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Terça-feira, 26 de Dezembro de 2006 I SÉRIE - Número 51 I BOLE1lM DA REPUBUCA PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE SU-PLEMENTO IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE AVISO A matéria a publicar no «Boletim da República» deve ser remetida em cópia devidamente autenticada, uma por cada assunto, donde conste, além das indi- cações necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte•.assinado e auienticado: Para publicação no «Boletim da República», ••••••••••••••••••••••••••••••• SUMÁRIO Conselho de Ministros: Decreto n.· 6212006: Aprova o Regulamento da Lei de Minas c seus anexos. Decreto n. 9 6312006: Adequa as disposições legais relativas às actividades de importação. distribuição c comercialização de produtos perrolfferos, incluindo a fixação dos seus preços. aprovadas pelo Decreto n." 1/97, de 28 de Janeiro. ••••••••••••••••••••••••••••••• CONSELHO DE MINISTROS 'Decreto n: 6212006 de 26 de Dezembro Tornando-se necessário regulamentar a Lei n." 14/2002, de 26 de Junho, que define o quadro legal do uso e aproveitamento dos recursos minerais e em conformidade com o disposto na alínea b) do artigo 44 da Lei de Minas, o Conselho de Ministros determina: Artigo l. É aprovado o Regulamento da Lei de Minas e seus anexos, que fazem parte integrante do presente Decrete). Art. 2. O Ministro que superintende a área dos recursos minerais emitirá normas executórias e específicas que se mostrem necessárias à boa execução do Regulamente da Lei de Minas. Art. 3. É revogado o Decreto n." 28/03, de 17 de Junho. Aprovado pelo Conselho de Ministros Publique-se A Primeira Ministra, Luísa Dias Diogo. Regulamento da Lei de Minas CAPÍTULO I Disposições gerais SECÇÃO I Disposições preliminares ARTIGO 1 (Definições) Para efeitos do presente regulamento, os termos seguintes têm o significado adiante indicado. salvo se o contexto em que se inserem exigir outro entendimento: I. Atlas Cadastral- Conjunto de mapas ou cartas contendo a localização geográfica das áreas com títulos mineiros em vigor bem como áreas designadas de senha mineira, áreas declaradas de reservas mineira. áreas vedadas à actividade mineira. zonas de protecção total e parcial ou outras áreas de interesse geclôgico- mineiro. 2. Cadastro Mineiro - sistema de registo e administração do processo de licenciamento da actividade mineira a nível nacional, contendo informação textual e gráfica. 3. Ministro - Ministro que superintende a área dos recursos minerais. 4. Minerais Associados - aqueles que ocorrem na jazida em simultâneo com o minério principal sejam de origem magmática, metamórfica ou sedimentar ou outros ainda que não sendo da mesma jazida, Ocorram na área do título mineiro. 5. Operador Mineiro - Pessoa singular, colectiva ou sociedade detentora do título mineiro ou autorização ou por esta contratada para levar a cabo operações de reconhecimento, prospecção e pesquisa, exploração mineira e beneficiação. 6. UnidadeCadastral- quadrilátero formado pela intersecção de meridianos e paralelos. com uma distância igual a 15 segundos sexagesimais e cobrindo uma superfície Planimétrica média de 20 hectares. devendo as coordenadas dos vértices serem múltiplas de 15. ARTIGO 2 (ÂmbitO) O presente Regulamento estabelece as regras por que se rege a actividade mineira, .de acordo com o disposto na Lei 0.° 141 /2002, de 26 de Junho.

Terça-feira, 26 de Dezembro de 2006 I SÉRIE- Número 51 I … 2016/Mozambique Mining Law... · Definições Para efeitos de aplicação deste decreto, os termos abaixo indicados

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Terça-feira, 26 de Dezembro de 2006 I SÉRIE - Número 51

I

BOLE1lM DA REPUBUCAPUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

SU-PLEMENTOIMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE

AVISO

A matéria a publicar no «Boletim da República»deve ser remetida em cópia devidamente autenticada,uma por cada assunto, donde conste, além das indi-cações necessárias para esse efeito, o averbamentoseguinte•.assinado e auienticado: Para publicação no«Boletim da República»,

•••••••••••••••••••••••••••••••SUMÁRIO

Conselho de Ministros:

Decreto n.· 6212006:

Aprova o Regulamento da Lei de Minas c seus anexos.

Decreto n.9 6312006:

Adequa as disposições legais relativas às actividades deimportação. distribuição c comercialização de produtosperrolfferos, incluindo a fixação dos seus preços. aprovadaspelo Decreto n." 1/97, de 28 de Janeiro.

•••••••••••••••••••••••••••••••CONSELHO DE MINISTROS

'Decreto n:6212006de 26 de Dezembro

Tornando-se necessário regulamentar a Lei n." 14/2002,de 26 de Junho, que define o quadro legal do uso e aproveitamentodos recursos minerais e em conformidade com o disposto naalínea b) do artigo 44 da Lei de Minas, o Conselho de Ministrosdetermina:

Artigo l. É aprovado o Regulamento da Lei de Minas e seusanexos, que fazem parte integrante do presente Decrete).

Art. 2. O Ministro que superintende a área dos recursosminerais emitirá normas executórias e específicas que se mostremnecessárias à boa execução do Regulamente da Lei de Minas.

Art. 3. É revogado o Decreto n." 28/03, de 17 de Junho.Aprovado pelo Conselho de MinistrosPublique-seA Primeira Ministra, Luísa Dias Diogo.

Regulamento da Lei de Minas

CAPÍTULO I

Disposições gerais

SECÇÃO I

Disposições preliminares

ARTIGO 1(Definições)

Para efeitos do presente regulamento, os termos seguintes têmo significado adiante indicado. salvo se o contexto em que seinserem exigir outro entendimento:

I. Atlas Cadastral- Conjunto de mapas ou cartas contendo alocalização geográfica das áreas com títulos mineiros em vigorbem como áreas designadas de senha mineira, áreas declaradasde reservas mineira. áreas vedadas à actividade mineira. zonas deprotecção total e parcial ou outras áreas de interesse geclôgico-mineiro.

2. Cadastro Mineiro - sistema de registo e administração doprocesso de licenciamento da actividade mineira a nível nacional,contendo informação textual e gráfica.

3. Ministro - Ministro que superintende a área dos recursosminerais.

4. Minerais Associados - aqueles que ocorrem na jazida emsimultâneo com o minério principal sejam de origem magmática,metamórfica ou sedimentar ou outros ainda que não sendo damesma jazida, Ocorram na área do título mineiro.

5. Operador Mineiro - Pessoa singular, colectiva ou sociedadedetentora do título mineiro ou autorização ou por esta contratadapara levar a cabo operações de reconhecimento, prospecção epesquisa, exploração mineira e beneficiação.

6. UnidadeCadastral- quadrilátero formado pela intersecçãode meridianos e paralelos. com uma distância igual a 15 segundossexagesimais e cobrindo uma superfície Planimétrica médiade 20 hectares. devendo as coordenadas dos vértices seremmúltiplas de 15.

ARTIGO 2(ÂmbitO)

O presente Regulamento estabelece as regras por que se regea actividade mineira, .de acordo com o disposto na Lei 0.° 141/2002, de 26 de Junho.

544-(248) I SÉRIE-NÚMERO 51

Decreto n.° 6312006de 26 de Dezembro

Tornando-se necessário adequar as disposições legaisrelativas às actividades de importação, distribuição ecomercialização de produtos petrolíferos, incluindo a fixaçãodos seus preços, aprovadas pelo Decreto n° 1197, de 28 de Janeiro,bem como acomodar a possibilidade de produção nacional debiocombustlveis e processamento de petróleo bruto e condensadode gás natural e introduzir novas medidas com vista ao aumentoda eficiência e obtenção de beneffcios económicos no processode importação e distribuição, tornar mais flexível a actualizaçãode preços e incentivar a sua distribuição em todo o País; ao abrigoda alfneaj) do n.° 1do artigo 204 da Constituição da República,conjugado com o disposto na Lei n° 6/98 de 15 de Junho, oConselho de Ministros decreta:

CAPITULO 1

Definições, âmbito de aplicaçllo e objectivos

ARnGOl

Definições

Para efeitos de aplicação deste decreto, os termos abaixoindicados têm as seguintes definições:

a) apropriado - de conformidade com os regulamentose normas técnicas aplicáveis;

b) armazenagem - é o depósito de quaisquer produtospetrolíferos e o seu manuseamento, incluindo amistura, recepção e expedição. em instalaçõescompreendendo recipientes destinados a conter osprodutos. bem como equipamentos acessórios equaisquer sistemas de tubagens conectadas, masexcluindo:

i. as que se encontrem no recinto de umainstalação de produção e que sejam parteintegrante do processo de produção;

ii. as que se destinem ao abastecimento directo aequipamentos consumidores e veículos ou quesejam parte de postos de abastecimento; e

iii. as cisternas incorporadas em veículos.c) bunker - é a actividade comercial de abastecimento

de produtos petrolfferos à navegação marítima ouaérea, nacional ou internacional;

d)biocombustíveis - são os combustíveis líquidosproduzidos a partir de produtos ou resíduosbiodegradáveis provenientes da agricultura, incluindosubstâncias de origem vegetal ou animal. dasilvicultura e das indústrias conexas, ou da fracçãobiodegradável dos resíduos industriais e urbanos;

e) carburantes - são combustíveis destinados a serutilizados em qualquer tipo de motor não estacionário;

j) certificado - é um documento assinado por um técnicopetrolífero licenciado, confirmando que umainstalação petro1ffera satisfaz os requisitos técnicosde segurança previstos na regulamentação e normastécnicas aplicáveis;

g) coerção - é a molestação ou a ameaça de molestação,directa ou indirecta, de pessoas ou sua propriedade,com o objectivo de influenciar a sua participação noconcurso para o contrato em questão ou afectar aexecução do contrato;

h) combustíveis - são os produtos petrolfferos destinadosa ser utilizados através de combustão:

i) comportamento corrupto - é a oferta, directa ouindirecta, de vantagens a terceiros ou a aceitação,doação, recepção, promessa ou solicitação, directa ouindirecta de qualquer oferta em beneficio próprio oude outrem com o propósito de obter julgamentofavorável sobre os serviços a prestar ou de influenciaras acções das pessoas envolvidas na selecção de umconcorrente ou na execução de um contrato;

j) comportamento fraudulento - é a falsificação ouomissão de factos com o objectivo de influenciar osresultados de um concurso ou a execução de umcontrato;

k) conluio - é a combinação entre dois ou maisconcorrentes, com ou sem o conhecimento derepresentantes da operadora de aquisições ou daComissão de Aquisição de Combustíveis Líquidos(CACL), com o objectivo de estabelecer os preçosdas propostas a um nível artificial, não competitivo;

I) derrame de petróleo - é um derrame de om produtopetrolffero de mais de 200 litros duma só vez;

m) distribuição - é o exercício integrado da importaçãode combustíveis líquidos ou a sua aquisição a umaprodutora ou distribuidora. e armazenagem,cumulativamente com uma ou mais das seguintesactividades relacionadas com combustíveis lfquidos:

i. misturas;ii. transporte; eiii. venda.

n) distribuidora - é uma entidade que se dedica,directamente ou através de contratos com terceiros, àactividade de distribuição;

o) entidade lleencíadora - é o Órgão da AdministraçãoPública ou Municfpio, a quem é atribuída competênciapara coordenação do processo de licenciamento,registo e fiscalização do cumprimento do estabelecidono presente decreto e regulamentação subsidiária;

p) instalação de consumo - é um sistema constituídopor recipientes para combustíveis, tubagens eequipamentos conexos, incluindo quaisquer bombas,destinados ao abastecimento de combustíveisexclusivamente a equipamento de consumo. próprioou alugado ou a veículos próprios ou alugados;

q) instalações petrolíferas - são sistemas integrados efuncionais de mstalações e equipamentos destinadosà recepção. produção, armazenagem, processamento.mistura. expedição, depósito. transporte ouabastecimento aos consumidores, de produtospetrolfferos e petróleo, excluindo as instalaçõesutilizadas em operações petrolíferas de acordo com aLei n°,3/2001 , de 21 de Fevereiro;

r) licença"":'" é uma autorização emitida pela entidadeIicenciadora, que confere ao titular a faculdade de,em conformidade com este decreto. exercerdeterminadas actividades relacionadas com produtospetro1fferos;

s) licenciamento - é o conjunto de procedimentos ediligências necessários à tomada de decisão sobre umpedido de uma licença ou registo, centralizados pelaentidade licenciadora e com participação dorequerente e de todas as entidades que, em virtude decompetências próprias ou da natureza da licençapedida, devam ser consultadas;

26 DE DEZEMBRO DE 2006 544-(249)

t) norma técnica aplicável - é uma norma nacional ouinternacional em vigor, ou qualquer outra que sejaautorizada para o efeito pelo Ministério quesuperintende no sector de energia;

u) oleoduto - é qualquer sistema de condutas ou tubagens,incluindo válvulas, estações de bombagem,instalações e equipamentos agregados, destinado aotransporte de produtos petrolíferos, excluindo oscombustíveis gasosos;

v) operador.- é a pessoa responsável pelas actividadesdiárias de uma instalação petrolífera, estando ou nãopresente no local da instalação durante as horas denegócio, independentemente de essa pessoa ser ounão a proprietária da instalação relevante;

w) petróleo - é O petróleo bruto, gás natural ou qualquerhidrocarboneto ou mistura de hidrocarbonetos," noestado sólido, liquido ou gasoso. produzidos oususceptíveis de serem produzidos a partir do petróleobruto. gás natural, argilas ou areias betuminosas,incluindo o condensado de gás natural;

x) petróleo bruto - é o petróleo mineral bruto, asfalto,ozocerite e todos os tipos de hidrocarbonetos ebetumes, quer no estado sólido ou líquido, no seuestado natural ou obtidos do gás natural porcondensação ou .extracção, exceptuando-se o carvãoou qualquer substância susceptível de ser extraída docarvão;

y) posto de abastecimento - é um local para a venda aretalho de determinados combustíveis, integrandobombas de abastecimento e os respectivos tanquesde armazenagem e tubagem conexa, as zonas desegurança e protecção e as vias necessárias àcirculação dos veículos a abastecer, usado tambémpara a venda de produtos petrolíferos a quaisquerconsumidores, em recipientes apropriados, incluindotambém instalações petrolíferas para bunkers;

z) posto de revenda - é um local onde se realiza, emexclusivo, a armazenagem e retalho de petróleo deiluminação ou GPL, embalados em vasilhameapropriado;

aa) preço CIP - é o preço de aquisição nos termosCIP ou CIF, definidos pela Câmara deComércio Internacional;

bb) produção - é a fabricação de produtospetrolíferos. incluindo a mistura e a re--processamento de produtos petrolíferos comfins comerciais; ,

cc) produtos petroliferos - são os produtosderivados e resíduos da refinação ouprocessamento de petróleo. tais como:propano, butano e suas misturas. tambémdesignados por gases de petróleo liquefeitos(GPL), gasolinas auto, gasolinas de aviação(avgas), nafta, petróleo de iluminação,petróleo de aviação, gasóleo, óleoscombustíveis, óleos e massas lubrificantes,parafinas, solventes, produtos betuminosos equaisquer outros produtos análogos comoutras designações e origens que possam tera mesma utilização, incluindo produtossintéticos. biocombustíveís, e ainda oscombustíveis gasosos destinados exclusiva-

dd) registo - é o documento emitido pelaentidade licenciadora que descreve ascaracterísticas físicas e operacionais dasinstalações petrolíferas;

ee) reservas operacionais - são os produtospetrolíferos armazenados em territóriomoçambicano pelas operadoras dedistribuição, destinados à distribuição ecomercialização local paragarantira provisãonormal de combustíveis;

ff) reservas permanentes - são os produtospetrolíferos armazenados em territórionacional destinados a assegurar oabastecimento ao País em situação de crise,em conformidade com os artigos 66, 67 e 68do presente decreto;

gg) retalho - é a acti vidade comercialdesenvolvida por retalhistas e que consistena venda de combustíveis aos consumidoresnum posto de abastecimento ou num postode revenda;

hh) servíço de trânsito internacional - é aprestação do serviço de representação, no'País, dos proprietários dos produtospetrolíferos em trânsito internacional ou aprestação de serviços complementares dedepósito, manuseamento, transporte ououtros, relativamente a esses produtos;

ii) terminal de descarga - é qualquer instalaçãooceânica, lacustre ou fluvial compreendendotubagens e equipamentos acessórios,destinada ao descarregamento oucarregamento de produtos petrolíferos,incluindo quaisquer condutas auxiliares a elaligadas;

jj) terminal de distribuição - é um conjunto deinstalações petrolíferas compreendendo aarmazenagem de produtos petrolíferosdestinado' à recepção, depósito e expediçãodestes produtos com vista à sua distribuiçãono mercado nacional, situada em qualquerum dos locais referidos no artigo 49 dopresente decreto;

kk) técnico petrolifero licenciado - é um titularde uma Licença de Técnico Petrolífero ou deuma Licença Provisória de TécnicoPetrolífero, nos termos dos artigos 73 e 74 do

_presente decreto;ll) operadora de aquisições - é a entidade criada

para aquisição de combustíveis líquidos nostermos do presente decreto.

ARnG02Âmbito de apllcaçio

1. O presente decreto define o regime a que ficam sujeitas asactividades de produção, distribuição e venda de produtospetrolíferos e os respectivos preços de venda. em territórionacional.

2. Este decreto aplica-se a todas as pessoas singulares oucoJecti vas bem como a instituições de direito público querealizem uma ou mais das seguintes actividades: produção ouprocessamento industrial, refinação, recepção, armazenamento,manuseamento, transporte, distribuição, importação, exportação,reexportação, trânsito, fornecimento e venda de produtos

544-(250) ISÉRIE-NOMER051

3. As prescrições deste decreto aplicam-se ao licenciamentoe supervisão de actividades e instalações relacionadas com arecepção e transporte de petr6leo bruto por tubagem ou de outrasmatérias primas destinadas à produção de produtos petrolíferosbem' como a armazenagem e transporte de petróleo, incluindode produção local, excepto no que respeitar à atribuição dedireitos nos termos do Decreto 20/2004, de 20 de Agosto, e emáreas geográficas abrangidas por tais direitos.

4. Nos casos de dúvida sobre o regime aplicável adeterminadas actividades ou instalações, o definido pelo presentedecreto ou o definido pelo Regulamento de OperaçõesPetrolíferas, aprovado pelo Decreto n" 2412004, de 20 de Agosto,são resolvidos por despacho ministerial conjunto dos Ministrosque superintendem nas áreas de Energia e Petr6leo, tendo emconta, entre outras considerações, o direito de qualquer pessoaao regime mais favorãvelque for aplicável.

5. O presente Decreto não se aplica à distribuição ecomercialização de gás natural, cuja actividade é regida por umregulamento específico.

ARTIGO 3ObJectivos

São objectivos deste decreto:

a) Assegurar o abastecimento de produtos petrolíferos aoPaís de modo eficiente, efectivo e econ6mico, deacordo com as condições do mercado;

b) Assegurar o fornecimento de produtos petrolíferos dequalidade e a preços competitivos aos consumidores;

c) Facilitar os investimentos e a criação de postos detrabalho no sector de produtos petrolíferos;

d) Promover a segurança das pessoas e bens e a protecçãodo meio ambiente em todas as actividadesrelacionadas com produtos petrolíferos, desde a suaprodução ou importação até ao fornecimento aosconsumidores finais;

e) Promover o desenvolvimento de mercados competitivospara os produtos petrolíferos;

fi Promover a participação do empresariado nacional nosector de produtos petrolíferos;

g) Promover um maior acesso aos produtos petrolíferosem todo o território nacional;

h) Garantir a segurança, a regularidade e a qualidade doabastecimento de combustíveis;

I) Promover a eficiência energética e autilização racionaldos meios e dos produtos petrolíferos, bem como aprotecção do ambiente;

1) Criar oportunidades de emprego, incluindo o auto-emprego, bem corno aumentar as fontes de renda noPaís, em particular nas zonas rurais;

k) Criar condições para o incremento da agricultura familiarno país; e

I) Reduzir a dependência energética do exterior, atravésda promoção de fontes alternativas de combustíveisno país.

CAPITULO II

Licenças e RegistosECÇÃO!

Licenciamento

ARnoo4

Tipos de licença

I. O exercício de qualquer uma d;'s actividades descritas no

de um terminal de descarga for de transporte de produtospetrolíferos por oleoduto, distribuição e retalho, carece de umadas seguintes licenças:

a) Licença de Produção;b) Licença de Armazenagem;c) Licença de Terminal de Descarga;á) Licença de Oleoduto;e) Licença de Distribuição; efi Licença de Retalho.

2. A entidade licenciada ao abrigo do presente decreto podeser titular de uma ou mais licenças, em conformidade com asactividades que pretenda exercer.

3. A licença de retalho terá duas categorias:

a) Para o exercício de actividades de retalho em posto deabastecimento; e

b) Para o exercício de actividades de retalho em postos derevenda.

4. A entidade licenciada pode ser titular de uma única licençapara exercer as actividades objecto da licença respectiva em maisdo que uma instalação petrolífera.

5. O retalhista adquirirá produtos petrolíferos exclusivamentede qualquer distribuidora licenciada, com excepção do retalhistatitular de licença para o exercício da actividade em pequenaescala nos postos de revenda, o qúal poderá adquirir o produtode qualquer retalhista licenciado.

6. Para efeitos de aplicação do disposto no número anterior,são classificadas como actividades de pequena escala as vendasaté 20 000 Kg de GPL e 3 000 Litros de Petróleo de Iluminaçãopor mês.

ARTIGOS

Competências para o licenciamento

I. Compete ao Ministério da Energia a atribuição das licençasprevistas nas alíneas a) b) c) d) e e) do artigo 4.

2. Compete aos municfpios, na sua área de jurisdição, ou aosGovernos Distritais o licenciamento da actividade de retalhoem postos de revenda.

3. Compete às Direcções Provinciais de Energia, olicenciamento da actividade de retalho em postos deabastecimento de combustíveis, excepto quando incluírem aarmazenagem ou abastecimento de gás natural comprimido(ONC) ou quando estiverem localizados nas zonas de protecçãodas estradas nacionais ou regionais. cuja competência é doMinistério da Energia.

4. Compete ainda à entidade licenciadora:

a) Caso tenha conhecimento de que uma determinadaentidade esteja envolvida na exploração de umainstalação petrolífera sem que tenha obtido anecessária licença para o efeito, notificá-la por escritoordenando a cessação imediata do exercício daactividade desenvolvida e o pagamento da multarespectiva, podendo, no entanto, e caso tal se justifiquecom fundamento no interesse público, permitir acontinuação do exercício da actividade por um tempodeterminado, no qual a entidade em causa poderá obtera respectiva licença; e

b) Caso tenha conhecimento de que uma determinadaentidade esteja a desenvolver a sua actividade emI"nntr'lvpnf'íin ~ Hl"pnl"SI prnitifb nll "ntO: TPol11'lTnfl'ntntO:

26 DE DEZEMBRO DE 2006 544-(251)

ou normas aplicáveis. notificã-Ia para. num prazodeterminado, regularizar a situação e, bem assim, senecessário. para o pagamento da multa aplicável.

5. Sem prejuízo do estabelecido no número anterior, oMinistro da Energia poderá delegar as competênciasestabelecidas nos números 1 e 3. em qualquer Órgão daAdministração Local e estabelecer os limites aplicáveis a taldelegação.

ARnoo6

Pedido de licença

1. O pedido de licença será feito em requerimento dirigido àentidade licenciadora, acompanhado da documentação seguinte:

a) Cópia reconhecida do documento de identificação. casoo requerente seja uma pessoa física ~. no caso de umcidadão estrangeiro. uma autorização de residênciaou de emprego e comprovação de domicilio emterritório nacional;

b) Certidão do registo comercial e cópia dos estatutos. casoo requerente seja uma pessoa jurídica;

c) Cópias reconhecidas dos documentos comprovativos danacionalidade dos accionistas ou proprietários daentidade requerente. caso esta seja uma pessoajurídica; e

â) Quaisquer outros detalhes prescritos nos termos destedecreto ou de diploma ministerial do Ministro quesuperintende no sector de energia.

2. Para além dos elementos referidos no número anterior:

a) O requerimento de licença relativa à armazenagem. àexploração de terminal de descarga ou oleodutoincluirá uma descrição das tarifas e preços a seremaplicados por cada um dos serviços a prestar pelainstalação respectiva;

b) O requerimento de licença para o exercício da actividadede distribuição incluirá:

i. Uma lista das instalações petrolíferas que orequerente pretenda usar para cada um dosprodutos petrolíferos. incluindo instalaçõespartilhadas com outras distribuidoras.detalhando:

1. A localização;

2. A capacidade;3. A propriedade da instalação; e4. A identificação das distribuidoras que

partilham as mesmas instalações. sefor o caso.

ii. Cópia de:1. Licença ou requerimento de licença

para o exercício da actividade dearmazenagem dos diferentesprodutos petrolíferos que pretendadistribuir e para efeitos deconstituição de reservas permanentesem território nacional. nos termosdeste decreto; ou

2. Contrato de armazenagem feito como proprietário dos tanques ouarmazéns respectivos. quando estesnão oertencam ao reauerente.

3. A capacidade dos tanques ou armazéns referidos noparágrafo ii da alínea b) do número 2 do presente artigo deveráser de pelo menos !O 000 metros cúbicos.

4. A entidade licenciadora deliberará sobre um pedido delicença no prazo de 30 (trinta) dias úteis. contados a partir dadata de recepção do mesmo.

ARTIGO 7

Motivos de recusa

1. A entidade Iicenciadora poderá indeferir o pedido de umalicença caso:

a) O requerente não tenha entregue a documentaçãonecessária. nos termos do presente decreto;

b) O requerente tenha propositadamente feito falsasdeclarações ou omitido informação relevante; e

c) A atribuição da licença requerida:i. Afecte ou possa vir .••afectar a existência de um

mercado de produtos petrolíferos justo ecompetitivo; ou

ii. Permita ou agrave ou possa vir a permitir ouagravar uma posição dominante dorequerente no mesmo mercado, em detrimentodo interesse público. em conformidade como artigo 24 do presente decreto.

2. No caso de não ter sido entregue toda a informaçãosolicitada. a entidade Iicenciadora poderá atribuir uma licençaprovisória. válida por um período não superior a 12 (doze) meses.na condição de a licença definitiva apenas poder ser emitidamediante apresentação de toda a informação solicitada.

3. É vedada a atribuição de uma licença a qualquer requerenteque:

a) Tenha. nos 5 anos imediatamente precedentes ao pedidode uma licença. sido sancionado por violação dasregras constantes deste decreto;

b) Não seja cidadão moçambicano nem legalmenteresidente em Moçambique ou. no caso de uma pessoajurídica, não esteja registada em Moçambique;

c) Tenha sido ou venha a ser declarada a sua falência;â) Tenha sido condenado por prática de um acto cri-

minoso; ee) Seja mentalmente incapaz por deliberação de uma

entidade competente para tal.

4. Em caso de recusa de atribuição de uma licença. a entidadelicenciadora informará o requerente por escrito sobre tal decisãoe dos motivos da recusa. no prazo estipulado no n.· 4 do artigo6 do presente decreto.

ARTIGO 8Condições das Ucenças

I. A entidade Iicenciadora poderá impor condições elimitações nas licenças. aquando da emissão das mesmasnomeadamente que:

a) O titular de uma licença deverá realizar a construção ouas actividades de exploração para as quais a licença éatribuída e as instalações respectivas deverão ficaroperacionais no período de tempo fixado; e

b) A administração de actividades afectas às instalaçõesde produção. terminais de descarga. instalações de

544--(252)

armazenagem e oleodutos, de empresas verticalmenteintegradas será efectuada com contabilidade separadae sem subsídios cruzados com outras actividadesexercidas pela mesma empresa.

2. Na concessão das licenças, a entidade licenciadora poderáaind ••estabelecer normas de operação, de segurança e ambientais.

ARTIGO 9

Validade e transmissibilidade das licenças

I. As licenças emitidas ao abrigo do presente decretopermanecem válidas enquanto:

a) O titular cumprir com as condições da licença; eb) A actividade licenciada continuar a ser exercida pelo

titular.

2. A actividade objecto de qualquer licença deve ter início noprazo não superior a 2 (dois) anos contados a partir da data daemissão. sob pena de caducidade da licença.

3. As licenças emitidas ao abrigo deste decreto, com excepçãodas licenças relativas à distribuição. são transmissíveis medianteautorização por escrito da entidade licenciadora.

ARTIGO 10

Conteúdo e modelo da licença

I. O modelo das licenças referidas no artigo 4 do presentedecreto incluirá os seguintes elementos:

a) A identificação da entidade licenciadora;b) A identificação da legislação habilitante, incluindo o

presente decreto;c) O número e data de emissão;ti) A identificação completa do titular;e) A residência ou sede social do titular;j) O nome do mandatário, no caso de o titular ser uma

pessoa jurídica;g) As actividades autorizadas a exercer;h) A identificação do produto ou produtos abrangidos pela

licença; ei) As condições, no quadro dos requisitos e limitações,

estabelecidos neste decreto e por diplomaministerial do Ministro que superintende no sectorde energia.

2. Compete ao Ministro da Energia estabelecer, por diplomaministerial, o modelo das licenças e os procedimentos detalhadosde licenciamento:

ARTIGO IIExtinção das ltcenças

I.As licenças e autorizações especiais de importação emitidosnos termos do presente decreto extinguem-se por:

a) Caducidade;b) Revogação; ec) Renúncia.

2. As licenças e autorizações especiais de importação caducamquando. decorrido o prazo da sua validade, o titular não tiverrequerido a sua renovação.

I SÉRIE-NÚMERO 51

3. Sem prejuízo do estabelecido no número seguinte, aentidade Iicenciadora poderá revogar uma licença ou autorizaçãoespecial de importação, caso o respectivo titular ou seumandatário, a entidade operadora ou sua mandatária:

a) Violé qualquer disposição do presente decreto,regulamentação subsidiária ou condição da licençarespectiva;

b) Tenha prestado falsas declarações ou informações ouomitido .informações para a obtenção da licença ouautorização especial de importação;

c) Incorra em qualquer circunstância que desqualifique otitular de receber a licença ou autorização; e

ti) Abandone as actividades objecto de licenciamento porum período superior a 90 dias.

4. A revogação a que alude o número anterior será efectuadadesde que:

a) A entidade licenciadora tenha entregue ao titular umpré-aviso com pelo menos 45 (quarenta e cinco) dias,notificando-o da intenção de revogar o títulorespectivo, indicando os fundamentos de talrevogação; e

b) Seja concedido um prazo de pelo-menos 30 (trinta) diasdurante o qual o titular possa tomar medidas para sanaro motivo da revogação ou entregar por escritoquaisquer observações relati vas à intenção derevogação.

5. A entidade licenciadora considerará as observaçõesrecebidas em virtude do estabelecido no número anterior antesde decidir se dá ou não seguimento à intenção de revogação.

6. A renúncia verifica-se quando o titular manifeste por escritoà entidade licenciadora o desejo de terminar as acti vidadesrelevantes e devolva o titulo da licença.

7. A extinção da licença ou autorização especial de importaçãoocorre sem prejuízo da obrigação do titular em cumprir com assuas responsabilidades correntes em relação ao Estado ou aterceiros.

SECÇÃO II

Registo

ARTIGO 12Vistoria de Instalações

1. Antes do início da exploração da actividade, o proprietáriodas instalações petrolíferas deve requerer às entidadescompetentes na área de energia a vistoria das instalações.

2. Feita a vistoria e verificada a conformidade com as normasaplicáveis, as entidades competentes na área de energiaefectuarão o registo das instalações.

3. Carece de registo a exploração de qualquer instalação deconsumo, veículo cisterna, posto de abastecimento, instalaçãode produção, instalação de armazenagem, terminal de descargaou oleoduto.

4. Os órgãos centrais e provinciais de energia deverãoorganizar-se.para efectuar e manter os registos nos termos destedecreto.

5. O sistema de funcionamento dos cadastros provinciais edo cadastro nacional de registo de instalações petrolíferas seráestabelecido por diploma ministerial do Ministro quesuperintende no sector de energia.

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ARTIGO 13

Pedido de vistorie de Instaleções

1. O pedido de vistoria de instalações petrolíferas deve serfeito em requerimento dirigido à entidade competente paraefectuar o registo. acompanhado dos seguintes documentos:

a) Cópia da licença do requerente para o exercício dasactividades associadas à instalação 'petrolífera quepretenda registar;

b) Cópia reconhecida de um documento assinado por umtécnico petrolífero licenciado. relativo à instalaçãorespectiva. com os detalhes construtivos e funcionaisda instalação. os produtos petrolíferos a que se destinaou que pode produzir I armazenar, manusear,armazenar. transportar por conduta. distribuir oucomercializar, conforme o caso. e uma declaraçãoem como ela está em conformidade com osregulamentos e normas técnicas 'aplicáveis;

c) Plano de gestão ambiental aprovado pela autoridadecompetente nos termos da legislação ambiental ouuma cópia autenticada da decisão de tal autoridadepermitindo a exploração da instalação; e

d) Comprovati vo do pagamento da licença.

2. A entidade Iicenciadora ordenará por escrito a qualquerpessoa envolvida numa actividade em contravenção ao prescritono artigo 12 do presente decreto:

a) A pagar a multa prescrita nos termos legais e cessar aoperação da instalação respectiva. podendo permitira sua continuação por um prazo determinado para talpessoa requer a vistoria para efeitos do registorelevante. se for justificável por interesse público; ou

b) A rectificar qualquer situação que esteja emcontravenção aos regulamentos ou normas técnicasaplicáveis no prazo indicado em tal ordem. caso ainstalação em causa seja abrangida por um registosem prejuízo do pagamento de qualquer multaprescrita nos termos legais aplicáveis.

ARTIGO 14Conteúdo e modelo do registo

1. O modelo do registo incluirá os seguintes elementos:

a) A identificação da entidade Iicenciadora;b) A identificação da legislação habilitante. incluindo o

presente decreto;c) O número e data do registo;d) O nome ou denominação do proprietário da instalação

petrolífera;e) A residência ou sede social do titular;fJ A identificação do proprietário da instalação petrolífera.

incluindo o número de registo comercial da entidadecomercial, no caso de pessoa jurídica;

g) A identificação do mandatário. no caso de o proprietárioda instalação petrolífera ser uma pessoa jurídicat

h) A identificação do operador e do respectivo mandatário.se aquele for uma pessoa jurídica;

i) A localização da instalação;j) A caracterização da instalação. incluindo:

i. A finalidade;ii. As capacidades nominais e a identificação das

partes componentes;

iii. Cada um dos produtos petrolíferos autorizadosa produzir, transportar 1 armazenar oumanipular, conforme o caso, na instalação;

k) A data de emissão de cada um dos certificados emitidospara a instalação respectiva;

I) Quaisquer condições ou restrições impostas pela entidadelicenciadora, incluindo os regulamentos e normastécnicas aplicáveis à operação da instalaçãorespectiva.

2. Uma cópia de cada um dos certificados emitidos para ainstalação respectiva será anexada ao seu registo.

ARTIGO 15

Alteração do registo

1. O proprietário de uma instalação deve comunicar por escritoà entidade Iicenciadora, no prazo de 15 (quinze) dias úteis aocorrência de factos que originem qualquer alteração noselementos do registo. requerendo o respectivo averbamento'.

2. Carece de averbamento:

a) A transmissão. a qualquer tftulo, da propriedade;b) A mudança da entidade operadora e do respectivo técnico

responsável;c) Qualquer alteração do tipo de produto ou produtos

petrolíferos autorizados .pelo registo respectivo;d) Qualquer alteração substancial da instalação.

nomeadamente:

i. Uma alteração da capacidade;

ii. Uma alteração que. de qualquer forma. possaafectar as condições de funcionamento ouoperação da instalação. incluindo asubstituição ou reparação de tubagens.reservatórios, bombas ou elementosestruturais.

e) A suspensão de actividade ou operação por prazosuperior a um (I) ano;

3. Em caso de cessação da actividade ou da exploração dainstalação, a comunicação referida no número anterior incluiráum pedido de cancelamento da licença ou registo. conforme ocaso.

4. A entidade licenciadora poderá efectuar o averbamento doregisto respectivo. a pedido do titular. se:

a) A alteração solicitada não violar qualquer dos termos econdições estabelecidos;

b) O pedido de averbamento for acompanhado de umdocumento emitido por um técnico petrolíferolicenciado confirmando que tal alteração está emconformidade com os regulamentos e normas técnicasaplicáveis, no caso de uma alteração substancial oualteração do tipo de produtos afectos à instalação;

c) O requerente apresentar prova de pagamento da taxa deaverbamento estabelecida nos termos deste decreto.

ARTIGO 16Validade e transmissibilidade do registo

1. Os registos emitidos ao abrigo do presente decretopermanecem válidos enquanto:

a) O titular cumprir com as condições do registo;b) A instalação petrolífera se mantiver em funciona-

mento; e

544-(254) ISÉRIE-NÚMER051

c) Existir um certificado válido para a instalação petrolíferarespectiva.

2. O titular de um registo deve assegurar a inspecção periódicada instalação petrolífera, devendo submeter uma c6pia docertificado respectivo à entidade Iicenciadora para anexar aoregisto respectivo, antes de terminado o prazo de validade docertificado vigente.

ARTIGO 17Armazenagem, depósito, entregll e transferências

I. A armazenagem de produtos petrolíferos apenas serápermitida numa instalação petrolífera apropriada e emconformidade com o estabelecido no presente decreto.

2. O depósito de produtos petrolfferos por qualquer pessoacarece de autorização da entidade competente e deve obedeceràs normas técnicas e regulamentos de segurança em vigor.

3. A entrega de produtos petrolíferos a uma instalaçãopetroHfera será permitida apenas se:

a) Tiver sido efectuado um registo para a exploração detal instalação, nos termos do presente decreto; e

b) A entidade que efectua a entrega inscrever o número deregisto de tal instalação num suporte permanente e omantenha.

4. A transferência de produtos petrolíferos entre quaisquerinstalações petrolíferas, incluindo veículos cisterna, deverá serexecutada com estrita observância das normas técnicas e desegurança, devendo ser imediatamente suspensa caso seconsidere ou se detecte a iminência de ocorrência de uma situaçãoque perigue a segurança das pessoas, do meio ambiente ou dospróprios equipamentos, ou contaminação do pr6prio produto.

SECÇÃO III

Taxas

ARTIGO 18

Tipos de taxa.

1. É devido o pagamento de taxas pelos seguintes actos:

a) A emissão das licenças e registos;b) Os averbamentos nas licenças e registos;c) A emissão de duplicado de licençaou registo;ti) A emissão de licença de técnico petrolífero, averbamenltl

e duplicado; ee) A vistoria das instalações petrolíferas.

2. Para além das taxas referidas no número I do presenteartigo, é devida uma taxa de incentivo geográfico, nos termosdo presente decreto.

ARTIGO 19

Valor das taxas

I. A emissão de licença de produção, armazenagem, terminalde descarga e de oleoduto, está sujeita ao pagamento de umataxa no valor de 250.000,00 MTn.

2. A emissão de licença de distribuição está sujeita aopagamento de uma taxa no valor de 350.000,00 MTn.

3. A emissão de licença de retalho para o exercício deacti vidades em posto de abastecimento está sujeita ao pagamentode uma taxa no valor de 15.000,00 MTn.

4. A vistoria às instalações petrolfferas está sujeita aopagamento de uma taxa no valor de 6.000,00 MTn para efeitosde remuneração aos peritos que integrarem a equipe de vistoria

5. A emissão de licença de técnico petrolífero está sujeita aopagamento de uma taxa no valor de 1.000,OOMTn.

6. O valor da taxa de incentivo geográfico é de1.500.000,OOMTn.

7. O valor da taxa de registo, averbamento e duplicado é de1.000,00 MTn.

8. A actividade de produção de biocombustíveis fica isentado pagamento das taxas de licenciamento bem como das vistoriasás suas instalações.

9. Os Ministros da Energia e das Finanças definirão omomento a partir do qual será exigido o pagamento das taxasreferidas no número anterior, tendo em conta a evolução destaactividade no país,

10. Os montantes das taxas previstas no presente artigopoderão ser alterados por diploma ministerial conjunto dosMinistros da Energia e das Finanças, tendo em conta enire outrosfactores, a alteração das circunstâncias económicas, a evoluçãoda concentração geográfica das estruturas do mercado decombustíveis líquidos -,

11. Os valores das taxas referidas nos n.~ 1,2, 3,4, 5, 6 e 7do presente artigo, deverão ser entregues na totalidade, por meiode Guia Modelo "B", nà Recebedoria de Fazenda da área fiscalrespectiva, no mês seguinte ao da sua cobrança, pela entidadelicenciadora.

ARTlG020

Incentivo geográfico

I. A taxa de incentivo geográfico é devida no acto da vistoria,para efeitos do registo das instalações e equipamentospetrolíferos em qualquer posto de abastecimento de combustíveislocalizado na zona A.

2. Para além dos valores obtidos em conformidade 'com onúmero anterior, constituem ainda receitas para o incentivogeográfico o montante correspondente a 5% da taxa sobrecombustíveis. incidente sobre o gas61eo e a gasolina.

3. A taxa de incentivo geográfico não é devida quando otitular da instalação tenha um número de registos de postos deabastecimento localizados nas zonas B e C igualou superior aonúmero de registos de postos de abastecimento localizados nazonaA.

4. Para efeitos de aplicação do número Ideste artigo entende--se por:

a) Zona A:i. As circunscrições territoriais das Cidades de

Maputo, Matola e Beira;ii. As faixas ao longo da estrada nacional n° 4, até

500 metros do eixo da mesma;b) Zona B: Todas as áreas do territ6rio nacional que não

sejam designadas Zona A ou C;c) Zona C: As áreas fora de quaisquer centros urbanos com

categoria de cidade, em distritos com dificuldades deabastecimento em combustíveis líquidos; e

ti) Outras áreas para as zonas referidas neste artigo, serãoestabelecidas por Diploma Ministerial do Ministroda Energia, o qual poderá ser alterado uma vez porano, entrando em vigor 90 dias após a sua publicação.

ARTIGo2!

Apolo financeiro à expansio do acesso 8 combusUvelslíquidos

1 O incentivo geográfico destina-se a apoiar a expansãogeográfica do acesso a combustíveis líquidos.

26 DE DEZEMBRO DE 2006 544--(255)

2. Os projectos de investimento elegfveis para este apoiofinanceiro são os que envolvem:

a) A construção de postos de abastecimento na zona C.desde que não exista nenhum posto de abastecimentooperacional num raio de lOOKm do local previsto;

b) A reabilitação das infra-estruturas referidas na alfneaa). que estejam inoperacionais há mais de 3 (três) anosno momento da recepção da candidatura do requerentepara financiamento respectivo; e

c) A construção de instalações de armazenagem comcapacidade superior a 60 toneladas de GPL a granel.ou de terminais de recepção de GPL. localizadas ouligadas aos terminais de distribuição de Maputo. Beirae Nacala, ou em outras áreas que sejam definidas pordiploma ministerial do Ministro que superintende naárea de energia.

3. Os apoios financeiros a conceder revestem a forma deincentivos monetários não reembolsáveis.

4. O apoio referido no número anterior vigorará até ao finalde 2012. podendo ser prorrogado por diploma ministerial doMinistro da Energia.

ARTIGO 22

Comlsslo de acompanhamento.

1. Para permitir o acompanhamento do apoio financeiro doreferido no artigo 23 do presente decreto. o Ministro da Energiapoderá criar uma comissão que integra um representante dasassociações distribuidoras e outro da associação de retalhistas.

2. Esta Comissão terá como actividades acompanhar osprogressos realizados na prossecução do objectivo deste apoiofinanceiro e/ou propor medidas que permitam melhorar e acelerara realização dos objectivos preconizados no artigo 23 do presentedecreto.

ARTIGO 23

oestino das receita. do Incentivo geográfico e da taxada vi.torla à. In.talaçOes

1. O montante da taxa do incentivo geográfico entregue naRecebedoria de Fazenda é destinado ao Fundo de Energia(FUNAE) para apoiar a expansão geográfica do acesso acombustíveis 1fquidos.

2. O valor da taxa de vistoria às instalações referido no n.· 4do artigo 19 do presente Decreto. terá a seguinte distribuição:

a) 40% para o Orçamento do Estado; e

b) 60% para a distribuição equitativa pelos peritos queintegrarem a equipe de vistoria às instalações.

SECÇÃO IV

Transacções sobre lr'Jstala~s e equipamentos petrolíferos

ARTIGO 24

Venda ou allenaçlo de In.talaçile. e equIpamento.petroJ[feros

I. A transferência da propriedade de instalações petro1fferasque resultem da venda ou alienação das mesmas ou da realizaçãode quaisquer acordos comerciais. fusões ou quaisquer outrastransacções entre duas ou mais entidades. carece de uma

2. A autorização referida no número anterior será concedidase. depois de consideradas as participações das partes envolvidasno mercado de produtos petrolfferos e a partilha deste mercadoassociada às instalações e equipamentos em causa, se verificarque. como resultado directo da transferência respectiva. nenhumadas partes envolvidas:

a) Obtém ou poderá vir a obter mais de 30% do mercadonacional de produtos petrolfferos; ou

b) Aumenta ou poderá vir a aumentar a sua partilha domercado nacional de produtos petrolfferos caso jádetenha mais de 30%.

3. Não obstante o disposto neste artigo. as distribuidoraspoderão investir em novas instalações e equipamentospetro1fferos e na ampliação e reparação das existentes. de suapropriedade. mesmo que obtenham deste modo uma participaçãono mercado nacional de produtos petro1fferos superior a 30%.

ARTIGO 25Transferência de licenças ou de bens Imobiliários

1. A transferência de um bem imobiliário não dará direito aobeneficiário de explorar uma instalação petro1ffera que se situenos limites do bem respectivo e que necessite de um registo deexploração nos termos deste decreto. salvo se o registorespectivo tiver sido validamente transferido por averbamento.

2. Antes da transferência do titulo de propriedade de um bemimobiliário onde se situe qualquer instalação petrolffera quenão estejá em uso. o proprietário de tal bem tomará as medidasprescritas nos artigos 15 e 72. a não ser que o beneficiário datransferência assuma por escrito a responsabilidade por quaisquermedidas suplementares necessárias. num formato aprovado pelaentidade licenciadora.

3. No caso de aprovação da transferência de um registo deexploração. no. momento da transferência. o cedente entregaráao beneficiário da transferência:

a) Um registo de todos os testes. certificados de inspecçãoe outros requisitos nos termos da regulamentação deoperação aplicável; e

b) Uma cópia das ordens emitidas pela entidadelicenciadora, em conformidade com este decreto eregulamentação subsidiária e que ainda não tenhamsido cumpridas.

ARTIGO 26Acesso de terceiros a InstslaçOes petrolíferas

1. Qualquer titular de licença de distribuição. de terminal dedescarga. de armazenagem ou de oleoduto. tem a obrigação dereceber, expedir. manusear. armazenar. misturar, ou conduzir.sem discriíninação e em termos comerciais aceitáveis. produtospetrolíferos de terceiros, nas suas instalações petrolíferas dearmazenagem. de terminal de descarga ou de oleoduto. contantoque:

a) Haja capacidade disponfvel na instalação petrolífera emcausa; e

b) Não haja problemas técnicos insuperáveis que excluamo uso de tal instalação petrolífera para satisfazer opedido de terceiros. .

2. Se a capacidade disponfvel na instalação petrolíf '·,1 emcausa. dimensões ou rota de oleoduto. for insuficiei. oara

544-(256) I SÉRIE-NÚMERO 51

obrigados a efectuar a modificação da instalação para que, emtermos comercialmente aceitáveis, os pedidos de terceirospossam ser satisfeitos, contanto que: •

a) Tal alteração não cause um efeito adverso sobre aintegridade técnica ou a operação segura da instalaçãopetrolífera; e

b) Os terceiros tenham assegurados fundos suficientes parasuportar os custos da alteração requerida.

3. O Ministro da Energia poderá dispensar o cumprimento daobrigação prevista no número anterior por parte do titular delicença de distribuição, de terminal de descarga, de armazenagemou de oleoduto, conforme o caso, se aquele tiver feito esforçosrazoáveis para satisfazer o pedido de terceiros e provar não serpossível receber, enviar, manusear, armazenar, misturar, ouconduzir os produtos petrolfferos de terceiros ou efectuar aalteração solicitada da instalação petrolífera.

4. As tarifas de .recepção. envio, manuseamento.armazenagem. mistura, ou condução serão negociadas em termoscomerciais aceitáveis para efeitos de acesso a terceiros àsinstalações petrolíferas. usando-se para tal efeito padrõesaplicáveis na indústria de produtos petrolíferos.

5. As negociações com vista a permitir o acesso de terceiros ainstalações petrolíferas referidas neste artigo, bem como para asalterações pretendidas por terceiros devem ser conduzidas deboa-fé.

6. Os titulares de licença de distribuição. de terminal dedescarga. de.armazenagem ou de oleoduto devem disponibilizaraos terceiros interessados. em termos não discriminatórios, osdados históricos relevantes sobre a instalação petrolífera emcausa a fim de facilitar as negociações de termos comerciaisaceitáveis.

T, Se. no prazo de 6 (seis) meses após a notificação do pedidode acesso à instalação petrolífera ou de aumento da capacidade'respectiva, as partes não chegarem a acordo sobre os termoscomerciais ou operacionais que assegurem o acesso pretendido,a questão, dependendo dos termos do contrato, pode sersubmetida para resolução:

a) A uma comissão independente;b) A arbitragem; ouc) Às autoridades judiciais competentes.

sECÇÃov

Trânsitos e bunkers

AJlTIG027

Exercicio da actividade de bunker

1. As entidades licenciadas para exercer a actividade dedistribuição ou de armazenagem de produtos petrolíferos poderãoprestaros serviços de bunkers e de trânsito internacional dessesprodutos.

2. As entidades não sedeadas no País. que pretendamdesenvolver a partir de Moçambique, actividades de bunkers ànavegação internacional de produtos por si colocados no Paísou adquiridos em moeda externa exclusivamente para esse fim,e de fazer transitar esses produtos de e para os países vizinhos.deverão fazê-lo através das entidades licenciadas, nos termosdo presente decreto.

ARTIGO 28

Tarifas, termos e condlçõ ••

1.As tarifas, OS termos e as condições de prestação dos serviços

serão justos e competitivos e não discriminatórios oupreferenciais, tendo em conta as modalidades e níveis praticadosinternacionalmente e em especial na região da Africa Austral.

2. O Ministério da Energia poderá solicitar às entidadeslicenciadas informações sobre as tarifas, os termos e as condiçõesreferidas no número anterior.

3. Os titulares de licença de distribuição ou de armazenagemdeverão obedecer ao previsto no Regulamento Específico paraos Armazéns designados para Produtos Petrolíferos, aprovadopelo Diploma Ministerial n° 1312002, de 30 de Janeiro.

4. As entidades que efectuam bunkers e serviços de trânsitointernacional obedecerão ao estabelecido na legislação aduaneiraaplicável.

CAPITULO III

Aprovisionamento de combustíveis líquidosao mercado nacional.

sECÇÃoI

Princípios gerais de aprovisionamento

AImG029

Produtos sbrangldos

1. Com a finalidade de obter economias de escala, a aquisiçãodos produtos a seguir discriminados, efectuar-se-ã através dosserviços de agenciamento de uma única entidade denominadaoperadora de aquisições. nos termos do presente decreto:

a) Gases de Petróleo Liquefeito (GPL);b) Gasolinas automóveis;

c) Petróleo de aviação e petróleo de iluminação; eáJ Gasóleo .

2. A lista de produtos refetidos no número anterior, poderáser alterada, sempre que tal for julgado conveniente. por diplomaministerial do Ministro da Energia.

3. O aprovisionamento em produtos petrolíferos ao mercadonacional far-se-ã em primeiro lugar com recurso aos produtosde produção local, desde que:

a) Estejam em conformidade com as característicasestabelecidas nas especificações aplicáveis;

b) Estejam disponíveis localmente;c) Os seus preços sejam estabelecidos em regime de livre

concorrência com os preços de produtos equivalentesobtidos no mercado internacional, devendo noentanto. haver um mecanismo que assegure acontinuidade de produção loealnos casos em que estesnão forem competitivos; e

d) O mecanismo a que se refere na alínea anterior serádefinido por diploma ministerial conjunto dosMinistros da Energia e das Finanças.

4. Só após esgotada a possibilidade referida no númeroanterior se fará recurso aos produtos petrolíferos importados.

5. Qualquer situação de acordo escrito ou tácito entreparticipantes no mercado de aprovisionamento de produtospetrolíferos para consumo nacional ou de uso de posiçãodominante no mercado para obtenção de margensoperacionais acima das que resultariam de uma situação demercado concorrencial ou que tenha como resultado aobstrução da concorrência ou a sua redução. nos processosrelacionados com ~ aquisição dos produtos petrolíferos, éinterdita e será punida nos termos do presente decreto e

26 DE DEZEMBRO DE 2006

ARTIGO 30

544--(257)

Biocombustíveis

1. Os produtores locais de biocornbustíveis destinados a serincorporados em produtos petrolíferos. 'entregarão estesbiocombustíveis, exclusivamente a titulares de licenças deprodução ou de distribuição, observando o disposto no número1do artigo anterior, os quais procederão à introdução no mercadonacional do produto misturado.

2. Os produtores de biocombustíveis manterão em arquivocomprovativos das características do seu produto emitidospor laborutórios acreditados ou por outras entidadesreconhecidas por uma entidade competente. disponíveis aopúblico, e cujas cópias serão entregues a qualquer pessoa que assolicite.

ARTIGO 31

Dispensa de entrega de biocombustíveis aosprodutores e distribuidores

1. São dispensados do estabelecido no n" 1 do artigo 30, osprodutores de biocombustíveis que:

a) Em qualquer momento, obtenham uma produçãomáxima nos 12 (doze) meses imediatamenteprecedentes, inferior a 3000 melros cúbicos debiocombustíveis; e

b) Sejam reconhecidos como tal por acto administrativoconjunto dos Directores Provinciais da Energia e dasFinanças. na província relevante.

2. Os produtores de biocombustíveis referidos no n° 1 dopresente artigo devem comunicar aos órgãos provinciais. quesuperintendem nas áreas de energia e das finanças, com aperiodicidade que for solicitada, as quantidades debiocombustíveis produzidos bem como a identificação doscompradores respecti vos e das quantidades entregues a cada umdestes.

3. Os produtores de biocombustíveis referidos no n° I dopresente artigo apenas poderão entregar a sua produçãode biocombustíveis destinados a uso em motores decombustão interna. a consumidores finais e mediantecontrato em que constem expressamente as características doproduto. em conformidade com especificações técnicasaplicáveis para biocombustíveis, aprovadas pelo Ministro daEnergia.

SECÇÃO II'

Importações

ARHG032

Princípios gerais de Importação

l. A importação de combustíveis líquidos e de quaisquerprodutos petrolíferos utilizando donativos ou créditosgovernamentais obedecerá ao prescrito no n." I do artigo 29 dopresente decreto.

2. As entidades que, para efeitos de importação, usem osserviços da operadora de aquisições. serão consideradasimportadoras dos produtos respectivos para todos os efeitos

3. É interdita:

li) A importação, exportação e reexportação decombustíveis líquidos por entidades que não sejamtitulares de uma licença de distribuição ou deprodução nos termos do presente decreto; e

h) A importação de biocombustíveis no estado puro, ouem mistura com outros combustíveis.

4. Não carecem de autorização de importação as provisõesnormais de carburantes e óleos lubrificantes dos meios detransporte que atravessem as fronteiras.

ARTIGO 33

Autorizações especiais de Importação

I. Poderão ser concedidas autorizações especiais deimportação a entidades que não possuam licença de distribuição.para importações destinadas ao consumo exclusivo da entidadeimportadora.

2. Estas autorizações serão concedidas apenas para osseguintes produtos:

a) Gasolinas de aviação; eb) Asfalto e outros produtos betuminosos.

3. Compete ao Ministério da Energia instruir os processos deautorizações especiais de importação.

4. As autorizações especiais de importação serão emitidaspor produto e incluirão os mesmos elementos das licençasreferidas no artigo 10 do presente decreto.

5. O requerimento para obtenção de autorização especial deimportação incluirá:

a) A identificação completa do requerente e comprovaçãode domicílio em território nacional;

b) A natureza e quantidade do produto a importar, o períododurante O qual se farão as importações e por quaispostos de fronteira;

c) Documentos que permitam estabelecer:i. A capacidade jurídica do requerente;

ii. Que o produto a importar obedece aespecificações técnicas apropriadas;

iii. Que o requerente:l. Está licenciado para o exercício em

território nacional da actividadeconsumidora do produto a importare que a quantidade pretendidacorresponde à dimensão destaacti vidade;

2. Possui condições para armazenageme manuseamento desse produto.

iv. Que os preços. termos e condições são justos ecompetitivos face aos preços, termos econdições oferecidos pelas distribuidoraslicenciadas.

ARTIGO 34

Formalidades

As entidades autorizadas a importar produtos petrolíferos nostermos do presente decreto. cumprirão com os trâmites de registode importador e demais procedimentos legais relativamente àsimportações para o período e quantidade de produto mencionado

544--(258) I SÉRIE-NÚMERO 51

SECÇÃOIll

Operadora de Aquisições de Combustíveis Liquidos

ARTIGO 35

Prlnciplos gerais da operadora de aquisições

I.A Operadora de Aquisições de Combustíveis Líquidos seráuma pessoa colectiva, dotada de personalidade jurídica,autonomia financeira e patrimonial, participada pelasdistribuidoras autorizadas a operar no mercado nacional,

2. Será sempre salvaguardada a participação, na Operadorade Aquisições, de novas entidades detentoras de licença dedistribuição.

3. Fica vedado à Operadora de Aquisições:

a) O exercício da actividade de produção, distribuição oucomercialização de produtos petrolíferos;

b) Ter participações em qualquer tipo de sociedade civilou comercial, realizar aplicações ou assumircompromissos finãnceiros que não respeitemdirectamente às suas atribuições; e

c) Contratar ou manter nos seus cargos de direcção, chefiaou decisão, indivíduos que tenham qualquer tipo derelação contratual com, ou participações em, empresasde petróleo, fornecedoras de produtos petrolíferos, ouentidades intermediárias de fais produtos, suassubsidiárias ou afiliadas.

4. A direcção da Operadora de Aquisições será exercida porindivíduos devidamente qualificados e de reconhecidaexperiência em matéria de procuremeut de produtos petrolíferos,contratados através de concurso público, em que será dadapreferência a candidatos de nacionalidade moçambicana.

5. O candidato seleccionado deverá ser homologado peloministro que superintende no sector de energia

ARTIGO 36

EstatutosI. Os estatutos incluindo as revisões da sociedade licenciada

como Operadora de Aquisições de Combustíveis Líquidos,carecem de aprovação do Ministro da Energia e conformar-se--ão com as disposições do presente decreto.

2. Os actuais estatutos da Operadora de Aquisições deverãoser revistos no prazo de 90 (noventa) dias, contados a partir 'dadata de entrada em vigor do presente decreto.

ARTIGO 37

Atribuições da operadora de aquisições

l.Com a finalidade de assegurar o abastecimento regular deprodutos petrol íferos ao País, nas melhores condiçõeseconómicas. a Operadora de Aquisições deve:

ti) Elaborar os planos de aquisição e suas propostas derevisão;

b) Mobilizar os fundos necessários para cumprimento dosprogramas de aquisição. em coordenação com aComissão de Aquisição de Combustíveis Líquidos;

c) Preparar os cadernos de encargos, lançar os concursos,avaliar as propostas, propor a selecção dosfornecedores, negociar e assinar os contratos para aintermediação financeira das aquisições, sobsupervisão da CACL, nos termos do presente decreto;

ti) Negociaras termos de utilização dos fundos em moedaexterna para pagamento das importações. as cartasde crédito. garantias bancárias e outras operações•....••.•••,::•.; .••••.•••. " •••· •.•1•.; .• .,. •..•'••. '•. ,<: ;'n•..•{'\rt~,.i"ípc,:.

e) Negociar e contratar os serviços de agentes. operadoresde- transportes e manuseamento de produtospetrolíferos, de seguradoras, inspectores edespachantes e de quaisquer outras entidades cujaintervenção seja necessária;

j) Confirmar os embarques e assegurar todas as acções eacompanhamento, desde o ponto de origem até àentrada dos produtos em armazém, procedendo àsnotificações. avisos e reclamações que se impuseremem cada caso;

g) Efectuar a coordenação entre as distribuidoras; e:

i. As instituições financeiras para efeitos dospagamentos devidos pelas importações;

ii. As Alfândegas para -rodos os trâmites rela-danados com os despachos dos produtos eos pagamentos das imposições aduaneirasdevidas; .

iii. Quaisquer outras entidades intervenientes nosprocessos de aquisição para articulação dasrespectivas acções e pagamentos inerentes.

2. À Operadora de Aquisições cabe ainda:

a) Pesquisar sistematicamente os mercados nacionais einternacionais por forma a manter informaçõescompletas e actualizadas sobre os preçosinternacionais e .outros elementos relativos aofornecimento de produtos petrolíferos, em termosactuais e prospectivas e sobre todos os potenciaisfornecedores;

b) Obter periodicamente das distribuidoras as informaçõesnecessárias para comprovar as suas quotas de mercadoe possíveis necessidades adicionais; e

c) Recolher, compilar e divulgar periodicamente os dadosestatísticos específicos respeitantes às aquisições ecomercialização por parte de cada distribuidora esobre os preços internacionais.

3. A Operadora de Aquisições coordenará as aquisições dosmontantes em moeda externa que as distribuidoras necessitarempara o pagamento das facturas de importação relevantes. juntodo banco ou bancos seleccionados para efectuar a intermediaçãofinanceira das importações de combustíveis líquidos", ou juntodo operador do sindicato bancário respectivo.

ARTIGO 38

Pagamentos

1. As distribuidoras são responsáveis pelo pagamento, naproporção das quantidades de produtos efectivamente recebidos,do custo dos produtos e de outras despesas com a aquisição,incluindo as que ocorrem desde os desembarques à entrada dosprodutos em armazém e as obrigações aduaneiras.

2. A Operadora de Aquisições poderá cobrar às distribuidorasuma comissão destinada a cobrir despesas de funcionamento eassegurar uma reposição dos investimentos realizados,necessários para o desempenho das suas atribuições, nos termosdo presente decreto.

SECÇÃO IVComissão de Aquisição de Combustíveis Líquidos (CACL)

ARTIGO 39Objecllvo$ da CACL

1. A Comissão de Aquisição de Combustíveis Líquidos.abreviadamente designada por CACL, tem como objectivoassegurar a transparência e competitividade nos processos deaquisição de:

a) Combustíveis líquidos; e

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b) Quaisquer produtos petrolíferos, utilizando donativosou créditos governamentais.

2. A CACL será constituída por 7 (sete) membros nomeadospelo Ministro que tutela o sector de energia. incluindo:

a) Dois funcionários do Ministério que tutela o sector deenergia. dos quais um será o Presidente e o outro oSecretário Executi vo;

b) Um representante do Ministério que tutela o sector decomércio. indicado pelo respectivo Ministro;

c) Um representante do Ministério das 'Finanças, indicadopelo respectivo Ministro;

tE) Um representante do Ministério que tutela o sector detransportes, indicado pelo respectivo Ministro;

e) Um representante do Ministério que tutela o sector deplanificação e desenvolvimento, indicado pelorespectivo Ministro; e

fJ Um representante do Banco de Moçambique, indicadopelo respectivo Governador.

3. Constitui quorum para tomada de decisões pela CACL oPresidente, ou o membro em quem este delegue competênciapara o substituir na sua ausência, mais dois membros.

4. Têm assento nas sessões da CACL, com voz consultivaapenas:

li) Um representante da Operadora de Aquisições;

b) Um representante das distribuidoras a operar no País,através da associação respectiva, apenas nasdiscussões de assuntos relacionados com aintermediação financeira de produtos petrolíferos; e

c) Quaisquer pessoas de comprovados conhecimentostécnicos na área de combustíveis que o Presidente daCACL convide a participar nos seus encontros ou apronunciar-se sobre assuntosespecíficos, sempre queconsiderar necessário ou conveniente.

5. A CACL criará e manterá um registo de actas de todas assl;las sessões de trabalho, assinadas por todos os membrospresentes, onde constará, para cada sessão, a lista de presenças,a agenda, as discussõeshavidas, deliberações e ainda quaisquerobservações ou comentários relevantes que qualquer membropretenda incorporar.

6. A CACL regulará osseustrabalhos do modo que considerarmais apropriado.

7. O Ministério da Energia providenciani instalações eserviços de secretariado à CACL, através deum SecretárioExecutivo e um Secretário Administrativo.

ARTIGO 40Atribuições e competências

1. Cabe à CACL, no âmbito dos processos de aquisições:a) Apreciar e supervisionar os programas de aquisições da

Operadora de Aquisições;b) Apoiar a mobilização dos fundos em moeda externa,

necessários para a realização dos programas deimportação;

c) Rever os processos de aquisição propostos pelaOperadora de Aquisições a fim de verificar a suaconformidade com os termos e condições do presente.rlp:rrpJ()'

d) Sancionar as propostas de selecção de fornecedores deprodutos petrolíferos submetidas pela Operadora deAquisições;

e) Verificar a conformidade dos preços de importação comos preços em vigor no mercado internacional;

f) Supervisionar a negociação e execução dos contratos defornecimento de produtos petrolíferos e deintermediação financeira das aquisições, emcoordenação com as entidades competentes;

g) Rever os processos de selecção das entidades envolvidasna intermediação financeira dos processos deaquisições. propostos pela Operadora de Aquisições,a fim de verificar a sua conformidade com os termose condições do presente decreto;

Iz) Emitir instruções relativas às actividades da Operadorade Aquisições, no âmbito deste decreto; e

i) Realizar outras tarefas que lhes sejam atribuídas peloMinistro que tutela o sector de energia, no âmbitodeste decreto.

2. Em particular compete à CACL, no âmbito dos concursospúblicos de selecção dos fornecedores de combustíveis líquidose das entidades de intermediação financeira das importaçõesrespecti vas, e em coordenação com a Operadora de:Aquisições:

a) Analisar, solicitar as alterações julgadas convenientes eaprovar o anúncio ou a lista de concorrentes acontactar e os modelos de documentos do concursopropostos pela Operadora de Aquisições;

b) Fazer-se representar na sessão de abertura das propostas;

c) Analisar os relatórios d~ avaliação e aprovar ou rejeitar,se entender que a proposta de adjudicação éinconsistente com o estipulado nosprocedimentos deconcurso público previstos no presente decreto, aproposta de adjudicação feita pela Operadora deAquisições, fundamentando os motivos de rejeição,se for o caso;

d). Solicitar e rever outros documentos, incluindo aspropostas dos concorrentes; e

e) Consultar as entidades cujo parecer seja consideradonecessário.

3. Nos assuntos relacionados com os processos de selecçãodas entidades de intermediação financeira para as importaçõesa CACL solicitará o parecer do Banco de Moçambique.

4. A CACL poderá emitir uma declaração de não elegibilidadepara o fornecimento dos produtos ou prestação de serviçosprevistos no presente decreto, onde constarão o nome e endereçoda entidade visada, o prazo de vigência da interdição, que poderáser indefinido. e os motivos da interdição, caso seja constatadoque tal entidade violou os termos e condições de qualquercontrato para o fornecimento de tais produtos ou serviços, ou seenvolveu directamente ou através de um agente, numcomportamento corrupto ou fraudulento, de conluio ou coerçãona apresentação de.uma proposta ou execução de um contratopara o fornecimento de tais produtos ou serviços.

544--(260) I SÉRIE NÚMERO 51

SECÇÃO V

Intermediação financeira das importações

ARTIG041

Princípios gerais

I. A intermediação financeira das importações agenciadaspela Operadora de Aquisições será efectuada mediante um oumais contratos relevantes, com um prazo máximo de valídadede 12 (doze) meses, ou outro prazo a ser aprovado pela CACL,com uma ou mais instituições financeiras seleccionadas porconcurso público periódico.

2. Serão convidadas a participar neste concurso todas asinstituições financeiras autorizadas a operar em Moçambique.

3. Em situações de emergência, para se evitar rupturas deexistências, podem ser contratados pela Operadora deAquisições, os serviços de uma ou mais instituições deintermediação financeira, para um embarque de produtos apenas,correspondente a não mais de um mês de consumo do produtoou produtos respectivos, por negociação directa, sendo aadjudicação respectiva sujeita ã aprovação pela CACL:

4. Os documentos de concurso fornecerão toda a informaçãonecessária, que permita a um eventual concorrente preparar asua proposta.

5. Os critérios para avaliação das propostas e selecção doconcorrente preferido serão claramente expostos nas instruçõesaos concorrentes, que incluirão também I) modelo de contrato aassinar.

6. Das instruções aos concorrentes e modelo de contratoconstarão cláusulas de desencorajamemo de comportamentoscorruptos e fraudulentos, de coerção ou conluio,

ARTIGO 42Elegtbllldade

I. São elegíveis para efectuar a intermediação linanceira dasaquisições de combustíveis líquidos quaisquer instituiçõesfinanceiras autorizadas a operar em Moçambique,individualmente ou associadas em sindicato bancário, podendoincluir instituições financeiras internacionais idóneas. desdeque:

a) Detenham individual ou colectivamente, mais de 45%do valor lotai de depósitos em moeda nacional, nomês anterior ao do lançamento do concurso referidono artigo anterior;

b) Apresentem com a respectiva proposta uma declaraçãode elegibilidade emitida pelo Banco de Moçambique,para efectuar a intermediação financeira solicitada.

2. A declaração de elegibilidade referida no número anteriorserá emitida pelo Banco de Moçambique a favor de qualquerinstituição financeira ou sindicato bancário que pretenda forneceros serviços previstos nopresente decreto tendo em conta critériosde elegibilidade estabelecidos na regulamentação aplicável.

SECÇÃO VI

Selecção dos fornecedores

ARTIGO 43Contratos de fornecimento

I. A aquisição dos produtos referidos no artigo 29 do presentedecreto, efectuar-se-ã mediante contratos de fornecimento. paraperíodos não superiores a 12 meses, ou outro período a seraprovado pela CACL. adjudicados de acordo com procedimentosde concurso púbico internacional.

2. A aquisição de quaisquer produtos petrolíferos, utilizandodonativos ou créditos governamentais, rege-se pelo disposto nonúmero anterior.

. 3. O con~urso público internacional tem como objectivofornecer a todos os potenciais fornecedores de produtospetrolíferos uma notificação adequada. com antecedênciarazoável, sobre as exigências da entidade importadora, bemcomo dar-lhes a oportunidade de concorrer em igualdade decircunstâncias para o seu fornecimento.

4. Poderão participar no fornecimento dos produtos previstosneste capítulo quaisquer entidades que não sejam visadas poruma declaração de não elegibilidade, em vigor, emitida pelaCACL nos termos deste decreto.

ARTIGO 44

Anúncio de concurso

I. Um anúncio de concurso será publicado em pelo menosum jornal de circulação internacional com pelo menos 15(quinze) dias de antecedência sobre a data limite de recepçãodas propostas.

2. Em casos de emergência. para se evitar roturas deexistências, podem ser efectuadas aquisições, com dispensa doanúncio de concurso, devendo haver, em seu lugar, o envio dosdocumentos de concurso a pelo menos 6 (seis) concorrentes deuma lista previamente acordada com a CACL.

3. As entidades que detenham em armazenagem emMoçambique combustíveis líquidos cujas característicasobedeçam às especificações em vigor nos termos deste decreto,destinados a trânsito para os países vizinhos, poderão concorrerpara o fornecimento desses produtos ao mercado nacional. nostermos do número anterior.

4. Nos casos previstos no número anterior, para efeitos dedeterminação dos preços CIP, a data de embarque dos produtosserá a substituída pelo mês imediatamente anterior ao da datado documento 'de transacção pelo qual estes produtos passam apropriedade de qualquer titular de uma licença de distribuiçãoou de produção, sendo usada a média mensal respectiva dospreços relevantes.

ARTIGO 45

.Documentos de concurso

1. Os documentos de concurso fornecerão toda a informaçãonecessária que permita a um eventual concorrente preparar asua proposta.

2. Os critérios para avaliação das propostas e selecção doconcorrente preferido serão claramente expostos nas instruçõesaos concorrentes. que incluirão também o modelo de contrato aassinar.

3. Das instruções aos concorrentes e modelo de contratoconstarão cláusulas de desencorajamento de comportamentoscorruptos e fraudulentos, de coerção ou conluio.

ARTIGO 46

Revisão pela CACL

Os modelos de documentos de concurso, as propostas deadjudicação e os contratos com os fornecedores serão revistospeia CACL, que efectuará também o acompanhamento daexecução dos contratos respectivos, nos termos deste decreto.

CAPíTULO IV

Regime aduaneiroARTIGO 47

Obrigações aduaneiras

1. São devidas obrigações aduaneiras para os casos dasimportações das distribuidoras ou no caso das importaçõesdestinadas a consumo próprio.

26 DE DEZEMBRO DE 2006 544-(261)

2. Os mecanismos a seguir para o pagamento das imposiçõesnos casos previstos no número anterior, incluindo para osprodutos em trânsito internacional e os destinados à reexportaçãoou à constituição de reservas permanentes, nos termos dopresente decreto, serão estabelecidos pelas Alfândegas, à luz doregime geral de importações.

CAPÍTULO V

Regime de preços

SECÇÃO I

Princípios gerais e componentes da estrutura de preços

ARTIGO 48Fixação e formação dos preço.$;

J. Os preços máximos de venda dos produtos petrolíferospara consumo no mercado nacional são estabelecidos em moedanacional por unidade de medida de comercialização, de acordocom a seguinte sequência:

a) Custo do produto importado a granel, colocado. nosarmazéns dos terminais de distribuição (Custo Base);

b) Preço de venda a granel a praticar pelas distribuidoras(Preço de Venda do Distribuidor); e

c) Preço de Venda ao Público.

2. Para efeitos de aplicação deste capítulo, são consideradosprodutos petrolíferos:

a) Os gases de petróleo liquefeitos (GPL):b) As gasolinas auto;c) O petróleo de iluminação; ed) O gasóleo.

3. A temperatura de referência para a comercialização dequalquer produto petrolífero, por unidade de volume do líquidorespectivo. será de 20°C.

ARTIGO 49Custo Base

J. O Custo Base, para cada produto, é o custo do produtoimportado, colocado nos terminais de distribuição, situados:

a) No Porto de Maputo (Lingamo - Matola), no caso dosGPL; e

b) Nos portos de Maputo (Lingamo-Maiola), Beira ouNacala, para os restantes produtos.

2. O Custo Base é obtido pela soma dos seguintescomponentes:

a) O Preço Base;b) A Correcção do Preço Base; ec) Os Custos com a Importação.

3. Para efeitos de definição do Custo Base, o Ministro quesuperintende a área de energia poderá -autorizar a inclusão deoutros terminais na lista referida no n° I, tendo em conta osdesenvolvimentos logísticos com vista a um aprovisionamentomais seguro e eficiente de combustíveis líquidos ao mercadonacional. .

ARTIGO 50Preço Base

O Preço Base, para cada produto petrolífero, é o preço CIPnos terminais de distribuição. incluindo despesas portuárias. oude cais relacionadas com o produto ou navio tanque, sobrestadias,agenciamentos, perdas na descarga e outras despesas afins,quando estas não estejam incluídas no cálculo da componenteCustos com a Importação.

ARTIGO 51

Correcção do preço base

A Componente Correcção do Preço Base (CPB), destina-se acorrigir o valor do Preço Base, determinado por produto, e teráem conta os ganhos ou perdas realizados, nos termos destedecreto, no respectivo processo de aquisição, considerando:

a) O impacto da variação dos preços internacionais e dataxa de câmbio na determinação do Preço Base;

b) Ajustes destinados a corrigir perdas ou ganhosacumulados em períodos anteriores em virtude de:

i. Arredondamentos de valores na determinaçãodos preços;

ii. Quaisquer ajustes efectuados ao Preço Base oudiferenças na determinação de quantidades deprodutos, preços CIP ou da taxa de câmbios,que requeiram uma revisão de valores.

ARTIGO 52

Custos com a Importação

A Componente Custos com a Importação representa o valordestinado a cobrir as despesas relacionadas com a aquisição.desembarque, manuseamento, transporte e recepçãodos produtospetrolíferos, nos terminais de distribuição referidos no artigo 49do presente decreto, incluindo despesas bancárias, portuárias,administrativas e de descarga, e a comissão dos serviços daOperadora de Aquisições, desde que não sejam contempladasnoutras componentes da estrutura de preços, mas excluindo opreço CIP.

ARTIGO 53

Preço de venda do'distribuidor

I. O Preço de Venda do Distribuidor (PVD), para cadaproduto, é o preço máximo de venda a granel a praticar pelasdistribuidoras à porta dos terminais de distribuição.

2. O rvn é obtido pela soma dos seguintes componentes:

a) O Custo Base;

b) A Margem do Distribuidor;

c) As imposições fiscais em vigor.

3. Quando o fornecimento não for feito a granel asdistribuidoras poderão acrescentar ao PVD os custos deembalagens.

4. Considera-se granel uma quantidade de produto igualousuperior a 400 litros por entrega, embalagem ou vasilhame.

ARTIGO 54

Margem do distribuidor

1. A Margem do Distribuidor representa o limite máximo damargem de venda a praticar pelas distri buidoras fora das zonasdefinidas em conformidade com o artigo 58 do presente decretopara:

a) Cobrir os custos operacionais, incluindo amorti-zações; e

b) Conceder um retorno adequado sobre o capital investidoem meios imobilizados e capital circulante dasdistribuidoras,

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2. Para efeitos do número anterior. serão consideradosapenas os custos operacionais e os investimentos.normalmente necessários para a distribuição nas zonasrelevantes, dos produtos petrolíferos e para cumprimento dasobrigações das distribuidoras. excluindo-se, entre outros:

a) As despesas com juros;

b) Os custos de operação e os investimentos relacionadoscom a embalagem e transporte de produtos.exportações, trânsitos e bunkers internacionais;

c) Os custos que tenham sidoincluidos no cálculo dacomponente custos com a importação: e

d) Outros custos operacionais e investimentos naconstrução e reabilitação de instalações nãorelacionadas com a armazenagem, manuseamento,fornecimento ou venda de combustíveis líquidos. empostos de abastecimento ou outros locais.

ARTIGO 55Preço de venda ao público

I. O Preço de Venda ao Público (PVP) para cada produtopetrolífero. é o preço máximo a ser praticado nos postos de vendae nos postos de abastecimento de combustíveis líquidos. situadosnas circunscrições territoriais das cidades com terminais dedistribuição.

2. O PVP será obtido. pelo somatório dos seguintescomponentes:

a) Preço de Venda do Distribuidor;b) Diferencial de Transporte;c) Margem do Retalhista; e

d) Imposições fiscais em vigor.

3. Os preços de venda ao público poderão ainda incluir:

a) As compensações para transportes nos termos doartigo 56 do presente decreto;

b) Os elementos adicionais às margens dos operadores.nos termos do artigo 58 do presente decreto; e

c) Os custos de embalagem. em conformidade com oartigo 53 do presente decreto.

ARTIGO 56Compensações para transportes

1.Para as vendas efectuadas fora das Circunscrições territoriaisdas cidades com terminais de distribuição, o Preço de Venda doDistribuidor poderá ser acrescido dos custos de transportevigentes no mercado, relativos ao transporte de cabotagem,ferroviário e10u rodoviário.

2. Para as vendas efectuadas à porta do cliente nas cidades ouvilas onde existam instalaçõescentrais de armazenagem a granelo Preço de Venda do Distribuidor poderá ser acrescido de umDiferencial de Transporte referido no número 3 deste artigo.

3. O Diferencial de Transporte destina-se a cobrir os custosde operação e a conceder um retorno adequado sobre oinvestimento. para o transporte de produtos entre a instalaçãocentral de armazenagem a granel e o posto de abastecimento ourevenda ou o recinto do consumidor, situados dentro da mesmalocalidade.

ARTIGO 57Margem do retalhista

A Margem do Retalhista representa o limite máximo damargem de comercialização a praticar por retalhistas. nos termosdeste decreto, para cobrir os custos de operação, acrescidos deum retorno adequado sobre () investimento e capital circulante,necessários para a venda a retalho do produto respectivoo

ARTIGO 58Acréscimos às margens dos operadores

I. Na venda de produtos ao domicílio. em recipienteapropriado. poderá ser cobrado um preço adicional pela prestaçãodo serviço respectivo. em acréscimo à Margem do Distribuidorou à Margem do Retalhista. conforme o caso.

2. São permitidos os acréscimos às margens dos operadoresna zona C, referida no artigo 22 até ao limite de duas vezes °seu valor determinado em conformidade com os artigos 54. 63 e64 deste decreto, com o objectivo de incentivar asdistribuidorasa investir em. e explorar, postos de abastecimento decombustíveislíquidosem locaisremotos com carênciasdosmesmos.

3. No caso de vendas de GPL e petróleo de iluminação aretalho, em recipientes apropriados. por quaisquer pessoas queadquiram o produto a retalhistas licenciados nos termos destedecreto, pode ser acrescentado um preço adicional à Margemdo Retalhista até o limite de duas vezes o seu valor determinadonos termos dos artigos 57. 63 e 64.

SECÇÃO II

Cálculo e actualização dos componentes da estrutura de preços

ARTiGO 59Determinação do preço Base

I. O Preço Base é determinado para cada produto. em qualquermomento, como:

a) A média ponderada dos preços CIP das importaçõesefectuadas:

i. No mês imediatamente precedente, no caso dosGPL;

ii. Nos 2 (dois) meses imediatamente precedentes.para os restantes produtos; e

b) O Preço Base em vigor, caso não tenha havido qualquerimportação do produto respecti vo no período referidono número anterior.

2. Para efeitos de aplicação do disposto neste artigo:

a) A taxa de câmbio a usarem qualquer mês, para convertera média ponderada dos preços CIP para moedanacional será:

.i. A média ponderada das taxasdecâmbio efectivasdas vendas de moeda externa efectuadas nomês imediatamente precedente, destinadas aopagamento de quaisquer embarques deprodutos regulados;

ii. A média aritmética dastaxasde câmbio de vendadiárias no mês imediatamente precedente, quesejam aplicáveis às operações de compra damoeda respectiva para a aquisição dosprodutos petrolíferos. publicadas por um ou

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mais bancos comerciais que sejam relevantespara as operações respectivas, caso não tenhahavido aquisições de moeda externa, nostermos da alínea anterior.

b) A data de importação de qualquer produto é consideradaa data constante do documento de controlo aduaneirode entrada em armazém, em nome de qualquerdistribuidora. com origem em:

i. Importação do produto; ouII. Transferência de produto importado e

armazenado em situação de destinado atrânsito, para situação de destinado ,aomercado interno, nos casos relevantes.

3. Caso a produção local de qualquer produto petrolifero sejasuperior a 50% do mercado nacional respectivo, o seu PreçoBase será determinado-com base em preços CIP calculados emconformidade com regras a estabelecer por diploma ministerialdo Ministro que superintende na área de energia, lendo em conta,entre outros, os seguintes elementos:

a) A média dos preços FOB de um produto ou produtoscom características físicas e químicas similares. nomercado internacional de vendas físicas, relevantepara o abastecimento alternativo a Moçambique,conforme estabelecido pela CACL, no mês anteriorao mês em que decorre a determinação do PreçoBase; e

b) Os Valores destinados a cobrir os custos de frete eseguro, adequados para o transporte desses produtosdos mercados internacionais respectivos paraos locaisde importação, em Moçambique, conformeestabelecido pela CACL.

4. o Ministro que superintende na área de energia poderádeterminar a aplicação do número anterior a qualquer altura seconsiderar apropriado, mesmo que a produção local do produtorespecti vo não atinja apercentagem do mercado acima referida.

ARTIGO 60

Determinação da correcção do preço base

1. A Correcção do Preço Base será determi nada para cadaproduto petrolífero tendo em conta componentes determinadasconforme os números seguintes.

2. A perda ou ganho derivada do impacto da variação dospreços internacionais e da taxa de câmbio na determinação doPreço Base será calculada para cada produto pela fórmulaseguinte:

onde:

• P/G I - é a perda ou ganho na data de cálculo;• PB, - é o Preço Base determinado na data de cálculo, em

conformidade com O artigo 59 do presente decreto;• PB, - é o Preço Base em vigor em qualquer momento;• J - é o valor da taxa percentual de juros MAIBOR a um

mês, em vigor no último dia do mês imediatamente precedenteà data de cálculo.

ARTIGO 61Determinação dos custos com a importação

Sem prejuízo do disposto no artigo 64 do presente decreto, ovalor da componenteCustoscom a Importação para cada produtoé determinado. em' qualquer momento, tendo em conta oselementos referidos no artigo 52, em conformidade com asregrasde cálculo aprovadas por despacho do Ministro que superintendena área de enerc!a. sob oro DOS ta da CACL.

ARTIGO 62

AcluaUzação de preços

1. Os preços de qualquer produto petrolífero serão revistosmensalmente, e serão actualizados e publicados na terceiraquarta -feira de cada mês, ou, se esta for um feriado, no dia útil

P/G, = (PBI - PBO) • ~+_J_. 30)~ 100 365

imediatamente se,guinte, sempre que:

a) O Custo Base respectivo mostre, face ao Custo Base emvigor na data de cálculo, uma variação superior a3%;ou

b) Ocorrer uma alteração do valor das imposições fiscaisaplicãveís.

3. Compete aos Ministros da Energia e das Finanças,procederem à alteração dos preços dos produtos petrolíferos,desde que o preço de venda ao público de qualquer produto nãovarie em mais de 20%. face ao preço em vigor.

4. Compete ao Conselho de Ministros proceder à alteraçãodos preços dos produtos petrolíferos, sempre ou a variação dopreço de venda ao público de qualquer produto seja superior a20%, face ao preço em vigor.

ARTIGO 63

Revisão mensal das margens dos operadores

1. Sem prejuízo do disposto no artigo 64, os valores daMargem do Distribuidor, Diferencial de Transportes e Margemdo Retalhista serão revistos mensalmente, utilizando seguintefórmula, sendo actualizados sempre que houver uma variaçãosuperior a5% entre o valor calculado e o valarem vigore ocorreruma alteração de preços nos termos do n° I do artigo 62.

VCit: - é o valor da componente i revista, na data de revisão;Veio: - é o valor da componente i. resultante da revisão

anual precedente. em conformidade com o artigo 64 do presentedecreto;

IPCt•z: - é o índice de preços ao consumidor, referente acidade de Maputo, no segundo mês imediatamente precedenteà datá de revisão, publicado pelo Instituto Nacional deEstatística;

IPCI>':- é o índice de preços ao consumidor, referente acidade de Maputo, no segundo mês imediatamente precedente àdata de determinação de VOo' publicado pelo Instituto Nacionalde Estatística;

TCto':;- é a média aritmética das taxas de câmbio diárias devenda do dólar US, em MTn/USD, no Mercado Cambial,vigentes no mês imediatamente precedente à data de revisão,publicadas pelo Banco de Moçambique;

Teu_,:- é a média aritmética das taxas de câmbio diárias devenda do dólar US, em MTn/USD, no Mercado Cambial,vigentes no mês imediatamente precedente à data dedeterminação de VCio' publicadas pelo Banco de Moçambique;

DSI: - é a média aritmética dos preços de venda ao públicodo gasóleo, em MTnIL, em Maputo, Beira e Nacala, em vigorna data de revisão;

544--(264)

onde:

ISÉRIE-NÚMER051

f·( J () (). . . IPCI., TC'.I· DS,VC1,=VC1". A,. .0,7 +8,. --- tCi. __ ~

IPCo., TCo- ] DS,. .

DS,,: - é a média aritmética dos preços de venda ao públicodo gasóleo, em MTnIL, em Maputo, Beira e Nacala, vigentes nadata de determinação de \(Cio;

i: - representa qualquer uma das margens dos operadores.nomeadamente, a Margem do Distribuidor, a Margem doRetalhista ou o Diferencial de Transportes;

Ai, Ri e Ci:- representam as percentagens da margem "i"actualizáveis com base na variação da inflação, na variação dataxa de cãmbio do USD e na variação do preço do gasóleo,respectivamente".

2. As percentagens Ai, Bi e Ci aplicáveis a cada uma dasmargens referidas no número anterior têm os seguintes valores:

Margem A B

Margem do Distribuidor 25%Diferencial de Transporte............................. 60%Margem do Retalhista 80%

70%15%10%

5%25%10%

3.Sempre que se mostrar necessário, os Ministros da Energiae Finanças aprovarão as alterações das percentagens indicadasno número anterior, por diploma ministerial conjunto.

ARTIGO 64Cálculo e aclualizaçio anual dos componentes da estrutura

de preços

1. Às regras de cálculo da componente Custos com aImportação e o valor da Margem do Distribuidor, sãodeterminados:

a) Para os produtos em que, no processo de vendaintervenha apenas uma distribuidora, tendo em contaos elementos técnicos, económicos e financeirosapresentados por essa distribuidora; e

b) Para os produtos em que, no processo de vendaintervenha mais de uma distribuidora, consideram-seaplicáveis ao conjunto dessas distribuidoras oselementos técnicos, económicos e financeiros médiosde um número representativo de distribuidoras.ponderados pela respectiva partilha do mercado.

2. Para efeitos de aplicação da alínea b) do número anterior,consideram-se representativas pelo menos 3 (três) distribuidoras,(ou duas se não houver mais). que detenham entre si mais de 50(cinquenta) % do mercado desses produtos.

3. A Margem do Retalhista e o Diferencial de Transporte, sâodeterminados tendo em conta elementos indicativos dos custose rentabilidade das actividades respectivas.

4. Para efeitos de aplicação do disposto neste artigo serãoconsiderados os seguintes factores, verificados após o período aque se referem os elementos mencionados nos números 1 e 3deste artigo:

li) A variação das taxas de câmbio, da intlação e dos preçosagregados;

b) A variação dos volumes de comercialização: ec) O preço de venda do gasóleo, no caso de determinação

5. Os valores das componentes da estrutura de preços referidosnesta secção serão revistos durante o quarto trimestre de cadaano, e serão actualizados caso se verifique que o valor assimobtido varia em mais de 5% face ao valor vigente na data derevisão

6. Os valores mencionados no número anterior serão tambémrevistos sempre que se verificarem alterações significativas naestrutura de custos dos operadores, que recomendem essarevisão, e serão actualizados se dessa revisão resultar um valorque varia em mais de 5% face ,10 valor em vigor na altura darevisão.

cARTIGO 65

Informação necessária e procedimentos gerais

Para efeitos de aplicação do disposto neste capítulo e semprejuízo do cumprimento de outras obrigações nos termos destedecreto e da legislação aplicável, serão remetidas ao Ministérioda Energia, com os detalhes que forem solicitados:

a) Uma informação mensal sobre as quantidades e preçosCIP dos produtos adquiridos imediatamente após cadaaquisição, por parte de qualquer distribuidora;

b) Uma informação relativa ao mês precedente sobre asquantidades vendidas no mercado nacional e asexportações, reexportações e bunkers nacionais einternacionais efectuadas, por produto. por parte dequalquer distribuidora;

c) Os elementos de custos operacionais e investimentosreferentes ao ano precedente, acompanhados de umacópia do respectivo relatdrio de contas auditado poruma entidade independente, por parte de qualquerdistribuidora e da' Operadora de Aquisições,destinados a apoiar a determinação da Margem doDistribuidor e comissão de serviços respectivas, nostermos deste decreto, até 30 de Junho de cada ano; e

tI) Informações de custos operacionais e de investimentos,acompanhados pelos respect ivos documentoscomprovativos, por parte de qualquer retalhista.transportador, armazenista, ou produtor de produtospetrolíferos, sempre que para tal forem solicitados;

SECÇÃO III

Segurança do abastecimento

ARTIGO 66Constituição de reservas permanentes

J. As distribuidoras manterão em depósito. em territórionacional. uma reserva permanente, por cada um dos produtospetrolíferos a seguir indicados:

a) Não inferior a 6% das quantidades que hajam adquiridopara comercialização e consumo próprio nos 12 mesesprecedentes, no caso das gasolinas auto, gasolinas deaviação, petróleo de aviação, petróleo de iluminação,gasóleo e óleos combustíveis; e

b) Não inferior a 3% das quantidades que hajam adquiridopara comercialização e consumo próprio nos 12 mesesprecedendes, no CaSOde gas de petróleo liquefeitof~n' \

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2. Sem prejuízo do número anterior, devem as distribuidorasmanter em depósito, em territórionacional, reservas operacionaisde cada um dos produtos petrolfferos do seu comércio

ARTIGO 67

Condições

J. Os produtos que constituem as reservas permanentes devemter as mesmas especificações dos produtos destinados aomercado nacional.

2. Não se consideram em depósito, para o efeito do dispostono artigo anterior, os produtos em consignação, nem os queestiverem distribuídos pelo País para venda a retalho, massomente os que se encontrem nos depósitos registados noMinistério da Energia para efeito de constituição de reservas.

ARTIGO 68Utilização e fiscalização das reservas permanentes

1. As reservas permanentes só serão utilizadas nos termos deplanos de abastecimento em situação de crise, aprovados peloConselho de Ministros.

2 A fiscalização da constituição e manutenção de reservaspermanentes é da competência do Ministério da Energia.

ARTIGO 69Monitorização da segurança do abastecimento

1. Compete ao Ministério que superintende a áreade energia,a monitorização da segurança do abastecimento de produtospetrolíferos.

2. Para efeitos do oúmero anterior deve. nomeadamente:

a) Acompanhar as condições de aprovisionamento do Paísem predutos petrolíferos, em função das necessidadesfuturas do consumo; e

b) Acompanhar o desenvolvimento e a utilização dascapacidades de refinação. armazenamento, transporte,distribuição e comercialização de produtospetrólíferos.

3. As empresas licenciadas devem apresentar ao Ministérioda Energia, uma proposta de relatório de monitorização.indicando, também, as medidas adoptadas e a adoptar tendo emvista reforçar a segurança de abastecimento do mercado.

4. No prazo de 90 (noventa) dias após a entrada em vigordeste decreto o Ministério da Energia, deverá elaborar um modelodo relatório de monitorização do stock de combustíveis no paísa ser preenchido pelas distribuidoras de combustíveis, no prazoestipulado.

ARTIGO 70Garantia de abastecimento

1. Compete ao Ministério que superintende a área de energia.sem prejuízo dos mecanismos de mercado. promover ascondições destinadas a garantir o abastecimento de produtospetrolíferos em todo o território.

2. Para efeitos do número anterior, o Ministro quesuperintende o sector de energia pode impor obrigações deserviço público, nos termos a definir em legislaçãocomplementar.

CAPÍTULO VII

Segurança do fornecimento

SECÇÃO I

Segurança técnica das instalações

ARTIGO 71

Obras de construção de instalações e equipamentos

I. A construção, alteração ou ampliação de instalações eequipamentos petrolíferos. incluindo nos postos deabastecimento de combustíveis líquidos e dentro dos recintosdos consumidores obedecerá à regulamentação e normastécnicas aplicáveis.

2. Compete ao Ministro que superintende no sector de energiaaprovar a regulamentação técnica de seguraoça relativa àconstrução. modificação e operação das instalações petrolíferas.

ARTIGO 72

Cessaçl1io de actividade e instalações petrolíferas não usadas

1. No caso de cessação da exploração, as instalações objectode registo serão removidas e os locais respecti vos serão repostosem condições que garantam' a segurança das pessoas e doambiente, a expensas do titular do registo de exploração dainstalação respectiva.

2. O proprietário da instalação deve comunicar por escrito àentidude licenciadora, após 30 (trinta) dias de não uso, do pontode situação das instalações.

). O proprietário da instalação que não fizer uso da mesmapor um período de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos deveremovê-Ia de modo aprovado pela entidade Iicenciadora, dentrodo prazo de 12 (doze) meses.

4. Caso não seja cumprido o disposto no número 3do presenteartigo. o Ministro que superintende no sector de Energiaefectuará as diligências necessárias para assegurar o que aí estáprescrito e recuperar os custos respectivos do titular do registoda instalação petrolífera em causa ou do proprietário do bemimobiliário onde esta se situe.

ARTIGO 73Trabalhos de técnicos petrolíferos licenciados

Apenas os técnicos petrolíferos licenciados poderão construirou modificar instalações petrolíferas ou permitir a execução detais trabalhos, bem como assinar projectos técnicos de construçãoou modificação de tais instalações, salvo se:

a) Tais trabalhos ou projectos não necessitarem dosconhecimentos de um técnico petrolífero li-cenciado; ou

b) As pessoas que executam tais trabalhos estiverem sob asupervisão directa de um técnico petrolíferolicenciado que esteja presente no momento em quesão executados esses trabalhos.

ARTIGO 74Licenciamento de técnicos petrolíferos

1. Compete ao Ministro que superintende o sector de energia,aprovar, por diploma ministerial os procedimentos delicenciamento, modelo, prazo de validade e classes de licençasde Técnico Petrolífero.

544--(266) ISÉRIE-NÚMERO:;I

2. Compele ao Ministro que superintende na área de Energiaou 00 Órgão da Administração Pública que este designar, oatribuição e emissão da licença de técnico petrolífero.

ARTIGO 75Responsabilidade de empreltelrcs e empregadores

Qualquer empregador ou empreiteiro que trabalhe naconstrução, modificação ou realização de testes a instalações eequipamentos petrolíferos tomará as medidas necessárias paraque os seus empregados ou sub-empreiteiros se conformem como disposto neste decreto no exercício das suas funções ouexecução dos seus contratos.

ARTIGO 76Inspecções

1. As instalações e equipamentos petrolíferos serão objectode 'inspecção periódica quinquenal, por um técnico petrolíferolicenciado com a especialização apropriada para o exercício destaactividade, custeada pelo proprietário respectivo, destinada averificar a conformidade da instalação com os regulamentos enormas técnicas aplicáveis.

2. Verificando-se a conforrniaade da instalação será emitidopor um técnico petrolífero licenciado um certificado que seráapresentado à entidade licenciadora.

3. Caso se verifique deficiência na instalação petrolífera, otécnico petrolífero que efectua a inspecção poderá conceder umprazo para sua correcção, comunicando o facto, por escrito, àentidade licenciadora:

4. Os certificados referidos neste artigo são válidos por cincoanos devendo ser renovados obrigatoriamente até 30 (trinta) diasantes do seu termo.

5. A não apresentação do certificado de inspecção referidonos números anteriores constitui motivo para o encerramentotemporário da instalação, até à apresentação do mesmo.

6. O disposto neste artigo não prejudica a realização de outrosprocedimentos técnicos relativos a instalações petrolíferas,previstos em legislação específica.

7. Sem prejuízo do disposto no número I, as entidadeslicenciadas ficam obrigadas a permitir aos funcionários doEstado, para efeitos de fiscalização, dentro das suascompetências, o livre acesso às suas instalações e equipamentospetrolíferos, e fornecer-lhes os documentos que sejamrequisitados, incluindo os relativos ao movimento dos produtose existências. ' .

ARTIGO 77Derrames de petróleo

1. É interdito causar ou permitir. directa ou indirectamente, oderrame de um produto petrolífero, de uma instalaçãopctrolffera.

2. O titular de uma licença, registo, ou qualquer outra pessoaencarregue do controlo de actividades relacionadas comquaisquer produtos petrolíferos ou petróleo, imediatamente apósa ocorrência de um derrame de petróleo:

a) Informará por escrito o Ministério que superintende osector de energia de tal ocorrência indicando:

i. O produto ou produtos envolvidos;ii. As características das instalações e

iii. A data e hora da ocorrência;iv, A data e hora em que foi detectada;v. As características e condição em que se deu tal

ocorrência;vi. As medidas imediatas tomadas após a detecção

do derrame de petróleo;vii. Outros detalhes considerados importantes; e

b) Tomará as medidas que forem necessárias emconformidade com boas práticas da indústr iapetrolífera ou que forem consideradas necessárias paralimpeza de tal derrame de petróleo.

3. Caso qualquer pessoa mencionada no número anterior nãotome imediatamente as medidas referidas na alínea b) do númeroanterior, o Ministério que superintende o sector de energia poderáordenar, por escrito, a tal pessoa para tornar as medidasnecessárias para limpar o derrame de petróleo no prazo indicadoem tal despacho, tendo em conta ascircunstâncias específicas.

4. No caso de a pessoa mencionada no número anterior nãotomar as medidas indicadas no prazo dado ou outro prazoadicional que o Ministro que superintende () sector de energiapossa atribuir, consideradas as circunstâncias específicas, oMinistro tomará as medidas necessárias para que o derrame depetróleo seja limpo e para recuperar as despesas ou custosincorridos com tal limpeza.

5EC(;;\0 II

Controlodas características dos produtos petrolíferos

I\lu Il,fl 78

Especificações

l. Os produtos pctrld':~'lll'" destinudos à distribuição noterritório nacional Obl·dL'l..'c.:rão a especificações técnicasapropriadas tendo cm l..·(lllla critérios de eficiência técnica eeconómica e a defesa do meio ambiente.

2. O Ministro que superintende na área de energia poderáautorizar para qualquer produto. a derrogação em relação a umaou mais especificações visadas no número 1 deste artigo. nocaso de situações de ruptura iminente de abastecimento ao-mercado nacional de produto respectivo, nas condições, limitese pelo prazo máximo que determinar.

ARTIGO 79Sistema de controlo das características

dos produtos petrolíferos

J. O controlo das característicos dos produtos petrolíferoscomercializados em território nacional' será efectuado atravésde um sistema que permita a verificação sistemática dos produtospetrolíferos em todos os estágios de comercialização, masprincipalmente nos postos de abastecimento, atra vês de amostrasobtidas com suficiente frequência e que sejam representativasdo produto examinado e do território nacional.

2. O Ministro da Energia definirá o mecanismo de controlodas características .dos produtos petrolíferos acima referido.

CAPTULO VIII

Infracções e multas

ARTIGO 80ln tracções e multas

I. Sem prejuízo da aplicação de outras sanções nos termo,legais em vigor, são consideradas infracções puníveis com multa:

(I) De 15 000,00 MTn (quinze mil Meticais dn novnfamília):

i. O não cumprimento do disposto nos artigos 25

26 DE DEZEMBRO DE 2006 544-(267)

ii. A falia ou inexactidão de fornecimento deinformações, nos termos deste decreto; ou

iii. A viciação dos procedimentos de concursopúblico, nos termos deste decreto; e

b) De 3000,00 MTn (três mil Meticais da nova família)por metro cúbico de produto:

i. A importação ou venda de produtos petrolíferossem a devida licença ou autorização. nostermos deste decreto, ou que não estejam emconformidade com as especificaçõesaprovadas;

ii. A venda de produtos petrolíferos a um preçosuperior ao fixado nos termos destedecreto; e

iii.A detecção de reservas permanentes emquantidades inferiores às previstas no artigo66 do presente decreto.

2. As multas referidas neste artigo serão aplicadas porlevantamento de auto de notícia pelos órgãos competentes doMinistério que superintende no sector da energia e pagas nasrepartições de Finanças competentes até ao fim do mêsimediatamente a seguir.

CAPÍTULO IX

Competências

ARTIGO 81

Competências

I. Compete "" Ministro da Energia:

a) Aprovai .1'" especificações dos produtos petrolíferos,referida-, /lO artigo 78, mediante consulta a entidadescompetentes envolvidas na sua produção ouimportação, comercialização, utilização e aindaautoridades da saúde e meio ambiente;

.b) Aprovar o regulamento de funcionamento da CACL, aser proposto pela CACL;

c) Regulamentar sobre a matéria deste decreto em, tudo oque não tenha sido atribuído como competênciaespecifica a outra entidade; e

ti) Aprovar:

i. As zonas do País onde são permitidos acréscimosà Margem do Distribuidor e determinar oacréscimo respectivo para cada zona, emconformidade com () artigo 58 do presentedecreto;

ii. As regras de determinação do preço CIP paracada produto, em conformidade com artigo59 do presente decreto;

iii. As regras de cálculo da componente custos coma Importação, em conformidade com oartigo 61 do presente decreto,

") Compete aos Ministros da Energia e da!'. Finanças, por

a) Alterar, sempre que tal se mostre necessário, os valores:

i. Dos pagamentos indicados no artigo 19 dopresente decreto;

ii. Das multas indicadas no artigo 80 do presentedecreto,

b) Regulamentar sobre a aplicação das receitas cobradasatravés das taxas, pagamento e muitas referidos nosartigos 19, 21 e 80 do presente decreto.respectivamente; e

c) Alterar as percentagens referidas no n." 21 do :UII;'" (I"

'do presente decreto, caso ocorram aJIL'l,l\lll"

significativas na estrutura de custo das opcradora«.que recomendem essa alteração.

3. Compete aos Ministros que superintendem os sectores deenergia e das obras públicas e habitação aprovar, por diplomaministerial conjunto, a regulamentação referida nos n." I e1 doartigo 83 do presente decreto, depois de consultadas entidadescompetentes sobre a matéria bem como empresas envolvidas noestabelecimento e operação das instalações e equipamentospetrolfferos.

CAPÍTULO X

Disposições finais e transitórias

ARTIGO 82

Ltcef'!ças anteriores

1. As pessoas singulares e colectivas que exerçam, à data deentrada em vigor deste decreto, as acti vidades mencionadas noartigo 4, devem apresentar, num prazo de 180 (cento e oitenta)dias, a contar da data de entrada em vigor deste decreto. orequerimento a que se refere o artigo 15 do presente decreto.

2. Este requerimento será acompanhado de cópiasautenticadas dos antigos documentos de uutoriz ação ou1icenciamento. .

3. As distribuidoras a operar no País à data de entrada emvigor deste decreto, deverão registar, até 90 (noventa) dias apósesta data, no Ministério da Energia, as instalações dearmazenagem e depósitos, pura constituição de reservaspermanentes, referidas no artigo 66, com os detalhes que lhesforem solicitados.

ARTIGO 83

Regulamentos específicos

1. A operação de instalações e equipamentos petrolíferosobedecerá à regulamentação específica de segurança, destinadaà protecção ambiental, redução dos riscos de acidentes eprotecção de propriedades e pessoas,

2. A construção, alteração ou ampliação de postos deabastecimento de ccmbustíveis líquidos nas estradas obedeceráà regulamentação específica destinadu à segurança rodoviária,de pessoas e instalações adjacentes.

3. Enquanto não for aprovada a regulamentação referida nosnúmeros anteriores, mantêm-se em vigor:

i. O Regulamento de Segurança das instul açôes deArmazenagem e tratamento Industrial de PetróleosBrutos, Seus Deri vados e Resíduos, nos termos daO"' ••*n..:n 1o 'l.t:::'l -I~ 11 -I" t:"~.,..•.•.••: -I•• IClr..l.

544--(268) ISÉRIE-NÚMER051

ii. As Normas para a Construção e instalação de. Postos de Abastecimento de Combustíveis

Junto das Estradas, aprovadas pela Portarian." 12:672, de 19 de Setembm de 1958.

ARTIGO 85

Entrada em vigor

O presente decreto entra em vigor na data da sua publicação.Aprovado pelo Conselho de Ministros, ao 7 de Novembro

de 2006.ARTIGO 84

RevogaçãoE revogado o Decreto n.· 1/97, de 28 de Janeiro.

Publique-se.

A Primeira-Ministra, Luísa Dias Diogo

Preço -31,00 MT

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBtQUE

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