Upload
others
View
14
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
- Samora Machel Transcrevemos a seguir 0 texto do discurso pronunciado no sabado pass ado em
Inhambane, pelo Presidente do Partido FRELIMO e Presidente da Republica Popu·
lar de Mo�ambique, Samora Machel. no grandioso comicio popular ali realizado:
Vremes, cldadaos de Republ ica Popular de Mocambique, cidadaos da PrOVincia de Inhambana, viemos vlsltar a ProvinCia de Inhambane para conhecer dlrectamente a sill/acao; a situaCiio polilica , a sttuaQao econOmica, a sltuaClie social. Em resumo: vlemos para cl!lnhecer a vida do Povo, a perspective de melhoramento do· nosse futuro. Oomo e que nos' caminharemos , ql,JsiS os passos que devem ser dildos para 0 desenvolvimenlo SOCial, para 0 desenyolvimanto e cen6mico. para 0 desenvolvimenlo cultural, desenvolvimente ideelagioo e pol iIICO .. Para perspectiva r 0 nosso flltl,Jro, futuro luminoso, lutro brilhanle, futuro de esperanca, futuro cheio de fel icidade, futuro de tartura.
.
Viemos, meus amigos, para verifi carmos ate que ponto 0 P lano Estatl!. Cent,el asta. snde 'cul1lprido, qual o plMO terr itorial ' da Provincia de Inhllmbane 8 como esta a ser cum· prido esse plano territorial, como asIa organlzada a populacilo. populacJo
de Inhambane" para. com os seus pr6-prloll meias e 0 seu trabalho; a sua. energIS.. a sua intefigenoie, possa veneer as dlficuldades. e assim me-· Ihorer a sua vida.
e. verdade que em primeifo Iugar • neoessario que ellmjnemos 0 res-' ponsave! palo atrasO.
Quem e 0 rasponssvel pelo a trsso? E a Ignarancia. e 0 analfabausmo. Sae esles os lnstrumenlos do s�bdesenvolvlmento que provocam, neces·sariemente. a fome, 'lnude:z, a miseria. am ultima analise.
Viemos lambem para saudar 0 asloreo patnallca esforco realizado pelo Povo, ns defesa da Patrie conlra os alaques raclstaS. Vlemos para saudar o Pavo pela sua abnegaQilo, pelo sell apoio ineondicienal. pela sua determinacao, pelo seu herolsmo. pela sua coregem, no apoio que deu a lula de IlbertaClio do Zimbabwe para IIqulda· Clio de tabaqueiro Ian Smith.
Al!l!lm 0 POYO de Mor;:ambique , do Rovuma ao Mapulo, inclulndo a Pro-
incia de Inhambane, Iransforma,am ;a Patrie Mocambieana numa pat ria de homel's intllrnacionalistBs, de hom ens qUe fazem ou que sabem fazer da luta dos POVOS oprimidos, sua luta. Por ISSO, parabens populaclie da Provrneia de Inhsmbane. . .
NB realidade, 0 que fai a Pravincia de Inhambane?
Para compreender 0 que loi a Provincia de Inhambane. prlrnel'o temos Clue compreender onde estamos e 'Inlso deveremos cempreender. pro· curar camp.reeder donde viemos.
Compreender E! .assum�; a hlslciria: hi'lcina re t A hlstafl e hist6rill �lna$ eta his orra sau pJglml
imorlais. !': preciso campreander e IISsurYIlr a hlst6ria passada. parll cons tru" a hist¢ria futura.
primeiros a receber Vesca ds Gama". Flcar orgulh05o PO! ter sldo 0 pri
melro a ser escravo. nlio e? Orgu· Ihar-se dlsso porque eu lui escravo primeiro, eu lui moleque primelra. Orgulhar-se porque as primeiras algemas, a pri1'l1eira palma!6ris callJ sabre 11. t: orgulho isso? E motivn? E motivo de orgulha?
.. Eu. slm senhor, SGU 0 prime iro
E'flcrave. escravo do primaira classeD. Os colonialistas qulseram - oicam bem ista - os colonlalislas qlll�eTam contundir-nes para poder divldfr, dlzenda que Illhambane era "terra da bera gente ...
E mUllos estao al conlenles a inda. • Terra de boa genie", 0 que quer dizer .terra da boa gente-? 0 que e
. que slgnifiea "Ierra da boa genie .. ?
Significava I)ara ales. qu Inhambane aceitava com aleg la a humilhaC;;iia • explOra((80 colonial Entandem?
Significava QUe a gente de Inhambane aceitava com alegria a exploracao, a domlnacl\a, a humilhaclio cola. nial.
Quando diziam .. terra da boa genie» nAo se releflam - oU,am bem - n�o se relerism a bondade e hospilalidade do pove de Inhambane. que sao careOlerfsllcas gerais de todo 0 pavo MOoamblcano. 'Com ' terra da boa gente,. queriam di:zer que voluntanamente e com alegna aceltavamas a chibsla.
Voluntariamente e com 'alegria ace i·.
tavllmos a palmal6ria, 8lgemBs; vol un· tariamenle e com alegr ia deidvamos que nos amarrassem. nos algemasS8m. nos acorrenlassem. Significava que voluntanamente e C()m alegria entregavamos as nossas terras a el s.
Com uterra da boa genie ... os colonialislas queriBm dizer que volunlarta e alegremenle olereciamos as nossas
filhas e mulheres . para serem violadas . .. Terra da boa genie» significa isto.
Signlficava oue voluntaria e a legremente aceitaviilYlOs 0 raciamo. a discflminac;;Ao raCi a l . Signlficava que aceltavamos que os nossos l ilhos nao
Inh8mbane fOl uma das primeiras zonas de renelrar;:ao e conqursla colonial. Oicam bem Islo. Alguns org u Jhilm·se dlSSOi "Ah! n6s fomOR " .. () cololl/fl{'/..'iI/lO 1'Il'IlI da I/OS.w irmorrillcia. da "v�··\a mi�il ie, cia /lOs.IIl dOT. do II011S0 ,IOIT/Illi'IIf("
POliO moyambicQICo. Dc 1101'0 Jall/o.\ chamados para liqlliliar as bal/didos iJl'mfl dos, agcnre::. do reg;l1/e TacNa da preToria, do impf?riali- mo inlernaciollal •
pagina dots'
•
tivessem escola, nlo tlvessetTl hospi. tal, signiffcava que aceltAvamos que
nao precisavamos de assist6ncia medica.
�Terra da boa gente.. signifioava para eles que nos eramos anlmais de
carga. Mas 0 chicote, a palmat6r ia doiam
nas nossas costas. nas nossas maos.
A violayiio das nossas mulheres fazia-nos chorar de raiva , 6dio, mas di;ziam que s.omos "boa gente», « terra da
boa genta>-. As algemss. .0 chicote a palmat6.
ria semearam .0 6di", ne nos 0 cora· ((aO, queorava a nossa alma, destrlJia
It nossa per90nalidede, a nossa dignl. dade, a nossa honra. Honra como homens, como Povo.
Os colaniallstas utilizaram 0 1erril6-rio de fnhambane. utilizaram a traiClie dos regu las. Gsses moleques de pri· meira classe. Regulo:;, moleque de prlmalra classe.
Trabalho imposto e prender pessoas para chibalo e cabrar imposto. arranJar gafinnas. arranJar raparigas para ad 11inistradores.
Um homem que se considera integro, moralmen1e. homem a-;!ulta. ca •
belo branco. carece., organizar erianca de 15 anos para dar ao lienho( administrador.
Era assim ou nao? Esl.ao aqui ai>luns antigos regulos. ()s que flberlanes, cojtadoll, jli nae sao meis moleques. Ja t�m honra esses. Fomentaram a, trai�ao dos feudais para cenqUIstar toda a nossa Pat ria mas 0 n09SO Pevo ode ia a ex ploracao, odela a humilhacAo. -per is so futou e dorrubou 0 .coloniafismo; per isso lutou contra Ian Smith e Gentrlbuiu par a a vitoria da Povo do Z imbabwe.
o colenia llsmo fez desta regiao da Provincia de rnhambane reserva de mAo-de-obrs barata . Por ISSO or081'11-zou .0 desemprego nesta I)rovlncia 'Hio ha estruturas, nlio ha fAbricas nAo h8 agricultura planificade. unjo� fabriquete que eu vi, foi de desoaSQue de castanha s6. S6. Vejam bem, e parque nAo ha riqueza nest a Prevlncia? Nao hii rlqueza?
Voc�s sao produtores de copra; nlio M fabr ics para 6lee. Voc6s slio produtores de malurra. Ha uma fabrl. queta que s6 produz rnil toneladas de sablio. Aqui era reserva de mA o.de·obra barata, para se recrUlar mllhares de trabalhadores por ano pltra a Africa do SuI. Por isso Elra necessa. rio 0 desemprego na Provincia de Inhambane.
Dai 0 eslorvo de Gevemo para que cada provIncia !leja auto-sufie,anle em comlda, em roupa, em oal(:ado 0 minimo. Seja lIulo-suticiente, mas tudo que vern para squ i, tecido, sapatllha, lenc;o da cabeca, capulana. calCao. �em donde? De Maputo. Quer dlzer a ProvIncia de. Inhambane e dislrilo do Maputo.
Entenderam? Quem fez isso tudo quem p lanilicou? 0 colano . Aqui linham-se lixado alguns advogados para preteger as interesses de a lguns colonos que estavam aqui. Tinham-se flxado um ou dois larmaceuticas para vender medlcame�los aos colonos que estavam aqUJ. Tlnham-se fixado dois ou Ir�s advegados para defender 81-;luns colonos que eslavam aqui.
Para 5e recrutarem moleques e carregadores de ba ldes de fazes para Lourenco Marques. eo ou nao e? Vi"ham buscllr nesla provinCia. TtabsIhadores de cana II eulros para Beira varredOre de rUas em Inhambane. Er� precis,., desemprego em Inhambane
q dese.!" re L.. V oyez man eban onadaa peloslilhos. as nOlvas It mUlheres sem marldos os filhos sem pais. a nossa misaria orgllnlzada 8 pilinificada toram mlna de ouro para enrrquecer colonos em Mecambique EI os boers na Africa 'do SuI.
lamas para Africa do Sui cheios de esperllnca mas regre8savamos doentes e inv;\l ides e multos nem !>equeT regressavam. Ainda Iloje silia visiveis as marcas da Ilxploraceo e humllhavao colonIal.
. Temos tambem que recordar como " 'vi�mos de Rovuma ao Maputo antes da !ndepend6ncia; s6 lemos seis aMs �e Independtincia mas mui!os de 1165 18 se
.esqueceram facifmente daquilo
que fa I. a explora9lio colonial, daqui!o que 101 a humllhaCao do nosso Povo daqu�lo que foi a despersanaliza¢ilo : daqUilo qua 10/ a vio)encia /raica e ideol6gica do colenialismo.
Antes. s6 alguns assimllados; e�se:s aSSlml lados cemiam as rnigalhas dQ banquete colonial. Viviam de reatos mas diziam eles que eram porlUgue: ses, portugueses do lJl\ramar. .Somos portugueses da pa tria una II indio visivel».
Esses assimiJados ma,ndavam as crlan�as com seis an os para a escola. E a maioria? A maloria do Povo �ao podia fazer isso porque a escolll f,oava /onge e uma crienca com essa Idade nao podia fezer a CoIImlnhada. Correcto?
Por causa dessa ignorAncia VOC&s Me expllcam aos fifhos quanto ous. tou a escola. Par causa dessa ignorAncia, por causa desse esquec imente rlipldo. nlio sae c apazes de e'xpll car quanto custou a 85gola, quantos ,!!erreram para que a escola lesse Ilberteda. para qUa a escola deixasse de ser um privlleglo mas sim uma conqulsta popular, um direito de toda o Pevo. Porque e que nao exp!lcam aos VOIISOS filhos? Porque e que n�o explicam aos fllhos?
Temos oscolas e os vossos filhos r,eprovam; temos escolas· os '!fOS$OS lifhos destroem as carteira!!, destroem os bancos. esc:revem palavras obscena nas casas do banho. Nlio sabem quanto custou a e5001a. as parades da escols. a a luta que livemos de travar para ganha r mos II esccila.
� por isso que diz�mas «Fazer da escols uma base para tomer a pederp, Entenderam, alunos? BataIhas sucessivas. Iraeassos e fracassos durante decadas e decadas para libertar a escola perque a escola Ii onde esta 9 segredo do homem, e a ascola que nos de!. a d imensiio de mundo. e a escola que nos 10rnece os conhecimentes. necessarios para 0 apreveitamento integral da natureZa em beneficio do hemem.
. PlIra cUlliver 0 milho e precise i r
a escola, para plantar eoqueiros e preciso ir it escola. PElra poder plantar de uma manE!I(a cientilica e organi:zada para em cada hectar sabormos quantas toneladas de copra vamos ler, em cads hectar quantos caJueiros, quais as cuidades necessArios para que a cajueiro produza o necessario. c preciso ir it8soo la. Para plantar a mandioca e saber ut;' zar correotamenle a mandieca, al5 vitamlnas que tern a mandioca. a batata·doce, e preciso ir a escola.
Para somear 0 algodilo qUIl e para ter dfnhelro. para constru ir a fabrica
1 de Mar(fo de 1982 n
,.....,...----- ----�-�-........... .--.----�------------------____r--__ -----------__:r-.,-.......... '"""71'-:r-.,.---';""""':'-�-�.- -.. .... "��-.-.�--�---.....,
o E plR,ITO VIVO DO P'ATRI J:'IMO Que produzlra a roupe, 0 lato, 0 len-1;0, capulane. a blusa, a saie. e preClso saber quantas toneladas em ceda hect&., mas para isl'O e preciso Ir a
escola. 0 segredo astA na escola e para dirigir. par a aafander a Patrie, para :utar cQnlra os inimigos da Patna. e preciso ir a scola par� tar 0
8e(llido do que e, a Palrla, 0 'que e a Nacao. 0 que e 0 Pais.
Sem a escol a. uS homens nao sao h omens; sao samelhantes ao homem, Ouvirarn?
o segredo esta no livra; estimula a inlellgenc i a que nos temos aqui dentro e comecamos 1\ ter olhOs de ver. Olhamos para uma case, dizamos .. asta cas a eshi mal leile� porque ja
. sabemos 0 que e uma casa. como se constr6i, como sa desenlls uma casa: olhamos pars a eslrada e dlzemos eSla estrade estli. mal faita. asIa casa. asta linta e leia para est .. casa • assim as mulheTes sabereo ellco· Iher 0 po para a cara. nao a verdade?
£: preciso saber ellcolher 0 tipo de p6 para a minha cara. para a mmha pele. E por Is so que na ascola Bprendam as cores. Quando nao foi iI escola nao lava a cara e nao penteia porque nar sa be 0 lIator de pentear, nao sabe o .... alor Oe lavar a cara. Faz parte de hlglene.
Agora. vejam maus amigos, porque (> Que 0 nosso Estado da mtlila im· portancia II EdlJca(fso? Macaco nao lalla as def'ltes e nem sabe que ,. preciso laIIar; nao sabe.
Se lu nao lavas a oare e dell(SS remela nos olhos. a tua cara passa a ser transporte das moscas . Niio lava a cara. nao penteia. porqu�? Nao sabe ler as doenc;:as Que isso provoca.
Por iSSO. meus amigos as escolas que exisliam na vila nao eram para n6s. eram pare eles: eram parI! filhos de colon as. MUIlos de nos morrlamos porql,la naa. IInhamos dinheiro para um� operRcao, porque �ilo linhamos dil'1helfC' para extra I' 0 dente: n!lo tinhamos dinhei ro parll ir 80 l1ospital.
A saude e 0 luneral er'lm um neg(>. ci . Enlravam em negoclaQoes para venda do cadaVer \lender um cadaver. Havia cadaveres de prlmelrs classe. hallia cadaversa de segund'a. cadaveres de terceira. e out ros sern preco; esses iall1 para as valas comuns. Esses nao t6m tumulo, esses nao tam categoria, l'1ao pesa 0 cadaver. Agora nao sei se continua isso Amda he:! neg6ciO? Exp liQuem aos vossos filhos. expliquem i�<;'l aos �O&-80S filhos. para saberem lIalorizat a indepenEiemcl8, t) que quer dizer incle· pendt!ncla. " que quet dizer liberdade.
Mas nao basta di'Zer que e independimciil, Esta independencill de Mo· cllmblque e especial. Em mul\os palses independentes da Alrica a escole conllnua a ser Pfivilegio. Paga-se. Continua a ser privitegio ir ao hosp ... 1111. Paga·se. Conlinul' haver neg6cios de funerais, de cadilvE'ras. em mu,· tos paiseit' de Africa. Procurem saber
Obsc'Jrantismo. superstiC;ao e a cui· tura deles.
HOje 0 que somos? Oi(f8m bem. HOje 0 que somos-? Hoje ·somos hoy mens livtes, somoa homens independentes. somos um ESlado sober&no. Hoje 130 1I1i1 c�as aqui . frequen· 111m escoias primarias em. Inh�r'IIbane, " qua signifiea tras ou quatro vezes mais do que no tempo colonia�
Hole, os hospitais sao abertos ao -'0'10. Hoje vivemos em casa on de ontem eramos moleques e vivlamos no quintal. AcabSmos com 0 comer· �IO da mOrle.
Na nossa vlsita 'lImos qua a FRE· LIMO ul1iu solidamente 0 Povo. Todos "Ivem os problemas do RovulDa ao Maputo. problemas nsclonais.
Assistimoa mUito a iSso. quando Gaza era atacada, Cabo Oe�ado, N i ess a maxiam-se. QI!lIndo' SrI1ith atacava Inhambane .. Mabore, ,8 out!'Os
para \'9* �-IMd . ....... ='"'.-" que a vossa independencl9 deu. mUitos palses da Africa Independen. Ie'S nao e POI causs da independe/l cia' e por causa da Revolul;ao que nos fazemos. OUllirem? E por cause do nosso Partido FRELJMO.
Eu passei por aqui em 1975, do Rovuma ao Maputo. Visitel as resl
dencias; os colonos alnda Hnham ocupado \oda esta cidade. Nio havla nenhum preto, Havia?
As destrUicoes nas esco las. os IIIhos quase que aprendRm dos pals em casa: rasgar a rede, partir a porIa, pegar a janela e tazer lenha. Banhelra plantar batata-doce. qUIntal em IIez de po, relva, laran/eirs. mandloca. Como vao edUCilr os IIOSSOS f llhos? OUintal e para ser mach�mba?
Quando proclamiunos a indepenciencia, meus irmaos, a nosso Pais era 0
mais pobre da Alrica. Oil;8m bem islo. S6 para a Africa do Sui lam 1)'lais de 200 mil homens por ano , para as mi· nas da Africa do Sol para 0 carvao, para 0 diamante. para ouro, para o ferro. para 0 cobre e oulras colsas.
Eu penso que sao mllitos (,lue foram para Africa do Sut aqui. nao e verdade? Levanlem os bra"os os' que toram para Africa do Sui. trabafha· ram na Africa do Sui. levantam os brac;os, Levantem bem, Obrigado meus amigos.
o nosso Pais era 0 mais pobr6, quando proclamamos l' independen. cia, Nao tinhamos escolas, n30 Hnha· mos hospitais, nao tinnamos casas. Par !sso. por isso. nao podemo!' esquecer.
o colonialismo vlvia 08 nosse Ign(\. rancia, da nos�a misena. da nossa dor do nosso sofrimenlo. 0 coloma· lisrno fomentava 0 obscuran\ismo e a "uoershc;ao. Est'S. era a cultura dele"!
ILgares da provIncia. Tete;. Zambez.ia, Nampula, mexiam-se-; signifioa que a FREUMO UOlU solidamente 0 nosso POVQ do Rovuma ao Mapu t o.
Eo. que somos haje. Hoje ja nillo ,somOf mutsonga. Voc!s adulteram. Dlrem bita.nga; nao' e bitonga. nao. Mulsonga. HOja js nao somos mutsua. hOle_ Ia nao somos chope. Somes 0
qu@? Mocambicanos. liquidamos 0 Iribal ismo. que era a pOlitica de dlvi· sao e para oprimir; liqUidamos 0 ra. glonaHsmo. Ilquidamos 0 racismo.
Somos todos 0 Pove) mOQsmbioano. Encontrllmos. sim. hoje . �ambica
no�; enconlramos onidos na cultura. Vimos em Inha'mbane danc;as de Tete. dallQas de Cabo Delgado. dcmc;as .. de Manica. dan�a5 de Solala, ol1tem em Homolne.
Enconlramos 0 desejo a vontade. .ontad.e e . clesejo COl'nunll de fratefl'll· dade. de progresso, de oombate contra a explorac;iio, de luta contra 0 subdesenvotvimenlo. EO 0 que ie en· contramos naste P.ais. n&sta provin· cia. em �rtl,cular. Vimos a mesma
determinaqao. para a hlta COntra a fome, a miseria. 0 ·desemprego.
V.Jmos a determinac iO conwm de lodo (l Povo do Rovuma eo Mapul
.o
para a construc;:ao de um Moqamblque uno, prOspero e forte. Moc;ambi· que em paz.
Vim9s napopufaqao. de Inhambane, o esplrito vivo de palriolismo, do or
gUlho de serem mocambicanos, da firma vontade de defender a P'4tria. Vimos um povo generoso, trabalhador, llo!1e$tO. intellgente.
PoOr onde p�amos, 'fomes galvanlzados pelo entusiasmo popular. Fo.
. mos acarinhados� Viemos mais. eliti· mulad05 pels confisnc;a que 0 pavo manifests no seu futuro. confial)ea em Ilbertar-ll8 do subdesenvolvimento.
A Provincia de Inh. ambane e u{T\a' provfnpia rlca e nllo pobre' 'como se dizia. Diziam qua Inhambane nao pode produzir milho. Inhambane nao pode produzir batat!l. Inhambane nao pode oriar gado, Inhambane nao poda sar IrTillado. Constafarnos 0 conlrano. •
Vlmos QUe a PrOvinCia da Inh81Tlba.
a para exporter para outras provl"" cias. Esta provincia pode ser celeiro.
Produzir para eonsumir. pr oduzir para exportar. A riqueza, portanto exists. .
� com a nossa inteligillncia, a 0
nossa trabalho, que daremos pe'rnas it rlQueza; a riqueza tambem deve andar. Entenderam? Colocar as pernas na nossa rlqueza para PDQer matchar.' Es1A adonneclda la em baixo da terra: em cima e em baixo da terra, a riqueza estA sdormeckla porque nao colocamo6 8$ parnas para poder marcher. '
E com 0 nosso trabalho arduo Que eonstruiremos a nossa felicidade e It
felicidade dos nossas tilhos. AlUla pelo bem-estar val elCigir dedicac;io, vsj exig Ir confianc;a ns vil6ria. vai exig lr saorlffcio. Nao h8 vitoria sem saerifleio.
Precfsamos de Gente c8.P.8Z. Capaz
aquTlo qua sao os bandldos armados . As populsc;:6esdisseram el7)· Mambone. em Hamolne e Vi!anculos: .os band/dos sio gente .. sem quaJquer obJectiVo. Os bandidos matam e saqlleiam tudo 0 que'8 do IPavO; e gente Que nAo quer trabalhar, que quer viver a custa, do 1rabalho dos outroa; e gante pregu�osa. Comete atrocidaaes contra a populagao, arrancam a roupe das mlllheres; viGlalJl"nit� em franta des saus maridos. Cottam os seios dllS mulheras. coTtam as ore·
. Ihas. oorlam 0 nar:iz. a'ssasslnam crieneas, assassine,m velhes. raptam professores e alunos e matam: raptam a ass8sSinem. Raptam e BSSIISSi· nam enfermeiros. as parteiras. an1ermeiras , destroem as sedes do Partido e das Assemble/as do Pc)Vo. Raptam' e assassin em seoretarios d08. grupoe din(UTliiadores, membros do Partido. deputadOs.
Mas 1/0 di�emos: trifmjaremos. l'e1U;eremos. Vencemos 0 colonialismo. Vet,tcemos'lan Smith
ne e rlcll em recursos agricolas, reo
cursos florestais, a peeuaria • . pei)Ce, recursos do subsolo. Eneolltr�mos lugaras hist6rlcos. lugares tu'rfsticos e e. uma provincia com grandes potencialidades. el'm grandes riquezas. com muilo mais recursos que palses dessnllollildos.
A Provinota de Inhambane e maior que mui10s paises dli Europa. S6. a Provif'lcie de Inhambane. E tem con· dil;Qes para ser ' auto·suficiente.
Homalne e um dlstrilo rico. Pro· duz rnilho. amendoim. feljao, truta. ProdlJz a1godlio e tem areas destroo· cadl1s Clue t&m de ser inlegralmenle aproveitadas.
Em Inhembene .e Maxi)(� 1emQ& que t;riar zonas vert!!;!s pare a pradut;ao de bans de abaslecimento do Povo'a utiliv- 210 maxim,o a indlS$tria e as intra-eslruturas eXlstentes. A riquaze llxiste: hi! que concretrza-Ia nil bese de elllpreslIs provincials e coopera· livas. , S6 as tres ;:cnas de Mecovane, C�fnguingQiri e Chimunda podem produtir anualmante - anualmente -mals de meio milhllo de loneladas de produtos agricolas. porlanlO chege oara tod'a " poot.tl8,(fJo de Inhambane
de fazar 0 qu�? Prec:isamos de genie capaz. de gent. competanta, de gente dedicada. que nllo vaCIIa perante as diticuklades. oem trai.
A populscc1io de Inhambane jii demonstrou a sue capscldade e por isso estamos confiantes que vamos venoer essa batalha porque a Provincia de Inhembana sera uma provlnela pros· pera. oode vrremos clescansar com 0& n08$08 amig08 de oulros palses, entenderam?
Sobre os bandidos: nao ht\ desanvolvimento sem paz. Paril. 0 desenl/OI. vimento do nosso Pals. II fundamen· tal haver ' seguraOl;a e.ttanquilidede. entenderam? Seguran�a e tranquill· dade.
Por 11:80 em Novembfo tivemos que desencadear a of ens ilia no seio das
'Forl;8s Armadas. no seio das Forc;as de Seguranc;a. no seio das Forvas Polictais porque. comportavam-se. al· guns, COmo Inlmigos do rrossa Pavo.
A nossa vislta � Provrncia do Nias. sa tOl tambem uma grande esc()la onde 0 Povo nos ensinou como dave· mos combater. combatar aqueles que semelam s intranqUilidade e a insta· bilid'ade no seio tla POpulaclio. :
o Pavo desmascarou com vigor
Das' roem e saquelam casas. ma· chambas, celelros da populac;ao; destroam escolas e hospitals. As populaI;Oe5 disseram·nos ainda Que as ban· didos sao agentes �ul-africanos. antigl)s pides, antigos regulos, marginais. v�abund�s e criminosos.
Mas 0$ bandidos nao sio . todos estrangelros. Muitos sil.o:> moc;ambica· nos. noSllos filhos. primes, Ctll'lhados, lias; SBO nossos parente& qua lie tornaram oriminosos. Parentas que hOje nos roubam. vlolam e assassi· nam. Temos que mover llma luta SSm tr�uas aos bandldos. uma lula que fal;a dasaparecer os focos da intran· (juilidade, 'do deaaasossego, da instabilldade.
o nosso Pills estA em guerra permanente contra 0 imperialillmo. E 0 rmparialismo que praparl:l. que treina. equlp a. financia e serve de al;lasteqimento BOil bandidos; e a loglstica. £ til imperialismo.
A Africa do Sui': uma lIimpJell ponle de' lanca del impcrialismo por. que aqui Se constrOi 0 sooialismo.
igu1\ldade entre as hOmflnS, terra sem explorscilo do hOnlem pelo hOtnem; cada urn 'tem de. trapalhar. Por i sso odeiam"nos. S6 a nossa presenca jil
e ameac;a; eata presenc;� aqul Jit 6 ameaQa forte para 0 imperiaiismo.
Mas n6.8 dizemos; triunfal'emos. Nos venceremGs� NAo hSdUVida nanhuma. Vencemos' o QOlonialismo, vel)eemcis
·Ian Smith. Atacam·n6s para atr8sar 0 desen
volvimento econOmico. para mantar 0
ROSSO " , Pals sul:ldesenvoJvido, para manter 0 .not$O Pais de pendente do imperiallsmo, directamente eta Africa do Sui. '
NOs' hJtamos e derrubamos 0 colonialismo portugu6s. Depots cia inckt: p�ndenol!l lutAmos, derrabamos 0 re
giine do tabaquejro, do vll9abtJndo !.an Smith.
Hoje somes novament& chamado" meus amigos. POYo mOQambiC8no, de AOVO $gmos cliamados. 'D«(sta vez
·para liquldar os bandidos armadas, que alo 1IQ8n'-li do regime �C)ista e minorltdrio de', Pret611a.· aClentas . do
imperiallsmo internae.ional. destaca· mer)to arma(iO ckila racistas, contra a nossaPAtrla.
Que venham os sul·atrlcal'ios. Ve· nham' eles diractamente. Neo queremOs agentes. ouviram? Agente e moleque.
Nao queremos. Q moleque, n6s.queremos 0 patreo. Ouviram, meus !lmigos1 NOs lutamos oontra 0 patriio. nAo queremQs moleque. MOleque n60 tern 10rc;:a.
Por isso a papulac;�o da ProvIncia de' InhmabSn8. 'em 'Nova Mambone, Vilanculos. Homo/ne. par kJdo 0 lado ()f1de passamaa, em manifesl4l;i!o do seu 6dlo contra' os banefidos, pediu armas. Repito. pediu armas, para moVilr guerra 'aos bandidos armados. E�ta atitude; pppulaQ20. povo da. Pro-
. vrncia de Inhambane. e uma atltude patri6t1ca, emenderam? Esla e uma atltude , patri6tica.
E uma slituda de respoflsabi lidade.. e uma atitude cia nOC"olo que tem de tjuanto custou a nossa' independ�ncia, Quanto custou a nossa independencia? Custou' sanDue e tem de .ser defendida com sangue. .
Quem !)0Ji' arranca Utn dente, n6s arrancaremos dez ' dentes: quem nos
arranoa um dedo, n6s cortaremos 0 braco; quer'll nos arranca um olho. nos oorlaremos a cab�a.
E quem nos corta as pemas, n6s pUiveriza-lo-emos. Sabem 0 Que e p,ulverizar? Nilo como no hosp ltlll quando deitamos' remedio. Pulverizar signitioa esmagar e to mar em po. Assa-lo, esmaga-Io. e torna-Io em p6. Pulverizar. Ja e Om termo politico. nao e de enfermagem.
Por lsso esla atliude e uma atitude heroics. � uma atitude reveladors da profun�a consclGncia patrl6\1ca do Povo, do orJ;julho de serem mO(f8mbicar:los e da determlna�jo para liqUIdar tudo aquilo que constitUI obsta· culo para a progreSllo, para 0 desen· votllimento. para a paz e 0 bem-estar do Povo.
Seremos portadores dasea mensagem para a DlreceAo do nossa Par· tido e Estado.
Como disliemos no 'nicio, vfemo.s a
'nhambane. para conhecer a realida· :Ie da provIncia. constatar com 0 Pavo os problemas exfstentes.
Contactsr com 0 Povo • nale nos inspir�rmos, como ja e tradil;ilo da DtrecQilo do nosso Partido. Os diri· gentes da Republ ica Popular de Mec;amblQue inspiram-se lunto do Pavo. It 0 Povo que saba. l! 0 Povo que faz a hist6rja.
� 0 Povo que nos eoslna como lutar. como lIeneer. como defender a patns. Por isso pensamos que atlngimos os objectlvos da nossa visita. Salmos mais confiantes, mals convlclos da vit6ria, ns batalha dura que travamos contra 0 8ubdesenvolvlmento.
Popula(flio da Provincia de Inhambane, vimos. desde a nossa chegada, no rosto das mulheres. das Crianqas a alegfia da vida desta bela terra de inhambane.
Vimos velhos. homens, mulheres. lovens acompanharem·nos. correndo ongas distAncias. numa manlfeslal;80 Ie .... italidade e de firmeza da nossa 1evolul;ao.
Ol.\,\limos 0 eom melodioso da nossa mbila, entoar os mais belos cantos
'esta nossa patria. ho/a libertads. Juvlmos pela voz dos nossos velhos
3 trovadores, as hist6rias ds resislan· oia, do sofomenta e da alegria , da ilberdade conquistada pelo nossa Pova. Ficamos entusiasmados com 0 mOllimento harmonloso das nossas bel as bailarinas, proporcionando-nos morgentos altos de prazere de orguIho. pele nossa cultura.
Recabemos des vossas mllos ga.1erosas e trabalhadoras of art as e recordaQ6es que nunca mais se calario no fundo dos nossos Oora· c;ass.
--81 ... ""' ............. .... _rntcta. a vossa oomlda bem tamperada. bem confec:donada, com carlnho pr6prlo da iii bem conheclda cullnaria de Inhambane.
Por todos os locaia em que puumos, a populac;ilo matou-noa a sede com Agua de lanho.
Retiremos desle mar que , nosso o peixe que necessitamos. Fa"amos desabrochar as imensas potancialldades adormecide,s e qua a iniciafiva criadora do Povo seja 0 ponto de partida do nosso esforc;o na luta contra 0 subdesenvolVlmento.
Por isso dizemos Khanlmambo poputal;iio de Inhambane. por asta liqilo: lieao bela de maturidacle polltlca II
consciencia palri6tica. Khanimambo popula�i\o de Inhambana pela forma calorosa e acolhedor.a com que fomos recebidos em toda a parte: Vimos as
. nossas balas criancas. \limos as nossas bonitas mulheres a so rrirem e a
acenar a milo. Este aoenarde m60 signlliQa esperan9a. significa a futUro, futuro luml;'050. futuro belo que sera s nossa patris. sera 0 cravo que nunca se feclla. sempre aberto. 0 cravo que nao sees. Sen� 0 Sol, 0 Sol do maio-dia. 0 Sol que sempfe nasce e nunca se esconde. Por lsso. obri· gado populsC;i\o de Inhambane.
Nos transmitirel11O\l as outras prov lncias esta bela liJ;:io de como se comports, a disciplina. a organiz�ao. o si\Ancio que eSla aqui como S8 lossem tres pessoas, quando sao dezenas de m ilheres � pessoas mas todos gritando: A luta Continual A RelioluJ;:ao Vencerer. ° Socialismo Trtunfara! Muito obriroado.
Receb,emos das vossa·5 maos gcnerosas e.., traballUlaOT as ofer.las C I'ccordQfoes que 1I11lJca nlQ/s. esqueceremos K.hallimambo popula¢o de Ilihamballe pela JOTlna· ealorO'a e .'",:oi-hed(Jra com que iomos lecebidos em toaa a pane
1 de Marlj:o de 1982 p.glne trl. • i'