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“Nomear um objeto significa suprimir as três quartas partes do gozo de uma poesia, que consiste no prazer de adivinhar pouco a pouco. Sugerir, eis o sonho.” --Mallarmé

SIMBOLISMO

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SIMBOLISMO. “Nomear um objeto significa suprimir as três quartas partes do gozo de uma poesia, que consiste no prazer de adivinhar pouco a pouco. Sugerir, eis o sonho.”     --Mallarmé. O INÍCIO. - PowerPoint PPT Presentation

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“Nomear um objeto significa suprimir as três quartas partes do gozo de uma poesia, que consiste no prazer de

adivinhar pouco a pouco. Sugerir, eis o sonho.”

    --Mallarmé

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Pode-se dizer que o precursor do movimento, na França, foi o poeta francês Charles Baudelaire com "As Flores do Mal", ainda em 1857.

Mas só em 1881 a nova manifestação é rotulada, com o nome decadentismo, substituído por Simbolismo em manifesto publicado em 1886. Espalhando-se pela Europa, é na França, porém, que tem seus expoentes, como Paul Verlaine, Arthur Rimbaud e Stéphane Mallarmé.

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Marco inicial = publicação de Missal e Broquéis, ambos de Cruz e Sousa - obras inaugurais em 1893

MISSAL: poemas em prosa BROQUÉIS: poesias Marco final = 1922 com a realização da

Semana de Arte Moderna

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Complexo momento de transição para o séc. XX:

o Brasil não teve momento típico para o Simbolismo - produto de importação européia

origens estão no Sul (região marginalizada pela elite cultural), palco da Revolução Federalista (1893/1895)

Revolta da Armada (1893/1894) navios da Marinha (camada monárquica) em oposição ao governo Floriano

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Floriano consolida a república apesar dos movimentos de revolta

clima marcado por frustrações, angústias, falta de perspectiva, resultando em afastamento do real e busca do sujeito

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nega Realismo e suas manifestações - contra materialismo, cientificismo e racionalismo

valoriza as manifestações metafísicas e espirituais - subjetivismo

eu = universo (também critica o eu “sentimentalóide” dos românticos)

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buscam a essência do homem - alma (poesia de auto-investigação)

matéria X espírito, corpo X alma, sonho e loucura

busca da purificação com o espírito atingindo regiões etéreas e integração com o espaço infinito (cosmos)

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corpo = correntes que aprisionam a alma (libertação só pela morte)

primado do símbolo, valorização da metáfora, onde o símbolo é sugestão

palavras transcendem significado - cheio de sinestesias, assonâncias e aliterações

O fato de preferirem as palavras névoa, neblina, e palavras do genêro, transmite a idéia de uma Obsessão pelo branco .

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musicalidade do verso - Paul Verlaine, que em seu poema "Art Poétique", afirma: "De la musique avant toute chose..." (" A música antes de mais nada...")

“poesia pura” - surge do espírito irracional, não-conceitual e contrária à interpretação lógica

temática da consciência da degradação da vida

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Filho de ex-escravos, foi criado por um Marechal e sua esposa como um filho e teve educação de qualidade.

Perseguido a vida inteira por ser negro, culminando com o fato de ter sido proibido de assumir um cargo de juiz só por isso.

É ativo na causa abolicionista. Morre jovem de tuberculose, vítima da pobreza e do preconceito.

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Uma de suas obsessões era cor branca, como mostra a passagem a seguir.

"Ó Formas alvas, brancas, Formas clarasde luares, de neves, de neblinas!...Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...Incenso dos turíbulos das aras..."

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É considerado neo-romântico simbolista pois valoriza os impulsos pessoais e sua condição de indivíduo sofredor como fonte de inspiração poética. Suas poesias sempre oferecem dificuldade de leitura. Trata-se de um poeta expressivo, apelidado de “Cisne Negro” ou “Dante Negro".

“Alma! Que tu não chores e não gemasTeu amor voltou agora.Ei-lo que chega das mansões extremas,Lá onde a loucura mora!”

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Poesia: Broquéis (1893), Faróis (1900), Últimos Sonetos (1905)

Poesia em prosa: Tropos e Fantasias (1885), Missal (1893), Evocações (1898)

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Apaixonado desde jovem por uma prima, sofre com a prematura morte da amada e passa por uma crise de doença e boêmia.

Forma-se em Direito e Ciências Sociais, colaborando sempre na melhor imprensa paulistana.

Fica conhecido como “O Solitário de Mariana”.

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São constantes em sua obra: a presença constante da morte da

mulher amada, os tons fúnebres de cemitérios e

enterros, a nostalgia de um medievalismo

romântico, além do seu famoso marianismo (culto a Virgem Maria).

Sua obra prenuncia o surrealismo

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Seus versos tinham musicalidade e sutileza para a atmosfera religiosa que inspiravam, como mostra a passagem a seguir.

"O céu é todo trevas: o vento uiva.Do relâmpago a cabeleira ruivaVem açoitar o rosto meu.E a catedral ebúrnea do meu sonhoAfunda-se no caos do céu medonhoComo um astro que já morreu."

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Poesia: Setenário das Dores de Nossa Senhora (1899), Dona Mística (1899), Câmara Ardente (1899), Kiriale (1902), Pauvre Lyre (1921), Pastoral aos Crentes do Amor e da Morte (1923), Poesias (Nova Primavera, Escada de Jacó, Pulvis, 1938).

Prosa: Mendigos (1920)

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Terceira Dor (Alphonsus de Guimaraens) VI

É Sião que dorme ao luar. Vozes diletasModulam salmos de visões contritas... E a sombra sacrossanta dos ProfetasMelancoliza o canto dos levitas...

As virgens de Israel as negras comasAromatizam com os ungüentos brancosDos nigromantes de mortais aromas...

Jerusalém, em meio às Doze Portas, Dorme: e o luar que lhe vem beijar os flancosEvoca ruínas de cidades mortas.

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Cisnes Brancos Ó cisnes brancos, cisnes brancos,

Porque viestes, se era tão tarde?O sol não beija mais os flancosDa Montanha onde mora a tarde.

Ó cisnes brancos, doloridaMinh’alma sente dores novas.Cheguei à terra prometida:É um deserto cheio de covas.

Voai para outras risonhas plagas, Cisnes brancos! Sede felizes...Deixai-me só com as minhas chagas, E só com as minhas cicatrizes.

Venham as aves agoireiras, De risada que esfria os ossos...Minh’alma, cheia de caveiras,Está branca de padre-nossos.

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ANTÍFONA (CRUZ E SOUZA)  Ó Formas alvas, brancas, Formas claras

De luares, de neves, de neblinas! Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...

Incensos dos turíbulos das aras (ELEMENTOS DA LITURGIA CATÓLICA) (MUSICALIDADE – assonância e aliteração)

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Formas do Amor, constelarmante puras, De Virgens e de Santas vaporosas... Brilhos errantes, mádidas frescuras E dolências de lírios e de rosas ...

(MUSICALIDADE) (VISÕES) (SUGESTÃO REPRESENTADA PELAS

RETICÊNCIAS) (SUBSTANTIVOS COMUNS INICIADOS COM

MAIÚSCULAS PARA TORNÁ-LOS ABSOLUTOS)

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Indefiníveis músicas supremas, Harmonias da Cor e do Perfume...

Horas do Ocaso, trêmulas, extremas, Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...

(SINESTESIA: audição / visão / olfato)

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Visões, salmos e cânticos serenos, Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes... Dormências de volúpicos venenos Sutis e suaves, mórbidos, radiantes ...

(A força das imagens) (SUGESTÃO – o leitor deve completar o

verso)

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Infinitos espíritos dispersos, Inefáveis, edênicos, aéreos, Fecundai o Mistério destes versos Com a chama ideal de todos os mistérios.

(Poema ligado ao mistério, realidades ocultas...)