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O papel da gestão Escolar na CAPACITAÇÃO E LIDERANÇA NO ESPAÇO ESCOLAR RESUMO A gestão democrática participativa constitui o modo próprio de organização e funcionamento das escolas públicas. Isso as diferencia, pois nelas as experiências educativas envolvem necessariamente o exercício da cidadania. Alunos, pais, professores, funcionários e membros da comunidade, ao participarem da vida escolar, educam e são educados na construção de um bem público comum. Diante do exposto a temática Como capacitar o espaço Escolar ? Enfatiza uma reflexão em torno da articulação entre diferentes procedimentos na gestão democrática das escolas públicas, e também apresenta o respeito que há entre às diferenças e aos conflitos sociais, observando diretrizes legais e a ética social. A LDB estabeleceu que a gestão da escola se faz com a comunidade escolar e local. Isso significa que precisa-se compartilhar ações com outros atores da sociedade. É importante que se tenha a visão do total. Por isso, a importância de um duplo movimento: da gestão para a comunidade escolar e desta para a escola. Ao realizar esses dois movimentos, entende-se estar atentos às mudanças sociais e procurar agir de modo autônomo e responsável. É daí a importância de estabelecer parcerias com reciprocidade.Temos várias instâncias escolares de gestão. A participação de novos atores na gestão escolar, a descentralização do poder e a delegação de responsabilidades precisam ser compatibilizadas com a reorganização e o fortalecimento dos órgãos colegiados de gestão. Formas institucionais de participação contribuem para o crescimento democrático, pois expressam acordos sobre modos de coordenar e articular ações na escola. A liderança do gestor é fundamental na implementação de ações compartilhadas. As ações de gestão democrática trazem consigo uma concepção educativa que valoriza a autonomia da escola e dos sujeitos que a fazem. É perceptível ao analisar e comparar os avanços na escola que tem uma liderança democrática enxergamos claramente, através de ações e resultados internos e externos a sua “cara”. Quando um diretor pensa em ditar ordens para serem executadas, pensa em ações para os outros executarem sem ouvir a opinião dos envolvidos e não busca parcerias e nem cobra das outras instituições corresponsáveis pela educação, com certeza não chegará a um resultado plausível, estará fadada ao fracasso.A capacitação da equipe é fundamental para o desenvolvimento do grupo liderado. Palavras-chaves: Gestão, capacitação , liderança.

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O papel da gestão Escolar na CAPACITAÇÃO E LIDERANÇA NO ESPAÇO ESCOLAR

RESUMO

A gestão democrática participativa constitui o modo próprio de organização e funcionamento das escolas públicas. Isso as diferencia, pois nelas as experiências educativas envolvem necessariamente o exercício da cidadania. Alunos, pais, professores, funcionários e membros da comunidade, ao participarem da vida escolar, educam e são educados na construção de um bem público comum. Diante do exposto a temática Como capacitar o espaço Escolar ? Enfatiza uma reflexão em torno da articulação entre diferentes procedimentos na gestão democrática das escolas públicas, e também apresenta o respeito que há entre às diferenças e aos conflitos sociais, observando diretrizes legais e a ética social.  A LDB estabeleceu que a gestão da escola se faz com a comunidade escolar e local. Isso significa que precisa-se compartilhar ações com outros atores da sociedade. É importante que se tenha a visão do total. Por isso, a importância de um duplo movimento: da gestão para a comunidade escolar e desta para a escola. Ao realizar esses dois movimentos, entende-se estar atentos às mudanças sociais e procurar agir de modo autônomo e responsável. É daí a importância de estabelecer parcerias com reciprocidade.Temos várias instâncias escolares de gestão. A participação de novos atores na gestão escolar, a descentralização do poder e a delegação de responsabilidades precisam ser compatibilizadas com a reorganização e o fortalecimento dos órgãos colegiados de gestão.    Formas institucionais de participação contribuem para o crescimento democrático, pois expressam acordos sobre modos de coordenar e articular ações na escola. A liderança do gestor é fundamental na implementação de ações compartilhadas. As ações de gestão democrática trazem consigo uma concepção educativa que valoriza a autonomia da escola e dos sujeitos que a fazem.  É perceptível ao analisar e comparar os avanços na escola que tem uma liderança democrática enxergamos claramente, através de ações e resultados internos e externos a sua “cara”. Quando um diretor pensa em ditar ordens para serem executadas, pensa em ações para os outros executarem sem ouvir a opinião dos envolvidos e não busca parcerias e nem cobra das outras instituições corresponsáveis pela educação, com certeza não chegará a um resultado plausível, estará fadada ao fracasso.A capacitação da equipe é fundamental para o desenvolvimento do grupo liderado.

Palavras-chaves: Gestão, capacitação , liderança.

Introdução:

Devido as dificuldades observadas pela falta de Capacitação por parte dos

gestores municipais e estaduais, resolvi tornar esse tema como pesquisa,

tornando como base a Importância Capacitação no Espaço escolar.

Torna-se comum nos corredores de âmbito escolar deparar com grupos

de disciplinários,docentes discutindo a falta de capacitação e motivação da

equipe escolar. Deparamos também, nos conselhos de classes e encontros

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semanais dos docentes as reclamações da falta de preparação para o

desempenho da função

O ínicio do século XXI, poderá ser conhecido como um tempo em que o

sentido da palavra democrática voltou à ordem do dia, sua importância é

reconhecida por todos, embora essa palavra tenha muitos significados . alguns

enfatizam a importância nas decisões, outros destacam a importância da

observância das leis, outros salientam s condições sociais necessárias para a

pratica democrática. Diante do exposto os desafios para envolver , articular e

promover ação de pessoas nos processo democrático de participação são

semelhantes na sociedade e nas escolas. Por esse motivo as alternativas

facilitadoras e as dificuldades encontradas na atividades empreendidas pelos

gestores educacionais tem uma raiz em comum. Elas fazem parte das

numerosas tentativas de consolidação da democracia na gestão escolar,

representados pelos movimentos que visam promover, articular e envolver e

ação de pessoas no processo de gestão escolar. O presente artigo traz a luz

uma questão crucial, abordar o papel da gestão democrática das escolas e

seu papel na capacitação da equipe escolar. tendo como ênfase a tomada de

decisões e o desenvolvimento de atividades como tarefa importante para

garantir o envolvimento de todos os agentes no cotidiano escolar. A LDB

estabeleceu que a gestão da escola se faz com a comunidade escolar e local.

Isso significa que precisamos compartilhar ações com outros atores de nossa

sociedade. É importante que tenhamos a visão do total. Por isso, a importância

de um duplo movimento: da escola para a cidade e desta para a escola.

. A liderança do gestor é fundamental na implementação de ações

compartilhadas. As ações de gestão democrática trazem consigo uma

concepção educativa que valoriza a autonomia da escola e dos sujeitos que a

fazem.

É perceptível ao analisar e comparar os avanços na escola que tem uma

liderança democrática enxergamos claramente, através de ações e resultados

internos e externos a sua “cara”.

Continuamos com a frase “Ninguém caminha sozinho”. Quando um

diretor pensa em ditar ordens para serem executadas, pensa em ações para os

outros executarem sem ouvir a opinião dos envolvidos e não busca parcerias e

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nem cobra das outras instituições corresponsáveis pela educação, com certeza

não chegará a um resultado plausível, estará fadada ao fracasso.

Desenvolvimento

Foi Analisado que a educação é um processo, e não um produto a ser entregue de

forma padronizada. A democratização deve ser buscada enquanto instrumento para promover

a qualidade, portanto um novo conceito se expressa menos em termos de produção de

documentos anuais ou planos e mais em termos de processo de trabalho conjunto e de longo

prazo, envolvendo toda a equipe da escola e comunidade. Atualmente, vivemos a Era da

informação e temos em nossas mãos uma infinidade de soluções digitais cada vez mais

surpreendentes e poderosas

Conforme Ferreira (2008), a gestão escolar atravessa nos dias de hoje uma

fase de profundas transformações que se traduzem em diferentes medidas e

têm por objetivos redefinir o conceito de escola; reconhecer e reforçar sua

autonomia; promover associação entre escolas e sua integração em territórios

educativos mais vastos; adotar modalidades de gestão específicas e adaptadas

à diversidade das situações existentes. Esse modelo de gestão é coerente com

as tendências da educação observadas em outros países, como o Reino

Unido, Austrália, Estados Unidos, Canadá e Alemanha (LÜCK et al., 2008).

A gestão escolar, sob a perspectiva democrática, tem características e

exigências próprias. Suas particularidades orientam a eficácia escolar como

aprendizagem significativa dos alunos de modo que conheçam o seu mundo, a

si mesmos e tenham instrumentos adequados para enfrentarem seus desafios

na vida educacional. A falta dessa eficácia consistiria em uma ameaça à

legitimidade do sistema escolar.

Além disso, existem outros fatores que dificultam a implantação da gestão

democrática. De acordo com Ferreira (2008), esses fatores incluem a cultura

autoritária do ensino, ausência de recursos financeiros, desmotivação de

professores e a falta de uma estrutura que favoreça a participação dos pais.

Nesse sentido, um aspecto a ser destacado refere-se ao ineditismo da gestão

democrática como princípio da educação nacional em um texto constitucional.

2 - DIMENSÃO PARTICIPATIVA DA GESTÃO ESCOLAR

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O trabalho escolar é uma ação de caráter coletivo, realizado a partir da

participação conjunta e integrada dos membros de todos os segmentos da

comunidade escolar. No entendimento de Silva (2001, p. 54):

A participação favorece a experiência coletiva, ao efetivar a socialização de

divisões e a divisão de responsabilidades. Ela afasta o perigo das soluções

centralizadas, efetivando-se como processo de co-gestão e, proporcionando

um melhor clima na organização.

A prática na tomada de decisões naturalmente cria a consciência de

participação e o envolvimento nas relações que dizem respeito à escola e ao

seu clima organizacional. Sob esse aspecto, Lück (et al., 2008, p.18) afirma

que “a abordagem participativa na gestão escolar demanda maior envolvimento

de todos os interessados no processo decisório da escola, mobilizando-os, da

mesma forma, na realização das múltiplas ações de gestão”. Do mesmo modo,

esta abordagem amplia o acervo de habilidades e de experiências que podem

ser aplicadas na gestão das escolas, enriquecendo-as e aprimorando-as.

Contudo, a gestão participativa educacional pressupõe mudanças na estrutura

organizacional e novas formas de gestão. No processo de implantação de um

sistema de gestão participativo nas escolas é possível identificar algumas

práticas comuns entre os gestores, como por exemplo: dedicação de tempo à

capacitação profissional e ao desenvolvimento de um sistema de

acompanhamento escolar, e ao desenvolvimento de experiências pedagógicas

características da reflexão-ação (LÜCK et al., 2008).

Segundo Galego (1993, p.51), a participação na gestão escolar pode ser

entendida da seguinte maneira: O poder efetivo de colaborar ativamente na

planificação, direção, avaliação, controle e desenvolvimento do processo

educativo. Ou seja, o poder de intervenção legitimamente conferido a todos os

elementos da comunidade educativa, entendendo esta como o conjunto de

pessoas e grupos dentro e fora dos estabelecimentos escolares ligados pela

ação educativa [...].

Lück (et al., 2008, p.18) apresenta as principais razões que levam a opção pela

participação na gestão escolar:

Apesar disso, Ferreira (2008, p.09) relata que “toda vez que se propõe uma

gestão democrática da escola [...] tenha efetiva participação de pais,

educadores, alunos e funcionários da escola, isso acaba sendo considerado

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como coisa utópica”. É preciso que os pais sejam chamados, não apenas para

ouvirem sobre o desempenho escolar de seus filhos ou para contribuírem nas

festas e campanhas. É importante a participação que leva à reflexão e à

tomada de decisão conjunta. Este avanço depende do grau de consciência

política dos diferentes segmentos e interesses envolvidos na vida da escola.

Os princípios e práticas democráticas na organização e gestão educacional

poderão trazer importante contribuição, não só ao clima da escola, mas,

também, à democratização num âmbito global. No entanto, a busca de novas

formas de organização e gestão da escola parece ser tarefa difícil, devido às

raízes históricas da escola, que estão marcadas pela centralização e pelo

autoritarismo. O que não se pode é tomar os determinantes estruturais como

desculpa, para não se fazer nada, esperando que se transforme a sociedade,

para depois transformar a escola. É na prática escolar quotidiana, que

precisam ser enfrentados os determinantes mais imediatos do autoritarismo,

enquanto manifestação num espaço restrito, dos determinantes estruturais

mais amplos da sociedade (SILVA, 2001).

Partindo desta idéia, para concretizar uma gestão participativa educacional, é

necessário que em cada escola, a comunidade vá conquistando seu espaço de

participação. O processo inicial de formação da consciência crítica e autocrítica

na comunidade é ponto relevante, para elaborar o conhecimento adequado dos

problemas que afetam o grupo.

Através da abordagem sobre a gestão participativa, seus benefícios e

implicações, o gestor da educação obtém caminhos a serem seguidos no

desenvolvimento da liderança participativa, com propostas para a resolução de

problemas, e é levado a refletir sobre o desempenho dos profissionais que

compõem a estrutura escolar.

3 - A DEMOCRATIZAÇÃO DA ESCOLA ATRAVÉS DA PARTICIPAÇÃO

EFETIVA DA COMUNIDADE ESCOLAR

Sabemos que uma escola só será democrática, a partir do momento em que a

comunidade escolar, representada pelos professores, funcionários, alunos e

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pais, tomarem consciência da importância de seu papel na construção dessa

democracia.

A escola que se diz pública e democrática define-se como “comum a todos”

(pública) e “governada pelo povo“ (democrática) (LUFT, Celso Pedro, 1921).

Na prática isso não vem acontecendo, pois há pouco interesse da comunidade

escolar na tomada de decisões, e isso é motivado porque a escola não

favorece essa participação ou ainda porque essa desconhece seus direitos e

não está consciente do “poder” que tem, ou que poderia ter.

Para a comunidade, participar da gestão de uma escola significa inteirar-se e

opinar sobre os assuntos para os quais muitas vezes se encontra

despreparada; significa todo um aprendizado político e organizacional

(participar de reuniões, darem opiniões, anotar, fiscalizar, cumprir decisões);

mudar sua visão de direção de escola, passando a não esperar decisões

prontas para serem seguidas; significa, enfim, pensar a escola não como um

organismo governamental, portanto externo, alheio, e sim como um órgão

público que deve ser não apenas fiscalizado e controlado, mas dirigido pelos

seus usuários. (HORA, 1994, p. 134)

Muitos autores escreveram e concluíram que a escola só será democrática

quando houver a participação da comunidade escolar, como incentivar, trazer,

convencer, e efetivar essa participação? Muitas escolas tiveram excelentes

experiências no momento em que conseguiram conscientizar a comunidade

escolar a participar das decisões que a escola deveria tomar.

Com isto, esta pesquisa, realizada em variados âmbitos escolar, principalmente

naquelas que já desenvolviam projetos diferenciados envolvendo a

comunidade escolar, com a finalidade de tomar conhecimento dos

procedimentos e das alternativas que tornaram possível essa participação.

Para LÜCK (2006, p. 41) “A gestão democrática ocorre na medida em que as

práticas escolares sejam orientadas por filosofia, valores, princípios e ideias

conscientes, presentes na mente e no coração das pessoas, determinando o

seu modo de ser e de fazer”.

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Nesse sentido, a nova maneira de organizar e pensar a gestão democrática

conta com um instrumento fundamental ao incremento da participação que é o

projeto político pedagógico.

Através da gestão democrática é que se busca parcerias com a equipe escolar,

para a construção de um projeto coletivo, no qual exige participação ativa de

todos os envolvidos no processo educativo.

A organização da escola, indispensável para promover o

desenvolvimento e a

aprendizagem dos alunos, implica um compromisso dos membros da equipe

escolar com a clientela que frequenta a escola. Cabe ao diretor da escola

assumir a liderança na elaboração do projeto político pedagógico, que exigirá

do mesmo, um compromisso político e terá como função mobilizar toda a

equipe escolar em busca de um ensino de qualidade.

“É preciso que todos funcionem como uma orquestra: afinados em torno

de uma partitura e regidos pela batuta de um maestro que aponta como cada

um entra para obter um resultado harmônico. Esse maestro é o gestor. E a

partitura, o projeto pedagógico da escola, um arranjo sob medida para os

alunos e que é referência para todos”. (VIEIRA, 2002, p.88).

O sucesso do gestor depende do empenho e do saber fazer pedagógico dos

demais participantes da orquestra. Mas ele é um dos responsáveis por

conduzir o grupo, propondo atividades instigantes e provocadoras e ao mesmo

tempo estando aberto a novas idéias e opiniões, realizando um trabalho

compartilhado, e para que isso ocorra é importante desencadear um processo

de mobilização, que faça as coisas acontecerem.

O projeto político pedagógico historicamente era elaborado apenas pelo

diretor ou supervisor e não correspondia as reais necessidades educacionais

dos estabelecimentos de ensino. Atualmente, o funcionamento de uma

instituição educacional deve ser pautada nas idéias de todos os integrantes,

desde o diretor até os pais. Sua real finalidade está justamente em

democratizar a gestão proporcionando a participação e a construção de uma

escola preocupada com as dificuldades sociais enfrentadas pela sua demanda,

atendendo as características primordiais a fim de comprovar os resultados

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obtidos por um trabalho bem planejado em conjunto com a comunidade

escolar.

O estilo de gestão da escola, mais ou menos participativa, pode ter

influência no desempenho do aluno. Algumas evidências empíricas mostram

que o aprendizado dos alunos é maior nas instituições cujos diretores dão mais

importância à participação dos professores na elaboração do plano pedagógico

e são mais abertos às sugestões e propostas da comunidade escolar,

principalmente nas escolas menores e naquelas em que os estudantes têm

menor nível socioeconômico.

A participação de pais e membros da comunidade nas decisões da

escola fortalece a sintonia e permite troca de informações relevantes entre

escola e família, além de contribuir para elevar o engajamento da comunidade

na manutenção da unidade escolar.

Já a participação de professores e funcionários se justifica não só pelo

conhecimento específico que esses profissionais têm acerca dos processos

administrativos e de ensino-aprendizado, mas também porque eles podem se

sentir mais motivados e, consequentemente, se engajar mais nas atividades da

escola. No entanto, existe um dilema nesse caso. Se, por um lado, professores

e funcionários têm muito a contribuir na definição de questões de natureza

pedagógica e administrativa, por outro, são destinatários de parte dos recursos

cuja alocação é deliberada pelo grupo. Pode ser difícil separar interesses

pessoais na discussão sobre a alocação mais eficiente dos recursos.

As evidências mostram que nas escolas cujos diretores dão mais

relevância à participação dos professores na elaboração do plano pedagógico

e são mais abertos às sugestões e propostas da comunidade escolar, o

desempenho dos alunos é melhor, principalmente entre aqueles com menor

nível socioeconômico. Esses resultados são ainda mais significativos em

escolas.

menores, o que é perfeitamente compreensível, uma vez que, nas

maiores, as interações entre os agentes são mais complexas, envolvem mais

pessoas, os consensos são mais difíceis de serem alcançados e alguma

formalização e hierarquia acabam sendo requeridas.

Os conselhos escolares são uma alternativa para implementar um estilo

mais participativo na gestão. Esses são órgãos consultivos e/ou deliberativos,

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responsáveis por coordenar e avaliar as atividades pedagógicas,

administrativas e financeiras da escola. Em geral, o conselho é presidido pelo

diretor e composto de representantes dos professores, funcionários, pais e

alunos, eleitos para um mandato de prazo determinado, que geralmente pode

ser estendido.

A literatura não encontra evidências que comprovem um impacto

positivo da existência de conselhos escolares sobre o aprendizado dos alunos.

Uma dificuldade de interpretação para essa falta de impacto é que os

conselhos existentes se diferenciam muito em termos de modelo e atribuições,

e que o impacto estimado é o impacto médio. Assim, embora na média não se

tenha observado nenhum efeito, pode ser que uma ou mais estruturas

específicas tenham sido bem-sucedidas, mas que seus resultados tenham sido

escondidos por outros modelos com desempenho negativo.

Há evidências empíricas de que aprendem mais os alunos das

instituições em que os diretores dão mais importância à participação dos

professores na elaboração do plano pedagógico. Cabe, portanto, aos diretores

incentivar esse estilo gerencial.

Embora as pesquisas não apontem um impacto positivo dos conselhos

escolares, eles também podem ser uma ferramenta importante para

implementar um estilo mais participativo de gestão.

Os diretores podem, ainda, construir um ambiente de gestão aberto à

participação da comunidade. Divulgar os conteúdos esperados para cada série

é, por exemplo, uma forma de ajudar os pais a acompanharem o

desenvolvimento de seus filhos e pode ser útil para que eles possam sugerir e

cobrar ações.

4 - A ação da comunidade escolar no processo de gestão

escolar

O acesso a novos conhecimentos, a trocar de experiências, a

construção de concepções próprias embasadas em vivências e conhecimentos

culturalmente acumulados, viabilizam a interação de forma significativa na

sociedade. É nessa perspectiva que a educação deve caminhar, de forma

participativa, organizada e significativa, enfrentando os desafios, superando-os,

almejando sempre o sucesso da aprendizagem do aluno e consequentemente

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a sua permanência na escola. Segundo Moran 2000:

"A educação tem que surpreender, cativar, conquistar os estudantes a todo o momento. A educação precisa encantar, entusiasmar, seduzir, apontar possibilidades e realizar novos conhecimentos e práticas. O conhecimento se constrói a partir de constantes desafios de atividades significativas, que excitem a curiosidade, a imaginação e a criatividade".

É muito pertinente refletir a respeito de como promover, articular,

envolver a ação das pessoas no processo de gestão escolar. Essa é uma

discussão amplamente debatida no contexto atual quando se pensa na função

social da escola enfatizando ações tão importante para promover uma

articulação que garanta o sucesso da gestão escolar e como construir as

autonomia na escola. A autonomia envolve fundamentalmente, quatro

dimensões básicas: A autonomia administrativa elabora e gerencia seus

planos, programas e projetos. A direção escolar coordena um processo que

envolve relações internas e externas. Seus Diretores são eleitos de acordo com

a competência profissional e a liderança dos candidatos; o conselho escolar

que tem a função deliberativa, consultiva e fiscalizadora; a autonomia jurídica

está relacionada à elaboração de normas e orientações escolares instituídas

na comunidade escolar. A autonomia financeira diz respeito à existência de

recursos financeiros para o pleno funcionamento da escola, podendo ser total

ou parcial. Segundo a LDB (Lei 9394/96), compete a escola “administrar seu

pessoal e seus recursos financeiros”. (art. 12 II).

A autonomia financeira engloba duas vertentes, dependência financeira

poder publico e controle e previsão de contas. O que não deve ocorrer é a

transferência de responsabilidade desses recursos para os indivíduos, às

famílias e às empresas. A autonomia pedagógica está relacionada a

elaboração, desenvolvimento e avaliação dom Projeto Político Pedagógico,

obedecendo as políticas publicas vigentes e as orientações dos sistemas de

ensino.

O poder de decisão visando a melhoria do ensino-aprendizagem, a

adoção dos critérios relevantes a autonomia pedagógica.

O bom funcionamento da escola, depende da soberania do Estado, bem como

da autonomia da escola, em elaborar com a coletividade, o seu projeto político

pedagógico, o regimento escolar, e traçar metas, destinados a solução e

avanços no processo do ensino e aprendizagem.

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Ao elaborar seu projeto político pedagógico e o regimento escolar, a

escola garante sua autonomia e os professores conquistam explicitamente

também sua ação libertadora, através dos princípios e regras de convívio

estabelecidos tanto na proposta pedagógica, quanto no regimento escolar.

Além da existência desses documentos, outra forma de os professores

conseguirem sua autonomia é como Freire (2009), descreve no livro pedagogia

da autonomia, principalmente quanto se reporta a formação continuada do

professor.

Os tempos são outros, existindo a regulamentação da lei para amparar

tanto o professor em sua função, quanto o estudante no excesso de

comportamento inadequado, de ambas as partes.

Tanto o estudante como o professor, estão diretamente integrados, não

só na aula, mais também na legislação vigente, para isso, a escola tem que

formular seu regimento escolar e sua proposta pedagógica, com a participação

de todo seguimento da escola, direção, professores, funcionários

administrativos, estudantes e representantes da comunidade e dos estudantes

da escola, todos venham participar da formação dos documentos, que irão

definir o andamento e as medidas cabíveis, quando existem atitudes

desqualificadas ao ambiente escolar, tanto para o estudante, quanto para os

profissionais do ensino, bem como dos responsáveis pela comunidade e

representantes dos pais, por isso, todos tem que participar da elaboração, tanto

do regimento como da proposta pedagógica.

Outro elemento que vem trazendo distorções dentro da escola é a

administração escolar, para isso foi criado o colegiado, cognominado de gestão

escolar, aonde todos os assuntos integrantes ao bem da escola, venham a ser

discutido neste grupo e levado a assembleia da escola.

Atualmente, existe a exigência do cumprimento dos duzentos dias letivos, ou

oitocentas horas aulas, mais diante da legislação educacional vigente, a

formação continuada, as reuniões administrativas e os encontros das escolas

com os representantes dos pais, estão dentro desses dias letivos, mais existe a

necessidade de estarem explicito no regimento escolar, na proposta

pedagógica e serem registrado em cartório, após aprovação da secretaria de

educação.

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Como a legislação vigente abre espaço para qualquer instituição

organizada da sociedade, solicitar o cumprimento da legislação educacional em

vigor, e isso podem trazer transtornos legais, principalmente diante do

ministério público, a melhor saída é a existência do regimento escolar e do

projeto pedagógico, incluindo neles, a existência do conselho escolar, que são

escolhidos os representantes dos sujeitos da escola e comunidade onde a

instituição de ensino encontra-se, e por aclamação ou votação é lavrado em

ata e registrado em cartório, as determinações realizadas.

O conselho escolar, formado por representante da direção da escola,

dos professores, dos funcionários administrativos, estudantes, representantes

dos estudantes e associação dos moradores, é a representação máxima da

escola, superando as posições da gestão escolar, que possui também uma

interpretação equivocada, pois a gestão é formada por todos os seguimentos

que representa os sujeitos da escola e o que se identifica como gestão escolar

é a administração escolar, parte integrante da gestão e do conselho escolar.

Neste âmbito da administração escolar, não cabe a ela, especificamente, a

aplicação dos recursos financeiros vindo para a manutenção da escola, mais

cabe ao conselho escola, a aplicação desses recursos adequadamente de

acordo com a legislação vigente.

O que presencia, é a falta de participação dos sujeitos da escola, no

acompanhamento ou participação direta na gestão escolar, deixando toda

solução a cargo da administração escolar, então surge à sobrecarga e também,

os diversos desmandos, principalmente os que presenciamos e vemos nas

reportagens dos jornais escritos e televisivos e in-loco, quanto  ao

comportamento dos estudantes, e as fobias que atacam os professores durante

sua atuação na escola.

Temos neste momento, a falta da família que é responsável

juridicamente, por acompanhar a educação dos filhos e não agredir juntos com

os filhos os profissionais do ensino, por isso, a necessidade de todos saberem

quais são os limites e os alcances a serem realizados pela escola, diante do

seu regimento e propostas pedagógica.

Não é destinando a escola, o poder de decisão de aplicação dos

recursos da manutenção escolar, de castigar o estudante, de tomar

providencias administrativa e agressões contra os professores, que se

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consegui a autonomia escolar, mais diante de muito trabalho da coletividade e

envolvimento de todos dentro e fora da escola.

Caberá ao Estado, a manutenção da escola, esta ai a questão da autonomia,

só ao Estado cabe decidir os rumos da escola, quanto as questões pertinentes

a legislação, como por exemplo, recensear a população escolar, fazer a

chamada pública de preenchimentos de vagas, assegurar a educação como

direito de todos, inclusive, dos portadores de necessidades especiais.

Quanto ao andamento da escola, cabe aos seus integrantes, incluindo neste

âmbito, a escolha dos dirigentes escolares, na forma democrática da lei

vigente, não podendo os mesmos serem indicados e sim escolhido por votação

pela comunidade dentro e fora da escola.

A temática a reflexão à importância da participação de novos atores na

gestão escolar, a descentralização do poder e a delegação de

responsabilidades precisam ser compatibilizadas com a reorganização e o

fortalecimento dos órgãos colegiados de gestão.    Formas institucionais de

participação contribuem para o crescimento democrático, pois expressam

acordos sobre modos de coordenar e articular ações na escola. A liderança do

gestor é fundamental na implementação de ações compartilhadas. As ações de

gestão democrática trazem consigo uma concepção educativa que valoriza a

autonomia da escola e dos sujeitos que a fazem.

  Também cabe destacar a importância da participação dos alunos nos

processos de tomada de decisão na escola, como também apresentados

mecanismos de gestão colegiada em sua escola, e sugeridos modos de agir

coerentes com esta proposta. Com certeza tais sugestões ajudam a formação

de cidadãos e a promover uma educação de qualidade para todos que é o que

todos nós envolvidos no processo com responsabilidade, almejamos.

Os efeitos de uma boa gestão sobre essa organização se fazem

paulatinamente. Para tanto, é necessário promover ações inovadoras e estas,

por sua vez, requerem lideranças democráticas. Tais lideranças coordenam

intervenções coletivas sobre a organização presente, modificando alguns

aspectos e preservando outros.

É perceptível ao analisar e comparar os avanços na escola que tem uma

liderança democrática enxergamos claramente, através de ações e resultados

internos e externos a sua “cara”.

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Continuamos com a frase “Ninguém caminha sozinho”. Quando um

diretor pensa em ditar ordens para serem executadas, pensa em ações para os

outros executarem sem ouvir a opinião dos envolvidos e não busca parcerias e

nem cobra das outras instituições co-responsáveis pela educação, com certeza

não chegará a um resultado plausível, estará fadada ao fracasso.

Diante do exposto garantir a mobilização da comunidade local e escolar

na construção da autonomia e da participação. Esses processos ajudam a

formação de cidadãos e a promover uma educação de qualidade para todos.

Nesse contexto administrar supõe:

Interpretar os objetivos da organização (empresarial ou educacional),

é transforma-los em ação organizacional por meio de planejamento,

organização, direção e controle dos esforços realizados em todas as

áreas e níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos e

garantir a competitividade (...) da empresa (CHIAVENATO, 2004,

p.8).

No cotidiano escolar, envolver a comunidade local requer por parte da equipe

diretiva , estratégias que motiver a participaçao e que vão de encontro às

reais necessidades dos membros que fazem ou farão parte de todo o processo

onde o respeito e a valorização , entre outros deveres sirvam de estíumulos e

incentivo a uma participação efetiva na intergração entre a escola e

acomunidade. De forma democrática conforme Pereira (Gestão em Rede, p.

5): ” a gestão democrática exige o cultivo da cultura da participação do

trabalho coletivo, da ção colegiada , da realização pelo bem comum”. Enfim é

preciso possibilitar momentos de experimentação da democracia na escola

para se tornar uma pratica efetiva, consolidada e passivel de ser efetivamente

vivenciada.

Alicerces do trabalho em conjunto ou trabalho participativo. Neagley e

Evans (1969) apud Maciel (2003, p. 57)

Em primeiro lugar, a equipe deve ter uma meta, propósito, causa ou objetivo

que seja identificado, aceito, compreendido e desejado por todos os membros

da equipe.Em segundo lugar, a equipe deve ter espírito, moral e desejo de

triunfar ainda que seja ao custo de consideráveis sacrifícios individuais.Em

terceiro lugar, as linhas de autoridade e responsabilidade devem ser estar

claramente definidas e compreendidas perfeitamente por todos.Em quarto

lugar, devem ser estabelecidos os canais de comunicação.Em quinto lugar, o

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líder deve descobrir e utilizar ao máximo as capacidades criadoras de cada

uma das pessoas e uni-las numa equipe homogênea (in NEAGLEY e EVANS,

1969).

Mobilizar e envolver a comunidade na vida cotidiana da escola não é,

certamente, uma tarefa muito fácil, o gestor exerce a coordenação das

atividades no interior da escola, assumindo as responsabilidades decorrentes

de sua função. Um gestor eficaz é aquele que consegue exercer a liderança

democrática na escola sem abrir mão de sua autoridade e responsabilidades,

compartilhando os processos de decisão e estimulando a participação dos

diversos grupos da escola, por isso é necessário que o mesmo esteja atento

aos Orgãos Colegiados (conselho escolar, Associação de Pais e Mestres -

APM, Grêmio Estudantil) para compartilhar responsabilidades e compromissos

em torno do uso adequado das instalações . Estabelecer prinicipios e formas

de convivencia democrática dentro na escola é fundamental para a

implementaçõ de processos de gestão compartilhada, na qual direitos e

obrigações expressam o exercicio coletivo envolvendo as comunidades local

e escolar. A gestão democrática é baseada em vários mecanismos de

participação deve ser instrumento de transformação das praticas escolares

autoritárias, visando a consolidação de uma ova cutura escolar no qual a

melhoria da qualidade e o sucesso escolar do aluno sejam metas pioritárias.

[...] a participação é o principal meio de se assegurar a gestão

democrática da escola, pois possibilita envolvimento de

profissionais e usuários no processo de tomada de decisões e no

funcionamento da organização escolar: a organização escolar

democrática implica não só a participação na gestão, mas a gestão

da participação, em função dos objetivos da escola LIBANEO (apud

LIMA e JARDIM, 2004, p. 12) 

Sabe-se que uma escola só será democrática, a partir do momento em que a

comunidade escolar, representada pelos professores, funcionários, alunos e

pais, tomarem consciência da importância de seu papel na construção dessa

democracia. A escola que se diz pública e democrática define-se como “comum

a todos” (pública) e “governada pelo povo“ (democrática) (LUFT, Celso Pedro,

1921). Na prática isso não vem acontecendo, pois há pouco interesse da

comunidade escolar na tomada de decisões, e isso é motivado porque a escola

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não favorece essa participação ou ainda porque essa desconhece seus direitos

e não está consciente do “poder” que tem, ou que poderia ter.

Para a comunidade, participar da gestão de uma escola significa inteirar-se e

opinar sobre os assuntos para os quais muitas vezes se encontra

despreparada; significa todo um aprendizado político e organizacional

(participar de reuniões, darem opiniões, anotar, fiscalizar, cumprir decisões);

mudar sua visão de direção de escola, passando a não esperar decisões

prontas para serem seguidas; significa, enfim, pensar a escola não como um

organismo governamental, portanto externo, alheio, e sim como um órgão

público que deve ser não apenas fiscalizado e controlado, mas dirigido pelos

seus usuários. (HORA, 1994, p. 134)Muitos autores escreveram e concluíram

que a escola só será democrática quando houver a participação da

comunidade escolar, como incentivar, trazer, convencer, e efetivar essa

participação? Muitas escolas tiveram excelentes experiências no momento em

que conseguiram conscientizar a comunidade escolar a participar das decisões

que a escola deveria tomar. Com isto, esta pesquisa, realizada em variados

âmbitos escolares, principalmente naquelas que já desenvolviam projetos

diferenciados envolvendo a comunidade escolar, com a finalidade de tomar

conhecimento dos procedimentos e das alternativas que tornaram possível

essa participação. Para LÜCK (2006, p. 41) “A gestão democrática ocorre na

medida em que as práticas escolares sejam orientadas por filosofia, valores,

princípios e ideias conscientes, presentes na mente e no coração das pessoas,

determinando o seu modo de ser e de fazer”.

Nesse sentido, a nova maneira de organizar e pensar a gestão

democrática conta com um instrumento fundamental ao incremento da

participação que é o projeto político pedagógico.Através da gestão democrática

é que se busca parcerias com a equipe escolar, para a construção de um

projeto coletivo, no qual exige participação ativa de todos os envolvidos no

processo educativo.A organização da escola, indispensável para promover o

desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos, implica um compromisso dos

membros da equipe escolar com a clientela que frequenta a escola. Cabe ao

diretor da escola assumir a liderança na elaboração do projeto político

pedagógico, que exigirá do mesmo, um compromisso político e terá como

função mobilizar toda a equipe escolar em busca de um ensino de qualidade.

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“É preciso que todos funcionem como uma orquestra: afinados em torno de

uma partitura e regidos pela batuta de um maestro que aponta como cada um

entra para obter um resultado harmônico. Esse maestro é o gestor. E a

partitura, o projeto pedagógico da escola, um arranjo sob medida para os

alunos e que é referência para todos”. (VIEIRA, 2002, p.88). O sucesso do

gestor depende do empenho e do saber fazer pedagógico dos demais

participantes da orquestra. Mas ele é um dos responsáveis por conduzir o

grupo, propondo atividades instigantes e provocadoras e ao mesmo tempo

estando aberto a novas ideias e opiniões, realizando um trabalho

compartilhado, e para que isso ocorra é importante desencadear um processo

de mobilização, que faça as coisas acontecerem. O projeto político pedagógico

historicamente era elaborado apenas pelo diretor ou supervisor e não

correspondia as reais necessidades educacionais dos estabelecimentos de

ensino. Atualmente, o funcionamento de uma instituição educacional deve ser

pautada nas ideias de todos os integrantes, desde o diretor até os pais. Sua

real finalidade está justamente em democratizar a gestão proporcionando a

participação e a construção de uma escola preocupada com as dificuldades

sociais enfrentadas pela sua demanda, atendendo as características

primordiais a fim de comprovar os resultados obtidos por um trabalho bem

planejado em conjunto com a comunidade escolar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS  

 

A primeira e mais evidente constatação que emerge de um modelo de

escola cidadã diz respeito às possibilidades democráticas de sua gestão. Uma

instituição multidimensional que atue amplamente relacionada aos aspectos da

vida do aluno, ao bem-estar físico (saúde, higiene, alimentação), ao

desenvolvimento como ser social e cultural e à qualificação como ser político,

precisa ser organizada de tal forma que os aspectos reguladores e repressivos,

inerentes à ordem institucional, sejam dirimidos pela riqueza das experiências

democráticas ali vivenciadas. Uma primeira condição é que esteja efetivamente

aberta à participação da família e da comunidade. A educação escolar reúne

hoje as melhores condições de abrigar ações intencionais com vistas à

formação de uma condição emancipada.

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A estrutura organizacional da escola, bem como os seus conteúdos

curriculares, são sempre frutos da posição político-cultural predominante em

cada momento histórico específico. Portanto, quando se faz essa assertiva,

não se independe da orientação que lhe impõem as forças políticas que

efetivamente a implantam e a controlam. Mas o fato, de a escola - aqui também

vista, em sua dimensão de fenômeno histórico de longa direção - permanecer

sendo, a despeito de tudo, uma experiência coletiva universal, interpessoal,

não mediática e com razoável margem de ação autônoma, já lhe garante um

lugar fundamental nos processos políticos hodiernos que apontam para o

caminho do desenvolvimento democrático.Segundo a Constituição Brasileira de

1988, a educação é dever dos pais e responsabilidade conjunta do Estado, da

família e da sociedade.

Os pais são corresponsáveis pela educação dos filhos.

Consequentemente são corresponsáveis por sua escolarização e pelo

funcionamento da escola. Recentes avanços na legislação educacional,

decorrentes de pressões e da modernização de diversos setores da sociedade,

vêm ampliando o espaço para os pais participarem de decisões fundamentais

sobre a escola de seus filhos. Em grande número de redes de ensino, a

participação dos pais no colegiado escolar vem se tornando um instrumento

legal, oficial e essencial para a gestão escola .

Com a transformação do tecido social, altera-se de imediato a

demografia, os valores e as expectativas a respeito das instituições, inclusive a

escola, e sofrem profundas alterações. Não existe mais - se é que algum dia

tenha existido - uma unanimidade de opiniões a respeito do que é e do que

deve ser uma escola. Dentro de cada comunidade escolar, as expectativas

também se tornam muito variadas - nem todos os pais pensam e esperam o

mesmo da escola frequentada por seus filhos. Até entre os pais que participam

é normal encontrar profundas divergências de opinião, uns querem uma escola

mais fácil; outros, mais difícil; uns acham que o "dever para casa" é pouco,

outros acham demasiado; uns querem ser envolvidos com o estudo dos filhos e

se sentem marginalizados, outros reclamam que não sabem ou não podem

participar. Uns elogiam e outros criticam os professores por serem muito

liberais ou por exigirem disciplina.Em relação à participação da comunidade na

escola, vale lembrar que é parte de transformações maiores que vêm

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acontecendo na sociedade. Não se trata de uma concessão que o diretor pode

ou deve fazer, ou que as redes de ensino permitem ou proíbem. Trata-se de

uma realidade que se manifesta em diferentes graus de naturalidade e

diferentes formas em cada rede de ensino e em cada comunidade escolar.

Nem sempre é fácil conviver com as famílias dos alunos e vivenciar de perto

suas dificuldades sem poder fazer muita coisa de imediato.

As soluções virão sempre de um trabalho de equipe envolvendo

professores, os próprios alunos, voluntários e serviços sociais da comunidade.

Ademais, cabe ao diretor um longo processo de preparar a escola e os

professores para receberem, acolherem e dialogarem com os pais de forma

compreensível, respeitosa e produtiva.

Partindo desse princípio, é interessante repensar a forma como se vêm 

desenvolvendo as atividades escolares, de modo que se possa levar em

consideração as necessidades pedagógicas, sociais e culturais dos alunos,

contemplando as ações interativas e ampliando horizontes, para que a escola

seja um espaço de trabalho rico de novas possibilidades pedagógicas e

motivador de grandes transformações para o ser humano em formação.Basilar

e incontestável, portanto, a afirmação de não há democratização possível, ou

gestão democrática da educação ao lado de estruturas administrativas

burocratizadas e, consequentemente, centralizadas e verticalizadas,

características infelizmente presentes nos organismos brasileiros na área da

educação. A Gestão Democrática, participativa e descentralizada deve

fundamentar-se em princípios de flexibilidade, transparência, fiscalização e

ação participativa.

A Gestão Democrática deve ser um instrumento de transformação das

práticas escolares, tornando-se o seu maior desafio, pois envolverá a

formulação de um novo projeto pedagógico. A ação dos professores torna-se

fundamental, pois a sua organização e compromisso poderão criar as

condições para uma ampla reformulação da prática escolar, em busca de um

novo modelo pedagógico. O modelo pedagógico fundamentado numa

concepção democrática do projeto educativo deverá ser construído a partir de

um projeto coletivo gestado com a presença de alunos, pais e demais

segmentos da escola. A participação de alunos, funcionários, professores, pais,

enfim, a participação de toda a comunidade, garante o sucesso da gestão

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democrática, pois todos participam das decisões tomadas, todos têm acesso

igualitário às informações de todos os segmentos da comunidade escolar e a

aceitação da diversidade de opiniões e interesses.