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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS CURSO DE GEOGRAFIA LICENCIATURA DISCIPLINA: GEOGRAFIA AGRÁRIA PROFESSOR: IGOR SACHA FLORENTINO CRUZ ALUNO: EDNILSO PAULO DE MOURA FILHO FICHAMENTO DO TEXTO: GEOGRAFIA DO SUBDESENVOLVIMENTO

TRABALHO DE AGRÁRIA IGOR SACHA

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Page 1: TRABALHO DE AGRÁRIA IGOR SACHA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

CURSO DE GEOGRAFIA LICENCIATURA

DISCIPLINA: GEOGRAFIA AGRÁRIA

PROFESSOR: IGOR SACHA FLORENTINO CRUZ

ALUNO: EDNILSO PAULO DE MOURA FILHO

FICHAMENTO DO TEXTO:

GEOGRAFIA DO SUBDESENVOLVIMENTO

Recife, abril de 2011

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PROBLEMAS AGRÍCOLAS E PROBLEMAS AGRÁRIOS

Ideias principais:

“Em bom número de países do “Terceiro Mundo”, os rurais formam ainda

a grande maioria da população total[...]”

(p.146).

“[...] problemas da produção agrícola, considerando as técnicas

empregadas, os equipamentos disponíveis e as condições ditas “naturais”[...]”

(p.146).

“[...] problemas da produção agrária, isto é, as formas de apropriação

dos meios de produção, as relações entre aqueles que os possuem e aqueles

que os operam[...]”

(p.146).

“Na empresa que visa a construir uma definição do

“subdesenvolvimento” e a delimitar o Terceiro Mundo, diferenciando tudo o que

engloba, é particularmente importante apreender esses problemas agrícolas e

esses problemas agrários[...]”

(p.146).

“[...] mas é necessário, para isso, operar várias abordagens geográficas

sensivelmente diferentes. Pois não é suficiente mostrar que o conjunto do

Terceiro Mundo não corresponde ao conjunto espacial que se pode formar

reagrupando todos os países tropicais, nem demonstrar que o

subdesenvolvimento não resulta fundamentalmente de uma combinação de

handicaps “naturais”.”

(p.146/147).

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Ideias secundárias:

“Essas avaliações numéricas vêm corroborar as impressões que dão

essas múltiplas imagens de solos devastados, ressecados, ravinados, pelas

quais as comunicações de massa simbolizam os problemas do Terceiro

Mundo.”

(p.147).

“Tornou-se também comum repetir que, nos países do Terceiro Mundo,

a produtividade média dos agricultores é fraca”

(p.147).

“[...] pois na maior parte dos países subdesenvolvidos o agricultor é

auxiliado de modo muito apreciável por suas crianças e mulher, que não são

recenseados como “ativos”.”

(p.147).

“A esses fatores negativos somam-se os efeitos da fraqueza física dos

cultivadores subalimentados e doentes, e sua freqüente falta de interesse

perante as possibilidades de progresso[...]”

(p.148).

Considerações:

Nesse tema, o autor começa o texto informando que a população rural

ainda é maioria em grande parte dos países tabelados como Terceiro Mundo,

logo após mostra tanto diferenças como as singularidades dos problemas

agrícolas e agrários, depois boa parte do texto trata de informar as diferenças

de produção dos países desenvolvidos e dos subdesenvolvidos, que ocorrem

desde por fatores naturais a falta de incentivos e interesse, encerrando

mostrando algumas causas da fraca produtividade dos agricultores do Terceiro

Mundo.

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O PAPEL DAS CONDIÇÕES NATURAIS

Ideias principais:

“Portanto, qualquer que seja a importância que se dê a todos os fatores

que não são “naturais” para explicar essa pobreza campesina, ela é geralmente

considerada como a conseqüência de pesados handicaps geográficos.”

(p.148).

“[...] desde que se trate de operacionalizar um programa de

“desenvolvimento” numa região rural, deve-se solucionar as dificuldades

naturais: problema de erosão do solo, de seu esgotamento, problemas de

irrigação ou da luta contra a submersão.”

(p.148).

“Certamente, nos milhares de planos que foram elaborados para o

desenvolvimento agrícola, em numerosos países, salientava-se mais as

dificuldades naturais do que a importância dos “freios” que constituem a usura

ou o monopólio das terras [...]”

(p.148).

“Em Cuba, nas fazendas-modelo [...] o rendimento em leite das vacas

selecionadas, importadas da Europa, declina rapidamente nas condições do

meio tropical.”

(p.149).

“A seca é evidentemente um handicap, mas nos desertos ela é em

princípio mais fácil de amenizar, graças às técnicas de irrigação [...]”

(p.149).

“O ravinamento dos solos é tanto mais grave nos países mediterrâneos,

onde dilapida um capital pedológico que não se renova mais [...]”

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(p.149).

“A maior parte dos solos tropicais, mesmo quando são profundos,

mesmo quando a couraça não está formada, é relativamente pobre, frágil,

ácida [...]”

(p.152).

“Os solos lateríticos foram considerados como a maldição congênita dos

países tropicais.”

(p.152).

“Em face das dificuldades naturais tudo depende do poder dos

equipamentos aos quais os cultivadores podem recorrer.”

(p.152/153).

Ideias secundárias:

“O Terceiro Mundo não corresponde somente à zona tropical. Ele se

estende por uma boa parte e com efetivos de população muito importante na

zona dos climas temperados de invernos frios [...]”

(p.153).

“Em contrapartida, sempre na África, e em menor grau na América

Latina, é fora dos vales aluviais, sobre os interflúvios de declives mais ou

menos fortes, que se encontra o essencial das superfícies cultivadas.”

(p.154).

“A solução reside, entre outras, na utilização de adubos. Mas, na maioria

dos países, isso só é possível para uma minoria de agricultores, os mais ricos.”

(p.155).

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“Uma outra dificuldade básica conhecida pelos agricultores dos países

do Terceiro Mundo é a provocada pela irregularidade das condições climáticas

[...]”

(p.155).

“As cooperativas podem comprar adubos e material, o que não poderia

fazer o camponês que deveria entregar mais da metade de sua colheita ao

proprietário do solo ou agiota.”

(p.155).

“[...] malgrado progressos incontestáveis, a produtividade agrícola

permanece ainda fraca e se dá conta que poderá progredir pouco a pouco e

com utilização maciça de meios fornecidos pela indústria.”

(p.155).

“As dificuldades naturais pesam, portanto, muito sobre o campesinato do

Terceiro Mundo, em razão sobretudo da fraqueza de seu equipamento [...]”

(p.155).

Considerações:

As diferenças naturais das regiões tropicais comparadas com outras

regiões é tratada da mesma forma que as dificuldades naturais que explica em

parte a pobreza campesina também. A adversidades que afetam o

desenvolvimento e a produção agrícola nos países desenvolvidos e

subdesenvolvidos, arfimando que as condições naturais interferem na

produção e nos resultados, porém é corrigido que o fato de um país está em

zona de clima tropical é determinante para a sua ineficiência na agricultura.

As características dos solos das zonas climáticas tropicais não são os

mais favoráveis para a agriculura porém com incentivos e técnicas como a

irrigação da lavoura, culturas podem ser bem sucedidas nesses domínios

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locais, mas sem esse conhecimento e preparação técnica, os agricultores

acabam usando o solo de maneira errada, desgastando-o ainda mais. A prática

agrícola pode ser desenvolvida em diversos tipos de solos e países, mostrando

que os investimentos e a adaptação são fatores importantes para a agricultura

e que os fatores naturais pesam sobre o campesinato do Terceiro Mundo,

juntamente com a fraqueza de seus equipamentos.”

UM MUNDO EM ABANDONO

Ideias principais:

“Há quinze anos se poderia considerar que a maioria dos países

subdesenvolvidos dispunha de um potencial natural considerável, mas que sua

exploração era extremamente imperfeita e parcial.”

(p.156).

“Numa grande parte do Terceiro Mundo existem vastos territórios

cultiváveis que ainda são mediocremente utilizados e fracamente povoados:

tem-se podido afirmar que, se um quarto da superfície da América Latina era

cultivável sem ter necessidade de recorrer a meios técnicos extraordinários,

somente 5% do solo era explorado, e ainda de maneira extensiva.”

(p.156).

“Mesmo nas regiões onde os grandes latifúndios não existem, como na

África e na Ásia, pode-se calcular que uma grande parte do potencial agrícola

está abandonado [...]”

(p.156/157).

“Nos países que sofrem estações secas mais ou menos prolongadas, a

extensão das redes de irrigação e o aumento do volume das águas estocadas

atrás das barragens, de um lado, e um instrumental agrícola bastante poderoso

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para poder acelerar, se for necessário, as operações culturais, de outro lado,

permitiram atenuar os efeitos desastrosos da irregularidade dos fenômenos

climáticos.”

(p.157).

“Na maior parte dos países subdesenvolvidos existem grandes

possibilidades de aumento da irrigação, mas faltam os capitais necessários a

esses trabalhos [...]”

(p.157).

Ideias secundárias:

“Há quinze ou vinte anos podia-se calcular que 1,5% dos proprietários

fundiários possuíam mais de 50% das terras agrícolas da América Latina [...]”

(p.156).

“[...] imensas extensões assim monopolizadas ainda não estavam

valorizadas, era porque seus proprietários eram “feudais” mais ou menos

absenteístas e que recusavam a própria idéia do desenvolvimento.”

(p.156).

“[...] mesmo se não é possível implantar culturas pode-se praticar uma

criação de bovinos que forneça leite, carne, força de tração e adubos naturais

aos cultivadores [...]”

(p.157).

Considerações:

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É tratada a questão em que o potencial agrícola de regiões normalmente

do Terceiro Mundo, é alto, porém a utilização das terras e o cultivo, ainda são

ineficientes, a exploração é imperfeita e parcial, o além de serem terras

monopolizadas os solos são mau utilizados. A seca ainda é um problema,

principalmente nos países subdesenvolvidos, que por falta de capital não

podem investir em irrigação o que aumentaria consideravelmente a produção.

DESPERDÍCIOS

Ideias principais:

“Não somente uma parte muito importante do potencial agrícola,

industrial e humano do Terceiro Mundo não é utilizado, mas bens preciosos

são desperdiçados.”

(p.158).

“Na maioria dos países subdesenvolvidos, “o fenômeno do desperdício”

é, como escreveu Danilo Dolci a propósito da Sicília, “um fenômeno maciço,

complexo e absurdo ao mesmo tempo.””

(p.158).

“[...] nos países onde se sabe que o potencial pedológico é frágil e

relativamente restrito, uma verdadeira “agricultura mineira” ainda é praticada

não somente por comunidades camponesas, que não podem fazer de outra

forma, mas também e sobretudo pelos empresários que,em razão das leis de

mercado, são obrigados a procurar o lucro máximo imediato.”

(p.158).

“As terras são exploradas de tal maneira que ficam arruinadas em

alguns anos. Elas são abandonadas por novas extensão que, desbravadas,

sofrerão a mesma sorte.”

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(p.158).

“Desperdício não menos escandaloso, embora endividando

menos o futuro, mas mais evidente: nos países onde a água é uma riqueza,

deixa-se perdê-la.”

(p.158).

“Desperdício também em numerosos países petrolíferos, do gás

natural queimando dia e noite em tocheiras iluminadas há anos. Poder-se-ia

transforma-lo em adubo.”

(p.158).

“Assim aparece um dos múltiplos “círculos viciosos” pelos quais

alguns autores tem desejado explicar o subdesenvolvimento, formulando o

chamado círculo vicioso da pobreza.”

(p.159).

Ideias secundárias:

“[...] já há muito tempo, os economistas assinalaram “a fraqueza

da propensão em investir” nos países subdesenvolvidos[...]”

(p.157).

“As formas assumidas por esse desperdício são numerosas e

variadas. Certamente, cada uma delas se explica pelo contexto econômico e

social, mas o total não é menos absurdo.”

(p.158).

“Assim o subdesenvolvimento não parece fundamentalmente

caracterizado por um desequilíbrio entre os recursos naturais e o efetivo da

população.”

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(p.159).

“As pessoas são pobres, portanto compram pouco; logo investem

pouco e desse fato, produzem pouco e permanecem pois pobres.”

(p.159).

Considerações:

É mostrada a não utilização de boa parte do potencial agrícola,

industrial e humano dos países do Terceiro Mundo, além disso, todo o

desperdício de bens preciosos. Desperdício que acontece desde ao mau uso

do solo, degradando-o e agravando os déficits até torna-lo inutilizável,

desperdício que ocorre também com os recursos naturais, como o gás natural,

que poderia ser transformado num tipo de fertilizante, e esses desperdícios

ocorrem tanto dos pequenos camponeses, dos grades latifundiários, indústrias

agrárias. Os solos que são degradados são abandonados e novos solos

passam por mesma situação, mostrando uma preocupação apenas com o lucro

imediato presente, esquecendo ou não se importado com o futuro.

AGRICULTURA “COLONIAL” E AGRICULTURA SUPOSTAMENTE

“TRADICIONAL”

Ideias principais:

“[...] as exportações agrícolas já muito importantes efetuadas, por

vezes desde séculos, por um número bem grande de países da África, da Ásia

e sobretudo da América Latina, conheceram um forte aumento depois da

Segunda Guerra Mundial e principalmente nos últimos quinze anos [...]”

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(p.160).

“As exportações de trigo, arroz e milho, importantes antigamente,

mesmo nos países tocados pela fome, em contrapartida diminuíram

consideravelmente.”

(p.160).

“Entretanto um grande número de países do Terceiro Mundo

continuam a aumentar as exportações agrícolas, que no conjunto progridem

mais rápidos que as produções alimentares.”

(p.161).

“Como dar conta desse crescimento das exportações se a

economia dos países “subdesenvolvidos” é, como se afirma, “estagnante” e

“bloqueada”.”

(p.161).

“Um grade número de camponeses é obrigado – para pagar o

agiota, o proprietário, o arrecadador de impostos [...]”

(p.161).

“Na verdade, a maioria das exportações agrícolas dos países

subdesenvolvidos capitalistas no mercado mundial está baseada em empresas

que dispõem de capitais e técnicas relativamente aperfeiçoadas [...]”

(p.161).

“O dinamismo dessas empresas agrícolas é, evidentemente

função da conjuntura do mercado mundial [...]”

(p.162).

“A “Revolução Agrária” muitas vezes anunciada esforça-se,

sobretudo após 1973, em transformar para formas de organização socialista a

muito desigual repartição de terras [...]”

(p.165).

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“A rigor, é aceitável falar ainda hoje de “agricultura tradicional”

para os países da África Ocidental [...]”

(p.165).

Ideias secundárias:

“[...] produções na África, Ásia e América Latina em vinte anos

pelo menos, dobraram quando não triplicaram [...]”

(p.160).

“Essas importações provenientes da América do Norte,

principalmente, realizam-se a preços relativamente baixos, graças às políticas

de “ajuda” praticadas pelo governo dos Estados Unidos.”

(p.160).

“[...] mas o autoconsumo aldeão, que era outrora uma das

características maiores, se não desapareceu completamente, pelo menos

regrediu consideravelmente diante das conseqüências da monetarização.”

(p.162).

Considerações:

É feito um apanhado histórico para demonstrar os sistemas agrícolas

coloniais e tradicionais, a agricultura tradicional encontra-se em extinção, é a

agricultura primitiva, com graus de parentescos na produção e sem a

apropriação privada da terra, é mostrado as exportações que ocorrem desde a

época das colônias e que cresceram consideravelmente após a Segunda

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Guerra Mundial, é citada a importância da política de incentivos que os Estados

Unidos atualmente aos seus produtores agrícolas. Nos países

subdesenvolvidos distinguia-se a agricultura colonial e tradicional, que passou

a ingressar nesses países com os grandes empresas e suas técnicas

aperfeiçoadas, buscam os países subdesenvolvidos para obter mais lucros.