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Tese REVERSÃO DA CONSTRIÇÃO DO DUCTO ARTERIOSO FETAL APÓS RESTRIÇÃO DA INGESTA MATERNA DE ALIMENTOS RICOS EM POLIFENÓIS Antonio Luiz Piccoli Júnior

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Tese

REVERSÃO DA CONSTRIÇÃO DO DUCTO

ARTERIOSO FETAL APÓS RESTRIÇÃO DA INGESTA

MATERNA DE ALIMENTOS RICOS EM POLIFENÓIS

Antonio Luiz Piccoli Júnior

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INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL/

FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE CARDIOLOGIA

Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde

Área de Concentração: Cardiologia

Doutorado

REVERSÃO DA CONSTRIÇÃO DO DUCTO

ARTERIOSO FETAL APÓS RESTRIÇÃO DA INGESTA

MATERNA DE ALIMENTOS RICOS EM POLIFENÓIS

Autor: Antonio Luiz Piccoli Júnior

Orientador: Dr. Paulo Zielinsky

Tese submetida como requisito para

obtenção do grau de Doutor ao Programa

de Pós-Graduação em Ciências da Saúde,

Área de Concentração: Instituto de

Cardiologia do Rio Grande do Sul /

Fundação Universitária de Cardiologia.

Porto Alegre

2011

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“If you can dream it, you can do it”.

Walter Elias Disney

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DEDICATÓRIA

Aos meus grandes amores,

Antônio, Beatriz e Marcelo.

À minha amada e musa inspiradora,

Andrea.

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AGRADECIMENTOS

Finalizada esta etapa significativa de minha vida, gostaria de expressar o mais

profundo agradecimento a todos aqueles que me apoiaram nessa longa caminhada e

contribuíram à realização deste trabalho.

Ao grande amigo Paulo Zielinsky, o meu sincero agradecimento por toda a

confiança e dedicação, pela disponibilidade e orientação, pelo apoio incondicional e

compreensão que sempre manifestou durante o passeio pela alma e coração do feto.

Foi uma excelente oportunidade poder desfrutar de uma parceria frutífera, baseada em

carinho e respeito, com um profissional exemplar e referência na área da Cardiologia

Fetal mundial.

Aos meus familiares, pelo constante apoio e suporte. Aos meus pais, Antônio e

Beatriz, que me deram a oportunidade de desfrutar de seu amor, carinho e

ensinamentos. Aos meus irmãos, Marcelo e Davi, pelo convívio e pela amizade. Em

especial, gostaria de agradecer ao Marcelo o exemplo da busca do novo, da cultura

diversificada e da quebra de paradigmas.

À minha eterna namorada e musa inspiradora, Andrea, por seu carinho e amor

intensos. A compreensão, dedicação e gratificante convívio. Tenho a felicidade de

conviver com uma alma iluminada que irradia alegria.

Aos queridos Rubem e Eva, pelo carinho, suporte e incentivo. À minha

sobrinha Maria Eduarda pelo sorriso cativante e afeto.

Aos colegas de trabalho e pesquisa Luiz Henrique Nicoloso, João Luiz Mânica

e demais integrantes do grupo de pesquisa da Unidade de Cardiologia Fetal, pelo

incansável apoio, empenho e auxílio na realização deste trabalho.

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À nutricionista Izabele Vian e às bolsistas de iniciação científica da nutrição

pela amizade, auxílio e orientações que permitiram ampliar os conhecimentos

necessários à realização das avaliações dietéticas.

Aos orientadores e colegas da Cardiologia Pediátrica e aos professores do

programa de pós-graduação em ciências da saúde do Instituto de Cardiologia pelas

orientações e pelos conhecimentos compartilhados.

À comissão coordenadora do programa de pós-graduação, em especial à Profa.

Dra. Lúcia Campos Pellanda, pelo incentivo e apoio no transcorrer do

desenvolvimento desta tese.

À Unidade de Pesquisa, coordenada pela estimada Maria Del Carmen S. de

Stefani e composta pelos funcionários Ângelo de Souza, Cristina Cassal, Mauricio da

silva Hoffmann, Maurício Mesquita Reche e Stephanie Schlatter Pilotti Martins, por

acreditar e estimular profissionais a se aventurarem na área científica, de forma tão

competente e cordial.

Às funcionárias do programa de pós-graduação Débora Fraga de Campos

Velho, Madalena Cristina Francisco dos Santos Espíndola e Fernanda Poester Oliveira

da Costa, pelo carinho, auxílio e dedicação na superação dos obstáculos enfrentados.

Aos estatísticos Sérgio Kakuta Kato e Vânia Hirakata pelas orientações e

serviços prestados.

Aos funcionários da Unidade de Cardiologia Fetal, Fátima Freire, Mateus

Eggers Franco, Vera Monteiro e Desirré Ribeiro Fonseca, exemplos de dedicação no

manejo dos pacientes, sempre serei grato pelo convívio, amizade e auxílio no

cotidiano hospitalar.

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À coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior – CAPES,

pela concessão de bolsa de estudos e estímulo de produção científica neste país,

tornando possível a concretização do trabalho de um jovem pesquisador.

Enfim, os agradecimentos aqui registrados dão conta da magnitude da pesquisa

que suplanta as páginas a seguir escritas. É com muita satisfação e imensa alegria que

compartilho com todos os envolvidos nesta jornada a conclusão deste trabalho.

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1. INTRODUÇÃO ..............................................................................................1

1.1. CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS E FUNCIONAIS DA CIRCULAÇÃO FETAL .......................................................................................1

1.2. CARACTERÍSTICAS DO DUCTO ARTERIOSO ....................................8 1.3. FATORES QUE ATUAM SOBRE O DUCTO ARTERIOSO .................. 13

1.4. CONSTRIÇÃO PREMATURA DO DUCTO ARTERIOSO NA VIDA FETAL .............................................................................................................. 21

1.5. O PAPEL DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS NA GÊNESE DA CONSTRIÇÃO DUCTAL PREMATURA.......................................................... 28

1.6. ALTERAÇÕES RESULTANTES E REPERCUSSÕES CLÍNICAS DA CONSTRIÇÃO PREMATURA DO DUCTO ARTERIOSO ............................... 34

1.7. CONSTRIÇÃO DUCTAL “IDIOPÁTICA”............................................. 44 2. ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA DE SUBSTÂNCIAS DE USO

COMUM E SEU PAPEL NA INIBIÇÃO DAS PROSTAGLANDINAS ............. 46 2.1. CONSTRIÇÃO DUCTAL ASSOCIADA À INGESTÃO MATERNA DE

SUBSTÂNCIAS RICAS EM POLIFENÓIS ....................................................... 55 3. ESTUDOS CLÍNICOS E EXPERIMENTAIS DO GRUPO DE PESQUISA

SOBRE CONSTRIÇÃO DUCTAL FETAL RELACIONADA À INGESTÃO

MATERNA DE ALIMENTOS RICOS EM POLIFENÓIS ................................ 58

4. HIPÓTESE CONCEITUAL ........................................................................ 62 5. OBJETIVOS ................................................................................................ 64

5.1. OBJETIVO GERAL ............................................................................... 64 5.2. OBJETIVO ESPECÍFICO....................................................................... 64

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 65 ARTIGO EM PORTUGUÊS ............................................................................... 82

REVERSÃO DA CONSTRIÇÃO DO DUCTO ARTERIOSO FETAL APÓS

RESTRIÇÃO DA INGESTA MATERNA DE ALIMENTOS RICOS EM

POLIFENÓIS ........................................................................................................ 83 RESUMO .......................................................................................................... 84

INTRODUCÃO ................................................................................................. 86 MÉTODOS........................................................................................................ 87

RESULTADOS ................................................................................................. 91 DISCUSSÃO ..................................................................................................... 92

CONCLUSÃO ................................................................................................... 95 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 96

ARTIGO EM INGLÊS ...................................................................................... 106 REVERSAL OF FETAL DUCTAL CONSTRICTION AFTER MATERNAL

RESTRICTION OF POLYPHENOL-RICH FOODS ............................................ 107 ABSTRACT .................................................................................................... 108

INTRODUCTION ........................................................................................... 109 METHODS...................................................................................................... 110

RESULTS ....................................................................................................... 113 DISCUSSION.................................................................................................. 114

CONCLUSION................................................................................................ 117 REFERENCES ................................................................................................ 118

APÊNDICES ...................................................................................................... 127

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1. INTRODUÇÃO

1.1. CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS E FUNCIONAIS DA

CIRCULAÇÃO FETAL

A circulação fetal apresenta características anatômicas e funcionais singulares.

É estruturada para atender as necessidades de um organismo em crescimento rápido,

num ambiente de hipóxia relativa, apesar de apresentar altas taxas de fluxo sanguíneo

1. O fluxo sangüíneo é ejetado em paralelo através dos ventrículos, perfundindo a

circulação pulmonar e sistêmica fetal 2. Na vida intra-uterina, os pulmões não são

aerados, apresentam baixo fluxo e oferecem elevada resistência vascular. Nessas

circunstâncias, a placenta , com baixa resistência ao fluxo sistêmico, tem a função de

nutrir o feto, retirar os produtos de degradação e promover as trocas gasosas 3.

O conteúdo de oxigênio presente no sangue fetal é menor comparado ao

neonato e à criança. Esse achado é resultante de uma menor eficiência placentária

comparado aos pulmões de realizar as trocas gasosas, ou seja, captar O2.

Normalmente o sangue, rico em oxigênio, oriundo da placenta através da veia

umbilical, retorna ao feto e se divide no fígado com saturação de aproximadamente

70% e pressão parcial de oxigênio de 32 a 35 mmHg, 4. Cerca de metade do fluxo

sanguíneo placentário é direcionado para as veias hepáticas e para o sistema porta-

hepático e o restante é desviado do fígado para o ducto venoso, sendo encaminhado

diretamente para a veia cava inferior próximo à junção com o átrio direito. O sangue

do ducto venoso, devido as características anatômicas fetais, apresenta maior

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saturação de oxigênio, em torno de 70% 5. Na porção proximal do ducto venoso

existem fibras musculares que podem funcionar como esfíncter regulando a

distribuição do fluxo da veia umbilical entre a circulação hepática e a veia cava

inferior. Esse mecanismo tem como função proteger a circulação fetal de variações

tensionais determinadas pela contratilidade uterina, acelerar o fluxo sanguíneo e

impulsioná-lo através do forame oval para o lado esquerdo do coração, além de

contribuir para o fechamento funcional dessa estrutura após o nascimento. Essa

aceleração do fluxo, associada a uma anatomia característica do átrio direito e ao

posicionamento do orifício da veia cava inferior voltado para a fossa oval, possibilita

o direcionamento do fluxo do ducto venoso preferencialmente para o átrio esquerdo 6.

O sangue oriundo da veia cava inferior alcança o átrio direito já misturado com

o sangue dessaturado dos órgãos abdominais e membros inferiores. No átrio direito, o

sangue proveniente da veia cava inferior é dividido pela crista dividens, situada na

parede póstero-lateral dessa cavidade, de tal modo que aproximadamente 40% do

sangue é direcionado através do forame oval diretamente para o átrio esquerdo, onde

se une com o retorno venoso pulmonar dessaturado. O principal motivo que mantém o

forame oval patente na vida fetal é a energia cinética do fluxo de sangue que provém

da veia cava inferior, uma vez que a diferença de pressões entre os átrios é mínima 6, 7

.

O sangue cursa através da valva mitral até o ventrículo esquerdo. Esse sangue que

chega ao ventrículo esquerdo apresenta pressão parcial de oxigênio de 26 a 28 mmHg

e saturação de O2 de aproximadamente 65%. É bombeado através da aorta

ascendente suprindo as artérias coronárias, as carótidas e as subclávias, com

aproximadamente 1/3 desse fluxo (cerca de 10% do débito ventricular combinado)

passando através do arco aórtico até a aorta descendente 8.

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O restante do fluxo da veia cava inferior une-se à drenagem da veia cava

superior e do seio coronário antes de ser direcionado através da valva tricúspide até o

ventrículo direito e posteriormente para a artéria pulmonar, com uma saturação de

oxigênio em torno de 50% e pressão parcial de O2 de 20 a 22 mmHg (Figura 1).

Fonte: Modificado de Rudolph e colaboradores 3.

Figura 1 – Circulação Fetal.

Conforme descrito anteriormente, os pulmões no período fetal encontram-se

repletos de fluidos e apresentam constrição de suas arteríolas, gerando elevada

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resistência ao fluxo. A maior parte do sangue ejetado do ventrículo direito,

aproximadamente 90%, é direcionado pelo canal arterial para a aorta descendente e

placenta.

Aproximadamente metade do sangue da aorta descendente é direcionado

através das duas artérias umbilicais, que emergem das ilíacas externas, para a placenta,

retornando o sangue menos oxigenado para a circulação placentária. O restante desse

volume irá suprir as vísceras e a porção inferior do corpo 9. (Figura 1 – Circulação

Fetal)

Outra característica singular da circulação fetal é a presença de

intercomunicações fisiológicas intracardíacas e extracardíacas. Sabe-se que o ducto

arterioso integra a circulação fetal como componente vascular normal do trato de via

de saída do ventrículo direito formando o “arco pulmonar” com a artéria pulmonar e a

aorta torácica descendente. Segundo Fouron, o ducto arterioso se comporta como um

shunt somente no período pós-natal, quando os ventrículos estão dispostos em série, e

o ducto arterioso desvia sangue tanto da circulação sistêmica como da pulmonar,

dependendo da impedância ao fluxo nessas circulações 10

. O conceito de circulação

funcionando com um arranjo em paralelo é incompatível com a definição de shunt

para o ducto arterioso. Na vida fetal, se o sangue proveniente do tronco da artéria

pulmonar que alcança a aorta torácica descendente for considerado como um shunt

direita-esquerda desviando o sangue dos pulmões, os dois ventrículos deveriam

receber a definição de arranjo em série, como na vida pós-natal. Percebe-se que o

ducto arterioso, no período fetal, compõe e permite o adequado funcionamento da

circulação. Na vida intra-uterina, o segmento vascular arterial que atende as

definições de um shunt, e se comporta como tal, é o istmo aórtico. Na verdade, o

istmo aórtico, localizado após a emergência da artéria subclávia esquerda e a inserção

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do ducto arterioso, estabelece comunicação entre as duas vias de saídas arteriais que

perfundem em paralelo a porção superior e inferior do corpo do feto 11

.

Durante a gestação, a circulação fetal está em contínua maturação, tanto nos

aspectos morfológicos quanto funcionais. O débito cardíaco e a distribuição do fluxo

sanguíneo foram bem documentados em experimentos animais, reforçando a

predominância do ventrículo direito cardíaco fetal 1. Estudos com Doppler em fetos

humanos também sugerem a dominância do ventrículo direito. Entretanto, a razão

entre o débito cardíaco do ventrículo direito e do ventrículo esquerdo varia de 1 a 1.5

12, 13. Essa diferença se deve ao maior diâmetro do ventrículo direito e à maior

velocidade de fluxo nessa cavidade. O ventrículo direito demonstra dominância sobre

o esquerdo, que gradualmente diminui até o termo, provavelmente devido ao aumento

da resistência placentária e do fluxo sangüíneo cerebral 13

. O débito ventricular

combinado calculado, próximo do termo, é de aproximadamente 1735 ml/min,

conforme demonstrado em fetos de ovelhas 14

.

A utilização do ecocardiograma com Doppler em cores permitiu demonstrar o

papel da circulação pulmonar na distribuição do débito cardíaco fetal no segundo

trimestre de gestação. O fluxo nas artérias pulmonares direita e esquerda duplica da

20ª à 30ª semana de gestação, proporcionalmente ao débito cardíaco combinado,

mantendo-se inalterado durante o terceiro trimestre. Nesse período entre a 20ª e a 30ª

semana, há uma redução de aproximadamente 1,5 vezes na resistência vascular

pulmonar 15

. Esse achado sugere que o crescimento e o desenvolvimento do

parênquima e da vasculatura pulmonar estão associados com a diminuição da

resistência vascular pulmonar e com o aumento do fluxo pulmonar durante o final do

segundo trimestre e o início do terceiro trimestre 16

. Durante o final do terceiro

trimestre, diversos fatores, incluindo as prostaglandinas, atuam na regulação da

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resistência pulmonar 17

. A circulação pulmonar fetal apresenta vasoconstrição

pulmonar mediada, que regula a distribuição de fluxo cardíaco fetal da circulação

pulmonar para a circulação sistêmica 15

. Esse achado confirma a evidência de que a

impedância vascular pulmonar fetal não se altera nesse período da gestação 16

.

Os fetos apresentam limitações para o ajuste do débito cardíaco. As

determinantes primárias do débito cardíaco fetal são a frequência cardíaca, a pressão

de enchimento (pré-carga), a impedância ao fluxo ou resistência contra a qual os

ventrículos bombeiam sangue (pós-carga) e a contratilidade miocárdica. A utilização

de medidas contínuas do débito cardíaco ventricular direito e esquerdo evidenciou que

mudanças espontâneas na frequência cardíaca estão associadas com aumento do

débito cardíaco ventricular. Entretanto, o decréscimo da frequência cardíaca resulta

em uma considerável queda do débito de ambos os ventrículos 18

. A estimulação

elétrica do átrio direito acima de 160 a 180 batimentos por minuto aumenta o débito

ventricular esquerdo em cerca de 15% acima dos níveis de repouso. Entretanto, a

redução da frequência cardíaca em 50% através de estímulo vagal origina um

decréscimo de aproximadamente 30% no débito ventricular. Ao contrário dos

importantes efeitos da oscilação da frequência cardíaca sobre o débito cardíaco fetal, o

aumento da pré-carga produz apenas um pequeno aumento no débito ventricular 19

,

indicando que o ventrículo cardíaco fetal normal funciona próximo do limite superior

de sua capacidade e apresenta pouca reserva para aumentar o débito cardíaco. O

aumento da pós-carga, por estímulo mecânico ou medicamentoso 20

, gera uma queda

dramática no débito ventricular direito, sugerindo que o coração fetal é bastante

sensível ao aumento da impedância ao fluxo. Foi constatado aparecimento de

cardiomiopatia dilatada e regurgitação das valvas atrioventriculares na presença de

obstrução das vias de saída, sugerindo que o feto responda de forma inadequada a

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diferentes graus de obstrução 21

. Estudos morfométricos do miocárdio fetal

evidenciaram significativa redução do conteúdo miofibrilar, indicando que o

miocárdio do feto apresenta menos tecido contrátil que o do adulto 22

. Estudos em

ovelhas demonstraram que a complacência ventricular do coração fetal é diminuída

em comparação à do coração do recém-nascido ou do adulto 23

. Esses achados

sugerem que o coração fetal é estruturalmente e funcionalmente imaturo comparado

ao coração da criança e do adulto.

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1.2. CARACTERÍSTICAS DO DUCTO ARTERIOSO

O ducto arterioso é um vaso incomparável na fisiologia da circulação humana,

tendo em vista que no transcorrer de algumas horas entre o período pré-natal e o pós-

natal há uma drástica mudança em sua funcionalidade. Essa estrutura vascular, que

atua como um órgão vital à circulação fetal, no recém-nascido, é programada para

tornar-se obsoleta.

A estrutura anatômica singular da circulação fetal foi pela primeira vez

descrita por Galeno (130-200), que em seus relatos fez menção a um vaso com as

características do ducto arterioso. A primeira descrição desse vaso foi mais tarde

atribuída a Leonardo Bottalio (1530-1600). O entendimento funcional da circulação

fetal se deu após os estudos de Harvey e a descoberta de Malpighi e Walaeus da

existência dos capilares. A primeira visualização do ducto arterioso “in vivo”,

utilizando técnica de raios-X, ocorreu em 1939 24

.

Durante a embriogênese, os arcos branquiais desenvolvem-se durante a quarta

semana de gestação e recebem artérias do saco aórtico, denominadas arcos aórticos. O

ducto arterioso é um vaso originado a partir da porção distal do sexto arco aórtico

esquerdo, que liga a artéria pulmonar esquerda à aorta dorsal. Esse vaso segue um

programa de diferenciação peculiar visando o fechamento no período pós-natal. Ao

contrário da predominância de camadas elásticas das artérias que o circundam, ele

apresenta um fenótipo muscular singular 25

. A parede do ducto arterioso, em geral, é

formada pela camada íntima, média muscular, que apresenta espessura variável e

aumenta com a idade gestacional, e a adventícia. Uma membrana elástica interna

encontra-se presente entre a íntima e a média. A camada adventícia é uma camada de

tecido fibroso que contém a vasa vasorum e as fibras nervosas. A camada muscular

média apresenta uma zona avascular adjacente ao lúmen e é composta por arranjos de

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fibras de músculo liso embebidas em tecido conjuntivo 26

. As fibras musculares do

terço externo da camada média estão arranjadas em espiral, e são penetradas por

pequenos grupos de fibras longitudinais. Os dois terços internos dessa camada tendem

a apresentar fibras com orientação longitudinal e oblíqua, dependendo do estado de

contração do vaso. Quanto mais contraído o vaso, mais as fibras musculares assumem

orientação longitudinal. A camada íntima consiste em células endoteliais revestidas

por tecido conjuntivo avascular subendotelial 27

.

O processo de constrição ductal resulta na formação de uma zona de profunda

hipóxia na camada muscular média do ducto arterioso devido ao aumento da

espessura da zona avascular. O O2 normalmente alcança essa porção do vaso através

do lúmen ou através da vasa vasorum intramural 28

. A profundidade da penetração da

vasa vasorum na camada muscular média depende da espessura da parede do vaso 26

.

A espessura da zona avascular é influenciada pelo grau de constrição do ducto

arterioso 28

.

O ducto arterioso apresenta terminações nervosas advindas do sistema nervoso

simpático e parassimpático. A inervação simpática provém do tronco torácico e do

nervo simpático cervical inferior. Há descrição de inervação que deriva do nervo vago

29. Foi demonstrado em estudos experimentais a presença de fibras e gânglios

nervosos na camada adventícia e na camada média 30

e foram identificados terminais

nervosos contendo norepinefrina ao longo da camada média do ducto arterioso em

fetos humanos 31

.

O ducto arterioso é uma estrutura anatômica que, na vida fetal, se posiciona

entre a artéria pulmonar e a aorta, e geralmente se insere na artéria pulmonar próximo

à emergência da artéria pulmonar esquerda e na aorta em sua zona ístmica (Figura 2).

No plano do arco pulmonar, cerca de 80% do sangue pobre em oxigênio ejetado pelo

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ventrículo direito na artéria pulmonar passa pelo ducto arterioso, dirigindo-se para a

aorta descendente (75ml/min), conseqüentemente se misturando com o sangue

proveniente do ventrículo esquerdo. Devido à alta resistência pulmonar, somente 20%

(15ml/min) são recebidos pelos pulmões. Cerca de 40-50% do sangue da aorta

descendente passa pelas artérias umbilicais e retorna à placenta para ser efetuada a

hematose. O restante do sangue vai suprir as vísceras e a metade inferior do corpo 32,

33.

Figura 2: Corte ecocardiográfico bidimensional do arco ductal fetal. O ducto

arterioso conecta a artéria pulmonar à aorta descendente.

Durante a gestação, o ducto arterioso fetal encontra-se amplamente patente,

embora próximo do termo possa haver uma discreta constrição fisiológica 34

. Há uma

relação entre a idade gestacional e a maturação histológica do ducto arterioso 35

. O

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11

processo de espessamento intimal no feto inicia no segundo trimestre de gestação,

caracterizando-se por ser um processo contínuo. Esse mecanismo de espessamento

intimal parece estar ligado à prostaciclina sintase (PGI2 sintase) que possui papel

regulador na patência ductal 36

. O ducto arterioso em fechamento apresenta níveis de

PGI2 sintase mais elevados nas células musculares lisas nos locais de espessamento

intimal do que em outros sítios. Esses achados demonstram existir relação da

morfologia ductal com a presença de PGI2 sintase 37

. O remodelamento vascular

parece também estar associado à desdiferenciação das células musculares lisas e à

apoptose encontrada em áreas das camadas íntima e média 38

.

A partir do momento do nascimento, a circulação fetal passa por súbitas

mudanças que incluem a oclusão e secção do cordão umbilical, aeração e

vasodilatação pulmonar, fechamento do canal arterial e forame oval. Essas alterações

fazem cessar o circuito sanguíneo umbílico-placentário e se inicia a respiração

pulmonar, separando a circulação pulmonar da sistêmico-corpórea. A hipóxia

sanguínea fetal parece ser o primeiro processo no mecanismo da circulação neonatal

transicional 39

. O estado hipoxêmico gera excitação dos centros nervosos respiratórios,

gerando o mecanismo precursor da respiração espontânea com conseqüente aeração

dos alvéolos pulmonares. A queda da resistência vascular pulmonar resulta da

expansão dos vasos e da vasodilatação químio-reflexa das artérias pulmonares

causada pelo alto nível de oxigênio no gás alveolar. O aumento súbito da resistência

vascular sistêmica e a queda da resistência vascular pulmonar geram um fluxo reverso

através do ducto arterioso e um aumento no fluxo pulmonar. Alguns minutos após o

nascimento, 90% do fluxo sanguíneo ejetado pelo ventrículo direito é direcionado

para as artérias pulmonares, com um aumento do volume de 35ml/kg/min para 160 a

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12

200ml/kg/min 40

. Com a diminuição da resistência vascular pulmonar ocorre um

aumento de fluxo sanguíneo pelos pulmões, que culmina na oclusão ductal.

Geralmente o ducto arterioso permanece patente por algumas horas ou dias no

período neonatal. O fechamento fisiológico do ducto arterioso no recém-nascido a

termo caracteriza-se por uma fase de obliteração funcional secundária à constrição

muscular da parede do vaso. Esse processo é gradual e se completa aproximadamente

10 a 15 horas após o nascimento. Observações em neonatos indicam que o ducto

arterioso começa a fechar na extremidade arterial pulmonar e a constrição se estende

em direção à aorta 41

. Posterior a essa fase, no período entre a primeira semana e o

primeiro mês de vida, ocorre um remodelamento anatômico da parede vascular do

ducto arterioso, com formação neointimal causada por proliferação e migração das

células musculares lisas da camada média para o subendotélio. Freqüentemente,

ocorrem pequenas hemorragias e necrose da região subintimal, seguidas de formação

de tecido conjuntivo e fibrose, resultando em oclusão permanente do ducto. A

constrição muscular inicial determina o remodelamento anatômico ao produzir uma

região de hipóxia na camada média muscular do ducto arterioso. A hipóxia da parede

do ducto parece ser necessária para haver o remodelamento anatômico e o posterior

fechamento definitivo 42

. Forma-se, por fim, o ligamento arterioso 24

.

O feto prematuro apresenta um atraso no remodelamento da camada muscular e

menor resposta ao oxigênio, provavelmente devido à imaturidade das estruturas 43

.

Constata-se que os bebês com peso de nascimento inferior a 1750g apresentam ducto

arterioso patente nas primeiras 24 horas de vida pós-natal. A permanência do ducto

arterioso patente num bebê a termo é considerada uma entidade patológica. A oclusão

do ducto arterioso é um processo influenciado por diversos fatores.

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13

1.3. FATORES QUE ATUAM SOBRE O DUCTO ARTERIOSO

O tônus do ducto arterioso sofre influência de fatores constritores e relaxantes

44. Dentre os que contribuem para a constrição ductal, temos o aumento da pressão

parcial de O2 (PO2), níveis reduzidos de prostaglandinas, aumento da endotelina-1,

decréscimo dos receptores de prostaglandina E, a bradicinina e a ação do sistema

nervoso simpático e parassimpático 45-47

. A resposta vasoconstritora é dose-

dependente a vários neurotransmissores, como a acetilcolina, a histamina, a serotonina

e as catecolaminas 31, 41

. Os fatores relaxantes incluem as prostaglandinas, hipoxemia,

o óxido nítrico e a bradicinina, que causa liberação de prostaglandinas e de óxido

nítrico 48, 49

. Em concentrações maiores, entretanto, as bradicininas têm efeito

constritor sobre o ducto (Quadro I).

QUADRO I

Fatores que influenciam o tônus do ducto arterioso fetal.

Constritores Relaxantes

PO2 ↓ PO2

↓ Prostaglandinas Prostaglandinas

Bradicinina ↓ Bradicinina

Sistema Nervoso Óxido nítrico

Dentre os fatores constritores do ducto arterioso podemos citar o O2, entretanto

ele atua de forma primordial no período pós-natal. Embora o mecanismo de constrição

induzido pelo O2 não esteja completamente esclarecido, especula-se que o aumento da

PO2 induza despolarização das células musculares lisas do ducto arterioso, gerando

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14

um rápido influxo de íons de cálcio dentro dessas células resultando em contração 50

.

Os efeitos do oxigênio sobre a musculatura do ducto podem ser diretos ou mediados

pelo controle do metabolismo das prostaglandinas 51

.

Os receptores da endotelina atuam como mensageiros na constrição do ducto

arterioso secundária à concentração de oxigênio no período neonatal. Sem a

endotelina, ainda ocorre oclusão ductal, provavelmente devido à diminuição das

propriedades relaxantes da prostaglandina E2 52

. O efeito constritor das drogas

inibidoras da ciclo-oxigenase sobre o ducto arterioso, assim como a constrição

induzida pelo oxigênio, pode ser inibido in vitro quando são utilizados antagonistas

dos receptores de endotelina 53

.

O sistema nervoso simpático e o parassimpático atuam na patência do ducto

arterioso através de estímulos centrais ou locais, secundários à liberação local de

agentes vasoativos. Foi demonstrada resposta contrátil dose-dependente do ducto

arterioso à acetilcolina em fetos humanos e constatado que os mecanismos

responsáveis pela constrição estavam plenamente desenvolvidos com 12 semanas de

gestação 54

. A constrição produzida por acetilcolina foi maior do que a produzida por

catecolaminas. A resposta constritiva ductal aos agentes simpaticomiméticos, como a

epinefrina e a norepinefrina, é dose-dependente e relacionada à idade gestacional,

sendo a intensidade da constrição consistentemente menor em fetos mais jovens 55

.

O fechamento pós-natal do ducto parece ser mediado também pela bradicinina,

substância liberada pelos pulmões durante sua insuflação inicial. A bradicinina

apresenta resposta contrátil dose-dependente sobre o ducto arterioso in vitro 56

. Vale

ressaltar que a bradicinina atua originalmente como um fator relaxante, porém com o

aumento da concentração dessa substância, a influência sobre o ducto arterioso torna-

se constritiva. Essa resposta bifásica acontece mediante PO2 baixa ou alta, indicando

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15

que o efeito ocorre independente da tensão de oxigênio. A extensão da contração

frente a altas concentrações de bradicina é maior na presença de PO2 alta, sugerindo

que o mecanismo contrátil apresenta maior efeito com os estímulos do período pós-

natal 57

. Secundário à constrição ductal ocorre hipóxia tecidual local, que inibe a

produção de prostaglandina e óxido nítrico, assim prevenindo a reabertura do ducto

arterioso 58

. Sua função como fator relaxante se dá através da estimulação da

produção de óxido nítrico endotelial 59

e ativação de receptores específicos,

classificados como B1 e B2. Esses receptores foram identificados em células de

músculo liso e células endoteliais 60

e colaboram para o comportamento bifásico dessa

substância. Os receptores B2 estão associados com o processo de relaxamento, e os

receptores B1 atuam na contração ductal. É importante ser ressaltado que os

bloqueadores da rota da ciclo-oxigenase aboliram , em estudo experimental, a ação de

relaxamento da bradicinina no ducto arterioso 57

.

Dentre os fatores relaxantes do ducto arterioso, a prostaglandina desempenha

um papel essencial. Durante a vida fetal, a abertura do ducto arterioso é controlada

pela produção endógena de prostaglandinas, que atuam sobre as células musculares do

ducto, mantendo-as relaxadas. Logo, a patência ductal se dá de forma ativa pela ação

da prostaglandinas, principalmente a prostaglandina E2 (PGE2). A PGE2, que

também atua na regulação da vasculatura pulmonar, é produzida no ducto arterioso,

na placenta e nos vasos umbilicais 61

. Com o aumento da idade gestacional,

especialmente próximo do termo, o ducto arterioso torna-se menos sensível aos

efeitos dilatadores das prostaglandinas e mais sensível aos fatores constritores, como

os inibidores da síntese das prostaglandinas. Conseqüentemente, aumenta o

catabolismo pulmonar da PGE2, intensificando-se a resposta vasoconstritora ao

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oxigênio, preparando o feto para o nascimento 62, 63

, sendo também a constrição parte

de um processo ativo 41

.

As prostaglandinas são eicosanóides, sintetizadas e atuantes em todos os

órgãos, assim chamadas por terem sido descobertas na secreção da próstata. Derivam

do ácido aracdônico e outros ácidos graxos poli-insaturados de estrutura similar 64

. O

ácido aracdônico é liberado a partir de depósitos de armazenamento de fosfolipídeos

pela fosfolipase A2 65

. O ácido aracdônico gera prostaglandinas através das ciclo-

oxigenases (COX). A COX é responsável pela produção de prostaglandinas,

prostaciclina e tromboxano e existe em pelo menos duas isoformas. A ciclo-

oxigenase-1 (COX-1) é uma enzima constitutiva, destinada a funções fisiológicas

decorrentes da síntese das prostaglandinas 66

. A ciclo-oxigenase-2 (COX-2) é gerada

por processos inflamatórios 67

. A ciclo-oxigenase converte o ácido aracdônico a uma

prostaglandina intermediária G2 (PGG2). A PPG2, pela ação da COX-1 ou COX-2, é

convertida em diversas prostaglandinas (Prostaciclina, PGE2, PGE1, PGI2, PGF2 ,

PGD2) e em tromboxano. Esse processo catalítico é mediado por inúmeras enzimas.

A nomenclatura adotada para as prostaglandinas baseia-se no tipo de anel de cinco

membros apresentado. Já foram identificadas 10 classes de prostaglandinas de acordo

com esse sistema, nomeadas de A a J. A indometacina e outros anti-inflamatórios não-

esteróides podem bloquear a ação da ciclo-oxigenase.

As prostaglandinas são responsáveis pela manutenção da patência ductal,

entretanto não dilatam o ducto além de sua dimensão de repouso. Todas as

prostaglandinas, exceto a PGF2 , apresentam efeito relaxante sobre o ducto. A PGE2

apresenta maior efeito relaxante em menores concentrações quando comparada com

outras prostaglandinas 63

. Embora seja a prostaglandina produzida em menor escala, a

marcada sensibilidade do tecido ductal à PGE2 a torna a mais responsável pela

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regulação da patência do ducto arterioso 68, 69

. Há produção intrínseca da PGE2 nesse

vaso devido à existência de um sistema enzimático local 63

. Não são conhecidos todos

os diferentes fatores que atuam sobre a produção local de PGE2.

A PGE2 intrínseca e a PGE2 produzida nos pulmões contribuem para a

manutenção do tônus ductal e a diminuição de suas concentrações pode resultar em

fechamento do ducto. É reconhecida a associação entre a imaturidade pulmonar,

manifesta pela síndrome do desconforto respiratório, e a persistência da patência do

canal arterial no período pós-natal. Essa relação é fundamentada pela constatação de

que o ducto arterioso fecha precocemente em neonatos prematuros sem síndrome do

desconforto respiratório 70

. A imaturidade pulmonar atenua a redução de produção e o

catabolismo pulmonar da PGE2 necessário para o adequado fechamento do ducto

arterioso no período pós-natal. Há fechamento precoce também em neonatos

prematuros expostos a estresse crônico intra-uterino devido à associação com

produção fetal de glicocorticóides. Os glicocorticóides aceleram o fechamento ductal

em fetos prematuros, inibindo a produção de prostaglandinas 71

. O cortisol é

normalmente encontrado em baixas concentrações no feto e somente apresenta altas

concentrações no período perinatal 72

. Esses achados reforçam a atuação da PGE2

produzida no parênquima pulmonar sobre o tônus ductal.

A PGI2 apresenta concentrações até dez vezes maiores que a PGE2 na

circulação fetal e atua como potente vasodilatador pulmonar, entretanto sua ação é

menos potente sobre o ducto comparada à PGE2 73, 74

. Foi evidenciado que fetos de

cordeiros apresentam taxa de “clearance” plasmático de PGE2 diminuída e menor

metabolismo pulmonar em comparação a animais próximo do termo. Esses fetos

apresentam elevadas concentrações plasmáticas de PGE2 no transcorrer da gestação 62,

69.

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18

Tendo em vista que as prostaglandinas não são armazenadas no

compartimento intracelular, sua atuação é dependente da produção contínua e das suas

concentrações. Fatores que modulam a síntese e a degradação das prostaglandinas,

consequentemente, regulam suas concentrações e seus efeitos sobre os tecidos. O O2,

por exemplo, exerce sua função contrátil sobre o ducto diminuindo as concentrações

endógenas de prostaglandinas e acelerando sua degradação, embora não atuem na

dessensibilização do ducto à atuação das prostaglandinas. A resposta ductal às

prostaglandinas em experimentos animais foi independente das concentrações de O2 75

.

Não há evidências de que o O2 iniba os efeitos das prostaglandinas, entretanto os

diferentes níveis de O2 modulam a concentração dessas substâncias 74

. Esses achados

foram reforçados pelas evidências de estudos animais com o uso de doses crescentes

de indometacina, inibidor da ciclo-oxigenase, atuando sobre a constrição ductal. Foi

demonstrada correlação entre a magnitude da constrição e a redução das

concentrações de PGE2 circulantes 76

. Como as prostaglandinas apresentam uma

diversidade de funções, os agentes que interferem na sua formação ou no seu

mecanismo de ação poderão causar diversos efeitos, dentre eles a constrição ductal.

O óxido nítrico funciona como fator relaxante ductal atuando de forma

significativa no período inicial da gestação. Estudos em fetos de ratos demonstraram

que inibidores da síntese de óxido nítrico possuem efeito constritivo sobre o ducto

arterioso 77

. Momma e cols. demonstraram, em estudo experimental, que as

prostaglandinas possuem um papel mais importante que o do óxido nítrico na

dilatação do ducto arterioso em fetos a termo. Em contrapartida, em fetos prematuros,

o óxido nítrico apresentou efeito vasodilatador mais importante do que as

prostaglandinas. Nesse estudo, altas doses de indometacina causaram constrição grave

do ducto arterioso em fetos próximos do termo, apesar do uso concomitante de óxido

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nítrico. Foi evidenciado que o óxido nítrico, por si só, não é suficiente para manter a

patência ductal no terceiro trimestre de gestação e que a sua inibição gerou mínima

constrição ductal 78

. Esse achado foi reforçado pelos estudos realizados por Clyman e

cols. 42, 79

. A mudança do óxido nítrico para as prostaglandinas na mediação da

dilatação ductal fetal poderia ser um processo preparatório para o fechamento pós-

natal. Foi descrito, em estudo experimental, que há aumento da produção uterina de

óxido nítrico durante a gestação estimulada pela progesterona e o aumento de

estrogênio próximo do termo inibe essa produção 80

. Esse mecanismo pode ser

responsável pela mudança funcional do óxido nítrico e da prostaglandina de acordo

com o período gestacional.

Novos avanços estão sendo realizados no sentido de identificar outras

substâncias que interferem nos mecanismos que atuam sobre o tônus ductal. Estudos

experimentais evidenciaram que o uso materno de vitamina A acelera o mecanismo de

sensibilidade do ducto arterioso ao oxigênio. Em associação com indometacina

diminui a incidência de ducto arterioso patente em recém-nascidos prematuros. Pode

representar um papel importante no desenvolvimento da sensibilidade do ducto

arterioso à indometacina 81, 82

. O ácido retinóico é uma forma ativa do retinol, ou

vitamina A, sendo importante na regulação do desenvolvimento de uma variedade de

órgãos, incluindo o sistema cardiovascular. O ácido retinóico endógeno pode estar

envolvido na indução da diferenciação das células de músculo liso da parede do ducto

arterioso 83

e consequentemente atuar na patência desse vaso.

Foi demonstrado que o sildenafil, um inibidor da fosfodiesterase tipo-5,

dilatou o ducto arterioso constrito de coelhos recém-nascidos. Esse efeito foi

comprovadamente mais potente nos fetos, mesmo em doses mais baixas, do que nos

recém-nascidos. Sugere-se que o sildenafil possa ser útil clinicamente para o

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tratamento da constrição ductal fetal idiopática e secundária a agentes diversos,

diferentemente dos casos neonatais, em que o efeito dilatador não foi o esperado 84

.

Levin e cols. demonstraram em ductos arteriosos de recém-nascidos

prematuros de ovelhas que o aumento de marcadores de hipóxia HIFalpha e

VEGFmRNA e a diminuição da concentração de glicose e ATP no ducto estão

relacionados a uma resposta contrátil induzida por O2 diminuída. Diferentemente da

constrição ductal em fetos a termo, em que a depleção de ATP se correlaciona com

morte celular e remodelamento da parede 85

, em fetos prematuros a depleção de ATP

é insuficiente para induzir a morte celular e o remodelamento. Essa depleção

inadequada de ATP diminui a capacidade contrátil pós-natal. Esse fato pode explicar a

resposta contrátil inadequada ao O2, à indometacina e a outros agentes no período

pós-natal em fetos prematuros.

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21

1.4. CONSTRIÇÃO PREMATURA DO DUCTO ARTERIOSO NA

VIDA FETAL

A constrição prematura do ducto arterioso é caracterizada pelo estreitamento

vascular transitório que pode variar de intensidade, desde uma discreta redução de

calibre ductal até seu completo fechamento. A resposta constritora do ducto arterioso

depende da idade gestacional e habitualmente não ocorre antes de aproximadamente

27 semanas de gestação, apesar desse vaso já estar histologicamente maduro

previamente 78

. Essa anormalidade cardiovascular funcional, na ausência de

conhecidos fatores desencadeantes, é considerada uma alteração infrequente, sendo

incipiente a experiência com essa patologia, tanto no período gestacional, quanto no

pós-natal.

A determinação ecocardiográfica das dimensões cardíacas fetais fornece uma

importante referência quantitativa utilizada na avaliação do coração fetal. Em fetos

normais ocorre um aumento gradual do diâmetro ductal a partir do segundo trimestre

de gestação até o termo. Estudos morfométricos evidenciaram que o diâmetro do

ducto arterioso é de aproximadamente 2.75 mm na 20a semana de gestação, 5 mm na

30 a semana e cerca de 6.5 mm próximo do termo. O diâmetro ductal é menor do que

os vasos adjacentes e o menor diâmetro ductal encontra-se na sua porção medial. Em

fetos próximos do termo, o comprimento do ducto arterioso é de aproximadamente

1cm 86

.

A utilização da ecocardiografia fetal para a detecção intra-uterina de

anormalidades funcionais e estruturais do coração fetal permitiu a identificação e o

planejamento antecipado do manejo a ser adotado no período neonatal imediato. O

ecocardiograma com Doppler de fluxo em cores constitui o mais sensível recurso não-

invasivo para a visibilização do fluxo sanguíneo e sua dinâmica dentro das câmaras

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cardíacas e vasos. A aferição do fluxo e do gradiente de pressão pelo ducto arterioso

através da técnica Doppler ecocardiográfica permitiu a identificação e a

monitorização dos fetos com risco de desenvolvimento de constrição prematura do

ducto arterioso e a realização de intervenção precoce, quando necessária 34, 87, 88

. Os

critérios diagnósticos utilizados para definir constrição ductal são baseados na

avaliação do fluxo ao Doppler, não sendo utilizada a medida do diâmetro ductal como

parâmetro de escolha.

No segundo e no terceiro trimestre de gestação, fetos normais apresentam

aumento linear das velocidades de fluxo ductal com o aumento da idade gestacional 34

,

mas a relação entre as velocidades sistólica e diastólica é constante 89

. O aumento da

velocidade de fluxo ductal é resultante de inúmeras variáveis, incluindo o diâmetro

ductal, a complacência da parede do vaso, os fluxos sistólico e diastólico ductais e a

função ventricular direita. Não houve correlação, entretanto, com a frequência

cardíaca fetal. Por conseguinte, as velocidades de fluxo do ducto arterioso fetal devem

ser relacionadas com a idade gestacional para uma adequada avaliação 90

.

Em estudos experimentais, foi demonstrado que a constrição mecânica do

ducto arterioso gerou aumento da velocidade sistólica, diastólica e da pressão arterial

média pulmonar, enquanto a pressão da aorta descendente permaneceu inalterada. O

gradiente transductal aferido pelo Doppler pulsado ao ecocardiograma foi similar ao

gradiente sistólico de pressão pico a pico hemodinâmico durante a constrição ductal.

Essa excelente correlação reforça a possibilidade de detecção ecocardiográfica de

alterações na dinâmica do ducto arterioso. O ducto arterioso fetal apresenta

velocidade de fluxo sistólico maior do que qualquer outro vaso do sistema

cardiovascular. A velocidade normal do fluxo sistólico ductal varia de 0.5 a 1.4 m/s,

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23

com média de 0.8 m/s e a velocidade diastólica entre 0.06 a 0.3 m/s 34

podendo ser

identificada após a 13a - 16

a semana gestacional

24 (Figura 3).

Figura 3: Doppler pulsado do fluxo ductal fetal com parâmetros dentro do

limite da normalidade. Observa-se velocidade sistólica de 1.28 m/s e velocidade

diastólica de 0.25 m/s.

O índice de pulsatilidade é uma medida de variabilidade da velocidade do

sangue em um vaso, igual à diferença entre o pico sistólico e velocidade diastólica

mínima dividida pela velocidade média durante um ciclo cardíaco. O aumento do

índice de pulsatilidade sugere aumento de resistência vascular e é utilizado para

monitorizar a impedância ao fluxo em vasos periféricos. Os valores normais do índice

de pulsatilidade ductal encontram-se entre 2.2 e 3; quando maior do que 3 sugere

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24

aumento do débito ventricular direito e quando menor ou igual do que 2.2, considera-

se constrição ductal. O uso do índice de pulsatilidade na avaliação do fluxo ductal é

útil por ser independente da angulação do ultra-som 34, 87, 91, 92

.

Estudos Doppler ecocardiográficos sugerem um aumento do débito cardíaco e

do volume de fluxo sanguíneo associado à redução da pós-carga à medida que evolui

a gestação, podendo esses achados serem resultantes da diminuição gradativa da

resistência vascular placentária ou do aumento do fluxo vascular pulmonar 90

. O

índice de pulsatilidade também é útil no diagnóstico diferencial nos casos em que há

aumento do fluxo ductal sem constrição concomitante 87

. Essa situação também pode

ocorrer após o uso de simpaticomiméticos para o tratamento do trabalho de parto

prematuro, gerando aumento da velocidade sistólica no ducto arterioso resultante de

um aumento do débito ventricular. O aumento do débito ventricular direito gera

aumento do volume de sangue bombeado da artéria pulmonar para a aorta

descendente, com consequente aumento da velocidade máxima de fluxo ductal. Se

apenas a velocidade de fluxo máxima ductal é aferida, a avaliação pode ser mal

interpretada como constrição ductal fetal. A forma da onda de fluxo ao Doppler,

entretanto, é diferente daquela observada nos casos de estreitamento do ducto. Na

constrição ductal, as velocidades de fluxo através do ducto diminuem gradativamente

do pico sistólico até o final da diástole, entretanto o fluxo aumentado através de um

ducto amplamente patente demonstra um rápido descenso após o pico de velocidade

sistólica e torna a aumentar durante a diástole. Essa diferença pode ser evidenciada

com a aferição da velocidade média de fluxo, ou seja, o cálculo do índice de

pulsatilidade permite fazer um diagnóstico adequado, pois considera a medida de

velocidade média de fluxo transductal como uma de suas variáveis 93, 94

.

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25

Os fetos com constrição ductal apresentam velocidades de fluxo maiores e um

índice de pulsatilidade significativamente menor do que os fetos normais, entretanto o

aumento do débito ventricular direito que cursa com aumento da velocidade máxima e

com velocidade média de fluxo normal resulta em aumento do índice de pulsatilidade.

O índice de pulsatilidade não se altera com a idade gestacional e deve ser usado,

conforme descrito anteriormente, para firmar o diagnóstico de constrição ductal 87

.

Alguns autores sugerem que o aparecimento de insuficiência tricúspide possa

ser utilizado como fator preditor de constrição ductal. Pode ser mais facilmente

identificada tecnicamente e ser detectada de forma mais precoce do que a constrição

ductal. A insuficiência tricúspide em fetos com anatomia cardíaca normal é um

achado freqüente durante o exame de rastreamento ecocardiográfico e pode indicar

alterações fisiológicas características, como o aumento da pré-carga ou pós-carga,

insuficiência miocárdica ou arritmia. A associação com alteração na dinâmica ductal

pode refletir um aumento marcado na resistência ao fluxo ventricular direito e

provável isquemia do músculo papilar subvalvar tricuspídeo 95, 96

. Especula-se que os

músculos papilares da válvula tricúspide sejam particularmente sensíveis à isquemia,

e que a isquemia subendocárdica leve possa resultar em disfunção valvar 97, 98

. A

progressão da constrição ductal pode resultar no aparecimento de regurgitação

tricúspide holossistólica com velocidade de até 2 m/s 99

. É necessário excluir dentre os

diagnósticos diferencias da insuficiência tricúspide, afastada a presença de cardiopatia

congênita, o diabetes materno, anormalidades extra-cardíacas, infecções, arritmia

cardíaca fetal, hidropisia não-imune, aneurisma do “septum primum”, alteração da

complacência ventricular secundária à hipertrofia e o retardo do crescimento intra-

uterino 100

.

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26

A constrição ductal fetal tem uma apresentação ao Doppler similar aos

achados do pós-natal da coarctação da aorta. O diagnóstico diferencial da constrição

ductal fetal com a coarctação da aorta é considerado difícil, já que ambos cursam com

alteração das câmaras direitas, devendo ser visibilizados e avaliados os arcos ductal e

aórtico. Pode-se confirmar ao diagnóstico de constrição ductal tendo como base os

critérios estabelecidos e passíveis de aferição previamente descritos, enquanto que na

coarctação aórtica não se observa alteração no fluxo ductal 34

.

Nos pacientes que apresentam oclusão total do ducto arterioso, considera-se

diagnóstica a ausência de fluxo transductal. A ecocardiografia com Doppler em cores

mostra-se um método sensível para a avaliação desse diagnóstico e permite detectar o

restabelecimento do fluxo no vaso após interrupção do estímulo mecânico, permitindo

uma análise fidedigna do fluxo no ducto arterioso 34

.

A constrição ductal leve cursa com acentuada alteração da onda de fluxo do

ducto arterioso com aumento da pressão na artéria pulmonar de aproximadamente

15mmHg e ausência de regurgitação tricúspide. O aumento em 50% da pressão na

artéria pulmonar em relação à pressão inicial e a aferição de um índice de

pulsatilidade menor do que 1 na vigência de alterações no desempenho ventricular

direito caracterizam constrição ductal grave 96

. Entre esses extremos do espectro da

constrição ductal, podem ser observados diferentes graus de repercussão.

O tratamento fundamental da constrição ductal, além da óbvia suspensão das

substâncias potencialmente responsáveis pela sua instalação, é a interrupção da

gestação quando indicado. No período neonatal imediato, o fechamento fisiológico do

ducto, associado às modificações hemodinâmicas próprias dessa fase, permitem que

sejam normalizadas as alterações cardio-circulatórias secundárias ao aumento da pós-

carga ventricular direita. Entretanto, como já referido, o aumento prolongado da

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pressão ventricular direita pode, ao ser transferido aos pulmões, causar uma

vasoconstrição arteriolar pulmonar reativa, especialmente em neonatos predispostos,

com a instalação de um quadro de hipertensão arterial pulmonar, que irá exigir

tratamento intensivo 101, 102

.

Na prática clínica, evidenciada a constrição ductal associada ao uso de

substâncias inibidoras da prostaglandina, deve-se orientar a suspensão das mesmas. A

imediata interrupção do uso dessas substâncias pode reduzir as velocidades sistólica e

diastólica ductais e aumentar o índice de pulsatilidade, com possibilidade de

normalização das alterações hemodinâmicas.

Os casos leves podem ser tratados somente com a diminuição da dose da

substância causadora da constrição, mas está indicado em todos esses fetos o

acompanhamento ecocardiográfico seriado 103, 104

. Deve-se avaliar e monitorizar cada

um dos fetos em caso de gestações múltiplas, tendo em vista que somente um

concepto pode estar comprometido 105-107

. Nos casos graves, pode haver necessidade

de interrupção da gestação.

A evolução clínica, após o nascimento, depende da severidade da insuficiência

cardíaca direita intra-uterina e da resposta à elevação da resistência vascular pulmonar

108. O diagnóstico precoce possibilita a imediata intervenção terapêutica, com melhora

do prognóstico.

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28

1.5. O PAPEL DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS NA GÊNESE DA

CONSTRIÇÃO DUCTAL PREMATURA

A ação dos anti-inflamatórios não-esteróides (AINES) decorre da inibição da

síntese de prostaglandinas, efetuada mediante inativação da ciclo-oxigenase. O sítio

catalítico dessa reação pode ser inibido irreversivelmente pelo ácido acetilsalicílico ou

reversivelmente por indometacina e outros AINES que competem com o ácido

aracdônico. A COX-1 e a COX-2, conforme já referido, são enzimas envolvidas na

biossíntese das prostaglandinas, da prostaciclina e do tromboxano. Esse mecanismo

inibitório faz com que não seja sintetizada a prostaglandina intermediária G2,

precursora das prostaglandinas 109, 110

. A ação inibitória dos glicocorticóides sobre o

metabolismo das prostaglandinas ocorre devido à inibição da fosfolipase A2,

resultando em diminuição da produção do ácido aracdônico e bloqueio subsequente da

biossíntese dos eicosanóides. A ingestão materna dos inibidores da produção das

prostaglandinas durante o terceiro trimestre da gestação está relacionada com a

constrição ductal intra-uterina 111

. (Quadro II)

O uso de drogas anti-inflamatórias durante a gestação para o tratamento do

trabalho de parto prematuro, da pré-eclâmpsia ou do retardo do crescimento intra-

uterino, através da inibição da síntese das prostaglandinas, permitiu o estudo da

relação entre a constrição ductal e os inibidores da ciclo-oxigenase. A indometacina é

a droga inibidora da síntese das prostaglandinas usada na terapia tocolítica mais

amplamente descrita na literatura 109

. A indometacina atua inibindo as contrações

uterinas e prolonga o trabalho de parto por pelo menos 24 à 48 horas, tempo

necessário para ser feito uso de corticóide buscando o benefício dessa intervenção 112

.

Pode ser administrada por via oral ou retal, atingindo o pico da concentração

sangüínea na gestante em aproximadamente 2 horas. A metabolização ocorre no

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fígado e cerca de 15% são excretados diretamente na urina 113

. A meia vida é de

aproximadamente 14 horas no neonato a termo e maior ou igual a 24 horas no feto

pré-termo devido à imaturidade hepática.

QUADRO II

Mecanismo de Ação dos Anti-Inflamatórios

Fonte: Modificado de Macones e colaboradores

114.

Foi demonstrado, em contraste com estudos experimentais, que a transferência

através da barreira placentária da indometacina ocorre durante o transcorrer de toda a

gestação, entretanto há aumento da sensibilidade do ducto arterioso à droga à medida

que aumenta a idade gestacional 115

. A droga atravessa a placenta rapidamente, sendo

documentada na circulação fetal após cerca de 15 minutos da ingestão materna 116

.

Em aproximadamente 2 horas, o nível sérico fetal corresponde a 50% do materno e

após cerca de 5 horas os níveis materno e fetal se equilibram. Esse achado corrobora a

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30

observação de que a constrição ductal ocorre cerca de 4 horas após a administração

dessa droga 117

.

A constrição prematura do ducto arterioso após o uso da indometacina é um

efeito adverso conhecido 118, 119

. Aproximadamente 25 a 50% dos fetos expostos à

indometacina irão apresentar constrição ou potencial fechamento ductal 120

. O efeito

constritor da indometacina sobre o ducto arterioso inicia aproximadamente com 27

semanas de gestação e não há correlação entre a incidência de constrição ductal e o

nível sérico fetal de indometacina 115

. O menor valor sérico da droga necessário para

gerar esse efeito é desconhecido 99

. O ducto torna-se mais sensível à indometacina

com o aumento da idade gestacional, ocorrendo constrição ductal em 5 a 10% dos

fetos com menos de 27 semanas, 15 a 20% dos fetos entre 27 e 31 semanas, 50% dos

fetos na 32a semana, podendo chegar em 100% acima da 34

a semana de gestação. A

ocorrência de constrição ductal antes da 27a semana é incomum, porém há casos

descritos em fetos com até 22 semanas 121

.

A indometacina inibe a enzima ciclo-oxigenase reversivelmente, persistindo a

inibição até que a droga seja excretada 122

. Pode ocorrer constrição ductal transitória

mesmo após curto período de exposição à droga e há reversão do quadro na maioria

dos casos em aproximadamente 24 horas após suspensão da medicação 99, 117, 123, 124

.

Entretanto, há relatos de irreversibilidade com evolução para hidropisia e óbito fetal

120. A resposta é individual em cada feto, podendo somente um feto ser acometido em

gestações gemelares, sugerindo suscetibilidade individual ou diferenças na maturação

do ducto arterioso 105, 107, 114, 116, 121

.

Em ensaio clínico randomizado comparando indometacina com um agente

simpaticomimético, a incidência de constrição ductal foi de 86% e a incidência de

regurgitação tricúspide foi de 22% no grupo exposto à indometacina. Houve relação

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31

linear significativa com a exposição à indometacina e o avanço da idade gestacional

89. Sugere-se que seja realizada monitorização ecocardiográfica fetal semanal seriada

em todos os fetos expostos a inibidores das prostaglandinas com o objetivo de

diagnosticar precocemente a constrição ductal e suspender imediatamente o uso da

medicação 105, 125

.

Existem diversos anti-inflamatórios não-esteróides, além da indometacina, que

são potenciais causadores de constrição do ducto arterioso, como a nimesulida 126

, o

diclofenaco 127

, a aspirina, o metamizol, o ibuprofeno 128

, entre outros. Momma e

colaboradores realizaram estudo experimental, avaliando a ação dos anti-inflamatórios

não hormonais sobre o ducto arterioso fetal. O efeito constritivo é dose-dependente na

maioria dos anti-inflamatórios e há progressão da constrição com a manutenção do

uso da medicação 111

. A potência das diferentes drogas foi definida conforme a

magnitude do efeito constritor sobre o ducto arterioso fetal. Dentre os anti-

inflamatórios que apresentaram potência severa estavam a indometacina, o

diclofenaco, o ibuprofeno, o naproxeno, o cetoprofeno e o ácido mefenâmico. Os

considerados com potência moderada foram a betametasona, o piroxicam e o

sulindaco. Por fim, os medicamentos com potência leve incluíam o acetaminofeno, a

aspirina, a hidrocortisona e a prednisolona 111

.

Foi observado em um estudo subsequente realizado em ratos que o diâmetro

ductal diminui em até 70% após o uso de ibuprofeno e em cerca de 30% após uso de

indometacina. A ação da indometacina, entretanto, foi mais duradoura do que a do

ibuprofeno. Nos casos que apresentaram constrição ductal após uso de ibuprofeno ou

indometacina, houve aparecimento de sinais de insuficiência cardíaca com dilatação e

posterior hipertrofia de ambos os ventrículos. O efeito constritivo após a

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32

administração de aspirina ou acetaminofeno foi leve e houve diminuição de apenas

10% no diâmetro ductal 129

.

Outras drogas inibidoras das prostaglandinas, como o sulindaco, têm sido

usadas para tratamento do trabalho de parto prematuro de forma experimental e

também causam constrição ductal, com efeitos aparentemente mais leves do que a

indometacina 117

. Inibidores seletivos da COX-2, como o rofecoxib, também têm

demonstrado efeito constritivo sobre o ducto arterioso de fetos em estudos

experimentais 67, 130

.

Glicocorticóides são hormônios sintéticos que mimetizam ações do cortisol

endógeno, hormônio secretado pela zona glomerular da glândula adrenal. Os

glicocorticóides também apresentam efeito sobre a patência ductal 131

. Assim como a

maioria dos outros anti-inflamatórios, o efeito dos glicocorticóides sobre o ducto

arterioso é dose-dependente. A constrição ductal ocorre cerca de 1 a 4 horas após

infusão da droga 132

. Ocorre inibição da fosfolipase A2, com consequente redução da

liberação enzimática de ácido aracdônico, bloqueando a síntese de prostaglandinas 133

,

e aparente redução na sensibilidade do ducto arterioso à PGE2. A infusão por 48 horas

de hidrocortisona, em estudo experimental, resultou em constrição ductal. O ducto era

mais amplamente patente nos fetos controles. Nesse experimento, não houve redução

significativa das concentrações da PGE2 sérica em ambos os grupos 63

. Apesar de

ocorrer tendência ao fechamento prematuro do ducto arterioso, o mecanismo de ação

parece estar relacionado com uma alteração primária do vaso, diminuindo a

reatividade vascular aos efeitos relaxantes da PGE2, sem alterar a sua síntese 134, 135

.

Foi demonstrado que os anti-inflamatórios não esteróides, seletivos ou não

para as ciclo-oxigenases, possuem efeito sinérgico se usados em associação com os

glicocorticóides 67

. A betametasona pode causar constrição ductal leve, em cerca de

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20% dos fetos, 4 a 5 horas após sua administração, regredindo esse efeito dentro de

aproximadamente 30 horas. A associação de corticóide com indometacina demonstrou

um efeito sinérgico na frequência e na severidade da constrição ductal. A incidência

de constrição ductal pode até dobrar quando essas drogas são associadas 136

.

A atuação dos anti-inflamatórios na rota de formação e atenuação da ação das

prostaglandinas confere a essas substâncias papel importante na gênese da constrição

ductal prematura fetal.

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34

1.6. ALTERAÇÕES RESULTANTES E REPERCUSSÕES CLÍNICAS

DA CONSTRIÇÃO PREMATURA DO DUCTO ARTERIOSO

A constrição prematura do ducto arterioso, com consequente alteração da

dinâmica ductal, pode gerar repercussão importante na circulação fetal, causando

insuficiência cardíaca, hidropisia e hipertensão pulmonar neonatal persistente,

podendo resultar, até mesmo, em óbito fetal ou neonatal nos casos com evolução

prolongada 108, 137

.

A maior resistência no ducto arterioso ocasiona turbilhonamento do fluxo

sanguíneo, evidenciado pelo aumento das velocidades sistólica e diastólica, e

diminuição do índice de pulsatilidade ductal. Como consequência, ocorre dilatação do

tronco da artéria pulmonar, do ventrículo e do átrio direito, insuficiência tricúspide e

pulmonar, com disfunção sistólica e diastólica dos ventrículos 96, 138, 139

.

Conforme descrito anteriormente, o ducto arterioso redireciona cerca de 90%

do fluxo sanguíneo ejetado pelo ventrículo direito para a aorta descendente do feto 4.

A constrição ductal prematura causa aumento da pressão da artéria pulmonar e do

ventrículo direito e aumenta a pós-carga do ventrículo direito. Tendo em vista que a

reserva cardíaca fetal é limitada 20, 140

, o aumento da pós-carga resulta em diminuição

do volume ventricular ejetado, aumento da pressão diastólica ventricular e atrial

direita e consequente aumento do volume e hipertrofia do ventrículo direito 141

.

A redistribuição de fluxo sanguíneo é caracterizado pela redução do fluxo

ejetado do coração direito e aumento do shunt através do forame oval 137

. O fluxo é

direcionado através do forame oval para o átrio e o ventrículo esquerdo, causando

sobrecarga volumétrica das cavidades esquerdas e dilatação da cavidade ventricular

esquerda 89, 142

. Há um aumento no débito do ventrículo esquerdo e no fluxo arteriolar

pulmonar. Essa redistribuição de fluxo mantém a perfusão periférica e pode explicar

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35

os achados da experiência clínica que demonstram que a constrição ductal grave é

bem tolerada por 2 a 3 dias no feto humano. Entretanto, pode haver evolução para

descompensação cardíaca, uma vez que o aumento compensatório do débito

ventricular esquerdo é menor do que a redução no débito ventricular direito 87, 129, 143,

144. O débito ventricular direito diminui aproximadamente 70% e o débito ventricular

esquerdo aumenta cerca de 20%, com queda no débito ventricular combinado em

torno de 35% 98

. Na constrição ductal aguda e grave, a área diastólica e sistólica final

dos ventrículos pode estar aumentada, associado à diminuição na fração de ejeção

ventricular direita 96, 138

.

Os ventrículos, durante o período fetal, apresentam menor complacência 22

e

qualquer estado patológico que resulte em aumento de volume ou pressão nas

cavidades direitas cardíacas pode estar associado com hipertensão venosa sistêmica e

contribuir para o desenvolvimento de edema sistêmico 144

. A relação de hidropisia

fetal não-imune e a constrição prematura do ducto arterioso foi descrita em necropsia

realizada em feto com diagnóstico de constrição ductal e sinais de insuficiência

cardíaca, além de marcada dilatação das cavidades direitas e da artéria pulmonar 142

.

A constrição parcial do ducto arterioso fetal pode aumentar a pós-carga do

ventrículo direito e causar alterações transitórias na fração de encurtamento e

diâmetro do ventrículo. O aumento na pós-carga do ventrículo direito, que está

associada em alguns casos com regurgitação tricúspide 100

, pode interferir no balanço

hemodinâmico entre os ventrículos e através desse mecanismo causar dilatação do

ventrículo esquerdo 117

. O aumento nas dimensões cardíacas em fetos com constrição

ductal parece ser mais proeminente nos casos que cursam com regurgitação tricúspide

concomitante 94

. A constrição ductal intra-uterina pode causar insuficiência tricúspide

transitória ou permanente. Sugere-se que o aumento súbito da pressão e da demanda

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36

do ventrículo direito resulte em mudanças da arquitetura miocárdica, afetando os

músculos papilares da valva tricúspide. O desaparecimento da regurgitação tricúspide

após a redução da pós-carga sustenta essa hipótese 145

.

A repercussão hemodinâmica pode ser variável conforme a gradação da

constrição ductal. Geralmente o comprometimento hemodinâmico leve cursa com

regurgitação leve da valva tricúspide e/ou pulmonar, sem dilatação das cavidades

cardíacas. A repercussão moderada apresenta regurgitação valvar tricúspide com

dilatação das cavidades, sem hipertrofia e/ou disfunção contrátil do ventrículo direito.

No caso do comprometimento grave, constata-se regurgitação valvar tricúspide ou

pulmonar importante, atresia pulmonar funcional, dilatação das cavidades associada à

hipertrofia ventricular direita e/ou alteração da função contrátil do ventrículo direito.

Também foi classificado como repercussão grave a presença de oclusão total do ducto

arterioso, hidropisia fetal e, alternativamente, a presença de um índice de pulsatilidade

menor do que 1, associado a qualquer repercussão hemodinâmica, como já comentado

137, 146, 147.

A administração de indometacina, conforme descrito anteriormente, pode

ocasionar constrição ductal 109

. Foi demonstrado em estudo de fetos entre 28 e 32

semanas de idade gestacional, após uso de indometacina, que a medicação apresenta

efeito constritivo sobre o ducto arterioso com redução significativa do índice de

pulsatilidade. Há associação com alterações secundárias, especialmente no ventrículo

direito, devido ao aumento da pós-carga. Essas alterações estavam relacionadas com o

aumento do diâmetro diastólico final de ambos os ventrículos e significativa redução

da fração de encurtamento do ventrículo direito. As alterações foram observadas após

cerca de 4 horas da administração da droga e a normalização dos parâmetros ocorreu

aproximadamente 24 horas após a suspensão da medicação 117

.

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37

A normalização das velocidades ductais em fetos com constrição ductal

estabelecida pode ocorrer em até 12 horas após a suspensão da indometacina 34

.

Embora a constrição ductal induzida por indometacina seja reversível, a terapia

prolongada por mais de duas semanas pode levar a constrição irreversível do ducto

arterioso 148

. É importante ser ressaltado que a presença do ducto arterioso patente,

sem alteração no fluxo ductal após 24 a 72 horas do uso de indometacina, pode

sugerir que não ocorra comprometimento do funcionamento ductal fetal, porém a

ação deletéria pode ocorrer após várias semanas 149

.

Estudo experimental em ratas grávidas submetidas à administração de

indometacina, com aumento de pós-carga secundário à constrição ductal, demonstrou

que, inicialmente, o coração fetal apresenta crescimento proliferativo. Entretanto, com

o passar do tempo, a hiperplasia é substituída por apoptose e hipertrofia cardíaca com

aumento de até 1.4 vezes o volume dos cardiomiócitos, além de adquirir um padrão

fenotípico de crescimento hipertrófico por sobrecarga de volume 150

. Essas alterações

decorrentes do uso de indometacina corroboram os achados de aumento do volume

ventricular direito e esquerdo em estudos experimentais 151

.

O fechamento prematuro do ducto arterioso intra-uterino associado ao uso de

inibidores da prostaglandina pode resultar em insuficiência cardíaca 142, 152-156

. Se

houver constrição aguda grave, por exemplo, pode ocorrer alteração do fluxo

sanguíneo placentário e da performance miocárdica, resultando em óbito fetal 157

.

Existem relatos de casos de morte fetal causada por insuficiência cardíaca após uso

materno crônico de indometacina 158

.

Sugere-se que as alterações hemodinâmicas secundárias à constrição ductal

evoluem com dilatação do ventrículo direito e, posteriormente, sinais de insuficiência

cardíaca e finalmente hipertrofia concêntrica, com diminuição da cavidade ventricular

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38

direita por aumento da massa, associada à dilatação e hipertrofia ventricular esquerda.

Após a ocorrência de insuficiência cardíaca fetal, as anormalidades funcionais do

ventrículo direito podem persistir no período neonatal, mesmo nos pacientes com boa

evolução clínica 108, 159

.

Associado com o desenvolvimento de insuficiência cardíaca, a hipertensão

pulmonar pode ocorrer em mais da metade dos neonatos expostos à indometacina

após 32 semanas de gestação, frente ao aumento do fluxo pulmonar e elevação da

pressão diastólica do ventrículo direito em razão da constrição ductal 99, 105, 109

.

Estudos demonstraram que a constrição prematura do ducto arterioso farmacológica

160, 161 ou mecânica pode acometer o ventrículo direito e resultar em mudanças

morfológicas da vasculatura pulmonar, com alteração do leito vascular pulmonar 99

.

Esse pode ser o mecanismo fisiopatológico da hipertensão pulmonar neonatal

persistente ocasionado pela constrição ductal 98, 145, 162

.

A ligadura mecânica ductal em fetos de ovelhas resulta em um aumento de

aproximadamente 200% no fluxo sanguíneo pulmonar e 22% de aumento na pressão

da artéria pulmonar 163

. Se o feto tolerar a constrição ductal, há risco substancial de

desenvolver hipertensão pulmonar crônica pós-natal 145, 164-166

. A constrição ductal foi

utilizada como modelo experimental de hipertensão pulmonar fetal e neonatal na

maioria dos estudos visando aprofundar o conhecimento sobre essa patologia 145

.

O número de vasos periféricos pulmonares, durante a 2a metade da gestação,

aumenta cerca de 40 vezes, enquanto o peso pulmonar aumenta somente 4 vezes,

portanto o número de vasos pulmonares periféricos por unidade pulmonar aumenta

em 10 vezes. Entretanto, o fluxo sangüíneo através das artérias pulmonares mantém-

se inalterado. Acredita-se que a manutenção da resistência vascular pulmonar elevada

seja resultante de uma vasoconstrição mediada, sendo a hipóxia o principal fator

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determinante. Dentre os fatores fisiológicos responsáveis pela manutenção da

resistência vascular pulmonar elevada durante a vida fetal estão a acidose, a

estimulação nervosa simpática, as catecolaminas, os metabólitos do ácido aracdônico

e a endotelina 167

. A predominância do aumento na espessura da camada muscular e

da massa da via aérea, em relação à vasoconstrição arteriolar, é uma característica

resultante da constrição ductal, e é menos descrita na hipertensão pulmonar do recém-

nascido secundária a outra etiologia 168, 169

.

Em estudos experimentais, a constrição do ducto arterioso pela ação de

inibidores de prostaglandinas pode gerar alterações das arteríolas pulmonares e

resultar em hipertensão pulmonar fetal 145, 162, 170, 171

. O bloqueio da síntese de

prostaglandinas tem um efeito direto nas arteríolas pulmonares de fetos de mamíferos

17, 172. A constrição crônica do ducto arterioso redistribui o fluxo sangüíneo para o

leito vascular pulmonar constrito, podendo causar remodelamento do leito vascular

periférico, dos brônquios terminais até os ácinos 161, 173

. Na presença de constrição

ductal moderada ou crônica pode haver hipertensão pulmonar arterial resultante da

proliferação anormal da camada muscular lisa arterial e constrição das arteríolas

pulmonares 173

. A resposta de hipertrofia da musculatura lisa vascular pulmonar frente

à alteração da dinâmica ductal pode iniciar precocemente, em um período que varia de

2 a 4 dias 101, 118, 145

.

Conforme descrito em necropsia de natimorto hidrópico, a constrição ductal

prematura pode resultar em hipertensão pulmonar grave com evidência histológica de

arterite pulmonar necrotizante e hipoplasia pulmonar. Essas lesões pulmonares são

consequência do aumento significativo de fluxo sanguíneo no leito vascular pulmonar

fetal 174

.

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40

O uso de anti-inflamatórios não-esteróides durante a gestação, particularmente

aspirina, ibuprofeno e naproxeno está associado significativamente com hipertensão

pulmonar neonatal persistente 175-177

. Casos mais severos de hipertensão pulmonar no

recém-nascido foram associados ao uso de naproxeno e do ibuprofeno, por serem

aparentemente inibidores mais potentes da ciclo-oxigenase 129

.

A hipertensão pulmonar persistente no recém nascido é uma das mais sérias

condições encontrada em neonatos que resulta grande morbidade e mortalidade 178

. É

uma das mais sérias doenças pulmonares neonatais, atingindo uma taxa de

mortalidade de aproximadamente 11% 179

. A hipertensão pulmonar persistente

neonatal caracteriza-se por hipoxemia severa no período pós-natal imediato, ausência

de cardiopatia congênita cianótica, hipertensão pulmonar importante e

vasorreatividade pulmonar com shunt extrapulmonar direita-esquerda através do

ducto arterioso e/ou forame oval. Devido ao aumento da resistência vascular

pulmonar, há desvio parcial do fluxo pulmonar através do forame oval, dificultando a

adequada oxigenação sanguínea. O aumento da hipóxia causará maior vasoconstrição

pulmonar, gerando um ciclo vicioso 109

.

O diagnóstico de hipertensão pulmonar neonatal persistente é feito pela

constatação de labilidade de oxigenação do neonato e evidência ecocardiográfica de

aumento da pressão pulmonar 180

. As alterações morfológicas vasculares pulmonares

são similares ao padrão evidenciado em estudos experimentais com hipoxemia intra-

uterina 181

ou inibidores das prostaglandinas 145, 182

. Esses achados sugerem que a

hipertensão pulmonar neonatal persistente tem origem pré-natal e pode estar

relacionada com um quadro de hipoxemia ou alteração do tônus vascular fetal

secundário a alteração do metabolismo das prostaglandinas 176, 183

.

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41

O quadro de hipertensão pulmonar persistente no recém-nascido, com

anatomia cardíaca normal, segundo estimativas, ocorre em aproximadamente 1,9/1000

nascidos vivos 179

. Os fatores predisponentes para a manifestação dessa patologia são

múltiplos: aspiração meconial, asfixia, síndrome do desconforto respiratório e

pneumonia por Streptococo tipo B. Entretanto, não se identifica a etiologia em

aproximadamente 25% dos casos 175

, podendo ser devido à não identificação de

constrição prematura do ducto arterioso. No diagnóstico etiológico diferencial de

hipertensão pulmonar persistente “idiopática” no período neonatal, deve ser

fortemente considerada a possibilidade de constrição ductal intra-uterina.

A incidência de persistência do ducto arterioso patente no período pós-natal

aumenta com o uso de indometacina. A gravidade da repercussão clínica dessa

patologia é maior em fetos expostos ao uso materno dessa medicação 184, 185

. É

considerado um fator de risco mais importante do que a idade gestacional, peso ao

nascimento, ou uso materno pré-natal de corticóide para o diagnóstico de persistência

do canal arterial 185

.

Após constrição ductal intra-uterina, a habilidade do ducto de se contrair

ativamente em resposta ao oxigênio ou à indometacina no período pós-natal é

limitada, possivelmente refletindo dano isquêmico da camada muscular interna 186

.

Foi descrito o aparecimento de necrose citolítica da camada média ductal após

constrição fisiológica ductal precedendo o fechamento anatômico 187

. Essas alterações

podem explicar a maior incidência de ducto arterioso patente entre o grupo de

neonatos expostos à indometacina. Além disso, a perda da responsividade do ducto

desses neonatos pode justificar a resposta inadequada ao manejo neonatal com

indometacina e a necessidade de fechamento cirúrgico do ducto arterioso patente 184

.

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42

Estudo experimental realizado em ovelhas evidenciou que o ducto arterioso no

período neonatal apresenta função contrátil limitada ao ser exposto ao oxigênio ou a

uma combinação de oxigênio e indometacina, se o mesmo foi previamente constrito

com uso de indometacina intra-útero. Os achados sugerem que existem dois

mecanismos distintos que podem explicar a contratilidade alterada do ducto. O

primeiro seria o aumento na produção de óxido nítrico; o segundo, a perda de células

de músculo liso. Quando a indometacina causa constrição ductal intra-útero, há um

grande aumento da espessura da zona avascular que está associado à perda de células

de músculo liso e migração dessas células para a porção neointimal. Esse processo

gera redução significativa na distensibilidade e capacidade máxima de contração

ductal. A patência ductal deixa de ser controlada primariamente pelas prostaglandinas

frente às alterações estruturais do ducto arterioso 28

.

A persistência do canal arterial no pós-natal pode resultar em desconforto

respiratório, insuficiência cardíaca congestiva e aumenta o risco de isquemia intestinal

subsequente levando à enterocolite necrotizante, displasia broncopulmonar,

hipoperfusão renal e/ou isquemia cerebral 188

.

Outro problema decorrente do uso pré-natal de indometacina , uma vez que 60

a 80% dos fetos em uso dessa medicação desenvolvem constrição prematura do ducto

arterioso 99

, é o risco potencial de constrição ductal em cardiopatias fetais ducto-

dependentes 189

. A patência ductal é fundamental em patologias como a obstrução das

vias de saída, coarctação da aorta e síndrome de hipoplasia do coração esquerdo, que

necessitam do canal arterial amplo e patente no período neonatal 190

. A constrição

ductal intra-uterina provocada pelo uso materno de inibidores das prostaglandinas

pode prejudicar as chances de sobrevida desse recém-nascido 191

.

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43

O uso de inibidores das prostaglandinas gera constrição ductal resultando em

alterações e repercussões clínicas significativas no período fetal e neonatal. O uso

consciente dessas medicações e a avaliação ecocardiográfica seriada dos pacientes

permitem a adequada evolução da gestação e a prevenção de desfechos que podem

cursar com aumento de morbidade e mortalidade.

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44

1.7. CONSTRIÇÃO DUCTAL “IDIOPÁTICA”

A constrição ductal prematura tem sido habitualmente descrita após o uso de

drogas inibidoras das prostaglandinas. Entretanto, há um número significativo de

casos de constrição ductal sem etiologia definida 108, 142, 168, 192-196

.

Em uma coorte histórica, realizada na Unidade de Cardiologia Fetal do

Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul, no período de 1997 a 2006, foram

analisados todos os fetos com diagnóstico de constrição prematura do ducto arterioso.

Foram excluídos fetos com anormalidades cardíacas e/ou extra-cardíacas, com

história de doença materna ou com aumento da velocidade sistólica ductal

acompanhada de aumento do índice de pulsatilidade. Foi realizado o diagnóstico

através da Doppler-ecocardiografia fetal de 20 casos, de acordo com os critérios de

constrição prematura ductal previamente descritos 34

.

A etiologia foi relacionada ao uso de anti-inflamatórios não esteróides

(indometacina, AAS e diclofenaco) em apenas 7 pacientes. As demais gestantes

negavam o uso de medicamentos inibidores das prostaglandinas. A idade gestacional

média foi de 32.5 ± 3.1 (27-38) semanas e a materna 28.2 ± 8.5 (17-42) anos. A

velocidade sistólica ductal média foi 2.22 ± 0.34 (1.66 – 2.81) m/s, a diastólica 0.79 ±

0.28 (0.45 – 1.5) m/s e o índice de pulsatilidade 1.33 ± 0.36 (0.52 – 1.83). Houve

relato de 2 casos de oclusão ductal. Em 65% dos casos havia aumento das cavidades

direitas, em 90% regurgitação tricúspide e/ou pulmonar, com atresia pulmonar

funcional em 1 feto. Foi identificada uma frequência relativa de constrição ductal

“idiopática” de 65%. A comparação dos dados clínicos e ecocardiográficos

evidenciaram gravidade menor no grupo com constrição idiopática do que no grupo

com constrição ductal secundária ao uso materno de anti-inflamatórios. Porém, houve

maior risco para evolução desfavorável, como hipertensão pulmonar neonatal e até

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45

mesmo óbito neonatal, nos casos com agente etiológico desconhecido. Esse achado

pode estar relacionado com o diagnóstico tardio de constrição ductal e a

impossibilidade de se suspender precocemente o agente etiológico responsável 192

.

O fechamento definido como “espontâneo” do ducto arterioso, em fetos de

gestantes que não fizeram uso de anti-inflamatórios conhecidos, pode desencadear

aumento do ventrículo direito e artérias pulmonares e apresentar regurgitação

pulmonar e tricúspide. Nesses casos, há relato de insuficiência cardíaca fetal e pós-

natal com evidência ecocardiográfica de disfunção ventricular direita por 2 a 6 meses.

A insuficiência cardíaca é uma característica dos casos de constrição ductal idiopática

108, 142.

A constrição ductal “idiopática” pode ser considerada um potencial fator de

risco para desenvolvimento de hidropisia fetal e hipertensão pulmonar neonatal 168

. Os

fetos com essa patologia apresentam muscularização das arteríolas acinares

pulmonares e aumento da espessura da camada média da árvore respiratória. A

constrição ductal prematura “espontânea” aumenta o fluxo sanguíneo pulmonar intra-

útero e essa alteração pode ser a causa do remodelamento vascular pulmonar 193

.

A elevada incidência de constrição ductal “idiopática” sugere que esse

diagnóstico esteja subestimado, e que muitos desfechos perinatais desfavoráveis

possam estar relacionados com constrição ductal não diagnosticada na vida intra-

uterina. Essas evidências reforçam a necessidade de se identificar fatores alternativos,

com atuação sobre o metabolismo das prostaglandinas, que atuem sobre a dinâmica do

ducto arterioso fetal, resultando em constrição ductal.

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46

2. ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA DE SUBSTÂNCIAS DE USO

COMUM E SEU PAPEL NA INIBIÇÃO DAS PROSTAGLANDINAS

Nos últimos anos, diversas pesquisas vêm tentando comprovar o real efeito

terapêutico de substâncias encontradas na natureza e classicamente usadas pela

população em geral. Diversas substâncias têm sido estudadas com o propósito de

avaliar seus efeitos na resposta inflamatória. Muitas delas têm, hoje em dia, seu efeito

anti-inflamatório e antioxidante cientificamente comprovado a partir da ação sobre a

cadeia de produção do estresse oxidativo relacionada com mediadores inflamatórios

como a COX-2, a PGE2 e as metaloproteinases, entre outros 197-200

.

Compostos presentes nos alimentos (fitoquímicos ou fitonutrientes) possuem

capacidade de alterar reações bioquímicas, atuando positiva ou negativamente na

saúde humana. Dentre esses, encontram-se os polifenóis, que apresentam estruturas

químicas muito variadas presentes em todos os organismos vegetais superiores tais

como raízes, folhas, caules, verduras e frutos, além de estarem presentes em inúmeras

bebidas como os chás e os vinhos 201, 202

. Os polifenóis são os micronutrientes mais

abundantes em nossa dieta.

O uso de ervas, na forma de chá ou infusões, durante a gestação é freqüente.

Um estudo epidemiológico recente realizado na América do Norte com

aproximadamente 5000 gestantes com idade gestacional superior a 24 semanas sobre

o consumo de ervas e produtos naturais evidenciou que cerca de 6 a 14% das grávidas

utilizavam regularmente essas substâncias 203

. Houve correlação significativa do

aumento do consumo e com o aumento da idade materna. Gestantes hispânicas

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47

apresentaram maior consumo comparado aos diferentes grupos étnicos. O uso de

ervas e produtos naturais no transcorrer da gestação tem aumentado

significativamente nos Estados Unidos e Canadá 204

. Aproximadamente 395.000

nascimentos, que ocorrem anualmente nos Estados Unidos, estão associados ao uso

materno de ervas e produtos naturais e consequente exposição fetal a essas

substâncias 203

. A prevalência de consumo relatado entre as gestantes pode chegar até

60% dependendo da raça, etnia e posição geográfica 205, 206

.

A digestão e a absorção dos fenóis alimentares são determinadas por sua

estrutura química e pelo peso molecular; entretanto o principal órgão implicado no

metabolismo dos polifenóis é o fígado. Os metabólitos são secretados na bile e na

urina 207

. A biodisponibilidade plasmática dos polifenóis é significativa e difere em

suas diferentes classes 208

. Na gestante, a placenta desempenha papel essencial na

manutenção da gestação e no desenvolvimento fetal. Uma das maiores funções da

placenta é mediar a transferência de nutrientes e eliminar os produtos metabólicos

resultantes do metabolismo fetal. Os polifenóis têm capacidade de cruzar a barreira

placentária e atuam como carreadores ou moduladores do transporte placentário de

tiamina, glicose e ácido fólico 209

.

Os flavonóides são uma subclasse dos polifenóis e seus polímeros são

encontrados em maiores quantidades no chá verde, chá preto, vinhos, cacau, frutas e

verduras 210

. Os flavonóides foram os primeiros metabólitos secundários de plantas a

serem estudados e atualmente são agrupados em 8 classes distintas: flavanol,

flavandiol, flavanona, diidroflavonol, flavona, flavonol, isoflavona e antocianidina 211

.

Os flavonóides são os polifenóis mais abundantes em nossa dieta e atuam, por

exemplo, na prevenção de doenças degenerativas 207

. Frente ao interesse nas

propriedades atribuídas a essas substâncias, foram publicados bancos de dados com as

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48

quantidades (mg/100g) e tipos de flavonóides presentes nos diferentes alimentos 212,

213. Recentemente, foi demonstrado que a quantidade aferida de polifenóis presentes

em nossa dieta está subestimada 214

.

As catequinas são fitonutrientes da família dos polifenóis que possuem

significativa ação antioxidante 215

. Estão presentes, de forma natural, em alguns

alimentos e bebidas. Os chás contém polifenóis em sua composição e cerca de 60%

dos polifenóis são catequinas 216, 217

. Sabe-se que essa é a segunda bebida mais

consumida no mundo, perdendo apenas para a água, estimando-se que sejam

consumidos cerca de 0.12 litros por ano por pessoa no mundo 218, 219

. No Brasil, o chá-

mate, bem como o chá de ervas, flores e frutos são rotineiramente utilizados,

principalmente em virtude de suas propriedades terapêuticas. A utilização de plantas

com fins medicinais teve influência das culturas indígena, oriental, africana e européia,

constituindo a base de nossa medicina fitoterápica popular.

A produção do chá é baseada no processo de auto-oxidação. Esse processo

determina a quantidade e o tipo de flavonóide presente em cada tipo de chá. O chá

verde não é oxidado, o chá oolong é semi-oxidado e o chá preto é oxidado 219

. Dentre

esses chás, os efeitos mais significativos in vitro e in vivo têm sido observados com a

ingestão do chá verde 220

.

O chá verde é um produto minimamente processado composto por folhas

jovens e brotos foliares provenientes da planta Camellia sinensis. Aproximadamente

30 a 40% do extrato sólido de suas folhas compõe-se de flavonóides ou catequinas.

Dentre as catequinas mais importantes que compõem o chá verde se destacam a

epicatequina, epicatequina-galato, epigalocatequina e epigalocatequina-galato 221

, essa

última com a maior concentração na sua composição e é fisiologicamente mais

potente 216

. Inúmeros estudos in vitro, em animais e também em humanos têm

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49

demonstrado seu efeito antioxidante, anticarcinogênico, anti-inflamatório, probiótico,

e antimicrobiano a partir da ação de seus componentes em inúmeros mecanismos

capazes de influenciar na resposta inflamatória endógena 222-227

.

O alto teor de polifenóis, principalmente catequinas, parece ser o principal

responsável pelos benefícios à saúde cardiovascular proporcionado pela ingestão

dessa bebida 228-231

. As folhas do chá preto e verde são as fontes mais privilegiadas de

catequinas. Contudo, existem diferenças entre esses dois tipos de chá, uma vez que o

chá verde contém uma maior percentagem de catequinas.

Em uma análise multivariada de um estudo epidemiológico que buscou avaliar

a associação entre a dieta e os marcadores de inflamação sistêmica, os valores de PCR,

proteína sérica amilóide A e haptoglobulina foram significativamente menores entre

os consumidores de chá, enquanto que os níveis de fibrinogênio não mostraram

relação com a ingestão habitual da bebida. Os autores concluíram que o consumo de

chá poderia reduzir o processo inflamatório envolvido na gênese da doença

cardiovascular 232

.

A administração oral do extrato polifenólico do chá verde atenua o dano à

mucosa gástrica induzida pelo etanol e também atenua a expressão da COX-2 e iNOS

233. Foi investigado o efeito do extrato do chá verde em modelo animal em inflamação

aguda pulmonar, demonstrando-se um potente efeito anti-inflamatório em todos os

parâmetros inflamatórios. O uso do chá verde exerce um efeito protetor e oferece uma

alternativa terapêutica para o tratamento da injúria pulmonar 234

. Componentes

polifenólicos do chá verde, como o epigalocatequina-galato tem potente ação anti-

inflamatória pela forte inibição do sinal de transdução da interleucina-1-Beta in vitro

235.

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50

O extrato do chá preto mostrou atividade inibitória significativa contra

carragenina, serotonina, histamina e prostaglandina indutora do processo inflamatório.

O extrato inibe o exsudato inflamatório. Mostrou também inibição significativa contra

o mediador inflamatório glicose-oxidase. Essas observações mostram a ação anti-

inflamatória de uma variedade do chá preto no exsudato e nas formas proliferativas,

assim como na fase crônica do processo inflamatório 236

. Os chás têm efeitos anti-

alergênicos e anti-inflamatórios em ratos e camundongos. No entanto, o mecanismo

dos polifenóis para obtenção desses efeitos in vivo continua pouco entendido.

Compostos de chá, envolvendo a teaflavina, mostraram ter ação inibitória na TPA, na

síntese do oxido nítrico e na liberação do ácido aracdônico 237, 238

.

Chás flavonóides (catequinas) têm sido descritos como potentes queladores de

ferro, queladores de radicais e com atividades anti-inflamatórias, podendo proteger o

sistema neuronal da morte, ajudando dessa forma a evitar doenças como Parkinson e

Alzheimer 235

. Os estudos reforçam o efeito anti-inflamatório em diferentes situações

exercido pelos polifenóis 239

.

O chimarrão, ou erva-mate, pertence à família das aquifoliáceas. É uma bebida

típica, rica em polifenóis, largamente consumida na América do Sul, principalmente

no Paraguai, sul do Brasil, Argentina e Uruguai, é obtida a partir de folhas secas e

moídas de Ilex paraguariensis. Estima-se que, nos países sul-americanos, cerca de

30% da população consuma, em média, um litro dessa bebida por dia 240

. Embora

tradicionalmente seja consumido em países da América do Sul, o chimarrão e o chá

mate vêm sendo rapidamente introduzidos no mercado mundial, inclusive na América

do Norte e Europa. Nos últimos vinte anos, o interesse científico no efeito fisiológico

dessa planta, nativa da América do Sul, vem aumentando gradativamente no mundo

todo 241

.

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51

Vários estudos têm demonstrado o potencial efeito do chá de mate, como

também é conhecido o chimarrão, como anti-inflamatório, antioxidante e

antineoplásico a partir de diversos mecanismos de ação de seus compostos

polifenólicos 240, 242-244

. Esses efeitos são atribuídos aos polifenóis mais prevalentes

em sua composição como o ácido clorogênico, substância derivada dos

cafeoilquínicos, e as xantinas (cafeína e teobromina) 241, 245

. Alguns flavonóides, tais

como rutina, quercitina e campferol, também podem ser encontrados na erva mate 241

.

A concentração dos polifenóis apresenta forte correlação coma atividade antioxidante

246, 247, e o ácido clorogênico é o principal responsável por essa ação

248. Os compostos

polifenólicos presentes no chá mate diferem significativamente dos do chá verde, pois

o chimarrão contém altas concentrações de ácido clorogênico, mas aparentemente não

contém catequinas 247

. Além dos polifenóis, a infusão de erva-mate contém saponinas

e metilxantinas 241

. Às saponinas são atribuídas propriedades anti-inflamatórias e

hipocolesterolêmicas 249

.

Um estudo experimental avaliou a ação antioxidante do chimarrão, do chá

verde e do vinho tinto, bebidas com alta concentração de polifenóis, nas doses em que

são habitualmente consumidas. Foi demonstrado que a capacidade antioxidante do chá

mate é superior à do chá verde e à do vinho tinto. O chimarrão apresenta alta atividade

antioxidante, mesmo com menores concentrações de polifenóis 242, 250

.

Outro trabalho mostrou que o efeito do extrato aquoso de Ilex paraguariensis

na inibição da formação de produtos finais da glicação é dose-dependente e superior

ao do chá verde 251

. A ação antioxidante do chimarrão foi também estudada

comparativamente à do chá verde em outros modelos 252, 253

, confirmando esta bebida

como rica fonte de polifenóis, com propriedades antioxidantes comparáveis às do chá

verde. Os oxidantes, como os radicais livres, demonstram importante papel na gênese

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da inflamação, devido ao estresse oxidativo que é mediado por vários fatores, como

produtos metabólicos do ácido araquidônico (tromboxane A2, prostaglandinas e

leucotrienos) 254

. Por esta razão, os anti-oxidantes têm importante ação anti-

inflamatória 255

, bloqueando os proteassomas e assim a produção da COX-2 e PGE2

256.

O efeito anti-inflamatório e imuno-modulador do chá-mate foi avaliado em

estudo realizado com macrófagos humanos ativados por lipopolissacarideos na

presença de extrato de Ilex paraguariensis com seus diferentes polifenóis. A

quercitina foi o mais potente inibidor da resposta pró-inflamatória através da inibição

da COX-2. A combinação de quercitina e saponinas presentes na erva-mate resultou

em uma interação sinérgica de inibição da produção de óxido nítrico e PGE2. O Ilex

paraguariensis atua predominantemente na resposta inflamatória através da inibição

da rota COX2/PGE2 257

,

O resveratrol, um composto polifenólico encontrado na casca da uva e seus

derivados, é conhecido por sua atividade antioxidante, anti-inflamatória,

antitrombótica e inibidora da carcinogênese 258

. O resveratrol é uma molécula natural

com ação anti-oxidante e também anti-inflamatória, efeito atribuído à supressão da

biossíntese de prostaglandinas 259

. Diversos estudos têm demonstrado o efeito do

resveratrol sobre o sistema nervoso, hepático e cardiovascular. Um dos mecanismos

possíveis para as suas atividades biológicas envolve a diminuição da liberação de

ácido aracdônico através da inibição da COX-2 ou inibição da óxido nítrico sintase

induzível (iNOS), efeitos correlacionados com marcada redução na síntese de

prostaglandinas 260, 261

. O composto apresenta potente efeito inibitório do radical

superóxido O2 e peróxido de hidrogênio (H2O2) produzido por macrófagos,

estimulados por lipopolissacarídeos ou ésteres forbóis. Causa ainda um prejuízo

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significativo no estímulo à COX-2 261

. Essas evidências reforçam a atividade anti-

inflamatória exercida pelo resveratrol.

O cacau, base do chocolate, é rico em flavanol, uma das subclasses dos

flavonóides. Essa classe apresenta a capacidade de reduzir a produção e o efeito de

mediadores pró-inflamatórios. Sabe-se que há sinais de inflamação aguda e crônica na

maioria das doenças cardiovasculares, como a aterosclerose e a insuficiência cardíaca

crônica, com patogênese multifatorial. Os mecanismos desencadeadores que resultam

na inflamação podem variar, entretanto é reconhecido o efeito dos eicosanóides e das

citoquinas. A evidência de efeitos benéficos da flavanol fornecendo ação anti-

inflamatória significativa nas doenças cardiovasculares foi demonstrada em

experimentos in vitro 262

.

Sugere-se que os alimentos ricos em polifenóis diminuam a incidência de

doenças ateroscleróticas e atuem no perfil lipídico 263-265

. Estudos epidemiológicos

demonstram que o consumo regular de flavonóides está associado com a redução de

risco de doenças cardiovasculares 232

. Os efeitos protetores se devem a ação

antitrombótica, anti-isquêmica, antioxidante e anti-inflamatória. Foi demonstrado que

a atividade anti-inflamatória das flavanonas, por exemplo, são devido à inibição da

síntese e da atividade biológica de diferentes mediadores pró-inflamatórios, como

derivados do ácido aracdônico, PGE2, PGF2 e tromboxano A2 266

.

Diversas outras substâncias provenientes da natureza e com uso comum na

rotina diária das pessoas têm efeito anti-inflamatório comprovado. Dentre elas

podemos citar o boldo, com efeito antipirético e anti-inflamatório dose-dependente 267

,

o própolis, com atividade anti-inflamatória sobre pacientes asmáticos com marcada

melhora dos padrões ventilatórios e da função pulmonar avaliada através de

espirometria 268

, o maracujá, com atividade citotóxica, anti-inflamatória e antioxidante

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e boa ação sobre a cicatrização 269, 270

, o ginseng, também com ação anti-inflamatória

sobre a COX-2 271

, a sálvia, com ação anti-inflamatória sobre processos crônicos e

agudos 272, 273

, a camomila, com moderada ação antioxidante, antimicrobiana e

significante atividade antiplaquetária in vitro 274, 275

e muitos outros.

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2.1. CONSTRIÇÃO DUCTAL ASSOCIADA À INGESTÃO MATERNA

DE SUBSTÂNCIAS RICAS EM POLIFENÓIS

A constrição ductal em fetos de gestantes que não fizeram uso de anti-

inflamatórios conhecidos, mas que relatavam uso de substâncias ricas em polifenóis,

tem sido descrita em diferentes centros 276, 277

. Foram publicados 2 casos de constrição

prematura do ducto arterioso associado ao consumo materno de chá de camomila

(produzido a partir das folhas da Camellia sinensis). Não foi identificado o uso de

anti-inflamatórios não-esteróides em nenhum dos casos.

No primeiro caso, uma gestante de 34 anos foi encaminhada com 20 semanas

de gestação por história familiar de cardiopatia congênita. A avaliação

ecocardiográfica com Doppler em cores evidenciou constrição ductal. A anatomia e a

função cardíaca fetal eram normais e não havia regurgitação tricúspide. Foi

identificado, por questionário nutricional padronizado, uso contínuo de chá de

camomila. A paciente recebeu orientação de suspensão dessa substância e foi

orientada a retornar após uma semana para reavaliação. O exame ecocardiográfico

fetal subsequente demonstrou completa resolução da constrição ductal com

normalização das velocidades. No segundo caso, a gestante de 32 anos foi referida

para realização de ecocardiografia fetal por suspeita de taquiarritmia fetal. O exame

ecocardiográfico fetal demonstrou ritmo sinusal e anatomia cardíaca normal,

entretanto foi observada dilatação do ventrículo direito com deterioração da

capacidade contrátil. Havia regurgitação tricúspide moderada e pulmonar. A avaliação

da dinâmica ductal confirmou constrição prematura do ducto arterioso concomitante

com alteração significativa do padrão de fluxo no ducto venoso. Foi indicada cesárea

com posterior melhora hemodinâmica do neonato. O ecocardiograma pós-natal

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evidenciou fechamento do ducto e dilatação do ventrículo direito, com discreta

regurgitação pulmonar. A paciente relatou o uso freqüente de chá de camomila no

transcorrer da gestação 276

.

O extrato do chá de camomila, em estudo experimental, inibiu a formação do

ácido aracdônico através da inibição da ciclo-oxigenase e lipo-oxigenase envolvidas

na rota de formação do metabolismo do ácido aracdônico 278

. A constrição ductal

associada com o consumo de chá de camomila parece atuar através de um mecanismo

farmacológico similar aos dos anti-inflamatórios não-esteróides. A exposição repetida

e prolongada a esse chá pode compensar os seus relativamente baixos efeitos anti-

inflamatórios. Um estudo realizado com humanos demonstrou que os níveis urinários

dos metabólitos do chá de camomila podem aparecer na urina até 2 semanas após

exposição a essa substância, justificando seu efeito metabólico de longa duração 279

.

Em relato de caso de constrição ductal do ducto arterioso, o agente etiológico

identificado foi a ingestão materna de suco MonaVie. Esse suco contém antocianinas

e proantocianidinas, subclasses de polifenóis, com ação inibitória da síntese da ciclo-

oxigenase e óxido nítrico. A gestante, com primeiro e segundo trimestre sem

complicações e ecocardiografia fetal com 20 semanas de idade gestacional sem

alterações, apresentou com 37 semanas sinais de polidrâmnio e constrição ductal fetal

com dilatação das câmaras cardíacas direitas e disfunção do ventrículo direito.

Imediatamente após o nascimento, foi diagnosticada, através do ecocardiograma,

hipertensão pulmonar persistente neonatal com ducto fechado e hipertrofia grave e

disfunção significativa do ventrículo direito, além de shunt direita – esquerda em nível

atrial. Foi observado melhora após 3 semanas de evolução com possibilidade de

manutenção do lactente em ar ambiente. Nesse momento, os achados

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57

ecocardiográficos demonstravam mínimo shunt atrial e melhora da função ventricular

direita 277

.

Esses achados auxiliam na identificação de agentes com ação constritora sobre

o ducto arterioso, resultando em diminuição da incidência de constrição ductal

idiopática. A identificação dessas substâncias como fatores etiológicos de constrição

prematura do ducto arterioso tem importância significativa, uma vez que a sua

suspensão pode resultar em reversão das alterações na dinâmica ductal.

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58

3. ESTUDOS CLÍNICOS E EXPERIMENTAIS DO GRUPO DE

PESQUISA SOBRE CONSTRIÇÃO DUCTAL FETAL

RELACIONADA À INGESTÃO MATERNA DE ALIMENTOS

RICOS EM POLIFENÓIS

O grupo de pesquisa da Unidade de Cardiologia Fetal publicou recentemente o

estudo prospectivo realizado com fetos hígidos com o objetivo de avaliar a

repercussão da ingesta materna de polifenóis no terceiro trimestre de gestação sobre a

dinâmica do ducto arterioso fetal através da inibição da síntese de prostaglandinas.

Foram excluídas do estudo gestantes com doenças sistêmicas, fumantes ou em uso de

medicação. Foi realizada análise das velocidades ductais e da relação ventrículo

direito – ventrículo esquerdo (VD/VE) de 102 fetos expostos a substâncias ricas em

polifenóis (consumo materno diário estimado - percentil >75, ou 1089 mg) foram

comparados com 41 fetos não-expostos (ingestão de flavonóides - percentil <25, ou

127 mg). Foram observados os seguintes resultados: nos fetos expostos as velocidades

ductais eram maiores (sistólica: 0.96 ± 0.23 m/s; diastólica: 0.17 ± 0.05 m/s) e a razão

VD/ VE era maior (1.23 ± 0.23) do que nos fetos não-expostos (sistólica: 0.61±0.18

m/s, p < 0.001; diastólica: 0.11 ± 0.04 m/s, p = 0.011; razão VD/VE: 0.94 ± 0.14, p <

0.001) 280

. Concluiu-se que a ingestão materna de substâncias ricas em polifenóis no

terceiro trimestre de gestação pode resultar em alterações da dinâmica ductal fetal 281-

284.

Em um estudo de intervenção, testamos a hipótese de que a dinâmica do fluxo

no ducto arterioso melhora em fetos expostos a uma dieta materna pobre em

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polifenóis por um período superior a duas semanas. Foram avaliados 46 fetos com

idade gestacional ≥ 28 semanas foram submetidos a 2 estudos ecocardiográficos com

Doppler em cores com um intervalo ≥ 2 semanas. Foi realizada análise das

velocidades ductais e da relação ventrículo direito – ventrículo esquerdo (VD/VE)

nessa amostra. Na primeira avaliação, os examinadores não tinham informações sobre

os hábitos alimentares maternos e nenhuma orientação dietética foi feita às gestantes.

Na segunda avaliação, foi aplicado um questionário de frequência alimentar baseado

em instrumentos validados e uma dieta baseada em alimentos pobres em polifenóis

(<30mg de polifenóis/100g de alimentos) foi recomendada. A idade gestacional

média na avaliação inicial foi de 32 ± 2 semanas. A concentração calculada de

polifenóis na dieta materna foi de 1509 mg (percentil > 75) no segundo exame. Após

a orientação dietética, o consumo materno diário médio de polifenóis diminuiu para

80 mg (percentil < 25) (p = 0.0001). Comparando os dois estudos, foram observadas

modificações significativas na dinâmica do fluxo ductal e na relação VD/VE. Houve

redução das médias das velocidades sistólica (1.2 ± 0.4 m/s para 0.9 ± 0.3 m/s, p =

0.018) e diastólica (0.21 ± 0.09 m/s para 0.18 ± 0.06 m/s, p = 0.016), assim como da

relação VD/VE (1.3 ± 0.2 para 1.1 ± 0.2, p = 0.004) e aumento do índice de

pulsatilidade (2.2 ± 0.3 para 2.4 ± 0.4, p = 0.04). Concluiu-se que a dieta materna rica

em polifenóis durante o terceiro trimestre de gestação pode interferir na dinâmica do

ducto arterioso fetal e essas alterações podem ser revertidas pela redução da ingesta

materna desses alimentos 285

.

Os achados observados nesses estudos motivaram o grupo de pesquisa a

prosseguir o estudo dos efeitos dos polifenóis sobre o ducto arterioso. Foi desenhado

um estudo experimental com fetos de ovelhas Corriedale com mais de 120 dias de

gestação para testar essa hipótese. Treze fetos de ovelhas, em idade gestacional

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equivalente ao terceiro trimestre, foram submetidos ao exame de Doppler-

ecocardiograma fetal antes da administração materna de doses concentradas de chá

vede (4 ovelhas), chá mate (4 ovelhas) e suco de uva (5 ovelhas) como única fonte de

líquido ofertado. Uma semana após, foi realizado um Doppler-ecocardiograma fetal

em 7 fetos sobreviventes (3 expostos ao chá verde e 4 ao chá mate), foram

demonstradas evidências de constrição ductal, com aumento da média da velocidade

de pico sistólico (0.80 ± 0.19 m/s para 1.17 ± 0.15 m/s, p = 0.018) e diastólico (0.21 ±

0.05 m/s para 0.31 ± 0.01 m/s, p = 0.018) e da média da razão entre as dimensões dos

ventrículos direito e esquerdo (1.05 ± 0.14 para 1.43 ± 0.23, p = 0.02), além de

turbulência ductal, abaulamento septal para esquerda e regurgitação tricúspide em

todos os fetos que realizaram exame ecocardiográfico de controle. Regurgitação

pulmonar estava presente em 2 fetos. Ocorreu 1 morte fetal no grupo recebendo chá

verde. Na necropsia, esse feto apresentou um ventrículo direito dilatado e hipertrófico

e evidências histológicas de constrição ductal severa – diminuição do diâmetro

luminal (diâmetro do ducto arterioso/ diâmetro da artéria pulmonar = 0.03) e aumento

na zona avascular. Os 5 fetos expostos ao suco de uva foram submetidos a exame

anátomo-patológico post-mortem. Todos os 5 espécimes apresentaram dilatação da

cavidade ventricular direita e forte evidência histológica de constrição ductal, com

maior média da razão diâmetro do ducto arterioso/ diâmetro da artéria pulmonar =

0.51 ± 0.15 (0.26 - 0.68) e aumento da espessura da zona avascular (687.7 - 1168.5

µm, média = 868.3 ± 206.9), quando comparado a modelos previamente publicados.

Foi, assim, demonstrado experimentalmente que o consumo do chá verde, chá

mate e do suco de uva poderiam causar constrição ductal em fetos de ovelhas 286-289

.

O seguimento da avaliação experimental do efeito dos polifenóis sobre o ducto

arterioso foi realizado com o chá verde. Esse estudo testou a hipótese de que a

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ingestão materna experimental de chá verde no final da gestação pode causar

constrição do ducto arterioso fetal. Doze fetos de ovelhas com mais de 120 dias de

gestação foram examinados por ecocardiografia Doppler antes da administração

materna de chá verde a oito e de água a quatro (grupo controle), como única fonte de

líquido. Após 1 semana foi realizada reavaliação ecocardiográfica e interrupção da

gestação e análise histológica do coração e vasos da base desses fetos. Evidências de

constrição ductal foram demonstradas em todos os fetos expostos ao chá verde, com

aumento da média das velocidades sistólica (0.70 ± 0.19 m/s para 1.17 ± 0.15 m/s, p =

0.001) e diastólica (0.19 ± 0.05 m/s para 0.31 ± 0.01 m/s, p < 0.001), além de

diminuição do índice de pulsatilidade (2.2 ± 0.4 para 1.8 ± 0.3, p = 0.003) e aumento

da relação VD/VE (0.89 ± 0.14 para 1.43 ± 0.23, p < 0.001). Nos 4 fetos controle que

receberam apenas água, não ocorreram modificações significativas. Todos os

espécimes de fetos expostos a chá verde mostraram ventrículos direitos hipertróficos e

dilatados, o que não foi observado nos fetos do grupo controle. A análise histológica

mostrou um aumento significativo da espessura da zona avascular do ducto arterioso

nos fetos expostos ao chá verde quando comparados com os controles (747.6 ± 214.6

μm versus 255.3 ± 97.9 μm, p < 0.001). Esse estudo demonstrou relação de causa e

efeito entre a constrição do ducto arterioso fetal experimental e a exposição materna

de chá verde na gestação tardia 290

.

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62

4. HIPÓTESE CONCEITUAL

A patência do ducto arterioso fetal é dependente da presença de

prostaglandinas circulantes, especialmente no terceiro trimestre de gestação.

Substâncias com capacidade de interferir na rota metabólica das prostaglandinas,

através da inibição da COX-2 ou do ácido aracdônico, podem apresentar efeito

constritivo sobre o ducto arterioso.

São já bem conhecidos os efeitos da ingestão materna de indometacina e de

outros anti-inflamatórios não-esteróides, e mesmo de corticóides, sobre o

metabolismo das prostaglandinas na vida fetal e sua conseqüência deletéria mais

importante, a constrição prematura intra-uterina do canal arterial. A constrição ductal

intra-uterina pode ser grave, com comprometimento hemodinâmico e potencialmente

pode provocar conseqüências nocivas no período fetal e neonatal, como a

insuficiência cardíaca pré-natal e hipertensão pulmonar neonatal. A conscientização

de que o ducto arterioso constrito no feto pode ser um importante fator de risco para

hipertensão pulmonar persistente neonatal, situação clínica com considerável

morbidade e até potencialmente letal. Tendo em vista que a asfixia perinatal é a

primeira causa de morte em recém-nascidos no Rio Grande do Sul, e a hipertensão

pulmonar neonatal é uma de suas manifestações mais importantes, justificam-se ações

dirigidas à sua prevenção, e essas se iniciam durante o pré-natal. A hipertensão

pulmonar neonatal “idiopática” é responsável pela terceira causa dessa doença em

nosso meio, seguindo a aspiração meconial e a pneumonia. Nesse contexto tem-se

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estimulado estudos sobre o diagnóstico, a patogênese, a evolução clínica e a conduta

terapêutica dessa entidade patológica.

Um grande número de casos de constrição do ducto arterioso fetal não

associado à exposição materna de drogas anti-inflamatórias conhecidas tem sido

observado. Uma revisão de nossa casuística ao longo dos últimos 10 anos demonstrou

que a maioria dos fetos com diagnóstico de constrição ductal não apresentava história

de uso materno de indometacina ou de outros anti-inflamatórios conhecidos. Por outro

lado, uma parcela significativa das gestantes relatava ter ingerido alimentos ricos em

polifenóis.

Como demonstramos na base teórica desse projeto, uma revisão atualizada da

literatura sobre as características químicas dessas substâncias, assim como da sua ação

farmacológica, tanto em modelos animais como em humanos, mostra que esses

alimentos contêm elementos químicos com anti-inflamatória através da supressão da

biossíntese das prostaglandinas.

A hipótese conceitual desse projeto, já corroborada por estudos preliminares, é

de que ocorre melhora ou reversão da constrição ductal fetal associada ao consumo

habitual de bebidas e alimentos ricos em polifenóis ou flavonóides pelas gestantes no

terceiro trimestre de gestação, com a suspensão desses alimentos.

Para testar essa hipótese, planejamos um modelo de seguimento clínico dos

fetos com diagnóstico Doppler-ecocardiográfico de constrição ductal no terceiro

trimestre de gestação, com relato materno de uso de polifenóis, sem evidência de uso

concomitante de drogas anti-inflamatórias conhecidas, quantificado por um

questionário de frequência alimentar, com orientação de completa suspensão das

substâncias ricas em polifenóis em uso e reavaliação Doppler ecocardiográfica e

nutricional após um período igual ou maior a 3 semanas.

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5. OBJETIVOS

5.1. OBJETIVO GERAL

Avaliar o papel da intervenção nutricional, com suspensão da ingesta materna

de alimentos ricos em polifenóis, sobre a constrição prematura do ducto arterioso fetal

não relacionada ao consumo de anti-inflamatórios não esteróides.

5.2. OBJETIVO ESPECÍFICO

Testar a hipótese de que fetos com diagnóstico de constrição ductal, de

gestantes com relato de ingestão de alimentos ricos em polifenóis e ausência de

história de uso de anti-inflamatórios não esteróides no terceiro trimestre de gestação,

apresentam reversão completa do efeito constritivo sobre o ducto arterioso fetal após

uma a três semanas da orientação dietética de interrupção do uso dessas substâncias,

mediante controle Doppler-ecocardiográfico e nutricional.

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ARTIGO EM PORTUGUÊS

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Artigo submetido ao Journal of Perinatology - Junho 2011

REVERSÃO DA CONSTRIÇÃO DO DUCTO ARTERIOSO FETAL

APÓS RESTRIÇÃO DA INGESTA MATERNA DE ALIMENTOS

RICOS EM POLIFENÓIS

Polifenóis e constrição ductal fetal

Paulo Zielinsky 1, Antonio Luiz Piccoli Jr

1, João Luiz Langer Mânica

1, Luiz

Henrique Nicoloso 1, Izabele Vian

1, Luciano Bender

1, Patrícia Pizzato

1,

Marcelo Pizzato 1, Fernanda Swarowsky

1, Carolina Barbisan

1, Anne Mello

1,

Solange Cristina Garcia 1

(1) Unidade de Cardiologia Fetal, Instituto de Cardiologia do Rio Grande do

Sul/ Fundação Universitária de Cardiologia.

Correspondência para:

Unidade de Cardiologia Fetal IC/FUC - Dr. Paulo Zielinsky

Av. Princesa Isabel 395, CEP 90620-001, Porto Alegre, RS, BraSil.

Fax: + 51 3061-9998, Fone: + 51 9969-6227

e-mail: [email protected] / [email protected]

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RESUMO

Objetivo: Testar a hipótese de que a restrição da ingesta materna de alimentos ricos

em polifenóis, substâncias que atuam no metabolismo da COX-2 e inibem a síntese

das prostaglandinas no terceiro trimestre de gestação, pode reverter o efeito

constritivo sobre o ducto arterioso fetal.

Métodos: Em um ensaio clínico aberto, 51 fetos com diagnóstico de constrição ductal

no terceiro trimestre gestacional sem história materna de uso de AINES foram

avaliados. Todas as gestantes foram submetidas a um questionário de frequência de

consumo alimentar e orientadas a suspender os alimentos ricos em polifenóis, sendo

realizada a reavaliação nutricional após 3 semanas. Parâmetros Doppler

ecocardiográficos de fluxo ductal foram avaliados antes e após a intervenção dietética.

Em um grupo controle de 26 fetos hígidos no terceiro trimestre de gestação, no qual

não foi realizada orientação nutricional, foi realizado o seguimento ecocardiográfico.

Foram utilizados o teste t de Student e o teste de Wilcoxon.

Resultados: A IG média na avaliação inicial foi de 32 ± 3 semanas (28-37 semanas).

Após a orientação dietética de suspensão dos alimentos ricos em polifenóis (≥ 3

semanas), 48/51 fetos (96%) apresentaram reversão parcial ou completa da constrição

ductal, com redução da média das velocidades sistólica (1.74 ± 0.20 m/s para 1.31 ±

0.34 m/s, p < 0.001) e diastólica (0.33 ± 0.09 m/s para 0.21 ± 0.07 m/s, p < 0.001),

assim como da média das razões VD/VE (1.37 ± 0.26 para 1.12 ± 0.17, p < 0.001) e

aumento da média dos IP (1.98 ± 0.36 para 2.46 ± 0.23, p < 0.001). O consumo

materno diário médio de polifenóis era 286 mg/dia e diminuiu para 0 mg/dia após

orientação nutricional, p < 0.001. No grupo controle, a IG média foi de 32 ± 4

semanas (29-37 semanas), não houve diferença estatisticamente significativa na média

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diária de consumo de alimentos ricos em polifenóis, média das velocidades sistólica e

diastólica, média dos IP e na média das razões VD/VE durante o seguimento.

Conclusão: A redução da ingesta materna de alimentos ricos em polifenóis no

terceiro trimestre gestacional melhora a constrição ductal fetal, podendo influenciar os

hábitos dietéticos maternos nesse período da gestação.

Abreviaturas: Ciclo-oxigenase-2 (COX-2); constrição ductal (CD); anti-

inflamatórios não esteróides (AINES); índice de pulsatilidade (IP); razão do diâmetro

do ventrículo direito/ventrículo esquerdo (VD/VE); idade gestacional (IG).

Palavras-chave: Constrição ductal fetal; prostaglandinas; hipertensão pulmonar;

alimentos ricos em polifenóis.

Conflitos de Interesse: nenhum.

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86

INTRODUCÃO

A constrição ductal tem sido relatada relacionada à inibição da rota de síntese das

prostaglandinas, principalmente como consequência da ingestão materna de anti-

inflamatórios não-esteróides (AINES) no terceiro trimestre de gestação (1-5). Sabe-se

que a constrição prematura do ducto arterioso fetal é um fator de risco para

hipertensão pulmonar no período neonatal, patologia reconhecidamente associada a

consequências graves (6-11).

Durante alguns anos, muitos relatos têm discutido a alta prevalência de constrição

ductal na ausência de fatores de risco conhecidos (11). Tem-se discutido a

possibilidade de que outros fatores extrínsecos, além dos AINES, possam estar

envolvidos na gênese desse importante diagnóstico clínico (1, 12, 13).

Nosso grupo de pesquisa e outros pesquisadores têm sugerido que a ingestão

materna de alimentos ricos em polifenóis no terceiro trimestre de gestação, como chás,

suco de uva, chocolate amargo, e outros, podem estar associados com a constrição

prematura do ducto arterioso fetal (14-18). Estudos experimentais realizados em fetos

de ovelhas fundamentam essa hipótese. Foi demonstrada relação de causa e efeito, em

modelo animal, do consumo materno de chá verde e outras substâncias ricas em

polifenóis com a constrição ductal fetal (19). No contexto clínico, demonstramos que

fetos expostos à dieta materna rica em polifenóis no terceiro trimestre gestacional

apresentam velocidades ductais maiores e menores índices de pulsatilidade, assim

como ventrículos direitos maiores, do que aqueles expostos a pequenas quantidades

dessas substâncias (15, 16). A lógica para a compreensão do comportamento da

dinâmica do fluxo do ducto arterioso fetal após ingestão materna de alimentos ricos

em polifenóis no final da gravidez é que essas substâncias têm definido efeito anti-

inflamatório e antioxidante, amplamente relatado na literatura (20-29). Esse processo

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é baseado na inibição da COX-2 ou outros componentes da cascata metabólica de

biossíntese das prostaglandinas. Essas ações são similares àquelas relacionadas à

inibição das prostaglandinas causada pelos AINES.

O objetivo desse estudo foi de testar a hipótese de que fetos com diagnóstico de

constrição ductal, de gestantes com relato de ingestão de alimentos ricos em

polifenóis e ausência de história de uso de anti-inflamatórios não esteróides no

terceiro trimestre de gestação, apresentam reversão parcial ou completa do efeito

constritivo sobre o ducto arterioso e suas consequências após orientação dietética de

interrupção do uso dessas substâncias.

MÉTODOS

DESENHO DO ESTUDO

Um ensaio clínico aberto foi desenhado, com o propósito de avaliar o efeito da

intervenção dietética materna nos fetos com diagnóstico de contrição prematura do

ducto arterioso em gestantes que relatavam dieta rica em polifenóis no terceiro

trimestre de gestação.

PACIENTES

Em novembro de 2005, iniciamos, na Unidade de Cardiologia Fetal do Instituto de

Cardiologia do Rio Grande do Sul, um programa estruturado com o objetivo de

avaliar rotineiramente a dinâmica do fluxo do ducto arterioso fetal. Fetos no terceiro

trimestre de gestação, com ou sem fatores de risco para anormalidades cardíacas,

foram avaliados por Doppler ecocardiografia com esse propósito. Durante o período

de novembro 2005 a junho de 2010, um total de 127 casos de constrição ductal fetal

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foram diagnosticados. Vinte e uma gestantes tinham feito uso de medicamentos

contendo AINES ou esteróides durante o terceiro trimestre de gestação e foram

excluídas do estudo. Outros 55 fetos foram excluídos por que o protocolo não pode

ser terminado devido à perda de seguimento, nascimento ou recusa em participar do

trabalho após fornecimento do consentimento informado. O grupo de estudo, portanto,

foi composto por 51 fetos com constrição ductal de mães que vinham em uso de

alimentos ricos em polifenóis após 28 semanas de gestação e consentiram em

participar do estudo. Um grupo controle de 26 fetos hígidos no terceiro trimestre

gestacional de mães sem nenhuma anormalidade foi também avaliado. Nesse grupo,

utilizado para comparação, não foi realizada intervenção dietética.

AVALIAÇÃO DIETÉTICA E INTERVENÇÃO

Todas as gestantes foram submetidas, após consentimento informado, a um

detalhado questionário de frequência de consumo alimentar adaptado por Block e cols

(30, 31). O consumo materno diário total de flavonóides foi calculado baseado no

banco de dados do teor de flavonóides em alimentos selecionados do departamento de

agricultura dos Estados Unidos e expresso em mg/dia (32).

Após aplicação do questionário, as mães eram orientadas a suspender a ingesta

diária de 27 substâncias com altas concentrações de polifenóis (acima de 30 mg de

polifenóis/100 g de alimento) – chá verde e preto, chá mate, chá de camomila, chá de

boldo, derivados da uva, chocolate amargo, suco de laranja, óleo de oliva, frutas

vermelhas, tomates, maças, espinafre, e outros, e solicitadas a retornar para

reavaliação após um intervalo mínimo de 3 semanas. A atividade biológica e a

biodisponibilidade dos diferentes polifenóis foram considerados na orientação da dieta

(33, 34). Uma nova entrevista nutricional foi posteriormente realizada utilizando o

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mesmo instrumento (30) e o consumo materno diário de polifenóis foi novamente

calculado.

As 26 gestantes do grupo controle, no qual não foi realizada intervenção

dietética, responderam ao mesmo questionário após realização do primeiro

ecocardiograma fetal e após 3 semanas de seguimento, momento em que foi realizado

o exame de reavaliação Doppler ecocardiográfica.

DIAGNÓSTICO DE CONSTRIÇÃO DUCTAL

O ecocardiograma fetal completo com Doppler e mapeamento de fluxo em

cores foi realizado em todos os pacientes, sendo realizada a análise seqüencial

segmentar do coração fetal, definindo o situs, as conexões atrioventriculares e

ventrículo-arteriais. Foram estudadas as imagens padronizadas, incluindo os arcos

aórtico e ductal. O estudo inicial do ducto arterioso foi realizado após ser obtida uma

imagem adequada no plano sagital. Para a avaliação com o Doppler pulsado, o feixe

de ultra-som é alinhado o mais paralelamente possível com a orientação do fluxo ao

Doppler colorido, em um ângulo menor do que 30°, não sendo usada a correção de

ângulo. A amostra volume é posicionada na desembocadura do canal arterial com a

aorta descendente.

Os fetos foram considerados com diagnóstico de constrição ductal somente

quando eram identificados e preenchidos os seguintes critérios: pico de velocidade

sistólica ductal (VS) maior ou igual que 1.40 m/s, pico de velocidade diastólica ductal

(VD) maior ou igual que 0.30 m/s e índice de pulsatilidade ductal (IP), obtido pela

razão (velocidade sistólica – velocidade diastólica)/ velocidade média, igual ou menor

que 2.2 (35). Considerando que o IP é independente da idade gestacional, esse

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parâmetro foi considerado como critério maior para o diagnóstico de contrição

prematura do ducto arterioso fetal (36).

A presença de turbulência do fluxo ductal ao mapeamento em cores,

regurgitação tricúspide, abaulamento do septo interventricular da direita para a

esquerda durante o ciclo cardíaco, razão dos diâmetros dos ventrículos direito e

esquerdo (razão VD/VE) maior ou igual que 1.3 ou aumento da razão dos diâmetros

da artéria pulmonar e aorta foram observados, entretanto não foram considerados

como parâmetros essenciais no diagnóstico de constrição ductal.

Um ecocardiograma fetal controle foi realizado no mesmo dia da reavaliação

nutricional (após o período mínimo de 3 semanas), para avaliar o efeito da

intervenção dietética materna sobre a dinâmica do fluxo do ducto arterioso fetal e da

razão VD/VE.

Nas 26 gestantes do grupo controle, um ecocardiograma fetal foi realizado no

momento da primeira avaliação nutricional e após 3 semanas, no mesmo dia da

reavaliação dietética.

Para a realização do ecocardiograma fetal, foi utilizado um ecocardiógrafo

marca General Electric modelo Vivid III Expert ou Vivid 5S, com capacidade para

imagens bidimensionais de alta resolução, modo M, Doppler pulsado e contínuo e

mapeamento de fluxo em cores, com transdutores convexo ou setorial

multifrequênciais de 4 a 8 MHz. Todos os exames foram realizados por cardiologistas

pediátricos com experiência em ecocardiografia fetal.

ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados numéricos serão apresentados com média ± desvio padrão (DP). Para

comparação dos parâmetros de fluxos ductais, dos índices de pulsatilidade e das

razões VD/VE antes e após suspensão das substâncias ricas em polifenóis, foi

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utilizado o teste-t bicaudal de student para amostras pareadas e para comparação da

quantidade de ingestão materna de polifenóis foi aplicado o teste de Wilcoxon. O

nível de significância de 0.05 foi utilizado para todos os testes estatísticos. O tamanho

da amostra foi estabelecido considerando-se, a priori, um erro tipo alfa de 5% e um

erro tipo beta de 10%.

RESULTADOS

O consumo materno diário de alimentos ricos em polifenóis foi documentado

em todos os casos e controles. Nenhum paciente avaliado nesse estudo apresentava

história de consumo de AINES. A idade materna média foi de 28.36 ± 6.5 anos (15 a

42 anos) e a IG média na avaliação inicial foi de 32 ± 3 semanas (28-37 semanas).

Após a orientação dietética de suspensão dos alimentos ricos em polifenóis (≥

3 semanas), 48/51 fetos (96%) apresentaram reversão parcial ou completa da

constrição ductal. Foi observada redução da média das velocidades sistólica (1.74 ±

0.20 m/s para 1.31 ± 0.34 m/s, p < 0.001) e da média das velocidades diastólica (0.33

± 0.09 m/s para 0.21 ± 0.07 m/s, p < 0.001). Houve diminuição da média das razões

VD/VE (1.37 ± 0.26 para 1.12 ± 0.17, p < 0.001) e aumento da média dos IP (1.98 ±

0.36 to 2.46 ± 0.23, p < 0.001). O consumo materno diário médio de substâncias ricas

em polifenóis era de 286 mg/dia (122.2 mg/dia [percentil 25]; 409.2 mg/dia [percentil

75]) e após orientação dietética diminuiu para uma média de 0 mg/dia (0 mg/dia

[percentil 25]; 0.12 mg/dia [percentil 75]), p < 0.001. A redução média no consumo

de alimentos ricos em polifenóis após intervenção nutricional foi de 96%. A redução

média das velocidades sistólica e diastólica após orientação dietética foi

respectivamente de 24.71% e de 34.49% e aumento na média do IP de 28%.

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No grupo controle, a IG média foi de 32 ± 4 semanas (29-37 semanas), não

houve diferença estatisticamente significativa na média diária de consumo de

alimentos ricos em polifenóis (189 para 192 mg/dia), na média das velocidades

ductais sistólica (1.04 ± 0.3 para 1.09 ± 0.4m/s) na média das velocidades ductais

diastólica (0.19 ± 0.11 para 0.21 ± 0.08m/s), na média dos IP (2.3 ± 0.2 para 2.3 ± 0.4)

e na média das razões VD/VE (1.1 ± 0.3 para 1.1 ± 0.2) durante o seguimento.

DISCUSSÃO

Esse estudo demonstra que a constrição do ducto arterioso fetal é revertida na

grande maioria dos fetos de mães que recebem orientação dietética, visando reduzir a

ingestão diária de alimentos ricos em polifenóis, após um período de pelo menos três

semanas. Esse achado é consistente com a hipótese conceitual de que o consumo

materno de substâncias que apresentam efeito anti-inflamatório no terceiro trimestre

de gestação pode apresentar ação constritiva sobre o ducto arterioso fetal, como

consequência da inibição da biossíntese das prostaglandinas (1-3, 14, 16-18).

Existem muitas evidências que corroboram esse achado, como a demonstração

de que fetos hígidos expostos à dieta materna diária com grande quantidade de

substâncias ricas em polifenóis (consumo materno diário estimado acima do percentil

75) apresentam velocidades ductais e razão VD/VE maiores do que fetos expostos a

menores quantidades de polifenóis (consumo materno diário estimado inferior ao

percentil 25) (15, 16). Uma relação de causa e efeito entre a ingestão materna de

bebidas ricas em polifenóis e a constrição do ducto arterioso fetal no final da gestação

foi experimentalmente demonstrada em modelo animal utilizando fetos de ovelhas

(19). Na literatura recente, relatos de casos também descrevem o diagnóstico de

constrição ductal fetal em fetos humanos seguido do consumo materno de chá de

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camomila e antocianinas (17, 18), com reversão do efeito constritor após suspensão da

dieta rica de bebidas ricas em polifenóis.

Desde os relatos iniciais da década de 1980 que a indometacina e outros

AINES, quando ingeridos por gestantes no terceiro trimestre de gestação, poderiam

resultar em constrição ductal fetal (2, 37-39), muitos trabalhos têm abordado o

mecanismo farmacológico responsável por esse fenômeno, sendo consenso que a

inibição da rota metabólica de formação das prostaglandinas, especialmente a COX-2,

é a mais importante nesse processo (3, 4, 40, 41). Foi também demonstrado que esse

efeito era reversível após diminuição da dosagem ou suspensão completa da

administração dessas drogas (3, 42). Desse momento em diante, e baseado nesse

conhecimento, a utilização de AINES no final da gravidez tem sido evitada sempre

que possível.

Em uma publicação anterior, descrevemos uma coorte de 20 cases de

constrição ductal em que 2/3 dos casos (13 fetos) não tinham história materna de uso

de AINES, e naquela época já tínhamos sugerido que outros possíveis fatores

extrínsecos poderiam estar envolvidos na gênese dessa patologia (1). A procura de um

denominador comum relacionado ao aumento do número de casos de constrição

"idiopática" ductal levou à hipótese de que substâncias presentes na dieta habitual de

mulheres no terceiro trimestre de gestação poderiam ser esse fator.

Tendo em vista que os alimentos ricos em polifenóis são largamente

consumidos pela população em geral, incluindo gestantes (43-45), e seus efeitos

clínicos como anti-inflamatórios e antioxidantes são amplamente descritos, revisamos

a literatura básica sobre seus mecanismos de ação, que descreve de forma inequívoca

que suas propriedades químicas dependem da inibição da biossíntese das

prostaglandinas (20, 22-27, 29). A presunção de que a constrição ductal fetal não

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relacionada com ingestão materna de anti-inflamatórios não esteróides pode estar

associada o consumo materno de alimentos ricos em polifenóis tem sido investigada e

os resultados tem corroborado essa ideia (8, 11, 14, 16-18).

Nosso grupo de pesquisa desenhou esse ensaio clínico aberto, visando

determinar se a restrição dietética materna de alimentos ricos em polifenóis em

gestantes sem história de uso de anti-inflamatórios poderia reverter o efeito constritivo

em fetos com diagnóstico de constrição prematura do ducto arterioso no terceiro

trimestre de gestação. Os resultados apresentados nesse estudo são consistentes com

essa hipótese.

A adesão à dieta pelas gestantes que participaram desse estudo, reduzindo a

ingestão diária de 27 alimentos específicos com alto conteúdo de polifenóis após

orientação nutricional para uma quantidade bastante inferior (32), aponta para a

viabilidade de estabelecer hábitos alimentares com baixo consumo dessas substâncias.

Estamos obviamente cientes de que é muito difícil retirar totalmente os polifenóis ao

tentarmos estabelecer uma dieta saudável, mas o objetivo de reverter a constrição

ductal em nossos pacientes, no entanto, foi alcançado com a orientação da dieta

prescrita. Uma vez que muitos alimentos substitutos com pequenas quantidades de

polifenóis estão amplamente disponíveis, as necessidades nutricionais do período

gestacional podem ser mantidas.

Existem limitações no presente estudo. Em primeiro lugar, reconhecemos que

um nível mais forte de evidência teria sido atingido com um ensaio clínico

randomizado. Entretanto, a ética de tal delineamento é discutível, uma vez que as

evidências atuais apontam para uma forte associação entre a ingestão materna de

alimentos ricos em polifenóis e a constrição ductal fetal. Baseado nos conhecimentos

já acumulados, como poderia a opção de "não intervenção" em fetos com constrição

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ductal estabelecida ser aceitável? Em segundo lugar, e pela mesma razão, não tivemos

um grupo controle de fetos com constrição ductal em que nenhuma orientação

dietética foi oferecida. Ao invés disso, nós descrevemos o comportamento de um

grupo controle composto de fetos hígidos, a fim de demonstrar que quando a

intervenção nutricional não é realizada, a dinâmica do fluxo ductal não se altera. A

comparação dos resultados obtidos na presente série com aqueles descritos em estudos

de coorte históricos realizados antes dessa hipótese ter sido levantada ainda não foi

realizada. Além disso, esse estudo não abordou as repercussões no pós-natal e o

potencial impacto psicológico materno da intervenção nutricional, uma vez que essas

questões são objeto de outros projetos em andamento.

A conclusão de que a orientação dietética materna proposta nesse trabalho

objetiva a suspensão total de todos os alimentos que contêm polifenóis no terceiro

trimestre de gestação parece ser um tanto exagerada ou equivocada. O propósito não é

despertar temor frente ao consumo de polifenóis, mas os fatos devem ser colocados

em proporção.

CONCLUSÃO

Em conclusão, esse estudo demonstra que a intervenção na dieta materna em

gestações com diagnóstico de constrição ductal fetal no terceiro trimestre não

associada ao uso de AINES, restringindo a ingestão de alimentos ricos em polifenóis,

resulta em melhoria da patência ductal fetal após um período de pelo menos três

semanas. Esse novo conhecimento pode influenciar a monitorização e orientação

obstétricas dos hábitos alimentares das gestantes no final da gravidez.

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102

LEGENDAS

Figura 1 – Cortes Doppler ecocardiográficos de um feto de 29 semanas com

constrição ductal grave secundária à alta ingesta materna diária de alimentos

ricos em polifenóis, antes e após a intervenção dietética.

A1. Corte ecocardiográfico bidimensional de um ducto arterioso constrito,

com mapeamento do fluxo em cores mostrando turbulência do fluxo ductal.

A2. Imagem do estudo de reavaliação após 3 semanas da realização de

intervenção dietética materna demonstrando normalização do fluxo no ducto

arterioso.

B1. Doppler pulsado do fluxo ductal, mostrando aumento das velocidades

sistólica (1.9 m/s) e diastólica (0.45 m/s) e diminuição do índice de

pulsatilidade (1.5).

B2. Estudo controle realizado após 3 semanas da suspensão dos alimentos

ricos em polifenóis da dieta diária materna, evidenciando velocidades sistólica

(0.84m/s) e diastólica (0.10m/s) dentro dos limites da normalidade, assim

como o índice de pulsatilidade (2.4).

C1. Corte bidimensional dos ventrículos mostrando dilatação e hipertrofia

ventricular direita e aumento da razão VD/VE, com abaulamento do septo

interventricular da direita para a esquerda (seta).

C2. Normalização da razão VD/VE após 3 semanas da realização da

intervenção dietética materna.

Abreviaturas - VE: Ventrículo esquerdo, VD: Ventrículo direito, AP: Artéria

Pulmonar; AO: Aorta, DA: Ducto Arterioso.

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Figura 2 – Comportamento das velocidades e do índice de pulsatilidade do

ducto arterioso em fetos com constrição ductal secundária à ingestão materna

de alimentos ricos em polifenóis antes e após a intervenção dietética.

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104

FIGURAS

Figura 1

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Figura 2

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ARTIGO EM INGLÊS

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Artigo submetido ao Journal of Perinatology - Junho 2011

REVERSAL OF FETAL DUCTAL CONSTRICTION AFTER MATERNAL

RESTRICTION OF POLYPHENOL-RICH FOODS

Polyphenols and fetal ductal constriction

Paulo Zielinsky*, MD, PhD, Antonio Luiz Piccoli Jr. *, MD, João Luiz

Langer Manica *, MD, Luiz Henrique Nicoloso *, MD, PhD, Izabele Vian *,

NP, Luciano Bender *, MD, Patrícia Pizzato *, MD, Marcelo Pizzato *, MD,

Fernanda Swarowsky *, MD, Carolina Barbisan *, MD, Anne Mello *, NP,

Solange Cristina Garcia *, PhD

* Fetal Cardiology Unit, Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul/ FUC.

Porto Alegre, Brazil

Address for correspondence:

Dr. Paulo Zielinsky, Fetal Cardiology Unit

Av. Princesa Isabel 395, 90620-001, Porto Alegre, RS, Brazil.

Fax: +55 51 3061-9998, Phone: + 55 51 9969-6227

e-mail: [email protected] / [email protected]

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ABSTRACT

Objective: To test the hypothesis that maternal restriction of polyphenol-rich foods,

which, like NSAID, inhibit prostaglandin synthesis in the third trimester, reverse fetal

ductal constriction. Methods: An open clinical study of 51 third trimester fetuses with

DC with no history of NSAID intake was designed. All mothers were submitted to a

food frequency questionnaire and were oriented to withdrawl PRF, being reassessed

after 3 weeks. Doppler parameters were assessed before and after discontinuation of

these substances. A control group of 26 third trimester normal fetuses, in which no

dietary intervention was offered, was reviewed after 3 weeks. Student’s t-test and

Wilcoxon test were used. Results: Mean gestational age was 32±3 weeks (28-37

weeks). After discontinuation of PRF (≥3 weeks), 48/51 fetuses (96%) showed

complete recovery of DC, with decrease in mean ductal systolic velocity (1.74±0.20

m/s to 1.31±0.34 m/s, P<0.001), mean diastolic velocity (0.33±0.09 m/s to 0.21±0.07

m/s, P<0.001) and mean right to left ventricular dimension ratio (1.37±0.26 to

1.12±0.17, P<0.001) and increase in mean ductal pulsatility index (1.98±0.36 to

2.46±0.23, P<0.001). Median daily maternal consumption of PRF was 286 mg/day

and decreased after orientation to 0 mg/day, P<0.001. In the control group, with GA

of 32±4w (29-37w), there was no significant differences in median daily maternal

consumption of PRF, mean ductal systolic velocitiy, diastolic velocity, PI and RV/LV

ratio. Conclusion: Reduction of maternal PRF consumption in late pregnancy

improves fetal ductal constriction, which may influence maternal dietary habits in late

pregnancy.

Keywords: Fetal ductal constriction; prostaglandins; pulmonary hypertension;

polyphenol-rich foods.

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INTRODUCTION

Ductal constriction has long been related to inhibition of the prostaglandin

synthesis pathway, mainly as a result of maternal intake of nonsteroidal anti-

inflammatory drugs (NSAID) in the third trimester of pregnancy 1-5

. Constriction of

fetal ductus arteriosus is a risk factor for pulmonary hypertension in the newborn

period, with its known severe consequences 6-11

.

For several years, many reports have been discussing the high prevalence of

ductal constriction in the absence of a known trigger effect11

. It has been discussed

that other extrinsic factors, in addition to NSAID, could be involved in the genesis of

this important clinical situation 1, 12-13

.

We and others have already suggested that maternal ingestion of polyphenol-

rich foods in late pregnancy, such as herbal teas, grape juice, dark chocolate, and

others, could be associated to fetal ductal constriction 14-18

. Experimental studies in

fetal lambs have supported this hypothesis, showing a cause and effect relationship of

maternal consumption of green tea and other polyphenol-rich substances with

constriction of fetal ductus arteriosus in the animal model 19

. In the human setting, we

have demonstrated that fetuses exposed to a maternal diet rich in polyphenols in the

third trimester show higher ductal velocities and lower pulsatility indexes, as well as

larger right ventricles, than those exposed to minimal amounts of these substances 15-

16. The rationale for understanding the behaviour of fetal ductal arteriosus flow

dynamics after maternal ingestion of polyphenol-rich foods in late pregnancy is that

these substances have definite anti-inflammatory and antioxidant effects, largely

reported in the literature 20-29

, based on the inhibition of cyclooxygenase-2 or other

components of the metabolic cascade resulting in prostaglandins biosynthesis. These

actions are similar to that involved in prostaglandin inhibition caused by NSAID.

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The purpose of this study was to test the hypothesis that fetuses with

constriction of ductus arteriosus and no history of maternal ingestion of NSAID, but

whose mothers have used polyphenol-rich foods in the third trimester, show

improvement of the ductal constrictive effect and its hemodynamics consequences

after maternal dietary intervention aimed at restriction of these substances. The

sample size was established considering a priori an alpha error of 5% and a beta type

error of 10%.

METHODS

STUDY DESIGN

An open clinical study was designed, in order to assess the effect of maternal

dietary intervention on fetuses with diagnosis of ductal constriction whose mothers

reported intake of polyphenol-rich foods in the third trimester.

PATIENTS

Since November 2005 we started at the Fetal Cardiology Unit of the Institute

of Cardiology of Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brazil, a structured program aimed

at assessing with detail the flow dynamics of fetal ductus arteriosus on a routine basis.

Third trimester fetuses with or without risk factors for cardiac abnormalities were

routinely examined by Doppler echocardiography with this purpose. Over the period

of November 2005 to June 2010, a total of 127 cases of fetal ductal constriction were

diagnosed. Twenty-one of the mothers have used pharmacological products

containing NSAID or steroids during the third trimester and were excluded from the

study. Other 55 fetuses were excluded because the protocol could not be completed as

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a result of loss of follow-up or delivery or else did not agree to participate after

informed consent. We excluded pregnant women with a history of smoking, with

chronic diseases or in use of drug treatment. The study group, therefore, was made up

by 51 fetuses with ductal constriction whose mothers have used polyphenol-rich foods

after 28 weeks of pregnancy and who signed the informed consent. A control group of

26 third trimester normal fetuses from mothers without any abnormality, in which no

dietary intervention was offered, was used as comparision.

DIETARY ASSESSMENT AND INTERVENTION

All the pregnant women were submitted, after informed consent, to a detailed

food frequency questionnaire adapted from Block et al 30-31

. The total maternal daily

consumption of flavonoids was calculated from the USDA Database for the Flavonoid

Content of Selected Foods and expressed in mg/day32

.

After the application of the questionnaire, the mothers were oriented to

withdrawl from the daily diet the 27 substances with higher concentrations of

polyphenols (more than 30 mg/100 g of food) - green and black tea, mate tea,

camomile tea, boldine tea, grape derivatives, dark chocolate, orange juice, fruit teas,

olive oil, soy beans, berries, tomato, apples, spinach, peanuts, and others, and asked to

return for reassessment after a minimum interval of 3 weeks. Biological activity and

bioavailability of the different polyphenols were considered in the dietary

orientation33-34

. A new nutritional interview was then performed using the same

instrument 30

and the daily maternal intake of polyphenols was again calculated.

The 26 mothers of the control group, in which no dietary intervention was

offered, answered the same questionnaire at the time of their first fetal

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echocardiogram and again after 3 weeks, at the time of the control Doppler

echocardiographic examination.

DIAGNOSIS OF DUCTAL CONSTRICTION

A comprehensive fetal echocardiogram with Doppler and color flow mapping

was performed in every patient, according to techniques already described.

Fetuses were considered to have ductal constriction only if the three following

criteria were fulfilled: Doppler peak systolic ductal velocity (SV) of 1.4 m/s or above,

peak diastolic ductal velocity (DV) of 0.30 m/s or above and ductal pulsatility index

(PI) 2.2 or lower 35-36

. The use of the pulsatility index in the assessment of ductal flow

is useful because it is independent of the angle of ultrasound and is independent of

gestational age 36

.

The presences of turbulent flow in the ductus arteriosus at color flow mapping,

tricuspid regurgitation, interventricular septal bulging to the right, right ventricular to

left ventricular diameter ratio (RV/LV) of 1.3 or higher or a larger pulmonary artery

to aorta diameter ratio were noted but not considered essential diagnostic features of

ductal constriction.

A control Doppler fetal echocardiogram was performed on the same day of the

nutritional reevaluation (after a minimum of 3 weeks), to assess the effect of maternal

dietary intervention upon the dynamics of fetal ductus arteriosus flow and RV/LV

ratio. The examiners were blinded to the previous echo results.

In the 26 mothers of the control group, a fetal Doppler echocardiogram was

performed at the time of the first nutritional interview and after 3 weeks, in the same

day of the second dietary assessment.

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113

Fetal echocardiographical examinations used General Electric equipments

models Vivid III Expert or Vivid 5S, with a convex probe C 4-8 or a setorial

multifrequencial transducer. All Doppler echocardiographic examinations were

performed by experienced fetal cardiologists.

STATISTICAL ANALYSIS

Data are expressed as mean ± standard deviation. For comparison between

fetal mean peak systolic and diastolic flow velocities, pulsatility index and RV/LV

ratios before and after discontinuation of polyphenol-rich substances, a two-tailed

Student’s t-test for paired samples was used. For comparison of the amount of

maternal ingestion of polyphenols the Wilcoxon test was applied. Alpha level was set

at 0.05 for all statistical tests.

RESULTS

Maternal consumption of polyphenol-rich foods was documented in all cases,

without history of NSAID intake. Mean maternal age was 28.36 ± 6.5 years (15 to 42

years) and mean gestational age was 32 ± 3 weeks (28 to 37 weeks). After

discontinuation of polyphenol-rich foods (≥3 weeks), 48/51 fetuses (96%) showed

complete recovery of ductal constriction. A decrease in mean ductal peak systolic

velocity (1.74 ± 0. 20 m/s [s.d.] to 1.31 ± 0.34 m/s [s.d.], P<0.001) and mean peak

diastolic velocity (0.33 ± 0.09 m/s [s.d.] to 0.21 ± 0.07 m/s [s.d.], P<0.001) was

observed. Mean right to left ventricular dimension ratio decreased (1.37 ± 0.26 [s.d.]

to 1.12 ± 0.17 [s.d.], P<0.001) and mean ductal pulsatility index increased (1.98± 0.36

[s.d.] to 2.46 ± 0.23 [s.d.], P<0.001). Median daily maternal consumption of

polyphenol-rich substances was 286mg/day (122.2 mg/day [25th percentile]; 409.2

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mg/day [75th percentile]) and decreased after dietary orientation to a median of 0

mg/day (0 mg/day [25th percentile]; 0.12 mg/day [75th percentile]), P<0.001. Mean

reduction in polyphenol-rich foods consumption after intervention was 96%. Mean

systolic and diastolic velocity reductions after dietary orientation were respectively

24.71% and 34.49% and mean increase in ductal pulsatility index was 28%.

In the control group, with a gestational age of 32 ± 4 weeks (29 – 37 weeks),

there was no significant differences in median daily maternal consumption of PRF

(189 vs. 192 mg/day), mean ductal systolic velocitiy (1.04 ± 0.3 vs. 1.09 ± 0.4m/s),

diastolic velocity (0.19 ± 0.11 vs. 0.21 ± 0.08m/s), PI (2.3 ± 0.2 vs. 2.3 ± 0.4) and

RV/LV ratio (1.1 ± 0.3 vs. 1.1 ± 0.2). The intra-observer and inter-observer variability

was not significant.

DISCUSSION

This study shows that constriction of ductus arteriosus is reversed in the vast

majority of fetuses whose mothers underwent dietary intervention aiming to decrease

daily intake of polyphenol-rich foods after a period of 3 weeks or more. This finding

is consistent with the conceptual hypothesis that maternal consumption of substances

with anti-inflammatory effects in late pregnancy may have a constrictive action upon

the fetal ductus, as a result of prostaglandin biosynthesis inhibition 1-3, 14, 16-18

.

There are many evidences supporting this view, such as the demonstration that

normal fetuses exposed to a maternal daily diet with higher content of polyphenol

substances (above the 75th percentile) have higher ductal velocities and RV/LV ratios

than fetuses exposed to lower amounts of polyphenol-rich foods (below the 25th

percentile) 15-16

. A cause and effect relationship between maternal ingestion of

polyphenol-rich beverages and fetal ductal constriction in late pregnancy has been

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115

experimentally shown in an animal model using fetal lambs 19

. Case reports in the

recent literature have also described fetal ductal constriction in the human fetus

following maternal consumption of camomile tea and antocyanins 17-18

, with reversion

of the effect after suspension of the flavonoid-rich beverages from the diet.

Since the early reports in the decade of 1980 that indomethacin and other

nonsteroidal anti-inflammatory drugs, when taken by pregnant women in the third

trimester, could lead to fetal ductal constriction 2, 37-39

, many reports have dealt with

the pharmacological mechanism for this phenomenon, being a consensus that

inhibition of the prostaglandin metabolic pathway, especially cyclooxygenase-2, was

the most important 3-4, 40-41

. It was also shown that this effect was reversible after

decreasing the dosage of these drugs or completely suspending its administration 3, 42

.

From that time on, and based on this knowledge, utilization of NSAID in late

pregnancy has been avoided whenever possible.

In an earlier publication, we had described a cohort of 20 cases of ductal

constriction in which two-thirds (13 fetuses) did not have a maternal history of

NSAID intake, and at that time we had already suggested that other possible extrinsic

factors involved in the genesis of this disorder should be present 1. The search for a

common denominator linking the increasing number of cases of “idiopathic” ductal

constriction have lead to the hypothesis that substances present in the usual diet of

women in the third trimester could be this link.

Since polyphenol-rich foods are largely consumed in the general population,

including during gestation 43-45

, and their clinical effects as anti-inflammatory and

antioxidants products are widely described, we sought the basic literature about their

chemical properties, which describes unequivocally that they depend on inhibition of

prostaglandin biosynthesis 20, 22-27, 29

. The presumption that fetal ductal constriction

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unrelated to maternal ingestion of NSAID could be associated to maternal intake of

polyphenol-rich foods has been investigated and the results have corroborated the idea

8, 11, 14, 16-18.

We then designed the present open clinical trial in order to determine if

restriction of these substances in fetuses with third trimester ductal constriction

without maternal intake of NSAID would be followed by reversal of the disorder. The

results herein presented are consistent with this hypothesis.

Adhesion to diet by the pregnant women who have participated in this study,

decreasing daily ingestion of the 27 specific foods with the highest content of

polyphenols after dietary orientation to a much lower amount 32

, points toward the

feasibility of establishing dietary habits with very low consumption of these

substances. We are obviously aware that it is quite difficult to completely evade

polyphenols when attempting a remotely healthy diet, but the goal of reversing ductal

constriction in our patients was nevertheless attained with the prescribed dietary

orientation. Since many substitute foods with low amounts of polyphenol contents are

widely available, gestational nutritional needs can be mantained.

There are limitations to the present study. First, we acknowledge that a

stronger level of evidence would have been achieved with a randomized clinical trial.

However, the ethics of such delineation is debatable, since the present evidences

strongly point toward the association between maternal ingestion of polyphenol-rich

foods and fetal ductal constriction. Probably the same reasoning has been used for

now almost 3 decades with the clinical recommendation to avoid maternal

administration of NSAID in late pregnancy, since there has never been published, to

our knowledge, a randomized clinical trial to test the hypothesis that these drugs are

harmful to the fetus because of their ductal constrictive effect. Based on the

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knowledge already accumulated, how could the option of “no intervention” in fetuses

with overt ductal constriction be acceptable? Secondly, and for the same reason, we

did not have a control group of fetuses with ductal constriction in which no dietary

orientation was offered. Instead, we describe a control group made up of normal

fetuses, in order to show that when no dietary intervention is performed, the ductal

flow dynamics does not change. The comparision of the results obtained in the present

series with those depicted in historical cohorts studied before this hypothesis had been

raised has not been performed. Moreover, this study did not address the issues of

postnatal outcomes and of the potential maternal psychological impacts of nutritional

intervention, since these are the object of other ongoing projects.

A total ban on all foods containing polyphenols in pregnancy would seem a

rather exaggerated conclusion to draw from this study. Before setting off a major

health scare leading to complete mandatory polyphenol abstention, the facts must be

put into proportion.

CONCLUSION

In conclusion, this study demonstrates that maternal dietary intervention in

pregnancies with fetal ductal constriction not associated to NSAID usage in the third

trimester, aiming to restrict the intake of polyphenol-rich foods, results in

improvement of fetal ductal patency after a period of at least 3 weeks. This new

knowledge may influence routine obstetrical surveillance of maternal dietary habits in

late pregnancy.

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124

LEGENDS

Figure 1 - Doppler echocardiographic images of a 29 weeks fetus with severe

ductal constriction secondary to a high daily maternal intake of polyphenol-

rich foods, before and after dietary intervention.

A1. Two-dimensional echocardiographic imaging of the constricted ductus

arteriosus, with color flow mapping showing ductal turbulence.

A2. Control study 3 weeks after maternal dietary intervention showing

normalization of ductal flow.

B1. Pulsed Doppler spectrum of the ductal flow, showing increased systolic

(1.9 m/s) and diastolic (0.45 m/s) velocities and decreased pulsatility index

(1.5).

B2. Control study 3 weeks after suspension of PRF from the daily diet,

depicting now normal systolic (0.84 m/s) and diastolic (0.10 m/s) velocities, as

well as normal ductal pulsatility index (2.4).

C1. Two-dimensional imaging of the ventricles showing a dilated and

hypertrophic right ventricle and increased right to left ventricular dimension

ratio, with bulging of the interventricular septum to the left (arrow).

C2. Normalization of the RV/LV ratio 3 weeks after dietary intervention.

Abbreviations - LV: Left Ventricle, RV: Right Ventricle, PA: Pulmonary

Artery; AO: Aorta, DA: Ductus Arteriosus

Figure 2 - Behavior of ductal flow velocities and pulsatility index in fetuses

with ductal constriction secondary to maternal ingestion of polyphenol-rich

foods before and after dietary intervention.

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125

FIGURES

Figure 1

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126

Figure 2

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APÊNDICES

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128

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidada para participar, como voluntária, de uma pesquisa

intitulada: REVERSÃO DA CONSTRIÇÃO DO DUCTO ARTERIOSO FETAL APÓS

RESTRIÇÃO DA INGESTA MATERNA DE ALIMENTOS RICOS EM POLIFENÓIS.

Após ser esclarecida sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do

estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a

outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa você não será penalizada de

forma alguma.

A presente pesquisa propõe-se avaliar a influência do consumo de alimentos

ricos em polifenóis sobre a circulação fetal em gestantes que comparecem

voluntariamente para realização de exame ecocardiográfico fetal nesse hospital. Essa

pesquisa está sendo realizada com o objetivo de auxiliar em estudos sobre os fatores

de risco para a alteração na função do coração fetal em mulheres no terceiro trimestre

de gestação.

Você participará de uma entrevista onde serão verificados seu peso e altura,

aplicado um questionário referente à sua alimentação nas últimas 24 horas e um

questionário específico sobre a freqüência do consumo de alimentos ricos em

polifenóis. Receberá uma orientação para suspender o consumo desses alimentos, a

partir do terceiro trimestre de gestação, com o objetivo de prevenir alterações no

funcionamento do coração do seu bebê.

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129

As informações coletadas serão mantidas em sigilo e você terá o direito de

retirar o consentimento a qualquer tempo, sem qualquer prejuízo da continuidade do

acompanhamento ou tratamento usual.

A sua participação nessa pesquisa será muito importante para a prevenção de

problemas relacionados ao funcionamento do coração fetal, através de novas

orientações dietéticas no terceiro trimestre da gestação.

Pesquisadores Responsáveis:

Dr. Paulo Zielinsky e Dr. Antonio Luiz Piccoli Jr

Telefone para contato: (51) 32303600 Ramal: 3636 e 3859

Pesquisadores participantes:, Dr. João Luis Mânica, Dr. Luis Henrique Nicoloso ,

acadêmica de nutrição Simone Guterres, acadêmicos de medicina: Patrícia Pizatto,

Marcelo Pizatto e Luciano Bender. Nutricionistas: Izabele Vian da Silveira Anne

Mello, Dra. Solange Garcia Poblum,

Telefone para contato: (51) 32303600 Ramal: 3845 e 3636

Nome e Assinatura do pesquisador _______________________________________

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu,__________________________________________________________________

___, RG______________________________, abaixo assinado, concordo em

participar do estudo: REVERSÃO DA CONSTRIÇÃO DO DUCTO ARTERIOSO

FETAL APÓS RESTRIÇÃO DA INGESTA MATERNA DE ALIMENTOS RICOS EM

POLIFENÓIS, como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido sobre a

pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e

benefícios decorrentes de minha participação.

Local e data ___________________/________/________/__________/

Nome: ____________________________________

Assinatura do sujeito ou responsável: ____________________

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130

PESQUISA DA REVERSÃO DA CONSTRIÇÃO DO DUCTO ARTERIOSO FETAL APÓS

RESTRIÇÃO DA INGESTA MATERNA DE ALIMENTOS RICOS EM POLIFENÓIS

FICHA DE ATENDIMENTO

1. Dados de identificação e demográficos

Nome: ____________________________________________________________

Idade: __________ Idade gestacional: ___________ Nº de gestações: ________

Estado Civil: _______________ Telefone: _______________________________

Endereço: _________________________________________________________

Renda

Até 3 SM 3 - 5 SM 5 - 10 SM > 10 SM

Escolaridade

1º Grau 2º Grau Superior PG Especialização

Mestrado

Incompleto Incompleto Incompleto Doutorado

Completo Completo Completo Pós-Graduação

2. Dados Antropométrico:

Peso pré – gestacional:_________ Peso atual:___________ Altura: __________

IMC pré – gestacional: ________________ IMC atual: _______________

Diagnóstico do estado nutricional: ______________________________________

3. Inquérito geral e nutricional:

Uso de bebida alcoólica: _____________________________________________

Fumante: ( ) sim ( ) não

Medicamentos utilizados: _____________________________________________

TGI regular: ( ) sim ( ) Não ___________ Edema: ( ) sim ( ) não _________ Kg

Náuseas: ( ) sim ( ) não Vômitos: ( ) sim ( ) não

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131

RECORDATÓRIO ALIMENTAR 24 HORAS – R24h

(ÙLTIMAS 24 HORAS ANTERIORES À ENTREVISTA)

REFEIÇÃO ALIMENTOS Porção

(medida caseira)

Porção

(g / ml)

DESJEJUM

Horário:

COLAÇÃO Horário:

ALMOÇO

Horário:

LANCHE Horário:

JANTAR

Horário:

CEIA

Horário:

INTERVALOS DAS

REFEIÇÕES

(CHÁS, CAFÉ

CHIMARRÃO)

OBSERVAÇÕES: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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132

QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR

Alimento Quantas vezes você

come

Unidade/ tempo Porção

(medida

caseira em

cada consumo)

Porção

(g / ml

em cada

consumo)

Suco de uva natural (feito com a fruta)

7 6 5 4 3 2 1 Nunca ( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Suco de uva

industrializado (garrafa ou caixa)

7 6 5 4 3 2 1 Nunca

( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Azeite de oliva extra virgem

7 6 5 4 3 2 1 Nunca ( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Cha verde

fermentado

7 6 5 4 3 2 1 Nunca

( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Cha preto

fermentado

7 6 5 4 3 2 1 Nunca

( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Chimarrão 7 6 5 4 3 2 1 Nunca ( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Cha de frutas 7 6 5 4 3 2 1 Nunca ( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Chocolate preto ao

leite

7 6 5 4 3 2 1 Nunca

( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Chocolate amargo 7 6 5 4 3 2 1 Nunca

( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Grão de soja

7 6 5 4 3 2 1 Nunca ( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Suco de laranja natural (com a fruta)

7 6 5 4 3 2 1 Nunca ( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Suco de laranja

industrializado (garrafa ou caixa)

7 6 5 4 3 2 1 Nunca

( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Alcaparras 7 6 5 4 3 2 1 Nunca ( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Morango (cru) 7 6 5 4 3 2 1 Nunca

( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Cebola roxa (crua) 7 6 5 4 3 2 1 Nunca

( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Amora 7 6 5 4 3 2 1 Nunca ( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Cereja doce crua 7 6 5 4 3 2 1 Nunca ( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Salsa

(tempero verde)

7 6 5 4 3 2 1 Nunca

( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Couve crua 7 6 5 4 3 2 1 Nunca

( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

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133

Alimento Quantas vezes você

come

Unidade/ tempo Porção

(medida

caseira)

Porção

(g / ml)

Folhas de rabanete 7 6 5 4 3 2 1 Nunca ( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Maçã vermelha com a casca

7 6 5 4 3 2 1 Nunca ( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Uvas vermelhas

cruas

7 6 5 4 3 2 1 Nunca

( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Lima (cru) 7 6 5 4 3 2 1 Nunca

( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Laranja 7 6 5 4 3 2 1 Nunca ( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Bergamota 7 6 5 4 3 2 1 Nunca ( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Ameixa preta com

pele

7 6 5 4 3 2 1 Nunca

( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Tomate com pele 7 6 5 4 3 2 1 Nunca

( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

7 6 5 4 3 2 1 Nunca ( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

7 6 5 4 3 2 1 Nunca ( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

7 6 5 4 3 2 1 Nunca

( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

7 6 5 4 3 2 1 Nunca

( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

7 6 5 4 3 2 1 Nunca ( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

7 6 5 4 3 2 1 Nunca ( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

7 6 5 4 3 2 1 Nunca

( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

7 6 5 4 3 2 1 Nunca

( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

7 6 5 4 3 2 1 Nunca ( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

7 6 5 4 3 2 1 Nunca ( )( )( )( )( )( )( ) ( )

D S M A raramente ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

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134

ORIENTAÇÃO ALIMENTAR APÓS O 3º TRIMESTRE DE GESTAÇÃO

(28 SEMANAS)

SUSPENDER, A PARTIR DA 28º SEMANA DE GESTAÇÃO, O USO DE

QUALQUER PREPARAÇÃO QUE CONTENHA:

Uva vermelha, uva roxa, erva-mate, chá verde, chá preto, chá de frutas, chocolate

preto, laranja, morango, soja, ameixa preta, cebola roxa crua, cereja, amora, couve

crua, tempero verde, azeite de oliva, alcaparras, maçã vermelha com casca, tomate

e bergamota.

A INGESTÃO MATERNA DESSES ALIMENTOS, A PARTIR DO 3º

TRIMESTRE DE GESTAÇÃO, PODE CAUSAR ALTERAÇÃO NA FUNÇÃO

DO CORAÇÃO FETAL.

Zielinsky, P. & cols. Maternal consumption of polyphenol-rich foods in late

pregnancy and fetal ductus arteriosus flow dynamics.

Journal of Perinatology 2010; 30(1): 17-21.

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135

Nutricionista Izabele Vian (CRN2: 5613)

Data:____/____/____

Contato: 32303600 R: 3859

ALIMENTOS

PARA SUSPENDER

ALIMENTOS

PARA CONSUMIR

LARANJA LIMÃO

BERGAMOTA ABACAXI

UVA VERMELHA UVA BRANCA

TEMPERO VERDE ORÉGANO

CHOCOLATE PRETO CHOCOLATE BRANCO

TOMATE ALFACE, PIMENTÃO, CENOURA.

CEBOLA ROXA CEBOLA BRANCA

CHÁS E CHIMARRÃO ÁGUA