Teoria Da Pena PDF

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TEORIA DA PENA 1 Conceito da Pena

uma sano penal imposta pelo Estado na execuo de uma sentena ao acusado que praticou um delito, cuja finalidade punir mas, primordialmente prevenir nova s infraes penais. A pena de que se trata nesta que j transitou em julgado, riso imposta antes do transito em mo: priso em flagrante e priso matria oriunda de uma sentena penal condenatria no cabendo mais recurso. Sendo assim, qualquer outra p julgado da sentena denominada priso cautelar, tais co preventiva.

Tendo-se em vista que todo fato tpico, antijurdico e culpvel considerado crime, deste provem uma ao penal com o objetivo que se tenha uma sentena, esperando-se uma condenao que resultar em pena imposta pelo Estado. O ru tem 5 dias para recurso aps a publicao da sentena. A pena s comea aps o trnsito em julgado da sentena. Qualquer priso antes do trnsito em julgado considerada cautelar. 2 Teorias e Finalidades da Pena

2.1 Teoria Absoluta: Para os adeptos desta teoria a finalidade principal da pena PUNIR o autor da infrao penal. Em geral os pases que adotam esta teoria tem penas mais severas. Ex: EUA. 2.2 Teoria Relativa Para os adeptos desta teoria a finalidade principal da pena a PREVENO do crime visando sempre a readaptao social. Sucia e Canad investem na reeducao. 2.3 Teoria Mista, Ecltica ou Intermediaria uma reunio das duas teorias anteriores, sendo que no Brasil prepondera o carter preventivo. 3 Caractersticas da Pena Princpios Constitucionais

3.1 Principio da Legalidade Art. 1 CP e Art. 5 XXXIX CF No h crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem a prvia cominao legal. Para que exista a pena, o crime deve existir na lei, no se admite a imposio da pena atravs de nenhum ato infra-legal. 3.2 Principio da Anterioridade Art. 1 CP e Art. 5 XXXIX CF Ocorre que a lei j deve estar vigorando poca em que for praticado o crime e imposta a pena. 3.3 Principio da Personalidade Art. 5 XLV CF Nenhuma pena passar da pessoa do condenado, podendo a obrigao de reparar o dano e a decretao do perdimento dos bens ser estendidas aos sucessores contra eles execu tdas, at o limite do valor do patrimnio transferido.

A pena no pode passar da pessoa do condenado se o objeto criminal. 1

3.4 Principio da Individualidade Art. 5 XLVI CF A lei regular a individualizao da pena e adotar, dentre outras, as seguintes: a) a privao ou restrio da liberdade. b) Perda de bens c) Multa d) Prestao social alternativa. e) Suspenso ou interdio de direitos. A pena deve ser individualizada de acordo com o mrito e a culpabilidade do acusad o (se primrio, se tem bons antecedentes, se reincidente,...) Ex: Art. 171 c/c 59 CP circunstancias judiciais. 3.5 Principio da Inderrogabilidade Significa que, salvo algumas excees, a pena no poder deixar de ser cumprida (doutrina). Ex: perdo judicial 3.6 Principio da Proporcionalidade Art. 5 XLVI e XLVII CF No haver penas: a) De morte, salvo em casos de guerra declarada b) De carter perpetuo c) De trabalhos forados d) De banimento e) Cruis A pena deve ser proporcional ao crime praticado, porm dever ser aplicada em conjun to com o Principio da Individualidade. 3.7 Principio da Humanidade Art. 5 XLVII CF c/c Art. 75 CP O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade no pode ser superior a 3 0 anos. 4 Classificao das Penas Art. 32 CP Recluso ou Deteno Alternativas

-Privativas de Liberdade Art. 33 CP -Restritivas de Direitos Art. 43 CP -Pena de Multa Art. 49 CP 5 Sistemas Penitencirios

5.1 Filadlfia De acordo com tal sistema o condenado cumpre pena na cela sem sair, salvo em cas os excepcionais (regime fechado). 5.2 Alburn Alemanha Consiste no cumprimento de pena durante o dia, quando o condenado trabalha em silncio junto com os demais, havendo isolamento durante a noite. 5.3 Ingls ou Progressivo Consiste no cumprimento inicial em isolamento, depois o condenado passa a trabal har junto com os demais condenados e, na 3 fase colocado em liberdade condicional. 2

No Brasil at 1984 era aplicado o Regime Ingls, com o advento da Lei 7210/84 LEP, passou a vigorar o Art. 112 c/c Art. 33 2 CP. Art. 112 da LEP: A pena privativa de liberdade ser executada de forma PROGRESSIVA com a transfe rncia para regime menos rigoroso, a ser determinado pelo juiz, quando o preso tiv er cumprido ao menos 1/6 da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento ca rcerrio, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progresso. 1 -A deciso ser sempre motivada e precedida de manifestao do MP e do defensor. Jurisprudncia: A pena de priso simples foi revogada tacitamente com o advento da L ei 9099/95 JECRIM (penas de at 2 anos). 6 REGIMES PENITENCIRIOS -Penas Privativas de Liberdade

Art. 33 CP Recluso ou Deteno -A pena de recluso deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto, salvo necessidade de transferncia a regime fechado. -A pena de deteno s admite regime semi-aberto ou aberto 6.1 Regime Fechado Art. 33 1 CP a) execuo da pena em estabelecimento de segurana mxima ou mdia Art. 34 CP Regras do Regime Fechado O condenado ser submetido, no inicio do cumprimento da pena, a exame criminolgico de classificao para individualizao da execuo. Art. 8 Caput da LEP. 1 -o condenado fica sujeito a trabalho no perodo diurno e isolamento durante o rep ouso noturno 2 -o trabalho ser em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidoes ou ocupaes anteriores do condenado, desde que compatveis com a execuo da pena. 3 -o trabalho externo admissvel em servios ou obras publicas. 6.2 Regime Semi-aberto Art. 33 1 CP b) a execuo da pena ser em colnia agrcola, industrial ou estabelecimento similar. Art. 35 CP Regras do Regime Semi-Aberto No obrigatrio o exame crininolgico. Art 8 1 da LEP. 1 -o condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o periodo diurno em local do Art. 33 1 b CP 2 -o trabalho externo admissvel, bem como a freqncia a cursos supletivos, profissionalizantes, de instruo de 2 grau ou superior, com o objetivo de ressocializao. 3

6.3 Regime Aberto Art. 33 1 CP c) -a execuo da pena dever ser em casa de albergado ou estabelecimento adequado. Art. 36 CP Regras do Regime Aberto O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do conde nado O juiz tenta realizar um acordo com o condenado para que este aceite o programa e as condies gerais e obrigatrias dos Arts 113 a 116 da LEP e do Art. 36 1 e 2 CP: Art. 113 LEP O ingresso do condenado a regime aberto supe a aceitao de seu programa e s condies impostas pelo juiz. Art. 114 LEP

Somente poder ingressar no regime aberto o condenado que: I -Estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de faze-lo imediatamente; II Apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi su bmetido, fundados indcios de que ir ajustar-se com autodisciplina e senso de responsabilida de ao novo regime. Art. 115 LEP

O juiz poder estabelecer condies especiais para a concesso do regime aberto, sem prejuzo das seguintes condies gerais e obrigatrias: I -Permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga; II -Sair para o trabalho e retornar nos horrios fixados; III No se ausentar da cidade onde reside sem autorizao judicial; IV Comparecer em juzo, para informar e justificar suas atividades, quando for der mina do. Art. 36 1 CP O condenado dever, fora do estabelecimento e sem vigilncia, trabalhar, freqentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o pe rodo noturno e nos dias de folga. Art. 36 2 CP O condenado ser transferido do regime aberto se: -Praticar fato definido como crime doloso; -Frustrar os fins de execuo; -No pagar a multa cumulativamente aplicada. 7 Progresso de Regime Art. 112 LEP

a passagem de um regime mais rigoroso para um menos rigoroso, desde que preenchidos alguns requisitos: -Requisito Objetivo: Cumprir 1/6 da pena no regime anterior (crimes comuns)

Cumprir 2/5 da pena no regime fechado (se primrio nos crimes hediondos) Cumprir 3/5 da pena no regime fechado (se reincidente nos crimes hediondos) -Requisito Subjetivo 4

Ostentar bom comportamento mrito , atestado pelo diretor do presdio, pelo promotor e pelo MP (bons antecedentes, personalidade,...). 8 Progresso por Salto

sair direto do regime fechado para o regime aberto. No aceito pelo Direito Penal Brasileiro. 9 Remio da Pena Art. 126 LEP

O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semi-abeto, poder remir pelo trabalho, parte do tempo de execuo da pena. 1 -3 dias de trabalho equivalem a 1 dia da pena direito subjetivo do condenado e requisito objetivo. 10 Regime Especial Art. 37 CP

As mulheres cumprem pena em estabelecimento prprio, com as mesmas regras legais. REGRESSO DE REGIME Art. 118 LEP

A execuo da pena privativa de liberdade ficar sujeita forma REGRESSIVA, com a transferncia para qualquer dos regimes mais rigoroso quando o condenado: I -Praticar ato definido como crime doloso (dolo direto ou eventual), ou falta g rave II -Sofrer condenao, por crime anterior, em que, somando-se as penas torne incabvel o regime atual, independente do tempo j cumprido 1 -o condenado ser transferido do regime aberto se, alm das hipteses anteriores, fru strar os fins da execuo, ou seja, descumprir os requisitos impostos pelo juiz, ou no pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta. Art. 50 LEP Falta Grave I -Incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina II Fugir III Possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade fsica de o utrem IV Provocar acidente de trabalho V -Descumprir, no regime aberto, as condies impostas VI Inobservar os deveres de obedincia ao servidor e execuo das tarefas, trabalho e or dens recebidas. APLICAO DA PENA Art. 59 CP Mrito Circunstancias Judiciais

O juiz, atendendo culpabilidade, aos antecedentes, conduta social, personalidade do agente , aos motivos , s circunstancias e conseqncias do crime, bem como ao comportamento da vtima, estabelecer, conforme seja necessrio e suficiente para repr ova co e preveno do crime: I -As penas aplicveis dentre as cominadas II A quantidade de pena aplicvel, dentro dos limites previstos;

III IV 5

O regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade. A substituio da pena privativa de liberdade, por outra espcie de pena, se cabvel.

Critrios do cumprimento da pena: Art. 33 CP 2 a) o condenado a pena superior a 8 anos dever a cumprir-la em regime fechado b) o condenado no reincidente cuja pena seja de 4 a 8 anos inicia o cumprimento e m regime semi-aberto (transitado em julgado) c) o condenado no reincidente com pena igual ou inferior a 4 anos, poder desde o i ni cio a cumprir a pena em regime aberto. Supervenincia de Doena Mental Art. 41 CP

O condenado a quem sobrevm doena mental deve ser recolhido a hospital de custo dia e tratamento psiquitrico ou, na falta, a outro estabelecimento adequado. Quando a doena mental adquirida durante o cumprimento da pena, caracterizando constrangimento ilegal manter o condenado preso, caso para Medida de Segurana. O juiz dever transferi-lo para internao: -pena de recluso = internao -pena de deteno = tratamento ou, se necessrio a internao Detrao Penal Art. 42 CP

Computam-se na pena privativa de liberdade e na medida de segurana, o tempo de priso provisria, no Brasil ou no exterior, o de priso administrativa e o de internao em qualquer dos estabelecimentos prisionais. O tempo da sentena transitada em julgado ser diminudo do tempo j cumprido da priso cautelar. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS / Alternativas De acordo com o Direito Penal existe uma controvrsia a cerca da natureza jurdica das penas restritivas de direitos: 1 Corrente Majoritria: Entende que so sinnimas das penas alternativas. 2 Corrente Minoritria: Entende que existe um gnero das penas alternativas, sendo es pcies a pena restritiva e a multa. Conceito: uma sano penal de natureza diversa da pena privativa de liberdade. Art. 43 CP As penas restritivas de direitos so: I -Prestao pecuniria c/c Art. 45 1 CP II -Perda de bens e valores c/c Art. 45 3 CP III -Prestao de servios comunidade ou a entidades pblicas -c/c Art. 46 CP IV -Interdio temporria de direitos c/c Art. 47 CP V -Limitao de fins de semana. Art. 48 CP Art. 44 CP Estas penas so substitutivas da pena privativa de liberdade: -so sempre autnomas, porque so uma espcie de pena ao lado das privativas de liberdade e da multa; -Tm execuo condicional, tem que preencher algumas condies. Condies das penas privativas de liberdade: I -A pena no pode ser superior a 4 anos nos crimes dolosos, e tal crime no pode te

r sido cometido com violncia ou grave ameaa; ou qualquer pena nos crimes culposos. 6

II -O condenado no pode ser reincidente em crime doloso III Est relacionada ao mrito 4 -Converte-se em privativa de liberdade se o condenado no cumprir o que o juiz de terminou obrigatoriamente. 5 -Ser decidida a converso se sobrevier outro crime.Ser computado primeiro o tempo e o regime da pena mais grave, e na seqncia a mais leve. Art. 45 CP

Na aplicao da substituio da pena restritiva de direitos podero ser utiliz

dos: - 1 c/c Art. 43 I Prestao pecuniria, ou seja, o pagamento em dinheiro vitima ou cesta bsica - 3 c/c Art. 43 II Perda de bens e valores revertido ao Fundo Penitencirio Nacional. -art. 46 c/c Art. 43 IV Prestao de servios comunidade, aplicados quando a pena for superior a 4 meses. -Art. 47 c/c art 43 V Interdio temporria de direitos -Art. 48 c/c art. 43 VI Limitao de fim de semana PENA DE MULTA Art. 49 CP

uma sano penal para determinar os crimes que levem em considerao o critrio de dia-multa. Consiste no pagamento ao fundo penitencirio da quantia fixada na se ntena e calculada em dias-multa, no mnimo 10 e no Maximo 360 dias-multa com base no salrio mnimo. Clculo de Valor: 1 encontrar o n de dias multa (20d) 2 valor de cada dia-multa (1 SM.) 3 Total da multa (20 SM) Critrios: 1 Situao financeira do condenado: 1 Corrente Majoritria: -leva em considerao o art. 60 a condio financeira do condenado. -e de acordo com a culpabilidade art. 59 mrito 2 Corrente Minoritria: -o mesmo critrio da pena privativa de liberdade art. 68 OBS: -Nas penas de 1/30 e at 5 vezes o salrio mnimo s utilizado o critrio da capaci dade do condenado art. 60 situao financeira. -A pena pode ser triplicada se o ru tiver grande capacidade de pagamento. Correo Monetria: uma questo divergente na doutrina e na jurisprudncia, pois discute-se quanto ao termo inicial dessa atualizao: 1 Corrente Majoritria e STJ: A partir da data do fato 2 Corrente: A partir da citao do condenado para o pagamento da multa 3 Corrente: A partir do transito em julgado da sentena 4 Corrente: No incide correo monetria, indo contra o art. 49 2CP

5 Corrente: A partir do transito em julgado 7

6 Corrente: A partir da sentena condenatria 7 Corrente: A partir do 11 dia subseqente citao nos termos do art. 164 da LEP Converso da multa e revogao art. 51 CP At 1996 se a multa no fsse paga a pessoa seria presa. Com o advento da Lei 9298/96, quando a multa no paga no mais feita a converso em pena privativa de liberdade, tal execuo est relacionada a uma dvida de valor ou dvida ativa que tramita na Vara de Fazenda Publica, com o seguinte proce dimento de execuo: 1 fase Extrao de certido de sentena condenatria aps o transito em julgado; 2 fase Formao de autos apartados/separados no processo, nos quais se far a execuo; 3 fase O MP requer a citao do condenado para em 10 dias pagar a multa ou nomear bens penhora; 4 fase Decorrido tal prazo, sem manifestao do executado/ofendido, ou sem o pagament o, o cartrio extrai certido do no-pagamento, que ser enviada ao juiz, que infor mar Procuradoria Geral do Estado, que promover a execuo em uma Vara de Fazenda Publica. SUSPENSO CONDICIONAL DA PENA SURSIS Art. 77 CP

A execuo da pena privativa de liberdade, no superior a 2 anos, poder ser suspensa de 2 a 4 anos desde que: I -O condenado no seja reincidente em crime doloso (dolo + dolo); II -A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente , bem co mo os motivos e as circunstancias autorizem a concesso do beneficio; III No seja indicada ou cabvel a converso em restritiva de direitos. um instituto penal que impede que o condenado pena privativa de liberdade de pequena durao seja recolhido priso para o seu cumprimento. Natureza Jurdica: Existe controvrsia na doutrina: 1 Corrente Majoritria: Celso Delmano entende que um direito subjetivo do acusado, pois uma vez preenchidos os requisitos exigidos em lei, no pode ser negado tal beneficio. 2 Corrente Minoritria: Damsio de Jesus entende que uma forma de execuo da pena, e nesse caso o juiz no est obrigado a conceder o sursis. Perodo de Prova: 2 a 4 anos receber o sursis. o perodo em que o condenado fica sendo observado aps

Sursis Simples: o preenchimento dos requisitos do art. 77 caput + incisos, cumul ado com o art. 78 2. Sursis Especial: mais favorvel que o simples, sendo cabvel quando forem preenchido s os requisitos do art. 77 com comprovao da reparao do dano, salvo impossibilidade de comprovao de que o fez. Nesse caso o condenado deve cumprir as condies das alneas

a , b e c do 2 do art. 78. Sursis Etrio: Art. 77 2 -maior de 70 anos ou qualquer idade por razes de sade comprovado por percia medica, com pena ate 4 anos, e o perodo de prova de 4 a 6 an os. 8

Prorrogao do Sursis Art. 81 2 -O acusado que foi beneficiado pelo sursis em razo da pratica de um crime no perde tal beneficio pelo fato de estar respondendo por outro crime ou contraveno penal. Revogao do Sursis O sursis ser revogado quando: 1 Causas obrigatrias: Art. 8l caput I -Se o acusado condenado em sentena irrecorrvel por crime doloso; II -Se o acusado frustra, embora solvente, a execuo da pena de multa, ou no efetua a re parao do dano. III Descumpre as condies no perodo de prova. 2 Causas facultativas: Art. 81 1 O descumprimento de qualquer outra condio que no enseja a revogao obrigatria ou condenao pela prtica de crime culposo ou contraveno penal. Cumprimento das Condies Revogao art. 82

Aps o termino do cumprimento da pena com a suspenso condicional, ou seja, aps o termino do perodo de prova, o juiz ir decretar a extino da punibilidade, desde que o condenado no tenha descumprido nenhum dos requisitos impostos no perodo de prova. LIVRAMENTO CONDICIONAL Art. 83

a antecipao provisria da liberdade, concedida sob certas condies ao condenado que estiver cumprindo a pena privativa de liberdade. Natureza jurdica: Existe controvrsia 1 Corrente -Majoritria: Celso Delmano entende que um direito subjetivo do condenado, o juiz estaria obri gado a conceder o livramento condicional. 2 Corrente Minoritria: Entende que uma medida penal de natureza restritiva da liberdade e no um beneficio. OBS: Ao contrrio do Sursis, em que o perodo de prova dura de 2 a 4 anos, no Livram ento Condicional tal perodo coincide com o restante da pena a ser cumprida. Requisitos Cumulativos Art. 83 CP

1 -Pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 anos; 2 Se o condenado no for reincidente em crime doloso, tendo bons antecedentes, dev er cumprir mais de 1/3 da pena; 3 Sendo reincidente em crime doloso, dever cumprir mais da metade da pena; 4 Demonstrao de ressocializao, como por exemplo pelo bom comportamento ou pelo trabalho.

5 6 e

Demonstrar que deseja reparar o dano causado; Tendo cometido crime hediondo ou assemelhado, dever cumprir mais de 2/3 da pena

no ser reincidente em outro crime doloso. (dolo + dolo); 7 - nico Para o condenado por crime doloso, cometido com violncia ou grave ameaa a concesso do livramento ficar tambm subordinada constatao de condies pssoais que faam presumir que o liberado no voltar a delinqir. 9

OBS: No h que se confundir a progresso de regime do art. 2 1 e 2 da Lei 8072/90 com nova redao, com o livramento condicional em que o condenado dever cumprir ao menos 2/3 da pena no podendo ser reincidente em crime hediondo (art.83 V) Soma das Penas Art. 84

o momento em que o juiz da VEP analisa as diversas condenaes e verifica se o condenado poder permanecer ou no em livramento condicional. Condies do Livramento Condicional -Art. 85 c/c art. 132 1 e 2 da LEP -Obrigatrias: a) Obter ocupao lcita, dentro de prazo razovel se for apto para o trabalho; b) Comunicar periodicamente ao juiz sua ocupao; c) No mudar do territrio da Comarca do Juzo da Execuo sem autorizao prvia; -Facultativas: a) No mudar de residncia sem comunicao ao juiz e autoridade incumbida da observao cautelar e de proteo; b) Recolher-se habitao em hora fixada; c) No freqentar determinados lugares. Revogao do Livramento Condicional: -Obrigatria art. 86 CP (Legais) a) Por crime cometido durante a vigncia do beneficio, doloso ou culposo, com sentena transitada em julgado com pena privativa de liberdade; b) Por crime anterior conforme anlise do juiz da VEP, se somadas as penas possibi lite tal medida. -Facultativa art. 87 CP

Se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigaes constantes da sentena, ou for irrecorrivelmente condenado por crime ou contraveno que foram praticados antes do perodo de prova ou durante a sua vigncia, e a pena que no seja privativa de liberda de. Ex: crime no transito Efeitos da Revogao art. 88 CP

Aps a revogao do livramento condicional no ser obtido novamente pelo mesmo crime, e no caso do 2 crime ter sido praticado durante o perodo de prova, o tempo em que permaneceu solto no ser aproveitado pelo condenado. Extino/Prorrogao do Perodo de Prova art. 89 CP

Ocorre quando o condenado pratica outro crime durante o perodo de prova e com isto ir prolongar o tempo que ficar sendo observado. OBS: Isto s ocorre quando se trata de causa de revogao facultativa, em que a lei pe rmite ao juiz a continuidade do livramento condicional enquanto no sair a sentena do 2 crime.

Ao Penal 10

art. 100 c/c Persecuo Penal

P/A2

EXERCICIOS: 1 Paulo, 19 anos, maus antecedentes, personalidade agressiva, cometeu o crime de

latrocnio que resultou na morte da vitima. Ocorre que Paulo agiu para facilitar a execuo do crime contra seu prprio irmo. Fixe a pena. R) Art. 157 3 -Roubo seguido de morte 20 a 30 anos de recluso + multa 1 fase: Circunstancias judiciais Art. 59 -maus antecedentes, personalidade agressiva 22 anos 2 fase: Circunstancias legais Ag. Art. 61 II e contra irmo 4 anos At. Art. 65 I 19 anos -5 anos 3 fase: CA e CD no tem _______ total da pena 21 anos de recluso + multa 21 anos Progresso de regime aps 2/5, ou seja, 8 anos e 4 meses 2 Tratando-se de ao penal, diferencie ao publica incondicionada da condicionada. R) A ao penal publica incondicionada a regra, oferecida pelo MP independente da vontade de qualquer pessoa Art. 121-Homicidio; enquanto que a ao penal publica condicionada depende da representao do ofendido Art 129 caput,ou requisio do Ministro da Justia Art. 141 I c/c art. 145 CP 3 Rogrio, que resultou concurso com , informando maus antecedentes, 20 anos, cometeu crime de extorso mediante seqestro na morte da vitima de 70 anos. Ocorre que Rogrio cometeu o crime em 2 comparsas, sendo que os 2 esto foragidos. Rogrio confessou o delito policia onde se encontrava a vitima. Cometeu o crime por motivo ftil e

mediante dissimulao a) Fixe a Pena: R) Art. 159 3 -Extorso mediante seqestro 1 fase Circunstancias judiciais Art. 59: maus antecedentes 26 = 26 2 fase: Circunstncias legais: Ag. Art. 61 II a motivo ftil 1 = 27 Ag. Art. 61 II c dissimulao 1 = 28 Ag. Art. 61 II h maior de 60 anos 3 = 31 At.Art. 65I 20anos -3=28 3 fase: C.A no tem

24 a 30 anos de Recluso

C.D Art.1594-delaopremiada 1/3 -9a4m=18a8meses c) Pena de 18 anos e 8 meses em Regime inicial Fechado d) A progresso de regime poder ser feita a partir de 2/5 da pena = 7 a 6 meses e) Poder obter livramento condicional desde que preencha os requisitos do art. 83 e com o cumprimento de mais de 2/3 da pena, ou seja, 6 anos e 3 meses. O fundamento do regime fechado do art. 2 1 da Lei 8072/90 de Crimes Hediondos. f) O tempo de priso preventiva de 6 meses ser reduzido do total da pena a ser cimpri Da conforme art. 42 CP Detrao.

4 Tratando-se de pena de multa, quais so as suas fases, e o critrio preponderante na doutrina? R) Em 1 lugar deve-se encontrar o n de dias multa determinado pelo juiz na sentena , o valor de cada dia-multa calculando-se assim o valor total. Critrio; 1 -Art. 60 leva-se em considerao a situao financeira do condenado; 11

2 -Art. 59

de acordo com o mrito do condenado.

5 Manuela foi acusada de ter cometido um crime de leso corporal leve. Qual o proc edimento a ser seguido pelo delegado de policia e quais as espcies de pena a serem adotada s caso ocorra condenao? R) Por ter pena de 3m a 1 ano de deteno, conforme art. 129 CP, o delegado dever encaminhar o processo para o JECRIM aps representao da vitima art. 88 Lei 9099. Pode ser proposta a suspenso do processo de 2 a 4 anos suspenso condicional da pen a art. 89 1 Lei 9099, perodo este que a condenada ficar sob observao/perodo de prova. 6 Faa a distino entre sursis, livramento condicional e suspenso condicional do processo. R) No sursis o condenado no recolhido priso, tendo a pena convertida em privativa de direitos. No livramento condicional o condenado tem a antecipao provisria da liberdade sob as condies do art. 83 CP. Na suspenso condicional o processo que fica suspenso sem gerar condenao art. 89 lei 9099. 7 Paulo foi condenado pelo delito de furto tendo recebido beneficio do livrament o condicional. Ocorre que cometeu crime durante o perodo de prova e agora deseja pl eitear a continuidade do livramento condicional. possvel? R) Sim pois ainda no houve nova sentena com transito em julgado. 8 O que remisso da pena e como aplicada? R) a reduo da pena atravs da execuo de trabalho durante o cumprimento em regime fechado ou semi-aberto. A reduo equivale a 1 dia da pena para 3 dias de trabalho. Art. 126 1 LEP 9 Quais so as caractersticas principais do regime semi-aberto? R) De acordo com os arts. 33 1 b e 2 c/c art. 35 CP, a execuo da pena dever ser em colnia agrcola, industrial ou estabelecimento similar. O exame criminolgico facultativo. O condenado trabalha durante o dia e fica recolhido durante a noite . O condenado pode trabalhar fora da priso, estudar com fins ressocializao. Art. 8 Par. nico da LEP. 10 Diferencie pena restritiva de direitos de penas alternativas. R) A pena restritiva de direitos aplicada em substituio pena privativa de liberdad e nos casos em que o crime for culposo. Corrente majoritria entende que so sinnimas das penas alternativas. Corrente Minoritria entende que existe um gnero das penas alternativas, sendo espcies a pena restritiva e a multa. A pena alternativa (gnero) aplicada como opo, ou seja, multa, prestao de servios e/ou restrio de fim de semana..

11 Fabio conhecido estuprador foi condenado por homicdio qualificado tendo cumpri do 1/3 da pena que lhe foi atribuda. Deseja contratar um advogado a fim de pleitear livramento condicional ou progresso de regime. Isto possvel? R)No, pois para o livramento condicional ser necessrio cumprir 2/3 da pena, ou seja , mais 1/3 Art. 83 V CP; e na progresso de regime conforme a Lei de Crimes Hediondo s somente aps 2/5 de cumprimento, ou seja, dever cumprir mais 2/3 da pena. 12

12 Mariana, maus antecedentes, conduta social ilibada, tentou cometer o crime de roubo em concurso com o irmo, com emprego de arma de fogo mediante dissimilao. R) Art. 157 4 a 10 anos de Recluso + multa 1 fase: art. 59 circunstncias judiciais: maus antecedentes, conduta social ilibada 60 m = 60 m 2 fase: circunstncias legais Ag. Art. 61 II c dissimulao 12 m = 72 m At. No tem 3fase:CAart.1572I arma-+1/3a 36m=108m CAart.157II concurso+1/3a 36m=144m CD art. 14 par nico tentativa 1 a 2/3 -48 m = 96 m Pena de 8 anos de recluso + multa progresso aps 1 ano e 4 meses

13 Antonio, primrio, bons antecedentes, conhecido fofoqueiro do bairro agiu por m otivo ftil e mediante tortura ao praticar crime de leso corporal seguida de morte. Agiu em estado de relevante valor social, tendo 20 anos na data do crime. R) Art. 129 3 -4 a 12 anos de recluso 1 fase: Art. 59 Circunstncias judiciais: Primrio, bons antecedentes 72 m = 72 m 2 fase: Ag. Art. 61 II a motivo futil 12 m = 84 m Ag.Art.61II d tortura 12m=96m At.Art.65I 20anos -30m=66m 3 fase: CA no tem CD art.1294-valorsocial 1/6a1/3 -22m=44m Penal total 3 anos e 8 meses no regime aberto Art. 33 2

c

PROVA A1 Nota 6,0 1 O homicdio praticado sob coao a que o agente podia resistir implica no reconhecimento de CIRCUNSTNCIA ATENUANTE Art. 65 II c : 2 A natureza da ao penal no crime de leso grave, quando a ofendida no tiver e privar dos recursos indispensveis sua CONDICIONADA REPRESENTAO. Art. 225 atentado violento ao pudor com resultado de condies de prover as custas do processo sem s subsistncia : AO PUBLICA 1 I c/c 2:

3 De acordo com a Sumula 608 do STF, a ao penal relativa ao crime de estupro simples, quando praticado mediante violncia real PUBLICA INCONDICIONDA. 4 Paulinha da Vila Mimosa, 19 anos, maus antecedentes, primria, tentou cometer o crime de roubo com emprego de arma de fogo em conjunto com seu irmo Bruno contra seu prprio ascendente. O delegado instaurou inqurito policial. Ela confessou o del ito e demonstrou estar agindo por embriaguez preordenada. a) Fixe a pena: Art. 157 Roubo pena de 4 a 10 anos de recluso + multa c/c Art 14 II CP 1 fase: circunstncias judiciais Art. 59:

maus antecedentes, primria 60 m = 60 m 2 fase: circunstncias legais: Ag. Art. 61, II e contra ascendente +12 m = 72 m Ag. Art. 61, II l embriaguez preordenada +12 m = 84 m 13

At.Art.65,I menor 19anos -14m =70m At. Art. 65, III d confessou -6 m = 66 m 3fase:CA Art.1572I armadefogo-+1/3a +22m=88m CA Art.1572II comirmo-+1/3a +25m=113m CD Art.14,II tentativa 1/3a2/3 -28m= 75m b) Pena final de 75 meses, ou seja, 6 anos e 3 meses a ser cumprida em regime se mi-aberto, pois a pena maior que 4 anos e no excede a 8 anos e a r primria, conforme Art. 33 2 b + multa c) No cabvel o sursis pois a pena foi superior a 2 anos conforme Art. 77 CP d) A progresso para o regime aberto se dar aps o cumprimento de ao menos 1/6 da pen a, ou seja, 1 ano e 15 dias conforme Art. 112 da LEP e avaliao do mrito conforme Art. 59 CP 5 A natureza das penas restritivas de direito de espcie como a privativa de liber dade e a de multa; elas so autnomas pois sua existncia independe das privativas de liberdade ; elas tambm so de execuo condicionada pois dependem dos requisitos do Art. 44 CP. 6 A detrao penal a diminuio do tempo j cumprido pelo condenado quando em priso cautelar/provisria do total da pena imputada pelo juiz na sentena condenatria transitada em julgado. Art. 42 CP. 14