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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II · Cosméticos I. Projeto Formare II. Título III. Série CDD-371.426. ... intensidade e os modos de avaliação), o Caderno pretende

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

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Coordenação do Programa Formare Beth Callia

Coordenação Pedagógica Zita Porto Pimentel

Coordenação da Área Técnica – UTFPR Alfredo Vrubel

Elaboração GIPE Projetos Educativos Ltda.Av. Imperial, 407 / Ipanema91760-400 – Porto Alegre, [email protected]

Coordenação Geral Ana Mariza Ribeiro Filipouski eDiana Maria Marchi

Produção Gráfica Marta Castilhos

Autoria deste caderno Gilda Ângela Neves

Apoio MEC – Ministério da EducaçãoFNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da EducaçãoPROEP – Programa de Expansão da Educação Profissional

Iniciativa Realização

Fundação IOCHPEAl. Tietê, 618, casa 3, Cep 01417-020, São Paulo, SP

www.formare.org.br

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(William Okubo, CRB-8/6331, SP, Brasil)

NEVES, Gilda Ângela

Tecnologia de produção química e farmacêutica II /Gilda Ângela Neves; Projeto Formare. - São Paulo : FundaçãoIochpe, 2006.

168p. (Cadernos Formare, 46)

Inclui: Exercícios; Glossário; Bibliografia.ISBN 85-98169-46-3

1. Ensino Profissional 2. Indústria farmacêutica3. Medicamentos 4. Cosméticos I. Projeto FormareII. Título III. Série

CDD-371.426

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Formare: uma escola para a vida

Ensinar e aprender não podem dar-se fora da procura,

fora da boniteza e da alegria.

A alegria não chega apenas com o encontro do achado,

mas faz parte do processo de busca.

Paulo Freire

Hoje a educação é concebida em uma perspectiva ampla de desen-

volvimento humano e não apenas como uma das condições básicas para o

crescimento econômico.

O propósito de uma escola é muito mais o desenvolvimento de competências

pessoais para o planejamento e realização de um projeto de vida do que ape-

nas o ensino de conteúdos disciplinares.

Os conteúdos devem ser considerados na perspectiva de meios e instrumentos

para conquistas individuais e coletivas nas áreas profissional, social e cultural.

A formação de jovens não pode ser pensada apenas como uma atividade inte-

lectual. É um processo global e complexo, onde conhecer, refletir, agir e intervir

na realidade encontram-se associados.

Ensina-se pelos desafios lançados, pelas experiências proporcionadas, pelos pro-

blemas sugeridos, pela ação desencadeada, pela aposta na capacidade de

aprendizagem de cada um, sem deixar de lado os interesses dos jovens, suas

concepções, sua cultura e seu desejo de aprender.

Aprende-se a partir de uma busca individual, mas também pela participação em

ações coletivas, vivenciando sentimentos, manifestando opiniões diante dos

fatos, escolhendo procedimentos, definindo metas.

O que se propõe, então, não é apenas um arranjo de conteúdos em um elenco de

disciplinas, mas a construção de uma prática pedagógica centrada na formação.

Nesta mudança de perspectiva, os conteúdos deixam de ser um fim em si mes-

mos e passam a ser instrumentos de formação.

Essas considerações dão à atividade de aprender um sentido novo, onde as

necessidades de aprendizagem despertam o interesse de resolver questões

desafiadoras. Por isso uma prática pedagógica deve gerar situações de aprendi-

zagem ao mesmo tempo reais, diversificadas e provocativas. Deve possibilitar,

portanto, que os jovens, ao dar opiniões, participar de debates e tomar deci-

sões, construam sua individualidade e se assumam como sujeitos que absorvem

e produzem cultura.

Segundo Jarbas Barato, a história tem mostrado que a atividade humana produz

um saber "das coisas do mundo", que garantiu a sobrevivência do ser humano

sobre a face da Terra e, portanto, deve ser reconhecido e valorizado como a

"sabedoria do fazer".

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O conhecimento proveniente de uma atividade como o trabalho, por exemplo,

nem sempre pode ser traduzido em palavras. Em geral, peritos têm dificuldade

em descrever com clareza e precisão sua técnica. É preciso vê-los trabalhar para

"aprender com eles".

O pensar e o fazer são dois lados de uma mesma moeda, dois pólos de uma

mesma esfera. Possuem características próprias, sem pré-requisitos ou escala de

valores que os coloquem em patamares diferentes.

Teoria e prática são modos de classificar os saberes insuficientes para explicar

a natureza de todo o conhecimento humano. O saber proveniente do fazer possui

uma construção diferente de outras formas que se valem de conceitos, princí-

pios e teorias, nem sempre está atrelado a um arcabouço teórico.

Quando se reconhece a técnica como conhecimento, considera-se também a

atividade produtiva como geradora de um saber específico e valoriza-se a expe-

riência do trabalhador como base para a construção do conhecimento naquela

área. Técnicas são conhecimentos processuais, uma dimensão de saber cuja na-

tureza se define como seqüência de operações orientadas para uma finalidade.

O saber é inerente ao fazer, não uma decorrência dele.

Tradicionalmente, os cursos de educação profissional eram rigidamente organi-

zados em momentos prévios de "teoria" seguidos de momentos de "prática".

O padrão rígido “explicação (teoria) antes da execução (prática)” era mantido

como algo natural e inquestionável. Profissões que exigem muito uso das mãos

eram vistas como atividades mecânicas, desprovidas de análise e planejamento.

Autores estão mostrando que o aprender fazendo gera trabalhadores compe-

tentes e a troca de experiências integra comunidades de prática nas quais o

saber "distribuído por todos" eleva o padrão da execução. Por isso, o esforço

para o registro, organização e criação de uma rede de apoio, uma teia comu-

nicativa de "relato de práticas" é fundamental.

Dessa forma, o uso do paradigma da aprendizagem corporativa faz sentido e

é muito mais produtivo. A idéia da formação profissional no interior do espaço

de trabalho é, portanto, uma proposição muito mais adequada, inovadora e

ousada do que a seqüência que propõe primeiro a teoria na sala de aula,

depois a prática.

Atualmente, as empresas têm investido na educação continuada de seus funcio-

nários, na expectativa de que este esforço contribua para melhorar os negócios.

A formação de quadros passou a ser, nesses últimos anos, atividade central nas or-

ganizações que buscam o conhecimento para impulsionar seu desenvolvimento.

No entanto, raramente se percebe que um dos conhecimentos mais importantes

é aquele que está sendo construído pelos seus funcionários no exercício coti-

diano de suas funções, é aquele que está concentrado na própria empresa.

A empresa contrata especialistas, adquire tecnologias, desenvolve práticas de

gestão, inaugura centros de informação, organiza banco de dados, incentiva

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inovações. Vai acumulando, aos poucos, conhecimento e experiências que, se

forem apoiadas com recursos pedagógicos, darão à empresa a condição de exce-

lência como "espaço de ensino e aprendizagem".

Criando condições para identificar, registrar, organizar e difundir esse conheci-

mento, a organização poderá contribuir para o aprimoramento da formação

profissional.

Convenciona-se que a escola é o lugar onde se ensina e a empresa é onde se

produz bens, produtos e serviços. Deste ponto de vista, o conhecimento seria

construído na escola, e caberia à empresa o aprimoramento de competências

destinadas à produção. Esta é uma visão acanhada e restritiva de formação

profissional que não reconhece e não explora o potencial educativo de uma

organização.

Neste cenário, a Fundação IOCHPE, em parceria com a UTFPR – Universidade

Tecnológica Federal do Paraná, desenvolve a proposta pedagógica Formare,

que apresenta uma estrutura curricular composta de conteúdos integrados: um

conjunto de disciplinas de formação geral (Higiene, Saúde e Segurança; Comu-

nicação e Relacionamento; Fundamentação Numérica; Organização Industrial

e Comercial; Informática e Atividades de Integração) e um conjunto de disci-

plinas de formação específica.

O curso Formare pretende ser uma escola que oferece ao jovem uma prepa-

ração para a vida, propõe-se a desenvolver não só competências técnicas, mas

também habilidades que lhes possibilitem estabelecer relações harmoniosas e

produtivas com todas as pessoas, que os tornem capazes de construir seus so-

nhos e metas, além de buscar as condições para realizá-los no âmbito profissio-

nal, social e familiar.

A proposta curricular tem a intenção de fortalecer, além das competências téc-

nicas, outras habilidades:

1) Comunicabilidade – capacidade de expressão (oral e escrita) de

conceitos, idéias e emoções de forma clara, coerente e adequada ao

contexto;

2) Trabalho em equipe – capacidade de levar o seu grupo a atingir

os objetivos propostos;

3) Solução de problemas – capacidade de analisar situações, rela-

cionar informações e resolver problemas;

4) Visão de futuro – capacidade de planejar, prever possibilidades e

alternativas;

5) Cidadania – capacidade de defender direitos de interesse coletivo.

Cada competência é composta por um conjunto de habilidades que serão

desenvolvidas durante o ano letivo, por meio de todas as disciplinas do curso.

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Para finalizar, ao integrar o ser, o pensar e o fazer, os cursos Formare ajudam os

jovens a desenvolver competências para um bom desempenho profissional e,

acima de tudo, a dar sentido à sua própria vida. Dessa forma, esperam contribuir

para que eles tenham melhores condições para assumir uma postura ética, cola-

borativa e empreendedora em ambientes instáveis como os de hoje, sujeitos a

constantes transformações.

Equipe FORMARE

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Sobre o caderno

Você, educador voluntário, sabe que boa parte da performance dos jovens no

mundo do trabalho dependerá das aprendizagens adquiridas no espaço de

formação do Curso em desenvolvimento em sua empresa no âmbito do Projeto

Formare.

Por isso, os conhecimentos a serem construídos foram organizados em etapas,

investindo na transformação dos jovens estudantes em futuros trabalhadores

qualificados para o desempenho profissional.

Antes de esse material estar em suas mãos, houve a definição de uma proposta

pedagógica, que traçou um perfil de trabalhador a formar, depois o delinea-

mento de um plano de curso, que construiu uma grade curricular, destacou

conteúdos e competências que precisam ser desenvolvidos para viabilizar o

alcance dos objetivos estabelecidos e então foram desenhados planos de ensi-

no, com vistas a assegurar a eficácia da formação desejada.

À medida que começar a trabalhar com o Caderno, perceberá que todos os

encontros contêm a pressuposição de que você domina o conteúdo e que está

recebendo sugestões quanto ao modo de fazer para tornar suas aulas atraen-

tes e produtoras de aprendizagens significativas. O Caderno pretende valorizar

seu trabalho voluntário, mas não ignora que o conhecimento será construído

a partir das condições do grupo de jovens e de sua disposição para ensinar.

Embora cada aula apresente um roteiro e simplifique a sua tarefa, é impossível

prescindir de algum planejamento prévio. É importante que as sugestões não

sejam vistas como uma camisa de força, mas como possibilidade, entre inú-

meras outras que você e os jovens do curso poderão descobrir, de favorecer a

prática pedagógica.

O Caderno tem a finalidade de oferecer uma direção em sua caminhada de

orientador da construção dos conhecimentos dos jovens, prevendo objetivos,

conteúdos e procedimentos das aulas que compõem cada capítulo de estudo.

Ele trata também de assuntos aparentemente miúdos, como a apresentação

das tarefas, a duração de cada atividade, os materiais que você deverá ter à

mão ao adotar a atividade sugerida, as imagens e os textos de apoio que

poderá utilizar.

No seu conjunto, propõe um jeito de fazer, mas também poderá apresentar

outras possibilidades e caminhos para dar conta das mesmas questões, com

vistas a encorajá-lo a buscar alternativas melhor adequadas à natureza da

turma.

Como foi pensado a partir do planejamento dos cursos (os objetivos gerais de

formação profissional, as competências a serem desenvolvidas) e dos planos de

ensino disciplinares (a definição do que vai ser ensinado, em que seqüência e

intensidade e os modos de avaliação), o Caderno pretende auxiliá-lo a realizar

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um plano de aula coerente com a concepção do Curso, preocupado em investir

na formação de futuros trabalhadores habilitados ao exercício profissional.

O Caderno considera a divisão em capítulos apresentada no Plano de Ensino e

o tempo de duração da disciplina, bem como a etapa do Curso em que ela está

inserida. Com esta idéia do todo, sugere uma possibilidade de divisão do tem-

po, considerando uma aula de 50 minutos.

Também há avaliações previstas, reunindo capítulos em blocos de conhecimen-

tos e oferecendo oportunidade de síntese do aprendido. É preciso não esque-

cer, no entanto, que a aprendizagem é avaliada durante o processo, através

da observação e do diálogo em sala de aula. A avaliação formal, prevista nos ca-

dernos, permite a descrição quantitativa do desempenho dos jovens e também

do educador na medida em que o "erro", muitas vezes, é indício de falhas ante-

riores que não podem ser ignoradas no processo de ensinar e aprender.

Recomendamos que, ao final de cada aula ministrada, você faça um breve regis-

tro reflexivo, anotando o que funcionou e o que precisou ser reformulado, se

todos os conteúdos foram desenvolvidos satisfatoriamente ou se foi necessário

retomar algum, bem como outras sugestões que possam levar à melhoria da

prática de formação profissional e assegurar o desenvolvimento do trabalho

com aprendizagens significativas para os jovens. Esta também poderá ser uma

oportunidade de você rever sua prática como educador voluntário e, simulta-

neamente, colaborar para a permanente qualificação dos Cadernos. É um desafio-

convite que lhe dirigimos, ao mesmo tempo em que o convidamos a ser co-autor

da prática que aí vai sugerida.

Características do caderno

Cada capítulo ou unidade possui algumas partes fundamentais, assim distri-

buídas:

Página de apresentação do capítulo: apresenta uma síntese do assunto

e os objetivos a atingir, destacando o que os jovens devem saber e o que se

espera que saibam fazer depois das aulas. Em síntese, focaliza a relevância do

assunto dentro da área de conhecimento tratada e apresenta a relação dos

saberes, das competências e habilidades que os jovens desenvolverão com o

estudo da unidade.

A seguir, as aulas são apresentadas através de um breve resumo dos conheci-

mentos a serem desenvolvidos em cada aula. Sua intenção é indicar aos educa-

dores o âmbito de aprofundamento da questão, sinalizando conhecimentos

prévios e a contextualização necessária para o tratamento das questões da aula.

No interior de cada aula aparece a seqüência de atividades, marcadas pela

utilização dos ícones que seguem:

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Indica, passo a passo, as atividades propostas para o educador. Apresenta as

informações básicas, sugerindo uma forma de desenvolvê-las. Esta seção apre-

senta conceitos relativos ao tema tratado, imagens que têm a finalidade de se

constituírem em suporte para as explicações do educador (por esse motivo

todas elas aparecem em anexo num cd, para facilitar a impressão em lâmina ou

a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações dos conteú-

dos, textos de apoio que podem ser multiplicados e entregues aos jovens,

sugestões de desenvolvimento do conteúdo e atividades práticas, criadas para

o estabelecimento de relações entre os saberes. No passo a passo, aparecem

oportunidades de análise de dados, observação e descrição de objetos, classifi-

cação, formulação de hipóteses, registro de experiências, produção de relató-

rios e outras práticas que compõem a atitude científica frente ao conhecimento.

Indica a duração prevista para a realização do estudo e das tarefas de cada passo.

É importante que fique claro que esta é uma sugestão ideal, que abstrai quem é

o sujeito ministante da aula e quem são os sujeitos que aprendem, a rigor os que

mais interessam nesse processo.

Quando foi definida, só levou em consideração o que era possível no momen-

to: o conteúdo a ser desenvolvido, tendo em vista o número de aulas e o plano

de ensino da disciplina. No entanto você, juntamente com os jovens que com-

põem a sua turma, têm liberdade para alterar o que foi sugerido, adaptar as

sugestões para o seu contexto, com as necessidades, interesses, conhecimentos

prévios e talentos especiais do seu grupo.

O glossário contém informações e esclarecimentos de conceitos e termos

técnicos. Tem a finalidade de simplificar o trabalho de busca do educador e, ao

mesmo tempo, incentivá-lo a orientar os jovens para a utilização de vocabulá-

rio apropriado referente aos diferentes aspectos da matéria estudada. Apare-

ce ao lado na página em que é utilizado e é retomado ao final do Caderno, em

ordem alfabética.

Remete para exercícios que objetivam a fixação dos conteúdos desenvolvidos.

Não estão computados no tempo das aulas, e poderão servir como atividade de

reforço extraclasse, como revisão de conteúdos ou mesmo como objeto de

avaliação de conhecimentos.

Notas que apresentam informações suplementares relativas ao assunto que está

sendo apresentado.

Idéias que objetivam motivar e sensibilizar o educador para outras possibilidades

de explorar os conteúdos da unidade. Têm a preocupação de sinalizar que, de

acordo com o grupo de jovens, outros modos de fazer podem ser alternativas

consideradas para o desenvolvimento de um conteúdo.

Traz as idéias-síntese da unidade, que auxiliam na compreensão dos conceitos

tratados, bem como informações novas relacionadas ao que se está estudando.

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Em síntese, você educador voluntário precisa considerar que há algumas com-

petências que precisam ser construídas durante o processo de ensino-aprendi-

zagem, tais como:

� conhecimento de conceitos e sua utilização;

� análise e interpretação de textos, gráficos, figuras e diagramas;

� transferência e aplicação de conhecimentos;

� articulação estrutura-função;

� interpretação de uma atividade experimental.

Em vista disso, o conteúdo dos Cadernos pretende favorecer:

� conhecimento de propriedades e de relações entre conceitos;

� aplicação do conhecimento dos conceitos e das relações entre eles;

� produção e demonstração de raciocínios demonstrativos;

� análise de gráficos;

� resolução de problemas;

� identificação de dados e de evidências relativas a uma atividade experimental;

� conhecimento de propriedades e relações entre conceitos em uma situação

nova.

Como você já deve ter concluído, o Caderno é uma espécie de obra aberta, pois

está sempre em condições de absorver sugestões, outros modos de fazer, arti-

culando os educadores voluntários do Projeto Formare em uma rede que

consolida a tecnologia educativa que o Projeto constitui. Desejamos que você

possa utilizá-lo da melhor forma possível e que tenha a oportunidade de refletir

criticamente sobre eles, registrando sua colaboração e interagindo com os jovens

de seu grupo a fim de investirmos todos em uma educação mais efetiva e na

formação de profissionais mais competentes e atualizados para os desafios do

mundo contemporâneo.

GIPE – Gestão e Inovação em Projetos Educativos

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Introdução

Este caderno busca trabalhar os principais conceitos de Boas Práticas de Fabri-

cação de Controle na área de Medicamentos, Produtos de Higiene Pessoal, Cos-

méticos e Perfumes. Para tanto, são exploradas diversas ferramentas e dinâmicas

de trabalho, a fim de viabilizar uma aprendizagem significativa, por parte dos

jovens, dos conteúdos trabalhados.

O capítulo 1 trata dos aspectos fundamentais da indústria de medicamentos e

de seu principal produto: os medicamentos. Traz conceitos básicos indispensá-

veis a qualquer pessoa que tenha interesse pelo setor ou que já trabalhe nele.

De forma crescente em complexidade, aborda temas introduzindo o conceito

e as principais diretrizes das Boas Práticas para Fabricação de Medicamentos,

regulamentadas pela Resolução RDC n. 210/03, da Agência Nacional de Vigi-

lância Sanitária.

O capítulo 2 aborda separadamente a produção e o controle de qualidade, de

forma a explorar com mais detalhes a aplicação das Boas Práticas nestes seto-

res da empresa. São introduzidos conceitos sobre fabricação de produtos

estéreis, validação de processos e aspectos gerais dos principais equipamentos

utilizados pela indústria farmacêutica. Este capítulo culmina com uma ativida-

de prática, onde é enfatizada a realização de contraposições e justaposições

entre os aspectos estudados em sala de aula e os vivenciados na prática, duran-

te as diversas visitas à empresa, recomendadas ao longo do curso.

Por fim, o capítulo 3 traz os conceitos básicos de cosmetologia e propõe dinâ-

micas para fixar os aspectos referentes às Boas Práticas de Fabricação, também

neste setor industrial. Neste capítulo, os jovens são amplamente incentivados

a trabalhar em equipe.

Além da análise e síntese de conceitos, as metodologias propostas nestes três

capítulos buscam o desenvolvimento do espírito crítico dos jovens, da capacida-

de do trabalho em grupos, da construção de conhecimentos através da intera-

ção não só com o educador, mas com seus colegas e outros profissionais atuantes

na área, da capacidade de comunicação oral e escrita, da desinibição, da proble-

matização e da busca de soluções.

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Sumário

1 Indústria Farmacêutica:Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos

Primeira AulaIndústria farmacêutica: definições gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19Estágio de atuação da industria farmacêutica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

Segunda AulaCaracterísticas dos medicamentos: formas farmacêuticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

Terceira AulaClassificação dos medicamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

Quarta AulaAgência Nacional de Vigilância Sanitária e legislação sanitária básica . . . . . . . . . 29

Quinta AulaBoas práticas para a fabricação de medicamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

Sexta AulaOrganização/composição da indústria farmacêutica (BPF): áreas . . . . . . . . . . . . . 34

Sétima AulaOrganização/composição da indústria farmacêutica (BPF): materiais e equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

Oitava AulaOrganização/composição da indústria farmacêutica (BPF): documentação . . . . . 42

Nona AulaProcessos organizacionais na indústria farmacêutica: entrada de insumos na empresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

Décima AulaProcessos organizacionais na indústria farmacêutica: processamento . . . . . . . . . 49

Décima Primeira AulaProcessos organizacionais na indústria farmacêutica: venda, distribuição e reação do consumidor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

Décima Segunda AulaInspeção de uma área de armazenamento na indústria farmacêutica: roteiro de inspeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

Décima Terceira AulaInspeção de uma área de armazenamento na indústria farmacêutica: finalização do roteiro de inspeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

Décima Quarta AulaVisita ao almoxarifado de matérias-primas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

Décima Quinta AulaDiscussão das observações e redação do relatório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

Décima Sexta AulaTérmino da redação e entrega do relatório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

Décima Sétima AulaAvaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

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2 Produção Farmacêutica:Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos

Primeira AulaAspectos gerais da produção farmacêutica, conforme as Boas Práticas de Fabricação (BPF) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

Segunda AulaPrevenção da contaminação cruzada e microbiana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64Higienização e sanitização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

Terceira AulaOperações de produção e embalagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70Reconciliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

Quarta AulaInspeção do setor produtivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

Quinta AulaRelatório de inspeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

Sexta AulaAspectos gerais do controle de qualidade conforme as Boas Práticas de Fabricação (BPF) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

Sétima AulaEntrevista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80

Oitava AulaControle de matérias-primas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81Análise de monografias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

Nona AulaControle de materiais de acondicionamento e embalagem . . . . . . . . . . . . . . . . . 86Controle de materiais impressos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87Controle de produtos intermediários, a granel e terminados . . . . . . . . . . . . . . . . 87

Décima AulaEstudos de estabilidade de medicamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88

Décima Primeira AulaInspeção do laboratório de controle de qualidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93

Décima Segunda AulaRelatório de inspeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93

Décima Terceira AulaAspectos suplementares conforme Boas Práticas de Fabricação . . . . . . . . . . . . . . 94

Produtos Estéreis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95Áreas limpas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98Pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100

Décima Quarta AulaMétodos de esterilização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101Produção de produtos estéreis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104

Décima Quinta AulaGarantia da esterilidade dos produtos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107Controle de qualidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109

Décima Sexta AulaValidação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111

Décima Sétima AulaQualificação de equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114

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Décima Oitava AulaValidação de métodos analíticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116

Décima Nona AulaValidação de limpeza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119Validação de processos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120Revalidação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121

Vigésima AulaEquipamentos de fabricação, apoio e embalagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122

Vigésima Primeira AulaFicha técnica de equipamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123

Vigésima Segunda AulaElaboração de projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124

Vigésima Terceira e Vigésima Quarta AulasOrganização de material para apresentação oral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125

Vigésima Quinta e Vigésima Sexta AulasApresentação dos projetos elaborados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125

3 Cosmetologia: BPF – Higiene Pessoal, Cosméticos e PerfumesPrimeira Aula

Cosmetologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129Conceito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129Classes de produtos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129Aspectos mercadológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131

Segunda AulaPrincípios ativos em formulações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134Análise de rótulos de produtos de higiene pessoal, cosméticos e/ou perfumes existentes no mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136

Terceira AulaAvaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137

Quarta AulaEstabilidade dos produtos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137

Quinta AulaPele e seus anexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140

Sexta AulaAtividade de pesquisa e confecção de material visual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145

Sétima AulaApresentação dos grupos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145

Oitava AulaAspectos para inspeção da fabricação e controle de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumaria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147

Nona e Décima AulasProjeto: roteiro de fabricação de um produto de higiene pessoal, cosmético ou perfume . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150

Décima Primeira e Décima Segunda AulasApresentação dos projetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150

Gabarito dos exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157Anexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159

Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 1155

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1 Indústria Farmacéutica:Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos

A indústria farmacêutica surgiu com o crescimento das farmácias magistrais (de mani-

pulação). A transformação da preparação de medicamentos de forma artesanal para

uma produção em grande escala ocorreu basicamente a partir do desenvolvimento da

síntese orgânica e da introdução de processos tecnológicos de fermentação e conso-

lidou-se no período entre guerras. Os avanços científicos e tecnológicos desta época

resultaram na grande ampliação do arsenal terapêutico disponível. O desenvolvimento

de novos fármacos somente diminuiu no início da década de 60, após o incidente com

a talidomida, que demonstrou a necessidade de um maior rigor nas políticas referentes a

registros, ensaios clínicos e controle de qualidade de produtos farmacêuticos (CALLEGAR,

2000; PEREIRA et al., 2002).

Deste momento em diante começaram a surgir e a se consolidar as idéias e a filosofia

que originaram as Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos (BPF), regulamentadas

no Brasil pela Resolução RDC nº. 210, de 04 de agosto de 2003 da Agência Nacional de

Vigilância Sanitária – ANVISA (BRASIL, 2003f). Atualmente, este conjunto de diretrizes

é de cumprimento obrigatório a todos os estabelecimentos fabricantes de medica-

mentos e serve como base para a concessão de autorizações de funcionamento e de

registros de produtos pelas autoridades sanitárias nacionais.

Neste capítulo serão apresentadas características da indústria farmacêutica e dos pro-

dutos por ela desenvolvidos – os medicamentos, bem como aspectos gerais relativos à

sua composição e organização, norteadas pela Boas Práticas de Fabricação de Medica-

mentos, conforme a legislação vigente.

Como atividade principal, os jovens poderão confrontar o que for estudado com a

observação durante visita à área de armazenamento de matérias-primas e material de

acondicionamento de embalagem (MAE) de uma indústria farmacêutica.

Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 1177

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1188 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Objetivos

� Classificar o principal produto da indústria farmacêutica – o medicamento – de

acordo com diversos critérios;

� Conhecer o papel da Agência Nacional de Vigilância Sanitária;

� Saber como buscar informações sobre a legislação sanitária, que estabelece normas

a serem cumpridas pela indústria farmacêutica;

� Conhecer o conceito e a principal finalidade das Boas Práticas de Fabricação de

Medicamentos, estabelecidas pela Resolução RDC nº. 210/03;

� Identificar as diferentes áreas, materiais e equipamento de uma indústria farma-

cêutica;

� Compreender os processos organizacionais da indústria farmacêutica, desde o rece-

bimento de matérias-primas até a expedição do produto terminado, de acordo com

as BPF;

� Conhecer a documentação interna necessária à fabricação de medicamentos e a

sua importância quanto ao cumprimento das BPF;

� Valorizar o trabalho cooperativo como condição da qualidade do produto final na

indústria farmacêutica.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 1199

Nesta aula serão abordados conceitos e classifi-

cações relacionadas ao produto final de uma in-

dústria farmacêutica: o medicamento.

Primeira Aula

Passo 1 / Aula expositiva

15min

Indústria farmacêutica

A área de atuação da indústria farmacêutica é a produçãode medicamentos industrializados, também denomi-nados especialidades farmacêuticas. Para uma melhorcompreensão desta atividade, é preciso compreenderalguns conceitos.

Definições gerais1

Há muita confusão quanto aos termos medicamento,fármaco, droga e remédio. Quem pretende exercer algu-ma função no setor farmacêutico precisa conhecer bema diferença entre estes termos.

Medicamentos são produtos tecnicamente elabora-dos, com a finalidade de diagnosticar, prevenir, curardoenças, aliviar seus sintomas e modificar determinadosestados fisiológicos. Devem ter eficácia, segurança e qua-lidade comprovadas.

Remédios são todos os recursos ou expedientes utili-zados para curar ou aliviar a dor, o desconforto ou a en-fermidade. Nesta classificação estão incluídos os medi-camentos e outros tipos de intervenções, como acupun-tura, fisioterapia ou até mesmo uma boa noite de sono.

Fármaco é uma substância química de constituição de-finida que pode ter aplicação como preventivo, curativoou como agente de diagnóstico. É o constituinte ou oprincípio ativo de um medicamento.

Droga é um termo utilizado apenas para preparaçõesde origem vegetal ou para drogas de abuso. Não deveser utilizado como sinônimo de fármaco.

Especialidades farmacêuticas Medicamentos de composição unifor-me registrados no Ministério da Saúde.Somente podem ser produzidas por in-dústrias farmacêuticas.

1 Texto elaborado com base na obra de PETROVICK, 2004.

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2200 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Nomes de fármacos e medicamentos2

O profissional de uma indústria farmacêutica precisaestar habituado à nomenclatura utilizada para identifi-cação de fármacos e/ou medicamentos.

a) Nome de marca ou nome fantasia: é o nome regis-trado e protegido que identifica um medicamentocomo um produto de determinada indústria farma-cêutica. Ex.: Aspirina®. Nem todos os medicamen-tos apresentam um nome de marca. Medicamentosgenéricos são denominados apenas pelo nome dasubstância ativa.

b) Nome químico: nome da substância ativa (fárma-co) de acordo com regras de nomenclatura química.

c) Nome genérico: nomenclaturas curtas, mais simplesque os nomes químicos, utilizadas para identificaras substâncias ativas de um medicamento (fár-macos). No Brasil, são adotadas as DenominaçõesComuns Brasileiras (DCB). Ex.: ácido acetilsalicílico.

Passo 2 / Discussão

15min

Para discussão: Forneça à turma uma lista comdiversos remédios, fármacos e medicamentos, de formaimpressa ou escrevendo-a no quadro. Peça aos jovensque tentem classificá-la de acordo com as definiçõesapresentadas. Estimule a turma a fornecer outros exem-plos, a fim de aproximar estes conceitos à realidade dosjovens e como forma de esclarecer qualquer dúvida quepossa surgir. Todos os exemplos devem ser classificadosde acordo com a nomenclatura utilizada.

Sugestão de lista: Aspirina, ácido acetilsalicílico,Benzetacil, bolsa de água quente, Cataflam, diclofena-co potássico, fisioterapia, massagem, penicilina G (a listapode ser complementada com exemplos das empresasfarmacêuticas próximas ao local de realização do curso).

2 Texto elaborado com base na obra de SCHENKEL, 2004.

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Estágios de atuação da indústria farmacêutica

As atividades desenvolvidas dentro do setor industrialde produção de medicamentos podem ser classificadasem quatro diferentes estágios (PEREIRA et al., 2002):

1º Estágio – pesquisa e desenvolvimento de novos fár-macos;

2º Estágio – desenvolvimento de processos de produ-ção de fármacos em escala industrial;

3º Estágio – produção de medicamentos industria-lizados, isto é, transformação de matérias-primas em especialidades farmacêuticas;

4º Estágio – marketing e comercialização de medica-mentos industrializados.

Exercício: Após explicar cada estágio, sugira que,individualmente ou em duplas, os jovens respondam àsquestões abaixo. Só interfira se solicitado. Após, recolhae redistribua as respostas entre os jovens, para que elesmesmos discutam e corrijam o que seus colegas respon-deram. Caso seja necessário, complemente a lista abai-xo. Não deixe de problematizar as respostas, a fim de queos jovens possam reforçar as aprendizagens construídas.

Classifique as atividades abaixo relacionadas em umdos estágios da produção de medicamentos no setorindustrial:

� Síntese orgânica de grandes quantidades de um fár-maco;

� Obtenção de um comprimido;� Descoberta de um novo antiinflamatório;� Propaganda de um novo medicamento junto ao cor-

po médico;� Venda de medicamentos a uma distribuidora;� Mistura de dois componentes ativos;� Escolha do melhor reator para a síntese de um fármaco;� Estudos de relação entre a estrutura química e a

atividade farmacológica;� Análise de rendimentos de reações químicas;� Envase de um xarope;� Mistura de pós em misturadores industriais;� Ensaios de toxicidade de fármacos.

Passo 3 / Aula expositiva e exercício

20min

Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 2211

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Inicie relembrando rapidamente os quatro estágios daprodução industrial de medicamentos abordados naaula anterior e complemente com as seguintes infor-mações:

A atuação nos dois primeiros estágios é realizada porgrandes laboratórios multinacionais com capacidadetecnológica e financeira. A maioria das empresas nacio-nais atua no estágio de produção (transformação dematérias-primas em medicamentos), e, em menor grau,nos estágios de mercadologia e comercialização deprodutos finais (CALLEGAR, 2000; PEREIRA et al., 2002).

Na seqüência, proponha a seguinte questão para dis-cussão:

A principal atividade desenvolvida pela indústria

farmacêutica em nosso país é a de transformação

de matérias-primas em medicamentos. Quais são,

então, as matérias-primas necessárias à obtenção

de um medicamento?

Resposta esperada: A primeira resposta esperada é ofármaco, pois este já fez parte de uma discussão ante-rior. Porém, trate com a turma a respeito dos princípiosativos, mas também dos adjuvantes e materiais de acon-dicionamento e embalagem (MAE). Podem ser lançadasoutras perguntas, como:

Quando eu compro um medicamento numa farmácia,

é só o fármaco que vem? Não existem outras coisas?

Todos os medicamentos são iguais,

só muda o fármaco? Por que existe mais de um

medicamento com o mesmo fármaco?

Em decorrência das perguntas complementares, espera-se que os jovens percebam que, além do componenteresponsável pelo efeito (um ou mais fármacos), outrassubstâncias são necessárias para viabilizar a fabricação,

Passo 1 / Discussão

20min

O objetivo desta segunda aula é compreender e

analisar aspectos básicos relativos a medicamen-

tos e sua produção industrial.

Segunda Aula

AdjuvantesSubstâncias auxiliares, sem ação farma-cológica própria, que visam permitir aobtenção da forma farmacêutica e suaconservação (BASSANI, 2004).AcondicionamentoRecipiente ou envoltório apropriado,aplicado diretamente ao produto parasua proteção e preservação. Também édenominado embalagem primária (PE-TROVICK, 2005).EmbalagemComo substantivo, define o recipienteonde devem estar contidos os materiaisacondicionados. Formam as embalagenssecundárias (PETROVICK, 2005).

2222 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 2233

facilitar a administração ou manter a estabilidade domedicamento. Para a correta conservação do produto,é necessário que ele esteja devidamente acondicionadoem embalagens que garantam a integridade do medi-camento durante todo o prazo de validade. Nesta eta-pa entram em cenas os materiais de acondicionamentoe embalagem (MAE), também utilizados como matérias-primas na indústria farmacêutica.

Para que todos os jovens sejam estimulados a partici-par, registre as perguntas no quadro e vá anotandotambém as respostas dos jovens, ao redor da perguntainicial. Ao final, oriente-os a agrupar as idéias em trêsprincipais grupos: fármacos ou princípios ativos, adju-vantes e MAE’s.

Passo 2 / Aula expositiva

5min

Via de administraçãoForma como o medicamento é adminis-trado. Define quais as primeiras estrutu-ras do organismo com as quais o fárma-co irá ter contato. De acordo com a viautilizada, um fármaco pode ter açãolocal ou sistêmica.

Características dos medicamentos

Formas farmacêuticas

O conjunto “fármacos + adjuvantes” dá origem às for-mas farmacêuticas. A incorporação de substâncias ati-vas em formas farmacêuticas possui diversas funções,como facilitar a administração do fármaco, garantir aexatidão da dose, proteger o fármaco contra degra-dação até que este alcance o seu local de ação, entreoutros.

A escolha dos adjuvantes na fabricação de um medica-mento depende da forma farmacêutica a ser produzi-da, que está diretamente relacionada à via de adminis-tração pretendida para o medicamento.

A via de administração mais freqüentemente utilizadaé a via oral. Outras vias, como a intravenosa, intra-muscular, retal, sublingual, nasal ou oftálmica, podemser mais indicadas. Para cada uma dessas vias, existeuma ou mais formas farmacêuticas adequadas.

As formas farmacêuticas podem ser classificadas em trêsgrandes grupos: sólidas, semi-sólidas e líquidas.

As formas farmacêuticas sólidas incluem basicamenteos comprimidos, cápsulas, granulados e pós.

As formas líquidas compreendem suspensões, soluçõese xaropes.

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2244 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Pomadas, cremes, géis, loções, supositórios e óvulos sãoclassificados como formas farmacêuticas semi-sólidas.

No setor industrial, cada forma farmacêutica, devido àspeculiaridades e características específicas, possui umalinha de produção própria, que se subdivide em medi-camentos de uso externo e uso interno, de acordo coma via de administração pretendida.

Outra possibilidade de exemplificar é pedir aos jovensque carregam algum tipo de medicamento na bolsa ouna mochila que indiquem o tipo de forma farmacêu-tica, se ela é sólida, semi-sólida ou líquida e qual a viade administração indicada. De acordo com o tempo dis-ponível para execução da demonstração, uma alterna-tiva não exclui a outra.

Se quiser, faça também uso de ilustrações, de folhetosou slides para serem observados e descritos. Seguemexemplos de ilustrações, que podem ser utilizadas, deformas farmacêuticas sólidas, semi-sólidas e líquidas:

Para ilustrar esta atividade, apresente exemplos de formas farmacêuticas, indicando diferen-

ças quanto à consistência entre formas líquidas, sólidas e semi-sólidas. Ao ilustrar, relacione-as

com as possíveis vias de administração. Exemplo: géis são formas farmacêuticas semi-sólidas

utilizadas preferencialmente para uso tópico, ou seja, aplicação sobre a pele e mucosas.

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Fig. 1

Passo 3 / Demonstração

10min

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 2255

Fig. 2

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Fig. 6

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Fig. 3

Fig. 5Fig. 4

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2266 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Reunidos em grupos, proponha aos jovens que lem-brem o maior número de formas farmacêuticas queconhecem, organizem uma lista e após, relacionemcada forma farmacêutica com as vias de administraçãopara as quais estas são adequadas.

Ao término do exercício, solicite aos grupos que leiamum exemplo de forma farmacêutica relacionada com asrespectivas vias de administração. Cada exemplo deveser amplamente discutido. Quando todos os grupostiverem contribuído com um exemplo, ainda restandotempo, reinicie o ciclo, procurando tornar o número deassociações o mais rico possível. Sempre que necessário,adicione informações aos exemplos fornecidos.

Passo 4 / Exercício e discussão

15min

O objetivo desta terceira aula é capacitar os jovens

para a classificação dos diversos tipos de medica-

mentos existentes no mercado, de acordo com a

legislação vigente.

Terceira Aula

Passo 1 / Aula expositiva

20min

Embalagem primáriaMateriais de acondicionamento que en-tram em contato direto com a forma far-macêutica.Embalagem secundáriaMateriais de acondicionamento e emba-lagem que envolvem, em diferentes grausde proximidade, a embalagem primária.

Classificação dos medicamentos

Os medicamentos industrializados podem ser classifica-dos segundo diversos critérios.

a) Quanto à forma de venda: medicamentos comer-cializados somente sob prescrição médica e medica-mentos de venda livre.

� Medicamentos comercializados sob prescrição

médica: apresentam uma tarja preta ou vermelhano terço inferior da embalagem. Podem ser subdivi-didos em: medicamentos de venda sob prescrição

Solicite aos jovens que, para a próxima aula, tragam de casa alguns medicamentos,

de preferência com suas embalagens primária e secundária. Se você tiver facilidade

de acesso a medicamentos na sua empresa, poderá montar uma bancada sem o

auxílio dos jovens.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 2277

médica e medicamentos sujeitos a controle especial.Este último grupo é formado pelos medicamentosque contêm substâncias psicoativas e/ou entorpe-centes, só comercializados mediante apresentação eretenção de notificação de receita ou de receita decontrole especial. As substâncias sujeitas a controleespecial estão relacionadas na Portaria SVS/MS nº344/98 (BRASIL, 1999a).

� Medicamentos de venda livre: também denomina-dos como OTC (over-the-counter), podem ser comer-cializados sem a apresentação da receita médica(BRASIL, 2004a). Fazem parte deste grupo principal-mente analgésicos, antiácidos, associações antigripais,entre outros.

b) Quanto ao desenvolvimento: medicamentos inova-dores, análogos ou inéditos (PEREIRA, 2002).

� Inovadores: são medicamentos desenvolvidos a partirde novos fármacos, isto é, que fazem uso de princípiosativos de composição química e/ou ação terapêuticanovas em comparação com os produtos já existentesno mercado;

� Análogos: são medicamentos desenvolvidos a partirde produtos já existentes no mercado, após a expi-ração da proteção patentária;

� Inéditos: medicamentos desenvolvidos a partir dematérias-primas já conhecidas, porém em associa-ções diferenciadas das já existentes no mercado. Cons-tituem um produto novo, mas não inovador.

c) Quanto ao registro junto ao Ministério da Saúde:medicamentos novos, genéricos, similares, fitoterápi-cos, homeopáticos, específicos e isentos de registro.

� Novo: compreende os medicamentos inéditos e ino-vadores (BRASIL, 2003d).

� Genérico: medicamento equivalente a outro de refe-rência, e que pode substituí-lo quando da prescrição.A equivalência terapêutica entre o genérico e omedicamento de referência deve ser comprovadacientificamente. Apresenta uma tarja amarela, a letra

Neste momento o educador pode apresentar os tipos de notificação de receita e receitas de

controle especial, a fim de ilustrar os conceitos discutidos.

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2288 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

G e os dizeres “Medicamento Genérico” em azul(BRASIL, 2003c). Os medicamentos de referência geral-mente são produtos inovadores, sendo designadospela legislação.

� Similar: medicamento que contém os mesmoscomponentes ativos, na mesma concentração, formafarmacêutica, via de administração, posologia e in-dicação terapêutica idêntica a outro medicamentojá registrado no órgão federal responsável (BRASIL,2003b).

� Fitoterápico: medicamento onde todos os consti-tuintes ativos são de origem vegetal. Não apresentasubstâncias ativas isoladas em sua composição(BRASIL, 2004b).

� Homeopático: medicamento cujos constituintes ati-vos são produzidos de acordo com as normas homeo-páticas (BRASIL, 2003e).

� Específico: inclui determinadas categorias de medi-camentos, como as soluções de grande e de peque-no volume, parenterais ou não, opoterápicos e outrosà base de vitaminas, minerais e/ou aminoácidos,isolados ou associados entre si, com pelo menos umdos componentes acima dos limites (BRASIL, 2003a).

� Isento de Registro: abrange medicamentos inscritosna Farmacopéia Brasileira, Farmacopéia BrasileiraHomeopática ou outros códigos oficiais. Necessitamde cadastramento junto ao órgão federal respon-sável (BRASIL, 2003a).

Passo 2 / Atividade prática

15min

Tomando como objeto os medicamentos trazidos de suascasas, individualmente, os jovens procurarão identificá-los e classificá-los de acordo com os seguintes aspectos:

� Nome do medicamento: nome de marca, DCB;� Indicação terapêutica (uso indicado);� Forma farmacêutica;� Via de administração;� Classificação quanto à forma de venda do medica-

mento;� Classificação quanto ao desenvolvimento do medi-

camento;� Classificação quanto ao tipo de registro junto ao

Ministério da Saúde.

OpoterápicosMedicamentos obtidos de glândulas,órgãos, tecidos ou secreções de origemanimal.

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Estimule-os a trabalhar com indepedência, mas inter-fira em casos de dúvidas quanto à classificação dosmedicamentos. Em alguns casos, é possível que as infor-mações constantes na embalagem do medicamento se-jam insuficientes para uma correta classificação. Nessecaso, encoraje-os a formular hipóteses, indicando qualseria a classificação mais provável e por quê.

Passo 3 / Apresentação dos medicamentos

15min

Esta aula tem como objetivo apresentar aos jo-

vens noções básicas de legislação sanitária, fami-

liarizando-os com o site da Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA).

Quarta Aula

Passo 1 / Atividade de pesquisa

30min

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é uma agência reguladora,

vinculada ao Ministério da Saúde, caracterizada pela independência administrativa,

estabilidade de seus dirigentes e autonomia financeira. Criada em 1999, pela Lei nº.

9.782 de 26 de janeiro de 1999 (BRASIL, 1999a), substituiu a antiga Secretaria de

Vigilância Sanitária.

Diversas informações sobre a ANVISA podem ser obtidas em seu site na internet, no

endereço www.anvisa.gov.br. O endereço dá acesso a toda a legislação na área sa-

nitária, através do sistema VISALEGIS, que é um banco de dados onde é possível se

fazer buscas pelo tipo de norma (Resolução, Lei, Portaria), pela data, por palavras-

chaves e pela introdução de mais de um dado sobre uma mesma norma.

Ao término da atividade prática, promova a apresenta-ção dos medicamentos analisados. Instigue os colegas aperguntarem a respeito dos medicamentos, confira comeles se aprenderam e aplicam com correção e segu-rança os conceitos desenvolvidos.

Atenção: Alertar os jovens de que a próxima aula serárealizada no laboratório de informática ou em ambien-te que tenha acesso a computadores e à internet. Seisso não for possível, imprima infomações necessárias aotrabalho proposto e providencie cópias para trabalhoem grupos.

Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 2299

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3300 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Agência Nacional de Vigilância Sanitária e legislação sanitária básica

Em duplas ou trios, solicite aos jovens que explorem osite da ANVISA, a fim de encontrar as informações ne-cessárias ao preenchimento da ficha (Anexo 1).

Durante a realização da atividade, circule pela sala, pro-curando atender às eventuais dúvidas e dificuldadesapresentadas. Caso algum grupo termine a atividademuito antes dos demais, sugira que explorem o site daANVISA, buscando informações sobre algum assuntotrabalhado na classe que seja do seu interesse, tal co-mo: lista de medicamentos genéricos, lista de medica-mentos de referência, medicamentos sujeitos a controleespecial, lista de denominações comuns brasileiras,entre outros.

Passo 2 / Discussão dos dados coletados

20min

O objetivo deste encontro é a conceituação das

Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos e de

sua aplicação dentro da indústria farmacêutica,

abordando aspectos referentes à fiscalização do

seu cumprimento, à realização de contratos de

fabricação e/ou análise entre empresas do ramo.

Quinta Aula

Nos últimos minutos de aula, por meio de perguntas,sistematize as informações recolhidas na internet. O ob-jetivo é verificar se todos os grupos foram capazes deencontrar as informações solicitadas e se houve algumadiscrepância entre estes.

Por fim, ressalte a importância da Resolução RDC nº. 210/03da ANVISA (BRASIL, 2003f), uma vez que o restante docapítulo será inteiramente baseado nas diretrizes insti-tuídas por esta norma.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 3311

Durante a explanação dos conceitos pertencentes a es-ta aula, valorize toda a intervenção realizada por partedos jovens, propiciando um ambiente de construção doconhecimento. Procure introduzir o assunto buscandoa participação através de inferências a partir do que jáfoi estudado (por exemplo, ao construir um conceitocomplexo, presente na legislação, partir da possibilida-de de construção de uma compreensão mais simples,tipo o que o termo “fabricado em conformidade” sig-

nifica para vocês?).

Sugira que eles organizem um esquema das informa-ções a serem aprendidas e, ao final, ofereça o texto aseguir fotocopiado, a fim de que possam contrapor àssuas anotações pessoais e complementá-las.

Passo 1 / Aula expositiva e dialogada

50min

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3322 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Boas práticas para a fabricação de medicamentos(Resolução RDC nº. 210/03)

Contextualização e conceito

CQ BPF GQ

Contaminação cruzada – Contaminação de determinada matéria-prima ou produto com outra matéria-primaou produto durante o processo de produção (BRASIL, 2003f).

Demonstração esquemática da organização do sistema de garantia da qualidade de uma em-presa. Legenda: GQ – garantia da qualidade, BPF – boas praticas de fabricação, CQ – controlede qualidade:

A qualidade, segurança e a eficácia dos produtos farmacêuticos são uma preocupação cons-tante das autoridades sanitárias em todo o mundo, e é obrigação das indústrias farmacêuticaso cuidado rigoroso com seus processos e produtos.

Para alcançar esta meta e diminuir os riscos durante um processo, devem ser seguidos regula-mentos claros e adequados e também ser implementado um sistema de garantia da qualidadedentro da empresa.

Um sistema de garantia da qualidade pode ser definido como o conjunto de todo o esforçoorganizado dentro da empresa no sentido de desenvolver, produzir, manter e assegurar as carac-terísticas do produto, de modo que cada unidade do mesmo esteja de acordo com as suas espe-cificações (BRASIL, 2003f). Neste contexto se enquadram as Boas Práticas de Fabricação (BPF).

BPF são normas que estabelecem procedimentos mínimos para métodos, instalações e contro-les a serem realizadas na fabricação, estocagem e distribuição de produtos para uso humano,a fim de garantir que tais produtos sejam seguros, eficazes, estáveis (ou seja, não se degrademou se decomponham) e tenham boa apresentação (BRASIL,2003f).

No Brasil, as Boas Práticas de Fabricação para Medicamentos são regulamentadas pela Reso-lução da Diretoria Colegiada da ANVISA nº. 210, de 04 de agosto de 2003. De acordo com estaresolução, “Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos é a parte da garantia da qualidade

que assegura que os produtos sejam fabricados em conformidade e controlados em relação

aos padrões de qualidade solicitados pelo registro sanitário do produto (BRASIL, 2003f).

O cumprimento das BPF de medicamentos está dirigido primeiramente à diminuição dos riscosrelacionados ao processo produtivo de medicamentos, especialmente aqueles que não podemser detectados através de realizações de ensaios nos produtos terminados. Os principais riscosa serem evitados são:� contaminação cruzada; � contaminação por partículas; � troca ou mistura de produtos.

Neste contexto, o Controle de Qualidade, caracteriza-se como uma parte das BPF que defineo conjunto de operações que verificam a conformidade dos materiais (matérias-primas, insu-mos, produtos) com suas respectivas especificações (BRASIL, 2003f).

O estabelecimento e a manutenção de um sistema de garantia da qualidade dependem das pes-soas que realizam os processos dentro da indústria farmacêutica. Por este motivo, todo o pessoaldeve conhecer os princípios das BPF e receber treinamento contínuo. É fundamental a motivaçãodos funcionários e o apoio à empresa para a manutenção dos padrões de qualidade.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 3333

Aplicação

As normas de BPF são aplicáveis a todas as operações envolvidas na fabricação de medica-mentos, desde o recebimento das matérias-primas até a distribuição dos produtos, sendo essen-cial que todos os procedimentos utilizados estejam de acordo com normas que garantam afabricação de produtos de qualidade.

Desta forma, as BPF são compostas de normas e procedimentos relativos às instalações, matérias-primas, materiais de acondicionamento e embalagem (MAE), insumos, equipamentos, treina-mento e capacitação de pessoal, documentação, entre outros, abrangendo inclusive as etapasde registro e investigação de reclamações quanto aos produtos comercializados e procedimen-tos relativos ao recolhimento de produtos do mercado. Documentação, rastreabilidade e defi-

nição de responsabilidades são palavras chaves para o cumprimento das BPF.

Todas as empresas fabricantes de medicamentos no Brasil ou que importam medicamentospara o Brasil devem seguir as orientações contidas na legislação vigente.

Fiscalização

O ato da vigilância sanitária inclui um conjunto de ações de caráter principalmente preventivoe com capacidade de regulação e intervenção em setores diretamente relacionados à promo-ção da saúde individual e coletiva.

As inspeções sanitárias em indústrias farmacêuticas para verificação do cumprimento das BPFsão realizadas por membros da ANVISA e das VISA estaduais e municipais. Deve ser seguido oroteiro de inspeção para empresas fabricantes de medicamentos, que consta no Anexo III daResolução RDC nº. 210/03.

Ao final da inspeção e da análise dos dados coletados, as empresas cujo comprimento das BPF éconsiderado satisfatório recebem o Certificado de Boas Práticas de Fabricação. Este é o documentolegal emitido pela ANVISA atestando que determinada linha de produção da empresa cumpre comos requisitos de BPF (BRASIL, 2003f). Este certificado tem validade de um ano, a contar da data desua publicação no Diário Oficial da União e é exigido tanto para renovação da Autorização de Fun-cionamento de Empresa (AFE), quanto para o registro ou renovação de registro de medicamentos.

Como forma de avaliação interna do cumprimento das diretrizes das BPF, a empresa deve reali-zar periodicamente auto-inspeções. Para tanto, deve ser nomeada uma equipe de auto-inspeçãoe, ao final do processo, deve ser gerado um relatório.

Contratos de fabricação e/ou análise

Contratos de fabricação e/ou análise de produtos, isto é, a terceirização de serviços, é permi-tida pela legislação vigente. Estes contratos devem ser mutuamente acordados e controlados,e as atribuições de cada uma das partes devem estar bem definidas.São direitos e deveres do contratante: � posse de Autorização de Funcionamento, Licença Sanitária e Certificado de BPF;� avaliação da qualificação do contratado para a realização dos serviços propostos;� possibilidade de realização de auditorias nas instalações do contratado;� fornecimento de todas as informações necessárias para que o contratado desempenhe as

atividades propostas� aprovação final para a liberação do produto alvo do contrato para comercialização.São direitos e deveres do contratado:� possuir Autorização de Funcionamento, Licença Sanitária e Certificado de BPF;� dispor de instalações, equipamentos e conhecimentos adequados para a realização das

atividades propostas;� abster-se de realizar qualquer atividade que possa prejudicar a qualidade do produto.

Qualificação – operações documentadas de acordo com um plano de testes e critérios de aceitação definidos,garantindo a adequação do componente ao uso pretendido.

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Organização/composição da indústriafarmacêutica conforme as BPF

Passo 1 / Aula teórica

15min

Esta aula aborda as principais áreas que compõem

uma indústria farmacêutica e analisa as espe-

cificações de comunicação e contato entre elas

para o cumprimento das BPF.

Sexta Aula

3344 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Educador, sua exposição será melhor compreendidase você puder ter um apoio visual, como um vídeo deuma indústria. Após sua explanação, quando os jovensserão estimulados a fazer as suas anotações, vocêpoderá entregar cópias do texto que segue.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 3355

Áreas

Conceitos importantes:

Área: espaço físico delimitado onde são realizadas operações sob condições ambientais espe-cíficas (BRASIL, 2003f).

Instalação: espaço físico delimitado acrescido das máquinas, aparelhos, equipamentos esistemas auxiliares utilizados para executar os processos (BRASIL, 2003f).

Em uma indústria farmacêutica, as instalações devem ser localizadas, projetadas, construídase/ou adaptadas a fim de diminuir o risco de erros durante o processo produtivo. Necessitamser mantidas em bom estado de conservação, higiene e limpeza, ter fornecimento adequadode energia elétrica, iluminação, ventilação, bem como controle de temperatura e umidade.Precisam, ainda, apresentar a máxima proteção contra a entrada de insetos e outros animais.

Para o cumprimento das BPF de medicamentos, uma indústria farmacêutica deve possuir asseguintes áreas:

� Áreas auxiliares: compreendem as salas de descanso, refeitório, vestiários, sanitários, áreasde manutenção e biotério. Tais áreas ficam separadas e não possuem comunicação diretacom as áreas de produção e armazenamento. O biotério deve ainda possuir entradaseparada e sistema de ventilação exclusivo.

� Áreas de armazenamento: com capacidade suficiente para estocar diversas categorias de ma-teriais e produtos de forma ordenada, mantendo temperatura e umidade compatíveis comos materiais estocados. Dentro destas áreas, algumas subdivisões devem ser consideradas.

� Áreas de recepção e expedição de materiais, protegidas de variações climá-ticas;

� Áreas de quarentena claramente identificadas, para manter materiais e pro-dutos em quarentena em área restrita e separada na área de armazenamento;

� Área de amostragem separada ou ambiente específico para a coleta deamostras de matérias-primas;

� Área de reprovados: os produtos devolvidos, reprovados ou recolhidos domercado devem ser armazenados em área separada e claramente identificada;

� Materiais impressos: o armazenamento deste tipo de material deve ser feitoem área de acesso restrito a pessoal autorizado, para evitar misturas e desvios.

Existem ainda outros tipos de materiais e produtos (substâncias e/ou medicamentos sujeitos acontrole especial, altamente ativos, explosivos, corrosivos, entre outros) que apresentamlegislação específica para a determinação das condições de armazenamento.

� Área de pesagem: pode estar localizada no almoxarifado ou na área de produção. Deve serseparada das demais e possuir sistema de exaustão próprio.

� Área de produção: as instalações da área de produção devem estar dispostas seguindo umfluxo operacional contínuo, de modo a permitir que a produção obedeça a uma seqüêncialógica de operações. Tais áreas não podem conter nenhum material estranho ao processoprodutivo. Devem permitir o ordenamento lógico dos equipamentos e materiais, ser defácil limpeza e desinfecção, livre de juntas e rachaduras e não podem liberar partículas. É obri-gatória a presença de um sistema de ventilação efetivo, com controle e monitoramentocontínuo de temperatura e umidade durante o processo produtivo.

Produto devolvido – Produto terminado, comercializado, expedido e devolvido ao fabricante (BRASIL, 2003f).

Org

aniz

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om

posiç

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ca

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3366 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Existem alguns tipos específicos de medicamentos que requerem áreas ou até mesmo edifi-cações separadas das demais para sua produção. Ex.: penicilinas, cefalosporinas, hormônios,substâncias citotóxicas.

� Área de controle de qualidade: os laboratórios de controle de qualidade localizam-se sepa-rados da área de produção. Possuem sistema de exaustão adequado (capelas). Os ensaiosbiológicos, microbiológicos ou com a utilização de substâncias radioativas devem ser rea-lizados em áreas separadas e independentes, além de contar com sistema de ar exclusivo.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 3377

A turma será dividida em duplas, às quais será propostaa seguinte tarefa.

De acordo com as necessidades de cada área,

desenhe a planta de uma pequena indústria

farmacêutica. Considere principalmente quais

áreas devem ou não devem ter comunicação entre

si e quais devem estar separadas umas das outras.

Durante este período, o educador circulará pela sala,observando o trabalho realizado pelos jovens e intervin-do sempre que necessário. Espera-se que sejam adiciona-das as seguintes áreas: recebimento de matérias-primas,almoxarifado de matérias-primas, área de pesagem, áreade produção, almoxarifado de produto terminado,expedição de produto terminado, área de controle dequalidade, vestiário, sanitários, refeitório e antecâmaras.

Passo 2 / Discussão

5min

Passo 3 / Atividade em grupos

20min

Áreas de grande importância nas indústrias farmacêu-ticas são as antecâmaras. Discuta com os jovens quais asfunções de uma antecâmara e os procedimentos aserem seguidos em seu interior. Incentive os jovens arelatarem experiências conhecidas com a utilização des-te tipo de espaço.

Antecâmara Espaço fechado com duas ou maisportas, interposto entre duas ou maisáreas de classe de limpeza distintas,com o objetivo de controlar o fluxo dear entre ambas quando precisarem seradentradas (BRASIL, 2003f).

Passo 4 / Apresentação das plantas

10minComo forma de encerramento da atividade, o educadorpossibilitará a apresentação comentada do trabalhodesenvolvido. O objetivo é demonstrar à turma como aorganização das áreas em uma indústria farmacêuticapode variar bastante, sem fugir às exigências das BPF.

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3388 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

O objetivo deste encontro é familiarizar os

jovens com materiais e equipamentos utilizados

tanto no setor produtivo quanto no controle de

qualidade de uma indústria farmacêutica.

Sétima Aula

Passo 1 / Aula expositiva e dialogada

25min

Educador, também o texto que segue, após sua ex-posição e anotação cuidadosa de um resumo pelos jo-vens, poderá ser reproduzido e distribuído em classe,para complementação de dados e reforço do que foiexposto. Ao referir-se a processos, reproduza as figu-ras no quadro ou em lâmina.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 3399

Materiais e equipamentos

Para uma melhor compreensão dos principais tipos de materiais e equipamentos utilizadospela indústria farmacêutica, eles serão divididos de acordo com o setor onde se enquadram:produção ou controle de qualidade.

ProduçãoPara a fabricação de um lote de determinado medicamento, diversas exigências são cumpri-das. O medicamento decorre de prévio fornecimento de insumos e da execução do ciclo detransformação, processo que pode ser representado esquematicamente como segue.

Insumos

matérias-primas

equipamentos

procedimentos

áreas

filosofias

MedicamentosCiclo de

Transformação

P1

P2

P3

A3

A1

A2

Fig. 7 – Aspectos básicos da produção de um lote de medicamento (adaptado de: PETROVICK, 2005).

Insumos – conjunto de materiais e serviços que permitem a fabricação de medicamentos.Além das matérias-primas, devem ser considerados os recursos humanos, as áreas, as técnicasde produção e controle.

Matérias-primas: como já foi apresentado em aulas anteriores, as principais matérias-primasde uma indústria farmacêutica são os fármacos ou princípios ativos, os adjuvantes e os materiaisde acondicionamento e embalagem (MAE). É importante destacar que, como parte das BPF, osfornecedores de matérias-primas devem ser idôneos e constantemente avaliados com relaçãoao serviço prestado. Esta avaliação faz parte do processo de qualificação de fornecedores.

No caso de indústrias de fitoterápicos, utilizam-se princípios ativos de origem vegetal. Os prin-cipais tipos de matérias-primas são:� plantas moídas;� extratos: preparações oriundas de um processo de extração dos constituintes químicos

presentes no material vegetal (planta) com a utilização de um solvente. Preparações líqui-das caracterizam os extratos fluidos, preparações sólidas (quando o solvente já foi evapo-rado), os extratos secos;

� tinturas (extratos hidroalcoólicos).

Os adjuvantes são as matérias-primas responsáveis pela viabilidade de obtenção e administra-ção da forma farmacêutica (PETROVICK, 2005). Podem ser divididos em dois principais grupos:� primários ou essenciais: indispensáveis à obtenção de uma forma farmacêutica;� secundários ou acessórios: entram na formulação para assegurar a aceitabilidade por parte

do consumidor final, porém sua presença não é indispensável.

Lote – Quantidade definida de matéria-prima, material de embalagem ou produto terminado fabricado emum único processo ou série de processos, cuja característica essencial é a homogeneidade e qualidade dentrodos limites especificados (BRASIL, 2003f). Org

aniz

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4400 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Materiais de acondicionamento e embalagem são destinados a conter a forma farmacêutica epermitir o seu transporte. Com este tipo de material, devem ser seguidos os mesmos cuidadosde aquisição e controle de qualidade recomendados para os princípios ativos e adjuvantes.

Principais MAE’s utilizados na indústria farmacêutica:� papel;� vidro;� plástico;� metal;� materiais compostos (papel plastificado, por exemplo).

Atenção especial deve ser dada aos materiais impressos (rótulos, embalagens secundárias),que precisam ser armazenados em local com acesso restrito a pessoas autorizadas.

Equipamentos: no setor produtivo pode ser encontrada uma diversidade muito grande deequipamentos. Estes podem ser classificados de acordo com o seu uso (equipamentos demedida, como balanças; de movimentação, como bombas e motores; de transformação, comomisturadores ou reatores; entre outros) e conforme o nível de automação (manuais, semi-automáticos, automáticos ou computadorizados).

Para contemplar as BPF, os equipamentos devem ser projetados, construídos e/ou adaptadosde forma a facilitar as operações a serem realizadas, bem como os processos de limpeza. Oprincipal material utilizado para construção de equipamentos para a indústria farmacêutica éo aço inoxidável, sendo recomendada a utilização do aço inox 316 para aquelas partes queentram em contato direto com o produto.

Ciclo de transformação: seqüência de ações de transformação que partem das matérias-primas, conduzindo à obtenção do medicamento. Para cada ação de transformação (A1, A2,A3) existe um produto intermediário correspondente (P1, P2, P3).

O ciclo de transformação pode gerar os seguintes tipos de produtos:

� Produto intermediário: produto parcialmente processado, que sofrerá subseqüentes etapasde produção (BRASIL, 2003f);

� Produto a granel: qualquer produto que tenha passado por todas as etapas de produção,sem incluir o processo de embalagem. Os injetáveis, na sua embalagem primária, são consi-derados produtos a granel (BRASIL, 2003f);

� Produto terminado: produto que tenha passado por todas as etapas produtivas, incluindoa embalagem final e a rotulagem (BRASIL, 2003f).

Além desses, as empresas ainda se defrontam com produtos reprovados, devolvidos e reco-lhidos do mercado. Para estes, existem três destinos possíveis: devolução aos fornecedores,reprocessamento ou descarte.

Estão incluídos nas BPF processos de sanitização, desinsetização e desratização das áreas. Paraa sua realização é necessária a utilização de materiais complementares, ou materiais diversos.É extremamente importante a certeza de que não restem resíduos destes materiais após suautilização, a fim de impedir a contaminação de equipamentos, insumos e produtos.

Reprocessamento – Retrabalho de todo ou de parte de um lote de produto fora das especificações, a partir deuma etapa definida da produção, de forma que a qualidade possa tornar-se aceitável (BRASIL, 2003f).Embalagem – Como processo, compreende todas as operações, incluindo o envase e a rotulagem, pelas quaiso produto a granel deve passar a fim de tornar-se produto terminado.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 4411

Controle de qualidade

Equipamentos do controle de qualidade são diferentes dos do setor produtivo. Em sua maio-ria, são utilizados em análises (pHmetro, condutivímetro, viscosímetro, lupas). Cada umapresenta especificações, controles e calibrações próprios a serem considerados.

Quanto aos materiais, podemos destacar:� reagentes;� meios de cultura utilizados em análises microbiológicas;� padrões de referência;� padrões secundários ou de trabalho.

Os padrões e os reagentes são utilizados principalmente em ensaios físico-químicos. Já osmeios de cultura são indispensáveis para a realização do controle de qualidade microbiológicodos insumos, produtos e áreas.

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4422 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Passo 1 / Aula expositiva e dialogada

30min

Educador, nesta aula é extremamente importanteque você recorra a exemplos para ilustrar cada do-cumento, de modo a apresentar os requisitos básicosque constam em cada um deles. Se você possuir umvídeo de indústria em que eles possam ser observados,não deixe de utilizá-lo para dar maior dinamismo asua exposição. Peça que os jovens, como de costume,anotem e ao final, se desejar, distribua cópia do quevem a seguir.

O objetivo do oitavo encontro é ressaltar a impor-

tância da documentação na indústria farmacêu-

tica, como forma de registro de todas as atividades

desenvolvidas e como garantia da rastreabilidade

do produto final.

Oitava Aula

Observe o ciclo de transformação esquematizado abaixopara a produção de uma forma farmacêutica cápsula.

Mistura de Pós

Cápsulas

Medicamento

Blistagem

Mistura

Encapsulamento

Embalagem

Amido

Atenolol

Lactose

Estearato demagnésio

Blisteres

Passo 2 / Exercício

25min

Identifique neste processo: fármaco, adjuvantes, MAE’s,produtos intermediários, produto acabado, produto agranel, equipamentos.

Educador, não deixe os jovens esquecerem das bulas!

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DocumentaçãoA documentação constitui parte essencial do sistema de Garantia da Qualidade e está direta-mente relacionada a todos os aspectos das BPF. Tem como objetivo:

� definir as especificações de todos os materiais e métodos de fabricação e controle;� atender a todas as etapas de fabricação;� garantir que as pessoas autorizadas tenham acesso a todas as informações necessárias a to-

mada de decisões;� possibilitar o rastreamento e permitir a investigação do histórico de todos os lotes de medi-

camentos produzidos.

Para tanto, alguns procedimentos gerais devem ser seguidos:

a) todos os documentos devem ser redigidos, revistos e distribuídos somente por e para pes-soas designadas;

b) os documentos originais devem ser aprovados, assinados e datados pelas pessoas desig-nadas;

c) o conteúdo dos documentos deve ser claro, não possibilitando várias interpretações;d) nenhum documento pode sofrer alteração sem autorização prévia;e) toda a alteração realizada deve ser datada;f) todos os documentos devem ser regularmente revistos e atualizados periodicamente;g) deve ser mantido registro de todas as ações realizadas pelo prazo mínimo de um ano

após o vencimento do prazo de validade do produto terminado;h) o registro dos dados pode ser efetuado por meio eletrônico.

Rótulos

A definição de rótulos compreende todos os documentos de identificação afixados em reci-pientes, equipamentos, instalações e produtos dentro da empresa. Devem ter formato apro-vado pela empresa e conter informações claras. Recomenda-se a utilização, além de textos, decores e/ou outros elementos visuais. Um exemplo clássico é a utilização da cor amarela pararótulos de produtos em quarentena, vermelha para rótulos de produtos reprovados e verdespara rótulos de produtos aprovados.

A importância da correta rotulagem dos insumos dentro da indústria farmacêutica reside naprevenção da ocorrência de trocas ou misturas de produtos, que é um dos objetivos chaves dasBPF.

Os rótulos contêm indicações relativas a:

� matérias-primas, produtos, padrões de referência, reagentes: identificação, número de lote,fornecedor, data do recebimento ou de fabricação, status (quarentena, aprovado, repro-vado), data de validade.

� equipamentos: data, identificação do equipamento, produto a ser ou que está sendoproduzido, quantidade e seu respectivo número de lote e status do mesmo (por exemplo:limpo, pronto para produção) e o estágio ou etapa que está sendo desenvolvido.

� áreas: data, o produto que está ou irá ser produzido e seu número de lote, a quantidadee o estágio ou etapa do processo que está sendo desenvolvido.

EspecificaçõesEspecificações são documentos que descrevem em detalhes os requisitos a que devem atenderos produtos ou materiais usados ou obtidos durante a fabricação e servem de base para aavaliação da qualidade (BRASIL, 2003f). A empresa deve possuir especificações referentes a O

rganiz

ação/c

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ca

Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 4433

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4444 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

matérias-primas, MAE’s, materiais impressos, produtos intermediários, produtos a granel, pro-dutos terminados e materiais diversos (especialmente produtos de higienização, sanitização elimpeza). As informações mínimas que estes documentos devem conter estão especificadas nalegislação (BRASIL, 2003f).

Ensaios de controle de qualidade

Todos os ensaios realizados no laboratório de controle de qualidade devem conter especifica-ções/procedimentos escritos, validados e aprovados. Estes podem fazer parte das especificaçõesdo produto que utiliza determinado método ou constituírem documentos independentes.

Os procedimentos/especificações devem conter todas as informações necessárias à realizaçãode determinado ensaio, e estar disponíveis no laboratório de controle de qualidade.

Fórmula mestre/fórmula padrão

É o documento que especifica todas as matérias-primas e MAE`s necessários à produção de umdeterminado lote de produto, com suas respectivas quantidades. Tais quantidades não devemestar baseadas apenas na dimensão do lote a ser produzido, mas na consideração das uni-dades a serem amostradas durante e ao final do processo, bem como nas perdas de produção.A fórmula padrão também contém a descrição dos procedimentos e precauções necessários àprodução, além de fornecer instruções sobre os processamentos a serem realizados, incluindoos controles em processo (BRASIL, 2003b).

É preciso existir uma fórmula padrão para cada produto e tamanho de lote a ser fabricado,que inclui ainda uma declaração do rendimento final esperado, com os limites aceitáveis.

Instruções de embalagem

Devem existir instruções autorizadas quanto aos processos de embalagem, específicas paracada produto, apresentação e tamanho de lote. Estas instruções contêm amostras ou repro-duções dos materiais utilizados, indicando o local onde estão impressas/gravadas informaçõesrelativas ao número de lote, datas de fabricação e validade do produto.

Registro de lote

É o conjunto de documentos relacionados à fabricação de um determinado lote de produtoterminado. Baseia-se na fórmula mestre/fórmula padrão em uso, ou seja, todas as informaçõesque compõem a fórmula mestre devem compor o registro de lote.

Todas as verificações realizadas antes do início da produção do lote, bem como adequação deequipamentos e áreas aparecem registradas. Durante o processo produtivo, todas as etapasdevem ser registradas, contemplando o horário de início e de término, bem como o funcioná-rio responsável por cada etapa. Aparecem ainda bservações sobre problemas ocorridos duranteo processo e as medidas corretivas tomadas com as devidas autorizações.

Ao término do processo produtivo, o registro de lote é arquivado e qualquer documentoreferente ao destino, reclamações, devoluções ou recolhimento de produtos do lote em ques-tão devem ser anexados ao arquivo.

O registro de lote se caracteriza como o documento chave para a garantia da rastreabilidadede qualquer produto produzido pela empresa, outro objetivo crucial das BPF.

De forma análoga ao registro de lote, são mantidos registros dos processos de embalagem,com base nas instruções de embalagem do produto.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 4455

Procedimentos operacionais padrão (POP`s)

Procedimentos operacionais padrão são documentos escritos, aprovados e autorizados quefornecem instruções detalhadas para a realização de operações específicas na produção deprodutos farmacêuticos e em outras atividades mais gerais. Delegam responsabilidades deexecução e fiscalização de cada processo.

Os POP`s precisam conter uma linguagem clara, sem a utilização de termos técnicos, paraserem facilmente compreendidos pelos executores da tarefa. Devem ainda conterinformações suficientes para que o encarregado realize determinada função, sem deixarnenhuma dúvida quanto ao que precisa ser realizado.

A indústria farmacêutica possui POP`s para:

� recebimento de matérias-primas e materiais de acondicionamento e embalagem;� identificação dos produtos em quarentena e liberados;� utilização de todos os instrumentos e equipamentos;� amostragem;� sistema de definição do número de lote de produtos;� ensaios de controle em processo;� aprovação ou reprovação de materiais e produtos;� montagem de equipamentos;� calibração de aparelhos analíticos;� manutenção, limpeza e sanitização de áreas e equipamentos;� monitoramento ambiental;� controle de pragas (desratização e desinsetização);� registro de reclamações (serviço de atendimento ao consumidor – SAC);� recolhimento de produtos;� devoluções de produtos;� procedimentos de qualificação e treinamento de pessoal;� normas de vestuário e higiene.

Alguns procedimentos devem vir acompanhados de registros, como os procedimentos frentea reclamações, recebimento de matérias-primas, entre outros. Para tanto, são elaboradas eaprovadas planilhas ou outros tipos de documentos que contenham espaço suficiente para oregistro das informações necessárias, de forma legível e sem rasuras.

Os POP`s referentes a procedimentos a serem realizados periodicamente devem estabeleceros intervalos a serem cumpridos e gerar um cronograma de acompanhamento.

Controle em processo – Conjunto das verificações realizadas durante a produção, a fim de monitorar e, senecessário, ajustar o processo (BRASIL, 2003f).

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4466 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Oriente os estudantes para que o POP contenha as se-guintes partes:

� Cabeçalho;� Objetivo;� Responsabilidades. Quem deve cumprir?;� Procedimento;� Rodapé (Com assinatura e datas de redação, revisão

e aprovação).

Passo 2 / Exercício

30min

Redação de um POP (procedimento operacional padrão)

Escreva um procedimento operacional padrão de umaatividade que faça parte do seu dia-a-dia. Podem serselecionadas tarefas bem simples, como lavar a louça,levar o cachorro para passear ou escovar os dentes.

Educador, o objetivo desta atividade é que os jovensregistrem passo a passo uma atividade de seu co-tidiano que não esteja relacionada à rotina industrial.Esta é uma forma de salientar a importância destetipo de documento. Para melhor atingir os objetivosdo exercício, fica a sugestão: após todos os jovensterminarem de redigir seus procedimentos, proceda atroca de documentos entre eles. A tarefa do segundojovem é ler o procedimento e concluir se, com asinformações ali presentes, ele seria capaz de realizara atividade. Assim, reforça-se também a importânciade revisar a documentação antes de sua aprovação.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 4477

As três aulas seguintes (9, 10 e 11) farão uso do

mesmo tipo de dinâmica de trabalho. O objetivo

destes encontros é propiciar ao jovem uma forma

de visualizar os processos organizacionais de uma

indústria farmacêutica, conforme as diretrizes das

BPF.

Os fluxogramas apresentados para utilização nes-

tas aulas são simplificados. O educador poderá

optar por adaptá-los, de forma a corresponde-

rem mais fielmente à realidade da sua empresa.

Nona Aula

Passo 1 / Análise/construção do fluxograma

15min

Processos organizacionais na indústria farmacêutica

Entrada de insumos na empresa

O fluxograma que segue é adequado para exemplifi-cação dos procedimentos quanto ao recebimento,análise e armazenamento de todos os tipos de maté-rias-primas (fármacos, adjuvantes, MAE, entre outros).

A evidência da necessidade de compra de matérias-primas faz parte da atividade de controle de estoque.Uma vez constatada esta necessidade, o departamentode compras da empresa contata um fornecedor qua-lificado e faz o pedido, de acordo com a especificaçãointerna da matéria-prima desejada.

Então, a matéria-prima é trazida pelo fornecedor echega à área de recebimento da empresa. Neste mo-mento, faz-se a conferência entre o pedido realizadocom base na especificação interna da matéria-prima, anota fiscal de compra e os dados constantes do rótulodo produto. Também verifica-se a integridade das em-balagens recebidas e de seus lacres. Estando tudo deacordo, o insumo é devidamente limpo, identificado,

Educador, você pode optar por projetar o fluxo-grama e explicar suas partes ou ir construindo-o aospoucos no quadro, à medida que expõe.

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Sim

Sim

Não

Não

Recepçãoconferência

Quarentena

De Acordo?

Amostragem

Controle de Qualidadeanálises

Reprovado

De Acordo?

Fornecedor

Fig. 8 – Fluxograma – exemplificação da entrada de insumos na empresa.

recebe sua codificação de lote interno e é transferidopara a área de quarentena do almoxarifado de maté-rias-primas. Qualquer incoerência observada resulta nadevolução ao fornecedor.

Neste ponto, a equipe de controle de qualidade é acio-nada. Um funcionário transfere a matéria-prima para aárea de amostragem, onde deve ser separada quanti-dade de material necessária às análises do controle dequalidade a às amostras de referência. Procedida aamostragem, a matéria-prima retorna à área de qua-rentena.

No laboratório de controle de qualidade, realizam-se asanálises necessárias à comprovação da qualidade da ma-téria-prima, conforme suas especificações. Estando tudode acordo, o produto é aprovado, identificado como tale transferido para a área de matérias-primas aprovadasdo almoxarifado. Caso a matéria-prima não cumpra asespecificações, ela é identificada como tal e transferidapara a área de produtos reprovados do almoxarifado.Neste caso, seu destino é a devolução ao fornecedor.

Amostra de referência Amostra de matérias-primas e de pro-dutos terminados devidamente identi-ficadas que devem ser conservadas pelofabricante por um período de tempodefinido após a data do vencimento doproduto terminado.

ReprovadoAprovado

4488 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

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Esta dinâmica será realizada através da utilização datécnica de pequenos grupos com tarefas diferentes.Durante as discussões, circule entre os grupos obser-vando os pontos abordados, anotando aspectos quemerecerão ser retomados e evidenciando as aprendi-zagens efetivadas.Para realização desta atividade, divida a turma em trêsgrupos com aproximadamente o mesmo número de jo-vens. Para cada um dos grupos distribua uma tarefadiferente.

1º Grupo – relacionar as áreas e os materiais envolvidosnos processos demonstrados no fluxograma.

2º Grupo – relacionar todos os documentos necessáriosà realização do processo demonstrado no fluxograma,com exceção dos POP’s.

3º Grupo – relacionar todos os POP’s necessários àrealização do processo demonstrado no fluxograma.

Passo 3 / Apresentação das conclusões

15min

Passo 1 / Atividade prática / análise do fluxograma

15min

Educador, distribua cópias do fluxograma aos jovense estimule-os a fazerem, apoiados nele, a leitura doprocesso de produção. Peça que descrevam todo oprocedimento, de modo a expressarem a compreen-são do que foi estudado até então.

Cada grupo levantará os pontos selecionados. Sempreque necessário, complemente com algum documento,área ou material importante que não pode ser esque-cido neste processo.

Passo 2 / Dinâmica de grupo

20min

Décima Aula

Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 4499

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Produtos intermediários ou produtos a granel

5500 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Não

Não

Descarte

CQ

Amostragem

Pesagem/Fracionamento

Produção

Embalagem

Amostragem

Controle de processoReprocesso

Fig. 9 – Fluxograma – processamento.

Sim

Sim

Matérias-primasaprovadas

Produto terminadoAprovado

MAEAprovados

ProdutosReprovados

De Acordo?

De Acordo?

Produtos terminado Quarentena

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Processamento

A produção de um lote na indústria farmacêutica teminício com a emissão de uma ordem de produção. Estedocumento especifica o produto a ser produzido e aquantidade, dando início ao registro de lote. Faz parteda ordem de produção a Fórmula Padrão do produto,especificando as matérias-primas a serem utilizadas e aquantidade de cada uma. Neste ponto, é gerado o núme-ro de lote do medicamento a ser produzido, conformeprocedimento aprovado.

Do almoxarifado de matérias-primas, os insumos aprova-dos são transferidos para a área de pesagem. Neste local,acontecem as operações de pesagem e/ou fracionamentoa fim de separar apenas a quantidade necessária de ma-téria-prima para a produção do lote. As matérias-primasfracionadas, após identificação, são transportadas para aárea de produção, onde sofrerão um ou mais processosde transformação. O controle de qualidade deve ter livreacesso à área produtiva, a fim de realizar todas as ativi-dades previstas para o controle em processo.

Ao final da etapa de transformação, um produto inter-mediário ou a granel foi gerado. Independentementede sua natureza, tais produtos devem ser amostrados eas amostras levadas ao laboratório de controle de qua-lidade, para a realização dos ensaios necessários à veri-ficação da sua adequação às respectivas especificações.Estando todos os resultados de acordo, os produtos sãoencaminhados à área de embalagem. Caso ocorra algumdesvio da qualidade, dois destinos podem ser dados aestes produtos: nos casos de desvios leves, eles podemser reencaminhados à área de produção para sofrer oreprocessamento. Em caso de desvios de maior gravi-dade, os mesmos devem ser descartados.

Na área de embalagem, são realizadas as últimas eta-pas para a obtenção do produto terminado. Neste pontoocorre o fracionamento dos materiais de acondiciona-mento e embalagem aprovados (observação: no casoda existência de produtos a granel, pode ocorrer a utili-zação de algum MAE em processos anteriores). Após otérmino das operações de envase e rotulagem, os produ-tos terminados são amostrados. Deve ser retirada umaamostra de referência para retenção na empresa, casovenha a ser necessária a repetição de análises. As amostras

Desvio da qualidade Afastamento dos parâmetros de qua-lidade estabelecidos para um processoou produto (BRASIL, 2003f).

Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 5511

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Venda, distribuição e reação do consumidor

Ao receber o pedido de algum cliente, é emitida umanota fiscal. A própria nota pode ser utilizada como do-cumento indicativo da quantidade de produto termi-nado e aprovado a ser separado para a venda. No casode indústrias farmacêuticas, o cliente mais provável éuma distribuidora de medicamentos. Esta, por sua vez,fará a venda do produto para farmácias e drogarias,que geralmente são os estabelecimentos responsáveispelo fornecimento do produto ao seu consumidorfinal.

Esta dinâmica será realizada nos mesmos moldes da aulaanterior. Sugere-se a formação dos mesmos grupos, mascom atribuição de tarefas diferentes entre eles. Por exem-plo: o grupo que trabalhou com áreas e materiais traba-lhará com documentações ou POP’s e assim por diante.

Passo 3 / Apresentação das conclusões

15min

Décima Primeira Aula

Passo 2 / Dinâmica de grupo

20min

Cada grupo levantará os pontos selecionados. Sempreque necessário, complemente com algum documento,área ou material importante que não pode ser esque-cido neste processo.

são remetidas ao laboratório de controle de qualidadee o restante do lote é transportado à área de quaren-tena do almoxarifado de produto terminado.

O controle de qualidade repete todos os ensaios neces-sários para assegurar a adequação do produto termi-nado frente às suas especificações. Estando todos osresultados de acordo, o produto é transferido para aárea de aprovados do almoxarifado e é liberado para acomercialização. Havendo a constatação de algum des-vio da qualidade, o procedimento é similar ao realizadopara os produtos intermediários e/ou a granel: desviospequenos levam à opção pelo reprocesso; desvios maisgraves ao descarte do produto.

5522 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 5533

De acordo com as BPF, a empresa deve manter um servi-ço de atendimento ao consumidor (S.A.C.). Este serviço po-de receber reclamações e/ou elogios de todos os níveis,desde distribuidoras até o consumidor final. No caso decomunicações de reclamações ou de desvios da qualida-de relacionados aos produtos, estes devem ser devida-mente registrados junto ao registro de lote, investigados,e encaminhados ao sistema de garantia da qualidade.

Nesta fase pós-comercialização, outra situação possível éa devolução de um lote ou de alguns produtos perten-centes a um lote por parte do cliente direto, neste caso,a distribuidora. Tais produtos devem ser armazenados naárea de produtos devolvidos e os motivos da devoluçãodevem ser investigados. Dois possíveis destinos podemser dados a estes produtos: o reprocesso ou o descarte.

Tanto as queixas registradas pelo S.A.C. quanto as análi-ses dos produtos devolvidos podem levar à identificaçãode desvios da qualidade inaceitáveis nos produtos que,de alguma forma, colocam em risco o bem estar do con-sumidor final. Para estes casos, devem existir procedimen-tos escritos a fim de providenciar o rápido recolhimentodos produtos do mercado, especialmente junto às distri-buidoras, farmácias e drogarias. O consumidor final deveser orientado a comparecer ao estabelecimento onde ad-quiriu o produto para fazer a troca. Uma vez que as BPFestejam completamente implementadas, o rastreamentodestes produtos tem como ser rapidamente realizado.

Os produtos recolhidos são então armazenados na áreade “produtos recolhidos” do almoxarifado. Novamen-te, dois destinos podem ser dados a estes produtos: oreprocesso ou o descarte.

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5544 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

SAC

Garantia deQualidade

Reprocesso

Descarte

Produtos Devolvidos

Produtos Recolhidos

Produtos TerminadosAprovados

Consumidor Final

Expedição

Distribuidor

CQ

Produção

Farmácias / Drogarias

Fig. 10 – Fluxograma – Venda, distribuição e consumidor.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 5555

Esta dinâmica será realizada nos mesmos moldes dasaulas anteriores. Como sugestão, indica-se a divisão daturma nos mesmos três grupos de trabalho. Desta vez,deve-se encaminhar a cada grupo a tarefa ainda nãorealizada por ele.

Passo 2 / Dinâmica de grupo

20min

Passo 3 / Apresentação das conclusões

15min

Passo 1 / Formulação inicial das questões do roteiro de inspeção

10min

Cada grupo deve levantar os pontos selecionados. Oeducador, sempre que necessário, complementará comalgum documento, área ou material importante quenão pode ser esquecido neste processo.

O objetivo desta atividade é fornecer a oportunidadede confrontar os conceitos trabalhados em aula com arealidade de uma indústria farmacêutica. Para tanto,será elaborada uma espécie de roteiro de inspeção queservirá de guia para uma visitação ao almoxarifado dematérias-primas e/ou MAE de uma indústria farmacêu-tica. Ao final da atividade, os jovens elaborarão umrelatório de inspeção, concluindo sobre a adequaçãodos aspectos observados durante a visita às BPF.

Inspeção de uma área de armazenamento na indústria farmacêutica

Nesta aula, o educador deverá expor o trabalho a serdesenvolvido, deixando bem claro os objetivos a serematingidos com esta atividade. Após, a turma deverá serdividida em grupos com, no máximo, 4 jovens.

A tarefa dos grupos é formularem perguntas para seusseus roteiros de inspeção.

A partir desta aula terá início a atividade prática

deste capítulo, cujo resultado final será parte

integrante da avaliação dos jovens.

Décima Segunda Aula

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5566 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

É importante deixar claro que as perguntas serão respon-didas durante a visitação, ou pela simples observaçãodo local, ou através de indagações simples ao funcioná-rio que estiver conduzindo o grupo. O roteiro conterábasicamente perguntas cujas respostas se resumam a“sim” ou “não”.

Devem ser contemplados os seguintes aspectos referen-tes às BPF: exigências e recomendações para as áreas dearmazenamento, materiais e equipamentos que podemser encontrados nestas áreas, controles que devem serrealizados, documentação necessária.

Passo 1 / Finalização do roteiro de inspeção

50min

Converse com cada grupo e indique quais as perguntasque estão apropriadas, quais não estão, que aspectosdos conteúdos trabalhados não foram contemplados,entre outras sugestões. Assuma o papel de instigador,provocando os jovens a otimizarem ao máximo a inspe-ção a ser realizada.

Estimule os jovens a complementar, finalizar e “passara limpo” seus roteiros, deixando-os prontos para seremutilizados na próxima aula, durante a visitação.

Não forneça o roteiro de inspeção da RDC 210/03 para consulta pelos jovens. Nesse momento,

eles devem ser estimulados a formular questões de acordo com os conceitos discutidos em sala

de aula.

Ao final do encontro, recolha as propostas de roteiros eanalise-as, tomando por base o roteiro de inspeção daRDC 210/03.

Nesta aula, comente com os grupos a respeito

das perguntas já formuladas.

Décima Terceira Aula

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 5577

Passo 1 / Discussão das observações

35min

Décima Quinta Aula

Passo 2 / Início da redação do relatório

25min

No primeiro momento deste encontro, levante osaspectos positivos e negativos observados durante avisitação, os pontos que chamaram mais atenção, aconstatação da existência de algum processo ou docu-mento que não tenha sido comentado em aula. Destaforma, busca-se estabelecer um ambiente de diálogopara que se discutam as observações realizadas, dandomaior suporte à redação do relatório de inspeção.

Para um melhor funcionamento da atividade, sugere-seque a turma seja subdividida para a realização davisitação em, pelo menos, dois grupos, tornando maisfácil a observação dos pontos selecionados, bem comoa locomoção e a comunicação entre os jovens e entrejovens e o mediador da visita. Todos os jovens utili-zarão seus roteiros como guia pessoal de visitação.

Visita ao almoxarifado de matérias-primas Visita

ao almoxarifado de matérias-primas e/ou de

MAE de uma indústria farmacêutica.

Décima Quarta Aula

Passo 1 / Atividade prática

50min

Indique aos jovens instruções para a redação do relató-rios, que devem conter os seguintes itens e serão reali-zados em grupos:

� Capa;� Introdução falando sobre BPF (conceitos, objetivos);� Objetivo do relatório;� Material utilizado (o roteiro de inspeção elaborado);� Resultados (respostas);� Conclusão (adequaçào das observações às BPF).

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5588 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Avaliação

Como proposta para a complementação da avaliação dodesempenho dos jovens durante este módulo, sugere-se a realização de uma redação.

Os jovens devem compor um texto dissertativo, acercado seguinte tema:

Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos:

mera exigência das autoridades ou ferramenta

essencial para a garantia da qualidade?

Indique previamente os critérios de correção dos tex-tos, para que os jovens possam atentar especialmentepara eles:

� estruturação correta de um texto dissertativo, comintrodução, desenvolvimento e conclusão;

� clareza na colocação das idéias;� coerência dos argumentos expostos;� entendimento da filosofia e da importância das BPF;� utilização correta da língua de padrão culto, respei-

tando as regras de ortografia e gramática.

Este espaço deve ser reservado para que os grupos fina-lizem a redação do relatório de inspeção e o entreguemao educador.

Como sugestão, este relatório deve compor 60% danota final do jovem na avaliação das aprendizagens docapítulo.

Passo 1 / Término da redação e entrega do relatório

50min

Décima Sexta Aula

Décima Sétima Aula

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 5599

Objetivos

� Valorizar a importância de todos os colaboradores dentro de uma indústria farma-

cêutica para a qualidade do produto final;

� Conhecer as principais diretrizes das Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos

a serem seguidas no setor produtivo e o controle de qualidade de uma indústria

farmacêutica;

� Identificar os aspectos fundamentais da produção de produtos estéreis;

� Compreender a importância do processo de validação dentro da indústria farmacêutica;

� Conhecer as principais etapas e as formas de realização de um processo de validação;

� Conhecer alguns equipamentos utilizados na indústria farmacêutica, sua função,

modos de operação e controle;

� Relacionar conteúdos teóricos com observações feitas na prática;

� Desenvolver a capacidade do trabalho em equipe, atuando de forma interativa em

prol de objetivos comuns.

2 Produção Farmacêutica:Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos

Este capítulo dá continuidade ao estudo das Boas Práticas de Fabricação, regulamen-

tadas pela Resolução RDC n. 210/03, com ênfase maior ao processo produtivo e à área

de controle de qualidade. Também serão abordados aspectos referentes a alguns dos

principais equipamentos utilizados na fabricação de medicamentos.

Por fim, como atividade de avaliação, os jovens montarão um painel relacionando os aspec-

tos observados dentro da empresa com os aspectos abordados e discutidos em sala de aula.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 6611

O objetivo desta aula é discutir as recomenda-

ções básicas das Boas Práticas de Fabricação de

Medicamentos dentro do setor produtivo de uma

indústria, com ênfase nas principais medidas de

conduta pessoal a serem tomadas para evitar a

contaminação do produto final.

Primeira Aula

Passo 1 / Aula expositiva e dialogada

15min

Educador, utilize o texto que segue como guia paraos pontos que devem ser abordados durante a etapainicial da aula, a fim de conduzir ao tema da dinâmi-ca de grupo final. Se desejar, depois da sua exposiçãodistribua-o como texto de apoio.

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6622 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Aspectos gerais da produção farmacêutica,conforme as Boas Práticas de Fabricação (BPF)

O cumprimento das BPF de medicamentos está dirigido primeiramente à diminuição dos riscosrelacionados ao processo produtivo, especialmente aqueles que não podem ser detectadosatravés de realizações de ensaios nos produtos terminados. Os principais riscos a seremevitados são:

� contaminação-cruzada; � contaminação por partículas (incluindo microorganismos); � troca ou mistura de produtos.

Contaminação cruzada De acordo com a legislação vigente, contaminação cruzada pode ser definida como acontaminação de determinada matéria-prima, produto intermediário, produto a granel ouproduto terminado com outra matéria-prima, produto intermediário, produto a granel ouproduto terminado durante o processo de produção (BRASIL, 2003a).

A gravidade da contaminação pode ser avaliada de acordo com o contaminante (o materialestranho presente na formulação) e/ou com o contaminado (o produto ao qual o materialestranho foi acidentalmente adicionado) envolvido.

Dentre os contaminantes que merecem maior cuidado, estão: os materiais capazes de causaralergias (altamente sensibilizantes), preparações contendo microorganismos vivos, hormônios,substâncias muito tóxicas (fármacos anticâncer, por exemplo) (BRASIL, 2003a).

Com relação ao contaminado, a ocorrência de contaminação cruzada é mais grave emprodutos para administração parenteral (via intravenosa, intramuscular, subcutânea, entre ou-tras) ou em tecidos lesados (feridas abertas, por exemplo), assim como aqueles administradosem grandes doses ou por longos períodos de tempo (soluções parenterais de grande volume,por exemplo) (BRASIL, 2003a).

A legislação tem exigências claramente estabelecidas a respeito de produtos que

devem ser produzidos em áreas exclusivas para evitar contaminação.

Contaminação microbiana

A presença de microorganismos em medicamentos acima dos níveis aceitáveis é um dos tiposde contaminação de maior gravidade. Além de causar danos ao produto final (alteração decor, odor, aspecto, degradação do fármaco ou princípio ativo), a presença de bactérias oufungos pode causar danos ao consumidor final (PARKER & HODGES, 2002).

É importante lembrar que o consumidor final de medicamentos já é uma pessoa debilitada,que necessita usar o produto por alguma doença. Por isso, a presença de grande quantidadede microorganismos pode não só impedir que o medicamento tenha o efeito desejado, mastambém piorar o quadro do paciente.

As principais fontes de microorganismos dentro de uma indústria farmacêutica são: água, ar,matérias-primas e pessoal (PARKER & HODGES, 2002).

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Sendo a presença humana na área de produção uma dasprincipais causas de contaminação acidental dos produ-tos, especialmente contaminação microbiana, torna-seoportuno revisar alguns aspectos e práticas de condutapessoal referentes à saúde, higiene e limpeza.

Uma vez que os jovens vivenciam estas práticas em seudia-a-dia, estão expostos ao cotidiano da empresa quedeve ser cuidadosa a respeito dessa questão e já abor-daram estes tópicos em outros módulos do curso, estaatividade pode ser desenvolvida na forma de uma reu-nião de informações a serem problematizadas, discu-tidas e esclarecidas dúvidas.

O principal objetivo desta atividade é conscientizar os jo-vens da importância dos hábitos de saúde, higiene e ves-tuário para a manutenção da qualidade final do produ-to. O educador deve demonstrar a importância de cadapessoa dentro da empresa (por mais simples que pareçasua função) para se alcançar as metas da Qualidade Total.

Para dar início à atividade (como forma de desinibição),o educador pode lançar a seguinte pergunta:

Por que a presença humana no setor produtivo é

considerada uma fonte de contaminação?

Espera-se que sejam levantados aspectos como a pre-sença natural de microorganismos na pele, coliformesfecais nas mãos, a própria movimentação do indivíduolevando a movimentação de partículas, entre outras.

Em seguida, introduz-se a discussão sobre as práticasde higiene pessoal.

Que contribuição aspectos da higiene pessoal

(banho diário, troca de roupas, correta e freqüente

lavagem de mãos) podem fazer à qualidade do

processo produtivo?

Vale a pena simular a lavagem de mãos e apontar pon-tos positivos e negativos dos procedimentos realizadospelos jovens.

Dando prosseguimento à atividade, falar a respeito douso de uniformes e equipamentos de proteção indivi-dual (EPI’s), especialmente máscaras, toucas, luvas, cal-çados específicos ou proteção de calçados (propés).

Passo 2 / Dinâmica de grupo

35min

LimpezaRemoção de sujidades aderidas às su-perfícies (PETROVICK, 2005).

Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 6633

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Prevenção da contaminaçãocruzada e microbiana

Para prevenir a contaminação cruzada e microbiana demedicamentos, é necessário considerar onde e como elapode ocorrer. A partir disso, é possível concluir a res-peito das medidas a serem tomadas.

Considerando que o processo produtivo abrange todasas atividades desenvolvidas desde o recebimento dasmatérias-primas até o armazenamento do produto ter-minado, podem ser considerados pontos críticos para aocorrência de contaminação cruzada os processos deamostragem, pesagem/fracionamento de matérias-primas, as operações de transformação onde o produtotenha contato com o ambiente externo e as operaçõesde embalagem.

Passo 1 / Aula expositiva e exercício

15min

O objetivo deste segundo encontro é prosseguir

a discussão a respeito das principais medidas a

serem adotadas no setor produtivo de uma indús-

tria farmacêutica a fim de evitar a contaminação

do produto final.

Segunda Aula

O educador pode pedir aos jovens que escrevam sobre afinalidade da utilização de cada um destes equipa-mentos. Por exemplo: máscaras – impedir a contamina-ção do produto com saliva e seus microorganismos; luvas– microorganismos existentes embaixo das unhas,descamação da pele; touca – descamação do couro cabe-ludo, movimentação de cabelos longos com desprendi-mento de partículas, entre outros. A partir das finalida-des enumeradas, complemente-as e problematize-as.

Para sintetizar, propor que os jovens se reúnam emduplas ou trios e escrevam um texto simples, de umapágina ao máximo, sobre o seguinte tema: “Importân-

cia dos hábitos de saúde, higiene, limpeza e vestuário

para a qualidade dos medicamentos”.

Esta é uma forma de os jovens sintetizarem todas as in-formações discutidas durante a aula.

6644 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 6655

Tabela 1 – Possíveis fontes de contaminação.

Liberaçãodescontrolada de partículas

� uso de instalações

exclusivas

� uso de antecâmaras

com diferença

de pressão

� sistema de exaustão

e tratamento de

ar adequado

� uso de sistema

fechado de produção

Resíduos emequipamentos

� uso de equipamentos

exclusivos

� validação de limpeza

dos equipamentos

� ensaios de resíduos

� uso de rótulos

indicando o estado

de limpeza

dos equipamentos

Animais na área de produção

� programa de

desinsetização/

desratização

� proteção das áreas

produtivas quanto a

entrada de animais

Operadores

� uso de roupas

protetoras

� treinamento

� hábitos de higiene

A contaminação cruzada acidental pode ocorrer atra-vés de:

� liberação descontrolada de pós, gases, vapores,aerossóis ou microorganismos;

� presença de resíduos de produtos em equipamen-tos;

� existência de insetos ou outros animais na área deprodução;

� presença dos próprios operadores no setor pro-dutivo.

De acordo com cada uma destas potenciais causas, épossível inferir algumas medidas a serem tomadas paraevitar o problema.

ExercícioPara cada uma das quatro possíveis fontes de conta-minação cruzada acidental apontadas, cite pelo menosduas medidas que podem ser tomadas para evitar/mi-nimizar o risco de que esta aconteça.

Os jovens resolverão o exercício individualmente ou emduplas. Após a resolução, dispor no quadro as quatrocausas e deixar um espaço reservado para as medidasapontadas pelos jovens. Desta forma, é possível unir omaior número de informações e propiciar uma discus-são a respeito das alternativas. Um exemplo se encon-tra abaixo:

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Higienização e sanitização

Uma das principais formas de prevenção da contami-nação cruzada e microbiana dentro do setor industrialé a implementação de um amplo programa de higieni-zação de áreas e equipamentos dentro da empresa.

Um programa completo de higienização é compostodas seguintes etapas (PETROVICK, 2005):

� Pré-lavagem: retirada das sujidades maiores;� Lavagem: retirada das demais sujidades;� Enxágüe: retirada dos agentes de limpeza;� Sanitização: redução do número de microorganismos;� Secagem: retirada dos líquidos (solventes, agentes

sanitizantes);� Esterilização: eliminação completa de microorganismos.

As etapas de pré-lavagem e lavagem (limpeza) podemser realizadas através de métodos mecânicos (ato deesfregar), físicos (aumento da temperatura da água) equímicos (uso de detergentes).

É importante destacar que a sanitização de áreas e equi-pamentos deve sempre ser realizada após a limpeza eem período próximo a reutilização.

Os principais agentes sanitizantes utilizados na indús-tria farmacêutica são (PETROVICK, 2005):

� Compostos de amônio quaternário. Ex.: cloreto debenzalcônio, cetrimida;

� Compostos inorgânicos de cloro. Ex.: hipoclorito desódio;

� Iodóforos. Ex.: lugol, PVPI;� Ácido peracético;� Peróxido de hidrogênio.

Nem sempre a fase de esterilização é necessária. Os mé-todos de esterilização serão discutidos no tópico quetrata de produtos estéreis.

Cabe aqui ressaltar a importância da escolha dos mate-riais de construção de áreas e equipamentos dentro daindústria. A característica “facilmente lavável” é impres-cindível em ambos os casos, bem como a baixa pro-babilidade de desprendimento de partículas.

Passo 2 / Aula expositiva

10min

HigienizaçãoProcedimento que engloba os processosde limpeza e sanitização (PETROVICK,2005).SanitizaçãoRedução do número de microorga-nismos a níveis considerados aceitáveis(PETROVICK, 2005).EsterilizaçãoLivrar um corpo ou material de micro-organismos vivos e dos seus esporos(PARKER & HODGES, 2002).

6666 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 6677

Além disso, os equipamentos devem ser o mais simplespossível, a fim de evitar um número excessivo de jun-ções e pontos críticos onde possa ocorrer acúmulo departículas e/ou microorganismos. Para uma higieniza-ção eficiente de equipamentos, estes pontos críticosdevem ser conhecidos e um cuidado especial deve sertomado com relação a eles, bem como um monitora-mento mais cuidadoso.

Todos os procedimentos de higienização realizadosdentro do setor produtivo da indústria farmacêutica de-vem seguir POP’s específicos e o pessoal responsável porestes procedimentos deve ser devidamente treinado.

Passo 3 / Exercício

10min

Exercício

Leia atentamente as instruções de uso do produto a se-guir e responda às questões:

Educador, copie e distribuia o exercício que segue.Ao final, corrija-o em grande grupo (respostas aofinal do caderno).

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6688 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Proxitane®

Descrição: Solução equilibrada, de incolor a levemente amarelada, de odor forte ecaracterístico, constituída de ácido peracético, peróxido de hidrogênio, ácido acético eveículo estabilizante. É compatível com aço inox. Seus produtos de decomposição (água,oxigênio e ácido acético) são totalmente biocompatíveis.

Aplicação: regime típico de aplicação de Proxitane® em sistemas Clean in Place

Após término do processo, drenar o sistema. Não há necessidade de enxágüe.

Produto Tempo de contato

Água corrente até descarte límpido 5 – 10 min

Uso de detergente alcalino e/ou solução alcalina pH > 10 10 – 30 min

Água corrente para remoção do detergente até pH = 7 5 – 15 min

Solução de Proxitane® diluída 5 – 20 min(de acordo com a concentração)

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Fig. 1 – Instruções do Proxitane.

Responda

1 Qual a função do Proxitane®?

2 Qual o principal constituinte ativo do produto utilizado?

3 Ele pode ser utilizado em programas de higienização de equipamentos emindústria farmacêutica? Justifique sua resposta.

4 Dentro do regime de aplicação proposto, identifique cada uma das seguintesetapas: enxágüe, sanitização, secagem, lavagem, pré-lavagem.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 6699

Passo 4 / Discussão

15min

Educador, neste ponto questione a turma a respeitode seus conhecimentos sobre o sistema Clean in Place.Uma boa alternativa é pedir que cada jovem res-ponda em seu caderno a seguinte pergunta: O quevocê entende por sistema Clean in Place?

Diversas respostas podem ser obtidas, desde “nuncaouvi falar” até noções muito próximas da realidade.

Após cada um redigir a sua própria resposta, reúna osjovens em grupos de 3 a 4 para discutir a respeito. Cadajovem lerá para os colegas a resposta que escreveu eescutará as respostas dos outros. Deverão discutir arespeito das similaridades e diferenças entre elas etentar formular um conceito que contemple a todos.

Por fim, a discussão deve ser ampliada ao grande gru-po. Neste momento, o Educador conduzirá a discussãoaté que se formule um conceito muito próximo de:

Os sistemas ou métodos Clean in Place (CIP) visam à

remoção de sujidades e microorganismos de uma linha

de produção sem a necessidade de desmontagem dos

equipamentos. Consiste em promover a circulação de

água, detergentes e desinfetantes pelo mesmo circuíto

onde circula o produto, fazendo com que os agentes

de limpeza atinjam de forma rápida todos os pontos

críticos dos equipamentos, mangueiras e tubulações.

O sistema CIP apresenta uma série de benefícios, como:

os operadores não necessitam entrar em contato com

os produtos utilizados, o tempo de parada da produ-

ção, o consumo de água e os custos com a higienização

são reduzidos, além da possibilidade de automatiza-

ção, levando a uma maior reprodutibilidade do proces-

so como um todo.

De forma análoga também existem sistemas de Sterili-zation in Place (SIP).

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7700 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Passo 1 / Aula expositiva e dialogada

50min

Nesta aula serão abordados aspectos das BPF

para medicamentos referentes às operações de

produção e embalagem. Por fim, será realizada

uma atividade prática para sedimentar os con-

ceitos sobre o processo de reconciliação.

Terceira Aula

Educador, no texto de apoio encontram-se grifadasalgumas palavras que sintetizam os aspectos funda-mentais a serem abordados. Esta explanação inicialservirá como guia para uma visitação ao setor produ-tivo da empresa que será realizada na aula seguinte.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 7711

Operações de produção e embalagem

Uma vez devidamente limpos e sanitizados os equipamentos, áreas e utensílios de produção,o processo produtivo pode ser iniciado. Antes, porém, é necessária a conferência da orga-nização da área de produção, do encaixe correto de todos os tubos e conexões e da ausênciade todo e qualquer material estranho ao processo.

A “palavra-chave” para o cumprimento das BPF no setor produtivo de uma indústria farma-cêutica é documentação.

O documento que norteia a geração dos demais necessários à fabricação de um produtofarmacêutico é o Relatório Técnico, aprovado quando do registro do produto junto à ANVISA.Com base nele são redigidos a Fórmula Padrão (que dá origem à ordem de produção) e todosos Procedimentos Operacionais Padrão (POP’s) a serem seguidos para a correta realização dasoperações de produção. Tendo em vista sua finalidade, devem ter redação clara e objetiva,evitando mais do que uma interpretação, e são previamente aprovados pela Garantia daQualidade.

Além dos POP’s, rótulos e etiquetas têm especial importância. Não se produz nada em umaindústria farmacêutica sem que todo o material envolvido no processo (matérias-primas,recipientes, equipamentos e áreas) esteja devidamente identificado. Esta identificação éespecífica para cada material, porém, durante o processo produtivo, a maioria dos rótulosapresenta, no mínimo, as seguintes informações: o produto que está sendo processado, suaconcentração, o número de lote e, se necessário, o estágio de produção. A correta identifi-cação de todos os insumos é também uma forma de prevenir a mistura ou troca de produtos,um dos objetivos das BPF.

Durante o processo produtivo, as ações de controle de qualidade realizadas estão atentas aosprocedimentos do controle em processo e do controle ambiental (qualidade do ar, por exem-plo). É extremamente importante que essas tarefas sejam realizadas sem prejudicar o processoprodutivo e a qualidade do produto.

Outra medida que visa garantir o bom andamento do processo produtivo e a qualidade dosprodutos é a implementação de programas de calibração periódica e manutenção preventivade utensílios e equipamentos. Estes programas são parte importante das BPF e compreendemtanto os registros dos procedimentos realizados como um cronograma que informa as datasdas futuras verificações. Sendo detectadas falhas ou defeitos, os equipamentos e utensíliosdefeituosos devem ser identificados como tal e inutilizados até a resolução dos problemas.Toda e qualquer operação de reparo e manutenção não deve representar riscos à qualidadedo produto.

Operações de embalagem

Uma vez obtidos os produtos intermediários e/ou a granel, inicia-se a etapa de embalagem. Alinha de embalagem deve necessariamente ser inspecionada e liberada por pessoal autoriza-do. São adotadas medidas para verificação da limpeza de áreas e equipamentos e da ausênciade objetos estranhos ou de materiais de acondicionamento e embalagem de processosanteriores.

Neste ponto do processo, atenção especial deve ser dada aos procedimentos que visam evitara troca, mistura ou substituição de materiais, especialmente rótulos, bulas, embalagens, entreoutros.

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Page 72: Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II · Cosméticos I. Projeto Formare II. Título III. Série CDD-371.426. ... intensidade e os modos de avaliação), o Caderno pretende

7722 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Para tanto, são tomadas diversas medidas:

� todo o material impresso deve ser cuidadosamente conferido antes do início do processo;

� o nome do produto e o número de lote deve estar à vista em todas as etapas do processo;

� as etapas de envase e fechamento devem, preferencialmente, ser imediatamente seguidas

da etapa de rotulagem e impressão;

� a correção das operações de impressão (data de fabricação, número de lote, validade)

devem ser cuidadosamente conferida, especialmente se realizadas manualmente;

� é proibido embalar produtos diferentes ao mesmo tempo, exceto em casos onde haja

controle eletrônico ou quando existe uma separação física entre as linhas.

Qualquer produto que apresente algum problema durante o processo de embalagem só podeser reintroduzido na linha após minuciosa inspeção e aprovação por pessoa autorizada.

É importante salientar que, nas operações de produção e embalagem, o cumprimento das BPFpara medicamentos decorre de trabalho em conjunto e extremamente integrado entre a pro-dução e o controle de qualidade.questionamento necessário à realização da atividade.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 7733

Fig. 2 – Possíveis de reconciliação.

Reconciliação

Entende-se por reconciliação o procedimento realizado nas indústrias farmacêuticas que temcomo objetivo fazer uma comparação entre a quantidade real de produção e a quantidadeteórica estabelecida nas diferentes etapas de produção de um determinado lote de produto(BRASIL, 2003a).

O procedimento da reconciliação visa avaliar as perdas e/ou sobras de produção ocorridasdurante o processo para determinar a necessidade ou não de ajustes e otimização do pro-cesso produtivo como um todo.

Para cada produto em cada linha de produção são estabelecidos índices máximos de perdasdurante o processo. Se tais índices forem ultrapassados, medidas de ajuste precisam sertomadas.

Ao ser identificada uma discrepância, o lote de produto só pode ser liberado após a investi-gação e a justificativa da alteração, e todas as informações devem ser devidamenteregistradas no registro de lote correspondente.

Para compreender o processo de reconciliação, é possível utilizar como exemplo o seguinteprocesso produtivo simplificado de caixas com 10 comprimidos de ácido acetilsalicílico 500mg:

Ácido AcetilsalicílicoEstearato de magnésio

Comprimidos

Medicamento

Mistura de Pós

BlísteresBlistagem

Mistura

Embalagem

Para facilitar os cálculos, como adjuvante à forma far-macêutica, foi acrescentado apenas o estarato demagnésio (adequador de fluxo) na concentração de 5% eo método de compressão utilizado será a compressãodireta, eliminando a etapa de granulação.

O primeiro fator a ser definido quando da produçãodeste produto é: Fórmula Unitária, ou seja, a composição de cada comprimido.

Após, define-se a dimensão do lote, que pode ser, por exemplo, 1.000.000 (um milhão) decomprimidos.

Neste ponto, é calculada a quantidade de insumos necessários (incluindo MAE’s), a fim de serobtida a fórmula padrão do medicamento.

Definida a Fórmula Padrão, emite-se a ordem de produção. As matérias-primas são fracionadase inicia o processo produtivo. Ao final, as seguintes informações são obtidas:

Fórmula Unitária

Ácido acetilsalicílico 500 mgEstearato de magnésio 25 mgPeso total do comprimido 525 mg

Reconcilia

ção

Tabela. 2 – Fórmula unitária.

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7744 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Operação Quantidade teórica Quantidade real

Mistura de pós 525 kg 522,7 kg

Compressão 1.000.000 un 985.662 un

Embalagem 100.000 cartuchos 98.566 cartuchos

Obs.: Os valores aqui apresentados são arbitrários.

Fórmula Padrão

Ácido acetilsalicílico 500 kgEstearato de magnésio 25 kgBlisteres* 100.000 unBulas 100.000 unCartuchos 100.000 unCaixas de papelão p/ 100 cartuchos 1.000 unFita adesiva 1.000 m

* também para simplificar a compreensão, os blisteresserão considerados como uma peça única.

Tabela 3 – Fórmula unitária.

Tabela 4 – Matérias-primas fracionadas.

Nesta etapa, o papel do educador é conduzir o grupo, com auxílio de transparências ou doquadro, à compreensão do objetivo do processo de reconciliação. Para tanto, sugere-se quefaçam a leitura dialogada do texto de apoio “Reconciliação” e que em grupos resolvam asquestões que seguem.

De posse das informações, os jovens se reunirão em grupos de até 3 estudantes para realizaros cálculos. Identificarão os seguintes fatores:

1 Qual a perda percentual ocorrida durante a operação de mistura de pós? Quais os fatoresinerentes ao processo que podem ter resultado nesta perda?

2 Qual a perda percentual ocorrida na etapa de compressão? Quais os fatores inerentesao processo que podem ter levado a esta perda?

3 Qual a perda percentual total do processo produtivo?

4 Em algum ponto do processo produtivo houve sobra de matéria-prima?

5 Qual o destino que deve ser dado à matéria-prima excedente?

6 Que medida simples pode ser tomada para evitar a sobra de materiais durante o processoprodutivo?

7 Todos os 98.566 cartuchos produzidos ao final do processo estão disponíveis para acomercialização? Justifique sua resposta.

Acompanhe o desenvolvimento da atividade e discuta as respostas obtidas em grande grupo

cujas respostas esperadas encontram-se no final do Caderno. É importante destacar nova-

mente que limites de aceitação de perdas durante o processo são estabelecidos pela empresa.

Caso este limite seja ultrapassado, convém investigar a alteração e o produto terminado só será

liberado após a análise, a justificativa e o registro do desvio ocorrido. Caso seja necessário,

podem ser definidos ajustes para redução das perdas.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 7755

Passo 1 / Inspeção do setor produtivo

50min

Educador, combine com um funcionário do setorpara que ele se disponha a responder os questiona-mentos dos jovens. Certifique-se antes de que todosos equipamentos importantes de serem visualizadospelos jovens estejam à disposição. De preferência, avisita deverá ser realizada durante a produção de umdeterminado produto. Caso não seja possível, utilizeum produto da empresa como exemplo para contex-tualizar algumas questões.Preferencialmente, a turma deve ser dividida em pe-quenos grupos a fim de facilitar a observação e oquestionamento necessário à realização da atividade.

Nesta aula será realizada uma visita ao setor pro-

dutivo da empresa, visando verificar a aplicação

dos conceitos relativos às BPF discutidos em sala

de aula.

Quarta Aula

Os jovens visitarão o setor produtivo da empresa, por-tando um roteiro de inspeção (Anexo 2) cujos itensserão preenchidos conforme as observações realizadas.

Esta aula fica reservada para que os jovens, com

base nas informações coletadas na aula anterior,

redijam um relatório.

Quinta Aula

O relatório tem por objetivo fazer com que os jovensrelacionem a teoria vista em sala de aula com os aspectosrelacionados na prática. Este material também poderáauxiliar na confecção da atividade prática final destecapítulo.

O relatório pode fazer parte da avaliação das apren-dizagens dos jovens.

Passo 1 / Relatório de inspeção

50min

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7766 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Passo 1 / Aula teórica

25min

O objetivo da sexta aula deste capítulo é intro-

duzir o estudo das diretrizes das BPF de medica-

mentos no setor de controle de qualidade e

elaborar questionário sobre o assunto a ser

utilizado na próxima aula.

Sexta Aula

Educador, trate dessas questões de forma exposi-tivo-dialogada, provocando reflexão a respeito daimportância da independência do CQ na empresa ouentregue o texto de apoio que segue e peça aosjovens que leram e destaquem o que lhes parecersignificativo. A partir daí, organize, por meio dediálogos, os conteúdos.

Passo 2 / Elaboração do questionário

25min

Para uma melhor compreensão do tema, sugere-se queos jovens façam uma entrevista com o responsável peloControle de Qualidade da empresa ou com um funcioná-rio encarregado pela amostragem de matérias-primase/ou demais produtos.

Para tanto, cada jovem, individualmente, escreverá emuma folha de papel uma ou duas questões que tenhamsurgido quando da explanação inicial a respeito doprocesso de amostragem.

Oriente os jovens para que o relatório contenha osseguintes itens:� Capa (contendo dados de identificação);

� Introdução (um texto breve sobre a importância dasBPF no setor produtivo);

� Desenvolvimento (questões do roteiro, as respostasobtidas e uma breve discussão teórica sobre asmesmas);

� Conclusão.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 7777

Depois, os jovens lêem suas questões e o educador asescreve no quadro, com o objetivo de formular um ques-tionário a ser respondido pelo profissional na entre-vista a ser realizada no próximo encontro.

Deixe que os jovens determinem as questões a seremformuladas, mas esteja atento para que o questionárionão seja muito extenso (no máximo 15 questões), nemmuito repetitivo, nem incompleto, nem que deixe devalorizar as dúvidas dos estudantes. O instrumento de-verá contemplar os seguintes aspectos:

� O que significa uma "amostra representativa";� Questões sobre de métodos de coleta de amostras;� Questões sobre definição do tamanho da amostra;� Diferenças na coleta de amostras de matérias-primas e

produtos terminados;� Quantidades necessárias para as análises e amostras

de referência;� Destino das amostras de referência;� Identificação e recipientes utilizados;� Questões sobre coleta de amostras para ensaios micro-

biológicos.

Finalizada a discussão, serão distribuídas responsabili-dades: alguns jovens serão indicados para organizar asquestões e outros para formular as perguntas.

Deixe claro que o questionário servirá como guia paraa entrevista, mas não como única fonte de indagações.Todos os jovens devem se sentir à vontade para realizaroutras perguntas ao profissional, seja para resolver dúvi-das, seja para saberem mais sobre o assunto tratado.

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7788 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Aspectos gerais do controle de qualidade,conforme as Boas Práticas de Fabricação (BPF)

Controle de qualidade (CQ) – O setor de controle de qualidade de uma indústriafarmacêutica é responsável pelas etapas de amostragem, realização dos ensaios, definição dasespecificações e pela liberação de matérias-primas, produtos intermediários, a granel e ter-minados, bem como pela supervisão dos registros das operações de produção. Isto pressupõeque suas atividades não se resumem à rotina laboratorial, mas que este se envolva e participeativamente em todas as decisões relacionadas à qualidade do produto (BRASIL, 2003a).

A característica fundamental do controle de qualidade em uma empresa é a suaindependência do setor produtivo, ou seja, ele deve ter autonomia para tomar as decisões eimplementar os atos que julgar necessário para a garantia da qualidade total do produto final.

Há diferentes atribuições do controle de qualidade em uma indústria farmacêutica, semprenorteadas pelas BPF. A primeira delas é o processo de amostragem.

Amostragem

Para todos os tipos de materiais a serem analisados pelo laboratório de controle de qualidade,deve haver um POP definindo o método de amostragem e a quantidade a ser amostrada. Estesprocedimentos visam padronizar a forma de coleta das amostras e garantir que elas sejamrepresentativas do lote.

O momento da coleta das amostras é considerado um dos pontos críticos de ocorrência demistura de materiais ou de contaminação. Para evitar estes problemas, alguns cuidadosprecisam ser tomados:

� todos os equipamentos e utensílios utilizados devem estar limpos;

� os procedimentos de amostragem devem ser cuidadosamente seguidos;

� preferencialmente, um insumo/produto deve ser amostrado de cada vez;

� os recipientes contendo as amostras devem ser devidamente identificados e imediatamente

fechados após a amostragem;

� os materiais já amostrados devem ser identificados como tal e mantidos em estado de qua-

rentena.

Os recipientes utilizados para a coleta das amostras devem garantir a integridade do materialaté sua chegada ao laboratório de controle de qualidade. Características próprias de cadamaterial (degradação por exposição à luz, por exemplo) devem ser considerados na escolha dorecipiente.

A identificação dos recipientes que contêm as amostras deve apresentar, no mínimo, osseguintes itens: material amostrado, número do lote interno, assinatura da pessoa querealizou a coleta e data da amostragem (BRASIL, 2003a).

Na coleta de amostras para ensaios microbiológicos, além destes cuidados, é preciso procederà desinfecção da parte externa do material de acondicionamento do produto e todos osinstrumentos e equipamentos utilizados devem estar devidamente esterilizados, bem como orecipiente que irá conter a amostra. Além disso, é fundamental que o responsável pela tarefaesteja devidamente uniformizado, utilizando luvas estéreis, máscara e touca durante oprocedimento.

As amostras de referência ou de retenção são coletadas no mesmo momento das amostraspara análise. A quantidade de material a ser amostrado para retenção deve ser suficiente pararealizar duas vezes todos os ensaios necessários à comprovação da qualidade do produto.A

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 7799

Material Tempo de retenção

Princípios ativos Até doze meses após o vencimento dos produtos terminados aos quais tenham dado origem

Excipientes Mínimo de dois anos

Produto terminado Até doze meses após a data de seu prazo de validade

Soluções parenterais Até trinta dias após a data de seu prazo de validadede grande volume (ex.: soro fisiológico 500 mL)

A legislação vigente preconiza o tempo que estas amostras devem ser mantidas na empresa(ver tabela abaixo) (BRASIL, 2003a).

Tabela 5 – Amostras de referência ou retenção: tempo.

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8800 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Passo 1 / Entrevista

30min

O objetivo deste encontro é realizar uma entre-

vista com profissional responsável pelo Controle

de Qualidade ou encarregado da amostragem na

empresa, a fim de esclarecer as dúvidas surgidas

durante a explanação em sala de aula e dar opor-

tunidade de os jovens aprenderem com quem

faz. Como forma de sintetizar as informações

obtidas, um relato da atividade será redigido ao

final do encontro.

Sétima Aula

Educador, apresente o profissional aos jovens e zelepela organização da entrevista. Num primeiro mo-mento, oriente a formulação das perguntas plane-jadas na aula anterior (lidas pelos jovens que ficaramcom essa atribuição). A partir delas, os demais jovensdevem ser incentivados a complementar as questõescom outras que forem surgindo ao longo da conver-sa. Solicite ao profissional que este momento seja omais ilustrativo possível, com a demonstração deinstrumentos, recipientes, rótulos, etiquetas e outrosdocumentos utilizados no processo.

Passo 2 / Síntese das informações

20min

Enquanto ouvem o profissional, os jovens anotam as infor-mações. Se for do interesse da turma, houver concordân-cia do entrevistado e disponibilidade para gravar, faça-o.

Os jovens redigirão um relato da entrevista realizada.Além de suas impressões pessoais, destaque de pontospositivos e negativos (se houver) e principais aprendi-zagens, proponha que o relato seja finalizado com umareflexão sobre a seguintes sentença: A coleta de uma

amostra representativa é fundamental para assegurar a

qualidade do produto final.

O primeiro momento do encontro consistirá na realiza-ção da entrevista com o profissional. Providencie paraque ela seja preferencialmente realizada no ambienteda empresa (como sugestão, a área de amostragem noalmoxarifado).

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 8811

Passo 1 / Aula expositiva e dialogada

10min

O oitavo encontro abordará os ensaios necessá-

rios para a realização do controle de qualidade de

matérias-primas e também apresentar aos jovens

a Farmacopéia Brasileira, 4ª edição.

Oitava Aula

Controle de matérias-primas

Para esta aula, copie seis monografias de matérias-primas da Farmacopéia Brasileira, 4ª edição, que englo-bem os seguintes tipos de matérias-primas: 2 fármacos,3 excipientes (dois sólidos e outro líquido) e 1 materialde origem vegetal.

Disponibilize folhas de cartolina ou papel pardo, cane-tas hidrocor e outros materiais para a confecção de umcartaz.

Com relação ao conteúdo que segue, exponha-o oudistribua aos jovens como texto de apoio, sugerindoleitura prévia e posterior formulação de questões.

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8822 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Controle de matérias-primas

Neste ponto serão tratados, de forma geral, os ensaios de controle de qualidade preconizadospara os princípios ativos e os excipientes de um medicamento.

Antes, porém, é importante relembrar que é responsabilidade do controle de qualidade a defi-nição das especificações de cada matéria-prima a ser utilizada na indústria farmacêutica. Taisespecificações devem constar em documentos escritos, revisados e aprovados.

Da mesma forma, todos os ensaios realizados devem estar claramente descritos em docu-mentos específicos. Alguns procedimentos podem ser utilizados na análise de mais de umamatéria-prima, outros são específicos de determinados materiais. Os procedimentos devem serperiodicamente revisados quanto à sua adequação aos objetivos propostos, aprovados edevem estar prontamente disponíveis para consulta.

Além disso, o laboratório de controle de qualidade deve possuir POP’s escritos e aprovados paraa preparação de todos os reagentes e meios de cultura utilizados durante as análises. Estesprocedimentos devem ser claros e estar disponíveis para consulta.

Todas as etapas e resultados dos ensaios devem ser devidamente registrados e gerar umcertificado de análise ao final do processo.

Por fim, uma matéria-prima apenas é liberada para o uso após sua aprovação pelo controle dequalidade, o que acontece mediante a comparação dos resultados das análises realizadas e dasespecificações necessárias à matéria-prima.

Deve ainda estar prevista a execução de reanálise de matérias-primas. Ela se baseia no prazode validade do insumo e no tempo pelo qual o mesmo permanecerá no almoxarifado daempresa. Este ensaio precisa seguir procedimentos escritos e aprovados e ser devidamenteregistrados.

Ensaios necessários

Os ensaios realizados em matérias-primas na indústria farmacêutica podem ser divididos emtrês grandes grupos:

Ensaios físico-químicos: determinação de propriedades físicas, químicas e físico-químicasdos materiais. Podem ser subdivididos, basicamente, em ensaios de identificação, deter-minação de pureza e potência (doseamentos). Ex.: determinação do ponto de fusão, pH, perdapor dessecação, entre outros;

Ensaios microbiológicos: testes que envolvem a determinação da presença e/ou ausênciade microorganismos nos materiais. Ex.: contagem de microorganismos viáveis totais,identificação de patógenos, coliformes totais e fecais, testes de esterilidade, entre outros;

Ensaios biológicos: testes que fazem uso de animais ou parte destes (órgãos isolados, teci-dos). Ex.: ensaios de irritação cutânea em cobaias, teste de pirogênio em coelhos, entre outros.

Os ensaios mais amplamente preconizados e empregados para matérias-primas são os físico-químicos e os microbiológicos.

No laboratório de controle de qualidade devem existir áreas separadas específicas para a rea-lização de cada um dos tipos de ensaios. Ainda, cada área individualmente deve estar devida-mente organizada e ser condizente com o volume e tipo de atividades desenvolvidas.

Prazo de validade – Data limite para a utilização de um produto farmacêutico definida pelo fabricante,com base nos seus respectivos testes de estabilidade, mantidas as condições de armazenamento etransporte estabelecidos (BRASIL, 2005).Co

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 8833

Alguns destes ensaios, especialmente os de identificação e doseamento, podem necessitar dautilização de um padrão de referência. O laboratório de controle de qualidade deve possuirpadrões de referência de todas as substâncias ativas (especialmente fármacos) utilizadas pelaempresa.

Outra classificação divide os métodos de análise em dois grandes grupos:

� Métodos oficiais: são aqueles inscritos em códigos oficialmente aceitos pela legislação;

� Métodos não-oficiais: são aqueles métodos desenvolvidos na própria empresa com base em

dados da literatura, experiência interna ou com o apoio de universidades, e que não estão

descritos em nenhuma farmacopéia ou formulário oficial.

No Brasil, o código oficial para produtos farmacêuticos é a Farmacopéia Brasileira. Ela se en-contra atualmente em sua 4ª edição, porém as monografias das edições anteriores (se nãorevisadas) ainda são válidas.

De acordo com a legislação vigente, outros compêndios oficiais aceitos no Brasil são: Farmaco-péia Britânica (BP), Farmacopéia Européia (EP), Farmacopéia Nórdica, Farmacopéia Japonesa,Farmacopéia Americana e seu Formulário Nacional (USP) (BRASIL, 1995).

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8844 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

O objetivo desta aula é levar ao conhecimento

dos jovens os ensaios necessários para a realiza-

ção do controle de qualidade de materiais de acon-

dicionamento e embalagem, materiais impressos,

produtos intermediários, a granel e terminados.

Ao final da aula, será realizada uma breve discus-

são sobre as demais funções do controle de quali-

dade dentro da indústria farmacêutica.

Nona Aula

Passo 3 / Apresentação dos cartazes

15min

Ao término da confecção dos cartazes, os jovens osapresentarão à turma, enfatizando as conclusõesrealizadas quanto à comparação das monografias.

Para realização desta atividade, a turma será divididaem três grupos. Cada grupo elaborará um cartaz apre-sentando um quadro comparativo entre duas mono-grafias da Farmacopéia Brasileira. As monografiasserão distribuídas a fim de serem realizadas as seguintescomparações:

Fármaco x Excipiente

Excipiente sólido x Excipiente líquido

Fármaco x Material vegetal

Deixe os jovens à vontade para usarem sua criatividadena confecção do cartaz. Oriente-os, apenas, para que oscartazes apresentem as similaridades e diferenças entreas monografias, especialmente com relação aos ensaiospreconizados. Cada ensaio identificado nas monogra-fias será classificado como físico-químico, microbioló-gico ou biológico.

Passo 2 / Análise de monografias

10min

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 8855

O texto de apoio que segue servirá como guia para aexplanação destes aspectos.

MAE's Materiais Impressos Produtos

Ensaios específicos de acordo Conferência cuidadosa de Ensaios específicos de acordomaterial de construção: todas as informações com a forma farmacêutica:

vidros presentes no material sólidasplásticos líquidas

papel/papelão semi-sólidas

Passo 1 / Aula expositivo-dialogada

30min

Controle de materiais

Para tornar mais agradável a dinâmica desta aula, di-vida o quadro em três partes: uma para MAE’s, outrapara materiais impressos e outra para produtos. Nestesespaços, vá anotando os aspectos básicos do controlede qualidade de cada um deles. Um exemplo destesaspectos pode ser visualizado na tabela abaixo:

Tabela 6 – Controle de qualidade de materiais de acondicionamento e embalagens

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8866 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Controle de materiais de acondicionamento e embalagem

Da mesma forma que para as matérias-primas, também existem procedimentos escritos para aanálise e especificações dos materiais de acondicionamento e embalagem. Estes também só sãoliberados para utilização na produção após a conferência dos resultados dos ensaios realizadoscom as especificações, aprovando o material.

Ensaios necessáriosOs ensaios de controle de qualidade realizados com os MAE’s também podem ser divididos emtestes físico-químicos, microbiológicos e biológicos. Os ensaios necessários são determinadospelo material de fabricação do MAE.

Vidros

Os ensaios realizados em materiais de vidro visam identificar defeitos nos mesmos. Os defeitossão classificados em três classes:

� Críticos: capazes de por em risco a saúde ou a vida dos usuários. Ex.: rebarbas ou fios devidro no interior do frasco, presença de fungos no interior do frasco, entre outros;

� Maiores: impedem a utilização do frasco, provocam falta de segurança para as pessoasque os manuseiam ou podem comprometer o processo de envase. Ex.: rebarbas de vidro naparede externa, irregularidades na espessura do frasco, inclusão de bolhas de ar na parededo frasco, gargalo torto, entre outros;

� Menores: não impedem a utilização normal dos frascos, mas podem comprometer a boaaparência do produto. Ex.: riscos ou estrias na superfície do frasco, falta de perpendicula-ridade entre a parede e o fundo do frasco, entre outros.

Em linhas gerais, para materiais de vidro são realizados os seguintes ensaios:

� Avaliação visual: cor, presença de manchas, riscos, rasuras, entre outros;

� Testes físicos: aferição das dimensões, peso, volume, exposição a choque térmico;

� Testes de resistência química ou hidrolítica.

Plásticos

São vários os ensaios realizados para materiais plásticos e estes variam de acordo com o tipode material utilizado. Alguns exemplos são: avaliação da cor, odor, dimensões, gramatura,permeabilidade ao vapor d’água, transmissão de luz, resíduos, substâncias cedidas, entreoutros.

É importante conhecer exatamente o tipo de plástico que está sendo utilizado e buscar naliteratura os ensaios específicos para este.

Papel/Papelão

No controle de qualidade de materiais de papel e papelão, os principais aspectos a seremverificados são as dimensões da embalagem e a gramatura, que devem estar de acordo com osolicitado (especificações).

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 8877

Controle de materiais impressosTambém devem existir procedimentos escritos para a análise e especificações dos materiaisimpressos. Estes só são liberados para utilização na produção após a conferência dos resulta-dos dos ensaios realizados com as especificações.

Ensaios necessáriosPara os materiais impressos deve ser realizada a conferência cuidadosa de todas as infor-mações contidas, bem como a clareza e a qualidade das impressões.

Controle de produtos intermediários,a granel e terminadosPara os produtos intermediários, a granel e terminados também existem procedimentosescritos para a análise e especificações. Sua liberação para os demais estágios da produção oupara a comercialização (no caso dos produtos terminados) só deverá ocorrer após a confe-rência dos resultados das análises, aprovando os produtos.

Ensaios necessáriosOs produtos intermediários, a granel e terminados também são analisados através de ensaiosfísico-químicos, microbiológicos e biológicos. Alguns ensaios são muito similares aos utilizadospara as matérias-primas, como os de identificação e doseamento das substâncias ativas.

Os ensaios específicos a serem realizados são determinados pela forma farmacêutica doproduto. Alguns exemplos encontram-se abaixo:

Formas farmacêuticas sólidas: peso médio, granulometria (pós e granulados), teor deumidade, dissolução, desintegração, uniformidade de doses unitárias, dureza (comprimidos),friabilidade (comprimidos);

Formas farmacêuticas líquidas: volume médio, pH (quando a água for o solvente),viscosidade, densidade;

Formas farmacêuticas semi-sólidas: peso médio, espalhabilidade, viscosidade, pene-trabilidade.

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8888 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Passo 1 / Estudo dirigido

50min

O objetivo desta aula é familiarizar os jovens com

as etapas necessárias à realização de um estudo

de estabilidade de medicamentos, através de utili-

zação da ferramenta do estudo dirigido.

Décima Aula

Educador, para esta aula, reproduza o texto e oquestionário que aqui se encontram e disponibilize-osaos jovens. O estudo dirigido pode ser realizado indi-vidualmente ou em duplas. Circule pela sala e procureresponder a todos os questionamentos e dúvidas quesurgirem por parte dos jovens. Ao final da aula, reali-ze a correção das questões para o grande grupo, a fimde não deixá-los sem solução de atividade realizada.

Outras responsabilidades do controle dequalidade: controle em processo e revisão dos regis-tros da produção

O restante do encontro fica reservado à discussão deoutras funções do controle de qualidade, tão importan-tes quanto a realização dos ensaios propriamente ditos.

Estas responsabilidades são:� realização dos testes de controle em processo, mui-

tas vezes dentro da área de produção, e registro dosmesmos;

� revisão de todos os registros do processo produtivo;� investigação dos desvios de qualidade dos lotes.

Passo 2 / Discussão

20min

Educador, nesses procedimentos, o controle de qua-lidade se aproxima do processo produtivo. Você devemotivar os jovens para que indiquem estas funçõesdo controle de qualidade e discutam a importânciade cada uma delas para a manutenção da qualidadedo produto final. Todas já foram referidas em algummomento do curso. Caso sinta necessidade, escreva os itens acima noquadro e tente focar a discussão na importância decada um deles.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 8899

Estudos de estabilidade de medicamentos1

A estabilidade de produtos farmacêuticos depende basicamente de dois tipos de fatores:ambientais (temperatura, umidade e luz) ou relacionados ao próprio produto (propriedadesfísicas e químicas de substâncias ativas e excipientes farmacêuticos, forma farmacêutica e suacomposição, processo de fabricação, tipo e propriedades dos materiais de embalagem).

Os estudos de estabilidade de medicamentos são realizados a fim de prever, determinar ouacompanhar o prazo de validade do produto em questão.

Realização dos estudosOs estudos de estabilidade devem ser executados com o produto farmacêutico em suaembalagem primária. Ao final do processo, um relatório de estudo de estabilidade é gerado.

Todo relatório de estudo de estabilidade, independentemente da forma farmacêutica anali-

sada, precisa apresentar as seguintes informações ou justificativa técnica de ausência:

� Descrição do produto com respectiva especificação da embalagem primária;

� Número do lote para cada lote envolvido no estudo;

� Descrição do fabricante dos princípios ativos utilizados;

� Aparência (descrição macroscópica);

� Plano de estudo: material, métodos (desenho) e cronograma;

� Data de início do estudo;

� Teor do princípio ativo e método analítico correspondente;

� Quantificação de produtos de degradação e método analítico correspondente;

� Limites microbianos.

Para formas farmacêuticas sólidas, devem ser acrescentadas as seguintes informações ou justi-ficativa técnica de ausência:

� Teste de dissolução;

� Dureza em comprimidos.

Para formas farmacêuticas líquidas e semi-sólidas, devem ser adicionadas as seguintes informa-ções ou justificativa técnica de ausência:

� pH;

� Sedimentação após agitação em suspensões;

� Claridade em soluções;

� Separação de fase em emulsões;

� Perda de peso em produtos de base aquosa.

A legislação atual (BRASIL, 2005) preconiza a realização de três tipos de estudos de estabilidade.

Estudo de estabilidade acelerado: desenhado para acelerar a degradação química e/oumudanças físicas de um produto farmacêutico em condições forçadas de armazenamento. Osdados assim obtidos podem ser usados para avaliar alterações que ocorrem em condições não

1 Texto elaborado com base nas informações contidas no guia para a realização de estudos de estabilidade(BRASIL, 2005)

Teste de estabilidade – Conjunto de testes projetados para obter informações sobre a estabilidade de produtosfarmacêuticos visando definir seu prazo de validade e período de utilização em embalagem e condições dearmazenamento especificadas (BRASIL, 2005). .Prazo de validade – O período de vida útil durante o qual o produto mantém suas características originais. Podeser estimado por meio dos estudos de estabilidade e confirmado pelo teste de prateleira (ANVISA, 2004).

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9900 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

aceleradas e também o impacto de curtas exposições a condições fora daquelas estabelecidasno rótulo do produto, que podem ocorrer durante o transporte, por exemplo.

Este estudo tem duração de 6 meses e deve ser realizado com até três lotes do produto. Os en-saios de doseamento, quantificação dos produtos de degradação, dissolução (quando apli-cável) e pH (quando aplicável) devem ser realizados nos intervalos de 0, 3 e 6 meses. As demaisanálises devem ser realizadas ao término dos 6 meses e seus resultados comparados ao mo-mento zero. As condições de temperatura e umidade às quais os produtos devem ser expostosencontram-se no quadro ao final do texto.

Estudo de estabilidade de longa duração: projetado para verificação das característicasfísicas, químicas, biológicas e microbiológicas de um produto farmacêutico durante e,opcionalmente, depois do prazo de validade esperado. Os resultados são usados paraestabelecer ou confirmar o prazo de validade e recomendar as condições de armazenamento.

Este estudo geralmente tem duração de 24 meses e deve ser realizado com até três lotes doproduto. Nos intervalos de 0, 3, 6, 9, 12, 18, 24 meses devem ser realizados os ensaios dedoseamento, quantificação de produtos de degradação, dissolução (quando aplicável) e pH(quando aplicável). Para as demais especificações, devem ser apresentados resultados das aná-lises realizadas no momento zero e ao final do estudo. As condições de temperatura eumidade destes testes também podem ser visualizadas no quadro ao final do texto.

Estudo de estabilidade de acompanhamento: realizado para verificar se o produtofarmacêutico mantém suas características físicas, químicas, biológicas e microbiológicas,conforme os resultados obtidos nos estudos de estabilidade de longa duração. O estudo deacompanhamento somente será realizado se o produto não sofrer nenhuma alteração após aconclusão do estudo de estabilidade de longa duração.

Para produtos cuja freqüência de produção é de até 15 lotes por ano, o estudo de acompa-nhamento deve ser realizado com um lote a cada dois anos; já para os produtos com freqüên-cia de produção acima de 15 lotes/ano, o estudo deve ser realizado com dois lotes por ano.A cada 12 meses deverão ser realizados todos os testes de um relatório de estudo de esta-bilidade.

Definição do prazo de validade O prazo de validade de um produto a ser comercializado no Brasil deve ser determinadoatravés da realização de um estudo de estabilidade de longa duração.

Quando do registro do produto, poderá ser concedido um prazo de validade provisório de 24meses se apresentado e aprovado o relatório de estudo de estabilidade de longa duração de12 meses ou relatório de estudo de estabilidade acelerado de 6 meses, acompanhado dosresultados preliminares do estudo de longa duração.

Será concedido o prazo de validade provisório de 24 meses se o relatório de estabilidadeacelerado ou de longa duração de 12 meses apresentar variação menor ou igual a 5,0% dovalor de análise da liberação do lote, mantidas as demais especificações. Caso as variações dedoseamento estejam entre 5,1% e 10,0% no estudo de estabilidade acelerado, o prazo devalidade provisório será reduzido à metade, ou seja, a 12 meses.

O prazo de validade provisório deve ser confirmado mediante a apresentação de um estudode estabilidade de longa duração de 24 meses, protocolado na forma de complementação deinformações ao processo. A presença desta documentação é necessária para a renovação doregistro do produto.

Caso os estudos de longa duração realizados comprovem um prazo de validade menor que oestabelecido no registro do produto, a empresa deverá imediatamente solicitar alteração pós-registro para alteração de prazo de validade com base nos dados obtidos.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 9911

Casos especiaisEstudos adicionais, tais como fotoestabilidade, poderão ser necessários para a comprovaçãoda estabilidade de produtos farmacêuticos, de acordo com as propriedades do produto emquestão. A não apresentação de estudo de fotoestabilidade deve vir acompanhada de justi-ficativa técnica com evidência científica de que a(s) substância(s) ativas(s) não sofre(m) degra-dação em presença de luz ou de que a embalagem primária não permite a passagem de luz.

Em caso de produtos que necessitem ser reconstituídos (pós para suspensão) ou diluídos,devem ser apresentadas informações que comprovem o período de utilização pelo qual oproduto mantém a sua estabilidade depois da reconstituição ou diluição, nas condições dearmazenamento preconizadas.

Em caso de comprimidos efervescentes, devem ser apresentadas informações que comprovemo período no qual o produto mantém a sua estabilidade depois da abertura da embalagemprimária nas condições de armazenamento determinadas.

Forma Condição de Embalagem Temperatura Temperatura farmacêutica armazenamento* e umidade e umidade

acelerado** longa duração**

Sólido 15°C -30°C Semi-permeável 40 ± 2ºC 30 ± 2ºC 75% ± 5% UR 75% ± 5%

Sólido 15°C -30°C Impermeável 40 ± 2ºC 30 ± 2ºC

Semi-sólido*** 15°C -30°C Semi-permeável 40 ± 2ºC 30 ± 2ºC 75% ± 5% UR 75% ± 5% UR

Semi-sólido 15°C -30°C Impermeável 40ºC ± 2ºC 30 ± 2ºC

Líquidos*** 15°C -30°C Semi-permeável 40 ± 2ºC 30 ± 2ºC75% ± 5% UR 75% ± 5% UR

Líquidos 15°C -30°C Impermeável 40 ± 2ºC 30 ± 2ºC

Gases 15°C -30°C Impermeável 40 ± 2ºC 30 ± 2ºC

Todas as formas 2°C -8°C Impermeável 25 ± 2ºC 5 ± 3ºCfarmacêuticas

Todas as formas 2°C -8°C Semi-permeável 25 ± 2ºC 5 ± 3ºCfarmacêuticas 60 % ± 5% UR

Todas as formas -20 °C Todas - 20 ± 5ºC - 20 ± 5ºCfarmacêuticas

* Qualquer recomendação de armazenamento em temperatura dentro destas faixas deve constar de bulas e rótulos.A temperatura recomendada não exime a realização de testes de estabilidade com as temperaturas definidas nasduas últimas colunas da tabela.

** Os valores de temperatura e umidade são fixos e as variações são inerentes às oscilações esperadas pela câmaraclimática e por eventuais aberturas para retirada ou colocação de material.

***Líquidos e semi-sólidos de base aquosa devem realizar o estudo com umidade a 25% UR ou 75% UR. Caso se optepor 75% UR, o valor da perda de peso deverá ser multiplicado por 3,0.

Tabela 7 – Condições de armazenamento.

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9922 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Medicamento Embalagem Temperatura Intervalos de exposiçãoprimária e umidade 0 meses 3 meses 6 meses

Captopril 25 mg Semi-permeável 40 ± 2ºC 24,98 mg 24,57mg 23,04 mg75 ± 5 UR

comprimidos 30 ± 2ºC 24,98 mg 24,73 mg 23,54 mg75 ± 5 UR

9 O prazo de validade indicado no exercício anterior é provisório ou definitivo? Justifiquesua resposta.

10O que você entende por fotoestabilidade?

Responda o que segue de forma completa:

1 Qual o objetivo da realização de um estudo de estabilidade de medicamentos?2 Que alterações fatores ambientais, como umidade e temperatura, podem causar a um

medicamento?3 Monte um quadro comparando os três tipos de estudos de estabilidade preconizados pela

legislação. Utilize no mínimo três fatores para esta comparação.4 Quais os testes físico-químicos que devem ser realizados com todas as formas farmacêuticas

durante um estudo de estabilidade?5 É necessário algum teste microbiológico nos estudos de estabilidade? Caso a resposta seja

afirmativa, especifique.6 Planeje um estudo de estabilidade de longa duração para o seguinte medicamento: Dipiro-

na sódica gotas (condições de armazenamento: temperatura ambiente, embalagem primá-ria: frasco plástico conta-gotas). Especifique o tempo de realização do estudo, as condiçõesadversas as quais o produto deve ser exposto, o número de lotes a serem analisados, osensaios a serem realizados e a freqüência de realização dos mesmos.

7 Construa um cronograma de trabalho para o estudo planejado no exercício anterior.8 Observe os resultados de doseamento da substância ativa de um medicamento em

diferentes etapas de um estudo de estabilidade apresentados abaixo. De acordo com estesdados, qual o prazo de validade que deve ser dado ao produto? Especificação para o ensaio de doseamento: cada comprimido deve conter de 98 a 102% doteor nominal de fármaco.

Tabela 8 – Doseamento de substâncias – etapas.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 9933

Nesta aula será realizada uma visita ao laborató-

rio de controle de qualidade da empresa, visan-

do verificar a aplicação dos conceitos relativos às

BPF já discutidos.

Décima Primeira Aula

Esta aula fica reservada para que os jovens, com

base nas informações coletadas na aula anterior,

redijam um relatório.

Décima Segunda Aula

Passo 1 / Relatório de inspeção

50min

Passo 1 / Atividade prática

50minInspeção do laboratório de controle de qualidade

Durante a visita ao laboratório de controle dequalidade da empresa, os jovens utilizarão o roteiro deinspeção sugerido no Anexo 3 e preencherão os itensconforme as observações realizadas. Não esqueça dereproduzi-lo em número suficiente para os grupos, sefor o caso.

Um encarregado/funcionário do setor deve estar dispo-nível para responder aos questionamentos dos jovens.

Certifique-se de que todos os documentos que osjovens necessitam visualizar estejam a disposição.

Caso ache conveniente acrescentar ou retirar algumasdas questões incluídas no roteiro, de acordo com ascaracterísticas da empresa a ser visitada, faça-o.

Oriente os jovens para que o relatório contenha osseguintes itens:� Capa (contendo dados de identificação);� Introdução (um texto breve sobre a importância das

BPF no Laboratório de Controle de Qualidade);� Desenvolvimento (as questões do roteiro, as respos-

tas obtidas e uma breve discussão teórica sobre asmesmas);

� Conclusão.

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9944 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

A parte inicial desta aula está organizada na forma deum jogo de perguntas e respostas. O educador podeoptar por uma das seguintes dinâmicas:

� Abordar as perguntas uma a uma, explicando osconceitos aos jovens;

� Ir formulando as perguntas ao grande grupo e cons-truindo os conceitos a partir das respostas do grupo;

� Pedir que, inicialmente, os jovens respondam às per-guntas individualmente em uma folha de papel, paraorganizarem algumas idéias. Após, solicitar que al-guns leiam as suas respostas e, a partir destas, ir cons-truindo os conceitos.

� Por fim, os jovens compararão suas respostas iniciaiscom os conceitos construídos, encontrando seme-lhanças e diferenças e complementando-os.

Aspectos suplementares conformeas Boas Práticas de Fabricação

Além de todos os aspectos abordados até agora nasaulas anteriores, a Resolução RDC 210/03 também tratade alguns aspectos suplementares. Tais aspectos indi-cam características para a produção de alguns tiposespecíficos de produtos que devem se somar às reco-mendações observadas até agora. Englobam ainda um

Passo 1 / Apresentação de conceitos

15min

A partir da desta aula, serão tratados aspectos

relacionados à fabricação de produtos estéreis.

Neste encontro inicial serão abordados conceitos

fundamentais para a compreensão do tema, bem

como os principais aspectos relacionados a instala-

ções e pessoal específicos para a fabricação deste

tipo de produtos.

Décima Terceira Aula

Este relatório tem por objetivo fazer com que eles rela-cionem a teoria vista em sala de aula com aspectos daprática. O relatório será útil na confecção da atividadeprática final deste capítulo e poderá fazer parte daavaliação dos jovens.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 9955

tópico sobre validação, ferramenta essencial para agarantia da qualidade dentro da empresa.

A seguir serão abordados aspectos relevantes referen-tes à produção de produtos estéreis e à validação.

Produtos estéreis

O que são produtos estéreis?

Resposta esperada: Produtos estéreis são preparadoslivres de microorganismos viáveis. Incluem as soluçõesparenterais de pequeno volume (SPPV), soluçõesparenterais de grande volume (SPGV), líquidos de irri-gação para feridas e/ou cirurgias, soluções para diálise,vacinas, produtos para reposição sangüínea, nutriçãoparenteral, diversos medicamentos injetáveis e colírios.As preparações injetáveis ainda devem cumprir o requi-sito de serem livres de pirogênios (ANSEL et al., 2000).

O que são pirogênios?

Resposta esperada: São substâncias orgânicas, geral-mente decorrentes de contaminação microbiana,responsáveis por reações febris após a administraçãoparenteral do produto (ANSEL et al., 2001).

O que são soluções parenterais de pequeno volume

– SPPV? E de grande volume – SPGV?

Resposta esperada: Solução Parenteral de PequenoVolume (SPPV): Solução estéril e apirogênica, acondicio-nada em recipiente com capacidade inferior a 100mL,para administração por via parenteral (BRASIL, 2001).

Soluções Parenterais de Grande Volume (SPGV): Solu-ções em base aquosa, estéreis, apirogênicas, acondicio-nadas em recipiente único com capacidade de 100 mlou mais, esterilizadas terminalmente. Estão incluídasnesta definição as soluções para administrações endo-venosas, soluções para irrigação e soluções para diáliseperitoneal. O termo parenteral de grande volume nãoinclui nenhum produto de origem biológica (BRASIL,1997).

Educador, exemplifique com alguns tipos de solu-ções parenterais ou faça uma transparência com asilustrações que seguem.

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O que é nutrição parenteral?

Resposta esperada: Solução ou emulsão, compostabasicamente de carboidratos, aminoácidos, lipídios,vitaminas e minerais, estéril e apirogênica, acondicio-nada em recipiente de vidro ou plástico, destinada àadministração intravenosa em pacientes desnutridosou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou domi-ciliar, visando à síntese ou manutenção dos tecidos,órgãos ou sistemas (BRASIL, 1998).

Porque é importante que este tipo de produtos

sejam estéreis?

Resposta esperada: Estes são produtos que entramem contato direto com o sangue ou com outros tecidosnos quais facilmente pode surgir uma infecção micro-biana (ANSEL et al., 2000).

Além da Resolução RDC n. 210/04 da ANVISA,

existem outras normas a serem observadas para a

fabricação destes produtos?

Resposta esperada: Sim. São elas:� Resolução RDC n. 09/01 – SPPV (BRASIL, 2001);

Fig. 3

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Fig. 4

9966 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 9977

� Portaria SVS/MS n. 500/97 – SPGV (BRASIL, 1997). Seusanexos A, B, I e L foram revogados pela RDC n. 210/03;

� Portaria SVS/MS n. 272/98 – Nutrição parenteral(BRASIL, 1998).

Educador, distribua o texto que segue como apoioa sua exposição.

Reproduza a figura abaixo e expliqueque ela indicacomo deve ser o uniforme de uma pessoa que exerçafunções em uma sala limpa classificada como grau B.Peça que os jovens observem-na atentamente e façama descrição dos aspectos mais importantes desta ves-

timenta que podem servisualizados.

Resposta esperada: De-vem ser apontados, no míni-mo, os seguintes aspectos:capuz que cobre a totalida-de dos cabelos e da barba,deixando apenas os olhosde fora, luvas sem talco,botas. As barras da calça es-tão colocadas para dentrodas botas, as luvas paradentro das mangas e o ca-puz para dentro do aven-tal. Nenhum outro pontodo colaborador está desco-berto com exceção da áreados olhos.

Passo 3 / Exercício

10min

Fig. 5

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Áreas limpas

Passo 2 / Aula expositivo-dialogada

25min

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9988 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Áreas limpas

A fabricação de produtos estéreis deve ser realizada em áreas limpas2.

De acordo com as características exigidas para a qualidade do ar, as áreas limpas utilizadas nopreparo de produtos estéreis são classificadas em graus conforme o quadro abaixo:

Em descanso Em operação

Grau Número máximo de partículas Número máximo de partículas permitido/m3 permitido/m3

0,5 – 5,0 mm Acima de 5,0 mm 0,5 – 5,0 mm Acima de 5,0 mm

A 3.500 0 3.500 0

B 3.500 0 350.000 2.000

C 350.000 2.000 3.500.000 20.000

D 3.500.000 20.000 Não definido Não definido

As áreas de grau A, também denominadas zonas críticas, são locais que viabilizam a realizaçãode operações de alto risco, como enchimento, fechamento, soldagem de ampolas, entreoutras (PETROVICK, 2005).

As áreas de grau B são geralmente as áreas que circundam a área de grau A nas operações deenchimento e em manipulações assépticas (PETROVICK, 2005).

As áreas de grau C e D, também denominadas zonas controladas, são destinadas à realizaçãode operações menos críticas na fabricação de produtos estéreis (PETROVICK, 2005).

Para obtenção das características necessárias, algumas medidas necessitam ser tomadas:� as áreas limpas devem apresentar um sistema de ventilação que insufle ar filtrado para

dentro do ambiente e que mantenha uma pressão positiva nesta em relação às zonascircundantes;

� para os graus B, C e D devem ser utilizados sistemas de fluxo de ar equipados com filtrosHEPA (do inglês High Efficiency Particulate Air), com número de trocas de ar superior a 20trocas por hora;

� para o grau A, deve ser utilizado sistema de fluxo laminar, cujas características vão depen-der do equipamento utilizado.

Para melhor eficácia dos sistemas de filtragem de uma sala limpa, são utilizados três estágios:1º estágio: constituído de pré-filtros (filtros grossos), responsáveis pela captação de

partículas de 10 a 5 mm.2º estágio: constituído de filtros intermediários (filtros finos), responsáveis pela captação de

partículas de 5 a 1 mm. Em alguns casos, são utilizados filtros de carvão ativado.3º estágio: constituído de filtros HEPA (filtro absoluto), responsáveis pela captação de

partículas de 1 a 0,3 mm.

Alguns exemplos de sistemas de filtração de ar usuais em áreas limpas estão ilustrados nafigura a seguir.

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AS

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2003

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Tabela 9 – Classificação de áreas limpas.

2 Área limpa: área com controle ambiental definido em termos de contaminação por partículas viáveis enão viáveis, projetada, construída e utilizada de forma a reduzir a introdução, geração e retenção decontaminantes em seu interior (BRASIL, 2003a).

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É necessário um sistema de alarme instalado que alerte quanto a falhas no sistema de ven-tilação. Além disso, é preciso um indicador de diferencial de pressão entre as áreas onde estadiferença for relevante, sendo estas indicações devidamente registradas.

O acesso a áreas limpas deve ser realizado através de antecâmaras fechadas, utilizadas comovestiário. Estas também devem ser insufladas com ar filtrado. Para evitar a contaminação doambiente, é importante que as duas portas da antecâmara nunca estejam abertas ao mesmotempo. Deve existir um sistema de travas ou de alarme que alerte para esta situação.

Para a manutenção das condições ambientais necessárias, as instalações devem preferen-cialmente ser projetadas de modo a evitar a entrada desnecessária de pessoal no local.Especialmente as áreas de grau B devem ser projetadas de tal forma que todas as operaçõespossam ser observadas pelo lado de fora.

A disposição dos equipamentos utilizados deve possibilitar a realização de operações demanutenção e reparo do lado de fora da área limpa. Quando isto não for possível, todos osinstrumentos e ferramentas utilizados devem ser limpos e desinfetados.

A sanitização das áreas limpas constitui-se num aspecto particularmente importante. Estasáreas precisam ser limpas e sanitizadas regularmente, de acordo com um programa aprovado.Deve ser empregado mais de um tipo de agente sanitizante (desinfetante) a fim de evitar odesenvolvimento de microoganismos resistentes.

A construção das instalações deve sempre facilitar os processos de limpeza e sanitização dolocal. As áreas limpas devem apresentar o mínimo de saliências, prateleiras, armários eequipamentos possível e não devem existir superfícies que não possam ser higienizadas. Portascorrediças, ralos e pias devem ser evitados e os forros devem ser selados.

Os equipamentos utilizados na produção de produtos estéreis devem ser submetidos a umprocesso de esterilização e, para tanto, devem serprojetados com características que viabilizem esteprocesso.

As condições ambientais das áreas limpas devem serconstantemente monitoradas durante o processoprodutivo, através de contagem de partículas no are de microorganismos viáveis no ar e nas superfí-cies. Qualquer desvio das condições ideais detec-tado deve levar à realização de procedimentos dehigienização do local. Só após o restabelecimentodas condições adequadas o processo produtivopode ser iniciado.

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Fig.7 – Sala limpa.

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Sistema aberto Sistema individual Sistema confinado

Fig. 6 – Áreas limpas.

Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 9999

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110000 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

PessoalDentro das áreas limpas, as atividades devem ser desenvolvidas pelo menor número depessoas possível. O movimento destas deve ser extremamente controlado, a fim de evitardesprendimento excessivo de partículas e/ou microorganismos.

Todo pessoal que desenvolva atividades em áreas limpas deve receber um treinamentocuidadoso e continuado. Este treinamento envolve aspectos referentes à fabricação deprodutos estéreis, conceitos básicos de microbiologia e um cuidado redobrado com aspectosde higiene pessoal. O pessoal deve ser instruído a não utilizar relógios de pulso, jóias e cos-méticos durante o expediente e a comunicar a seu superior qualquer alteração em seu estadode saúde. Um simples resfriado pode aumentar o número de partículas na área acima dosníveis permitidos.

Cuidado especial deve ser tomado em relação aos uniformes a serem utilizados nas áreaslimpas. Eles devem ser lavados de forma a evitar a liberação de partículas nas áreas de tra-balho. A limpeza e esterilização dos uniformes deve seguir POP’s específicos. Por este motivo,recomenda-se a existência de uma lavanderia exclusiva para este fim. Os colaboradores queexerçam suas funções em áreas de grau B ou C devem receber roupas limpas e esterilizadas acada turno de trabalho. As luvas devem ser desinfetadas regularmente durante o desen-volvimento das atividades.

As roupas de uso pessoal não devem ser trazidas para dentro das áreas limpas. As pessoas, aoentrarem nas antecâmaras (vestiários), já devem estar com os uniformes padrão da fábrica e,neste ambiente, fazer a troca dos mesmos pelo uniforme específico da área limpa. Todos osprocedimentos de troca de roupas e higienização realizados nestas antecâmaras devem seguirPOP’s específicos.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 110011

O objetivo dessa aula é discutir os principais

métodos de esterilização e as principais cate-

gorias de operações de produção de produtos

estéreis utilizados na indústria farmacêutica.

Décima Quarta Aula

Passo 1 / Aula expositivo-dialogada

15min

Educador, exponha através de diálogo e faça os jo-vens anotarem as observações mais relevantes. Se dese-jar, entregue o texto de apoio que segue.

Métodos de esterilização

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110022 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Métodos de esterilização3

São cinco os métodos de esterilização utilizados na indústria farmacêutica:

� Esterilização por calor úmido – este método é realizado em equipamentos denominadosautoclaves e emprega vapor d’água sobre pressão. É o método de escolha no caso demateriais permeáveis ao vapor e de soluções aquosas. As condições padrão de operação deuma autoclave para uma esterilização bem sucedida são 121 ºC a 1 atm de pressão durantecerca de 20 min. Porém, estas podem variar de acordo com o material a ser esterilizados edevem ser padronizadas e validadas para cada situação particular;

� Esterilização por calor seco – o calor seco é menos eficaz que o calor úmido para matarmicroorganismos, por este motivo requer temperaturas mais altas e um maior tempo deexposição (geralmente entre 160 e 170 ºC durante uma ou duas horas). Porém, é eficaztambém na remoção de pirogênios. Neste método, são utilizadas estufas especialmenteprojetadas para este fim;

� Esterilização por radiação – alguns tipos de produtos farmacêuticos podem ser esterilizadospor meio de exposição à radiação ionizante (principalmente raios gama). Este método podeser utilizado com produtos sensíveis ao calor, porém a própria radiação pode afetar aestabilidade dos produtos. É um método que demanda a aquisição de um equipamentoextremamente especializado para este fim e somente deve ser aplicado quando não foremconstatados efeitos nocivos ao produto;

� Esterilização por óxido de etileno – este método só deve ser utilizado quando nenhumoutro método for viável. Deve ser assegurado que o processo não danifica o produto e queo tempo de ventilação estabelecido é suficiente para a eliminação completa dos resíduosde gás e seus produtos reativos;

� Esterilização por filtração – implica na remoção física de microorganismos através da passa-gem do produto por um filtro de tamanho de poro de 0,22 µm ou menor. É bastante utili-zada na esterilização de soluções e de substâncias sensíveis ao calor. O filtro não deve afetaro produto, removendo alguns dos ingredientes da formulação ou acrescentando outrassubstâncias.

Escolha do método: O método de esterilização a ser utilizado na fabricação de umproduto estéril é, em grande parte, determinado pela sua forma farmacêutica e pela naturezade suas matérias-primas. O método selecionado não deve interferir na estabilidade do pro-duto terminado nem das matérias-primas e deve ser eficaz na eliminação de todos osmicroorganismos.

Uma vez selecionado e validado o método mais adequado, este é declarado no relatóriotécnico entregue à vigilância sanitária quando do registro do produto. Independente doprocesso utilizado, cada ciclo de esterilização deve ser devidamente monitorado e registrado,sendo que este registro deve ser anexado ao registro de lote do produto. A validação doprocesso de esterilização deve ser periodicamente repetida.

Sempre que possível, os produtos devem ser esterilizados em suas embalagens primárias,preferencialmente por calor úmido.

A radiação ultravioleta não é considerado um método de esterilização!!

3 Texto elaborado com base nas informações contidas na obra de ANSEL et al., 2000; BRASIL,2003a.M

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 110033

Passo 2 / Discussão de exemplos

35min

Copie a classificação, constante da Resolução RDC n.210/03, e distribua-a para os jovens. Solicite que a leiamcom atenção. Após, explane os exemplos, apresentan-do-os em transparências ou construindo-os no quadro.Procure enfatizar a categoria de processo produtivo eos tipos de áreas limpas em que cada etapa deve serrealizada.

Se preferir, apenas cite a classificação e passe logo paraos exemplos, utilizando-os para detalhar o conteúdo.Os exemplos demonstram processos simplificados deprodução de produtos estéreis. Você poderá alterá-losda forma que achar mais conveniente para adequá-losà realidade da empresa onde atua.

Na apresentação de cada um dos processos, solicite queos jovens sugiram algum método de esterilização quepossa ser nele utilizado. Oriente-os a levar em con-sideração o tipo de forma farmacêutica que está sendoproduzida e o ponto do processo onde a operação serárealizada.

Não esqueça dos materiais de acondicionamento e em-balagem.

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110044 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Produção de produtos estéreisDe acordo com a legislação vigente (BRASIL, 2003a), as operações de produção de produtosestéreis podem ser divididas em três categorias:

Primeira – o produto é envasado, fechado em sua embalagem primária e em seguida esterilizado;

Segunda – o produto é esterilizado e envasado de forma asséptica em recipientes tambémpreviamente esterilizados;

Terceira – o produto final não pode ser esterilizado. Conse-qüentemente, deve ser produzido totalmente de forma asséptica,a partir de matérias-primas previamente esterilizadas.

O tipo de área limpa em que cada operação depende diretamenteda categoria do processo produtivo ao qual o produto se enquadra.

Exemplos

Observação:

1 – Caso sejam tomadas providências para minimizar a ocorrência de contaminação (uso de recipientes fechados,

por exemplo), a etapa de mistura pode ser realizada em área de grau D.

2 – Na produção de SPGV, a etapa de filtração deve preferencialmente ser uma filtração esterilizante

Água paraInjetáveis

MAE'sMatérias-primas

Mistura

Filtração

Envase

Esterilização

Embalagem

01 – Produção de uma solução parenteral com esterilização final (primeira categoria)

Legendas áreas limpas

Grau A

Grau B

Grau C

Grau D Fig. 11

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 110055

Dispersão

Envase

Esterilização

Embalagem

02 – Produção de uma pomada com esterilização final (primeira categoria)

Observação:

Caso sejam tomadas providências para minimizar a ocorrência de contaminação (uso de recipientes fechados,

por exemplo), a etapa de dispersão pode ser realizada em área de grau D.

Base MAE'sMatérias-primas

Mistura

Embalagem

Água paraInjetáveis

MAE'sMatérias-primas

Esterilização

Filtração

Envase

Observação:

1 – Caso sejam tomadas providências para minimizar a ocorrência de contaminação (uso de recipientes fechados,

por exemplo) a etapa de mistura pode ser realizada em área de grau D;

2 – De acordo com as características do produto, a etapa de envase pode ser realizada em área de grau B

circundada por grau C.

03 – Produção de uma solução parenteral com esterilização por filtração (segunda categoria)

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110066 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Embalagem

MAE'sVeículo

Envase

Esterilização

Matérias-primas

Esterilização

Dispersão

Esterilização

Observação: De acordo com as características do produto, as etapas de dispersão e envase podem ser realizadas

em área de grau B, circundada por grau C.

04 – Produção de uma suspensão estéril (terceira categoria)

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 110077

Passo 1 / Aula expositivo-dialogada

15min

Para este encontro, reproduza os métodos de determi-nação de pirogênios e o método de LAL, descritos emcódigos oficiais (preferencialmente na FarmacopéiaBrasileira ou Farmacopéia Portuguesa). Outro tipo dematerial retirado de livros, apostilas ou da internettambém pode ser separado e levado à sala de aula paraque os jovens realizem um trabalho de pesquisa.

Garantia da esterilidade dos produtos

O ensaio de esterilidade realizado pelo controle dequalidade em uma amostra do produto acabado deveapenas ser considerado como a última de uma série demedidas através das quais é garantida a esterilidadedos produtos. O principal objetivo das BPF de produtosestéreis é impedir a contaminação dos mesmos.

Diversos cuidados a serem tomados, especialmentecom relação às instalações e ao pessoal envolvido jáforam abordadas em aulas anteriores. Os tópicos lista-dos a seguir visam complementar estas informações.

1 Realize a leitura dos tópicos citados um a um e, após cada sentença, pergunte ao grupo

qual a importância ou a conseqüência direta do não cumprimento de determinada

recomendação. Alguns tópicos fornecerão mais elementos para discussão que outros.

2 Você também pode distribuir os tópicos entre duplas ou trios e pedir que procedam da

mesma forma indicada acima.

Em qualquer dos casos, solicite que os jovens anotem os tópicos e as conseqüências.

Esta aula discutirá os principais aspectos relativos

à garantia da esterilidade dos produtos e ao

controle de qualidade dos mesmos. Ao final, os

jovens realizarão uma pesquisa em grupo sobre

controle de qualidade de produtos estéreis

apirogênicos.

Décima Quinta Aula

a) A contaminação microbiana inicial de todos as maté-rias-primas deve ser a mínima possível; (Conseqüência:necessidade de um tempo maior para esterilização emaior desgaste dos equipamentos de esterilização,especialmente se utilizado o método de filtração).

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110088 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

b) As fontes de água, os equipamentos componentesdo sistema de tratamento de água e a água puri-ficada devem ser monitorados regularmente. Deveser verificada a presença de contaminantes químicose microbiológicos;

c) Todos os utensílios, recipientes, equipamentos equaisquer outros materiais utilizados em áreas ondeestiverem sendo realizados procedimentos assép-ticos devem ser esterilizados;

d) O intervalo de tempo entre a lavagem, a secagem, aesterilização e o uso de equipamentos e utensíliosdeve ser o menor possível. Um limite máximo deveser estabelecido;

e) Após a esterilização, deve-se evitar a recontamina-ção de equipamentos, recipientes e utensílios;

f) O intervalo entre o início da fabricação de um pro-duto estéril e seu término também deve ser o menorpossível. Deve ser estabelecido um tempo máximode produção para cada produto, de acordo com suacomposição e o método de armazenamento reco-mendado;

g) Validação do processo de envase asséptico, atravésde simulações utilizando meios de cultura;

h) A carga microbiológica dos produtos deve ser a me-nor possível antes do processo de esterilização;

i) Todo o ciclo de esterilização deve ser devidamentemonitorado quanto aos fatores críticos que podeminfluenciar a eficácia do método. Os registros destemonitoramento devem ser parte integrante dosrespectivos registros de lote;

j) Os indicadores biológicos podem ser utilizados, po-rém devem ser considerados como um método adi-cional de monitoramento do processo de esterili-zação. Isto significa que seu uso não dispensa outrasverificações da eficácia do processo;

k) A vedação das embalagens primárias deve seguirprocedimentos adequados e devidamente validados;

l) Deve ser verificada a integridade da embalagem pri-mária de todas as unidades produzidas.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 110099

Apresente o conteúdo relativo a controle de qualidadeatravés de exemplos.

Controle de qualidade

Amostragem – devem ser coletadas amostras repre-sentativas, com atenção especial as porções do lote queapresentam um risco maior de contaminação.

Exemplos:

� produtos que tenham passado por envase assépticodevem ser coletadas unidades do início e do final dolote, bem como as envasadas próximo a qualquerinterrupção do processo.

� produtos esterilizados por calor em sua embalagemfinal – incluir unidades das zonas potencialmentemais “frias” da carga, ou seja, potencialmente menosexpostas ao calor.

Os principais ensaios de controle de qualidade reali-zados em produtos estéreis são:

Avaliação da presença de partículas estranhas – nocaso de produtos injetáveis, os produtos devem serinspecionados individualmente, sendo verificada apresença de partículas em condições de iluminação econtraste adequadas (fundo claro/escuro);

Teste de esterilidade – teste adequado para revelar apresença de fungos, leveduras e bactérias em produtosque devem ser estéreis. Desde a coleta das amostras atéa realização do teste, devem ser tomados todos oscuidados para evitar a contaminação do produto,levando a um resultado falso positivo;

Teste de pirogênios – realizado em produtos injetá-veis que devem ser apirogênicos. São descritos emcompêndios oficiais dois diferentes métodos: o métodoin vivo (determinação de pirogênios) e o métodos in

vitro (LAL).

Para a aprovação de um lote de produto estéril paracomercialização também devem ser considerados osdados obtidos das análises do monitoramento dascondições ambientais (contaminação microbiana do are superfícies).

Passo 2 / Aula teórica

10min

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Passo 3 / Trabalho de pesquisa

30min

Educador, ao avaliar os trabalhos de pesquisa, leveem consideração os seguintes aspectos:� organização do material;� clareza na exposição das idéias;� qualidade do material entregue;� capacidade de síntese;� envolvimento com a tarefa (observada em sala de

aula);� confiabilidade das fontes de consulta.

O restante da aula fica reservado para que os jovensrealizem um trabalho de pesquisa sobre os ensaiosrecomendados para avaliação da apirogenicidade deuma solução injetável.

Divida a turma em dois grupos e apresente o desafioque segue:

A presença de pirogênios em preparações injetáveis éindicada como causa de muitas das reações febris de-senvolvidas pelos pacientes após uma injeção. Acredi-ta-se que o principal tipo de material causador destetipo de reação sejam endotoxinas e lipopolissacarídeosda parede externa de bactérias geram negativas. Comoestes tipos de compostos são termoestáveis, podempermanecer na preparação mesmo após a autocla-vagem ou a filtração esterilizante (ANSEL et al., 2000).

Existem dois tipos de ensaios aprovados para a verifi-cação da apirogenicidade de produtos injetáveis: o tes-te de pirogênios propriamente dito e o teste com lisadode amebócito de Limulus (LAL).

Trabalho de pesquisaApresente uma breve descrição de cada um dos métodos,com ênfase nos aspectos mais importantes e solicite quecada grupo pesquise um teste diferente, considerando:

� tipo de material biológico utilizado (ensaio in vivo

ou in vitro);� tipo de substâncias detectadas;� quantidade de amostra necessária;� sensibilidade;� facilidade de execução;� tempo de execução;

111100 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

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� treinamento necessário para execução;� instalações físicas necessárias;� custo.

Se houver outros aspectos que forem considerados rele-vantes, incluir.

Recorrer à bibliografia específica e à internet paracomplementação das informações.

Produzir uma síntese organizada e de fácil leitura.

Ao final, proponha que comparem e avaliem a eficáciae aplicabilidade dos métodos pesquisados.

Esta aula introduz os principais conceitos e obje-

tivos do processo de validação dentro da indús-

tria farmacêutica, através da realização de

leitura de texto e problematização das principais

idéias apresentadas.

Décima Sexta Aula

Reproduza o texto de apoio que segue e distribua-opara leitura. Solicite aos jovens que sublinhem asfrases mais importantes e escrevam em uma folhaseparada as dúvidas que surgirem durante a leitura.Estas anotações serão fundamentais para a discussãono final da aula.

Passo 1 / Atividade de Leitura

25min

Passo 2 / Discussão em grande grupo

25min

Qual a importância da validação em uma indústriafarmacêutica e por que está é considerada

complementar as Boas Práticas de Fabricação?

Educador, conduza as atividades a fim de solucio-nar dúvidas e questionamentos dos jovens formula-das a partir da leitura do texto. Oriente a discussãopara a importância de se considerar a validação umprocesso crucial na garantia da reprodutibilidade dosprocessos e da qualidade do produto final e não umamera exigência legal.

Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 111111

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111122 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Validação4

Conceito e objetivos

Validação é um ato documentado que atesta que qualquer procedimento, processo, equipa-mento, material, operação ou sistema realmente conduza aos resultados esperados. Envolveo estudo das instalações, sistemas e processos com o objetivo de determinar se os mesmosdesempenham suas funções de forma adequada. Operações validadas garantem a produçãode lotes uniformes e que atendam às especificações.

Assim como as Boas Práticas de Fabricação (BPF), a validação é parte integrante da Garantiada Qualidade. Ao contrário de muitos outros requisitos das BPF, a validação por si só não me-lhora os processos. Ela apenas confirma ou não se estes foram adequadamente desenvolvidose que se encontram sobre controle.

Por ser de aplicação geral a todas as atividades da empresa, a validação abrange todos os seto-res da instituição Todos os funcionários participam de alguma maneira nas etapas de avalia-ção, execução, redação ou manutenção dos procedimentos validados.

O processo de validação em uma indústria farmacêutica busca atingir as seguintes metasgerais:

� Conhecer e manter controle sobre os processos, assegurando sua confiabilidade;

� Diminuir os riscos de desvio da qualidade;

� Diminuir os riscos de não conformidade com as especificações;

� Fornecer uma base sólida para o treinamento de pessoal;

� Fornecer uma base para a busca da melhoria contínua;

� Diminuir o número de controles em processo e no produto terminado;

� Integrar os diferentes setores da empresa;

� Garantir a qualidade dos produtos produzidos.

� Reduzir custos;

Organização

A definição de uma estratégia é o passo inicial do processo de validação dentro da indústriafarmacêutica. Com base nesta estratégia, todas as atividades de validação dentro da empresaserão planejadas.

Para tanto, deve ser organizado um grupo de trabalho responsável pelas atividades de valida-ção. Este grupo (equipe, comitê, comissão) de validação deve ser composto de representantesde todos os principais setores da empresa: pesquisa e desenvolvimento, produção, engenha-ria, manutenção, garantia e controle da qualidade.

Uma vez estabelecida a comissão de validação, ela se torna responsável pela elaboração doPlano Mestre de Validação, documento que visa nortear e indicar as prioridades de execuçãodas atividades de validação.

O Plano Mestre de Validação deve apresentar uma visão abrangente do processo de validaçãocomo um todo, delineando prioridades, atribuindo responsabilidades, identificando os pro-cessos e produtos a serem validados e definindo os programas complementares às atividadesde validação. Deve contemplar o planejamento de todas as atividades de validação, incluindoos objetivos, procedimentos e prazos definidos com base na estrutura da empresa.

4 Texto elaborado com base na Resolução RDC n. 210/03 (BRASIL, 2003a) e na Resolução RE n. 899/03 (BRASIL,2003b).V

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 111133

As principais etapas de um processo de validação podem ser visualizadas no esquema abaixo.

Pré-validação

A etapa de pré-validação inclui os seguintes procedimentos:

Calibração: conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a relaçãoentre os valores indicados por um instrumento ou sistema de medição e os valores correspon-dentes das grandezas estabelecidas por padrões. A calibração, especialmente de instrumentosde medida e vidrarias do laboratório de controle de qualidade, deve preceder a validação(BRASIL, 2003a).

Qualificação: operações documentadas que visam garantir que componentes, equipamen-tos e instalações estejam adequados ao uso pretendido. O principal insumo a ser qualificadodentro da indústria farmacêutica são os equipamentos (BRASIL, 2003a).

Treinamento: todos os funcionários da empresa devem ser devidamente treinados emotivados para a realização de uma validação bem sucedida.

Validação propriamente dita

O processo de validação propriamente dita deve incluir:

Validação de métodos analíticos: a validação de um método analítico deve garantir, pormeio de estudos e de evidências documentadas, que os procedimentos analíticos empregadospara os testes em produtos farmacêuticos estão adequados às aplicações propostas,assegurando a confiabilidade dos resultados.

Validação de utilidades: os processes de purificação de água, ar, entre outros, tambémdevem ser validados a fim de assegurar a qualidade dos insumos utilizados.

Validação de limpeza: é a evidência documentada de que os equipamentos serãosubmetidos a um procedimento de limpeza aprovado e que, ao término deste procedimento,estes estarão adequados ao processamento de produtos farmacêuticos.

Validação de processos: consiste em estabelecer evidência documentada, com um altograu de confiabilidade, de que um processo específico vai resultar na produção de um produtoque atenda todas as especificações pré-definidas e todos os critérios de qualidade.

Na ordem como estão colocadas, cada uma destas validações pode ser considerada como pré-requisito para as seguintes.

Pós-validação

Na pós-validação, devem ser tomadas as seguintes providências:

Controle de mudanças: avaliação do impacto das alterações realizadas em qualquer setorda empresa na qualidade do produto final, a fim de definir a necessidade de repetição doprocesso de validação.

Revalidações programadas: repetição periódica realizada a intervalos programados doprocesso de validação a fim de assegurar que nem as características do processo nem aqualidade do produto estão sendo alteradas.

Pré-Validação

Pós-Validação

ValidaçãoValidação

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Qualificação de equipamentos

O processo de qualificação compreende a identificaçãodos atributos dos equipamentos relacionados ao desem-penho de uma função específica ou de funções diversas.

O delineamento de um programa de qualificação deveprever a realização das qualificações de instalação, deoperação e de performance de cada equipamento,especialmente nos setores produtivos e de controle dequalidade.

Qualificação de instalação (QI): visa confirmar a insta-lação correta de todas as partes dos equipamentos.Devem incluir a descrição do equipamento e a especifi-cação de todas as características exigidas para a corretainstalação do mesmo. Estes documentos devem ser ba-seados nas especificações técnicas dos equipamentos.

Qualificação de operação (QO): visa confirmar ofuncionamento correto do equipamento. Cada funçãodo equipamento deve ser conferida individualmente.Para cada função haverá a definição de limites operacio-nais e de aceitação para a correta operação. O executantedos testes deve operar ou promover a operação do equi-pamento para confirmar, por observação ou por medi-ção, seu funcionamento correto. Estes testes devem serbaseados em especificações funcionais dos equipamentos.

Qualificação de performance (QP): visa confirmar ofuncionamento do equipamento durante as etapas deum processo, ou seja, se este cumpre a função paraqual está sendo utilizado. Os testes de qualificação deperformance devem permitir a obtenção de evidênciasconcretas quanto à real adequação do equipamento àtarefa proposta.

O objetivo deste encontro é abordar os aspectos

básicos da qualificação de equipamentos na in-

dústria farmacêutica.

Décima Sétima Aula

Passo 1 / Aula expositivo-dialogada

10min

111144 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 111155

Qualificação de instalação e operação de um equipamento da empresa

Para a melhor compreensão e fixação dos conceitosapresentados, os jovens devem ser encaminhados aum setor da empresa onde realizarão as verificaçõespertinentes para a qualificação de instalação e deoperação de um equipamento em suas condições reaisde uso, ou seja, dentro da empresa.

Passo 3 / Elaboração do Certificado de QI e QO

10min

Para finalização da atividade, os jovens devem elaborarum certificado de Qualificação de Instalação e de Ope-ração para o equipamento verificado. Este certificado éum documento simples e contém as seguintes infor-mações:

� identificação do equipamento;� data das verificações;� condição de aprovado ou reprovado nas verificações;� liberação ou não do equipamento para as atividades

de produção/controle de qualidade;� assinatura do responsável pela aprovação.

Educador, selecione um equipamento simples (porexemplo, uma balança) para que os jovens possamconferir sua qualificação de instalação de operação. Simplifique as folhas de qualificação de instalação ede operação do equipamento selecionado, manten-do apenas as verificações capazes de serem realiza-das rapidamente. Mantenha as informações relativasà identificação do equipamento. Deixe o espaço paraas verificações em branco e multiplique-as para todosos jovens. Caso julgue necessário, divida a turma empequenos grupos para realizar as verificações.

Passo 2 / Atividade prática

30min

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111166 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Passo 1 / Atividade de leitura / aula teórica

30min

Conduza as atividades do final do encontro a fim desolucionar as dúvidas e questionamentos dos jovensque surgiram durante a leitura do texto.

Passo 2 / Discussão em grande grupo

20min

Neste encontro serão estudados os principais

aspectos e conceitos relacionados à validação de

métodos analíticos.

Décima Oitava Aula

Realize esta aula como atividade de leitura com tópicospara discussão em grande grupo ou através deexposição oral.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 111177

Validação de métodos analíticos5

Esta etapa da validação busca garantir, por meio de estudos e evidências documentadas, que

os métodos analíticos utilizados nos testes em produtos farmacêuticos estão adequados às

aplicações propostas, assegurando a confiabilidade dos resultados. Na falta de validação, os

resultados das análises não são considerados confiáveis, uma vez que não foram estudados

sob condições pré-estabelecidas.

Os pré-requisitos e os ensaios necessários para a validação de métodos analíticos físico-químicos

e microbiológicos são bastante diferentes. Por este motivo, serão abordados separadamente

para facilitar a compreensão.

Métodos físico-químicosPara validação de métodos analíticos físico-químicos, deve ser realizada a determinação de uma sé-rie de parâmetros analíticos. Os parâmetros atualmente preconizados pela legislação vigente são:

Especificidade ou seletividade: a capacidade que o método tem de medir exata-mente um composto em presença de outros componentes tais como impurezas, produtos dedegradação e componentes de matriz;

Linearidade: a capacidade de uma metodologia analítica demonstrar que os resultadosobtidos são diretamente proporcionais à concentração do composto na amostra, dentro deum intervalo especificado.

Intervalo: a faixa entre os limites de quantificação superior e inferior de um método analítico.

Precisão: é a avaliação da concordância entre os resultados obtidos em uma série deanálises de uma mesma amostra. É composta pelas seguintes verificações:� Repetibilidade: concordância entre os resultados dentro de um curto período de tempo,

com o mesmo analista e a mesma instrumentação;� Precisão intermediária: concordância entre os resultados do mesmo laboratório, mas

obtidas em dias diferentes, com analistas diferentes e/ou equipamentos diferentes;� Reprodutibilidade: concordância entre os resultados obtidos em laboratórios diferentes.

Limite de quantificação: é a menor quantidade do composto em uma amostra quepode ser determinada com precisão e exatidão sob as condições estabelecidas.

Exatidão: é a proximidade dos resultados obtidos pelo método de estudo em relação aovalor verdadeiro.

Robustez: é a medida da capacidade do método de resistir a pequenas variações dosparâmetros analíticos. Indica sua confiança durante o uso normal.

A validação de métodos analíticos físico-químicos deve ser conduzida de forma diferenciadapara métodos oficiais (descritos na Farmacopéia Brasileira ou em outros códigos oficiais) epara os não oficiais.

Métodos oficiais: de acordo com a legislação vigente (BRASIL, 2003b), as metodologiasanalíticas oficiais são consideradas validadas. Porém, diversos órgãos regulatórios inter-nacionais, como o FDA (Food and Drug Administration) e o ICH (International Conference on

Harmonization), recomendam a realização de testes de conformidade de metodologiaanalítica. Estes testes baseiam-se no conceito de que equipamentos, procedimentos analíticos

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5 Texto elaborado com base na Resolução RE n. 899/03.

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e amostras constituem um sistema integral e que devem ser avaliados como um todo. Ou seja,a adequação dos métodos usados deve ser verificada nas condições reais de uso na empresa edocumentada. De acordo com a USP 27 e Farmacopéia Britânica (2003), a conformidade de umamétodo oficial deve ser estabelecida através da determinação dos parâmetros especificidade,precisão e exatidão.

Métodos físico-químicos não-oficiais: estas metodologias serão consideradasvalidadas após a avaliação dos parâmetros analíticos pertinentes. A seleção dos parâmetros aserem determinados será realizada de acordo com a categoria em que se enquadra o método,de acordo com as tabelas abaixo.

Métodos microbiológicos

O estudo de validação de métodos e procedimentos aplicados à microbiologianecessita de uma série de pré-requisitos diferentes dos métodos físico-químicos. Entreeles podemos citar:� validação do processo de esterilização de materiais;� boas práticas de armazenagem de meios de cultura e reagentes estéreis;� controle de qualidade de meios de cultura, realizados através dos testes de esterili-

dade e fertilidade dos mesmo.

Além disso, a USP 27 e a Farmacopéia Européia (2005) preconizam a realização doteste de recuperação de inoculo para os produtos onde haja adição de conservantesou que possuam alguma atividade antimicrobiana per se.

Parâmetro Categoria Categoria Categoria

I Quantitativo Ensaio Limite III IV

Especificidade Sim Sim Sim * Sim

Linearidade Sim Sim Não * Não

Intervalo Sim Sim * * Não

Precisão Repetibilidade Sim Sim Não Sim Não

Intermediária ** ** Não ** Não

Limite de Detecção Não Não Sim * Não

Limite de Quantificação Não Sim Não * Não

Exatidão Sim Sim * * Não

Robustez Sim Sim Sim Não Não

Categoria II

* pode ser necessário, dependendo da natureza do teste específico.** se houver comprovação da reprodutibilidade não é necessária a comprovação da Precisão Intermediária.

Tabela 10 – Classificação dos testes, segundo sua finalidade.

Categoria Finalidade do Teste

I Testes quantitativos para a determinação do princípio ativo em produtos farmacêuticos ou matérias-primas.

II Testes quantitativos ou ensaio limite para a determinação de impurezas e produtos de degradação em produtos farmacêuticose matérias-primas.

III Testes de performance (por exemplo: dissolução, liberação do ativo).IV Testes de identificação

Tabela 11 – Ensaios necessários para a validação do método analítico, segundo sua finalidade.

111188 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 111199

Passo 1 / Atividade de leitura / aula teórica

30min

Proponha que problematizem as idéias apresentadas epossibilitem a verificação das aprendizagens.

Passo 2 / Discussão em grupo

20min

Neste encontro serão estudados os principais as-

pectos relacionados à validação de limpeza, de

processo e à revalidação.

Décima Nona Aula

Proponha estudo de texto ou exponha o conteúdo dotexto de apoio que segue.

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112200 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Validação de limpeza, de processos e revalidação

A validação de limpeza é a evidência documentada de que os equipamentos serão submetidosa um procedimento de limpeza aprovado e que, ao término deste procedimento, estarãoadequados ao processamento de produtos farmacêuticos.

Para desafiar o procedimento de limpeza desenvolvido, devem ser selecionados os processoscujos componentes ofereçam maior dificuldade para eliminação de seu resíduo. Devem seridentificados os pontos críticos de acúmulo de sujidades em cada equipamento e uma atençãoespecial a estes pontos deve ser dada quando da realização dos testes.

Existem dois principais métodos de amostragem para a realização dos ensaios da validação delimpeza: a) utilização de um suab estéril que deve ser esfregado na superfície a ser analisadae b) coleta da última água de enxágüe e realização das análises na mesma.

Além dos resíduos de matérias-primas, a validação de limpeza deve assegurar que não restemresíduos nem de detergentes, nem de sanitizantes nos equipamentos. Ensaios microbiológicosdas amostras também devem ser realizados visando comprovar a eficiência do processo desanitização dos equipamentos.

Validação de processosValidação de processos consiste em estabelecer evidência documentada de que um processoespecífico vai resultar na produção de um produto que atenda todas as especificações pré-definidas e todos os critérios de qualidade.

Assim, a validação de processos assume como metas:� assegurar que as unidades produzidas atendam as especificações de qualidade;� reduzir a dependência dos controles em processo e de testes no produto final;� reduzir as perdas e o retrabalho durante o processo produtivo; � aumentar a produtividade; � reduzir o número de reclamações pós-comercialização; � obter dados que possibilitem a melhoria contínua do processo validado.

A legislação vigente prevê a realização de três tipos de validação de processos:

Validação prospectiva: é um ato documentado baseado na execução de um plano detestes previamente definidos, que demonstre que um processo satisfaz as especificações eexpectativas de desempenho. É realizada durante o estágio de desenvolvimento do produtoe deve se basear na análise dos riscos do processo de fabricação. Se, ao final do processo devalidação, os resultados são aceitos, o processo é satisfatório. Se os resultados forem insatis-fatórios, deve-se buscar a modificação do processo até que o mesmo apresente os resultadosesperados. Esta forma de validação é essencial para minimizar o risco de erros que ocorremem escala de produção industrial.

Validação concorrente ou simultânea: é realizada durante a produção de rotina. Estemétodo é eficaz quando o desenvolvimento do produto tenha resultado no conhecimentoamplo do processo ou quando já existe um elevado grau de confiança e controle do processoprodutivo.

Validação retrospectiva: é um ato documentado, baseado na revisão e análise deregistros históricos, atestando que um processo já em uso satisfaz as especificações e expec-tativas de desempenho. Envolve a verificação da experiência passada de produção, assumindoque os procedimentos e equipamentos permanecem inalterados Obviamente, a validaçãoretrospectiva não é uma medida da garantia da qualidade em si própria, e nunca deve seraplicada a novos processos ou produtos. Somente pode ser considerada em circunstânciasV

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 112211

especiais, por exemplo, quando os requisitos de validação são estabelecidos pela primeira vezdentro da empresa. Neste caso, a validação retrospectiva pode ser útil para estabelecer asprioridades do programa de validação. Caso os resultados da validação retrospectiva sejampositivos, isto indica que o processo não tem necessidade de atenção imediata e pode servalidado de acordo com a programação normal.

RevalidaçãoApós a realização da validação, deve-se prezar pela manutenção perfeita dos métodos eprocedimentos validados. Estes deverão ser monitorados constantemente a fim de confirmarque os desvios rotineiramente obtidos encontram-se dentro da faixa permitida pelas espe-cificações. Este é um meio de se garantir a reprodutibilidade e a confiabilidade dos processos.

A revalidação consistirá na repetição do processo de validação caso seja detectada ocorrênciaou a necessidade de alguma alteração significativa que possa ter impacto sobre o processo ousobre a qualidade do produto final.

Metodologias analíticas deverão necessariamente ser revalidadas nas seguintes circunstâncias:mudança na síntese da substância ativa; mudanças na composição do produto terminado e/oumudanças no procedimento analítico.

A validação de limpeza deve ser realizada periodicamente ou quando houver trocas de equi-pamentos, superfícies, agentes ou procedimentos de limpeza.

Quanto aos processos, toda modificação, incluindo aquelas decorrentes de manutenções queinterfiram nas especificações dos equipamentos, utilidades e ambiente, deverá ser avaliadaatravés do controle de mudanças. Sua principal função é aprovar e implantar as modificações,determinando ou não a necessidade da revalidação. Também devem ser previstas revalidaçõesperiódicas dos processos.

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Peça aos jovens que se organizem em duplas. Em segui-da, apresente-lhes uma lista os equipamentos e materiaispara consulta. Cada dupla selecionará o equipamentocom o qual deseja trabalhar.

A atividade consiste na elaboração de uma ficha técni-ca sobre o aparelho selecionado. A ficha deverá conteros seguintes aspectos:�Descrição do aparelho e função;�Características gerais: material de construção, porte, etc.;

Equipamentos de fabricação,apoio e embalagem

A indústria farmacêutica faz uso de uma variedade bas-tante grande de equipamentos, com diferentes funções.Dentre eles, estão:

� centrais de condicionamento de ar;� equipamentos de movimentação: motores, bombas

e válvulas;� misturadores e centrífugas;� secadores e estufas;� prensas compressoras;� máquinas de encapsulamento;� máquinas de envelopamento/encartuchamento;� reatores químicos.

Mesmo dentro de cada um destes grupos, existe umainfinidade de modelos de equipamentos, que se adap-tam às mais diferentes situações.

Passo 1 / Aula teórica

Esta aula tem como objetivo iniciar um trabalho

sobre os principais equipamentos utilizados na

produção de medicamentos.

Vigésima Aula

Providencie antecipadamente variados materiais para consulta sobre equipamentos. Separe

principalmente catálogos de fornecedores, especificações, manuais de funcionamento e instru-

ções. É importante que os jovens aprendam a lidar e a consultar esses materiais. Alguns livros

também serão úteis. Procure reunir a maior variedade de equipamentos possíveis. Se possível,

trabalhe em um espaço que assegure acesso à internet.

10min

Passo 2 / Trabalho em duplas

40min

112222 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 112233

Este encontro fica reservado para a finalização da

elaboração da ficha técnica do equipamento sele-

cionado pela dupla e iniciada na aula anterior.

Vigésima Primeira Aula

Passo 1 / Atividade prática

50min

Finalização e entrega da ficha técnica

Circule pela sala, auxiliando os jovens em suasdificuldades.

No final do encontro, as fichas elaboradas devem serentregues. Corrija-as levando em consideração osseguintes aspectos.

� Organização

� Clareza nas iformações

� Qualidade das informações

� Observação às questões tratadas no curso, relati-vamente aos cuidados quanto ao funcionamento eos controles.

�Funcionamento; �Forma de operação;�Controles.Os jovens utilizarão os fôlderes, catálogos, manuais e li-vros fornecidos pelos educador para coletar os dados ne-cessários. Também poderão recorrer à internet, buscan-do sites de fabricantes e/ou outras informações técnicas.

Esta ficha pode fazer parte da avaliação das aprendizagens dos jovens.

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112244 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Aspectos observados/vivenciados sobre as BPF farmacêuticas

Cada jovem elaborará um projeto a partir de um setorselecionado na empresa, com vistas a ilustrar os aspectosteóricos discutidos em classe a transposição do apren-dido na prática. O educador poderá sugerir a seguintedinâmica de trabalho:

1 – Escolha do assunto a ser abordado

Dentro das suas vivências, selecione um ou dois aspec-tos a serem abordados no projeto.

2 – Elaboração de um texto ou esquema relacionan-

do teoria e vivência sobre o assunto selecionado

Como forma de organizar as idéias a serem expostas,opte pela redação de um texto ou pela construção deum esquema.

Inicie com os relatos de suas experiências pessoais.

Visualize estas informações com calma e reflita a res-peito delas.

Tente relacioná-las com os aspectos teóricos estudadosneste capítulo ou no capítulo anterior.

3 – Seleção de materiais para confecção do projeto

Uma vez selecionadas as idéias, pense na forma deapresentá-las. Planeje como deseja montar seu projeto(pode ser em forma de cartaz ou painel) e identifiquemateriais que pretende utilizar. Providencie estes ma-teriais para confeccionar o projeto nas próximas aulas.

Passo 1 / Elaboração de projeto

50min

Nesta aula terá início a atividade prática final

deste capítulo, que prosseguirá nas duas aulas

subseqüentes.

Vigésima Segunda

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 112255

Informe, de antemão, quanto tempo cada jovem terá asua disposição para apresenar seu trabalho. Promovaaproximações, constrastações, problematizações e de-bates durante as apresentações. Estimule a participaçãode outros jovens.

Avalie os trabalhos levando em consideração os seguin-tes aspectos:

� Criatividade do material visual;� Clareza na comunicação;� Qualidade dos aspectos teóricos abordados;� Organização e formalidade na apresentação;� Comprometimento com a tarefa; � Capacidade de síntese.

Estes encontros são reservados para que os jovens

confeccionem os materiais a serem utilizados na

apresentação oral dos projetos.

Passo 1 / Atividade prática

50mincadaaula

Educador, circule entre os jovens, observando o tra-balho de cada um. Lembre-se de que o interesse, aparticipação e o entusiasmo frente à tarefa tambémsão itens relevantes na avaliação dos mesmos. Esclare-ça as possíveis dúvidas e oriente quanto aos aspectosteóricos a serem abordados.

Nestes encontros haverá a apresentação ao gran-

de grupo dos projetos elaborados.

Vigésima Quinta eVigésima Sexta Aulas

Vigésima Terceira eVigésima Quarta Aulas

Confecção dos materiais

Apresentação oral do projeto à turma

Passo 1 / Atividade prática

50mincadaaula

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 112277

3 Cosmetologia: BPF Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes

Uma pesquisa divulgada em setembro de 2000 revelou que os brasileiros estão entre

os povos que mais se preocupam com a aparência pessoal. Entre os trinta pesquisados,

nosso país apareceu em 7º lugar no que se convencionou chamar de "ranking da

vaidade", com uma média de vaidade entre homens e mulheres de 30%. A média

mundial foi de 23% para mulheres e de 16% para homens. Este índice se baseou no

tempo que as pessoas gastam para cuidar de sua aparência (WIEBECK et al., 2005).

A maior participação da mulher no mercado de trabalho foi fator preponderante para

a alavancagem do setor de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumaria. E,

colocando tabus de lado, os homens também se tornaram grandes consumidores de

cosméticos.

Mais do que mera manifestação de vaidade, cultivar uma boa aparência passou a ser

visto como uma demonstração de cuidados com a saúde. Além disso, o uso de produtos

de beleza é geralmente necessário à manutenção da boa aparência no ambiente

empresarial e a boa apresentação pode ser fator determinante na conquista ou manu-

tenção de um emprego.

Amparado na atualidade do tema e na expansão nacional da produção, este capítulo

discutirá alguns conceitos básicos de cosmetologia, bem como aspectos relacionados à

indústria de produtos de higiene pessoal, perfumes e cosméticos, incluindo a implan-

tação das Boas Práticas de Fabricação (BPF) neste setor.

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112288 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Objetivos

� Introduzir conceitos básicos de cosmetologia e conhecer os cuidados necessários

com a pele e seus anexos – os princípios que norteiam o desenvolvimento de pro-

dutos na área cosmética;

� Identificar e analisar as principais classes de produtos fabricados pelas indústrias de

higiene pessoal, perfumes e cosméticos;

� Analisar a situação atual do mercado brasileiro na área;

� Conhecer a legislação sanitária básica na área;

� Conhecer o conceito e a principal finalidade das Boas Práticas de Fabricação para

Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, estabelecidas pela Portaria

SVS/MS n. 348/97;

� Desenvolver a capacidade de analisar criticamente processos de fabricação e inspe-

ção da fabricação de produtos de higiene pessoal cosméticos e perfumes;

� Relacionar conhecimentos teóricos com as observações realizadas;

� Desenvolver a capacidade do trabalho em equipe, atuando de forma interativa em

prol de objetivos comuns.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 112299

Esta aula introduz a área da cosmetologia, com

ênfase nos tipos de produtos comercializados.

Pretende habilitar a analisar os principais aspec-

tos do mercado brasileiro de produtos de higiene

pessoal, cosméticos e perfumaria.

Primeira Aula

Passo 1 / Aula expositiva

15min

Cosmetologia

Conceito

Cosmetologia é definida como a ciência e a arte que seocupa do cuidado e melhoramento das característicasestéticas da pele sã e de seus anexos (WILKINSON &MOORE, 1990).

É importante destacar aqui neste conceito o termo“arte”, uma vez que a cosmetologia não está rela-cionada apenas à manutenção da saúde, mas tambémà inovação, criatividade e, por que não dizer, à inspi-ração no desenvolvimento de novos produtos.

A cosmetologia preocupa-se com aspectos técnicos,mas também com aspectos sensoriais, relacionados,principalmente, aos sentidos do tato, olfato e visão.

Por exemplo: um xampu tem como objetivo principallimpar os fios de cabelo, mas ele também deve torná-losmacios (sensações táteis), brilhosos (sensações visuais) eperfumados (sensações olfativas).

Classes de produtos

A cosmetologia abrange os seguintes tipos de pro-dutos: de higiene pessoal, cosméticos e perfumes.

Inicie esta exposição pedindo que os jovens formulem um conceito de cosmético. Na seqüên-

cia, apresente o conceito abaixo transcrito para cosmetologia e enfatize os âmbitos relativos

à ciência e à arte aludidos pelos autores. Sempre através da colaboração dos jovens, vá

introduzindo os demais conceitos abaixo indicados. Peça que todos anotem as conclusões e as

conceituações que forem formuladas.

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Conceito:

Produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumessão preparações constituídas por substâncias naturaisou sintéticas, de uso externo nas diversas partes docorpo humano (pele, cabelos e couro cabeludo, unhas,lábios, órgãos genitais externos, dentes e mucosas dacavidade oral), com o objetivo exclusivo ou principal delimpá-las, perfumá-las, alterar sua aparência, corrigirodores corporais e/ou protegê-las e mantê-las em bomestado (BRASIL, 2005a).

Exemplos:

� produtos de higiene pessoal: xampus, sabonetes, cre-mes dentais, desodorantes, antiperspirantes, talcos,entre outros;

� cosméticos: baton, rímel, delineador, sombras, es-maltes, cremes hidratantes para a pele, entre outros;

� perfumes: perfumes, loções, águas de cheiro, entreoutros.

Conforme a legislação vigente (BRASIL, 2005a), de acor-do com o nível de risco de efeitos adversos que cadatipo de produto pode ou não oferecer, estes produtosestão divididos em dois graus:

� Grau 1 – possuem propriedades básicas, cuja com-provação não seja inicialmente necessária e nãorequeiram informações detalhadas quanto ao modode usar nem tenham restrições de uso. Ex.: esmaltes,pó compacto, colônias desodorantes (sem ação anti-transpirante), entre outros.

� Grau 2 – possuem indicações específicas, cujas ca-racterísticas exigem comprovação de segurança e/oueficácia, bem como informações sobre cuidados, modoe restrições de uso. Ex.: protetores solares, tintas paracabelos, formulações antitranspirantes, entre outros.

A fabricação de produtos classificados com grau derisco 1 deve cumprir o processo de notificação, isto é,deve apresentar junto à Agência Nacional de VigilânciaSanitária (ANVISA) os dados referentes aos mesmos esua forma de comercialização. Este procedimento é re-gulamentado pela Resolução ANVISA n. 335/99 e pelaResolução RE/ANVISA n. 485/04 (BRASIL, 1999; BRASIL,2004).

113300 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 113311

Você pode utilizar o texto abaixo como base para a confecção de slides ou transparência que

lhe auxiliem na transmissão das informações.

Já os produtos classificados como grau de risco 2 devemser registrados junto à autoridades sanitárias atendendoa um maior número de exigências referentes às infor-mações de rotulagem, eficácia a segurança de uso. O re-gistro deste tipo de produtos é regulamentado pela Reso-lução RDC n. 211/05 pela Resolução RE/ANVISA n. 485/04(BRASIL, 2004; BRASIL, 2005a). A lista de documentosnecessários ao processo é encontrada na ANVISA, juntoao serviço de atendimento e arrecadação eletrônica.

Passo 3 / Aula expositiva

10min

Passo 2 / Exercício e correção

10min

Peça que os jovens tentem lembrar do maior númeropossível de produtos de higiene pessoal, perfumaria oucosméticos e os organizem em uma tabela, de acordocom o grau de risco que supõem que cada um apresen-te. Para classificação, indique que levem em conside-ração os seguintes fatores: probabilidade de ocorrênciade efeitos não desejados devido ao uso inadequado doproduto, finalidade de uso, áreas do corpo a que sedestinam e cuidados a serem observados quando desua utilização.

Aspectos mercadológicos1

A indústria mundial de produtos de higiene pessoal,perfumaria e cosméticos apresenta como característicamarcante sua heterogeneidade. Podem ser encontradasgrandes empresas internacionais ou multinacionais,diversificadas ou especializadas, atuando ao lado deum grande número de pequenas e médias empresas,voltadas principalmente à fabricação de produtos.

Conforme dados de 2004, em relação ao mercado mun-dial, o Brasil ocupa a 6ª posição. É o terceiro mercadomundial em produtos infantis, para cabelo e desodo-rantes; o quarto em perfumarias; o sexto em produtos

1 Texto elaborado com base nas informações contidas na ABIHPEC,2005 e SDP/MDIC, 2005.

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113322 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

masculinos; o oitavo em higiene oral; o nono em pro-dutos para o banho, cremes de loções para a pele; e odécimo em maquilagem.

No Brasil existem 1258 empresas que atuam no mer-cado de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cos-méticos. Há 16 empresas de grande porte, que repre-sentam 72,4% do faturamento total. O maior númerodelas está localizado na região sudeste, especialmentenos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro .

A indústria brasileira de higiene pessoal, perfumaria ecosméticos apresentou um crescimento médio de 8,2%nos últimos 5 anos. Entre os fatores que têm contribuídopara o crescimento do setor, pode-se destacar:

� a participação crescente da mulher no mercado detrabalho;

� a utilização de tecnologia de ponta e o conseqüenteaumento da produtividade;

� o lançamento de novos produtos que atendemnecessidades específicas do mercado nacional;

� o aumento da expectativa de vida, trazendo a neces-sidade de “conservação da juventude”.

Com relação à participação dos três principais seg-mentos, o de higiene pessoal foi responsável por61% do faturamento em 2002, seguido pelo de cos-méticos (25%) e de perfumaria (14%). O segmentode higiene pessoal é composto principalmente porprodutos de consumo em larga escala, como sabo-netes, xampus, cremes dentais, o que explica o maiorfaturamento.

Fig. 1 – Faturamento dosseguimentos de higiene pessoal,

perfumaria e cosméticos noBrasil no ano de 2002.

SD

P/M

DIC

, 20

05

Participação dos Segmentos de Higiene Pessoal,Perfumaria e Cosméticos

Higiene Pessoal

61%

Perfumaria

14%Cosméticos

25%

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 113333

Quanto à geração de empregos, a indústria de produ-tos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos possuielevada capacidade de criação de oportunidades, espe-cialmente nas etapas de comercialização.

Existem três principais canais de distribuição e vendade produtos de higiene pessoal, perfumaria e cos-méticos:

� distribuição tradicional – atacado e varejo;� vendas diretas – a domicílio;� franquias – lojas especializadas e personalizadas

Passo 4 / Discussão

15min

Uma das grandes metas das indústrias de produtos dehigiene pessoal, cosméticos e perfumaria é o desenvol-vimento de produtos adequados às necessidades regio-nais. Fatores como os diferentes tipos de raças quederam origem à população local e condições climáticasestão cada vez mais sendo consideradas quando dodesenvolvimento de novos produtos visando determi-nado mercado. Discuta a respeito das diferenças entrea população européia, a africana e a latino-americana,levando em consideração fatores como: poder aquisi-tivo, tipos de pele, condições climáticas regionais, hábi-tos e costumes diferenciados, relacionando com as dife-rentes necessidades de produtos. Tome como ponto departida os conhecimentos que possui e, se tiver inte-resse e oportunidade, faça pesquisas fora da sala, tra-zendo a informação mais detalhada para compartilharcom os colegas. Nesse caso, será interessante manternum painel disposto na sala, um lugar para notícias,por exemplo.

Informações sobre a situação atual do mercado de produtos de higiene pessoal,

perfumaria e cosméticos podem ser encontrados no site da Associação Brasileira da

Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (www.abihpec.org.br) e no

site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (www.desen-

volvimento.gov.br).

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113344 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Educador, para a próxima aula você deverá sele-cionar alguns rótulos e/ou embalagens de produtosde higiene pessoal, cosméticos ou perfumes. Suaseleção deverá incluir produtos de grau 1 e grau 2.Escolha preferencialmente produtos que contenhamconservantes, corantes e filtros solares (matérias-pri-mas que apresentam listas de substâncias permitidase/ou proibidas na legislação). Se desejar, peça a cola-boração dos jovens para esta tarefa.Se for possível, oriente-os para que, no próximo en-contro, se dirijam para o laboratório de informáticaou outro ambiente onde tenham acesso à internet.

Passo 1 / Aula expositiva e dialogada

20min

O objetivo deste encontro é reconhecer a impor-

tância da consulta à legislação vigente quando

da escolha das matérias-primas a serem utilizadas

na fabricação de produtos de higiene pessoal,

cosméticos e perfumes. Nele ser iniciada a pri-

meira atividade prática deste capítulo.

Segunda Aula

Princípios ativos em formulações

A indústria de produtos de higiene pessoal, perfumariae cosméticos se caracteriza pela freqüente inovação eintrodução de novos princípios ativos no mercado.Existe muita curiosidade, por parte dos consumidores,de experimentar as novidades. Por isso o profissionaldo ramo de cosméticos deve estar sempre atualizado,acompanhando os últimos lançamentos e as tecno-logias desenvolvidas.

Os princípios ativos utilizados em formulações cosméti-cas e/ou de higiene pessoal podem ser de origem vege-tal, animal, mineral ou sintética. Estes variam muito,principalmente devido à grande quantidade de produ-tos com finalidades diferentes que compõem o mercado.

Além destes, também são utilizados adjuvantes, a fimde viabilizar a administração dos produtos e manter suaestabilidade. A correta seleção dos tipos de adjuvantes

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 113355

depende da forma farmacêutica e da via de adminis-tração pretendida para o produto.

Todas as matérias-primas componentes de produtos dehigiene pessoal, cosméticos e perfumes devem serdenominadas de acordo com as Nomenclaturas Inter-nacionais de Ingredientes Cosméticos (INCI – Interna-

tional Nomenclature of Cosmetic Ingredients).2

Na seleção das matérias-primas para fabricação deprodutos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes, oprincipal fator a ser considerado é a legislação vigente.É extremamente importante o conhecimento de subs-tâncias aprovadas para o uso nestas formulações, bemcomo das circunstâncias de uso. Por exemplo, um con-servante aprovado para a utilização em produtos de usoexterno (cremes hidratantes, por exemplo) pode nãoser aprovado para produtos que entrem em contatocom mucosas (por exemplo, cremes dentais).

Em muitos casos, existe a indicação de concentrações má-ximas permitidas e a até mesmo de advertências quedevem constar nos rótulos quando da presença de deter-minadas substâncias.

Atualmente, estão em vigor as seguintes normas:

Resolução ANVISA n. 79, de 28 de agosto de 2000.Estabelece a lista de corantes permitidos (Anexo III dodocumento) e de substâncias proibidas (Anexo VI dodocumento) para produtos de higiene pessoal, cosmé-ticos e perfumes (BRASIL, 2000).

Resolução RDC n. 161, de 11 de setembro de 2001.Estabelece a lista de filtros ultravioletas permitidospara produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfu-mes (BRASIL, 2001a).

Resolução RDC n. 162, de 11 de setembro de 2001.Estabelece a lista de substâncias de ação conservantepara produtos de higiene pessoal, cosméticos e per-fumes (BRASIL, 2001b).

Resolução RDC n. 215, de 25 de julho de 2005. Estabe-lece as listas de substâncias que os produtos de higienepessoal, cosméticos e perfumes não devem conter, ex-ceto nas condições e com as restrições estabelecidas(BRASIL, 2005b).

ConservanteSubstância adicionada na formulaçãocom o objetivo de impedir o cresci-mento microbiano.CoranteSubstância capaz de conferir cor a umaformulação.Filtro ultravioletaSubstância capaz de absorver, refletire/ou dispersar a luz ultravioleta.

2 www.pharmacos.eudra.org/F3/cosmetic/cosm_inci_index.htm

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113366 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Estas listas são constantemente atualizadas e o profis-sional deve sempre estar atento às alterações quandodo desenvolvimento de um novo produto. Para consul-ta e acompanhamento da legislação, a base de dadosVISALEGIS, no site da Agência Nacional de VigilânciaSanitária (www.anvisa.gov.br), de fácil acesso.

Passo 2 / Atividade Prática nº 01

30min

Para a realização desta atividade, distribua os jovensem duplas ou trios.

Análise de rótulos de produtos de higienepessoal, cosméticos e/ou perfumesexistentes no mercado

Cada grupo de jovens receberá o rótulo e/ou embala-gem de dois produtos: um classificado como grau 1 eoutro classificado como grau 2 (Importante: até essemomento os jovens desconhecem a classificação dosprodutos).

Com os produtos em mãos, realizarão as seguintes ta-refas:

1 Classificar o produto quanto ao grau de risco de efei-tos adversos, conforme a legislação vigente (Reso-lução RDC n. 211, de 14 de julho de 2005);

2 Conferir se o produto cumpre as exigências de rotu-lagem, de acordo com a sua classificação e a legis-lação vigente (Resolução RDC n. 211, de 14 de julhode 2005);

3 Inferir a função de cada uma das matérias-primas nacomposição do produto;

4 Conferir se a nomenclatura utilizada para todas asmatérias-primas é a preconizada pela INCI;

5 Conferir se os corantes, conservantes e filtros solarespresentes nos produtos são autorizados pela legisla-ção vigente (Resolução ANVISA n. 79, de 28 de agos-to de 2000, Resolução RDC n. 161, de 11 de setembrode 2001, Resolução RDC n. 162, de 11 de setembro de2001).

Para realização desta tarefa, deverão consultar a legis-lação disponível no site da Agência Nacional de Vigilân-cia Sanitária (www.anvisa.gov.br) e da base de dados

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 113377

VISALEGIS. Caso não disponham de acesso à internet,disponibilize dados impressos que possibilitem asolução das questões. A tarefa deve ser iniciada nesteencontro e finalizada no próximo.

Os jovens emitirão um laudo com as conclusões obtidasa respeito das informações pesquisadas/analisadas. Aconclusão do laudo indicará se todas as informaçõespresentes estão de acordo com a legislação vigente, ouse foi detectada alguma irregularidade.

O laudo será entregue ao educador ao final da aula e

deverá compor parte da avaliação deste capítulo.

Passo 1 / Avaliação

50min

Este encontro está reservado para a finalização

da análise dos rótulos de embalagens por parte

dos grupos.

Terceira Aula

O objetivo desta aula é conhecer os estudos de

estabilidade preconizados pela ANVISA para pro-

dutos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes,

bem como discutir a importância da realização

destes estudos e as possíveis alterações que po-

dem ocorrer nos produtos durante a sua realização.

Quarta Aula

Passo 1 / Aula expositiva e dialogada

20min

Estabilidade dos produtos3

Cabe à indústria de produtos de higiene pessoal, cosmé-ticos e perfumaria a responsabilidade de avaliar a es-tabilidade de seus produtos antes de comercializá-los.

3 Texto elaborado a partir de dados disponibilizados pela ANVISA(2004).

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113388 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Prazo de validadeO período de vida útil durante o qual oproduto mantém suas característicasoriginais. Pode ser estimado por meiodos estudos de estabilidade e confirma-do pelo teste de prateleira (ANVISA,2004).

Este é um requisito fundamental para a sua qualidadee segurança (BRASIL, 1997).

O estudo de estabilidade fornece informações sobre ocomportamento do produto frente a condições am-bientais a que possa ser submetido, desde a fabricaçãoaté o término da validade. Pelo perfil de estabilidadede um produto, é possível avaliar seu desempenho, segu-rança e eficácia, além de sua aceitação pelo consu-midor.

Diversos fatores podem afetar a estabilidade do pro-duto. As alterações originadas podem ser percebidasou não pelo consumidor e, conforme a origem, podemser classificadas como extrínsecas (determinadas por fa-tores externos) ou intrínsecas (determinadas por fato-res próprios da formulação). Entre os fatores maiscríticos estão:

� tempo;� temperatura;� luz;� oxigênio;� umidade;� microrganismos;� vibração;� incompatibilidades entre os componentes da formu-

lação;� incompatibilidades entre os componentes da formu-

lação e o material de acondicionamento.

Testes de estabilidade

Os testes de estabilidade de produtos cosméticos con-tribuem para :

� desenvolvimento da formulação;

� seleção do material de acondicionamento adequado;

� aperfeiçoamento das formulações;

� estimsativa e confirmação do prazo de validade;

� produção de informações sobre a confiabilidade esegurança dos produtos.

Desta forma, devem ser conduzidos sob condições quepermitam fornecer informações sobre a estabilidadedo produto no menor tempo possível. A seqüência deestudos sugerida pela ANVISA (2004) tem por objetivo

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 113399

avaliar a formulação em etapas, buscando indícios quelevem a conclusões sobre sua estabilidade. É compostapelos seguintes testes:

Teste de centrifugação: centrifugar uma amostra a3.000 rpm durante 30 minutos. O produto deve perma-necer estável e qualquer sinal de instabilidade indica anecessidade de reformulação. Se aprovado nesse teste, oproduto pode ser submetido aos testes de estabilidade .

Estabilidade preliminar: este teste também é conhe-cido como teste de triagem ou de curto prazo, e auxiliae orienta a escolha das formulações .

Estabilidade acelerada: também conhecida como es-tabilidade normal ou exploratória, tem como objetivofornecer dados para prever a estabilidade do produto,tempo de vida útil, prazo de validade e compatibilidadeda formulação com o material de acondicionamento.

Teste de prateleira: também conhecido como Esta-bilidade de Longa Duração, tem como objetivo validaros limites de estabilidade do produto e comprovar oprazo de validade estimado no teste de estabilidadeacelerada.

Os ensaios de estabilidade acelerada e o de longa dura-ção se assemelham muito aos realizados para medica-mentos, discutidos no capítulo anterior.

Os parâmetros a serem avaliados devem ser definidospelo fabricante e dependem das características do pro-duto e dos componentes da formulação. De modo geral,avaliam-se:

� parâmetros organolépticos: aspecto, cor, odor e sabor;� parâmetros físico-químicos: pH, viscosidade, densi-

dade, entre outros;� parâmetros microbiológicos: contagem microbiana

e teste de desafio do sistema conservante.

Para realização desta atividade, a turma deve ser divi-dida em grupos, com cerca de 3 a 4 jovens cada um. Oeducador selecionará um tipo de formulação cosmética(xampu, creme, gel, baton, sabonete em barra, cremedental, entre outros). Os grupos deverão discutir e seposicionar a respeito da seguinte questão:

Passo 2 / Dinâmica de grupo

20min

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114400 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Passo 1 / Aula expositiva e estudo de texto

35min

Quais alterações poderão ocorrer com esta

formulação durante um teste de estabilidade?

Oriente a discussão para que sejam considerados parâ-metros organolépticos, físico-químicos e microbiológicos.As sugestões/conclusões estabelecidas serão anotadaspor todos os componentes do grupo.

Decorridos dez minutos (aproximadamente) de discus-são nos grupos, o educador sugerirá que novos grupossejam organizados, com participantes de grupos dediscussão diferentes.

Neste segundo momento, as informações, sugestõese/ou conclusões trazidas por cada integrante dos gru-pos anteriores serão expressadas e discutidas, oportuni-zando a comparação entre as idéias expressas pelosoutros colegas. Os pontos em comum e as divergênciasserão anotados e apresentados ao grande grupo.

Nessa etapa, o educador estará atento aos registros dasidéias dos jovens, procurando reforçar as conclusõesacertadas e a problematizar as equivocadas. Retomaráos conteúdos relativos às principais dificuldades apre-sentadas pelo grupo e fará correlações entre os aspec-tos abordados, por exemplo: uma alteração de colo-ração numa formulação pode ser causada por uma con-taminação microbiana acima dos limites especificados.

Ao final, auxiliará a turma a concluir a respeito do quese deve ou não esperar de um estudo de estabilidadeda formulação, enfatizando a importância da realiza-ção deste tipo de ensaio.

O objetivo da aula é realizar a introdução ao

estudo da pele e seus anexos, bem como distribuir

um trabalho de pesquisa a ser realizado pelos jovens.

Quinta Aula

Pele e seus anexosApresente o texto de apoio Pele e seus anexos que se-gue para ser lido e esquematizado em duplas e depoiso retome para dirimir dúvidas e complementar in-formações. Se preferir, trate dessa questão de forma

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 114411

Passo 2 / Atividade de pesquisa

15min

Educador, para a próxima aula será necessárioprovidenciar materiais para consulta sobre o assunto.Eles estão presentes em livros e revistas, aparecemem diferentes sites da internet, em catálogos de em-presas, etc. Oriente-os a se dirigirem ao laboratóriode informática para a realização da pesquisa na pró-xima aula.

expositiva e depois entregue o texto para sistematiza-ção. Nos dois casos, insista para que os jovens anotemas idéias principais, bem como dúvidas e curiosidadesremanescentes.

O tema da atividade de pesquisa a ser realizada é: cui-dados com a pele e seus anexos.

Dividir a turma em três grupos. Cada grupo desenvol-verá um trabalho de pesquisa sobre um dos seguintesassuntos:

1 Cuidados com a pele: limpeza, tonificação, hidrata-ção e nutrição.

2 Cuidados com os cabelos: limpeza, hidratação e nu-trição.

3 Cuidados com as unhas: limpeza, hidratação e forti-ficação.

Os assuntos podem ser definidos por sorteio ou poracordo entre os jovens. Deve ser elaborada uma apre-sentação oral, que pode ser na forma de painel, carta-zes ou até mesmo transparências. A criatividade na for-ma da apresentação também será avaliada. Os jovensdevem ser orientados a buscar material em bibliotecasou outras fontes para realizar o trabalho.

Para a apresentação dos resultados, estimule-os a esco-lher em um recurso visual interessante, utilizando mate-riais e equipamentos disponíveis no local.

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114422 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Pele e seus anexos4

A pela é considerada um órgão multifuncional, resistente, flexível, complexo e relativamente im-permeável que protege o organismo das ameaças do meio exterior. Sua superfície média é de cer-ca de 1,8 m2, correspondendo a aproximadamente 18% do peso corporal total.

Várias são as funções desempenhadas pela pele, tais como:

� função de proteção física, química e antibacteriana do organismo;� função de controle da temperatura corporal;� função sensorial, no recolhimento e transmissão de informações do meio exterior para o

interno;� função secretória, na eliminação de toxinas;� função de absorção;� função de reserva, devido à camada de gordura presente na hipoderme;� função de cicatrização, devido ao seu alto poder de regeneração;� função imunológica.

Composição química da pele

O elemento mais importante na composição química da pele é a água, que constitui cerca de70% do total. Além disso, são encontradas substâncias de natureza protéica (27,5%), comoelastina, colágeno, melanina, queratina, aminoácidos, entre outros; lipídica, como colesterol,ceramidas; glicídica, como glicose; além de sais minerais.

Anatomia e histologia da pele

A organização anatômica da pele pode ser visualizada na figura abaixo. Ela é formada princi-palmente por três camadas: a camada superficial, denominada epiderme; a camadaintermediária, a derme; e a camada mais profunda, a hipoderme. Além disso, a sua consti-tuição apresenta terminações nervosas, vasos sangüíneos, glândulas sebáceas e sudoríparas eos folículos pilosos.

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4 Texto elaborado com base nas obras WILKINSON & MOORE, 1990; CUNHA; 2004 e HERNADEZ & MARCIER-FRESNEL, 1999.P

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A Pele

Pêlos

Glândula sebácea

Terminação nervosa

Epiderme

Nervo

Derme

Hipoderme

Glândula sudoríparaMúsculo

ArteríolaCapilares

Fig. 2 – pele certa.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 114433

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A porção mais externa na epiderme é formada por umapelícula invisível. Trata-se de uma emulsão composta porceramidas, colesterol, ácidos graxos, água, sais minerais,uréia, aminoácidos, vitaminas, glicose e amônia. Esta pelí-cula possui ação umectante e lubrificante.

O extrato córneo possui um importante papel fisiológico.Ele é responsável por:� manter a hidratação cutânea, devido ao seu caráter

hidrofóbico. Apresenta ainda a capacidade de fixarágua, devido à presença de substâncias higroscópi-cas que constituem o fator de hidratação natural dapele;

� proteger o meio interno, devido a sua baixa per-meabilidade e suas propriedades biomecânicas, queo tornam mais resistente e flexível que as demaiscamadas da pele.

As células do extrato córneo se desprendem continuamente da superfície da pele.

A derme é considerada o elemento de sustentação e nutrição da pele. É constituída basica-mente de duas camadas (ver figura):� a derme superficial ou papilar: tecido conjuntivo frouxo, caracterizado pela presença de

elastina;� a derme profunda ou reticular: tecido conjuntivo denso, caracterizado pela presença de

fibras de colágeno.

Na derme são encontrados os anexos cutâneos: pelos, unhas, glândulas sebáceas e sudoríparas,bem como as terminações nervosas. Os pelos e a glândulas sebáceas em conjunto formam umaestrutura denominada folículo pilossebáceo.

Fig. 4 – Derme.

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A epiderme constitui a barreira cutânea. Sua principal função é a proteção do organismocontra as agressões externas. Os principais tipos de células encontradas na epiderme são osqueratinócitos (células que produzem queratina) e os melanócitos (células de coloração queproduzem melanina).

A epiderme é constituída de várias camadas (ver figura).Esta estratificação é resultado das modificações que ocor-rem com os queratinócitos conforme estes ascendem dacamada basal ao extrato córneo. Ao chegarem à camadamais externa, estas células já se encontram completamen-te queratinizadas e anucleadas.

Fig. 3 – Epiderme.

estrato córneo

camadagranulosa

camada espinhosa

camada basal

derme

camada reticular

derme

epiderme

camada papilar

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114444 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

A hipoderme é constituída basicamente de tecido adiposo. Atua como reserva de gordura doorganismo, possui um papel na sua regulação térmica e o protege contra pressões e trau-matismos externos.

Anexos cutâneos

Como já foi mencionado, os anexos cutâneos compreendem as glândulas sudoríparas, os folí-culos pilossebáceos e as unhas.

As glândulas sudoríparas são as responsáveis pela secreção de suor. As glândulas écrinas pro-duzem uma secreção mais líquida e encontram-se distribuídas por toda a superfície corporal.Já as glândulas apócrinas se desenvolvem apenas após a puberdade e são encontradas prin-cipalmente nas axilas, região perianal e áreas genitais. Produzem uma secreção mais espessa,podendo exercer atração sexual.

O folículo pilossebáceo é constituído pelo pêlo e pelas glândulas sebáceas. Os cabelosrenovam-se ciclicamente, compreendendo fases de crescimento alternadas com fases estáticas(quiescência). A associação de uma glândula sebácea fornece um canal excretor de sebo. Osfolículos quando ainda ativos, ao perderem os cabelos, produzirão um novo fio.

As unhas são placas córneas, semitransparentes, brilhantes, que tem como função proteger asextremidades dos dedos. O crescimento das unhas ocorre durante toda a vida. É formada portrês estruturas: a matriz (parte interna que dá origem à unha), a lâmina ungueal (parte visívelda unha) e o leito (porção onde repousa a lâmina ungueal).

Tipos de pele

Diversos parâmetros devem ser analisados para uma boa caracterização do tipo de pele, entreeles os aspectos histológicos, a vascularização, a pigmentação, as secreções, o pH e a hidra-tação cutânea, o exame visual e o exame à palpação. Porém, a cosmetologia moderna temmantido as classificações clássicas da pele, que se baseiam principalmente no equilíbrio entreágua e lipídeos que deve existir neste órgão (CUNHA, 2004).

Pele normal: caracteriza-se pela existência de um equilíbrio ideal entre o teor de lipídeos eo compostos hidrossolúveis. Encontrada principalmente em bebês e crianças bem jovens;

Pele oleosa: caracterizada por uma produção de sebo em excesso. Muitas vezes apresentammanchas, poros excessivamente abertos e brilho oleoso. A pele oleosa pode tornar-se acneicaquando apresentar um elevado número de pápulas e/ou nódulos derivados da produçãoexagerada de sebo com o entupimento do canal do folículo piloso e desenvolvimento demicroorganismos;

Pele seca: caracterizada por uma baixa atividade das glândulas sebáceas. Em conseqüência,ocorre uma diminuição da quantidade de água no estrato córneo;

Pele mista: apresenta regiões com característica oleosa e regiões com característica seca.Extremamente comum em indivíduos adultos.

É importante ainda citar outros dois tipos de pele:

Pele sensível: tem tendência a desenvolver vermelhões, pruridos, sensações de picada,queimadura ou de pele esticada. Não deve ser confundida com a pele alérgica;

Pele envelhecida: no exame por palpação, é áspera, flácida, fina e fibrosa. Estas caracterís-ticas são conseqüência do processo normal de envelhecimento, mas podem ser aceleradas ouretardadas em algumas situações.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 114455

Preferentemente, os jovens estarão em ambiente ondepossam ter acesso à internet e aos materiais trazidospor eles próprios e pelo educador.

Circule entre os grupos, observando a realização dostrabalhos, oriente-os quanto à confiabilidade dos sites

acessados na internet e à relevância das informações,indicando quais os aspectos mais importantes a seremabordados. Indique o tempo que cada grupo terá paraapresentação na próxima aula.

Passo 1 / Apresentação dos grupos

50min

Caberá ao educador avaliar as apresentações, consi-derando os seguintes critérios:

� Criatividade do material visual;� Clareza na comunicação;� Aspectos teóricos apresentados;� Organização e formalidade na apresentação;� Comprometimento com a tarefa (que deve ter sido

avaliado nos encontros anteriores).

Este trabalho poderá compor uma parte da avaliaçãodas aprendizagens do capítulo.

Passo 1 / Atividade de pesquisa

50min

Este encontro é reservado à finalização do traba-

lho de pesquisa e à confecção do material visual

a ser utilizado durante a apresentação (painel,

cartaz, transparências, entre outros).

Sexta Aula

Este encontro será dedicado à apresentação dos

grupos.

Sétima Aula

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114466 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Nesta aula serão abordados os aspectos mais im-

portantes e/ou particulares das diretrizes de Boas

Práticas de Fabricação e Controle para produtos

de higiene pessoal, cosméticos e perfumes, de

acordo com a Portaria SVS/MS n. 348, de 18 de

agosto de 1997.

Oitava Aula

Os jovens devem ser estimulados a participar com expe-riências pessoais em relação ao cumprimento das BPF.Podem ser indagados quanto à realização de treinamen-tos, à utilização de EPI’s, programas de desinsetização edesratização, ao conhecimento das normas da Garantiada Qualidade anteriores ao curso. A discussão deve girarem torno da experiência de cada um no cumprimentode BPF e na análise crítica do que realmente ocorredentro da empresa. Para isso, peça-lhes que reme-morem as visitas que fizeram à empresa em diferentesmomentos do curso ou, se preferir, convide um traba-lhador da indústria para apresentar-se como pessoafonte, para ser entrevistado e depor a respeito doassunto. Aproveite todas as inferências para reforçar osaspectos para inspeção da fabricação e controle deprodutos de higiene pessoal, cosméticos e perfumariapresentes na Portaria SVS/MS n. 348, de 18 de agostode 1997.

Passo 2 / Discussão em grande grupo

20min

Passo 1 / Aula expositiva

30min

Exponha o conteúdo que segue ou distribua o texto deapoio e peça que, em duplas, os jovens leiam e esque-matizem o seu conteúdo. Antes de passar para o passoseguinte, realize uma breve conversa de síntese.

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Aspectos para inspeção da fabricação econtrole de produtos de higiene pessoal,cosméticos e perfumaria

As Boas Práticas de Fabricação e Controle (BPF e C) de produtos de higiene pessoal, cosméticose perfumes são regulamentadas pela Portaria SVS/MS n. 348/97. Esta institui o manual de BPFe C e o regulamento técnico para a inspeção de indústrias fabricantes deste tipo de produtos.

O manual de BPF e C que consta na Portaria SVS/MS n. 348/97 é um guia para a fabricação deprodutos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes de forma segura, com o controle detodos os aspectos que influem sobre a qualidade dos produtos finais. Da mesma forma que asBPF de medicamentos (vistas nos capítulos anteriores), este guia se inspira no conceito dequalidade total, buscando reduzir, eliminar e, principalmente, prever e evitar os problemasque podem ocorrer durante o processo produtivo (BRASIL, 1997).

Este manual preconiza a implementação e a formalização de um sistema de garantia da qua-lidade, assim como estabelece roteiros para diferentes etapas do processo de fabricação edescreve atividades que devem ser seguidas para a implementação da garantia da qualidade(BRASIL, 1997). As indústrias na área de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumestambém recebem um Certificado de BPF emitido pela ANVISA (BRASIL, 2001c).

O Anexo II da referida resolução é composto pelo roteiro de inspeção para as indústrias. Estedeve ser utilizado como base para os procedimentos de auto-inspeção. É importante salientarque, para todos os aspectos inspecionados, a empresa deve apresentar a documentação com-probatória dos registros, controles e cumprimento de procedimentos. É preconizada a avalia-ção dos seguintes aspectos:

Almoxarifado

Aspectos externos: condições físicas, limpeza, proteção contra a entrada de animais, viasde acesso, fontes de poluição ambiental.

Aspectos internos: cumprimento dos requisitos de higiene e segurança de pisos, tetos eparedes, condições de encanamentos e sistema de esgotos.

Condições gerais: iluminação, temperatura, umidade, ventilação, limpeza, organização,delimitação de áreas para os diferentes tipos de insumos (aprovados, em quarentena,reprovados, materiais impressos, inflamáveis, explosivos), adequação de instalações elétricas,combate a incêndios e a entrada de animais, calibração de balanças, condições do pessoal (usode uniformes), responsabilidades, documentação (procedimentos, rótulos e etiquetas).

Devoluções

Existência de área delimitada para e pessoa responsável pelo armazenamento de produtosdevolvidos e documentação relativa à identificação dos produtos, procedimentos de reaná-lise, descarte e/ou reprocessamento e incorporação destes documentos ao registro de lote.

Recolhimento de produtos

Existência de área delimitada para armazenamento de produtos recolhidos e documentaçãorelativa a rastreabilidade e procedimentos de recolhimento de produtos junto aos distribui-dores primários. É preconizada ainda a identificação dos produtos, a existência de procedi-mentos pós-recolhimento, a identificação da pessoa responsável e a comunicação imediata àsautoridades competentes dos fatos ocorridos.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 114477

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114488 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Sistemas e instalações de água

Por ser uma matéria-prima extremamente importante na fabricação de produtos de higienepessoal, cosméticos e perfumes, os sistemas de água recebem um tratamento especial no guiade inspeção das BPF e C destes produtos.

Água potável: limpeza e conservação de caixas-d’água e tubulações, sistema de tratamentoda água, armazenamento, controle de qualidade físico-químico e microbiológico.

Água purificada: identificação do(s) processo(s) de purificação de água, limpeza, conser-vação, manutenção preventiva, sanitização e validação do sistema de tratamento de água,existência de procedimentos escritos e pessoal capacitado para operação do sistema, controlede qualidade físico-químico, microbiológico e aprovação por parte do CQ da água purificada.

Produção

Pessoal: treinamento, exames médicos periódicos, uso de uniformes limpos e exclusivos paraa área produtiva, uso de equipamentos de proteção individual (EPI) adequados, presença deequipamentos de proteção coletivos (EPC) (extintores, chuveiros, entre outros).

Organização: existência de fórmula padrão para todos os produtos e dimensões de lotes aserem produzidos e correta emissão da ordem de fabricação

Áreas de pesagem e medidas: adequações de espaço físico, limpeza, calibração dasbalanças e instrumentos de medidas, identificação dos insumos fracionados, sistema deprevenção da contaminação cruzada e contaminação do meio ambiente, pessoal devidamentetreinado, procedimentos escritos.

Áreas produtivas : adequação das condições físicas externas e internas, controle de pres-são de ar, microbiológico, de partículas, de umidade, de temperatura (quando necessário),prevenção da contaminação cruzada, identificação de insumos, equipamentos e materiais,procedimentos escritos, pessoal treinado e qualificado.

Produtos sólidos e semi-sólidos: local apropriado com distribuição ordenada e racionalde materiais e equipamentos, condições físicas adequadas (pisos, paredes, teto, iluminação,instalações elétricas, ralos, sistema de esgoto, sistema de exaustão de pós, proteção contra aentrada de animais), condições de segurança, calibração de equipamentos, identificação deinsumos, equipamentos, instrumentos e materiais utilizados na produção, programa delimpeza de equipamentos e utensílios, prevenção da contaminação cruzada, realização decontrole em processo, controle de qualidade de produtos intermediários.

Produtos líquidos: local apropriado com distribuição ordenada e racional de materiais eequipamentos, condições físicas adequadas (pisos, paredes, teto, iluminação, instalaçõeselétricas, tubulações de água potável, água purificada, vapor d’água, ar comprimido, ralos,sistema de esgoto, sistema de ventilação, proteção contra a entrada de animais), condições desegurança, calibração de equipamentos, identificação de insumos, equipamentos, instrumen-tos e materiais utilizados na produção, programa de limpeza de equipamentos e utensílios(especialmente mangueiras e tubulações), prevenção da contaminação cruzada, realização decontrole em processo, controle de qualidade de produtos intermediários, relação entrerendimento teórico e rendimento real.

Envase: local apropriado com distribuição ordenada e racional de materiais e equipamentos,prevenção de misturas e da contaminação cruzada, condições físicas adequadas (piso, paredes,teto, iluminação, instalações elétricas, tubulações de ar comprimido, vapor, água potável,água purificada, ralos, sistema de esgoto, proteção contra a entrada de animais), condições desegurança, identificação de insumos, equipamentos, instrumentos e materiais utilizados,controle de qualidade de material de acondicionamento e embalagem, realização de controle

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 114499

em processo, relação entre rendimento teórico e rendimento real (reconciliação), destino deMAE já impresso com número de lote e/ou data de fabricação/validade.

Rotulagem : controle de qualidade de rótulos, controle em processo da rotulagem, destinode rótulos já impresso com número de lote e/ou data de fabricação/validade.

Controle de qualidade

Existência de laboratório de controle de qualidade independente da produção, responsávelpela aprovação ou reprovação de matérias-primas, produtos semi-acabados, produtosacabados e MAE. Deve haver procedimentos escritos para amostragem, análise, reanálise,aprovação e reprovação de cada um desses produtos e insumos, bem como especificações,descrições de métodos analíticos e padrões de referência. Os registros de análise e as amostrasde referência devem ser arquivados por um período mínimo estabelecido.

Deve haver pessoal devidamente treinado responsável pela realização da amostragem,operação de equipamentos, inspeção do processo produtivo.

O LCQ deve estar equipado com EPC’s e com os equipamentos necessários à realização dosensaios. Deve haver um programa de calibração e de manutenção preventiva de equipamen-tos, bem como de treinamento dos funcionários para a realização dos ensaios.

Devem ser realizados ensaios microbiológicos e as áreas devem ser adequadas para tanto.

Garantia da qualidade

Divulgação do programa de garantia da qualidade a todos os funcionários.

Preconiza-se a existência de:� normas escritas para divulgação de cumprimento das BPF;� definição clara de responsabilidades;� procedimentos para avaliação da efetividade e aplicabilidade das normas da garantia da

qualidade;� treinamento de pessoal;� definição por escrito das operações de produção e controle;� realização de auto-inspeções periódicas;� programa escrito para o estudo de estabilidade de produtos com registro;� registros de reclamações;� verificação de mudanças que possam afetar a qualidade ou a reprodutibilidade de um

processo.

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Neste encontro, haverá a apresentação ao gran-

de grupo do projeto elaborado.

Durante a apresentação, o educador avaliará os traba-lhos levando em consideração os seguintes aspectos:

� Criatividade do material visual;� Clareza na comunicação;

Passo 1 / Atividade prática

50mincadaaula

Projeto: Roteiro de fabricação de umproduto de higiene pessoal, cosméticoou perfume

Para esta atividade, a turma será dividida em grupos de3 ou 4 jovens. Cada grupo selecionará um produto apartir do qual elaborará seu projeto de fabricação.

O projeto abordará todas as etapas do processo pro-dutivo, desde o recebimento de matérias-primas até osprocedimentos relativos a recolhimento dos produtosdo mercado, com base nas diretrizes estabelecidas pelasBPF e C, especialmente seu Anexo II (Portaria SVS/MS n.348/97).

Esta atividade contará com a orientação constante doeducador, que acompanhará a realização do projetode modo a que os jovens dêem ênfase ao cumprimentodas BPF e C em todas as etapas do processo. Depois definalizado, os jovens apresentarão oralmente o projeto,podendo fazer uso dos recursos audiovisuais disponíveis.

Haverá duas aulas dedicadas à produção do projeto.

Décima Primeira eDécima Segunda Aulas

Passo 1 / Apresentação dos projetos

50mincada aula

115500 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Nestes dois encontros, os jovens deverão elabo-

rar um projeto de fabricação prevendo todas as

etapas do processo produtivo.

Nona e Décima Aulas

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 115511

� Qualidade do projeto frente às BPF e C;� Organização e formalidade na apresentação;� Comprometimento com a tarefa (considerando todo

o processo de produção da apresentação);� Capacidade de síntese.

Durante a exposição de cada grupo, os demais jovensatuarão como se fossem os inspetores da produção. Paraisso, o educador distribuirá a todos um modelo simpli-ficado da Ata de Inspeção constante na PortariaSVS/MS n. 348/97 (ver Anexo 4) e pedirá que a utilizemcomo referência para a análise do projeto dos colegas.Qualquer irregularidade constatada deverá ser docu-mentada no item 5 e as sugestões serão registradas noitem 6. Todas as informações solicitadas na ata deverãoser preenchidas. Esta é uma forma de mantê-los aten-tos à apresentação, bem como de fixar os conceitos dasBPF e C e de desenvolver a capacidade crítica e de diag-nóstico. Ao final de cada apresentação, se os jovensdesejarem, poderão trocar idéias antes de fazerem oregistro na Ata.

Ao final, a avaliação do jovem será constituída peloprojeto realizado e pelas atas preenchidas pelo grupo.

Este trabalho também poderá compor a avaliação docapítulo.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 115533

P. 68

1 Agente sanitizante.

2 Ácido peracético.

3 Sim, pois é compatível com aço inox, o principal material de fabricação de equipamentos nestesetor industrial.

4 Água corrente até descarte límpido – pré-lavagem; uso de detergente alcalino – lavagem; águacorrente para remoção do detergente – enxágüe; solução de Proxitane® – sanitização; drenagemdo sistema – secagem.

P. 74

1 0,04%

2 1,0% – considera-se o processo isoladamente, descontando-se o que já foi perdido na etapaanterior.

3 1,43%

4 Sim, nas operações de embalagem ocorreu sobra de MAE’s.

5 Se esta já foi impressa com o número de lote, datas de fabricação e/ou validade, o material deve serdestruído. Caso contrário, deve ser cuidadosamente analisado por pessoa autorizada e, em caso deaprovação, devolvida ao almoxarifado.

6 Alterar a Fórmula Padrão a fim de considerar as perdas durante o processo.

7 Não. Deste material final devem ser retiradas as amostras para o controle de qualidade do produtoterminado e as amostras de retenção.

Gabarito dos exercícios

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 115555

AcondicionamentoRecipiente ou envoltório apropriado, aplicado diretamente ao produto para sua proteção epreservação. Também é denominado embalagem primária (PETROVICK, 2005).AdjuvantesSubstâncias auxiliares, sem ação farmacológica própria, que visam permitir a obtenção da formafarmacêutica e sua conservação (BASSANI, 2004).Amostra de referência Amostra de matérias-primas e de produtos terminados devidamente identificadas que devem serconservadas pelo fabricante por um período de tempo definido após a data do vencimento doproduto terminado. Antecâmara Espaço fechado com duas ou mais portas, interposto entre duas ou mais áreas de classe de limpezadistintas, com o objetivo de controlar o fluxo de ar entre ambas quando precisarem ser adentradas(BRASIL, 2003f).ConservanteSubstância adicionada na formulação com o objetivo de impedir o crescimento microbiano.Contaminação cruzadaContaminação de determinada matéria-prima ou produto com outra matéria-prima ou produtodurante o processo de produção (BRASIL, 2003f).Controle em processoConjunto das verificações realizadas durante a produção, a fim de monitorar e, se necessário,ajustar o processo (BRASIL, 2003f).CoranteSubstância capaz de conferir cor a uma formulação.Desvio da qualidadeAfastamento dos parâmetros de qualidade estabelecidos para um processo ou produto (BRASIL,2003f).EmbalagemDefine o recipiente onde devem estar contidos os materiais acondicionados. Formam as embala-gens secundárias (PETROVICK, 2005).Como processo, compreende todas as operações, incluindo oenvase e a rotulagem, pelas quais o produto a granel deve passar a fim de tornar-se produtoterminado.Embalagem primáriaMateriais de acondicionamento que entram em contato direto com a forma farmacêutica.Embalagem secundáriaMateriais de acondicionamento e embalagem que envolvem, em diferentes graus de proximidade,a embalagem primária.Especialidades farmacêuticasMedicamentos de composição uniforme registrados no Ministério da Saúde. Somente podem serproduzidas por indústrias farmacêuticas.EsterilizaçãoLivrar um corpo ou material de microorganismos vivos e dos seus esporos (PARKER & HODGES,2002).Filtro ultravioletaSubstância capaz de absorver, refletir e/ou dispersar a luz ultravioleta.HigienizaçãoProcedimento que engloba os processos de limpeza e sanitização (PETROVICK, 2005).

Glossário

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115566 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

LimpezaRemoção de sujidades aderidas às superfícies (PETROVICK, 2005).LoteQuantidade definida de matéria-prima, material de embalagem ou produto terminado fabri-cado em um único processo ou série de processos, cuja característica essencial é a homogenei-dade e qualidade dentro dos limites especificados (BRASIL, 2003f).OpoterápicosMedicamentos obtidos de glândulas, órgãos, tecidos ou secreções de origem animal.Prazo de validadeO período de vida útil durante o qual o produto mantém suas características originais. Pode serestimado por meio dos estudos de estabilidade e confirmado pelo teste de prateleira (ANVISA,2004).Produto devolvidoProduto terminado, comercializado, expedido e devolvido ao fabricante (BRASIL, 2003f).QualificaçãoOperações documentadas de acordo com um plano de testes e critérios de aceitação definidos,garantindo a adequação do componente ao uso pretendido.ReprocessamentoRetrabalho de todo ou de parte de um lote de produto fora das especificações, a partir de umaetapa definida da produção, de forma que a qualidade possa tornar-se aceitável (BRASIL,2003f).SanitizaçãoRedução do número de microorganismos a níveis considerados aceitáveis (PETROVICK, 2005).Teste de estabilidadeConjunto de testes projetados para obter informações sobre a estabilidade de produtos farma-cêuticos visando definir seu prazo de validade e período de utilização em embalagem e condi-ções de armazenamento especificadas (BRASIL, 2005). Via de administraçãoForma como o medicamento é administrado. Define quais as primeiras estruturas do organismocom as quais o fármaco irá ter contato. De acordo com a via utilizada, um fármaco pode ter açãolocal ou sistêmica.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 115577

Referências

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Resolução n. 335, de 22 de julho de 1999. Estabelece normas eprocedimentos para notificação de produtos grau de risco 1. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 jul. 1999.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução n. 79, de 28 de agosto de 2000. Estabelece a definição eclassificação de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes e outros com abrangência neste contexto. DiárioOficial da União, Brasília, DF, 31 ago. 2000.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 132, de 16 de março de 2003. Dispõe sobre oregistro de medicamentos específicos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 02 jun. 2003a.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 133, de 16 de março de 2003. Dispõe sobre oregistro de medicamento similar e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 02 jun. 2003b.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 135, de 16 de março de 2003. Aprova regulamentotécnico para medicamentos genéricos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 02 jun. 2003c.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 136, de 16 de março de 2003. Dispõe sobre o registrode medicamento novo. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 02 jun. 2003d.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 139, de 16 de março de 2003. Dispõe sobre oregistro e a isenção de registro de medicamentos homeopáticos industrializados. Diário Oficial da União, Brasília, DF,05 ago. 2003e.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 210 de 04 de agosto de 2003. Determina a todos osestabelecimentos fabricantes de medicamentos, o cumprimento das diretrizes estabelecidas no Regulamento Técnico dasBoas Práticas para a Fabricação de Medicamentos, conforme ao Anexo I da presente Resolução. Diário Oficial da União,Brasília, DF, 14 ago. 2003f.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 138, de 29 de maio de 2003. Dispõe sobre oenquadramento na categoria de venda de medicamentos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 06 jan. 2004a.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 38, de 16 de março de 2004. Dispõe sobre oregistro de medicamentos fitoterápicos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 mar. 2004b.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 210 de 04 de agosto de 2003. Determina a todosos estabelecimentos fabricantes de medicamentos, o cumprimento das diretrizes estabelecidas no regulamentotécnico das boas práticas para a fabricação de medicamentos, conforme ao anexo I da presente resolução. DiárioOficial da União, Brasília, DF, 14 ago. 2003a.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 161, de 11 de setembro de 2001. Estabelece a listade filtros ultravioletas permitidos para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. Diário Oficial da União,Brasília, DF, 12 set. 2001a.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 162, de 11 de setembro de 2001. Estabelece a listade substâncias de ação conservantes para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. Diário Oficial da União,Brasília, DF, 12 set. 2001b.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 485, de 25 de março de 2004. Determina que a partirde 5 de abril de 2004, todas as empresas que queiram protocolar na ANVISA petição de registro e notificação referenteà produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes o façam, obrigatoriamente, por meio do sistema deatendimento e arrecadação on line, disponível no endereço eletrônico da ANVISA. Diário Oficial da União, Brasília, DF,26 mar. 2004.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 211, de 14 de julho de 2005. Ficam estabelecidas adefinição e a classificação de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes, conforme anexos I e II desta resolução.Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 jul. 2005a.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 215, de 25 de julho de 2005. Aprova o regula-mento técnico listas de substâncias que os produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes não devem conter,exceto nas condições e com as restrições estabelecidas, que consta como anexo e faz parte da presente resolução.Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 jul. 2005b.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RE n. 899 de 29 de maio de 2003. Determina a publicaçãodo "Guia para validação de métodos analíticos e bioanalíticos"; fica revogada a Resolução RE nº 475, de 19 de marçode 2002. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 02 jun. 2003b.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RE n. 1 de 29 de julho de 2005. Autoriza ad referendum,a publicação do guia para a realização de estudos de estabilidade. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 01 ago. 2005.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RE n. 1450, de 11 de setembro de 2001. Institui e aprovao certificado de boas práticas de fabricação para cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes, e modelo deformulário de petição. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 12 set. 2001c.

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115588 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

BRASIL. Congresso Nacional. Lei n. 9.782, de 26 de janeiro de 1999. Define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, criaa Agência Nacional de Vigilância Sanitária e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 jan. 1999b.BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 116 de 22 de novembro de 1995. Na ausência de monografia oficial dematéria-prima, formas farmacêuticas, correlatos e metodologias gerais inscritos na Farmacopéia Brasileira, poderá seradotada monografia oficial, última edição, de um dos compêndios internacionais citados no texto dessa norma. DiárioOficial da União, Brasília, DF, 23 nov. 1995.BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria SVS/MS nº. 344, de 12 de maio de 1998. Aprova o regulamento técnico sobresubstâncias e medicamentos sujeitos a controle especial. Diário Oficial da União da República Federativa do Brasil,Brasília, DF, 1º fev. 1999a.BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria n. 500 de 7 de outubro de 1997. Aprova oregulamento técnico de soluções parenterais de grande volume – SPGV e seus anexos. Diário Oficial da União, Brasília,DF, 13 out. 1997.BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria n. 272 de 8 de abril de 1998. Aprova oregulamento técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos para a terapia de nutrição parenteral, constante dotexto anexo desta portaria. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 abr. 1998.BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria n. 348, de 18 de agosto de 1997. Determinara todos estabelecimentos produtores de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes, o cumprimento dasdiretrizes estabelecidas no regulamento técnico – manual de boas práticas de fabricação para produtos de higienepessoal, cosméticos e perfumes. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 ago. 1997.BRITISH PHARMACOPOEIA, 2003.CALLEGAR, L. Análise setorial: a indústria farmacêutica. v. 1. São Paulo: Gazeta Mercantil, 2000.CUNHA, A.P.; SILVA, A.P.; ROQUE, O.R.; CUNHA, E. Plantas e produtos vegetais em Cosmética e Dermatologia. Lisboa:Fundação Calouste Gulbenkian, 2004.FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 4o edição, 1988.FARMACOPÉIA EUROPÉIA, 2005.HERNANDES, M. & MARCIER-FRESNEL, M-M. Manual de Cosmetologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Livraria e Editora Revinter,1999.ICH – International Conference on Harminization. International Conference on Harminization of Technical Requirementsfor Registration of Pharmaceuticals for Human Use – Extension on the ICH Text on Validation of Analytical Procedures, 1995.INCI. International nomenclature of cosmetic ingredients. Disponível no site:pharmacos.eudra.org/F3/cosmetic/cosm_inci_index.htm. PARKER, M. & HODGES, N. Microbiologial contamination and preservation of pharmaceutical products. In: AULTON,M.E. Pharmaceutics: the science of dosage form design. 2. ed. Edinburg: Churchill Livingstone, 2002.PEREIRA, M.A.C.; MAYORGA-BORGES, P.E.; PETROVICK, P.R. O perfil da indústria farmacêutica no Rio Grande do Sul.Porto Alegre: UFRGS, 2002.PETROVICK, P.R. O que são medicamentos? In: SCHENKEL, E.P.; MENGUE, S.S.; PETROVICK, P.R. Cuidados com osmedicamentos. 4. ed. Florianópolis;Porto Alegre: Editora da UFSC; Editora da UFRGS, 2004.PETROVICK, P.R. Tecnologia farmacêutica IF 2005/1 – polígrafo de acompanhamento. Porto Alegre: UFRGS, 2005.PETROVICK, P.R. Tecnologia Farmacêutica IF 2005/1 – Polígrafo de Acompanhamento. Porto Alegre: UFRGS, 2005.SCHENKEL, E.P. O nome dos medicamentos. In: SCHENKEL, E.P.; MENGUE, S.S.; PROTROVICK, P.R. Cuidados com osmedicamentos. 4. ed. Florianópolis; Porto Alegre: Editora da UFSC; Editora da UFRGS, 2004.SDP/MDIC – Secretaria do Desenvolvimento da Produção – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e ComércioExterior. Diagnóstico – panorama da indústria mundial de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos.Disponível no site:www.desenvolvimento.gov.br/arquivo/sdp/proAcao/forCompetitividade/docInstalacoes/HigienaPes_Pefr_Cosmet_Diagnostico.pdf. UNITED STATES PHARMACOPOEIA, USP 27, 2004.WIEBECK, H.; ARAÚJO, S.C.; SANTIAGO, A. Cosméticos – o mercado e como prepará-los. disponível no site:www.crq4.org.br/informativo/junho_2001/pagina10.html. WILKINSON, J.B. & MOORE, R.J. Cosmetología de Harry. Madri: Edigrafos S.A., 1990.

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 115599

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA

http://www.anvisa.gov.br/

Sobre a Instituição

Finalidade institucional

Áreas de atuação

Estrutura da ANVISADiretoria Colegiada – composição e função

Conselho consultivo – função

Ouvidoria – função

Área de Atuação – MedicamentosAutorização de Funcionamento de Empresas – AFE

Quais as atividades que necessitam ter seu funcionamento autorizado pela ANVISA?

Quais as atividades que necessitam autorização especial de funcionamento?

Registro de Produtos

Registro de medicamentos novosDocumentos necessários – qual a legislação a ser consultada?

Anexo 1

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116600 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

Registro de medicamentos similaresDocumentos necessários – qual a legislação a ser consultada?

Registro de medicamentos genéricosDocumentos necessários – qual a legislação a ser consultada?

Base de dados VISALEGISLocalizar as seguintes normas pertencentes à legislação sanitária básica na área industrial

farmacêutica:

Lei nº. 6.360, de 23 de setembro de 1976

Ementa:

Data de publicação no D.O.U.:

Lei nº. 9.782, de 26 de janeiro de 1999.

Ementa:

Data de publicação no D.O.U.:

Lei nº. 9.787, de 10 de fevereiro de 1999.

Ementa:

Data de publicação no D.O.U.:

Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) – ANVISA que institui as o Regulamento

Técnico para as Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos

Número da Norma:

Data de publicação no Diário Oficial da União (D.O.U):

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 116611

Roteiro de inspeção – setor produtivo

N Questão Sim Não Observação

01 A área de produção é suficiente

para a quantidade de produtos

fabricados?

02 A área de produção está

organizada e limpa?

03 Podem ser visualizados objetos

estranhos na área de produção?

04 A iluminação é apropriada?

05 A ventilação é apropriada?

06 Existe controle de umidade?

07 Existem registros?

08 Existe controle de temperatura?

09 Existem registros?

10 As paredes, o teto e os pisos são

facilmente laváveis e isentos de

rachaduras ou outros defeitos?

11 As instalações estão protegidas

contra a entrada de insetos?

12 Existem procedimentos que

regulamentem a entrada de

pessoas estranhas na área de

produção?

13 Os colaboradores encontram-se

devidamente uniformizados?

14 Os colaboradores recebem

treinamento sobre condutas de

higiene e limpeza?

15 Todos os equipamentos estão

devidamente identificados?

16 Todos os utensílios estão

devidamente identificados?

17 O instrumentos de medição são

calibrados?

18 Existem registros?

Anexo 2

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116622 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

19 Existe programa de

manutenção preventiva de

equipamentos?

20 Existem registros?

21 Escolha um equipamento e

questione como é feita a

manutenção do mesmo.

22 No processo produtivo, são

seguidas as instruções da

ordem de produção?

23 As etapas realizadas são

devidamente registradas pelo

operador?

24 Que POP's encontram-se

disponíveis na área de

produção?

25 Após a produção, todos os

equipamentos e utensílios são

devidamente higienizados?

26 Existem registros?

27 As linhas de envase e

rotulagem são devidamente

inspecionadas e liberadas

antes do uso?

28 Existem registros?

29 Quem é o profissional

responsável por esta

liberação?

30 É realizada a reconciliação?

31 Em que pontos do processo?

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 116633

01 O controle de qualidade é

independente da produção?

02 As áreas de controle estão

organizadas e limpas?

03 As áreas de controle são

suficientes para o volume e

qualidade de ensaios

realizados?

04 A iluminação é apropriada?

05 Existem registros dos

procedimentos de higienização

das áreas?

06 O pessoal encontra-se

devidamente uniformizado?

07 Existe um programa de

treinamento para o

desempenho de funções no

controle de qualidade?

08 Existem especificações escritas e

aprovadas para todas as matérias-

primas, materiais de embalagem,

produtos intermediários, a granel

e terminados?

09 Os POP's referentes às

atividades de controle estão

disponíveis?

10 Os procedimentos referentes

aos métodos analíticos são

consultados e seguidos durante

as análises?

11 Existem planos de amostragem

para matérias-primas, materiais

de embalagem, produtos

intermediários, a granel e

terminados?

12 São mantidas amostras de

referência de matérias-primas e

produtos terminados?

13 Estas amostras estão em

quantidade suficiente?

N Questão Sim Não Observação

Roteiro de inspeção – setor de controle de qualidade

Anexo 3

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116644 Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II

14 São mantidos registros de todas

as análises realizadas?

15 Existem procedimentos para

reanálise de matérias-primas?

16 Existem POP's para operação

dos equipamentos do

laboratório?

17 É realizada a manutenção

preventiva e a calibração destes

equipamentos?

18 Existem registros?

19 O controle de qualidade verifica

se cada lote de produto

produzido cumpre com as

especificações antes de ser

liberado?

20 Existem padrões de referência

para todas as substâncias ativas

utilizadas pela empresa?

21 Existem POP's para preparação

dos reagentes utilizados nas

análises?

22 São realizados ensaios

microbiológicos em matérias-

primas?

23 Existem registros?

24 São realizados testes de

esterilidade?

25 Existem registros?

26 Os testes de esterilidade são

realizados em que tipo de

ambiente?

27 Existem POP's para preparação

dos meios de cultura utilizados?

28 Existe equipamento de

esterilização?

29 Qual?

30 Existem POP's para o descarte

de meios de cultura e outros

materiais contaminados?

31 Existem equipamentos de

proteção coletiva (EPC's)?

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 116655

1. Produto produzido:

2. Inspetores:

3. Nome das pessoas entrevistadas (componentes do grupo avaliado):

4. Motivo da inspeção:

5. Identificação de procedimentos não-adequados:

6. Recomendações dos inspetores quanto às possíveis medidas corretivas:

7. Demais comentários e observações:

Data:

Assinatura dos inspetores:

Modelo de Ata de Inspeção(Adaptação do documento constante na Portaria SVS/MS 348/97)

Anexo 4

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Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica II 116677

O Caderno apresenta: Sim Parcial Não Observação

CONTEÚDOS E ASPECTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS

1 Imprecisões conceituais, desatualizações e incorreções

de informação.

2 Respeito ao desenvolvimento cognitivo do jovem,

pautando-se pelo princípio da progressão.

3 Vocabulário atualizado e correto.

4 Vocabulário específico claramente explicado no texto.

5 Incentivo a uma postura de respeito ao meio ambiente.

6 Objetivos claros

7 Ligação entre princípios estudados e fenômenos

conhecidos por jovens e educadores.

8 Possibilidade de diferentes formas de abordagem do

conteúdo em sala de aula.

9 Informações suficientes para a compreensão dos temas

abordados.

10 Conteúdos relevantes ligados ao contexto da formação

profissional.

11 Estimulo à leitura e à exploração crítica dos assuntos

12 Execução dos experimentos e demonstrações propostos

viáveis, com base nas instruções fornecidas.

13 Experimentos e demonstrações propostos viáveis, em

termos da obtenção dos materiais necessários.

14 Experimentos e demonstrações propostos importantes

e pertinentes para compreender os conteúdos que

estão sendo desenvolvidos.

15 Coerência entre a prática e os pressupostos teóricos.

16 Outras atividades além das pormenorizadas

no passo-a-passo.

17 Recomendações expressas de segurança, especialmente

nas sugestões de experimentos perigosos e na utilização

de equipamentos.

18 Referências bibliográficas.

19 Leituras complementares.

20 Sugestões de instrumentos diversificados de avaliação.

ASPECTOS PEDAGÓGICOS

21 Propõem atividades que exigem trabalho cooperativo

(em grupo, enquetes, dramatizações, debates).

22 Evitam questões não relacionadas ao conteúdo.

23 Evitam atividades de entretenimento, sem vínculo

direto para a aprendizagem da área.

24 Incentivam a valorização e o respeito às opiniões do outro.

PROJETO ESCOLA FORMARE

CURSO: Assistente de Produção Farmoquímica e Cosmética

ÁREA DO CONHECIMENTO: Tecnologia de Produção Química e Farmacêutica I

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25 Apresentam algum tipo de articulação, no sentido de

tirar proveito de conhecimentos e/ ou habilidades já

adquiridas.

26 Sugerem diferentes análises e perspectivas para os

conteúdos, de forma a desenvolver a curiosidade e o

espírito crítico.

ASPECTOS EDITORIAIS/VISUAIS

Parte textual

27 Estrutura hierarquizada (títulos, subtítulos e outros)

evidenciada por meio de recursos gráficos.

28 Impressão isenta de erros.

Qualidade visual

29 Textos e ilustrações distribuídos na página de forma

adequada e equilibrada.

30 Textos mais longos apresentados de forma a poderem

ser copiados e distribuídos aos jovens.

Ilustrações

31 São claras e explicativas.

32 São coerentes com os textos.

33 São realmente necessárias e podem ser utilizadas como

recurso didático-pedagógico pelo educador.

34 São isentas de estereótipos e preconceitos.

35 Possuem títulos, legendas e/ou créditos e fontes de

referência que contribuam para sua compreensão.

Outras observações, contribuições ou críticas:

Data:. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Educador:. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Endereço para contacto:. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Projeto FormareFundação Iochpe

Alameda Tietê, 618, casa 1

01417-020 – São Paulo – SP