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Sociedade Civil Organizada Global Sociedade Civil Organizada Global Prof. Diego Araujo Azzi BRI/CECS 2018.3

Sociedade Civil Organizada Global · Cap. 5 –As ONGs e a ONU, ... - de compreensão dos problemas globais ... universidades, movimentos sociais, etc. Internamente,

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Sociedade Civil Organizada GlobalSociedade Civil Organizada Global

Prof. Diego Araujo Azzi

BRI/CECS

2018.3

Aula 20 (26/11)

Participação social nas instâncias da ONU

Leitura base:VIEIRA, Liszt. Os argonautas da cidadania. A sociedade civil na globalização. Ed.Record, 2001. Cap. 5 – As ONGs e a ONU, pp.115-133 e Cap. 7 – Modalidades deParticipação e a Reforma da ONU, pp.141-164.

Leitura complementar:TAVARES, Ricardo Neiva. As Organizações Não-Governamentais nas NaçõesUnidas. Coleção Curso de Altos Estudos. FUNAG, Brasília, 1999. Cap. VIII – Aposição do Brasil. pp. 164-184.ADAMS, Barbara; MARTENS, Jens. Fit for whose purpose? Private funding andcorporate influence in the United Nations. Global Policy Forum. New York, 2015.pp. 5-42.

Participação social nas instâncias da ONU

Contexto: anos 1990

Ao mesmo tempo em que se amplia a abrangência da ONU com o fimda Guerra Fria, há o reconhecimento de seus déficits:

- democrático

- de eficiência

- de compreensão dos problemas globais

- financeiro

Aumento expressivo da participação de ONGs, no processo dasConferências Sociais dos anos 1990 e reconhecimento de suaimportância pela ONU

Apesar de ser uma organização intergovernamental, a ONUreconhece que os interesses dos povos não podem seradequadamente representados apenas por seusgovernos

Ascensão de atores não-estatais como ONGs, sindicatos,centros de pesquisa, universidades, empresas privadas etecnologia da informação

Modificações nos modos de pensamento e planejamento no interior da própria ONU, sobretudo a partir de 1992

Ao longo dos anos 1990 será debatida uma Agenda deDemocratização das Nações Unidas, impulsionada peloSecretário-Geral Boutros-Ghali (Egito)

A abertura da ONU à sociedade civil global a partir dos anos1990 coloca em questão o próprio monopólio dosEstados sobre a definição da agenda multilateral

– A governança se estende para além dos governos

A própria ONU admite que deve buscar parcerias externas para atingir seus objetivos e realizar seus programasglobalmente

– Subfinanciamento por parte dos Estados membros

Por outro lado, a maior participação de atores não-estatais´livres de soberania´ nas suas estruturas e processosdecisórios fez com que a ONU enquanto tal atuasse maisfortalecida e legitimada

O Secretariado da ONU inclui o setor privado na suadefinição sobre sociedade civil, ao lado de ONGs,sindicatos, universidades, movimentos sociais, etc.

Internamente, no entanto, as diferentes agências da ONU utilizam o conceito de sociedade civil, alternando entreincluir ou não o setor privado

Para Vieira, a sociedade civil é extra-mercadológica e extra-governamental. Deve ser vista como uma esfera virtuosade eticidade e valores humanísticos

Não deve, portanto, ser confundida ou agregada ao setorprivado com fins lucrativos

O Conselho Econômico e Social (ECOSOC) é o principalbraço da ONU na sua relação com a sociedade civil global

Composto por 54 países, o ECOSOC criou ainda um ComitêI n t e r g o v e r n a m e n t a l p a r a O r g a n i z a ç õ e s N ã o -Governamentais com 19 países membros

O Comitê Intergovernamental analisa todos os pedidospara obtenção de status consultivo junto à ONU

O Serviço de Ligação Não-Governamental da ONU (UNNGLS) é o departamento formalmente responsável pelainterlocução com a sociedade civil

6 categorias principais de atores não-estatais com os quaisa ONU coopera:

ONGs

Parlamentares

Autoridades Locais

Academia

Negócios e Indústria

Mídia

O papel da sociedade civil que participa nas estruturas oficiaisda ONU seria o de negociar novas relações entremercado e Estado, ampliando as opções políticas nosistema internacional

As ações de influência acontecem em todos os estágiosdo desenvolvimento de políticas da ONU, desde oestabelecimento da agenda até análises, formulação eimplementação de políticas

A exclusão do mercado da categoria sociedade civil sejustificaria, ainda, pelo fato de que o equilíbrio de poderentre corporações e governos ter pendido inegavelmentea favor do setor privado nos últimos anos

Durante o processo das conferências sociais dos anos 1990,atores não-estatais tiveram protagonismo na definiçãodas agendas negociadoras e também na elaboração dosProgramas de Ação aprovados em cada conferênciatemática

Formato de participação via Major Groups of Stakeholders

– Autoridades locais

– ONGs

– Sindicatos

– Setor privado

– Fundações

– Mulheres

– Jovens

– Academia

O formato dos multistakeholder dos Major Groups evita quese tenha que nomear cada uma das organizaçõesparceiras com que cada braço da ONU irá se relacionar

Permite que parcerias de tipos específicos e ritmos própriossejam conduzidas simultaneamente sob uma aparentehomogeneidade de ações de cada Major Group

Este formato tem sido mantido durante os anos 2000-2030,quando a ONU modifica sua estratégia

Das grandes Conferências Sociais dos anos 1990 aosObjetivos do Milênio (2000-2015), à Agenda 2030/ODS(2015-2030)

1999 – Kofi Annan anuncia a criação do UN Global Compactno Fórum Econômico de Davos

2000 – Fundação do UN Global Compact na sede da ONUem Nova Iorque, como um acordo não vinculante (non-binding)