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Trabalho de portugues

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A literatura brasileira, considerando seu desenvolvimento baseada na língua portuguesa, faz parte do espectro cultural lusófono, sendo um desdobramento da literatura em língua portuguesa. Faz parte também da Literatura latino-americana, a única em língua portuguesa. Ela surgiu a partir da atividade literária incentivada pelos jesuítas após o descobrimento do Brasil durante o século XVI. Bastante ligada, de princípio, à literatura metropolitana, ela foi ganhando independência com o tempo, iniciando o processo durante o século XIX com os movimentos romântico e realista e atingido o ápice com a Semana de Arte Moderna em1922, caracterizando-se pelo rompimento definitivo com as literaturas de outros países, formando-se, portanto, a partir do Modernismo e suas gerações as primeiras escolas de escritores verdadeiramente independentes. São dessa época grandes nomes como Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, João Guimarães Rosa, Clarice Lispector e Cecília Meireles.A literatura produzida no Brasil possui papel de destaque na esfera cultural do país: todos os principais jornais do país dedicam grande parte de seus cadernos culturais à análise e crítica literária, assim como o ensino da disciplina é obrigatório no Ensino Médio.

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Antonio Callado: Quarup

Bernardo: O troco

Visconde: Inocência

Rachel de Queiroz: O Quinze

Haroldo de Campos: Galáxias

Loyola Brandão: Zero

Olavo Bilac: Poesias

Paulo Leminski: Catatau

Osman Lins: avalovara

Luiz Vilela: Tremor de Terra

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O jornalista, dramaturgo e romancista carioca Antonio Callado (1917-1997) sempre esteve vinculado a seu tempo e a suas crenças políticas. Utilizava as reportagens que fazia como fonte para a ficção, na qual deixava clara sua posição de esquerda — mas sem excesso de idealismo.

É o caso de seus dois principais romances, Reflexos do Baile (1976) e, sobretudo, Quarup (1967), a "epopéia do idealismo revolucionário no Brasil" segundo o escritor Mario Curvello. Os conflitos indígenas no Norte, o golpe militar de 1964, a mobilização estudantil, a mudança de postura por parte da Igreja Católica ante as mazelas do país: por meio desses e de outros temas, Callado constrói um vasto painel das tensões de sua época em Quarup — nome do ritual indígena que celebra os mortos e os traz de volta à vida. A história, que começa no início do governo Getúlio Vargas e vai até as primeiras perseguições e torturas impostas pelo regime militar, toma lugar entre as reservas indígenas na região do Xingu. É lá que o protagonista, padre Nando, integra-se à realidade conflituosa que aflige a população local, composta principalmente de índios. A esse cenário somam-se as instabilidades íntimas que atingem o próprio padre. Após ter se entregado ao amor carnal e às drogas, ele se apaixona por Francisca, que o recusa. Aos poucos abdica dos limites da religião, dedicando-se cada vez mais às causas locais.

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Nome de maior projeção no grupo dos modernistas de Goiás, Bernardo Élis começou a sua carreira pela poesia. Tornou-se referência do regionalismo tradicional com os contos de Ermos e Gerais (1944) e, sobretudo, com seu primeiro romance, O Tronco (1956). Este segundo livro enfoca a disputa pelo poder numa vila do extremo norte de Goiás, o Duro, último reduto da família Melo. Conhecidos pelo despotismo com que governam a região que fundaram, os Melos são combatidos por toda parte. O idealista Vicente Lemes, parente dos Melos e nomeado coletor por influência deles, luta para restabelecer a paz. Mas a intervenção da Força Estadual precipita uma luta bárbara que, sem assegurar o cumprimento das leis, prejudicará ambas as partes. O romance é extraído de uma história real, de fatos ocorridos em Goiás, nos idos de 1917 e 1918.

No sertanismo goiano-mineiro, que passou a competir em prestígio com a literatura do Nordeste, Élis, por causa de Ermos e Gerais, antecipou-se a Guimarães Rosa (Sagarana é de 1946), Mário Palmério (Vila dos Confins, 1956) e José J. Veiga (Os Cavalinhos de Platiplanto, 1959). Nascido em 1915, em Corumbá de Goiás, Bernardo Élis Fleury de Campos Curado iniciou-se na carreira pública como secretário da Prefeitura Municipal de Goiânia. Depois, fez carreira no magistério. Foi fundador da União Brasileira de Escritores de Goiás e membro da Academia Brasiliense de Letras, para a qual foi eleito em 1975. Morreu em 1997, na sua cidade natal.

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Visconde de Taunay (1843-1899) escreveu mais de uma dezena de livros. No entanto, não fosse por A Retirada de Laguna e Inocência, ele estaria relegado à galeria dos autores menores, aqueles que se limitam a reproduzir os modismos de seu tempo sem operar sobre eles a dimensão criadora. E o próprio autor sabia disso, quando, sobre as duas obras, disse ao então imperador d. Pedro 2o: "Eis as asas que me levarão à eternidade".

Mais de um século depois, o regionalismo romântico simples e sóbrio de Retirada e, sobretudo, de Inocência ainda surpreende. Esta última teve, desde sua época, boa acolhida. Lançada inicialmente em folhetim, foi publicada em livro em 1872. Virou ópera, teatro e teve três adaptações cinematográficas. O êxito se deve, em parte, à trama simples e comovente: o jovem Cirino viaja ao cerrado mato-grossense e se apaixona pela bela Inocência, filha do rude Pereira e já prometida para o vaqueiro Manecão. Há a presença de um naturalista alemão, que também se encanta com Inocência, mas parte logo em seguida. O final da história é trágico - rejeitado pela moça, Manecão atira à queima-roupa em Cirino, que, antes de morrer, perdoa o algoz numa cena carregada de espírito romântico.

Militar na mocidade, Taunay usou as lembranças da Guerra do Paraguai para descrever de maneira precisa os elementos de sua obra A Retirada de Laguna. Fugiu, assim, aos freqüentes exageros do contemporâneo José de Alencar.

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O Quinze, de Rachel de Queiroz, lançado em 1930, quando a autora mal tinha completado 20 anos, "produziu agitação e alguma desconfiança" nas letras brasileiras, segundo Graciliano Ramos. Como podia um romance como aquele, que fixa com naturalidade e sem sentimentalismo o drama da seca, ter sido escrito por mulher, “e mulher nova”? Incrédulo, Graciliano profere: "É pilhéria. Uma garota assim fazer romance! Deve ser pseudônimo de sujeito barbado".

Mas não era piada. Escrito numa prosa simples e enxuta, mas bastante envolvente, e lançado dois anos após A Bagaceira, de José Américo de Almeida (1887-1980), "o pai de todos", no parecer de Jorge Amado, o livro ajudou a definir o ciclo do romance nordestino - que contou, além de Almeida, de Rachel e de Amado, com o alagoano Graciliano e o paraibano José Lins do Rego.

O romance centra-se na grande seca que abalou o sertão nordestino em 1915 (daí o título). Há duas histórias paralelas, que partem do mesmo ponto e voltam a unir-se: a trajetória da família de Chico Bento, forçada a emigrar, e o hesitante flerte entre dois jovens herdeiros, a professora Conceição e seu primo Vicente. A severidade da natureza reflete o comportamento bicudo do casal de namorados, para quem um pequeno mal-entendido pode resultar num grande obstáculo. A falta de comunicação entre eles espelha a escassez de água, que mata vegetação, animais e gente. A seca por fim se instala no útero de Conceição, que entrevê a possibilidade de ser "sempre estéril". Sem maiores pretensões no plano da ação (linear) e no aprofundamento psicológico (mínimo), O Quinze tem o mérito de aderir, pela economia de meios, pelo paralelismo justo, pelas imagens fortes e pela comunhão trágica entre natureza e homem, à prosa vigorosa do romance brasileiro da década de 1930.

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Prosa ou poesia? Talvez "proesia", como já foi sugerido sobre esta obra de Haroldo de Campos (1929-2003). Ou, nas palavras do próprio autor, "audiovideotexto, videotextogame". Galáxias (1984) é de difícil classificação. Na literatura brasileira, constitui projeto único.

Trata-se de um conglomerado de palavras, referências e recursos barrocos, dispostos num longo encadeamento de imagens e significantes que deixam entrever alguns resquícios de narração. Não há pontuação ou letras maiúsculas. Também não há interrupções, exceto pelo branco da página, que se opõe ao que nela está registrado. A unidade temática, segundo o artista-acadêmico-tradutor, está somente na "viagem como livro e o livro como viagem". Para construí-la, ele transcendeu os valores do Concretismo que ajudou a erigir para impulsionar a convergência entre literatura nacional e universal. Diferentes línguas e influências atuam no e sobre o texto, arrancando dele a unidade cultural que costumeiramente cercearia suas liberdades. Resulta daí uma obra livre, na qual, segundo Paulo Leminski, caberia tudo.

Diferentemente dos poemas mais famosos do irmão, Augusto de Campos, este Galáxias é bem pouco conhecido entre o público não-especializado. Um dos motivos foi provavelmente a escassez de exemplares da primeira edição. Para alguns críticos, o desconhecimento se deve à monotonia e ao excesso de invencionismo. Polêmicas à parte, é inegável que Haroldo trouxe contribuições à literatura contemporânea brasileira.

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O romance Zero, do jornalista paulista de Araraquara Ignácio de Loyola Lopes Brandão, foi um dos muitos que sofreram as conseqüências da censura imposta pela ditadura militar. Concluído em 1969, foi recusado por quatro editoras e lançado inicialmente na Itália em 1974. Publicado no Brasil no ano seguinte, foi proibido em 1976 pelo Ministério da Justiça, do então presidente Ernesto Geisel. A obra só seria liberada em 1979, com o abrandamento do regime. Verdadeiro pastiche urbano com altas doses de humor, política e erotismo, o livro espantou a crítica. Em seguida encantou o público por sua forma desabusada e irreverente. Segundo o autor, o romance tem "muito cara de São Paulo: caótico, desorganizado, cheio de slogans publicitários, frases de outdoor, exclamações populares, música, sujeira, barulho, religiões misturadas, assaltos, violência, chuva, gente feia, personagens medíocres. Um beco sem saída". Em linhas gerais conta a relação "triste, sem grandeza, sem amor" entre a auxiliar de lanchonete Rosa e o desempregado José. Envolve-os uma urbe cinza, "cidade da especulação imobiliária, da falta de respeito para com o ser humano, de gente comendo gente", completa.

Nascido em 1936, autor de mais de 20 livros, entre romances, coletânea de contos e crônicas, Brandão é um dos escritores contemporâneos brasileiros mais difundidos no exterior, com obras publicadas na Itália, nos Estados Unidos, na França, em Portugal. Seu primeiro romance, Bebel que a Cidade Comeu, saiu em 1968. Também lançou Não Verás País Nenhum (1981) e A Veia Bailarina (1997).

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Em geral, as qualidades do carioca Olavo Bilac (1865-1918) ficam à sombra do papel de bode expiatório que ocupou durante o Modernismo. Expoente da escola parnasiana, ao publicar Poesias em 1888, com apenas 23 anos de idade, já revelava toda a habilidade estilística que caracterizaria sua escrita. No livro encontram-se três coletâneas: Panóplias, Sarças de Fogo e Via-Láctea, esta última uma de suas melhores criações. Já a primeira abre com o poema Profissão de Fé, síntese dos princípios da ourivesaria parnasiana. Entre eles, a precisão da descrição, a concepção neoclássica de perfeição para o verso, ritmo e rima e a arte que encontra fundamento em si mesma (arte pela arte).

Bilac “é um poeta eloqüente, capaz de dizer com fluência as coisas mais díspares, que o tocam de leve, mas o bastante para se fazerem, em suas mãos, literatura”, conforme definiu o crítico Alfredo Bosi. Foi assim que ele cantou temas tão variados quanto o índio, a guerra, o amor erótico e a temática greco-romana copiada dos parnasianos franceses. Bilac também prestou-se a homenagear os símbolos da república recém-constituída, como na letra que compôs para o Hino à Bandeira Nacional.

À edição de 1902 de Poesias, acrescentaram-se as coletâneas Alma Inquieta, As Viagens e o épico O Caçador de Esmeraldas. Entre os temas tratados, está o amor sensual, considerado por alguns o mais bem-trabalhado da obra bilaquiana. Embora careça de profundidade, é um exemplo maior de sua excelência descritiva.

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Poeta, ensaísta, tradutor, autor de letras para canções da MPB, com trânsito entre os expoentes do Tropicalismo, Paulo Leminski (1944-1989) lançou-se na literatura, porém, com a "prosa experimental" de Catatau (1975). Difícil e intrigante, a obra tomou-lhe oito anos de dedicação. As referências são múltiplas, do filósofo René Descartes ao escritor James Joyce. É prosa na sua dissolução, mas nem por isso menos rigorosa. A fabulação é mínima: fala de um certo Cartésio que espera um explicador (Artyschewsky) e aventa a hipótese de Descartes ter vindo ao Brasil com a invasão holandesa no século 17. O crítico Léo Gilson Ribeiro sugeriu que a obra ombreia "ao avesso com a criação de Guimarães Rosa pela detonação atômica da linguagem". Para o professor José Miguel Wisnik, Leminski "dá margem a peripécias e conjecturas imaginárias que compõem um complexo temático, ficcional e filosófico original e intuitivo".

Após Catatau veio a coletânea de poemas Caprichos e Relaxos (1983), que reúne inéditos e trabalhos publicados anteriormente. Pela primeira vez o poeta atingiu distribuição nacional. A crítica mais uma vez deleitou-se. A professora Leyla Perrone-Moisés afirmou que o "samurai e malandro" autor "ganha a aposta do poema, ora por um golpe de lâmina, ora por um jogo de cintura". A menção ao samurai não é aleatória, pois Leminski é bastante influenciado pelos haicais (poema japonês de três versos), do guerreiro Matsuó Bashô (1644-1694) — daí a imagem do brasileiro como guerreiro-poeta ou poeta-guerreiro. Leminski morreu de cirrose hepática em sua cidade natal, Curitiba.

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“Uma obra fora do comum, de alto apuro formal e tocante verdade humana.” Foi assim que o poeta e crítico José Paulo Paes referiu-se ao romance Avalovara, costumeiramente considerado o auge da produção do pernambucano Osman Lins.

Comparado pelo crítico José Castello a Guimarães Rosa e a João Cabral de Melo Neto, como “um dos mais lúcidos escritores brasileiros do século 20”, Lins nasceu em 1924, em Vitória de Santo Antão, e morreu em São Paulo, em 1978. Seus primeiros livros, o romance O Visitante (1955) e a coletânea de contos Os Gestos(1957) chamaram a atenção da crítica, o que voltou a acontecer em 1961 com O Fiel e A Pedra, livro que renovou o romance regionalista com uma prosa densa, desprovida do “pitoresco”. Avalovara, de 1973, é a obra em que a preocupação com a forma, sem prejuízo para a matéria pulsante da vida que sempre emana de seus escritos, atinge o ponto máximo.

O romance intercala oito temas narrativos que atravessam tempos e espaços distintos, entre Amsterdã, Recife, a Roma Antiga e São Paulo, além do relato da relação com três personagens femininos, um dos quais, em vez do nome, é referido por um símbolo: . O crítico Antonio Candido, em prefácio à obra, equipara-a aos textos do argentino Jorge Luis Borges. Afirmando que o livro representa um “momento de decisiva modernidade” na ficção brasileira atual, Candido pondera: “Romance? Poesia? Tratado de narrativa? Visão do mundo? No universo sem gêneros literários da literatura contemporânea, o livro de Osman Lins se situa numa ambigüidade ilimitada”.

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Escrever diálogos é, talvez, o maior desafio de qualquer pessoa que resolva seguir os caminhos da literatura. Aparentemente simples, o diálogo exige do autor uma precisão de cirurgião, pois, ao menor descuido, pode cair na banalidade ou no rebuscamento inverossímil. Numa literatura carente de bons estilistas nesse campo, o nome do mineiro Luiz Vilela desponta como um mestre na arte de criar diálogos em contos curtos de fabulosa eficiência narrativa.

Nascido em Ituiutaba, em 1942, Vilela formou-se em filosofia em Belo Horizonte. Trabalhou como redator e repórter do Jornal da Tarde. Lançou-se na literatura em 1967 com o livro Tremor de Terra e, de lá para cá, tornou-se referência na prosa contemporânea. Enquanto alguns autores levam tempo para aprimorar a escrita, Vilela conseguiu esse feito quando tinha apenas 24 anos. Sua estréia literária ganhou o Prêmio Nacional de Ficção, vencendo nomes consagrados como Mário Palmério, José Geraldo Vieira e Osman Lins. Vieira estava tão seguro de que ganharia o prêmio que, ao saber do resultado, teria esbravejado que o concurso servia para “aposentar autores de obra feita e premiar meninos saídos da creche”. Nessa coletânea de 20 contos, para cujo “virtuosismo técnico” chama a atenção o biógrafo Raimundo Magalhães Júnior, Vilela trabalha com os temas que vão marcar sua obra: a morte, a solidão e o amor. É autor também do romance Graça (1989) dos livros de contos O Fim de Tudo (1974) e A Cabeça (2002).

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