Sistema Nacional de Intervenção Precoce

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  • 8/8/2019 Sistema Nacional de Interveno Precoce

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    b) Risco de alteraes ou alteraes nas funes eestruturas do corpo qualquer risco de alterao, ou al-terao, que limite o normal desenvolvimento da crianae a sua participao, tendo em conta os referenciais dedesenvolvimento prprios, consoante a idade e o contextosocial;

    c) Risco grave de atraso de desenvolvimento a ve-rificao de condies biolgicas, psicoafectivas ou am- bientais, que implicam uma alta probabilidade de atrasorelevante no desenvolvimento da criana.

    Artigo 4.Objectivos

    O SNIPI tem os seguintes objectivos:a) Assegurar s crianas a proteco dos seus direitos e

    o desenvolvimento das suas capacidades, atravs de acesde IPI em todo o territrio nacional;

    b) Detectar e sinalizar todas as crianas com risco dealteraes ou alteraes nas funes e estruturas do corpoou risco grave de atraso de desenvolvimento;

    c) Intervir, aps a deteco e sinalizao nos termos daalnea anterior, em funo das necessidades do contextofamiliar de cada criana elegvel, de modo a prevenir oureduzir os riscos de atraso no desenvolvimento;

    d ) Apoiar as famlias no acesso a servios e recursosdos sistemas da segurana social, da sade e da educao;

    e) Envolver a comunidade atravs da criao de meca-nismos articulados de suporte social.

    Artigo 5.Estrutura e funcionamento

    1 O SNIPI funciona por articulao das estruturasrepresentativas dos Ministrios do Trabalho e da Solida-riedade Social, da Sade e da Educao, em colaboraodirecta com as famlias, e coordenado pela Comisso deCoordenao do SNIPI.

    2 As competncias de cada um dos ministrios com- preendem, nomeadamente:

    a) Ao Ministrio do Trabalho e da Solidariedade Socialcompete:

    i) Promover a cooperao activa com as IPSS e equi- paradas, de modo a celebrar acordos de cooperao para

    efeitos de contratao de profissionais de servio social,terapeutas e psiclogos;ii) Promover a acessibilidade a servios de creche ou

    de ama, ou outros apoios prestados no domiclio por en-tidades institucionais, atravs de equipas multidisciplina-res, assegurando em conformidade o Plano Individual deInterveno Precoce (PIIP) aplicvel;

    iii) Designar profissionais dos centros distritais do Ins-tituto da Segurana Social, I. P., para as equipas de coor-denao regional;

    b) Ao Ministrio da Sade compete:i) Assegurar a deteco, sinalizao e accionamento do

    processo de IPI;ii) Encaminhar as crianas para consultas ou centros

    de desenvolvimento, para efeitos de diagnstico e orien-tao especializada, assegurando a exequibilidade do PIIPaplicvel;

    iii) Designar profissionais para as equipas de coorde-nao regional;

    iv) Assegurar a contratao de profissionais para aconstituio de equipas de IPI, na rede de cuidados desade primrios e nos hospitais, integrando profissionaisde sade com qualificao adequada s necessidades de

    cada criana;c) Ao Ministrio da Educao compete:i) Organizar uma rede de agrupamentos de escolas de

    referncia para IPI, que integre docentes dessa rea deinterveno, pertencentes aos quadros ou contratados peloMinistrio da Educao;

    ii) Assegurar, atravs da rede de agrupamentos de es-colas referncia, a articulao com os servios de sade ede segurana social;

    iii) Assegurar as medidas educativas previstas no PIIPatravs dos docentes da rede de agrupamentos de escolasde referncia que, nestes casos, integram as equipas locais

    do SNIPI;iv) Assegurar atravs dos docentes da rede de agrupa-mentos de escola de referncia, a transio das medidas previstas no PIIP para o Programa Educativo Individual(PEI), de acordo com o determinado no artigo 8. doDecreto-Lei n. 3/2008, de 7 de Janeiro, alterado pela Lein. 21/2008, de 12 de Maio, sempre que a criana frequentea educao pr-escolar;

    v) Designar profissionais para as equipas de coordena-o regional.

    3 As entidades referidas no n. 1 podem proceder contratualizao das instituies particulares de solida-

    riedade social (IPSS), necessrias exequibilidade dasmedidas tomadas no mbito do SNIPI.

    Artigo 6.Comisso de Coordenao do SNIPI

    1 criada a Comisso de Coordenao do SNIPI,adiante designado por Comisso, presidida por um repre-sentante do Ministrio do Trabalho e da SolidariedadeSocial, integrando representantes dos ministrios referidosno n. 1 do artigo anterior.

    2 Compete Comisso assegurar a articulao dasaces desenvolvidas ao nvel de cada ministrio, mediantereunies trimestrais de avaliao e acompanhamento, e

    em especial:a) Articular as aces dos ministrios atravs dos depar-

    tamentos designados responsveis para o efeito;b) Assegurar a constituio de equipas multidisciplina-

    res interministeriais para apoio aos PIIP;c) Acompanhar, regulamentar e avaliar o funcionamento

    do SNIPI;d ) Definir critrios de elegibilidade das crianas, ins-

    trumentos de avaliao e procedimentos necessrios exequibilidade dos PIIP;

    e) Elaborar o plano anual de aco, estabelecendo ob- jectivos a nvel nacional;

    f ) Sistematizar informao e elaborar um guia nacio-nal de recursos, enquanto registo de cobertura da rede deIPSS, de agrupamentos escolares de referncia e da redede cuidados de sade primrios;

    g ) Criar uma base de dados nacional, com vista cen-tralizao da informao pertinente relativa s crianas

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    acompanhadas pelo SNIPI, nos termos a definir em por-taria dos membros do Governo responsveis pelas reasda solidariedade social, da sade e da educao, sujeitaa consulta Comisso Nacional de Proteco de Dados;

    h) Promover a formao e a investigao no mbitoda IPI;

    i) Apresentar aos membros do Governo responsveis pelas reas da solidariedade social, da sade e da educao,relatrios anuais de actividade;

    j) Proceder a uma avaliao bianual do SNIPI.

    3 A Comisso elabora o seu regulamento interno eemite as orientaes necessrias ao cumprimento do pre-sente decreto-lei e ao funcionamento do SNIPI.

    4 A Comisso compreende, nos termos a dispor emregulamento interno, cinco subcomisses de coordenaoregionais, correspondentes a NUTS II, competindo-lhes:

    a) Apoiar a Comisso e transmitir as suas orientaesaos profissionais que compem as equipas de IPI;

    b) Coordenar a gesto de recursos humanos, materiaise financeiros, segundo orientaes do plano nacional deaco;

    c) Proceder recolha e actualizao contnua da in-formao disponvel e ao levantamento de necessidadesda sua rea de interveno, promovendo, para o efeito, acriao de uma base de dados;

    d ) Planear, organizar e articular a aco desenvolvidacom as equipas locais de interveno e os ncleos de su- perviso tcnica da rea respectiva de interveno;

    e) Integrar ncleos de superviso tcnica constitudos por profissionais das vrias reas de interveno das en-tidades previstas no n. 2 do artigo 1., com formao ereconhecida experincia na rea da IPI, podendo ser con-vidados para o efeito personalidades das reas cientficae acadmica.

    5 Nos casos em que seja considerado conveniente, podem ser criadas subcomisses, por despacho conjuntodos membros do governo responsveis pelas reas da se-gurana social, da sade e da educao, sedeadas em cadadistrito com vista ao acompanhamento com maior proxi-midade das equipas locais de interveno do SNIPI.

    Artigo 7.Equipas locais de interveno do SNIPI

    1 As equipas locais de interveno do SNIPI desen-volvem actividade ao nvel municipal (NUTS III), po-dendo englobar vrios municpios ou desagregar -se por freguesias.

    2 Estas equipas encontram-se sediadas nos centrosde sade, em instalaes atribudas pela comisso de co-ordenao regional de educao respectiva ou em IPSSconvencionadas para o efeito.

    3 A coordenao das equipas locais assegurada por um dos elementos designados pela comisso de coor-denao regional.

    4 Compete s equipas locais de interveno:a) Identificar as crianas e famlias imediatamente ele-

    gveis para o SNIPI;b) Assegurar a vigilncia s crianas e famlias que,

    embora no imediatamente elegveis, requerem avaliao peridica, devido natureza dos seus factores de risco e probabilidades de evoluo;

    c) Encaminhar crianas e famlias no elegveis, mascarenciadas de apoio social;

    d ) Elaborar e executar o PIIP em funo do diagnsticoda situao;

    e) Identificar necessidades e recursos das comunidadesda sua rea de interveno, dinamizando redes formais e

    informais de apoio social; f ) Articular, sempre que se justifique, com as comissesde proteco de crianas e jovens e com os ncleos daaco de sade de crianas e jovens em risco ou outrasentidades com actividade na rea da proteco infantil;

    g ) Assegurar, para cada criana, processos de transioadequados para outros programas, servios ou contextoseducativos;

    h) Articular com os docentes das creches e jardins-de--infncia em que se encontrem colocadas as crianas in-tegradas em IPI.

    Artigo 8.

    Plano individual da interveno precoce1 O plano individual da interveno precoce (PIIP),

    elaborado nos termos da alnead ) do n. 4 do artigo an-terior, consiste na avaliao da criana no seu contextofamiliar, bem como na definio das medidas e aces adesenvolver de forma a assegurar um processo adequadode transio ou de complementaridade entre servios einstituies.

    2 No PIIP devem constar, no mnimo, os seguinteselementos:

    a) Identificao dos recursos e necessidades da crianae da famlia;

    b) Identificao dos apoios a prestar;c) Indicao da data do incio da execuo do plano edo perodo provvel da sua durao;d ) Definio da periodicidade da realizao das ava-

    liaes, realizadas junto das crianas e das famlias, bemcomo do desenvolvimento das respectivas capacidadesde adaptao;

    e) Procedimentos que permitam acompanhar o processode transio da criana para o contexto educativo formal,nomeadamente o escolar;

    f ) O PIIP deve articular -se com o PEI, aquando da tran-sio de crianas para a frequncia de jardins-de-infnciaou escolas bsicas do 1. ciclo.

    3 No processo individual de cada criana devemconstar, para alm do PIIP, os relatrios inerentes, as me-didas aplicadas, a informao pertinente, a declaraode aceitao das famlias e a interveno das instituies privadas.

    4 O processo referido no nmero anterior deve obe-decer a modelo a aprovar por despacho dos membros doGoverno responsveis pelas reas da solidariedade social,da sade e da educao, sob proposta da Comisso deCoordenao do SNIPI.

    5 Os encargos com o funcionamento das respostasnos vrios nveis do SNIPI devem fazer parte integrantedos oramentos das estruturas dos ministrios envolvidos.

    Artigo 9.Disposio transitria

    1 O regime de apoio financeiro s cooperativas eassociaes de ensino especial, sem fins lucrativos, para

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    actividades de interveno precoce, previsto na Portarian. 1102/97, de 3 de Novembro, mantm-se em vigor atao final do ano lectivo de 2009-2010.

    2 Os acordos de cooperao celebrados no mbitodas orientaes definidas no despacho conjunto n. 891/99,

    publicado no Dirio da Repblica, 2. srie, n. 244, de

    19 de Outubro de 1999, e celebrados ao abrigo dos protoco-los de apoio tcnico precoce, mantm -se em vigor, devendocessar os seus efeitos, consoante sejam criadas as condiesde implementao do novo modelo de cooperao, at31 de Dezembro de 2010.

    3 As crianas e famlias abrangidas pelo dispostonos nmeros anteriores transitam para o novo modelo decooperao, com salvaguarda do respectivo acompanha-mento, que se mantm nos termos do disposto no presentedecreto-lei.

    4 Todas as IPSS ou entidades equiparadas, que te-nham at presente data acordos de cooperao, devem preparar um PIIP, para cada criana e famlia abrangidas,de modo a realizarem a respectiva adequao ao novomodelo de cooperao.

    Artigo 10.Norma revogatria

    Sem prejuzo do disposto no artigo anterior, so revo-gados:

    a) A alneac) do n. 1. da Portaria n. 1102/97, de 3 de Novembro;

    b) O despacho conjunto n. 891/99, publicado no Di-rio da Repblica, 2. srie, n. 244, de 19 de Outubro de1999.

    Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 13 deAgosto de 2009. Jos Scrates Carvalho Pinto de Sou- sa Fernando Medina Maciel Almeida Correia Ma-nuel Francisco Pizarro de Sampaio e Castro Valter Victorino Lemos.

    Promulgado em 23 de Setembro de 2009.Publique-se.O Presidente da Repblica, A NBALCAVACO SILVA.Referendado em 24 de Setembro de 2009.O Primeiro -Ministro, Jos Scrates Carvalho Pinto

    de Sousa .

    MINISTRIO DA EDUCAO

    Decreto Regulamentar n. 27/2009

    de 6 de Outubro

    A prova de avaliao de conhecimentos e competn-cias regulada pelo Decreto Regulamentar n. 3/2008, de21 de Janeiro, consagrou um reforo do sistema vigente nosentido de assegurar que o exerccio efectivo de funesdocentes fica reservado a quem possui os requisitos neces-

    srios a um desempenho profissional de qualidade.Com a alterao do Estatuto da Carreira Docente, nosentido da simplificao do regime da prova, com o pre-sente decreto regulamentar, designada de avaliao decompetncias e conhecimentos, consagra -se, como regra, a

    existncia de uma prova geral obrigatria, comum a todosos candidatos, como forma de verificar a sua capacidadede mobilizar o raciocnio lgico e crtico, bem como asua preparao para resolver problemas em domnios nodisciplinares. Sem prejuzo da existncia desta componenteda prova, poder ainda realizar -se uma componente espec-

    fica, a qual pode ser escrita e, ou, oral ou prtica, visandoavaliar competncias e conhecimentos de ordem cientficae tecnolgica, adequados s exigncias dos respectivos n-vel de ensino, rea disciplinar ou grupo de recrutamento.

    Tendo em considerao a experincia j demonstradano sistema educativo por muitos dos candidatos docn-cia, o Governo entendeu alargar as regras de dispensa derealizao da prova, reduzindo o requisito do tempo deservio docente em regime de contrato e reconhecendoas menes de mrito obtidas pelos docentes na avaliaode desempenho.

    Foram observados os procedimentos decorrentes da Lein. 23/98, de 26 de Maio.

    Assim: Nos termos da alnea c) do artigo 199. da Constituio

    e do n. 10 do artigo 22. do Estatuto da Carreira dos Edu-cadores de Infncia e dos Professores dos Ensinos Bsicoe Secundrio, o Governo decreta o seguinte:

    Artigo 1.Alterao ao Decreto Regulamentar n. 3/2008, de 21 de Janeiro

    Os artigos 1. a 8., 11., 14., 15., 20. e 21. do DecretoRegulamentar n. 3/2008, de 21 de Janeiro, passam a ter a seguinte redaco:

    Artigo 1.

    [...]O presente decreto regulamentar estabelece o regime

    da prova de avaliao de competncias e conhecimentos,adiante, abreviadamente, designada por prova, previstano artigo 22. do Estatuto da Carreira dos Educadoresde Infncia e dos Professores dos Ensinos Bsico eSecundrio.

    Artigo 2.[...]

    A prova destina-se a quem, sendo detentor de umaqualificao profissional para a docncia e no tendoingressado na carreira docente, pretenda candidatar -seao exerccio de funes docentes nos concursos deseleco e recrutamento de pessoal docente da edu-cao pr -escolar e dos ensinos bsico e secundrio,num dos grupos de recrutamento previstos no Decreto--Lei n. 27/2006, de 10 de Fevereiro, no mbito dosagrupamentos de escolas ou escolas no agrupadas doensino no superior na dependncia do Ministrio daEducao.

    Artigo 3.[...]

    1 A prova visa verificar o domnio de competn-cias fundamentais para o exerccio da funo docente.

    2 A prova tem obrigatoriamente uma componentecomum a todos os candidatos que visa avaliar a suacapacidade para mobilizar o raciocnio lgico e crtico,

    bem como a preparao para resolver problemas emdomnios no disciplinares.