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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO JOÃO HUMBERTO CESÁRIO TÉCNICA PROCESSUAL E PROTEÇÃO DE INTERESSES AMBIENTAIS TRABALHISTAS: AS TUTELAS INIBITÓRIA E DE REMOÇÃO DO ILÍCITO NA PRESERVAÇÃO DA SAÚDE DOS TRABALHADORES

TÉCNICA PROCESSUAL E PROTEÇÃO DE INTERESSES AMBIENTAIS TRABALHISTAS: AS TUTELAS INIBITÓRIA E DE REMOÇÃO DO ILÍCITO NA PRESERVAÇÃO DA SAÚDE DOS TRABALHADORES

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Pré-Projeto de dissertação de mestrado, cujo objetivo é o de analisar criticamente o fenômeno da monetização da saúde dos trabalhadores e os efeitos gerados por tal opção no Processo do Trabalho. A partir daí, o trabalho propõe a inversão da lógica estruturante do Direito Material do Trabalho e a conseqüente utilização das técnicas processuais mandamentais, especialmente as tutelas inibitória e de remoção do ilícito, como instrumentos de afirmação do direito fundamental à redução dos riscos inerentes ao trabalho.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

JOÃO HUMBERTO CESÁRIO

TÉCNICA PROCESSUAL E PROTEÇÃO DE INTERESSES AMBIENTAIS

TRABALHISTAS: AS TUTELAS INIBITÓRIA E DE REMOÇÃO DO ILÍCITO NA

PRESERVAÇÃO DA SAÚDE DOS TRABALHADORES

Cuiabá

2010

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JOÃO HUMBERTO CESÁRIO

TÉCNICA PROCESSUAL E PROTEÇÃO DE INTERESSES AMBIENTAIS

TRABALHISTAS: AS TUTELAS INIBITÓRIA E DE REMOÇÃO DO ILÍCITO NA

PRESERVAÇÃO DA SAÚDE DOS TRABALHADORES

Projeto de Pesquisa apresentado como

requisito parcial à aprovação na disciplina de

Metodologia do Trabalho Científico e ao

desenvolvimento do Mestrado em Direito

Agroambiental do Programa de Pós-

Graduação em Direito Agrombiental

oferecido pela Universidade Federal de Mato

Grosso, sob a orientação metodológica da

Professora Doutora Marluce A. Souza e

Silva.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Carla Reita Faria Leal

CUIABÁ - MT

2010

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO TEMÁTICA.......................................................................................04

1. PROBLEMATIZAÇÃO................................................................................................06

2. OBJETIVOS................................................................................................................10

2.1. OBJETIVO GERAL..................................................................................................10

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................................11

3. HIPÓTESES................................................................................................................11

4. JUSTIFICATIVA..........................................................................................................12

5. REFERENCIAL TEÓRICO..........................................................................................14

6. REFERENCIAL METODOLÓGICO............................................................................16

7. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...................................................................17

8. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES.............................................................................18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................18

BIBLIOGRAFIA...............................................................................................................19

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APRESENTAÇÃO TEMÁTICA

Apresentamos como objeto de estudo a utilização da técnica processual para a

tutela de interesses ambientais trabalhistas. O mencionado estudo será desenvolvido

com observância na linha de pesquisa do Direito Ambiental, fundando-se na interação

entre o Direito Ambiental do Trabalho e a Tutela Processual dos Interesses Difusos e

Coletivos.1

O tema apresenta em seu bojo uma reflexão jurídica e política importante. Sua

origem remonta à própria história do trabalho, enquanto atividade essencial à

acumulação da riqueza. Durante o advento histórico conhecido por Revolução Industrial

Inglesa houve a introdução da máquina a vapor no processo produtivo, criando-se as

bases para a existência de uma produção em grande escala e da criação de uma

economia verdadeiramente de mercado, a demandar a contratação de um crescente

contingente de trabalhadores, o que promoveu a transformação do trabalho em

emprego, gerando, em decorrência, uma série de conflitos coletivos de natureza

reivindicatória, que serviram para a propulsão da criação do direito do trabalho,

1 É inevitável pontuar que a integração de duas linhas de abordagem, uma de índole material e outra de matiz processual, pode soar, à primeira vista, como uma heresia perante a ortodoxia acadêmica. Almejando suplantar essa possível objeção, há de se ressaltar que o processo é contemporaneamente encarado como um instrumento de efetivação do direito material, necessitando ser moldado, quando da sua aplicação, às principais características deste último. Não se trata, obviamente, de retornar-se à teoria imanentista, que tratava o processo como um mero capítulo do direito objetivo, mas de reconhecer-se a inequívoca instrumentalidade que baliza o jusprocessualismo. Colhe-se, nesse sentido, o escólio de BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Direito e processo - influência do direito material sobre o processo. 5ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2009, p.p. 14 e 15: “Todo trabalho científico deve ser elaborado em função de duas premissas básicas: visão crítica da situação e projeto de reforma. Com esta preocupação procurou-se desenvolver o tema da relativização do binômio direito-processo como meio de acesso à ordem jurídica justa. Sustenta-se, aqui, que os aspectos fundamentais do direito processual são concebidos à luz da relação jurídica material. As questões maiores do processo são solucionadas com dados inerentes à relação da vida e ao direito substancial que a regula. Quanto mais consciência tiver o processualista desse fenômeno, maiores serão as possibilidades de construção de mecanismos aptos a alcançar os escopos do processo. (...). a partir do momento em que se aceita a natureza instrumental do direito processual, torna-se imprescindível rever seus institutos fundamentais, a fim de adequá-los a essa nova visão. Isso porque toda a construção científica desse ramo do direito deu-se na denominada fase autonomista, em que, devido à necessidade de afirmação da independência do direito processual, valorizou-se demasiadamente a técnica. Passou-se a conceber o instrumento pelo próprio instrumento, sem a necessária preocupação com seus objetivos, cuja indentificação é feita à luz de elementos externos ao processo. Seu escopo é a eliminação da crise do direito material, formulando e atuando a regra jurídica ao caso concreto. A técnica adotada pelo legislador, visando ao adequado desenvolvimento do método por ele criado para solução dos litígios (processo équo e justo), é simples meio. Em nenhum instante pode o processualista esquecer-se de que as questões internas do processo devem ser solucionadas de modo a favorecer os resultados pretendidos, que são exteriores a ele.”

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obviamente que dentro de determinados arranjos ideológicos, que na essência estão

ainda intactos nos dias atuais.

Neste contexto iniciam-se as mazelas inerentes a um meio ambiente de trabalho

desequilibrado. Ocorre que as fábricas, até então inexistentes, apareceram no mundo

laboral como uma necessidade intrínseca do processo produtivo emergente, mas

organizadas de modo precário do ponto de vista da preservação da integridade física e

psicológica do trabalhador, nelas reinando a insalubridade, caracterizada pela falta de

higiene, luz e ventilação, bem como pela ocorrência de ruído excessivo e de fuligem

tóxica no ar rarefeito. Em tal momento, ademais, exigia-se, indiscriminadamente, o

trabalho de homens, mulheres e crianças, em jornadas excessivamente longas, sem

duração predeterminada, e que se estendiam de sol a sol.

Dentro deste caldo social, emergiu uma nova consciência jurídica coletiva, na

qual o proletariado, classe até então desconhecida, passou a se organizar para pleitear

melhores condições de trabalho, ato premido pelo imperativo de autodefesa, haja vista

que os seus membros estavam expostos à ocorrência dos mais variados acidentes de

trabalho, bem como ao aparecimento de uma série de doenças como asma,

pneumonia, tuberculose, dentre outras.

Antevendo as proporções catastróficas que tal revolta poderia atingir, as elites

político-econômicas, representadas principalmente pela Igreja Católica, se adiantaram

aos fatos, para defender a posição estratégica de que o Estado deixasse de ser

abstencionista e passasse a interferir diretamente nos conflitos trabalhistas, fazendo-o

por via da edição de legislação supostamente tuitiva.

Ainda que incorrendo no risco da simplificação, é lícito dizer que os editos

legislativos que daí emergiram ficaram circunscritos à redução da jornada, à proibição

de labuta em horário noturno e à limitação da carga horária do labor de mulheres e

menores*, sem preocupação com a eliminação das condições adversas de trabalho, no

que foram secundados por toda a legislação posterior, inclusive aquela oriunda do

chamado constitucionalismo social, já no início do século XX.**

* Conferir, v.g., o Moral and Health Act, de Robert Peel, tido por muitos como o primeiro diploma normativo genuinamente trabalhista, onde o trabalho dos menores aprendizes foi limitado a doze horas e proibido para o período noturno.** Vide, por exemplo, a Constituição Mexicana de 1917 e a Constituição de Weimar de 1919.

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Evidente que tal opção trouxe consigo a matriz para a criação de uma série de

adicionais econômicos que ainda hoje perduram no direito do trabalho, inclusive na

vigente Constituição brasileira (horas extras, adicional noturno, insalubridade,

periculosidade, penosidade...), como se a saúde do trabalhador fizesse parte do fetiche

consumista do capitalismo, passível de ser comprada como simples mercadoria, sem

tornar necessária a superação das mazelas sócio-ambientais que persistem no

cotidiano laboral em moldes ainda mais estarrecedores do que aqueles descritos no

contexto da vetusta Revolução Industrial Inglesa.2

1. PROBLEMATIZAÇÃO

Embora o juslaboralismo tenha surgido a partir das lutas dos operários ingleses

contra as condições de labuta a que estavam submetidos, se constata ainda hoje,

passados dois séculos, que paradoxalmente os trabalhadores convivem com as mais

degradantes situações ambientais.

Tal ocorrência se explica no fato de que o juslaboralismo, balizado pela lógica do

capitalismo a que serve3, preferiu monetizar a saúde do trabalhador, como se a

2 Confirmando o diagnóstico em questão, reproduz-se, adiante, as palavras OLIVEIRA, Sebastião Geraldo de. Indenizações por acidentes do trabalho ou doença ocupacional. 1ª ed. São Paulo: LTr, 2005, p.p. 26 e 27: “De acordo com levantamento da OIT divulgado em 1985, a cada três minutos um trabalhador perdia a vida no mundo em conseqüência de acidente do trabalho ou de doença profissional, e a cada segundo, pelo menos, quatro trabalhadores sofriam algum tipo de lesão. Em menos de duas décadas a situação piorou amargamente. Estatísticas da mesma OIT divulgadas em 2003 asseveram que ocorrem por ano no mundo 270 milhões de acidentes, representando uma média aproximada de 740 mil por dia ou nove por segundo. Desse elevado número de ocorrências, resultam a cada ano por volta de dois milhões de acidentes do trabalho com óbito, quase quatro mortes por minuto. Além das perdas humanas e todos os efeitos colaterais dolorosos, há um custo econômico extraordinário que ultrapassa anualmente um trilhão de dólares americanos, por volta de 4% do produto interno bruto global, o que demonstra a necessidade urgente de adoção de políticas efetivas voltadas para o enfrentamento do problema. Essas estatísticas lamentáveis reforçam o paradoxo da situação: o local de trabalho, que deveria servir para o homem ganhar a vida, está se transformando, em muitas ocasiões, em lugar sinistro para encontrar a morte!” (sem destaques no original)3 A corroborar a assertiva de que o direito do trabalho serve à estabilização da sociedade capitalista, colaciona-se a lição de RODRIGUES, Marcelo Abelha. Processo civil ambiental. 1ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008, p. p. 49 e 50: “A transformação do Estado liberal em Estado Social deve-se a uma série de mudanças de comportamento, inclusive do próprio sistema capitalista, que passou a ser refém da necessidade de proteger em certa dose o trabalho humano que explorava (o lado social), porque em última análise dele dependia para a formação da riqueza e a manutenção do status quo. Nesse processo de mudança destaca-se o importante pioneiro papel da carta constitucional norte-americana, onde já se fazia presente a necessidade de um Estado intervencionista, com deveres negativos (não ferir as garantias dos indivíduos), mas também com prestações positivas a cumprir, mormente no campo social. A verdadeira transformação vem, no entanto, com a Constituição Mexicana

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integridade física e espiritual do ser humano pudesse ser objeto de um contrato de

compra e venda.

Logo, se no âmbito do direito material do trabalho interessa ao capitalista que a

legislação determinante do cumprimento de obrigações laborais de adequação

ambiental passe despercebida, já que a farsa do pagamento de adicionais* melhor

convém ao atingimento do seu objetivo acumulatório, não será difícil concluir que no

campo processual a técnica individual e condenatória será privilegiada em detrimento

da coletiva e mandamental.4

Ocorre que na medida em que a legislação objetiva é construída a partir de

premissas ideológicas que interessam às elites econômicas, é de se intuir que o direito

processual acaba por absorver os anseios do sistema econômico hegemônico,

de 1917, a de Weimar em 1919 e da Polônia e Iuguslávia em 1921.” * Não custa lembrar que os adicionais trabalhistas brasileiros são apurados a partir de uma base de cálculo ínfima, já que no país são praticados baixíssimos salários. Demais disso, o pagamento dos ditos adicionais pode ser contabilmente fraudado com facilidade. Perceba-se, por exemplo, que se um empregado for contratado para auferir o salário mensal de R$612,00 (seiscentos e doze reais), para trabalhar em um ambiente insalubre de grau médio, será muito simples para o empregador contabilizar no recibo de pagamento o mínimo de R$510,00 (quinhentos e dez reais) pagos a título de salário de sentido estrito, mais o montante de R$102,00 (cento e dois reais) pretensamente adimplidos como o adicional de 20% da insalubridade. Tudo aparentemente dentro da lei! Mas o trabalhador, a rigor, nada receberá para esvair sua saúde em um meio ambiente laboral insalubre...4 Reproduz-se, almejando o intento de demonstrar o quase absoluto desprezo do direito material do trabalho para com as obrigações de fazer e não fazer, bem como do direito processual do trabalho para com as técnicas mandamentais, as palavras GIGLIO, Wagner Drdla. Direito processual do trabalho. 10ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 1997, p. p. 267e 268: “São raras, se existentes, as obrigações de não fazer, nos processos trabalhistas. Não temos notícia de um exemplo, sequer, além da medida liminar para sustar a ordem de transferência de empregado (...). (...) Nos processos do trabalho, as obrigações trabalhistas de fazer mais ocorrentes, na prática (sem ordem de importância ou frequência), são as de anotar ou retificar as anotações da Carteira de Trabalho, de entregar as guias de levantamento dos depósitos do FGTS, de fornecimento dos documentos necessários à obtenção do seguro-desemprego, de promover, de reintegrar o empregado e de fazê-lo retornar às atividades laborativas.” Das palavras do Professor Giglio podem-se extrair, de tal arte, pelo menos duas conclusões: a) as potencialidades das obrigações de fazer e não fazer são pouquíssimo exploradas pela praxe trabalhista.; b) o processo do trabalho não vem se valendo da técnica mandamental para a promoção do equilíbrio ambiental trabalhista. Desse modo não se pode concluir de modo diverso, senão para se compreender que esse quadro é no mínimo preocupante, principalmente quando recordamos que a Consolidação das Leis do Trabalho estabelece, nos seus artigos 154 a 201, toda uma série de regras de medicina e segurança do trabalho, que partem da inspeção prévia, do embargo e da interdição do estabelecimento; passando pelo processo de implantação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA); pelo fornecimento gratuito de equipamentos de proteção individual (EPIs); pela obrigatoriedade da realização de exames médicos periódicos e nos momentos específicos da admissão e da dispensa; pela observância de regras de iluminação, ventilação e conforto térmico; pelos requisitos de segurança para o uso e a manutenção de máquinas em geral, e especificamente de caldeiras, fornos e recipientes sobre pressão; pelos procedimentos de neutralização da insalubridade e pela forma de manuseio e transporte de material tóxico, até chegar às regras de prevenção da fadiga.

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reproduzindo e efetivando toda uma cadeia de dominação, cujo efeito final é a geração

de um círculo vicioso de alienação e opressão.

Justamente por isso é que, ainda hoje, a doutrina processual trabalhista

permanece renitentemente fiel ao postulado da teoria trinária de classificação das

ações de conhecimento5, desprezando, por completo, os provimentos mandamental e

cognitivo executivo lato sensu, bem como as ações de natureza coletiva, por via das

quais se mostra viável atender, englobadamente, os interesses individuais

homogêneos, coletivos e difusos da classe trabalhadora, com notável economia de

energia jurisdicional.

Lamentavelmente, essa forma estrábica de visualização do processo trabalhista

acaba por produzir efeitos danosos e duradouros na jurisprudência, já que a postulação

em juízo, na maioria dos casos por ignorância – produto da ideologia dominante - e nos

demais em função dos interesses econômicos de sindicatos pouco comprometidos com

o bem-estar das categorias que representam, continua a privilegiar indiscriminadamente

a técnica individual e condenatória, permanecendo descrente para com as eficazes

possibilidades coletivas e mandamentais.

Em contraposição a tal quadro, nosso estudo buscará delinear um novo marco

teórico, para que com substrato nos vetores constitucionais fundamentais da cidadania

5 Abordando a tibieza da classificação trinária dos provimentos jurisdicionais cognitivos, assim se manifesta MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela específica - arts. 461, CPC e 84, CDC. 2ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2001, p.p. 38 e 39: “Com o surgimento das novas relações jurídicas, freqüentemente de conteúdo não-patrimonial, tornou-se evidente a inefetividade das sentenças da classificação trinária. Os direitos não-patrimoniais, como é curial, não podem ser efetivamente tutelados através da sentença condenatória. Essa sentença, por correlacionar-se com a execução por sub-rogação, somente mostra-se adequada para permitir a reparação do direito violado ou o cumprimento forçado da obrigação inadimplida. A sentença condenatória, como já foi dito, não se presta a impedir alguém de praticar um ilícito, exatamente porque não se relaciona com a execução indireta, ou seja, com meios que possam atuar sobre a vontade do devedor para convencê-lo a adimplir. A sentença declaratória, por outro lado, se não é ligada a qualquer meio de execução, limitando-se a declarar algo a respeito de uma relação jurídica, também é evidentemente impotente para impedir a prática do ilícito. Diante da sentença declaratória, o réu não se vê compelido a não praticar o ilícito. Sabe o demandado que a única sanção que sofrerá, diante da prática do ilícito, é a ressarcitória, o que lhe permite transformar, livremente, o direito do autor em tutela ressarcitória, que na maioria das vezes será prestada pelo equivalente em pecúnia. As sentenças de classificação trinária, em outras palavras, não tutelam de forma adequada os direitos que não podem ser violados, seja porque têm conteúdo não-patrimonial, seja porque, tendo natureza patrimonial, não podem ser adequadamente tutelados pela via ressarcitória. Pior do que isso, a classificação trinária, por sua inefetividade, permite a qualquer um expropriar direitos não-patrimoniais, como o direito à higidez do meio ambiente, transformando o direito em pecúnia. Na verdade, e por incrível que possa parecer, um sistema que trabalha exclusivamente com as três sentenças clássicas está dizendo que todos têm direito a lesar direitos desde que se disponham a pagar por eles! (sem destaques no original)

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plena, da dignidade da pessoa humana e dos valores sociais do trabalho, possam ser

alicerçadas as bases de construção de um novo pensamento juslaboral, cujo locus

privilegiado seja a técnica processual mandamental coletiva, para que por via dela os

empregadores sejam judicialmente obrigados a tomarem medidas de caráter inibitório

ou de remoção do ilícito, hábeis a transformar em realidade o direito fundamental ao

equilíbrio ambiental trabalhista (artigo 7º, XXII, da CRFB).6

Importa demonstrar, a partir de uma abordagem dedutiva, que tanto o direito

material do trabalho quanto o direito processual do trabalho vêm alimentando na classe

trabalhadora uma falsa sensação de proteção.

Vale destacar que os efeitos danosos e problematizantes deste estudo advêm de

quatro fatores básicos:

a) enquanto as ações coletivas têm o condão de satisfazer englobadamente os

interesses individuais homogêneos, coletivos e difusos dos trabalhadores, as

individuais resolvem os problemas jurídico-trabalhistas caso a caso, com um

desnecessário dispêndio de atividade judicial;

b) enquanto a técnica mandamental possui a virtude de inibir a ocorrência da

ilicitude ou de impor a remoção do ilícito, a técnica condenatória permite, na

prática, a concretização de um dano;

c) enquanto a técnica mandamental satisfaz interesses diretamente (por ser

específica)7, a condenatória o faz apenas indiretamente (por resolver um

6 Para uma compreensão mais pormenorizada sobre os aspectos teóricos e práticos do problema apresentado, conferir CESÁRIO, João Humberto. A tutela processual mandamental como fator de promoção do equilíbrio ambiental trabalhista. In: CESARIO, JOÃO HUMBERTO (org). Justiça do trabalho e dignidade da pessoa humana - algumas relações dos direitos ambiental, civil, eleitoral e processual com o direito do trabalho. 1ª ed. São Paulo: LTr, 2007.7 Tratando da importância da tutela coletiva, mandamental e específica, para a materialização dos direitos e deveres ambientais, assim se pronuncia RODRIGUES, Marcelo Abelha Rodrigues. Processo civil ambiental. 1ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008, p.p. 57, 58 e 59: “(...) pode-se ainda afirmar, categoricamente, que, dentre as crises de cooperação, os deveres ambientas mais descumpridos são os que envolvem a prática de um fazer ou um não fazer. (...) Tal conclusão resulta do fato de que um dos princípios do direito ambiental é o da participação ou solidariedade, expressamente inserido no art. 225 da CF/88, onde se lê que tanto o poder público quanto a coletividade tem o dever de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações. Está aí, às escâncaras, a regra magna que impõe um dever positivo e outro negativo a toda coletividade em relação à proteção do equilíbrio ecológico. (...) Isso vem evidenciar que esse dever social precisa ser visto sob dois flancos distintos, um negativo e outro positivo: o primeiro na adoção de comportamentos sociais, personalíssimos, (..) de não praticar atos que possam ser ofensivos ao meio ambiente e a seus componentes; o segundo na adoção de comportamentos sociais que representem um facere, uma tomada de atitude, comissiva, mas que não se resuma apenas à esfera individual, ou seja, não preocupada apenas com o eu, mas com o todos. (...) Acrescentando ao que foi dito acima os ingredientes

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prejuízo em perdas e danos)8;

d) enquanto que a tutela mandamental é cumprida com base em um rito

processual simplificado (§§ 4º, 5º e 6º do artigo 461 do CPC), a tutela

condenatória é executada por via de um procedimento complexo, gerando

maior gasto de energia processual (artigos 876 a 892 da CLT c/c Arts. 475-I a

475-R do CPC).

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Demonstrar as possibilidades de utilização da técnica processual na perspectiva

da tutela coletiva dos interesses ambientais trabalhistas.

da essencialidade (à vida) e da instabilidade do equilíbrio ecológico, pode-se antever que todas as crises jurídicas ambientais referentes ao cumprimento de um dever de fazer e não fazer exigem não só uma solução rápida, mas também específica, no sentido de que a tutela jurisdicional a ser entregue à coletividade deve ser a mais próxima possível daquela que se teria com o cumprimento espontâneo do dever jurídico ambiental. A idéia precípua é que a tutela jurisdicional a ser entregue seja a mais coincidente possível com o resultado previsto pela norma ambiental. Enfim, se ela prevê um não fazer, então esta é a tutela que deve ser buscada; se, por outro lado, prevê um fazer, é este que deve ser adimplido. (...) Trata-se, pois, de içar a tutela específica dos deveres ambientais como um norte a ser perseguido e alcançado. Contrario sensu, é de se dizer que a não realização da tutela jurisdicional específica pode comprometer o direito fundamental à vida de todos os seres vivos. (...) é de se dizer que nem sempre será possível a obtenção da tutela específica, enfim, aquela originalmente prevista pelo legislador. (...) Nesse particular, apenas subsidiariamente é que se deve pensar na tutela reparatória do meio ambiente, ou seja, quando se mostre impossível a tutela específica idealizada pelo legislador. E, ainda assim, a reparação deve ser o mais próximo possível do resultado que se teria com a conduta esperada pelo legislador. Daí porque a reparação in natura é a tutela reparatória mais freqüente no direito ambiental. Seja por razões pedagógicas do poluidor e transgressor da norma ambiental, seja por razões de proteção do meio ambiente, sem dúvida, mais vale uma reparação in natura do que uma reparação pecuniária, porque, em última análise, sabe-se que o equilíbrio ambiental e o prejuízo causado às presentes e futuras gerações não encontra um valor que reflita com fidelidade a perda ambiental, de forma que o dinheiro nunca paga o prejuízo causado pela degradação do equilíbrio ecológico. (...) Diante desse quadro, o papel do processo civil é o de oferecer técnicas que atendam ao ideal de justiça ambiental. ” 8 Quanto à resolução das obrigações de fazer e não fazer em perdas e danos, impõe-se, mais uma vez, trazer à tona o escólio de MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela inibitória (individual e coletiva). 2ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2000, p.p. 293 e 294: “A correlação necessária entre a condenação e a execução forçada esconde não só uma opção pela incoercibilidade das obrigações infungíveis, mas também a própria ideologia liberal da intangibilidade da vontade humana. O conceito de sentença condenatória está comprometido com as doutrinas que inspiraram o Code Napoléon, pelo qual ‘toda obrigação de fazer ou não fazer resolve-se em perdas e danos e juros, em caso de descumprimento pelo devedor’ (art. 1.142), e principalmente com a ideologia que deu origem ao dogma de que a coerção das obrigações infungíveis constitui um atentado à ‘liberdade’ dos homens.”

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2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

a) Identificar as táticas de diluição contábil dos salários em adicionais,

demonstrando, concretamente, que tais subterfúgios são extremamente simples e

eficazes à extração de mais-valia, inviabilizando, propositadamente, o estabelecimento

de um meio ambiente que seja saudável para a realização do trabalho;

b) Levantar informações sobre a doutrina e jurisprudência processual trabalhista,

para demonstrar que ambas reproduzem no plano adjetivo a lógica hegemônica no

âmbito material, apegando-se, via de conseqüência, ao uso das técnicas individuais e

condenatórias em detrimento das coletivas e mandamentais.

c) Avaliar, dentro desse prisma, a concretute da promessa constitucional de

redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e

segurança (artigo 7º, XXII, da CRFB);

d) Repensar a práxis trabalhista, para enxergá-la a partir dos fundamentos

republicanos da cidadania plena, da dignidade da pessoa humana e dos valores sociais

do trabalho e da livre iniciativa (artigo 1º, II, III e IV da CRFB);

e) Demonstrar as possibilidades de utilização processual das tutelas inibitória e

de remoção do ilícito, como instrumentos de afirmação do direito fundamental da classe

trabalhadora a um meio ambiente de trabalho equilibrado.

3. HIPÓTESES

3.1. O direito material do trabalho optou por monetizar a saúde dos trabalhadores

para atender ao objetivo acumulatório do capital;

3.2. O direito processual trabalhista privilegia a técnica individual e condenatória

em detrimento da técnica coletiva e mandamental.

3.3. O capitalismo dispõe de um “exército industrial de reserva”9, o que permite

ao capitalista tratar o trabalho humano como mercadoria descartável, passível de

aquisição a baixíssimos salários, que servem de base de cálculo para o pagamento

9 Sobre o “Exército Industrial de Reserva”, ver MARX, Karl. O capital (Edição resumida por Julian BORCHARDT). 7ª ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1982, p.p. 152 e segs.

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dos ínfimos adicionais criados para “proteger” o trabalhador. A proteção trabalhista,

portanto, está com seu sentido ético desvirtuado.

3.4. A forma doutrinária de visualização do processo trabalhista pode estar

produzindo efeitos danosos e duradouros na jurisprudência, já que a postulação em

juízo privilegia as técnicas individuais e condenatórias, permanecendo descrente para

com as possibilidades coletivas e mandamentais.

4. JUSTIFICATIVA

Percebe-se, passados mais de vinte anos da promulgação da vigente

Constituição, que os juslaboralistas ainda não compreenderam adequadamente o seu

verdadeiro significado.

Ocorre que a Carta Política de 1988 rompeu abertamente com qualquer

concepção que pudesse privilegiar indiscriminadamente o patrimonialismo jurídico. Dito

de modo mais explícito, podemos assentar, com efeito, que o seu fundamento

axiológico central reside na promoção da dignidade da pessoa humana (artigo 1º, III, da

CRFB).

A propriedade, neste contexto, embora continue a merecer especial deferência

(artigo 5º, XXII, da CRFB), deve dobrar-se, antes de tudo, ao cumprimento de uma

função social (artigo 5º, XXIII, da CRFB), o que passa, inelutavelmente, pela

observância das disposições que regulam as relações de trabalho, e,

consequentemente, por um padrão exploratório que seja apto à promoção do bem-estar

não só dos proprietários, mas também dos trabalhadores (artigo 186, III e IV, da CRFB).

Faz-se imprescindível, deste modo, que os juristas do mundo laboral entendam,

dentro de um novel paradigma de abalançamento de interesses jurídicos, que o

principal direito dos trabalhadores é aquele previsto no artigo 7º, XXII, da CRFB, que

preconiza a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,

higiene e segurança.

A propósito do quanto afirmado no parágrafo anterior, vale dizer que o

vanguardista professor Sebastião Geraldo de Oliveira, digno Desembargador do

Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, trata a prefalada regra sob o epíteto de

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princípio do risco mínimo regressivo10, aduzindo, com colores acentuados, que a

redução dos riscos inerentes ao trabalho deve ser vista como “o norte, a preocupação

central, o ponto de partida e de chegada de qualquer programa sério sobre prevenção

de acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais”11.

Em que pesem todas essas considerações, o fato é que os operadores do direito

do trabalho continuam conservadoramente imbuídos do propósito de tão-somente

reconhecer aos trabalhadores os tradicionais adicionais econômicos que tanto

caracterizam – às vezes até pejorativamente – esse ramo do conhecimento jurídico

especializado, descurando-se, por completo, da responsabilidade que possuem em

concretizar a promessa constitucional de redução dos riscos inerentes ao trabalho.

Tal cenário justifica, com sobras, a relevância da pesquisa que ora delineamos

no presente projeto de dissertação, já que por via dela buscaremos sensibilizar os

principais atores do mundo do trabalho para a necessidade de serem privilegiadas, no

campo da preservação da saúde da classe trabalhadora, as tutelas preventivas em

detrimento das repressivas.

Esse viés de abordagem, aliás, interessa a toda sociedade, já que o excessivo

número de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais com o qual convivemos,

acaba por onerá-la como um todo, na medida em que os trabalhadores que esvaem

sua saúde em ambiências laborais desequilibradas, acabam por depender

exclusivamente da Previdência Social para o seu sustento pessoal e familiar.

Sobreleva destacar, demais disso tudo, que o tema sobre o qual dissertaremos é

pouquíssimo explorado na academia, sendo certo, pois, que muito contribuirá para que

o Programa de Pós-graduação em Direito Agroambiental da Universidade Federal de

Mato Grosso se destaque na abertura de novas e inexploradas trincheiras no universo

jurídico-acadêmico nacional e internacional.

5. REFERENCIAL TEÓRICO

10 OLIVEIRA, Sebastião Geraldo de. Proteção jurídica à saúde do trabalhador. 5ª ed. São Paulo: LTr, 2010, p. 124.11 OLIVEIRA, Sebastião Geraldo de. Ibid., p. 123.

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Esta pesquisa estará fundamentada cientificamente nos estudos de diferentes

categorias de análise. Seu principal sustentáculo, naturalmente, será a compreensão

rigorosa de pesquisadores que pensam de forma original e criativa os direitos laboral e

processual.

Como restará claro no item destinado à bibliografia, muitos serão os

doutrinadores em cujo pensamento jurídico penetraremos. Em vários deles buscaremos

denunciar traços de ranço e conservadorismo jurídico. Em outros tantos extrairemos

elementos avançados, que serão absolutamente úteis à contribuição que intentaremos

emprestar para a construção de um ramo jurídico que, em futuro de médio ou longo

prazo, poderá ser conhecido como Direito Ambiental do Trabalho. Dentre estes últimos

pensadores, desejamos apontar dois que certamente serão os nossos principais

referenciais teóricos. São eles os professores Sebastião Geraldo de Oliveira e Luiz

Guilherme Marinoni.

O primeiro deles, Sebastião Gerado de Oliveira, além de professor é

Desembargador Federal do Trabalho. Das suas obras, a que mais relevará para o

nosso estudo, é aquela denominada “Proteção Jurídica à Saúde do Trabalhador”,

publicada pela editora LTr.

Relativamente ao livro em questão, é de se realçar que o próprio professor

Sebastião Geraldo esclarece na apresentação à sua 5ª edição, que no momento do

seu lançamento, ocorrido em 1996, a obra foi considerada inovadora no Brasil sobre o

tema da proteção jurídica da saúde do trabalhador, já que até então a literatura

juslaboral estava centrada – como ainda hoje maciçamente o está – na lógica estreita

da mera concessão de adicionais econômicos em prol destes atores sociais. Diz,

textualmente, o referido autor:

Na época, a obra foi considerada pioneira sobre o assunto no Brasil, introduzindo uma forma diferente de abordar os riscos e as agressões à saúde existentes nos locais de trabalho. Até então, a literatura jurídico-trabalhista estava centrada na idéia de compensar as condições de trabalho adversas com adicionais remuneratórios. Fizemos uma proposta diferente, com o objetivo de despertar os operadores jurídicos para o valor principal e que verdadeiramente importa: o direito do empregado ao meio ambiente do trabalho saudável. Ao demonstrar os equívocos da monetização dos riscos, em face do princípio da dignidade da pessoa humana, mudamos o foco de análise da doença para a saúde, do trabalho para o trabalhador, do risco remunerado para o risco

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eliminado ou controlado, do dano para a prevenção.12

Já o segundo deles, Luiz Guilherme Marinoni, é Professor de Direito Processual

Civil na Universidade Federal do Paraná, contando, dentre outras nobilíssimas

credencias acadêmicas, com o título de pós-doutor pela Universidade Estatal de Milão.

Toda a sua vastíssima produção bibliográfica servirá de lastro teórico para o estudo ora

proposto. É de se dizer, a propósito, que a principal tarefa da nossa pesquisa será a de

impregnar o processo do trabalho do pensamento do Professor Marinoni, a fim de que a

processualística laboral possa romper de vez com o postulado trinário das ações

cognitivas, para assim conviver naturalmente com as tutelas mandamentais e cognitivas

executivas lato sensu, que são imprescindíveis à inibição ou remoção do ilícito, e,

especificamente falando, à prevenção de danos à saúde dos obreiros.

De modo a demonstrar a extraordinária contribuição do Professor Marinoni para

uma mudança de paradigmas no pensamento processual, colacionamos, abaixo,

alguns breves excertos literários emanados da lavra do Professor Egas Dirceu Moniz de

Aragão ao prefaciar o livro Tutela Inibitória:

Insatisfeito com as idéias predominantes, que privilegiam a realização do direito pelo processo através da reparação (a tutela ressarcitória), o autor [Luiz Guilherme Marinoni] oferece ao debate e a idéia de, quanto possível, realizar o direito pelo processo através de meios que evitem o ilícito, que tenham caráter preventivo: a tutela inibitória. “Quando se pensa em tutela inibitória”, diz ele, “imagina-se uma tutela que tem por fim impedir a prática, a continuação do ilícito e não uma tutela dirigida à reparação do dano”. O importante, pois, é evitar e não apenas remediar.(...) Enfim, toda a sua preocupação parece centrada nesta observação das conclusões: “o direito material precisa ser efetivamente tutelado”, para o que a tutela inibitória contribui decisivamente. Recomendo prazerosamente a todos quantos se interessam pela realização do direito através do processo a leitura atenta desta obra, que constitui um marco nos estudos jurídicos e eleva sobremodo o conceito do Paraná e de sua Universidade.13

Como se vê, portanto, a pesquisa desfilará pelo pensamento jurídico de

inúmeros pensadores, desde os mais conservadores até os mais avançados, mas

12 OLIVEIRA, Sebastião Geraldo de. Ibid., p. 15.13 ARAGÃO, Egas Dirceu Moniz de. In MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela inibitória (individual e coletiva). 2ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000, p.p. 4 e 6.

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encontrará nas obras dos Professores Sebastião Geraldo de Oliveira e Luiz Guilherme

Marinoni os seus principais arrimos teóricos.

6 – REFERENCIAL METODOLÓGICO

De tudo o quanto antes foi dito, resta claro que a natureza desta pesquisa é

exploratória, pois que além de se debruçar em um território jurídico pouquíssimo

explorado, ela almeja, basicamente, sorver elementos que vêm sendo delineados em

outros campos do saber jurídico, como, por exemplo, os direitos ambiental e processual

civil, para então transportá-los e adequá-los à realidade dos direitos material e

processual do trabalho, de modo a potencializar as possibilidades destes últimos

quanto à concretização da promessa constitucional de redução dos riscos inerentes ao

trabalho.

A nossa maior responsabilidade será a de testar a validade das normas e

concepções que hoje orientam parte da vida dos trabalhadores e trabalhadoras, para,

assim, dirimirmos criticamente as mais variadas questões ambientais trabalhistas.

Todos os aspectos que envolvem esse desafio serão avaliados e colocados em

confronto com a realidade empírica, sabendo, de antemão, que muitos elementos desta

proposta poderão estar em fatos subliminares, ou seja, dentro de um contexto em que a

informação não poderá ser captada literalmente pelo observador.

Nosso pesquisar, em síntese, será científico, visto que considerará os

fenômenos jurídicos e políticos que produzirão um “pensar científico”. Todas as

conexões entre meio ambiente e atividade laboral serão consideradas, pois

acreditamos que este caminho revelará um resultado próximo da realidade empírica e

oferecerá subsídio para uma nova forma de pensar e agir no âmbito jurídico-laboral.

Utilizaremos o método indutivo, haja vista que partindo de dados ou observações

particulares, poderemos chegar a uma proposição geral. Certamente estaremos prontos

a produzir críticas ao sistema positivista, pois não teremos como verdade as aparências

dos fatos. Nossa aproximação com o objeto da pesquisa se dará através de uma

abordagem dialética, o que significa dizer que permanentemente confrontaremos tese e

antítese em busca novas sínteses.

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Importa destacar que o materialismo dialético é a única corrente de interpretação

dos fenômenos sociais que apresenta princípios, leis, e categorias de análise. Isto nos

obrigará a encontrar, nas contradições e fissuras do ordenamento, os fundamentos da

substituição do velho pelo novo.

Na análise dos dados obtidos na pesquisa de fontes primárias e secundárias

faremos observações históricas e de conteúdo, sendo considerados, ainda, os dados

estatísticos oficiais, a legislação e a doutrina produzidos no Brasil nos últimos anos.

7 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

7.1 - No primeiro passo serão coletados elementos acerca da legislação material

e processual trabalhista brasileira.

7.2 - Após, serão colhidas por via de pesquisa bibliográfica, as diretrizes da

doutrina material e processual trabalhista acerca do tema.

7.3 - Na seqüência, serão estudadas ações judiciais ajuizadas perante o Tribunal

Regional do Trabalho da 23ª Região nos últimos cinco anos.

7.4 - Outrossim, com base em índices estatísticos oficiais, serão catalogados

dados relativos à ocorrência de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais no

Brasil, para que seja aferida a eficiência do sistema brasileiro de inibição dos

mencionados problemas.

7.5 – A pesquisa será diretamente realizada nas fontes legislativas, doutrinárias,

jurisprudenciais e estatísticas, bem como no contato direto com os juizes e servidores

do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região.

7.6 - A análise dos dados será realizada dentro da perspectiva crítico-qualitativa.

7.7 – Em tal diapasão, faremos uma análise quantitativa do número de ações

totais ajuizadas nos últimos cinco anos no Tribunal Regional do Trabalho da 23ª

Região, com a indicação comparativa do número de demandas que versaram sobre

jurisdição individual e jurisdição coletiva. Ao depois quantificaremos, quanto a estas

últimas (ações de jurisdição coletiva), aquelas que versaram sobre direito ambiental do

trabalho.

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8 – CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

CRONOGRAMA DE ATIVIDADESAtividades 2010 2011

Trimestre Trimestre1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º

Revisão Bibliográfica

X X X X

Pesquisa Documental

X X X X

Qualificação do Projeto

X

AnáliseDados

X X

Revisão Geral Dados Coletados

X

Sistematização Definitiva Dados

X

RedaçãoTese

X X

Defesa

X

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10. OLIVEIRA, Sebastião Geraldo. Proteção jurídica à saúde do trabalhador. 5ª ed. São Paulo: LTr, 2010.

11. OLIVEIRA, Sebastião Geraldo. Proteção jurídica à saúde do trabalhador. 5ª ed. São Paulo: LTr, 2010.

12. OLIVEIRA, Sebastião Geraldo. Proteção jurídica à saúde do trabalhador. 5ª ed. São Paulo: LTr, 2010.

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