Sistemas de Informação em Saúde

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- Conceituar Sistemas de Informação em Saúde (SIS);-ƒ Explicitar características e usos básicos dos SIS;ƒ- Identificar e avaliar as vantagens e dificuldades na implantação de SIS;-ƒ Introduzir o modelo de certificação de Sistemas de Registro Eletrônico de Saúde da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde e Conselho Federal de Medicina.

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    Os objetivos desta disciplina so:

    Conceituar Sistemas de Informao em Sade (SIS); Explicitar caractersticas e usos bsicos dos SIS; Identificar e avaliar as vantagens e dificuldades na implantao de SIS; Introduzir o modelo de certificao de Sistemas de Registro Eletrnico de Sade da Socieda-

    de Brasileira de Informtica em Sade e Conselho Federal de Medicina.

    Prof. Dr. Paulo Mazzoncini de Azevedo MarquesDra. Juliana Pereira de Souza

    Introduo Sistemas de Informao em Sade: conceitos e funcionalidades Sistemas de Informao em Sade: ter ou no ter? O Modelo de certificao SBIS-CFM para S-RES Consideraes Finais Reflita a respeito Referncias Bibliogrficas

    Sistemas de Informao em Sade

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    1 INTRODUO

    Vamos iniciar este mdulo compreendendo o que informao. Se-gundo Carvalho (1998), pode-se definir informao como o significado que o homem atribui a um determinado dado por meio de convenes e representaes. Um clssico exemplo o do semforo para regular o trn-sito, que utiliza as cores verde, amarelo e vermelho, as quais so associadas a determinadas aes especficas. Dentro de um determinado contexto, o uso da informao gera uma deciso e desencadeia uma ao, que, por sua vez, ir gerar um novo contexto, uma nova informao, uma nova ao e assim por diante. Se esse processo for feito de forma adequada, possvel se estabelecer um ciclo virtuoso, no qual a informao gerada na execuo da tarefa suportar sua otimizao.

    O gerenciamento de informaes uma necessidade latente da so-ciedade e na rea da sade no diferente. Carvalho (1998, p. 2)corro-bora ao dizer

    Na gerncia de servios de sade, bsica a necessidade de cadastros de pacientes, cadastro da populao, cadastros de estabelecimentos, produo das atividades de sade, conhecimento do perfil de doenas atendidas, da mortalidade, nmero de profissionais de sade, nme-ro de consultrios, leitos, medicamentos utilizados, gastos efetuados e tantas outras informaes. Alm disso, essas informaes necessi-tam ser cruzadas para se conhecer o modus operandi dos servios, o alcance de suas metas, objetivos e impactos. Com certeza, poderiam ser processadas manualmente, mas dificilmente de forma integrada e em tempo oportuno para a tomada de deciso, mesmo em municpios

    muito pequenos.

    Como voc pode observar, de acordo o autor, h a necessidade de ter um Sistema de Informao em Sade (SIS), pois ele tem como finalidade bsica fornecer informaes para otimizar a gesto e os resultados dos pro-gramas e servios de sade. De forma mais especfica, um SIS essencial para monitorar a situao da ateno sade, o desempenho na execuo de aes e servios de promoo, preveno e curativos, bem como a disponibilidade e utilizao dos recursos existentes para tais fins. Em linhas gerais, um SIS composto de mecanismos e procedimentos para:

    aquisio e anlise de dados e para a prestao de informa-es necessrias para suportar o planejamento e programao oramentrios nos diferentes nveis de governo;

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    2 acompanhamento, avaliao e coordenao de programas e

    servios de sade;

    cuidados sade do indivduo;

    pesquisa e ensino na rea da sade, apoio definio de pol-ticas nacionais baseadas em evidncia, e como fonte de infor-mao para o pblico em geral.

    No que concerne assistncia ao paciente, o sistema de informao deve dar suporte ao seu tratamento e acompanhamento, bem como apoiar o monitoramento de grupos com necessidades especiais (WHO, 2000).

    Segundo Marin (2010), diversos termos tm sido usados para des-crever sistemas de informao em sade computadorizados ou informa-tizados. Por via de regra, os termos Sistemas de Informao em Sade e Registro Eletrnico de Sade so termos usados para descrever sistemas mais gerais com conceitos mais globais, enquanto que o termo Registro Mdico de Sade representa um sistema mais especfico, um registro mais localizado.

    Considerando-se o modelo de ateno preconizado pelo Sistema nico de Sade (SUS), ao mesmo tempo hierarquizado e descentralizado, estruturado sobre equipes multiprofissionais atuando preferencialmente de forma interdisciplinar, fica evidente a importncia de se poder contar com sistemas de informao que possibilitem o acesso informao necessria no momento e local exigidos. Por outro lado, as caractersticas especficas de troca de informao envolvendo dados sensveis identificados implicam em aspectos bastante especficos para a arquitetura e funcionamento dos SIS.

    A estruturao de mecanismos e sistemas que possibilitem a aqui-sio, o arquivamento e a anlise de dados, bem como a integrao e disponibilizao de informao, desde o nvel de cuidado do indivduo at o de gesto de polticas pblicas de sade, uma necessidade premente e um desafio ainda maior. Nesse cenrio, a proposta desse mdulo de estimular e instrumentalizar a reflexo sobre as vantagens, necessidades, li-mitaes e dificuldades inerentes ao uso de sistemas de informao na rea da sade; bem como oferecer um contato inicial com o modelo de avalia-o em conformidade com os requisitos de confidencialidade, integridade

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    3 e segurana de dados, estabelecido pelo processo de certificao de S-RES elaborado pela Sociedade Brasileira de Informtica em Sade (SBIS) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM).

    Leitura Complementar Obrigatria:

    MARIN, H.F. Sistemas de informao em sade: considera-es gerais. J. Health Inform, jan.-mar. 2010; 2(1): 20-4

    PATRCIO, C.M. et al. O pronturio eletrnico do paciente no sistema de sade brasileiro. Scientia Medica, Porto Alegre; volume 21, nmero 3, p. 121-131, 2011.

    SBIS. Manual de Certificao para Sistemas de Registro Ele-trnico em Sade (S-RES). Verso 4.1, 2013.

    LOYOLA DOS SANTOS, L.G. A poltica nacional de In-formao e Informtica em Sade no MS. Apresentao. Disponvel em http://eventos.opasbrasil.org/public/documents/PNIIS-%20Loyola-182639.pdf Acessado em 01/02/2014.

    Leitura Complementar Sugerida:

    Cartilha sobre pronturio eletrnico - a certificao de sis-temas de registro eletrnico de sade, 2012; Disponvel em http://www.sbis.org.br/certificacao/Cartilha_SBIS_CFM_Pron-tuario_Eletronico_fev_2012.pdf.

    CARVALHO, A. de O.Sistemas de Informao em Sa-de para municpios, volume 6 / Andr deOliveira Carvalho, Maria Bernadete de Paula Eduardo. So Paulo : Faculdade de Sade Pblica da Universidade de So Paulo, 1998. (Srie Sade & Cidadania)

    ASHISH, K. et al. Use of electronic health records in U.S. hos-hos-pitals. N Engl J Med, 2009. n engl j med 10.1056/nejm-sa0900592

    AZEVEDO-MARQUES, P.M.; SALOMO, S.M. PACS: Siste-ma de Arquivamento e Distribuio de Imagens. Re-vista Brasileira de Fsica Mdica, 2009; 3(1): 131-9.

    SBIS. Manual Operacional de Ensaios e Anlises para Certifi-cao de S-RES. Verso 1.2, 2009.

    SAIBA MAIS!

    Visando auxili-lo, seguem algumas

    indicaes de leitura para aprofundar

    seu entendimento sobre o assunto. As

    indicaes foram separadas entre complementar obrigatria e

    sugerida, em funo de sua importncia para compreenso

    do contedo.

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    4 WHO. Health information systems development and strengthening: guidance on needs assessment for na-tional health information systems development. World Health Organization, Department of Organization of Health Services Delivery Evidence and Information for Policy Cluster, 2000.

    PIINS. Poltica Nacional de Informao e Informtica em Sa-de proposta, maro/2013.

    SISTEMAS DE INFORMAO EM SADE: CONCEITOS E FUNCIONALIDADES

    Fonte: Cartilha sobre Pronturio Eletrnico - a Certificao de Sistemas de Registro Eletrnico de Sade, 2012. Disponvel em: http://www.sbis.org.br/certificacao/Carti-lha_SBIS_CFM_Prontuario_Eletronico_fev_2012.pdf.

    Sistemas de Informao (SI) so fundamentais para potencializar a criao, disseminao e aplicao de conhecimento. Os SI podem apre-sentar funcionalidades em diferentes nveis de complexidade e sofisticao, desde algo muito bsico e especfico at muito geral e sofisticado. Porm, todos os SI possuem objetivos comuns, sendo que, em se tratando de Sis-temas de Informao em Sade (SIS), o objetivo comum sempre o de melhorar a sade dos indivduos e das populaes atravs da aplicao adequada de conhecimentos gerados a partir de informaes organizadas.

    DEFINIES DA ISO

    Registro Eletrnico em Sade (RES): um repositrio de infor-mao a respeito da sade de indivduos, numa forma proces-svel eletronicamente.

    Sistema de Registro Eletrnico em Sade (S-RES): sistema para registro, recuperao e manipulao das informaes de um Registro Eletrnico em Sade.

    SAIBA MAIS!International

    Organization for Standardization (ISO) a maior

    organizao voluntria de

    desenvolvimento de padres. Para mais informaes acesse: http://www.iso.org/

    iso/home.html.

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    5 De forma a se buscar garantir que os SIS efetivamente agreguem

    valor ao processo de sade, assegurando eficcia e eficincia na sua utiliza-o, alguns cuidados devem ser tomados no seu processo de implantao. Um aspecto muito importante a se considerar buscar definir, de forma clara e objetiva, a abrangncia dos SIS, ou seja, identificar os resultados esperados com a sua implantao. Por exemplo, o sistema tem por objetivo facilitar o cuidado do paciente? Em que nvel? O sistema a ser implantado tem por finalidade gerenciar recursos? Quais recursos, em que nvel, em quantos locais? O sistema dever apoiar a aplicao de cuidados preven-tivos para uma populao especfica? Alm disso, avaliaes e definies referentes aos aspectos tcnicos de implantao, recursos humanos e fontes de financiamento devem ser tambm consideradas.

    Conforme citado na Introduo desse mdulo, a informao um elemento essencial na tomada de deciso, na prestao de cuidados e na orientao de polticas pblicas e institucionais para a sade. Dessa forma, para que um SIS seja til, ele deve ser capaz de capturar e tratar uma gran-de diversidade de processos e dados relacionados ateno sade.

    A base tecnolgica do sistema de informao a aplicao computa-cional que possibilita alcanar os objetivos para ele estabelecidos. Uma vez implementada, a aplicao computacional (software) passa tambm, por sua vez, a definir as possibilidades de uso do sistema em situaes espec-ficas da rotina de ateno sade.

    Segundo Patrcio (2011), as primeiras experincias com uso de sis-temas de informao em sade datam da dcada de 1960 e tinham ini-cialmente foco administrativo, buscando favorecer a comunicao entre os vrios setores de um hospital, passando, posteriormente, a armazenar tam-bm informaes sobre os pacientes. Segundo Marin (2010), at a dcada de 1980 os SIS trabalhavam de forma isolada. A partir da dcada de 1990 os sistemas passaram a ser mais integrados, possibilitando a comunicao e integrao entre sistemas situados em diferentes locais geogrficos e em diferentes hospitais ou servios de atendimento em sade.

    Os avanos tecnolgicos a partir dos anos 2000, particularmente a evoluo da computao distribuda e o estabelecimento de padres de comunicao especficos, tm possibilitado a estruturao de SIS com ar-quitetura e funcionalidades voltadas para promover a integrao da infor-

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    6 mao disponvel em um ambiente de ateno sade em rede. Mesmo assim, ainda segundo Marin (2010), dependendo da forma como foram construdos e, dependendo do modelo utilizado de implantao e distri-buio, os sistemas hoje utilizados nos mais diversos pases apresentam desafios enormes para atingirem nveis bsicos de integrao e interopera-bilidade.

    SISTEMAS DE INFORMAO EM SADE EM MBITO NACIONAL

    De acordo com Carvalho (1998), a tendncia histrica em vrios pa-ses tem demonstrado no ser possvel a concretizao de um sistema nico, gerador de todas as informaes de sade, at porque as realidades e ne-cessidades so distintas. Busca-se, idealmente, a integrao e articulao entre os vrios sistemas para se evitar a duplicidade da coleta de dados, a coleta de dados desnecessrios, bem como a sobrecarga dos profissionais de sade. Ainda segundo o autor, idealmente, a coleta de dados deve ser feita respeitando-se a hierarquizao, a descentralizao e a municipali-zao dos servios de sade, de acordo com a complexidade das aes e com as necessidades dos diferentes nveis de gesto do sistema de sade.

    Idealmente, tambm, cada nvel estrutural dever ter um contedo mnimo suficiente para cumprir as diretrizes e princpios do SUS. O muni-cpio deve deter informaes suficientes para a gerncia local dos servios, remetendo-os, seletivamente, aos nveis estadual e federal, que detm os papis de coordenadores e supervisores das aes de sade. Dessa for-ma, a constituio de um sistema bsico de informao, de abrangncia nacional, deve ter suas fontes de coleta de dados nas instituies sediadas nos municpios, de forma que os dados de interesse estadual ou nacional possam ser coletados, processados e enviados a esses nveis, sem prejuzo das outras necessidades especficas de informao reconhecidas pelo mu-nicpio.

    Isso quer dizer que o municpio pode ter um sistema que englobe uma srie de outras informaes, alm daquelas exigidas pelos nveis es-tadual ou nacional, processar seus prprios dados, ter seus relatrios para monitoramento e avaliao, e participar, de maneira eficiente, do envio da informao aos demais nveis de gerncia do SUS. Em geral, esse o modelo existente em municpios que dispem de SIS, desenvolvidos local-mente ou adquiridos de terceiros, e os dados solicitados so enviados em

    Interoperabilidade: Habilidade de

    transferir e utilizar informaes de

    maneira uniforme e eficiente entre

    vrias organizaes e sistemas de

    informao. Notas: So verificados dois nveis principais de interoperabilidade

    de informaes:

    i) Interoperabilidade funcional:

    interao de dois ou mais sistemas (equipamentos,

    sistemas de informao, bases

    de dados) para trocar informaes de acordo com um conjunto de regras

    definidas; e

    ii) Interoperabilidade semntica: capacidade de sistemas

    compartilharem informaes

    compreendidas atravs da definio

    de conceitos de domnio.

    GLOSSRIO

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    7 mdias, em arquivos DBF, TXT ou outros padres, a partir de uma defini-o prvia da estrutura do banco de dados.

    Constituem Sistemas de Informao em Sade necessrios aqueles que iro permitir conhecer as caractersticas sociais, econmicas, fsicas, demogrficas e outras que possam afetar a sade. Aqueles que per-mitem conhecer os problemas de sade do municpio, no apenas os percebidos pelas autoridades de sade, mas tambm os sentidos pela populao. Aqueles que possibilitam acompanhar a programao de sade dirigida ao atendimento individual e coletivo, no apenas para a deteco de doenas e tratamento, mas tambm para a preveno da doena e promoo sade, gerando indicadores de eficcia e efeitos dos servios de sade, alm dos que informam mais estritamente os

    aspectos administrativos.(CARVALHO, 1998, p.30).

    H vrios aplicativos desenvolvidos para o setor pblico de sade pelo Departamento de Informtica do SUS (DATASUS) que tm a funo de integrar sistemas para a gerncia em sade, no controle oramentrio/financeiro, de estoque, produo de atividades, morbidade e mortalidade, unidades ambulatoriais, hospitalares, laboratrios, etc. Porm, no h ain-da disponvel um aplicativo completo que responda a todos os aspectos da gerncia tanto queles relativos ao atendimento individual sade quanto queles relacionados s aes coletivas.

    SISTEMAS DE INFORMAO EM SADE EM MBITO HOSPITALAR E DE ATENDIMENTO INDIVIDUAL.

    No nvel de cuidado do paciente (ou do usurio do sistema de sa-de, em geral) o sistema de informao deve assumir tambm a funo de pronturio. Evidentemente que, da mesma forma que os sistemas de mbito nacional, o sistema de informao em sade com foco na ateno ao paciente dever tambm suportar atividades de gesto organizacional. Dessa forma, no mbito do atendimento clnico, o SIS deve funcionar, por um lado, como um Pronturio Eletrnico do Paciente (PEP) e, do outro, como um sistema de gesto em sade, englobando recursos financeiros, recursos humanos, materiais, equipamentos e espao fsico.

    No mbito da ateno hospitalar o que se encontra, em geral, um conjunto de sistemas e aplicaes formado por um sistema principal, que funciona como um organizador do fluxo de atendimento e porta de en-trada do paciente no servio, conhecido normalmente como Sistema de Informao Hospitalar (ou HIS, do ingls, Hospital Information System).

    Para mais detalhes sobre os SIS de

    mbito nacional, consultar: http://

    www2.datasus.gov.br/

    SAIBA MAIS!

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    8 O HIS engloba as informaes demogrficas do paciente e o conjunto de procedimentos ao qual ele submetido em seu atendimento.

    O HIS tambm coordena o fluxo de dados e de atividades de outros sistemas voltados para atividades especficas. Por exemplo, no servio de radiologia e diagnstico por imagem existe o Sistema de Informao em Radiologia (ou RIS, do ingls, Radiology Information System). O RIS responsvel pela gesto organizacional das atividades do servio por meio de um processo de agendamento eletrnico e tambm pelo arquivamen-to e disponibilizao dos laudos dos exames realizados. O RIS tambm responsvel pela transferncia de dados demogrficos sobre os pacientes e exames para o PACS (do ingls, Picture Archiving and Communication System), que o sistema voltado para o arquivamento e distribuio de imagens, o qual, por sua vez, responsvel pela insero dessas infor-maes nas interfaces dos equipamentos de realizao de exames, como tomografia computadorizada, ressonncia magntica, etc.

    Quando se trabalha com os padres de comunicao especificados para a rea da sade, como o HL7 (em ingls, Health Level Seven) e o DICOM (em ingls, Digital Imaging and Communications in Medicine), a transferncia de informao entre os vrios sistemas feita segundo um modelo Top-to-Down, ou seja, do sistema mais genrico para os mais es-pecficos. Dessa forma, o sistema mais especfico contm todas as informa-es propagadas pelos sistemas anteriores, alm das suas prprias, garan-tindo assim a consistncia dos dados em todos os nveis. A Figura 1 mostra esquematicamente o conjunto de sistemas de informao da rea de radio-logia, os dados e padres de comunicao necessrios para sua integrao.

    SISTEMAS E PADRES

    Sistema de Informao Hospitalar* Informao pessoais e hospitalares do pacienteID. PACIENTE

    Sistema de Informao em Radiologia* Exames e laudosID. EXAME + ID. PACIENTE

    Sistema de Gerenciamento de Imagens* Imagens mdicasACCESSION NUMBER + ID. EXAME + ID. PACIENTE

    Figura 1 Sistemas e padres de comunicao em radiologia

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    9 De forma similar, a integrao de sistemas tambm feita para outros

    servios e setores do hospital, por exemplo, entre o HIS e o LIS (do ingls, Laboratory Information System), que o sistema responsvel pelos exames laboratoriais. Nesse caso, se forem utilizados os padres HL7 e LOINC (do ingls, Logical Observation Identifiers Names and Codes), tanto os dados demogrficos dos pacientes e exames podem ser inseridos de forma auto-mtica nas interfaces dos equipamentos laboratoriais como os resultados dos exames podem ser automaticamente enviados para o PEP.

    Existem vrias solues de SIS comerciais e, tambm, algumas de cdigo aberto e licena livre voltadas para o atendimento em clnicas e servios de pequeno e mdio porte. Da mesma forma, existem algumas solues voltadas para os servios pblicos de ateno sade em nvel primrio e secundrio. Em geral, essas solues seguem basicamente o mesmo modelo de integrao e fluxo de dados que os sistemas hospita-lares, porm trabalhando em menor escala e complexidade. Da mesma forma que no ambiente hospitalar, a garantia da consistncia, bem como a otimizao do fluxo de dados entre os diferentes mdulos do sistema, do mesmo modo que entre sistemas diferentes, depende necessariamente da adoo dos padres de comunicao estabelecidos para a rea da sade.

    Recentemente, o Departamento de Ateno Bsica (DAB) iniciou um trabalho voltado para reestruturar as informaes da Ateno Bsica em nvel nacional. Essa ao est alinhada com a proposta mais geral de rees-truturao dos Sistemas de Informao em Sade do Ministrio da Sade, entendendo que a qualificao da gesto da informao fundamental para ampliar a qualidade no atendimento populao.

    Como parte dessa estratgia de ao denominada e-SUS, faz refe-rncia ao processo de informatizao qualificada em busca de um SUS eletrnico, est em desenvolvimento um aplicativo chamado e-SUS AB/PEC, que um Sistema com Pronturio Eletrnico do Cidado destinado a municpios cujas Unidades Bsicas de Sade so informatizadas, possuem algum grau de conectividade e contam com profissionais capacitados para apoiar sua implantao. Segundo a pgina do DAB,

    A verso inicial do software desta modalidade com pronturio eletrni-co, o e-SUS/AB PEC, possui ferramentas para cadastro dos indivduos no territrio, gesto da agenda dos profissionais, acolhimento demanda espontnea, atendimento individual e registro de atividades coletivas. A verso seguinte do sistema j prev incluso de outras funcionalida-

    Para mais detalhes sobre DICOM,

    consultar: http://medical.nema.org/Para mais detalhes

    sobre HL7, consultar: http://www.hl7.org/

    e http://www.hl7.com.br/

    Para mais detalhes sobre LOINC,

    consultar: http://loinc.org/

    SAIBA MAIS!

    Para uma lista de aplicaes de cdigo aberto para a sade,

    consultar: http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_open-

    source_healthcare_software

    SAIBA MAIS!

    SAIBA MAIS!

    Para mais detalhes sobre o e-SUS,

    consultar: http://dab.saude.gov.br/

    portaldab/esus.php

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    10 des, como abordagem familiar, controle de imunizao, pronturio de sade bucal, gesto da lista de espera de encaminhamentos, gesto do cuidado a doenas crnicas, alm de integrao com Telessade e gera-o de relatrios dinmicos. Tambm ser possvel monitorar pacientes faltosos e realizar controle de medicamentos e exames pelo computador.

    Ainda segundo a pgina do DAB, O primeiro passo na implantao do e-SUS AB identificar as carac-tersticas tecnolgicas disponveis em cada UBS, como conectividade internet, quantidade de computadores, quantidade de impressoras, suporte informatizao das unidades, entre outros. A partir das ca-ractersticas de cada UBS o gestor ter claro qual o tipo de sistema que dever ser implantado: Pronturio Eletrnico do Cidado (PEC) ou

    Coleta de Dados Simplificada (CDS).

    preciso tambm planejar a capacitao das equipes de sade e dos profissionais de suporte para tecnologia da informao.

    A previso de disponibilidade do sistema para incio de implantao pelos municpios para maro de 2013. Em breve, sero disponibiliza-das mais informaes para que os municpios comecem a se preparar

    para implantar o novo sistema.

    SISTEMAS DE INFORMAO EM SADE: TER OU NO TER?

    Os Sistemas de Informao em Sade so reconhecidos como instru-mentos que aumentam a efetividade dos profissionais e reduzem os custos em sade, assim como auxiliam na promoo da padronizao do cuidado. No entanto, embora os sistemas de prescrio mdica computadorizada existam h cerca de trinta anos, menos de 10% dos hospitais americanos possuem um sistema deste tipo totalmente inte-

    grado. (MARIN, 2010, p. 23)

    O Brasil possui o terceiro maior sistema de sade no mundo, compre-endendo sete mil hospitais, 25 mil laboratrios, cerca de 17 mil clnicas e 125 mil consultrios mdicos. O uso de tecnologia da informao mais evidente para tarefas de rotina, como agendamento, registros gerais, com cerca de 8% dos hospitais usando sistemas computadori-

    zados para apoio nas atividades clnicas. (MARIN, 2010, p. 23)

    Por quase vinte anos, a indstria e a mdia tm elogiado os pronturios eletrnicos por melhorarem consideravelmente a eficincia do traba-lho mdico (produtividade e custos) e a eficcia (qualidade do aten-dimento). H pouca dvida de que o interesse em PEPs ambulatoriais

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    11 tem aumentado na ltima dcada, mas apenas uma pequena frao

    dos provedores adotou tais sistemas. (PATRCIO et al, 2011, p. 127)

    Segundo McDonald (1997), todas as instituies desejam um Siste-ma de Registro Eletrnico de Sade (S-RES), pois todos querem resolver uma vasta gama de problemas logsticos desde o arquivamento at a recu-perao e disponibilizao de informaes, reduo de custos, melhoria da qualidade e coerncia do processo de ateno sade. Particularmente, organizaes multicntricas esto desesperadas para ter um S-RES, j que impossvel movimentar um formulrio de papel segundo a necessidade dos mltiplos centros. Porm, se todos querem um S-RES e as fontes de dados eletrnicos so to abundantes na sade, por que a adoo desses sistemas to limitada?

    Essa uma questo bastante interessante, cuja resposta depende do entendimento das possibilidades e dificuldades envolvidas na implantao de um S-RES no ambiente real de ateno sade.

    O MODELO DE CERTIFICAO SBIS-CFM PARA S-RES

    Conforme visto anteriormente, um sistema de informao capaz de registrar, recuperar e manipular informaes de um Registro Eletrnico em Sade (RES) chamado de Sistema de Registro Eletrnico em Sade (S--RES). Devido natureza dos dados com os quais trabalha fundamental que um S-RES supra as necessidades referentes confidencialidade, inte-gridade e segurana no uso dessas informaes. Porm, a questo que se coloca : como garantir que um determinado sistema adequado para o uso na ateno sade?

    Imagine a situao em que dados confidenciais de um paciente se-jam acessados sem a devida autorizao, utilizados de forma indevida e que isso implique em danos de qualquer natureza para essa pessoa. Pelo cdigo de tica mdica, a responsabilidade de guarda da informao do mdico e da equipe de sade, e se estende tambm ao responsvel legal pela instituio em casos de hospitais e clnicas, por exemplo.

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    12 Foi em resposta a essa questo que Conselho Federal de Medicina

    (CFM), em parceria com a Sociedade Brasileira de Informtica em Sade (SBIS), desenvolveu o processo de certificao de S-RES. Esse processo consiste em uma auditoria do sistema a ser certificado, de forma a verificar se ele atende a uma srie de requisitos funcionais. Tais requisitos esto descritos no Manual de Certificao para Sistemas de Registro Eletrnico em Sade (S-RES) e foram estabelecidos com base em conceitos e padres nacionais e internacionais de informtica em sade.

    Basicamente, o CFM definiu o que o sistema deveria garantir em rela-o ao arquivamento e manipulao dos dados para que seu uso estivesse em conformidade com o cdigo de tica mdica, e a SBIS transformou es-sas caractersticas de uso em requisitos tcnicos funcionais. A SBIS tambm criou um conjunto de procedimentos e testes prticos que permite verificar a conformidade do sistema com os requisitos tcnicos estabelecidos, e que esto descritos no Manual Operacional de Ensaios e Anlises para Certifi-cao de S-RES.

    importante destacar que a certificao de sistemas junto SBIS voluntria. No existe normatizao nacional que exija a certificao. O prprio CFM exige conformidade com os requisitos, mas no a certificao propriamente dita, que por ser um processo de auditoria independente, feita por profissionais especializados, possui um custo associado. As in-formaes sobre como se solicitar a certificao, bem como os custos do procedimento, se encontram tambm na pgina da SBIS.

    Embora no exista normatizao nacional quanto ao uso de SIS, os sistemas de arquivamento, distribuio e visualizao de imagens (PACS), segundo a INSTRUO NORMATIVA N 2, DE 31 DE MAIO DE 2011, so considerados como equipamentos mdicos que precisam de registro junto ANVISA (Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria).

    Tanto o manual de certificao quanto o de ensaios e anlises

    esto disponveis para acesso pblico na pgina da SBIS (www.sbis.org.br) na rea referente certificao. L voc encontrar

    tambm a lista de sistemas atualmente

    certificados pela Sociedade.

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    13 O Alerta de Tecnovigilncia no 1305, da ANVISA, de 16/10/2013, traz a seguinte redao:

    Produto: SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE IMAGENS PACS SEM REGISTRO NA ANVISA: OsiriX, KPACS, DI-COM4Chee e eFilm release 1.5.

    Problema: A comercializao de Softwares de gerenciamento e de visualizao de imagens mdicas no registradas na ANVI-SA constitui infrao sanitria, e sua utilizao pelos servios de sade representa risco sade da populao.

    Ao: A Unidade de Tecnovigilncia da Anvisa alerta para a utilizao de softwares de gerenciamento de imagens PACS sem registro na Anvisa, o que est em desacordo com a legislao vigente no Brasil.

    Esclarecimento: Softwares de gerenciamento de imagens so produtos para sade passveis de registro junto Anvisa e se enquadram na mesma classe de risco de equipamentos, confor-me disposies da Resoluo RDC n 185/2001 e Nota Tcnica n 04/2012/GQUIP/GGTPS/ANVISA. Os produtos descritos nesse alerta so softwares gratuitos, disponveis em domnio pblico, utilizados para a visualizao e gerenciamento de resul-tados de exames e diagnsticos (arquivos DICOM) obtidos em procedimentos de radiografia, tomografia, ressonncia magn-tica, entre outros. Tendo em vista que no foram avaliados por essa Agncia na fase de pr-comercializao, no h quaisquer garantias sobre a segurana e eficcia desses produtos. Alm disso, no h informaes disponveis sobre representantes/distribuidores/assistncia tcnica relacionados aos produtos no Brasil, o que um fator adicional de risco para a sua utilizao.

    Fonte: http://www.anvisa.gov.br/sistec/Alerta/RelatorioAlerta.asp?Parametro=1305

    A certificao SBIS-CFM pode proporcionar muitos ganhos ao setor de sade brasileiro, em especial s instituies de sade e seus profissio-nais, uma vez que ajuda a diminuir o risco enfrentado por essas instituies ao adquirir um S-RES. As indstrias de SIS tambm se beneficiam ao certi-ficarem seus sistemas, pois a certificao uma forma de diferenciao de seus sistemas no mercado.

    Para consultar a Nota Tcnica n

    04/2012/GQUIP/GG-TPS/ANVISA acesse: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/96009004a70f3abb6f1f64600696f00/+T%C3%A9cnica+04_2012_+Software+M%C3%A9dico.pdf?MOD=AJPERES

    SAIBA MAIS!

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    14 Adicionalmente, os pacientes atendidos em instituies com S-RES

    certificados tm maior garantia da privacidade e confidencialidade no uso de seus dados. Em nvel nacional, a certificao conscientiza o setor de sade quanto importncia de funcionalidades bsicas em S-RES e au-menta o uso e o conceito da Informtica em Sade no Brasil, ajudando a melhorar a eficincia e a eficcia do sistema de sade brasileiro.

    Um aspecto importante que se deve ressaltar que, como o acesso ao processo de certificao pblico atravs dos manuais existentes na p-gina da SBIS, qualquer pessoa pode estudar e aprender a fazer a auditoria de S-RES. Para ser um auditor credenciado junto SBIS necessrio fazer um treinamento terico e prtico oficial junto Sociedade.

    Existem cursos oferecidos no mercado, por outras instituies que no a SBIS, que tambm do formao no processo de certificao. Mas, a formao de auditores para a certificao SBIS-CFM feita pela Socie-dade ou atravs de parcerias por ela oficialmente reconhecidas. Porm, existe um mercado de trabalho crescente para profissionais que conheam o processo de certificao e saibam fazer a auditoria de sistemas. Muitas empresas procuram profissionais com esse perfil para fazer uma consulto-ria conhecida como pr-certificao, ou seja, antes de submeterem seus produtos ao processo de certificao SBIS-CFM, fazem uma pr-avaliao para identificar e corrigir as no conformidades de seus sistemas.

    Evidentemente, os profissionais que fazem a consultoria pr-certifica-o no fazem parte do corpo de auditores da SBIS e os auditores da SBIS esto tica e legalmente impedidos de prestar esse tipo de consultoria.

    O conhecimento da certificao tambm fundamental aos desen-volvedores para assegurar que as solues desenvolvidas j nasam em conformidade com os requisitos estabelecidos. Outra aplicao muito im-portante do processo de certificao em hospitais universitrios e em outros centros de ensino que desenvolvem suas prprias solues locais.

    Uma auditoria interna feita recentemente no S-RES de um hospital pblico de grande porte na cidade de Ribeiro Preto, que atende a uma populao de cerca de quatro milhes de habitantes, com base no manual de certificao verso 3.3 de 2009, evidenciou que de um total de 30 re-quisitos aplicveis e testados, apenas 11 estavam em conformidade com

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    15 as exigncias do manual de certificao, refletindo a no adequao do sistema aos requisitos de funcionalidade estabelecidos pelo CFM. Resulta-dos como este mostram a importncia da disseminao e conhecimento do processo de certificao SBIS-CFM.

    O processo de certificao SBIS-CFM comeou a tomar corpo em 2002, quando o CFM publicou a Resoluo n. 1639/2002 que aprovou as Normas Tcnicas para o Uso de Sistemas Informatizados para a Guarda e Manuseio do Pronturio Mdico. Tal resoluo contm informaes a respeito do tempo mnimo exigido para guarda dos pronturios, estabelece critrios para certificao dos S-RES e oficializa a SBIS como a parceira responsvel pelo processo de certificao.

    Em 2004 a SBIS publicou o Manual de Requisitos de Segurana, Contedo e Funcionalidades para S-RES Verso 2.1, dando incio cha-mada Fase 1 do Processo de Certificao SBIS-CFM. Essa fase caracteri-zou-se pela autodeclarao de conformidade com os requisitos por parte da instituio desenvolvedora do software e teve como principal objetivo preparar o mercado para o processo de certificao.

    Em 2007, a resoluo CFM n. 1639/2002 foi revogada e substituda pela resoluo CFM n. 1821/2007, que aprovou as Normas Tcnicas Concernentes Digitalizao e Uso dos Sistemas Informatizados para a Guarda e Manuseio dos Documentos dos Pronturios dos Pacientes, Au-torizando a Eliminao do Papel e a Troca de Informao Identificada em Sade. Com essa resoluo, o CFM tornou obrigatria a aderncia aos requisitos da categoria Nvel de Garantia de Segurana 2 (NGS2) do pro-cesso de certificao SBIS-CFM para S-RES que utilizam o certificado digi-tal para os processos de assinatura e autenticao visando eliminar o papel nos processos de registros de sade.

    Aps a publicao da resoluo CFM n. 1821/2007 e a elaborao e publicao do Manual de Certificao para S-RES Verso 3.2 em agosto de 2008, deu-se incio Fase 2 do Processo de Certificao SBIS-CFM, en-cerrando a possibilidade de autodeclarao e dando incio ao processo de auditoria de S-RES para verificao, em conformidade com os requisitos estabelecidos no manual. Em outubro de 2013 foi publicada a verso 4.1 do Manual de Certificao para S-RES, que apresenta algumas melhorias em relao verso anterior, que foram estabelecidas a partir da experin-

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    16 cia obtida durante os procedimentos de auditoria. Atualmente encontra-se em elaborao uma nova verso para o Manual Operacional de Ensaios e Anlises para Certificao de S-RES.

    O Manual de Certificao verso 4.1 apresenta duas categorias certi-ficveis para os sistemas:

    Bsica

    Assistncia sade de forma bsica e genrica (no especfica);

    Obrigatria.

    Ambulatorial

    Assistncia ambulatorial: automao de consultrios clnicos, UBS, parte ambulatorial de outros sistemas.

    Apresenta tambm dois Nveis de Garantia de Segurana (NGS):

    NGS1

    Requisitos de segurana mais amplos e bsicos;

    Sistemas de acesso local ou remoto;

    Obrigatrio.

    NGS2

    Requisitos para uso de certificados digitais padro ICP-Brasil.

    A categoria de certificao bsica contempla os requisitos que todo e qualquer sistema de informao em sade deve apresentar, sendo a con-formidade com seus requisitos obrigatria para todos os sistemas. Um ca-dastro com dados demogrficos de pacientes ou usurios de um servio de sade deve estar em conformidade com os requisitos dessa categoria. A categoria ambulatorial traz requisitos extras aplicveis a sistemas com ca-ractersticas mais amplas e especficas, por exemplo, um sistema de laudos eletrnicos para a radiologia estaria includo nessa categoria e deveria estar em conformidade com seus requisitos. Todo sistema da categoria ambula-torial tem que estar obrigatoriamente tambm em conformidade com os requisitos da categoria base.

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    17 Os requisitos de segurana de um S-RES so fundamentais para ga-

    rantir a privacidade, confidencialidade e integridade da informao iden-tificada em sade. Uma das principais motivaes do CFM ao participar desse processo de certificao foi garantir o sigilo profissional, ou seja, que o acesso informao identificada s possa ser feito por pessoas autorizadas.

    Aos interessados em eliminar o registro das informaes em papel, obrigatria a conformidade ao Nvel de Garantia de Segurana 2 (NGS2), que contempla obrigatoriamente o uso de certificados digitais ICP-Brasil para os processos de assinatura e autenticao. Para atingir o NGS2 ne-cessrio que o S-RES atenda aos requisitos j descritos para o NGS1 e apresente ainda total conformidade com os requisitos especificados para o Nvel de Garantia 2.

    Na verso 4.1, os Requisitos de Conformidade esto divididos con-forme descrito a seguir:

    Requisitos de Estrutura, Contedo e Funcionalidades (ECF):

    Estrutura e Contedo (ESTR):

    Categoria Bsica (BAS);

    Categoria Ambulatorial (AMB).

    Funcionalidades (FUNC):

    Categoria Bsica (BAS);

    Categoria Ambulatorial (AMB).

    Requisitos de Segurana:

    NGS1:

    Acesso local;

    Acesso Remoto.

    NGS2.

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    18 A Figura 2 apresenta a descrio de um requisito de segurana e o

    respectivo script para test-lo.

    ID REQUISITO REFERNCIA CONFORMIDADE LOCAL REMOTONGS1.02.01 Identifica-

    o e auten-ticao do usurio

    HL7 ERH-S FMIN1.1;ABNT NBR ISO/IEC2700:2006 A.11.5.2

    Todo usurio deve ser identificado e autenticado antes de qualquer acesso a dados do S-RES.

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    ID REQUISITO REFERNCIANGS1.S001 NGS1.02.01 - Identificao e

    autenticao do usurioPR: Verificar que o acesso ao sistema S-RES possvel unicamente por meio de interface de identifao e autenticao de usurio.No caso que o sistema de autentica-o seja por meio de senha, verifi-car que o sistema possua uma interfa-ce para insero de usurio e senha.

    RE: O S-RES deve ser acessvel somente atra-vs da interface de identificao de usurio. No caso de autenticao por Usurio/senha o S-RES deve permitir o acesso somente aps a insero do usurio e da senha.

    Figura 2 - Requisito NGS1 (parte superior) e o respectivo script (parte inferior) que testa sua conformidade.

    A Figura 3 apresenta a descrio de um requisito de funcionalidade e o respectivo script para test-lo.

    ID REQUISITO REFERNCIA CONFORMIDADE PRESENAFUNC.25.02 Direito de

    acessoABNT ISO/TS 18308 COC1.2

    Suportar o direito de acesso a todas as informaes do RES sujeitas a questes legais.

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    ID REQUISITO REFERNCIAECFA.S028 FUNC.25.02 - Direito de acesso PR: Por solicitao do prprio pacien-

    te, o Dr. Carlos Chegas imprime todo o RES do Jos Silva, nasc. 16/07/1957.

    RE: Todo o contedo do RES impresso, com todos os detalhes e informaes previamen-te registradas.

    Figura 3 - Requisito ECFA (parte superior) e o respectivo script (parte inferior) que testa sua conformidade.

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    19 A Figura 4 mostra o relatrio referente ao teste de um requisito de

    segurana em conformidade com o manual de certificao SBIS-CFM.

    NGS1.S001 - Identificao e autenticao do usurio

    TESTA: NGS1.02.01

    PR: Verificar que o acesso ao sistema S-RES possvel unicamente por meio de interface de identificao e autenticao de usurio. Verificar que o sistema possua uma interface para insero de usurio e senha.

    RE: O S-RES deve ser acessvel somente atravs da interface de identificao de usurio. No caso de autenticao por Usurio/senha o S-RES deve permitir o acesso somente aps a insero do usurio e da senha.

    RESULTADO: Em conformidade

    RECOMENDAO:

    OBSERVAES: O sistema pode ser acessado somente aps autenticao atravs de (login/senha). Neste item foi utilizado um dos personagens do cenrio (login/senha). Tambm foi testado com um usurio real do sistema. O acesso negado quando tenta-se acesso direta-mente aos mdulos. Outros mdulos no esto disponveis sem autenticao.

    Figura 4 - Documentao do resultado do script NGS1.S001- em conformidade.

    A Figura 5 mostra o relatrio referente ao teste de um requisito de fun-cionalidade em no conformidade com o manual de certificao SBIS-CFM.

    ECFA.S028 - Direito de acesso

    TESTA: FUNC.25.02

    PR: Por solicitao do prprio paciente, o Dr. Carlos Chegas imprime todo o RES do Jos Silva, nasc. 16/07/1957.

    RE: Todo o contedo do RES impresso, com todos os detalhes e informaes previamente registradas.ECFA.S029 n/a PR: Realizar logoff e login como mdico Dr. Carlos Chegas. RE: Login realizado e somente funcionalidades do perfil mdico disponveis para uso.

    RESULTADO: Em no conformidade

    RECOMENDAO: Implementar a funcionalidade de impresso da observao.

    OBSERVAES:

    Figura 5 - Documentao do resultado do script ECFA.S028 em no conformidade.

    A Certificao SBIS-CFM foi elaborada com base no estado da arte em certificao de sistemas de informao e as mais recentes normas e recomendaes sobre caractersticas e funcionalidades necessrias

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    20 para constituir um S-RES. Foram consideradas inmeras referncias nacionais e internacionais, assim como a realidade brasileira, geran-do como produto um conjunto de requisitos compatvel com o estgio atual do mercado brasileiro, assegurando nveis apropriados de segu-

    rana, confiabilidade e sofisticao.Todo o processo foi amplamente debatido com a sociedade, atravs de inmeras apresentaes em congressos e seminrios, alm de con-sultas e audincias pblicas realizadas especificamente para validar e aprimorar todas as etapas da certificao. Merece destaque o empe-nho do Grupo de Interesse em Certificao de Software e Padres da SBIS, composto por voluntrios que dedicaram inmeras horas para contribuir com a melhoria e aperfeioamento da certificao como um

    todo. A auditoria realizada em um S-RES ser feita com base em cenrios reais de utilizao de sistemas de registro eletrnico em sade, con-cebidos de modo a test-los de forma rigorosa, garantindo o nvel de

    funcionalidade e segurana demandados pela sociedade em geral.A Certificao SBIS-CFM contribui para o aumento na adoo das Tec-nologias da Informao na rea da sade, facilitando a escolha de sis-temas por instituies, mdicos e outros profissionais da sade que no so especialistas em TI. Ao mesmo tempo, indica as caractersticas e funcionalidades necessrias para a construo de sistemas teis e confiveis, ajudando os desenvolvedores de S-RES a evolurem na di-reo de sistemas cada vez mais efetivos, seguros e completos. (SBIS, Manual de Certificao para Sistemas de Registro Eletrnico em Sa-

    de, 2013, p. 41)

    Informaes complementares podem ser encontradas na apresenta-o - Modelo SBIS-CFM de certificao de S-RES.

    RIBEIRO, E.A. ; SOUZA, J. P.; AZEVEDO-MARQUES, P. M. Evaluation of electronic health records systems based on cer-tification process of Brazilian Society of Health Informatics. In: 8th Annual Health Technology Assessment International

    (HTAi) Meeting, 2011, Rio de Janeiro. HTA for Health Sys-tems Sustainability, 2011.

    AZEVEDO-MARQUES, P. M.; RIBEIRO, E.A.; SOUZA, J. P. Assessment of the applicability of the certification process of the Brazilian Society for Health Informatics to the electronic health record systems at a university hospital. In: 9th Annual Health Technology Assessment International (HTAi) Meeting, 2012, Bilbao. HTA in Integrated care for a patient centered system, 2012.

    Para exemplos de aplicao da

    Certificao SBIS-CFM em ambiente

    hospitalar ver:

    SAIBA MAIS!

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    21 SOUZA, J. P.; PRIMO, L.; VIRGINIO-JUNIOR, L.; et al. Assess-Assess-

    ment of a comprehensive electronic health record system at a university medical center based on the certification process of the Brazilian Society for Health Informatics. In: 10th Health Technology Assessment international Seoul 2013, 2013, Seoul. Evidence, Values, and Decision Making: Science or Art?. Seoul, 2013.

    CONSIDERAES FINAIS

    No difcil concluir que o uso de Sistemas de Informao pode trazer melhorias importantes para o processo de ateno sade. Alguns benefcios ficam bastante evidentes quando se considera a adoo de um SIS:

    Benefcios Relacionados ao Paciente

    agilizao do atendimento (otimizao do fluxo de trabalho);

    maior segurana nos procedimentos;

    humanizao do atendimento.

    Benefcios Relacionados ao Diagnstico (ao trabalho da equi-pe de sade)

    facilidade de acesso a informaes diversas;

    maior suporte tomada de deciso;

    telemedicina/telessade.

    Benefcios Relacionados ao Servio (financeiros)

    maior controle de procedimentos;

    reduo de perdas e repeties;

    diferenciao do servio prestado;

    facilidade para auditoria de processos;

    suporte tomada de deciso na gesto.

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    22 Benefcios ao Ensino e Pesquisa (hospital escola, instituio

    de ensino)

    facilidade de obteno de material para ensino e pesquisa;

    reduo de retrabalho na organizao de dados e infor-maes;

    facilitao para padronizao de contedo no ensino e pesquisa.

    Porm, apesar dos ganhos evidentes, a adoo de SIS em ambientes prticos de ateno sade ainda bastante limitada. Alguns aspectos contribuem para isso, entre eles:

    limitaes funcionais dos sistemas existentes;

    no conformidade dos sistemas com os padres de comunica-o para a sade;

    falta de normatizao para o desenvolvimento e uso de SIS;

    limitao da infraestrutura de comunicao do pas;

    falta de familiaridade e conhecimento por parte dos usurios dos SIS;

    falta de conhecimento por parte dos gestores de sade das vantagens inerentes adoo de SIS.

    O cenrio pode parecer desestimulante, mas algumas iniciativas apon-tam para solues viveis e possveis mudanas em mdio e longo prazo.

    A Certificao de S-RES da SBIS-CFM, embora no seja uma inicia-tiva governamental, aponta um caminho de sucesso (ainda que em peque-na escala), que pode ser oficializado e ampliado, conforme se tem visto em pases como os Estados Unidos e o Canad.

    Em 31 de agosto de 2011 o Ministrio da Sade publicou no Dirio Oficial da Unio a Portaria No 2.073, que regulamenta o uso de padres de interoperabilidade e informao em sade para sistemas de informao em sade no mbito do Sistema nico de Sade, nos nveis Municipal, Distrital, Estadual e Federal, e para os sistemas privados e do setor de sade suplementar. Embora sem data definida para implantao em car-

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    23 ter obrigatrio, essa portaria j estabelece a forma adequada de se imple-mentar SIS no que se refere ao padro para troca de informao sensvel identificada em sade, bem como estabelece o arcabouo tecnolgico para implantao da estratgia do e-SUS.

    O e-SUS uma estratgia que busca responder demanda gerada pela Poltica Nacional de Informao e Informtica em Sade (PNIIS), que preconiza o uso de SIS como uma ferramenta para o fortalecimento do SUS e democratizao da oferta e gesto dos servios de sade.

    Como parte da estratgia do e-SUS est sendo desenvolvido, aparen-temente j em conformidade com os padres estabelecidos pela portaria n. 2.073 de 2011, um SIS chamado Pronturio Eletrnico do Cidado (e-SUS AB-PEC), que dever integrar as ferramentas tecnolgicas voltadas para a ateno primria e secundria. Existe tambm uma proposta de SIS para hospitais federais ligados ao Ministrio da Educao, que tem como base o sistema do Hospital das Clnicas de Porto Alegre. Paralelamente, o Ministrio da Sade vem anunciando investimentos vultosos na melhoria da conectividade das redes de ateno sade. Essa combinao de SIS, em conformidade com a portaria n. 2.073, com a conectividade neces-sria nos servios de ateno sade dever possibilitar a implementao de um Barramento de Informaes em Sade que acompanhe as necessi-dades de informao inerentes ao modelo de ateno sade do SUS: os vrios servios se conectando em um ambiente municipal de integrao--consolidao de dados e gerao de informao; os ambientes integrados municipais se conectando em integradores-consolidadores regionais e es-taduais e esses em um grande integrador de dados nacional, que por sua vez realimentar os servios municipais e estaduais.

    Finalmente, mas no menos importante, existe ainda a grande limi-tao de profissionais qualificados para atuar na rea de informtica em sade. Esse aspecto tambm vem sendo tratado por meio de iniciativas voltadas para a criao e a oferta de cursos tanto de graduao quanto de ps-graduao, em modelo estrito stricto sensu, como mestrados e douto-rados acadmicos e mestrados profissionais, e em modelo lato sensu, como esse de especializao que vocs esto fazendo.

    Parabns pela escolha dessa rea de atuao profissional to neces-sria quanto repleta de oportunidades!

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    24 REFLITA A RESPEITO

    Voc, como profissional de TI, ficaria tranquilo em saber que a so-luo de SIS desenvolvida pela equipe em que trabalha e utilizada em servios de ateno sade no est em conformidade com os requisitos da certificao SBIS-CFM?

    Voc, como profissional de uma equipe de sade, recomendaria para a instituio em que trabalha o uso de um sistema de informao em sade no certificado? Usaria um SIS no certificado nas suas atividades profis-sionais dirias?

    Voc, como usurio do sistema de sade, ficaria tranquilo em saber que os dados identificados sobre os seus atendimentos esto arquivados em um S-RES no certificado?

    Ento, se voc um desenvolvedor, desenvolva o seu sistema em conformidade com os requisitos da certificao SBIS-CFM. Se voc um profissional de sade, exija que o sistema com o qual voc trabalha esteja em conformidade com os requisitos da cerificao SBIS-CFM. Se voc um empresrio da rea de sistemas para a sade, certifique o seu S-RES junto SBIS (voc s tem a ganhar com isso).

    Mas, acima de tudo, se voc um cidado brasileiro, usurio de ser-vios de sade, preste muita ateno forma como esto tratando os seus dados, que so confidenciais!!!

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    25 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    1. CARVALHO, A. Sistemas de Informao em Sade para Municpios, volu-me 6 / Andr deOliveira Carvalho, Maria Bernadete de Paula Eduardo. So Paulo: Faculdade de Sade Pblica da Universidade de So Paulo, 1998. (Srie Sade & Cidadania).

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