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ESCOLA DE FRANKFURT Escola de Frankfurt (em alemão : Frankfurter Schule) refere-se a uma escola de teoria social interdisciplinar neo-marxista , particularmente associada com o Instituto para Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt . A escola inicialmente consistia de cientistas sociais marxistas dissidentes que acreditavam que alguns dos seguidores de Karl Marx tinham se tornado "papagaios" de uma limitada seleção de ideias de Marx, usualmente em defesa dos ortodoxos partidos comunistas . Entretanto, muitos desses teóricos experimentaram que a tradicional teoria marxista não poderia explicar adequadamente o turbulento e

Teoria critica e escola de frankfurt

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ESCOLA DE FRANKFURTEscola de Frankfurt (em alemão: Frankfurter Schule) refere-se a uma escola de teoria social interdisciplinar neo-marxista, particularmente associada com o Instituto para Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt. A escola inicialmente consistia de cientistas sociais marxistas dissidentes que acreditavam que alguns dos seguidores de Karl Marx tinham se tornado "papagaios" de uma limitada seleção de ideias de Marx, usualmente em defesa dos ortodoxos partidos comunistas. Entretanto, muitos desses teóricos experimentaram que a tradicional teoria marxista não poderia explicar adequadamente o turbulento e inesperado desenvolvimento de sociedades capitalistas no século vinte. Críticos tanto do capitalismo e do socialismo da União Soviética, as suas escritas apontaram para a possibilidade de um caminho alternativo para o desenvolvimento social.

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Escola de Frankfurt

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• A fim de preencher as percebidas omissões do marxismo tradicional, eles socilitaram extrair de outras escolas de pensamento, por isso usaram ensaios de sociologia antipositivista, psicanálise, filosofia existencialista e outras disciplinas.

• As principais figuras da escola foram solicitadas a aprender e sintetizar os trabalhos de variados pensadores, como Kant, Hegel, Marx, Freud, Weber e Lukács.

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Influências iniciais As influência intelectuais e o foco teórico dos primeiros teóricos da primeira geração da Escola de Frankfurt pode ser resumida como se segue:

CONTEXTO HISTÓRICO

• Transição do capitalismo empresarial de pequena escala para o capitalismo monopolista e o imperialismo; movimento socialista cresce, torna-se reformista; emergência do estado de bem-estar social; Revolução Russa e a ascensão do comunismo; período neotécnico; emergência da mídia de massa e cultura de massa, arte "moderna"; ascensão do nazismo.

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Teoria weberiana

• Análise histórica comparativa do racionalismo ocidental no capitalismo, no estado moderno, racionalidade secular científica, na cultura e na religião; análise das formas de dominação em geral e de dominação burocrática moderna racional-legal em particular; articulação do distintivo, método hemenêutico das ciências sociais.

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Teoria freudiana• Crítica da estrutura repressora do "

princípio de realidade" de avançadas civilizações e da neurose normal da vida cotidiana; descoberta do inconsciente, do processo primário do pensamento, e do impacto do complexo de Édipo e da ansiedade na vida física; análise das bases psíquicas do autoritarismo e comportamento social irracional.

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Crítica ao positivismo

• Crítica ao positivismo como uma filosofia, como uma metologia científica, como uma ideologia política e como conformismo cotidiano; reabilitação de dialética – negativa –, retorno a Hegel; apropriação de elementos críticos da fenomenologia, historicismo, existencialismo, crítica das saus tendências não-históricas e idealistas; crítica do positivismo lógico e pragmatismo.

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Modernismo estético• Crítica da "falsa" e reificada

experiência trazendo as suas próprias formas e linguagens tradicionais; projeção de modos alternativos de existência e experiência; liberação do inconsciente; consciência da única, moderna situação; apropriação de Kafka, Proust, Schoenberg, Breton; crítica do indústria cultural e cultura "afirmativa"; utopia estética.

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Teoria marxista• Crítica da ideologia burguesa; crítica do

trabalho alienado; materialismo histórico; história como luta de classes e exploração do trabalho em diferentes modos de produção; análise de sistema do capitalismo como extração do excesso de trabalho através de livre trabalho em livre mercado; unidade de teoria e prática; análise para a causa de revolução, democracia socialista, sociedade sem classes.

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Teoria cultural• Crítica da cultura de massa como

supressão e absorção da negação, como integração dentro para dentro do status quo; crítica da cultura ocidental como uma cultura de dominação, tanto interna quanto externamente; diferenciação dialética de emancipação e dimensões repressoras da cultura de elite; transvaloração de Nietzsche e da educação estética de Schiller.

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Grandes Contribuições• O Instituto fez maiores contribuições em duas áreas

relativas à possibilidade do sujeito humano ser racional, i.e. indivíduos que poderiam atuar racionalmente para assumir a sua própria sociedade e a sua própria história. A primeira consiste de um fenômeno social anteriormente considerado no marxismo como parte da "superestrutura" ou como ideologia: estruturas de personalidade, família e autoridade (um dos primeiros trabalhos publicados sob o título Estudos de Autoridade e de Família), e a esfera da estética e de cultura de massa. Estudiosos viram uma preocupação comum aqui na habilidade do capitalismo de destruir as precondições para consciência política crítica e revolucionária. Isso significava a chegada a uma sofisticada consciência da dimensão profunda em que a opressão social se sustenta. Isso também significa o início do reconhecimento da ideologia como parte das fundações da estrutura social por parte da teoria crítica

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Teoria Crítica – Escola de Frankfurt- Contextualização -

• Década de 30 - o filósofo Max Horkheimer e o economista Friedrich Pollock fundam o Instituto de Pesquisa Social, afiliado à Universidade de Frankfurt;• Com a tomada de poder por Hitler, Horkheimer é destituído do cargo de diretor do Instituto, assim como todos os membros judeus da instituição;• O Instituto era financiado por empresários judeus, que garantiram a independência dele transferindo seus fundos para outros países;

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Teoria Crítica – Escola de Frankfurt- Contextualização -

• O lugar que estabeleceu-se como sede de estudos desse Instituto foi a Universidade de Columbia/EUA, que cedeu um prédio aos pesquisadores exilados;• Max Horkheimer, Leo Löwenthal e, a partir de 1938, Theodor Adorno, que era musicólogo e filósofo, trabalham ali;

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Teoria Crítica – Escola de Frankfurt- Contextualização -

• Lazarsfeld, buscando “desenvolver uma convergência entre a teoria européia e o empirismo americano”, convida Adorno para integrar suas pesquisas;• Esperava-se que a pesquisa crítica revitalizasse a pesquisa administrativa;• Contudo essa esperança de aliança foi frustrada;• Adorno recusa dobrar-se à lista de questões propostas pelo financiador da pesquisa (A Fundação Rockefeller), que prima pela pesquisa da rádio comercial;

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Teoria Crítica – Escola de Frankfurt- Contextualização -

• Adorno diz que: “quando fui submetido à exigência de medir a cultura, vi que a cultura deveria precisamente ser essa condição que exclui uma mentalidade capaz de medi-la”;• Horkheimer também compartilha dessa incompatibilidade de pesquisa entre as correntes européia e americana;• Diz Horkheimer: “com excessiva freqüência, a pesquisa se vê impondo seus objetos pelos métodos de que dispõe, quando seria preciso adptar os métodos ao objeto”;

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O conceito de Indústria Cultural

• Na década de 40, Adorno e Horkheimer criam o conceito de indústria cultural;• O conceito de Indústria Cultural trata da produção da cultura como mercadoria;• Entende-se que o mercado das massas impõe o mesmo esquema de organização e planejamento administrativo das fabricações em série aos produtos simbólicos;• Revistas, programas radiofônicos, filmes, música são tratados pela “indústria cultural” da mesma forma que a fabricação de automóveis;

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O conceito de Indústria Cultural

• Serialização e padronização da cultura;• Racionalidade técnica como racionalidade da dominação;• Os produtos culturais são entendidos como produtos feitos para impedir a atividade mental do espectador, portanto são vistos como produtos alienantes – cultura da alienação;• Os produtos da Indústria Cultural prescrevem reações;• A mídia é rejeitada por reproduzir a dominação através de mensagens ideológicas;

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O conceito de Indústria Cultural

• Através desse entendimento dos produtos culturais, a Indústria Cultural anula toda a individualidade e qualquer idéia de resistência por parte da audiência;• A cultura erudita (música erudita) é vista como boa e verdadeira arte enquanto a cultura popular (música ligeira ou popular) é entendida como ruim e alienante.

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Outras pesquisas da Escola de Frankfurt

• Embora o conceito de Indústria Cultural seja o ícone da Teoria Crítica da Comunicação, outros autores fazem parte da Escola de Frankfurt;• Walter Benjamin, Marcuse e Habermas são outros expoentes da Teoria;• Walter Benjamin, por exemplo, entendia a arte em diferentes termos: não diferenciava a arte erudita como boa e a popular como ruim, mas via na arte diferentes possibilidades;• Ele nunca saiu da Europa e permaneceu em Paris durante seu exílio.

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Outras pesquisas da Escola de Frankfurt

• A influência de Adorno e Horkheimer marcaram gerações de intelectuais até o final dos anos 70;• Mas Walter Benjamin foi além; seus estudos despertam grande interesse ainda na década de 80;• Marcuse e Löwenthal permaneceram nos EUA após a Guerra, e desenvolveram estudos diferentes;

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Outras pesquisas da Escola de Frankfurt

• Löwenthal notabilizou-se por suas análises da cultura de massa;• Marcuse foi o membro da Escola de maior destaque na década de 60, com estudos sobre uma sociedade unidimensional que anula o espaço do pensamento crítico;• Habermas, por sua vez, destaca-se com estudos sobre a opinião pública.

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Outras pesquisas da Escola de Frankfurt

• SÍNTESE DA TEORIA: o comum entre os estudos de todos os autores permite inferir uma escola de pensamento que critica um mundo onde a instrumentalização das coisas torna-se a dos indivíduos.

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Influências da Escola de Frankfurt

• Concepção negativa da mídia (que manipula, aliena e engana);• Os meios de comunicação de massa são apenas instrumentos de controle e manipulação do pensamento coletivo.

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Crítica a Escola de Frankfurt

• A mídia não representa apenas uma ideologia dominante (ainda mais em tempos de grande difusão dos MCM);• Espectadores não são massa ignorante que absorve a mensagem de forma passiva.