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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Programa de Pós-graduação Educação: Currículo Revista e-curriculum ISSN: 1809-3876 http://www.pucsp.br/ecurriculum Revista e-curriculum, São Paulo v.5 n.1 Dez 2009 http://www.pucsp.br/ecurriculum TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO DAS ESCOLAS PÚBLICAS BRASILEIRAS: O PROGRAMA PROINFO INTEGRADO BIELSCHOWSKY, Carlos Eduardo. Secretario de Educação a Distância do Ministério da Educação Esplanada dos Ministérios, Bloco L , Sobreloja, Sala 100 [email protected]

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  • Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo Programa de Ps-graduao Educao: Currculo

    Revista e-curriculum ISSN: 1809-3876

    http://www.pucsp.br/ecurriculum

    Revista e-curriculum, So Paulo v.5 n.1 Dez 2009 http://www.pucsp.br/ecurriculum

    TECNOLOGIA DA INFORMAO E COMUNICAO DAS ESCOLAS PBLICAS BRASILEIRAS: O PROGRAMA PROINFO INTEGRADO

    BIELSCHOWSKY, Carlos Eduardo.

    Secretario de Educao a Distncia do Ministrio da Educao

    Esplanada dos Ministrios, Bloco L , Sobreloja, Sala 100 [email protected]

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    RESUMO

    A estratgia de implementao do Programa de Tecnologias da Informao e Comunicao (TICs) nas Escolas Pblicas Brasileiras (Proinfo Integrado) discutida luz de experincias internacionais e da experincia consolidada no Brasil na rea, enfatizando trs objetivos principais: o primeiro refere-se a oferecer letramento digital a nossos estudantes, criando uma gerao de includos digitais independente de sua classe social. A segunda trata da construo da autonomia dos estudantes no processo de ensino e aprendizagem e a terceira pretende transformar nossas salas de aula em ambientes mais dinmicos. O planejamento do Proinfo Integrado parte de uma viso sistmica da implantao de TICs nas escolas, na linha do Plano de Desenvolvimento da Educao PDE - que trata do processo educacional como um todo. Em particular, enfatiza-se o regime de parceria, envolvendo o MEC e as secretarias estaduais e municipais. Em seguida, so apresentadas as diferentes aes em curso para a implementao das TICs em nossas escolas, divididas em trs grupos: infraestrutura, capacitao, e produo de contedos digitais.

    Palavras chaves: Educao, Tecnologias da Informao e Comunicao, Escolas Brasileiras, Proinfo, Incluso Digital.

    ABSTRACT

    The strategy for implementing a program on the Information and Communication Technology (ICT) for public schools in Brazil (named "Proinfo Integrado") is discussed based on international and domestic experiences. Three main objectives are emphasized: first, to offer literacy in digital technologies to students, helping bridge the digital divide across social classes; second, to help students build skills with autonomy; and third, to transform classrooms into more dynamic environments. The planning for Proinfo Integrado starts with a systemic view of ICT tooling of schools, along the lines expressed in the Educational Development Plan (PDE) for the educational process as a whole. Particular emphasis is placed in partnerships between the Ministry of Education and State and Local Educational authorities. The plan unfolds into ongoing actions for implementing ICT school capacities at three different levels, namely: infrastructure, training, and digital content production.

    Key-words: Education, Information and Communication Technology, Brazilian School, Proinfo, Digital Divide.

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    1. INTRODUO

    As aulas e os dias na escola ficaram mais coloridos...

    Fica mais fcil a gente entender o que o professor est ensinando.

    Jussara Patrcia Rodrigues da Silva, 10 anos, aluna da

    Escola Municipal Dr. Rodolfo Aureliano Recife/PE

    O Ministrio da Educao (MEC), em parceria com os governos estaduais e municipais, promove a utilizao de Tecnologia de Informao e Comunicao (TIC) em nossas escolas por meio do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo Integrado). No tarefa simples prover nossas escolas pblicas com laboratrios de informtica, banda larga e outros elementos de infraestrutura. Essa iniciativa no suficiente para implementar uma cultura de TIC a servio do processo de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, refletir inicialmente sobre o papel das TIC nas escolas brasileiras para em seguida enunciar seus principais objetivos e, a partir deles, estabelecer um conjunto de aes que transcendam a implementao da infraestrutura fundamental para que possa implementar, de fato, uma cultura digital em nossas escolas. Muito tem se discutido a respeito de utilizao de TIC na educao, o ganho real de desempenho dos estudantes advindo dessa poltica, as estratgias que devem ser adotadas para que tais aes reflitam um avano nos processos educacionais, entre outros elementos. Essas questes so abordadas na segunda seo do presente trabalho a partir da anlise da experincia de diferentes pases com a utilizao de TIC na educao e fundamentada na histria do desenvolvimento da informtica educativa no Brasil. Com base nesta discusso, enunciamos os principais objetivos da presente etapa do Proinfo Integrado.

    O Proinfo Integrado est sendo realizado no mbito do PDE Plano Nacional de Desenvolvimento da Educao (MEC 2007), que abordamos sucintamente na terceira seo deste artigo. Em particular, o PDE enfatiza o regime de parcerias entre os entes federados, poisno possvel implementar a cultura de utilizao de TIC nas escolas pblicas brasileiras sem uma forte colaborao entre o Governo Federal e os governos Estaduais e Municipais aos quais esto vinculadas nossas escolas. O regime de colaborao pedra basal da poltica que vem sendo implementada pelo MEC.

    A clareza do conjunto de aes que devem ser executadas para atingir os objetivos e o contexto em que devem ser implementadas fundamental,por diversas razes. Em especial,

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    porque so interligadas devendo, dessa forma, serem planejadas em conjunto. Por exemplo, a capacitao dos professores precisa ser conectada estratgia pedaggica adotada no programa, s estratgias adotadas para disponibilizar contedos e quais so os elementos de infraestrutura que precisaro ser disponveis em nossas escolas. necessrio, portanto, planej-las de forma integrada.

    Esse foi o norte na elaborao e implementao das diferentes aes do Proinfo Integrado, divididas em trs grandes reas. A primeira refere-se infraestrutura das escolas, em especial a implantao dos laboratrios de informtica conectados em banda larga em cerca de 70 mil escolas pblicas, que atendem a 92% dos alunos dessas instituies, alm de outras aes, tais como o Projetor Proinfo (um projetor integrado a um computador para ser levado sala de aula) e o Projeto UCA (Um Computador por Aluno).

    A segunda diz respeito ao Programa de Capacitao de Professores no uso de Tecnologias de Informao e Comunicao na Educao, que tem no momento cerca de 320 mil professores em formao e se divide em dois tipos de oferta: cursos de especializao de 360 horas e cursos de atualizao com aperfeioamento de 180 horas.

    A terceira ao relaciona-se oferta de contedos educacionais e de ferramentas de interao e comunicao aos professores e alunos em um ambiente de convergncia de mdias, onde se inserem o Canal TV Escola, o Portal do Professor e do Aluno, o Banco Internacional de Objetos Educacionais, alm de programas que visam a produo destes contedos.

    Trata-se de um conjunto de aes complexas, com um oramento de cerca de um bilho de reais em quatro anos (2006-2010). At o primeiro semestre de 2009 cerca de R$ 750 milhes j foram investidos e o restante consta no planejamento oramentrio de 2010. As aes referidas so apresentadas de forma sucinta na quarta seo do presente trabalho. O Proinfo Integrado foi consolidado em um Decreto N 6.300, de 12 de dezembro de 2007, apresentado na quinta seo deste trabalho. Por fim, nas consideraes finais faz-se um balano do Programa Proinfo Integrado.

    Neste ensaio, procurou-se refletir sobre as principais contribuies que a utilizao de Tecnologia da Informao e Comunicao traz para nossas escolas, identificando os principais objetivos do Proinfo Integrado e relatando, de forma sucinta, as principais aes que esto sendo realizadas na direo de concretizar estes projetos. Em trabalhos futuros se abordar detalhadamente os principais componentes dessa estratgia, como por exemplo, o Programa de Capacitao de Professores e o Portal do Professor.

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    2. FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DO PROGRAMA

    Por que implementar uma cultura de TIC em nossas escolas pblicas? Grifamos nossas, para destacar o fato de que so escolas pblicas, portanto, patrimnio da sociedade, com as mais diversas configuraes, que vo desde a dimenso (pequenas, mdias, grandes), da localizao (cidade, campo, floresta, reas ribeirinhas, serto, etc.), at o que substantivo a pluralidade de seus educandos, de matizes culturais diversas, oriundos, melhor dito, cidados de grandes centros urbanos, de reas quilombolas, territrios indgenas entre outros. Perceber a realidade do Brasil, pas continental, heterogneo e assimtrico no trivial. No obstante, imprescindvel para estabelecer um programa que possa, efetivamente, contribuir para a melhoria da qualidade da nossa educao.

    Identificar os principais propsitos da utilizao de TICs na educao e os elementos necessrios para sua implementao fundamental pelos motivos j expostos na introduo. Na elaborao do Proinfo Integrado foram consultados professores dos Ncleos de Tecnologia Educacional (NTE) e de universidades que vm se dedicando, ao longo de trs dcadas, ao desenvolvimento e disseminao da cultura em TIC nos sistemas pblicos de ensino. O Proinfo Integrado parte dessa cultura e prtica, valorizando e ampliando sua abrangncia. Alm disto, foi agregado um outro conjunto de aes visando contemplar, de forma integrada, os diferentes elementos necessrios difcil tarefa de implementar uma cultura de TIC a servio do processo de inovao educacional nas escolas.

    Identificamos dois grandes objetivos do Proinfo Integrado que discutiremos separadamente. O primeiro trata da tarefa de oferecer letramento digital aos nossos alunos e o segundo da utilizao de TICs para aprimorar o processo de ensino e aprendizagem de nossas escolas.

    2.1 Oferecer letramento digital para nossos alunos:

    Nossas escolas pblicas so frequentadas por uma percentagem significativa de crianas que usualmente no tm acesso aos recursos de informtica. Esta afirmao, que intuitiva, pode ser constatada por meio quarta Pesquisa Sobre Uso das Tecnologias da Informao e da Comunicao no Brasil - TIC Domiclios 2008 do Comit Gestor de Internet no Brasil (CGI-Br) realizada pelo Ncleo de Informao e Coordenao do Ponto BR -NIC.br (2009). Este trabalho faz um importante mapa da utilizao de TIC pela sociedade Brasileira

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    mostra avanos significativos, como por exemplo, o nmero de lares brasileiros com computadores que passou de 17% em 2005 para 24% em 2007. importante ressaltar o crescimento acentuado entre famlias que recebem de 2 a 5 salrios mnimos conforme mostra a figura 1.

    Ainda assim, lamentavelmente, persiste um significativo desnvel de acesso entre as diferentes classes sociais, conforme mostra a figura abaixo. Em particular, apenas 4% dos domiclios brasileiros possuem computador em suas residncias.

    Quadro 1: Percentagem de domiclios brasileiros com computador, por renda familiar.

    Fonte: Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informao e da Comunicao, NIC-Br (2009, pgina 78). Este trabalho levantou ainda o acesso internet nos domiclios brasileiros em 2007, divididos por renda familiar, regio do pas e estrato social, apresentados na tabela 1. Em particular a tabela mostra que, em 2007, apenas 17% dos domiclios brasileiros tinham acesso internet.

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    0 10 20 30 40 50 60 70

    200520062007

    Percentual sobre o total de domicliosPercentage over the total number of households

    Grfico 9 - PROPORO DE DOMICLIOS COM COMPUTADOR, por renda familiar (%)

    >> PROPORCION OF HOUSEHOLDS WITH COMPUTER, by family income (%)

    Total

    3 - 5 Salrios Mnimos 3 -5 Minimum Wage

    2 - 3 Salrios Mnimos 2 -3 Minimum Wage

    1 - 2 Salrios Mnimos 1 - 2 Minimum Wage

    At 1 Salrio Mnimo Up to 1 Minimum Wage

    5 Salrios Mnimos ou mais 5 Minimum Wage or more

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    Quadro 2: Proporo de domiclios com acesso internet.

    A4 - PROPORO DE DOMICLIOS COM ACESSO INTERNET PROPORCION OF HOUSEHOLDS WITH INTERNET ACESS Percentual sobre o total de domiclios Percentage over the total number of households

    Percentual (%) Percentage (%)

    Sim Yes

    No No

    TOTAL 17 83

    REGIES DO PAS REGION

    Sudeste Southeast

    22 78

    Nordeste Northeast

    7 92

    Sul South

    25 78

    Norte North

    5 95

    Centro-Oeste Center West

    16 84

    RENDA FAMILIAR INCOME

    < R$ 380,00 1 98

    R$ 381,00 - R$ 760,00 4 95

    R$ 761,00 - R$ 1.140,00 15 85

    R$ 1.141,00 - R$ 1.900,00 28 72

    R$ 1.901,00 - R$ 3.800,00 54 46

    R$ 3.801,00 + 66 34

    CLASSE SOCIAL SOCIAL CLASS

    A 82 18

    B 50 50

    C 16 84

    DE 2 98

    Considerado somente o acesso Internet via computador de mesa (desktop) ou computador porttil (laptop e notebook).

    Considering only Internet acess via desktop or portable computers (laptop and notebooks). Base: 17.000 municpios entrevistados na rea urbana. Base: 17.000 interviewed households in urban area.

    Fonte: Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informao e da Comunicao (2009, pgina 138).

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    O Brasil tem avanado na implementao do acesso internet, mas ainda encontra-se em patamar distante dos pases desenvolvidos, conforme demonstrado por meio do nvel de acesso medido pelo ICT Develpment ndex da International Tellecomunication Unio (ITU 2009), em especial o IDI Use, que expressa trs componentes, a percentagem do nmero de usurios, o nmero de subscries de banda fixa e de banda mvel. O Brasil apresentou em 2002 um ndice 0.33 quando ocupava a posio 58 entre os 154 pases medidos, passando 1.41 em 2007 onde ocupava a posio 51. Apesar da elevao do ndice, a distncia que ainda separa a realidade brasileira dos pases desenvolvidos significativa. Posto que, Japo, Holanda, Estados Unidos, Canad e Frana apresentaram, em 2007, respectivamente os ndices de 5.41, 5.11, 4.32, 4.01 e 3.99.

    A distncia entre o acesso no Brasil e os pases desenvolvidos, expressa pelo IDI Use (ITU 2009), agravada pela m distribuio de acesso entre as classes sociais expressos na tabela acima. A tabela Y mostra que lamentavelmente, o acesso internet em domiclios brasileiros est concentrada nas camadas A e B da sociedade brasileira, com 82% e 50% respectivamente, algum acesso da camada D, de 16% e praticamente nenhum acesso para as camadas D e E, com apenas 2%, mostrando um quadro inequvoco de excluso digital. Uma interessante anlise deste problema encontrada nos trabalhos de Waiselfisz (2007).

    Vrios autores correlacionam desenvolvimento cognitivo com utilizao de forma equilibrada de TIC. Por exemplo, Greennfield (2009) aponta que o contnuo crescimento do QI (Quociente de Inteligncia) no ltimo sculo, conhecido como efeito Flynn (J. R. FLYNN, Raven Standard Progressive Matrices: testes de QI no verbal que fornecem uma medida de inteligncia visual), relaciona-se, dentre outros fatores, com a utilizao da tecnologia de uma maneira geral, e com a utilizao de TIC em particular. Alm da questo do desenvolvimento cognitivo, a excluso digital implica em certa incapacidade de enfrentar os desafios da sociedade da informao. Isso resulta, por exemplo, em perda de competitividade para acesso ao mundo do trabalho. Por conta disto, pessoas sem familiaridade com TIC so denominadas de analfabetas digitais. A escola pblica brasileira pode e deve contribuir para vencer essa nefasta excluso digital que atinge principalmente os mais pobres. Permitir que nossas crianas realizem atividades pedaggicas em laboratrios de informtica conectados em rede convertendo-os em espaos pedaggicos, desde o incio da idade escolar, alm de uma gama de outros recursos educacionais que possibilitam a famialiarizao com esta tecnologia e a utilizao cotidiana, no apenas nas escolas como tambm em outros espaos, tais como a internet comunitria.

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    Oferecer letramento digital e uma imerso na cultura digital aos alunos das escolas pblicas significa prover nossas crianas e jovens de condies mnimas garantia de ampliao de suas oportunidades e reduo da distncia entre as oriundas de famlias economicamente mais favorecidas e aquelas originrias de uma camada social menos favorecida. A partir destas consideraes, podemos enunciar como um primeiro objetivo principal do Proinfo Integrado: oferecer letramento digital e uma imerso na cultura digital aos alunos das escolas pblicas.

    2.2 Avanos no processo de ensino e aprendizagem com as TICs

    Para alm da questo do letramento digital, espera-se que o uso de TICs permita avanos concretos no processo de ensino e aprendizagem. A pergunta : como estabelecer uma poltica para a rea que conduza, de fato, uma melhoria e inovao dos processos educacionais? O assunto objeto de intensa discusso na literatura.

    Nem sempre a questo tem sido tratada com o foco na utilizao das TICs em processos educacionais. Por exemplo, em recente trabalho, Dwyer et al (2007) utilizando resultados do Sistema Nacional de Avaliao da Educao Bsica (SAEB) mostraram uma correlao negativa no desempenho dos alunos que utilizam intensamente TIC em comparao com os demais. O trabalho mostra ainda uma ligeira correlao positiva daqueles que utilizam informtica medianamente em relao aos que no a utilizam. Trata-se de estudo interessante visando comparar a utilizao de TICs separada por classes sociais, mas no a correlaciona com atividades educacionais. Ou seja, os autores no comparam os resultados do desempenho escolar especificamente com utilizao de TICs pelos professores e alunos nas suas disciplinas. Nesse contexto, o trabalho serve principalmente para lanar um importante alerta sobre crianas que ficam ligadas na internet em demasia e, eventualmente, no apresentam a necessria concentrao em seus estudos especficos.

    Esta constatao de que uma utilizao exagerada de TICs na vida cotidiana dos jovens pode no ser positiva encontra eco em outros autores. Por exemplo, Greenfield (2009) aponta que embora exista uma correlao positiva entre a utilizao de tecnologia e desenvolvimento cognitivo mostra, por outro lado, que no se deve desequilibar seu uso: O desenvolvimento da mente humana ainda precisa de uma dieta de mdia balanceada, que no utilize apenas recursos virtuais mas que tambm permita um amplo tempo para a leitura e para outras experincias que conduzam a importantes qualidades da mente .

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    Ainda assim, persistem pesquisadores contrrios ao uso do computador no ensino fundamental como Setzer (1988), ou com uma viso crtica de sua aplicao em escala Sorj e Remold (2003). Em dezembro de 2008, o pesquisador Setzer foi entrevistado no Programa Roda Viva, da TV Cultura, quando defendeu que o uso de meios eletrnicos na educao, como a TV, o computador e a internet, prejudicam a imaginao de crianas e jovens. Em sua opinio, os computadores so mquinas que simulam pensamentos restritos e essa relao no benfica para uma criana. Para ele, a educao precisa ser humanizada e no informatizada.

    A questo de como implementar uma poltica de TIC a servio da melhoria do processo educacional enfatizada por diferentes autores, lanando um importante alerta de que no basta implementar uma infraestrutura para alcanar consequncias positivas no processo de ensino e aprendizagem. Por exemplo, Coll (2009) mostra a defasagem entre as expectativas geradas na implementao destes programas e a realidade observada nos processos educacionais que no podem ser atribudas unicamente a problemas de acesso.

    Para aprofundar a discusso dessa questo, importante analisar o impacto do uso de TICs no desempenho escolar com suas vrias componentes, entre elas o desenvolvimento da autonomia e criatividade dos estudantes. Uma forma de fazer isto correlacionar o desempenho dos alunos em exames nacionais com a utilizao de TICs especificamente em processos educacionais.

    Os melhores trabalhos que encontramos nessa linha foram realizados na Inglaterra. o caso de um cuidadoso estudo que levou o nome de ImpaCT2 realizado por Harrison et al (2002), onde o desempenho dos estudantes nos exames nacionais em diferentes sries foi correlacionado com o uso das TICs em processos acadmicos, principalmente nas reas de ingls, matemtica e cincia. Este trabalho mostra inequvoca correlao positiva em algumas reas, como o ensino da lngua materna e conclui: As TICs mostraram serem associadas positivamente melhoria da aprendizagem em diferentes reas. A contribuio foi estatisticamente significativa, embora no grande. Em nenhuma rea pesquisada onde foram feitas comparaes nos resultados dos estudantes nos testes nacionais, grupos com pouca utilizao de TICs obtiveram vantagens.

    Outros estudos se seguiram no Reino Unido e apontaram na mesma direo. Em particular, entre 2002 e 2006 foi realizado um grande investimento na aplicao de TICs em 30 escolas (22 escolas primrias e cinco secundrias) de trs regies economicamente desfavorveis. Este projeto foi acompanhado de avaliaes quantitativas, como a comparao

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    do desempenho dos estudantes nos testes nacionais das 30 escolas do projeto com demais escolas do Reino Unido, alm de utilizar outras estratgias de avaliao, tais como visitas s escolas, atravs da observao das aulas, entrevistas com gestores, professores, alunos e anlise documental.

    O relatrio final deste projeto Underewood, J. et al. (2007) mostra avanos inequvocos no processo de ensino e aprendizagem destas 30 escolas quando comparadas com outras da mesma categoria. A comparao do desempenho nos testes nacionais, dessas escolas com as demais, foi expressa no relatrio pela seguinte afirmativa: a melhoria nos testes nacionais destas escolas ficou acima da expectativa. Alm disso, as avaliaes qualitativas mostraram um crescimento promissor na importncia de resolver problemas com o computador e o crescimento de outras formas de aprendizagem ativa, como a discusso em grupos entre outros aspectos positivos.

    Outro interessante e extenso trabalho na linha de analisar desempenho escolar por meio de exames foi realizado pelo Program for International Student Acessment pela OCED - Organizao de Cooperao Econmica - (PISA 2006) baseado em questionrios relacionado com a utilizao de TIC quando da aplicao do exame, em 2003, em vrios pases. Foram analisados diferentes aspectos do tema, tais como estudos comparativos do acesso dos estudantes a computadores em casa e nas escolas, atitudes dos estudantes com a tecnologia e correlao entre o desempenho dos estudantes nos testes e a intensidade e o tipo de uso dos computadores em casa e na escola.

    Os estudos mostraram uma inequvoca correlao positiva entre utilizao de TIC e o desempenho dos estudantes nos testes. Um exemplo a correlao entre o desempenho dos estudantes no teste de matemtica e o nmero de anos em que eles utilizam computadores. Os resultados mostram, para 32 pases analisados, uma relao significativa entre tempo de familiaridade de uso e o desempenho no teste. Os estudantes que utilizam computadores h menos de um ano apresentaram uma mdia de 34 pontos inferior queles que utilizam h mais de um ano e h menos de trs anos, 56 pontos inferior a estudantes que utilizam computadores a mais de trs e a menos de cinco anos e 64 pontos inferior aos que utilizam h mais de cinco anos. A suspeita de que estes resultados poderiam refletir uma questo socioeconmica foi abordada e trabalhada nos dados com a seguinte concluso: Os resultados mostram que a diferena positiva de performance nos testes com o tempo de utilizao de TIC se mantm mesmo levando-se em considerao os fatores socioeconmicos.

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    Uma anlise do resultado do desempenho dos estudantes Brasileiros nos testes de matemtica no SAEB (Sistema de Avaliao da Educao Bsica) de 1999, 2001 e 2003 mostra que (BIONDI e FELCIO , 2007) a utilizao de computadores em processos educacionais resulta em uma correlao positiva de desempenho dos estudantes nos testes, e tambm por alunos de escolas conectadas internet. preocupante, entretanto, a ligao negativa obtida neste estudo entre o desempenho dos estudantes e a existncia de laboratrios de informtica em escolas sem conexo de internet que interpretada no estudo de Biondi e Felcio como devido uma m utilizao destes laboratrios, especialmente por alocar equivocadamente o tempo dos estudantes. Ainda so relativamente poucos os trabalhos que medem o impacto da utilizao de TIC por meio do desempenho dos estudantes em exames, em parte devido a questes conceituais envolvidas nestas correlaes. No interessante trabalho e-learning Nordic (2006), realizado para avaliar o impacto da utilizao de TIC em processos educacionais nos pases nrdicos, a questo metodolgica discutida, tendo-se optado conscientemente em no medir o impacto diretamente pelos testes, mas atravs de questionrios e entrevistas qualitativas a grupos distintos. O argumento principal que no trivial separar os diferentes fatores inter-relacionados, presentes nos resultados finais dos alunos nestes testes nacionais, para que se possa isolar apenas o fator TIC dos demais. Por outro lado, questionrios e entrevistas especficas permitem focar a questo do uso das TICs na educao envolvendo as diferentes e complexas situaes dirias das salas de aula.

    Nessa linha, encontramos um grande nmero de estudos de impacto realizados por diferentes pases. O estudo do e-learning Nordic 2006, que abrange a Finlndia, Sucia, Noruega e Dinamarca, partiu de trs questes motivadoras: Se os alunos aprendem melhor com o uso de TIC; Se foram criados novos mtodos de ensino;Se a colaborao entre a escola e o ambiente familiar do estudante melhorou com o uso de TIC. A concluso geral que TCI apresenta, de uma maneira geral, um impacto positivo melhorando a aprendizagem dos estudantes, mas que esse impacto depende criticamente do tipo de uso pedaggico. O uso de TIC contribui para o engajamento dos estudantes e o desenvolvimento de sua criatividade, especialmente se no for utilizado apenas para uma aprendizagem passiva, mas quando os professores solicitam um determinado produto. Tambm ressalta que, de uma maneira geral, os professores utilizam TIC de forma tradicional, para reforar a aprendizagem passiva de contedos, ou seja, o uso de TIC ainda no revolucionou o mtodo de ensino e aprendizagem.

    Este estudo foca, repetidamente, a questo da diferenciao dos estudantes no processo de ensino e aprendizagem, mostrando que a maioria dos professores consultados consideram

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    TIC uma ferramenta importante para alcanar a diferenciao dos estudantes no processo de ensino e aprendizagem, como mostra um exemplo descrito naquele trabalho: Um estudante que tenha problemas em entender um tema particularmente difcil, por exemplo, em biologia, poder encontrar material na internet que explique o tema em diferentes mdias e formas de abordar o tema, permitindo ao estudante encontrar uma forma particular que lhe conduza compreenso.

    Uma reviso de um conjunto de 17 estudos do impacto da TIC em pases europeus pode ser encontrada no ICT Impact Report (BALANSKAT et al , 2006). Os trabalhos pautados em resultados mais quantitativos demonstram que para estudantes do ensino primrio (sries iniciais), a TIC impacta positivamente especialmente no estudo da lngua materna e em cincias. Para crianas entre 7 e 16 anos, o impacto positivo, principalmente, para o estudo da lngua materna, cincias, desenho e tecnologia. Os estudos qualitativos apontam que os professores europeus consideram que os alunos so mais motivados e atentos quando utilizam computadores com internet nas salas de aula, que o uso de TIC permite uma maior diferenciao entre os estudantes, com programas mais adaptados para as suas necessidades individuais. Apontam tambm que os estudantes assumem uma maior responsabilidade no seu processo de aprendizagem com o uso de TIC, trabalhando de forma mais independentemente e eficiente. Estas consideraes so reafirmadas no recente trabalho da Comisso de Comunidades Europias (CEC 2008), que aponta um aumento dramtico de uso em escolas de ensino bsico desde o ano de 2000, de uma maneira geral com efeito positivo, tendo os professores adquirido crescente familiaridade com computadores. Mas tambm chama a ateno de que, embora TIC permita introduzir novas estratgias pedaggicas, a maioria dos professores no a utiliza com essa perspectiva.

    Concluindo essa rpida anlise de parte dos estudos que tratam do impacto de TIC, no processo de ensino e aprendizagem, citamos uma das concluses do e-learning Nordic (2006): O estudo mostra que muitos professores ainda no utilizam TIC para introduzir novos mtodos de ensino nos quais os alunos so produtores ativos de conhecimento. A maioria ainda utiliza TIC em um contexto de mtodos de ensino tradicionais, onde os alunos so mais consumidores passivos e receptores de conhecimento. Poder-se-ia fazer mais para engajar os estudantes na produo e cooperao sendo que este estudo mostra que, nessas condies, o uso de TIC apresenta um maior impacto em termos de motivao, engajamento e criatividade dos estudantes.

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    Um importante aspecto que emerge desses e de outros trabalhos, que estudam o impacto de TIC em escolas de educao bsica, ressaltar a necessria reflexo sobre qual a adequada cultura de informtica que deveramos fortalecer em nossas escolas para promover a melhoria de qualidade dos processos educativos.

    O Brasil j possui um caminho percorrido na rea conforme mostra o recente trabalho de Maria Elizabeth de Almeida (ALMEIDA,2008). Os primeiros passos dessa caminhada se iniciaram na dcada de 1970, mas com o projeto Educom Educao com Computador, que comea a ser criada uma cultura nacional no uso das TIC para educao, implementado entre 1984 e 1989 em cinco universidades (UFPE UFMG UFRJ UFRGS e UNICAMP), conforme documentado por Andrade e Lima (1993). O Educom foi decisivo para iniciar a cultura de informatizao da educao brasileira a partir do desenvolvimento da pesquisa multidisciplinar e formao de recursos humanos realizadas nessas universidades. Entre outras coisas, o Educom, que fomentou o uso do computador como ferramenta para provocar mudanas pedaggicas orientadas por estratgias que sejam facilitadoras do processo de aprendizagem, dentre as quais a estratgia de desenvolvimento de projetos, que contribuiu para a implementao de Centros de Informtica de Educao de 1 e 2 graus CIEd, em parceria com secretarias estaduais de educao.

    Visando fomentar o funcionamento destes centros, o MEC implementou o projeto Formar, em 1987, oferecendo cursos de especializao de 360 horas. Em 1989, o MEC instituiu o Programa Nacional de Informtica Educativa Proninfe , com destaque para a capacitao de professores, tcnicos e pesquisadores para o uso e gesto da tecnologia educacional mediante cursos de especializao lato sensu em informtica na educao, em nvel de ps-graduao. Nessa etapa, ocorreu o incio da consolidao dos Ncleos de Tecnologia Educacional (NTE), com a migrao dos CIEd e a criao de outros NTEs.

    Embora ainda sem apresentar uma escala compatvel com o tamanho do pas, a consolidao de uma pedagogia de projetos vinculada ao cotidiano escolar e a capacitao de vrias centenas de professores dos NTE foi um marco importante na rea, como abordado por inmeros autores (ANDRADE, 2000, 2003; ALMEIDA, 1996, 2000, 2002; ALMEIDA & FONSECA JNIOR, 1999, 2000; VALENTE, 1999; PRADO & VALENTE, 2003; FAGUNDES et al, 2006). Destaca-se desse perodo o trabalho de alguns pesquisadores brasileiros e suas equipes.

    Centrado no Laboratrio de Estudos Cognitivos LEC, vinculado ao Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande Sul, a professora Lea Fagundes, j em

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    1981, investigava os esquemas cognitivos mobilizados e criados pelas crianas da escola pblica enquanto estavam construindo procedimentos em linguagem Logo (FAGUNDEs in ANDRADE, 1993). Desde ento vem ampliando seu leque de interesses casando a formao de pesquisadores das universidades com o desenvolvimento de projetos em nossas escolas pblicas. Para ela:

    Fazer um projeto de aprendizagem significa desenvolver atividades de investigao sobre uma questo que nos incomoda, desperta nossa ateno, excita nossa curiosidade. Isto pode se realizar de maneira individual ou em pequenos grupos de trabalho. (FAGUNDES, 2006)

    Jos Valente, docente da Unicamp e tambm colaborador da Pontcia Universidade Catlica de So Paulo (PUC/SP) no Programa de Ps-graduao em Educao, nfase em currculo, outro pioneiro na rea que influenciou o fazer Proinfo de forma muito pragmtica. Tendo sido coordenador do Ncleo de Informtica Aplicada Educao Nied, da Universidade Estadual de Campinas, considera que

    (...) a soluo para uma educao que prioriza a compreenso o uso de objetos e atividades estimulantes para que o aluno possa estar envolvido no que faz. Tais alunos e objetos devem ser ricos em oportunidades, que permitam ao aluno explor-las e, ainda, possibilitar aberturas para o professor desafiar o aluno e, com isto, incrementar a qualidade da interao com o que est sendo feito. Uma soluo que tem sido bastante explorada atualmente a educao por meio de projetos educacionais. (VALENTE, 1996)

    A pedagogia de projetos, hoje largamente utilizada especialmente em pases europeus, foi pioneiramente introduzida no Brasil no Proinfo pedra fundamental deste programa. Trata-se, por exemplo, de permitir aos alunos a realizao de trabalhos de pesquisa nos laboratrios de informtica, alcanando o mundo atravs da internet em um contexto pedaggico no qual a participao dos professores fundamental, pois so os orientadores no percurso. A possibilidade de utilizar objetos educacionais interativos no desenvolvimento de processos cognitivos tambm merece destaque, especialmente para crianas mais novas.

    A busca da autonomia no processo de aprendizagem elemento fundamental para a construo de um conhecimento significativo e no a mera memorizao de contedos estanques e segmentados. A utilizao de TICs em nossas escolas pode contribuir significativamente com essa meta, embora no substitua outros elementos importantes de que ainda carecemos, como laboratrios de cincia, por exemplo.

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    De fato, visitas a diversas escolas pblicas que dispe de laboratrios mostram que os professores comeam a utilizar intensamente esse recurso, solicitando aos alunos pesquisas na internet sobre temas especficos abordados nas aulas bem como o uso de ferramentas para a produo de conhecimento e interao, como o caso dos blog, webquest e podcast, por exemplo. Os estudantes demonstram entusiasmo pelo tempo que passam nos laboratrios de informtica, sob orientao dos professores. Os professores, por sua vez, esto progressivamente perdendo o medo deste recurso e tornam-se entusiastas desse novo mtodo pedaggico que oferece maior autonomia aos estudantes.

    A partir destas consideraes podemos resumir o segundo objetivo principal do Proinfo Integrado: Objetivo 2: Desenvolver nos estudantes uma maior autonomia e participao ativa no processo de ensino e aprendizagem por meio de uma pedagogia de projetos.

    Alm de prover uma pedagogia de pesquisa e de projetos, oferecendo aos alunos a possibilidade de um desenvolvimento mais autnomo, outra importante funo das TICs oferecer contedos educacionais que transcendam o livro didtico e ferramentas que permitam uma sala de aula mais dinmica.

    Para tal, os professores de uma maneira geral utilizam o laboratrio de informtica. Em nosso entendimento, essa uma funo que deveria ser levada para dentro da sala de aula. De fato, em pases com maiores recursos financeiros, a lousa eletrnica tem sido um importante meio para permitir aos professores a utilizao de material multimiditico em suas salas de aula, liberando os laboratrios para atividades de pesquisa dos alunos. A utilizao da lousa eletrnica em pases europeus tem sido considerada como um importante instrumento na utilizao de TICs nos processos acadmicos.

    Produzir contedos digitais, disponibiliz-los por meio de um portal, capacitar os professores em sua utilizao e encontrar uma soluo para que os professores possam levar

    esses contedos para a sala de aula tarefa complexa. No obstante, desafio a ser enfrentado.

    Essa importante funo de TIC tem sido amplamente utilizada no Brasil com o projeto TV Escola, disponibilizando antenas, televisores e aparelhos de DVD e contedos para milhares de escolas pblicas brasileiras. Importante evoluo desse conceito foi alcanada com a recente experincia do Governo do Paran, a que deu o nome de TV Pendrive: a implementao de TVs com porta USB nas salas de aula. Ainda mais recentemente, o MEC criou o Projetor Proinfo, que um dispositivo que agrega um projetor e um computador desenhado especialmente para esta finalidade.

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    Prover aes que viabilizem uma sala de aula mais envolvente, que desperte a curiosidade do estudante, um outro objetivo principal do Proinfo Integrado:

    Objetivo 3: Tornar a sala de aula mais atraente por meio da utilizao de material multimiditico.

    2.3 Pressupostos bsicos da construo do Proinfo integrado

    A partir destas consideraes, pode-se resumir como objetivos principais do Proinfo Integrado:

    i. a escola um bom lugar para familiarizar os alunos com as TIC tendo, como consequncia, a reduo gradual da excluso digital no Brasil.

    ii. os laboratrios de informtica so bons lugares para desenvolver uma pedagogia de projetos, tornando a escola mais atraente e, ao mesmo tempo, desenvolvendo nos estudantes uma maior autonomia.

    iii. os elementos multimiditicos utilizados em sala de aula tornam esse ambiente mais atraentes para desenvolver a curiosidade dos estudantes na busca do conhecimento.

    3. O CONTEXTO EM QUE O PROINFO INTEGRADO VEM SENDO IMPLEMENTADO:

    Antes de descrever as diferentes aes em andamento para alcanar os objetivos acima mencionados convm situar o contexto em que este projeto est sendo realizado:

    O Proinfo Integrado vem sendo desenvolvido, no mbito do PDE - Plano de Desenvolvimento da Educao (Brasil, MEC, 2007). O PDE lana uma viso sistmica sobre o processo educacional, reconhecendo por um lado a diversidade de fatores que influenciam o desempenho escolar e, por outro, a interconexo entre os diferentes nveis de ensino e a necessidade de uma forte colaborao entre os governos Federal, Estadual e Municipal para vencer o enorme desafio de melhorar a escola pblica brasileira.

    Pensar globalmente no algo novo na educao brasileira. Em 1932, o Manifesto dos Pioneiros da Educao Nova (HISTEBR, 2006) j expressava a necessidade de uma viso conectada e global dos diferentes processos educacionais. Entretanto, pensar globalmente e

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    efetivamente agir localmente uma novidade expressa no PDE que apresenta um grande nmero de aes que vm sendo paulatinamente colocadas em prtica.

    correto o pensamento de que no possvel melhorar nossas escolas sem uma efetiva melhoria na qualidade de sua gesto, tarefa ligada implementao de uma gesto democrtica com a participao da comunidade escolar e da capacitao de seus diretores, entre outros importantes elementos. Se por um lado no podemos pensar em melhoria de nossas escolas sem a melhoria de sua gesto, por outro, no correto considerar este como um nico elemento principal.

    Da mesma forma adequado considerar a capacitao dos professores como essencial para a melhoria da escola pblica, para tal foi criado o Plano Nacional de Formao de Professores envolvendo em regime de parcerias cerca de 90 Instituies de Ensino Superior Pblicas e est oferecendo cursos de formao inicial e continuada em todo o territrio nacional. Por outro lado, esta ao realizada isoladamente no permitir uma efetiva melhoria no ensino.

    Esses exemplos mostram que essencial considerar, de forma integrada, o conjunto de elementos vitais para uma boa prtica escolar, tais como as j mencionadas questes referentes gesto e formao de professores, e outras como a valorizao dos profissionais da educao, a questo da avaliao e o provimento de uma adequada infraestrutura em nossas escolas. A partir da anlise de boas prticas das escolas pblicas foi possvel estabelecer um conjunto de elementos desejveis para uma boa prtica escolar, tendo sido esse o mecanismo utilizado na construo do PAR Plano de Aes Articuladas, que atualmente utilizado na parceria do MEC com estados e municpios.

    Da mesma forma que no possvel isolar um determinado elemento impactante na prtica escolar dos demais, no possvel isolar um determinado nvel de educao dos demais. Por exemplo, uma boa prtica nas sries iniciais do ensino infantil depende de profissionais bem formados no ensino superior. Um outro exemplo dessa interconexo entre os diferentes nveis de ensino a recente discusso sobre o novo Enem que visa substituir o tradicional vestibular que historicamente vem, por sua vez, pautando o ensino mdio com um excesso de contedos e levando os alunos prtica de decorar em detrimento da compreenso dos fenmenos. Essa interrelao entre os diferentes nveis de ensino foi considerada na formulao do PDE e na formulao dos diferentes projetos que o compe.

    A questo do regime de parceria entre os entes federativos outro componente fundamental do PDE. No conseguiremos melhorar nossas escolas sem um forte regime de

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    colaborao entre os entes federativos, uma vez que a gesto das escolas pblicas est constitucionalmente sob a guarda das redes municipais e estaduais e outra parte das aes que impactam nas escolas provm de projetos do governo federal, como por exemplo, o Programa Nacional do Livro Didtico. Esta viso global sobre o processo educacional expressa no PDE se materializa em uma poltica pblica que comporta aes de significativas dimenses onde o sistema Universidade Aberta do Brasil e o Proinfo Integrado so exemplos.

    Na lgica do PDE onde se procura lanar um olhar global sobre o processo educacional pautado em um regime de parcerias e desdobrando-se em aes localizadas, o Proinfo Integrado busca uma viso ampla sobre a questo da utilizao de TICs em nossas escolas, desdobrando-se em um conjunto de aes realizadas em um regime de parceria.

    4. AS AES DO PROINFO INTEGRADO:

    Para o alcance dos objetivos principais descritos na segunda seo do presente trabalho, foi elaborado e encontra-se em desenvolvimento um conjunto de aes integradas na implementao de uma cultura digital na escola pblica, divididas em trs grandes reas:

    i. Infraestrutura

    ii. Capacitao

    iii. Contedos digitais, interao, comunicao e comunidades virtuais.

    Importa ressaltar, uma vez mais, a importncia da integrao das diferentes aes no apenas na sua elaborao, mas tambm, em sua execuo. No que tange a gesto desses programas na Secretaria de Educao a Distncia do MEC, integramos ao mximo as duas diretorias que cuidam da rea, a Diretoria de Infraestrutura em Tecnologia Educacional - DITEC e a Diretoria de Produo de Contedos e Formao em EAD DPCAD.

    Outro aspecto essencial que s possvel avanar neste complexo problema em um regime de estreita parceria entre os governos Federal, Estadual e Municipal.

    Cabe ainda destacar a contribuio de um grupo de instituies interessadas em apoiar o uso de TICs em nossas escolas, composto atualmente pelas Fundaes Bradesco, Vivo, Oi Futuro, Claro, Educarede, OEI, Cezar, Unesco, Instituto Algar e empresas como a Intel, Corel, Cisco, Adobe, Microsoft, entre outras. Esse grupo rene-se com certa freqncia, sendo

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    as colaboraes, em consonncia com o projeto bsico do Proinfo Integrado, divididas em quatro linhas principais: Capacitao, contedo, inovaes tecnolgicas e ferramentas de interao.

    Descreve-se a seguir, de forma sucinta, cada uma das linhas de ao. Ademais, sero apresentadas, de forma mais detalhada, em trabalhos futuros.

    3.1 Infraestrutura

    Na dimenso da infraestrutura, o Proinfo Integrado estabelece como meta principal dotar todas as nossas escolas pblicas urbanas e rurais com laboratrios de informtica conectados em rede. Nessa etapa, sero atendidas 70 mil escolas at 2010, representando 93% dos alunos das escolas pblicas.

    O quadro 3 mostra a evoluo da aquisio dos laboratrios de informtica para a escola pblica. O nmero de laboratrios maior que o nmero de instituies, pois h inteno de estimular que escolas maiores tenham mais laboratrios, desde que comprovem sua utilizao. Todas as escolas urbanas de ensino mdio e boa parte das maiores escolas de ensino rural j se encontram equipadas com laboratrios.

    Substitumos ainda os laboratrios mais antigos, fazendo com que os professores e tcnicos dos Ncleos de Tecnologia Educacionais dos Estados NTE e Ncleos de Tecnologia Educacionais Municipais NTM dediquem-se menos a questes de infraestrutura e mais a questes referentes capacitao.

    Quadro 3: Aquisio de laboratrios para as escolas urbanas e rurais no Brasil pelo MEC.

    562

    1204

    9475

    1125

    0

    3750

    1900

    0

    8750

    1500

    0

    2000

    0

    0

    2000

    4000

    6000

    8000

    10000

    12000

    14000

    16000

    18000

    20000

    2004 2005 2006 2007 2008 2009

    Evoluo aquisies ProInfo

    Urbano Rural

    Fonte: MEC/SEED.

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    O Programa Banda Larga nas Escolas prev a conexo em rede ADSL pelas operadoras de telefonia fixa totalidade das escolas urbanas e veio resolver um dos principais problemas do Proinfo Integrado. No momento a banda acordada de 1 Mb para download, devendo ser atualizada at o final de 2010 para a melhor banda ADSL que existir na regio de localizao da escola sendo, no mnimo, de 2 Mb. At outubro de 2009 j haviam sido atendidas 32.823 escolas, representando 41% do total; at dezembro de 2010, todas as escolas urbanas estaro conectadas. Alm disto, o programa GSAC (Governo Eletrnico - Servio de Atendimento ao Cidado), conectou 4.627 escolas, na maioria escolas rurais.

    A situao atual do programa Banda Larga nas Escolas apresentada no quadro 4, sendo a primeira coluna em cada estado referente ao percentual de escolas conectadas e a segunda ao percentual de alunos que estudam em escolas urbanas nestes estados.

    Quadro 4: Percentual de conexo das escolas pblicas de ensino bsico urbanas no Brasil pelo programa banda larga nas escolas em setembro de 2009.

    Percentual atendimaneto PBLE - Urbano set 2009

    29

    46

    28

    21

    46 44

    48 48

    44

    37

    52

    47 44

    26

    39

    53

    42 41

    68

    86

    43

    1

    38

    28

    48

    31

    4442,8

    3

    57,9

    6

    41,4

    4

    27,1

    7

    61,0

    5

    65,8

    4

    50,8

    5

    69,7

    2

    59,6

    3

    51,4

    1

    74,6

    1

    67,9

    2

    67,8

    4

    35,7

    8

    51,9

    0 63,

    74

    55,8

    4 66,

    77

    84,3

    4

    55,5

    4 62,2

    0

    1,21

    49,6

    5

    46,2

    2

    67,4

    4

    42,5

    4

    56,5

    0

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    AC AM BA DF GO MG MT PB PI RJ RO RS SE TO

    % Escolas PBLE % Alunos PBLE

    Fonte: MEC/SEED.

    Dessa forma, o problema da conexo das 55 mil escolas urbanas e das 15 mil maiores escolas rurais estar resolvido at o final de 2010 favorecendo 93% dos nossos estudantes.

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    Entretanto, ainda precisamos solucionar o problema das outras 70 mil escolas do campo, das quais 48 mil so pequenas escolas multisseriadas que frequentemente tm menos de 15 alunos. Tendo em vista que a utilizao de satlite nessa escala invivel, alcanar a conexo dessas escolas em rede um desafio ainda no equacionado, mas de fundamental importncia. Em particular, trabalha-se em um projeto especfico para as 48 mil pequenas escolas multisseriadas do campo, adequando o projeto Escola Ativa, que parte do projeto Escola Ativa com um redesenho para a utilizao intensiva de TIC no processo de ensino e aprendizagem.

    Outro aspecto relevante a adequao da infraestrutura objetivando a utilizao ampla pelos professores de materiais multimiditicos em suas salas de aula.

    No passado, o MEC implementou em parceria com os governos estaduais e municipais, milhares de salas de aula munidas de uma televiso de 29 polegadas e antenas parablicas para utilizar os contedos da TV Escola no cotidiano escolar. Nos ltimos anos, essas salas vm se renovando e j receberam um aparelho de DVD e as escolas tm recebido caixas com cerca de 40 DVDs contendo vdeos selecionados do acervo da TV Escola.

    As salas da TV Escola, embora venham contribuindo para levar contedos digitais para os estudantes, no apresentam a necessria agilidade advinda do uso intensivo da internet e computadores como o caso, por exemplo, da lousa eletrnica, largamente utilizada em diferentes pases. Uma vez que a lousa eletrnica demasiadamente custosa para aplicao em escala em todas as salas de aula das 140 mil escolas pblicas brasileiras, torna-se necessrio encontrar uma soluo que permita avanar nessa rea. Uma primeira soluo criativa foi encontrada no Paran com o programa TV Pendrive, dotando-se as salas de aula das escolas de ensino mdio com televiso que mostra contedos armazenados em um pendrive, tais como vdeos e apresentaes digitais.

    Objetivando ampliar a utilizao de recursos multimiditicos nas salas de aula, desenvolveu-se no MEC um dispositivo eletrnico (Patente n de inscrio PI0900599-4, no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual), projeto de autoria de Carlos Eduardo Bielschowsky, e Jos Guilherme Moreira Ribeiro com Fundao Centro de Experimentao de Tecnologia e Inovao, que essencialmente um computador, mas que, ao invs de uma tela possui um projetor acoplado. A figura 4 mostra uma fotografia deste aparelho. Esta a soluo que o MEC pretende implementar para avanar nesta questo.

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    Figura 1: fotografia do prottipo do Projetor Proinfo na verso de agosto de 2009, MEC/SEED.

    O Projetor ProInfo est sendo testado em 460 escolas e ser oferecido para aproximadamente 20 mil escolas em 2010, contemplando escolas de ensino mdio e as maiores escolas de ensino bsico. Vale mencionar o depoimento oferecido em um seminrio sobre essas experincias por Jussara Patrcia Rodigues da Silva, 10 anos, aluna da Escola Municipal Dr. Rodolfo Aureliano, de Recife: As aulas e os dias na escola ficaram mais coloridos. Fica mais fcil a gente entender o que o professor est ensinando. (MEC/SEED, 2008).

    Ainda no que concerne questo de infraestrutura, cabe destacar o Projeto UCA Um Computador por Aluno, que exacerba a utilizao das TICs nas escolas provendo a cada aluno da escola um dispositivo adaptado ao universo escolar que permite o acesso internet, favorece o trabalho colaborativo e a utilizao de ferramentas educacionais complexas. Este projeto, em parceria com a Presidncia da Repblica (citar Csar Alvarez) foi testado inicialmente em cinco escolas ; 1) Escola Estadual Luciana de Abreu, na cidade de Porto Alegre RS; 2) Escola Municipal de Ensino Fundamental Ernani Silva Bruno, na cidade de So Paulo SP; 3) CIEP Rosa da Conceio Guedes, no distrito de Arrozal, na cidade de Pira RJ; 4) Colgio Estadual Dom Alano M. Du Noday, na cidade de Palmas TO; Centro de Ensino Fundamental 1, localizado na Vila Planalto, na cidade de Braslia DF.

    Entre os trabalhos publicados destacamos o documento Um computador por Aluno: a experincia brasileira, elaborado e publicado pelo Conselho de Altos Estudos e Avaliao Tecnolgica da Cmara dos Deputados (2008).

    O projeto j est sendo ampliado para 300 escolas alm de outras iniciativas de prefeituras municipais, como o caso da cidade de Pira, no Rio de Janeiro, que o implementou

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    em toda a sua rede de ensino bsico. Trata-se de um importante passo rumo ao futuro onde, provavelmente, todas as crianas tero acesso a este recurso pedaggico de forma individual.

    3.2 Capacitao

    No h possibilidade de implementar uma cultura de utilizao de TICs nos processos educacionais sem que os professores estejam devidamente familiarizados com a ferramenta e a metodologia e, mais ainda, animados e instigados com os avanos que traz ao processo de ensino e aprendizagem. Diversos professores ainda no tiveram quaisquer cursos de capacitao na rea, muitos inclusive ainda no foram alfabetizados digitalmente. Para esse grande conjunto de professores desenhou-se o curso de aperfeioamento Proinfo Integrado de 180 horas, que dividido em 3 mdulos:

    Primeiro mdulo: Introduo educao Digital (40h) - Curso bsico para professores que possibilita utilizar recursos tecnolgicos tais como: processadores de texto, apresentaes multimdia, recursos da Web para produes de trabalhos escritos/multimdia, pesquisa e anlise de informaes na Web, comunicao e interao.

    Segundo mdulo: Tecnologia na educao: ensinando e aprendendo com as TICs (100h) - oferece subsdios para que os professores possam compreender o potencial pedaggico de recursos das Tecnologias de Informao e Comunicao (TIC) em suas escolas bem como planejar e promover estratgias de ensino e de aprendizagem integrando recursos tecnolgicos disponveis e criando situaes que levem os alunos construo de conhecimento, ao trabalho colaborativo e criatividade.

    Terceiro mdulo: Elaborao de projetos (40h): tem como foco desenvolver atividades que integrem as dimenses tericas, metodolgicas e prticas.

    A meta estabelecida de oferecer o Proinfo Integrado em qualquer escola brasileira de qualquer municpio que consiga reunir uma turma de 20 alunos e disponha de um laboratrio de informtica. uma mudana de filosofia, pois no passado, de maneira geral, os professores eram convidados a freqentar os NTEs o que permitia um alcance apenas moderado dessa capacitao, alm de problemas relacionados com o transporte dos professores. Hoje so cerca de 300 mil professores sendo capacitados em um dos mdulos desse curso em 3.200 municpios brasileiros.

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    Outros professores j passaram por algum estgio de capacitao na utilizao das TICs e, nesse caso, apropriado oferecer um curso de especializao, que vem sendo realizado atravs dos cursos Mdias na Educao envolvendo vrias Universidades Brasileiras e do curso de TIC na educao oferecido pela PUC/RJ.

    S possvel alcanar uma meta dessa magnitude no regime de parceria entre os governos Federal, Estadual e Municipal, mobilizando e ampliando a famlia Proinfo por meio da rede dos 380 NTE e 27 NTM que encontramos em 2006, j ampliada para 447 NTE e 140 NTM em setembro de 2009.

    A primeira ao foi constituir um regime tripartite de administrao do processo, com representantes do MEC, do Governo Estadual e do Governo Municipal, em cada estado. Esses representantes renem-se frequentemente em Braslia e, com isso, est sendo possvel alcanar uma maior unidade de pensamento e execuo. Outra ao importante foi favorecer a transformao gradativa das atividades relacionadas dos NTEs e NTMs com a questo da infraestrutura dos laboratrios das escolas pela atividade de capacitao, o que vem sendo alcanado com a substituio dos laboratrios mais antigos por novos e a aquisio de laboratrios com maior prazo de garantia do fabricante.

    Outra importante ao a reunio sistemtica dos representantes dos NTEs e NTMs para dias de capacitao e discusso crtica dos problemas encontrados na implementao de cultura de TIC nas escolas e apresentao de casos de sucesso. Esses encontros regionais, tm como objetivo principal encontrar solues conjuntas para os problemas detectados, alm de contribuir na aproximao e valorizao dos profissionais que participam dessa fraterna famlia Proinfo.

    No contexto do regime de colaborao, cabe ao MEC a produo e impresso do material didtico, a capacitao e o acompanhamento dos multiplicadores dos NTE e NTM e a oferta de bolsas para professores que ajudam os NTE e NTM na oferta dos cursos.

    3.3 Contedos digitais e convergncia de mdias

    As condies de nossas escolas so distintas, enquanto umas tm boa conexo na internet, outras no dispem de quaisquer mecanismos de conexo, nem ao menos antenas para captao de sinal de satlite. Enfrentar essa questo passa por aproveitar todas as

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    possibilidades: o conceito de convergncia digital mais do que adequado para nossos propsitos.

    Uma vez que nossas escolas esto sendo conectadas em banda larga com infraestrutura de informtica e os professores sendo capacitados, o Portal do Professor, torna-se importantssimo nesse processo, criado em 2008 e em parceria com o Ministrio de Cincia e Tecnologia, www.portaldoprofessor.mec.gov.br. O portal possui seis elementos principais:

    1. Recursos educacionais: onde so oferecidos devidamente classificados por nvel de estudo e rea os contedos oriundos da TV Escola, banco de elementos educacionais, edital de elementos multimeios, entre outros.

    2. Jornal do professor: editado a cada duas semanas e dirigido a assuntos de interesse do professor.

    3. Espao da aula: oferece ao professor aulas completas no formato multimeios, alm de uma ferramenta de construo de suas prprias aulas a partir dos recursos educacionais do portal.

    4. Interao e comunicao: entre professores, sobre temas especficos, atravs de chats, frum, etc.

    5. Links: oferecido um amplo leque de links de interesse do professor. 6. Cursos e materiais: est ainda em implementao, com o propsito de oferecer ao

    professor material de estudo. Em outubro de 2009, aps cerca de um ano de lanamento, o Portal contabiliza mais de

    um milho de visitas de mais de 892.080 usurios nicos de todas as regies do pas, alm de acessos de 105 pases.

    Outro elemento importante deste processo a TV escola, cuja transmisso realizada atualmente em antena parablica em sinal analgico e digital (C) e digital por assinatura (KU), alm de ser veiculada em tempo real na web, transmitida por alguns canais de tv a cabo e vem sendo ampliada para ser oferecida em sinal digital aberto. L so produzidos vdeos e programas, como o Salto Para o Futuro, bem como adquiridas licenas de vdeos proprietrios que, alm de serem transmitidos pelo canal TV Escola so disponibilizados para os professores atravs do Portal do Professor e ainda enviados a cerca de 75 mil escolas, por meio de caixas com 30 ou 50 DVDs. As duas primeiras caixas j esto sendo utilizadas nas escolas, a terceira e quarta esto sendo entregues e estamos produzindo a quinta verso.

    Vale mencionar duas outras iniciativas que oferecem contedos digitais educacionais. A primeira o Banco Internacional de Objetos Educacionais, repositrio criado em 2008 em parceria com o Ministrio de Cincia e Tecnologia, visando principalmente a consolidao do

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    Portal do Professor. Contempla a convergncia de contedos pedaggicos digitais produzidos em diversas mdias como vdeos, simuladores, animaes, udios e outros, todos de acesso livre e gratuito. O trabalho realizado em parceria com instituies de ensino superior envolvendo mais de 300 alunos e professores da graduao e ps-graduao, para localizao, avaliao e catalogao dos materiais no Banco. Um outro conjunto de professores compe comit editorial que seleciona os materiais considerados de qualidade suficiente para publicao. A iniciativa, apoiada pela Rede Latino-Americana de Portais Educacionais (RELPE) da Organizao dos Estados Ibero-Americanos (OEI), j dispe de mais de seis mil recursos cedidos, aprovados e publicados.

    A segunda importante iniciativa o Edital de Contedos Digitais, parceria do Ministrio da Educao com o Ministrio da Cincia e Tecnologia para a produo de contedos educacionais digitais nos formatos de udios, vdeos, animaes/simulaes e experimentos prticos, das reas de matemtica, lngua portuguesa, fsica, qumica e biologia do ensino mdio, destinados a constituir tambm o Banco Internacional de Objetos Educacionais e Portal do Professor. Espera-se com essa iniciativa, alm do fomento desse tipo de produo no mercado nacional, o enriquecimento do currculo e aprimoramento da prtica docente. Onze universidades obtiveram a aprovao de seus projetos e encontram-se na fase de produo dos materiais.

    Oferecer contedos digitais aos nossos professores passa por viabilizar possibilidades de produo e meios de oferta, procurando consistncia entre as diferentes aes em um ambiente de convergncia digital.

    5. O DECRETO PROINFO INTEGRADO

    Aspecto importante na implementao de um programa desta magnitude refletir e garantir sua perenidade, faz-lo em estreita colaborao com os diferentes entes federativos pautado em critrios tcnicos. Na construo desta cultura, bem como na execuo dos diferentes editais, relevante estabelecer um marco legal que sustente este rumo.

    Nesta direo foi elaborado o Decreto n 6.300, assinado pelo Presidente da Repblica no dia 12 de dezembro de 2007, publicado na Seo I do Dirio Oficial da Unio, no dia 13 de dezembro de 2007, que reproduzimos abaixo (Brasil, 2007).

    DECRETO N 6.300, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2007.

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    Dispe sobre o Programa Nacional de Tecnologia Educacional ProInfo.

    O PRESIDENTE DA REPBLICA, no uso da atribuio que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alnea a, da Constituio, e tendo em vista o disposto na Lei no 10.172, de 9 de janeiro de 2001,

    DECRETA:

    Art. 1o O Programa Nacional de Tecnologia Educacional - ProInfo, executado no mbito do Ministrio da Educao, promover o uso pedaggico das tecnologias de informao e comunicao nas redes pblicas de educao bsica.

    Pargrafo nico. So objetivos do ProInfo:

    I - promover o uso pedaggico das tecnologias de informao e comunicao nas escolas de educao bsica das redes pblicas de ensino urbanas e rurais;

    II - fomentar a melhoria do processo de ensino e aprendizagem com o uso das tecnologias de informao e comunicao;

    III - promover a capacitao dos agentes educacionais envolvidos nas aes do Programa;

    IV - contribuir com a incluso digital por meio da ampliao do acesso a computadores, da conexo rede mundial de computadores e de outras tecnologias digitais, beneficiando a comunidade escolar e a populao prxima s escolas;

    V - contribuir para a preparao dos jovens e adultos para o mercado de trabalho por meio do uso das tecnologias de informao e comunicao; e

    VI - fomentar a produo nacional de contedos digitais educacionais.

    Art. 2o O ProInfo cumprir suas finalidades e objetivos em regime de colaborao entre a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, mediante adeso.

    Art. 3o O Ministrio da Educao responsvel por:

    I - implantar ambientes tecnolgicos equipados com computadores e recursos digitais nas escolas beneficiadas;

    II - promover, em parceria com os Estados, Distrito Federal e Municpios, programa de capacitao para os agentes educacionais envolvidos e de conexo dos ambientes tecnolgicos rede mundial de computadores; e

    III - disponibilizar contedos educacionais, solues e sistemas de informaes.

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    Art. 4o Os Estados, o Distrito Federal e os Municpios que aderirem ao ProInfo so responsveis por:

    I - prover a infra-estrutura necessria para o adequado funcionamento dos ambientes tecnolgicos do Programa;

    II - viabilizar e incentivar a capacitao de professores e outros agentes educacionais para utilizao pedaggica das tecnologias da informao e comunicao;

    III - assegurar recursos humanos e condies necessrias ao trabalho de equipes de apoio para o desenvolvimento e acompanhamento das aes de capacitao nas escolas;

    IV - assegurar suporte tcnico e manuteno dos equipamentos do ambiente tecnolgico do Programa, findo o prazo de garantia da empresa fornecedora contratada.

    Pargrafo nico. As redes de ensino devero contemplar o uso das tecnologias de informao e comunicao nos projetos poltico-pedaggico das escolas beneficiadas para participarem do ProInfo.

    Art. 5o As despesas do ProInfo correro conta das dotaes oramentrias anualmente consignadas ao Ministrio da Educao e ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao - FNDE, devendo o Poder Executivo compatibilizar a seleo de cursos e programas com as dotaes oramentrias existentes, observados os limites de movimentao e empenho e de pagamento da programao oramentria e financeira definidos pelo Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto.

    Art. 6o O Ministrio da Educao coordenar a implantao dos ambientes tecnolgicos, acompanhar e avaliar o ProInfo.

    Art. 7o Ato do Ministro de Estado da Educao fixar as regras operacionais e adotar as demais providncias necessrias execuo do ProInfo.

    Art. 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicao.

    Braslia, 12 de dezembro de 2007; 186o da Independncia e 119o da Repblica.

    LUIZ INCIO LULA DA SILVA Fernando Haddad

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    6. CONSIDERAES FINAIS

    O Proinfo Integrado parte de uma reflexo sobre os principais objetivos na implementao de uma cultura de informtica em nossas escolas pblicas. Identificamos trs objetivos principais:

    1) Familiarizar os alunos das escolas pblicas brasileiras com a utilizao de TIC, diminuindo o fosso de excluso digital no seio da sociedade brasileira.

    2) Dinamizar o processo de ensino e aprendizagem das escolas pblicas brasileiras nos laboratrios de informtica principalmente com a metodologia de uma pedagogia de pesquisa e projetos.

    3) Permitir uma sala de aula mais dinmica com a utilizao de recursos multimiditicos tais como filmes e animaes.

    Estes objetivos se desdobram em inmeras aes, necessrio registrar que parcela do mesmo vinha se realizando no mbito do Proinfo, embora em escala reduzida. Nesses casos, houve a implementao de mecanismos para intensificar e ampliar seu alcance.

    Parte das aes no existia, e foi criada e implementada, como o programa Banda Larga nas Escolas, a Capacitao Proinfo Integrado e o Portal do Professor.

    Para efeito de organizao interna, dividimos este conjunto de aes em trs grandes reas:

    1) Infraestrutura de nossas escolas; 2) Capacitao de nossos professores; 3) Contedos digitais, interao, comunicao e comunidades virtuais.

    Estabelecemos alguns pressupostos bsicos para sua execuo: i. Procurar exaustivamente, dia aps dia, a integrao das diferentes aes tendo

    como eixo principal o projeto poltico-pedaggico estabelecido no diagnstico inicial. ii. Integrar, ampliar e intensificar as aes j existentes e, em particular, fortalecer

    a famlia Proinfo.

    iii. Fortalecer o regime de colaborao entre os entes federativos, criando uma direo colegiada em cada estado envolvendo gestor Federal, Estadual e Municipal.

    iv. Envolver nossas IES pblicas na elaborao e execuo das aes.

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    Alguns elementos do a percepo de que a direo trilhada correta:

    1. Os atores principais do processo, em especial os professores dos NTEs (quantos) e universidades (quantos) e tcnicos das secretarias de educao e do MEC, vm trabalhando com dedicao e harmonia o que, dada a enorme experincia j acumulada por essas pessoas, um primeiro indcio que percorre-se o caminho apropriado.

    2. A magnitude da escala alcanada, hoje (set/2009) temos 35 mil escolas com laboratrios de informtica conectadas em rede e, at dezembro de 2010, pretendemos alcanar 70 mil escolas com laboratrios em rede atendendo a 92% da populao escolar. Hoje so 320 mil professores realizando formao na rea em cursos de 180 ou 360 horas. Outros elementos na rea de oferta de contedos tambm apontam nesta direo.

    3. As visitas em algumas escolas mostram o uso de TICs no cotidiano das disciplinas, como por exemplo os trabalhos de pesquisa na internet relacionados com temas tratados nas salas de aula dos anos finais do ensino fundamental e ensino mdio e o uso de jogos para as sries iniciais.

    Se por um lado fundamental e urgente alcanar escala, igualmente fundamental faz-lo sem perda de qualidade e sem desperdcio de recursos pblicos. Para tal, precisamos de um olhar crtico e atento sobre cada etapa do processo para lanar luz sobre aquilo que deve ser modificado.

    A avaliao do adequado funcionamento da infraestrutura est sendo estruturada em duas direes. Uma primeira a instalao de software de controle do funcionamento dos laboratrios, um desenvolvido pelo Ministrio do Planejamento, o Cocar, mede a banda que alcana o modem das escolas. Outro uma sistemtica que vem sendo desenvolvida junto Rede Nacional de Ensino e Pesquisa RNP, que visa uma avaliao do funcionamento dos diferentes computadores dos laboratrios. Em outros termos, estamos caminhando para ter um mapa online, em tempo real, do funcionamento dos laboratrios de informtica.

    Outro importante componente avaliar a utilizao efetiva dos recursos para alcanar a melhoria do processo de ensino e aprendizagem nas escolas pblicas. Nessa direo elabora-se junto UNESCO um amplo processo de avaliao, sendo ainda solicitado ao grupo de empresas parceiras um outro olhar externo sobre esta questo.

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    Por fim, mas no menos importante, alm das iniciativas expostas, contamos com a comunidade acadmica para a produo de estudos que apontem correes de rumo bem como sugesto de aes para esta difcil tarefa de implementar a cultura de utilizao de TICs na melhoria do processo de ensino e aprendizagem que redundar na melhoria da educao brasileira.

    Agradecimentos: Pedro Ferreira de Andrade, Carmen Lcia Prata, Jos Guilherme Moreira Ribeiro, Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, Maria de Ftima Gonzales Schenini e Iracy Gallo Ritzmann.

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    Artigo recebido em 4/11/2009 Aceito para publicao em 1/12/2009