139
Tese apresentada à Divisão de Pós-Graduação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciência no Curso de pós-graduação em Engenharia Eletrônica e Computação na Área de Dispositivos e Sistemas Eletrônicos. MARIA JOSÉ FARIA BARBOSA SISTEMA DE MEDIDAS DE PULSAÇÕES GEOMAGNÉTICAS ............................................................ Prof. Dr. Wagner Chiepa Cunha Orientador ……...........………………………………….. Prof. Dr. Severino Luiz Guimarães Dutra Co-Orientador ............................................................... Prof. Dr. Homero Santiago Maciel Chefe da Divisão de Pós-Graduação Campo Montenegro São José dos Campos, SP – Brasil 2003

SISTEMA DE MEDIDAS DE PULSAÇÕES GEOMAGNÉTICAS · 2015. 11. 12. · diversas formas de variações temporais. O estudo das variações do campo magnético terrestre – particularmente,

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Tese apresentada à Divisão de Pós-Graduação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciência no Curso de pós-graduação em Engenharia Eletrônica e Computação na Área de Dispositivos e Sistemas Eletrônicos.

MARIA JOSÉ FARIA BARBOSA

SISTEMA DE MEDIDAS DE PULSAÇÕES GEOMAGNÉTICAS

............................................................ Prof. Dr. Wagner Chiepa Cunha

Orientador

……...........………………………………….. Prof. Dr. Severino Luiz Guimarães Dutra

Co-Orientador

............................................................... Prof. Dr. Homero Santiago Maciel

Chefe da Divisão de Pós-Graduação

Campo Montenegro São José dos Campos, SP – Brasil

2003

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SISTEMA DE MEDIDAS DE PULSAÇÕES GEOMAGNÉTICAS

MARIA JOSÉ FARIA BARBOSA

Composição da Banca Examinadora: Prof. Dr. Osamu Saotome ................................. Presidente - ITA

Prof. Dr. Wagner Chiepa Cunha …………….. Orientador - ITA

Prof. Dr. Severino Luiz Guimarães Dutra ........ Co-Orientador - INPE

Prof. Dr. Roberto d´Amore ............................... ITA

Prof. Dr. Júlio César Lucchi ............................. ITA

Prof. Dr. José Marques da Costa ...................... UNITAU

ITA

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Ao Primon e nossos filhos Henrique e Rafael. Com carinho, dedico.

À memória de meus pais, Jorge e Stella. Com gratidão e saudade, dedico.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus orientadores, Prof. Dr. Wagner Chiepa Cunha e Dr. Severino Luiz Guimarães

Dutra, pela orientação, incentivo e apoio prestados durante a realização deste trabalho.

A todos do grupo de Geomagnetismo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, por esta e

por tantas outras oportunidades.

Aos técnicos do Laboratório de Geofísica pelo apoio dado na montagem e testes do

equipamento.

Aos colegas e amigos Engº Marcelo Sampaio e Engº Wanderlí Kabata, pela amizade, troca de

conhecimentos e incentivo.

A todos que direta ou indiretamente contribuíram para o desenvolvimento e execução deste

trabalho.

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RESUMO

O campo magnético terrestre (campo geomagnético) varia com o tempo, dando origem às

diversas formas de variações temporais. O estudo das variações do campo magnético terrestre

– particularmente, das pulsações geomagnéticas – pode revelar informações importantes sobre

as condições do clima espacial, ou seja, sobre os processos físicos em ocorrência no interior

da magnetosfera terrestre e no plasma do vento solar.

As pulsações geomagnéticas são estudadas intensivamente, pois esta é uma das maneiras mais

eficazes para compreensão tanto dos fenômenos que ocorrem na ionosfera e magnetosfera

interna terrestres, como da própria interação entre o campo magnético interplanetário e o

campo geomagnético, principalmente na região frontal (diurna) da magnetosfera.

Um sistema de medidas de pulsações geomagnéticas é proposto e implementado neste

trabalho. O sistema proposto é um sistema autônomo, microcontrolado, que utiliza energia

solar para alimentar os seus módulos eletrônicos. Esse sistema é constituído por sensores, e

por subsistemas para: tratamento analógico dos sinais (filtros e amplificadores);

digitalização/transmissão dos dados; armazenamento dos dados; e redução e pré-

processamento dos dados.

Neste trabalho são apresentados os resultados dos testes de offset, nível de ruído, estabilidade

térmica, linearidade e teste funcional completo. Os resultados alcançados nesses testes

mostram que o sistema satisfaz às condições requeridas para um sistema de tratamento e

coleta para observação de pulsações geomagnéticas.

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ABSTRACT

The Earth’s magnetic field (geomagnetic field) varies with time, originating several forms of

time variations. The study of the geomagnetic field time variations – particularly of the

geomagnetic pulsations – can reveals important informations about the conditions of the space

weather, that is, about the physical processes in occurrence inside of the Earth’s

magnetosphere and in the plasma of the solar wind.

The geomagnetic pulsations are studied intensively, because this is one of the most effective

ways to understand the phenomena that occurs in the Earth’s ionosphere and internal

magnetosphere, as well as the interaction between the interplanetary magnetic field and the

geomagnetic field, mainly in the front side (diurnal) of the magnetosphere.

A system to measure the geomagnetic pulsations is proposed and implemented in this work. It

is an autonomous system that uses solar power to supply their electronic modules. The system

consists of sensors and subsystems for analogic processing of the signals (filters and

amplifiers), analog-digital conversion circuits, data recording and data pre-processing.

This work presents the results of several tests performed to measure the offset, noise level,

thermal stability, linearity and a complete functional test. The results obtained in these tests

show that the system satisfies the conditions required for a system of data collection and

processing to observe signals of geomagnetic pulsations.

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SUMÁRIO

Pág.

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................... 16

CAPÍTULO 2 – NATUREZA DOS SINAIS ................................................................. 20

2.1 Campo Magnético Terrestre ........................................................................................

20

2.2 Elementos do campo geomagnético ............................................................................ 21

2.2.1 Caracterização dos elementos magnéticos ................................................................ 22

2.3 Unidades do campo geomagnético .............................................................................. 24

2.4 O Vento Solar .............................................................................................................. 24

2.5 Magnetosfera ............................................................................................................... 25

2.6 O campo principal ........................................................................................................ 26

2.7 Variações do campo geomagnético ............................................................................. 29

2.7.1 Variação secular ........................................................................................................ 30

2.7.2 Variação diurna ......................................................................................................... 30

2.7.3 Tempestades e sub-tempestades magnéticas ............................................................ 31

2.8 Pulsações geomagnéticas ............................................................................................. 32

2.8.1 Classificação das pulsações ...................................................................................... 33

2.8.2 Pulsações contínuas Pc1 ........................................................................................... 35

2.8.3 Pulsações contínuas Pc2/3 ........................................................................................ 36

2.8.4 Pulsações contínuas Pc4 ........................................................................................... 37

2.8.5 Pulsações contínuas Pc5 ........................................................................................... 37

2.8.6 Pulsações irregulares ................................................................................................ 38

2.8.7 Pulsações irregulares Pi1 .......................................................................................... 38

2.8.8 Pulsações irregulares Pi2 .......................................................................................... 39

2.9 Instrumentos utilizados na medida do campo geomagnético ...................................... 41

2.10 Indução eletromagnética ............................................................................................ 43

2.10.1 Lei de Faraday da tensão induzida .......................................................................... 43

2.11 Magnetômetro de indução ......................................................................................... 43

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2.11.1 Pré-amplificador ..................................................................................................... 46

2.11.2 Instalação dos sensores ........................................................................................... 46

CAPÍTULO 3 - ESPECIFICAÇÃO GERAL DO SISTEMA ...................................... 47

3.1 Descrição geral do sistema ..........................................................................................

47

3.2 Características gerais do sistema ................................................................................. 48

3.3 Subsistema sensor (magnetômetro de indução) ........................................................... 48

3.4 Subsistema de tratamento analógico dos sinais ........................................................... 49

3.5 Subsistema de tratamento digital dos sinais ................................................................ 49

3.5.1 Unidade Central de Processamento (CPU) ............................................................... 50

3.5.2. Digitalização dos sinais ........................................................................................... 50

3.5.3 Base de tempo ........................................................................................................... 50

3.5.4 Transmissão dos dados ............................................................................................. 50

3.6 Subsistema recepção/armazenamento dos dados ......................................................... 51

3.7 Subsistema redução/pré-processamento dos dados ..................................................... 51

3.8 Alimentação do sistema ............................................................................................... 51

CAPÍTULO 4 – INTERFACE ANALÓGICA DE TRATAMENTO DOS SINAIS .. 54

4.1 Determinação teórica da faixa de freqüência dos filtros e ganho dos amplificadores . 54

4.1.1 Determinação do Ganhomédio para as bobinas modelo BF4 ...................................... 56

4.1.2 Determinação do Ganhomédio para as bobinas modelo KIM 863 .............................. 59

4. 2 Interface analógica ..................................................................................................... 62

4.3 Projeto dos filtros ......................................................................................................... 63

4.4 Circuito de entrada (amplificador diferencial ou buffer) ............................................. 64

4.5 Filtro elimina faixa (notch) .......................................................................................... 64

4.5.1 Obtenção da curva de resposta prática dos filtros ..................................................... 67

4.6 Filtro passa-faixa ......................................................................................................... 69

4.6.1 Função de transferência dos filtros .......................................................................... 70

4.6.2 Determinação dos valores dos componentes passivos .............................................. 75

4.6.3 Circuito amplificador de ganho ajustável ................................................................. 81

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4.7 Limitações práticas de filtros ativos RC ...................................................................... 81

4.7.1 Especificação dos componentes ............................................................................... 82

4.7.2 Sensibilidade dos circuitos ...................................................................................... 82

CAPÍTULO 5 – INTERFACE DIGITAL DE AQUISIÇÃO DOS DADOS .............. 84

5.1 Unidade Central de Processamento .............................................................................. 84

5.1.1 Circuito de reset e Watch Dog Timer …..…….………….……………...………… 85

5.1.2 Chaveamento da saída serial ..................................................................................... 86

5.2 Digitalização dos sinais ............................................................................................... 87

5.3 Sincronização do tempo entre estações ....................................................................... 90

5.3.1 GPS (Global Positioning System) ………………………………………….………. 90

5.3.2 Critério de escolha do GPS ....................................................................................... 90

5.3.3 Formatação dos dados do GPS ................................................................................. 91

5.4 Transmissão dos dados ................................................................................................. 92

5.5 Subsistema recepção/armazenamento dos dados ......................................................... 92

5.5.1 Monitoração de funcionamento do sistema .............................................................. 93

5.6 Programação do sistema .............................................................................................. 93

5.6.1 - Teorema da amostragem e o problema de aliasing ................................................ 94

5.6.2 Firmware .................................................................................................................. 95

5.6.3 Requisitos gerais do firmware .................................................................................. 96

5.6.4 O Protocolo ............................................................................................................... 97

5.6.5 Formatação dos dados ............................................................................................... 98

5.6.6 Tratamento das interrupções ..................................................................................... 99

5.6.6.1 Interrupção serial .................................................................................................... 99

5.7 Recepção dos dados ..................................................................................................... 100

5.8 Testes da interface digital ............................................................................................ 101

CAPÍTULO 6 – RESULTADOS .................................................................................... 103

6.1 Offset da interface analógica ........................................................................................ 103

6.2 Nível de ruído .............................................................................................................. 104

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6.3 Deriva térmica ............................................................................................................. 104

6.4 Linearidade do conversor analógico digital ................................................................. 107

6.5 Testes de funcionamento do sistema completo ........................................................... 108

6.6 Consumo do sistema .................................................................................................... 113

CAPÍTULO 7 – CONCLUSÕES .................................................................................... 114

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................. 117

APÊNDICE A – DETERMINAÇÃO DOS VALORES DOS COMPONENTES

PASSIVOS DOS FILTROS e CURVAS PRÁTICAS DA SEGUNDA FAIXA DE

FILTROS ..........................................................................................................................

120

A.1 Filtro passa-faixa de 5 mHZ a 5Hz .......................................................................... 120

A.2 Filtro passa-faixa de 500 mHZ a 5Hz ...................................................................... 121

APÊNDICE B – DIAGRAMAS ESQUEMÁTICOS .................................................... 127

APÊNDICE C – FLUXOGRAMA DAS PRINCIPAIS ROTINAS DO FIRMWARE 136

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LISTA DE FIGURAS

Pág.

1.1 – Arquitetura de um sistema de tratamento e aquisição de dados ................................. 18

2.1 – Representação dos elementos do vetor magnético ..................................................... 22

2.2 – Representação das coordenadas magnéticas em relação às geográficas .................... 29

2.3 – Espectro de amplitude das pulsações geomagnéticas ................................................ 34

2.4 – Flutuações do campo magnético (Pc1) referentes às estações Rovaniemi ROV), Ivalo (IVA), e Kilpisjarvi (KIL) .................................................................................

35

2.5 – Flutuações do campo magnético (Pc3,4) observadas simultâneamente em várias estações terrestres e em dados do satélite ISEE-2 em 2 de fevereiro de 1978 ...........

36

2.6 – Exemplo de forma de onda de pulsações tipo Pc4 ..................................................... 37

2.7 – Exemplo de forma de onda de pulsações tipo Pc5 ..................................................... 38

2.8 – Filtragens da componente H do campo geomagnético do dia 15/04/1994, em Cuiabá ........................................................................................................................

39

2.9 – Filtragens da componente D do campo geomagnético do dia 15/04/1994, em Cuiabá ........................................................................................................................

40

2.10 – Filtragens da componente Z do campo geomagnético do dia 15/04/1994, em Cuiabá ......................................................................................................................

40

2.11 – Filtragens das componentes H e D do dia 15/04/1994, em Cuiabá, na banda 7 a 60 s ...........................................................................................................................

41

2.12 – Filtragens das componentes H e D do dia 09/10/1994, em Alcântara, na banda 30 a 170 s .......................................................................................................................

41

2.13 – Filtragens das componentes H e D do dia 30/10/1994, em Alcântara, na banda 130 a 700 s ...............................................................................................................

41

2.14 – Circuito equivalente de um magnetômetro de indução (bobina + eletrônica associada) .................................................................................................................

44

2.15 – Diagrama do circuito equivalente da bobina (núcleo + enrolamento) ..................... 45

2.16 – Diagrama de blocos da bobina KIM-863 ................................................................. 46

3.1 – Arquitetura do Sistema de medidas de pulsações ...................................................... 47

3.2 – Diagrama de blocos da interface analógica ................................................................ 49

3.3 – Alimentação do sistema de tratamento analógico-digital dos dados .......................... 52

3.4 – Alimentação do sistema de recepção/armazenamento dos dados .............................. 52

4.1 – Espectro de pulsações geomagnéticas ........................................................................ 55

4.2 – Curva de resposta das bobinas BF4 – Amplitude ...................................................... 58

4.3 – Curva de resposta das bobinas BF4 – Fase ................................................................ 58

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4.4 – Curva de resposta da bobina KIM 863 Metronix S/N 13 ............................................ 60

4.5 – Curva de resposta da bobina KIM 863 Metronix S/N 14 ......................................... 61

4.6 – Diagrama de blocos da interface analógica ................................................................ 63

4.7 – Esquema do circuito de entrada ................................................................................. 64

4.8 – Esquema do circuito notch1 ........................................................................................ 65

4.9 – Esquema do circuito notch_Fellot ............................................................................. 66

4.10 – Resposta em freqüência do filtro notch 60Hz – curva teórica ................................. 66

4.11 – Resposta em freqüência do filtro notch_Fellot 60Hz – curva teórica ...................... 67

4.12 – Esquema de teste da resposta em freqüência dos filtros .......................................... 67

4.13 – Resposta em freqüência do filtro notch1 .................................................................. 68

4.14 – Resposta em freqüência do filtro notch_Fellot ........................................................ 69

4.15 – Diagrama geral dos filtros ........................................................................................ 71

4.16 – Esquema do circuito passa-baixa de 4ª ordem ......................................................... 76

4.17 – Esquema do circuito passa-alta de 2ª ordem ............................................................ 76

4.18 – Resposta em freqüência do filtro passa-baixa (Ganho x Freqüência) ...................... 77

4.19 – Resposta em freqüência do filtro passa-alta (Ganho x Freqüência) ......................... 77

4.20 – Resposta em freqüência do filtro passa-faixa (Amp.e x Freq.) – placa1 ................. 78

4.21 – Resposta em freqüência do filtro passa-faixa (Fase x Freq.) – placa 1 .................... 79

4.22 – Resposta em freqüência do filtro passa-faixa (Amp. x Freq.) – placa 2 .................. 80

4.23 – Resposta em freqüência do filtro passa-faixa (Fase x Freq.) – placa 2 .................... 80

4.24 – Esquema do circuito amplificador de ganho ajustável ............................................. 81

5.1 – Diagrama de blocos da CPU ...................................................................................... 85

5.2 – Circuitos de reset e Watch Dog Timer …..….………………………………….…... 86

5.3 – Circuito de chaveamento da serial ............................................................................. 87

5.4 – Diagrama de blocos do subsistema digitalização dos sinais ...................................... 88

5.5 – Circuito de alimentação do conversor A/D ................................................................ 89

5.6 – Circuito da tensão de referência do conversor A/D ................................................... 89

5.7 – Filtro entre terra analógico e digital ........................................................................... 89

5.8 – Diagrama da monitoração de funcionamento do sistema ........................................... 93

5.9 – Ilustração de taxas de amostragem adequadas e inadequadas .................................... 95

5.10 – Arquitetura de comunicação do sistema ................................................................... 96

5.11 – Fluxograma geral do firmware .................................................................................. 97

5.12 – Fluxograma de recepção dos dados .......................................................................... 100

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5.13 – Tela do programa monitor ........................................................................................ 100

5.14 – Tela de visualização dos dados recebidos ................................................................ 102

6.1 – Offset da placa 1 ......................................................................................................... 103

6.2 – Offset da placa 2 ......................................................................................................... 104

6.3 – Sistema dentro da câmara durante a montagem do teste térmico .............................. 105

6.4 – Gráfico da variação da temperatura durante teste térmico ......................................... 105

6.5 – Gráfico do deslocamento da tensão de saída devido à variação de temperatura- placa 1 .......................................................................................................................

106

6.6 – Gráfico do deslocamento da tensão de saída devido à variação de temperatura – placa 2 .......................................................................................................................

106

6.7 – Gráfico da linearidade do conversor analógico digital ............................................... 107

6.8 – Gráfico dos dados brutos - Canal 1 ............................................................................ 109

6.9 – Gráfico dos dados brutos - Canal 2 ............................................................................ 109

6.10 – Gráfico de espalhamento (Canal 1 x Canal 2) .......................................................... 110

6.11 – Dados coletados em 03/04/2003 – SJC – Canal 1 (bobina 14 ligada aos dois canais) ......................................................................................................................

112

6.12 – Dados coletados em 03/04/2003 – SJC – Canal 2 (bobina 14 ligada aos dois canais) ......................................................................................................................

113

A.1 – Programa para cálculo dos componentes passivos do filtro passa-alta ..................... 120

A.2 – Janela com saída dos valores dos componentes do filtro-alta ................................... 121

A.3 – Programa para cálculo dos componentes do passa-baixa .......................................... 121

A.4 – Janela com saída dos valores dos componentes do passa-baixa ............................... 121

A.5 – Janela com saída dos valores dos componentes do filtro passa-alta (2ª faixa) .......... 121

A.6 – Circuito passa-alta para 2ª faixa (500 mHz – 5Hz) ................................................... 122

A.7 – Gráfico da simulação do circuito passa-alta para 2ª faixa ......................................... 122

A.8 – Resposta em freqüência do filtro passa-faixa (Amplitude x Freqüência - 2ª faixa – placa 1) ......................................................................................................................

124

A.9 – Resposta em freqüência do filtro passa-faixa (Fase x Freqüência - 2ª faixa – placa 1) ......................................................................................................................

124

A.10 – Resposta em freqüência do filtro passa-faixa (Amplitude x Freqüência - 2ª faixa – placa 2) ........................................................................................................

126

A.11 – Resposta em freqüência do filtro passa-faixa (Fase x Freqüência - 2ª faixa – placa 2) ....................................................................................................................

126

B.1 – Conector da placa de filtros ....................................................................................... 127

B.2 – Esquema completo da interface analógica ................................................................. 128

B.3 – Diagrama de Interligação entre os conectores das placas da interface digital ........... 129

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B.4 – Sinais disponíveis na placa do microcontrolador ...................................................... 130

B.5 – Esquema completo da placa do microcontrolador ..................................................... 131

B.6 – Sinais disponíveis na placa do conversor A/D .......................................................... 132

B.7a – Esquema do conversor A/D ..................................................................................... 133

B.7b – Esquema do conversor A/D ..................................................................................... 134

B.8 – Esquema da interface de monitoração do funcionamento do sistema (saída LCD) .. 135

C.1 – Fluxograma da rotina da principal ............................................................................. 136

C.2 – Fluxograma da rotina de interrupção do Timer 0 ...................................................... 136

C.3 – Fluxograma da rotina de interrupção do Timer 1 ...................................................... 137

C.4 – Fluxograma da rotina de interrupção INT0 ............................................................... 137

C.5 – Fluxograma da rotina da aquisição de dois canais (1000 conversões) ...................... 138

C.6 – Fluxograma da rotina de interrupção da serial .......................................................... 139

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LISTA DE TABELAS

Pág.

2.1 – Coeficientes (dados em nT e nT/ano) do campo geomagnético de referência internacional (International Geomagnetic Reference Field, IGRF) para o ano 2000 .........................................................................................................................

28

2.2 – Classificação da IAGA para as pulsações geomagnéticas ....................................... 34

2.3 – Classes de magnetômetros segundo seus princípios físicos ..................................... 42

3.1 – Características técnicas das bobinas KIM-863 ......................................................... 48

4.1 – Características das pulsações geomagnéticas tipo Pc ............................................... 55

4.2 – Dados de calibração das bobinas BF4 ...................................................................... 57

4.3 – Ganho médio dos filtros (BF4) ................................................................................. 59

4.4 – Faixa de freqüência dos filtros em função do ganhomédio (BF4) ............................... 59

4.5 – Dados de calibração das bobinas KIM 863 (fornecidos pelo fabricante) ................. 60

4.6 – Ganho médio dos filtros (KIM 863) ......................................................................... 61

4.7 – Faixa de freqüência dos filtros em função do ganhomédio (KIM863) ........................ 62

4.8 – Medidas do teste do filtro notch1 60 Hz (convencional) ......................................... 68

4.9 – Medidas do teste do filtro notch_Fellot ................................................................... 69

4.10 – Valores dos componentes passivos dos filtros nas diversas faixas de freqüência .. 76

4.11 – Medidas práticas do filtro passa-faixa – placa 1 .................................................... 78

4.12 – Medidas práticas do filtro passa-faixa – placa 2 .................................................... 79

5.1 – Frame de informação de dados dos sensores ........................................................... 98

5.2 – Frame de informação de dados GPS e monitoração ................................................ 98

5.3 – Frame de informação de calibração GPS/microcontrolador .................................... 98

5.4 – Sincronismo e identificador ...................................................................................... 99

6.1 – Medidas resultantes da calibração do conversor A/D .............................................. 107

6.2 – Formato do arquivo de dados pronto para análise .................................................... 108

6.3 – Janela de saída apresentando índice de correlação (Origin) ..................................... 110

6.4 – Resposta de saída do programa de análise dos dados ............................................... 111

6.5 – Consumo do conjunto de aquisição dos dados ......................................................... 112

A.1 – Medidas práticas do filtro passa-faixa (2ª faixa – placa 1) ...................................... 123

A.2 – Medidas práticas do filtro passa-faixa (2ª faixa – placa 2) ..................................... 125

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16

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

O campo magnético terrestre (ou campo geomagnético) varia com o tempo, dando origem às

diversas formas de variações geomagnéticas estudadas. Essas variações compreendem as de

longo período (também chamadas de seculares e que podem chegar a milhões de anos), as

diurnas (relacionadas com o comportamento diário do campo geomagnético), aquelas devido

às tempestades e sub-tempestades magnéticas, as pulsações geomagnéticas e as variações

induzidas. A faixa de variação temporal do campo geomagnético é extremamente larga,

estendendo-se desde frações de segundos a milhões de anos.

As variações de períodos longos, como a variação secular, têm origem no interior da Terra,

nas correntes elétricas que circulam em seu núcleo externo. As variações com períodos

menores que um ano, mostram duas origens: uma externa, considerada primária e gerada por

correntes elétricas fluindo no espaço próximo (na região ionosférica, entre 60 e 1000 Km de

altura, e na magnetosfera externa), e outra interna, secundária, gerada por correntes induzidas

pelas variações externas e que fluem em materiais condutores da crosta e do manto externo do

planeta.

As variações com períodos mais curtos, de origem nas regiões mais externas da magnetosfera

(ligadas à interação do vento solar com o campo geomagnético), têm um comportamento

associado direta ou indiretamente à atividade solar. Dentre estas variações estão a variação

diurna (Sq), as tempestades e sub-tempestades geomagnéticas e as variações de períodos

aproximadamente menores que 17 minutos (≅ 1000 segundos), também chamadas de

pulsações geomagnéticas (ou pulsações magnéticas ou, simplesmente, pulsações).

O estudo das variações do campo magnético terrestre – particularmente, das pulsações

geomagnéticas – pode revelar informações importantes sobre as condições do clima espacial,

ou seja, sobre os processos físicos em ocorrência no interior da magnetosfera terrestre e no

plasma do vento solar. As pulsações geomagnéticas são estudadas intensivamente, pois esta é

uma das maneiras mais eficazes de estudar tanto os fenômenos que ocorrem na ionosfera e

magnetosfera terrestre como a própria interação entre o campo magnético interplanetário e o

campo geomagnético, na região frontal (diurna) da magnetosfera.

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17 As pulsações geomagnéticas relacionam-se com interações complexas entre o vento solar

(plasma solar) e o plasma situado na magnetosfera e na ionosfera terrestre. Essas pulsações

foram classificadas, segundo o seu intervalo de freqüência ou de período em duas categorias:

pulsações contínuas (Pc), que são sinais quase-senoidais de freqüência bem definida e com

duração de vários ciclos; e pulsações irregulares (Pi), que são sinais com uma banda espectral

mais larga, sem freqüência e duração bem definidas.

Neste trabalho um sistema de medidas de pulsações geomagnéticas é proposto e

implementado. Embora sistemas similares ao aqui apresentado estejam disponíveis para a

compra no exterior, o desenvolvimento e a construção do mesmo se justifica tanto pelo alto

custo deste tipo de sistema, como pela necessidade do conhecimento tecnológico (associado

diretamente à construção do equipamento), visto que a sua utilização em campo, muitas vezes

em condições precárias de instalação (embora o mesmo seja projetado para operar em tais

condições), torna-o vulnerável a problemas de mau funcionamento devido à infiltração de

água e a ocorrências de tempestades elétricas atmosféricas (com produção de raios), que

podem danificar parte ou todo o equipamento.

O sistema proposto é um sistema autônomo, microcontrolado, que utiliza energia solar para

alimentar os seus diversos módulos eletrônicos, podendo usar como meio de transmissão um

par de fibras ópticas (F.O.) transmitindo a longa distância o sinal digital obtido, em vez de

cabos condutores (usualmente, de cobre). Este pode ser utilizado em experimentos instalados

em sítios remotos e possui maior proteção contra ruído eletromagnético (cabos longos de

cobre são boas antenas de ruído ambiental eletromagnético).

O sistema é constituído por: (1) sensores; (2) subsistema de tratamento analógico dos sinais

(filtros e amplificadores); (3) subsistema de digitalização/transmissão dos dados; (4)

subsistema de armazenamento dos dados; e (5) subsistema de redução e pré-processamento

dos dados.

O desenvolvimento deste sistema faz parte do programa de pesquisa e desenvolvimento da

Linha de Pesquisa e Desenvolvimento de Geomagnetismo (GEOMA) do Departamento de

Geofísica Espacial (DGE) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), para

utilização em estudos de Geofísica Espacial.

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18 A arquitetura de um sistema típico de aquisição de dados (tratamento, digitalização e

armazenamento) é apresentado na Figura 1.1.

Fig. 1.1 Arquitetura de um sistema de tratamento e aquisição de dados.

As características gerais do sistema desenvolvido são:

• Alimentação por baterias e painéis solares;

• Transmissão dos dados via RS232/422;

• Sincronização de tempo via GPS (Global Positioning System);

• Armazenamento dos dados em hard disk, memória tipo flash ou chip on board; e

• Reinicialização automática dos subsistemas filtragem/digitalização dos sinais e

“recepção/armazenamento dos dados” em caso de falha de um dos subsistemas;

A partir das características do sinal a ser amostrado e dos cálculos teóricos dos circuitos, foi

montado e testado um modelo protótipo, que permitiu a verificação do funcionamento e a

obtenção de resultados práticos do sistema. Pode-se dizer que os principais resultados obtidos,

relativos ao nível de ruído dos filtros, a precisão da placa de digitalização e a capacidade de

armazenamento de dados, capacitam o sistema a adquirir o sinal desejado.

O desenvolvimento do trabalho é apresentado nos próximos capítulos, como descrito a seguir:

O Capítulo 2 apresenta alguns conceitos sobre o campo magnético terrestre, a teoria das

pulsações mostrando suas classificações e características mais importantes, de maneira a se

fazer uma análise e caracterização do sinal amostrado.

SENSORES

FILTROS E AMPLIFICA-

DORES

DIGITALIZAÇÃO/TRANSMISSÃO

DE DADOS

ARMAZENAMEN-TO DOS DADOS

REDUÇÃO E PRÉ-

PROCESSAMENTO DOS DADOS

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19 O Capítulo 3 apresenta a proposta da tese mostrando uma descrição geral das diversas partes

sistema, bem como a especificação geral necessária a cada uma destas partes.

O Capítulo 4 apresenta a interface analógica de tratamento dos sinais (filtragem/

amplificação), seu projeto e implementação e os resultados e curvas obtidos através de testes

em laboratório.

O Capítulo 5 apresenta a interface digital de aquisição dos dados, a descrição de seu hardware

e firmware, a unidade de recepção e armazenamento dos dados (descrevendo suas

características e o seu software), bem como a apresentação dos resultados obtidos nos testes

em laboratório.

O Capítulo 6 apresenta os resultados dos testes práticos dos subsistemas e os resultados

obtidos após a integração das diversas partes do sistema.

O Capítulo 7 apresenta as conclusões e sugestões para melhorias e trabalhos futuros, que

surgiram no decorrer do desenvolvimento deste trabalho.

O Apêndice A apresenta os cálculos dos componentes passivos dos filtros, nas diversas faixas

de freqüência de interesse e as curvas teóricas e práticas de uma segunda faixa de filtros.

O Apêndice B apresenta o diagrama esquemático completo das diversas partes do sistema.

O Apêndice C apresenta os fluxogramas do firmware.

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CAPÍTULO 2 – NATUREZA DOS SINAIS

Este capítulo apresenta uma abordagem inicial de alguns conceitos e definições fundamentais

sobre o campo magnético terrestre e suas variações, dando ênfase às pulsações

geomagnéticas, mostrando suas classificações e características mais importantes.

Uma compreensão adequada dos sinais amostrados permite uma boa especificação do

sistema, no que diz respeito à faixa de operação dos filtros, ganho dos amplificadores e

resolução do conversor analógico digital.

2.1 CAMPO MAGNÉTICO TERRESTRE

A Terra é envolta em um grande campo, que apresenta importantes características magnéticas.

A orientação da agulha de uma bússola pelo Norte, quando situada em um ponto da superfície

terrestre, ilustra uma classe de fenômenos geofísicos referente a esse campo. Um outro

fenômeno magnético independente, porém relacionado, é responsável pela grande atração que

certos minerais (como a magnetita) têm um pelo outro. Ao longo do tempo muitos

investigadores questionaram e pesquisaram esses fenômenos e esses estudos representam

atualmente as ciências do Geomagnetismo e Magnetismo, respectivamente.

Há evidências de que os chineses foram os primeiros a fazer uso prático da magnetita,

utilizando-a como bússola para orientação em suas viagens, desde o ano 215 a.C. Embora se

atribua aos chineses, os primeiros fatos que puderam ser associados ao Geomagnetismo, a

História relata, em várias de suas passagens (muitas delas mal documentadas, entretanto) e

para diferentes culturas, a curiosidade do ser humano a respeito dessa ciência. Isto mostra que,

provavelmente, as primeiras descobertas a respeito da existência e efeito do campo magnético

da Terra ficaram perdidas na antiguidade, sem documentos históricos que as comprovassem.

A curiosidade do ser humano a respeito do campo magnético da Terra (chamado de campo

geomagnético), não é recente. Atribui-se também aos chineses, possivelmente no Século XII

a.C., o início do Geomagnetismo onde se têm as primeiras notícias na Mitologia Chinesa a

respeito das propriedades direcionais do campo magnético da Terra.

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21 Ao longo da história várias teorias e hipóteses foram sendo levantadas, como a da

magnetização permanente e as que envolvem a rotação da Terra, de onde se originaram

diversos modelos do campo geomagnético. Ainda hoje, muito se questiona a respeito das

explicações dadas pelo homem sobre a origem desse campo. Todas estas questões deram

origem ao Geomagnetismo, que é a ciência que estuda a forma e o comportamento do campo

geomagnético e sua relação com outros fenômenos geofísicos.

Um dos mais importantes marcos no Geomagnetismo foi uma carta, escrita em 1269 pelo

erudito francês Pierre de Maricourt, conhecido pelo nome latino Petrius Peregrinus. Entre

outros fatos, foi o primeiro a investigar com o uso de uma agulha imantada de ferro, a região

ao redor uma pedra magnética (que agora chamamos de campo). Chamou uma pedra esférica

magnetizada de terrella (pequena Terra), muito embora não tenha associado à força diretiva

com a Terra, o que ocorreu mais de 300 anos depois.

O primeiro estudo sobre o campo geomagnético, foi apresentado por William Gilbert em sua

obra, De Magnete, que consiste de seis (6) livros publicados em 1600. Este trabalho pode ser

considerado o primeiro texto científico. Em seus estudos Gilbert chegou à conclusão de que a

Terra se comportava como um grande imã, ao fazer a analogia entre campo magnético da

Terra com o campo magnético ao redor de uma pequena esfera de pedra magnetizada (a

terrella). Podemos, portanto, associar o início do Geomagnetismo como ciência à época de

publicação desta obra. Seu modelo foi contestado por pesquisas posteriores, que revelaram

que o campo magnético da Terra não é constante.

Atualmente, acredita-se que a principal fonte do campo geomagnético pode ser explicada por

um processo de indução eletromagnética que ocorre no interior da Terra, onde fortes correntes

elétricas fluem no núcleo externo da Terra (2900 Km de profundidade), originando o campo

geomagnético, processo esse conhecido como dínamo hidromagnético.

[Parkinson, 1984] [Jacobs, v.1 1987] [Campbell, 1997]

2.2 ELEMENTOS DO CAMPO GEOMAGNÉTICO

O fato de o campo geomagnético provocar a orientação da agulha de uma bússola segundo

uma determinada direção, mostra que o mesmo se trata de um campo vetorial, com

magnitude, direção e sentido. A intensidade total (F) do vetor magnético (F) é independente

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22 do sistema de coordenadas, mas é comum representá-lo em um sistema alinhado com as

direções geográficas.

2.2.1 CARACTERIZAÇÃO DOS ELEMENTOS MAGNÉTICOS

A Figura 2.1 ilustra a representação do vetor total do campo geomagnético (vetor F) e suas

três componentes X, Y e Z.

Fig. 2.1 – Representação dos elementos do vetor magnético.

Elementos lineares (medidos em nanoTesla):

X = componente magnética norte (positiva quando aponta para o norte geográfico);

Y = componente magnética leste (positiva para leste);

Z= componente magnética vertical (positiva quando aponta para baixo);

H = componente magnética horizontal (define o norte magnético local); e

F = intensidade total do campo magnético num determinado ponto.

Elementos angulares (medidos em graus):

D = declinação magnética. É o ângulo entre o norte geográfico (X) e a componente horizontal

do campo magnético (H), positivo quando medido do norte para o leste; e

Nadir

Leste

Norte X

F

Z

Y

H

I

D

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23 I = inclinação magnética. É o ângulo entre a componente magnética horizontal (H) e o vetor

intensidade total do campo magnético (F), positivo quando medido do plano horizontal

para baixo.

Notar que quando se fala em variações, as componentes D e I são dadas também em nT. As

componentes do campo geomagnético em relação às direções geográficas são relacionadas da

seguinte forma:

F2 = X2 + Y2 + Z2 = H2 + Z2 Eq. 2.1 H2 = X2 + Y2 Eq. 2.2

X = H cos (D) Eq.2.3 Y = H sen (D) Eq.2.4

H = F cos (I) Eq. 2.5

Z = F sen (I) Eq. 2.6

O ângulo de declinação D e o ângulo de inclinação I podem ser encontrados por:

D = arc tg (Y/X) Eq. 2.7

I = arc tg (Z/H) Eq. 2.8

Para se estudar o campo geomagnético, observatórios foram distribuídos por todo o planeta. A

distribuição não é uniforme, entretanto, pois há uma maior concentração no hemisfério norte.

Essa distribuição dá aos cientistas uma grande base de dados, que é normalmente utilizada na

realização dos seus estudos. Dados geomagnéticos também são coletados por sensores a bordo

de satélites e em estações magnéticas remotas.

A função básica de um observatório magnético é monitorar continuamente o campo

geomagnético e suas mudanças. Os elementos normalmente medidos (preferencialmente) são

as três componentes X, Y e Z, embora em muitas estações se façam medidas de H, D e Z, que

durante muito tempo foram os elementos magnéticos resultantes. O tempo empregado é o

Tempo Universal, TU (Universal Time, UT). Nos dias atuais os dados coletados são

armazenados digitalmente, de diversas formas. Muitas vezes, o armazenamento em papel

(forma gráfica) é também utilizado para se fazer uma verificação visual do comportamento do

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24 campo geomagnético em tempo real e para a escolha imediata de períodos mais interessantes

para a análise detalhada dos dados. O sinal registrado em papel é chamado de magnetograma.

Para a escolha de um lugar para instalação de um observatório magnético deve-se levar em

consideração algumas particularidades, como o local deve ser isento de ruídos artificiais

(magnéticos e elétricos) e, preferencialmente, estar em uma área onde o gradiente natural do

campo seja nulo ou muito pequeno. Cuidados também são levados em consideração quanto ao

material empregado nas construções onde será instalado o equipamento, pois materiais não-

magnéticos devem ser utilizados e, no caso do seu emprego, é necessário medir a contribuição

individual de cada um deles. É conveniente separar o laboratório e/ou escritório de recepção

dos dados do local de instalação dos sensores.

[Campbell, 1997]

2.3 UNIDADES DO CAMPO GEOMAGNÉTICO

Em 1973, na reunião científica de Kyoto organizada pela International Association of

Geomagnetism and Aeronomy (IAGA), convencionou-se que o campo geomagnético deveria

ser expresso em termos do vetor indução magnética (B), adotando-se o nanotesla (nT, do SI),

como unidade de medida. Embora a unidade gama (γ, do CGS-emu) ainda seja utilizada, a

unidade atualmente adotada é o tesla (T), que devido ao inconveniente de ser uma unidade

muito grande para expressar o campo geomagnético, tem as medidas de B apresentadas

normalmente no seu submúltiplo nT. Notar que:

1 nT = 10-9 T = 10-5 Gauss (G) = 1 gama (γ).

2.4 O VENTO SOLAR

O Sol emite continuamente um fluxo de gás ionizado na direção radial. Esse plasma

eletricamente neutro e magnetizado, que preenche o espaço interplanetário e consiste

basicamente de hidrogênio ionizado (prótons) e elétrons, é chamado de vento solar.

Na vizinhança da Terra, que está afastada do Sol por uma distância média da ordem de 150

milhões de quilômetros, o vento solar tem uma velocidade típica de 450 km/s, uma densidade

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25 de prótons e elétrons de 6,6 e 7,1 partículas/cm3, respectivamente, e uma magnitude do campo

magnético interplanetário da ordem de 7 nT. A existência do campo magnético no vento solar

origina importantes efeitos hidromagnéticos, inclusive aqueles relacionados com a interação

Sol-Terra.

2.5 MAGNETOSFERA

Plasma e campo magnético tendem a confinar um ao outro. Se um fluxo de plasma encontra

um objeto como uma esfera magnetizada, o plasma confinará o campo magnético a uma

região limitada em torno do objeto. A região em torno tenderá a excluir o plasma, criando

então um buraco ou cavidade. O tamanho da cavidade é determinado pela densidade de

energia do fluxo de plasma e o grau de magnetização do objeto.

Chapman e Ferraro (1931), citado por Jacobs (1987), previram o confinamento do campo

magnético da Terra dentro de uma longa cavidade, durante uma tempestade magnética. A

presença contínua dessa cavidade tem sido verificada experimentalmente por observações

feitas através de satélites. A região dentro da cavidade é chamada de magnetosfera e a

superfície externa dessa região chama-se magnetopausa. Tipicamente, na parte frontal

(diurna) a magnetopausa dista aproximadamente 11 raios terrestres (1 RT ≈ 6371 km) do

centro da Terra; na lateral, entre 12 e 15 RT; e no lado anti-solar ela se estende até 500 RT ou

mais. A magnetosfera lembra a forma de uma cauda longa de um cometa. A dimensão da

cavidade depende da intensidade do vento solar, embora grandes variações nessa intensidade,

produzam, comparativamente, pequenas mudanças no tamanho da magnetosfera.

Em altas altitudes e no espaço próximo da Terra (na magnetosfera), muitos processos naturais

importantes são dominados pelo campo geomagnético; fora da magnetopausa o controle é

exercido pelo campo magnético interplanetário. O campo geomagnético influencia fortemente

a dinâmica do gás ionizado e das partículas eletricamente carregadas. Na parte mais interna da

magnetosfera, acima de 50 e até uns poucos milhares de quilômetros, existe a região chamada

ionosfera. Até pontos afastados de aproximadamente 4 RT o plasma terrestre gira junto com as

linhas de campo geomagnético e essa região é a plasmasfera, cuja superfície que a delimita é

chamada de plasmapausa.

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26 2.6 O CAMPO PRINCIPAL

O campo magnético em qualquer local próximo da Terra pode ser atribuído a uma

combinação de quatro fontes, localizadas respectivamente no núcleo da Terra, na crosta da

Terra, na ionosfera da Terra e magnetosfera e na contribuição devido a correntes induzidas na

crosta. A magnitude do campo geomagnético é de aproximadamente 60.000 nT nos pólos e

aproximadamente 30.000 nT no equador.

Considera-se que o manto da Terra (que é sólido e vai desde a base da crosta até uma

profundidade aproximada de 2893 km) deve ser livre de fontes e que não contribui com o

campo geomagnético. Sua temperatura, acima da temperatura Curie (temperatura acima da

qual os materiais perdem suas propriedades magnéticas), elimina a possibilidade de que

processos de geração de campo magnético possam ocorrer, pois os efeitos ferromagnéticos

não estão presentes nesta camada da Terra.

Em regiões livres de correntes e de materiais magnéticos o campo magnético pode ser

expresso como o gradiente de um escalar, isto é, B = −∇γ, onde γ é o potencial magnético

escalar (dado em nT⋅m). Com base na lei de fluxo magnético, representada pela equação

∇⋅B = 0, o potencial magnético escalar satisfaz a equação de Laplace ∇2γ, = 0, cuja solução

segue a forma adotada em Geomagnetismo (expansão em harmônicos esféricos):

( ) ( )γ θ ϕ ϕ ϕ θ( , , )r aar

g m h m Pn

nm

nm

nm

m

n

n

N

= +

+

==

1

01

cos sen cosmax

Eq. 2.9

( ) ( )B rar

n g m h m Pr

n

nm

nm

nm

m

n

n

N

( , , ) ( )θ ϕ ϕ ϕ θ= + +

+

==

2

01

1 cos sen cosmax

Eq. 2.10

( ) ( )B r

ar

g m h mdP

d

n

nm

nm n

m

m

n

n

N

θ θ ϕ ϕ ϕθ

θ( , , ) = −

+

+

==

2

01

cos sencosmax

Eq. 2.11

( ) ( )B rar

m g m h m Pn

nm

nm

nm

m

n

n

N

ϕ θ ϕθ

ϕ ϕ θ( , , )sen

= −

+

==

1 2

01

sen cos cosmax

Eq. 2.12

Nesta forma, válida para um campo magnético produzido por fontes internas de corrente, foi

adotado um sistema usual de coordenadas esféricas (r,θ,ϕ), onde r é a distância radial

(magnitude do vetor-posição), θ é o ângulo polar e ϕ é o ângulo azimutal. O campo magnético

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27 está dado por suas componentes B = ( )ϕθ BBBr ,, , sendo a o raio médio da Terra (6.371,2 km),

mng e m

nh são os coeficientes de Gauss-Schmidt de grau n e ordem m e mnP (cos θ ) são os

polinômios associados de Legendre (na forma quase-normalizada de Schmidt). A Tabela 2.1

traz os coeficientes para o modelo do Campo Geomagnético de Referência Internacional

(International Geomagnetic Reference Field, IGRF) para o ano 2000. A variação temporal é

dada por mng e m

nh . Neste modelo, Nmax = 10 e os coeficientes de Gauss-Schmidt são

calculados e atualizados a cada 5 anos.

Os três primeiros termos (coeficientes) da expansão representam o modelo do dipolo centrado

e inclinado, no qual é baseado o sistema de coordenadas geomagnéticas. Com estes termos, o

potencial magnético escalar é dado por:

( )[ ]γ θ ϕ ϕ θ= + +a

ar

g g h2

10

11

11cos cos sen sen (n = 1 e m = 0, 1) Eq. 2.13

Portanto, o dipolo geomagnético tem um eixo com inclinação θ0 em relação ao eixo de

rotação da Terra e uma magnitude m (em A⋅m2) dadas por:

( ) ( )01

211

211

0tgg

hg +=θ Eq. 2.14

( ) ( ) ( ) EBahggam 3

0

211

211

201

3

0

44µπ

µπ =++= Eq. 2.15

onde ( ) ( ) ( )211

211

201 hggBE +++= (Eq. 2.16) é o campo no equador geomagnético. Para o

ano 2000, esse campo tem o valor BE = 30.115 nT.

A magnitude dos primeiros termos da Tabela 2.1, muito maior do que os termos de grau

superior, indica que o campo geomagnético tem uma característica predominantemente

dipolar, com uma grande componente ao longo do eixo de rotação da Terra (relacionada ao

coeficiente 01g ).

[Parkinson, 1984] [Jacobs, v.1 1987] [Campbell, 1997]

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28

Tabela 2.1 - Coeficientes (dados em nT e nT/ano) do campo geomagnético de referência internacional (International Geomagnetic Reference Field, IGRF) para o ano 2000.

n m mng m

ng mnh m

nh n m mng m

ng mnh m

nh

1 0 -29615 14,6 8 0 25 -0,3 1 1 -1728 10,7 5186 -22,5 8 1 6 0,2 12 0,1 8 2 -9 -0,3 -22 0,0 2 0 -2267 -12,4 8 3 -8 0,4 8 0,0 2 1 3072 1,1 -2478 -20,6 8 4 -17 -1,0 -21 0,3 2 2 1672 -1,1 -458 -9,6 8 5 9 0,3 15 0,6 8 6 7 -0,5 9 -0,4 3 0 1341 0,7 8 7 -8 -0,7 -16 0,3 3 1 -2290 -5,4 -227 6,0 8 8 -7 -0,4 -3 0,7 3 2 1253 0,9 296 -0,1 3 3 715 -7,7 -492 -14,2 9 0 5 0,0 9 1 9 0,0 -20 0,0 4 0 935 -1,3 9 2 3 0,0 13 0,0 4 1 787 1,6 272 2,1 9 3 -8 0,0 12 0,0 4 2 251 -7,3 -232 1,3 9 4 6 0,0 -6 0,0 4 3 -405 2,9 119 5,0 9 5 -9 0,0 -8 0,0 4 4 110 -3,2 -304 0,3 9 6 -2 0,0 9 0,0 9 7 9 0,0 4 0,0 5 0 -217 0,0 9 8 -4 0,0 -8 0,0 5 1 351 -0,7 44 -0,1 9 9 -8 0,0 5 0,0 5 2 222 -2,1 172 0,6 5 3 -131 -2,8 -134 1,7 10 0 -2 0,0 5 4 -169 -0,8 -40 1,9 10 1 -6 0,0 1 0,0 5 5 -12 2,5 107 0,1 10 2 2 0,0 0 0,0 10 3 -3 0,0 4 0,0 6 0 72 1,0 10 4 0 0,0 5 0,0 6 1 68 -0,4 –17 -0,2 10 5 4 0,0 -6 0,0 6 2 74 0,9 64 -1,4 10 6 1 0,0 -1 0,0 6 3 -161 2,0 65 0,0 10 7 2 0,0 -3 0,0 6 4 -5 -0,6 -61 -0,8 10 8 4 0,0 0 0,0 6 5 17 -0,3 1 0,0 10 9 0 0,0 -2 0,0 6 6 -91 1,2 44 0,9 10 10 -1 0,0 -8 0,0 7 0 79 -0,4 7 1 -74 -0,4 -65 1,1 7 2 0 -0,3 -24 0,0 7 3 33 1,1 6 0,3 7 4 9 1,1 24 -0,1 7 5 7 -0,2 15 -0,6 7 6 8 0,6 -25 -0,7 7 7 -2 -0,9 -6 0,2

Fonte: www.ngdc.noaa.gov/IAGA.

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29 A Figura 2.2 apresenta o modelo do campo geomagnético, representado por um dipolo

magnético colocado no centro da Terra com uma inclinação de 10,5º em relação ao eixo de

rotação da Terra e magnitude da ordem de 7,8×1022 A⋅m2 (representativos para o ano 2000).

Podemos observar que o pólo norte geográfico está situado próximo ao pólo sul magnético,

pois este atrai o pólo norte da agulha da bússola e o pólo sul geográfico está próximo ao pólo

norte magnético (o momento de dipolo magnético aponta para baixo, para o hemisfério sul).

Convenciona-se chamar, entretanto, o pólo situado no hemisfério norte de pólo geomagnético

norte e similarmente para o pólo geomagnético sul no hemisfério sul. A inclinação do dipolo

geomagnético e sua magnitude variam lentamente com o tempo. O campo principal apresenta

na sua representação mais completa, entretanto, termos de ordem mais elevada que a dipolar.

Fig. 2.2 – Representação das coordenadas magnéticas em relação às geográficas.

2.7 VARIAÇÕES DO CAMPO GEOMAGNÉTICO

O Campo Magnético Terrestre apresenta uma larga faixa de variações temporais, que vai

desde frações de segundos até milhões de anos. Essas variações são normalmente

denominadas, segundo o período em:

• Secular (Período T > 1 ano);

Equador magnético

Sul magnético (nordeste do Canadá

Norte geográfico

Equador geográfico

Sul geográfico Norte magnético (costa do continente Antártico)

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30

• Diurna (T = 24 horas);

• “Distúrbios” geomagnéticos (com T bastante variáveis);

• Pulsações (0,1 < T < 1000 s);

• Atmosféricas (T < 1 s);

• Produzidas pelo homem (mesmo intervalo que as atmosféricas).

Além da variação temporal, o campo geomagnético apresenta também variação de acordo

com a posição, mudando de um lugar para outro, como caracterizado no modelo IGRF.

2.7.1 VARIAÇÃO SECULAR

A variação secular é uma lenta e contínua mudança no campo principal. Ela está associada

com as correntes elétricas que fluem no núcleo externo da Terra e fornece informações

importantes para a investigação dessa camada do planeta. Ela tem uma escala temporal que

chega a mil anos e é dada pela mudança anual no valor do campo. Sua quantificação é obtida

mediante a variação nos elementos magnéticos X, Y e Z (preferencialmente).

As características da variação secular estão associadas às variações no campo não-dipolar, às

variações no momento do dipolo geomagnético e às variações na sua orientação. Elas

apresentam-se principalmente como um decréscimo no momento de dipolo, uma deriva para

oeste do campo não-dipolar (da ordem de 1° em 5 anos) e a deriva do dipolo para o norte.

2.7.2 VARIAÇÃO DIURNA

As variações do campo geomagnético ao longo do dia podem ser observadas em qualquer

estação magnética (exceto em altas latitudes), com uma escala de tempo de 24 horas. Elas

foram primeiramente associadas às variações de temperatura, e somente após vários

experimentos e observações chegou-se à conclusão de que estas variações deveriam estar

associadas a correntes elétricas que fluíam da atmosfera, ou seja, de origem externa. Schuster

(1880) mostrou que realmente havia uma maior contribuição de origem externa neste tipo de

variação, mas que uma pequena parte vinha de fontes internas e que essa pequena parte era

devida a correntes secundárias induzidas no interior da Terra pelas correntes externas

(primárias).

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31 A variação diária é causada principalmente pelas correntes fluindo na ionosfera, onde o

movimento devido aos ventos e marés na atmosfera resulta na ação do dínamo, gerando

campos e correntes na ionosfera. Estas variações apresentam dependência com a latitude,

estação e com o ciclo solar (período de 11 anos). Em dias de pouca atividade solar (Sol

calmo) ela é chamada de variação diurna do campo geomagnético (ou variação Sq, solar

quiet), que apresenta uma magnitude para o campo magnético na faixa desde algumas dezenas

até várias centenas de nanoteslas.

2.7.3 TEMPESTADES E SUB-TEMPESTADES MAGNÉTICAS

Como já mencionado um fluxo de prótons e elétrons, o vento solar, flui constantemente no

sentido Sol-Terra. A ação do campo geomagnético, como uma barreira, cria uma cavidade no

vento solar conhecida como magnetosfera. Dentro da magnetosfera o campo geomagnético (e

o campo elétrico causado pela ação do vento solar), controla o movimento de prótons e

elétrons que entram e afetam o movimento de elétrons e íons na ionosfera. Estas correntes na

magnetosfera e ionosfera são responsáveis pelas variações transientes temporárias existentes

nas observações geomagnéticas em pontos da superfície terrestre e sua vizinhança.

Os efeitos mais severos estão associados com maior atividade solar, que emite raio X,

radiação ultravioleta e partículas de alta energia. Alterando-se o plasma solar, com maior

densidade de partículas e com uma configuração espacial adequada do campo magnético

interplanetário (apontando para o sul) e duração suficiente, o vento solar comprime o campo

magnético na vizinhança da Terra e transfere grande parte de sua energia para a magnetosfera.

Partículas energéticas entram na magnetosfera e são empurradas e armazenadas na ionosfera

da região auroral, enquanto outras criam uma amplo anel de corrente elétrica na região

equatorial majoritariamente distribuído em distâncias da ordem de 2,5 a 5 raios terrestres do

centro do planeta, chamada de corrente de anel (ou corrente anelar). Esta seqüência de

eventos dá origem às tempestades magnéticas, que aparecem subitamente nos registros

magnéticos obtidos diariamente, quando o padrão Sq é completamente perturbado. Embora

raramente, chega-se a registrar variações da ordem de milhares de nT durante o período de

uma tempestade magnética intensa. Uma tempestade magnética típica pode durar de 1 a 5

dias.

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32 As tempestades geomagnéticas vêm acompanhadas de uma variedade de distúrbios

ionosféricos que, presume-se, são basicamente causados pela intensificação do vento solar,

responsável pela tempestade geomagnética, embora os detalhes dos mecanismos não sejam

totalmente conhecidos.

As sub-tempestades magnéticas são associadas às correntes do campo alinhadas, fluindo

dentro e fora da região auroral (na oval auroral). Elas são menos intensas, porém mais

freqüentes e duram apenas algumas horas e são desencadeadas quando o balanço dinâmico de

energia da magnetosfera torna-se instável. A freqüência de tempestades e sub-tempestades

está relacionada ao ciclo solar (de 11 anos).

[Jacobs, Vol. 1 1987 – Parkinson, 1984 – Chapman, Vol. 1 1961/Vol. 1 e 2 1940 - Campbell, 1997]

2.8 PULSAÇÕES GEOMAGNÉTICAS

As pulsações geomagnéticas (ondas ULF) são flutuações de curto período do campo

geomagnético, usualmente de 0,2 segundos a 10 minutos (freqüências na faixa 0,001 a 5 Hz).

Elas são variações temporárias de pequena amplitude, tipicamente numa faixa de 0,001 a 50

nT [Jacobs, 1970] e não deixam nenhum efeito permanente no campo principal. Como as

tempestades magnéticas, elas têm como principal fonte de origem a atividade solar (origem

externa), diferente do campo principal da Terra e da variação secular, cuja principal fonte de

origem é interna. Pulsações que apresentam um comportamento regular e contínuo, são

chamadas Pc, e aquelas que apresentam um comportamento irregular, são as Pi.

As pulsações geomagnéticas, bem como os chamados eventos transientes relacionam-se, com

interações complexas entre o vento solar (plasma solar) e o campo geomagnético que ocorrem

na fronteira da região que constitui a magnetosfera terrestre.

O grande aumento de dados durante e após a campanha do Ano Geofísico Internacional

(International Geophysical Year, YGY, 1957), serviu para mostrar que as classificações das

variações feitas até então, eram muito simples e que na realidade existem muito mais tipos ou

variações do que as classificadas anteriormente. Como resultados das observações que estão

sendo feitas nos últimos anos tem-se conseguido, conhecer e definir melhor os diversos tipos

de pulsações, e estabelecer alguns critérios para classificações das mesmas.

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33 2.8.1 CLASSIFICAÇÃO DAS PULSAÇÕES

Um problema importante na investigação de pulsações é a descrição e classificação dos tipos

de oscilações observados e das condições nas quais elas são geradas. Três princípios

independentes, de classificação são sugeridos pela Associação Internacional de

Geomagnetismo e Aeronomia (International Association of Geomagnetism and Aeronomy,

IAGA):

1. Classificação morfológica baseada nas características (períodos, amplitudes, tempo de

ocorrência, etc.);

2. Classificação correlativa baseada na conexão com outros tipos de fenômenos –

tempestades magnéticas, aurora, emissões VLF, etc; e

3. Classificação genética baseada no mecanismo de geração.

Devido ao fato da origem das pulsações não ser totalmente conhecida, a classificação genética

que em outras circunstâncias deveria ser a melhor, não serve como base para uma

classificação geral. O princípio de classificação correlativo, também não pode ser utilizado,

pois uma correlação clara não é apresentada em todos os tipos de pulsações.

Da experiência adquirida, principalmente aquela obtida após o Ano Geofísico Internacional,

as pulsações tem sido classificadas segundo suas características morfológicas e podem ser

divididas em duas classes principais:

• Pulsações contínuas, que são oscilações regulares com uma faixa de período variando

de 0,2 a 600 segundos e podem ser divididas em subgrupos dependendo do período; e

• Pulsações irregulares, que são oscilações irregulares de curto período e que variam na

faixa de 1 a 150 segundos.

[Jacobs, 1970]

A classificação segundo o intervalo de freqüência, f, ou de período, T, sugerida pela IAGA é

apresentada na Tabela 2.2.

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34

Tabela 2.2: Classificação da IAGA para as pulsações geomagnéticas.

Contínuas Pc1 Pc2 Pc3 Pc4 Pc5

f 0,2-5 Hz 0,1-0,2 Hz 22-100 mHz 7-22 mHz 2-7mHz

T (s) 0,2-5 5-10 10-45 45-150 150-600

Irregulares Pi 1 Pi 2

f 0,025-1 Hz 7-25 mHz

T (s) 1-40 40-150

A Figura 2.3 apresenta um espectro da amplitude das pulsações versus a freqüência/período.

As características relativas à amplitude valem para médias e altas latitudes. Em baixas

latitudes o sinal é várias vezes menor. As características em baixas latitudes ainda não estão

totalmente definidas.

Fig. 2.3 - Espectro de amplitude das pulsações geomagnéticas.

Fonte: Campbell, 1997 (p. 158)

s

esféricas

Freqüência (Hz)

Período (s)

Cavidades ressonantes

Amplitude (nT)

s

s

s

esféricas

ss

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35 2.8.2 PULSAÇÕES CONTÍNUAS Pc1

As características destas pulsações mostram que elas são uma importante fonte de informação

das instabilidades de plasma que podem se desenvolver na região mais externa da

magnetosfera e são usualmente um indicador do estado dessa região.

As pulsações Pc1 são oscilações senoidais regulares, com períodos que variam de 0,2 a 5

segundos. Estas pulsações podem ocorrer na forma de rajadas separadas, desenvolvendo-se

gradualmente em uma série de pulsações que podem durar de 10 minutos a algumas horas.

Elas podem também ocorrer na forma de grupos consecutivos com características de

pulsações com bruscas variações de freqüência [Jacobs, 1970]. A Figura 2.4 apresenta um

exemplo ilustrativo destas flutuações.

Fig. 2.4 – Flutuações do campo geomagnético (Pc1) referentes às estações Rovaniemi ROV),

Ivalo (IVA), e Kilpisjarvi (KIL) em 15 de setembro de 1986 de 06:20 a 06:50 UT

Fonte: Erlandson, 1994 (p.404).

15 de setembro de 1986

ROV L = 4.8

IVA L = 5.5

KIL L = 6.0

0620:24 0625:20 0630:16 0635:12 0640:08 0645:04 0650:00

BH(nT)

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36 2.8.3 PULSAÇÕES CONTÍNUAS Pc2/3

As amplitudes dos sinais observados de Pc2/3 são, normalmente, abaixo de 0,5nT e os

períodos típicos da ordem de 5 a 30 segundos. Estas pulsações apresentam variações

tipicamente diurnas, apresentando um máximo ao meio dia. A ocorrência destas pulsações,

também foi observada na fase inicial das tempestades magnéticas [Jacobs, 1970]. A Figura

2.5 apresenta um exemplo ilustrativo destas flutuações.

Fig. 2.5 – Flutuações do campo geomagnético (Pc3-4) observadas simultaneamente em várias

estações terrestres e em dados do satélite ISEE-2 em 2 de fevereiro de 1978 de 06:10

a 06:50(UT).

Fonte: Odera, 1994 (p.316).

Escala:

2 de Fevereiro de 1978 UT

Componente - H

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37 2.8.4 PULSAÇÕES CONTÍNUAS Pc4

As pulsações Pc4 apresentam amplitudes da ordem de 5 a 20 nT nas altas latitudes e 1nT nas

baixas latitudes. Os sinais normalmente duram de 10 minutos a várias horas. Estes sinais

freqüentemente aumentam lentamente, aí se sustentando por um longo tempo e em seguida

decaindo bruscamente. Em médias e baixas latitudes o modelo de ocorrência diária apresenta

um máximo ao meio dia [Jacobs, 1970]. A Figura 2.6 apresenta um exemplo ilustrativo

destas flutuações.

Fig. 2.6 - Exemplo de forma de onda de pulsações tipo Pc4.

Fonte: Anderson, 1994 (p.30)

2.8.5 PULSAÇÕES CONTÍNUAS Pc5

Esta classe de pulsações, com períodos mais longos (tipicamente 3 a 9 minutos), podem ter

amplitudes extremamente grandes, chegando a algumas centenas de nT, e apresentam uma

forma senoidal, freqüentemente amortecidas, com algumas distorções aparecendo com o

aumento da atividade magnética [Jacobs, 1970]. A Figura 2.7 apresenta um exemplo

ilustrativo destas flutuações.

Magnetômetro 13 de Julho de 1985 Dia 194

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Fig. 2.7 - Exemplo de forma de onda de pulsações tipo Pc5.

Fonte: Anderson, 1994 (p.27)

2.8.6 PULSAÇÕES IRREGULARES

Apresentando uma faixa de freqüência de 1Hz a 25 mHz (1 a 40 s), essas pulsações são

caracterizadas por sua forma irregular. Apresentam uma conexão com os distúrbios do campo

geomagnético e estão correlacionadas com os distúrbios da magnetosfera superior. As Pi´s são

divididas em dois grupos [Jacobs, 1970].

2.8.7 PULSAÇÕES IRREGULARES Pi1

As Pulsações Pi1 apresentam uma forma irregular e têm tipicamente períodos menores que

15 s (6–10 s). Suas amplitudes apresentam valores máximos nas zonas aurorais e sua

intensidade diminui rapidamente com a latitude. São observadas principalmente no início da

manhã e final da noite [Jacobs, 1970].

Magnetômetro 7 de Setembro de 1985 Dia 250

UT

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39 2.8.8 PULSAÇÕES IRREGULARES Pi2

As pulsações Pi2 apresentam formas irregulares com períodos na faixa de 40–150 s e

amplitudes da ordem de 1 a 5nT. Sua principal característica é o seu pequeno tempo de

duração e a sua superposição com as pulsações Pi1, que ainda em certas ocasiões podem ser

seguidas pelas pulsações contínuas Pc1 [Jacobs, 1970].

As Figuras 2.8 a 2.13 [Zanandrea, 1998] apresentam características de pulsações

geomagnéticas na faixa Pc3-5 a partir de estudos realizados em território brasileiro.

Fig. 2.8 – Filtragens da componente H do campo geomagnético do dia 15/04/1994, em Cuiabá.

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Fig. 2.9 – Filtragens da componente D do campo geomagnético do dia 15/04/1994, em Cuiabá.

Fig. 2.10 – Filtragens da componente Z do campo geomagnético do dias 15/04/1994, em Cuiabá.

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Fig. 2.11 – Filtragens das componentes H e D do dia 15/04/1994, em Cuiabá, na banda 7 a 60s.

Fig. 2.12 – Filtragens das componentes H e D do dia 09/10/1994, em Alcântara, na banda 30 a

170s.

Fig. 2.13 – Filtragens das componentes H e D do dia 30/10/1994, em Alcântara, na banda 130 a

700 s.

2.9 INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA MEDIDA DO CAMPO GEOMAGNÉTICO

Muitas técnicas e instrumentos de medidas foram desenvolvidos, com o objetivo de se estudar

o comportamento do campo geomagnético e suas variações. Os instrumentos utilizados para

se medir o campo geomagnético são denominados magnetômetros, instrumentos estes que

podem ser classificados de várias maneiras. Uma distinção básica está, entre os equipamentos

que efetuam medidas absolutas (magnetômetros) e os que efetuam medidas de variações do

campo magnético (variômetros). Na prática os fabricantes não fazem esta distinção e

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42 normalmente chamam a todos de magnetômetros, mesmo aqueles que efetuam a função de

variômetros [Jacobs, 1987].

Outra diferença fundamental está na natureza da medida. Instrumentos escalares medem o

campo magnético sem apresentar uma referência de direção (ou seja, medem sua magnitude),

enquanto os instrumentos vetoriais medem o campo em uma determinada direção (medem

uma componente). Outras diferenças podem ser utilizadas para classificação, porém a maneira

mais comum de classificação, é aquela que leva em conta os princípios físicos envolvidos na

medida. Os sensores magnéticos podem ser classificados em 5 grupos, segundo seus

princípios físicos. A Tabela 2.3 apresenta esta classificação [Jacobs, 1987, p. 66–67]:

Tabela 2.3 - Classes de magnetômetros segundo seus princípios físicos.

CLASSE TIPO SENSIBILIDADE

Torção Magnetômetros/Variômetros 0,01–1 nT

Ressonância magnética nuclear Magnetômetros/Variômetros 0,2–1 nT

Núcleo saturado Variômetros 0,01–0,4 nT

Indução Magnetômetros/Variômetros 10-3–10-1 nT

Supercondutores Variômetros 10-5–10-3 nT

Estes sensores foram sendo desenvolvidos de maneira a se adequar às necessidades de

medidas nas diferentes faixas do espectro geomagnético.

Para a captação das variações do campo geomagnético na faixa de pulsações geomagnéticas,

deve-se utilizar magnetômetros (bobinas) de indução, que utilizam o princípio físico da

indução eletromagnética para a detecção das variações do campo geomagnético.

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43 2.10 INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA

Em 1831, Michael Faraday descobriu o princípio da indução eletromagnética. Este princípio

afirma que se um circuito condutor atravessar as linhas de campo magnético ou se linhas de

campo atravessarem um circuito condutor, induz-se uma força eletromotriz (Fem) nesse

circuito ou uma tensão nos seus terminais. Em outras palavras toda vez que o fluxo magnético

através de um circuito varia com o tempo, surge, neste circuito, uma Fem induzida. Esse

fenômeno é chamado de indução eletromagnética.

2.10.1 LEI DE FARADAY DA TENSÃO INDUZIDA

A diferença de potencial entre os extremos de um fio condutor dobrado em forma de uma

espira (ou anel), é igual à taxa de mudança do fluxo magnético através dessa espira. Para uma

bobina com muitas espiras, o valor da tensão induzida depende do número de espiras dessa

bobina e da velocidade que o condutor intercepta as linhas de força ou o fluxo. Tanto o

condutor quanto o campo podem se deslocar. A equação para se calcular o valor da tensão

induzida é:

dtd

NU ind

Φ= , Eq. 2.17

onde =indU tensão induzida (V);

=N número de espiras da bobina; e

=Φdtd

taxa com que o fluxo varia no tempo (Wb/s).

2.11 MAGNETÔMETRO DE INDUÇÃO

Para a detecção das variações do campo magnético na faixa de interesse, são utilizados

magnetômetros (bobinas) do tipo indução. Este sensor se baseia em um solenóide solenóide

com um núcleo de altíssima permeabilidade conectado a um amplificador que mede a tensão

induzida em seus extremos por um campo magnético variável. A Figura 2.14 apresenta um

diagrama do circuito equivalente de um magnetômetro de indução.

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Fig. 2.14 - Circuito equivalente de um magnetômetro de indução -

(bobina + eletrônica associada). Fonte: Campbell, 1997 (p. 183).

Bobinas de indução não medem o campo magnético propriamente dito, mas sua variação no

tempo. O fluxo, que flui através de uma espira da bobina pode ser calculado por:

HAAB rµµ0. ==Φ , Eq. 2.18

onde B = densidade do fluxo magnético na espira;

µ0 = constante de permeabilidade do ar;

µr = permeabilidade relativa do núcleo;

A = área da espira (seção do núcleo); e

H = amplitude do campo magnético.

Para uma variação senoidal de freqüência f do campo magnético, a tensão induzida na saída

do sensor torna-se:

fHSAHfNU rind 002 ≡= µµπ Eq. 2.19

sendo ANS rµµπ 00 2= a constante de sensibilidade do sensor, que dá a relação entre a

amplitude do campo magnético e a tensão induzida. Portanto, para o caso de uma bobina

ideal, a tensão de saída é diretamente proporcional à freqüência do campo magnético.

Sinal de calibração

Amplifi-cador

Blindagem

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45 Esta é uma equação que vale se a bobina pudesse ser considerada ideal (resistência, indutância

e capacitância desprezíveis). Para as medidas de interesse, de pequenas amplitudes e baixas

freqüências, onde um número muito grande de espiras precisa ser utilizado, de maneira a se

gerar uma tensão mensurável na saída da bobina, esta não pode ser considerada ideal.

Normalmente se utiliza um fio bem fino para manter o peso da bobina o menor possível, desta

forma a resistência do fio fica em torno de alguns milhares de Ohms. Além disso, a bobina

apresentará valores consideráveis de indutância e capacitância entre espiras.

Sendo assim, este tipo de bobina não possuirá o comportamento descrito pela equação

anterior, comportando-se como um circuito ressonante, cujo circuito equivalente é

apresentado na Figura 2.15.

C

V

R

L

Rd

Fig. 2.15 – Diagrama do circuito equivalente da bobina.

Abaixo da freqüência de ressonância, a tensão de saída da bobina aumentará com o aumento

da freqüência do sinal do campo magnético (caso ideal). Acima da freqüência de ressonância

a saída decrescerá com o aumento da freqüência, limitando-se a faixa útil de utilização da

bobina. A função de transferência do sensor terá um forte pico na freqüência de ressonância.

Para o sensor, sem pré-amplificador, a função de transferência será:

)/(2)/(1)/(

02

0

sen

ffDjffRRR

UU dd

ind

sor

⋅⋅+−+

= Eq. 2.20

sendo Rd = resistência de entrada do amplificador;

f0 = freqüência de ressonância; e

D = atenuação.

A freqüência de ressonância e a atenuação são definidas como:

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46

DLAf

⋅⋅⋅=

π21

0 Eq. 2.20 CL

R

dRCL

RdRdR

D/

/2 +⋅

+= Eq. 2.21

A função de transferência resultante entre o campo magnético e a tensão de saída do sensor

fica:

)0/.(2.2)0/(1

)/(0sensen

ffDjff

fRRddRSj

HsorU

sorF+−

⋅+⋅⋅== Eq. 2.22

[Matzander, 1998]

2.11.1 PRÉ-AMPLIFICADOR

Integrado ao módulo da bobina (sensor), existe uma placa de pré-amplificador. Essa

integração em um mesmo módulo melhora substancialmente o sinal de saída. Cuidados

especiais também são tomados, no sentido de se proteger os circuitos eletrônicos da influência

de ruídos eletromagnéticos externos. A Figura 2.16 apresenta o diagrama de blocos de um

magnetômetro (bobina) de indução.

Fig. 2.16 – Diagrama de blocos da bobina KIM-863.

Fonte: Matzander, 1998.

2.11.2 INSTALAÇÃO DOS SENSORES

Para a coleta de dados geomagnéticos dois magnetômetros de indução são utilizados, um

deles orientado na direção N-S e outro na direção Leste-Oeste (direções magnéticas).

Tensão de saída

Entrada de calibração

Amplif. Estágio de saída

Amplif. Estágio de entrada

Bobina de indução

Fsensor Famp_in Famp-out

Ffeedback 1

Campo magnético

Realimentação

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47

CAPÍTULO 3 - ESPECIFICAÇÃO GERAL DO SISTEMA

Este capítulo apresenta uma descrição das diversas partes do sistema e dos requisitos que

deverão ser levados em consideração para que o sistema cumpra a função de adquirir

adequadamente os sinais propostos. Um fator fundamental é a correta especificação das faixas

de freqüências e amplitudes do sinal, para o projeto dos filtros e amplificadores e a

especificação do conversor analógico digital para que os mesmos sejam coerentes com as

características dos sinais.

3.1 DESCRIÇÃO GERAL DO SISTEMA

O sistema proposto é um sistema autônomo, microcontrolado, que utiliza energia solar para

alimentar os seus diversos módulos eletrônicos e é constituído por: (1) sensores; (2)

subsistema de tratamento analógico dos sinais (filtros e amplificadores); (3) subsistema de

digitalização/transmissão dos dados (microcontrolador 80C32 e conversor analógico-digital);

(4) subsistema de armazenamento dos dados (PC 386 e periféricos); e (5) subsistema de

redução e pré-processamento dos dados (Notebook).

A alimentação das diversas partes do sistema é proveniente de baterias recarregadas por

painéis solares.

A Figura 3.1 apresenta um diagrama de blocos da arquitetura geral do sistema.

Sensor Magnético(bobina de indução)

SensorTemperatura

Filtros eAmplificadores

Digitalizaçãoe

Transmissão(80C32)

Recepção eArmazenamento

(PC 386)

Redução/pré-processamento

dos dados(Notebook)

Bateria Bateria

Sinal

+- 6V

GPS

~8 m

F.O

Painelsolar Painel

solar

Fig. 3.1 – Arquitetura do Sistema de Medida de Pulsações.

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48 3.2 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SISTEMA

Para satisfazer às necessidades impostas por este tipo de coleta de dados, algumas

características do sistema foram pré-determinadas, são elas:

• Sensores magnéticos que respondam na faixa de interesse do estudo em questão;

• Alimentação do sistema feita por baterias e painéis solares;

• Filtragem do sinal de maneira a adequar o sinal aos eventos relevantes;

• Transmissão de dados/recepção de comandos via comunicação serial;

• Sincronização de tempo via GPS (Global Positioning System);

• Módulo de aquisição constituído de placa industrial compacta PC 386 ou superior com

alimentação de 12 ou 24V e capacidade de armazenamento de dados compatível com as

necessidades;

• Reinicialização automática dos módulos TRATAMENTO DOS SINAIS (filtragem,

amplificação, digitalização e transmissão dos dados) e AQUISIÇÃO (recepção e

armazenamento dos dados) em caso de queda e retorno de energia; e

• Visualização gráfica in loco dos dados referentes aos testes iniciais do sistema.

3.3 SUBSISTEMA SENSOR (MAGNETÔMETRO DE INDUÇÃO)

Os magnetômetros de indução são utilizados para o estudo das pulsações geomagnéticas de

curto período. Para períodos mais longos, magnetômetros tipo fluxgate podem ser

empregados. Para os testes finais de funcionamento do sistema é utilizado o modelo KIM-863

de fabricação da firma alemã Metronix, cujas características técnicas são apresentadas na

Tabela 3.1.

Tabela 3.1 – Características técnicas das bobinas KIM-863.

Faixa de freqüência 1/4096 a 4 Hz Sensibilidade de saída 0.4V/nT*Hz (f << 4Hz)

1.6 V/nT*Hz (f >> 4Hz) “Drift” de sensibilidade com a temperatura 0.01%/oC “Offset” de saída <5mV Alimentação ±6V, ±10 mA Dimensões externas 140 mm x 1063 mm Peso 14 Kg Temperatura de operação -25oC a +65oC

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49 3.4 SUBSISTEMA TRATAMENTO ANALÓGICO DOS SINAIS

O sinal gerado no sensor é levado ao módulo eletrônico que os processará analogicamente,

denominado interface analógica. Cada sinal tem sua interface independente. Este

processamento consiste na divisão em faixas de freqüência, separadas de acordo com as

pulsações de interesse, e na amplificação destes sinais de modo a deixá-los compatíveis com o

nível de sinal aceito pelo conversor analógico digital. Além do filtro passa-faixa há também

um filtro notch usado para eliminar a interferência na freqüência de 60 hertz originada pela

rede de distribuição de energia elétrica. A monitoração da temperatura é feita por um sensor

colocado dentro da caixa onde ficam instaladas as placas desta interface. Opcionalmente este

sensor pode ser colocado próximo às bobinas.

Cada sistema é montado para uma única faixa de freqüência, de acordo com o fenômeno a ser

estudado e/ou tipo de magnetômetro utilizado, portanto, não foram previstos multiplexadores

analógicos para a seleção da faixa a ser amostrada. A Figura 3.2 apresenta o diagrama de

blocos da interface analógica.

Fig. 3.2 – Diagrama de blocos da Interface analógica.

3.5 SUBSISTEMA DE TRATAMENTO DIGITAL DOS SINAIS

Após o tratamento analógico, o sinal é levado à interface de tratamento digital, onde é

digitalizado e transmitido serialmente ao subsistema de armazenamento dos dados. Os sub-

ítens 3.5.1 a 3.5.4 apresentam uma descrição geral dos módulos deste subsistema, cujo

controle é totalmente feito pelo microcontrolador 80C32.

INTERFACE ANALÓGICA SENSORES

Mag. Indução

(N-S)

Mag. Indução

(L-O)

S. Temp.

Filtros notch

Passa- faixa

Amplificador

Circ. de

entrada

Filtros notch

Passa- faixa

Amplificador

Circ. de

entrada

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50 3.5.1 UNIDADE CENTRAL DE PROCESSAMENTO (CPU)

A Unidade Central de Processamento é baseada no microcontrolador 80C32 da família 8051 e

é responsável pelo controle de todo o sistema. Possui ainda, uma capacidade de memória

externa, de 32 Kbytes EPROM e 64 Kbytes RAM. As principais funções da CPU são:

• Seleção do canal (sinais magnéticos e sinais de monitoramento) a ser adquirido;

• Armazenar temporariamente os resultados adquiridos;

• Atendimento das interrupções;

• Leitura do sinal GPS e transmissão dos dados (via serial); e

• Geração da base de tempo interna;

A CPU executa suas funções através de programas gravados em memória e de acordo com

parâmetros pré-estabelecidos.

3.5.2 DIGITALIZAÇÃO DOS SINAIS

A conversão do sinal é feita por um conversor analógico digital (ADC) com resolução de 16

bits e um tempo de conversão de 16 µs, com nível de entrada de ±5V. O ADC pode operar no

modo livre, onde as conversões são feitas continuamente, ou no modo gatilhado, onde o início

de cada conversão é acionado pelo microcontrolador.

3.5.3 BASE DE TEMPO

O sistema emprega duas bases de tempo. A primeira delas é interna, que consiste basicamente

em um contador de 4 bytes desde 0 (zero) até o fundo de escala (aproximadamente 1,2 horas),

e outra, externa, proveniente da leitura do sinal de saída do GPS, que permite fazer um ajuste

do horário real dos dados em UT.

3.5.4 TRANSMISSÃO DOS DADOS

A transmissão digital dos dados é feita via transmissão serial a uma taxa de 19.200 bits por

segundo (bps), opcionalmente através de um sistema comercial de modem/fibra óptica.

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51 3.6 SUBSISTEMA RECEPÇÃO/ARMAZENAMENTO DE DADOS

Aquisições em longos períodos de tempo geram um grande volume de dados, portanto optou-

se por armazenar os dados em um disco rígido (hard disk), controlado por uma placa

industrial para PC. A monitoração do funcionamento do módulo aquisição é feita via um

pequeno display de cristal líquido, que apresenta as informações de tempo atualizadas, para

acompanhamento e verificação do funcionamento do sistema.

3.7 SUBSISTEMA REDUÇÃO/PRÉ-PROCESSAMENTO DOS DADOS

As condições de acesso (muitas vezes, difíceis) nas estações remotas de medidas, tornam este

módulo necessário, pois permite uma avaliação in loco do nível de ruído e da viabilidade de

se utilizar o local escolhido como estação de medida geomagnética. Basicamente consiste de

um notebook configurado apropriadamente com um programa gráfico de leitura, redução e

visualização dos dados.

3.8 ALIMENTAÇÃO DO SISTEMA

Como há a necessidade de instalação do sistema em regiões de baixo ruído eletromagnético,

conseqüentemente afastado de redes de distribuição de energia elétrica, toda a alimentação é

feita por baterias, que são recarregadas por painéis solares. Inicialmente optou-se por não se

utilizar nenhum tipo de conversor DC/DC no sistema de tratamento/digitalização dos dados

(módulos Sensores, Interface Analógica, GPS e Digitalização/Transmissão), opção esta

devido ao fato de não se ter avaliações práticas a respeito de ruídos ocasionados neste tipo de

medida, devido ao chaveamento ocorrido nestes dispositivos.

Desta forma, torna-se necessária uma separação entre a entrada de alimentação do subsistema

tratamento/digitalização e o subsistema recepção/armazenamento dos dados, pois as fontes

comerciais utilizadas para o segundo subsistema são do tipo chaveada. Uma outra razão da

separação é que nem sempre esses dois subsistemas estão instalados próximos. A Figura 3.3

apresenta uma configuração geral da alimentação do sistema de tratamento analógico-

digital/transmissão dos dados e a Figura 3.4 a configuração da alimentação do subsistema de

recepção/armazenamento dos dados.

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52

Painel Solar1

Controlador de carga1 Bateria1

LM317(+5.5V)

Interface de tratamentoanalógico dos sinais

CPU Digitalização

Painel Solar2

Controlador de carga2 Bateria2

LM337(-5.5V)

Regulador+6,0 V-6,0 V

Bobinas deindução

GPS

Fig. 3.3 – Alimentação do sistema de tratamento analógico-digital dos dados.

Painel Solar3

Controlador de carga3 Bateria

Recepção e armazenamentodos dados

Fig. 3.4 – Alimentação do sistema de recepção/armazenamento dos dados.

Desta forma, os seguintes tópicos foram desenvolvidos e são apresentados no decorrer deste

trabalho:

• Projeto, montagem e testes dos circuitos da interface de tratamento do sinal analógico.

• Projeto, montagem e testes dos circuitos da interface de digitalização/transmissão dos

sinais;

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53

• Programa de aquisição e transmissão de dados dos sensores e o programa de leitura e

transmissão dos dados GPS (linguagem Assembly da família 8051);

• Programa de recepção e monitoramento do funcionamento do sistema (BASIC –

QBS); e

• Programa de recepção e visualização dos dados em tela gráfica, para verificação do

funcionamento do sistema (LabView).

Os próximos capítulos apresentam o desenvolvimento e testes do sistema. O Capítulo 4

mostra o desenvolvimento da interface analógica de tratamento dos sinais.

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54

CAPÍTULO 4 – INTERFACE ANALÓGICA DE TRATAMENTO DOS SINAIS

Este capítulo apresenta o desenvolvimento de uma interface analógica para captação de sinais

referentes às variações de campo geomagnético na faixa de freqüência de interesse do estudo

de pulsações geomagnéticas. A função desta interface é realizar a filtragem e amplificação do

sinal proveniente dos sensores, de maneira que, apenas a faixa de freqüência relevante para o

fenômeno de interesse chegue ao instrumento de medida, deixando o sinal compatível com a

faixa de freqüência das pulsações e com os níveis de tensão aceitos pelo conversor analógico-

digital.

É importante notar que, as variações de sinal com freqüência acima de um determinado valor,

devem ser filtradas analogicamente antes de digitalizadas, para se evitar o aliasing.

4.1 DETERMINAÇÃO TEÓRICA DA FAIXA DE FREQUÊNCIA DOS FILTROS E

GANHO DOS AMPLIFICADORES

Antes de se passar ao projeto da interface analógica, torna-se necessária uma especificação

teórica da faixa de atuação dos filtros e ganho dos amplificadores, o que é feito a partir da

Figura 4.1, referente ao espectro de amplitude das pulsações geomagnéticas e aos dados e

curvas referentes à calibração das diversas bobinas disponíveis no laboratório de geofísica do

INPE.

Analisando a Figura 4.1, para as diversas pulsações geomagnéticas tipo Pc, segundo os

parâmetros abaixo:

• Freqüência central ou de pico (em mHz e Hz);

• Período (em segundos) correspondente a freqüência central;

• Amplitude de pico (em nanotesla);

• Faixa contida entre os pontos mínimos laterais de cada pico (em segundos/Hz); e

• Faixa convencionada (em segundos), Tabela 2.2 Cap. 2 (classificação IAGA)

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55 Pode-se construir uma tabela de valores aproximados com as características de amplitude e

faixa de freqüência das pulsações geomagnéticas tipo Pc, valores estes apresentados na Tabela

4.1.

Fig. 4.1 – Espectro de pulsações geomagnéticas.

Tabela 4.1 - Características das pulsações geomagnéticas tipo Pc.

Tipo Freqüência (pico)

Período (s)

Amplitude (pico) (nT)

Faixa (s, mHz)

Convenção(IAGA) (s, mHz)

Pc5 2 mHz 500 70 125-1510, 0,662-8

150-600, 1,67-6,67

Pc4 7,6 mHz 132 10 45-125, 8-22

45-150, 6,67-22,2

Pc2-3 56,7 mHz 18 0,6 2,5-45, 22-400

5-45, 22,2-200

Pc1 1 Hz 1 0,09 0,25-2,5, 400-4000

0,2-5, 200-5000

Pico Pontos mínimos laterais

s

esféricas

Freqüência (Hz)

Período (s)

Cavidades ressonantes

Amplitude (gammas)

s

s

s

esféricas

(nT)

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56 A partir dos dados apresentados na Tabela 4.1 e dos dados de calibração das bobinas,

fornecidos pelo fabricante, podemos obter uma aproximação do ganho e da faixa de

freqüência a serem utilizados no projeto dos filtros, para os diversos tipos de Pc.

Tomando-se como referência, para determinação dos ganhos, a metade do valor da amplitude

máxima aceita pelo ADC (faixa do ADC ±5,0V), 2,5V, pode-se construir a tabela de ganho

médio pela fórmula abaixo.

adeSensibilidAmplitudeSinal

Ganhomédio ×= Eq. 4.1

onde

Sinal = 2,5 V;

Amplitude ≡ apresentada na 4ª coluna da Tabela 4.1; e

Sensibilidade ≡ dado fornecido pelo fabricante.

Exemplo de cálculo do ganho para a faixa Pc2-3 em 56,7 mHz, de uma bobina com

sensibilidade 0,19996 V/nT.

84,2019996,06,0

5,2 =×

=nT

VnT

VGanhomédio

4.1.1 DETERMINAÇÃO DO GANHOmédio PARA AS BOBINAS MODELO BF4

Os dados referentes à calibração das bobinas BF4 são apresentados na Tabela 4.2 e as curvas

de resposta nas Figuras 4.2 e 4.3

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57

Tabela 4.2 – Dados de calibração das bobinas BF4.

9407 9114 87052 Freqüência (Hz)

Amplitude (mV/nT)

Fase (graus)

Amplitude (mV/nT)

Fase (graus)

Amplitude (mV/nT)

Fase (graus)

1E-4 1,5E-4 2E-4 3E-4 4E-4 5E-4 6E-4 8E-4 1E-3 0,0015 0,002 0,003 0,004 0,006 0,008 0,01 0,015 0,02 0,03 0,04 0,06 0,08 0,1 0,15 0,2 0,3 0,4 0,6 0,8 1 1,5 2 3 4 8 10 20 30 40 80 100 200 400 500 800 1000

0,15 0,23 0,3 0,46 0,61 -- 0,91 1,21 1,52 2,28 3,04 4,55 6,07 9,1 12,1 15,1 22,7 30,2 45 59,5 87,2 112 135 181,9 215 252,9 273 289 296 298,9 301,9 303,9 303,9 305 305 305 305 305 305 305 303,9 287,9 279 256 160,9 111

90 90 89,9 89,9 89,9 -- 89,9 89,8 89,7 89,6 89,4 89,1 88,9 88,3 87,7 87,2 85,7 84,3 81,5 78,8 73,4 68,3 63,6 53,3 45,2 33,9 26,7 18,6 14,1 11,4 7,6 5,8 3,8 2,9 0 -0,6 -3,2 -5,3 -7,3 -15 -18,9 -39,1 -80 -100 -156,7 -187,5

0,725 -- -- 1,45 -- 2,9 4,34 5,79 -- 11,6 14,5 -- 28,8 43 56,9 -- 108 130 -- 206 247 266 -- 290 293 -- 300 300 300 300 300 300 300 300 300 297 289 283 238 134 81

90 -- -- 90 -- 89 89 89 -- 88 87 -- 84 82 79 -- 69 64 -- 46 34 27 -- 14 11 -- 5 4 3 0 -2 -5 -6 -9 -17 -21 -41 -64 -110 -170 -202

0,5 -- 1 1,5 2 -- 4 5 -- 10 15 20 -- 39,1 47,3 -- 85,2 107 118 -- 140 143 -- 150 150 150 150 150 150 150 149 148 147 -139 114 95 46,1 26,2

90 -- 90 89 89 -- 89 88 -- 86 84 82 -- 75 70 -- 56 45 36 -- 20 16 -- 8 5 4 -1 -2 -5 -8 -11 -22 -27 -52 -104 -130 -192 -221

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58

10-5 10-4 10-3 10-2 10-1 100 101 102 103 104

10-1

100

101

102

87052

9114

9407

Bobinas BF4 9407 9114 87052

Amplitude (nT)

Frequência (Hz)

10-5 10-4 10-3 10-2 10-1 100 101 102 103 104

10-1

100

101

102

Fig. 4.2 – Curva de resposta das bobinas BF4 – Amplitude.

10-5 10-4 10-3 10-2 10-1 100 101 102 103 104

-250

-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

87052

9114

9407Bobinas BF4 9407 9114 87052

Fase (graus)

Frequência (Hz)

10-5 10-4 10-3 10-2 10-1 100 101 102 103 104

-250

-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

Fig. 4.3 – Curva de resposta das bobinas BF4 – Fase.

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59 Utilizando os dados apresentados na Tabela 4.1, referentes à amplitude de pico (nT) e os

dados de sensibilidade das bobinas BF4 (Tabela 4.2) e substituindo-os na fórmula de cálculo

do Ganhomédio (1), obtêm-se a Tabela 4.3 que apresenta os resultados para os ganhos nas

diversas faixas de freqüência da Pc´s.

Tabela 4.3 – Ganho médio dos filtros (BF4).

Tipo Sensibilidade (mV/nT) Ganho para sinal com 2500 mV

BF4 9407 BF4 9114 BF4 87052 BF4 9407 BF4 9114 BF4 87052

Pc5 3,04 2,9 1,00 12 12 36

Pc4 11,5 11,0 3,8 22 23 66

Pc3,2 83 79 28 50 52 149

Pc1 299 293 143 92 95 194

Com os resultados obtidos para o ganho dos amplificadores, podemos dividir a faixa total da

freqüência de interesse em duas sub faixas, apresentadas na Tabela 4.4.

Tabela 4.4 – Faixa de freqüência dos filtros em função do ganhomédio (BF4)*.

Pulsação (tipo) Faixa de frequência Ganhomédio

Pc5 a Pc4 0,8 mHz – 20 mHz 10-20

Pc2-3 – Pc1 20 mHz – 5000 mHz 50-90

*válido p/BF49407 e BF49114

4.1.2 DETERMINAÇÃO DO GANHOmédio PARA AS BOBINAS MODELO KIM 863

Os dados referentes à calibração das bobinas KIM 863 são apresentados na Tabela 4.5 e as

curvas de resposta nas Figuras 4.4 e 4.5.

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60

Tabela 4.5 – Dados de calibração das bobinas KIM-863 (fornecidos pelo fabricante).

Calibration measurement with Solartron Metronix GmbH, Neue Knochenhauerstr.5, 38100 Braunschweig Magnetometer: 013 Date: 10/20/98 Time: 11:58:41 FREQUENCY MAGNITUDE PHASE Hz deg +1,0000E-03 +1,9996E-01 +9,0000E+01 +1,0000E-02 +1,9996E-01 +8,9602E+01 +1,0000E-01 +1,9995E-01 +8,8392E+01 +1,2589E-01 +1,9984E-01 +8,7999E+01 +1,5849E-01 +1,9977E-01 +8,7413E+01 +1,9953E-01 +1,9976E-01 +8,6787E+01 +2,5119E-01 +1,9951E-01 +8,6029E+01 +3,1623E-01 +1,9932E-01 +8,4969E+01 +3,9811E-01 +1,9881E-01 +8,3698E+01 +5,0119E-01 +1,9815E-01 +8,2068E+01 +6,3095E-01 +1,9703E-01 +8,0116E+01 +7,9430E-01 +1,9564E-01 +7,7543E+01 +1,0000E+00 +1,9296E-01 +7,4450E+01 +1,2589E+00 +1,8918E-01 +7,0718E+01 +1,5849E+00 +1,8356E-01 +6,6272E+01 +1,9952E+00 +1,7547E-01 +6,0903E+01 +2,5119E+00 +1,6479E-01 +5,4872E+01 +3,1623E+00 +1,5146E-01 +4,8465E+01 +3,9810E+00 +1,3477E-01 +4,1394E+01 +5,0118E+00 +1,1752E-01 +3,4182E+01 +6,3095E+00 +1,0176E-01 +2,9114E+01 +7,9430E+00 +8,4278E-02 +2,2958E+01 +1,0000E+01 +6,9501E-02 +1,7478E+01 +1,5849E+01 +4,6373E-02 +9,1528E+00 +1,9952E+01 +3,7941E-02 +5,6175E+00 +2,5119E+01 +3,1311E-02 +2,1395E+00

Calibration measurement with Solartron Metronix GmbH, Neue Knochenhauerstr.5, 38100 Braunschweig Magnetometer: 014 Date: 10/20/98 Time: 12:27:58 FREQUENCY MAGNITUDE PHASE Hz deg +1,0000E-03 +2,0026E-01 +9,0000E+01 +1,0000E-02 +2,0026E-01 +8,9614E+01 +1,0000E-01 +2,0024E-01 +8,8390E+01 +1,2589E-01 +2,0015E-01 +8,7997E+01 +1,5849E-01 +2,0016E-01 +8,7455E+01 +1,9953E-01 +1,9985E-01 +8,6800E+01 +2,5119E-01 +2,0021E-01 +8,5990E+01 +3,1623E-01 +1,9962E-01 +8,4973E+01 +3,9811E-01 +1,9896E-01 +8,3715E+01 +5,0119E-01 +1,9776E-01 +8,2166E+01 +6,3095E-01 +1,9760E-01 +7,9935E+01 +7,9430E-01 +1,9561E-01 +7,7512E+01 +1,0000E+00 +1,9334E-01 +7,4487E+01 +1,2589E+00 +1,8886E-01 +7,0477E+01 +1,5849E+00 +1,8411E-01 +6,6191E+01 +1,9952E+00 +1,7547E-01 +6,0727E+01 +2,5119E+00 +1,6464E-01 +5,4832E+01 +3,1623E+00 +1,5150E-01 +4,8296E+01 +3,9810E+00 +1,3553E-01 +4,1562E+01 +5,0118E+00 +1,1739E-01 +3,4596E+01 +6,3095E+00 +1,0000E-01 +2,8227E+01 +7,9430E+00 +8,4191E-02 +2,2419E+01 +1,0000E+01 +6,9406E-02 +1,7469E+01 +1,5849E+01 +4,6441E-02 +8,9493E+00 +1,9952E+01 +3,7930E-02 +5,0855E+00 +2,5119E+01 +3,1344E-02 +1,5861E+00

1E-3 0.01 0.1 1 10

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

Fase/100 (graus)

Amplitude

Calibração bobina Metronix KIM 863 (013)

Resposta

Frequência (Hz)

1E-3 0.01 0.1 1 10

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

Fig. 4.4 - Curva de resposta da bobina KIM 863 Metronix S/N 13.

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61

1E-3 0.01 0.1 1 10

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

Fase/100 (graus)

Amplitude

Calibração bobina Metronix KIM 863 (014)

Resposta

Frequência (Hz)

1E-3 0.01 0.1 1 10

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

Fig. 4.5 - Curva de resposta da bobina KIM 863 Metronix S/N 14.

Pelas curvas das Figuras 4.4 e 4.5, podemos notar que as faixas de freqüência, onde as

bobinas apresentam uma resposta plana se inicia em 0,001 Hz, e vai até em torno da

freqüência de 4,0 Hz, faixa na qual a sensibilidade das bobinas permanece praticamente

constante, conforme dado fornecido pelo fabricante apresentado na Tabela 3.1 do Capítulo 3.

A Tabela 4.6 apresenta os resultados obtidos para os ganhos, nas diversas faixas de freqüência

das Pc´s. (* - freqüência de pico)

Tabela 4.6 – Ganho médio dos filtros (KIM 863).

Tipo Freqüência Sensibilidade Ganhomédio

Pc5 2 mHz 0,4 V/nT 0,089

Pc4 7,6 mHz 0,4 V/nT 0,625

Pc3,2 56,7 mHz 0,4 V/nT 10,42

Pc1 1 Hz 0,4 V/nT 69,44

Com os resultados obtidos para o ganho dos amplificadores, podemos dividir a faixa total da

freqüência de interesse em três sub faixas, apresentadas na Tabela 4.7.

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62

Tabela 4.7 – Faixa de freqüência dos filtros em função do ganhomédio (KIM863).

Pulsação (tipo) Faixa de frequência Ganhomédio

Pc5 a Pc4 0,8 mHz – 20 mHz 1

Pc3,2 20 mHz – 200 mHz 10

Pc1 200 mHz – 5Hz 70

Os ganhos determinados valem para médias e altas latitudes, em baixas latitudes este ganho

deve ser algumas vezes maior, devendo o valor correto ser especificado no local de coleta de

dados, com análise prévia do sinal.

Pela comparação dos resultados obtidos para os modelos de bobinas BF4 e KIM 863, conclui-

se que para o modelo BF4, o filtro analógico utilizado no tratamento dos dados, pode ser

projetado de maneira a abranger praticamente toda a faixa de freqüência das Pc´s, pois a

variação do ganho é relativamente pequena, devido à atenuação do sinal em determinada faixa

de freqüência provocada pela resposta da bobina.

As bobinas modelo KIM 863, com uma resposta plana praticamente em toda a faixa de

interesse, requerem filtros específicos para cada tipo de Pc, ou seja, com a utilização desta

bobina, devemos focar o estudo em um determinado evento, de maneira a se projetar o filtro

na faixa específica de interesse.

4.2 INTERFACE ANALÓGICA

Os sinais provenientes dos sensores são levados à interface analógica através de cabos.

Embora, a idéia inicial seja de se utilizar somente sensores de campo magnético para o estudo

proposto, a interface analógica projetada permite a entrada de sinais originados por sensores

de campo elétrico [Keller, 1966]. Basicamente o que muda na interface é o circuito de

entrada e o ganho a ser dado ao sinal de saída. No caso de se utilizar sensores de campo

elétrico, o circuito de entrada deve ser um amplificador na configuração diferencial de

maneira a eliminar tensões de modo comum induzidas na linha. Já os sinais provenientes dos

sensores de campo magnético, têm como circuito de entrada um amplificador em

configuração seguidor de tensão, de maneira a se obter uma alta impedância de entrada no

circuito.

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63 A seleção da entrada é feita por jumpers colocados na placa de circuito impresso, de maneira

a se ter em uma única placa os circuitos que recebem e tratam tanto sinais magnéticos, como

elétricos. A Figura 4.6 apresenta um diagrama de blocos dos circuitos utilizados para

tratamento dos sinais.

Sensor Magnético

Sensor Elétrico

AmplificadorDiferencial

Buffer

notch(60Hz)

notch(180Hz)

Passa-baixa4 pólos

Passa-alta2 pólos Sinal de saída

Jumpers

Amplificador

Fig. 4.6 – Diagrama de blocos da Interface Analógica.

4.3 PROJETO DOS FILTROS

O filtros passa-baixa e passa-alta utilizados nesta interface possuem configurações clássicas.

Os valores dos elementos passivos destes filtros são obtidos a partir do desenvolvimento da

função de transferência. Com a obtenção da função de transferência valores comerciais de

componentes são substituídos em um programa escrito em BASIC, de maneira a se obter os

valores práticos dos componentes em cada faixa de freqüência.

A obtenção da curva de resposta teórica dos circuitos é feita utilizando-se o programa de

análise de circuitos PSPICE.

Neste capítulo é apresentado o projeto do filtro passa-faixa que engloba a faixa de pulsações

que vai de Pc4 a Pc1 (5mHz a 5Hz). O projeto do filtro específico para a faixa de freqüência

das pulsações tipo Pc1 é apresentado no Apêndice A.

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64 4.4 CIRCUITO DE ENTRADA (AMPLIFICADOR DIFERENCIAL OU BUFFER)

Uma configuração geral foi projetada para o circuito de entrada, de maneira a deixar a placa

versátil, quanto à necessidade de possíveis modificações neste circuito. Os jumpers JMP01 a

JMP07, bem como os componentes representados de forma pontilhada, R1 a R4, foram

colocados no projeto para se ter uma flexibilidade nos testes do circuito de entrada.

Para a utilização de sinal de campo elétrico, o jumper JP1 é conectado ao eletrodo que serve

como referência para terra do sistema. Os jumpers JP2 e JP3 são utilizados para dar

continuidade ao sinal elétrico (pino 1 ligado ao pino 2) ou para conectar a entrada do sinal

magnético (pino 3 ligado ao pino 2). A Figura 4.7 apresenta o circuito de entrada dos sinais.

-V

Ref_Terra

+

-

U1OP97

3

26

7 1

48

JMP06

12

(Sul)(Oeste)

R41k

JMP05

12

(Norte)(Leste)

+V

Eletrodo_central

Campo Elétrico

+V

+V

R71k

R121K

1

R101K

C4100nF

R111K

JP11 2

3

R11K

R61k

R_Campo_E

JMP011 2

-V

Campo Magnético

R_Campo Magnético

+

-

U3OP97

3

26

7 1

48

C210pF

Saída

(Sul)

R91K

C110pF

R210k

JMP021 2

R310k

C3100nF C5

10pF

JP2

1 23

JMP04

12

JMP071 2 +

-

U2OP97

3

26

7

14 8

-V

JP31 2

3

JMP03

12

Fig. 4.7 – Esquema do circuito de entrada.

4.5 FILTRO ELIMINA FAIXA (NOTCH)

A saída do circuito de entrada é levada a um filtro elimina-faixa (notch), centrado em 60 Hz e

outro centrado em 120 ou 180Hz (opcional). Os filtros notch de 120 e 180 Hz foram deixados

como opção de utilização em aquisição de dados para sinais de freqüências acima de 100 Hz.

* * Entrada para sinal de campo elétrico.

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65 Embora o filtro passa-baixa utilizado corte o sinal em freqüência bem abaixo de 60 Hz, a

necessidade do filtro notch torna-se clara com a análise de dados, onde se pode verificar a

presença de ruído eletromagnético ambiental. Isto ocorre devido ao fato de o sinal de 60 Hz

ser muito forte e a atenuação do passa-baixa (65 dB em 60 Hz), ainda permitir a passagem

deste sinal.

Dois filtros notch diferentes são testados. As Figuras 4.8 e 4.9 apresentam os diagramas

esquemáticos dos mesmos. A opção por se utilizar dois esquemas diferentes, também se faz

necessária para tornar o sistema mais versátil. Em outras aplicações, onde o passa-baixa é

projetado para freqüências acima de 100 Hz, ocorre a necessidade um filtro notch com uma

curva mais fechada, dessa forma o filtro apresentado na Figura 4.9, sugerido por Fellot

apresenta um comportamento mais adequado para tais aplicações. [Fellot, 1977].

A utilização destes dois circuitos diferentes, requer a confecção de dois tipos diferentes de

placas, uma utilizando o notch1 [Stout, 1976 – pág. 13.5] e outra utilizando o notch_Fellot.

C8

2.4 nF

R142M

+

-

U4OP97

3

26

7 1

48

+V

C61.2 nF

R132M

Entrada_Notch

R151M

C910pF

+

-

U5OP97

3

26

71

48

C1010pF

P110K

13

2

C71.2 nF

Entrada Passa-faixa

-V

Saída_Notch

+V

-V

Saída do circ.entrada

Fig. 4.8 – Esquema do circuito notch1.

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66

C1012KpF

+V

Saida_Notch

Entrada_Notch

R23100K

R3045K5

+

-

U6OP97

3

26

7 1

48

-V

R2251K

-V

R277K5

+

-

U7CA3140

3

26

74

R293K

R2510K

R2810K

Saída Circ._entrada

+V

Entrada Passa-faixa

R26205K

R24205K

C930pF

C1112KpF

Fig. 4.9 – Esquema do circuito notch_Fellot.

As Figuras 4.10 e 4.11 apresentam as curvas de resposta teórica do circuito notch1 e do

circuito notch_ Fellot respectivamente, obtidas utilizando um programa de análise de

circuitos.

Frequency

1.0Hz 3.0Hz 10Hz 30Hz 100Hz 300Hz 1.0KHzVdB(R4:2)

-30

-20

-10

0

Fig. 4.10 -Resposta em freqüência do filtro notch 60Hz – Curva teórica.

Frequência (Hz)

Ganho (dB)

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67

Frequency

1.0Hz 3.0Hz 10Hz 30Hz 100Hz 300Hz 1.0KHzVdB(R4:1)

-30

-20

-10

0

Fig. 4.11 - Resposta em freqüência do filtro notch_Fellot 60Hz – Curva teórica.

4.5.1 OBTENÇÃO DA CURVA DE RESPOSTA PRÁTICA DOS FILTROS

O esquema de teste utilizado para obtenção da curva de resposta prática dos filtros é

apresentado na Figura 4.12. O analisador de resposta em freqüência SM2001A (S.E. LABS –

EMI) é ao mesmo tempo o excitador e o medidor da saída do circuito em teste. Sua faixa de

freqüência vai de 0,01 mHz a 1000 Hz, com uma resolução de 0,1 dB e 0,2 graus

Fig. 4.12 – Esquema de teste da resposta em freqüência dos filtros.

Freqüência (Hz)

Ganho (dB)

Ganho Fase

ANALISADOR SM 2001

Saída Entrada

PCI (teste)

FONTE DE ALIMEN-TAÇÃO

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68 A Tabela 4.8 apresenta os dados práticos de resposta do filtro notch1 e a Figura 4.13

apresenta a curva de resposta prática deste filtro, para um sinal de entrada senoidal com

amplitude de 1,0 Volt.

Tabela 4.8 – Medidas do teste do filtro notch1 - 60 Hz

Freqüência (Hz)

Amp.-saída

Ganho (dB)

continuação Tabela 4.8

0,1 1,0 0,0 : : : : : : 57,0 0,08 -20,6 : : : 58,0 0,08 -22,9

4,0 1,0 0,0 59,0 0,06 -24,2 5,0 0,98 -0,4 60,0 0,05 -28,0 6,0 0,96 -0,4 61,0 0,04 -30,4 7,0 0,94 -0,5 62,0 0,01 -31,8 8,0 0,92 -0,8 63,0 0,02 -34,0 9,0 0,90 -0,9 64,0 0,02 -34,0 10,0 0,89 -0,9 65,0 0,04 -29,1 15,0 0,75 -2,2 70,0 0,09 -21,8 20,0 0,62 -4,2 80,0 0,14 -17,5 25,0 0,52 -6,4 90,0 0,19 -14,4 30,0 0,42 -7,5 100,0 0,26 -11,9 35,0 0,32 -9,5 110,0 0,31 -10,5 40,0 0,26 -11,8 140,0 0,44 -7,2 45,0 0,19 -14,2 170,0 0,52 -5,4 50,0 0,12 -17,5 200,0 0,61 -3,9 55,0 0,10 -38,9 250,0 0,71 -2,9 56,0 0,09 -20,2 300,0 0,78 -2,1

: : : 500,0 0,90 -0,8

0.1 1 10 100 1000

-35

-30

-25

-20

-15

-10

-5

0

5Curva prática Notch 60 Hz convencional

Ganho (dB)

Frequência (Hz)

0.1 1 10 100 1000

-35

-30

-25

-20

-15

-10

-5

0

5

Fig. 4.13 – Resposta em freqüência do filtro notch1.

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69 A Tabela 4.9 apresenta os dados práticos de resposta do filtro notch_Fellot e a Figura 4.14

apresenta a curva de resposta prática deste filtro, para um sinal de entrada senoidal com

amplitude de 1,0 Volt.

Tabela 4.9 – Medidas do teste do filtro notch_Fellot

Freqüência (Hz)

Amp.-saída

Ganho (dB)

continuação Tabela 4.9

1 10 20 30 40 50 52 54 56 58 59 60

1 1 1 1 1

0,92 0,89 0,82 0,68 0,42 0,24 0,01

0 0 0 0 0

-0,9 -1

-1,6 -3,4 -7,8 -12,4 -34

: 61 62 64 66 68 70 80 90 100 120 140

: 0,18 0,34 0,6 0,75 0,85 0,89 0,95 0,98 0,99

1 1

: -15 -8,4 -4,4 -2,5 -1,5 -0,8 -0,4 -0,1 -0,1

0 0

10 100

-35

-30

-25

-20

-15

-10

-5

0

5Curva prática Notch 60Hz Fellot

Ganho (dB)

Freqüência (Hz)

10 100

-35

-30

-25

-20

-15

-10

-5

0

5

Fig. 4.14 – Resposta em freqüência do filtro notch_Fellot.

4.6 FILTRO PASSA-FAIXA

O projeto de duas faixas de filtros é apresentado neste trabalho. Uma primeira faixa que vai de

5,0 mHz a 5,0 Hz, para utilização com bobinas que apresentam uma resposta conforme as

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70 modelo BF4, tem seus resultados apresentados neste capítulo. Os resultados referentes à

segunda faixa (500 mHz a 5 Hz), que limita a passagem do sinal a faixa de freqüência das

pulsações tipo Pc1 e utilização de bobinas que apresentam uma resposta conforme as modelo

KIM 863, são apresentados no Apêndice A.

O circuito passa-faixa, é constituído de um passa-baixa com 4 pólos e um passa-alta com dois

pólos. Os filtros são do tipo Butterworth, de maneira a se obter resposta plana na faixa de

passagem do sinal. A utilização de um passa-baixa de 4 pólos serve para evitar que sinais de

eventos acima de 7 Hz (cavidades ressonantes) interfiram na aquisição de dados das pulsações

tipo Pc1.

Os circuitos utilizados na implementação destes filtros são as estruturas conhecidas como

Sallen Key. Estes circuitos utilizam um amplificador ligado a uma rede passiva RC, gerando

uma função de transferência de 2ª ordem. A complexidade de um filtro pode ser ajustada

selecionando o número de pólos e zeros. Quanto maior o número de pólos, melhor o

desempenho do filtro, porém mais componentes eletrônicos são utilizados para a

implementação do mesmo. Filtros de ordens maiores (mais pólos) podem ser construídos,

ligando-se filtros de 2ª ordem em cascata, ou seja, filtros de quatro, seis e oito pólos são

formados, ligando-se em cascata 2, 3 e 4 circuitos de filtros de 2ª ordem respectivamente.

Este tipo de circuito é muito utilizado, em aplicações de pesquisa e desenvolvimento, onde

normalmente são construídas poucas unidades.

Em produções de grande escala, normalmente são utilizados filtros fabricados em circuitos

integrados, que utilizam filtros a capacitores chaveados. Em nossa aplicação específica, estes

filtros não são indicados, pela possível interferência que possam ocasionar nos sinais.

4.6.1 FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DOS FILTROS

A determinação dos valores dos elementos passivos (R e C) dos circuitos é obtida, a partir do

desenvolvimento teórico da função de transferência dos circuitos apresentado a seguir. A

Figura 4.15 apresenta um diagrama geral da topologia dos filtros utilizados.

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71

VoZ1

Z4

Z3

Z2 +

-i2i

i1

V1

Vi V 2

Fig. 4.15 – Diagrama geral dos filtros.

21 iii += Eq. 4.2

2221 iZVV ⋅+= Eq. 4.3

oViZV =⋅= 242 Eq. 4.4

(definição de Op. Amp), logo subst. (4.3) em (4.2) temos (4.4)

221 iZVV o ⋅+= Eq. 4.5

2221 ViZiZVi ++= = 0221 ViZiZ ++ Eq. 4.6

0131 ViZiZVi ++= Eq. 4.7

De (4.7) temos (4.8):

13011 iZViZVi =−− Eq. 4.8

De (4.6) temos (4.9):

22011 iZViZVi =−− Eq. 4.9

logo:

1322 iZiZ = Eq. 4.10

23

21 i

ZZ

i = Eq. 4.11

De (4.1) temos (4.12):

23

22 i

ZZ

ii += Eq. 4.12

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72

+⋅=

3

22 1

ZZ

ii Eq. 4.13

De (4.3) e (4.7) temos (4.14):

2423

232

3

21 1 iZi

ZZ

ZiZZ

ZVi ⋅+⋅

+⋅

+⋅= Eq. 4.14

242223

21

24

1 iZiZiZZ

Z

iZVV

Gi

o

⋅+⋅+⋅

+⋅

⋅== Eq. 4.15

423

211

4

ZZZ

ZZZ

ZG

++⋅

+= Eq. 4.16

Eq. 4.17

Para filtro passa-baixa temos:

11 RZ = ; 22 RZ = ; sC

Z⋅

=1

31

; sC

Z⋅

=2

41

Eq. 4.18

logo:

2112

21

21

11

11

RRsCsC

RR

sCsCG

⋅+⋅

⋅++

⋅⋅

⋅= Eq. 4.19

212211

2

1

1

221

1

1

RRsCCsC

RsC

RsCC

G⋅+

⋅⋅+

⋅+

⋅⋅= Eq. 4.20

( ) 213421

43

ZZZZZZZZ

G⋅+⋅++

⋅=

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73

221

221212221

221

1

1

sCCsCCRRsCRsCR

sCCG

⋅⋅⋅⋅⋅⋅++⋅⋅+⋅⋅

⋅⋅= Eq. 4.21

221212221 1

1sCCRRsCRsCR

G⋅⋅⋅⋅++⋅⋅+⋅⋅

= Eq. 4.22

Dividindo numerador e denominador por R1.R2.C1.C2, temos (4.23):

(

( sd

Comparando a expressão acima com a expressão geral da função de transferência para filtros

passa-baixa.

( ) 200

20

2 ωωτω

+⋅⋅⋅+⋅

ssK

Eq. 4.24

temos (4.25):

2121

02121

20

11

CCRRCCRR ⋅⋅⋅=

⋅⋅⋅= ωω Eq. 4.25

Como 00 2 f⋅⋅= πω , logo:

11210

112

CRRC ⋅+

⋅=⋅⋅ ωτ Eq. 4.27

21211112

2

2121

111

1

CCRRs

CRCRs

CCRRG

⋅⋅⋅+⋅

⋅+

⋅+

⋅⋅⋅=

2121

02

1

CCRRf

⋅⋅⋅⋅⋅=

π

Eq. 4.23)

Eq. 4.26

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74

( )21

21211112

1121

CCRRCRCR

⋅⋅⋅⋅

⋅+

⋅=τ Eq. 4.28

( )21

2121121

21

21

CCRRCRR

RR⋅⋅⋅⋅

⋅⋅+

=τ Eq. 4.29

logo:

O fator de damping, ττττ, determina a forma de Avc (ganho de tensão do circuito em função da

freqüência), na freqüência próxima da região de corte (fcp). Baixos valores de ττττ, fazem com

que a curva de resposta em freqüência apresente mais picos próximo da freqüência do pólo. O

parâmetro ττττ é relacionado ao parâmetro Q (fator que determina a altura do pico na resposta

em freqüência), pela fórmula Q21=τ . Para os filtros tipo Butterworth, o valor tabelado de ττττ

é de 0,7072 [Stout, 1976].

Para o filtro passa-baixa de 4ª ordem os valores de R e C devem ser calculados, para se obter

um valor de ττττ = 0,84 (2ª ordem – Butterworth), de maneira a se ter um valor final de ττττ (filtro

4ª ordem) de aproximadamente 0,7072 (ττττ para Butterworth),

70,0)84,084,0(21 =×=⋅= τττ final

Para filtro passa-alta temos:

sCZ

⋅=

11

1;

sCZ

⋅=

22

1; 13 RZ = ; 24 RZ = Eq. 4.31

Substituindo na expressão geral da função de transferência

( ) 213421

43

ZZZZZZZZ

G⋅+⋅++

⋅= Eq. 4.32

temos:

21

121

221

2

⋅⋅+

=CRR

CRRτ

Eq. 4.30)

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75

sCsCRR

sCsC

RRG

⋅⋅

⋅+⋅

+

⋅+

⋅=

2112

21

21

1111 Eq. 4.33

Com o desenvolvimento da expressão acima e comparando a expressão geral da função de

transferência para filtros passa-alta, obtêm-se as expressões 4.34 e 4.35.

Um filtro passa-alta de 2ª ordem é utilizado neste projeto, portanto os valores de R e C

deverão ser calculados, de maneira a termos ττττ = 0,7072.

4.6.2 DETERMINAÇÃO DOS VALORES DOS COMPONENTES PASSIVOS

Para determinação dos valores dos componentes, foi desenvolvido um programa em BASIC, a

partir das expressões obtidas no desenvolvimento da função de transferência, de maneira a se

poder variar os valores dos componentes para se obter os valores esperados de ττττ e da

freqüência de corte. Optou-se por fixar os valores dos capacitores (valores comerciais) e

variar os valores dos resistores até se encontrar valores (comerciais) que dessem a resposta

desejada.

Os programas utilizados para os cálculos dos componentes e as janelas que apresentam os

resultados de ττττ e da freqüência em cada uma das faixas são apresentados no Apêndice A. A

Tabela 4.10 apresenta os valores dos componentes determinados para cada faixa de

freqüência.

2121

02

1

CCRRf

⋅⋅⋅⋅⋅=

π

21

12

2121

22

11

21

21

⋅⋅

+

⋅⋅

=CRCR

CRCRτ

Eq. 4.34

Eq. 4.35

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76 Tabela 4.10 – Valores dos componentes passivos dos filtros nas diversas faixas de freqüência.

Passa-alta Passa-baixa

Faixa de freqüência Capacitor Resistor Capacitor Resistor

5 mHz – 5 Hz 47µF/47µF 10MΩ/20MΩ 100nF/47nF 562KΩ/150KΩ

500 mHz – 5 Hz 47µF/47µF 100K/200K 100nF/47nF 562KΩ/150KΩ

Os esquemas dos filtros passa-baixa e passa-alta que compõem o passa-faixa de 5 mHz a 5 Hz

são apresentados nas Figuras 4.16 e 4.17 respectivamente.

R39150K

+V

Saida_Notch

Entrada_passa-baixa

C1447nF

R36562K

Entrada_passa-alta

C1630pF

+V

C1930pF

R37150K

-V

+

-

U9LT1012

3

26

7

14 8

C1747nF

+

-

U10LT1012

3

26

7

14 8

-V

R38562K

C15100nF

C18100nF

Saida_passa-baixa

Fig. 4.16 – Esquema do circuito passa-baixa de 4ª ordem.

C204.7 uF

R4010 Meg

R4110 Meg

-V

Entrada_amplificador

R4310 K

13

2

Saída_passa-baixa

Saída_passa-alta

de ganho variável

+

-

U11CA3140

3

26

7 5

4 1

R4210 Meg

C214.7 uF

+VEntrada_passa-alta

C2210pF

Fig. 4.17 – Esquema do circuito passa-alta de 2ª ordem.

As curvas de resposta teórica dos filtros passa-baixa e passa-alta são apresentadas nas Figuras

4.18 e 4.19 respectivamente.

3140

3140

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77

-3dB em 4,77Hz

Frequency

1.0mHz 10mHz 100mHz 1.0Hz 10Hz 100Hz 1.0KHzVdB(U2:OUT)

-150

-100

-50

-0

Fig. 4.18 – Resposta em freqüência do filtro passa-baixa (Ganho x Freqüência).

-3dB em 2,43 mHz

Frequency

100uHz 1.0mHz 10mHz 100mHz 1.0Hz 10Hz 100Hz 1.0KHz 10KHz 100KHzVdB(R2:1)

-60

-40

-20

-0

Fig. 4.19 – Resposta em freqüência do filtro passa-alta (Ganho x Freqüência).

O esquema de teste utilizado na obtenção da curva prática do filtro passa-faixa é o mesmo

apresentado na Figura 4.12. A Tabela 4.11 apresenta os dados práticos e as Figuras 4.20 e

4.21 apresentam as curvas de resposta em freqüência do filtro passa-faixa referentes à placa 1.

Freqüência

Ganho(dB)

Ganho(dB)

Freqüência

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78

Tabela 4.11 – Medidas práticas do filtro passa-faixa – placa 1. Freqüência

(Hz) Amp.-saída

Fase (Graus)

Continuação Tabela 4.11

1E-3 0,002 0,003 0,004 0,005 0,006 0,007 0,008 0,009 0,01

0,015 0,02

0,025 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1 :

0,16 0,62 0,94 1,04 1,06 1,01 1,00 1,01 1,04 1,02 1,01

1 1,01 1,01

1 1

1,01 1 1 1 1 :

128,7 104,96

77,4 58,8 47,3 38

32,9 27,7 24

20,7 12,9 11,7 9,6 6,2 4,2 3,9 2,8 2,2 1,4 0,5 0,1 :

: 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

10 15 20 25

: 0,99

1 1

1,01 1

1,01 1,01 1,01 1,01 1,01 0,98 0,85 0,71 0,51 0,38 0,29 0,22 0,2 0,06 0,02 0,02

: -2,5 -5,1 -6,6 -10

-11,8 -12,1 -14,7 -17,3 -18,8 -38,1 -54,1 -68,1 -81,1 -97,1 -108,8 -116,5 -126,4 -135,5 177,7 140,4 120

1E-3 0.01 0.1 1 10

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2 Curva prática filtro passa faixa placa1

Amplitude (V)

Frequência (Hz)

1E-3 0.01 0.1 1 10

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

Fig. 4.20 – Resposta em freqüência do filtro passa-faixa (Amplitude x Freqüência) – placa 1.

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79

1E-3 0.01 0.1 1 10-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

Curva prática filtro passa faixa placa1

Fase (Graus)

Frequência (Hz)

1E-3 0.01 0.1 1 10

-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

Fig. 4.21 – Resposta em freqüência do filtro passa-faixa (Fase x Freqüência) – placa 1.

A Tabela 4.12 apresenta os dados práticos e as Figuras 4.22 e 4.23 apresentam as curvas de

resposta em freqüência do filtro passa-faixa referentes à placa 2, para um sinal de entrada

senoidal com amplitude de 1 Volt.

Tabela 4.12 – Medidas práticas do filtro passa-faixa - placa 2.

Freqüência (Hz)

Amp.-saída

Fase (Graus)

continuação Tabela 4.12

1E-3 0,002 0,003 0,004 0,005 0,006 0,007 0,008 0,009 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1 :

0,14 0,66 0,91 1,04 1,07 1,02 1,01 1,02 1,04 1,02 1,02 1,02 1,02 1,01 1,01 1,01 1,01 1,01 1,01 1,01 1,01

:

137,3 94,6 70,3 53,8 42,6 35,9 30,6 25,9 24,7 20,8 14,3 11 7,8 6,8 3,9 3,1 1,9 1,6 -0,5 -0,2 -1,4

:

: 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

10 15 20 25

: 1,01 1,01 1,01 1,01 1,01 1,01 1,01 1,01 1,01 1,01 0,96 0,82 0,68 0,48 0,36 0,26 0,22 0,18 0,06 0,02 0,04

: -4,8 -9,6 -11,6 -14,7 -18,4 -21,6 -24,6 -27,1 -31

-57,4 -82,1

-106,3 -130,1 -152,1 173,8 144,4 118,6 69,5 39,6 27,5 -30,7

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80

1E-3 0.01 0.1 1 10

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2Curva prática filtro passa faixa placa 2

Amplitude (V)

Frequência (Hz)

1E-3 0.01 0.1 1 10

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

Fig. 4.22 – Resposta em freqüência do filtro passa-faixa (Amplitude x Freqüência) – placa 2.

1E-3 0.01 0.1 1 10-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

Curva prática filtro passa faixa placa 2

Fase (Graus)

Frequência (Hz)

1E-3 0.01 0.1 1 10

-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

Fig. 4.23 – Resposta em freqüência do filtro passa-faixa (Fase x Freqüência) – placa 2.

È importante notar que a imprecisão apresentada na resposta prática dos filtros, não é

referente ao nível de ruído dos mesmos e sim a imprecisão do aparelho de medida utilizado

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81 (analisador dinâmico). O nível de ruído do sistema é apresentado no ítem 6.2 Cap. 6.

4.6.3 CIRCUITO AMPLIFICADOR DE GANHO AJUSTÁVEL

Na saída do filtro passa-faixa é colocado um amplificador de ganho ajustável, de maneira a se

adequar o nível de cada sinal à faixa útil do conversor analógico-digital (±5V). A seleção do

ganho será feita por jumpers na própria placa, uma vez que não será utilizada chave para

comutação de ganho. A Figura 4.24 apresenta o circuito do amplificador de saída da interface

analógica.

Entrada_amplif-saida

R50200K

1K

JP71 2

Saida_amplif.

R49100K

Entrada_MUX-ADC

JP91 2

C2410 pF

JP81 2

R475K

+V

R4810K

+

-

U12OP 97

3

26

7

14 8

-V

Saida_passa-alta

R461K

JP61 2

Fig. 4.24 – Esquema do circuito amplificador de ganho ajustável

As curvas teóricas e práticas referentes a faixa de 500 mHz a 5Hz são apresentadas no

Apêndice A e o esquema completo do circuito da interface analógica é apresentado no

Apêndice B.

4.7 LIMITAÇÕES PRÁTICAS DE FILTROS ATIVOS RC

Os componentes utilizados na implementação de um filtro ativo RC são os elementos que

decisivamente estabelecem o desempenho do circuito. Se todos os resistores, capacitores e

amplificadores operacionais fossem ideais, teoricamente as funções destes circuitos seriam

A precisão do ganho é obtida utilizando-se uma associação de resistores

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82 realizadas com precisão. Mas sabe-se que na prática estes componentes têm diversas

limitações, que alteram a resposta destes circuitos, devendo-se tomar alguns cuidados na

especificação dos mesmos.

4.7.1 ESPECIFICAÇÃO DOS COMPONENTES

O principal objetivo no projeto da interface analógica deve ser manter o ruído o mais baixo

possível (abaixo da resolução do conversor A/D). Desta forma especificou-se apenas

componentes de alta qualidade. Todos os resistores utilizados são de filme metálico (<50

ppm/oC, 1%) e os capacitores são de poliéster metalizado (<300 ppm/oC, 10%). Embora o

capacitor tenha uma precisão de 10%, o que se faz na prática é, através de medidas, obter

componentes com valores iguais para todos os filtros do sistema, de maneira a se obter curvas

de resposta bem similares.

Com relação aos amplificadores operacionais, embora eles tenham propriedades particulares

em seus parâmetros que podem afetar substancialmente o funcionamento do circuito, existe

no mercado um número grande destes dispositivos com características e especificações

próprias para a implementação de filtros ativos. Desta forma uma especificação correta deste

dispositivo, já elimina boa parte dos problemas que estes podem causar nos parâmetros dos

circuitos de filtros.

Devido a essa grande variedade, o layout da placa de circuito impresso, foi projetado de

maneira a permitir a troca deste dispositivo, apenas com a mudança de jumpers de ligação aos

pinos 1, 5 e 8, que são os que normalmente mudam de um tipo de dispositivo para outro

4.7.2 SENSIBILIDADE DOS CIRCUITOS

Muitas são as propriedades dos componentes que influenciam no desempenho destes

circuitos, não temos por objetivo apresentá-las e discuti-las uma a uma neste trabalho, mas é

uma questão fundamental e que deve ser levada em consideração no projeto deste tipo de

circuito. Uma boa referência sobre o assunto é o Capítulo 11 [Stephenson, 1985], onde além

de comentar detalhadamente a influência das variações destas propriedades nos parâmetros

dos filtros, apresenta também um estudo sobre a análise de sensibilidade clássica.

Page 83: SISTEMA DE MEDIDAS DE PULSAÇÕES GEOMAGNÉTICAS · 2015. 11. 12. · diversas formas de variações temporais. O estudo das variações do campo magnético terrestre – particularmente,

83 Uma análise detalhada da sensibilidade do circuito pode ser feita, utilizando-se a análise de

sensibilidade incremental, também chamada de computacional, que dá uma resposta bem mais

realista do que a análise clássica. O PSPICE é um exemplo de programa que dá uma resposta

detalhada, apresentando uma saída em forma de tabela, mostrando a influência da variação de

cada um dos dispositivos (capacitores, resistores, etc) nos parâmetros do circuito, nos pontos

de operação.

Desta forma pode-se utilizar a saída da análise de sensibilidade para verificar o

funcionamento do circuito em determinadas condições, analisando a tolerância do mesmo a

determinadas mudanças e ficar alerta a possíveis anomalias no funcionamento do mesmo.

Após o tratamento analógico, o sinal é levado à interface digital de tratamento dos dados, cuja

função é selecionar o sinal analógico a ser amostrado, convertê-lo em digital e transmitir

serialmente estes dados para o subsistema de armazenamento dos dados. Esta interface é

apresentada no Capítulo 5.

Page 84: SISTEMA DE MEDIDAS DE PULSAÇÕES GEOMAGNÉTICAS · 2015. 11. 12. · diversas formas de variações temporais. O estudo das variações do campo magnético terrestre – particularmente,

84

CAPÍTULO 5 – INTERFACE DIGITAL DE AQUISIÇÃO DOS DADOS

Este capítulo apresenta uma descrição detalhada das características da interface digital de

aquisição dos dados. A função desta interface é realizar a conversão do sinal analógico em

digital, adquirir os sinais da base de tempo e transmitir os dados para a unidade de

armazenamento dos dados. É composta basicamente pela unidade central de processamento

(Central Processing Unit, CPU), subsistema de digitalização dos sinais analógicos, por um

GPS e por um subsistema de recepção e armazenamento dos dados.

5.1 UNIDADE CENTRAL DE PROCESSAMENTO

Na escolha do microcontrolador optou-se pela família 8051, devido às ferramentas de

desenvolvimento já existentes no Laboratório de Geofísica do INPE e a utilização desta

família em outros projetos.

A placa da CPU é composta pelos seguintes elementos:

• Microcontrolador 80C32 (8-bits CPU);

• Oscilador de 12 MHz de freqüência do relógio;

• Circuito de Watch Dog Timer (WDT), para detecção de falhas na CPU;

• Três Timers/Counters de 16 bits;

• Uma porta serial Full Duplex UART - Serial A e Serial B, chaveadas com portas lógicas.

• 32 KBytes de EPROM; e

• 8 KBytes de RAM.

Na primeira versão do sistema, optou-se por utilizar memórias externas tipo RAM (6264) e

EPROM (27C256), de maneira a facilitar os testes do firmware. Na versão final pode ser

utilizado um microcontrolador da linha 89C da ATMEL com memória interna de 8Kbytes

tipo flash e RAM interna de 256 bytes, que supre com segurança as necessidades do projeto e

diminui consideravelmente o consumo deste subsistema. A Figura 5.1 apresenta o diagrama

de blocos da CPU.

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85

SERIAL

A

SERIAL

B

XTAL12.0MHz

EPROM

32K x 8

RAM

8K x 8

DIGITALI-ZAÇÃO

DOS

SINAIS

LATCH

DECODIFICADOR

.

B. ENDEREÇO

80C32 P2

P0

RXD

TXD

P1

SERIAL

PC

+ 5.5 VDCENTRADA

LINHAS DE I/O

BARRAMENTO ENDEREÇO

BARRAMENTO ENDEREÇO/DADO

ENDEREÇO

B. ENDEREÇO

B. ENDEREÇO

B.DADOS

B. ENDEREÇO

B. ENDEREÇO

LINHAS DE I/O

DISP. I/O

SINAIS ANALÓGICOS

+5.5V

GND

GPS

ResetReset

WDT

B.DADOS

Fig. 5.1 – Diagrama de blocos da CPU.

5.1.1 CIRCUITO DE RESET e WATCH DOG TIMER

Uma vez que o sistema será totalmente autônomo, para se evitar travamento imprevisto do

firmware, foi adicionado um circuito Watch Dog Timer, de maneira a ocorrer um reset do

sistema, caso ocorram problemas na “placa/firmware”. Para isto utilizou-se o CI HC4060,

cujo tempo é determinado pelos valores de Rx e Cx nas entradas de temporização CLOCK1 e

CLOCK2, dado pela fórmula T=2,2 Rx* Cx (Rx na entrada P0 e Cx na entrada P0/). A saída do

contador é ligada ao pino de Reset via uma porta lógica tipo AND de maneira a se possibilitar

um reset físico via hardware ou um reset por software via circuito de Watch Dog Timer.

Estes circuitos são apresentados na Figura 5.2.

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86

Fig. 5.2 – Circuitos de Reset e Watch Dog Timer.

5.1.2 CHAVEAMENTO DA SAÍDA SERIAL

Como o microcontrolador utilizado possui apenas uma entrada de dados serial (RXD) e no

projeto são necessárias duas, uma para leitura do GPS e outra para transmissão/recepção de

dados/comandos. Fez-se então, um chaveamento entre as duas entradas seriais utilizando-se

portas lógicas, possibilitando assim, fazer a leitura de dados de um ou outro de maneira

independente.

A taxa de transmissão/recepção é programada de acordo com a saída utilizada. Para a leitura

do GPS, utiliza-se uma taxa de 4800 bits por segundo (bps) e para a leitura do subsistema de

transmissão dos dados utiliza-se uma taxa de 19200 bps, cujo fator limitante é o modem

óptico utilizado. A Figura 5.3 apresenta o circuito de chaveamento da entrada serial do

microcontrolador.

JP1JUMPER

1 2

U1B

74HC00

4

56

U1A

74HC00

1

23

R115KD1

1N4148

VCC

U10

74HC4060

11

12

7546141315123

910

PI

RST

Q4Q5Q6Q7Q8Q9

Q10Q12Q13Q14

POPO

R4

22K

RESET

R2

R

C21.2KpF

R3

R

C110uF

P1.7

80C32

JP2

jumper1

123

R5

100K

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87

PC+C40.1uF

TX2_232

+C30.1uF

U2

8031

31

19

18

9

12131415

12345678

3938373635343332

2122232425262728

171629301110

EA/VP

X1

X2

RESET

INT0INT1T0T1

P1.0P1.1P1.2P1.3P1.4P1.5P1.6P1.7

P0.0P0.1P0.2P0.3P0.4P0.5P0.6P0.7

P2.0P2.1P2.2P2.3P2.4P2.5P2.6P2.7

RDWR

PSENALE/P

TXDRXD

VCC

+ C6

0.1uF

Serial

Serial_opcional

RX1_8031

TX1_8032

RX2_8031

U4B74HC08

4

56

U1D74HC00

12

1311

+ C5

0.1uF

RX2_232

U4D74HC08

12

1311

RX1_232

+

C70.1uF

U9D74HC32

12

1311

TX1_232

1

GPS2

U13

MAX232A

138

1110

1345

2

6

129

147

1615

R1INR2IN

T1INT2IN

C+C1-C2+C2-

V+

V-

R1OUTR2OUT

T1OUTT2OUT

VC

CG

ND

Fig. 5.3 – Circuito de chaveamento da serial.

5.2 DIGITALIZAÇÃO DOS SINAIS

O subsistema de digitalização dos sinais, responsável pela conversão do sinal analógico em

digital é composto dos seguintes componentes:

• Conversor A/D com 16 bits de resolução;

• Tensão de referência do A/D (5V);

• Multiplexador com oito canais de entrada:

• Sinal bobina N-S;

• Sinal bobina L-O;

• Tensão das baterias (±12V);

• Sensor de temperatura; e

• Três canais restantes, previstos para aquisição com dois sensores de campo elétrico

e uma bobina no sentido vertical.

• Relógio do A/D (máximo de 4 MHz);

• Alimentação do conversor A/D (±5,5V);

• Lógica de controle do conversor A/D (EOC, RST, CAL, INTRLV, CS, RD, etc.); e

• Saída de dados para microcontrolador (leitura dos sinais convertidos).

80C32

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88 A Figura 5.4 apresenta o diagrama de blocos do subsistema de digitalização dos sinais.

Conversor A/D

(16 bits)

Saída dedados

Lógica decontrole

ADC

Tensão deReferência

(ADC)

MUX(8canais)

CLK (ADC)

+ 5.5V-5.5VGnd

CPU+- 12 VdcENTRADA

Fig. 5.4 - Diagrama de blocos do subsistema de digitalização dos sinais.

O sinal digitalizado é disponibilizado em uma saída de 16 ou 8 bits. Neste projeto foi

utilizado saída de 8 bits, de maneira que a primeira leitura do A/D, seja dos oito bits menos

significativos (least significant byte, LSB) e a segunda leitura dos oito bits mais significativos

(most significant byte, MSB).

A alimentação do conversor A/D é ±5,5V, de maneira a permitir uma faixa de entrada do sinal

analógico de ±5,0V. Como a alimentação geral do sistema será ±12,0V (provenientes das

baterias), para obtenção das tensões requeridas, foram utilizados os reguladores de tensão LM

317 e LM 337, cujo circuito é apresentado na Figura 5.5. O conversor A/D necessita ainda, de

uma tensão de referência estável e para isto utilizou-se o CI LT1019-5, cujo circuito é

apresentado na Figura 5.6.

A grande dificuldade apresentada em projetos de conversores A/D com 16 bits ou mais de

resolução, é a elaboração do layout da placa de circuito impresso. Para se minimizar os

problemas, uma sugestão sempre apresentada nos manuais é a separação adequada entre os

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89 planos de terra (Ground) analógico e digital da placa. Outra sugestão é a utilização de filtro

entre a ligação destes planos, conforme apresentado na Figura 5.7.

U18LM117

3

1

2VIN

AD

J

VOUT

R16R

R19R

R21R

U19

LM137

3 1

2

IN OUT

AD

J

+ C191uF

+5.5V

R20R

R17R

-12V

R15R

C160.1uF

AGND

-5.5V

C180.1uF

+ C171uF

R14R

+12V

R18R

Fig. 5.5 – Circuito de alimentação do conversor A/D.

U21LT1019-5

2

73

6

4

5

INPUT

HEATTEMP

OUTPUT

GN

D

TRIMC24100nF

VRef

+ C2310uF

+12V

R242R6

AGND

+C2210uF

Fig. 5.6 – Circuito da tensão de referência do conversor A/D.

L1

2.2uH+ C26

10uF

VCC

C28100nF

AGND

+C2710uFC25

100nF

+5.5V

Fig. 5.7 – Filtro entre terra analógico e digital.

Os circuitos da CPU e da placa de digitalização dos sinais são apresentados no Apêndice B.

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90 5.3 SINCRONIZAÇÃO DO TEMPO ENTRE ESTAÇÕES

O sistema digital de aquisição terá a informação de tempo ajustada por um receptor GPS, com

a finalidade de se ter uma associação direta entre o instante de tempo dado pelo relógio

interno do microcontrolador e o tempo real obtido pelo receptor GPS.

Um dos principais métodos de obtenção de dados para o estudo das pulsações geomagnéticas

consiste na instalação de um array de sistemas de coleta de dados, por exemplo, em uma

mesma latitude, de maneira a se fazer uma análise comparativa dos dados provenientes das

diversas estações. Sendo assim, é de supra importância a sincronização do tempo durante a

aquisição nas diversas estações.

5.3.1 GPS (GLOBAL POSITIONING SYSTEM)

A sigla GPS é uma abreviatura de NAVSTAR GPS, que significa Navigation System with

Time and Ranging Global Positioning System e designa um sistema de radio navegação via

satélite. Trata-se de um Sistema de Posicionamento Global (Global Positioning System)

baseado na existência de 27 satélites (24 ativos e 3 suplentes), que foram colocados em órbita

pelo Departamento de defesa norte-americano.

Fornece ao usuário, desde que munido de um receptor de sinais do sistema GPS, coordenadas

precisas de posicionamento tridimensional e informações de navegação e tempo. Na

realidade, convencionou-se chamar o receptor GPS simplesmente de GPS, o que teoricamente

é um erro, pois GPS, se refere a todo o sistema (satélites, receptores, bases).

5.3.2 CRITÉRIO DE ESCOLHA DO GPS

Existe uma grande disponibilidade de receptores GPS no mercado. Para facilitar o

desenvolvimento do sistema alguns critérios foram utilizados para especificação do mesmo,

são eles:

• facilidade de interfaceamento (dados via saída serial);

• dimensão (9,6 X 5,6 X 2,6 cm);

• tensão de alimentação (10 a 30V);

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91

• sistema completo em montagem única (antena e recepção/transmissão); e

• montagem a prova d`água, própria para utilização em campo a céu aberto.

O receptor GPS escolhido foi o modelo GPS 35/36 do fabricante GARMIN, cujas

informações são disponibilizadas via RS232, a cada segundo. A leitura destas informações

será feita a cada ½ (meia) hora, via interrupção do microcontrolador (INT0).

5.3.3 FORMATAÇÃO DOS DADOS DO GPS

A saída do GPS, disponibilizada a cada segundo e com uma taxa de transmissão de 4.800 bps

(bits por segundo), segue o formato apresentado a seguir.

$GPRMC,181846,V,2312.6177,S,04551.5084,W,000.0,000.0,191001,020.1,W*7C

$GPGGA,181846,2312.6177,S,04551.5084,W,0,00,,,M,,M,,*59

$GPGSA,A,1,,,,,,,,,,,,,,,*1E

$GPGSV,3,1,11,03,51,227,,06,09,036,,14,47,011,,15,40,127,*73

$GPGSV,3,2,11,17,25,109,,18,38,149,,21,64,205,,22,23,303,*78

$GPGSV,3,3,11,23,08,136,,29,26,349,,31,15,219,,,,,*49

$GPRMC,181847,V,2312.6177,S,04551.5084,W,000.0,000.0,191001,020.1,W*7D

$GPGGA,181847,2312.6177,S,04551.5084,W,0,00,,,M,,M,,*58

$GPGSA,A,1,,,,,,,,,,,,,,,*1E

$GPGSV,3,1,11,03,51,227,,06,09,036,,14,47,011,,15,40,127,*73

$GPGSV,3,2,11,17,25,109,,18,38,149,,21,64,205,,22,23,303,*78

$GPGSV,3,3,11,23,08,136,,29,26,349,,31,15,219,,,,,*49

Alinha $GPRMC, apresenta todas as informações necessárias ao projeto, conforme descrito a

seguir:

$GPRMC,<1>,<2>,<3>,<4>,<5>,<6>,<7>,<8>,<9>,<10>,<11>

<1> UTC time of position fix, hhmmss format

<2> Status, A=Valid position, V=NAV receiver warning

<3> Latitude, ddmm.mmmm format

<4> Latitude hemisphere, N or S

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92 <5> Longitude, ddmm.mmmm format

<6> Longitude hemisphere, E or W

<7> Speed over ground 0,0 to 999,9 knots

<8> Course over ground, 000,0 to 359,9 degrees

<9> UTC date of position fix, ddmmyy format

<10> Magnetic variation, 000,0 to 180,0 degrees

<11> Magnetic variation direction, E or W

<12> Mode indicator (only output if NMEA 2.30 active)

5.4 TRANSMISSÃO DOS DADOS

A transmissão digital dos dados é feita serialmente, opcionalmente, através de um sistema de

modem/fibra óptica. O critério de escolha desse item foi a utilização de modelos comerciais

que suprissem as necessidades do projeto, no que diz respeito às dificuldades apresentadas nas

diversas estações, como fibra óptica resistente a baixas temperaturas e proteção contra

roedores.

5.5 SUBSISTEMA RECEPÇÃO E ARMAZENAMENTO DOS DADOS

Na escolha do subsistema de armazenamento dos dados, alguns critérios são pré-

estabelecidos, de maneira a se fazer uma escolha adequada para atender aos requisitos do

sistema, no que diz respeito à capacidade de armazenamento dos dados e formatação que

permita uma fácil recuperação dos dados.

Pela evolução apresentada pelas CPU´s e periféricos para PC, optou-se pela utilização de um

sistema baseado em microcomputadores PC´s industriais, que além da robustez necessária aos

equipamentos utilizados em campo, apresentam uma variedade de opções quanto ao tamanho,

consumo e periféricos para armazenamento dos dados. Outra grande vantagem deste tipo de

sistema é a grande variedade de periféricos externos para gravação dos dados, o que facilita a

retirada e o transporte dos dados, sem que para isto tenha que se abrir ou mexer no sistema

principal. Desta forma os dados podem ser armazenados em hard disk, memórias tipo flash,

Disk On Chip.

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93 A utilização de um Watch Dog Timer, nesta parte do sistema também é de fundamental

importância. Estes circuitos são previstos nas placas especificadas, de maneira a se selecionar

um intervalo de time out para o software, no caso de falha ou travamento deste subsistema.

5.5.1 MONITORAÇÃO DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA

Uma vez instalado todo o sistema e disparado o processo de aquisição, por questão de

segurança, o teclado e o monitor do subsistema de armazenamento dos dados são retirados.

Desta forma está previsto um dispositivo de monitoração de funcionamento do sistema, que

consiste basicamente de uma interface de saída para um display de cristal líquido, onde são

mostrados alguns parâmetros que caracterizam o funcionamento do sistema. O programa de

recepção dos dados retira a informação de tempo do frame recebido e atualiza periodicamente

a informação no display. A Figura 5.8 apresenta o diagrama da interface de monitoração do

funcionamento e o diagrama esquemático é apresentado no Apêndice B.

Barramento PC (PCI)

Interface de saída para display LCD 16 x 2

Fig. 5.8 – Diagrama da monitoração de funcionamento do sistema.

A escolha de não utilização do teclado no PC, pode ser feita no setup da BIOS do sistema na

opção “Keyboard ON/OFF”.

5.6 PROGRAMAÇÃO DO SISTEMA

Em um sistema de aquisição de dados, um parâmetro de grande relevância é a definição da

taxa de amostragem dos sinais, de maneira a recuperarmos o sinal amostrado corretamente.

Para se acompanhar a evolução temporal de um sinal elétrico deve-se medi-lo em intervalos

menores do que o tempo para o qual se esperam mudanças significativas de seu valor. A taxa

com que se repetem as medidas é chamada de taxa ou freqüência de amostragem (fa).

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94 5.6.1 - TEOREMA DA AMOSTRAGEM E O PROBLEMA DE ALIASING

Uma pergunta que se faz na hora de amostrar um sinal refere-se ao valor correto da taxa de

amostragem. Uma resposta simples é que, se pudermos reconstruir o sinal analógico a partir

das amostras adquiridas, significa que a amostragem do sinal foi feita de forma adequada.

Dois termos são largamente utilizados quando se trata de obter a taxa ou freqüência correta da

amostragem de sinal, freqüência de Nyquist ou taxa de Nyquist.

O teorema da amostragem de Nyquist demonstra, que a freqüência de amostragem necessária

para reconstrução do sinal, deve ser no mínimo duas vezes a freqüência máxima do sinal

amostrado (fa > 2fm). Aliasing ocorre quando a taxa de amostragem está abaixo da freqüência

mínima indicada. Ao se reconstruir o sinal amostrado, nota-se a presença de freqüências que

não estavam presentes no sinal original, adulterando a medida.

É importante notar que, mesmo que não se esteja interessado em valores de freqüência acima

de um determinado valor, estas componentes devem ser filtradas analogicamente antes de

digitalizarmos o sinal, pois através do aliasing, o ruído de alta freqüência será convertido em

ruído de baixa freqüência, piorando assim a qualidade da medida nas freqüências de interesse.

Como regra prática deve se usar, sempre que possível fa da ordem de 10 vezes a fm.

A Figura 5.9 apresenta ilustrações de sinais amostrados de maneira correta e incorreta no que

se refere à taxa de amostragem. Sabendo-se que um sinal contínuo é amostrado de forma

correta se as amostras contêm todas as informações necessárias para recriar o sinal original,

podemos dizer que as Figuras 5.9 (a), (b) e (c) são exemplos de amostragens que conseguem

reconstituir o sinal amostrado e a Figura 5.9 (d), apresenta um exemplo de uma amostragem

que não permite a reconstrução do sinal original, apresentando o problema de aliasing. Desta

forma, a freqüência do sinal original é maior do que a freqüência de Nyquist, resultando em

aliasing, onde a freqüência do dado amostrado é diferente da freqüência do sinal contínuo.

Como o aliasing corrompeu a informação, o sinal original não pode ser reconstruído a partir

das amostras [Steven, 1999].

Portanto para a aquisição de dados de sinais de pulsações, onde a maior freqüência do sinal

amostrado aparece em torno de 5 Hz, a menor taxa de amostragem aceitável, para

satisfazermos o teorema de Nyquist é 10 Hz, ou 10 amostras por segundo.

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95

Fig. 5.9 – Ilustração de taxas de amostragem adequadas e inadequadas *

*(a), (b), (c) ilustram amostragens feitas adequadamente de três ondas senoidais.

(d) ilustra o problema de aliasing, devido à taxa de amostragem inadequada.

Fonte: Steven, 1999

5.6.2 FIRMWARE

Para a descrição da programação do sistema, é utilizado como base o digrama de blocos da

arquitetura de comunicação entre as diversas partes do sistema apresentado na Figura 5.10. De

uma forma geral os dados são adquiridos pela placa de digitalização, e transmitidos ao PC via

serial A, a uma taxa de 19.200 bps, ou recebido da serial B vindo do GPS (taxa de 4.800 bps)

e transmitidos ao PC via serial A. A mudança entre a serial A e B é feita por chaveamento

lógico.

Tempo (ou número de amostras) Tempo (ou número de amostras)

Tempo (ou número de amostras) Tempo (ou número de amostras)

a. Freqüência = 0.0 (D.C) b. Freqüência = 0.0 9 da taxa de amostragem

b. Freqüência = 0.31 da taxa de amostragem b. Freqüência = 0. 95 da taxa de amostragem

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96

PlacaDigitalização

PLACA CPU

Serial PC

Serial GPS

Serial A

Serial B

Fig. 5.10 – Arquitetura de comunicação do sistema.

A aquisição dos sinais magnéticos se dará a uma taxa de 10 amostras por segundo, para cada

componente, sendo que cada amostra resultante será a soma de 1000 pontos (a média será

calculada posteriormente, no subsistema de recepção/armazenamento dos dados). São

previstos dois modos de programação do sistema, a saber:

• No primeiro modo, o subsistema digitalização/aquisição (subsistema 1) e o subsistema

recepção e armazenamento (subsistema 2), funcionam totalmente independentes, de

maneira a permitir uma reinicialização automática de cada um dos subsistemas em caso de

falha. Neste modo, enquanto o subsistema 1 fica sempre adquirindo e enviando dados, o

subsistema 2 fica esperando a chegada deles; e

• Num segundo modo de operação, modo de teste, é previsto uma troca de comandos

entre os dois subsistemas (ex.: reset do módulo 1, ajuste de relógio GPS e

microcontrolador, inicia aquisição, transmite dados, etc.). Os comandos são enviados

pelo subsistema 2 e são atendidos pelo subsistema 1 através da interrupção da serial.

5.6.3 REQUISITOS GERAIS DO FIRMWARE

Para atender as diversas funções do sistema, os requisitos gerais do firmware são:

• Inicialização dos parâmetros do sistema;

• Calibração entre o relógio do microcontrolador e do GPS;

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97 • Aquisição e transmissão dos dados de pulsações geomagnéticas (sinais L-O e N-S) com

taxa de 10 amostras por segundo, sendo cada componente a soma de 1000 pontos

adquiridos, totalizando 4 bytes por canal;

• A cada ½ (meia) hora adquirir os dados do GPS, e enviar ao PC;

• Juntamente com o frame de dados do GPS, adquirir e enviar dados de monitoração

(tensão das baterias e leitura do sensor de temperatura);

• Em cada frame calcular o check sum e anexar ao final do frame; e

• Retransmissão dos dados, caso necessário.

A Figura 5.11 apresenta o fluxograma das funções gerais do firmware.

Inicialização geral do sistema

Calibração GPS/RELÓGIO CPU

r

LOOP principal

- Ativa WDT (seta contador)

- Atendimento das Interrupções

- Leitura do GPS

- Aquisição dos dados

- Desativa WDT (reseta contador)

r

Fig. 5.11 – Fluxograma geral do firmware.

5.6.4 O PROTOCOLO

Levando em conta as duas situações de funcionamento do sistema:

• Subsistema de digitalização/transmissão e o subsistema de recepção/armazenamento

dos dados estarão fisicamente próximos ou,

• Ligação da comunicação através de fibra óptica.

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98 Portanto, com baixa probabilidade de erros na transmissão, o protocolo deve ser o mais

simples possível, de maneira a não complicar a programação dos subsistemas. Desta forma

adotou-se apenas a utilização de um check sum, com a possibilidade de retransmissão dos

dados, caso haja diferença entre o check sum transmitido e o recebido. A fórmula utilizada

para o cálculo do check sum é a seguinte:

1)( +−= BYTESFFCksum Eq. 5.1

onde:

BYTES, equivale ao byte menos significativo resultante da soma.

5.6.5 FORMATAÇÃO DOS DADOS

Os dados aparecem em três diferentes formatos de frames, cada um correspondendo a um tipo

de informação, são eles:

• Frame de informação de dados dos sensores;

• Frame de informação de dados do GPS e dados de monitoração; e

• Frame de informação da calibração GPS/Relógio do microcontrolador.

Estes frames são apresentados nas Tabelas 5.1 a 5.3.

Tabela 5.1 – Frame de Informação de dados dos sensores

Sincronismo Identificador (DADO/GPS)

Tempo inicio de

conversão

Tempo fim de

conversão

Sinal N-S (soma)

Sinal L-O (soma)

CKSUM

12 Bits 4 Bits 4 bytes 4 bytes 4 bytes 4 bytes 1 byte

Tabela 5.2 – Frame de Informação de dados GPS e monitoração

Sincronismo Identificador (DADO/GPS)

Dados GPS +Relógio µµµµC

Temp. sensor

Tensão (12V)

Tensão (-12V)

CKSUM

12 bits 4 bits 68 bytes 1 byte 1 byte 1 byte 1 byte

Tabela 5.3 – Frame de Informação de calibração GPS/Microcontrolador

Sincronismo Identificador (DADO/GPS)

Dados GPS (horário UT)

Relógio Microcontrolador CKSUM

12 bits 4 bits 8 bytes 4 bytes 1 BYTE

Page 99: SISTEMA DE MEDIDAS DE PULSAÇÕES GEOMAGNÉTICAS · 2015. 11. 12. · diversas formas de variações temporais. O estudo das variações do campo magnético terrestre – particularmente,

99 A partir das informações apresentadas nas Tabelas 5.1 a 5.3, a coleta de 1 mês de dados a uma

taxa de 10 amostras por segundo, utiliza um total de aproximadamente 500 MB de memória

para armazenamento destes dados.

O sincronismo é um conjunto de bytes que serve para identificar o início de um frame de

dados. A tabela 5.4 apresenta os bytes utilizados para sincronismo e identificador.

Tabela 5.4 – Sincronismo e Identificador

Sincronismo Identificador Descrição 0 Dado dos sensores 1 Calibração GPS/Relógio microcontrolador

EB9 2 Dados GPS : : F Erro check sum*

* Os bytes de sincronismo EB9F, são colocados no início de um frame onde a retransmissão foi feita por 6 vezes seguidas sem sucesso (check sum recepção diferente da transmissão).

5.6.6 TRATAMENTO DAS INTERRUPÇÕES

Dentre as interrupções disponíveis na linha do microcontrolador utilizado, as seguintes são

utilizadas:

• INT0: utilizada para ativar/desativar o flag de leitura do GPS a cada ½ (meia) hora;

• TIMER0: 2 bytes menos significativos do relógio/contador do microcontrolador – 66,5

ms);

• TIMER1: geração de tempo para ativar/desativar o flag de aquisição de dados – 50 ms; e

• TIMER2: geração de baud rate da serial.

5.6.6.1 INTERRUPÇÃO SERIAL

Através da interrupção serial a interface digital recebe e executa comandos provenientes do

subsistema de recepção/armazenamento dos dados, cujo formato é apresentado a seguir:

EB 9X CKSUM

onde

EB – Sincronismo; e

9X – Podendo variar de 90 a 9F, cada dígito refere a um determinado comando.

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100 5.7 RECEPÇÃO DOS DADOS

Visando facilidades na instalação do sistema, duas versões do programa de recepção foram

desenvolvidas, uma de uso final para aquisição dos dados, onde o subsistema de recepção dos

dados faz a leitura da interface serial, verifica o check sum, atualiza o parâmetro de

funcionamento no LCD e grava os dados em forma de arquivo. Esta versão do programa é

implementada em linguagem BASIC com pacote serial (QBS). No segundo modo do

programa de operação, visando testes funcionais do sistema no local de instalação, os dados

são recebidos e apresentados em uma tela gráfica e gravados em forma de arquivo. Versão

esta desenvolvida em linguagem de programação gráfica. A Figura 5.12 apresenta o

fluxograma geral do programa de recepção dos dados.

Recebe Dados

Lê serial

EB?Não

Sim

90?

92?

91?

Não

NãoSim

Sim

Sim Lê dadossensores

Lê dadosGPS

Lê dadosCalibração

CksumOK?

Não

Pederetransmissão

dos dados

Sim

Atualiza LCD(1º modo devisualização)

Grava dados

Saída para tela gráfica

(2º modo devisualização)

Fig. 5.12 – Fluxograma de recepção dos dados.

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101 Os fluxogramas da sub-rotina de interrupção da serial e das principais sub-rotinas do firmware

são apresentados no Apêndice C.

5.8 TESTES DA INTERFACE DIGITAL

Para a realização dos testes funcionais das placas da interface digital e firmware, foi utilizado

um programa monitor gravado na EPROM da CPU (Unidade Central de Processamento),

onde o programa assembly já codificado em hexadecimal é carregado na RAM através da

comunicação entre as saídas seriais do PC e da CPU, possibilitando a execução de diversos

comandos de comunicação entre os dois subsistemas. A Figura 5.13 apresenta a tela do

programa monitor, mostrando os comandos disponíveis e as áreas de visualização do

comando enviado (BUFFER TX) e da resposta recebida (TERMINAL).

Fig. 5.13 – Tela do programa monitor.

Para a verificação do teste funcional completo, foi utilizado o programa de recepção dos

dados com saída gráfica, cuja tela é apresentada na Figura 5.14.

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102

Fig. 5.14 – Tela de visualização dos dados recebidos.

Após a realização dos testes funcionais das diversas partes do sistema, partiu-se para a

realização dos testes mais específicos, para obtenção dos dados técnicos do sistema, relativos

ao nível de ruído, linearidade, deriva térmica, etc. São apresentados também, dados adquiridos

com o sistema totalmente integrado. Estes resultados são apresentados no Capítulo 6.

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103

CAPÍTULO 6 – RESULTADOS

Este capítulo apresenta os resultados práticos dos testes realizados com as interfaces analógica

e digital. São apresentados os resultados dos testes de nível de offset, ruído e deriva térmica

da interface analógica, linearidade do conversor A/D e, finalmente, o resultado dos testes do

sistema totalmente integrado.

6.1 OFFSET DA INTERFACE ANALÓGICA

Os testes de offset foram realizados, aterrando-se a entrada das placas e medindo-se a saída

com ganho 100. Durante estes testes as placas foram colocadas dentro da caixa na qual o

sistema será montado, inclusive utilizando a placa de back plane na qual as mesmas ficarão

instaladas. Foram obtidos os níveis de offset das placas na banda total de passagem, ou seja,

de 5 mHz a 5Hz, cujo valor médio ficou em torno de 2,8 mV e 3,2 mV para as placas 1 e 2

respectivamente, conforme mostram as Figuras 6.1 e 6.2 (saídas tomadas diretamente no

osciloscópio TDS 360).

0 200 400 600 800 10000.0005

0.0010

0.0015

0.0020

0.0025

0.0030

0.0035

0.0040

0.0045

0.0050

Amplitude (V)

Placa 1 % Linear FIT of Placa 1

Número de Pontos

0 200 400 600 800 1000

0.0005

0.0010

0.0015

0.0020

0.0025

0.0030

0.0035

0.0040

0.0045

0.0050

Fig. 6.1 - Offset da placa 1.

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104

0 200 400 600 800 10000.0005

0.0010

0.0015

0.0020

0.0025

0.0030

0.0035

0.0040

0.0045

0.0050

Amplitude (V)

Placa 2 % Linear FIT of Placa 2

Número de pontos

0 200 400 600 800 1000

0.0005

0.0010

0.0015

0.0020

0.0025

0.0030

0.0035

0.0040

0.0045

0.0050

Fig. 6.2 - Offset da placa 2.

6.2 NÍVEL DE RUÍDO

O teste de ruído foi realizado com todo o sistema ligado, ou seja, com as interfaces de

tratamento analógico e digital, portanto o ruído medido é o ruído total que envolve o sistema e

não somente a interface analógica. Coletando dados a uma taxa de 10 amostras por segundo

na faixa total de freqüência de 5 mHz a 5Hz e utilizando a técnica de análise utilizada por

Kabata [ITA – 2000], obtêm-se o nível de ruído do sistema. Os canais 1 e 2 (canais de entrada

dos sinais de pulsações) apresentaram ruído de 174 µV e 162 µV respectivamente.

6.3 DERIVA TÉRMICA

A deriva térmica constitui uma fonte de ruído, portanto deve ser analisada, para sabermos sua

influência no funcionamento do circuito da interface analógica. O teste térmico foi executado

colocando-se a caixa do sistema dentro uma câmara térmica, de maneira a se variar a

temperatura lentamente. Da mesma forma que nos testes de medida do nível de offset e ruído,

este teste foi feito aterrando-se a entrada da placa e medindo-se a tensão de saída.

Desta forma foi possível verificar o deslocamento do sinal na saída do circuito, devido a

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105 variação da temperatura. Durante os testes a temperatura foi variada de 0 a 50ºC ocorrendo

um acréscimo de 10oC a cada hora, ocasionando uma duração total de aproximadamente 10

horas por teste, incluindo o tempo da estabilização inicial e final da temperatura da câmara.

Os resultados apresentaram uma deriva térmica do circuito na faixa completa em torno de

80 µV/oC. A Figura 6.3 apresenta a caixa do sistema dentro da câmara e a Figura 6.4

apresenta o gráfico da variação da temperatura, durante os testes térmicos.

Fig. 6.3 - Sistema dentro da câmara durante a montagem do teste térmico.

Fig. 6.4 - Gráfico da variação da temperatura durante teste térmico.

As Figuras 6.5 e 6.6 apresentam os gráficos do deslocamento da tensão de saída devido à

variação da temperatura nas placas 1 e 2 respectivamente na faixa de 0 a 50ºC.

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106

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000

20.00

20.50

21.00

21.50

22.00

22.50

23.00

23.50

24.00

Amplitude (mV)

Placa 1

Tempo(horas)

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000

20.0

20.5

21.0

21.5

22.0

22.5

23.0

23.5

24.0

Fig. 6.5 - Gráfico do deslocamento da tensão de saída devido à variação de temperatura na

placa 1.

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 500019.0

19.5

20.0

20.5

21.0

21.5

22.0

22.5

23.0

23.5

24.0

Amplitude (mV)

Placa 2

Tempo (horas)

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000

19.0

19.5

20.0

20.5

21.0

21.5

22.0

22.5

23.0

23.5

24.0

Fig. 6.6 - Gráfico do deslocamento da tensão de saída devido à variação de temperatura na

placa 2.

0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00 8.00 9.00 10.00

0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00 8.00 9.00 10.00

0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00 8.00 9.00 10.00

0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00 8.00 9.00 10.00

Amplitude (mV)

Amplitude (mV)

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107 6.4 LINEARIDADE DO CONVERSOR ANALÓGICO DIGITAL

O gráfico da linearidade do conversor analógico digital foi obtido com a utilização de uma

fonte precisão (HP 6114A – Precision Power Supply - ±10,0000 Volts), que gera o sinal de

entrada. A Tabela 6.1 apresenta o resultado geral da calibração, mostrando o desvio na

contagem e a Figura 6.7 apresenta o gráfico da linearidade.

Tabela 6.1 – Medidas resultantes da calibração do conversor A/D.

Tensão de entrada (Volts) Contagem (±±±±variação) Desvio

-5,016 0 (±0) 0,000% -5 8 (±2) 0,062% -4 6554 (±2) 0,062% -3 13104 (±3) 0,094% -2 19654 (±3) 0,094% -1 26213 (±2) 0,062% 0 32767 (±0) 0,000% 1 39235 (±2) 0,094% 2 45786 (±2) 0,062% 3 52335 (±3) 0,094% 4 58887 (±2) 0,062% 5 65437 (±2) 0,062%

5,018 65535 (±0) 0,000%

0 50 100 150 200 250 300 3500

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000+5V

+4V

+3V

+2V

+1V

0V

-1V

-2V

-3V

-4V

-5V

Linearidade do Conversor AD Tensão de entrada (Volts) LInear Fit

Saída ADC(contagem)

Número de pontos

0 50 100 150 200 250 300 350

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

Fig. 6.7 – Gráfico da linearidade do conversor analógico digital.

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108 6.5 – TESTES DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA COMPLETO

Os testes funcionais foram feitos de maneira a se analisar a similaridade entre os canais do

sistema, independente das diferenças de resposta que possam existir entre as duas bobinas,

desta forma a saída de uma mesma bobina foi ligada à entrada dos dois canais responsáveis

pela aquisição dos sinais de pulsações.

Uma vez feita a aquisição dos dados, estes são passados por um programa de redução, de

maneira a deixá-los em um formato compatível com o programa de análise dos dados,

conforme apresentado na Tabela 6.2. As Figuras 6.8 e 6.9 apresentam um trecho do gráfico

dos dados referentes aos canais 1 e 2, antes da filtragem destes, ou seja dados brutos e a

Figura 6.10 apresenta o gráfico de espalhamento referentes aos canais 1 e 2.

Tabela 6.2 – Formato do arquivo de dados pronto para análise dos dados.

Arquivo de entrada : P1003030.TXT Canal 1 - Metronix KIM 863 S/N 014 Canal 2 - Metronix KIM 863 S/N 014 Data de aquisição : 03/04/2003 Número de pontos : 11400 Delta : 0,200000 seg. Número de canais : 2 Hora, Canal 1, Canal 2 Hora inicial (TU) : 15:00:00.00 Hora final (TU) : 15:38:59.80 0.000 -2,884 -2,794 0.200 -1,294 -1,216 0.400 -2,708 -2,667 0.600 -2,183 -2,111 0.800 1,332 1,459 ................... ................... 57.800 -1,006 -0,981 58.000 -0,214 -0,183 58.200 -0,082 -0,043 58.400 -1,038 -0,982 58.600 0,166 0,228 58.800 -0,966 -0,932 59.000 -0,781 -0,727 59.200 -1,375 -1,351 59.400 0,122 0,202 59.600 0,718 0,791 59.800 -0,609 -0,537

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109

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500

-4

-2

0

2

4

Amplitude (V)

Canal 1 - Dados sem tratamento03/04/3003 -SJC

Númeo de pontos

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500

-4

-2

0

2

4

Fig. 6.8 – Gráfico dos dados brutos - Canal 1.

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500

-4

-2

0

2

4

Amplitude (V)

Canal 2 - Dados sem tratamento03/04/3003 -SJC

Númeo de pontos

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500

-4

-2

0

2

4

Fig. 6.9 – Gráfico dos dados brutos - Canal 2.

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110

-6 -4 -2 0 2 4 6-6

-4

-2

0

2

4

6

Canal 1 X Canal 2 P1003030CLinear FIT

Canal 1

Canal 2

-6 -4 -2 0 2 4 6

-6

-4

-2

0

2

4

6

Fig. 6.10 – Gráfico de espalhamento (Canal 1 X Canal 2).

A primeira análise é feita utilizando-se o programa Origin, onde obtemos o índice de

correlação linear entre os dois canais, cujo resultado é apresentado na janela de saída da

Tabela 6.3.

Tabela 6.3 – Resposta de saída apresentando índice de correlação (Origin).

8/4/2003 14:41 Linear Regression for P1003030_C: Y = A + B * X Parameter Value Error ------------------------------------------------------------ A 0.06925 3.43039E-4 B 1.00528 1.79522E-4 ------------------------------------------------------------ R SD N P ------------------------------------------------------------ 0.99982 0.03478 11400 <0.0001 ------------------------------------------------------------ The Statistics Output Group R (Correlation Coefficient), Standard Deviation, number of points in the raw data curve, and P (the P value for the t-test of the slope = 0).

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111 Uma segunda análise comparativa é feita, utilizando-se um programa que faz a filtragem

digital dos dados de cada canal dividindo-os em três sub faixas de freqüência dentro do

intervalo de amostragem, apresentando como resposta o índice de correlação linear entre os

dois canais e os dados resultantes para cada uma destas sub faixas de freqüência. A Tabela 6.4

apresenta a resposta de saída do programa de análise dos dados.

Tabela 6.4 – Resposta de saída do programa de análise dos dados.

melpar (R) Correlacao linear - DASYLab etc.

@ 2001-2003 DBK - DGE/INPE 14/03/2003 Versao 1.10

Data-Tempo = 2003/04/08-10:37:56.97

Arquivo de entrada : P1003030.TXT

Canal 1 - Metronix KIM 863 S/N 014

Canal 2 - Metronix KIM 863 S/N 014

Data de aquiaição : 03/04/2003

Número de pontos : 11400

Delta : 0,200000 seg.

Número de canais : 2

Hora, Canal 1, Canal2

Hora inicial (TU) : 12:00:00.00

Hora final (TU) : 12:38:59.80

Numero de pontos : 11400 (lidos)

Intervalo de amostragem: .200 segundos

Faixa de filtragem dos sinais

Baixa frequencia : 3,000E-01 a 5,872E-01 hertz

Media frequencia : 5,872E-01 a 1,149E+00 hertz

Alta frequencia : 1,149E+00 a 2,250E+00 hertz

Índices de correlação

Baixa frequencia = 99,990

Media frequencia = 99,981

Alta frequencia = 99,976

A Figuras 6.11 e 6.12, apresentam os gráficos relativos aos dados de saída de uma das sub

faixas de freqüência.

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112

11000 11050 11100 11150 11200 11250 11300 11350 11400-3-2-10123

Amplitude (V)

Frequência (Hz)

9800 9900 10000 10100 10200 10300 10400 10500 10600 10700 10800 10900 11000 11100 11200-3-2-10123

8400 8500 8600 8700 8800 8900 9000 9100 9200 9300 9400 9500 9600 9700 9800-3-2-10123

7000 7100 7200 7300 7400 7500 7600 7700 7800 7900 8000 8100 8200 8300 8400-3-2-10123

5600 5700 5800 5900 6000 6100 6200 6300 6400 6500 6600 6700 6800 6900 7000-3-2-10123

4200 4300 4400 4500 4600 4700 4800 4900 5000 5100 5200 5300 5400 5500 5600-3-2-10123

2800 2900 3000 3100 3200 3300 3400 3500 3600 3700 3800 3900 4000 4100 4200-3-2-10123

1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100 2200 2300 2400 2500 2600 2700 2800-3-2-10123

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400-3-2-10123

Canal 1 (BOB 14)- MPBAIXA3.000E-01 a 5.872E-01 hertzDados coletados 03/04/2003 - SJC

Fig. 6.11 – Dados coletados em 03/04/2003 – SJC – Canal 1 (BOB 14 ligada aos dois canais)

Saída do programa de análise MPBAIXA (3,000E-01 a 5,872E-01 Hertz).

Número de pontos

Amplitude (V)

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113

11000 11100 11200 11300 11400

-3-2-10123

9600 9700 9800 9900 10000 10100 10200 10300 10400 10500 10600 10700 10800 10900 11000 11100 11200

-3-2-10123

Canal 2 (BOB 14)- MPBAIXA3.000E-01 a 5.872E-01 hertzDados coletados 03/04/2003 - SJC

8400 8500 8600 8700 8800 8900 9000 9100 9200 9300 9400 9500 9600

-3-2-10123

7000 7100 7200 7300 7400 7500 7600 7700 7800 7900 8000 8100 8200 8300 8400

-3-2-10123

5600 5700 5800 5900 6000 6100 6200 6300 6400 6500 6600 6700 6800 6900 7000

-3-2-10123

4200 4300 4400 4500 4600 4700 4800 4900 5000 5100 5200 5300 5400 5500 5600

-3-2-10123

2800 2900 3000 3100 3200 3300 3400 3500 3600 3700 3800 3900 4000 4100 4200

-3-2-10123

Amplitude (V)

1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100 2200 2300 2400 2500 2600 2700 2800

-3-2-10123

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400

-3-2-10123

Frequência (Hz)

Fig. 6.12 – Dados coletados em 03/04/2003 – SJC – Canal 2 (BOB 14 ligada aos dois canais)

Saída do programa de análise MPBAIXA (3,000E-01 a 5,872E-01 Hertz).

6.6 – CONSUMO DO SISTEMA

O consumo apresentado na Tabela 6.5 refere-se ao conjunto de aquisição dos dados,

constituído pelas bobinas, GPS e subsistemas de tratamento analógico e digital dos dados.

Não foi possível adquirir o subsistema de recepção com as placas compactas tipo half size a

tempo de se efetuar os testes, mas a fonte especificada para alimentação desta parte do

sistema é uma fonte de 50W com entrada de 6-40 Vdc.

Tabela 6.5 - Consumo do conjunto aquisição dos dados.

Tensão de entrada

Subsistema de tratamento dos dados (analógico/digital) + GPS + Bobinas

+12 Vdc 280 mA(**) (3,36W) -12 Vdc 110 mA (1,32W)

(**) Consumo do GPS em 12 Vdc = 70 mA.

Número de pontos

Amplitude (V)

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114

CAPÍTULO 7 – CONCLUSÕES

Este trabalho apresentou o projeto, a implementação e os testes de avaliação de um sistema de

tratamento e coleta de dados para sinais de pulsações geomagnéticas.

Os resultados obtidos nos testes mostram que o sistema satisfaz todas as especificações

necessárias para a aquisição dos sinais propostos. A comparação destes resultados com os

dados técnicos de equipamentos similares, como o GMS 05 (Geophysical Measurement

System - Metronix), mostra a compatibilidade entre as características técnicas dos mesmos.

O sistema foi projetado de maneira a se ter uma arquitetura modular, composta de vários

subsistemas, possibilitando assim:

• implementação e testes do sistema por partes;

• capacidade de alteração de um determinado módulo, ou subsistema, sem que os

demais sejam alterados; e

• facilidade na construção e manutenção do sistema.

O trabalho foi desenvolvido da seguinte maneira:

• Inicialmente foi feito um estudo teórico que permitiu a especificação das

características do sinal a ser amostrado;

• A partir do estudo mencionado, foi proposta uma arquitetura geral que, atendesse às

condições de funcionamento do sistema e às características dos sinais;

• Os circuitos para o tratamento analógico dos sinais provenientes dos sensores foram

montados e testados. Estes circuitos, denominados de interface analógica, tiveram suas

características medidas e apresentadas em gráficos e tabelas;

• Os circuitos para o tratamento digital dos sinais, provenientes da interface analógica,

foram montados e testados. Estes circuitos, denominados de interface digital, tiveram

suas características testadas e seus resultados apresentados em tela gráfica;

• Para controle da interface digital, foi implementado o firmware do sistema, que

controla a aquisição e transmissão dos sinais, bem como a leitura do sinal digital

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115

proveniente do GPS. O firmware foi testado e o resultado de seu funcionamento foi

apresentado em tela gráfica; e

• Finalmente foi desenvolvido o programa de recepção/armazenamento dos dados, cuja

verificação de seu funcionamento foi apresentada em tela gráfica e/ou saída em um

display de cristal líquido.

Os circuitos utilizados na implementação da interface analógica apresentaram um nível de

ruído satisfatório. Os resultados ainda podem ser melhorados, com a utilização de

amplificadores operacionais de menor ruído, resistores de vidro etc. Neste sentido, o lay out

da interface analógica foi projetado de maneira a aceitar outros amplificadores operacionais,

com a colocação de jumpers na placa. A mudança da faixa de operação dos filtros é possível

com a simples troca de alguns componentes, mais especificamente resistores e/ou capacitores,

nos filtros passa-baixa e/ou passa-alta.

Embora inicialmente esteja prevista a utilização de apenas dois canais, foram colocados mais

três slots, prevendo a utilização de placas adicionais da interface analógica, facilitando a

utilização deste mesmo sistema para outras aplicações, onde se necessite de mais canais de

entrada de sinais.

Os circuitos da interface digital, o firmware e o programa de recepção/armazenamento dos

dados apresentaram um funcionamento adequado às especificações do sistema. Estes foram

implementados de maneira a se permitir modificações na quantidade de canais adquiridos,

com pouco trabalho adicional. Os circuitos da interface digital foram ainda, divididos em duas

placas, uma com os circuitos do microcontrolador e outra com os circuitos do conversor

analógico digital de maneira que, qualquer mudança em uma destas partes não interfira na

outra.

Com relação ao subsistema de recepção/armazenamento dos dados, a opção inicial de se

armazenar os dados em um computador tipo PC, deve-se à necessidade de grande capacidade

de armazenamento dos dados e ao fácil tratamento posterior dos dados devido à sua

formatação, o que é possível com a utilização de um hard disk.

Como se utilizou comunicação serial entre os subsistemas de transmissão e

recepção/armazenamento dos dados, este último pode ser facilmente substituído, por exemplo,

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116 por um Palm Top com gravação dos dados em cartão de memória tipo flash. Para isto é

necessário que este novo subsistema tenha capacidade de suprir à necessidade de memória de

armazenamento dos dados, que garanta bom funcionamento nas condições de instalação do

sistema e que o custo deste seja compatível com a primeira opção.

A análise dos dados coletados com o sistema totalmente integrado (bobina, interface

analógica, interface digital e subsistema de recepção dos dados), mostrou que o mesmo

apresenta uma ótima similaridade na resposta das placas da interface analógica e dos canais

destinados à aquisição dos dados, de forma que já se pode passar às próximas etapas de testes

que devem ser, a avaliação da resposta das bobinas e a instalação do sistema em local

adequado, com baixo ruído eletromagnético ambiental, para a obtenção de dados científicos.

Nesta primeira versão o programa de pré-processamento dos dados apenas avalia e mostra o

funcionamento do sistema como um todo, sem efetuar qualquer tipo de análise dos mesmos.

Nas próximas versões este programa deve prever a avaliação local dos dados apresentando

graficamente o nível de ruído dos sinais, determinar o ganho a ser dado em cada canal. Deve

possibilitar ainda, um auto teste inicial do sistema, permitindo ao operador detectar erros de

conexão nos cabos, nível de tensão das baterias.

A redução de volume e o consumo de energia do sistema também devem ser avaliados nas

próximas versões.

O desenvolvimento deste tipo de equipamento se justifica, pelo fato de se obter um sistema

mais simples e, portanto mais barato e de fácil operação. Além disso, por haver um domínio

completo sobre o mesmo, são permitidas alterações de suas características ou a adição de

novos recursos, não ficando assim, preso às limitações de um sistema comercial.

Desta forma, evidencia-se a importância da realização deste trabalho, por ter-se alcançado as

características propostas inicialmente, de maneira que o mesmo satisfaça às condições

requeridas por um sistema de coleta de dados relativos aos sinais de pulsações geomagnéticas.

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117

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120

APÊNDICE A – DETERMINAÇÃO DOS VALORES DOS COMPONENTES

PASSIVOS DOS FILTROS e CURVAS PRÁTICAS DA SEGUNDA FAIXA DE

FILTROS

Este Apêndice apresenta as janelas dos programas utilizados para os cálculos dos

componentes e as janelas que apresentam os resultados de ττττ e da freqüência. Apresenta ainda

as curvas de simulação e práticas da segunda faixa de filtros.

A.1 – FILTRO PASSA-FAIXA DE 5 mHz a 5Hz

A Figura A.1 apresenta o programa para cálculo dos componentes passivos do filtro passa-alta

e a Figura A.2 a janela com o resultado dos componentes calculados para este filtro.

Fig. A.1 – Programa para cálculo dos componentes passivos do filtro passa-alta

Fig. A.2 – Janela com saída dos valores dos componentes do filtro passa-alta

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121 A Figura A.3 apresenta o programa para cálculo dos componentes passivos do filtro passa-

baixa e a Figura A.4 a janela com o resultado dos componentes calculados para este filtro.

Fig. A.3 – Programa para cálculo dos componentes do passa-baixa

Fig. A.4 – Janela com saída dos valores dos componentes do passa-baixa

A.2 – FILTRO PASSA-FAIXA DE 500 mHz a 5 Hz

A Figura A.5 apresenta a janela com o resultado dos componentes calculados para o filtro

passa-alta na segunda faixa de filtro e a Figura A.6 o circuito do mesmo.

Fig. A.5 – Janela com saída dos valores dos componentes do filtro passa-alta (2ª faixa)

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122

C204.7 uF

R40100 K

R41100 K

-V

Entrada_amplificador

R4310 K

13

2

Saída_passa-baixa

Saída_passa-alta

de ganho variável

+

-

U11CA3140

3

26

7 5

4 1

R42100 K

C214.7 uF

+VEntrada_passa-alta

C2210pF

Fig. A.6 – Circuito passa-alta para 2ª faixa (500 mHz – 5Hz)

O gráfico da simulação do circuito é apresentado na Figura A.7.

Frequency

100uHz 1.0mHz 10mHz 100mHz 1.0Hz 10Hz 100Hz 1.0KHz 10KHz 100KHzVdB(R2:1)

-150

-100

-50

-0

Fig. A.7 – Gráfico da simulação do circuito passa-alta para 2ª faixa

A Tabela A.1 apresenta o resultado prático das medidas do filtro passa-faixa da placa 1 e as

Figuras A.8 e A.9 os gráficos da resposta em freqüência para amplitude e fase

respectivamente.

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123

Tabela A.1 - Medidas práticas do filtro passa-faixa (2ª faixa – placa 1)

Freqüência (Hz)

Amp.-saída

Fase (Graus)

continuação Tabela A.1

0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1

0,12 0,14 0,16 0,18 0,2

0,25 0,27 0,29 0,3

0,31 0,32 0,33 0,34 0,35 0,36 0,37 0,38 0,39 0,4

0,41 0,42 0,43 0,44 0,45 0,46 0,47 0,48 0,49 0,5

0,51 0,52 0,53 0,54 0,55 0,56 0,57 0,58 0,59 0,6 :

0,04 0,04 0,06 0,1

0,11 0,14 0,16 0,25 0,35 0,46 0,55 0,64 0,82 0,88 0,92 0,94 0,96 0,95 0,96 0,98 0,98 0,98 0,99 0,98

1 0,99

1 0,99

1 0,99

1 1

0,98 0,99

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 :

154,7 152,2 156,4 142,7 138,4 138,4 129,5 116,7 115,9 109,2 102,5 96,2 79,1 72,2 68,1 64,8 61,8 60

57,9 55,9 53,3 52,1 50,5 48,3 46,6 44,3 43,5 41,8 40,3 38,5 36,6 35,2 33,8 32,7 31,5 30,2 28,8 27,3 26,7 25,4 24,8 23,7 22,3 21,2 20,3 19,5

:

: 0,62 0,64 0,66 0,68 0,7 0,73 0,76 0,78 0,8 0,84 0,88 0,9 0,95

1 1,5 2

2,5 3

3,5 3,6 3,7 3,8 3,9 4

4,1 4,2 4,3 4,4 4,5 4,6 4,7 4,8 4,9 5

5,5 6 7 8 9

10 11 12 13 14 15

: 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

0,99 0,98 0,92 0,91 0,89 0,89 0,88 0,86 0,84 0,82 0,81 0,81 0,79 0,75 0,74 0,72 0,72 0,71 0,62 0,52 0,38 0,29 0,21 0,2

0,16 0,14 0,11 0,09 0,06

: 17,1 14,8 14,8 12,7 10,1 8,3 6,3 4,3 4

1,7 -2

-2,3 -4,9 -8,7

-31,3 -48,3 -62,6 -75,6 -88,2 -92,3 -94,8 -96,7 -99

-101,4 -105,5 -106,3 -109,2 -111,2 -114,5 -115,4 -118,1 -120

-122,7 -125,7 -139,3 -150,3 178,6 151,6 122,1 112,8 104,8 96,6 84,5 79,3 74,3

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124

0.1 1 10

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0Curva prática - placa 1

Amplitude (V)

Frequência (Hz)

0.1 1 10

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

Fig. A.8 – Resposta em freqüência do filtro passa-faixa (Amplitude X Freqüência - 2ª faixa –

placa 1)

0.1 1 10-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

Curva prática - placa 1

Ganho (dB)

Frequência (Hz)

0.1 1 10

-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

Fig. A.9 – Resposta em freqüência do filtro passa-faixa (Fase X Freqüência - 2ª faixa – placa 1)

A Tabela A.2 apresenta o resultado prático das medidas do filtro passa-faixa da placa 2 e as

Figuras A.10 e A.11 os gráficos da resposta em freqüência para amplitude e fase

respectivamente.

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Tabela A.2 - Medidas práticas do filtro passa-faixa (2ª faixa – placa 2)

Freqüência (Hz)

Amp.-saída

Ganho (dB)

continuação Tabela A.2

0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1

0,12 0,14 0,16 0,18 0,2

0,25 0,27 0,29 0,3

0,31 0,32 0,33 0,34 0,35 0,36 0,37 0,38 0,39 0,4

0,41 0,42 0,43 0,44 0,45 0,46 0,47 0,48 0,49 0,5

0,51 0,52 0,53 0,54 0,55 0,56 0,57 0,58 0,59 0,6 :

0,02 0,04 0,04 0,1

0,11 0,15 0,16 0,25 0,35 0,46 0,56 0,66 0,82 0,88 0,92 0,94 0,96 0,96 0,98 0,98 0,98 0,99

1 1

0,99 1

0,99 1 1 1

0,98 0,99 1,01

1 1,01

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 :

145,6 143,9 122,5 142,7 134,5 137,7 132,3 116,7 115,2 109,9 103,8 97,5 78,1 71,7 67

63,8 61,7 59,6 57,6 55,7 53,5 51,5 49,6 47,5 45,6 44,5 42,6 40,8 39,1 38,3 35,8 34,9 33,6 32,3 30,9 29,1 28,4 27

25,7 24

23,8 22,5 21,8 21,6 19,7 18,3

:

: 0,62 0,64 0,66 0,68 0,7 0,73 0,76 0,78 0,8 0,84 0,88 0,9 0,95

1 1,5 2

2,5 3

3,5 3,6 3,7 3,8 3,9 4

4,1 4,2 4,3 4,4 4,5 4,6 4,7 4,8 4,9 5

5,5 6 7 8 9

10 11 12 13 14 15

: 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

0,96 0,91 0,89 0,88 0,85 0,85 0,85 0,82 0,81 0,79 0,78 0,75 0,74 0,74 0,72 0,71 0,69 0,59 0,49 0,38 0,26 0,21 0,19 0,15 0,14 0,1

0,08 0,04

: 16,6 14,2 14

12,7 10,8 8,1 5,2 3,4 3,1 0,2 -2,8 -4,3 -6,4

-10,2 -31,8 -48,7 -62,5 -76,5 -89,1 -93,1 -95,8 -98,2

-101,1 -104,3 -105,5 -107,7 -109,9 -112,3 -114,7 -116,7 -119,7 -122,2 -124,7 -128,3 -141,3 -151,7 177,1 151,1 122,1 115,5 105,2 96,6 80,6 71,1 56,4

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126

0.1 1 10

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0Curva prática - placa 2

Amplitude (V)

Frequência (Hz)

0.1 1 10

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

Fig. A.10 – Resposta em freqüência do filtro passa-faixa (Amplitude X Freqüência - 2ª faixa –

placa 2)

0.1 1 10-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

Curva prática - placa 2

Fase (Graus)

Frequência (Hz)

Fig. A.11 – Resposta em freqüência do filtro passa-faixa (Fase X Freqüência - 2ª faixa – placa 2)

Page 127: SISTEMA DE MEDIDAS DE PULSAÇÕES GEOMAGNÉTICAS · 2015. 11. 12. · diversas formas de variações temporais. O estudo das variações do campo magnético terrestre – particularmente,

127

APÊNDICE B – DIAGRAMAS ESQUEMÁTICOS

CNT_FILTRO.sch 01

Sinais de Saída

A

1 1Thursday, February 07, 2002

Title

Size Document Number Rev

Date: Sheet of

EX

RTN\ EY

-12V

HZRTN\ HZ

RTN\ EX

CNT2

conec22

A1A2A3A4A5A6A7A8A9A10A11A12A13A14A15A16A17A18A19A20A21A22

B1B2B3B4B5B6B7B8B9

B10B11B12B13B14B15B16B17B18B19B20B21B22 +12V

AGND

RTN\ HYEY

HX

HY

EZ

RTN\ HX

RTN\ EZ

Fig. B.1 – Conector da placa de filtros

Page 128: SISTEMA DE MEDIDAS DE PULSAÇÕES GEOMAGNÉTICAS · 2015. 11. 12. · diversas formas de variações temporais. O estudo das variações do campo magnético terrestre – particularmente,

128

R172M

R2910 Meg

R3510K

R441K

(Sul)

(Norte)(Leste)

C110pF

+V

R211K

+

-

U13OP 97

3

26

7

14 8

R_Campo Magnético

+

-

U4OP97

3

26

7 1

48

C910 pF

-V

-V

JP71 2

R3010 Meg

JP91 2

R310k

+

-

U6OP97

3

26

7 1

48

C244.7 uF

R381K

C210pF

+

-

U7OP97

3

26

71

48

JP2

1 2

3

P310 K

13

2

R210k

JP81 2

+V

P110K

13

2

R11K

+V

+

-

U10CA 3140

3

26

7

14 8

JMP04

12

+V

C2147 nF

C2310pF

Saida_filtro

-V

+V

-V

+

-

U5OP97

3

26

71

48

R111K

C254.7 uF

+ C3010uF

+V

C1010 pF

C111.2 nF

R391K

R4112

Ref_Terra

R121K

C22100 nF

JP51 2

+V

+

-

U11CA 3140

3

26

7 5

4 1-12V1K

R

C121.2 nF

C2810 pF

Eletrodo_central

Campo Elétrico

+V

-V

C2010 pF

C26100 nF

R91K

-V

R2810Meg

JMP05

12

-V

R181M

R142M

+

-

U9CA3140

3

26

7

14 8

C71.2 nF

R27150 K

-V

C13

2.4 nF

R221K

P210K

13

2

C19100 nF

R24562K

C2910 pF

JP31 2

3

JMP071 2

C1410 pF

(Oeste)

C82.4 nF

C61.2 nF

(Sul) +V

R37200K

R151M

R26562k

Saida_filtro

-V

R132M

+V

Campo Magnético

-V

+

-

U12OP 97

3

26

7

14 8

+12V

JMP021 2

C1510 pF

-V

+

-

U8OP97

3

26

7 1

48

+V

R4012

JP61 2

C1710 pF

R25150K

B

R36100K

+

-

U1OP97

3

26

7 1

48

+

-

U3

OP97

3

26

7 1

48

-V

JMP06

12

-V

+V

JP41 2

C510pF

R41k

R71k

JMP03

12

R61k

+V

R_Campo_E

JMP011 2

R345K

-V

R101K

R162M

JP1

1 2

3

SAIDA

+

-

U2OP97

3

26

7

14 8

B

+ C3110uF

+V

C1847 nF

Fig. B.2 – Esquema completo da Interface Analógica

3140

Page 129: SISTEMA DE MEDIDAS DE PULSAÇÕES GEOMAGNÉTICAS · 2015. 11. 12. · diversas formas de variações temporais. O estudo das variações do campo magnético terrestre – particularmente,

129

P2

DB9 Macho

594837261

ALIMENTAÇÃO

Maz_alm.sch

VREF

CLKADCLKAD2

OSC

-12V+12V

AGND

SISTEMA.SCH 01

DIAGRAMA GERAL

B

1 1Friday, February 01, 2002

Title

Size Document Number Rev

Date: Sheet of

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais+12V

Filtro_S

Filtro_s.sch

FonteExterna

PortaSerial

SISTEMA de AQUISIÇÃO

GPS

A/D

Maz_ad.sch

P2P3

P1

DEVICE I/O #1DEVICE I/O #5DEVICE I/O #6RST_AD

CLKADCLKAD2

VREF

D[0..7]

P1

DB9 Femea

594837261

-12V

AD5016

AGND

Filtro

Filtro.sch

MICROCONTROLADOR

Maz_con.sch

P1P2P3

DEVICE I/O#1DEVICE I/O#5DEVICE I/O#6RST_AD

OSC

TX1_232RX1_232

GND

RX2_232

TX+_422TX-_422

RX+_422RX-_422

D[0..7] TX2_232

Fig. B.3 – Diagrama de Interligação entre os conectores das placas da Interface digital

Page 130: SISTEMA DE MEDIDAS DE PULSAÇÕES GEOMAGNÉTICAS · 2015. 11. 12. · diversas formas de variações temporais. O estudo das variações do campo magnético terrestre – particularmente,

130

P2

(Saída filtro de alimentação)

RTN\RX_422

RD

D2

TX2_232

AGND

RX_422

DEVICE I/O #1

CNT2

conec22

A1A2A3A4A5A6A7A8A9A10A11A12A13A14A15A16A17A18A19A20A21A22

B1B2B3B4B5B6B7B8B9

B10B11B12B13B14B15B16B17B18B19B20B21B22

-12V

D7

P1

D1

CLK_AD

D6

TX1_232

DEVICE I/O #6

DEVICE I/O #2

+12V

+5.5V

D0

VCC

D5

TX+_422

RX1_232

DEVICE I/O #5

(Entrada filtro de alimentação)

DEVICE I/O #3

P3

D4

RX2_232

TX-_422

CNT_8031.sch 01

Sinais de Saída

A

1 1Monday, March 18, 2002

Title

Size Document Number Rev

Date: Sheet of

RST_ADD3

DEVICE I/O #4

Fig. B.4 – Sinais disponíveis na placa do microcontrolador

Page 131: SISTEMA DE MEDIDAS DE PULSAÇÕES GEOMAGNÉTICAS · 2015. 11. 12. · diversas formas de variações temporais. O estudo das variações do campo magnético terrestre – particularmente,

131

RST_AD

GPS

+

- U11BLM339

5

42

312 DEVICE I/O #4

A5

A11

A9

R1047K

TX1_232

D3

A9C110uF

OSC

RD

C21.2KpF

2

DEVICE I/O #6

D7

U7A74HC32

1

23

R84K7

A14

U9A74HC32

1

23

RD

A3

U9D74HC32

12

1311

D6

VCC

D6

D2

U15A

74LS04

1 2

U1A

74HC00

1

23

A13

D0

A7

A10

R4

22K

RX+_422

A10

D3

TX+_422

TX-_422

JP1JUMPER

1 2

PC

U4D74HC08

12

1311

P1

A11

A4U8

74LS138

123

645

15141312111097

ABC

G1G2AG2B

Y0Y1Y2Y3Y4Y5Y6Y7

RX1_232RX2_232

DEVICE I/O #1

D6

P3

D1

DEVICE I/O #2

D6

R3

R

A5A4

R5

100K

R747K

R115K

U12A26C31

12

3

412

1

A0

A12

A7

+C40.1uF

U10

74HC4060

11

12

7546141315123

910

PI

RST

Q4Q5Q6Q7Q8Q9

Q10Q12Q13Q14

POPO

A4

A11

A2

D2

+ C6

0.1uF

U6

27C256

109876543

25242123

22627

2022

1

1112131516171819

A0A1A2A3A4A5A6A7A8A9A10A11A12A13A14

CEOEVPP

O0O1O2O3O4O5O6O7

VCC

A14

D4

U5

6264

109876543

25242123

2

20262722

1112131516171819

A0A1A2A3A4A5A6A7A8A9A10A11A12

CS1CS2WEOE

D0D1D2D3D4D5D6D7

U4B74HC08

4

56

Pulso 1 seg.(GPS)

VCC

A8

+

C70.1uF

D1A2

D4

U4A74HC08

1

23

Serial

Serial_opcional

RX1_8031

TX1_8032

RX2_8031

A1

D3

U7B74HC32

4

56

D7

P2

A3

D1

Maz_con.sch 01

Interface 8031

B

1 1Thursday, February 13, 2003

Title

Size Document Number Rev

Date: Sheet of

A5 D5

WR

R2

R

D5

A0

VCC

D2

A10

A6

A12

DEVICE I/O #3

D0

D4

JP2jumper1

123

TX2_232

D3

D5

D11N4148

A6

R9400

A2A3

A0

+C30.1uF

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS

A8

VCC

A13

A1D0

D7

A7

A12

D1

D4

D7

U9B74HC32

4

56

U2

8031

31

19

18

9

12131415

12345678

3938373635343332

2122232425262728

171629301110

EA/VP

X1

X2

RESET

INT0INT1T0T1

P1.0P1.1P1.2P1.3P1.4P1.5P1.6P1.7

P0.0P0.1P0.2P0.3P0.4P0.5P0.6P0.7

P2.0P2.1P2.2P2.3P2.4P2.5P2.6P2.7

RDWR

PSENALE/P

TXDRXD

U1B

74HC00

4

56

END0END1A15

WR

DEVICE I/O #5

VCC

D2

A8

A15

U3

74HC373

111

20

256912151619

3478

13141718

OELE

VCC

1Q2Q3Q4Q5Q6Q7Q8Q

1D2D3D4D5D6D7D8D

A9

D5

R6400

RX-_422

WR

U7D74HC32

12

1311

U1D74HC00

12

1311

D0

U13

MAX232A

138

1110

1345

2

6

129

147

1615

R1INR2IN

T1INT2IN

C+C1-C2+C2-

V+

V-

R1OUTR2OUT

T1OUTT2OUT

VC

CG

ND

U7C74HC32

9

108

+ C5

0.1uF

A6

VCC

A1

Fig. B.5 – Esquema completo da placa do microcontrolador

Page 132: SISTEMA DE MEDIDAS DE PULSAÇÕES GEOMAGNÉTICAS · 2015. 11. 12. · diversas formas de variações temporais. O estudo das variações do campo magnético terrestre – particularmente,

132

AGND

D1

D4

X5X6

P2

-12V

DEVICE I/O #1DEVICE I/O #2D3

CNT2

conec22

A1A2A3A4A5A6A7A8A9A10A11A12A13A14A15A16A17A18A19A20A21A22

B1B2B3B4B5B6B7B8B9

B10B11B12B13B14B15B16B17B18B19B20B21B22 +12V

X0+5.5V

X7

P3

DEVICE I/O #3

DEVICE I/O #5

CNT_AD.sch 01

Sinais de Saída

A

1 1Thursday, February 07, 2002

Title

Size Document Number Rev

Date: Sheet of

D7

D2

X2X3

CLK_AD

VCC

DEVICE I/O #6

(Para entrada filtro de alimentação)

D6

VCC

X1

(Saída filtro de alimentação)

X4

P1

D5 DEVICE I/O #4

D0

RST_AD

Fig. B.6 – Sinais disponíveis na placa do Conversor A/D

Page 133: SISTEMA DE MEDIDAS DE PULSAÇÕES GEOMAGNÉTICAS · 2015. 11. 12. · diversas formas de variações temporais. O estudo das variações do campo magnético terrestre – particularmente,

133

R1310R

RST_AD

-5.5

U20B

74HC14A

3 4

D2

X5

X3

C80.1uF

DEVICE I/O #6

X5

END2

D5

R12

10R

C2027pF

X3

U20C

74HC14A

5 6

X5

R14100K

END1

+5.5

D31N4148

DEVICE I/O #5

X1

X0

D1

X4

C90.1uF

DEVICE I/O #1

R33R

U20D

74HC14A

9 8

D1J1

Jumper

123

X4

VCC

C15100pF

X6

C1410uF

VREF

X4

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

X0

C410nF

D0

P3X5

D4

X2

C2127pF

END0

U16

4051

131415121524

611109

3

7

X0X1X2X3X4X5X6X7

INHABC

X

VEE

-5.5

X2

X0

X7

D2END2

C10

0.1uF

D7

X3U17

74LS174

346

111314

91

257101215

D1D2D3D4D5D6

CLKCLR

Q1Q2Q3Q4Q5Q6

X7

X1

C11

10uF

C710uF

X6

END1

X1

+5.5

CLK_AD

X3

AGND

R341M

Maz_ad.sch 01

Conversor A/D

B

1 1Monday, March 18, 2002

Title

Size Document Number Rev

Date: Sheet of

C120.1uF

X7

P2

D3

X2

D21N4148

R11200R

X2

+5.5

X7

D0

D6

C51nF

X1

4MHz

X4

U16

5016

24

33

20

26

28

27

29

38

23456789

1

3235342122233110

30 36

25 11

BP

BW

CLK

AIN

VREF

AGND

REFB

EOC

D0D1D2D3D4D5D6D7

HOLD

RSTCAL

INTRLVCSRDA0

TSTDGNDV

A-

VD

-

VA

+

VD

+

X6

SW1

SW DIP-8

12345678

161514131211109

C130.1uF

-5.5

END0

U14

74LS244

2468

11131517

119

181614129753

1A11A21A31A42A12A22A32A4

1G2G

1Y11Y21Y31Y42Y12Y22Y32Y4

X0

X1

+5.5

C60.1uF

P1

X6

Fig. B.7a – Esquema do Conversor A/D

Page 134: SISTEMA DE MEDIDAS DE PULSAÇÕES GEOMAGNÉTICAS · 2015. 11. 12. · diversas formas de variações temporais. O estudo das variações do campo magnético terrestre – particularmente,

134

C2127pF

VCC

U20B

74HC74

12

11

9

8

1013

D

CLK

Q

Q

PR

CL

+C2710uF

Placa Microcontrolador

VCC

C34100nF

U15D

74HC14A

9 8

C37100nF

+ C191uF

AGND

+12V

R16R

+5.5V

R231M

C38100nF

+5.5V

VCC

U15A

74HC14A

1 2

R18R

AGND

C180.1uF

Placa A/D

+ C2610uF

L1

2.2uH

+C2210uF

R31R

U20A

74HC74

2

3

5

6

41

D

CLK

Q

Q

PR

CL

C32100nF

C33100nF

C29100nF

C25100nF

C35100nF

R29R

U18LM117

3

1

2VIN

AD

J

VOUT

JMP3

Jumper

1234

-5.5V

C28100nF

+5.5V

R27R

R20R

X1

7.37MHz

+ C171uF

R30R

VCC

CLK_AD

R18R

U15C

74HC14A

5 6

C40100nF

OSC

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

R25R

Maz_alm.sch 01

Alimentação Sistema

B

1 1Wednesday, November 06, 2002

Title

Size Document Number Rev

Date: Sheet of

AGND

VCC

+5Monitor

C36100nF

R32R

C2027pF

+12V

U21LT1019-5

2

73

6

4

5

INPUT

HEATTEMP

OUTPUT

GN

D

TRIM

C39100nF

U19

LM137

3 1

2

IN OUT

AD

J

-5Monitor

+ C2310uF

R15R

R21R

-12V

VREF

R242R6

C24100nF

R19R

C31100nF

C30100nF

R26R

VCC

C160.1uF

-5.5V

R17R

R28R

R14R

Fig. B.7b – Esquema do Conversor A/D

Page 135: SISTEMA DE MEDIDAS DE PULSAÇÕES GEOMAGNÉTICAS · 2015. 11. 12. · diversas formas de variações temporais. O estudo das variações do campo magnético terrestre – particularmente,

135

D7

-12V

A.2

A8

7

A.1

D29

A23

12

A.2

A9

A28

DADO

A31

D7

JP2 7 8

4

8

A5D5

A.0

A0

END.

OUT3

6D5

A.5

D6

D6

LCD

OUT1

A8

A30

OUT8

11

A11

A6

B20

A7

A.4

U1

74HC244

1

2468

19

11131517

181614129753

1G

1A11A21A31A4

2G

2A12A22A32A4

1Y11Y21Y31Y42Y12Y22Y32Y4

B13

JP2 13 14

D4

A0

OUT7

D2

D6

JP2 9 10

A2

A5

D0

D1

+5V

A11

A29

A.5A25

D3

A.0

JP1 1 2

JP2 11 12

U6A

74HC08

2

13

CONT.

A3

A6

A.4

A.7

Vcc

OUT4

10

A9

A6

JP2 15 16

A22

AEN-IOR

A7

A2

R1

1k

A5

5

A24

+5V

A9 U9A

74HC04

12

A4

OUT5

JP2 5 6

D1

2

A26

A3

CNC1

Conec_PC

A1A2A3A4A5A6A7A8A9

A10A11A12A13A14A15A16A17A18A19A20A21A22

B1B2B3B4B5B6B7B8B9B10B11B12B13B14B15B16B17B18B19B20B21B22B23B24B25B26B27B28B29B30B31

A23A24A25A26A27A28A29A30A31

P1

dB25

114

215

316

417

518

619

720

821

92210231124122513

A27

U6C

74HC08

9

108

+12V

OUT2

A3

U3

74HC245

191

23456789

1817161514131211

GDIR

A1A2A3A4A5A6A7A8

B1B2B3B4B5B6B7B8

A26

U4

74HC138

15141312111097

1

5

23

64

Y0Y1Y2Y3Y4Y5Y6Y7

A

G2B

BC

G1G2A

A28

-IOW

A23

OUT6

13

D7

B20

B13

B14 U6B

74HC08

4

56

A25

A31

3 +5V

D2

A7

B14

1

A24

D3

A22

D1

A1

A.1

A4 14D5D4

U2

74HC244

1

2468

19

11131517

181614129753

1G

1A11A21A31A4

2G

2A12A22A32A4

1Y11Y21Y31Y42Y12Y22Y32Y4

A27

U5

74HC138

15141312111097

1

5

23

64

Y0Y1Y2Y3Y4Y5Y6Y7

A

G2B

BC

G1G2A

-5V

A8

A4

A30

D0

D3

A.7

D4

A2

D0

JP2 3 4

A29

CLK

Fig. B.8 – Esquema da interface de monitoração do funcionamento do sistema (saída LCD)

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136

APÊNDICE C – FLUXOGRAMA DAS PRINCIPAIS ROTINAS DO FIRMWARE

Inicialização Geral doSistema

Calibração relógioMicroCont/GPS

Leitura GPShabilitada?

Sim

Não

Atualiza contagemtempo aquisição

Adquire 1000pontos

Chaveia p/Serial BBaud Rate = 4800 Lê GPS

Aquisiçãohabilitada?

Não

Sim

Fig. C.1 - Fluxograma da rotina da principal

Timer0

Incrementa eatualiza contador

RET INT

'

Fig. C.2 - Fluxograma da rotina de interrupção do Timer 0

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Timer1

Decrementacontador

Contador=0?

Atualiza "Flag" deaquisição

Atualiza contadorleitura GPS

RET. INT.

SimNão

Fig. C.3- Fluxograma da rotina de interrupção do Timer 1

INT0

IncrementaContador

30Minutos

Atualiza “Flag”Leitura GPS

Sim

RET. INT.

Não

Fig. C.4 - Fluxograma da rotina de interrupção INT0

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AQUISI2CH

Lê relógio MicroCont.(Início da aquisição)

Conversões =1000?

Calcula CkSum

Sim

Fim

Não

Canal 0(Soma)

Canal 1(Soma)

Lê relógio MicroCont.(Fim da aquisição)

Transmite Dados

Fig. C.5 - Fluxograma da rotina da aquisição de dois canais (1000 conversões)

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INTSERIAL

Lê Byte recebido

CONTRX = O

BYTE =EBH

Faça CONTRX =1

Sai SERIAL eespera próximo

BYTE

Mensagem Erro Sinc. Sai SERIAL

CONTRX =1 CONTRX = 2

Sim

Não

Sim

RetornaMensagem Erro

Sai SERIALNão

Não

Sim Sim

Não

Guarda Byterecebido

Faça CONTRX = 2

Sai SERIAL

Guarda Byterecebido

Faça CONTRX = 0

CKSUM 0K? Mensagem ErroCKSUM Sai SERIAL

FIM

Comando = 0Sim

Executacomando

Comando = FExecuta

comandoSim

Não

NãoRetorna

Mensagem Erro

Fig. C.6 - Fluxograma da rotina de interrupção da serial