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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” TECNOLOGIA X EDUCAÇÃO Por ANA MARIA PEREIRA Orientadora EDLA TROCOLI RIO DE JANEIRO, 2011

TECNOLOGIA X EDUCAÇÃO - AVM - Pós-Graduação - MBA ... · éticos e críticos.Toda essa velocidade acaba criando novos ... como tudo que é ... Com o poder da informação a sociedade

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM FACULDADE INTEGRADA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

TECNOLOGIA X EDUCAÇÃO

Por

ANA MARIA PEREIRA

Orientadora

EDLA TROCOLI

RIO DE JANEIRO, 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM FACULDADE INTEGRADA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

OBJETIVOS:

Atender e complementar os requisitos didático-pedagógicos de

metodologia da pesquisa através do desenvolvimento do curso de

pós-graduação “Lato Sensu” em Docência do Ensino Superior.

Desenvolvido por Ana Maria.

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AGRADECIMENTOS

A todo o corpo docente do Instituto “A Vez do Mestre” pelo carinho,

respeito e principalmente pela alegria no exercício da profissão. Aos

meus colegas de curso pelo apoio e amizade durante toda essa

jornada.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu marido e filhos, pela alegria que

proporcionam a minha vida. A minha família, pela referência que me

oferecem e em especial a minha irmã Aparecida pelo carinho e

dedicação de uma vida inteira.

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RESUMO

O primeiro capítulo, explana a respeito dos impactos da tecnologia na sociedade

moderna, conceituando um novo cidadão, de uma nova sociedade, baseada na aquisição

do conhecimento. As novas tecnologias interferem de forma marcante nos rumos da

sociedade atual; de forma que a educação se vê obrigada a reestruturar-se em um

processo inovador na formação de um indivíduo universal.

O segundo capítulo é o estudo da educação contemporânea com o uso do

computador como uma prerrogativa obrigatória pois, vive-se o princípio da era da

informática. É preciso, que a educação ajude a produzir indivíduos autônomos, que

possam assumir o controle de sua aprendizagem, mesmo após saírem da escola. Este

cenário tecnológico e informacional requer novos hábitos, uma nova gestão. Uma nova

forma de saber conceber, armazenar e transmitir o conhecimento, dando origem a novas

formas de representação. O computador é o instrumento tecnológico educacional que traz

consigo a internet; exigindo uma reforma dos sistemas educacionais que se tornam

obsoletos diante de tanta e tão acelerada evolução. A explosão da Internet no final do

século passado foi um dos elementos mais marcantes desse período.

E finalmente, em um terceiro capítulo, aborda-se a questão do professor: sua

atualização frente às exigências de um novo mundo; a tecnologia aplicada ao ensino

superior e as perspectivas sociais e acadêmicas desse novo mundo.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada destina-se a registrar um material de estudo a cerca da

utilização da informática na educação. Utilizou-se como referência, material bibliográfico

[oferecidas para consulta ao final do trabalho] e vários artigos retirados da internet.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A TECNOLOGIA E A SOCIEDADE 9

CAPÍTULO II

A EDUCAÇÃO E A TECNOLOGIA 19

CAPÍTULO III

O PROFESSOR 31

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA 41

ÍNDICE 44

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INTRODUÇÃO

O estudo,explana a respeito dos efeitos, progressos e possibilidades e os impactos

da tecnologia na sociedade moderna, conceituando um novo indivíduo, de uma nova

sociedade, baseada na aquisição do conhecimento. As novas tecnologias interferem de

forma marcante nos rumos da sociedade atual, de forma que a educação se vê obrigada a

reestruturar-se em um processo inovador na formação de um indivíduo universal.Com o

objetivo de explanar um estudo com o foco nas relações entre educação e tecnologia, este

trabalho focaliza não só a inclusão da tecnologia no mundo atual, como o processo

histórico e as várias implicações do uso desses recursos.

No contexto educacional brasileiro, a partir dessa perspectiva, o questionamento

sobre a redefinição das práticas pedagógicas e o professor dentro de tudo isso, que

renova o seu papel buscando respostas a perguntas atuais da educação em relação ao

desenvolvimento tecnológico.

Para ampliar o âmbito da pesquisa, buscar e analisar a educação contemporânea

com o uso do computador e a importância da reforma dos sistemas educacionais, frente

às perspectivas sociais, a internet e a educação. A conscientização governamental e a

realização de projetos nessa área,assim como a atualização na formação dos

professores,também são de vital importância nesse processo.

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CAPÍTULO I

A TECNOLOGIA E A SOCIEDADE

1.1- A Sociedade da Informação

No fim do século XX, a partir da segunda Guerra Mundial, surge um novo conceito

baseado no processo da aceleração do desenvolvimento das tecnologias e na ampliação

do âmbito da comunicação que interferiram de forma direta na integração e

desenvolvimento econômico dos países. Uma sociedade que se desenvolve não mais

baseada na produção agrícola ou na indústria, mas na informação. Muitas são as

expectativas e mudanças devido ao crescimento explosivo da internet e

conseqüentemente no fluxo da informação e no comportamento social. Pessoas e

empresas do mundo todo realizam transações comerciais e financeiras e misturam

aspectos culturais, políticos e sociais.

Este conceito denominado “globalização” usado hoje, se encaixa perfeitamente em

um conceito criado por Herbert Marshall McLuhan, professor na Escola de Comunicações

da Universidade de Toronto, denominado Aldeia Global que corresponde a uma nova

visão do mundo possível através do desenvolvimento das modernas tecnologias de

informação e de comunicação. Segundo McLuhan, a informação quando transmitida com

tanta rapidez acaba com as separações geográficas e amplia os poderes de organização

social, permitindo que qualquer acontecimento em qualquer parte do mundo, tenha

reflexos em outra mesmo que distante geograficamente.

Com a tecnologia, a informação chega rápida e generalizada em qualquer lugar do

mundo, em todos os segmentos da sociedade. O problema consiste, em que devido à

quantidade de informação e rapidez com que se absorvem estes conteúdos, existe a

possibilidade de se estar gerando uma sociedade superficial sem profundidade em valores

éticos e críticos.Toda essa velocidade acaba criando novos modelos organizacionais da

sociedade e comprometendo a qualidade da própria vida.

Socialmente, o poder da tecnologia e da informação poderá trazer profundos

problemas quanto à exclusão social. A inclusão digital de um indivíduo no mundo moderno

vai muito além da utilização do e-mail e salas de bate-papo para se comunicar. O indivíduo

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10 preparado para o mundo moderno é aquele que absorve e assimila a informação

tornando-a conhecimento.

Se, por um lado, o conhecimento depende da informação, por outro, a informação

sozinha não produz novas formas de compreensão da realidade.

Um novo modo de viver e de pensar surge através da tecnologia, rompendo

barreiras geográficas e sociais. Entretanto, como tudo que é novo, tem causado polêmica.

É encarada por muitos, como nocivo e prejudicial ao desenvolvimento cognitivo dos

jovens. Outros, por outro lado, são bastante positivos, analisando o mercado e a produção

industrial que com tecnologia tornam os produtos melhores e mais baratos.

A sociedade, assim como o ser humano, está em constante mudança,se adaptando

as novas exigências dos novos tempos.

Lima Junior analisa:

“As Novas Tecnologias (NTs), com seu peso na configuração

de uma diferente (des) ordem cultural e na escrituração de uma nova

linguagem (maquínica) (Lyotard, 1989), gestam a famigerada prolife-

ração das imagens e o excessivo bombardeio de dados de informa-

ção, no auge da vertigem da velocidade. Tudo isso vem alterando a

lógica de funcionamento e organização da dinâmica econômicosoci-

al, na medida em que ultrapassa o espaço-tempo mecânico, de mo-

do que, atualmente, se opera uma metamorfose estrutural ou cosmo-

lógica: a infra-estrutura desloca-se da esfera da produ-

ção/mercantilização de mercadorias (materiais), como forma de a-

propriação de capital, para se situar no âmbito da produção do saber,

onde o conhecimento passa a ser a senha principal de ingresso na

complexa teia das sociedades pós-industriais.” (LIMA JUNIOR, apud

Alves, 2003, p.170)

Computadores ligados à internet, estudo a distância, salas de bate-papo, bancos

on-line, televisão à cabo e jogos eletrônicos ganham espaço efetivo na vida das pessoas.

Muitos são os benefícios, principalmente quanto à qualidade de vida, entretanto, a

competitividade profissional exige que os profissionais sejam cada vez mais qualificados,

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11 impossibilitando a muitos jovens que não possuem acesso as TICs, (Tecnologia da

Informação e Comunicação) a inserção a trabalhos mais dignos. A opinião de muitos

estudiosos é de que a atualização hoje, é uma questão de sobrevivência.

Segundo o pedagogo Lima Júnior:

“O acesso as redes digitais de comunicação e informação é

importante para o funcionamento e o desenvolvimento de qualquer

instituição social, especialmente para a educação que lida

diretamente com a formação humana”...

Entretanto observa que o modo de ser , de viver e de pensar a organização da vida estão em crise. Continua ele:

“...cabe a educação uma responsabilidade tanto na compreensão

crítica do(s) significado(s) dessa transformação, quanto na formação

dos indivíduos e dos grupos sociais. Estes devem assumir com

responsabilidade a condição social de tal virada, provocada entre

outros fatores, pela revolução nas dinâmicas sociais de comunicação

e de processamento de informação”. (LIMA JUNIOR, apud Juracy,

WWW. overblog.com. br, acesso em 04/08/2011)

As políticas educacionais têm que facilitar a democratização da informação em to-

das as classes sociais,assim como a formação de profissionais, e aprendizado, no sentido

de se estabelecer igualdade de oportunidade para todos.

No Brasil, a fim de acompanhar o ritmo do resto do mundo, tendo como base a

educação, o governo vem criando inúmeros projetos, inclusive a ampliação das conexões.

A doutora em educação e tecnologia Glaucia Brito analisa

“O caminho apresentado aponta para um movimento de inserção.

Uma sociedade humana não pode sobreviver se a cultura não for

transmitida de geração para geração, as modalidades e as formas

por que se efetua ou se garante essa transmissão, certamente,

passam por essa educação. (SILVA BRITO, 2006, p.62)

Entretanto, tais iniciativas ainda são muito pequenas com relação ao tamanho do

problema.

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Com o poder da informação a sociedade se alimenta e se movimenta, contudo, os

valores humanos não podem ser esquecidos na formação de um indivíduo crítico e

criativo. A união entre o humanismo, a tecnologia e a educação se tornou fundamental na

formação do indivíduo do novo milênio.

Os avanços tecnológicos invadiram nosso cotidiano de tal forma, que a informática

se tornou ferramenta fundamental em nossas vidas. Algumas das ações mais comuns no

nosso cotidiano, como por exemplo: uma simples operação bancária depende de uma “a-

ção” tecnológica. Isso acaba por ser determinante e acentuar as diferenças e oportunida-

des que existem entre as relações econômicas e sociais.

Sendo as novas tecnologias usadas de forma maciça na comunicação, além de ser

um caminho direto para a informação, possibilita um novo modo dos indivíduos se relacio-

narem e construírem conhecimentos e experiências, com múltiplos reflexos nas relações

sociais; particularmente na forma de percepção do mundo e na atuação humana sobre o

meio em que vive e sobre si mesmo.

A dinâmica social, cultural e tecnológica dos indivíduos muda através de seus inte-

resses, valores e comportamento. Hoje, o que é dado ao indivíduo são os caminhos para

uma participação ativa na construção de seu próprio futuro. Dentro dessa nova visão, a

sociedade da informação é aquela em que terá o aprendizado como base de todo o seu

desenvolvimento.

Torna-se necessário mexer com os antigos modelos pedagógicos, por terem se

tornado desatualizados. Os meios de absorção e transmissão do conhecimento têm que

ser revistos.

Levy coloca que:

“as novas tecnologias da inteligência individual e coletiva estão

modificando profundamente os dados da educação e da formação.O

que deve ser aprendido não pode ser planejado,nem precisamente

definido de maneira antecipada.Os percursos e os perfis de

competência são, todos eles, singulares e está cada vez menos

possível canalizar-se em programas e currículos que sejam válidos

para todo mundo. “Devemos construir novos modelos do espaço dos

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conhecimentos”. (LEVY,WWW.portoweb.com.br.acesso em

04/08/2011).

Em vários países estão surgindo grupos com o objetivo de discussão de idéias para

uma sociedade mais saudável do ponto de vista social e econômico. Estes grupos são

chamados “Think Thanks” ou as chamadas “usinas de idéias”. Organizações que

conectadas, pesquisam e orientam nao só a política como em vários outros assuntos.

Eizerik observa:

“Podemos até dizer que o crescimento tecnológico e a adaptação

humana as novas descobertas não foram acompanhadas de um

desenvolvimento na natureza humana, que segue padrões básicos e

arraigados de impulsos, emoções, necessidades, medos e anseios.

Essas características inerentes ao ser humano são extremamente

importantes para podermos ensaiar alguma compreensão da

problemática da mudança, uma vez que esses dilemas humanos

estão impressos nas organizações, e marcam também a sua

dinâmica” (EIZERIK, 1986, p.22)

1.2- A Informatização da Sociedade

Segundo a definição, sociedade informatizada “É aquela que, essencialmente, se

baseia na utilização de computadores para inúmeros tipos de tarefas como pesquisa em

diversos âmbitos, consultas bancárias, conexão com outros usuários, entre outros.”

(WWW.wikipedia.org, acesso em 20/09/2011). Entretanto, infomatizar a sociedade é

muito mais do que mera introdução da informática no meio social. As informações que são

disponibilizadas através da rede mundial de computadores interagem nessa sociedade

envolvendo-a em uma teia de interligações que mistura as pessoas de diversas culturas.

Além do aspecto tecnológico, analisar as influências que toda essa mudança teve, e

continua tendo, na sociedade e no indivíduo é a verdadeira questão.

Em seu livro Educação e tecnologia as autoras argumentam:

“Sabemos que o cenário tecnológico e informacional requer novos

hábitos , uma nova gestão do conhecimento, na forma de conceber,

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armazenar e transmitir o saber,dando origem a novas formas de

simbolização e representação do conhecimento.Para tanto,

necessitamos ter autonomia e criatividade, refletir,analisar e fazer

interferencias sobre nossa sociedade.” (BRITO e PURIFICAÇÃO,

2006, p.20)

O maior desafio do homem hoje é a eficiência. O tempo deixou de ser aliado e pas-

sou a ser inimigo. O homem do nosso tempo precisa fazer o maior número de coisas no

menor espaço de tempo. Neste processo, as distâncias diminuíram e a grande gama de

oportunidades que surgiram, aumentaram também à competitividade. Estabelecer um e-

quilíbrio é de máxima importância. Muitos defendem a idéia de que a informatização vem

para facilitar a vida do ser humano; mas até que ponto as inovações tecnológicas também

não nos fazem escravos do nosso próprio tempo?

Informatizando a sociedade, um novo mapa do Mundo se fez. Hoje dividido não por

ideologia, mas por tecnologia. Países como Japão e Estados Unidos, devido a inúmeros

fatores, mais principalmente tecnologia, dão as cartas no mundo atual. Olhar para a histó-

ria da humanidade é constatar como o domínio tecnológico e conseqüentemente, o de-

senvolvimento, sempre estiveram associados ao poder. Quando um país não produz tec-

nologia, é necessário importá-la antes que seja engolido pelo sistema.

Em seu artigo,Elian diz:

“...Uma pequena parte do planeta, responsável por cerca de 15% de

sua população, fornece quase todas as inovações tecnológicas

existentes. Uma segunda parte que engloba talvez metade da

população mundial está apta a adotar essas tecnologias nas esferas

da produção e do consumo. A parcela restante que cobre por volta

de um terço da população mundial, vive tecnologicamente

marginalizada – não inova no âmbito doméstico, nem adota

tecnologias externas.” ( LUCCI,www.hottopos.com1-1p., acesso em

20 de set 2011 )

Desde o surgimento da Informática, os avanços tecnológicos abriram caminho para

os chamados “sistemas digitais”, dando inicio a uma profunda transformação da

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15 sociedade. Não só quanto à rapidez, como vem causando mudanças comportamentais

nas pessoas e sociedades.

No Japão, e comum o uso, do cyber-cafés, cubículos em que as pessoas comem,

dormem e basicamente navegam na internet vivendo em seu mundo particular, isolado.

Atualmente, não existem mais fronteiras. A comunicação é feita entre pessoas de qualquer

lugar do globo terrestre. Existem inúmeros sites de relacionamento como “Orkut, Myspace,

Sônico, entre outros, que permitem esse tipo de comunicação.

A introdução de modernos meios tecnológicos na vida dos cidadãos vem

modificando cada vez mais o nosso cotidiano e fazendo parte de tal forma do meio social,

que até algumas das ações mais comuns no nosso dia a dia, passaram a depender dessa

ferramenta. De uma operação bancária a uma ligação telefônica, do envio de documentos

a compras no supermercado, tudo isso ficou facilitado com a praticidade proporcionada

pelo uso cada vez mais intensivo dos computadores.

Termos como alfabetização digital e fluência tecnológica, assim como tantos outros

conceitos,acabam dando uma falsa idéia de que a preparação para o mundo tecnológico

necessita de algo externo a própria educação. A tecnologia está inserida em nosso

cotidiano e a tendência de que a educação incorpore essa ferramenta no processo de

aprendizagem. A educação é o veículo principal deste processo. A evolução é que também

a educação se aproprie do uso da tecnologia e passe a utilizar todo o seu potencial de

comunicação e interação como um importante instrumento no processo de aprendizagem.

No Brasil, os primeiros passos rumo à informatização da sociedade buscavam

construir uma base que garantisse uma capacitação nacional na área de informática. Com

este objetivo também, foi criada o SEI- Secretaria Especial de Informática, como órgão

responsável pela coordenação e execução de uma Política Nacional de Informática,

buscando estimular a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a consolidação da

indústria nacional.

Chaves ressalta,

“... o poder público tem significativa parcela de responsabilidade na

tarefa de criar condições que venham a contribuir para a autonomia

cultural e tecnológica da nação, diminuindo assim, eventualmente, a

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distância que separa o País das nações mais desenvolvidas.”

(CHAVES, 1987, p.23)

Considerando a realidade Brasileira e os problemas de ordem econômicas e

sociais, a construção de um projeto que possibilite uma profunda transformação social tem

que ser um programa que esteja centrado na inclusão social, tornando cidadãos de

classes marginalizadas participantes do mundo contemporâneo com poder de

discernimento e decisão.

1.3- O Princípio da Era da Informática

Historicamente, a primeira invenção do homem utilizada para realizar contas foi o

ábaco; considerado o primeiro dos computadores.Na China é chamado de suànpan , que

significa “bandeja de calcular”.

Em 1642, é criada por Blaise Pascal, a primeira máquina de calcular . Cinqüenta e

dois anos depois, Leibniz aprimora o invento de Pascal, de tal forma que a nova

"calculadora" possuía a capacidade de realizar não só a soma como a multiplicação. Mas

é somente a partir de1820 que as máquinas de calcular começam a ser amplamente

utilizadas. Nesta época, Charles de Colmar, aprimora a calculadora. Esta consegue

realizar todas as quatro operações aritméticas básicas: soma subtração, divisão e

multiplicação.

Com a Segunda Guerra Mundial muito se investiu em nível de tecnologia. Os pri-

meiros computadores realizavam funções muito simples. Eram construídos com

dispositivos magnéticos chamados relés;a mesma tecnologia usada nas centrais

telefônicas da época. Com o passar dos anos, sofreram alterações em seu aspecto e

funções. Esta evolução se deve a Charles Babbage, um matemático inglês que em 1812,

idealizou uma máquina que realizava cálculos matemáticos complexos, usando as quatro

operações aritméticas básicas, que evoluiu para os computadores como conhecemos ho-

je. Estas idéias foram fundamentais para os progressivos avanços na computação.

Durante a guerra os alemães desenvolveram o Z3, um computador capaz de proje-

tar aviões e mísseis. Em resposta, pelo lado britânico, foi desenvolvido o Colossus, utiliza-

do para a decodificação das mensagens alemãs. Os primeiros computadores eram mecâ-

nicos e por isso grandes, pesados e caros.

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Os computadores da era moderna eram mecânicos, construídos com dispositivos

magnéticos, mas tiveram vida curta, sendo logo substituídos pelos eletrônicos. O primeiro

foi o ENIAC, construído nos EUA em 1946. Era extremamente grande, tinha 19 mil válvu-

las e conseqüentemente consumia muita energia. Com a evolução, os computadores

foram sendo fabricados de forma mais compacta até os tamanhos que conhecemos hoje.

No final da década de quarenta,foi inventado o transistor,que consumiam menos

energia e muito mais acessíveis que os primeiros computadores e uma vantagem ainda

maior, queimava menos que a válvula.

Na década de sessenta, os EUA apresentam ao mundo o que seria uma grande

inovação: os circuitos integrados.Um tipo de equipamento que permitiria a construção dos

microcomputadores. Os transistores foram postos de lado e a nova tecnologia possibilitou

os equipamentos bem mais rápidos,baratos e eficientes.

No início da década de setenta, uma pequena impresa chamada Intel Coporation

inventa um pequeno dispositivo chamado de microprocessador, um marco fundamental

para a expansão dessa tecnologia. O que marca a diferença entre as quatro gerações de

computadores, consiste em que as três primeiras gerações, refletiam a evolução dos

componentes básicos do equipamento, os hardware e um aprimoramento dos

programas,ou software, existentes. Já a quarta geração se baseia em um outro tipo de

tecnologia que se voltou mais aos problemas do usuário, diminuição considerável no

tamanho do equipamento, maior velocidade e conseqüentemente maior confiabilidade.

Quando os computadores chegaram ao mercado, na década de oitenta, houve

uma grande aceitação. Com a criação de programas dedicados a edição de textos,

planilhas e os jogos eletrônicos, veio a popularidade.

O pesquisador Prado Junior ressalta que

“Durante algum tempo a evolução dos computadores foi caracteriza-

da por gerações de acordo com a base do hardware: válvulas (pri-

meira geração), transistores (segunda geração) e circuitos integrados

(terceira geração). Chegou-se a falar em quarta geração, quando a

integração era muito grande (VLSI - Very Large Scale Integration) e

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numa quinta com a inteligência artificial” (PRADO JUNIOR, 2001, p.

372)

Com o desenvolvimento dos sistemas operacionais, programas que zelavam pelo

próprio funcionamento do computador, o equipamento passou a ser mais confiável e as

empresas aumentaram o seu uso. Foram criados programas que emitiam faturas, cadas-

travam clientes, entre outras coisas.

Kaku por sua vez, situa a evolução do computador da seguinte forma:

"A primeira fase foi dominada pelo desajeitado, mas poderoso com-

putador mainframe, em que a IBM, a Burroughs, a Honeywell e ou-

tras foram pioneiras"; nesse período os computadores eram grandes

e caros e apenas os considerados "iniciados" se comunicavam com a

máquina poderosa. A segunda fase se iniciou no começo da década

de 1970 com os engenheiros da Xerox PARC que, ao perceber o po-

der do computador, investiram na construção do primeiro PC (Perso-

nal Computer), em 1972. E avançaram muito mais projetando interfa-

ces homem-máquina baseadas em figuras, os ícones, que, aponta-

dos pela seta de um mouse faziam os computadores funcionarem.

Kaku (2001, p. 42-44)

O computador, ao ser inserido na sociedade, mais do que todas as outras

invenções em todos os tempos, provocou uma avalanche de mudanças como nunca se

viu na história das civilizações.

Na década de noventa, a grande sensação foi a Internet que vem promovendo

inúmeras transformações sociais e revolucionando a comunicação.

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CAPÍTULO II

A EDUCAÇÃO E A TECNOLOGIA

2.1-Computadores como tecnologia educacional

A introdução da informática nas escolas brasileiras iniciou-se na década de setenta

no setor administrativo das escolas buscando uma reestruturação administrativa. Durante

o percurso, tem sido utilizado tanto em uma perspectiva instrucional como em uma

perspectiva construcionista. Dentro da aplicação instrucional, o computador é usado para

ensino da própria computação e na construcionista, o computador é utilizado como

recurso para realização do trabalho.

Segundo Simone de Lucena,

No Brasil, a utilização de recursos tecnológicos na educação teve i-

nício com transmissões via rádio e posteriormente via TV, visando

promover a qualificação profissional de trabalhadores que moravam

distantes de instituições escolares, iniciando assim projetos de edu-

cação à distância numa perspectiva de auto-aprendizagem. (LUCE-

NA, 2003, p.238)

Em países como Portugal, França e Alemanha, a informática na educação foi

inserida em ciclos ligados aos avanços tecnológicos e nas políticas públicas de incentivo

aos programas educacionais.

O pesquisador Simão Neto descreve os movimentos da Informática na educação:

-Primeira onda: logo e programação

-Segunda onda: informática básica

-Terceira onda: internet

-Quinta onda: aprendizagem colaborativa

(SIMÃO NETO, 2006, p.57)

A educação para este nosso século sustenta-se, segundo o que estabelece os

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), em quatro pilares, que são:

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-Aprender a conhecer: pressupõe combinar uma cultura geral

suficientemente extensa e a possibilidade de trabalhar em

profundidade alguns assuntos;

-Aprender a fazer: pretende que cada pessoa adquira competência

que a torne apta para enfrentar diferentes situações;

-Aprender a viver com os outros: implica trabalhar em equipe,

compreender o outro, perceber a interdependência, realizar projetos

comuns e preparar-se para gerir conflitos;

-Aprender a ser: pretende que cada pessoa possa desenvolver

melhor sua personalidade, suas capacidades e sua autonomia.

(MEC, Parâmetros curriculares Nacionais, Brasília, 1998)

Diante dessas novas diretrizes, dadas pelo governo para esse “novo” cidadão, se

faz cada vez mais necessário a ambientação desse cidadão com as novas tecnologias. A

escola precisa estar inserida em um projeto de capacitação e envolvimento desse aluno

no mundo contemporâneo.

A aplicação do computador e das novas Tecnologias na Educação, requer novas

formas de aprender e de ensinar. Na Era da Informática, onde a velocidade é fundamental,

é necessário rever conceitos e capacitar o profissional de educação, para que este possa

não só aprender a manusear o equipamento como também ser capaz de lidar com as

informações recebidas e desenvolver o trabalho com os alunos. Diante da quantidade de

possibilidades para a “construção do conhecimento”, o aprendizado requer dos

profissionais novas atitudes para desenvolver uma pedagogia direcionada para nosso

tempo, criando estratégias e situações de aprendizagem que possam tornar-se

significativas para o aluno.

Paulo Freire afirma: “A consciência do mundo e a consciência de si como ser

inacabado necessariamente inscrevem o ser consciente de sua inclusão num permanente

movimento de busca” (FREIRE, 1999, p.64)

O primeiro projeto com o objetivo de educação foi o projeto EDUCOM (Educação e

Computador), o objetivo era formar centros de pesquisa sobre informática aplicada à

educação e a formar profissionais habilitados a usar o software educacional LOGO. Esta

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21 linguagem tem o objetivo de estimular a auto-aprendizagem, a investigação, e o prazer da

descoberta. Aplicado de forma correta, leva ao despertar das potencialidades, de

criatividade e da inventividade do indivíduo. Este programa acabou por incentivar a

produção de diversas pesquisas e o desenvolvimento de projetos em muitas escolas.

Chaves, a respeito do software LOGO afirma que:

“ ... é não só o nome de uma linguagem de programação, mas,

também, de uma filosofia da educação. A linguagem foi desenvolvida

nos anos sessenta, no Massachusetts Institute of Technology (MTI,

em Cambridge, Massachusetts, sob a supervisão do professor

Seymour Papert. A filosofia emergiu dos contatos de Papert, de um

lado, com a obra do psicólogo e epistemólogo suíço Jean Piaget; e,

de outro lado, com as pesquisas realizadas, no MIT e em outros

centros de pesquisa, sobre o problema da Inteligência Artificial.

Fundamentando-a em uma filosofia da educação,...” (CHAVES,

www.chaves.com.br, acesso em 4 de julho 2008)

Outro projeto que veio a seguir foi o FORMAR, um projeto voltado para as

universidades. Este formava profissionais especialistas na área de informática que seriam

os multiplicadores, ou seja, professores que formariam outros professores para atuar com

educação.

Na década de oitenta, o governo criou o PRONINFE, Programa Nacional de

Informática Educativa, foi criado para a criação de laboratórios e centros de formação para

professores com o objetivo de dar continuidade à informática na educação.

Chaves é um entusiasta da introdução da Informática na educação e afirma que

“A introdução dos computadores no ensino de 1º e 2º graus não é

conseqüência de um modismo. A resolução do Governo de aplicar a

informática no processo educacional brasileiro resulta da

necessidade de minimizar alguns dos problemas do nosso sistema

de ensino. Apenas como exemplo, de cada 100 alunos que

ingressam na 1º série do 1º grau, apenas a metade passa para a 2º

série e menos de 30 atingem a 5º série.”

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22

“O computador surge como um meio auxiliar alternativo de ensino,

um recurso a mais para a diminuição das carências, em especial no

1º grau, notadamente quanto à evasão e à repetência.” (CHAVES,

WWW.chaves.com.br, acesso em 4 de julho 2008)

Outra política adotada pelo governo foi o investimento em softwares educativos cuja

implantação nos laboratórios de informática junto com as disciplinas, possuíam a proposta

de integrá-las. Muitos foram questionados, e classificados como abertos, semi-abertos e

fechados (classificação com relação ao estímulo e resposta). Em muito se decepcionou

quando se percebeu que na verdade sozinhos não renovavam a educação.

Valente observa que :

“A implantação da informática, como auxiliar do processo de

construção de conhecimento, implica em mudanças na escola que

vão além da formação do professor.É necessário que todos os

segmentos da escola – alunos, professores, administradores e

comunidade de pais- estejam preparados e suportem as mudanças

educacionais necessárias para um novo profissional, nesse sentido,

a informática é um dos elementos que deverão fazer parte da

mudança, porém essa mudança é muito mais profunda do que

simplesmente montar laboratórios de computadores na escola e

formar professores para a utilização dos mesmos.”

(VALENTE,1999,p.4)

Embora muitos especialistas acreditem que o uso contínuo de computadores

possam trazer danos ao desenvolvimento intelectual das crianças, o uso da informática

na educação é visto de forma positiva por um significativo número de profissionais da

educação.

Eduardo Chaves, ressalta:

"...devemos nos preocupar com a questão da educação porque as

evidências disponíveis,embora não tão amplas e contundentes

quanto se poderia desejar,demonstram que o contato regrado e

orientado com o computador em uma situação de

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23

ensino/aprendizagem contribui positivamente para a aceleração do

desenvolvimento cognitivo e intelectual,em especial no que diz

respeito ao raciocínio lógico e formal,à capacidade de pensar com

rigor e de modo sistemático.”(CHAVES,1987,p.26-31).

Chaves acredita que o ideal é que cada aluno tenha o seu computador e que ao

final das aulas, ele possa levá-lo para casa. Acredita também ser considerado um grave

erro no processo de inclusão digital, o foco excessivo na informática durante as aulas.

Simone de Lucena ressalta:

“O trabalho com as TICs na educação não pode se resumir à trans-

missão de conteúdos de informática ou treinamentos de programas

operacionais, pois, além do aprendizado de software, é preciso cons-

truir uma proposta pedagógica articulada com as tecnologias da in-

formação e da comunicação. Isso exige que o professor seja mais

que um multiplicador”; ele precisa ser um agente media-

dor,articulador de idéias e informações para interagir com os elemen-

tos tecnológicos.” (LUCENA, 2003, p.241)

Um grave problema quanto à implantação da informática na educação, é sem

dúvida a falta de preparação adequada por parte de alguns professores para utilizar os

computadores no processo de aprendizagem. Muitos professores acabam ensinando os

alunos a apenas ligar o computador e lidar com os aplicativos, em vez explorar as

possibilidades pedagógicas que os softwares podem proporcionar. É fundamental o uso de

metodologias adequadas para que o uso dos computadores por alunos e professores

alcance os objetivos.

A chamada Instrução Programada é a forma mais difundida de uso do computador

no Brasil. Surgiu na década de cinqüenta baseadas principalmente nas pesquisas de

Skinner, um estudioso do comportamento humano e de seu aprendizado através da

repetição. As principais vantagens que se atribuem a esse tipo de aprendizado é o fato de

cada indivíduo poder determinar o seu ritmo, a flexibilidade de horários e o fato de se

poder avaliar de imediato os conhecimentos adquiridos. É o método de instrução usado

por escolas de cursos técnicos, industriais, no treinamento de funcionários em empresas e

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24 em várias outras instituições. A máquina é colocada na posição de quem “ensina” ao aluno

através de exercícios do tipo repetitivo, para fixação de conteúdos e a demonstrações.

Os grandes projetos com iniciativas governamentais no Brasil voltados para a

informática na educação surgiram a partir da década de 80. Em 1988 o Brasil teve acesso

às primeiras redes digitais. Rio e São Paulo, se uniram a Fundação de Apoio a Pesquisa

(FAPESP), em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ao

Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC). Interligaram-se diretamente aos

Estados Unidos usando as redes Bitnet e Hipnet.

As doutoras em tecnologia Glaucia S. e Ivonélia, definem:

“Um software é considerado educacional quando é desenvolvido

para atender a objetivos educacionais preestabelecidos, sendo que a

qualidade técnica se subordina às determinações de ordem

pedagógica que orientam seu desenvolvimento. Os primeiros a

surgirem foram os programas que utilizavam o método de instrução

auxiliada por computador...” ( BRITO e PURIFICAÇÃO, 2006, p.79)

Existem muitos softwares educacionais no mercado, mas poucos alcançam o

objetivo esperado, ou seja, receber as informações e transformá-las em aprendizado.

Em geral caracterizam-se os softwares educacionais utilizados na educação em:

Exercício e Prática: Trabalha privilegiando a memorização. Caracterizam-se por

usar a lógica linear em relação aos conteúdos e apresentar problemas em uma área

determinada; além de possibilitar a correção imediata e dar exemplos de ajuda, mantendo

um registro da quantidade de respostas corretas e incorretas.

Tutoriais: É denominado assim porque atua como um “tutor”. O sistema orienta o

aluno por meio de perguntas, geralmente de múltipla escolha e verifica se o aluno

realmente aprendeu, de acordo com os resultados obtidos. Em alguns casos, pode realizar

funções de avaliação, diagnóstico e rendimento. Tem sido usado com muita eficiência em

cursos de capacitação.

Tutores Inteligentes: São softwares que apresentam um conteúdo específico.

Podem tomar a forma de simuladores, cujo enfoque da aprendizagem centra-se na

descoberta, ou seja, opta-se pelo problema em primeiro lugar, depois o conteúdo.

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Simuladores: Trabalham com a noção de modelo e de processo. Os conteúdos são

mais divertidos e seguros. Criam situações de aprendizagem que permitem aos alunos

experimentarem várias possibilidades. Por exemplo; simular situações de terremotos,

epidemias, etc.

Jogos Educativos: São jogos cuja principal característica é a exploração do lúdico

nos alunos. Usa a fantasia para desenvolver o psicossocial dos indivíduos. Para resolução

dos problemas propostos pelos jogos, normalmente exige-se dos alunos a aplicação de

regras lógicas. Além disso, aprendem fatos e testam hipóteses que exigem planejamento e

estratégias.

Linguagens de Programação: São consideradas ferramentas que ajudam a

melhorar o raciocínio lógico, acelerar o desenvolvimento cognitivo e melhorar o

pensamento. O programa LOGO faz parte dessa linha de softwares.

Ferramentas: os alunos aprendem a usar o computador, muitas vezes usando

softwares de uso geral, como: processadores de textos, planilhas, etc. Estas ferramentas

ajudam a organizar armazenar dados, transmitir informações e muitas outras ações. Na

escola o uso de editores de textos tem sido muito grande. No mercado existem vários

tipos de editores, inclusive para crianças como o Creative Writer, o Fácil Criança e outros.

Segundo Chaves,

“A experiência tem mostrado que crianças que têm dificuldades com

redação podem, através do uso de um processador de texto, passar,

em poucas semanas, de uma total rejeição da atividade de redação

para um total envolvimento nessa tarefa, além de mostrarem

sensíveis melhoras na qualidade de seus textos. Mudanças ainda

mais sensíveis poderão ser observadas no caso de crianças

portadoras de alguma deficiência física, que torna a escrita difícil ou

mesmo impossível.” (CHAVES, WWW.chaves.com.br, acesso em 4

de julho 2008)

Para Mace:

“um bom software tem as mesmas características de um bom livro:

interface simples, conteúdo relevante e bem apresentado, boa

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impressão (no caso de software: bom design e compatibilidade) e

acima de tudo marcante...

...”Como se isso não bastasse, o software tem que ser aberto para

que professores e alunos o adaptem ao que quiserem.” (MACE,

2001, p.66-68)

O computador pode ser usado para potencializar as habilidades do indivíduo,

entretanto, não cria nada nem trabalha sozinho, somente executa dentro dos limites

estabelecidos da sua programação. O computador em si não é capaz de gerar qualquer

conhecimento novo, por isso, para um bom aproveitamento de suas funções é necessário

uma boa escolha de softwares ,de acordo com o objetivo que se deseja alcançar.

2.2-Internet e Educação

Nascida nos EUA nas décadas de 60/70 durante a Guerra Fria , pelo

Departamento de Defesa Americano, a Internet se chamava ARPAnet (Advanced

Research Projects Agency) criada para fins militares. Foi o primeiro passo para a Internet

como conhecemos hoje. Durante as duas décadas seguintes, a internet ficou restrita ao

ambiente acadêmico e científico até ser liberada para fins comerciais.

Com a Internet, uma rede mundial de computadores interligados, é possível se

comunicar com qualquer indivíduo em qualquer parte do mundo, um privilégio do homem

moderno. Com ela é possível encontrar, através de uma busca direcionada, informação de

todas as áreas de conhecimento e interesse em poucos instantes. Graças à ela, é possível

conhecer e visitar lugares, aprender sobre seus costumes, fazer compras do outro lado do

mundo, fazer cursos on-line, e uma infinidade de outras coisas em poucos instantes.

Arnaud Soares Júnior, “A Internet é muito mais que um mero instrumento. Além de

um dispositivo, ela representa um modo diferente de efetivar a comunicação e o

processamento social da informação.”(LIMA JUNIOR, apud Juracy, WWW. overblog.com.

br, acesso em 04/08/2011)

A Web foi um recurso que nasceu na Suíça com o objetivo de facilitar o acesso a

documentos científicos e hoje é o segmento da Internet mais usado no mundo. O material

disponibilizado pelo World Wide Web (WWW) é um instrumento facilitador da pesquisa e

de acesso rápido a informação.

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27 Segundo o professor da USP J. M. Moran

“A distância hoje não é principalmente a geográfica, mas a

econômica, a cultural, a ideológica e a tecnológica...

Com a chegada da Internet nos defrontamos com novas

possibilidades,desafios e incertezas no processo de ensino

aprendizagem.Não podemos esperar das redes eletrônicas a solução

mágica para modificar profundamente a rede pedagógica, mas vão

facilitar como nunca antes a pesquisa individual e grupal,intercâmbio

de professores com professores, de alunos com alunos, de

professores com alunos.” (MORAN, WWW.eca.usp.br, acesso em

15/07/2011)

Muitos são os estudiosos que tem chamado a atenção para a importância da

Internet na educação. Esta se torna um recurso valioso em todos os aspectos,

principalmente quando se fala em aprendizagem auto dirigida. Por ser uma excelente

fonte de informação, a Internet possibilita a interação entre os indivíduos que podem

discutir idéias, compartilhar opiniões, informações, críticas, e visões alternativas.

Simone de Lucena ressalta,

“A inserção das TIC na educação, com ênfase no computador

conectado à Internet, torna-se fundamental, uma vez que os alunos

já exploram no cotidiano as inúmeras possibilidades disponibilizadas

pelas novas tecnologias e tudo o que elas representam em termos de

potenciais para a produção e veiculação do conhecimento, bem

como de outras facilidades relacionadas à vida/trabalho.” (LUCENA,

2003, p.237)

Independente da escola, a Internet faz parte dos jovens e exerce verdadeiro

fascínio em suas vidas. Este talvez um dos maiores conflitos existentes entre professores

e alunos nos dias de hoje, porque grande parte dos professores faz parte de uma geração

onde não havia computador e internet, por isso, tiveram que se adaptar a ela e muitas

vezes não se sentem a vontade com isso. Já os alunos, nasceram com ela. O termo mais

usado para classificar os usuários de informática são “nativos” e “imigrantes” digitais.

Desta forma, imigrantes e nativos, lidam de forma diferente com as novas tecnologias. É

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28 importante que os professores pensem uma forma de inovar a ação metodológica de

ensino-aprendizagem que melhore a forma de comunicação com os nativos, já que o

modelo tradicional de ensinar se torna incompatível com os novos tempos.

Lima Junior ressalta

“A questão mais importante é como garantir uma educação de

qualidade com a utilização das TICs e como definir sua utilização

mais pertinente em cada contexto de formação. Para tanto devem

ser consideradas as condições e as necessidades inerentes a cada

contexto, além das novas tensões sociais que aí se refletem em

função do crescente processo de globalização”.”(LIMA JUNIOR,

apud Juracy, WWW. overblog.com. br, acesso em 04/08/2011)

Pedro Demo comenta: “A expressão “digital divide” tornou-se signo de nossa época, que,

marcada, mais que outras, pela inovação tecnológica, nega o acesso a muita gente, tor-

nando seletivo o desfrute daquilo que seria lugar-comum desta sociedade.” (DEMO, 2007,

p.5)

A Internet veio mexer com os antigos paradigmas, no sentido de se encontrar novos

caminhos para a transmissão do conhecimento. Seria importante explorar as

possibilidades e utilizá-las em sala de aula para se viver um novo modelo educacional.

2.3- A importância da reforma dos sistemas educacionais

A década de oitenta, foi marcada por uma discussão entre os profissionais da área,

sobre tecnologia e educação, vistas como sendo a implantação, solução para os proble-

mas educacionais. Ainda nessa década, as tecnologias educacionais, então chamadas

“novas tecnologias de comunicação e informação”, foram utilizadas como instrumento de

apoio a educação interagindo com outros meios de comunicação.

Fogaça afirma:

... deveria priorizar, dali para frente, reformas nos sistemas educacionais dos países indus-

trializados ou em processo de industrialização, de forma a preparar melhor seus recursos

humanos para essa nova etapa da produção capitalista, na qual a escola cumpriria um

papel fundamental na qualificação profissional básica de todos os segmentos da hierar-

quia ocupacional. (FOGAÇA, 2001, p. 55)

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29

Na década de noventa, aconteceram uma série de reformas educacionais e mu-

danças nos vários níveis de ensino, isso por conta das reuniões mundiais organizadas

pela UNESCO, com financiamento e assessoria do Banco Mundial. As implantações des-

sas reformas foram feitas através de documentos políticos: Declaração mundial sobre e-

ducação para todos, de Jomtien (UNESCO, 1990) e a Declaração de Nova Delhi (UNES-

CO, 1993); como compromissos assumidos. De acordo com tais documentos, com as a-

gências internacionais, a “ajuda” de ordem financeira, deveria realizar-se sob a orientação

de um ajuste estrutural no país. E apontam a importância da reforma dos sistemas educa-

cionais pelas organizações internacionais como uma prioridade na preparação dos cida-

dãos para essa sociedade pós-moderna.

Gatti, quanto aos sistemas educacionais, ressalta:

”...quando uma inovação surge no horizonte dos educado-

res,observa-se, alguns, deslumbramento em função das possibilida-

des aventadas por essas inovações e, em outros, ceticismo crônico

provocado quer pela decepção que professores, diretores e técnicos

em educação vem acumulando com as políticas e propostas de ino-

vações educacionais mal implementadas ou descontinuadas pelos

sucessivos governos, quer pela acomodação natural que temos as

nossas funções e pelo incomodo que inovações podem provocar, na

medida em que essas exigem alterações de comportamentos e uso

de espaços e tempos bem cristalizados.”(GATTI,1993,v.4, p.23)

O professor e pesquisador Silva Júnior enfatiza a maneira como o documento Plano

decenal de educação para todos, publicado pelo MEC, foi apresentado e dirigido aos pro-

fessores e dirigentes escolares, sem discussão com coletivos (secretarias estaduais, as-

sociações docentes, profissionais e científicas), sem reflexões sobre a educação brasilei-

ra. (SILVA JÚNIOR, 2002, p.76)

E continua:

“O movimento que resultou no Plano... mostra de forma clara o papel

de alguns de nossos intelectuais na legitimação dessa nova cultura

política caracterizada pela legitimação de uma ciência mercantil e

uma redução instrumental e não reflexiva de sua identidade. Afirma-

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se isso porque se trata da ciência que não faz crítica de forma dis-

tanciada, mas da ciência engajada em um projeto político, portanto,

instrumental e produzida para o fim desse projeto político.” (SILVA

JUNIOR, 2002, p.79)

Apesar dos esforços do Brasil no sentido de concretizar projetos e por em prática

compromissos assumidos com relação às reformas educacionais, esse seria tão somente

um passo diante das necessidades reais. As lutas travadas foram muitas, em relação as

condução das políticas públicas serem voltadas a educação. A nova Constituição

aprovada em 1988, construção da nova LDB, foi alvo de muita polêmica e por isso

aprovada oito anos depois após a aprovação da carta constitucional.

Azevedo assinala que,

... apesar das diferentes tipificações históricas, o autoritarismo, o ver-

ticalismo, a exclusão, as relações clientelísticas com a sociedade, a

hegemonia dos interesses privados no seu interior e a sua apropria-

ção pelas elites são traços permanentes do Estado brasileiro( AZE-

VEDO, 2001, p. 144)

No processo de reconstrução e reestruturação da educação da escola pública, foi

posto em prática, no sentido de fazer da instrução pública a base do progresso social e

político do país. Os países desenvolvidos já haviam acabado quase que completamente

com o analfabetismo e universalizado o ensino fundamental, confiaram essa tarefa foi

entregue a UNESCO. É importante lembrar, que dentro desse conceito de reforma na

educação, hoje, está envolvida a utilização das novas tecnologias aplicadas a educação.

Isso implicará no desenvolvimento de novos projetos fundamentados na realidade atual.

Principalmente quando se fala da atuação do governo quanto à em escola pública.

Aplicar esses recursos tecnológicos na educação, não significa reformar essa

estrutura. Para que apenas o uso do equipamento não acabe sendo mero manuseio de

material, seria importante que os profissionais da área recebam a tecnologia e adapte-as

as reais finalidades educacionais. Para que hajam mudanças reais no sistema

educacional,o que existe é uma necessidade real de educadores comprometidos com o

processo educativo.

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CAPÍTULO III

O PROFESSOR

3.1- A tecnologia aplicada às Universidades

A Informática hoje é peça chave no cenário educacional. Sua utilização como

instrumento de aprendizagem e sua ação no meio social apresentou mudanças para a

dinâmica social, cultural e tecnológica e vem aumentando de forma rápida. Nesse sentido,

a educação vem passando por mudanças estruturais e funcionais frente a essa nova

tecnologia.

Para Borba :

“O acesso à Informática deve ser visto como um direito e, portanto,

nas escolas públicas e particulares o estudante deve poder usufruir

de uma educação que no momento atual inclua, no mínimo, uma

“alfabetização tecnológica” . Tal alfabetização deve ser vista não

como um curso de Informática, mas, sim, como um aprender a ler

essa nova mídia. Assim, o computador deve estar inserido em

atividades essenciais, tais como aprender a ler, escrever,

compreender textos, entender gráficos, contar, desenvolver noções

espaciais etc. E , nesse sentido, a Informática na escola passa a ser

parte da resposta a questões ligadas à cidadania.”

(BORBA,2001,p.20)

O professor dentro disso, sempre atuou de forma ativa,muitas vezes com

dificuldades de interação, ensinando e encaminhando os alunos de modo a suprir as

necessidades sociais.

Chaves relata a introdução da aplicação das tecnologias na educação:

“O fato do país não dispor de conhecimento técnico-científico nessa

área fez com que o Ministério da Educação optasse por iniciar as ati-

vidades desenvolvendo pesquisas nas universidades, para posterior

disseminação de seus resultados, mediante capacitação dos profes-

sores dos sistemas estaduais de ensino público. O inicio da capaci-

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tação dos professores foi feito pelo Projeto FORMAR, através da U-

NICAMP e que contou com a colaboração dos vários centros-piloto

do Projeto EDUCOM. Os professores formados tiveram como com-

promisso principal projetar e implantar, junto à secretaria de educa-

ção que o havia indicado, um Centro de Informática Educativa - CI-

Ed, a ser implementado mediante apoio técnico e financeiro do Minis-

tério da Educação que, por sua vez, não pretendia impor mecanis-

mos e procedimentos, apenas oferecer o devido respaldo técnico-

financeiro necessário à consecução dos objetivos colima-

dos.(CHAVES,WWW.chaves.com.br,acesso 10/082011 )

A Tecnologia aplicada às universidades trás os cursos EAD - Educação a Distância

que tem facilitado o acesso ao ensino superior, estendendo-se pelo Brasil e possibilitando

alcançar regiões onde antes seria impossível alguém cursar uma universidade. Incluindo

pessoas cujo tempo disponível para a complementação de seus estudos, levando-se em

conta, horário de trabalho e deslocamento entre espaços muito afastados, não permite tal

empreendimento, contribuindo desta forma com o extermínio da exclusão.

A nova concepção de sociedade, que coloca o cidadão como receptor de informa-

ções mutantes, destrói verdades únicas, já que não existem respostas únicas. A globaliza-

ção cria uma subordinação das produções histórico-sociais às informações rápidas e con-

densadas. E concomitantemente,a informação é transformada em produto de consumo,

juntamente com sua transmissão;o que converte aluno e professor em cliente e prestador

de serviços simultaneamente. E, neste sentido, as Diretrizes Curriculares para a Formação

de Professores da Educação Básica, em nível superior, definem as competências a serem

desenvolvidas nos cursos de licenciatura e graduação plena: “(...) com relação ao mundo

do trabalho, sabe-se que um dos fatores decisivos passa a ser o conhecimento e o contro-

le do meio técnico-científico informacional”.(Diretrizes Curriculares para a Formação se

Professores da Educação Básica).

A grande dificuldade é a adequação dos cursos de formação de professores a essa

nova demanda por profissionais. Pois, a facilidade de acesso à informações via internet,

alterou o perfil do educando, que passou a exigir a visualização do conhecimento em lugar

de um conhecimento transmitido de forma arcaica, que não lhe atende às necessidades

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33 que precisam ser tão rápidas quanto eficientes.E é aí que entra o professor enquanto

gerenciador do uso desta tecnologia em favor da educação;necessitando para tal objetivo

de uma formação familiarizada com um professor do futuro,que consiga falar a mesma

linguagem do aluno.Exigência já prevista pelas Diretrizes Curriculares, não cumprida à

integra, o que gera um despreparo dos docentes podendo ocasionar a substituição do

professor pela tecnologia, em lugar da transformação da tecnologia em instrumento

educacional.

Já que precisamos considerar a apropriação do conhecimento concomitante ao

desenvolvimento cultural do indivíduo; torna-se imprescindível a apropriação da tecnologia

na prática pedagógica; a fim de poder assumir um papel integrador interdisciplinar ao

mesmo tempo em que serve à reprodução do sistema capitalista, porém, reelaborando o

contexto cultural através de críticas e questionamentos desta realidade. Portanto, é

preciso ter em mente que o processo educacional precisa usar a tecnologia para mediar a

aprendizagem necessitando para tanto de uma completa interação entre as pessoas.

A partir do início do século XXl, o grande surgimento dos cursos à distância têm

comprovado a necessidade da presença do docente capacitado para lidar com as novas

tecnologias que evoluem com extrema rapidez, portanto, quanto mais crescem os EAD,

maior se faz essa prerrogativa.Muito embora o EAD exija um maior esforço e dedicação

por parte dos alunos em relação aos cursos presenciais,para que essa tecnologia possa

ser usada em benefício da construção do conhecimento,cresce a necessidade de suporte

profissional aos educadores para que sirvam ao progresso da humanidade.

O aluno desenvolve outras competências, tais como: atitudes e valores, não

somente assimilando conteúdos e valorizando cada vez mais a sua sociabilização e sua

interação com o mundo, a qual vive em constante evolução e mudança. Para isso, o papel

do professor na sala de aula é cada vez mais descentrado em si próprio, e este acaba por

recorrer à diversidade de situações, experiências e materiais tecnológicos. Nesse aspecto,

Masetto, entende que "... o papel de transmissor de conhecimento, função desempenhada

até quase os dias de hoje, está superado pela própria tecnologia existente".(MASETTO,

1998, p.18). O professor estrutura-se então por meio da construção evolutiva da

aprendizagem do aluno, por que isso constitui-se em um processo do ensino-

aprendizagem. Situação na qual cada produção dos alunos motiva o professor a

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34 aprofundar e atualizar suas pesquisas ajudando-o a incrementar a ministração de suas

aulas. Aprendem também a ouvir, a trabalhar com o diferente e a conviver com o

contraditório. Rompem, portanto com o modelo arcaico de ensino, o que leva alguns

alunos não a compreender a disciplina, mas a decorá-la e logo esqueça-la por não ter

procurado pensar no conteúdo e sim somente absorvê-lo passivamente.

Vivemos uma era essencialmente constituída por setores terciários de serviços e

os jovens ao sairem da universidade e irem para o mercado de trabalho, necessitam saber

manusear várias ferramentas para fazer o diferencial. Mesmo esses milhares de

professores que confortavelmente exercem a sua profissão há anos sentem que precisam

de atualização, sentem que não podem negar aos seus alunos ferramentas e

conhecimentos essenciais para a sua futura vida profissional. Trata-se também de uma

questão de orgulho profissional, que tem movido os antigos professores a não serem

ultrapassados (num sentido extremo). Talvez até nem sejam os professores que mostrem

relutância em se adaptar aos tempos modernos, mas sim a falta de meios fornecidos nas

Universidades e a falta de veículos de transmissão dessas novas tecnologias.

Segundo o diretor da Fundação Getúlio Vargas, Fernando Souza Meirelles, em uma

palestra durante o Congresso Internacional e-leaning Brasil 2007,em São Paulo: “ ...muito

embora haja uma profunda movimentação em prol de se usar tecnologia em sala de aula,

baseado em pesquisa pelo Instituto, ainda é preciso se evoluir para que se ofereça

educação de qualidade.”

Meirelles diz ainda,que muitas mudanças efetuadas no curso da Fundação Getúlio

Vargas, se deram por uma atenção especial ao perfil dos novos alunos das

Universidades.E continua: “Hoje os jovens que ingressam na graduação foram aqueles

alfabetizados na cultura digital,ou seja, os nativos digitais.E para eles a antiga proposta de

educação não só não é interessante, como não funciona.” Afirmou.

Por isso, antes de aplicar os recursos e redirecionar o curso,é preciso observar as

diferenças entre os nascidos na era digital e as pessoas que estão se adaptando a essa

era tecnológica.

Houveram mudanças significativas em todo o processo da Educação durante esta

nova era em função das novas tecnologias, entretanto o magistério é uma das profissões

que menos se modificou.Alguns professores dão aula como a cem anos atrás .

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35

Meirelles aponta algumas diferenças entre o que ele chama de “Nativos” e os

“Imigrantes”. São elas: Nativos, no manuseio da informação, precisam dela rapidamente,

durante o processo, realizam múltiplas tarefas e possuem um perfil interdisciplinar, querem

tudo ao mesmo tempo. Já os Imigrantes, possuem um perfil bastante diferente: quanto ao

manuseio da informação, a querem de forma lenta, controlada.Tem prioridade para o texto,

som e imagem; depois,quanto a sequência ,preferem o passo-a-passo. Quanto à rede,

agem de forma independente, sem interação.

O que pode ser entendido é que os métodos de aprendizagem consistem em

procedimentos/atividades que o professor escolhe com a finalidade de embutir o

conhecimento e fixá-lo na mente do aluno, que deseja com essa informação executar uma

tarefa pertinente na sua futura profissão. E se o aluno souber usar esse conhecimento

pode conseguir resolver muitos problemas no seu futuro profissional. Porque não basta ter

o conhecimento, é preciso saber usá-lo em caso de necessidade diante de alguma

dificuldade.

Na perspectiva atual, dentro do âmbito universitário têm ocorrido muitas mudanças,

das quais resultam uma nova forma de recepção do conteúdo, não apenas um repasse

do conhecimento mas também uma construção dele na junção do docente e discente. Por

meio dessa nova forma de assimilação do conhecimento, acaba por ocorrer uma

acentuada transformação social, pois estes que são participantes do processo ensino-

aprendizagem vão transpor à sociedade tudo aquilo que geraram no meio acadêmico.

Dentro disso, a educação não consegue mais fugir da sociedade da informação que está

incutida de forma demasiada no campo social, onde a tecnologia não se dissocia mais do

ensino-aprendizagem, ela já faz parte do cotidiano.

Masetto explica o que já se pensou a respeito da tecnologia junto ao sistema

educativo:

“(...) tempos houve em que se pensou que a tecnologia resolveria

todos os problemas da educação, e outros em que se negou

totalmente qualquer validade para essa mesma tecnologia, dizendo-

se ser suficiente que o professor dominasse um conteúdo e o

transmitisse aos alunos, hoje, encontramos em uma situação que

defende a necessidade de sermos eficientes e queremos que nossos

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objetivos sejam atingidos da forma mais completa e adequada

possível, e para isso, não podemos abrir mão da ajuda de uma

tecnologia pertinente.” (MASETTO,1998,p.23)

Cada vez mais as transformações produzidas por esse processo tecnologia e

ensino geram impacto e influenciam no futuro profissional que hoje exige um

conhecimento prévio das ferramentas tecnológicas, principalmente na área da informática.

Muitos professores universitários para planejar e dar suas aulas utiliza recursos

multimídia, computador, data-show e televisão.

A inovação das aulas deve ser constante, mas cabe ao professor orientar e

encaminhar o conteúdo a ser absorvido pelos acadêmicos e não apenas introduzir a

tecnologia de forma desconexa, não basta ter as ferramentas é preciso saber usar de

forma eficiente e pedagogicamente correta, incluindo a participação do aluno em aula,

para que este não seja apenas passivo, mas participativo. Até porque não basta aprender

ou reconhecer um determinado aplicativo, é necessário que haja uma teoria alicerçada

para que o aluno saiba quando usar e como usar.Nesta perspectiva, as universidades

estão adotando iniciativas para incentivar os cursos que formam professores com visão

alicerçada num mundo tecnológico que não esquece do ensino-aprendizagem, um

exemplo, é a Unochapecó (Universidade Comunitária Regional de Chapecó) que prima

pela valorização da educação e pela formação de professores com qualidade.

Aprovada pelo Conselho Universitário (Consun) em junho, a nova política

estabeleceu desafios a serem enfrentados, como: a crescente desvalorização do

magistério; o baixo poder aquisitivo da população que passou a ter acesso à universidade;

a tendência de diminuição da qualidade no processo de formação do magistério; em nome

da redução de preços e a expansão indiscriminada dos cursos à distância, sem critérios

mínimos de qualidade. Para fortalecer os cursos que formam professores, a Unochapecó

adotou novas estratégias de promoção dos mesmos e iniciou a divulgação mais

consistente quanto às opções de bolsas e de financiamentos, juntamente com um projeto

de valorização docente.

As instituições devem estar sempre alertas para as mudanças com um conjunto de

conhecimentos relevantes e absolutamente necessários para todos, professores e alunos.

Conteúdos e conceitos que lhes possibilitem lidar bem com conflitos do cotidiano, com

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37 seus desafios e com a realidade em função de suas expectativas. Mais do que nunca, a

universidade precisa otimizar seu trabalho com as novas tecnologias, focando as ações

pedagógicas na direção de aprendizagens socialmente relevantes, na formação de

indivíduos que se apropriem de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores

condizentes com a contemporaneidade. Conforme Pimenta (2002, p.81) educar na

universidade significa preparar aos jovens para se "elevarem ao nível da civilização atual,

de sua riqueza e de seus problemas, a fim de que aí atuem. Isso requer preparação

científica, técnica e social.

3.2- PERSPECTIVAS SOCIAIS

A tendência é que cada vez mais a sociedade receba um número maior de

informações e assim venha a gerar uma comunidade que não consegue absorver o que

realmente deveria para construção de uma sociedade ética, onde os cidadãos acabam

tornando-se até confusos, pois acabam sendo bombardeados por idéias e não se fixam

em nenhuma, e assim não criam um olhar crítico que os leve a raciocinar devidamente.

Isso deve ser observado pelo professor para que este, ajude a desenvolver os acadêmicos

não somente em suas profissões, mas principalmente como um cidadão que pense no que

faz e reage aos impulsos de apenas ser receptor passivo. Seja um ser humano consciente

e apto para gerar uma sociedade hábil para convivência em coletividade.

Em meio ao mundo globalizado isso tudo deve ser repensado para que futuramente

as novas comunidades abram oportunidade de convivência sem precedentes. Dentro

disso, a máxima o mundo é uma escola não deixa de ser verossímel, pois segundo

Berticelli (1998) o lugar de ocorrência da educação tende a se desmanchar e também

decompor-se em múltiplos lugares (heterotopia), onde acontece o rompimento da simetria

do lugar. E o lugar acaba se diluindo em vários lugares.

O lugar escola deve estar em conjunto com as novas tecnologias. Não podemos

mais separar os atuais trabalhadores e estudantes.Se um acadêmico sai hoje da

universidade ele precisa estar atento ao novo que acontece cotidianamente, pois os

recursos que ele aprendeu a usar hoje podem não ser os mesmos de amanhã, e tudo o

que fazia sentido,perder-se. O que o acadêmico e o professor devem ter em mente é de

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38 que a teoria sempre será usada, e através dela, a prática vai se desenrolar com mais

facilidade.

A sociedade moderna aderindo à educação transforma-se em um instrumento que

tende a pensar e analisar os fatos, nunca julgando-os prematuramente, pois isto poderia

ocasionar grandes problemas sociais.Primordialmente no âmbito das universidades; isso

também deve ser pensado e repensado a cada mudança na forma de ensino-

aprendizagem. "Não será a mesma coisa a aprendizagem com ou sem tecnologia".

(MASETTO, 1998, p.23).Portanto, universidades passam por uma grande evolução no

sentido da aprendizagem. Não é mais apenas o professor que ensina , mas sim o aluno

que aprende; assumindo assim um papel mais ativo no processo ensino-aprendizagem.

O que realmente é preciso que aconteça é o aumento da vontade no acadêmico

em atualizar-se para que este se mantenha no mercado de trabalho futuramente, pois o

processo tecnológico não pára, pelo contrário, está em constante mutação,trazendo

novidades a cada instante. O professor universitário precisa estar atento e ser consciente

de que o seu principal desafio consiste em que o acadêmico não se torne apenas um

apertador de botão e sim que saiba o que está fazendo e como está fazendo e o que vai

resultar daquilo que faz, tanto para si, quanto para a sociedade.

3.3- PERSPECTIVAS ACADÊMICAS

A tecnologia no mundo acadêmico não veio para atrapalhar, veio para ajudar no

ensino-aprendizagem, cabe a partir de agora ao professor saber usufruir desta nova

ferramenta para suas aulas. Porque as energias usadas antes para ensinar determinado

conteúdo em horas, hoje por meio do sistema tecnológico é ensinado em minutos. Acabou

o tempo em que bastava o professor conhecer um determinado conteúdo e repassá-lo em

aula de forma expositiva e o aluno recebia sem questionar. Hoje, e futuramente a

tendência é diminuir ainda mais as aulas expositivas, é sim usar o sistema tecnológico

gradativamente assimilando a sala de aula à sociedade tecnológica, onde ocorre de forma

efetiva uma troca, onde o professor deixa de ser alguém que apenas fala e começa a ouvir

o que o aluno pensa do conteúdo, onde ambos: docente e discente aprendem juntos e

constroem o conteúdo e assimilam juntos tudo.

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39 Sobre isso, Biz relata o seguinte:

“Para concretizar projetos de mudanças, a Universidade não pode

perder a capacidade de questionar, investigar, incomodar e, de criar

soluções para os novos desafios de ordem tecnológica e social. Isso

representa a necessidade da adoção de um valor: o pluralismo de

idéias, acompanhado de universalismo, solidariedade, ética e

excelência. É certo que sem pluralismo não existe o cultivo do

espírito crítico.” (BIZ,2006, p.11)

Os docentes têm que reconhecer a partir da consolidação de novos recursos que

as exigências para exercer a docência aumentaram e tendem a aumentar ainda mais.O

professor não pode mais se considerar ou ser considerado um ser superior que ensina a

ignorantes,pois ele mesmo é um indivíduo em constante crescimento e aperfeiçoamento.

Com isso, além da necessidade de uma constante atualização quanto aos avanços

tecnológicos, pressupondo um estado de permanente aprendizado, torna-se

imprescindível, o aprofundamento por meio da articulação docência/investigação, com

ênfase para pesquisas relacionadas às novas tecnologias.

Enfim, os futuros professores e até os atuais precisam saber usar as ferramentas

tecnológicas e a teoria de forma conjunta, pois o ensino-aprendizagem da atualidade não

consegue mais dissociar um do outro. Ambos se interligam e não se separam mais.

Sempre sem dúvidas, na busca de conhecimento formal e também na tomada de

consciência de seu próprio fazer pedagógico pela formação desses novos profissionais,

em sua ética, sua consciência e capacidade em unir teoria e prática de forma coerente.

Porque tudo isso vai atingir toda uma sociedade que vai absorver positivamente ou

negativamente o que a ela é repassado. Todos têm que ter consciência que o verdadeiro

compromisso acadêmico de um professor competente deva ser com a libertação do

homem concreto,instrumentalizando-se para tanto. Jamais o atual e futuro ensino vão

conseguir se separar da tecnologia que está cada vez mais presente no mundo

acadêmico. Isso já faz parte do cotidiano e vai fazer a cada dia mais.

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CONCLUSÃO

Com a velocidade com que se move, a informação e a comunicação criam novas

estruturas e modelos de comportamentos sociais, comprometendo a qualidade de vida, os

valores e os princípios éticos da sociedade. O desenvolvimento da tecnologia da

informação e da comunicação no processo educacional aponta para que o Brasil ainda

tenha muitos “analfabetos digitais” por muitos anos, pois as políticas educacionais

trabalham para que as exclusões aumentem a cada ano. Ser um analfabeto, na era

moderna, não é não saber ler e escrever, é principalmente não saber interagir com as

inovações e por isso estar fora das boas oportunidades de trabalho. O homem moderno

tem na tecnologia, uma aliada para uma vida com mais conforto, porém, corre o risco de

se tornar escravo dessa modernidade. O computador faz da vida do indivíduo uma

corrida desenfreada pelo saber e por atualizações. Grandes mudanças fizeram-se

presentes nas ultimas duas décadas, e muitas ainda virão. Para os educadores o grande

desafio é tornar os indivíduos capazes de pensar, discutir e elaborar idéias, tomar

decisões, planejar e não apenas executar, a partir da tecnologia. Um redirecionamento no

papel do educador. Para que a implantação de qualquer projeto que envolva as novas

tecnologias educacionais tenha sucesso, o educador deverá ser preparado e estar

comprometido com o processo. A ação governamental de que a educação necessita, é de

se sair com projetos dos papéis e promessas para ações direcionadas à melhoria na

qualidade de ensino, modernização de técnicas utilizadas e principalmente melhoria de

salários e valorização do educador. Socialmente falando, que a escalada se dê, do

educador para o educando. O educador necessita de salários dignos, uma formação

continuada e recursos que possam apoiá-lo na prática da sala de aula. O poder público

tem significativa responsabilidade em criar condições para que a escola forme cidadãos

capacitados à participar do desenvolvimento do País.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 9

A TECNOLOGIA E A SOCIEDADE 9

1.1- A Sociedade da Informação 9

1.2- A Informatização da Sociedade 13

1.3- O princípio da Era da Informática 16

CAPÍTULO II 19

A EDUCAÇÃO E A TECNOLOGIA 19

2.1- Computadores como tecnologia educacional 19

2.2- Internet e educação 26

2.3- A importância da reforma dos sistemas educacionais 28

CAPÍTULO III 31

O PROFESSOR 31

3.1- A tecnologia aplicada as Universidades 31

3.2- Perspectivas sociais 37

3.3- Perspectivas acadêmicas 38

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA 41

ÍNDICE 44