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8/8/2019 Sistema Nacional de Interveno Precoce
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Dirio da Repblica, 1. srie N. 193 6 de Outubro de 2009 7299
b) Risco de alteraes ou alteraes nas funes eestruturas do corpo qualquer risco de alterao, ou al-terao, que limite o normal desenvolvimento da crianae a sua participao, tendo em conta os referenciais dedesenvolvimento prprios, consoante a idade e o contextosocial;
c) Risco grave de atraso de desenvolvimento a ve-rificao de condies biolgicas, psicoafectivas ou am- bientais, que implicam uma alta probabilidade de atrasorelevante no desenvolvimento da criana.
Artigo 4.Objectivos
O SNIPI tem os seguintes objectivos:a) Assegurar s crianas a proteco dos seus direitos e
o desenvolvimento das suas capacidades, atravs de acesde IPI em todo o territrio nacional;
b) Detectar e sinalizar todas as crianas com risco dealteraes ou alteraes nas funes e estruturas do corpoou risco grave de atraso de desenvolvimento;
c) Intervir, aps a deteco e sinalizao nos termos daalnea anterior, em funo das necessidades do contextofamiliar de cada criana elegvel, de modo a prevenir oureduzir os riscos de atraso no desenvolvimento;
d ) Apoiar as famlias no acesso a servios e recursosdos sistemas da segurana social, da sade e da educao;
e) Envolver a comunidade atravs da criao de meca-nismos articulados de suporte social.
Artigo 5.Estrutura e funcionamento
1 O SNIPI funciona por articulao das estruturasrepresentativas dos Ministrios do Trabalho e da Solida-riedade Social, da Sade e da Educao, em colaboraodirecta com as famlias, e coordenado pela Comisso deCoordenao do SNIPI.
2 As competncias de cada um dos ministrios com- preendem, nomeadamente:
a) Ao Ministrio do Trabalho e da Solidariedade Socialcompete:
i) Promover a cooperao activa com as IPSS e equi- paradas, de modo a celebrar acordos de cooperao para
efeitos de contratao de profissionais de servio social,terapeutas e psiclogos;ii) Promover a acessibilidade a servios de creche ou
de ama, ou outros apoios prestados no domiclio por en-tidades institucionais, atravs de equipas multidisciplina-res, assegurando em conformidade o Plano Individual deInterveno Precoce (PIIP) aplicvel;
iii) Designar profissionais dos centros distritais do Ins-tituto da Segurana Social, I. P., para as equipas de coor-denao regional;
b) Ao Ministrio da Sade compete:i) Assegurar a deteco, sinalizao e accionamento do
processo de IPI;ii) Encaminhar as crianas para consultas ou centros
de desenvolvimento, para efeitos de diagnstico e orien-tao especializada, assegurando a exequibilidade do PIIPaplicvel;
iii) Designar profissionais para as equipas de coorde-nao regional;
iv) Assegurar a contratao de profissionais para aconstituio de equipas de IPI, na rede de cuidados desade primrios e nos hospitais, integrando profissionaisde sade com qualificao adequada s necessidades de
cada criana;c) Ao Ministrio da Educao compete:i) Organizar uma rede de agrupamentos de escolas de
referncia para IPI, que integre docentes dessa rea deinterveno, pertencentes aos quadros ou contratados peloMinistrio da Educao;
ii) Assegurar, atravs da rede de agrupamentos de es-colas referncia, a articulao com os servios de sade ede segurana social;
iii) Assegurar as medidas educativas previstas no PIIPatravs dos docentes da rede de agrupamentos de escolasde referncia que, nestes casos, integram as equipas locais
do SNIPI;iv) Assegurar atravs dos docentes da rede de agrupa-mentos de escola de referncia, a transio das medidas previstas no PIIP para o Programa Educativo Individual(PEI), de acordo com o determinado no artigo 8. doDecreto-Lei n. 3/2008, de 7 de Janeiro, alterado pela Lein. 21/2008, de 12 de Maio, sempre que a criana frequentea educao pr-escolar;
v) Designar profissionais para as equipas de coordena-o regional.
3 As entidades referidas no n. 1 podem proceder contratualizao das instituies particulares de solida-
riedade social (IPSS), necessrias exequibilidade dasmedidas tomadas no mbito do SNIPI.
Artigo 6.Comisso de Coordenao do SNIPI
1 criada a Comisso de Coordenao do SNIPI,adiante designado por Comisso, presidida por um repre-sentante do Ministrio do Trabalho e da SolidariedadeSocial, integrando representantes dos ministrios referidosno n. 1 do artigo anterior.
2 Compete Comisso assegurar a articulao dasaces desenvolvidas ao nvel de cada ministrio, mediantereunies trimestrais de avaliao e acompanhamento, e
em especial:a) Articular as aces dos ministrios atravs dos depar-
tamentos designados responsveis para o efeito;b) Assegurar a constituio de equipas multidisciplina-
res interministeriais para apoio aos PIIP;c) Acompanhar, regulamentar e avaliar o funcionamento
do SNIPI;d ) Definir critrios de elegibilidade das crianas, ins-
trumentos de avaliao e procedimentos necessrios exequibilidade dos PIIP;
e) Elaborar o plano anual de aco, estabelecendo ob- jectivos a nvel nacional;
f ) Sistematizar informao e elaborar um guia nacio-nal de recursos, enquanto registo de cobertura da rede deIPSS, de agrupamentos escolares de referncia e da redede cuidados de sade primrios;
g ) Criar uma base de dados nacional, com vista cen-tralizao da informao pertinente relativa s crianas
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acompanhadas pelo SNIPI, nos termos a definir em por-taria dos membros do Governo responsveis pelas reasda solidariedade social, da sade e da educao, sujeitaa consulta Comisso Nacional de Proteco de Dados;
h) Promover a formao e a investigao no mbitoda IPI;
i) Apresentar aos membros do Governo responsveis pelas reas da solidariedade social, da sade e da educao,relatrios anuais de actividade;
j) Proceder a uma avaliao bianual do SNIPI.
3 A Comisso elabora o seu regulamento interno eemite as orientaes necessrias ao cumprimento do pre-sente decreto-lei e ao funcionamento do SNIPI.
4 A Comisso compreende, nos termos a dispor emregulamento interno, cinco subcomisses de coordenaoregionais, correspondentes a NUTS II, competindo-lhes:
a) Apoiar a Comisso e transmitir as suas orientaesaos profissionais que compem as equipas de IPI;
b) Coordenar a gesto de recursos humanos, materiaise financeiros, segundo orientaes do plano nacional deaco;
c) Proceder recolha e actualizao contnua da in-formao disponvel e ao levantamento de necessidadesda sua rea de interveno, promovendo, para o efeito, acriao de uma base de dados;
d ) Planear, organizar e articular a aco desenvolvidacom as equipas locais de interveno e os ncleos de su- perviso tcnica da rea respectiva de interveno;
e) Integrar ncleos de superviso tcnica constitudos por profissionais das vrias reas de interveno das en-tidades previstas no n. 2 do artigo 1., com formao ereconhecida experincia na rea da IPI, podendo ser con-vidados para o efeito personalidades das reas cientficae acadmica.
5 Nos casos em que seja considerado conveniente, podem ser criadas subcomisses, por despacho conjuntodos membros do governo responsveis pelas reas da se-gurana social, da sade e da educao, sedeadas em cadadistrito com vista ao acompanhamento com maior proxi-midade das equipas locais de interveno do SNIPI.
Artigo 7.Equipas locais de interveno do SNIPI
1 As equipas locais de interveno do SNIPI desen-volvem actividade ao nvel municipal (NUTS III), po-dendo englobar vrios municpios ou desagregar -se por freguesias.
2 Estas equipas encontram-se sediadas nos centrosde sade, em instalaes atribudas pela comisso de co-ordenao regional de educao respectiva ou em IPSSconvencionadas para o efeito.
3 A coordenao das equipas locais assegurada por um dos elementos designados pela comisso de coor-denao regional.
4 Compete s equipas locais de interveno:a) Identificar as crianas e famlias imediatamente ele-
gveis para o SNIPI;b) Assegurar a vigilncia s crianas e famlias que,
embora no imediatamente elegveis, requerem avaliao peridica, devido natureza dos seus factores de risco e probabilidades de evoluo;
c) Encaminhar crianas e famlias no elegveis, mascarenciadas de apoio social;
d ) Elaborar e executar o PIIP em funo do diagnsticoda situao;
e) Identificar necessidades e recursos das comunidadesda sua rea de interveno, dinamizando redes formais e
informais de apoio social; f ) Articular, sempre que se justifique, com as comissesde proteco de crianas e jovens e com os ncleos daaco de sade de crianas e jovens em risco ou outrasentidades com actividade na rea da proteco infantil;
g ) Assegurar, para cada criana, processos de transioadequados para outros programas, servios ou contextoseducativos;
h) Articular com os docentes das creches e jardins-de--infncia em que se encontrem colocadas as crianas in-tegradas em IPI.
Artigo 8.
Plano individual da interveno precoce1 O plano individual da interveno precoce (PIIP),
elaborado nos termos da alnead ) do n. 4 do artigo an-terior, consiste na avaliao da criana no seu contextofamiliar, bem como na definio das medidas e aces adesenvolver de forma a assegurar um processo adequadode transio ou de complementaridade entre servios einstituies.
2 No PIIP devem constar, no mnimo, os seguinteselementos:
a) Identificao dos recursos e necessidades da crianae da famlia;
b) Identificao dos apoios a prestar;c) Indicao da data do incio da execuo do plano edo perodo provvel da sua durao;d ) Definio da periodicidade da realizao das ava-
liaes, realizadas junto das crianas e das famlias, bemcomo do desenvolvimento das respectivas capacidadesde adaptao;
e) Procedimentos que permitam acompanhar o processode transio da criana para o contexto educativo formal,nomeadamente o escolar;
f ) O PIIP deve articular -se com o PEI, aquando da tran-sio de crianas para a frequncia de jardins-de-infnciaou escolas bsicas do 1. ciclo.
3 No processo individual de cada criana devemconstar, para alm do PIIP, os relatrios inerentes, as me-didas aplicadas, a informao pertinente, a declaraode aceitao das famlias e a interveno das instituies privadas.
4 O processo referido no nmero anterior deve obe-decer a modelo a aprovar por despacho dos membros doGoverno responsveis pelas reas da solidariedade social,da sade e da educao, sob proposta da Comisso deCoordenao do SNIPI.
5 Os encargos com o funcionamento das respostasnos vrios nveis do SNIPI devem fazer parte integrantedos oramentos das estruturas dos ministrios envolvidos.
Artigo 9.Disposio transitria
1 O regime de apoio financeiro s cooperativas eassociaes de ensino especial, sem fins lucrativos, para
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actividades de interveno precoce, previsto na Portarian. 1102/97, de 3 de Novembro, mantm-se em vigor atao final do ano lectivo de 2009-2010.
2 Os acordos de cooperao celebrados no mbitodas orientaes definidas no despacho conjunto n. 891/99,
publicado no Dirio da Repblica, 2. srie, n. 244, de
19 de Outubro de 1999, e celebrados ao abrigo dos protoco-los de apoio tcnico precoce, mantm -se em vigor, devendocessar os seus efeitos, consoante sejam criadas as condiesde implementao do novo modelo de cooperao, at31 de Dezembro de 2010.
3 As crianas e famlias abrangidas pelo dispostonos nmeros anteriores transitam para o novo modelo decooperao, com salvaguarda do respectivo acompanha-mento, que se mantm nos termos do disposto no presentedecreto-lei.
4 Todas as IPSS ou entidades equiparadas, que te-nham at presente data acordos de cooperao, devem preparar um PIIP, para cada criana e famlia abrangidas,de modo a realizarem a respectiva adequao ao novomodelo de cooperao.
Artigo 10.Norma revogatria
Sem prejuzo do disposto no artigo anterior, so revo-gados:
a) A alneac) do n. 1. da Portaria n. 1102/97, de 3 de Novembro;
b) O despacho conjunto n. 891/99, publicado no Di-rio da Repblica, 2. srie, n. 244, de 19 de Outubro de1999.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 13 deAgosto de 2009. Jos Scrates Carvalho Pinto de Sou- sa Fernando Medina Maciel Almeida Correia Ma-nuel Francisco Pizarro de Sampaio e Castro Valter Victorino Lemos.
Promulgado em 23 de Setembro de 2009.Publique-se.O Presidente da Repblica, A NBALCAVACO SILVA.Referendado em 24 de Setembro de 2009.O Primeiro -Ministro, Jos Scrates Carvalho Pinto
de Sousa .
MINISTRIO DA EDUCAO
Decreto Regulamentar n. 27/2009
de 6 de Outubro
A prova de avaliao de conhecimentos e competn-cias regulada pelo Decreto Regulamentar n. 3/2008, de21 de Janeiro, consagrou um reforo do sistema vigente nosentido de assegurar que o exerccio efectivo de funesdocentes fica reservado a quem possui os requisitos neces-
srios a um desempenho profissional de qualidade.Com a alterao do Estatuto da Carreira Docente, nosentido da simplificao do regime da prova, com o pre-sente decreto regulamentar, designada de avaliao decompetncias e conhecimentos, consagra -se, como regra, a
existncia de uma prova geral obrigatria, comum a todosos candidatos, como forma de verificar a sua capacidadede mobilizar o raciocnio lgico e crtico, bem como asua preparao para resolver problemas em domnios nodisciplinares. Sem prejuzo da existncia desta componenteda prova, poder ainda realizar -se uma componente espec-
fica, a qual pode ser escrita e, ou, oral ou prtica, visandoavaliar competncias e conhecimentos de ordem cientficae tecnolgica, adequados s exigncias dos respectivos n-vel de ensino, rea disciplinar ou grupo de recrutamento.
Tendo em considerao a experincia j demonstradano sistema educativo por muitos dos candidatos docn-cia, o Governo entendeu alargar as regras de dispensa derealizao da prova, reduzindo o requisito do tempo deservio docente em regime de contrato e reconhecendoas menes de mrito obtidas pelos docentes na avaliaode desempenho.
Foram observados os procedimentos decorrentes da Lein. 23/98, de 26 de Maio.
Assim: Nos termos da alnea c) do artigo 199. da Constituio
e do n. 10 do artigo 22. do Estatuto da Carreira dos Edu-cadores de Infncia e dos Professores dos Ensinos Bsicoe Secundrio, o Governo decreta o seguinte:
Artigo 1.Alterao ao Decreto Regulamentar n. 3/2008, de 21 de Janeiro
Os artigos 1. a 8., 11., 14., 15., 20. e 21. do DecretoRegulamentar n. 3/2008, de 21 de Janeiro, passam a ter a seguinte redaco:
Artigo 1.
[...]O presente decreto regulamentar estabelece o regime
da prova de avaliao de competncias e conhecimentos,adiante, abreviadamente, designada por prova, previstano artigo 22. do Estatuto da Carreira dos Educadoresde Infncia e dos Professores dos Ensinos Bsico eSecundrio.
Artigo 2.[...]
A prova destina-se a quem, sendo detentor de umaqualificao profissional para a docncia e no tendoingressado na carreira docente, pretenda candidatar -seao exerccio de funes docentes nos concursos deseleco e recrutamento de pessoal docente da edu-cao pr -escolar e dos ensinos bsico e secundrio,num dos grupos de recrutamento previstos no Decreto--Lei n. 27/2006, de 10 de Fevereiro, no mbito dosagrupamentos de escolas ou escolas no agrupadas doensino no superior na dependncia do Ministrio daEducao.
Artigo 3.[...]
1 A prova visa verificar o domnio de competn-cias fundamentais para o exerccio da funo docente.
2 A prova tem obrigatoriamente uma componentecomum a todos os candidatos que visa avaliar a suacapacidade para mobilizar o raciocnio lgico e crtico,
bem como a preparao para resolver problemas emdomnios no disciplinares.