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ElaboraçãoPöyry Silviconsult Engenharia Ltda.

SupervisãoABRAF

Apoio TécnicoFábio Nogueira de Avelar MarquesJoão Batista Rezende

Tiragem 1.000 exemplares

Acompanha esta edição um CD contendo os seguintes arquivos digitais em formato pdf:Anuário 2011 – Ano base 2010 (versões português e inglês)Anuário 2010 – Ano base 2009 (versões português e inglês)Anuário 2009 – Ano base 2008 (versões português e inglês)Anuário 2008 – Ano base 2007 (versões português e inglês)Anuário 2007 – Ano base 2006 (versões português e inglês)Anuário 2006 – Ano base 2005 (versões português e inglês)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

A849a ABRAF. Anuário estatístico da ABRAF 2011 ano base 2010 / ABRAF. – Brasília: 2011. 130p. : il. color ; 21cm.

Acompanha 1 CD‑ROM Texto bilíngüe português‑inglês ISSN: 1980‑8550

1. Setor Florestal. 2. Florestas Plantadas. 3. Indicadores Estatísticos. I. Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas. II. Título.

CDD – 634.9568105CDU – 630:31(058)

As fotos reproduzidas nesta publicação foram cedidas por empresas associadas da ABRAF, e publicadas com a devida autorização.

ABRAF. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida ou transmitida sob nenhuma forma ou qualquer meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação, fac‑símile ou qualquer sistema de armazenamento de informação e recuperação, sem permissão expressa por escrito ou menção da fonte de informação. Retransmissão por fax, e‑mail ou outros meios, os quais resultem na criação de uma cópia adicional é ilegal. Embora a ABRAF tome todas as medidas para garantir a acuracidade das informações apresentadas no Anuário Estatístico, nenhum tipo de responsabilidade legal poderá ser atribuída a ela pelas informações e opiniões contidas no mesmo.

ABRAF – Associação Brasileira de Produtores de Florestas PlantadasSetor de Autarquias Sul, Quadra 1, Bloco N, Lotes 1 e 2, Edifício Terra Brasilis, Salas 503 e 504CEP 70070‑010 – Brasília‑DF – Fones: (61) 3224‑0108 / 3224‑0109 – Fax: (61) 3224‑0115www.abraflor.org.br – e‑mail: [email protected]

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APRESENTAÇÃO

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Retomada do crescimento. Esta poderia ser a síntese do ano de 2010 para o setor de Florestas Plantadas no Brasil. Com o fim da crise financeira mundial de 2008 e a consequente redução de exportações de celulose, produtos siderúrgicos e móveis, o cenário voltou a ser positivo.

Em sua 6ª edição, o Anuário Estatístico da ABRAF relata os principais acontecimentos do ano de 2010 para o setor. Dentre eles, a discussão da revisão do Código Florestal no Congresso Nacional e a conclusão dos trabalhos do Grupo de Trabalho Interministerial, criado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, são destaques importantes. Enquanto o primeiro é um esforço de atualizar a legislação e harmonizar proteção ambiental e crescimento socioeconômico, o segundo forneceu as diretrizes para a formulação de uma Política Nacional de Florestas Plantadas pelo Executivo, em atendimento aos pleitos do Setor por meio da Câmara Setorial de Florestas Plantadas/MAPA.

Os desafios também são retratados nesta publicação. A restrição de compras de terras por estrangeiros afetou diretamente as empresas do setor que, em sua maioria, têm participação de capital estrangeiro. O efeito imediato foi a impossibilidade de adquirir áreas para expansão ou implantação de projetos. O total de investimentos paralisados ou suspensos atinge mais de R$ 37 bilhões, entre novas áreas florestais e novas unidades de produção industrial.

A complexidade de concessão de licenciamento ambiental para novos projetos de florestas plantadas também contribuiu para um modesto crescimento de 3,2% de novas áreas de florestas em 2010 em relação a 2009. Este assunto não é novo e tem sido uma pauta permanente na agenda do setor.

A defesa dos interesses dos associados é a razão de ser da ABRAF. Neste sentido, a filiação de novas empresas ao quadro social da entidade em 2010 fortaleceu a presença e atuação política e estratégica do setor de florestas plantadas. Além disso, ampliou a representatividade da ABRAF, dando maior visibilidade à real dimensão das contribuições para o desenvolvimento sustentável brasileiro.

O objetivo de compartilhar os registros de 2010 não é um exercício de prestação de contas. É uma oferta de fatos e dados que podem fundamentar decisões e oferecer parâmetros legítimos para empresas e públicos de interesse. Afinal, são mais de 4,5 milhões de empregos gerados, um valor bruto de produção de R$ 51,8 bilhões e um enorme potencial ainda por ser desenvolvido.

A Organização das Nações Unidas elegeu 2011 como o Ano Internacional das Florestas e irá realizar, em 2012, no Rio de Janeiro, uma conferência sobre Mudança Climática. O evento, batizado de Rio + 20, irá comemorar os 20 anos da organização da Eco-92.

O Brasil tem um capítulo especial nessa comemoração. Somos o único país cujo nome é inspirado em uma árvore. As mudanças climáticas, a pressão sobre as florestas nativas e as gerações futuras cobram respostas. E as florestas plantadas brasileiras têm uma resposta verde para a economia mundial.

Quem planta árvores acredita no futuro. A ABRAF vai além. Construir o futuro está na atuação pautada em sustentabilidade, ética e nos princípios da democracia. Estas devem ser as raízes do setor florestal no Brasil.

Brasília, 10 de maio de 2011

ANToNIo SERgIo AlIpIoPresidente da ABRAF

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Estrutura da Direção

CONSELHO DIRETOR

presidente

Antonio Sergio AlipioVeracel Celulose S.A.

Vice presidentes

Celulose e Papel João Comério – Suzano Papel e Celulose S.A.Painéis de Madeira Salo Davi Seibel – Duratex S.A.Siderurgia Mário de Sant´anna Jr. – Gerdau Aços Longos S.A.Produtores Independentes Sílvio Teixeira – BrookfieldAssociadas Coletivas Luiz Calvo Ramires Jr. – Associação Sul‑matogrossense de Produtores e

Consumidores de Florestas Plantadas – REFLORE

Diretor Executivo

Cesar Augusto dos Reis

CONSELHO FISCAL

Membros Titulares

Celulose e Papel Luciano Amaral Rodrigues – Cenibra – Celulose NipoBrasileira S.A.Painéis de Madeira Germano Aguiar Vieira – Masisa Brasil Empreendimentos Florestais LtdaSiderurgia Elesier Lima Gonçalves – ArcelorMittal BionergiaProdutores Independentes Fábio Brun – RMS do Brasil

Membros Suplentes

Celulose e Papel Francisco Bueno – CMPC Celulose do BrasilPainéis de Madeira Hernon José Ferreira – Eucatex S.A. – Indústria e ComercioSiderurgia Alexandre Valladares Mello – V&M do BrasilProdutores Independentes José Marcos de Freitas – Brazil Timber

CONSELHO CONSULTIVO

presidente

Antonio Sergio Alipio

Membros

Carlos Augusto Lira AguiarFernando Henrique da Fonseca

ABRAF

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Associadas Individuais – Empresas

Arauco Forest Brasil S.A. | www.araucodobrasil.com.br

ArcelorMittal BioEnergia Ltda | www. arcelormittal.com.br

Bahia Specialty Cellulose | www.bahiaspeccell.com

Celulose Nipo‑Brasileira S.A. – CENIBRA | www.cenibra.com.br

CMPC Celulose do Brasil Ltda. | www.celuloseriograndense. com.br

Comfloresta Participações S.A. | www.brookfieldbr.com

Duratex S.A. | www.duratex.com.br

Eucatex S.A. Indústria e Comércio | www.eucatex.com.br

Fibria Celulose S.A. | www.fibria.com.br

Florestal Brasil S.A. | site em construção

Florestal Itaquari Florestamento e Reflorestamento Ltda. | www.gfplp.com

Floresteca Brasil Ltda. | www.floresteca.com.br

Gerdau Aços Longos S.A. | www.gerdau.com.br

International Paper | www.internationalpaper.com

Klabin S.A. | www.klabin.com.br

Lwarcel Celulose e Papel Ltda. | www.lwarcel.com.br

Masisa | www.masisa.com

Plantar S.A. | www.plantar.com.br

Ramires Reflorestamentos Ltda. | www.ramires.com.br

Rigesa Celulose, Papel e Embalagens Ltda. | www.rigesa.com.br

RMS do Brasil Adm. de Florestas Ltda. | www.resourcemgt.com

Stora Enso | www.storaenso.com.br

Suzano de Papel e Celulose S.A. | www.suzano.com.br

Timber Value Adm. de Ativos Florestais Ltda. | www.braziltimber.com.br

VALE | www.vale.com.br

Veracel Celulose S.A. | www.veracel.com.br

V&M Florestal Ltda. | www.vmtubes.com.br

Associadas Coletivas – Associações Estaduais

ABAF – Associação de Produtores de Florestas Plantadas do Estado da Bahia | www.abaf.org.br

ACR – Associação Catarinense de Empresas Florestais | www.acr.org.br

AGEFLOR – Associação Gaúcha de Empresas Florestais | www.ageflor.com.br

AMS – Associação Mineira de Silvicultura | www.silviminas.com.br

APRE – Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal | www.apreflorestas.com.br

ARETINS – Associação dos Reflorestadores do Tocantins

FLORESTAR SÃO PAULO | www.floresta.org.br

REFLORE/MS – Associação Sul‑Mato‑Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas | www.reflore.com.br

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CApíTulo 1

FLORESTAS PLANTADAS NO BRASIL

1.1 Área Plantada com Eucalyptus e Pinus .............................................................................................................................................................................22

1.2 Área Plantada com Eucalyptus e Pinus das Associadas da ABRAF ........................................................................................................38

1.3 Florestas Plantadas com Outros Grupos de Espécies .........................................................................................................................................44

1.4 Florestas Plantadas X Florestas Nativas .............................................................................................................................................................................46

CApíTulo 2

SILvIcuLTuRA DE FLORESTAS PLANTADAS

2.1 Panorama Geral ......................................................................................................................................................................................................................................50

2.2 Panoramas Setoriais ............................................................................................................................................................................................................................52

2.3 Destaques da Silvicultura em 2010 .......................................................................................................................................................................................57

2.4 Área de Plantio Anual .......................................................................................................................................................................................................................62

2.5 Tecnologias e Produtividade Florestal ...............................................................................................................................................................................66

2.6 Investimentos ...........................................................................................................................................................................................................................................71

CApíTulo 3

MERcADO DE PRODuTOS FLORESTAIS

3.1 Principais Produtos Derivados de Florestas Plantadas ........................................................................................................................................79

3.2 Madeira em Tora ...................................................................................................................................................................................................................................86

SuMÁRIO

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CApíTulo 4

IMPORTâNcIA DAS FLORESTAS PLANTADAS NO BRASIL

4.1 Valor Bruto da Produção do Setor de Florestas Plantadas .............................................................................................................................96

4.2 Arrecadação de Tributos ................................................................................................................................................................................................................97

4.3 Geração de Empregos.......................................................................................................................................................................................................................98

4.4 Mecanismos de Financiamento Disponíveis para o Setor de Florestas Plantadas no Brasil .........................................100

4.5 Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) .................................................................................................................................105

4.6 Meio Ambiente ...................................................................................................................................................................................................................................109

4.7 Programas de Responsabilidade Social e Ambiental ........................................................................................................................................111

CApíTulo 5

NOTAS METODOLógIcAS

5.1 Área com Florestas Plantadas No Brasil ........................................................................................................................................................................118

5.2 Área Total de Preservação Associada às Florestas Plantadas ....................................................................................................................122

5.3 Balanço da Produção e Consumo de Madeira em Tora e Produtos Florestais ........................................................................123

5.4 Valor Bruto da Produção Florestal (VBPF)..................................................................................................................................................................124

5.5 Arrecadação de Tributos .............................................................................................................................................................................................................124

5.6 Produção e Consumo de Produtos Florestais .........................................................................................................................................................126

5.7 Balança Comercial de Produtos Florestais ..................................................................................................................................................................126

5.8 Geração de Empregos....................................................................................................................................................................................................................127

5.9 Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) .................................................................................................................................129

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Lista de Tabelas

Tabela 1.01 Plantios florestais com Eucalyptus e Pinus no Brasil, 2005‑2010 .........................................................................................................................24

Tabela 1.02 Plantios florestais com Eucalyptus e Pinus nos estados do Brasil e das empresas associadas e não associadas da ABRAF, 2010 ........................................................................................................................................................................................................25

Tabela 1.03 Área total com plantios florestais de Eucalyptus e Pinus de empresas diretamente relacionadas à ABRAF (empresas associadas da ABRAF e empresas filiadas às associadas coletivas), 2010 ........................................................................26

Tabela 1.04 Evolução da distribuição das áreas de plantios florestais com Eucalyptus e Pinus das associadas individuais da ABRAF por tipo de propriedade, 2009 e 2010 ...............................................................................................................................42

Tabela 1.05 Área total de plantios florestais por gênero no Brasil, 2010 ....................................................................................................................................44

Tabela 1.06 Características e área de plantios florestais com outros grupos de espécies no Brasil, 2009 e 2010 .................................45

Tabela 1.07 Distribuição das áreas de plantios florestais próprios e florestas nativas preservadas pelas associadas individuais da ABRAF por estado, 2009 e 2010 ..................................................................................................................................................................46

Tabela 3.01 Evolução das exportações brasileiras de produto de florestas plantadas (milhões de US$) ...................................................85

Tabela 3.02 Estimativa da produção madeireira potencial de Eucalyptus e Pinus no Brasil, 2010 .....................................................................86

Tabela 3.03 Produção de madeira em tora pelas empresas associadas individuais da ABRAF, 2010 ..............................................................89

Tabela 3.04 Consumo brasileiro de madeira em tora para uso industrial por segmento e espécie, 2010 ..................................................90

Tabela 3.05 Consumo de madeira em toras pelas empresas associadas individuais da ABRAF, 2010 ............................................................91

Tabela 4.01 Estimativa do valor bruto da produção do setor florestal, segundo as principais cadeias produtivas do setor de florestas plantadas, 2009 e 2010 .................................................................................................................................................................................96

Tabela 4.02 Estimativa de participação de tributos arrecadados pelos segmentos associados a florestas plantadas no Brasil, 2009 e 2010 ..................................................................................................................................................................................................................................97

Tabela 4.03 Estimativa do número de empregos diretos, indiretos e do efeito‑renda do setor de florestas plantadas, 2010 ..........................................................................................................................................................................................................................98

Tabela 4.04 Número de empregos das empresas associadas da ABRAF, 2010 .....................................................................................................................99

Tabela 4.05 Evolução dos desembolsos pelo programa PROPLORA, 2005‑2010 .......................................................................................................... 104

Tabela 4.06 Evolução dos desembolsos pelo programa PRONAF ECO, 2007‑2010 .................................................................................................... 105

Tabela 4.07 Participação do segmento de florestas plantadas na proteção de florestas nativas, 2010 ..................................................... 109

Tabela 4.08 Resultados do fomento florestal contratado com as empresas associadas da ABRAF, 2010............................................... 111

Tabela 4.09 Resultados dos programas sociais promovidos pelas empresas associadas da ABRAF, 2005‑2010 ................................ 113

Tabela 4.10 Resultados dos programas de saúde realizados pelas empresas associadas da ABRAF, 2005‑2010 ............................... 113

Tabela 4.11 Resultados dos programas ambientais realizados pelas empresas associadas da ABRAF, 2005‑2010 .......................... 114

Tabela 4.12 Resultados dos programas educacionais e culturais realizados pelas empresas associadas da ABRAF, 2005‑2010 .............................................................................................................................................................................................................................. 114

Tabela 4.13 Resultados da produção de PFNM nas áreas das empresas associadas da ABRAF, 2005‑2010 ......................................... 115

LISTA DE TABELAS, gRÁFIcOS, FIguRAS E BOX

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Tabela 5.01 Fatores de conversão utilizados no anuário estatístico ABRAF, 2010 ......................................................................................................... 123

Tabela 5.02 Estimativa da arrecadação de tributos pelos segmentos de transformação de florestas plantadas, 2010 – Metodologia 1.......................................................................................................................................................................................................................................... 125

Tabela 5.03 Estimativa da arrecadação de tributos pelos segmentos de transformação de florestas plantadas, 2010 – Metodologia 2.......................................................................................................................................................................................................................................... 126

Tabela 5.04 Fatores de geração de empregos calculados para a silvicultura e para os segmentos de siderurgia, madeira e mobiliário e celulose e papel ................................................................................................................................................................................ 127

Tabela 5.05 Estimativa de geração de empregos nos segmentos industriais associados ao setor florestal como um todo (florestas plantadas e nativas), 2010 ................................................................................................................................................................. 128

Tabela 5.06 Estimativa do número de empregos na silvicultura e nos segmentos industriais associados às florestas plantadas, 2010 ............................................................................................................................................................................................................................................. 129

Lista de Quadros

Quadro 4.01 Resumo dos principais programas de financiamento à atividade florestal, oferecidos pelo BNDES, 2010.............. 101

Quadro 4.02 Resumo dos principais fundos constitucionais destinados ao financiamento de atividade florestal, 2010 ............ 103

Lista de Gráficos

Gráfico 1.01 Distribuição da área de plantios florestais no Brasil por gênero, 2010 ...........................................................................................................22

Gráfico 1.02 Histórico da área de plantios florestais no Brasil, 2005‑2010 ..................................................................................................................................23

Gráfico 1.03 Distribuição da área de plantios de Eucalyptus e Pinus por estado, 2010 .................................................................................................31

Gráfico 1.04 Crescimento da área plantada com Eucalyptus e Pinus por estado, 2009‑2010 ..................................................................................33

Gráfico 1.05 Distribuição da área de plantios de Eucalyptus por estado, 2010 .....................................................................................................................35

Gráfico 1.06 Crescimento percentual da área plantada com Eucalyptus por estado, 2010 .......................................................................................35

Gráfico 1.07 Distribuição da área plantada com Pinus por estado, 2010 ....................................................................................................................................37

Gráfico 1.08 Crescimento percentual da área plantada com Pinus por estado, 2009‑2010 .......................................................................................37

Gráfico 1.09 Evolução da participação das associadas da ABRAF na área de plantios florestais, 2010 ...........................................................38

Gráfico 1.10 Representatividade das associadas individuais e coletivas da ABRAF por estado, 2010...............................................................39

Gráfico 1.11 Distribuição da área plantada das associadas individuais e coletivas da ABRAF por estado, 2010 ....................................39

Gráfico 1.12 Distribuição da área plantada das associadas individuais da ABRAF por estado, 2010 ................................................................40

Gráfico 1.13 Evolução da área de plantios das empresas associadas individuais da ABRAF, 2005‑2010 ........................................................40

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Gráfico 1.14 Evolução relativa das áreas de plantios das empresas associadas individuais da ABRAF por espécie, 2004‑2010 ..............................................................................................................................................................................................................................41

Gráfico 1.15 Distribuição das áreas de plantios florestais com Eucalyptus e Pinus das associadas individuais da ABRAF por segmento industrial, 2010 ............................................................................................................................................................................................................41

Gráfico 1.16 Distribuição das áreas de plantios florestais com Eucalyptus e Pinus das associadas individuais da ABRAF por tipo de propriedade por estado, 2010..............................................................................................................................................................................43

Gráfico 1.17 Evolução da distribuição das áreas de plantios florestais com Eucalyptus e Pinus das associadas individuais da ABRAF por tipo de propriedade, 2005‑2010.................................................................................................................................................................43

Gráfico 1.18 Evolução da participação das modalidades de propriedade das associadas individuais da ABRAF, 2005‑2010 ...............................................................................................................................................................................................................................................................44

Gráfico 1.19 Área de plantios florestais e florestas nativas preservadas pelas associadas individuais da ABRAF por estado, 2010 ..............................................................................................................................................................................................................................................47

Gráfico 2.01 Evolução dos principais indicadores macroeconômicos brasileiros, 2003 – 2010 .............................................................................51

Gráfico 2.02 Evolução da área anual plantada com florestas de Eucalyptus e Pinus das empresas associadas individuais da ABRAF, 2000‑2010 .....................................................................................................................................................................................................64

Gráfico 2.03 Evolução do plantio anual total com florestas plantadas de Eucalyptus por tipo de formação, novo plantio reforma e rebrota, das empresas associadas individuais da ABRAF, 2008‑2010 .................................................65

Gráfico 2.04 Evolução da área de plantio anual total das associadas individuais da ABRAF por modalidade de plantio, 2005‑2010 ..................................................................................................................................................................................................................................65

Gráfico 2.05 Comparação da produtividade florestal de coníferas e de folhosas no Brasil com países selecionados, 2010 ...........................................................................................................................................................................................................66

Gráfico 2.06 Evolução do incremento médio anual (IMA) dos plantios florestais das empresas associadas individuais da ABRAF, 2005‑2010 .....................................................................................................................................................................................................67

Gráfico 2.07 Distribuição da matriz energética brasileira, 2010 .............................................................................................................................................................68

Gráfico 2.08 Distribuição da produção de biomassa por capacidade instalada no Brasil, 2010 ............................................................................68

Gráfico 2.09 Investimentos realizados em atividades florestais e industriais pelas empresas associadas individuais da ABRAF, 2009 e 2010 ..............................................................................................................................................................................................................................71

Gráfico 2.10 Participação dos investimentos realizados pelas empresas associadas individuais da ABRAF, 2010 .................................71

Gráfico 2.11 Perspectiva de investimentos das empresas associadas da ABRAF em atividades florestais entre 2011‑2015 ................................................................................................................................................................................................................................................72

Gráfico 2.12 Distribuição da perspectiva de investimento das empresas associadas da ABRAF, período 2011‑2015 .......................72

Gráfico 3.01 Histórico da produção e consumo de celulose no Brasil, 2000‑2010 .............................................................................................................80

Gráfico 3.02 Histórico da produção e consumo de papel no Brasil, 2000‑ 2010 ..................................................................................................................81

Gráfico 3.03 Histórico da produção e consumo de painéis reconstituídos no Brasil, 2000‑2010 ..........................................................................82

Gráfico 3.04 Histórico da produção e consumo de compensados no Brasil, 2000‑2010..............................................................................................83

Gráfico 3.05 Histórico da produção e consumo de madeira serrada no Brasil, 2000‑2010 ........................................................................................84

Gráfico 3.06 Evolução da balança comercial de produtos de florestas plantadas no Brasil, 2000‑2010 .........................................................85

LISTA DE TABELAS, gRÁFIcOS, FIguRAS E BOX

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Gráfico 3.07 Composição da produção sustentada dos plantios florestais por gênero, 2010 .................................................................................87

Gráfico 3.08 Estimativa de produção sustentada dos plantios de Eucalyptus e Pinus por região, 2010.........................................................87

Gráfico 3.09 Distribuição da produção potencial madeireira por região do Brasil, 2010 ..............................................................................................88

Gráfico 3.10 Histórico da produção anual de madeira em tora para uso industrial no Brasil, 2001‑2010 ....................................................88

Gráfico 3.11 Evolução da produção de madeira em tora pelas associadas individuais da ABRAF, 2005‑2010 ........................................89

Gráfico 3.12 Participação do consumo de madeira em tora por segmento, 2010 .............................................................................................................90

Gráfico 3.13 Histórico do consumo de madeira em tora por gênero, 2010 .............................................................................................................................91

Gráfico 3.14 Histórico do consumo de madeira em tora pelas associadas individuais da ABRAF, 2005‑2010 .........................................92

Gráfico 3.15 Distribuição do consumo de madeira em tora das empresas associadas da ABRAF por origem, 2010 ........................92

Gráfico 4.01 Evolução do número de empregos gerados (pessoal admitido, demitido e saldo) no setor florestal no Brasil, 2000‑2010 ......................................................................................................................................................................................................................................99

Gráfico 4.02 Índice FIRJAN de capitais selecionadas e de municípios envolvidos com atividade florestal .............................................. 106

Gráfico 4.03 Proporção de florestas certificadas no mundo por organismo credenciador, 2010 ..................................................................... 110

Gráfico 4.04 Evolução das florestas certificadas no mundo, 1996‑2010 ................................................................................................................................... 110

Gráfico 4.05 Evolução do número de contratados, beneficiários e área plantada nos programas de fomento das associadas da ABRAF – novos (em cada respectivo ano) e acumulado, 2005‑2010 ................................................................... 112

Lista de Figuras

Figura 1.01 Área e distribuição de plantios florestais com Eucalyptus no Brasil, 2010 .................................................................................................27

Figura 1.02 Área e distribuição de plantios florestais com Pinus no Brasil, 2010 ...............................................................................................................28

Figura 1.03 Área e distribuição de plantios florestais no Brasil, 2010 ............................................................................................................................................29

Figura 1.04 Distribuição esquemática dos principais maciços florestais por região do país, 2010 ....................................................................30

Figura 1.05 Área e distribuição de plantios florestais com Eucalyptus e Pinus no Brasil, 2010 .............................................................................32

Figura 1.06 Área e distribuição de plantios florestais com Eucalyptus no Brasil, 2010 .................................................................................................34

Figura 1.07 Área e distribuição de plantios florestais com Pinus no Brasil, 2010 ...............................................................................................................36

Figura 2.01 Evolução do Negócio Florestal Brasileiro ..................................................................................................................................................................................52

Figura 2.02 Principais forças direcionadoras da nova ordem econômica ................................................................................................................................53

Figura 2.03 Diagrama dos conceitos de área de plantio anual e total de florestas plantadas ...............................................................................63

Figura 3.01 Modelo simplificado da cadeia produtiva do setor florestal .................................................................................................................................76

Figura 3.02 Destino dos produtos do setor florestal, 2010 ....................................................................................................................................................................78

Figura 3.03 Localização atual dos principais centros industriais do país – Eucalyptus .................................................................................................79

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LISTA DE SÍMBOLOS, uNIDADES E SIgLAS

Lista de Símbolos e Unidades

§ Parágrafo% Percentuala.a. Ao Anoha Hectaresm³ Metro Cúbicom³/ano Metro Cúbico por anom³/ha.ano Metro Cúbico por hectare anomdc Metro de Carvãonº NúmeroR$ Realt Tonelada

uS$ Dólar Americano

Lista de Siglas

ABIMCI Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada MecanicamenteABIMOVEL Associação Brasileira das Indústrias de MobiliárioABIPA Associação Brasileira da Indústria de Painéis de MadeiraABRAF Associação Brasileira de Produtores de Florestas PlantadasABRASFLOR Associação Brasileira dos Prestadores de Serviços FlorestaisAC Estado do AcreACR Associação Catarinense de Empresas FlorestaisAFUBRA Associação dos Fumicultores do BrasilAGEFLOR Associação Gaúcha de Empresas FlorestaisAGU Advocacia‑Geral da UniãoALICEWEB Sistema de Análise das Informações de Comércio ExteriorAMS Associação Mineira de SilviculturaANEEL Agência Nacional de Energia ElétricaAP Estado do AmapáAPABOR Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de BorrachaAPP Área de Preservação PermanenteAPRE Associação Paranaense de Empresas FlorestaisARETINS Associação dos Reflorestadores do Tocantinsart ArtigoASIBRAS Associação de Siderúrgicas do BrasilBA Estado da Bahia

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BASA Banco da AmazôniaBB Banco do BrasilBCB Banco Central do BrasilBNB Banco do Nordeste do BrasilBNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e SocialBRACELPA Associação Brasileira de Celulose e PapelCAGED Cadastro Geral de Empregados e DesempregadosCEPEA Centro de Estudos Avançados em Economia AplicadaCEPEF Centro de Pesquisas FlorestaisCERNE Centro de Estudos em Recursos Florestais RenováveisCERFLOR Programa Brasileiro de Certificação FlorestalCEMIG Companhia Energética de Minas Gerais S.A.CGU Controladoria‑Geral da UniãoCI Florestas Centro de Inteligência em FlorestasCMN Conselho Monetário NacionalCNA Confederação da Agricultura e Pecuária do BrasilCNI Confederação Nacional da IndústriaCOFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade SocialCOP 16 Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças ClimáticasCSA Canadian Standard AssociationDOU Diário Oficial da UniãoE&R Educação e RendaEGP Edge Glued PanelEMBI+ Emerging Markets Bond Index PlusEMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaES Estado do Espírito SantoESALQ Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”FCO Fundos Constitucionais de Financiamento do Centro‑ OesteFIP Fundo de Investimento em ParticipaçõesFNABF Fórum Nacional de Atividades de Base FlorestalFNE Fundos Constitucionais de Financiamento do NordesteFNO Fundos Constitucionais de Financiamento do NorteFSC Forest Stewardship CouncilFUPEF Fundação de Pesquisas Florestais do ParanáGO Estado de GoiásHDF High Density FiberboardIABr Instituto Aço BrasilIBAMA Instituto Brasileiro do Meio AmbienteIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaIBPT Instituto Brasileiro de Planejamento TributárioICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e ServiçosIDEB Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

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IDH Índice de Desenvolvimento HumanoIEA Instituto de Economia Agrícola de São PauloIFDM Índice FIRJAN de Desenvolvimento MunicipalIFN Inventário Florestal NacionalIMA Incremento Médio AnualINCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma AgráriaIOF Imposto sobre Operações FinanceirasIPCA Índice Nacional de Preços ao Consumidor AmploIPEA Instituto de Pesquisa Econômica AplicadaIPEF Instituto de Pesquisas e Estudos FlorestaisIPI Imposto Sobre Produtos IndustrializadosIRPJ Imposto de Renda de Pessoa JurídicaISS Imposto Sobre ServiçosITR Imposto sobre a Propriedade Territorial RuralKLE KL Energy CorporationKW KilowattLULUCF Land Use, Land-Use Change and ForestryMA Estado do MaranhãoMAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e AbastecimentoMDA Ministério do Desenvolvimento AgrárioMDF Medium Density FiberboardMDIC Ministério do Desenvolvimento Indústria e ComércioMDL Mecanismo de Desenvolvimento LimpoMDP Medium Density ParticleboardMG Estado de Minas GeraisMMA Ministério do Meio AmbienteMP Medida ProvisóriaMRV Mensuração, Reportabilidade e VerificaçãoMS Estado do Mato Grosso do SulMT Estado do Mato GrossoMTE Ministério do Trabalho e EmpregoNAMA Ações de Mitigação Nacionalmente ApropriadasNCM Nomenclatura Comum do MercosulONU Organização das Nações UnidasOSB Oriented Strand BoardP&D Pesquisa e DesenvolvimentoPA Estado do ParáPASEP Programa de Formação do Patrimônio do Servidor PúblicoPEFC Programme for the Endorsement of Forest CertificationPEVS Produção da Extração Vegetal e da SilviculturaPFNM Produtos Florestais Não‑MadeireirosPI Estado do Piauí

LISTA DE SÍMBOLOS, uNIDADES E SIgLAS

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PIB Produto Interno BrutoPIS Programa de Integração SocialPL Projeto de LeiPMVA Produto de maior valor agregadoPND Plano Nacional de DesenvolvimentoPNUD Programa das Nações Unidas para o DesenvolvimentoPR Estado do ParanáPROFLORA Programa de Plantio Comercial e Recuperação de FlorestasPROINFA Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia ElétricaPRONAF Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar FlorestalRAIS Relação Anual de Informações SociaisREDD Redução de Emissões por Desmatamento e DegradaçãoREFLORE Associação Sul Matogrossense de Produtores e Consumidores de Florestas PlantadasRENABIO Rede Nacional de Biomassa para EnergiaRL Reserva LegalRPPN Reserva Particular do Patrimônio NaturalRR Estado de RoraimaRS Estado do Rio Grande do SulS.A. Sociedade AnônimaSBS Sociedade Brasileira de SIlviculturaSBSTA Órgão Subsidiário para Aconselhamento Científico e TecnológicoSC Estado de Santa CatarinaSECEX Secretaria de Comércio ExteriorSELIC Sistema Especial de Liquidação e de CustódiaSFB Serviço Florestal BrasileiroSIDRA Sistema de Recuperação AutomáticaSIF Sociedade de Investigações FlorestaisSINDIFER Sindicato das Indústrias do Ferro no Estado de Minas GeraisSP Estado de São PauloTIMO Timberland Investment Management OrganizationsTJLP Taxa de Juros de Longo PrazoTO Estado de TocantinsUC Unidade de ConservaçãoUF União FederativaUFLA Universidade Federal de LavrasUFPR Universidade Federal do ParanáUFSM Universidade Federal de Santa MariaUFV Universidade Federal de ViçosaVBPF Valor Bruto da Produção FlorestalWB World Bank Group

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Para entender a floresta como um todo, é preciso entender cada uma das suas partes. A água irriga o solo. O solo fortifica

a árvore. A árvore alimenta os pássaros. Os pássaros carregam as sementes. As sementes fazem crescer as matas. As matas

protegem o homem. O homem transforma a comunidade. A comunidade desenvolve o planeta. Este é o ciclo da vida.

E é buscando valorizar essas relações que estamos escrevendo a nossa história, como empresa, como pessoas. As florestas,

assim como os seres humanos, devem crescer admiradas pelo seu valor. Esse é o nosso compromisso. E o futuro que

queremos construir.

Apoiamos a ONU na iniciativa do Ano Internacional das Florestas.

Saiba mais sobre a Fibria em www.fibria.com.br

MAIS FLORESTAS, MAIS VIDA.MAIS VIDA, MAIS FLORESTAS.

admirar ( o valor ) da vida

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FLORESTAS PLANTADAS NO BRASIL

ÁREA PlANTADA COM EUCAlyPTUS E PINUS

ÁREA PlANTADA COM EUCAlyPTUS E PINUS DAS ASSOCIADAS DA ABRAF

FlORESTAS PlANTADAS COM OUTROS GRUPOS DE ESPÉCIES

FlORESTAS PlANTADAS X FlORESTAS NATIvAS

1Capítulo

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22 Capítulo 1 :: Florestas plantadas no Brasil

Florestas Plantadas no Brasil1Capítulo1 FlORESTAS PlANTADAS NO BRASIl

1.1 ÁREA PLANTADA COM EUCALyPTUS E PINUS

Em 2010, a área ocupada por plantios florestais de Eucalyptus e Pinus no Brasil totalizou 6.510.693 ha (Tabela 1.01), sendo 73,0% correspondente à área de plantios de Eucalyptus e 27,0% a plantios de Pinus (Gráfico 1.01).

Gráfico 1.01 Distribuição da área de plantios florestais no Brasil por gênero, 2010

Eucalyptus 73%

Pinus 27%

Fonte: Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

Em relação a 2009, a área de plantios florestais aumentou 3,2% (Gráfico 1.02). No período 2005‑2010, o crescimento acumulado foi de 23,0%, ou seja, 3,5% ao ano.

A expansão dos plantios florestais em 2010, que pode ser considerada modesta, quando comparada com o período 2005‑2009 (4,5% a.a. ou 19,2% no período), foi influenciada por vários fatores, destacando‑se:

• As empresas do setor, com o objetivo de recuperar as margens pré‑crise, não efetuaram todos os investimentos planejados para 2010, incluindo os dedicados à ampliação da base florestal. Além disso, as incertezas relativas ao mercado internacional de vários produtos da cadeia de base florestal postergaram investimentos em novas unidades industriais, prorrogando também a expansão dos plantios. Ademais, os extensos prazos demandados para análise dos pedidos do licenciamento ambiental de novos plantios florestais e, conseqüentemente, na emissão da licença, em especial em alguns estados da federação, também atrasaram a realização de novos investimentos.

• A limitação imposta pelo Parecer no. 1/2008 da Advocacia Geral da União (AGU), publicado no Diário Oficial da União (DOU) de 23 de agosto de 2010, que prevê restrições para a aquisição de terras por estrangeiros, surpreendeu os grupos empresariais na condição de empresas brasileiras de capital estrangeiro, que pretendiam expandir ou implantar novas áreas de plantios florestais de Eucalyptus e Pinus no país. Uma avaliação recente indica que investimentos destinados à implantação de plantios florestais, que foram suspensos ou paralisados, totalizaram R$ 14 bilhões. Adicionalmente, estima‑se que o Brasil deixou de receber R$ 24 bilhões de investimentos relacionados à implantação de novas unidades de celulose e painéis de madeira industrializada, incluindo suas novas bases florestais, tendo em vista que essas fábricas não podem ser implantadas sem a garantia da respectiva base florestal para o fornecimento da madeira.

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23Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 1

A área de plantios de Eucalyptus totalizou 4.754.334 ha (Tabela 1.01). Ressalta‑se que a área plantada desse gênero continua em processo de expansão, todavia, em um ritmo menos acelerado. Em 2010, o crescimento apresentado foi de 5,3% (238.604 ha), ante 6,9% a.a., crescimento médio anual do período 2005‑2009 (Gráfico 1.02).

A área de plantios de Pinus alcançou 1.756.359 ha (Tabela 1.01), 2,1% inferior à de 2009 (Gráfico 1.02). Esse decréscimo de área cultivada evidencia a tendência de estagnação ou até mesmo ligeira redução dos plantios desse gênero, devido em parte à substituição dessas áreas por plantios de Eucalyptus, cujo rendimento em volume é superior ao do Pinus.

Analisando‑se o período 2005‑2010, a redução da área ocupada por Pinus foi de 38.361 ha, ou seja, 0,1% a.a.

Gráfico 1.02 Histórico da área de plantios florestais no Brasil, 2005‑2010

7.000

6.000

5.000

4.000

3.000

2.000

1.000

0

7.000

6.000

5.000

4.000

3.000

2.000

1.000

0

7%

6%

5%

4%

3%

2%

1%

0%

7%

6%

5%

4%

3%

2%

1%

0%

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2005 2006 2007 2008 2009 2010

EUCALyPTUS PINUS

1.00

0 ha

1.00

0 ha

Vari

ação

Anu

al (%

)

Vari

ação

Anu

al (%

)

3.463 1.831

8,2%3,8%

3.746 1.886

8,2%3,0%

3.970 1.875

6,0%

‑0,6%

4.325

1.832

9,0%

‑2,3%4.516

1.795

4,4%

‑2,1%4.754

1.756

5,3%

‑2,1%

7.000

6.000

5.000

4.000

3.000

2.000

1.000

0

7%

6%

5%

4%

3%

2%

1%

0%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

TOTAL (EUCALyPTUS + PINUS)

1.00

0 ha

Vari

ação

Anu

al (%

)

5.294

6,7%

5.632

6,4%

5.844

3,8%

6.158

5,4%

6.310

2,5%

6.511

3,2%

Fonte: Anuário ABRAF (2010), Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

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24 Capítulo 1 :: Florestas plantadas no Brasil

Florestas Plantadas no Brasil1CapítuloTa

bela

1.0

1 Pl

anti

os fl

ores

tais

com

Euc

alyp

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05‑2

010

uF

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ha)

Tota

l (ha

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2005

2006

2007

2008

2009

2010

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2005

2006

2007

2008

2009

2010

MG

1.11

9.25

91.

181.

429

1.21

8.21

21.

278.

210

1.30

0.00

01.

400.

000

149.

915

146.

000

143.

395

145.

000

140.

000

136.

310

1.26

9.17

41.

327.

429

1.36

1.60

71.

423.

210

1.44

0.00

01.

536.

310

SP79

8.52

291

5.84

191

1.90

81.

001.

080

1.02

9.67

01.

044.

813

148.

020

214.

491

209.

621

172.

480

167.

660

162.

005

946.

542

1.13

0.33

21.

121.

529

1.17

3.56

01.

197.

330

1.20

6.81

8

PR11

4.99

612

1.90

812

3.07

014

2.43

015

7.92

016

1.42

267

7.77

268

6.45

370

1.57

871

4.89

069

5.79

068

6.50

979

2.76

880

8.36

182

4.64

885

7.32

085

3.71

084

7.93

1

BA52

7.38

654

0.17

255

0.12

758

7.61

062

8.44

063

1.46

454

.746

54.8

2041

.221

35.0

9031

.040

26.5

7058

2.13

259

4.99

259

1.34

862

2.70

065

9.48

065

8.03

4

SC61

.166

70.3

4174

.008

77.4

4010

0.14

010

2.39

952

7.07

953

0.99

254

8.03

755

1.22

055

0.85

054

5.59

258

8.24

560

1.33

362

2.04

562

8.66

065

0.99

064

7.99

2

RS17

9.69

018

4.24

522

2.24

527

7.32

027

1.98

027

3.04

218

5.08

018

1.37

818

2.37

817

3.16

017

1.21

016

8.95

536

4.77

036

5.62

340

4.62

345

0.48

044

3.19

044

1.99

7

MS

113.

432

119.

319

207.

687

265.

250

290.

890

378.

195

38.9

0928

.500

20.6

9718

.800

16.8

7013

.847

152.

341

147.

819

228.

384

284.

050

307.

760

392.

042

ES20

4.03

520

7.80

020

8.81

921

0.41

020

4.57

020

3.88

54.

898

4.40

84.

093

3.99

03.

940

3.54

620

8.93

321

2.20

821

2.91

221

4.40

020

8.51

020

7.43

1

PA10

6.03

311

5.80

612

6.28

613

6.29

013

9.72

014

8.65

614

914

910

110

00

106.

182

115.

955

126.

387

136.

300

139.

720

148.

656

MA

60.7

4593

.285

106.

802

111.

120

137.

360

151.

403

00

00

00

60.7

4593

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106.

802

111.

120

137.

360

151.

403

GO

47.5

4249

.637

51.2

7956

.880

57.9

4058

.519

13.3

3014

.409

13.8

2815

.200

15.2

0012

.160

60.8

7264

.046

65.1

0772

.080

73.1

4070

.679

AP

60.0

8758

.473

58.8

7463

.310

62.8

8049

.369

27.8

4120

.490

9.00

01.

620

810

1587

.928

78.9

6367

.874

64.9

3063

.690

49.3

84

MT

42.4

1746

.146

57.1

5158

.580

61.5

3061

.950

437

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100

42.4

6046

.153

57.1

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124

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2044

.310

47.5

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070

085

085

085

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124

13.9

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32.7

7045

.160

48.3

92

PI¹

00

00

037

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00

00

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25.2

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25Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 1

Adicionalmente, na Tabela 1.02 observa‑se que a área de plantios de Eucalyptus e Pinus das empresas associadas à ABRAF (individuais e coletivas) representou 50,5% (3.289.090 ha) da área total plantada em 2010 (Tabela 1.03).

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26 Capítulo 1 :: Florestas plantadas no Brasil

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27Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 1

SP1.044.813

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MG1.400.000

MT61.950

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MA151.403

PA148.656

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MS378.195

SC102.399

RS273.042

BA631.464

ES203.885

TOTAL: 4.754.334 ha

uF Eucalyptus (ha)

MG 1.400.000

SP 1.044.813

PR 161.422

BA 631.464

SC 102.399

RS 273.042

MS 378.195

ES 203.885

PA 148.656

MA 151.403

GO 58.519

AP 49.369

MT 61.950

TO 47.542

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Outros 4.650

Total 4.754.334

Fonte: Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

Figura 1.01 Área e distribuição de plantios florestais com Eucalyptus no Brasil, 2010

As Figuras 1.01 e 1.02, a seguir, ilustram a distribuição geográfica da área de plantios florestais no Brasil em 2010, respectivamente para Eucalyptus e Pinus. A Figura 1.03 apresenta a área total e a distribuição acumulada dos plantios florestais com esses dois gêneros no mesmo ano.

PI37.025

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28 Capítulo 1 :: Florestas plantadas no Brasil

Florestas Plantadas no Brasil1Capítulo

SP162.005

PR686.509

MG136.310

GO12.160

TO850

AP15

MS13.847

SC545.592

RS168.955

BA26.570

ES3.546

Figura 1.02 Área e distribuição de plantios florestais com Pinus no Brasil, 2010

uF pinus (ha)

MG 136.310

SP 162.005

PR 686.509

BA 26.570

SC 545.592

RS 168.955

MS 13.847

ES 3.546

PA –

MA –

GO 12.160

AP 15

MT –

TO 850

PI –

Outros –

Total 1.756.359

Fonte: Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

TOTAL: 1.756.359 ha

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29Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 1

uF Total (ha)

MG 1.536.310

SP 1.206.818

PR 847.931

BA 658.034

SC 647.992

RS 441.997

MS 392.042

ES 207.431

PA 148.656

MA 151.403

GO 70.679

AP 49.384

MT 61.950

TO 48.392

PI 37.025

Outros 4.650

Total 6.510.693

Fonte: Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

SP1.206.818

PR847.931

MG1.536.310

MT61.950

GO70.679

TO48.392

MA151.403

PA148.656

AP49.384

MS392.042

SC647.992

RS441.997

BA658.034

PI37.025

ES207.431

Figura 1.03 Área e distribuição de plantios florestais (Eucalyptus e Pinus) no Brasil, 2010

TOTAL: 6.510.693 ha

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30 Capítulo 1 :: Florestas plantadas no Brasil

Florestas Plantadas no Brasil1Capítulo A maior concentração de plantios florestais (Eucalyptus e Pinus) ocorre nas regiões sul e sudeste do país (75,2%), onde também estão localizadas as principais unidades industriais dos segmentos de celulose, papel, painéis de madeira industrializada e siderurgia a carvão vegetal (Figura 1.04).

Figura 1.04 Distribuição esquemática dos principais maciços florestais por região do país, 2010

Fonte: Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

Área de Plantio por Empresas (ha)

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50.001 ‑ 100.000

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31Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 1

Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul destacaram‑se no cenário nacional como os estados detentores de 88,0% da área total de plantios florestais (Gráfico 1.03).

Gráfico 1.03 Distribuição da área de plantios de Eucalyptus e Pinus por estado, 2010

MG 23,6%

SP 18,5%

PR 13,0%

Outros 12%

BA 10,1%

SC 10,0%

RS 6,8%

MS 6,0%

Fonte: Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

No que diz respeito à distribuição geográfica da área plantada por gênero, nos estados do sul predomina a cultura do Pinus e enquanto nas demais regiões a cultura do Eucalyptus é predominante (Figura 1.05).

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32 Capítulo 1 :: Florestas plantadas no Brasil

Florestas Plantadas no Brasil1Capítulo

100%

100%100%

100%

100%

98,2%

1,8%

4,0%

96,0%

82,8%

17,2%

95,8%

4,2%

86,6%

13,4%

81,0%

19,0%

15,8%

84,2%

38,2%

61,8%

98,3%

1,7%91,1%

8,9%

Figura 1.05 Área e distribuição de plantios florestais com Eucalyptus e Pinus no Brasil, 2010

Fonte: Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

Eucalyptus

Pinus

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33Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 1

Em 2010, os estados que apresentaram os maiores índices de crescimento da área de plantios florestais foram o Mato Grosso do Sul (27,4%), Maranhão (10,2%), Tocantins (7,2%), Minas Gerais (6,7%) e Pará (6,4%). O estado do Amapá foi o que apresentou o maior índice de redução de área (22,5% – Gráfico 1.04).

Gráfico 1.04 Crescimento da área plantada com Eucalyptus e Pinus por estado, 2009‑2010

6,7 6,4

‑0,5

0,7

‑0,7‑3,4

27,4

0,8

10,2

‑0,3

7,2

‑0,2

‑22,5

‑0,5

30

20

10

0

‑10

‑20

‑30

MG SP PR BA SC RS MS ES PA MA GO AP MT TO

%

Fonte: Anuário ABRAF (2010); Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

1.1.1 Plantios de Eucalyptus

A área plantada com o gênero totalizou 4.754.334 ha, sendo que 55,8% estavam concentrados na região sudeste (Figura 1.06).

Em âmbito estadual, Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Paraná detinham 86,1% dos plantios do gênero Eucalyptus (Gráfico 1.05).

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34 Capítulo 1 :: Florestas plantadas no Brasil

Florestas Plantadas no Brasil1Capítulo

11%

11%

5%

17%

56%

Figura 1.06 Área e distribuição de plantios florestais com Eucalyptus no Brasil, 2010

Fonte: Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

NoRTE

NoRDESTE

CENTRo‑oESTE

SuDESTE

Sul

Sudeste 55,8%

Nordeste 17,2%

Sul 11,3%

Centro-Oeste 10,5%

Norte 5,2%

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35Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 1

Gráfico 1.05 Distribuição da área de plantios de Eucalyptus por estado, 2010

MG 29,4%

SP 22,0%

Outros 13,9%

BA 13,3%

MS 8,0%

RS 5,7%

ES 4,3%

PR 3,4%

Fonte: Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

Os níveis atuais de preços de terras em mercados consolidados (São Paulo, Paraná e Santa Catarina), estão incentivando a migração da atividade florestal para áreas denominadas de “novas fronteiras florestais”, onde se observa o aumento dos plantios de Eucalyptus, como o caso dos estados do Maranhão, Piauí, Tocantins e Pará. Ressalta‑se que são os investimentos de grandes empresas produtoras de celulose e painéis de madeira os maiores contribuintes para o financiamento desses novos plantios. Esse fato é corroborado pelo crescimento da área de plantios de Eucalyptus, entre 2009 e 2010, no Mato Grosso do Sul (30,0%) e Maranhão (10,2%), como observado no Gráfico 1.06.

Gráfico 1.06 Crescimento percentual da área plantada com Eucalyptus por estado, 2010

7,7 6,42,3 0,72,2 1,0

30,0

1,5

10,2

0,4

7,3

0,5

‑21,5

‑0,3

40

30

20

10

0

‑10

‑20

‑30

‑40

MG SP PR BA SC RS MS ES PA MA GO AP MT TO

%

Fonte: Anuário ABRAF (2010), Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

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36 Capítulo 1 :: Florestas plantadas no Brasil

Florestas Plantadas no Brasil1Capítulo1.1.2 Plantios de Pinus

A área plantada com Pinus no Brasil (1.756.359 ha) está concentrada principalmente na região sul do país (79,8%), devido às condições edafoclimáticas e à localização dos principais centros processadores desse tipo de madeira (Figura 1.07).

17%

80%

1%

Figura 1.07 Área e distribuição de plantios florestais com Pinus no Brasil, 2010

Fonte: Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

NoRTE

NoRDESTE

CENTRo‑oESTE

SuDESTE

Sul

Sul 79,8%

Sudeste 17,2%

Centro-Oeste 1,5%

Nordeste 1,5%

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37Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 1

O estado do Paraná lidera o ranking de área plantada de Pinus com 31,9% da área total nacional, seguido por Santa Catarina, que possui 31,1% da área total (Gráfico 1.07).

Gráfico 1.07 Distribuição da área plantada com Pinus por estado, 2010

PR 39,1%

SC 31,1%

RS 9,6%

SP 9,2%

MG 7,8%

Outros 3,2%

Fonte: Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

Os estados que apresentaram as maiores reduções absolutas da área de plantios de Pinus foram Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Bahia, totalizando o decréscimo de 24.664 ha. Relativamente, destacam‑se as reduções evidenciadas no Mato Grosso do Sul e Bahia (Gráfico 1.08).

Gráfico 1.08 Crescimento percentual da área plantada com Pinus por estado, 2009‑2010

‑2,5

‑20,0

‑1,0‑1,3

‑17,9

‑3,4‑1,3

‑14,4

‑10,0

30

20

10

0

‑10

‑20

‑30

MG SP PR BA SC RS MS ES GO

%

Fonte: Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

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38 Capítulo 1 :: Florestas plantadas no Brasil

Florestas Plantadas no Brasil1Capítulo1.2 ÁREA PLANTADA COM EUCALyPTUS E PINUS DAS ASSOCIADAS DA ABRAF

Em 2010, a área de plantios de Eucalyptus e Pinus das empresas associadas à ABRAF (individuais e coletivas) representou 50,5% (3.289.090 ha) da área brasileira de plantios florestais. Historicamente, a participação relativa das associadas da ABRAF (individuais e coletivas) está aumentando, conforme apresentado no Gráfico 1.09, devido à expansão da base florestal das empresas já associadas, bem como devido às novas filiações.

Gráfico 1.09 Evolução da participação das associadas da ABRAF na área de plantios florestais, 2010

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

44% 47%

56%

45%

55%

43% 42%

57% 58%

44%

56%

44%

56% 53%

Associadas da ABRAF Não Associadas da ABRAF

Fonte: Anuário ABRAF (2010), Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

Em âmbito estadual, a representatividade da área das associadas da ABRAF varia significativamente. Por exemplo, nos estados do Piauí, Bahia e Espírito Santo, mais de 80,0% da área plantada pertence às empresas associadas da ABRAF. Por outro lado, menos de 30,0% da área plantada nos estados do Mato Grosso, Tocantins, Pará e Santa Catarina pertencem às empresas associadas da ABRAF. Goiás e Amapá são os únicos estados em que 100% da sua área plantada não estão vinculados a nenhuma empresa associada à ABRAF (Gráfico 1.10).

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39Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 1

Gráfico 1.10 Representatividade das associadas individuais e coletivas da ABRAF por estado, 2010

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

MG SP PR BA SC RS MS ES PA MA GO AP MT TO PI RJ

42%

58%

52%

48%

80%

20%

29%

71%

68%

32%

59%

41%

80%

20%

20%

80%

44%

56%

100% 100%

6%

94%

10%

90%

82%

18%

51%

49%

48%

52%

Associadas da ABRAF Não Associadas da ABRAF

Fonte: Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

A distribuição da área plantada das empresas associadas da ABRAF (individuais e coletivas) por estado é similar à distribuição da área plantada total, uma vez que 90,8% dos plantios estão concentrados em Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina (Gráfico 1.11).

Gráfico 1.11 Distribuição da área plantada das associadas individuais e coletivas da ABRAF por estado, 2010

MG 23,8%

SP 15,5%

BA 16,1%

PR 13,5%

RS 9,2%

Outros 9,2%

MS 7,1%

SC 5,7%

Fonte: Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011).

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40 Capítulo 1 :: Florestas plantadas no Brasil

Florestas Plantadas no Brasil1Capítulo1.2.1 Associadas Individuais da ABRAF

Em 2010, a área de plantios florestais das empresas associadas individuais da ABRAF foi de 3.056.819 ha, distribuída em 14 estados da federação. Os plantios de Eucalyptus totalizaram 2.633.792 ha e os plantios de Pinus 423.027 ha.

O Gráfico 1.12 ilustra a distribuição da área de plantios florestais por estado, separadamente para Eucalyptus e Pinus.

Gráfico 1.12 Distribuição da área plantada das associadas individuais da ABRAF por estado, 2010

EUCALyPTUS PINUS

PR 57,7%

SC 33,0%

SP 3,6%

MG 3,2%

MS 2,4%

Outros 0,1%

MG 29,1%

BA 20,1%

SP 18,4%

Outros 10,1%

MS 8,5%

RS 7,7%

ES 6,3%

Fonte: Associadas individuais da ABRAF (2011).

O aumento da área de plantios ligados às empresas associadas individuais da ABRAF (10,8%) superou o resultado consolidado para o país (3,2%). Todavia, ressalta‑se que parte desse crescimento deveu‑se à filiação de duas novas empresas associadas individuais à ABRAF, as quais, sobretudo cultivam Pinus (Gráfico 1.13).

Gráfico 1.13 Evolução da área de plantios das empresas associadas individuais da ABRAF, 2005‑2010

3,5

3,0

2,5

2,0

1,5

1,0

0,5

0

2005 2006 2007 2008 2009 2010

Eucalyptus Pinus

Milh

ões

(ha) 0,31

2,13

0,31

2,43

0,32

2,45

0,42

2,63

0,33

2,09

0,35

2,02

Fonte: Associadas individuais da ABRAF (2011).

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41Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 1

Analisando separadamente a evolução da área de Eucalyptus, nota‑se que o crescimento acumulado no período 2004‑2010 foi de aproximadamente 42,5% (Gráfico 1.14). Para o Pinus, o crescimento foi de 27,0%.

Gráfico 1.14 Evolução relativa das áreas de plantios das empresas associadas individuais da ABRAF por espécie, 2004‑2010

127

143

95

132

94

131

93

115

100

113

105

109

100

PinusEucalyptus

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

160

140

120

100

80

60

40

20

0

%

Fonte: Associadas individuais da ABRAF (2011).

Quanto à distribuição da área plantada das associadas individuais da ABRAF por segmento industrial, destaca‑se a participação das indústrias de celulose e siderurgia, 64,7% e 18,6%, respectivamente. Particularmente, em relação ao Eucalyptus, o segmento de celulose e papel concentra 68,0% da área plantada, seguido pelos segmentos de siderurgia (20,9%), painéis de madeira industrializada (6,8%) e produtores independentes (4,2%). No caso do Pinus, além do segmento de papel e celulose (44,1%), os segmentos mais representativos são o de produtores independentes e o de painéis de madeira industrializada, que detêm, respectivamente, 29,5% e 21,1% da área plantada (Gráfico 1.15).

Gráfico 1.15 Distribuição das áreas de plantios florestais com Eucalyptus e Pinus das associadas individuais da ABRAF por segmento industrial, 2010

C&P 68,0%

Siderurgia 20,9%

Painéis 6,8%

Produtores Independentes 4,2%

C&P 44,1%

Siderurgia 5,3%

Painéis 21,1%

Produtores Independentes 29,5%

EUCALyPTUS PINUS

Fonte: Associadas individuais da ABRAF (2011).

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42 Capítulo 1 :: Florestas plantadas no Brasil

Florestas Plantadas no Brasil1Capítulo Ressalta‑se que essas estatísticas retratam o processo de formação do setor florestal brasileiro, uma vez que a maior parte dos investimentos para formação de plantios florestais foram consequência do desenvolvimento do segmento de papel e celulose.

Na Tabela 1.04 apresenta‑se a evolução da distribuição das áreas de plantios com Eucalyptus e Pinus das associadas individuais da ABRAF por tipo de propriedade. Nota‑se que em 2010 os plantios estabelecidos em áreas próprias aumentaram 13,0% (263.863 ha) e os plantios implantados em terras arrendadas 12,0% (40.689 ha). Por outro lado, a área de fomento sofreu um decréscimo da ordem de 2,0% (8.111 ha).

Tabela 1.04 Evolução da distribuição das áreas de plantios florestais com Eucalyptus e Pinus das associadas individuais da ABRAF por tipo de propriedade, 2009 e 2010

uFplantios Florestais (ha) – 2009 plantios Florestais (ha) – 2010 Variação Relativa (%)

própria Fomento Arrendamento Total própria Fomento Arrendamento Total própria Fomento Arrendamento Total

MG 611.202 78.028 82.800 772.030 592.161 92.283 95.454 779.898 ‑3,0 18,0 15,0 1,0

BA 373.756 121.321 9.010 504.087 398.205 121.790 9.010 529.004 7,0 0,0 0,0 5,0

SP 242.308 87.205 104.748 434.261 328.322 63.060 107.442 498.823 35,0 ‑28,0 3,0 15,0

PR 147.039 71.285 25.224 243.548 276.973 54.169 25.239 356.381 88,0 ‑24,0 0,0 46,0

MS 111.190 656 72.639 184.485 121.602 32.411 78.698 232.711 9,0 4.841,0 8,0 26,0

RS 189.028 23.663 3.359 216.050 159.240 28.333 14.314 201.886 ‑16,0 20,0 326,0 ‑7,0

ES 129.477 41.299 1.260 172.036 122.537 42.364 1.259 166.160 ‑5,0 3,0 0,0 ‑3,0

SC 112.956 32.708 15.074 160.738 129.120 13.344 14.451 156.916 14,0 ‑59,0 ‑4,0 ‑2,0

MA 46.664 ‑ ‑ 46.664 66.986 ‑ ‑ 66.986 44,0 0,0 0,0 44,0

PI – ‑ ‑ ‑ 29.895 ‑ ‑ 29.895 0,0 0,0 0,0 0,0

PA – ‑ ‑ ‑ ‑ ‑ 29.224 29.224 0,0 0,0 0,0 0,0

Outros¹ 4.540 545 21.395 26.480 6.982 845 1.108 8.935 54,0 55,0 ‑95,0 ‑66,0

Total 1.968.160 456.710 335.509 2.760.379 2.232.023 448.599 376.198 3.056.819 13,0 ‑2,0 12,0 11,0

Fonte: Anuário ABRAF (2010) e Associadas individuais da ABRAF (2011).¹ “Outros” compreendem os estados do Mato Grosso, Tocantins e Rio de Janeiro.

Em linhas gerais, a área de plantios florestais estabelecidos em terras próprias representou mais de 50,0% da área de plantios, sendo exceção o estado do Pará, onde 100% dos plantios florestais foram estabelecidos em áreas arrendadas. Os estados mais expressivos em relação à modalidade fomento são Espírito Santo e Bahia, com 25,5% e 23,0%, respectivamente (Gráfico 1.16).

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43Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 1

Gráfico 1.16 Distribuição das áreas de plantios florestais com Eucalyptus e Pinus das associadas individuais da ABRAF por tipo de propriedade por estado, 2010

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

MG SP PR BA SC RS MS ES PA MA Outros

76%

12%

12%

82%

9%

9%

78%

15%

7%

52%

34%

14%

100%

66%

13%

22%

79%

7%

14%

100%

75%

23%

74%

25%

95%

2%

Própria Fomento Arrendamento

2% 1% 3%

Fonte: Associadas individuais da ABRAF (2011).

Em 2010, o crescimento dos plantios florestais das associadas individuais da ABRAF estabelecidos em áreas próprias foi de 13,4%, os plantios estabelecidos em áreas arrendadas tiveram um aumento de aproximadamente 12,0% e as áreas de fomento recuaram 1,8%.

Ressalta‑se que a redução da área de fomento deveu‑se a ajustes na metodologia de classificação da modalidade de posse. Em síntese, desconsiderou‑se áreas que anteriormente eram classificadas como fomento, mas na verdade eram fruto de plantios independentes, incentivados pela extensão rural.

Gráfico 1.17 Evolução da distribuição das áreas de plantios florestais com Eucalyptus e Pinus das associadas individuais da ABRAF por tipo de propriedade, 2005‑2010

3,5%

3,0%

2,5%

2,0%

1,5%

1,0%

0,5%

0%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

Milh

ões

(ha) 0,2%

0,4%

1,8%

0,2%0,3%

1,9%

0,2%0,3%

1,9%

0,3%

0,4%

2,0%

0,3%

0,5%

2,0%

0,4%

0,4%

2,2%

Própria Fomento Arrendamento

Fonte: Anuário ABRAF (2010) e Associadas individuais da ABRAF (2011).

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44 Capítulo 1 :: Florestas plantadas no Brasil

Florestas Plantadas no Brasil1Capítulo A participação das florestas próprias no conjunto da base florestal permaneceu praticamente estável desde 2008. Todavia, é nítido que as empresas, através dos programas de fomento, buscam otimizar a segurança de suprimento de madeira com a redução do montante de capital próprio imobilizado em ativo fixo, promovendo os programas de fomento, com a consequente geração de emprego e o incremento da renda local, e praticando também a modalidade de arrendamento de terras (Gráfico 1.18).

Gráfico 1.18 Evolução da participação das modalidades de propriedade das associadas individuais da ABRAF, 2005‑2010

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

8%

11%

81%

9%

13%

78%

10%

14%

76%

11%

16%

73%

12%

17%

71%

12%

15%

73%

Própria Fomento Arrendamento

Fonte: Anuário ABRAF (2010) e Associadas individuais da ABRAF (2011).

1.3. FLORESTAS PLANTADAS COM OUTROS GRUPOS DE ESPéCIES

Em 2010, a área ocupada por plantios florestais de espécies não convencionais, como Acácia, Teca, Araucária, Pópulus, Seringueira, Paricá, entre outras, representou 6,6% da área total de plantios florestais no Brasil (Tabela 1.05).

Tabela 1.05 Área total de plantios florestais por gênero no Brasil, 2010

gênerosÁrea

ha %

Eucalyptus 4.754.334 68,2%

Pinus 1.756.359 25,2%

Outros ¹ 462.390 6,6%

Total 6.973.083 100,0%

Fonte: Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).¹ Outros gêneros contemplam as espécies: Acácia, Seringueira, Paricá, Teca, Araucária e Pópulus, etc.

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45Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 1

Em relação a 2009, a área plantada com essas espécies apresentou uma retração de 2,0% (Tabela 1.06).

Tabela 1.06 Características e área de plantios florestais com outros grupos de espécies no Brasil, 2009 e 2010

Espécies Nome Científico EstadosÁrea (ha)

principais usos2009 2010

AcáciaAcacia mearnsii e Acacia

mangiumRS, RR 174.150 127.601

Madeira: energia, carvão, cavaco p/ celulose, painéis de madeira Tanino: curtumes, adesivos, petrolífero, borrachas

Seringueira² Hevea brasiliensis SP, MT, BA 128.460 159.500Madeira: energia e móveis (em estudo)

Seiva: Borracha

ParicáSchizolobium amazonicum

PA, MA 85.320 85.470Lâmina e compensado, forros, palitos, papel, móveis,

acabamentos e molduras

Teca Tectona grandis MT, AM, AC, PA 65.240 65.440Construção civil (portas, janelas, lambris, painéis, forros),

assoalhos e decks, móveis, embarcações e lâminas decorativas

Araucária Araucaria angustifolia PR, SC 12.110 11.190Serrados, lâminas, forros, molduras, ripas, caixotaria,

estrutura de móveis, fósforo, lápis e carretéis

Pópulus Populus spp. PR, SC 4.030 4.220Fósforos, partes de móveis, portas, marcenaria interior,

brinquedos, utensílios de cozinha

Outras1 - - 2.740 8.969 ‑

Total 472.050 462.390

Fonte: Anuário ABRAF (2010), Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).¹ Áreas com florestas tais como bracatinga, uva‑do‑japão, pupunha, entre outras.² A área de seringueira de 2009 foi alterada a partir de informações enviadas pela APABOR (Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha).

As espécies Acacia mearnsii e Acacia mangium são originárias da Austrália, Nova Guiné e Indonésia. No Brasil, o gênero é cultivado com a finalidade de extração de tanino a partir da casca, para as indústrias de curtume, bem como para a utilização de sua madeira na indústria de celulose, energia e painéis de madeira industrializada. Em linhas gerais, a área plantada com o gênero no Brasil vem apresentando redução desde 2008. Em 2010, a área de plantios totalizou 127.600 ha, valor 26,7% inferior ao de 2009. Ressalta‑se que parte da redução de área deveu‑se a atualização dos indicadores de área plantada fornecidos por empresas não associadas da ABRAF.

A espécie Hevea brasiliensis (Seringueira) é uma espécie cultivada de modo extrativo ou em plantios comerciais, com a finalidade de produção da borracha natural. A madeira, extraída quando o ciclo produtivo de resina das árvores se completa, destina‑se principalmente às indústrias do segmento energético e de movelaria. Em 2010, a área plantada com Seringueira no Brasil totalizou 159.500 ha, valor significativamente maior do que o apresentado em 2009. Todavia, esse aumento não se deveu a um crescimento dos plantios, mas sim a atualização da estatística oficial.

A espécie Schizolobium amazonicum, conhecida popularmente como Paricá, tem seus plantios concentrados no Pará e Maranhão. O principal uso da madeira de Paricá é a produção de laminados e compensados. Em 2010, a área plantada com a espécie atingiu 85.470 ha, mantendo‑se praticamente estável comparativamente ao ano anterior.

A Teca (Tectona grandis) é nativa das florestas tropicais índicas e asiáticas. No Brasil é plantada em escala comercial nos estados do Mato Grosso, Amazonas, Acre e Pará. A madeira da espécie é utilizada principalmente na indústria naval, construção civil, indústria moveleira, fabricação de assoalhos e de decks. Em relação a 2009, a área de plantios florestais com Teca no Brasil cresceu 0,3%, totalizando 65.440 ha.

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46 Capítulo 1 :: Florestas plantadas no Brasil

Florestas Plantadas no Brasil1Capítulo A Araucaria angustifolia é uma espécie originária da região sul e sudeste do Brasil. Os plantios comerciais de Araucária estão concentrados nos estados do Paraná e Santa Catarina. A madeira é de alta qualidade e destinada à fabricação de serrados e laminados e à indústria moveleira, além de utilização reduzida na indústria de papel. Ressalta‑se que os plantios de Araucária estão reduzindo ao longo dos últimos anos, devido em parte pela preferência dos produtores florestais em relação ao uso de espécies de rápido crescimento (Pinus e Eucalyptus) e, principalmente, devido às restrições normativas e legais para preservação da espécie. Em relação a 2009 os plantios de Araucária diminuíram em termos absolutos 920 ha (7,6%).

O Pópulus (Populus spp.) é empregado comercialmente desde 1990 no Brasil, essa espécie é usualmente utilizada para a fabricação de palitos de fósforos e na indústria moveleira. As áreas plantadas com espécies desse gênero são encontradas principalmente no sul do Brasil. Em 2010, esse grupo de espécie atingiu 4.220 ha, apresentando um acréscimo de 4,7% com relação a 2009.

1.4 FLORESTAS PLANTADAS X FLORESTAS NATIVAS

A Tabela 1.07 apresenta a evolução (2009‑2010) da distribuição das áreas de plantios florestais e florestas nativas pertencentes às associadas individuais da ABRAF.

Tabela 1.07 Distribuição das áreas de plantios florestais próprios e florestas nativas preservadas pelas associadas individuais da ABRAF por estado, 2009 e 2010

uF Área de Florestal (ha) – 2009 Área de Florestal (ha) – 2010

plantios próprios¹ Nativas² (ha) plantios próprios¹ Nativas² (ha)

MG 611.202 545.734 592.161 465.345

BA 373.756 304.906 398.205 306.611

SP 242.308 175.165 328.322 201.276

PR 147.039 152.660 276.973 212.711

RS 189.028 153.452 159.240 168.245

ES 129.477 74.734 122.537 74.418

SC 112.956 120.045 129.120 118.104

MS 111.190 80.555 121.602 84.358

MA 46.664 97.987 66.986 112.007

Outros³ 4.540 49.015 36.877 72.662

Total 1.968.160 1.754.253 2.232.023 1.815.738

Fonte: Anuário ABRAF (2010), Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).¹ Apenas florestas próprias das associadas individuais da ABRAF, não incluindo áreas de fomento florestal e arrendamento.² Inclui RPPN, Área de Preservação Permanente, Reserva Legal e Outras.³ “Outros” inclui áreas do estado do Pará, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Piauí e Tocantins.

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47Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 1

Em 2010, a área com florestas nativas preservadas pelas associadas individuais da ABRAF foi 3,5% superior à do ano anterior, o que representa um acréscimo de 61.485 ha. Em relação ao índice «área nativa/área plantada» nota‑se que para cada 1,0 ha de plantios florestais as associadas contribuem com a preservação de 0,81 ha de florestas nativas. O valor desse indicador foi próximo ao obtido em 2009, quando para cada 1,0 ha de plantios florestais era preservado 0,89 ha de floresta nativa.

O estado do Paraná foi o que apresentou o maior aumento em áreas preservadas entre as associadas individuais da ABRAF (39,3%), totalizando 212.711 ha preservados. Ressalta‑se que esse aumento deveu‑se a filiação a ABRAF de duas empresas que desenvolvem atividades no estado.

Os estados compreendidos pela classe “outros”, ou seja, Pará, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Piauí e Tocantins, juntos obtiveram aumento de 48,2% nas áreas de florestas naturais das associadas individuais da ABRAF, totalizando 72.662 ha em 2010.

Ressalta‑se que nos estados de MG e SC a redução da área de florestas nativas, preservadas pelas associadas da ABRAF, deveu‑se à alienação de dois ativos florestais, para empresas não contempladas nas estatísticas das associadas.

O Gráfico 1.19 apresenta a área de plantios florestais e florestas nativas preservadas pelas associadas individuais da ABRAF por estado em 2010, em termos absolutos, bem como a relação entre área de preservação e área total de florestas (plantada + nativa).

Gráfico 1.19 Área de plantios florestais e florestas nativas preservadas pelas associadas individuais da ABRAF por estado, 2010

MG BA SP PR RS ES SC MS MA Outros

0,2

0,20,3

0,2

0,1

0,1

0,10,1

0,4

0,3

0,1

0,10,3

0,2

0,1

0,1

0,00,1

0,5

0,6

Plantios Florestais Florestas Nativas Percentual de Florestas Nativas

1,2

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

Milh

ões

(ha)

43%41%

66%

44%

38%38%

48%

63%

44%

51%

Fonte: Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

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SILvIcuLTuRA DE FLORESTAS PLANTADAS

PANORAMA GERAl

PANORAMAS SETORIAIS

DESTAQUES DA SIlvICUlTURA EM 2010

ÁREA DE PlANTIO ANUAl

TECNOlOGIAS E PRODUTIvIDADE FlORESTAl

INvESTIMENTOS

2Capítulo

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50 Capítulo 2 :: silviCultura de Florestas plantadas

Silvicultura de Florestas Plantadas2Capítulo2 SIlvICUlTURA DE FlORESTAS PlANTADAS

2.1 PANORAMA GERAL

2.1.1 Conjuntura Econômica em 2010

Embora os desdobramentos da crise econômico‑financeira mundial ainda permanecessem imprevisíveis, durante o ano de 2009, várias iniciativas foram adotadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central do Brasil (BC) para manter o nível da atividade econômica e a normalidade do sistema financeiro nacional. Dentre as principais medidas adotadas, destacou‑se a redução da taxa básica de juros. Ademais, o Banco Central estava autorizado a utilizar parte das reservas internacionais para financiar as empresas brasileiras no exterior.

Apesar das medidas adotadas, os indicadores da economia brasileira em 2009 (Gráfico 2.01) refletiram o cenário internacional. Ressalta‑se, entretanto, que os níveis apresentados também evidenciaram a capacidade da economia nacional para enfrentar os efeitos advindos da crise.

Em 2010, a economia nacional consolidou sua trajetória de expansão. O nível de atividade econômica, expresso pelo crescimento do PIB (7,5%), foi a maior taxa desde 1985 e elevou a economia do país à 7ª posição no ranking das maiores economias mundiais. Entre as principais economias emergentes, a expansão brasileira destacou‑se entre as mais representativas, atrás apenas da China e Índia. Ressalta‑se que os fatores que levaram a este crescimento estão diretamente relacionados à alta do consumo interno, fruto da elevação da massa salarial, da expansão do crédito e do aumento das despesas governamentais.

No ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mensura a inflação oficial brasileira, registrou alta de 5,8%, ficando acima do centro da meta estipulada pelo Banco Central (BC), de 4,5%, e em patamar equivalente ao apresentado em 2008. Segundo o IBGE, 40% do total do IPCA decorreram do aumento dos preços dos alimentos, que subiram 10,4% em 2010.

Em relação ao câmbio, a taxação dos investimentos estrangeiros no mercado de ações brasileiro apenas amenizou temporariamente a desvalorização da moeda americana. Assim a cotação média de 2010, em trajetória descendente, foi R$ 1,76/US$ 1,00, 12,0% inferior aos indicadores de 2009.

A taxa básica de juros, a Selic, voltou a subir na segunda metade do ano. A taxa média de 2010 foi 10% a.a, aumento de 0,1% em relação a 2009.

Segundo as estimativas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a taxa de desemprego atingiu o menor patamar (6,8%) de toda série histórica iniciada em 2002, reflexo do crescimento formal da economia.

Um dos principais termômetros da confiança dos investidores na economia brasileira, o Emerging Markets Bond Index Plus (EMBI+) calculado pelo Banco JP Morgan Chase, comumente conhecido como Risco País, fechou o ano de 2010 aos 202 pontos (média), perante os 306 pontos registrados em 2009.

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51silviCultura de Florestas plantadas :: Capítulo 2

Gráfico 2.01 Evolução dos principais indicadores macroeconômicos brasileiros, 2003 – 2010

PIB Variação (%) Juros – Selic (%)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

8,0

7,0

6,0

5,0

4,0

3,0

2,0

1,0

0,0

-1,0

-2,0

1,1

5,7

3,2

4,0

6,15,2

-0,6

7,5

%

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

23,1

16,4

19,1

15,1

12,0

12,5

9,9

10,0

25,0

22,5

20,0

17,5

15,0

12,5

10,0

7,5

5,0%

Inflação (%) Taxa de Câmbio – Média do Ano (R$/US$)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

9,3

7,6

5,7

3,1

4,5

5,9

4,3

5,9

10,0

9,0

8,0

7,0

6,0

5,0

4,0

3,0

2,0

1,0

0,0

%

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

3,1

2,9

2,4

2,2

1,91,8

2,0

1,76

3,2

3,0

2,8

2,6

2,4

2,2

2,0

1,8

1,6

1,4

R$/U

S$

Taxa de Desemprego (%) Risco Brasil

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

10,5

9,710,2

9,28,9

7,8

9,1

6,8

12,0

11,0

10,0

9,0

8,0

7,0

6,0

5,0

4,0

%

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

837

539

398

235180

299 306

202

1.000

900

800

700

600

500

400

300

200

100

0

Fonte: IPEA, BC, BB e BM.

Ressalta‑se que o tripé formado por altos juros reais, moeda nacional sobrevalorizada e pressão inflacionária eminente, caracterizou o ano de 2010 e continuará sendo um desafio para o setor de florestas plantadas.

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52 Capítulo 2 :: silviCultura de Florestas plantadas

Silvicultura de Florestas Plantadas2Capítulo2.2 PANORAMAS SETORIAIS

2.2.1 Mercado Florestal Brasileiro – Contexto e Tendências

A análise do histórico recente do setor florestal evidencia três fases distintas (Figura 2.01). A primeira fase

(1960‑1980), responsável pela formação da base florestal, resultou de uma “política estratégica” governamental de

concessão de incentivos fiscais para formação de plantios florestais. A segunda fase (1980‑ 2000) faz referência à

profissionalização do setor florestal. Na terceira fase (2000‑2010) ocorreu a consolidação do Brasil como um grande

player internacional do setor de florestas plantadas. Essa fase caracterizou‑se pela ampliação das áreas de plantios e pela

consolidação do processo de desenvolvimento tecnológico do setor (ganho de produtividade).

Figura 2.01 Evolução do Negócio Florestal Brasileiro

Formação da Base Florestal

(1960‑1980)

• PND

• vocação

• Incentivos Fiscais

• Curva de Aprendizado

• Baixa Produtividade

• Início do Processo de Industrialização

Consolidação do Negócio Florestal

(1980‑2000)

• Extrativismo Sustentabilidade

• Melhoramento Genético

• Incremento da Produtividade

• Expansão do Negócio

• Diversificação de Usos

• Aumento da Competitividade

• Preocupação Socioambiental

• Consolidação do Processo e Industrialização

• Formação dos clusters regionais

Operação de ClasseMundial

(2000‑2010)

• Desenvolvimento Sustentável

• Novas Fronteiras

• Novos Produtos/Processos

• Otimização da logística

• Biotecnologia

• Novos investidores

• Brasil Player Internacional

• Acirramento da Competição

Fonte: Pöyry Silviconsult (2011).

As principais forças de sustentação e expansão da competitividade do setor florestal estão baseadas no tripé site,

tecnologia e gestão, na atual dinâmica da economia brasileira, na demanda crescente por produtos e energias renováveis e

na mudança do modelo global de desenvolvimento, cada vez mais fundamentada no conceito de sustentabilidade.

Em direção oposta, as forças de contenção do setor florestal relacionam‑se aos gargalos da infraestrutura

brasileira, ao custo e disponibilidade da terra cultivável (principalmente nas regiões onde os clusters estão consolidados), à

carência de políticas públicas e ações efetivas para o desenvolvimento setorial, a demora dos processos de licenciamento

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53silviCultura de Florestas plantadas :: Capítulo 2

ambiental e, por último, às restrições ou limitações governamentais impostas para o desenvolvimento da atividade, como,

por exemplo, a recente limitação de compra de terras por empresas brasileiras com participação de capital estrangeiro

superior a 50%.

Além das forças especificadas, os movimentos socioambientais, a proposta do novo código florestal, o papel

das florestas plantadas como sumidouros de carbono no cenário do aquecimento global, a ascensão de novos players

internacionais e a própria organização do mercado florestal brasileiro (verticalizado) são elementos importantes a serem

considerados.

Figura 2.02 Principais forças direcionadoras da nova ordem econômica

• Competitividade (Site-Tecnologia-Gestão)

• Dinamização da Economia Brasileira

• Demanda Crescente por Produtos Sustentáveis

• Energia Renovável

• Pagamento por serviços ambientais

• Infraestrutura

• Conflito por Água

• Custo e Disponibilidade de Terra

• Carência de Políticas AmbientaisMovim

entos Socioambientais

Novo Código Florestal

Informações d

e Mercado

Competição M

undial Acco

untability

Aquecimento Global

Forç

as d

e Su

sten

taçã

o e

de E

xpan

são

Forças de Contenção

Fonte: Pöyry Silviconsult (2011).

É com base nessas análises que as principais tendências para o setor florestal podem ser delineadas.

A curto e médio prazo:

• Aumento da área de plantios florestais.

• Intensificação da migração do negócio florestal para o hemisfério sul (principalmente América Latina e África).

• Consolidação das novas fronteiras florestais brasileiras.

• Substituição parcial dos plantios de Pinus por florestas de Eucalyptus no Sul e Sudeste do Brasil.

• Desenvolvimento de novos mercados (produtos e negócios, como as biorrefinarias e as bioenergéticas).

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54 Capítulo 2 :: silviCultura de Florestas plantadas

Silvicultura de Florestas Plantadas2Capítulo A longo prazo:

• Estabilização e redução do crescimento da atividade florestal no sul do Brasil e crescimento nas regiões

Centro‑oeste e Nordeste do Brasil.

• Aumento da utilização do Eucalyptus como multiproduto.

• Consolidação do modelo de clusters florestais.

• Aumento da competitividade de outros países da América do Sul e África.

• Novos produtos florestais (energia, bioprodutos e pagamento por serviços ambientais).

• Aumento da importância da silvicultura no controle das mudanças climáticas, com o reconhecimento e

valoração dos créditos de carbono gerados pelas florestas em crescimento.

• Crescimento da importância do setor florestal na economia do país.

Em síntese, configura‑se um cenário positivo a médio e longo prazo para o setor florestal. Entretanto, uma série

de desafios deverá ser enfrentada até que os bons resultados se consolidem.

2.2.2 Papel e Celulose

A produção brasileira de celulose de fibra curta (Eucalyptus) nasceu com o simples objetivo de ser uma

alternativa local ao produto importado da Europa e dos Estados Unidos. Entretanto, esse produto ganhou força e,

impulsionada por uma competitividade muito superior à dos demais países, sua escala de produção aumentou 5 vezes

nos últimos 40 anos.

Os resultados do setor de celulose e papel em 2010 indicaram avanços significativos tanto na consolidação do

Brasil no mercado externo quanto no crescimento doméstico, mostrando que o setor seguiu o caminho de superação da

crise financeira internacional de 2009, aumentando a produção e recuperando a receita de exportação.

A produção de celulose nacional totalizou 14,1 milhões de toneladas em 2010, crescimento de 4,5% em relação

ao ano anterior. O patamar atual de produção coloca o Brasil no 4º lugar do ranking mundial dos produtores de celulose.

No mesmo período, o consumo interno atingiu 6,1 milhões de toneladas, 9,1% superior ao registrado em 2009.

As exportações de celulose no acumulado de 2010 atingiram 8,8 milhões de toneladas, avanço de 2,5% ante o

ano anterior. Em valor, as vendas externas totalizaram US$ 4,8 bilhões, alta de 43,6% ante 2009. Europa e China continuam

sendo os dois maiores destinos da produção brasileira.

De acordo com a Bracelpa, as empresas brasileiras produziram 9,8 milhões de toneladas de papel em 2010. Desse

total, quase metade correspondeu a papéis para imprimir e escrever, ao passo que a produção de papel para embalagens

totalizou 4,8 milhões de toneladas.

As exportações de papel em 2010 cresceram 3,3%, atingindo 2,07 milhões de toneladas, enquanto as vendas

domésticas cresceram 5,0%, totalizando 5,4 milhões de toneladas. Os países da América Latina mantiveram o posto de

mercado mais relevante para os papéis, com aumento de 28,8% no valor das exportações, e responderam por 56,0% do

valor total das vendas internacionais do produto. Em valor, as vendas externas de papel totalizaram US$ 2,0 bilhões, alta de

19,1% ante 2009.

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55silviCultura de Florestas plantadas :: Capítulo 2

Segundo a Bracelpa, o desempenho de 2010 favorece o início de um novo ciclo de expansão do setor, que prevê

investimentos de US$ 20 bilhões nos próximos dez anos, visando à ampliação da base florestal e ao aumento da produção

de celulose e papel para atender à crescente demanda interna e à expansão dos mercados externos emergentes.

Perspectivas para 2011 apontam a importância de duas condicionantes principais ao desenvolvimento do

segmento: a taxa de câmbio e o ritmo de crescimento dos mercados emergentes (principalmente o chinês).

2.2.3 Siderurgia a Carvão vegetal

O ano de 2010 foi marcado pela recuperação da economia nacional. A despeito do forte crescimento econômico,

verificado no Brasil em 2010, alguns setores como o guseiro – maior consumidor de carvão vegetal no país – continuou

em crise. Três fatores contribuíram, de maneira decisiva, para a continuidade da situação econômica desfavorável do

setor iniciada no final de 2008. O primeiro deles continuou sendo a forte dependência da demanda externa, prejudicada

pela forte redução das compras de grandes consumidores americanos e asiáticos, que substituíram parte do gusa

brasileiro pelo produto oriundo de países como a Rússia e a Ucrânia. O segundo foi a ampliação das importações de

aço, que contribuiu para a redução do consumo interno de gusa, utilizado na fabricação do aço. O terceiro fator, que

também afetou (e continua afetando) todos os demais setores exportadores nacionais, foi a forte valorização cambial

do real, que colaborou para reduzir a remuneração interna pelo produto exportado. Esses fatores, combinados entre si,

comprometeram a recuperação do setor, que adiou retomada da produção e, por estas razões apresentadas, ainda não

atingiu os patamares pré‑crise.

Em consequência dos fatores mencionados, até o final do ano de 2010, havia um elevado índice de ociosidade na

produção guseira a carvão vegetal. No Brasil a produção anual foi de apenas 1/3 da capacidade instalada e somente 56,0%

dos fornos funcionaram. No polo de Carajás (Maranhão‑Pará), maior exportador nacional, apenas 30% dos fornos foram

ligados e a produção atingiu 59,0% da capacidade instalada. Em Minas Gerais, maior produtor nacional, apenas metade

dos fornos estavam desligados e a produção atingiu 41,0% da capacidade. A produção nacional independente, estimada

pelo Instituto Aço Brasil (IABr), foi de 5,8 milhões de toneladas, 36% superior ao volume produzido em 2009 (4,3 milhões

de toneladas).

As exportações caíram ainda mais em 2010. No ano foram exportadas 2,3 milhões de toneladas (45,0% da

produção nacional), uma queda de 26,0% em relação a 2009. O polo de Carajás destacou‑se como sendo a principal

região exportadora. O maior comprador continuou sendo os Estados Unidos. A China, segundo maior país importador,

reduziu as compras do gusa nacional em 78,0%, adquirindo apenas 261 mil toneladas contra 1,2 milhão em 2009.

A continuidade da crise na siderurgia nacional está contribuindo para o retorno das discussões, iniciadas na

década de 1960 e retomadas em 1980, em relação à adoção de iniciativas que propiciem a agregação de valor ao gusa

nacional. Uma das alternativas para o setor, principalmente para os produtores independentes, é a verticalização ou

integração na produção de aço e ferros‑liga.

Os produtores nacionais, devido ao aumento da demanda iniciado em dezembro de 2010, esperam a recuperação,

ainda parcial, do setor para o ano de 2011. Algumas siderúrgicas estão reativando seus fornos e retomando a produção,

para atender o mercado externo. Segundo a AMS, a recuperação do setor de gusa refletiu no mercado de carvão vegetal,

pois o preço médio desse insumo aumentou, especialmente nos dois últimos meses de 2010.

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56 Capítulo 2 :: silviCultura de Florestas plantadas

Silvicultura de Florestas Plantadas2Capítulo2.2.4 Painéis de Madeira Industrializada

Nos últimos 10 anos (2000‑2010), a produção anual de painéis de madeira industrializada cresceu de 2,7 milhões de toneladas para 6,4 milhões, ou seja, um crescimento médio de 8,2% ao ano, consolidando sua participação em determinados segmentos consumidores, principalmente na indústria de móveis de madeira. Da mesma forma, o consumo de painéis também cresceu de 2,6 milhões de toneladas, em 2000, para 6,5 milhões em 2010, incremento de 8,7% a.a.

Em 2009, diante dos efeitos da crise financeira mundial, vários produtos nacionais tiveram reduções drásticas nos volumes consumidos. Nesse contexto, o governo concedeu aos segmentos automobilístico e de eletrodomésticos da linha branca (concorrentes diretos dos móveis) incentivos fiscais através da desoneração do imposto sobre produto industrializado (IPI). Em um primeiro momento, essa medida criou um cenário problemático para o segmento de painéis de madeira industrializada, um dos principais componentes da produção nacional de móveis de madeira. Diante dos pleitos do setor e como medida emergencial, o governo brasileiro estendeu a desoneração do IPI para a indústria de móveis e de painéis de madeira entre o final de 2009 e início de 2010, e reduziu a alíquota de 10 % para 5% a partir de abril de 2010.

Esse fato, aliado ao nível de atividade da economia brasileira em 2010, com destaque para o consumo doméstico, alavancou o crescimento de 10,5% da produção nacional de painéis de madeira industrializada.

De acordo com a ABIPA, as expectativas para o setor de painéis para 2011 estão relacionadas ao comportamento das atividades econômicas nos últimos meses e ao forte consumo doméstico, pois são indicadores determinantes para as projeções futuras. Fatores estruturais como aumento real da renda, ampliação do emprego, maior oferta de crédito, crescimento do PIB e o próprio ambiente favorável da construção civil poderão fortalecer, ainda mais, o incremento das políticas públicas para o setor habitacional, aumentando a demanda por móveis e, por extensão, o consumo de painéis de madeira industrializada.

Ademais, para 2011 é previsto aumento da capacidade nominal instalada em função do início da operação de novas unidades industriais ou pela expansão de linhas nas unidades já em operação no país de MDF, HDF e MDP.

2.2.5 Madeira Mecanicamente Processada

Os compensados, serrados, lâminas e PMVA (produtos de maior valor agregado, como portas, janelas, molduras, partes para móveis, entre outros) são produtos que compõem o segmento de madeira mecanicamente processada.

Desde o início do seu desenvolvimento, o setor de madeira mecanicamente processada teve como característica principal o foco no mercado externo, apresentando crescimento e destaque a partir do final da década de 90, impulsionado pelo bom momento da construção civil americana.

Em 2010, as vendas externas de compensados e serrados foram parcialmente prejudicadas pela sobrevalorização da moeda nacional e por preços internacionais em baixa. Por outro lado, no mercado interno, o bom momento da construção civil contribuiu de maneira expressiva para o crescimento de 14,1% do setor. Dentre os fatores que contribuíram para estimular a demanda interna, destacam‑se: a redução do IPI, que impulsionou o consumo de móveis, e também o crescimento do mercado de embalagens e da construção civil.

Para 2011, caso se configure o cenário pessimista (câmbio próximo a R$ 1,60/US$ 1,00 e preços internacionais nos níveis atuais), estima‑se que a quantidade exportada de serrados e compensados não supere os resultados de 2010.

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57silviCultura de Florestas plantadas :: Capítulo 2

Todavia, em relação ao mercado interno, o setor continua com perspectivas favoráveis de incremento da demanda, em

função dos investimentos esperados nas cidades sede da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos.

2.3 DESTAQUES DA SILVICULTURA EM 2010

2.3.1 legislação – Revisão do Código Florestal

Breve histórico

A revisão do Código Florestal, Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, foi precipitada pela edição, pelo Executivo,

do Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008, que “dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente,

estabelece o processo administrativo federal para apuração destas infrações, e dá outras providências”.

Diante da impossibilidade da aplicação imediata do Decreto 6514/2008, devido às suas exigências em relação à

Reserva Legal e às APPs, e não tendo havido acordo entre as negociações promovidas entre o Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento e o Ministério do Meio Ambiente nas discussões do 2º semestre de 2008, seus efeitos

(penalidades) foram prorrogados até dezembro de 2009 pelo Decreto nº 6.695, de 15 de dezembro de 2008.

Não se vislumbrando acordo entre os produtores rurais e os movimentos ambientalistas durante o ano de 2009,

os efeitos do Decreto 6514/2008 foram novamente adiados para junho de 2011, pelo Decreto nº 7.029, de 10 de dezembro

de 2009, enquanto prosseguiam as discussões sobre a revisão do Decreto 6514, que evoluíram para articulações visando à

revisão do próprio Código Florestal.

Diante da mobilização dos produtores rurais e dos parlamentares que defendem o agronegócio pela revisão do

Código Florestal, a Câmara dos Deputados constituiu em 2009 uma Comissão Especial para tratar da revisão do Código

Florestal, examinando as várias proposições que tramitavam na Câmara e versando sobre o mesmo assunto.

Ancorado no projeto de lei mais antigo em tramitação, o PL nº 1876/1999, foram apensados outros nove projetos

de semelhantes características, em seguida discutidos, no âmbito da Comissão Especial, através de audiências públicas, em

inúmeras regiões do Brasil, com a presença de representantes de organizações não governamentais, de produtores rurais,

do Ministério Público, das universidades e dos institutos de pesquisas.

Em 6 de julho de 2010, a Comissão Especial aprovou o Substitutivo apresentado pelo relator Dep. Aldo Rebelo

(disponível em: http://www.camara.gov.br/sileg/MostrarIntegra.asp?CodTeor=787771), que foi encaminhado à Mesa da

Câmara para votação em Plenário. Devido às eleições de 2010 e ao recesso do Congresso Nacional, a matéria não foi

votada naquele ano, e voltou a ser apreciada na nova legislatura, iniciada em 1º de fevereiro de 2011.

Pressionado pelos parlamentares interessados na votação do Substitutivo do Deputado Aldo Rebelo e pelos

setores do agronegócio, e diante da polarização entre os mesmos e os movimentos ambientalistas e seus parlamentares,

o Presidente da Câmara, Deputado Marco Maia, criou em março de 2011 o Grupo de Trabalho – Câmara Conciliatória

do Código Florestal com o propósito de viabilizar a votação no Plenário da Câmara do Projeto de Lei nº 1876, de 1999, na

forma do substitutivo aprovado pela Comissão Especial em 6 de julho de 2010.

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58 Capítulo 2 :: silviCultura de Florestas plantadas

Silvicultura de Florestas Plantadas2CapítuloAspectos técnicos

A Lei nº 4771 de 1965 foi sucessivamente alterada por vários dispositivos posteriores como a Lei nº 7.511 de 1986, Lei nº 7.803 de 1989, Lei nº 8.171 de 1991, Medida Provisória nº 1.511 de 1996, Lei nº 9.605 de 1998 (Lei de Crimes Ambientais), Medida Provisória nº 1.956‑50 de 2000 e Medida Provisória nº 2.166‑67 de 2001. Entre 1965 e 2001 foram editadas sete medidas provisórias com mais de 70 reedições, tornando a legislação um emaranhado de regras estipuladas sem aval da sociedade.

Posição do setor de florestas plantadas

As florestas plantadas de Eucalyptus e Pinus são empreendimentos sustentáveis, licenciados, em sua maioria certificados pelos critérios dos sistemas do FSC e/ou do CERFLOR, e assim estão de acordo com a legislação em vigor. Todavia, para obter‑se a segurança jurídica para os plantios já existentes e para as novas áreas de expansão, o setor de florestas plantadas, representado pela ABRAF, tem como pleitos: a) o reconhecimento e a autorização de permanência das áreas de florestas plantadas consolidadas em topo de morro; b) a inclusão das áreas de preservação permanente (APPs) no cômputo das áreas de reserva legal; e c) a isonomia entre os cultivos de florestas plantadas e as demais culturas agrícolas, itens que estão contemplados no Substitutivo do Deputado Aldo Rebelo, em tramitação na Câmara dos Deputados.

2.3.2 Restrições à Aquisição de Terras por Estrangeiros

Em 23 de agosto de 2010, o Diário Oficial da União publicou o parecer AGU/CGU LA – no. 1/2008, que revogou pareceres anteriores da AGU sobre a aplicação da Lei no. 5709 de 1971, e deu nova interpretação à mesma, criando restrições à aquisição de terras por estrangeiros, incluindo empresas brasileiras de capital estrangeiro. O parecer da AGU, aprovado pelo Presidente da República, é vinculante para todo o Executivo, e passou a orientar todas as ações e procedimentos dos órgãos do Poder Executivo.

A partir de então, as novas aquisições de terras por empresas brasileiras de capital estrangeiro passaram a depender da aprovação de vários ministérios e órgãos, sujeitas à limitação de 50 módulos de exploração indefinida, cuja dimensão depende da região e de critérios definidos pelo IBGE e INCRA, além de não poderem ultrapassar um percentual do município onde se localiza a área pretendida.

Como consequência, já foram suspensos ou paralisados investimentos de mais de R$  37,23 bilhões em novas áreas destinadas a florestas plantadas de Eucalyptus e Pinus, e a novas indústrias de transformação da madeira produzida por essas florestas.

O motivo da nova interpretação da citada lei, segundo o Consultor Geral da União que elaborou o parecer, está na constatação de que as terras férteis do planeta estão se tornando escassas, e a partir de uma previsão de crescimento da população mundial pela ONU, em aproximadamente 9 bilhões de pessoas em 2050, diversos países asiáticos e do mundo árabe, sem disponibilidade de terras para a produção de alimentos para sua própria população, estão adquirindo terras na África, Camboja, Laos, e outros países, com a evidente perda de soberania dos respectivos governos sobre seus territórios.

O Brasil, segundo levantamentos, dispõe de 15% das terras férteis no mundo, e necessita proteger essa riqueza contra iniciativas de países que utilizam fundos soberanos para a compra de terras destinadas à segurança alimentar de suas respectivas populações.

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59silviCultura de Florestas plantadas :: Capítulo 2

Os setores atingidos pelo Parecer, que incluem o setor de florestas plantadas de Eucalyptus e Pinus, e suas indústrias integradas, bem como setores do agronegócio, como o setor de cana de açúcar, o de de produção de grãos, etc., desde a publicação do mesmo, agem junto ao Poder Executivo, buscando uma negociação que exclua das limitações do referido parecer os investimentos em aquisições de terras destinadas a desenvolvimento de projetos definidos, com geração de empregos, responsabilidade social, recolhimento de tributos, etc.

Em contrapartida, os setores interessados propõem procedimentos que permitam ao governo monitorar a compra de terras por estrangeiros sem, no entanto, inibir a aquisição de terras destinadas a projetos definidos e produtivos, com a criação de empregos, recolhimento de tributos e programas de responsabilidade social.

Por outro lado, o Congresso Nacional também já participa desse debate, no exame de proposições que modifiquem ou aprovem leis, que façam distinção entre o capital estrangeiro produtivo e outros tipos de investimento estrangeiro que coloquem em risco a soberania nacional.

2.3.3 Política Nacional de Florestas Plantadas

A Câmara Setorial de Florestas Plantadas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), elaborou em 2009 a Agenda Estratégica do Setor de Florestas Plantadas (disponível em: www.abraflor.org.br/agenda/agenda.asp), que em seu Plano de Ação nº 3, propõe a criação de uma política nacional de apoio às atividades de plantios florestais, com a elaboração de propostas de políticas públicas de apoio ao desenvolvimento das florestas plantadas e dos respectivos projetos de legislação para torná‑las leis.

Em atendimento a essa demanda, a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE), elegeu o tema Florestas Plantadas como um dos temas prioritários para os planos de estudos da Secretaria, realizando uma coleta de informações preliminares, com apoio da Câmara Setorial de Florestas Plantadas e de diversas entidades do setor, incluindo a ABRAF.

Como resultado, a SAE, através da Portaria nº 90, publicada no Diário Oficial da União de 23 de agosto de 2010, criou um Grupo de Trabalho Interministerial, coordenado pela SAE, com a finalidade de formular e propor a Política Nacional de Florestas Plantadas, abrangendo o uso da madeira como energético e como insumo industrial. Os trabalhos do Grupo de Trabalho foram conduzidos a bom termo e foram concluídos em março de 2011, na forma de um Relatório, que propõe as diretrizes para estruturação de uma Política Nacional de Florestas Plantadas.

A etapa seguinte é a divulgação do Relatório no âmbito do Executivo, envolvendo os vários Ministérios e órgãos respectivos, de modo a motivar o Governo a elaborar um Projeto de Lei do Executivo, estabelecendo uma Política Nacional de Florestas Plantadas.

2.3.4 A COP16 e o Setor de Base Florestal

A 16ª reunião da Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas ocorreu entre os dias 29 de novembro e 10 de dezembro de 2010 em Cancun/México, com o objetivo de continuar o processo que foi estabelecido no plano de ação adotado na COP13, há três anos, em Bali. Em resumo, a reunião resultou na aprovação de pacotes de decisões relacionados aos dois trilhos do Plano de Ação de Bali: o trilho de ações de longo prazo no âmbito da Convenção, e o trilho do Protocolo de Quioto, cujo encerramento do seu primeiro

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60 Capítulo 2 :: silviCultura de Florestas plantadas

Silvicultura de Florestas Plantadas2Capítuloperíodo de compromissos ocorrerá no final de 2012. Ao contrário das elevadas expectativas geradas antes da última COP em Copenhague, o contexto da reunião de Cancun foi marcado por expectativas mais realistas e condizentes com a realidade política e com as possibilidades reais de avanço em nível multilateral. Muito embora os resultados da COP16 tenham ficado bastante aquém do que é necessário para a continuidade plena do regime após 2012, houve avanços importantes.

A Conferência começou com uma declaração forte do Japão, dizendo‑se contrário a um segundo período de compromisso do Protocolo de Quioto na ausência de compromissos claros de outros países. Mas, ao final do evento, as Partes se comprometeram a trabalhar para que não haja um intervalo entre períodos de compromisso. Além das discussões sobre metas legalmente vinculantes para países desenvolvidos (Anexo 1) após 2012, houve debates sobre as Ações de Mitigação Nacionalmente Apropriadas (NAMAs na sigla em inglês), que se referem aos compromissos de mitigação de emissões, assumidos por países em desenvolvimento (não‑Anexo 1), inclusive o Brasil. Essas ações deverão ser registradas e submetidas a medidas de Mensuração, Reportabilidade e Verificação (MRV), conforme metodologias e critérios a serem definidos. Vale lembrar que o Brasil já apresentou cinco planos setoriais de mitigação no âmbito do Acordo de Copenhague (combate ao desmatamento na Amazônia, no Cerrado, e medidas de mitigação nas áreas de energia, agricultura e uso de carvão vegetal renovável na siderurgia). Além da relação intrínseca das florestas plantadas com o plano na área de siderurgia, o setor de base florestal também é contemplado no plano de agricultura. Em ambos os casos, o papel do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) é fundamental.

Destaca‑se também a criação do Green Climate Fund que deverá receber aportes de países desenvolvidos, chegando a US$ 30 bilhões até 2012, e a US$ 100 bilhões por ano até 2020. O Fundo proposto terá o Banco Mundial como trustee. Além disso, houve também avanços das discussões do mecanismo de mitigação de emissões provenientes do desmatamento e de estímulo à conservação florestal (REDD – Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação).

As discussões sobre as regras relacionadas à contabilização de mudanças de uso da Terra e Florestas (LULUCF, sigla em inglês para Land Use, Land-Use Change and Forestry) não passaram por grandes avanços. As principais definições relacionadas a florestas foram mantidas e foi adotado um texto simples, que abre espaço para discussões sobre alterações e adições em reuniões futuras.

Já no âmbito do MDL, foi autorizada a elaboração de linhas de base padronizadas para projetos de créditos de carbono, o que visa à facilitação e à ampliação do número de projetos e países beneficiados. É importante ressaltar que o Brasil já conta com dois projetos de reflorestamento registrados no MDL, o que apesar de significativo ainda é um número baixo para o potencial brasileiro. De certo modo, o principal entrave para a expansão de projetos florestais no Brasil é a restrição da União Europeia, que não aceita esse tipo de crédito em seu sistema doméstico de reduções de emissões.

Por fim, houve também discussões substanciais sobre um tema de significativa importância para o Brasil e outros países em desenvolvimento: a elegibilidade de áreas de reforma florestal ao MDL, o que no âmbito das negociações é conhecido como “Florestas em Exaustão” (vide Box a seguir para explicação). Em Cancun, o assunto foi discutido no Órgão Subsidiário para Aconselhamento Científico e Tecnológico (SBSTA).

Juntamente com alguns países africanos, o Brasil defendeu o tema. A aprovação desse conceito pode aumentar consideravelmente a área elegível para projetos florestais de MDL, uma vez que permitiria o reaproveitamento de áreas já convertidas, sem a necessidade de utilização de novas áreas. Os projetos poderiam ter como objetivo a geração de novos estoques de biomassa plantada para produção ou recuperação de áreas degradadas, com espécies nativas por exemplo.

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61silviCultura de Florestas plantadas :: Capítulo 2

No entanto, a discussão está longe do consenso requerido para aprovação. Ainda existe certa dificuldade quanto à definição e interpretação legal do conceito, e em relação às formas de distinguir o tema das discussões sobre REDD, que tem finalidade distinta (valorizar estoques florestais existentes). Ao final do debate, decidiu‑se por solicitar às partes da Convenção opiniões e comentários sobre a questão, por escrito, até o dia 28 de março de 2011. As manifestações recebidas serão compiladas e enviadas à COP 17, a ser realizada no final de 2011 na África do Sul, para que o debate continue.

Florestas em Exaustão: proposta para permitir que áreas que continham florestas plantadas em exaustão em 1989 (não florestas nativas) possam ser aproveitadas para o desenvolvimento de novos projetos de refloresta‑mento, com fins econômicos ou de recomposição florestal, no âmbito do MDL. A lógica se baseia no fato de que a colheita de florestas plantadas em exaustão não é desmatamento (já que foram plantadas justamente para a futura utilização da madeira). Pode‑se e deve‑se incentivar que novas atividades de reflorestamento sejam implementadas nessas áreas, minimizando a necessidade de expansão de áreas para plantios. A regra atual so‑mente permite o uso do MDL para incentivar novos plantios em áreas que não continham florestas, ainda que as mesmas fossem florestas plantadas, exauridas e em processo de conversão para outro uso da terra. Isso inviabiliza, por exemplo, o aproveitamento de mais de 5 milhões de hectares já convertidos no Brasil desde os incentivos fiscais. Nos países menos desenvolvidos o número passa dos 10 milhões de hectares, o que reforça a importância do tema para o desenvolvimento sustentável e a mitigação das mudanças climáticas.

2.3.5 Inventário Florestal Nacional

O inventário florestal nacional de 1983 foi o primeiro levantamento realizado no Brasil destinado a estimar a área de plantios florestais. Referência para estudos posteriores, auxiliou o governo a dimensionar a política de incentivos fiscais iniciada no período 1966 – 1985.

Em 2010, por iniciativa do Serviço Florestal Brasileiro, iniciou‑se o Inventário Florestal Nacional (IFN), com o objetivo de levantar área florestal no Brasil, nativa e plantada. Segundo o SFB, a metodologia do IFN foi desenvolvida por um processo participativo, com intuito de padronizar e adequar o levantamento das informações ao bioma de cada região. O sistema de amostragem para a coleta de dados em campo será baseado na distribuição sistemática de conglomerados (unidades de amostra) sobre uma rede nacional de pontos amostrais (grid) equidistantes. Serão coletadas informações para a avaliação de atributos relacionados à floresta com a medição de variáveis dendrométricas, identificação das espécies arbóreas e outras variáveis qualitativas e quantitativas que permitirão a caracterização do ecossistema florestal em cada ponto amostral.

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62 Capítulo 2 :: silviCultura de Florestas plantadas

Silvicultura de Florestas Plantadas2Capítulo2.4 ÁREA DE PLANTIO ANUAL

2.4.1 Conceitos gerais

Com o propósito de permitir o entendimento comum a respeito de informações sobre plantio florestal apresentadas nesta seção, serão apresentados, a seguir, os conceitos de área de plantio anual e área total com florestas plantadas.

• Área de plantio anual: refere‑se ao plantio realizado ao longo de cada ano, incluindo: − Novos plantios (expansões da base florestal), e − Reformas (replantio após a colheita florestal), − Em resumo:

Pn = Np + Ref

− Sendo:

n: ano de análise Pn: área de plantio anual no ano n Np: novos plantios (expansão de novas áreas) no ano n Ref : áreas de reforma no ano n

• Área de plantio anual total: soma‑se às áreas acima indicadas, a área com rebrotas no respectivo ano, conforme convencionado neste anuário:

Pnt = Pn + Reb

− Sendo:

n: ano de análise Pn: área de plantio anual no ano n Pnt: área de plantio anual total no ano n Reb: áreas com rebrota (condução da brotação da base da árvore após a colheita florestal) no ano n

• Área total com florestas plantadas em um determinado ano:

Fpn = Fpn-1 – (Ac + Aou) + (Ref + Reb + Np)

− Sendo:

n: ano de análise Pn: área de plantio anual no ano n Pnt: área de plantio anual total no ano n Np: novos plantios (expansão de novas áreas) no ano n Ref : áreas de reforma no ano n

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63silviCultura de Florestas plantadas :: Capítulo 2

Reb: áreas com rebrota (condução da brotação da base da árvore após a colheita florestal) no ano n Fpn: área total de florestas plantadas no ano n Fpn-1: área total de florestas plantadas no ano anterior Ac: área colhida no ano n Aou: área convertida em outros usos no ano n

As principais alternativas de formação e manejo de florestas plantadas são: novos plantios (expansão de novas áreas), reforma florestal e rebrota de Eucalyptus (também conhecido como manejo por “talhadia”). A Figura 2.03 apresenta uma ilustração dessas alternativas integradas ao conceito de área de plantio anual e total de florestas plantadas.

Figura 2.03 Diagrama dos conceitos de área de plantio anual e total de florestas plantadas

Fp 2010 = Fp 2009 – (Ac 2010 + Aou 2010) + (Ref 2010 + Reb 2010 + Np 2010)

P 2010 = Np 2010 + Ref 2010

Pt 2010 = P 2010 + Reb 2010

Florestasem

Crescimento

Florestas Plantadas

DiferentesIdades

Novos Plantios (Np)

< 1 ano

Rebrota (Reb)

0 ‑ 1 ano

Colheita (Ac)

Eucalyptus 7 anosPinus: 5‑25 anos

Reforma (Ref)

0 ‑ 1 ano

Conversão Outros Usos (Aou)

Fonte: Anuário ABRAF (2010), adaptado por Pöyry Silviconsult (2011).Fotos: Pöyry Silviconsult (2011).Colheita: Operação de corte e retirada da madeira da floresta ao final do ciclo de produção, que pode ser manual ou mecanizada.Novos Plantios: Expansão da área plantada em área antes ocupada por outras culturas agrícolas.Reforma: Manejo de florestas plantadas através de plantio após o corte de área anteriormente ocupada com florestas plantadas. Não gera expansão da área plantada.Rebrota (Talhadia): Manejo de florestas plantadas através da condução da brotação após o corte de área anteriormente ocupada com florestas plantadas (ex: Eucalyptus). Não gera expansão de área plantada.

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64 Capítulo 2 :: silviCultura de Florestas plantadas

Silvicultura de Florestas Plantadas2Capítulo2.4.2 Plantio Anual Total das Empresas Associadas Individuais da ABRAF

No Gráfico 2.02 apresenta‑se a tendência de crescimento da área com plantio anual total efetuado pelas empresas associadas individuais da ABRAF (2000 a 2010). Em linhas gerais, em 2010 houve aumento dessa área, totalizando 351.411 ha de Eucalyptus e 8.252 ha de Pinus. Esses valores foram superiores aos de 2009 em 55,2% e 60,4%, respectivamente.

Ressalta‑se que o plantio de Eucalyptus cresceu a uma taxa de 11,4% a.a no período de 2000 a 2010, sofrendo forte redução em 2009. No caso do Pinus, os plantios já vinham apresentando decréscimo anual no período de análise, a uma taxa de 9,4% ao ano.

Gráfico 2.02 Evolução da área anual plantada com florestas¹ de Eucalyptus e Pinus das empresas associadas individuais da ABRAF, 2000‑2010

450

400

350

300

250

200

150

100

50

0

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

183

201

206

341

401

226

351

5 8161519231922182122

267

356

179

230

119

228

361

417

360

232

291

371

200

249

141

1.00

0 ha

/ano

PinusEucalyptus Total

Fonte: Anuário ABRAF (2010) e Associadas individuais da ABRAF (2011).¹ Inclui expansão, reforma florestal e rebrota, esse último somente para o Eucalyptus.

No caso de áreas de novos plantios e de reforma (Gráfico 2.03), houve retomada dos plantios em 2010, 58,3% e 75,5%, respectivamente. Entretanto, apesar do acréscimo de novos plantios em 2010 (105.959 ha), esses não alcançaram o nível de 2008. Da mesma forma, as áreas de reforma não atingiram os valores de 2008, totalizando 181.541 ha.

Os plantios conduzidos por rebrota apresentaram, em 2009 e 2010, tendência de aumento em relação a 2008. O crescimento foi de 14,0% em 2010. A área de rebrota passou de 56.050 ha para 63.911 ha.

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65silviCultura de Florestas plantadas :: Capítulo 2

Gráfico 2.03 Evolução do plantio anual total com florestas plantadas de Eucalyptus por tipo de formação, novo plantio reforma e rebrota,¹ das empresas associadas individuais da ABRAF, 2008‑2010

18,6

56,1

63,9

187,8

66,9106,0

194,3

103,4

181,5

2008 2009 2010

450

400

350

300

250

200

150

100

50

0

1.00

0 ha

/ano

Novo Plantio Reforma Rebrota

Fonte: Anuário ABRAF (2010) e Associadas individuais da ABRAF (2011).¹ Vide conceitos ilustrados na Figura 2.05.

O Gráfico 2.04 ilustra a evolução da área de plantio anual total das associadas individuais da ABRAF entre 2005 e 2010, por modalidade de plantio (próprio, fomento e arrendamento).

Em linhas gerais, observa‑se a queda da área de plantio anual total de todas as modalidades em 2009 e retomada em 2010. O plantio em terras próprias em 2010 foi 60,2% superior ao de 2009 no caso do Eucalyptus e 102,1% para o Pinus. O fomento teve um aumento de 15,1% em plantios de Eucalyptus e diminuiu 25,3% no caso do Pinus. Por fim, os plantios arrendados cresceram 67,7% para o Eucalyptus e diminuiram 80,0% para o Pinus.

Gráfico 2.04 Evolução da área de plantio anual total das associadas individuais da ABRAF por modalidade de plantio, 2005‑2010

500

400

300

200

100

0

2005 2006 2007 2008 2009 2010

EUCALyPTUS PINUS

Própria Fomento Arrendamento

1.00

0 ha

/ano

3140

196

3366

243

45

64

247

63

71

268

2830

168

4834

270

25

20

15

10

5

0

2005 2006 2007 2008 2009 2010

1.00

0 ha

/ano

2

6

16

5

5

10

1

5

10

0

6

10 114

01

8

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66 Capítulo 2 :: silviCultura de Florestas plantadas

Silvicultura de Florestas Plantadas2Capítulo2.5 TECNOLOGIAS E PRODUTIVIDADE FLORESTAL

2.5.1 Produtividade Florestal

Condições edafoclimáticas e fundiárias, aliadas à política histórica de investimento em pesquisa e desenvolvimento, a verticalização do setor e a qualidade de mão de obra empregada na atividade proporcionam a maior produtividade por hectare e, consequentemente, o menor ciclo de colheita para os plantios florestais estabelecidos no Brasil (Gráfico 2.05).

Gráfico 2.05 Comparação da produtividade florestal de coníferas e de folhosas no Brasil¹ com países selecionados, 2010

45

40

35

30

25

20

15

10

5

0

4

7

18

25

15

22

1820

3

10 1012

2

6

22

18

37

41

Suécia Indonésia Austrália Chile USA Portugal Finlândia África do Sul Brasil 2

Folhosas Coníferas

m3 /h

a.an

o

Fonte: Anuário ABRAF (2010) e Associadas individuais da ABRAF (2011).¹ Adotou‑se o IMA ponderado (em função da área plantada) das áreas com plantios florestais de Eucalyptus e Pinus das empresas associadas individuais da ABRAF.² Eucalyptus – IMA das empresas associadas da ABRAF; Pinus – IMA das empresas associadas da ABRAF.

Em decorrência, empresas associadas individuais da ABRAF têm obtido ganhos significativos no incremento médio anual – IMA com a realização de altos investimentos, principalmente em pesquisa e desenvolvimento florestal, buscando primordialmente melhorias genéticas e de manejo florestal para as principais espécies de interesse.

As empresas associadas da ABRAF são responsáveis pelos IMAs comerciais mais elevados do país. A produtividade média ponderada, em função da área plantada, dos plantios de Eucalyptus entre as empresas da ABRAF cresceu de 36,7  m³/ha.ano em 2005 para 41,3  m³/ha.ano em 2010 (Gráfico 2.06). Da mesma forma, o IMA dos plantios de Pinus evoluiu de 30,7 m³/ha.ano para 37,6 m³/ha.ano.

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67silviCultura de Florestas plantadas :: Capítulo 2

Gráfico 2.06 Evolução do incremento médio anual (IMA) dos plantios florestais das empresas associadas individuais da ABRAF, 2005‑2010

45

40

35

30

25

20

15

10

5

0

35,0

39,4

30,7

36,7 37,739,8 38,6

40,137,6

40,537,6

41,3

2005 2006 2007 2008 2009 2010

Eucalyptus Pinus

m3 /h

a.an

o

Fonte: Anuário ABRAF (2010) e Associadas individuais da ABRAF (2011).

2.5.2 Florestas Energéticas

A crescente busca mundial por alternativas fontes renováveis de energia tem levado um número significativo de países a promover alterações na composição de suas matrizes energéticas. Em países como a Alemanha, Áustria, Canadá, Dinamarca, Finlândia e Suécia a produção de energia a partir de fontes renováveis está sendo incentivada através de subsídios governamentais. A União Européia planeja que até 2020 aproximadamente 20% de sua energia seja produzida através de recursos renováveis.

O potencial e a importância do Brasil na produção de energia renovável são bastante expressivos. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) em 2010 revelaram que a energia produzida pelo uso de fontes renováveis representa 73,1% da matriz energética nacional (Gráfico 2.07). O consumo de energia elétrica deve subir 9,4% em 2011, acompanhando o avanço econômico do país. As projeções para o período de 2012 a 2020 indicam um crescimento médio da demanda de 5,2% a.a. Portanto, há espaço e oportunidade para se produzir energia a partir de biomassa, uma fonte de baixo custo e investimento, ecologicamente adequada e sócio economicamente correta.

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68 Capítulo 2 :: silviCultura de Florestas plantadas

Silvicultura de Florestas Plantadas2CapítuloGráfico 2.07 Distribuição da matriz energética brasileira, 2010

Energia Hidroelétrica 66,2%

Gás natural 10,6%

Importação 7,8%

Biomassa tradicional 6,5%

Petróleo 5,9%

Energia Nuclear 1,6%Carvão Mineral 1,6%Outras energias renováveis 0,8%

Fonte: Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)

A biomassa é apontada como um complemento mais limpo e seguro, por utilizar fontes como madeira e seus resíduos, bagaço de cana, licor negro (nas indústrias de papel e celulose), capim elefante, biogás e as chamadas florestas energéticas, para geração de energia térmica e termelétrica (Gráfico 2.08). A energia oriunda de biomassa tradicional representa hoje aproximadamente 6,5% da matriz elétrica (o que equivale a 7,9 milhões de kW produzidos segundo a ANEEL), podendo representar 14% até 2020.

O bagaço de cana representa 78,9% do mercado interno de bioenergia (Gráfico 2.08). Devido ao seu alto potencial energético, o governo prevê um plano de investimento para aumentar a sua produção. Por meio do Programa Bioeletricidade contempla o desenvolvimento de 40 a 50 projetos por ano.

Gráfico 2.08 Distribuição da produção de biomassa por capacidade instalada no Brasil, 2010

Bagaço de Cana 78,9%

licor Negro 15,5%

Madeira 4,5%

Biogás 0,9%

Casca de Arroz 0,2%

Fonte: ANEEL (2010).

Os programas de etanol, biodiesel e florestais desenvolvidos no Brasil consagram o país como referência mundial no âmbito da produção de agroenergia (energia produzida a partir de produtos agrícolas, pecuários ou florestais).

Alguns fatores potencializam a vocação e aptidão brasileira: a disponibilidade de área cultivável, a alta produtividade nas principais culturas agrícolas (como a soja e a cana‑de‑açúcar) e florestais (como Eucalyptus), a existência de políticas públicas direcionadas ao segmento, como planos de apoio do governo e de instituições de pesquisa, a diversidade edafoclimática, que amplia o leque de espécies aptas ao cultivo de biomassa e o aumento de interesse de investidores nacionais e internacionais em contratos de longo prazo para a produção de biomassa.

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69silviCultura de Florestas plantadas :: Capítulo 2

O principal instrumento com vista ao desenvolvimento de fontes alternativas para produção de energia é a Lei 10.438, de 26 de abril de 2002. A mesma dispõe sobre o crescimento da oferta de energia por meio do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA), bem como a Conta de Desenvolvimento Energético.

Os principais programas governamentais direcionados à produção de biomassa são fomentados e apoiados pelo Ministério da Agricultura e são fundamentados no “Plano Nacional de Agroenergia”, consolidado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Esse plano estabelece as diretrizes para pesquisas sob quatro vertentes: biodiesel, etanol, florestas energéticas e aproveitamento de resíduos agrícolas e pecuários. A partir da consolidação desse plano, foi criada a unidade de pesquisa “Embrapa Agroenergia”, cuja base de trabalho contempla exclusivamente trabalhos nas áreas de produção de energia a partir de biomassa oriundas de: resíduos (biogás e cogeração), cana de açúcar (biogás, cogeração e álcool), florestas energéticas (lenha, carvão, briquetes e pellets) e óleos e gorduras (biodiesel).

O principal apoiador financeiro no processo de expansão e modernização do setor elétrico brasileiro é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que disponibiliza várias linhas de financiamento para empreendimentos de geração energia.

A biomassa florestal no Brasil é tipicamente composta por:

• Resíduos que permanecem no campo após as operações de colheita florestal, correspondente a aproximadamente 10 a 12% do total de biomassa produzida no site;

• Resíduos de indústrias que têm a madeira como matéria‑prima;

• Florestas destinadas à produção de carvão vegetal ou lenha;

• Biomassa resultante das formações florestais nativas, que se tornam aptas à colheita após processos de alteração de uso do solo (cultivos agrícolas, pastagens, reflorestamentos, benfeitorias, etc.).

O trabalho pioneiro na área de florestas destinadas à produção de biomassa iniciou‑se em Itamarandiba, Minas Gerais, pela Universidade Federal de Viçosa, via Sociedade de Investigações Florestais (SIF), juntamente com a CEMIG e a ANEEL, um plantio experimental de um híbrido de Eucalyptus clonais sob vários espaçamentos, com o objetivo de avaliar a produção de biomassa para energia em curta rotação. Em termos de produtividade, o experimento em Itamarandiba, obteve 100 m³/ha aos dois anos.

A RENABIO (Rede Nacional de Biomassa para Energia), fundada em 2001 no Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, com apoio do Ministério de Minas e Energia, vem concentrando esforços em trabalhos de pesquisa e desenvolvimento com florestas energéticas de Eucalyptus.

Ademais, há empresas no estado de São Paulo adotando o plantio adensado de Eucalyptus clonais localizada em Avaré, com uso de um clone que proporcionou a produtividade de 190 m³/ha em dois anos.

Outras empresas, que realizam o plantio experimental de clones de Eucalyptus em espaçamentos adensados visando à produção de biomassa em rotações de 1 a 4 anos, focam suas atividades nos estados de Goiás, São Paulo, Tocantins, Maranhão e Piauí.

Avanços nas pesquisas em relação à definição de espaçamento, clones, nutrição e manutenção florestal já foram obtidos. Em relação à viabilidade de colheita de florestas adensadas, estudos estão sendo realizados por várias instituições.

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70 Capítulo 2 :: silviCultura de Florestas plantadas

Silvicultura de Florestas Plantadas2CapítuloNa Inglaterra foi realizado um experimento com cabeçote que permite colher plantios de willow com processamento concomitante para produção de cavaco e pode ser adaptado em vários equipamentos, cujo princípio seria adotado no Brasil. Entretanto, a altura das árvores de Eucalyptus com 2 anos de idade, alcançado no Brasil, inviabilizam esse tipo de colheita. Acredita‑se que esse modelo será viável apenas em rotações inferiores a 12 meses, sendo no entanto necessários estudos de densidade e poder calorífico da biomassa produzida a partir desses plantios. A melhor solução, no momento, para a colheita de plantios adensados é o módulo de Feller-bunchers e Skidders de pequeno porte e picadores. 

Outro produto que tem recebido destaque no Brasil, e vem tendo um desenvolvimento rápido, é a possibilidade de produção do etanol através de material lenhoso, ou seja, celulose, hemicelulose e pectina, polímeros que constituem a maior parte da estrutura de vegetais. Para tal produção do etanol‑celulósico existem basicamente três tipos de processos: hidrólise, fermentação e processo de queima da biomassa para produção de gases.

Estudos realizados com o etanol fabricado a partir da celulose dos resíduos agrícolas/florestais apontam para um menor efeito negativo sobre a saúde humana e o meio ambiente, principalmente por emitir em menor quantidade a matéria fina particulada, um componente extremamente nocivo da poluição atmosférica, além de emitir níveis mais baixos de gases causadores do efeito estufa, o que é ainda mais benéfico para a qualidade do ar. Segundo Jason Hill, autor do estudo, os custos da produção ainda poderiam ser mais baixos que os da gasolina.

De acordo com Cristiane Farina, pesquisadora da Embrapa, o desenvolvimento de processos agroindustriais tem um forte apelo de sustentabilidade ambiental, de maneira que a unidade da Embrapa Instrumentação Agropecuária em parceria com a  Embrapa Agroindústria de Alimentos vem trabalhando para o desenvolvimento de biorreatores de fermentação semi‑sólida com a finalidade de produção de enzimas. Tais biorreatores estão sendo avaliados para a produção das celulases a partir de microrganismos já testados por pesquisadores da  Embrapa. Ressalta‑se que o processo em desenvolvimento envolve o uso de resíduos agroindustriais como substrato da fermentação. Tais resíduos se destacam pela sua abundância e pelo baixo custo. Isso se traduz na possibilidade de redução de custos das enzimas. A produção com essas enzimas de baixo custo pode trazer contribuições bastante relevantes para o país, especialmente na área de agroenergia.

A Petrobras assinou em 2010 um acordo com a empresa americana KL Energy Corporation (KLE) para aprimorar a tecnologia de produção de etanol a partir da celulose do bagaço da cana‑de‑açucar. A previsão é que em 2013, o país conte com uma usina que produza o biocombustível. A empresa americana produz etanol celulósico a partir de resíduos de madeira utilizando uma tecnologia própria. A Petrobras tem como objetivo produzir etanol a partir da celulose do bagaço da cana‑de‑açúcar, adaptando a tecnologia numa usina piloto no qual se estima uma produção de 15 milhões de litros do chamado etanol de segunda geração.

Iniciativas como essa poderiam ser adaptadas ao setor florestal, sendo mais uma oportunidade potencial, já que não concorre diretamente com a produção agrícola para alimentação, tendo a vantagem de estar alinhada com as florestas energéticas.

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71silviCultura de Florestas plantadas :: Capítulo 2

2.6 INVESTIMENTOS

2.6.1 Investimentos na Formação Florestal

Os investimentos realizados pelas empresas associadas individuais da ABRAF, em 2010, totalizaram R$ 2,4 bilhões, valor 2,3% inferior em relação aos investimentos efetuados no ano anterior. O segmento mais afetado pelas reduções nos investimentos correntes foi o de terras, cujo valor foi 71,9% inferior àquele verificado em 2009 (Gráfico 2.09).

Gráfico 2.09 Investimentos realizados em atividades florestais e industriais pelas empresas associadas individuais da ABRAF, 2009 e 2010

900

800

700

600

500

400

300

200

100

0

772752

855827

574

659

145123

2318 72573

102

Colheita e Plantio Indústria Estradas P&D Terra Outros Transporte

2009 2010

Milh

ões

R$

Fonte: Anuário ABRAF (2010) e Associadas individuais da ABRAF (2011).

Avaliando os investimentos demonstrados no Gráfico 2.09 acima, nota‑se que a maior proporção dos investimentos destinou‑se para três seguimentos a: (i) colheita e transporte, (ii) plantio, e (iii) indústria, totalizado 89,9% do montante total (Gráfico 2.10).

Gráfico 2.10 Participação dos investimentos realizados pelas empresas associadas individuais da ABRAF, 2010

Plantio 34,9%

Colheita e Transporte 31,5%

Indústria 23,4%

Estradas 5,9%

Outros 4,2%

Fonte: Associadas individuais da ABRAF (2011).

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72 Capítulo 2 :: silviCultura de Florestas plantadas

Silvicultura de Florestas Plantadas2Capítulo As empresas associadas individuais da ABRAF preveem para os próximos cinco anos (2011‑2015) aumento de três vezes o valor investido em 2010, podendo chegar a cerca de R$ 7,6 bilhões (Gráfico 2.11).

Gráfico 2.11 Perspectiva de investimentos das empresas associadas da ABRAF em atividades florestais entre 2011‑2015

4.000

3.500

3.000

2.500

2.000

1.500

1.000

500

0

3.352

2.163

467248

1.192

107 112

Plantio Colheita e Indústria Estradas P&D Terra Outros Transporte

Milh

ões

R$

Fonte: Associadas individuais da ABRAF (2011).

A maior parte dos investimentos correntes continua sendo direcionada para as operações de plantio (R$ 3,3 bilhões) e para colheita e transporte florestal (R$ 2,2 bilhões), respondendo respectivamente por 43,9% e 28,3% do total (Gráfico 2.12). Destaca‑se que os investimentos industriais deverão alcançar R$1,2 bilhão (15,6% do total).

Gráfico 2.12 Distribuição da perspectiva de investimento das empresas associadas da ABRAF, período 2011‑2015

Plantio 43,9%

Colheita e Transporte 28,3%

Indústria 15,6%

Estradas 6,1%

Outros 6,1%

Fonte: Associadas individuais da ABRAF (2011).

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MERcADO DE PRODuTOS FLORESTAIS

PRINCIPAIS PRODUTOS DERIvADOS DE FlORESTAS PlANTADAS

MADEIRA EM TORA

3Capítulo

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76 Capítulo 3 :: MerCado de produtos Florestais

Mercado de Produtos Florestais3Capítulo3 MERCADO DE PRODUTOS FlORESTAIS

A cadeia produtiva do setor brasileiro de florestas plantadas caracteriza‑se pela grande diversidade de produtos, compreendendo um conjunto de atividades que incluem a produção, a colheita e a transformação da madeira até a obtenção dos produtos finais. A Figura 3.01 ilustra o modelo simplificado dessa cadeia.

Figura 3.01 Modelo simplificado da cadeia produtiva do setor florestal

processamento primário processamento Secundário processamenato Terciário

Energia Térmica(geração de vapor)

Madeira Tratada(mourões, postes, etc)

laminados

Serrados

Carvão Vegetal

Celulose

Celulose Solúvel

painéis de MadeiraIndustrializada

Componentes demedicamentos, etc...

Móveis, componentes,etc...

papel

Construção Civil

Embalagens

Construção Civil

uso Naval

outros usos

outros usos

Construção Civil

Construções Rurais

Consumo Industrial

Tubos/Chapas

outros usos

Aço

Móveis e Componentes

Móveis e Componentes

Ferro gusa

Ferro ligas

Vigas, Tábuas, pranchas,Ripas, Sarrafos

pMVA1

outros

Compensado

Indústria de Base Florestal,Agroindústria (secagem de grãos),Processamento de alimentos,Cerâmicas, Urbano, ...

Mercado Nacionale Internacional

Insumos

Máquinas e Equipamentos

Agroquímicos

Fertilizantes

Sementes e Mudas

produtos Não Madeireiros

Borracha, gomas, Arómativos, Ceras, Medicinais, Corantes,...

Segmentos Industriais:

QuímicaFarmacêuticaAutomobilísticaAlimentícia

Produção Florestal

produtos Madeireiros

Toras,lenha,Biomassa,Casca...

Cavaco

Fonte: Adaptado de VIEIRA, L. – Setor Florestal em Minas Gerais: caracterização e dimensionamento. Belo Horizonte – Universidade Federal de Minas Gerais, 2004 e em Anuário ABRAF (2010). Elaborado por Pöyry Silviconsult.¹ PMVA (Produtos de Maior Valor Agregado) – portas, janelas, molduras, pisos, desks, dormentes, outros.

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77MerCado de produtos Florestais :: Capítulo 3

No Brasil há basicamente três grandes grupos de produtores florestais quanto ao porte e tipo da atividade desenvolvida:

• Empresas verticalizadas: empresas consumidoras de matéria‑prima florestal própria, geralmente inseridas nos setores de papel e celulose, painéis de madeira industrializada, lâminas e compensados, serrarias e siderúrgicas a carvão vegetal. Possuem equipe própria para as operações florestais, de modo a garantir a qualidade da matéria‑prima que será consumida na fábrica. Os excedentes de produção florestal geralmente são comercializados no mercado.

• TIMos (Timberland Investment Management Organizations): empresas de gestão de investimentos florestais vinculadas ou não a fundos de pensão estrangeiros (principalmente nos Estados Unidos e Canadá) que adquirem ativos florestais para atuar como reflorestadoras independentes no mercado. Fazem a intermediação entre investidores e os investimentos florestais a partir da concentração de recursos (fundos), da análise das potencialidades do mercado e da operacionalização/gerenciamento de plantios. Possibilitam maior rentabilidade aos investidores ao reduzir a imobilização do capital decorrente da aquisição de ativos. A madeira produzida é comercializada mediante contratos de fornecimento aos consumidores, em geral grandes empresas que processam a madeira, transformando‑a em produtos de maior valor agregado.

• proprietários independentes: proprietários de terras (pequenos e médios produtores) que investem em plantios florestais como fonte de renda a partir da comercialização da madeira em tora. Podem estabelecer contratos de suprimento, sistemas de parceria operacional (fomento, principalmente) ou atuar independentemente no mercado.

O processamento da madeira ocorre de quatro formas distintas, que caracterizam os seguintes tipos de indústria:

• Indústria primária: realiza apenas um processamento sobre a matéria‑prima (madeira), transformando‑a em madeira laminada, serrada e imunizada, além de carvão vegetal e cavaco.

• Indústria secundária: utiliza produtos obtidos do desdobramento da matéria‑prima (processo primário) para obter o produto final (processo secundário), destinado ao consumidor final ou outras indústrias do setor terciário.

• Indústria terciária: gera inúmeros produtos de maior valor agregado, altamente especializados, para atender às diversas necessidades do consumidor final.

• Indústria integrada (verticalizada): possui dois ou mais níveis de agregação industrial (primária, secundária e/ou terciária) na fabricação de seu produto final, como as indústrias de celulose e papel integradas, que compreendem uma fase primária de produção de cavaco, a fase secundária de produção da celulose, e a fase terciária de produção do papel. Já as indústrias de painéis de madeira industrializada possuem a etapa primária de produção de cavaco, e a secundária de transformação em painéis de MDP, MDF, HDF, OSB, etc.

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78 Capítulo 3 :: MerCado de produtos Florestais

Mercado de Produtos Florestais3Capítulo No Brasil, 37,5% de toda a madeira produzida é utilizada para a produção de celulose. A produção de serrados, painéis e compensados consome 15,8%, 7,8% e 3,5%, respectivamente. O restante (35,4%) é destinado à produção de lenha, carvão vegetal e outros produtos florestais (Figura 3.02).

Figura 3.02 Destino dos produtos do setor florestal, 2010

Compensados(3,5%)

54,9% Exportação

45,1% Mercado Interno

Serrados(15,8%)

7,2% Exportação

92,8% Mercado Interno

Lenha, Carvão e outros (35,4%)

1,3% Exportação

98,7% Mercado Interno

Painéis(7,8%)

2,8% Exportação

97,2% Mercado Interno

Celulose(37,5%)

59,5% Exportação

40,5% Mercado Interno

ProduçãoMadeireira

(100%)

Fonte: Elaborado por Pöyry Silviconsult (2011).

Ressalta‑se que com exceção da lenha, do carvão vegetal e dos painéis de madeira industrializada, cujo consumo está basicamente concentrado no mercado interno, os demais produtos destinam‑se, prioritariamente, ao mercado externo.

Boa parte dos produtos secundários (móveis, papel, pisos, molduras, ferro e aço, etc.) também é exportada, demonstrando, assim, a importância do cenário internacional para o setor florestal brasileiro.

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79MerCado de produtos Florestais :: Capítulo 3

3.1 PRINCIPAIS PRODUTOS DERIVADOS DE FLORESTAS PLANTADAS

As dimensões continentais do Brasil favoreceram o desenvolvimento do parque industrial de base florestal ao longo de todo o seu território. Entretanto, as empresas tendem a se concentrar em regiões onde aspectos regionais e logísticos favorecem a geração de economias de escala. As regiões onde ocorrem as concentrações de empresas ligadas ao setor de base florestal (clusters), cuja principal fonte de matéria‑prima é o Eucalyptus, estão assinaladas na Figura 3.03.

Figura 3.03 Localização atual dos principais centros industriais do país – Eucalyptus

Celulose

Siderurgia à Carvão vegetal

Sólidos

Energia Biomassa

Multiprodutos

Painéis de Madeira Industrializada

Fonte: Elaborado por Pöyry Silviconsult (2011).

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80 Capítulo 3 :: MerCado de produtos Florestais

Mercado de Produtos Florestais3Capítulo3.1.1 Produção e Consumo

Celulose

No Brasil, existem cerca de 220 empresas operando no segmento de papel e celulose. O país, em âmbito mundial, é líder na produção de celulose de fibra curta (Eucalyptus), sendo o 6º maior produtor de celulose e o 11º maior fabricante de papel. Há 10 anos, a indústria de celulose cresce em média 5,9% a.a. Em 2010, a produção nacional de celulose totalizou 14,1 milhões de toneladas, crescimento de 4,4% em relação a 2009. No mesmo período, o consumo interno atingiu 6,1 milhões de toneladas, 8,9% superior ao registrado em 2009 (Gráfico 3.01).

Gráfico 3.01 Histórico da produção e consumo de celulose no Brasil, 2000‑2010

16

14

12

10

8

6

4

2

0

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Milh

ões

(t)

ConsumoProdução

14,1

11,2

12,7

9,6

7,4

13,5

10,4

8,0

12,0

9,1

7,5

5,0 4,95,3

6,0 6,15,6

5,25,8

4,55,14,9

Fonte: ABIPA, ABIMCI, BRACELPA (2010/2011).

Papel

A produção brasileira de papel em 2010, de aproximadamente 9,8 milhões de toneladas, retomou o crescimento observado no período pré‑crise ao registrar uma elevação de 5,4 % em relação a 2009. O consumo superou em 9,5% o patamar alcançado em 2009, totalizando 9,2 milhões de toneladas, reflexo da melhoria do mercado interno e da retomada das importações pelo mercado asiático (Gráfico 3.02).

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81MerCado de produtos Florestais :: Capítulo 3

Gráfico 3.02 Histórico da produção e consumo de papel no Brasil, 2000‑ 2010

12

10

8

6

4

2

0

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Milh

ões

(t)

9,88,7 9,48,57,4 9,38,67,8 9,07,97,2

6,9 6,7

7,7

8,89,2

8,4

7,3

8,1

6,77,16,8

ConsumoProdução

Fonte: ABIPA, ABIMCI, BRACELPA (2010/2011).

Carvão Vegetal

O Brasil é o maior produtor mundial de carvão vegetal. Os principais consumidores são os setores de ferro‑gusa, aço e ferros‑liga e, em menor escala, o comércio e o consumidor residencial. O carvão vegetal apresenta inúmeras vantagens em relação ao carvão mineral. É renovável, menos poluente (tem baixo teor de cinzas), praticamente isento de enxofre/fósforo e a tecnologia para sua fabricação já está amplamente consolidada no Brasil.

Para a economia florestal, a gama de empresas mais relevante no quesito consumo de carvão vegetal faz referência aos produtores independentes de ferro‑gusa, os quais são fornecedores de matéria‑prima para a indústria do aço. Em 2010, foram produzidos 11,6 milhões de m³ de carvão vegetal a partir de florestas plantadas, dos quais 66,2% foram consumidos pelos “guseiros” independentes.

Atualmente, aproximadamente 55,0% da produção brasileira de carvão vegetal ainda é proveniente de florestas nativas. A tendência é que a cada ano o consumo de madeira nativa diminua, sendo substituída por madeira de florestas plantadas, em função do maior controle exercido pelos órgãos fiscalizadores e também pelo aumento das pressões sociais na preservação dos recursos naturais.

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82 Capítulo 3 :: MerCado de produtos Florestais

Mercado de Produtos Florestais3CapítuloPainéis de Madeira Industrializada

Nos últimos 10 anos (2000‑2010), a produção anual de painéis de madeira industrializada cresceu de 2,7 milhões de toneladas para 6,4 milhões, ou seja, um crescimento médio de 8,2% a.a., consolidando sua participação em determinados segmentos consumidores, principalmente na indústria de móveis de madeira. Da mesma forma, o consumo por painéis de madeira industrializada também cresceu de 2,6 milhões de toneladas, em 2000, para 6,5 milhões, em 2010, um incremento de 8,7% a.a. (Gráfico 3.03).

Gráfico 3.03 Histórico da produção e consumo de painéis de madeira industrializada no Brasil, 2000‑2010

7

6

5

4

3

2

1

0

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Milh

ões

(t)

6,44,4 5,24,03,0 5,34,03,1 5,03,52,7

2,83,3

4,4

5,3

6,5

5,3

3,8

4,9

2,9

4,0

2,6

ConsumoProdução

Fonte: ABIPA, ABIMCI, BRACELPA (2010/2011).

Compensados

O mercado brasileiro de compensados é composto por aproximadamente 300 empresas, as quais, em sua maioria, estão concentradas na região sul do país. Esse mercado é caracterizado pelos altos custos operacionais e pela grande dependência do mercado externo.

Em 2010, a produção de compensado superou em 25,0% a produção registrada em 2009, totalizando 2 milhões de toneladas produzidas (Gráfico 3.04).

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83MerCado de produtos Florestais :: Capítulo 3

Gráfico 3.04 Histórico da produção e consumo de compensados no Brasil, 2000‑2010

3

2

1

0

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Milh

ões

(t)

2,0

2,4

1,9

2,4

1,51,6

2,5

1,6

2,02,0

1,4

0,5 0,40,6 0,6

1,1

0,60,4

0,70,6

0,4

0,7

ConsumoProdução

Fonte: ABIPA, ABIMCI, BRACELPA (2010/2011).

Madeira Serrada

Estima‑se que existam aproximadamente 600 serrarias destinadas ao desdobro de madeira de plantios florestais, que juntas produziram, em 2010, 9,0 milhões de toneladas de madeira serrada. Considerando o período compreendido entre 2000 e 2010, a produção brasileira de serrados cresceu a uma taxa média anual de 1,7% (Gráfico 3.05).

Apesar do forte crescimento da produção de madeira de Eucalyptus, o volume de serrados desse gênero ainda é pequeno. Entretanto, em médio prazo, estima‑se que essa tendência seja revertida.

Nesse mesmo período, o consumo de madeira serrada diminuiu 21,8% em relação ao total consumido em 2009 (Gráfico 3.05), alcançando total de 6,1 milhões de toneladas de madeira serrada.

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84 Capítulo 3 :: MerCado de produtos Florestais

Mercado de Produtos Florestais3CapítuloGráfico 3.05 Histórico da produção e consumo de madeira serrada no Brasil, 2000‑2010

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

0

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Milh

ões

(t)

9,09,18,89,0

8,0

8,58,9

8,3

9,3

8,7

7,5

ConsumoProdução

6,9 7,0

7,8 7,8

6,1

7,87,4

8,0

6,6

7,4

6,2

Fonte: ABIPA, ABIMCI, BRACELPA (2010/2011).

Outros Produtos

Em escala menor, a produção de outros produtos florestais, tais como, briquetes, pellets, palanques, pallets, postes e mourões continua a ser realizada. Todavia, a ausência de estatísticas referentes ao mercado desses produtos impede a real mensuração e a análise da potencialidade desses mercados.

3.1.2 Comércio Internacional

O saldo total das exportações brasileiras alcançou a cifra de US$ 201,9 bilhões em 2010, representando crescimento de 32,0% em relação a 2009 (US$ 153,0 bilhões). Todavia, o total das importações cresceu mais que proporcionalmente (42,2%), totalizando US$ 181,6 bilhões. Nesse contexto, o saldo da balança comercial brasileira, apesar de positivo, declinou para US$ 20,3 bilhões em 2010, uma redução de 19,8%.

Nesse cenário, a atividade florestal destacou‑se como superavitária. As exportações brasileiras de produtos de florestas plantadas atingiram o montante de US$ 7,5 bilhões (3,7% do total Brasil), um crescimento de 34,6% em relação a 2009. As importações totalizaram US$ 2,0 bilhões, um crescimento de 41,8% em relação a 2009 (Gráfico 3.6). O saldo da balança comercial florestal totalizou US$ 5,5 bilhões, representando 27,1% do saldo global do país.

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85MerCado de produtos Florestais :: Capítulo 3

Gráfico 3.06 Evolução da balança comercial de produtos de florestas plantadas no Brasil, 2000‑2010¹

5,6

4,0

5,0

3,4

2,0

4,23,7

2,2

4,4

3,12,1

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

0

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Bilh

ões

(US$

)

ExportaçãoSaldo Importação

Fonte: SECEX (2010).¹ Vide Notas Metodológicas – Capítulo 5 deste Anuário.

A Tabela 3.01 apresenta a evolução do valor monetário das exportações dos principais produtos do setor brasileiro de florestas plantadas, no período 2004 a 2010.

Tabela 3.01 Evolução das exportações brasileiras de produto de florestas plantadas (milhões de US$)

produto 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Celulose 1.722 2.034 2.484 3.024 3.917 3.315 4.762

Papel 1.188 1.372 1.524 1.702 1.920 1.686 2.009

Madeira Serrada ¹ 295 304 275 257 203 142 154

Painéis Reconstituídos ² 154 167 162 166 127 85 82

Compensados ¹ 521 510 438 422 477 279 360

Carvão Vegetal 6 4 3 3 2 2 1

Outros ³ 335 201 262 178 137 116 169

Total 4.221 4.592 5.148 5.752 6.783 5.625 7.537

Fonte: SECEX (2010).1 Inclui apenas coníferas.2 Painéis Reconstituídos, segundo SECEX, incluem: MDP, MDF, Chapa Dura, OSB e outros (waferboard).3 Outros incluem: molduras, blocks & bloncks e EGP.

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86 Capítulo 3 :: MerCado de produtos Florestais

Mercado de Produtos Florestais3Capítulo As exportações de celulose somaram aproximadamente US$ 4,7 bilhões em 2010, um crescimento de 43,6% em relação a 2009. Os países europeus aumentaram a importação de celulose brasileira em 67,5% entre 2009 e 2010, totalizando US$ 1,99 bilhões. A China importou US$ 1,02 bilhões, alcançando a segunda posição entre os maiores importadores.

O Brasil destacou‑se por produzir e abastecer o mercado internacional com expressivos volumes de papel, principalmente da América Latina e Europa. Os países da América do Norte reduziram em 10,9% o volume importado de papel brasileiro, enquanto a Argentina continuou sendo o principal destino do papel brasileiro, adquirindo 43% de toda a produção nacional.

As exportações de painéis de madeira industrializada representaram de 1,1% da exportação total, indicando o forte direcionamento desse produto para o mercado interno. As exportações brasileiras de MDF foram destinadas, principalmente, aos Estados Unidos, Bélgica e França, representando 65,3% do total exportado desse produto. O Paraguai, Uruguai e Colômbia importaram juntos 6,7% do total de MDF exportado.

O volume exportado de madeira serrada obteve incremento de 8,4% no período, totalizando US$ 154 milhões, e os principais destinos das exportações do produto foram Estados Unidos, Holanda e França.

As exportações de compensado totalizaram US$ 360 milhões, 29,0% acima do total registrado em 2009. Os principais destinos do compensado brasileiro foram o Reino Unido, a Alemanha e a Bélgica.

3.2 MADEIRA EM TORA

3.2.1 Produção de Madeira em Tora

Estima‑se que a produção madeireira potencial de Pinus e Eucalyptus seja da ordem 258,6 milhões de m³/ano, ao considerar a atual área de plantios florestais e o incremento médio anual (IMA) para cada região. Do total estimado, 74,9% correspondem à madeira de Eucalyptus e 25,1% à madeira de Pinus (Tabela 3.02 e Gráfico 3.7).

Tabela 3.02 Estimativa da produção madeireira potencial de Eucalyptus e Pinus no Brasil, 2010

Espécie Área plantada (ha) IMA¹ produção Sustentada² %

Eucalyptus 4.693.766 41,3 193.736.543 74,9

Pinus 1.756.359 37,0 64.913.131 25,1

Total 6.450.125 ‑ 258.649.674 100,0

Fonte: Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).¹ IMA = Incremento Médio Anual (m³/ha ano). Adotou‑se o IMA ponderado (em função da área plantada) das áreas com plantios de Eucalyptus e Pinus das empresas associadas individuais da ABRAF.² Produção sustentada (m³/ano) foi calculada multiplicando a área plantada pelo IMA médio ponderado da espécie.

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87MerCado de produtos Florestais :: Capítulo 3

Gráfico 3.07 Composição da produção sustentada dos plantios florestais por gênero, 2010

Eucalyptus 74,9%

Pinus 25,1%

Fonte: Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

Entretanto, essa estimativa não representa uma oferta de madeira efetivamente disponível para o período considerado, mas sim uma oferta potencial estimada, uma vez que a idade dos plantios é variável.

A produção de madeira concentra‑se nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. No Sudeste, há predomínio do Eucalyptus (93,8%) em relação ao Pinus (6,2%). No Sul, o Pinus predomina em 71,9% da área plantada, enquanto o Eucalyptus representa apenas 28,1% (Gráfico 3.8).

Gráfico 3.08 Estimativa de produção sustentada dos plantios de Eucalyptus e Pinus por região, 2010

140

120

100

80

60

40

20

0

Centro‑Oeste Nordeste Sudeste Sul

Eucalyptus Pinus

Milh

ões

(ha)

7,2

108,8

20,7

53,0

33,90,6

19,3

Fonte: Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

Grande parte da concentração dos plantios de Eucalyptus na região Sudeste (60,3%) advém do significativo número de empresas de papel e celulose e siderurgia a carvão vegetal localizadas nessa região. Da mesma forma, a maioria dos plantios de Pinus continua a ser cultivado próximo às indústrias de painéis, serrados, compensados e produtos de madeira sólida, localizadas na região Sul (87,1%) do país (Gráfico 3.9).

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88 Capítulo 3 :: MerCado de produtos Florestais

Mercado de Produtos Florestais3CapítuloGráfico 3.09 Distribuição da produção potencial madeireira por região do Brasil, 2010

Sudeste 60,3%

Nordeste 18,8%

Sul 11,5%

Centro-Oeste 9,4%

Sul 87,1%

Sudeste 11,9%

Centro-Oeste 1,0%

EUCALyPTUS PINUS

Fonte: Associadas individuais e coletivas da ABRAF (2011) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

Segundo o IBGE (2010), a produção anual de toras a partir de plantios florestais totalizou 158,4 milhões m³. Desse total, 68,7% (108,8 milhões de m³) foram direcionados ao uso industrial, 27,0% (42,8 milhões de m³) à produção de lenha e 4,3% (6,8 milhões) ao carvoejamento.

O Gráfico 3.10 apresenta a evolução histórica da produção de madeira de toras no Brasil (2001 a 2010). Nesse período, a produção anual média foi de 139 milhões de m³ e o crescimento médio anual de 3,9%.

Gráfico 3.10 Histórico da produção anual de madeira em tora para uso industrial no Brasil, 2001‑2010¹

180

160

140

120

100

80

60

40

20

0

160

140

120

100

80

60

40

20

0

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 20102 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 20102

ABSOLUTO RELATIVO (BASE 100)

Milh

ões

(m3 )

104 89

126 108

151 130

125 107141 121

151 129138 118142 122

155 133158 136

Fonte: IBGE (2011), adaptado por Pöyry Silviconsult (2011).¹ Inclui carvão vegetal (equivalente em madeira em tora), lenha e madeira em tora para energia, celulose, serraria e laminação oriundas somente da silvicultura.² Estimativa da Pöyry Silviconsult com base nos dados do IBGE (2011).

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89MerCado de produtos Florestais :: Capítulo 3

3.2.2 Produção de Madeira em Toras das Associadas Individuais da ABRAF

A produção de madeira em tora de Pinus e Eucalyptus das empresas associadas individuais da ABRAF totalizou 71,1 milhões de m³ em 2010. Do total, 82,5% corresponderam à produção de plantios de Eucalyptus e 17,5% de Pinus (Tabela 3.03).

Tabela 3.03 Produção de madeira em tora pelas empresas associadas individuais da ABRAF, 2010

gênerosprodução

m³/ano %

Eucalyptus 58.629.008 82,5%

Pinus 12.468.100 17,5%

Total 71.097.108 100,0%

Fonte: Associadas individuais da ABRAF (2011).

Em relação a 2009, a produção de toras de Eucalyptus em 2010 aumentou aproximadamente 30,0%. No caso do Pinus, o incremento da produção madeireira foi da ordem de 9,6% (Gráfico 3.11).

Gráfico 3.11 Evolução da produção de madeira em tora pelas associadas individuais da ABRAF, 2005‑2010

80

70

60

50

40

30

20

10

0

2005 2006 2007 2008 2009 2010

EM VALORES ABSOLUTOS EM NÚMEROS‑ÍNDICES (BASE 2005)

Eucalyptus Pinus

Milh

ões

(m3 )

13,6

35,3

13,4

32,7

11,1

45,2

9,8

46,4

11,4

45,1

12,5

58,6

200

150

100

50

0

2005 2006 2007 2008 2009 2010

166

92

145131

72

11599

9394

128

84

116

128

82

115100

PinusEucalyptus Produção Total

Fonte: Anuário ABRAF (2010) e Associadas individuais da ABRAF (2011).

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90 Capítulo 3 :: MerCado de produtos Florestais

Mercado de Produtos Florestais3Capítulo3.2.3 Consumo de Madeira em Tora

Em 2010, o consumo brasileiro de tora de madeira proveniente de plantios florestais foi de 169,1 milhões de m³ (Tabela 3.04 e Gráfico 3.12). O segmento celulose e papel destacou‑se como o principal consumidor (37,5% do total).

Tabela 3.04 Consumo brasileiro de madeira em tora para uso industrial por segmento e espécie, 2010¹

SegmentoConsumo de Madeira em Toras (m³)

Eucalyptus pinus Total

1. Celulose e Papel 54.783.840 8.593.860 63.377.700

2. Painéis Reconstituídos 4.424.069 8.758.677 13.182.746

3. Indústria Madeireira² 3.515.084 29.133.632 32.648.716

4. Carvão Vegetal 15.401.191 ‑ 15.401.191

5. Lenha Industrial 33.156.894 9.399.442 42.556.336

6. Outros³ 1.674.144 284.695 1.958.839

Total 112.955.222 56.170.306 169.125.528

Fonte: ABIPA (2011), AMS (2011), BRACELPA (2011) e outras fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).¹ Os valores foram estimados pela Pöyry Silviconsult com base em fatores de conversão tora equivalente‑produto (vide Notas Metodológicas – Capítulo 05, item 5.3).² Incluindo madeira serrada, compensado e beneficiamento de Produtos de Maior Valor Agregado – PMVA (piso, porta, janela, moldura, ferramentas e Edge Glued Panel – EGP).³ Incluindo cavaco de madeira para exportação e madeira tratada.

Gráfico 3.12 Participação do consumo de madeira em tora por segmento, 2010

Celulose e Papel 37,5%

lenha Industrial 25,2%

Indústria Madeireira 19,3%

Carvão 9,1%

Painéis Reconstituídos 7,8%

Outros 1,2%

Fonte: ABIPA (2011), AMS (2011), BRACELPA (2011) e outras fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

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91MerCado de produtos Florestais :: Capítulo 3

Em relação a 2009, o consumo de madeira em tora de Eucalyptus aumentou 1,1% (1,2 milhões de m³). Para o mesmo período, o consumo de toras de Pinus reduziu 3,9% (2 milhões de toneladas), conforme apresenta o Gráfico 3.13.

Gráfico 3.13 Histórico do consumo de madeira em tora por gênero, 2010

180

160

140

120

100

80

60

40

20

0

2008 2009 2010

Eucalyptus Pinus

Milh

ões

(m3 )

49,4

112,4

51,4

111,2

53,9

110,8

Fonte: ABIPA (2011), AMS (2011), BRACELPA (2011) e outras fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

3.2.4 Consumo de Madeira em Toras das Associadas Individuais da ABRAF

O consumo de madeira em toras de Eucalyptus e Pinus das empresas associadas individuais da ABRAF totalizou 63,9 milhões de m³ em 2010. Do total consumido, 85,4% corresponderam ao consumo de Eucalyptus e 14,6% ao consumo de Pinus (Tabela 3.05).

Tabela 3.05 Consumo de madeira em toras pelas empresas associadas individuais da ABRAF, 2010

gênerosConsumo

m³/ano %

Eucalyptus 54.541.601 85,4%

Pinus 9.340.280 14,6%

Total 63.881.881 100,0%

Fonte: Associadas individuais da ABRAF (2011).

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92 Capítulo 3 :: MerCado de produtos Florestais

Mercado de Produtos Florestais3Capítulo Considerando somente as empresas associadas da ABRAF, o consumo de madeira em tora de Eucalyptus aumentou 21,4% ante o volume consumido em 2009. O consumo de Pinus, 47,6% superior ao registrado no ano anterior, deve‑se, numericamente, à participação de novas empresas associadas à ABRAF (Gráfico 3.14).

Gráfico 3.14 Histórico do consumo de madeira em tora pelas associadas individuais da ABRAF, 2005‑2010

70

60

50

40

30

20

10

0

2005 2006 2007 2008 2009 2010

Eucalyptus Pinus

Milh

ões

(m3 )

7,0

47,3

6,3

48,7

6,3

44,9

9,3

54,5

6,8

42,3

6,6

42,0

Fonte: Anuário ABRAF (2010) e Associadas individuais da ABRAF (2011).

O Gráfico 3.15 ilustra a origem da matéria‑prima florestal consumida pelas empresas associadas individuais da ABRAF. Do total consumido, 80,0% provêm de plantios próprios e 10,6% de fomento florestal. Em 2010, destaca‑se que o incremento da participação de madeira provinda do mercado (terceiros), que passou de 4,3% em 2009, para 9,4% em 2010.

Gráfico 3.15 Distribuição do consumo de madeira em tora das empresas associadas da ABRAF por origem, 2010

Própria 80,0%

Fomento 10,6%

Terceiros 9,4%

Fonte: Associadas individuais da ABRAF (2011).

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Criada em 1969, a V & M FLORESTAL é uma das pioneiras no plantio e manejo de fl orestas renováveis de eucalipto no país, responsável por produzir carvão vegetal para produção dos tubos de aço sem costura da V & M do BRASIL. Sua atuação sustentável colabora para a preservação do meio ambiente, através da implementação de faixas ecológicas e das áreas de reserva que

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IMPORTâNcIA DAS FLORESTAS PLANTADAS NO BRASIL

vAlOR BRUTO DA PRODUçãO DO SETOR DE FlORESTAS PlANTADAS

ARRECADAçãO DE TRIBUTOS

GERAçãO DE EMPREGOS

MECANISMOS DE FINANCIAMENTO DISPONívEIS PARA O SETOR DE FlORESTAS PlANTADAS NO BRASIl

íNDICE FIRJAN DE DESENvOlvIMENTO MUNICIPAl (IFDM)

MEIO AMBIENTE

PROGRAMAS DE RESPONSABIlIDADE SOCIAl E AMBIENTAl

4Capítulo

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96 Capítulo 4 :: iMportânCia das Florestas plantadas no Brasil

Importância das Florestas Plantadas no Brasil4Capítulo4 IMPORTâNCIA DAS FlORESTAS PlANTADAS NO BRASIl

Para a economia brasileira e para a sociedade em geral, o setor florestal contribui com uma parcela importante da geração de produtos, tributos, divisas, empregos e renda. Ademais, o setor é estratégico no fornecimento de matéria‑prima para o desenvolvimento da indústria nacional de base florestal.

No âmbito social, as atividades da cadeia produtiva do setor promovem a geração de empregos e renda e, ao fixarem as populações no campo auxiliam também na melhoria da qualidade de vida nas áreas rurais.

Do ponto de vista ambiental, destaca‑se a contribuição do setor de florestas plantadas para a conservação da natureza e para o equilíbrio do ambiente, na promoção da biodiversidade, na recuperação e proteção de áreas degradadas, na manutenção dos regimes hídricos, da fertilidade do solo e da qualidade do ar e da água. Ressalta‑se também a função dos plantios florestais como sumidouro de carbono.

Nesse contexto, o presente capítulo descreve a contribuição econômica, social e ambiental do setor de florestas plantadas em 2010, mediante a apresentação de indicadores como o Valor Bruto da Produção Florestal (VBPF), arrecadação de tributos e geração de empregos no país. Além disso, apresentam‑se informações sobre os mecanismos de financiamento disponíveis para o setor, e indicadores relativos aos programas de responsabilidade social e ambiental das empresas associadas da ABRAF.

As metodologias adotadas e/ou desenvolvidas para o cálculo e estimativa das variáveis e indicadores apresentados neste capítulo estão descritas no Capítulo 5 (Notas Metodológicas) deste Anuário.

4.1 VALOR BRUTO DA PRODUçãO DO SETOR DE FLORESTAS PLANTADAS

O Valor Bruto da Produção Florestal (VBPF), resultado da multiplicação do preço dos produtos florestais pela respectiva quantidade produzida, é um dos principais indicadores do desempenho econômico do setor de florestas plantadas. Em 2010, o VBPF estimado para o setor de florestas plantadas correspondeu a R$ 51,8 bilhões, valor 20,7% superior em relação ao observado em 2009 (Tabela 4.01).

Tabela 4.01 Estimativa do valor bruto da produção do setor florestal, segundo as principais cadeias produtivas do setor de florestas plantadas, 2009 e 2010

Segmento2009 2010

R$ % R$ %

Celulose e Papel 23.624.000.000 55,0 29.060.318.880 56,1

Painéis de Madeira Industrializada3,5 4.489.000.000 10,4 5.404.456.786 10,4

Siderurgia a Carvão Vegetal³ 612.000.000 1,4 1.262.202.865 2,4

Indústria da Madeira²,4 6.677.379.025 15,5 7.597.427.494 14,7

Móveis³ 7.566.000.000 17,6 8.518.969.466 16,4

Total 42.968.379.025 100,0 51.843.375.491 100,0

Fonte: ABIPA, BRACELPA, IBPT (2010) e outras fontes compiladas por Poyry Silviconsult (2011).1 Vide notas metodológicas no Capítulo 5 deste Anuário.2 Estimativa Poyry Silviconsult.3 Inclui apenas produtos derivados das florestas plantadas.4 Indústria Madeireira inclui madeira serrada, compensado (lâminas) e Produtos de Maior Valor Agregado (PMVA).5 Painéis de Madeira Industrializada incluem: Medium Density Particleboard (MDP), Medium Density Fiberboard (MDF), chapa de fibra e Oriented Strand Board (OSB).

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97iMportânCia das Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 4

O valor da produção dos setores de celulose e papel e de painéis de madeira industrializada, cujas estimativas foram disponibilizadas pelas associações setoriais de cada segmento, atingiram em 2010 R$ 29,1 bilhões e R$ 5,4 bilhões, respectivamente. O setor de papel e celulose destacou‑se como o setor que mais contribuiu para o VBPF nacional, 56,1%.

O VBPF da siderurgia a carvão vegetal chegou a R$ 1,2 bilhão, aumento de mais de 100% frente ao valor de R$ 612 milhões de 2009. O crescimento do VBPF da siderurgia a carvão vegetal em 2010 deveu‑se, sobretudo, a recuperação parcial dos preços e dos volumes consumidos. Os preços do insumo termo‑redutor subiram 26% e o consumo aproximado de 36%, em relação ao ano de 2009, quando foram mais intensos os efeitos da crise econômica, iniciada em finais de 2008. Mesmo assim, o VBPF continua abaixo do patamar pré‑crise, quando o setor obteve um VBPF de R$1,57 bilhão.

Para a indústria de madeira sólida estimou‑se um VBPF de R$ 7,6 bilhões, frente a R$ 6,7 bilhões de 2009.

O VBPF da indústria moveleira, por sua vez, passou de R$ 7,6 bilhões, em 2009, para R$ 8,5 bilhões em 2010, um crescimento de 12,6%.

4.2 ARRECADAçãO DE TRIBUTOS

Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), a arrecadação tributária brasileira em 2010 foi 17,8% superior à de 2009, totalizando R$ 1,29 trilhões (Tabela 4.02).

Ressalta‑se que, assim como em 2009, o ano de 2010, ainda que parcialmente, foi influenciado por estímulos governamentais visando à recuperação da demanda interna por meio de desoneração tributária de setores produtivos estratégicos, como a construção civil e as indústrias automobilística, moveleira e de eletrodomésticos (linha branca), entre outras.

Para o ano de 2010, houve uma alteração metodológica com relação à estimativa de tributos arrecadados pelos segmentos associados às florestas plantadas no Brasil. Tal mudança (vide Capítulo 5 – Notas Metodológicas) explica a redução nesse indicador quando comparado ao valor exposto na versão anterior deste anuário para o ano de 2009.

Tabela 4.02 Estimativa de participação de tributos arrecadados pelos segmentos associados a florestas plantadas no Brasil, 2009 e 2010

Segmento2009¹ 2010

R$ (milhões) % R$ (milhões) %

Indústria Florestal (Florestas Plantadas) 7.307 0,67 7.410 0,57

Brasil (Tributos federais, estaduais e municipais) 1.096.002 100,0 1.291.015 100,0

Fonte: IBPT (2010) e outras fontes compiladas por Poyry Silviconsult (2011).1 O valor de tributos do ano de 2009 para a indústria florestal (floresta plantada) foi alterado devido a mudanças metodológicas na atual versão deste anuário.

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98 Capítulo 4 :: iMportânCia das Florestas plantadas no Brasil

Importância das Florestas Plantadas no Brasil4Capítulo Estima‑se que a contribuição tributária do setor florestal foi de R$ 7,4 bilhões no ano, representando 0,57% do total arrecadado no país.

Esse indicador consolida o total arrecadado pelas atividades econômicas de base florestal tributáveis, incluindo os principais tributos gerados pelas empresas nacionais – Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), Imposto Sobre Serviços (ISS), Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e ao Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), aplicado aos produtores rurais pessoas jurídicas (inclusive as atividades de base florestal).

Ressalta‑se que o ajuste na metodologia de cálculo do VBPF da indústria da madeira (vide Notas Metodológicas no Capítulo 5), bem como a desoneração temporária do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor moveleiro, resultaram na redução, em relação a 2009, da estimativa da participação do setor de florestas plantadas na arrecadação tributária do Brasil.

4.3 GERAçãO DE EMPREGOS

Em 2010, estima‑se que o setor de florestas manteve 4,7 milhões de postos de empregos, incluindo empregos diretos (640,4 mil), empregos indiretos (1,45 milhões) e empregos resultantes do efeito‑renda (2,60 milhões), conforme apresentado na Tabela 4.03.

Tabela 4.03 Estimativa do número de empregos diretos, indiretos e do efeito‑renda do setor de florestas plantadas, 2010

Segmento IndustrialSetor de Florestas plantadas

Diretos Indiretos Efeito‑Renda Total

Silvicultura 176.404 719.188 461.366 1.356.958

Siderurgia a Carvão Vegetal 47.804 263.973 937.901 1.279.678

Produtos de Madeira ¹ 187.040 122.770 257.179 566.989

Móveis 116.361 87.271 159.996 363.627

Celulose e Papel 112.817 259.479 755.874 1.128.170

Total 640.426 1.452.680 2.602.316 4.695.422

Fonte: CAGED, ABRAF, Pöyry Silviconsult (2011).1 Vide nota metodológica destacada na seção 5.8 deste Anuário.

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99iMportânCia das Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 4

O Gráfico 4.01 apresenta a evolução do número de empregos mantidos pelo setor florestal brasileiro entre os anos 2000 e 2010. Em 2010, segundo dados do CAGED/MTE, 397 mil pessoas foram admitidas, configurando um resultado próximo ao observado em 2008 e 23,6% acima do registrado em 2009 (321 mil).

Gráfico 4.01 Evolução do número de empregos gerados (pessoal admitido, demitido e saldo) no setor florestal no Brasil, 2000‑2010

450

400

350

300

250

200

150

100

50

0

‑50

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

285

8

278

285

9

276

10

298

308

397

4

393

397

47

350

339

‑18

321

332

10

322

366

12

354267

‑5

262

333

27

306

‑3

294

297

Mil

Pess

oas

DemitidosAdmitidos Saldo

Fonte: CAGED/MTE (2011).

As empresas associadas individuais da ABRAF colaboraram com a manutenção de 98,3 mil empregos, dentre os quais 33,4% vinculados à indústria e 66,6% às atividades silviculturais. O indicador sofreu aumento de 11,4% em relação a 2009, com destaque para o aumento de postos de trabalho relacionados à silvicultura, 22,5% (Tabela 4.04).

Tabela 4.04 Número de empregos das empresas associadas da ABRAF, 2010

Vínculo2009 2010

Indústria Silvicultura Total Indústria Silvicultura Total

Próprio 24.076 18.197 42.273 19.487 22.543 42.030

Terceiros 10.809 35.233 46.042 13.380 42.938 56.318

Total 34.885 53.430 88.315 32.867 65.481 98.348

Fonte: Associadas individuais da ABRAF (2011).

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100 Capítulo 4 :: iMportânCia das Florestas plantadas no Brasil

Importância das Florestas Plantadas no Brasil4Capítulo4.4 MECANISMOS DE FINANCIAMENTO DISPONÍVEIS PARA O SETOR DE

FLORESTAS PLANTADAS NO BRASIL

O desenvolvimento da atividade florestal depende da disponibilidade de recursos para investimento e do seu custo financeiro.

Os mecanismos de financiamentos públicos e privados, incluindo as linhas de crédito destinadas ao setor, promovem a expansão e o desenvolvimento do setor de florestas plantadas. O montante de capital inicial necessário para compra de terras, insumos, mudas e equipamentos é provido por tais mecanismos.

Dentre os tipos de mecanismos existentes, a iniciativa privada frequentemente destaca‑se em volume de financiamentos. Entretanto, a iniciativa pública também tem sua representatividade, principalmente em relação aos investimentos de grande porte, como os destinados ao setor de papel e celulose.

Os financiamentos disponibilizados pela iniciativa pública são operacionalizados por bancos públicos através de recursos repassados pelo orçamento da União, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O principal agente financeiro continua sendo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

4.4.1 linhas de Financiamento

As linhas de financiamento disponibilizadas pelo BNDES direcionadas à atividade florestal são: BNDES FINEM (Financiamento a Empreendimentos), BNDES Florestal (Apoio ao Reflorestamento, Recuperação e Uso Sustentável das Florestas), PROFLORA (Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas), PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar Florestal) e BNDES COMPENSAÇÃO FLORESTAL (Programa de Apoio à Compensação Florestal). As outras linhas de financiamento existentes estão relacionadas aos Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte (FNO – Banco da Amazônia), do Nordeste (FNE – Banco do Nordeste) e do Centro‑ Oeste (FCO – Banco do Brasil).

Ademais, o BNDES disponibiliza mecanismos de financiamentos destinados às iniciativas ambientais em forma de um fundo de investimento para participação acionária em empresas ou empreendimentos com foco em ativos florestais. Esse fundo, denominado FIP Florestal, divide‑se em FIP Brasil Sustentabilidade, FIP Caixa Ambiental e FIB Vale Florestal.

O Quadro 4.01 sintetiza as principais linhas de financiamento oferecidas pelo BNDES.

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101iMportânCia das Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 4

Quadro 4.01 Resumo dos principais programas de financiamento à atividade florestal, oferecidos pelo BNDES, 2010

Descrição do programa

BNDES Florestal FINEM PROPFLORA PRONAF Florestal PRONAF ECO

objetivo geral / finalidades

• Apoiar atividades de reflorestamento, conservação e de recuperação florestal de áreas degradadas ou convertidas, e o manejo florestal sustentável em áreas nativas.

• Apoiar projetos de investimentos destinados à implantação, expansão e modernização de empresas.

• Apoiar a implantação e manutenção de florestas destinadas ao uso industrial, à queima no processo de secagem de produtos agrícolas, à produção de bicombustível e aos consórcios agroflorestais;

• Apoiar a recomposição e manutenção de áreas de preservação permanente e reserva legal.

• Estimular o exercício da silvicultura e o desenvolvimento de sistemas agroflorestais;

• Apoiar as práticas de manejo florestal;

• Oferecer suporte técnico.

• Incentivar o uso de tecnologia de energia renovável e ambiental;

• Suportar o armazenamento hídrico;

• Patrocinar pequenos aproveitamentos hidroenergéticos;

• Estimular a silvicultura e as práticas conservacionistas e de correção de acidez do solo.

Modalidades operacionais

• Direta com o BNDES;• Indireta através de uma

instituição financeira credenciada.

• Direta com o BNDES;• Indireta através de uma

instituição financeira credenciada;

• Mista, operação que combina as duas formas anteriores.

Itens financiáveis

• Empreendimentos de reflorestamento, fomento florestal e manejo florestal sustentável;

• Aquisição de máquinas e implementos nacionais credenciados no BNDES;

• Assistência e auditoria técnica, certificação, monitoramento e treinamento;

• Sementes, mudas e viveiros – coleta, aquisição, armazenamento e produção;

• Condução e a manutenção da cultura florestal.

• Obras civis, montagem e instalações;

• Máquinas e equipamentos novos e usados (somente a microempresas), inclusos os conjuntos e sistemas industriais produzidos, credenciados pelo BNDES;

• Importação de máquinas e equipamentos novos, sem similar nacional;

• Gastos com estudos e projetos de engenharia relacionados ao investimento;

• Capital de giro associado ao investimento fixo.

• Investimentos fixos e semifixos;

• Custeio associado ao projeto, limite de 35% do valor do investimento;

• Viveiros de mudas florestais;

• Recomposição de áreas de preservação e reserva legal (atividades agropecuárias).

• Investimentos em silvicultura e sistemas agroflorestais;

• Exploração extrativista ecologicamente sustentável, incluindo‑se os custos relativos a implantação e manutenção do empreendimento.

..

Beneficiários • Sociedades com sede e administração no País, de controle nacional ou estrangeiro;

• Empresários individuais. Associações e fundações;

• Pessoas jurídicas de direito público.

• Sociedades com sede e administração no País, de controle nacional ou estrangeiro, inscritos no CNPJ e no Registro Público de Empresas Mercantis;

• Pessoas jurídicas de direito público;

• Pessoas físicas residentes e domiciliadas no País caracterizadas como Produtor Rural, para investimento no setor agropecuário.

• Produtores rurais (pessoas físicas ou jurídicas) e suas associações e cooperativas.

• Produtores rurais que se enquadram nos grupos A, A/C, B, C e D¹ do PRONAF.

• Pessoas físicas enquadradas como agricultores familiares do Pronaf, desde que apresentem proposta ou projeto técnico.

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102 Capítulo 4 :: iMportânCia das Florestas plantadas no Brasil

Importância das Florestas Plantadas no Brasil4CapítuloQuadro 4.01 Resumo dos principais programas de financiamento à atividade florestal, oferecidos

pelo BNDES, 2010(continuação)

Descrição do programa

BNDES Florestal FINEM PROPFLORA PRONAF Florestal PRONAF ECO

Valor de financiamento

• Valor mínimo de R$ 1 milhão.

• Valor mínimo de R$ 10 milhões;

• No caso de operações cujos clientes sejam conjuntos de empresas ou cooperativas que atuem em Arranjos Produtivos Locais, não há valor mínimo de financiamento.

• Limite de até R$ 300 mil. • Até 100% do valor do empreendimento.

• Até 50 mil;• Uma unidade familiar

de produção pode contratar no máximo dois financiamentos consecutivos.

Taxa de juros • Taxa de Juro de Longo Prazo – TJLP;

• Remuneração do BNDES de 0,9% a.a.;

• Taxa de risco de crédito de até 3,57% a.a.;

• Taxa de intermediação financeira de 0,5% a.a.;

• A composição da taxa de juros é dada conforme a modalidade de operação.

• Custo Financeiro²;• Remuneração do BNDES

de até 4,5% a.a.;• Taxa de risco de crédito

de até 3,57% a.a.;• Taxa de intermediação

financeira de 0,5% a.a.;• A composição da taxa de

juros é determinada de acordo com a modalidade de operação.

• 6,75% a.a incluída a remuneração da instituição financeira credenciada de 3% a.a.

• 3% a.a. • De 1 a 4% a.a. conforme o número de operações e o valor nominal dos financiamentos.

prazo de pagamento

• Até 180 meses, dependendo do item financiado.

• Estabelecido conforme a capacidade de pagamento do empreendimento, empresa ou grupo econômico.

• Até 12 anos, conforme o item financiado.

• Até 12 anos;• Até 16 anos para recurso

oriundo de Fundos Constitucionais.

• De 2 até 12 anos de acordo com a finalidade do projeto apresentado.

Órgão financiador

• BNDES ou instituição financeira credenciada.

• BNDES ou instituição financeira credenciada.

• Banco do Brasil ou instituição financeira credenciada.

• Banco do Brasil;• Banco da Amazônia;• Banco do Nordeste do

Brasil;• Demais Bancos do

Sistema Nacional de Crédito Rural.

• Banco do Brasil.

Fonte: Banco Nacional do Desenvolvimento – BNDES, Banco do Brasil – BB, Ministério do Meio Ambiente.¹Grupo A: assentados da reforma agrária ou do Programa Nacional de Crédito Fundiário; Grupo A/C: assentados da reforma agrária ou do Programa Nacional de Crédito Fundiário; Grupo B, C, D: agricultores familiares, proprietários, posseiros, arrendatários, parceiros, quilombolas, indígenas e concessionários da reforma agrária, que se enquadrem nas normas de acesso ao PRONAF.²Custo financeiro, obtido pela soma da TJLP, à Taxa de Juros Medida Provisória 462 – TJ‑462 (TJLP + 1,0% a.a.), à variação do dólar norte‑americano ou variação da UMBNDES acrescidos dos encargos da Cesta de Moedas – Cesta e ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo acrescido de encargos – IPCA.

Adicionalmente, o Ministério da Integração Nacional, na promoção do desenvolvimento econômico‑social e da redução das desigualdades regionais, executa o repasse de uma parcela da arrecadação tributária, instituída constitucionalmente, os chamados fundos constitucionais, para aplicação em programas de financiamento aos setores produtivos mais carentes, especificamente os das regiões Norte, Nordeste e Centro‑Oeste, objetivando o desenvolvimento dessas regiões.

Os Fundos Constitucionais Federais são formados pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), do Nordeste (FNE) e do Centro‑Oeste (FCO), sendo que os agentes financiadores de tais fundos são, respectivamente, o Banco da Amazônia S.A., Banco do Nordeste do Brasil e Banco do Brasil S.A.

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103iMportânCia das Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 4

O Quadro 4.02 apresenta os fundos especificamente destinados à atividade florestal como os: FNE Verde, FNO Floresta e FCO Pronatureza.

Quadro 4.02 Resumo dos principais fundos constitucionais destinados ao financiamento de atividade florestal, 2010

Item FNE VERDE FNo BIoDIVERSIDADE FCo pRoNATuREZA

objetivo geral / Finalidade

• Promover o desenvolvimento de empreendimentos e atividades econômicas que estimulem a preservação e conservação ambiental.

• Contribuir para a manutenção e recuperação da biodiversidade da Amazônia, a partir da concessão de financiamentos a empreendimentos que privilegiam o uso racional dos recursos naturais, com adoção de boas práticas de manejo, bem como empreendimentos voltados para a regularização e recuperação de áreas de reserva legal degradadas/ alteradas das propriedade rurais.

• Incentivar projetos que visem a recuperação, conservação e preservação dos recursos naturais. Apoiar a implantação de empreendimentos florestais, com foco na geração de emprego e renda.

Itens Financiáveis • Manejo Florestal;• Reflorestamentos;• Propostas de geração de energia alternativa;• Melhorias ambientais em processos

produtivos.

• Reflorestamentos;• Sistemas Agroflorestais;• Atividades cujos sistemas de produção sejam

em bases sustentáveis, em conformidade com a legislação vigente.

• Implantação de sistemas agroflorestais;• Florestamento e reflorestamento, para fins

energéticos e madeireiros;• Implantação de viveiros regionais para

fornecimento de mudas;• Implantação de culturas permanentes de

espécies vegetais nativas do cerrado;• Produção de insumos orgânicos;• Implantação de manejo florestal sustentado

de baixo impacto em florestas.

Beneficiários • Produtores rurais;• Empresas rurais, industriais e comerciais;• Prestadores de serviços.

• Pessoas físicas que se caracterizam como produtores rurais;

• Populações Tradicionais da Amazônia não contempladas pelo PRONAF.

• Produtores rurais;• Cooperativas de produção e associações

dedicadas à atividade produtiva no setor rural.

limite do Financiamento

Para Investimento e Custeio Rural:• Mini Produtor: até R$ 150.000;• Pequeno Produtor: R$ 150.000 a R$ 300.000;• Médio Produtor: R$ 300.000 até R$ 1.900.000;• Grande Produtor: acima de R$ 1.900.00.

Para investimento e Custeio Empresarial:• Micro: até R$ 240.000;• Pequena: acima de 240.000 até 2.400.000;• Média: acima de 2.400.000 até 35.000.000;• Grande: acima de 35.000.000,00.

• Mini Produtor: R$ 33.000;• Pequeno: R$ 144.000;• Médio: R$ 643.000;• Grande: R$ 1.688.000.

• R$ 20 milhões, por cliente, grupo empresarial ou grupo agropecuário.

Taxa de Juros Para operações rurais:• 5% a.a para mini produtores;• 6,75% a.a para pequenos produtores;• 7,25% a.a para médios produtores;• 8,5% a.a para grandes produtores.

Para os demais setores:• 6,75% a.a para microempresas;• 8,25% a.a para pequenas empresas;• 9,5% a.a para médias empresas;• 10% a.a para grandes empresas.

Em área de uso alternativo do solo:• 5% a.a para mini produtores;• 6,75% a.a para pequenos produtores;• 7,25% a.a para médio produtores;• 8,50% a.a para grande produtores.

Em área de reserva legal:• 4% a.a. para mini, pequeno, médio, grande.

• 5% a.a para mini produtores;• 6,75% a.a para pequenos produtores;• 7,25% a.a para médios produtores;• 8,5% a.a para grandes produtores;• Em financiamentos florestais destinados à

regularização e recuperação de Áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente, a taxa de juros efetiva é de 4% a.a.

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104 Capítulo 4 :: iMportânCia das Florestas plantadas no Brasil

Importância das Florestas Plantadas no Brasil4CapítuloQuadro 4.02 Resumo dos principais fundos constitucionais destinados ao financiamento de atividade

florestal, 2010(continuação)

Item FNE VERDE FNo BIoDIVERSIDADE FCo pRoNATuREZA

prazo de pagamento • Investimentos Fixos e Mistos até 12 anos, incluídos até 4 anos de carência;

• Investimentos semifixos até 8 anos, incluídos até 3 anos de carência.

• Investimento fixo ou misto: até 12 anos, para culturas de longo ciclo de maturação pode ser estendido para 20 anos;

• Semifixo: até 10 anos. Custeio e/ou comercialização até 2 anos.

Investimentos fixos:• Florestamento e reflorestamento;• Essências para serrarias e laminação até 20 anos;• Essências para fins energético até 15 anos.

Investimentos semifixos:• Máquinas e equipamentos até 10 anos.

Órgão Financiador • Banco do Nordeste do Brasil (BNB) • Banco da Amazônia (BASA) • Banco do Brasil (BB)

Fonte: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente – IBAMA, Banco do Nordeste do Brasil – BNB, Banco da Amazônia – BASA, Banco do Brasil – BB.

4.4.2 Desembolsos de Programas de Financiamento

Os desembolsos do Programa de Plantio Comercial de Florestas (PROPFLORA) estão apresentados na Tabela 4.05.

Tabela 4.05 Evolução dos desembolsos pelo programa PROPLORA, 2005‑2010

uFpRoFloRA (R$ 1.000)

2005 2006 2007 2008 2009 2010

BA 265 113 72 371 620 41

ES 3.863 3.901 3.164 1.344 1.692 2.460

GO 17 4 422 436 1.833 762

MT 807 85 442 511 1.011 600

MS 230 0 36 1.059 739 433

MG 4.777 7.087 20.382 30.313 47.034 30.177

PR 2.051 8.920 10.404 12.108 12.221 9.170

RS 16.583 17.613 9.831 6.988 4.463 2.649

SC 6.838 4.136 5.095 3.942 2.980 2.837

SP 2.351 2.134 1.876 3.797 3.071 3.375

Outros ..1 143 379 448 752 707

Total 37.782 44.136 52.102 61.318 76.416 53.211

Fonte: Banco Nacional do Desenvolvimento – BNDES (2006‑2010).¹ Valores não identificados.

No período compreendido entre 2005 e 2009, os desembolsos efetuados pelo BNDES, por meio do PROPFLORA, cresceram a uma taxa média de 15,1% a.a. Todavia, o valor desembolsado no ano de 2010 (R$ 53,2 milhões) foi 30,4% inferior ao de 2009. Ressalta‑se que esta redução deveu‑se a postergação/cancelamento de alguns investimentos pretendidos, bem como aos entraves proporcionados pela demora dos processos de licenciamento ambiental.

Os estados que se destacaram como principais receptores do recurso provindo do PROPFLORA em 2010 foram: Minas Gerais (56,6% do montante disponibilizado) e Paraná (17,2% do valor total).

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105iMportânCia das Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 4

A Tabela 4.06 apresenta a evolução dos valores desembolsados pelo PRONAF ECO. No ano safra 2009/2010

nota‑se um crescimento expressivo tanto no número de contratos (262,9%), quanto do valor financiado (167,9%).

Tabela 4.06 Evolução dos desembolsos pelo programa PRONAF ECO, 2007‑2010

uFAno Safra 2007/2008 Ano Safra 2008/2009 Ano Safra 2009/2010

Valor Financiado (R$)

Número de Contratos

Valor Financiado (R$)

Número de Contratos

Valor Financiado (R$)

Número de Contratos

AP – – – – 475.102 37

BA 73.895 8 270.608 32 1.409.753 147

CE 31.840 2 – – 121.685 18

ES 40.000 4 176.639 10 522.959 49

GO – 126.605 6 241.403 27

MG 250.315 19 2.154.785 131 5.854.872 417

MS – 42.847 5 24.575 3

MT – – – – 52.123 8

PA – – – – 2.057.064 253

PE 27.418 5 – – – –

PR 979.601 66 1.011.007 97 2.139.569 294

RJ 35.458 3 52.232 4 108.551 7

RN – – – – 71.873 7

RO 15.526 1 – – 448.604 33

RS 210.561 19 913.323 85 2.128.272 306

SC 923.875 68 3.457.246 220 6.664.499 536

SP 106.357 9 1.069.080 59 2.526.556 213

Total 2.588.489 204 9.274.372 649 24.847.460 2.355

Fonte: Ministério do Meio Ambiente (MMA).

4.5 ÍNDICE FIRJAN DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL (IFDM)

Entre os índices que avaliam a evolução da qualidade de vida de uma população, em uma região ou localidade,

destacam‑se o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

(PNUD), e no caso do Brasil, o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM), elaborado pela Federação das

Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN).

O IDH permite acompanhar a melhoria na qualidade de vida da população através da relação entre o crescimento

econômico e a melhoria das condições de bem‑estar social e leva em conta os indicadores socioeconômicos de renda,

educação e longevidade. Todavia, o IDH dos municípios brasileiros é calculado apenas a cada 10 anos, estando atualmente

disponível somente para os anos de 1991 e de 2000. Por esta razão, optou‑se na edição 2011 deste anuário, pela utilização

do Índice FIRJAN atualizado até 2007.

O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM), monitora anualmente o desenvolvimento econômico,

social e humano dos municípios sob a ótica de indicadores considerados essenciais, como emprego, renda, educação e

saúde, organizados com base em variáveis primárias provenientes de fontes oficiais como o IBGE, Ministério da Educação

e o Ministério do Trabalho e Emprego. O índice, que pode variar de 0 a 1, retrata o maior nível de desenvolvimento

quanto mais próximo de 1.

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106 Capítulo 4 :: iMportânCia das Florestas plantadas no Brasil

Importância das Florestas Plantadas no Brasil4Capítulo O Gráfico 4.02 ilustra o IFDM de capitais e municípios de estados selecionados (Minas Gerais, Bahia e Paraná) onde a atividade florestal, baseada em florestas plantadas, destaca‑se no cenário socioeconômico local. Tal análise permite observar o efeito da atividade florestal sobre o desenvolvimento local.

Gráfico 4.02 Índice FIRJAN de capitais selecionadas e de municípios envolvidos com atividade florestal

0,24

0,57 0,56

0,36

0,700,62

0,39

0,56 0,58

0,43

0,70 0,69

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0

E&R Educação Saúde E&R Educação Saúde

2000 2007 2000 2007

BELO ORIENTE ITAMARANDIBA

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0

E&R Educação Saúde E&R Educação Saúde

2000 2007 2000 2007

0,67

0,34

0,73

0,61

0,78

0,61

0,86

0,42

0,72 0,72

0,86

0,65

MINAS GERAIS

BELO HORIZONTE JOãO PINHEIRO

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107iMportânCia das Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 4

Gráfico 4.02 Índice FIRJAN de capitais selecionadas e de municípios envolvidos com atividade florestal

(continuação)

0,64

0,12

0,43

0,28

0,75

0,60

0,86

0,570,61

0,44

0,750,67

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0

E&R Educação Saúde E&R Educação Saúde

2000 2007 2000 2007

0,390,46

0,37

0,570,58 0,56

0,48

0,620,54

0,60

0,73

0,66

EUNÁPOLIS TEIXEIRA DE FREITAS

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0

E&R Educação Saúde E&R Educação Saúde

2000 2007 2000 2007

BAHIA

SALVADOR ITABELA

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108 Capítulo 4 :: iMportânCia das Florestas plantadas no Brasil

Importância das Florestas Plantadas no Brasil4CapítuloGráfico 4.02 Índice FIRJAN de capitais selecionadas e de municípios envolvidos com atividade florestal

(continuação)

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0

E&R Educação Saúde E&R Educação Saúde

2000 2007 2000 2007

0,390,44

0,680,64

0,690,65

0,85

0,51

0,770,70

0,84 0,86

TELÊMACO BORBA ARAPOTI

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0

E&R Educação Saúde E&R Educação Saúde

2000 2007 2000 2007

0,59

0,28

0,75

0,63

0,88

0,71

0,90

0,33

0,770,71

0,94

0,84

PARANÁ

CURITIBA CAMPO DO TENENTE

Nota: E&R – Educação e Renda.Fonte: Sistema FIRJAN.

No período analisado (2000 a 2007), todos os municípios considerados apresentaram evolução positiva do indicador de desenvolvimento econômico em relação à renda, à saúde e à educação. Os municípios com atividade florestal apresentaram, em termos relativos, crescimento superior aos das respectivas capitais, sinalizando o impacto positivo da atividade em municípios em que a mesma apresenta posição relevante no cenário econômico.

Mais especificamente, no Estado de Minas Gerais, tanto a capital, Belo Horizonte, quanto os municípios de João Pinheiro, Belo Oriente e Itamarandiba apresentaram crescimento do índice FIRJAN, com destaque para Itamarandiba, que apresentou a maior variação média entre os aspectos analisados (17,8%), alavancado pela elevação do item renda/emprego (50,4%).

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109iMportânCia das Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 4

Os municípios analisados no estado do Paraná, também apresentaram indicadores crescentes da variação no período de 2000 a 2007, com destaque para Telêmaco Borba, no qual a variação do item renda/emprego atingiu 116,6% no período analisado.

Em relação aos municípios baianos, destacam‑se os resultados de Itabela, onde a variação percentual do indicador de renda/emprego alcançou 356,50%.

Dessa forma, concluí‑se que o setor florestas plantadas, predominante nesses municípios, contribuiu para o desenvolvimento local.

4.6 MEIO AMBIENTE

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, em 2010, o Brasil possuía 519,5 milhões de hectares de florestas nativas. Desse total, aproximadamente 0,8% (3,9 milhões de ha) encontrava‑se preservado pelas empresas do setor de florestas plantadas, sob a forma de áreas de preservação permanente (APP), de reserva legal (RL) e de reservas particulares do patrimônio natural (RPPNs).

Tabela 4.07 Participação do segmento de florestas plantadas na proteção de florestas nativas, 2010¹

preservação Ambientalpor Segmento

Área protegida – Florestas Nativas

ha (1.000) %

Segmento de Florestas Plantadas 3.913 0,8%

Outros Segmentos 515.609 99,2%

Total 519.522 100,0%

Fonte: ABRAF, MMA/SFB.¹ Vide notas metodológicas no Capítulo 5 deste Anuário.

4.6.1 Certificação Florestal

A certificação florestal, que pode ser obtida para a cadeia de custódia e para o manejo florestal, é um processo voluntário desenvolvido desde 1980.

Em linhas gerais, o sistema atesta, de maneira confiável e independente, que a madeira utilizada em um determinado produto provém de um processo ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável, além de cumprir com todas as leis vigentes.

Os sistemas de certificação são atestados por selos emitidos por certificadoras e periodicamente controlados, através de auditorias. Esses sistemas garantem padrões mínimos de desempenho entre os certificadores. A fim de evitar uma proliferação de selos no mercado que confundam o consumidor, foi criado em 1993 o primeiro organismo credenciador de certificadores (FSC – Forest Stewardship Council) que logo ganhou uma visibilidade mundial. Alguns anos mais tarde, começaram a surgir novos credenciadores, porém com um alcance menos abrangente.

Atualmente existem diversos sistemas de certificação florestal, dentre os quais destacam‑se Canadian Standard Association (CSA), Programme for the Endorsement of Forest Certification schemes (PEFC) e o Forest Stewardship Council (FSC).

Os sistemas de certificação de maior relevância no Brasil são o FSC e o CERFLOR (Programa Brasileiro de Certificação Florestal).

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110 Capítulo 4 :: iMportânCia das Florestas plantadas no Brasil

Importância das Florestas Plantadas no Brasil4Capítulo Em nível global, considerando os dois principais organismos credenciadores (FSC E PEFC), a área florestal certificada cresceu 10,0% em 2010, totalizando 357 milhões de hectares. Ressalta‑se que o maior crescimento ocorreu na América do Norte e Rússia (Gráfico 4.03).

Gráfico 4.03 Proporção de florestas certificadas no mundo por organismo credenciador, 2010

FSC 52%

PEFC 31%

Fonte: FSC, PEFC (2010).

O Gráfico 4.04 ilustra a evolução das áreas certificadas nos últimos quatorze anos. Nota‑se que uma intensificação do crescimento da área anual certificada a partir de 1999, como conseqüência da maior atenção à preservação do meio ambiente e do amadurecimento do conceito da sustentabilidade.

Gráfico 4.04 Evolução das florestas certificadas no mundo, 1996‑2010

400

350

300

250

200

150

100

50

0

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Milh

ões

de h

ecta

res

4

63

207

11

123

287

320

8

97

256

300

33

156

295

357

Fonte: FSC, PEFC (2010).

No Brasil, existiam aproximadamente 5,8 milhões de hectares de florestas certificadas em 2010. Desse total, 4,7 milhões de hectares de florestas eram certificadas pelo FSC e 1,1 milhões de hectares de florestas certificadas pelo PEFC.

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111iMportânCia das Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 4

4.7 PROGRAMAS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL

As empresas associadas da ABRAF, assim como outras empresas do setor florestal no Brasil, têm investido cada vez mais em programas de responsabilidade social e ambiental. A seguir, serão descritos os programas de fomento florestal, sociais, de saúde, de meio ambiente e de educação, promovidos pelas empresas associadas da ABRAF durante o ano de 2010.

4.7.1 Fomento Florestal

O fomento florestal foi desenvolvido para suprir a demanda de matéria‑prima por parte das indústrias de base florestal. Ademais, esse programa fortalece a atuação social da empresa regionalmente.

Sob a ótica ambiental, o fomento florestal atenua a pressão sobre matas nativas, recupera solos degradados e promove a conservação do solo.

Do ponto de vista social, esse programa atenua a concentração fundiária, viabiliza atividades locais, cria oportunidades de renda adicional e auxilia a fixação do homem no campo.

As modalidades de fomento florestal mais frequentes abrangem fornecimento de mudas de espécies florestais, programas de antecipação de renda ao produtor e garantia da compra da madeira pela empresa à época da colheita.

Em 2010, as associadas individuais da ABRAF efetuaram 841 novos contratos de fomento florestal, que beneficiaram 918 produtores rurais s e abrangeram 37,0 mil hectares. No acumulado até 2010, as associadas individuais da ABRAF beneficiaram 26.581 proprietários, através de 28.294 contratos de fomento, abrangendo uma área de 448,6 mil hectares (Tabela 4.08).

Tabela 4.08 Resultados do fomento florestal contratado com as empresas associadas da ABRAF, 2010

Tipo Número de Beneficiários Número de Contratos Área (mil ha)

Acumulado até 2010¹ 26.581 28.294 448,6

Novos Contratos (2010) 918 841 37,0

Fonte: Associadas individuais da ABRAF (2011).¹Inclusive 2010.

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112 Capítulo 4 :: iMportânCia das Florestas plantadas no Brasil

Importância das Florestas Plantadas no Brasil4Capítulo O Gráfico 4.05 apresenta a evolução do número de contratos de fomento das empresas associadas da ABRAF (2005‑2010).

Gráfico 4.05 Evolução do número de contratados, beneficiários e área plantada nos programas de fomento das associadas da ABRAF – novos (em cada respectivo ano) e acumulado, 2005‑2010

500450400350300250200150100

500

2005 2006 2007 2008 2009 2010

CONTRATOS ACUMULADOS

Evolução do Número de Contratos e Beneficiários Evolução da Área Acumulada de Fomento

1.00

0 ha

Milh

ares

258,0

322,0352,0

443,0 457,0 448,630

25

20

15

10

5

0

2005 2006 2007 2008 2009 2010

26,6

28,3

22,0

24,4

17,0

18,725,7

27,5

20,8

22,2

9,0

15,6

Beneficiários Contratos

80

70

60

50

40

30

20

10

0

2005 2006 2007 2008 2009 2010

NOVOS CONTRATOS

Evolução do Número Adicional de Contratos e Beneficiários Evolução da Área Adicional de Fomento

1.00

0 ha

Milh

ares

33,0

65,0 66,771,9

26,4

37,2

5,0

4,0

3,0

2,0

1,0

0,0

2005 2006 2007 2008 2009 2010

0,9

0,8

2,1

2,4

2,3

2,4

0,9

1,0

4,1

4,3

0,8

2,2

Beneficiários Contratos

Fonte: Associadas individuais da ABRAF (2011).

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113iMportânCia das Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 4

É importante ressaltar que a redução da área de fomento em 2010 não se deveu ao cancelamento dos contratos vigentes, mas sim a reclassificação de áreas que anteriormente eram classificadas como fomento, mas na verdade se tratavam de plantios desenvolvidos através de extensão florestal.

4.7.2 Programas Sociais

Os investimentos em programas sociais realizados pelas empresas associadas da ABRAF totalizaram R$  81,5  milhões em 2010, valor 32,3% superior ao montante de investimentos realizados em 2009. O número de municípios atendidos aumentou 65,2% e o número de pessoas beneficiadas 21,5%. Ressalta‑se que esse crescimento deveu‑se a filiação de duas novas empresas ao grupo de associadas da ABRAF, bem como à inclusão de dados de empresas que não haviam sido contempladas nas estatísticas no ano anterior (Tabela 4.09).

Tabela 4.09 Resultados dos programas sociais promovidos pelas empresas associadas da ABRAF, 2005‑2010

Ano Número de pessoas Atendidas Número de Municípios Atendidos Investimento (R$ mil)

2005 652.827 579 36.334

2006 1.088.457 742 76.264

2007 1.567.244 704 77.764

2008 2.181.487 993 65.418

2009 2.373.613 597 61.639

2010 2.884.075 986 81.544

Fonte: Associadas individuais da ABRAF (2011).

4.7.3 Saúde

Em 2010, os serviços disponibilizados pelas empresas associadas da ABRAF aos seus funcionários e às comunidades locais, através de programas de assistência médica e odontológica contabilizaram R$ 20,6 milhões, beneficiando 409 mil pessoas em 93 municípios. Em relação a 2009, os investimentos diminuíram 17,7%, em decorrência da alienação de um ativo florestal de uma empresa associada da ABRAF.

Tabela 4.10 Resultados dos programas de saúde realizados pelas empresas associadas da ABRAF, 2005‑2010

Ano Número de Beneficiários (mil) Número de Municípios Atendidos Investimento (R$ mil)

2005 63 137 7.311

2006 364 100 23.636

2007 205 59 21.578

2008 303 75 24.206

2009 331 68 25.067

2010 409 93 20.618

Fonte: Associadas individuais da ABRAF (2011).

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114 Capítulo 4 :: iMportânCia das Florestas plantadas no Brasil

Importância das Florestas Plantadas no Brasil4Capítulo4.7.4 Meio Ambiente

Os programas ambientais realizados pelas empresas associadas da ABRAF totalizaram R$ 34,4 milhões em 2010, distribuídos em 196 municípios. Em relação a 2009, o total investido e o número de municípios atendidos aumentaram, respectivamente, 131,5% e 29,8%. Ressalta‑se que a redução do número de pessoas beneficiadas deveu‑se a ajustes metodológicos (Tabela 4.11).

Tabela 4.11 Resultados dos programas ambientais realizados pelas empresas associadas da ABRAF, 2005‑2010

Ano Número de Beneficiários (mil) Número de Municípios Atendidos Investimento (R$ mil)

2005 167 98 11.156

2006 131 232 26.912

2007 210 191 30.904

2008 1.548 351 15.197

2009 1.475 151 14.492

2010 296 196 34.440

Fonte: Associadas individuais da ABRAF (2011).

4.7.5 Educação e Cultura

Os investimentos relacionados aos programas de inclusão social destinados aos funcionários das empresas associadas da ABRAF, bem como aos seus dependentes e as comunidades vizinhas, totalizaram R$ 16,7 milhões em 2010. Em linhas gerais, esses programas consistem em ações de melhorias na educação escolar, no combate ao analfabetismo e no incentivo à cultura das comunidades adjacentes. Em relação a 2009, o montante financeiro investido aumentou 7,21% (Tabela 4.12).

Em 2010, esses programas beneficiaram 623 mil pessoas em 1,1 milhões de municípios. Ressalta‑se que o aumento significativo desses indicadores em relação a 2009, deveu‑se à inclusão de dados de empresas que não haviam participado das estatísticas nas edições anteriores do Anuário.

Tabela 4.12 Resultados dos programas educacionais e culturais realizados pelas empresas associadas da ABRAF, 2005‑2010

Ano Número de Beneficiários (mil) Número de Municípios Atendidos Investimento (R$ mil)

2005 397 296 14.615

2006 309 273 20.454

2007 1.137 319 21.162

2008 292 381 21.392

2009 396 233 14.050

2010 623 1.116 16.685

Fonte: Associadas individuais da ABRAF (2011).

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115iMportânCia das Florestas plantadas no Brasil :: Capítulo 4

4.7.6 Produção Florestal Não Madeireira

A Tabela 4.13 apresenta o histórico de investimentos na produção de produtos florestais não‑madeireiros (PFNM) por parte das empresas associadas da ABRAF. Em 2010, o investimento na produção dos PFNM, de cerca de R$ 2,4 milhões, beneficiou 5.090 pessoas em 169 municípios. Ressalta‑se que os investimentos realizados por uma grande empresa do setor, visando o desenvolvimento da apicultura em suas regiões de atuação, representaram 63,8% do montante total investido pelas associadas.

Tabela 4.13 Resultados da produção de PFNM nas áreas das empresas associadas da ABRAF, 2005‑2010

Ano Número de Beneficiários Número de Municípios Atendidos Investimento (R$ mil)

2005 1.310 35 354

2006 1.342 30 72

2007 3.448 80 337

2008 6.499 87 357

2009 1.760 61 94

2010 5.090 169 2.368

Fonte: Associadas individuais da ABRAF (2011).

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NOTAS METODOLógIcAS

ÁREA COM FlORESTAS PlANTADAS NO BRASIl

ÁREA TOTAl DE PRESERvAçãO ASSOCIADA àS FlORESTAS PlANTADAS

BAlANçO DA PRODUçãO E CONSUMO DE MADEIRA EM TORA E PRODUTOS FlORESTAIS

vAlOR BRUTO DA PRODUçãO FlORESTAl (vBPF)

ARRECADAçãO DE TRIBUTOS

PRODUçãO E CONSUMO DE PRODUTOS FlORESTAIS

BAlANçA COMERCIAl DE PRODUTOS FlORESTAIS

GERAçãO DE EMPREGOS

íNDICE FIRJAN DE DESENvOlvIMENTO MUNICIPAl (IFDM)

5Capítulo

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118 Capítulo 5 :: notas MetodológiCas

Notas Metodológicas5Capítulo5 NOTAS METODOlóGICAS

Este capítulo apresenta a descrição da metodologia adotada na elaboração do presente anuário, quanto à coleta, compilação e análise dos dados de 2010.

Para elaboração do anuário 2011 (base 2010), a Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF) adotou metodologia semelhante à utilizada nos anuários antecedentes. A análise quantitativa apresentada no anuário derivou da coleta de dados primários e secundários.

Os dados primários foram obtidos através de:

• Aplicação de questionários completos às empresas associadas da ABRAF;

• Aplicação de questionários simplificados às associações coletivas estaduais associadas à ABRAF;

• Contato com associações de classe como ABIPA (Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira), BRACELPA (Associação Brasileira de Celulose e Papel), ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias de Mobiliário) e SINDIFER‑MG (Sindicato da Indústria do Ferro do Estado de Minas Gerais) e outras; e

• Coleta de informações de empresas não associadas da ABRAF.

Os dados secundários foram coletados junto a instituições de pesquisa como IBGE, Instituto de Economia Agrícola de São Paulo, Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha, Centro de Pesquisas do Paricá, e plataformas de dados oficiais como Alice Web do MDIC, CAGEG do MTE, MMA e MDA.

5.1 ÁREA COM FLORESTAS PLANTADAS NO BRASIL

Referência: Capítulo 1 – Item 1.1: Área plantada com Eucalyptus e Pinus no Brasil

A área plantada com Eucalyptus e Pinus no Brasil foi estimada a partir de dados obtidos em:

• Questionários completos respondidos pelas empresas associadas individuais da ABRAF;

• Questionários simplificados respondidos pelas associações coletivas estaduais: Associação Mineira de Silvicultura (AMS); Associação Gaúcha de Empresas Florestais (AGEFLOR); Associação Paranaense de Empresas Florestais (APRE); Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR); Associação Sul‑Mato‑Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (REFLORE); Associação dos Reflorestadores do Tocantins (ARETINS) e Associação dos Fumicultores do Brasil (AFUBRA);

• Documentos oficiais e dados de instituições governamentais e autarquias como secretárias estaduais, institutos, fundações; e

• Contato com diversas empresas do setor não associadas da ABRAF.

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119notas MetodológiCas :: Capítulo 5

Como as informações de área plantada no Brasil foram apresentadas por estado da federação em grande parte do Capítulo 1, a metodologia de obtenção dessas estimativas está detalhada a seguir, por estado:

• Amapá: A estimativa de área com florestas plantadas com Pinus e Eucalyptus no ano 2010 teve por base o contato direto com empresas florestais não associadas da ABRAF estabelecidas no estado. Estima‑se que a área de plantios para o estado pode ter uma variação da ordem de 22,5%.

• goiás: A área plantada do estado em 2010 foi estimada por meio do contato direto com empresas florestais não associadas da ABRAF e o cotejo com as áreas consideradas na edição anterior desse anuário. Estima‑se que a área de plantios para o estado pode ter uma variação da ordem de 20%.

• Bahia: A área plantada do estado em 2010 foi estimada por meio da compilação dos dados enviados pelas associadas individuais da ABRAF e pelo contato direto com empresas florestais não associadas da ABRAF. Estima‑se que a área de plantios para o estado pode ter uma variação da ordem de 7,4%.

• Espírito Santo: Para essa unidade da federação, a área plantada em 2010 foi estimada com os dados enviados pelas associadas individuais da ABRAF e o cotejo com as áreas consideradas na edição anterior desse anuário. O contato direto com empresas florestais não associadas da ABRAF também complementou a estimativa. A área de plantios para o estado pode ter uma variação estimada da ordem de 14,3%.

• Maranhão: Para esse estado em 2010, a área plantada com Eucalyptus foi estimada com a compilação de dados fornecidos pelas associadas individuais da ABRAF, juntamente com as informações de empresas florestais não associadas da ABRAF e o cotejo com as áreas consideradas na edição anterior desse anuário. A área de plantios para o estado pode ter uma variação estimada da ordem de 12,2%.

• pará: A área plantada com Eucalyptus em 2010 foi estimada por meio das informações fornecidas pelas associadas individuais da ABRAF e de empresas não associadas da ABRAF. A evolução de área plantada 2009‑2010 de empresas com expressividade no estado foi considerada no cálculo da estimativa. A área de plantios para o estado pode ter uma variação estimada da ordem de 26,6%.

• Mato grosso: A estimativa de área plantada com Eucalyptus em 2010 para esse estado foi efetuada com informações obtidas através do contato direto com empresas não associadas da ABRAF e o cotejo com as áreas consideradas na edição anterior desse anuário. Estima‑se que a área de plantios para o estado pode ter uma variação da ordem de 16,4%.

• Mato grosso do Sul: Para estimativa de área plantada nesse estado em 2010, foram compiladas informações fornecidas pelas empresas associadas individuais da ABRAF, pela REFLORE e por empresas não associadas da ABRAF. Estima‑se que a área de plantios para o estado pode ter uma variação da ordem de 3,3%.

• Minas gerais: A estimativa de plantios de Eucalyptus em 2010 para esse estado foi realizada através do balizamento das informações fornecidas pela AMS com as informações obtidas pelas associadas individuais da ABRAF e pelo contato direto com empresas não associadas da ABRAF. No caso dos plantios de Pinus, o cálculo da estimativa deu‑se pela compilação dos dados fornecidos pelas associadas individuais da ABRAF e pelo contato direto com empresas não associadas da ABRAF, juntamente com o cotejo com as áreas

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120 Capítulo 5 :: notas MetodológiCas

Notas Metodológicas5Capítuloconsideradas na edição anterior desse anuário. Dados estimados com base em informações do Inventário

Florestal, elaborado pelo Departamento de Ciências Florestais (DCF) da Universidade Federal de Lavras

(UFLA); da Associação Mineira de Silvicultura (AMS); Instituto Estadual de Florestas (IEF); e de empresas

associadas da AMS e da ABRAF. Estima‑se que a área de plantios para o estado pode ter uma variação da

ordem de 2,1%.

• paraná: Para estimativa de área plantada nesse estado em 2010, foram compiladas informações fornecidas

pelas empresas associadas individuais da ABRAF, pela APRE, AFUBRA e por meio do contato direto com

empresas não associadas da ABRAF. No caso específico dos plantios de Pinus, tomou‑se por base a área

considerada na edição anterior desse anuário. A área de plantios para o estado pode ter uma variação

estimada da ordem de 9,8%.

• Rio grande do Sul: Os dados estatísticos da área de plantios de Pinus no Rio Grande do Sul em 2010 foram

obtidos a partir de estimativas disponibilizadas pela AGEFLOR. Com relação ao Eucalyptus, a área plantada

foi estimada a partir da compilação de dados das associadas individuais da ABRAF e AGEFLOR. A área de

plantios para o estado pode ter uma variação estimada da ordem de 16,4%.

• Santa Catarina: A área plantada foi composta por informações providas pelas empresas associadas

individuais da ABRAF, pela ACR, APRE, AFUBRA, bem como, por meio do contato direto com empresas não

associadas da ABRAF. Tanto para o Eucalyptus como para o Pinus, a área apresentada na edição anterior desse

anuário foi considerada para estimativa da área plantada em 2010. Estima‑se que a área de plantios para o

estado pode ter uma variação da ordem de 16,0%.

• São paulo: Os dados estatísticos da área de plantios de Pinus nesse estado em 2010 foram obtidos a partir de

estimativas disponibilizadas pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola de São Paulo). Esse por sua vez estima

a área plantada por município do estado, coletando informações junto às empresas do setor a respeito de

sua área plantada. No caso do Eucalyptus, as informações providas pelas associadas individuais da ABRAF

e FLORESTAR SP, as informações obtidas com empresas não associadas da ABRAF e a área considerada na

edição anterior deste anuário, foram consideradas na estimativa de área plantada. Essa estimativa também

foi balizada com os dados levantados pelo IEA. Estima‑se que a área de plantios para o estado pode ter uma

variação da ordem de 4,1%.

• Tocantins: Para estimativa de área plantada com Eucalyptus e Pinus nesse estado em 2010, foram compiladas

informações fornecidas pelas empresas associadas individuais da ABRAF, pela ARETINS e por meio do contato

direto com empresas não associadas da ABRAF, bem como foi considerada a área plantada de Eucalyptus

da edição anterior desse anuário. Estima‑se que a área de plantios para o estado pode ter uma variação da

ordem de 9,8%.

• piauí: A área plantada com Eucalyptus em 2010 foi estimada por meio das informações fornecidas pelas

associadas individuais da ABRAF e de empresas não associadas da ABRAF. Nesta edição do anuário foi

dado destaque para o estado do Piauí, que anteriormente era pouco expressivo no setor florestal e em 2010

apresentou uma área de Eucalyptus de 37.025 ha, portanto sendo excluído da categoria “outros estados”. A

área de plantios para o estado pode ter uma variação estimada da ordem de 8,2%.

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121notas MetodológiCas :: Capítulo 5

• Demais Estados: Outros estados com atividade florestal em desenvolvimento: Rio de Janeiro, Rondônia e

Roraima. A área de plantios de Eucalyptus e Pinus nesses estados foi estimada por meio da compilação das

informações fornecidas pelas associadas individuais da ABRAF e dos dados levantados junto a empresas não

associadas da ABRAF.

Referência: Capítulo 1 – Item 1.2: Área plantada com Eucalyptus e Pinus das associadas das ABRAF

A área de plantios florestais das empresas associadas da ABRAF para o ano de 2010 foi estimada com base na

compilação de dados obtidos por meio das seguintes fontes de dados:

• Questionário completo respondido e fornecido individualmente pelas empresas associadas individuais da

ABRAF; e

• Questionário simplificado respondido pelas associadas coletivas da ABRAF, onde estavam contidas

informações de área de plantio das empresas filiadas a cada associação. Conforme mencionado no item

anterior, as informações e dados foram fornecidos pela ACR (Santa Catarina), AGEFLOR (Rio Grande do Sul),

AMS (Minas Gerais), APRE (Paraná), REFLORE (Mato Grosso do Sul) e ARETINS (Tocantins).

Referência: Capítulo 1 – Item 1.3: Florestas plantadas com outros grupos de espécies

A área plantada com outras espécies no Brasil foi estimada a partir da compilação de dados obtidos por

meio de: (i) questionários completos respondidos pelas empresas associadas individuais da ABRAF; (ii) questionários

simplificados respondidos pelas associações coletivas estaduais; (iii) documentos oficiais e dados de instituições

governamentais e autarquias como secretarias estaduais, institutos, fundações; e (iv) contato com diversas empresas do

setor não associadas da ABRAF.

A seguir está detalhada a metodologia utilizada para estimativa de área de plantio das outras espécies utilizadas

na silvicultura brasileira:

• Acácia: A área de plantio com essa espécie em 2010 foi estimada por meio de informações fornecidas pelas

empresas associadas individuais da ABRAF, pela AGEFLOR, ARETINS, bem como, por meio do contato direto

com empresas não associadas da ABRAF.

• Seringueira: A área de plantio no país em 2010 foi estimada com base em informações fornecida pela

APABOR (Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha).

• paricá: Para estimativa da área de plantios nos estados do Maranhão e Pará em 2010, foi consultado o CCP

(Centro de Pesquisa do Paricá).

• Teca: Os dados estatísticos da área de plantios em 2010 foram obtidos a partir de estimativas disponibilizadas

pela AGEFLOR, APRE e por diversas empresas não associadas da ABRAF.

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122 Capítulo 5 :: notas MetodológiCas

Notas Metodológicas5Capítulo • Araucária: A área plantada em 2010 foi estimada com informações providas pelas empresas associadas

individuais da ABRAF, pela ACR, APRE, AGEFLOR, bem como por meio do contato direto com empresas não associadas da ABRAF.

• pópulus: Os dados estatísticos da área de plantios em 2010 foram obtidos a partir de estimativas disponibilizadas pela ACR, APRE e por diversas empresas não associadas da ABRAF.

• outras: Referem‑se às espécies Bracatinga, Uva‑do‑Japão, Pupunha, Neem Indiano, Nogueira‑Pecã, etc. A área de plantio com outras espécies foi estimada para 2010 a partir da compilação de informações fornecidas pelas associadas individuais da ABRAF, pelas associadas coletivas como AGEFLOR, APRE e ARETINS, bem como por empresas não associadas da ABRAF.

5.2 ÁREA TOTAL DE PRESERVAçãO ASSOCIADA àS FLORESTAS PLANTADAS

Referência: Capítulo 4 – Item 4.6: Meio Ambiente – Tabela 4.09

A área total de florestas plantadas com Eucalyptus, Pinus e com outras espécies (estimativa em 6.897.168 ha em 2010), juntamente com a área de florestas nativas protegidas pelas empresas associadas individuais da ABRAF, tornou possível a estimativa da área total de proteção e preservação associada às florestas plantadas do país.

Em seguida é apresentada a conceituação legal, adotada no presente anuário, para os diversos tipos de áreas de proteção e preservação (áreas de Reserva Legal – RL, Áreas de Preservação Permanente – APP e Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN).

• Área de Preservação Permanente (APP): De acordo com a Lei Federal n.º 7.803/89, que altera os artigos 2º e 3º do Código Florestal Brasileiro (Lei Federal n.º 4.771/65), a área de preservação permanente é toda área “coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem‑estar das populações humanas.” Por efeito desta Lei, as matas ciliares ou florestas de galeria são consideradas APP, por estarem incluídas no conceito de florestas e demais formas de vegetação naturais, situadas ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água em faixa marginal que depende da largura do mesmo. E ainda os topos de morros, as áreas ao redor de reservatórios naturais e artificiais de água (lagoa/lago), em altitude superior a 1.800 metros e outras possibilidades detalhadas nos artigos 2º e 3º da Lei supracitada, são também considerados APP´s.

• Reserva Legal (RL): A Reserva Legal está conceituada no Código Florestal Brasileiro (Lei 4.771/65 modificada pela MP 2166‑67 de 2001) e é definida como toda “área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas.” Além disso, o conceito de Reserva Legal sofreu revisão com a aprovação da Lei 7.803/89 que introduziu, entre outros aspectos, a exigência de averbação ou registro da Reserva Legal à margem da inscrição da matrícula do imóvel, sendo vedada “a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou desmembramento da área” (Art. 16 § 2º).

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123notas MetodológiCas :: Capítulo 5

• Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN): Tendo o objetivo de conservar a diversidade biológica em uma propriedade e região e por tratar‑se de um ato voluntário como forma de promover a ação da sociedade civil na conservação da diversidade biológica, as RPPNs são consideradas instrumento através do qual a propriedade privada contribui para a proteção e conservação do meio ambiente como um todo. Seu estabelecimento concede benefícios às instituições /proprietários (ex.: direito de propriedade preservado, isenção de Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR) sobre a área de RPPN, possibilidade de sobrepor o perímetro da RPPN com APP e RL, entre outros). A RPPN é uma unidade de conservação definida nos termos do Decreto 1.922/96 e que justifica a sua importância através da: (i) contribuição na expansão das áreas protegidas no país; (ii) extensão de corredores ecológicos no entorno de UC’s; (iii) promoção da participação da iniciativa privada no esforço nacional de conservação; (iv) colaboração com a conservação da biodiversidade dos biomas brasileiros; e (v) outros.

Diversas empresas associadas da ABRAF mantêm áreas significativas de RPPN´s em suas propriedades, efetivamente contribuindo para garantir a melhoria da qualidade ambiental na região respectiva.

5.3 BALANçO DA PRODUçãO E CONSUMO DE MADEIRA EM TORA E PRODUTOS FLORESTAIS

Referência: Capítulo 3 – Item 3.2: Madeira em tora

Até o fechamento da coleta de dados deste anuário, a plataforma de dados do SIDRA (Sistema de Recuperação Automática) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ainda não havia divulgado os dados de produção de madeira em tora para o ano de 2010. A série histórica da PEVS (Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura) de 2003 a 2009 serviram como base na composição da análise do crescimento da produção.

A estimativa do consumo de madeira em tora a partir de dados de produção foi possível através da utilização de fatores de conversão de equivalência da razão entre madeira em tora pela quantidade de produto manufaturado para os segmentos industriais associados às florestas plantadas (Tabela 5.01).

Tabela 5.01 Fatores de conversão utilizados no anuário estatístico ABRAF, 2010

produto unidade Fator de Conversão

Celulose Fibra Curta m³ tora / t (produto) 4,00

Celulose Fibra Longa m³ tora / t (produto) 4,00

Pasta de Alto Rendimento m³ tora / t (produto) 2,66

Madeira Serrada de Pinus m³ tora / m³ (produto) 3,00

Carvão Vegetal m³ tora / MDC (produto) 1,20

Aglomerado / MDF / Chapa Dura m³ tora / m³ (produto) 2,00

Compensado de Pinus m³ tora / m³ (produto) 2,30

Ferro Gusa mdc/t de produto 3,00

Fonte: Anuário ABRAF (2010) e diversas fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).

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124 Capítulo 5 :: notas MetodológiCas

Notas Metodológicas5Capítulo5.4 VALOR BRUTO DA PRODUçãO FLORESTAL (VBPF)

Referência: Capítulo 4 – Item 4.1: valor bruto da produção florestal – Tabela 4.01

O valor bruto da produção florestal (VBPF) é o indicador que quantifica o nível de atividade do setor florestal, seguindo a mesma linha de cálculo que mensura o valor bruto dos setores da agricultura e da pecuária, caracterizando o seu desempenho em um determinado período. Seu cálculo consiste em avaliar e consolidar o faturamento dos segmentos industriais ligados especificamente às florestas plantadas.

O VBPF de cada segmento industrial da cadeia produtiva, que utiliza florestas plantadas, foi avaliado considerando o faturamento total respectivo, coletado junto às associações setoriais nacionais que relatam estatísticas periódicas e em suas publicações especializadas como anuários estatísticos e estudos setoriais. Nesse caso, a Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira (ABIPA) forneceu os dados oficiais atualizados para 2010 enquanto a Associação Brasileira de Celulose e Papel (BRACELPA) auxiliou na estimativa deste indicador, visto que os dados oficiais ainda não estavam disponíveis. Tendo por base o faturamento do segmento de carvão vegetal de 2009, estimou‑se o faturamento de 2010 ao se aplicar uma taxa média de crescimento da produção de gusa em 2010. Com relação aos móveis, foram utilizados dados publicados como estimativa de 2010 no Relatório Setorial da Indústria de Móveis no Brasil 2010.

O faturamento da indústria de madeira foi estimado através do somatório da multiplicação entre a produção industrial e o preço médio de mercado de cada produto, de acordo com o banco de dados da Pöyry Silviconsult.

O VBPF referente ao Sistema Agroindustrial Florestal é o somatório dos valores das cinco principais cadeias produtivas associadas a florestas plantadas (celulose e papel, indústria madeireira, painéis reconstituídos, siderurgia a carvão vegetal e móveis).

Adicionalmente, calculou‑se o VBPF do setor primário florestal que mensura a soma do faturamento de cada segmento primário de produção florestal associado às florestas plantadas, notadamente a silvicultura e a produção do carvão vegetal. Na estimativa do VBPF do setor primário florestal neste Anuário, utilizaram‑se os dados de valor bruto da produção da silvicultura preparados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o ano base 2009, estimando‑se o valor para 2010.

5.5 ARRECADAçãO DE TRIBUTOS

Referência: Capítulo 4 – Item 4.2: Arrecadação de tributos – Tabela 4.02

O sistema tributário do país apresenta atualmente uma lista de mais de 80 tributos (impostos, contribuições e taxas) que incidem sobre as atividades econômicas no Brasil, nos âmbitos federal, estadual e municipal. As informações relativas aos tributos arrecadados pelas empresas do setor de florestas plantadas foram coletadas, prioritariamente, junto às associações setoriais nacionais e a partir de publicações setoriais e anuários estatísticos.

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125notas MetodológiCas :: Capítulo 5

Para obter as estimativas de tributos arrecadados pelo setor de florestas plantadas utilizaram‑se duas metodologias de cálculo, devido a dificuldade de se obter dados estatísticos para cada segmento da cadeia produtiva:

• Metodologia 1: tomando por base a estimativa do VBPF de cada segmento associado às florestas plantadas, aplicou‑se um percentual relativo à contribuição estimada de recolhimento de tributos, por segmento, a fim de se estimar o valor correspondente de tributos arrecadados pelo setor de florestas plantadas como um todo. Os percentuais foram obtidos a partir de estudo publicado pelo jornal Folha de S. Paulo em 2005 para diferentes setores da economia. Para os segmentos florestais não indicados no referido estudo, utilizou‑se um percentual de segmentos afins. Para madeira em tora e carvão vegetal o percentual utilizado de carga tributária foi de 0,2163, enquanto que para a indústria madeireira e de móveis este percentual foi o relativo às indústrias diversas (0,2300). Para os segmento de celulose e papel, e de painéis de madeira industrializada se utilizaram o total de tributos recolhidos em 2010 para cada segmento, consolidados, respectivamente, junto à BRACELPA (fator equivalente de 0,0767) e a ABIPA (fator equivalente). Dessa forma, o total estimado de recolhimento de tributos pelo setor de florestas plantadas em 2010, através desta metodologia somou R$ 7,41 bilhões, conforme evidencia a Tabela 5.02.

Tabela 5.02 Estimativa da arrecadação de tributos pelos segmentos de transformação de florestas plantadas, 2010 – Metodologia 1

produtos/Segmentos VBpF (R$) Fator Estimativa de Tributos Recolhidos (R$) Fonte e Referência de Dados

Celulose e Papel 29.060.318.880 0,0767 2.228.926.458 BRACELPA

Indústria Madeireira 7.597.427.494 0,2300 1.747.408.324 ABIMCI/IBGE/FOLHA

Painéis Reconstituídos 5.404.456.786 0,2222 1.200.870.298 ABIPA/FOLHA

Móveis 8.518.969.466 0,2300 1.959.362.977 ABIMÓVEL/SECEX/FOLHA

Siderurgia a Carvão Vegetal 1.262.202.865 0,2163 273.014.480 AMS/SINDIFER/FOLHA

Total 51.843.375.491 7.409.582.536

Fonte: ABIMCI, ABIMÓVEL, ABIPA, AMS, BRACELPA, IBGE, FOLHA de S. Paulo, SECEX, SINDIFER. Adaptado por Pöyry Silviconsult (2011).

• Metodologia 2: para estimativa dos tributos recolhidos por segmento, foi considerado o total de tributos informado pelas associações de classe relativas a cada segmento, e um fator de conversão relativo à contribuição exclusivamente de florestas plantadas. Quando não havia dados disponíveis do total de tributos, esses dados foram estimados pela Pöyry Silviconsult, seguindo a metodologia 1 descrita acima. O fator de conversão mencionado foi estimado pela Pöyry Silviconsult, conforme relatado a seguir. Especificamente, para os segmentos de celulose e papel, painéis reconstituídos, móveis e siderurgia, foi considerado que 100% dos tributos estão associados a florestas plantadas, por ser fonte exclusiva de matéria‑prima para essas indústrias. Para o segmento da indústria madeireira, utilizou‑se a proporção entre a produção de madeira de florestas plantadas (silvicultura) em relação à produção total de madeira (silvicultura e extração vegetal) estimada de dados do IBGE/SIDRA.

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126 Capítulo 5 :: notas MetodológiCas

Notas Metodológicas5CapítuloTabela 5.03 Estimativa da arrecadação de tributos pelos segmentos de transformação de florestas plantadas,

2010 – Metodologia 2

produtos/Segmentos Total de Tributos Recolhidos

pelo Segmento (R$) Fator Relativo aos Tributos

de Florestas plantadas

Estimativa de Tributos Recolhidos (R$)Metodologia 2

Fonte e Referência de Dados

Celulose e Papel 2.228.926.458 1,000 2.228.926.458 BRACELPA

Indústria Madeireira 2.300.000.000 0,744 1.711.200.000 ABIMCI/ABRAF

Painéis Reconstituídos 1.200.870.298 1,000 1.200.870.298 ABIPA/ABRAF

Móveis 1.959.362.977 1,000 1.959.362.977 PSC

Siderurgia a Carvão Vegetal 273.014.480 1,000 273.014.480 PSC

Total 7.409.582.536 ‑ 7.373.374.213 ‑

Fonte: ABIMCI, ABIPA, BRACELPA, adaptado por Pöyry Silviconsult (2011).

Para o ano de 2010, o total estimado de tributos recolhidos pelo setor de florestas plantadas através da metodologia 1 e 2 somaram respectivamente, R$ 7,41 bilhões e 7,37 bilhões (Tabela 5.02 e 5.03). A metodologia 1 foi adotada neste anuário, visto que nem todas as informações sobre tributos totais foram fornecidas diretamente pelas entidades de classe.

5.6 PRODUçãO E CONSUMO DE PRODUTOS FLORESTAIS

Referência: Capítulo 3 – Item 3.1.1: Produção e consumo – Gráficos 3.01 a 3.05

Para compor a série histórica de produção e consumo de celulose e papel, foram utilizados dados da BRACELPA, para o segmento painéis de madeira, dados da ABIPA, e para carvão vegetal, dados da AMS e do SINDIFER. Em relação à indústria madeireira, na falta de dados da ABIMCI, a Pöyry Silviconsult fez um levantamento de dados de produção e consumo através de contato primário com uma amostra representativa de empresas do segmento de madeira serrada, compensados e madeira tratada.

5.7 BALANçA COMERCIAL DE PRODUTOS FLORESTAIS

Referência: Capítulo 3 – Item 3.1.2: Comércio internacional – Tabela 3.01

Através do Sistema ALICEWEB, da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), foram obtidos os dados referentes à balança comercial de produtos florestais (em valores monetários de exportação e importação).

Tais estatísticas apuradas foram extraídas do Sistema utilizando‑se da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) relativa aos produtos florestais para o ano de 2010, obtendo assim os valores de exportação relativos aos produtos considerados como oriundos especificamente de florestas plantadas.

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127notas MetodológiCas :: Capítulo 5

5.8 GERAçãO DE EMPREGOS

Referência: Capítulo 4 – Item 4.3: Geração de empregos – Tabela 4.03

Para a estimativa do número de empregos diretos, indiretos e de efeito‑renda do setor de florestas plantadas em 2010, utilizou‑se o “Novo Modelo de Geração de Empregos” publicado pelo BNDES, que considera que o número de empregos gerados é proporcional ao aumento na produção de cada setor da economia.

Segundo o Modelo de Geração de Emprego do BNDES os empregos podem ser assim classificados:

• Empregos Diretos: corresponde à mão de obra adicional requerida pelo setor onde se observa o aumento de produção, portanto, haverá variação no nível de emprego no setor onde ocorreu o aumento de demanda.

• Empregos Indiretos: corresponde aos postos de trabalho que surgem nos setores que compõem a cadeia produtiva, já que a produção de um bem final estimula a produção de todos os insumos necessários à sua produção. Desse modo, um aumento de demanda em um setor específico provoca um aumento de produção não apenas do setor, mas ao longo de toda a cadeia produtiva.

• Emprego efeito‑renda: obtido a partir da transformação da renda dos trabalhadores e empresários em consumo. Ambos gastarão parcela de sua renda consumindo bens e serviços diversos, segundo seu perfil de consumo, estimulando a produção de outros setores e realimentando o processo de geração de emprego.

Para o cálculo do número de empregos gerados no setor de florestas plantadas para os segmentos industriais de siderurgia, madeira e mobiliário, bem como o de celulose e papel, foram calculados indicadores de geração de empregos diretos, indiretos e de efeito‑renda para cada segmento florestal, a partir da metodologia indicada pelo BNDES (base 2007).

Assumindo os dados de geração de emprego (direto, indireto e efeito‑renda) do BNDES, a Tabela 5.04 apresenta a razão entre o número absoluto de empregos gerados pelos principais segmentos industriais do setor de florestas plantadas (vide Capítulo 4, Tabela 4.02 deste Anuário) dos empregos diretos, indiretos e efeito‑renda sobre o número total de empregos. Ressalta‑se que para silvicultura, os índices apresentados foram estimados a partir da participação dos empregos da atividades silviculturais no estado de Minas Gerais, obtido do Anuário AMS/2007 (número médio de empregos gerados por empresas do segmento de florestas plantadas dividido pela área total com florestas plantadas no estado).

Tabela 5.04 Fatores de geração de empregos calculados para a silvicultura e para os segmentos de siderurgia, madeira e mobiliário e celulose e papel

Segmento FonteEmpregos

Diretos Indiretos Efeito‑Renda Total

Setor Florestal Anuário ABRAF 13% 53% 34% 100%

Siderurgia a Carvão Vegetal BNDES 2% 21% 77% 100%

Madeira¹ e Mobiliário BNDES 32% 24% 44% 100%

Celulose e Papel BNDES 10% 23% 67% 100%

Fonte: Anuário ABRAF (2010) e BNDES (2007).1 Inclui painéis reconstituídos (MDP, MDF, Chapa Dura e OSB) e produtos de madeira sólida (compensado, madeira serrada e PMVA).

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128 Capítulo 5 :: notas MetodológiCas

Notas Metodológicas5Capítulo Posteriormente, esses fatores foram utilizados na estimativa de geração de empregos indiretos e de efeito‑renda para cada segmento industrial do setor de florestas plantadas, partindo da estimativa de empregos diretos. Por sua vez, os empregos diretos foram obtidos através do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e de consultas a estudos e estatísticas de associações de classe, tais como: ABIMÓVEL, ABIPA, AMS e BRACELPA.

Para a siderurgia aplicou‑se o fator de 34,4% que corresponde, segundo dados obtidos do Anuário AMS/2009, à parcela da produção da siderurgia relativa ao carvão vegetal (excluindo‑se assim o percentual relativo ao consumo de coque siderúrgico). No caso de produtos de madeira e de celulose e papel, o fator considerado foi de 100%, pois esses segmentos utilizam para produção somente madeira de plantios florestais. Assumindo como pressuposto a razão entre o total das exportações brasileiras de móveis em geral (madeira e não madeira) e as exportações brasileiras de móveis apenas de madeira, obteve‑se o fator de 86,4%. Este percentual foi adotado como um proxy para representar a parcela dentro do segmento referida exclusivamente ao produto madeira para o ano 2010, conforme evidencia a Tabela 5.05.

Na Tabela 5.04 estão apresentadas as estimativas de geração de empregos diretos, indiretos e do efeito‑renda para os diferentes segmentos industriais do setor florestal, incluindo plantios florestais e florestas nativas destinadas para fins comerciais.

Tabela 5.05 Estimativa de geração de empregos nos segmentos industriais associados ao setor florestal como um todo (florestas plantadas e nativas), 2010

Segmento IndustrialSegmento (ToTAl) Setor Florestal

Diretos Indiretos EfeitoRenda Total Fator Total

Siderurgia 90.900 954.450 3.499.650 4.545.000 34,4% 1.563.480

Produtos de Madeira ¹ 213.716 160.287 293.860 667.863 100,0% 667.863

Móveis 244.001 183.001 335.501 762.503 86,4% 658.803

Celulose e Papel 112.817 259.479 755.874 1.128.170 100,0% 1.128.170

Total 661.434 1.557.217 4.884.885 7.103.536 4.018.315

Fonte: Diferentes fontes compiladas Pöyry Silviconsult (2011).¹Inclui painéis reconstituídos (MDP, MDF, Chapa Dura e OSB) e produtos de madeira sólida (compensado, madeira serrada e PMVA).

Para a determinação dos empregos gerados somente no setor de florestas plantadas no que diz respeito à silvicultura utilizaram‑se duas metodologias de cálculo que estão descritas a seguir:

• Metodologia 1: utilizando‑se a razão entre o número de empregos gerados pelas associadas individuais da ABRAF e a área com florestas plantadas dessas empresas, determinou‑se o fator (funcionário/área plantada). Posteriormente multiplicando‑se a área total com florestas plantadas no Brasil (Eucalyptus, Pinus e outras espécies) por este fator, foram estimados 237.944 empregos diretos relacionados à atividade silvicultural de florestas plantadas no Brasil.

• Metodologia 2: semelhante ao método 1, assumindo como pressuposto a relação entre o número médio de empregos gerados por empresas do segmento de florestas plantadas em Minas Gerais (Anuário da AMS) e a área total de plantios florestais no estado, estimou‑se o número de 176.404 empregos diretos relacionados à silvicultura de florestas plantadas no Brasil.

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129notas MetodológiCas :: Capítulo 5

Na Tabela 5.06 estão apresentados os resultados consolidados de geração de emprego relativos ao setor de florestas plantadas. Os fatores adotados para exclusão da parcela de empregos relativa a florestas nativas foram: 100% para silvicultura; 100% para fabricação de celulose e papel; 52,6% como participação de florestas plantadas na produção de carvão vegetal (estimado a partir de dados da AMS/SINDIFER); 87,5% para os segmento de madeira; e 86,4% para o segmento de móveis. Ressalta‑se que para os dois últimos segmentos os fatores foram estimados a partir de dados de produção de extração vegetal e de silvicultura do IBGE/SIDRA – proporção da produção de madeira em tora da silvicultura em relação à produção total de madeira em tora.

Tabela 5.06 Estimativa do número de empregos na silvicultura e nos segmentos industriais associados às florestas plantadas, 2010

SegmentoSetor de Florestas plantadas

Diretos Indiretos EfeitoRenda Total Fator

Silvicultura

1. Metodologia 1 237.944 970.081 622.316 1.830.341 100,0%

2. Metodologia 2 176.404 719.188 461.366 1.356.958 100,0%

Indústria Florestal

Siderurgia a Carvão Vegetal 47.804 263.973 967.901 1.279.678 52,6%

produtos de Madeira¹ 187.040 122.770 257.179 566.989 87,5%

Móveis 116.361 87.271 159.996 363.627 63,9%

Celulose e papel 112.817 259.479 755.874 1.128.170 100,0%

Total – Indústria Florestal 464.022 733.492 2.140.950 3.338.464

Total 1 (valor da linha Total Ind. Florestal + linha 1. metodologia 1)

701.966 1.703.573 2.763.266 5.168.806

Total 2 (valor da linha Total Ind. Florestal + linha 2. metodologia 2)

640.426 1.452.680 2.602.316 4.695.422

Fonte: Diferentes fontes compiladas por Pöyry Silviconsult (2011).¹Inclui painéis reconstituídos (MDP, MDF, Chapa Dura e OSB) e produtos de madeira sólida (compensado, madeira serrada e PMVA).

Destaca‑se que o número estimado de empregos (diretos, indiretos e de efeito‑renda) através das metodologias de cálculo anteriormente descritas, indicam que o número de empregos gerados pelo setor de florestas plantadas varia de 4,6 milhões a 5,2 milhões de empregos totais, respectivamente para os Totais 2 e 1. Para o Anuário da ABRAF 2011 – Ano Base 2010 adotou‑se o total estimado através da metodologia 2 (Silvicultura – metodologia 2 e Total 2), visto que a mesma reflete o cenário considerado mais provável para o segmento de florestas plantadas.

5.9 ÍNDICE FIRJAN DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL (IFDM)

O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) é um indicador do nível de desenvolvimento humano, econômico e social de um município, possuindo periodicidade anual, recorte municipal e abrangência nacional. Por utilizar somente estatísticas oficiais, possui uma defasagem temporal de três anos em relação à data de sua publicação.

Aborda as principais áreas de desenvolvimento humano denominadas: “Emprego & Renda”, Educação e Saúde. Os parâmetros considerados no quesito “Emprego e Renda” fazem referência à geração e ao estoque de emprego formal

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130 Capítulo 5 :: notas MetodológiCas

Notas Metodológicas5Capítuloe ao nível salarial médio. Da mesma forma, a Educação é analisada em função da taxa de matrículas na educação infantil, da taxa de abandono escolar e da taxa de distorção idade‑série, assim como do percentual de docentes no ensino superior, da média de horas/aula diária e do resultado do índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). O quesito Saúde é verificado por meio do número de consultas pré‑natal e do número de óbitos infantis por causas evitáveis e mal‑definidas.

A análise matemática desses parâmetros possibilita a elaboração de um índice final que pode variar entre 0 e 1, o que, consequentemente, classifica os municípios em baixo estágio de desenvolvimento (0<IFDM<0,4), desen‑volvimento regular (0,4<IFDM<0,6), desenvolvimento moderado (0,6<IFDM<0,8) e alto estágio de desenvolvimento (0,8<IFDM<1,0).