52
FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ – FAESPI CURSO BACHARELADO EM PSICOLÓGIA TERESINHA DE JESUS CRISPIM DA SILVA UMA ANÁLISE DOS COMPORTAMENTOS DE PESSOAS COM TEA EM SALA DE AULA TERESINA-PI 2017

TERESINHA DE JESUS CRISPIM DA SILVA UMA ANÁLISE DOS ...grupomagister.com.br/uploads/biblioteca/tcc... · ritualizados; interesses restritos e fixos. Diante de certas necessidades

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ – FAESPI

    CURSO BACHARELADO EM PSICOLÓGIA

    TERESINHA DE JESUS CRISPIM DA SILVA

    UMA ANÁLISE DOS COMPORTAMENTOS DE PESSOAS COM TEA EM SALA DE

    AULA

    TERESINA-PI

    2017

  • TERESINHA DE JESUS CRISPIM DA SILVA

    UMA ANÁLISE DOS COMPORTAMENTOS DE PESSOAS COM TEA EM SALA DE

    AULA

    Trabalho de Conclusão de curso (TCC), apresentado ao curso de Graduação em Psicologia, da Faculdade de Ensino Superior do Piauí, para obter o Título de Psicóloga. Orientador: KELVÍS RODRIGUES SAMPAIO DA CRUZ.

    TERESINA-PI

    2017

  • TERESINHA DE JESUS CRISPIM DA SILVA

    UMA ANÁLISE DOS COMPORTAMENTOS DE PESSOAS COM TEA EM SALA DE

    AULA

    Monografia apresentada à Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Psicologia.

    Aprovada em: ____/____/2017.

    BANCA EXAMINADORA

    _________________________________________________________ Prof(a)

    Orientador Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI

    _________________________________________________________ Prof(a)

    1º Examinador(a) Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI

    _________________________________________________________ Prof(a)

    2º Examinador(a)

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeço a Toda minha Família em Especial a minha mãe, minha irmã

    Francislene e minhas sobrinhas pelo apoio, paciência e compreensão que tiveram

    comigo nesta difícil trajetória, pois sem ajuda delas seria muito difícil vencer esse

    desafio.

    Agradeço aos meus Orientadores, professor Kelvis Rodrigues Sampaio da

    Cruz e a Professora Ruth Raquel, pelas orientações na trajetória neste desafio.

    E por fim meu muito obrigada a todos os professores que me ajudaram nesta

    instituição.

  • RESUMO

    Autismo é um tema intrigante devido as incertezas de sua causa e aos questiona-mentos relacionados a ele que não possuem uma resposta exata. Embora se discu-ta sobre o processo de inclusão do aluno com deficiência, há um grande contingente que frequenta escola especial, como os que têm transtorno do espectro autista. A Pesquisa realizou uma análise dos comportamentos problemas de pessoas com transtorno do espectro autista no contexto de sala de aula, investigou as principais características dos alunos com transtorno do espectro, identificou os principais con-textos de situações problemas. Verificou as principais estratégias de manejos em sala de aula para o processo de inclusão dessas pessoas. Nos aspectos metodoló-gicos, foi realizado uma investigação de natureza descritiva, qualitativa, utilizado como instrumentos para coleta de dados referências bibliográficas Sistemática ele-trônicas, em bancos dados. Para se trabalhar com os comportamentos problemas das pessoas com os TEA, no contexto de sala de aula é preciso que o professor compreenda suas interações, considerando sua competência social, características, grau de comprometimento, duração e frequência. Palavras-Chave: Transtorno do espectro autista. Inclusão. Educação especial.

  • ABSTRACT

    Autism is an intriguing topic because of the uncertainties of its cause and the questi-ons related to it that do not have an exact answer. While discussing the process of inclusion of the disabled student, there are a large contingent attending special scho-ol, such as those with autism spectrum disorder. Present The Research conducted an analysis of the behavioral problems of people with autistic spectrum disorder in the context of the classroom, investigated the main characteristics of students with spectrum disorder, identified the main contexts of situations problems. He verified the main strategies of management in the classroom for the process of inclusion of these people. In the methodological aspects, an investigation of a descriptive, qualitative nature was carried out, as instruments for data collection, electronic bibliographic references, in data banks. In order to work with the behavior problems of people with ASD, in the context of the classroom it is necessary that the teacher understands their interactions, considering their social competence, characteristics, degree of commitment, duration and frequency. Key words: Autism spectrum disorder. Inclusion. Special education.

  • SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 7

    2 METODOLOGIA ........................................................................................... 9

    3 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................... 10 3.1 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) ....................................... 10 3.2 INCLUSÃO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) NO ENSI-

    NO REGULAR ............................................................................................. 17 3.3 CONTEXTO EM SALA DE AULA ESCOLAR ............................................... 24

    4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................. 43 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 47

    REFERÊNCIAS .......................................................................................... 49

  • 1. INTRODUÇÃO

    Em 1940, convencionou-se utilizar o termo Autismo, que ainda hoje é

    utilizado, para designar uma condição neuropsicológica, integrante dos transtornos

    do desenvolvimento invasivo do ser humano. Alguns estudiosos apontam Bleuler

    como pioneiro a utilizar o termo, contudo foi Kanner quem dissertou de forma exímia

    acerca de seus estudos sobre o tema e que deram uma ponta pé inicial para vários

    estudos sobre esse tema (MONTEIRO, 2016).

    O transtorno do espectro autista (TEA), é uma condição classificada no DSM

    – 5 como pertencente à categoria denominada transtorno de neurodesenvolvimento,

    recebendo o nome de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Assim o transtorno do

    espectro autista é definido como um distúrbio do desenvolvimento neurológico, que

    deve estar presente desde a infância, apresentando déficits nas dimensões

    sociocomunicativa e comportamental (APA, 2013).

    Tendo em vista o termo espectro autistíco, que compreende diferentes graus

    de comprometimento, como a noção de uma criança não comunicativa, isolada e

    incapaz de demostrar afeto não corresponde ás observações atualmente realizadas.

    Conhecer os comportamentos da criança autista, bem como suas frequências e em

    que contextos que ocorrem, é de grande relevância para as práticas dos professores

    no cotidiano escolar. A temática autismo vem sendo bastante comentada nos livros,

    revistas, mídias, e consequentemente, a sociedade está começando a se interessar

    pelo assunto, cabe salientar que ainda existe uma grande necessidade de se conhe-

    cer o transtorno na integra, sua constituição social e as dificuldades com as pessoas

    que o têm se deparam no decorrer de suas vidas (LEMOS; SALOMÃO; AGRIPINO,

    2014, p. 446).

    ‘’No ensino regular existem muitas limitações sobre como atuar com a crian-

    ça em função da precariedade dos sistemas, salas lotadas, ambiente físico desfavo-

    rável e falta de preparação do professor’’ (SERRA, 2010, p.98). O Relacionamento

    entre professor e o aluno com Transtorno do espectro autista é muito importante pa-

    ra o sucesso da inclusão.

    A Lei 12.764 de 27 de Dezembro de 2012 institui a Política Nacional de

    Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e estabelece

    diretrizes para sua consecução (art.1º da lei 12.764), e dá suporte ao Transtorno do

    Espectro Autista em todas as áreas dos seguimentos de proteção, saúde, educação,

  • habitação, direito à acompanhante especializado em sala de aula. No parágrafo 1ª.

    Para efeitos desta Lei:

    É considerada pessoa com transtorno do espectro autista aquela que têm

    síndrome clínica caracterizada na forma dos seguintes incisos: I – deficiência

    persistente e clinicamente significativa da comunicação e da interação sociais,

    manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal usada e não verbal

    para interação social; ausência de reciprocidade social; falência em desenvolver e

    manter relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento. ll – padrões

    restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, manifestados

    por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos

    ritualizados; interesses restritos e fixos.

    Diante de certas necessidades especiais encontradas no Autismo tais como

    distúrbio de comportamento, comunicação, afeto e motores a escola e o corpo

    docente terão que se adaptar a essas necessidades para que a inclusão seja

    efetiva. Diante disto justifica- se tal estudo com a finalidade de ressaltar uma análise

    dos comportamentos de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) em sala

    de aula.

    Nesta perspectiva, este estudo tem como objetivo geral fazer uma análise

    dos principais comportamentos problemas identificado no contexto de ensino de

    pessoas com transtorno do espectro autista transtorno do espectro autista. Além

    disso, descrever as principais características de alunos com transtorno do espectro

    autista, identificar os principais contextos de situações problemas em sala de aula

    com pessoas com transtorno do espectro autista e verificar as principais estratégias

    de manejos em sala de aula para inclusão de pessoas com Transtorno do espectro

    autista.

    Espera-se contribuir e ajudar profissionais que trabalham com essa temática

    auxiliando e trazendo novas informações que possam ajudá- lós para uma reflexão

    construtiva e focada na resolução de problemas.

  • 2. METODOLOGIA

    Para a realização deste trabalho foi feita uma pesquisa qualitativa, descritiva

    que consiste em uma revisão bibliográfica Sistemática referente uma análise dos

    comportamentos de pessoas com Transtorno Espectro Autista em sala de aula, bus-

    cando referenciais teóricos publicados com o objetivo de obter conhecimento acerca

    do tema registrando, analisando e organizando as informações obtidas.

    O levantamento do material foi através de bases eletrônicas como artigos ci-

    entíficos da Literatura da América Latina e do Caribe (LILACS) e Scientific Eletronic

    Library Online, (Scielo), publicada nos últimos 05 anos (2012 a 2017). Para a sele-

    ção dos artigos foram utilizadas palavras chave como: Transtorno do espectro autis-

    ta, Inclusão, Autismo, Educação Especial, comportamentos problemas em sala de

    aula.

    Para coleta de dados foi utilizado roteiro de estudo que buscou relevância

    acerca de uma análise dos comportamentos de pessoas com Transtorno do espec-

    tro autista e foi da seguinte forma: leitura exploratória de todo material selecionado,

    sendo uma leitura rápida que objetiva verificar se a obra consultada é de interesse

    para o trabalho; leitura seletiva, sendo uma leitura mais aprofundada da parte que

    realmente interessa; e registro das informações extraídas das fontes em instrumen-

    tos específicos (autores, ano, métodos, resultado e conclusões). Na Busca inicial

    foram encontrados no total de 56 (Cinquenta e seis), após a leitura dos títulos foram

    selecionados 16 artigos, para a realização desta Pesquisa.

  • 3. REFERENCIAL TEÓRICO

    3.1. TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

    A terminologia ''Autismo'' tem origem do grego, autos, que significa, ‘’Em si

    mesmo‘’, por retratar justamente a maior característica do autista, que é a

    introspecção (CUNHA, 2010, p. 208). ''Autismo é uma doença grave, crônica,

    incapacitante que compromete o desenvolvimento normal de uma criança, e se

    manifesta tipicamente antes do terceiro ano de vida'' (GUAUDERER, 1993, p.178). ‘’

    A Palavra Autismo, constava apenas no vocabulário de alguns psicólogos e

    psiquiatras, e ainda assim só os especializados’’ (RIBEIRO; SILVEIRA, 2016, p.45).

    O Primeiro estudo a identificar os sintomas sobre o transtorno do espectro

    autista foi o de Leo Kanner, primeiro pesquisador em 1943 fez estudos com

    características de onze crianças, oito meninos e três meninas, todos muito

    diferentes. Alguns dominavam a linguagem verbal, outros eram completamente

    mudos, mas ainda assim todos eram social e linguisticamente deficientes

    (GRINKER, 2010).

    Com os estudos dos casos de Kanner percebeu-se a presença de uma

    mesma incapacidade de se relacionar, constatada desde o início da vida que

    dependendo do grau é o que mais afeta a socialização na escola regular, além de

    respostas incomuns ao ambiente, como movimentos corporais repetitivos, e

    resistência a mudança de rotina. ''Kenner constatou, nas crianças que atendia, uma

    inabilidade no relacionamento interpessoal que as distinguia de outras patologias

    como a esquizofrenia'' (BAPTISTA; BOSA, 2002, p.37).

    O Autismo infantil consiste em um transtorno do desenvolvimento de

    etiologias múltiplas, definido de acordo com critérios eminentemente clínicos. As

    características são muito abrangentes, afetando os indivíduos em diferentes graus

    nas áreas de interação social, comunicação e comportamento. Atualmente, utiliza-se

    o termo espectro autista tendo em vista as particularidades referentes as respostas

    inconsistentes aos estímulos e ao perfil heterogêneo de habilidades e prejuízos

    (LEMOS; SALOMÃO; AGRIPINO, 2014, p. 449). De acordo com Zorzetto, (2013),

    atualmente as pesquisas mais recentes têm associado o transtorno do espectro

    autista à causas genéticas e que até o momento, as alterações em alguns genes,

  • distribuídos em cromossomos humanos já foram associado ao transtorno do

    espectro autista.

    Segundo Ribeiro e Silveira, (2016), estudos detalhados sobre o transtorno

    do espectro autista não são muito difundidos no Brasil apesar das lutas de várias

    organizações, principalmente de pais na tentativa de oferecer uma educação melhor

    de qualidade aos seus filhos, não sendo fácil, já que requer paciência, compreensão

    e um grande nível de tolerância à frustração, sabendo que o transtorno do espectro

    causa uma tríplice de limitações nas interações sociais.

    Não temos estudos sobre incidência e prevalência da manifestação do

    autismo no Brasil. No último censo demográfico de 2010, como critério de conceitos

    e definições, o IBGE, não considera como deficiência mental as perturbações ou

    doenças mentais como o autismo, esquizofrenia e psicose não tendo nenhum item

    que evidenciasse uma realidade aproximada das pessoas atingidas por tais

    problemáticas de saúde. Estudos estimam que cada 1/100 crianças e ou 1/150

    nascimentos, apresente o quadro, para cada menina autista estima- se que exista de

    4 a 5 casos, entres meninos, embora ainda não saiba a causa dessa incidência em

    meninos (NASCIMENTO; CRUZ, 2010).

    De causa ainda desconhecida, e sem cura os sintomas aparecem nos

    primeiros anos de vida, variando conforme a gravidade do distúrbio. ''Entre os

    principais sintomas estão o atraso no desenvolvimento da linguagem, padrões

    incomuns de brincadeiras, de comunicação, tendência à repetição dificuldade em

    manter contato visual e prejuízo na interação social'' (MONTEIRO, 2016, p.19). O

    transtorno do espectro autista é uma condição classificada no DSM-5 como

    pertencente à categoria denominada transtorno do neurodesenvolvimento,

    recebendo o nome de transtorno do espectro autista. Assim o transtorno do espectro

    autista é definido como um distúrbio do desenvolvimento neurológico, que deve

    estar presente desde a infância, apresentando déficits nas dimensões

    sociocomunicativa e comportamentais fixos e repetitivos (APA, 2013).

    O Autista apresenta dificuldades na fala e quase não se comunica com os

    demais, estas pessoas apresentam dificuldades motoras, fazendo movimentos

    rítmicos e desorganizados. A falta de atendimento a essas crianças com transtorno

    do espectro podem resultar em adultos agressivos e frustrados, devido a

    incapacidade de compreensão do próprio mundo que o cerca (PEREIRA;

    VASCONCELOS; CARMEM, 2013).

  • ''Durante muito tempo prevaleceu a noção de pessoas com autismo como

    sendo alheias ao mundo ao redor, não tolerando o contato físico, não fixando o olhar

    nas pessoas e interessando-se mais por objetos do que por outras pessoas''

    (BAPTISTA; BOSA, 2002, p. 34). As Características da Pessoa com transtorno do

    espectro autista, em sala de aula são: resistência a métodos comuns de ensino,

    ausência de medo, grita, medo de perigos reais, dificuldade de interação social, risos

    e gargalhadas inadequadas, forma de brincar incomum, gira objetos, dificuldade em

    se comunicar por gestos, crises de choros, e dificuldade de habilidades motoras’’. A

    classificação do grau do transtorno do espectro autista é realizada através da escala

    de avaliação CARS, (Childhood Autism Ratting Scale), que avalia o grau e o

    classifica em leve, moderado e severo, através de pontuação (BORTTGER;

    LOURENÇO; CAPELLINI, 2013).

    De acordo com Cunha (2010), existem alguns sintomas fundamentais

    englobados na tríade de comprometimento, que podem ser percebidos

    precocemente na criança, a fim de reconhecer traços do comportamento autista, tais

    como: retrair-se e isolar-se das outras pessoas, não manter contato visual, resistir ao

    contato físico, resistência ao aprendizado, não demonstrar medo diante de perigos

    reais, agir como se fosse surdo, birras, não aceitar mudança de rotina, usar as

    pessoas para pegar objetos, hiperatividade física, agitação desordenada, calma

    excessiva, apego e manuseio não apropriado de objetos, movimentos circulares com

    o corpo, sensibilidade a barulhos, estereotipias, ecolalias, não manifestar interesse

    por brincadeira de faz de conta, compulsão e algumas vezes comprometimento

    intelectual.

    Segundo Monteiro (2016), a prevalência de Transtorno do Espectro Autista

    da população brasileira é de 1% (por cento), existe 2 milhões de casos no Brasil e

    70 milhões no mundo, com equivalência de quatro homens para cada mulher''. O

    sexo feminino mais propenso a ter déficit de inteligência. Os sintomas têm início por

    volta do segundo ano de vida, variando conforme a gravidade. O número de

    pessoas diagnosticadas mundialmente com transtorno do espectro autista é

    crescente, o que não indica o aumento da prevalência, esse fato pode ser explicado

    pela expansão dos critérios diagnósticos e pelo incremento dos serviços de saúde e

    pela mudança na idade do diagnóstico, dentre outros fatores. O Transtorno do

    espectro autista é uma condição que tem início precoce, e cujas dificuldades tendem

    a comprometer o desenvolvimento do indivíduo ao longo de sua vida, ocorrendo

  • uma grande variabilidade na intensidade e forma de expressão da sintomatologia,

    nas áreas que definem o seu diagnóstico. Atualmente, o transtorno do espectro

    autista é compreendido como uma síndrome comportamental complexa que possui

    etiologias múltiplas, combinando fatores genéticos e ambientais, até o momento, as

    bases biológicas que buscam explicar a complexidade do transtorno são

    parcialmente conhecidas por isso o diagnóstico do transtorno baseiam – se nos

    comportamentos apresentados e na história de vida do indivíduo (ZANON; BACKES;

    BOSA; 2014).

    O diagnóstico é essencialmente clínico, realizado a partir de observação do

    comportamento e do desenvolvimento da criança, o tratamento é feito de forma

    contínua, acompanhado por uma equipe multidisciplinar composta por vários

    profissionais como: psicólogo, fonoaudiólogo, assistente social, terapeuta

    ocupacional, psicopedagogo, fisioterapeuta entre outros, em relação à medicação

    são receitados para tratar os sintomas como os casos de agressividade

    (MONTEIRO, 2016).

    Quando o Autismo deixou ser considerado psicose e passou a ser

    englobado nos transtornos globais do desenvolvimento, autores passaram delinear

    critérios diagnósticos através de observação e descrição clínica de casos

    demonstrando características comportamentais e psicológicas observadas em

    crianças com o transtorno do espectro. Os comportamentos atípicos que

    caracterizam esta síndrome se manifestam de maneira heterogênea com diferentes

    níveis de gravidade, podemos encontrar crianças que falam e outras não, crianças

    sem nenhum tipo de contato social e outras com relacionamento atípico. Algumas

    crianças podem apresentar deficiência intelectual e outras com o quociente

    intelectual normal (MARTELETO, et at.).

    Os Profissionais se baseiam em diagnosticar o autismo em manuais de

    classificação diagnóstica, como o manual diagnóstico e estatístico de transtorno

    mentais (DSM-V) e a classificação internacional de doenças (CID-10), que utilizam

    os termos Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD), e Transtorno Invasivo do

    Desenvolvimento (TID). A Classificação Internacional de Doenças (CID -10)

    classifica oito tipo de transtorno global do desenvolvimento que são: Autismo Infantil,

    Autismo Atípico, Síndrome de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância,

    Transtorno com Hipercinesia associada a Retardo Mental e Movimentos

    Estereotipados, Síndrome de Asperger, e outros Transtornos Globais do

  • Desenvolvimento não Especificados.

    O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtorno Mentais (DSM-V), descre-

    ve cincos tipos de Transtornos na categoria de Transtorno Invasivo do Desenvolvi-

    mento (TID: Transtorno Autista, Transtorno de Rett, Transtorno Desintegrativo da

    Infância, Transtorno de Asperger, e Transtorno Invasivo do Desenvolvimento. Vale

    ressaltar, que o autismo agora é definido como um transtorno, recebendo a nomen-

    clatura de Transtorno do espectro do Autismo, ao invés de cinco transtorno do es-

    pectro autista. De acordo o DSM-V, o Transtorno Autista se caracteriza por um qua-

    dro clínico em que prevalecem prejuízos na interação social, nos comportamentos

    não verbais, como contato visual, postura e expressão facial e na comunicação ver-

    bal e não verbal, podendo existir atraso ou ausência da linguagem (APA, 2013).

    Para a classificação dos transtornos mentais e de comportamento da CID –

    10 os indivíduos afetados pelo Transtorno Invasivo do Desenvolvimento apresentam

    anormalidades qualitativas nas interações sociais recíprocas e em padrões de

    comunicação e apresentam um repertório de interesses e atividades restritos,

    estereotipados e repetitivos. De acordo com a 10ª classificação internacional de

    doenças (CID-10) de 1992, o autismo recebe a classificação F84-0, sendo

    considerado como um transtorno invasivo do desenvolvimento anormal e

    comprometido, manifesto antes dos três anos de idade. Tanto o CID -10 como o

    DSM-V estabelecem os mesmos critérios para diagnosticar o Transtorno do Espectro

    Autista, que apresenta comprometimento nas habilidades de relacionamento de

    interação social, comunicação e componentes restritos estereotipados e repetitivos.

    O Diagnóstico do transtorno do espectro autismo envolve o comprometimen-

    to no neurodesenvolvimento do indivíduo, sendo necessário pontuar que o transtor-

    no causará déficits no funcionamento do cérebro da criança, que por sua vez ao se

    encontrar em processo de desenvolvimento, que irá ter como consequência atrasos

    na fala, na aprendizagem e na aquisição de seus gestos motores (SOARES; NETO,

    2015).

    De acordo com Cunha (2010), o Autismo pode ser derivado de causas gené-

    ticas ou uma síndrome ocorrida durante o desenvolvimento do feto, sendo ainda um

    enigma a ser desvendado, dificultando um diagnóstico. A não compreensão do au-

    tismo, durante muito tempo, ocasionou diagnósticos equivocados, intervenções du-

    vidosas e pais frustrados, ressaltando a dedicação dos pais na luta pela melhoria

    das opções educativas e desenvolvimento de intervenções adequadas as necessi-

  • dades de seus filhos, estando estes pais em constante desafio e preocupações

    (BRUNA; MILENA; VERA; 2014,). ‘’ Assim o Autismo continua, apesar de inúmeros

    estudos realizados pelo mundo todo, sendo um distúrbio complexo, definido por um

    ponto de vista comportamental de etiologias múltiplas’’ (SILVA; CHAVES; 2014,

    p.38).

    A Avaliação de uma criança com suspeita de autismo inclui a entrevista com os pais, o exame da criança, além de algumas ações complementares, de acordo com o julgamento do psiquiatra e do neurologista. A História da criança deve incluir dados referentes aos sintomas que vem apresentando, á gestação e ao desenvolvimento, bem como á presença de transtornos mentais em outros familiares. O exame físico deve avaliar o crescimento da criança. Um exame neurológico completo deve ser realizado, que aponta em que idade que se situa o desenvolvimento da criança. O neurologista indicará a necessidade da realização de eletroencefalograma (para verificara presença de epilepsia associada), tomografia computadorizada e avaliação genética mais detalhada. Muitas vezes a criança precisa ser submetida a testes de acuidade visual e auditivo, para descartar que a falta de um desses sentidos esteja desencadeando um comportamento autista (BAPTISTA; BOSA, 2002. p. 42).

    Tais Cuidados são importantes, porque o reconhecimento dos sinais do

    transtorno do espectro autista, ainda na primeira infância, constitui um primeiro

    passo na direção da realização do diagnóstico precoce, fato que aumenta a

    possibilidade de criança se beneficiar dos efeitos da intervenção (SILVA; CHAVE;

    2014). Inúmeros aspectos podem retardar a intervenção, como é o caso da demora

    na detecção das primeiras dificuldades, a busca da ajuda do profissional e na

    realização do diagnóstico, sendo que alguns são diagnosticados na idade escolar.

    Estudos demonstram que a intervenção precoce é um fator fundamental para a

    melhora do quadro clinico do transtorno do espectro autista gerando ganhos

    significativos e duradouros no desenvolvimento da criança. A precocidade do início

    da invenção potencializa efeitos positivos na criança, os ganhos da intervenção

    precoce reduzem consideravelmente os gastos familiares no tratamento das

    crianças com transtornos do espectro autistas (ZANON; BACKES; BOSA; 2014).

    Quatro fatores podem influenciar no atraso da realização do diagnóstico

    precoce: variabilidade na expressão dos sintomas do transtorno do espectro autista,

    limitações da avaliação no pré-escolar, falta de profissionais treinados e habilitados e

    escassez de serviços especializados. Uma limitação do diagnóstico precoce refere

    ao fato das características comportamentais do transtorno do espetro autista, tal

    como consta nos manuais de critérios diagnósticos que baseiam-se nos sintomas

    mais comuns em crianças e adultos e que dificilmente é visto em bebês. Geralmente

  • o encaminhamento das crianças com suspeito de transtorno do espectro autista só

    ocorre quando se percebe atraso na fala, onde são os pais os primeiros a

    suspeitarem de problemas no desenvolvimento da criança (ZANON; BACKES;

    BOSA; 2014).

    A s Manifestações do transtorno são mais sutis e difíceis de definir antes dos

    dois anos, pois em alguns casos, as crianças podem ter tido o desenvolvido

    normalmente durante o primeiro ano de vida. Alguns estudos afirmam que uma

    pequena parcela dos portadores chegam a viver e trabalhar com certas autonomias.

    ‘’Os Adultos com o transtorno do espectro autista mesmo tendo um elevado nível de

    funcionamento, continuam apresentando problemas na interação social e com

    interesse e atividades acentuadamente restrito ‘’(SILVA; CHAVES, 2014, p. 47).

    Sobre o tratamento Lemos, Salomão e Agripino (2014), destaca a fusão

    entre a terapia e a educação, pontuando a interdisciplinaridade como um elemento

    indispensável para a obtenção de melhores resultados, ressaltando se também a

    importância da integração de métodos pedagógicos e psicológicos como sendo

    fundamental para a obtenção de avanços na intervenção terapêutica, apontando

    melhor socialização e desenvolvimento geral da criança. Os sintomas do autismo

    podem se tornar mais leves com as intervenções precoce.

    A criança portadora do espectro autista, não atende pelo nome, não olha

    para pessoa quando chama, não olha para o chocalho quando este é balançado,

    quando querem alguma coisa se jogam no chão, se mordem, batem a cabeça, se

    agridem e mordem o cuidador, corre de um lado para outro, insiste em manter um

    objeto consigo, fixa somente numa característica do objeto, não tem controle da

    esfíncter e habilidades diárias como comer com a colher, abotoar a camisa, sentar,

    também no autocuidado como tomar banho sozinho, escovar os dentes, se proteger

    do fogo e atravessar a rua (MARTELETO et al. 2011).

    Diante de todas essas características da pessoa com Transtorno do

    Espectro Autista, pensar em estratégias para lidar com os comportamentos

    problemas na sala de aula é um processo desafiador para professor. O Contato da

    pessoa com Transtorno do Espectro Autista, em sala de aula do ensino regular com

    outras crianças e o professor é uma experiência impactante e muito importante para

    o autismo, pois suas dificuldades impossibilitam a sua interação e a compreensão

    dos ensinamentos do educador.

    Podemos afirmar que as pessoas com transtorno espectro autista enfrentam

  • muitas dificuldades na aprendizagem e precisam de constante auxílio em sua vida.

    O aluno com transtorno do espectro espera que seu ambiente educativo deva ser

    sempre o mesmo, sem modificações, acontecendo com o mesmo com o professor

    para que aconteça a adaptação adequada da criança com o ambiente geral

    (PEREIRA; VASCONCELO; CARMEM, 2013).

    É Possível dizermos que a escola é um espaço que favorece o

    desenvolvimento da criança, que para isso, o primeiro contato com a instituição

    escolar deveria se dar o mais cedo possível na Educação Infantil. O ambiente

    escolar possibilita o contato social, o desenvolvimento e a aprendizagem não só da

    criança com transtorno do espectro autista, como o das demais crianças a medida

    que possibilita a convivência com o diferente, com a diversidade. Além do mais a

    troca através da mediação estabelecida por seus pares e professores podem

    favorecer a aquisição de diferentes habilidades (NASCIMENTO; CRUZ, 2014).

    Mesmo tendo passado tanto tempo da descoberta do transtorno do espectro

    autista, os preconceitos e a falta de atendimento adequado ainda é uma situação

    constante na vida de quem sofre do transtorno, assim como seus familiares. Porém

    essas situações têm servido de estímulos para os pais, amigos, estudantes e

    pessoas com o espectro, se uma na intenção de desmitifica-lo, assim como pela luta

    para a criação de novos espaços para essas crianças e adolescentes. A pior barreira

    que existe ainda é o preconceito, é fácil perceber a falta de informação juntamente

    com o preconceito que são muito perniciosos, tanto ao sujeito portador do transtorno

    do espectro, quanto aos seus familiares (RIBEIRO; SILVEIRA, 2016).

    3.2. INCLUSÃO DO ALUNO COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

    (TEA) NO ENSINO REGULAR

    A História da educação inclusiva foi marcada por uma sucessão de

    concepções de várias deficiências e diagnósticos de crianças com necessidades

    educativas especiais. A expressão inclusão escolar, apareceu na literatura

    americana na década de 1990, que derivou da proposta de integração escolar que

    objetiva a atenção para uma estruturação da escola. Seu objetivo era possibilitar o

    atendimento aos alunos com necessidades especiais e efetivar a fusão do ensino

    regular e especial. ‘’Existiram alguns marcos importantes na expansão da proposta

    de inclusão escolar como a declaração mundial de educação para todos e a

  • declaração de salamanca que como objetivo garantir a inserção do ensino especial

    no regular e o atendimento das necessidades de aprendizagem a todas as crianças’’

    (RODRIGUES; MOREIRA; LERNER. p.70, 2012).

    É Comum vemos pais de crianças com necessidades especiais procurando

    uma vaga para seu filho, para que este possa ser inserindo no contexto de escola

    regular. Algumas delicadamente explicam que não tem condições de aceitar uma

    criança com tais limitações, outras acolhem, mas não buscam incluir realmente,

    outras aceitam a situação de ter um autista como aluno como desafio e buscam

    atender da melhor forma possível, porém essas escolas são poucas e muitas vezes

    são de difícil acesso (RIBEIRO; SILVEIRA, 2016).

    As escolas devem atender aos princípios constitucionais e leis regidas pela

    constituição de 1998 do Brasil e proporcionar os meios necessários para efetivação

    de uma educação de qualidade dando todo o suporte necessário e respeito às

    diferenças para todos os seus alunos sem qualquer forma de tratamento e sem

    nenhum tipo de discriminação (BRASIL, 1998).

    A inclusão educacional escolar, no Brasil é uma ação política, cultural, social e pedagógica que visa garantir o direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando. A Educação Especial vem sendo discutida no Brasil a partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948. Mas apesar da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional propor que as pessoas com deficiência deveriam ser inseridas, preferencialmente, no ensino regular, foi apenas a partir da constituição de 1988 e sob a influência da Declaração de Jomtien e da Declaração de Salamanca, que em nosso país, começou a ser discutida a Universalização da Educação, e a ser implementada nas escolas regulares uma política de Educação Inclusiva, culminando com a política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (NUNUES; AZEVEDO; SCHMIDT, 2012, p.94).

    A Participação de crianças com necessidades educacionais especiais na

    escola regular é um direito (BRASIL, 1996), que para ser acessado depende, entre

    outros aspectos, da articulação entre profissionais, famílias e sociedade para o

    cumprimento de diretrizes educacionais, destinação de recursos humanos, materiais

    e formação de profissionais habilitados para o enfrentamento dos diferentes desafios

    trazidos pela prática cotidiana do ensino (BRIANT; OLIVER, 2012). Diante das

    características da pessoa com transtorno do espectro autista é comum a crença na

    impossibilidade de permanência nessas crianças com autismo no ensino regular.

    Desse modo, a falta de investimento na criança com autismo, baseada na crença

    total de incapacidade para se comunicar e interagir pode levar à intensificação dos

  • déficits inerentes as desordens do espectro autista (CAMARGO; BOSA, 2012).

    Serra, (2010), apresenta alguns critérios para o processo de inclusão das

    pessoas portadoras do transtorno do espectro autista tais como: A escola deve

    conhecer as características da criança e promover acomodações físicas e

    curriculares necessárias; Treinar todos os profissionais; A escola deverá preparar –

    se com programas para atender diferentes perfis; Professores devem estar cientes

    que avaliação da aprendizagem deve ser adaptada; Analisar o ambiente e evitar

    situações que tenham impacto sobre os alunos com necessidades educacionais; A

    escola deverá promover todo o suporte físico e acadêmico para garantir a

    aprendizagem dos alunos incluídos.

    De acordo com Camargo e Bosa, (2012), o contexto escolar oportuniza

    contatos sociais, favorecendo o desenvolvimento da criança com transtorno do

    espectro autista, assim como o das demais crianças, na medida em que convivem e

    aprendem com as diferenças, enquanto os demais alunos irão se enriquecer por

    terem a oportunidade de conviver com o diferente. No entanto, outros autores

    pontuam a escola regular como um contexto no qual a criança com dificuldades

    encontram modelos mais avançados de comportamentos para seguir.

    A Constituição Federal Brasileira de 1988 e as Diretrizes e Bases da

    Educação Nacional, Lei n.9.394/1996, estabelecem a educação como direito de

    todas as pessoas com necessidades educacionais especiais e ainda que deveriam

    ter atendimento educacional preferencialmente na rede regular de ensino, ainda que

    não aparecesse como obrigatória a escolarização no sistema regular.

    Conforme Serra (2010), muito já se discutiu sobre a importância de se levar

    um sujeito com autismo até a escola e sobre o quanto as vivências educacionais

    representam para o desenvolvimento dessas crianças, o objetivo é adquirir as

    habilidades básicas, de desenvolvimento especialmente as habilidades de educação

    e autonomia, e para existir a inclusão é preciso que haja aprendizagem, sendo que o

    sucesso da aprendizagem é função e dever do docente com suas práticas

    pedagógicas com a pessoa com Transtorno do Espectro Autista, educar uma pessoa

    com autismo em sala de aula é um grande desafio devido as características

    existentes desta população, as técnicas trabalhadas em sala de aula com a pessoa

    com Transtorno do Espectro Autista variam com o grau de comprometimento do

    mesmo.

    Além das discussões sobre as limitações características do transtorno do

  • espectro autista é necessária a consideração da importância do ambiente no

    desenvolvimento dessas crianças. No entanto a importância das interações para o

    desenvolvimento social da criança com espectro autista não se limita ao contexto

    familiar, a interação com pares é de extrema importância para o desenvolvimento

    infantil saudável, onde se desenvolvem formas especificas de cooperação,

    competição e intimidade (CAMARGO; BOSA, 2012).

    O Artigo 4, do Decreto de N. 8.368 de dezembro de 2014, afirma que é dever

    do estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar o direito da

    pessoa com transtorno do espectro autista à educação, em sistema educacional

    inclusivo garantida a transversalidade da educação especial desde a educação

    infantil até a educação superior. A família tem um importante papel como contributo

    para o desenvolvimento da criança com transtorno do espectro autista, desde a

    descoberta do transtorno junto à competência médica até o trabalho desenvolvido no

    ambiente escolar, processo este que não é simples, mas de grande

    responsabilidade, pois requer aceitação e equilíbrio emocional para enfrentar os

    desafios e as lutas nas diversas fases da vida (JOSENILDO; PETRONIO, 2016).

    De acordo com Josenildo e Petrônio, (2016), todos merecem ser tratados

    como seres humanos, ou seja, com atenção, respeito, dedicação e troca de

    experiência independente da diversidade da turma, das habilidades e ou das

    especificidades pessoais. Ao abordar a importância do papel do professor na

    inclusão do Autista, Cunha (2010), afirma que para que a inclusão seja de fato

    realizada primeiramente é preciso que se eliminem os rótulos, e depois as ações de

    qualidade, tais rótulos contêm barreiras que tanto limitam o aluno.

    Com o progresso da legislação, aumentou o número de crianças e

    adolescente nas escolas regulares. Isto faz com que aconteçam mobilizações no

    sentido de trazer novas formas de se trabalhar no âmbito educacional. Para tanto, é

    preciso descobrir peculiaridades inerentes a este transtorno do espectro autista

    (RIBEIRO, SILVEIRA, 2016). A Lei Brasileira 13.146 de 6 julho de 2015, assegura os

    direitos de inclusão da pessoa portadora de deficiência promovendo o exercício dos

    direitos a liberdade, igualdade visando a inclusão da pessoa com deficiência. Para

    fins desta lei aplica-se o direito a acessibilidade, a não discriminação, atendimento

    prioritário, direito a vida, habitação, reabilitação, direito a saúde, a educação, a

    moradia, trabalho e assistência social (BRASIL, 2015).

    Devido às pessoas com transtorno de o espectro autista apresentarem

  • limitações de regulações no sistema endócrino, no sistema nervoso autônomo e dos

    processos motivacionais, memorização e aprendizagem por serem funções

    cerebrais apresentaram problemas de postura, comportamento estereotipado e

    repetitivo. Essas pessoas tem dificuldade de compreender a comunicação, faz uso

    inadequado ou limitado de gestos, expressões faciais e linguagem corporal

    (RIBEIRO; SILVEIRA, 2016).

    A Tríade sintomatológica que caracteriza o perfil da pessoa com transtorno

    do espectro autista não pode ser ignorada no contexto da escola no ensino regular.

    As especificidades da síndrome podem interferir no aprendizado e na inclusão social

    desses indivíduos em ambientes educacionais (NUNES; 2013). As características

    podem favorecer o isolamento da criança, empobrecendo suas habilidades

    comunicativas. Nesse sentido, a escola se constitui como um recurso fundamental

    para enriquecer as experiências sociais das crianças com transtorno do espectro

    autista (TEA), oportunizando a interação entre pares e contribuindo para o

    desenvolvimento de novas aprendizagens e comportamentos (NUNES; AZEVEDO;

    SCHMIDT, 2013).

    O Autista não aceita contatos pessoais, em casos menos graves, aceita ser

    procurado ou procura contato de maneira inadequado, podendo ter dificuldades

    severas em aprender regras sociais. Na forma mais grave há total falta de interesse

    de mantén contato. Quando fala, diz coisas fora do contexto, ou tem ecolalia. Não

    reconhece brincadeira de faz de conta, nem entende metáforas e as emoções do

    outro. O não reconhecendo do outro leva a estereotipia, um padrão de linguagem

    restrito que tende a uma repetição infinita (SILVA; CHAVES, 2014). Os prejuízos

    qualitativos nas interações sociais são evidentes nos comportamentos não verbais,

    tais como dificuldades em manter o contato visual ou a presença de expressões

    faciais e posturas corporais atípicas durante interação interpessoal. Cabe ainda

    ressaltar aspectos como fracasso em desenvolver relacionamento com pares, a falta

    de reciprocidade emocional e ausência de tentativas em compartilhar prazer,

    interesses ou realizações com o outro (APA, 2013).

    A Educação Especial não pode ser dissociada da socialização. Melhorar o

    contato com outras crianças da mesma escola e com os professores é importante.

    Isso serve como alerta aos profissionais que trabalham nesses serviços para que

    não se esqueçam de que têm uma função maior. A da normalização desta criança,

    não é lhe ensinar algo novo, mas socializa-lá antes de continuar a ensinar algo que

  • julgue novo ou importante. Em suma: ''normalização precede o aprendizado formal''

    (GUAUDERER, 1993. p.174). ''Aproximamo - nos da igualdade à medida que

    reconhecemos as diferenças e fizemos dessas um meio de transformação e não um

    fim'' (BATISPTA; BOSA, 20002. p. 13). O tema da inclusão é de extrema importância

    para a realidade da educação no Brasil, é fundamental compreender como se dá o

    cotidiano das escolas (RODRIGUES; MOREIRA; LERNER, 2012. p.71).

    A prática da inclusão implica numa função de um valor universal, que é o

    desenvolvimento humano, e para que de fato isso ocorra é necessário descontruir as

    práticas segregacionistas e rever concepções e valores, assumindo um

    compromisso de produzir cultura, entendendo-se assim que inclusão seja

    essencialmente abrir – se para a vida, mesmo dentro de toda a complexidade das

    relações humanas (BRASIL, Decreto. n. 8.368, 2014).

    Na perspectiva da educação inclusiva, uma classe heterogênea com

    crianças com e sem deficiência pode ser vista como um estímulo, que provoca a

    adoção de estratégias destinadas a criar um ambiente educativo mais rico para

    todos, as mudanças metodológicas e organizativas passam a responder aos alunos

    que apresentam dificuldades, porém podem beneficiar todos os alunos da mesma

    sala (BRIANT; OLIVER, 2014).

    Assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtorno Globais

    do desenvolvimento e altas habilidades e superdotação, orientando os sistemas de

    ensino para garantir o acesso ao ensino regular, com participação, aprendizagem e

    continuidade nos níveis mais elevados do ensino, transversalidade da modalidade

    de educação especial desde a educação infantil até a educação superior, ofertando

    do atendimento educacional especializado, formação de professores para o

    atendimento educacional especializado e demais profissionais de educação, para a

    inclusão, participação da família e da comunidade, acessibilidade arquitetônica, nos

    transportes, nos mobiliares, nas comunicações e informações articulação

    intersetorial e implantação de políticas públicas (BRASIL, 2008).

    A Inclusão Escolar de crianças com transtorno do espectro autista surge

    como uma alternativa que pode fornecer contatos sociais e favorecer não só o seu

    desenvolvimento, mas o das outras crianças na medida em que aprende com as

    diferenças. A proposta da inclusão supõe a participação de todos na escola regular,

    independente de seu talento, deficiência, origem socioeconômica ou cultural, ao

    contrário da integração que supõe a adaptação da escola às necessidades e

  • demanda de todas as crianças, além das resistências e controvérsias oriundas de

    informações equivocadas e das poucas ações efetivas das políticas públicas para

    que a verdadeira inclusão se concretize, fato este que a inclusão escolar está

    prevista na Lei (Brasil, 2001 – ECA, Lei n. 8. 069 de 1990), é de extrema importância

    para o desenvolvimento de diversas crianças com transtorno do espectro autista que

    vem ocorrendo em diversas regiões do país (CAMARGO; BOSA, 2012).

    Por motivos ideológicos, políticos econômicos, questões legais, morais e

    éticas, ao longo das últimas décadas tornou – se necessário resignificar a educação

    especial, antes um sistema educacional paralelo ao comum, tornando – o integrado

    ao mesmo (NASCIMENTO; CRUZ, 2014).

    Segundo Lei 9.394/ 96 em seu artigo 58, Entende – se por educação

    especial aquela oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para

    educando portadores de necessidades educacionais especiais, Política Nacional de

    Educação Especial na perspectiva da Educação inclusiva (BRASIL, 2008).

    O movimento da inclusão vem ganhando força e torna - se necessário e de

    fundamental importância o conhecimento fundamentado acerca das particularidades

    no desenvolvimento das crianças com espectro autista para a implementação de

    ações pedagógicas que respeitem e potencializem as habilidades que elas possuem

    (CAMARGO; BOSA, 2012).‘’Os objetivos educacionais, normalmente, giram em

    torno de adquiria as habilidades básicas, e desenvolvimento das habilidades de

    comunicação e autonomia.’’(SERRA, 2010, p. 58).

    ‘’São muitos os desafios, tantos desafios, quantos lugares que ainda fecham

    as portas para estas pessoas e isto é passível de denúncia, de repudio’’(RIBEIRO,

    SILVEIRO, 2016, p.45). O aluno portador do espectro autista pode ser escolarizado

    quando lhe são oferecidos oportunidades para que o processo ocorra, com

    professores que tenham conhecimento sobre aspecto do espectro autista e sobre

    programas e métodos educacionais mais adequados para ensinar (BOETTGER;

    LOURENÇO; CAPELLINI, 2013).

    O debate sobre a inclusão vem se mostrando bastante intenso nos últimos

    anos. Antes buscava legitimar o direito das pessoas diferentes a educação,

    garantindo o acesso às escolas comuns, hoje a busca é por somar a essa entrada

    condições ideais de permanência e a efetiva promoção da educação, o que transfere

    o foco do debate para o processo de ensino aprendizagem. Segundo a Lei 9. 394/96

    em seu artigo 58. Entende se por Educação Especial aquela oferecida

  • preferencialmente na rede regular de ensino para educandos que têm necessidades

    educacionais especiais. A Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da

    Educação Inclusiva (BRASIL, 1998).

    Estudos mostram que em nosso país, tiremos avanços legislativos no âmbito

    da educação especial, as mudanças ocorrem de maneira lenta e gradual, devido a

    diversas questões como: condições físicas, recursos financeiros, materiais e

    humanos, além da própria definição do verdadeiro papel da educação especial no

    contexto educacional. O ritmo e o modo de trabalho exigido pela sociedade, no que

    se refere à educação em relação à escola pode contribuir com dois tipos de

    exclusão, como a exclusão mascada, o aluno tem acesso a escola, matrícula

    garantida, mas não desenvolvimento e processo de ensino – aprendizagem

    (NASCIMENTO; CRUZ, 2014). A exclusão física, diante da preocupação em garantir

    a permanência desse aluno na escola de maneira efetiva, impossibilita o estudante

    de desiste e acaba abandonando o sistema de ensino.

    A Educação Especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os

    níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado,

    disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo de

    ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular (BRASIL, 1996).

    O INEP, não dá a dimensão exata de como está ocorrendo a prática do

    processo inclusão, apenas informa em números as taxas de matriculadas da

    educação especial, embora não fornecendo o número de alunos que permanência

    na escola. ‘’ Para que aja inclusão é necessário haver participação social e

    principalmente aprendizagem, sendo, portanto crucial revermos nossos conceitos a

    cerca da educação do processo de aprendizagem e adaptações curriculares’’

    (SERRA, 2010. p. 382).

    3.3. CONTEXTO EM SALA DE AULA ESCOLAR

    Muitas crianças com o espectro autista chegam à escola regular necessitando

    aprender atividades de vida diária, assim é necessário o estabelecimento de metas

    com cada um destes educandos, pois professores não podem esperar que estas

    crianças tenham o mesmo desempenho dos outros alunos e que sejam iguais entre

    si, pois cada um tem suas possibilidades, limitações, gostos, preferências e

    personalidade (RIBEIRO; SILVEIRA, 2016).

  • Para Educar uma criança com transtorno do espectro autista é preciso levar

    em consideração a falta de interação com o grupo, comunicação precária,

    dificuldades na fala e na mudança de comportamento. Sabendo que o autista não se

    adapta facilmente ao mundo externo, assim é preciso que a escola tenha uma rotina

    estruturada, situam essa criança no espaço e no tempo, o professor também deve

    fazer parte dessa rotina, entendendo que a criança não é uma restrição a sua

    criatividade. Professores devem ser treinados para lidar especificadamente com

    essas pessoas, contando que a intervenção deve ser a mais intensiva e precoce

    possível, realizada por uma equipe multidisciplinar (NASCIMETO; CRUZ, 2014).

    Nas palavras de Fernandes e Viana (2009), quando afirmam que a sala de

    aula necessita se consolidar, então, como espaço para a identificação e progresso

    das diversas habilidades humanas. A descoberta dos prejuízos, competências, e

    potencialidades das pessoas com transtorno do espectro autista TEA, por parte dos

    professores e ou profissionais que têm contato com os mesmos, podem ajudar na

    realização de um bom trabalho, observando e percebendo desde o primeiro contato

    com o autista, levando assim a refletir sobre qual a melhor forma ou intervenção de

    se trabalhar com determinada pessoa com transtorno do espectro autista no

    contexto em sala de aula, respeitando as suas especificidades (JOSENILDO;

    PETRONIO, 2016).

    Muitas vezes a Ausência de respostas das crianças deve-se á falta de compreensão do que está sendo exigido e não de uma atitude de isolamento e recusa proposital. A contínua falta de compreensão do que se passa ao redor, aliada á escassa oportunidade de interagir com crianças normais é que conduziria ao isolamento, criando, assim um círculo vicioso (BATISPTA; BOSA, 2002, p.33).

    Em face da variabilidade na manifestação dos sintomas nas diferentes fases

    da vida das pessoas com transtorno do espectro autista, é preciso entender a

    influência de inúmeros fatores na interação social dessas crianças, ao tipo de

    contexto em que a interação ocorre, e ao nível global de desenvolvimento de cada

    criança, características da síndrome, peculiares do desenvolvimento, QI, nível

    linguístico e simbólico, temperamento e gravidade dos sintomas. Crianças com

    transtorno do espectro autista quanto mais livre for, mais dificuldades apresentam

    em se engajarem-se nas situações sociais, devido suas peculiaridades na

    comunicação e na interação social que minimizam os comportamentos de iniciativa

    (LEMOS; SALOMÃO; AGRIPINO, 2014).

  • Existe a necessidade de os professores conhecerem o estudante com

    necessidades especiais que chegam à escola, buscar uma aproximação com a

    família para conhecer suas linguagens, rotina, forma de convívio, conhecer suas

    interações para podem elaborar um planejamento de ação e aprendizagem

    educativo que realmente promova seu desenvolvimento. É necessário compreender

    como se processa o conhecimento, lembrando que tem baixa capacidade de

    generalização, importante ter a previsibilidade de forte estruturação, geralmente

    apreendem mais vendo do que ouvindo e apresentam dificuldade de compreensão

    de conceitos abstratos (RIBEIRO; SILVEIRA, 2016).

    ‘’A proximidade física com os colegas, a dificuldade em aprender regras

    sociais, a falta de compreensão de instruções verbais ou a incapacidade em utilizar a

    linguagem falada podem representar desafios para essa população’’ (GOMES;

    NUNES; 2014). As crianças com transtorno do espectro autista apresentam no

    contexto de sala de aula uma gama de comportamentos problemas relacionado a

    interação com as outras crianças tais como: as de brincadeiras, de alimentação, de

    desenvolvimento motor, falta de orientação ao ser chamado pelo nome e de

    engajamento em interações sociais, sorriso social, olhar para face, contato ocular e

    habilidades compartilhadas. Esses achados podem subsidiar um processo de

    construção de instrumentos que podem ser administrados em diferentes contextos

    (SILVA; CHAVES; 2014).

    As Pessoas com Transtorno do Espectro Autista Apresentam dificuldades no

    estabelecimento de relações sociais, preferindo atividades mais solitárias,

    dificuldades para compartilhar interesses, iniciar ou mantém interações sociais,

    dificuldade em compreender expressões faciais de sentimentos e afetos,

    comportamentos estereotipados são observados como: bater palmas, movimentar os

    braços batendo como se fosse asas, dificuldades em mudar rotinas os interesses são

    limitados. A forma como demonstram suas necessidades e desejos não é

    compreendida imediatamente, um olhar cuidadoso e uma escuta atenta permite

    descobrir o grande esforço que as crianças Transtorno do Espectro Autista

    desprende para ser compreendidos (BATISTPA; BOSA, 2002).

    A interação social, a comunicação, e o comportamento se articulam

    intimamente no desenvolvimento humano, considerando que os indivíduos com

    transtorno do espectro autista, apresentam prejuízos nessas áreas, cabendo aos

    profissionais utilizarem estratégias que contemple outras habilidades para que

  • outras se efetivem. Destaca-se a escola como um dos espaços que favorecem o

    desenvolvimento infantil, pela oportunidade de convivência com outras crianças e o

    papel do professor como mediador favorecendo aquisição de diferentes habilidades

    com as crianças (LEMOS; SALOMÃO; AGRIPINO, 2014).

    As Necessidades Educacionais que as pessoas com Transtorno do Espectro

    Autista apresentam dificulta a assimilação dos ensinamentos do professor e a

    aprendizagem em sala de aula, por essas razões, professores terão que adaptar

    práticas pedagógicas inclusivas para essas pessoas, de acordo com suas

    necessidades educacionais. Foram identificadas algumas estratégias que podem ser

    trabalhados em sala de aula com crianças portadoras de transtornos do espectro

    autistas, estratégias estas que é usado como praticas pedagógicas fora do comum

    no dia a dia nas escolas regulares realizadas com crianças com transtorno do

    espectro autista tais como: operações com ábaco, jogo de xadrez, colocação de

    peças em uma garrafa, apresentação de vídeos educativos, dinâmica da ‘’serpente

    que desceu o morro’’, fila indiana, passando por baixo das pernas de cada colega,

    desenho e pintura, leitura e contação de história de forma organizada conforme a

    rotina. Foi observado o desenvolvimento em alguns aspectos principalmente a

    socialização com a turma, é importante a adaptação curricular para se trabalhar com

    essas pessoas (JOSENILDO; SILVA; 2016).

    A Pessoa com transtorno do espectro autista, ela deve ser tratada

    respeitando-se as diferenças como qualquer outra pessoa, que todos podem

    aprender, junto com a participação da família no processo de aprendizagem,

    enfatizando as habilidades do aluno, garantindo sua atenção. O professor deve

    ensinar com entusiasmo, mantendo se calmo, interagindo com o aluno como se

    fosse um amigo, a ajuda física deve ser evitada para dar ao aluno oportunidade de

    fazer sozinhas as atividades, os interesses dos alunos devem aproveitados para o

    ensino de novas habilidades (BOETTGER; LOURENÇO; CAPELLINI, 2013).

    As estratégias utilizadas pelos professores na escola regular e na sala de

    aula possibilitam o desenvolvimento do processo de inclusão escolar de criança com

    transtorno do espectro autista. A utilização de estratégias pedagógicas diferenciadas

    pode ser pensada como um recurso, que possibilita o acesso de todos os alunos ao

    conhecimento e elemento facilitador para efetivar com qualidade o processo de

    inclusão escolar com pessoas com transtorno. Algumas estratégias relacionam se a

    utilização de recursos adaptados de acordo com a necessidade de cada aluno esses

  • recursos podem ser simples ou mais avançados como programas específicos de

    computação (BRIANT; OLIVER, 2012).

    Pessoas com transtorno do espectro autistas apresentam sinais e sintomas

    bastante peculiares, tornando a relação ainda mais delicada uma vez que são

    caracterizadas por apresentarem alterações qualitativas das interações sociais

    reciprocas e das modalidades de comunicação, por um repertorio de interesses e de

    atividades restrito, estereotipado e repetitivo (JOSENILDO; PETRONIO, 2016).

    Também é importante frisar no aspecto da formação do professor a sua capacitação

    para poder trabalhar com os comportamentos problemas em sala de aula com a

    pessoa com Transtorno do Espectro Autista (MONTEIRO, 2016). Estudos Nacionais

    e Internacionais afirmam que os professores se sentem despreparados para

    trabalhar com a sintomatologia do transtorno do espectro autista no contexto de sala

    de aula regular, docentes indicam que um dos principais desafios é educar alunos

    que apresentam limitada competência comunicativa (GOMES; NUNES; 2014).

    ‘’O contexto escolar oportuniza contatos sociais, favorecendo o

    desenvolvimento da criança com transtorno do espectro autista, assim como o das

    demais crianças, na medida em que convivem e aprendem com as diferenças’’

    (CAMARGO; BOSA, 2012. p.119). ‘’As estratégias de ensino, visa a desenvolver

    níveis de competência que envolva uma ação conjunta e diversa, bem como de

    reflexão e criatividade‘’ (BATISPTA; BOSA, 2002. p. 224). O Desenvolvimento de

    certas habilidades compartilhadas desenvolvida no contexto de sala de aula como a

    Atenção compartilhada, através do olhar, da atividade gestual como apontar, mostrar

    e dar objetos para os outros, expressões emocionais, é um marco no

    desenvolvimento sociocomunicativo da criança com transtorno do espectro autista

    (SILVA; CHAVES; 2014).

    A Política de inclusão inseriu na escola crianças diferentes, que fez com que

    as professoras tenham que lidar com essas crianças que não se em encaixam nos

    padrões de comportamentos e aprendizagem normal, entendendo que é preciso

    haver um trabalho individualizado, mesmo que permaneça dentro de grupos. Com

    as dificuldades encontradas no processo de inclusão, fez com que as professoras

    caracterizem esses alunos como Alunos problemas, o aluno de inclusão é

    caracterizado como aluno problema, não apenas pelas próprias dificuldades

    intelectuais ou de adequação, mas de agressividade, dificuldade de aprendizagem,

    problemas de locomoção, autonomia e as dificuldades que ele acaba causando aos

  • colegas de classe e a própria professora, esses alunos também são caracterizados

    como mais infantis ou animalizados. Os mesmos são incluídos em atividades de

    grupos, com expectativas mínimas que esse aluno consiga realizar a atividade, e as

    professoras relata a dificuldade de saber qual progresso o aluno é capaz de realizar

    com o trabalho pedagógico. (RODRIGUES; MOREIRA; LERNER, 2013).

    Em relação às dificuldades de formação dos professores para a educação

    inclusiva em assumir a responsabilidade de promover a aprendizagem e a

    participação dos alunos com transtorno do espectro autísta, no contexto de sala de

    aula, fica o grande desafio, a sua formação continuada ainda é precária para lidar

    com o diferente no contexto do ensino regular. Em se tratando das dificuldades para

    trabalhar com alunos portadores de necessidades educacionais especiais, a falta de

    preparo dos professores para promover a aprendizagem de alunos, a necessidade

    da formação continuada para atender as diversidades das experiências e demandas

    dos estudantes em sala de aula, necessidades formativa com foco na pratica

    pedagógica em especifico o público alvo, falta de professor de apoio, de auxiliar de

    inclusão. A Criação de um ambiente educativo rico também está relacionada ao

    espaço que é destinado a formação continuada dos professores no sentido de

    apoiar seu trabalho cotidiano em sala de aula (BRIANT; OLIVER, 2012).

    De acordo com Briant e Oliver, (2012), Foi constatado pelos os professores a

    falta de uma rede apoio para desenvolverem seus trabalhos, essa rede é voltada

    para a construção de métodos de inclusão para crianças com transtorno do espectro

    autista nas escolas regulares, envolvendo além de profissionais da educação,

    profissionais na área da saúde, terapeutas ocupacional, família, comunidade escolar

    e a própria criança, formando uma rede multidisciplinar. Ressalta se também a

    importância do professor auxiliar como mediador no processo de inclusão na

    educação infantil, em séries mais avançadas, a demanda por orientações de

    profissionais especialistas é maior do que na educação infantil (NUNES; AZEVEDO;

    SCHMIDT, 2013). ‘’Evidência - se que as estratégias adotadas pelas professoras

    são, na maioria das vezes, baseadas na intuição, com pouco respaldo teórico e

    pouca orientação de profissionais capacitados’’ (LEMOS; SALOMÃO; AGRIPINO,

    2014, p. 75).

    Segundo Nunes, Azevedo e Schmidt (2013), professores mostram – se

    favoráveis à inclusão de alunos com transtorno do espectro autista, adotando esta

    como palavra de ordem, por outro lado, foram identificadas barreiras que

  • dificultavam esses processos, como a escassa rede de apoio, pouca formação

    especifica dos professores e presença de atitudes segregacionistas das colegas,

    gerando insegurança de pais de alunos incluídos.

    Desse modo, a precariedade na formação de professores representa uma

    importante barreira na efetivação da proposta de inclusão escolar, assim para que

    uma escola atenda adequadamente as necessidades educacionais de seus alunos,

    é necessária a formação inicial e continuada que contemple a tríade reflexão, ação,

    critica, dos professores envolvidos diretamente nesse processo. No paradigma do

    professor reflexivo e crítico, a prática deixa de ser um campo de aplicação para se

    tornar um campo de investigação, através de um contato maior com a realidade

    escolar. Para tanto, é necessário um trabalho colaborativo, dando ênfase ao

    conhecimento de toda a comunidade escolar visando à construção de

    conhecimentos, as trocas de experiências e as práticas educativas inclusivas

    transformadoras (NUNES; AZEVEDO; SCHIDT, 2013).

    O Artigo 2. Da Lei N. 12.764 DE 2012, são diretrizes de proteção e direitos

    das pessoas com transtorno do espectro autista os incisos: VII – o incentivo a

    formação e a capacidade de profissionais especializados no atendimento a pessoa

    com transtorno do espectro autista, bem como a pais e responsáveis; VIII – estimulo

    a pesquisa cientifica, com prioridade para estudos epidemiológicos tendentes a

    dimensionar a magnitude e as características do problema relativo ao transtorno do

    espectro autista no país.

    Marteleto, Ferreira, Chiari, e Perissinoto, (2011), articulam nos seus estudos

    o instrumento CHILD BEHAVIOR CHECKLIST- CBCL, muito utilizado para fazer

    rastreamento de comportamentos problemáticos, onde é usado um questionário

    dividido em duas partes, a primeira parte se refere às competências sociais dos

    indivíduos, a segunda parte é composta por 113 itens, que identifica problemas de

    comportamentos em crianças e adolescentes de 4 a 18 anos, através de

    informações pelos os pais. Esse instrumento é destacado pelo rigor metodológico

    com que foi elaborado, pelo valor na pesquisa e na prática clínica, suas escalas

    apresentam boa validade e confiabilidade, fornecendo sintomas psicopatológicos

    encontrados na infância e adolescência.

    Crianças com Transtorno do espectro autismo podem ter dificuldades no que

    diz respeito ao comportamento motor, visto que em muitos casos existem problemas

    em questões sociais, na interação e locomoção no contexto de sala de aula. Quando

  • se trata do comportamento motor de crianças com transtorno do espectro do

    autismo, poderão ocorrer prejuízos no que diz respeito ao planejamento e

    sequenciamento motor, com dificuldades no processamento visor espacial, tendo

    prejuízos nas habilidades de entender e dar significado ao que é visualizado em sala

    de aula (SCHMIDT, 2013).

    O Comportamento motor é de fundamental importância para o movimento

    corporal, para o desenvolvimento, a aprendizagem de habilidades motoras e o

    controle motor humano, esse comportamento é iniciado na infância com os mais

    simples gestos até as formas mais complexas, por isso é importante trabalhar em

    sala de aula, esses comportamentos com pessoas com transtorno do espectro

    autista. É essencial a compreensão do comportamento motor de um determinado

    individuo quando se pretende intervir com o mesmo (SOARES; NETO, 2015).

    Segundo Lemos, Salomão e Agripino, (2014), É importante que o professor

    no contexto de sala de aula demonstre mais comportamentos dedicados a atenção

    ao que a criança está fazendo ou ao que ela consegue fazer ou não nesses

    contextos, com vistas a realizar intervenções mais favoráveis ao desenvolvimento da

    criança com transtorno do espectro autista. A baixa frequência do comportamento de

    observar do docente, a criança com transtorno no contexto de sala de aula, consiste

    em um aspecto negativo em termos do processo de inclusão escolar. O Professor

    precisa traçar e reformular planejamentos individuais, além de adaptar recursos de

    ensino tradicionais e criar estratégias orientadas nas necessidades do educando.

    Para tanto, é preciso observar os comportamentos das crianças no sentido de

    aprender detalhes da criança que servirão como indicativos de sua zona de

    desenvolvimento podendo assim ajuda- lá em seu processo de aprendizagem.

    A política nacional de educação especial na perspectiva da educação

    inclusiva determina que os alunos com transtornos do espectro autistas, assim como

    aqueles com deficiências, altas habilidades e superdotação, devem estar incluíos na

    rede regular de ensino, recebendo atendimentos educacionais especializados (AEE)

    no contra turno. A permanência desse aluno pode ser viabilizada, pela presença de

    um acompanhante especializado, que mediaria o trabalho de inclusão. A presença

    desse agente, prevista na Lei n. 12.764de 27 de 2012, pode favorecer o processo de

    inclusão de educandos com espectro autista.

    O AEE (atendimento educacional especializado) tem como função identificar,

    elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as

  • barreiras para a plena participação dos alunos nas escolas públicas e privadas,

    considerando suas necessidades especificas. As atividades desenvolvidas por esses

    educandos nas salas do AEE devem diferenciar se daquelas realizadas na sala

    comum, não sendo substitutiva a escolarização, mas sim complementar e

    suplementar ao processo de aprendizagem dos alunos (NUNES; AZEVEDO;

    SCHMIDT, 2013).

    No Parágrafo 2, o decreto de n. 8. 368 de 02 de Dezembro de 2014, afirma

    que caso seja comprovado à necessidade de apoio as atividades de comunicação,

    interação social, locomoção, alimentação e cuidados pessoais, a instituição de

    ensino em que a pessoa com transtornos do espectro autistas ou com outra

    deficiência estiver matriculada disponibilizara acompanhante especializado no

    contexto escolar, nos termos do parágrafo único do art. 3 da lei no 12.764, de 2012.

    O Direito ao acompanhante especializado no contexto escolar da pessoa com

    transtorno do espectro autistas, na educação especial ainda é cerceada pelo poder

    público, quando não atende as especificidades da lei com relação a formação

    continuada (JOSENILDO; PETRONIO, 2013).

    É importante também a presença do acompanhante terapêutico, como forma

    de auxiliar no processo de inclusão de educandos com transtorno do espectro. O

    acompanhante terapêutico é uma modalidade de atendimento oriunda da clínica

    pode extrapolar esse ambiente. O mesmo caracteriza – se pelos serviços de um

    profissional que se disponibiliza a estar junto à pessoa com necessidade especificas

    em suas atividades cotidianas promovendo sua autonomia e independência e

    reinseri-la no convívio social. Atuando junto à criança que ainda não se encontra

    adaptada ao universo escolar, com a qual o corpo docente acredita não saber lidar.

    Somente a presença deste profissional nas escolas não seria o suficiente para

    garantir a permanência dos mesmos na instituição. É preciso salientar a

    necessidade de articular sua pratica com as do professor regente e demais

    membros da instituição, que poderá auxiliar o professor regente a melhor

    compreender esses alunos, contribuindo para que se entenda de forma mais

    adequada o aluno com portador do transtorno e seus desafios, minimizando o

    impacto negativo de sua pouca formação especifica (NUNES; AZEVEDO; SCHMIDT,

    2013).

    No que diz respeito ao aspecto educacional da pessoa com transtorno do

    espectro autista, o autor afirma que algumas estratégias visuais é preciso ser usada

  • tais como: programação diária individual, sistema de trabalho individual, atividades

    adaptadas para o trabalho independente, obrigações diárias apresentadas

    visualmente, atividades recreativas e motoras com suporte adicional com orientação

    visual do modo da sala como é mobiliada e usada (BOETTEGER; LOURENÇO;

    CAPELLINI, 2013).

    De acordo com Serra, (2010), é necessário desenvolver programas de

    educação Especial, paralelo à inclusão como ABA, TEACCH, PECS, Curriculum

    funcional natural. Nas classes inclusivas, o aluno deve participar das atividades que

    ele tenha chance de sucesso, inclusivo as atividades socializadoras (SERRA, 2010).

    Atualmente existem alguns Programas Educacionais específicos para serem

    utilizados na educação de pessoas com Transtornos do espectro em salas de aula,

    principalmente em escolas de educação Especial, no sentido de que ocorra a

    inclusão, um deles em destaque é: TEACCH (Treatmentand Educantion of Autistic

    and Related Communication Handicapped Children). O objetivo deste do programa

    TEACCH é capacitar o autismo a chegar a vida adulta com independência, ajudando

    o, a compreender o mundo, adquirindo habilidades de comunicação favorecendo a

    interação com outras pessoas, baseia se na estrutura da sala de aula, rotinas

    diárias, e o apoio visual. Em relação aos princípios e técnicas educacionais do

    programa, se baseia em habilidades, interesses, avaliação continua e cuidadosa,

    compreensão de significados, colaboração dos pais, ensino de relações de causa e

    efeitos, ensino de comunicação e independência, tudo ensinado por meio de

    informações visuais e rotinas, ensino individualizado com materiais variados

    (BOETTEGER; LOURENÇO; CAPELLINI, 2013). Para a aplicação, existem alguns

    critérios, existem outros programas educacionais utilizados no processo de inclusão

    de pessoas com transtorno do espectro autistas, tais como o PECS, CORRICULUM

    FUNCIONAL NATURAL e o ABA (SERRA, 2010).

    Alguns estudos têm descrito estratégias que parece viabilizar o acesso

    desses educandos ao currículo regular, por exemplo, as contribuições do programa

    currículo Funcional Natural (CFN), que visa desenvolver habilidades que levem os

    alunos do ensino infantil e fundamental a atuar da melhor forma possível dentro do

    seu ambiente tornando - os independentes e criativos. Seu estudo se alicerça no

    modelo ecológico em educação Especial, tendo como foco as interações

    estabelecidas entre a pessoa e seus diferentes grupos sociais. O currículo funcional

    natural (CFN) se fundamenta em planejar um programa de educação que seja vital e

  • útil para o indivíduo e assim, contribuir para que o sujeito com transtorno do espectro

    autista participe ativamente, de forma independente, produtiva e socialmente

    aceitável, das atividades realizadas no contexto familiar, educacional e social

    (GOMES; MENDES; 2010).

    Para a aplicação do programa ABA, o ambiente tem que ser similar ao

    ambiente natural da criança, os princípios do método deve ser seguindo

    rigorosamente, a aplicação deve ser continua e intensa, contando que a rotina é

    importante para as pessoas com transtorno do espectro autista, é importante o

    envolvimento dos aplicadores, os objetivos devem ser bem claros e definidos, conta

    com a participação da família. Os profissionais terão que observar criteriosamente as

    alterações depois das intervenções, os resultados são registrados para

    planejamento de futuras intervenções, por último a avaliação da eficiência das

    estratégias (SERRA, 2010).

    Foi observada a presença de um modelo educacional de atendimento ao

    educando com espectro autista, o continuo de serviços que é dividido em quatro

    modalidades de ensino: classes especiais, salas de recursos preparação para

    inclusão e salas regulares. O grau de severidade da síndrome era determinante para

    a inserção do educando em contextos mais segregados (NUNES; AZEVEDO;

    SCHMIDT, 2013). ‘’Os prejuízos comunicativos observados nas pessoas com

    transtorno dos espectros autistas podem ser minimizados pelo o uso de programa

    de comunicação alternativa e ampliada, esse programa substituem a fala por

    recurso‘’(GOMES; NUNES; 2014). Segundo Nascimento e Cruz, (2014), estudos

    demonstram que a intervenção adequada pode favorecer melhora no

    desenvolvimento da fala, linguagem e interação social, e diminuição de problemas

    de comportamentos, ou seja, quanto mais precoce a intervenção melhores poder o

    resultado obtidos.

    É Importante a participação e o acompanhamento da família no processo de

    inclusão para aprendizagem e o desenvolvimento de comportamentos e habilidades

    em sala de aula, visto que a família representa um dos principais contextos de

    socialização dos indivíduos e primeira mediadora entre sujeito e a cultura. Enquanto

    matriz da aprendizagem humana constitui uma unidade dinâmica de relações

    afetivas, sociais e cognitivas. A partir das experiências familiares acontece a

    formação de repertórios comportamentais, de ações e resoluções de problemas,

    redes de relações e emoções onde acontece experiências de realizações e de

  • fracasso do sujeito. O Impacto psicossocial em famílias de crianças com transtorno

    do espectro autista é muito grande, gerando uma gama de variáveis dentre elas o

    estresse parental, resiliência, atendimento psicoterápico interações famílias, grupos

    comparativos e compreensão do transtorno (BRUNA; MILENA; VERA, 2014).

    Este um programa que é usado com as famílias como intervenção de

    prejuízos da comunicação de pessoas com transtorno do espectro autista, com

    objetivo de treinar, oferecer e avaliar a comunicação no contexto familiar o CAA

    (Programa de Comunicação Alternativa), este programa objetiva compensar

    temporariamente ou permanentemente os prejuízos na comunicação expressiva e

    receptiva. É usado na área clínica e educacional, ele envolve o uso de gestos

    manuais, expressões faciais, corporais, símbolos gráficos (fotografias, gravuras,

    desenhos linguagem alfabética, objetos reais e miniaturas), voz digitalizados ou

    sintetizada dentre outros meios que podem ser usados para efetuar a comunicação

    face a face de pessoas que apresentam limitações no uso e na compreensão da

    linguagem oral. É Importante a intervenção dos pais na estimulação do

    desenvolvimento das crianças com transtorno do espectro autista, para eficaz no

    desempenho de comportamento adaptáveis no contexto de sala de aula (BRUNA;

    MILENA; VERA, 2014).

    Um dos Recursos do CAA, usado como metodologia de intervenção no

    contexto da escola, é o Ensino Naturalistico (ENE), que é utilizado para capacitar as

    pessoas com prejuízos na linguagem, dentre as estratégias de ensino derivada

    desse método destaca – se: arranjo ambiental, modelo dirigido a criança, mando e a

    espera, esses procedimentos permitem a criança aumentar a frequência de

    interação com pessoas e objetos do seu meio (GOMES; NUNES, 2014). Nos

    estudos de Boettger, Lourenço e Capellini, (2013), foi identificado o instrumento de

    Analise eco – comportamental, MS – CISSAR (Conde for instructional Structureand

    Student Academic Response), esse instrumento visa analisar as atividades em sala

    de aula, elaborado para estudar a ecologia da sala de aula da educação especial e

    regular. Objetivando descrever e avaliar a relação entre comportamento, ecologia da

    sala de aula e o comportamento do professor.

    As primeiras investigações sobre autismo e família, descreviam

    características comuns de famílias com filhos autistas, com objetivos de mapear as

    interações de familiares que agia negativamente, na afetividade promovendo a

    incapacidade relacional. Estudos recentes demonstraram que os pais deixaram de

  • ser visto dessa forma, tornando se cuidadores que cria e se relaciona com seus

    filhos de maneiras especificas. Buscando compreender as particularidades e

    diferenças existentes nas famílias que comtempla um filho com transtorno do

    espectro autista, as Autoras concluíram que a vida social e os recursos de

    comunicação restritos nas famílias com pessoas com transtorno do espectro autistas

    podem favorecer o ressentimento raiva, punição, rejeição e isolamento do mesmo no

    interior da família (BRUNA; MILENA; VERA, 2014).

    Segundo Silva, e Chaves (2014), O Autismo provoca sentimentos e emoções

    significativas sobre a família, e a sobrecarga cai sobre a mãe, sendo que os

    Sintomas do distúrbio desencadeiam elevados níveis de estresse nos membros das

    famílias. A reação diante do diagnóstico da deficiência de um filho leva a família a

    enfrentar etapas semelhantes ao luto, mães expressam de várias maneiras seus

    sentimentos de desamparo, solidão, ausência da figura paterna e apoio da família e

    o afastamento e a ruptura de vínculos familiares, aspecto este que evidencia a

    presença do preconceito e a falta de esclarecimento sobre o transtorno, que ainda

    hoje provoca fantasias e medos.

    No estudo de díades mães – crianças com transtorno do espectro autista foi

    identificado dificuldades emocionais da família, suas queixas mais frequentes foram

    às dificuldades com os comportamentos do filho em situações de aglomerações,

    ambientes ruidosos e desconhecido. Com esse estudo foi identificado a escassez de

    intervenção para pais de filhos com transtorno do espectro autista, com esta

    dificuldade é possível o favorecimento ao isolamento social, a vulnerabilidade ao

    sofrimento, ao aparecimento dos transtornos mentais e a manutenção do estresse

    crônico (BRUNA; MILENA; VERA, 2014, p. 175). Famílias com um bom

    funcionamento psicossocial apresentam um bom equilíbrio na coesão e na

    adaptabilidade, ou seja, a capacidade de mudanças da família, a fim de responder

    de maneiras eficientes a uma situação estressante, negociando as diferenças e

    tomando decisões em tempo de crise (SERRA, 2010, p. 119).

    A Adequação do comportamento dos pais a uma criança com incapacidade

    pode ser um penoso e longo processo, sendo bastante importante a colaboração

    das pessoas próximas, como: familiares, amigos, pais de crianças com problemas

    semelhantes e profissionais especializados. É possível que as famílias dessas

    crianças se ajustem e se adaptarem a realidade mediante as várias estratégias de

    coping e de percepções positivas (SILVA; CHAVES, 2014). ‘’ É importante lembrar

  • que não é fácil fazer o diagnóstico do transtorno do espectro autista e que este só

    poderá ser realizado por neurologista e psiquiatras’’ (RIBEIRO, SILVEIRA, 2016,

    p.47).

    Estudos indicaram que as principais dificuldades que as mães têm com as

    crianças com transtorno do espectro autista são os manejos de comportamentos dos

    filhos, e as dificuldades de vida diárias que contribuem para o estresse. O

    envolvimento de toda a família no tratamento da criança com transtorno do espectro

    autista exige mudanças na dinâmica familiar, à ausência da colaboração de toda a

    família sobrecarrega as mães prejudicando a qualidade de vida de toda a família.

    Situações desagradáveis como crises de choro, descontrole em ambientes

    aglomerados e ruidosos ou desconhecido, atividades diárias, ausência de auxílio da

    família são fatores de estresse dos pais (SILVA; CHAVES, 2014).

    Segundo Silva e Chaves (2014), Afirmam que famílias com pessoas com

    transtorno do espectro autistas precisam alterar seus horários e rotinas, arrumar

    tempo para encontrar os serviços terapêuticos e arcar com custos financ