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PRESIDENTE SOKOL 110 DIRETÓRIO NACIONAL 210 PRESIDENTE ESTADUAL RENE 310 DIRETÓRIO ESTADUAL 410 CONSTITUINTE POR TERRA TRABALHO SOBERANIA

Tese da Chapa: CONSTITUINTE POR TERRA, TRABALHO E SOBERANIA!

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PRESIDENTE SOKOL 110

DIRETÓRIO NACIONAL 210

PRESIDENTE ESTADUAL RENE 310

DIRETÓRIO ESTADUAL 410

CONSTITUINTEPOR

TERRATRABALHO

SOBERANIA

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Tese da Chapa

CONSTITUINTE POR TERRA, TRABALHO E SOBERANIA! Depois das mobilizações iniciadas em junho, protagonizadas pela juventude, e que prosseguem com a entrada em cena dos trabalhadores através de suas organizações sindicais e movimentos populares, as águas não voltarão ao seu antigo leito. O processo do PED – apesar de todas as limitações – deve servir para que o PT faça uma profunda reflexão sobre a situação. O momento é grave e exige uma verdadeira discussão. Os militantes se perguntavam, desde o ano passado, durante o julgamento da Ação Penal 470 no Supremo Tribunal Federal, onde estava a direção do partido que não saiu em defesa do PT e de seus dirigentes, contra a ofensiva do Supremo Tribunal Federal. E, agora, se perguntam, diante das mobilizações que tomaram as ruas e abalaram as instituições do país, onde está a direção do PT. Ao apresentar a chapa ao Diretório Estadual do PT/SC “Constituinte, por Terra, Trabalho e Soberania”, queremos abrir a discussão com todo o partido: 10 anos depois do PT no governo, frente à situação aberta no país, em que profundas demandas da maioria oprimida retomam com força as ruas, qual a responsabilidade do partido? De nossa parte, dizemos: o partido não pode mais seguir submisso à mesma política que, nesses 10 anos de governo, protelou as expectativas de mudança nele depositadas. Aspirações sociais e nacionais de reformas, como a reforma agrária, a reestatização das empresas privatizadas, a recuperação do petróleo para a nação; e reformas em profundidade nas instituições do Estado que em boa parte ainda permanecem, apesar do vigoroso movimento que derrotou a ditadura, o mesmo que levou a fundação do PT! Apresentamos uma chapa disposta a fazer com que o PT assuma plenamente a sua responsabilidade: abrir uma saída positiva para o povo trabalhador que nasceu para representar.

A situação mundial em que vivemos A crise capitalista aberta em 2008 marca a situação mundial. Em ritmos e formas diferentes, em todos os países, duas forças se confrontam. De um lado, o imperialismo, a começar pelo mais poderoso, o dos EUA, pressionando todos os governos para subjugar todas as nações aos seus interesses e sobreviver sobre a base dos ataques aos direitos e empregos dos trabalhadores e da pilhagem das riquezas nacionais. De outro, os trabalhadores e as maiorias oprimidas entrando em cena e, para isso, buscando apoiar-se nas organizações que construíram para fazer frente à ofensiva imperialista. Hoje, a política de ajuste fiscal que sacrifica os povos, inclusive nos EUA, para alimentar o capital especulativo, busca disciplinar os países europeus à ditadura da dívida através dos “planos de salvação”. Isso, para o povo trabalhador, significa corte de empregos, salários, direitos e serviços públicos. A política de guerra contra os povos é um complemento necessário para dar uma sobrevida ao regime em crise da propriedade privada dos grandes meios de produção, pilhando recursos naturais e realimentando a especulação.

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Especulação que, sobretudo financeira, é a responsável pela crise aberta que hoje ameaça, ainda que em diferentes situações, os povos de todo o mundo. É diante dessa crise que o imperialismo intensifica sua política de guerra. A intervenção na Líbia e no Mali, o armamento dos pretensos “rebeldes” na Síria, a ameaça de intervenção na Argélia são parte da política de pilhagem dos recursos que tripudia sobre a soberania das nações. E como entender a permanência, que existe por mais de 9 anos, da missão da ONU de “estabilização” do Haiti, com participação das tropas brasileiras, senão como parte de uma política contra a soberania desta nação negra. Agora, diante da nova situação aberta com os processos revolucionários na Tunísia e Egito, em 2011, expressões mais avançadas da luta dos trabalhadores e dos povos por sua emancipação, o imperialismo reage num ataque sem precedentes contra os trabalhadores e suas organizações. O Brasil não era, não é, e não será uma ilha. As conquistas obtidas pela luta dos trabalhadores nesses últimos dez anos, a riqueza e o patrimônio nacional estão sob a mira do capitalismo em crise. Todas as pressões se concentram para que o governo Dilma vá ainda mais longe na política de concessões, privatização e isenções patronais.

A nova situação no país pede uma saída nova: dar a palavra ao povo! Em junho, meio à elevação das pressões do imperialismo, que exige o aprofundamento de medidas em benefício do capital especulativo – aumento nos juros, economia nos gastos sociais, privatizações, responsabilidade fiscal –, o que estava latente eclodiu no país. Quatro meses após a inauguração das comemorações dos 10 anos do PT no governo, organizadas pela cúpula partidária, o Instituto Lula e a Fundação Perseu Abramo – os discursos eram sobre um país em que tudo ia bem e que era necessário continuar a política até aqui desenvolvida, incluindo as “alianças” consagradas no acordo nacional com o PMDB –, de repente, as ruas primeiro e os trabalhadores organizados depois, mostraram que, ao contrário, muita coisa deve mudar! Começando com o movimento da juventude pela redução das tarifas de transporte, um milhão de pessoas saiu às ruas levantando, em especial, reivindicações por serviços públicos de qualidade, como transporte, educação e saúde. Uma demanda que se choca com o superávit primário – que esmaga o Orçamento da União, dos Estados e dos municípios – para pagar os juros da dívida e alimentar a especulação financeira. Só de juros são R$ 300 bilhões ao ano! Essa exigência choca-se, também, com as seguidas isenções para as grandes empresas, como no caso do IPI, o que já provocou um rombo de dezenas de bilhões, com forte impacto no Fundo de Participação dos Municípios. Assim, é destinado menos dinheiro para a saúde, educação e transporte públicos. Pior ainda: são as dezenas de bilhões de desonerações fiscais da folha de pagamento que estão criando um rombo futuro no caixa da Previdência do trabalhador brasileiro, mas não impedem a estagnação econômica e a desindustrialização. Agora, as manifestações de rua evidenciaram um fosso entre a maioria do povo e as instituições, que saem abaladas, abrindo uma crise no regime político. Situação também perigosa, que a reação pode explorar, na medida em que as organizações populares não ocuparem seu lugar. Há, de fato, uma nova situação no país e o PT tem que assumir sua responsabilidade.

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A presidente Dilma, reagindo às mobilizações, disse que “as instituições e os governos têm que mudar” e propôs um plebiscito para instalar uma “Constituinte específica” para fazer uma reforma política. Um passo à frente, mas que não durou 24 horas, pois foi bombardeado pelo próprio vice-presidente, Temer, do PMDB. O governo recuou e propôs um plebiscito sobre a reforma política. Mas, mesmo essa proposta, foi enterrada pelo Congresso, sob o comando do PMDB. E, no entanto, quatro dias depois da proposta da presidente, a pesquisa Data Folha (29/06) apontava que 73% dos brasileiros são a favor de “uma Constituinte para elaborar uma reforma política”. A verdade é que não há confiança nessas instituições carcomidas, como o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. Quem pode acreditar que esse Congresso fará qualquer reforma que interesse à nação e à maioria oprimida, abrindo mão de seus privilégios? As mobilizações abalaram as instituições, que tentam retomar o controle da situação. Mas o povo não vai voltar pra casa de mãos vazias. Ainda mais porque, depois dos jovens, em julho, são os trabalhadores que entraram em cena, com greves e manifestações, levantando suas reivindicações. Para a nova situação, há uma única saída: o governo Dilma deve dar a palavra ao povo, propor a convocação de uma Assembleia Constituinte Soberana, para fazer uma reforma radical do Estado, de modo a abrir caminho para antigas aspirações populares de justiça social e soberania nacional. Sim, é mais que hora do PT tirar a lição: as melhorias nesses 10 anos foram conquistas da luta dos trabalhadores não benesses da “coalizão”, que, nesses 10 anos, só serviu para bloquear as mudanças de fundo. Como ficou escancarado depois das recentes mobilizações, a política de “coalizão”, em particular essa “aliança nacional” com o PMDB, é um obstáculo às aspirações de mudança. Sim, as alianças são necessárias para governar, mas com partidos como o PCdoB e setores populares de partidos como PDT e PSB, comprometidos com os interesses da maioria oprimida. Afinal, em parceria com o famigerado presidente do STF, Joaquim Barbosa, foi o próprio vice-presidente Temer, do PMDB, quem comandou o bombardeio à proposta de Dilma. Então, é preciso romper com Temer e ganhar o amplo apoio das ruas, devolvendo a palavra ao povo. Plebiscito para consultar o povo, sim! Plebiscito por uma Assembleia Constituinte. Não a mera atribuição de “poderes constituintes” ao congresso como em 1986-88. Um Assembleia de deputados, unicameral (sem Senado), com o voto proporcional (1 eleitor = 1 voto; não como hoje quando 1 voto de Rondônia vale 11 de São Paulo), numa eleição com financiamento público exclusivo das campanhas, e voto em lista partidária. Isto é, uma Constituinte que possa fazer a reforma do Estado de cabo a rabo para o país avançar na conquista de sua soberania:

1. Estatização do transporte público! Passe livre estudantil e nenhum corte nos gastos sociais! 2. Fim do superávit fiscal primário para pagar a dívida: o dinheiro do Orçamento para os serviços

públicos!3. Suspensão dos leilões: 100% do petróleo, não apenas royalties, para investir em saúde e educação pública!

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3. Vagas para todos na escola pública! 4. Reestatização das empresas privatizadas! Revogação da lei das OSs! Fim das concessões privadas! 5. Redução da jornada para 40 horas! Fim da terceirização! 6. Reforma Agrária! 7. Desmilitarização das PMs! Piso salarial nacional para policiais militares, civis e bombeiros! 8. Punição dos crimes da ditadura e revogação da “lei de anistia”!

Nesse PED, nós propomos que o Partido dos Trabalhadores cobre o governo, e mobilize sua base social para fazer frente à ofensiva de setores reacionários que querem a retirada de direitos conquistados, tais como a demarcação das terras indígenas e quilombolas. É necessário enfrentar a maioria real do Congresso, reacionária, que acelerou votações na maior parte de interesse das classes dominantes, como a derrota da PEC 37, a esdrúxula tipificação da corrupção como crime hediondo e ainda discute o fim do foro privilegiado dos parlamentares, garantia democrática dos oprimidos (os ricos e poderosos sempre “dão um jeito” de se livrar). Essa não é a pauta dos trabalhadores e do povo oprimido, cujos interesses esse Congresso está aí para bloquear. É preciso retomar os compromissos que constituíram a força do nosso partido para mobilizar, sim, nas ruas, o povo trabalhador. Não aceitamos a chantagem dos que querem desestabilizar a presidente Dilma, a direita reacionária que tenta retomar o controle direto em 2014, expulsando o PT do governo, para tirar da frente qualquer empecilho à aplicação dos ditames imperialistas. Nesse PED, o PT está chamado a reatar os laços com a sua base social, a maioria oprimida em nosso país, que quer terra para produzir, trabalho e salário, serviços públicos de qualidade. É ao lado dela que o PT deve estar. Os porta-vozes do imperialismo, alarmados com a entrada em cena da classe operária, a grande mídia em primeiro lugar, abriram um bombardeio contra os sindicatos. Depois que, de norte a sul do país, em todas as capitais, os trabalhadores, com greves e manifestações, levantaram uma pauta de reivindicações que corresponde às medidas que o governo Dilma tem toda legitimidade para atender, a grande mídia se proclama defensora da horizontalidade das manifestações para tentar decretar a falência dos sindicatos. A burguesia e o imperialismo não toleram que a classe trabalhadora sirva-se de suas organizações para lutar pelos seus direitos. Os trabalhadores do continente olham para o que ocorre em nosso país. No Brasil, como nos demais países do continente, é a luta pela conquista da soberania que está em questão. Soberania, e não aceitar que o imperialismo dite as medidas econômicas que devem ser tomadas para livrá-lo da crise.

Chega de privatizações! Soberania, e não espionagem da CIA e NSA na vida dos povos. Soberania, e não ocupação por forças estrangeiras de países do nosso continente. Nesse PED, o Partido dos Trabalhadores tem a responsabilidade de pôr fim aos 9 anos da vergonhosa

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conivência do partido com a ocupação do Haiti, sob o comando de tropas brasileiras. Retirada imediata das tropas do Haiti!

Atender as reivindicações imediatas dos trabalhadores Desde já, a pauta levantada pela mobilização dos trabalhadores, com suas organizações, em primeiro lugar a CUT, pode ser atendida. Como a exigência por Reforma Agrária, a começar pela mínima medida de atualização dos índices de produtividade da terra; e a exigência por jornada de 40 horas, sem redução do salário. Essas duas exigências foram aprovadas pelo 4º Congresso do PT e limadas do programa por exigência do PMDB! É hora de atender essas demandas. Se o obstáculo é o PMDB, que Dilma e o PT rompam com essa coalizão e fiquem ao lado dos trabalhadores e do povo! A ausência de uma resposta imediata só abre espaço aos reacionários e oportunistas, que são uma ameaça à luta dos trabalhadores.

O PT precisa reagir Há quase um ano o partido é vítima de um escandaloso julgamento de exceção, a Ação penal 470, promovido pelo Supremo Tribunal Federal. Um ataque ao PT, cujo objetivo é preservar as regras e instituições herdadas da ditadura. O STF, que referendou a anistia aos criminosos da ditadura, que condenou sem provas os dirigentes do PT, é o mesmo que, agora, através de seu presidente, Joaquim Barbosa, torpedeou a proposta de Dilma de plebiscito por uma constituinte. A atual direção do PT, apesar de registrar as irregularidades da Ação Penal 470, chamou o partido a “virar a página”, no mesmo momento em que seus dirigentes eram condenados. A cúpula partidária, adaptada às instituições, como o STF, deixa sangrar o partido, numa ofensiva cuja porta de entrada foi a política de alianças, implementada pela atual direção (Caixa 2, etc.). A direção do partido, digna desse nome, não pode continuar olhando pacifica e subalternamente a ofensiva do STF contra o PT. A direção a ser eleita nesse PED está chamada a mobilizar a militância em defesa do PT: anulação da Ação Penal 470!

Pela Revogação da Lei da Anistia e Punição dos Criminosos O Brasil, entre 1964 e 1985, viveu sob uma ditadura que sequestrou, manteve em cárceres clandestinos, torturou, assassinou e ocultou cadáveres de seus opositores, e com a forte censura, impediu o conhecimento completo destes fatos.

Por isso, temos que lutar para que o Estado apure toda a verdade, abrangendo os fatos, as circunstâncias, o contexto e as responsabilidades e que a Presidente Dilma - Chefe das Forças Armadas - determine a abertura de todos os arquivos da ditadura. E faça Justiça.

Neste sentido, é necessário que o PT assuma a luta pela revogação da Lei da Anistia de 1979 aprovada por um Congresso fraudulento formado por um terço de Senadores indicados pelo Poder Executivo (conhecidos como Senadores Biônicos) e exija a punição dos agentes públicos que cometeram delitos de lesa-humanidade e que hoje se escondem sob o manto da Lei da Anistia.

Não podemos aceitar que o Estado anistie seus próprios crimes.

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Entre os países que integravam a Operação Condor (aliança secreta entre o Brasil, Argentina, Chile e Uruguai orquestrada pelos EUA entre os anos 1960 e 1970 para combater os movimentos de jovens e trabalhadores) só o Brasil não começou a punir os torturadores e até hoje o aparato repressivo não foi desmontado totalmente e deixa suas marcas nos milhares de jovens, em sua maioria negros, que vivem nas periferias e nos militantes que lutam por reforma agrária e por melhores condições de vida e trabalho.

Defendemos, também, que o PT lute pela organização de Comissões da Verdade em todos os Municípios do Estado e Universidades, além de propor - através de seus parlamentares - projetos de lei trocando o nome de ruas, praças, escolas, hospitais, etc. que homenageiam ditadores e torturadores. Defendemos, ainda, que concluída a apuração das graves violações e crimes, suas circunstâncias e autores, com especial foco nos casos de desaparecimentos forçados ocorridos durante o regime civil-militar, a Comissão de Verdade e Justiça elabore um Relatório Final que garanta à sociedade o direito à verdade sobre esses fatos.

Devolver a palavra aos militantes, uma “reforma política” no PT!

Chegou a hora de enfrentar a discussão. No 4º Congresso do PT, em 2010, os delegados eleitos pelo Processo de Eleição Direta (PED), apresentado falsamente como ampliação da democracia no PT, mostraram o desconforto com esse mecanismo que, na prática, retirou dos filiados o direito de influenciar nos rumos do partido. Pois ao invés de elaborarem propostas desde a base, os filiados são convocados a “referendar” propostas alternativas vindas das cúpulas. Veio então uma maquiagem com regras pretensamente elaboradas para revitalizar e moralizar o PED. Mas o PED é irreformável. Por isso, independentemente da presente disputa eleitoral para as direções partidárias, renovamos nosso compromisso em prosseguir o combate iniciado há quatro anos, com companheiros de diferentes origens no PT, com os quais, independente da chapa na qual cada um agora se apresente, nos agrupamos no Diálogo Petista e continuaremos juntos para agir no PT e na luta de classes. As novas regras, adotadas no 4º Congresso, não passaram no primeiro teste. Por exemplo: o verniz das plenárias de formação não brilhou, seus prazos foram sucessivamente adiados e poucos foram os novos filiados reunidos. Nenhum mecanismo encobre o fato de que o PED é um processo que alija os militantes da verdadeira discussão e da definição dos rumos do partido. Um ritual viciado de arregimentar, no dia da votação, votos em chapas que têm mais poder material de acesso aos filiados. Não adianta reclamar do esvaziamento das instâncias, como se fosse inevitável. Não adianta substituir atividade partidária por uma simples assinatura a um abaixo-assinado de uma campanha que o partido desenvolve. É necessário uma reforma política no próprio PT! Propomos a retomada dos métodos de representação direta, com a eleição das direções em todos os níveis pelos delegados em Encontros e Congressos. Neste PED, o PT deve assumir sua responsabilidade e abrir uma saída positiva para os trabalhadores e a maioria oprimida da nação. Para isso, a palavra deve ser verdadeiramente, dada aos militantes.

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Em Santa Catarina derrotar Colombo e o PSD Nosso estado é governado há 10 anos por uma tríplice aliança entre PMDB, PSD e PSDB representantes legítimos de “novas” e velhas oligarquias locais dos interesses da burguesia. Os serviços públicos e empresas públicas estão sendo sucateados e privatizados, repressão aos movimentos sociais, são marcas conhecidas. Nosso estado sofre com a violenta desisntrulização e a sonegação. Santa Catarina é o segundo estado brasileiro com maior participação da indústria no PIB, segundo o IBGE. Uma comparação do período de janeiro a maio de 2013 e relação ao mesmo período em 2012 mostra que a produção industrial teve queda de 0,5%. Isto tem um fator significativo no declínio das exportações catarinenses acentuadas no governo Colombo. Na última década nosso estado caiu da 5ª para 10ª posição no ranking dos estados que mais exportam. Quando observamos a variação das importações na ultima década exatamente o inverso ocorre. Isto culmina num desastroso resultado negativo na balança comercial catarinense. Balança Comercial Catarinense (mil US$ FOB)

Colombo não combate à sonegação fiscal, abre mão de R$ 4,8 bi, também não põe fim às isenções fiscais de ICMS, abrindo mão de mais R$3 bi, representando 15% do orçamento total do Estado, para os bolsos dos patrões! A infraestrutura é inadequada incluindo estradas, ferrovias, portos, aeroportos, energia, o que dificulta o desenvolvimento da indústria. Desde o início do ano, o governador Raimundo Colombo já mostrou quem ele quer que pague pela queda de arrecadação. São os serviços públicos e todos os servidores. O secretário de finanças anunciou em abril, que além de suspender o reajuste anual, vai cortar R$1,5 bilhão de verbas de custeio. O governo aplica sobre os servidores a famigerada Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para ignorar a Lei da data-base e congelar salários. Respeitam as leis que interessam aos patrões e desrespeitam as leis conquistadas por trabalhadores, como a data-base e o piso nacional do magistério.

Na educação salas lotadas e desvalorização da carreira dos professores

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Após inumeros dias de greve os professores lutam no estado para receber o piso na carreira. A secretaria de educação fechou extensões de escolas por todo estado e criou a chamada enturmação aumentando o número de alunos de 30 para 45 por sala, precarizando a qualidade na educação. As escolas estaduais estão cada vez mais sucateadas, algumas já foram interdidatas pela situação calamitosa que se encontravam. Na merenda esolar tercerizada muitos problemas que vão desde a inexistencia de projetro educação nutricionalno curriculo escolar até má qualidade dos alimentos.

Na saúde, está entregando tudo para as Organizações Sociais. A lei 9637/1998, conhecida como a lei das OSs, promulgada pelo então presidente da República Fernando Henrique Cardoso, repassa a gestão de serviços públicos para Organizações Sociais “cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde”. Mesmo com repasse de dinheiro do Governo ou de bens públicos para que a OS venha a gerir os serviços, a gestão não é fiscalizada pelo governo e nem devolve um centavo aos cofres públicos em impostos. E, nesses moldes também vigora a lei estadual nº 12929 /2005. Os problemas crônicos nas unidades de saúde do Estado continuam (leitos desativados, reformas que nunca terminam, servidores desmotivados). Ocorre que a lógica do atual governo segue a lógica da privatização. Conforme o relatório publicado no Portal da Transparência, em 2011, reservou R$ 133,250 milhões para as Organizações Sociais e em 2012, reservou R$ 191, 3 milhões. Somente até o mês de agosto de 2013, os valores gastos com as Organizações Sociais que comandam os serviços de saúde no Estado somam R$143,5 milhões. Está querendo fazer agora com o Hospital de Araranguá o que já fez no HEMOSC CEPON e outras unidades de saúde do estado.

Terceirizações a farra com o patrimônio e o dinheiro público Desde que iniciou o mandato, o governador já anunciou interesse em terceirizar a gestão dos hospitais de Florianópolis, de unidades prisionais, o Terminal Rodoviário Rita Maria, de Florianópolis. Em julho de 2012, a gestão do Samu foi transferida por um custo de mais de R$400 milhões para a Organização Social Sociedade Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, que coleciona aproximadamente 3.000 títulos protestados em cartórios do Estado de São Paulo, responde por inúmeras ações de improbidades administrativas e não dispõe de suas atividades glosadas pelo Tribunal de Contas de São Paulo. Mas, apesar de Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público que entende como ilegal a terceirização de atividade essencial como a Saúde, o governo efetivou na Justiça a parceria com a OS. O DEINFRA está sendo sucateado. No ritmo que vai, caminha para extinção, deixando a via aberta para que a empreiteiras se apoderem dos recursos públicos para construção de estradas. Em mais um ato de desmonte do patrimônio público, o Governo Raimundo Colombo está atacando, agora, o “coração” do Deinfra. Localizado em Capoeiras, em Florianópolis, o prédio onde se localiza o laboratório central, está sendo doado, deixando prejuízos de milhões em equipamentos e ferramentas de trabalho. O laboratório possui equipamentos, inclusive que nunca foram usados, como brocas, pluviômetros, mangueiras, etc., guarda arquivos e materiais de todas as estradas e rodovias construídas pelos servidores – desde o projeto inicial até a fiscalização das mesmas. Preocupado em repassar milhões de reais para os amigos donos de empreiteiras, por meio do PACTO das

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Estradas, o Governo Colombo não se preocupa nem um pouco em garantir o patrimônio do Estado e muito menos em garantir aos servidores públicos do Deinfra seu local de trabalho. Até agora, nenhum dos servidores que ainda trabalham no prédio sabe para aonde irá, se a doação se concretizar. Dos milhões destinados às empreiteiras, bastaria ao Governo investir a metade deles se quisesse fazer uso do órgão público e de seus servidores.

Pacto para Quem? Colombo diz que o estado está quebrado mas arrecadação cresceu de 7,8 bi em 2009 para 11.9 bi em 2012. Agora ele apresenta um “Pacto por Santa Catarina” alardeando bilhões em investimento. O que vemos? Mais do mesmo, os problemas na saúde, educação, segurança continuam. Mas, enquanto isso tem dinheiro para as empreiteiras e para entregar serviços públicos para os tubarões da Saúde! Ah! Isso tem.

Juventude: Santa Catarina sob a ilusão de um IDH que se destaca, em meio a tantos outros estados brasileiros, não foge a regra no que tange a desigualdade social. O que causa enorme estranheza nos jovens pobres, quando estes não assistem tal realidade evidenciada nas pesquisas, em seu cotidiano. O estudante, a adolescente, a criança e o trabalhador jovem sentem na pele a austeridade do sistema capitalista quando anseiam ensino de qualidade e tem de conviver com as greves por culpa da intransigência do Estado. A juventude enfrenta os altos preços das passagens, a falta de acesso a áreas de lazer, cultura e esporte. É um dever histórico do nosso partido atender a voz da juventude que saiu as ruas pela qualidade do serviço público.

Candidatura própria em 2014 O PSD se aproxima do governo de federal e busca uma aliança com o PT em Santa Catarina segundo Gilberto Kassab. Reerguer as bandeiras do PT, reaproximar o partido de sua base social, o movimento sindical e popular, esta é a aliança que trará a força necessária para derrotar o PSD em Santa Catarina e este é o caminho que a direção eleita deve trilhar! Em pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria ao IBOPE (25/07) Colombo tem apenas 30% de aprovação o que mostra o fracasso do seu governo frente a população. A direção do PT de Santa Catarina eleita deve ter o compromisso de combater a politica Colombo e do PSD. O PT precisa de candidatura e chapa própria para as eleições de 2014 com um programa e alianças (PcdoB e setores populares do PDT) apoiada no movimento sindical e popular que traduzam nosso compromisso com os trabalhadores e a juventude. Não podemos hesitar. Precisamos desde já, passando pelos debates do PED, disputar os rumos políticos do estado. A direção estadual precisa ir pra ofensiva contra Colombo e o PSD.