PREFEITURA MUNICIPAL DE BOA VISTASECRETARIA MUNICIPAL DE GESTÃO SOCIAL

SUPERINTENDÊNCIA DE PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICACENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – CRAS NOVA CIDADE

TRABALHO INFANTIL

O que é criança e adolescente?

Criança refere-se a pessoas de até 12 anos; Adolescente refere-se a pessoas acima de 12 e

até 18 anos de idade.

O que é caracterizado como trabalho infantil?

O trabalho infantil contempla uma dimensão ideológica: a inserção de crianças e adolescentes das classes populares no trabalho. Essa é uma forma de disciplinamento, de adestramento, da qual fazem uso as classes dominantes que, sob formas variadas, as conduzem ao trabalho. São formas sutis e dispersas de relações de poder, como, por exemplo, incutir em meninos e meninas, desde cedo, a domesticação do corpo e da mente para o trabalho, além da introjeção do trabalho como elemento formador ou, ainda, como um antídoto para a marginalidade (ALBERTO et al, 2009).

A atividade do trabalho impede as brincadeiras, os jogos, o descanso e, em especial, a escolarização regular.

A criança ou adolescente pode trabalhar?

A legislação brasileira (ECA, Artigo 60; Emenda Constitucional nº 20, de 16/12/1998) proíbe o trabalho para menores de 16 anos de idade, salvo na condição de aprendiz. A partir dos 16 anos, é permitido o trabalho com todas as garantias legais (FEITOSA, 2004).

Garantias legais dos trabalhadores na condição de aprendiz:

Artº65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários.

Artº67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:

I – noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte;

II – perigoso, insalubre ou penoso;

III – realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;

IV – realizado em horários e locais que não permitam a frequência à escola.

Quais são os tipos de trabalho infantil mais comuns?

Trabalho Infantil Doméstico; Trabalho Infantil de Rua.

O que é o Trabalho Infantil Doméstico?

É compreendido como o conjunto das tarefas de cuidar da casa, de pessoas ou de animais, que podem ser realizadas para o próprio núcleo familiar ou para terceiros, sendo que neste último caso, a remuneração pode ser feita em espécie ou em gêneros.

Implicações do Trabalho Infantil Doméstico:

O Trabalho Infantil Doméstico tem implicações na construção da identidade social, do processo de escolarização, da construção das perspectivas de futuro e é, principalmente, uma violação dos direitos humanos.

Tem caráter de invisibilidade, que o descaracteriza como um trabalho.

O que é Trabalho Infantil de Rua?

Por Trabalho Infantil de Rua, entende-se qualquer trabalho realizado por criança ou adolescente em espaço aberto, de grande circulação.

Implicações do Trabalho Infantil de Rua:

As crianças expostas ao Trabalho Infantil de Rua, acabam se deparando com uma série de fatores que causam riscos à sua saúde física e psíquica, tais como:

• Físicos – Temperatura;• Químicos – Poluição;• Biológicos – Vírus;• Ergonômicos – Posições forçadas e ritmos

intensos;

• Sociais – O trabalho não dará formação profissional para o futuro;

• Psicológicos – Dificuldades com o acompanhamento e o desempenho do processo escolar;

• Afetivo – Sentimentos de incapacidade.

Tipos de violência a que são submetidas as crianças que trabalham na rua:

A violência pode ocorrer por meio de palavras, agressões físicas, assaltos, roubos, brigas, emboscadas, humilhações, constrangimentos e tentativas de incêndio (cujo fogo é ateado enquanto dormem). Os autores da violência são transeuntes, policiais, pares ou clientes (ALBERTO, 2010).

Outro tipo de violência institucional, é compreendida pela inexistência de políticas sociais e pela omissão do Estado na garantia dos direitos. Há um tipo de violência que é um misto negligência familiar e da omissão do Estado: uma parcela desses meninos e meninas não existe enquanto cidadãos, pois não têm documentos.

“Pobre é o País que necessita do trabalho infantil para alavancar seu crescimento econômico. Miserável é o País que constrói sua riqueza com os calos de suas crianças e adolescentes. Infeliz é o cidadão que transforma uma criança em objeto de satisfação de seus instintos e desejos sexuais”.

Renato Mendes – Trabalho Infantil: entre a legalidade e a justiça.

REFERÊNCIASFEITOSA, Izabel; DIMENSTEIN, Magda. Escola, Família e Trabalho Infantil: Subjetividade e Práticas Disciplinares. Interação em Psicologia, São Paulo, v. 8, n. 2, p. 287-296, 2004. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902008000400016>. Acesso em: 25 de setembro de 2012.

ALBERTO, Maria de Fátima Pereira; SILVA, Ana Cristina Serafim; SOUZA, Gabriel Pereira de; NUNES, Taiana da Silva. O trabalho infantil na rua. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho. São Paulo, v. 13, n. 1, p. 59-71, 2010. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902008000400016>. Acesso em: 25 de setembro de 2012.

ALBERTO, Maria de Fátima Pereira; SANTOS, Denise Pereira dos; LEITE, Fernanda Moreira; LIMA, José Wilson de; PAIXÃO, Gláucia Pereira da; SILVA, Sebastião Alves da. Trabalho Infantil doméstico: perfil bio-sócio-econômico e configuração da atividade no município de João Pessoa, PB. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho. São Paulo, v. 12, n. 1, p. 57-73, 2009. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902008000400016>. Acesso em: 25 de setembro de 2012.

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