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ESQUEMA DE LEITURA - FRANCHI, Carlos. Mas o que é mesmo “gramática”? São Paulo: Parábola Editorial, 2006 CAPÍTULO 01 - MAS O QUE É MESMO GRAMÁTICA? Indaga se devemos ainda ensinar gramatica no ensino fundamental?; Cita afirmações de quem defende o fim da gramática na escola; 1.1 – faz um estudo de caso com dois textos; 1.2 – faz cinco reflexões sobre o que seja gramática, regras gramaticais e saber gramática 1.3 – Conceitua GRAMÁTICA conjunto sistemático de normas para bem falar e escrever estabelecidos pelos especialistas, tendo por base o uso da língua consagrado pelos bons escritores” SABER GRAMÁTICA dizer que alguém ‘sabe gramática’ significa dizer que esse alguém conhece essas normas e as domina tanto nocionalmente quanto operacionalmente”. Origem da gramática ( Port-Royal) – vinculavam o bom uso da linguagem a arte de pensar; Vaugelas – diferentes usos da linguagem (resumiu assim: - mau uso da língua – maior número de pessoas - bom uso da língua – elite); Os gramáticos normativos reconhecem diferentes modalidades e dialetos que dependem de diferentes aspectos; mas podemos perceber que há embutidos preconceitos elitistas, acadêmicos e de classe; 1.4 – Exemplifica o item acima no ensino; 1.5 – A gramática tradicional não contem somente normas, mas tem também componentes descritivos; (aponta cinco momentos do agir no fazer gramático-descritivo); 1.6 – Assim, monta-se uma nova noção de GRAMÁTICA é um sistema de noções mediante as quais se descrevem os fatos de uma língua, permitindo associar a cada expressão dessa língua uma descrição estrutural e estabelecer suas regras de uso, de modo a separar o que é gramatical do que não é gramatical” SABER GRAMÁTICA Saber gramática significa, no caso, ser capaz de distinguir, nas expressões de uma língua, as categorias, as funções e as relações que entram em sua construção, descrevendo com elas sua estrutura interna e avaliando sua gramaticalidade”

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ESQUEMA DE LEITURA - FRANCHI, Carlos. Mas o que é mesmo “gramática”? São Paulo: Parábola Editorial, 2006

CAPÍTULO 01 - MAS O QUE É MESMO GRAMÁTICA?

Indaga se devemos ainda ensinar gramatica no ensino fundamental?;

Cita afirmações de quem defende o fim da gramática na escola;

1.1 – faz um estudo de caso com dois textos;

1.2 – faz cinco reflexões sobre o que seja gramática, regras gramaticais e saber gramática

1.3 – Conceitua GRAMÁTICA “conjunto sistemático de normas para bem falar e escrever estabelecidos pelos especialistas, tendo por base o uso da língua consagrado pelos bons escritores” SABER GRAMÁTICA “dizer que alguém ‘sabe gramática’ significa dizer que esse alguém conhece essas normas e as domina tanto nocionalmente quanto operacionalmente”.

Origem da gramática ( Port-Royal) – vinculavam o bom uso da linguagem a arte de pensar;

Vaugelas – diferentes usos da linguagem (resumiu assim: - mau uso da língua – maior número de pessoas - bom uso da língua – elite);

Os gramáticos normativos reconhecem diferentes modalidades e dialetos que dependem de diferentes aspectos; mas podemos perceber que há embutidos preconceitos elitistas, acadêmicos e de classe;

1.4 – Exemplifica o item acima no ensino;

1.5 – A gramática tradicional não contem somente normas, mas tem também componentes descritivos; (aponta cinco momentos do agir no fazer gramático-descritivo);

1.6 – Assim, monta-se uma nova noção de GRAMÁTICA “é um sistema de noções mediante as quais se descrevem os fatos de uma língua, permitindo associar a cada expressão dessa língua uma descrição estrutural e estabelecer suas regras de uso, de modo a separar o que é gramatical do que não é gramatical” SABER GRAMÁTICA “Saber gramática significa, no caso, ser capaz de distinguir, nas expressões de uma língua, as categorias, as funções e as relações que entram em sua construção, descrevendo com elas sua estrutura interna e avaliando sua gramaticalidade”

2 – Há consenso em dizer que nem a gramática normativa nem a gramática descritiva dá conta da gramatica, das regras e modo pelo qual as crianças dominam;

2.1 – A criança nos seus primeiros anos de vida domina rapidamente todo um sistema de princípios e regras que lhe permitem ativar ou construir inteiramente a gramatica de sua língua – a linguagem não se aprende ou algo que se faz: é algo que desabrocha;

Nova Concepção GRAMÁTICA “Gramática corresponde ao saber linguístico que o falante de uma língua desenvolve dentro de certos limites impostos pela sua própria dotação genética humana, em condições apropriadas de natureza social e antropológica” “ SABER GRAMÁTICA não depende, pois, de princípio da escolarização, ou de quaisquer processos de aprendizado sistemático, mas da ativação e amadurecimento progressivo (ou da construção progressiva), na própria atividade linguística, de hipóteses sobre o que seja a linguagem e de seus princípios e regra”

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2.2 – Em síntese: Saber gramatical seria dominar os princípios e regras pelos quais se constroem as expressões de sua língua;

2.3 – Esta nova concepção reconhece: 1°- que existem princípios e regras nas variedades (culta e coloquial); 2º - a criança não depende de um aprendizado externo, mediante a formulação explicita de normas e regras a serem seguidas (...) depende sobre tudo de atividade linguística diversifica; 3º - aspecto humanístico da linguagem, logo, deve-se excluir toda valoração de variante ou preconceito e 4º - Levar os alunos a ampliarem suas experiências linguísticas e suas hipóteses gramaticais para não dispor somente de uma gramatica passiva, mas rica e operacional;

2.4 – Há diferenças entre Gramática interna X gramática (Gramática descritiva é trabalho de metalinguagem / gramática Interna – princípios e regras que correspondem ao próprio saber linguístico do falante);

Os professores devem conhecer muito e muito bem esta gramatica, pois há uma diferença entre o professor que ensina e o que ele deve saber ensinar;

CAPITULO 02 – CRIATIVIDADE E GRAMÁTICA

Não se renova a concepção de gramática... consequência – rejeitar continuar com uma pratica envergonha cheia da mesmice;

Crítica: gramática estanque e restritiva;

A criatividade é fruto de um comportamento original e assistemático, realimentado a cada momento em cada circunstancia de ação humana; já a gramatica faz um arquivamento, assujeitamento dessa liberdade criadora;

Pensamentos corretos e errôneos sobre o ensino de gramática;

1 - Algumas notas sobre criatividade – repousa sobretudo sobre as manifestações não sujeitas a regras ou ao estabelecimento de regras pessoais e próprias de manifestação;

1.1 – Questões históricas (meados dos anos 50) sobre o principio inovador: Piaget fala que não é o aluno passivo e recipiente, mas ativo e interferente – o conhecimento tem que resultar de um processo de construção conduzido pelo próprio sujeito;

1.2 – Criticas também aos modelos científicos - Einstein em vez de Newton ( “a ciência não é um ato de conhecimento mas, principalmente, um ato de imaginação” sobre “não fabrico hipóteses”);

1.3 – Criatividade – implica que noções, conceitos, operações, relações, valores e decisões se determinem em um processo dinâmico de ação e reação para cujos resultados não se podem limitar previamente as opções. No curso de seu desenvolvimento (...) o homem é quem escolhe o seu lugar de observação e progride menos sobre o feito e mais sobre o que é capaz de desfazer e refazer.

1.4 – Ainda sobre a criatividade - o eixo da noção de criatividade se desloca de uma avaliação mais voltada à originalidade do produto para o estudo das condições e mecanismos do processo de criação. (...) permanente necessidade ampliação dos campos de referência e a permanente renovação dos meios de representação e estruturação do vivido;

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A atividade criadora situa-se em contexto vital e social (...) não tem um domínio privilegiado (...) está onde e dão possibilidades de opção, mesmo a de optar pela opção dos outros;

1.5 – A criatividade na linguagem – são inúmeras as facetas que envolvem essa relação ( é na interação social que o sujeito se apropria do sistema linguístico, no sentido da construção (...) constrói a se próprio (...) essa atividade não é só de construção, mas também um trabalho de reconstrução;

As línguas não são tão sistemáticas e as regras não possuem de modo geral uma necessidade logica ou biológica ... logo, essas regras podem ser alteradas;

Há uma atividade criativa mesmo quando a linguagem se sujeita a suas próprias regras e há criatividade na construção das expressões mais simples e diretas em cada um dos nossos atos comunicativos;

2 – O que se faz quando se faz gramática como se faz? Trata-se de uma tradição que foi acumulando e catalogando questões, problemas, soluções específicas, definições etc.de tempos remotos;

A questão não está no interesse teórico da tradição; esta na repetição inconsciente de formulas com que suas instituições escolarizaram; está na falta de reflexão sobre o que realmente se esta fazendo quando fazemos gramatica do modo que fazemos.

2.1 – Há na visão ingênua de gramática que é a de conceber linguagem como expressão do pensamento e do pensamento como reflexo do mundo; a realidade se dá com sua organização e propriedades percebidas como traços categoriais pronta e exterior ao sujeito;

Na gramatica, as categorias descritas são também dados exterior da linguagem (...) essas categorias nocionais tão criticas pelo estruturalismo continuam presentes nas gramaticas escolares;

O problema do dualismo (mundo/pensamento e pensamento/linguagem) coloca para o sujeito não muito mais do que apreender a realidade e encontrar modos mais adequados de representa-la na linguagem; logo, as palavras estão prontas em estado de dicionário: combiná-las entre si no texto adequando não seria propriamente um problema, mas um problema de percepção da realidade; # ISSO NÃO É VERDADE , pois anula o principio criativo da linguagem;

O autor faz considerações sobre algumas incoerências gramaticas ( exemplifica tomando por base os conceitos de sujeito na teoria gramatical;

Encerra o tópico: as análises semântica e sintática não correspondem a uma copia ou espelho dos eventos representados e que é mais interessante levar os alunos a operar sobre a linguagem, rever e transformar seus textos, perceber nesse trabalho a riqueza das formas linguísticas disponíveis para suas diversas opções;

2.2 – O autor faz um levantamento das definição de classes e dos critérios: morfológicos, relacionais e nocionais e sua incoerências ;

Exercícios puramente classificatórios se distanciam do aspecto fundamental de caráter gramatical que consistiria em compreender os diferentes processos pelos quais o sujeito atua linguisticamente;

Não há nada de condenável na utilização de diversos tipos de critérios para compreender a natureza da expressões em jogo. O que dificulta o avanço das ciências humanas (da linguagem também) é que quer se dar conta de tudo com um único critério mágico;

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O segredo está em distinguir com muita clareza um tipo de critério (...) ter consciência de que cada um deles ou todos juntos não levarão a uma classificação homogênea (...) os professores estão precisam de consciência desse problemas de incoerências.

2.3 – Mais outros problemas: recuperar o dimensão no uso da linguagem (questão retórica) e as estratégias utilizadas no ensino da gramática (exercícios);

A gramática que se estuda, pelos seus aspectos descritivos, é pobre de critérios cheia de inadequação nos métodos (...) quando incorpora a noção de uso volta teimosamente e impertinentemente à concepção normativa; Pois o o critério de uso, tendo em vista quem tem acesso em nossa sociedade ao dialeto culto, é social, político, econômico e não linguístico;

Explicita problemas sobre Retórica – desapareceu como prática escolar ( ...) necessidade de uma renovação da retórica, dando –lhe uma dimensão mais politica e social mais moderna.

3 – Indicações para uma renovação dos estudos gramaticais – sintetiza em quatro tópicos os problemas gramaticais vistos anteriormente;

3.1 – Exemplifica atividades de seu tempo e atuais a inúmeras possibilidades de trabalho com o ensino de linguagem; e acrescenta: gramática é o estudo das condições linguísticas da significação;

É no logo exercício sobre a linguagem e a língua que se pode compreender melhor a função da morfologia na sintaxe, o caráter relacional etc. (...) É preciso ter-se servido efetivamente, antes de se saber dessas distinções gramaticais (conceito de sujeito, verbo...), no trabalho de construção e reconstrução;

Em outros termos, basta explorar com sensibilidade o fato de que todos falam português e conhecem as estruturas dessas línguas; torna-las explicitas, em uma prática ativa e dinâmica;

3.2 – diferença entre atividade linguística, epilinguística e metalinguística; defende o estudo das duas primeiras nas primeiras séries do ensino;

Sequência de ensino – atividade linguística >epilinguística>metalinguística;

No sentido de uma ação pela linguagem sobre os interlocutores, dependente do modo e estilo com que nos servimos dela e de seus múltiplos recursos de expressão;

4 – Um resumo, à moda de conclusão; GRAMÁTICA: conjunto das regras e princípios de construção e transformação das expressões de uma língua natural que as correlacionam com o seu sentido e possibilitam a interpretação; é um saber linguístico que todo falante possui, a explicitação formal do caráter abstrato desse saber;

É preciso ampliar a concepção de criatividade, ela não pode limitar-se ao comportamento original, à inspiração e ao desvio.

O professor pode explorar em cada texto as múltiplas possibilidades de um exercício relacionado as condições linguísticas de produção, recursos expressivos etc.

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CAPITULO 03 – O USO AS REALÇAOES SEMÂNTICAS NA ANÁLISE GRAMATICAL

Introdução> A teoria gramatica visa estabelecer a relação entre a forma das expressões e a sua significação (...) deve mostrar as correlações entre a estrutura sintática e a estrutura semântica;

1. Uma noção de semântica e de suas relações com a sintaxe > uma relação provisória seria dizer que significar é estabelecer uma relação entre as expressões de uma língua e certas situações ou acontecimentos que poderiam ocorrer no mundo real;

Estabelecer correlações entre a sintaxe e a semântica é um dos objetivos fundamentais da teoria gramatical: Ser capaz de descrever as relações sintáticas das expressões de modo a mostrar como os constituintes se estruturam nas orações (...) assim entender as diferenças de interpretação (...);

2 – A construção de cenários > utilizar diferentes cenários não passa um procedimento, e uma técnica para conseguir esclarecer não somente diferentes situações de uso da expressões mas, sobretudo diferentes situações que as expressões descrevem (...) precisamos colocar as expressões que estudamos sob diferentes focos ou sobre diferentes olhares;

3 - Relações de paráfrase > paráfrase são diferentes expressões com elementos lexicais e particularidades sintáticas próprias, que se referem a uma mesma situação; (...) O uso de paráfrase pode ser um instrumento útil para mostrar as diferenças semânticas que a descrição gramatical deve dar conta;

4 – O uso de outras relações semânticas na argumentação gramatical > uso de comparativos e suposições para o entendimento dos enunciados – estabelecimento de uma relação de contradição;

Conclusões > Mostrou como é útil o uso de alguns instrumentos simples de análise sintática e semântica;

CAPITULO 04 – UM EXEMPLO DE ANÁLISE E DE ARGUMENTAÇÃO EM SINTAXE

Introdução > De maneira geral, no cotidiano escolar, o olhar para a língua, de modo a refletir sobre sua estruturação, transformou-se em uma tarefa meramente classificatória; devemos considerar os fatos reais da língua, diretamente observáveis na expressão analisada; propõe recuperar as instituições subjacentes à análise tradicional;

1 - Estudo de um caso > proposta de análise de um exemplo; 2 – A análise tradicional desse caso; Buscando argumentos sintáticos em favor dessa análise; Explorando uma ideia da argumentação precedente;

ESQUEMA DE LEITURA - NEVES, M. H. de M. Que gramática estudar na escola? Norma e uso na língua portuguesa. São Paulo: Contexto, 2003.

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1. INTRODUÇÃO

O tratamento escolar da gramática

“Sabemos que é difícil fixar o que, particularmente, deva constituir a disciplina gramática, (...) É difícil, mesmo, avaliar os diversos tipos de gramática que a história do saber gramatical nos tem oferecido.” (...) De um lado os linguistas preocupados em por fim ao preconceito linguístico, mas que reconhecem a necessidade de garantir ao aluno ao padrão valorizado da língua;

Cabe, pois, aos professores de língua materna um tratamento cientificamente embasado da gramática do português para os falantes nativos – “aliar teoria linguística à sua aplicação na prática;

Defende que a pesquisa em linguística vise a valorização do uso da língua e o usuário

Como está, a gramática vai passando a ser vista como um corpo estranho, divorciado do uso da linguagem (..) as aulas estão resumidas à taxonomia e à nomenclatura;

A tensão entre certo e errado não tem fundamento e não tem papel num trabalho com a linguagem cientificamente fundamentado; logo, o tratamento escolar tem de fugir das simples proposições de moldes de desempenho e de simples organização de entidades metalinguísticas;

Assim, no ensino deve-se levar em conta: que o aluno é capaz de ativar esquemas cognitivos em precisar de apender regras; reflexão sobre os usos e do seu funcionamento e, não se pode reduzir a uma atividade de encaixamento de moldes;

Três itens importantes ligados ao ensino de gramática: língua – a atividade escolar com língua materna exige atenção aos usos e usuários; norma – a existência de uma norma em sentido amplo e restrito e, padrão linguístico – um padrão que propunha fora dos usos não constitui uma língua real;

LOGO: que padrão seguir no ensino de língua materna nas escolas? O certo é que temos se seguir a seguinte ordem: ir da língua> padrão, ou seja, do uso para norma e não da norma para o uso;

Defende uma gramatica dirigida pela observação da produção linguística efetivamente operada;

Traz exemplos de exercícios mecânicos e sem reflexão alguma de língua portuguesa em livros didáticos;

E conclui que: A chave para o progresso no ensino de língua materna é a inserção das propostas desenvolvidas com base na ciência linguística.

“Assim como é a circulação da teoria linguística que há de renovar o tratamento escolar da linguagem, da língua, da gramática, assim também uma renovação efetiva desse tratamento há de realimentar as discussões teóricas que com felicidade se apliquem à condução escolar da reflexão sobre a linguagem”

2 – GRAMÁTICA, USO E NORMA

I - A Natureza da disciplina gramática - Visão histórica

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Gramatica tradicional, disciplina gramatica e gramatica tradicional: Gramática – mecanismo geral que organiza as língua As gramaticas de língua portuguesa não podem ser acusadas de prescritivas O discurso dessa gramatica não fornecem explicitamente instruções diretivas As gramaticas são paradigmas (descritivos e modelares); Toda gramatica tradicional esta afeiçoada à trajetória que culminou na sua

instituição: escolha da norma-padrão baseada em (falsas) qualidades superiores em detrimento dos outros falares ( gregos e bárbaros)

Essa gramatica, pelas condições históricas que surge, se institui como exposição e imposição de padrões;

A disciplina gramatica na atualidade / a manutenção de padrões Por que as gramáticas continuam a veicular padrões? Começou-se a ver diferente do passado: com a evolução da ciência começou-se a

considerar o uso social da linguagem; Dois pontos na alteração da história da consideração da gramática: o

surgimento dos variacionistas e o desenvolvimento dos estudos da oralidade; Com isso, era de se esperar que se reconhecesse a variação linguística nos

estudos; A ciência da linguagem ensinou a negar qualquer valoração de toda e qualquer

modalidade de língua e busca de adequação as diferentes escolhas; Os verdadeiros gramáticos sabem disso, porem os estudos sobre gramática tem

caído no vazio; Não é exatamente os gramáticos que mantêm a valorização da “boa linguagem”,

mas é condicionada pelo viés socioeconômico. – é a própria comunidade que busca padrões prestigiados;

Em países como o Brasil vem se sustentando a relação valor social e valor intelectual;

Na visão leiga, conhecer a língua é conhecer a norma, as prescrições, o uso ‘correto’;

A teoria prega que a avaliação da variação e suas manifestações no uso deve basear-se: competência comunicativa, assentada na relação de interação e na consciência de que o usuário opera capacidades linguísticas, epistêmica, logica, perceptual e social;

Ligação inegável entre variedabilidade linguística e eficiência comunicativa As varias possibilidades de uso fazem com o usuário comporte-se no sentido de se

preservar da discriminações Princípios da gramaticalização: persistência, descategorização, divergência,

estratificação e especialização; O usuário da língua deve fazer escolha melhor no sentido de adequar-se a

situação social; A GRANDE QUESTÃO: VEMOS A LINGUAGEM DE PRESTIGIO COMO UM

DOS CAMINHO PARA A BOA INTERAÇÃO SOCIAL.

II – Norma, bom uso e prescrição gramatical

As acepções básicas do termo norma, no campo da linguagem.

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Norma: normal, comum (media dos falares) / entendida também como modalidade sabida por alguns e por outros não;

As duas noções de regra só liga a padrões prescritivos via parâmetros sociais;

As relações entre propriedades linguísticas e parâmetros sociais Direção >língua para a realidade social e desta para a língua.

A fixação do padrão de bom uso na modalidade escrita O bom uso se fixou na modalidade escrita por se entender que a linguagem falada era

um território cheio de transgressões

Norma padrão, variedade linguística e eleição de uma variante para prescrição. Mesmo sendo a escrita um território considerado mais obediente a regularidade,

mesmo assim precisou da escolha de uma padronização maior A DIFICULDADE DE LEGITIMAR: REPRESENTA UM MODELO SOCIALMENTE

DO USO DE UMA ELITE.

III – As relações entre dicotomia/ uso x norma e a disciplina gramatical

O confronto entre o uso e a norma na modernidade Sabemos que a marca esse fosso entre autoridade de modelos e o uso popular

permaneceu na tradição; hoje o povo fala como pode e aceita que não fala como deve – pois não domina o padrão autorizado

O desenrolar do confronto no Brasil No Brasil, o confronto entre uso e norma começou a partir da independência, mas

continuou a seguir os padrões de Portugal; No século XX, mesmo com os estudos linguísticos, continuou-se com a mecanicidade;

A validade do conceito de norma Se as normas emergem naturalmente dos usos linguísticos, exatamente por isso a elas

não se pode vincular-se nenhuma noção de autoridade; é do próprio uso que surgem os padrões que se deve seguir; Nenhum gramático poderá instituir como modelo, ditando algo com sua autoridade;

A face social da consideração da existência de diferentes modos sociais Nos anos 60 (XX) não encontrava algo que não fosse a apresentação de paradigmas

moda antiga; Assim, as gramaticas -voltadas para a aplicação didática, escolar - passaram a cumprir o papel social de rechear a proposta oficializada , a NGB.

A discussão de um tema como ilustração: a artificialidade da instituição de regras rígidas na analise linguística

Melhor dizer o que quer dizendo; Para um melhor estudo da língua portuguesa deve se considerar que o ponto de partida e o ponto de chegada é valor semântico da linguagem;

Qualquer prescrição que se apoie numa categorização de entidades gramaticais em unidades discretas não terá sustentação, já que o caráter vivo da linguagem implica movimentação das peças que se arranjam;

ESTUDO DA LINGUA A PARTIR DOS USOS/ NÃO HÁ AUTORIDADE QUE SUBRESSAIA

IV –As relações entre ciência linguística, uso linguístico e as noções de certo e errado

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O tema prescrição: ainda uma vez a inserção histórica O tema prescrição é tabu entre os linguistas A questão é sociocultural e não linguística A herança da tradição gramatical do ocidente que nasceu, no período helenístico,

detentora de uma boa linguagem em detrimento de uma “ameaça” da fala barbara; As formas que se oferecem constituem aquilo que se considera regular/ na verdade

são valores socioculturais; Na história do pensamento grego culminou com organização da gramática, a tensão

entre analogia e anomalia; O helenismo consagrava-se o bem falar e não se achava comprometida pelo elemento

estranho; O que importava era encontrar analogias e buscar propriedades naturais; não foram

os anomalistas que fundaram a gramática, mas sim os analogistas –mesmo com tantas anomalias na língua;

A face teórica e a face prática da regularidadeA regularidade da linguagem tem duas faces: teórica( interna a linguagem) e a pratica ( condições de uso);

O lugar da norma na ciência linguísticaNão cabe aos que trabalham com a linguagem combater a existência da pressão social sobres os usos linguísticos já que a língua é um dos instrumentos nas relações sociais;Certos termos belos para os escritores são caros aos alunos;A língua que uma pessoa usa numa sociedade constitui parâmetro de valoração;Aberrações surgem quando se instituem fora do uso real as fontes das quais emana a autoridade de fixação das normas a ser seguida;

As fontes de julgamento da norma e a vinculação do conceito de norma à natureza da linguagemNem por qualidades intrínsecas nem por julgamento de autoridade de gramáticos ou dicionaristas uma expressão ou palavra pode ser garantida, absolutamente com a única possível;AO LINGUISTA E AO GRAMÁTICO LEGITIMO NÃO É FACULTADO ENSEJAR FUNÇÃO SOCIOPOLITICO-CULTURA SEJA PREENCHIDA POR EMPACOTADORES DE PRECEITOS NA LINGUA.

V – A fixação da norma-padrão: a fonte e os limites

Ainda o conceito e norma Dois conceitos: media do falares e normatização dos usos; Reconhecimento das diferenças linguísticas com base nas acepções acima;

O estabelecimento da fonte para a norma padrão A partir da norma como bom uso: de onde vem a autoridade para impor o que é bom

ou ruim, o desejável? Explicação primordialmente social; é que se faz a transferência do campo social para

o linguístico;

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Submetida à corte europeia, o Brasil foi um mero reprodutor daqueles aspectos culturais convencionais;

A escola como histórica guardiã institucional de valores “puros” A escola no seu papel de guardiã de valores tradicionais, manteve seu culto as esses

valores para evitar “corrupção”; a escola após a inserção de novas teorias, mudou um pouco seu material de exame; desapareceu nesses matérias , o apego a uma fonte de autoridade provinda da

antiguidade;

Descompasso entre o uso da linguagem e a analise linguística Esta mal parada essa relação entre o uso da linguagem e a analise linguística,

entre vivencia da linguagem e e explicação gramatical; O PONTO SIGNIFICATIVO DOS CASOS DE DOUTRINAÇÃO NORMATIVA

EXPLÍCITA NÃOLEGITIMA CONSIDERAR O FULCRO DA QUESTAO NA EXISTENCIA DE ERRO.

3 – NORMA, USO E GRAMÁTICA ESCOLAR

I – A gramatica no espaço escolar: pressuposto

Ainda na visão do que seja gramatica Gramatica, palavra marcada negativamente por profissionais e público em geral;

A gramatica na história de nossa vida escolar Visões errôneas sobre a gramatica que nos foram impostas e feitos a acreditar;

A gramatica de nosso dia a dia de usuários da linguagem: um contraponto Visões verdadeiras sobre a gramatica que devem ser entendidas

Uma reflexão sobre a natureza da gramatica oferecida nas escolas Desnecessário estudo da gramatica já que nada oferece e cria falsos pressupostos; ADQUIRIMOS NOSSA LINGUA SEM NUNCA TER IDO À ESCOLA; A GRAMATICA

TEM DE RESPEITAR A NATUREZA DA LINGUAGEM SEMPRE ATIVADA PARA A PRODUÇÃO DE SENTIDO.

II – Língua falada, língua escrita e ensino

O tratamento escolar das relações entre língua falada e língua escrita Acusações de que a escola só trabalha com a língua escrita e com a norma padrão

Uma avaliação do que falta á escola na superação dos problemas ligados à relações fala e escrita

Considerar a linguagem em funcionamento; Superar a dicotomia fala X escrita; Refletir sobre a heterogeneidade da língua (padrão e demais variedades); A escola deve dar vivencias plena da língua materna. Todas as modalidades; NOVA VISÃO DE ENSINO MAIS ABRANGENTE E CONSISTENTE

O papel da escola na condução das atividades de produção escrita e analise gramatical

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Bom desempenho escrito; Considerações da inserção do uso natural da linguagem pelo falante no ensino; Problemas ligados ao ensino natural da escrita; A escrita escolar se constitui de um ritual; A oralidade na escola se reduz a exercícios de leitura.

Uma avalição do trabalho escolar com a língua escrita A escola não consegue prover nas suas atividades de língua escrita uma situação real,

uma situação de vida condicionando o uso; A artificialidade das peças de atividade com a escrita são um desserviço à própria

instituição escolar;

O trabalho com a gramática O que se tem visto é a simples transposição de noções recortadas de manuais

tradicionais, transmitindo uma lição insignificante; Exemplos práticos e sugestões de trabalho com alguns aspectos da gramática; O ENSINO DE LEITURA E ESCRITA SÃO UMA VERDADEIRA CASTRAÇÃO.

III – Uma gramatica escolar fincada no uso linguístico

O conceito de gramatica como atividade escolar Reflexões sobre o funcionamento da linguagem Inverdades sobre a interação verbal; Considerar um esquema de interação verbal mais rico no ensino sem esquemas

superficiais; A natureza da linguagem e sua relação com a categoria língua implicam não apenas

atividade, mas também conhecimento e capacidade; O texto é a unidade privilegiada de reflexão e analise; A capacidade de falar e sua inserção numa língua fazem com que o hem atue

linguisticamente e produza discurso e texto;

A resposta da gramatica escolar tradicional à complexidade do funcionamento da linguagem

A escola se limita a oferecer descrições, esquemas e parâmetros sem fundamento nem muita relação com o verdadeiro funcionamento da linguagem;

Não se sabe ao certo o que deve ser ensinado e aprendido e suas finalidades; A gramatica não considera o verdadeiro funcionamento da linguagem; Aulas-ritual; como se fosse algo rigorosamente matemático;

O modelo de legitimação do tratamento escolar da gramática Precisa ensinar o verdadeiro funcionamento da linguagem; Precisa por em estudo a heterogeneidade de opões na busca de uma atividade

reflexiva sobre a linguagem PRECISA-SE ATINGIR UM MODELO DE ENSINO MAIS ABRANGETE E MAIS

CONSISTENTE QUE CONSIDERE O VERDADEIRO FUNCIONAMENTO DA LINGUAGEM.

IV – A gramatica: conhecimento e ensino

Estudar gramática ? E que gramatica?

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Propiciar e conduzir a reflexão sobre o funcionamento da linguagem indo pelo uso linguístico para chegar ao sentido;

Uma amostra da limitação a que se submeteu uma determinada tradição de ensino de gramatica.

Importância de que a escola leve o aluno á compreensão da natureza do estabelecimento do circuito de comunicação e aprenda a refletir sobre a própria atividade linguística e se aproprie das verdadeiras regras de sua língua;

Exemplos de falta de interesse nas analises na interação verbal e constituição de enunciados;

ESTUDAR GRAMATICA: REFLETIR SOBRE O USO LINGUISTICO, O LUGAR DE OBSERVAÇÃO SÃO OS USOS E A O REGIMENTO DA PRODUÇÃO DE SENTIDOS.

V – Para uma gramatica escolar. Linguística, uso linguístico e gramatica na escola

A dificuldade da proposta O difícil e arriscado numa nova proposta de gramatica que contemple o uso

linguístico seja o que tem de ser dado da relação linguística X gramatical;

Ainda uma vez a noção de gramática. Conceito, histórico e a relação com a noção de privilegiado.

A avaliação da gramatica escolar no contexto das dicotomias que têm cercado a noção de gramatica

Certo e errado são conceitos relativos; não podem ser estabelecidos no campo da gramaticalidade da língua dentro de seus verdadeiros usos;

A legitima norma-padrão merece reflexão profunda e precisa estar sob consideração em todo esforço de instituição do lugar que a língua materna deve ocupar no espaço escolar, já que corresponde por adequação de desempenho;

A escola está instituída justamente para caminhar em trabalho participativo para a colocação de dos seus alunos em situações reais de interação.

Sobre língua falada e língua escrita há que se considerar os diferentes situações de uso e, claro incluir as diferentes modalidades de linguagem;

Descrição e prescrição – relativizadas aos estudiosos da língua e aos profissionais o ensino;

Uma avalição da utilidade da gramatica escolar Fixação de norma, confere valor social a linguagem, ás pressões sociais

AS VÁRIAS TENSÕES EXISTENTES FAZEM PARTE DA ESSENCIA DAS LINGUAS NATURAIS

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOUNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃOMESTRADO PROFISSIONAL EM LETRAS EM REDE NACIONAL - PROFLETRAS

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ - CERESDEPARTAMENTO DE LETRAS DO CERES – DLC

DISCIPLINA: GRAMÁTICA VARIAÇÃO E ENSINOPROFESSOR: DR. MARIO LOURENÇO MEDEIROS

ESQUEMA DE LEITURA DAS OBRAS:

FRANCHI, Carlos. Mas o que é mesmo “gramática”? São Paulo: Parábola Editorial, 2006

NEVES, M. H. de M. Que gramática estudar na escola? Norma e uso na língua portuguesa. São Paulo: Contexto, 2003.

ANTONIO JOEL DA SILVA COSTA

CURRAIS NOVOS/RN 2015