23
Português Frente 1 Capítulo 4: Ortografia 240 Capítulo 5: Textos literários: literalmente artísticos 246 Capítulo 6: Formação de palavras: de onde vêm as palavras? 250 Frente 2 Capítulo 4: Gêneros literários 262 Capítulo 5: Estilo de época e individual 270 Capítulo 6: Trovadorismo 276 Frente 3 Capítulo 3: Gêneros textuais 282 Capítulo 4: Narração 288 Sumário

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Português

Frente 1Capítulo 4: Ortografia 240

Capítulo 5: Textosliterários:literalmenteartísticos 246

Capítulo 6: Formaçãodepalavras:deondevêmaspalavras? 250

Frente2Capítulo 4: Gênerosliterários 262

Capítulo 5: Estilodeépocaeindividual 270

Capítulo 6: Trovadorismo 276

Frente 3Capítulo 3: Gênerostextuais 282

Capítulo 4: Narração 288

Sumário

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PORTUGUÊS

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frente 1

Ortografia

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OrtografiaCapítulo 4

1. Afinal,oqueéortografia?

Antesdecomeçarmosaestudarortografia,nadamaisjustodoqueentenderdoquesetrataoassunto.Apalavraortografiaéformadapordoisradicaisgregos:orto,quesignifica“direito,correto”,egrafi a,quesignifica“escrever”.Logo,aortografiaabordaaescritacorretadaspalavrasdeumidioma(nonossocaso,

aLínguaPortuguesa).Sãomuitasasregrasutilizadasparaaprenderecompreenderousodaescritacorretadaspalavras.Aseguir,

definiremosalgumas,asquemaiscomumentecausamdúvidas.

1.1. Usa-se o “S” (“SS”):

• depoisdeditongo, emqueofonema/z/égrafadocom‘s’:

coisa,lousa,maisena,deusa,causa

• nos sufixos -OSO, -OSA(cheio(a)de...):

amoroso,caridoso,dengosa

• nossufixos-ESA,-ISAe-ESSA,indicadoresdefeminino:consulesa,papisa,abadessa,duquesa,sacerdotisa

• emtodasasflexõesdosverbosQUERER,PÔReUSAR:quis,puser,pus,quisesse,usasse

• nasterminações-ês,-ense,indicadorasdenacionalidade,origem,posiçãosocial,título.palmeirense(Palmeiras),pequinês(Pequim),camponês(campo),

francês(França)

• nos sufixos gregos -ASE, -ESE,-ISE,-OSE:

hidrólise,virose,diocese,fase,verminose

• depoisdaletra-N-,quandoofonema/z/vierantesdevogal:

transe,trânsito,transitório

nos sufixos -OSO, -OSA

nos sufixos gregos -ASE, -ESE,

,

palmeir

•-ISE,-OSE:

(cheio(a)de...):

© GOLDENKB, BOWIE15, HONGQI ZHANG (AKA MICHAEL ZHANG), ENGIN KORKMAZ | DREAMSTIME.COM

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242

• nossubstantivosderivadosdeverbosterminadosem:

-der –compreensão(compreender),defesa,cessão,excesso(exceder);-dir –agressão(agredir),expansão,difusão;-ter – conversão(converter),inversão,remissão(remeter);-tir – permissão(permitir),admissão;-mir –opressão(oprimir);-gir – imersão(imergir),aspersão.

• nos substantivos formadospelacorrelação:

-corr––curs

-pel––puls

discurso(discorrer)concurso(concorrer)impulsão(impelir)

agressão(agredir),expansão,difusão;conversão(converter),inversão,remissão(remeter);permissão(permitir),admissão;

nos substantivos formados

242

• no sufixo -ÍSSIMO(A), grau aumentativodosadjetivos:

caríssimo(a),boníssimo(a),belíssimo(a)

BELÍSSIMO!

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• quando consoante de ligação, combinando com -ADA, -AL, -EIRO,-INHO,-UDO:

pazada,pezudo,pezinho

• nosufixo-TRIZ:atriz,diretriz,imperatriz

1.2. Usa-se o “Z”:

• nosverbosterminadosem -IZAR,derivadosdepalavrasquenãopossuem-s-nasílabafinalouquejáapresentam-Z-:

cicatriz-cicatrizarameno-amenizarálcool–alcoolizar

• em substantivos abstratos derivadosdeadjetivos:

altivo-altivezavaro-avareza

lânguido–languidez

• quando consoante de ligação, combinando com -ADA, -AL, -EIRO,-INHO,-UDO:

• nosufixo-TRIZ:

• emvocábulosdeorigemárabe,africanaouexótica:azenha,xadrez,azar

• nosderivadosdepalavras-baseque já apresenta-rem-Z-:

revezar(vez)jazigo(jazer)

arrazoar(razão)

QUE AZAR!

1.3. Usa-se o “C” (Ç):

• depoisdeditongo,emqueofonema/s/égrafadocomc(ç):foice,traição,louça

• nosverbosterminadosem-DER,-DIR,-MIR,-TER,-TIR,quandotaister-minaçõesnãodesaparecemoucomverbosdeterminaçãodiferente:

abster♠ abstençãoadir ♠ adição

remir ♠ remição

© DMITRIY SHIRONOSOV | DREAMSTIME.COM

© ZURIJETA | DREAMSTIME.COM

©

FRA

NT

ISE

K C

HM

UR

A |

DR

EA

MST

IME

.CO

M

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• nossufixos-AÇO(A),-IÇO(A),-NÇA,-UÇO(A):carniça,ricaço,criança,dentuça

• nacorrelaçãoT-C(Ç):ação(ato),marciano(Marte),parcial(parte)

• nosufixo–ECER,formadordeverbos:empobrecer(pobre),anoitecer(noite),umedecer(úmido)

• nosvocábulosdeorigemtupi,africanaeárabe:Juçara(tupi),caçula(africana),Iguaçu(tupi),cacimba(tupi)

Observaçãohápalavrasquepodemserescritascom

“c”(valordeK)ou“qu”,indiferentemente:–catorzeouquatorze;–cocienteouquociente;–cotaouquota;–cotidianoouquotidianoederivados

1.4. Usa-se o “X”:

• depoisdeditongo:deixa,queixa,trouxa

• depois da inicial EN-, desde quenãosejaderivadadepalavrascom -CH-equeestejamdepoisde-N-:

enxurrada,enxada,enxoval

• depoisdainicialME-:mexer,mexeriqueiro,mexilhão

• depoisdavogalinicial-E-,emqueofonema/z/égrafadocom-X:

exército,exercício,exato,exagero

• em vocábulos de origem árabe,indígenaouafricana:

xavante,Erexim,xingar

Observação:–cauchoederivadoscomch:recauchutar,recauchutagem...–Derivadasde-CH-:encher(cheio),enchouriçar(chouriço),enchiquei-

rar(chiqueiro),encharcar(charco)–Depoisde-N-:Concha,gancho,inchaço–grafam-secom-chmecha(decabelo)ederivados

(mechar,mechagem...)emechoação.

© SEBASTIAN CZAPNIK | DREAMSTIME.COM

© DIEGO VITO CERVO | DREAMSTIME.COM

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1.5. Usa-se o “J”:

• nosvocábulosdeorigemtupi,africanaeárabe:jiboia,canjica,Moji,jenipapo,jirau

• pornecessidadedepronúncia:laranja,monja,anjo

• emformasderivadasdepalavrascom-J-:lojista(loja),manjedoura(manjar)

1.6. Usa-se o “G”:

• nasterminações-ÁGIO,-ÉGIO,-ÍGIO,-ÓGIOe-ÚGIO:vestígio,colégio,relógio,estágio,refúgio

• nosverbosterminadosem-GERe-GIR:eleger,proteger,fugir

• nasterminaçõesdesubstantivosem-GEM(-agem,-igem,-ugem):folhagem(folha+...),sacanagem,viagem

• emgeral,depoisdo-R-:gergelim,argila

245

• emgeral,depoisdo-R-:gergelim,argila

Observaçãolambujemvemdelam-

bujarepajem(criado)vemdofrancês.

© ALEXANDR STEBLOVSKIY | DREAMSTIME.COM

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PORTUGUÊSfrente 1

Textos literários: literalmente artísticos

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Textos literários: literalmente artísticosCapítulo 5

Como interpretar textos literários?

Quando falamos em Literatura, imediatamente pensamos na matéria que é estudada no colégio com Matemática, Química, Física, Biologia etc. Na verdade, seria interessante pensar em Literatura como algo que se aprecia, como pintura, artes plásticas, teatro, música e cinema. Como eles, o texto literário é composto do aspecto artístico dos gêneros narrativos, descritivos, poéticos, dramáticos etc.

• Os textos literários não têm comprometimento com a neutralidade e, por vezes, a opinião ou o ponto de vista de quem os escreve pode estar presente neles, ainda que de maneira implícita.

• O comprometimento com a realidade está associado à verossimilhança (semelhança com a realidade) e vai depender do tipo de texto literário: uma narra-tiva de fi cção científi ca, por exemplo, pode conter acontecimentos inverossímeis à nossa realidade costumeira, mas que são perfeitamente justifi cáveis, dado o con-junto da obra e suas características típicas.

• Alguns textos literários podem apresentar linguagem simples, porém ade-quada à norma-padrão.

• As fi guras de linguagem são largamente utilizadas e são permitidas licenças poéticas (construções gramaticais que fogem do padrão culto da língua).

• Inversão sintática: os textos poéticos podem se apresentar fora da ordem sintática padrão (sujeito/verbo/objeto).

• A organização textual depende da natureza do texto literário: se escrito em prosa, muitas vezes é narrativo e segue o padrão usual para estes textos (podem ter trechos descritivos, empregados para construir cenários, ações, caracterizar personagens). Se poético, segue as estruturas típicas dos poemas, apresenta-se em versos (os quais seguirão métrica e rimas variadas), organizados em estrofes. Pode possuir versifi cação livre, ou seja, não seguir um padrão.

• Os textos poéticos geralmente apresentam estrutura fragmentada (pela presença de versos e estrofes).

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E o que signifi ca um texto ser artístico? Signifi ca que ele tem o propósito de entreter, enquanto manipula emoções e sentimentos; signifi ca que ele utiliza maneiras não convencionais de escrita ao contar uma história. Veja a seguir um exemplo de texto literário, retirado do conto Hora e vez de Augusto Matraga, de João Guimarães Rosa.

1. Textos literários: uma infi nidade de sentidos

1.1. Polissemia

Quando lemos um texto caracterizado como literário, é importante que esteja-mos com a mente muito ligada. Muitas vezes, uma palavra que conhecemos com um sentido no dia a dia pode aparecer com um signifi cado diferente.

A esse fenômeno damos o nome de polissemia. Observe o que aconteceu com a moça da nossa biblioteca virtual e veja um

exemplo de polissemia.

O sabor doce do suco inundou sua boca. O impacto quebrou a boca da garrafa.

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Apesar da variação de sentidos, manteve-se a contiguidade a partir da seme-lhança de sentido criada pela representação de “boca” como orifício.

Sentido denotativo: é o sentido literal da palavra: orifício pelo

qual se come ou bebe algo.

Sentido conotativo: é o sentido figurado da palavra: gargalo

1.2. Ambiguidade

Há textos que conseguem apresentar uma palavra ou expressão com dois sen-tidos diferentes, ambos válidos para o mesmo contexto.

A esse fenômeno damos o nome de ambiguidade. Observe o que aconteceu com a moça da nossa biblioteca virtual e veja um

exemplo de ambiguidade.

Senhorita, o capacete é para a sua segurança. Ponha isso

na cabeça.

Nesse caso, o pronome “isso” pode significar o capacete propriamente dito ou a ideia de que usar o capacete é para a sua segurança.

© HANS SLEGERS | DREAMSTIME.COM

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Formação de palavras: de onde vêm as palavras?

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Formação de palavras: de onde vêm as palavras?Capítulo 6

1. Formação de palavras

1.1. Classifi cação

Uma das maneiras mais importantes para começarmos a compreender de onde vêm as palavras é lembrarmos que em nossa língua temos:

• palavras que não provêm de outra palavra:

Primitivas:

vento livro

pedrafl or

• palavras que são originadas de outras palavras:

Derivadas:

ventanialivrinhopedrisco

fl oricultura

• palavras formadas por um só radical:

Simples:

chuvacavalo

fl ortempo

• palavras formadas por mais de um radical:

Compostas:

guarda-chuvacavalo-marinho

couve-fl orpassatempo

1.1. Classifi cação

Uma das maneiras mais importantes para começarmosma das maneiras mais importantes para começarmos a compreender de onde vêm as palavras é lembrarmos a compreender de onde vêm as palavras é lembrarmos que em nossa língua temos:

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1.2. Do que são formadas? As palavras têm estrutura?

Com certeza! De modo geral, as palavras são compostas de vários elementos conhecidos como morfemas. Cada morfema é uma unidade mínima com signifi -cado. Por exemplo: se pegarmos a palavra cachorro, teremos:cado. Por exemplo: se pegarmos a palavra cachorro, teremos:

CACHORR é o morfema queindica o animal.

CACHORRO

O é o morfemaque indica que obicho é macho.

Observação:• às vezes, raiz e radical se confundem.

Em encontro, raiz e radical têm a mesma forma, encontr-. No entanto, em desencontro, a raiz é encontr-, o radical é desencontr-.

• irredutível não é necessariamente uni-forme. Às vezes, raiz ou radical assume outra forma:

dizer-digo, ouvir-ouço, barba-imberbe... A essa variação do morfema se dá o nome de aloforme.

Podemos dizer, então, que o morfema mostra de onde veio e como foi formada a palavra. Existem dois tipos de morfemas: lexicais e gramaticais. Vamos ver do que se trata?

• Morfemas lexicaisOs “morfemas lexicais” são aqueles que apresentam o sentido básico da palavra e podem ser comuns a várias delas. No exemplo acima, seria “cachorr”, que é comum a todas as palavras da família. Chamaremos esse tipo de morfema de RAIZ ou RADICAL. E a todas as palavras que encontrarmos com a mesma raiz ou radical chamaremos cognatas.

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• E os morfemas gramaticais?Os morfemas gramaticais servem para derivar e fl exionar as palavras. Tudo

o que eles fazem é ligar-se aos morfemas lexicais, como se fossem acessórios, transformando-os.

Assim, enquanto os morfemas lexicais representam o sentido essencial da palavra, portanto são livres, os gramaticais não podem aparecer sozinhos, pois precisam se conectar a um morfema.

Vamos rever o exemplo anterior?

– A É o morfema

que indica que o bicho é fêmea.

– INHOÉ o morfema que

indica que o bicho é pequeno e macho.

– INHAÉ o morfema que indica

que o bicho é pequeno e fêmea.

CACHORR – O CACHORR – A

CACHORR – INHOCACHORR – INHA

pequeno e fêmea.

CACHORR: morfema lexical

O: morfema gramatical

CACHORROCACHORRACACHORRINHOCACHORRINHA

– AMorfema gramatical

– INHO– INHAMorfema

gramatical

1.3. Agora posso compreender os processos de formaçãodas palavras?

Agora que você conhece os morfe-mas, fi ca mais fácil. São eles:

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Quando criamos uma palavra a partir de uma única outra palavra já existente,

temos derivação. É aí que entram os morfemas gramaticais, que chamaremos

aqui de afixos.

Então, os morfemas que se juntam ao radical para alte-rar parcialmente seu sen-tido são chamados afi xos!

Os afi xos, dependendo da posição em que se encontram, podem ser classifi ca-dos como prefi xos ou sufi xos.

Quando se posicionam antes do radical, são chamados prefi xos.Quando se posicionam depois do radical, são chamados sufi xos.

DES- IGUAL

Eis um exemplo

de PREFIXO.

IGUAL -DADE

Eis um exemplo

de SUFIXO.

• Derivação

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Agora que você entende os prefi xos e os sufi xos, fi cará mais fácil a compreensão de certos processos de derivação.

• Derivação prefi xal é aquela feita com acréscimo de prefi xos.

Agora que você entende os prefi xos e os sufi xos, fi cará mais fácil a

FAZER

POLÍTICO

LEALPEDE

LEMBRAR

LEMBRANÇADESADESBÍRERE

EMPOBRAJOELH

AVERMELHEMBARCABENÇ

ENLOUQU

ECERARARAR

OARECER

NOVA

LALEALTRAPA

TRIST

SOCIAL

MENTE

VÁVEL

DADE

CEIRO

EZAISTA

• Derivação parassintética: ocorre quando a deri-vação contém os dois afi xos – o prefi xo e o sufi xo –, os quais são colocados simultaneamente:

• Derivação sufi xal: é aquela feita com acréscimo de sufi xos.

• Derivação parassintéticavação contém os dois afi xos – o prefi xo e o sufi xo –, os quais são colocados simultaneamente:

Importante: quando o prefixo e o sufixonão têm a obrigação de estarem juntos,chamamos de “derivação prefixal esufixal”. Exemplo:

DESIGUALDADE.

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• Derivação regressiva: muitas palavras primitivas têm sua forma fono-lógica reduzida quando formam novas palavras. Quando isso acontece, dá-se o nome de derivação regressiva.

Palavra primitiva Palavra derivadaavançar avançoprocurar procuracombater combate

fugir fuga

Nomes derivados de verbos são conhecidos como deverbais.

– Podem ocorrer também derivações regressivas de outros nomes.

Palavra primitiva Palavra derivadabotequim boteco

bênção bênçaportuguês portugaasqueroso asco

• Derivação imprópria: você se lembra de quando estudou as classes grama-ticais? Substantivo, adjetivo, advérbio etc.?

O jantar está na mesa.

Nesse caso, a palavra “jantar”, que é um verbo, passa a ser substantivo, o

que se confi gura como um exemplo de derivação imprópria.

Toda palavra pertence a um conjunto deno-minado classe gramatical.

Toda vez que uma palavra muda de classe gramatical sem ter sua forma alterada, temos derivação imprópria:

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• Abreviação ou reduçãoMuitas vezes, costumamos abreviar ou reduzir uma palavra e fazemos isso

com tanta frequência que a palavra primitiva acaba caindo em desuso.

Cinema, por exemplo: você sabia queé redução de

cinematógrafo?

Palavra primitiva Palavra derivadaPneumático PneuFotografi a Foto

Quilograma Quilo

• E as siglas?Algumas siglas estão incorporadas como palavras ao nosso vocabulário. O

nome desse processo é siglonimização: ONU (Organização das Nações Unidas), CPF (Cadastro de Pessoas Físicas), IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores).

Ok! Ok! Estou satisfeito com toda essa

explicação. Que tal, agora, um “tim-tim”

para comemorar?

• Hibridismo Você sabe o que signifi ca híbrido? Híbrido é o que

contém cruzamento ou mistura de espécies. Sabe-se que os radicais utilizados na Língua Portuguesa podem vir de diversos outros idiomas, como latim e grego (para não mencionar os empréstimos do inglês, do francês e de outros idiomas). Quando uma palavra é constituída de elementos provenientes de línguas distintas, temos o hibridismo:

– automóvel: (auto: grego – móvel: latim)– bicicleta (bi: latim – ciclo: grego – eta: francês)

• OnomatopeiasNão podemos nos esquecer das palavras forma-

das pelo som que elas imitam. Muitas também aca-bam incorporadas ao léxico do nosso idioma. São cha-madas onomatopeias palavras como zum-zum, tique-taque, bangue-bangue, blá-blá-blá...

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Lista de radicais de origem grega e latina

radical significado exemplo origemacro alto acrópole gregaaero ar aeronave grega

agogo o que conduz pedagogo gregaagri campo agricultura latina

alg, algia dor analgésico gregaambi ambos ambidestro latina

ambulo andar ambulante latinaandro homem (macho) andrógino grega

antropo homem (ser humano) antropocentrismo gregaarbori árvore arboricultura latina

arcai, arqueo antigo arqueologia gregaaristo superior, ótimo aristocracia grega

aritmo número aritmética gregaarquia governo autarquia gregaastro corpo celestre astronomia gregaatmo gás atmosfera gregabata o que anda acrobata gregabeli guerra bélico latina

bi, bis dois bilíngue latinabiblio livro biblioteca grega

bio vida biologia gregacaco feio, ruim cacofonia gregacali belo caligrafia grega

cardio coração cardíaco gregacefalo cérebro, cabeça cefaleia gregaciclo círculo bicicleta gregacida que mata inseticida latinacine movimento cinema, cinética gregacito célula citoplasma grega

cole, colo pescoço colar latinacolor cor colorífico latinacord coração cordial latina

corn(i) chifre córneo latinacosmo mundo cosmovisão gregacracia poder autocracia gregacromo cor cromoterapia gregacrono tempo crônica gregacruci cruz crucificado latina

cultura ato de cultiva piscicultura latinadatilo dedo datilógrafo gregadeca dez década gregadeci décimo decímetro latina

demo povo democracia gregaderma pele dermatologista grega

di dois dissílaba gregadigit dedo digitador latina

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radical significado exemplo origemdinamo força dinamite grega

doxo crença ortodoxo gregadromo local de corrida autódromo grega

dui dois duelo latinaeco habitat ecossistema grega

edro face poliedro gregaego eu egoísmo latinaequi igual equivalente latinaergo trabalho ergonomia grega

estrato camada estratosfera latinaetio, etimo origem etimologia grega

evo idade longevo latinafago o que come antropófago gregafero que contém mamífero latinafico que faz benéfico latinafide fé fidedigno latinafili filho filiação latinafilo amigo filosofia grega

fobo medo, aversão aracnofobia gregafono som fonologia grega

fos, foto luz fotografia gregafrater irmão fraternal latinafrig(i) frio frigorífico latinafugo que foge centrífuga latinagamo casamento monogamia gregagastro estômago gastronomia gregagene origem gênese gregageo terra geografia grega

gine, gineco mulher ginecologista gregagono, gonio ângulo polígono grega

gradu grau graduação latinagrafia escrita ortografia gregahelio sol heliocentrismo gregahemo sangue hemorragia grega

hepato fígado hepatite gregaherbi erva herbívoro latina

hetero diferente heterossexual gregahidro água hidrelétrica gregahipno sono hipnose gregahipo cavalo hipódromo grega

homeo, homo semelhante homeopatia gregahomi, homin(i) homem hominídeo latina

icon, icono símbolo iconografia gregaigni fogo ignição latinaiso igual isonomia gregalati largo latifúndio latina

latria culto idolatria gregalito pedra litogravura grega

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radical significado exemplo origemlog, logia estudo geologia grega

loquo que fala ventríloquo latinaluc(i) luz lucidez latina

macro grande macrobiótica gregamancia adivinhação quiromancia grega

mani, mania loucura manicômio gregamega, megalo grande megalomaníaco grega

meso meio mesóclise gregametro medida termômetro gregamicro pequeno microfone gregamini pequeno mínimo latinamiso ódio misantropia gregamito invenção, história mitologia grega

mnemo memória amnésia gregamono único, sozinho monarquia gregamorfo forma amorfo gregamulti numeroso multifacetado latinanecro morte necrotério grega

neo novo neologismo greganomo lei, regra autonomia gregaocul(i) olho oculista latinaodonto dente odontologia gregaodori cheiro desodorante latina

oftalmo visão oftalmologia gregaoligo pouco oligarquia grega

oni, uni tudo onipresente latinaonimo nome sinônimo grega

onir, oniro sonho onírico gregaornito ave ortinologia grega

orto reto ortografia gregaoxi ácido, agudo oxidação grega

paleo antigo paleontologia gregapani pão panificadora latinapari igual paridade latinapato doença patologia grega

ped(i), pede pé bípede latinapersonal(i) pessoal personalidade latina

petr(i) pedra petróleo latinapisci peixe pisciano latinapluri muitos pluricelular latina

pluvio chuva pluviômetro latinapneum(o) pulmão pneumonia gregapole, polis cidade metrópole grega

poli muito politeísta gregapopul(o) povo populismo latinapotamo rio hipopótamo grega

primi primeiro primogênito latinaproto primeiro protozoário grega

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radical significado exemplo origempseudo falso pseudônimo grega

psico mente psicólogo gregaquadr(i), quadru quatro quadrúpede latina

quiro mão quiroprático gregaradic(i) raiz radical latina

reti reto retilíneo latinareti rede reticulado latina

retro para trás retrógrado latinarino nariz rinoceronte gregarizo raiz rizotônico grega

sacar(i) açúcar sacarose latinascopio que faz ver telescópio grega

sema, semio sinal semáforo gregasideri astro sideral latinasidero ferro siderurgia grega

silvi selva silvícola latinasismo tremor sismógrafo gregasofo saber filosofia gregasono som sonoplastia latina

tanato morte eutanásia gregataqui rápido taquigrafia gregateca coleção biblioteca grega

tecno arte, habilidade tecnologia gregatele distante telefone grega

telur(i) terra telúrico latinateo deus teocracia grega

termo temperatura termômetro gregatoni vigor tonificar latinatopo lugar topografia grega

toxico veneno toxina latinaveloci veloz velocidade latinavin(i) vinho vinicultura latinavitri vidro vitral latinavolo que quer malévolo, voluntário latinavoro que devora carnívoro latinaxeno estrangeiro xenofobia gregaxilo madeira xilogravura gregazoo animal zoológico grega