31
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA RELATÓRIO SOBRE PLATAFORMAS AUTOMOTIVA, CHASSISIS E SEUS COMPONENTES Relatório apresentado no curso de Engenharia Automotiva na Universidade Federal de Santa Catarina pela disciplina de Sistemas Veiculares I. Alunos: Caio Henrique Galhardi Rafael Kiemo Pfau Santos Professor da disciplina: Lucas Weihmann

Trabalho de Sistemas Veiculares

Embed Size (px)

DESCRIPTION

trabalho de sistemas veículares

Citation preview

Page 1: Trabalho de Sistemas Veiculares

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

RELATÓRIO SOBRE PLATAFORMAS AUTOMOTIVA, CHASSISIS E SEUS COMPONENTES

Relatório apresentado no curso de Engenharia Automotiva na Universidade Federal de Santa Catarina pela disciplina de Sistemas Veiculares I.

Alunos: Caio Henrique Galhardi

Rafael Kiemo Pfau Santos

Professor da disciplina: Lucas Weihmann

Joinville

2014

Page 2: Trabalho de Sistemas Veiculares

Sumário

1. Introdução............................................................................................................................3

2. Plataformas Globais.............................................................................................................4

2.1. Plataformas comuns de veículos......................................................................................4

2.2. Vantagens da utilização das plataformas globais.............................................................6

2.3. Veículos que compartilham as mesmas plataformas.......................................................6

3. Chassis..................................................................................................................................7

3.1. Visão geral do que é um chassi veicular.......................................................................7

3.2. Principais Componentes do Chassi (Freio, Direção e Embreagem)...............................8

3.2.1. Sistema de Freio...................................................................................................8

3.2.2. Sistema de direção.............................................................................................11

3.2.3. Sistema de embreagem......................................................................................15

4. Apêndice:...........................................................................................................................19

5. Conclusão...........................................................................................................................24

6. Referências.........................................................................................................................25

Page 3: Trabalho de Sistemas Veiculares

1. Introdução

Durante toda a história, produtos sempre foram desenvolvidos de acordo com a demanda do consumidor, e a crescente complexidade de suas necessidades fazem com que os processos de desenvolvimento de novas concepções e produtos mais sofisticados se tornem um importante fator para que uma empresa continue competitiva no mercado.

As mais sofisticadas peças podem ser encontradas na indústria automotiva, onde há alta demanda por qualidade e os requisitos de projeto são bem rigorosos. Junto à necessidade de atender a demanda por rapidez no fornecimento e alta rotatividade no portfólio dos produtos na cadeia de suprimentos, a adoção de plataformas globais de veículos tem crescido nos últimos anos, oferecendo:

Aquisição de experiência nas características e funções complexas dos sistemas envolvidos;

Criação de base de dados encima dos sistemas já calculados, projetados e testados; Períodos de desenvolvimento e manufatura reduzidos; Redução de custos; Formas mais fáceis de prever os riscos; Economias consideráveis em processos pelo número de unidades que podem ser

utilizadas em diferentes séries;Este documento fará um levantamento sobre as principais características que envolvem o conceito de plataformas globais, bem como discorrer sobre alguns subsistemas do setor do chassis e catalogar algumas das unidades de plataforma utilizadas pela General Motors e Ford.

3

Page 4: Trabalho de Sistemas Veiculares

2. Plataformas Globais

2.1. Plataformas comuns de veículos

Diferente de antigamente em que todos os carros possuíam formas distintas de chassis e estruturas, na atualidade as indústrias automotivas não precisam mais trabalhar de tal forma. Devido à maior demanda de veículos e a necessidade de processos mais rápidos e baratos as indústrias viram a obrigação de criar processos onde pudessem ser utilizados projetos e produtos desenvolvidos não apenas para um único modelo, mas para que inúmeros outros também possam se beneficiar. Uma solução encontrada foi a utilização das plataformas globais, usada hoje como estratégia entre várias empresas automotivas.

O conceito de plataforma é um pouco complicado de se tratar, pois segundo Moita (2009 apud CONFESSOR, 2012, p.27) até mesmo entre os especialistas do setor e as próprias montadoras o conceito de plataforma varia muito, sendo diferente a definição para cada um. A tabela 1 abaixo mostra os diferentes conceitos que cada montadora tem de uma plataforma.

Tabela 1: Montadoras e suas definições de uma plataforma. Fonte: CONFESSOR (2012)

Essa distinção surge devido a diferenças estratégicas de mercado utilizada por cada fabricante. Alguns priorizam maiores quantidades de plataformas porém com menores volumes de produção, enquanto que outros optam por uma quantidade menor aumentando o volume produtivo da mesma. No entanto, um conceito geral para plataformas globais pode ser definido como sendo uma estrutura que serve de base para diversos componentes, motor, transmissão, suspensão, direção e demais elementos agregados. Em um amplo resumo é uma característica comum em termo de projeto que por sua vez unifica a utilização de uma série de componentes e ferramentais. Esse último conceito pode ser verificado através de Nabas e Payés (2011 apud

4

Page 5: Trabalho de Sistemas Veiculares

CONFESSOR, 2012, p.26), onde diz que “[...]plataformas globais possibilitam que modelos que são diferentes externamente, possam ser montados sob uma mesma plataforma, compartilhando ferramentas e maquinas, utilizando o mesmo processo de produção e compartilhando os mesmos fornecedores[...]”.

As plataformas podem ser divididas em cinco módulos principais, conforme mostrado nas diferentes cores da figura 1, são eles: piso dianteiro, motor, cabine, piso traseiro e parte elétrica e eletrônica. São as combinações dessas diferentes plataformas modulares que darão origem aos diversos segmentos de carros existentes no mercado, hatch, sedã, SUV entre outros. Ilustrado na figura 2 as diferentes classes de carros que podem ser montados com uma mesma plataforma.

Figura 1: Divisão dos Módulos em uma plataforma. Fonte: Quatro Rodas

Figura 2: Carros de diferentes segmentos montados pela mesma plataforma. Fonte: CONFESSOR (2012)

5

Page 6: Trabalho de Sistemas Veiculares

Um outro conceito fundamental para entender essa nova tendência do mercado automotivo é o de arquitetura global que difere em pequenas partes do conceito de plataformas. Segundo a engenheira Catia da Silva Ferreira, mestre em Engenharia Automotiva pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), “Os dois conceitos buscam a padronização dos veículos, porém a arquitetura global valoriza a diferenciação dos componentes específicos para determinado mercado e também a padronização dos componentes que compõem a base estrutural e funcional do veículo. Por isso, é mais adequada para o mercado automotivo atual, que requer veículos modernos com design diferenciado e custo competitivo. Já o conceito de plataforma não apresenta essa flexibilidade”.

2.2. Vantagens da utilização das plataformas globais

Como vimos as plataformas globais surgiram para unificar o processo de fabricação dos diferentes tipos e classes de veículos e esse tipo de construção apresenta várias vantagens diante do antigo modelo utilizado. Dentre elas podem ser citados as reduções de custos e tempos de desenvolvimento, uma vez que o uso ferramental e os componentes base serão os mesmos. Um aumento no volume da produção e uma maior qualidade dos produtos também são características dessa forma de produção. Outro ponto interessante é que atualmente os consumidores estão mais exigentes e estão buscando uma qualidade maior nos veículos, melhor acabamento interno, desempenho e segurança. Com a redução de custo obtida no compartilhamento das plataformas fica possível atender essas necessidades, podendo aumentar os investimentos nas particularidades que são aparentes ao consumidor.

Porém, o ponto mais positivo na utilização desse modelo é a possibilidade de troca de tecnologia entre os diferentes continentes do mundo, como por exemplo, a utilização de motores mais eficientes e econômicos vindos da Europa em carros Norte-Americanos. Outra vantagem na produção padronizada é a possibilidade de realizar lançamentos e atingir mercados distantes muitas vezes ao mesmo tempo e cada vez mais rápido.

2.3. Veículos que compartilham as mesmas plataformas

Inúmeros veículos compartilham plataformas no mercado atual, sejam elas entre uma mesma montadora ou até mesmo entre fabricantes diferentes. O nosso estudo foi focado em dois fabricantes específicos, a General Motors (GM) e a Ford. No caso da primeira, uma grande multinacional dona de grandes marcas como a Chevrolet, Opel e a Cadillac. Em território nacional a representante da GM é a Chevrolet que está no mercado brasileiro a 88 anos e ocupa o terceiro lugar no ranking das maiores marcas automotivas.

A Ford do Brasil é uma subsidiaria da Ford americana e encontra-se no mercado brasileiro a mais de 95 anos, lançou seu primeiro carro no brasil em 1967 e desde então cresceu ocupando atualmente o quarto lugar entre as maiores nacionais. No ano passado o fabricante resolveu enxugar suas plataformas para apenas nove no total, sendo cinco globais e quatro regionais. As cinco plataformas globais da empresa serão: B (Fiesta), C (Focus), C/D (Fusion), Picape Leve (para picapes vendidas fora dos EUA) e Veículo Comercial (Transit). Abaixo alguns exemplos das duas empresas, de veículos que compartilham as mesmas plataformas:

Chevrolet:

6

Page 7: Trabalho de Sistemas Veiculares

- Carros populares e conhecidos como o Celta, Prisma e o Classic tiveram suas plataformas baseadas no antigo Corsa Wind de 94 e dividem essa estrutura entre si até hoje.

- Automóveis mais novos como é o caso do Sonic, Onix, Prisma, Cobalt, Spin e Tracker também compartilham uma mesma plataforma, conhecida como Gamma II.

Ford:

- O Ford Ka antigamente dividia a mesma plataforma com o Fiat 500. Atualmente, com o novo modelo ele compartilha com o Fiesta e a nova Ecosport.

- O Ford Fusion que antes utilizava a plataforma CD3 a mesma utilizada no Mazda 6 e no Ford EDGE. A partir do novo modelo passou a utilizar da plataforma EUCD também empregada no Mondeu e em carros importados como a Range Rover Evoque.

Tabelas 2 e 3, mais completas, contendo plataformas atuais e também plataformas que já deixaram de existir de ambas as marcas encontra-se no Apêndice ao final do relatório.

3. Chassis

3.1. Visão geral do que é um chassi veicular

Chassi é uma estrutura metálica, normalmente composta por duas longarinas e barras transversais ou em formato em X que juntas modelam uma armação que sustenta os sistemas embarcados e a carroceria do veículo, neste caso funcionando apenas para abrigar os passageiros. O chassi, isolado, é a parte que mais está sujeito a ação de forças, sejam elas de torção, compressão e tração. Por isso deve-se projetar com muito cuidado, sua estrutura deve ser bem rígida e não deve conter pontos de fragilidade. O tipo de chassi mais simples e que pode ser mais encontrado nos veículos brasileiros é o tipo paralelo, o qual possui todas as suas vigas retas.

No entanto, quando a carroceria se une ao plano do assoalho surge uma estrutura única e a essa damos o nome de chassi monobloco. Nesse caso o motor, caixa de transmissão, eixos traseiros e dianteiros são fixados diretamente na carcaça em pontos de ancoragens específicos. A vantagem de se utilizar o monobloco é a grande redução de peso e espaço ocupado pela estrutura metálica do chassi quando comparados. No entanto, o chassi é mais fácil de reparar caso aconteça algum dano, além de possuir peças que podem ser substituídas mais facilmente. Nos veículos que são monoblocos toda a estrutura trabalha quando expostas a forças, sendo mais fácil assim dissipa-las. A figura 3 apresenta um modelo de chassi enquanto a figura 4 apresenta um modelo de chassi monobloco.

7

Page 8: Trabalho de Sistemas Veiculares

Figura 3: Estrutura de um chassi veicular

Figura 4: Estrutura de um chassi monobloco

3.2. Principais Componentes do Chassi (Freio, Direção e Embreagem)

Serão apresentadas nas seções seguintes as visões gerais dos sistemas que integram o setor do chassi, a composição e função de cada sistema, bem como estes são acopladas na estrutura. Os sistemas que serão abordados são os sistemas de freio, direção e embreagem, que foram propostos na instrução para o desenvolvimento deste trabalho.

3.2.1. Sistema de Freio

O sistema de freio é o conjunto de dispositivos com a finalidade de reduzir, controlar ou fazer cessar a velocidade de movimento de mecanismos ou veículo. Os freios são caracterizados, segundo o Manual de Tecnologia Automotiva BOSCH (2005), de acordo com sua função no veículo, sendo as seguintes:

Sistema de freio de serviço: permite, com atuação progressiva, reduzir a velocidade do veículo ou leva-lo a imobilidade;

Sistema de freio auxiliar: permite exercer a função do freio de serviço numa eventual pane do mesmo;

8

Page 9: Trabalho de Sistemas Veiculares

Sistema de freio de estacionamento: permite manter o veículo imóvel, mesmo numa pista inclinada e na ausência do motorista;

Sistema de freio de atuação contínua: conjunto de elementos que permite a redução de velocidade, desgaste do componente de fricção, ou em longos trechos em declive mantes a velocidade constante. Pode ter um ou mais desaceleradores;

Sistema de freio automático: conjunto de elementos que ativam automaticamente freios do veículo que esteja sendo rebocado e desacople intencionalmente ou acidentalmente do veículo trator;

Sistema eletrônico de freio (EBS, EHB): freio controlado por sinais elétricos gerados e processados por um transmissor de comando. Os sinais controlam os elementos que geram as forças de frenagem.

Considerando todo o sistema de freio, seus principais componentes são classificados da seguinte maneira:

Dispositivos de suprimento de energia: irão fornecer a energia necessária para a frenagem. Em um veículo convencional geralmente será a força muscular do motorista;

Dispositivos de comando: serão os atuadores que controlam a ação do sistema de freio, de natureza mecânica, pneumática, hidráulica ou elétrica, inclusive utilizando energia externa ou auxiliar. Por exemplo, o pedal de freio;

Dispositivos de transmissão: elementos do sistema que transferem a energia fornecida pelo dispositivo de comando para os freios;

Freios: elementos onde serão geradas as forças de oposição ao movimento ou à tendência de movimento, por exemplo, os freios de fricção (tambor ou disco) ou desaceleradores (freio motor);

Sistemas de freios para veículos de passageiros e utilitários leves

A principal configuração para veículos comerciais é ilustrada pela figura 5, abaixo, demonstrando seus principais componentes. Os componentes serão apresentados em seguida.

Figura 5 – Configuração do sistema de freio em automóvel.

9

Page 10: Trabalho de Sistemas Veiculares

Freio a disco: recebe pressão hidráulica gerada pelo cilindro mestre, pressionando as pastilhas contra o disco de freio. A fixação da pinça é feita nos cubos de roda e o disco é encaixado na roda e gira com a mesma. A figura 6 abaixo ilustra os esquematiza o componente:

Figura 6 – Freio a disco, composto de pinça, pastilha e disco.

Circuito hidráulico: são os flexíveis, tubos hidráulicos, conexões e reservatório de fluido. São responsáveis pela transmissão da pressão através do fluido. A presença do reservatório garante que o sistema continue funcionando caso haja vazamento do fluido nos componentes do freio.

Cilindro mestre: através deste componente o processo de frenagem é iniciado e controlado. Este é responsável por abastecer o sistema de freio com o fluido, comprimindo-o e gerando pressão no circuito hidráulico. A figura 7 ilustra o componente:

Figura 7 – Cilindro mestre e reservatório de fluido.

Servo freio: amplia a força aplicada pelo motorista no pedal. O processo se dá através da diferença de pressão, amplificando a força de atuação transmitida na frenagem, proporcionando conforto ao motorista. O servo freio é demostrado pela figura 8 abaixo:

10

Page 11: Trabalho de Sistemas Veiculares

Figura 8 – Servo freio.

Pedal de freio: acionamento onde o motorista transmite a força muscular dos pés aos freios da roda, transformada pelo sistema de freio.

Válvula reguladora de pressão: atuam como reguladores de pressão nos freios traseiros, são responsáveis pelo equilíbrio do veículo no momento da frenagem. Durante a frenagem, parcela de seu peso é transferida do eixo traseiro ao eixo dianteiro. Com a válvula, é regulada a pressão de aplicação no freio, evitando excesso de força de frenagem nas rodas traseira que comprometeriam a estabilidade do veículo. A figura 9 abaixo mostra um tipo de válvula:

Figura 9 – Válvula equalizadora de pressão.

Freio a tambor: geralmente utilizadas nas rodas traseiras, possuem um mecanismo diferente de frenagem. A figura 10 abaixo esquematiza o funcionamento do freio a tambor:

Figura 10 – Freio a tambor.

Freio de estacionamento: é acionada pela alavanca de freio presente na cabine do motorista, por meio de um cabo. É um mecanismo presente nos freios a tambor das

11

Page 12: Trabalho de Sistemas Veiculares

rodas traseiras, utilizados para reduzir o desgaste do sistema hidráulico. O sistema pode ser também observado pela figura 10.

3.2.2. Sistema de direção

O sistema de direção converte o movimento giratório executado pelo motorista no volante de direção em movimento angular para as rodas direcionais do veículo. No entanto, não há relação funcional entre o ângulo do volante e a direção dos pneus, pois a correlação com dos seguintes parâmetros não são lineares:

Giro do volante; Alteração do ângulo de direção das rodas dianteiras; Desenvolvimento de forças laterais no pneu; Efeito da deriva.

Por conta disto, o processo de direcionamento do veículo é controlado através da percepção do motorista e o reajuste do volante durante a viagem.

Os elementos que compões a configuração de um sistema de direção são:

Volante: primeiro componente do sistema, através dele o motorista o comando é feito e levado até a caixa de direção;

Coluna de direção: o movimento rotativo do volante é transmitido até a caixa de direção através deste componente. Podem ser inteiriças ou bipartidas, dependendo do ângulo de posição do volante e da configuração da caixa;

Caixa de direção: elemento onde se encontra o mecanismo de conversão do movimento giratório do volante em translação das barras de direção, que nelas estão acopladas. Existem dois tipos de caixa, com mecanismo pinhão-cremalheira ou de esferas recirculantes, demonstradas pelas figuras 11 e 12 respectivamente;

Figura 11 – Caixa com pinhão cremalheira.

12

Page 13: Trabalho de Sistemas Veiculares

Figura 12 – Diferentes vistas da caixa com esferas recirculantes.

Barra de direção: está ligada a caixa de transmissão e ao cubo de roda através dos terminais, e estas irão mudar a direção das rodas através da translação transmitida pela caixa;O sistema de direção de um veículo de passageiros está ilustrado na figura 13, abaixo:

nela podem-se identificar os elementos descritos anteriormente.

Figura 13 – Sistema de direção completo do Volkswagen Polo (até 1994).

Os sistemas de direção podem ainda ser divididos em:

Sistemas de direção mecânica: nos quais a força de direcionamento é fornecida exclusivamente pelo motorista;

Sistemas servo-assistidos: nos quais a força de direcionamento do motorista é complementada por alguma outra fonte de energia do veículo. São divididos em direção hidráulica e elétrica.

13

Page 14: Trabalho de Sistemas Veiculares

Sistemas de direção hidráulica são os mais comumente utilizados. O método consiste em usar óleo sobre pressão para assistir a mudança de direção e proporcionar o mais conforto ao motorista. O óleo é movimentado por uma bomba de óleo diretamente ligada ao motor, gerando forças hidráulicas constantemente. O sistema de direção hidráulico pode ser observado na figura 14 abaixo, onde são especificados cada um dos componentes.

Figura 14 – Sistema de direção hidráulica de um Opel Vectra (1997). 1)bomba; 2)linha de alta-pressão; 3) sistema de resfriamento; 4)tubulação da válvula de direção para a bomba; 5) frame da direção; 6) Caixa de direção; 7/8) tubos de pressão para o cilindro de trabalho; 9) coluna de direção; 10) volante com air-bag integrado.

O sistema de direção elétrica é caracterizado por uma unidade servo-motor que contem um motor elétrico alimentado pela rede de bordo do veículo, instalada como acionamento da coluna de direção, da cremalheira ou da barra de direção. Na figura 15 abaixo é demonstrado o exemplo da unidade servo-motora associada diretamente no pinhão de uma caixa pinhão-cremalheira.

Figura 15 – Sistema de direção elétrica.

14

Page 15: Trabalho de Sistemas Veiculares

3.2.3. Sistema de embreagem

Composto por mecanismos que permitem a transmissão de movimentos rotatórios de um eixo para o outro de maneira progressiva. A embreagem mais comum e utilizada é a de fricção, basicamente formada por:

Volante do motor: ligado ao motor, transmite a rotação direta do motor. Está ligado ao motor;

Disco: elemento que prove o atrito ao platô, necessário para transmissão do movimento para o eixo seguinte. Está ligado ao motor;

Platô: componente comprimido contra o disco, transmitindo o movimento para o eixo de entrada da caixa de câmbio. Está ligado ao câmbio;

Molas: responsáveis pela compressão do platô no disco, gerando força normal suficiente para a transmissão do movimento por atrito;

O acionamento do sistema pode ser:

Mecânico: carga das molas é retirada por sistema de alavancas e cabos após acionamento do sistema pelo pedal;

Hidráulico: a carga das molas é retirada hidraulicamente, por sistema de válvulas acionadas pelo motorista;

A figura 16 abaixo ilustra um esquema da configuração do sistema de emebreagem:

Figura 16– sistema de embreagem, com acionamento hidráulico e pedal.

Ainda podem ser encontradas diferentes configurações de embreagem como:

Embreagem de fricção cônica; Embreagem multidisco; Embreagem com mola diafragma; Embreagem multiplacas;

15

Page 16: Trabalho de Sistemas Veiculares

Embreagem Borg & Beck; Embreagem eletromagnética; Embreagem hidráulica;

Das figuras 17 a 23 mostram esquemas das embreagens anteriores.

Figura 17 – Esquema de acoplamento por embreagem cônica.

Figura 18 – Esquma de embreagem multidisco.

Figura 19 – Esquema de embreagem por mola diafragma.

16

Page 17: Trabalho de Sistemas Veiculares

Figura 20 – Esquema de embreagem multiplacas.

Figura 21 – Esquema de embreagem Borg & Beck.

Figura 22 – Embreagem eletromagnética Ferlec.

17

Page 18: Trabalho de Sistemas Veiculares

Figura 23 – Embreagem Hidráulica.

18

Page 19: Trabalho de Sistemas Veiculares

4. Apêndice:

Tabela 2: Lista de plataformas da General Motors

DesignaçãoTipo de

Veículo

Tipo de

plataformaAplicações Características

Designação

desconhecidaMédio-grande Monobloco

Opala

CaravanTração traseira

GMT325/330Utilitário

CompactoChassi

S-10

Blazer-

GMT400/480 Utilitário ChassiA/C/D-10/20

Silverado-

GM2700/300

0

Médio

Médio-grandeMonobloco

Astra G (G2)

Zafira-

GM2900 1 Médio Monobloco

Vectra A

Calibra

Astra F (G1)

Suspensão traseira

independente opcional

GM2900 2 Médio Monobloco Vectra BSuspensão traseira

independente

GM4200 Compacto Monobloco

Corsa B (G1)

Celta

Agile

Montana 2010

-

GM DeltaMédio

Médio-grandeMonobloco

Vectra 2005

Vectra GT/GTXSimilar a GM2700/3000

GM Gamma Compacto Monobloco Corsa C (G2) -

19

Page 20: Trabalho de Sistemas Veiculares

Montana G1

Meriva

GM J-Body Médio Monobloco Monza -

GM T-Body 1 Compacto Monobloco

Chevette

Marajó

Chevy 500

Tração traseira

GM T-Body 2 Médio MonoblocoKadett

IpanemaSimilar a J-Body

GM Zeta Médio-grande MonoblocoOmega 2007

Camaro

Tração traseira

Suspensão traseira multi-link

GM V-Body Médio-grande Monobloco

Omega A

Suprema

Omega 1998-

2007

Tração traseira

Suspensão traseira

independente

Tabela 3: Lista de plataformas da Ford

20

Page 21: Trabalho de Sistemas Veiculares

Platform

Name/ImageType Drive Production Region Example(s)

E8full-size car

coupé utilityRWD

2008–

presentAustralia

Ford FG Falcon/Falcon

XT/Falcon XR6/XR8

Ford FG G6/G6E/G6E

Turbo

FPV FG GS/F6/GT/GT-

P/GT E/F6 E

D3

mid-size full-size full-size luxury car mid-size crossover

SUV large crossover

SUV

FWD/

AWD

1999–

present

Ford, Mercury,

Lincoln

North America

Volvo

Worldwide

Ford

Ford Five Hundred

Ford Freestyle

Ford Taurus X

Ford Taurus

Ford Police

Interceptor (2012-on)

Lincoln

Lincoln MKS

Mercury

Mercury Montego

Mercury Sable

Volvo

Volvo S80

Volvo S60

Volvo V70

Volvo XC70

Volvo XC90

CD3 mid-size mid-size luxury car mid-size crossover

SUV

FWD/

AWD

2003-current North America

Worldwide

(Mazda)

Ford

Ford Edge

Ford Fusion

(FORMERLY)

Lincoln

Lincoln MKX

Lincoln Zephyr/MKZ

Mazda

21

Page 22: Trabalho de Sistemas Veiculares

Mazda Atenza/Mazda6

Mazda CX-9

Mercury

Mercury Milan

DEW98

personal luxury car mid-size luxury car RWD

2000–

present

North America

(Ford/Lincoln)

Worldwide

(Jaguar)

Ford

Ford Thunderbird

Jaguar

Jaguar S-Type

Jaguar XF

Lincoln

Lincoln LS

EUCD

mid-sizeFWD/

AWD

2007–

present

Ford

Worldwide including North America

Land Rover,

Volvo

Worldwide including North America

Ford

Ford Galaxy

Ford Mondeo

Mondeo-Based Ford

Fusion

Ford S-Max

Volvo

Volvo S80

Volvo S80L

Volvo V70

Volvo XC70

Volvo XC60

Volvo S60

Volvo S60L

Volvo V60

Land Rover

LR Freelander/LR2

LR Range Rover Evoque

D2C

pony car RWD2005–

present

North America

(limited export

worldwide)

Ford Mustang

C1 compact FWD/ 2003– Worldwide Ford

22

Page 23: Trabalho de Sistemas Veiculares

compact minivan mid-size minivan compact crossover

SUV

AWD present

Ford C-MAX

Ford Focus

(excluding North America)

(For 2012-, C1

Focus includes North

America)

Ford Kuga

Mazda

Mazda Axela/Mazda3

Mazda 5

Mazda MPV

Volvo

Volvo C30

Volvo C70

Volvo S40

Volvo V50

Volvo V40

C170

compact FWD 1998–2011 WorldwideNorth American Ford

Focus

B3

subcompact FWD2004–

presentWorldwide

Ford

Ford Fiesta

Mazda

Mazda Demio/Mazda2

5. Conclusão

A utilização de plataformas globais é uma tendência a ser seguida e aprendida as grandes empresas automotivas que desejam se manter no mercado. Pôde-se observar que as

23

Page 24: Trabalho de Sistemas Veiculares

unidades não são apenas utilizadas dentro da própria empresa, como também são compartilhadas e até mesmo projetadas em conjunto por diferentes companhias.

O setor do chassi é amplo e bem complexo, e seu projeto exige diversos requisitos para elaboração de concepções. Pode-se observar que apenas se tratando de alguns sistemas, já obtemos uma grande variedade de configurações, abordagens e subsistemas a serem conhecidos. Logo é explicável a opção das grandes montadoras em compartilhar as plataformas para diferentes produtos e categorias de veículos.

6. Referências

.REIMPELL, Jornsen. STOLL, Helmut. BETZLER, Jurgen W. The Automotive Chassis: Engineering Principles. 2001. Elsevier.

24

Page 25: Trabalho de Sistemas Veiculares

. FILIPPIN, Carlo Giuseppe. Sistemas Mecânicos Automotivos. Universidade Federal do Paraná.

. BOSCH. Manual de Tecnologia Automotiva. 2005.

.BEAUMONT, J.P. Design Handbook. Munchen: Hanser, 2004.

. CONFESSOR, Wagner, Tendências do setor automotivo brasileiro: plataformas globais. 2012. 65p. Monografia - Pós graduação em Engenharia Automotiva, Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnólogia, São Caetano, 2012.]

Observação: Não conseguimos referenciar a tempo todos os sites de busca.

. http://quatrorodas.abril.com.br/reportagens/plataformas-modulares-684605.shtml

.http://www.automotiva-poliusp.org.br/pesquisa-veiculos-globais-melhor-estrategia-para-montadoras-e-consumidores-3/

. http://mundoautomotivo.blogspot.com.br/2007/10/voc-sabe-o-que-o-chassi.html

. http://www.chevrolet.com.br/universo-chevrolet/sobre-a-gm/a-companhia.html

.http://www.estadao.com.br/noticias/geral,mesma-base-da-origem-a-veiculos-bem-diferentes,420048

. http://pitstopbrasil.wordpress.com/2009/01/20/ford-pretende-compartilhar-plataformas/

.http://economia.terra.com.br/carros-motos/ford-quer-toda-linha-baseda-em-plataformas-globais-ate-2015,407e6037a18da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html

. http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_plataformas_da_General_Motors

. http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_Ford_platforms

25