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1- Explique o contexto histórico do desenvolvimento da filosofia de Réne Descartes. Com o Renascimento Cultural e Científico, o surgimento da burguesia e o fim da Idade Média, as formas de pensar sobre o mundo e o Universo ganham novos rumos. A definição de conhecimento deixa de ser religiosa para entrar num âmbito racional e científico. O Téocentrismo é deixado de lado e entre em cena o antropocentrismo ( homem no centro do Universo ). Neste contexto, René Descartes cria o cartesianismo, privilegiando a razão e considerando-a base de todo conhecimento. 2- Expliquem o significado da conclusão de descartes a respeito do “cogito ergo sum” Conclusão do filósofo e matemático francês Descartes alcançada após duvidar da sua própria existência, mas comprovada ao ver que pode pensar e, desta forma, conquanto sujeito, ou seja, conquanto ser pensante existe indubitavelmente. Descarte pretendia fundamentar o conhecimento humano em bases sólidas e seguras (em comparação com as fundamentações do conhecimento medievais). Para tanto, questionou e colocou em dúvida todo o conhecimento aceito como correto e verdadeiro (utilizando-se assim do ceticismo como método, sem, no entanto, assumir uma posição cética). Ao pôr em dúvida todo o conhecimento que, então, julgava ter, concluiu que apenas poderia ter certeza que duvidava. Se duvidava, necessariamente então também pensava, e se pensava necessariamente existia (sinteticamente: se duvido, penso; se penso, logo existo). Por meio de um complexo raciocínio baseado em premissas e conclusões logicamente necessárias, Descartes então concluiu que podia ter certeza de que existia porque pensava.

Trabalho Descartes

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1- Explique o contexto histórico do desenvolvimento da filosofia de Réne Descartes.

Com o Renascimento Cultural e Científico, o surgimento da burguesia e o fim da Idade Média, as formas de pensar sobre o mundo e o Universo ganham novos rumos. A definição de conhecimento deixa de ser religiosa para entrar num âmbito racional e científico. O Téocentrismo é deixado de lado e entre em cena o antropocentrismo ( homem no centro do Universo ). Neste contexto, René Descartes cria o cartesianismo, privilegiando a razão e considerando-a  base de todo conhecimento. 

2- Expliquem o significado da conclusão de descartes a respeito do “cogito ergo sum”

Conclusão do filósofo e matemático francês Descartes alcançada após duvidar da sua própria existência, mas comprovada ao ver que pode pensar e, desta forma, conquanto sujeito, ou seja, conquanto ser pensante existe indubitavelmente. Descarte pretendia fundamentar o conhecimento humano em bases sólidas e seguras (em comparação com as fundamentações do conhecimento medievais). Para tanto, questionou e colocou em dúvida todo o conhecimento aceito como correto e verdadeiro (utilizando-se assim do ceticismo como método, sem, no entanto, assumir uma posição cética). Ao pôr em dúvida todo o conhecimento que, então, julgava ter, concluiu que apenas poderia ter certeza que duvidava. Se duvidava, necessariamente então também pensava, e se pensava necessariamente existia (sinteticamente: se duvido, penso; se penso, logo existo). Por meio de um complexo raciocínio baseado em premissas e conclusões logicamente necessárias, Descartes então concluiu que podia ter certeza de que existia porque pensava.

3- Qual o significado da “duvida metódica” no pensamento de descartes?

A dúvida metódica é o método com que o filósofo francês Descartes procurou chegar à prova da existência de verdades absolutas, logicamente necessárias e de reconhecimento universal, tal como exige a defesa do Dogmatismo por ele preconizada e defendida, na questão da possibilidade do conhecimento.Este método consistia da filtragem de todas as suas idéias, eliminando aquelas que não se afigurassem como verdadeiras e fossem dúbias, e apenas retendo as idéias que não suscitavam qualquer tipo de dúvida.Descartes para dar seguimento a este processo isolou-se no seu quarto durante vários dias em profunda reflexão. Réne Descartes sendo dogmático, ou seja, acreditando na possibilidade de conhecer a realidade e apreender mentalmente as suas características, apenas usou o processo da dúvida, enquanto método para atingir o fim da descoberta de verdades absolutas, não se podendo associar-lhe ou conceder-lhe o estatuto de céptico, ou seja, da corrente oposta que nega a possibilidade de conhecer qualquer parte integrante da realidade.Assim sendo, com a dúvida a ser utilizada apenas temporariamente como método, a máxima associação que podemos fazer a Descartes com o cepticismo é considerando-lhe um céptico moderado durante esta fase despoletada pelo seu processo de reflexão.

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4- Quais os tipos de idéias existem para descartes? Explique cada uma delas.

Descarte distingue três tipos de idéias: inatas, adventícias e factícias. As idéias adventícias são aquelas que nos chegam a partir dos sentidos, as factícias são provenientes da nossa imaginação, uma combinação de imagens fornecidas pelos sentidos e retidas na memória cuja combinação nos permite representar (imaginar) coisas que nunca vimos.

Idéias inatas, idéias que, nascidas conosco, são como que a marca do criador no ser criado à sua imagem e semelhança.

Estas idéias inatas, claras e distintas, não são inventadas por nós, mas produzidas pelo entendimento sem recurso à experiência. Elas subsistem no nosso ser, em algum lugar profundo da nossa mente, e somos nós que temos liberdade de as pensar ou não. Representam as essências verdadeiras, imutáveis e eternas, razão pela qual servem de fundamento a todo o saber científico.

5- Como descartes prova a existência de Deus?

PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS

Já vimos como Descartes, pela aplicação da dúvida metódica, assumiu a existência do cogito, isto é, da sua existência como ser pensante. Contudo, levantava-se a questão de existência do mundo que o rodeava. A negação do valor dos sentidos como meio de acesso ao conhecimento verdadeiro colocava-o, de fato, perante a situação de ter que duvidar da existência da árvore que estava naquele momento a ver.

Descartes aceitava que o mundo tivesse sido criado por Deus, aceitava que, se Deus existisse, ele garantiria o suporte de todas as outras verdades. Mas, como saber se Deus existe ou não e como provar a sua existência se apenas podia ter a certeza da existência do cogito? Descartes apresenta três provas da existência de Deus.

6- Qual a importância de Deus para o sistema cartesiano ?

Deus, sendo perfeito, não pode ser enganador. Enquanto perfeição, Deus é garantia da verdade das nossas ideias claras e distintas (por exemplo: 2+2=4 ou penso, logo, existo»). -Se Deus é perfeito e criador do homem e da realidade, então é também o criador das verdades incontestáveis e o fundamento da certeza. -Segundo Descartes, é Deus que garante a adequação entre o pensamento evidente (verdadeiro) e a realidade, conferindo assim validade ao conhecimento. -Deus é a perfeição, ou seja, é o bem, a virtude, a eternidade, logo, não poderá ser o autor do mal nem responsável pelos nossos erros. -Se Deus não existisse e não fosse perfeito, não teríamos a garantia da verdade dos conhecimentos produzidos pela razão, nem teríamos a garantia de que um pensamento claro e distinto corresponde a uma evidência, isto é, a uma verdade incontestável. Se Deus não é enganador, então as nossas evidências racionais são absolutamente verdadeiras. -Se Deus não existisse, para Descartes, seria o caos e nunca poderíamos ter a garantia do funcionamento coerente da nossa razão nem ter noção de como se

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7- Expliquem a regra do método proposto por descartes

A Primeira Regra: A Evidência" Não se admiti que nenhuma coisa é verdadeira, se eu não a reconhecer evidentemente como tal".Em outras palavras, Descartes busca evitar toda "precipitação" e toda "prevenção" (preconceitos), tendo como verdadeiro apenas o que for claro e distinto, isto é, o que "eu não tenho a menor oportunidade de duvidar". Por conseguinte, a evidência que salta aos olhos, é o indício daquilo de que não posso duvidar, abrindo mão assim, da própria dúvida, que para ele, "é o produto do espírito crítico".

A Segunda Regra: A Análise"Dividir cada uma das dificuldades em tantas parcelas quantas forem possíveis". A idéia central desta regra é fracionar o problema em partes otimizando o trabalho, diminuindo as chances de erros e ainda facilitando o entendimento do resultado final, já que para alcançá-lo o mesmo foi dividido em etapas.

A Terceira Regra: A Síntese"Concluir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer para, aos poucos, ascender, como que por meio de degraus, aos mais complexos".Através desta regra, Descartes esboça a lógica do conhecimento, na qual, para obter e compreender informações mais complexas é necessário que se atrele a quem raciocina noções prévias eprimitivas sobre o tema, para através solucionar as questões pertinentes.

A Quarta Regra: Os Desmembramentos Complexos"Efetivar os desmembramentos, a ponto de estar certo de nada ter omitido".

Após solucionar o problema, detendo assim o conhecimento e o entendimento panorâmico do mesmo, realizar a testagem e a conferência dos dados obtidos, a fim de chegar ao ponto chave da resposta, a sua real e efetiva resolução.Este método tornou-se muito célebre, porque nos séculos posteriores os filósofos e pensadores viram nele o embrião do que se viria a chamar de livre exame objetivo, uma vertente do racionalismo. Apesar disto, Descartes não afirma que seu método possui independência do empirismo ou de qualquer autoridade ligada ao caráter racional no que tange a busca de resposta, logo, o mesmo conhecia bem a filosofia aristotélica na qual o mesmo prega que não há argumentos sem réplicas, o que contam são a clareza e a distinção das idéias.A filosofia do século XVIII, extremamente influenciada pelo Método Cartesiano, passou a estender este método até a domínios que Descartes excluiu expressamente de suas deliberações; a Alçada Política e ao Caráter Religioso, sendo muito importante ressaltar esta informação. Ao traçarmos estes paradigmas, entendemos que seu método é racionalista, porque há evidências de que Descartes parte não só, das intuições sensitivas e empíricas.Os sentidos nos enganam, em suas indicações, visto que, as noções do subjetivo, são confusas e obscuras, denotando em quem analisa que as idéias da razão são mais claras e distintas. O ato da razão que percebe diretamente os primeiros princípios é a intuição, sendo a dedução limitada a veicular, ao longo das belas cadeias da razão, a evidência intuitiva das "naturezas simples". A dedução nada mais é do que uma intuição continuada e de caráter mais completo.