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MINISTRIO DA JUSTIADIRECO-GERAL DA ADMINISTRAO DA JUSTIA CENTRO DE FORMAO DE FUNCIONRIOS DE JUSTIA

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NOES GERAIS SOBRE PROCESSO CIVILIntroduoA maioria das vezes, o processo identifica-se com o conjunto dos actos que ho-de praticar-se em juzo na propositura e desenvolvimento da aco. Numa acepo mais concreta, o processo significa ainda o mesmo que pleito, litgio, demanda ou causa a situao concreta resultante da pretenso de tutela jurisdicional deduzida por determinada pessoa com oposio ou possibilidade dela por parte duma outra. Num ltimo conceito, assaz vulgarizado na linguagem do foro, o processo identifica-se com caderno (autos) constitudo pelas peas escritas emanadas das partes, pelas decises do tribunal e pelo relato, mais ou menos circunstanciado, dos actos e diligncias praticados no desenvolvimento da aco. Direito Processual Civil o conjunto de regras e comandos normativos que acompanham a vida de uma aco em tribunal, desde a sua propositura art. 267. e 467. do CPC at ser proferida a deciso que lhe ponha termo, ou melhor, que transite em julgado art.s 677. e 685. do Cdigo de Processo Civil, diploma a que pertencem as disposies adiante referidas sem meno de origem. Trata-se de um ramo de direito pblico, embora regulador de conflitos de interesse particular, porque tem uma funo jurisdicional, na qual o Estado aparece investido de soberania, impondo uma autntica subordinao s partes com carcter vinculativo. Por outro lado, o Direito Processual Civil tambm um ramo de direito instrumental na medida em que se destina aplicao do Direito Civil, o qual se afigura como um direito substantivo ou material regulador das relaes entre os indivduos ou entre eles e o Estado (agora, despido do seu iure imperii, ou seja, despido do seu poder de soberania, porque posicionado num plano de igualdade com os demais cidados). Em suma, atravs do Direito Processual Civil que, na prtica, se consubstancia a aplicao daquele direito substantivo e abstracto. Os direitos e obrigaes que regulam as relaes entre os indivduos esto previstos no Cdigo Civil e cabe ao Direito Processual Civil definir os contornos que materializam tais direitos. O Direito Civil prev, por exemplo, sobre a compropriedade ou propriedade em comum e a diviso da coisa comum art.s 1403. a 1413. do Cd. Civil. A diviso feita amigavelmente ou nos termos da lei do processo, ou seja, no sendo feita amigavelmente, a diviso da coisa comum concretizar-se- pela via do Direito Processual Civil, o mesmo dizer, por aplicao das normas prprias do Cdigo de Processo Civil art.s 1052. a 1057.. O direito processual civil de aplicao subsidiria, em muitos aspectos, a outros ramos do direito processual, ou seja, aplica-se para preencher lacunas e omisses destes ramos de Direito,TEXTOS DE APOIO PARA INGRESSO Processo Civil 1

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semelhana do que sucede com o Direito Civil em relao a outros ramos do direito substantivo. O seu conhecimento condio essencial da boa aplicao prtica do Direito Civil, e, portanto, da justa composio dos litgios de interesses privados. O seu imperfeito conhecimento susceptvel de comprometer a efectivao da tutela dos direitos e o xito de pretenses justas. Assim, a ignorncia ou a deficiente conduo do processo pode ocasionar a perda da demanda ou da causa, por parte do litigante que teria razo luz do Direito Substantivo, mas que devido a essa ignorncia ou deficiente conduo no conseguiu demonstr-la em tribunal. A simples inobservncia dos prazos processuais pode deitar por terra, como sabemos, a mais cuidada e bem delineada estratgia de defesa.

ALGUNS PRINCPIOS QUE ENFORMAM O CPCL-se no prembulo do Dec. Lei n. 329-A/95, de 12 de Dezembro, que os princpios gerais estruturantes do processo civil, em qualquer das suas fases, devero essencialmente representar um desenvolvimento, concretizao e densificao do princpio constitucional do acesso justia. No mbito do processo civil, vigoram, entre outros, os seguintes princpios:

Princpio da legalidade A todo o direito, excepto quando a lei determine o contrrio, corresponde a aco adequada ... art. 2. n. 2 , o que pressupe a existncia de base legal que preveja tanto o direito reivindicado como a respectiva aco. Este princpio arrasta consigo o da adequao formal segundo o qual, quando a tramitao processual prevista na lei no se adequar s especificidades da causa, deve o juiz oficiosamente, ouvidas as partes, determinar a prtica dos actos que melhor se ajustem ao fim do processo, bem como as necessrias adaptaes art.s 265.-A; 31., n. 3; 274., n. 3 e 470..

Princpio do dispositivo O tribunal s intervm na resoluo do litgio a pedido das partes, que, para o fim em vista, alegam, no caso do autor, os factos que integram a causa de pedir e o ru os factos em que suporta a defesa. Com base nos factos alegados o juiz profere a sua deciso art.s 3., n. 1 e 264..

Princpio do contraditrio Segundo este princpio, as decises dos tribunais devem ser precedidas de audio da parte contrria, salvos os casos excepcionais legalmente previstos art.s 3., n.s 2 a 4 como acontece, por exemplo, nalguns procedimentos cautelares, em que as decises so tomadas sem prvia audincia da parte contrria, respeitando-se, no entanto, o princpio do contraditrio a posteriori - art.s 385., n. 1; 394. e 408., n. 1.

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Princpio da igualdade das partes luz dos art.s 13. e 20. da Constituio, que consagram, o primeiro, a igualdade de tratamento dos cidados perante a lei, e o segundo, o livre acesso ao direito e aos tribunais, no podendo ser denegada a justia por insuficincia de meios econmicos, este princpio traduz-se na igualdade de tratamento de ambas as partes ao longo de todo o processo, por parte do tribunal, nomeadamente ao nvel do exerccio de faculdades, no uso de meios de defesa e na aplicao de cominaes ou de sanes processuais art.s 3.-A, 265. e 266.. Princpio do inquisitrio Como veremos mais adiante, a instncia inicia-se com a propositura da aco, ou seja, com a apresentao da petio, sem prejuzo da data a partir da qual produza os correlativos efeitos. Prev o art. 265. o seguinte: 1 - Iniciada a instncia, cumpre ao juiz, sem prejuzo do nus de impulso especialmente imposto pela lei s partes, providenciar pelo andamento regular e clere do processo, promovendo oficiosamente as diligncias necessrias ao normal prosseguimento da aco e recusando o que for impertinente ou meramente dilatrio. 2 - O juiz providenciar mesmo oficiosamente, pelo suprimento da falta de pressupostos processuais susceptveis de sanao, determinando a realizao dos actos necessrios regularizao da instncia ou, quando estiver em causa alguma modificao subjectiva da instncia, convidando as partes a pratic-los. 3 - Incumbe ao juiz realizar ou ordenar, mesmo oficiosamente, todas as diligncias necessrias ao apuramento da verdade e justa composio do litgio, quanto aos factos de que lhe lcito conhecer. Esta norma permite-nos afirmar que, actualmente, rarssimos so os casos em que o escrivo poder oficiosamente (sem despacho do juiz) remeter conta processos parados h mais de cinco meses por inrcia das partes. A este princpio associa-se o j mencionado princpio da adequao formal.

Princpio da precluso Significa que, ultrapassado certo momento ou certa fase processual, esgota-se o direito facultado s partes destinado prtica de actos processuais art. 145., n. 3. Por exemplo, o decurso do prazo destinado ao oferecimento da contestao extingue o direito de o ru faz-lo posteriormente, salvos os casos excepcionalmente previstos art.s 145., n.s 4 a 7 e 146..

Princpio da cooperao, da boa f e da correco Poderamos design-lo, grosso modo, como o princpio da tica. Seno vejamos: Na conduo e interveno no processo, devem os magistrados, os mandatrios judiciais e as prprias partes cooperao entre si, concorrendo para se obter, com brevidade e eficcia, a justa composio do litgio art. 266., n. 1.

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As partes devem agir de boa f e observar os deveres de cooperao resultantes do preceituado no artigo anterior art. 266.-A. Todos os intervenientes no processo devem agir em conformidade com um dever de recproca correco, pautando-se as relaes entre advogados e magistrados por um especial dever de urbanidade art. 266.-B, n. 1. Nenhuma das partes deve usar, nos seus escritos ou alegaes orais, as expresses desnecessrias ou injustificadamente ofensivas da honra ou do bom nome da outra, ou do respeito devido s instituies - art. 266.-B, n. 2. Se ocorrerem justificados obstculos ao incio pontual das diligncias, deve o juiz comunic-los aos advogados e a secretaria s partes e demais intervenientes processuais, dentro dos trinta minutos subsequentes hora designada para o seu inicio. A falta desta comunicao implica a dispensa automtica dos intervenientes processuais comprovadamente presentes, constando obrigatoriamente da acta tal ocorrncia.- art. 266.B, n.s 3 e 4.1 Nas relaes com os mandatrios judiciais, devem os funcionrios agir com especial correco e urbanidade art. 161., n. 3.

Princpio da economia processual Aqui tem lugar a limitao dos actos processuais forma que, nos termos mais simples, melhor correspondam ao fim que visam atingir, sendo proibida a prtica de actos inteis, alis, incorrendo em responsabilidade disciplinar os funcionrios que os praticarem art. 137. e 138., n. 1. Por exemplo, a apensao de aces prevista no art. 275., tambm cabe no mbito deste princpio.

Princpio da estabilidade da instncia Acha-se consagrado no art. 268., segundo o qual, citado o ru, a instncia deve manter-se a mesma quanto s pessoas, ao pedido e causa de pedir, salvas as possibilidades de modificao consignadas na lei cfr. art.s 268. e seguintes.

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Na sequncia de vrias queixas que se basearam na inobservncia deste preceito, aps recomendao do COJ. este Centro de Formao publicou na Habilndia, no dia 27 de Fevereiro de 2006, a seguinte informao: Uma das funes que faz parte do quotidiano dos Oficiais de Justia a assistncia aos Senhores Magistrados na realizao de diligncias. Quando esto marcadas vrias diligncias para o mesmo dia, os atrasos de umas diligncias implicam os atrasos das que se lhes seguirem. Um dos princpios fundamentais e estruturantes do Cdigo de Processo Civil o da cooperao, consagrado nos art.s 266. (princpio da cooperao), 266.-A (dever de boa f processual) e 266.-B (dever de recproca correco). Segundo o n. 3 deste ltimo dispositivo legal, "se ocorrerem justificados obstculos ao incio pontual das diligncias, deve o juiz comunic-los aos advogados e a secretaria s partes e demais intervenientes processuais, dentro dos trinta minutos subsequentes hora designada para o seu incio." Aos Oficiais de Justia compete, entre outras funes, assegurar o expediente, autuao e regular tramitao dos processos, no que dependem funcionalmente do juiz competente - art.s 6., n. 3 do Estatuto dos Funcionrios de Justia e 161., n. 1 do Cdigo de Processo Civil. Os Senhores Oficiais de Justia no podem deixar de observar a regra de pontualidade do incio dos actos a realizar em juzo que est implcita no referido normativo, informando oportunamente - na linha das orientaes que forem dadas pelos Senhores Magistrados - os intervenientes processuais e mandatrios judiciais afectados pelos atrasos, usando de correco e urbanidade (cfr. art. 161., n. 3 do CPC). A inobservncia destes deveres pode trazer consequncias de natureza disciplinar.

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PRESSUPOSTOS PROCESSUAISNoo:2 Pressupostos processuais so os elementos de cuja verificao depende o dever de o juiz proferir deciso sobre o pedido formulado, concedendo ou indeferindo a providncia requerida. Trata-se das condies mnimas consideradas indispensveis para, partida, garantir uma deciso idnea e uma deciso til da causa. No se verificando algum desses requisitos, como a legitimidade das partes, a capacidade judiciria de uma delas ou de ambas, o juiz ter, em princpio, que abster-se de apreciar a procedncia ou improcedncia do pedido, por falta de um pressuposto essencial para o efeito. Vamos agora estudar brevemente alguns destes pressupostos, nomeadamente aqueles que requerem a interveno do oficial de justia. ***

Personalidade judiciria e capacidade judiciriaA personalidade judiciria consiste na faculdade de ser parte e adquire-se no momento do nascimento, com vida (art.s 5. do CPC e 66. do C. Civil). A capacidade judiciria consiste na susceptibilidade de a parte estar, por si, em juzo, tendo por base e por medida a capacidade do exerccio de direitos art. 9.. Por exemplo, os menores tm personalidade judiciria, mas, no entanto, no tm capacidade judiciria. Os menores sujeitos ao poder paternal dos pais, enquanto rus, so citados nas pessoas de ambos os pais (art. 10. do CPC.).***

Competncia do tribunalDesigna-se por competncia do tribunal a medida do respectivo poder jurisdicional.3 A competncia fixa-se no momento em que a aco se prope, sendo irrelevantes as modificaes de facto que ocorram posteriormente, como tambm so irrelevantes as modificaes de direito, excepto se for suprimido o rgo a que a causa estava afecta ou lhe for atribuda competncia de que inicialmente carecesse para o conhecimento da causa (art. 21. da LOFTJ). Os tribunais portugueses tm competncia internacional e competncia interna ou nacional.***2

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Antunes Varela, J. Miguel Bezerra, Sampaio e Nora; Manual de Processo Civil, 2. edio, pg. 104. Poder Jurisdicional Poder de julgar, de proferir uma deciso acerca de um litgio submetido pelas partes apreciao do rgo de jurisdio. Proferida a sentena, fica imediatamente esgotado o poder jurisdicional do juiz quanto matria da causa, pelo que a partir da, j s lhe licito rectificar erros materiais, suprir nulidades, esclarecer dvidas existentes na sentena e reform-la quanto a custas e multa, mas no alterar a deciso, ainda que venha a convencer-se de que ela no foi a mais adequada ou a mais justa. O mesmo princpio se aplica, at onde seja possvel, aos despachos. - Ana Prata, Dicionrio Jurdico, 3. edio, pg. 741.

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Competncia internacional Sem prejuzo do que se ache estabelecido em tratados, convenes, regulamentos comunitrios e leis especiais, a competncia internacional dos tribunais portugueses depende da verificao das circunstncias mencionadas no art. 65. (cfr. art. 61.) e tm competncia exclusiva para os processos constantes do art. 65.-A.

A competncia interna (art. 62. n. 2) pode ser atribuda em razo:4- da matria - do valor e da forma de processo aplicvel - da hierarquia - do territrio***

Competncia em razo da matria So da competncia dos tribunais judiciais as causas que no sejam atribudas a outra ordem jurisdicional art. 66. do C.P.C. e art. 18. n. 1 da L.O.F.T.J5.. Os Tribunais de competncia especifica encontram-se designados no art. 96. da L.O.F.T.J. (Lei n. 3/99, de 13/1). Os tribunais de competncia especializada encontram-se designados no art. 78. da mesma lei (Cfr. por todos art. 67. C.P.C. e 18., n. 2 da LOFTJ) A infraco das regras da competncia em razo da matria determina a incompetncia absoluta do tribunal. A incompetncia absoluta uma excepo dilatria, que pode ser suscitada pelas partes e deve ser conhecida oficiosamente pelo tribunal em qualquer momento do processo, enquanto no houver sentena transitada em julgado sobre o mrito da causa (art.s 101. a 107., 493., 494., al. a) e 495.).***

Competncia em razo do valor e da forma de processo aplicvel Compete ao tribunal singular julgar os processos que no devam ser julgados pelo tribunal colectivo. Compete ao tribunal colectivo julgar as questes de facto nas aces de valor superior alada dos tribunais da Relao e nos incidentes e execues que sigam os termos do processo de declarao e excedam a referida alada, sem prejuzo dos casos em que a lei de processo exclua a sua interveno ( art.s 104., n. 2 e 106. da LOFTJ e 68. do C.P.C.).

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Em casos excepcionais atende-se tambm qualidade do ru. Exemplo de aces em que a competncia do tribunal fixada em funo da qualidade do ru so as previstas no art. 89.: aces em que seja parte o juiz, seu cnjuge, descendente ou ascendente. 5 Aprovada pela Lei n. 3/99, de 13 de Janeiro (alterada pela Lei n. 101/99, de 26 de Julho, pelo Decreto-Lei n. 323/2001, de 17 de Dezembro, pelo Decreto-Lei n. 38/2003, de 8 de Maro, pela Lei n. 105/2003, de 10 de Dezembro, pelo Decreto-Lei n. 53/2004, de 18 de Maro, e pela Lei n. 42/2005, de 18 de Maro).

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A LOFTJ estabelece quais as causas que, em razo da forma de processo aplicvel, competem aos tribunais de competncia especifica (art. 69. CPC cfr. art.s 96. a 102. da LOFTJ). A infraco das regras de competncia do tribunal em razo do valor e da forma de processo aplicvel tem como consequncia a incompetncia relativa do tribunal e sempre de conhecimento oficioso , seja qual for a aco em que se suscite( art.s 108 e 110., n. 2).***

Competncia em razo da hierarquia Os tribunais judiciais encontram-se hierarquizados para efeitos de recurso das suas decises art. 19. da LOFTJ. As normas de competncia em razo da hierarquia dizem respeito fundamentalmente a recursos ordinrios, a conflitos de competncia e a aces de indemnizao propostas contra magistrados judiciais ou do Ministrio Pblico, em virtude do exerccio das suas funes. De um modo geral, o princpio que norteia tais normas o de que o recurso ordinrio deve ser interposto para o tribunal imediatamente superior quele que proferiu a deciso recorrida, sendo tambm o tribunal imediatamente superior quele onde exercem funes o competente para conhecer das aces de indemnizao contra magistrados, e igualmente o tribunal imediatamente superior ao tribunal ou tribunais em conflito que deve conhecer dos respectivos conflitos de competncia (art.s 70. a 72. e 116.). A infraco das regras da competncia em razo da hierarquia determina a incompetncia absoluta do tribunal, que pode ser suscitada pelas partes e deve ser conhecida oficiosamente pelo tribunal em qualquer momento do processo, enquanto no houver sentena transitada em julgado sobre o mrito da causa (art.s 101. a 107., 493., 494., al. a) e 495.)***

Competncia em razo do territrio O art. 21. da LOFTJ dispe que o Supremo Tribunal de Justia tem competncia em todo o territrio, as Relaes no respectivo distrito judicial e os tribunais de 1. instncia na rea das respectivas circunscries. Os art.s 73. a 95. estabelecem quais os tribunais territorialmente competentes para a propositura de aces, procedimentos cautelares, recursos, execues e requerimento de notificaes judiciais avulsas. A regra geral, quando a lei no determina especialmente em contrrio, a de que o tribunal competente para a aco o do domicilio do ru, e para a execuo o tribunal do domicilio do executado, podendo o exequente optar pelo tribunal em que a obrigao deva ser cumprida quando o executado seja pessoa colectiva ou quando, situando-se o domicilio do exequente na rea metropolitana de Lisboa ou do Porto, o executado tenha domicilio na mesma rea metropolitana (art.s 85., n. 1 e 94., n. 1).66

Cfr. Lei n. 10/2003, de 13 de Maio. A Grande rea Metropolitana de LISBOA integra os seguintes municpios: Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Sesimbra, Setbal, Seixal, Sintra e Vila Franca de Xira (www.aml.pt). A Grande rea Metropolitana do PORTO integra os seguintes municpios: Arouca, Espinho, Gondomar , Maia, Matosinhos, Porto, Pvoa de Varzim, Santa Maria da Feira, Santo Tirso, S. Joo da Madeira, Trofa, Valongo, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia (www.amp.pt).

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A infraco s regras da competncia em razo do territrio determina a incompetncia relativa do tribunal que pode ser arguida pelo ru no prazo fixado para a contestao, oposio ou resposta ou, quando a estas no haja lugar, para outro meio de defesa que tenha a faculdade de deduzir, ou oficiosamente pelo tribunal nos casos previstos no art. 110., n. 1 (art. 108. e 109.). Julgada procedente a excepo e transitada a respectiva deciso, o processo remetido para o tribunal competente (art. 111., n. 3).

PATROCNIO JUDICIRIOA constituio de mandatrio judicial obrigatria nos casos previstos nos art.s 32. e 60.. Com efeito, o conhecimento destas regras pelos oficiais de justia assume particular importncia, na medida em que os rus, ao serem citados, devero ser informados sobre a obrigatoriedade ou no de patrocnio judicirio na aco respectiva cfr. art. 235.. Assim, obrigatria a constituio de mandatrio judicial nas seguintes situaes: Nas causas de competncia de tribunais com alada em que seja admissvel recurso ordinrio (vid art. 24. da Lei n. 3/99, de 13-01, e art. 678. do CPC.); Nas causas em que, independentemente do valor, seja sempre admissvel recurso (por exemplo, na aco de despejo urbano cfr. art.s 678., n. 5 e 692., n. 2, alinea b)) com referncia Lei n. 6/2006, de 27/2, que aprovou o Novo Regime do Arrendamento Urbano; Nos recursos e nas causas interpostos nos tribunais superiores; Nas execues de valor superior alada da Relao; de valor inferior mas excedente alada do tribunal de 1. Instncia, quando seja deduzida oposio execuo ou outro procedimento que siga a forma declarativa (ou seja, enquanto no for deduzida oposio no obrigatria a constituio); Nas reclamaes de crditos, quando seja reclamado crdito de valor superior alada do tribunal de comarca e apenas para apreciao deste crdito. Em matria cvel a alada dos Tribunais da Relao de 30 000,00 e a dos tribunais de 1. instncia de 5000, para os processos iniciados a partir de 1 de Janeiro de 2008 (cfr. art. 24. - n. 1 da Lei n. 3/99, de 13 de Janeiro, na redaco que lhe foi dada pelo art. 5. do Dec. Lei n. n. 303/2007, de 24 de Agosto).

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A sede da sociedade o seu domiclio, sem prejuzo de no contrato se estipular domiclio particular para determinados negcios art. 12., n. 2 do Cdigo das Sociedades Comerciais integralmente republicado com o Dec. Lei n. 76-A/2006, de 29 de Maro.

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Nos casos de constituio obrigatria, no tendo a parte constitudo advogado, deve ser notificada para o constituir, em prazo a fixar pelo juiz, sob pena de o ru ser absolvido da instncia, de no ter seguimento o recurso ou de ficar sem efeito a defesa. Esta notificao pode ser requerida pela parte contrria ou oficiosamente ordenada pelo juiz e deve conter expressamente a cominao supra referida (art. 33. do CPC.). Quando, no processo, seja requerida a renncia ou a revogao de mandato, a secretaria, independentemente de despacho, notifica o facto ao mandante (renncia) ou ao mandatrio (revogao) e em qualquer dos casos, tambm, parte contrria, com os efeitos da resultantes a produzirem-se somente a partir das notificaes. A renncia pessoalmente notificada ao mandante (cfr. art.s 39., n. 2 e 256.) e se for obrigatria a constituio de mandatrio, ser aquele advertido de que a no constituio de novo mandatrio no prazo de 20 dias implicar a suspenso da instncia, sendo autor, ou o prosseguimento dos autos, no caso de ser ru, aproveitando-se, embora, os actos anteriormente praticados pelo mandatrio renunciante. ***

DOS ACTOS PROCESSUAISEnunciados os princpios fundamentais e tecidas breves consideraes sobre os pressupostos processuais, passemos ao processo propriamente dito. A palavra processo deriva da expresso latina pro cedere, que significa avanar, progredir. So conhecidos vrios conceitos de processo e o que deles se apreende que o processo, alm da expresso fsica que lhe dada pelo sucessivo arquivamento dos documentos, encerra em si mesmo todos os actos sucessivamente praticados pelas partes e pelo tribunal desde a propositura da aco at deciso judicial que aprecie, com fora de caso julgado, a pretenso regularmente deduzida em juzo (cfr. n. 1 do art. 2.). O oficial de justia trabalha nos processos que lhe forem distribudos (cfr. art.s 12. a 24. do Dec. Lei n. 186-A/99, de 31/057) sempre norteado por determinadas regras de conduta, que deve observar para o bom desempenho e prestgio das suas funes, nomeadamente: As secretarias judiciais asseguram o expediente, autuao e regular tramitao dos processos pendentes, nos termos estabelecidos na respectiva Lei Orgnica, em conformidade com a lei de processo e na dependncia funcional do magistrado competente art. 161., n. 1. Os oficiais de justia, no exerccio das funes atravs das quais asseguram o expediente, autuao e regular tramitao dos processos, dependem funcionalmente do magistrado competente art. 6., n. 3 do Estatuto dos Funcionrios de Justia, aprovado pelo Dec. Lei n. 343/99, de 26/08 8.

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o diploma regulamentar da LOFTJ. Sofreu alteraes pelos seguintes diplomas: D.L. n. 290/99, de 30/7,D.L. n. 27-B/2000, de 3/3, D.L. n. 178/2000, de 9/8, D.L. n. 246-A/2001, de 14/9, D.L. n. 74/2002, de 26/3 e D.L n. 148/2004, de 21/6, D.L. n. 219/2004, de 26 de Outubro. Com as alteraes introduzidas pelo D.L. n. 175/2000, de 9/8, D.L. n. 96/2002, de 12/4, D.L. n. 169/2003, de 1/8 e Lei n. 42/2005, de 29/8.

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No praticar actos inteis para alm de ser uma quebra da boa ordem processual, ofende a economia e celeridade, podendo o oficial de justia ser condenado nas respectivas custas (art.s 137. e 448., n. 2 do CPC.); Os actos devero ser redigidos em lngua portuguesa e ter a forma que, nos termos mais simples, melhor corresponda ao fim que visam atingir, devendo o seu contedo ser claro e no deixar dvidas quanto sua autenticidade (art.s 138. e 139. do CPC.); A tramitao electrnica dos processos cveis efectuada nos termos da Portaria n. 114/2008, de 6 de Fevereiro. A forma dos actos determinada pela lei que vigore no momento da sua prtica, ao passo que a lei que vigore data da propositura da aco determina a forma do processo (art. 142. do CPC.); Praticar os actos oficiosos (nomeadamente, art.s 229., 234., 237., 239., 240., 241. e segs. e 486.-A, n.s 5 e 6 do CPC.); No praticar actos judiciais nos dias em que os tribunais estiverem encerrados, nem durante as frias judiciais, excepo das citaes, notificaes e daqueles que se destinem a evitar dano irreparvel, bem como os actos urgentes (art. 143. do CPC.).

ImpedimentosPor outro lado, o oficial de justia encontra na prpria lei - art. 122., n. 1, als. a), b) e i), aplicvel por fora do n. 2 do art. 125. do CPC. impedimentos que lhe vedam o exerccio de funes em determinados processos, de modo a garantir a imparcialidade e iseno na tramitao processual. Sempre que tais situaes se verifiquem o oficial de justia que esteja investido em lugar de chefia, deve fazer o processo concluso e declarar as razes do seu impedimento para que o juiz dele tome conhecimento e, se for caso disso, designe outro oficial de justia para tramitar o processo (art. 125., n. 3 do CPC).

Propositura da acoImporta agora saber em que momento se considera proposta a aco, atento o regime regra e as seguintes situaes excepcionais: - Pedido de apoio judicirio formulado antes da apresentao em juzo da petio inicial (art. 33., n. 4 da Lei n. 34/2004, de 29/07); - Apresentao de nova petio inicial, em caso de recusa ou indeferimento liminar (art.s 474. , 234.-A e 476.); - Precedncia de procedimento cautelar relativamente respectiva aco (art. 385., n. 7); - Petio enviada por correio, por telecpia ou por correio electrnico (art. 150.). Assim, a aco considera-se proposta num dos seguintes momentos:

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Na data da apresentao da petio inicial consoante a modalidade (cfr. art. 150.): o Da entrega pessoal na secretaria; o Do registo postal, se enviada pelo correio; o Da expedio por telecpia; o Do envio por transmisso electrnica de dados; No data da apresentao do pedido de nomeao de patrono na Segurana Social art. 33., n. 4 da Lei n. 34/2004, de 29/07; Em caso de recusa e de apresentao de nova petio inicial, releva a data de apresentao da primeira art. 476.; Quanto s aces precedidas de procedimentos cautelares releva, em regra, a data de apresentao do pedido da providncia - cfr. art. 385., n. 7. Contudo, tal como j referimos, apesar de iniciada a instncia, a propositura da aco s produz efeitos em relao ao ru a partir do momento da sua citao (art. 267., n. 2).

SUSPENSO DA INSTNCIAIniciada uma aco, ela poder ser suspensa nos casos enumerados nos art.s 276. e 279., no podendo, no entanto, a suspenso por acordo das partes ir alm de seis meses art. 279., n. 4. Ordenada a suspenso da instncia, s podem ser praticados os actos urgentes destinados a evitar dano irreparvel, no obstando, no entanto, que a instncia se extinga por desistncia, confisso ou transaco, desde que no contrariada a razo da suspenso. A suspenso da instncia implica a suspenso dos prazos em curso, mas, nos casos de falecimento ou de extino de alguma das partes e de falecimento ou impossibilidade absoluta do mandatrio judicial, a suspenso inutiliza a parte do prazo j decorrida (art. 283. do CPC.). Exemplo: Admitamos que em determinada aco sumria e em consequncia do falecimento do ru, foi suspensa a instncia quando haviam decorrido dez dias do prazo destinado contestao. Depois de julgados habilitados os respectivos sucessores, o prazo para a contestao, que de vinte dias, volta a correr de novo e por inteiro, aps a notificao da deciso que os considerou habilitados, no se descontando, pois, os 10 dias que haviam decorrido anteriormente, em ordem a assegurar s pessoas que passaram a ocupar a posio do falecido exercerem o direito de defesa que quele estava reservado.

Prazos processuaisPrazo processual o perodo de tempo estipulado para se produzir um determinado efeito e a sua funo consiste em cadenciar e organizar no tempo os actos processuais, ou seja, emTEXTOS DE APOIO PARA INGRESSO Processo Civil 11

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regular a distncia entre os diversos actos praticados no mbito do processo. Pressupe-se necessariamente que j est proposta a aco, que j existe um determinado processo, e destinase ou a marcar o perodo dentro do qual h-de praticar-se um determinado acto processual (prazo peremptrio), ou a fixar a durao de uma certa pausa ou duma certa dilao que o processo tem de sofrer (prazo dilatrio) (Prof. Alberto dos Reis no Comentrio II, pgs. 57). Esse prazo tanto marcado por lei como pode ser fixado pelo juiz (art. 144. n. 1). Em todos os processos necessrio respeitar os prazos fixados por lei ou pelo juiz. Os prazos processuais so marcados por lei ou fixados pelo juiz e a sua contagem obedece conjugao dos art.s 279. e 296. do Cdigo Civil e 144. do Cdigo de Processo Civil, determinando este ltimo que os prazos so contnuos, interrompendo-se, no entanto, durante as frias judiciais, excepto se forem iguais ou superiores a seis meses. No mais, como se articulam estas normas? Em tudo quanto no estiver expressamente previsto no art. 144. e no que tange ao cmputo do termo dos prazos, aplicam-se as regras do art. 279. do Cdigo Civil, por via do art. 296. do mesmo Cdigo.

Modalidades de prazos processuaisOs prazos processuais so peremptrios ou dilatrios - art. 145., n. 1 CPC. Dilatrio o prazo que difere para certo momento a realizao de um acto ou incio da contagem de um outro prazo (dilatrio ou peremptrio). Exemplo dum prazo dilatrio o vulgarmente designado prazo dos ditos, que tantas e tantas vezes referido no nosso meio profissional. Afixando-se editais e anncios para citao de certa pessoa para contestar uma aco no prazo de 15 dias, este prazo peremptrio no se inicia com a publicao dos anncios. Se o prazo dilatrio (o tal prazo dos ditos) for de 30 dias, este sim, inicia-se a partir da data da publicao do ltimo anncio, logo seguido do prazo peremptrio de 15 dias, contandose como um nico - art. 148. do CPC. Ou seja, o prazo de 15 dias para a parte contestar (peremptrio) atirado para momento imediatamente subsequente ao termo do prazo dilatrio de 30 dias. O prazo peremptrio destina-se efectivamente prtica do acto processual e com a sua extino esgota-se o direito de a parte praticar o acto, salvos os casos previstos nos art. 145. e 146. do CPC. O art. 146. prev a possibilidade de a parte praticar o acto para alm do limite do prazo pr-fixado se o juiz reconhecer verificado o justo impedimento invocado pela parte. Se o justo impedimento carece de requerimento da parte a invoc-lo, o mesmo se no passa na situao prevista no art. 145., em que se afigura como que uma prorrogao automtica do prazo peremptrio em curso, permitindo-se parte a prtica do acto, validado, porm, com o pagamento duma multa, como veremos mais adiante.

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Quando um prazo peremptrio precedido de um dilatrio, adicionam-se ambos e contam-se como um nico prazo - art. 148. CPC. Cumulando-se dois ou mais prazos dilatrios na precedncia de um prazo peremptrio, aplica-se a mesma regra de contagem, ou seja, somase todos os prazos para serem contados como prazo nico - cfr. art. 252.-A do Cd. Proc. Civil.

Prorrogao de prazosComo vimos, o prazo est delimitado a montante pela data da ocorrncia do facto que lhe d incio e a jusante pela data limite. De notar que, se o prazo original for prorrogado, seja por acordo das partes nos termos previstos no art. 147. do CPC, seja a pedido de uma das partes (cfr. por exemplo o art. 486., n. 5), o prazo da prorrogao acresce ao inicial e conta-se como um nico reportado ao incio do prazo original. Exemplo: Se um prazo de 10 dias for prorrogado por mais 10 dias, o prazo final de 20 dias contado a partir do incio do prazo inicial.

***

Contagem dos prazosComo j se disse atrs, os prazos processuais destinam-se prtica de actos processuais, facto que torna indissociveis estes dois elementos na perspectiva global da tramitao processual, pelo que importa atentar nas disposies conjugadas dos art.s 143. a 150. do Cd. Proc. Civil, sem que, antes, se deva conhecer as regras contidas no art. 279. do Cdigo Civil para o cmputo dos prazos em geral, com aplicao estendida aos tribunais pelo art. 296. do mesmo diploma.DO CDIGO CIVIL ARTIGO 296. (Contagem dos prazos)

As regras constantes do artigo 279. so aplicveis, na falta de disposio especial em contrrio, aos prazos e termos fixados por lei, pelos tribunais ou por qualquer outra autoridade. TEXTOS DE APOIO PARA INGRESSO Processo Civil 13

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ARTIGO 279. (Cmputo do termo) fixao do termo so aplicveis, em caso de dvida, as seguintes regras:

a)- Se o termo se referir ao princpio, meio ou fim do ms, entende-se como tal, respectivamente, o primeiro dia, o dia 15 e o ltimo dia do ms; se for fixado no princpio, meio ou fim do ano, entende-se, respectivamente, o primeiro dia do ano, o dia 30 de Junho e o dia 31 de Dezembro;

Princpio

Dia 1

M eio

Dia 15 ltim o dia (28 ou 29; 30; 31) 1 de JAN. 30 de JUN. 31 de DEZ.

Fim

Princpio M eio Fim

b)- Na contagem de qualquer prazo no se inclui o dia, nem a hora, se o prazo for de horas, em que ocorrer o evento a partir do qual o prazo comea a correr;

EVENTO

Horas Dias

c)- O prazo fixado em semanas, meses ou anos, a contar de certa data, termina s 24 horas do dia que corresponda, dentro da ltima semana, ms ou ano, a essa data; mas, se no ltimo ms no existir dia correspondente, o prazo finda no ltimo dia desse ms;

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PRAZOS FIXADOS EM

SEMANAS

MESES

ANOS

terminam s 24,00 horas do dia correspondente dentro do/a ltimo/a

semana

ms

ano

d)- havido, respectivamente, como prazo de uma ou duas semanas o designado por oito ou quinze dias, sendo havido como prazo de um ou dois dias o designado por 24 ou 48 horas;24 horas 1 d ia

48 horas

2 d ia s

o ito d ia s

1 sem an a

q u in z e d ia s

2 sem an as

e)- O prazo que termine em domingo ou dia feriado transfere-se para o primeiro dia til; aos domingos e dias feriados so equiparadas as frias judiciais, se o acto sujeito a prazo tiver de ser praticado em juzo9. ***

A continuidade dos prazosEstabelece o art. 144. do CPC que os prazos processuais so contnuos e suspendem-se nas frias judiciais10, excepo dos que tiverem durao igual ou superior a 6 meses e dos que se destinem prtica de actos em processos que a lei considere urgentes, como caso das aces cautelares comuns, a que faremos referncia mais adiante.

9

O disposto nesta alnea est reflectido no n. 2 do art. 144. do CPC em conjugao com o art. 143. n.s 1 e 2 do mesmo diploma. 10 As frias judiciais decorrem de 22 de Dezembro a 3 de Janeiro, do domingo de Ramos segunda-feira de Pscoa e de 1 a 31 de Agosto - art. 12. da Lei n. 3/99, de 13 de Janeiro, na redaco da Lei n. 42/2005, de 29/08.

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SIM O prazo processual suspende-se nas frias judiciais

- Inferior a 6 meses

NO

- Igual a 6 meses - Superior a 6 meses - Qualquer durao em processos urgentes

Prazo geral das partes Quando o prazo destinado prtica de actos processuais pelas partes no estiver fixado por disposio legal ou por despacho judicial, ele tem-se por fixado em 10 dias (art. 153., n. 1 do CPC.).

Expirado o prazo destinado prtica de acto processual, permite-se parte o exerccio do direito processual em causa em qualquer dos primeiros trs dias teis seguintes, mediante o pagamento, at ao termo do 1. dia til posterior ao da prtica do acto, de uma multa no valor correspondente a da taxa de justia inicial por cada dia de atraso, no podendo exceder 3 UC. Terminado o prazo inicialmente destinado prtica do acto, ele automaticamente prorrogado, ficando a validade do acto entretanto praticado num dos primeiros trs dias teis apenas dependente do pagamento da multa devida, sem prejuzo da invocao do justo impedimento nos termos do art. 146.. No sendo paga a multa devida, a secretaria toma a iniciativa de liquid-la, desta feita, de valor igual ao dobro da taxa de justia inicial, mas, nunca superior a 20 UC, e notifica a parte para efectuar o pagamento voluntrio da multa no prazo de 10 dias, para o que lhe envia as guias respectivas. S o pagamento desta multa valida o acto assim praticado (at ao 1. dia til posterior ao da prtica do acto ou em alternativa no prazo indicado nas guias). Exemplo11:

11

Com este exemplo pretende-se apenas ilustrar a liquidao da multa, sendo certo que o impresso tipo consta da aplicao informtica instalada nas secretarias.

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TA D JUSTI INICIAL XA E A

- Cofre Geral dos Tribunais -

M ultaPagam ento at ao 1. dia til seguinteArt. 145, n 5 CPC

1 2 3

1/4 da taxa de justia inicial 1/2 da taxa de justia inicial 3/4 da taxa de justia inicial M o = 3 UC xim

Pagam ento no efectuadoArt. 145, n 6 CPC(dobro da taxa de justia inicial) 0,00 M o = 20 UC xim

NOTA: Para a parte que beneficie da reduo especial de taxa de justia prevista no art. 15. do C.C.J., a base de clculo da multa do art. 145. C.P.C. o montante da taxa de justia inicial reduzida nos termos daquela disposio legal. Observao: Atente-se o disposto na alnea b) do n. 1 do art. 150. do CPC., no que concerne s peas processuais que as partes remetem por correio sob registo, caso em que, o acto considerado praticado na data da efectivao do respectivo registo postal. Por tal motivo, afigura-se-nos que o processo no deve ser impulsionado nos trs dias seguintes ao termo do prazo, hiato considerado como margem de segurana razovel em ordem a prevenir a eventual recepo na secretaria de qualquer articulado, requerimento, alegaes, etc. porventura tempestivamente remetido pelas partes atravs dos servios postais. A observar: ...por forma a que a data do registo possa ser determinada, solicita-se aos senhores funcionrios que procedam sempre juno aos autos dos respectivos envelopes. extrado do ofcio-circular n. 11, de 98/07/01 / GATJ.TEXTOS DE APOIO PARA INGRESSO Processo Civil 17

DI A

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Exemplo: Numa aco sumarssima com o valor de 3.990,38, o ru apresentou a contestao no 1. dia til seguinte ao termo do prazo, solicitando guias para pagamento imediato da multa devida. Tal multa, neste caso, teria o valor correspondente a 1/4 da taxa de justia inicial (1/4 x 96,00), ou seja, 24,00. Se o ru no solicitasse as guias ou no pagasse a multa at ao 1. dia til posterior ao da prtica do acto, a secretaria, independentemente de despacho, notific-lo-ia para, no prazo de dez dias (art. 103. do CCJ.), pagar a multa de 192,00 (igual ao dobro da taxa de justia inicial), enviando-lhe, para o efeito, as respectivas guias (Portaria n. 42/2004, de 14/01). No se praticam actos processuais nos dias em que os tribunais estiverem encerrados, nem durante as frias judiciais, exceptuados os casos de citao, notificao e actos que se destinem a evitar dano irreparvel art. 143., n.s 1 e 2. Quando o prazo para a prtica do acto processual terminar em dia em que os tribunais estiverem encerrados, transfere-se o seu termo para o primeiro dia til seguinte art. 144., n. 2. As secretarias funcionam nos dias teis e no horrio fixado no art. 122. da L.OF.T.J. e mantm-se encerradas nos sbados, domingos, feriados e tolerncias de ponto. Da conjugao dos preceitos atrs indicados resulta claramente que o acto processual que se pretender praticar em qualquer dos trs primeiros dias teis subsequentes ao termo do prazo a que se refere o n. 5 do art. 145., pode s-lo aps o decurso das frias judiciais, uma vez que, exceptuados os casos de urgncia, cujos prazos correm tambm em frias, no se praticam actos processuais durante as frias judiciais.

Ilustremos com o seguinte caso prtico:O prazo para o ru apresentar a sua contestao termina no dia 28/7/2006 (sextafeira). Pode apresentar a contestao nos dias: 31/7/2006 (2. Feira), 1. dia til aps o termo do prazo. 1/9/2006, (6. feira) 2. dia til aps o termo do prazo(aps frias). 4/9/2006 (2.feira), 3. dia til aps o termo do prazo. Sempre mediante o pagamento das multas previstas nos n.s 5 e 6 do art. 145..

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ACTOS EM GERAL ACTOS DAS PARTESENTREGA OU REMESSA A JUZO DAS PEAS PROCESSUAIS ART. 150.Com as alteraes produzidas nos artigos 150. e 152., pelo Decreto-Lei n. 303/2007, de 24 de Agosto, a apresentao dos actos processuais podem ser efectuadas em juzo, por uma das seguintes formas: Art. 150. A B C D Forma de apresentao Entrega (directa) na secretaria Remessa por correio registado Telecpia Transmisso electrnica de dados Data da prtica do acto Da entrega Do registo postal (carimbo) Da expedio Da expedio

- ENTREGA NA SECRETARIA - REMESSA POR CORREIO REGISTADO Quanto a estas duas formas de entrega das peas processuais, nada h a registar que possamos considerar como novidade, excepto no que diz respeito abolio da expressa referncia exigncia da prova da identidade dos apresentantes no conhecidos em tribunal (cfr. art. 150. n. 1, alinea a)).12 A petio inicial deve ser recusada se, no acto da entrega (directamente na secretaria ou atravs da via postal), no se mostrar acompanhada do comprovativo do prvio pagamento da taxa de justia inicial ou da concesso do benefcio do apoio judicirio ou ainda do comprovativo da apresentao do pedido do apoio judicirio (somente nos casos expressamente consignados no n. 4 do art. 467.) - art. 474., al. f). Se o documento em falta for o comprovativo do pagamento da taxa de justia inicial, o autor poder apresentar o documento em falta no prazo de dez dias a contar da recusa de recebimento (art. 476.) ou, no caso de a falta ser detectada antes da distribuio, da recusa de distribuio (art. 213., n. 2) ou ainda, no caso de haver reclamao para o juiz do acto de recusa, da notificao do despacho judicial que confirmar a recusa de recebimento por parte da secretaria. As peas processuais e documentos apresentados pelas partes desta forma, so incorporados no respecivo processo fsico.

12

Redaco anterior ao D.L. n. 324/2003, de 27/12: Art. 150., n. 2, al. a) Entregues na secretaria judicial, sendo exigida a prova da identidade dos apresentantes no conhecidos em tribunal e, a solicitao destes, passado recibo de entrega.

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- TELECPIA De acordo com a verso anterior do n. 3 do art. 150., as partes que praticassem os actos processuais por meio de telecpia deveriam enviar ao tribunal, no prazo de cinco dias, o respectivo original e bem assim os documentos que no tivessem sido enviados, fixando-se, no entanto, em dez dias o prazo para apresentao do comprovativo do pagamento da taxa de justia ou da concesso do apoio judicirio, naturalmente, sem prejuzo das regras prprias da petio inicial. Ora, o desaparecimento de especial referncia telecpia nos preceitos do Cdigo de Processo Civil alterados pelo Decreto-Lei n. 324/2003 reintroduziu, quase na plenitude, o regime da telecpia institudo nos tribunais por via do Decreto-Lei n. 28/92, de 27 de Fevereiro, cujos artigos 2. e 4., para maior comodidade do leitor, se transcrevem a seguir:Artigo 2. Recurso telecpia na prtica de actos das partes ou intervenientes processuais 1. As partes ou intervenientes no processo e respectivos mandatrios podem utilizar, para a prtica de quaisquer actos processuais: a) Servio pblico e telecpia; b) Equipamento de telecpia do advogado ou solicitador, constante da lista a que se refere o nmero seguinte. 2. A Ordem dos Advogados e a Cmara dos Solicitadores organizaro listas oficiais dos advogados que pretendam utilizar, na comunicao e recepo das mensagens com os servios judiciais, telecpia, donde constaro os respectivos nmeros. 3. A Ordem dos Advogados e a Cmara dos Solicitadores remetero as listas referidas no nmero anterior Direco-Geral dos Servios Judicirios, que as far circular por todos os tribunais. 4. A Direco-Geral dos Servios Judicirios informar a Ordem dos Advogados e a Cmara dos Solicitadores da remessa aos tribunais das listas a que se referem os nmeros anteriores. Artigo 4. Fora probatria 1. As telecpias dos articulados, alegaes, requerimentos e respostas, assinados pelo advogado ou solicitador, os respectivos duplicados e os demais documentos que os acompanhem, quando provenientes do aparelho com o nmero constante da lista oficial, presumem-se verdadeiros e exactos, salvo prova em contrrio. 2. Tratando-se de actos praticados atravs do servio pblico de telecpia, aplica-se o disposto no artigo 3. do Decreto-Lei n. 54/90, de 13 de Fevereiro. 3. Os originais dos articulados, bem como quaisquer documentos autnticos ou autenticados13 apresentados pela parte, devem ser remetidos ou entregues na secretaria

13

Artigo 363. do Cdigo Civil - Modalidades dos documentos escritos - 1 ... 2 - Autnticos so os documentos exarados, com as formalidades legais, pelas autoridades pblicas nos limites da sua competncia ou, dentro do crculo de actividades que lhe atribudo, pelo notrio ou outro oficial pblico provido de f pblica; todos os outros documentos so particulares. 3 - Os documentos particulares so havidos por autenticados, quando confirmados pelas partes, perante notrio, nos termos prescritos nas leis notariais. Cfr. tb. art. 35. do Cdigo do Notariado "Espcies de documentos".

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judicial no prazo de sete dias (actualmente so 10 dias)14 contado do envio por telecpia, incorporando-se nos prprios autos. 4. Incumbe s partes conservarem at ao trnsito em julgado da deciso os originais de quaisquer outras peas processuais ou documentos remetidos por telecpia, podendo o juiz, a todo o tempo, determinar a respectiva apresentao. 5. No aproveita parte o acto praticado atravs de telecpia quando aquela, apesar de notificada para exibir os originais, o no fizer, inviabilizando culposamente a incorporao nos autos ou o confronto a que alude o artigo 385. do cdigo Civil.

6. A data que figura na telecpia recebida no tribunal fixa, at prova em contrrio, o dia e hora15 em que a mensagem foi efectivamente recebida na secretaria judicial. Por conseguinte, quando as partes praticarem actos processuais por meio de telecpia, devem apresentar no tribunal, no prazo de 10 dias a contar do envio da telecpia, apenas os originais das peas que sejam articulados (petio inicial, contestao, resposta ou rplica, trplica, articulado superveniente) e bem assim dos documentos autnticos ou autenticados (cfr. art.s 363. e seguintes do Cdigo Civil), incorporando-se nos autos. Quanto s demais peas processuais e documentos particulares que as devam acompanhar (ex. alegaes, requerimentos), incumbe s partes conservarem em seu poder os respectivos originais at ao trnsito em julgado da deciso final, podendo o juiz, a todo o tempo, determinar a respectiva apresentao (cfr. n.s 3 a 5 do citado art. 4. do Dec. Lei n. 28/92).

14

Determina o artigo 6. do Dec. Lei n. 329-A/95, de 12 de Dezembro, na redaco dada pelo art. 4. do Dec. Lei n. 180/96, de 25 de Setembro, que os prazos de natureza processual estabelecidos em quaisquer diplomas a que seja subsidiariamente aplicvel o disposto no art. 144. do Cdigo de Processo Civil consideram-se adaptados regra da continuidade, pelo que, em tais circunstncias, o prazo de sete dias fixado nesta disposio passou a ser de 10 dias. Este regime estendeu-se ao processo penal a partir de 01/01/1999, data em que entrou em vigor a Lei n. 59/98, de 25/08, cujo art. 8. al. a) revogou o n. 3 do art. 6. do citado DL 329-A/95. O mesmo aconteceu com os processos regulados pelo CPEREF, visto que o n. 2 do seu art. 14. foi alterado pelo Dec. Lei n. 315/98, de 20 de Outubro. Artigo 143., n. 4 do Cdigo de Processo Civil As partes podem praticar os actos processuais atravs de telecpia ou por correio electrnico, em qualquer dia e independentemente da hora da abertura e do encerramento dos tribunais. Artigo 122. da Lei n. 3/99, de 13/01 (LEI DA ORGANIZAO E FUNCIONAMENTO DOS TRIBUNAIS) Horrio de funcionamento - 1- As secretarias funcionam, nos dias teis, das 9 s 12 horas e 30 minutos e das 13 horas e 30 minutos s 17 horas. 2- O disposto no nmero anterior no prejudica a instituio, por despacho do ministro da Justia, de horrio contnuo. 3- As secretarias encerram ao pblico uma hora antes do termo do horrio dirio. 4- As secretarias funcionam igualmente aos sbados e feriados que no recaiam em domingo, quando seja necessrio assegurar servio urgente, em especial o previsto no Cdigo de Processo Penal e na Organizao Tutelar de Menores. Artigo 125. da mesma Lei - Registo de peas processuais e processos - 1 - As peas processuais e os processos apresentados nas secretarias so registados em livros prprios. - 2 - O director-geral dos Servios Judicirios pode determinar a substituio dos diversos livros por suportes informticos. - 3 - Depois de registados, as peas processuais e os processos s podem sair da secretaria nos casos expressamente previstos na lei e mediante as formalidades por ela estabelecidas, cobrando-se recibo e averbando-se a sada. - 4 - Ser incentivado o uso de meios electrnicos para transmisso e tratamento de documentos judiciais, e para a sua divulgao, nos termos da lei, junto dos cidados. Artigo 28. do Dec. Lei n. 186-A/99, de 31 de Maio (diploma regulamentar da Lei n. 3/99) - Registo de entradas - O registo de entrada de qualquer documento fixa a data da sua entrada nos servios. Sempre que os interessados o solicitarem, passado recibo no duplicado do papel apresentado, e, no caso de denncia, certificado do registo, nos termos da lei de processo. Diariamente, hora de encerramento dos servios, o livro de registo de entrada encerrado pelo funcionrio que chefiar a secretaria, com um trao e rubricado no fim do ltimo registo. No caso de utilizao de aplicao informtica, esta deve impedir qualquer registo depois de efectuado o seu encerramento; aplicam-se s listagens informticas os procedimentos previstos no nmero anterior.

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Tratando-se de petio inicial enviada por telecpia, importa, antes de mais, verificar se ela passa no crivo do art. 474. (recusa de recebimento) e se tal acontecer, isto , se no houver motivo de recusa, afigura-se-nos que a ausncia dos originais no obsta distribuio da petio inicial recebida, independentemente do original, tendo em conta a presuno da fidedignidade das telecpias reconhecida pelo n. 1 do art. 4. do Dec. Lei n. 28/92. TRANSMISSO ELECTRNICA DE DADOS

O Decreto-Lei n. 303/2007, de 24 de Agosto, e a Portaria n. 114/2208, de 6 de Fevereiro, trouxeram um conjunto de medidas de enquadramento legal para o uso corrente dos meios electrnicos nos tribunais, tendo no horizonte prximo a completa desmaterializao do processo. Assim, permite-se s partes representadas por advogados e solicitadores que apresentem as peas processuais e documentos por transmisso de dados, atravs do sistema Citius e a partir do endereo electrnico http://citius.tribunaisnet.mj.pt (cfr. art. 4. da Portaria), ficando as partes dispensadas da entrega das mesmas em suporte de papel. Esta forma de envio por transmisso electrnica de dados, veio substituir, definitivamente, o correio electrnico como meio de entrega de peas processuais. De notar que a Portaria se encontra em vigor desde o dia 1 de Janeiro de 2008 com aplicao limitada s aces declarativas e executivas cveis e aos procedimentos cautelares (cfr. art. 2. da Portaria). A apresentao faz-se atravs do preenchimento de formulrios electrnicos e que permite a anexao de ficheiros (cfr. art. 4. da Portaria), nomeadamente, documentos em formato pdf, dispensando-se a posterior remessa dos originais ao tribunal, tudo isto, sem prejuzo de o juiz solicitar a exibio das peas processuais em suporte de papel e dos originais dos documentos juntos pelas partes que previamente procederam ao envio atravs de transmisso electrnica de dados (cfr. art. 3., n. 2 da Portaria). Em obedincia ao disposto no n. 4 do art. 467. CPC e no n. 2 do art. 8. da Portaria, a parte que proceder ao envio da petio inicial por transmisso electrnica de dados, dever proceder da mesma forma apresentao do comprovativo do prvio pagamento da taxa de justia ou da concesso do benefcio do apoio judicirio ou somente do pedido deste benefcio nos casos previstos no n. 5 do art. 467.. A parte que optar pelos meios electrnicos para a prtica de actos processuais beneficia de reduo da taxa de justia nos termos previstos no art. 15. do Cdigo das Custas.

DocumentosNo procedendo a parte entrega de articulados atravs de transmisso electrnica de dados, deve a mesma apresentar os documentos acompanhados dos duplicados e cpias exigidas pelo n. 2 do art. 152.. Se o no fizer, oficiosamente notificada pela secretaria para apresentlos no prazo de dois dias e pagar a multa fixada na primeira parte do n. 5 do artigo 145., multa esta que no pode exceder 1 UC. Se a parte notificada no cumprir, oficiosamente extrada certido dos elementos em falta, recaindo sobre a parte o nus de pagar, alm do respectivo

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custo, a multa mais elevada prevista no n. 5 do artigo 145., tal como determina o n. 3 do art. 152. Dispensa de duplicados e cpias A parte que proceder apresentao da pea processual (articulados, alegaes, requerimentos, respostas) atravs de transmisso electrnica de dados fica dispensada de oferecer os duplicados e cpias destinados s partes contrrias e ao tribunal, bem como as cpias dos documentos, incumbindo secretaria extrair os exemplares que se mostrarem necessrios, designadamente para as citaes e notificaes a efectuar, excepto nos casos em que estas se possam efectuar por meios electrnicos. Petio inicial Sendo a petio inicial entregue directamente na secretaria judicial, remetida via postal sob registo ou enviada atravs de telecpia, a falta do comprovativo do pagamento prvio da taxa de justia inicial ou da concesso do pedido de apoio judicirio ou ainda, nos casos previstos no n. 4 do art. 467., do pedido de apoio judicirio, constitui fundamento de recusa nos termos da al. f) do art. 474.. Sendo a petio enviada atravs de transmisso electrnica de dados, a falta do documento comprovativo do pagamento prvio da taxa de justia no constitui fundamento de recusa e no obsta a que se submeta distribuio, aguardando-se por cinco dias a apresentao em suporte fsico nos termos do n. 4 do art. 10. da Portaria, aps o que, caso se mantenha a falta, os autos seguiro conclusos para ser ordenado o desentranhamento do articulado. Se o documento em falta for o da concesso do apoio judicirio ou, nos casos previstos no n. 4 do art. 467., do pedido de concesso de apoio judicirio, o procedimento ser idntico. Tratando-se de outro articulado que no a petio, no h lugar a desentranhamento mas sim s sanes previstas nos artigos 486.-A, 512.-B e 690.-B do CPC.

Resumo:Consequncias da falta de pagamento da taxa de justia inicial pelo autor Entrega directa Recusa da petio inicial art. 474. al. f). Via postal registada Recebimento; distribuio (desde que o comprovativo da taxa tenha sido transmitido por Telecpia - artigo 4., n. 1 do Decreto-Lei n. 28/92, de 27 de Fevereiro); Aguarda 10 dias (a contar da emisso da telecpia) pelos originais (artigo 4., n. 3 do Decreto-Lei n. 28/92).

Telecpia

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Transmisso electrnica de dados

Recebimento e distribuio automtica*. .

Se a petio der incio a processo que deva correr por apenso, no h lugar a distribuio.

Como atrs se referiu, ressalvam-se os casos em que no h distribuio, tais como processos ou incidentes instaurados por apenso, procedimentos cautelares ou ainda a citao urgente prevista no art. 478..16 OMISSO DE DUPLICADOS E CPIAS - art. 152. do CPC Por cada articulado, requerimento, alegao ou documento apresentado deve a parte apresentar tantos duplicados e/ou cpias (dos documentos)17 quantos os interessados oponentes que vivam em economia separada, salvo se forem representados pelo mesmo mandatrio, e ainda uma cpia para o tribunal quando se trate de articulados (conceito definido no art. 151.). Sendo notada a falta de algum duplicado ou cpia, a secretaria notifica oficiosamente a parte respectiva para, no prazo de dois dias, suprir a falta e pagar (imediatamente) a multa de valor igual a da taxa de justia inicial, certo que limitada ao mximo de 1 UC. Esta multa paga imediatamente, no momento da apresentao dos elementos em falta, muito embora a apresentao possa ter lugar por telecpia, atravs do correio ou ainda por transmisso electrnica de dados. Acautelando a possibilidade do envio ser feito pelo correio e para evitar a prtica de actos inteis, sugere-se que se aguarde por cinco dias a contar do terceiro dia til aps a notificao postal (art. 254., n. 3) a recepo do expediente eventualmente enviado pela parte, por via postal, com base no seguinte raciocnio: * 2 dias - prazo fixado - art. 152., n. 3; * 3 dias - razovel margem de segurana que previne a recepo de expediente eventual e tempestivamente remetido atravs do correio.16

Nos casos em que no h lugar distribuio, os papis so averbados nos termos constantes do Estatuto Judicirio (Dec. Lei n. 44.278, de 14/04/1962) que ainda se mantm em vigor algumas das suas disposies por no terem sido formal nem tacitamente revogadas, como acontece com as normas a seguir descritas. Art. 311., 1. O averbamento dos papis feito logo aps a sua apresentao e registo, e por escala, de modo que cada escrivo e oficial de diligncias recebam um s papel da mesma espcie, at que todos estejam preenchidos. 2. So averbados aos oficiais de diligncias as citaes e notificaes avulsas ou por deprecada, outras comunicaes equivalentes e quaisquer actos da sua competncia. Os demais papis no sujeitos a distribuio sero averbados aos escrives. 3. Efectuadas as diligncias respeitantes aos papis que lhes hajam sido averbados, os oficiais de diligncias entreg-los-o ao chefe da secretaria para serem devolvidos ou restitudos depois de pagas as custas, quando devidas. A devoluo ou restituio comunicada, nas comarcas de Lisboa e Porto, ao secretrio-geral, a fim de ser anotada. Art. 312. Os apensos dos processos judiciais tm sempre o nmero de entrada do processo principal na respectiva seco, mas sero diferenciados por letras. Note-se que no esto sujeitas apresentao de duplicados as peas apresentadas atravs de correio electrnico ou outro meio de transmisso electrnica de dados, nos termos do n.. 7 do art. 152., casos em que a secretaria imprimir os exemplares necessrios.

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Se os elementos em falta forem apresentados para alm do prazo estipulado no n. 3 do art. 152., no se aplica a regra prevista no art. 145., visto que a segunda parte do citado n. 3 prev sano diversa para o caso de incumprimento, qual seja a de a parte respectiva suportar os custos inerentes certido a extrair como veremos em seguida. Praticado o acto em qualquer dos dois dias teis, se, no momento da recepo, no forem solicitadas guias para pagamento imediato da multa, a seco liquida-a e notifica a parte para proceder ao pagamento respectivo no prazo de 10 dias, enviando-lhe as respectivas guias (art.s 103., n. 2 do CCJ e 6. a 10. da Portaria n. 42/2004, de 14/01). ACTOS DOS MAGISTRADOS A manuteno da ordem nos actos judiciais da competncia do magistrado que a ele presida- art. 154.. A lei fundamental, enunciando o princpio da tutela jurisdicional efectiva, prev que todos os cidados tm direito a que uma causa em que intervenham seja objecto de deciso em prazo razovel e mediante processo equitativo art. 20., n. 4 do C.R.P.. A lei estabelece, tambm, o princpio fundamental do dever de administrao da justia por parte dos juzes cfr. art.s 8. do Cdigo Civil e 156., n. 1 do CPC. Estes no podem recusar-se a cumprir essa funo a pretexto de falta ou obscuridade da lei, sua injustia ou imoralidade, ou ainda a pretexto de dvida insanvel sobre os factos em litgio. O no cumprimento deste dever implica a chamada denegao de justia que pode dar lugar a responsabilidade criminal e civil e, ainda, a responsabilidade disciplinar. Os actos dos juizes podem ser classificados de: DESPACHOS: de mero expediente, discricionrios e vinculados. SENTENAS: juiz singular. ACRDOS: tribunal colectivo. Despachos de mero expediente so os que o juiz profere para prover ao andamento regular do processo sem interferirem no conflito de interesses entre as partes, tal como o despacho que marca dia e hora para a audincia de julgamento art. 156., n.4.18 No envolvem decises sobre direitos ou poderes processuais, no carecem de fundamentao, devem ser proferidos no prazo mximo de 2 dias (art. 160., n. 2) e so irrecorrveis (art. 679.). Despachos proferidos no uso legal do poder discricionrio so os proferidos pelo juiz, no uso legal do seu prudente arbtrio (art. 156., n. 4).19 Devem ser proferidos no prazo de dois dias e so irrecorrveis (art.s 160., n. 2 e 679.).18

Exemplo: despacho que designa dia para a conferncia de interessados Ac. STJ de 25/11/1975 in BMJ 251-252. Exemplos: despacho que ordena a notificao das partes para suprirem irregularidades dos seus articulados as insuficincias ou imprecises na exposio ou concretizao da matria de facto alegada (art. 508., n.s 2 e 3) ou o despacho do relator a convidar as partes a aperfeioar as concluses das respectivas alegaes (art. 700., n. 1-b).

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Despachos vinculados so proferidos em obedincia a um comando legal, dentro dos limites impostos pela lei, pelo que devem ser fundamentados, com base na lei a que esto vinculados. Devem ser proferidos no prazo de 10 dias, na falta de disposio especial e podem ser ou no passveis de recurso consoante a matria que versem e o valor da aco, incidente ou recurso em que se enquadrem art. 160., n. 1 SENTENAS E ACRDOS As sentenas e acrdos distinguem-se, entre si, porque a sentena proferida pelo juiz singular e o acrdo proveniente de um tribunal colectivo. As sentenas so os actos processuais pelos quais o juiz decide a causa principal ou um incidente do processo que apresente a estrutura de uma causa regulada pelo direito substantivo, conforme dispe o art. 156., n. 2. Todas as decises que conheam do mrito da causa so sentenas, quer o juiz o conhea no despacho saneador (art. 510., n. 1, al. b)) ou na sentena final (art. 660. n. 2). So igualmente sentenas as decises em que, mesmo no decidindo sobre o mrito da causa, o juiz absolve o ru da instncia (art. 660. n. 1), bem como as que homologuem desistncias, confisses ou transaces (art. 300., n. 3), e julguem incidentes com estrutura de aco. As decises judiciais so datadas e assinadas pelo juiz, sendo as sentenas e acrdos registados em livro especial art. 157., n.s 1 e 4. Os actos processuais presididos pelo juiz so documentados em acta, sendo a reproduzidos os despachos e sentenas proferidos oralmente, incumbindo a sua redaco ao funcionrio judicial, sob direco do magistrado art.s 157., n.3 e 159., n.s 1 e 2. Os actos do Magistrado do Ministrio Pblico designam-se por promoes, que so submetidas a despacho do juiz - art. 160.. Nos termos do disposto no art. 155. o juiz deve providenciar pela marcao das datas de diligncias mediante prvio acordo com os mandatrios judiciais que devam comparecer, para o que pode encarregar a secretaria de realizar de forma expedita os contactos prvios necessrios (via telefnica, fax, correio electrnico, etc.). Quando a marcao no possa ser feita com o prvio acordo dos mandatrios judiciais, devem estes, se impedidos noutro servio judicial j marcado, comunicar o facto ao tribunal, no prazo de 5 dias, propondo datas alternativas, datas estas que devero ser sugeridas aps contacto com os restantes mandatrios interessados. Uma vez que o juiz pode alterar a data inicialmente fixada, o despacho que designa dia para a diligncia necessariamente cumprido a dois tempos, apenas se procedendo notificao dos demais intervenientes aps o decurso do prazo de 5 dias atrs referido, ou seja, depois de definitivamente fixada a data. Apenas podem ver adiada a audincia de julgamento os advogados que faltarem no dia e hora designados, quando o juiz no tiver providenciado pela marcao mediante acordo prvioTEXTOS DE APOIO PARA INGRESSO Processo Civil 26

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nos termos do art. 155., n.1, ou quando os advogados tenham comunicado ao tribunal a impossibilidade de comparncia nos termos do n. 5 do mesmo normativo art. 651., n. 1, al. c) e d).

ACTOS DA SECRETARIAAs secretarias judiciais asseguram o expediente, autuao e regular tramitao dos processos pendentes, em conformidade com as leis de processo e na dependncia funcional do magistrado competente - art.s 119. da Lei n. 3/99, de 13/01; 6., n. 3 do EFJ (aprovado pelo DL 343/99, na redaco dada pelo art. 1. do Dec. Lei n. 96/2002, de 12/04) e 161., n. 1 do CPC. Incumbe-lhe, pois, realizar oficiosamente as diligncias necessrias para que o fim dos despachos possa ser prontamente alcanado (art. 161., n.s. 1 e 2). proibida a pratica de actos inteis para alm de quebrar a boa ordem processual, ofendem os princpios da economia e da celeridade processual, podendo implicar a responsabilizao do oficial de justia no pagamento de custas (art.s 137. e 448., n. 2); Os actos processuais devem ser redigidos em lngua portuguesa e ter a forma que, nos termos mais simples, melhor correspondam ao fim que visam atingir, devendo o seu contedo ser claro e no deixar dvidas quanto sua autenticidade (art.s 139. e 138.); A forma dos actos determinada pela lei que vigore no momento da sua prtica (art. 142.); A forma do processo determinada pela lei que vigorar data da propositura da aco (art. 142.); H actos que so praticados oficiosamente, ou seja, independentemente de despacho a orden-los (ex. cfr. art. 229. do CPC); No se praticam actos judiciais nos dias em que os tribunais estiverem encerrados, nem durante as frias judiciais, excepo das citaes, notificaes e daqueles que se destinem a evitar dano irreparvel, bem como os actos urgentes (art. 143. do CPC.); Nas relaes com os mandatrios judiciais os oficiais de justia agiro com especial correco e urbanidade (art. 161., n. 3), prestando s partes interessadas, seus representantes ou mandatrios judiciais ou aos funcionrios destes, devidamente credenciados, informaes precisas acerca dos processos pendentes (art. 167., n. 3). Os autos e termos so, em regra, lavrados na secretaria e deles constaro a data e o lugar da prtica do acto e dos demais elementos essenciais (art. 163., n. 1). Os espaos em branco devem ser inutilizados e as emendas, rasuras ou entrelinhas devem ser devidamente ressalvadas, sendo que a ressalva de nmeros rasurados acompanhada da escrita por extenso (art.s 138., n. 4 e 163., n. 2). Os actos processuais da secretaria so, por via de regra, praticados no sistema de gesto processual art. 138.-A CPC e Portaria n. 114/2008, de 6 de Fevereiro. Nota:

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Dos actos dos funcionrios da secretaria judicial sempre admissvel reclamao para o juiz de que aquela depende funcionalmente art. 161., n.s 1 e 5; Os erros e omisses praticados pela secretaria judicial no podem, em qualquer caso, prejudicar as partes art. 161., n. 6. Os oficiais de justia devem assinar os autos e termos que elaborem, juntamente com as demais pessoas referidas no art. 164., excepo a esta norma, ocorre sempre que os actos sejam praticados por meios electrnicos e estes actos abranjam uma comunicao interna, a remessa do processo ao Juiz, ao Ministrio Pblico, outra secretaria ou seco do mesmo tribunal (art. 19., n. 1 da Portaria). Para alm disso, devem rubricar as folhas que no contenham a sua assinatura, salvo os actos praticados por meios electrnicos (art. 165.). As partes e seus mandatrios tm o direito de rubricar quaisquer folhas do processo fsico (art. 165., n. 2).

Prazos para o expediente art. 166.No prazo de 5 dias so praticados os actos respeitantes a concluses, vistas, exames, notificaes, cumprimento de despachos e sentenas, etc., ressalvados os casos urgentes, os quais devem ser praticados imediatamente. No prprio dia, sendo possvel, a secretaria deve submeter a despacho, avulsamente, Os requerimentos que no respeitem ao andamento de processos pendentes; Juntar os requerimentos, respostas, articulados e alegaes aos processos a que se destinam; ou Submeter a despacho do juiz os papis extemporaneamente apresentados ou cuja juno suscite dvidas.

Publicidade do processoA natureza pblica do processo civil traduz-se no direito de exame e consulta dos autos na secretaria e de obteno de cpias ou certides de quaisquer peas nele incorporadas, pelas partes ou seus representantes, por qualquer advogado ou solicitador, mesmo que no esteja constitudo mandatrio das partes, ou por quem revele interesse atendvel art. 167., n. 3 e em caso de dvida, sobre este direito de acesso ao processo, a secretaria submet-la-, por escrito, apreciao do juiz art. 172., n. 1. Com a entrada em vigor do Decreto-Lei n. 303/2007, de 24/8, e da Portaria n. 114/2008, de 6/2, o exame e consulta de processos passa tambm a ser possvel atravs do sistema informtico Citius. Trata-se duma possibilidade de consulta aberta aos advogados, advogados estagirios e solicitadores registados no sistema (art. 22.).

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O processo civil pblico, salvas as restries previstas na lei, pelo que o acesso limitado nos casos em que a divulgao do seu contedo possa causar dano dignidade das pessoas, intimidade da vida privada ou familiar ou moral pblica, ou pr em causa a eficcia da deciso a proferir, de que so exemplos, no s os processos constantes das alneas a) e b) do n. 2 do art. 168., a que apenas podem ter acesso as partes e os seus mandatrios, bem como noutros previstos em legislao externa ao Cdigo de Processo Civil (ex. Regulao do Poder Paternal, suas alteraes ou incidentes, e processos de Adopo). Sobre a confiana de processos, ver os art.s 169. a 173. do CPC, n. 3 do art. 125. da Lei n. 3/99, e ainda art.s 55., n. 2, 108. e 110. do Cdigo das Custas Judiciais. Assim, apenas podem solicitar, verbalmente ou por escrito, a confiana de processos pendentes, os mandatrios judiciais constitudos pelas partes, os magistrados do Ministrio Pblico e os que exeram o patrocnio por nomeao oficiosa art. 169., n. 1. Tratando-se de processos findos, a possibilidade de confiana dos processos alarga-se a qualquer pessoa capaz de exercer o mandato judicial (advogados, advogados estagirios e solicitadores) art. 169., n.2. A secretaria confia o processo pelo prazo de cinco dias, que pode ser reduzido se causar embarao grave ao andamento da causa, excepto quando, por lei ou por despacho do juiz, o mandatrio tenha prazo para exame, casos em que lhe ser facultado o processo pelo prazo marcado (exemplos: alegaes por escrito dos art.s 484., n. 2, 657. e 698., n. 2) art. 169., n. 3 e 171.. Esta recusa fundamentada e comunicada por escrito ao interessado, que dela pode reclamar para o juiz nos termos do art. 172.. A entrega e restituio do processo registada em livro especial conforme o preceituado no art. 173.. Sobre a passagem de certides convm ter presente o que dispem os art.s 174. e 175. do CPC e 24. da Portaria n. 114/2008. Tratando-se de processos a que alude o art. 168. (aces de divrcio, separao de pessoas e bens, etc.) as certides apenas sero passadas aps despacho de deferimento proferido sobre o requerimento escrito que justifique a sua necessidade, sendo a fixados os limites da certido art. 174., n. 2. Nos restantes casos, dever da secretaria passar as certides que lhe forem solicitadas, verbalmente ou por escrito, sem necessidade de despacho, pelas partes no processo, por quem possa exercer o mandato judicial ou ainda por quem revele interesse atendvel em as obter art. 174., n. 1. Quando estas certides tenham por fim a sua juno a processo judicial pendente, so as mesmas efectuadas electronicamente, devendo a secretaria envi-las, sempre que possvel atravs do sistema informtico, para o tribunal onde corre o referido processo, devendo conter a indicao do processo a que destina e de quem requereu a mesma (art. 24. da Portaria n. 114/2008).

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So passadas no prazo de cinco dias, salvo nos casos de urgncia ou de manifesta impossibilidade, caso em que se consignar o dia em que devem ser levantadas art. 175., n. 1. 20 Quanto recusa ou atraso na passagem de certides de observar o disposto nos n.s 2 e 3 do art. 175..

COMUNICAO DOS ACTOSComo vimos atrs, a competncia territorial dum tribunal judicial de 1 instncia, circunscreve-se, em regra, rea da comarca onde ele est sediado, podendo os funcionrios do Supremo Tribunal de Justia, das Relaes e dos Tribunais cuja rea de jurisdio abranja o distrito ou o crculo judicial, praticar os actos directamente em toda a rea de jurisdio do respectivo Tribunal (art. 162. do CPC. e art.s 21. e 22. da Lei n. 3/99, de 13.01). Porm, os actos que devam ser praticados fora da comarca so solicitados ao tribunal ou autoridade que exera a sua competncia nessa rea ou, em certos casos, comunicados directamente pelo correio aos destinatrios (art.s 176., n. 3, 252.-A, n. 1, al. b) e 245., n. 2, todos do CPC.). A transmisso de quaisquer mensagens entre servios judiciais e a expedio ou devoluo de cartas precatrias deve ser efectuada, sempre que possvel, atravs do sistema informtico, sem prejuzo do disposto no n. 5 do artigo 176. do Cdigo de Processo Civil quanto aos actos urgentes (art. 24. da Portaria). Contudo, no sendo possvel a comunicao nos moldes supra referidos e num mbito mais alargado, ou seja, a necessidade de comunicao dos actos judiciais fora do territrio nacional, h que distinguir as comunicaes dos actos judiciais da seguinte forma: a)- Dentro da rea da comarca; e b)- Fora da rea da comarca; b1)- territrio nacional; b2)- estrangeiro (UE); b3)- estrangeiro (fora UE). a) Dentro da rea da comarca Se necessrio comunicar determinados actos dentro da rea da comarca, que no possam ou no devam ser efectuados pelo correio ou atravs do sistema informtico (por exemplo, quando se mostrar mais clere a citao por contacto pessoal art. 239., n. 1), utiliza-se o mandado, nos termos do art. 176., n. 2.

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Nos casos de manifesta impossibilidade, tais como a escassez de funcionrios e a consequente acumulao de servio, que inviabilizam o cumprimento dos processos nos prazos legalmente fixados, a secretaria deve indicar o dia, atendendo sua capacidade de resposta, em que o requerente se deve apresentar a levant-la. No so aqui de admitir respostas como a de v passando ou telefonando a saber se a certido est passada, por um lado, porque a parte final do n. 1 do art. 175. o no permite, e por outro porque, assim no se procedendo, so evitados constrangimentos e at possveis procedimentos de natureza disciplinar em consequncia do disposto nos n.s 2 e 3 do mesmo normativo.

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Trata-se de um documento elaborado pelo funcionrio da secretaria competente, que o assina, embora passado em nome do juiz ou relator (art. 189.). Dele apenas constam, alm da ordem do juiz, as indicaes indispensveis ao seu cumprimento (art. 191.). b) Fora da rea da comarca Com excepo das citaes e notificaes pelo correio, que so enviadas directamente ao citando, se o acto dever ser praticado fora da comarca, solicitar-se- a sua realizao entidade competente com jurisdio na rea respectiva, atravs de: Carta precatria - quando solicitado a um tribunal ou cnsul portugus- assinada pelo juiz e deve ser cumprida no prazo mximo de 2 meses (art. 176.-n. 1, 178. e 181.-n. 1); Carta rogatria - quando solicitado a autoridade estrangeira - assinada pelo juiz, e deve ser cumprida no prazo mximo de 3 meses (art.s 176., n. 1, 178. e 181., n. 2); Ofcio - quando se solicite, apenas, informaes, envio de documentos, a realizao de actos que no exijam interveno dos servios judicirios ou a sustao do cumprimento de uma carta precatria expedida; Outros meios - na transmisso de quaisquer mensagens e na expedio ou devoluo de cartas precatrias, alm das vias postal, telefnica, rdio, telecpia e os meios telemticos (correio electrnico e outras formas de transmisso electrnica de dados). Nota: Na transmisso de quaisquer mensagens e na expedio ou evoluo de cartas precatrias podem os servios judiciais utilizar, alm da via postal, a telecpia 21e os meios telemticos. Tratando-se de actos urgentes, pode ainda ser utilizado o telegrama, a comunicao telefnica ou outro meio anlogo de telecomunicaes, mas a comunicao no escrita fica sempre documentada nos autos por meio de cota e em seguida confirmada por qualquer meio escrito, dirigido pessoa ou entidade contactada.

Relativamente aos sujeitos processuais, a comunicao telefnica est expressamente prevista no s como forma de convocao ou desconvocao para actos processuais, mas, tambm, para imediata notificao do despacho que aprecia o pedido de prorrogao do prazo para oferecimento da contestao ou de qualquer dos articulados subsequentes art.s 176., n.s 5 e 6, 486., n. 6 e 504..

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O Decreto-Lei n. 28/92, de 27/02, disciplina o regime do uso da telecpia na transmisso de documentos entre tribunais e outros servios e para a prtica de actos processuais, sem prejuzo do disposto no art. 150. do CPC relativamente data dos actos praticados por esta via.

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ACTOS ESPECIAISDISTRIBUIOA distribuio visa repartir com igualdade o servio do tribunal. atravs dela e das operaes de classificao, numerao e sorteio dos papis sujeitos a distribuio, que se designa a seco e a vara ou juzo em que o processo vai correr termos ou o juiz que vai exercer as funes de relator art.s 209., 215. e 216.. Hoje em dia todos os tribunais dispem de aplicaes informticas que procedem distribuio automtica dos papis a coberto do disposto no art. 209.-A. Esto sujeitos distribuio na 1. instncia todos actos processuais que importem comeo de causa, salvo se forem dependncia de outras j distribudas s quais sero apensadas (ex. : execues fundadas em sentena e execues por custas e multas que devam correr por apenso art. 90., n. 3, 92. e 211.). No dependem de distribuio as notificaes avulsas, as arrecadaes, os actos preparatrios, os procedimentos cautelares e quaisquer diligncias urgentes feitas antes de comear a causa ou antes da citao do ru (ex.: Produo antecipada de Prova at. 520. e 521.) art. 212.. A distribuio dos actos processuais realiza-se bidiariamente, s 9 e s 13 horas, de forma automtica e sem qualquer interveno humana. O resultado da distribuio diria divulgada por meio de pauta publicada no portal do Ministrio da Justia http://www.tribunaisnet.mj.pt/; - art. 219.. Para efeito de distribuio, os papis so classificados em funo das espcies estabelecidas no art. 222., para os tribunais de 1. instncia, acrescidas da espcie 11. criada pelo n. 2 do art. 4. do Decreto-Lei n. 108/2006, de 8 de Junho. As espcies de distribuio nos Tribunais de Relao esto previstas no art. 224. e as do Supremo Tribunal de Justia esto previstas no art. 225.. Havendo erro na distribuio procede-se nos termos previstos no art. 220., norma esta que se aplica, com as necessrias adaptaes, rectificao da distribuio, nos termos do art. 221..

CITAO E NOTIFICAODISPOSIES COMUNS O tribunal no pode resolver o conflito de interesses que a aco pressupe sem que a resoluo lhe seja pedida por uma das partes e a outra seja devidamente chamada a deduzir oposio art. 3., n. 1. Este chamamento feito por meio de citao, acto atravs do qual se d conhecimento ao ru (aqui referido no sentido lato do termo) de ter sido contra si proposta a aco, sendo admitido exercer o direito de defesa no prprio processo.TEXTOS DE APOIO PARA INGRESSO Processo Civil 32

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tambm pela via da citao que se chama ao processo, pela primeira vez, qualquer outra pessoa interessada na causa art. 228., n. 1. A citao do ru produz os seguintes efeitos: Interrompe a prescrio art. 323. do Cd. Civil; Determina a produo dos efeitos da aco proposta em relao ao ru, a partir da citao at. 267., n. 2 CPC; Faz cessar a boa f do possuidor art. 481., al. a) do CPC; Torna estveis os elementos essenciais da causa - art.s 268. e 481., al. b); Inibe o ru de propor contra o autor aco destinada apreciao da mesma questo jurdica - art. 481., al. c) do CPC; Constitui o devedor em mora art. 805. C. Civil; Determina o incio da contagem dos prazos para a defesa. Quando, aps a citao, se revele necessrio chamar algum a juzo ou dar-lhe conhecimento dum facto, utiliza-se a notificao. Podemos afirmar, em sntese, que, em cada processo, a mesma pessoa citada uma s vez e notificada tantas vezes, quantas as que se revelarem necessrias. A notificao tambm a forma de comunicao legal que serve para chamar a juzo qualquer pessoa no interessada na causa, para nela intervir acidentalmente, como o caso, por exemplo, de testemunhas e de peritos (art. 228., n. 2 ). Cumpre secretaria notificar oficiosamente as partes quando, por virtude da disposio legal, possam responder a requerimentos, oferecer provas ou, de um modo geral, exercer algum direito processual que no dependa de prazo a fixar pelo juiz nem de prvia citao n. 2 do art. 229.. Exemplos: art.s 145., n.s 5 e 6; 146., n. 2; 152., n.s 2 e 3; 181., n. 1; 188.; 242., n. 1; 258.. Tanto a citao, quanto a notificao, podem ser efectuadas no lugar em que o destinatrio se encontrar, no podendo, porm, efectuar-se dentro dos templos ou enquanto o destinatrio estiver ocupado em acto de servio pblico que no deva ser interrompido (art. 232.). No h qualquer restrio realizao de citaes e notificaes, mesmo durante as frias judiciais ou em dias em que os tribunais se encontrem encerrados (art. 143., n. 2). Os incapazes, os incertos, as pessoas colectivas, as sociedades, os patrimnios autnomos e o condomnio so citados ou notificados na pessoa dos seus legais representantes ou na pessoa de qualquer empregado; no se encontrando nenhum deles, o representante ser citado em qualquer lugar onde se encontre (art.s 231. e 237.). No entanto, e como excepo a esta regra, o ru que seja menor (art.s 9. do CPC e 67., 122., 123. e 124. do Cd. Civil) e sujeito ao poder paternal dos pais, deve ser citado nas pessoas de ambos os progenitores (art. 10., n. 3).

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DA CITAO A citao pessoal ou edital. A citao pessoal pode ser efectuada por via postal mediante entrega ao citando de carta registada com aviso de recepo, seu depsito ou certificao de recusa de recebimento nos termos do art. 237.-A ou por contacto pessoal do solicitador de execuo ou do funcionrio judicial com o citando. A citao pode ser efectuada na pessoa de terceiro, encarregue de a transmitir ao citando, ou na de mandatrio munido de procurao com poderes especiais para a receber, passada h menos de quatro anos (art. 233.). ainda possvel a citao promovida por mandatrio judicial, nos termos dos artigos 245. e 246.. A citao tem-se por efectuada na prpria pessoa do citando, mesmo que feita por via postal, e ou recebida por terceiro (art. 238. do CPC.). Para a citao por via postal registada utilizam-se os modelos de sobrescrito e de aviso de recepo aprovados pela Portaria n. 953/2003, de 9 de Setembro, publicados a pginas 5890 do D.R. 208 (rosto e verso 1) e 5891 (aviso de recepo).

Rosto do modelo para a citao via postal nos processos iniciados a partir de 15/Set/2003 art.s 236. e 237.-A, n. 1 do CPC.

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