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I
INTRODUÇÃO
A estrutura e os resultados do balanço internacional de pagamentos são elementos
que reportam a conceitos de soberania. Superávits, déficits ou estados de equilíbrio
dependem de fatores como geografia e história, padrões de riqueza e de preferências
políticas, evolução e estágio de tecnologia. Mas dependem também de como é
administrada a taxa de câmbio e outros meios de regulação de fluxos externos líquidos.
Ocorre, porém, que esses meios refletem um grande jogo de interesses, internos e externos.
E não há um único padrão que seja capaz de conciliar os interesses de vários grupos em
todos os países a um só tempo.
JOAN ROBINSON e JOHN EATWELL
An introduction to modern economics
II
SETOR EXTERNO
BALANÇOS INTERNACIONAIS DE PAGAMENTOS – São as transações
econômicas de um determinado país com o exterior essas transações são totalizadas de
um levantamento de critérios contábeis, reais e financeiras, que se realizaram durante
determinado período de tempo. As classificações destas contas bem como sua
metodologia seguem padrões ditados pelo Fundo Monetário Internacional. Para o
levantamento do balanço de pagamento essa padronização segue quatro categorias:
1) Os fluxos comerciais de mercadorias e os de prestação de serviços;
2) Os movimentos puramente financeiros, resultante de empréstimos;
3) As transferências unilaterais;
4) As alterações nos estoques de ativos e passivos internacionais do país.
O registro das transações econômicas internacionais e seus resultados acumulados
fundamentam –se nos conceitos de agentes econômicos residentes e os não residentes
domiciliados ou estabelecidos em outros países.
AGENTES ECONÔMICOS RESIDENTES – todos os agentes econômicos
domiciliados ou estabelecidos no país.
AGENTES ECONÔMICOS NÃO RESIDENTES – todos os agentes econômicos
fixados em outros países.
ESTRUTURA INTERNACIONAL DO BALANÇO DE PAGAMENTOS – A
estrutura do balanço de pagamentos é definida à partir da natureza das transações que
se agrupam em duas grandes categorias de contas: as transações correntes e os
movimentos de capital.
TRANSAÇÕES CORRENTES – englobam os fluxos reais de comércio e serviços e
transferências interagentes.
MOVIMENTOS DE CAPITAIS – englobam as entradas e saídas financeiras e de
movimentos autônomos de capital .
A sua estrutura é dada pelas seguintes categorias de transações:
1) TRANSAÇÕES CORRENTES
Balança Comercial:
Exportações de mercadorias
Importações de mercadorias
III
SETOR EXTERNO
Balança de Serviços:
Viagens internacionais
Transportes
Seguros
Rendas de capitais
Serviços governamentais
Outros serviços
Transferências Unilaterais
2) MOVIMENTOS DE CAPITAIS
Investimentos e Reinvestimentos
Empréstimos e financiamentos a longo prazo
Empréstimos e financiamentos a curto prazo
Outros Movimentos de Capital
Amortizações
Erros e Omissões
3) DÉFICIT (-) OU SUPERÁVIT (+)
Os aspectos principais de cada uma dessas contas são os seguintes:
BALANÇA COMERCIAL: É o resultado líquido das transações de exportações e
importações de mercadorias. Essa categoria implica em movimentações visíveis entre
fronteiras nacionais destinados a consumo e a capital fixo. Para a maioria dos países é
a conta internacional de maior expressão. Os resultados líquidos do fluxo de comércio
definem por onde se movimentarão as demais contas. Países com índices deficitários
procuram meios de compensar os saldos negativos com superávits em serviços,
investimentos estrangeiros ou empréstimos no exterior.
BALANÇA DE SERVIÇOS: Compreende as receitas e as despesas cambiais com
seis categorias de transações:
a) Viagens Internacionais – registra os saldos líquidos gastos com os residentes ao
exterior e dos não residentes ao seu país;
b) Transportes – registra os saldos líquidos gastos com o uso de equipamentos de
bandeira nacional e estrangeira;
c) Seguros – registra os saldos líquidos de repasses internacionais para seguradoras
externas bem como as estabelecidas;
d) Renda de Capitais – tem o maior peso na balança de serviços. Contabilizam-se os
saldos das remessas de juros e lucros;
IV
SETOR EXTERNO
e) Serviços Governamentais – compreende os gastos líquidos com a manutenção de
representações diplomáticas militares efetivos no exterior, contribuições nacionais e
organizações multilaterais;
f) Outros Serviços – registram-se um saldo de seu heterogêneo conjunto de transações.
TRANFERÊNCIAS UNILATERAIS – São transferências não-retribuídas. São
resultados de doações e instituições sem contra partida prévia ou futura. As operações
de ONGs, cujo número têm crescido são financiadas por transferências unilaterais em
países de alta renda, e ainda por unidades familiares para manutenção de residentes no
exterior.
MOVIMENTOS DE CAPITAIS – São representações por entradas e saídas de ativos
financeiros. Compreende três categorias:
a) Movimentos autônomos de riscos atraídos pelas oportunidades de investimento e
reinvestimento nos setores real e financeiro do país receptor;
b) Financiamentos concedidos por bancos e fornecedores estrangeiros para transações
correntes, exportações e importações;
c) Empréstimos de curto e longo prazo.
ERROS E OMISSÕES – Registra-se nesta conta as discrepâncias entre fluxos de
entradas e saídas de recursos e as variações nos estoques de reservas cambiais do país.
Nesta conta, quando o sinal é negativo, as descrepâncias constatadas, indicam saída
líquida de ativos financeiros internacionais do país.
DÉFICIT (-) OU SUPERÁVIT (+) – É o resultado final do balanço internacional de
pagamentos, revela a posição do país em suas transações externas como um todo. As
situações de déficit indicam saídas de reservas cambiais superiores às entradas
implicando geralmente queda nestas reservas. Os superávites, contrariamente indicam
ingressos líquidos de recursos com aumento dos estoques de ativos esternos do país. Os
superávites implicam a acumulação de haveres financeiros externos. Já os déficits
levam à perda de haveres cambiais, reduzindo-se a liquidez internacional do país e
colocando em risco sua solvabilidade externa.
V
SETOR EXTERNO
BALANÇO DE PAGAMENTOS – É o levantamento por critérios contábeis, de todas
as transações econômicas, reais e financeiras, que realizaram num determinado período
de tempo entre os agentes residentes e os não-residentes .
Agentes Residentes: são todos os agentes econômicos domiciliados no país de origem.
Agentes Não-Residentes: são todos os agentes econômicos fixados em outros países.
ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS – É definida a partir da natureza
das transações, que se agrupam em duas categorias : transações correntes e
movimentos de capital, que se subdividem da seguinte maneira:
1. Transações Correntes:
a) Balança comercial – exportações e importações de mercadorias;
b) Balança de serviços – viagens internacionais, transportes, seguros, rendas de capitais,
serviços governamentais e outros serviços;
c) Transações unilaterais.
2. Movimentos de Capitais:
a) Investimentos e reinvestimentos;
b) Empréstimos e financiamentos de longo e curto prazo;
c) Outros movimentos de capital;
d) Amortizações;
e) Erros e omissões.
3. Déficit (-) ou Superávit (+)
BALANÇA COMERCIAL – É o resultado líquido das transações de exportação e
importação de mercadorias.
BALANÇA DE SERVIÇOS – Compreende as receitas e as despesas cambiais
englobando seis categorias:
a) Viagens internacionais;
b) Transporte;
c) Seguros;
d) Renda de capitais;
e) Serviços governamentais
f) Outros serviços.
TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS – São transferências não-retribuídas, produto de
doações de instituições sem contra-partida prévia ou futura.
MOVIMENTOS DE CAPITAL – São representados por entradas e saídas de ativos
financeiros em três categorias:
a) Movimentos autônomos de risco;
b) Financiamentos ;
c) Empréstimos de curto e longo prazo;
VI
SETOR EXTERNO
ERROS E OMISSÕES – Registra-se as discrepâncias entre fluxos de entradas e saídas
de recursos.
DÉFICIT (-) OU SUPERÁVIT (+) – O déficit indica saída de reservas cambiais
maiores que as entradas. O superávit contrariamente indica ingressos líquidos de
recursos aumentando os estoques.
TABELA DEMONSTRATIVA DE BALANÇO INTERNACIONAL DE PAGAMENTOS
DO BRASIL. PERÍODO 1971/1998
GRUPOS DE
CONTAS
1971/73
1974/76
1988/93
1994/95
1996
1997
1998
Jan/Fev/Mar
1.
BALANÇA
COMERCIAL
- 134
Equilíbrio
- 3.445
Déficit
Pronunciado
+ 14.164
Megassuperávit
+ 3.645
Superávit,
com
tendência a
equilíbrio
Sem
fornecimento
de dados.
- 8.372 - 1.565
2.
BALANÇA DE
SERVIÇOS
- 1.153
Déficit
Moderado
- 3.188
Déficit em
Expansão
- 14.344
Megadéficit
- 16.672
Megadéficit
Sem
fornecimento
de dados
- 27.287 - 4.929
3.
TRANSFERÊNCIAS
UNILATERAIS
+ 18
Equilíbrio
- 124
Déficit
discreto
+ 1.103
Superávit
+ 3.280
Expressivo
superávit
Sem
fornecimento
de dados
+ 2.220 + 480
4.
TRANSAÇÕES
CORRENTES
- 1.269
Déficit
- 6.757
Expressivo
déficit
+ 923
Equilíbrio
- 9.738
Expressivo
déficit, com
tendência a
expansão
Sem
fornecimento
de dados
- 33.439 - 6.014
5.
MOVIMENTOS DE
CAPITAL
+ 2.637
Ingressos
compens. de
exigíveis
+ 6.427
Expressivo
ingresso de
exigíveis
+ 4.140
Operações
típicas de
rolagem de
dívida
+ 22.058
Mega
ingressos de
capitais
autônomos
nos setores
real e
financ.
Sem
fornecimento
de dados
6.
BALANÇO DE
PAGAMENTOS
COMO UM TODO
+ 1.368
Superávit,
com
endividament
o externo
+ 303
Equilíbrio,
com forte
expansão do
endividament
o externo
+ 4.741
Superávit, com
desacumulação
externa real e
ingressos
autônomos de
capitais
+ 13.209
Mega
superávit,
com
expressivo
ingresso de
capitais
Sem
fornecimento
de dados
PERÍODOS SELECIONADOS
VII
TABELA DEMONSTRATIVA DE BALANÇO INTERNACIONAL DE PAGAMENTOS
NO BRASIL NO PERÍODO DE 1971/1998
1971/73 1974/76 1988/93 1994/95 1996 1997 1998
Jan/Fev/Mar
1.
BALANÇA
COMERCIAL
- 134
Equilíbrio
- 3.445
Déficit
Pronunciado
+ 14.164
Megassuperá
vit
+ 3.645
Superávit,
com
tendência
a
equilíbrio
Sem
fornecimento
de dados
- 8.372 - 1.565
2.
BALANÇA DE
SERVIÇOS
- 1.153
Déficit
Moderado
- 3 188
Déficit em
Expansão
- 14.344
Megadéficit
- 16.672
Megadéfic
it
Sem
fornecimento
de dados
- 27 287 - 4.929
3.
TRANSFERÊNCIA
S UNILATERAIS
+ 18
Equilíbrio
- 124
Déficit
discreto
+ 1.103
Superávit
+ 3.280
Expressivo
superávit
Sem
fornecimento
de dados
+ 2.220 + 480
4.
TRANSAÇÕES
CORRENTES
- 1.269
Déficit
- 6.757
Expressivo
déficit
+ 923
Equilíbrio
- 9.738
Expressivo
déficit,
com
tendência
a expansão
Sem
fornecimento
de dados
- 33.439 - 6.014
5.
MOVIMENTOS
DE CAPITAL
+ 2.637
Ingressos
compens. de
exigíveis
+ 6.427
Expressivo
ingresso de
exigíveis
+ 4.140
Operações
típicas de
rolagem de
dívida
+ 22.058
Mega
ingressos
de capitais
autônomos
nos setores
real e
financ.
Sem
fornecimento
de dados
6.
BALANÇO DE
PAGAMENTOS
COMO UM TODO
+ 1.368
Superávit,
com
endividame
nto externo
+ 303
Equilíbrio,
com forte
expansão do
endividame
nto externo
+ 4.741
Superávit,
com
desacumulaçã
o externa real
e ingressos
autônomos de
capitais
+ 13.209
Mega
superávit,
com
expressivo
ingresso
de capitais
Sem
fornecimento
de dados
PERÍODOS SELECIONADOS
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vit
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Equ
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+
Sup
desac x rn real e
autô de cap
s c
e
in r
NADO
VIII
SETOR EXTERNO
BIBLIOGRAFIA:
ECONOMIA
AUTOR: José Paschoal Rossetti
ANO/EDIÇÃO : 17° ed./1997
EDITORA: Atlas S.A
RESUMO DE RELATÓRIOS DO BANCO CENTRAL
ANO/EDIÇÃO: Mar/98 – Edição ref. Aos anos de 97/98.
FONTE: