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TITULAR DO ÓRGÃO: Solange Amaral (nomeação: Decreto “P” nº2826 de 21/10/2002 ) ÉPOCA DA INSPEÇÃO: 10/08/2004 a 31/08/2004 PERÍODO ABRANGIDO: Novembro/2003 a Julho/2004 EQUIPE INSPECIONANTE: Márcio Sousa Bandeira de Melo Engenheiro Matrícula 40/901.375-6 Pedro Carlos Vieira Beltrão Técnico de Controle Externo Matrícula 40/901.317-8 Affonso Henriques Guimarães Corrêa Técnico de Controle Externo Matrícula 40/901.324-4

TITULAR DO ÓRGÃO: Solange Amaral (nomeação: Decreto “P

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TITULAR DO ÓRGÃO:

Solange Amaral (nomeação: Decreto “P”

nº2826 de 21/10/2002 )

ÉPOCA DA INSPEÇÃO:

10/08/2004 a 31/08/2004

PERÍODO ABRANGIDO:

Novembro/2003 a Julho/2004

EQUIPE INSPECIONANTE:

• Márcio Sousa Bandeira de Melo Engenheiro

Matrícula 40/901.375-6

• Pedro Carlos Vieira Beltrão

Técnico de Controle Externo

Matrícula 40/901.317-8

• Affonso Henriques Guimarães Corrêa

Técnico de Controle Externo

Matrícula 40/901.324-4

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ÍNDICE

ÍNDICE.......................................................................................................................................2

1) INTRODUÇÃO ................................................................................................................4

1.1) PROGRAMAÇÃO DE INSPEÇÕES ....................................................... 4

1.2) ORIENTAÇÃO DESTE TRABALHO...................................................... 4

1.3) PROGRAMAS E PROJETOS DA SMH.................................................... 5

1.4) INSPEÇÃO ORDINÁRIA ANTERIOR .................................................... 5

2) COMENTÁRIOS INICIAIS.............................................................................................5

2.1) MAIOR ÊNFASE AO PROJETO MUTIRÃO ............................................. 5

2.2) DEMORA NA DISPONIBILIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ............................. 6

2.3) NÃO DISPONIBILIZAÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO.................................... 6

3) PROJETO MUTIRÃO.....................................................................................................7

3.1) FUNDAMENTAÇÃO LEGAL.............................................................. 7

3.1.1) Normas de Controle ............................................................. 7

3.2) ÁREAS DE ATUAÇÃO..................................................................... 9

3.2.1) Obras Realizadas Fora da Área de Atuação............................ 9

3.3) SOLICITAÇÃO E CONTRATAÇÃO DA OBRA ........................................10

3.4) CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS ........................................................10

3.4.1) Critério de Escolha do Encarregado/Empreiteiro ...................10

3.4.2) Contratação de Trabalhadores da Comunidade......................11

3.4.3) Garantia da Obra...............................................................12

3.4.4) Inexistência de Projeto Básico..............................................12

3.4.5) Fornecimento e Devolução de Material.................................12

3.5) NÃO CELEBRAÇÃO DE INSTRUMENTO CONTRATUAL ..........................13

3.5.1) Fracionamento...................................................................14

3.6) SOBREPOSIÇÃO ...........................................................................15

3.6.1) Mutirão x Mutirão..............................................................15

3.6.2) Mutirão x Contratos............................................................15

3

3.7) INEXISTÊNCIA DE PROCESSO ADMINISTRATIVO .................................16

4) EXECUÇÃO DE OBRAS............................................................................................ 16

4.1) FAVELA BAIRRO .........................................................................16

4.1.1) Comunidades Azevedo Lima e Santos Rodrigues.....................16

4.1.2) Comunidade Morro da Providência......................................20

4.2) MORAR LEGAL............................................................................25

4.2.1) Loteamento Delegado Virgílio Filho – Costa Barros...............25

4.2.2) Loteamento Portus (Tom Jobim)...........................................29

4.3) PROJETO MUTIRÃO ......................................................................36

4.3.1) Comunidade Paulo de Aquino - Anchieta...............................36

4.3.2) André Rocha - Jacarepaguá.................................................39

4.3.3) Stella Mariz - Ilha do Governador .......................................45

5) IMPROPRIEDADES E IRREGULARIDADES......................................................... 47

5.1) QUANTO AO ITEM 02 – COMENTÁRIOS INICIAIS ................................47

5.2) QUANTO AO ITEM 03 – PROJETO MUTIRÃO.......................................48

5.3) QUANTO AO ITEM 04 - EXECUÇÃO DAS OBRAS.................................49

5.3.1) Comunidades Azevedo Lima e Santos Rodrigues.....................49

5.3.2) Comunidade Morro da Providência......................................49

5.3.3) Loteamento Delegado Virgílio Filho.....................................50

5.3.4) Loteamento Portus (Tom Jobim)...........................................50

5.3.5) Projeto Mutirão..................................................................52

6) RECOMENDAÇÕES................................................................................................... 53

6.1) QUANTO AO ITEM 3.7 – INEXISTÊNCIA DE PROCESSO ADMINISTRATIVO.53

7) CONCLUSÃO............................................................................................................... 54

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1) INTRODUÇÃO

1.1) PROGRAMAÇÃO DE INSPEÇÕES

A programação de Inspeções Ordinárias para o presente exercício foi aprovada em Sessão Plenária de 28/01/2004, processo TCMRJ n.º 40/7509/2003. A presente inspeção foi realizada por meio de um programa consubstanciado em papéis de trabalho e toda a documentação encontra-se arquivada nesta IGE, para eventuais consultas. Ressaltamos que nossos exames foram efetuados por amostragem, não abrangendo, por conseguinte, todos os atos.

1.2) ORIENTAÇÃO DESTE TRABALHO

O trabalho foi norteado pela observância dos dispositivos e princípios estabelecidos pela Lei nº 8.666/1993 e alterações, pelo RGCAF e pela Lei de Responsabilidade Fiscal, LC 101/2000, em especial ao contido em seu art. 59, §1º, inciso V:

§1º: Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos referidos no art. 20 quando constatarem: ....... V: fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de irregularidades na gestão orçamentária.

No mesmo sentido, procurou-se atentar quanto à proteção ao patrimônio público, considerando-se a competência constitucional quanto à participação dos Tribunais de Contas na “fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial”.

Dentro deste contexto, escolheram-se como objetos da presente

auditoria os Programas/Projeto: - Projeto Mutirão; - Favela Bairro; - Morar Legal.

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1.3) PROGRAMAS E PROJETOS DA SMH

A Secretaria Municipal de Habitação foi criada pela Lei nº 2.262 de 16/12/1994. Entre os seus principais programas/projetos estão:

Favela-Bairro, Bairrinho e Grandes Favelas, de integração urbana e social em favelas;

Morar Legal, de regularização urbana e fundiária de loteamentos irregulares;

Morar Sem Risco, de re-assentamento de famílias transferidas de áreas de risco;

Novas Alternativas / Morando no Centro, de reabilitação e construção de moradias nas áreas centrais da cidade;

Morar Carioca, que promove a construção e a comercialização de habitações, nas áreas fora do Centro da Cidade;

Projeto Mutirão, de execução de obras de pequeno porte nas comunidades faveladas utilizando mão-de-obra do próprio local.

1.4) INSPEÇÃO ORDINÁRIA ANTERIOR

A Inspeção Ordinária anterior foi realizada de 05/11/2003 a 25/11/2003 e

abrangeu o período de junho de 2003 a outubro de 2003. Foi autuada nesta Corte de Contas sob o número 40/0580/2004. O processo foi baixado em diligência em 08/09/2004, sendo enviada cópia do mesmo para a jurisdicionada, estando o original atualmente sobrestado nesta 2ª IGE desde 14/09/2004.

2) COMENTÁRIOS INICIAIS

2.1) MAIOR ÊNFASE AO PROJETO MUTIRÃO

O Projeto Mutirão, conforme verificado às folhas 398 do processo

16/000.200/95, foi criado em 1981, como alternativa de intervenção do poder público nas comunidades de baixa renda do Município, especialmente nas favelas e loteamentos irregulares, através da execução de obras de infraestrutura básica, urbanização simplificada, educação sanitária e outras ações de cunho social.

Conforme informação prestada pela Coordenadoria de Obras, “As obras do

Programa Mutirão não são contratadas através de licitações, por tratarem de obras pontuais de pequeno porte, que nos permitem esse tipo de contratação sem custos

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adicionais de encargos que no caso de contratação formal, mesmo carta convite, acarretaria em aumento no valor da obra.”

Verificou-se que está havendo um provável desvirtuamento do conceito

original do Projeto Mutirão, com obras de significativo vulto financeiro, algumas localizadas fora das comunidades de baixa renda e de difícil acesso ou sem a característica de ser obra de emergência.

Observou-se ainda que a jurisdicionada para caracterizar as obras como de

pequeno porte tem utilizado o fracionamento das mesmas, conforme apontado nos itens 3.1.1 e 3.5.1.

Diante deste fato, a equipe inspecionante resolveu aprofundar a análise deste

Projeto, o que determinou a abertura de um item especial para o mesmo.

2.2) DEMORA NA DISPONIBILIZAÇÃO DE DOCUMENTOS

A disponibilização lenta dos instrumentos relativos ao Projeto Mutirão,

destacando-se o Processo Administrativo nº 16/000.200/95 e os de suas Prestações de Contas do exercício de 2004 , prejudicou demasiadamente a seleção/verificação das obras do projeto acima citado.

O primeiro memorando de solicitação foi entregue no dia 16/08/2004 e

reiterado em 26/08 e 30/08/04. Estes processos, porém, só foram recebidos pela equipe inspecionante no dia 31/08/2004, ou seja, 15 dias após a solicitação inicial.

2.3) NÃO DISPONIBILIZAÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO

Através do MEMO 21/04, foi solicitado o fornecimento dos Pareceres

Técnicos na ótica ambiental das obras do Favela Bairro oriundos da SMAC, em atenção à Deliberação CECA/CLF n0 3.378 de 25/07/95, entretanto, até o encerramento deste relatório, a SMH não os enviou, dificultando o aprofundamento em questões de ordem ambiental. Desta forma, em virtude da relevância do tema, a jurisdicionaria deverá justificar o não atendimento da solicitação e providenciar a documentação mencionada. OBS: As irregularidades e impropriedades encontradas estão discriminadas no subitem 5.1.

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3) PROJETO MUTIRÃO

3.1) FUNDAMENTAÇÃO LEGAL

O embasamento legal do projeto Mutirão é a Resolução Normativa nº 02, de 25

de outubro de 1983, deste Tribunal (Anexo I). Esta Resolução estabelece que o recrutamento de pessoal nas comunidades

faveladas para execução de projetos de cunho social, no próprio local, não está sujeito, obedecidas as precauções legais, a processo licitatório, por inexigível, quando fizer parte do próprio projeto e atender aos fins a que se destinam.

3.1.1) Normas de Controle

Através de Ofício nº 90/CGM/SUB de 23/10/2002 (fls.82 - Proc. 40/3977/2001

relativo à Inspeção Ordinária de 2001), o Sr. Vinícius Costa Rocha Viana, então Subcontrolador da CGM, informou que “não identificamos a existência de estudo definitivo sobre normas de controle relativas a projeto mutirão, nem produzimos documento institucional sobre o tema, embora como tudo que diz respeito a Controle Interno, esteja sempre em estudo permanente. Quando o estudo adequado às diretrizes modernas de controle for produzido, poderemos atender ao solicitado, encaminhando-o àquela Colenda Corte de Contas”.

Através de fax, solicitamos à SMH que fosse ratificado ou não a existência deste estudo definitivo sobre normas de controle relativas ao projeto mutirão e, em caso afirmativo, que o referido estudo nos fosse enviado.

Tendo respondido negativamente (Anexo II), infere-se que não há limites

nítidos bem definidos e não havendo normatização que defina regras efetivas acerca das características que uma obra deva ter para ser enquadrada no Projeto Mutirão, e não se estabelecendo critérios como limite de valor (obras de pequeno porte – item 2.1 – é subjetivo) e comunidade a ser atendida, tudo poderá ser admitido e possível, destacando-se as possibilidades comentadas a seguir:

a) Fracionar uma obra ou serviço de mesma natureza pelas etapas de seu

desenvolvimento ou por ruas, vielas e becos de uma mesma localidade quando podem ser realizadas conjunta e concomitantemente, ferindo o princípio da economicidade, sendo tal prática observada pela equipe inspecionante (item 3.5.1);

b) No item 3.2 a seguir, a Secretária de Habitação define como área de

atuação do projeto mutirão, em seu subitem b, a execução de obras de edificações isoladas ou de pequenos conjuntos necessárias aos processos de re-assentamento de famílias ocupantes de áreas de risco, que, evidentemente, é a definição do

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Programa Morar Sem Risco apresentada no item 1.3, o que permitiria a superposição ou duplicidade de objeto entre os dois programas;

c) Além disto, neste mesmo subitem b, define também como área de atuação

do mutirão as obras de edificações isoladas ou de pequenos conjuntos em áreas a serem desocupadas em função da necessidade das obras de urbanização, que é prática comum em obras executadas dentro dos Programas Favela-Bairro, Bairrinho e Grandes Favelas, o que permitiria a superposição ou duplicidade de objeto entre o mutirão e estes programas ou a transformação de um Favela-Bairro em uma infindável sucessão de mutirões por ruas e becos e vielas;

d) Ainda no item 3.2 a seguir, a Secretária de Habitação define como área de

atuação do projeto mutirão, em seu subitem c, a manutenção preventiva ou corretiva das obras executadas nas áreas de intervenção sob a responsabilidade da SMH, generalidade que permitiria também a superposição ou duplicidade de objeto entre o mutirão e inúmeros contratos de outros programas (item 3.6.2) ou a existência de um mutirão sem as características gerais fundamentadas na Resolução Normativa nº 02/83 do TCMRJ (item 3.2.1).

Diante das dúvidas jurídicas levantadas pela GSCA/SMH - Gerência Setorial

de Contabilidade e Auditoria da SMH (fls. 391–Proc. 16/000.200/1995) relativamente às despesas pertinentes ao “Projeto Mutirão” e ao opinamento quanto a não existência de conflitos nestas contratações em face da legislação vigente, a 11ª PS, através do Sr. Cassius Aníbal Rios, Assessor Chefe (fls. 402 a 405 – Proc. 16/000.200/1995), no princípio de seu arrazoado, em despacho de 10/04/2001, assim se pronuncia:

“Conquanto o referido programa exista há quase vinte anos, e, evidentemente,

esteja balizado pelas atribuições institucionais desse órgão, a sua regulamentação, salvo engano ou desconhecimento dessa 11ª PS, nunca foi editada, havendo tão-somente pronunciamentos esparsos de diversos órgãos ou instituições que enfrentaram a questão apenas incidentalmente”.

E finaliza: “Em linha de princípio, portanto, não vislumbramos nenhuma

ilegalidade que impeça o processamento dos pagamentos ob jeto do processo nº 16/000.200/1995, tal como vinha sendo feito até então, mas é de fundamental importância que esse pronunciamento, se for o caso, seja observado em caráter provisório, devendo a questão, na sua totalidade, ser submetida à consideração superior da Gabinete do Exmo. Sr. Prefeito, bem como da Controladoria Geral e Procuradoria Geral do Município do Rio de Janeiro, que, através de estudo adequado, melhor dirão sobre a matéria, inclusive, se assim entenderem conveniente, fixando, através de decreto (tal como ocorre no caso do auxílio-aluguel – Dec. Mun. nº 17308/1999), a competente regulamentação do “Projeto Mutirão”.

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3.2) ÁREAS DE ATUAÇÃO

As áreas de atuação são definidas (fls. 398 do processo 16/000.200/95) pela

Sra. Secretária, como sendo: a) a execução de obras de infra-estrutura básica, assim entendidas as de

implantação de rede de esgotos e águas servidas; a implantação de redes de água potável; a canalização de águas pluviais; a execução de pequenos muros de contenção, muretas, passarelas, escadarias e pavimentação de becos e vielas;

b) a execução de obras de edificações isoladas ou de pequenos conjuntos

necessárias aos processos de re-assentamento de famílias ocupantes de áreas de risco ou de áreas a serem desocupadas em função da necessidade das obras de urbanização;

c) a manutenção preventiva ou corretiva das obras executadas nas áreas de

intervenção sob a responsabilidade da SMH;

d) a execução de serviços de cunho educativo e de orientação social ao morador desde que executado por residentes em comunidades atendidas pelos programas da SMH.

3.2.1) Obras Realizadas Fora da Área de Atuação

Considerando que a Resolução Normativa nº 02/83 deste Tribunal, que

é utilizada como fundamentação legal para a realização das obras deste projeto e as áreas definidas, pela Sra. Secretária, como sendo de atuação, verificou-se que foram realizadas obras fora destas áreas, conforme pode ser observado abaixo:

a) Praça do Lido - Copacabana Endereço: Av. Atlântica, s/n; Valor Total da Obra: R$ 85.133,82; Objeto: Execução de serviços de recuperação de telhado e pintura dos pilotis da Praça do Lido; Encarregado: Luiz Fernando Santos da Silva; Endereço: Av. Nossa Senhora de Copacabana; Descrição dos Serviços: pintura em diversas colunas, vigas, grelhas, banheiro e telhas; conserto de telhados; substituição de rufos danificados ou faltantes. b) Praça Afonso Pena – Tijuca Endereço: Rua Dr. Satamini, s/nº; Valor Total da Obra: R$ 106.871,69; Objeto: Execução de serviços de substituição da Guarita da PM; Encarregado: Antônio Souza de Jesus;

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Endereço: Rua C s/nº LT 06 QD. C – Campo Grande; Descrição dos Serviços: Pavimentação em concreto armado; contrapiso; execução de alvenaria; forma e escoramento; revestimentos; demolição de concreto armado; esquadrias; instalações elétricas e hidro-sanitárias; mobiliário; louças e metais.

Desta forma, pode-se constatar de forma inequívoca, que nestas duas obras houve caracterização indevida de mutirão e, em conseqüência, de inexigibilidade de licitação.

3.3) SOLICITAÇÃO E CONTRATAÇÃO DA OBRA

De acordo com informação da Coordenadoria de Obras (Memo s/nº de 17/08),

as contratações das obras são realizadas através de solicitação pelo H/GAB. Após designado um técnico da SMH para vistoria do local, promove-se a Assembléia de Obra, onde são apresentados os serviços a serem executados e informado que a mão de obra será preferencialmente da comunidade, gerando um relatório com escopo dos serviços a serem executados e as quantidades com base no SCO (sistema de custos orçamentário), que são detalhados e cujos respectivos valores são definidos pelo setor de orçamento da SMH. Após levantamento de dados, verifica-se o “Autorizo” da Sra. Secretária a este relatório de vistoria.

São convidados alguns encarregados que apresentam suas propostas para

execução dos serviços (apenas mão de obra), sendo então escolhida a proposta de menor valor, ou igualando ao orçamento da SMH. A partir da proposta vencedora são preenchidas fichas com propostas de trabalho, dados da pessoa física, identificação da obra, ficha de cadastro e cronograma da obra.

3.4) CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS

3.4.1) Critério de Escolha do Encarregado/Empreiteiro

O encarregado/empreiteiro é a pessoa escolhida pelo Município para gerenciar

a obra. Ele é o responsável pelo recrutamento, controle da folha de ponto e pagamento dos demais integrantes da equipe. Devido a sua importância para as obras do Mutirão, foi solicitado que a SMH esclarecesse como é realizado o processo de cadastramento e ainda como são escolhidos.

Não houve esclarecimento a respeito do processo de cadastramento, e

quanto à escolha, a jurisdicionada informou, em resposta ao nosso Memo nº 17/04, que, quando a comunidade não possui encarregados, é realizada consulta aos relatórios de vistoria das obras anteriormente executadas nas vizinhanças.

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Observou-se, dentro da amostragem das obras verificadas, que todos os encarregados não residiam na Comunidade que estava sofrendo a intervenção.

Desta forma, constata-se que está sendo desrespeitado um dos preceitos do

Projeto que seria o mutirão de integrantes da comunidade carente, trabalhando em benefício da própria comunidade em que vivem.

3.4.2) Contratação de Trabalhadores da Comunidade

Tendo em vista que o encarregado é o responsável pela contratação da mão-

de-obra e que, conforme verificado às folhas 399 do processo 16/000200/95, os trabalhadores devem residir nas comunidades onde as obras estão sendo realizadas, foi solicitado que a SMH (Memo nº 06/04) informasse como é realizado este controle, ou seja, quais as ferramentas utilizadas para garantir que a mão-de-obra contratada pertença efetivamente à comunidade local.

Foi informado pela jurisdicionada que, posteriormente a Assembléia da Obra, o

fiscal designado para acompanhar a obra examina junto ao encarregado a contratação da mão-de-obra local.

Em nenhuma das documentações disponibilizadas havia menção ao controle

da mão-de-obra contratada, e bem como nome, endereço ou qualquer outro dado que vinculasse o trabalhador ao local da obra.

3.4.2.1) Encargos Trabalhistas e Previdenciários

Uma vez que as obras deste projeto utilizam mão-de-obra contratada pelos encarregados e considerando a legislação vigente (Lei 8.666/93, § 2º do art. 71 que confere ao Poder Público responsabilidade solidária pelos encargos previdenciários resultantes da prestação de serviços, nos termos do artigo 31 da Lei nº 8.212/91 e o Enunciado nº 331 da Súmula de Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho que declara que o inadimplemento das obrigações trabalhistas proporcionará responsabilidade subsidiária dos órgãos da administração direta, quando tomadores de serviço), foi solicitado que a SMH (Memorando nº 05 de 16/08/2004) informasse quais medidas formais têm sido adotadas a fim de se evitar os riscos de futuras ações trabalhistas.

A resposta apresentada não abordou o assunto, objeto da questão, uma vez

que se ateve a não existência de vínculo empregatício entre os prestadores de serviço com o Município. A pergunta, como se pode verificar, não questionou a possibilidade de existência de vínculo empregatício, mas sim a solidariedade pelo não recolhimento dos encargos previdenciários e trabalhistas. Pode-se verificar ainda o parecer da 11ª Procuradoria Setorial (fls 403 do processo 16/000.200/95) de 10/04/2001, que afirma “ ...exclui-se também, por virtual incompatib ilidade jurídica a existência de qualquer relação empregatícia entre o Município do Rio de Janeiro e os agentes envolvidos no “Projeto Mutirão”, muito embora, potencialmente, reste

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ao tomador dos serviços, mesmo nessa particular situação, que poderíamos chamar de “empreitada comunitária”, a responsabilidade subsidiária pelo não cumprimento dos encargos trabalhistas”.

Desta forma, a fim de evitar prejuízos oriundos de possíveis ações judiciais, a

jurisdicionada deveria exigir mensalmente dos encarregados a apresentação dos recolhimentos desses encargos de todos os empregados contratados para obra.

3.4.3) Garantia da Obra

Diante dos procedimentos atualmente adotados pela jurisdicionada nos

processos de contratação e execução das obras, verifica-se que não estão sendo adotadas medidas que vinculem a contratada nos mecanismos legais que garantam a conservação e durabilidade da obra.

De acordo com o art. 459, § 20 do RGCAF, em trabalhos de preparação do

solo, bases ou sub-base, meios-fios, sarjetas, pavimentações (exclusive simples ensaibramentos) e galerias de água pluviais e drenagem, o prazo de conservação será de no mínimo 180 (cento e oitenta) dias e no máximo 24(vinte e quatro) meses.

3.4.4) Inexistência de Projeto Básico

Verifica-se a inexistência de Projeto Básico em todas as obras do Projeto

Mutirão, não havendo portanto, definições e especificações detalhadas e documentadas sobre as técnicas e materiais empregados nas obras em questão, dificultando, desta forma, a avaliação dos resultados obtidos em cada intervenção.

A Lei n0 8.666 de junho de 1993, define o Projeto Básico como o conjunto de

elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço ou complexo de obras e serviços objeto de licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição de métodos e do prazo de execução

3.4.5) Fornecimento e Devolução de Material

A SMH possui 2 (dois) almoxarifados que fornecem material e ferramentas

para algumas obras administradas pela Secretaria, entre elas, as obras do Projeto Mutirão.

Através de requisição da fiscalização de cada obra, o material é fornecido e

entregue, através de serviço terceirizado de transporte, no local da obra.

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Foi questionado (MEMO 07/04) à Coordenadora de Apoio Logístico e Suprimentos, que responde pelo almoxarifado, de que forma é realizado o controle da depreciação e/ou devolução das ferramentas fornecidas para a obra e como é realizado o controle da devolução das sobras de material. A Coordenadora responde (MEMO H/CSU n0 67/04 e MEMO H/CSU n0 70/04) que não é realizado controle da depreciação dos materiais e que o pertinente aos materiais que retornam ao estoque ocorre através das “Ordens de Devolução” solicitadas pelos técnicos e emitidas pelo almoxarifado.

Deve-se ressaltar, que de acordo com os dados fornecidos pelo almoxarifado,

desde a implantação do Sistema de Controle de Suprimentos em 1997 até a presente data, foram registrados os seguintes percentuais de devolução:

Almoxarifado de Irajá: 0,85 % Almoxarifado de Campo Grande: 1,01%

3.5) NÃO CELEBRAÇÃO DE INSTRUMENTO CONTRATUAL

O artigo 62 da Lei 8.666/93, torna obrigatória a lavratura de instrumento

contratual nos casos de dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites das modalidades de licitação por concorrência e tomada de preços. O Professor Jessé Torres em seu livro Comentários à Lei das Licitações e Contratações da Administração Pública, 6ª edição, página 627, esclarece:

“A forma importa à existência e à seriedade dos atos e contratos da

Administração Pública. A Lei nº 8.666/93 cerca de zelo os contratos pertinentes a concorrências e tomadas de preços, que devem ser formalizados por instrumento próprio. Curioso que se omita de identificar tal instrumento, porém do contexto extrai-se que será o termo”.

“Assim, todo contrato público resultante daquelas modalidades de

licitação, ou de dispensa ou inexigibilidade para compra, obra ou serviço cujo valor corresponderia, se houvesse licitação, a uma daquelas modalidades, deve ser formalizado mediante termo”.

“Combinando-se o caput do artigo com o disposto em seu § 4º, verifica-

se que o termo será substituível por outro instrumento, a critério da Administração em duas hipóteses:

a) nos contratos resultantes das modalidades convite, leilão e concurso; b) nos contratos, de qualquer valor, incluindo, pois, as concorrências e

tomadas de preços, cujo objeto seja a compra de bens com entrega imediata e integral, sem obrigações futuras.”

Observou-se que o valor de duas obras deste Projeto (Creche Municipal Jacó

Inácio Gomes – R$ 193.606,05 e Comunidade Soares da Costa – R$ 167.171,98), está compreendido no limite da modalidade de licitação Tomada de Preços. Apesar disso não foram lavrados instrumentos contratuais.

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Questionada a respeito, a jurisdicionada informou que “a modalidade do Projeto Mutirão, não exige formalização de contrato, pois, a peculiaridade do projeto - pagamento exclusivamente de mão de obra, havendo solidariedade da Prefeitura com o responsável pela execução (encarregado) pela entrega do material utilizado nas obras, não há como fixar prazos para a finalização dos serviços.”

3.5.1) Fracionamento

Verificou-se que as obras deste projeto, conforme pode ser constatado nas

tabelas inseridas abaixo (vide relação completa no Anexo III), são por vezes fracionadas. Caso isso não ocorresse, muitas atingiriam o valor mínimo de R$ 150.000,00, o que tornaria obrigatório a formalização do instrumento contratual.

Nome da Obra Bairro Valor Bruto Contrato Encarregado Capitão Paulo, 261 – Infra-estrutura

Anchieta R$ 97.982,37 Minoro Shiose

Capitão Paulo, 261 – Pavimentação

Anchieta R$ 131.466,75 Minoro Shiose

Total R$ 229.449,12

Nome da Obra Bairro Valor Bruto Contrato Encarregado André Rocha, 4022 – Infra-estrutura

Jacarepaguá R$ 110.606,78 Marcelo dos Santos Ribeiro

André Rocha, 4022 – Pavimentação

Jacarepaguá R$ 135.120,71 Marcelo dos Santos Ribeiro

Subtotal R$ 245.727,49 Beco André Rocha, 4022 – Infra-estrutura

Jacarepaguá R$ 83.229,40 André Luiz Cardoso Gomes

Beco André Rocha, 4022 – Pavimentação

Jacarepaguá R$ 131.796,73 André Luiz Cardoso Gomes

Subtotal R$ 215.026,23 Total R$ 460.753,62

Nome da Obra Bairro Valor Bruto Contrato Encarregado Rua Azaléia – Infra-estrutura

Campo Grande R$ 120.392,16 Jocélio Vaz Nascimento

Rua Azaléia – Pavimentação

Campo Grande R$ 146.589,33 José Miraldo Santos de Souza

Total R$ 266.981,49 Nome da Obra Bairro Valor Bruto Contrato Encarregado Rua dos Lírios – Infra-estrutura

Campo Grande R$ 87.421,22 João Batista Ribeiro Alves

Rua dos Lírios – Pavimentação

Campo Grande R$ 137.682,40 Anderson Rodrigues de Souza

Total R$ 225.103,62

15

Nome da Obra Bairro Valor Bruto Contrato Encarregado Conj. Hab. Santos Dumont

Guadalupe R$ 131.265,47 Reynaldo Sobreira Gomes

Conj. Hab. Santos Dumont – Muro e Pintura

Guadalupe R$ 139.011,06 José Ricardo Lupinacci

Total R$ 270.276,53

Nome da Obra Bairro Valor Bruto Contrato Encarregado Paulo de Aquino – Infra-estrutura

Anchieta R$ 122.058,37 Aldo Cardoso Alexandre

Paulo de Aquino – Pavimentação

Anchieta R$ 134.564,57 Álvaro Cardoso Alexandre

Subtotal R$ 256.622,94 Beco Paulo de Aquino – Infra-estrutura

Anchieta R$ 62.814,92 Nelson de Oliveira Cardoso

Beco Paulo de Aquino–Pavimentação

Anchieta R$ 99.461,62 Nelson de Oliveira Cardoso

Subtotal R$ 162.276,54 Total R$ 418.899,48

OBS: Estas obras foram realizadas em áreas contíguas. Obs: Os valores das obras acima correspondem apenas à contratação

da mão-de-obra, pois os materiais, ferramentas e os custos de transporte dos mesmos para o local são, respectivamente, fornecidos e pagos pelos almoxarifados da SMH.

3.6) SOBREPOSIÇÃO

3.6.1) Mutirão x Mutirão

Verificou-se que as equipes de manutenção IV e VI do Projeto Mutirão estão

trabalhando na mesma área - Rua Alfredo Cabuçu, em Costa Barros.

3.6.2) Mutirão x Contratos

Além do mencionado retro, estas equipes estão atuando em áreas onde foram

lavrados os contratos:

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- Loteamento Delegado Virgílio Filho - contrato nº 59/03 - Processo n0 40/005508/03 - atualmente em tramitação no Gabinete da Presidência (GPA), recebido em 15/10/04.

- Empreendimento Tom Jobim - contrato nº 06/04 - processo n0 40/002425/04 - atualmente em tramitação no Gabinete da Presidência (GPA), recebido em 30/09/04.

3.7) INEXISTÊNCIA DE PROCESSO ADMINISTRATIVO

Verificou-se a não formalização de processo administrativo para cada obra do

Projeto Mutirão, conforme estabelece o Decreto n0 2.477/80 e a Resolução CGM n0 287/00, alterada pela Resolução CGM 328/01. São realizados apenas empenhos no valor total disponível na dotação específica e deduzidas as parcelas utilizadas em cada obra.

Para a melhoria do controle deveria ser efetuado o empenhamento

individualizado para cada obra, sendo emitidos nos nomes dos encarregados, pois assim haveria um maior controle sobre as despesas efetuadas em cada obra. OBS: As irregularidades e impropriedades encontradas estão discriminadas no subitem 5.2.

4) EXECUÇÃO DE OBRAS

Da análise do Sistema de Controle de Processos - SCP e da pasta de contratos solicitada ao órgão, selecionamos os termos abaixo discriminados, para verificação in loco de suas execuções:

4.1) FAVELA BAIRRO

4.1.1) Comunidades Azevedo Lima e Santos Rodrigues

Processo 16/000176/03 TCMRJ: 40/006.624/03 Instrumento: Contrato 74/03 Data de assinatura : 31/10/03 Prazo: 12 meses – de 21/11/03 a 26/12/04 Contratada: Construtora Mello Junior Ltda. Valor inicial: R$ 12.123.243,61

17

Objeto: Obras de edificações, infraestrutura e urbanização nas Comunidades Azevedo Lima e Santos Rodrigues – Rio Comprido. Fundamentação Legal: CO nº 10/2003 - Art. 23, I da Lei nº 8.666/93 Relator: Sr. Conselheiro Maurício Azêdo Termo Aditivo: De acordo com a fiscalização, será formalizado o 10 Termo Aditivo, para adequação de determinados quantitativos à realidade da obra .

1 - O Projeto O Morro de São Carlos, onde estão situadas as comunidades de Azevedo

Lima e Morro Santos Rodrigues, está localizado no Bairro Rio Comprido na porção centro-oeste da Cidade do Rio de Janeiro.

O tipo de ocupação na comunidade se caracteriza pelo uso residencial, sendo

observados, contudo, alguns pontos comerciais isolados e distribuídos aleatoriamente.

O empreendimento compreende obras de Edificações, Urbanização, Rede de

Água, Esgoto Sanitário, Rede de Drenagem, Iluminação Pública, Sinalização, Contenção, Mobiliário Urbano e Paisagismo.

O Sistema de Abastecimento de Água foi concebido de forma a atender

satisfatoriamente ambas as comunidades, sendo que a maior parte será abastecida pelo reservatório projetado Lacerda II, com capacidade de 410 m3, que será construído junto ao reservatório existente Lacerda I, localizado no Morro Santos Rodrigues. Uma pequena parte da comunidade Azevedo Lima será abastecida diretamente pelo reservatório Santos Rodrigues.

O Sistema de Esgotamento Sanitário das comunidades foi dimensionado para

uma população estimada e seu traçado acompanha, sempre que possível, as escadarias e ruas projetadas pelo Sistema Viário.

O projeto do novo Sistema de Drenagem visa ao aproveitamento, quando

possível, das canaletas construídas pela GEORIO. Em ambas as comunidades as vias não evidenciam maior preocupação

urbana/paisagística em sua implantação ou renovação. Há deficiência de iluminação, ausência de arborização, inexistência de mobiliário urbano, etc.

2 – Da execução das obras As obras iniciaram-se em 21/11/03, com término previsto para 26/12/04,

atualmente encontra-se em sua 6a etapa, tendo realizado 7 medições. Quando da visita às obras, verificou-se que as mesmas estavam, em média, com 13,68% do seu cronograma executado.

Houve suspensão da obra nos períodos: de 05/01/2004 até 15/02/2004, e

15/07/2004 até a data da visita realizada pela equipe de inspeção em 18/08/2004,

18

quando a mesma, não havia reiniciado oficialmente. Entretanto, verificou-se que a empreiteira não paralisou os serviços na comunidade.

Vale ressalvar que com aproximadamente 50% do prazo de execução da obra

decorrido, apenas R$1.662.828,29 dos R$12.123.243,61 foram medidos, representando um percentual de 13,7%. A fiscalização informou que o atraso deveu-se a necessidade de readequação de projetos e a demora nas desapropriações.

Os itens contêiner escritório (AD01793), contêiner vestiário ou depósito

(AD017095) e contêiner WC (AD017096), juntos correspondem a um valor de R$ 49.560,84, e medidos R$ 29.318,68, porém foram substituídos por uma casa alugada na comunidade, foto abaixo.

Casa alugada para escritório da empresa e da fiscalização.

Com relação ao orçamento inicial verifica-se que vários itens correspondentes

a transporte estão com a quantidade medida acima do inicialmente orçado, e outras com quase toda sua quantidade medida, lembrando que até o momento foi medido apenas 13,7% do valor contratado. Segue abaixo, quadro com alguns itens de transporte.

CONSTRUÇÃO DAS CANALETAS Qtd. Contratada

Qtd. Medida/ Acumulada

Qtd. Saldo

TC000140 Transporte de carga de qualquer natureza... 5.430 t.km 7.059 t.km - 1.629

t.km

TC000203 Transporte manual de materiais diversos encosta abaixo. 4.584 t.dam 3.924,81 t.dam* 659,19

t.dam

TC017772 Transporte manual de material encosta acima

3.667 t.dam 3.405,97 t.dam 261,03 t.dam

* t.dam = tonelada x decâmetro (unidade de comprimento correspondente a 10 metros)

19

ESCADARIAS – REFORMAS Qtd. Contratada

Qtd. Medida/ Acumulada

Qtd. Saldo

TC000203 Transporte manual de materiais diversos encosta abaixo.

9.131,57 t.dam 6.688,91 t.dam 2.442,66 t.dam

TC017772 Transporte manual de material encosta acima

17.572,37 t.dam

22.263,28 t.dam

-4.690,91 t.dam

IMPLANTAÇÃO DA REDE Qtd. Contratada

Qtd. Medida/ Acumulada

Qtd. Saldo

TC000203 Transporte manual de materiais diversos encosta abaixo.

6.608 t.dam 4.307,08 t.dam 2.300,92 t.dam

TC017772 Transporte manual de material encosta acima

4.626 t.dam 4.541,43 t.dam 84,57 t.dam

IMPLANTAÇÃO DE 1288 LIGAÇÕES Qtd. Contratada

Qtd.Medida/ Acumulada

Qtd. Saldo

TC000203 Transporte manual de materiais diversos encosta abaixo.

1.473 t.dam 1.914,87 t.dam -441,87 t.dam

TC017772 Transporte manual de material encosta acima

1.119 t.dam 1.373,24 t.dam -254,24 t.dam

A fiscalização informou que o transporte de materiais foi sub-dimensionado no projeto inicial, e que provavelmente todos os itens correspondentes sofrerão acréscimos nos seus quantitativos, através de termo aditivo que se encontra em fase de elaboração. A fiscalização alega a dificuldade encontrada nos acessos aos trechos com intervenção, além das distâncias superiores ao apresentado na planilha orçamentária.

Escadaria com guarda-corpo Beco rampado para facilitar acesso de

morador deficiente.

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Escadaria com cerca limítrofe. Serão executadas obras de contenção para

posterior construção da Creche Azevedo Lima.

OBS: As irregularidades e impropriedades encontradas estão discriminadas no subitem 5.3.1.

4.1.2) Comunidade Morro da Providência

Processo 16/001.672/03 TCMRJ: 40/2126/04 Instrumento: Contrato 03/04 Data de assinatura: 29/03/04 Prazo: 18 meses Contratada: Hecio Gomes Engenharia e Comércio Ltda Valor: R$ 12.373.425,90 Objeto: Obras de urbanização, infra-estrutura e edificações na Comunidade Morro da Providência – Saúde. Fundamentação Legal: CO nº 88/2003 - Art. 23, I da Lei nº 8.666/93 Relator: Sr. Conselheiro Maurício Azêdo.

1 - O Projeto O projeto elaborado para Comunidade Morro da Providência, que em 2001

possuía 1.362 domicílios, integra o Programa Favela Bairro e contempla a execução das seguintes obras/serviços:

- Edificações; - Urbanização; - Redes de Água, Esgoto Sanitário, Drenagem; - Contenção de Encosta; - Mobiliário Urbano / Comunicação Visual; - Paisagismo.

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2 – Da execução das obras

As obras iniciaram-se em 05/04/04, com término previsto para 27/09/05. Até a data da visita haviam sido realizadas 8 medições perfazendo um total de R$ 10.193.231,03 (82,38%).

Durante a visita, verificou-se o andamento das obras em algumas ruas, na

creche e na Praça Américo Brum. Foram observadas distorções quanto a itens medidos e não existentes ou existentes em menor número, conforme pode ser verificado abaixo:

a) Itens medidos não existentes – Praça Américo Brum

Item Descrição Unidade Qtd. Medida

Qtd. Existente

Valor pago a maior

IP001570 Poste de concreto, circular reto de 9 m, com cabeça de concreto; exclusive fornecimento do poste e da cabeça. Assentamento.

un 4,00 0,00 426,32

IP008063 Lâmpada multivapor metálico de 400 w. Fornecimento

un 8,00 0,00 587,58

IP008236 Colocação de reator, padrão RIOLUZ, para lâmpada de descarga, em poste de aço, concreto ou madeira, exclusive o fornecimento do reator e ferragens de fixação.

un 16,00 0,00 118,69

IP008434 Projetor PRJ-01, modelo 3, para lâmpada a vapor de sódio ou multivapor metálico de 250/400w tubular e vapor de mercúrio de 240w a 400w. Fornecimento

un 8,00 0,00 624,30

PJ001209 Tabela de basquete em compensado naval, tamanho oficial com aro e rede. Fornecimento e colocação.

par 1,00 0,00 665,36

PJ001211 Rede de vôlei oficial com cabo de aço. Fornecimento.

un 1,00 0,00 87,61

PJ001214 Estrutura para basquete, metálica, fixa, com avanço livre de 1,30 m, com tabelas de compensado naval, aros e redes. Fornecimento e colocação, exclusive furação do piso.

par 1,00 0,00 1.611,17

Total 4.121,03

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Visão geral da quadra de esportes localizada na praça Américo Brum – pode-se verificar a não existência de postes de concreto, projetores, tabelas de basquete, rede de vôlei, etc.

b) Itens medidos não existentes – Creche

Item Descrição Unidade Qtd.

Medida Qtd. Existente

Valor pago a maior

AP008817 Fogão industrial Merinox Fog. 430 ou similar, em aço carbono pintado, de 4 bocas com grelha em ferro fundido de (30 x 30) cm, provido de 2 queimadores simples e 2 queimadores duplos e estrado paneleiro inferior, nas medidas de (76x86x85) cm. Fornecimento.

un 1,00 0,00 442,47

IT001200 Fogão a gás encanado, exclusive fornecimento do aparelho, compreendendo: 25 metros de tubo galvanizado de 1”, conexões e registro. Instalação e registro.

un 2,00 1,00 508,26

ES000917 Mastro metálico em tubo de ferro galvanizado de 3’’ com altura de 6 m, equipado com roldana com fixação em prisma de concreto de (30x30x50) cm. Fornecimento e colocação.

un 3,00 0,00 1.133,22

IP001576 Poste de aço reto, de 4,50 m até 6,00 m, com engastamento da parte inferior da coluna diretamente no solo; exclusive fornecimento do poste. Assentamento.

un 6,00 0,00 303,72

IP008102 Poste de aço reto, cônico contínuo, altura de 4,50 m, com sapata. Fornecimento.

un 6,00 0,00 1.197,00

IP001720 Colocação de rele fotoelétrico individual, com base em poste (aço ou concreto) de acordo com o padrão da RIOLUZ, exclusive fornecimento do rele e base.

un 6,00 0,00 42,66

IP008142 Lâmpada a vapor de sódio, alta pressão, potência de 70 w, base E-27, bulbo ovóide. Fornecimento.

un 10,00 0,00 185,80

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Item Descrição Unidade Qtd. Medida

Qtd. Existente

Valor pago a maior

IP007932 Rele fotoelétrico, tipo NF, tensão de 125 V. Fornecimento.

Un 10,00 0,00 114,60

IT006476 Para-raio, tipo válvula, para 15 Kv/5KA. Fornecimento e colocação.

Um 1,00 0,00 127,78

Total 4.055,51

Fachada da Creche sem os mastros das bandeiras.

Lactário onde deveria ter sido instalado um fogão.

c) Itens medidos diferentes dos instalados – Creche

Item Descrição Unidade Qtd. Medida Qtd existente AP005236 Ventilador de teto Ventaço ou similar,

com chave para ventilação e exaustão e pás em aço pintado. Fornecimento e colocação.

un 18,00 0,00

AP008811 Ar condicionado para colocação em parede, 21000 BTUS. Fornecimento.

un 5,00 0,00

ES007450 Portão de correr em ferro, fabricado com perfi l de diâmetro 5/8” e pintado com 1 demão de zarcão, inclusive fechadura e cadeado. Fornecimento.

m2 3,200 0,00

Estes três itens apesar de medidos foram trocados por outros. Os 18 (dezoito)

ventiladores de teto (R$ 81,79 x 18 = R$ 1.472,22) foram trocados por 13 (treze) ventiladores de parede, que não constam no SCO-RIO. Quanto aos aparelhos de ar condicionado foram medidos 5 (cinco) de 21000 BTUs (R$ 1.890,00 x 5 = 9.450,00) mas foram instalados 4 (quatro) de 18000 BTUs (item não existente no SCO-RIO) e 1 (um) de 7500 BTUs (R$ 623,67). Quanto ao portão de correr foi substituído por um fixo.

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Aparelhos de ar condicionado de 18000 BTUS apesar dos contratados e medidos serem de 21000BTUS

Sala de atividades – Ventiladores de teto trocados por ventiladores de parede

Portão da Creche. Apesar de ter sido instalado um portão fixo, o medido foi um de correr em ferro..

d) Canteiro de Obras Apesar de terem sido medidos (1ª medição) nove contêineres, que totalizaram até o momento um dispêndio de R$ 4.253,07 (quatro mil, duzentos e cinqüenta e três reais e sete centavos), de um total de 162 contêineres que corresponderão a um gasto de R$ 76.555,26 (setenta e seis mil, quinhentos e cinqüenta e cinco reais e vinte e seis centavos) havia no local uma casa alugada. Constam ainda nesta medição 03 (três) unidades do item IT006023 - Ligação de água e esgoto a rede pública de residência – R$ 1.442,46, que não são condizentes com a situação atual (aluguel de uma casa) mas sim com os itens contêineres e barracão de obras. Além disso, também foi medido um barracão com paredes de madeira compensada de 222 m2, no valor total de R$.30.322,98, que não foi observado no local OBS: As irregularidades e impropriedades encontradas estão discriminadas no subitem 5.3.2.

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4.2) MORAR LEGAL

4.2.1) Loteamento Delegado Virgílio Filho – Costa Barros

Processo 16/000.260/03 TCMRJ: 40/002.649/03 – CO nº 25/2003 TCMRJ: 40/005.508/03 - Contrato nº59/2003 TCMRJ: 40/002.631/04 – 1º T.A. nº 37/2004 \ TCMRJ: 40/004.383/04 - 2º T.A. nº 77/2004 � Data de assinatura do contrato: 03/09/03 Prazo: 08 meses – de 16/09/03 a 13/10/04 Contratada: L.O. Graça Engenharia Ltda. Valor: R$ 2.279.026,14 Objeto: Obras de urbanização, infra-estrutura e edificações no Loteamento Delegado Virgílio Filho. Fundamentação Legal: CO nº 25/2003 - Art. 23, I, c da Lei nº 8.666/93 Relator: Sr. Conselheiro Maurício Azêdo.

1 - O Projeto O projeto no Loteamento Delegado Virgílio Filho, que possui uma população

de 528 habitantes, contemplou a execução das seguintes obras/serviços: - Edificações (Cemasi/Creche); - Redes de Água, Esgoto Sanitário, Drenagem; - Sistema Viário; - Iluminação Pública; - Contenção de Encosta; - Mobiliário Urbano / Comunicação Visual; - Coleta de Lixo; - Lazer e Paisagismo. Os termos de rerratificação suprimiram as seguintes obras/serviços: - Iluminação Pública; - Mobiliário Urbano e Sinalização; - Coleta de Lixo; - Lazer e Paisagismo; - Contenção. A razão deste corte deveu-se, segundo justificativas apresentadas nos termos

aditivos, a erro de projeto que determinou a necessidade de se aumentar as quantidades dos seguintes serviços:

A rede de esgoto, cuja execução deve ser efetuada nos dois lados da rua,

conforme especificação da CEDAE, ao contrário do projeto básico, que previa apenas de um lado;

Rerratificação orçamentária/readequação cronograma físico-financeiro

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A construção do CEMASI e da Creche, cuja especificação do concreto passou de 18 para 22,5 Mpa (mega pascal), conforme norma NBR6118, e cujas quantidades aumentaram de acordo com o novo projeto de estrutura, assim como o aço e serviços correlatos.

CEMASI Creche

2 – Delimitação De acordo com o projeto básico, o loteamento está delimitado pelas ruas

Virgílio Filho ao sul, Rua da Prosperidade ao sul e a leste, Rua Jorge Nogueira ao norte e Beco da Quitanda a oeste.

Rua da Prosperidade, vendo-se à esquerda o muro pertencente ao Empreendimento Tom Jobim (Loteamento Portus III)

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3 - Sobreposição de área de atuação De acordo com o mapa do anexo IV, a área de atuação da equipe de

manutenção IV do projeto Mutirão inclui as quadras I a XIX, enquanto a deste contrato, conforme projeto básico, estão delimitadas pelas ruas Jorge Nogueira ao norte e Virgílio Filho ao sul, o que envolve as quadras I a XII.

No entanto, de acordo com o mesmo mapa, a rua Alfredo Cabuçu, objeto do Mutirão - Equipe de Manutenção VI, situa-se na área definida como deste contrato.

4 – Da execução das obras A obra iniciou-se em 16/09/03, tendo sido paralisada por cinco meses

(04/12/03 a 03/05/04) e seu término previsto para 13/10/04. Foram realizadas 6 medições perfazendo um total de R$ 1.463.136,24 (64,20%).

Obs.: A partir de 04/10/04 a obra está suspensa e o total liquidado, até a presente data, de acordo com o SAGOF, é de R$ 2.049.886,85 (89,95%).

4.1 - Canteiro de Obras Esta categoria engloba vários itens do SCO-Rio, entre os quais, o aluguel de

24 contêineres (8 para escritório, 8 para vestiário/depósito e 8 para WC), 96 m² de barracão de obras com parede de madeira compensada, 700 m² de tapume de vedação, instalação e ligação provisória de alimentação de energia elétrica (1 un.) e ligação de água e esgoto à rede pública de residência (1 un.), que totalizam R$ 39.590,19.

Na visita não foi constatada a existência dos itens elencados acima, tendo

sido substituídos pelo aluguel de duas casas.

Casa utilizada como escritório

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Almoxarifados – O cômodo, à esquerda é adjacente a uma edificação principal, à direita. 4.2 – Licença Ambiental A fiscalização informou que consta do Projeto de Redes Coletoras de Esgotamento Sanitário a instalação de uma Estação Elevatória, que lançará o esgoto coletado na estação de tratamento já existente, localizada na comunidade Portus III.

Com base nesta informação foi solicitado o fornecimento de Licença Prévia, visto que, a Resolução CONAMA n0 237/97, em seu anexo I, que lista os empreendimentos que devem receber licenciamento prévio, inclui a estação elevatória. Entretanto, a fiscalização, quando questionada da necessidade do licenciamento, informou não ser necessário.

O artigo 30 da Resolução CONAMA n0 237/97 prevê licença ambiental para

empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação dos recursos ambientais e de acordo com o seu Parágrafo Único, o órgão ambiental competente, no caso a FEEMA, verificando que a atividade ou empreendimento não é potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo processo de licenciamento.

Portanto, se não há Licença Prévia, necessariamente deve haver uma

certidão da FEEMA declarando que o local e o tipo de empreendimento ou atividade estão atendendo a todas as exigências ambientais vigentes.

OBS: As irregularidades e impropriedades encontradas estão discriminadas no subitem 5.3.3.

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4.2.2) Loteamento Portus (Tom Jobim)

Processo 16/000.140/04 TCMRJ: 40/002.425/04 Instrumento: Contrato 06/04 Data de assinatura: 07/04/2004 Prazo: 05 meses – de 20/04/04 a 19/09/04 Contratada: Construtora Mello de Azevedo S/A. Valor: R$ 1.718.082,71 Objeto: Obras de recuperação da infra-estrutura do empreendimento Tom Jobim ,localizado em Costa Barros Fundamentação Legal: Art. 25, caput. Relator: Sr. Conselheiro Maurício Azêdo.

1 - O Processo Este processo encontra-se em trâmite nesta Corte de Contas, tendo sido

sugerida, por esta IGE, diligência por não ter sido detectado prazo fatal para a realização dos serviços exigidos pelo convênio que pudessem caracterizar urgência ou especialidade no seu objeto de forma a inviabilizar a competição, conforme subtrai-se das observações a seguir:

a) A Cláusula Sexta do convênio celebrado entre a CEF e a SMH dispõe que

o prazo de vigência daquele acordo é de 24 meses, prorrogável de acordo com o interesse das partes;

b) Os serviços, objeto do contrato, compõem-se de recuperação de

drenagem, pavimentação, iluminação pública e construção de muro periférico de fechamento das quadras.

2 – Alterações do Projeto 2.1) Alterações realizadas - Tendo em vista que muitas pessoas transitavam

dentro da obra, aproximando-se perigosamente das máquinas e dos equipamentos em funcionamento, e que tampões, postes, cabos etc foram roubados (fato este já constatado no projeto básico), a contratada junto com a fiscalização concluíram que a recuperação de tais serviços não poderia ocorrer com a obra exposta, o que determinou a aceleração da execução do muro que a veda e a conseqüente readequação do seu cronograma físico-financeiro. (Da previsão de 36% a partir da 3ª etapa passou-se para 50% na 1ª etapa – (anexo VI)

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Muro periférico que cerca o condomínio Tom Jobim.

2.2) Alterações a realizar - Parte do sistema de água potável está

degenerado, não só pelo longo tempo de abandono, como porque árvores foram plantadas em cima da canalização. Atualmente, estuda-se para este trecho, a viabilidade do que seria mais vantajoso, se a construção de uma rede nova ou se a recuperação da antiga. Em conseqüência, a fiscalização sinalizou a necessidade de um termo aditivo de rerratificação com aumento de valor e prorrogação de prazo por 3 meses.

Rua Maria José Missen, com a rede de águas pluviais, ao centro, e as árvores que danificaram a canalização do sistema de água potável.

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3 – Duplicidade de Objeto Existe um grupo do projeto Mutirão, para manutenção, integrado por 1

Encarregado, 3 oficiais e 8 serventes, todos remunerados quinzenalmente, cujo objeto é a revisão das redes de esgoto, drenagem e de águas, além da limpeza e preparo do terreno, e cuja área de atuação é Portus III, coincidentemente, a mesma do presente processo. Segundo o responsável pelo projeto Mutirão, este grupo de manutenção permanecerá no local até o final das obras.

Apesar de na pasta do projeto “Manutenção IV – Portus III” não constar a

localização onde a equipe deve atuar, mas apenas que o endereço é Portus III, o responsável Sr. Carlos A. Siqueira da Silva, Matr. 11/156.712-2 - coordenador de Execução III – informa (anexo IV), em resposta ao nosso memo nº 19/2004, que a área de atuação neste condomínio Portus inclui as quadras I a XIX, enquanto a do contrato se estende pelas quadras XX a XXV e XXVII. Através de um mapa, onde vem assinalada a área abrangida pelo projeto mutirão, constatamos as seguintes duplicidades quando confrontadas com o objeto do convênio firmado entre a Caixa e a PCRJ: Rua Leonardo Aníbal Tonini, Rua Jorge Nogueira, Rua Jaime Gomes Caldas e Rua Sérgio Siqueira de Macedo.

No projeto básico do presente contrato com a Construtora Mello de Azevedo

S.A. consta a limpeza dos PVs das redes de esgoto e águas pluviais e a dos passeios e ruas, algumas delas fazendo parte do projeto mutirão da Equipe de Manutenção IV . Portanto, o objeto da proposta do Projeto Mutirão está em aparente duplicidade e com o deste contrato, o que pode evidenciar duplo pagamento pelo município por um mesmo serviço, uma vez que não há indícios ou descrição pormenorizada, em arquivos, seja do contrato ou do projeto mutirão, de que os serviços abrangem apenas um determinado trecho da rua, quando o que está escrito, quando vem oficialmente escrito nas pastas, é apenas o nome da rua.

Além disto, permeando as quadras IV, V e VI, se estende a Rua Alfredo

Cabuçu, que está contida na área do mapa em que atua a Equipe de Manutenção IV. No entanto, existe um projeto mutirão – “Equipe de Manutenção VI” (anexo V)– cujo objeto é limpeza e roçado, plantio e poda de árvores desta mesma rua Alfredo Cabuçu.

4 – Da execução e medição das obras

Foram realizadas 3 medições perfazendo um total de R$ 1.204.388,30 (70,10%). O novo cronograma físico-financeiro prevê, até a 3ª medição, um pagamento no valor de 71,91% do total, distribuído em 5 etapas:

4.1 - Barracão de obra

A quantidade medida foi superior em 30%, ou seja, aumentou de 84m2 para 109,2 m2. Contudo, segundo a fiscalização, foram construídos aproximadamente 150m2,

32

tendo sido utilizados 9 contêiners enquanto se construía este grande barracão de obras.

Barracão de obras

4.2 – Salários da Administração Local e da Assistência Técnica

Foram medidas e pagas as seguintes quantidades de horas:

SCO/Descrição Orçamento

horas 1ª medição h/nº pessoal

2ª medição h

3ª medição h

Saldo h

AD40050056 Almoxarife

600 220 01

220

220 -60

AD40050086 Aux. Técnico

600 220 01

220

220 -60

AD40050116 Encarregado

600 440 02

220

120 -180

AD40050134 Engen./Arquit.

450 220 01

220 145 -135

AD40050152 Mestre de Obra

600 220 01

220 220 -60

AD40050218 Vigia

2200 660 03

660 660 220

AD40050086 Aux. Técnico

600 220 01

220 220 -60

AD40050092 Aux. Topografia

400 220 01

220 80 -120

AD40050104 Desenhista

350 220 01

220 0 -90

AD40050134 Engen./Arquit.

500 220 01

220 210 -150

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SCO/Descrição Orçamento horas

1ª medição h/nº pessoal

2ª medição h

3ª medição h

Saldo h

AD40050212 Topógrafo

400 220 01

220 80 -120

AD40050050 Ajudante

600 400 ?

150 230 -180

Há necessidade de esclarecimentos da acentuada distorção, observada no quadro acima, entre o orçado e o realizado.

4.3 – Limpeza e Transporte de Carga

SCO/Descrição Orçamento Medição Realizada Saldo TC05050450 4.080t.km 5.088,75t.km -1.008,75t.km PJ20050703 1.480m 1.884m -404m TC05050450 330.000t.km 429.000t.km -99.000t.km TC10050350 11.000t 14.300t -3.300t TC05050300 16.440t.km 21.372t.km -4.932t.km TC10050100 771t 1.002,30t -231,30t TC10050150 51t 66,30t -15,30t

Estes itens referem-se a transporte de carga de qualquer natureza, retirada de cobertura vegetal, carga e descarga mecânica e manual.

Segundo a fiscalização, a distorção entre orçado e realizado deve-se à falta

de condições para avaliar a quantidade de cobertura vegetal a ser retirada e a quantidade de entulho que entupia os PVs das redes de esgoto e de águas pluviais.

Contudo, conforme já assinalamos no item 3, há um projeto Mutirão de manutenção – Equipe de Manutenção IV - cujo objeto (anexo IV) está contido no do contrato, ou seja, a revisão das redes de esgoto, de drenagem e de águas, limpeza de terreno, preparo do terreno e execução de fôrmas para a concretagem de tampas de PVs, paredes de concreto de PVs, lajes e berços para proteção de rede.

4.4 – Iluminação Pública

O item SE25700550A – Fornecimento de projeto executivo em autocad de instalação de luz aprovado na concessionária em urbanização, considerando a área acima de 15.000m2 - foi orçado em 35.000m², tendo sido medidos 45.500m², ou seja 30% a mais. Contudo, segundo a fiscalização, a área envolvida será aproximadamente de 135.000m², o que equivale a um erro de avaliação de 100.000m² ou 385,7%, necessitando, portanto, de um esclarecimento.

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Luminárias em estoque.

Braços da luminária em estoque. Postes de aço em estoque.

4.5 – Transformadores

Foram medidos e pagos integralmente o item do SCO – Rio - IT25660500A,

não tendo sido encontrados, as duas subestções simplificadas, padrão Light, com transformador trifásico de 225Kva, 13, 8V/220 – 127V, 2 postes de concreto armado com seção circular com 11m e carga nominal de 600Kg, inclusive todos os materiais necessários, exclusive cabine de medição. Fornecimento e montagem. Todos os transformadores vistoriados estavam presos apenas a um poste, conforme verificado pela equipe inspecionante (vide fotos a seguir).

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Transformador fixado somente a um poste.

Rua Sérgio Siqueira de Macedo Rua José Maria Missen

OBS: As irregularidades e impropriedades encontradas estão discriminadas no subitem 5.3.4.

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4.3) PROJETO MUTIRÃO

4.3.1) Comunidade Paulo de Aquino - Anchieta

Existem na comunidade Paulo de Aquino 4 projetos de mutirão, elencados a

seguir, com seus respectivos encarregados responsáveis e custos: Rua Paulo de Aquino – infra-estrutura – Aldo Cardoso Alexandre – R$ 122.098,37 Rua Paulo de Aquino– pavimentação – Álvaro Cardoso Alexandre - R$ 134.564,57 CONTRATO TOTAL - R$ 256.662,94 Custo transporte/carga/descarga (95h55m) R$ 34.405,31 Material fornecido pelo Almoxarifado da SMH - R$ 19.889,31 CUSTO TOTAL - R$ 310.957,56 Beco Paulo de Aquino -infra-estrutura - Nelson de Oliveira Cardoso - R$ 62.814,92 Beco Paulo de Aquino -pavimentação –Nelson de Oliveira Cardoso - R$ 99.461,62 CONTRATO TOTAL - R$ 162.276,54 Material fornecido pelo Almoxarifado da SMH - R$ 3.014,96 CUSTO TOTAL - R$ 165.291,50

TOTAL CONTRATO R$ 418.939,48 CUSTO TOTAL R$ 476.249,06

A SMH, através de sua Coordenadoria de Apoio Logístico e Suprimentos, nos

forneceu os custos de transporte e da mão de obra necessária para retirar do almoxarifado os materiais e equipamentos fornecidos e entregues gratuitamente às obras do projeto mutirão (memo H/SCU nº 076/04), além dos custos do que é fornecido (memos H/CSU nºs 070/04 e 073/04).

Como se pode constatar, devido ao fracionamento dos serviços de

engenharia, as obras isoladamente não atingem o valor mínimo de R$ 150.000,00 que tornaria obrigatória a lavratura de contrato. Contudo, agregadas por encarregado ou por localidade (os encarregados das obras da Rua Paulo de Aquino e do beco são irmãos) e acrescentando o custo do fornecimento gratuito de materiais e equipamentos e seu respectivo transporte/carga/descarga, os valores passam a ser significativos diante do conjunto da obra, o que poderia ser minorado, através de uma licitação, onde a administração certamente obteria condições mais vantajosas.

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Visão rua Paulo de Aquino com material para pavimentação.

Esquina da rua Paulo de Aquino com o beco Paulo de Aquino.

Analisando os 4 orçamentos das obras em referência, a equipe inspecionante

constatou no local as seguintes incompatibilidades: 4.3.1.1 Barracão de obra Barracão de obra com paredes de madeira compensada, tipo Madeirit resinado com 10mm de espessura, piso cimentado e estrutura de Pinho de 3a ou similar, e cobertura de telhas onduladas de fibras vegetais e minerais com 3mm de espessura, inclusive pintura, instalações de aparelhos, esquadrias e ferragens, constando de escritório, sanitários, depósitos e torre com caixa d'água em polietileno com capacidade de 500l, reaproveitado 5 vezes, exclusive ligações provisórias.

Nos quatro orçamentos, ou seja, infra-estrutura e pavimentação para o Beco e Rua Paulo de Aquino foram orçados 50 m2 de barracão para cada obra, entretanto: Orçamento: Barracão de obra - AD017776 – 50m² - R$ 90,00/m2 Realidade: Só foi encontrado 1 barracão nas 4 obras. A fiscalização informou que o utilizado no Beco havia sido removido. Considerando o uso de 2 barracões, temos: Custo real = 2 X 90,00 X 50 = R$ 9.000,00 Custo total orçado e pago = 4X50X90 = 4X4500 = R$ 18.000,00 Despesa paga a maior = R$ 9.000,00

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Barracão de obra na rua Paulo de Aquino

Não havia barracão de obra no beco Paulo de Aquino devido, segundo a fiscalização, ao término recente da obra neste local.

4.3.1.2 Placa de identificação de obra pública Placa de identificação de obra pública, inclusive pintura, suporte de madeira e transporte. Fornecimento e colocação. Orçamento: Placa - AD000070 – 20m² - R$151,12/ m2 Realidade: Só existem 2 placas, aproximadamente de 6m² de área total. Custo real = 6 m2 X R$151,12/m2 = R$ 906,72 Custo total orçado e pago = 4 uni. X 20 m2 X 151,12/m2 =4X3.022,40 = R$ 12.089,60 Despesa paga a maior = R$ 11.182,88

Somente 2 placas, aproximadamente de 3 m² cada, foram encontradas na localidade.

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4.3.1.3 Placas de sinalização de obra (utilização) Placa de sinalização para obra na via pública, compreendendo exclusivamente o serviço de colocação e retirada. Orçamento: Placa - AD016667 – 60 unidades - R$ 42,60/uni. Realidade: Não foi encontrada placa. Custo real = Zero Custo total orçado e pago = 4 uni. X R$42,60/uni. = R$ 170,40 Despesa paga a maior = R$ 170,40 4.3.1.4 Placas de sinalização de obra (confecção)

Placa de sinalização para obra na via pública, com 0,60m de largura por 1m de altura, com avisos em letras pintadas, compreendendo o fornecimento e pintura, inclusive da estrutura em sarrafo e suporte em Pinho e base de concreto. Orçamento: Placa - AD016668 – 20 unidades - R$ 640,00 Realidade: Não foi encontrada placa. Custo real = Zero Custo total orçado e pago = 4 uni. X R$640/uni = R$ 2.560,00 Despesa paga a maior = R$ 2.560,00

Pode-se notar nas fotos, a seguir, que não há nenhuma sinalização de obra.

Rua Paulo de Aquino, ainda em obras. Beco Paulo de Aquino.

Total de Despesas Pagas a Maior = R$ 22.913,28 (5,47%)

4.3.2) André Rocha - Jacarepaguá

Existem na comunidade de André Rocha 4 projetos de mutirão, elencados a

seguir, com seus respectivos encarregados responsáveis e custos:

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Rua André Rocha – infra-estrutura – Marcelo dos Santos Ribeiro – R$ 110.606,78 Rua André Rocha – pavimentação – Marcelo dos Santos Ribeiro - R$ 135.120,71 CONTRATO TOTAL - R$ 245.727,49 Custo transporte/carga/descarga (140h07m) R$ 50.259,85 Material fornecido pelo Almoxarifado da SMH - R$ 34.208,04 CUSTO TOTAL - R$ 330.195,38 Beco André Rocha - infra-estrutura – André Luiz Cardoso Gomes - R$ 83.229,40 Beco André Rocha - pavimentação – André Luiz Cardoso Gomes - R$ 131.796,73 CONTRATO TOTAL - R$ 215.026,13 Custo transporte/carga/descarga (33h20m) R$ 11.956,67 Material fornecido pelo Almoxarifado da SMH - R$ 16.617,06 CUSTO TOTAL - R$ 243.599,86

TOTAL CONTRATO R$ 460.753,62 CUSTO TOTAL R$ 573.795,24

A SMH, através de sua Coordenadoria de Apoio Logístico e Suprimentos, nos

forneceu os custos de transporte e da mão de obra necessária para retirar do almoxarifado os materiais e equipamentos fornecidos e entregues gratuitamente às obras do projeto mutirão (memo H/SCU nº 076/04), além dos custos do que é fornecido (memos H/CSU nºs 070/04 e 073/04).

Como se pode constatar, devido ao fracionamento dos serviços de engenharia, as obras isoladamente não atingem o valor mínimo de R$ 150.000,00 que tornaria obrigatória a lavratura de contrato. Contudo, agregadas por encarregado ou por localidade ( o beco André Rocha tem a forma de um U, iniciando e terminando na rua André Rocha e os encarregados das obras da rua como os do beco são em suas duas fases o mesmo) e acrescentando o custo do fornecimento gratuito de materiais e equipamentos e seu respectivo transporte/carga/descarga, os valores passam a ser bastante significativos diante do conjunto da obra, o que poderia ser minorado, através de uma licitação, onde a administração certamente obteria condições mais vantajosas.

Visão do alto da rua André Rocha com material para pavimentação.

Trecho final da rua André Rocha, faltando a pavimentação e a canaleta lateral.

41

Analisando os 4 orçamentos das obras em referência, a equipe inspecionante

constatou no local as seguintes incompatibilidades: 4.3.2.1 Barracão de obra Barracão de obra com paredes de madeira compensada, tipo Madeirit resinado com 10mm de espessura, piso cimentado e estrutura de Pinho de 3a ou similar, e cobertura de telhas onduladas de fibras vegetais e minerais com 3mm de espessura, inclusive pintura, instalações de aparelhos, esquadrias e ferragens, constando de escritório, sanitários, depósitos e torre com caixa d'água em polietileno com capacidade de 500l, reaproveitado 5 vezes, exclusive ligações provisórias.

Nos 4 (quatro) orçamentos, ou seja, infra-estrutura e pavimentação para o Beco e Rua André Rocha foram orçados 50 m2 de barracão para cada obra, entretanto: Orçamento: Barracão de obra - AD017776 – 50m² - R$ 90,00/ m2

Realidade: Só existe 1 barracão de obra, com 2 cômodos e 40m² de área total. Custo real = 40 m2 X 90/m2 = R$ 3.600.00 Custo total orçado e pago = 4 uni. X 50 m2 X R$90/m2 = 4X4500 = R$ 18.000,00 Despesa paga a maior = R$ 14.400,00

Interior do 1º cômodo Interior do 2º cômodo

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Único barracão de obras existente de 40m² , ao contrário dos 4 orçados com 50m².

Visão de perto e de longe, 4.3.2.2 Placa de identificação de obra pública Placa de identificação de obra pública, inclusive pintura, suporte de madeira e transporte. Fornecimento e colocação. Orçamento: Placa - AD000070 – 20m² - R$ 151,12/m2 Realidade: Só existe 1 placa, aproximadamente de 3 m² de área total, para as 4 (quatro) obras. Custo real = 3 m2 X151,12/m2 = R$ 453,36 Custo total orçado e pago = 4 uni. X 20 m2 X 151,12/m2 =4X3.022,40 = R$ 12.089,60 Despesa paga a maior = R$ 11.636,24

Única placa, aproximadamente de 3 m²,

encontrada na localidade.

43

4.3.2.3 Placas de sinalização de obra (utilização) Placa de sinalização para obra na via pública, compreendendo exclusivamente o serviço de colocação e retirada. Orçamento: Placa - AD016667 – 60 unidades - R$ 42,60/uni. Realidade: Não foi encontrada placa. Custo real = Zero Custo total orçado e pago = 4 uni. X R$42,60/uni. = R$ 170,40 Despesa paga a maior = R$ 170,40 4.3.2.4 Placas de sinalização de obra (confecção)

Placa de sinalização para obra na via pública, com 0,60m de largura por 1m de altura, com avisos em letras pintadas, compreendendo o fornecimento e pintura, inclusive da estrutura em sarrafo e suporte em Pinho e base de concreto. Orçamento: Placa - AD016668 – 20 unidades - R$ 640,00 Realidade: Não foi encontrada placa. Custo real = Zero Custo total orçado e pago = 4 uni. X R$640/uni = R$ 2.560,00 Despesa paga a maior = R$ 2.560,00

Pode-se notar nas fotos, a seguir, que não há sinalização de obra.

Placa indicativa de próprio federal

Fundo do beco André Rocha, em forma de U.

Rede de drenagem no meio do beco e rede de esgoto na calçada do beco André Rocha.

44

Trecho da rua André Rocha a ser

pavimentado Entrada do beco André Rocha.

Total de Despesas Pagas a Maior = R$ 28.766,64 (6,24%)

4.3.2.5 Danos por Obra Pública – Responsabilidade Civil do Município

Na visita, também foram constatadas situações que geram riscos de acidente, que podem acarretar prejuízos ao município devido à questão da responsabilidade civil por danos causados a terceiros pela execução de obras públicas.

Bueiros abertos na esquina da Rua André Rocha com o Beco André Rocha e em outro

trecho do beco, ambos sem proteção contra acidentes.

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Calçada com vergalhões à mostra, sem

proteção. Fossa filtro que receberá o esgoto da

comunidade, sem proteção.

4.3.3) Stella Mariz - Ilha do Governador

Existiram no CEMASI Stella Mariz, na Ilha do Governador, 3 projetos de

mutirão, elencados a seguir, com seus respectivos encarregados responsáveis e custos: CEMASI Stella Mariz – Pintura /Telhado – Fábio Souza de Oliveira – R$ 127.576,99 Material fornecido pelo Almoxarifado da SMH - R$ -------- CUSTO TOTAL - R$ 127.576,99 CEMASI Stella Mariz – Reforma – Daniel dos Santos Gouvêa - R$ 129.926,64 Material fornecido pelo Almoxarifado da SMH - R$ 2.199,59 CUSTO TOTAL - R$ 132.126,23 CEMASI Stella Mariz – Ampliação – Dejair Ferreira Garcia - R$ 131.511,42 Custo transporte/carga/descarga (30h14m) - R$ 10.844,70 Material fornecido pelo Almoxarifado da SMH - R$ 1.982,80 CUSTO TOTAL - R$ 144.338,92

TOTAL CONTRATO R$ 389.015,05 CUSTO TOTAL R$ 404.042,14

A SMH (Coordenadoria de Apoio Logístico e Suprimentos) nos forneceu os

custos de transporte e da mão de obra necessária para retirar do almoxarifado os materiais e equipamentos fornecidos e entregues gratuitamente às obras do projeto mutirão (memo H/SCU nº 076/04), além dos custos do que é fornecido (memos H/CSU nºs 070/04 e 073/04).

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Como se pode constatar, devido ao fracionamento dos serviços de engenharia, as obras isoladamente não atingem o valor mínimo de R$ 150.000,00 que tornaria obrigatória a lavratura de contrato. Contudo, agregadas por encarregado ou por localidade (as obras foram realizadas no mesmo prédio) e acrescentando o custo do fornecimento gratuito de materiais e equipamentos e seu respectivo transporte/carga/descarga, os valores se apresentam significativos diante do conjunto da obra, o que poderia ser minorado, através de uma licitação, onde a administração certamente obteria condições mais vantajosas

Vista do CEMASI Ampliação da lavanderia, vista de frente..

Reforma e Pintura/Telhado. Ampliação da cozinha.

Analisando os 3 orçamentos das obras do CEMASI, pode-se constatar as seguintes incongruências em relação ao que afirma o Sr. Sebastião Bruno, matr.

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11/118.472-0, Coordenador de Obras, em sua resposta ao nosso Memo nº 05/2004: “...por tratarem de obras pontuais de pequeno porte, que nos permitem esse tipo de contratação sem custos adicionais de encargos que no caso de contratação formal, mesmo carta convite, acarretaria em aumento no valor da obra”.

Ressaltamos, no entanto, que esta obra em termos globais, de valor R$ 393.197,44, não representa um empreendimento de pequeno porte, só assim considerada devido ao fracionamento. Além disto, quanto à economicidade, encontramos no orçamento de cada obra a utilização cumulativa dos seguintes itens: Barracão de obra - AD017776 – 50m² - R$ 4.500,00 Placa de identificação de obra pública - AD000070 – 20m² - R$ 3.022,40 Placas de sinalização de obra (utilização) - AD016667 – 60 unidades - R$ 42,60 Placas de sinalização de obra (confecção) - AD016668 – 20 unidades - R$ 640,00 Total do custo por obra – R$ 8.205,00

Em relação aos custos acima elencados, não se configura o princípio da economicidade em uma obra executada em um prédio, que foram pagas despesas com 3 barracões de 50m², 60m² de placas de identificação e 60 unidades de placas de sinalização. Portanto, o fracionamento das obras num único prédio acarretou, no mínimo, 200% ou R$ 16.410,00 de gastos desnecessários, o que compensaria os custos dos encargos oriundos da realização de uma licitação.

OBS: As irregularidades e impropriedades encontradas estão discriminadas no subitem 5.3.5.

5) IMPROPRIEDADES E IRREGULARIDADES

5.1) QUANTO AO ITEM 02 – COMENTÁRIOS INICIAIS

5.1.1) Justificar a demora de 15 dias para que o Processo Administrativo

(16/000.200/95) que trata do Projeto Mutirão, fosse disponibilizado à equipe inspecionante, o que só ocorreu após o 3º memorando (2ª Reiteração), tendo sido recebido em 31/08/04, exatamente no último dia da inspeção, conforme apontado no item 2.2;

5.1.2) Justificar a não disponibilização da documentação solicitada através do

memo nº 21/04, conforme apontado no item 2.3.

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5.2) QUANTO AO ITEM 03 – PROJETO MUTIRÃO

5.2.1) Considerando que o embasamento legal do Projeto Mutirão é a

Resolução Normativa nº 02/83 deste Tribunal, que restringe o recrutamento de pessoal nas comunidades faveladas para execução de projetos de cunho social, no próprio local, justificar a realização de obras nas Praças do Lido – Copacabana e Afonso Pena - Tijuca, tendo em vista que não estão situadas em áreas carentes, conforme apontado no item 3.2.1;

5.2.2) Considerando a Resolução Normativa nº 02/83 e ainda a informação

prestada pela Sra Secretária (fls 399 do Processo 16/000200/95) à 11ª PS (“Ficam definidos como contratadas por esse Projeto: a) os trabalhadores residentes nas respectivas comunidades para a execução dos serviços...”), esclarecer porque todos os encarregados, dentro da amostragem por nós verificada, não pertencem às Comunidades objetos das intervenções, conforme apontado no item 3.4.1;

5.2.3) Esclarecer quais as ferramentas utilizadas pela SMH para garantir que a

mão de obra contratada pertença efetivamente à comunidade local, conforme apontado no item 3.4.2;

5.2.4) Considerando que o encarregado é o responsável pela contratação e

pelo pagamento de toda a mão-de-obra; considerando a responsabilidade do tomador de serviços (Município) – solidária - por encargos previdenciários, subsidiária – por encargos trabalhistas; informar quais medidas estão sendo tomadas por esta Secretaria a fim de garantir o recolhimento destes encargos, evitando prejuízos oriundos de ações judiciais, conforme apontado no item 3.4.2.1;

5.2.5) Esclarecer quais os procedimentos adotados pela SMH que vinculem o

encarregado nos mecanismos legais de garantia, conservação e durabilidade da obra, determinados pelo §2º do art. 459 do RGCAF e conforme apontado no item 3.4.3;

5.2.6) Esclarecer a não existência de projeto básico em todas as obras do

projeto Mutirão, conforme apontado no item 3.4.4; 5.2.7) Considerando o art. 62 da Lei 8.666/93, esclarecer o embasamento legal

para a não lavratura de instrumentos contratuais nas obras cujo valor ultrapassa o limite de R$ 150.000,00, conforme apontado no item 3.5;

5.2.8) Esclarecer os fracionamentos das obras (item 3.5.1 e 4.3), por locais

contíguos, pelas etapas de seu desenvolvimento e/ou por tipo de trabalho de serviços de mesma natureza, em um mesmo prédio ou localidade, que, só assim passam a ser de pequeno porte, como devem ser as obras do Projeto Mutirão, conforme afirmação da jurisdicionada no item 2.1;

5.2.9) Justificar a atuação de duas equipes (IV e VI) deste Projeto na mesma

área (Rua Alfredo Cabuçu), conforme item 3.6.1, 4.2.1.3 e 4.2.2.3;

49

5.2.10) Justificar a atuação de equipes do Mutirão em áreas onde já foram lavrados contratos, conforme item 3.6.2, 4.2.1.3 e 4.2.2.3;

5.3) QUANTO AO ITEM 04 - EXECUÇÃO DAS OBRAS

5.3.1) Comunidades Azevedo Lima e Santos Rodrigues

5.3.1.1 – Esclarecer a troca de contêineres (AD017093, AD017095 e

AD017096) que juntos correspondem um valor de R$ 49.560,84 dos quais já foram medidos R$ 29.318,68, por um aluguel de uma casa, demonstrando a compatibilidade entre seus valores;

5.3.1.2 - Justifique o atraso na obra, visto que, com a metade do tempo

decorrido de obra, apenas 13,7% foi medido; 5.3.1.3 - Informe que mecanismos ou procedimento foram realizados para que

os erros detectados em projetos, com no caso dos itens de transporte, sejam minimizados em futuras obras do Programa Favela Bairro;

5.3.2) Comunidade Morro da Providência

5.3.2.1 – Esclarecer a medição de itens inexistentes, que deveriam estar instalados na Praça Américo Brum, conforme apontado no item 4.1.2.2.a; 5.3.2.2 - Esclarecer a medição de itens inexistentes, que deveriam estar instalados na Creche, conforme apontado no item 4.1.2.2.b; 5.3.2.3 – Esclarecer a medição de 5 (cinco) aparelhos de ar condicionado de 21000 BTUS, uma vez que foram instalados 4 (quatro) de 18000 BTUS e um de 7500 BTUS, conforme apontado no item 4.1.2.2.c; 5.3.2.4 – Esclarecer a medição de 18 ventiladores de teto (Creche), uma vez que foram instalados 13 (treze) ventiladores de parede, conforme apontado no item 4.1.2.2.c;

5.3.2.5 – Esclarecer os motivos da troca de contêineres, dos quais já foram

medidos R$ 4.253,07 de um total de R$ 76.555,26, pelo um aluguel de uma casa, demonstrando a compatibilidade entre seus valores.

5.3.2.6 – Esclarecer a medição do item IT006023 (ligação de água e esgoto a rede pública de residência), cujo valor é de R$ 1.442,46, uma vez que não foram

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utilizados contêineres e sim alugada uma casa, que deveria estar ligada à rede de água e esgoto.

5.3.3) Loteamento Delegado Virgílio Filho

5.3.3.1 – Esclarecer os motivos da troca de 24 contêineres, 96 m² de barracão

de obras com parede de madeira compensada, 700 m² de tapume de vedação, instalações e ligações provisórias de alimentação de energia elétrica e de ligação de água e esgoto à rede pública de residência, que juntos correspondem a um valor de R$ 39.590,19, por um aluguel de duas casas e demonstrar a compatibilidade entre seus valores (item 4.2.1.4.1).

5.3.3.2 – Esclarecer sobre os erros de projeto que não previu a especificação da CEDAE para execução de rede de esgoto nos dois lados da rua, e a definição das características do concreto em conformidade com a norma NBR6118, determinando, através de dois termos aditivos, a descaracterização parcial do objeto do contrato, com o corte de todos os itens de urbanização, a saber, iluminação pública, mobiliário urbano e sinalização, coleta de lixo, lazer, paisagismo e contenção (item 4.2.1.1). 5.3.3.3 – Esclarecer sobre a ausência de Licença Prévia, que só pode ser prescindida através de certidão da FEEMA declarando que o local e o tipo de empreendimento ou atividade estão atendendo a todas as exigências ambientais vigentes, conforme determina o Parágrafo Único do art. 3º da Resolução CONAMA nº 237/97 (item 4.2.1.4.2).

5.3.4) Loteamento Portus (Tom Jobim)

Há necessidade de esclarecimentos da acentuada distorção, observada no

quadro do item 4.2.2.4.2, entre o orçado e realizado, a saber (itens 5.3.4.1 a 5.3.4.5 a seguir):

5.3.4.1 - Segundo a fiscalização, o trabalho é de 9 horas por dia, mais 1 hora de almoço , o que perfaz 10 horas/dia ou 220 horas/mês. Contudo, no SCO Rio o valor da hora inclui os encargos sociais (entre os quais a hora de almoço). Portanto, quando se trabalha 9 h/dia, o total por mês é de 198h e não 220h. Logo, foram medidos e pagos, analisando apenas a 1ª medição, 22 h/dia a mais por profissional, que são 14, conforme discriminado na tabela acima, o que perfaz um total de 308 horas pagas a mais só na 1ª medição (item 4.2.2.4.2).

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5.3.4.2 - A carga horária do Encarregado é de 440h na 1ª medição (como se fossem 2 encarregados), na 2ª medição é de 220h (como se fosse 1) e na 3ª medição é de 120h. No entanto, nos Boletins Diários aparecem 5 encarregados, mas no período de 05/07/04 a 13/07/04 aparecem apenas 2 encarregados (item 4.2.2.4.2).

5.3.4.3 - A quantidade de ajudantes (AD40050050) e os tipos a que se referem, com as respectivas cargas horárias (item 4.2.2.4.2).

5.3.4.4 - A carga horária dos Eng./Arquit. diminuiu na 3ª medição, como a do Encarregado, do Topógrafo, do Auxiliar de Topografia e a do Desenhista, quando o quantitativo destes profissionais nesta medição continua igual ao das anteriores (item 4.2.2.4.2).

5.3.4.5 – Não aparece nos Boletins Diários o Mestre de Obras, que vem sendo pago normalmente com 220h/m (item 4.2.2.4.2).

5.3.4.6 – Esclarecer a acentuada distorção, observada no item 4.2.2.4.4, entre o orçado e o realizado no item do SCO Rio - SE25700550A - Fornecimento de projeto executivo em autocad de instalação de luz aprovado na concessionária em urbanização (RIOLUZ), considerando a área acima de 15.000m2 - que foi orçado em 35.000m², tendo sido medidos 45.500m², ou seja 30% a mais. Contudo, segundo a fiscalização, a área envolvida será aproximadamente de 135.000m², o que equivale a um erro de avaliação de 100.000m² ou 385,7%.

5.3.4.7 – Esclarecer o fato observado no item 4.2.2.4.5 em que foram medidos e pagos integralmente o item do SCO Rio - IT25660500A - duas subestções simplificadas, padrão Light, com transformador trifásico de 225Kva, 13,8V/220 – 127V, 2 postes de concreto armado com seção circular com 11m e carga nominal de 600Kg, inclusive todos os materiais necessários, exclusive cabine de medição. Fornecimento e montagem - não tendo sido localizado transformador afixado em 2 postes.

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5.3.5) Projeto Mutirão

5.3.5.1) Comunidade Paulo de Aquino – Anchieta

5.3.5.1.1 – Considerando que o empreiteiro do Beco Paulo de Aquino era a mesma pessoa, Sr. Nelson de Oliveira Cardoso, e considerando que na Rua Paulo de Aquino foi constatada a existência de um só barracão, justificar o pagamento de 2 (dois) barracões ( 1 para infra-estrutura – 1 para pavimentação) tanto para a rua quanto para o beco, conforme apontado no item 4.3.1.1;

5.3.5.1.2 – Considerando que existiam apenas duas placas de identificação de obra pública, de aproximadamente de 6m², justificar o pagamento de 80 m² das mesmas, conforme apontado no item 4.3.1.2;

5.3.5.1.3 – Considerando que não foi constatada a existência de placas de sinalização (confecção), justificar o pagamento de 80 unidade das mesmas, conforme apontado no item 4.3.1.4, e sua correspondente colocação e retirada em 240 unidades, conforme apontado no item 4.3.1.3;

5.3.5.2) Comunidade André Rocha – Jacarepaguá

5.3.5.2.1 – Justificar a existência de apenas 1 (um) barracão de 40 m2, uma vez que foram pagos 4 (quatro) barracões de 50 m2,, conforme apontado no item 4.3.2.1;

5.3.5.2.2 – Considerando que existia apenas uma placa de identificação de obra pública, de aproximadamente de 3m², justificar o pagamento de 80 m² das mesmas, conforme apontado no item 4.3.2.2;

5.3.5.2.3 – Considerando que não foi constatada a existência de placas de sinalização (confecção), justificar o pagamento de 80 unidade das mesmas, conforme apontado no item 4.3.2.4, e sua correspondente colocação e retirada em 240 unidades, conforme apontado no item 4.3.2.3;

5.3.5.2.4 – Considerando que foram constatadas situações que geram riscos de acidente (danos por obra pública), justificar a inexistência de proteção/sinalização para evitá-los, conforme apontado no item 4.3.2.5.

5.3.5.3) CEMASI Stella Mariz – Ilha do Governador

5.3.5.3.1- Considerando o princípio da economicidade e que toda obra foi realizada num mesmo prédio, justificar o pagamento de 3 barracões de obra de 50 m² cada, 60 m² de placas de sinalização de obra pública, 60 unidades de placas de sinalização (confecção) e sua correspondente colocação e retirada em 180 unidades, conforme apontado no item 4.3.3.

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6) RECOMENDAÇÕES

6.1) QUANTO AO ITEM 3.7 – INEXISTÊNCIA DE PROCESSO ADMINISTRATIVO

Recomendamos a formalização de processo administrativo para cada obra do

Projeto Mutirão, conforme estabelece o Decreto 2.477/80 e a Resolução CGM n0 287/00, alterada pela Resolução CGM nº 328/01, e que seja realizado o empenhamento individualizado para as mesmas, sendo os empenhos emitidos nos nomes dos encarregados, pois assim haveria um melhor controle sobre as despesas efetuadas em cada obra

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7) CONCLUSÃO

Por todo o exposto, sugerimos o encaminhamento de cópia do presente relatório à Secretaria Municipal de Habitação, a fim de que esta, com base no contido no capítulo 5, preste os esclarecimentos necessários, adotando as providências cabíveis, com posterior encaminhamento a esta Corte, sem prejuízo do seu posicionamento acerca das recomendações apresentadas no capítulo 6, fixando-se para tanto prazo razoável.

Finalmente, sugerimos que esta Egrégia Corte de Contas encaminhe este

relatório à Controladoria Geral do Município (CGM) para que a mesma seja cientificada de seu teor e se posicione acerca da regulamentação do Projeto Mutirão.

Rio de Janeiro, 05 de outubro de 2004.

Márcio Sousa Bandeira de Melo

Engenheiro Matrícula 40/901.375-6

Pedro Carlos Vieira Beltrão

Técnico de Controle Externo Matrícula 40/901.317-8

Affonso Henriques G. Corrêa Técnico de Controle Externo

Matrícula 40/901.324-4