Upload
internet
View
108
Download
2
Embed Size (px)
Citation preview
Simbolismo
Contexto cultural
• Prevalência dos “Ismos”:– Determinismo– Positivismo– Materialismo– Darwinismo
• Por outro lado, o início da queda da “verdade” científica.
Contexto filosófico
• Henri Bergson: Intuicionismo• “eu profundo” não cabe no nível da palavra
• Schopenhauer:– a vontade é cega e inconsciente;– a existência é dolorosa: “viver é sofrer”
O que fazer?
• Para coisas novas, “palavras” novas!
• Busca de uma nova linguagem
• Assimilação da existência do “eu”• Busca de expressar esse eu por vias indiretas
Teoria das correspondências
• Criada por Charles Baudelaire
• Aproximação das realidades físicas e metafísicas:– Seres, cores, perfumes, toques, sons...(sinestesia)
CORRESPONDÊNCIAS
A natureza é um templo onde vivos pilaresDeixam filtrar não raro insólitos enredos;O homem o cruza em meio a um bosque de segredosQue ali o espreitam com seus olhos familiares.
Como ecos longos que à distância se matizamNuma vertiginosa e lúgubre unidade,Tão vasta quanto a noite e quanto a claridade,Os sons, as cores e os perfumes se harmonizam.
Há aromas frescos como a carne dos infantes,Doces como o oboé, verdes como a campina,E outros, já dissolutos, ricos e triunfantes,
Com a fluidez daquilo que jamais termina,Como o almíscar, o incenso e as resinas do Oriente,Que a glória exaltam dos sentidos e da mente.
Charles Baudelaire
AEIOUA – Órgão – Negro – Glória, TumultoE – Harpa – Branco - SerenidadeI – Violino – Azul – Paixão – Súplica agúdaO – Metais – Vermelho – SoberaniaU – Flauta – Amarelo – Ingenuidade, sorriso
A E I O UManhã de primavera. Quem não pensaEm doce amor, e quem não amará?Começo a vida. A luz do céu é imensa...A adolescência é toda sonhos. A.
O luar erra nas almas. ContinuaO mesmo sonho de oiro, a mesma fé.Olhos que vemos sob a luz da lua...A mocidade é toda lírios. E.
Descamba o sol nas púrpuras do ocasoAs rosas morrem. Como é triste aqui!O fado incerto, os vendavais do acaso...Marulha o pranto pelas faces. I.
A noite tomba. O outono chega. As floresPenderam murchas. Tudo, tudo é pó.Não mais beijos de amor, não mais amores...Ó sons de sinos a finados! O.
Abre-se a cova. Lutelenta e lenta,A morte vem. Consoladora és tu!Sudários rotos na mansão poeirenta...Crânios e tíbias de defunto. U.
Características
• Negação do positivismo• Busca do “eu profundo” e inconsciente• Misticismo, espiritualismo, subjetivismo
intenso, ocultismo...
• Aproximação da música• Teoria das correspondências• Experimentação da palavra
• Sinestesias:
“Nasce a manhã, a luz tem cheiro... Ei-la que assomaPelo ar sutil... Tem cheiro a luz, a manhã nasce...Oh sonora audição colorida do aroma!”
AG
• Musicalidade• Aliteração:“Vozes veladas, veludosas vozesVolúpias dos violões, vozes veladas”CS
• Ecos, onomatopéias, rimas palavras raras, etc...
Em comum com o parnasianismo:
• preocupação formal• alheamento da vida
Autores no BrasilCruz e Souza (1861-1898)
• Filho de escravos• Educado pelo Senhor• Sofreu preconceito durante toda a vida
Características
• Poesia de influência parnasiana e fortemente baudelairiana
• Concepção trágica da vida• Alta concepção acerca do “ser” poeta• Cosmovisão: aproxima-se do Barroco:– homem: ser oprimido pela vida
Características
• Outros temas:– A negritude– A obcessão do branco– A dor e a revolta– O sensualismo