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Relatório Final Projeto Agrisus: 648/09 Título da Pesquisa: Espécies de cobertura para áreas de milho destinadas à ensilagem para a Região Central de Minas Gerais Coordenador do Projeto: Silvino Guimarães Moreira Instituição: Universidade Federal de São João Del Rei -UFSJ Programa Institucional de Bioengenharia- Campus Sete Lagoas Rodovia MG 424, km 65 - EMBRAPA - NIA - CEP: 35 701-970 - Sete Lagoas - MG – Brasil, Fone: 31 9986-0145 E-mail: http://www.ufsj.edu.br/[email protected] Local da Pesquisa: Fazenda Santo Antônio, Matozinhos, MG Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$11.900,00 Vigência do Projeto: 01/03/10 a 30/04/11 Sete Lagoas – MG Maio de 2011

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Relatório Final

Projeto Agrisus: 648/09

Título da Pesquisa: Espécies de cobertura para áreas de milho destinadas

à ensilagem para a Região Central de Minas Gerais

Coordenador do Projeto: Silvino Guimarães Moreira

Instituição: Universidade Federal de São João Del Rei -UFSJ

Programa Institucional de Bioengenharia- Campus Sete Lagoas

Rodovia MG 424, km 65 - EMBRAPA - NIA - CEP: 35 701-970 - Sete

Lagoas - MG – Brasil, Fone: 31 9986-0145

E-mail: http://www.ufsj.edu.br/[email protected]

Local da Pesquisa: Fazenda Santo Antônio, Matozinhos, MG

Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$11.900,00

Vigência do Projeto: 01/03/10 a 30/04/11

Sete Lagoas – MG

Maio de 2011

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Relatório parcial de pesquisa- Projeto Agrisus: 648/09

Espécies de cobertura para áreas de milho destinadas à ensilagem para a Região

Central de Minas Gerais

Coordenador: Silvino Guimarães Moreira, Engenheiro Agrônomo, Doutor em Solos e

Nutrição de Plantas, Professor Adjunto do Curso de Agronomia da Universidade Federal

de São João Del Rei -UFSJ, E-mail- [email protected] ou silvino-

[email protected].

Programa Bioengenharia, Campus Sete Lagoas, MG - 424, km 65, CEP: 35.701.970.

Aluna bolsista: Renata Mota Lupp, estudante do Curso de Agronomia da Universidade

Federal de São João Del Rei -UFSJ, E-mail – [email protected].

Programa Bioengenharia, Campus Sete Lagoas, MG - 424, km 65, CEP: 35.701.970.

Colaboradores do projeto:

Antônio Eduardo Furtini Neto, Doutor em Solos e Nutrição de Plantas, Professor

Associdado do Departamento de Ciência do Solo da Universidade Federal de Lavras -

UFLA,

E-mail- [email protected]

Álvaro Vilela de Resende, Doutor em Solos e Nutrição de Plantas, Pesquisador do

Centro Nacional de Milho e Sorgo da Embrapa, E-mail- [email protected]

Sete Lagoas – MG

Maio de 2011

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Resumo

O trabalho teve como objetivos estudar opções de culturas de cobertura para lavouras

de milho destinadas à ensilagem na Região Central de Minas Gerais. O trabalho foi

realizado em condições de campo, na Fazenda Santo Antônio, em Matozinhos – MG. O

delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com quatro repetições e

nove tratamentos, sendo oito espécies de cobertura - Nabo Forrageiro (Raphanus

sativus), Milheto ADR 500 (Pennisetum americanum (L.) Leek var. ADR 500), Brachiaria

ruzziziensis e B. decumbens, Crotalaria juncea L., Tremoço (Lupinus albus L.), Aveia

Preta (Avena strigosa) e Girassol (Helianthus annuus) - e uma área de pousio. Nesse

primeiro ano de estudos a maior produtividade de matéria seca (MS) das plantas de

cobertura foi alcançada pelo girassol e a maior percentagem de cobertura do solo

proporcionada pelas braquiárias. No entanto, não foram observadas respostas na

produtividade de MS da parte aérea do milho devido às diferentes plantas de cobertura.

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1. Introdução

Apesar de o sistema de semeadura direta (SSD) já ter completado mais de 30

anos no Brasil e o País apresentar uma grande área cultivada sob esse sistema, cerca

de 25 milhões de hectares, alguns gargalos ainda não foram superados. O grande

limitante do SSD, principalmente nas regiões de inverno seco, como é o caso da Região

Central de Minas Gerais, tem sido a falta de diversidade vegetal, devido à ausência de

rotação e sucessão de culturas.

Muitos produtores dessa região, tradicionalmente, sempre cultivaram milho em

monocultivo no sistema de semeadura convencional (SSC) por acreditar que uma

mudança para outro sistema de cultivo exigiria muitos investimentos. Tecnicamente,

também faltam estudos que demonstrem a possibilidade de cultivar outras culturas no

verão, além do milho, e que mostrem a viabilidade de culturas de outono-inverno para

safrinha e/ou cobertura do solo. Nas lavouras de milho destinadas à silagem, que é o

foco desse trabalho, o problema é ainda maior, pois além da dificuldade de se ter

culturas para cobertura de solo no inverno, toda a palhada da cultura de verão é colhida,

juntamente com os grãos. Além disso, geralmente se faz a colheita da silagem em

época inadequada.

A colheita é feita geralmente com solo úmido, pois independentemente do teor de

umidade do solo, preconiza-se colher o milho no ponto em que o mesmo se encontra

com maior valor nutricional para os animais.

A importância desse trabalho se deve ao fato de a Região Central de Minas

Gerais ser uma das principais bacias leiteiras do Estado de Minas Gerais e a silagem de

milho ser a principal forragem utilizada no período seco do ano (abril a outubro). Além

disso, estudos com plantas de cobertura de solo para áreas de produção de milho para

silagem são raros em todo o Brasil. Por outro lado, a possibilidade de sucesso das

plantas de sucessão é maior nessas áreas, uma vez que o milho destinado à silagem é

colhido no mínimo com um mês de antecedência ao milho para grão. Essa colheita mais

precoce poderia reduzir parte do problema do déficit hídrico, que é o principal limitante

dessas áreas cultivadas em sistema de sequeiro. O objetivo desse trabalho é estudar

opções de culturas de cobertura para a região e os impactos dessas culturas de

cobertura em algumas propriedades químicas e físicas do solo e na produtividade de

milho para silagem.

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O trabalho foi realizado em condições de campo, na Fazenda Santo Antônio,

Município de Matozinhos – MG. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao

acaso, com quatro repetições em que oito espécies de cobertura - Nabo Forrageiro

(Raphanus sativus), milheto ADR 500 (Pennisetum americanum (L.) Leek var. ADR

500), Brachiaria ruzziziensis e B. decumbens, crotalária júncea (Crotalaria juncea L.),

tremoço (Lupinus albus L.), aveia preta (Avena strigosa) e girassol (Helianthus annuus) -

e uma área de pousio é testada.

Durante o trabalho foram avaliadas a produtividade de matéria seca e cobertura

de solo pelas culturas de cobertura, produtividade do milho para silagem, avaliações dos

principais atributos químicos do solo (pH, MO, P, K, Mg, Ca, S, Al, SB, CTC, V%, B, Cu,

Fe, Mn e Zn) e dos teores de macro e micronutrientes foliares nas plantas de cobertura

e no milho. Além disso, foram calculadas as quantidades de macro e micronutrientes

acumulados pelas plantas de cobertura e pelo milho.

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2. Materiais e Métodos

O trabalho foi desenvolvido na Fazenda Santo Antônio (Matozinhos, MG) em uma

área que está sendo utilizada para cultivo de milho para silagem há mais 15 anos. Com

apoio da Fundação Agrisus, o trabalho continuará sendo executado por mais um ano. O

histórico de cultivo da área sempre foi a semeadura do milho entre os meses de outubro

e novembro e a realização da colheita entre fevereiro e março. A data da semeadura é

dependente da época de chuva. Após a colheita do milho, geralmente a área é

subsolada e fica em pousio até a safra seguinte.

As precipitações pluviais são concentradas nos meses de verão e, geralmente, as

chuvas são escassas após a colheita da cultura de verão. Na Tabela 1 é apresentado o

histórico de precipitação pluvial de 2000 a 2010. Na Figura 1 é apresentada a

precipitação mensal ocorrida na Fazenda Santo Antônio, referente ao período 1º de

janeiro de 2010 a 31 de maio de 2011.

Figura 1. Precipitação pluvial acumulada por mês no período de 1º de janeiro de 2010 a 31 de maio de

2011.

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Tabela 1. Histórico de precipitação pluvial ocorrida na Fazenda Santo Antônio, nos anos de 2000 a 2010.

Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

mm

2010 105,0 84,0 271,0 40,0 56,0 6,0 0,0 0,0 27,0 95,0 337,0 472,0

2009 305,0 197,0 245,0 93,0 31,0 0,0 0,0 31,0 120,0 211,0 166,0 508,0

2008 215 153,5 166,5 29 0 8 0 15 45 47 152 411

2007 477,0 189,0 36,0 25,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 48,5 146,0 136,5

2006 121 91,5 402 22,5 20 0 6 0 51,5 91,5 252 348

2005 176 145,5 24,5 39 30,5 0 0 4,5 127,3 98 254,5 355

2004 404 253,5 130,5 108,5 10 5 47 0 0 25,5 97,5 359,5

2003 481 82 305 30 15 0 0 13 36 44 174,5 230,5

2002 306 354,5 33,5 7,5 15 0 21 0 61,5 82 183,5 413,5

2001 159,5 82,0 83,5 27,0 37,0 0,0 13,0 27,0 95,0 121,5 325,0 421,5

2000 378 109 159 25 0 0 7 42,5 51 10 243,5 259

Aparentemente as precipitações médias do período de implantação durante a

condução do experimento não foram diferentes da média histórica da fazenda. No

entanto, houve um veranico no mês de outubro de 2010, o que atrasou a semeadura do

milho, a qual era planejada para novembro. No mês de novembro, o excesso de chuva

dificultou muito a semeadura, a qual foi realizada apenas no dia 10 de dezembro. No

entanto, o maior veranico ocorrido foi quando o milho se encontrava com menos de 40

dias de semeadura. Entre os dias 17 de janeiro e 23 de fevereiro de 2011 houve

apenas 6 mm de chuvas.

O estudo foi iniciado em março de 2010, quando foram semeadas as culturas de

cobertura. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com quatro

repetições. Os tratamentos foram constituídos de uma área de pousio e por oito

espécies de cobertura - Nabo Forrageiro (Raphanus sativus), milheto ADR 500

(Pennisetum americanum (L.) Leek var. ADR 500), Brachiaria ruzziziensis e B.

decumbens, crotalária júncea (Crotalaria juncea L.), tremoço (Lupinus albus L.), aveia

preta (Avena strigosa) e girassol (Helianthus annuus).

A dimensão de cada uma das parcelas foi de 7 x 20 m (140 m2). A dimensão de

sete metros correspondeu a 10 linhas de milho espaçadas de 0,70 m entre linhas, que é

o espaçamento adotado na fazenda. A distribuição das sementes das plantas de

cobertura foi realizada no dia 13 de março de 2010, de forma manual, a lanço. A fim de

aumentar o volume de sementes que seria aplicado por parcela, para buscar melhorar a

distribuição das sementes, foi misturada na quantidade de cada semente uma dosagem

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fixa de areia (5 litros). Imediatamente após a distribuição sementes das plantas de

cobertura foi realizada uma incorporação com grade leve fechada. Na Figura 2 é

mostrada a situação da área no dia da semeadura das culturas de cobertura.

Figura 2. Situação da área no dia da semeadura das plantas de cobertura (13 de março de 2010).

Antes da semeadura das plantas de cobertura, a área foi subsolada a 25 cm, com

subsolador com rolo destorroador traseiro, com disco de corte na parte frontal e com

presença de cinco hastes, espaçadas a 40 cm. Essa operação é realizada anualmente

na fazenda, após a colheita da silagem, quando a colheita da silagem é realizada com

solo úmido, fato que também ocorreu nessa safra.

Antes da implantação do experimento (semeadura das espécies de cobertura)

foram retiradas amostras de terra para caracterização química. As análises de macro e

micronutrientes foram executadas utilizando-se os métodos e extratores de rotina,

conforme metodologias descritas em Silva (1999). Os resultados iniciais dos atributos

químicos do solo e dos teores de macro e micronutrientes das camadas de 0 a 20 cm e

20 a 40 cm são apresentados nas Tabelas 2 e 3. Após a colheita do milho, foram

retiradas novas amostras de terra em cada parcela, a fim de se verificar o efeito dos

diferentes tratamentos.

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Tabela 2. Atributos químicos do solo e teores de macro e micronutrientes das camadas de 0 a 20 e 20 a

40 cm (ano agrícola 10/11).

Prof. pH P K S Ca Mg Al H+Al Sb t T m% V % MO cm H2O mg/dm3 cmolc/dm3 % 0-20 5,6 50,3 122,0 5,0 4,3 1,2 0,5 5,2 5,8 6,3 11,0 7,9 52,7 3,0 20-40 5,4 35,2 66,0 9,8 4,0 0,9 0,2 5,2 5,1 5,3 10,3 3,8 49,3 2,4

Tabela 3. Micronutrientes das camadas de 0 a 20 e 20 a 40 cm (ano agrícola 10/11).

Profundidade B Zn Cu Fe Mn

cm ____________________________ mg/dm3 __________________________

0-20 0,2 4,7 1,2 0 50,6

20-40 0 0 0 0 0

Quanto às plantas de cobertura, os parâmetros avaliados foram produção de

matéria seca (MS) das culturas de cobertura na época de pleno florescimento e

percentagem de cobertura vegetal após a roçada das culturas, além dos teores de

nutrientes na parte aérea das plantas de cobertura (que serão apresentados nesse

relatório). Nas plantas de cobertura foram determinadas as concentrações de C, N, P, K,

Mg, Ca, S, B, Cu, Fe, Mn e Zn e calculados o acúmulo desses nutrientes.

A avaliação da produtividade de MS das plantas de cobertura foi realizada na

época de pleno florescimento (84 dias da semeadura das plantas de cobertura), dia 05

de junho de 2010. Para avaliação da produtividade de MS das plantas de cobertura, foi

utilizado um quadrado de dimensões de 0,5 m de lado, como mostrado na Figura 3.

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Figura 3. Quadro de dimensão de 0,5 m de lado, utilizado na avaliação da produção de massa seca das

plantas de cobertura. Foto retirada após o corte das plantas de cobertura e retirada do material.

Cada avaliação de produção de MS foi feita em três pontos por parcela. As

plantas foram cortadas rente ao solo e imediatamente pesadas no campo. Das três

amostras retiradas, duas foram devolvidas à parcela após a pesagem e uma amostra foi

levada ao laboratório, a qual foi seca em estufa a 60oC, triturada e submetida à análise

química para determinação dos teores totais de nutrientes, segundo Malavolta et al.

(1997).

A percentagem de cobertura do solo foi realizada dia dezenove de julho de 2010,

após a roçada total das parcelas. Para determinação da cobertura do solo foi

empregada a metodologia utilizada por Sodré-Filho et al. (2004). Utilizou-se uma

moldura de madeira de 0,5 m de lado, com uma rede de linhas de náilon a cada 0,05 m.

Como a moldura foi construída com 10 divisões em cada lado, cada quadrado (dos 100

totais) representava a cobertura de 1%, conforme pode ser visto na Figura 4. Para cada

avaliação, utilizaram-se três subamostras por parcela. As avaliações foram feitas após a

roçada das plantas de cobertura, antes da semeadura do milho e após a colheita do

milho.

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Figura 4. Quadro de dimensões de 0,5 metro de lado, dividido em 10 partes por lado, utilizado para

determinação da cobertura do solo.

Em função do atraso das chuvas no mês de outubro de 2010 e da alta

intensidade de chuvas no mês de novembro, conforme mencionado, a semeadura do

milho foi realizada apenas no dia 10 de dezembro de 2010. Todos os tratos culturais,

desde a pré-semeadura até a colheita, foram rigorosamente aqueles utilizados pelo

produtor no restante da gleba.

No mês de setembro de 2010 foi aplicado em toda a gleba 1 t/ha de gesso

agrícola, visando o fornecimento de enxofre. No mês de outubro de 2010, toda a gleba

foi dessecada utilizando-se Glifosato (1920 gramas/ha de ingrediente ativo). A razão

da dose elevada se deve ao fato da presença de grande quantidade de Panicum sp.

na gleba, como um todo (exceção do local do experimento, com as espécies de

cobertura).

Na semeadura, utilizou-se o híbrido P3862 H (híbrido Bt da empresa Pionner),

no espaçamento de 0,7 m entre linhas, com 4,3 sementes por metro linear (61.400

sementes por hectare). As sementes utilizadas também foram tratadas industrialmente

com inseticidas (princípios ativos fripronil e tiametoxan). Além disso, foi realizado o

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tratamento com o inseticida no sulco de semeadura (clorpirifos, na dosagem de 2 litros

de produto comercial por hectare).

A adubação de base foi realizada com 400 kg/ha de NPK 082016 (32 kg/ha de N,

80 kg/ha de P2O5 e 64 kg/ha de K2O). A adubação de cobertura foi realizada no estágio

V4 da cultura, com 400 kg/ha de NPK250025 (112,5 kg/ha de N e 112,5 kg/ha de K2O).

O adubo foi aplicado de forma enterrada (5 cm), com o cultivador de disco central no

meio das linhas de semeadura.

Antes da adubação de cobertura da cultura do milho, foi realizada o manejo

químico de ervas daninhas com herbicidas atrazina (125 gramas de princípio ativo/ha) e

tebotriona (76 gramas de princípio ativo/ha).

A colheita do milho foi realizada no dia 25 de março de 2011. Para determinação

da produtividade de matéria natural e matéria seca foram colhidas três fileiras centrais

de cada parcela, com três metros de comprimento. Para determinação dos teores de

nutrientes nas diferentes partes da planta (caule, folha e espiga) foram colhidas

separadamente cinco plantas por parcela. Após pesagem do material a campo, as

diferentes partes das plantas foram secadas em estufa e, posteriormente, moídas.

Posteriormente foram determinados os teores de todos os macronutrientes (C, N, P, K,

Mg, Ca e S) nas diferentes partes da planta (caule, folhas e espigas), conforme

Malavolta et al. (1997).

Para determinação das quantidades de matéria seca acumulada nas diferentes

partes das plantas por hectare baseou-se na produtividade de matéria natural, obtidas

após a pesagem das plantas das três fileiras de plantas, e na proporção de matéria seca

obtida de cada parte (folha, colmo e espiga), obtida pela pesagem das cinco plantas.

Após a colheita do milho foi realizada outra amostragem de solo. Durante as

amostragens de solo foram retiradas 10 subamostras, para compor uma amostra

composta. As profundidades de amostragem foram de 0 a 10 cm e 10 a 20 cm. As

análises de solo foram executadas utilizando-se os métodos e extratores de rotina

mencionados em lvarez V. et al. (1999), conforme metodologias descritas em Silva

(1999).

Todos os dados obtidos foram submetidos a análises de variância e testes de

média para a comparação dos tratamentos com auxílio do programa estatístico Sisvar

(Ferreira, 2000).

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3. Resultados e Discussão

Primeiramente são apresentados e discutidos os dados referentes às plantas de

cobertura. Posteriormente, os resultados referentes às concentrações de nutrientes nas

folhas de milho, teores acumulados nas diferentes partes da planta, bem como as

produtividades de matéria seca (MS) de milho e os teores de nutrientes no solo são

apresentados e discutidos.

3.1. Produção de matéria seca pela parte aérea das plantas de cobertura

Com a Região Central de Minas Gerais apresenta, de modo geral, as estações

outono-inverno (maio a setembro) com pouca intensidade de chuvas (Tabela 1), este é

um dos maiores gargalos para a germinação e desenvolvimento de plantas de cobertura

nessa época. No entanto, no ano de 2010, dois dias após a semeadura das plantas de

cobertura (13 de março) houve uma precipitação de 70 mm na área. Nos dias

posteriores à semeadura também ocorreram novas precipitações (Figura 1), totalizando

128 mm de chuva no mês de março.

Da semeadura das plantas de cobertura até a avaliação da produtividade de MS

houve 230 mm de chuva. Em função da presença dessa umidade no solo houve um

rápido desenvolvimento inicial da maioria das plantas de cobertura, como pode ser

verificado nas Figuras 5, 6 e 7.

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Figura 5. Desenvolvimento da crotalária juncea, 20 dias após a semeadura.

Figura 6. Desenvolvimento do nabo forrageiro 20 dias após a semeadura.

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Figura 7. Desenvolvimento da Brachiaria ruzziensis 20 dias após a semeadura.

A produtividade de MS da parte aérea das plantas de cobertura é apresentada na

Tabela 4. A quantidade de MS produzida é um importante fator para a manutenção e/ou

aumento do teor de matéria orgânica no solo (Sá, 1998). Os resíduos vegetais

constituem-se de restos de culturas remanescentes dos cultivos anteriores localizados

na superfície do solo (Bayer, 1992), e sua quantidade sobre o solo pode ser considerada

como uma síntese das adições e perdas ocorridas (Pavinato, 1993).

Tabela 4. Produtividade de matéria seca (MS) da parte aérea das plantas de cobertura.

Tratamentos Matéria seca

kg/ha

Girassol 10258 A

Milheto ADR 500 8603 AB

Nabo forrageiro 6749 BC

Crotalária juncea 5777 BCD

B. decumbens 4727 CDE

B. ruziziensis 3694 DE

Tremoço 3692 DE

Aveia 2802 DE

Pousio 2621 E *Médias seguidas de mesmas letras diferentes na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5 % de significância.

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As culturas de girassol, milheto, nabo forrageiro e crotalária apresentaram alta

produtividade de MS (Tabela 4), como também pode ser testemunhado pelo alto

desenvolvimento dessas culturas (Figuras 8 e 9). O nabo forrageiro apresentou

produtividade muito acima daquelas descritas por Derpsch & Calegari (1992) e Calegari

(1998) para o Estado do Paraná, que é de 3.000 kg ha-1 de MS da parte aérea (valores

descritos oscilando entre 2.000 e 6.000 kg ha-1 de MS no estádio de floração).

Entre as culturas com maior produtividades de MS, apenas a crotalária produziu

menos do que 6 t/ha de MS, que é descrita como a mínima quantidade de palha

necessária para a manutenção do SSD (Alvarenga et al., 2001).

Figura 8. Desenvolvimento das culturas do girassol e nabo forrageiro, próximo à época

de avaliação da produtividade de matéria seca.

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Figura 9. Desenvolvimento das culturas do milheto e braquiária decumbens, próximo à

época de avaliação da produtividade de matéria seca.

A comparação direta dos dados obtidos nesse trabalho com os dados da literatura

se torna difícil, pois as produtividades dessas culturas variam com os fatores climáticos

e com as diferentes épocas de semeadura. Existem relatos de altas produtividade de

MS por plantas de cobertura obtidas em semeaduras de verão, o que é diferente da

proposta do trabalho atual, que é apenas cultivar uma planta de cobertura, após a

cultura principal (verão), a fim de se manter o solo coberto durante a maior parte do ano.

As diferenças de produtividades entre cultivos de verão e outono/inverno são

grandes, em função das diferenças entre as pluviosidades das duas épocas, como foi

relatado no estudo de Torres et al. (2008). Em cultivo de verão, em Uberaba, MG,

verificaram alta produção de MS de milheto (10,3 t/ha). Por outro lado, no cultivo de

safrinha (semeadura em abril), a produtividade foi de apenas 3,6 t/ha. Em outro trabalho

trabalho desenvolvido em Diamantina, MG, por Nunes et al. (2006), com espécies de

braquiária (B. decumbens e B. brizantha), panicum (P. maximum, cv. tanzânia e

mombaça) e leguminosas (crotalária, calopogônio, feijão guandu e mucuna preta),

verificaram que apenas as gramíneas apresentam produtividade acima de 6 t/ha de MS.

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No presente estudo, a produtividade de MS do girassol superou os 10000 kg.ha-1

e a do milheto chegou a quase 9000 kg.ha-1 (Tabela 4). A produtividade do girassol

nesse primeiro ano de estudo foi mais de 10 vezes superior à obtida por Carvalho et al.

(2008) (898 kg.ha-1) em Planaltina (DF). No mesmo estudo, o milheto produziu cerca de

25% da MS obtida no atual estudo, atingindo 2103 kg.ha-1. Isso mostra a importância

principalmente das condições climáticas para adequada produtividade dessas culturas.

No primeiro ano do presente estudo, as condições de umidade do solo foram bastante

favoráveis ao desenvolvimento das culturas, como pode ser observado na Figura 1.

Quando se compara a produtividade do milheto com outras obtidas na literatura,

nota-se que a produtividade de MS do milheto foi muito superior às descritas por Pitol et

al. (1996), de 4.000 a 5.000 kg ha-1, e a obtida por França e Madureira (1989), em área

de solo sob cerrado (4.500 kg ha-1 de MS). Por outro lado, Carvalho (2000) relatou

produção de MS superior a 10000 kg ha-1, em solo sob cerrado.

Com relação à crotalária, existem relatos na literatura, de produtividades de MS

entre 10.000 a 15.000 kg ha-1 (Wutke, 1993), mesmo não estando em seu florescimento

pleno. A menor produtividade dessa cultura (5777 kg ha-1) no presente estudo pode

está relacionado às condições climáticas no período em que foi cultivada, principalmente

aquelas referentes ao fotoperíodo desfavorável.

É importante ressaltar que nas parcelas com aveia e tremoço, grande parte da

MS foi composta de ervas daninhas, principalmente colonião (Panicum maximum), o

qual é muito comum nas áreas de milho que ficam em pousio na região. Isso ocorreu

devido ao baixo desenvolvimento inicial dessas culturas, como pode ser visto nas

Figuras 10 e 11. No presente estudo, as menores produtividade de MS foram obtidas

nas parcelas com aveia, tremoço e naquelas em pousio (Tabela 4).

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Figura 10. Desenvolvimento da aveia preta, no mês de maio de 2010, com presença de ervas daninhas.

Figura 11. Desenvolvimento do tremoço, no mês de maio de 2010, com presença de ervas daninhas.

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Nas parcelas em que houve pousio (ausência de cultura de cobertura), também

houve predominância de capim colonião. Dessa forma, a permanência do solo em

pousio ou com a semeadura de plantas de cobertura não adaptadas à região contribui

para maior infestação de plantas invasoras. A ausência de um volume adequado de

palhada sobre o solo pode acarretar em um aumento do banco de sementes de plantas

daninhas (Camargo & Piza, 2007).

Apesar de as produtividades das braquiárias do presente trabalho terem sido

intermediárias, estas também apresentam rápido desenvolvimento inicial e elevada

percentagem de cobertura do solo, não possibilitando o desenvolvimento de plantas

daninhas, conforme será discutido posteriormente. Plantas com rápido desenvolvimento

inicial são importantes para possibilitar a cobertura do solo o maior tempo possível,

evitando-se erosão. Além disso, essas espécies teriam maior capacidade para competir

com plantas daninhas, evitando seu desenvolvimento (Camargo & Piza, 2007). As

produtividades obtidas pelas braquiárias (B. decumbens e B. ruziziensis) foram

superiores à obtida pelo braquiarão (Brachiaria brizantha), no trabalho de Torres et al.

(2008) em condições de safrinha na região de Uberaba, MG (2,1 t/ha).

3.2. Percentagens de cobertura vegetal

As diferentes percentagens de cobertura vegetal, proporcionadas pelas plantas

de cobertura, após a roçada (Figura 12), desde o manejo das plantas de cobertura

(roçada) até a retirada das plantas de milho (após a colheita) são apresentadas na

Tabela 5.

Tabela 5. Percentagem de cobertura vegetal proporcionada pelas diferentes plantas de cobertura, após a roçada (Época 1), após a semeadura do milho (Época 2) e após a colheita do milho (Época 3).

Tratamentos Época 1 Época 1 Época 3

% Aveia 76,5 B 77,3 B 64,8 A B. decumbens 99,3 A 96,8 A 90,3 A B. ruziziensis 100,0 A 97,5 A 76,8 A Crotalária juncea 75,8 B 67,9 C 70,2 A Girassol 76,3 B 64,8 C 66,3 A Nabo forrageiro 86,4 A 49,3 D 56,0 A Milheto ADR 500 84,8 A 76,6 B 61,9 A Tremoço 67,0 B 69,8 C 71,7 A Pousio 89,7 A 80,3 B 70,9 A *Médias seguidas de mesmas letras diferentes na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5 % de significância.

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Houve diferença nas percentagens de cobertura das plantas de milho nas duas

primeiras amostragens. Na última amostragem, as avaliações foram prejudicadas pela

contaminação dos resíduos de silagem sob o solo. Após o corte manual das plantas de

milho, foi realizado o corte mecanizado do restante das plantas com a ensiladeira, a qual

perdeu resíduos de silagem sob o solo. Essas perdas de silagem não eram homogêneas

entre as diferentes parcelas, o que provocou prejuízos na última avaliação. Dessa forma,

no relatório serão discutidos os dados referentes às duas primeiras avaliações.

Nas duas primeiras avaliações, as culturas de B. decumbens e B. ruziziensis

apresentaram as maiores altas percentagens de cobertura do solo (Tabela 5), as quais

foram superiores às observadas para o girassol, o qual apresentou a maior

produtividade de MS (Tabela 4). Na segunda avaliação as percentagens de cobertura

proporcionada pelas braquiárias foram superiores às apresentadas por qualquer uma

das culturas, mostrando a importância das mesmas na manutenção da cobertura do

solo e de sua proteção quanto à erosão. Outro ponto importante relacionado às

braquiárias é o fato de as mesmas serem perenes, o que permite que as mesmas

rebrotem após a roçada, podendo continuar crescendo e produzindo massa, o que não

ocorre com grande parte das culturas utilizadas como plantas de cobertura.

Muito embora a percentagem de cobertura vegetal da área de pousio ter sido

semelhante à apresentada pelas braquiárias na primeira amostragem, ressalta que a

cobertura vegetal na área de pousio foi devido à presença de ervas daninhas.

Apesar de as percentagens de cobertura vegetal das parcelas com baixa

produtividade de MS (Tabela 4), como aveia e tremoço, terem sido semelhantes às das

parcelas com altas produtividades de MS, como crotalária e girassol, nota-se que boa

parte da cobertura vegetal das parcelas com aveia e tremoço também foi devido à

presença de ervas daninhas.

Nas parcelas com nabo forrageiro houve grande cobertura do solo na primeira

avaliação, semelhante às coberturas apresentadas pelas braquiárias. Por sua vez, na

segunda avaliação (após a semeadura do milho), boa parte da cultura da palhada do

nabo já havia se degradado, pois observou-se menos de 50% de cobertura do solo.

Esse fato pode está relacionado com a rápida degradação de palhadas com baixa

relação C:N, como o nabo.

Apesar de sua rápida degradação, observada após o manejo, o nabo tem a

vantagem de ser uma cultura de rápido desenvolvimento inicial na região,

desfavorecendo a germinação e crescimento de plantas daninhas. Nas parcelas com

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nabo forrageiro houve grande supressão das plantas daninhas, devido ao seu alto

desenvolvimento desta cultura e, possivelmente, a algum efeito alelopático, ao contrário

do observado por Bolloer e Gamero (2002), que descreveram a ocorrência de uma

maior supressão de plantas daninhas exercida pela aveia preta em comparação ao nabo

forrageiro. Possivelmente isso ocorreu porque nas condições edafoclimáticas em que foi

realizado o trabalho de Boller e Gamero (2002), houve maior desenvolvimento da aveia

do que o observado na região de Sete Lagoas.

A manutenção da cobertura do solo é fundamental durante todo o ano,

principalmente no início do período chuvoso, pois na região são comuns precipitações

de intensidades elevadas que tornam a erosão hídrica bastante crítica. Assim, o cultivo

de plantas de cobertura adaptadas à condição local e que confiram altas produtividades

de MS e percentagens de cobertura vegetal do solo no outono inverno assume grande

importância. Talvez, uma alternativa a ser estudada possa ser a alternância entre os

anos de cultivos de plantas com rápido desenvolvimento inicial, com plantas que

apresentem alta percentagem de cobertura e maior permanência no solo, após seu

manejo. Por isso, há necessidade de continuidade do trabalho por longo período, a fim

de se buscar as melhores opções para a região. Na Figura 12 pode ser visualizada a

situação de cobertura do solo, após a roçada da parcela em que foi cultivado o milheto

ADR 500.

Figura 12. Situação de cobertura do solo, após a roçada da parcela em que foi cultivado o milheto

ADR 500.

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3.3. Concentrações de macronutrientes na parte aérea das plantas de cobertura

Na Tabela 6 são apresentadas as concentrações de macronutrientes na parte

aérea das plantas de cobertura e as respectivas relações C:N. No presente estudo, as

concentrações de Ca, P e S encontradas no nabo forrageiro foram superiores às

encontradas nas partes aéreas de todas as outras culturas. A cultura do nabo forrageiro

tem se destacado como recicladora, pelos elevados teores de nutrientes encontrados

em sua parte aérea (Calegari, 1990).

Tabela 6. Concentração de macronutrientes na parte aérea das plantas de cobertura.

Tratamentos N C K P Mg Ca S C:N

____________________________________________ g/kg____________________________________________________

Aveia 23 BCD 488,3A 18,9A 3,2AB 2,8 B 4,3C 2,2B 21,9BC B. decumbens 26,5ABC 456,1A 20,2A 2,6B 1,9 AB 5,4C 2,2B 17,5CD B. ruziziensis 29,3AB 465A 19,4A 2,9B 3,3 A 8,6BC 2,9B 16,0CD Crotalária juncea 32,8A 477,6A 12,8BA 3,2AB 3,5A 14,5BC 2,4B 15,0CD Girassol 16,3D 476,7A 17,8A 2,5B 3,0A 17,9B 2,1B 29,7A Nabo forrageiro 27ABC 463,3A 18,6A 4,8A 4,2 A 35,1A 5,9A 17,4CD Milheto ADR 500 18,8CD 477,1A 17,6A 2,4B 3,0 A 6,1C 1,9B 25,5AB Tremoço 29,5AB 469,1A 16,1AB 3,0B 2,8B 11,9BC 2,6B 16,1CD Pousio 32,5A 461,4A 18,6A 3,1B 3,2A 9,3BC 2,8B 14,3D *Médias seguidas de letras diferentes na coluna, diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5 % de significância.

Especificamente sobre os teores de N, a crotalária apresentou valor superior ao

observado em boa parte das culturas, o que era esperado, em razão de ser uma

leguminosa, que pode adquirir N atmosférico pela fixação simbiótica (Ambrosano

et al., 1997; Aita et al., 2001), além de reciclar N das camadas profundas do solo

(Gonçalves et al., 2000). As menores concentrações de N foram observadas nas partes

aéreas da aveia preta, milheto e girassol.

Plantas de cobertura, como a crotalária são importantes no sistema de sucessão

devido à fixação simbiótica do N atmosférico. Assim, essas plantas favorecem outras

culturas em rotação ou sucessão, graças ao efeito residual do nitrogênio (Scivittaro

et al., 2000) e, também, com o tempo, por incrementar o teor de matéria orgânica do

solo (Amado et al., 2002). No entanto, como a cultura tende a apresentar menor

capacidade de cobertura do solo (Tabela 5), podem ser estudadas alternativas de seu

cultivo em consórcio com outras culturas, como gramíneas, as quais podem suprir essa

deficiência.

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Nas condições do Paraná, Calegari (1990) obteve teores (g.kg-1) para N, P, K, Ca

e Mg na MS da parte aérea do nabo de 29,6, 1,9, 39,0, 21,5 e 9,5, respectivamente.

Comparando se esses valores com os encontrados no presente estudo, somente as

concentrações de N foram semelhantes entre os dois locais. Os valores de K e Mg

encontrados por Calegari (1990) foram superiores aos observados no presente estudo.

Por outro lado, as concentrações de P e Ca observadas no presente estudo foram

superiores às observadas por Calegari (1990).

Em semeaduras de nabo realizadas de março a maio, Crusciol et al. (2005)

obtiveram teores de N de 19,6 g, K de 29,2, P de 5,2, Ca de 12,6 e Mg de 4,2 g.kg-1.

Pode-se observar que o teor de K obtido por estes autores foi superior ao observado no

atual estudo. Por outro lado, as concentrações de N e Ca apresentados nesse

experimento foram visivelmente superiores aos obtidos por Crusciol et al (2005). A

extração diferenciada de nutrientes, provavelmente, está associada às variações na

fertilidade do solo entre experimentos (Primavesi et al., 2002).

Em um experimento realizado por Menezes & Leandro (2004) verificou-se,

respectivamente, teores (g.kg-1) de N, P, K, Ca e Mg, em crotalária júncea, da ordem de

30,7, 1,7, 34,1, 42,8 e 4,2; em aveia preta, 17,5, 1,3, 18,7, 34,5 e 3,9; e no milheto, 20,8,

1,7, 1,7, 36,0 e 4,2. Para todas essas espécies, os valores de P observados no

presente estudo foram sempre superiores aos encontrados por Menezes & Leandro

(2004). Por outro lado, as concentrações de Ca, Mg e K (exceção da aveia, o qual foi

semelhante) observadas em todas essas espécies foram superiores no trabalho de

Menezes & Leandro (2004), comparado ao presente estudo. Isso pode refletir diferenças

nos solos na capacidade de fornecimento desses nutrientes para essas culturas.

As relações C:N das culturas de braquiária (B. decumbens e B. ruziziensis) e da

área de pousio (composta basicamente de colonião) foram semelhantes às observadas

nas leguminosas (crotalária, tremoço) e no nabo forrageiro. Torres et al. (2005) também

observaram relação C:N na braquiária (B. brizantha) muito semelhante (C:N 16,1) às

observadas nas parcelas de gramíneas do estudo atual. Os baixos valores de relação

das gramíneas observados nesse trabalho podem está relacionados ao estágio

fenológico em que as plantas foram avaliadas. Na época de corte, para avaliação de MS,

as plantas estavam em pleno desenvolvimento vegetativo e, aparentemente, com alta

percentagem de folhas e baixa percentagem de talos (Figura 11).

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Os mais valores de relação C:N foram obtidos para o girassol (29,7), seguido do

milheto (25,5), concordando com os resultados obtidos por Carvalho et al. (2008), em

que as culturas do milheto e do girassol apresentaram, respectivamente, os valores de

C/N de 50 e 39. Embora os valores sejam numericamente superiores, eles também

foram maiores para essas culturas do que para as culturas de crotalária (C:N 21) e nabo

(C:N 26), conforme observado no atual estudo. As maiores relações C:N das culturas de

girassol e milheto, comparado à crotalária se deve ao menor teor de N na parte aérea

dos primeiros (Tabela 6).

3.4. Acúmulo de macronutrientes na parte aérea das plantas de cobertura

As quantidades de macronutrientes acumuladas na parte aérea das plantas de

cobertura são apresentadas na Tabela 7. De forma geral, as quantidades acumuladas de

macronutrientes foram elevadas, comparadas às observadas por alguns autores

(Oliveira et al., 2002; Crusciol et al., 2005; Teixeira et al., 2005; Torres et al., 2005), O

que pode ser atribuído, em parte, às elevadas quantidades de MS observadas nesse

estudo.

Tabela 7. Acúmulo de macronutrientes na parte aérea das plantas de cobertura.

Tratamento N C K P Mg Ca S

____________________________________________ kg/ha ___________________________________________

Girassol 123,5AB 4880,5A 184,1A 26,4AB 30,6A 189,5AB 21,9B

Milheto ADR 500 159,3ABC 4087,8AB 153,5AB 20,1ABC 25,1ABC 53,2C 16,5BC

Nabo forrageiro 181,7AB 3146,8BC 125,7ABC 27,4A 28,3AB 231,3A 39,8A

Crotalária juncea 196,4A 2773,5BCD 73,7CD 19,5ABC 20,3ABCD 91,9BC 7,8BC

B. decumbens 123,4ABC 2181,7CDE 95,4BCD 12,2BC 9,4CD 25,8C 10,4BC

B. ruziziensis 107,1ABC 1712,6CDE 71,4CD 10,7BC 12,4BCD 32,4C 10,5BC

Tremoço 107,0ABC 1719CDE 59,0D 11BC 10,0CD 45,0C 9,6BC

Aveia 67,1C 1376,2DE 53,4D 9,2C 7,9D 17,0C 6,4C

Pousio 84,6BC 1205E 48,7D 8,1C 8,2D 24,1C 7,2C *Médias seguidas de letras diferentes na coluna, diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5 % de significância.

No presente estudo, com exceção das quantidades de N acumuladas, de modo

geral, as quantidades de P, K, Ca, Mg e S foram maiores nas plantas que apresentaram

as maiores quantidades acumuladas de MS (Tabelas 4 e 7) - girassol, milheto e nabo.

Em trabalho desenvolvido por Carvalho et al. (2008), em Planaltina (DF), o nabo-

forrageiro apresentou os maiores teores (g/kg) e quantidades acumuladas (kg/ha) de P,

comparado a outras de plantas de cobertura, semelhante ao observado neste trabalho.

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Em um experimento realizado no Município de Marechal Cândido Rondon, PR,

Crusciol et al. (2005) observaram que o nabo forrageiro, no estádio de pré-florescimento,

acumulou 57,2, 15,3, 85,7, 37,4, 12,5 e 14,0 kg.ha-1 de N, P, K, Ca, Mg e S,

respectivamente. De forma geral, as quantidades acumuladas foram muito inferiores às

obtidas nesse trabalho. Essas diferenças nas quantidades de nutrientes acumuladas

podem ser atribuídas às diferenças nas produtividades de MS. No trabalho de Crusciol et

al. (2005), a produtividade do nabo forrageiro foi inferior a 3 t/ha de MS, enquanto no

presente estudo, o nabo forrageiro produziu quase 7 t/ha de MS (Tabela 4).

Em condições de desenvolvimento favoráveis ao milheto, Torres et al. (2008)

obtiveram valores acumulados de N e P semelhantes ao observado nesse estudo.

Nestas mesmas condições, esses autores observaram teores acumulados de N e P nas

cultivares de crotalária juncea e aveia preta, inferiores aos obtidos nesse trabalho.

No presente trabalho, a maior quantidade de N foi acumulada pela crotálaria,

possivelmente devido à fixação simbiótica do N atmosférico. Por sua vez, a menor

quantidade foi acumulada pela aveia (Tabela 7), possivelmente devido a sua baixa

produtividade de MS (Tabela 4). No entanto, a aveia apresenta elevado potencial de

absorção e acumulação de N, alcançando quase 150 kg ha-1 (Heinzmann, 1985),

quando é cultivada em condições favoráveis ao seu desenvolvimento.

3.5. Concentração de micronutrientes na parte aérea das plantas de cobertura.

Embora a avaliação dos micronutrientes na parte aérea das plantas de cobertura

não estivesse inicialmente sido aprovada pela Fundação Agrisus, a mesma foi inclusa

nas avaliações, devido ao apoio laboratorial do Departamento de Ciência do Solo da

Universidade Federal de Lavras.

A concentração de micronutrientes na parte aérea das plantas de cobertura é

apresentada na Tabela 8. O fato mais marcante dos dados é a concentração

extremamente elevada de Mn na parte aérea do tremoço, comparado aos demais

tratamentos (valor semelhante nas parcelas dos quatro blocos). Sabe-se que em

algumas leguminosas, possivelmente durante o estádio de enchimento de grãos, há

uma alta concentração de Mn na seiva do floema, o que está estreitamente

correlacionado com a ocorrência de sintomas da desordem denominada “semente

partida” em tremoço (Campbell e Nable, 1988). Existem poucas informações na

literatura relacionadas com a concentração de micronutrientes nessas plantas de

cobertura, sugerindo que o assunto merece ser investigado.

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Tabela 8. Concentração de micronutrientes na parte aérea das plantas de cobertura. Tratamento B Cu Fe Mn Zn ________________________________________ mg/kg _____________________________________

Aveia 13,2D 8,1 ABC 236,1A 267,5B 32,5A B. decumbens 15,6D 7,8 ABC 369,6A 335,2B 33,3A B. ruziziensis 18,1D 6,2 BC 377,7A 321,2B 34,9A Crotalária juncea 29,7ABC 6,6 BC 214,7A 216,1B 37,2A Girassol 33,2AB 10,3 AB 115,9A 227,5B 34,9A Nabo forrageiro 35,2A 3,8C 149,1A 385,3B 50,8A Milheto ADR 500 14,2D 8,5ABC 169,8A 239,4B 33,6A Tremoço 23,3BCD 6,6BC 223,4A 3204,6A 35,7A Pousio 20CD 12A 729,4A 496,9B 35,7A *Médias seguidas de letras diferentes na coluna, diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5 % de significância.

Os teores dos demais nutrientes foram extremamente variáveis entre as culturas.

Se por um lado o maior teor de B foi observado na parte aérea do nabo forrageiro, a

cultura também apresentou a menor concentração de Cu.

3.6. Acúmulo de micronutrientes na parte aérea das plantas de cobertura

As quantidades de micronutrientes acumuladas na parte aérea das plantas de

cobertura são apresentadas na Tabela 9. As maiores quantidades de B e Zn foram

acumuladas pelas culturas do girassol e nabo forrageiro, mostrando a importância

desses micronutrientes para essas culturas. O Girassol também acumulou a maior

quantidade de Cu na sua parte aérea. No caso do Mn, a quantidade acumulada pelo

tremoço foi quase 10 vezes maior do que a quantidade acumulada pela testemunha, o

que já era esperado, devido à alta concentração de Mn observada na parte aérea do

tremoço.

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Tabela 9. Acúmulo de micronutrientes na parte aérea das plantas de cobertura.

Tratamento B Cu Fe Mn Zn

_________________________________________ g/ha __________________________________________

Girassol 341,4A 108,9A 1210,7 2381,6B 364,4A

Milheto ADR 500 121,3CD 72,1AB 1431,4 2107,7B 285,8AB

Nabo forrageiro 235,8B 25,6BC 954,7 2484,1B 345,6A

Crotalária juncea 175,4BC 38,5BC 1205,2 1182,6B 217,9ABC

B. decumbens 72,6D 36,2BC 1612,1 1540,2B 151,8BC

B. ruziziensis 66,3D 22,6CBC 1378,4 1160,6B 129,4BC

Aveia 38,3D 22,9BC 657,2 757,7B 91,8C

Tremoço 84,7CD 23,2BC 781 11466,0A 130BC

Pousio 52,8D 31,5BC 1925,2 1308,3B 93,9C

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4. Produtividade de matéria seca das plantas de milho em função das diferentes

plantas de cobertura

As produtividades de MS das diferentes frações da planta de milho (folha, colmo e

espiga), bem como a produtividade de MS da parte aérea total das plantas de milho, não

variaram com as plantas de cobertura, diferentemente do que era esperado (Tabela 10).

Tabela 10. Produtividade de matéria seca (MS) das diferentes frações da planta de

milho (folha: MS-Folha, colmo: MS-Colmo e espiga: MS-Espiga), bem como a

produtividade de MS da parte aérea total das plantas de milho, em função

das plantas de cobertura.

Tratamentos MS Folha MS Colmo MS Espiga Total MS

______________________________________________ kg/ha _______________________________________________

Aveia 2538,2 A1 5185,6 A 2804,8 A 10528,6 A B. decumbens 2724,2 A 5417,2 A 2876,1 A 11017,5 A B. ruziziensis 2264,6 A 4402,3 A 1728,4 A 8395,2 A Crotalária juncea 2314,8 A 4850,7 A 1545,7 A 8711,1 A Girassol 2671,8 A 5501,9 A 2370,4 A 10544,0 A Nabo forrageiro 3046,3 A 6431,6 A 3694,3 A 13172,2 A Milheto ADR 500 2243,9 A 4569,1 A 1978,2 A 8791,3 A Tremoço 3368,1 A 7244,9 A 2132,6 A 12745,6 A Pousio 2639,7 A 5572,0 A 2666,9 A 10878,6 A 1 Médias seguidas das mesmas letras, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de significância.

Em outras regiões do país, há relatos de maiores produtividades de grãos de

milho, em cultivo após leguminosas. Em solos sob cerrado, em Selvíria (MS), os maiores

produtividades do milho foram obtidos quando o milho foi cultivado após a crotalária. A

maior produtividade do milho após a crotalária foi atribuída ao N residual deixado no solo

pela crotalária (Carvalho et al., 2004). Em Santa Maria (RS), o milho cultivado em

sucessão à aveia proporcionou o menor rendimento do que o milho em sucessão à

leguminosas (Gonçalves & Ceretta, 1999).

No presente estudo, a ausência de resposta do milho às culturas antecessoras

provavelmente foi devido às condições climáticas desfavoráveis ao cultivo do milho.

Inicialmente, houve um veranico no mês de outubro de 2010, o que atrasou a

semeadura do milho, a qual era planejada para novembro. No mês de novembro, o

excesso de chuva dificultou muito a semeadura, a qual foi realizada apenas no dia 10

de dezembro.

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Apesar de o atraso de semeadura influenciar negativamente na produtividade, o

fator mais importante foi o veranico ocorrido entre os meses de janeiro e fevereiro de

2011. Entre os dias 17 de janeiro e 23 de fevereiro de 2011 houve apenas 6 mm de

chuvas, quando o milho se encontrava com menos de 40 dias de semeadura. Segundo

técnicos e produtores da região, esse foi um dos maiores veranicos já ocorridos na

região. Esse fato foi comprovado na própria propriedade em que o experimento foi

realizado, em função da perda de glebas inteiras de milho na fazenda, fato nunca antes

observado.

As parcelas do experimento foram profundamente afetadas pela falta de chuva.

Durante a colheita do experimento foram coletadas inúmeras plantas sem espigas,

independentemente do tratamento. Isso pode ser testemunhado também pela pequena

proporção da MS da espiga, comparadas com a MS total da planta. Enquanto é citado

na literatura que somente a MS dos grãos (espiga sem sabugo e palha) pode variar

entre 30 a 50% da MS total da planta (Ferreira, 2001), no atual estudo, a proporção da

espiga total (grãos, sabugo e palha) ficou bem abaixo de 30%. Deve ser ressaltado

também que muitas plantas apresentavam espigas sem grãos.

Com exceção das concentrações de N e S, as concentrações de macronutrientes

nas folhas de milho não variaram com as plantas de cobertura (Tabelas 11). No entanto,

mesmo para esses nutrientes, as variações foram pequenas, o que pode está

relacionado com as condições climáticas desfavoráveis ocorridas. No caso do N, as

diferenças entre a maior concentração (girassol) e a menor (tremoço) foi de apenas

0,4%. No caso do S, as diferenças foram ainda menores.

Tabela 11. Concentração de macronutrientes nas folhas das plantas de milho, em função das plantas de cobertura.

Tratamentos N P K Ca Mg S

__________________________________________________ g/kg __________________________________________________

Aveia 21,1 AB 2,1 A 11,3 A 7,6 A 1,6 A 1,75 AB B. decumbens 21,3 AB 2,1 A 11,9 A 7,4 A 1,7 A 1,77 AB B. ruziziensis 20,9 AB 2,1 A 11,2 A 6,7 A 1,5 A 1,67 B Crotalária juncea 21,6 AB 2,2 A 10,5 A 7,6 A 1,8 A 1,72 AB Girassol 23,6 A 2,2 A 10,3 A 8,4 A 1,6 A 1,90 AB Nabo forrageiro 22,6 AB 2,2 A 11,8 A 8,3 A 1,8 A 2,00 A Milheto ADR 500 21,3 AB 2,3 A 10,5 A 7,7 A 1,7 A 1,82 AB Tremoço 19,6 B 2,4 A 9,5 A 7,8 A 1,8 A 1,80 AB Pousio 20,0 B 2,1 A 10,8 A 7,0 A 1,8 A 1,80 AB 1 Médias seguidas das mesmas letras, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de significância.

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Como os teores descritos acima são da planta em final de ciclo (colheita da

silagem), além de serem de todas as folhas das plantas (folhas novas, maduras e

velhas) não é possível compará-los diretamente com os teores considerados

adequados para o milho (coletados apenas na folha diagnóstica e colhidos na época do

florescimento). No entanto, é possível fazer algumas inferências. Com exceção das

concentrações foliares de N e K nas folhas, os teores de P, Ca, Mg e S estavam dentro

ou acima daqueles considerados adequados para o milho, conforme Coelho e França

(1999). Segundo esses autores, os teores adequados para a cultura do milho variam

de 27,5-32,5; 1,9-3,5; 17,5-29,7; 2,3-4; 1,5-4 e 1,5 a 2,1 g/ha, respectivamente N, P,

K, Ca, Mg e S.

As concentrações de macronutrientes nos colmos da planta de milho não

variaram com os tratamentos, com exceção do K (Tabela 12). Em plantas cultivadas

para silagem, o potássio pode ser extraído em maior quantidade do N, em função da

colheita de toda a parte aérea da planta, pois como a maior parte do elemento se

concentra nas folhas e colmo. Assim, plantas que tem capacidade de reciclar o potássio

das camadas mais profundas do solo e trazer para a superfície podem trazer

benefícios à cultura do milho, quando cultivadas em sucessão a esse cultura. No

presente estudo, as plantas de milho cultivadas após a B. decumbens mostraram

concentração superior aquelas cultivadas após o girassol, mesmo o girassol sendo a

cultura que produziu a maior quantidade de MS (Tabela 4).

Tabela 12. Concentração de macronutrientes nos colmos das plantas de milho, em função das plantas de cobertura.

Tratamentos N P K Ca Mg S

__________________________________________________ g/Kg __________________________________________________

Aveia 7,5 A 0,8 A 6,8 AB 3,4 A 1,4 A 0,8 A B. decumbens 7,6 A 0,9 A 8,1 A 3,2 A 1,4 A 0,7 A B. ruziziensis 7,8 A 1,0 A 7,7 AB 3,2 A 1,4 A 0,7 A Crotalária juncea 8,6 A 1,0 A 6,0 AB 3,5 A 1,5 A 0,7 A Girassol 6,9 A 0,9 A 5,3 B 3,5 A 1,3 A 0,7 A Nabo forrageiro 7,7 A 1,0 A 7,7 AB 3,5 A 1,5 A 0,7 A Milheto ADR 500 7,8 A 1,0 A 6,5 AB 3,5 A 1,4 A 0,7 A Tremoço 8,4 A 1,1 A 6,1 AB 3,7 A 1,4 A 0,7 A Pousio 8,4 A 0,9 A 6,0 AB 3,5 A 1,5 A 0,7 A 1 Médias seguidas das mesmas letras, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de significância.

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Somente as concentrações de N e S nas espigas das plantas de milho variaram

com os tratamentos (Tabela 13). As plantas de milho cultivadas após a crotalária

apresentaram maior concentração de N nas espigas do que as plantas cultivadas sob a

aveia. Mesmo que essa maior concentração de N não tenha influenciado de forma

significativa a produção final de MS do milho (Tabela 10), o dado é importante, por

mostrar que em condições climáticas mais adequadas há potencial de maior

fornecimento de N às plantas de milho, quando as mesmas são cultivadas após a

crotalária. Vale ressaltar que a resposta da cultura do milho ao nitrogênio é muito alta.

Tabela 13. Concentração de macronutrientes nas espigas das plantas de milho, em função das plantas de cobertura.

Tratamentos N P K Ca Mg S

_________________________________________________ g/Kg _________________________________________________

Aveia 9,7 B 2,7 A 9,9 A 1,4 A 1,5 A 1,2 A B. decumbens 12,7 AB 3,0 A 10,8 A 1,3 A 1,6 A 1,2 A B. ruziziensis 12,4 AB 2,7 A 10,6 A 1,2 A 1,4 A 1,2 A Crotalária juncea 13,1 A 2,6 A 10,2 A 1,4 A 1,4 A 1,2 A Girassol 11,5 AB 2,3 A 8,9 A 1,4 A 1,4 A 1,0 B Nabo forrageiro 11,3 AB 2,9 A 9,4 A 1,3 A 1,7 A 1,2 A Milheto ADR 500 11,6 AB 2,4 A 9,5 A 1,3 A 1,5 A 1,1 B Tremoço 11,3 AB 2,1 A 9,2 A 1,4 A 1,4 A 1,0 B Pousio 10,6 AB 2,5 A 8,8 A 1,2 A 1,5 A 1,0 B 1 Médias seguidas das mesmas letras, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de significância.

As quantidades acumuladas de macronutrientes nas folhas da planta de milho

apresentaram variação apenas para o P e o Ca (Tabela 14). Apesar de o tremoço ter

sido uma das culturas que apresentou as menores produtividades de MS (Tabela 4), foi

a aquela que proporciou à cultura do milho acumular a maior quantidade de P e Ca.

Por outro lado, as plantas de milho cultivadas em sucessão à B. decumbens e milheto

foram apresentaram as menores quantidades acumuladas de P e Ca, respectivamente.

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Tabela 14. Quantidades de macronutrientes acumuladas nas folhas das plantas de milho, em função das plantas de cobertura.

Tratamentos N P K Ca Mg S ___________________________________________kg/ha ______________________________

Aveia 53,9 A 5,2 AB 29,3 A 19,6 AB 4,2 A 4,5 A B. decumbens 58,9 A 5,5 AB 33,2 A 19,8 AB 4,6 A 4,8 A B. ruziziensis 47,9 A 4,8 B 25,9 A 15,2 B 3,4 A 3,8 A Crotalária juncea 51,0 A 5,2 AB 24,8 A 17,6 AB 4,4 A 4,0 A Girassol 64,4 A 5,8 AB 28,5 A 21,5 AB 4,4 A 5,1 A Nabo forrageiro 68,5 A 6,6 AA 36,2 A 25,2 AB 5,5 A 6,1 A Milheto ADR 500 48,2 A 5,2 AB 24,1 A 17,8 B 3,8 A 4,2 A Tremoço 68,2 A 7,9 A 32,0 A 26,0 A 5,8 A 6,1 A Pousio 52,8 A 5,5 AB 28,6 A 18,8 AB 4,9 A 4,8 A 1 Médias seguidas das mesmas letras, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de significância.

Da mesma forma ao que foi observado para as quantidades acumuladas de

nutrientes nas folhas das plantas de milho, apenas o P e o Ca acumulados nos colmos

das plantas de milho foram modificados pelas plantas de cobertura (Tabela 15). Apesar

de o tremoço ter sido uma das culturas que apresentou as menores produtividades de

MS (Tabela 4), foi a cultura que proporciou ao milho acumular a maior quantidade de P

e Ca nos colmos. Por outro lado, as plantas de milho cultivadas em sucessão à B.

decumbens e milheto apresentaram menores teores acumulados de Ca nos colmos do

que aquelas cultivadas após o tremoço. Os menores de P nos colmos foram

observados naquelas parcelas com B. decumbens e nas parcelas de pousio.

Tabela 15. Quantidades de macronutrientes acumuladas nos colmos das plantas de milho, em função das plantas de cobertura.

Tratamentos N P K Ca Mg S

_________________________________________________ kg/ha ________________________________________________

Aveia 37,4 A 4,1 B 34,1 A 17,6 AB 7,1 A 3,8 A B. decumbens 41,9 A 4,7 AB 45,7 A 17,1 AB 7,5 A 3,6 A B. ruziziensis 35,0 A 4,1 B 33,3 A 13,8 B 6,0 A 2,9 A Crotalária juncea 42,5 A 5,2 AB 28,8 A 16,7AB 7,5 A 3,4 A Girassol 38,7 A 5,1 AB 30,6 A 18,4 AB 7,2 A 4,1 A Nabo forrageiro 49,7 A 6,1 AB 50,3 A 22,4 AB 9,5 A 4,7 A Milheto ADR 500 36,2 A 4,3 AB 29,6 A 15,9 B 6,0 A 3,2 A Tremoço 60,1 A 7,6 A 44,5 A 26,4 A 9,9 A 5,2 A Pousio 46,3 A 5,0 B 32,7 A 19,2 AB 8,3 A 3,9 A 1 Médias seguidas das mesmas letras, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de significância.

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As quantidades acumuladas dos macronutrientes nas espigas das plantas de

milho não foram afetadas pelas plantas de cobertura, cultivadas anteriormente à cultura

do milho (Tabela 16). Acredita-se que a pouca variação ocorrida nas quantidades

acumuladas de nutrientes nas diferentes partes das plantas de milho, em função da

cultura anterior estejam relacionadas com os problemas climáticos durante a safra do

milho.

Tabela 16. Quantidades de macronutrientes acumuladas nas espigas das plantas de

milho, em função das plantas de cobertura.

Tratamentos N P K Ca Mg S

________________________________________________ kg/ha _________________________________________________

Aveia 27,8 A 8,7 A 27,5 A 3,7 A 4,5 A 3,2 A B. decumbens 36,1 A 9,0 A 30,4 A 3,7 A 4,7 A 3,5 A B. ruziziensis 21,7 A 4,7 A 18,4 A 2,2 A 2,5 A 2,1 A Crotalária juncea 20,9 A 4,0 A 16,1 A 2,2 A 2,3 A 1,8 A Girassol 29,0 A 6,1 A 21,0 A 2,8 A 3,5 A 2,5 A Nabo forrageiro 41,9 A 11,7 A 34,0 A 4,3 A 6,7 A 4,2 A Milheto ADR 500 22,4 A 4,9 A 17,9 A 2,6 A 3,0 A 2,2 A Tremoço 24,5 A 4,5 A 19,8 A 2,9 A 3,1 A 2,2 A Pousio 28,0 A 6,9 A 23,4 A 3,0 A 4,2 A 2,8 A 1 Médias seguidas das mesmas letras, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de significância.

As quantidades totais acumuladas de N, P, K e Mg na parte aérea das plantas de

milho não variaram com as plantas de cobertura, com exceção do Ca e S (Tabela 17).

Acredita-se que essa baixa variação ocorrida possa está relacionada com a pouca

variação nas concentrações foliares de nutrientes nas diferentes partes das plantas de

milho (Tabelas 11, 12 e 13) e na ausência de resposta na produtividade de MS das

plantas de milho (Tabela 10).

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Tabela 17. Acúmulo de macronutrientes na parte aérea (total) da planta de milho, em

função das plantas de cobertura.

Tratamentos N P K Ca Mg S _________________________________________________ kg/ha _______________________________________________

Aveia 119,2 A 18,1 A 90,9 A 40,8 AB 15,7 A 11,5 AB B. decumbens 136,9 A 19,2 A 109,3A 40,6 AB 16,8 A 11,9 AB B. ruziziensis 104,6 A 13,7 A 77,6 A 31,2 B 12,0 A 8,8 B Crotalária juncea 114,4 A 14,5 A 69,7 A 36,5 AB 14,1 A 9,2 AB Girassol 132,1 A 17,0 A 80,2 A 42,7 AB 15,1 A 11,7 AB Nabo forrageiro 160,2 A 24,4 A 120,5 A 51,9 A 21,7 A 15,0 A Milheto ADR 500 106,7 A 14,4 A 71,6 A 36,3AB 12,8 A 9,6 AB Tremoço 152,8 A 20,0 A 96,3 A 55,3 A 18,8 A 13,5 AB Pousio 127,1 A 17,4 A 84,8 A 41,0 AB 17,3 A 11,4 AB 1 Médias seguidas das mesmas letras, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de significância.

Com exceção do K e Mg, as quantidades acumuladas de N, P, K, Ca e Mg

observadas nesse experimento são semelhantes às descritas por Coelho e França

(1995), respectivamente, de 115, 15, 169, 35 e 26 kg/ha para produtividade de MS da

parte aérea do milho de 11,6 t/ha.

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5. Atributos químicos do solo e teores de macronutrientes em função das diferentes plantas de cobertura

Os atributos químicos do solo e teores de macronutrientes das camadas de 0 a 10 cm e 10 a 20 cm, após a colheita do

milho praticamente não variaram em função das plantas de cobertura (Tabelas 18 e 19). As mudanças observadas foram

pequenas, como esperado, uma vez que o tempo de experimentação é pequeno. Com exceção dos teores de K e Al da camada

de 0 a 10 cm, os demais atributos e teores de nutrientes não variaram com os tratamentos.

Tabela 18. Atributos químicos do solo e teores de macronutrientes da camada de 0 a 10 cm, em função das plantas de cobertura,

após a colheita do milho.

Tratamentos pH pH MO P K S Ca Mg Al CTC V

(H2O) (CaCl2) (dag/Kg) _____________ mg/dm3 _____________ _____________ cmolc/dm3 _____________ (%)

Aveia 5,4 A 4,8 A 4,6 A 61,8 A 152,5 B 6,7 A 4,9 A 0,7 A 0,4 B 16,5 A 35,0 A

B. decumbens 5,3 A 4,7 A 4,5 A 63,8 A 208,5 A 7,4 A 4,6 A 0,5 A 0,5 B 16,4 A 34,5 A

B. ruziziensis 5,2 A 4,7 A 4,7 A 58,9 A 197,0 A 6,6 A 3,8 A 0,5 A 0,5 B 15,2 A 31,5 A

Crotalária juncea 5,3 A 4,7 A 4,5 A 55,0 A 167,0 B 7,8 A 3,9 A 0,4 A 0,6 B 15,1 A 31,8 A

Girassol 5,3 A 4,7 A 4,7 A 57,4 A 198,0 A 5,3 A 4,7 A 0,6 A 0,4 B 16,5 A 35,0 A

Nabo forrageiro 5,3 A 4,7 A 4,7 A 67,3 A 256,5 A 5,5 A 4,5 A 0,5 A 0,5 B 16,8 A 34,0 A

Milheto ADR 500 5,3 A 4,7 A 4,5 A 67,1 A 211,8 A 6,4 A 3,8 A 0,5 A 0,5 B 15,5 A 31,0 A

Tremoço 5,4 A 4,9 A 4,8 A 58,6 A 235,3 A 7,2 A 5,8 A 0,6 A 0,4 B 16,6 A 42,0 A

Pousio 4,9 A 4,5 A 4,5 A 67,5 A 153,0 B 12,7 A 3,0 A 0,4 A 0,9 A 15,1 A 25,0 A 1 Médias seguidas das mesmas letras, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de significância.

Um dos dados que chamou atenção foi o maior teor de alumínio trocável na área de pousio, comparado às áreas com as

plantas de cobertura. Apesar de já ser conhecido na literatura que algumas plantas de cobertura tem capacidade de aumentar o

pH do solo e, dessa forma, reduzir os teores de Al trocável, acredita-se que ainda é cedo para se chegar a esse resultado, pois

até o momento foi feito apenas um cultivo. Assim, trata-se de um dado para ser acompanhado na próxima safra.

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Tabela 19. Atributos químicos do solo e teores de macronutrientes da camada de 10 a 20 cm, em função das plantas de cobertura,

após a colheita do milho.

Tratamentos pH pH MO P K S Ca Mg Al CTC V%

(H2O) (CaCl2) (dag/Kg) ____________ mg/dm3 ____________ _______________ cmolc/dm3 _____________ (%)

Aveia 5,3 A 4,7 A 3,9 A 44,8 A 132,5 A 9,7 A 4,3 A 0,7 A 0,6 A 15,2 A 34,8 A B. decumbens 5,2 A 4,6 A 4,1 A 56,2 A 156,5 A 8,1 A 3,8 A 0,5 A 0,6 A 14,8 A 32,3 A B. ruziziensis 5,2 A 4,7 A 4,0 A 58,0 A 136,8 A 10,4 A 3,2 A 0,5 A 0,6 A 13,8 A 29,0 A Crotalária juncea 5,3 A 4,8 A 4,0 A 51,7 A 149,5 A 11,7 A 3,9 A 0,4 A 0,8 A 14,0 A 33,8 A Girassol 5,4 A 4,7 A 4,2 A 63,5 A 159,8 A 8,2 A 4,1 A 0,6 A 0,5 A 15,2 A 33,3 A Nabo forrageiro 5,1 A 4,6 A 4,2 A 58,1 A 158,5 A 9,4 A 3,7 A 0,5 A 0,7 A 14,9 A 30,3 A

Milheto ADR 500 5,1 A 4,6 A 4,1 A 59,9 A 172,0 A 12,0 A 3,0 A 0,4 A 0,6 A 14,3 A 27,0 A

Tremoço 5,5 A 5,0 A 4,2 A 50,1 A 155,5 A 10,3 A 5,1 A 0,5 A 0,4 A 14,9 A 40,3 A Pousio 4,9 A 4,5 A 4,2 A 64,1 A 154,0 A 18,1 A 2,3 A 0,3 A 1,1 A 13,6 A 22,3 A 1 Médias seguidas das mesmas letras, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de significância.

Como as análises de terra foram feitas nas camadas de 0 a 10 e 10 a 20 cm de forma separada, há dificuldades de se

fazer comparações diretas com os teores críticos descritos pela Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais -

CFSEMG (1999), uma vez que os teores descritos pela CFSEMG (1999) são para a camada de 0 a 20 cm.

Antes da semeadura do milho os valores de saturação por bases observados nas camadas de 0 a 20 cm e 20 a 40 cm do

solo foram de 53 e 49%, respectivamente (Tabela 2). Nas análises das amostras de solo das camadas de 0 a 10 e 10 a 20 cm,

realizadas após a colheita do milho, foram observados valores bem inferiores aos descritos na Tabela 2. No entanto, como o solo

apresenta alta CTC, mesmo quando somente 30% da CTC é composta por bases (V% aproximadamente de 30), o solo pode

apresentar teores adequados de nutrientes. De qualquer forma, outras análises da área serão realizadas para avaliar necessidade

ou não de correção da acidez.

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Na atual situação, os teores de K se apresentaram dentro da Classe de Níveis

Muito Bons (classe acima do nível de teores bons, descritos pela CFSEMG (1999)).

Essa classe compreende os teores de K acima de 120 mg/dm3. Os teores de fósforo

(determinação por Mehlich 1) encontrados nas duas camadas (0 a 10 e 10 e 20 cm)

foram superiores aos descritos pela CFSEMG (1999), como muito bons (acima de 18

mg/dm3 para solos argilosos).

Com exceção dos teores de Ca da camada de 10 a 20 cm da área de pousio,

que se apresentaram dentro da Classe de Níveis Médios (entre 1,21 a 2,4 cmolc/dm3),

todos os demais teores estavam dentro da Classe de Níveis Bons (2,41 a 4,0

cmolc/dm3) ou da Classe de Níveis Muito Bons (>4,0 cmolc/dm

3). No caso dos teores de

Mg das camadas de 0 a 10 e 10 a 20 cm, de modo geral, todos ficaram próximos dos

descritos como médios pela CFSEMG (1999) (teores entre 0,46 a 0,9 cmolc/dm3).

Quanto aos teores de alumínio trocáveis da camada de 0 a 10 cm, com poucas

exceções, todos estavam dentro dos níveis considerados baixos pela CFSEMG (1999)

(0,2 a 0,5 cmolc/dm3). Por sua vez, os teores de alumínio trocável da camada de 10 a 20

cm se enquadraram dentro de níveis considerados médios pela CFSEMG (1999) (0,51 a

1 cmolc/dm3). Dessa forma, acredita-se que mesmo os solos tenham apresentado baixos

valores de V%, os mesmos dispunham de nutrientes em quantidades adequadas para

suprir a cultura do milho. No entanto, a condição de fertilidade deverá ser reavaliada a

fim de tomar as medidas necessárias de correção da acidez.

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6. Conclusões e considerações

No primeiro ano de estudos foi possível observar que boa parte das culturas de

cobertura (milheto ADR 500, Girassol, Var. Catissol, Crotalária Juncea, Nabo Forrageiro,

B. decumbens, B. ruziziensis) apresentaram bom desenvolvimento vegetativo nas

condições da região. Há necessidade da continuidade de estudos, a fim de se observar

o comportamento das culturas ao longo dos anos.

Nessa primeira etapa de trabalho não foram observados respostas na

produtividade de matéria seca da parte aérea do milho para silagem devido às diferentes

plantas de cobertura. A falta de resposta foi atribuída à falta de condições de umidade

adequadas para cultivo do milho, devido ao veranico ocorrido.

7. Descrição das dificuldades e medidas corretivas.

A proposta inicial do trabalho seria efetuar o pagamento a terceiros para efetuar as

análises de solo e planta. Posteriormente, planejou-se efetuar as análises nos

laboratórios que seriam montados nas instalações da Universidade Federal de São João

Del Rei - UFSJ– Campus Sete Lagoas. No entanto, houve atraso na implantação dos

laboratórios na UFSJ–Campus Sete Lagoas e não mais foi possível executar as análises

nesse local.

Com o apoio do Dr. A.E. Furtini Neto, as primeiras análises referentes às plantas de

cobertura foram realizadas no Departamento de Ciência do Solo da Universidade

Federal de Lavras (DCS- UFLA). Em função da necessidade de maior urgência na

liberação dos resultados das análises de solo e da parte aérea das plantas de milho

para entrega do relatório, as últimas análises foram realizadas no Laboratório CAMPO -

Análises Agrícolas e Ambientais, em Paracatu, MG.

Houve dificuldades na realização nas análises físicas do solo, as quais ainda estão

sendo realizadas em Laboratórios da Embrapa – Milho e Sorgo. No entanto, houve

atrasos que não puderam ser contornados, em função da reforma atual de toda a

estrutura laboratorial da unidade.

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8. Relatório Prático:

O trabalho foi realizado com os objetivos principais de se estudar as melhores

opções de culturas de outono – inverno para serem implantadas após a colheita de

lavouras de milho para silagem na Região Central de Minas gerais. Buscou-se avaliar

principalmente o efeito dessas culturas na produtividade da planta inteira de milho. O

trabalho foi realizado na Fazenda Santo Antônio, no Município de em Matozinhos – MG.

Foram estudadas oito espécies de cobertura: Nabo Forrageiro, Milheto ADR 500,

Brachiaria ruzziziensis e B. decumbens, Crotalaria juncea, Tremoço, Aveia Preta e

Girassol, além de uma área de pousio. Nesse primeiro ano de estudos a maior parte das

culturas de cobertura apresentou bom desenvolvimento vegetativo nas condições da

região, sendo a maior produtividade de matéria seca (MS) obtida pelo girassol e a maior

percentagem de cobertura vegetal proporcionada pelas braquiárias. No entanto, nesse

primeiro ano de estudos, a produtividade da parte aérea do milho não foi influenciada

pelas plantas de cobertura. A falta de resposta pode ser atribuída à falta de condições

de umidade adequadas para cultivo do milho, devido ao veranico ocorrido, o qual foi

considerado um dos maiores dos últimos anos. Por isso, os estudos continuam no

próximo ano, a fim de se observar o comportamento das plantas de cobertura ao longo

dos anos.

9. Compensações Oferecidas à Fundação Agrisus:

Serão apresentados no mínimo quatro (4) resumos expandidos em congressos

com dados do primeiro ano do trabalho. Com os dados gerados no segundo será

possível a publicação dos dados na forma de artigo científico. A partir do segundo ano

será possível também a publicação de um boletim técnico com o resumo das

informações mais importantes obtidas. Esse boletim será direcionado a produtores

rurais. Em todas as publicações, o nome da Fundação Agrisus aparecerá como

instituição fomentadora do trabalho.

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10. Demostração Financeira dos Recursos da Fundação Agrisus:

Demonstração de gastos do Projeto Agrisus 648/09

Itens valor

a) Gastos com Combustível 1- Combustível (março de 2010): viagens para implantação do experimento R$ 47.99

3- Combustível: 30 litros de gasolina a R$2,65 (Junho de 2011) R$ 79.50

Referente a três viagens à Fazenda Santo Antônio para visita experimento

3- Combustível: 30 litros de gasolina a R$2,75 R$ 82.50

Referente a três viagens à Fazenda Santo Antônio para visita experimento

Dias das visitas ao experimento: 10/12/2010, 07/01/2011 e 11/02/2011

4- Combustível: 20 litros de gasolina a R$2,85 R$ 57.00

Referente a duas viagens à Fazenda Santo Antônio

Dia 18/03/2011: Avaliação ponto de colheita

Dia 25/03/2011: Corte e colheita das plantas de milho

Combustível: 20 litros de gasolina a R$2,95 R$ 59.00

Referente a duas viagens à Fazenda Santo Antônio

Dia 01/04/2011: Retirada das amostras de solo

Dia 09/04/2011: Avaliações finais e semeadura das plantas cobertura

Subtotal com gastos com combustível R$ 325.99

B) Serviços terceirizados:

Serviços terceirizados: implantação do experimento: março 2010 R$ 525.00 Serviços terceirizados: mão de obra na colheita (corte, pesagem das plantas) R$ 525.00

Subtotal com serviços terceirizados R$ 1.050.00

C) Bolsa de iniciação: 12 meses x R$360,00 R$ 4.320.00 D) Prestação de serviços: análise de solos e folhas (nota fiscal com a FEALQ) R$ 5.112.00

Total geral dos gastos R$ 10.807.99

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11. Referências bibliográficas

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Sete Lagoas, MG, 07 de junho de 2011.

Silvino Guimarães Moreira

Coordenador do Projeto