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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE BACABAL - CESB DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E FILOSOFIA – DCSFIL CURSO DE ADMINISTRAÇÃO - ALINE DE ALENCAR ALVES JÉSSICA LEANE OLIVEIRA DO NASCIMENTO KEILLIANE CARNEIRO LUAN BORGES SOARES SACHA CAROLINE SILVA SOUZA DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS: DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS

Trabalho de Contabilidade Doar

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Pesquisa da área contábil ligada a administração.

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Page 1: Trabalho de Contabilidade Doar

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA

CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE BACABAL - CESB

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E FILOSOFIA – DCSFIL

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO -

ALINE DE ALENCAR ALVES

JÉSSICA LEANE OLIVEIRA DO NASCIMENTO

KEILLIANE CARNEIRO

LUAN BORGES SOARES

SACHA CAROLINE SILVA SOUZA

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS: DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E

APLICAÇÕES DE RECURSOS

Bacabal

2012

Page 2: Trabalho de Contabilidade Doar

ALINE DE ALENCAR ALVES

JÉSSICA LEANE OLIVEIRA DO NASCIMENTO

KEILIANE CARNEIRO

LUAN BORGES SOARES

SACHA CAROLINE SOUSA

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS: DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E

APLICAÇÕES DE RECURSOS

Trabalho apresentado à disciplina Contabilidade Geral do Curso de Administração do CESB-UEMA como requisito parcial para obtenção de nota regimental.

Orientador: Profº Joana Angélica Travassos de Oliveira

Bacabal

2012

Page 3: Trabalho de Contabilidade Doar

“O conhecimento era um bem privado, associado ao

verbo SABER. Agora é um bem publico ligado ao verbo FAZER.”

Peter Drucker

Page 4: Trabalho de Contabilidade Doar

INTRODUÇÃO

A D.O.A.R - Demonstração de Origem e Aplicação de Recursos - evidencia as

variações ocorridas no capital circulante líquido durante o exercício, permitindo ao

analista das demonstrações contábeis o entendimento da situação de curto prazo da

companhia. Isso torna possível a avaliação da capacidade de pagamento das

obrigações circulantes da empresa. A DOAR também expõe a política de

financiamentos e investimentos de recursos não circulantes da companhia. Os

financiamentos estão representados pelas origens de recursos, e os investimentos

pelas aplicações de recursos.

A Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – D.O.A.R. – é de muita

utilidade, fornecendo informações que não constam nas demais demonstrações

contábeis; complementa o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do

Exercício, revelando as modificações na posição financeira da empresa pelo fluxo de

recursos.

Em 28 de dezembro de 2007, foi publicada a Lei n° 11.638/07 que altera vários

artigos da Lei n° 6.404 de 15 de dezembro de 1976, e de acordo com essas

modificações no Art. 176, ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar,

com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações

financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da

companhia e as mutações ocorridas no exercício:

I - balanço patrimonial;

    II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

        III - demonstração do resultado do exercício; e

        IV – demonstração dos fluxos de caixa; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de

2007)

Assim de acordo com essa modificação a D.O.A.R passa a ser substituída pela

Demonstração de Fluxo de Caixa, onde a principal diferença entre um e outro é que

a DOAR é elaborada com base no conceito de capital circulante líquido, dentro do

regime de competência, (disponibilidade de médio prazo da empresa), e a DFC

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baseia-se no conceito de disponibilidade imediata, dentro do regime de caixa

(recebimentos/pagamentos).

(PADOVEZE, 1997, p. 66).

A DOAR possui determinadas relações com a DFC, porém é muito mais rica em

informações. A DOAR é mais analítica, mostra a posição financeira da empresa,

suas

tendências futuras e tem característica de médio e longo prazo. Já a DFC propicia

informações concretas, se houve ou haverá dinheiro, quanto se deve tomar de

empréstimos e tendo características de curto prazo.

Enquanto a DFC compreende o movimento de fluxo de dinheiro, a DOAR volta-se

para a movimentação havida nos recursos e aplicações permanentes, ou de longo

prazo e, como consequência disto, o impacto na situação financeira, espelhada pela

variação do CCL.

A DOAR possibilita um melhor conhecimento da política de investimento e de

financiamento da empresa além de ser mais abrangente que o fluxo de caixa por

representar completamente as mudanças na posição financeira e possuir

capacidade analítica de longo prazo.

Page 6: Trabalho de Contabilidade Doar

ESTRUTURA DA D.O.A.R

1ª Parte :- ORIGENS - PASSIVO CIRCULANTE

2ª Parte :-APLICAÇÕES - ATIVO CIRCULANTE

3ª Parte :-VARIAÇÃO DO CCL – ATIVO CIRCULANTE – PASSIVO CIRCULANTE

4ª Parte :- DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES DO CCL

1ª PARTE – ORIGENS

As origens de recursos são representadas pelos aumentos no Capital Circulante

Líquido, e as mais comuns são:

 

Das próprias operações, quando as receitas (que geram ingressos de capital

circulante líquido) do exercício são maiores que as despesas, ou seja,

resultam do lucro líquido apurado exclusivamente das operações regulares

da empresa. Assim, se houver lucro, teremos uma origem de recursos, se

houver prejuízo, teremos uma aplicação de recursos;

 

Dos acionistas, pelos aumentos de capital integralizados pelos mesmos no

exercício, já que tais recursos aumentaram as disponibilidades da empresa e,

consequentemente, seu capital circulante líquido;

 

De terceiros, por empréstimos obtidos pela empresa, pagáveis a longo prazo,

bem como dos recursos oriundos da venda a terceiros de bens do Ativo

Permanente, ou de transformação de Realizável a Longo Prazo em Ativo

Circulante.

 

Os empréstimos feitos e pagáveis a curto prazo não são considerados como origem

de recursos para fins dessa demonstração, pois não alteram o Capital Circulante

Líquido. Nesse caso há um aumento de disponibilidades e, ao mesmo tempo, do

Passivo Circulante.

 

Page 7: Trabalho de Contabilidade Doar

A depreciação, amortização ou exaustão, por representarem uma recuperação de

fundos, devem ser adicionadas ao lucro líquido apurado no exercício, para efeito de

elaboração da demonstração das origens e aplicações de recursos.

Passivo circulante: são as obrigações que normalmente são pagas dentro de um

ano: contas a pagar, dívidas com fornecedores de mercadorias ou matérias-

prima, impostos a recolher (para o governo), empréstimos bancários

com vencimento nos próximos 360 dias, provisões (despesas incorridas, geradas,

ainda não pagas, mas já reconhecidas pela empresa: imposto de renda, férias, 13°

salário etc.).

São considerados exemplos de passivo circulante:

Fornecedores ou duplicatas a pagar;

Empréstimos bancários;

Títulos a pagar;

Encargos sociais a pagar;

Salários a pagar;

Impostos a pagar

2ª PARTE – APLICAÇÕES DE RECURSOS

As aplicações de recursos são representadas pela redução do Capital Circulante

Líquido entre o início e o término de determinado período.

 

As aplicações de recursos mais comuns que implicam na variação do Capital

Circulante Líquido são as seguintes:

 

Imobilizações: Ocorrendo a aquisição de bens para o Ativo Imobilizado,

investimentos permanentes ou aplicação de recursos no Ativo Diferido, tais

fatos representam aplicação de recursos e, consequentemente, refletem

numa variação líquida negativa do Capital Circulante Líquido.

Page 8: Trabalho de Contabilidade Doar

 

Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo: A amortização de empréstimos

a longo prazo significa, em princípio, uma redução do passivo exigível a

longo prazo e representa uma aplicação de recursos. Por outro lado, a

obtenção de um novo financiamento representa uma origem de recursos.

  

Remuneração de dividendos: A remuneração de acionistas, decorrente de

dividendos, representa uma aplicação de recursos, refletindo numa variação

negativa do Capital Circulante Líquido.

Ativo circulante, em contabilidade, é uma referência aos bens e direitos que podem

ser convertidos em dinheiro em curto prazo.

Os ativos que podem ser considerados como circulantes incluem: dinheiro

em caixa, conta movimento em banco, aplicações financeiras, contas a

receber, estoques, despesas antecipadas, numerário em caixa, depósito

bancário, mercadorias, matérias-primas e títulos.

De acordo com a Lei 6.404/76 (modificada pela Lei 11.941/2009), o Ativo no

Balanço Patrimonial se constituirá dos seguintes grupos: Ativo Circulante e

Ativo Não-Circulante.

No ativo não circulante são incluídos neste grupo todos os bens de permanência

duradoura, destinados ao funcionamento normal da sociedade e do seu

empreendimento, assim como os direitos exercidos com essa finalidade.

O Ativo Não Circulante será composto dos seguintes subgrupos:

Ativo Realizável a Longo Prazo

Investimentos

Imobilizado

Intangível

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3ª PARTE – VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO

O Capital Circulante Líquido é a diferença entre o ativo circulante (disponível, contas

a receber, estoques e despesas pagas antecipadamente) e o passivo circulante

(fornecedores, contas a pagar e outras exigibilidades do exercício seguinte) em

determinada data.

 

Quando o Ativo Circulante é maior do que o Passivo Circulante, tem-se um Capital

Circulante Líquido próprio.

 

Quando o Ativo Circulante é menor do que o Passivo Circulante, tem-se um Capital

Circulante Líquido negativo ou de terceiros.

Assim, esta etapa é constituída pela simples comparação absoluta dos valores

discriminados na 1ª e 2ª partes.

CCL = AC - PC

Onde o ativo circulante é composto pelas contas:

Disponível;

Contas a receber;

Investimentos temporários;

Estoques e

Despesas pagas antecipadamente.

Enquanto que o passivo circulante é composto pelas contas:

Fornecedores;

Contas apagar, etc.

Quando houver uma operação envolvendo unicamente contas do circulante esta

operação não altera o CCL, por outro lado quando houver uma operação envolvendo

contas do circulante e do não circulante haverá alteração no CCL. Como por

exemplo:

 

Aquisição de bens do Ativo Permanente (Investimentos ou Imobilizado)

pagáveis a Longo Prazo. Nesse caso, há uma aplicação pelo acréscimo do

Page 10: Trabalho de Contabilidade Doar

Ativo Permanente e, ao mesmo tempo, uma origem pelo financiamento

obtido pelo acréscimo no Exigível a Longo Prazo no exercício, como se

houvesse entrado um recurso que fosse imediatamente aplicado;

 

Conversão de empréstimos de longo prazo em capital, caso em que há uma

origem pelo aumento do capital e, paralelamente, uma aplicação pela

redução do Exigível a Longo Prazo, como se houvesse ingresso de recurso

de capital aplicado na liquidação da dívida;

 

Integralização de Capital em bens do Ativo Permanente, situação também

sem efeito sobre o Capital Circulante Líquido, mas representada na origem

(aumento de capital) e na aplicação (bens do Ativo Permanente recebidos),

como se houvesse essa circulação do recurso;

 

Venda de bens do Ativo Permanente recebível a Longo Prazo, operação que

também deve ser demonstrada na origem, como se fosse recebido o valor da

venda e, na aplicação, como se houvesse o empréstimo sido feito para

recebimento a longo prazo;

 

Depreciação, amortização e exaustão. Tais valores, lançados como despesa

do exercício, diminuem o resultado, mas não reduzem o capital circulante

líquido; representam redução no Ativo Permanente e redução no Patrimônio

Líquido, mas não alteram os valores de Ativo e Passivo Circulantes. Desta

forma, o valor desses itens registrados no ano devem ser adicionados ao

Lucro Líquido para apuração do valor efetivo dos recursos gerados pelas

próprias operações;

 

Variação nos resultados de exercícios futuros representa lucros que, pelo

regime de competência, pertencem a exercícios futuros, porém, já afetaram o

Capital Circulante Líquido, ou seja, se o saldo de Resultados de Exercícios

Futuros tem um aumento no exercício, significa que a empresa já o recebeu,

Page 11: Trabalho de Contabilidade Doar

aumentando o Capital Circulante Líquido, mas sem que o tenha registrado

como receita, não fazendo parte do lucro do ano. Assim, como se trata de

recebimento originário pelas operações da empresa, deve ser agregado ao

resultado do exercício. Se houver redução do saldo desse grupo, deve ser

diminuído do Lucro Líquido;

 

Lucro ou prejuízo registrado pelo método da equivalência patrimonial para

investimentos em coligadas ou controladas, esse resultado, que afeta o lucro

da investidora, não afeta o seu Capital Circulante Líquido. Por isso, na

apuração da origem de recursos das operações, esse valor deve ser

diminuído do Lucro Líquido, se for receita; ou a ele acrescentado, se for

despesa;

 

Ajustes de exercícios anteriores; esses ajustes são registrados diretamente

na conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados, não afetando, portanto, o

Lucro Líquido do ano. Neste caso, os ajustes são efetuados nos saldos

iniciais do balanço, nas contas a que se refere, como se já houvesse sido

registrado nos anos anteriores, assim sendo, as origens e aplicações de

recursos do ano já ficarão expurgadas desse efeito;

 

Variações monetárias de dívidas de longo prazo, essas despesas afetam o

lucro mas, por reduzirem o Patrimônio Líquido e aumentarem o Exigível a

Longo Prazo, não alteram o Capital Circulante Líquido. Devem, por isso,

também ser adicionadas ao Lucro Líquido do exercício.

Espécies de Capital Circulante Líquido

CCL próprio ou positivo – quando o ativo circulante é maior que o passivo

circulante;

CCL de terceiros ou negativo – quando o ativo circulante é menor que o

passivo circulante;

Page 12: Trabalho de Contabilidade Doar

CCL nulo – quando o ativo circulante é igual ao passivo circulante.

4ª PARTE – DEMONSTRAÇÃO DAS

VARIAÇÕES DO CCL

Demonstração do Aumento no Capital Circulante Líquido (em R$): 

Saldos em 31.12.2002 31.12.2003 VariaçãoAtivo Circulante              

60.000,00          100.000,00

   40.000,00

Passivo Circulante               36.000,00

            55.000,00

 (19.000,00)

Capital Circulante Líquido

              24.000,00

            45.000,00

   21.000,00

Esquematicamente, teremos:

QUANDOO ATIVOCIRCULANTE

QUANDOO PASSIVOCIRCULANTE

O CCL REPRESENTANDO

AUMENTA AUMENTA no mesmo valor do AC

NÃO É AFETADO

-------

DIMINUI DIMINUI no mesmo valor do AC

NÃO É AFETADO

-------

AUMENTA -------- AUMENTA ORIGEM DE RECURSOS

------- DIMINUI AUMENTA ORIGEM DE RECURSOS

DIMINUI ------- DIMINUI APLICAÇÃO DE RECURSOS

------- AUMENTA DIMINUI APLICAÇÃO DE

Page 13: Trabalho de Contabilidade Doar

CONCLUSÃO

Tendo como base a natureza das informações que contém, a Demonstração

de Origens e Aplicações de Recursos – DOAR – é de fundamental importância, e

sem dúvidas, de muita utilidade, pois fornece informações que não constam nas

demais demonstrações financeiras; está relacionada tanto com o Balanço

Patrimonial como com a Demonstração do Resultado do Exercício, sendo

complementar a ambas, fornecendo as modificações na posição financeira da

empresa pelo fluxo de recursos. Assim essa demonstração é muito importante para

o conhecimento e análise da empresa e seu comportamento no tempo.

Dessa forma, a Doar auxilia em importantes aspectos, como no conhecimento

da política de inversões permanentes da empresa e fontes dos recursos

correspondentes, na constatação dos recursos gerados pelas operações próprias,

ou seja, o lucro do exercício ajustado pelos itens que o integram, mas não afetam o

CCL. Além disso, auxilia também, na verificação de como foram aplicados os

recursos obtidos com os novos empréstimos a longo prazo, na constatação de se e

como a empresa está mantendo, reduzindo ou aumentando o seu Capital Circulante

Líquido (CCL), verificação da compatibilidade entre os dividendos e a posição

financeira da empresa.

Portanto, a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR

possibilita ao administrador financeiro analisar as origens e aplicações históricas de

recursos da empresa. Sua maior vantagem está na avaliação das origens e

aplicações. O conhecimento dos padrões históricos da utilização dos recursos dá ao

administrador financeiro melhores condições de planejar as necessidades futuras de

recursos em prazos intermediários e longos.

Isso tudo faz da DOAR uma demonstração essencial para os usuários interessados

numa análise financeira aprofundada, em especial para os credores e investidores.

Page 14: Trabalho de Contabilidade Doar

Referências

RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Geral. 3º Ed. Editora Saraiva. São Paulo. 2002

Demonstração de origens e aplicação de recursos <<

http://www.portaldecontabilidade.com.br>> Acesso: 23/06/2012, às 9:30.

Lei n o   6.404, de 15 de dezembro de 1976. Disposição sobra as Sociedades por Ações. <<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm>> Acesso: 23/06/2012, às 10:00.