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    INTRODUO

    A Bblia uma dos livros mais lidos e mais traduzidos em dois mil anos de sua

    existncia. Desde seu primrdio ainda enquanto Tor e leis judaicas, a Palavra de Deus se

    encontra em todas as pocas como sendo um grande manual onde esto no s preceitos e

    condutas morais ali presentes, mas tambm notas tradutrias, acontecimentos datados e

    confirmados historicamente, acrscimos interpretativos de leis e ensinamentos e muito mais.

    Os textos so fidedignos e provm, como no caso do novo testamento, dos sculos IV e V.

    Considerando tudo isso, esse trabalho quis transmitir uma viso histrico - crtica da traduo

    bblica dado ao recorte histrico realizado no trabalho, pois ao coletar dados esses assim

    foram feitos a partir do livro Atos dos Apstolos que um livro cuja histria da Igreja

    Primitiva e das primeiras comunidades crists documentada e nos mostram atravs de um

    relato histrico a grande quantidade de informaes do cristianismo nascente. Contudo, nossa

    maior preocupao na presente pesquisa no foi com o tipo de livro da Bblia escolhido, mas

    com as escolhas do tradutor do texto sagrado em relao ao modo de se expressar na lngua

    inglesa e portuguesa para a manuteno ou distoro da gnese da mensagem bblica.

    Levando isso em considerao, pretendemos entender melhor, luz da traduo, as

    opes e escolhas tanto lexicais quanto semnticas e formais utilizadas em ambas as bblias

    (americana e brasileira) para compreender a originalidade das duas verses como caminho

    para uma boa interpretao e compreenso dos fatos da linguagem.

    Propusemos aprofundar na descoberta de fatores lingsticos e extralingsticos

    oferecidos na traduo sob a gide das teorias de Baker (1992) e Nida (1964) tal como

    tentamos nos apropiar do entendimento de certos tradutores sobre a atividade tradutria tanto

    terica quanto prtica.

    Para a efetivao de tamanha empreitada e validao de algumas teorias sugerimos

    algumas indagaes de pesquisa tais como saber quais so as caractersticas das duas verses

    adotadas, como so identificadas, estruturadas e constitudas as equivalncias, parfrases,

    adaptaes e inverses nas duas verses, a possibilidade ou no da ocorrncia do princpio da

    equivalncia dinmica (NIDA, 1964) e do grau de variao de neutralidade de vocbulos,

    idias e expresses.

    Abordamos na primeira parte do trabalho a histria dos tradutores bblicos ecomentamos a formao das duas verses: a New American Bible (NAB) e aBblia Sagrada -

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    Traduo da CNBB (TCNBB) bem como analisamos suas caractersticas (linguagem, opo

    tradutria, opinio do tradutor) e somente depois realizamos a coleta dos dados em que o

    estudo da organizao sinttica, semntica e lexical a que pretende Baker (1992) implicou

    num comportamento tradutrio especfico e confirmou com exatido que certos fenmenos

    que ela considera existir na traduo realmente ocorreram nos versculos bblicos escolhidos.

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    1 FUNDAMENTAO TERICA

    1.1 A Figura dos Tradutores e as Tradues da Bblia na Histria

    A Bblia considerada a Palavra de Deus no meio religioso, porm tal denominao

    se difunde amplamente at no meio cientfico, pois Silva (2007) afirma que as palavras

    bblicas, por serem divinamente inspiradas, configuram um tipo de texto e de linguagem

    particular. Devido a tais aspectos, no se pode considerar a Bblia como literatura popular,

    embora atinja as grandes massas. A Bblia no estudada somente nos moldes tradicionais de

    teologia. Estudos recentes tm mostrado ou pelo menos tentado inserir a Bblia nos estudos

    literrios e tem - se conseguido, num nmero cada vez maior, propor estudos bblicos dentro

    da religio com forte influncia da literatura. A traduo da Bblia, embora permitida, nem

    sempre foi vista como vivel. O que impera na viabilidade ou no da traduo a deciso das

    autoridades religiosas e a necessidade social de se fazer tal empreitada. H muito que se dizer

    que a maioria das tradues que circulam atualmente so baseadas ou diretamente traduzidas

    dos textos originais, ou seja, tomam-se por base os textos bblicos em hebraico (Antigo

    Testamento) e grego (Novo Testamento) para se traduzir desses textos para o vernculo decada pas. Entretanto, quais so os textos originais e em que consiste essa originalidade?

    Nos textos originais esto includos os escritos em hebraico que a lngua pela qual

    Moiss recebeu de Deus os Dez Mandamentos, a Lei e a Tor. Nos documentos originais

    comumente se encontram alguns registros do Velho Testamento em aramaico e do Novo

    Testamento redigidos em grego no incio do Cristianismo, portanto, no perodo de influncia

    grega (helenismo). A originalidade desses escritos perfeita e indubitvel como afirma

    Delisle & Woodsworth (1998), porm as tradues, muitas vezes, nem sempre eram originais,embora adquirissemstatus como sendo, pois pela falta de acesso aos textos - fontes obtendo

    em mos verses autorizadas apenas restringia a possibilidade de aproximao e de fidelidade

    ao sentido da essncia do texto primrio. Delisle & Woodsworth (1998, p. 170) afirmam

    que [...] as tradues feitas em pocas de transio cultural adquiriram, s vezes, status

    original, impedindo o acesso aos textos- fontes em que tinham origem.

    As transies culturais so perodos de transformaes sociais como eventos

    marcantes da histria do povo judeu e do povo cristo. A libertao do Cativeiro daBabilnia, a implantao e difuso do judasmo em Israel e em povos de domnio e

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    colonizao judaica, momentos de crescimento do cristianismo e crise da Igreja foram os

    fatores que possibilitaram a produo de novas traduesdada exigncia de formao e/ ou

    renovao de novas comunidades e instruo dos lderes religiosos. A populao das classes

    mais baixas continuava iletrada e sem acesso s Escrituras de tempos remotos at a Idade

    Mdia. , portanto, no perodo de transio do Renascimento que a traduo tomou rumos

    mais democrticos e menos elitizados. Assim, as verses gozaram de muito mais prestgio.

    A Septuaginta, verso grega do Antigo Testamento feita entre os sculos IV e II,

    adquiriu posio de oficial devido magnitude do empreendimento que reuniu 72 sbios

    doutores da Lei judaica que retextualizaram diretamente do hebraico, alm do tempo lento e

    cuidadoso em que so feitas as tradues. A Vulgata latina de So Jernimo de 404 d.C., com

    notas e mecanismos tradutolgicos e a Verso do Rei Jaime I, em 1611 so referncias decomo essas verses acabam sendo mais oficiais que os textos - fontes. Essas verses so

    fruto das comparaes entre diversas tradues com o texto de partida e uma anlise mais

    acurada do prprio texto de partida. A esse processo denomina-se Crtica Textual e verso

    resultante, Verso - Padro.

    O trabalho de traduo , geralmente, demorado, apresentando apego um tanto

    demasiado com o original e forteapreenso forma (letra), com receio que se modifique a

    mensagem ou se corrompa o sentido, caso o tradutor imprima mais as suas marcasinterpretativas no texto a ponto de que a mensagem teolgica essencial possa se desfigurar.

    Os tradutores de textos religiosos geralmente entenderam sua tarefa do ponto devista da teologia ou filologia, dando mais ateno letra do que adaptaonecessria da mensagem religiosa a uma determinada cultura- meta (DELISLE &WOODSWORTH, 1998, p. 170)

    Durante a Reforma Protestante, a legitimidade e o valor da traduo so passveis de

    serem questionados e a traduo considerada, na maioria das vezes herege. Tamanha aliberdade que se busca em relao disseminao da Bblia, que os tribunais eclesisticos

    acabaram por considerar imprprias as tradues como as de Lutero, de Wycliffe, de Tyndale

    e Coverdale. A necessidade de traduo era justificada do mesmo jeito que os tradutores do

    Antigo Testamento defendiam a traduo da Bblia aconselhada pelo Talmude. Segundo

    Delisle & Woodsworth (1998, p. 171),o Talmude fala tambm de necessidade da traduo.

    Diz- se que a palavra do Altssimo, dirigida a Moiss e ao povo de Israel no monte Sinai,

    fragmentou- se em setenta lnguas.

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    A traduo da Bblia concretizou a doutrina do protestantismo de justificao pela f e

    pelo livre auto - exame, pois se difundiria entre as pessoas mais simples. Serviu com o intuito

    de salvao das almas, porm no mais com a perspectiva do Cristianismo Tradicional, no

    qual algum responsvel pelas almas. Cada pessoa passou a ser senhora da prpria razo e a

    sua interpretao que a levaria a experienciar a proximidade ou o afastamento do

    conhecimento de Deus. E nesse grau de experincia com Deus, a traduo exerce papel

    fundamental, pois o apego forma ainda muito grande e tal apreenso formal consagraria as

    escolhas do tradutor e o desapego s formas de teologias tradicionais flexibilizariam as

    maneiras de corrigir as possveis imperfeies ou falta de esclarecimento de alguns termos,

    alm da supresso ou domesticao de expresses que so impregnados do dogma catlico.

    A traduo de John Wycliffe (1382), primeira realizada em ingls, soube se separardas interpretaes do Magistrio da Igreja, porm se apegou forma e trouxe imprecises que

    se anteriormente no foram vencidas, agora tambm esto longe de serem superadas:

    Wycliffe foi um precursor da Reforma; favorecia o retorno leitura da Bblia pararenovar a f e props a sua traduo em vernculo. Juntamente com um grupo decolaboradores, produziu a primeira Bblia inglesa, por volta de 1382

    provavelmente a traduo mais importante realizada na Inglaterra no sculo XIV.Uma traduo que foi criticada pelas repeties, as imperfeies e o estiloexcessivamente literal, mas que criou as bases para a linguagem bblica em ingls econtribuiu para o desenvolvimento da prosa inglesa. O trabalho se baseou naVulgata, pois Wycliffe e seus colegas no conheciam o grego ou o hebraico, aocontrrio dos humanistas da Renascena que os sucederam (DELISLE &WOODSWORTH, 1998, p. 183- 184)

    Se no perodo antigo e medieval cristianizar equivalia a traduzir com vistas

    evangelizao e inculturao da f, no perodo da Renascena, salvar- se equivalia a

    traduzir. Observa- se o esprito reformador de liberdade e essa atividade tradutria que

    multiplicaria a pluralidade cultural e religiosa europia dos sculos vindouros:

    A intensa atividade dos tradutores contribuiu de forma significativa para aemergncia e legitimao dos novos vernculos o surgimento das lnguasnacionais na Europa, durante a Renascena, e de muitas lnguas coloniais nossculos XIX e XX (DELISLE & WOODSWORTH, 1998, p. 177)

    O tradutor da Bblia se depara sempre com a constante literariedade em oposio

    liberdade do sentido. Observemos o que Nida (1964, p. 02 - 03) fala a respeito do tradutor:

    O tradutor pego no dilema da letra versus esprito [...] Se o tradutor seconcentrar muito em tentar reproduzir o sentimento do original e o tom da

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    mensagem, ele pode ser acusado de deixar solta a substncia do documento- a letrada lei.

    O tradutor do texto bblico, mais do que permanecer de olho no binmio da traduo,deve, segundo Ernst-August Gutt (2000), lidar com a dimenso interpretativa da linguagem da

    comunicao humana. Considerando isso, Gutt (2000) difere, nos extremos da traduo, dois

    tipos de traduo: a traduo direta e a traduo indireta. Esta ltima se caracteriza por

    considerar o significado do original e no a forma (NETO, 2009)

    No perodo ps - Renascena, na poca moderna, as tradues da Bblia que mais se

    difundiram, ao menos em lngua inglesa, foram as de William Tyndale (1524), Miles

    Coverdale (1535), John Rogers (1537), Verso Autorizada do rei King James (1611), JohnEliot (1663) e Silas Rand (1875). Detalhemos sucintamente cada uma delas:

    1) Bblia de Tyndale: diferentemente de Wycliffe que se baseou na Vulgata latina, pois

    no conhecia os textos em hebraico, aramaico e grego; Tyndale o primeiro a escrever uma

    Bblia inglesa baseada nos textos originais com a confiabilidade de uma traduo que

    incorporava ao mesmo tempo a grandeza de uma traduo direta e a leveza do vernculo

    ingls e da linguagem das massas.

    2) Bblia de Coverdale: responsvel por revisar os escritos de Tyndale. Coverdale

    publica com a ajuda de Thomas Cromwell a primeira Bblia inglesa chamada de A Grande

    Bblia.

    3) Bblia de John Rogers: sem muitos acrscimos em relao aos escritos anteriores,

    Rogers (ou, como autografava, Thomas Matthew) incorpora Tyndale e Coverdale. Lana, em

    1537, a sua Bblia completa, aMatthews Bible.

    4) Traduo Autorizada do Rei Jaime I (1611): obra monumental e marco da literatura

    inglesa, devido riqueza estilstica e ao incentivo poltico que obteve do rei Jaime I da

    Inglaterra, que convocou 54 sbios para a produo da nova verso, resgatando as tradues

    j existentes, em especial a traduo de Tyndale. Embora, com inovao na questo da

    linguagem, a aproximao ao original se percebe, por meio de suas imagens e ritmos, que

    remetem rica leveza dos estilos, tal como os paralelismos da poesia hebraica.

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    5) Bblia de John Eliot nas Treze Colnias da Amrica: primeira Bblia em territrio

    estadunidense produzida pelo missionrio puritano John Eliot. Originalmente traduzida para a

    lngua indgena de Massachusetts, o algonquiano, posteriormente foi difundida em ingls.

    6) Bblia de Silas Rand no Canad: primeira Bblia canadense, o missionrio batista

    Silas Rand a publica em 1875 tambm em uma lngua indgena local, o micmac.

    No perodo do sculo XIX ao XXI, o nmero de publicaes de tradues e verses da

    Bblia tem crescido assustadoramente e tem atingido os mais diversos meios, lugares, povos e

    lnguas. Tudo isso devido ao rpido desenvolvimento da imprensa ao longo dos sculos e a

    Revoluo Tcnico - cientfica que modificaram e facilitaram o acesso ao texto bblico

    escrito, oral e/ou virtual como no caso da internet. E, mesmo ainda se utilizando das formasmais apropriadas para atingir locais e povos rsticos, a necessidade de se colocar em prtica a

    constante mensagem do Evangelho, Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda

    criatura (cf. Mc 16, 15) um ideal que muitas das confisses crists igualmente

    compartilham o que tambm auxilia na propagao e difuso da Bblia em todos os tempos e

    lugares.

    1.2 Traduo da Bblia da CNBB e da USCCB: histria e relao entre si e entre ostextos originais

    1.2.1 Oficialidade e Cientificidade

    Estipular traduescomo oficiais , sobretudo, restringir a liberdade de uso de certos

    textos e limitar a constante pesquisa em aprimoramento de novas tradues e de verses j

    existentes. Contudo, necessrio certo grau de oficialidade para que se tenha um referencialpara se atingir vrios objetivos tal como alcance litrgico, catequtico, pastoral e documental.

    A Bblia Sagrada- Traduo da CNBB, que adotaremos nesse estudo, no dotada de uma

    linguagem cientfica, mas sim de expresses e vocabulrios mais neutrospara permitir maior

    difuso tanto nos meios acadmicos e setores oficiais da Igreja, quanto no uso dirio do fiel

    leigo, que a utiliza para inmeros fins. Sobre a denominao de finalidade e uso de certas

    verses tal como a Traduo da CNBB temos o seguinte esclarecimento:

    A Bblia da CNBB uma verso que essa Entidade adotou para o uso litrgico noBrasil [...] Por ser a litrgica oficializada pela Conferncia dos Bispos, no querdizer que seja mais cientfica. s vezes, buscando efeito mais pastoral, pode-se

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    adaptar, simplificar uma traduo mais rigidamente cientfica e de compreensomais difcil, sem jamais se esquecer o ditado tradutore traditore![...] claro queno existe uma verso mais cientfica oficializada, seria matar a liberdade de

    pesquisa. 1

    1.2.2 Consideraes a respeito da Bblia da CNBB

    A Bblia da CNBB um esforo empreendido durante muito tempo na tentativa de

    produzir uma traduo para a Igreja no Brasil com a finalidade de ser material de referncia

    para os usos acadmico (faculdades de teologia e institutos pontifcios), litrgico e pastoral.

    Embora no se tenha conseguido ainda uma Bblia que seja oficial - termo entendido como

    aquela traduo que tenha valor jurdico na Igreja - a Bblia Sagrada Traduo da CNBB

    vem suprir a temporariamente a oficialidade. Desde a diminuio da influncia do latim na

    ao pastoral da Igreja a partir de meados da dcada de sessenta, o latim foi mantido em

    textos oficiais eclesiais e os textos litrgicos foram traduzidos para as lnguas vernculas

    (lnguas nacionais). Nesse contexto surge a necessidade da Igreja de tornar tambm as

    Sagradas Escrituras mais acessveis aos fiis catlicos, uma vez que, seguindo o esprito da

    reforma e renovao da Igreja no Conclio Vaticano II, as Escritura deveriam ser traduzidas

    para as lnguas de cada pas garantindo acesso e difuso da Palavra com a perspectiva e

    propsito de evangelizar todos os povos (cf. Mc 16, 15).

    Levando em conta o contexto histrico da Igreja em Conclio Apostlico e a

    necessidade de se difundir a Palavra, que o Vaticano II emitir dentre as constituies,

    declaraes e decretos, a Constituio Apostlica Dogmtica Dei Verbum sobre a Revelao

    Divina onde a Igreja expe clara e doutrinariamente o modo de uso das Sagradas Escrituras de

    comum acordo com a Sagrada Tradio Apostlica e o Sagrado Magistrio Ordinrio

    Universal Vivo da Igreja.

    Considerando o modo como a Bblia se apresenta quanto ao uso e compreenso dosseus ensinamentos nos meios clericais e seculares, interessante notar que a Dei Verbum

    dedica um pargrafo para falar exatamente de algumas tradues e verses da Bblia que a

    Igreja considera como digna de venerao e precisa para o uso. O captulo VI, A Sagrada

    Escritura na Vida da Igreja, pargrafo 22, recomendam- se verses acuradas, expe:

    1 Relato de e-mail do doutor em Bblia pela Escola Bblica de Jerusalm, Pe. Domingos Svio C.Ss.R, em 20 demaro de 2010.

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    preciso que o acesso Sagrada Escritura seja amplamente aberto aos fiis. Foi porisso que desde o incio a Igreja acolheu como sua a antiqssima verso grega doAntigo Testamento, chamada dos Setenta; e tem sempre honrosa considerao asoutras verses orientais e as verses latinas, principalmente a chamada Vulgata.Como, porm, a palavra de Deus deve estar disposio de todas as pocas, cuida a

    Igreja com materna solicitude se faam para as vrias lnguas verses adequadas ecorretas, principalmente dos textos originais dos livros sagrados. Se estas, havendooportunidade e anuncia da autoridade eclesistica, forem feitas inclusive emcolaborao com os irmos separados, podero ser utilizadas por todos os cristos.2

    A Bblia da CNBB , ento, uma tentativa da Igreja Catlica no Brasil de responder e

    corresponder mensagem da Dei Verbum, constituio que a Bblia dos Bispos brasileiros

    insere junto com as notas e a Introduo Geral nas diversas edies da verso brasileira.

    A Bblia Sagrada Traduo da CNBB verso, ou melhor, uma traduo que

    resultado de revises de diversas tradues, principalmente, a Verso da Nova Vulgata, que

    uma verso da Vulgata latina de So Jernimo, traduzida diretamente dos textos originais

    hebraico e aramaico (Antigo Testamento) e grego (Novo Testamento). Todavia, parece - nos

    engano pensar que a traduo da CNBB mera adaptao ou em nada se aproxime dos

    originais, pois ao mesmo tempo em que os tradutores observavam os textos daNova Vulgata,

    eles assim o fizeram conjuntamente tomando como texto - base os escritos originais, que

    confirmam a originalidade e fidelidade dessa traduo dos Bispos brasileiros.

    [...] (como a Nova Vulgata e as tradues de ndole ecumnica baseamos nossatraduo nas mais recentes descobertas, apresentadas em edies cientficasmodernas [...] base por ns adotada. Evidentemente, mesmo servindo para todos,cada traduo tem a cara da Igreja que a produziu, mas no deixa de ser a Bblia.A Nova Vulgata, texto oficial que serviu de modelo para a presente traduo, nodeixa de ser ecumnica por ser catlica como no se precisa deixar de ser catlico

    para ser ecumnico! 3.

    imprescindvel apontar que a Bblia da CNBB passa por vrias revises desde sua

    primeira publicao em 2001. Atualmente esta se encontra na oitava edio sofrendo

    alteraes no texto com vistas maior clareza e adequao na traduo de acordo com os

    padres adotados pela comisso bblica. Segundo o padre Lus Henrique Eloy e Silva,

    coordenador da equipe de traduo da Bblia da CNBB, a Bblia vem passando por uma

    reviso altamente criteriosa.4 Embora no haja clareza quanto a esses critrios aos quais a

    2 Constituio DogmticaDei Verbum sobre a Revelao Divina. In: BBLIA. Portugus. Bblia Sagrada.Traduo da CNBB com introdues e notas. So Paulo: Cano Nova. 8 Ed. Edies CNBB.3 Introduo Geral. In: BBLIA. Portugus. Bblia Sagrada. Traduo da CNBB com introdues e notas. SoPaulo: Cano Nova. 8 Ed. Edies CNBB.4 Cf. site da Arquidiocese de Belo Horizonte, http://www.arquidiocesebh.org.br/site/projetos/projetos.php?id=116 Acessado em: 03 abr. 2010

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    Bblia submetida, h um desejo constante de vislumbrar o projeto de Bblia oficial em

    poucos anos.

    Deixando um pouco de lado as caractersticas gerais das edies e tratando

    especificamente de algumas mudanas no corpo do texto a partir da segunda edio,

    vislumbraremos as opinies de um dos tradutores da Bblia brasileira. Segundo Pereira (2003,

    p. 67), mestre em Cincias Bblicas e professor do Instituto de Teologia de Santa Catarina

    (ITESC), as mudanas estilsticas foram:

    Modificou-se a posio das chaves interpretativas e das referncias dos paralelos,que na 1 edio se antepunham s percopes, e agora foram integradas nas notas derodap. Isto conferiu muito mais nitidez ao prprio texto bblico. s comparar, porexemplo, o texto de Atos 7, como ficou na 1 edio e como est agora. Quanto snotas de rodap, que antes tinham chamadas no texto atravs de letras do alfabeto,agora no as tm, por causa da mesma preocupao de limpar o texto.

    Sob a perspectiva de Ney, os textos da Bblia traduzida no tiveram as caractersticas

    de um ou de outro tradutor, mas refletiram a viso comunitria da Igreja no Brasil. Todavia,

    se entendermos que o tradutor imprime sua marca no texto, ento, seria uma identidade

    comunitria, apoio comum de um grupo de tradutores, para que no se sobressaia a posio

    individual do tradutor. O tradutor manipula o texto (LEFEVERE, 1992) e nunca est invisvel

    no texto uma vez que o domestica (VENUTI, 1995).

    Pereira (2003, p. 67) assim afirma sobre como deve ser a traduo da Bblia para a

    Igreja no Brasil: a traduo dever sempre respeitar, o mais possvel, o teor do texto original,

    deixando a explicao e a atualizao para a homilia, a catequese e formao permanente da

    f.

    Pereira (2003, p. 75), alm de narrar detalhadamente sobre a estrutura da Bblia, sobre

    sua formao e traduo, deixa claro que a interveno dos tradutores na escolha da traduo

    mais adequada, em casos de impasses tradutrios, depende das decises da maioriados membros da Comisso Bblica e no de deciso pessoal do tradutor que fez a

    retextualizao especfica e problemtica.

    Lembro-me de que, na primeira reunio e, depois, em reunies sucessivas, insisti emque, se quisssemos uma Bblia da CNBB com caractersticas prprias, mesmoexclusivas, que a diferenciassem das outras em curso, todas feitas a partir dos textosoriginais, ns deveramos efetivamente tomar como texto- base a Nova Vulgata,traduo latina oficial da Igreja Catlica, publicada em 1979 e, depois, numa ediorevisada, em 1986. Naturalmente, a traduo deveria levar em conta certascaractersticas do latim, por exemplo, a ausncia dos artigos definidos e, mesmo,certos termos e locues que no correspondem bem ao texto original [...]. Amaioria optou por fazermos uma traduo a partir dos textos originais, embora

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    levando em conta as opes da Nova Vulgata, ela mesma baseada nos documentosoriginais, como lembra a Apresentao da 1 edio, assinada pelo Presidente daCNBB, Dom Jayme Henrique Chemello. Em todo caso, fica registrada a minhaopinio de que, se tivssemos optado por uma traduo integral da Nova Vulgata, aBblia da CNBB teria tido uma caracterstica especial que realmente a diferenciaria

    das outras muitas verses atualmente correntes no Brasil.

    No de duvidar, pelo exposto anteriormente, que a deciso dos tradutores em adotar

    como primcias a fonte original em certas partes do texto tal como em todo o documento

    configura a maior aproximao semntica origem, muito embora no queira dizer que haja

    total fidelidade ao texto de partida e confirmada oficialidade da traduo, como Pereira bem

    comenta sobre a oficialidade da Bblia da CNBB:

    Seja como for, a est a bela realizao de um projeto h mais tempo acalentado eagora, desde julho de 2001- e, em 2 edio, desde julho de 2002-, tornado realidade:a CNBB tem a sua Bblia. Ainda no declarada oficial, mas a sua Bblia, aqual, devidamente aperfeioada e atualizada, dever daqui para frente iluminar acaminhada de f da Igreja no Brasil. 5

    1.2.3 Consideraes a respeito da linguagem da Bblia da CNBB

    Considerando que muito se tem traduzido palavra por palavra com vistas a manter a

    linguagem e a fluidez da lngua de partida, isso no ocorreu com a traduo da CNBB que

    soube, at certo ponto, dosar o que se mantinha da fonte e o que no se colocava. L - se na

    Introduo Geral da prpria Bblia:

    As primeiras tradues modernas eram bastante formais; traduziam o texto originalou a traduo latina quase que palavra por palavra. Hoje, as tradues considerammais o sentido da frase do que as palavras individuais. Algumas tentam um linguajarmais coloquial; outras, procurando evocar o mais acuradamente possvel a realidadea que o texto bblico se refere, usam uma linguagem mais complexa e erudita,

    destinando- se, evidentemente, ao estudo aprofundado. Esta nossa traduo mantm-se no meio, prxima da linguagem usada na celebrao litrgica. 6

    1.2.4 Consideraes a respeito da New American Bible

    A New American Bible a Bblia catlica mais comum e amplamente divulgada e

    usada nos Estados Unidos. Diferentemente da Bblia da CNBB, que ocupa temporariamente o

    5 Cf. Resenha de: PEREIRA, Ney Brasil. Recenses. ITESC- Florianpolis: Estudos Bblicos, n 77, p. 67- 75,2003.6 Cf. BBLIA Portugus. Bblia Sagrada. Traduo da CNBB com introdues e notas. So Paulo: Cano

    Nova. 8 Ed. Edies CNBB.

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    lugar de Bblia oficial, a Bblia americana realmente a oficial da Igreja Catlica nos EUA e

    nela contm o Missal Romano e a liturgia da missa nela baseada. O teor do lecionrio

    litrgico americano da New American Bible diferentemente do brasileiro, que uma

    traduo livre do italiano e a prpria Bblia da CNBB tem uma linguagem que se assemelha

    com esse lecionrio, embora o texto no seja traduo direta.

    A Bblia da CNBB no uma Bblia oficial usada no Brasil. No existe uma Bbliaoficial. A Bblia da CNBB recomendada para nosso uso: elaborao de trabalhos,uso na Catequese, etc... As leituras do Lecionrio no so da Bblia da CNBB. Souma traduo livre (direto do Lecionrio italiano- latim). 7

    ANew American Bible foi traduzida das lnguas originais grego, hebraico e aramaico

    igual Bblia da CNBB. Foi traduzida pela Associao Bblica Catlica da Amrica,

    primeiramente, publicada em 1970, tendo o Novo Testamento revisado em 1986 e os Salmos

    revistos em 1991. As diferentes edies e estilos trazem introdues e notas extensivas.

    Wayne Leman, lingista, tradutor bblico, escritor e mantenedor do site de traduo bblica

    Better Bibles, afirma o seguinte sobre aNew American Bible:

    O Velho Testamento foi o primeiro publicado em uma srie de quatro volumes. ONovo Testamento foi completado em 1970, resultando na New American Bible.Posteriores avanos nos estudos bblicos acadmicos e a identificao de

    necessidades pastorais trouxeram tona a reviso do Novo Testamento em 1986.Isto preencheu a necessidade de maior consistncia do vocabulrio, sensibilidade necessidade da linguagem inclusiva a favor das mulheres, maior ateno

    proclamao pblica na liturgia sagrada, e a proviso mais abundante e materialexplicativo atualizado. Estudiosos de outras igrejas crists colaboraram na

    preparao dessa verso. 8

    Alm do mais, a New American Bible (NAB) teve seu incio numa reunio de

    cinqenta eruditos bblicos da Confraternidade da Doutrina Crist, na dcada de 50, como

    parte de uma reviso da Bblia Douay- Rheims. Contudo, atendendo ao esprito de reforma do

    Conclio Vaticano II nos princpios da Liturgia igualmente o que aconteceu na Igreja noBrasil mais tardiamente, a NAB baseada na Constituio Apostlica Dei Verbum e na

    encclica Divinu afflante Spiritu traz uma traduo que pudesse atender tanto aos textos

    7 Relato de e-mail de Maria Eugnia Lloris Aguado ([email protected]), da Assessoria da PastoralUniversitria da CNBB em 01 out. 2009.8 Cf. http://betterbibles.com/2005/04/06/nab-new-american-bible Acessado em: 05 abr. 2010. Traduo nossa doingls:The Old Testament was first published in a series of four volumes. The New Testament was completedin 1970, resulting in the New American Bible. Further advances in Biblical scholarship and identification of

    pastoral needs brought about a revision of the New Testament in 1986. This fulfilled the need for greater

    consistency of vocabulary, sensitivity to the need of inclusive language in favor of women, greater attention topublic proclamation in sacred liturgy, and provision of more abundant and upgraded explanatory material.Scholars from other Christian churches collaborated in preparing this version.

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    litrgicos avulsos quanto ao Lecionrio composto pelos livros e textos da prpria NAB. Por

    isso em 1944, um ano depois da difuso da Carta Encclica, o Cardeal Cicognani, juntamente

    com os Bispos do Comit da Confraternidade da Doutrina Crist convoca os membros da

    Associao Bblica Catlica da Amrica, embrio da Universidade Catlica da Amrica para

    a dedicao de vinte cinco anos de estudos bblicos e de traduo para lanar uma verso com

    uma linguagem com grande peso do original. nessa perspectiva que a Bblia da CNBB se

    aproxima por excelncia da NAB, j que a New American Bible no tendia equivalncia

    dinmica (apego ao sentido frasal mais que o da expresso particular e literal) totalmente mais

    conseguia permanecer no equilbrio entre funcionalidade e formalidade visando tanto

    liturgia quanto ao uso dos fiis com variado nvel de conhecimento e aprofundamento na f o

    que configura sua linguagem como acessvel, porm no simplificada ou pobre.

    Ao mesmo tempo, os editores tm desejado produzir uma verso em ingls quereflita o uso americano contemporneo e seja prontamente compreensvel s pessoassimples letradas, porm uma verso que seja reconhecida como um discurso dignono nvel de uso formal em vez de coloquial.9

    imprescindvel notar que aNew American Bible teve quatro edies ao longo da sua

    histria e vrias revises que configuraram algumas correes e algumas modificaes, por

    exemplo, quanto linguagem passou- se a preconizar a chamada linguagem inclusiva em

    gnero neutro como quando aparecesse men, deveria ser modificado por human beings ou

    people. Tal interveno era para reduzir a ideologia masculinizada que enviezava o

    discurso. Entretanto, essas mudanas foram aceitas pela Santa S, contanto que no atingisse

    as expresses God e Christ ou qualquer outro agente da f e da s doutrina revelada

    expressas na Escritura. Ao contrrio, a grafia dos nomes prprios se manteve com formas que

    se conservaram nas Bblias em lngua inglesa desde a Verso Autorizada.

    Concluindo, a viso da Igreja para verses que atendessem cada nao para permitir o acessomaior ao pblico leigo e clrico s Escrituras Sagradas sem perder de vista a formalidade e

    alto estilo da linguagem para que no houvesse coero da mensagem, o Vaticano II decidiu

    que as tradues fossem corretas, feitas nas diferentes lnguas e com igual veemncia e

    fidelidade aos textos originais e, ainda com a ressalva que, se aprovadas pela autoridade da

    Igreja poderiam ser produzidas com os irmos separados assim todos os cristos poderiam

    9 Cf. http://www.usccb.org/nab/prefnew86.shtml Acessado em: 29 mai. 2010. Traduo de: At the same time,

    the editors have wished to produce a version in English that reflects contemporary American usage and is readilyunderstandable to ordinary educated people, but one that will be recognized as dignified speech, on the level offormal rather than colloquial usage.

    http://www.usccb.org/nab/prefnew86.shtmlhttp://www.usccb.org/nab/prefnew86.shtml
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    utiliz-la em prol unidade ecumnica. A Igreja igualmente afirma que toda traduo deve

    ser feita sob constante investigao textual (criticismo textual) para frutificar o entendimento

    das lnguas em questo, pois a lngua de chegada no pode gozar de maior peso que a lngua

    de partida cuja expresso mxima do autor sagrado inspirado deve sempre prevalecer:

    Deveramos explicar o texto original que foi escrito pelo autor inspirado por elemesmo e que tem mais autoridade e maior peso do que qualquer, at mesmo amelhor, traduo seja antiga ou moderna. Isso pode ser realizado de toda forma maisfcil e frutificantemente se ao conhecimento das lnguas for adicionado umahabilidade real no criticismo literrio do mesmo texto. 10

    10 Cf. Carta Encclica do Papa Pio XII,Divinu afflante Spiritu: sobre os Estudos Bblicos apudPreface to theNew American Bible. Disponvel em: http://www.usccb.org/nab/prefaceold.shtmlAcessado em: 29 mai. 2010.

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    2 METODOLOGIA

    Esta pesquisa de cunho bibliogrfico, alm de serem usadas outras fontes

    hipertextuais como a internet, por exemplo, e qualitativo crtico, ou seja, se fundamenta

    solidamente na hermenutica crtica levantando questes sobre as finalidades e os

    procedimentos de interpretao (DENZIN & LINCOLN, 2006, p. 288). Por um processo

    contnuo de descobertas, questionamentos, tomadas de posies, especulaes, confrontaes

    e concluses, estabelecemos pontes entre leitores e texto.

    Buscamos incessantemente situar o leitor dentro do contexto scio-cultural bblico

    apresentando as tradues da Bblia na Histria e descrevendo a relevncia da escolha das

    duas Bblias adotadas na pesquisa. Utilizamos a teoria da traduo para dar verossimilhana

    fenomenologia emprica dos dados coletados e criticamente analisados.

    Para salientar a importncia da traduo e a constante forma de perceber que a

    traduo da Bblia s tem vigor e maior alcance se estiver em consonncia com as teorias da

    traduo juntamente com a tradio exegtica judaico - crist, propusemos sugestes para a

    confirmao da idia da ntima relao existente entre a Bblia brasileira e americana por

    serem ambas tradues diretas dos manuscritos antigos originais na anlise comparativa

    especfica das duas Bblias luz da teoria da traduo e da prpria relao confirmada na

    abordagem terica precedente.

    De forma exegtica (descritiva) e hermenutica (interpretativa) com vistas auto-

    reflexo dos dados empricos dos fatos bblicos bem como das possibilidades e alternativas de

    traduo dos tradutores das Comisses de Traduo Bblica da Conferncia Nacional dos

    Bispos do Brasil (CNBB) e da United States Conference of Catholic Bishops (USCCB)

    pretendamos evidenciar conflitos tradutolgicos, apontar sadas e demonstrar os mtodos deanlise das tradues de versculos bblicos.

    A Escola de Pesquisa Qualitativa que seguimos a da Abordagem da Teoria

    Fundamentada em que selecionamos os casos, registramos suas ocorrncias empricas e

    relacionamos com a teoria devidamente sustentada e fundamentada em autores excepcionais e

    imprescindveis ao Estudo da Traduo e da Traduo na Bblia como Mona Baker (1992) e

    Eugene Albert Nida (1964), entre muitos outros citados ao longo do texto.

    A presente Anlise Comparativa segue tendncias contemporneas e (ps)- modernas empesquisa qualitativa, pois focalizamos as anlises em contextos locais especficos e no

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    amplos. Se a Sociologia e a Etnografia se propem a pensar globalmente e agir localmente

    para entender as mudanas sociais, fizemos a questo de transpor esse conceito no mtodo de

    anlise que tem a pretenso de compreender sistematicamente os aspectos locais, ou seja,

    especficos de certas escolhas sociolingsticas delimitadas nas anlises de versculos

    particulares considerando sempre o todo do contexto do Livro bblico dos Atos dos Apstolos

    adotados.

    A Teoria da Traduo apresentada na Abordagem Terica no foi amplamente

    esgotada na Amostragem dos Dados, visto que, consideramos, alm das discutidas na

    Fundamentao Terica, novas teorias que justificavam a realizao de algumas tradues;

    teorias essas espontaneamente interligadas com os dados recolhidos na prpria Anlise

    Comparativa dos Dados o que configurou o constante dilogo com a Fundamentao Tericadiluindo no corpo do texto, at certo ponto, de forma fluida e eloqente a conceitualizao e

    descrio terica.

    Os Anexos includos ao final da obra serviram para a ilustrao das discusses e fatos

    abordados e para ampliao dos conhecimentos apresentados de modo a solidificar as bases

    consultadas e servir como referncia a estudos posteriores.

    Em geral, a pesquisa se orientou para a indissociabilidade entre teoria e prtica de

    modo a permitir e configurar a construo do conhecimento baseado na premissa de Schtz(1962, p. 5) que os meios cotidianos e cientficos influem na construo dos sentidos, no

    estabelecimento de abstraes, generalizaes e formalizaes que se moldam de acordo com

    cada nvel do pensamento a que o agente construtor da sua realidade, seja ele autor ou leitor,

    est inserido relacionando seus conhecimentos de mundo.

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    3 ANLISE DE DADOS

    O Livro dos Atos dos Apstolos, na Escritura Sagrada, contm uma riqueza cultural e

    literria enorme, pois -nos mostrado como fonte para a histria do Cristianismo, para a Igreja

    Universal e para a pregao da Palavra. Entretanto, o evangelista Lucas tem pretenses

    teolgicas mais relevantes que simplesmente escrever um tratado histrico. Por isso, no se

    considera a exatido histrica dos fatos, mas a linguagem simblica com que so narrados

    para fomentar o esprito de entendimento da Palavra de Deus e anncio proftico do

    Evangelho com que se quer marcar o incio do Cristianismo. Contudo, se s considerarmos

    plenamente estes aspectos estaremos fugindo do objetivo da pesquisa, que analisar

    amplamente as escolhas lingsticas que o texto permite que sejam entendidas e identificadas

    dada a riqueza, no s religiosa, mas tambm literria da massa textual.

    Logo aps, Lucas fazer uma dedicatria aos leitores que se considerarem amigos de

    Deus (Tefilo) na introduo dos Atos, escrito, em ingls, est o equivalente a Jesus

    ensinou. Na verso brasileira, h uma preocupao por parte do tradutor em acrescentar

    desde o comeo a Jesus [...] ensinou. Ocorre a uma tentativa de nfase para recordar e

    realar que Jesus completou sua misso e que a transmisso da mensagem da salvao, da

    qual o autor testemunho, se mantinha desde a eleio do Colgio dos Doze, por Jesus Cristo,at o momento da sua asceno aos cus (At 1,1-2).

    Jesus [...] taught [...] (NAB)Jesus [...] ensinou, desde o comeo (TCNBB, p. 1342) (grifo nosso)

    interessante, portanto, de ns percebermos que a adio da expresso em portugus

    serve para compensar a falta de exausto de sentidos que o ingls apresenta. Isso tambm

    acontece no mesmo versculo quando se opta por acrescentar ao cu expresso inglesataken up literalmente levado para cima. Notemos a diferena em At 1,2:

    [...] until the day He was taken up [...] (NAB)[...] at o dia em que foi elevado ao cu (TCNBB, p. 1342)

    Uma vez que, em ingls, a expresso taken up carece de sentido expressivo, pois no se

    sabe ao certo o que vem a ser esse up se em cima, posio elevada, alto ou at

    mesmo cu; a traduo opta por dizer que cu para aproximar a mensagem ao contedoda Revelao (Ascenso de Cristo) aos apstolos. O estudo das partes da expresso tambm

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    No versculo abaixo, were... intently equivale a continuavam modo de

    especificar / definir dentro da prpria cultura maneiras de expresso dos personagens da cena.

    While they were looking intently at the sky [...] (NAB)Continuavam olhando para o cu [...] (TCNBB, p. 1343)

    Imagina-se que para a ocorrncia da equivalncia acima deveu- se lanar mo de

    alguns mecanismos dentre os quais apresentamos cinco: transposio simples, transposio

    cruzada, equivalncia dinmica, adaptao ou modulao. Qual (is) o (s) mecanismo (s) usado

    (s)?

    H que se considerar que na transposio necessrio ajuste na categoria gramatical e

    um aproveitamento semntico de partes da sentena, por exemplo: A mad woman aimed a

    gun to students occupying the universitys presidency que poderia ser traduzido como Uma

    louca apontou uma arma para os alunos que ocupavam a reitoria. Tem-se a mudana de

    classe ao transpor-se de uma lngua para a outra. Isso no acontece no excerto bblico uma vez

    que os dois verbos esto no pretrito imperfeito (were/ continuavam) e tambm no podemos

    afirmar ser transposio cruzada, pois a ordem da sentena no se modificou por uso de

    quiasmos. o caso de equivalncia dinmica, ento? No. A equivalncia dinmica junto

    com a equivalncia formal o que Nida (1964, p. 160) chama deplos da traduo:

    Uma traduo de equivalncia dinmica se objetiva a uma naturalidade completa daexpresso, e tenta relatar ao receptor para os modos de comportamento relevantesdentro do contexto da prpria cultura; no se insiste em entender os padresculturais da lngua de partida para compreender a mensagem.

    Modificao no nvel de literariedade (domesticao) que encontramos em At 1, 10:

    While they were looking intently at the sky as he was going, suddenly two mendressed in white garments stood beside them (NAB)Continuavam olhando para o cu, enquanto Jesus subia. Apresentaram - se a elesento dois homens vestidos de branco [...] (TCNBB, p. 1343)

    A modulao o mecanismo mais freqente nas tradues e julgamos ser o mais

    convincente neste caso, visto que consiste em modificar o foco, falar sob outro prisma, de um

    outro ponto de vista apresentando a mesma situao. No excerto, Jesus sobe aos cus e os

    discpulos ficam admirados olhando e isto foi razoavelmente expresso pelo verbo continuar

    que absorveu parte do sentido expressivo do vocbulo ingls intently e a outra parcela se

    perdeu na traduo.

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    Em traduo, tem-se uma idia errnea que apresenta a traduo de sentido por sentido

    como sendo inadequada, porque seria uma tendncia de escapar do original e sair da chamada

    fidelidade ao texto. Essa noo de fidelidade est no fato de uma lngua transcrever quase que

    exatamente a outra por intermdio dos recursos lingsticos, literrios, estilsticos e,

    principalmente, semnticos de modo que a mensagem possa ser interpretada por modos claros

    e coerentes que a prpria linguagem do texto fonte expe. Percebemos que as equivalncias e

    parfrases, longe de apresentarem a soluo para os problemas de traduo, so alguns dos

    modos como o tradutor pode realizar a to esperada traduo. Em At 1, 23, h uma pequena

    parfrase dado a escolha de um sinnimo para expressar literalmente [...] ento eles

    propuseram dois. Prefere-se traduzir[...] apresentaram ento dois homens.

    So they proposed two, Joseph [...] (NAB)Apresentaram ento dois homens: Jos [...] (TCNBB, p. 1343)

    A verso em portugus utilizou os elementos da sentena com a expressividade e

    padro sistemtico que a lngua oferece. Esta expressividade, dado ao rearranjo das palavras,

    possivelmente, provm da importncia da traduo que Martinho Lutero deu s Escrituras.

    Tamanha liberdade reside no fato de permitir, pelo livre exame, tambm uma livre

    aproximao da palavra com o pensamento do autor pelo processo da idia por idia. Oprocesso adaptativo encabea o cerne da verdadeira traduo, segundo Lutero. Furlan (2004,

    p.12) afirma, citando Lutero, que a verdadeira traduo adaptao do que foi dito numa

    lngua estrangeira sua prpria lngua.

    A lngua pode apresentar vrias organizaes em sua estrutura sinttica, entre elas

    posicionar frontalmente elementos do final da sentena deixando estruturado em posio de

    tema. O tema consiste em destacar um elemento somente pela sua posio inicial como

    estrutura proeminente. O tema no isola um termo especfico da sua funo sinttica na frase.Portanto, o que se pde estar no final da orao na lngua de partida, pode se encontrar

    tematizado na estrutura da lngua de chegada sem alterao na expresso sinttico - formal da

    sentena.

    Em At 2, 5, ocorreu uma traduo tematizadora em que a expresso residiam em

    Jerusalm aparece de incio e no no final como se poderia deixar:

    Now there were devout Jews from every nation under heaven staying in Jerusalem(NAB)Por ora havia judeus devotos de cada nao debaixo do cu residindo em Jerusalm(Traduo Literal)

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    Todavia, topicalizando, tematizando o elemento final e reposicionando os elementos

    intermedirios, tm-se a escolha da Traduo da CNBB:

    Residiam em Jerusalm judeus devotos, de todas as naes que h debaixo do cu(TCNBB, p. 1344)

    Sobre o fenmeno da topicalizao nas lnguas notamos que o tpico de uma orao

    nas lnguas de tpico proeminente sempre ocorre em posio inicial (Li, 1976 apud

    Baker,1992, p.142).

    O tpico, a forma e o contedo so cruciais na escolha e na carga de significao que o

    tradutor quer colocar sob sua traduo. Vejamos em At 2, 10:

    Phrygia and Pamphylia, Egypt and the districts of Libya near Cyrene, as well astravelers from Rome (NAB)Da Frgia e da Panflia, do Egito e da parte da Lbia prxima a Cirene, e os romanosaqui residentes (TCNBB, p. 1344)

    H uma grande mudana entre travelers from Rome e romanos aqui residentes.

    Parece-nos que a escolha foi muito mais relativa ao contexto social que ao contexto

    lingstico. Tal opo, relativa residncia de alguns romanos, elucidada nos versculos

    anteriores. At 2, 5 afirma que h comunidades de judeus em Jerusalm que provm de todas

    as naes da terra o que nos faz entender que at mesmo alguns romanos, que vivem nos

    confins da terra (At 1, 8) onde So Lucas afirma simbolicamente ser Roma, esto fixados

    nesta comunidade altamente devota e enraizada nos costumes e na Lei (At 2, 5). Em segundo

    lugar, temos a impresso que a opo do tradutor foi muito mais de aproximar do leitor

    bblico o contexto atual de permanncia dos romanos que o contexto de viagem deles at

    Jerusalm. Esta diferena fez com que se perdesse a noo de deslocamento inerente

    mensagem, pois h, neste caso, a constante presso a que o tradutor deve enfrentar aointerpretar o sentido em que deve passar e a transmisso eficaz da mensagem original. Nida

    (1964, p.2) confirma e testifica que:

    Ao mesmo tempo, o tradutor est sob constante presso do conflito existente entreforma e contedo. Se ele (o tradutor) tentar aproximar as qualidades estilsticas dooriginal, bem provvel que ele sacrifique muito do sentido, enquanto que a estritaaderncia ao contedo literal normalmente resulta em considervel perda de saborestilstico.

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    Por isso que os graus de literariedade e qualidade estilstica variam de traduo para

    traduo.

    Dado a discusso do fenmeno da tematizao, vale tambm abraar a explicitao e a

    implicitao. Segundo tericos, os fenmenos de adio e omisso so conceitos especficos

    dos genricos (NIDA, 1964) que o lingista considera como tcnicas de ajustes no processo

    de traduo (NIDA, 1964, p. 226). Em At 2, 14, h uma omisso - implicitao e uma adio

    - explicitao (DIMITROVA, 1993) juntamente com uma omisso, respectivamente.

    [...] and listen to my words (NAB)[...] Escutai-me com toda a ateno (TCNBB, p. 1344)

    No primeiro caso, o conectivo and foi omitido na traduo, pois desnecessrio ao

    contexto. Entretanto, to my words que poderia ser ao que digo foi omitido na lngua de

    chegada e com toda a ateno foi acrescentado para gravar um sentido proposicional que o

    ingls, sem a expresso with attention, j consegue expressar, mesmo que restritamente.

    Em tradues e verses, comum notar a inteno do autor/ tradutor quando ele

    interfere no texto com expresses que dificilmente encontraramos no original ou em textos de

    partida. Ao analisarmos At 2, 16, encontraremos um elemento referente que retoma, confirma

    e esclarece, de maneira responsria, o versculo anterior: At 2, 15.

    These people are not drunk, as you suppose, for it is only nine oclock in themorning (At 2, 15 NAB)

    No, this is what was spoken through the prophet Joel (At 2, 16 NAB)

    Se o fenmeno da referncia visto como um aparelho que permite ao leitor/ ouvinte

    encontrar participantes, entidades, eventos, etc. em um texto (BAKER, 1992, p. 181), por

    meio do adjunto adverbial de negao no, ele realiza os propsitos de confirmar a inteno e

    convico do autor/ tradutor no texto em ingls. O demonstrativo this resgata, pela

    pronominalizao, a devida coeso textual com o fato relatado pela sentena These people are

    not drunk. Da mesma forma, o texto em lngua portuguesa, confere o aspecto progressivo ao

    que se tem como is no texto fonte. Esta ideia momentnea, expressa pelo gerndio, apresenta

    um sujeito no topicalizado, posposto ao verbo, que se comporta como uma orao

    subordinada substantiva subjetiva (sujeito oracional) pela nomenclatura tradicional. Esta

    estrutura domesticada fraseologia do portugus desconsidera a idia de se equivaler

    literalmente ao pronome demonstrativo this da verso em ingls:

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    Estes aqui no so embriagados, como podeis pensar, pois estamos ainda em plenamanh (At 2, 15 TCNBB, p. 1344)Est acontecendo* o que foi anunciado pelo profeta Joel** (At 2, 16 TCNBB, p.1344)

    *progressividade

    **sujeito oracional

    A referncia no somente estilstico - formal, igualmente semntica e pode

    estabelecer uma coeso interna, ou seja, a palavra elucida ou evoca uma figura do mundo real

    no sendo necessria a ponte entre estruturas frasais diversas para estabelecer esse sentido; a

    prpria expresso volta-se a si mesmo e subentendida pelo contexto histrico - situacional.

    Em At 2, 22 temos:

    You who are Israelites, hear the words (NAB)Homens de Israel, escutai estas palavras (TCNBB, p. 1344)

    You who are exorta e comporta-se como vocativo juntamente com Israelites no

    discurso querigmtico de Pedro e, em ambas as lnguas, os israelitas ou os homens de Israel

    tm como referncia assemblia do sexo masculino e a ela a mensagemera endereada. O

    conhecimento sociocultural do perodo histrico da produo do texto original deve ser

    entendido para a compreenso da referncia feita pelo autor. L-se em At 2, 23:

    This man, delivered up by the set plan and foreknowledge of God, you killed, usinglawless men to crucify him (NAB)Deus, em seu desgnio e previso, determinou que Jesus fosse entregue pelas mosdos mpios, e vs o matastes, pregando- numa cruz (TCNBB, p. 1344).

    Nota-se, no trecho acima, a alternativa de escolha do tradutor da nominalizao para dar mais

    clareza, fluidez e naturalidade ao discurso. O recurso da nominalizao vivel para a

    resoluo da tenso entre sintaxe e funo comunicativa(BAKER,1992, p.169). Em outras

    palavras, a linguagem pode e deve ser suavizada visando uma maior dinmica na

    comunicao modificando ou mantendo a morfossintaxe na traduo. Por exemplo, using [...]

    to crucify him epregando-o numa cruzem que crucify (verbo) vira cruz(substantivo). Temos:

    delivered up by the set plan and foreknowledge of Gode em seu desgnio e previso em que

    termos desnecessrios foram omitidos na traduo. Outro ponto que nos chama ateno o

    fato de a nominalizao permitir um rearranjo na estrutura do tema e do rema. Se fossemos

    analisar o trecho, segundo a tica de Halliday & Hasan (1978), o verbo pertenceria estrutura

    do rema, ou seja, dentro do predicado ou da informao nova saliente dentro da estrutura

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    oracional. Propomos a dividir o perodo em duas estruturas que denominamos maiores e/ ou

    superficiais.

    This man, delivered up by the set plan and foreknowledge of God [...] (At 2, 23 NAB)

    Classificamos toda a frase acima de estrutura temtica, pois a informao dada no

    versculo centra seu contedo na outra parte da orao, deixando essas menes da primeira

    parte com um carter de estrutura secundria, menos importante para o sentido do versculo

    (informao velha).

    Todavia, a estrutura remtica est centrada na informao nova. Sabemos que a

    questo de ser nova ou velha, que Mona Baker prope seguindo Halliday & Hasan (1976)

    referente ao fato de o falante saber ou no de uma mensagem em relao conscincia do

    ouvinte. A mensagem nova ou j determinada (velha), se o ouvinte j tiver certa informao

    como pr - conhecimento. Neste caso, estamos propondo uma nova anlise ou pelo menos

    adaptada, luz de Baker, pois temos que considerar a carga de sentido e de importncia que

    recai sobre cada lado da sentena em ingls e nos orientarmos para a idia de que o rema

    representa o mago da mensagem e carrega o maior grau de dinamismo comunicativo

    (BAKER, 1992, p. 162).Diremos, enfim, que a segunda parte da sentena o rema do perodo todo.

    [...] you killed, using lawless men to crucify him (At 2, 23 NAB)

    Em portugus, a estrutura frasal e a grande quantidade de oraes facilitaram um

    rearranjo e uma modificao radical em relao ao texto original.

    Nem sempre a estrutura frasal modificada completamente, mantendo-se maior grau

    de literariedade como ocorre em At 2, 42:

    They devoted themselves to the teaching of the apostles and to the communal life, tothe breaking of the bread and to the prayers (NAB)Eles eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apstolos, na comunhofraterna, na frao do po e nas oraes (TCNBB, p. 1345)

    No ocorre, neste caso, posio temtica de termos e nem ergatividade (diz-se de

    fenmeno em que o objeto do verbo transitivo vira sujeito do verbo intransitivo). Acontece

    apenas adaptaes como devoted e eram perseverantes e proposies de sentido como o

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    acrscimo do vocbulo ouvirquando no texto - fonte no aparece o termo, contudo, sugere

    esse sentido.

    As especulaes e comprovaes de traduo elaboradas at ento so capazes de

    confirmar que o texto da NAB, em ingls, pouco confirma relao prxima com a TCNBB,

    em portugus. Sabendo que no so tradues diretas uma da outra, mas irms devido ao fato

    de terem ambas textos de partida semelhantes (Vulgata, Nova Vulgata e originais hebraicos e

    gregos), pode-se, atravs de especulaes lingusticas, confirmar escolhas tradutolgicas dos

    tradutores de ambas as verses brasileira e inglesa como o recurso da nominalizao de

    verbos e adjetivos, adaptao e modulao e acrscimo de palavras. Na verdade, essas duas

    obras se prestam muito mais literatura comparada e lingustica com contribuies

    significativas que traduo e teoria da traduo, embora a traduo descreva os elementostextuais segundo fatos inerentes lngua e ao processo de constante adaptao do texto por

    entre as pocas em que foi escrito e traduzido.

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    4 CONSIDERAES FINAIS

    Nida (1964, p. 245) afirma que os processos que determina a equivalncia entre as

    lnguas/ culturas de partida e de chegada so altamente complexos e que uma maneira de

    simplific-los seria decompor as unidades semnticas e recomp-las novamente seguindo o

    processo de equivalncia dinmica (sentido por sentido) e de equivalncia formal (palavra por

    palavra). No importa qual forma de traduo for utilizada, o que est em evidncia a

    manuteno da carga intencionada de sentido.

    Podemos concluir que os fenmenos lingsticos e tradutolgicos que Baker (1992)

    nos mostra e as teorias que ela nos prope como a tematizao de vocbulos, a nominalizao,

    a supresso de expresses elpticas, o uso da ergatividade, a prtica da referncia lexical,

    sinttica e semntica confirmam o que Nida (1964) nos diz sobre o sentido e sua

    intencionalidade. na unidade do contedo atravs da forma (BAKER, 1992, p. 6) que

    podemos dizer que a traduo deve caminhar.

    Essa pesquisa procurou demonstrar e esquematizar o processo de transmisso de

    sentido sem corrupo da mensagem que o tradutor deve ter em mente ao realizar sua rdua

    tarefa. Conclumos igualmente que as duas Bblias passaram por processos de traduo

    organizacionais, isto , foram retextualizadas por uma organizao geral de trabalho em

    termos de um comit de pesquisas (NIDA, 1964, p. 241) onde o que mais importou foram as

    consideraes de sentido intencionadas pelo grupo e no por uma viso geral de somente um

    tradutor o que demonstra maior confiabilidade da boa qualidade das tradues.

    Alm do mais, a anlise dos dados nos confirmou que necessria anlise acurada das

    lnguas de partida e de chegada e o profundo conhecimento de ambas para que a construo

    do sentido seja baseada nas estruturas internas (lxico, gramtica, entre outros) e externas

    (relevncia cultural de expresses, contexto discursivo, fundo histrico e uso tradicional) para

    que haja a devida equivalncia e no haja muita discrepncia de sentidos como ocorreu

    algumas vezes na anlise devido ao fato de os textos terem enfrentados pocas diferentes e

    intervenes distintas ao longo da histria. H que considerarmos que os textos seriam muito

    mais prximos se tais procedimentos lxico - gramaticais e semntico - discursivos fossem

    mais respeitados pelos tradutores.

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    REFERNCIAS

    DELISLE J. & WOODSWORTH, J. Os tradutores e a Difuso das Religies.In: Os Tradutores naHistria. So Paulo: tica, 1998, pp. 169 - 197

    NIDA, Eugene A. Toward a Science of Translating: with special references to principles andprocedures involved in Bible translating. Leiden, Netherlands: E. J. Brill, 1964, 331 p.

    BBLIA. Portugus. Bblia Sagrada. 8 ed. Traduo da CNBB com introdues e notas. So Paulo:Cano Nova. Edies CNBB

    Verses e Tradues Bblicas. Disponvel em:http://www.webartigos.com/articles/20014/1/ origem-da-biblia/pagina1.html. Acessado em: 19 ago. 2009

    PEREIRA, Ney Brasil. Recenses. ITESC Florianpolis: Estudos Bblicos, n 77, pp. 67 75, 2003

    LEFEVERE, Andrew. Translation, Rewriting and the Manipulation of Literary Fame. Londonand New York: Routledge, 1992

    VENUTI, Lawrence. The Translators Invisibility. London and New York: Routledge, 1995

    Equipe de Reviso da Bblia da CNBB em Belo Horizonte. Disponvel em: http://www.arquidiocesebh.org.br/site/projetos/projetos.php?id=116. Acessado em: 03 abr. 2010

    NAB New American Bible. Disponvel em: http://www.betterbibles.com/2005/04/06/nab-new-american-bible. Acessado em: 05 abr. 2010

    BIBLE. English. The New American Bible. Washington: United States Conference of CatholicBishops, 2002. Disponvel em: http://www.usccb.org/nab/bible/index.shtml. Acesso em: 06 nov. 2009

    DENZIN, Norman K.; LINCOLN, Yvonna S. O Planejamento da Pesquisa Qualitativa: teorias eabordagens. Porto Alegre: Artmed, 2006, 432 p.

    FLICK, Uwe. Introduo Pesquisa Qualitativa. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2009, 405 p.

    BAKER, Mona. In Other Words: a coursebook on translation. London: Routledge, 1992, 304 p.

    CAMPOS, Geir. O que traduo? So Paulo: Brasiliense, 2004

    CAMPOS, Geir. Como fazer traduo. Petrpolis: Vozes, 1986

    FURLAN, Mauri. A teoria de traduo de Lutero. In: ENDRUSCHAT, Annete &SCHNBERGER, Axel. (orgs.). bersetzung und bersetzen aus dem und ins Portugiesische.Frankfurt am Main: domus Editoria Europea, 2004, pp. 11 21

    SILVA, Cssio Murilo Dias da. Leia a Bblia como literatura. Loyola: So Paulo, 2007.

    http://www.webartigos.com/articles/20014/1/%20origem-da-biblia/pagina1.htmlhttp://www.webartigos.com/articles/20014/1/%20origem-da-biblia/pagina1.htmlhttp://www.webartigos.com/articles/20014/1/%20origem-da-biblia/pagina1.htmlhttp://www.betterbibles.com/2005/04/06/nab-new-american-biblehttp://www.betterbibles.com/2005/04/06/nab-new-american-biblehttp://www.usccb.org/nab/bible/index.shtmlhttp://www.webartigos.com/articles/20014/1/%20origem-da-biblia/pagina1.htmlhttp://www.webartigos.com/articles/20014/1/%20origem-da-biblia/pagina1.htmlhttp://www.betterbibles.com/2005/04/06/nab-new-american-biblehttp://www.betterbibles.com/2005/04/06/nab-new-american-biblehttp://www.usccb.org/nab/bible/index.shtml
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    ANEXO

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    ANEXO A Cronologia da Histria da Traduo da Bblia

    1.400 aC: A primeira Palavra de Deus: Os Dez Mandamentos entregues a Moiss.

    500 aC: concluso de todos os manuscritos originais hebraico que compem os 39 livros do

    Antigo Testamento.

    200 aC: Concluso dos manuscritos da Septuaginta grega, que contm os 39 livros do Antigo

    Testamento e 14 livros apcrifos.

    1 dC: concluso de todos os manuscritos originais grego, que compem os 27 livros do Novo

    Testamento.

    315 dC: Athenasius, o bispo de Alexandria, identifica os 27 livros do Novo Testamento, que

    hoje reconhecido como o cnone da escritura.

    382 dC: Vulgata Latina de Jernimo manuscritos produzidos que contm todos os 80 Livros

    (39 Antigo Test. + 14 + 27 Apocrypha New Test).

    500 dC: Escrituras foram traduzidas em mais de 500 lnguas.

    600 dC: O latim era a lngua permitida somente para a Escritura.

    995 dC: O anglo-saxo (Early Roots of English Language) possuia tradues do Novo

    Testamento produzido.

    1384 dC: Wycliffe a primeira pessoa a produzir a mo, por escrito uma cpia do

    manuscrito da Bblia completa; Todos os 80 livros.

    1455 dC: Gutenberg inventa a imprensa. Livros podem agora ser produzidos em massa em

    vez de individualmente mo. O primeiro livro impresso Bblia de Gutenberg em latim.

    1516 dC: Erasmus produz em grego / latim paralelas do Novo Testamento.

    1522 dC: em alemo, Martinho Lutero produz Novo Testamento.

    1526 dC: William Tyndale's New Testament; O primeiro Novo Testamento impresso no

    idioma Ingls.

    1535 dC: Bblia Myles Coverdale's, a primeira Bblia completa impressa no idioma Ingls

    (80 Livros: AT & NT & Apocrypha).

    1537 dC: Tyndale-Matthews Bblia, A Bblia completa impressa em Ingls. Feito por John

    Thomas Matthew "Rogers (80 livros)

    1539 dC: A "Grande Bblia" Impressa; A primeira Bblia inglesa autorizada para uso pblico

    (80) livros.

    1560 dC: A Bblia de Genebra impressa; a primeira Bblia em lngua inglesa a adicionarversos numerados a cada captulo (80 livros).

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    1568 dC: A Bblia dos Bispos impressa; a Bblia de que a do rei James foi uma Reviso (80

    livros)

    1609 dC: A Bblia Douay Antigo Testamento adicionada ao Novo Testamento da Rheims

    (de 1582) tornando a primeira Bblia catlica do ingls; traduzida da Vulgata Latina (80

    livros)

    1611 dC: A Bblia King James impressa; originalmente com todos os 80 livros. Os apcrifos

    foram oficialmente retirados em 1885, deixando apenas 66 livros.

    1782 dC: Bblia Robert Aitken; a primeira Bblia inglesa (KJV) impressa na Amrica.

    1791 dC: Isaac Collins e Isaiah Thomas respectivamente produzem a Bblia da Primeira

    Famlia, a primeira Bblia ilustrada impressa na Amrica. Ambos foram verses da King

    James, com todos os 80 livros.1808 dC: Bblia Jane Aitken (filha de Robert Aitken); a primeira Bblia a ser impressa por

    uma mulher.

    1833 dC: Bblia Noah Webster's, aps a elaborao do seu famoso Dicionrio, Webster

    imprimiu sua prpria reviso da Bblia King James.

    1841 dC: Ingls Hexapla Novo Testamento; uma prvia comparao textual mostrando o

    grego e 6 tradues do ingls famosas em colunas paralelas.

    1846 dC: A Bblia Iluminada; a Bblia mais ricamente ilustrada impressa na Amrica. Umaverso King James, com todos os 80 livros.

    1885 dC: A "Verso Revisada Inglesa" da Bblia; a primeira reviso principal inglesa da

    KJV.

    1901 dC: Verso Padro Americana, a primeira mais importante reviso da KJV.

    1971 dC: A Nova Bblia de Padro Americano publicada como uma traduo inglesa

    palavra por palavra acurada e moderna da Bblia.

    1973 dC: A "Nova Verso Internacional" (NVI) publicada como uma traduo inglesasentido por sentido acurada e moderna da Bblia.

    1982 dC: A "Nova Verso King James" (NVI) publicada como uma Verso inglesa

    Moderna mantendo o estilo original da King James".

    2002 dC: A Verso Padro Inglesa (ESV) publicada como uma traduo para preencher a

    lacuna entre a preciso da NASB e da legibilidade da NVI.

    Cronologia da Histria da Traduo da Bblia. Disponvel em: www.greatsite.com/timeline-english-bible-history. Acesso em: 02 mai. 2011.

    http://www.greatsite.com/%20timeline-english-bible-historyhttp://www.greatsite.com/%20timeline-english-bible-historyhttp://www.greatsite.com/%20timeline-english-bible-historyhttp://www.greatsite.com/%20timeline-english-bible-history
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    ANEXO B - Cronologia das principais tradues da Bblia completapublicada na lngua portuguesa.

    1753 Publicao da traduo de Joo Ferreira de Almeida, em trs volumes.

    1790 Verso de Figueiredo Elaborada a partir da Vulgata, publicada em sete volumes,

    depois de 18 anos de trabalho, elaborada em Portugal.

    1847 Reviso da verso de Almeida, coordenada por George Bush e publicada pela

    Sociedade Bblica Americana.

    1898 - Reviso da verso de Joo Ferreira de Almeida, que recebeu o nome de Revista e

    Corrigida. Publicada pela Sociedade Bblica Britnica e Estrangeira.

    1917 Verso Brasileira. Elaborada a partir dos originais, foi produzida durante 15 anos por

    uma comisso de especialistas e sob a consultoria de alguns ilustres brasileiros. Entre ele: Rui

    Barbosa, Jos Verssimo e Herclito Graa.

    1932 Verso de Matos Soares, elaborada em Portugal.

    1956 Verso Revista e Atualizada, elaborada pela Sociedade Bblica do Brasil.

    1959 A Bblia da Ave Maria, traduzida do francs e publicada pela Editora Ave Maria.

    1959 Verso dos Monges Beneditinos. Elaborada a partir dos originais, na Blgica, e

    traduzida do francs para o portugus.

    1967 A Bblia do Pontifcio Instituto Bblico de Roma, traduzida do italiano e publicada

    pela Paulus.

    1967 Traduo do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, publicada pela Sociedade

    Torre de Vigia de Bblias e Tratados.

    1969 2 edio da Verso Revista e Corrigida de Almeida, elaborada pela SBB.

    1981 A Bblia deJerusalm Edio brasileira da francesaBible de Jrusalem.

    1982 A Bblia da Vozes, traduzida por um grupo de exegetas catlicos brasileiros, editadapela Vozes.

    1982 A Bblia Santurio, publicada pela Editora Santurio.

    1983 A Bblia Mensagem de Deus, publicada pela Loyola.

    1988 Bblia na Linguagem de Hoje. Elaborada no Brasil, pela comisso de traduo da

    Sociedade Bblica do Brasil, a partir dos originais.

    1990 Bblia Sagrada Edio Pastoral, que se caracteriza pela linguagem acessvel e por

    notas explicativas, publicada pela Paulus.1990 -Verso Contempornea da Traduo de Almeida, publicada pela Editora Vida.

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    1993 2 Edio da verso Revista e Atualizada de Almeida, elaborada pela SBB.

    1993 Bblia Sagrada com os Deuterocannicos, uma verso em linguagem comum

    preparada pela Sociedade Bblica de Portugal.

    1994 A Traduo Ecumnica da Bblia (TEB) baseada na conceituada TOB francesa.

    Foi publicada pela Loyola.

    1994 Almeida Corrigida Fiel, publicada pela Sociedade Bblica Trinitariana do Brasil.

    1995 3 Edio da verso Revista e Corrigida de Almeida, elaborada pela SBB.

    1998 A Bblia dos Capuchinhos, traduzida por um comit de capuchinhos e publicada com

    notas, coordenada pelo Frei Herculano Alves. Publicada em Portugal.

    2000 - Nova Traduo na Linguagem de Hoje Elabora pela comisso de traduo da

    SBB.2001 Bblia Sagrada, traduo oficial da CNBB, publicada em 2001 por diversas editoras.

    2001 Nova Verso Internacional, publicada pela Sociedade Bblica Internacional.

    2002 Bblia do Peregrino, de Lus Alonso Schkel, traduzida do espanhol, e que se

    caracteriza pela traduo idiomtica e abundncia de notas, publicada em edio completa

    pela Paulus.

    2002 A Bblia de Jerusalm, traduzida por uma equipe de exegetas brasileiros e publicada

    em edio completa pela Paulus em 1981. Edio inteiramente revista e ampliada em 2002.2009 4 Edio da verso Revista e Corrigida de Almeida, elaborada pela SBB.

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    ANEXO C Criteriosa Reviso da Bblia da CNBB

    RE: Pesquisa sobre a Bblia da CNBB!Domingo, 21 de Fevereiro de 2010 23:15

    De: "Lus Henrique Eloy e Silva" Exibir informaes de contato

    Para: [email protected]

    Prezado Rafael,

    Paz.

    Venho por meio deste responder sua questo.No momento, a Bblia da CNBB est passando por uma criteriosa reviso e que resultar emuma verso diversa da que se encontra atualmente em vigor.Com relao ao histrico da traduo, trata-se de um trabalho iniciado h mais de 20 anos. Jfoi feito um trabalho de recolhimento das vrias atas das reunies desses anos passados eoutras informaes colhidas nas Assemblias Gerais da CNBB, quando se discutiu sobre aquesto. Infelizmente, ainda no sintetizamos todo o histrico, que brevemente setransformar num livro a ser publicado sobre a coordenao da Comisso de Doutrina daCNBB.

    Cordialmente,

    Pe. Lus Henrique Eloy e SilvaCoordenador da Equipe de Reviso da Bblia da CNBB

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  • 7/30/2019 TCC Rafael Texto

    34/34

    42

    ANEXO D Modalidade e Funcionalidade da Bblia da CNBB

    Re: Traduo da BbliaSbado, 20 de Maro de 2010 9:09

    Este remetente verificado pelo DomainKeysDe: "Domingos Svio" Exibir informaes de contato

    Para: "Rafael Tomazela Mazzer"[email protected]

    Bom dia, meu irmo! A bblia da CNBB a verso que essa Entidade adotou para o usolitrgico no Brasil. A The New American Bible no conheo, catlica? oficializada comolitrgica como a da CNBB, para os EUA? Por ser a litrgica oficializada pela Confernciados Bispos, no quer dizer que seja a que tem traduo mais cientfica. s vezes, buscandoefeito mais pastoral, pode-se adaptar, simplificar uma traduo mais rigidamente cientfica ede compreenso mais difcil, sem jamais se esquecer o ditado tradutore traditore! Sei que

    para efeito cientfico, tem grande aceitao entre nossos irmos separados a RSV RevisedStandard Version, da qual lhe emprestei um exemplar se no me engano no ano passado. claro que no existe nem pode existir uma verso cientfica oficializada, seria matar aliberdade de pesquisa. O que se pode fazer, e normalmente se faz, em nvel cientfico, comparar as diferentes verses com seus respectivos originais hebraico, aramaico e grego -cientificamente reconstitudos e aceitos - e tentar aquilatar o valor de cada uma das verses noque diz respeito fidelidade quele texto original reconstitudo.Espero que tenha podido ajud-lo naquilo que me solicitou! Ainda fecunda Quaresma e Santa

    Pscoa na paz e esperana do Morto-Ressuscitado!P. Domingos

    http://help.yahoo.com/l/br/yahoo/mail/classic/context/context-07.htmlhttp://us.lrd.yahoo.com/_ylc=X3oDMTBtYXI0bmZtBF9TAzM5ODMzNTAyNwRhYwN2aWV3QUI-/SIG=1vv5ro30j/EXP=1298992791/**http%3A/address.mail.yahoo.com/yab%3Fv=YM%26A=t%26simp=1%26em=dgos17%2540yahoo.com.br%26fn=Domingos%2BS%25C3%25A1vio%26.done=http%253A%252F%252Fbr.mc393.mail.yahoo.com%252Fmc%252FshowMessage%253FsMid%253D42%2526fid%253DTCC%2526filterBy%253D%2526.rand%253D1651004834%2526midIndex%253D17%2526mid%253D1_37229_AOwmvs4AAX2HS6S7EQ3bOgL5uPk%2526fromId%253Ddgos17%252540yahoo.com.br%2526m%253D1_32617_AOgmvs4AAOozS6vMgg6pC2KCAFc%25252C1_33735_AOomvs4AAFmvS6dMKQoCUVilUlM%25252C1_34856_AOomvs4AAPv8S6UqaguDxn6WihI%25252C1_35469_AO4mvs4AAKcYS6USiwNMawY5MnU%25252C1_36588_AOsmvs4AAVi4S6USigYC1wBC87Y%25252C1_37229_AOwmvs4AAX2HS6S7EQ3bOgL5uPk%25252C1_38334_AOwmvs4AAUxxS6RKFwKSKhacx40%25252C1_39436_AO0mvs4AAGIrS6RIhA2VLF%25252FmBv8%25252C1_40061_AO0mvs4AADfkS6RBYgXf81jk%25252Fuw%25252C1_40682_AO0mvs4AAP3eS6QoYwk9UnJRugk%25252C1_41784_AOsmvs4AALdlS6QoYgjuW3I3kAY%25252C%2526sort%253Ddate%2526order%253Ddown%2526startMid%253D25%2526hash%253Ddb38ec32f8a8954c09b561dea0d953c2%2526.jsrand%253D8250771%2526acrumb%253DwaB4vUrk0DQ%2526enc%253Dautohttp://us.lrd.yahoo.com/_ylc=X3oDMTBtYXI0bmZtBF9TAzM5ODMzNTAyNwRhYwN2aWV3QUI-/SIG=1vv5ro30j/EXP=1298992791/**http%3A/address.mail.yahoo.com/yab%3Fv=YM%26A=t%26simp=1%26em=dgos17%2540yahoo.com.br%26fn=Domingos%2BS%25C3%25A1vio%26.done=http%253A%252F%252Fbr.mc393.mail.yahoo.com%252Fmc%252FshowMessage%253FsMid%253D42%2526fid%253DTCC%2526filterBy%253D%2526.rand%253D1651004834%2526midIndex%253D17%2526mid%253D1_37229_AOwmvs4AAX2HS6S7EQ3bOgL5uPk%2526fromId%253Ddgos17%252540yahoo.com.br%2526m%253D1_32617_AOgmvs4AAOozS6vMgg6pC2KCAFc%25252C1_33735_AOomvs4AAFmvS6dMKQoCUVilUlM%25252C1_34856_AOomvs4AAPv8S6UqaguDxn6WihI%25252C1_35469_AO4mvs4AAKcYS6USiwNMawY5MnU%25252C1_36588_AOsmvs4AAVi4S6USigYC1wBC87Y%25252C1_37229_AOwmvs4AAX2HS6S7EQ3bOgL5uPk%25252C1_38334_AOwmvs4AAUxxS6RKFwKSKhacx40%25252C1_39436_AO0mvs4AAGIrS6RIhA2VLF%25252FmBv8%25252C1_40061_AO0mvs4AADfkS6RBYgXf81jk%25252Fuw%25252C1_40682_AO0mvs4AAP3eS6QoYwk9UnJRugk%25252C1_41784_AOsmvs4AALdlS6QoYgjuW3I3kAY%25252C%2526sort%253Ddate%2526order%253Ddown%2526startMid%253D25%2526hash%253Ddb38ec32f8a8954c09b561dea0d953c2%2526.jsrand%253D8250771%2526acrumb%253DwaB4vUrk0DQ%2526enc%253Dautomailto:[email protected]:[email protected]://help.yahoo.com/l/br/yahoo/mail/classic/context/context-07.htmlhttp://us.lrd.yahoo.com/_ylc=X3oDMTBtYXI0bmZtBF9TAzM5ODMzNTAyNwRhYwN2aWV3QUI-/SIG=1vv5ro30j/EXP=1298992791/**http%3A/address.mail.yahoo.com/yab%3Fv=YM%26A=t%26simp=1%26em=dgos17%2540yahoo.com.br%26fn=Domingos%2BS%25C3%25A1vio%26.done=http%253A%252F%252Fbr.mc393.mail.yahoo.com%252Fmc%252FshowMessage%253FsMid%253D42%2526fid%253DTCC%2526filterBy%253D%2526.rand%253D1651004834%2526midIndex%253D17%2526mid%253D1_37229_AOwmvs4AAX2HS6S7EQ3bOgL5uPk%2526fromId%253Ddgos17%252540yahoo.com.br%2526m%253D1_32617_AOgmvs4AAOozS6vMgg6pC2KCAFc%25252C1_33735_AOomvs4AAFmvS6dMKQoCUVilUlM%25252C1_34856_AOomvs4AAPv8S6UqaguDxn6WihI%25252C1_35469_AO4mvs4AAKcYS6USiwNMawY5MnU%25252C1_36588_AOsmvs4AAVi4S6USigYC1wBC87Y%25252C1_37229_AOwmvs4AAX2HS6S7EQ3bOgL5uPk%25252C1_38334_AOwmvs4AAUxxS6RKFwKSKhacx40%25252C1_39436_AO0mvs4AAGIrS6RIhA2VLF%25252FmBv8%25252C1_40061_AO0mvs4AADfkS6RBYgXf81jk%25252Fuw%25252C1_40682_AO0mvs4AAP3eS6QoYwk9UnJRugk%25252C1_41784_AOsmvs4AALdlS6QoYgjuW3I3kAY%25252C%2526sort%253Ddate%2526order%253Ddown%2526startMid%253D25%2526hash%253Ddb38ec32f8a8954c09b561dea0d953c2%2526.jsrand%253D8250771%2526acrumb%253DwaB4vUrk0DQ%2526enc%253Dautomailto:[email protected]