2
- Samora Machel Transcrevemos a seguir 0 texto do discurso pronunciado no sabado pass ado em Inhambane, pelo Presid ente d o Partido FRELIMO e Presidente da Republica Popu· lar de Mo�ambique, Samora Machel. no grandios o comicio popular ali realizado: Vremes, cldadaos de Republ ica Po- pul ar de Mocambique, cidadaos da PrOVin c i a de I nhambana, viemos vlsl- tar a ProvinCia de Inhambane para conhecer dlrectamente a sillcao; a situaCo p ol ilica , a stt uaQao econO- mica, a sltuaCe social. Em resumo: vl emos para cnhecer a vida do Povo, a perspective de melhoramento do· nosse futuro. Oomo e que no c aminharemos, qsiS os passos que de vem ser d dos para 0 desenvol vi - menlo SOCial, para 0 desenyolvimanto ec en 6mico. para 0 desenvolvimenlo cultural, desenvolvimente ideel agi oo e pol i I ICO .. Para perspectiva r 0 nosso ftro, futuro luminoso, lutro brilhanle, futuro de esperanca, futuro cheio de fel icidade, futuro de taura. . Viemos, meus amigos, para verifi carmos ate que ponto 0 P lano Estat Cent,el asta snde 'cuprido, qual o plMO territorial ' da Provincia de In hmbane 8 como esta a ser cum· p rido esse plan o territorial, como asIa organlzada a populaco. populacJo de Inhambane" para . com os seus pr6- prlo meias e 0 seu trabalho; a sua. energIS. . a sua intefigenoie, possa ven eer as dlficuldades. e assim me-· Ihorer a sua vida. e verdade que em primeifo I ugar neoessario que ellmj nemos 0 res-' ponsave! palo atrasO. Quem e 0 rasponssvel pelo a trsso? E a Ignarancia. e 0 analfabausmo. Sae esles os lnstrumenlos do s�bde- senvolvlmento que provocam, neces- ·sariemente. a fome, nude, a mis ria. am ultima analise. Vi emos l ambem para saudar 0 as- lore o patnallca esforco realizado pelo Povo, ns defesa da Patrie conlra os alaques raclstaS. Vlemos para saudar o Pavo pela sua abnegaQo, pelo sell apo io ineondicienal. pela sua determi- naca o , pelo seu herolsmo. pela sua coregem, no apoio que deu a l ula de IlbertaCo do Zimbabwe para IIqulda· Co de tabaqueiro Ian Smith. Alm 0 POYO de Moambique, do Rovuma ao Mapulo, inclulndo a Pro- incia de Inhambane, Iransforma,am Patrie Mocambieana numa patri a de hom el' s intrnacionalistBs, de hom ens q Ue fazem ou que sabem fazer da luta dos POVOS oprimi dos, sua luta. Por ISSO, parabens populace da Pro- vrneia de I nhsmbane. . . NB realidade, 0 que fai a Pravincia de Inhambane? Para compreender 0 que loi a Pro- vincia de Inhambane. prlel'o temos ue compreender onde estamos e nlso deveremos cempreender. pro· curar camp.reeder donde viemos. Compreender ssum�; a hlslria: hi'lna re t A hlstafl e hist6ri η his o lml imorlais. preciso campr eander e sulr a hlst6ri a passada. par cons tru" a hist¢ri a futura. p r imeiros a receber Vesca ds Gama". Flcar orgulh05o PO! ter sldo 0 pri- melro a ser escravo. no e? Orgu· Ihar-se dlsso porque eu lui escravo primeiro, eu lui moleque primel r a. Orgulhar-se porque as primeiras alge- mas, a prieira palma!6ris callJ sabre 11. orgul ho isso? E motivn? E mo- tivo de orgulha? .. Eu. slm senhor, SGU 0 primei ro crave. escravo do pri maira classeD. Os colonialistas qulseram - oicam bem ista - os colonl alislas qlll�eTam c ontundir-nes para poder divldfr, dl- zenda que Ihambane era "terra da bera gente ... E mUllos estao al conlenles ainda. Terra de boa genie", 0 que quer dizer .terra da boa gente-? 0 que e . que slgnifiea "Ierra da boa genie .. ? Significava ara ales. qu Inhambane aceitava com aleg la a humilha; a explOra80 colonial Entandem? Significava QUe a gente de Inham- bane aceitava com alegria a explora- cao, a domlnaca, a humil haco cola. nial. Quando diziam .. terra da boa genie» nAo se r eleflam - oU,am bem - n�o se relerism a bondade e hospilal idade do pove de Inhambane. que sao careO- lerfsllcas gerais de todo 0 pavo MO- oamblcano. 'Com ' terra da boa gente,. queriam dier qᵫ voluntanamente e com alegna a celtavamas a chibsla. Voluntariamente e com legria acei·. tavmos a palmal6ria, 8lgemBs; vol un· tari amenle e com alegr i a deidvamos que nos amarrassem. nos algemas- S8m. nos acorrenlassem. Si gni ficav a que voluntanamente e Cm ale gr ia entregavamos as nossas terras a el s. Com uterra da boa genie... os colo- nialislas queriBm dizer que volunlarta e alegremenle olereciamos as nossas filhas e mulheres. para serem viola- das . .. Terra da boa genie» significa isto. Signlficava oue volunt ari a e alegre- mente aceitavOs 0 raciamo. a discflmina;Ao r aCi a l . Signlficava que aceltavamos que os nossos l i lhos nao Inh8mbane fOl uma das primeiras zonas de renelraao e conqursla colonial. Oicam bem Islo. Alguns or- g u Jhm·se dlSSOi "Ah! n6s fomOR " cololl/fl{I/lO 1'Il'IlI da I/OS irmorrillcia. da "v�·\a mi�il ie, cia /lOsI dOT. do II0+S0 ,IOIT/IllII POO moyambicQICo. Dc 1101'0 Jall/o chamados para liqlliliar as bal/didos l'mfl dos, agce do reg;l1/e TacNa da preToria, do impr mo inlernaciollal pagina dots ' tivessem escola, nlo tlvesse hospi. tal, signiffcava que aceltAvamos que nao precisavamos de assist6nci a me- dica. Terra da boa gente.. si gnifioava p ara eles que nos eramos anlmais de carga. Mas 0 chi c o t e, a pal mat6r i a doiam nas nossas costas. nas nossas maos. A violayo das nossas mulheres fazia- -nos chorar de rai va, 6dio, mas diiam q ue s.omos "boa g ente», « terra da boa genta. As al ge mss. chicote a palmat6. r ia semearam 6di ne nos 0 cora· aO, que o rav a a nossa alma, dest ria nossa per90nalidede, a nossa dignl. dade, a nossa honra. Honra como homens, como Povo. Os colaniallstas utilizaram 0 1erril6- rio de f nhambane . utilizaram a t rai Ce dos regulas. Gsses moleques de pri· meira classe. Regulo, mol eque de prlmalra cl asse. Trabalho imposto e prender pessoas para chibalo e cab r ar imposto. arran- J ar gafi nn as. arranJar raparigas para ad +inistradores. Um homem que se considera inte- g ro, moralmen1e. homem aulta. ca belo branco. carece, organizar e ria n- ca de 15 anos para dar ao lienho ( admi nistrador. Era assim ou nao? Eslo aqui ai- >luns antigos regulos. s que flberla- nes, cojtado, j nae sao meis mole- ques. Ja t�m honra esses. Fomenta- ram a, trai�ao dos feudais para cen- qUIstar toda a nossa Patria mas 0 n09SO Pevo odeia a exploracao, ela a humilhacAo. -per is so futou e dorru- bou 0 .coloniafismo; per isso lutou contra Ian Smith e Gentrlbuiu par a a vitoria da Povo do Z imbabwe. o col enial lsmo fez desta regiao da Provincia de r nhambane reserva de mAo-de-obrs barat a . Por ISSO or081- zou desemprego nesta I)rovlncia 'Hio ha estruturas, no ha fAbricas nAo h8 agricultura pl ani fi cade. unjofabriquete que eu vi, foi de desoaSQ ue de castanha s6. S6. Vejam bem, e parque nAo ha riqueza nest a Prevln- cia? Nao i rlqueza? Voc�s sao produtores de copra; no M f abr ics para 6lee. Voc6s so pro- dutores de malurra. Ha uma fabrl. queta que s6 produz rnil toneladas de sabo. Aqui era resea de mA o. de- ·obra barata, para se recrUlar mllha- res de tra balhadores por ano pltra a Africa do SuI. Por i sso Elra necessa. rio 0 desemprego na Provinci a de Inhambane. Dai 0 eslorvo de Gevemo para que cada provIncia eja auto-sufie,anle em comlda, em roupa, em oalado 0 mi- nimo. Seja ulo-suticiente, mas tudo que ve para squ i, tecido, sapatllha, leno da cabeca, capulana. calCao. �em donde? De Maputo. Quer dlzer a ProvIncia de. Inhambane e dislrilo do Maputo. Entenderam? Quem fez isso tudo quem pl anilicou? 0 colano. Aqui li nham-se lixado alguns advogados para preteger as interesses de a l guns c olonos que estavam aqui. Tinham-se flxado um ou dois larmaceuticas para vender medlcame los aos colono s que estavam aqUJ. Tlnham-se fixado dois ou Ir�s advegados para defender 81- uns colonos que eslavam aqui. Para 5e recrutarem moleques e car- r egadores de ba l des de fazes par a Lourenco Marques. ou nao e? Vi- "ham buscr nesla provinCia. Ttabs- I hadores de cana eulros para Beira varredOre de rUas em Inhambane. Erprecis, desempreg o em Inhambane q dese re L. V man eban onadaa peloslilhos. as nOlvas mUlheres sem marldos os filhos sem pais. a nossa misari a org nl zada 8 pinificada toram mlna de ouro para enrrquecer colonos em Mecambique os boers na Africa 'do SuI. lamas para Africa do Sui chei os de espernca mas regre8savamos doen- tes e i nvl ides e multos nem !>equeT regressavam. Ainda Iloje sa visiveis as marcas da Ilxploraceo e humllha- vao colonIal. . Temos tambem que recordar como " 'vi m os de Rovuma ao Maput o antes da !ndepend6ncia; s6 lemos seis aMs e Independncia mas mui!os de +65 18 s e . esqueceram facifmente daquilo que fa I. a explora9o colonial, daqui!o que 101 a humll haCao do nosso Povo daqu lo que foi a despersanaliza¢o : daqUi lo qua 10/ a vienci a /raica e ideol6gica do colenialismo. Antes. s6 alguns assiml lad o s ; e�se aSSlml lados cemiam as rnigalhas dQ banquete colonial. Viviam de reatos mas diziam eles que eram porlUgue: ses, port ugueses do lJ l\ramar . .So- mos portugueses da pat ria una II indio visivel». Esses assimiJados ma ,ndavam as crlan�as com seis an os para a es- cola. E a maioria? A maloria do Povo ao podia fazer isso porque a e s col f,oava /onge e uma crienca com essa Idade nao podia fezer a Imlnhada. Correcto? Por causa dessa ignorAnci a VOC&s Me expllcam aos hos quanto ous. tou a escola. Par causa dessa igno- rAncia, por causa desse esqueci men- te rpldo. no sae ca pazes de xpll - car quanto custou a 85gola, quantos ! erreram para que a escola lesse Ilberteda. para qUa a escola deixass e de ser um privlleglo mas sim uma conqulsta popular, um direito de toda o Pevo. Porque e que nao exp!lcam aos VOSOS filhos? Porque e que n�o expli cam aos fllhos? Temos oscolas e os vossos filhos r,eprovam; temos escolas· os 'OS$OS lifhos destroem as carteira, destroem os bancos. esc:revem palavras obsc na nas casas do banho. No sabem quanto custou a e5001a. as parades da escol s a a luta que li vemos de travar para ganha r mos escla. por isso que dizmas «Fazer da escols uma base para tomer a p ederp, Entenderam, alunos? Bata- Ihas sucessivas. Iraeassos e fracassos durante decadas e decadas para liber- tar a escola perque a escola onde est a 9 segredo do homem, e a ascola que nos d a dimenso de mundo. e a escola que nos 10rnece os conh cimente s . necessario s para 0 aprevei- tamento integral da natureZa em be- neficio do hemem. . Pra cUlliver 0 mil ho e precise i r a escol a, para plantar eoqueiros e preciso ir escol a. Pra poder plan- tar de uma maa cientilica e or ga - niada para em cada hectar sabor- mos quantas toneladas de copra vamos ler, em cads hectar quantos caJueiros, quais as cuidades neces- sArios para que a cajueiro produza o necessario. c p re ciso ir 8soo la. Para plantar a mandio ca e saber ut zar correotamenle a mandieca, a vitamlnas que te a mandioca. a batata·doce, e preciso ir a escola. Para somear 0 algod o qU e para ter dfnhel ro. para construir a fabrica 1 de Maro de 1982 n

Samora Machel - Mozambique History Net

  • Upload
    others

  • View
    14

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Samora Machel - Mozambique History Net

- Samora Machel Transcrevemos a seguir 0 texto do discurso pronunciado no sabado pass ado em

Inhambane, pelo Presidente do Partido FRELIMO e Presidente da Republica Popu·

lar de Mo�ambique, Samora Machel. no grandioso comicio popular ali realizado:

Vremes, cldadaos de Republ ica Po­pular de Mocambique, cidadaos da PrOVincia de Inhambana, viemos vlsl­tar a ProvinCia de Inhambane para conhecer dlrectamente a sill/acao; a situaCiio polilica , a sttuaQao econO­mica, a sltuaClie social. Em resumo: vlemos para cl!lnhecer a vida do Povo, a perspective de melhoramento do· nosse futuro. Oomo e que nos' caminharemos , ql,JsiS os passos que devem ser dildos para 0 desenvolvi­menlo SOCial, para 0 desenyolvimanto e cen6mico. para 0 desenvolvimenlo cultural, desenvolvimente ideelagioo e pol iIICO .. Para perspectiva r 0 nosso flltl,Jro, futuro luminoso, lutro brilhanle, futuro de esperanca, futuro cheio de fel icidade, futuro de tartura.

.

Viemos, meus amigos, para verifi carmos ate que ponto 0 P lano Estatl!. Cent,el asta. snde 'cul1lprido, qual o plMO terr itorial ' da Provincia de Inhllmbane 8 como esta a ser cum· prido esse plano territorial, como asIa organlzada a populacilo. populacJo

de Inhambane" para. com os seus pr6-prloll meias e 0 seu trabalho; a sua. energIS.. a sua intefigenoie, possa veneer as dlficuldades. e assim me-· Ihorer a sua vida.

e. verdade que em primeifo Iugar • neoessario que ellmjnemos 0 res-' ponsave! palo atrasO.

Quem e 0 rasponssvel pelo a trsso? E a Ignarancia. e 0 analfabausmo. Sae esles os lnstrumenlos do s�bde­senvolvlmento que provocam, neces­·sariemente. a fome, 'lnude:z, a mise­ria. am ultima analise.

Viemos lambem para saudar 0 as­loreo patnallca esforco realizado pelo Povo, ns defesa da Patrie conlra os alaques raclstaS. Vlemos para saudar o Pavo pela sua abnegaQilo, pelo sell apoio ineondicienal. pela sua determi­nacao, pelo seu herolsmo. pela sua coregem, no apoio que deu a lula de IlbertaClio do Zimbabwe para IIqulda· Clio de tabaqueiro Ian Smith.

Al!l!lm 0 POYO de Mor;:ambique , do Rovuma ao Mapulo, inclulndo a Pro-

incia de Inhambane, Iransforma,am ;a Patrie Mocambieana numa pat ria de homel's intllrnacionalistBs, de hom ens qUe fazem ou que sabem fazer da luta dos POVOS oprimidos, sua luta. Por ISSO, parabens populaclie da Pro­vrneia de Inhsmbane. . .

NB realidade, 0 que fai a Pravincia de Inhambane?

Para compreender 0 que loi a Pro­vincia de Inhambane. prlrnel'o temos Clue compreender onde estamos e 'Inlso deveremos cempreender. pro· curar camp.reeder donde viemos.

Compreender E! .assum�; a hlslciria: hi'lcina re t A hlstafl e hist6rill �lna$ eta his orra sau pJglml

imorlais. !': preciso campreander e IISsurYIlr a hlst6ria passada. parll cons tru" a hist¢ria futura.

primeiros a receber Vesca ds Gama". Flcar orgulh05o PO! ter sldo 0 pri­

melro a ser escravo. nlio e? Orgu· Ihar-se dlsso porque eu lui escravo primeiro, eu lui moleque primelra. Orgulhar-se porque as primeiras alge­mas, a pri1'l1eira palma!6ris callJ sabre 11. t: orgulho isso? E motivn? E mo­tivo de orgulha?

.. Eu. slm senhor, SGU 0 prime iro

E'flcrave. escravo do primaira classeD. Os colonialistas qulseram - oicam bem ista - os colonlalislas qlll�eTam contundir-nes para poder divldfr, dl­zenda que Illhambane era "terra da bera gente ...

E mUllos estao al conlenles a inda. • Terra de boa genie", 0 que quer dizer .terra da boa gente-? 0 que e

. que slgnifiea "Ierra da boa genie .. ?

Significava I)ara ales. qu Inhambane aceitava com aleg la a humilhaC;;iia • explOra((80 colonial Entandem?

Significava QUe a gente de Inham­bane aceitava com alegria a explora­cao, a domlnacl\a, a humilhaclio cola. nial.

Quando diziam .. terra da boa genie» nAo se releflam - oU,am bem - n�o se relerism a bondade e hospilalidade do pove de Inhambane. que sao careO­lerfsllcas gerais de todo 0 pavo MO­oamblcano. 'Com ' terra da boa gente,. queriam di:zer que voluntanamente e com alegna aceltavamas a chibsla.

Voluntariamente e com 'alegria ace i·.

tavllmos a palmal6ria, 8lgemBs; vol un· tariamenle e com alegr ia deidvamos que nos amarrassem. nos algemas­S8m. nos acorrenlassem. Significava que voluntanamente e C()m alegria entregavamos as nossas terras a el s.

Com uterra da boa genie ... os colo­nialislas queriBm dizer que volunlarta e alegremenle olereciamos as nossas

filhas e mulheres . para serem viola­das . .. Terra da boa genie» significa isto.

Signlficava oue voluntaria e a legre­mente aceitaviilYlOs 0 raciamo. a discflminac;;Ao raCi a l . Signlficava que aceltavamos que os nossos l ilhos nao

Inh8mbane fOl uma das primeiras zonas de renelrar;:ao e conqursla colonial. Oicam bem Islo. Alguns or­g u Jhilm·se dlSSOi "Ah! n6s fomOR " .. () cololl/fl{'/..'iI/lO 1'Il'IlI da I/OS.w irmorrillcia. da "v�··\a mi�il ie, cia /lOs.IIl dOT. do II011S0 ,IOIT/Illi'IIf("

POliO moyambicQICo. Dc 1101'0 Jall/o.\ chamados para liqlliliar as bal/didos iJl'mfl dos, agcnre::. do reg;l1/e TacNa da preToria, do impf?riali- mo inlernaciollal •

pagina dots'

tivessem escola, nlo tlvessetTl hospi. tal, signiffcava que aceltAvamos que

nao precisavamos de assist6ncia me­dica.

�Terra da boa gente.. signifioava para eles que nos eramos anlmais de

carga. Mas 0 chicote, a palmat6r ia doiam

nas nossas costas. nas nossas maos.

A violayiio das nossas mulheres fazia­-nos chorar de raiva , 6dio, mas di;ziam que s.omos "boa gente», « terra da

boa genta>-. As algemss. .0 chicote a palmat6.

ria semearam .0 6di", ne nos 0 cora· ((aO, queorava a nossa alma, destrlJia

It nossa per90nalidede, a nossa dignl. dade, a nossa honra. Honra como homens, como Povo.

Os colaniallstas utilizaram 0 1erril6-rio de fnhambane. utilizaram a traiClie dos regu las. Gsses moleques de pri· meira classe. Regulo:;, moleque de prlmalra classe.

Trabalho imposto e prender pessoas para chibalo e cabrar imposto. arran­Jar gafinnas. arranJar raparigas para ad 11inistradores.

Um homem que se considera inte­gro, moralmen1e. homem a-;!ulta. ca •

belo branco. carece., organizar erian­ca de 15 anos para dar ao lienho( administrador.

Era assim ou nao? Esl.ao aqui ai­>luns antigos regulos. ()s que flberla­nes, cojtadoll, jli nae sao meis mole­ques. Ja t�m honra esses. Fomenta­ram a, trai�ao dos feudais para cen­qUIstar toda a nossa Pat ria mas 0 n09SO Pevo ode ia a ex ploracao, odela a humilhacAo. -per is so futou e dorru­bou 0 .coloniafismo; per isso lutou contra Ian Smith e Gentrlbuiu par a a vitoria da Povo do Z imbabwe.

o colenia llsmo fez desta regiao da Provincia de rnhambane reserva de mAo-de-obrs barata . Por ISSO or081'11-zou .0 desemprego nesta I)rovlncia 'Hio ha estruturas, nlio ha fAbricas nAo h8 agricultura planificade. unjo� fabriquete que eu vi, foi de desoaSQue de castanha s6. S6. Vejam bem, e parque nAo ha riqueza nest a Prevln­cia? Nao hii rlqueza?

Voc�s sao produtores de copra; nlio M fabr ics para 6lee. Voc6s slio pro­dutores de malurra. Ha uma fabrl. queta que s6 produz rnil toneladas de sablio. Aqui era reserva de mA o.de­·obra barata, para se recrUlar mllha­res de trabalhadores por ano pltra a Africa do SuI. Por isso Elra necessa. rio 0 desemprego na Provincia de Inhambane.

Dai 0 eslorvo de Gevemo para que cada provIncia !leja auto-sufie,anle em comlda, em roupa, em oal(:ado 0 mi­nimo. Seja lIulo-suticiente, mas tudo que vern para squ i, tecido, sapatllha, lenc;o da cabeca, capulana. calCao. �em donde? De Maputo. Quer dlzer a ProvIncia de. Inhambane e dislrilo do Maputo.

Entenderam? Quem fez isso tudo quem p lanilicou? 0 colano . Aqui linham-se lixado alguns advogados para preteger as interesses de a lguns colonos que estavam aqui. Tinham-se flxado um ou dois larmaceuticas para vender medlcame�los aos colonos que estavam aqUJ. Tlnham-se fixado dois ou Ir�s advegados para defender 81-;luns colonos que eslavam aqui.

Para 5e recrutarem moleques e car­regadores de ba ldes de fazes para Lourenco Marques. eo ou nao e? Vi­"ham buscllr nesla provinCia. Ttabs­Ihadores de cana II eulros para Beira varredOre de rUas em Inhambane. Er� precis,., desemprego em Inhambane

q dese.!" re L.. V oyez man eban onadaa peloslilhos. as nOlvas It mUlheres sem marldos os filhos sem pais. a nossa misaria orgllnlzada 8 pilinificada toram mlna de ouro para enrrquecer colonos em Mecambique EI os boers na Africa 'do SuI.

lamas para Africa do Sui cheios de esperllnca mas regre8savamos doen­tes e inv;\l ides e multos nem !>equeT regressavam. Ainda Iloje silia visiveis as marcas da Ilxploraceo e humllha­vao colonIal.

. Temos tambem que recordar como " 'vi�mos de Rovuma ao Maputo antes da !ndepend6ncia; s6 lemos seis aMs �e Independtincia mas mui!os de 1165 18 se

.esqueceram facifmente daquilo

que fa I. a explora9lio colonial, daqui!o que 101 a humllhaCao do nosso Povo daqu�lo que foi a despersanaliza¢ilo : daqUilo qua 10/ a vio)encia /raica e ideol6gica do colenialismo.

Antes. s6 alguns assimllados; e�se:s aSSlml lados cemiam as rnigalhas dQ banquete colonial. Viviam de reatos mas diziam eles que eram porlUgue: ses, portugueses do lJl\ramar. .So­mos portugueses da pa tria una II indio visivel».

Esses assimiJados ma,ndavam as crlan�as com seis an os para a es­cola. E a maioria? A maloria do Povo �ao podia fazer isso porque a escolll f,oava /onge e uma crienca com essa Idade nao podia fezer a CoIImlnhada. Correcto?

Por causa dessa ignorAncia VOC&s Me expllcam aos fifhos quanto ous. tou a escola. Par causa dessa igno­rAncia, por causa desse esquec imen­te rlipldo. nlio sae c apazes de e'xpll ­car quanto custou a 85gola, quantos ,!!erreram para que a escola lesse Ilberteda. para qUa a escola deixasse de ser um privlleglo mas sim uma conqulsta popular, um direito de toda o Pevo. Porque e que nao exp!lcam aos VOIISOS filhos? Porque e que n�o explicam aos fllhos?

Temos oscolas e os vossos filhos r,eprovam; temos escolas· os '!fOS$OS lifhos destroem as carteira!!, destroem os bancos. esc:revem palavras obsce­na nas casas do banho. Nlio sabem quanto custou a e5001a. as parades da escols. a a luta que livemos de travar para ganha r mos II esccila.

� por isso que diz�mas «Fazer da escols uma base para tomer a pederp, Entenderam, alunos? Bata­Ihas sucessivas. Iraeassos e fracassos durante decadas e decadas para liber­tar a escola perque a escola Ii onde esta 9 segredo do homem, e a ascola que nos de!. a d imensiio de mundo. e a escola que nos 10rnece os conhe­cimentes. necessarios para 0 aprevei­tamento integral da natureZa em be­neficio do hemem.

. PlIra cUlliver 0 milho e precise i r

a escola, para plantar eoqueiros e preciso ir it escola. PElra poder plan­tar de uma manE!I(a cientilica e orga­ni:zada para em cada hectar sabor­mos quantas toneladas de copra vamos ler, em cads hectar quantos caJueiros, quais as cuidades neces­sArios para que a cajueiro produza o necessario. c preciso ir it8soo la. Para plantar a mandioca e saber ut;' zar correotamenle a mandieca, al5 vitamlnas que tern a mandioca. a batata·doce, e preciso ir a escola.

Para somear 0 algodilo qUIl e para ter dfnhelro. para constru ir a fabrica

1 de Mar(fo de 1982 n

Page 2: Samora Machel - Mozambique History Net

,.....,...----- ----�-�-........... .--.----�------------------____r--__ -----------__:r-.,-.......... '"""71'-:r-.,.---';""""':'-�-�.- -.. .... "��-.-.�--�---.....,

o E plR,ITO VIVO DO P'ATRI J:'IMO Que produzlra a roupe, 0 lato, 0 len-1;0, capulane. a blusa, a saie. e pre­Clso saber quantas toneladas em ceda hect&., mas para isl'O e preciso Ir a

escola. 0 segredo astA na escola e para dirigir. par a aafander a Patrie, para :utar cQnlra os inimigos da Pa­tna. e preciso ir a scola par� tar 0

8e(llido do que e, a Palrla, 0 'que e a Nacao. 0 que e 0 Pais.

Sem a escol a. uS homens nao sao h omens; sao samelhantes ao homem, Ouvirarn?

o segredo esta no livra; estimula a inlellgenc i a que nos temos aqui dentro e comecamos 1\ ter olhOs de ver. Olhamos para uma case, dizamos .. asta cas a eshi mal leile� porque ja

. sabemos 0 que e uma casa. como se constr6i, como sa desenlls uma casa: olhamos pars a eslrada e dlze­mos eSla estrade estli. mal faita. asIa casa. asta linta e leia para est .. casa • assim as mulheTes sabereo ellco· Iher 0 po para a cara. nao a verdade?

£: preciso saber ellcolher 0 tipo de p6 para a minha cara. para a mmha pele. E por Is so que na ascola Bpren­dam as cores. Quando nao foi iI escola nao lava a cara e nao penteia porque nar sa be 0 lIator de pentear, nao sabe o .... alor Oe lavar a cara. Faz parte de hlglene.

Agora. vejam maus amigos, porque (> Que 0 nosso Estado da mtlila im· portancia II EdlJca(fso? Macaco nao lalla as def'ltes e nem sabe que ,. preciso laIIar; nao sabe.

Se lu nao lavas a oare e dell(SS remela nos olhos. a tua cara passa a ser transporte das moscas . Niio lava a cara. nao penteia. porqu�? Nao sabe ler as doenc;:as Que isso provoca.

Por iSSO. meus amigos as escolas que exisliam na vila nao eram para n6s. eram pare eles: eram parI! filhos de colon as. MUIlos de nos morrlamos porql,la naa. IInhamos dinheiro para um� operRcao, porque �ilo linhamos dil'1helfC' para extra I' 0 dente: n!lo tinhamos dinhei ro parll ir 80 l1ospital.

A saude e 0 luneral er'lm um neg(>. ci . Enlravam em negoclaQoes para venda do cadaVer \lender um cada­ver. Havia cadaveres de prlmelrs classe. hallia cadaversa de segund'a. cadaveres de terceira. e out ros sern preco; esses iall1 para as valas comuns. Esses nao t6m tumulo, esses nao tam categoria, l'1ao pesa 0 cada­ver. Agora nao sei se continua isso Amda he:! neg6ciO? Exp liQuem aos vossos filhos. expliquem i�<;'l aos �O&-80S filhos. para saberem lIalorizat a indepenEiemcl8, t) que quer dizer incle· pendt!ncla. " que quet dizer liberdade.

Mas nao basta di'Zer que e indepen­dimciil, Esta independencill de Mo· cllmblque e especial. Em mul\os pal­ses independentes da Alrica a escole conllnua a ser Pfivilegio. Paga-se. Continua a ser privitegio ir ao hosp ... 1111. Paga·se. Conlinul' haver neg6cios de funerais, de cadilvE'ras. em mu,· tos paiseit' de Africa. Procurem saber

Obsc'Jrantismo. superstiC;ao e a cui· tura deles.

HOje 0 que somos? Oi(f8m bem. HOje 0 que somos-? Hoje ·somos hoy mens livtes, somoa homens indepen­dentes. somos um ESlado sober&no. Hoje 130 1I1i1 c�as aqui . frequen· 111m escoias primarias em. Inh�r'IIba­ne, " qua signifiea tras ou quatro vezes mais do que no tempo colonia�

Hole, os hospitais sao abertos ao -'0'10. Hoje vivemos em casa on de ontem eramos moleques e vivlamos no quintal. AcabSmos com 0 comer· �IO da mOrle.

Na nossa vlsita 'lImos qua a FRE· LIMO ul1iu solidamente 0 Povo. Todos "Ivem os problemas do RovulDa ao Maputo. problemas nsclonais.

Assistimoa mUito a iSso. quando Gaza era atacada, Cabo Oe�ado, N i ess a maxiam-se. QI!lIndo' SrI1ith ata­cava Inhambane .. Mabore, ,8 out!'Os

para \'9* �-IMd . ....... ='"'.-" que a vossa independencl9 deu. mUitos palses da Africa Independen. Ie'S nao e POI causs da independe/l cia' e por causa da Revolul;ao que nos fazemos. OUllirem? E por cause do nosso Partido FRELJMO.

Eu passei por aqui em 1975, do Rovuma ao Maputo. Visitel as resl

dencias; os colonos alnda Hnham ocupado \oda esta cidade. Nio havla nenhum preto, Havia?

As destrUicoes nas esco las. os IIIhos quase que aprendRm dos pals em casa: rasgar a rede, partir a por­Ia, pegar a janela e tazer lenha. Banhelra plantar batata-doce. qUIntal em IIez de po, relva, laran/eirs. man­dloca. Como vao edUCilr os IIOSSOS f llhos? OUintal e para ser mach�mba?

Quando proclamiunos a indepencien­cia, meus irmaos, a nosso Pais era 0

mais pobre da Alrica. Oil;8m bem islo. S6 para a Africa do Sui lam 1)'lais de 200 mil homens por ano , para as mi· nas da Africa do Sol para 0 carvao, para 0 diamante. para ouro, para o ferro. para 0 cobre e oulras colsas.

Eu penso que sao mllitos (,lue foram para Africa do Sut aqui. nao e ver­dade? Levanlem os bra"os os' que toram para Africa do Sui. trabafha· ram na Africa do Sui. levantam os brac;os, Levantem bem, Obrigado meus amigos.

o nosso Pais era 0 mais pobr6, quando proclamamos l' independen. cia, Nao tinhamos escolas, n30 Hnha· mos hospitais, nao tinnamos casas. Par !sso. por isso. nao podemo!' esquecer.

o colonialismo vlvia 08 nosse Ign(\. rancia, da nos�a misena. da nossa dor do nosso sofrimenlo. 0 coloma· lisrno fomentava 0 obscuran\ismo e a "uoershc;ao. Est'S. era a cultura dele"!

ILgares da provIncia. Tete;. Zambez.ia, Nampula, mexiam-se-; signifioa que a FREUMO UOlU solidamente 0 nosso POVQ do Rovuma ao Mapu t o.

Eo. que somos haje. Hoje ja nillo ,somOf mutsonga. Voc!s adulteram. Dlrem bita.nga; nao' e bitonga. nao. Mulsonga. HOja js nao somos mutsua. hOle_ Ia nao somos chope. Somes 0

qu@? Mocambicanos. liquidamos 0 Iribal ismo. que era a pOlitica de dlvi· sao e para oprimir; liqUidamos 0 ra. glonaHsmo. Ilquidamos 0 racismo.

Somos todos 0 Pove) mOQsmbioano. Encontrllmos. sim. hoje . �ambica­

no�; enconlramos onidos na cultura. Vimos em Inha'mbane danc;as de Tete. dallQas de Cabo Delgado. dcmc;as .. de Manica. dan�a5 de Solala, ol1tem em Homolne.

Enconlramos 0 desejo a vontade. .ontad.e e . clesejo COl'nunll de fratefl'll· dade. de progresso, de oombate con­tra a explorac;iio, de luta contra 0 subdesenvotvimenlo. EO 0 que ie en· contramos naste P.ais. n&sta provin· cia. em �rtl,cular. Vimos a mesma

determinaqao. para a hlta COntra a fome, a miseria. 0 ·desemprego.

V.Jmos a determinac iO conwm de lodo (l Povo do Rovuma eo Mapul

.o

para a construc;:ao de um Moqambl­que uno, prOspero e forte. Moc;ambi· que em paz.

Vim9s napopufaqao. de Inhambane, o esplrito vivo de palriolismo, do or­

gUlho de serem mocambicanos, da firma vontade de defender a P'4tria. Vimos um povo generoso, trabalhador, llo!1e$tO. intellgente.

PoOr onde p�amos, 'fomes galvanl­zados pelo entusiasmo popular. Fo.

. mos acarinhados� Viemos mais. eliti· mulad05 pels confisnc;a que 0 pavo manifests no seu futuro. confial)ea em Ilbertar-ll8 do subdesenvolvimento.

A Provincia de Inh. ambane e u{T\a' provfnpia rlca e nllo pobre' 'como se dizia. Diziam qua Inhambane nao pode produzir milho. Inhambane nao pode produzir batat!l. Inhambane nao pode oriar gado, Inhambane nao poda sar IrTillado. Constafarnos 0 conlrano. •

Vlmos QUe a PrOvinCia da Inh81Tlba.

a para exporter para outras provl"" cias. Esta provincia pode ser celeiro.

Produzir para eonsumir. pr oduzir para exportar. A riqueza, portanto exists. .

� com a nossa inteligillncia, a 0

nossa trabalho, que daremos pe'rnas it rlQueza; a riqueza tambem deve andar. Entenderam? Colocar as per­nas na nossa rlqueza para PDQer mat­char.' Es1A adonneclda la em baixo da terra: em cima e em baixo da terra, a riqueza estA sdormeckla porque nao colocamo6 8$ parnas para poder marcher. '

E com 0 nosso trabalho arduo Que eonstruiremos a nossa felicidade e It

felicidade dos nossas tilhos. AlUla pelo bem-estar val elCigir dedicac;io, vsj exig Ir confianc;a ns vil6ria. vai exig lr saorlffcio. Nao h8 vitoria sem saerifleio.

Precfsamos de Gente c8.P.8Z. Capaz

aquTlo qua sao os bandldos armados . As populsc;:6esdisseram el7)· Mambo­ne. em Hamolne e Vi!anculos: .os band/dos sio gente .. sem quaJquer obJectiVo. Os bandidos matam e sa­qlleiam tudo 0 que'8 do IPavO; e gente Que nAo quer trabalhar, que quer vi­ver a custa, do 1rabalho dos outroa; e gante pregu�osa. Comete atrocida­aes contra a populagao, arrancam a roupe das mlllheres; viGlalJl"nit� em franta des saus maridos. Cottam os seios dllS mulheras. coTtam as ore·

. Ihas. oorlam 0 nar:iz. a'ssasslnam crieneas, assassine,m velhes. raptam professores e alunos e matam: rap­tam a ass8sSinem. Raptam e BSSIISSi· nam enfermeiros. as parteiras. an1er­meiras , destroem as sedes do Partido e das Assemble/as do Pc)Vo. Raptam' e assassin em seoretarios d08. grupoe din(UTliiadores, membros do Partido. deputadOs.

Mas 1/0 di�emos: trifmjaremos. l'e1U;eremos. Vencemos 0 colonialismo. Vet,tcemos'lan Smith

ne e rlcll em recursos agricolas, reo

cursos florestais, a peeuaria • . pei)Ce, recursos do subsolo. Eneolltr�mos lugaras hist6rlcos. lugares tu'rfsticos e e. uma provincia com grandes po­tencialidades. el'm grandes riquezas. com muilo mais recursos que palses dessnllollildos.

A Provinota de Inhambane e maior que mui10s paises dli Europa. S6. a Provif'lcie de Inhambane. E tem con· dil;Qes para ser ' auto·suficiente.

Homalne e um dlstrilo rico. Pro· duz rnilho. amendoim. feljao, truta. ProdlJz a1godlio e tem areas destroo· cadl1s Clue t&m de ser inlegralmenle aproveitadas.

Em Inhembene .e Maxi)(� 1emQ& que t;riar zonas vert!!;!s pare a pradut;ao de bans de abaslecimento do Povo'a utiliv- 210 maxim,o a indlS$tria e as intra-eslruturas eXlstentes. A riquaze llxiste: hi! que concretrza-Ia nil bese de elllpreslIs provincials e coopera· livas. , S6 as tres ;:cnas de Mecovane, C�fnguingQiri e Chimunda podem pro­dutir anualmante - anualmente -mals de meio milhllo de loneladas de produtos agricolas. porlanlO chege oara tod'a " poot.tl8,(fJo de Inhambane

de fazar 0 qu�? Prec:isamos de genie capaz. de gent. competanta, de gente dedicada. que nllo vaCIIa perante as diticuklades. oem trai.

A populscc1io de Inhambane jii de­monstrou a sue capscldade e por isso estamos confiantes que vamos venoer essa batalha porque a Provincia de Inhembana sera uma provlnela pros· pera. oode vrremos clescansar com 0& n08$08 amig08 de oulros palses, entenderam?

Sobre os bandidos: nao ht\ desan­volvimento sem paz. Paril. 0 desenl/OI. vimento do nosso Pals. II fundamen· tal haver ' seguraOl;a e.ttanquilidede. entenderam? Seguran�a e tranquill· dade.

Por 11:80 em Novembfo tivemos que desencadear a of ens ilia no seio das

'Forl;8s Armadas. no seio das Forc;as de Seguranc;a. no seio das Forvas Polictais porque. comportavam-se. al· guns, COmo Inlmigos do rrossa Pavo.

A nossa vislta � Provrncia do Nias. sa tOl tambem uma grande esc()la onde 0 Povo nos ensinou como dave· mos combater. combatar aqueles que semelam s intranqUilidade e a insta· bilid'ade no seio tla POpulaclio. :

o Pavo desmascarou com vigor

Das' roem e saquelam casas. ma· chambas, celelros da populac;ao; des­troam escolas e hospitals. As popula­I;Oe5 disseram·nos ainda Que as ban· didos sao agentes �ul-africanos. anti­gl)s pides, antigos regulos, marginais. v�abund�s e criminosos.

Mas 0$ bandidos nao sio . todos estrangelros. Muitos sil.o:> moc;ambica· nos. noSllos filhos. primes, Ctll'lhados, lias; SBO nossos parente& qua lie tornaram oriminosos. Parentas que hOje nos roubam. vlolam e assassi· nam. Temos que mover llma luta SSm tr�uas aos bandldos. uma lula que fal;a dasaparecer os focos da intran· (juilidade, 'do deaaasossego, da insta­billdade.

o nosso Pills estA em guerra per­manente contra 0 imperialillmo. E 0 rmparialismo que praparl:l. que treina. equlp a. financia e serve de al;lasteqi­mento BOil bandidos; e a loglstica. £ til imperialismo.

A Africa do Sui': uma lIimpJell ponle de' lanca del impcrialismo por. que aqui Se constrOi 0 sooialismo.

igu1\ldade entre as hOmflnS, terra sem explorscilo do hOnlem pelo hOtnem; cada urn 'tem de. trapalhar. Por i sso odeiam"nos. S6 a nossa presenca jil

e ameac;a; eata presenc;� aqul Jit 6 ameaQa forte para 0 imperiaiismo.

Mas n6.8 dizemos; triunfal'emos. Nos venceremGs� NAo hSdUVida nanhuma. Vencemos' o QOlonialismo, vel)eemcis

·Ian Smith. Atacam·n6s para atr8sar 0 desen­

volvimento econOmico. para mantar 0

ROSSO " , Pals sul:ldesenvoJvido, para manter 0 .not$O Pais de pendente do imperiallsmo, directamente eta Africa do Sui. '

NOs' hJtamos e derrubamos 0 colo­nialismo portugu6s. Depots cia inckt: p�ndenol!l lutAmos, derrabamos 0 re­

giine do tabaquejro, do vll9abtJndo !.an Smith.

Hoje somes novament& chamado" meus amigos. POYo mOQambiC8no, de AOVO $gmos cliamados. 'D«(sta vez

·para liquldar os bandidos armadas, que alo 1IQ8n'-li do regime �C)ista e minorltdrio de', Pret611a.· aClentas . do

imperiallsmo internae.ional. destaca· mer)to arma(iO ckila racistas, contra a nossaPAtrla.

Que venham os sul·atrlcal'ios. Ve· nham' eles diractamente. Neo que­remOs agentes. ouviram? Agente e moleque.

Nao queremos. Q moleque, n6s.que­remos 0 patreo. Ouviram, meus !lmi­gos1 NOs lutamos oontra 0 patriio. nAo queremQs moleque. MOleque n60 tern 10rc;:a.

Por isso a papulac;�o da ProvIncia de' InhmabSn8. 'em 'Nova Mambone, Vilanculos. Homo/ne. par kJdo 0 lado ()f1de passamaa, em manifesl4l;i!o do seu 6dlo contra' os banefidos, pediu armas. Repito. pediu armas, para mo­Vilr guerra 'aos bandidos armados. E�ta atitude; pppulaQ20. povo da. Pro-

. vrncia de Inhambane. e uma atltude patri6t1ca, emenderam? Esla e uma atltude , patri6tica.

E uma slituda de respoflsabi lidade.. e uma atitude cia nOC"olo que tem de tjuanto custou a nossa' independ�n­cia, Quanto custou a nossa indepen­dencia? Custou' sanDue e tem de .ser defendida com sangue. .

Quem !)0Ji' arranca Utn dente, n6s arrancaremos dez ' dentes: quem nos

arranoa um dedo, n6s cortaremos 0 braco; quer'll nos arranca um olho. nos oorlaremos a cab�a.

E quem nos corta as pemas, n6s pUiveriza-lo-emos. Sabem 0 Que e p,ulverizar? Nilo como no hosp ltlll quando deitamos' remedio. Pulverizar signitioa esmagar e to mar em po. Assa-lo, esmaga-Io. e torna-Io em p6. Pulverizar. Ja e Om termo politico. nao e de enfermagem.

Por lsso esla atliude e uma atitude heroics. � uma atitude reveladors da profun�a consclGncia patrl6\1ca do Povo, do orJ;julho de serem mO(f8m­bicar:los e da determlna�jo para liqUI­dar tudo aquilo que constitUI obsta· culo para a progreSllo, para 0 desen· votllimento. para a paz e 0 bem-estar do Povo.

Seremos portadores dasea mensa­gem para a DlreceAo do nossa Par· tido e Estado.

Como disliemos no 'nicio, vfemo.s a

'nhambane. para conhecer a realida· :Ie da provIncia. constatar com 0 Pavo os problemas exfstentes.

Contactsr com 0 Povo • nale nos inspir�rmos, como ja e tradil;ilo da DtrecQilo do nosso Partido. Os diri· gentes da Republ ica Popular de Me­c;amblQue inspiram-se lunto do Pavo. It 0 Povo que saba. l! 0 Povo que faz a hist6rja.

� 0 Povo que nos eoslna como lutar. como lIeneer. como defender a patns. Por isso pensamos que atln­gimos os objectlvos da nossa visita. Salmos mais confiantes, mals convlc­los da vit6ria, ns batalha dura que travamos contra 0 8ubdesenvolvl­mento.

Popula(flio da Provincia de Inham­bane, vimos. desde a nossa chegada, no rosto das mulheres. das Crianqas a alegfia da vida desta bela terra de inhambane.

Vimos velhos. homens, mulheres. lovens acompanharem·nos. correndo ongas distAncias. numa manlfeslal;80 Ie .... italidade e de firmeza da nossa 1evolul;ao.

Ol.\,\limos 0 eom melodioso da nossa mbila, entoar os mais belos cantos

'esta nossa patria. ho/a libertads. Juvlmos pela voz dos nossos velhos

3 trovadores, as hist6rias ds resislan· oia, do sofomenta e da alegria , da ilberdade conquistada pelo nossa Pova. Ficamos entusiasmados com 0 mOllimento harmonloso das nossas bel as bailarinas, proporcionando-nos morgentos altos de prazere de orgu­Iho. pele nossa cultura.

Recabemos des vossas mllos ga­.1erosas e trabalhadoras of art as e recordaQ6es que nunca mais se calario no fundo dos nossos Oora· c;ass.

--81 ... ""' ............. .... _rntcta. a vossa oomlda bem tamperada. bem confec:donada, com carlnho pr6prlo da iii bem conheclda cullnaria de Inhambane.

Por todos os locaia em que puu­mos, a populac;ilo matou-noa a sede com Agua de lanho.

Retiremos desle mar que , nosso o peixe que necessitamos. Fa"amos desabrochar as imensas potanciallda­des adormecide,s e qua a iniciafiva criadora do Povo seja 0 ponto de partida do nosso esforc;o na luta contra 0 subdesenvolVlmento.

Por isso dizemos Khanlmambo po­putal;iio de Inhambane. por asta liqilo: lieao bela de maturidacle polltlca II

consciencia palri6tica. Khanimambo popula�i\o de Inhambana pela forma calorosa e acolhedor.a com que fomos recebidos em toda a parte: Vimos as

. nossas balas criancas. \limos as nos­sas bonitas mulheres a so rrirem e a

acenar a milo. Este aoenarde m60 signlliQa esperan9a. significa a futUro, futuro luml;'050. futuro belo que sera s nossa patris. sera 0 cravo que nunca se feclla. sempre aberto. 0 cravo que nao sees. Sen� 0 Sol, 0 Sol do maio-dia. 0 Sol que sempfe nasce e nunca se esconde. Por lsso. obri· gado populsC;i\o de Inhambane.

Nos transmitirel11O\l as outras pro­v lncias esta bela liJ;:io de como se comports, a disciplina. a organiz�ao. o si\Ancio que eSla aqui como S8 los­sem tres pessoas, quando sao deze­nas de m ilheres � pessoas mas todos gritando: A luta Continual A RelioluJ;:ao Vencerer. ° Socialismo Trtunfara! Muito obriroado.

Receb,emos das vossa·5 maos gcnerosas e.., traballUlaOT as ofer.las C I'ccordQfoes que 1I11lJca nlQ/s. esqueceremos K.hallimambo popula¢o de Ilihamballe pela JOTlna· ealorO'a e .'",:oi-hed(Jra com que iomos lecebidos em toaa a pane

1 de Marlj:o de 1982 p.glne trl. • i'