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2013/2014 Daniel Ramos Pereira de Melo Síndromes de Pericardite Pós-Lesão Cardíaca março, 2014

Síndromes de Pericardite Pós-Lesão Cardíaca · Projeto de Opção do 6º ano - DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE Eu, Daniel Ramos Pereira de Melo, abaixo assinado, nº mecanográfico

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2013/2014

Daniel Ramos Pereira de Melo

Síndromes de Pericardite Pós-Lesão

Cardíaca

março, 2014

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Mestrado Integrado em Medicina

Área: Cirurgia Torácica

Trabalho efetuado sob a Orientação de:

Doutor Manuel Joaquim Lopes Vaz da Silva

Trabalho organizado de acordo com as normas da revista:

Revista Portuguesa de Cardiologia

Daniel Ramos Pereira de Melo

Síndromes de Pericardite Pós-Lesão

Cardíaca

março, 2014

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Projeto de Opção do 6º ano - DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE

Eu, Daniel Ramos Pereira de Melo, abaixo assinado, nº mecanográfico 200800086, estudante do 6º

ano do Ciclo de Estudos Integrado em Medicina, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto,

declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração deste projeto de opção.

Neste sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por omissão,

assume a autoria de um determinado trabalho intelectual, ou partes dele). Mais declaro que todas as

frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores, foram referenciadas, ou

redigidas com novas palavras, tendo colocado, neste caso, a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, 23/02/2014

Assinatura conforme cartão de identificação:

________________________________________________

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Projecto de Opção do 6º ano – DECLARAÇÃO DE REPRODUÇÃO

NOME

Daniel Ramos Pereira de Melo

CARTÃO DE CIDADÃO OU PASSAPORTE (se estrangeiro) E-MAIL TELEFONE OU TELEMÓVEL

13651953 [email protected] 918482005

NÚMERO DE ESTUDANTE DATA DE CONCLUSÃO

200800086 11/03/2014

DESIGNAÇÃO DA ÁREA DO PROJECTO

Cirurgia Torácica

TÍTULO DISSERTAÇÃO/MONOGRAFIA (riscar o que não interessa)

Síndromes de Pericardite Pós-Lesão Cardíaca

ORIENTADOR

Prof. Dr. Manuel Joaquim Lopes Vaz da Silva

COORIENTADOR (se aplicável)

É autorizada a reprodução integral desta Dissertação/Monografia (riscar o que não interessa) para

efeitos de investigação e de divulgação pedagógica, em programas e projectos coordenados pela

FMUP.

Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, 11/03/2014

Assinatura conforme cartão de identificação: ______________________________________________

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SÍNDROME DE PERICARDITE PÓS-LESÃO

CARDÍACA

Pericarditis Post-Cardiac Injury Syndrome

Daniel Pereira de Melo

Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto, Portugal

[email protected]

Número total de palavras manuscrito excluindo tabelas

4986

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ÍNDICE

Pericarditis Post-Cardiac Injury Syndrome ...................................................................................................................... 1

Lista de abreviaturas ............................................................................................................................................................... 4

Lista de figuras ........................................................................................................................................................................... 5

Lista de tabelas........................................................................................................................................................................... 5

Abstract ......................................................................................................................................................................................... 6

Resumo .......................................................................................................................................................................................... 6

Síndrome de Pericardite Pós-Lesão Cardíaca ............................................................................................................... 7

Introdução .................................................................................................................................................................................... 7

Material e Métodos ................................................................................................................................................................... 8

Epidemiologia ............................................................................................................................................................................. 8

Etiopatogénese ........................................................................................................................................................................... 9

Autoimunidade .............................................................................................................................................................. 11

Anticorpos anti-cardíacos ......................................................................................................................................... 12

Envolvimento Víral ...................................................................................................................................................... 16

SPLC e lesão cardíaca .................................................................................................................................................. 17

Fatores de risco ....................................................................................................................................................................... 18

Manifestações clínicas e diagnóstico ............................................................................................................................. 19

Prevenção .................................................................................................................................................................................. 23

Tratamento ............................................................................................................................................................................... 24

Prognóstico ............................................................................................................................................................................... 28

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3

Conclusão .................................................................................................................................................................................. 29

Agradecimentos ...................................................................................................................................................................... 30

Bibliografia ............................................................................................................................................................................... 30

Legenda das Figuras ............................................................................................................................................................. 35

Tabelas ....................................................................................................................................................................................... 35

Figuras ........................................................................................................................................................................................ 39

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LISTA DE ABREVIATURAS

Anticorpos Anti-Cardíacos – AAC

Ácido Acetilsalicílico - AAS

Anticorpos Anti-Víricos – AAV

Anti-Inflamatórios Não Esteroides - AINEs

Creatinafosfoquinase-MB - CK-MB

Derrame Pericárdico - DP

Enfarte Agudo do Miocárdio – EAM

Eletrocardiograma – ECG

Enfarte do miocárdio – EM

Intervenção coronária percutânea - ICP

Imunofluorescência indireta – IFI

Proteína C Reativa - PCR

Síndromes pós-lesão cardiaca - SPLC

Vírus de Epstein-Barr - VEB

Vírus da Hepatite B - VHB

Vírus da Hepatite C - VHC

Vírus da imunodeficiência humana – VIH

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Etiopatogénese dos SPLC.

Figura 2 - Ecocardiografia 2-D, incidência subcostal; derrame pericárdico concêntrico

(http://www.medbullets.com/step2-3-cardiovascular/20028/pericarditis)

Figura 3 – Fluxograma para tratamento dos SPLC

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Presença de AAC em diferentes doenças cardíacas.

Tabela 2 : Diferentes anticorpos AAC e a relação com os SPLC.

Tabela 3: Critérios de diagnóstico para SPLC .

Tabela 4: Critérios de diagnóstico de pericardite recorrente.

Tabela 5: Tratamento dos SPLC. Doses de ataque para os principais agentes terapêuticos e respetiva

redução da dose.

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ABSTRACT

The Pericarditis Post-Cardiac Injury Syndrome can occur after a myocardial infarction,

pericardiectomy or trauma with cardiac and/or pericardial injury (iatrogenic or not iatrogenic).

Although it usually has a benign clinical evolution it leads to an increase in patient morbidiy,

prolongs hospital stays, and increases costs, procedures and treatments. This article reviews its

epidemiology, etiopathogenesis, prognosis and treatment

Keywords: “Postpericardiotomy Syndrome “, “Pericardial Effusion”, “Pericarditis”

RESUMO

Os síndromes pós-lesão cardíaca podem surgir após EAM , pericardiotomia ou trauma com lesão

cardíaca e/ou pericárdica (iatrogénico ou não iatrogénico). Apesar do seu curso clínico

habitualmente benigno levam a aumento da morbilidade dos pacientes,prolonga os internamentos

hospitalares, e aumentam o volume de custos, de intervenções e tratamentos. Este artigo revê a sua

epidemiologia, etiopatogénese , prognóstico e o seu tratamento.

Palavras chave: “Sindrome Pós-pericardiotomia “, “Derrame pericárdico” , “Pericardite”

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SÍNDROME DE PERICARDITE PÓS-LESÃO CARDÍACA

INTRODUÇÃO

As designações síndromes pericardite pós-lesão cardíaca ou síndromes pós-lesão cardíaca incluiem

pericardite pós-enfarte agudo do miocárdio EAM ( síndrome de Dressler), síndrome pós-

pericardiotomia, e pericardite pós-traumática ( pode ser iatrogénica,e.g. após intervenções

intracardíacas ou por intervenção percutânea coronária1 ,colocação de pacemaker2 , ablação por

radiofrequência3, ou não iatrogénica, após trauma penetrante ou por contusão).

Estas diferentes condições clínicas são comumente caracterizadas por uma lesão cardíaca inicial

envolvendo o pericárdio, o miocárdio e/ou a pleura, com subsequente síndrome inflamatório. As

manifestações clínicas variam de uma simples pericardite não complicada (de sintomatologia

moderada) a derrame pericárdico assintomático, até casos mais complicados com pleuropericardite,

tamponamento cardíaco ou derrame pleural/pericárdico maciço, com comprometimento

hemodinâmico grave4-6.

Apesar do seu curso clínico habitualmente benigno, os síndromes pós-lesão cardíaca aumentam a

morbilidade e a permanência hospitalar dos pacientes pós intervenções cirúrgicas cardíacas, podem

ser fatores de confundimento para patologias mais graves (e.g. enfarte agudo do miocárdio) e levam

a maiores gastos hospitalares com exames complementares de diagnóstico e tratamentos

subsequentes.

Este artigo descreve a epidemiologia, os mecanismos etiopatogénicos propostos, os critérios de

diagnóstico e os diferentes métodos complementares, a terapêutica e o prognóstico dos síndromes

pós-lesão cardíaca.

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MATERIAL E MÉTODOS

A presente revisão da literatura foi elaborada com base numa pesquisa bibliográfica nas bases de

dados Isi Web, Pubmed e Scopus usando as palavras chave “Postpericardiotomy Syndrome” ,

“Pericardial Effusion ”, “Pericarditis” [MeSH], disponíveis na língua Inglesa. Foram ainda incluídos

alguns trabalhos científicos considerados relevantes , designadamente aqueles que assinalam

períodos e transições marcantes no paradigma de abordagem diagnóstica e terapêutica e/ou que

permitiram a sua melhor compreensão.

EPIDEMIOLOGIA

A incidência exata dos síndromes pós-lesão cardíaca (SPLC) é imprecisa. São doenças de caracter

heterogénio, sem critérios de diagnóstico bem definidos, com diferentes incidências entre eles.

Os SPLC agrupados com outras causas de pericardite de etiopatogenia presumidamente semelhante

(doenças autoimunes e inflamatórias sistémicas) são uma causa emergente de pericardite e de

doenças do pericárdio, especialmente em países desenvolvidos5, sendo responsáveis por 10% de

casos não selecionados de pericardite aguda7.

Antes da era da reperfusão, o síndrome de Dressler ocorria entre 1-5% dos pacientes com EAM8.

Atualmente a incidência de SPLC mantém-se muito baixa após intervenção coronária percutânea

primária ( 0,1% após ICP vs 0,5 % após trombólise)9 e está estimada <1 a 5% para as outras

intervenções cardíacas percutâneas como por exemplo, implantação de pacemaker e terapêutica de

ablação da fibrilhação auricular.

Os SPLC são uma complicação relativamente comum da cirurgia cardíaca (10-40%) que pode levar

ao prolongamento do internamento hospitalar, ao aumento do número de readmissões10, e, embora

raramente, ser causa de várias complicações graves (tamponamento cardíaco, derrame pleural de

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grande volume).

ETIOPATOGÉNESE

Janton em 1952 descreveu um síndrome com febre e dor torácica após tratamento cirúrgico da

estenose mitral reumática11, pensado-se estar relacionado com uma reactivação reumática.Em 1953

Soloff descreveu o mesmo síndrome em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca12.

De acordo com Imazio e Hoit5,em 1956 Dressler sugeriu que a pericardite pós enfarte miocárdio se

devia a uma reação de hipersensibilidade mediada pela libertação de auto antigénios. Mais tarde, Ito

em 1958 descreve o síndrome em pacientes sem doença cardíaca reumática, após cirurgia

cardíaca13.

Segundo aqueles autores, Dressler que a sugeriu a hipótese de uma reação de hipersensibilidade

mediada por auto-antigénios se relacionava com a necrose miocárdica, levando a ativação do

sistema imunitário em pessoas predispostas, desenvolvendo síndrome de pericardite pós-EAM5.

Antecipava assim o modelo actual de patologias auto imunes, aonde se pensa estarem incluídos os

síndromes pós-lesão cardíaca.

Ao longo dos últimos anos, foram propostos vários mecanismos patogénicos para estes síndromes,

envolvendo inflamação local14, reação auto-imune 15 e vírus latentes16.

Um mecanismo proposto como desencadeador dos síndromes seria a presença de sangue no espaço

pericárdico devido a terapêutica anticoagulante17. No entanto, este mecanismo não justifica todos os

casos de SPLC , uma vez que 25% dos doentes originalmente descritos por Dressler não faziam

terapêutica anticoagulante e nem o número elevado de pacientes que faz terapêutica anticoagulante

após EAM desenvolve habitualmente aquele síndrome18.

Outro mecanismo proposto envolve antigénios das células mesoteliais pleuropericárdicas e/ou dos

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cardiomiócitos , expostos e/ou libertados15-19, após lesão pericárdica, miocárdica, pleural ou

ambas20 ou devido a necrose miocárdica (pericardite pós-EAM ou síndrome de Dressler), ou após

trauma cirúrgico (síndrome pós-pericardiotomia), trauma torácico acidental (pericardite

traumática) ou trauma iatrogénico com ou sem hemorragia (pericardite pós-intervenções cardíacas

invasivas)5. (Figura 1)

Figura 1 Etiopatogénese dos SPLC

Embora o trauma durante intervenções cardiovasculares (e.g. intervenção coronária percutânea,

colocação de pacemaker, ablação por radiofrequência) seja considerado minímo, a combinação

deste tipo de trauma, que pode envolver células mesoteliais pericárdicas e hemorragia minor para o

espaço pericárdico21, será capaz de despoletar inflamação e reações autoimunes em indivíduos

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predispostos22, fazendo com que todos os procedimentos cardíacos invasivos tenham o potencial de

causar trauma pericárdico5.

AUTOIMUNIDADE Várias caraterísticas clínicas e analíticas suportam a etiologia auto-imune destes síndromes:o

período latente prolongado (desde a lesão inicial e o subsequente desenvolvimento do síndrome, a

presença de febre, a elevação dos marcadores da inflamação e leucocitose, a correlação entre os

níveis aumentados de diferentes anticorpos e a ocorrência clínica dos síndromes, a resposta a anti-

inflamatórios, corticosteroides e colquicina23, e a tendência a recorrerem após a suspensão da

terapêutica5-24.

A duração do síndrome de Dressler pode ser explicada parcialmente pelo tempo limitado de

exposição do sistema imunitário aos antigénios miocárdicos, que corresponde aproximadamente ao

tempo necessário pelo miocárdio para recuperar do EAM25.

Estes antigénios libertado durante a necrose miocárdica podem formar imunocomplexos, levando a

ativação do sistema imunitário com reação inflamatória local15.

O tempo de latência de 2 a 3 semanas observado entre a lesão e o inicio dos síndromes pós-lesão

cardíaca pode corresponder ao tempo necessário para o desenvolvimento da formação de

anticorpos e da consequente reação auto-imune (e.g. período entre EAM e surgimento de síndrome

de Dressler)25 .

Níveis aumentados de anticorpos anti-miocárdio resultantes de lesão miocárdica26, também

detetados no líquido pleural27 apoiam a hipótese da etiologia auto-imune.

A pleura e o pericárdio estão frequentemente atingidas nestes síndromes. A incisão da pleura é

também um fator de risco para o desenvolvimento de síndrome pós-pericardiotomia28 e derrames

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pleurais e/ou infiltrados pulmonares presentes nalguns casos de SPLC 28 . Este envolvimento da

pleura, pericárdio e por vezes da membrana sinovial, ocorrendo em localizações diferentes 15 pode

refletir o mimetismo molecular com reações imunológicas cruzadas, apoiando a etiologia auto-

imune dos síndromes.

No entanto os SPLC podem não ser auto-imunes em todos os casos, ou terem um outro mecanismo

auto-imune diferente do descrito anteriormente (e.q. não mediados por auto-anticorpos), como os

resultados de Cabalka et al parecem sugerir28.Aqueles autores mostraram que 7 de 15 crianças

(idades compreendidas entre 1.1 e 17.8 anos) submetidas a transplante cardíaco ortotópico

desenvolveram síndrome pós-pericardiotomia, apesar de estarem imunossuprimidos (ciclosporina,

azatioprina e corticosteroides) tal como os que não desenvolveram aquele síndrome. Os mesmos

autores mostraram ainda que nos doentes que desenvolveram o síndrome, verificou-se um aumento

da proporção de linfócitos T helper ativados/linfócitos T citotóxicos (CD4+/25+) e linfócitos T

citotóxicos (Leu 7+/CD8+) no período pós-operatório comparativamente com o período pré-

operatório e acrescentaram mesmo que pudesse estar envolvida a imunidade celular na sua

patogénese28.

ANTICORPOS ANTI-CARDÍACOS Os anticorpos anti-cardíacos (AAC) são identificados em várias doenças locais, sistémicas e pós

procedimentos cirúrgicos, que envolvem o coração incluindo pericardite, cardiomiopatia, enfarte

miocárdio, cirurgia de revascularização miocárdica e nos SPLC23. (Tabela 1)

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Tabela 1 Presença de AAC em diferentes doenças cardíacas.

Retirado e adaptado de Wehlou e Delanghe (2009)40

Heart: anticorpos contra antigénios não discriminados do coração; Preop: Pré-operatório; SPLC: Síndrome Pós-Lesão

Cardíaca.

São vários os AAC existentes, podendo ser anticorpos específicos contra proteínas mitocondriais, do

sarcolema, estruturais, intracelulares, contráteis, e anticorpos contra recetores do cardiomiócito40.

(Tabela 2)

Método Anticorpo N Positivos Controlos Positivos Referências

SPLC IFI IFI ELISA ELISA

Heart Heart Actina Miosina

16 27 27 27

100% 100%(sem SPLC: 18%) 67%(sem SPLC: 9%) 93%(sem SPLC: 12%)

40 40 40 40

5% 0% 0% 0%

29 30 30 30

Enfarte agudo do miocárdio

IFI ELISA ELISA ELISA ELISA ELISA ELISA ELISA ELISA ELISA Blotting Blotting

Heart Actina Actina Miosina Miosina Miosina Miosina Troponina I Troponina I Tropomiosina Actina Tropomiosina

80 80 33 18 33 28 80 33 108 26 66 66

20% 9% 45% 33% 42% 68% IgG, 79% IgM 16% 18% 9% 27% 26% 29%

40 40 22 18 22 90 40 42 10 53 29 29

0% 0% 13% 0% 18% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%

30 30 31 32 31 33 30 34 35 36 37 37

Cirurgia cardíaca

IFI IFI ELISA ELISA ELISA ELISA

Heart Heart Actina Miosina Miosina Tropomiosina

100 196 196 196 36 27

18% 44% (preop 8%) 25% (preop 4%) 33% (preop 5%) 63% IgG, 80% IgM 18%

100 40 40 40 90 53

1% 5% 5% 2,5% 0% 0%

38 39 39 39 33 36

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Tabela 2 Diferentes anticorpos AAC e a relação com os SPLC.

Anticorpos contra Antigéno Localização Relação com SPLC

Protéinas contráteis Actina Miosina Troponina I Troponina T Tropomiosina

Não presente na superfície Isoforma α especifica para coração;Isoforma β também presente no músculo esquelético. Não presente na superfície (membrana) Não presente na superfície (membrana) Não presente na superfície (membrana); também no músculo esquelético

Sim 30-39 Sim 30-33-39 Sim 34-35 Sim 34-35 Sim 36

Receptores do sarcolemma

ATPase Na+/K+ Presente na membrana (superfície)

Protéinas mitocondriais

Adenina nucleotídeo translocase (ANT) Complexo desidrogenase dos α-cetoácidos de cadeia ramificada Dinucleótido de nicotinamida e adenina desidrogenase (NADH)

Mitocôndia Mitocôndia Mitocôndia

Sim 41

Protéinas estruturais

Laminina Vimentina

Membrana basal valvular;endotélio Células endoteliais

Retirada e adaptada de Wehlou e Delanghe (2009)40

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Como principais componentes estruturais do aparelho miofibrilar , a actina30 e especialmente a

miosina30-42 constituem dos mais importantes antigénos cardíacos em várias doenças cardíacas

embora a troponina34-35 e a tropomiosina37-43 também tenham sido implicadas. Estas proteínas não

se encontram presentes na membrana/sarcolema dos cardiomiocitos e, assim são proteínas

intracelulares ocultadas do sistema imunitário, impedindo dessa forma que se tenha desenvolvido

tolerância imunológica31, levando a que após dano cardíaco a sua libertação possa provocar uma

reação cardíaca auto-imune 30-44. Ao contrário das proteínas contráteis, os recetores de membrana

(e.g. recetores ß1) e a ATPase Na+/K+ encontram-se na superfície do cardiomíocito, expostos mais

sustentadamente ao sistema imunitário40.

Estes anticorpos contra as proteínas contráteis, ou outros componentes celulares podem levar a

mais dano cardíaco40 (Tabela 2). A possível participação dos AAC na lesão cardíaca é fundamentada

na observação que removendo estes AAC por imunoadsorção há uma melhoria na função cardíaca45.

Os AAC mais frequentemente identificados no SPLC estão direcionados contra actina 30-39, miosina30-

33-39, troponina I e T34-35, tropomiosina36 e BCKD E2 (branched chain alfa-ketoacid dehydrogenase

dihydrolipoyl transacylase)41.

Num estudo prospetivo realizado por Engel et al (1980) envolvendo 400 crianças submetidas a

cirurgia cardíaca, os AAC foram negativos em todos os pacientes pré-cirurgia, permanecendo

negativos em 173 (43,2 %) no período pós-operatório, sendo que nenhum veio a desenvolver SPLC.

No mesmo estudo, noutro grupo de pacientes, os AAC surgiram 7-10 dias pós-cirurgia, sendo que

em 103 (25,8%) registou-se uma subida significativa do título dos anticorpos (subiram 2+ níveis),

descendo no segundo mês, e todos estes desenvolveram SPLC. Os restantes 124 (31%) que não

chegaram a ter títulos mais elevados de anticorpos (não subiram 2+ níveis), os AAC desceram 1 mês

pós-cirurgia e 5 pacientes veio a desenvolver SPLC de sintomatologia moderada46.

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Como se pode ver na Tabela 2, nos SPLC os AAC estão presentes em quase todos doentes (100%

anti-heart, 93% miosina , 67% actina) , quando comparado com outras patologias como EAM em

que os AAC estão presentes entre 9% a 79%, ou na cirurgia cardíaca que varia de 18% a 44%.

Os AAC aumentados foram registados em pacientes sem terem desenvolvido os SPLC. Doentes sem

AAC também desenvolveram uma forma de SPLC de sintomatologia moderada. Num estudo

envolvendo 82 pacientes submetidos a cirurgia cardíaca,16 pacientes (16,9 %) desenvolveram SPLC

(todos positivos para AAC), 24 (29,2%) SPLC moderado (em 7 casos deste os AAC não estavam

presentes). Neste estudo dos 42 pacientes sem SPLC (51,2%) 8 tiveram AAC aumentados

(19%)29.Estes resultados sugerem que os AAC não são especificos para estes síndromes pós-lesão

cardíaca, e os AAC podem não ser o fator causador dos SPLC, mas sim um elemento associado.

ENVOLVIMENTO VÍRAL Habitualmente a infeção vírica causa pericardite aguda diretamente. Os vírus mais frequentemente

envolvidos são os Echovirus, vírus Coxsackie, e raramente os vírus Influenza, Epstein-Barr,

adenovírus, varicela, rubéola, parotidite, VHB, VHC, VIH, parvovírus B19 e vírus do herpes humano

6.

No entanto, alguns daqueles vírus, por reativação ou por infeção de novo, podem estar implicados

na etiopatogénese dos SPLC.

Como já mencionado, Engle et al (1980) avaliaram 400 pacientes pediátricos após cirurgia cardíaca

e 27% dos pacientes desenvolveram SPLC, tendo todos AAC aumentados e só 70% anticorpos anti-

víricos (AAV) positivos. Os títulos dos AAV estavam aumentados não para um vírus específico mas

para as infeções víricas predominantes na população na altura do estudo, sugerindo assim a infeção

viral como um fator desencadeante de resposta imunológica com desenvolvimento de SPLC46.

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SPLC E LESÃO CARDÍACA Não há consenso relativamente à correlação entre a magnitude do dano miocárdico e a resposta

imune subsequente,com desenvolvimento dos SPLC23.

Os SPLC são mais frequentes depois de uma cirurgia de substituição de valvular do que após

cirurgia de revascularização miocárdica47 e mais comuns depois de cirurgia de revascularização

miocárdica do que após EAM, apesar do dano no último ser superior29.

Nomura et al (1994) num estudo prospetivo que incluiu 19 crianças submetidas a cirurgia cardíaca

(média de idades 9,5 anos) verificaram que 7 dessas crianças desenvolveram síndrome pós-

pericardiotomia. Não se verificou correlação entre o grau de dano cardíaco ( avaliado pelas

concentrações plasmáticas de CK-MB) e o título de anticorpos antimiosina (miosina de cadeia leve I)

quer nos doentes que desenvolveram o SPLC quer nos que não desenvolveram o SPLC. No mesmo

estudo, o título máximo de anticorpos antimiosina correlacionou-se significativamente com o

volume do derrame pericárdico que apareceu nos doentes com SPLC48.

O tempo de latência e a eficácia da reperfusão miocárdica nos doentes com EAM parecem ser fatores

críticos na patogénese do síndrome de Dressler. Imazio et al49 num estudo prospetivo que envolveu

743 doentes com EAM com supradesnivelamento de ST encontrou 31 pacientes com pericardite

pós-EAM logo nos primeiros dias (1-5 dias), com uma prevalência em crescendo de acordo com o

atraso à admissão hospitalar (horas após início da dor) (p<0,001): 1,7% para 3 horas, 5,4% para 3 a

6 horas e 13,6% para mais de 6 horas. A pericardite pós-EAM tardia, o síndrome de Dressler, foi

diagnosticada só num paciente (0,1%). Estes resultados podem sugerir que a intervenção coronária

percutânea primária pode ter reduzido a incidência deste síndrome49, presumivelmente por levar a

uma redução do tamanho do enfarte e do número de pacientes com EM extensos. A pericardite que

ocorre logo após um EM provavelmente é uma complicação direta do EM (necrose transmural

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associada a inflamação e pericardite aguda), não fazendo provavelmente parte dos SPLC, como é o

caso do síndrome de Dressler50-51.

Correale et al (1993)52 mostraram que na era da terapêutica trombolítica a incidência do

atingimento pericárdico em pacientes tratados com agentes tromboliticos era aproximadamente

metade da do grupo controlo (6,7 vs 12,0%), e que quanto mais cedo era instituído o tratamento,

mais baixa era a incidência do atingimento pericárdico; no mesmo estudo, o atingimento pericárdico

esteve fortemente associado ao tamanho do enfarte e associado a níveis de mortalidade maiores a

longo prazo, não sendo no entanto um fator de prognóstico independente.

Num estudo prospetivo, que inclui 201 pacientes com EAM submetidos a trombólise, apenas 1

doente com EAM extenso e sem evidência de reperfusão miocárdica desenvolveu síndrome de

Dressler9.

No entanto muitos doentes, por insucesso ou atraso na reperfusão, apresentam EAM extensos, sem

desenvolverem síndrome de Dressler, sugerindo outro mecanismo e outros fatores, ainda

desconhecidos, que possam impedir o seu desenvolvimento25.

FATORES DE RISCO

Não são conhecidos muitos fatores de risco associados aos SLPC. Algumas cirurgias podem ter um

risco maior do que outras no que concerne à probabilidade de se desenvolverem SLPC. Como já

previamente mencionado, os SLPC são mais frequentes depois de uma cirurgia de substituição

valvular do que após cirurgia de revascularização miocárdica47.

Num estudo prospetivo realizado por Imazio et al (2011) em 360 candidatos a cirurgia cardíaca e

em que 15% dos doentes desenvolveu SLPC, foi demonstrada uma associação significativa com o

sexo feminino (risco relativo 2,32)28, (podendo estar relacionado com uma maior predisposição

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para doenças auto-imunes na mulher), e com incisão na pleura ( risco relativo 4,31)28. Em 743

doentes com EAM, Imazio et al (2009) estimaram uma associação significativa com o

desenvolvimento de SLPC com o tempo de apresentação de mais de 6 h (risco relativo 4,4)49 e uma

associação com insucesso na intervenção percutânea coronária primária ( risco relativo 2,8)49.

A idade parece ser também um fator de risco para o desenvolvimento de SLPC.

No estudo já citado de Engel et al as crianças com menos de 2 anos raramente tiveram SPLC

(incidência de 3,5%) em contraste com crianças mais velhas (incidência de 36%)46.

Também Maisch et al (1979)53 observaram um decréscimo na incidência de SLPC com o aumento da

idade: 28,5 % em doentes com menos de 40 anos; 19,7% dos 40-59 anos; 14,2% entre 60 a 69 e

10% acima dos 70 anos.

Estas variações podem sugerir uma diferença na maturação do sistema imunitário das crianças com

menos de 2 anos de idade e uma menor resposta do mesmo nos casos com idade mais avançada.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO

A subestimação dos SPLC tem o efeito negativo de poder prolongar o curso clínico, de se associar a

mais recorrências e rehospitalizações, a prolongamento dos internamentos, à realização de um

maior número de exames complementares de diagnóstico, invasivos e não invasivos, com o objetivo

de excluir outras complicações major também relacionadas com as patologias de base ou cirurgicas

(e.g. evento coronário agudo; cirurgia de revascularização miocárdica)10.

O diagnóstico pode ser dificultado por diversos fatores de confundimento (e.g. o atrito pericárdico

pode ser transitório, a febre pós operatória é frequente após bypass cardiopulmonar)10.

A maioria dos casos surge no primeiro mês (80%) , com um pico no final da primeira semana28, mas

podem surgir até 3 meses a 1 ano pós cirurgia cardíaca.

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Os SPLC à apresentação têm na sua maioria dor torácica (>80% ,normalmente do tipo pleuritica).

Para além disso podem apresentar, febre baixa (>50-60%), dispneia (50-60%) , atrito pericárdico

(30-60%), derrame pericárdico com ou sem infiltrados pulmonares concomitantes (>60%),

aumento dos marcadores inflamatórios (74,1%) e alterações no ECG (>20%)28. O ECG raramente

está normal devido à condição clínica de base5.Sinais atípicos de evolução da onda T (ondas T

constantemente positivas ou ondas T positivas após estarem invertidas) e sinais de pericardite

aguda (supradesnivelamento difuso do segmento ST com concavidade superior e depressão do

segmento PR) devem ser consideradas para o diagnóstico clínico54 .(Figura 2)

Figura 2 Ecocardiografia 2-D, incidência subcostal; derrame pericárdico concêntrico

(http://www.medbullets.com/step2-3-cardiovascular/20028/pericarditis)

O derrame pericárdico é uma importante complicação dos SPLC, não sendo necessária a sua

presença para o diagnóstico dado só 10,3 % a 11,5% dos pacientes com derrame pericárdico pós-

operatório ter um SPLC28. (Figura 2)

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Ao avaliar um doente com suspeita destes síndromes pós-lesão cardíaca é importante focar a

história para identificar a lesão e/ou o evento inicial, no exame físico procurar atrito

pleural/pericárdico, realizar exames laboratoriais que incluam marcadores de inflamação e de

necrose miocárdica, efetuar ECG, telerradiografia torácica e ecocardiografia transtorácica para

detetar a presença, o volume e a repercussão hemodinâmica do derrame pericárdico (DP)5.

A telerradiografia torácica pode mostrar um derrame pleural com ou sem infiltrados pulmonares. A

silhueta cardiaca esta aumentada na presença de doenças cardiacas concomitantes e se houver DP

>200 ml7.

É importante excluir outras complicações relacionadas com a patologia clínica de base que se

possam confundir com os SPLC.

Por exemplo a embolia pulmonar pode ser excluída por angioTAC55 e a possibilidade de pneumonia

é elevada se o paciente tiver expetoração purulenta55.

O diagnóstico requer a identificação de uma “agressão” prévia (cirurgia torácica, traumatismo

externo, necrose miocárdica) ao pericárdio, miocárdio, pleura ou ambos, e subsequente evidência

de envolvimento inflamatório pleuropericárdico5. O diagnóstcio baseia-se ainda em critérios

clínicos que o sugerem, como a presença de febre sem causas alternativas, dor torácica pleurítica e

atrito pericárdico, apoiados pela documentação, por exemplo, por DP no período pós-operatório e

por aumento da expressão dos marcadores inflamatórios10.

O diagnóstico definitivo é essencialmente um de exclusão dependendo do contexto clínico e o

diagnóstico diferencial deve incluir os síndromes coronários agudos, embolismo pulmonar ,

insuficiência cardíaca e pneumonia5.

Imazio et al (2012)10 num artigo sobre Síndrome pós pericardiotomia, argumentando a necessidade

de padronizar abordagens, propôs os critérios de diagnóstico presentes na Tabela 3. Aquela

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proposta foi baseada em 2 estudos clínicos que investigaram estratégias farmacológicas para

prevenção do síndrome pós-pericardiotomia56-57.

Tabela 3 Critérios de diagnóstico para SPLC

Critérios de diagnóstico para SPLC ( pelo menos 2 dos seguintes ):

Febre sem causas alternativas Dor torácica pleurítica Atrito pericárdico Evidência de surgimento ou agravamento de derrame pleural Evidência de surgimento ou agravamento de derrame pericárdico

Retirado e adaptado de Imazio et al (2012)58

O diagnóstico de síndrome pós-pericardiotomia baseia-se na presença de pelo menos 2 destes

criterios57. Será necessário confirmar se estes se podem aplicar a todos os síndromes pós-lesão

cardíaca.

Recorrência dos sinais e sintomas de pericardite após um período arbitrário sem sintomas durante

6 semanas define-se como pericardite recorrente59. É importante distinguir as recorrências dos

casos incessantes sem resolução , sendo necessário um mínimo de 4 a 6 semanas sem sintomas após

o ataque inicial60.

Após um ataque prévio de pericardite pode existir dor recorrente mas sem corresponder a uma

verdadeira recorrência documentada com evidência de actividade inflamatória (e.g. PCR

aumentada), sendo importante reconhecer este facto para evitar confundimentos e terapêutica anti-

inflamatória desnecessária61.

Na Tabela 4 indicam-se critérios de diagnóstico propostos para pericardite recorrente.62

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Tabela 4 Critérios de diagnóstcio de pericardite recorrente

Critérios de diagnóstico de pericardite recorrente

Dor torácica recorrente e 1 ou mais dos seguintes sinais:* - febre - atrito pericárdico - alterações ECG - agravamento ou surgimento de derrame pericárdico com evidência ecocardiográfica - aumento marcadores inflamatórios ( e.g. aumento número leucócitos, da velocidade de sedimentação eritrocitária, da PCR) *mínimo de 4 a 6 semanas após ataque inicial.

Retirado e adaptado de Imazio et al (2011)62

PREVENÇÃO

As medidas de prevenção primária dos SPLC seriam a estratégia ideal para reduzir a sua

morbilidade pós-operatória e os custos hospitalares.

Quando administrada profilaticamente pós cirurgia cardiaca, a colquicina parece prevenir os SPLC56-

57. No estudo “Colchicine for the Prevention of Postpericardiotomy Syndrome” com 360 doentes

submetidos a cirurgia cardíaca, a colquicina administrada 3 dias após cirurgia (1 mg duas vezes no

dia 1, seguido 0,5 mg duas vezes diariamente durante 30 dias) reduziu a ocorrência de SPLC a 12

meses, comparativamente com o placebo (9% vs 21 %: risco relativo 0,42; intervalo de confiança

95%: 0,24-0,73)57.

Os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e os corticosteróides foram propostos como

terapêutica preventiva mas com pouco sucesso56. Estudos preliminares não mostraram eficácia do

ácido acetilsalicílico (AAS) e da metilprednisolona intravenosa na prevenção do síndrome pós-

pericardiotomia63. O AAS durante 1 a 5 semanas após a cirurgia cardíaca também não preveniu o

surgimento de síndrome pós-pericardiotomia64.

Uma metanálise publicada por Imazio et al (2011)65, (caraterísticas dos doentes, fármacos, esquema

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posológico e resultados, expressos) indica que apenas colquicina administrada profilaticamente,

reduz a incidência de síndrome pós-pericardiotomia (nem a metilprednisolona nem a aspirina

foram eficazes naquele contexto clínico).

TRATAMENTO

A terapêutica tem como objetivo atenuar sinais e sintomas, reduzir complicações e dar conforto ao

doente, reduzindo a morbilidade66.

O tratamento de primeira linha para os SPLC consiste no uso de AINEs,(indicação classe I, nível de

evidência A)67 embora não existam estudos controlados randomizados sobre diferentes doses

terapêuticas.(Figura 3)

Figura 3

Retirada e adaptada de Imazio et al (2013)68

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O AAS pode ser tentado em primeiro lugar e caso falhe, usar um AINE como ibuprofeno caso não

hajam contraindicações. O ibuprofeno foi sugerido nas guidelines de 2004 da Sociedade Europeia de

Cardiologia (em alternativa a AAS) para tratamento da pericardite devido aos raros efeitos laterais e

impacto favorável na circulação das artérias coronárias69.

Na pericardite associada a EAM, o AAS é o fármaco preferido. Os AINEs sem ser o AAS devem ser

evitados, pois a terapêutica anti-inflamatória pode a impedir cicatrização70. O AAS também pode ser

primeira escolha em pacientes que necessitem de terapêutica antiplaquetária concomitante71. Com

o uso do AAS ou AINEs deve ser fornecida proteção gastrointestinal (e.g. um inibidor da bomba de

protões)71.(Figura 3)

Tabela 5 Tratamento dos SPLC. Doses de ataque para os principais agentes terapêuticos e respetiva

redução da dose.

Fármaco Dose de Ataque* Redução da Dose

AAS 1000 mg a cada 8h 1000 mg + 500 mg + 1000 mg durante 1 semana , depois 1000 mg + 500 mg + 500 mg durante uma semana , depois 500 mg a cada 8 h e depois remoção

Ibuprofeno 600 mg a cada 8h 600 mg + 400 mg + 600 mg durante 1 semana, dpois 600 mg + 400 mg + 400 mg durante 1 semana , dpois 400 mg a cada 8h e depois remoção

Prednisona 0,2 a 0,5 mg/kg/dia Redução muito lenta dependente da dose diária:

- se dose diária >50 mg – reduzir 10 mg/dia a cada 1-2 semanas

- entre 50-25 mg – reduzir 5 a 10 mg/dia a cada 1-2 semanas

- entre 25-15 mg – reduzir 2,5mg/dia a cada 2-4 semanas

- se dose diária <15 mg – reduzir 1,25 a 2,5 mg/dia a cada 2-6 semanas

Colquicina 0,5 mg a cada 12h (0,5 mg uma vez dia se peso <70kg)

**

Manter durante 3 meses (pericardite aguda) ou durante 6 a 12 meses para recorrências.

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*Dose de ataque normalmente até resolução da sintomatologia e normalização da PCR seguido de

redução da dose a cada semana.Pacientes que não tolerem administração oral, refratários ou com

dor severa, administração temporária por via intravenosa de AINEs ou corticoesteroide pode ser

considerado. Recomenda-se monitorização da PCR, hemograma, creatinina, transaminases e da

creatina quinase (CK).

**Ajustar a dose de acordo com idade ou disfunção renal ou hepática. Se crianças com 5 ou menos

anos 0,5 mg/dia, se >5 anos 1,0 a 1,5 mg/dia dividido por 2-3 doses. Se idoso >70 anos reduzir dose

em 50%. Em caso de insuficiência renal, se clearance de creatinina for entre 30-60 mL/min controlo

apertado para efeitos adversos, redução de dose pode ser necessária (e.g. 0,5-0,6 mg de cada vez),se

clearance de creatinina menor que 30 mL/min dose inicial 0,25-0,3 mg/dia ou 0,5-0,6 mg a cada 2-3

dias, usar com precaução , monitorizar para efeitos adversos, uso em insuficiência renal severa

contraindicado pelo fabricante. Em caso de disfunção hepática evitar em insuficiência hepatobiliar

severa e em paciêntes com doença hepática.

Retirado e adaptado de Imazio et al (2013)68

Na fase aguda da pericardite é essencial fornecer uma dose de ataque de AAS ou ibuprofeno a cada 8

horas para atingir completo controlo da sintomatologia durante 24h. Esta dose deve ser mantida até

resolução dos sintomas e normalização da PCR, correspondendo à resolução da inflamação72-73.

(Tabela 5)

A colquicina pode ser muito útil no tratamento de beneficiar pacientes com SPLC74. Atua como

adjuvante aos AINEs ou corticoesteroides para todos pacientes com pericardite aguda, e

especialmente nos doentes com pericardite recorrente (indicação classe I, nível de evidência A).

Deve ser administrada em doses baixas ajustadas ao peso, e deve ser considerada a suspensão da

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administração ou redução da dose dependendo da idade, função renal ou hepática68. (Tabela 5)

A corticoterapia deve ser considerada segunda escolha ( indicação classe I, nível de evidência A),

para pacientes com contraindicação para os AINEs, falta de resposta a mais do que um AINEs ou

indicações especificas como gravidez ou uma doença inflamatória sistémia que requeira o seu uso75-

76. (Figura 3)

Os corticoides devem ser usados em doses baixas a moderadas como é prática corrente em

reumatologia para o tratamento de serosites em doenças inflamatórias sistémicas68 (Tabela 5).

Evitar usar doses elevadas ( e.g. prednisona 1 a 1,5 mg/kg/dia) dado haver aumento do risco de

efeitos adversos (em até 25% dos doentes), do número de hospitalizações, e maior número de

recorrências por remoção da terapêutica77 .

No casos de recorrências ou controlo sintomatológico mais dífícil deve ser considerado a

combinação de diferentes agentes terapêuticos (e.g. AINEs/AAS + colquicina e corticosteroides )

(Figura 3) antes de recorrer a outros agentes imunossupressores68. Não existe grande evidência que

suporte o uso destes agentes, sendo aplicados principalmente em casos que requeiram níveis

intoleráveis crónicos de corticoesteroides para atingir o controlo sintomatológico, sendo nesta

condição usadas vários fármacos (e.g. azatioprina, ciclofosfamida, ciclosporina, metotrexato,

hidroxicloroquina)60. A medicação menos tóxica e menos expendiosa deve ser selecionada.

A azatioprina pode ser a escolha em adultos caso seja tolerada (2 mg/kg/dia)78.

Em caso de sintomatologia permanente e/ou recorrência mesmo após terapêutica médica a

pericardiectomia é um tratamento seguro e eficaz se realizados em centros de referência

especializados, como foi confirmado numa revisão retrospetiva com 184 pacientes tratados entre

1994 a 2005. A cirurgia para pericardiectomia foi segura, sem óbitos, registando-se 2 complicações

major no período pós-operatório imediato e sem diferenças significativas na mortalidade durante o

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follow-up (5,5 anos). Os doentes tratados com pericardiectomia cirúrgica registaram menos

recorrências (9% vs 29%) em comparação com o grupo submetido a terapêutica médica79. (Figura

3)

A pericardiocentese e a pericardiectomia são usadas em caso de derrames pericárdico significativo

ou com compromisso hemodinâmico80.

O reconhecimento rápido dos síndromes é importante. O tratamento instituído precocemente pode

aumentar taxa de remissão a 7-19 dias de 60% para 90%,e reduzir a metade o risco de recorrências

81.

PROGNÓSTICO

Os SLPC podem variar na sua forma de apresentação e evolução desde um episódio limitado de

pericardite aguda até um episódio longo com múltiplas recorrências e possível desenvolvimento de

pericardite constritiva 64.

Embora a maioria dos SPLC tenham prognóstico frequentemente benigno63, eles são responsáveis

por prolongarem significativamente as permanências hospitalares (11,5 dias vs 4,7 dias)28,

aumentarem as readmissões (13% vs 0%)28 e a morbilidade peri-operatória, levarem ao aumento

dos testes diagnóstico não invasivos e aumentarem os gastos com terapêutica médica, e em caso de

complicação, aumentarem o uso de tratamentos invasivos (e.g. pericardiocentese, toracocentese)63,

aumentando custos hospitalares.

Estes SPLC associam-se a um risco de complicações não desprezível, como tamponamento cardiaco

(2%), constrição pericárdica (raro a curto prazo28;2-5% a longo prazo82), recorrências (5% que é

uma taxa inferior à taxa da pericardite aguda que vai até 30%)28.

Dos SPLC, o síndrome de Dressler aparenta ter uma taxa de recorrência maior. 49. As recorrências

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costumam ser mais intensas e o tratamento deverá ser idêntico ao do evento inicial19.

Urschel et al referiram uma outra complicação dos derrames pericárdicos após cirurgia de

revascularização miocárdica, e.g. a oclusão das artérias coronárias devido ao processo inflamátorio

gerado83.

Por haver um possível risco de constrição cardiaca a longo prazo82 , pode ser necessário um

seguimento mais longo dos doentes com síndromes pós-lesão cardíaca.

CONCLUSÃO

Como grupo os síndromes pós-lesão cardíaca parecem surgir na sequência e como resposta

imunológica a uma agressão ao tecido pericárdico, miocárdico e/ou pleural. Até agora não existe

nenhum fármaco que previna completamente o seu desenvolvimento. Apesar do curso

habitualmente benigno destes síndromes, estes são responsáveis por aumentar a morbilidade e o

tempo de internamento hospitalar, e por levarem a maior gasto de recursos. A terapêutica com AAS

e/ou outros AINEs , e ocasionalmente com corticóides é eficaz na maioria dos casos e promove o

controlo da sintomatologia, a regressão do processo inflamatório e encurta a sua duração.

A ausência de critérios de diagnóstico bem definidos até muito recentemente, fez com que estes

síndromes tenham sido subdiagnosticados, a sua real incidência desconhecida, a realização de

estudos sobre a sua etiopatogenia dificultada, e a definição da melhor estratégia profilática e

terapêutica retardada no que concerne à aquisição da melhor evidência acerca da eficácia e

segurança dos fármacos a escolher.É por isso importante e urgente procurar critérios de diagnóstico

mais aceites e que possam ser usados em futuros estudos para diagnóstico e tratamento diferencial

dos síndromes pós-lesão cardíaca.

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AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Manuel Vaz da Silva pela orientação.

BIBLIOGRAFIA

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LEGENDA DAS FIGURAS

Fig.1 – Etiopatogénese dos SPLC.

Fig.2 - Ecocardiografia 2-D, incidência subcostal; derrame pericárdico concêntrico

(http://www.medbullets.com/step2-3-cardiovascular/20028/pericarditis)

Fig.3 – Fluxograma para tratamento dos SPLC.

TABELAS

Tabela 1 Presença de AAC em diferentes doenças cardíacas. Retirado e adaptado de Wehlou e

Delanghe . Clinica Chimica Acta 408 (2009) 114–122 40

Método Anticorpo N Positivos Controlos Positivos Referências

SPLC IFI IFI ELISA ELISA

Heart Heart Actina Miosina

16 27 27 27

100% 100%(sem SPLC: 18%) 67%(sem SPLC: 9%) 93%(sem SPLC: 12%)

40 40 40 40

5% 0% 0% 0%

29 30 30 30

Enfarte agudo do miocárdio

IFI ELISA ELISA ELISA ELISA ELISA ELISA ELISA ELISA ELISA Blotting Blotting

Heart Actina Actina Miosina Miosina Miosina Miosina Troponina I Troponina I Tropomiosina Actina Tropomiosina

80 80 33 18 33 28 80 33 108 26 66 66

20% 9% 45% 33% 42% 68% IgG, 79% IgM 16% 18% 9% 27% 26% 29%

40 40 22 18 22 90 40 42 10 53 29 29

0% 0% 13% 0% 18% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%

30 30 31 32 31 33 30 34 35 36 37 37

Cirurgia cardíaca

IFI IFI ELISA

Heart Heart Actina

100 196 196

18% 44% (preop 8%) 25% (preop 4%)

100 40 40

1% 5% 5%

38 39 39

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Tabela 2 : Diferentes anticorpos AAC e a relação com os SPLC. Retirada e adaptada de C. Wehlou, J.R.

Delanghe. Clinica Chimica Acta 408 (2009) 114–122 40

Anticorpos contra Antigéno Localização Relação com SPLC

Protéinas contráteis Actina Miosina Troponina I Troponina T Tropomiosina

Não presente na superfície Isoforma α especifica para coração;Isoforma β também presente no músculo esquelético. Não presente na superfície (membrana) Não presente na superfície (membrana) Não presente na superfície (membrana); também no músculo esquelético

Sim 30-39 Sim 30-33-39 Sim 34-35 Sim 34-35 Sim 36

Receptores do sarcolemma

ATPase Na+/K+ Presente na membrana (superfície)

Protéinas mitocondriais

Adenina nucleotídeo translocase (ANT) Complexo desidrogenase dos α-cetoácidos de cadeia ramificada Dinucleótido de nicotinamida e adenina desidrogenase

Mitocôndia Mitocôndia Mitocôndia

Sim 41

ELISA ELISA ELISA

Miosina Miosina Tropomiosina

196 36 27

33% (preop 5%) 63% IgG, 80% IgM 18%

40 90 53

2,5% 0% 0%

39 33 36

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(NADH)

Protéinas estruturais

Laminina Vimentina

Membrana basal valvular;endotélio Células endoteliais

Tabela 3: Critérios de diagnóstico para SPLC . Retirado e adaptado de Imazio et al (2012)10

Critérios de diagnóstico para SPLC ( pelo menos 2 dos seguintes ): Febre sem causas alternativas Dor torácica pleurítica Atrito pericárdico Evidência de surgimento ou agravamento de derrame pleural Evidência de surgimento ou agravamento de derrame pericárdico

Tabela 4: Critérios de diagnóstico de pericardite recorrente. Retirado e adaptado de Imazio et al

(2011)

Critérios de diagnóstico de pericardite recorrente

Dor torácica recorrente e 1 ou mais dos seguintes sinais: - febre - atrito pericárdico - alterações ECG - agravamento ou surgimento de derrame pericárdico com evidência ecocardiográfica - aumento marcadores inflamatórios ( e.g. aumento número leucócitos, da velocidade de sedimentação eritrocitária, da PCR) *mínimo de 4 a 6 semanas sem sintomas após o ataque inicial.

Tabela 5: Tratamento dos SPLC. Doses de Ataque para os principais agentes terapêuticos e

respectiva redução da dose. Retirado e adaptado de Imazio et al (2013) 68

Fármaco Dose de Ataque* Redução da Dose

AAS 1000 mg a cada 8h 1000 mg + 500 mg + 1000 mg durante 1 semana , depois 1000 mg + 500 mg + 500 mg durante uma semana , depois 500 mg a cada 8 h e depois remoção

Ibuprofeno 600 mg a cada 8h 600 mg + 400 mg + 600 mg durante 1 semana, dpois 600 mg + 400

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mg + 400 mg durante 1 semana , dpois 400 mg a cada 8h e depois remoção

Prednisona 0,2 a 0,5 mg/kg/dia Redução muito lenta dependente da dose diária: - se dose diária >50 mg – reduzir 10 mg/dia a cada 1-2 semanas - entre 50-25 mg – reduzir 5 a 10 mg/dia a cada 1-2 semanas - entre 25-15 mg – reduzir 2,5mg/dia a cada 2-4 semanas - se dose diária <15 mg – reduzir 1,25 a 2,5 mg/dia a cada 2-6 semanas

Colquicina 0,5 mg a cada 12h (0,5 mg uma vez dia se peso <70kg) **

Manter durante 3 meses (pericardite aguda) ou durante 6 a 12 meses para recorrências.

*Dose de ataque normalmente até resolução da sintomatologia e normalização da PCR seguido de

redução da dose a cada semana.Pacientes que não tolerem administração oral, refratários ou com

dor severa, administração temporária por via intravenosa de AINEs ou corticoesteroide pode ser

considerado. Recomenda-se monitorização da PCR, hemograma, creatinina, transaminases e da

creatina quinase (CK).

**Ajustar a dose de acordo com idade ou disfunção renal ou hepática. Se crianças com 5 ou menos

anos 0,5 mg/dia, se >5 anos 1,0 a 1,5 mg/dia dividido por 2-3 doses. Se idoso >70 anos reduzir dose

em 50%. Em caso de insuficiência renal, se clearance de creatinina for entre 30-60 mL/min controlo

apertado para efeitos adversos, redução de dose pode ser necessária (e.g. 0,5-0,6 mg de cada vez),se

clearance de creatinina menor que 30 mL/min dose inicial 0,25-0,3 mg/dia ou 0,5-0,6 mg a cada 2-3

dias, usar com precaução , monitorizar para efeitos adversos, uso em insuficiência renal severa

contraindicado pelo fabricante. Em caso de disfunção hepática evitar em insuficiência hepatobiliar

severa e em paciêntes com doença hepática.

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FIGURAS

Fig.1 :

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Fig.2:

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41

Fig.3:

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A Revista Portuguesa de Cardiologia, órgão oficial da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, é uma publicação científica internacional destinada ao estudo das doenças cardiovasculares.

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Deverá ser elucidativo e não inclui referências bibliográficas nem abreviaturas (excepto as referentes a unidades de medida).

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TextoDeverá conter as seguintes partes devidamente assinaladas: a) In-trodução; b) Métodos; c) Resultados; d) Discussão e e) Conclusões. Poderá utilizar subdivisões adequadamente para organizar cada uma das secções.

As abreviaturas das unidades de medida são as recomendadas pela RPC (ver Anexo II).

Os agradecimentos situam-se no final do texto.

BibliografiaAs referências bibliográficas deverão ser citadas por ordem numérica no formato ‘superscript’, de acordo com a ordem de entrada no texto.

As referências bibliográficas não incluem comunicações pessoais, manuscritos ou qualquer dado não publicado. Todavia podem estar incluídos, entre parêntesis, ao longo do texto.

São citados abstracts com menos de dois anos de publicação, identificando-os com [abstract] colocado depois do título.

As revistas médicas são referenciadas com as abreviaturas utiliza-das pelo Index Medicus: List of Journals Indexed, tal como se publi-cam no número de Janeiro de cada ano. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/citmatch_help.html#JournalLists.

O estilo e a pontuação das referências deverão seguir o modelo Vancouver 3.

Revista médica: Lista de todos os autores. Se o número de autores for superior a três, incluem-se os três primeiros, seguidos da abreviatu-ra latina et al. Exemplo:

17. Sousa PJ, Gonçalves PA, Marques H et al. Radiação na AngioTC cardíaca; preditores de maior dose utilizada e sua redução ao lon-go do tempo. Rev Port cardiol, 2010; 29:1655-65Capítulo em livro: Autores, título do capítulo, editores, título do

livro, cidade, editora e páginas. Exemplo: 23. Nabel EG, Nabel GJ. Gene therapy for cardiovascular disease. En: Haber E, editor. Molecular cardiovascular medicine. New York: Scientific American 1995. P79-96.Livro: Cite as páginas específicas. Exemplo: 30. Cohn PF. Silent myocardial ischemia and infarction. 3rd ed. New York: Mansel Dekker; 1993. P. 33.Material electrónico: Artigo de revista em formato electrónico.

Exemplo: Abood S. Quality improvement initiative in nursing homes: the ANA acts it an advisory role. Am J Nurs. [serie na internet.] 2002 Jun citado 12 Ago 2002:102(6): [aprox. 3] p. Disponível em: http://www.nursingworld.org/AJN/2002/june/Wawatch.htm. A Bibliografia será enviada como texto regular, nunca como nota de rodapé. Não se aceitam códigos específicos dos programas de gestão bibliográfica.

1. FigurasAs figuras correspondentes a gráficos e desenhos são enviadas no for-mato TIFF ou JPEG de preferência, com uma resolução nunca inferior a 300 dpi e utilizando o negro para linhas e texto. São alvo de numera-ção árabe de acordo com a ordem de entrada no texto.• A grafia, símbolos, letras, etc, deverão ser enviados num tamanho que, ao ser reduzido, os mantenha claramente legíveis. Os detalhes especiais deverão ser assinalados com setas contrastantes com a figura.• As legendas das figuras devem ser incluídas numa folha aparte. No final devem ser identificadas as abreviaturas empregues por ordem alfabética.

• As figuras não podem incluir dados que dêem a conhecer a proveniência do trabalho ou a identidade do paciente. As fotogra-fias das pessoas devem ser feitas de maneira que estas não sejam identificadas ou incluir-se-á o consentimento por parte da pessoa fotografada.

TabelasSão identificadas com numeração árabe de acordo com a ordem de entrada no texto.

Cada tabela será escrita a espaço duplo numa folha aparte.• Incluem um título na parte superior e na parte inferior são refe-ridas as abreviaturas por ordem alfabética.• O seu conteúdo é auto-explicativo e os dados que incluem não figuram no texto nem nas figuras.

2. Cartas ao EditorDevem ser enviadas sob esta rubrica e referem-se a artigos publica-dos na Revista. Serão somente consideradas as cartas recebidas no prazo de oito semanas após a publicação do artigo em questão.• Com espaço duplo, com margens de 2,5 cm.• O título (em português e em inglês), os autores (máximo quatro), proveniência, endereço e figuras devem ser especificados de acordo com as normas anteriormente referidas para os artigos originais.• Não podem exceder as 800 palavras.• Podem incluir um número máximo de duas figuras. As tabelas estão excluídas.

3. Casos ClínicosDevem ser enviados sob esta rubrica.• A espaço duplo com margens de 2,5 cm.• O título (em português e em inglês) não deve exceder 10 palavras

Os autores (máximo oito) proveniência, endereço e figuras serão especificados de acordo com as normas anteriormente referidas para os artigos originais.

O texto explicativo não pode exceder 3.000 palavras e contem in-formação de maior relevância. Todos os símbolos que possam constar nas imagens serão adequadamente explicados no texto.

Contêm um número máximo de 4 figuras e pode ser enviado mate-rial suplementar, como por exemplo vídeoclips.

4. Imagens em Cardiologia• A espaço duplo com margens de 2,5 cm.• O título (em português e em inglês) não deve exceder oito palavras• Os autores (máximo seis), proveniência, endereço e figuras serão especificados de acordo com as normas anteriormente referidas pa-ra os artigos originais.• O texto explicativo não pode exceder as 250 palavras e contem informação de maior relevância, sem referências bibliográficas. To-dos os símbolos que possam constar nas imagens serão adequada-mente explicados no texto.• Contêm um número máximo de quatro figuras.

5. Material adicional na WEBA Revista Portuguesa de Cardiologia aceita o envio de material electrónico adicional para apoiar e melhorar a apresentação da sua investigação científica. Contudo, unicamente se considerará para publicação o material electrónico adicional directamente relacionado com o conteúdo do artigo e a sua aceitação final dependerá do critério do Editor. O material adicional aceite não será traduzido e publicar-se-á electronicamente no formato da sua recepção.

Para assegurar que o material tenha o formato apropriado reco-mendamos o seguinte:

Normas de publicação da revista portuguesa de cardiologia

Page 48: Síndromes de Pericardite Pós-Lesão Cardíaca · Projeto de Opção do 6º ano - DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE Eu, Daniel Ramos Pereira de Melo, abaixo assinado, nº mecanográfico

ANEXO IISímbolos, abreviaturas de medidas ou estatística

Formato Extensão Detalhes

Texto Word .doc ou docx Tamanho máximo 300 Kb

Imagem JPG .jpg Tamanho máximo 10MB

Audio MP3 .mp3 Tamanho máximo 10MB

Vídeo WMV .wmv Tamanho máximo 30MB

Os autores deverão submeter o material no formato electró-nico através do EES como arquivo multimédia juntamente com o artigo e conceber um título conciso e descritivo para cada arquivo.

Do mesmo modo, este tipo de material deverá cumprir também todos os requisitos e responsabilidades éticas gerais descritas nes-sas normas.

O Corpo Redactorial reserva-se o direito de recusar o material electrónico que não julgue apropriado.

ANEXO I

DECLARAÇÃO

Declaro que autorizo a publicação do manuscrito:

Ref.ª ........................................................................................

Título ...........................................................................................

........................................................................................................

.........................................................................................................

........................................................................................................

do qual sou autor ou c/autor.

Declaro ainda que presente manuscrito é original, não foi objecto de qualquer outro tipo de publicação e cedo a inteira propriedade à Revista Portuguesa de Cardiologia, ficando a sua reprodução, no todo ou em parte, dependente de prévia autorização dos editores.

Nome dos autores:

.............................................................................................

..................................................................................................

.........................................................................................................

Assinaturas:

Normas de publicação da revista portuguesa de cardiologia

Designação

AmpereAnoCentímetro quadradoContagens por minutoContagens por segundoCurieElectrocardiogramaEquivalenteGrau CelsiusGramaHemoglobinaHertzHoraJouleLitroMetroMinutoMolarMoleNormal (concentração)OhmOsmolPesoPressão parcial de CO2

Pressão parcial de O2

QuilogramaSegundoSemanaSistema nervoso centralUnidade InternacionalVoltMilivoltVolumeWatts

Estatística:

Coeficiente de correlaçãoDesvio padrão (standard)Erro padrão (standard) da médiaGraus de liberdadeMédiaNão significativaNúmero de observaçõesProbabilidadeTeste «t» de Student

Português

Aanocm2

cpmcpsCiECGEq°CgHbHzhJL ou LmminMmolNΩosmolpesopCO2

pO2

kgsSemSNCUIVmVVolW

rDPEPMglχNSnpteste t

Inglês

Ayrcm2

cpmcpsCiECGEq°CgHbHzhJI ou LmminMmolNΩosmolWTpCO2

pO2

kgsecWkCNSIUVmVVolW

rSDSEMdfχNSnpt test