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A MODA CIBERNÉTICA Comlluta~ores parav8sUr

Super Interessante Abril 1998

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A M O D AC IBERNÉT ICAComlluta~oresparav8sUr

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T rab alh o d e m e stre

N o dia 28 de fevereiro deste ano, a SUPERvirou

medalha de ouro. A consagração veio na mais importante

premiação do mundo para trabalhos de infografia,

o Prêmio Malofiej de Infografia, promovido anualmente

pela Society of Newspaper Design (SND) na cidade

de Pamplona, Espanha. A SUPERvenceu na categoria

Esportes, com Golpes de mestres, reportagem sobre

artes marciais, publicada em novembro de 1997. Embora

concebida e inteiramente desenhada pelo infografistaLuiz Iria, Golpes de mestres foi uma vitória de equipe.

Na apuração, estiveram presentes os repórteres

Ivonete Lucírio e Ricardo B.Setti. O diagramador

Robson Quinafélix ajudou na edição final. Para orientar

a disposição das imagens na página, foram decisivos os

talentos do diretor de arte Alceu Nunes e da chefe de

arte Nika Santos. O resultado não poderia ser melhor.

De acordo com a justificativa dos jurados, a reportagem

da SUPERapresenta "sobriedade e limpeza das páginas",

nas quais "as informações visuais saltam para o leitor".

A disputa pelo Prêmio Malofiej é das mais acirradas.

Ao todo, concorreram mais de 2 600 trabalhos, enviados

por 101jornais e revistas de dezesseis países,dos Estados

Unidos ao Japão. Apenas em cinco das dezessete

categorias o júri reconheceu obras à altura de merecer

medalhas de ouro. A SUPERfoi uma das cinco. Outra

delas foi para o jornal americano The New York Times.

A infografia é a fusão de texto e imagens numa

linguagem integrada. Golpes de mestres é uma

síntese dessa idéia. Mostra o corpo dos lutadores

em ação, quadro a quadro, em desenhos apoiadospor pequenos blocos de texto. O ouro do Malofiej

nunca foi nosso objetivo. Nosso objetivo tem sido

apenas o de transmitir a você, com clareza e elegância,

informações exclusivas sobre ciência, tecnologia e cultura

geral. Mas que foi bom ganhar essa medalha, ah, issofoi.

4 SUPER ABRIL 1998

©1

@3

FUTURO------,

T echno f ash ionC om pu tadores pa ra ve stir!

C om e les , o M IT qu e r

conqu istar o mun d o

da m oda.

45

FísICA-4----------'

Caçadoresd o in v is ív e lUm a rede para pesca r

ra io s c ós mic os vai

de sve ndar um dos

m ist ério s d o Un iverso.

74

GEOLOGIA

A m í stic ados d iaman tesExpo sição em Nova York

mos tra tudo sob re o m ais

va lioso cristal d a T er ra.

58

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~--~--'--_-----"."---"~---=-_--l"f----=----'-"" SAÚDE

Po r t rá sda cor t i na

d e f umaçaA O rg an izaç ão M un dial

da S aúde (O M S I publ ica

um relató ri o e sc la re c ed o r

so b re a m ac onha.

38r""""-,....--I ••..ARQUEOWGIA

Múm ia s p le bé ia sG e nt e c om u m e m ba lsa m ad a

re ve la c om o e ra o d ia- a- dia

de um a alde ia e gípc ia

há 2 000 anos.

U N O L O G I APa ra v ig ia r a flo re staConheça o S is tema de V ig il ânc ia

d a A m az ôni a [S ivarn ), que pro m et e

ficar de o lho em traf icantes de

d ro gas e lad rõ es d e m ad e ira.

f-,lISTÓRIA

Saveiro à r isca !A rq uite to b aiano

redescobre rece i ta

de 400 anos para

eonstru ir barcos.

52 68

SUPERNOT íC IAS

10UN IVERSO

81S l:JPEROI \ lER T IO O

99

SUPERMU I!T lM íOIA

84SUPER INTR IGANTE

212+ 2

92

© 1 S tephan C ic co 2 Ilu str açã o N ew on V er lang ieri 3 T he n atu re o t di arro nos 4 Ilustraç ão tu íz Ina 5 Ilustra çã o P au lo

N ilson 6 S tepn an C icco 711u sf raçã o lu iz Iria 8 A lf red G esc h e ió l 9 G av ín Smi l h -sp oone r 10 S tepha ne C om po ínt / S yg m a

28

C 'ARTAS

94

D ITO E FE ITO

98

A B R I L 1 9 9 8 SUPER 5

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E le afunda masnão naufraga.

Com 108 metros de

comprimento, este

navio fica de pé,

feito um poste

fincado no oceano.

1O SUPER A B R I L 1 9 9 8

TEC, O LOG IA

Ti tan ic? Não .É O F l i p , quebó ia de p é

funciona como umaâncora, garantindoa estabilidade daembarcação, mesmo emalto-mar. Foi assim que oFlip participou de várias

pesquisas complicadas,nos últimos anos, e nestemomento, segundo ooceanógrafo James Edson,do instituto californiano,está ajudando a levantardados inéditos sobre oEI Nino. "0 F lip é capazde fazer medidas aomesmo tempo na

Construído sob

encomenda parao Instituto Scripps daCalifórnia, o Flip deveser o barco mais originaljá projetado. Com 108metros de comprimento,ele é capaz de flutuar navertical, com a maior parteda estrutura debaixod'água. A parte submersa

superfície e lá no fundo",explicou Edson à SUPERoEle acha que, medindoa temperatura e a forçadas correntes marítimas emvá rias profundidades, e em

diversos pontos do oceano,fica mais fácil explicartodo tipo de fenômenometeorológico. Inclusive oEI Nino, que envolve tantoo aquecimento anormaldas águas do Pacíficoabaixo da superfíciequanto a força dos ventosacima das ondas. •

o b an he iro e m d up lic ata te m d ois c on jun to s d e p eç as. Um é u sa do n a h o riz on ta l e o ut ro , n a v er tic al

© 'J ;:rg e- G ebh arot/STER N 2 íuz In a/M arc elo H ard t

©l

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N AUF RÁ GIO SO B C ON TR OLEO T t t an i c em bico u p ara ofu nd o p orq ue a p arte fro nta ldo seu casco encheu d 'águae su bme rg iu . N o Fl ip , t odaa fren te d o b arc o é fe ita d eta nq ue s q ue o c om a nd an tein un da q ua nd o q ue r fic arn a v e r ti c al ( ve ja a b a ix o).

P ar a d e s vir ar , e xp u ls a

a ág ua c om a r c om prim id o

A ss im e le n ão b ala nç a

1

0Na horizontal,o Flip dança sobreas ondas comoqualquer navio

e Mas com a águaentrando nostanques, elegira e a proaafunda.

©2

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B ioquímiCOs doIn st itu to M a x P la nc k,

d a A le m an h a,d e s c ob riram um je itod e ev ita r que o sr em é d io s c au se me fe ito s c ola te ra is . E me x p er iê n c ia s c om c o b a ia s ,e l e s " embu t ir am"

a s m o lé cu la s d o sm e dic am e n to s e m

p ro te ín a s n a tu ra is , q u efa ze m p arte d o p ró pr io

ó rg ã o a s e r t ra ta d o.O rem éd io v a i d e

c ar on a d ire to a o a lv o,s em a fe ta r o utr as

p arte s d o c orp o.

ANasa ma n d o uin s ta la r r ad a re s

em av iões e c ome le s e stá g era nd o

f an tá stic a s " fo to s "s ub te rr ân ea s d asru ín as d e A ng ko r Va t.n o C am bo ja , quee s tão e n tre as m ais

im po rtan te s d o m un do .A im ag en s , que são

tridimensionais, jál e va r am à descobe r t ad ê " s e is n o v oste m p lo s s o te rr ad o s.

QcalifornianoR o la nd C la rks on

d esc ob riu em jan eirou m m o nu m en ta l

re prese ntan te d osn úm e ro s p rim o s.

E le tem 909 526

a lga r i smos !O ob je t iv o é c r ia rc ód ig os n um é ric os q uen em c om p uta do re sc o n sig a m q u eb ra r.

12 SUPER A BR IL 199 8

PA LE O NTO LOG IA

Emb riõe s c omm ais de m eiob ilhão de an os

A té o início do ano,o mais antigo fóssil

conhecido tinha por voltade 540 milhões de anos.Foi então que, emfevereiro, Andrew Knoll,paleontologista daUniversidade de Harvard,conseguiu quebrar essabarreira de tempo aodesenterrar, na China,embriões com 570milhões de anos. Foimuita sorte, pois osfósseis não tinham ossos,apenas partes moles. Eestas só ficaram intactasporque estavam em umamina de fosfato."O fosfato preserva os

©2

tecidos macios", disseKnoll à SUPER,numamensagem pela InternetEle ainda não conseguiuidentificar os animais,mas já fala emprocurar bichos de1 bilhão de anos. •

E sta b olo ta d ecé lulas fósseisp erten ce a um

a nim al ain da emgestação . N ão deup ara d is tin gu ir a

espécie, a té a g or a

© 1 Har vard Un iver sity 2 G A t vl t v lA

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©1

14 SUPER A B R I L 1 9 9 8

AN TR OPO LO G IA

A m arca deum a do r deden te m ilena r

NãOpense que sofrimentocom o dentista é

exclusividade do homemmoderno. O arqueólogoSteven Bakerencontrou noColorado, EstadosUnidos,o mais antigo tratamentodentário das Américas.Trata-sede um caninohumano, com maisoumenos 1 000 anos de idade,

que tem um buraco bemredondo. "Nunca vimosnada parecido", diz DavidDegusta, do Laboratório de

F uro te m je ito d e te r s id o a be rto p or u m d en tis ta p ré -h is tó ric o

EstudosEvolucionáriosHumanos, na Califórnia. Ele

considera praticamente certoque o furo foi feito poralgum "dentista" primitivo.O dente escavado do

Colorado não é oúnico do mundo.Recentemente, naDinamarca, foi encontradoum outro, commarcas semelhantes .•

B IO LOG I A M AR IN HA

N um a boa ,a 80 g rausCels ius

Qverme AlvíneJ/a

pompejana é o bichoque mais se adapta aocalor em todo o planeta.Ele procura comida -bactérias - nas fendasrochosas chamadaschaminés submarinas,que espirram água vindado interior da Terra.Aí, o animal se enfia emtúneis cujo calor variade 22 a 105 graus.Segundo um biólogoda Universidade deDelaware, o americanoCraig Cary, um dosautores da descoberta,falta explicar como overme agüenta variaçãotão grande detemperatu ra. •

© 1 C ra," C ary/Un iv . O e laware 2 NA SA

C om m eno s d e 10 c en tíme t r osd e c om p rim e n to , o a l vi n el a

p arec e um a taturana,m as é um v erm e d o

fun do d o m ar

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L lNGUA PORTUGUESA (28 FITAS)MATEMÁTICA (10 FITAS)GEOGRAFIA (10 FITAS)HISTÓRIA (7 FITAS)FíSICA (10 FITAS)QUíMICA (10 FITAS)BIOLOGIA (10 FITAS)INGLES 5 FITAS

ASTRONOMIA (5 FITAS)ALFABETIZAÇÃO (7 FITAS)ANATOMIA CORPO HUMANO (12 FITAS)EDUCAÇÃO SEXUAL (5 FITAS)CltNCIAS (7 FITAS)LiNGUA PORTUGUESA (12 FITAS)LITERATURA BRASILEIRA (7 FITAS)HISTÓRIAGEOGRAFIAMATEMÁTICA

FlslCA (8 FITAS)QUIMICA (6 FITAS)IDIOMASSÉRIE AUTO-CONHECIMENTO. COMO VENCER A TIMIDEZMEGAMEMÓRIALEITURA DINÃMICAMEDITAÇÃOINTELlG~NCIA EMOCIONALÉTICA 2 FITAS

ATIVIDADES FISICASED. F SICA: VOLEIBOL (2 FITAS)ED. FlslCA: NATAÇÃO (2 FITAS)ED. FlsICA: HANDEBOL (2 FITAS)ED. FíSICA: CRIANÇAS (3 FITAS)ED. FlsICA: TERCEIRA IDADE (3 FITAS)TAl CHI CHUANENERGIA (3 FITAS)GINÁSTICA TERAPt:UTICA (2 FITAS)MASSAGEM GLOBAL - TEC. SPA

MASSAGEM ORIENTALS I J"SU CLAss COSÉRIE INFORMÁTICAWORD 97 (3 FITAS)ACCESS 97 (3 FITAS)OFFICE 97 (5 FITAS)

r VISUAL BASIC 4.0 (6 FITAS)PHOTOSHOP 4.0 (2 FITAS)COREL DRAW 7.0 (3 FITAS)AUTOCAD R.13 (6 FITAS)BORLAND DELPHI 2.0 (5 FITAS)DIRECTOR 5.0SÉRIE EDUCA ÃO ARTíSTICAEDUCAÇÃO ARTíSTICA (7 FITAS)EMBALAGENS DE CAIXASCESTAS - FLORES & SABORESDESENHO À MÃO LIVRE (3 F ITAS)APRENDENDO A FAZER LAÇOSCURSO DE BALÃO DECORATIVOSOFTWARES DIDÁTICOS 20. GRAU

MATEMATICA (6 DISQUETES)Fls lCA (6 DISQUETES)QUíMICA (6 DISQUETES)SUPER PROFESSOR (DISQUETE)NOSSA LlNGUA - Prof. Pasquale (CD ROM)

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---l

M E D IC IN A

Es tá p ro v ado .

O v írus da A idsé quarentão

NOS anos 60, enquantoo mundo discutia a

revolução sexual, estavanascendo na África umpequeno homicida queviraria o inimigo número 1do sexo livre. Era o HIV,o vírus causador da Aids.A confirmação foi divulgadaem fevereiro: os maisantigos exemplares desse

estraga-prazeres foramachados numa amostrade sangue que havia sidoextraída em 1959 de umcidadão da Repúblicado Congo para um examede rotina. A equipe dovirologista americanoOavid Ho desengavetou aamostra e provou o quejá se suspeitava: que ovírus da Aids já está emação há quatro décadas.Um dos motivos da

desconfiança é que o vírusaparece sob várias formas,ou mutações, e se elefosse muito recente essasvariedades não teriam tidotempo de evoluir. Ho disseà SUPERque vai examinaros genes do micróbioachado no Congo paraverificar quais sofrerammutações e quaispermaneceram iguaisdesde aquele tempo.É que os pedaços de ONA

que não mudaram devemser mais importantespara o vírus. "Então,se pudermos achar umjeito de neutralizá-Ios,podemos chegar a umaboa vacina contra o HIV",explicou o cientista .•

© Lu iz Ir ia/M arce lo Hard i

Quase todo o H IV do m undoD e ca da três ca so s da d oença , do is e stã o n a Á fr ica .

NaÁfrica, berço do HIV,estão 20 milhões deportadores do vírus,segundo dados daOrganização Mundialde Saúde, da ONU.O total no mundo é

de 30,6 milhões.".Veja no mapa

os países maisatingidos

T od a a fam ília d o v íru sÁ rv ore g en ea /ó gic a m o stra os v ário s tipo s d e

H /V en co nt rado s n o h om em e nos m a caco s .

O vírus recém-descoberto é daespécie HIV-l M. a mais perigosa.Háoutros dois vírus daAIOS emhumanos, o HIV-l O e o HIV-2.

SIV2

~ ~ SIV3 SIV4

.~ ~,-

H IV -l M

SIV5t. HIV-2

~

C erc a d e 2.4 milhõesd e sul-a fric an os s ão

p o rta do re s d o H IV

A B R I L 1 9 9 8 SUPER 17

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P esquisa do institutoamericano de

alcoolismo revela quequem começa a bebercom menos de 15 anostem chance quatrovezes maior deengrossar a populaçãode alcóolatras. É maisum motivo para deixarcrianças e adolescentesbem longe do copo.

OProzac, comose sabe, é um

antidepressivoeficiente para humanos.Agora, o biólogoPeter Fong descobriuque ele também deixamexilhões animadinhos.Não é que o humordos moluscos melhore,mas sua atividadesexual aumenta.Segundo Fong,

é um indíciosurpreendentede que a química dehumanos e bivalvesé bem parecida.

C ientistas japonesesdo Instituto de

Biociência, de Osaka,dedicam-se a pesquisarcélulas camicases.Descobriram aenzima que provocao suicídio natural

de células que foraminfectadas por algumvírus. Agora, restaaprender comocontrolar o processopara fins medicinais.

18 SUPER A B R I L 1 9 9 8

E S P A Ç O

Nasa tr aba lh ap ara chega r aM arte em 2011

O diretor da Nasa, DanielGoldin, está levando

a sério o seu projeto demandar homens a Marteno início do próximo milênio.Muitos acham a idéia carademais e de pouco valorcientífico. Mas a Nasa vem

trabalhando com vontade.O Centro Espacial Johnson,em Houston, divulgou

agora um relatório no qualpropõe um programade viagens que tem dataprecisa para começar: 2007.As primeiras missões nãoseriam tripuladas: serviriampara mandar a Marte osequipamentos que seriamusados pelos pioneiroshumanos a partir de 2011 .•

©1.1 "'"

I lu str aç ã o m o s tr a o p rim e ir of og u ete tr ip ul ad o p a ra M a rt e.A v ia ge m le va ria s eis m e se s,

c om e ça nd o e m 2009

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A cada 26 m eses , umfo gu ete d es ce ria e m

M a rte . A b aix o, o m ód uloin fláv el o nd e o sa st ro n au ta s irã o v iv e rp or q ua se d ois a no s

C in em a emalt íssimave loc idade

a su a o nd a d e c h o q u ee xpand i n d o -se a 2 4 0 0 0q u i lôm e tro s po r se g u n d o .

M c C le l lan d ac h a q u e

su a c ãm e ra ul t ra - rá p id atam b é m po d e riaf o t o g ra far a rad iaç ã oapl ic ad a ao s tu m ore sm a li g n o s . C om is so , otr a tam e n to po d e ria se rape r f e iç o ad o pa ra e v it aro s d an o s q u e cau sa e mó rg ã os s au d áv eis. •

O fí s ic o J o h nMcC l e l l a nd , d o

La b o ra tó rio N ac io n a lL o s A lam o s , n o s E stad o sU n id o s , c o n se g u iu f il m aro pr im e iro m il io n é sim od e s e g u n d o d e um a

e x p lo s ã o . E a co m p an h o u

©2

19

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POde parecer

macabro, mas a

pergunta émais

do que atual. Saber

que partes do nosso

corpo podem ser

reaproveitadas é umadessascuriosidades

científicas que viraram

manchete no Brasil.

Aqui você vê

as respostas.

©2

O s p êlo s d a fo lh a d au rt ig a po ssu e m umve ne no q ue irrita a pe le

© 1 t u i z I ria IM au rí c io ta ra 2 J us si Leht o

C om o to rn ar v i ta l

o que a m orte in utiliza., Oua is ó r g ã o s po d em• s e r t ra n sp l a n t a d o s ?

10 corpo humano pode ser• comparado a uma máquinaque ainda tem peças em bomestado mesmo depois de que-brar Um morto pode doar ocoração, os pulmões, o fíga-do, o pâncreas, os rins e o in-testino. Mas tudo isso temque ser retirado imediatamen-

te apósa parada cardíaca."Na prática, a extração é

feita depois que o paciente so-freu morte cerebral,que carac-teriza a morte propriamentedita, mesmo quando o cora-ção ainda bate", diz TeléforoBacela, do Hospital dasClínicas,em SãoPaulo.Há partes do corpo que po-

dem ser transplantadas par-cialmente e doadas até quan-do a pessoa está v iv a e bemde saúde (veja in fográ fico) ,

desde que o doador esteja deacordo, é lógico. É comummães doarem órgãos a filhos,pois apresentam menos riscode rejeição. •

o -q u e é poss í ve l doa rEm vermelho, o que pode ser retirado de doadores vivos.Em preto, o que é reaproveitado depois da morte.

©1

pu l mã o( um d e le s)

co r aç ã o

vasososso

(al g u n s)

f íg a d o (pa rte )

m e d u l apân c r eas (p arte )(par te )

r ins( um d e le s)

in t e s t in o

pe le (pa rte )

mú s c u l o

A adver tênc iados pêlo s e da co r., D á pra d ife re n c ia r

• um a pla n tav e n e n o s a d e um ain o fe n s iv a s ó pe laa pa rê n c ia ?

Iom certeza absoluta,• não. Mas existem bons in-dícios. A cor extraordinária

pode ser interpretada como

uma advertência. "É umaforma de a planta dizer: 'Souperigosa I''', explica a botâni-ca Débora Alves dos Santos,da Universidade de SãoPaulo. A jequiriti, ou olho-de-cabra, tem uma proteínaem sua semente preta e v e r-

melha que convulsiona o es-tômago. Outra planta de no-me estranho, a comigo-nin-guém-pode, tem atraentesfolhas v e rd e e branco. Mas

cuidado: dentro de suas cé-lulas há cristais que ferem oestômago Pêlos tambémsão sinal de alerta. Muitasvezes funcionam como am-polas de veneno que causamvermelhidão e coceira. Porisso, fuja da urtiga .•

A B R I L 1 9 9 8 S U P E R 21

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C en ten as de esposas

p a ra o sultão., C om o e ra m• o s h a rén s ?

I palavra harém vem do• árabe e significa "lugar fe-chado", "interditado". O ha-rém era a parte da casaondemoravam, reclusas, asmulhe-res dos poderosos, com seusfilhos, criadas e escravos cas-trados, os eunucos. Juntocom elas, como chefe de to-das, vivia ninguém menos que

a sogra, a mãe do marido co-letivo. O costume surgiu emregiões islâmicas, onde a reli-gião admite a poligamia.Segundo o Corão, a bíblia doislamismo, cada homem podeter até quatro mulheres. Masàselites era permitido um nú-mero maior. Quem podia sus-tentar mais esposas acabavacolecionando um grande ha-rém. Alguns sultões, comoMehmet IV (1640-1686), che-garam a ter 700 mulheres.

O harém mais famoso domundo foi o do luxuoso Palá-

cio de Topkapi, em Istambul,Turquia. Inaugurado no reina-do de Süleyman, o Magnífico(1520-1566), está íntacto atéhoje, embora desativado.Virou uma atração turística,uma espéciede Pãode Açúcarerótico do século XX. Antesdisso, serviu de residência dossultões do século XV ao XIX.Abrigava a corte, órgãos degoverno, o conselho judicial, oarsenal, a casa da moeda e

alojamentos de escravos.Chegou a hospedar 40 000pessoasem 700 hectares cer-cados por muralhas.

Encerradas no harém, asmulheres eram hierarquizadascom funções e privilégios cor-respondentes. Todaseram es-cravasecompetiam pela aten-ção d o sultão. A mais podero-saera a valide, a mãe do mo-narca, a quem eram reserva-dos quarenta quartos. Abaixodela, vinham as kadin, quatro

esposas dispostas por ordemde favorecimento: primeira,

©1

N o harém , cada um tin ha o seu lugar

C on heça a p la nta d o P alá c io de T opka pi, em 1sta mbu l .

Ir• • •

nuartosi

do su ltão

segunda, terceirae quarta.Abaixo das esposas vinham

as doze ikbals, as favoritas.Depois, as gozde, as candida-tas a favoritas. Em geral, asmulheres eram divididas emconcubinas (amantes) e odalis-cas(serventes).Todastinham aambição de subir a posto maisalto. A todo momento o sobe-rano poderia ignorar a hierar-quia e escolher qualquer mu-

lher. Quem desseà luz a um fi-lho do sultão recebia mais pri-

22 SUPER A B R I L 1 998

Jardim

-iscinavilégios, escravose aposentos.

Uma profusão de filhos epríncipes disputava a sucessão,gerando grandes pressõespo-líticas. O harém era fértil emconspirações, golpes e enve-nenamentos. Mesmo uma es-crava nascida lá dentro sabiaque poderia setornar podero-sa se viesse a ser a mãe dopríncipe herdeiro. Não bastavaser bela, mas também inteli-

gente e política Houve várias,assim, na história da Turquia.O costume durou até 1909,

quando o Palácio de Topkapifoi fechado. Em 1923, a Repú-blica foi proclamada e, em1926, a tradição abolida. Namaioria dos países islâmicos,hoje, o harém está em desuso.Sustentar quatro mulherescusta caro. Mas há lugares on-de a prática continua. O sultãode Brunei, um dos homensmais ricos do planeta, foi pro-cessado recentemente por

uma ex-miss dos EstadosUnidos. Ela o acusou de tê-Iaaprisionado no harém de umpalácio de 1 700 quartos .•

POR TÂNIA MENAI,

D E I ST AM B UL

© 1 lu iz Iria / M au ríc io lara 2 S up e rsroc k

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A a tm o sfe ra tam b ém

tem um c ic lo d e m a rés?A altura da

• atmosfera varia

como a do mar?

Iim. Não determinada pela• atração da Lua, como acon-tece com o mar, mas pelo ca-lor do Sol. Se a altura da ca-mada de ar que envolve o pla-

neta fosse medida, mostrariadiferentes alturas em um dia.Os meteorologistas registramas alteraçôes de pressão nobarômetro. Quanto mais altaa camada, mais separadas aspartículas e menor a pressão.É a maré alta barométrica.A tendência seria imagi-

Só se d ev e d ir ig ir q ua troh o ras depo is d e b ebe r?epois de um copo

• de vinho ou cerveja,

quanto tempo o álcool

leva para sair do corpo e

escapar do bafômetro?

Iaria muito, conforme o• bebedor. A tonteira daembriaguez acontece en-quanto o álcool age sobre osistema nervoso. Os dois fa-

tores mais importantes sãoo sexo e o peso. "Sabemosque a mulher é mais sensíveldo que o homem", diz a he-patologista Edna Strauss,presidente da AssociaçãoLatino-americana para Estu-do do Fígado. "Na mulher,as enzimas que metaboli-zam o álcool são menos ati-vas. Com isso, quase tudo

o lo ng o c am in ho d o g oleA lco o l a fe ta s an que , s is tem a ne rv os o e f( qa do

nar que a maré alta aconte-

ce ao meio-dia, quando osol está a pino. Mas não éassim. Ao meio-dia sentimoso calor que vem do chão enão do ar. "Há duas marésaltas por dia: às 1O da manhãe às 10 da noite. Eduas bai-xas: às 4 da tarde e às 4 damadrugada", explica a me-teorologista Maria AssunçãoDias, da Universidade deSão Paulo.•

vai para a circulação." Osmagros também ficam em-briagados com mais facili-dade porque o álcool sedissolve em gordura. Osgordos absorvem melhor. Aduração da embriagueztambém depende do hábi-to de beber. Aqueles maisacostumados desenvolvemuma certa resistência. Emgeral, são necessárias 4 ho-ras para o álcool ser total-mente eliminado (veja info-

gráfico abaixo). •

Logo após o primeiro gole,a bebida vai para o tubodigestivo e para a correntesanguínea.

Minutos depois, o álcool agesobre o sistema nervoso,causando tonteira ediminuindo a coordenação.

Até ser processado pelofígado e eliminado, passam-secercade4 horas. Só então dápra passarpelo baf6metro.

NA INTERNET

[email protected]

http://www2.uol.com.br/super

Es t e s a í e m c im a sã oo s n o sso s e n d e re ç o se le t rô n ic o s . Para

o primeiro, vo c ê po d em an da r pe rg u n ta spara a se ç ã oS UP E R IN T R I G AN T E .

N o segundo, vo c êe n c o n t ra a ve rsãoo n - l in e d a S UP E Re e nv ia p erg un tasexc lus ivas para e la .

V am o s lá !S e pre fe rir , m an d e a suacarta pe lo c o rre iom e s m o . E n vie a c artapara S UP E R IN T R I G A N T EA ve n id a N açõ e s Un idas,7 2 2 2 1 - P in h e iro sC E P : 0 54 7 7- 00 0S ã o P au lo , S P .

S e a su a pe rgun tafo r se le c io n ad a, vo cêre c e be rá em c as a um a

c am ise ta d a S UP ER !

A B R I L 1 9 9 8 SUPER 23

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Im ag en s da g a láx ia só

m os tram um a parte de la

deduzir a forma da galáxia-parecida com um cata-vento- graças a outras observa-ções astronõmicas. Sensorese radares sofisticados são ca-pazes de registrar os sinaisde rádio que as estrelas dagaláxia emitem. Assim, dá

para fazer um traçado dasua forma (veja infográfico

abaixo). Essasradiações po-dem também ser transfor-madas em imagem, forne-cendo uma vi são mais amplada Via Láctea do que aquelaoferecida pelas fotos .•

., Como é possível

• fotografar a Via

Láctea se estamos no

meio dela?

enquanto. "O que registra-mos são as constelaçõesmais próximas do SistemaSolar", explica o astrônomoRonaldo Rogério de FreitasMourão, do Museu deAstronomia e Ciências Afins,do Rio de Janeiro. É possível

I Via Láctea inteira nin-• guém fotografou nem vaifotografar, pelo menos por

©2

Pern i l ongo é umv amp iro esgan ado., Quanto sangue um• pemilongo suga?

pernilongo que transmite adengue, o Aedes aegypti, su-ga 3 milímetros cúbicos desangue", diz o epidemiolo-gista Délcio Natal, daUniversidade de São Paulo. Ovolume é armazenado no ab-dome, que se dilata. Se nãoconsegue se saciar na primei-

ra picada, o animal procura,outra vítima. É sempre a fê-mea quem suga. E o sanguenão serve de alimento: o fer-ro que existe no líquido é im-portante para o desenvolvi-mento dos óvulos que elacarrega na barriga .•

o in se to s ug a a té trêsv eze s o s eu p es o

Ima barbar idade. Perni-• longo é o nome genéricode um monte de insetosvoadores com pernas com-pridas. Como as espécies eo tamanho variam bastante,

a quantidade de sangueconsumido idem. Mas amaioria desses bichos vora-zes engole até três vezes opróprio peso. Imagine umhomem de 70 quilos devo-rando 210 quilos de comi-da. Dá até mal-estar. "O

© 1 N as a 2 lu iz Iria / M aur íc io lara 3 R ich ard T . N ow itz 4 N H P A / A .N .T 5 R obe rto lotíel

24 SUPER A BR IL 199 8

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N ada se com pa raà bo ls in ha da m am ãe

mama é introduzida em suaboca", explica a biólogaAna Maria Beresca, da

Fundação Parque Zoológicode São Paulo. Mas o maisincrível é que, uma v e z en-gol ida, a mama se dilata e obicho fica preso, engatadoa ela, sem possibilidade dese m o ve r ou de se separarda mãe. O filhote fica dentrodo marsúpio 200 dias, atéestar apto a se alimentar so-zinho. Aí, cai no mundo .•

., Como o bebê vai

• parar na bolsa damãe canguru?

Ipreciso uma manobra• animal para o bicho pas-sar da barriga da mãe paraa bolsa, chamada de mar-súpio. Depois de cerca de36 dias de gestação dentroda barriga, a fêmea deita-se de costas e apóia a re-gião pubiana em algum lu-

gar saliente para ela ficarmais alta que o resto docorpo. Aí, o pequeno bebênasce e aproveita o a c liv e

do corpo para escorregar,por fora do marsúpio, até àentrada da bolsa. Então,pula para dentro dela e seinstala. Parece um v e rm ezi -

nho, mede alguns centíme-tros, mas já nasce atleta.

Para facilitar o desliza-mento, a mãe lambe os pê-los entre o órgão genital ea bolsa, que fica mais es-corregadia. Parece poucohigiênico mas funciona. Oprocesso todo dura maisou menos 10 minutos."Assim que o embrião en-tra na bolsa, uma grande

A seg u ir, o s a uto re sd a s p e rg u n ta se s co lh id a s n e s taed i ç ão . T o d o sr ec e be rã o s ua scam is e ta s em c asa .

©4

A rman d o M e lloP a lh o ç a , se

E d la in e Ke llyS ã o P au lo , S P

G u stavo M itt e lm an nP o rto A le g re , R S

M aria H e le n a Y ama g u c h iO sasco , S P

R o g é ri o L em k eN o va V en é c ia , E S

S im o n e R e g in a d e

O l ive i raB lu m e n au , se

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o flagrante despojado deuma história monumental

Olhe bem estes rostos. A historiadora FrançoiseDWl311C,da Universidade de Strasbourg, naFr311ça,acha que é possível até "captar um pou-

co da personalidade das pessoas olhando suas expres-sões mortuárias" - 2 000 anos depois. Será possível?"OEgito", salienta, "é a única civilização que oferece es-se tipo de evidência, graças às suas múmias."

Não são uma nem duas evidências, mas 450. Em

1994, arqueólogos da Inspetoria de Antiguidades doEgito descobriram, no oásis de Kharga, a oeste do rioNilo, escavada em grutas na montanha e repleta demúmias, a necrópole de Ain Labakha.

A aldeia chegou a ter 1 000 habitantes entre osséculos I antes de Cristo e III da nossa era, habitadapor lavradores, pastores, soldados a serviço dos ro-

30 SUPER A B R I L 1 9 9 8

manos, mulheres, crianças e sacerdotes. Foram con-temporâneos de Jesus Cristo.

Não foi a primeira descoberta do gênero - outrocemitério popular foi encontrado em 1982, na localida-de de Douch, 120 quilômetros mais ao sul- mas o deAinLabakha é o maior e, de longe, o mais fascinante.

Em 1997, uma equipe francesa - Françoise Du-n311C,o antropólogo Jean-Louis Heim, do Museu de His-tóría Natural de Paris, e o casal de radiologistas Roger eMartine Lichtenberg - foi convidada a estudar as gru-tas. Os exames com raio X revelaram a idade com quecada múmia morreu, a causa da morte, o estado de saú-

de do morto, seu provável ofício, sua dieta e até as"doenças ocupacíonaís" da época (veja página 36).

As pirâmides e os monumentos egípcios atraem oshistoriadores como ímãs. São as maiores expressõesmateriais do poder dos faraós. Mas as múmias ple-bléias contam urna história igualmente rica, tão banalqU311tOerdadeira: a crônica do homem comwn.

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Mar M editer râneo

•inlabakh a

Oásis de Khar ga

o último baluarteda fronteira romana

Era o fim de uma era. O império dos faraós, quevivera o auge entre 1 500 aC. e 1000 aC., desmoronara.Alexandre Magno (356 aC.- 323 aC.) invadira o Egito em331 aC. e proclamara-se faraó. Depois da sua morte, opaís ficou com um de seus generais gregos, Ptolomeu,fundador de uma dinastia de 300 anos. Em 30 aC. os ro-manos invadiram e converteram o território em provín-cia. Com a fundação de Constantinopla, em 324, o Egito

ficou sob órbita bizantina até a conquista árabe, em 641.AinLabakha era um posto da fronteira sul d o impé-

rio romano. Era o fim do Inundo. Além"danecrópole naencosta da montanha, restaram as ruínas do forte roma-no, dois templos e um poço seco. "Nãoconhecemos nemo nome antigo da aldeia", disse Françoise Dunanc à SU-PER. "Encontramos inscrições em potes de cerâmica,

32 SUPER A B R I L 1 998

em egípcio e grego demótico, mas ainda não deciframos.Na parede dos templos havia grafites gregos. Masnão te-mos um documento sobre a vila ou sua população." Noséculo IV aC., acredita Dunanc, o lençol d'água que ali-mentava a agricultura irrigada esgotou-se, as terras se-caram e Ain Labakha foi abandonada.

Entre os século I aC. e II I, as técnicas de mumificaçãoestavam enraízadas na cultura há milênios. Os egípciosacreditavam que a morte era uma passagem para a se-gunda vida, eterna. O deus Osírís governava o mundodos rnortosj unto com sua esposa, Ísis. Para entrar nessereino, o corpo deveria manter-se íntacto para a alma re-

tomar a ele depois de uma jornada de iniciação em queprestava conta de seus atos aos deuses. Portanto, todosdeveriam ser mumificados.

No século V,Teodósio I , o imperador cristão da se ítacopta, que prosperou no Egito, proibiu as práticas ditaspagãs, inclusive a mumificação. Mas elas continuaramaté a dominação árabe, no século V II.

© M apa Lui z lria

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- -

_ _._ ....... .

ARQUEOLOGIA

"

34 ABRIL 1998

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F ILA D E E SP E RAR íg id as e n eg ras, c ob ertas d e re sin a d e b etu m e,m úm ias d e vá rias id ad e s e spe ram a ve z d e se re xam in ad as pe lo ra io X . D u ran te 2 0 00 an os e lasd esc an sa ram e sq ue cid as. N o te o vu lto e té re o d eu m pe sq uisad or a nd an do pe la sa la . T alve z se jau m a iro nia d o o utro m u nd o: n esta fo to . o ú nic oq ue pare ce fan tasm a é q uem e s tá v ivo

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Vida austera etrabalho duro

Reger e Martine Lichtenberg examinaram com o raio X130 múmias de Ain Labakha e de Douch, o outro cemité-

rio do oásis de Kharga descoberto em 1982. "Nosso objeti-

vo", disse Roger à SUPER, "é perceber o modo de vida deuma população egípcia antiga por meio do estudo das mú-mias. Você pode chamar isso de paleoetnología."

A radiologia revelou à História detalhes preciosos. Osossos de certos indivíduos em Ain Labakha mostram si-

nais de crescimento raquítico, marcas de má nutrição edoenças recorrentes durante a juventude. "São uma indi-

cação da vida social nada rósea dos camponeses. Pode tercerteza de que eles às vezes passavam fome."

Morria-se cedo, aos 50 anos. A mortalidade infantil era

alta e as mulheres morriam de parto. Para os pesquisado-res, uma patologia reveladora, descoberta nas múmias, é a

36 SUPER A B R I L 1 998

esquistossomose, infecção provocada por um parasita nointestino, típica de quem ganha a vida com os pés dentrod'água, em lavouras irrigadas. Várias múmias apresenta-ram sinais de reumatismo na coluna, evidência de traba-

lho físico intenso e do transporte de cargas pesadas. Qua-tro corpos de uma mesma gruta mostravam sinais de tu-

berculose. "Podemos imaginar que pertenciam à mesmafamília", diz Líchtenberg,

Os radíologístas encontraram mais múmias sem den-

tes em Ain Labakha do que em Douch. "Isso mostra quetinham mais açúcar na dieta." A base da alimentação eracereais, uvas e azeitonas. Havia carência de proteína (car-

ne). Mas se as colheitas fossem boas, passavam bem.Apesar da proximidade do Sudão e das populações ne-gras da antiga Núbia, nenhuma múmia era negra. "Todos

eram brancos de cabelos pretos. A constituição, as medi-das e a altura média de 1,65 metro são claramente medi-terrâneas." Algumas eram circuncidadas, provavelmente

sacerdotes dos templos.

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Eram homens, mulheres e crianças camponesas, la-vradores, fazendeiros e soldados que trabalhavam duro epenavam. Todos se preparavam para a vida eterna. "As

múmias dos ricos estão em melhor estado, evisceradas edesidratadas por um tratamento de primeira classe", ex-plica Roger Líchtenberg. "Mas um grande número, talvez

a maioria, teve só o c érebro removido e o corpo enchido debetume. E também há casos piores, que nem chegam a is-so. Você tira os trapos de linho e os ossos desandam, po-

dres, sinal de que quase não houve mumificação. Esses,

sim, eram os pobres."Ain Labakha não tem futuro como atração turistica.

Está longe do circuito badalado de viagens nas margensdo NUa e sua necrópole não tem atrativo, comparada como esplendor dos túmulos do Vale dos Reis. É urnasorte.

Depois de terem sido despertados para revelar seus se-gredos, os cientistas devolveram os corpos às tumbas e

fecharam as grutas, em novembro de 199í. Agora, asmúmias já podem voltar à vida eterna. 0

.A . B R I L 1 9 9 8 SUPER 37

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MACONHA

ar._~ Ô - _~ _r- , _ ._~-.:~

A Organização Mundialda Saúde pub-lica-o maiscompleto relatório sobreos efeitos da maconha.

E afasta a onda dedesinformação que

cerca a droga ilegal maisconsumida do mundo.

POR FLÁVIO DIEGUEZ

38 SUPER A B R I L 1 9 9 8

Ea para ser uma festa. Era

para ser o triunfo da pes- .. quisa médica em seu esfor-

ço de 'separar, cientificamente, oque é mito e o que é fato sobre osefeitos da Cannabis, conhecidacomo maconha. Mas o relatório so-bre a droga publicado pela Organi-zação Mundial da Saúde (OMS),das Nações Unidas, teve uma ou-.tra recepção. A entidade começoua trabalhar em 1993. Convocou osmaiores especialistas D O rnundoe, _incumbiu-os de, nos cinco anos se-guintes, examinar o resultado decentenas de pesquisas. Finalmen-

te, em dezembro do ano passado,as conclusões dessa equipe foramreunidas num documento de 49páginas, publicado sob" o títuloCannàbis: Ul1W Perspectiva de

Saúde e Agenda dePesquisa.

Surgia o mais completo relatórioproduzido sobre a maconha nosúltimos quinze anos.

Aí, o que era para ser uma festavirou guerra política. O trabalhoda OMSmal foi lido. Até o início domês de março, pouco mais de 500

cidadãos, nos cinco continentes,tinham tido acesso a ele. Quasenão houve repercussão. O motivoé que seu conteúdo foi encobertopela campanha dos que pregam alegalização da droga. Nada contraa polêmica, que pode ser até sau-

•Idável. Mas o fato é que, no casoela fez sombra sobre o texto c l

OMS e favoreceu aonda de désinfórmaçào.

A confusão chegou aoápice quando a revista semanalinglesaNew Scieniist, na sua edi-ção de 21 de fevereiro, pôs em sucapa uma reportagem explosívem que acusava- a OMS de ter su-primido do documento, por moti-vos políticos, wn capítulo mos-trando que a ma.conha seria me-nos perniciosa do que o álcool etabaco. A OMS admitiu a supres-são do capítulo, mas negou os mo-

tivos. Declarou que o texto com-parando as três drogas fora ex-cluído por prudência, pois os es-tudos nos quais ele se apoiava n ãeram conclusivos. De fato, isso sélevaria a mais confusão.

Tanto é que a confusão, comcapítulo ou sem capítulo, alastrou-se. E desviou, ainda mais, a aten-ção do público daquilo que, afinal.era o mais importante - o próprirelatório da OMS. Quem foi apa-nhado de surpresa pela guerra d e

versões pode ter ficado desorien-tado. E pode até estar pensandque a maconha nem é tão perigo-sa. Mas ela faz mal, sim, e cria ris-cos sérios para a saúde.

Quem tem dúvida, é só consul-tar o relatório. "Ele confirma di-

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versas cons qüências nocivas co-rnurnente apontadas em relação àmaconha". resume a psicobiólogabrasileira Maristela Monteiro. daOMS, uma das responsáveis pelaversão fina] do texto. "E além dissoaponta novos perigos." Ao mesmotempo, o trabalho desmontou mi-tos antigos. livrando a droga deacusações que ainda hoje se escu-

tarn. A verdade é que não, a maco-. nha não reduz o número de espe1'-matozóides nos homens, não induzà violêncÚt nem tira a disposiçãopara o trabalho e para o estudo.

Nas páginas seguintes, a S -PER vai esmiuçar o conteúdo do

relatório para você. Os resulta-dos apresentados pela OMS aju-dam, e muito, a reverter a maréde dúvidas e ele mistificações emtorno da droga. Para começar,admite que ela possa ter aplica-ções medicinais (e sobre isso aSUPEI~ já publicou uma reporta-gem de capa, em agosto de1995). Mas aponta, com precisão

científica, o -males que o uso in-discriminado dessa substânciapode causar. Não são poucos. Enão são 'suaves. É bom você se in~formar a respeito e escapar dacortina de fumaça - que aindaesconde muitos riscos.

A B R I L 1 998 SUPER 39

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II

o efeito

sobre as funções nobresdo cérebro, emboranão seja tão pesado

quanto se pinta,pode prejudicar

o comportamentodos usuários. O riscoda dependência épequeno, mas nãoé nada desprezível.

MACONHA

Cérebro abertA capacidade de aprender e de

raciocinar e a memória diminuem.W : t ; J . J ! 1 . ] : I Há somente trêsanos, parecia não haver sinais deque a droga pudesse afetar as ati-vidades cerebrais mais refinadas,aquelas que os especialistas cha-mam de funções cognitívas, as li-gadas ao processo de conhecimen-to. Uma das novidades dos relató-rio é que agora há provas disso.Quem fuma regularmente por mui-tos anos tem dificuldade para 01'-

ganizar grandes quantidades de in-

formações complicadas. Num tipode teste, uni cidadão ernpilha car-tas segundo regras que o pacienteprecisa deduzir, apenas observan-do o "jogo". Com o tempo, as re-gras vão sendo mudadas. Quemnão fuma, deixa de perceber cincode cada 100 mudanças de regra.Fumantes pesados cometem omesmo erro oito vezes. "A cliferen-ça é sutil", afirma o relatório. "Mas

Tabaco: também perigoso, mas incentivadoO c ig a r ro fa z m al à s a úd e , m uito m a l. Ma s s e rá q ue a p re s s ã opa ra re d uz ir o s a pe lo s d a publicid a d e v ã o c h e g a r ao Bra s il?

A m a c o n h a é pre j u d ic ia l ei lí c i ta . M as o tab ac oé u m assass in o e , pa rad o x a lm e n te ,é o fe re c id o n o s m e io s d ec o m u nic aç ão c o m o um i rr e si st íve Io b je to d e d e se jo . S e g u n d oa O M S , o c ig a rro é o ré uprin c ipa l e m 80% d o s c â n ce re s

d o pu lm ã o , 7 5% d as b r o n q u it e se d os e nf ise m as d o m u n d o ,e aum e n ta em q u ase d ez ve ze sas c h an c e s d e d e rr am e c e re b ra l.A si tu aç ã o é tã o d e li c ad aq u e d ive rso s países, e n tr e

40 SUPER A 8 R I L 1 9 9 8

o s q ua is a A le m an h a e a F ran ç a ,pro ib iram o pa tro c ín io d o s c arro sd e F ó rm u la 1 po r c om pan hias d ec ig arr o . E x i st e p re ss ão p ara q u eto do s o s pa íse s fa çam a m e sm ac o isa a pa rt ir d o an o 2 0 0 0 .N o B ra s il, u m pa ís e m q u eo p ilo to A y rto n S e nn a viro u

h e ró i n ac io na l e íd o lo d asc r ia n ç a s u s a nd o as c o re s e a m arc ad e um fa b ric a nte d e c ig arro ,a in d a n ã o se c om b ate c oma n e c e ssár ia e n e rg ia ap ro p ag a nd a d o ta b a c o .

é ratiticada por novos estudos, rea-lizados em 1995 e 1996."Os neurônios ficam estragados.

V d i j U . I ; J - . ; . t A idéia de que a ma-conha afeta as funções do cérebroporque causa algum tipo de danoaos neurônios não está comprova-da. As pesquisas dão resultadoambíguos. Certas imagens das cé-lulas cerebrais de ratos, obtidapor tomógrafo, parecem ligeira-mente deformadas, especialmen-te nos pontos em que elas tocamumas nas outras, chamados sinap-

ses. Mas em outras experiênciasnão se vê alteração nenhuma. Lo-go, não é possível tirar uma con-clusão definitiva. Diante da rele-vância do assunto, o relatório daOMSsugere que se façam estudosmais aprofundados sobre ele.Quem fuma muito tempo pode

acabar caindo na dependência.lW I ; J . 1 ! 1 .) # I Grande parte dosusuários pesados, desses que fu-mam diariamente durante meses,acaba se viciando. As estatísticas

indicam que até metade dos fu-mantes desse tipo perdem o con-trole sobre o hábito e precisam detratamento para se recuperar. En-tre os que não conseguem a cura,muitos apresentam sintomas queagravam a dependência. Ficamdesmotivados para qualquer coisa,tornam-se menos produtivos emsuas atividades, sofrem de depres-são e têm a auto-estima abalada.Então, todos ficam viciados.

Ií'WI~ul*,Apenas fumantes pe-sados caem na dependência, eeles, de acordo com os dados dorelatório, são cerca de 10% de to-dos os que experimentam a droga.Dito de outra maneira, o vício nemé inevitável, nem acontece com

© Lu iz lri a

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à investigaçãofreqüência. "Fumar é um hábito deadolescentes", lê-se no relatório.

Tanto nos Estados Unidos como naEuropa, eles representam a grandemaioria de usuários - perto de70% do total - e a proporção deadultos não cresce.Quem usa maconha pode par-

tir para drogas mais pesadas.l f 4 3 ; ' l e 1 l : a Meninos e meninas,especialmente nos últimos anos,têm, sim, seguido essa trilha." 0-

ta-se que a experiência com a cana-bis precede o interesse por outras

substâncias", diz o documento. Sãoas colas de sapateiro, as anfetarni-nas, a cocaína e a heroína. Os espe-cialistas também escrevem que,"quanto mais cedo se começa a fu-mar, maior é o envolvimento com amaconha". E concluem que, entreos jovens nessa situação, é maior apossibilidade de contato com coi-sas mais perigosas.Sempre que um usuário pro-

cura outras drogas, a culpa éda maconha.

'MUni , , ! ) Mas atenção: apesarde ser verdade que muitos jovensampliam o coq uetel de drogas de-pois de experimentar a maconha,isso não quer dizer que a culpacaiba exclusivamente a ela. O pró-prio hábito de recorrer à canabispode ter tido causa mais profun-da, como problemas familiares,falta de perspectiva e assim pordiante. Aí, o fumante da canabisamplia o seu repertório de drogas

pelos mesmos motivos. Essa,aliás, é a explicação preferida dospesquisadores reunidos pelaOMS. Como reforço, eles lem-bram que "a imensa maioria dosusários de maconha não usa a co-caína e a heroína".

A maconha provoca desastresde trânsito.

"331m1ã l Essa é uma nova preo-

cupação dos especialistas. Sob açãoda droga, fica mais dificil executardesde tarefas simples, como datilo-grafar, até as de maior responsabili-dade, como dirigir um automóvel.Em simulações, motoristas que fu-maram 1 hora antes do teste bre-cam em hora errada e demoram pa-ra reagir aos sinais de trânsito.O motorista perde totalmente

a capacidade de se controlar.

Ví l~n l la . ; . t Alguns testes suge-rem que o fumante percebe a dirni-nuição da coordenação matara eprocura compensar essa deficiên-cia, concentrando-se mais no queestá fazendo. Nos desastres de trân-sito em que o motorista demonstrater fumado maconha, é comum eletambém ter bebido álcool. Com amistura, é óbvio que a erva nãotem culpa sozinha no cartório.

A erva no

planetaNúmero de usuários

A avaliação mais recente,

divulgada em 1997, indicava que

eles eram 140 milhões, 2,5% da

população da Terra.

Crescimento

Mas esse número vai

aumentar, diz a OMS. "O uso

vem crescendo dramaticamente

nos últimos anos".

Evolução

O consumo começou a subir na

década de 70, chegou ao ápice em

1979 e depois caiu, voltando a

avançar a partir de 1994.

EstadosUnidos

É onde as estatísticas são mais

completas. Em 1992,4% da

população tragava a canabis.

Viag em pe las en g ren agen s da m en teA ca na bis rea ge com m olécula s d o s n e ur ôn io s em d iv e rsaspa rtes do cér ebr o . L o ca lize o s prin c ipa is fo c o s de sua a çã o .

o Córtex frontalControla o comportamento.A euforia nasce aqui

o Núcleo acumbensPode sediar o mecanismoque causa dependência

oHipocampo

É o setor que guarda informações.Se atingido, perde memória

GCerebeloResponde pelas alteraçõesna coordenação matara

©

ABRIL 1998 SUPER 41

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MACONHA

Um checkup dA barriga

das mulheres vira um

palco de distúrbioshormonais.

A desconfiança de queos bebês podem herdar

tumores devido aohábito das mães

não está comprovada,mas também nãofoi descartada.

A fumaça traz danos ao pul-mão e está associada ao apareci-

mento da bronquite.V 4 : : i 3 t M t ) : l Oefeito sobre o apare-lho respiratório, em conseqüênciade doses elevadas da erva tóxica, es-tá solidamente comprovado. Apare-cem lesôes na traquéia, nos brôn-quios e, em menor intensidade, emalgumas células de defesa do orga-nismo chamadas macrófagos alveo-lares. Os usuários, então, ficam umpouco mais vulneráveis do que oresto da população. Especialmente

à bronquite obstrutiva crônica.Causa câncer com certeza.IMUu lm 1 A fumaça da maco-nha contém algumas das substân-cias do tabaco que estão ligadas aocâncer. E até em maior quantida-de. Sabendo disso, os pesquisado-res ficaram em estado de alerta aodescobrir tumores malignos noaparelho respiratório de algunsusuários jovens. Mas até agora só o

As mazelas engarrafadasOs m a le s d a be bid a s ã o c o n h e c id o s , m a s o s h o s p ita is c o n ti n ua mc h e i o s d e c id a d ã o s e s tr a g a d o s pe lo po d e r c o r ro s iv o d o á lc o o l.

B e b e r é u ma satis f a çã oq u e o s arq u eólo go s d iz e m te r sid od e s c o b ert a pe lo h o m em h á c e rc ad e 5 0 0 0 an o s. H o je , c e n te n a s d em i l h õ e s-d e c id ad ã o s c u lt ivam o sp ra ze re s d o á lc o ol, h á c am p an hasve nd en do m arc as e m a is m a rc asd e b e bid a e a le i n ã o as p roíb e -

o q ue n ão q ue r d iz e r q ue e lasn ã o s e ja m a m e aç ad o ra s.N e n hu m a d ro ga po d e c on co rre rc o m o c o po e m m até ria d e pe rig o :e le é re s po n s áv el po r m a is d am e tad e d e tod as as m o rte s

42 SUPE R A B R I L 1 9 9 8

pr o vo c ad as p elas su b s t â n c i a stó x ic as c on su m id as n a a tu a lid a d e .T o m ad o po r lo n go te m po ,o á lc oo l te m e fe ito c orro sivoso b re o s ó rg ã o s. N o fí ga d o,d e st ró i a s c é lu la s e le va à c irr ose .N o s is te m a n e rv os o, as le s õ e sd e s a tiva rn o s se n tid o s e o s

r e f l e x o s, e c ortam o rd en s d oc é re b ro a o ssi s tem as v i ta is , c o m oo d a re sp iraç ão e o d a c irc u laç ã os a n g u ín e a. O c o la pso d e ss e ssis te m a s é u m a d as m a n e ira sq u e a b e bid a te m d e m atar.

que há é uma desconfiança. Aindé preciso examinar mais pacien

tes, pois aqueles em que os tumres foram identificados tarn b éiconsumiam álcool e tabaco. Nãhá conclusão possível, resumerelatório.A produção de hormônios se-

xuais femininos pode ficar re d u z i-da, alterando o ciclomenstrual.

L ' A E l 3 t M t ) : l Existem indícios dque a droga deixa o organismo cofalta de diversas substâncias esseciais à reprodução, entre as quaís

hormônios. A carência ocorre drante uma das etapas da menstrução,achamada fase luteal, e a ovulação demora mais do que demorarínormalmente. Esse efeito ainda nãestá bem esclarecido nas mulherporque em alguns exames ele aparce e em outros, não, Mas os especia-listas reunidos pela OMSestão CO I

vencidos de que ele existe, pois, ntestes com ratos e macacos, a quedde produção pôde ser medida coprecisão. A conclusão do pesquisa-dores é que a ação da maconha sbre o aparelho reprodutor femininnão deve ser menosprezada,Os homens produzem menos

espermatozóides.I~ll:ahjl:m Caiu por terra o mitde que os homens que fumam a dro-ga passam a produzir menor quantí-dade do hormônio testosterona. Es-sa hipótese, que havia sido levanta-da nos primeiros estudos sobre o as-sunto, na década de 70, não se sus-

tenta mais. Também não fica malde pé a suposição de que o númerde espermatozóides diminui. Nesseaspecto, o documento é claro: dponto de vista dos homens, "não sdeve esperar nenhuma conseqüên-cia significativa para a reprodução".

© l u i z lr ia

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corpo int-e -ir-o

Fumar durante a gravidez preju-dica a criança.

V 4 3 ; ) , l . ; . , , ] : a É uma das novidadesmais assustadoras apontada pelo re-lat órío . "Usar a droga antes ou duran-te a gestação pode deixar as criançasmais suscetíveis a certos tipos rarosde câncer." Entre os tumores obser-vados está o da chamada leucemianão-linfoblástica, que contamina osangue, e o do rabdomíosarcoma,que ataca os tecidos nervosos. Masainda não há certeza de que a canabisesteja mesmo associada a esses ma-

les porque, se existe alguma outracausa, as pesquisas já feitas não con-seguiram detectar. O relatório daOMSdeclara que é preciso investigara hipótese mais a fundo. Um outroproblema são as crianças que nas-cem pesando abaixo do normal devi-do ao contato prévio da mãe com aerva tóxica. Sobre esse ponto quasenão restam dúvidas.O sistema de defesa do orga-

nismo fica desorientado.VM~"lil4Diversos estudos mécli- - - " -I~ ••

cos, nos últimos anos, avaliaram osdanos que a maconha podería ter so-bre o conjunto do sistema imunológi-co, que protege o organismo dos mi-cróbios. A suposição era que a drogacriaria confusão, mobilizando o e xér-cito orgânico sem necessidade ou de-bilitando-o quando fosse precisocontra-atacar. Esses efeitos não fo-ram confirmados. Hámesmo indíciosde que o sistema de defesa resistebem à droga.

As crises de esquizofrenia po-dem ficar maisfortes nospacientesque fumam.W * J ,1 ! N # I Como alguns pacientesde esq uizofrenia entram em crisepouco tempo depois de fumar, levan-tou-se a hípótese que a droga poderia

Do pulm ão ao s exo do hom em e da m ulherVe ja quais s ão o s po nto s d o c orpo que m ais a tra em a a te nç ão do spe squisa do res . A lguns d e les so frem da no s re a is o u e stã o so b suspe ita .

O O EsquizofreniaAs crises estão associadasà droga, mas podem não sercausadas por ela

estar associada à doença. _Aspesqui-sas revelam que a ligação existe. Em

algumas situações, nota-se que, se adose de canabís é grande, crescetambém a chance de uma crise.A erva pode levar o usuário à

esquizofrenia.'MUnI;!.; .' Não dá para provar quea maconha provoque a doença. Omotivo é s imples: pode ser que.justa-mente por terem ess tipo de proble-ma mental, os pacientes des nvol-vam propensão ao consumo da erva.Ou seja, é como se o hábito de fumar

fosse causado pelo mal, e não o con-trário. O resultado das pesquisasnesse campo deve ser consideradoinconclusivo por enquanto. 0

PARA SABER MAIS

INlERNEl l Leia trechos do relatório da OMS no

site http://www.superinteressante.com.br.

Se liga! O livro das Drogas, Myltainho

Severiano da Silva, Editora Record, RJ, 1997.

©

De volta

no tempoOrigem

A primeira referência àmaconha aparece num tratadomédico chinês de 2 737 antesde Cristo.

Costume tribal

Há 1 000 anos, já serviade tempero e remédio parapovos da África e da Ásia,e era fumada em rituais.

No Brasil

Ela teria sido trazida logoapós 1500, contrabandeadapelos escravos.

Proibição

Aqui, o uso e a vendaforam proibidos pela Câmarade Comércio do Rio de Janeirodesde 1930.

o PulmãoHá uma clara ligação entrea droga e a bronquite.Ela predispõe à doença.

O Aparelho reprodutorNas mulheres, surgemperturbações hormonais. Fumarna gravidez afeta a criança. Nohomem, não há efeito. O númerode espermatozóides não se reduz.

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A plac a n o p eitoimpress iona ,m as é s ó e n f ei te

Mi c ro fone

© F o t o m o n t a g e m d e P a u lo N is o n" , '

45BR IL 1998 SUPER

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FUTURO

46

Wea rab l e . G u ard e e sta

pa lavra E m in g lês , s ig n if ic aa lg o c o m o "ve st íve !" . É o te rm o

u sa do p ara d e sig n ar to d os o sc o m p u tad o re s m o stra d os n estar epo r t a gem , e q u i p ame n t o s

p e q u e n o s q u e po d em se rc arre g ad o s p ara q u alq ue r lu ga r.

E n tã o u m n o te bo ok le v a d on o b olso d o c asac o po de ria se r

w earab le ? A pe rg u n ta fo i fe i taao pe sq u isado r d o M IT S te veM an n, u m d os p io ne iro s d aá re a , re s po n sá v e l p e la p ar ce r ia

C om este an e ln in guém se perd e .

A lém de dar aloca l ização pe los is tem a G PS, e letem an ten a para

conec tãr a In te rn e tem qua lque rcompu tado rd isponíve l

c o m o s e s ti l is ta s. "N ã ã ã o ! ",

b erro u e le à S UP E R , p e laIn te rn e t S eg u nd o M an n ,pa ra p erte n c e r à c a t e g o ria ,

o c o m pu ta do r p r e c is a f ic a rli g ad o o te m po to d o ,

f u n c i o n ar e m m ov im e n to ,re ce b er c om an d o s d e vo z ec h am ar a a te n ç ã o d o u su á riose m pre q u e fo r p re c iso . O use ja , te m q u e se r q u a se p art e

d e q u em o u s a. H o je , é"ve s tíve l" . Um d ia , q u e m s a b epo d e rá se r im p lan t áve l .

© F o t o m o n t a g e m d e P a ulo N is o r

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A b at er iaf ic a n a so la

d o s ap at o

F e it as p ara a m ig as in se pa rá ve is . a s r o up as -te le visã o fu nc io nam ass im : a d a e sq ue rd ac arre ga só b ate rias c om u ns; a d a d ire itasin to niz a c an ais d e V H F e o s m o stra n as te lasm a le áve is d e c rista l líq uid o. A c arg a v ia ja d eu m tra je a o utro pe lo c o n ta to d as m ão s

A capa c am a le ão m u dad e c o r c om o am b ie nte .U m a m ic ro câ m era n asc os ta s c ap ta a to n ali d a dem ais p ró xim a e m an da o

t ec id o s e a lt era r. Pa rais so . e stã o d is po st as n ote cid o m i lh are s d em ic ro esc am as n as c ore sve rm e lh o. ve rd e e az ulq u e. a gru pa da s ec omb i n a d a s. p o d emr e pr o du z ir c o re s d i ve rs as

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FUT UR O

E stas ca lças são umper igo. C om c âm e ra s ,

g r avadores e em issãode s in ais pa ra saté li tes,e la s g ra v am todo o

per curso do usuário , c om oum diário de bordo . Po demser úteis pa ra esportistas

que se m etem a abrirtr ilh as n as flo re sta s

H á d e z an o s, q u an d o

adapto u um a c ãm era d e víd e o

e m u m c apac ete , c olo co u-o n a

c ab e ça e sa iu pe lo c am pu s d o

M IT g ravan d o e m an d an d o as

im a g e n s pa ra a In te rn e t , oe n g e n h e iro S te ve M an n n ã o fo i

le vad o a sé rio . "N o c om eç o m e

ac havam m a lu co . Depo i s ,

e x cên t r ico " , c o n to u à S U P E R o

"A g o ra so u um a c e le brid ad e " ,

c o m em ora . F o i e le q u em

in ve n to u , e m 199 4 , o sapa to

q u e fu n c io n ava c om o um c

d e vi s itas e tra nsm i tia d ad o s

ap e rto d e m ã o s. A o c on trá ri

d o q u e m uita g e n te pe n savaM an n n ã o e sta va b rin c an d o .

O M IT apo st o u em s ua s id é iex t ravagan te s e o s pro tó tipo s

m o s trad os n esta re po rtag e

p or m a is e stran h o s q u e pare .

sã o a pro va d e q u e fe z b em .

"O s d ia s d o s c om p uta do re sem c im a d as m e sas e st ã o

c o n t a d o s" , e le p ro f e ti za .

© F o tom on tag em de Pa ul o N iso '

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O s c alo re n to s v ão ad o ra r.

T ub os c om á gu ape rc orre m e ste m o d elo .d i g am o s . f re s q u in h o .

M u ito ap ro priad o para otrab alh o e m a m b ie n te s

e sc ald an te s. te m av an tag e m d e e n fre n tar

b e m a té in c ên d io s

O g e ra d orf ic a n a so lad o s ap at o

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FUTURO

.'

50 SUPER A B R I L 1 9 9 8

T o d o m un d o , a c om eça rpe lo g ru po q u e e stu d a o swea r ab l e s n o M IT , sab e q ue

é po u c o prová ve l a lg u ém u sarum a d es tas ro u pas n a ru a.

P e lo m e n os po r e n qu an to .E las fo ram pro du zid as só pa ra

m ostra r em q u e pé e stã o aspe sq u is as d a á re a. E p ara

apr e se ntar ao s e sti li s tas o

d esaf io d e ad ap ta r su as id é i asà t e c n o lo g ia d ispo n íve l.

É b om le m b ra r, p oré m ,

A roupa com je itão deporta - bande ira é um a

to m ad a a mb ula nte . P or

s eu s fio s p as sa um ac orren te d e 12 v olts , capazd e a lim en ta r a m aio ria d os

apa r elhos e lé tr i cos,in c lu in do n ote bo oks . O s

p lu gs s ão lig ad os n osen fe ites do tec ido e ab ate ria fic a p res a n a

p ern a, p or b aixo d a s aia

q u e o s we a rab l e s já e stã oc o m p le t am e n te assim ilad o s

p o r p ro f is sio na is c om o

me r g u lh ad o re s e astro n a u taS te ve M an n ac h a q u e em

c in c o an o s e le s te r ã oc o n q u is ta do o u tro s

pro f i ss i onais, c om o m éd ic o s,arq u i t e tos , e n g e n h e i ro s ec o z in h e i r o s. É q u e , m a is d o

b o n ita , a g rif fe M IT pro m e tese r e f i c i en te . E x a t amen tec o m o pe d e o fu tu ro . 0

© Fo tom on tagem de Pau lo N ls

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TECNOLOGIA

A P o líc ia F e de ra l n ã o sa bee x atam e n te q u an tas pistas

clandestinas e x is te m n are giã o, m as passam d e 7 00 .S e rv em a c o n trab an d is tas,tr a f ic an te s d e d ro g as ed o n o s d e g arim po s ile ga is.

52 SUPER A B R I L 1 9 9 8

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Por ano, são extraídos28 milhões de metros cúbicosde madeira. O suficientepara encher 3 milhões decaminhões. Mais da metadeé retirada contra a lei pormadeireiras clandestinas.

O desmatamento daAmazônia já chegou a 530 000quilômetros quadrados,13% da área de floresta.Metade foi devastadoilegalmente por pecuaristas,agricultores e madeireiros.

Só em 1997, entre junho enovembro, foram registrados,

diariamente, mais de 1 000focos de queimada. A.s regiõesmais afetadas são o nordestee sudeste do Pará, o nortede Mato Grosso e Rondônia.

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TECNOLOGIA

M uitos o lhos e ouv idosA n à v id a d e d o S iv a m é c o n ju g a r in fo rm a ç õ e sr e c o l h id a s p o r v á r i a s f o n te s . A " c o n v e rs a " e n t r e o se q u ip a m e n to s v a i f a c i l i t a r a r o t i n a d e q u e m p ro te g ea A m a z ô n ia - e in f e r n iz a r o d ia -a -d ia d o s c r im in o s o s .

Á g ua sujaUma área desmatada perto do r-é esquadrinhada pelos satélites.Ali perto, plataformas de colete

de dados instaladas no rio detecuma quantidade anormal de pa-estranhas na água. Processandcos dados, descobre-se que a Sl.

do rio vem de um garimpo ilege

Sina l de fum açaOs responsáveis pelo Sivamprometem que mais de 1000pesquisadores receberão, de graça,laptops equipados com modem para

alimentar o banco de dados dosistema e enviar alarme sobrefumaça na selva. Os aviões desenscriarnento também detectamos focos de calor das queimadas.

54 SUPER ABRIL 1998

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M ira o rb ita lSatélites como o Landsat e o

Radarsat fotografam uma área e registramdesmatamento. Na mesma região, sensoresde comunicação interceptam ondas derádio e d etectam movimentação de barcos.Parao Ibama, isso faz soar o alarme.Pode ser um transporte ilegal de madeira.

O ndas de rád ioRadares em terra e em aviõesde vigilância descobremos teco-tecos que circulambaixo, a serviço do crime.A comunicaçâo por rádioé interceptada. Os satéliteslocalizam as pistas clandestinas.Avisada de uma suspeitade tráfico de drogas, a PolíciaFederal pode agir com rapidez.

I'j

j.

' I

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TECNOLOGIA

Mas ainda é•preciso esperar

até o ano 2002Desde outubro, pesquisado-

res da Coordenação dos Progra-mas de Pós-Graduação de Enge-nharia (COPPE), da Universida-de Federal do Rio de Janeiro, es-tudam, in loco, os melhores luga-res para colocar os equipamentosna selva, protegendo-os das con-dições ambientais. Os radares se-rão instalados no ano 2000, pelamultinacional Raytheon. Sim, aRaytheon é aquela mesma do es-cândalo que tomou conta dos jor-

nais em 1995. Foi tanto que, no fi-nal daquele ano, funcionários dogoverno e o ministro da Aeronáu-tica, Mamo Gandra, demitiram-sesob acusações de favorecimentoà empresa. Aí, uma comissão doSenado investigou o contrato du-rante seis meses. Em maio de1996, afinal, ele foi aprovado.

Cientistas brasileiros notáveis,como o físicoRogério Cerqueira Lei-te e o ex-presidente do ConselhoNacional de Pesquisas, Aldo Vieirada Rosa, protestaram contra a pou-ca participação de empresas nacio-nais noprojeto. Mas o major MarcosAntônio de Oliveira, presidente daComissão Coordenadora do Sivam,defendeu, para a SUPER,adecisão:"O nosso parque industrial infeliz-mente não produz equipamentos deponta como o projeto requer". Ocusto do Sivam, 1,4 bilhão de dóla-res, engrossa a polêmica. É muitodinheiro - mas também é muita

tecnologia. Agora, vamos ver se elavaidar conta do recado. ~

PARA SABER MAIS

N A IN TER N E Tyabae .cp te c . inpe .b r / l bavvww .i b ama . g ov.b r

56 SUPER A B R I L 1 9 9 8

Três elogios e três críticas

"N ó s, d o Iba m a , s o m os um a e spéc ie d eg a ro to -pro pa g an da d o S iv a m . C om s uaimp l a n t a ç ã o , a lé m d a s q ue im a d a s p od e re m o sc o n f e r ir a té a e xplo ra çã o s ele tiv ad e m a d e ir a, o c or te s ó d e á rv ore s n obre s. rr

Eduardo Martins, presidente do Ibama

"So u a m pla m en te fa vo rá ve l a o pro je to .O S iv am s er ia d e s n e c e s s á r io s e aA m a zô n ia n ão s o fre ss e um pro ce ss od e e xp lo ra ç ã o p re d a tó ria . "

Márcio Nogueira Barbosa, diretordo Insti tuto Nacional de Pesquisas Espaciais

"O USO d e e quip am e n to s e le trô n ic osd e últ im a g e ra ç ã o é a ún ic a s a íd are co m en dá ve l pa ra c on tro la rum a re g iã o tã o g ra nd e . "

Fernando Gabeira, deputadofederal do Partido Verde (RJ)

"O pro je to n ão d ev er ia s e r to ca dopo r um a em pre s a am er ic a n a e

fin an cia do po r ba nc o a m e ric an o .

D e ixa ra m q ue o s e c o n om i s t a sto m as s em c on ta d o S iv a m . "Luiz Pinguelli Rosa, diretor da COPPE

"O s is te ma pe ca po r n ão s e pre ocupa rc o m a e d uc a ç ã o d o po v o d a re g iã o ,

s em o q ua l é im p os sív e l fa ze rum a d e fe sa m u ito e fic ie n te . rr

Sérgio Ferreira, presidente da SociedadeBrasileira para o Progresso da Ciência

"A te cn o lo gia n ão ba sta . A s pr io rid a d e ss ã o a im ple m e n ta ç ã o d e um a po lít ic a.a g r o f l o r e s ta l, um a d e d e s e n vo lv im e n t o

e co nô m ic o e um zo ne am en to e c o ló g ic o . "

Marina Silva, senadora do Partidodos Trabalhadores (AC)

© 1 R icard o St u c ke rt 2 E le na Ve tto razzo 3 O rland o Brito 4 J org e C ysn e 5 Lair G ab riel /AE 6 Sérgio D u ::

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GEOLOGIA

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© 1 T he n atu re o f d iamond s 2 St ill / Doe Pe lle

ABRIL 1998 SUPER 59

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GEOLOGIA

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© 1 lhe natu re aí d iam an ds 2 Ke ystone 3Cam e ra P ress

A B R I L 1 998 SUPER 61

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iGEOLOGIA

62 SUPER A B R I L 1 9 9 8

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© 1 Ab ri l J ovem 2 N ew to n Ve rlan gier i

3 A rgo n e N at ion al Lab o ra to ry A B R I L 1 9 9 8 SUPER 63

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GEOLOGIA

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A B R I L 1 9 9 8 SU P E R 65

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HISTÓRIA

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HISTÓRIA

A rota dacarpintarianavalo gramínho do saveiro deve ter

chegado ao Brasil no século XVI,na

mala de um carpinteiro naval das co-lônias portuguesas de Goa ou Co-chirn. Na época, Salvador era paradaobrigatória na rota Índia-Portugal.Com o instrumento, os imigrantespassaram a construir os barcos india-nos lantxiar e lantxíara, que ficaramconhecidos corno "lanxa" e "lanxão".Onome saveiro foiimportado de Por-tugal. Lá, designava pesqueiros pare-cidos, que serviam para a captura dosávio,peixe dafarniliado arenque. No

Brasil há saveiros também no Rio deJaneiro e no Maranhão, mas eles sãodiferentes da versão baiana.

"As tábuas de medidas foram irn-portantes para a preservação das li-nhas e da funcionalidade do savei-1'0", disse àSUPER o engenheiro na-val Célio Taniguchí, diretor da Esco-la Politécnica da Universidade deSão Paulo. Smarcevski concorda. Édele a hipótese de que o instrumen-to nasceu na construção civilda Me-

sopotãrnia, cerca de 3 0003110S

an-tes de Crist o . "É semelhante às tá-buas dos construtores dos zígurates,feitas de barro." Zígurates eramtemplos de vários andares. As tá-buas representavam as medidas dotérreo e traziam uma escala de redu-ção para os pisos superiores.

Na era do computador tudo is-so pode parecer bobagem. MasSmarcevski tem razão em recupe-1'31' parte dessa história. É tristedeixar um conhecimento que semostrou útil por milênios naufra-gar no esquecimento. 0

PARA SABER MAIS

Graminho, a Alma do Saveiro, L e v S a m arc e vs-k i , E d iç õ e s C u ltu ra is d a O rg an iza ç ã o O d e b re c h t,S al vad o r, 1 9 96

70 SUPER A B R I L 1 9 9 8

Planta resum id aO g ram i nho tra z m a is de tr in tapa râm e tr o s pa ra a co n s truç ãod o sa v e ir o . Co n he ça a lgun s .

o Co luna ve rt eb ra lA quilha deve ter75% do comprimentoe o graminho corresponde,precisamente, a umcorte transversal

da madeira usadapara a peça.

eComprimentoDeve ter 50 vezes amedida maior dograminho, o que dácerca de 20 metros.Com tábuas demedida diferentesvariava-se o tamanhodos barcos, mas aproporção era mantida.

o Largu ra máximaPrecisa ser igual a1/3 do resultado obtidopara o comprimento.

Ou seja: a medidamaior do graminhomultiplicada por

50 e dividida por três.

Seis v e rsõesDesenho das ve la s equa n tid a de de m a s tr o smuda a ca ra do save iro .

o A ltu ra d o s mastro sPara barcos de carga, com velas

quadrangulares, os mastros devem ter

comprimento igual ao do barco e/ou daquilha, dependendo do número de mas

• •

C apa c id ad e d e c a rg ao comprimento do barco (50 vezes amedida maior da tábua) deveria ser divididpor dois para indicar quanta carga ele

poderia carregar, em tonéis.

A b ale eira já fo i e xtin ta o "lanxão" tem d ois m as

© iPau lo N íls o n 2 L u i z I ria

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e Enca ix e dos mas tr oso d i âm e tro d o b u rac o o nd e sã o e nc aix ad o so s m as tr o s d e v e se r ig u al à c ir c u n fe rên c iao b t id a c om p le tan d o -se as c u rvas . S e fo ru m m astro só , v a le a parte d e fo ra .

o CoberturaA s tá b u as d o c asc o e d o c o n v és ,a lé m d e o u tras , c o m o as d a c ab in e ,c o n h e c id a c o m o t ij u pá , d e v em te rla rg u ra ig u a l a 1 /4 d o g ram in h o .

VelasA al tu ra d as q u ad ran g u la re s d e v e se r 3 0% m e n o rq u e a d o m as tro . O lad o su pe rio r te ria a m e tad ed e ss e c o m pr im e n to e o d e b a ix o , m e tad e m a isu m te rç o (v e ja o ut ra s v e la s a o la d o ).

o CostelasA e spe ssu ra d a m ad eirau s ad a p ara fa z e r as c oste las(c a v e r n a s ) d o b arc o e asv ig as q ue a t r a v e s s amo c o n v és e q u iva leà m e tad e d o g ram in h o .

() R eforçosA s tá bu as q ue co r r emd a p op a à proa , l o goab ai x o d as b ord as d oc o n v és , d o lad o d e fo rae d e d e n tro d o b arc o ,d e v em te r la rg u ra ig u a la 3 /4 d o g ram in h o .

o ArrematesLo go ab aix o d a tá b u a d ere f o rç o d e v e c o rr e r o u tr a ,c o m la rg u ra ig u a l à m e taded o g ram i n h o . A m e sm am e d id a v a le para a t á b u aq u e c o rre po r d e n tro , n aa ltu ra d a lin h a -d 'á g u a .

"Lanxa" le va c arg a o u p as sa ge iro s5

N a p eru a. a f re n te é a rre do n da da o p ern é le mb ra a s e sc un as

Lição antigaT eo re m a d e P itá g o ra sé us a d o n o c o r te d a sv e la s tr ia n g u la r e s .

o c orte d as ve la s

q u ad rangu l a r e s e ra s im p le s

d e o b te r c o m o g ra m in h o eas o u tras m e d id as d o b arc o.P a ra a s t ria n g u la res ,o s c o n s tr uto re s se va lia md e u m a v e rs ã o p op u lard o T eo re m a d e P it á g o ras,c o n h e c i da c o m o re g ra d o3 - 4 - 5 . O lad o m a io r,q u e d eve ria m e d ir 3 0% am ai s d o q u e o c o m p ri m e n t oto ta l d o sa ve i ro (o b t id o c o m og ram i n h o ) , r e c e b ia o va lo r 5 .

E ra a h ip o te n u sa . 05 o u tr o slad os (c at e t o s) r e c e b iam o sv al o re s p ro p orc io n a is 3 e 4 r

fo rm an d o um â n gu l o re toe n tre s i. Pa ra u m save iroc o m d o is m ast ro s , ah i p o t e nu sa d a ve lam e n o r te ria c om p rim e n toi gua l ao d a q uilh a.

Pe sque iro d e v ela s t ri an gu la r es

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A B R I L 1 998 SUPER 71· 1

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AP O IO : E spaço / N a n o g raf. F o lh a d e S . Pa u lo, L it o k r o m ia . M e io & Me n sag em e R ed e Ban d eir an te s d e T e lev isão ~ ~C O L A B O R AÇAO : A sso c ia ç ã o d o s D es ig n e rs G rá fi c o s e C lu b e de C r ia çã o d e S ão P au lo f . i ~

O R G A N I ZAÇÃO : Es co la P ana m er ica n a d e A rte e R ev is ta d a C riaç ã o - 8t.......,.· ~.:.'S ,: ~

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Um nú c le o d e á tom oo u um pró to n v ia ja p e loe sp aç o a u m a v elo c id ad ep r ó x im a à d a lu z n o vá cu o(3 0 0 0 00 9u ilô m e tro sp o r s e gu n d o) .

A o c he gar à at m os f e ra,a v ia jan te sid e ra l c o li d e

c o m o s á to m os d o are o s q ue bra . P arte d ae ne rg ia lib e ra d a n e ss atro m b ad a v ira lu z-vis lve l e in v is íve l, c o m ora io s g am a. O u tro tan tosa i c om o m até ria -e lé tr o n s e m a isfr ag me nto s d e n om esest ran h o s, c o rn o m ú o n s,p lo n s e n e u tri n os .

E sse s frag m e n to sc h o c am -se po r su a ve zc o m n o v o s á to m o s.

A c ad a imp a c to sã oarran c ad o s rpa isp e d aç o s e é c riadam a is lu z .

O u an d o c h e g am ap o u c o m a is d e1 ,5 q uil ôm e tr o d o c h ã o ,a s s uc ata s s ub atô m icasm e x em c om o s e lé t r o nsd o s á tom os d o ar. O q u eg e ra lu z u ltrav io le ta .O b rilh o d essa lu z po dese r c ap tad o po ra re lh o s c ie n tí f ic o s .

i q u e e n tram o sre s d e z éva tro ns.cap tu ram o

e ta m e n te ,s q u e e leosfe ra .

A B R I L 1 998 SUPER 75

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FíS ICA

A cada cem anos,uma só partícula

Dormir a bordo de uma nave ou estação espa-cial, na órbita da Terra, tem lá seus incômodos. Osastronautas não deixam de ver estrelas, mesmo

com os olhos fechados. Por trás das pálpebrasacontece um eterno pipocar de luzes. Os minifla-shes nada mais são do que raios cósmicos batendona retina. É que, acima da camada mais espessa daatmosfera. fica-se exposto às partículas espaciaisque mergulham em direção à Terra.

A maioria desses mícrometeoros tern baixaenergia. A cada segundo caem sobre o planeta unsdez por centímetro quadrado. Essa "garoa radioa-tiva", identificada em 1912, tem sua origem co-nhecida: ela vem do Sol e de estrelas explodindo,chamadas supernovas. E, afora o pequeno estorvo

no descanso dos astronautas, não fazem mal à saú-de de ninguém.

Quanto maior a rede, mais fácil caçarMistério mesmo são os raios superenergétí-

cos, os zévatrons. Desde sua descoberta, em1962, eles intrigam os pesquisadores. Que meca-nismo celestiallhes imprime uma energia tão ab-surda" Há várias hipóteses (veja ao lado). Massó observando a direção de onde essas partícu-las vêm dá para achar sua fonte. E, para isso, épreciso capturar várias delas.

O problema é que os zévatrons são muito ra-ros: a cada século, um - apenas um - perfuracada quilômetro quadrado da atmosfera terres-tre. Se você não estiver no lugar certo, no mo-mento certo, com o detector certo, o bombar-deio subatômico em cascata que ele produz nãoserá notado. Por isso é que até hoje não foramidentificados mais que oito exemplares. A solu-ção foi aumentar a rede para pescar mais rarida-des. É aí que entra o projeto Pierre Auger.

O Auger não será uma, mas duas imensas re-des de detectores. Uma ficará no HemisférioNorte (em Utah, Estados Unidos) e outra, noHernisfério Sul (em Las Lerias, Argentina), co-brindo todo o céu em volta da Terra. "Com elas,temos a esperança de identificar os sinais deumas sessenta partículas por ano", vibra Cronin.Ou seja. num único ano, quase oito vezes maisdo que o total de zévatrons capturados em cercade três décadas de pesquisa.

76 SUPER A B R I I 1 9 9 8

© Newt o n Ve rlan g ie ri / Cássio Lei te V ie ira / Th erez a Vem u ro li

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A B R I L 1 9 ss SUPER 77

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r

F íS IC A

Quando o tédioé o pai da ciência

.u

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I

A idéia surgiu ele um queixume entre cientistas.Em 1983, os físicos James Croni.n e seu colega AlanWatson, da Universidade de Leeds, na Inglaterra, la-

mentavam-se um para o outro: as experiências realí-zadas em laboratório estavam ficando chatas, aborre-cidas. Os aceleradores - que provocam choques en-tre partículas para estraçalhá-las e descobrir do queelas são feitas - não são poderosos o suficiente paraproduzir rrucrobólidos mais energétícos do que os jáconhecidos. Eles pensaram então em voltar a curiosi-dade para o céu. Por que não construir uma grande ar-madilha para zévatrons, que jamais aparecem dentrode um laboratório, e estudá-los melhor? Dez anos de-pois, o projeto de 100 milhões eledólares foi apresen-tado ao mundo: as duas redes do Pierre Auger. Cada

urna delas com 1 600 detectares, distribuídos por umaárea de 3000 quilômetros quadrados (v~ja ao lado).

Quem sabe achamos alienígenasO Brasil entrou no consórcio de dezoito países

em 1995, com trinta cientistas de onze instituiçõesde pesquisa (entre elas nove universidades federais,estaduais e particulares) e um desembolso de 10mi-lhões de dólares ao longo da próxima década. "É umdinheiro bem empregado", comenta Ronald Shel-Iard, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, noRio de Janeiro. "Além de participarmos da busca pe-la solução de um dos maiores mistérios do Cosmo, aindústria do país estará colaborando com Lu n proje-to de tecnologia de ponta."

Na reunião que se realiza em maio, na Ilha de Ita-curuçá. Rio de Janeiro, os 150 cientistas vão acertaros ponteiros para a montagem elosprimeiros oito de-tectores de Las Lenas. "Começamos assim a abriruma poderosa janela para estudar os zévatrons", dizCronin. "Além disso, quem sabe, topamos com novaspartículas alienígenas, que não podem ser vistas nosaceleradores terrestres." A julgar pela animação deCronin, parece que o tédio de que reclamavam os físi-cos está mesmo chegando ao fim. 0

I IPARA SABER MAIS

The Discovery of Subatomic Particles, StevenWeinberg,Penguin Books, Inglaterra, l'edição, 1993NA IN T E R N E Thttp://www.fisica.unlp.edu.ar/auger/eg_main.html

II

78 SUPER A B RI L 1 998

© Ne wton Ve rlangie fl / C ássio Le ite V ie ira / Th e re za V ent u ra

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A B R I L 1 9 9 8 SUPER 79

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POR JOÃO STEINER

Não é impressionante

que a ciência seja

incapaz de responder

à simples pergunta

"será que vai chover

na semana que vem?"

O astrônomo JoãoSteiner comenta

quantos segredos

do clima da Terra

o homem tem ainda

a desvendar.

JO ÃO S TE lN E R ~

P R O F E S S OR D E

AS T R O F íS IC A D O

IN S TI T UT O A S T R

E G EO F íS IC O D A US P

c:: ~ c: , C em e r I NCE P I NW S

A B R I L 1 9 9 8 SUPER 81

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Quando a água ven ce o fogo

Afrase acima parece conteruma contradição: como é

possível que uma estrela -uma bola de matéria incan-descente - contenha água 7

Mas, se for explicado, o fatodeixa de ser absurdo e se tor-na fascinante. Como no casode Betelgeuse, a estrelinhavermelha da Constelação de

Órion, e Antares, em Escor-pião (v e ja a ba ixo ) Dois astrô-nomos do Centro Goddard,da Nasa,em Maryland, desco-briram água na atmosferadessas duas supergigantesvermelhas. Sãoestrelasno fimde sua atividade. Por isso,têma cor avermelhada e a tempe-

C ie n t i s t a s a m e r ic a n o s d e s c o b r e m

v a p o rd i

á g u a e m d u a s d a s m a io r e se s t r e la s q u e b r i lh a m s o b r e s u a c a b e ça .

ratura de sua superfície já vaicaindo. Não passa de 3 000graus Celsius. É quente praburro. Mas é bem menos queos 5 500 graus do Sol, umaestrela em plena maturidade.Pois bem, analisando a luzemitida por Antares e Betel-geuse, os pesquisadoresacha-ram um quintilhão (ou seja,

um milhão de um milhão deum milhão) de moléculas deH20 a cada centímetro qua-drado. "É que essesastros es-tão suficientemente frios paraque os átomos de oxigênio ede hidrogênio ali existentesse unam e formem vapord'água", disse à SUPERDon

Jennings, um dos pesquisado-res. É claro que as gotículassão quase que instantanea-mente destruídas pelo calor.Mas, ao mesmo tempo, ou-tras são criadas. Assim, aquantidade se mantém amesma. Jásesabia que as re-giôes mais frias do Sol, as cha-madas manchas solares,con-

têm água. Aliás, foi issoo quelevou a equipe de Jennings adesconfiar da umidade de An-tares e Betelgeuse. Afinal, asduas supergigantes tem amesma temperatura das re-giões escurecidasdo Sol. •

POR THEREZA VENTuRa LI

82 SUPER A B R I L 1 9 9 8

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v ira r d e fre n te para o u t rospo n to s c ard e a is (n o rt e , les t e

o u su l) , g ire o m apa . E x em p lo :pa ra ve r o c é u so b re o ho r i-z o n te su l, vo l te -s e para a e s-q u e r da e g ir e ao m e s m o tem -po a re v is ta , c om o se fo sse ad ire ç ã o d e u m ca rro .

© 1 R oy a l O bservat ory /A ng lo -Aus t rallan O bservato ry 2 I lus traç õe s N ew to n Ve rlan g ier i e in fo g ráf lcos lui z I ría/P rim atí! fhere za V entura lí

A B R I L 1 998 SUPER 83

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S e ainda há algum

muro entre a

tecnologia e as ciências

humanas, ele começa

a ser derrubado.

A bem-sucedida

transposição do livro

O Mundo de Sofia,

de Jostein Gaarder,

para CD-ROM é prova

disso. Quem gosta

de Filosofia não pode

perder. Equem

ainda não gosta

vai começar a gostar.

C hega ov id eo d iscreg raváve l

Ma l c h e garam ao m e rc ad o

o s prim e iro s ap are lh o spara D VD (D ig ita l V id e o D isc )e D V D -R O M e m ais um an o v id ad e pro m ete a lvo ro ç ar

o s c on su m id o re s c o m pu ls ivo sd e te c n o lo g i a . É o D V D -R A M ,d a P an as on ic . Im a g in e , o n o vo

84 SUPER A B R I L 1 9 9 8

CD -ROM

~ Um a v ia gemp elo m un do

da (F ilo )So fiaD e sd e a prim e ira e diç ã o ,

e m 19 9 1 , o liv ro

O Mund o d e So fia (C iad as Le tra s, 5 55 p ág in as) ,d o n o ru e g u ês J os t e inG aa rd e r, já ve n d e u m aisd e 1 2 m ilh õe s d e c ó piasm u nd o a fo ra . O je it oro m an ce ad o d e fala r d eF ilo s of ia a tin g iu e m c h e ioo s ad o le s c e n t e s - e a tég en te m a io rz in h a . A go ra ,

as pe rg u n tas d a m en in a ,d e spe rtad as pe la s c a rt asd e um d e sc o n h e c i d o ,

d isc o , l a n çad o ju n to c o mo d rive , po d e se r g ravadoq u an tas ve z e s v oc ê q uise r ( ve jao i n fog rá f i co ). E c o m q ua lid a d e .

M as te m um pro b l e m aO D V D -R A M arm a ze n a a pe n as

5 .2 g ig aby t e s , c o n tra o s q u ase18 g ig ab yte s d o s d isc o s ape n aspa ra le it u ra (R O M ), e a

g ra vaç ã o a in d a -é le n ta .•

Pre ç o . 800 dó la re s , o d rive ,e e n tre 35 e 45 rea i s o d is c o

Pa n a s o n ic 0778740266

o C D tra z M a rx (à esquerda),

Sart re (abaixo), Platão(à direita) e m uit o m a is

gan h aram a fo rm ad e C D -R O M . A pe sar

d o ass u n t o , apa re n t em e n t ein c o m patíve l c o m a

li n gu ag em e le trô nic a, o C Dpre nd e a a te n ç ã o . T raz a téq u eb ra -c a b eç as ló gic os ,q u e a bre m p ass ag e n s

p ara n o vo s a m b ie n te s epro b le m as. T ud o re c h e ad od e in fo rm aç õ e s so b reo s pr in c ipa is pe n sad o re sd o o c id e n te . P ro g r amapara P la tã o n en h um

b o ta r d e fe i to .•Pre ç o . 85 rea i s

C ia d a s L e tr as . 077866 0807

A vez dos,hiperleitoresDe Oslo, Noruega,Iosteir: Gaarder falou,

.yia Internet à S U P E R o

Como foi a adapteçâo oliv ro p ara CD-ROI\Í\?

I n t e re ss an te . O u sod e lin ks d á um c ará te ri n d ivid u a l à pr o c u ra e àassim ilaç ão d e in fo rm aç õ e s

M as é c e d o par a sab e ro efeito d isso sob r eô s "h iper l e i to r es " .

© 1 D i v u l g a ç ã o 2 M a u r íC iO I a r a

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Já h o uv e q ue m d ec re ta ss eo fim d a H is tó ria .A F ilo s o fia t am b éma tin g iu s e u lim i te ?

e s sa id é ia e x is tee se d e ve em parte à ob rad o au stríac o L ud w igW i tt ge n st ein ( 18 89 -1 9 51 ), .

q ue re du ziu o pe nsam e ntof i l osó f i co à Lóg i c a . M a~as c iên cias h um an as n ão seart ic ulam d a m e sm a fo rm aq u e a s c iê nc ia s e x ata s. E l a se vo lu e m e se a lte ram ju n toc o m se u o b je to d e e stu d o .

A F ilo so fia p od e s era c es sív e l a q ua lq ue r u m ?

S im , se as c rian ç as fo re me st im u lad as a pe nsar so breo m un d o q u e as ce rc ae n ão ad estrad as po r

d o u trin a s h e q e m ô n ic as ,s e ja m r e lig i o sa s,p olí t ic as o u m o ra is .

•Exped i çãosubmar ina

se ap rox im a dan a ve s ubm e rs an o f il m e Esfera

C IN E M A

Al i en ígenasn o fun dodo m ar

e ste m ês n o B ra s il, u m ae x p e d iç ã o m il i ta r v ai ao fu n d od o P ac íf ic o e x am i nar o q u epare ce se r um a n avea lie níg en a. U m arte fa toes f é ric o , e n co n trad o n o lu g ar,

c o m e ç a e n tã o a ag ir so b re ae q u ip e, m a te ria liz an d o se u sm e do s m a is in c o n sc i e n t e s .O ro te iro , d e M ic h ae l C ric h to n(J ur a s s ic P a r k), d i spensam a io re s re c om e n d aç õ e s. Um am is tu ra o po rtu n a d e f ic ç ã o

c ie n tíf ic a e s u sp e ns e .•Warne r : 0118856252

Apó s m e rg u lh are m n a

m e n te d e u m au tis tan o f i lm e R ain M an (1 98 8),o d ire to r am e ric an o B arryLe vin so n e o ato r D ust inH o ffm a n s e j u nta ra mn o vam e nte para e xplo ra r o slabir in to s d a c o nsc iên cia -e d a in co nsc iên cia . N o f i lm eEs fe ra (Sphere ) , q u e e s tré ia

S ha ro n Sto ne e D us tin H offm an , superstars n o p ap el d e c ie ntis ta s

©2

©1

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~~ GAM E

Cr iação

colet ivade c raques

P egue um programadorde cada um dos

melhores jogos de açãodos últimos tempos -D oo m , Qua ke , D ukeNuk em e até mesmoT o m b R aid er -, tranquetodos numa salae mande-os produzir umgame totalmente novo.

O resultado não podia seroutro H a lf L ife - Qua n d oos M un do s C olid em .

Nele, o jogador é que éalienígena. Os terráqueossão os vilões. Ea história

~LlVRO

Dic ionár iocom p in ta de

enc ic lopéd iaH á apenas um risco para

quem for usar oT he C ybe rs pa ce L e xic o n(Phaidon, 224 páginas),dicionário, em inglês,de termos relacionadosao mundo cibernético.O perigo é você se distrair

vem recheada de tecnologiade primeira. Desenhosfeitos com 65 000 coresdiferentes (contra as256da maioria dos jogos) criamum tremendo realismo.Paracompletar, a novatecnologia de compressão

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com asbelíssimasilustrações queacompanham a maioria dos

800 verbetes e esquecero termo que estavaprocurando. Com atenção,porém, a obra tem grandeschances de ajudar você nãoa seperder, mas a se acharem meio ao oceano denovas palavras surgidas coma revolução da informática.Os designers ingleses

C om um novos is te m a d e c or es ,o g am e Halt Life

mo s tr a, c omdeta lhes, serese stra nh os s emov imen t andod e ba ix o d 'á gu a

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LIVR O

C arl Sagan

ressusc itanas liv r ar ia s

Q u e m ac h o u q u en u n ca m ais le ria u m

li v ro n ovo d o sau d oso

as t rô n o mo am e ric an oC arl S ag an , m o rto em

d e z e m b ro d e 1 9 96 , po d es e p re pa rar . C h e g a e stem ês às livr ari as Bi l hões ,Bi lhões (2 4 1 pá g in as ),um a c o le tâ n e a pó stu mad e art ig os e sc ri to s para

jo rn a is e re v ist as . B oaparte é c iên c ia m esm o ,m as a o bra re ve lat amb ém o lad o e ng ajad od o e sc ri to r . E le pe d e ale g a li z aç ã o d o ab o rto ,a tac a o s re s po n sá v eis p e la

d eg rad aç ão d a c am ad ad e o z ô n io e se po si c io n ae m re laç ã o a vá r ia s o u t ra sq u e st õe s a tu ais . N oú lt im o c apí tu lo , h á u md e p o im e n to to can te

so b re a l u ta c o n tra o

c â n c e r q u e v ir ia a m a tá - Io .A p e sar d a m u lt ip l ic id a d ed e te m as, o l iv ro é , c o m oto d o s o s d e S ag an ,in d i sp ensá ve l. •

Pr eço . 24 rea i sC ia d a s L e tra s :

0778660807

88 SUPER A B R I L 1 9 9 8

Winblows 98fazum a s át ir a c orr o s iv aa B i ll G a te se à Mic roso f t

•Para pegar

n o pé deB ill G a te ssat iriz an d o a lg un s d e se usre c u rsos (o u a fa lta d ele s) .

Um jo g o , T h e R ol! A he ad(al g o c om o " a e n ro la ç ã o d ofu tu ro " ) faz p iad a c omo liv ro T he R oa d Ah e a d -

A Es tr a d a d o F utu ro (1995),d e G ate s. N u m a d as

passag e n s, o c lo n e v ir tua ld o d o n o d a M ic ro so ft tr o c ae -m ai ls c omp r ome t e d o re sc o m se u s fu n c io n á r io s,as si n an d o e m b a ix o d e

t ransaç õ e s c o n d e n á v e is,

c o m o pre para r o WinbloW5

pa ra q u e so ft w are s d e

o u tr as e m p re sas n ã ofu n c io n em d ire i to .

A M icro so ft p ro vave lm e n te

e n trará c o m re c u rso par ap ro ib ir a ve n d a d o C D .

É q u e s tã o d e te m p o .•Pre ço : 20 d ó la re sPa rro ty In t e r ac t i v e .

0074754645500

Mic r o sh a ft W inblo lN S

9 8 . S o a fam ilia r!P o is é p ro po s it a l . E ste

C D -R O M paro d iao s is te m a o pe ra c io n a ld a M ic ro so ft e tu d ore lac io n ad o à e m pr e sa,in c l u in d o o d o n o , B il lGa t e s . A o se r in st a lad o ,traz u m a in te rfac e pa re c id a

c o m a d o Win d ows , só q u e

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TE C N O LOG IA

F o i decretada

a lib e rta ç ãod os te clados

©4

P rime i r o l i be r taram ote clad o d o f io q u e o

lig ava ao c ompu tad o r ,u san d o u m m od e lo q u etran sm i te in fo r maç õ e s po r

m e io d e lu z in f rave rme l h a .A g o r a , ve io a carta d ea lfo rria d e f in i t iva . J á d ápara le va r o te c la d o ao n d evo c ê q u is e r e tra ba lh a r n e le

se m pre c isar d oc o m pu t ad o r. O n o m e

d e ss e e q u ip am e n tofan tá st ic o é A l phaS m ar t2 0 0 0 . E le se p lu g a e mq u a l q u e r P 'C o u M ac in t o sh ,m as se n ã o h ou ve r um po rpe rto , tu do b em , fu nc io nad o m esm o je ito . C o m on in g u ém g o s ta d e e sc re ve rse m o lh a r o q u e e stá

DESL I GA

DVDSelos

O S eg re do d o A b is m o

FAT16

J avaPrfNedor

NEWS

e s c r e ve n d o , o apare l ho

te m u m a pe q u e n a te la d ec ri sta l l íq u id o . A a u t o n om i aé d e 30 0 h o ras , c omtrês p il h as p e q u e n a s.N a m em ó ria c ab em ce rc ad e 64 pá g in as . D e po is ,

b as ta ape rtar u m a te clae o te xto se rá tran s fe r id opa ra o m ic ro .•

Pr e ç o : 250 dó l a r e sIPO: 0074082529400

Atrás

dacena V

ocê d e ve c o n he c erum m o nte d e re ló gio sd e p uls o q ue m a rc amp as sa da s e a jud am a d arritm o a o a tle ta d ura n teu m a c orr id a . A go ra oS pe e do S tr ok e M o n it or( te le fo n e 001 21 2 63 31 40 0) v e io d a r: um a m ãoa o s n a d a d o re s. E le m a rc ao n úm e ro d e b ra ça da s.A p ro va do p eloC om i tê O l ím p i c oIn te rnac iona l ,

cus ta 90dó la res .

Qu e W ill iam S h atn e r,o c ap it ã o K irk d a

En te rprise , é c anas trã o ,

to d o m u n d o sab e . A té e le .P e lo m en o s é o q u e f ic ac la ro n o livr o Jo rn a d a n a sEs tre las - M emó ria s d o sFi lm e s (N o v a F ron te ira ,3 4 8 pá g i n as) , e sc rito pe lop ró prio a to r e pe lo jo rn a lis ta

C h ris K re sk i. Sha t n e r re ve la ,e n tr e o u tras c o is as , q u eo pe rso n ag em acab o ue n tran d o em su a vi d a

~iIIIIII"-- pe ss o a l. A m o rt e

d e S po c k , po r e x em p lo ,le vo u -o a um a

d ep r e ssã o pro f u n d a .O s fã s d e vem se c o m o ve r .•Pre ç o .' 27 rea i sN o v a Fro n te ira :

077 2408033

M is tu ra d e te cla do en o te b oo k, o A l ph a Sma rtn ão p re cis a d o c om p uta do rp a ra f un c io n a r

FevereIro n ão fOI umbom m ês pa ra o

P e A tá g o n o , q u e recebeuum a s érie d e a ta qu es d os'li a c ke rs . N a v e rd a de , e s sen un c a é um bom m êsp ar a q ue m g ua rd as eg re d os n o c om p ut ad o r.T ra d ic io n alm e n te , e le éesco lh id o, jun to c omou tubro, p ar a a so lim p ía d as d o s ubm u n dod a t ec n o lo g ia . N e s s e se ve n to s, o P en tág o no já

s o fr eu c e r-c ad e 2 50 0 00a ta qu es . "O ú ltim o fo i oma i s o r g a n iz a do ",r ec la m o u J o h n H a n re ,

tário d e D efe sa d osE s t ad o sUn i d o s. N e n h umg ra n d e s ig ilo , n o e n ta n to ,fo i akançado, e l e g a r a n te .

L IGA

V DV (V oic e, D ata , V ide o)D ig i ta l s tamp s

Es f e r:a

FAT32

DHTML

Provedor + I nt er ne t Sha ri n g

Sof tware

© 1 M e re -!, ~ : :: 3 E n zo C riv e lli 4 D ivul gaç ão A B R I L 1 9 9 8 SUPER 89

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Ir

__._-_-------------------- ----,

Junte os cacos

POR LUIZ DAL MONTE NETO

o quese pode

fazer com sete

cacos? Muita coisa,

se eles forem os sete

pedaços que

compõem o

tradicional tangram.

O Dai Monte

mostra como

você pode usar

o quebra-cabeça

para exercitar

a geometria.

Aproveite e

aprenda brincando.

(orno o filósofo chinês

de uma antiga lenda,maravilhado ao descobrir que

podia recriar o mundo com as

sete partes em que havia se

despedaçado seu ladrilho

quadrado, o leitor pode se di-

vertir compondo silhuetas de

objetos, bichos e pessoas com

grande expressividade. Bastausar as peças do tangram.

Para começar, você pode

construir seu próprio quebra-

cabeça. É fácil. Num pedaço

quadrado de cartão com apro-

ximadamente 12 centímetros

de lado desenhe o esquema

da figura abaixo e depois re-

corte as pa rtes . A regra de ou-

ro do jogo consiste em utilizar

para cada figura as s ete peças,

nem mais, nem menos, dis-

postas sem sobreposição. Elas

o t ang ram ( ac ima) e

d u as s il hu et as f ei ta sc om s ua s p eç as

90 SUPER A B R I L 1 9 9 3

C om o t a n g r a m , o queb ra-cabeçad as in fin itas fo rma s, vo c ê b rin ca atésoluc ionando pro ble m as g eo m étri cos.

podem, porém, ser viradas

com a face para baixo, o que

faz diferença no caso da pe-

ça em forma de paralelogra-

mo - razão pela qual é con-

veniente que o cartão tenha

a mesma cor em ambos os

lados. (Se procurar, talvez vo-

cê encontre à venda jogos

prontos, industrializados ouart e sana is.)Abaixo, à esquerda, você

também vê duas silhuetas

que podem ser montadas

com as peças. Existem milha-

res delas, criadas tanto por

grandes nomes do mundo

dos quebra-cabeças como

por aficionados anônimos.

Mais divertido que reproduzi-

Ias é criar suas próprias ima-

gens. Boa memória visual,

sensibilidade e um certo sen-

so de humor ajudam a obterótimos resultados.

Um lado menos conhecido

do tangram é o dos proble-

mas geométricos. Um exem-

plo clássico é o dos polígonos

convexos: quantas dessas fi-

guras, essencialmente diferen-

tes entre si, podem ser cons-

truídas com o tangram e

quais são elas? Por essencial-

mente diferentes queremos

dizer: não valem as duplicatas

obtidas mediante simples ro-

tação ou inversão da figura,ou por meio de arranjos alter-

nativos dentro dela. (Só para

reforçar a memória o polígo-

no convexo não tem ângulos

internos maiores do que 180

graus Assim, escolhidos dois

pontos em lados diferentes

do polígono convexo, este-

jam eles onde estiverem, o

segmento de reta que os une

estará sempre contido dentro

d e la .) O lei tor quer tentar des-

cobri-Ias) Dou-lhe a boa noti-

cia de que elas são em peque-

no número. A má notícia é ter

que encontrá-Ias todas, para

vencer o desafio.Sugiro ao bravo leitor do

Superdivertido que interrom-

pa neste ponto, momenta-

neamente, a leitura do arti-

go, para pôr as mãos na

massa e trabalhar na solu-

ção. É bom também evitar

olhar no final do artigo, onde

estão as respostas.

A quantidade de polígonos

possíveis é de apenas treze. Is-

so foi provado em 1942 por

Fu Traing Wang e Chuan-Chih

Hsiung, da Universidade Na-cional de Chekiang, na China.

Segundo nos conta Joost

Elffers em seu livro Tangram -

The Ancient Chinese Shapes

Game (Penguin Books, Lon-

dres, 1976), a demonstração

converte engenhosamente a

questão geométrica em ter-

mos algébricos.

P artindo da premissa deque o tangram pode

ser decomposto em dezes-

seis triângulos pequenos,iguais à menor peça do que-

bra-cabeça, Fu Traing Wang e

Chuan-Chih analisaram as

possibilidades de combina-

ções entre eles, chegando a

deduzir que podem formar

exatamente vinte polígonos

© Ilust raçõ es Os ires

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co n ve xo s com e le s, d o s q u a istre ze po d em se r com po sto s

pe las pe ças d o t a n g r am . O l i -

vro d e E If f er s a pr es e nta resu-m id am e n te a d em o nst raçã o .

M as q ua is sã o o s po líg o -

n os? C ertam en te o le ito r n ã o

e s quece u o pró prio q uad rad o

o rig i nal, o m ais ó b vi o d e le s e o

ú n ic o re g u lar. A pa rt ir d e li g e i-ra s m o d if icações , m o ve n d o -se

ape nas as d u as pe ças m aiore s,

pode -se o b te r um tr iâ ngu l o ,

um re tâ n g u lo , um parale lo -

g ram o e um trapé z io isó sce l es

(n a se çã o d e so lu cõ e s o pte i

po r apresen tar e ssas fo rm as

com arra n jo s in te rn o s d ife re n -

te s) . H á m ais d o is trapéz ios ,

re to s; d ois pe n t ágonos , s endo

um d e le s com o s c in co lad o s

d i f e ren te s e n tre s i; e , f in a l-m en t e , qua t ro h e x á g o n o s,

um d e le s re pre se n tan d o a si-lh u e ta d e um a casin h a. E sse

t a n g ra m n ã o pe rd e m e sm o a

m an ia d e inven ta r fo rm as . •

WI?J6uI?J o WQ)

_ = : . . . . = _ _ aood rlS an b SOX2 i\U Q)

:= _ :: :: = :;;. : 50 oes si en b elall

O ! ? J n I O S

~ ~Fácil Médio

r ; r y ; ;

Difícil ' a l a s .saiouadnss a ) e ) s e la d opauoc e

o w s a w o 9 ' o J ! a w p d o u O W O )

o s e ) a ls a u 'a n b 'o p e l l n s a J

oue nb o nznpsp I I) ~ 9

'a la s w e w o s a J d w a s sasodos a ) e ) s e n p s u n u r » s o p e p s o u

O W O ) ' e s a w e W O ) O le lu o J

w a 'o x ! e q e J e d w e J I ) a n b s a J e ) s e s e p e a u o sO W O J w e J a p l s u o ) s a J e u n l s e p o d n u e 5 0

JeUn l OU !SSe ) }, A f oUÜô

'e ) U e 4 I a w a s la A ~ J a p I S U O J w a l

le n b o W O J ' J o u a w e le J s a w a ' I ! S e J S o p e d ew

o p d 9 J d opd opruusqns 10 ) e l 4 e s e p o p e ls 3 O

e! jeJ6oa9 A ; ; 1L)'L)

' o la J e w e ' a J J a a I n z e ' a w a ' a pJ al .

e u a s ê l 'W IS S V 'one nb W O J ' S e la J e W e s e a

S ê J l W O ) s ! n ze s e : s e n p W O ) ' S a p J a A s e : 9 5 e w n

W O J w a A a D S a a s s e S O J se : sa w o u s n a s a p s e Jla l

a p a pe p u u e n b e o p u n 6a s a s - w e J p . lu ld s e J J a I S V

se)sawolAI AI)

oueieuoui al snhf f olj

n . , .'í A j us te mo n e ta n oC ada um a d as q u at ro m o ed as d a fig u ra d a e sq u e rd a e stá

e n c ost ad a nas s u as viz inh as. C om o co lo c á - Ias co n fo rm

e a fig u ra d a d ire ita , d e m o d o q u e um a q u in ta m o e da ig u als e e n c ai xa ss e c om pre c isã o n o e spaç o po n ti lh a do 7

N ã o h á in str um e n t o s d e m e d id a, n e m um a q u in ta m o e da.

oI( Mome s c a s

A s le tras abaix o pe rte n c em ao b lo co A lfa b é tic o s d aQ uart a-F e ira d e C o re s. A n te s d e sa íre m para a fo lia,

p in taram -se se g u n d o um ce rto c rité ri o . P a ra ma n t ê- Ia,

q u ais d e ve riam se r a s co re s d e R , M e T ?

Ç 7 J ; 1r - V Geogra f iao q u e h á d e e rrado

com o m apa d o B ras i lao la d07

A B R I L 1 9 9 8 SUPER 91

r y ; y : z; 'IV Cass in o lu n arN a fi g u ra ao aix o vem o s q uat ro lan ç am e n to s d e d ad o s com u n s,

an o tad o s pe lo s an típodas lu n ar e s, raça a fe it a ao s e c li pse s e

ao s jo g o s re in te rp re tad os. N o s três prim e i ro s e s tã o

.n d i cados o s re su ltad o s o b ti d os. Usan d o aló g ica, q uan to va le ri a o q u art o resu l tado ?

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,, )

2 + 2

POR LUIZ BARCO

Com saudade

de professores

e brincadeiras

matemáticas

aprendidas no colégio,

o professor Barco

desenterra um jogocriado por Lewis

Carrol, o autor de Alice

no País das Maravilhas,

em 1877. Pegue um

dicionário e prepare-se

para a diversão.

LUIZ BARCO É PROFESSOR

DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO

E ARTES DA UNIVERSIDADE

DE sÃO PAULO

92 SUPER A B R I L 1 9 9 8

A evo luç ão em jogoUm passatem po com palavras

que lem b ra o desenvo lvim en toe a transform ação das espé c ie s.

Dia desses recebi em ca-sa a visita de um cole-

ga dos bons tempos do co-légio. Como sempre aconte-ce nessas ocasiões, falamosdos nossossonhos de adoles-centes e da importância quecertos professores tiveram naconstruçâo e até na realiza-çâo de alguns deles. Lembra-

mosem especial do professorVictor Eisenmann, para nós o"Charutinho", que, em meioa vigorosas baforadas, falavacom entusiasmo sobre o seutime favorito e sobre a impor-tância da matemática. O real-cequase mágico que ele davaaos aspectos lúdicos da disci-plina encantava-nos. Mesmoaqueles que abominavam tu-do que tivesse qualquer refe-rênci aanúmeros respeitavame queriam bem ao homem es-

condido no professor.Foi em uma das aulas do

Charutinho que eu ouvi falarpela primeira vez do reveren-do Charles L. Dodgson (1832-1898). Embora nâo possa serconsiderado um grande ma-temático, Dodgson imortali-zou-se com o pseudônimo deLewis Carrol, sob o qual es-creveu, entre outras obras,Alice no Paísdas Maravilhas.

Nâo sâo poucos os livrosde brincadeiras matemáticas

que exibem um curioso pro-blema criado por Lewis Car-rol - segundo consta, noNatal de 1877 - para distrairduas meninas que nâo ti-nham nada para fazer. O no-me dado à brincadeira foicadeia de palavras. A idéia

básica é transformar um vo-cábulo, como "ódio", emoutro, com o mesmo numerode letras, como" amor". Issodeve ser feito trocando-seuma única letra de cada vez epassando-se sempre por pa-lavras dicionarizadas, isto é,com significado conhecido.Claro que o vencedor será

aquele que descobrir a cadeiacom o menor número depassos. Veja o resultado denosso exemplo:

ódio - adio - adir - amir - amor.

Confesso que usei uma va-riação do problema original,pois tomei a liberdade de usar"adio", que é o verbo adiarconjugado na primeira pes-soa do singular do presentedo indicativo, e eu não haviaproposto o uso de verbos fle-

xionados. Bemcomo "arnir",palavra de cuja existência euapenas desconfiava. Só tivecerteza quando folheei o di-cionário e lá estava: amir, for-ma erudita de emir.Imagine uma escolaque in-

centive jogos como esse. Osalunos certamente iriam enri-quecer o próprio vocabulário.De acordo com o matemáticoMartin Gardner, o evolucionis-ta John Maynárd Smith, noseu ensaio As Limitações da

Evolução Molecular, mostraque há uma surpreendentesemelhança entre esse jogo eo processo pelo qual uma es-pécieevolui para outra. Procu-re pensar na molécula helicoi-dal do DNA como numa pala-vra na qual os genes seriamas

letras. Seria uma palavragigante, com um númerobem grande de letras. As mu-tações simples corresponde-riam àspassagensdo jogo daspalavras. Ou seja, houve umlongo caminho entre o "sí-

mio" e o "homem" e a natu-rezagastou para issovários di-cionários e diversaslínguas.

E sse raciocínio meio ma-luco nos leva a algumas

perguntas. Quem estariajogando esse belo jogo?E como ele irá terminar? Cla-ro, asrespostas são difíceis deencontrar. Pensando nisso,resolvi criar para os leitoresdesta coluna um problemadifícil mas bem mais amenoque o da evolução. Por maiserudito que você seja, sugiroque pegue um bom dicioná-

rio. Acredite, vai precisar de-le. Depois, treine um pouco ojogo das palavras, começan-do com vocábulos curtos.Tente primeiro transformar"mau" em "bom" ou "mal"em "bem". Ou, quem sabe,prefira construir um desafiomais interessante ainda, pas-sando de "mal" para "-mau", depois de "mau" pa-ra "bom" e, finalmente, de"bom" para "bem".Quando estiver afiado, en-

care a nossa proposição:transforme a palavra "ho-mem" em "feliz". Mas façaisso homenageando a nossarevista. Antes de chegar ao"feliz", dê um jeito de incluiruma passagem por "super".Bom divertimento .•

© I lustraç ã o lUIZ Iria

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A v e rd ade da

descobe r t aE - u pensava que

sabia tudo sobre a

História do Brasil,

mas pelo que vi

não conhecia

do mar uma gota.

Michael de Araújo

Cacimbinhas, AL

A reportagem A Cruzada

do Descobrimento (nú-mero 2, ano 12) está excelen-te. Ela mostra os desafiosdesseshomens que deram av o lta ao mundo com suasnaus ainda muito primitivas.

G ic eld a C os ta d os S an to sSã o S ep é, RS

Espero que a reportagemseja difundida pelas salas deaula deste país, de modo acorrigir uma sériedeerros his-toricamente veiculados nos li-v ro s didáticos adotados nasescolas- ao menos na maio-ria deles. Ao nos aproximar-mos dos 500 anos do desco-brimento, é imprescindívelque saibamos como o fatorealmente ocorreu.

Ca rlo s Ko n d la ts c h

R io N e g ro , PR

Foi um trabalho fabuloso

de pesquisa histórica que v o -cês publicaram. A parte

gráfica também e s ta v a

estupenda.U lis s e s G o m e s

N o v a Fr ibur g o , R J

94 SUPER A B R I L 1 9 9 8

rando mais páginas sobre oassunto. Pude imaginar asgrandes aventuras maríti-mas mostradas em um filmedo Indiana Jones.

Clá ud ia So uza

Sã o Pa ulo , SP

Gostei muito de conhecerum pouco da verdade sobreo descobrimento do Brasil.Aquela história de descober-ta acidental me pro v o c a v auma tempestade cerebralsempre que o assunto vinha àbaila nas rodasde bate-papo

Clóv is Pe ixo toA n g ra d o s R e is , R J

A reportagem está exce-lente porque nos mostra co-mo nossas raízes estão rela-cionadas com a Ordem dosTemplários e os cruzados. Vo-cês mostraram que Portugaljá sabia da existência do terri-tório brasileiro, contando ahistória com menos roman-tismo e mais ciência.

L e ôn i d a s N o g ue ira R ibe ir o

R e c ife , PE

Sou professora e eterna es-tudante da área de Letras,mas não deixo de lado ne-nhuma matéria da SUPER,se-ja ela qual for. A reportagemsobre o s descobrimentos é degrande importância porque,além de resgatar fatos da his-tória do nosso país, acrescen-ta n o v o s dados.

L uís a L im a

Quipapá , PE

À medida que eu lia o tex-to, ia descobrindo quantomistério há ainda hoje sobreo descobrimento do Brasil.Por pouco a América inteiranão fala português.

C le is e d e Sa n ta n a Gue d e sBelém , PA

© 1 Fo tomo nt ag em sob re pin tu ra de M e rry -Jose ph Blonde l/S ipa Pr e ss 2 Pa u lo N ilso n

Vocês realmente r e s o lv e -

ram todas as minhas dúvidassobre o assunto. Até meuprofessor de Estatística,que éum bom historiador, não ti-nha conseguido dar uma v e r -são convincente para o des-cobrimento.

Max f ie ld Pe re ira d a S ilv a

Sa tuba , A L

Eu tinha aprendido na es-cola que o Brasilfoi descober-to por acaso. No ano passa-do, meu professor de Históriaresolveu discutir em sala deaula o tema. Mas não chega-mos a conclusão nenhuma.Com essa reportagem, quevaleu por um mês de aulas, ti-rei todas a sminhas dúvidas.

V a léria So uza

Sã o Pa ulo , SP

Com esseartigo, de cunhohistórico-revisionista, a revis-ta se consagra como a maiscompleta publicação de v a -riedades brasileira, atenden-do a todos os segmentos de

leitores. Como educador, otexto foi um presente emmeio às baleias que os auto-resde alguns livros didáticos'insistem em escrever.

Ma rc e lo L is bo aI t abe rá , SP

A matéria de capa v e io co-mo uma brisa num dia quen-te: refrescou as nossas idéiase mostrou o outro lado doque é ensinado pelos livrosde História.

Sa n d ra G ló r ia d a Silv aBe lo H o r izo n te , M G

A história dos descobri-mentos nunca me atraiumuito, mas a reportagem decapa de fevereiro chamou aminha atenção. Quandoacabei de lê-Ia, fiquei procu-

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Aven tu ran os o ce an osAchei um tremendo ma-remoto a reportagem As-

tronautas do mar (nú-mero 2, ano 12). É incrívelcomo esses marinheirosmodernos se arriscaram, econtinuam se arriscando,para dar a vo l t a ao mundoem seus barcos. Fiquei fas-cinado ao saber que existeuma equipe composta sópor mulheres. Tenho ape-nas 10 anos de idade e re-portagens como essa me

estimulam a estudar mais.ít a lo J uo g is k i A re n a

R io C la ro , SP

Os c ien t is tasd e B o uld er

Estou muito orgulhoso portermos um brasileiro entre osgrandes cientistas de Boulder,como v o cê s contam em

Uma montanha de ciên-cia (número 2, ano 12). Eugostaria muito de estar lá, fa-zendo parte do quadro depessoas interessadas em des-cobrir como funciona nossoplaneta e os fenômenos quenos cercam.

Fe r nan d o La ra Ca rp io

A ra uc á r ia , PR

Fiquei com inveja dos cien-tistas que estão lá. Estou sen-do sincero. Que baita inveja a

que me deu, universitário bra-sileiro, ao saberque oscaras lá

©2

Sou um assinante anti-go e achei que v o cê s rea-lizaram um excelente tra-balho com essa reporta-gem sobre a regata. É poressas e outras que a SU-PERestá sempre na frente

das concorrentes.Jo sen i l L o p e s Pere ira

Cuia bá , MT

do Colorado até satélite v ã o

mandar para o espaço. Masgostaria que v o c ê s tambémfalassem das universidadesbrasileiras.

Ca eta no Fe nn erSan t a Ma ria , RS

A reportagem mostra quea aposta em educação, ciên-cia e tecnologia tem retornogarantido.

Ma rc o A ntun e s

S an ta M aria , RS

Ao ler a reportagem sentiuma vontade tremenda de v i-

sitar a cidade, ao menos paraconhecer o pessoalde lá.

/v a n G la uc io L im a

Ma rília , SP

o que mais me chamou aatenção foi a história da

Lendo o artigo pude ti-rar uma dúvida antiga. Atéhoje não tinha conseguidoentender como um veleironão v ir a v a em alto-mar.Agora sei que o que segu-ra o barco em pé é a qui-lha, que corresponde amais da metade do peso

da embarcação.Lu iz C a rlo s Luc c a

Muçum , RS

descoberta da temperaturamais baixa do Universo, queprovoca a tranformaçãodos átomos em luz. Se asaplicaçôes que eles imagi-nam derem certo, futura-mente poderemos receberuma pizza por telefone.

Sem entregador.Ed inéia Pa ula Sa rto ri

C oro n el Fre ita s , SC

Realmente essas monta-nhas estão sendo palco demuitas pesquisas importan-tes, voltadas para a soluçãode problemas da humanida-de. Imagino que d e ve ter si-do magnífico o contato dosjornalistas da SUPERcom al-guns dos maiores estudiososdo mundo.

A ng e li Co l/ in gPa re ci N o v o , RS

NA INTERNET

[email protected]

E ste aí em c im a éo n o sso e nde re ç oe le t r ô n ic o .

P e l a in te rn e t vo cê ta m b é mpo d e ir at é a S UP E R O N -LlNE:

www.superinteressante.com.br

Para fa la r d ir e to c o ma r e daç ã o , lig u e0800 14 1311 e c o nve rse

c o m a R e g in a. S e pre fer i r ,e sc re va :S UP E R IN T E R E S S A N T EA v. N aç õ e s Un id as, 7 2 2 1C E P 0 5 47 7 -0 0 0P in h e iro s - S ã o P au lo , S P .

S e a su a c a rta o u m e n sag emfo r pu b licad a, v o c êre c e b e r á e m casa u m acam ise ta d a SUP E R I

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o Ca r nava ld a B ah iaFiquei agradecida por vo-

cés lerem publicado As pe-

ças do axé (número 2, ano12). Muitas pessoas criticama música baiana sem conhe-cer todo o processo históricoque está envolvido nessetipode manifestação cultural.

Ja c que lin e G la ube rJu iz d e Fo ra , M G

Essa matéria foge do pa-drão da revista, não seencai-

xa nos assuntos da SUPER,uma revista científica. Emto-do o tempo que a acompa-nho, nunca vi nada tão ruim.

I sr a e l S o u zaSa lv a d o r , BA

A reportagem está cheia deinformações culturais. Quemnão conhece a Bahiaagora es-tá louco para conhecer. Eu jáestive lá e conheço aquelemapa de pontos turísticos quevocésapresentaram.

V a ne ss a O live i raCur it iba , PR

Creio que é desnecessáriogastar quase uma página pa-

ra mostrar a geografia daconfusão. Além disso vocês jáhaviam publicado uma repor-tagem sobre o Carnaval.Quem leu edições antigas sa-be dizer o quanto elas já fo-ram melhores.

L e on a rd o H a s se g aw a

Cur it iba , PR

A reportagem mexeu mui-to comigo. Não é para menosque o brasileiro é consideradoum povo alegre e otimista. is-

so faz com que os moradoresdos países vizinhos venhamconhecer essaexplosão de fe-licidade. Não tem quem resis-ta e não caia nafolia.

S uz a na M ila n iSã o Pe d ra d o Sul, RS

A revista mostrou que nãose preocupa apenas com te-mas científicos, mas tambémcom assuntos ligados à nossacultura. O Carnaval é a maiorfesta popular do Brasil.

M a rc ia N o g utiT e r ra B o a, PR

A e stre la d obrasi le iro

É admirável que o nossopaís, ainda tão desprepara-do, consiga produzir emsuas universidades ótimosprofissionais como o as-trônomo Augusto Damineli,conforme vocês contaramem Estrela partida (nú-mero 2, ano 12). Damineli,com suas intensas pesqui-sas, conseguiu conhecer me-lhor a Eta Carina e descobriutratar-se de duas estrelas.

K le be r d e Fre ita s N itaC am pin as , S P

Fico feliz em saber queexistem brasileiros como Au-gusto Damineli, que fazemmuito pela Astronomia e pormelhorar a imagem do Brasil.

Éd en Sa nta na A m or im

Bruma d i n h o , M G

A doro a ax é m us ic

e a B ah ia , m as fa lt ou vocês

fa la rem da Danie la Me rcu ry .T iag o Jo sé O l iv ei ra

Itupeva, SP

I

I ,I

96 SUPER A B R I L 1 9 9 8

Satis fe ito s ein sat isfe i tos

Nunca vou me arrepen-der de ter assinado a SU-PER, uma revista que medeixa sempre informado,Quero dar meus parabénspelo extraordinário trabalhorealizado, desde Supe rno t í-c i a s até o Oit o e fe ito .

E de r S tum pf Sc ainSã o Ma rco s , RS

Sou assinante desde1989. A revista esteve comi-go no segundo grau, no

cursinho e na universidade,Sempre gostei de ciências eera na SUPERque eu encon-trava respostas para a mi-nha sede de conhecimento.Mas tenho a impressão deque desde o ano passado aqualidade vem decaindo.Uma revista como essa nãoprecisa de chavões e gíriaspara atrair os leitores.

M árc ia L aux

Sã o Seba s t iã o d o Ca í, RS

Leitor há mais de cincoanos, eu percebi, na horado vestibular, o quanto aSUPERpode ser útil. Acer-tei várias questões que pa-reciarn ter sido tiradas darevista.

Lwz C lá ud io d a Co s taS alv a do r, B A

© 1 A rth u r lk rsh irn a 2 F e rn and o V iv as 3 F lavio e ira 4 Kevston e 5 Om ar P ai x ão

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o bicho

que fa laSou estudante de Biolo-

gia e achei muito interessan-te a reportagem Pensa,

louro (número 2, ano 12).Depois de ler o t exto, fiqueiconvencida de que todos osanimais têm uma pequenaparcela de inteligência, enão apenas os papagaios,golfinhos e chimpanzés.

Ed g a rd Jo ã o N ic o la u N e toSalv a d o r, BA

Tenho grande admiraçãopor esse bicho. Quem diriaque os animais podem sercapazes de se comunicar co-nosco por palavras?

Zo ra ia Cân d id a Pe tr y

N o v a Pe t r ó po lis , RS

Para en te nde ros méd ico sA reportagem que mais

me chamou a atenção foiAhhhhhhhhhh! ~úmem2, ano 12). Geralmente va-mos ao médico e nào temoscoragem de perguntar o sig-nificado de gestos tão sim-ples como pôr a língua parafora ou dizer 33. Agora ficoumaisfácil.

Gr a zie la Fe rre ira

Bo quim , SE

Vou prestar vestibular pa-

ra Medicina no final do anoe o artigo me fascinou. Es-pero que vocês continuemadivinhando quais são asnossas curiosidades e escla-ecendo-as.

El i s t raud e Sc h o e f fe rN o va V en éc ia , ES

Os papagaios, além de fa-lar, pensam Tenho certeza

disso como tenho certezade que 2 mais 2 são 4. Naminha casa há dois papa-gaios, ummachoe umafêmea,e eles já

deraminúmerasprovas doseu raciocínio. Ape-sar de a d o r á - t o s . ede terem registro

do Ibama, gostariaque eles fossemadestrados para po-derem voltar para anatureza, onde po-deriam procriar.

Ros i c léi a L uz

P in h ais , P R

o papagaio é maisinteligentedo que sepensava

Eu sempre ficava irritadacom os médicos. Não enten-dia o porquê de tantos exa-

mes. Com essa reportagem,tudo ficou mais claro.

L ig ia Ma ra Ga spa ro tt o

Gua r a c i, PR

cópio, um palito e um apa-relho de medir pressão.

Flag n e r V a z Cam a rg o

Curi t ib a , PR

Quando eu for a um con-sultório, saberei exatamenteo que o profissional de saú-de está procurando quandomexe no meu corpo.

Ra f a e l R o d r ig ue s So a re sN a ta l, RN

Depois de ler o textoacho que até eu, um.eletro-técnico, sou capaz de reali-zar um exame com estetos-

o méilic -oQlliase 'há aftas e

. s e a g arg an tae st á i n flam ad a

LL.I

cc:cc:O

~C É R E B R ON a ilu straç ão d a pá gin a 13 (n um e ro 3 ,an o 1 2 ) , a s re g iõ e s o cc ip ita l e par ie tat d oc é r e b ro e stã o c o m o s n om es in ve rt i dos .

PO R TO VE R DA D EIR OP e dro Á lv are s C ab ra I apor to u pe la pr i-m e ira ve z o nd e h o je é a c id ad e d e S an -ta C ru z d e C ab rá li a (B A ) e lá m an d o ure z ar a p rim e ira m issa . Isso n ã o ac o n-te c e u e m P o rto S eg uro (B A ), c om o e s tán a pá gin a 37 ( n ú m e ro 2 , an o 12 ) . N apá g in a 4 0 , o n om e co rre to d e u m d o s

. fu n d ado r e s d a O rd em d o s T em p l á rio s éH u g o d e P ai e n s , em po rt u g uês , o uH u g u e s d e pa ye n s, e m fr an c ês .

C H UV A Á CI DAN a pá g in a 56 (n úm e r o 2 , an o 1 2 ) , e s-. t á e sc ri to q u e a c h u va á cid a é p ro vo -c ad a pe la em issã o d e m o n ó x id o d eca rbo n o . N a v erd ad e , o q ue pro vo cae ss e fe n õ m e n o é a e m issã o d e d ióx i-

d o d e e n x o fre e á c id o s n ít r i cos n a a t-m os f e r a .

DO E NÇAA cax um b a n ã o é o ín c haç o d os g â n -g l io s l in fá tic o s, c o mo e s tá n a pá gin a4 7 (n úm e ro 2 , an o 1 2 ), m as u m c re s-

c im e nto e xag erad o d a g lâ n d u la paró -t id a . N a pá gin a 4 9 , o bó c io é p r o vo ca-d o po r um a d e f i c iên c ia n a pr q d u ç ã od e h o rm õn io s pe la t ire ó id e e n ã o pe laat iv idad e e x ag e ra d a d a g lâ n d u l a .

LUAN a pá gin a 75 ( n úm e ro 2 , an o 1 2 ) , 0S

sím b o lo s d as lu as m i n g u an te e c re s -c e nte e stã o in ve rt id o s .

B A R A L H O __ N o jo g o "C o e rên c ia" d a pá g in a 83(n úm ero 2 , an o 1 2 ) , a q u arta c arta d as e g u nQ a f ile ir a d e v e ria se r um val e te

d e pau s e n ão d e e spad as. D o c o n trá -rio , o pr o b l e m a n ã o faz s en tid o .

N A C I O N A L I D A D EG fí s ic o C hr ist ia n H u y g e n s n ã o e ra a le -m ã o , c om o e s ta n a pá g ín a 4 3 (n ú m ero1 , an o 1 2 ) , e s im h o lan d ês .

A B R I L 1 9 9 8 SUPER 97

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Como você sabe,

errar é humano.

Por isso as frases

desta edição não

vão evitar que

continuemos todos

errando. Mas

podem ajudar a

errar com mais

inteligência e graça.

"A e xpe riên cia d e n ad aserve à g e n t e .É um m é d ic o d istra íd o :põ e -se a fo rjar re c e it asq u an d o o d o e n tejá e stá pe rd id o . . . "

Mário Quintana1906 -199 4

P oe ta b ra s ile iro

.0

98 SUPER A B R I L 1 9 9 8

"E xpe r i ên c ia é o n om eq u e n ó s d am os ao sn o ss o s p ró prio s e rro s."

OscarWilde(1854-1900)

E s c r i t o r ir l a n d ê s

"É m u ito m a is fá cil

re co nh ec er o e rro d oq u e e n co n tra r a ve r d a d e .O e rro e stá n a su pe rf íc ie e ,

po r is so , é fá c il e rrad i cá - Io .A ve rd ad e re po u sa n o fu n d oe n ã o é q u a lq u e r u m q u ec on se gu e c he ga r a té e la ."Johann Woffgang

von Goethe(1749-1832)

Po e ta a le m ã o

"O m aio r e rro q u e vo cêpo d e c o m e te r n a v id a é od e fic ar o te m po to d o c o mm ed o d e c o m e te r a lg um ."Elbert Hubbard(1856-1915)

E s c rit or a m e r ic a n o

"O m éd ic o p o de e n te rra rs eu s e rro s, m as o a rq u i t e top o d e ape n as s u ge rir ao se uc lie n te q ue p lan te um a v in h a . "Frank Lloyd Wright(1869-1959)

A rq uite to n orte -a m e ric a n o

G a rra fa s c ie n tíf ic a sA C orre n te d o G _o lfo ,q ue le va as á gu as q ue nte s d o C arib e

para o A tlâ n tic o N orte , já e ra co n h ec id a de sde o sé cu lo

XV I. M as faz ape nas u m sé cu lo q ue se c on se gu iu d esve .-

d ar o se u com ple x o m ecan ism o. E o au to r da pro e za fo i

u m am ad or, o prín cipe d e M ô nac o A lb erto I (1848-1922) .

A paix on ad o d esd e jo ve m pe lo m ar, e le g asto u e m viag en s

d e pesqu isa um a parte d o d in he iro qu e a fam ília ac um u-

lo u co m os cassin os. E m 1885 , a b ordo d e iate Hirondel le ,

o prín cipe lan ço u ao m ar 150 g arrafas d e vid ro , d e z esfe -

ras d e co bre e vin te b arris d e m ade ira. C ad a re cipie n te

c on tin ha in stru çõ es e m d ez lín gu as d ife re nte s, pe din do a

q uem o e nc on trasse para en viar um a carta c om a data e o

lu gar e m q ue fo i ach ad o. O utras ce nte nas de g arrafas fo -

ram lan çad as e m e xpe diç õe s po ste rio re s. H ou ve 2 27 re s-

p o st as . G raç as a e la s, fo i po ss íve l e sta be le c er o s lim i te s, as

ram ific aç õe s e a ve lo cid ad e d a C orre nte d o G o lfo .•

"P or q u e c om e te r e rrosan t ig o s se h á ta n to s e rro sn ovo s pa ra e sc olh e r?"Bertrand Russel(1 872- 7970)

F iló s o fo in g lê s

"E rra r é h u m an o . Bo ta r ac u lp a n o s o u tro s, ta m b é m ."Millôr Fernandes74 a n o s

H u m o ris ta bra s ile ir o

" O frac asso é ao po rt u n id ad e d e c om e ç ar

d e n o vo in te l ig e n te m e n te ."Henry Ford(7863-1947)

In d u s tr ia l a m e r ic a n o

"S e fe ch arm o s a p orta a to d o s o s

e rr o s , a ve rd ad e f ic ará d e fo ra. u

Rabindranath Tagore(1867-7947)

Es c r ito r in d ia n o

"O ú n ic o e rro d e D e u sfo i n ã o te r d ad o d u asv id as ao se r h um a n o :u m a pa ra e nsa io s,o u t ra pa ra a tu a r."Vittorio Gassman

75 a no sA t or it alia n o

"N ã o e xiste u m afó rm u la para o su c e sso .M as, pa ra o fra casso ,h á u m a in fa líve l: te n tarag rad ar a to d o m u n d o ."Herbert Bayard Swope(1882-1958)

Edi to r a m e ri c a n o

"T od a e mpre sap re c is a te r g e nteq u e e rra , q ue n ão

te m m e d o d e e rrar e q u eap re n d e c o m o e rro ."BiIIGates42 a n o s

Emp r e s á r io n o rte -am e r ic a n o

© Adalta G erc hmann

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