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Trabalho – Aplicações de Métodos Quantitativos Em Contabilidade
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DANIEL LUIZ DA SILVA
LAÍS KELEN DA COSTA
APLICAÇÕES DE MÉTODOS QUANTITATIVOS EM CONTABILIDADE
UTILIZADOS PELA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
BELO HORIZONTE
2015
1
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..............................................................................................................
2. PRÁTICA UTILIZADA PELA CEF PARA AVALIAÇÃO DE IMOVEIS .........................
2.1 Metodologia Aplicada na Avaliação de Imóveis Urbanos...................................
2.1.1 Processo de Avaliação.......................................................................................
2.1.2 Aplicação Estatística...........................................................................................
2.2 Resultados da Avaliação........................................................................................
2.2.1 Observância às Exigências da Norma................................................................
2.2.2 Laudos e Grau de Fundamentação....................................................................
3. CONCLUSÃO ...............................................................................................................
REFERÊNCIAS .................................................................................................................
2
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo mostrar a importância da utilização de métodos
quantitativos em contabilidade, analisando os critérios utilizados pela Caixa Econômica Federal
para avaliação de imóveis residenciais urbanos. Primeiramente apresentaremos, com
brevidade, a história da Caixa Econômica Federal, em seguida detalharemos a prática utilizada
por ela e por fim será apresentada uma conclusão expondo a percepção e opinião do grupo
sobre a contribuição e importância do método para o processo de gestão da empresa.
A Caixa Econômica Federal (CEF), comumente chamada de Caixa, é uma instituição
financeira, sob a forma de empresa pública do governo federal brasileiro, com patrimônio
próprio e autonomia administrativa com sede em Brasília (DF) e com filiais em todo o território
nacional. É uma pessoa jurídica autônoma, vinculada ao Ministério da Fazenda. Integra o
Sistema financeiro nacional, auxiliando na política de crédito do Governo Federal, submetendo-
se às suas decisões e à disciplina normativa ao Ministro da Fazenda, e à fiscalização do Banco
Central do Brasil. Conta em caráter excepcional com serviços bancários autorizados pelo
Conselho Monetário Nacional (CMN). Suas contas e operações estão sujeitas a exame e a
julgamento do Tribunal de Contas da União (TCU). (SANTOS, 2011).
Foi fundada em 12 de janeiro de 1861 pelo Imperador Dom Pedro II, através da
assinatura do Decreto nº 2.723, com o nome Caixa Econômica da Corte. Seu propósito era
incentivar a poupança e conceder empréstimos sob penhor, com a garantia do governo
imperial. Esta característica diferenciava a instituição de outras da época, que agiam no
mercado sem dar segurança aos depositantes ou que cobravam juros excessivos dos
devedores. Deste modo, a Caixa rapidamente passou a ser procurada pelas camadas sociais
mais populares, incluindo os escravos, que podiam economizar para suas cartas de alforria.
Assim, desde o início, a empresa estabeleceu seu foco no social. Inaugurou, em 1931,
operações de empréstimo por consignação para pessoas físicas. Três anos depois, em 1934,
por determinação do governo federal de Getúlio Vargas, assumiu a exclusividade dos
empréstimos sob penhor, o que extinguiu as casas de prego operadas por particulares. No dia
1º de junho do mesmo ano, foi assinada a primeira hipoteca para a aquisição de imóveis da
Caixa do Rio de Janeiro. Desde 1961, a Caixa Econômica Federal detém o monopólio também
das Loterias Federais. (PEREIRA, 2006).
Em 1986, a Caixa incorporou o Banco Nacional de Habitação (BNH) e assumiu
definitivamente a condição de maior agente nacional de financiamento da casa própria e de
importante financiadora do desenvolvimento urbano, especialmente do saneamento básico. No
3
mesmo ano, com a extinção do BNH, tornou-se o principal agente do Sistema Brasileiro de
Poupança e Empréstimo (SBPE), administradora do FGTS e de outros fundos do Sistema
Financeiro de Habitação (SFH). Quatro anos depois, em 1990, iniciou ações para centralizar
todas as contas vinculadas do FGTS, que, à época, eram administradas por mais de 70
instituições bancárias. (BORGES, 2013).
Conforme o site1 da Caixa Econômica Federal, ao longo de sua trajetória, a Caixa vem
estabelecendo estreitas relações com a população ao atender às suas necessidades imediatas,
como poupança, empréstimos, FGTS, Programa de Integração Social (PIS), Seguro-
Desemprego, crédito educativo, financiamento habitacional e transferência de benefícios
sociais.
Ao associar-se com o governo na indústria da habitação, a CEF proporciona efeitos
econômicos e sociais como geração de empregos e fortalecimento do FGTS. Considerando a
importância em investir na indústria habitacional, a Caixa Econômica Federal utiliza de alguns
fundos como o FGTS, o Fundo de Desenvolvimento Social – FDS e a Poupança garantindo
recursos para financiar habitação e o desenvolvimento urbano. Assim, a CEF por proporcionar
o maior número de financiamentos de imóveis, necessita de uma equipe de engenheiros
avaliadores, que ao vistoriar e avaliar o imóvel, têm como resultado além do valor do imóvel, se
o mesmo pode servir como garantia para a empresa. Entre as políticas sociais da CEF
destaca-se a geração de empregos pela indústria da construção civil. Relevante também são
os recursos gerados por investimentos em habitação que aplicados no âmbito da própria
localidade favorecem, principalmente, as cidades de pequeno porte. (RIBEIRO, 2011).
2. PRÁTICA UTILIZADA PELA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
Neste tópico, abordaremos os principais métodos quantitativos empregados pela CEF, na
avaliação de imóveis residenciais urbanos, destinados a fins de garantia de financiamento.
Serão destacados também, alguns itens que compõem as normas ABNT NBR 14653-1
(Procedimentos Gerais) e da ABNT NBR 14653-2 (Imóveis Urbanos), as quais constituem as
principais metodologias a serem adotadas pelas empresas praticantes da escrita sobre
avaliação de imóveis urbanos, tendo esta última o objetivo de complementar os conceitos,
métodos e procedimentos gerais especificados na primeira.
1 http://www.caixa.gov.br/sobre-a-caixa/apresentacao/Paginas/default.aspx
4
Vale ressaltar que as informações, os dados e os laudos de avaliação auferidos da CEF,
que servem de objeto neste trabalho, foram extraídos da obra2 de RIBEIRO, G. de S. (2011) -
Análise dos critérios utilizados pela Caixa Econômica Federal para Avaliação de Imóveis
Residenciais Urbanos, Projeto Final, Publicação ENC. 155/2011, Curso de Engenharia Civil,
UEG, Anápolis, GO, 58p. – que nos consentiu, gentilmente, reproduzir partes do artefato
original neste trabalho. Antes de trazer à tona os laudos, com o teor estatístico, evidenciados
pela CEF e apresentar os pontos principais destes, vamos nos ater à alguns conceitos da
metodologia supracitada.
2.1 Metodologia Aplicada na Avaliação de Imóveis Urbanos
Conforme a ABNT NBR 14653-1 (2001) as primeiras normas de avaliações de imóveis
organizadas por entidades públicas e institutos voltados para a engenharia de avaliações
surgem nos anos de 1950. Sua metodologia é fixar diretrizes para avaliação de bens. A atual
norma de avaliação de bens diz também que em 1977 surgiu a primeira norma brasileira para
avaliação de imóveis urbanos, a NBR 5676 (NB-502) da ABNT, estabelecendo níveis de
precisão para as avaliações, e também, outras partes da norma para avaliações com diferentes
tipologias: imóveis rurais; unidades padronizadas; máquinas, equipamentos e complexos
industriais; glebas urbanizáveis. Revista em 1989, a norma brasileira para avaliação de imóveis
urbanos é registrada no INMETRO como NBR 5676. Os níveis de precisão passam a ser níveis
de rigor. Mais tarde passou a se chamar NBR 14653-2, em sua primeira edição em 2004,
servindo de parte 2 para a NBR 14653-1 (2001). E, novamente revisada em 2010, a atual
norma brasileira para avaliação de imóveis teve seu início de vigência a partir de março de
2011. (RIBEIRO, 2011)
Os engenheiros da Caixa Econômica Federal ou o avaliador terceirizado, devem se
atentar à vários procedimentos ao realizarem o processo de avaliação. A observação de alguns
fatores é determinante para a produção de melhores resultados, entre eles: conhecer o imóvel,
método de identificação do valor do bem, as variáveis, levantamento de dados do mercado, o
tratamento dos dados, elaboração do laudo e o software para calcular as regressões. É
necessário também, possuir de conhecimento dos valores e das rubricas calculadas e
informadas pelo sistema, afim de se realizar qualquer inferência estatística. Destarte,
2 Disponível em: http://www.unucet.ueg.br/biblioteca/arquivos/monografias/Analise_dos_Criterios_Utilizados_pela_Caixa_Economica_Federal_para_Avaliacao_de_Imoveis_Residenciais_Urbanos.pdf Acesso em 07 de novembro de 2015.
5
apresentemos, a seguir, estes principais elementos de forma clara e objetiva, de modo a não
se estender e nem cansar o leitor.
2.1.1 Processo de Avaliação
2.1.1.1 Conhecer o imóvel
O engenheiro da CEF ou avaliador terceirizado, deve conhecer o imóvel mediante a
leitura da documentação como escritura do imóvel, planta, quadro de áreas ou outro que lhe for
disponível. Se nada for entregue, deve o mesmo, de acordo com a NBR 14653-1, solicitar ao
contratante ou interessado o fornecimento dessa documentação.
Segundo Ribeiro (2011), é nesta fase que o avaliador observa, em documentos as
características do imóvel, tais como: a área construída, dimensões do terreno, idade, endereço,
descrição do imóvel, averbações, proprietário, entre outros. O engenheiro deve atentar-se
ainda para a finalidade da avaliação que pode variar entre locação, aquisição, alienação,
garantia ou outros. E, o objetivo da avaliação que pode variar entre valor venal, para locação
ou valor patrimonial. Todas estas informações devem constar no laudo de avaliação.
2.1.1.2 Método de identificação do valor do bem
A norma de avaliação delineia os métodos para identificar o valor de um bem. O mais
usualmente adotado pela CEF em suas avaliações, é o método comparativo de informações de
mercado, considerando ofertas de compra e venda na região do bem. Segundo a NBR 14653-1
(2011) este, ainda, identifica o valor de mercado do bem por meio de tratamento técnico dos
atributos dos elementos comparáveis, constituintes da amostra.
Por meio do emprego dessa metodologia, torna-se possível o tratamento estatístico dos
dados pesquisados, permitindo ao engenheiro estimar hipóteses sobre a formação do valor do
imóvel e pré-julgar as variáveis que afetarão o resultado da avaliação.
2.1.1.3 Variáveis
De acordo com a NBR 14653-2, variáveis, em avaliações de imóveis, são as
características ou informações que descrevem o imóvel e contribuem para a formação de seu
valor. Podem ser: área, idade, estado de conservação, localização, entre outros. E, são
6
divididas em dependentes ou independentes. Nos casos das avaliações dos imóveis feitos pela
CEF, a variável dependente geralmente, constitui o valor total ou unitário do imóvel enquanto a
área, idade, data e localização formam as variáveis independentes ou explicativas.
Esse é um passo importante a ser observado pelo avaliador, pois a escolha das variáveis
é determinante na formação dos resultados estatísticos, já que o mesmo procura verificar se as
variáveis explicativas influenciam o valor do bem.
2.1.1.4 Levantamento de dados do mercado
Essa etapa consiste na coleta de dados feito pelo avaliador, na forma com que estão
expostos no mercado.
Segundo a norma é necessário evitar a extrapolação e assim ela determina que o
conjunto de dados coletados contenha um intervalo que abranja informações do imóvel
avaliado. Além disso, a mesma esclarece que o conjunto de dados deve também ser o mais
equilibrado possível sobre todas as características, tendo, por exemplo, o mesmo número de
elementos de imóveis novos quanto usados, ou a mesma quantidade de valores para oferta
como para de venda. No entanto, devem ser o mais aleatório quanto possível quanto às fontes
de pesquisa, para se aumentar a confiabilidade deste dado de mercado. E, de preferência,
contemporâneos com a data de referência da avaliação.
2.1.1.5 Tratamento dos dados
Ribeiro (2011) resume essa etapa dessa forma:
Nesta fase o engenheiro irá verificar o equilíbrio da amostra, podendo utilizar de gráficos para melhor visualização. Ele verifica as relações das variáveis independentes com a dependente, ou ainda as independentes entre si. Aqui já se pode ser comprovada ou descartada as hipóteses anteriormente, bem como permitir a formulação de novas hipóteses.
Esse passo ocorre em conjunto com a utilização do software que gera os resultados
estatísticos, para, enfim, realizar as conclusões a respeito da avaliação.
7
2.1.1.6 Software
O programa estatístico utilizado pelos engenheiros ou avaliadores terceirizados nos
processos de avaliação dos imóveis destinados à financiamento da CEF, trata-se do SisReN -
Sistema de Redes Neurais, Regressão Linear e Inferência Estatística – que conforme a página
eletrônica3 do desenvolvedor, é um sistema desenvolvido para avaliações comparativas do
mercado imobiliário, especialmente desenvolvido para o profissional de Engenharia de
Avaliações, pois respeita os níveis de rigor exigidos nas normas técnicas. Algumas
propriedades do SisReN estão descritas na tabela abaixo:
MetodologiasInferência Estatística - Regressão Linear Múltipla e RedesNeurais Artificiais.
Redes Neurais Artificiais Algoritmo Back-Propagation.
Métodos de cálculo da Regressão Linear Mínimos Quadrados Ordinários e Máxima Verossimilhança
Ajuste de regressores Módulo de linearização de variáveis.
Recursos
Técnicas de Simulação de Monte Carlo. Simulação de Variáveis Aleatórias.Algoritmo de agrupamento de dados - K-Médias. Análise de Variância. Tabela ANOVAAnálise de Componentes Principais. Módulo de resíduos da variável.Distância de Cook.
Tamanho da amostra e variáveis Até 60.000 dados e 40 variáveis.
Importação de modelos Modelos gerados pelos aplicativos Sisdat e SisReg Windows.
NBR 14.653-2Módulo de Fundamentação.Adequação integral às obrigatoriedades e sugestões da norma. Apresentação do quadro de Fundamentação.
Relatórios Estruturação do laudo descritivo, incluindo tabelas e gráficos.
Demais característicasPermite desabilitar dados no módulo de resíduos e exibir variáveis.Maior precisão no cálculo do intervalo de confiança.
Fonte: Site do desenvolvedor.
2.1.1.7 Laudo de Avaliação
Essa constitui a última fase do processo de avaliação, pois consiste no relatório final,
detalhado, feito pelos engenheiros ou avaliadores, ou seja, o resultado técnico que apresenta
os elementos esclarecedores e as conclusões dos trabalhos de avaliação.
Conforme Ribeiro (2011), os laudos podem ser:
3 http://www.pellisistemas.com/novo/index.php/softwares/sisren#softwares
8
a) Simplificado: contêm de forma sucinta as informações necessárias ao seu entendimento; b) Completo: contém todas as informações necessárias e suficientes para ser auto explicável.
Por sua vez, os laudos apresentados pela CEF, neste trabalho, são de modalidade
completa e permitem ao leitor compreendê-los plenamente, desde que detenha alguns
conhecimentos matemáticos e estatísticos que serão aludidos no próximo tópico.
2.1.2 Aplicação Estatística
A compreensão e o domínio de alguns conceitos matemáticos e estatísticos se fazem
estreitamente necessários para que engenheiros, avaliadores, compradores, vendedores e a
quem for de interesse, consigam realizar conclusões mais coesas a respeito daquilo que está
sendo apresentado nos laudos de avaliação.
Sendo assim, destacamos as principais definições e explicações dos conteúdos
apresentados nos laudos da CEF:
a) Regressão linear: estimação de uma variável em função da outra. Resume-se em verificar o
comportamento da variável dependente (y) por meio da variável independente (x). Ou seja,
podemos exemplificar como o preço do imóvel em função de sua área. Entretanto, nas
avaliações de imóveis, por sempre utilizar mais de uma variável explicativa (área, data, local
etc), é necessário empregar a regressão linear múltipla, dada pela equação abaixo:
b) Coeficiente de Determinação: o quanto, em percentuais, a variável x consegue explicar y, ou
seja, o poder de explicação do modelo.
c) Coeficiente de Correlação: define o nível de relação entre as variáveis utilizadas no modelo
de regressão.
d) Moda: valores que mais se repetem (tendência) dentro de uma amostra.
e) Mediana: demonstra a tendência central, ou seja, separa a metade superior de uma amostra.
y = b0 + b1x1 + b2x2 + b3x3 + ... + bnxn + e
9
f) Teste de hipótese: resume-se na ideia de rejeitar ou aceitar as hipóteses formuladas, através
de probabilidade estatística. Na avaliação de imóveis, a intenção de formular hipóteses é de
provar que a hipótese está correta, através de um nível de significância bastante reduzido.
g) Nível de Significância: é a probabilidade de erro que se comete ao se rejeitar uma hipótese
verdadeira (Nula -normalmente H0). Deseja-se que esse nível de significância seja baixo. Na
prática, o nível de significância fica entre 0,01 (1%) e 0,05 (5%), podendo ser adotado outro
valor, conforme a rigorosidade do teste.
h) Probabilidade Estatística: chance de ocorrer determinado fato. Podem ser contínuas
(Normal, t-student, Log-Normal, Qui-Quadrado) ou discretas (binomial, Poisson).
i) Intervalo de confiança: trata-se do intervalo de confiança para o valor de preço do imóvel
obtido nas análises. A norma de avaliação de imóveis estabelece que este intervalo seja 80%
em torno do valor central da estimativa para o imóvel avaliado.
j) Micronumerosidade: quando se utiliza um número reduzido de elementos amostrais com
mesmas características.
k) Outliers: são pontos fora da curva, ou seja, alguns dados que têm comportamento muito
diferentes dos demais.
l) Normalidade e Homocedasticidade: pressupostos de normalidade e variância constante dos
resíduos, respectivamente, que devem ser atendidos no modelo de regressão linear.
2.2 Resultados da Avaliação
Os laudos de avaliação, conforme já abordado neste trabalho, constituem o relatório final
e trazem os resultados calculados pelo software SisReN, além de outras informações
relevantes para melhor compreensão do leitor.
Outra análise que poderá ser feita sobre os laudos, além dos de natureza estatística, é o
do grau de fundamentação, que deve ser empregado nos casos de regressão linear. A tabela
abaixo, demonstra a descrição dos itens e o nível de observação deles.
10
Item DescriçãoIII II I
1 Caracterização do imóvel avaliando
Completa quanto a todas as variáveis analisadas
Completa quanto às variáveis utilizadas no modelo
Adoção de situação paradigma
2 Quantidade mínima de dados de mercado efetivamente utilizados.
6(K+1), onde k é o número de variáveis independentes.
4(K+1), onde k é o número de variáveis independentes.
3(K+1), onde k é o número de variáveis independentes.
3 Identificação dos dados de mercado
Apresentação de informações relativas a todos os dados e variáveis analisados na modelagem com foto
Apresentação de informações relativas a todos os dados e variáveis efetivamente utilizados no modelo
Apresentação de informações relativas a todos os dados e variáveis efetivamente utilizados no modelo
4 Extrapolação Não admitida
Admitida para apenas uma variável, desde que:
a) as medidas das características do imóvel avaliando não sejam superiores a 100% do limite amostral superior, nem inferiores à metade do limite amostral inferior. b) o valor estimado não ultrapasse 10% do valor calculado no limite da fronteira amostral para a referida variável.
Admitida desde que:
a) as medidas das características do imóvel avaliando não sejam superiores a 100% do limite amostral superior, nem inferiores à metade do limite amostral inferior. b) o valor estimado não ultrapasse 10% do valor calculado no limite da fronteira amostral para as referidas variáveis, simultaneamente.
5 Nível de significância (somatório do valor das duas caudas) máximo para a rejeição das hipóteses nula de cada regressor (teste bicaudal)
10% 20% 30%
6 Nível de significância máximo admitido nos demais testes estatísticos realizados
1% 2% 5%
Fonte: NBR 14653-2 (2011)
Apresentamos a seguir, as informações de alguns laudos (1, 2, 3 e 8) referentes a
avaliação dos imóveis feita pela CEF, extraídos da obra de Ribeiro (2011). Entretanto, ressalta-
se que não houve nenhuma intenção dos autores em copiar ou se apropriar do trabalho
original, porquanto serão reproduzidas partes deste, somente para visualização e entendimento
do leitor.
2.2.1 Observância as Exigências da Norma
As tabelas mostram, a observância dos avaliadores às exigências da ABNT NBR 14653-2
(2011) na avaliação dos imóveis para a CEF. Os quadros marcados em azul, representam os
11
itens que foram atendidos corretamente. Os que poderiam se apresentar melhor, mas ainda
assim atenderam a norma, estão na cor laranja e os que não atendem a norma estão em
vermelho.
Laudos a) Solicitante b) Finalidade do Laudo
c) Objetivo da avaliaçãod) Pressupostos, ressalvas e fatores limitantes
1Escritório de negócios da CEF
Minha Casa Minha Vida Determinação do Valor de Mercado
Não apresenta
2 O ProprietárioValor de venda de mercado para garantia de operações.
Valor de mercado (venda) para garantia de operações.
Apresenta uma informação importante quanto à considerações feitas para a avaliação .
3 Agência da CEFGarantia de operação comercial
Determinação do Valor de Mercado
Apresenta informação importante quanto à considerações feitas para a avaliação .
8Escritório de negócios da CEF
Alocação de recursosDeterminação do valor de mercado de compra e venda
Apresenta que foi utilizado uma situação paradigma, e também sobre as vagas da garagem.
Fonte: Ribeiro (2011) - Adaptado
Laudos
e) Identificação e caracterização do imóvel avaliado.
f) Diagnóstico de mercado
1 - Caracterização da Região
2 - Caracterização do terreno
3 - Caracterização das edificações e benfeitorias
4 - Edificações e benfeitorias não documentais
5 - Situações especiais
1 X xInforma que o mercado está aquecido.
2 X xInforma que o mercado imobiliário manteve-se estável, inclusive as obras públicas.
3 Não apresenta
8 X x
É informado que o nível é médio de ofertas e de procura.O nível de oferta para imóveis de uma forma gerl, é maior que o nível de demanda.
Fonte: Ribeiro (2011) - Adaptado
12
Lau
do
s
g) Identificação dos métodos e procedimentos utilizados - justificando sua escolha (.
h) Especificação da avaliação – indicar a especificação atingida, com relação aos graus de fundamentação e precisão, conforme a seção 9 da NBR 14653-2 (tabelas 1 e 2).
i) Planilha de dados atualizados
j) Descrição das variáveis do modelo com a definição do critério de enquadramento de cada uma das características dos elementos amostrais e a escala utilizada;
1
Foi utilizado o método comparativo de dados de mercado, conforme NBR 14.653-2, por ser o mais preciso para a definição de valores de venda, uma vez que foram encontrados dados suficientes para que o método pudesse ser utilizado com eficiência.
Foi especificado grau II, mas foi atingido o grau III.
Os dados mais antigos datam janeiro de 2009, o que é aceitável pela norma. Sendo que também faz parte do modelo dados de janeiro de 2011.
Este item foi devidamente atendido.
2
Para a avaliação foi utilizado o método comparativo direto de dados de mercado, conforme subitem 8.2.1 da NBR 14653-2, baseado no processo de inferência estatística, com adoção do modelo de regressão múltipla.
O laudo atendeu a especificação.
Os dados mais antigos datam abril de 2009, o que é aceitável pela norma. Sendo que também faz parte do modelo dados mais atuais.
Este item foi devidamente atendido.
3Foi indicado apenas a metodologia utilizada, e não sua justificativa.
O laudo atendeu a especificação.
Os laudos atendem esse item
Este item não foi atendido. Não há descrição das variáveis, nem sua escala.
8
Para a avaliação foi utilizado o método comparativo direto de dados de mercado, conforme subitem 8.2.1 da NBR 14653-2, baseado no processo de inferência estatística, com adoção do modelo de regressão múltipla.
O laudo atendeu o grau de fundamentação especificado. Somente não foi alcançado o grau três devido ao item cinco pela significância da variável “área privativa”.
Os laudos atendem esse item
As variáveis foram descritas, foi indicado também suas classificações e escalas.Inclusive a amplitude da amostra.
Fonte: Ribeiro (2011) - Adaptado
13
2.2.2 Laudos e Grau de Fundamentação
Os laudos de avaliação emitidos pela CEF, por sua vez, são de modalidade completa, ou
seja, autoexplicativos, bastando ao leitor possuir dos conhecimentos prévios já enunciados
nesse artigo.
Quanto ao grau de fundamentação, há de se perceber que os avaliadores da CEF
especificaram incorretamente alguns deles.
Sendo assim, apresentamos os laudos e as respectivas análises em relação ao grau de
fundamentação:
Laudo 1:
Objetivo da Avaliação: Determinação do Valor de MercadoFinalidade da Avaliação: Minha Casa Minha VidaTipo do bem: Área UrbanaÁrea: 4.338,00m²Metodologia: Método Comparativo de Dados de MercadoEspecificação: Grau de Fundamentação: II, Grau de Precisão : II
Caracterização da região: o local tem uso predominante residencial, a região possui infra- estrutura, bem como serviços e equipamentos comunitários da cidade.
Caracterização do terreno: área urbana de 4.338,00 m², a mesma foi membrada de 8 lotes formando desta forma uma área única. A área fica posicionada em esquina e acima das vias confrontantes.
Diagnóstico do mercado: os imóveis avaliando são de liquidez normal em função do aquecimento do mercado imobiliário.
Metodologia, pesquisa e cálculos: foi utilizado o método comparativo de dados de mercado, conforme NBR 14.653-2, por ser o mais preciso para a definição de valores de venda, uma vez que foram encontrados dados suficientes para que o método pudesse ser utilizado com eficiência.
Atingiu o grau de fundamentação II, e grau de precisão II, em obediência ao estabelecido no item 9.2.1 e 9.2.2 da ABNT NBR 14653-2:2004. a Tabela I – graus de fundamentação no caso de utilização de modelos de regressão linear. As tabelas encontram-se em anexo II.
Estimativas
Variáveis
Terreno - 1 Terreno - 2Terreno -
3Terreno -
4Terreno -
5Terreno -
6Área 560,64 449,55 631,4 664,76 624 515Local 55,9 55,9 55,9 55,9 55,9 55,9Data 25 25 25 25 25 25
14
Valor Unitário
Terreno - 1 Terreno - 2 Terreno - 3
Terreno - 4
Terreno - 5
Terreno - 6
Máximo 199,12 188,39 206,08 209,32 205,35 194,64Médio 181,63 173,05 186,42 188,54 185,94 178,28
Mínimo 165,37 158,96 168,64 169,81 168,36 163,29
Valor Total
Terreno - 1 Terreno - 2 Terreno - 3
Terreno - 4
Terreno - 5
Terreno - 6
Máximo(9,63%)
111.637,60(8,86%)
84.692,00(10,54%)
130.119,68(11,03%)
139,153,01(10,44%)
128.142,78(9,18%)
100.244,65
Médio 101.831,30 77,797,09 117,709,42 125.334,44 116.029,79 91.817,44
Mínimo(8,78%)
92.886,39(8,14%)
71,463,50(9.54%)
106,482,80(9.93%)
112.888,11(9.45%)
105.061,81(8,41%)
84.098,67
Parâmetros
Terreno - 1 Terreno - 2 Terreno - 3
Terreno - 4
Terreno - 5
Terreno - 6
Nível de Confiança 80% 80% 80% 80% 80% 80%Estimativa pela: Moda Moda Moda Moda Moda Moda
RESULTADOS ESTATÍSTICOS
Coeficiente da Regressão / Estimativa
Coeficiente de correlação: 0,9822002/0,9547369 Coeficiente de determinação: 0,9647173
Teste de Hipóteses:
Fisher-Snedecor: 255,20 Significado do Modelo: 0,01 Durbin-Watson: 2,19 – Data Não auto-regressão 90%
Normalidade dos resíduos
71% dos resíduos situados entre -1 e +1 s 87% dos resíduos situados entre -1,64 e +1,64 s 96% dos resíduos situados entre -1,96 e +1,96 s Outliers do modelo: 1
Equações
Variáveis Equação t-Observado Sig.
Área Ln(x) 10,57 0,01Local Ln(x) 18,61 0,01Data X 5,04 0,01
15
Equação de Regressão Direta:Valor Unitário = e^(0,01954571519 + 1,219088102 * ln (Área) + 0,817562461 * ln (Local)+ 0,0215792968 * Data)
Correlação entre Variáveis Isoladas Influência
ÁreaLocal 0,27 0,83Data 0,45 0,47Valor 0,71 0,89
LocalData 0,09 0,67Valor 0,82 0,96
DataValor 0,45 0,69
Função Estimativa
VariávelValorMédio t Calculado
Coef.Equação Transf. Relac.
Área 355,2434 10,57 + 1,21 ln(x) 24,52Local 41,3384 18,61 +0,817526 ln(x) 30,02Data 11,4688 5,04 +0,0215793 x 5,32Valor 35212,6671 T-indep +0,0195457 ln(x)
PESQUISA DE DADOS
Descrição das variáveis: Área: Variável quantitativa explicativa, em m². Local: Variável Proxy, variando do menor interesse comercial para o maior em escala
numérica crescente, seus valores foram obtidos da tabela de índice fiscal de Anápolis Data: Variável qualitativa independente que expressa a data da transação
(oferta/venda), conforme pesquisa realizada no banco de dados. Valor Unitário: variável dependente que expressa o valor unitário do imóvel em relação
à área do terreno.
Informações complementares:
Número de Variáveis: 7 Número de variáveis consideradas: 4 Número de dados: 59 Numero de dados considerados: 32
Grau de Fundamentação - Laudo IITEM DESCRIÇÃO GRAU III GRAU II GRAU I
16
1 Caracterização do imóvel avaliado X2 Quantidade mínima de dados de mercado X3 Identificação dos dados de mercado X4 Extrapolação X5 Nível de significância (teste bicaudal) X6 Nível de significância (teste F Snedecor) X
Total de pontos obtidos
Grau de fundamentação (2, 4, 5, 6)Especificado* IIAlcançado III
*Grau de fundamentação especificado incorretamente.
Laudo 2:
Endereço do Imóvel: Setor Central em Anápolis - GOObjetivo da Avaliação: Valor de Mercado – venda. Finalidade da Avaliação: Garantia de Operações Tipo do bem: ComercialÁrea: 250m² (privativa), 324m² (terreno)Metodologia: Método Comparativo de Dados de Mercado Especificação: Grau de Fundamentação: II / Grau de Precisão: III Manifestação quanto à possibilidade de aceitação do imóvel como garantia: Aceito como garantia.
1) Pressupostos e Ressalvas: Os cálculos foram realizados para uma área construída/privativa de 250,00 m², levantada no local, tendo em base que não consta a área averbada real e atualizada na certidão do imóvel.
2) Caracterização da região: região tipicamente comercial, de fácil acesso de grande fluxo de pessoas e automóveis.
3) Caracterização do imóvel: imóvel comercial, com um pavimento.
4) Considerações sobre o mercado: o mercado imobiliário manteve-se estável, a infraestrutura urbana e os serviços públicos não foram ampliados e não há empreendimentos paralisados, abandonados, invadidos no entorno do empreendimento sob análise.
5) Metodologia, pesquisa e cálculos: Para a avaliação foi utilizado o método comparativo direto de dados de mercado, conforme subitem 8.2.1 da NBR 14653-2, baseado no processo de inferência estatística, com adoção do modelo de regressão múltipla. Após os tratamentos, homogeneizações e testes através de estatística inferencial, foi desenvolvido um modelo de regressão, onde as seguintes variáveis mostram-se consistentes e significativas:
(x1) Data do evento: Variável independente qualitativa. Mostra o mês de ocorrência do evento no mercado imobiliário, através de uma sequência numérica pré-estabelecida
17
(Abril 2009 = 1, e assim sucessivamente). Amplitude da Amostra: 1 a 28. (x2) Área Privativa: Variável quantitativa que informa a área privativa de cada
elemento. Amplitude da amostra: 120,00 a 4.735,00m². (x3) Idade Aparente (1-3): Variável independente quantitativa, que caracteriza em anos
a idade aparente do imóvel. Amplitude da amostra: 5 a 30 anos. (Y) Unit. (R$/m²): Variável dependente, representando o valor unitário de cada
elemento, ou seja, a relação entre o valor venal e sua respectiva área privativa. Amplitude da amostra: R$527,98 a R$3000,00.
Observação: Foram testadas as variáveis: Área do Lote, Padrão, Planta de Valores (PV), Numero de Pavimentos, Atividade. As variáveis significativas e finalmente adotadas foram as detalhadas acima.
6) Determinação do valor venal:
Atributos de Entrada: Data do Evento: 28 Área Privativa: 250 Idade Aparente: 7
Resultados para a moda, com intervalo de confiança ao nível de 80%: Mínimo: -8,31% Unitário Calculado: R$ 282.440,39 Máximo: +8,31%
Resultados para o campo de Arbítrio:Unitário (R$/m²) Total (R$) Amplitude
Mínimo 1035,87 261832,56 -7,30%Calculado 1129,76 282440,39 -----Máximo 1233,64 305911,14 8,31%
Valor Adotado: R$ 282.500,00
7) Especificação da Avaliação:
O presente laudo de avaliação tem Grau de Fundamentação II de acordo com classificação descrita na NBR 14653-2 da ABNT e ilustrada conforme quadro a seguir:
ITEM DESCRIÇÃO GRAU III GRAU II GRAU I1 Caracterização do imóvel avaliado X2 Coleta de dados de mercado X3 Quantidade mínima de dados de mercado X4 Identificação dos dados de mercado X5 Extrapolação X6 Nível de significância dos regressores X7 Nível de significância da equação X
Utilização de códigos alocados NãoHomogeneização prévia por fatores Não
Total de pontos obtidos 16Grau de fundamentação atingido II
18
Grau de precisão: foi obtido o Grau III de precisão na avaliação do imóvel, sendo a amplitude total do intervalo de confiança de 80% igual a 16,61%.
8) Conclusão:
Valor de avaliação: R$ 282.500,00 (duzentos e oitenta e dois mil e quinhentos reais).
RESULTADOS ESTATÍSTICOS
Coeficiente de correlação: 0,8832248/0,8832248 Coeficiente de determinação: 0,78008661 Fisher-Snedecor: 18,92 Significância do Modelo: 0,01
Durbin-Watson
2,18 – Data do Evento. Não auto-regressão - 90%
Normalidade dos resíduos
65% dos resíduos situados entre -1 e +1 s. 100% dos resíduos situados entre -1,64 e +1,64 s. 100% dos resíduos situados entre -1,96 e +1,96 s
Outliers do modelo: 0
Equações
Variáveis Equação t-Observado Sig.
Data do evento 1/x 1,91 7,39Área Total X 2,55 2,13Idade Aparente Ln(x) -7,13 0,01
Equação de Regressão – Direta:Valor Unitário = +2046,254607 / Data do Evento + 0,4976352416* Área Total – 484,9737139 * ln(Idade Aparente).
Correlação entre Variáveis Isoladas Influência
Data do eventoÁrea Total -0,14 0,34Idade Aparente -0,01 0,38Valor Unitário 0,19 0,43
Área TotalIdade Aparente 0,10 0,51
19
Valor Unitário 0,19 0,54
Idade AparenteValor Unitário 0,81 0,87
Dados do imóvel avaliado:
Data do Evento: 28 Área Total: 250,00m² Idade Aparente: 7,00
Valores da Moda para nível de 80 % de confiança:
Valor Unitário Médio: 1.232,15. Valor Unitário Mínimo (8,31%) = 1.129,76. Valor Unitário Máximo (8,31%) = 1.334,54 Valor Total Médio: 308.038,31. Valor Total Mínimo (8,31%) = 282.440,39. Valor Total Máximo (8,31%) = 333.636,24
PESQUISA DE DADOS
Informações Complementares:
Número de Variáveis: 9 Número de Variáveis Consideradas: 4 Número de Dados: 26 Número de Dados Considerados: 20
Grau de Fundamentação - Laudo IIITEM DESCRIÇÃO GRAU III GRAU II GRAU I1 Caracterização do imóvel avaliado X2 Quantidade mínima de dados de mercado X3 Identificação dos dados de mercado X4 Extrapolação X5 Nível de significância (teste bicaudal) X6 Nível de significância (teste F Snedecor) X
Total de pontos obtidos 16
Grau de fundamentação (2, 4, 5, 6)Especificado IIAlcançado II
Laudo 3:
Endereço do Imóvel: Anápolis - GOObjetivo da Avaliação: Determinação do justo valor de mercadoFinalidade da Avaliação: Garantia de OperaçõesTipo do bem: Apartamento
20
Área construída: 183,70 m².Metodologia: Método Comparativo de Dados de MercadoEspecificação: Grau de Fundamentação: III.Manifestação quanto à possibilidade de aceitação do imóvel como garantia : Aceito como garantia.Resultado da Avaliação: R$ 425.000,00
Pressupostos e ressalvas: Foi adotado valor próximo ao máximo conforme AE 098 (norma interna da CEF), e devido aos dados da amostra estarem com mais de seis meses.
Dados de Entrada:
ESTIMATIVAS
Área Privativa: 183,70 Origem Informação: 1
Padrão de Acabamento:
5 Elevador: 1
Estado de Conservação:
3 Setor Urbano: 239 Dormitórios: 4 Total Vagas: 2,0
Valor Unitário (R$/m²): Máximo (14,22%): 2.317,14 Médio: 2028,75 Mínimo (13,27%): 1759,51
Valor Total (R$): Máximo (14,22%): 425.660,11 Médio: 372.681,70 Mínimo (13,27%): 323.222,85
Parâmetros:
Nível de Confiança: 80% Estimativa pela: Moda.
RESULTADOS ESTATÍSTICOS
Dados e Variáveis: Número de Variáveis: 12 Número de Variáveis Consideradas: 9 Número de Dados: 99 Número de Dados Considerados: 99
21
Coeficiente da Regressão / Estimativa
Coeficiente de correlação: 1 - 0,8794510/0,8805231 Coeficiente de determinação: 1 – 0,7734340/0,7753209 R2 Ajustado: 1 – 0,7532949/0,7553494
Teste de Hipóteses:
F Calculado: 38,4 Significado do Modelo: 0,01 Durbin-Watson: Valor Unitário
Normalidade dos resíduos
69% dos resíduos situados entre -1 e +1 s. 94% dos resíduos situados entre -1,64 e +1,64 s. 95% dos resíduos situados entre -1,96 e +1,96 s
Diversos:
Desvio Padrão: 3,6123 Outliers do modelo: 3 (3,03%) Opções de Cálculo: Simplificado
Equações:
Variáveis Equação t-Calculado Sig.
Área Privativa x² -4,23 0,01Origem Informação 1/x^0.5 -1,92 5,78Padrão Acabamento Ln(x) 3,89 0,02Elevador x 1,71 9,05Estado de Conservação 1/x^0.5 -3,09 0,26Setor Urbano 1/x^0.5 -3,33 0,13Dormitórios x² 4,16 0,01Total Vagas X 3,62 0,05Valor Unitário x^0,5
Equação de Regressão Direta:
Valor Unitário = (52,55793745– 0,0003233619046*área privativa² - 8,477921563 / Origem Informação*1/2 + 10,02877639*ln (Padrão acabamento) +1,209456282 * Elevador -29,78943513 / Estado Conservação * ½ - 57,7146381 / Setor Urbano * ½ + 0,6496809378 * Dormitórios² +2,530432914 * Total Vagas)²
22
Grau de Fundamentação - Laudo IIIITEM DESCRIÇÃO GRAU III GRAU II GRAU I1 Caracterização do imóvel avaliado X2 Quantidade mínima de dados de mercado X3 Identificação dos dados de mercado X4 Extrapolação X5 Nível de significância (teste bicaudal) X6 Nível de significância (teste F Snedecor) X
Total de pontos obtidos 16
Grau de fundamentação (2, 4, 5, 6)Especificado IIAlcançado II
Laudo 8:
Endereço do Imóvel: Anápolis - GOObjetivo da Avaliação: Determinação do valor de mercado de compra e vendaFinalidade da Avaliação: Alocação de RecursosTipo do bem: Apartamento Residencial
Área: 47,255 m²Metodologia: Método Comparativo de Dados de Mercado Especificação: Grau de Fundamentação: I/Grau de Precisão: III Valor de Avaliação do Imóvel: R$ 78.000,00
Manifestação quanto à possibilidade de aceitação do imóvel como garantia:
O imóvel pode ser aceito como garantia.
Pressupostos e Ressalvas:1) Nesta avaliação foi determinado o valor de uma unidade residencial, utilizando a situação paradigma de que estivesse finalizado e pronto para ser habitado. A obra está em andamento, e para definição do variável padrão, aprovada no modelo de regressão foram utilizadas as informações constantes no memorial descritivo e as levantadas na vistoria da unidade modelo.2) No memorial descritivo da edificação, consta a exigência de uma vaga de garagem por unidade habitacional.
1) Caracterização da Região:Um bairro antigo e centralizado na cidade de Anápolis que possui construções com padrões médio/baixo a médio. A região do avaliando é bastante adensada e de vocação residencial.A rua onde o imóvel situa-se possui pequeno fluxo de pedestres e veículos.O local é servido de todos os benefícios públicos e infra-estrutura urbana disponíveis na cidade de Anápolis, tais como energia elétrica, telefone, água tratada, esgoto, pavimentação, iluminação pública, segurança, educação, saúde, etc.
2) Caracterização do imóvel: Terreno; dimensões do terreno: Área: 2.868,40m²Frente:50,00m Fundo: 59,00mLateral direita: 43,00m.
23
Lateral esquerda: 55,00m.
Apartamento. Divisão Interna:Sala de estar, cozinha/área de serviço, circulação, 2 quartos e banheiro social.
3) Considerações sobre o mercado:As imediações do avaliando possui nível médio de ofertas de apartamentos e a procura por imóveis com essa natureza também é médio.O nível de oferta para imóveis de uma forma geral, é maior que o nível de demanda.
4) Metodologia, pesquisa e cálculos: Para a avaliação foi utilizado o método comparativo direto de dados de mercado, conforme subitem 8.2.1 da NBR 14653-2, baseado no processo de inferência estatística, com adoção do modelo de regressão múltipla.
Após os tratamentos, homogeneizações e testes através de estatística inferencial, foi desenvolvido um modelo de regressão, onde as seguintes variáveis mostram-se consistentes e significativas:
Elevador (1-2): Variável independente dicotômica que expressa se o edifício do elemento possui ou não elevador, convencionando-se 1 – Não; 2 – Sim.
Equipamento (uma unidade para cada equipamento): variável independente quantitativa, que informa a quantidade de equipamentos que cada elemento possui, sendo considerado como equipamentos: portaria, piscina, sauna, entre outros. Amplitude da amostra: 0 a 7.
Área privativa (m²): variável independente quantitativa, que informa a área privativa de cada elemento. Amplitude da amostra: 56,35 a 280,00m².
Padrão (2-3): Variável independente dicotômica que expressa o padrão de acabamento de cada elemento, convencionando-se: 2- Normal; 3 – Alto.
Suítes: Variável independente quantitativa, que informa a quantidade de banheiros privativos no apartamento. Suítes americanas não foram consideradas, já que se trata de um banheiro social que atende dois quartos, e o lavabo muitas vezes existente nessas unidades não atende plenamente um dos quartos caso se opte por extinguir a suíte americana. Amplitude da amostra: 1 a 3.
Garagem: Variável independente quantitativa, que informa a quantidade de vagas de garagem vinculadas a cada elemento. Amplitude da amostra: 0a 3.
Índice fiscal (Projeto da Planta Genérica de Valores Imobiliários de Anápolis – 2009): Variável independente proxy que expressa o valor genérico de metro quadrado de terreno em uma mesma data. Amplitude da amostra: 39,93 a 239,58
Data: Variável independente quantitativa conforme data da pesquisa da amostra. Variando uma unidade por trimestre. Amplitude da amostra: 1 a 7.
Unit. (R$/m²): Variável dependente, representando o valor unitário de cada elemento, ou seja, a relação entre o valor venal e sua respectiva área do terreno. Amplitude da amostra aproveitada: R$1000,00/m² a R$3.582,09/m².
5) Determinação do valor venal:
Atributos de Entrada:
24
Elevador (N=1; S=2): 1 Equipamentos (0-7): 1 Área Privativa: 47,255 Padrão (N=2; A=3): 2 Suítes (0 a 3): 0 Garagem (0 a 3): 1 Índice Fiscal: 159,72 Data (1 a 7): 7
Resultado para moda, com intervalo de confiança ao nível de 80%:
MínimoUnitário Calculado
(R$/m²) Máximo-6,85% 1.726,79 +6,85%
Resultados para o Campo de Arbítrio
Unitário (R$/m²) Total (R$) AmplitudeMínimo 1.467,77 69.366,81 -15%Calculado 1.726,79 81.608,09 -----Máximo 1.985,81 93.849,38 +15%
Valor Adotado: R$ 1.640,45/m²
Justificativa da não adoção do valor calculado: Utilizou-se o valor calculado descontados de apenas 5%, em função da grande maioria dos dados pesquisados serem referentes a ofertas de mercado, impossibilitando assim a utilização de uma variável para diferenciar ofertas de transações, e das variáveis “conservação” e “idade aparente”, que influenciaria positivamente para o caso do avaliando que é novo, não terem sido aprovados pelos testes estáticos.
6) Especificação da Avaliação:Grau de fundamentação: Enquadramento do laudo segundo seu grau de fundamentação: Grau I. Grau de Precisão: Grau de precisão da estimativa do valor: Grau III.
7) Conclusão:Fundamentados nos elementos e condições consignados no presente Laudo de Avaliação, atribuímos ao imóvel em questão, valor de transação de R$ 78.000,00.
ESTIMATIVAS
Coeficientes: Correlação: 0,936818 Determinação: 0,877628 Ajustado: 0,864031
Fisher Snedecor F-Calc. 64,55 Significância: 0,01 ou 1%
25
Normalidade dos resíduos -1 a 1: 61% -1,64 a 1,64: 90% -1,96 a 1,96: 97%
Valor Unitário = 42,651793 + 168,017637 * Elevador + 60,595509 * Equipamentos +181,839422 * ln (Área Privativa) + 345,932850 * Padrão + 167,711805 * Suítes + 203,794170 * Garagem + 168,378278 * ln (Índice Fiscal) + 58,103058 * Data
Variáveis Equação t-Observado Sig.
Elevador X 1,83 7,17Equipamentos X 2,89 0,51Área Privativa Ln(X) -1,19 23,82Padrão X 3,52 0,08Suítes X 3,06 0,31Garagem X 3,89 0,02Índice Fiscal Ln(x) 2,21 3,01Data X 5,48 0,01Valor Unitário y
Valor Venal Adotado: R$ 78.000,00
PESQUISA DE DADOS
Informações Complementares:
Número de Variáveis: 15 Número de Variáveis Consideradas: 9 Número de Dados: 94 Número de Dados Considerados: 81
Grau de Fundamentação - Laudo VIIIITEM DESCRIÇÃO GRAU III GRAU II GRAU I1 Caracterização do imóvel avaliado X2 Quantidade mínima de dados de mercado X3 Identificação dos dados de mercado X4 Extrapolação X5 Nível de significância (teste bicaudal) X6 Nível de significância (teste F Snedecor) X
Total de pontos obtidos 17
Grau de fundamentação (2, 4, 5, 6)Especificado IIIAlcançado III
26
3. CONCLUSÃO
Tendo em vista a relevância da atividade imobiliária no desenvolvimento dos
frequentes negócios praticados pela Caixa Econômica Federal, que se destaca como a
maior agente nacional de financiamento da casa própria e importante financiadora do
desenvolvimento urbano, verifica-se a necessidade da adoção de princípios, normas e
técnicas apropriadas na avaliação de imóveis urbanos, afim de manter a licitude e
transparência dos resultados gerados.
Pode-se observar que o emprego dos métodos quantitativos, especialmente os de
caráter estatístico, foram e são fundamentais no processo de avaliação feito pelos
engenheiros e avaliadores da CEF. Com o auxílio das técnicas de regressão linear,
probabilidades, teste de hipóteses e intervalos de confiança e de outras tantas, notou-
se que os valores dos imóveis puderam ser estimados com certa precisão, obtendo
resultados que são confiáveis e satisfatórios ao seu processo de comercializar imóveis,
27
ratificando assim, a confiabilidade do trabalho realizado pela CEF, um dos principais
agentes do governo federal para o financiamento de imóveis e, consequentemente
propulsor de avaliações.
Mesmo que exista alguns erros notáveis na apresentação de alguns laudos, como a
não caracterização do imóvel, a não descrição das variáveis e do valor do bem, na
estruturação dos dados ou ainda na digitação dos laudos, estes, ainda tomam pequena
proporção, tendo em vista que os cálculos e verificações são de excelência.
Por fim, os autores condescendem da ideia de que a aplicação dos métodos de
avaliação gera grandes resultados na estimação do valor dos imóveis e alinha o
processo de gestão da empresa nas atividades de financiamento, assegurando maior
transparência e confiabilidade em seus negócios, além de garantir a segurança aos
compradores, vendedores e todos as partes envolvidas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. A vida pede mais que um banco e História. Disponível em: http://www.caixa.gov.br/sobre-a-caixa/apresentacao/Paginas/default.aspx. Acesso em: 05 de novembro de 2015.
PERLLI SISTEMAS ENGENHARIA. SisReN Windows. Disponível em: http://www.pellisistemas.com/novo/index.php/softwares/sisren. Acesso em: 07 de novembro de 2015.
PEREIRA, Lia Valls. “O setor público brasileiro”. Revista dos Empregados da Caixa, nº 7, jan-fev. 2006.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14653-1: Avaliação de Bens. Parte 1: Procedimentos Gerais. Rio de Janeiro, 2001.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14653-2: Avaliação de Bens. Parte 2: Imóveis Urbanos. Rio de Janeiro, 2011. Segunda Edição.
RIBEIRO, Gisela de Sousa. Análise dos critérios utilizados pela Caixa Econômica Federal para avaliação de imóveis residenciais urbanos. PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIAS. PUBLICAÇÃO N.: ENC. 155/2011 ANÁPOLIS 2011. Disponível em: http://www.unucet.ueg.br/biblioteca/arquivos/monografias/Analise_dos_Criterios_Utilizados_pela_Caixa_Economica_Federal_para_Avaliacao_de_Imoveis_Residenciais_Urbanos.pdf Acesso em 07 de novembro de 2015.
SANTOS, Jailson Moreira dos. A história da Caixa Econômica Federal do Brasil e o desenvolvimento econômico, social e político brasileiro. Revista: O Desenvolvimento Econômico Brasileiro e a Caixa/ Trabalhos Premiados, SÃO PAULO, 08/01/11, p.167.