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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE MAUÁ – SP. JOSÉ RAFAEL DE BRITO, brasileiro, casado, lider mufla, portador da CTPS nº 72012, série nº 000156/SP, do PIS nº 12051691063, do RG nº 1.818.622 SSP/MG, inscrito no CPF/MF sob o nº 028.967.808-07, nascido em 02/08/1960, filho de Regina Augusta de Brito, residente e domiciliado na Rua Corifeu de Azevedo Marques, nº 30, Bairro Vila Augusta, Mauá, SP., CEP: 09310-550, vem perante V.Exa., por seus advogados, propor RECLAMAÇÃO TRABALHISTA nos termos do artigo 840 da CLT em face de SCHIMIDT INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 00.844.239/0001- 48, estabelecida Avenida Capitão João, nº 1.815, Bairro Vila Vitória, Mauá, SP., CEP: 09360-900, pelos seguintes motivos: I – DO CONTRATO DE TRABALHO O Reclamante foi admitido aos serviços da Reclamada em 26/01/1981, exercendo ultimamente as funções de lider mufla, percebia R$ 1.443.20 e foi demitido sem justa causa em 10/02/2012 e com o aviso prévio o contrato de trabalho foi extinto em 10/03/2012.

TRABALHO DE MAUÁ SP. - legale.com.br · Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho foi ... (doc. 53), verifica-se que a Reclamada não efetuou os depósitos fundiários referentes

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DO

TRABALHO DE MAUÁ – SP.

JOSÉ RAFAEL DE BRITO,

brasileiro, casado, lider mufla, portador da CTPS

nº 72012, série nº 000156/SP, do PIS nº

12051691063, do RG nº 1.818.622 SSP/MG, inscrito

no CPF/MF sob o nº 028.967.808-07, nascido em

02/08/1960, filho de Regina Augusta de Brito,

residente e domiciliado na Rua Corifeu de Azevedo

Marques, nº 30, Bairro Vila Augusta, Mauá, SP.,

CEP: 09310-550, vem perante V.Exa., por seus

advogados, propor RECLAMAÇÃO TRABALHISTA nos

termos do artigo 840 da CLT em face de SCHIMIDT

INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO

LTDA, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 00.844.239/0001-

48, estabelecida Avenida Capitão João, nº 1.815,

Bairro Vila Vitória, Mauá, SP., CEP: 09360-900,

pelos seguintes motivos:

I – DO CONTRATO DE TRABALHO

O Reclamante foi admitido aos

serviços da Reclamada em 26/01/1981, exercendo

ultimamente as funções de lider mufla, percebia R$

1.443.20 e foi demitido sem justa causa em

10/02/2012 e com o aviso prévio o contrato de

trabalho foi extinto em 10/03/2012.

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II – DA JORNADA DE TRABALHO

APLICAÇÃO DO ARTIGO 74, §2º, DA CLT

APLICAÇÃO DA SÚMULA 338 DO TST

Durante o período laborado o

reclamante cumpriu os seguintes horários de

trabalho:

Das 06:00 às 14:00 horas, das 14:00 às 22:00

horas e das 22:00 às 06:00 horas em regime 6x2

revezando semanalmente os turnos, com apenas 40

minutos de intervalo para refeição e descanso;

Informa o obreiro que

laborava nos feriados sem a devida compensação.

Requer o reclamante que a

reclamada junte aos autos os controles de horários,

sob pena de confissão (aplicação do artigo 74, §2º,

da CLT e Súmula 338 do TST).

III – DO INTERVALO PARA REFEIÇÃO E DESCANSO

NORMA DE PROTEÇÃO À SAÚDE AO TRABALHADOR

APLICAÇÃO DO ARTIGO 71 DA CLT

APLICAÇÃO DAS OJs 307 E 354 DA SDI-1 DO TST

Conforme análise dos horários de

trabalho descritos no item anterior o Reclamante

desfrutava de apenas 40 minutos de intervalo para

refeição e descanso, o que é vedado pelo “caput” do

artigo 71 da CLT:

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO “Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de seis horas, é obrigatório a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de uma hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de duas horas.”

Desta forma, nos termos do

parágrafo 4º do mesmo artigo consolidado e das

Orientações Jurisprudenciais nº 307 e 354 da SDI-1

do TST, faz jus o obreiro ao pagamento de 1 hora

extra por dia trabalhado e seus reflexos para efeito

de descansos semanais remunerados (Súmula 172 do

TST), férias + 1/3 (Artigo 142, §5º, da CLT), 13º

salários (Súmula 45 do TST), adicional noturno (OJ

97 da SDI-1 do TST), aviso prévio (Artigo 487, §5º,

da CLT) e FGTS + 40% (Artigo 15 da Lei 8.036/90 e

Súmula 63 do TST). Esclarece o obreiro que o

adicional de hora extra deve ser de 80%, 100% e

120%, conforme Convenções Coletivas de Trabalho.

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IV – DOS FERIADOS LABORADOS

APLICAÇÃO DA LEI 605/49

SÚMULA 146 DO TST

APLICAÇÃO DA C.C.T.

Esclarece o obreiro que SEMPRE

laborou nos feriados, sem qualquer compensação, nos

termos das Convenções Coletivas de Trabalho, Lei

605/49 e Súmula 146 do TST, a hora deve ser

remunerada com adicional de 100%.

Informa o obreiro que nunca

recebeu os feriados e nem compensou, conforme

demonstram os holerites (docs. 07/45), pois não

constam pagamentos de horas extras com adicional de

120%.

Assim, faz jus o obreiro ao

pagamento de 120% sobre os feriados laborados e seus

reflexos para efeito de DSR’s, férias + 1/3, 13º

salário, aviso prévio, adicional noturno e FGTS +

40%.

Feriados (Federais, Estaduais e Municipais): Confraternização Universal - 1º

de janeiro; Sexta Feira da Paixão; Aniversário do Município; Tiradentes - 21 de abril;

Dia do Trabalho - 1º de maio; Corpus Christi; Revolução Constitucionalista - 09 de

julho; Independência do Brasil - 07 de setembro; N. Sra. Aparecida - 12 de outubro;

Finados - 02 de novembro; Proclamação da República - 15 de novembro; Dia da

Consciência Negra – 20 de novembro; Natal - 25 de dezembro.

V - DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 189 E 192 DA CLT

APLICAÇÃO DAS SÚMULAS 47, 228, 289 E 361 DO TST

APLICAÇÃO DA SÚMULA VINCULANTE 4 DO STF

APLICAÇÃO DA OJ 278 DA SDI-1 DO TST

OO oobbrreeiirroo dduurraannttee ttooddoo oo

ccoonnttrraattoo ddee ttrraabbaallhhoo ffiiccoouu eexxppoossttoo hhaabbiittuuaallmmeennttee aa

rriissccoo ddee ssuuaa ssaaúúddee llaabboorraannddoo ccoomm aaggeenntteess iinnssaalluubbrreess

((rruuííddoo,, ccaalloorr,, ssíílliiccaa)),, ffiiccaannddoo ccaarraacctteerriizzaaddoo oo

llooccaall ccoommoo iinnssaalluubbrree,, nnooss tteerrmmooss ddooss aarrttiiggooss 118899 ee

119922 ddaa CCLLTT ee ddaass SSúúmmuullaass 4477,, 228899 ee 336611 ddoo TTSSTT..

DDeessttaa ffoorrmmaa,, ffaazz jjuuss oo oobbrreeiirroo

aaoo ppaaggaammeennttoo ddoo aaddiicciioonnaall ddee iinnssaalluubbrriiddaaddee,, bbeemm ccoommoo

ooss sseeuuss rreefflleexxooss eemm DDSSRR’’ss,, fféérriiaass ++ 11//33,, 1133ºº

ssaalláárriiooss,, hhoorraass eexxttrraass,, aaddiicciioonnaall nnoottuurrnnoo ee FFGGTTSS ++

4400%%..

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EEssccllaarreeccee oo oobbrreeiirroo qquuee oo

llooccaall ddee ttrraabbaallhhoo ffooii ddeessaattiivvaaddoo.. NNeessttee aattoo jjuunnttaa oo

PPeerrffiirr PPrrooffiissssiiooggrrááffiiccoo PPrreevviiddeenncciiáárriioo ccoonnffiirrmmaannddoo aa

eexxiissttêênncciiaa ddooss aaggeenntteess iinnssaalluubbrreess ((ddoocc.. 5544)),, ttaannttoo

qquuee oo rreeccllaammaannttee jjáá ddeeuu eennttrraaddaa nnaa aappoosseennttaaddoorriiaa

aattrraavvééss ddoo bbeenneeffíícciioo 115599..224422..558844--11..

Informa o reclamante que a

base de cálculo deve ser o salário base, nos termos

da Súmula Vinculante nº 04 do STF e Súmula 228 do

TST. Deve ser aplicado o salário base ainda, por

analogia à mesma base de cálculo do adicional de

periculosidade, nos termos do artigo 8º da CLT.

VI – DAS VERBAS RESCISÓRIAS

APLICAÇÃO DO ARTIGO 477 DA CLT

O Reclamante foi demitido sem

justa causa em 12/02/2012 e até a presente data nada

percebeu a título de verbas rescisórias, pois o

Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho foi

homologado apenas para o levantamento do FGTS

depositado na conta vinculada.

Desta forma, faz jus o obreiro

ao pagamento dos valores das verbas rescisórias no

valor de R$ 13.135,20 (doc.51).

VII – DIFERENÇAS NOS DEPÓSITOS DO FGTS

APLICAÇÃO DA LEI 8.36/90

Pela análise do extrato

analítico fornecido pela Caixa Econômica Federal

(doc. 53), verifica-se que a Reclamada não

efetuou os depósitos fundiários referentes aos

meses de maio/1994, junho/1994, julho/1994,

agosto/1994, fevereiro/1999, março/1999,

abril/2002, janeiro/2003, março/2003, abril/2003,

abril/2004, janeiro/2005, fevereiro/2005,

março/2005, abril/2005, maio/2005, junho/2005,

junho/2007, julho/2007, agosto/2007,

outubro/2007, novembro/2007, dezembro/2007,

janeiro/2008, março/2008, abril/2008, julho/2008,

agosto/2008, setembro/2008, outubro/2008,

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novembro/2008, dezembro/2008, janeiro/2009,

fevereiro/2009, março/2009, abril/2009,

julho/2009, agosto/2009, setembro/2009,

outubro/2009, novembro/2009, dezembro/2009,

janeiro/2010, fevereiro/2010, março/2010,

abril/2010, maio/2010, junho/2010, julho/2010,

agosto/2010, setembro/2010, outubro/2010,

novembro/2010, dezembro/2010, janeiro/2011,

fevereiro/2011, março/2011, abril/2011,

maio/2011, junho/2011, julho/2011, agosto/2011,

setembro/2011, outubro/2011, novembro/2011,

janeiro/2012 e fevereiro/2012.

Assim, nos termos da Lei

8.036/90, faz jus o obreiro às diferenças nos

depósitos do FGTS, acrescidas da multa de 40%, bem

como a multa de 40% sobre os depósitos existentes.

VIII – NÃO PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS

APLICAÇÃO DA MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT

Como o reclamante foi demitido e

não recebeu as verbas rescisórias no prazo previsto

no artigo 477, §6º, da CLT, a Reclamada deve ser

penalizada com a multa de 1 salário base prevista no

artigo 477, parágrafo 8º, da Consolidação das Leis

do Trabalho.

IX – PAGAMENTOS DAS VERBAS INCONTROVERSAS

APLICAÇÃO DA MULTA DO ARTIGO 467 DA CLT

Caso a Reclamada não efetue o

pagamento das verbas rescisórias incontroversas

quando da realização da audiência deve ser

penalizada com a multa de 50% prevista no artigo 467

da Consolidação das Leis do Trabalho.

X – DO DANO MORAL PELA FALTA DE QUITAÇÃO DO

CONTRATO DE TRABALHO

Um dos casos típicos de Dano

Moral no âmbito trabalhista é a falta de quitação do

contrato de trabalho, o que acarreta no prejuízo do

recebimento de benefícios previdenciários, do Seguro

Desemprego e até mesmo dos benefícios de sua

categoria profissional.

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É inegável que o trabalhador

é prejudicado pela ausência de quitação do

Contrato de trabalho.

Registre-se que o empregado

nessa situação fica amplamente angustiado pelo

recebimento de seus direitos através do Poder

Judiciário. Em primeiro lugar pela morosidade do

processo que prejudica sua vida social e em

segundo lugar, se realmente na fase de execução

terá a satisfação da sua tutela. É por este motivo

que a reclamada deve ser condenada ao pagamento de

uma indenização por dano moral para que essa

atitude da empresa não se torne corriqueira com os

demais empregados.

Dentre os fatos ensejadores à

reparação por danos morais, temos entre outros, a

falta de quitação do contrato de trabalho que

impede o obreiro em seus direitos sociais,

violando o princípio da dignidade humana,

previstos em nossa Constituição Federal, senão

vejamos:

“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela União indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

...

III – a dignidade da pessoa humana;

...

“Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma da Constituição.”

Desta forma, temos que a

Reclamada infringiu vários dispositivos

Constitucionais que implicam no pagamento de uma

indenização por danos morais e materiais ao

Reclamante. Entende o reclamante que o valor da

indenização deve ser de, no mínimo, 10 salários

nominais.

Os incisos V e X do artigo 5º

da Constituição Federal estabelecem que:

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“Art. 5º Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-

se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à

vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

...

V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por

dano material, moral ou à imagem;

...

X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,

assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua

violação”.

O Novo Código Civil estabelece

a matéria dos atos ilícitos no artigo 186 e a

questão da indenização no artigo 927, senão vejamos:

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”.

Para fins de responsabilidade

civil, ocorrerá o dano quando houver “lesão nos

interesses de outrem, tutelados pela ordem

jurídica, quer sejam de ordem patrimonial, quer

sejam de caráter não patrimonial”. (Ari Possidonio

Beltran. “O Novo Código e a responsabilidade civil

do empregador”, Revista LTr, v. 67, nº 1, p. 56).

A Reclamada tomando a atitude

de não quitar o contrato de trabalho e prejudicá-

la no recebimento de benefícios previdenciários,

do Seguro Desemprego e benefícios da categoria,

causou-lhe lesão de ordem material e moral.

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Em detrimento a lesão de ordem

moral, a Reclamada ao violar o princípio da

dignidade humana atingiu a sua honra subjetiva e a

sua honra objetiva, já que o reclamante está

completamente desamparado perante a Previdência

Social e ao Seguro Desemprego, fato este ensejado

pelo ato desumano da reclamada.

XXII -- DDOO RREESSSSAARRCCIIMMEENNTTOO DDAASS DDEESSPPEESSAASS PPRROOCCEESSSSUUAAIISS

APLICAÇÃO DO ARTIGO 8º DA CLT

APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 389 E 404 DO CÓDIGO CIVIL

Nos termos do artigo 8º da CLT

e dos artigos 389 e 404 do Código Civil, a

Reclamada deverá ressarcir a Reclamante com juros

e correção monetária e ressarcir inclusive as

despesas de honorários de advogado, no importe de

30% do valor da condenação.

Os honorários previstos nos

artigos 389 e 404 do Código Civil de 2002 estão

relacionados com os contratados entre o cliente e

o seu advogado, não se trata de sucumbência, mas

de ressarcimento integral do dano.

Em outras palavras, esse

ressarcimento legal direcionado ao lesionado não

se interage com a verba honorária imposta pela

sucumbência, havendo, assim, uma plena autonomia

dos honorários sucumbenciais em relação aos

contratuais.

A verba honorária imposta

pelo Novo Código Civil é uma indenização de

Direito Material, não guardando nenhuma relação

com o Direito Processual, sendo que o seu titular

é o lesionado e não o seu advogado.

Diante da violação de seus

direitos, não só em eventuais situações

extrajudiciais como judiciais, o trabalhador deve

ser indenizado pelas despesas havidas com o seu

advogado, sob pena de violação da própria razão de

ser do Direito do Trabalho, ou seja, de sua origem

protetora.

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A restituição do seu crédito há

de ser integral, como bem assevera o disposto no

artigo 389 do Novo Código Civil, ou seja, as perdas

e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro,

serão pagas com atualização monetária segundo

índices oficiais regularmente estabelecidos,

abrangendo juros, custas e honorários de advogado,

sem prejuízo da pena convencional.

A decisão judicial deverá

fixar, a título de indenização, os valores

efetivamente contratados entre o trabalhador e o seu

advogado, quando de fato houver o reconhecimento da

procedência parcial ou total da postulação deduzida

em juízo.

Claro está que essa indenização

será um crédito do empregado, na qualidade de parte

da relação jurídica processual, já que se trata de

um ressarcimento das despesas havidas por ele em

face da atuação profissional de seu advogado.

“Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.”

“Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional.

...”

XII - DOS RECOLHIMENTOS FISCAIS

APLICAÇÃO DO ARTIGO 114, VIII, DA CF

APLICAÇÃO DO ARTIGO 876 DA CLT

APLICAÇÃO DA LEI 12.350/10

APLICAÇÃO DA OJ 400 DA SDI-1 DO TST

Com relação aos recolhimentos

fiscais, entende o reclamante que os descontos não

incidem sobre todas as verbas postuladas (aviso

prévio indenizado, férias indenizadas + 1/3,

recolhimentos de FGTS + 40%, multa de 40% sobre os

depósitos existentes na conta vinculada, multas dos

artigos 467 e 477 da CLT, dano moral e honorários de

advogado).

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Requer a aplicação da

Instrução Normativa RFB nº 1.127 de 7.02.2011 que

trata dos procedimentos a serem observados na

apuração do Imposto de Renda Pessoa Física

incidente sobre os rendimentos recebidos

acumuladamente.

O texto segue os ditames da

Medida Provisória 497, de 28 de julho de 2010,

convertida na Lei 12.350, de 20 de dezembro de

2010, e apresenta uma tabela progressiva pela qual

os limites de isenção e parâmetros das alíquotas

mensais aplicáveis para a retenção do IR são

multiplicados pelo número de meses envolvidos nos

cálculos de liquidação.

Registre-se, que nos termos

da Orientação Jurisprudencial nº 400 da SDI-1 do

TST os juros de mora não integram a base de

cálculo do imposto de renda, independentemente da

natureza jurídica da obrigação inadimplida.

XIII - DOS PEDIDOS

Ante o exposto, pleiteia o

Reclamante a procedência da reclamação trabalhista

para condenar a Reclamada ao pagamento das

seguintes verbas:

a) Pagamento das verbas rescisórias, nos

termos do item “VI” R$13.135,20

b) Pagamento de 1 hora extra por dia de

de trabalho pela não concessão do

intervalo legal para refeição e

descanso, nos termos do item “III” a apurar

b1) Reflexos das horas extras em DSR’s a apurar

b2) Reflexos das horas extras nas férias + 1/3 a apurar

b3) Reflexos das horas extras no 13ºsalário a apurar

b4) Reflexos das horas extras no adicional noturno a apurar

b5) Reflexos da hora extra no aviso prévio a apurar

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c) Pagamento dos feriados laborados, como

descrito no item “IV” a apurar

c1) Reflexos dos feriados laborados em DSR’s a apurar

c2) Reflexos dos feriados laborados nas férias + 1/3 a apurar

c3) Reflexos dos feriados laborados no 13º a apurar

c4) Reflexos dos feriados laborados no aviso prévio a apurar

c5) Reflexos dos feriados no adicional noturno a apurar

d) Pagamento adicional de insalubridade

nos termos do item “V” a apurar

d1) Reflexos do adicional em DSR’s a apurar

d2) Reflexos do adicional nas férias + 1/3 a apurar

d3) Reflexos do adicional no 13º salário a apurar

d4) Reflexos do adicional nas horas extras a apurar

d5) Reflexos do adicional no adicional noturno a apurar

e) FGTS + 40% sobre as verbas pleiteadas a apurar

f) Diferenças nos depósitos do FGTS + 40%,

como descrito no item “VII” a apurar

g) Multa de 40% sobre os depósitos do

FGTS existentes na conta vinculada R$15.352,27

h) Aplicação da multa do art.477 da CLT,

conforme descrito no item “VIIII” a apurar

i) Aplicação da multa do art.467 da CLT,

caso a Reclamada não pague as verbas

rescisórias quando da realização da

audiência, nos termos do item “IX” a apurar

j) Indenização por Danos Morais, nos

termos do item “X” a apurar

k) Ressarcimento das despesas da autora

com honorários de advogado, como

descrito no item “XI” a apurar

l) Recolhimentos fiscais, nos termos do

item “XII”.

XIV – DOS REQUERIMENTOS

Requer que a reclamada junte

aos autos as ordens de serviços com os riscos,

referentes aos locais onde o reclamante esteve

ativado.

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Nos termos do parágrafo 3º,

do artigo 625-D, da CLT, informa o Reclamante que

até a presente data não foi criada a Comissão de

Conciliação previa de sua categoria.

Vale ressaltar que mesmo que

tivesse sido criada a Comissão, a passagem pela

mesma é facultativa, não constituindo condição da

ação e nem tampouco pressuposto processual na

reclamatória trabalhista, não se perdendo de vista

o princípio maior colhido da Carta Constitucional

de que nenhuma lesão ou ameaça a direito poderá

ser excluída pela lei da apreciação do Poder

judiciário, nos termos do art. 5º, XXXV, da CF

(Inteligência da Súmula n.2 do TRT da 2ª Região).

Requer o Reclamante a

concessão dos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, por

ser pessoa pobre na acepção legal do termo, pois

sua atual situação econômica não lhe permite pagar

as custas do processo sem prejuízo do sustento

próprio e de sua família, nos termos do art. 5º,

LXXIV, CF, dos arts. 2º e 3º, II, e 4º da Lei

1.060/50, da OJ 269 da SDI-1 do TST, e da súmula

nº 05 do TRT da 2ª Região.

Em face do exposto, pede e

espera o Reclamante, seja a presente ação julgada

totalmente procedente, condenando-se a Reclamada

no pagamento das verbas pleiteadas, monetariamente

atualizadas, computados os juros de mora, além de

custas e despesas processuais.

Para tanto, requer se digne

V.Exa., determinar a notificação da Reclamada, no

endereço declinado para que, querendo, conteste a

presente Reclamação, sob pena de sofrer os efeitos

da revelia.

Finalmente, requer provar o

alegado por todos os meios de prova em direito

admitidos, especialmente pelo depoimento pessoal

do representante legal da Reclamada, sob pena de

confissão, oitiva de testemunhas, perícias e

outros, se necessários.

Page 13: TRABALHO DE MAUÁ SP. - legale.com.br · Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho foi ... (doc. 53), verifica-se que a Reclamada não efetuou os depósitos fundiários referentes

XV – DO VALOR DA CAUSA

Atribui-se à causa, para

efeito de custas e alçada, o valor de R$ 50.000,00

(cinquenta mil reais – procedimento ordinário).

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Santo André, 10 de abril de 2012.

MARCO ANTONIO SILVA DE MACEDO JUNIOR

OAB/SP 148.128

EDSON MORENO LUCILLO

OAB/SP 77.761

INI_SCHIMIDT – JOSÉ RAFAEL