eventos, revistas ou outro círculo de divulgação no meio cientifico. Porém, o nome do (a) aluno (a) será
mantido em sigilo.
O (a) aluno (a) participante da pesquisa, tem o direito e a liberdade de desistir em qualquer fase da
pesquisa. O (a) participante não terá nenhuma despesa e também não receberá nenhuma remuneração pela
participação ou desistência na Pesquisa.
Para qualquer outra informação, o (a) aluno (a) poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em
Pesquisa do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará - CEP – ICS/UFPA, ou no
endereço comercial da pesquisadora: Avenida MOZART GUARNIERI PARQUE 10 DE NOVEMBRO
CONDOMINIO AMAZONIA MANAUS AMAZONAS. CEP 69054733.
Eu, ______________________________________________________________, fui informado (a) sobre
os objetivos da pesquisa, tendo entendido a explicação desse Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
75
– TCLE. Assim sendo, concordo em participar do Projeto de Pesquisa intitulado “EDUCAÇÃO, SAÚDE,
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE: A importância da educação ambiental para graduandos de
enfermagem como responsabilidade social” tenho ciência que não irei ganhar nada e que posso desistir da
Pesquisa a qualquer momento, sem sofrer prejuízo ou qualquer tipo de constrangimento. Este documento é
emitido em duas vias que serão assinadas por mim e pela pesquisadora, ficando uma via com cada um de
nós.
Manaus, ____/ ____/
_______
______________________________________________
Assinatura do (a) aluno (a)
________________________________________________
Pesquisadora responsável - UFPA
Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Instituto de Ciências da Saúde da
Universidade Federal do Pará (CEP - ICS/UFPA) - Complexo de Sala de Aula/ICS - Sala 13 - Campus
Universitário, n 01, Guamá. CEP: 66075-110 - Belém - Pará. Tel/Fax. 3201-7735. E-mail: [email protected]
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APÊNDICEA – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS
EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUÇÃO EM
CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE
Questionário da pesquisa - Saúde e Educação Ambiental
Disciplina Responsabilidade Socioambiental
Favor marcar com um X somente em uma única resposta que melhor se apresente para você. 1. Sexo:
Masculino Feminino
2. Faixa de idade:
Até 25 anos De 25 a 35 anos
De 35 a 45 anos
De 45 a 60 anos
Acima de 60 anos
3. Qual seu nível de experiência na área de enfermagem:
Apenas estudante
Técnico Especialização
Estagiário Voluntário Outro
4. Qual a importância da disciplina Responsabilidade Socioambiental para sua
formação?
Não é importante
Razoável Importante
Pouco importante Muito importante
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5. Você tem atitudes sustentáveis no seu dia-a-dia?
Nunca Sempre que possível
Sempre
Raramente Somente quando necessitado
6. Você é incentivado a adotar condutas sustentáveis na sua
profissão/formação?
Sim Não
7. Você considera importante um profissional da enfermagem ter uma formação
em Educação Ambiental?
Sim Não
8. Qual o seu nível de conhecimento em Educação ambiental?
Muito baixo Razoável bom
Baixo Muito bom
9. Para você, quanto a Educação Ambiental pode influenciar positivamente na saúde?
Nada Razoável Muito
Pouco É indispensável
10. Com base conhecimento obtido através da disciplina Responsabilidade Socioambiental, em que nível você se considera apto a conscientizar outras pessoas (pacientes, funcionários, colegas de trabalho e outros) a respeito da importância de atitudes sustentáveis.
Muito baixo Razoável Bom
Baixo Muito bom
11. Escreva qual a importância, para você, da disciplina Responsabilidade Socioambiental para o estudante e futuro profissional da área da enfermagem. ______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
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______________________________________________________________________
11. Para você, qual a relação entre Educação, saúde, sociedade e meio ambiente? ______________________________________________________________________
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