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PCA PROJETO DE CONTROLE AMBIENTAL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE SUBPRODUTOS ANIMAIS LTDA

Trabalho - Pca - Rev 01

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Modelo de Plano de Controle Ambiental

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PCA PROJETO DE CONTROLE AMBIENTAL

INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE

SUBPRODUTOS ANIMAIS LTDA

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PCA - PROJETO DE CONTROLE AMBIENTAL

Responsáveis:

Renato Augusto Dezotti

Giovanni Siqueira Novaes

Contratante:

INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE SUBPRODUTOS ANIMAIS LTDA

Projeto de adequação ambiental

referente às exigências de

licenciamento de instalação e

operação no licenciamento prévio.

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Sumário INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 6

CONCEPÇÃO, FINALIDADES E OBJETIVOS ............................................................................................... 7

JUSTIFICATIVA ......................................................................................................................................... 8

INFORMAÇÕES CADASTRAIS E DISPOSIÇÕES GERAIS ........................................................................... 10

1. INFORMAÇÕES CADASTRAIS ......................................................................................................... 11

1.1 Disposições Gerais ................................................................................................................... 11

1.2 Origem da Indústria ................................................................................................................. 11

1.3 Fonte abastecedora de água ................................................................................................... 11

1.4 Corpo receptor (vazão e parâmetros) ..................................................................................... 11

1.5 Área onde será implantada a atividade .................................................................................. 12

1.6 Número de funcionários.......................................................................................................... 12

1.7 Horário de turno de trabalho .................................................................................................. 12

1.8 Matéria-prima e insumos ........................................................................................................ 12

1.9 Produto a ser fabricado ........................................................................................................... 12

1.10 Descrição do processo produtivo, indicando os pontos de geração de resíduos ................. 12

1.11 Balanço hidráulico ................................................................................................................. 13

1.12 Diversificação industrial ........................................................................................................ 13

INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO HÍDRICA .......................................................................................... 14

2. INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO HÍDRICA .................................................................................. 15

Algumas normas pertinentes à poluição hídrica: .......................................................................... 15

2.1 Informações sobre a água utilizada na indústria .................................................................... 15

2.1.1 Qualitativa: ........................................................................................................................... 15

2.1.2 Quantitativa: ........................................................................................................................ 15

2.2 Informações sobre resíduos líquidos ...................................................................................... 15

2.2.1 Descrição do sistema de captação e disposição de águas pluviais ...................................... 16

2.2.2 Informações sobre rede, vazão e destino final dos esgotos sanitários ............................... 16

2.2.3 Informações sobre a disposição e quantidade de resíduos sólidos e gasosos, inclusive os

provenientes da estação de tratamento ....................................................................................... 16

2.2.4 Informações sobre a quantidade de resíduos líquidos industriais ...................................... 18

2.2.5 Qualidade dos efluentes líquidos ......................................................................................... 18

2.2.6 Análise do corpo receptor, a montante do ponto de descarga ........................................... 20

2.3 Projeto hidráulico do tratamento de resíduo líquido ............................................................. 20

2.3.1 Descrição do(s) sistema(s) de tratamento(s) adotado(s) ..................................................... 21

2.3.2 Justificativa da escolha do(s) tipo(s) de tratamento(s) adotado .......................................... 21

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2.3.3 Cálculo do dimensionamento hidráulico das diversas unidades que compõem o sistema.

Escolha e justificativa das vazões adotadas .................................................................................. 21

2.3.4 Características prováveis dos resíduos líquidos tratados .................................................... 29

2.3.5 Características do sistema de esgoto sanitário .................................................................... 31

2.3.6 Características prováveis do corpo receptor, logo após receber os resíduos líquidos

tratados ......................................................................................................................................... 35

INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO DO AR ............................................................................................. 36

3. INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO DO AR ..................................................................................... 37

3.1 Combustíveis: .......................................................................................................................... 37

3.2 Caldeiras. ................................................................................................................................. 37

3.3 Outros equipamentos de queima de combustíveis: ............................................................... 37

3.4 Outras fontes de poluição do ar: ............................................................................................. 38

3.5 Chaminés: ................................................................................................................................ 38

3.6 Plano de controle de poluição do ar: ...................................................................................... 38

3.7 Memorial Descritivo e de Cálculos .......................................................................................... 39

3.8 Informações sobre emissão de sons e ruídos ......................................................................... 47

INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO POR RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................................. 48

4.INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO POR RESÍDUOS SÓLIDOS .......................................................... 49

4.1 Informações sobre os resíduos sólidos gerados ..................................................................... 49

4.2 Informações sobre disposição final ......................................................................................... 50

4.3 Tratamento adotado ............................................................................................................... 52

OBSERVAÇÕES ....................................................................................................................................... 53

5.OBSERVAÇÕES .................................................................................................................................... 54

5.1Instruções e recomendações para operação do sistema de tratamento ................................ 54

5.2 Especificação setor de encarregado da operação e manutenção do(s) sistema(s) de controle

de poluição .................................................................................................................................... 54

5.3 Especificação do número de funcionários especialmente contratados para operação e

manutenção do(s) sistema(s) de controle de poluição ................................................................. 54

5.4 Cronograma provável de execução das obras ........................................................................ 54

CONCLUSÕES ......................................................................................................................................... 55

CONCLUSÕES ..................................................................................................................................... 56

Gerais ............................................................................................................................................ 56

Especificas ..................................................................................................................................... 56

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................. 58

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................... 59

TERMO DE COMPROMISSO ................................................................................................................... 60

Responsável Técnico: ........................................................................................................................ 60

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Contratante: ...................................................................................................................................... 60

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INTRODUÇÃO

Este PCA – Plano de Controle Ambiental é fruto da consciência do empreendedor e do

seu necessário e desejável licenciamento ambiental.

Para que os objetivos e alcance do Projeto fossem alcançados, decidiu-se, inicialmente,

pela execução de um diagnóstico de pré-viabilidade do empreendimento. Uma visita técnica,

para avaliar a sustentabilidade ambiental de todos os pontos de possíveis impactos ambientais,

deu ciência a isso e assegurou o seu melhor detalhamento.

Com as ideias lançadas um roteiro metodológico específico e dirigido à realidade

operacional da empresa surgiu. Espera-se, à luz dos seus procedimentos, alcançar com

objetividade e menor custo, a aprovação do necessário e tão esperado Licenciamento

Ambiental. O objetivo é que está empresa abandone a margem do improviso e venha, muito

mais do que produzir com as portas abertas, se tornar uma referência na racionalidade do trato

e na solução das questões ambientais. Para que os resultados sejam alcançados, e objetivamente

solucionados, os seguintes tópicos foram desenvolvidos:

1.Localização geográfica do complexo empresarial e análise preliminar dos elementos do meio

físico que interferem e/ou condicionam sua área direta de influência ambiental.

2.A ciência dos procedimentos que serão aplicados na obtenção do Licenciamento Ambiental

e os fundamentos (a seleção) das hipóteses de trabalho que melhor justificarão os custos e os

resultados.

3.As justificativas, no atual contexto ecológico, da implantação de sistemas de contenção de

resíduos líquidos e sólidos, bem como a recuperação e a reciclagem dos efluentes líquidos.

4.A análise de custo do Projeto de Controle Ambiental das diversas e distintas fases de trabalho.

.

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CONCEPÇÃO, FINALIDADES E OBJETIVOS

Já são antigos os problemas associados à degradação do meio ambiente pela população,

pelos órgãos públicos e pela empresa privadas. Atualmente, inclusive, há certo consenso de que

o país já não pode crescer a qualquer custo, provando com isto uma deterioração irreversível

do ambiente. A proteção ao meio ambiente ganhou amplitude mundial e passou a ser

devidamente reconhecida a partir do momento em que a degradação ambiental atingiu índices

alarmantes e a pessoa humana tomou consciência de que a preservação de um ambiente sadio

está intimamente ligada a preservação de sua própria espécie.

Nestas condições, tem-se tornado cada vez mais importante incorporar tais problemas

na análise do projeto, nos seus aspectos positivos e negativos. Do ponto de vista dos aspectos

positivos, devem ser consideradas as chamadas economias externas decorrentes do projeto, tais

como: nível de emprego, treinamento dado aos empregados, construção de escolas e de creches,

desenvolvimento da comunidade onde se instala o empreendimento, etc.

No que diz respeito aos aspectos negativos, ou seja, as deseconomias externas podem

ser citadas pelo menos os seguintes impactos: poluição (do ar, da água, do solo, no nível de

ruído, etc.), degradação ecológica (da vida animal e vegetal, do clima, etc.), periculosidade para

os próprios trabalhadores e para a comunidade, etc.

Já existe no Brasil um conjunto crescente de regulamentação governamental feita no

sentido de proteger o ambiente. Deve ser observado, entretanto, que é a própria empresa que

deve procurar incorporar estes problemas na elaboração do projeto, fazendo uma análise de

custo/benefício. Entretanto, em razão da necessidade da preservação do meio ambiente

associando-se a ideia da preservação da espécie humana, a proteção ambiental torna-se uma

prioridade da agenda internacional contemporânea, com o desenvolvimento de Tratados

Internacionais e programas com o fito de preservá-lo; requerem do direito internacional público,

em processo de continua expansão, soluções aos problemas globais que apresentam, além de

um enriquecimento conceitual para fazer face às realidades dos novos tempos o

desenvolvimento das leis nacionais e dos órgãos que delegam no âmbito nacional e regional.

Do mesmo modo, para se buscar uma maior efetividade das normas existentes de direito

ambiental é igualmente necessário a maior participação da sociedade neste empreendimento e,

por várias vezes, as informações não chegam de forma verdadeira e transparente para a

população posto que em alguns casos que envolvem danos ao meio ambiente tem-se uma

informação manipulada. Com efeito, o papel da pessoa humana adquire destaque na

implementação de um meio ambiente sadio em razão do deslocamento de um status até então

passivo para compartilhar das responsabilidades na gestão de interesses de todo a coletividade.

Este status pode ser detectado, no Brasil, através do artigo 225 da Constituição Federal de 1988:

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo

e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever

de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

Partindo deste pressuposto, este projeto tem o objetivo de adequar a empresa,

ambientalmente, o que está diretamente ligado ao bem estar das pessoas envolvidas nas

atividades relacionadas ao empreendimento, bem como das pessoas envolvidas indiretamente,

ou seja, os vizinhos. Logo a finalidade deste projeto é a elaboração de um PLANO DE

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CONTROLE AMBIENTAL (PCA) que contemplará um sistema de tratamento de efluentes,

projeto de tratamento de resíduos atmosféricos, plano de gerenciamento de resíduos sólidos e

projeto de esgoto sanitário, para este empreendimento.

Este projeto foi elaborado observando-se as disposições do órgão ambiental e visa

manter os parâmetros ambientais dentro dos padrões permissíveis conforme Licença Prévia.

Conforme:

LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio

Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

RESOLUÇÃO CONAMA N0 237, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1997 – Regulamenta os

aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente.

JUSTIFICATIVA

No mundo atual, globalmente interligado, não há mais fronteira geopolítica. As

empresas que não atingirem níveis internacionais de qualidade, produtividade e

competitividade irão à falência. Assim, no modelo de globalização, imposto pelo mercado, não

é nada recomendável desenvolver quaisquer projetos sem alcance ambiental e sem a análise de

custos e resultados.

A história tem demonstrado que não faz mais sentido gerenciar uma empresa sem

ciência e tecnologia. Os tempos são outros. Os recursos são escassos. O universo de

informações cresceu muito nestas últimas décadas, e as empresas, para se tornarem mais

competitivas e acompanharem os desafios do mercado globalizado, estão sofrendo rápidas,

constantes e profundas transformações. Com este empreendimento não deve ser diferente.

Em face do exposto são definidos neste PCA, os procedimentos e diretrizes que melhor

irão justificar a sustentabilidade ambiental do empreendimento. Por outro lado, é fundamental,

também, dar ao empreendedor ciência das diversas e necessárias fases de desembolso.

Não é necessário salientar a importância que o mundo empresarial tem no campo

socioeconômico de uma região ou de um município. Dentro desse cenário são as pequenas e

médias empresas que produzem a maior parte do mercado de trabalho das regiões interiorizadas

do Brasil. Para que o País possa uniformemente crescer dentro do conceito de sustentabilidade

é necessário, contudo, disponibilizar, às regiões interiorizadas, os recursos tecnológicos já

conhecidos e dominados nas áreas metropolitanas mais desenvolvidas do Brasil.

É claro que, juntamente com as inovações tecnológicas, as questões de controle

ambiental não podem mais ser desprezadas. No atual contexto ecológico é fundamental e de

indiscutível interesse a implantação de sistemas que racionalmente contenham a geração de

resíduos líquidos, sólidos e gasosos. A recuperação e reciclagem das matérias primas utilizadas

nas linhas de produção são outros fatores que fazem a diferença e que cada vez mais estão

auxiliando, conceituando melhor as empresas, na busca do alcance das séries de ISO’s no

Brasil.

No caso específico deste empreendimento as adequações e projetos que serão

implantados e que estão sendo sugeridos nesta fase do licenciamento ambiental,

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proporcionarão, além da legalização do empreendimento junto ao órgão ambiental, uma melhor

condição de trabalho e uma melhor convivência com os empreendimentos vizinhos.

Desta forma, este PCA faz o papel de divisor de águas, do empreendimento antigo, para

o empreendimento novo; não somente do ponto de vista de instalações e prédios, mas também

novo no ponto de vista de deveres sociais com a comunidade onde o mesmo está inserido.

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INFORMAÇÕES CADASTRAIS E DISPOSIÇÕES GERAIS

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1. INFORMAÇÕES CADASTRAIS

Razão Social: INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE SUBPRODUTOS ANIMAIS LTDA.

CNPJ: 27.250.737/0001-19

Insc. Estadual: 082.723.587-23

Indicação Fiscal: 2678966

End.: Rod. BR 262, Km 16

Bairro: Centro

Cidade: Viana

Estado: ES

CEP: 29135-000

1.1 Disposições Gerais

Com base nos requisitos de licenciamento de instalação e operação exigidas pelo

Instituto Ambiental, contidos na licença prévia, este projeto tem a finalidade de adequar a

referida empresa na legislação ambiental e demais normas pertinentes.

Para isto, este PCA apresentará o projeto de controle do sistema de tratamento de

efluentes líquidos, projeto de tratamento de resíduos atmosféricos, projeto de tratamento do

esgoto sanitário, com respectivos memoriais descritivos e de cálculo, plano de gerenciamento

dos resíduos sólidos gerados pela atividade, entre outros aspectos relacionados à proteção

ambiental.

1.2 Origem da Indústria

A empresa, nomeada aqui INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE SUBPRODUTOS

ANIMAIS LTDA, situada à Rod. BR 262, Km 16 – Centro – Viana/ES, tem como atividade

principal o processamento de resíduos cárnicos e penas, oriundos de abatedouros frigoríficos,

a qual tem finalidade da obtenção de farinhas e óleos para serem destinados, através de

comercialização, para fábricas de rações. A origem da indústria se deu devido à localização do

empreendimento, no que tange uma facilidade logística para tal.

1.3 Fonte abastecedora de água

A água a ser utilizada, no processamento e limpeza em geral, será oriunda de poço

artesiano, o qual terá vazão aproximada de 8m³/h. Tal poço está em processo de outorga junto

a SIGERH/ES, com a LEI nº 5.818 de 29 de dezembro de 1998.

1.4 Corpo receptor (vazão e parâmetros)

A água residuária do processo, a qual estará livre de poluição acima dos índices

permitidos devido ao tratamento no processo, será canalizada e destinada ao Rio Santo

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Agostinho, o qual faz divisa do terreno de localização da Fábrica. Estima-se uma vazão máxima

de 6m³/h e que o restante da água utilizada será evaporada pelo sistema de biofiltros para a

atmosfera.

1.5 Área onde será implantada a atividade

A área utilizada pela indústria, situada à Rod. BR 262, Km 16 – Centro – Viana/ES onde

se poderão verificar a área construída e a área livre do lote em questão.

Descrição:

Área Total do lote: 106.000,00 m2

Área construída: 2.474,80 m2

Área livre: 103.525,20 m2

1.6 Número de funcionários

100 funcionários de mão de obra direta são contemplados atualmente no

empreendimento, com o aumento produtivo.

1.7 Horário de turno de trabalho

O horário de trabalho adotado pela indústria é de 24 h diárias; com 3 turnos de trabalho

distribuídos no período de 24 horas.

1.8 Matéria-prima e insumos

Matérias-primas:

Vísceras in natura (200 ton/dia);

Penas in natura (120 ton/dia).

Insumos:

Antioxidante (etoxiquim líquido);

Sacaria de ráfia.

1.9 Produto a ser fabricado

Farinha de vísceras de aves;

Farinha de penas;

Óleo (gordura) de origem animal.

1.10 Descrição do processo produtivo, indicando os pontos de geração de resíduos

As matérias-primas serão transportadas, até a fábrica, via caminhão com caçambas

hermeticamente fechadas. As vísceras serão descarregadas em uma moega e transportada por

rosca até os digestores onde serão processadas através de aquecimento, por meio de vapor.

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Depois de processadas no digestor são descarregadas num percolador de óleo, onde é extraído

o óleo através de uma separação dos sólidos do óleo. Os sólidos sofrem um processo de

prensagem contínua para se retirar o máximo de gordura, e depois a torta que sai da prensa é

moída em moinho a martelos, para obtenção da farinha; enquanto que o óleo sofre processo de

limpeza por meio de filtro prensa e centrífuga.

A armazenagem da farinha se dá por meio de sacos/bag, e o óleo em depósitos a granel.

Nas vísceras o único efluente que sai são os vapores de cocção que serão destinados ao sistema

de tratamento tipo biofiltro.

As penas in natura são descarregadas em um silo de recebimento apropriado e enviadas

até os digestores por meio de roscas. Nos digestores sofrem processo de hidrolise e depois

passam pelo processo pré-secagem da umidade remanescente. Os efluentes (água), que por

ventura existirem nas penas in natura, serão destinados ao processo de tratamento.

1.11 Balanço hidráulico

O empreendimento utilizará aproximadamente 72m³/d de água. Toda a água utilizada

será para consumo humano (7m³/d), lavagem de pisos (3m³/d), equipamentos (2m³/d), lavagem

da frota (1,5m³/d) e produção (58,5m³/d).

1.12 Diversificação industrial

O empreendimento contará com um sistema de lavagem para sua frota, e além disto, um

tanque de combustível para abastecimento da mesma. Estes dois projetos serão colocados em

andamento no decorrer dos próximos 12 meses. E, para tanto, foi contratado um profissional na

área de geologia para realizar um estudo hidro geológico da área onde serão implantados

futuramente estes projetos.

Vale ressaltar que, o tanque de combustível será instalado acima da superfície do solo,

contando com todos os equipamentos de contenção de vazamento. E, o sistema de lavagem

contará com uma caixa de separação de óleo/água do tipo coalescente; da qual os efluentes

serão destinados para o sistema de tratamento de efluentes da empresa.

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INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO HÍDRICA

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2. INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO HÍDRICA

Algumas normas pertinentes à poluição hídrica:

DECRETO Nº 24.643, DE 10 DE JULHO DE 1934 – Decreta o Código as águas.

LEI N0 9.984, DE 17 DE JULHO DE 2000 – Estrutura Regimental (ANA) Dispõe sobre a

criação da Agência Nacional de Águas ANA, entidade federal de implementação da Política

Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hídricos, e dá outras providências.

DECRETO N0 4.871, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2003 – Dispõe sobre a instituição dos

Planos de Áreas para o combate à poluição por óleo em águas sob jurisdição nacional e dá

outras providências.

MEDIDA PROVISÓRIA N0 165, DE 11 DE FEVEREIRO DE 2004 – Dispõe sobre o

contrato de gestão entre a Agência Nacional de Águas e as entidades delegatárias das funções

de Agência de Água, nos termos do art. 51 da Lei n0 9.433, de 8 de janeiro de 1997, e dá outras

providências.

RESOLUÇÃO CONAMA No 357, DE 17 DE MARÇO DE 2005 - Dispõe sobre a

classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como

estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.

2.1 Informações sobre a água utilizada na indústria

A água utilizada é proveniente de poço artesiano, e será empregada no processo sem

tratamento ou qualquer adição de produtos químicos ou outra natureza. A água que abastecerá

a caldeira de geração de vapor sofrerá o tratamento químico necessário para a redução de

dureza, caso esta exista após a sua constatação por meio de análise química. No emprego desta

para produção, a mesma será utilizada na hidrólise da pena e para limpeza de equipamentos e

instalações.

2.1.1 Qualitativa:

Água potável.

2.1.2 Quantitativa:

A quantidade global de água a ser utilizada é de aproximadamente 72m³/d.

2.2 Informações sobre resíduos líquidos

Haverá somente quatro tipos de resíduos líquidos, primeiro para consumo humano

(7m³/d), segundo para lavagem de pisos e equipamentos (5m³/d), terceiro para lavagem da frota

(1,5m³/d) e quarto para produção (58,5m³/d). Estes resíduos serão destinados por gravidade

para o a estação de tratamento de efluentes; já devidamente isentos de resíduos sólidos. Os

Page 16: Trabalho - Pca - Rev 01

resíduos líquidos provenientes do consumo humano serão encaminhados para sistema

tratamento biológico (fossa séptica, filtro anaeróbio e sumidouro); que será separado do sistema

de tratamento dos outros efluentes. Os demais seguirão uma caixa separadora água/sólidos

(decantador) e em seguida para um tratamento biológico para posterior descarte no corpo

receptor.

2.2.1 Descrição do sistema de captação e disposição de águas pluviais

As águas pluviais não terão captação especificamente para utilização no

empreendimento, somente serão provenientes aquelas que escoarem dos telhados que fazem

parte da cobertura total do empreendimento, não tendo contado direto com equipamentos e/ou

pisos, sendo assim livre de qualquer contaminação. Estas águas serão destinadas via canalização

diretamente para fora da área do empreendimento; uma vez que o ministério da Agricultura

proíbe categoricamente a utilização deste tipo de água dentro do processo produtivo de farinhas

para alimentação animal.

2.2.2 Informações sobre rede, vazão e destino final dos esgotos sanitários

Esgotos sanitários:

Os efluentes do esgoto sanitário serão destinados à fossa séptica, filtro anaeróbio e

sumidouro. A rede de destinação deste tipo de resíduo são tubulações enterradas e apropriadas

para tal procedimento. A quantidade de efluentes sanitários prevista é de 7.000 l/dia, com carga

orgânica de 300mg DBO/l.

Despejos sanitários.

Aqueles utilizados em banheiros, cozinhas, entre outros.

Vazão:

1. 1.470 l/dia = 1,47 m3/dia de despejo líquido

2. Esgoto sanitário = 100 pessoas x 70 l/funcionário = 7.000 l/dia

3. Vazão de projeto = 7 m3/dia

2.2.3 Informações sobre a disposição e quantidade de resíduos sólidos e gasosos,

inclusive os provenientes da estação de tratamento

Resíduos sólidos:

Pontos de geração de resíduos Classe Tipo de

Resíduos Quant./mês

Escritórios I, II e III

Papel 70 kg

Plásticos 25 kg

Orgânicos 15 kg

Lâmpadas 2 unid.

Pilhas 10 unid.

Vestiário I, II e III Papel 20 kg

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Plásticos 15 kg

Orgânicos 25 kg

Lâmpadas 2 unid.

Não-recicláveis 150 kg

Banheiros I, II e III

Papel 30 kg

Plásticos 15 kg

Orgânicos 5 kg

Lâmpadas 2 unid.

Não-recicláveis 150 kg

Setor de caldeira I, II e III

Papel 15 kg

Plásticos 15 kg

Orgânicos 30 kg

Lâmpadas 1 unid.

Cinzas 4 ton

Setor de mecânica/elétrica I, II e III

Papel 20 kg

Plásticos 50 kg

Metais 600 kg

Lâmpadas 2 unid.

Estopas 50 kg

Almoxarifado I, II e III

Papel 70 kg

Plásticos 75 kg

Metais 15 kg

Lâmpadas 1 unid.

Estopas 5 kg

Descarga (moegas) I, II e III Orgânicos 100 kg

Estopas 15 kg

Área produção I, II e III

Estopas 100 kg

Lâmpadas 5 unid.

Orgânicos 250 kg

Metais 50 kg

Ensaque II e III

Plásticos 50 kg

Orgânicos 150 kg

Estopas 10 kg

Expedição de farinhas II e III

Plásticos 10 kg

Orgânicos 150 kg

Estopas 10 kg

Expedição de óleo II e III

Plásticos 10 kg

Orgânicos 50 kg

Estopas 5 kg

Biofiltro II e III Orgânicos 50 kg

Estação de tratamento de efluentes I, II e III

Plásticos 30 kg

Papel 25 kg

Orgânicos 350 kg

Page 18: Trabalho - Pca - Rev 01

Estopas 5 kg

Laboratório I, II e III

Plásticos 5 kg

Papel 5 kg

Orgânicos 15 kg

Vidros 70 unid.

Resíduos gasosos:

Gases da hidrólise de penas;

Gases de cocção de vísceras;

Fumaça das caldeiras.

2.2.4 Informações sobre a quantidade de resíduos líquidos industriais

Haverá somente quatro tipos de resíduos líquidos, primeiro para consumo humano

(7m³/d), segundo para lavagem de pisos e equipamentos (5m³/d), terceiro para lavagem da frota

(1,5m³/dia) e quarto para produção (58,5m³/dia).

2.2.5 Qualidade dos efluentes líquidos

Efluentes líquidos de residuários de lavagem de pisos e equipamentos.

O efluente líquido da área de lavagem de equipamentos e pisos. Este efluente terá em

sua composição, água, terra, resíduos orgânicos, resíduos diversos. Porém, os sólidos ficarão

retidos em caixa separadora, conforme projeto estrutural do empreendimento; para que sejam

reaproveitados.

DBO5 = 450mg/l

DQO = 750mg/l

Sólidos totais = 1.012mg/l

Volume:

Lavagem de equipamentos: 2m³/d x 30dias/mês = 60m³/mês

Lavagem de pisos/instalações: 3m³/d x 30dias/mês = 90m³/mês

Totalizando: 150m³/mês de resíduos líquidos gerados no empreendimento nesta fase.

Efluentes líquidos de residuários de lavagem da frota.

O efluente líquido da área de lavagem da frota. Este efluente terá em sua composição,

água, terra, resíduos orgânicos, resíduos diversos de graxas e óleos. Porém, os sólidos ficarão

retidos em caixa separadora tipo coalescente, conforme projeto estrutural do empreendimento;

para que sejam reaproveitados.

DBO5 = 280mg/l

DQO = 950mg/l

Page 19: Trabalho - Pca - Rev 01

Sólidos totais = 1.400mg/l Volume:

Lavagem da frota: 1,5m3/dia x 30dias/mês = 45m³/mês

Totalizando: 45m³/mês de resíduos líquidos gerados no empreendimento nesta fase.

Efluentes líquidos de consumo humano.

Os efluentes gerados pelo consumo humano têm a seguir sua qualidade demonstrada

(Tabela 1); vale dizer que está análise foi feita em um efluente sanitário parecido com o que o

empreendimento irá gerar.

Tabela 1 – Análise de resíduos sanitários.

Parâmetro Valor

(mg/L)

DBO 272

Acidez 114

Sólidos suspensos 156

Óleos/graxas 16.2

Sólidos sedimentáveis 3.5

Oxigênio dissolvido 0.0

Nitritos 0.0

Turbidez 92 ntu

Sólidos totais fixos 204

Detergente 5.46

Sólidos totais voláteis 280

Alcalinidade total 219.73

Sólidos totais

dissolvidos 328

Cloretos 46.18

Sólidos totais 484

Nitrato 5.575

Fosfato 17.28

PH 7.43

DQO 432

Ácido sulfídrico 7.272

Obs. Estes valores estão fora do recomendado pela Resolução CONAMA Nº 357 de 17

de Março de 2005, porém, este resíduo sanitário não será lançado em rios ou lagos, e sim serão

dispostos em rede sistema de tratamento de despejos sanitário.

Esgoto sanitário = 100 pessoas x 70 l/funcionário = 7.000 l/dia = 7 m3/dia x 30 dias/mês =

210m³/mês

Aqui cabe ressaltar a necessidade de implantação de um novo sistema, mais eficiente e

moderno, de tratamento de efluentes líquidos proveniente de esgotamento sanitário. O que será

abordado no momento oportuno neste PCA.

Page 20: Trabalho - Pca - Rev 01

Efluentes líquidos de residuários do processo produtivo.

O efluente líquido da área de produção. Este efluente terá em sua composição, água,

terra, resíduos orgânicos, resíduos diversos de ácidos graxos e óleos. Porém, os sólidos ficarão

retidos em um decantador primário, conforme projeto estrutural do empreendimento; para que

sejam reaproveitados.

DBO5 = 3.900 mg/l

DQO = 15.000mg/l

Sólidos totais = 2.400mg/l

Volume:

Resíduos líquidos: 58.5m³/dia x 30 dias/mês = 1.755m³mês

Totalizando: 1.755m³/mês de resíduos líquidos gerados no empreendimento nesta fase.

Sumarizando, o empreendimento terá o consumo aproximado de 2.100m³/mês.

2.2.6 Análise do corpo receptor, a montante do ponto de descarga

A análise no corpo receptor do efluente, referente ao empreendimento, será feita

futuramente, visto que todo efluente líquido ainda não gerou lançamento neste corpo receptor.

Após tratamento devido, este efluente será passível de lançamento neste corpo; logo assim que

se iniciar os lançamentos será empregado análises mensais no mesmo.

2.3 Projeto hidráulico do tratamento de resíduo líquido

O projeto hidráulico está dimensionado para atender 144m³/dia conforme dados

estimados para ampliações futuras.

Page 21: Trabalho - Pca - Rev 01

PROCESSO

CONDENSADO DO BIOFILTRO

CAIXA DE SEPARAÇÃO ÁGUA ÓLEO

LAGOAS ANAIRÓBICAS

CAIXA DE GORDURA

REATOR UASBCOMPOSTAGEM

LAGOA AERADABIOFILTROS DE

FUNDO AERADO

LAGOA FITOPEDELOGICA

FUNGO

CORPO RECEPTOR

RESÍDUOS

Figura 01 – Fluxograma do processo de tratamento de resíduos líquidos.

2.3.1 Descrição do(s) sistema(s) de tratamento(s) adotado(s)

As águas residuárias, provenientes da lavagem da frota será destinada para caixa

coalescente e desta para o sistema de tratamento do restante dos efluentes como se segue. Os

efluentes tanto de lavagem de pisos e/ou equipamentos, quanto da produção, passarão

inicialmente por um sistema de se grades (para retenção de materiais sólidos grossos), um

decantador primário, seguindo para um reator UASB, deste para a lagoa anaeróbia 1 (revestida

por geomembrana), seguindo para a lagoa anaeróbia 2 (compactada por rolo pé de carneiro),

sendo destinado para a lagoa aerada (6 aeradores de 5cv), desta para dois biofiltros (10m³ cada)

com fundo aerado (compressor de 10 pés), passando por um canal de filtração por zeólita, e

finalmente deste último para uma lagoa fitopedelógica (com junco plantado). E, desta lagoa

fitopedelógica será destinado para o Rio Santo Agostinho

Tanto na caixa de gordura, quanto no reator UASB, são gerados uma grande quantidade

de material gorduroso em sua limpeza; há a necessidade de relatar que estes resíduos serão

destinados para a compostagem. Para que então sejam doados para utilização como fertilização

por pequenos produtores da região.

Os aspectos construtivos poderá ser melhor entendido no item 5.4 deste projeto.

2.3.2 Justificativa da escolha do(s) tipo(s) de tratamento(s) adotado

A maior justificativa se embasa, fundamentalmente, que todo o processo é biológico;

logo todos resíduos oriundos destes são biológicos, podendo ser empregados na compostagem

para futuro reaproveitamento em fertilização.

2.3.3 Cálculo do dimensionamento hidráulico das diversas unidades que compõem o

sistema. Escolha e justificativa das vazões adotadas

TRATAMENTO PRIMÁRIO.

Page 22: Trabalho - Pca - Rev 01

O efluente proveniente do biofiltro passará por um canal onde serão instaladas duas

grades de retenção de sólidos, sendo a primeira com barras de 5/16” e espaçamento entre barras

de 6mm, com ângulo de inclinação de 45º. A segunda terá espaçamento entre barras de 10mm

e barras de ¼ “, com inclinação de 45º. As grades serão removíveis, com espaçamento entre

elas de 60cm. E deste, para um decantador primário.

SEPARADOR DE GORDURA

Comprimento útil 6m

Largura útil 6m

Profundidade útil 2,5m

Volume interno do separador de gordura 90m³

Área

Superficial 36m²

Taxa de aplicação 2,5 m³/m²

DECANTADOR PRIMÁRIO

Tipo: Clássico ou convencional, com fluxo vertical e remoção de lodo através de bomba (ou

gravidade em caso suspenso), necessário devido ao tratamento físico-químico anterior.

Vazão de projeto 10m³/hora

Quantidade de decantadores 1 unidade

Taxa de aplicação superficial 24m3/m²/dia

Altura turbina até o fundo h

Área superficial adotada 7,6m³

Diâmetro 2,5m

Tempo de detenção 2 horas

Ângulo do vértice do cone 55º

Altura da parte cilíndrica 1,5m

Altura da parte cônica 1,0m

Altura útil total 2,5m

Tubulação de entrada 100mm

Tubulação de saída do lodo 100mm

REATOR UASB – critérios e parâmetros para o dimensionamento

Pesquisas desenvolvidas na CETESB na década de 80, com reator UASB tratando

esgoto sanitário, levaram ao estabelecimento de critérios e parâmetros muito úteis para o seu

dimensionamento bem como para avaliação de condições operacionais.

Vazão de esgotos de projeto

Os reatores UASB são empregados à jusante apenas do tratamento preliminar, o que o

torna desprotegido das variações de vazão de esgotos, uma vez que os tempos de detenção

utilizados são relativamente pequenos. Desta forma, costuma recomendar-se que o reator

Page 23: Trabalho - Pca - Rev 01

apresente condições de atender a situação mais desfavorável, isto é, vazão máxima horária de

esgotos.

Tempo de detenção dos esgotos no reator

De acordo com os estudos da CETESB, tempos de detenção hidráulicos da ordem de

apenas 6 horas, com base na vazão máxima horária de esgotos, são suficientes para garantir

uma eficiência média na remoção de DBO dos esgotos em torno de 65%. Alguns autores

sugerem a adoção de tempo de detenção hidráulico de 8 horas, com base na vazão média de

esgotos sanitários.

Taxa de aplicação de substrato

Como os esgotos sanitários são relativamente diluídos, os reatores UASB têm o seu

limite de capacidade definido pela taxa de aplicação hidráulica, que resulta em determinada

velocidade que poderá ou não ser suficiente para provocar o arraste de parte do manto de lodo,

descontrolando o processo. No tratamento de efluentes industriais mais concentrados, os

reatores UASB são limitados pela aplicação de matéria orgânica, em geral na faixa de 5 a 10

kg DQO/m³.dia, embora tenham sido registradas taxas de até 20 kg/m³dia com bons resultados

no tratamento.

Velocidade ascensional na zona de manto de lodo

A manutenção de determinada faixa de velocidade ascensional dos esgotos ao longo do

corpo do reator é importante para garantir grau adequado de expansão da manta de lodo, sem

que haja arraste excessivo para a zona de decantação. Recomenda-se a faixa de 0,7 a 1,0m/h

para reatores UASB tratando esgoto sanitário.

Velocidade de passagem da zona de manto de lodo para a zona de decantação

Lodos bem granulados resistem ao arraste com velocidades de passagem de até 10m/h.

Mas como ocorrem situações em que o lodo não granula, apenas flocula e mesmo assim o reator

mantém boa eficiência na remoção de DQO, recomenda-se limitar a velocidade ascensional à

4m/h.

Taxa de escoamento superficial na zona de decantação

A parte superior do reator UASB, externa ao “chapéu” coletor de gás, funciona como

decantador, permitindo a recuperação de grânulos escapados da zona de manto de lodo.

Recomendam-se taxas de escoamento superficial inferiores à 1,25m³/m³.dia para a garantia do

retorno de parte significativa do lodo para a zona de manto. A inclinação das abas do chapéu

(ângulo com a horizontal), deverá ser superior a 55º.

Distribuição dos esgotos à entrada (fundo) do reator

A distribuição dos esgotos à entrada do reator é fundamental para garantir um

funcionamento integral da zona de manto de lodo, sem escoamentos preferenciais ou curtos-

circuitos que podem reduzir o tempo de detenção e o contato dos esgotos com o lodo ativo.

Recomenda-se pelo menos duas a três entradas por m³ de fundo de reator. As extremidades dos

tubos de alimentação deverão distar cerca de 30cm do fundo do reator.

Produção de lodo nos reatores UASB

Page 24: Trabalho - Pca - Rev 01

De acordo com os resultados dos estudos da CETESB anteriormente mencionados, pode

ser esperada uma produção de lodo de 0,2 kg SS / kg DQO aplicada.

Produção de gás

Ainda de acordo com os estudos da CETESB, deve ser esperada uma produção de 0,12

Nm³ gás / kg DQO aplicada. O gás deverá possuir cerca de 65 a 75% de metano.

Critérios para a partida e operação dos reatores UASB vazão de esgotos de projeto Lodo

de inoculo

Havendo possibilidade de obtenção de lodo de inoculo, a partida do reator poderá

ocorrer mais rapidamente. É preferível lodo granulado proveniente de outro reator UASB

utilizado no tratamento de efluente semelhante. Quanto maior a quantidade de inoculo, maior

será a vazão de partida, chegando-se mais rapidamente à vazão de projeto. Porém, há que se

considerarem os custos com o transporte de lodo. O lodo introduzido no reator deverá ser

caracterizado em termos de volume e concentração de sólidos em suspensão voláteis, para que

se possa obter a massa de SSV introduzida.

Caracterização dos efluentes

Os efluentes deverão ser caracterizados, principalmente em termos de vazão e

concentrações de DQO, Nitrogênio Total Kjeldhal, Fósforo Total, pH e Temperatura Estas

características deverão ser corrigidas, caso seja necessário. A presença de substâncias

potencialmente inibidoras do tratamento deverá ser previamente investigada.

Vazão de alimentação de partida e evolução da carga

O reator deverá ser alimentado com os efluentes segundo uma vazão que resulte na

aplicação de 0,1kg DQO/kg SSV. Dia. Essa vazão deverá ser aumentada quando ocorrer

estabilização da eficiência na remoção de DQO e demais características operacionais do

processo. Eventuais desequilíbrios poderão ser enfrentados mediante a introdução de barrilha

no reator, sempre que o pH em seu interior tenda a cair abaixo de 6,5.

Controle analítico do reator

Deverá ser empreendido um controle analítico sobre os esgotos à entrada e à saída do

reator e do lodo em pontos de amostragem em diferentes profundidades. As principais variáveis

de controle dos esgotos são a DQO (e a DBO, por tratar-se de parâmetro da legislação), pH,

temperatura, concentração de ácidos voláteis e alcalinidade de bicarbonatos. Controle de pH e

temperatura deve ser feito pelo menos uma vez por dia, enquanto que as demais características

devem ser analisadas pelo menos uma a duas vezes por semana. Do lodo, é importante o

controle da concentração de sólidos em suspensão voláteis ao longo da profundidade da zona

de manto.

Dimensionamento – Reator UASB

Dados:

Vazão média de efluentes: 144m³/dia

Vazão máxima horária de esgotos: 1,2 x 1,5 x 144 / 86,4 = 3 L/s

Carga de DBO: 561,6kg/dia

Tempo de detenção dos efluentes no reator: 26,0 horas (p/ Qmáx.)

Page 25: Trabalho - Pca - Rev 01

Volume útil dos reatores: 3 x 13 x 3,6 = 140,4 m³

Será utilizado um reator UASB de 140,4m³ cada, com 7,50m de comprimento, 4,20m

de largura e 4,5m de profundidade útil total (zona de manto + zona de decantação).

Tempo de detenção hidráulico resultante:

td = 140,4/ (1, 5 x 3,6) = 26 h (p/ Qmáx.)

Velocidade ascensional na zona de manto de lodo:

Vasc. = (1,5 x 3,6) / (1,00 x 4,20 x 4,5 ) = 0,28 m/h

Velocidade de passagem para a zona de decantação:

Vp = (1,5 x 3,6) / ( 4,5 x 0,4 x 1 x 4,2) = 0,71 m/h

(Obs: consideradas quatro aberturas de 0,40 x 4,50 por reator)

Velocidade de escoamento à superfície da zona de decantação:

qA = (1,5 x 3,6) / (4,5 x 4,2 x 1,16) = 0,25 m³ / m².h

(Obs: A largura efetiva de cada reator na zona de decantação reduziu-se de 2,00 m para 1,16m,

devido aos espaços ocupados pelo chapéu.) - Sistema de alimentação

Considerando-se uma entrada a cada 0,58 m² de fundo de reator, o número de tubos

alimentadores será: (4,20 x 4,50 ) / 0,58 = 32 tubos por reator.

Produção de lodo

Considerando-se a produção de lodo igual a 0,2 kg SS / kg DQO aplicada, tem-se:

Carga DQO = 2160 kg DQO/dia

Produção de lodo: 0,2 x 2160 = 432 kg SS / dia

Produção de gás:

Considerando-se a produção de 0,12 Nm3 gás / kg DQO Aplicada, tem-se: Prod. Gás =

0,12 x 2160 = 259,2 Nm3 / dia (gás com 75% CH4)

Eficiência do reator: 55% em DBO.

Carga de DBO Residual: 0,45 x 561,6 = 252,72 kg DBO / dia

Carga de DQO Residual: 0,45 x 2.160 = 972 kg DBO / dia

Page 26: Trabalho - Pca - Rev 01

TRATAMENTO SECUNDÁRIO

Através do tratamento preliminar haverá uma remoção de carga orgânica da ordem de

65%, considerando isto:

Vazão 2...: 6 m3/hora

DBO........: 3.900 mg/l

CP............: 44m³/dia*3.900mg/l = 561,6 kg/dia

CPr...........: 0,65*561,6kg/dia = 365,04Kg DBO/dia

CPa...........: 561,6 Kg DBO/dia 365,04 Kg DBO/dia = 196,56 Kg DBO/dia

LAGOA ANAERÓBIA I

Eficiência.............: 60 %

CPa.......................: 196,56 Kg DBO/dia

CPe.......................: 78,62 Kg DBO/dia

K...........................: 0,05

Tempo retenção....: 70/0,05*(30) = 46,67 dias

Volume.................: 144m³/dia*46,67dias = 6.720,48 m3

Dimensões:

Fundo..........................: 49 x 29 m

Topo............................: 55 x 33 m

Nível d´água................: 53 x 31 m

Profundidade útil.........: 3,0 m

Profundidade total.......: 2,5 m

Volume útil.................: 4.107,5 m³

Volume total...............: 5.445 m³

Relação de taludes......: 1:1,5

LAGOA ANAERÓBIA II

Eficiência....................: 60 %

CPa..............................: 78,62 Kg DBO/dia

Page 27: Trabalho - Pca - Rev 01

CPe..............................: 31,45 Kg DBO/dia

K..................................: 0,04

Tempo retenção...........: 70/0,05*(30) = 46, 67 dias

Volume........................: 144m³/dia*46,67dias = 6.720,48 m3

Dimensões:

Fundo...........................: 49 x 29 m

Topo.............................: 55 x 33 m

Nível d´água.................: 53 x 31 m

Profundidade útil..........: 3,0 m

Profundidade total........: 2,5 m

Volume útil...................: 4.107,5 m3

Volume total.................: 5.445 m3

Relação de taludes........: 1:1,5

LAGOA AERADA I

Eficiência......................: 70 %

CPa................................: 31,45 Kg DBO/dia

CPe................................: 9,43 Kg DBO/dia

K....................................: 0,14

Tempo retenção.............: 70/0,14*(30) = 16, 67 dias

Volume..........................: 144m³/dia *16,67dias = 2.400m³

Dimensões:

Fundo.............................: 27,1 x 9,1 m

Topo...............................: 37,8 x 23,8 m

Nível d´água...................: 35,7 x 21,7 m

Profundidade útil............: 4,2 m

Profundidade total..........: 4,9 m

Volume útil.....................: 3.253 m³

Volume total...................: 4.408 m3

Relação de taludes..........: 1:1,5

Page 28: Trabalho - Pca - Rev 01

DIMENSIONAMENTO DOS AERADORES

a) Necessidade de oxigênio: Aerador I 1,4 kg O2/Kg DBO remov. Dia

Taxa de redução de DBO esperada = 70%.

Portanto, 1,4*0, 70*23,59 = 23,12 Kg O2 / dia = 0,96 Kg O2 / h

0,96kg0²/h / n(=0,6) = 1,60cv

b) Verificação da agitação do tanque:

volume*5cv / 1000m³ = 3253m³ * 5cv / 1000m³ = 16,26cv

c) Conclusão:

Para remover tanto a agitação quanto a aeração, serão necessários 04 aeradores de 5 CV,

tipo rápido, flutuante. Por questão de conservadorismo, serão empregados 6 aeradores de 5 CV

ESPECIFICAÇÃO DO MODELO TURBO 5

Motor........................: Elétrico, trifásico, 1.750rpm, proteção IP-54, TFVE, 60 Hz, 5 CV

Transferência de oxigênio nas condições Standard.................................: 1,6 Kg O2/CVh

Diâmetro de influência, para dispersão de oxigênio...............................: 40 metros

Diâmetro de influência, para mistura completa......................................: 18 metros

BIOFILTROS

Diâmetro: 1,50m;

Altura total: 2,50m;

Volume útil: 10m³;

Tempo teórico de detenção hidráulica: 2 h;

Vazão de operação: 6 m³/h (em cada biofiltro);

Taxa de carregamento hidráulico: 0,07 m³/m².dia;

Diâmetro das tubulações entrada e saída de efluente: 1”;

Velocidades de escoamento na tubulação de entrada e saída: 0,3 m/s;

Descarga de fundo: acionada por válvula esfera com diâmetro de 2”;

Saída de ar: em tubo de aço galvanizado de ¾”, situada no topo do biofiltro;

Foi previsto um orifício de ¾” no topo do biofiltro para possibilitar uma possível injeção de

nutrientes no interior do biofiltro.

Page 29: Trabalho - Pca - Rev 01

Necessidade de dois biofiltros com estas dimensões; ambos recheados com cavaco de

eucalipto, com fundo falso. Para injeção de ar, será utilizado um compressor de 10 pés. Depois

destes dois biofiltros será empregado um canal de adsorção com leito de zeólita.

CPa = 9,43 Kg DBO/dia

CPe = 3,77 Kg DBO/dia

LAGOA FITOPEDELÓGICA

Vazão...............................: 144 m3/dia

CPa..................................: 3,77 Kg DBO/dia

Ta....................................: 50 Kg DBO/há dia *

Área................................: 2,12kgDBO/dia / 50kgDBO/ha dia * 10.000m2 / há = 424m²

Dimensões:

Fundo.............................: 49 x 29 m

Topo...............................: 55 x 33 m

Nível d´água...................: 53 x 31 m

Profundidade útil............: 0,6 m

Profundidade total..........: 0,8 m

Volume útil.....................: 985 m³

Volume total...................: 1.452 m3

Relação de taludes..........: 1:1,5

Eficiência........................: 70 %

CPe..................................: 29,96 mg DBO/l

2.3.4 Características prováveis dos resíduos líquidos tratados

Remoção de indicadores de poluição no efluente bruto no sistema decantador/caixa de

gordura/UASB:

BDO5 efluente: 3900 – 3900 X 0,65 = 1365mg/litro

CP = 3900*144,0 / 1000 = 561,60kgDBO5 dia

CPefluentes = 561,60 – 561,60kgDBO5 dia * 0,65 = 196,56kgDBO5 dia

Page 30: Trabalho - Pca - Rev 01

DQO efluente: 15000 – 15000 * 0,65 = 5250mg/litro

CP = 15000*144,0 / 1000 = 1160kgDBO5 dia

CPefluente = 2160 – 2160kgDBO5 dia * 0,65 = 756kgDBO5 dia

Remoção de indicadores de poluição no efluente dos sistema anterior na lagoa anaeróbia 1:

BDO5 efluente: 1365 – 1365 X 0,6 = 546mg/litro

CP = 1365*144,0 / 1000 = 196,56kgDBO5 dia

CPefluentes = 196,56 – 196,56kgDBO5 dia * 0,6 = 78,62kgDBO5 dia

DQO efluente: 5250 – 5250 * 0,6 = 2100mg/litro

CP = 5250*144,0 / 1000 = 756kgDBO5 dia

CPefluente = 756 – 756kgDBO5 dia * 0,6 = 302,4kgDBO5 dia

Remoção de indicadores de poluição no efluente da lagoa anaeróbia 1 na lagoa anaeróbia 2:

BDO5 efluente: 546 – 546 X 0,6 = 218,4mg/litro

CP = 546*144,0 / 1000 = 78,62kgDBO5 dia

CPefluentes = 78,62 – 78,62kgDBO5 dia * 0,6 = 31,45kgDBO5 dia

DQO efluente: 2100 – 2100 * 0,6 = 840mg/litro

CP = 2100*144,0 / 1000 = 302,4kgDBO5 dia

CPefluente = 302,4 – 302,4kgDBO5 dia * 0,6 = 120,96kgDBO5 dia

Remoção de indicadores de poluição no efluente da lagoa anaeróbia 2 na lagoa aerada:

BDO5 efluente: 218,4 – 218,4 X 0,7 = 107,02mg/litro

CP = 218,4*144,0 / 1000 = 31,45kgDBO5 dia

CPefluentes = 31,45 – 31,45kgDBO5 dia * 0,7 = 9,43kgDBO5 dia

DQO efluente: 840 – 840 * 0,7 = 252mg/litro

CP = 540*144,0 / 1000 = 120,96kgDBO5 dia

CPefluente = 120,96 – 120,96kgDBO5 dia * 0,7 = 36,3kgDBO5 dia

Page 31: Trabalho - Pca - Rev 01

Remoção de indicadores de poluição no efluente da lagoa aerada nos biofiltros e leito de

adsorção:

BDO5 efluente: 107,02 – 107,02 X 0,3 = 74,9mg/litro

CP = 107,02*144,0 / 1000 = 15,41kgDBO5 dia

CPefluentes = 15,41 – 15,41kgDBO5 dia * 0,3 = 10,8kgDBO5 dia

DQO efluente: 252 – 252 * 0,3 = 176,4mg/litro

CP = 252*144,0 / 1000 = 36,3kgDBO5 dia

CPefluente = 36,3 – 36,3kgDBO5 dia * 0,3 = 25,41kgDBO5 dia

Remoção de indicadores de poluição no efluente dos biofiltros e leito de adsorção na lagoa

fitopedelógica:

BDO5 efluente: 74,9 – 74,9 X 0,6 = 29,96mg/litro

CP = 74,9*144,0 / 1000 = 10,8kgDBO5 dia

CPefluentes = 10,8 – 10,8kgDBO5 dia * 0,6 = 4,3kgDBO5 dia

DQO efluente: 176,4 – 176,4 * 0,6 = 70,56mg/litro

CP = 176,4*144,0 / 1000 = 25,4kgDBO5 dia

CPefluente = 25,4 – 25,4kgDBO5 dia * 0,7 = 10,16kgDBO5 dia

Estas são as características, quanto a DBO e DQO, do efluente a ser destinado ao corpo receptor.

2.3.5 Características do sistema de esgoto sanitário

Os despejos sanitários serão encaminhados para sistema de captação e tratamento de

esgoto, através de tubulações adequadas para a finalidade. Dimensionamento de uma fossa

séptica, filtro anaeróbio e sumidouro para captar os despejos humanos; segue logo abaixo:

Dimensionamento da fossa séptica.

Número de pessoas a serem atendidas(N): 100

a) consumo local de água:

Esgoto(C)/Lodo fresco(L)

Page 32: Trabalho - Pca - Rev 01

70 / 0,30 => litros/dia/operário

b) Período de detenção dos despejos(T): 24 h

c) Período de armazenamento do lodo digerido: 10 meses

d) Período de digestão do lodo: 50 dias

e) Coeficiente de redução de volume do lodo:

- lodo digerido R1=0,25

- lodo em digestão R2=0,50

Dimensionamento de fossas sépticas de câmara única:

V = N*(C*T + 100*Lf)

V = 100*(70*1 + 100*0,3) = 10.000 litros (10m³)

Como previsto pela NBR-7229 de março de 1982 o volume útil mínimo admissível é de

1.250 litros; sendo assim neste empreendimento o volume da fossa séptica atende as normas.

Características construtivas.

Comprimento: 3,00 m

Largura : 2,00m

Altura : 1,80 m

Volume útil. : 10,8 m3

Dimensionamento do Filtro Anaeróbio

Descrição: Trata-se de unidade de tratamento biológico do efluente da fossa séptica, de

fluxo ascendente, em condições anaeróbias, cujo meio filtrante mantém-se afogado. O filtro

anaeróbio consiste basicamente de um tanque de forma cilíndrica ou prismática de seção

quadrada, cheio de pedras, que acumulam em sua superfície os micro-organismos anaeróbios

responsáveis pelo processo. O líquido penetra pela base, flui através das pedras que são

apoiadas numa placa perfurada e é descarregado pela parte superior.

Dimensionamento

Para efeito de cálculo o dimensionamento do filtro é obtido pelas fórmulas:

A)

V = 1,60*N*C*T

V = 1,60*100*70*1 = 11.200 litros (11,2 m3)

Onde:

V = volume útil

Page 33: Trabalho - Pca - Rev 01

N = número de contribuintes

C = contribuição dos despejos (em litros / pessoa x dia )

T = período de detenção em dias

B)

S= V_/1,80

S = 11,2 /1,80 = 6,22 m2 onde:

S = seção horizontal

V = volume útil calculado (m³)

Detalhes Construtivos:

1) O diâmetro mínimo é de 0,95 m ou a largura mínima de 0,85 m.

2) O diâmetro máximo e a largura máxima não devem exceder a três vezes a profundidade

útil que é 1,80 m para qualquer volume calculado.

3) O volume útil mínimo é de 1.250 litros

4) O dispositivo de saída deve consistir de vertedor tipo calha, com 0,10 m de largura e

comprimento igual ao diâmetro ou largura do filtro. Deve passar pelo centro de seção e

situar-se em cota que mantenha o nível de efluente a 0,30 m do topo do leito filtrante.

S = 2*π*r²+2*π*r*h

ou

h = S-2*π*r² / 2*π*r

h = 6,22m² - 2*π*((0,47m)²) / 2*π*0,47m

h = 1,70m

Dimensões:

Diâmetro: 2,00 m

Altura :1,80 m

Dimensionamento do sumidouro.

O sumidouro é uma unidade de depuração e disposição final do efluente do sistema

tanque séptico (ou fossa séptica), verticalizado em relação á vala de infiltração. Pode-se dizer,

de maneira simples, que o sumidouro é um poço escavado no solo, cuja finalidade é promover

a depuração e disposição final do esgoto no nível subsuperficial do terreno.

Critérios e parâmetros do projeto e aspectos construtivos.

Page 34: Trabalho - Pca - Rev 01

Como existe uma grande dificuldade de se manter as condições aeróbicas no interior de

um sumidouro, tem-se a obstrução das superfícies de infiltração internas mais precocemente,

devido à colmatação.

Assim como a vala de infiltração, a NBR 13969/1997 apresenta recomendações para a

construção de sumidouros. São elas:

As paredes deverão ser revestidas de alvenaria de tijolos, assentados com juntas livres,

ou de anéis pré-moldados de concreto, convenientemente furados;

O interior pode ter ou não um enchimento de cascalho, pedra britada ou coque, com

recobrimento de areia grossa. Este material não pode ser rejuntado, permitindo assim uma fácil

infiltração do líquido no terreno;

As lajes de cobertura deverão ser construídas em concreto armado e dotadas de uma

coluna de exaustão e de uma abertura de inspeção, com tampão de fechamento hermético, cuja

menor dimensão em seção, será de 0,60 m;

As dimensões do sumidouro são determinadas em função da capacidade de absorção do

terreno, devendo ser considerada, como superfície útil de absorção, a do fundo e das paredes

laterais, até o nível de entrada do efluente do tanque séptico.

Deve-se garantir uma distância mínima de 1,50 m entre o fundo do sumidouro e o nível

máximo do lençol freático, que é atingido nas épocas de chuva.

Dimensões.

Vazão = 10 m3/dia = 10.000 litros/dia

Coeficiente de infiltração (gerado através de teste de percolação realizado na área do

empreendimento) = 111,11 min/metro; que de acordo com a tabela A.1 do Anexo A (normativo)

do código da ABNT = 0,13 m3/m2.dia = 130 l/m2.dia

Cálculo da área de infiltração necessária:

A = Q / Cinf

A = 10.000 / 130

A = 77m²

em que,

A = área de infiltração

Q = vazão média utilizada

Cinf = coeficiente de infiltração do solo Determinação da profundidade do sumidouro.

Considerando a largura do sumidouro 2,00 m, tem-se:

S = 2*π*r²+2*π*r*h

ou

Page 35: Trabalho - Pca - Rev 01

h = S-2*π*r² / 2*π*r

h = 77m² - 2*π*((1,0m)²) / 2*π*1,0m

h = 11,3m

Sendo assim, serão necessários dois sumidouros com as seguintes características:

Diâmetro = 2,00 m

Profundidade = 5,60 m.

2.3.6 Características prováveis do corpo receptor, logo após receber os resíduos líquidos

tratados

Todos os resíduos líquidos gerados no empreendimento, exceto os sanitários, serão

tratados na estação de tratamento. Eficiência de sistemas de tratamento: Remoção de DBO no

efluente bruto: entre 40% e 75% nas caixas separadoras, 65 a 75% no reator físico-químico,

remoção de sólidos suspensos: entre 95% e 98% no reator e 80% nos biofiltros e pH: 6,5 – 7,0.

Deixando o efluente final com características suficientes para lançamento em corpo receptor ou

sistema de captação pluvial público. O que não ocorrerá, pois todo o efluente será reutilizado

no empreendimento.

Já os resíduos sanitários serão lançados em rede pública de captação de esgoto; caso

haja algum empecilho pelo tipo de empreendimento, estes passarão por uma fossa séptica, para

que o material mais pesado seja decantado, e o sobrenadante irá para o sumidouro. Logo,

nenhum despejo líquido será feito em rios, lagos, ou semelhantes. A eficiência de fossas

sépticas é de: DBO 40 a 60%; sólidos em suspensão 50 a 70%, coliformes totais 50%. O efluente

das fossas sépticas não é purificado, apenas reduz a sua carga orgânica a um grau de tratamento

aceitável em determinadas condições. O efluente é escuro e com odor característico, causado

pela presença de gás sulfídrico e outros gases produtores de odores, estando presente grande

quantidade de bactérias potencialmente perigosas à saúde.

Sendo assim, o efluente de um tanque séptico não é um líquido inofensivo. É um líquido

contaminado com odores e aspectos desagradáveis, exigindo por este motivo, uma disposição

adequada.

A NBR 7229 cita alguns processos de disposição do efluente líquido das fossas. Neste

projeto o escolhido foi o sumidouro. Os sumidouros, também chamados de poços absorventes

recebem os efluentes diretamente das fossas sépticas, tendo, portanto, vida útil longa, devido a

facilidade de infiltração do líquido praticamente isento de sólidos causadores da colmatação do

solo. As dimensões dos sumidouros são determinados em função da capacidade de absorção do

terreno, previamente determinada, devendo ser considerada como superfície útil de absorção a

do fundo e das paredes laterais até o nível de entrada do efluente. O dimensionamento do

sumidouro deste projeto foi apresentado no item anterior.

Page 36: Trabalho - Pca - Rev 01

INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO DO AR

Page 37: Trabalho - Pca - Rev 01

3. INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO DO AR

3.1 Combustíveis:

Tipo: lenha (eucalipto, madeira nativa, entre outros).

Quantidade diária: 144 m³/dia

Quantidade mensal: 4.320 m³/mês

Quantidade anual: 51.840 m³/ano

3.2 Caldeiras.

Caldeira 1

Marca: ATA - SOFKA

Ano de fabricação: 1986

Modelo: ATA 28

Tamanho: 10.000 kg/hora

Fabricante: ATA - SOFKA

Caldeira 2

Marca: ATA - SOFKA

Ano de fabricação: reformada em 2000

Modelo: ATA 30

Tamanho: 12.000 kg/hora

Fabricante: ATA – SOFKA

3.3 Outros equipamentos de queima de combustíveis:

Fornalha.

Especificação: comum

Período de funcionamento: 24 horas/diárias

Page 38: Trabalho - Pca - Rev 01

3.4 Outras fontes de poluição do ar:

Especificação:

Fontes de emissão de fumaça: fornalha.

Fontes de emissão de poeiras: não há.

Fontes de emissão de fumos: não há.

Fontes de emissão de gases: biofiltro.

Fontes de emissão de vapores: não há.

3.5 Chaminés:

Número: 1.

Altura em relação ao solo: 10 metros

Altura em relação às construções vizinhas: 6.

Diâmetro: 950 mm

Vazão: 20 m³/hora

Tempo de operação: 24 horas/dia

3.6 Plano de controle de poluição do ar:

Medidas:

No controle de poluição de ar será empregado um biofiltro para os gases gerados no

empreendimento. Na entrada do biofiltro será instalado um aerocondensador para resfriar os

gases de entrado do biofiltro; e na descarga de pressão dos digestores irá ser implantado um

hidrociclone para retirar as partículas dos gases.

Vale ressaltar que a caldeira adquirida tem todos os componentes necessários para

redução de poluentes lançados na atmosfera.

Redução esperada:

Equipamento instalado para centrifugar os sólidos que por ventura estiverem no arraste

dos gases, e fazer a separação física, reintegrando o produto ao processo novamente. Ciclone

construído com diâmetro de 1.260 mm e altura total de 3.200 mm. Corpo executado em chapa

de aço inox AISI 304 e=2 mm. Na alimentação do ciclone haverá uma envolvente com cinco

tubos de entrada, cada uma será interligada à tubulação de despressurização. Na saída do cone

Page 39: Trabalho - Pca - Rev 01

terá uma válvula de guilhotina com acionamento pneumático para permitir a abertura e

fechamento temporizado. O ciclone sustentado por uma estrutura de aço carbono em viga U.

DADOS DO AEROCONDENSADOR

Equipamento instalado para condensação dos vapores de cozimento dos digestores. Terá

dimensão básica 2.000 mm de altura x 3.000 de largura x 6.000 mm de comprimento. Composto

de tubo de entrada dos gases que vem dos digestores na parte inferior, e de tubo de saída na

parte superior para interligar ao exaustor. Terá três conjuntos de feixes de tubos aletados

galvanizados com fixação em dois espelhos. Três exaustores axiais de 15 cv cada, pra forçar a

passagem de ar. A sustentação será sobre estrutura em aço carbono de perfil.

Com a implantação do biofiltro para os gases, espera-se reduzir consideravelmente a

emanação de gases para o meio ambiente. Como o combustível utilizado na fornalha é somente

a lenha, não se tem concentração de poluentes tóxicos, exceto o dióxido de carbono; que será

totalmente absorvido no sistema de tratamento da própria caldeira, juntamente com as partículas

de cinzas arrastadas pela fumaça. Esta redução, segundo alguns fabricantes de equipamentos

deste nível é de aproximadamente 96%.

3.7 Memorial Descritivo e de Cálculos

DADOS DO PROJETO:

CICLONE PARA ATENDER A DESPRESSURIZAÇÃO DE GASES DOS

DIGESTORES DE PENAS

Laminado A-36 W-150 e reforços em mãos francesas, e outros perfis laminados tipo U

galvanizada por processo a fogo.

BIOFILTRO

Gás da descarga e hidrólise das penas......................................................: 2.520 m3/hora

Gás da secagem da farinha de carne.........................................................: 11.560 m3/hora

Gás da secagem da farinha de penas........................................................: 20.736 m3/hora

Gás do digestor contínuo de vísceras.......................................................: 5.184 m3/hora

Total..........................................................................................................: 40.000 m3/hora

Após o sistema de resfriamento, condensação e umidificação existente, a mistura destes

gases apresenta temperatura média de 80ºC.

EFICIÊNCIA DESEJADA:

No mínimo 95% de remoção de odor nos fluxos assumidos.

MONITORAMENTO:

Page 40: Trabalho - Pca - Rev 01

Umidade do material filtrante (mínimo de 50%).

Matéria orgânica (sólidos suspensos voláteis – mínimo de 20%) Temperatura dos gases

de entrada (menor que 45 ºC e maior do que 15 ºC) Temperatura no leito a meia profundidade

(menor do que 47 ºC)

Análise de pH, DQO, ST, SST, SSF, SSV, OG. No efluente gerado. Odor análise

sensorial

Velocidade de escoamento (anemômetro).

ROTINA DE MONITORAMENTO

Umidade do material filtrante (enchimento de cavaco), será feito três vezes por semana.

Matéria orgânica (sólidos suspensos voláteis), será feita semestralmente. Temperatura

dos gases de entrada, será monitorada on-line 24h/dia. Temperatura no leito a meia

profundidade, será monitorada on-line 24h/dia. Análise de efluente, será feita mensalmente.

Odor análise sensorial será feito mensalmente.

Velocidade de escoamento (anemômetro), será feita semanalmente.

PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS:

UMIDADE. Utilizada para garantir a sobrevivência do biofilme, responsável pela

redução através de adsorção dos metabólitos presentes nos gases do processo. Se faz necessário

que seja mantida umidade superior a 50% em massa. Caso a umidade esteja abaixo do

recomendado, deve-se molhar o meio filtrante.

TEMPERATURA. Fundamental para o funcionamento, o sistema operando fora da

faixa recomendada (maior que 15 ºC e menor que 45 ºC) compromete seriamente a eficiência

do equipamento, pois influencia diretamente na microbiologia do processo. Caso a temperatura

exceda o limite superior, será necessário molhar o meio filtrante e verificar a temperatura do

leito a meia profundidade, que deve ser menor do que 47 ºC.pH. O pH do meio filtrante deverá

ser corrigido para a faixa de 6,5 a 7,5; a tendência do sistema é a de acidificar o leito filtrante,

em função da presença de gás sulfídrico e compostos sulfurados, e a correção deve ser feita

mediante a aplicação de cal hidratada.

ODOR. O odor será monitorado por uma equipe sensorial usando uma metodologia

apropriada para esta finalidade.

VIDA ÚTIL DO BIOFILTRO. A vida útil do biofiltro, será avaliada através da

determinação do teor de voláteis do enchimento do leito filtrante. A determinação do teor de

voláteis indicará a quantidade de material orgânico presente no enchimento do leito filtrante,

que é recomendado pelas bibliografias; e que seja no mínimo 20% em massa. A quantidade de

material orgânico residual indica o término da vida útil do meio filtrante, pois a matéria orgânica

com o passar do tempo vai sofrendo ação de bactérias; que fixam os compostos presentes nos

gases e consomem os compostos orgânicos degrandando-os em:

. Sem matéria orgânica, no meio filtrante, o processo biológico e químico não ocorre, e com

Page 41: Trabalho - Pca - Rev 01

isto temos o fim da vida útil do sistema. A vida útil do sistema em questão, esta estimada em 5

anos; quando restará menos de 20% de matéria orgânica no sistema.

DESTINO DO MATERIAL DE ENCHIMENTO DO LEITO FILTRANTE. Com o fim

da vida útil do leito filtrante, mais de 80% do material orgânico, que é passível de fermentação

estará mineralizado, bastará apenas concluir a estabilização por meio de compostagem e

correção do pH. A composição dos gases que serão tratados no biofiltro é, basicamente, vapor

de água, COx, SOx e NO, compostos estes que irão gerar ácidos orgânicos em meio ao leito

filtrante. Estes ácidos podem ser neutralizados através da adição de cal hidratada e estabilizados

no processo de compostagem, que deve durar de 45 a 60 dias. A grande maioria destes

compostos, serão utilizados pelos microorganismos, que irão oxidar os mesmos durante seus

processos metabólicos. Após este período o material deverá ser analisado e classificado, e

conforme a classificação será dado o devido destino.

MANUTENÇÃO. O sistema de captação de gases, contará com três exaustores, que

farão o processo trabalhar em pressão negativa, do biofiltro até a fábrica. Caso os exaustores

não estiverem funcionando, o processo de secagem não acontecerá, e sendo assim, a fábrica

não terá condições de operar até que seja feita a manutenção dos equipamentos. Será feita

manutenção preventiva, quando o sistema estiver fora de funcionamento. Através da

manutenção preventiva reduz-se as paradas por quebra de equipamento e aumenta a sua vida

útil.

EFLUENTE GERADO. Todo o efluente gerado será destinado à estação de tratamento

da unidade, onde sofrerá tratamento para que atinja os parâmetros legais de lançamento.

Características do efluente:

pH: 6 e 7

DQO: 110 mg/l

ST: 500 mg/l

SST: 70 mg/l

Volume: 7 - 8 m³/dia

ÁREA DISPONÍVEL. A empresa, aqui em questão, tem disponível uma área de 20,8m

x 12,8 m (266,24 m²), parcialmente plana, drenada e próxima ao local de geração dos gases.

MATERIAIS DISPONÍVEIS PARA ENCHIMENTO. Cavacos de lenha de espécies

resinosas e cavacos de lenha de eucalipto.

REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA.

O processo de biofiltração é similar a um lodo ativado, pois microorganismos oxidam

os compostos orgânicos a CO2 e H2O. a principal diferença é que no biofiltro os

microorganismos serão imobilizados no material filtrante ou de empacotamento, enquanto no

lodo ativado os microorganismos estão dispersos na suspensão líquida. A biofiltração é

Page 42: Trabalho - Pca - Rev 01

freqüentemente de alta eficiência e baixo custo comparada com outras técnicas de controle de

poluentes atmosféricos. Tem sido largamente empregada com sucesso na remoção de VOCs.

A biofiltração é uma tecnologia as tecnologias convencionais de controle de odores por:

Eficiência de remoção maiores que 90% foram demonstradas para muitos dos

compostos causadores de odor (ADLER, 2001; VOIGT, 2003);

Processo natural, seguro e ambientalmente correto;

Baixo custo de operação, pois não exige grandes quantidades de energia durante a

operação e produz um fluxo de efluentes geralmente de baixo volume e baixa toxicidade

(ADLER, 2001);

Os biofiltros na verdade não são filtros, pois os mecanismos de remoção são bastante

diferentes do que ocorre na realidade do equipamento. Na verdade esta estrutura é chamada de

“reator de leito fixo”, onde ocorre o seguinte fluxo de tratamento:

1.O ar transportando os materiais contaminantes atravessa o leito do reator onde por

mecanismos de adsorção é fixado na água que está presente na superfície do leito, e composição

do material filtrante;

2.Abaixo da camada de água, existe um biofilme onde, por atividade microbiológica o material

poluente é degradado em compostos orgânicos menores, água e gás carbônico;

3.Os gases resultantes da degradação são novamente expostos a atmosfera pelo fluxo de gás

que atravessa o recheio;

4.A água superficial contendo os metabolitos das reações químicas escoa para a parte mais

baixa do leito em uma velocidade bastante baixa (0,01 a 10 cm/dia), e é destinada para o

tratamento de efluentes.

Na verdade existem diversos critérios técnicos que devem ser observados para que o

biofiltro funcione adequadamente, entre eles estão a temperatura e umidade dos gases. A

temperatura exerce papel fundamental, uma vez que sendo um processo biológico, exerce

influência direta na velocidade de reação ou até mesmo inibição do funcionamento do

equipamento.

A umidade é descrita como fator importante no que diz respeito a manutenção da

camada de água no recheio do biofiltro. Esta camada mantém o biofiltro vivo e também

influencia no efeito de adsorção dos gases.

É necessária muitas vezes a incorporação de água como forma de aumentar o teor de

umidade e mesmo baixar a temperatura, para garantir a eficiência do processo.

CAUSAS DE FALHAS EM SISTEMAS

Através da avaliação da bibliografia disponível foi possível determinar as principais

causas de falhas em sistema de biofiltro e controles.

Temperatura dos gases. Os gases apresentam grande fator de eficiência do equipamento,

as referências consultadas citam que temperaturas superiores à 50ºC causam a esterilização do

biofilme, levando o equipamento a queda acentuada de eficiência. As temperaturas mais

adequadas para o funcionamento situam-se em 35 – 40 ºC. Temperaturas baixas causam perda

Page 43: Trabalho - Pca - Rev 01

de eficiência pela redução da atividade microbiana, porém tal fato nunca foi observado, mesmo

em situações de frio intenso. O resfriamento dos gases geralmente é efetuado pela introdução

de ar frio, uso de trocadores de calor e resfriamento adiabático.

Para manutenção das trocas gás/líquido no biofilme é essencial que o gás que entra no

sistema tenha um teor de umidade relativa superior a 95%. Teores muito baixos elevam o arraste

de umidade natural do biofilme e progressivamente levam a secagem do meio. Já umidade

elevada pode causar aceleração da degradação do leito, diminuindo a vida útil do recheio ou

mesmo entupimento.

Vazios de leito. O leito deve possuir um teor de vazios adequado, variando entre 40 a

60% (em volume), de modo que exista o equilíbrio entre perda de carga dos gases e eficiência

do sistema. Leitos com alta porosidade têm baixa perda de carga ao fluxo de gases, em contra

partida apresentam menor eficiência. Leitos mais permeáveis também tem menos estabilidade

na manutenção da umidade em seu interior, dificultando a operação eficiente.

Distribuição do gás e fluxos. O gás deve ser distribuído em fluxo vertical, de forma

regular para todo o leito, não deve haver pontos que apresentem diferenças de velocidade de

fluxo na superfície. Isto pode causar concentrações de cargas de poluentes em determinados

pontos, diminuindo a eficiência do sistema. As velocidades de escoamento devem ser

verificadas através do uso de anemômetros ou tubo de pitot, sendo que o ajuste das velocidades

é efetuado pelo aumento ou diminuição da altura da camada de leito neste local.

Altura do leito. Quanto mais espesso é o leito de filtragem, maior é a eficiência, porém

maior também é a perda de carga no sistema. Deve haver uma compensação entre área e altura

do leito, visto que o dimensionamento destes sistemas é efetuado com base volumétrico.

Utiliza-se na grande maioria dos casos leitos com altura não muito superior a 1 metro.pH do

leito. O pH no meio deve estar na faixa de 6,5 a 7,5, geralmente o tratamento de gases de

processamento de sub produtos tem altas concentrações de gás sulfídrico e compostos

sulfurados. É esperada a acidificação da água intersticial e necessidade de correção com uso de

soda cáustica ou cal hidratada.

Reologia do enchimento. O enchimento deve ser efetuado com um material inerte,

porém biológico. Durante o seu uso não deve ser observada a eliminação de compostos

orgânicos que possam causar inibição do crescimento do biofilme. Geralmente, cavaco de

madeira resinosa tem esta propriedade e deve ser evitado. É aconselhável o uso de matérias

com pelo menos 40% de material orgânico em sua composição e uma relação C/N de 50/40.

Também é desaconselhável o uso de materiais que contenham alta quantidade de finos em sua

composição, pois estes podem causar o entupimento do equipamento quando da presença da

umidade do gás. Em muitos casos se comprovou que a mistura de compostos orgânicos em

pequena proporção ajuda na inoculação microbiana do solo, facilitando o star-up do

equipamento.

Considerações sobre o “Plenum” de distribuição dos gases. O Plenum (fundo falso) deve

possuir características construtivas ideais, como a baixa perda de carga e resistência química e

mecânica adequadas. Deve ser previsto a diminuição da altura útil do plenum como forma de

proporcionar uma distribuição o mais uniforme possível para todo o biofiltro.

Page 44: Trabalho - Pca - Rev 01

As resistências mecânicas devem ser adequadas em virtude da alta carga de biomassa e

água que serão aderidas sobre a superfície do leito. Geralmente usa-se para este fim estruturas

em concreto aluminoso (resistente a ataque ácido) ou mesmo estrutura de madeira resistente.

Considerações sobre a parede do biofiltro. As laterais do biofiltro, geralmente, são

construídas em materiais impermeáveis, em virtude das altas umidades associadas com

operação do equipamento. Pode ser executadas paredes em concreto, alvenaria estrutural ou

edificações em pedra com cimentação entre as juntas; prevendo os esforços de recalque lateral

proporcionado pelo inchamento do leito quando úmido.

Alguns processos são revestidos com manta de polietileno de alta densidade, e está“lagoa” é

utilizada como local para acomodação do leito.

PARÊMETROS DE PERFORMANCE

Os parâmetros de performance para calculo podem ser definidos segundo DIN 1895:

Tempo de contato do leito vazio (EBCT) (s);

Taxa superficial de carga (UAR) (m³/m²/h);

Taxa de carga mássica (gm³/h);

Taxa de carga volumétrica (m³/m²/h);

Capacidade de eliminação (gm³/h);

Eficiência de remoção (%).

Tempo de contato de leito vazio (EBCT)

O tempo de residência do gás no bioreator pode ser calculado de daus diferentes

maneiras:

Tempo de residência superficial ou tempo de residência com o leito vazio (EBCT):

EBCT = V*3600 / Q

em que:

V = volume do material de enchimento do reator (m³)

Q = vazão do gás (m³/h)

Tempo de residência verdadeiro, que é baseado no espaço livre do reator e é definido

como:

t = Ø*V*3600 / Q

em que:

Ø = porosidade do meio filtrante (adimensional)

Em muitos casos a porosidade não é conhecida, ou é muito difícil de ser determinada.

Usa-se então o EBCT. Entretanto, deve se manter em mente que o uso do EBCT sobre o tempo

Page 45: Trabalho - Pca - Rev 01

de retenção real do gás no leito. Usa-se na maioria dos casos tempos de contato de 15 segundos

até 2 minutos para gases provenientes da fabrica de processamento de sub produtos.

Taxa de aplicação superficial

A taxa de aplicação superficial indica a quantidade de ar que passa através do biofiltro

por unidade de área:

Ba = Q / A

em que:

A = área total superficial do biofiltro

Este valor também pode expressar a velocidade do gás através do reator vazio.

Entretanto, com o reator em funcionamento, as velocidades são bem maiores devido ao

preenchimento do leito.

Taxa de aplicação volumétrica (VS)

A taxa de aplicação volumétrica é a quantidade de gás que passa pelo biofiltro por

unidade de volume do biofiltro:

VS = Q / V

Eficiência de remoção

É a fração de poluentes removidos no bioreator expresso em percentagem.

DIMENSIONAMENTO BÁSICO DA UNIDADE DE BIOFILTRO

Vazão total de gases (Q):

Na determinação da vazão dos gases a serem tratados o principal parâmetro de

referência é a temperatura, então, a vazão total de gases pode ser determinada de dois modos:

1.Caso a mistura de todos os gases a serem tratados apresente uma temperatura inferior a 45ºC

no pior mês climático, usa-se a soma de todas as vazões.

2.Caso a mistura de todos os gases a serem tratados apresente uma temperatura superior a 45ºC

no pior mês climático, usa-se a soma de todas as vazões acrescida de uma vazão de gás a

temperatura ambiente, que faça a temperatura baixar ao limite de 45ºC antes da umidificação.

Considerados que se capta a mistura de gases quentes após o sistema de resfriamento e

umidificação existente, onde tem-se a vazão total de 40.000 m³/h a temperatura média de 80ºC;

para manter a temperatura dos gases abaixo de 45ºC será introduzido mais 69.370 m3/h de ar a

30ºC através de coifas, totalizando a vazão de 109.370 m³/h de gás a ser tratado no filtro

biológico.

Umidificação dos gases (H):

Os gases devem estar no biofiltro com umidade sempre inferior a 97 %. Para suprir esta

umidade deve ser introduzido uma quantidade de água no gás através de nebulização em câmara

adiabática.

Page 46: Trabalho - Pca - Rev 01

CÁLCULO COM REFERÊNCIA

Altura do leito filtrante (h):

Verificando a bibliografia existente, observa-se que as alturas dos leitos em sua grande

maioria fica entre 1,00 a 1,50 metros. Adotaremos uma espessura de 1,40 m.

Tempo de contato do reator vazio (EBCT):

Este termo envolve grande parte da eficiência que o sistema terá. Para a grande maioria

dos casos se observa tempo de contatos variando de 15 segundos até 2 minutos, sendo que

quanto maior o valor mais conservativo é o cálculo. Usaremos para o EBCT do biofiltro em

questão 40 segundos.

Volume do leito de enchimento (V):

O volume é determinado pelo seguinte:

EBCT = V*3600 / Q

40s = V*3600 / 109.370

Sendo assim, o volume deve ser de no mínimo 1.215,2 m³ de leito.

Área de superfície (A)

A área pode ser determinada através da relação direta entre o volume e a espessura do leito.

A = 1215,2 / 1,4 = 868,01m²

Taxa de aplicação superficial (BA)

A taxa é determinada pela divisão da vazão dos gases pela área, ou seja:

Ba = Q / A = 109.370 / 868,2

Sendo desta forma, 125,97 m/h, ou ainda 0,035 m/s.

Perda de carga no leito (UPD)

A perda de carga é determinada, empiricamente, pela seguinte expressão:

UPD = 8,82*10¹¹*(%vazioz)-8,6 * Ba1,27

Em que, % de vazios é o percentual de vazios no leito (aqui pré-estabelecido em 40%), logo:

UPD = 8,82*10¹¹*(40)-8,6 * 7,471,27

Ou seja, UPD=0,19 polegadas de água, por pé cúbico de altura de leito. Como temos 1,4 metros

de altura a perda total do leito será 0,87 polegadas de água.

Dimensões do biofiltro em planta (L x P):

Usaremos uma relação de 3/23 para o comprimento e para a largura respectivamente,

então teremos:

A = 3*L*2*D

Page 47: Trabalho - Pca - Rev 01

Para uma área de 868,01 m², para este caso teremos 12,80 m de largura e 20,8 m de

comprimento. E, por conservadorismo, a unidade de biofiltro existente no empreendimento terá

sua área acrescida em 30% de seu tamanho original, ou seja, 12,8 m de largura e 30 m de

comprimento.

Introdução de água por chuvas torrenciais:

As precipitações mais intensas que temos registrado na região do empreendimento dão

conta de valores de 45 mm/h a 50 mm/h, então, sabendo que 1 mm/h equivale a 1 litro/h por

m2 de área do biofiltro, temos uma vazão máxima de água da chuva de:

Qchuva = 50*868,01

Chuva = 43,4m³/h

3.8 Informações sobre emissão de sons e ruídos

A emissão de sons e ruídos deste empreendimento não atende as normas estabelecidas

pela Resolução SEMA Nº 092/80, e MINTER n0 231/76. Conforme a Portaria MINTER Nº92

de 19 de junho de 1980, a empresa aqui em questão atende os padrões estabelecidos para a

emissão de sons e ruídos para o ambiente exterior; pois não trabalha com equipamentos que

emitam ruídos acima dos padrões estabelecidos pela portaria. Esta Portaria considera

prejudicial à saúde, à segurança e ao sossego público sons e ruídos que, independentemente de

ruído de fundo, atinjam no ambiente exterior do recinto em que têm origem mais de 70 decibéis

(dB A). Porém, no perímetro industrial é obrigatório a utilização de protetores auriculares. E,

como o empreendimento está inserido em uma área industrial, com circunvizinhança

predominantemente agrícola; os sons e ruídos excedentes não interferem no convívio humano.

Page 48: Trabalho - Pca - Rev 01

INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO POR RESÍDUOS SÓLIDOS

Page 49: Trabalho - Pca - Rev 01

4.INFORMAÇÕES SOBRE POLUIÇÃO POR RESÍDUOS SÓLIDOS

4.1 Informações sobre os resíduos sólidos gerados

Pontos de geração de resíduos Classe Tipo de

Resíduos Quantidade/mês

Escritórios I, II e

III

Papel 70 kg

Plásticos 25 kg

Orgânicos 15 kg

Lâmpadas 2 unid.

Pilhas 10 unid.

Vestiário I, II e

III

Papel 20 kg

Plásticos 15 kg

Orgânicos 25 kg

Lâmpadas 2 unid.

Não-recicláveis 150 kg

Banheiros I, II e

III

Papel 30 kg

Plásticos 15 kg

Orgânicos 5 kg

Lâmpadas 2 unid.

Não-recicláveis 150 kg

Setor de caldeira I, II e

III

Papel 15 kg

Plásticos 15 kg

Orgânicos 30 kg

Lâmpadas 1 unid.

Cinzas 4 ton

Setor de mecânica/elétrica I, II e

III

Papel 20 kg

Plásticos 50 kg

Metais 600 kg

Lâmpadas 2 unid.

Estopas 50 kg

Almoxarifado I, II e

III

Papel 70 kg

Plásticos 75 kg

Metais 15 kg

Lâmpadas 1 unid.

Estopas 5 kg

Descarga (moegas) I, II e

III

Orgânicos 100 kg

Estopas 15 kg

Área produção I, II e

III

Estopas 100 kg

Lâmpadas 5 unid.

Orgânicos 250 kg

Metais 50 kg

Ensaque II e III

Plásticos 50 kg

Orgânicos 150 kg

Estopas 10 kg

Expedição de farinhas II e III Plásticos 10 kg

Orgânicos 150 kg

Page 50: Trabalho - Pca - Rev 01

Estopas 10 kg

Expedição de óleo II e III

Plásticos 10 kg

Orgânicos 50 kg

Estopas 5 kg

Biofiltro II e III Orgânicos 50 kg

Estação de tratamento de efluentes I, II e

III

Plásticos 30 kg

Papel 25 kg

Orgânicos 350 kg

Estopas 5 kg

Laboratório I, II e

III

Plásticos 5 kg

Papel 5 kg

Orgânicos 15 kg

Vidros 70 unid.

4.2 Informações sobre disposição final

Pontos de geração de resíduos Classe Tipo de

Resíduos Quantidade/mês Destino

Escritórios I, II e

III

Papel 70 kg 1

Plásticos 25 kg 1

Orgânicos 15 kg 4

Lâmpadas 2 unid. 2

Pilhas 10 unid. 2

Vestiário I, II e

III

Papel 20 kg 1

Plásticos 15 kg 1

Orgânicos 25 kg 4

Lâmpadas 2 unid. 2

Não-recicláveis 150 kg 1

Banheiros I, II e

III

Papel 30 kg 1

Plásticos 15 kg 1

Orgânicos 5 kg 4

Lâmpadas 2 unid. 2

Não-recicláveis 150 kg 1

Setor de caldeira I, II e

III

Papel 15 kg 1

Plásticos 15 kg 1

Orgânicos 30 kg 4

Lâmpadas 1 unid. 2

Cinzas 4 ton 6

Setor de mecânica/elétrica I, II e

III

Papel 20 kg 1

Plásticos 50 kg 1

Metais 600 kg 3

Lâmpadas 2 unid. 2

Estopas 50 kg 2

Almoxarifado I, II e

III

Papel 70 kg 1

Plásticos 75 kg 1

Page 51: Trabalho - Pca - Rev 01

Metais 15 kg 3

Lâmpadas 1 unid. 2

Estopas 5 kg 2

Descarga (moegas) I, II e

III

Orgânicos 100 kg 4

Estopas 15 kg 2

Área produção I, II e

III

Estopas 100 kg 2

Lâmpadas 5 unid. 2

Orgânicos 250 kg 4

Metais 50 kg 3

Ensaque II e III

Plásticos 50 kg 1

Orgânicos 150 kg 4

Estopas 10 kg 2

Expedição de farinhas II e III

Plásticos 10 kg 1

Orgânicos 150 kg 4

Estopas 10 kg 2

Expedição de óleo II e III

Plásticos 10 kg 1

Orgânicos 50 kg 4

Estopas 5 kg 2

Biofiltro II e III Orgânicos 50 kg 4

Estação de tratamento de

efluentes

I, II e

III

Plásticos 30 kg 1

Papel 25 kg 1

Orgânicos 350 kg 4

Estopas 5 kg 2

Laboratório I, II e

III

Plásticos 5 kg 1

Papel 5 kg 1

Orgânicos 15 kg 4

Vidros 70 unid. 5

Resumo da Totalização de Resíduos

Sólidos Total

Plásticos 285 kg

Papel 255 kg

Estopas 200 kg

Orgânicos

1.190

kg

Cinzas 4 ton

Lâmpadas 15 unid.

Metais 665 kg

Pilhas 10 unid.

1 – Coleta Municipal

2 – Aterro Químico (transporte e destinação da Sábia Ecológico)

3 – Ferro Velho (transporte e destinação Heiss Toledo)

Page 52: Trabalho - Pca - Rev 01

4 – Compostagem e/ou reaproveitamento no processo

5 – Doação para empresa que reutiliza

6 – Doação para agricultores

4.3 Tratamento adotado

O lodo gerado na estação de tratamento de efluentes, depois de coletado e desidratado

em leito de areia, será levado para duas salas de compostagem. Onde, após o tempo necessário,

será doado aos pequenos agricultores da região.

Page 53: Trabalho - Pca - Rev 01

OBSERVAÇÕES

Page 54: Trabalho - Pca - Rev 01

5.OBSERVAÇÕES

5.1Instruções e recomendações para operação do sistema de tratamento

As obras que compõem o sistema deverão ser executadas conforme projeto.

Manter limpas e isentas de vegetação as vias de acesso.

Manter a superfície líquida do sistema de separação, gradeamento e biofiltros isentos de

material sólido, óleos, graxas e outros materiais.

Evitar ao máximo o uso de substâncias tóxicas e não biologicamente degradáveis, as

quais podem exaurir mau cheiro no sistema de tratamento.

O sistema de tratamento de efluentes será operado em regime continuo. A água tratada deve

ser analisada, para identificar sua qualidade, através da medição do pH, DBO e DQO (pelo

menos). Caso estes parâmetros estejam fora dos intervalos estabelecidos pela legislação, o

efluente deve ser retornado para a estação de tratamento.

5.2 Especificação setor de encarregado da operação e manutenção do(s) sistema(s) de

controle de poluição

O encarregado da operação e manutenção, da estação de tratamento, deverá ter

treinamento prévio para iniciar seus trabalhos. Esta pessoa deve estar ciente de seu dever; e

equipada para os riscos potencias presentes na estação de tratamento de efluentes.

5.3 Especificação do número de funcionários especialmente contratados para operação e

manutenção do(s) sistema(s) de controle de poluição

A estação de tratamento de efluentes exige, em sua operação e manutenção, pelo menos dois

funcionários qualificados para tal serviço.

5.4 Cronograma provável de execução das obras

Tabela 4 – Cronograma provável de execução de obras.

ITEM Pronto

4 meses

após lic.

Instalação

Confecção do projeto de adequação ambiental X

Entrega do projeto no IAP X

Montagem do sistema de tratamento de efluentes X X

Montagem do sistema de tratamento de esgoto sanitário X

Implementação do gerenciamento de resíduos X

Page 55: Trabalho - Pca - Rev 01

CONCLUSÕES

Page 56: Trabalho - Pca - Rev 01

CONCLUSÕES

Gerais

Como já bastante comentado, no corpo deste PCA, um empreendimento deste porte é

passível de licenças ambientais, para que possa iniciar suas atividades devidamente adequadas

quanto às leis ambientais vigentes no país. O empreendimento, considerado neste PCA,

qualificado para fins de reciclagem de plásticos, entre outros, será implantado quando da

homologação de seu licenciamento ambiental; especificamente no ato da expedição da licença

de instalação. E, iniciará suas atividades no momento da expedição da licença de operação.

O PCA, desenvolvido neste projeto, teve o objetivo de propiciar as condições mínimas

para que o empreendimento contemplasse todas as exigências previstas em lei ambiental do

país. E, mais do que isto, o projeto teve a preocupação de minimizar a quantidade de poluentes

no ponto chave, ou seja, no ponto de sua geração; e, além disto, teve foco em neutralização dos

poluentes após seu devido tratamento.

Desta forma, o empreendimento tem condições ambientais suficientes para sua

implantação em nova área e funcionamento; do ponto de vista das questões ambientais. Uma

vez que, todos seus poluentes estarão controlados e os parâmetros de lançamento observados

em projeto.

Especificas

Os sistemas de contenção, tratamento e descarte de poluentes gerados no

empreendimento foram dimensionados e sua eficiência/eficácia comprovadas com os devidos

cálculos de remoção de indicadores (DBO, DQO, sólidos totais, etc).

As canaletas e tubulações, utilizadas para destinar a estação de tratamento todos os

efluentes líquidos em si, é mais do que suficiente para o fim que se propõe.

Estes resíduos líquidos serão destinados para as caixas de separação água/sólidos e

destas para a estação de tratamento biológico complexo.

As caixas de separação fazem uso das leis de viscosidade, nas quais se observa a

separação da água e do sólido somente por forças gravitacionais e tensões superficiais existentes

na camada limite destes produtos. O decantado destas caixas, sólidos, será destinado

adequadamente pela empresa; retornando ao processo produtivo.

O reator UASB, tecnologia de manto de lodo, purificará os efluentes líquidos (águas

residuárias) provenientes do fundo das caixas de separação, após estes serem recebido em um

tanque pulmão para que se tenha uma quantidade adequada para realização do tratamento.

As lagoas anaeróbias farão a conversão destes poluentes em metano e dióxido de

carbono; e, além disto, uma parte dos sólidos dissolvidos serão decantados nesta fase, fazendo

com que prolifere microrganismos na fase sólida da matéria orgânica existente. Ocupam uma

grande área, porém, a manutenção especifica é rápida e simples.

A lagoa aerada fará o papel de desnitrificação do efluente das lagoas anaeróbias,

concedendo oxigênio para a carga de microrganismos; o que também fará o papel de geração

de flóculos, os quais terão importante destaque no fornecimento de área de agregação de

microrganismos.

Page 57: Trabalho - Pca - Rev 01

Os biofiltros farão o papel de remover os poluentes que persistirem após tratamento no

sistema anterior. Esta tecnologia, aliada ao emprego de zeólita para filtrar seu efluente, é capaz

de deixar a qualidade do efluente final muito próximo dos índices esperados para todos os

parâmetros dos indicadores de qualidade de águas; o que aumenta sensivelmente a eficiência

e/ou eficácia da estação de tratamento. Portanto, pode-se com certeza técnica absoluta, uma

última etapa será aplicada para purificação do efluente. O emprego de uma lagoa com

enraizadas e sobrenadantes, ou seja, junco e macrófitas respectivamente. Desta forma, o

efluente a ser descartado no corpo receptor terá características que atendem a legislação, ou

mais especificamente, a Resolução CONAMA n° 357 de 17 de Março de 2005.

Sendo assim, a empresa pode ser classificada como legalmente e politicamente correta,

no que tange seus deveres sociais e ambientais. Pois, suas atividades não contribuirão para o

aumento de poluentes nocivos ao meio ambiente. Mesmo aqueles poluentes não passiveis de

reutilização ou reciclagem, tal como, aqueles gerados do consumo humano de água, ou seja,

efluentes de esgoto sanitário, terão tratamento biológicos adequados antes de serem destinados

para infiltração em solo através de sumidouro. Todos os resíduos sólidos são destinados para

aterros sanitários, os que são possíveis de aceitação nestes aterros; e os que têm condições de

serem reciclados serão destinados ao processo produtivo da própria empresa.

Finalmente, pode-se declarar que o empreendimento tem viabilidade ambiental

suficiente para ser instalado; desde que observe todos os pontos correlacionados neste PCA. E,

que todos os dimensionamentos sejam minuciosamente respeitados. O que culminará na boa

aplicabilidade do projeto, dos planos e dos demais aspectos ambientais presentes neste PCA.

Page 58: Trabalho - Pca - Rev 01

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Page 59: Trabalho - Pca - Rev 01

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRAILE, P. M. e CAVALCANTE, J. E. W., Manual de Tratamento de Águas Residuárias

Industriais, 18ª Edição, CETESB, São Paulo, 1979.

GUERRA, S., Direito Ambiental: Legislação, 2a edição, Freitas Bastos Editora, Rio de

Janeiro, 2004.

JORDÃO, E. P.; Pessoa, C. A. Tratamento de Esgotos Domésticos, 3ed., Rio de Janeiro,

ABES, 1995.

KAPAZ, Emerson. Relatório preliminar da política nacional de resíduos sólidos.(Institui

a Política Nacional de Resíduos Sólidos, estabelece diretrizes e normas para o gerenciamento

dos diferentes tipos de resíduos sólidos, acrescenta artigo à lei no 9.605, de 12 de fevereiro de

1998 e dá outras providências).Trabalho apresentado em palestra na Câmara dos Deputados,

Brasília, 9 ago. 2001.

MACHADO, H. B. Curso de direito tributário (17a ed.). São Paulo: Malheiros editores, 1998.

MANSUR, Gilson Leite. O que é preciso saber sobre LIMPEZA URBANA. Rio de Janeiro:

IBAM/CPU, 1991.

MARA, D. D. Sewage Treatment in Hot Climates, New York, John Wiley & Sons Ltda, 167 p.,

1976.

MARA, D. D.; Silva, S. A. Sewage treatment in waste stabilization ponds: recent research in

Northeast Brazil, Wat. Sci. Tech., v. 11, n. 1/2, p. 341-344, 1979.

METCALF & EDDY, Inc. Watewater Engineering: Treatment, Disposal and Reuse, 3ed.,

New York, McGraw-Hill, 1991.

PESSOA, C. A., Tratamento de Esgotos Domésticos, V. 1 2ª Edição, ABES, Rio de Janeiro,

1982.

PESSOA, C. A.; Jordão, E. P. Tratamento de Esgotos Domésticos, Concepção Clássica de

Tratamento de Esgotos, 2ed., Rio de Janeiro, 1982.

VERDUM, Roberto. Perícias e laudos técnicos: um espaço para uma nova prática científica.

In: VERDUM, Roberto & MEDEIROS, Rosa Maria Vieira. Rima, Relatório de impacto

ambiental: legislação, elaboração e resultados. Porto Alegre: UFRGS.1995. p. 15-19.

.

Page 60: Trabalho - Pca - Rev 01

TERMO DE COMPROMISSO

O contratante se responsabiliza pelo cumprimento de todos os itens deste projeto, sendo

este o único responsável pelo não cumprimento das decisões tomadas neste projeto. Para isto,

um representante, ou o próprio contratante assina, juntamente com os responsáveis técnicos, as

resoluções deste projeto. Como se segue.

Responsáveis Técnicos:

Renato Augusto Dezotti - Responsável pela fundamentação científica do PCA.

Giovanni Siqueira Novaes - Responsável pela fundamentação científica do PCA.

Contratante:

Octácilio João Fernandes - Representante Legal da Diretoria da Empresa.

INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE SUBPRODUTOS ANIMAIS LTDA