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DAVI ROBSON SILVA ESTEVÃO A RELAÇÃO ENTRE O PLANEJAMENTO E A EXECUÇÃO DOS PLANOS DE NEGÓCIOS NAS EMPRESAS INCUBADAS NA FUNDAÇÃO SOFTVILLE JOINVILLE-SC 2009

TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

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DAVI ROBSON SILVA ESTEVÃO

A RELAÇÃO ENTRE O PLANEJAMENTO E A EXECUÇÃO DOS

PLANOS DE NEGÓCIOS NAS EMPRESAS INCUBADAS NA

FUNDAÇÃO SOFTVILLE

JOINVILLE-SC

2009

Page 2: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

DAVI ROBSON SILVA ESTEVÃO

A RELAÇÃO ENTRE O PLANEJAMENTO E A EXECUÇÃO DOS

PLANOS DE NEGÓCIOS NAS EMPRESAS INCUBADAS NA

FUNDAÇÃO SOFTVILLE

Trabalho apresentado ao curso de Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade do Estado de Santa Catarina como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro de Produção e Sistemas.

Orientador: Gerson Volney Lagemann, Msc.

JOINVILLE-SC

2009

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DAVI ROBSON SILVA ESTEVÃO

A RELAÇÃO ENTRE O PLANEJAMENTO E A EXECUÇÃO DOS

PLANOS DE NEGÓCIOS NAS EMPRESAS INCUBADAS NA

FUNDAÇÃO SOFTVILLE

Trabalho de Graduação apresentado ao curso de Engenharia de Produção e Sistemas

da Universidade do Estado de Santa Catarina como requisito parcial para a obtenção

do título de Engenheiro de Produção e Sistemas.

Banca Examinadora:

Orientador: _____________________________________________________________

Gerson Volney Lagemann, Msc UDESC – CCT – DEPS

Membro: _____________________________________________________________

Leandro Zvirtes, Msc UDESC – CCT – DEPS

Membro: _____________________________________________________________

Régis Kovacs Scalice, Dr UDESC – CCT – DEPS

Joinville – SC, 04 de Novembro de 2009.

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"Se existe uma forma de fazer melhor... descubra-a." THOMAS EDISON

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"Dedico este trabalho a minha família que tanto amo e em especial ao Senhor Deus, que me agraciou com força e sabedoria para superar os obstáculos."

Page 6: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

AGRADECIMENTOS

Ao Senhor Deus por ter me proporcionado força e sabedoria para o

desenvolvimento deste trabalho.

Para minha família que amo, em especial ao meu pai que me motivou com sua

sabedoria em todos os momentos de dificuldades.

Ao professor Gerson Volney Lagemann pela orientação neste trabalho, pelo

apoio, incentivo e por toda a atenção a cada etapa do trabalho.

À professora Tatiana Comiotto Menestrina pelo auxílio, compreensão e

dedicação.

À Fundação Softville e as empresas incubadas e pré-incubadas, pela

contribuição e por terem cedido parte de seu tempo para a execução deste estudo.

À Universidade do Estado de Santa Catarina, serei eternamente grato pelo

conhecimento, pelos amigos e por tudo que aprendi em todos estes anos.

Aos amigos da Smart Consultoria Jr, Tiago, Arthur, Diego e a todos que fazem

esta empresa crescer. Em especial ao Romoaldo que juntos persistimos no

crescimento desta empresa, pelas noites em claro, por todas as dificuldades que

enfrentamos para ver esta empresa se desenvolver e perpetuar.

E a todos que, de alguma forma, colaboraram para o desenvolvimento deste

trabalho, agradeço de coração por tudo e por fazerem parte da minha vida.

Page 7: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

DAVI ROBSON SILVA ESTEVÃO

A RELAÇÃO ENTRE O PLANEJAMENTO E A EXECUÇÃO DOS

PLANOS DE NEGÓCIOS NAS EMPRESAS INCUBADAS NA

FUNDAÇÃO SOFTVILLE

RESUMO

O objetivo principal do presente trabalho é investigar as relações entre as ações de planejamento e execução dos planos de negócios das empresas incubadas e pré-incubadas na Fundação Softville localizada na cidade de Joinville. Para fundamentar teoricamente o trabalho foram feitas referências bibliográficas a assuntos relacionados às incubadoras de empresas e planos de negócios. Num passo seguinte, foi empreendido um estudo de caso através de pesquisa de campo com aplicação de um formulário e questionário em entrevistas presenciais. Após a pesquisa de campo, os dados obtidos foram organizados em planilhas, objetivando a análise por tabelas e gráficos. Foi possível concluir que, em alguns aspectos, as empresas pré-incubadas apresentaram resultados melhores do que as incubadas e em outros o inverso. Porém, ambos consideraram o plano de negócios muito importante antes e depois de entrarem na incubadora e que ele é muito utilizado como ferramenta de gestão. Foi verificado um aumento na importância dada ao plano de negócios após a entrada das empresas na incubadora, demonstrando que a Fundação Softville melhora a visão empresarial dos empreendedores com relação ao plano de negócios.

PALAVRAS-CHAVE: Incubadoras. Empresas incubadas e pré-incubadas. Plano de

negócios.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Incubadoras de empresas em operação no Brasil. ...................................... 19

Figura 2 – Processo de criação de uma Spin-off acadêmica......................................... 21

Figura 3 – Objetivos de uma incubadora de empresas. ................................................ 23

Figura 4 – Elos no processo de criação de empresas de origem acadêmica. ............... 26

Figura 5 – Curto-cicuito-criativo no processo de criação de uma nova empresa. ......... 30

Figura 6 – Fotos da Fundação Softville. ........................................................................ 41

Figura 7 – Utilidade do plano de negócios para os empreendedores. ........................... 44

Figura 8 – Grau de modificações no plano de negócios. ............................................... 45

Figura 9 – Partes do plano de negócios com mais alterações e dificuldades................ 46

Figura 10 – Frequência de atualização do plano de negócios....................................... 47

Figura 11 – Previsto x realizado no plano de negócios. ................................................ 48

Figura 12 – Importância do plano de negócios para os empreendedores ..................... 48

Figura 13 – Tipos de planejamento esperados na análise dos resultados .................... 49

Figura 14 – Análise comparativa entre as questões 2 e 5 (1) ....................................... 50

Figura 15 – Análise comparativa entre as questões 2 e 5 (2) ....................................... 51

Page 9: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Causas do fracasso das empresas nascentes americanas. ........................ 15

Tabela 2 – Requisitos para a criação de uma incubadora de empresas. ...................... 23

Tabela 3 – Critérios para a seleção de empresas. ........................................................ 26

Tabela 4 – Possíveis interessados no plano de negócios. ............................................ 33

Tabela 5 – Comparação de modelos estruturais de planos de negócios. ..................... 37

Tabela 6 – Informações gerais sobre os empreendimentos. ......................................... 43

Tabela 7 – Informações gerais sobre os integrantes das empresas. ............................ 43

Page 10: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

LISTA DE ABREVIATURAS

ANPROTEC

ACIJ

CNPQ

FEJ

FINEP

MCT

MPE

OEA

P&D

P&D&I

PN

SEBRAE

SBA

SOFTEX

SEPIJ

TOTVS

UDESC

Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores Associação Comercial e Industrial de Joinville

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

Faculdade de Engenharia de Joinville

Financiadora de Estudos e Projetos

Ministério de Ciência e Tecnologia

Micro e Pequenas Empresas

Organização dos Estados Americanos

Pesquisa e Desenvolvimento

Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Plano de Negócios

Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas

Small Business Administration

Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro

Sindicato das Empresas de Processamento de Dados de Joinville

Empresa de software, inovação, relacionamento e suporte à gestão

Universidade do Estado de Santa Catarina

Page 11: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

1.1 CARACTERIZAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO TEMA .................................... 12

1.2 PROBLEMA DA PESQUISA ........................................................................... 13

1.3 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 14

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................... 14

1.5 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 14

1.6 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO .......................................................................... 15

1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................ 16

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 17

2.1 INCUBADORAS DE EMPRESAS ................................................................... 17

2.1.1 Incubadoras de base tecnológica ............................................................ 20

2.1.2 Processo de incubação de empresas ...................................................... 24 2.1.2.1 Incubação e pré-incubação............................................................... 26

2.3 PLANOS DE NEGÓCIOS ............................................................................... 28

2.3.1 A Importância do plano de negócios ........................................................ 30 2.3.2 A finalidade do plano de negócios ........................................................... 32 2.3.3 A composição do plano de negócios ....................................................... 34

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 38

3.1 TIPO DE PESQUISA ...................................................................................... 38

3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........................................................ 39

4 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 40

4.1 APRESENTAÇÃO DA FUNDAÇÃO SOFTVILLE ........................................... 40

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4.1.1 Breve histórico ......................................................................................... 41 4.1.2 Incubação e pré-incubação na Fundação Softville .................................. 42

4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................... 43

4.3 ANÁLISE ENTRE A SEGUNDA E A QUINTA PERGUNTA ................................ 48

4.4 CONCLUSÃO DOS RESULTADOS .................................................................... 51

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 53

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 55

ANEXOS ................................................................................................................... 58

APÊNDICES ............................................................................................................. 60

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CARACTERIZAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO TEMA

O empreendedorismo é estudado principalmente por pesquisadores da área

de administração, psicologia e sociologia. A maioria dos estudos são relacionados a

pequenas empresas e a importância destas para o desenvolvimento da economia.

“Esse ramo de conhecimento está ainda em fase préparadigmática, já que não

existem padrões estabelecidos, princípios gerais ou fundamentos que possam

assegurar de maneira cabal o conhecimento” (DOLABELA, 1999, p. 37), estas

pesquisas estão possibilitando uma melhor identificação e compreensão dos

comportamentos que podem levar o empreendedor ao sucesso.

Conforme Timmons apud Dornelas (2001, p.19), “o empreendedorismo é uma

revolução silenciosa, que será para o século XXI mais do que a revolução industrial

foi para o século XX”. Desta forma, o indivíduo causador desta revolução, o

empreendedor, é aquele que modifica a economia pela criação de novos produtos,

processos e novas formas de administração. “O empreendedor é aquele que faz as

coisas acontecerem, se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização”

(DORNELAS, 2001, p. 15).

Os empreendedores de sucesso, ao identificarem uma oportunidade para um

novo projeto, pesquisam e planejam previamente, analisam todas as possibilidades

de riscos e correm atrás dos desafios. Desta forma, o plano de negócios (PN),

documento que descreve antecipadamente como será o funcionamento de uma

Page 14: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

13

nova empresa, proporciona ao empreendedor auto-aprendizado. O PN permite

testar a viabilidade de um empreendimento, minimizando os riscos de insucesso. No

decorrer das atividades empresariais o PN poderá servir para o empreendedor como

ferramenta gerencial, tanto no nível estratégico quanto no operacional. Pode

também ser usado para a busca de recursos financeiros por diversos tipos de

investidores.

O PN é um importante requisito utilizado para acesso às incubadoras. A

maioria destas, principalmente aquelas de base tecnológica, com ênfase na pré-

incubação, seleciona projetos para serem incubados a partir da avaliação de planos

de negócios. A Fundação Softville, incubadora de base tecnológica, objeto deste

estudo, seleciona os futuros empresários a partir da avaliação do PN.

Assim, torna-se importante a investigação sobre como as empresas

incubadas e pré-incubadas utilizam o PN. Sendo este documento um requisito de

entrada na incubadora, é fundamental conhecer a importância que os

empreendedores dão a ele. Após selecionados e iniciados, os empreendedores

atualizam estes planos de negócios? Qual o grau de assertividade dos planos de

negócios apresentados no processo de seleção? A partir destes pressupostos e

destes questionamentos, apresenta-se o tema deste trabalho que trata sobre a

relação entre o planejamento e a execução dos planos de negócios nas empresas

incubadas na Fundação Softville.

1.2 PROBLEMA DA PESQUISA

Qual a relação entre as ações de planejamento e de execução dos planos de

negócios pelo ponto de vista dos empreendedores das empresas incubadas e pré-

incubadas na Fundação Softville?

Page 15: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

14

1.3 OBJETIVO GERAL

Investigar a relação entre o planejamento e a execução dos planos de

negócios nas empresas incubadas e pré-incubadas na Fundação Softville.

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Diferenciar conceitualmente os processos de incubação e pré-incubação;

b) Definir os questionamentos necessários para o alcance dos resultados

pretendidos e;

c) Analisar possíveis relações entre os grupos de empresas incubadas e pré-

incubadas.

1.5 JUSTIFICATIVA

O planejamento e a execução das atividades empresariais através do PN é

tema recente dos pesquisadores da área do empreendedorismo. Do ponto de vista

técnico, o PN encontra considerável bagagem bibliográfica, porém ainda pouco

explorada. Pouco ainda se sabe sobre a importância e relevância desta ferramenta

de planejamento utilizada por empreendedores de empresas incubadas.

Conforme estudo da Associação Nacional de Entidades Promotoras de

Empreendimentos Inovadores – ANPROTEC (2006) a taxa de mortalidade nas

empresas geradas pelas incubadoras é de 20% e 70% de todas as empresas

geradas são de base tecnológica. Estas empresas encontram amparo nas

incubadoras, em média, de dois a quatro anos. Pesquisa realizada pelo Serviço de

Page 16: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

15

Apoio as Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE (2004) aponta que 60% das Micro

e Pequenas Empresas (MPE) brasileiras não sobrevivem além dos quatro anos de

vida. Este percentual é três vezes maior comparado com as empresas geradas em

uma incubadora.

Segundo Cerutti apud Dornelas (2001), o índice de mortalidade de MPE nos

primeiros anos de vida chega a 70% ou mais. Mesmo nos Estados Unidos, país

referência na criação de novas empresas de sucesso, a mortalidade é alta,

aproximadamente 50%, índices próximos ao caso brasileiro. Para o Small Business

Administration – SBA, órgão americano semelhante ao SEBRAE, 98% das causas

podem ser agrupadas e resumidas como falha ou falta de planejamento adequado

do negócio e os 2% restantes são causas desconhecidas.

Tabela 1: Causas do fracasso das empresas nascentes americanas Fonte: Adaptado de SBA apud Dornelas (2001)

Incompetência gerencial 45%

Conhecimento técnico desbalanceado 20%

Inexperiência em planejamento 18%

Inexperiência no ramo 9%

Negligência nos negócios 3%

Fraudes 2%

Desastres 1%

Fatores desconhecidos 2%

TOTAL 100%

Com base nas colocações acima, este trabalho se justifica pela necessidade

de se conhecer a importância, o uso e as relações que os empreendedores de

empresas de base tecnológica incubadas na Fundação Softville atribuem ao PN.

1.6 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

O referente trabalho foi realizado na incubadora de empresas de base

tecnológica da Fundação Softville, localizada na cidade de Joinville. Foram

Page 17: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

16

entrevistadas todas as empresas incubadas e pré-incubadas, totalizando 14

empresas, 8 incubadas e 6 pré-incubadas. São empresas do ramo de tecnologia da

informação como principal insumo o conhecimento técnico cientifico.

1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho foi distribuído e organizado em cinco partes. A primeira

apresenta a introdução do trabalho abordando os seguintes itens, o tema da

pesquisa e seu problema, o objetivo geral e os objetivos específicos, a justificativa

da pesquisa, a delimitação do estudo e a estrutura do trabalho.

Na segunda parte apresentam-se um referencial bibliográfico referente às

incubadoras de empresas e sobre PN, embasando a importância, finalidade e

estrutura do mesmo.

A terceira parte refere-se à metodologia do estudo, definindo o tipo de

pesquisa, os recursos utilizados e suas etapas.

Na quarta parte apresenta-se a incubadora pesquisada e o seu processo de

incubação de empresas, terminando com a análise e conclusão dos resultados.

Por fim, apresenta-se na quinta parte as considerações finais.

Page 18: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 INCUBADORAS DE EMPRESAS

O termo incubadora se refere a um ambiente controlado para conceder

sobrevivência e crescimento a um ser para que o mesmo não corra grandes riscos.

Um o recém-nascido prematuro pode permanecer alguns dias ou semanas numa

incubadora que lhe fornecerá um ambiente controlado de modo que seja favorável

ao seu desenvolvimento e crescimento, à sua resistência às doenças mantendo-o

sem grandes riscos a sua sobrevivência.

Desta forma, fazendo uma analogia do termo incubadora ao mundo dos

negócios, a mesma serve como um ambiente de transformação de empreendedores

potenciais em indivíduos capacitados, na criação eficiente de novas empresas

crescentes e rentáveis, protegendo-os do risco de mortalidade muito elevada nos

primeiros anos de existência. (LALKAKA et BISHOP apud GUEDES et FORMICA,

1997).

Segundo Furtado (1998), existe vários conceitos para o termo incubadora. Ele

diferencia o termo pelo seu conceito geral como sendo: (1) um organismo amplo que

dirige e dissemina a política industrial do país; (2) todo ambiente onde o

empreendedor possa desenvolver a capacidade de análise, raciocínio lógico e crítico

e todo conhecimento necessário ao seu negócio de curto a longo prazo e (3) uma

organização interna a outra de grande porte que proporcione aos colaboradores

Page 19: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

18

oportunidades para desenvolverem idéias e darem novas formas aos produtos e

serviços que geram.

No glossário da ANPROTEC et SEBRAE (2002, p.59), encontra-se a seguinte

definição para as incubadoras de empresas:

(a) Agente nuclear do processo de geração e consolidação de micro e pequenas empresas; (b) mecanismo que estimula a criação e o desenvolvimento de micro e pequenas empresas industriais ou de prestação de serviços, empresas de base tecnológica ou de manufaturas leves, por meio da formação complementar do empreendedor em seus aspectos técnicos e gerenciais; (c) agente facilitador do processo de empresariamento e inovação tecnológica para micro e pequenas empresas (AMPROTEC et SEBRAE, 2002, p. 59).

Enfim, Furtado (1998, p. 15) de forma resumida, num sentido restrito e amplo

cita que “a concepção de incubadora poderia ser definida como uma instalação

orientada e estruturada para receber e desenvolver novas empresas”,

O Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT apud Dornelas (2002) diferencia

as incubadoras de empresas em três tipos: (1) incubadora de empresas de base

tecnológica – é aquela que possui empresas incubadas cujos produtos, processos

ou serviços surgem de resultados de pesquisas aplicadas, baseadas no

conhecimento tecnico-científico, representando uma tecnologia de alto valor

agregado; (2) incubadora de empresas dos setores tradicionais – comporta

empresas ligadas aos setores tradicionais da economia que detêm tecnologia

vastamente disseminada e queiram agregar valor aos seus produtos, processos e

serviços e (3) incubadoras de empresas mistas – é a incubadora que abriga tanto as

empresas de base tecnológica quanto as tradicionais no mesmo ambiente.

Portanto, uma incubadora de empresas pode contar com mantenedores,

parceiros e apoiadores para auxiliar as empresas incubadas, como por exemplo, as

universidades, grupos comunitários, órgãos governamentais, grandes empresas,

dentre outros. Dornelas (2002) descreve que as incubadoras de empresas são

organismos que propiciam um desenvolvimento acelerado de empresas através do

processo de incubação. Desta forma, uma incubadora tem como objetivo geral a

produção, desenvolvimento e manutenção de empresas para o sucesso delas. Após

deixarem as incubadoras elas devem se manter com capacidade própria no

mercado, financeiramente viáveis e com alta competitividade no seu ramo de

atuação.

Page 20: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

19

De acordo com o Programa Nacional de Apoio as Incubadoras de Empresas

do MCT Apud Dornelas (2002), as incubadoras devem dispor de uma série de

serviços e facilidades em sua estrutura como descrito a seguir: (1) espaço físico

individualizado para instalação de escritórios e laboratórios para as empresas

admitidas; (2) espaço físico compartilhado com sala de reuniões, auditórios,

secretaria, laboratórios e área para demonstração dos produtos, processos e

serviços das empresas incubadas; (3) recursos humanos e serviços especializados

que possam auxiliar as empresas na gestão empresarial, gestão da inovação

tecnológica, comercialização de produtos e serviços no mercado interno e externo,

contabilidade, marketing, assistência jurídica, captação de recursos, contratos com

financiadores, etc.; (4) capacitação e treinamento para os empresários residentes

conforme necessidades e (5) acesso a infraestrutura de universidades e instituições

que estejam desenvolvendo atividades tecnológicas.

Segundo a ANPROTEC (2006), o panorama de incubadoras de empresas e

parques tecnológicos, divulgado no ano de 2006, levanta alguns indicadores que

mostram um pouco do atual estágio do desenvolvimento do empreendedorismo

tecnológico no Brasil. De acordo com essas informações, o número de incubadoras

de empresas em operação em 2006, já havia chegado a 359 em todo o país. Esse

número pode ser considerado excepcional, se comparado as treze incubadoras

existentes treze anos atrás, conforme a figura a seguir:

Figura 1: Incubadoras de empresas em operação no Brasil Fonte: ANPROTEC (2006)

Page 21: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

20

2.1.1 Incubadoras de base tecnológica

As incubadoras de base tecnológica são baseadas no conhecimento técnico-

ciênfitico e no empreendedorismo tecnológico. Elas vêm se tornando uma alternativa

para que a mortalidade das empresas de base tecnológica diminua, promovendo a

inovação e a integração entre o meio acadêmico e as empresas.

Segundo Souza et al (2003), a origem das incubadoras aconteceu a cerca de

50 anos atrás, na região do Vale do Silício e da Rota 128, nos Estados Unidos, com

estrutura semelhante às incubadoras atuais, tomando o formato que são hoje no

início da década de 70. Além dos Estados Unidos, outros países como Grã-

Bretanha, França, Alemanha e Japão promoveram as incubadoras como meio de

permear um maior dinamismo da tecnologia e economia.

No Brasil, este movimento das incubadoras de empresas começou no início

dos anos 80, com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq) e adesão de agências, como a Financiadora de Estudos e

Projetos (FINEP) e a Organização dos Estados Americanos (OEA). Elas apoiaram

vários estudos que levou à criação em 1987 da ANPROTEC (SOUZA et al, 2003).

Ainda comenta Souza et al (2003) que o meio acadêmico deve ser o impulsor

do processo de apoio a empresas nascentes de base tecnológica, focando a

necessidade da criação de modelos formais, distintos em grau e funcionamento que

favoreçam a inovação e a interação entre o meio acadêmico e as empresas. Para

tanto, se criou os polos e parques tecnológicos, as incubadoras de empresas e os

escritórios de transferência de tecnologia e registro de patentes. Com isso, o

universo acadêmico deixou de ser apenas um meio de conhecimento gratuito e

passou a atuar como um processo de empresariamento do saber, através da

cobrança de direitos autorais pelos resultados das pesquisas apoiados ou realizadas

que foram exploradas para um determinado objetivo empresarial ou social.

Mundialmente, as iniciativas governamentais de financiamento e apoio à

criação de empresas nascidas da cooperação universidade-indústria têm se

multiplicado. Estas ações geram as Spin-offs1 acadêmicas, cujas atividades

sustentam-se a princípio, nos seus resultados que se beneficiam de uma licença

1 As Spin-offs são empresas criadas por pesquisadores acadêmicos para explorar uma propriedade

intelectual gerada a partir de um trabalho de pesquisa desenvolvido em uma instituição acadêmica.

Page 22: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

21

para explorar as pesquisas tecnico-científicas assim desenvolvidas (GUSMÃO,

2002).

De acordo com Ndonzuau apud EMPREENDE (2004), o processo de criação

de uma spin-off acadêmica pode ser dividida em quatro etapas principais: (1)

geração de idéias a partir de resultados de pesquisa; (2) finalização de projetos do

novo negócio a partir das idéias; (3) lançamento da spin-off, e (4) fortalecimento da

nova empresa. Este processo pode ser mais bem compreendido com a ilustração a

seguir:

Figura 2: Processo de criação de uma Spin-off acadêmica Fonte: Ndonzuau apud EMPREENDE (2004)

O crescimento e a sobrevivência destas empresas dependem da ascensão do

empreendedorismo tecnológico e das competências gerenciais do empreendedor.

As condições para que uma empresa sobreviva e cresça, escapando das fronteiras do nicho, depende da obtenção de competências gerenciais do empreendedor tecnológico, sua capacidade de difusão no meio empresarial, em particular, o desenvolvimento tanto dos relacionamentos do mercado quanto das ligações já sedimentadas (por exemplo, relacionamentos especiais ou do círculo próximo) com as grandes empresas (FORMICA, 2000, p. 72).

Com isso, somente a criatividade em tecnologia está longe de conceder ao

empreendedor que trabalhar com a alta tecnologia irá aproveitar ao máximo as

oportunidades que modificam o presente. Esta criatividade deve ser enriquecida

tanto no planejamento operacional quanto no estratégico e no marketing. Formica

afirma que este tipo de empreendedor deve mudar suas atitudes perante seus

clientes e consumidores, auxiliando-os no aproveitamento das vantagens advindas

das mudanças tecnológicas (FORMICA, 2000).

Page 23: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

22

De acordo com Morita apud Formica (2000), fundador da empresa Sony, que

criou produtos inovadores como videocassete, walkman e outros: a criatividade em

marketing não deve ser negligenciada. Se o empreendedor dispõe de muita

tecnologia e até de um excelente produto, assim mesmo ele só terá êxito se divulgar

ao mercado sobre ele, para que este tenha aceitação mercadológica. No caso do

walkman, o sucesso se deu em virtude ao planejamento do produto e ao marketing.

Assim, são características comuns à indústria emergente os processos de

tentativa e erro, já que predominam a “incerteza tecnológica” e a “incerteza

estratégica”. Os usuários e consumidores também são novos e desconhecem os

produtos/serviços, devendo, neste estágio, serem informados sobre os mesmos, até

que possam ter a capacidade de prover feedback mais apurado de suas

necessidades de consumo. (BAETA, 2003). Conforme a mesma autora, uma

incubadora de base tecnológica é definida como:

Organizações que abrigam empreendimentos nascentes, geralmente oriundos de pesquisa científica, cujo projeto implica inovações. Tais organizações oferecem espaço e serviços subsidiados que favorecem o empresariamento e o desenvolvimento de produtos ou processos de alto conteúdo científico e tecnológico (BAETA, 1999, p. 30).

As incubadoras de empresas de base tecnológica diferenciam-se das

incubadoras de empresas tradicionais pelo serviço de suporte técnico, apoio e

assessoramento fornecido para o desenvolvimento e sobrevivência destas

empresas. Além disso, elas possuem em sua grande maioria, ligação com centros

de pesquisas e universidades, incentivando o processo de inovação (BAETA, 1999).

Para o autor brasileiro Medeiros et al (1992), pioneiro a discutir o tema, as

incubadoras se caracterizam da seguinte forma:

Um núcleo que abriga, usualmente microempresas de base tecnológica, isto é, aquelas que têm no conhecimento seu principal insumo de produção [...] tratando-se de um espaço comum, subdivididos em módulos, que costuma se localizar próximo as universidades ou institutos de pesquisa para que as empresas se beneficiem dos laboratórios e recursos humanos dessas instituições (MEDEIROS et al, 1992, p.37).

Segundo Stainsack (2003), as incubadoras tem como objetivo principal

fornecer o apoio necessário aos novos empreendedores. Essa afirmação encontra

Page 24: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

23

concordância em Medeiros et al (1992) que apresenta três tipos de requisitos para

estruturação de uma incubadora, conforme a figura a seguir:

Tabela 2: Requisitos para a criação de uma incubadora de empresas Fonte: Medeiros et al (1992)

Requisitos Mínimos Requisitos Recomendáveis Requisitos Desejáveis

Existência de

empreendedores

interessados

Espaço físico apropriado Tradição de empresas de base

tecnológica

Viabilidade Técnica comercial

das propostas

Existência de incentivo e de linhas

de financiamentos apropriadas

Clima favorável e

“personificação” de projetos

Parceiros comprometidos

com o empreendimento e

apoio político a incubadora

Gestão da incubadora a cargo do

setor privado e participação

governamental minoritária e

decrescente

Localização da incubadora nas

instalações das instituições de

ensino e pesquisa ou

imediações

Dessa forma, percebe-se que, o primeiro requisito para se constituir uma

incubadora são os empreendedores. Complementando, Mendonça (2004) diz que ao

definirem-se os objetivos de uma incubadora deve-se relacionar a mesma o conceito

de empreendedorismo voltado para o desenvolvimento do espírito empreendedor,

conforme a figura a seguir:

Figura 3: Objetivos de uma incubadora de empresas Fonte: Mendonça (2004)

Observa-se então, que uma incubadora de empresas é um ambiente propicio

e certo para se encontrar empreendedores, sendo que toda a estrutura de uma

incubadora existe para apoiar iniciativas inovadoras e que a mesma depende dos

Page 25: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

24

empreendedores que buscam apoio para alcançarem o sucesso em seus negócios

(STAINSACK, 2003).

Com o objetivo de oferecer formação gerencial, as incubadoras

periodicamente estruturam e oferecem programas de qualificação. São palestras,

cursos e workshops que visam fornecer as empresas incubadas treinamento de

gestão administrativa, fornecendo assim, subsídios para o desenvolvimento

empresarial e o sucesso dos empreendedores.

2.1.2 Processo de incubação de empresas

Segundo Atrasas et al (2003) a incubação de empresas é o processo

sistêmico que estimula a criação e o desenvolvimento de empresas através da

transferência de tecnologia e da formação complementar do empreendedor no seu

perfil técnico e gerencial. Este processo funciona como um agente facilitador do

aprendizado empresarial e da inovação tecnológica.

Conforme Wolffenbuttel et al (2003), as empresas ao saírem da incubadora

podem encontrar três situações: (1) a empresa está consolidada e pronta para

enfrentar o mercado sem a ajuda da incubadora, tornando o processo de incubação

um sucesso. A empresa assume características de uma empresa como outra

qualquer, estabelecendo-se no mercado para enfrentar a concorrência com um

produto inovador sendo comercializado, com uma sólida situação financeira e com

gestores aptos a dirigi-la; (2) o tempo de permanência na incubadora terminou e a

empresa ainda não está preparada para enfrentar o mercado, mesmo assim, a

empresa terá que deixar a incubadora sem estar totalmente preparada e (3) a

empresa não teve sucesso no processo de incubação, não estando apta para

enfrentar o mercado.

Desta forma, Wolffenbuttel et al (2003) analisou o impacto do processo de

incubação na Incubadora de Base Tecnológica da Universidade do Vale do Rio dos

Sinos, aplicando um modelo a seis empresas incubadas onde determinou três

dimensões para a análise: (1) inovação, (2) solidez financeira e (3) capacidade

gerencial. Conforme o mesmo autor, mesmo a empresa estando incubada poderá

ocorrer sucesso ou insucesso, é papel de uma incubadora de empresas fornecer

Page 26: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

25

ferramentas de análise e avaliação de desempenho que proporcionem um feedback

para acompanhamento das empresas incubadas.

A principal finalidade de um programa de incubação é produzir graduados

(empresas sólidas, prontas para saírem da incubadora) bem sucedidos, isto é,

negócios financeiramente viáveis e autossustentáveis quando eles deixam à

incubadora. A gerência de uma incubadora é responsável de fazer a seleção das

empresas que receberão abrigo, analisando junto a consultores especializados, o

potencial de comercialização da idéia e a capacidade dos empreendedores de levá-

la ao mercado. Geralmente, é avaliado o PN das empresas candidatas, que após

análise do mesmo a empresa é aprovada ou não para se instalar na incubadora.

As facilidades oferecidas por uma incubadora para as empresas incubadas

são geralmente: consultorias, gerenciamento, assessorias, dentre outros. Porém

para usufruir destes, para ocupar uma vaga na incubadora, uma empresa, que

inicialmente é apenas um projeto, tem que passar por um processo seletivo. Este

caminho para a ocupação das vagas em uma incubadora não aprova todos os

projetos candidatos. As empresas candidatas à incubação são escolhidas de acordo

com seu potencial de crescimento observado pela incubadora e de acordo com a

disponibilidade de vagas.

Para Medeiros et al (1992) as empresas candidatas a uma vaga de incubação

devem elaborar um PN (requisito indispensável em praticamente todas as

incubadoras) e obedecer a um conjunto de critérios, que são: (1) retorno comercial,

verificando se o projeto a ser desenvolvido possui perspectivas de retorno; (2)

autonomia da empresa, observar se a empresa demonstra condições de

sobrevivência; (3) a empresa deve ter objetivos adequados aos da incubadora; (4)

os produtos e processos a serem desenvolvidos não podem ser poluentes e devem

ser de aceitação social e (5) a empresa deve oferecer certo grau de competitividade.

Tais formas de seleção e critérios podem variar de uma incubadora para

outra, pois cada uma tem seus objetivos e princípios. Em geral, todas elas colocam

como requisito a elaboração e apresentação de um PN. Conforme o quadro a seguir

visualiza-se de forma clara os cinco requisitos citados por Medeiros et al (1992):

Page 27: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

26

Tabela 3: Critérios para a seleção de empresas Fonte: Medeiros et al (1992)

2.1.2.1 Incubação e pré-incubação

Para entender-se a diferença geral entre incubação e pré-incubação se faz

necessário entender os elos no processo de geração de uma empresa de origem

acadêmica que pode ser dividido em quatro etapas: conscientização, pré-incubação,

incubação e implementação, conforme a figura a seguir:

Figura 4: Elos no processo de criação de empresas de origem acadêmica Fonte: Gasse apud Drummond (2005)

Conforme a figura anterior, o objetivo da primeira etapa é conscientizar a

comunidade acadêmica sobre a importância da pesquisa para gerar novas

oportunidades e novos valores econômicos sustentáveis. A segunda visa estudar a

Page 28: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

27

viabilidade técnica e comercial, ou seja, iniciar a elaboração de um PN. A terceira é

onde a empresa amadurece o seu projeto, normalmente num prazo de dois a quatro

anos e em uma incubadora de empresas. E por fim, na quarta etapa, a empresa já

está consolidada, ou seja, pronta para enfrentar o mercado de forma independente.

(GASSE apud DRUMMOND, 2005).

Desta forma, em uma empresa de origem acadêmica, a pré-incubação

corresponde ao teste de viabilidade e onde se dará o planejamento inicial da

empresa. É nesta etapa que se deve especial atenção e precisa ser bem

estruturada, normalmente é nesta parte que se determina a sobrevivência da futura

empresa. Na pré-incubação o PN é desmistificado, detalhando os planos de

marketing, produto/serviço e finanças (NDONZUAU et al apud DRUMMOND, 2005).

Desta forma, de acordo com Dornelas (2002) as empresas que ingressam nas

incubadoras passam por fases no processo de incubação: (1) Pré-incubação -

voltada para acadêmicos que não possuem empresa constituída, mas possuem um

projeto com inovação tecnológico-mercadológica e viabilidade financeira e

comercial. Essa fase pode durar até 2 anos e, a depender da evolução do projeto, o

mesmo pode evoluir para a próxima fase (incubação). Os pré-incubados recebem

apoio de consultores e de gestores das incubadoras e compartilham o mesmo

espaço que as empresas incubadas. Geralmente esses empreendedores utilizam

capital próprio ou de um Angel Investor2 para financiar seu projeto; (2) incubação -

nessa fase do processo, o produto desenvolvido é comercializado e os

empreendedores utilizam o auxílio da infraestrutura intelectual e física da incubadora

para alavancar o projeto. O empreendedor deve ter empresa constituída e um PN

bem estruturado no qual comprove a inovação tecnológica e/ou potencial

mercadológico, além da viabilidade financeira e comercial. As fontes de

financiamento utilizadas nessa fase provêm de reservas pessoais, amigos, família,

anjo investidor, capital de risco além das disponíveis pela incubadora e (3)

acelerador - essa fase é destinada a empresas que desejam exportar seu produto. O

processo de seleção se iguala aos estágios anteriores. Nessa etapa, o

empreendedor precisará de fonte de financiamento externo para conseguir

2 O Angel Investor (anjo investidor) é uma pessoa física ou jurídica disposta a investir em empresas

que estão iniciando suas atividades empresariais ou pensam em iniciar atividades comerciais ou industriais, contudo, não contam com o aporte financeiro necessário para a empreitada.

Page 29: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

28

desenvolver seu projeto. Estes financiamentos são normalmente disponibilizados

pelo governo e por agentes de capital de risco.

Lagemann (2009) cita que os principais objetivos da pré-incubação são:

[...] - investigar a existência de mercado para o produto/serviço; - gerar capacitação gerencial e de negócios aos empreendedores, visto que se tratam, na maioria dos casos, de estudantes universitários ou recém-formados com grande capacidade técnica e pouca ou nenhuma visão empresarial. (LAGEMANN, 2009, p.10-11)

2.3 PLANOS DE NEGÓCIOS

O plano de negócios (PN) tornou-se popular no Brasil recentemente em

função da importância emergencial do assunto de empreendedorismo no país. O

PN, por exemplo, ganhou a atenção de pessoas interessadas em abrir seu próprio

negócio. Além disso, incubadoras de empresas passaram a solicitar este documento

no processo de seleção. Investidores privados e governamentais passaram a exigir

o PN para a tomada de decisão do investimento.

Segundo Bolson (2003), o PN é uma obra de planejamento dinâmico que

descreve uma empresa, projeta estratégias operacionais e de inserção no mercado

e prevê os resultados financeiros. A estratégia de inserção no mercado talvez seja a

tarefa mais importante e crucial no planejamento de novos negócios.

De acordo com o pensamento moderno, o PN é um documento vivo, no

sentido de que deve ser constantemente atualizado para que seja útil na

consecução dos objetivos dos empreendedores e de seus sócios. O PN também é

utilizado para comunicar o conteúdo aos investidores de risco, que podem se decidir

a aplicar recursos no empreendimento.

Conforme Dolabela (2008), um PN é uma ferramenta, um instrumento para

planejar detalhadamente o processo de validação de uma idéia. Com ele, o

empreendedor poderá visualizar se sua idéia é viável ou não. Deve ser elaborado

em linguagem clara e inteligível, pois será um documento onde o empresário o usará

para obter recursos para o seu negócio ou mesmo para gerenciá-lo. O PN não é

Page 30: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

29

somente um instrumento técnico, ele está ligado ao seu executor, nele constarão

suas características pessoais dando vida ao plano, pois a criação de uma empresa

é, essencialmente, um processo humano. Isto pode ser melhor entendido conforme

a citação do autor:

Para o empreendedor, o ser é mais importante que o saber. A empresa é a materialização dos nossos sonhos. É a projeção da nossa imagem interior, do nosso íntimo, do nosso ser em sua forma total. O estudo do comportamento do empreendedor é fonte de novas formas de compreensão do ser humano em seu processo de criação de riquezas e de realização pessoal. Sob esse prisma, o empreendedorismo é visto também como um campo intensamente relacionado com o processo de entendimento e construção da liberdade humana... (DOLABELA, 2008, p. 242)

O planejamento antecipado de um negócio é uma atividade que demanda

tempo e recursos. Atualmente, este conceito de PN é novo para as pessoas que

desejam ser novos empresários criando uma nova empresa. Estes novos

empreendedores, frequentemente não tem o conhecimento da necessidade de se

projetar um PN, em geral, no máximo buscam informações generalizadas sobre o

ramo de negócios que irão atuar e levantam os custos principais (investimentos

necessários) relativo a concepção da nova empresa (DORNELAS, 2001). O PN

permite uma visão geral do negócio. Desta forma, Dolabela (1999) cita que:

O Plano de Negócios constitui-se uma ferramenta essencial ao empreendedor. É o planejamento da empresa que mostra todos os detalhes: quem são os empreendedores, qual é o produto, quais e quantos são os clientes, qual é o processo tecnológico de produção e vendas, qual a estrutura de gerenciamento, quais as projeções financeiras: fluxo de caixa, receitas, despesas, custos, lucros. É um instrumento de diminuição de riscos. Ao fazer um Plano de Negócios, o empreendedor estuda a viabilidade de um produto, sob todos os aspectos (DOLABELA, 1999, p. 6)

Com isso, um PN descreve como será a futura empresa que está sendo

planejada. Este processo pode ser mais bem entendido segundo as proposições de

Degen (1989) que descreve o sucesso no processo de criação de uma empresa

dependente do desenvolvimento de quem está criando a nova organização. Assim,

este processo pode ser dividido em três etapas: (1) buscar a oportunidade de

negócio - pesquisar e coletar informações, tendências, indícios sobre a oportunidade

de negócios; (2) desenvolver a descrição do negócio e da empresa - a partir das

informações coletadas, identificar e prever os riscos, procurar experiências similares

Page 31: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

30

para avaliá-los, adotar medidas para reduzi-los, avaliar o potencial de lucro e

crescimento e definir as estratégias a serem estabelecidas para o mercado e (3)

planejar a abertura do empreendimento - iniciar pela elaboração do PN, definir as

necessidades de recursos e suas fontes e a operacionalização das atividades. Isso

pode ser melhor entendido com a visualização a seguir:

Figura 5: Curto-cicuito-criativo no processo de criação de uma nova empresa Fonte: Degen (1989)

Na figura anterior, pode-se notar que a ordem das etapas na criação de um

uma nova empresa tem a finalidade de ordenar as idéias dos empreendedores

potenciais. Porém, muitos deles desenvolvem fases conjuntas ou até deixam de

fazer algumas delas. Esse processo é denominado de curto-circuito-criativo. É o

fenômeno pelo qual o processo fica claro e sua aplicação se torna mais facilitada.

Não atendendo a esses pressupostos, justifica-se o fato de muitos negócios

fracassarem ou terem pouco êxito, existem as exceções de sucesso sem

planejamento, porém, estes casos são poucos (DEGEN, 1989).

2.3.1 A importância do plano de negócios

O PN é uma importante ferramenta gerencial que um empresário pode utilizar

para gerir e diminuir os riscos de insucesso de seu empreendimento (DORNELAS,

Page 32: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

31

2001). Esta ferramenta deve ser usada por todos os empreendedores que estão

iniciando a concepção de um novo negócio, que querem transformar seu sonho em

realidade, porém, devem seguir em paralelo um caminho em busca dos

conhecimentos administrativo, lógico e racional. Segundo Dornelas (2001), o PN é

importante para:

Entender e estabelecer diretrizes para o seu negócio; gerenciar de forma mais eficaz a empresa e tomar decisões acertadas; monitorar o dia-a-dia da empresa e tomar ações corretivas quando necessário; conseguir financiamentos e recursos junto a bancos, governo, investidores, etc.; identificar oportunidades e transformá-las em diferencial competitivo para a empresa; estabelecer uma comunicação interna eficaz na empresa e convencer o público-alvo externo (fornecedores, parceiros, clientes, bancos, investidores, etc.) (DORNELAS, 2001, p. 97).

Conforme Dornelas (2004), os empreendedores não podem estar dissociados

da importância que o PN pode fornecer, como por exemplo, informações do

mercado externo, informações internas da empresa, análise do ramo de atuação,

dentre outros. Pois a elaboração do PN é considerada, segundo o autor, um

requisito básico para o desempenho das empresas. O mercado é altamente

competitivo e se os empreendedores não o estudam e, não conhecem

detalhadamente sua própria empresa de forma minuciosa, terão uma grande

probabilidade de insucesso ou até mesmo não terão sobrevivência no mercado.

Com isso, um PN bem estruturado diminui consideravelmente os riscos

empresariais externos e internos, pois o empreendedor os conhece de antemão e

pode se prevenir com soluções prévias. Segundo Lopez et al (2001):

[...] o plano de negócios é um documento especial, único e vivo que deve refletir a realidade, as perspectivas e a estratégia da empresa, respondendo ao leitor as perguntas: Quem sou? O que faço? Como faço? Por que faço? O que quero, em particular, do leitor? Para onde vou? (LOPEZ et al, 2001, p. 11).

Na citação anterior pode ser interpretado que, a palavra vivo foi utilizada para

significar que as mudanças nos ambientes tecnológico, de mercado, no ramo de

negócios da empresa devem estar periodicamente verificados no PN, devendo ser

flexível de tal forma a receber modificações consideradas necessárias quando se

advertirem circunstâncias desfavoráveis.

Page 33: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

32

Para Dolabela (1999, p. 80), “o plano de negócios é uma linguagem para

descrever de forma completa o que é ou pretende ser uma empresa”. Esta

descrição, conforme Dolabela (1999) contém o seguinte: (1) a forma de pensar

sobre o futuro do negócio, aonde ir, como ir mais rapidamente, o que fazer durante o

caminho para diminuir incertezas e riscos; (2) descrição de um negócio, os motivos

da existência da oportunidade de negócio, como o empreendedor pretende agarrá-la

e como buscar e gerenciar os recursos para aproveitá-la; (3) a descrição de um

processo e não de um produto, deve ser dinâmico, vivo, devendo estar sempre

atualizado; (4) a indicação de que o empreendimento tem grande potencial de

sucesso, ou até evidenciar de que é mesmo irreal, pela existência de obstáculos

jurídicos ou legais intransponíveis, riscos incontroláveis ou rentabilidade aleatória ou

insuficiente para garantir a sobrevivência da empresa ou do novo negócio. Pode-se,

inclusive, sugerir o adiamento do empreendimento; (5) informações que o tornam

instrumento de negociação interna e externa para administrar a interdependência

com os sócios, empregados, financiadores, incubadoras, clientes, fornecedores,

bancos, etc., e; (6) Informações para tornar a ferramenta propícia a obtenção de

financiamentos, empréstimos, persuasão de novos sócios, controle interno,

integração da equipe e envolvimento dos empregados e colaboradores.

O empreendedor com todas estas informações terá um documento essencial,

importantíssimo para suas futuras negociações, e sendo também um aliado na

análise gerencial, possibilitando planejar passo-a-passo, evitando erros comuns

antes mesmo que aconteçam, diminuindo os riscos e aumentando as chances de

sucesso do seu novo empreendimento.

2.3.2 A finalidade do plano de negócios

Como finalidade, o PN a princípio deve atender aos anseios do

empreendedor, ou seja, ele deverá ser um aliado, como uma bússola, indicando o

caminho a seguir. Mas, o PN também pode ser feito para outros fins, com o intuito

de atender a outros públicos, seja um banco, órgão de fomento, parceiro,

fornecedor, investidor, incubadoras, entre outros.

Page 34: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

33

Conforme a figura a seguir, segundo Lopez et al (2001) identificam os

possíveis interessados para os planos de negócios (coluna esquerda), assim como

os objetivos (coluna direita):

Tabela 4: Possíveis interessados no plano de negócios Fonte: Lopez et al (2001)

Possíveis públicos-alvo para o seu Plano de negócios

Sócios potenciais Para vender para do negócio e estabelecer acordos e direção

Parceiros Para estabelecer estratégias conjuntas

Bancos Para conseguir financiamentos

Intermediários Pessoas que ajudam a vender o seu negócio

Investidores Empresas de capital de risco, pessoas jurídicas e outros interessados

Gerentes Para estabelecer canal de comunicação

Executivos de alto nível Para aprovar e alocar recursos

Fornecedores Para outorgar crédito para compra de mercadorias e matéria-prima

Gente talentosa Que você deseja contratar para fazer parte da sua empresa

A própria empresa Para comunicação interna com os empregados

Clientes potenciais Para vender o produto/serviço

Para que o empreendedor obtenha êxito no PN é preciso um estudo prévio,

pois na maioria das vezes, os empreendedores não sabem como escrever

adequadamente um eficiente PN. Estes empreendedores são na maioria micro e

pequenos empresários que não possuem conceitos básicos de planejamento,

vendas, marketing, fluxo de caixa, ponto de equilíbrio, projeções de faturamento, etc.

Quando entendem o conceito, geralmente não conseguem colocá-lo claramente no

papel (DORNELAS, 2001).

O PN deve estar dentro da realidade da empresa, pois o ato de mensurar

dados “chutados”, incrementando ou adaptando informações, pode ser prejudicial

para o próprio empreendedor. O PN é um documento que deve ser feito de forma

concisa, com dados reais:

[...] para ter validade, deve ser desenvolvido em bases realísticas: um Plano de negócios bem feito deverá estar em condições de ser implantado, de se transformar em uma empresa incubada e sensibilizar parceiros e investidores (DOLABELA, 1999, p. 206).

Sob a ótica de Pereira (1998), o PN passa a ter três funções principais: (1)

documento de planejamento - avaliar o novo empreendimento do ponto de vista

Page 35: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

34

mercadológico, técnico, financeiro, jurídico e organizacional. Assim, o empreendedor

terá uma noção prévia do funcionamento da sua empresa em cada um dos

aspectos; (2) instrumento de mediação - avaliar, retrospectivamente, a evolução do

empreendimento ao longo da sua implantação para cada um dos aspectos definidos

no PN, o empreendedor poderá comparar o previsto com o realizado. Para cada um

dos aspectos avaliados e comparados, o empreendedor verifica se e quando o

empreendimento desviou-se ou foi prejudicado e como deve rever suas metas para

o futuro em função do ajuste necessário e (3) ferramenta de financiamento - facilitar,

ao empreendedor, a obtenção de capital de terceiros (sócios ou agentes financeiros)

quando o seu capital próprio não é suficiente para cobrir os investimentos iniciais.

2.3.3 A composição do plano de negócios

São muitas as teorias e metodologias para a elaboração de PN em literaturas

e principalmente em materiais disponíveis na internet. O SEBRAE bem como outros

órgãos especializados em planejamento de negócios disponibilizam muitos materiais

para o auxílio aos empreendedores para desenvolverem esta ferramenta gerencial.

Porém, depende muito do ramo e do tipo empresarial, serviços, comércio, indústria

ou misto, cada empresa terá suas particularidades que deverão ser desenvolvidas

de forma que o leitor entenda claramente os objetivos do empreendedor e que

convença de que o negócio é realmente sustentável e viável.

Basicamente, um PN deve ter em sua estrutura o sumário executivo, a

descrição empresarial, o plano de marketing e o plano financeiro. Estes itens não

podem faltar no plano, pois é a base para qualquer empresa funcionar e se

estruturar adequadamente fornecendo um planejamento e controle eficiente e eficaz

para o futuro funcionamento da empresa.

Ao expor sobre o que fazer e o que não fazer na elaboração de um PN,

Degen (1989, p. 182) cita que “o plano deve ser o mais conciso possível, sem

comprometer a clareza da exposição e sem omitir os detalhes importantes, como por

exemplo, os riscos e medidas para reduzi-los”.

Na redação do PN, Dolabela (1999) orienta que é importante lembrar: (1)

deve ser completo, bastante claro, ter linguagem simples (evitar sempre que

possível, termos técnicos, siglas, jargões, etc.); (2) deve ser sintético, sem

Page 36: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

35

redundância, sem elementos supérfluos; (3) sumário executivo deve ser excelente e

não ultrapassar duas páginas, ele indicará se o PN merece ser analisado ou

abandonado; (4) nenhuma informação deve ser dada sem citação da fonte e (5) o

tom deve ser sempre afirmativo, não se deve usar o tempo de verbo condicional,

como por exemplo, “poderia”, “seria”, pois o objetivo é jamais deixar dúvidas.

O PN, de acordo com Dornelas (2001, p. 7), “é composto por várias seções

que se relacionam e permitem um entendimento global do negócio de forma escrita

e em poucas páginas [...]”. De acordo com Bolson (2003), cada uma das seções do

PN tem um propósito específico. Estas devem ser organizadas de maneira lógica e

sequencial com o objetivo de permitir a qualquer leitor o entendimento dos objetivos,

da organização, produtos e serviços, mercado, estratégia de marketing e a situação

financeira do empreendimento.

O PN deve ser escrito de acordo com as necessidades do público-alvo, não

existindo um tamanho ideal ou quantidade exata de páginas. Se o leitor for um

gerente de banco ou um investidor, por exemplo, ele dará mais ênfase para a parte

financeira do plano e as pessoas que estão nos negócios. Se for um fornecedor,

este atentará para a saúde financeira da empresa, sua carteira de clientes e a taxa

de crescimento do negócio (DOLABELA, 1999).

Para melhor entendimento sobre o tamanho de um PN e sua utilização,

Oliveira (1995) descreve: (1) PN completo - é utilizado quando se pleiteia uma

grande quantidade de dinheiro ou se necessita apresentar uma visão completa do

seu negócio. Pode variar de 15 a 40 páginas, mais material anexo; (2) PN resumido

- é utilizado quando se necessita apresentar algumas informações resumidas a um

investidor, por exemplo, com o objetivo de chamar sua atenção para que lhe

requisite um PN completo. Deve mostrar os objetivos macros do negócio,

investimentos, mercado e retorno sobre o investimento, devendo dar ênfase nas

informações específicas requisitadas. Geralmente varia de 10 a 15 páginas e (3) PN

operacional – útil internamente na empresa pelos diretores, gerentes e funcionários.

É excelente para alinhar os esforços internos em direção aos objetivos estratégicos

da organização. Seu tamanho pode ser variável e depende das necessidades

específicas de cada empresa, em termos de divulgação aos funcionários.

Na estrutura do PN, as seções devem ser apresentadas não isoladamente,

mas com estreito relacionamento, com o objetivo de completar o ciclo do

planejamento do negócio, com ações corretamente definidas e com as projeções de

Page 37: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

36

resultados viáveis de se obter, com base em uma análise criteriosa de mercado e da

situação atual da empresa.

Para estruturar um PN, Dolabela (2008) sugere que o documento deve ser

montado basicamente sobre quatro itens: (1) sumário executivo - é a síntese de todo

o plano e deve ser o último item a ser elaborado, vai proporcionar uma visão geral

do plano, de como o empreendedor deseja alcançar o seu objetivo. É no sumário

executivo que qualquer leitor (investidor, capitalista de risco, bancos, financiadores,

etc.) identificará se o negócio está bem fundamentado e se deve ser lido até o seu

final. Só encaminharão o plano às suas assessorias técnicas se o sumário executivo

os convencer do seu potencial de convencimento e venda; (2) descrição do negócio

e da empresa - é onde são apresentadas todas as características empresariais,

como o funcionamento legal e operacional. É nesta parte que o empreendedor

colocará a forma com que o negócio irá funcionar descrevendo as operações, as

pessoas envolvidas e a estrutura do negócio; (3) plano de Marketing - constitui de

duas ações básicas, a primeira é a análise de mercado e a segunda as estratégias a

serem implantadas após o início da operação do negócio. A análise do mercado

servirá para o conhecimento dos mercados consumidor, fornecedor e concorrente, e

identificará se o negócio é potencial, se a demanda é promissora. O planejamento

da estratégia de marketing será montada levando em consideração a análise de

mercado onde a empresa oferecerá seus produtos e serviços visando aperfeiçoar

suas potencialidades e (4) plano Financeiro - é a parte financeira do PN que

constará os controles e planilhas de cálculos com conceitos de contabilidade e

finanças servindo como ferramentas gerenciais para o planejamento financeiro da

empresa. O plano financeiro será usado possivelmente para atrair investidores,

convencer parceiros de negócios, ou seja, é onde a divulgação da empresa ocorre,

seu potencial e sua credibilidade.

Segundo Nakagawa (2004) em sua pesquisa feita a vários autores sobre

estrutura de planos de negócios, tanto para empresas tradicionais como de

tecnologia, o autor menciona em seu estudo que o PN das empresas de base

tecnológica e as tradicionais são bem semelhantes (ver tabela 5). Para Servo apud

Nakagawa destaca a importância de mais um item no PN das empresas de base

tecnológica, chamado de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) como relenvante para

formar as estratégias e também para o sucesso mercadológico sustentável da

empresa.

Page 38: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

37

Tabela 5: Comparação de modelos estruturais de planos de negócios Fonte: Nakagawa (2004)

Empresa

genérica

Empresa

genérica

Empresa

genérica

Empresa

genérica

Empresa de base

tecnológica

Empresa de

“alta

tecnologia”

Resumo ou

sumário

executivo

-Capa (1) 3

-Sumário (2)

-Sumário

executivo (3)

-Resumo

executivo (1)

-Sumário

executivo (1)

-Sumário

executivo (1)

-Sumário executivo (1) -Sumário

executivo (1)

Empresa,

ambiente

estratégia de

negócios

-Planejamento

estratégico do

negócio (4)

-Descrição da

empresa (5)

-Produtos e

serviços (6)

-Análise de

mercado (9)

-Visão e missão

(2)

-Descrição geral da

empresa (3)

-Análise

estratégica (4)

-Produtos/ clientes

alvo (2)

-Analise de mercado

(3)

-Análise competitiva

(4)

-Parcerias (5)

-Oferta do produto (6)

-Produto e

serviços (2)

-Mercado e

competição (4)

-Empresa e tecnologia

(2)

-Clientes (2)

-Mercado (3)

-Análise de setor (4)

-Competição (5)

-Necessidade

do cliente e

oportunidade

de negócios (2)

-Estratégias de

negócios e

principais

metas (3)

Time,

recursos

humanos

-Plano de recursos

humanos (8)

-Organização e

administração (8)

-Time (3) -Recursos humanos (9) -Administração

e recursos

humanos (6)

Marketing e

vendas

-Plano de

marketing (10)

-Plano de marketing

e vendas (5)

-Plano de marketing

e vendas (7)

-Plano de marketing

e vendas (5)

-Plano de marketing e

vendas (6)

-Plano de

marketing (4)

Operação/

produção

-Plano operacional

(7)

-Plano de

implementação

(11)

-Organização e

sistemas de

negócios (6)

-Cronograma de

implementação (7)

-P&D (7)

-Produção/ operação

(8)

-Operações (5)

Riscos -Análise de risco

(10)

-Riscos e

oportunidades (8)

-Contingências/

Riscos (10)

Finanças -Plano financeiro (11) -Plano financeiro (6) -Sumário

financeiro (9)

-Planejamento

financeiro e

capitalização (9)

-Resultados

financeiros (11)

-Projeções

financeiras (7)

Capitalização

e

investimento

-Proposta de

investimento (12)

Apêndices -Apêndices (13) -Apêndices (12)

-Referências/anexos (13)

Fonte Dornelas, 2000 Pavani et al, 2000 A. T. Kearney, 2000 Eccelera, 2000 Servo (1998:105) Nesheim, 2000

Tipo de

referência

Artigo. Autor

especialista em

empreendedorismo

Livro-guia. Autor

especialista em

empreendedorismo

Apresentação.

Empresa de

consultoria

estratégica

Sugestão de

modelo. Empresa

venture capital

Livro-guia. Autor

especialista em

empreendedorismo de

base tecnológica

Livro-guia. Autor

especialista em

empreendedorismo

de base tecnológica

3 A numeração entre parênteses indica a ordem em que o item aparece no modelo de estrutura do plano de

negócios usado por cada um dos autores pesquisados por Nakagawa

Page 39: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DA PESQUISA

A pesquisa se identifica por ser um estudo de caso, pois trata da análise de

uma entidade específica com grupos bem definidos. Segundo Menestrina (2008) o

estudo de caso se caracteriza por ser uma metodologia não específica, com um

estudo que visa organizar dados, preservando as características únicas do objeto de

estudo.

Bell apud Menestrina (2008) fornece uma explicação clara da vantagem do

estudo de caso:

A grande vantagem deste método consiste no fato de permitir ao investigador a possibilidade de se concentrar num caso específico ou situação e de identificar, ou tentar identificar, os diversos processos interativos em curso. (BELL, 1993, p. 25).

O estudo de caso foi escolhido com o propósito de se concentrar num caso

específico, a fim de se investigar a relação nas ações de planejamento e execução

pelo PN nas empresas incubadas na Fundação Softville. Isso permite observar os

grupos de forma a identificar possíveis interações entres os mesmos.

Page 40: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

39

3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Inicialmente, fez-se um estudo bibliográfico sobre as incubadoras de

empresas e os planos de negócios para fundamentar a pesquisa, dentre livros,

artigos físicos e virtuais, revistas e trabalhos acadêmicos. Num passo seguinte foi

feito a pesquisa de campo, utilizando-se de uma carta de apresentação, juntamente

com um formulário e um questionário (ver anexo A e apêndices A, B e C) para a

apuração dos dados necessários para a pesquisa. As entrevistas foram feitas de

forma presencial e pela facilidade de contato com a incubadora. Cada empresa

levou em média vinte minutos para ser entrevistada, dentre a carta de apresentação,

o preenchimento do formulário, questionário e as observações gerais.

A pesquisa foi realizada do dia 6 a 9 de outubro de 2009 durante o horário

comercial na Fundação Softville. Alguns contatos foram feitos via e-mail e telefone a

fim de se finalizar algumas dúvidas e obter informações pertinentes. Escolheu-se

entrevistar tanto as empresas incubadas quanto as pré-incubadas com o intuito de

compará-las para a identificação de possíveis desvios e relações. Foram elaboradas

seis perguntas de múltipla escolha com o objetivo de se conhecer as relações na

forma com que as empresas planejam e realizam suas atividades.

O público-alvo da pesquisa se caracteriza por 8 empresas incubadas e 6 pré-

incubadas caracterizando 100% da população de pesquisa. Usou-se o auxílio de

planilhas eletrônicas a fim de se organizar e analisar os dados da pesquisa. Foram

elaborados gráficos, tabelas e ilustrações para se apresentar os resultados com

melhor visualização. A seguir serão apresentados a incubadora e a análise da

pesquisa e a conclusão dos resultados.

Page 41: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

4 ESTUDO DE CASO

A seguir será apresentada a incubadora pesquisada, bem como um descritivo

de como é feito o processo de seleção para a incubação de empresas. Enfim, será

demonstrado o estudo realizado com as empresas incubadas e pré-incubadas, a

análise e conclusão dos resultados.

4.1 APRESENTAÇÃO DA FUNDAÇÃO SOFTVILLE

Localizada no Centro de Joinville, a Fundação Softville, também conhecida

como incubadora tecnológica no segmento de informática, possui uma grande

estrutura para oferecer aos seus incubados um excelente espaço para abrigo e a

geração de novas empresas (ver figura 6). A incubadora conta com cinco

mantenedores: Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, Universidade

da Região de Joinville – UNIVILLE, Sociedade Educacional de Santa Catarina –

SOCIESC, Sindicato das Empresas de Processamento de Dados de Joinville –

SEPIJ e o Governo de Joinville. A incubadora possui também apoiadores e

parceiros, como SEBRAE, Associação Comercial e Industrial de Joinville – ACIJ,

Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro – SOFTEX e a

TOTVS (empresa de software, inovação, relacionamento e suporte à gestão, antiga

Datasul), dentre outros. Missão da Fundação Softville: Promover o desenvolvimento

e a transferência de tecnologias inovadoras que contribuam para o avanço

tecnológico regional em informática.

Page 42: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

41

Figura 6: Fotos da Fundação Softville Fonte: www.softville.org.br (2009)

4.1.1 Breve histórico

Em abril de 1993, por iniciativa de empresas de informática da região de

Joinville, com o apoio de associações de classe, entidades de ensino e os governos

federal, estadual e municipal, foi criado o projeto Softville. Na mesma data foi

estabelecido na cidade um Núcleo de Desenvolvimento de Software para

Exportação do Programa SOFTEX. Um fato curioso é que em meados da década de

50 a 70, no mesmo local situava-se a FEJ – Faculdade de Engenharia de Joinville,

que hoje, sediada em outro local, é conhecida como UDESC – Universidade do

Estado de Santa Catarina sendo uma das mantenedoras da Softville.

Desta forma, consolidou-se o projeto Softville, através da criação de uma

estrutura organizacional para atender a manutenção de duas linhas de ações

básicas, sendo: (1) um sistema compartilhado de serviços, que prevê o treinamento

e a assessoria às empresas usuárias da Fundação e; (2) uma incubadora de

empresas de base tecnológica, que atende novos empreendimentos, incentivando

assim a pesquisa de novos produtos e serviços, a geração de empregos

Page 43: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

42

especializados, provocando uma consequente melhora da estrutura científica,

tecnológica e econômica da região.

Em novembro de 1994 foram inauguradas as instalações físicas e em agosto

de 1995, com o reconhecimento da promotoria pública, o projeto Softville tornou-se

uma fundação de direito privado sem fins lucrativos (Disponível em:

www.softville.org.br, 2009).

4.1.2 Incubação e pré-incubação na Fundação Softville

A Fundação Softville, atualmente, só faz a seleção de projetos para incubação

a partir da existência de vagas. Quando uma empresa incubada sai da incubadora

abre-se uma vaga e assim o processo de seleção se inicia. Com isso, um edital é

publicado e como requisito para o processo os candidatos à vaga deverão elaborar e

apresentar um PN para ser avaliado pela incubadora. Não existe diferenciação no

edital publicado entre projetos de incubação e pré-incubação.

Assim sendo, a incubadora busca manter a proporção existente de projetos

que são incubados e ou pré-incubados. Na Softville o único critério de seleção é o

PN que leva em consideração somente a qualidade deste documento para decidir

quais projetos serão aprovados. Existem na incubadora atualmente 14 empresas.

No total são 17 módulos, ou seja, cada módulo equivale a instalação de um projeto

na incubadora. Todas as empresas trabalham dentro da área de desenvolvimento de

soluções em informática para diversos tipos de organizações, sendo assim

caracterizadas como empresas de base tecnológica.

4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Na primeira parte da pesquisa buscou-se informações gerais sobre os

empreendedores e empreendimentos. Este formulário pode ser visto no anexo A.

Nas tabelas 6 e 7 podem ser visualizados os resultados obtidos nesta investigação.

Page 44: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

43

Tabela 6: Informações gerais sobre os empreendimentos

Tabela 7: Informações gerais sobre os integrantes das empresas

Analisando as informações obtidas com os dados dos empreendedores e dos

empreendimentos percebeu-se que as empresas possuem, em média, cinco

membros entre sócios, funcionários e estagiários. A idade média destes membros é

28 anos e praticamente todas as empresas possuem 2 sócios, exceto uma com 3.

Apenas uma empresa, de todas as pesquisadas, entrou na Fundação Softville

diretamente pela fase de incubação. Logo, 93% das empresas pesquisadas tiveram

seu ingresso na incubadora pela fase de pré-incubação. Outra informação

importante é que 70% dos participantes possuem curso superior completo ou em

andamento e 83% são homens.

A segunda parte da pesquisa preocupou-se em buscar informações sobre o

PN, especificamente. Este questionário pode ser visualizado no apêndice C. Nos

parágrafos seguintes vamos analisar os resultados obtidos em relação a cada uma

das seis questões do questionário sobre o empreendimento. No apêndice D estão

relacionados todos os resultados desta etapa em um único documento.

Page 45: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

44

O primeiro quesito investigado diz respeito a como os empreendedores

utilizam o PN. Nesta questão foi permitido a eles que escolhessem mais de uma

resposta a fim de se conhecer a relação entre as alternativas. Com isso, foi possível

concluir que a principal finalidade de utilização do PN é como ferramenta para a

gestão empresarial, sendo citada em 48% das respostas (ver figura 7). Apenas uma

empresa, do grupo das incubadas, considerou que utiliza o PN somente como

requisito de incubação. Isso indica que 93% das empresas usam no mínimo o PN

para a gestão. Interessante notar que, uma das empresas pré-incubadas citou como

resposta outra utilização para o PN, sendo utilizado como ferramenta de

planejamento estratégico. Desta forma, pode-se perceber na figura 7, que mesmo o

PN sendo um requisito de incubação a maioria dos empreendedores o utiliza

também como ferramenta gerencial.

Figura 7: Utilidade do plano de negócios para os empreendedores

O segundo quesito investigado foi o grau de modificações ocorridas no PN

após a entrada na incubadora (ver figura 8). Nas empresas incubadas o grau alto (4)

e muito alto (5) de modificações chegou a 75%. Nas empresas pré-incubadas o

percentual foi de 67%. Importante também ressaltar o resultado de 0% obtido para o

grau baixo (1), o que sinaliza para um efetivo uso do PN. A diferença de 8%, a mais

Page 46: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

45

nas empresas incubadas, pode se justificar pelo amadurecimento do empreendedor

e a compreensão do PN. Uma característica do ramo de tecnologia da informação é

ela ser muita dinâmica, o que determina um alto grau de alterações nos planos de

negócios. Neste caso, a atualização da ferramenta gerencial se torna indispensável.

Figura 8: Grau de modificações no plano de negócios

Para um aprofundamento no quesito alterações do PN, procurou-se na

questão 3 identificar em qual das grandes áreas (recursos humanos, marketing,

operacional, finanças e P&D) aconteceram as maiores alterações e dificuldades.

Entre as empresas incubadas, três optaram pela alternativa ”outros”, uma destas

atribuiu que as maiores dificuldades e alterações estão no foco do negócio e as

outras duas informaram que está em todo o PN. Porém, conforme a figura 9, as

maiores dificuldades estão na área de P&D, com 25% das respostas. Em parte, isto

pode ser corroborado pela análise anterior, considerando que o mercado de atuação

das empresas é muito dinâmico, competitivo e as alterações ocorrem com grande

frequência, justificar-se-ia a necessidade de uma atualização mais frequente do PN.

Para as empresas pré-incubadas, a parte de finanças e P&D do PN apontam ser

aquelas que mais apresentam dificuldades e alterações, com 66% (ver figura 9). No

Page 47: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

46

geral, os dois grupos apresentam os maiores índices de dificuldades e alterações na

parte financeira e na P&D, com 50% dos resultados.

Figura 9: Partes do plano de negócios com mais alterações e dificuldades

A questão referente a atualização dos PN pelas empresas incubadas revelou

que 63% delas atualizam o plano anualmente. Já, 83% das empresas pré-incubadas

o atualizam trimestralmente (ver figura 10). Esta diferença na frequência de

atualização do PN entre os grupos pode ser melhor compreendido pelo fato de que

nas pré-incubadas o processo de planejamento é mais presente por elas estarem

ainda testando a viabilidade de seus projetos. As empresas incubadas já vivenciam

o mercado e lhes resta menos tempo para planejar. Planejamentos mais espaçados

no tempo vão demandar maiores cargas horárias para serem feitos, enquanto

planejamentos mais frequentes exigem menos horas, tornando-se assim mais

atualizados e menos dolorosos de serem feitos. Entretanto, um período de tempo

anual ainda é aceitável do ponto de vista técnico. A figura 10 evidencia a conclusão

de que as empresas incubadas planejam com menos frequência que as empresas

pré-incubadas.

Page 48: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

47

Figura 10: Frequência de atualização do plano de negócios

A quinta questão versa sobre os resultados realizados. Eles têm ocorrido

conforme o planejado? As empresas incubadas dividiram-se nas respostas, 50%

entendem que “sim”, ou seja, os resultados têm acontecido conforme planejam e

50% entendem que “não”. Para 67% das empresas pré-incubadas os resultados têm

acontecido conforme planejado (ver figura 11). O fato de metade das incubadas não

conseguirem realizar o planejado pode ser atribuído ao mercado. A pouca

experiência em lidar com ele explica as dificuldades em realizar as ações

planejadas. O fato da maioria das empresas pré-incubadas, 67% (ver figura 11)

demonstrarem estar realizando conforme o planejado pode ser interpretado por elas

estarem ainda na fase de testes e protótipos, atividades independentes do mercado

e, portanto, mais previsíveis. Outro fator importante para a melhor acuracidade do

planejamento das pré-incubadas é a frequência de atualização que é maior.

Figura 11: Previsto x realizado no plano de negócios

Page 49: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

48

A última questão busca traçar um comparativo temporal a respeito da

importância que os empreendedores atribuíam ao PN antes de entrarem na

incubadora e a importância que dão a ele após a sua incubação. Observa-se, na

figura 12, que a importância atribuída ao PN por todas as empresas antes de

incubadas era de 64% e que após a incubação este índice aumenta para 86%. O

primeiro número revela candidatos à incubação muito bem preparados e conscientes

da importância de um PN bem elaborado para empreender. O segundo número

aponta para a importância da prática, ou seja, o dia-a-dia vai mostrar ao

empreendedor como é importante um bom PN.

Figura 12: Importância do plano de negócios para os empreendedores

4.3 ANÁLISE ENTRE A SEGUNDA E A QUINTA PERGUNTA

Neste capítulo buscou-se analisar e identificar relações entre os

questionamentos considerados mais importantes que são: os resultados reais têm

acontecido conforme previsto? Qual o grau de modificações que ocorrem no plano

de negócios? Para tanto, foram estipulados três de comportamentos esperados

Page 50: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

49

pelos empreendedores, conforme observado nos questionamentos. Estes

planejamentos foram intitulados e determinados da seguinte forma, conforme a

figura a seguir:

Figura 13: Tipos de planejamento esperados na análise dos resultados

O primeiro tipo de planejamento esperado como coerente corresponde a duas

situações distintas: (a) os resultados ocorrem como previsto e as modificações no

PN são baixas e, (b) os resultados não ocorrem como previsto e as modificações

são altas. Este tipo de comportamento foi definido com base nas ocorrências mais

comuns e reais em planejamentos, de uma forma geral. Mais adiante esta forma de

planejamento será dividida em dois grupos, planejamento corretivo e assertivo,

conforme citado na figura 13, sendo mais detalhado para melhor entendimento e

análise.

Para estipular o segundo tipo de planejamento considerou-se o seguinte: os

resultados reais não acontecem como esperado e as modificações no PN são

baixas. Desta forma, é esperado nesta ação de planejamento (previsto x realizado)

que o planejador, quando observado que suas ações reais não refletem em sua

grande maioria o que foi previsto, que ele reveja e analise muito mais as suas ações

visando modificar e corrigir o que foi planejado

E por fim, no terceiro tipo de planejamento esperado se estipulou que não

houve coerência entre os resultados observados, ou seja, os resultados reais

ocorrem como previsto, mas há a evidência de muitas modificações no PN. Isso não

se torna coerente pelo seguinte motivo, se o planejamento ocorre como planejado

PLANEJAMENTO COERENTE

ASSERTIVO CORRETIVO

PLANEJAMENTO INEFICIENTE

PLANEJAMENTO INCOERENTE

Page 51: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

50

por que as modificações são tão altas? Na figura a seguir visualizam-se os

resultados destas comparações.

Figura 14: Análise comparativa entre as questões 2 e 5 (1)

Através da figura anterior é possível perceber que existe um índice alto de

coerência entre os resultados de 57%. Um dado animador é o baixo índice de

ineficiência identificado, porém, o alto índice de incoerência é preocupante conforme

observado no gráfico, evidenciando a necessidade de estudos futuros.

Se observarmos somente os dados coerentes da análise anterior podemos

dividi-los em dois grupos: (i) planejamento assertivo e (ii) planejamento corretivo. A

primeira divisão se refere a um planejamento ideal onde os resultados ocorrem

conforme planejado e existem poucas modificações no PN. Na segunda divisão

ocorre o contrário revelando um planejamento por ações corretivas, ou seja, muitas

modificações em busca dos resultados. Na ilustração seguinte é possível observar

os resultados destas análises.

Page 52: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

51

Figura 15: Análise comparativa entre as questões 2 e 5 (2)

Conforme o gráfico, podemos observar que as ações de planejamento são

mais corretivas do que assertivas identificando a necessidade de estudos futuros

que identifiquem as causas destes desvios.

4.4 CONCLUSAO DOS RESULTADOS

O planejamento é a forma mais sábia para se alcançar o sucesso. O PN é

uma ferramenta que resume num único documento muitas informações sobre uma

empresa ou projeto. Portanto, ele se torna uma ferramenta dinâmica, útil para o

empreendedor tanto a curto quanto a longo prazo. Conforme visto na análise dos

resultados, o PN é muito utilizado para gerenciar a empresa, demonstrando que o

mesmo não fica somente na gaveta, mas que está sendo usado no dia-a-dia

empresarial.

O mercado é altamente dinâmico no setor de informática. Isso torna a

realidade das empresas de base tecnológica, objeto deste estudo, mais vulneráveis

Page 53: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

52

as mudanças rápidas e inesperadas. Conforme observado, as empresas atualizam e

modificam seus PN conforme esperado. Os resultados demonstram que as

empresas estão cumprindo o seu papel, atualizando anualmente e trimestralmente

seus planos de negócios.

Já era de se esperar, que a área operacional apresentasse menor ou

nenhuma dificuldade no PN, o que de fato ocorreu. Isso demonstra que as outras

grandes áreas demandam maiores atenções por se tratarem de conhecimentos

distintos daqueles dominados pelos empreendedores tecnológicos. Interessante

notar que, a área de P&D é aquela que apresenta grandes dificuldades para os

empreendedores. O que de fato ocorre com o setor de tecnologia da informação,

onde as mudanças, inovações e alterações são frequentes.

Em relação ao que os empreendedores planejam e executam, os resultados

demonstrados apontam para uma proporção quase uniforme. Sendo que 57% de

todas as empresas realizam conforme o planejado e 43% não. Podemos considerar

esses resultados como moderados, indicando a necessidade de estudos sobre as

causas que os originam.

Referente a importância que os empreendedores atribuíram ao PN, os

resultados são animadores, visto que, após entrarem na incubadora as empresas

demonstraram um aumento de 22% na importância atribuída ao PN. Isso ressalta a

importância das atividades de capacitação e orientação fornecida pela incubadora,

demonstrando que ela está fazendo muito bem a sua parte.

Por fim, na análise comparativa entre os dois principais questionamentos foi

possível perceber que existem incoerências nos resultados esperados e também, na

análise da figura 14, se identificou a necessidade de estudos futuros para se

investigar as causas dos desvios observados.

Page 54: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta do desenvolvimento deste trabalho foi estudar as relações entre o

planejamento e a execução dos planos de negócios nas empresas incubadas e pré

incubadas na Fundação Softville, analisando desde as características básicas dos

empreendimentos e seus integrantes aos questionamentos necessários para a

pesquisa. Neste sentido, os objetivos específicos consistiram em diferenciar os

conceitos de incubação e pré-incubação, definir os questionamentos necessários e

analisar as possíveis relações entre os grupos pesquisados. Para tanto, foram

explanados dados e informações conceituais sobre incubadoras de empresas de

base tecnológica, processos de incubação e PN.

O crescimento e implantação de novas incubadoras de empresas são

exponenciais, aproximadamente 221 incubadoras de empresas foram abertas desde

1996 até 2006. Estes dados são animadores, visto que 20% da mortalidade das

empresas geradas em uma incubadora em relação aos 60% das MPE brasileiras. É

notável a importância que a incubação de empresas demonstra para o

desenvolvimento da economia brasileira, no que tange a tecnologia e inovação.

O PN, ferramenta de planejamento empresarial, auxilia os empreendedores

brasileiros a planejarem e gerenciarem seus empreendimentos para que os mesmos

tenham seus riscos de insucesso minimizados, proporcionando um desenvolvimento

rentável e crescente. A grade dificuldade de todo e qualquer empreendedor é de

planejar e controlar seus empreendimentos dos pontos de vista mercadológicos e

financeiros, desta forma o PN é uma ferramenta que aborda tanto o planejamento

das estratégicas de marketing quanto às de processos e finanças.

Em resposta ao problema definido no início deste trabalho, observou-se que

existem algumas diferenças significativas na atividade empresarial dos grupos

Page 55: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

54

estudados. As empresas incubadas estão inseridas no mercado enquanto as

empresas pré-incubadas ainda não. Porém, mesmo com esta diferença, a maioria

das empresas demonstrou gerenciar e planejar suas empresas através do PN. Com

isso, foi possível perceber que as empresas incubadas enfrentam maiores

dificuldades, em relação às pré-incubadas, no alcance dos resultados planejados por

estarem enfrentando o mercado.

O mercado de tecnologia é muito variável, dinâmico e inovativo, isto torna as

dificuldades de planejamento e execução mais trabalhosas. Portanto, foi possível

perceber nos resultados gerais da pesquisa que o alto grau de modificações é

coerente com a grande importância dada ao PN pelos empreendedores. Também foi

percebido que o grau de importância aumenta com o processo de incubação,

demonstrando o efetivo trabalho exercido pela incubadora.

Outra observação importante foi que os empreendedores dominam o plano

operacional indicando que, os planos de marketing, finanças, recursos humanos e

P&D demandam maiores atenções, dificuldades e alterações. Desta forma, as

frequências de atualização observadas nas empresas são condizentes, conforme a

atividade empresarial de cada grupo.

De acordo com a Softville, quando alguma empresa se depara com algum

problema ela procura a gerência da incubadora que irá auxiliar na solução,

fornecendo todo o suporte necessário. São feitos controles mensais sobre

indicadores das empresas, como faturamento, arrecadação de impostos, dentre

outros. A incubadora preza o foco do negócio, discutido em reuniões esporádicas e

frequentes. Ela está aprimorando o seu processo de avaliação com o objetivo de

centralizar o máximo possível dos esforços da avaliação na utilização,

acompanhamento e revisão nos PN das incubadas e pré-incubadas.

Analisando os resultados e algumas observações, foi possível perceber

algumas oportunidades que seguem como sugestões para futuras pesquisas: (1)

estudar o sucesso das empresas que saem das incubadoras que estão inseridas no

mercado em relação ao uso do PN e os resultados financeiros; (2) comparar o uso

do PN entre empresas incubadas e graduadas, (3) estudar as causas que originam

os desvios entre os resultados previstos e realizados; (4) estender o estudo para

incubadoras tecnológicas, tradicionais e mistas e; (5) avaliar a importância do PN

pelos integrantes de empresas incubadas, pré-incubadas e graduadas entre

funcionários, estagiários e terceiros.

Page 56: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

REFERÊNCIAS

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Tecnológica) – Universidade Federal de Santa Catarina.

NAKAGAWA, M. As falhas no desenvolvimento do plano de negócios de empresas de base tecnológica sob o ponto de vista do investidor. In: XXIII

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Page 59: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

ANEXO

Page 60: TRABALHO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

59

ANEXO A – Dados da organização

Nome do Empreendimento:

Qtd de Integrantes da

Equipe:

Sócios: Funcionários: Outros:

Terceirizados: Estagiários:

Data de Entrada Na Incubadora:

Fase da Entrada:

Fase Atual:

Data Prevista de Saída:

INTEGRANTES DA EQUIPE

Nome:

Idade: Sexo:

Escolaridade: Situação:

Nome:

Idade: Sexo:

Escolaridade: Situação:

Nome:

Idade: Sexo:

Escolaridade: Situação:

Nome:

Idade: Sexo:

Escolaridade: Situação:

Nome:

Idade: Sexo:

Escolaridade: Situação:

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS - DEPS

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

Graduando: Davi Robson Silva Estevão

Orientador: Gerson Volney Lagemann

CARTA DE APRESENTAÇÃO

Joinville, 6 de outubro de 2009.

Ilmo. Senhor (a)

Fundação Softville

Joinville

Prezado (a) Senhor (a):

Esse questionário é parte do Trabalho de Conclusão de Curso que está sendo concluído para o

curso de Engenharia de Produção e Sistemas da UDESC Joinville – Universidade do Estado

de Santa Catarina, intitulada como “A Relação entre o Planejamento e a Execução dos

Planos de Negócios nas Empresas Incubadas na Fundação Softville”.

Desta forma, pedimos a autorização para o estudo na Fundação Softville com a aplicação do

questionário com os empresários incubados. Gostaríamos muito de sua colaboração.

As informações sobre as empresas incubadas serão tratadas de forma estritamente

confidencial, estando vedada a divulgação ou acesso aos dados individuais da fonte

informante para qualquer empresa, órgão público ou pessoa física.

Desde já agradecemos a sua colaboração.

Cordialmente,

Davi Robson Silva Estevão.

Registro Acadêmico: 211120207

Tel.: (47) 3028-8207 / (47) 99180366

E-mail: [email protected]

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APÊNDICE B

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS - DEPS

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

Graduando: Davi Robson Silva Estevão

Orientador: Gerson Volney Lagemann

CARTA DE APRESENTAÇÃO

Joinville, 6 de outubro de 2009.

Ilmo. Senhor (a)

Empresas Incubadas

Joinville

Prezado (a) Senhor (a):

Esse questionário é parte do Trabalho de Conclusão de Curso que está sendo concluído para o

curso de Engenharia de Produção e Sistemas da UDESC Joinville – Universidade do Estado

de Santa Catarina, intitulada como “A Relação entre o Planejamento e a Execução dos

Planos de Negócios nas Empresas Incubadas na Fundação Softville”.

Desta forma, pedimos a sua participação neste estudo, pelo fato de ser um dos

empreendedores das empresas incubadas na Fundação Softville, gostaríamos muito de sua

colaboração.

As informações sobre você e a sua empresa serão tratadas de forma estritamente

confidencial, estando vedada a divulgação ou acesso aos dados individuais da fonte

informante para qualquer empresa, órgão público ou pessoa física.

Desde já agradecemos a sua colaboração.

Cordialmente,

Davi Robson Silva Estevão.

Registro Acadêmico: 211120207

Tel.: (47) 3028-8207 / (47) 99180366

E-mail: [email protected]

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APÊNDICE C

II. Questionário: Todas as perguntas são referentes somente ao tempo em que sua empresa

está incubada na Fundação Softville.

1. Para a sua empresa, a elaboração do plano de negócios é útil como?

(Aceita-se mais de uma resposta)

( ) Ferramenta gerencial (gestão)

( ) Requisito de incubação

( ) Busca de recursos financeiros

( ) Outros. Quais?____________________________________________________________.

2. No seu ponto de vista, qual o grau de modificações que ocorreram no plano de negócios da

sua empresa? (1: poucas modificações. 5: muitas modificações)

1 2 3 4 5

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

3. Em qual parte do plano de negócios houve mais alterações e dificuldades até hoje?

(Apenas uma resposta)

( ) Recursos humanos

( ) Marketing

( ) Operacional

( ) Financeiro

( ) Pesquisa e desenvolvimento

( ) Outros. Quais? ___________________________________________________________.

4. Com que frequência o plano de negócios da sua empresa é atualizado?

(Apenas uma resposta)

Mês Trimestre Semestre Ano Outro

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

5. Os resultados reais têm acontecido como previsto no plano de negócios?

( ) Sim ( ) Não

6. Em sua opinião, qual a importância do plano de negócios antes e depois da entrada da sua

empresa na Fundação Softville? (1: importância baixa. 5: importância alta)

Antes 1 2 3 4 5

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Depois 1 2 3 4 5

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

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APÊNDICE D